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Autor: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro Economia e Gestão Farmacêutica

Economia e Gestão Farmacêutica - UNIP.br

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Autor: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro

Economia e Gestão Farmacêutica

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Professor conteudista: Juliano Rodrigo Guerreiro

Juliano Rodrigo Guerreiro é formado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade de São Paulo (2004) e Doutor em Bioquímica pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (2009). Desenvolve o pós-doutorado com ênfase em Bioquímica de Plantas pela ESALQ/USP (2009-2012).

Atualmente é coordenador do curso de Farmácia (desde 2008) e professor titular da Universidade Paulista (desde 2009), tendo sido professor auxiliar da mesma universidade de 2005 a 2009. Tem experiência nas áreas de Bioquímica, Fisiologia e Química, além de gerenciamento de drogarias, atuando principalmente nos seguintes temas: Estrutura de Biomoléculas, Bioquímica Estrutural, Metabólica e Clínica, Bioquímica e Fisiologia de Plantas, Interação Ligante-Receptor e Venenos Animais. É autor e coautor de 13 artigos científicos sobre Venenos Animais, Fisiologia e Bioquímica, além de três patentes e um capítulo de livro.

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G934e Guerreiro, Juliano Rodrigo

Economia e gestão farmacêutica / Juliano Rodrigo Guerreiro. – São Paulo: Editora Sol, 2013.

88 p., il.

1. Gestão farmacêutica. 2. Farmacoeconomia. 3. Políticas farmacêuticas. I.Título.

CDU 615.1

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Prof. Dr. João Carlos Di GenioReitor

Prof. Fábio Romeu de CarvalhoVice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças

Profa. Melânia Dalla TorreVice-Reitora de Unidades Universitárias

Prof. Dr. Yugo OkidaVice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Profa. Dra. Marília Ancona-LopezVice-Reitora de Graduação

Unip Interativa – EaD

Profa. Elisabete Brihy

Prof. Marcelo Souza

Profa. Melissa Larrabure

Material Didático – EaD

Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão: Andréia Andrade Virgínia Bilatto

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SumárioEconomia e Gestão Farmacêutica

APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7

Unidade I

1 ECONOMIA FARMACêUTICA ..........................................................................................................................91.1 Economia da saúde.................................................................................................................................91.2 Formas de financiamento dos gastos com saúde .................................................................. 101.3 Gastos com saúde x expectativa de vida .................................................................................. 111.4 Saúde complementar no Brasil....................................................................................................... 12

2 ECONOMIA SETORIAL FARMACêUTICA ................................................................................................. 152.1 Indústria farmacêutica – relevância ............................................................................................. 152.2 Indústria farmacêutica – competitividade ................................................................................ 152.3 A importância das patentes para a indústria farmacêutica de inovação ..................... 162.4 Regulação do mercado farmacêutico .......................................................................................... 172.5 Agentes econômicos do segmento farmacêutico ................................................................. 19

2.5.1 Indústrias farmacêuticas ..................................................................................................................... 192.5.2 Comércio farmacêutico....................................................................................................................... 19

3 POLíTICAS NA ÁREA FARMACêUTICA ..................................................................................................... 213.1 Política Nacional de Medicamentos ............................................................................................. 223.2 Política Nacional de Assistência Farmacêutica ........................................................................ 243.3 Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ...................................................... 26

4 ESTRUTURA ORGANIzACIONAL ............................................................................................................... 274.1 Organograma ......................................................................................................................................... 284.2 Fluxograma ............................................................................................................................................. 294.3 Layout ....................................................................................................................................................... 30

Unidade II

5 FARMACOECONOMIA .................................................................................................................................... 365.1 Métodos em farmacoeconomia ..................................................................................................... 36

5.1.1 Análise de custo x benefício ............................................................................................................... 365.1.2 Análise de minimização de custos ................................................................................................... 375.1.3 Análise de custo x efetividade ........................................................................................................... 385.1.4 Análise de custo x utilidade................................................................................................................ 39

6 NORMAS INTERNACIONAIS ISO ................................................................................................................ 426.1 ISO 9000 – garantia da qualidade ................................................................................................. 43

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6.1.1 ISO 9001:1994 .......................................................................................................................................... 446.1.2 ISO 9001:2000 .......................................................................................................................................... 456.1.3 ISO 9000:2005 ......................................................................................................................................... 466.1.4 ISO 9001:2008 .......................................................................................................................................... 46

6.2 ISO 14000 – meio ambiente ........................................................................................................... 466.3 ISO 26000 – responsabilidade social ............................................................................................ 496.4 Saúde e segurança do trabalhador ............................................................................................... 50

7 CONTABILIDADE ............................................................................................................................................... 527.1 Balanço Patrimonial ............................................................................................................................ 537.2 Abertura de empresa ........................................................................................................................... 557.3 Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) .................................................................. 567.4 Análise de demonstrações financeiras......................................................................................... 61

7.4.1 Análise horizontal ................................................................................................................................... 627.4.2 índices financeiros ................................................................................................................................ 637.4.3 Análise vertical ......................................................................................................................................... 64

7.5 índices de balanço ............................................................................................................................... 647.6 Retorno sobre o investimento ........................................................................................................ 667.7 Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) ........................................... 68

8 MARKETING FARMACêUTICO .................................................................................................................... 698.1 Conhecendo os principais clientes ............................................................................................... 71

8.1.1 Pacientes ................................................................................................................................................... 718.1.2 Médicos ..................................................................................................................................................... 71

8.2 Conhecendo o cliente de farmácias e drogarias ..................................................................... 718.3 Ações de fidelização ............................................................................................................................ 76

8.3.1 Cartão fidelidade ..................................................................................................................................... 768.3.2 Layout .......................................................................................................................................................... 77

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APREsEntAção

A disciplina Economia e Gestão Farmacêutica desenvolve tópicos fundamentais para a ascensão do profissional farmacêutico em sua carreira, proporciona ao aluno conhecimentos gerais sobre economia, gestão e administração aplicáveis no dia a dia do farmacêutico.

Este livro-texto tem como objetivos primordiais fazer que o aluno venha a compreender que a economia e a gestão de empresas farmacêuticas são peças fundamentais para o êxito profissional. E que as funções administrativas são, na verdade, as principais vias para ascensão do profissional farmacêutico em sua carreira profissional. Mostrar ao acadêmico de Farmácia a abrangência das empresas farmacêuticas e a sua complexidade administrativa, e também as características econômicas do setor. Além disso, é de suma importância o entendimento dos aspectos econômicos do setor farmacêutico e da saúde como um todo, das informações sobre os organogramas de empresas privadas, estatais e sem fins lucrativos (terceiro setor) e tipos de sociedade e de controle financeiro, como as S.A. e as Ltda.

Ao término, o aluno terá conceitos básicos de administração geral, com conhecimento dos documentos legais, desde a abertura da empresa, sua gestão e fechamento, e dos diversos tipos de empresa (e setores de empresas) farmacêuticas comuns à atuação do profissional farmacêutico. Será oferecida, ainda, uma noção de aspectos administrativos gerais: tipos de custos, gerenciamento de materiais, fluxograma de operações, além de fazer com que o aluno:

• conscientize-se da importância do envolvimento do profissional com a gestão financeira;

• conheça e interprete parâmetros e valores econômicos, assim como índices financeiros;

• entenda os mecanismos econômicos gerais do país e suas correlações com a área farmacêutica;

• interprete os valores e conceitos aplicados ao setor econômico da saúde, como farmacoeconomia;

• conheça o funcionamento do mercado farmacêutico e como é regulado por órgãos públicos;

• seja capaz de perceber oportunidades profissionais na área de gestão financeira;

• reconheça as características gerais e necessidades de um determinado ramo de negócio farmacêutico, como empresas inovadoras e farmoquímica, comércios e serviços.

IntRodução

O livro-texto está dividido em duas unidades – na primeira, serão discutidos temas da área de Economia Farmacêutica, como:

• economia da saúde: gastos dos países, financiamento público e privado, relação investimento em saúde x resultados. Tamanho e perspectivas da saúde complementar no Brasil e investimento público e privado;

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• economia setorial farmacêutica. Conceitos de bem de consumo credencial, valor da patente, foco dos investimentos em novos fármacos, barreiras econômicas e tecnológicas que movimentam o setor farmacêutico; papel dos órgãos públicos na economia setorial farmacêutica, como a regulação de preços;

• agentes econômicos do segmento farmacêutico, com enfoque em estratégias em função do porte e do nível tecnológico; indústria inovadora, farmoquímica, de especialidades; comércio, atacado, rede varejista, associativismo de varejistas, franquias, varejistas independentes; tipos de estabelecimentos comerciais;

• Política Nacional de Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica e Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e suas aplicações;

• estrutura organizacional: padrões de organogramas, fluxogramas e layouts.

Já na segunda unidade, serão introduzidos temas relacionados à Gestão Farmacêutica e sua aplicabilidade, bem como entendimentos de normas de produção, como, por exemplo:

• estrutura organizacional; conceitos básicos (ênfase na necessidade de administrar), tipos de empresas e suas implicações legais (Ltda., S.A.), tipos de sociedade, organogramas (estrutura), tipos de custos e desenvolvimento de orçamento; gestão financeira e contabilidade aplicada ao setor farmacêutico. Análises de índices que revelam a situação contábil da empresa ou estabelecimentos comerciais. Planejamento e programação do controle de produção de empresas farmacêuticas;

• economia farmacêutica (farmacoeconomia) e estratégias de produção e pesquisa, valor das patentes e dos genéricos; métodos utilizados na farmacoeconomia, como análise custo x benefício, minimização de custos, análise custo x efetividade e análise custo x utilidade;

• normas internacionais ISO; noções de gestão de qualidade (BPF e normas ISO);

• marketing farmacêutico; promoção de produtos, noções de controle de produção, setores emergentes pertinentes aos farmacêuticos (Pharmacy Benefit Management (PBM); Clinical Research Organization (CRO). Análise de customização, personalização e fidelização de consumidores de produtos farmacêuticos e correlatos.

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Economia E GEstão Farmacêutica

Unidade I1 EconomIA FARmAcêutIcA

A economia farmacêutica estuda aspectos econômicos, nos campos da Farmácia, e aplica-os ao desenvolvimento e estudo da economia médica e aos impactos dos medicamentos no custo de saúde. A economia farmacêutica também inclui considerações econômicas do sistema de distribuição da assistência farmacêutica e da prescrição dos remédios, especialmente quanto ao custo/ benefício.

1.1 Economia da saúde

A relação entre economia e saúde é, por vezes, conflituosa, pois cada setor entende de modo diferente a assistência à saúde. As profissões da área de saúde tendem a seguir a premissa de que saúde não tem preço e qualquer esforço deve ser feito para salvar uma vida. Já as profissões da área econômica valorizam a ética social e o bem comum.

Ambos os grupos divergem basicamente sobre a utilização dos recursos e na gestão eficiente dos serviços de saúde. No Brasil, quase não há profissionais que tenham formação nas duas áreas; porém, na Europa, profissionais que possuem formação nessa interface economia-saúde contribuem sobremaneira com o planejamento e a administração dos serviços de saúde.

A economia da saúde é definida como:

O estudo de como os homens e a sociedade escolhem, com ou sem o uso de dinheiro, a utilização de recursos produtivos limitados, que têm usos alternativos, para produzir bens e distribuí-los como consumo, atual ou futuro, entre indivíduos e grupos na sociedade. Ela analisa os custos e os benefícios da melhoria das formas de distribuir os referidos recursos (SAMUELSON, 1976, p. 3).

Essa definição aplica-se diretamente no cotidiano do setor de saúde, no qual a aplicação dos poucos recursos é decidida de forma centralizada e política. Os recursos do setor de saúde dão origem a bens e serviços que são repassados de acordo com as características do sistema de saúde. Já a avaliação econômica cuida dos custos e benefícios e das formas de distribuição.

A assistência médica foi atribuída financeiramente ao Estado depois da Segunda Guerra Mundial, exatamente quando ocorreu a universalização do sistema de saúde em detrimento do universo de trabalho. Já na década de 1960, os gastos dos Estados com o sistema de saúde começaram a crescer de forma mais intensa, principalmente em países mais desenvolvidos (OCDE). Esses países investiam, na

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década de 1960, por volta de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e passaram a investir por volta de 12%, na década de 1980, preocupando os economistas e associados do setor.

Tabela 1

País Per capta

Alemanha 2.820

Austrália 2.532

Brasil 573

Canadá 2.792

Espanha 1.607

Estados Unidos 4.887

Reino Unido 1.999

Fonte: OMS - The World Health Report.Obs.: Em dólares internacionais.

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res e

m b

ilhõe

s de

US$

13 27 75250

666

1.700

Eua 1950-2000 → Custos diretos totais

Figura 1

1.2 Formas de financiamento dos gastos com saúde

Os sistemas de saúde tidos como universais, que cobrem a totalidade da população (caso do Brasil), são financiados com recursos dos impostos, já que é uma atribuição geral do Estado. Esse sistema é conhecido como unificado, pois possui uma única fonte de financiamento centralizada, ainda que a execução e administração sejam regionalizadas.

Os recursos destinados à saúde são alocados em fundos de saúde, que são como um banco único que financia os programas do ministério. Esses recursos podem ser enviados do governo federal para os governos regionais (estados e municípios) e formam outros fundos unificados.

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A maioria dos sistemas de saúde universais é financiada com recursos fiscais e impostos sobre a folha de pagamento e salários. Este é o caso do Brasil e de alguns países europeus, já em Cuba e em alguns países do Leste Europeu, o sistema de saúde universal e unificado funciona com menos flexibilidade de financiamentos.

Os sistemas de saúde que são administrados de forma muita rígida sofrem com a impossibilidade de reduzir gastos ou melhorar a qualidade e cobertura dos produtos e serviços sem aumentar as despesas. Dessa forma, alguns países europeus iniciaram reformas nos sistemas de saúde, a fim de introduzir mecanismos que estimulem a concorrência para aumentar a eficiência sem que diminua a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Quando um país passa por uma crise de arrecadação de impostos, há sempre introduções e modificações nos sistemas de saúde universais e unificados, melhorando a flexibilidade de gestão e de financiamentos, além de estratégias de coberturas. Algumas dessas modificações são as introduções de várias formas de coberturas e financiamentos dos sistemas de saúde, por exemplo:

• a população de baixa renda terá um sistema de atenção médica gratuita, financiado com impostos. Os serviços podem ser prestados pelo sistema público ou privado, tendo sempre uma cobertura mínima e de qualidade que será fiscalizada por algum órgão público regulamentador;

• aos trabalhadores formais, o sistema de saúde é baseado em impostos sobre a folha de pagamento. Os serviços devem garantir patamares mínimos de cobertura segundo níveis de renda;

• as pessoas com renda mais alta possuem um sistema de saúde baseado em desembolso direto de recursos, em planos de saúde complementares, seguro-saúde ou em outras estratégias, abatidas do imposto de renda.

Lembrete

Os sistemas de saúde universais (Brasil) são financiados com recursos dos impostos, sendo esse sistema unificado, pois possui uma única fonte de financiamento centralizada, embora a administração seja regionalizada.

1.3 Gastos com saúde x expectativa de vida

Qual o nível máximo de saúde que um sistema de saúde pode oferecer? Esta pergunta não pode ser facilmente respondida, pois o sistema de saúde não é o único responsável pela saúde da população. Ainda, se for levado em consideração a complexidade da definição do conceito de saúde, pode-se entender melhor sua complexidade. Saúde depende de inúmeros fatores, como biológico, cultural, ambiental, social, econômico e psicológico.

É claro que nutrição, saneamento básico, escolaridade e renda são quesitos importantes para determinar o estado de saúde de uma coletividade. Os sistemas de saúde são melhores e possuem melhores indicadores de qualidade em sociedades que apresentam altos níveis de desenvolvimento

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nos parâmetros citados anteriormente. O inverso também é verdadeiro, e sociedades com baixos níveis de desenvolvimento nas áreas supracitadas apresentam sistemas de saúde precários, ou seja, é impossível melhorar o sistema de saúde da população sem antes melhorar seus indicadores sociais e econômicos.

Os serviços prestados na área da saúde não são gratuitos, representam um enorme comprometimento de recursos humanos, de matérias-primas e de capital. Os sistemas de saúde contribuem efetivamente para a saúde das populações e também para uma melhor qualidade de vida, pelos benefícios econômicos que trazem devido às melhorias das funções humanas e de produtividade.

Dessa forma, convém chamar os recursos gastos com o sistema de saúde de investimento em saúde, pois aumentam a possibilidade de as pessoas produzirem e gerarem riquezas.

Impostos e contribuições

sociais

SUS

Gasto diretodas famílias

Empresa

Planos e seguros saúde

Rede privadaRede pública

Fontes

Fundos

Compra

Prestação deserviços

Estrutura de financiamento e prestação de serviços

Figura 2

observação

Os sistemas de saúde contribuem para a saúde das populações, pois melhoram a qualidade de vida pelos benefícios econômicos que trazem devido às melhorias das funções humanas e de produtividade.

1.4 saúde complementar no Brasil

O sistema complementar de saúde engloba os serviços prestados por seguradoras de seguros-saúde, empresas de medicina e odontologia de grupo, cooperativas (especializadas em planos médico-hospitalares e/ou odontológicos), entidades filantrópicas, companhias de autogestão e administradoras. As operadoras compram dos prestadores de serviços da área de saúde (médicos, laboratórios, clínicas, hospitais) serviços como consultas, exames, internações, cirurgias, tratamentos, entre outros. Para tanto,

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dispõem de carteira de clientes (conveniados ou segurados), que, a partir de contratos, remuneram as operadoras de planos e seguros-saúde por meio de mensalidades.

Há uma ampla gama de planos e seguros de saúde oferecidos aos consumidores, cada um se distingue pela cobertura de rede de serviços oferecida, padrão de conforto, carências, valor, entre outros. São os convênios médicos que, praticamente, financiam o setor privado da saúde, já que chegam a ser responsáveis por 80% a 90% do faturamento dos maiores hospitais privados do país.

Embora tenham sido considerados pela Constituição de 1988, os planos de saúde privados começaram a funcionar em 1964, quando o governo federal passou a credenciar a assistência médica privada para atender a pacientes do serviço público. Nas décadas seguintes, essas operadoras teriam papel crucial no desenvolvimento do setor de saúde suplementar, que se consolidaria também devido à incapacidade do Estado de suprir todas as demandas por saúde da população. A saúde suplementar cresceu a tal ponto que o Brasil passou a ter o maior mercado privado de serviços relacionados à saúde da América Latina.

O forte desenvolvimento deu-se já a partir dos anos 1960, com as empresas de medicina de grupo. Companhias de grande porte passaram a adotar o convênio-empresa nos anos seguintes. Na década de 1970, um complexo médico-hospitalar começa a se consolidar no país e, em virtude do crescimento dos custos da medicina, com a incorporação crescente de novas tecnologias, os hospitais foram ficando cada vez mais dependentes dos planos de saúde, que passaram a ser a alternativa para financiar os gastos de uma parcela da população. Nessa década, surge a primeira regulamentação operacional para o seguro-saúde.

As operadoras de planos de saúde consolidaram sua presença no mercado no início dos anos 1980, atendendo a uma parcela significativa da classe média e de trabalhadores especializados nas regiões Sul e Sudeste. Estima-se que, à época, cerca de 15 milhões de pessoas já eram beneficiárias de planos oferecidos pelas empresas de medicina de grupo e pelas cooperativas. No fim dos anos 1980, as operadoras desse segmento passaram a vender planos individuais com padrões de cobertura diferenciados.

Há um significativo crescimento do mercado de saúde suplementar entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990, com a expansão das vendas de planos individuais e com uma forte demanda de novos grupos de trabalhadores, com destaque para o funcionalismo público e os empregados em estatais.

Entre 1987 e 1992, por exemplo, houve um aumento médio de 7,4% no número de usuários de medicina privada. Vale lembrar que é nesse contexto de grande expansão da medicina suplementar que foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos anos seguintes, o bom desempenho da saúde suplementar continuou. O número de beneficiários do setor saltou de 32 milhões, em 1992, para pouco mais de 41 milhões, em 1997. Todavia, se desde as décadas anteriores o setor caminhou para a consolidação, com a formação de uma classe média

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significativa e o incremento da demanda por parte de trabalhadores e empresas por uma assistência médica com qualidade, a partir dos anos 1990, para alguns especialistas, o crescimento ocorreu também devido à queda na qualidade dos serviços públicos de saúde.

No fim dos anos 1990, as perspectivas para a saúde suplementar eram positivas. Em 1998, estimava-se que o setor teria, em cinco anos, 80 milhões de usuários de planos de saúde no país, ante o pouco mais de 40 milhões de então. A perspectiva de regulamentação levou os analistas a prever que haveria a entrada de companhias estrangeiras que contribuiriam para a expansão da saúde suplementar.

A partir do fim do século passado, o setor entrou em estagnação, de tal forma que, em março de 2006, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o setor, informou que o Brasil possuía 42,4 milhões de beneficiários. Esse número está próximo do que os especialistas estimavam existir em 1998, entre 40 milhões e 43 milhões de usuários. A estagnação da saúde suplementar ocorreu justamente após a aprovação da Lei 9.656, em junho de 1998, que, finalmente, trouxe regulamentação a um setor que já existia desde os anos 1950.

Os debates em torno da necessidade de criar regras para o mercado, os quais vinham sendo tratados desde o início dos anos 1990, e a aprovação da lei tornaram-se o marco mais importante na história do setor de saúde suplementar no Brasil.

96,9

77,5

72,0

72,0

70,6

48,7

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28,0

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55,9

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Reino Unido

Alemanha

Austrália

Canadá

Espanha

Brasil

Estados Unidos

Participação (%) Pública e Privada no Financiamento da Saúde em Países federativos e/ou de Cobertura Universal

Gasto público Gasto privado

Figura 3

saiba mais

Para mais informações sobre saúde complementar no Brasil, consultar o site: <www.ans.gov.br>.

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2 EconomIA sEtoRIAL FARmAcêutIcA

A indústria intensiva é intensiva em pesquisa e, ao longo de sua história, apresentou ritmo acelerado de inovações implementadas por empresas em estreita relação com outras instituições.

O lançamento de produtos novos ou melhorados constitui elemento central no padrão de competição da indústria, possibilitado pela inovação tecnológica, exigindo elevados investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e conta, ainda, com amplo respaldo do sistema internacional de propriedade intelectual e expressivo gasto em marketing e propaganda.

2.1 Indústria farmacêutica – relevância

A indústria farmacêutica tem crucial importância para a economia brasileira não apenas por ser fornecedora de bens essenciais, mas também porque é um segmento produtivo interdependente e de alto desenvolvimento tecnológico. Além disso, é um setor suscetível a políticas públicas, sobretudo pelo poder de compra do Estado, o maior comprador de medicamentos do país.

É grande importadora de insumos e produtos, revelando-se altamente deficitária em seu comércio exterior. A estrutura industrial, segundo dados da PIA-IBGE de 2001 (último ano disponível), era composta por cerca de 780 empresas, com mais de 88 mil funcionários e faturamento próximo a US$ 6,4 bilhões, sendo 66% dessa receita de responsabilidade de empresas multinacionais. Isso significa uma participação de 2,5% no valor agregado pela indústria brasileira.

Em termos comparativos, em 2008, a participação da indústria farmacêutica no PIB industrial do país era de 3,8%, e a participação das empresas transnacionais nas vendas setoriais não chegava a 50% do total. A taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos, segundo a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica.

A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%, fazendo com que o Brasil mantenha o sétimo lugar no ranking global, segundo a IMS Health. As contas de 2011 ainda estão sendo apuradas, mas já é possível aferir que o ano deve fechar com bons resultados para a indústria farmacêutica instalada no país, projetando que deva fechar o balanço do ano com faturamento na casa dos R$ 41 bilhões, o que representa crescimento de 13% em relação a 2010.

Lembrete

Em 2010, no Brasil, a indústria farmacêutica teve faturamento aproximado de R$ 41 bilhões.

2.2 Indústria farmacêutica – competitividade

A indústria farmacêutica apresenta um padrão muito concentrado e sem muita concorrência, baseado na inovação tecnológica e na propriedade intelectual, exercida sob a forma de patentes (em marcas, princípio ativo, processo produtivo ou forma de ação no organismo).

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O faturamento obtido pelas patentes implica, por um lado, grande esforço na inovação, com crescentes e elevados gastos em desenvolvimento de novos produtos, e, por outro, grande concentração do capital. Em 2010, por exemplo, as vendas das quatro maiores companhias do mundo respondiam por cerca de 30% do total do setor. Em 2009, essas empresas investiram em conjunto quase US$ 20 bilhões em inovação.

Para cada uma delas, o investimento em inovação representou, em média, 12% do faturamento. São elevados também o grau de transnacionalização dessas empresas e o nível de comércio internacional intraempresa. No entanto, as empresas não disputam apenas o mercado no segmento dos medicamentos patenteados, mas também no segmento dos genéricos (com patentes expiradas) e no segmento dos medicamentos similares. No caso dos similares, a concorrência envolve força de uma marca e distribuição, e, no caso dos genéricos, dá-se principalmente via preços. Nesses dois casos, empresas de menor porte e sem escala internacional podem encontrar segmentos de atuação, tal como vem ocorrendo no Brasil.

Finalmente, o setor é muito suscetível à regulação governamental (aprovação e controle de medicamentos, defesa da concorrência, entre outras formas) e a políticas públicas em geral, tais como compras governamentais e tributação, o que lhe confere um padrão de concorrência e atuação estratégica ainda mais particular. Esse segmento também se revela sensível a alterações no nível de renda da população.

2.3 A importância das patentes para a indústria farmacêutica de inovação

O sucesso de uma indústria farmacêutica está intimamente associado à sua capacidade de gerar produtos que possam ser produzidos e comercializados apenas pela empresa que os desenvolveu. Essa proteção é um documento depositado em órgãos regulamentadores e conhecido como patente. O tempo dessa proteção varia entre os países, sendo no Brasil vinte anos.

Embora esse tempo possa parecer grande, na verdade, não é, pois do depósito da patente à comercialização do produto leva em média quatorze anos, ou seja, a empresa possui seis anos, em média, para comercializar de forma exclusiva o produto que ela própria desenvolveu.

É nessa janela de poucos anos que a empresa recupera o investimento que fez durante a maior parte do tempo de validade da patente. Em média, o desenvolvimento de um fármaco totalmente novo custa US$ 100 milhões, e são os documentos patentários que garantem que a empresa possa recuperar os recursos investidos. Vale ressaltar que há inúmeras moléculas que começam a ser desenvolvidas, mas que não podem ser comercializadas devido a algum problema intrínseco do fármaco, e todo o investimento feito no desenvolvimento desse produto é perdido.

Dessa forma, a ausência ou a fraca proteção de patentes é um desestímulo aos investimentos em novos medicamentos e, consequentemente, à concorrência, uma vez que as empresas farmacêuticas não concorrem com preços, mas com diferenciação de produtos e inovações, o que demanda maiores gastos em desenvolvimento. Além disso, a indústria farmacêutica de medicamentos genéricos também seria prejudicada, uma vez que não haveria novos produtos a serem copiados e explorados, como ocorre quando a patente termina.

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Essas afirmações podem ser verificadas ao se observar a própria indústria farmacêutica brasileira, que era fortemente focada na produção de genéricos desde os anos 1950, quando o governo passou a não reconhecer mais as patentes para produtos farmacêuticos.

Assim, sem proteção, as empresas passaram a depender da cópia de medicamentos fabricados pelas multinacionais, o que levou à diminuição dos incentivos para investimentos em desenvolvimento e à redução dos investimentos estrangeiros no setor, que, somados aos inexistentes auxílios do governo, contribuíram para o esfacelamento e a desnacionalização da indústria farmacêutica brasileira.

Na década de 1990, entrou em vigor a Lei nº 9.279/96, que permitiu a concessão de patentes de medicamentos, apesar da resistência de setores que acreditavam que a concessão levaria ao aumento excessivo dos preços, à diminuição do consumo de medicamentos, à transferência de recursos ao exterior e à concentração acentuada do mercado, causando problemas na concorrência e na política de acesso a medicamentos.

De qualquer forma, é importante ressaltar que as patentes de medicamentos são tão importantes para a indústria farmacêutica de pesquisa como para a indústria de genéricos, já que possibilita maior segurança para investimentos no setor, e, consequentemente, maior concorrência e desenvolvimento tecnológico e econômico.

observação

As patentes são documentos que garantem a proteção legal de exclusividade para produção e comercialização de um produto.

2.4 Regulação do mercado farmacêutico

As empresas produtoras de medicamentos possuem, individualmente, capacidade para impor sua política comercial aos consumidores, ou seja, o poder de mercado. Dessa maneira, podem aumentar preços independentemente da formação de cartel ou de outras condutas punidas pela Lei de Defesa da Concorrência.

A estratégia de diferenciação de produtos desenvolvida pelas empresas, as características técnicas dos produtos, bastante complexas, a lealdade à marca desenvolvida pelos médicos, associadas à dificuldade de compreensão das informações disponíveis sobre os preços e a qualidade dos produtos, retiram a capacidade de o consumidor reagir no mercado, desviando suas compras para produtos substitutos, o que facilita a imposição de aumentos de preço por parte da indústria.

A lei de defesa da concorrência é inapropriada para evitar ou punir a prática do aumento unilateral de preços. Além de não conseguir o enquadramento legal apropriado, age relativamente, após o abuso ter se verificado, e é aplicada por meio de processos morosos.

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As características dos produtos do mercado farmacêutico não permitem ações reativas e morosas. Em nenhuma economia desenvolvida, a indústria farmacêutica, diante do evidente poder de mercado e da absoluta essencialidade do produto, fixa preços diretamente para o consumidor, à exceção dos EUA, e mesmo assim apenas para uma pequena parcela do mercado não coberta pelos planos de saúde.

Verificam-se no mercado aumentos sucessivos de preços ao longo dos últimos dez anos, sem o aumento da quantidade vendida, apesar do crescimento da população, por volta de 14% no período. Assim, cabe ao poder público encontrar instrumentos capazes de impedir o abuso do poder de mercado na forma da imposição de preços por parte da indústria.

Os mecanismos disponíveis para a redução do poder de mercado dos fabricantes têm eficiência discutível e incerta a curto e médio prazo. Assim, adotá-los e aguardar que seus efeitos sejam observados não resguardará a sociedade do aumento de preços futuro.

É preciso ressaltar que, mesmo sendo viável o financiamento público, haveria necessidade de regulação do mercado para as parcelas da população não cobertas. Por outro lado, o financiamento público implica pesada intervenção do poder público, no sentido de estabelecer os preços aceitáveis para a compra de medicamentos, como ocorre nos demais países em que o instrumento é utilizado –, ou seja, o preço pago pelo Estado é absoluta e totalmente controlado, tornando necessária uma gerência para realizar esse trabalho.

A omissão do poder público nesse mercado, nessas circunstâncias, implica descumprimento de mandado constitucional. Resta a intervenção no mercado, estabelecendo competência legal para a regulação econômica, especialmente no que concerne à variável preço e à instrução dos atos de concentração do setor.

1990 - Reforma comercial e fim da

intervenção direta na economia

O setor farmacêutico,

apesar da desregulamentação

Operou na contramão

Bases para a introdução da concorrência no país, ganhou impulso com a

estabilidade dos preços obtida a partir de 1994 (Plano Real)

Praticando aumentos significativos e não

transitórios nos preços dos medicamentos

Figura 4

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2.5 Agentes econômicos do segmento farmacêutico

2.5.1 Indústrias farmacêuticas

• Indústria inovadora

São indústrias focadas no desenvolvimento de medicamentos, com alta capacidade de investimento em inovação. O processo de inovação da indústria é dividido em seis etapas (pesquisa básica, patente, pesquisa clínica, registro, precificação e incorporação).

Além disso, essas empresas são dependentes de marcos regulatórios. No caso do Brasil, o país possui um marco regulatório eficiente, mas mal-administrado, como no caso dos sistema CEP/CONEP e, em outros casos, apresenta instituições que são um entrave adicional não desprezível no processo de inovação farmacêutica no país, caso da anuência prévia para concessão de patentes.

• Indústria farmoquímica

A indústria farmoquímica engloba empresas que realizam processos extrativos, nos reinos animal (ex.: heparina), mineral (ex.: cloreto de sódio) e vegetal (ex.: rutina). Podem, ainda, obter fármacos por síntese química (ex.: omeprazol), por processos biotecnológicos clássicos, como fermentativos (ex.: penicilina) e enzimáticos (ex.: amoxicilina). Podem ser obtidos ainda por processos biotecnológicos modernos (ex.: alfainterferona).

Os adjuvantes farmacotécnicos são produtos químicos usados para a elaboração de formas farmacêuticas que carreiam os farmoquímicos para os organismos a que se destinam (humano ou veterinário), embora sem ação farmacológica. Esses adjuvantes farmacotécnicos são também chamados de insumos farmacêuticos não ativos ou excipientes, e são produzidos pela indústria farmoquímica.

2.5.2 Comércio farmacêutico

• Drogarias

É onde se comercializam medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. A drogaria é um estabelecimento comercial cuja atividade está regulada pela Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973.

• Farmácia de manipulação

A legislação federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, estabelece farmácia como estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficiais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não, e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.

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De acordo com a Lei 6.360/76, o Decreto 85.878/81 e a Resolução 387/02 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), setores como controle de qualidade, produção, farmacotécnica (setor de desenvolvimento de produtos) e garantia de qualidade devem estar sob a responsabilidade do profissional farmacêutico.

Qualquer pessoa pode abrir uma farmácia, com exceção dos médicos, conforme vedação prevista no Decreto 20.931/32. Porém, o ideal é que o farmacêutico assuma essa responsabilidade, justamente por ser habilitado técnico e legalmente, e, principalmente, por ser conhecedor dos deveres inerentes ao exercício profissional.

A farmácia de manipulação ou farmácia magistral é a que prepara medicamentos, atendendo a uma prescrição médica, que estabelece sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar. Portanto, uma farmácia de manipulação não apenas revende um produto industrializado pronto, mas participa de todo processo magistral.

As farmácias magistrais terão de obedecer a novas regras para garantir maior segurança, qualidade e eficácia das fórmulas manipuladas. A Anvisa publicou a resolução RDC nº 214, com Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias.

• Farmácia fitoterápica

Medicamentos fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população. A seguir, as leis regulamentadoras:

— Decreto 5813, de 22/6/06.

— Resolução - SES nº 1.590, de 12 de fevereiro de 2001 – republicada no D.O. nº 51, de 18/3/2004.

— Resolução - RE nº 88, de 16 de março de 2004 – D.O.18/3/2004.

— Resolução - RE nº 89, de 16 de março de 2004.

— Resolução - RE nº 90, de 16 de março de 2004.

— Resolução - RE nº 91, de 16 de março de 2004.

• Farmácia hospitalar

Abrange um sistema assistencial, técnico-científico e administrativo e desenvolve atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e materiais médico-hospitalares às unidades hospitalares.

A farmácia hospitalar responsabiliza-se por todo o ciclo do medicamento, desde sua seleção (ativos e fornecedores), armazenamento, controles, até o último momento, a dispensação e o uso pelo paciente. Sua atuação é muito abrangente.

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Ela é responsável por todo o fluxo do medicamento dentro da unidade de saúde e pela orientação aos pacientes internos e ambulatoriais, buscando cooperar na eficácia do tratamento e na redução dos custos. A seguir, as leis regulamentadoras:

— Portaria nº 196, de 24 de junho de 1983, do MS (Brasil,1983) (DOU 28/6/1983).

— Resolução nº 208, de 19 de junho de 1990, do Conselho Federal de Farmácia.

— Decreto nº 793, de 6 de abril de 1993, do MS (Brasil,1993) (DOU 6/4/1993).

— Resolução nº 300, de 30 de janeiro de 1997, do CFF.

saiba mais

Para mais informações sobre definições de estabelecimentos farmacêuticos, consultar o site: <www.crfsp.or.br>.

3 PoLítIcAs nA ÁREA FARmAcêutIcA

Política é um compromisso oficial expresso em documento escrito, no qual consta um conjunto de diretrizes, objetivos, intenções e decisões de caráter geral e em relação a um determinado tema em questão.

Funciona como um guia para direcionar o planejamento e a elaboração de estratégias cujo desdobramento é um plano de ação, programas e projetos para sua efetiva implementação. A importância de estabelecer políticas tem por objetivo resolver ações concretas, executar, acompanhar e avaliar, criando espaço para debates e discussão pertinentes à área.

Para concretização dos objetivos da saúde, foram estabelecidas políticas farmacêuticas (Política Nacional de Medicamentos e Política Nacional de Assistência Farmacêutica e, posteriormente, Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos). Os objetivos e a execução de uma política farmacêutica dependem de vários fatores e circunstâncias: econômicas, sanitárias e de prioridades políticas de governo, e têm por fundamento:

• garantir o acesso da população a medicamentos essenciais com qualidade e segurança;

• promover seu uso racional.

O Sistema Único de Saúde, pela sua complexidade e características, necessita de uma assistência farmacêutica estruturada, de pessoal qualificado para suporte técnico às ações de saúde e do alcance de bons resultados.

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Contar com uma política de Assistência Farmacêutica é uma prioridade na Saúde Pública. A compreensão do processo de construção, implementação, suas interações e relações, necessidade de avaliação, são de fundamental importância para o entendimento da Assistência Farmacêutica no contexto das políticas nas quais ela está inserida: Política Nacional de Saúde, Política Nacional de Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica, entre outras normas pertinentes.

A perspectiva é a da integralidade, cuja efetivação envolve o estabelecimento de estratégias, parcerias e interfaces com outras políticas setoriais, bem como participação de diferentes atores e segmentos envolvidos.

3.1 Política nacional de medicamentos

A Política Nacional de Medicamentos foi estabelecida pela Portaria n° 3916, de 30/10/1998, com o propósito de garantir a segurança, a eficácia, a qualidade e o acesso e uso racional aos medicamentos. Para tanto, levou-se em consideração o perfil demográfico da população brasileira por regiões, a renda das famílias e o tamanho do mercado farmacêutico nacional. Tem como diretrizes:

• Adoção da Relação de Medicamentos Essenciais (Rename), que são medicamentos básicos e indispensáveis e a que toda a população deve ter acesso. Essa lista é elaborada pelas três esferas do governo, sendo regionalizada e com critério puramente epidemiológico.

• Regulamentação sanitária de medicamentos, que estabelece o registro de medicamentos, a autorização de funcionamento das empresas, institui a farmacovigilância com assessoria técnica e promove o uso e a compra governamental de medicamentos genéricos.

• Reorientação da assistência farmacêutica, sendo obrigatórios a presença e o suporte técnico do profissional farmacêutico em todas as áreas nas quais houver medicamento. O farmacêutico deve promover o acesso da população aos medicamentos do Rename. A assistência farmacêutica deve ser descentralizada na aquisição e distribuição de medicamentos, mas centralizada em caso de doenças de saúde pública, em tratamentos longos com custos elevados e em caso de doenças sem tratamento.

• Promoção ao uso racional do medicamento, no qual o farmacêutico pode trocar a prescrição médica entre medicamentos similares ou de refêrencia por genéricos, deve avaliar os riscos da automedicação, da troca ou da interrupção do tratamento. A propaganda de medicamento só poderá ser feita com aprovação prévia de algum órgão governamental. Cabem aos governos promover campanhas educativas e de vacinação da população.

• Desenvolvimento científico e tecnológico, no qual as empresas e os profissionais farmacêuticos devem ser estimulados a buscar novas formulações com ênfase na fauna e flora nacionais. A produção dos medicamentos do Rename deve ser priorizada, além do incentivo ao desenvolvimento de novos fármacos, promovendo a integração entre indústria e pesquisa (inovação). A farmacopeia brasileira deve ser reformulada de forma periódica.

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• Promoção da produção de medicamentos, todo esforço da indústria farmacêutica nacional deve ser no sentido de produzir os medicamentos do Rename e suprir toda a demanda por esses medicamentos. A produção de medicamentos genéricos deve ser promovida e incentivada, bem como a facilidade da importação de matérias-prima e insumos para a produção. O governo deve produzir os medicamentos de interesse nacional por meio das FURPs (Fundação do Remédio Popular), para diminuir a depedência da indústria privada. E sempre que julgar necessário o governo federal pode “quebrar a patente” dos medicamentos de uso essencial da população.

• Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos; para tanto, o governo criou o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, que faz a inspeção e fiscalização de todos os aspectos relacionados aos medicamentos. Esse sistema estabelece, por exemplo, como devem ser as boas práticas de fabricação de medicamentos, entre outras. O governo determinou, ainda, a criação da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos Certificadores em Saúde (Reblas), que auxilia na fiscalização dos produtos.

Vale ressaltar que essas diretrizes foram determinantes para o acesso da população a medicamentos com segurança e qualidade e que os profissionais da área farmacêutica passaram a ter um reconhecimento e importância fundamentais para o desenvolvimento dessa política.

Ainda em 1998, o governo federal criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, além das inúmeras funções fora da área farmacêutica, deve de forma centralizada estabelecer os procedimentos de importação, produção e registro de medicamentos.

Para tanto, possui procedimentos operacionais sistematizados que avaliam e liberam os produtos e insumos farmacêuticos. A Anvisa é responsável pelo sistema de informação em vigilância sanitária, sistema esse que estabelece as prerrogativas de ensaios clínicos (Conep), a farmacovigilância (farmácias e drogarias notificadoras), o grau de risco da medicação (tarja dos medicamentos) e a propaganda. Trata-se do principal órgão federal de fiscalização de empresas e estabelecimentos de saúde.

Finalmente, a política nacional de medicamentos, por meio da Anvisa, estabeleceu os critérios de fabricação e registro dos medicamentos genéricos. Para uma empresa poder produzir e comercializar os medicamentos genéricos, deve fazê-lo de acordo com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e comprovar a eficácia do medicamento pelo teste de bioequivalência, ou seja, deve comprovar que o medicamento genérico se comporta de forma idêntica ao medicamento referência (farmacocinética e farmacodinâmica).

O teste de bioequivalência é obrigatório somente para os medicamentos genéricos, não sendo exigido no caso de similares, o que explica o preço do medicamento genérico ser geralmente maior que o dos medicamentos similares. A Anvisa periodicamente revisa o formulário terapêutico nacional, que tem como objetivo relatar tudo relacionado ao medicamento genérico. Com relação ao registro do medicamento genérico pela Anvisa, este deve ser priorizado com relação aos demais medicamentos, para que se possa incentivar a produção, a comercialização e a dispensação desse medicamento.

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Lembrete

A Política Nacional de Medicamentos tem o propósito de garantir a segurança, a eficácia, a qualidade e o acesso e uso racional aos medicamentos.

3.2 Política nacional de Assistência Farmacêutica

A Assistência Farmacêutica no Brasil, como política pública, teve início em 1971, com a instituição da Central de Medicamentos (Ceme), que tinha como missão o fornecimento de medicamentos à população sem condições econômicas para adquiri-los. Caracterizava-se por manter uma política centralizada de aquisição e distribuição de medicamentos.

Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu a criação de um Sistema Único de Saúde, reconhecendo a saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado a todos os cidadãos brasileiros. O Artigo 6º determina, como campo de atuação do SUS, a “formulação da política de medicamentos (...)” e atribui ao setor saúde a responsabilidade pela “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica”.

Diferente de outras áreas, a assistência farmacêutica não se adequou imediatamente aos princípios e às prerrogativas do SUS, em especial devido à descentralização das ações, à regionalização e hierarquização dos serviços e à participação popular (controle social). Sendo assim, a CEME apresentou problemas de gerenciamento, o que acarretou a desarticulação da assistência farmacêutica no país e irregularidades no abastecimento de medicamentos.

A Política Nacional de Assistência Farmacêutica, criada na Resolução n° 338, de 8/5/2004, define assistência como “Conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros profissionais de saúde, voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional”. A abrangência da assistência farmacêutica engloba:

• pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos e insumos;

• seleção, programação, aquisição, distribuição e dispensação dos medicamentos;

• garantia da qualidade dos produtos e serviços;

• acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população;

• todas as ações referentes à assistência farmacêutica.

Além disso, a Assistência Farmacêutica (AF) tem que se concretizar como uma prática executiva, e não apenas como suporte à atenção à saúde, nem de mera dispensação e disponibilização de medicamentos dentro da atenção à saúde; deve ser melhor compreendida entre os profissionais de saúde e usuários

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para que possa contribuir mais na integralidade da atenção à saúde; não pode ser vista apenas como orientação ao paciente ou ao farmacêutico do medicamento.

Para atingir a integralidade da atenção à saúde, temos de atuar desde o início da cadeia, mantendo o foco na população a partir da atenção básica até o planejamento das ações de acompanhamento do usuário, para a melhoria na qualidade de vida.

A AF tem de ter por objetivos o monitoramento, a adesão do paciente ao tratamento, a integração multidisciplinar, a integração com a gestão e a garantia da qualidade dos serviços prestados à população; a orientação quanto ao uso adequado do medicamento, o acompanhamento farmacoterapêutico, a intervenção farmacêutica como ações que compõem a assistência farmacêutica, que garantem a sua qualidade e contribuem para a integralidade do cuidado à saúde. Para isso, é necessária a presença do farmacêutico nas UBS´s (Unidade Básica de Saúde) e o fortalecimento da gestão da assistência farmacêutica.

A AF tem de ser entendida como parte do eixo fundamental das políticas públicas de saúde, proporcionando aos usuários um atendimento integral de qualidade que culmine com a maior valorização do profissional farmacêutico; que o acesso aos medicamentos seja uma prática constante, fortalecendo a política de AF; que a inserção do farmacêutico na atenção básica seja de um profissional com uma visão humanizada integrativa, exercendo a prática de educação em saúde; reconhecer o farmacêutico como profissional de saúde, com foco no usuário, utilizando o uso racional de medicamentos com instrumento de trabalho, tendo por resultado desse trabalho o reestabelecimento da saúde e a prevenção e/ou controle da doença, a fim de fazer uma melhoria nos indicadores de saúde. Deve também estar inserida nas políticas de atenção primária à saúde, com ações que envolvem todo o ciclo de AF, ou seja, da programação à dispensação dos medicamentos, e também de todos os ciclos de vida do paciente, garantindo qualidade e equidade de acesso aos medicamentos essenciais e também a prevenção da doença e a promoção da saúde por meio de campanhas educativas e da integração com a comunidade, como apoio do diagnóstico nos exames laboratoriais. A humanização da AF deve se contrapor à burocratização hoje existente, garantindo acesso com qualidade.

Os principais problemas encontrados na gestão de assistência farmacêutica incluem:

• os gastos com saúde aparecem em 3º lugar dentre os gastos familiares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que o item medicamento compromete 45% dos gastos com saúde;

• os medicamentos representam 61% desses gastos para as famílias de baixa renda (Fiocruz);

• 51,7% das pessoas que necessitam de tratamento têm dificuldades para obter os medicamentos (Conass);

• cerca de 55% delas não podem pagar os medicamentos de que necessitam (IBGE).

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observação

A assistência farmacêutica pode ser entendida como um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico, voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde.

3.3 Política nacional de Plantas medicinais e Fitoterápicos

Desde a criação do SUS em 1988, diversas políticas indicam a necessidade de disseminar e racionalizar a utilização de práticas integrativas e complementares de saúde no SUS, como, por exemplo, a acupuntura, a homeopatia, assim como o uso de plantas medicinais e de fitoterápicos.

Vale ressaltar que o Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta. Além disso, a miscigenação do povo resultou em um valioso conhecimento popular em relação à utilização de plantas medicinais.

Um medicamento fitoterápico pode ser definido como medicamento que contenha exclusivamente derivados de drogas vegetais, tais como suco, cera, exsudato, óleo, extrato, tintura, entre outros. Já medicamento com planta medicinal, envolve realmente o vegetal como um todo no exercício curativo e/ou profilático.

Os fitoterápicos são medicamentos industrializados e têm legislação específica. Trata-se de uma mistura complexa de substâncias, em que, na maioria dos casos, o princípio ativo é desconhecido. O simples fato de coletar, secar e estabilizar um vegetal não o torna medicamento fitoterápico. Desse modo, vegetais íntegros, rasurados, triturados ou pulverizados não são considerados medicamentos fitoterápicos, em outras palavras, uma planta medicinal não é um fitoterápico.

Embora de difícil consenso, um fitoterápico pode ser definido como um medicamento (obtido pela tecnologia farmacêutica e industrializado) de origem vegetal (fitomedicamento), caracterizado por apresentar várias substâncias químicas (fitoquímicos) responsáveis pelos efeitos terapêuticos e colaterais.

Em 2006, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto n° 5.813, de 22/6/2006, como uma diretriz para a atuação do governo na área de plantas medicinais e de fitoterápicos por meio do SUS. Essa política configura-se como importante estratégia para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes em nosso país, já que pode aumentar as oportunidades de trabalho para populações situadas em regiões menos favorecidas economicamente.

Além disso, a ampliação das opções terapêuticas ofertadas aos usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com segurança,

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eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, é uma importante estratégia com vistas à melhoria da atenção à saúde da população e à inclusão social.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos reitera o artigo n° 196 da Constituição Federal, que assegura que a saúde é direito de todos os cidadãos brasileiros e dever do Estado, mediante políticas sociais e econômicas que possam reduzir os riscos de doenças e outros agravos.

Em decorrência da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos criada em 2006, o governo instituiu as Farmácias Vivas, que são implantadas pelos municípios. Esta é uma forma de economizar recursos que seriam gastos com medicamentos convencionais. As hortas geralmente são mantidas pelo município, por universidades ou outras instituições e cultivam as plantas medicinais; depois, produzem os fitoterápicos. Isso já é realidade em diversos municípios brasileiros.

Para o funcionamento adequado das Farmácias Vivas, deve haver o trabalho conjunto do médico (responsável pelo diagnóstico e pela orientação do tratamento com plantas), do farmacêutico (responsável pela identificação das plantas e pela orientação do trabalho desde a etapa de coleta até a etapa final de preparação e controle de qualidade dos fitoterápicos) e do agrônomo (para orientar seu cultivo, controle do crescimento e higidez das plantas e preparação das mudas).

saiba mais

Para saber mais sobre as políticas descritas, acesse o site do Conselho Regional de Farmácia: <www.crfsp.or.br>.

4 EstRutuRA oRGAnIzAcIonAL

A estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com os objetivos e as estratégias estabelecidos pela empresa. É uma ferramenta básica para alcançar as situações almejadas pela empresa.

Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos (OLIVEIRA, 2002, p. 84).

Estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas (STONER, 1992, p. 230).

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: formal e informal. A formal é deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos, pelo seu organograma. Tem como objetivos: ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades, é estável, está sujeita a controle, está na estrutura e tem um líder formal.

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Já a estrutura informal, surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando elas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no organograma. São relacionamentos não documentados e não reconhecidos oficialmente entre os membros de uma organização, que surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais dos empregados.

Para elaboração da estrutura organizacional, é necessário ter em mente que a organização é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa.

A organização de uma empresa deve seguir alguns parâmetros, como não ser estática, ser representada graficamente pelo organograma, ser dinâmica, ser planejada e delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.

O planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos: identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas, agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos, proporcionar aos empregados de todos os níveis informação e recursos para o trabalho.

O sistema de responsabilidade está relacionado à prestação de contas a quem atribuiu responsabilidade. O sistema de autoridade é responsável por fazer, tomar decisões, dar ordens e dirigir. Os aspectos básicos do sistema de responsabilidade são: departamentalização, linha e assessoria, atribuições das unidades.

4.1 organograma

O organograma é uma espécie de diagrama usado para representar as relações hierárquicas dentro de uma empresa, ou simplesmente a distribuição dos setores, unidades funcionais, cargos e a comunicação entre eles. É uma ferramenta fundamental para as organizações, pois, além de facilitar a todos conhecer como funcionam as relações da empresa e sua estrutura, permite, inclusive, identificar alguns problemas ou oportunidades de melhorias, por meio de sua análise.

Na criação de um organograma, deve-se levar em consideração que ele é uma representação da organização em determinado momento e pode, portanto, mudar. Para isso, ele deve ser flexível e de fácil interpretação. Quando o organograma é bem estruturado, permite aos componentes da organização saber exatamente quais suas responsabilidades, suas funções e a quem devem se reportar.

Os principais tipos de organograma são:

• organograma vertical (clássico) – é usado para representar claramente a hierarquia na empresa;

• organograma circular (ou radial) – é usado quando se quer ressaltar o trabalho em grupo, não há a preocupação em representar a hierarquia. É o mais usado em instituições modernas ou do terceiro setor, em que se quer ressaltar a importância do trabalho em grupo;

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• organograma horizontal – leva em consideração a hierarquia da empresa, mas tem a característica amenizada pelo fato de essa relação ser representada horizontalmente, ou seja, o cargo mais baixo na hierarquia não está numa posição abaixo dos outros, mas ao lado;

• organograma funcional – é parecido com o organograma vertical, mas representa não as relações hierárquicas, e sim as relações funcionais da organização;

• organograma matricial – é empregado para representar a estrutura das organizações que não apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas grupos de trabalho por projetos que podem ser temporários (estrutura informal).

Como exposto, a própria criação do organograma exige um estudo da organização e a definição do que se pretende representar. Nos últimos anos, tem-se notado uma tendência de mudança nos organogramas das empresas, que é o achatamento do organograma.

Essa técnica promove a redução dos níveis hierárquicos da empresa, com o objetivo de aproximar os níveis da organização, reduzir mão de obra e custos e agilizar processos decisórios. Em outras palavras, reduz a verticalização da estrutura organizacional.

Lembrete

Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos.

4.2 Fluxograma

Fluxograma é um diagrama que tem como finalidade representar processos ou fluxos de materiais e operações (diagramação lógica ou de fluxo). Usualmente é confundido com o organograma, mas possui a diferença de representar algo essencialmente dinâmico, já o organograma é uma representação da estrutura funcional da organização. O fluxograma também pode ser usado por programadores para elaboração de algoritmos (programação estruturada); porém, nesse caso, possui algumas representações próprias.

Ele sempre possui um início, um sentido de leitura, ou fluxo, e um fim. Alguns símbolos básicos são usados na construção de qualquer fluxograma; porém, eles podem variar. Veja a seguir algumas definições básicas:

• Geralmente, usa-se um círculo alongado para indicar o início e o fim do fluxo.

• A seta é usada para indicar o sentido do fluxo.

• No retângulo, são inseridas as ações.

• O losango representa questões/alternativas.

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• O losango sempre terá várias saídas.

• As linhas ou setas nunca devem cruzar umas sobre as outras.

• O texto deve ser sempre claro e sucinto.

• Recomenda-se iniciar as ações sempre com um verbo no infinitivo (fazer, dizer).

O importante é estabelecer o fluxograma de forma que ele fique o mais claro possível, ou seja, fácil identificar as ações que devem ser executadas, ou, dependendo do tipo de fluxograma, as alternativas do processo. Outros símbolos e modelos podem ser usados para montar fluxogramas, o que vai determinar quais símbolos utilizar ou não, ou, ainda, que tipo de fluxograma se deve usar, seu objetivo e o que descreve.

Exemplo de fluxograma:

Alternativa de conduta

Patologia (prevenção ou tratamento)

Riscos Benefícios Custos

Figura 5 – Fluxograma

observação

O organograma é um diagrama usado para representar as relações hierárquicas, a distribuição dos setores, as unidades funcionais, os cargos dentro de uma empresa.

4.3 Layout

O layout é um esboço que mostra a distribuição física, os tamanhos e os pesos de elementos como texto, gráficos ou figuras num determinado espaço. Pode ser apenas formas rabiscadas numa folha para depois realizar o projeto ou o projeto em fase de desenvolvimento. Ou seja, trata-se de uma prévia do serviço pronto antes de ser executado, em que se pode alterar sua disponibilidade sem danos a nenhuma das partes envolvidas no processo (designer e cliente), a fim de que o serviço seja produzido de acordo com o gosto do cliente, e apenas ao término do desenvolvimento e da obtenção de aprovação se leva a público.

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O termo layout pode também configurar-se como projeto, envolvendo diferentes cadeias associativas e técnicas visuais, sempre com objetivo e função.

saiba mais

Para aprender a fazer um organograma, acesse: <http://www.abnt.org.br>.

Resumo

A economia da saúde é o ramo da ciência que relaciona cuidados da saúde com os custos envolvidos. Tem como objetivos conhecer e aperfeiçoar o fluxo e o volume dos recursos utilizados no segmento saúde, a fim de atender às necessidades populacionais de forma mais racional e eficiente. A economia da saúde busca responder a algumas perguntas, como:

• Qual é a origem e o volume de recursos?

• Como esses recursos são organizados e mobilizados?

• Como se distribuem (regiões, áreas, serviços)?

• Quem se beneficia com os recursos distribuídos?

• Quem provê os serviços?

No Brasil, o sistema de saúde é único e possui algumas diretrizes, como a universalização, que consiste em atendimento gratuito a toda população, a equidade, que estabelece tratamento igual e indiferenciado a todos os cidadãos, e a integralidade, que prima por ter o usuário do sistema como ser integrado a outras áreas, como saneamento básico e educação.

É sabido que os custos com os sistemas de saúde crescem de forma exponencial. Assim, os órgãos públicos e privados de saúde buscam alternativas que viabilizem um sistema de saúde que possa atender com qualidade e eficiência. Nesse contexto, a área farmacêutica é de fundamental importância, pois os custos com medicamentos e correlatos farmacêuticos representam a maior fatia.

Dessa forma, o governo criou três políticas públicas para a área farmacêutica: a Política Nacional de Medicamentos, a Política Nacional

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de Assistência Farmacêutica e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A Política Nacional de Medicamentos tem como diretrizes:

• adoção do Rename;

• regulamentação sanitária dos medicamentos;

• reorientação da assistência farmacêutica;

• promoção do uso racional de medicamentos;

• desenvolvimento científico e tecnológico;

• promoção da produção de medicamentos;

• garantia da segurança, da eficácia e da qualidade dos medicamentos;

• desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.

As demais políticas estabelecem parâmetros para atuação e inserção do profissional farmacêutico como agente de saúde ou incentivam o desenvolvimento científico e farmacológico da área de plantas medicinais e fitoterápicos.

O mercado farmacêutico brasileiro é um dos maiores do mundo e apresentou crescimento consistente na última década. Isso torna o setor muito pujante, movimentando anualmente por volta de R$ 40 bilhões.

O setor farmacêutico é muito dependente da inovação, pois os lançamentos de medicamentos são aguardados pelo mercado todo ano. Esses medicamentos novos movimentam a partir do faturamento das empresas. Assim sendo, a indústria farmacêutica é dependente da geração e do respeito legal das patentes.

Por se tratar de um mercado com poucas indústrias e muito concentrado, os preços dos medicamentos não são estabelecidos diretamente pela empresa ou pelo comércio, e sim em parceria com o governo federal. Esse tipo de precificação ocorre no mundo todo, exatamente pelos motivos apresentados. A seguir, os tipos de indústrias e comércios da área farmacêutica:

• indústria farmacêutica inovadora;

• indústria farmoquímica;

• farmácia de manipulação;

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• farmácia hospitalar;

• farmácia fitoterápica;

• drogaria.

Para facilitar a organização das empresas e dos estabelecimentos comerciais, foram criadas ferramentas eficazes, como o organograma, o fluxograma e o layout. O organograma serve para mostrar de forma sucinta vários aspectos da organização empresarial, como a hierarquia, os projetos e as informações. Já o fluxograma, serve para sintetizar de forma contínua uma informação ou projeto, e os layouts servem para mostrar a apresentação logística de um local ou site.

Exercícios

Questão 1. Uma análise mais apurada sobre os custos com saúde certamente encontrará motivos que justifiquem seu crescente aumento. Dentre as afirmações a seguir, qual é incorreta?

A) Os custos vêm crescendo porque a população está mais velha.

B) Os custos vêm crescendo porque há novas tecnologias para o setor da saúde.

C) Os custos vêm crescendo porque a inflação também vem aumentando.

D) Os custos vêm crescendo porque há novos e melhores métodos para diagnosticar doenças.

E) Os custos vêm crescendo porque o número de doenças vem aumentando rapidamente.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das alternativas:

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: a população mais envelhecida necessita de mais serviços de saúde, o que acaba aumentando os custos de forma geral.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: o setor de saúde apresenta constantes modernizações e a inserção de constantes tecnologias, o que leva ao aumento dos custos.

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C) Alternativa incorreta.

Justificativa: principalmente em países como o Brasil, a inflação, embora controlada, é relativamente alta, o que acaba gerando em alguns anos aumento dos custos com saúde.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o diagnóstico de doenças envolve sofisticados equipamentos, o que encarece o sistema como um todo.

E) Alternativa correta.

Justificativa: embora algumas patologias novas tenham sido esclarecidas, o número de doenças permanece constante.

Questão 2. A assistência farmacêutica é a atribuição profissional do farmacêutico. Dentre as afirmações a seguir, qual é a que melhor se encaixa na definição que consta na Política Nacional de Assistência Farmacêutica?

A) Provisão responsável pelo tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

B) Conjunto de ações voltadas para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, tendo o medicamento como enfoque.

C) É um problema de saúde, relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia, que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário.

D) Prática profissional desconectada das políticas de saúde e de medicamentos, com priorização das atividades administrativas em detrimento da orientação sobre o uso de medicamentos.

E) Nenhuma das alternativas anteriores.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas:

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: essa definição consta nas atribuições da atenção farmacêutica, diferente de assistência farmacêutica.

B) Alternativa correta.

Justificativa: definição que consta na Política Nacional de Assistência Farmacêutica e que atinge os propósitos do SUS e de profissional de saúde.

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C) Alternativa incorreta.

Justificativa: a definição refere-se aos problemas relacionados aos medicamentos (RAM), que devem ser mais bem avaliados na atenção farmacêutica e na farmacoterapia.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: toda prática farmacêutica desconectada das políticas públicas de saúde deve ser descartada.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: pelo fato de a alternativa B ser a correta, invalida essa alternativa como correta.