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ECOLOGIA EM RELAÇÃO AO ECOLOGIA EM RELAÇÃO AO PASTEJO PASTEJO Aluno: Marco Aurélio Alves de Freitas Barbosa Prof.: Domicio do Nascimento Jr. ECOLOGIA EM RELAÇÃO AO PASTEJO A ecologia é uma parte da biologia que trata da relação mútua entre os organismos e entre os organismos e o seu ambiente. Já que as plantas de uma pastagem nativa e os animais nativos são organismos biológicos, suas inter-relações são de natureza ecológica. Os princípios de ecologia são aplicados no manejo das pastagens nativas, consistindo da manipulação do ambiente no qual as plantas e os animais vivem, de maneira a lhes propiciar um habitat mais favorável. O animal em pastejo é parte integrante do ambiente da planta e a planta é parte do ambiente do animal, o bem estar de um influencia o do outro. Este conceito é fundamental no manejo de pastagens nativas. A forragem e o animal nunca podem serem considerados separadamente. Cada um destes pode ser considerado como uma parte de um grande e intrigante complexo biológico relacionado, ou ecossistema. Neste complexo sistema incluem organismos vivos e não vivos. As partes deste complexo, chamadas de fatores do habitat, podem ser classificados como: climáticos, edáficos, bióticos, fisiográficos, píricos e antropogênicos (Figura 1). Todos estão inter-relacionados e uma mudança em um muda a relação de todos os outros fatores no sistema. A natureza tende a balancear cada membro deste complexo um com o outro, um fenômeno algumas vezes referido como balanço da natureza ou ciclo da vida. Este princípio da ecologia assume que algum organismo pode alcançar um ponto de equilíbrio entre os fatores relacionados, tal como suprimento de comida, seus predadores, suas doenças e suas necessidades físicas, incluindo temperatura, umidade e "cobertura de proteção" favoráveis aos processos da vida como, principalmente, a reprodução. Na terminologia da ecologia, este equilíbrio é denominado clímax. Isto não implica em uma relação estática, longe disto! A natureza é dinâmica. Figura 1. Diagrama dos fatores do habitat em um ecossistema. 1 of 45 27/06/2001 15:15 ECOLOGIA EM RELAÇÃO AO PASTEJO http://www.tdnet.com.br/domicio/Ecolog.htm

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ECOLOGIA EM RELAÇÃO AOECOLOGIA EM RELAÇÃO AOPASTEJOPASTEJO

Aluno: Marco Aurélio Alves de Freitas Barbosa

Prof.: Domicio do Nascimento Jr.

ECOLOGIA EM RELAÇÃO AO PASTEJO

A ecologia é uma parte da biologia que trata da relação mútua entre os organismos e entre os organismos e oseu ambiente. Já que as plantas de uma pastagem nativa e os animais nativos são organismos biológicos, suasinter-relações são de natureza ecológica. Os princípios de ecologia são aplicados no manejo das pastagensnativas, consistindo da manipulação do ambiente no qual as plantas e os animais vivem, de maneira a lhespropiciar um habitat mais favorável.

O animal em pastejo é parte integrante do ambiente da planta e a planta é parte do ambiente do animal, o bemestar de um influencia o do outro. Este conceito é fundamental no manejo de pastagens nativas. A forragem e oanimal nunca podem serem considerados separadamente. Cada um destes pode ser considerado como uma partede um grande e intrigante complexo biológico relacionado, ou ecossistema.

Neste complexo sistema incluem organismos vivos e não vivos. As partes deste complexo, chamadas de fatoresdo habitat, podem ser classificados como: climáticos, edáficos, bióticos, fisiográficos, píricos e antropogênicos(Figura 1). Todos estão inter-relacionados e uma mudança em um muda a relação de todos os outros fatores nosistema.

A natureza tende a balancear cada membro deste complexo um com o outro, um fenômeno algumas vezesreferido como balanço da natureza ou ciclo da vida. Este princípio da ecologia assume que algum organismopode alcançar um ponto de equilíbrio entre os fatores relacionados, tal como suprimento de comida, seuspredadores, suas doenças e suas necessidades físicas, incluindo temperatura, umidade e "cobertura de proteção"favoráveis aos processos da vida como, principalmente, a reprodução. Na terminologia da ecologia, este equilíbrioé denominado clímax. Isto não implica em uma relação estática, longe disto! A natureza é dinâmica.

Figura 1. Diagrama dos fatores do habitat em um ecossistema.

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A constante flutuação é a regra. Ciclos úmidos ou frios induzem a grandes ciclos de doenças, mudanças napopulação, redução no suprimento de alimento etc. O ponto importante é que tais mudanças são produtos de umamudança ambiental. As inter-relações são inevitáveis. Toda vez que muda-se por intermédio do manejo algum fatordeste complexo habitat, espera-se mudanças em outra parte.

Mudanças no rebanho dos animais domésticos, embora não seja um fator natural do habitat, torna-se, todavia,uma parte do ecossistema. O invernista ou o técnico de pastagens naturais devem perceber que estas mudanças,esta introdução de um novo elemento dentro de um balanço natural, deve causar mudanças muito profundas emoutras partes do habitat. Não é conhecida todas estas complexas inter-relações, mas o técnico das pastagensdeve estar atento que estas relações existem. A ecologia é o alicerce do técnico de pastagens inteligente.

CONCEITOS ECOLÓGICOS ÚTEIS NO MANEJO DE PASTAGENS NATURAIS

A ecologia é uma ciência relativamente nova, tendo o desenvolvimento oriundo dos conceitos dos geógrafos deanimais e plantas de por volta de dois séculos. Esta desenvolveu-se de uma ciência largamente descritiva, porintermédio da classificação das comunidades, para uma ciência altamente quantitativa, tratando das funções edinâmicas do ecossistema.

A ecologia tradicionalmente é dividida em duas partes: autecologia e synecologia. Autecologia trata da resposta deum organismo como um indivíduo para seu ambiente. Esta está estreitamente relacionada a fisiologia da planta.Synecologia trata da resposta de plantas e animais como um grupo para o seu ambiente. Esta é semelhante aciência de sociologia entre os humanos – como eles reagem como um grupo. Realmente, a synecologia algumasvezes é chamada de sociologia de plantas.

No momento que as plantas individuais crescem, maturam e reproduzem, assim também o faz o desenvolvimentoda comunidade. A ocorrência de uma certa planta em um certo local, ou um grupo de plantas, geralmente nãosucede pela mudança de localização das propagações. Antes disso, isto é um resultado direto de uma longa sériede desenvolvimento controlado pelo clima, no qual as plantas tem interagido com a desintegração de material derocha para formar o solo. O clima e o solo são os fatores ambientais que determinam o tipo de vegetação quepode se desenvolver. Lewis em 1959 identificou três fatores controladores de um ecossistema: clima, materialgeológico e organismos disponíveis para semear a área.

O conceito de ecossistema

O termo ecossistema foi primeiramente usado em 1935 por Tansley para descrever o complexo inteiro deorganismos e seu ambiente, mas a idéia de um complexo ecológico é mais velha e é encontrada nos escritos demuitos dos primeiros ecologistas. O sistema pode ser dividido de muitas maneiras. Uma divisão útil para o técnicode pastagens é separar a porção viva ou biótica da não viva ou abiótica (Figura 2). O solo composto de elementosminerais, húmus e organismos vivos atua como uma "ponte figurativa" entre a porção biótica e abiótica.

Os fatores abióticos formam o local ou ambiente no qual os fatores bióticos operam. Com exceção do fogo, omanejador tem pouco controle sobre estes fatores abióticos. Estes entram nas suas decisões na determinação dadisponibilidade de um local para vários usos, mas eles não são facilmente manipulados.

Os fatores bióticos podem ser mais facilmente controlados. Sua manipulação é a ferramenta básica nadeterminação da produtividade e utilidade para o homem. Quatro funções básicas são desempenhadas pelosorganismos na porção biótica de um ecossistema.

Organismos produtores são as plantas que capturam a energia do sol. Elas são os únicos e principais agentespara converter a energia solar até alimento para os animais. O número de animais domésticos e selvagens queuma pastagem natural pode suportar depende diretamente sobre a habilidade da planta em sintetizar alimento pelafixação da energia da luz por intermédio da fotossíntese. Assim, produtividade primária tem sido definida como ataxa de matéria orgânica estocada, pela atividade fotossintética e quimiossitética dos organismos produtores, na

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forma de substâncias orgânicas que podem ser usadas como alimento.

Organismos consumidores são os animais que alimentam-se, reajustam, e distribuem a energia capturada pelasplantas. Consumidores primários são os herbívoros que vivem diretamente das plantas tais como alguns insetos,gado, e um grande número de ungulados. Consumidores secundários são aqueles animais que alimentam-se dosherbívoros, isto é, carnívoros. Eles são representados em um ecossistemas de pastagem natural por animaiscomo coiotes, leões, chacais e abutres.

Os redutores decompõe e rearranjam os corpos orgânicos tanto dos produtores como dos consumidores. Estessão formados pelas bactérias e fungos e realizam uma função vital na ciclagem de minerais e matéria orgânica,assim mantendo a fertilidade do solo.

Figura 2. Relação entre os fatores bióticos e abióticos do ecossistema

Manipuladores são os organismos que deliberadamente rearranjam os fatores do ecossistema em seu benefíciopróprio. O homem é o principal manipulador. Enquanto pensando, manipulando os animais ele utiliza seuconhecimento, experiência e tecnologia para usufruir do ecossistema. Pela sua atividade ele pode entrar nosistema em algum nível, e fazendo assim, ele pode aperfeiçoar ou destruir o processo natural e suas funções. Seusucesso final como manejador pode não ser conhecido por séculos

Funcionamento do ecossistema

Nutrientes

Átomos de hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio e outros elementos são ciclados continuamente noecossistema de pastagem natural entre plantas, animais, microorganismos, solo e atmosfera. Em umsistema estável a quantidade de cada elemento permanece razoavelmente constante, mas a quantidade dentro decada divisão do ecossistema pode variar. Perdas ocorrem quando elementos voláteis tais como nitrogênio sãoliberados para a atmosfera, como pelo fogo. O fluxo d’água pode remover elementos solúveis em água.Eventualmente, estes são substituídos do reservatório, tal como a atmosfera ou rocha mãe. A rapidez domovimento dos nutrientes varia com o clima, principalmente com a temperatura e a precipitação. Algumas vezes amaior parte de um nutriente particular pode estar inserido em um local (Figura 3).

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Figura 3. Diagrama geral de ciclo de nutrientes para uma pastagem nativa.

Elementos químicos presentes no sistema solo-planta-animal desempenham funções vitais para o normalfuncionamento desse sistema. A maximização da ciclagem de nutrientes visa maior eficiência produtiva, noecosssitema, a sustentabilidade do mesmo e maior proteção do ambiente relacionado à poluição da água e daatmosfera. A ciclagem de um dado nutriente na pastagem é policíclica, pois o elemento pode estar envolvido emciclos dentro de um compartimento (por exemplo, solo) antes de ser transferido para outro compartimento (porexemplo, planta) e assim ir para o compartimento animal que devolverá parte do nutriente para o compartimentosolo.

No solo os nutrientes, minerais ou orgânicos, podem estar de forma disponível ou não para as plantas. Apassagem de um nutriente de uma forma para outra no solo normalmente ocorre via imobilização, mineralização,intemperismo mineral, solubilização, "fixação" ou retenção química, entre outros.

A absorção dos nutrientes pelas forrageiras e seu consumo pelos animais se constituem apenas em umretardamento no fluxo de nutrientes do sistema. A absorção aparente dos nutrientes pelos animais varia deelemento para elemento e é função da espécie forrageira ingerida, da maturidade da forrageira, do estadofisiológico do animal, da raça do animal, do nível de ingestão do nutriente, da ingestão de terra e da presença deparasitas no trato digestivo do animal.

Existem modelos que descrevem quantitativamente a ciclagem de nutrientes nas pastagens, como por exemplobalanço de massa e dinâmica, sendo empregados principalmente para N, P, K e S. As fontes de nutrientesexternas ao sistemas adicionam nutrientes ao mesmo, e as internas servem para realimentar pontos do sistema.As principais fontes de nutrientes são: o material de origem do solo (variando com sua composição e grau deintemperismo, entre outros); o retorno das excreções animais (variando com a distribuição destas excreções, apartição entre fezes e urina, a incorporação das excreções e a disponibilidade dos nutrientes); a contribuição viaforrageiras; fertilizantes e corretivos (ação antropogênica); a precipitação atmosférica e a água de bebida.

O retorno de nutrientes via excreções animais apresenta distribuição irregular na área de pastagem, variando, entreoutros, com a espécie animal, mas sobre tudo, com o manejo das pastagens, dos animais, das aguadas esombra. Em contrapartida a entrada de nutrientes no sistema tem-se a saída destes, sendo que as principais vias

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de saída de nutrientes são: as perdas para a atmosfera (via volatilização e queima das pastagens sendo o N e Sos principais); o carregamento pela água (lixiviação de elementos solúveis na solução do solo ou por erosão); aremoção com forragens (colheita) e a remoção com produtos animais (colheita). A maior parte dos nutrientesingeridos pelos animais retornam ao sistema, ficando somente uma pequena parte retido no corpo do animal.

A eficácia da utilização do N oriundo da adubação é dependente da composição química do fertilizante e dascondições edafoclimáticas em que este é utilizado. A quantidade de nutrientes reciclados em áreas pastejadaspode ser aumentada pela introdução de fertilizantes e/ou corretivos, da mesma maneira o efeito residual defertilizantes desempenha papel importante na sustentabilidade do sistema. A utilização de leguminosas empastagens de gramíneas apresenta um importante papel no aumento do N ciclado no sistema, otimizando assim aprodutividade do sistema. Aparentemente em pastagens manejadas com métodos extrativistas e em solos debaixa fertilidade, o sistema solo-planta-animal pode entrar em colapso (degradação), a introdução de técnicasracionais de manejo tanto forrageiro como animal devem ser utilizadas, juntamente com a introdução defertilizantes para que o sistema possa se recuperar e entrar em equilíbrio (voltar a tender ao clímax), assimalcançando a sustentabilidade (clímax).

Utilização de leguminosas para o aperfeiçoamento da reciclagem de nitrogênio

Ocorre substancial imobilização do N da liteira de pastagens naturais com maior abundância de gramíneas, comuma mineralização líquida ocorrendo somente quando sua razão C:N decresce abaixo de 65. O aperfeiçoamentoda mineralização líquida com a inclusão da leguminosas (nativas ou exóticas - ação antropogênica) é um resultadodireto da menor razão C:N destes materiais da planta.

Estes procedimentos conduzem ao aumento da ciclagem de N através da via da liteira que é menos sujeito aperdas e então aumentar a contribuição da leguminosa para a fertilidade do solo. Estudos sugerem que umaproporção de leguminosa de 13-23% do total de MS produzida acima do solo é necessário para sustentar aprodutividade. A quantidade de N derivado da fixação é baseado em 3 fatores: produção da forragem, concentraçãode N no tecido da planta e percentagem de N derivado da simbiose.

O problema com a persistência de leguminosas é o principal entrave em misturas de pastagens nativas. Umaalternativa para aumentar a sobrevivência de leguminosas em misturas de relvado é usar leguminosas menospalatáveis (menor aceitabilidade pelos animais). A seleção de leguminosas mais competitivas e ou espécies degramíneas menos agressivas para associações com leguminosas e uso de baixas taxas de lotação (menorespressões de pastejo), bem como curtos períodos de descanso favorecem a manutenção de uma alta proporção deleguminosas nestas pastagens.

Em pastagens nativas onde as gramíneas competem mais fortemente pelo N mineral do solo, a proporção de N2

fixado, pelas leguminosas, pode ser aumentada. A proporção de N2 fixado diminui em relvados com alta

predominância de leguminosas pela supressão da nodulação e da fixação do N2 induzida pela acumulação de N

mineral do solo favorecendo, além disso, a lixiviação do nitrato do sistema.

A deficiência de P, um dos principais problemas dos solos do Brasil, reduz a proporção de fixação de N2.

Adequada fertilização e manejo animal tão bem quanto a seleção de espécies adaptadas ou ecótipos poderiamauxiliar para manter altas taxas de fixação de N2 sob tais condições limitadas de nutrientes.

O caminho da contribuição da leguminosa a produtividade a longo prazo das pastagens depende fortemente desua palatabilidade (governando a via animal - liteira) e decomposição (adição para o solo de N orgânico-mineral) domaterial da leguminosa

Energia

A energia, por outro lado, não cicla. Mas flui pelo sistema seguindo a primeira lei da termodinâmica. Atransferência de energia dentro de um sistema nunca é 100% eficiente, seguindo a Segunda lei da termodinâmica.A energia perdida em cada transferência não é destruída, mas é transformada biologicamente, por intermédio da

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respiração à energia de calor.

A energia entra no sistema como luz solar. As plantas capturam uma pequena parte desta energia (1-3%) econvertem em material de planta. A partir daí ela flui por um número de "vias" até ser liberada do ecossistema. Porexemplo, o material de planta pode cair no solo e ser reduzido pelos microorganismos, ou ele pode ser comidopelos animais. Por sua vez, a energia estocada no animal pode ser liberada pelos microorganismos quando oanimal morrer, removida do ecossistema quando os animais são "colhidos" pelos homens, ou comidos por outrosanimais, carnívoros. As vias pela qual a energia pode ser transferida são inumeráveis. Cada nível de energiaestocada no ecossistema é conhecida como nível trófico (Figura 4).

Figura 4. A perda de energia como um movimento pelos níveis tróficos.

* Biomassa produzida em determinado nível trófico.

A quantidade de energia estocada na biomassa é freqüentemente maior no nível produtor do que no nívelconsumidor, e cada nível consumidor torna-se menor como um processo em pirâmide. Quando os produtos davegetação ou uma pradaria de feno são colhidas de uma pastagem natural, uma maior eficiência energética éalcançada pela colheita da forragem do que com o animal em pastejo, já que os produtos são removidos em umnível trófico inferior. A caça de animais, principalmente se eles são carnívoros, é um uso muito menos eficiente daenergia solar.

Os dados completos sobre a transferência de energia dentro de um ecossistema inteiro não existem, emboraanálises parciais tem sido feitas que demonstram a característica essencial de um ecossistema. A característicaprimária de um ecossistema é a sua ineficiência e o desperdício em cada nível é alto. As plantas capturamsomente uma pequena fração da energia solar, em torno de 1-3%. A eficiência de transferência de energia entreoutros níveis tróficos pode ser igualmente menor, como dados para pequenos mamíferos mostrados na Tabela 1.

Tabela 1. Fluxo de energia em calorias por hectare por ano em uma comunidade terrestre.

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Nível Trófico

Fluxo – radiaçãosolar incidente,

produçãofotossintética bruta, ou

consumo (P)

Respiração (R)Razão

R/P

Eficiência darazão entre níveis

tróficosadjacentes

Luz solar 47,10 x 108

Vegetação 58,30 x 106 8,76,0 x 106 0,150 0,012

Herbívoro(Microtus) 250,0 x 103 170,0 x 103 0,680 0,004

Carnívoro(Mustela)

5824,000 5434,0000 0,933 0,023

Contudo, deve ser relembrado que a energia não é o único fator controlador. O curso mais eficiente poderia ser ohomem se tornar um vegetariano, uma condição que nem todos poderiam aceitar. Além disso, uma maioralteração no funcionamento do ecossistema poderia resultar na sua destruição.

O fluxo de energia em uma pastagem natural é complexo. Em equilíbrio, ou clímax, a taxa de turnover e ciclagemde matéria e nutrientes está no máximo. O fluxo de energia através do sistema é rápido; ainda toda energia fixadapelos produtores primários é dissipada no custo de mantença da extensiva e diversa massa de consumidores eredutores. Não existe uma saída líquida de um ecossistema em estado natural de equilíbrio.

As comunidades nas condições de equilíbrio são mais estáveis do que aquelas de estádios inferiores. Adiversidade máxima dos estádios superiores de sucessão oferecem o máximo de flexibilidade e dificultam adegradação. Então pode ser desejável manejar em uma linha crítica à condição de clímax mesmo que a produçãode forragem não sendo maximizada.

Os produtos de uma pastagem nativa vem do imbalanço controlado ou colheita do ecossistema. A energia solar, aenergia do vento e a precipitação entram no sistema como adição (inputs). Estas adições ou entradas podem serestocadas no solo, plantas, animais ou na liteira orgânica. A superfície do solo e os nutrientes podem ser retidosdo sistema ou colhidos e removidos para uso humano em outros sistemas (Figura 5). O trabalho do técnico depastagens nativas é minimizar a drenagem de energia e nutrientes no ecossistema e maximizar a "saúde ou bemestar" do ecossistema. Um dos principais caminhos para assegurar a saúde do ecossistema é por intermédio damanipulação do nível produtor (plantas).

O técnico que trabalha contra o processo natural para estabelecer uma nova vegetação, trabalha com o processonatural de sucessão.

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Figura 5. Relação entre as entradas, estocagem e produtos de um ecossistema de pastagem natural.

Troca de energia e ecologia

O efeito do ambiente nos organismos vivos é através do fluxo de energia. Os organismos obtém calor ou friodependendo das condições ambientais e também da taxa metabólica do organismo. Os processos fisiológicossão dependentes de temperatura e alguns deles são também dependentes de luz.

Condições extremas de temperatura atuando nos organismos são prejudiciais para o funcionamento normal dosprocessos fisiológicos, portanto, existe uma temperatura ótima para cada organismo. O ambiente afeta atemperatura do organismo e esta afeta a fisiologia e a capacidade do organismo viver e sobreviver.

Todo processo da vida envolve trabalho e este a custas de energia. A energia é transferida entre o ambiente e osorganismos pela radiação, convecção, conducção e evaporação ou transpiração (suor). Nem todos estesprocessos de troca de energia podem operar ao mesmo tempo. Um organismo sob o solo (enterrado) não sofreráo efeito da radiação e convecção, mas trocará energia através da conducção do calor no solo e do transporte demassa do vapor d’água.

Um organismo não pode estocar energia indefinidamente e não pode perder energia indefinidamente. Com issonecessita manter-se em equilíbrio com a entrada e saída de energia. Os organismos terrestres estão "imersos"em fluxo de radiação contínuo, o que gera uma absorção desta radiação.

Se um organismo é um refletor perfeito então sua temperatura não é afetada pela radiação incidente, haja vistasque não há absorção de radiação. As superfícies pretas estão estreitamente acopladas ao fluxo de radiaçãoincidente e sua temperatura é intimamente afetada pela radiação absorvida. Entretanto, da radiação absorvida porum organismo, uma grande fração desta é reirradiada para o ambiente. A radiação emitida pelas superfícies éprincipalmente infravermelho.

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Os organismos perdem ou ganham calor para o ar à sua volta através da convecção. Se o ar é mais frio do que atemperatura da superfície, existe um gradiente de temperatura externo e a energia é perdida para o ar, no entantose o ar é mais quente do que o organismo, existirá um gradiente de temperatura interno e então o organismo"ganhará" energia. O gradiente de temperatura de uma superfície ocorre através de uma camada protetora de araderida a superfície do organismo e, portanto, contra a perda ou ganho de energia para ou do ar. Quando o ventosopra, a camada protetora é removida e o calor é conduzido para ou do organismo a uma maior taxa.

Durante a transpiração, a umidade dentro da folha passa da cavidade subestomática através da camada protetorado estômato para o ar livre. Esta via oferece resistência ao fluxo de umidade. Se uma folha é altamente permeávelao vapor d’água, isto é, se ela tem baixa resistência difusiva, então a taxa de perda de umidade e temperatura dafolha serão fortemente acoplados a pressão de vapor e umidade relativa, se por outro lado, a resistência difusiva éalta, tais como em plantas com os estômatos fechados e/ou cutícula grossas, então a taxa de perda de umidadee temperatura são pouco afetadas pela pressão de vapor do ar livre.

Os parâmetros ambientais, importantes e necessários, cujos valores devem ser conhecidos, para o entendimentodo efeito do clima nas plantas são: os vários fluxos de radiação incidente, temperatura do ar, velocidade do ventoe umidade relativa. Os parâmetros da planta que devem ser conhecidos são: a absorbtividade de vários fluxos deradiação, área da folha exposta ao fluxo de radiação, resistência difusiva interna da folha à perda d’água e asdimensões da folha.

A temperatura da folha e a taxa de transpiração, consideradas como variáveis dependentes, estão em função daquantidade de radiação absorvida, temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento, dimensão da folha eresistência difusiva interna. É a ação simultânea destas variáveis independentes que tornam o entendimento dasplantas e climas muito difícil. Um aumento na temperatura do ar quase sempre produz um aumento da taxa detranspiração. Mudanças na taxa de transpiração com a dimensão da folha são pouco significativas, quando aresistência a difusão é grande, por outro lado, se a resistência difusiva é pequena então a mudança na dimensãoda folha torna-se altamente significativa na mudança da taxa de transpiração, porém com pouca mudança natemperatura da folha. Um aumento na velocidade do vento pode resultar em decréscimo na temperatura da folha eum pequeno decréscimo na taxa de transpiração, estando ligados a resistência difusiva.

Não há dúvida que a perda de umidade de um objeto representa gasto de uma certa quantidade de energia"evaporativa". Para uma folha grande, a mudança da temperatura da folha é substancial com a mudança da taxade transpiração. Para uma folha pequena, uma grande mudança da taxa de transpiração produz pouca mudançasna temperatura da folha. A transpiração afeta a temperatura da folha e com radiação intensa, a transpiração podefazer com que a folha fique 10 a 15º C mais fria do que sem a transpiração.

As variáveis climáticas como fluxo total de radiação, temperatura do ar, velocidade do vento e a umidade relativadeterminadas nas imediações da planta, condicionam fortemente seu desenvolvimento. Estas variáveis afetamprincipalmente a parte aérea das plantas sendo também necessário o conhecimento da umidade do solo ealgumas vezes sobre a precipitação. Em cada uma destas situações climáticas há a transferência contínua deenergia entre a planta e o ambiente a sua volta. Se muita energia é transferida à uma planta em um dia ensolaradoela pode ter uma temperatura acima da do ar, mas se possui um eficiente mecanismo de perda d’água podemanter mais frio do que este. Pouca energia está disponível para a planta durante a noite, então sua temperatura éigual ou abaixo da do ar.

SUCESSÃO

Sucessão é um processo ordenado de mudança da comunidade. É o processo pelo qual uma associação deespécies substitui outra. A sucessão geralmente é gradual e envolve uma série de mudanças as quais seguem umcurso mais ou menos regular. A palavra sucessão (succession) vem de succeed (do inglês = suceder). Em outraspalavras, um tipo de vegetação sucede ou vem depois de um tipo anterior dentro de uma área. As plantascontinuamente buscam balancear-se com seu ambiente. Mudanças no ambiente ou habitat resultam emmudanças da cobertura de plantas adaptadas à área. Mudanças no habitat (reação) algumas vezes resultam daação das plantas sobre o solo e microclima. Então as plantas por elas mesmas podem iniciar a mudança na qualao final resultaria na sucessão e sua própria destruição.

O entendimento da sucessão é a base para o manejo das pastagens nativas. O técnico de pastagens trabalhacom o habitat das plantas para dirigir a sucessão de plantas para seu objetivo desejado. Ele necessita observar e

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entender a sucessão nos estádios iniciais, haja vistas que a sucessão é a medida da efetividade do seu manejo.Alguns trabalhos questionam quanto a utilidade do conceito de sucessão, no sentindo que ele teria perdido muitoda sua utilidade e sugeriram que a "ecologia dinâmica – trófica" seria promissora, sendo uma ferramenta mais útildo técnicos de pastagens. Isto permanece para ser comprovado. Contudo os sistemas de aproximações provamser úteis, especialmente para os pesquisadores e teóricos, isto é, talvez, é mais provável suplementar do quesuplantar o conceito de sucessão para a prática do manejo de pastagens naturais (Figura 6).

A sucessão pode ser, ambos, natural ou induzida. A sucessão natural realiza-se até a condição de clímax seralcançada. Ela resulta das mudanças no solo no processo de sucessão do solo. Também, ambos, antes e após oclímax ser alcançado, avanços ou regressão do processo podem resultar de flutuações do habitat. Por exemplo, éum fenômeno perfeitamente natural o extensivo declínio na vegetação durante períodos de secas incomuns.

Figura 6. Esquema simplificado da sucessão de ambientes. As espécies adaptadas às condições adversas (àesquerda) apresentam grande capacidade de dispersão e usam a maior parte do seu suprimento energético nareprodução. À direita, onde a estabilidade é regra, predominam espécies capazes de vencer a competição porespaço, usando maior quantidade de energia na especialização de funções. Fonte: Paschoal (1987), adaptado porNASCIMENTO JÚNIOR (1998).

A distinção entre sucessão natural e induzida é muito importante. A sucessão induzida resulta geralmente daação do homem, e consequentemente não é uma condição imposta pela natureza. Como tal, pode ser modificadapelo homem mais prontamente do que a sucessão natural. A cobertura de vegetação anormal pode permanecerpor muitos anos, especialmente nos momentos onde a erosão do solo seguir a destruição das plantas clímax einduzir a um solo subclímax. Tal condição facilmente pode ser confundida com um complexo solo-planta o qualnunca teria alcançado o clímax, a menos que estudos cuidadosos e profundos sejam realizados. A presença deum solo clímax definitivamente indicaria a forma existente de uma cobertura de plantas clímax, já que os doisnunca desenvolvem-se separadamente.

A sucessão natural de plantas, em terras áridas, dirigem-se lentamente a estádios que são somente relativos, ofinal de um e o início de um novo seria mal definido. A tendência é para um grupo mais exato de plantas, osindivíduos tendem a tornar-se mais específicos quanto a suas exigências.

As plantas maiores tem uma vantagem positiva na sua habilidade de sombrear as espécies competidoras deestruturas inferiores, mas elas tem uma desvantagem inerente na sua maior superfície aérea, de maneira a resultarem maiores perdas por transpiração. A sucessão em terras secas muda o habitat de mais xerófito para umacondição mais mesóica; consequentemente, as mudanças na vegetação são de espécies pequenas e resistentesà seca para espécies maiores e menos resistentes à seca. Outros fator influenciando a competição de plantas, tal

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como extensão de raízes, capacidade reprodutiva e tolerância ao sombreamento, modificam a tendência, masgeralmente a sucessão segue um padrão mais ou menos similar.

A sucessão envolve uma mudança na composição de espécies e também uma mudança na abundância deplantas. Enquanto o solo se desenvolve sua capacidade de retenção de água aumenta, resultando em uma maiordensidade de plantas. O solo, como a vegetação, seguem através dos estádios de sucessão. Estes estádiosdesenvolvem-se concomitantemente e estreitamente paralelos um com o outro.

Desenvolvimento do solo

O solo sofre uma série de estádios de desenvolvimentos enquanto o clima e os organismos atuam sobre a rochaoriginal ou material formador (rocha mãe). Finalmente é formado um solo clímax ou um que está em um estádiorelativamente estável ou em balanço com o intemperismo e ação de plantas. Em um solo clímax, a erosão está nomínimo; o desenvolvimento horizontal tem progredido dentro do possível sob o clima existente; o movimentodescendente de materiais solúveis pela lixiviação está balanceado com o movimento ascendente pela água eplantas. A deposição orgânica está balanceada com a sua decomposição. Um balanço biológico é atingido entremuitas plantas pequenas e animais que habitam o solo. Tal balanço vem somente depois de muitos anos deintemperismo. A natureza dos produtos é determinada principalmente pelo clima mas também é influenciada pelaposição fisiográfica, material de formação, idade etc. Então, como a fórmula seguinte:

Solo = ƒ de cl, o, r, p, t

Onde cl = clima

o = organismos

r = relevo ou topografia e exposição

p = material formador (rocha mãe)

t = tempo de formação do solo

O solo é função ou produto destes fatores, e uma mudança em um induziria a uma mudança no desenvolvimentodo solo.

Já que o solo e a vegetação estão intimamente relacionados, torna-se obvio que estes cinco fatores são osmesmos que determinam a vegetação, com isso tem-se a fórmula seguinte:

V = ƒ de cl, o, r, p, t

Onde V = alguma propriedade da vegetação que possa ser expresso em termos quantitativos, Então, nestesentido, a vegetação não é determinada pelo solo e o solo não é determinado pela vegetação; a vegetação e o solodesenvolvem-se concomitantemente. Em algum estádio, aspectos quantitativos da vegetação são determinadospelo solo; e se o solo está definido dentro de uma área de clima e relevo uniforme, então a vegetação também édefinida.

Seguindo este raciocínio, é obvio que, enquanto o solo se desenvolve e aproxima-se do clímax, também o faz avegetação. Com cada fase de desenvolvimento do solo é encontrado um desenvolvimento de plantas específicas –no entanto a flora difere de acordo com o clima em que ela é formada. Se não perturbado, um solo clímaxsuportaria uma vegetação clímax, ambos dos quais em uma condição próxima a estabilidade, em balanço com oclima. Uma vegetação clímax não perturbada pelo homem ou por sua atividade é uma vegetação natural que temcompletado seu desenvolvimento à uma condição de relativo balanço. Ela muda ou flutua, mas não é tão longopara permitir uma tendência à uma condição, fundamentalmente, diferente. Como o clima flutua, também o faz avegetação e em menor extensão o solo. A natureza é muito variável, e as ondas anuais ou cíclicas do clima, em

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especial controlados pela temperatura, estão presentes freqüentemente. Nunca foi conhecida uma condiçãoestática na natureza. A vegetação clímax está em um estádio de equilíbrio dinâmico.

A temperatura e, especialmente, a precipitação determinam mais do que outros fatores a velocidade com a qual osolo e a vegetação tendem ao clímax. Devido as baixas precipitações em muitas pastagens naturais odesenvolvimento para o clímax é lento. Topografias com declive acentuado não tem propiciado à solos estáveis;consequentemente, muitas montanhas do Oeste dos EUA não tem ainda alcançado a condição de clímax. Este,é um fato de extrema importância para o ecologista de pastagens naturais e ele não deve confundir-se com acrença que todas as condições de subclímax são devidas a degradação de uma condição, outrora, superior antesdo que uma falta normal de desenvolvimento. Somente estudos mais profundos de restos de plantas (resíduos deplantas de outros períodos), raízes remanescentes, áreas protegidas e registros históricos mostrariam se uma vezexistiu um maior desenvolvimento do solo e da vegetação. Tal análise não é fácil, mas é a base para adeterminação se a comunidade de plantas está em um estádio primário ou secundário de sucessão.

Estádio de sucessão primária

O termo sucessão primária geralmente é aplicada a sucessão natural de plantas em áreas previamente semvegetação a qual conduz ao clímax. A sucessão secundária refere-se à sucessão, geralmente induzida, em terrasque anteriormente haviam sido ocupadas por uma vegetação altamente desenvolvida destruída por algumacircunstância não usual, tal como fogo. Freqüentemente, o solo já está desenvolvido além da presente vegetaçãoexistente.

Devido a grande variedades de habitats sobre os quais a sucessão pode iniciar-se, existe também um vastonúmero de possíveis combinações de vegetações.

Grandes áreas de pastagens naturais originaram-se de depósitos de solos movidos pelo vento ou pela água. Sobtais condições, a formação do solo e as modificações não são extensivas. Outras pastagens naturais originadasda superfície de rocha seca são uma sucessão xerófita típica, envolvendo milhares de anos, sendo estesnecessários para a formação de uma fina camada de solo. Sob tais condições, poucas espécies são hábeis emsobreviver a aridade de um ambiente quase sem solo. Líquens e musgos xerófitos, os quais são capazes deabsorver a precipitação e controlá-la contra a dissecação, podem ser os únicos ocupantes até que a profundidadedo solo seja suficiente para estocar água para as plantas menos especializadas. Estas invasoras iniciais formamácido carbônico do dióxido de carbono e água que, juntos com forças mecânicas dos rizóides, tendem a erodir asuperfície das rochas. Estas partículas de rocha, junto com as partículas orgânicas e inorgânicas finas (pó) daatmosfera, são fisicamente retidas pelos talos das plantas para formar camadas rasas de que ao final se tornará osolo.

Plantas maiores e mais avançadas são hábeis em invadir tais solos e as condições de umidade tornam-se maisfavoráveis por intermédio do processo de reação. O desenvolvimento do solo então progride até uma taxacontinuamente crescente. As raízes das plantas penetram em pequenas fissuras (crateras, rachaduras) com talforça que quebram a rocha. O aumento da profundidade do solo e o maior sombreamento resultante das plantasde maior estatura criando uma ambiente crescentemente mesóico. Geralmente, plantas de vida longa e aquelasde grande estatura ganham em importância, ou seja em destaque. Uma floresta densa pode ser o produto final. Aevaporação e os extremos de temperatura são diminuídos, a umidade é aumentada e os períodos de secas sãoencurtados.

A sucessão das plantas iniciais progride a uma taxa controlada pela taxa de sucessão do solo, mas o climadetermina o ponto final da sucessão e finalmente detêm a sucessão a um ponto o qual chama-se clímax. Isto emregiões áridas é um ponto onde a disponibilidade de precipitação é usada eficientemente, e a invasão de espéciesque exigem relações de umidade mais favoráveis nunca seria possível sob o clima presente, devido a precipitaçãodeficiente. O intemperismo e a ação prévia de plantas produzem o solo o qual poderia suportar um tipo devegetação sucessivamente mais alta; agora, embora existiria variações de ano para ano, não distante existiria umatendência ativa e de desenvolvimento para outro tipo de vegetação que exigem condições de crescimento maisfavoráveis.

Competição como um fator de sucessão

Um entendimento da competição de plantas é importante para o entendimento da sucessão. Em geral, as plantasmelhores adaptadas podem competir melhor, devido elas poderem tomar mais eficientemente e usar

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completamente os recursos oferecidos pelo ambiente. As árvores competem melhor devido elas serem altas epoderem sombrear as espécies menores. Mas o maior tamanho das árvores impede seu crescimento em áreassecas devido a sua grande área de transpiração. As plantas que dominariam o ambiente seriam as maiores quepoderiam prosperar sob o conteúdo de umidade existente. Estas seriam perenes e elas poderiam proteger seusolo por anos, em vez de apenas temporariamente. Elas poderiam ser lentas, mas seriam eficientes em ocuparnovas áreas pelas sementes ou rizomas. A flora que criaria, geralmente, seria a mais densa possível na áreaformando uma comunidade fechada, na qual o solo e as fontes de umidade são completamente utilizados, e nãoexiste espaço para plantas adicionais. Isto não significa que a forragem é densa. Áreas secas podem sercompletamente ocupadas e ainda apresentar a superfície do solo nu, na qual o subsolo estaria ocupado pelasraízes. O solo nu não deve ser considerado um indicador de áreas desocupadas ou comunidades abertas.

INTERAÇÃO ENTRE ANIMAIS E COMUNIDADE DE PLANTAS

O desuso não é normal para a vegetação. As comunidades de plantas desenvolveram-se sobre a pressão depastejo de grandes herbívoros. O tipo de planta e suas densidades largamente refletem os hábitos de pastejo e apreferencia de alimento do animal presente.

As comunidades de plantas mudam de uma maneira ordenada quando pastejada por um tipo particular de animal.Aquelas plantas mais preferidas pelos animais são as primeiras a mostrar sinais de estresse pelo pastejo. Elasperdem vigor, é produzido pouco crescimento anual e a reprodução é quase ausente. Se o pastejo continuar estasplantas palatáveis, ou diminuidoras, morrem.

Com a morte das plantas mais palatáveis, os membros menos palatáveis da comunidade de plantas(aumentadoras) aumentam em abundância, resultando na mudança na composição da comunidade. Enquanto acomunidade progride para as plantas menos palatáveis, os animais em pastejo devem mudar seus hábitosalimentares, mover-se para outras áreas, ou morrerem. Por sua vez, uma nova população de animais pode sedesenvolver, a qual prefira a espécie dominante da comunidade alterada. Neste caso, as plantas aumentadoraspodem se tornar diminuidoras, sob a pressão de pastejo dos novos herbívoros.

Então a comunidade de plantas constantemente muda através do "tempo" geológico. Em um tempo em particular,a flora disponível para constituir a vegetação é um produto do clima, solo e organismos disponíveis. Contudo, acomposição da vegetação é determinada grandemente pela pressão de pastejo dos principais herbívoros.

Com o advento do homem moderno, as comunidades de plantas mudaram radicalmente. O homem trouxe novasespécies de animais e plantas. Ele reduziu a população da fauna nativa. A população de plantas mudou sob aredução do impacto dos animais nativos e aumentou a pressão de pastejo dos animais domésticos. Aquelasplantas que eram mais palatáveis para os animais domésticos declinaram em vigor e em e abundância etornaram-se em poucos elementos na comunidade. As plantas menos palatáveis aumentaram. A comunidade deplantas inteira mudou sua composição e arbustos e plantas lenhosas aumentaram em muitas áreas de pastagensnativas. Em muitos instantes, as mudanças na comunidade de plantas induzidas pelos bovinos aperfeiçoaram ohabitat para veados e outros animais selvagens.

Já que o habitat muda, alguns técnicos mudam de bovinos para ovinos ou caprinos para melhor utilizar avegetação. Esta mudança de bovinos para ovinos e caprinos é muito freqüente no sudoeste da Ásia e África. NoTexas, não somente o número de ovinos e caprinos aumentaram com as pastagens nativas deterioradas, mas onúmero de veados de cauda branca (Odocoileus virginianus) aumentaram também.

A vegetação das pastagens naturais está constantemente influenciada pela espécie e quantidade de animaispresentes. Realmente, as pastagens nativas do mundo são o resultado de diferentes tipos de pressões de pastejo.A Nova Zelândia, por exemplo, evoluiu na ausência de grandes herbívoros. As pastagens naturais da Austráliadesenvolveram-se sob o pastejo de grandes marsupiais. Na América do Norte o antilocapra (Antilocapraamaricana), o bisão (Bison bison) e veado do rabo branco e o veado mula (O. hemionus) realizaram constantepressão no desenvolvimento da vegetação.

Pastejo por herbívoros nativos

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Na África onde mais do que 20 espécies de grandes herbívoros pastejam as mesmas pastagens, o nicho desegregação entre as diferentes espécies é altamente desenvolvido. No Kenia existem mais do que 70 espécies degramíneas disponíveis para os gnus (Connochaetes); contudo, 5 espécies de plantas compreendem 2/3 a ¾ da

dieta e 10 espécies fazem parte de 90% da dieta. A maior parte das grandes espécies de pastejadores comemdiferentes plantas, mas quando eles comem a mesma planta eles comem diferentes porções da mesma espécie.Por exemplo, os gnus e os topi (Damaliscus korrigum) comem as mesmas espécies, mas os gnus comem asfolhas verdes e os topi comem os talos e material seco. Quando as espécies forrageiras preferidas dos unguladosaltamente seletivos da África são utilizadas, os animais movem-se para novas áreas antes do que comerem umaforragem que normalmente não comeriam.

Em contraste, o veado de rabo brando do Sul do Texas pode comer por volta de 160 espécies diferentes de plantasdentro de um período de 3 meses e em torno de 58 espécies em um único mês. Quando o suprimento de umaplanta torna-se limitado, o veado de rabo branco muda para outra planta. Aparentemente o veado de rabo brancoevoluiu em uma área com pouco ou nenhuma competição por forragem. Seus hábitos permitem-lhe colher eselecionar espécies ou porções de espécies através do ano e mudar a dieta com as mudanças fenológicas navegetação. Em oposição, as espécies de animais africanas evoluíram em uma dieta altamente seletiva e em vezde aceitarem outras espécies eles migram.

Pastejo por herbívoros introduzidos

Quando animais pastejadores são colocados em um ambiente de pastagem natural onde eles não haviam estadoantes, os efeitos do pastejo são intensificados. Um exemplo de extrema destruição do habitat foi quando animaisexóticos foram introduzidos na Nova Zelândia onde não havia nenhum registro de grandes animais pastejadores eas plantas nativas não tinham sido sujeitas a desfolha. As espécies de plantas encontradas naquele país haviamevoluído na ausência do ramoneio dos animais, e elas não tinham desenvolvido resistência ao uso. As plantasnativas morreram devido ao ramoneio e foram substituídas por plantas exóticas. Em algumas das áreaspesadamente pastejadas um novo e estável equilíbrio de animais, solo e vegetação foi alcançado, mais plantasresistentes ao ramoneio ou menos palatáveis tinham substituído a vegetação original. A introdução de animaisdomésticos na América teve efeito similar, não devido a vegetação não ter sido condicionada ao uso, mas devidoos animais domésticos terem hábitos muito diferentes de forragear, e em alguns momentos, estavam presentesem um número muito grande.

DEGRADAÇÃO DE PLANTAS

Um grande número de ações podem perturbar as plantas da cobertura clímax e ocasionar a degradaçãoconduzindo para fora do clímax. A degradação pode ser causada por seca, fogo ou pastejo. Se esta ação étemporária, uma sucessão conduzirá de volta ao clímax seguinte.

Causas da degradação

O mais importante dos fatores que ocasionam a degradação em pastagens nativas é o pastejo impróprio. Adegradação de uma cobertura de plantas sob pastejo não segue na ordem reversa à da sucessão, devido adegradação ser geralmente da vegetação e não do solo. Já que o clímax do solo é danificado menos facilmente,ele é mais permanente do que a vegetação e sua degradação é mais demorada. Os estádios da degradação dopastejo na vegetação, então, são determinados não pelo clima ou pelo solo mas pelos novos fatores bióticosintroduzidos, geralmente animais domésticos.

Infelizmente com a continuação da destruição da vegetação de cobertura do solo pelo pastejo a deterioração dosolo também ocorre. A água e o vento podem carregar a superfície do solo desenvolvida, à um ponto que o subsoloexposto seja incapaz de suportar novamente uma vegetação clímax. A sucessão ao clímax, portanto, podenovamente esperar o desenvolvimento de uma nova manta de solo. Especialmente em áreas áridas a formação do

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solo é um processo muito lento envolvendo centenas ou milhares de anos. Este fato deve ser tomadoconstantemente na mente do técnicos, pois nenhum manejo retornaria a pastagem natural à sua produtividadetotal se o solo não pode mais suportar as plantas desejadas. A degradação do solo causada pela erosão oupisoteio podem progredir de maneira que a vegetação pode ir a um estado de subclímax. A ausência de umasucessão secundária rápida seguinte bom manejo freqüentemente confunde o técnico, já que a vegetação nãopode responder ao aperfeiçoamento das condições de pastejo como ele espera.

A degradação da vegetação sob pastejo pode seguir muitos cursos, dependendo da vegetação e do tipo depastejo. O pastejo durante um estação restrita pode prejudicar somente uma certa espécie, enquanto outrasespécies se beneficiam devido a redução na competição. Se uma curta estação de pastejo resulta no uso de umacerta espécie durante o período crítico de estádio de crescimento, esta espécie pode desaparecer. Outras plantas,completamente palatáveis, podem prosperar ou aumentar seu número, devido o pastejo não ocorrer em um períodocrítico.

Similarmente devido as diferenças da preferencia de espécies entre as espécies de animais domésticos, asgramíneas podem aumentar em uma pastagem natural com ovelhas e veados as expensas dos arbustos;contrariamente, com bovinos as gramíneas podem desaparecer. "O animal em pastejo come o que gosta edespreza o que não gosta, desta maneira protege-se as plantas indesejáveis, na medida que não sofrem a açãoda desfolha e nem do pisoteio".

O pastejo intensivo é marcado pelo desaparecimento das plantas preferidas ou aquelas fisiologicamente menosresistentes ao pastejo. A degradação, então, está ligada a competição de plantas. Com a remoção de plantasclímax pelo abuso, além da resistência espacial de suas folhas para com outras plantas, as plantas menospreferidas ou mais resistentes podem sobreviver e substituir as plantas removidas. Estas espécies algumas vezessão referidas como aumentadoras, devido elas aumentaram sob pastejo pesado (alta pressão de pastejo).Continuando o pastejo causaria uma afluência de espécies, freqüentemente anuais, as quais não são parte doclímax. Estas são chamadas de invasoras.

Estádios da degradação da vegetação induzida pelo pastejo

Alguns estádios da degradação, seguintes ao pastejo inadequado, são reconhecidos facilmente e sãocaracterísticas da maior parte das degradações. É essencial ao técnico o completo entendimento destesestádios.

Distúrbios fisiológicos das plantas clímax. A planta clímax mais preferida, sob estresse de pastejo pesado, perdevigor, evidenciado pela redução do crescimento anual; redução ou completa ausência de atividade reprodutiva; eem plantas lenhosas, anormalidades do crescimento induzidas pela remoção dos pontos de crescimento(meristemas apicais) e excesso de estímulos as gemas laterais.

Mudanças da composição da cobertura clímax. Com a continuidade dos distúrbios físicos das plantas preferidasresultam em sua morte. A morte e o desaparecimento podem resultar da deficiência de fotoassimilados devido aredução da fotossíntese, competição de outras plantas menos enfraquecidas pelo pastejo, envelhecimento naturalacompanhado de falta de reprodução, e déficit hídrico mais sério ocasionado pelo enfraquecimento do sistemaradicular. A mudança na composição em uma pastagem natural é geralmente gradual, marcada primeiro por umadiminuição (1) nas plantas mais preferidas e, (2) as plantas fisiologicamente e anatomicamente mais susceptíveisàs injúrias do pastejo (diminuidoras). Acompanhando a diminuição no número e aumento da competição, queresulta em uma aumento das plantas menos preferidas ou mais resistentes (aumentadoras). Os animais mudamsua dieta para aquelas menos preferidas, já que houve uma drástica redução das espécies desejáveis. Então asucessão continua, com as melhores plantas clímax progressivamente tornando-se mais raras.

Invasão de novas espécies. Seguinte, ou simultaneamente com, estas mudanças na composição vem a invasãopor novas espécies, que podem ou não terem estado presentes na sucessão primária, mas que não sãoconstituintes da cobertura clímax. As primeiras invasoras são plantas anuais; mas posteriormente tomam lugar ainvasão por herbáceas e lenhosas de baixo valor forrageiro. As invasoras anuais podem ser altamente preferidaspelos animais por uma curta estação, no entanto elas freqüentemente são adaptadas à prosperarem a pesar dopastejo. A maior parte das invasoras perenes não são altamente aceitas pelos animais, e muitas são de baixovalor alimentício. Os primeiros três estádios da degradação são marcados mais pela diminuição da qualidade do

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que pela quantidade.

Desaparecimento das plantas clímax. Finalmente as plantas clímax podem desaparecer. Deixam primeiro as maisaceitáveis e, consequentemente, as áreas mais pastejadas e, logo estão evidentes somente sob a proteção dearbusto largos ou de plantas espinhosas. Posterior ao seu desaparecimento sobram somente invasoras anuais.

Decréscimo das invasoras anuais. Com a manutenção do pastejo pesado os animais são forçados a consumir asinvasoras anuais, as quais sofrem as ações como sofreram as espécies clímax. As espécies mais preferidas emais susceptíveis são removidas primeiro e as de menos valor aumentam temporariamente em número. Após isto,se estas não suportarem o impacto do pastejo podem diminuir em número. Caso não ocorra invasão de novasespécies, tais como arbustos de baixa palatabilidade, a terra aproxima-se do estado de esterilidade com o solodegradando rapidamente.

A sucessão secundária seguinte a degradação

A sucessão secundária seguinte ao aperfeiçoamento das condições de pastejo, desde que boas condições desolo permaneçam, geralmente difere da sucessão de plantas primária. Contudo, freqüentemente a degradação dosolo segue a degradação das plantas, devido a erosão e ao pisoteio. Neste caso, a sucessão secundária pode sertão lenta quanto a sucessão primária e seguir um grau muito similar em direção ao clímax.

Quando o solo não deteriorou junto com a vegetação, a sucessão da vegetação, sob a remoção do estresse dopastejo, pode ser muito rápida, especialmente em áreas com altas precipitações. Isto é especialmente rápido seas sementes das plantas clímax permanecerem na área, mais muito lento quando todas as plantas tenham sidoremovidas. A velocidade, no último caso, é dependente da mobilidade das propagações das plantas clímax e,pode demorar muitas décadas. Realmente algumas áreas parecem estar completamente e efetivamentedominadas por invasoras exóticas e parece duvidoso se as plantas clímax podem reocupar a área sob algumaforma econômica de uso. O técnico deve acessar cada área para determinar a viabilidade prática de seu manejoobjetivado. As invasoras podem ser altamente produtivas e as vezes disponíveis para certos propósitos. Algumasgramíneas anuais, por exemplo, podem ser excelentes pastagens de primavera mas terem menor valor napastagem no verão. O manejo prático pode manter a cobertura clímax, porém, freqüentemente, uma cobertura devegetação inferior a do clímax pode promover uma maior praticidade. É possível obter o melhor uso de umapastagem natural sem algum distúrbio, no entanto o técnico não pode sempre ter como um objetivo a vegetaçãoclímax. Contudo, existe um erro e também uma visão liberal, e muitos resultados trágicos da atenção inadequadapara a manutenção de uma boa forragem e super - avaliar o lucro rápido pelo excesso do número de animais.Quando é atendido a manutenção da máxima proteção do solo, pode ser desejado manejar para condiçõespróximas do clímax.

Valor forrageiro das espécies invasoras

A preferência que um animal exibe para uma planta não é um índice acurado do seu valor para o pastejo. Osanimais podem ser obrigados a consumir muitas plantas, e algumas das espécies menos preferidas são tãonutritivas quanto as preferidas e algumas vezes mais. Uma ligeira diminuição na palatabilidade da cobertura deplanta após excessivo pastejo pode não ser uma indicação de redução no valor. Contudo, geralmente, a invasãode espécies menos preferidas é acompanhada pela marcada redução na capacidade de pastejo, independente dovolume da produção. Isto, provavelmente, é atribuído ao fato que os animais comem menos o alimento que elesnão gostam, antes do que uma diferença nutricional. No entanto muitas invasoras são altamente palatáveis e deexcelente valor forrageiro. Como exemplo tem-se o bur clover (Medicago hispida) e mesmo o capim marmelada(Brachiaria plantaginea).

Em alguns casos, particularmente nos solos lixiviados dos trópicos monsônicos do noroeste da Austrália, avegetação clímax tem baixo valor nutritivo durante a estação seca. A introdução de espécies anuais de outroscontinentes tais como Stilosanthus sp. Resultam no aperfeiçoamento da qualidade da forragem durante a estaçãoseca.

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O clímax antropogênico de um ecossistema pastoral em relação a adição de fertilizantes

A produção nos ecossistemas de pastagem depende financeiramente da venda de produtos animais, que por suavez dependem da eficiência da utilização de adubos. Dentre os nutrientes utilizados em pastagens, o P é o quelevanta maiores controvérsias, haja vistas que em algumas situações pode ocorrer que uma parte do aduboaplicado possa se fixar no solo, tornando-se menos disponível à planta.

O comportamento de um nutriente, qualquer, neste ecossistema pode ser enumerado em quatorze categorias, ouseja: (1) disponibilidade no solo; (2) indisponibilidade no solo; (3) na planta acima do solo; (4) na planta abaixo dosolo; (5) nos animais pastejadores e em suas proles; (6) no resíduo da planta; (7) no resíduo animal; (8) perdidoatravés da "saída" do animal; (9) perdido na excreta animal; (10) perdido por lixiviação; (11) perdido por erosão ecarriamento superficial; (12) perdido por volatilização; (13) depositado pela chuva; e (14) adicionado comofertilizante.

O termo clímax sugerindo o estádio final de uma sucessão; ecologicamente corresponde a uma comunidade naqual a produção (P) e importação (I) anual estão balanceados pelo consumo animal (C) e exportação (E), isto é,quando

P + I = C + E

a comunidade está em clímax, no entanto quando P + I > C + E

a comunidade está em desenvolvimento e, quando P + I < C + E

a comunidade está em processo de degradação.

Um ecossistema pastoral está em equilíbrio com o ambiente (clima). Mas, também está ligado a interferênciahumana como adição de adubos, controle de pestes e doenças e tipo e intensidade de pastejo. A estabilidade éalcançada quando o processo de elevação ou degradação vai ao equilíbrio em um clímax. O aperfeiçoamento(elevação) de uma área conduz a um sistema de alta produção alcançando um clímax de elevada produtividade(Figura 7).

Elevadas doses iniciais de adubos, principalmente P, são necessários para aperfeiçoar o pool de nutrientes emelhorar a produtividade do sistema, no entanto, essas doses são decrescentes com o tempo até ser reduzidas avalores de mantença. Ao atingir o clímax somente pequenas quantidades de nutrientes são empregados. Para osucesso do ecossistema é necessário a construção de um modelo de balanço de nutrientes, este deve conter asderivações do pool, transferência, adição e perdas.

A aplicação prática deste balanço forma a base para estimativas das taxas de fertilização de manutenção para oecossistema pastoral em um clímax ecológico estável. O P como comentado anteriormente é o elemento de maiorcontrovérsia, todavia, a estimativa da eficiência de sua utilização pode variar em função dos parâmetrosempregados no cálculo. Quando a utilização do nutriente é baseada unicamente nas quantidades do nutrientes noproduto animal dividido pela adição do fertilizante, este procedimento leva a um sistema de baixa eficiência.Entretanto, quando utiliza-se a quantidade de nutriente absorvido pela planta pelo conteúdo deste contido noresíduos da planta, no retorno de excretas, mais adição de fertilizantes esta estimativa conduz a valores maispromissores. Esses argumentos são aplicáveis à sistemas de estádio de desenvolvimento avançados.

Mesmo assim, ainda permanecem incertezas quanto a taxa de fertilizante para a manutenção de sistemas e paraa perda de nutrientes através do animal, lixiviação, erosão e carriamento. Resultados indicam que em sistemas dealta produtividade a utilização do P pelas plantas é similar a de outros nutrientes (S, K e Mg).

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Figura 7. Desenvolvimento de clímax ecológico a partir de uma comunidade pioneira. Fonte: Middleton e Smith(1978), adaptado por NASCIMENTO JÚNIOR (1998).

ECOSSISTEMAS DE 3 BIOMAS DE PASTAGENS NATIVAS BRASILEIRO: Ecossistemas Pantanal,subtrópico e Semi - Árido Nordestino.

Após a leitura das informações anteriores, agora faz-se necessário a abordagem das principais pastagens nativasbrasileiras. Principais no sentido que nestas regiões existem grandes áreas remanescentes destas pastagens e,ainda, estas são partes importante, ou mesmo integrais, da dieta de bovinos em pastejo. Nos tópicos a seguirserão abordados questões quanto ao rendimento animal e forrageiro e as limitações nutricionais das plantasforrageiras encontradas nestas regiões. ECOSSISTEMA PANTANAL

O Pantanal é uma planície sedimentar com predominância de campos inundáveis, que vem sendo utilizado parapecuária bovina extensiva há dois séculos. Todo o Pantanal, exceto 1% do território (do total de 140.000 km2) queconstitui duas reservas oficiais (Parque Nacional do Pantanal e Estação Ecológica de Taiamã), está ocupado porfazendas (POTT e COMASTRI FILHO, 1995).

O clima do Pantanal é tropical sub-úmido, com média em torno de 1100 mm/ano de chuvas. Havendo umaestação chuvosa (out./mar.) e uma relativamente seca (abr./set.); a temperatura média anual é de 26º C, podendohaver geadas esporádicas (POTT, 1988b).

O sucesso e a sustentabilidade da criação de bovinos neste sistema deve-se à abundância de gramíneas, pois afauna nativa, pela ausência de manadas de grandes herbívoros, não é capaz de consumir o grande excedente dabiomassa de capins (POTT e COMASTRI FILHO, 1995), havendo, de certa maneira, algum benefício para osbovinos nesse ecossistema.

Rendimento forrageiro das pastagens nativas do Pantanal

Na planície do Pantanal o sistema de criação é extensivo, abrangendo as fases de cria e recria, e secaracterizando pela natalidade em torno de 60%, pela mortalidade de bezerros durante o aleitamento de 20%, pelaidade ao primeiro parto de 44-46 meses e venda de bois para engorda em áreas limítrofes ou fora do Pantanal aos

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3-4 anos de idade (POTT et al., 1989).

O rendimento de uma pastagem nativa, dentre muitos fatores, está aliado às condições edafoclimáticas reinantesna região, bem como às características de manejo adotadas (fatores antropogênicos).

Existe uma deficiência generalizada de trabalhos que apresentem resultados consistentes quanto ao rendimentoforrageiro das pastagens nativas do Pantanal, dificultando as explanações sobre tal assunto.

No entanto, trabalhando neste ecossistema, COMASTRI FILHO (1994) apresenta resultados de produção dematéria seca, por cortes, de duas gramíneas nativas e 5 exóticas (Tabela 2). Segundo o autor, a necessidade deaumentar a oferta de volumoso de boa qualidade para os animais tem motivado os fazendeiros da região autilizarem parte das áreas de "cordilheiras" (paleodiques, não alagáveis) para o cultivo de forrageiras exóticas.Esta opção surgiu em virtude das limitações para produção das pastagens nativas durante o período das cheias e,principalmente, devido a baixa qualidade das pastagens das áreas de "campo-cerrado" e de "cordilheiras", asquais são utilizadas neste período, haja vistas que nestas áreas é difícil a ocorrência de cheias. A produção dematéria seca das gramíneas nativas fica muito aquém das obtidas com as gramíneas exóticas, no entanto, devidoa poucos resultados a este respeito não é ainda possível dizer se a introdução de outras gramíneas (exóticas)naquele sistema ajudaria a resolver parte de seus problemas.

Tabela 2. Produção média de MS (t/ha/corte) e teor de PB (% na MS) de sete gramíneas, no estádio depré-florescimento, cultivadas no período de out/80 a abr/83, em área de "cordilheira" baixa, susceptível ainundação, da sub-região dos Paiaguás, do Pantanal Sul-Mato-Grossense. Corumbá-MS.

Espécie Cortes MS*,** PB*,**

Brachiaria humidicola 8 4,4± 2,3a 4,1± 0,9d

B. decumbens 8 3,6± 2,0b 4,5± 0,9cd

Panicum repens 7 2,8± 2,0c 5,9± 1,4a

Cynodom nlemfuensis 8 2,0± 1,5de 6,4± 1,5a

Panicum laxum 5 1,9± 1,4ef 6,5± 2,2a

Paspalum oteroi 8 1,4± 0,8fg 4,9± 1,1bc

Digitaria decumbens 8 1,2± 0,9g 5,9± 1,9a

* Médias acompanhadas de letras diferentes indicam diferenças significativas (P<0,05), pela aplicação do teste de Tukey.

** Média ± desvio-padrão

Fonte: COMASTRI FILHO (1994)

Sabe-se que o comportamento de crescimento de gramíneas forrageiras, tanto nativas quanto exóticas, obedecema um padrão sigmóide. Os resultados obtidos na pesquisa supracitada são derivados de gramíneas em estado depré-inflorescência, estando próxima ou no período de crescimento (crescimento de folhas) nulo das plantas(assíntota da curva sigmóide). Somando-se a isto, a avaliação de duas gramíneas de um ecossistema tão variadonos dá pouca idéia do real rendimento encontrado naquelas condições.

A disponibilidade e a composição botânica da pastagem nativa na região de Nhecolândia, Pantanal, foi mensuradapor SILVA et al. (1993). Estes autores, observaram, que a disponibilidade de forragem variou ao longo do ano em

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função da precipitação, devido aos períodos de seca e chuva marcantes. No mês de maio de dois anosconsecutivos foram obtidas as maiores disponibilidades de matéria seca, 1884 e 1638 kg/ha, e no mês de outubroa menor, 364 kg/ha. Segundo estes autores a variabilidade de espécies nesta região é muito alta (80componentes), sendo a maioria pertencente às famílias das Gramineae, Cyperaceae, Rubiaceae e Compositae.Todavia, na participação da matéria seca total obtida, as Gramineae foram responsáveis por 75% dadisponibilidade de forragem, sendo que os gêneros mais importantes foram: Axonopus, Elyomurus, Mesosetum ePanicum. Também a composição botânica variou ao longo da estação do ano, estando sempre associada com adisponibilidade de água. As espécies Axonopus purpusii e Elyomurus mutics foram as que mais contribuíram paraa disponibilidade de matéria seca.

POTT et al. (1989) verificaram que há dois períodos críticos quanto à disponibilidade de alimentos para os bovinosem pastejo. Um, ao final da estação chuvosa, e outro, do meio ao final da estação seca. Nestes períodos aprodução forrageira é limitante para o desempenho dos animais. Estes autores afirmam que o ciclo da seca émais produtivo que o ciclo da enchente, o que pode ser explicado pela ausência do período restritivo dechuvas/enchentes no primeiro. Como o pico de nascimentos ocorre entre julho e outubro, durante o ciclo de seca,as vacas paridas continuariam a ganhar peso, tendo condições de entrar em cio, mesmo em lactação, resultandoem taxa de natalidade mais elevada.

Limitações nutricionais das pastagens nativas do Pantanal

A maior parte dos trabalhos realizados neste ecossistema fornecem informações descritivas do tipo de vegetaçãopresente, porém, pouca evidência (e/ou trabalhos) é dada ao desempenho de animais, ao valor alimentício dasplantas forrageiras, incluindo a digestibilidade, às espécies mais ou menos consumidas (preferidas) e muito menosàs relações ambiente-planta-animal.

A quase totalidade (99%) das pastagens do Pantanal é nativa, tendo as cultivadas (1%) surgido nas últimas duasdécadas. Primeiramente convém conceituar pastagem nativa do Pantanal, a qual abrange praticamente toda avegetação, desde forrageiras aquáticas a arbóreas. Há grande variabilidade de tipos de pastagens naturais,geralmente várias comunidades compondo um mosaico, em função do tipo do solo e de inundação (nível, duração,origem pluvial e/ou fluvial), havendo freqüentemente dominância de uma gramínea (Tabela 3) (POTT, 1988a), porexemplo:

Caronal: campo de capim-corona (Elyonurus muticos);

Campo limpo ou mimoso: campo de mimoso (Axonopus purpusii);

Felpudo: Paspalum pontanalis, ou P. plicatulum, ou P. bydrophilum, ou outros;

Fura-bucho: campos de gramíneas duras como P. carinatum, P. lineare, Panicum stenodes etc., comuns naparte leste, solos arenosos;

Vazante: linhas de drenagem, com Leersia hexandra, Paratheria prostata, entre outras;

Baía: lagoa, com Hymenachne amplexicaulis, Paspalum repens, Leersia hexandra, entre outras;

Brejo: Hymenachne amplexicaulis, ciperáceas.

Segundo POTT e COMASTRI FILHO (1995) existem ainda extensas áreas de formação savânica (savana no quediz respeito a árvores) e de cerrados. Em termos práticos, pode-se considerar que há duas floras distintas noPantanal, a do Pantanal arenoso e a do argiloso (POTT, 1988a).

E sobre a viabilidade de introdução de espécies exóticas neste ambiente, poucos são os relatos que fornecemsubsídio para implantação (COMASTRI FILHO e POTT, 1993a, b, c e d). Alguns trabalhos, contudo, enfocam aviabilização da pastagem nativa aliada à introdução de espécies exóticas em determinadas áreas, visando amelhoria da oferta de forragem ao longo do ano (COMASTRI FILHO, 1984). Também existem relatos (CUNHA e

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DYNIA, 1985) afirmando que a introdução e a adubação de forrageiras exóticas, podem gerar informações queviabilizem a formação de áreas para alimentar o rebanho no período de escassez de alimento.

Tabela 3. Comunidades típicas do Pantanal, com suas espécies dominantes, fitofisionômicas, tipos de textura desolo, e principais sub-regiões em que ocorrem.

Comunidade Espécie dominante Fitofisionomia

Acurizal Attalea phalerata Floresta

Canjiqueiral Byrsonima orbignyana Savana

Cambarazal Vochysia divergens savana e flor.

Carandazal Copernicia australis savana e flor.

Caronal Elyonurus muticus campo e savana

Carvoeiro Callisthene fasciculata savana e flor.

Lixeiral Curatella americana Savana

Paratudal Tabebuia caraiba savana e flor.

Pimenteiral Licania cf. octandra savana e flor.

Pindaival Xylopia aromatica savana e flor.

Piuvial Tabebuia impetiginosa Savana

Pombeiral Cambretum spp. Savana

Fonte: POTT (1988a)

Devido à grande variabilidade de espécies nativas neste ecossistema, existem dificuldades em determinardiretamente (ou estimar) o valor nutritivo da dieta dos bovinos, levando a carência de trabalhos no que se refere aestas variáveis. No entanto o Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal realizou alguns levantamentos, osquais fornecem os teores de PB das principais gramíneas nativas, tanto na estação seca quanto na chuvosa, etambém de outras forrageiras encontradas naquele ecossistema (Tabelas 4 e 5, respectivamente).

Tabela 4. Teores médios de PB (%) nas principais forrageiras das sub-regiões de Miranda e Nabileque, deamostras colhidas em dez. 85.

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Espécies PB (%)

Discolobium pulchellum 28,4

Hymenachne amplexicaulis 20,4

Paspalidium paladivagum 19,5

Leersia hexandra 18,0

Thevetia amazonica 15,9

Oryza latifolia 14,6

Paspalum oteroi 14,5

P. hydrophilum 11,4

P. plicatulum 9,5

Hemartria altissima 8,0

Fonte: POTT (1988b)

Note-se a grande variabilidade do teor de PB destas plantas forrageiras. Isso torna clara a imensa variação deespécies disponíveis para o consumo pelos bovinos. Provavelmente, as limitações nutricionais decorrentes doconsumo destas plantas estarão em função da dominância de determinadas espécies com menores teores de PBem detrimento das de maiores teores. Junte-se a isso a seletividade dos animais em pastejo, a qual está emfunção da oferta de forragem, que até certo ponto pode aperfeiçoar o consumo, melhorando a ingestão denutrientes.

Segundo dados da literatura a lotação média é de "3,6 ha/cabeça" (SILVA et al., 1993), que se considera boa parapastagem nativa tropical, ou até muito boa, se descontadas as áreas alagadas e as cobertas por vegetaçãolenhosa, pois a soma de ambas pode chegar a 1/2 ou 2/3 (POTT e COMASTRI FILHO, 1995).

Outro ponto a ser destacado é que as gramíneas de mais baixo valor forrageiro estão presentes principalmente emáreas menos alagáveis ou secas e em solos arenosos. Já as plantas aquáticas, das áreas mais alagáveis e as desolos argilosos, apresentam em média maiores teores de PB. Com isto, o valor destas pastagens também éinfluenciado pelo local onde a espécie está inserida (Tabelas 4 e 5).

Tabela 5. Teores de PB (% na MS) das principais gramíneas nativas, nas estações seca (meses 5 a 9) e chuvosa(meses 11 e 12), nas sub-regiões de Nhecolândia, Paiaguás, Piquiri e Aquidauana)

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Ambiente e principais espéciesforrageiras

Sub-região e estação do ano

Nhecolândia Paiaguás Piquiri

Seca Chuva Seca Seca Chuva

MATA

Leptochloa virgata 10,80 --- 12,8

Setaria vulpiseta 10,38 6,6

CERRADO

Trasya petrosa 6,2

Axonopus paraguayensis 5,9 5,0 4,2

CAMPO POUCO INUNDÁVEL

Mesosetum chaseae 7,9 6,5 8,3

Axonopus purpusii 6,6 4,2 5,3

Ichnathys procurrens 6,6 10,2 --

CAMPO MUITO INUNDÁVEL

Andropogun hypogynus 5,3 4,7 -- 5,0 4,1

Paspalum plicatulum 10,3 -- 4,3 8,3

Panicum laxum 10,7 7,9 -- -- 6,2

Axonopus leptostachyus -- 5,0 7,3

Reimarochloa brasiliensis 15,6 14,2 6,7

Hemartria altissima 7,6

AQUÁTICAS

Leersia hexandra 11,9 --

Hymenachne amplexicaulis -- 9,2

Fonte: COMASTRI FILHO (1984)

Apesar das leguminosas forrageiras nas regiões arenosas apresentarem pouca expressão, nas áreas argilosasestas apresentam maior participação na formação das pastagens nativas. No entanto, poucas informações quantoao valor alimentício destas leguminosas estão disponíveis e menos ainda sobre a participação de tais plantas nadieta dos bovinos. Como já mencionado anteriormente, além de gramíneas e leguminosas, há muitas espécies deforrageiras não convencionais presentes nestas pastagens. Na Tabela 6 são apresentados os teores de PB e dealguns minerais de outras espécies de forrageiras encontradas no Pantanal.

Tabela 6. Teores de PB (%), Ca (%), Mg (%), P (%), Cu (ppm) e Zn (ppm) em 20 forrageiras não-convencionais, nasub-região de Paiaguás (médias dos valores de amostras de março de 1984 e 1985

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Espécie

PB

(%)

Minerais

Ca(%)

Mg(%)

P(%)

Cu(ppm)

Zn(ppm)

Leguminosa não id., barreiro 29,0 0,3 0,2 0,2 19 12

Cardia glabrata, louro 27,5 0,4 0,6 0,4 29 26

Erytoxylum suberosum 18,4 0,3 0,3 0,3 12 36

Alchornea discolor, uva-branca 18,2 0,3 0,1 0,3 11 21

Bidens gardneri, picão 16,9 0,7 0,4 0,5 18 34

Tocoyena formosa, olho-de-boi 14,9 0,8 0,5 0,3 6 13

Cecropia pachystachya, embaúba 14,4 1,5 0,4 0,3 10 17

Stryphnodendron adstringens, barbatimão 14,4 0,3 0,1 0,5 4 7

Duguetia furfuracea, ata-branca 14,0 0,2 0,1 0,2 4 12

Eleocharis sp., cebolinha 13,7 0,2 0,2 0,2 5 45

Casearia sylvestris, chá-de-frade 13,5 0,2 0,3 0,2 6 16

Helicteres sp, rosca 13,4 0,6 0,4 0,2 15 28

Vitex cymosa, tarumeiro 13,4 0,4 0,2 0,2 10 15

Vernonia scabra, assa-peixe 12,9 0,7 0,5 0,3 18 19

Attalea phalerata, acuri 12,6 0,2 0,2 0,3 7 15

Cyperus sp. 12,6 0,2 0,3 0,1 5 23

Protium heptaphyllum, almésca 12,5 0,3 0,1 0,2 8 14

Byrsonima orbignyana, canjiqueira 12,4 1,0 0,2 0,1 26 16

Diperys alata, cumbaru 12,4 0,3 0,1 0,2 11 22

Chomelia obtusa, espinheiro-do-cerrado 12,2 0,3 0,2 0,2 14 28

Fonte: POTT (1987)

Pode-se verificar que muitas apresentam teores apreciáveis de PB e de alguns minerais e podem se constituir emfonte importante de forragem de reserva nos períodos críticos, adicione-se a isso a capacidade dos animais emselecionar dieta de melhor qualidade.

Outro ponto a ser considerado é a carência de alguns elementos minerais encontrados nas pastagens nativas doPantanal. Em muitas situações as plantas não suprem as exigências destes elementos para os animais e asuplementação, via sal mineral, constitui-se a forma mais prática na tentativa de se evitar problemas carenciais. Ofornecimento de sal comum é prática rotineira das fazendas do Pantanal, embora raramente seja regular econtínuo, freqüentemente devido às dificuldades de transporte e de acesso às invernadas (POTT, 1987). No

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entanto, somente este procedimento é insuficiente para a correta nutrição dos animais.

De maneira geral os solos do Pantanal são deficientes principalmente em P, S e N, com menos freqüência em Ke Ca (DYNIA e CUNHA, 1984). Isto indica que a suplementação destes elementos, entres outros, seja umaquestão sanitária e urgente, não somente para suprir exigências dos animais, mas principalmente para evitarinconvenientes de carências nutricionais. Em concordância a isto, um fato óbvio foi observado por Pott (1985),citado por POTT (1987), o qual notou que a suplementação com P melhorava o desempenho de vacas nestascondições de deficiência, tanto do solo quanto das forrageiras.

ECOSSISTEMA DO SUBTRÓPICO BRASILEIRO

O subtrópico brasileiro representa uma região limítrofe entre o extremo sul do país até a linha do trópico decapricórnio que cruza o norte do Paraná e o sul de São Paulo (24º Latitude Sul).

Esta Região tem uma tradição, que teve início com a colonização do Brasil, em que os campos naturais são osuporte para o desenvolvimento da atividade pecuária. Isto ocorreu em especial no RS e aos poucos foi sealastrando para a região dos campos limpos de SC e PR (MORAES et al., 1995).

Neste ecossistema, de grande riqueza florística, onde leguminosas (200 espécies), gramíneas (800 espécies) eciperáceas (entre outras) coexistem, ocorre um fato pouco comum no mundo, que é a associação de espécies

C4, de crescimento estival, com espécies C3, de crescimento hibernal. A presença de espécies de inverno está

associada às condições de latitude, altitude, manejo e fertilidade do solo. No entanto, somente o estado do RSutiliza com mais ênfase as pastagens nativas, sendo que nos estados de SC e PR as pastagens cultivadaspassam a assumir maior importância para a produção animal (MORAES et al., 1995).

Sabe-se que existem grande quantidade de informações sobre ecologia, produção das forrageiras e dos animaisnas pastagens nativas do subtrópico brasileiro, principalmente no RS. No entanto, estas informações estão, emsua maioria, na forma de teses, cuja aquisição é relativamente difícil, fato este que dificulta inclusive oconhecimento da existência de tais informações ou estudos.

Rendimento forrageiro das pastagens nativas do subtrópico brasileiro

O animal só atinge produções elevadas quando há consumo de forragem de alta qualidade, o que, sob pastejo,significa grande disponibilidade de folhas novas. A planta forrageira depende destas folhas para manter elevadaprodução, uma vez que são as mais eficientes fotossinteticamente. Os sistemas de manejo de pastagem têm oobjetivo de conciliar a exigência do animal e da planta forrageira. Entretanto, os sistemas convencionais seconstituem em uma aproximação relativa do problema, uma vez que o estádio de desenvolvimento da planta, aestação do ano, a freqüência, intensidade e uniformidade do pastejo, o nível de fertilidade do solo etc. alteramsignificativamente a velocidade de recuperação da planta pastejada (CORSI e NASCIMENTO JR., 1986).

O rendimento forrageiro desempenha papel essencial no desempenho animal, haja vistas que a disponibilidade delâminas verdes na pastagem, por unidade de área, é fator decisivo para assegurar maior tempo de pastejo e maiornúmero de bocados ao longo do dia. Segundo CHACON e STOBS (1976), disponibilidade de 1,0 t MSV/ha propiciaos relatos acima, mas com consumo de forragem pouco acima da mantença. Desta maneira, o objetivo central domanejo da pastagem seria fazer com que o animal tivesse a seu dispor maior quantidade de material para o seuconsumo, com isso disponibilidades por volta de 2 t de MS/ha.

A figura 8 apresenta o resíduo médio obtido em uma pastagem nativa submetida a diferentes níveis de oferta deforragem na primavera e no verão-outono (CORRÊA e MARASCHIN, 1994). Pode-se observar que a pastagemapresentou diferentes resíduos em função da pressão de pastejo exercida na área, guardando uma relação linearpositiva em função do aumento da oferta de forragem.

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Figura 8. Resíduo médio obtido na pastagem nativa submetida a diferentes níveis de oferta de forragem naprimavera e verão-outono. Set/90 a maio/91(CORRÊA e MARASCHIN, 1994).

A partir do momento em que se determina a pressão ótima de pastejo, começa-se a obter os melhores resultadoscom desempenho animal. Provavelmente, um dos fatores que impossibilitam bons resultados em pastagensnativas seria o não conhecimento da pressão de pastejo ótima. Sem este conhecimento o manejo da pastagemfica prejudicado e a esta tende a degradação, como é muito comum no sistema extrativista de produção bovinabrasileiro. Além da obtenção de bons resultados com os animais, a pressão de pastejo ótima possibilita alcançaraltos rendimentos forrageiros. Estas argüições podem ser melhor visualizadas ao se observar a curva de MOTT(1960) (Figura 9)

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Figura 9. Influência da pressão de pastejo (n) sobre o ganho por animal (g) e o ganho por unidade de área(G)(MOTT,1960).

A figura 10 (CORRÊA e MARASCHIN, 1994) mostra resposta quanto à taxa de crescimento de uma pastagemnativa em função de ofertas de forragem. As plantas forrageiras são beneficiadas pela diminuição da pressão depastejo, sendo que com isso a produção de matéria seca também é aumentada (Figura 11). Com a diminuição dapressão de pastejo, maior oportunidade de seleção é proporciona aos animais, com isso espera-se maiordesempenho. A diminuição na pressão de pastejo não pode ser entendida de forma pendular, mas sim como "umfaixa" determinada como ótima, para aquele ecossistema. Para isto, deve-se levar em conta também o equilíbrioentre o desempenho por animal e por unidade área (Figura 9).

Figura 10. Taxa média de crescimento na pastagem nativa submetida a diferentes níveis de oferta de forragem na

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primavera e verão-outono. Set/90 a maio/91(CORRÊA e MARASCHIN, 1994).

Figura 11. Relação da carga animal média e da produção de MS/ha em pastagem nativa submetida a diferentesníveis de oferta de forragem na primavera e verão-outono. Set/90 a maio/91(CORRÊA e MARASCHIN, 1994).

O nitrogênio apresenta profundo efeito no rendimento forrageiro. Como já é muito bem discutido para pastagensexóticas, este elemento promove elevação da produtividade e, pode se constituir uma das saídas viáveis para oaperfeiçoamento da produção em pastagens nativas, entretanto, deve-se levar em conta outras importantesferramentas de manejo. Estes argumentos podem ser melhor entendidos ao se visualizar a Figura 12 (SIEWERDTet al., 1997a). Note-se que doses de até 250 kg de N/ha não proporcionaram a expressão máxima do potencial deprodução da forragem, visto que a resposta à aplicação de adubo foi linear crescente. Com o intuito de examinar oefeito do N no rendimento de pastagens nativas, SIEWERDT et al. (1997b), observaram que, com doses acima de300 kg de N/ha, caia a eficiência de resposta (Figura 13). SIEWERDT et al. (1998) verificaram que, em dois cortes,não houve interação da adubação de S e N em pastagem nativa e que a resposta, em produção de MS, ao S era

curvilinear (0 a 50 kg de S/ha - = 4151,22+32,38x-0,48x2), enquanto a do N foi linear (0 a 200 kg de N/ha - =33398,54+8,94x). Estes resultados enfatizam a necessidade de se aprimorar o manejo de adubação de camposnativos, com o intuito de aperfeiçoar a sua produtividade (clímax) e, em conseqüência, o desempenho animal.

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Figura 12. Produtividade de MS em função das doses de nitrogênio(SIEWERDT et al., 1997a).

Figura 13. Efeito de doses de nitrogênio sobre a produção de MS de uma pastagem natural(SIEWERDT et al.,1997b).

Objetivando diminuir a sazonalidade de produção da pastagem nativa, GOMES et al. (1998a, b, c, d e e)realizaram estudos sobre o efeito de ofertas de forragem, do diferimento e de adubações sobre a dinâmica dapastagem. Quanto ao rendimento de matéria seca, GOMES et al. (1998a) observaram que o acúmulo no camponativo pode ser favorecido por meio da redução do nível de utilização da pastagem, por meio do uso das épocas dediferimento e por meio da adubação. Em adição, notaram que a fertilização estimulou o consumo de forragem,contribuindo para a modificação florística e a melhoria da condição geral da pastagem. Na seqüência dos eventos(GOMES et al., 1998b), a adubação também fez com que o número de espécies menos desejáveis diminuíssem,

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enquanto a proporção das mais desejadas (Paspalum notatum e Desmodium incanum) aumentassem. Outroponto a destacar é que os diferimentos outono-inverno e inverno-primavera beneficiaram as gramíneas de invernoAgrostis montevidensis e Briza subaristata, respectivamente. Porém, com a adubação verificou-se comportamentooposto, com a 1ª aumentando e a 2ª diminuindo. Todavia o destaque ficou com o grande aumento da freqüência deleguminosas nativas com os dois diferimentos (especialmente, Desmodium incanum).

Estes resultados reforçam a idéia de que, com correto manejo das pastagens nativas, pode-se usufruir, para aprodução animal, de espécies altamente adaptadas às condições ambientais do ecossistema, sem a necessidadede introduzir pastagem exótica. Em condições de bom manejo, talvez um motivo que levaria a substituição danativa pela exótica seria a existência de limitações quanto à capacidade genética da pastagem nativa emresponder ao manejo. Isto conduziria ao "não" aumento no rendimento animal. Nesta situação, após aidentificação de qual comunidade de planta(s) exótica(s) poderia(m) substituir a comunidade nativa, poder-se-iarealizar a substituição, desde que seja traduzida em retornos "bioeconômicos".

Uma justificativa corriqueira do insignificante desempenho de bovinos em pastejo é que a produção, em pastagensnativas, é limitada pela baixa qualidade e baixo rendimento forrageiro, além é claro, pela sua sazonalidade. Noentanto, nunca é apontada a inabilidade de manejo praticado nestas pastagens. Vários resultados de pesquisademonstram que estas pastagens podem gerar produtividades muito superiores às que estão sendo obtidas até opresente momento.

Em adição, MARASCHIN (1996) argumenta que as pastagens não têm recebido a mesma atenção que os cultivosagrícolas. Em geral são utilizadas em áreas muito pobres, e com pouco cuidado no que diz respeito à calagem eà adubação. E à noção do baixo rendimento, acrescenta o "desleixo" do manejo. E isto tem recebido apoiotécnico, pois a imagem de que 300 a 500 g de GMD é parte do dia-a-dia em certos centros de pesquisaimportantes no país. Faz-se tudo isto em defesa do baixo custo e do cultivo de baixo insumo, conseguindo-seunicamente estabelecer e cultivar pastagens de baixa qualidade e rendimento. E assim desenvolveu-se umafilosofia generalizada de que as pastagens são de baixa qualidade, e para se produzir ganhos de peso, hánecessidade de suplementos ou uso de ração.

Estes relatos podem gerar grandes controvérsias, no entanto, deve-se atentar ao fato de que, no subtrópicobrasileiro, pouca evidência é dada a melhoria dos ecossistemas de pastagens, e torna-se muito mais fácilsuplementar do que propriamente melhorar o manejo das pastagens. Com isso, além da perda da produtividade dapastagem conduz-se à degradação destes ecossistemas, e, infelizmente, todos ficam de braços cruzados.

A suplementação tem o seu lugar, mas, provavelmente, deve entrar quando todas as alternativas de melhoria dosistema estiverem esgotadas, haja vistas que é muito mais "barato" quando o animal colhe seu alimento napastagem do que quando o "homem" necessita fornecê-lo, via suplementação concentrada. Outro ponto dedestaque, seria quando a genética animal está além do potencial da pastagem.

Limitações nutricionais das pastagens nativas do subtrópico brasileiro

O estado do Rio Grande do Sul possui cerca de 10% da área total do campo natural do Brasil e 20 milhões decabeças de bovinos e ovinos pastejam em uma área de 16 milhões de hectares de campo com pastagem natural,que perfazem aproximadamente 61% da área total do estado. Estas pastagens estão entre as melhores do mundoem termos qualitativos, e sua composição botânica inclui 800 espécies de gramíneas e 200 de leguminosas(MOHRDIECK, 1993).

Durante o Simpósio sobre Pastagens nos Ecossistemas Brasileiros MORAES et al. (1995) descrevem ascaracterísticas gerais das pastagens naturais do subtrópico brasileiro. "Globalmente, as pastagens naturais destaregião apresentam, uma grande diversidade estrutural, com predominância de gramíneas e baixa participação deleguminosas. Do ponto de vista funcional, se observa uma grande variabilidade do nível de produtividade, tanto notempo quanto no espaço. No tempo as variações de produtividade são determinadas pela evolução estacional doclima.... No espaço a produtividade forrageira destas comunidades vegetais, está extremamente relacionada àscaracterísticas físicas e químicas dos solos, associados por sua vez aos grandes grupos de solos, como tambémde relevo...".

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Outro ponto de dificuldade para a correta caracterização destes campos nativos, seria o fato de estarem emcontínuo estado de sucessão, em função de fatores bióticos (Figuras 6 e 7). Há portanto, necessidade de seconhecer melhor os fatores que a afetam a sucessão vegetal num determinado ambiente. Mantendo-se, destaforma, uma, ainda desconhecida, mas constante ação dos fatores bióticos, que condicione a vegetação num graude equilíbrio que proporcione a permanência das melhores espécies, para a melhor alimentação dos animais(Nabinger, 1980, citado por MORAES et al. 1995).

O valor nutritivo das pastagens pode ser caracterizado por sua composição química, digestibilidade e natureza dosprodutos digeridos. A composição química é um fator associado somente à planta e ao meio ambiente; por outrolado, a digestibilidade, a natureza dos produtos digeridos e a eficiência de utilização são associados com a plantae o animal (MOTT e MOORE, 1985).

O ganho de peso por animal e por área é influenciado pela qualidade e pela quantidade da pastagem consumida. Aqualidade da pastagem leva em consideração o valor nutritivo e o consumo voluntário (MOTT e MOORE, 1985) e,em conseqüência, pode ser traduzido pelo desempenho animal (MOORE, 1980).

A estação Experimental de Agronomia da UFRGS, realizou estudos em uma pastagem nativa de 1986 a 1995,onde observaram a relação entre os níveis de oferta de MS com o ganho/animal e com o ganho/ha (Figura 14). Osresultados mostraram que, uma vez removida a limitação ao consumo de forragem, o ganho animal sofre pequenasvariações com relação às quantidades de forragem ofertadas.

Figura 14. Relação entre os níveis de oferta de MS com o ganho/animal e o ganho/ha, em uma pastagem nativa doRS (MARASCHIN e JACQUES, 1993).

O potencial animal, nas condições desta pastagem natural, foi atingido entre 11% e 13% de oferta de MS. Nestenível de pressão de pastejo, com resíduos de 1,5 – 2,0 t/ha, áreas de pastagem natural permaneciam nãopastadas indicando níveis de disponibilidade de forragem acima da capacidade de pastejo e do pastejo seletivo. Omelhor desenvolvimento das plantas nestas áreas pastejadas permitiram o seu florescimento e ressemeadura,assegurando, desta forma, a longevidade e estabilidade da pastagem.

O valor nutritivo, bem como as limitações nutricionais desta pastagem, pode ser visualizado pelo desempenho dos

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animais nas diferentes ofertas (Figura 14), visto que, nas situações em que existiam baixa oferta de forragem, odesempenho era prejudicado e, quando existia um excesso de forragem, isto também era evidenciado, no entantocom menor expressão.

Como ocorre com o rendimento forrageiro, o valor nutritivo da pastagem é influenciado pela pressão de pastejo(refletido no ganho de peso) (ALMEIDA, 1997).

EICHELBERGER et al. (1998) estudaram a qualidade da pastagem de campo natural no inverno e primavera(Tabela 7 e Figura 15). A qualidade nutricional de duas áreas com diferentes manejos (área 1: lotação normal eárea 2: superpastejo), sob regime de pastejo extensivo contínuo, apresentou comportamento variado. Os teores dePB, FDA, celulose e hemicelulose variaram entre as áreas. A FDN não diferiu. O manejo afetou fortemente aqualidade nutricional da pastagem natural. A fibra e a celulose foram os fatores limitantes da qualidade nutricionalda pastagem do campo natural. A fibra se correlacionou com importantes indicadores nutricionais, como a PB e acelulose. A FDA correlacionou-se negativamente com a PB. Os teores de PB foram suficientes e os de EM foramlimitantes para a produção animal durante o período experimental.

Tabela 7. Efeitos da época de coleta de forragem de duas áreas de campo natural no município de Piratini (RS)sobre os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),hemicelulose, celulose, lignina e energia metabolizável (EM)

Parâmetro Área Regressão para épocas r2 Média Signif.

PB (%)

1 = 5,18+2,955x-0,3536x2 0.78

10.95 --

2 =1,6278+6,3928x+0,78152x2 0.91

FDN (%)1

=73,7064-1,7206x 0.5468.25

ns2 65.39

FDA (%)

1 =40,4182-0,5293x 0.39

37.12 --

2 =43,358-3,766x+0,38256x2 0.56

Hemicelulose (%)1

=37,251-7,00877x+2,146x2-0,1908x3 0.7929.97b

P<0,012 31.56a

Celulose (%)

1 =23,361-1,1825x+0,2114x2 0.47

22.44 --

2 =23,88-1,742+0,25548x2 0.26

Lignina (%)1

=8,107+1,2038x-0,20582x2 0.699.04a

P<0,052 8.57b

EM (Mcal/kg)

1 =1,6628+0,03018x 0.39

1.85 --

2 =1,4921+0,21705x-0,02205x2 0.56

a,b - médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey.

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Fonte: EICHELBERGER et al. (1998)

Figura 15. Teores de proteína bruta (A) e energia metabolizável (B) na pastagem de campo natural em duas áreaslocalizadas no município de Piratini (RS)(EICHELBERGER et al. (1998).

Entre as espécies mais representativas das pastagens nativas do Rio Grande do Sul encontram-se as do gêneroPaspalum e Axonopus, as quais apresentam de regular a bom valor forrageiro (GIRARDI-DEIRO et al., 1992).Entretanto, sua produção e qualidade variam muito nas diferentes épocas do ano, apresentando alta produção noperíodo de primavera e verão (GIRARDI-DEIRO et al., 1992; MOHRDIECK, 1993), decrescendo no outono, para teruma baixa produção no inverno, quantitativamente e qualitativamente (ALFAYA et al., 1994).

OLIVEIRA e MORAES (1998) avaliaram algumas espécies do gênero Paspalam, sob condição de cortes, eobservaram que a espécie Paspalum almum poderia ser uma alternativa para a produção de forragem de qualidadeno início do outono. Esses resultados podem ser melhor entendidos ao se observar a Tabela 8.

Tabela 8. Percentual de PB e digestibilidade in vitro da MO de espécies e ecotipos do gênero Paspalum em 3cortes na Estação Experimental de São Gabriel.

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Espécie N.º de coleta06/01/95 16/02/95 05/04/95

PB DMO PB DMO PB DMO

Paspalum notanum PG 6912 6,88 47,61 10,36 40,77 9,21 44,87

Paspalum notanum UFRGS 673 6,84 38,35 9,46 45,51 8,19 48,47

Paspalum notanum V 4131 6,21 34,70 10,71 46,23 10,44 48,36

Paspalum notanum EEL 2735 6,56 42,07 10,81 47,19 10,34 45,83

Paspalum notanum V 11914 8,44 37,14 10,06 48,65 8,46 44,30

Paspalum notanum V 12229 5,16 37,62 10,39 45,43 9,86 44,18

Paspalum almum V 9275 5,08 43,66 9,86 47,88 10,63 50,11

Paspalum guenoarum V 9795 5,46 33,42 10,13 44,22 10,81 43,20

Fonte: OLIVEIRA e MORAES (1998)

A aquisição de conhecimentos pormenorizados da potencialidade do campo natural, no que se refere a suaqualidade, é condição básica para a adoção de práticas de manejo que permitam um aumento da produção animalsobre este tipo de pastagem.

ECOSSISTEMA DO SEMI – ÁRIDO

A história dos altos e baixos da pecuária, no Semi - Árido Nordestino, está escassamente documentada,principalmente no que concerne às condições das pastagens. Porém, há indicações de que as condições daregião eram bem mais adequadas à produção de forragens e as lembranças dos mais antigos indicam pastagensmais abertas e mais ricas em gramíneas (ARAÚJO FILHO et al., 1995).

Esta região ocupa área de, aproximadamente, 900.000 km2, cerca de 10% da área total do país. Ecologicamente,mais parece um mosaico formado por centenas de sítios ecológicos que demandam recomendações de manejosdiferenciados. O clima predominante na região do Semi - Árido Nordestino é do tipo BSh, conforme classificaçãode Köpen, ou seja, tropical seco com evaporação excedendo a precipitação, com estação úmida curta e de verão -outono ou outonal. A região recebe de 500 a 800 mm/ano de chuva, com o período de chuvas concentrado em 3 a4 meses do ano. A situação crítica anual de limitações hídricas torna-se mais dramática pela ocorrência de secasperiódicas, quando podem ocorrer períodos com 18 meses ou mais com reduções drásticas dos índicespluviométricos (ARAÚJO FILHO et al., 1995).

A vegetação, que recebe o nome de caatinga, é formada por árvores e arbustos de pequeno porte, caducifólios emsua maioria. Existem dois tipos principais de caatinga, mesclados na paisagem nordestina, ou seja, o scrub,arbustivo – arbóreo dominante no sertão e o arbóreo com presença nas encostas das serras e nos vales dos rios.Vale a pena salientar que não consta dos sertões nordestinos a existência de uma fauna de ruminantessignificativa, tanto em número quanto em tamanho dos animais. É provável que a vegetação nativa da caatinga,tendo evoluído na presença pouco intensa de herbívoros, se comparada com ecossistemas africanos, tivesse umnúmero significativo de espécies não adaptadas ao pastejo, as quais desapareceram rapidamente. Isto poderiaexplicar a ausência virtual de gramíneas perenes na flora sertaneja (ARAÚJO FILHO, 1980; ARAÚJO FILHO et al.,1995).

Rendimento forrageiro das pastagens nativas do Semi - Árido Nordestino

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Segundo ARAÚJO FILHO (1980) a baixa e errática precipitação pluviométrica, associada a solos de característicasfísicas limitantes, tornam as áreas do sertão nordestino impróprias para a agricultura intensiva, sendo, portanto, aexploração pecuária a vocação dessa região.

A produtividade de bovinos neste ecossistema é marcadamente influenciada pela irregularidade na ofertaquantitativa e qualitativa de recursos forrageiros, tanto entre como dentre anos. Dados, não publicados, do Centrode Pesquisa Agropecuário do Trópico Semi – Árido, mostram índices anuais de 40% de parturições, taxas demortalidade de bezerros acima de 15% e peso vivo ao abate de 330-340 kg, aos 4-5 anos de idade (GUIMARÃESFILHO e SOARES, 1992).

A produção média anual da vegetação da caatinga situa-se em torno de 4,0 t de MS/ha, com substanciaisvariações advindas de diferenças nos sítios ecológicos e flutuações anuais das características da estação dechuvas (ARAÚJO FILHO et al., 1995).

A produção de forragem está associada, além dos fatores supracitados, à composição florística do sertão.Levantamentos de algumas regiões mostram que existem grandes diferenças quanto ao rendimento forrageiro e,principalmente se existe manipulação destas pastagens (Tabelas 9 e 10). O tratamento no estrato herbáceoapresenta profundas melhorias na disponibilidade de MS aos animais. Fica claro que, as pastagens nativas destaregião precisam ser constantemente monitoradas, visto que apresentam freqüentes modificações na suacomposição florística e botânica. Sendo estas condicionadas pelos efeitos climáticos e os animais em pastejo. Osincrementos obtidos com a manipulação do estrato herbáceo mostram que estas melhorias poderiam alavancar apecuária nordestina em proporções imensuráveis, pois os índices de produtividade animal atuais são obtidos dacaatinga como um todo, não manipulada, não representando os resultados obtidos com a pesquisa. Quanto aesses resultados, vale a pena ressaltar que a produtividade alcançada em outros ecossistemas (Pantanal esubtrópico) não são comparáveis a este (Semi - Árido), haja vistas do disparate edafoclimático existente. Toda equalquer modificação no ecossistema do Semi - Árido deve ser realizado com o intuito preservacionista.

Tabela 9. Produção de biomassa (Ton/ha) da parte aérea do estrato herbáceo em quatro regiões dos sertões doCeará - 1972

Região Testemunha Área tratada % incremento

Alto-santo 0,47 2,30 389,0

Independência 0,40 0,47 17,5

Irauçuba 1,40 2,39 41,4

Quixadá 0,99 3,39 343,4

Fonte: ARAÚJO FILHO (1980)

Tabela 10. Produção de biomassa (kg/ha de MS) e precipitação pluviométrica anual na área de exclusão emQuixadá - CE

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Ano Prec. Pluviométrica (mm/ano)Produção MS

(kg/ha)Varaição

(%)

1972 763 2.381 100

1973 1.078 6.816 286

1974 1.773 3.327 140

1975 1.240 2.485 104

1976 561 3.563 150

1977 1.312 6.201 260

1978 756 4.670 296

1979 435 2.420 103

Fonte: ARAÚJO FILHO (1980)

Outro aspecto importante é a flutuação anual de produção de biomassa da parte aérea do estrato herbáceo(Tabela 11). Estas parecem estar associadas não só a flutuações das precipitações pluviométricas, comotambém, com a acumulação do mulch. Aparentemente, o acúmulo excessivo de mulch causa efeitos negativossobre a produção florística das pastagens anuais. Para avaliar esses efeitos na produção do estrato herbáceo, em1977 foi implantada uma pesquisa em pastagem natural, que observou o rápido desaparecimento do mulchexistente no tratamento de remoção total de biomassa produzida. E, pelo menos nos anos iniciais, as diferençasna produção de biomassa dos dois tratamentos tenderam a se acentuar (Tabela 11).

Tabela 11. Efeito da deposição de Mulch (kg/ha) sobre a produção de biomassa na parte aérea do estratoherbáceo (kg/ha)

Tratamentos1977 1978 1979

Mulch Produção Mulch Produção Mulch Produção

E - (Remoção total) 1.816 5.106 1.292 3.203 65 2.420

F - (Sem remoção) 1.934 5.033 2.695 2.477 1.490 1.260

Fonte: ARAÚJO FILHO (1980)

O manejo de oferta de forragem pode ser de grande valia para a melhoria dos sistemas de produção nordestinos.SALVIANO et al. (1982), examinaram o efeito de diferentes taxas de lotação no desempenho animal. Verificaramque os animais nas maiores lotações (6 animais/40 ha), tanto no pastejo contínuo quanto no diferido,necessitaram de suplementação no período crítico de escassez de alimentos (2 a 7 meses por ano). Os animais,na lotação intermediária (6 animais/60 ha, em pastejo contínuo), também precisaram de suplementação por doismeses. Enquanto os animais na taxa de lotação mais leve (6 animais/80 ha) não precisaram de suplementaçãoem nenhum momento. O desempenho destes animais em 953 dias foi: 6 animais/80 ha em pastejo contínuo =

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141,3 kg; 6 animais/80 ha em pastejo diferido = 42 kg; 6 animais/60 ha em pastejo contínuo = 82,5 kg; 6animais/60 ha em pastejo diferido = 62,5 kg; 6 animais/40 ha em pastejo contínuo = 24,4 kg; e 6 animais/40 haem pastejo diferido = -0,6 kg.

Sabe-se que a disponibilidade de MS por unidade de área é fator primordial para o bom desempenho de bovinosem pastejo, no entanto, nas condições de Semi - Árido, serão poucas as ocasiões em que os animais terão umaoferta adequada de alimento. Provavelmente, estes animais desenvolveram adaptações que permitem explorar aoferta forrageira da área por intermédio do pastejo seletivo e "migratório", isto pode ser entendido ao observar queno tratamento com 6 animais/80 ha, em pastejo contínuo, os animais apresentaram os melhores resultadosquanto ao desempenho animal. Visto que a área explorada por esses animais era de grandes dimensões,reflete-se a adaptação destes para selecionar dietas em grandes áreas. Talvez este fato não fosse possível embovinos não adaptados a essas condições.

A baixa disponibilidade de forragem representa um entrave a produção de bovinos no Semi – Árido, então manejosde adubação podem aumentar a quantidade de alimento disponível para os animais. Desta maneira, ARAÚJOFILHO et al. (1998) estudaram a adubação fosfatada e o regime de utilização de uma pastagem de caatingaraleada (manipulada) (Tabela 12). Estes autores observaram que a adubação fosfatada aumentou a produtividadedo estrato herbáceo somente quando associada à sua utilização ao meio e ao final da estação chuvosa. Outroachado importante foi que, o diferimento por todo o período chuvoso não trouxe vantagens nem para a produçãonem para a persistências das espécies anuais.

Tabela 12. Produção de fitomassa de pé, de fitomassa de gramíneas e de fitomassa de dicotiledôneas herbáceas(kg MS/ha/ano) em função dos níveis de adubação fosfatada e das épocas de utilização da pastagem, durante operíodo de 1987/1989

Produção de fitomassa de pé (kg MS/ha/ano)

Regime de uso da pastagemNíveis de P2O5 (k/ha)

Diferença(%)

100 0

Meio e final do período chuvoso 7.8744Aa 5.138Ba 53,3

Final do período chuvoso 3.244Ab 2.834Ab 14,5

Média 5.559 3.986

Produção de fitomassa de gramíneas (kg MS/ha/ano)

Meio e final do período chuvoso 5.288Aa 3.291Ba 59,60

Final do período chuvoso 1.435 Ab 1.405Ab 2,1

Média 3.345 2.348

Produção de fitomassa de dicotiledôneas herbáceas (kg MS/ha/ano) Média

Meio e final do período chuvoso 2.619 1.847 2.233a

Final do período chuvoso 1.809 1.429 1.619b

Média 2.214A 1.638B

Fonte: ARAÚJO FILHO et al. (1998)

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Limitações nutricionais das pastagens nativas do Semi - Árido

As limitações nutricionais das pastagens nativas do Semi - Árido estão ligadas não somente à composiçãoquímica e à digestibilidade do material consumido pelos animais, mas principalmente pela disponibilidade dematerial ao longo do ano. Devido a marcada sazonalidade de produção, os animais passam longos períodos combaixíssimas ofertas de forragem por unidade de área.

ARAÚJO FILHO (1980) avaliou as flutuações mensais na disponibilidade de biomassa da parte aérea do estratoherbáceo, bem como, os teores de PB e de MS, durante 3 anos sucessivos (Tabela 13). Nota-se o aumentogradativo do teor de MS durante a estação de chuvas, com valor inicial de 26,8% e sua estabilização em torno de90% durante a estação seca. Já o teor de PB segue o oposto, iniciando com 7,9% e estabilizando-se comaproximadamente 4,0%. A biomassa produzida aumenta a partir do início das chuvas em janeiro atingindo o pontomáximo em junho e julho com a média de quase 4000 kg/ha.

ARAÚJO et al. (1996a, b e c) avaliaram o valor nutritivo e o consumo voluntário de 3 forrageiras nativas (Tabela 14).Estes constataram que o feijão bravo (Capparis flexuosa L.) apresenta boas características forrageiras, comvalores expressivos de digestibilidade e consumo voluntário, comparativamente a outras espécies da região. Já ajitirana (Merremia aegyptia (L.) Urban), apesar do baixo teor protéico, apresentou valores nutritivos que acredenciam com boa forrageira para a região. Todavia, o marmeleiro (Croton sonderianus, Muell. Arg.), apresentoubaixa digestibilidade, baixo consumo e consequentemente não apresentou boas características forrageiras.

Tabela 13. Flutuações mensais do teor de MS, proteína e disponibilidade de forragem em pasto nativo, municípiode Quixadá (média de 3 anos)

MesesMS(%)

Proteína(%)

Forragem disponível (kg/ha)

Janeiro 28,6 7,9 1.860

Fevereiro 32,3 11,6 1.715

Março 27,8 9,6 2.360

Abril 37,9 8,4 2.627

Maio 29,6 7,9 2.660

Junho 47,9 7,2 3.979

Julho 62,2 6,8 3.847

Agosto 71,5 5,5 2.732

Setembro 88,6 4,1 2.381

Outubro 90,5 4,2 1.887

Novembro 90,1 4,1 1.968

Dezembro 89,5 4,0 1.775

Fonte: ARAÚJO FILHO (1980)

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Tabela 14. Composição química, com base na MS, e coeficiente de digestibilidade do feno de feijão bravo(Capparis flexuosa L.), de jitirana (Merremia aegyptia (L.) Urban) e de marmeleiro (Croton sonderianus, Muell. Arg.)

Planta MS MO PB FB EE ENN CINZAS

Composição química (%)

Feijão bravo 93,35 92,43 7,63 39,60 0,97 44,23 7,57

Jitirana 92,80 89,46 13,47 34,40 8,31 33,28 10,54

Marmeleiro 91,93 88,35 11,63 18,20 3,54 54,98 11,65

Digestibilidade (%)

Feijão bravo 62,68 62,78 61,89 57,38 54,46 67,74

Jitirana 46,08 46,28 73,42 24,34 47,85 57,32

Marmeleiro 41,95 46,83 25,18 32,34 32,30 57,25

Fonte: ARAÚJO et al. (1996a, b e c)

A fenologia e o valor nutritivo de espécies lenhosas caducifólias da caatinga, consideradas importantes para dietasde ruminantes, foram avaliadas por ARAÚJO et al. (1998) (Tabela 15). O valor nutritivo das forrageiras estudadasvariou ao longo do ciclo fenológico, com os melhores índices alcançados com a vegetação plena. A catingueira e omororó destacaram-se como as forrageiras de melhor potencial, pois mantiveram, durante o ciclo fenológico, osteores mais elevados de PB e digestibilidade. Aparentemente os teores de tanino não afetaram a apetibilidade dafolhagem das espécies estudadas.

Tabela 15. Flutuações da composição bromatológica da catingueira, do mororó, do pau-branco e do sabiá emdiferentes fases fenológicas

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Componente Vegetação Floração Frutificação Dormência

Catingueira

Proteína bruta (%) 16,9 15,6 14,4 11,2

Lignina (%) 6,6 11,2 12,7 11,7

Tanino (%) 20,6 19,1 16,2 9,5

DIVMS (%) 58,4 52,5 50,4 30,9

Mororó

Proteína bruta (%) 20,7 18,1 13,3 9,7

Lignina (%) 9,1 7,5 17,6 25,3

Tanino (%) 5,7 6,4 12,2 3,9

DIVMS (%) 59,7 58,9 55,9 35,5

Pau-branco

Proteína bruta (%) 20,3 16,5 16,5 8,3

Lignina (%) 20,9 20,9 18,8 20,2

Tanino (%) 0,7 7,2 9,1 3,0

DIVMS (%) 25,9 24,4 21,9 12,7

Sabiá

Proteína bruta (%) 19,2 15,7 14,3 5,6

Lignina (%) 13,5 18,2 19,7 22,9

Tanino (%) 4,9 11,0 16,7 8,6

Fonte: ARAÚJO FILHO et al. (1998)

O aumento potencial das pastagens do Nordeste só poderá ser conseguido pela introdução de plantas forrageirasbem adaptadas a região, sugerindo-se, ainda, que as espécies a serem utilizadas no semeio sejam selecionadaspor meio de avaliação, usando para isto plantas exóticas e nativas, inclusive as espécies arbustivas (ARAÚJO etal., 1996c). Estudos para a determinação do estádio de sucessão encontradas no Semi –Árido são extremamentenecessárias, para que desta maneira possa-se tomar decisões concretas quanto as medidas a serem tomadas. Égritante a necessidade de medidas de contenção da degradação destas pastagens nativas, pois como já discutidoanteriormente, quando a degradação do solo toma lugar, poucas são as chances de melhorias do sistema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Grandes esforços tem sido desprendidos por inúmeros pesquisadores na tentativa de otimizar a produção animalem pastagens, nativas e exóticas, sem, contudo, diminuir a sustentabilidade destes sistemas. No entanto, existeum grande abismo entre a produção animal em pastagens, de maneira sustentável, e o que se tem feito emtermos de produção animal. Embora os centros de pesquisas e as instituições de ensino tenham se esforçadopara isto, o produtor não tem conseguido assimilar estas tecnologias e pior ainda, este tem mantido o sistema deprodução extrativista empregado neste país desde os tempos de sua colonização.

O resultado disto tudo, é que a produção animal brasileira encontra-se entre as menos desenvolvidas. Aconseqüência agravante, é que nas pastagens onde a pecuária tem se desenvolvido, observa-se o avanço rápido àdegradação, consequentemente tornando os sistemas de produção insustentáveis aliados a sua baixaprodutividade. Com isso, não basta os pesquisadores e/ou centros de pesquisas aprimorarem suas técnicas, mastambém aperfeiçoar a divulgação dos resultados obtidos, seja isto através de palestras ou, principalmente, porintermédio da conscientização destes produtores.

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A solução destes problemas parece distante, no entanto não é permitido "a pesquisa" ficar de braços cruzados. Oentendimento das relações ambiente-planta-animal pode ser o caminho para almejar a sustentabilidade nosecossistemas pastoris brasileiros.

Pesquisas que abordem aspectos ecológicos das relações entre animais e plantas nas pastagens nativas sãoessenciais para a manutenção destes sistemas. Também o conhecimento do estádio de sucessão em que seapresentam as pastagens é uma ferramenta importante. Muitas vezes em posse de tais informações será maisinteressante manejar as pastagens às margens do clímax, devido a sua maior praticidade e algumas vezes commaiores retornos. O estudo dos estádios de degradação destas pastagens não pode ser deixado de lado, para quequando for se tomar uma atitude de intervenção isto não seja tarde.

Para buscarmos estes conhecimentos, uma análise ecofisiológica da dinâmica da produção primária da diferentescomunidades vegetais parece indispensável. O estudo do desenvolvimento, incluindo seus estádios fenológicos,das comunidades vegetais mostra-se como um caminho a ser traçado. Um ferramenta que tem-se mostrado eficazé o estudo da morfogênese (velocidade de surgimento e senescência de folhas, velocidade de expansão de folhas,perfilhamento, aparecimento de inflorescências, ...).

É de grande importância o conhecimento das principais espécies que determinam a produção nas pastagens e,principalmente, as que são as mais preferidas pelos animais e que ao mesmo tempo possam manter elevadasproduções. Os estudos de introdução de plantas exóticas nestes ecossistemas devem levar em conta a suaadaptabilidade ao meio e primariamente o seu retorno bioeconômico, sem, contudo, conduzir a degradação.

A maneira com que o animal trata as pastagens, bem como as respostas que os animais e plantas mostram aosdiferentes manejos empregados devem ser considerados como objetivo central das pesquisas. A resposta animalàs pastagens e às suas condições de manejo devem ser somadas a descrição da dinâmica da pastagem, paraque decisões concretas possam ser tomadas quanto aos resultados obtidos. O consumo de forragem, também,deve estar aliado a descrição da pastagem e a termos quantitativos e qualitativos dos aspectos do consumoanimal.

Técnicas para a realização destes procedimentos propostos existem, mas não se deve lançar mão de pesquisasque aprimorem estas técnicas ou mesmo que criem novas, as quais possam fornecer resultados mais acurados.

Em suma os ecossistemas de pastagens brasileiros podem gerar grande potencial de produção animal. Desdeque maior atenção seja voltada às bases científicas de manejo já comprovadas, as quais de maneira geral temsido desprezadas. Toda e qualquer medida de manejo empregada deve ter como fundamento os princípiosecofisiológicos gerados por intermédio da relação ambiente-animal-planta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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