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Ecomorfologia e alimentação de Characiformes de riachos costeiros da Mata Atlântica Tulio Portella & Rosana Mazzoni Lab. Ecologia de Peixes/ Dep. De Ecologia/ IBRAG/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro Introdução : Materiais e Métodos: Resultado s : CNPq 470286/2008 3 FAPERJ E-26/110.225/2010 De acordo com a teoria de nicho, espécies similares em coexistência em ambientes de recursos limitantes tendem a reduzir seus nichos. A hipótese ecomorfológica sugere que a morfologia é preditora da ecologia trófica e, portanto espécies semelhantes tendem a utilizar os recursos similares mesmo quando em coexistência, o que gera um trade-off em ambientes de recursos limitantes. A fim de testar a relação entre essas hipóteses, analisamos a ecomorfologia e a estratégia alimentar de pares de espécies de Characidae coexistentes em dois sistemas fluviais da Mata Atlântica. Fig. 4 Analise de componentes principais de seis índices morfométricos das quatro espécies estudadas. Foram coletados aproximadamente vinte indivíduos de Astyanax janeiroensis e Astyanax hastatus no Rio Ubatiba, Maricá, RJ e Hollandicthys multifasciatus e Bryconamericus microcephalus no Rio Pereque-Açú Paraty, RJ. Utilizamos seis índices morfométricos (Tab. 1), relacionados ao aparelho bucal, tratados em uma Análise de Componentes Principais (ACP) (Fig. 4). Para a análise da estratégia alimentar utilizamos o Índice Alimentar (IAi) (Fig. 1) de cada item consumido, a largura e a sobreposição de nicho (Figs 2, 3) para cada par de espécie coexistente. Rio Ubatiba, Maricá, RJ Rio Perequê-açú, Paraty, RJ Itens Alóctone s Itens Autócton es Ecologia Trófica Ecomorfolog ia : B. microcephalus A. janeiroensis A. hastatus H. multifasciatus Conclusão: A ACP explicou no primeiro eixo 51,16% da variação agrupando A. janeiroensis e H. multifasciatus por altos valores de comprimento relativo da cabeça (CRC) e largura relativa da boca (LRB) e A. hastatus e B. microcephalus principalmente por altos valores de diâmetro relativo do olho (DRO). A análise do IAi mostrou a preferência de A. janeiroensis e H. multifasciatus por itens de origem alóctone, significativamente maiores que os itens autóctones (P ≤ 0,05) predominantemente consumidos por A. hastatus e B. microcephalus (Fig. 5). Observamos que as quatro espécies possuem valores elevados amplitude de nicho segundo Shannon-Wiener Evenness Measure ( 0,65 ≤ H’ ≤ 0,79), e que os dois pares de espécies em coexistência tiveram baixa sobreposição de nicho segundo o Índice de Sobreposição Simplificado de Morisita, Rio Perequê-alçú CH = 0,37 e Rio Ubatiba CH = 0,42 Apesar das espécies estudadas possuírem alta plasticidade trófica, observamos ligeiras variações morfológicas que resultam na seleção de itens pelas espécies coexistentes em relação a ecologia trófica, promovendo um caso de segregação alimentar. H. multifasciatus e A. janeiroensis se agrupam por possuírem maiores dimensões do aparelho bucal, o que possibilita a captura de itens alóctones geralmente maiores, enquanto B. microcephalus e A. hastatus possuem altos valores de DRO o que pode facilitar a busca de itens autóctones geralmente menores. Além disso, esses pares de espécies não coexistentes possuem morfologia do aparelho bucal e estratégia alimentar semelhantes, o que pode ser um indicativo de equivalência ecológica presente em espécies próximas Sement. .. Det Algas 0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 0.09 2.88 A. janeiroensis A. hastatus 0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 0.51 0.10 0.90 0.02 H. multufasciatus B. microcephalus Fonte: Portella T. F. S. Fonte: Marques P. S. Hollandicthys multifasciatus Fonte: Portella T. F. S. Fonte: Portella T. F. S. Astyanax janeiroensis Astyanax hastatus Bryconamericus microcephalus Fig. 5 – Gráficos de distribuição da importância alimentar. Fig. 1 Índice Alimentar. Fig. 2 Índice de sobreposição de nicho simplificado de Morisita. Fig. 3 – Índice de amplitude de nicho de Shannon-Wiener Tab. 1 – Índices morfométricos relacionados ao aparato bucal das Índice = Medida morfométrica ÷ Medida Morfométrica Comprimento Relativo da Cabeça = Comprimento da Cabeça ÷ Comprimento Padrão Largura Relativa de Boca = Largura da Boca ÷ Comprimento Padrão Altura Relativa da Boca = Altura da Boca ÷ Comprimento Padrão Razão de Configuração da Boca = Altura d Boca ÷ Largura da Boca Diâmetro Relativo do Olho = Diâmetro do Olho ÷ Comprimento da Cabeça Comprimento Relativo do Intestino = Comprimento do Intestino ÷ Comprimento Padrão

Ecomorfologia e alimentação de Characiformes de riachos costeiros da Mata Atlântica

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Ecomorfologia e alimentação de Characiformes de riachos costeiros da Mata Atlântica. Tulio Portella & Rosana Mazzoni Lab. Ecologia de Peixes/ Dep. De Ecologia/ IBRAG/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Introdução :. - PowerPoint PPT Presentation

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Ecomorfologia e alimentação de Characiformes de riachos costeiros da Mata Atlântica

Tulio Portella & Rosana Mazzoni

Lab. Ecologia de Peixes/ Dep. De Ecologia/ IBRAG/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Introdução:

Materiais e Métodos:

Resultados:

CNPq 470286/2008 3FAPERJ E-26/110.225/2010

De acordo com a teoria de nicho, espécies similares em coexistência em ambientes de recursos limitantes tendem a reduzir seus nichos. A hipótese ecomorfológica sugere que a morfologia é preditora da ecologia trófica e, portanto espécies semelhantes tendem a utilizar os recursos similares mesmo quando em coexistência, o que gera um trade-off em ambientes de recursos limitantes. A fim de testar a relação entre essas hipóteses, analisamos a ecomorfologia e a estratégia alimentar de pares de espécies de Characidae coexistentes em dois sistemas fluviais da Mata Atlântica.

Fig. 4 Analise de componentes principais de seis índices morfométricos das quatro espécies estudadas.

Foram coletados aproximadamente vinte indivíduos de Astyanax janeiroensis e Astyanax hastatus no Rio Ubatiba, Maricá, RJ e Hollandicthys multifasciatus e Bryconamericus microcephalus no Rio Pereque-Açú Paraty, RJ. Utilizamos seis índices morfométricos (Tab. 1), relacionados ao aparelho bucal, tratados em uma Análise de Componentes Principais (ACP) (Fig. 4). Para a análise da estratégia alimentar utilizamos o Índice Alimentar (IAi) (Fig. 1) de cada item consumido, a largura e a sobreposição de nicho (Figs 2, 3) para cada par de espécie coexistente.

Rio Ubatiba, Maricá, RJ Rio Perequê-açú, Paraty, RJ

Itens Alóctones

Itens Autóctones

Ecologia Trófica:

Ecomorfologia:

B. microcephalusA. janeiroensis A. hastatusH. multifasciatus

Conclusão:

A ACP explicou no primeiro eixo 51,16% da variação agrupando A. janeiroensis e H. multifasciatus por altos valores de comprimento relativo da cabeça (CRC) e largura relativa da boca (LRB) e A. hastatus e B. microcephalus principalmente por altos valores de diâmetro relativo do olho (DRO).

A análise do IAi mostrou a preferência de A. janeiroensis e H. multifasciatus por itens de origem alóctone, significativamente maiores que os itens autóctones (P ≤ 0,05) predominantemente consumidos por A. hastatus e B. microcephalus (Fig. 5). Observamos que as quatro espécies possuem valores elevados amplitude de nicho segundo Shannon-Wiener Evenness Measure ( 0,65 ≤ H’ ≤ 0,79), e que os dois pares de espécies em coexistência tiveram baixa sobreposição de nicho segundo o Índice de Sobreposição Simplificado de Morisita, Rio Perequê-alçú CH = 0,37 e Rio Ubatiba CH = 0,42

Apesar das espécies estudadas possuírem alta plasticidade trófica, observamos ligeiras variações morfológicas que resultam na seleção de itens pelas espécies coexistentes em relação a ecologia trófica, promovendo um caso de segregação alimentar. H. multifasciatus e A. janeiroensis se agrupam por possuírem maiores dimensões do aparelho bucal, o que possibilita a captura de itens alóctones geralmente maiores, enquanto B. microcephalus e A. hastatus possuem altos valores de DRO o que pode facilitar a busca de itens autóctones geralmente menores. Além disso, esses pares de espécies não coexistentes possuem morfologia do aparelho bucal e estratégia alimentar semelhantes, o que pode ser um indicativo de equivalência ecológica presente em espécies próximas filogeneticamente, porém distantes espacialmente. Artrópode

AutóctoneArtrópode Alóctone

Sementes/ Veg Sup.

Detritos Algas0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

0.09 2.88

A. janeiroensis

A. hastatus

Artrópode Autóctone

Artrópode Alóctone

Sementes/ Veg. Sup.

Detritos Algas0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

0.51 0.10 0.900.02

H. multufasciatus

B. microcephalus

Fonte: Portella T. F. S.

Fonte: Marques P. S.

Hollandicthys multifasciatus

Fonte: Portella T. F. S.

Fonte: Portella T. F. S.Astyanax janeiroensis

Astyanax hastatusBryconamericus microcephalus

Fig. 5 – Gráficos de distribuição da importância alimentar.

Fig. 1 – Índice Alimentar.

Fig. 2 – Índice de sobreposição de nicho simplificado de Morisita.

Fig. 3 – Índice de amplitude de nicho de Shannon-Wiener

Tab. 1 – Índices morfométricos relacionados ao aparato bucal das espécies Índice = Medida morfométrica ÷ Medida Morfométrica

Comprimento Relativo da Cabeça = Comprimento da Cabeça ÷ Comprimento Padrão

Largura Relativa de Boca = Largura da Boca ÷ Comprimento Padrão

Altura Relativa da Boca = Altura da Boca ÷ Comprimento Padrão

Razão de Configuração da Boca = Altura d Boca ÷ Largura da Boca

Diâmetro Relativo do Olho = Diâmetro do Olho ÷ Comprimento da Cabeça

Comprimento Relativo do Intestino = Comprimento do Intestino ÷ Comprimento Padrão