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ECONOMIA ESCRAVISTA DE AGRICULTURA TROPICAL SÉCULOS XVI E XVII Segunda Parte

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ECONOMIA ESCRAVISTA DE AGRICULTURA TROPICAL

SÉCULOS XVI E XVII

Segunda Parte

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CAPITALIZAÇÃO E NÍVEL DE RENDA NA COLÔNIA

AÇUCAREIRA

Capítulo VIII

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O rápido desenvolvimento da indústria açucareira indica os esforços do governo português, pois as dificuldades eram grandes, entre essas:

os custos de transportes; os privilégios aos donatários; escassez de mão-de-obra.

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A escravidão para um colono europeu era uma questão de sobrevivência nas novas terras, pois sem o trabalho escravo as comunidades teriam que se dedicar a produção de subsistência,

Os colonos que em razão da escassez de capital ou da escolha geográfica encontraram maiores dificuldades para consolidar-se economicamente, tiveram que empenhar-se na captura e comércio de indígenas.

O que foi considerada a primeira atividade econômica estável dos grupos de não-dedicação à industria açucareira.

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É evidente a importância da mão-de-obra nativa na instalação da colônia.

A mão-de-obra africana só entra no processo quando a indústria já esta instalada e quando a rentabilidade está assegurada.

Passadas as dificuldades de instalação, a colônia açucareira desenvolveu-se rapidamente.

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Final do séc. XVI - 120 engenhos.£ 15.000 por engenho£ 1.800.000 capitais aplicados na indústria

do açúcar.20.000 escravos africanos, ¾ na indústria

do açúcar.£ 25 por escravo.£375.000 investimento em escravos.20% do capital fixo da empresa.

Estatísticas do Açúcar

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Apenas um terço do valor da poupança correspondia a importações de bens de capital. Assim as exportações de açúcar poderiam ter financiado uma expansão da capacidade da indústria açucareira bem superior à efetivamente observada.

“A explicação mais plausível talvez seja que parte substancial dos capitais aplicados na produção açucareira pertencesse aos comerciantes. Explicar-se-ia assim a íntima coordenação existente entre as etapas de produção e comercialização, coordenação essa que preveniu a tendência natural à superprodução”.

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A renda gerada estava concentrada na mão da classe de proprietários de engenho, mesmo com todos os gastos, tudo indica que esses eram apenas 3% da renda gerada e 90% dessa renda se concentrava na mão de proprietários de engenho e de plantação de cana.

Como era utilizada essa massa enorme de renda? Mesmo considerando os bens de consumo importados, os

senhores de engenho detinham uma soma de 600 mil libras que não eram despendidas da colônia.

Essa margem de capitalização poderia decuplicar (x10) a economia açucareira.

Mas para onde iriam os recursos sobrantes se não para o autofinanciamento?

Não eram utilizados dentro das colônias, tampouco em outras regiões, a explicação plausível é que pertenciam aos comerciantes, ou seja, os não-residentes.

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FLUXO DE RENDA E CRESCIMENTO

Capítulo IX

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O empresário açucareiro teve, no Brasil, desde o começo, que operar em escala relativamente grande.

As condições do meio não permitiam  pensar em pequenos engenhos, como fora o caso das ilhas do Atlântico.

Cabe deduzir, por tanto, que os capitais foram importados. Mas o que se importava, na etapa inicial, eram os equipamentos e a mão-de-obra especializada.

A introdução do trabalhador africano não constitui modificação fundamental, pois apenas veio substituir outro escravo menos eficiente e de recrutamento mais incerto.

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O crescimento da empresa escravista tendia a ser puramente em extensão, sem quaisquer modificações estruturais.

Crescimento significava ocupação de novas terras e aumento de importações.

A expansão dessa economia dependia da procura externa.  

O processo de desenvolvimento era impulsionado pelo mercado externo.

A economia açucareira resistiu mais de três séculos, com prolongadas depressões, sem sofrer nenhuma modificação significante em sua estrutura.

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FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 23 ed. São Paulo: Editora Nacional. 1989.

• Segunda parte do livro – Economia escravista de agricultura tropical

• Capítulos de VIII e IX

Leitura:

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Capítulo X

PROJEÇÃO DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA

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A economia açucareira obteve dimensões relativamente grandes.

A quase inexistência de fluxo monetário, e seu grau de comercialização elevado e a alta rentabilidade induzia à especialização.

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Devido a expansão econômica açucareira a necessidade de animais cresceu.

A impraticabilidade de criação do gado na faixa litorânea e os conflitos provocados pela invasão dos animais nas plantações, fez com que o governo proibisse a criação nessa faixa.

A criação deu-se na região nordestina e posteriormente na região sul do Brasil.

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A ocupação de terras era extensiva, itinerante e de baixo nível de investimento.

Era induzida pela economia açucareira;De rentabilidade baixa; Utilizada para transporte, força, carne e couro; Permitiu a ocupação do interior.Renda total gerada pela pecuária era 5% do valor

do açúcar exportado.Seu crescimento dependia da demanda gerada pelo

setor exportador.Sua produtividade diminuía com o crescimento

devido à distância, logo a renda tendia a cair.

Características da economia Pecuária:

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A existência da pecuária era devido a disponibilidade de terras;

Os colonos sem capital eram atraídos, pois podiam trabalhar em alguma fazenda recebendo crias como benefícios e assim ter seu próprio rebanho;

No lado da oferta não existiam limitações; No lado da demanda, devido as distâncias

as melhoras nos preços eram relativas, e assim a renda média ia diminuindo.

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Capítulo XI

FORMAÇÃO DO COMPLEXO ECONÔMICO NORDESTINO

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A economia açucareira e pecuária entram em um processo de decadência no século XVII, tendiam a preservação de sua forma original tanto na expansão como na recessão, o crescimento era de caráter extensivo.

Com o declínio no preço do açúcar a economia açucareira passou de uma situação altamente favorável para uma rentabilidade relativamente baixa, isso piorou no século XVIII com a alta no preço dos escravos e emigração da mão-de-obra especializada, devido a expansão da produção de ouro.

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Na pecuária, a expansão do sistema era endógena, resultante de um aumento na população animal,

as oportunidades de emprego eram crescentes até mesmo para os que perdiam ocupação no sistema açucareiro,

o crescimento se deu através do aumento do setor de subsistência.

Na pecuária a redução das exportações nada afeta, pois o produto que a população consome é o mesmo que exporta e assim a população pode continuar crescendo, a formação da população nordestina e a precária economia de subsistência estão ligadas ao lento processo de decadência da economia açucareira.

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Capítulo XII

CONTRAÇÃO ECONÔMICA E EXPANSÃO TERRITORIAL

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O séc. XVI se constituiu na etapa de maiores dificuldades políticas para a colônia.

O desenvolvimento da economia açucareira interrompeu-se pelas invasões holandesas.

Encerrada essa etapa militar, a segunda metade do século foi de rentabilidade baixa para a colônia.

Na etapa de prosperidade da economia açucareira, os portugueses estenderam seus domínios para o norte, esse movimento expansionista foi em defesa do monopólio.

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Os solos maranhenses não apresentavam a mesma fecundidade que os do Nordeste para a produção de cana.

Essa foi uma das dificuldades encontradas, a principal, foi a desorganização do mercado do açúcar, fumo, e outros produtos tropicais.

O que impediu os colonos do Maranhão se dedicarem a uma atividade que lhes permitisse iniciar um processo de capitalização e desenvolvimento.

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Os colonos do Maranhão lutaram para sobreviver, a inexistência de qualquer atividade que permitisse produzir algo comercializável obrigou as famílias a abastecer-se a si mesmas.

A caça ao índio foi necessária para a sobrevivência, a luta pela mão-de-obra indígena realizou-se pelos colonos do norte, assim permitindo a tomada econômica da bacia amazônica,

a região paraense tornou-se centro exportador de produtos florestais, os indígenas eram submetidos a um vínculo de dependência que não podiam desligar-se.

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As dificuldades também eram grandes nas regiões do sul, como São Vicente,

o empobrecimento da economia açucareira, reduziu o mercado de escravos e a escassez de toda e qualquer mercadoria comercial foram os motivos para a exploração cada vez maior do couro,

Portugal preocupou-se com isso, criou a Colônia de Sacramento – estuário do Prata – para a exploração territorial no Brasil, e também exploração do couro.

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Com o crescimento do setor de subsistência no norte, no sul e no interior do nordeste reduziam-se as exportações, assim os impostos para a metrópole eram menores isso provou um reajuste no sistema econômico em um nível de importações baixo, as desvalorizações cambiais agravaram a situação das regiões mais pobres e assim contribuíram para uma economia de subsistência.

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FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 23 ed. São Paulo: Editora Nacional. 1989.

• Segunda parte do livro – Economia escravista de agricultura tropical

• Capítulos de X a XII

Leitura: