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Eco das Comunidades

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Eco das comunidades de Inhambane

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ECOdas comunidades

Nº 78 - ANO 2009

ABRIL - JUNHO

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LUIA

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CITO

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ECO das comunidades 3

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ÍNDICE

editorialcrónica diocesana

Secretariado de Acção PastoralCentro Catequético do Guiúa

Comissões DiocesanasTema de Formação

eco.. das paroquiasIgreja Católica em África

Estatísticas da Dioceseúltima hora

CRÓNICA DIOCESANAJANEIRO2/1: Reunião alargada do Secretariado de Acção Pastoral (SAP): Guiúa12-23/1: XIº Curso de Inserção Cultural para Missionários: Guiúa26/1: Início do novo ano académico no Se-minário São Lucas: Inhambane.

FEVEREIRO1/2: Início do curso anual para catequistas e suas famílias: Guiúa6-8/2: Curso Diocesano de Formação de Agentes da Pastoral da Saúde: Guiúa.10/2: Reunião das equipas missionárias da Vigararia Norte: Vilanculos12/2: Reunião das equipas missionárias da Vigararia Centro: Guiúa

13/2: Reunião das equipas missionárias da Vigararia Sul: Mavila

MARÇO2-5/3: Curso de Formação Litúrgica sobre os Funerais para as paróquias da Vigararia Centro e Sul: Guiúa.13-14/3: Encontro Diocesano dos Anima-dores Vocacionais Paroquiais: Guiúa.22/3: Celebração do XVIIº Aniversário dos Mártires do Guiúa: Guiúa.24-29/3: Visita Pastoral de Dom Adriano Langa à Paróquia de Mocumbi.28/3: Encontro dos vocacionados/as das paróquias da Vigararia Norte: Maimelane.

FICHA TÉCNICA:PUBLICAÇÃO:SECRETARIADO DE ACÇÃO PASTORALCaixa Postal, 191 - Inhambane

Editor:Pe. Diamantino Guapo Antunes

Edição Gráfica e Paginação:Rui Antunes

Impressão:Centro de Promoção Humana do Guiú[email protected]

Tiragem:850 exemplares

www.centroguiua.com

Páscoa é missão!

EDITORIAL

“Ele não está aqui, ressuscitou…ide à Galileia. Lá o encontrareis” (Mt. 28, 6). Estas palavras do anjo às mulheres, ainda chocadas e tristes por terem encontrado o túmulo de Jesus aberto e vazio, são um convite à missão. Da Galileia, Jesus ressuscitado continua a enviar-nos até aos confins do mundo: “Vão e façam com que os povos se tornem meus discípulos. Baptizem as pessoas em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28, 19). Nós somos hoje os continuadores da missão que Jesus ressusci-tado confiou à Igreja. Para que isso aconteça segundo o espírito do Programa Pastoral Diocesano 2009-2011 é necessário que cada cristão seja um discípulo missionário e cada comunidade cristã se transforme num centro de irradiação da vida em Cristo de modo a sermos uma “Igreja diocesana em missão”. Na nossa diocese, como todos sabemos, a evangelização é ainda uma prioridade. O inquérito pastoral feito no ano passado a nível diocesano a todas as comunidades, os dados estatísticos dos sa-cramentos referentes a 2008 (o número de baptismos e casamen-tos é quase idêntico a 2007), os resultados do último recensea-mento da população (2007), revelam que em algumas das nossas paróquias a evangelização está “estagnada” enquanto as igrejas “Mazione”, Velhos Apóstolos e outras seitas progridem e conquis-

tam cada vez mais aderentes. Como inverter esta situação? As recei-tas são fáceis de arranjar, mas difíceis de concretizar. Todavia, devemos es-

tar convencidos de que a Igreja para evangelizar precisa de ter e formar discípulos missionários. A tarefa de toda a nossa pastoral deveria ser a formação de cristãos evangelizados que evangelizem com ousadia e convicção. Para isso é necessário uma conversão pastoral: passagem de uma pastoral de conservação para uma pastoral missionária com agentes de pastoral dotados de cultura religiosa, melhor catequese, mais empenho e mais comprometi-mento. Criar uma rede por onde se espalhe a Boa Nova.A proposta do “ECO das comunidades” é olhar, neste tempo Pascal, para os imensos horizontes da missão entre os não evangelizados da nossa família, comunidade, paróquia, diocese e nação. Para isso, é necessário mobilizar todas as forças e meios que existem em abundância nas nossas paróquias e comunidades. Se pusermos os pés ao caminho, Deus dar-nos-á asas. Animados por esta certeza desejamos a todos os leitores uma Feliz Páscoa!

P. Diamantino Antunes

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No dia 2 de Janeiro, no Centro do Guiúa, realizou-se a primeira reunião deste ano do Secretariado Diocesano de Acção Pastoral, elaborou-se o calendário pastoral diocesa-no para 2009 à luz das indicações propostas pela Assembleia Diocesana posteriormente aprovadas pelo Senhor Bispo..Iniciou-se deste modo o triénio pastoral 2009 – 2011 cujo lema é: “No encontro com Jesus Cristo vivo, a Igreja de Inham-bane é chamada e enviada em missão”. Cada ano do Triénio terá um tema específi-co. Neste ano de 2009 o tema é: A Forma-

ção de discípulos missionários: Catequista e difusão da Palavra de Deus.Teremos como objectivos específicos: 1.A dimensão espiritual: favorecer o en-contro dos fiéis com Cristo vivo, através da Oração Litúrgica; 2.Aumentar o número de catequistas e melhorar a sua formação; 3.Divulgar e estudar a Palavra de Deus contida na Sagrada Escritura; Formar fa-mílias autenticamente cristãs e evangeli-zadoras.

1 - Elaboração do Calendário Diocesano de Pastoral

Acolhendo uma proposta apresentada na última Assembleia Diocesana de Pastoral, o Senhor Bispo determinou que o dia do Catequista a nível diocesano é celebrado

2 - Celebração do Dia Diocesano do Catequista

A adaptação cultural é a primeira atitude que o missionário deve adoptar quando chega à missão onde é destinado. Trata-se de conhecer o terreno onde pisa, a casa onde habita, a realidade que é chamado a evangelizar: conhecer a língua e a cultu-ra, inteirar-se do contexto sócio-político e pastoral. Para que isso aconteça, o missio-nário tem que ser ajudado, iniciado. Para responder a esta necessidade tão sentida, o Centro de Promoção Humana do Guiúa organiza no início de cada ano um curso

3 - XIº Curso de inserção cultural para missionários no Centro do Guiúa

no dia 22 de Março, data do martírio dos catequistas do Guiúa. A nível paroquial esta data deve ser celebrada no Domingo mais próximo do dia 22 de Março.

de inserção para os missionários recém-chegados a Moçambique. Este curso tem como objectivo facilitar a inserção na realidade cultural, social, po-lítica e religiosa de Moçambique, com um estudo inicial da História de Moçambique e da Igreja, da Cultura e das linhas pastorais da Igreja. O curso está aberto a todas as dioceses e dura 2 semanas.Participaram no curso deste ano 25 mis-sionários de 4 continentes e 14 países di-ferentes: Canadá, Brasil, México, Equador,

Bolívia,.Equador, Argentina; Congo, Tanzâ-nia, Filipinas, Timor Leste, Portugal, Itália, Albânia. Era um grupo muito diversificado não só quanto à proveniência geográfica, mas também de congregação (Francisca-nos, Consolata, Sagrada Família, Vicenti-nos, Salvatorianos, Sagrada Família, dio-cesanos, Franciscanas, Misericordiosas, Palottinas, Hospitaleiras, Estigmatinas, etc.) e de estados de vida (padres, irmãs e leigos/as). Esta variedade que é uma gran-

de riqueza, é expressão de uma nova rea-lidade missionária: a missão é universal e não tem fronteiras. Uma missão num con-texto global, em que os missionários já não provêm maioritariamente da Europa, mas de todo o mundo e são enviados para todos os cantos da terra. É a missão inter-gentes, entre os povos. Os povos recém-evange-lizados mandam missionários a trabalhar entre outros povos, não só padres e irmãs mas também leigos.

4 - Reunião Semestral das equipas missionárias a nível da Vigararia

As equipas missionárias paroquiais a nível de vigararia, como é já habitual, reuniram-se no mês de Fevereiro para partilharem as suas experiências, projectos pastorais e programarem actividades de interesse co-mum. A reunião da vigararia do norte reali-zou-se em Vilanculos no dia 10 de Feverei-ro; a da vigararia do centro no Guiua no dia 12 de Fevereiro e a reunião de vigararia do sul em Mavila no dia 13 de Fevereiro. Todas as reuniões foram presididas pelo Senhor Bispo e coordenadas pelos respectivos vi-gários forâneos. O assunto principal desta reunião era a partilha do plano pastoral paroquial 2009

elaborado nos conselhos paroquiais apenas realizados. A maior parte das paróquias elaborou e apresentou o seu programa à luz das decisões tomadas na Assembleia Diocesana de Pastoral. Agradecemos às paróquias de Nova Mambone, Maimelane, Inhassoro, Vilanculos, Mapinhane, Homoi-ne-Pembe, Panda, Guiúa, Mocumbi, Inhar-rime, Quissico e Mavila que entregaram por escrito ao SAP, como tinha sido decidido, os seus programas pastorais. Esperamos que as outras paróquias que faltam, possam fa-zer o mesmo em breve.

5 -Últimas publicações diocesanas

Ultimamente, graças ao trabalho paciente de algumas equipas missionárias e à gene-rosidade dos nossos benfeitores, a Dioce-se de Inhambane tem conseguido realizar bastantes publicações de livros litúrgicos, catequéticos e bíblicos nas diferentes lín-guas em uso na diocese.Acabaram de chegar os seguintes livros publicados no Canadá pelo P. Marco Bag-narol, Missionário da Consolata: Nzima yo longisela ku gonza a bíblia. Xigonzo xa ku longoloka (Introdução à Bíblia em língua Xitshwa); Os Mártires do Guiúa em Xitswa (P. Francisco Lerma); Kuhlayisa ka ngan-go. Wassati kango wakue (tradução em lín-gua xitswa do livro “Economia Doméstica” da Irmã Dalmazia Colombo); Kulongisela ku kubabatiswa ka vanana. Kulongise-la ka muchado: temas de formação para

a preparação ao baptismo das crianças e de preparação ao matrimónio em xitshwa (Paróquia de Massinga); Missal Romano e Ritual dos Sacramentos em língua xitshwa (Paróquia de Massinga); A Oração cristã e exigências de inculturação (Dom Adriano Langa); O Lowolo (Dom Adriano Langa); Gimbilani um hevbudza: Catecismo dos adultos em língua Gitonga.De Roma chegou “O Pentateuco” em Giton-ga traduzido e publicado pelo Frei Amaral. O melhor agradecimento a todos aqueles que trabalharam para termos nas mãos es-tes preciosos subsídios pastorais. É usá-los bem e assim nutrirmos o Povo de Deus com a Palavra de Deus e a Sagrada Liturgia.Estes livros estão à venda no Centro do Guiúa.

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Alguns dias antes, as famílias começaram a chegar ao Centro de Promoção Humana do Guiúa, acompanhadas pelos respectivos pá-rocos. É um grupo de 13 famílias seleccionado das paróquias da nossa Diocese: Nova Mambone (catequistas José Mussindo e Amélia Preso; Pascoal Arnaldo e Rita Lucas); Maimelane (catequistas Costinho Sathane e Tâmara Fu-laho); Vilanculos (catequistas Eugénio Tan-gune Lúcia Manhice); Muvamba (catequistas Gerito Mubaba e Victória Bungane); Mas-singa (catequistas Sebastião Lai e Eugénia José); Móngué (catequistas António Nguila e Benedita Rungo); Maxixe (catequistas Rufi-

no Ricardo e Albertina Paulino); Guiúa (ca-tequistas Eugénio Angalaze e Felizarda Tai e Fernado Taimo e Glória Fernando); Homoíne (catequistas José Tonela e Helena Cumbane; Isaías Fernando e Maria Navaia Santos) e Inharrime (catequistas Sabino Elias e Miséria Rafael). No total somos uma família alargada constituída por 70 pessoas.

Recepção e acomodação das famílias

No momento da chegada de cada família a

Estudando, partilhando, trabalhando, vivendo em comunidade todos os

membros da família se formam.

Guiúa Inhambane-

Curso Anual de formação de famílias de catequistas:Crónica de Fevereiro - Março

equipa missionária do Guiúa estava pronta acompanhar e a dar indicações sobre a re-sidência destinada a acolher cada família. Simultaneamente efectuava-se a distribuição da comida e o apoio económico mensal. Co-meçou logo a azáfama de acomodação e lim-peza impulsionados e orientados pela Irmã Rosalina que instruía sobre a conveniente uti-lização de sanitas, lavagem do soalho, etc. A apresentação à comunidade do Guiúa deu-se Domingo 1 de Fevereiro durante a Euca-ristia Dominical. As famílias dos catequistas foram apresentadas à comunidade pelo páro-co e director do Centro do Guiúa, Padre Dia-mantino Antunes. Na tarde do dia 2 de Fevereiro realizou-se o sorteio de distribuição dos talhões para hor-tícolas no machongo do Centro. A cada fa-mília foi entregue uma parcela. Com catana na mão logo se iniciou o trabalho de corte do capim.

Abertura do curso e temas de formação

No dia 4 de Fevereiro houve reunião com a equipa missionária para a apresentação mú-tua. Foi apresentado em detalhe o programa do curso, horário e organização, distribuição de tarefas, etc. A formação básica divide-se em três pontos fundamentais: família, traba-lho e formação humana e catequética. A formação aqui no Centro dura um ano çec-tibo, de Fevereiro até Novembro. Estudando, partilhando, trabalhando, vivendo em comu-nidade todos os membros da família se for-

mam. As actividades comunitárias começam às 6.00, com a Missa ou oração da manhã e termina com as orações da noite, em família. O dia é dividido em aulas de formação, cate-quese, liturgia e Bíblia, aulas de alfabetiza-ção, prática da agricultura, economia domés-tica e corte e costura, informática e culinária. As crianças em idade escolar frequentam a escola primária completa do Guiúa e as mais pequenas frequentam a escolinha do Centro.Além da formação teórica, no fim de semana, os catequistas com as suas esposas fazem prática pastoral. Cada família colabora pas-toralmente numa das 12 comunidades cris-tãs da paróquia do Guiúa. Além da ajuda na catequese e na organização da comunidade, estão integrados nas diferentes comissões e colaboram na formação dos ministérios nas comunidades. A abertura solene do curso realizou-se no dia 5 de Fevereiro durante a Eucaristia presidi-da por Dom Adriano Langa. O Senhor Bispo exortou-nos e empenharmo-nos com dedica-ção e respeito na nossa formação. O Centro do Guiúa, afirmou, “é um lugar sagrado” para

O ano formativo 2009 para famílias de catequistas começou oficialmente no passado dia 1 de Fevereiro.

a formação integral das pessoas, baseada na família, no trabalho e na formação espiritual, religiosa e humana.

Actividades realizadas

No início de cada mês é elaborado o calen-dário mensal de actividades. No mês de Fe-vereiro-Março foram estudados os seguintes temas: Religião Tradicional Africana; História político-económica de Moçambique; História da Igreja Católica em Moçambique; Igrejas Protestantes e Igrejas Independentes Africa-nas (Etiópicas e Mazione) em Moçambique; Introdução à Liturgia, Formação agrícola e associativismo. Participámos também nos cursos de formação realizados a nível dioce-sano: Pastoral da Saúde; Pastoral dos Fune-rais –Quem enterra quem? -; Pastoral voca-cional.

Catequista Sebastião Lai

COMISSÕES DIOCESANASComissão da Pastoral da Saúde: Curso diocesano de formação de Agentes da Pastoral da SaúdeDe 6 a 8 de Fevereiro realizou-se no Centro de Promoção Humana do Guiúa um encontro dos responsáveis paroquiais da Pastoral da Saúde a nível da diocese de Inhambane. Parti-ciparam 20 delegados - leigos, irmãs, padres – que trabalham no sector da saúde. Foi uma ocasião para partilhar o trabalho feito por esta Comissão nas paróquias no sector da saúde curativa (o trabalho directo nos centros de saúde com o objectivo de promover um aten-dimento justo e humanizado dos doentes); da saúde preventiva (acções realizadas a nível local que visam a sensibilização do povo em relação à saúde, doenças infecto-contagiosoas, campanhas de vacinação, promoção de higiene) e o acompanhamento espiritual dos doen-tes e a suas famílias.Este encontro também foi um momento de formação sobre temas tão importantes como a relação entre a saúde e a tradição cultural e o trabalho de prevenção e combate ao HIV e SIDA. Na província de Inhambane a taxa de prevalência do HIV-SIDA é de 12% entre a população adulta.O amor e a assistência aos doentes têm sido património da Igreja de todos os tempos, como resposta fiel ao exemplo de Cristo, que percorria as cidades e aldeias ensinando, proclamando a Boa Nova do Reino e sarando toda a enfermidade e doença.Como continuadores da missão de Cristo, a razão profunda que motiva a presença da Igre-ja no campo da assistência sanitária é trazer à humanidade sofredora, com a palavra e o exemplo de nossa vida, um testemunho claro e coerente do amor e dedicação de Cristo. Para ser fiéis a esta tradição e respondermos aos desafios do tempo presente, os participan-tes neste encontro de pastoral da saúde traçaram imediatamente um plano de acção para

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ser concretizado a nível paroquial:1.Colaborar com os agentes de saúde governamentais, seja nos centros sanitários, seja nas campanhas nacionais para contribuir para a saúde da população.2.Promover uma atitude de diálogo, abertura e responsabilidade, para perceber as neces-sidades familiares, sociais, religiosas e culturais da pessoa.3.Descobrir a dimensão transcendente do doente.4.Formar equipas em cada paróquia visando a assistência e evangelização dos que so-frem.4.Acções de aconselhamento e apoio espiritual e material a doentes de SIDA.

Comissão da Pastoral Vocacional:Encontro Diocesano dos Animadores VocacionaisA Comissão da Pastoral Vocacional realizou o seu Encontro de Formação no Centro Cate-quético do Guiúa, entre os dias 13 – 14 de Março de 2009. O encontro tinha como objectivo fazer uma avaliação das actividades realizadas ao longo do ano pastoral 2008 e procurar caminhos para o bom andamento das actividades deste ano. Com o objectivo de fornecer algumas pistas ou directrizes para o trabalho da Animação Vocacional foram apresentadas palestras sobre os seguintes temas: Vocação e cultura moçambicana (P. Jorge Maluzane); Quem são os nossos vocacionados? (P. Cléophas Mudita Ilunga); Como ajudar os nossos vocacionados no seu discernimento? (Diácono Domingos Mazive); Relação animador-voca-cionado (Ir. Elisabeth Augusto Ferreira). Nos trabalhos em grupo e na assembleia houve uma boa participação e partilha pela par-te dos presentes. Do que foi dito e partilhado, viu-se a necessidade de concentrar maior atenção no aspecto da Família e da Cultura, pois são os meios em que nascem e vivem os nossos jovens e isso pode, de certo modo, marcar e influenciar toda a vida de um indi-víduo. Eles são filhos desta sociedade e deste tempo e precisam de ser acompanhados e orientados para purificarem as suas inquietações interiores e encontrarem o seu lugar na Igreja e na sociedade. Grande e importante é a tarefa do Animador vocacional. Ele deve dar testemunho com a sua própria vida, assumindo com responsabilidade a sua missão e tendo uma vida cristã exemplar. Com efeito, deve em tudo, olhar para Jesus, o grande pedagogo, que soube acompanhar devidamente os seus discípulos, mostrando-lhes a essência da missão que os esperava, preparando-os para tal.No mesmo encontro, foram eleitos novos membros para a Comissão Diocesana: Irmã Maria Schmitz, Missionária da Consolata, da Paróquia de Massinga e o casal Rufino e Albertina Ricardo, da Paróquia da Maxixe..A Comissão da Pastoral Vocacional agradece a todos aqueles que colaboraram e traba-lharam arduamente para a realização do encontro e pede a todas as Paróquias para se dedicarem vivamente à causa das Vocações; promovendo encontros, momentos de oração, retiros e participando nos encontros das Vigararias.

Pe. Jorge Maluzane Malate

Comissão de LiturgiaPastoral dos funerais: Enterrar os mortos: quem enterra quem?O mistério da morte é um dos enigmas da condição humana, que hoje como ontem, pre-ocupa profundamente os homens de cada geração: o que é a morte, como enterrar um morto, quem enterra quem, onde, quando (o dia e a hora)?Os homens de todas as gerações esperam das diversas religiões resposta ao mistério da morte e dos seus ritos. Enquanto, diante da morte, qualquer imaginação se revela impo-tente, a Igreja, guiada pela Revelação divina, afirma que o homem foi criado por Deus e é para o seu Criador que um dia deve voltar.

Dom Adriano Langa, nosso Bispo, conduzindo e apascentando o Povo de Deus que vive na Diocese de Inhambane, quis com a obra Enterrar os mortos: Quem enterra quem? reflectir sobre o enigma da morte que marca o fim da peregrinação terrena de cada homem. Por consequência, devem os fiéis conhecer a problemática da morte e os seus ritos. Para o efeito, a Comissão Diocesana da Liturgia organizou o curso sobre os funerais. Este curso teve lugar no Centro de Promoção Humana de Guiúa, entre os dias 2 e 5 de Março. Participaram neste curso 30 animadores provenientes das paróquias das Vigararias Centro e Sul da Diocese e os catequistas em formação de um ano no Guiúa. Estiveram ausentes os representantes das paróquias de Inhambane, Mongué, Mucodoene, Pembe, Funhalouro e Mavila.O mesmo curso foi ministrado no Centro Pastoral “S. José” de Maimelane, entre os dias 10 e 12 de Março. Participaram 18 pessoas: animadores das zonas pastorais e ministros da esperança da Paróquia de Santa Ana de Maimelane. Nos dias 23 a 26 de Março, outra vez em Maimelane, o curso foi ministrado para 20 participantes provenientes das Paróquias da Vigararia Norte da Diocese: Muvamba -5, Mapinhane -5, Vilankulo -5 e Mambone -5. A Paróquia de Inhassoro não participou, por razões ainda não esclarecidas.A Comissão Diocesana de Liturgia agradece ao Sr. Bispo, por esta iniciativa, ao Secretaria-do de Acção Pastoral (SAP) que editou o livro Quem enterra quem e aos participantes do curso ministrado. Obrigado a todos vós.Que a Mãe do Perpetuo Socorro interceda por todos vós para que a Páscoa de Jesus Cristo seja vossa Páscoa.

Pe. Anastancio Gemo

Comissão das Pontíficias Obras MissionáriasInfância Missionária: Um olhar para as Crianças“Apresentaram-lhe, então, umas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. Jesus disse-lhes: “deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo, pois delas é o Reino do céu”.Antes de iniciarmos esta pequena reflexão queríamos inspirar-nos por estas doces palavras de Jesus quando diz: “deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo”.Porque Jesus quer que as crianças venham ter com Ele? O que devo fazer para não impedir que as crianças se aproximem de Jesus?Jesus tomou as crianças como modelo de simplicidade necessária para entrar no Reino dos céus. Daí que os pais devam encorajar os seus filhos a participar na fé da comunidade.Em muitas comunidades existem grupos de crianças cujos animadores não sabem que designação ou que orientações pastorais dar.É pensando nesta realidade que o responsável diocesano das obras missionarias pontifí-cias, P. Marcelo Fernandez (Muvamba), seguindo as orientações dadas no congresso na-cional sobre as obras missionarias pontifícias havido na Beira em Novembro passado, viu a necessidade de começar a implantar a obra de infância missionaria nas comunidades.De facto, a infância missionária, nos seus objectivos e na sua orientação pastoral, constitui uma oportunidade de encaminhar melhor a pastoral de criança uma vez propõe temas es-pecíficos que ajudam as crianças a crescer com uma consciência missionária.Um antigo ditado diz que: “é de pequeno que se torce o pepino”, todos concordamos que se queremos que as nossas crianças cresçam como verdadeiros amigos de Jesus temos que começar ainda cedo a incutir nelas a Boa Nova que Cristo nos ensina não só para que elas saibam mas que sabendo possam ser elas também missionarias para as outras crianças. São impressionantes as actividades que as crianças são capazes de desenvolver bastando para isso ensiná-las crianças a crescer em solidariedade com as outras crianças do mundo.Queremos por esta via tão nobre, convidarmos os párocos e as comunidade em geral

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a acolher de coração aberto esta proposta pastoral de implantar a infância missionaria enviando, para o efeito, dois animadores para o curso de formação que terá lugar de 6 a 7 de Junho no Centro Pastoral do Guiúa. A equipa diocesana, reunida no dia 6 de Março na Maxixe, traçou o programa de formação, como primeiro passo para implantação da infância missionariaTerminamos esta reflexão saudando a todas as crianças: por todas as crianças do mundo - sempre amigos.

Francisco Canhote

Comissão Diocesana de EcumenismoDepois de alguns anos de inactividade, a Comissão Diocesana de Ecumenismo quer assu-mir a sua tarefa de animação da Diocese e das comunidades cristãs promovendo o diálogo e o encontro com as outras Igrejas e Comunidades eclesiais presentes em Inhambane. Acualmente, a coordenação desta Comissão está à responsabilidade do Secretariado de Acção Pastoral (SAP)“Rádio Proclaimer” para a difusão do Novo Testamento em XitshwaA convite da Sociedade Biblica de Moçambique, a Comissão Diocesana de Ecumenismo na pessoa do P. Lucas Pelis, esteve presente na cerimónia de lançamento do programa a “Fé vem pelo ouvir” que ocorreu no dia 7 de Março na paróquia da Maxixe da Igreja Metodista Unida. Este programa consiste na escuta em comunidade do Novo Testamento em Xitshwa em áudio (rádio proclaimer) e posterior debate para aprofundamento da fé e conhecimentos Bíblicos. Este programa surge como resposta da situação específica do nosso país tendo em conta que mais de 50% da nossa população não pode ler e/ou escrever, consequentemente, não pode usar a Bíblia em Livro. Os rádios com a gravação do Novo Testamento para escuta comunitária estão à disposição das paróquias segundo critérios apresentados pela Socie-dade Bíblica.As paróquias interessadas em obter para as suas comunidades o Rádio Proclaimer em língua Xitshwa devem proceder da seguinte maneira. 1. Contactar os distribuidores da zona, formados pela Sociedade Bíblica, para que estes as informem sobre o programa, o método e a forma de monitoria e produção de relatórios do impacto do programa a “Fé vem pelo ouvir”.Zona de Zavala: Hélder Jociane: tlm 82 3657780Zona de Inharrime: António Arriaga: 82 8658360Zona de Inhambane: Celestina Messias: 82 7710686Zona de Maxixe: Mateus David: 82 3840605Zona de Massinga: Carlos Bahane: 82 0199140Zona de Vilanculos: Bernardo Machava: 82 86554302. O Padre ou animador fala do programa por duas ou três semanas para deixar a sua comunidade preparada para o programa;3. O Distribuidor combina com o Padre para a apresentação formal do programa;4. No fim da apresentação é entregue um Radio Proclaimer por Paróquia (ou comunidade) que nomeia um responsável para a moderação da escuta e elaboração do relatório mensal a ser enviado ao distribuidor da Sociedade Bíblica.5. A comunidade que recebe o Rádio Proclaimer compromete-se a escutar a Palavra de Deus pelo menos 30 minutos semanalmente.Encontro ecuménico sobre o tema: “As comunidades religiosas e os processos eleitorais”A Comissão Diocesana de Ecumenismo representou a Igreja Católica num encontro rea-lizado no dia 19 de Março em Inhambane entre líderes religiosos, promovido pela orga-

nização Justa Paz ( Igreja Metodista). A delegação da Igreja Católica era constituída pelo P. Diamantino Antunes, Ir. Teresa Balela, Sr. Eugénio Angalazi (Guiúa), Sr. João Cumbi (Inhambane) e Jacinto Maherula (Maxixe). O tema do encontro foi: “As comunidades reli-giosas e os processos eleitorais”.No final do encontro foi constituída a “União das Confissões Religiosas da Província de Inhambane”. Esta associação tem como objectivo promover uma acção comum em áreas sociais tais como: educação, moralidade, justiça social e cultura. O Conselho directivo eleito é constituído por 2 representantes das Igrejas que fazem parte do Conselho Cris-tão de Moçambique; 2 representantes do Conselho Islâmico e 2 representantes da Igreja Católica: os senhores João Cumbi (paróquia da Catedral) e Jacinto Maherula (paróquia da Maxixe). Este conselho directivo terá a sua primeira reunião no dia 6 de Abril na paróquia da Igreja Metodista na Maxixe.

TEMA DE FORMAÇÃO:FORMAR CATEQUISTAS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS À LUZ DO PROGRAMA PASTORAL DIOCESANO

VOCAÇÃO E MISSÃO DO CATEQUISTA1.1 Chamado para servir a Palavra de DeusDeus amou-te, escolheu-te e fez-te seu filho pelo Baptismo. O Baptismo é a tua primeira Vocação cristã, a tua vocação fun-damental.Vocação a ser filho de Deus e irmão dos homens e mulheres. Mas dentro desta vocação baptismal o Espírito Santo dá os seus dons. Um destes dons é a Vocação de Catequista, dom do Espírito Santo à sua Igreja.A VOCAÇÃO de Catequista concretiza a vo-cação baptismal, chamando-te para o ser-viço da Palavra de Deus, para o ministério profético. Não se escolhe ser Catequista, responde-se a um chamamento, a um con-vite de Deus, por isso, é Vocação.1.2 Fiel a DeusO Catequista recebe uma vocação para o ministério da Palavra. Ele é servidor da Pa-lavra. Não apresenta a sua palavra, a sua sabedoria, mas a Palavra de Deus. Deve ser então, fiel a Deus. Deve pôr Jesus Cris-to, que é a Palavra do Pai, no centro da sua actividade e da sua mensagem.1.3 Fiel aos homens e mulheres, seus (suas) irmãos(ãs). Chamado por Deus, em nome da Igreja, o Catequista é enviado para servir os irmãos neste ministério da Palavra de Deus. Os catequistas, enraizados em Deus e viven-

do na Comunidade Cristã, são encorajados a viver com os outros, para os outros. O Catequista deve ser um conhecedor ex-perimentado da vida humana. Deve saber pôr-se ao lado dos homens e das mulheres, deve saber caminhar com eles, ouvindo as suas exigências e necessidades. Uma boa catequese nasce também de uma atenção viva do Catequista aos problemas da so-ciedade.1.4 Ele é mestre, educador e testemunha.O catequista ensina, mas não recita uma lição. Ele oferece um ensino vivo, expres-são de um verdadeiro diálogo com Deus. O catequista é um Mestre.O catequista ajuda a crescer, alimenta o espírito comunitário, introduz na vida litúr-gica e favorece a disponibilidade para ser-vir a Deus e a Igreja. O catequista é um educador.Além de conhecer bem a mensagem que propõe, o catequista é sinal. Mostra aquilo que ensina, com a própria vida. O catequis-ta, antes de mais nada, é Testemunha.1.5. Para o crescimento de Todos.O Catequista não é só catequista de crian-ças. Temos catequistas de adultos, jovens e adolescentes. O Catequista é chamado para ajudar a crescer os catequizandos conforme as idades e situações de cada um.

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SER CATEQUISTA HOJE: FORMAÇÃO DOS CATEQUISTAS

2.1. Não há catequese sem catequistasNão se pode dispensar a pessoa do cate-quista, em cada uma das fases do processo catequético. O catequista é catequista, antes de mais pelo seu testemunho e exemplo de vida. É o testemunho da sua alegria, da sua vida, do seu empenhamento, que faz o primei-ro chamamento e que dá valor “humano” à Palavra que anuncia.0 catequista é também o comunicador da Palavra de Deus. O catequista é aquele que faz o diálogo entre a sua vida e a Palavra e ajuda os outros, em nome da comunida-de cristã, a fazer o mesmo diálogo e a en-contrar os caminhos da conversão, da vida nova. Finalmente, ser catequista é uma vo-cação e um mandato, um chamamento e um envio feito pelo Senhor Jesus na Sua Igreja.O catequista é um mediador que facilita a comunicação entre as pessoas e o mistério de Deus. dos sujeitos entre si e com a co-munidade. O catequista tem na catequese um lugar insubstituível, a sua missão não é de um simples transmissor, são-lhe exigidas de-terminada qualidades. Dele, mais do que qualquer instrumento, depende a qualidade da catequese.A catequese necessita de catequistas pela mesma razão pela qual não se evangeliza sem evangelizadores. 2.2. Não pode haver verdadeiros catequis-tas sem formaçãoA importância que o catequista tem na vida da Igreja leva o Directório Geral de Cate-quese a afirmar: “Toda a acção pastoral (da catequese) sem pessoas com verdadeira formação e preparação, necessariamente resultará nula. Os próprios instrumentos de trabalho não podem ser eficazes, se não forem empregados por catequistas de for-mação conveniente. Por isso esta formação há-de preceder a renovação dos textos e a mais sólida organização da catequese” (DGC 234). Para bem cumprir esta missão, o catequista enquanto testemunha da Ressurreição do Senhor, ministro da Palavra e delegado da

Comunidade Crente, tem que estar devida-mente preparado nas três frentes impor-tantes:Preparação intelectual: » Estudo pessoal; Cursos anuais / inten-sivos.Preparação Espiritual: Espaços de reflexão; Retiros; Vida de Oração / Testemunho de vida; Participação nos Sacramentos; Vida ComunitáriaPreparação psico-pedagógica:»Conhecimento do catequizando e do seu meio ambiente (psicologia e contactos com o meio). »Conhecimentos de pedagogia: Como fazer... 2.3 Princípios gerais da formação na Dioce-se de Inhambane1. Para ser catequista é necessário que a pessoa escolhida faça previamente um curso de capacitação a nível paroquial.2. O objectivo de toda a formação é: aju-dar os catequistas a conhecer e seguir me-lhor Jesus Cristo e a comprometer-se na comunidade e na sociedade (serviço minis-terial).3. A formação dos catequistas deve ser integral (Bíblia, Liturgia, Catequese, Orga-nização da comunidade, etc.), progressiva (por etapas) e prática4. Os conteúdos da formação dos catequis-tas para cada nível serão os mesmos para toda a Diocese. Para isso, faça-se recurso ao material de formação publicado na Dio-cese.5. Para a formação espiritual organizem-se encontros de espiritualidade, retiros, etc... para os catequistas.

2.4.Plano Diocesano de Formação dos ca-tequistas: 3 níveis

1º Nível: Formação inicial (elementar): curso de iniciação•Destinatários: Catequistas que nunca te-nham tido qualquer formação.•Objectivo:Dar uma visão geral da História da Salvação e da organização da comuni-dade ministerial.•Modalidades: - 1 curso intensivo (1 sema-na) ou o equivalente segundo a organiza-ção de cada paróquia. O curso é realizado a nível paroquial.

2º Nível: Formação fundamental (médio): curso de 45 dias

•Destinatários: Catequistas que tenham concluído o curso de iniciação e possuam alguma experiência pastoral. •Objectivo: Proporcionar aos catequistas formação para o desempenho adequado da sua missão na comunidade. Compreende: a) formação bíblica e teológica; b) forma-ção catequética e pedagógica; c)formação litúrgica.•Modalidade:O curso é intensivo: o desen-volvimento dos temas faz-se em três eta-pas, de 15 dias cada uma, durante o ano. É realizado a nível de vigararia ou paroquial.3º Nível: Formação integral (superior): cur-so de 1 ano no Centro do Guiúa•Destinatários: Casal cristão com a família; idade de 25 a 50 anos; habilitação literária mínima: 5ª classe; com responsabilidade pastoral na comunidade de origem; desejo-sos de servir a sua Igreja como catequistas e animadores.•Objectivo: formação de catequistas para a liderança de base na Igreja local e de fa-mílias que sejam formadores de agentes de pastoral a nível paroquial.•Cursos: Área pastoral: Teologia, Bíblia, Catequese, Liturgia, Pastoral; Área Social: Antropologia, Psicologia, Higiene e saúde, Vida Matrimonial, Doutrina Social da Igre-ja, Formação à Cidadania; Área Profissio-nal: Formação Agrícola, Informática, Cos-tura, Culinária

QUALIDADES DO CATEQUISTACatequista perfeito não existe. Ele faz-se ao longo do processo, entre erros e acer-tos. A vida, a família e a comunidade são os seus mestres. No dia-a-dia, o catequista vai adquirindo e desenvolvendo aptidões, qualidades humanas, práticas metodológi-cas, conhecimentos.Existem algumas qualidades que o cate-quista precisa ter e desenvolver:* Ser um exemplo de vida cristã.* Ser delicado, acolhedor, compreensivo amigo e irmão de todos.* Conhecedor da Palavra de Deus e da Vida da Comunidade.* Ser fiel seguidor de Cristo.

* Estar integrado na Vida da Comunidade Cristã.* Ter qualidades para comunicar conve-nientemente as mensagens de cada cate-quese.* Ser alegre e comunicativo.* Ser muito exigente consigo mesmo, na pontualidade aos encontros marcados.* Saber ouvir as preocupações de seus ca-tequizandos e dar-lhes a resposta justa e evangélica.* Ser homem ou mulher de muito contacto com Deus na oração pessoal.* Estar interessado no melhoramento da realização dos encontros catequéticos.* Ser criativo, buscar as melhores formas de tornar a catequese Viva e proveitosa -

3.1 Como formar-se para ser catequista?Ser catequista é um ideal que vale a pena. Mas para ser catequista a sério é preciso entregar-se e formar-se a sério. Como? An-tes de mais nada, tem de querer formar-se. Precisa assumir uma atitude interior de for-mação permanente. Sem esta vontade sin-cera e coerente de querer capacitar-se para esta extraordinária missão serão inúteis to-das as possibilidades que lhe oferecem.Procurar viver com entusiasmo a vida da sua comunidade. Os cursos, retiros e en-contros que a sua Paróquia oferece e orga-niza são meios para se formar.

3.2 O Catequista deverá buscar:* Formação humana - Para servir de esti-mulo, deve cultivar em si todas as qualida-des humanas que são norma de vida para qualquer pai, mãe de família ou cidadão; preocupar-se-á que o seu lar seja modelo de amor conjugal, de união, de serenidade, de asseio, de hospitalidade e de trabalho (1Tes 4,11-12; Tito 3,1-2; 1* 13,2-5).* Formação específica - Sem um mínimo de conhecimento e de desenvolvimento in-telectual, não poderá haver formação au-têntica nem evangelização que valha; um cristão ignorante não passará de um cristão subdesenvolvido. Com muito mais razão, o catequista deve possuir uma suficiente for-mação que lhe permita uma certa estima e autoridade no seio de sua Comunidade.* Formação Social - O Catequista deve sa-

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ber conviver com os outros, procurando es-tabelecer relações de diálogo, de amizade e de confiança. Saberá inteirar-se dos proble-mas culturais, políticos e sociais que afec-tam o seu povo. Dará toda a colaboração possível ao desenvolvimento de seu Pais.* Formação doutrinal ou pastoral - Para que o Catequista possa desempenhar mais perfeitamente o seu mandato como colabo-rador da ordem sacerdotal deverá ter uma sólida formação doutrinal baseada no co-nhecimento da Sagrada Escritura, da Litur-gia, da Vida da Igreja e das Verdades da Fé.* Vida espiritual intensa - O Catequista de-verá levar uma intensa vida espiritual. A vida espiritual intensifica-se através do en-contro quotidiano com Cristo na oração, na meditação de sua Palavra e, quando pos-sível, na vida sacramental (Missa, Confis-são).* Testemunha de amor - O Catequista deve-rá mostrar aos irmãos. através de sua vida, que encarna em si o mandamento novo de Cristo. O testemunho de vida é muito mais eficaz do que o ensinamento verbal, ele, como Cristo deverá viver a Palavra que anuncia. A ele, como aos Apóstolos, Cristo pede para ser sua testemunha (At. 1,8).Trata de preparar em conjunto com os teus

colegas catequistas a tua catequese. O en-contro semanal com os catequistas que es-tão a utilizar o mesmo catecismo permite a partilha de experiências, forma cada um dos catequistas e mantem o entusiasmo de todos.Procura enriquecer o tema da catequese com leituras de aprofundamento. Ter hábi-to de leitura é uma grande riqueza para um catequista.

3.3 O Novo Modelo de CatequistaHavia um catequista que queria, sozinho, comunicar a Fé e educar os alunos para a comunidade e para a Palavra de Deus. Um dia, ele morreu. E a catequese terminou de uma vez. A causa é evidente: ele quis trabalhar sozinho. Nunca se reuniu com os outros catequistas. Também não queria que ninguém entrasse em seu terreno. Era o dono absoluto.Ele não soube partilhar nem trabalhar em comunidade. Julgou que a catequese fosse uma acção individual. Quem souber organi-zar uma escola de catequistas, com encon-tros semanais, organize para juntos prepa-rarem as lições da catequese.

Paróquia de N. Srª. do Rosário de Muvamba

ECOdas paróquias

Salela Zacarias Nhare

A comunidade de Mavune recebeu no dia 28 de Fevereiro a visita dos jovens da comuni-dade de Santo Ambrósio de Mucuacua. A nossa comunidade recebeu bem e com muita satisfação esta visita. Durante a ce-lebração da Palavra, os jovens representa-ram teatralmente o Evangelho da cura de um cego de nascença. Os jovens de Macu-acua entregaram como prenda aos jovens de Mavune 2 livros de cânticos e uma soma

de dinheiro.Depois da celebração seguiu-se um mo-mento de confraternização onde não fal-taram os cânticos e as danças. No fim, os responsáveis dos jovens de Mavune agra-deceu muito a visita dos jovens da comu-nidade Santo Ambrósio. Estas visitas são o sinal que somos membros da mesma família de Deus que é a Igreja. Bem haja outras iniciativas deste tipo.

Paróquia de Santa Isabel do GuiúaCatequistas da Paróquia do Guiúa

Celebração do XVIIº Aniversário dos mártires do Guiúa e do dia do catequistaúa. Aí chegados celebrou-se a Eucaristia e ouviram-se os depoimentos de alguns ca-tequistas e da Irmã Teresa Balela que há 17 anos viviam no Guiúa e testemunharam os trágicos acontecimentos, onde perderam a vida catequistas em formação e os seus familiares.Desde este ano que dia 22 de Março, foi es-colhido como o “Dia diocesano do Catequis-ta”. Assinalando-o, Dom Adriano Langa, presidiu à celebração da Missa no Guiúa. Uma celebração muito participada pelos cristãos das nossas comunidades. Após a eucaristia um impressionante cortejo, onde toda a comunidade esteve presente, diri-giu-se em procissão até ao cemitério dos mártires, onde se procedeu à deposição de flores. Uma cerimónia emotiva e plena de significado para o centro do Guiúa, para os catequistas em formação e para todos em geral. Neste dia, os catequistas da paróquia de Inharrime acompanhados pela respectiva equipa missionária fizeram a sua romagem ao cemitério do Guiúa.Um forte testemunho de que a missão da-queles catequistas, abruptamente inter-rompida há 17 anos, continua viva. A sua memória e o seu exemplo frutificam e re-novam nas novas gerações o desejo de es-palhar a palavra. Anunciar a Boa-Nova. Na memória e na profecia.

Como é já tradição, também este ano no Guiúa, homenageamos os 23 catequistas aqui barbaramente assassinados em 22 de Março de 1992. Eram os últimos meses da guerra civil. Confiantes de que as conversações em curso para alcançar a paz iriam por fim à Guerra, a nossa Diocese decidira reabrir o Centro Catequético do Guiúa para a forma-ção de famílias de catequistas. Duas deze-nas de famílias de catequistas escolhidas de diferentes missões acabavam de chegar, quando na madrugada do dia 22 de Março de 1992 um grupo de militares da Rena-mo atacou o Centro e raptou as famílias. Em marcha, carregando os bens saqueados pelos militares, foram conduzidos à força para a base de onde tinham saído os guer-rilheiros. Pelo caminho, 23 catequistas e familiares foram brutalmente chacinados à baioneta. Testemunharam a sua fé com o sangue. Os seus corpos foram transporta-dos e sepultados no Centro Catequético.A Diocese de Inhambane tem grande vene-ração por estes seus filhos, considerando-os “mártires”. O cemitério onde estão se-pultados é lugar de romagem de centenas de cristãos ao longo do ano. Anualmente, no dia 22 de Março, fazemos uma cele-bração litúrgica evocando o acontecimen-to. Foi o que aconteceu também este ano. No sábado partimos em via sacra, desde o cemitério, até ao local do martírio, numa colina situada a 3 kms do centro do Gui-

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Paróquia S. Francisco de Assis de MocumbiCatequista João Tenguisse

Visita Pastoral do Senhor Bispo Dom Adriano à Paróquia de Mocumbide Mahalamba, EPC de Mangôrro, EP 1 de Chirrambo e EP 1 de Ussaca. Durante as visitas o Senhor Bispo falou com o corpo docente destas. Com palavras de encoraja-mento, disse-lhes que não se devem sentir sozinhos na sua tarefa. A Igreja Católica colabora desde sempre com a educação. Os professores pronunciaram com gosto os seus agradecimentos. O Senhor Bispo falou também aos alunos dando-lhes os seguin-tes conselhos: manter respeito para com os professores considerando-os como seus segundos pais e amigos; estudar com inte-resse e ser pontuais na escola, tratar com cuidado os bens da escola.O Senhor Bispo visitou igualmente o pos-to de saúde e dialogou com o pessoal da saúde. Encorajou-os no trabalho árduo de cura das diferentes doenças que assolam a população. Por fim, abençoou os doentes e encorajou-os a recorrer sempre que neces-sário ao posto de saúde.A Visita pastoral concluiu-se com a Euca-ristia celebrada na igreja paroquial de Mo-cumbi onde, na sua homília, D. Adriano abordou novamente o tema do Jubileu da fundação da Paróquia de São Francisco de Assis.

De 24 a 29 de Março, o Senhor Bispo vi-sitou as comunidades de Mocumbi: Mo-cumbi-sede, Dombola, Chirrambo, Ussaca, Mangôrro e Nhangumbe. Durante as visi-tas o nosso Pastor abordou principalmente o tema do Jubileu da Missão de Mocumbi, isto é, a celebração dos 100 anos da sua fundação.Este ano é tempo de preparação para o Ju-bileu que terá lugar em 2010. Para que este Jubileu dê frutos é necessário, segundo as palavras do senhor Bispo, revitalizar as nossas comunidades através dos seguintes meios espirituais: intensificar a catequese, melhorar a pastoral familiar, organizar as comunidades e revitalizar aquelas que es-tão em vias de extinção. Do ponto de vista material, pensa-se pintar a igreja paroquial e proceder à construção de algumas cape-las ou melhorá-las, em especial nas sedes das zonas pastorais.Para realizar estes objectivos, não deve-mos confiar nos nossos parceiros cruzando os barcos, devemos também organizar-nos para darmos o nosso contributo.Durante a visita foi dado um especial re-levo à juventude que é seiva da Igreja. Por isso, o Senhor Bispo visitou também algumas escolas: EPC de Mocumbí, EPC

IGREJA CATÓLICA EM ÁFRICA

Próximo Sínodo de África falará de Reconciliação, Justiça e PazNo passado mês de Março realizou-se a pri-meira visita apostólica do papa Bento XVI ao continente africano. A viagem começou no dia 17 de Março nos Camarões e con-cluiu-se no dia 23 de Março em Angola. Em Yaoundé, capital dos Camarões, Bento XVI confiou aos bispos africanos o “Instrumen-to de trabalho” da II Assembleia especial para África do Sínodo dos Bispos, que se realizará em Outubro, no Vaticano. O Papa seguiu depois para Angola, onde permane-ceu por ocasião da memória celebrativa da evangelização do País. O tema escolhido para o próximo Sínodo Africano é «A Igreja em África, ao servi-ço da reconciliação, da justiça e da paz. ‘Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo’ (Mt 5, 13-14)». O papel da Igreja, enquanto promotora da paz, da reconcilia-ção e da justiça social, estará no centro dos debates. O tema deste sínodo, “surgiu entre os bis-pos africanos nos últimos anos do pontifi-cado de João Paulo II”, que, a 13 de No-vembro de 2004, acolheu a proposta. Em Junho de 2005, Bento XVI anunciou a sua intenção de convocar o Sínodo. Este Sínodo vai dar continuidade ao primeiro, realizado em 1994 e vai contribuir, como já aconte-ceu no anterior, para estimular a consciên-cia da unidade de cada parte do continente e para favorecer o dinamismo evangélico.

A diocese de Inhambane, em conjunto com as demais dioceses africanas, em 2007, estudou os Lineamenta (Documento para reflexão que apresenta o tema do Sínodo), publicados em 2006, para preparar o Sí-nodo. As respostas de cada diocese che-garam à Santa Sé. A Secretaria geral do Sínodo, preparou a primeira redacção do Instrumentum Laboris. Este texto, acaba de ser entregue pelo Papa aos bispos afri-canos, durante a sua viagem aos Cama-rões e Angola. O texto apresenta Jesus como o nosso re-conciliador, a nossa justiça e a nossa paz. Embora tenha principalmente um conteúdo pastoral e de evangelização, trata também dos diversos problemas que o continente africano atravessa. Entre outras questões, são abordados “os conflitos armados, o desequilíbrio entre ricos e pobres, o tráfico de armas, a po-breza, a fome, o respeito ao direito das minorias, o papel da mulher, a exploração selvagem dos recursos e os refugiados”. A reconciliação “é uma necessidade prio-ritária em África, onde não faltam os pro-gressos, mas também os problemas. Sem esta paz verdadeira em Cristo, não pode haver nenhum desenvolvimento cultural ou social. A Igreja deve ser uma voz profé-tica que convide à reconciliação, à justiça e à paz”.

NA INTERNET A PARTIR DE MAIO

www.centroguiua.com

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ESTA

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DIOCESE INHAMBANE

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ECO das comunidades

ÚLTIMA HORA

13-17/4: Curso de formação de Animadores da Pastoral Juvenil: Guiúa.

27-30/4: Curso Diocesano de Justiça e Paz: Guiúa

3/5: Jornada da Juventude: Vigararia Norte (Nova Mambone)

4-8/5: Reunião das Equipas Paroquias de Formação: Guiúa

10/5: Jornada da Juventude: Vigararia Sul (Mavila)

31/5: Inauguração da nova Igreja da Paróquia de Nossa Senhora da Natividade

de Quissico.

6-7/6: Curso de animadores paroquiais da Infância Missionária: Guiúa

21/6: Jornada Eucarística para as paróquias da Vigararia Centro: Inhambane.

PROXIMOS EVENTOS: ABRIL-MAIO-JUNHO

LIVRARIA CPHGTÍTULOS RECOMENDADOS

Língua XITSHWA-Nzima yo longisela ku gonza a bíblia. Xigonzo xa ku lon-goloka (Introdução à Bíblia em língua Xitshwa)-Os Mártires do Guiúa em Xitswa (P. Francisco Lerma)-Kuhlayisa ka ngango. Wassati kango wakue

Língua GITONGA- MISSAL: Libhuku nya Misa nya Dzidimingu- GIMBILANI MU HEVBUDZA- HI NGU KHODWA

Língua PORTUGUESA-O Lowolo (Dom Adriano Langa)