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Economia e Direito da Concorrência Aplicações de Microeconomia Paulo Gonçalves A presente apresentação em nada compromete a Autoridade da Concorrência, sendo da exclusiva responsabilidade do respectivo autor

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Economia e Direito da Concorrência

Aplicações de Microeconomia

Paulo Gonçalves

A presente apresentação em nada compromete a Autoridade da Concorrência, sendo da exclusiva responsabilidade do respectivo autor

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Plano da apresentação

• Poder de mercado, política de concorrência e bem-estar

• Conluio e acordos horizontais entre empresas

• Operações de Concentração horizontal ou vertical de empresas

• Abusos de posição dominante

• Apresentação de casos práticos

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TÓPICO I

Poder de mercado, política de concorrência e bem-estar

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Poder de mercado, concorrência e bem-estar

• O que é a Política de Concorrência?

• Objectivos da Política de Concorrência

• Falhas de Mercado, regulação e concorrência

• Política da Concorrência: Legislação e Instituições

• Poder de mercado e posição dominante

• Conceitos de Eficiência

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O que é a Política de Concorrência?

• A Política de Concorrência visa assegurar a ausência de restrições à concorrência que sejam prejudiciais para a sociedade, em geral, e para o consumidor em particular.

• Falhas de Mercado e papel da regulação em mercados de Monopólio Natural– ex. Telecomunicações (lacete local), redes de transporte de gás,

electricidade, etc, infra-estrutura ferroviária.

• Porque necessitamos de uma Política de Concorrência?

“deficiente” funcionamento do mercado, mesmo nos casos em que não estamos na presença de um Monopólio Natural (exemplos – ver slide seguintes)

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O que é a Politica de Concorrência?

• Vários tipos de Barreiras à Entrada no mercado: tecnológicas (monopólio natural e papel da regulação), regulamentares e legais, e estratégicas

Modelos de CONCORRÊNCIA PERFEITA e de CONCORRÊNCIA MONOPOLISTICA

(importância de se desenvolverem esforços na atenuação de barreiras à entrada eno consequente reforço da contestabilidade dos mercados)

• Ainda que a entrada no mercado seja possível, a posição dominante (poder de mercado) da empresa pode persistir devido a:

– custos afundados (endógenos, exógenos)– custos de mudança e efeitos de lock-in (ex. Comissões cobradas pelos

bancos na rescisão antecipada de um contrato de crédito à habitação)– efeitos de rede (ex. Telecomunicações e diferencial de preços on-net /

off-net)

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O que é a Politica de Concorrência?

• Empresas podem ainda adoptar várias práticas restritivas da concorrência, que são prejudiciais para o consumidor:

– Conluio e acordos horizontais entre empresas– Operações de Concentração que criam ou

reforçam uma posição dominante (i.e., poder de mercado)

– Práticas predatórias– Outras práticas de exclusão da concorrência

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Objectivos da Política de Concorrência

• Bem-Estar Social: W=CS+PS (+...)

CS (excedente do consumidor) – diferença entre a valorização do bem e o respectivo preço

PS (excedente do produtor) – lucro da empresa

Eficiência vs Equidade – objectivo passa por maximizar a dimensão do “bolo”, não a forma de distribuição do mesmo (Estado possui outros instrumentos de politica redistribuitiva)

Eficiência dinâmica é importante (i.e., o W futuro)

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Objectivos da Política de Concorrência

• Excedente do ConsumidorCS vs W – poder de lobbying, empresas apenas

avançam para processos de concentração ou alegadas práticas restritivas se as mesmas lhe forem benéficas, efeitos sobre as outras empresas são incorporados através de argumento de práticas exclusionárias, etc.

• Mas normalmente, W e CS evoluem da mesma forma(ex. aumento ou da quantidade transacionada faz

variar o W e o CS no mesmo sentido, i.e. ambos aumentam)

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Legislação e Instituições – antes de Março de 2003

• Direcção-Geral de Comércio e da Concorrência (DGCC)– Responsável pela instrução prévia de controlo prévio de operações de

concentração e dos processos de contra-ordenação, nos termos do Decreto-Lei 371/93 de 29 de Outubro

• Conselho da Concorrência (CdC)– Elaboração de Pareceres em matérias de operações de concentração, a

pedido do Ministro da tutela, sobre os processos mais complexos preparados pela DGCC

– Decisão em matéria de processos de contra-ordenação

• Recurso– Tribunal de Comércio de Lisboa (em processos de contra-ordenação)– Supremo Tribunal Administrativo (procedimentos administrativos de

controlo prévio de operações de concentração)

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Legislação e Instituições – após Março de 2003

• Criação da Autoridade da Concorrência (AdC) em Março de 2003– Extinção da DGCC e do CdC

• A AdC tem poderes transversais cobrindo todos os sectores da Economia– O controlo prévio de operações de concentração no sector

financeiro (ex. Millenium BCP / BPI)

• A AdC é responsável pela aplicação da nova legislação nacional da concorrência (Lei 18/2003 de 11 de Junho), e da legislação comunitária (Arts. 81 e 82 do Tratado da CE)

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Legislação e Instituições – após Março de 2003

• A AdC é responsável pela instrução dos processos (Serviços da AdC) e respectiva decisão (Conselho da AdC)

• O Conselho da AdC é nomeado pelo Conselho de Ministros por um período de 5 anos, sendo que os membros do Conselho da AdC– Encontram-se sujeitos a um regime estrito de incompatibilidades e

impedimentos– só podem ser exonerados no decorrer do seu mandato em

circunstâncias muito excepcionais

Um aspecto chave – Independência e desgovernamentalização

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Legislação e Instituições – após Março de 2003

• Com excepção das decisões relativas a concentrações que estão sujeitas a recurso extraordinário para o Ministro da Economia (ex. recurso no caso BRISA/AEA), o recurso das decisões é apenas impugnável junto dos Tribunais Judiciais (em primeira instância, o Tribunal de Comércio de Lisboa)

• Autonomia Administrativa e Financeira– Financiamento assegurado por receitas próprias (consignação de até

7,5% do montante das taxas cobradas pelos reguladores sectoriais, 40% dos montantes das coimas aplicadas, taxas devidas pelas empresas nos processos de concentração)

Um aspecto chave – Independência e desgovernamentalização

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Missão da Autoridade da Concorrência

• Assegurar a aplicação das regras da concorrência em Portugal, no respeito pelo principio da economia de mercado e da livre concorrência, tendo em vista:

– O funcionamento eficiente dos mercados– Um elevado nível de progresso técnico– E, sobretudo, o prosseguimento do maior benefício

para os consumidores

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Objectivos Estratégicos da AdC

• Assegurar o cumprimento das leis da concorrência, fazendo o controlo de Operações de Concentração e as Práticas Restritivas da Concorrência

• Identificar mercados em que a concorrência está restringida e promover soluções em benefício dos consumidores, da eficiência e do progresso técnico

• Elevar a consciencialização pública sobre os benefícios da concorrência

• Apresentar Pareceres ao Governo, com vista a alterações legislativas que promovam a concorrência nos mercados, nomeadamente através da eliminação de barreiras à entrada

• Assumir, a nível comunitário, as funções no âmbito da descentralização comunitária da regulação e da concorrência

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Instrumentos da política da concorrência

• As práticas restritivas da concorrência proibidas pela Lei 18/2003 de 11 de Junho de 2006

– práticas de conluio, abuso de posição dominante (ou poder de mercado), abuso de dependência económica

corresponde a um controlo a postriori

• Controlo prévio de operações de concentração– Tipologia das decisões a adoptar pela AdC:

• Decisões de autorização – ex. Controlauto / Iteuve• Decisões de autorização, mediante a imposição de condições e obrigações

(compromissos ou remédios) com vista a assegurar a manutenção de um concorrência efectiva – ex. Sonaecom / PT (?)

• Decisões de proibição – ex. Brisa / AEA, Arriva / Barraqueiro, Galp / Esso

“Serão proibidas as operações de concentração que criem ou reforcem uma posição dominante de que resultem entraves significativos à concorrência efectiva no mercado ou numa parte substancial deste”

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Instrumentos da política da concorrência

• Relação entre o direito comunitário (artigos 81.º e 82.º do Tratado CE) e a Lei 18/2003– Práticas colusivas proibidas pelo art. 81.º

Sempre que uma prática proibida pelo artigo 4.º da Lei 18/2003 afecte o comércio entre Estados membros, a AdC deve igualmente aplicar o disposto no art. 81.º do Tratado CE

– Abuso de posição dominante proibida pelo art. 82.ºSempre que uma prática proibida pelo artigo 6.º da Lei 18/2003 afecte o comércio entre Estados membros, a AdC deve igualmente aplicar o disposto no art. 82.º do Tratado CE

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Instrumentos da política da concorrência

• Relação entre a legislação comunitária sobre concentrações de empresas (Regulamento 139/2004) e a Lei 18/2003– O Regulamento 139/2004 aplica-se apenas a

operações de dimensão comunitária (art. 1.º do Reg. 139/2004)

• Possibilidade de reenvio à Comissão, em determinadas circunstâncias previstas, por parte dos Estados membros

– Inaplicabilidade da legislação nacional a operações de dimensão comunitária (art. 21-3 do Reg. 139/2004)

• Possibilidade de reenvio a um Estado membro, a pedido deste

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Articulação entre AdC e os Reguladores Sectoriais

• Os Reguladores Sectoriais são responsáveis por decisões verticais exercidas sobre um determinado sector, numa perspectiva ex-ante:– Falhas de mercado (monopólio natural, assimetria de

informação)– Fixação de preços (ex. tarifas eléctricas), cobertura e

qualidade dos serviços (ex. telecomunicações), acesso aos serviços (ex. serviço universal dos correios), obrigações de serviço público, controlo de riscos/prudencial (ex. banca e seguros)

– Exs. ICP-Anacom, ERSE, Banco de Portugal, Instituto de Seguros de Portugal, CMVM, ERS, ERC

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Articulação entre AdC e os Reguladores Sectoriais

• A AdC é responsável por decisões transversais, exercidas ex-post (na correcção de práticas restritivas da concorrência) ou ex-ante (na avaliação de operações de concentração)

• Articulação entre a AdC e os Reguladores Sectoriais:

– num contecto ex-ante da análise de medidas de promoção da concorrência

– pedido de parecer – não vinculativo, excepto no caso da ERCS – ao regulador sectorial nos processos de análise de Operações de Concentração (exs. Parecer do ICP-Anacom no processo Sonaecom/PT, Banco de Portugal e ISP no processo Millenium BCP/BPI ou CMVM no caso Euronext / NYSE)

– No contexto ex-post de processos de práticas restritivas da concorrência

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AdC – alguns processos importantes

• Proibição da operação de concentração no caso BRISA/AEA– Recurso para o ministro da Economia, tendo este alterado a decisão da

AdC (com base em argumentos de interesse público, que não os argumentos de defesa da concorrência)

• Proibição das operações de concentração Arriva/Barraqueiro (recurso para os tribunais) ou Galp/Esso

• Operação de Concentração no caso Sonaecom/PT• Operação de Concentração no caso Millenium BCP/BPI• Operação de Concentração entre a TAP e a Portugália

www.autoridadedaconcorrencia.pt

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AdC – alguns processos importantes

• Cartéis (conluio entre empresas):– Empresas Farmacêuticas (Abbott Laboratórios, Bayer

Diagnostics Europe, Johnson & Johnson, Menarini Diagnósticos e Roche Farmacêutica Química) – concurso público (lançado pelo CHC) para a aquisição de “tiras reagentes”, um produto utilizado no diagnóstico e controlo de Diabetes – resultou numa coima de €3.292.066,10;

– Processo envolvendo as mesmas empresas, por cartelização de 36 concursos públicos, de 22 hospitais (coima de € 16 milhões);

– Empresas moageiras (coima de € 9 milhões a 10 empresas).

www.autoridadedaconcorrencia.pt

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AdC – alguns processos importantes

• Processos envolvendo algumas Ordens Profissionais, por fixação de preços/honorários mínimos:– Ordem dos Médicos Veterinários (coima de €75.935);– Ordem dos Médicos Dentistas (coima de €160.181);– Ordem dos Médicos

• Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) por fixação de preços (coima de €195.000)

• Coima (€ 1.000.000) aplicada à Nestlé por imposição de cláusulas abusivas nos contratos de fornecimento de café ao canal HORECA

• Outros – consultar www.autoridadedaconcorrencia.pt

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Poder de Mercado, Eficiência e Bem-Estar

• Poder de Mercado e Posição Dominante

• Conceitos económicos de Eficiência

– Eficiência na afectação de recursos– Eficiência produtiva– Eficiência dinâmica

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Poder de Mercado (posição dominante)

• Poder de Mercado – capacidade da empresa para praticar preços significativamente superiores aos respectivos custos marginais.

• Posição Dominante – capacidade da empresa para actuar de forma independente dos seus concorrentes, fornecedores e clientes.

PODER DE MERCADO = POSIÇÃO DOMINANTE

sem poder de mercado

q

p

Cmg

poder de mercado significativo

algum poder de mercado

PROCURA DIRIGIDA À EMPRESA

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Poder de Mercado (posição dominante)

R

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• Uma diminuição da elasticidade da procura dirigida à empresa aumenta a sua capacidade de praticar preços significativamente superiores aos respectivos custos marginais.

R

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Poder de Mercado (posição dominante)

• Determinantes da elasticidade da procura dirigida à empresa (e do respectivo poder de mercado):

– número de empresas concorrentes;– “proximidade” dos produtos substitutos ou grau de diferenciação dos

produtos (ex. Diário de Noticias/Jornal Público vs Diário de Noticias/24 Horas);

– barreiras à entrada e barreiras à expansão;– poder negocial dos consumidores;– custos de mudança;– …

Uma diminuição da elasticidade da procura dirigida à empresa (e consequente aumento do respectivo poder de mercado) resulta de, por ex. diminuição do numero de empresas concorrentes e aumento do grau de diferenciação dos produtos, aumento das barreiras à entrada (concorrência potencial), aumento das barreiras à expansão dos concorrentes, aumento dos custos de mudança, diminuição do poder negocial dos consumidores, …

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Poder de Mercado (posição dominante)

• Legislação da concorrência proíbe:

– práticas de abuso de posição dominante / poder de mercado.– operações de concentração que criem ou reforcem uma posição

dominante / poder de mercado da qual resultem entraves significativos à concorrência.

medidas da Posição Dominante / Poder de Mercado

• Racional da legislação da concorrência:

– efeitos do poder de mercado sobre o bem-estar social (e sobre o bem-estar do consumidor, em particular)

medidas económicas de bem-estar e conceitos de eficiência

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Poder de Mercado (posição dominante)

• Medidas indirectas do Posição Dominante / Poder de Mercado

– Quotas de Mercado (quota superior a 50% - presunção de posição dominante)

– Índices de Concentração – Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH) e Delta (variação do IHH), Índices CK (C2, C3, C4, …)

– Avaliar determinantes da elasticidade da procura dirigida à empresa (barreiras à entrada e à expansão, poder negocial dos clientes, …)

Quotas de mercado, IHH e Delta elevados são apenas indícios (mas não a prova) da posição dominante;

deverão ser avaliados os determinantes da elasticidade da procura dirigida à empresa

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(In)eficiência na afectação de recursos

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(In)eficiência produtiva

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Eficiência na alocação de recursos vs eficiência produtiva (trade-off)

R

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W

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Eficiência na alocação de recursos vs eficiência produtiva (trade-off)

R

S

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Eficiência Dinâmica (Inovação)

• Objectivo de maximização do W=CS+PS (+ excedente futuro)

• Relação em U entre o poder de mercado e o bem-estar: investimento em I&D e trade-off entre apropriação das rendas e concorrência

• Incentivos ao investimento: Monopolista vs empresa em concorrência (análise custo-benefício)

• Sistema de patentes e possibilidade de acordos horizontais

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TÓPICO II

Conluio e acordos horizontais entre empresas

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• Lei da Concorrência proibe acordos de conluio (tácitos ou explicitos) entre empresas, que visam a fixação de preços, divisão de mercados, etc.– Art. 4.º da Lei 18/2003 de 18 de Junho

“São proibidos os acordos e práticas, as decisões de associações de empresas e as práticas concertadas entre empresas, qualquer que seja a forma que revistam, que tenham por objecto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência em todo ou em parte do mercado nacional …”

• Ratio: estes acordos são formas de exercício de poder de mercado, i.e., as empresas, através daqueles acordos, actuam conjuntamente com vista a “combinar” preços de monopólio que maximizam os lucros conjuntos.

• Dificuldades na obtenção de prova juridica das alegadas práticas de conluio (ex. aumento simultaneo e drástico de preços, ou evolução “paralela” de preços, não são per se prova de conluio, ainda que possam funcionar como indicio do comportamento coordenado)

Importância do estatuto de clemência (Lei 39/2006 de 25 de Agosto)

• Um caso especial de acordos entre empresas: Joint-Ventures de I&D (internalizar benefícios da I&D, repartição de custos de I&D, etc.) – trade-off entre apropriação de rendas (incentivo ao investimento em I&D) e redução da concorrência.

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Dilema do Prisioneiro e sustentabilidade de acordos de conluio tácito

– Ingredientes necessários à sustentabilidade: detecção de “desvios” ao acordo de conluio e mecanismos de punição

– “Furar” o acordo de conluio? Comparar lucros de curto prazo vs lucros de longo prazo

– Factores que facilitam a sustentabilidade de acordos de conluio:

reduzido número de empresas, barreiras à entrada, elevado crescimento do mercado, simetria entre as empresas, presença simultânea das empresas em vários mercados, reduzido poder negocial dos clientes, elevada frequência das encomendas, participações cruzadas no capital das empresas, transparência de preços e troca de informação, etc.

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Estudo de caso: Farmacêuticas• Cartel de 5 empresas farmacêuticas, em 36 concursos públicos para o fornecimento

de “tiras-reagentes” (produto utilizado no diagnóstico e controlo de diabetes), com vista à prática concertada de preços – resultou numa coima de €16 milhões.

• 2 empresas viram a sua coima reduzida por terem colaborado na investigação – importância do estatuto de clemência.

• Subida assinalável dos preços a partir de Julho de 2001; entre Novembro de 2001 e Janeiro de 2003, as 5 empresas apresentaram preços exactamente idênticos em 20 concursos públicos.

• Subidas de preços coincidem com encontros entre representantes das empresas nos quais eram discutidos preços das “tiras-reagentes”.

• Após a queixa apresentada pelo CHC assiste-se a uma descida considerável dos preços, que deixaram de ser uniformes.

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Estudo de caso: Farmacêuticas

Preço unitário/ emb.50

ABBOTT MENARINI J&J BAYER ROCHE

Concurso Público n.º 199/2001

€9,33 ------- €9,98 €17,46 €9,98

Concurso Público n.º 199/2002

€18,01 €18,01 €18,01 ------- €18,01

Concurso Público n.º 199/2003

€20 €20 €20 €20 €20

Concurso Público n.º 199/2004

€13,9 €14 €20 €15 €17

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TÓPICO III

Operações de Concentração horizontal ou vertical entre

empresas

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Operações de concentração horizontal

• Delimitação do mercado do produto e geográfico relevantes

– Inclui todos os produtos/regiões substitutos que limitam a capacidade da empresa em aumentar os respectivos preços (ou seja, que limitam a elasticidade da procura dirigida à empresa)

– Aplicação do teste do monopolista hipotético

• Efeitos unilaterais

– Efeitos sobre a elasticidade da procura dirigida à empresa (efeitos sobre determinantes da elasticidade) – vide slide supra.

– Trade-off entre aumento do Poder de Mercado e Ganhos de Eficiência Produtiva (redução de custos) – vide slide supra.

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Operações de concentração horizontal

• Efeitos coordenados

– Efeitos sobre a probabilidade de ocorrência e sustentabilidade de acordos de conluio tácito (ex. numero de empresas, simetria entre as empresas, etc, condicionam a sustentabilidade de práticas concertadas entre as empresas) – vide slides supra.

• Compromissos (remédios) de natureza estrutural ou comportamental

– Vantagem dos compromissos de natureza estrutural face aos compromissos de natureza comportamental.

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Poder de Mercado vs Eficiência Produtiva – Aumento do Poder de Mercado

• número de concorrentes;• distribuição e evolução das quotas de mercado (ex. volatilidade das

quotas no mercado de sementes de beterraba);• elasticidade da procura;• poder negocial dos consumidores (ex. poder negocial das Grandes

Superficies face aos seus fornecedores)• capacidade de produção das empresas concorrentes (barreiras à

expansão);• custos de mudança (ex. mercados de telecomunicações ou do crédito à

habitação);• grau de concorrência entre as empresas envolvidas e grau de

diferenciação entre produtos (ex. Diario de Noticias/Jornal Publico vs Diario de Noticias/Jornal 24 Horas);

• concorrência potencial e barreiras à entrada …

NOTE BEM: na ausência de barreiras à entrada (mercado contestável), é improvável que uma operação de concentração resulte em aumentos de

preços – veja o exemplo do Modelo de Concorrência Perfeita

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Poder de mercado vs Eficiência Produtiva

– Ganhos de eficiência (redução de custos)

Se os ganhos de eficiência forem suficientemente elevados, estes podem compensar o aumento do poder de mercado, podendo a operação de concentração resultar numa diminuição de preços – vide slides supra.

Ganhos de eficiência que afectam os custos variáveis vs custos fixos – é improvável que ganhos de custos fixos tenham impacto sobre os preços.

Para poderem ser levados consideração na avaliação da Operação, as eficiências deverão ser específicos à operação, significativas e verificáveis.

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Estudo de caso: ENI / EDP / GDP

• Descrição sumária da operação.

• Três histórias possíveis:

– Dupla margem de comercialização;

– Efeitos horizontais no mercado da energia (gás natural + electricidade);

– Exclusão de concorrentes no mercado da energia eléctrica;

• Ratio para a posição adoptada pela Comissão.

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ENI/EDP/GDP – dupla margem de comercialização

• m – margem de comercialização do gás natural, resultando da resolução do problema de monopólio da GDP

• c – custo de aquisição unitário do gás natural, por parte da GDP• Hipótese de trabalho – uma unidade de gás natural permite produzir uma unidade de energia

eléctrica

Solução com integração vertical

c

q

p

m q

m p

m p

m q

MERCADO ELÉCTRICO

c+m

Solução sem integração vertical

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ENI/EDP/GDP – efeitos horizontais no mercado da energia

• Delimitação do mercado do produto relevante – mercado da energia (electricidade + gás natural).

• Ainda que controle a oferta de gás natural, a GDP não pode excluir a EDP do mercado energético porque a electricidade é produzida a partir (i) de gás natural, mas também (ii) de carvão, centrais hidroeléctricas, etc.

• Operação de concentração entre duas empresas concorrentes – efeitos horizontais.

Produção de Electricidade

(EDP)

Consumidores de energia

Importação de Gás Natural

(GDP)

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ENI/EDP/GDP – exclusão de concorrentes no mercado eléctrico• Reduzida substituibilidade entre a

electricidade e o gás natural – não pertencem ao mesmo mercado do produto relevante.

• Custo de investimento inicial em Centrais de Ciclo Combinado é relativamente reduzido, não constituindo uma barreira à entrada de pequenos produtores eléctricos - Mercado da electricidade é contestável.

• Após operação de concentração vertical, EDP/GDP tem capacidade para excluir os Outros Concorrentes do mercado de electricidade (fornecendo-lhes gás natural a preços demasiado elevados).

• Posição da EDP/GDP no mercado de electricidade em concorrência com os Outros Concorrentes, cria o incentivo para a exclusão daqueles Outros Concorrentes.

Importação de Gás Natural (GDP)

Prod. de Electricidade

(EDP)

Consumidores

Prod. de Electricidade

(Outros)

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Estudo de caso: ENI / EDP / GDP

• Comissão considerou haver reduzida substituibilidade entre o consumo de electricidade e o consumo de gás natural:

– Mercado do produto relevante: mercado eléctrico;– Mercado geográfico relevante: mercado nacional;

• Caso tivesse considerado o mercado ibérico, desaparecia a posição dominante da EDP/GDP nos mercados a montante (gás natural) e a jusante (electricidade), o que permitiria excluir problemas concorrenciais.

• Capacidade e incentivo da EDP/GDP para excluir Outros Concorrentes do mercado eléctrico.

• Trade-off entre o efeito de exclusão e o efeito de eliminação da dupla margem de comercialização, tendo-se dado maior relevância ao primeiro, não tendo a Comissão autorizado a operação.

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TÓPICO IV

Abusos de posição dominante

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Abuso de posição dominante/poder de mercado

Capacidade da empresa para praticar preços significativamente superiores aos seus

custos marginais

(ABUSO)

Preços Excessivos

Capacidade de exclusão dos concorrentes

(ABUSO)

Preços predatórios, foreclosure,esmagamento de margens, …

Capacidade para recuperar lucros

(i.e., Poder de Mercado significativo)

Preços Excessivos

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A política comercial da Michelin

• Condições gerais de preços aplicadas aos revendedores profissionais:– Descontos de quantidade;– Prémio de serviço;– Prémio de progresso;– Acordos individuais.

• Convenção PRO (para uma boa utilização dos pneus Michelin para veiculos pesados);

• Clube de amigos da Michelin (convenção bilateral de cooperação e de assistência).

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Estudo de caso: Michelin• O desconto de quantidade dependia do volume de negócios

realizado pelo revendedor, sendo o montante total dos descontos acumulados ao longo de um determinado ano, devolvidos apenas no ano seguinte.

Tabela de descontos de quantidade (ano de 1995)

Compras Desconto Compras Desconto Compras Desconto Compras Desconto Anuais Anuais Anuais Anuais9000 7.50% 172000 10.65% 5855000 11.85% 10660000 12.45%15000 8.50% 241000 10.75% 6242000 11.90% 11170000 12.50%25000 9.00% 492000 10.85% 6604000 11.95% 11730000 12.55%30000 9.25% 757000 10.95% 6934000 12.00% 12520000 12.60%35000 9.50% 1030000 11.05% 7280000 12.05% 13380000 12.65%45000 9.85% 1306000 11.15% 7640000 12.10% 14314000 12.70%60000 10.00% 1656000 11.25% 8020000 12.15% 15314000 12.75%80000 10.10% 2100000 11.35% 8415000 12.20% 16385000 12.80%100000 10.20% 2663000 11.45% 8830000 12.25% 17532000 12.85%118000 10.35% 3376000 11.55% 9260000 12.30% 18792000 12.90%142000 10.50% 4280000 11.65% 9710000 12.35% 20145000 12.95%

5136000 11.75% 10180000 12.40% 22000000 13.00%

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Estudo de caso: Michelin

• Delimitação do mercado do produto / geográfico:– pneus novos de substituição para veículos pesados, em França;

– pneus recauchutados em França.

• Michelin tem posição dominante:– Quotas de mercado e concentração do mercado;

– Outros factores (posição nos canais de distribuição, reputação, serviços técnicos, posição no mercado de pneus novos, …).

• Demonstrar a natureza abusiva da prática:– Análise dos eventuais efeitos anti-concorrenciais da prática;

– Análise dos eventuais efeitos pró-competitivo (ganhos de eficiência) da prática;

– Trade-off entre os efeitos anti e pró-concorrenciais.

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Estudo de caso: MichelinPneus novos de substituição para veículos

pesados, no mercado Francês

1995 1996

Michelin 55,0% 51,0%

Dunlop 9,0% 9,0%

Goodyear 6,5% 7,0%

Bridgestone / Firestone

12,5% 9,0%

Continental / Uniroyal

5,0% 6,5%

Pirelli 3,0% 3,0%

Outros 9,0% 14,5%