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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA 2 E E C C O O N N O O M M I I A A I I Elaborado por Daniel Pimentel

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EECCOONNOOMMIIAA II

Elaborado por Daniel Pimentel

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PENSANDO COMO UM ECONOMISTA

A microeconomia é a ciência da escolha em condições de escassez. A escassez está sempre presente, mesmo quando os recursos materiais são abundantes. Existem sempre limitações importantes em matéria de tempo, energia e outras coisas de que necessitamos para atingir os nossos objectivos. ABORDAGEM CUSTO / BENEFÍCIO DAS DECISÕES Se B(x) > C(x) faça x; se não, não o faça.

Sendo B(x) o montante em dinheiro que está disposto a gastar se tiver de o fazer. E C(x) o valor de todos os recursos que terá de deixar de lado para fazer x. ARMADILHAS VULGARES NA TOMADA DE DECISÕES Armadilha 1: Ignorar os Custos Implícitos Se fazer a actividade x significa não poder fazer a actividade y, então, para si, o valor de fazer y é o custo de oportunidade de fazer x. Custo de Oportunidade, representa o valor da melhor alternativa que é sacrificada em proveito de outra actividade. Exemplo: estar na aula, o custo de oportunidade é estar a dormir ou a jogar às cartas. Muitas pessoas tomam más decisões porque tendem a ignorar o valor de tais oportunidades postas de lado. Armadilha 2: Incapacidade de Ignorar os Custos Afundados Outra armadilha na tomada de decisões é de, por vezes, uma despesa parecer ser um custo relevante quando na realidade já não o é. Tal é o caso dos Custos Afundados, ou seja, custos que já não são recuperáveis no momento da tomada de decisão devendo como tal ser ignorados. Armadilha 3: Concentrar-se Apenas em Alguns dos Custos Relevantes Consiste em ignorar custos que deveriam ser considerados. A MÃO INVISÍVEL Completamente inconscientes dos efeitos das suas acções, os consumidores preocupados com os seus próprios interesses, actuam muitas vezes como que conduzidos por aquilo que Adam Smith chamou uma Mão Invisível para produzir o maior bem-estar possível. Smith não acreditava que apenas os motivos egoístas são importantes.

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RACIONALIDADE E INTERESSE PRÓPRIO Ser-se racional significa tomar decisões de acordo com o critério do custo/benefício.

Interesse Próprio como Padrão da Racionalidade Teoria segundo o qual as pessoas racionais apenas consideram os custos e os benefícios que lhes dizem respeito.

Objectivos Imediatistas como Padrão da Racionalidade Teoria segundo o qual as pessoas racionais actuam eficazmente para atingir quaisquer objectivos que tenham no momento da tomada de decisão. QUESTÕES POSITIVAS E QUESTÕES NORMATIVAS Questão Normativa Questões acerca de quais as políticas ou mecanismos institucionais que permitem obter melhores resultados. Depende das perspectivas de cada analista, é uma análise subjectiva.

Questão Positiva Questão acerca das consequências de políticas ou mecanismos institucionais específicos. Procura quantificar os impactos sendo relativamente imparcial, ou seja, tenta-se que seja objectiva. HIPÓTESE CETERIS PARIBUS Faz-se a análise admitindo que tudo o resto é constante, para procurar realizar uma previsão. (“Nada de extraordinário está acontecer.”)

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OFERTA E PROCURA

ANÁLISE DA OFERTA E DA PROCURA Um mercado é composto pelos compradores (Procura – Demand) e vendedores (Oferta – Supply) de um bem ou serviço. A Curva da Procura é uma linha de declive negativo que indica as quantidades que os compradores estão dispostos a comprar aos vários preços. Quando o preço de um produto baixa as pessoas procuram uma maior quantidade do mesmo (Lei da Procura). A Curva da Oferta é uma linha de declive positivo (reflectindo o facto de, a curto prazo, os custos tenderem a subir quando os produtores expandem a produção) que indica as quantidades que os vendedores vão oferecer a cada preço. QUANTIDADE E PREÇO DE EQUILÍBRIO

Num mercado livre, o preço e a quantidade de equilíbrio são determinados pela intercepção destas duas curvas (oferta e procura). Quando um preço é superior ao nível de equilíbrio regista-se um excesso de oferta, existindo vendedores insatisfeitos o que levará a reduzirem os preços. Quando um preço é inferior ao nível de equilíbrio regista-se um excesso de procura, existindo compradores insatisfeitos levando a um aumento dos preços por parte dos vendedores. Quando existe um excesso de oferta a quantidade trocada no mercado está sobre a curva da procura. Quando existe um excesso de procura a quantidade trocada situa-se na curva da oferta. P Excesso de Oferta S Excesso D de Procura Q FUNÇÕES DE RACIONAMENTO E AFECTAÇÃO DOS PREÇOS Os preços servem para duas funções. Função de Racionamento dos Preços, o processo pelo qual o preço orienta a oferta existente de um dado produto para os consumidores que o mais valorizam. E Função de Afectação dos Preços, o processo pelo qual o preço actua como um sinal que afasta os recursos da produção de bens cujos preços se situam abaixo do custo, orientando-os para a produção de bens cujos preços excedam os custos.

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OS MERCADOS LIVRES E OS POBRES Os mercados podem estar em equilíbrio perfeito continuando, contudo, a existir muitas pessoas que não dispõem de um rendimento suficiente para suprir sequer as necessidades mais básicas da vida. A preocupação com o bem-estar dos pobres tem levados os governos de todas as sociedades ocidentais a intervir, de diversas formas, de modo a alterar os resultados das forças de mercados. Por vezes, estas intervenções tomam a forma de leis que tabela os preços acima ou abaixo dos respectivos níveis de equilíbrio. Estas leis geram, frequentemente, consequências nocivas e não desejadas. Alguns programas, como os de controlo de rendas, por exemplo, interferem com as funções de racionamento e afectação do mecanismo de preços. Levam ao aparecimento de um mercado negro e a uma rápida deterioração do stock de casas para alugar.

Se a dificuldade reside no facto dos pobres terem muito pouco dinheiro, a solução consistirá em descobrir formas de aumentar directamente os seus rendimentos (é desejável que se garanta assistência social). Os legisladores não podem negar a lei da oferta e da procura, se bem que tenham possibilidade de alterar as forças subjacentes que determinam a forma e a posição das curvas da oferta e da procura. DETERMINANTES DA OFERTA E DA PROCURA Determinantes da Procura Rendimentos – Para bens normais quando o rendimento aumenta as quantidades procuradas aumentam. Para bens inferiores um aumento do rendimento leva a uma diminuição das quantidades procuradas. Gostos Preços dos Substitutos e dos Complementares Expectativas – As expectativas das pessoas sobre rendimentos e níveis de preços. Por exemplo se esperar um aumento do rendimento é provável que aumente o consumo. População – Quanto maior for um mercado maior será a quantidade adquirida de um bem.

P P Q Q

Preço do complemento baixa Preço do substituto baixa Aumento de Rendimento (bem normal) Aumento de Rend. (bem inferior) Crescimento Populacional Redução de Rendimento esperado Alteração de gostos no sentido favorável

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Determinantes da Oferta Tecnologia – As quantidades que os produtores estão dispostos a oferecer a um determinado preço dependem dos respectivos custos de produção, estes, por sua vez, estão directamente relacionados com a tecnologia. Preços dos Factores (mão-de-obra, capital, etc.) Número de Fornecedores – quanto mais empresas oferecerem um dado produto, tanto maior será a quantidade oferecida desse produto a um determinado preço. Expectativas

Clima – para alguns produtos em especial os agrícolas P P Q Q

Tecnologia Melhor Salário mais elevados Taxas de Juro mais baixas Preços mais altos das mat.-primas Aumento do n.º de empresas Expectativas de preços mais elevados Bom Tempo Alterações na Quantidade Procurada e Oferecida Quando se diz alteração na quantidade procurada refere-se a um movimento ao longo da curva da procura. O mesmo se aplica a alterações na quantidade oferecidas. Factores que afectam as quantidades procuradas: todos os factores que afectam a procura e o preço. EXPLICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO PREÇO E NA QUANTIDADE Um aumento na Procura conduzirá a um aumento quer no preço quer na quantidade de equilíbrio. Uma redução na procura conduzirá a uma redução quer no preço quer na quantidade de equilíbrio. Um aumento na oferta conduzirá a uma redução no preço de equilíbrio e a um aumento na quantidade de equilíbrio. Uma redução na oferta conduzirá a um aumento no preço de equilíbrio e a uma redução na quantidade de equilíbrio.

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IMPOSTOS A incidência legal do imposto (quer este seja aplicado sobre os compradores quer sobre os vendedores) não tem qualquer efeito sobre a incidência económica do imposto (a quota-parte da carga fiscal suportada pelos compradores e vendedores). Ou seja, o imposto é dividido entre o vendedor e comprador, sendo que a carga fiscal de um imposto recai sobre o lado de mercado que tiver menos capacidade de o evitar. Por exemplo, a aplicação de um imposto T = 10, ora vejamos o que se sucede caso o imposto seja aplicado ao vendedor: S’ S P*1 P*

P*1 – 10 T = 10 D

Q*1 Q* O imposto causa uma redução na quantidade de equilíbrio, a qual passa de Q*

para Q*1. O novo preço pago pelo comprador aumenta de P* para P*1. O novo preço recebido pelo vendedor baixa de P* para P*1 – 10

Imaginado que o imposto é directamente cobrado ao comprador: S P*2 + 10 P*

P*2 D’ D

Q*2 Q*

O imposto causa uma redução na quantidade de equilíbrio, que passa de Q* para Q*2. O novo preço pago pelo comprador aumenta de P* para P*2 + 10. O novo preço recebido pelo vendedor baixa de P* para P*2.

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OPÇÃO RACIONAL DO CONSUMIDOR

RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL Dadas as preferências do consumidor este vai tentar satisfaze-las da maneira mais eficaz que lhe for possível, pelo que é necessário conjugar o orçamento do indivíduo com as suas preferências. Sendo necessário identificar o conjunto dos cabazes que o indivíduo pode comprar. Para simplificar considera-se um cabaz com apenas dois bens. (cabaz de bens é o termo utilizado para descrever uma combinação especial de bens, neste caso dois bens) A Restrição Orçamental é o conjunto de todos os cabazes que o consumidor pode adquirir se gastar todo o seu rendimento, é também conhecido por conjunto de possibilidades de consumo. B M/pB pB e pA: os preços de A e B M: rendimento A M/pA

M = pAA + pBB B = (M / pB) – (pA / pB) * A Declive da Restrição Orçamental = – (M/pB) / (M/pA) = – pA / pB Os cabazes situados sobre ou dentro do triângulo orçamental são o conjunto dos cabazes possíveis. Os outros fora do triângulo orçamental são os cabazes indisponíveis. Alterações na restrição orçamental devidas a:

Alterações de Preço. Quando varia o preço de apenas um dos bens altera-se obrigatoriamente o declive da Restrição Orçamental.

Alterações de Rendimento. O efeito de uma alteração no rendimento é o mesmo que o efeito de uma alteração proporcionalmente igual em todos os preços. A redução do rendimento a metade é igual ao aumento dos preços para o dobro.

PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR / CURVAS DE INDIFERENÇA A Restrição Orçamental sintetiza as combinações de cabazes que o consumidor pode comprar. Competindo ao consumidor escolher o cabaz que ele mais gosta. Para identificar esse cabaz ele deverá fazer um resumo das preferências do consumidor.

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Neste caso começa-se por uma ordem de preferências que permite ao consumidor classificar todos os cabazes de bens possíveis por ordem de preferência. Admite-se que este esquema de ordenação é completo (ordenar todas as combinações de bens possíveis) e transitivo (A > B e B > C , então A > C) e traduz o conceito de “Mais é Melhor” (uma maior quantidade de um bem é melhor que uma menor quantidade). As ordens de preferências e as suas três implicações atrás referidas dão lugar a Curvas de Indiferença e a Mapas de Indiferença Curvas de Indiferença são o conjunto dos cabazes indiferentes para o consumidor, em geral os cabazes situados acima da curva de indiferença são preferidos aos que se situam nessas curva (analogamente, os cabazes situados na curva de indiferença são preferidos aos que se situam abaixo da curva). B A Ao conjunto completo de curvas de indiferença de um consumidor dá-se o nome de Mapa de Indiferença. Função Utilidade

Função Utilidade, representa a satisfação do consumidor em função de A e de B. U = U(A,B)

Por exemplo: U(A,B) = AB elabore um gráfico cuja utilidade seja 2 B = 2 / A Taxa Marginal de Substituição (TMS) Taxa Marginal de Substituição, em qualquer ponto de uma curva de indiferença é a taxa à qual o consumidor deseja trocar o bem B pelo bem A (é igual ao valor absoluto do declive da curva de indiferença nesse ponto). A TMS indica-nos a taxa à qual podemos substituir B por A sem alterar a satisfação total. A TMS é decrescente, pois quanto maior a quantidade de um bem o consumidor possuir, mais exige desse bem para renunciar a uma unidade do outro bem.

TMS = Umg A / Umg B = – ΔB / ΔA = – dB / dA Utilidade Marginal de um bem é a taxa à qual a utilidade total se altera com o consumo desse mesmo bem. Quando a utilidade total for máxima a utilidade marginal é 0.

Umg A = dU / dA Umg B = dU / dB

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B De X para Y, perdeu satisfação em B ganhou em A

Y (-∆B) X C. Indiferença A

∆A Umg(A). ∆A = [-Umg(B). ∆B] É esta a equação que tem de se verificar na

passagem do ponto Y para o ponto X.

Umg A . ∆A = Umg B . ∆B

Umg A / Umg B = ΔB / ΔA

O MELHOR DOS CABAZES POSSÍVEIS A hipótese do “Mais é Melhor” implica que o melhor dos cabazes possíveis deve encontrar-se sobre a Restrição Orçamental, e não no interior da mesma. O cabaz preferido não pode situar-se numa curva de indiferença que esteja parcialmente dentro da restrição orçamental, logo tem de estar numa curva de indiferença que intercepte a restrição orçamental apenas uma vez. No cabaz óptimo o declive da curva de indiferença, ou TMS, iguala o declive da curva da restrição orçamental.

B Cabaz e Escolha Óptima X A

TMS de X = | declive da restrição orçamental |

Umg A / Umg B = pA / pB

Umg A / pA = Umg B / pB

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Soluções de Cantos O caso em que numa escolha entre dois bens o consumidor não consome um desses bens. O melhor dos cabazes possíveis nem sempre se situa sobre um ponto de tangencia. Em alguns casos, pode simplesmente não haver ponto de tangencia. Neste caso temos uma solução de canto.

B A

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PROCURA INDIVIDUAL E DE MERCADO

EFEITOS DA VARIAÇÃO NO PREÇO E DAS ALTERAÇÕES NO RENDIMENTO Curva de Preço-Consumo e Curva da Procura Individual A Curva Preço-Consumo é a linha dos cabazes óptimos observados quando o preço de X varia, mantendo-se constantes o rendimento e as preferências. Juntando os pares relevantes preço-quantidade da Curva de Preço-Consumo obtêm-se a Curva da Procura Individual. Y Preço Curva Preço-Consumo Curva Procura Individual a b c d X a b c d Qtdd Curva de Rendimento-Consumo A Curva de Rendimento-Consumo é a linha dos cabazes óptimos determinada quando varia o rendimento do consumidor, mantendo-se constantes as preferências e os preços. Y Curva de Rendimento-Consumo X Bens Normais e Inferiores Bens Normais são aqueles que o consumidor compra mais quando o rendimento aumenta. Os Bens Inferiores são os que compra menos se o rendimento subir.

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Efeitos Rendimento e Substituição de uma Variação no Preço Efeito de Substituição Exprime a alteração na quantidade procurada que resulta de a variação no preço tornar os bens substitutos mais ou menos atraentes. Os aumentos (reduções) no preço reduzem (aumentam) a quantidade procurada. Efeito Rendimento Indica a alteração na quantidade procurada que resulta de uma alteração no poder de compra real causada pela variação no preço. Uma redução do poder de compra, relativamente a bens normais reduz a quantidade adquirida, relativamente a bens inferiores aumenta as quantidades compradas. Efeito Global É a soma dos efeitos de substituição e rendimento. O efeito substituição origina sempre uma variação da quantidade comprada na direcção inversa da variação no preço. O efeito rendimento para bens normais desloca-se na mesma direcção do efeito substituição, para bens inferiores desloca-se em sentido oposto. Reacções do Consumidor a Variações no Preço Bens para os quais as quantidades procuradas têm uma reacção extremamente forte ao preço, tendem a ter efeitos rendimento e substituição elevados e que funcionam na mesma direcção. Por exemplo, um bem normal que ocupe uma importante quota das despesas gerais e para o qual existem mais substitutos tenderá a reagir intensamente a variações no preço. Para muitos consumidores, a habitação é o exemplo desse tipo de bens. Os bens que menos reagem a variações no preço são aqueles que constituem uma pequena quota do orçamento dos consumidores e para os quais as possibilidades de substituição são limitadas. O sal por exemplo. B’ B’ B B B B’ A A’ A’ A A A’ Aumenta o rendimento Aumenta o rendimento Preço de A desce A e B bens normais A bem inferior A e B bens substitutos B bem normal PROCURA DO MERCADO: AGREGAÇÃO DE CURVAS DA PROCURA INDIVIDUAIS Consiste em simplesmente somar as quantidades individuais procuradas para um dado preço. Ou seja, a curva da procura do mercado é a soma horizontal das curvas da procura individuais.

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ELASTICIDADE PREÇO DA PROCURA Elasticidade Preço da Procura define-se como a alteração percentual na quantidade procurada de um bem que resulta da variação de 1% no respectivo preço. É, então, uma medida quantitativa da reacção das decisões de compra face a variações no preço. A elasticidade preço procura é sempre negativa ou zero. Em relação ao preço a procura de um bem pode ser elástica, rígida e unitária. -3 -2 -1 0

Elástica Rígida Elasticidade Unitária

E = (∆Q / Q) / (∆P / P) = (∆Q / ∆P) (P / Q) = (1 / declive) (P / Q)

É o recíproco do declive da curva da procura Sendo P o preço de um bem, Q a quantidade procurada a esse preço. ∆Q a alteração na quantidade procurada que ocorre em reacção a uma pequena variação no preço, ∆P. Várias propriedades da elasticidade quando a curva da procura é linear:

A elasticidade preço é diferente em qualquer ponto da curva da procura A elasticidade nunca é positiva (por convenção os economistas ignoram

muitas vezes o sinal negativo) Quanto mais inclinada for a curva da procura tanto menos elástica será a

procura em qualquer dos pontos

P P Procura perfeitamente Procura perfeitamente Rígida Elástica Q Q Elasticidade e Despesa Total Quando a procura é elástica, uma redução no preço aumenta a despesa total, um aumento no preço reduz despesa total. Quando a procura é rígida, uma redução no preço faz diminuir a despesa total, um aumento no preço fá-la aumentar. A despesa total tem o valor máximo quando a procura tem elasticidade igual a 1.

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Determinantes da Elasticidade Preço da Procura Possibilidade de Substituição. Quanto maior a facilidade com que os consumidores puderem mudar para outros bens, mais elástica será a respectiva procura. Quota no Orçamento. Quanto menor for a quota na despesa total de um bem, menos elástica será a procura respectiva (bens como o sal cuja quota na despesa total é mínima uma variação no preço é desprezível). Direcção do Efeito Rendimento. Com tudo o resto constante, os bens inferiores tendem a ser menos elásticos no que respeita ao preço do que os bens normais. Tempo. Os hábitos e compromissos assumidos limitam as possibilidades de reacção dos consumidores a variações no preço no curto prazo. A elasticidade preço da procura tenderá a ser mais elevada se os consumidores tiverem mais tempo para se adaptar ao novo preço. ELASTICIDADE RENDIMENTO DA PROCURA As variações no nível do rendimento médio num mercado provocarão geralmente uma alteração na respectiva curva da procura do mercado. A Elasticidade Rendimento da Procura, é a variação percentual na quantidade procurada de um bem que resulta de uma alteração no rendimento de 1%.

E = (∆Q / Q) / (∆Y / Y) = (∆Q / ∆Y) (Y / Q) Onde Y indica o rendimento médio do mercado e ∆Y representa uma pequena variação. E < 0 Bens Inferiores 0 < E < 1 Bens de Primeira Necessidade E > 1 Bens de Luxo ELASTICIDADE PREÇO CRUZADA DA PROCURA A Elasticidade Preço Cruzada da procura é uma medida que avalia a reacção da quantidade procurada de um bem a uma pequena variação no preço de outro. Formalmente é, a variação na quantidade percentual procurada de um bem que resulta da alteração de % no preço de outro bem.

EXZ = (∆QX / QX) / (∆PZ / PZ) = (∆QX / ∆PZ) (PZ / QX) Se EXZ < 0 Bens Complementares Se EXZ > 0 Bens Substitutos

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TEORIAS RECENTES DA ESCOLHA

INTERESSE PRÓPRIO E OBJECTIVOS IMEDIATOS O Modelo do Interesse Próprio ignora o facto de que a maior parte das pessoas prossegue uma variedade de objectivos que parecem entrar em conflito com o interesse próprio em si mesmo. Este modelo admite apenas gostos puramente egoístas; inveja, culpa, raiva, honra, simpatia, amor e outros sentimentos afins não desempenham qualquer papel. No entanto, as emoções são importantes factores nos comportamentos dos indivíduos. Este modelo está destinado a cometer erros importantes na previsão do comportamento da vida real. O Modelo dos Objectivos Imediatos abrange motivações não-egoístas, permitindo explicar qualquer comportamento por mais estranho, admitindo simplesmente um gosto ou uma preferência por essa atitude. As pessoas que se preocupam com os interesses dos outros não precisam de sofrer por causa disso, nem mesmo em termos puramente materiais. Dado que os outros podem reconhecer o tipo de pessoa que elas são, surgi-lhes-ão oportunidades que os oportunistas não terão ao seu dispor.

A interacção entre indivíduos também pode justificar as preferências do consumidor. Segundo a Teoria dos Jogos de Nash, não devemos tomar as decisões dos outros como decisões individuais puras. Exemplo: Posso decidir ir a uma festa desde que outros (amigos) também possam ir. RACIONALIDADE LIMITADA Herbert Simon, premiado com o Prémio Nobel, foi o primeiro a convencer os economistas de que os seres humanos são incapazes de se comportar como os seres racionais descritos nos modelos convencionais da escolha racional. Pois, nem sempre é possível ao consumidor reunir toda a informação e analisar todas as hipóteses. Desta forma os indivíduos analisam algumas combinações e quando encontrarem uma que os satisfaça minimamente, fica com essa e não procura mais. O consumidor contenta-se em satisfazer e não em maximizar a utilidade. FUNÇÃO VALOR ASSIMÉTRICA Uma importante classe de desvios do modelo da escolha racional parece resultar da função valor assimétrica descrita por Kahneman e Tversky. Este dá às perdas um peso muito mais importante nas decisões do que aos ganhos. De acordo com Kahneman e Tversky, é muito vulgar as pessoas avaliarem cada um dos elementos de um conjunto de acontecimentos separadamente e depois tomar decisões baseadas na soma dos valores separados. Esta característica torna as decisões extremamente sensíveis à forma como as alternativas são enquadradas. Dois ganhos tornam-se mais atraentes se forem apresentados separadamente do que considerados globalmente. As perdas têm um impacto menos importante se forem combinadas do que apresentadas em separado. Uma

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perda combinada com um ganho levemente superior produz um efeito positivo, ao passo que considerados separadamente têm um efeito líquido negativo. Função Valor Assimétrica Perdas -50 50 Ganhos FALTA A NEUROECONOMIA!!!!!!!!!!!!!!!!!

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TEORIAS DO PRODUTOR

FUNÇÃO PRODUÇÃO A produção é qualquer actividade que crie utilidade presente ou futura. A Função Produção é a relação que descreve como os factores produtivos, como o Capital (K) e o Trabalho (L), são transformados em produto.

Q = F ( K , L ) Factores Produtivos Fixos e Variáveis Factor Produtivo Variável Um factor produtivo cuja quantidade pode ser alterada livremente.

Factor Produtivo Fixo Um factor produtivo cuja quantidade não pode ser alterada num determinado período de tempo.

Longo Prazo O menor período de tempo necessário para alterar os montantes de todos os factores produtivos utilizados no processo de produção. Todos os factores produtivos são factores produtivos variáveis.

Curto Prazo O maior período de tempo durante o qual pelo menos um dos factores produtivos utilizados no processo de produção não pode ser alterado. Um dos factores produtivos é fixo. PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO Q = F ( K , L ) = 2K0L = 2L (K0 = 1) Q L A função passa pela origem o que significa que não se produzem quantidades positivas se não utilizarmos quantidades positivas do factor produtivo variável. Para algumas funções de produção, a quantidade de produto pode eventualmente diminuir com o aumento de unidades do factor produtivo variável a partir de um determinado ponto (lei dos rendimentos decrescentes – é um fenómeno de curto prazo). Com um montante limitado de capital para operar, o número de trabalhadores pode eventualmente levar a um congestionamento.

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Produto Total, Marginal e Médio Produto Total As funções de produção no curto prazo são frequentemente designadas por Curvas de Produto Total, estas relacionam o montante total do produto com a quantidade de factor produtivo variável.

Produto e Produtividade Marginal É a alteração no produto total que ocorre como resposta a uma alteração unitária no factor produtivo variável (com todos os outros factores produtivos constantes). Se ∆L (ou ∆K) indica uma pequena alteração no factor produtivo variável e ∆Q indica a alteração resultante no produto, a produtividade marginal de L (ou de K) é designada por:

Pmg L = ∆Q / ∆L = dQ / dL Pmg K = ∆Q / ∆K = dQ / dK

A Produtividade Marginal em qualquer ponto é simplesmente o declive da curva do produto total nesse ponto.

Produtividade Média É definida como o produto total dividido pela quantidade do factor produtivo variável. Geometricamente, a produtividade média é o declive da linha que une a origem ao ponto correspondente na curva de produto total.

Pmed L = Q / L Pmed K = Q / K Q C Produto Total A B Pmed L Pmg

Sub-Utilizar Ponto Óptimo Sobre-Utilizar

de Escolha (não faz sentido contratar mais trabalhadores)

Se Pmg > Pmed Pmed

Se Pmg < Pmed Pmed

A: Ponto de inflexão, logo Pmg decrescente B: Pmed é máxima quando, Pmed intercepta a Pmg.

C: Produto Total decresce, logo Pmg < 0

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Um problema prático importante reside na forma como um factor produtivo é afectado a duas actividade de produção, por forma a gerar o máximo produto possível. Existem dois casos:

Quando a produtividade marginal do factor produtivo é sempre superior numa actividade do que noutra (solução de canto), o melhor a fazer é utilizar todo o factor na actividade onde ele é mais produtivo;

Quando a produtividade marginal do factor produtivo variável não é superior numa actividade em relação a outras, consiste em distribuir o factor produtivo pelas duas actividades, por forma a que a produtividade marginal seja a mesma em ambas as actividades

PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO Q = F ( K , L ) = 2KL K Isoquanta Q = 60

Q = 30

Q = 15 L Isoquanta – todas as combinações possíveis de Capital e Trabalho que geram a mesma quantidade de produto Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) TMST é a taxa à qual um factor produtivo pode ser trocado por outro sem alterar a quantidade total de produto.

TMST = Pmg L / Pmg K = – ∆K / ∆L = – dK / dL K K L L Factores Substitutos Perfeitos Factores Complementares Perfeitos

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Rendimentos à Escala Rendimentos Crescentes à Escala A propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional em todos os factores produtivos origina um aumento mais que proporcional no produto. Rendimentos Constantes à Escala A propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional em todos os factores produtivos origina um aumento proporcional no produto. Rendimentos Decrescentes à Escala A propriedade de um processo de produção segundo a qual um aumento proporcional em todos os factores produtivos origina um aumento menos que proporcional no produto. A função produção não tem de apresentar o mesmo grau de rendimentos à escala para diferentes quantidades do produto. Pelo contrário, um tipo relativamente frequente caracteriza-se por apresentar rendimentos crescentes à escala para baixas quantidades do produto, seguido de rendimentos constantes à escala para quantidades médias, e finalmente rendimentos decrescentes à escala para grandes quantidades. tβ F(K , L) = F(tK , tL) Se β > 1 Rendimentos Crescentes à Escala Se β = 1 Rendimentos Constantes à Escala Se β < 1 Rendimentos Decrescentes à Escala

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CUSTOS DE PRODUÇÃO

CUSTOS NO CURTO PRAZO As curvas de custo no curto prazo resultam directamente da função de produção no curto prazo. Os Custos Totais no curto Prazo são decompostos em Custos Variáveis e Fixos, que corresponde, respectivamente, a pagamentos aos factores produtivos variáveis e fixos. Custo Fixo Significa que não varia no curto prazo, à medida que a quantidade de produto varia. Impostos sobre a propriedade, pagamento de seguros, juros de empréstimos são exemplos de custos fixos. (r = Rage of Return [custo de oportunidade])

CF = rK Custo Variável É definido com o custo total do factor produtivo variável para cada quantidade do produto. (L é a quantidade de trabalho necessária para produzir uma quantidade Q do produto e w é o salário [wage])

CV (Q) = wL Custo Total É a soma do CF e CV.

CT = CF + CV (Q) = rK + wL Custo Fixo Médio É o custo fixo dividido pela quantidade de produto.

CFM = CF / Q = rK / Q Custo Variável Médio

CVM = CV (Q) / Q = wL / Q Custo Total Médio É o custo total dividido pela quantidade do produto.

CTM = CT / Q = CFM + CVM = (rK + wL) / Q Custo Marginal É a variação no custo total resultante da produção de uma unidade adicional de produto. (∆Q representa a alteração na quantidade, e ∆CT a alteração no custo total)

Cmg = ∆CT / ∆Q = ∆CV(Q) / ∆Q = dCT / dQ Devido ao facto de o CF não variar com a quantidade do produto, a alteração no CT quando se produzem ∆Q unidades adicionais de produto é a mesma do que a alteração no CV.

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CT CT, CF, CV CV CF Q Devido à lei dos rendimentos decrescentes a partir de um determinado ponto é necessário aumentar cada vez mais o factor produtivo variável para se produzir uma unidade adicional de produto. € Cmg CTM CVM CFM Q Quando a curva do Cmg é inferior à curva do CTM ou CVM, o CTM ou CVM é decrescente; quando o Cmg é superior à curva do CTM ou CVM, o CTM ou CVM é crescente. Os rendimentos decrescentes são também responsáveis pelo facto de as curvas de CTM e CVM crescerem com o produto. Os CFM aproximam-se do infinito à medida que o produto diminui para zero, e tendem para zero à medida que o produto cresce. AFECTAÇÃO DA PRODUÇÃO A DOIS PROCESSOS O problema da afectação de uma determinada quota de produção a duas unidades diferentes de produção é semelhante ao problema de se afectar um factor produtivo disponível a duas fábricas diferentes. No último caso, o objectivo é maximizar a quantidade de produto que pode ser obtida com determinado montante de factor produtivo. No primeiro, o problema é produzir uma determinada quantidade de produto ao menor custo total possível.

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A solução é afectar a quota de produção, de forma a que o custo marginal seja o mesmo em cada processo de produção. Esta solução não exige que os custos médios sejam os mesmos em cada processo e, na realidade, eles diferem frequentemente e de uma forma substancial. RELAÇÃO ENTRE Pmg, PMed, Cmg E CVM Segundo a definição de Custo Marginal = ∆CV / ∆Q ; Sendo o trabalho o único factor variável, ∆CV = ∆wL, de forma que ∆CV / ∆Q é igual a ∆wL / ∆Q. Se os salários forem constantes, isto é o mesmo que w∆L / ∆Q. E, como ∆L / ∆Q é igual a 1 / Pmg, segue-se que:

Cmg = w / Pmg De forma idêntica da definição de Custo Variável Médio = Cv / Q = wL / Q, e como L / Q é igual a 1 / Pmed.

CVM = w / Pmed CUSTOS NO LONGO PRAZO Como é sabido o produtor pretende maximizar o lucro minimizando os custos, ou seja, maximizar a produção. À imagem da Restrição Orçamental para o consumidor, existe a linha de Isocusto para o produtor. Isocusto é o lugar geométrico de todos os cabazes de factores produtivos possíveis que podem ser adquiridos para um determinado nível de custo total C. K C / r C = rK + wL

C / w L O declive da linha de isocusto é: – w / r Para determinar o produto máximo que pode ser obtido com um determinado custo sobrepõe-se a linha de isocusto no mapa de isoquantas. O cabaz óptimo de factores produtivos será aquele que se situa no ponto de tangencia quando a isoquanta e o isocusto se interceptam (apenas uma vez).

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K Escolha Óptima K*

L* L Escolha Óptima

Declive da Isoquanta = Declive do Isocusto

Pmg L / Pmg K = w / r

Pmg L / w = Pmg K / r

TMST = w / r

No ponto de minimização de custos, o quociente do produto marginal de um factor produtivo pelo respectivo preço será o mesmo para todos os factores produtivos. O produto adicional que se obtém com o ultimo euro gasto num factor produtivo deve ser o mesmo do que o produto que se obtém com o ultimo euro gasto em qualquer outro. DIFERENTES POSSIBILIDADES PARA C(Q) Economias de Escala CT CMed CT CMg CMed CMg

Q Q À medida que as quantidades aumentam o custo total aumenta cada vez menos.

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Deseconomias de Escala CMg CT CMed CT CMg CMed

Q Q Caso Misto (mais frequente) CT CMed CT CMg CMg CMed

Q Q Começa com economias de escala mas acaba por gerar deseconomias de escala. Caso Proporcional CT CMed CT CMg CMed = CMg

Q Q

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RELAÇÃO ENTRE CUSTOS DE CURTO E LONGO PRAZO E ESTRUTURA DO SECTOR CMed CMg CMed CP CMed LP CMg LP CMg CP Q0 Q1 Q

Com K = K0 eficiente para Q0 ; stock de K dimensionado para Q0, com a mudança para Q1 não é possível redimensionar o stock de K eficiente. Logo o CMed aumenta

Para uma determinada quantidade de produto, os custos totais no longo prazo nunca podem ser superiores aos custos totais no curto prazo, pelo facto de todos os factores produtivos poderem ser ajustados no longo prazo enquanto no curto prazo apenas alguns deles podem ser. A relação entre a estrutura de mercado e os custos no longo prazo deriva do facto de a sobrevivência nos mercados exigir às empresas que tenham os menores custos possíveis, dadas as tecnologias de produção disponíveis.

Caso A – Se a curva de Cmed for decrescente, menores custos ocorrerão apenas quando uma só empresa serve o mercado. Se duas empresas tentarem servir este mercado cada empresa terá sempre Custos Médios superiores. Estamos perante uma monopólio natural.

Caso B – Se a curva de Cmed for em forma de U e se o seu ponto mínimo ocorrer para uma quantidade à qual corresponda uma quota substancial da produção total do mercado, menores custos ocorrerão se poucas empresas servirem o mercado.

Caso C – Se o ponto mínimo de uma curva Cmed em forma de U corresponder apenas a uma fracção do produto total do sector, é provável que o mercado seja servido por muitas empresas concorrentes. O mesmo se aplica quando a curva de Cmed for horizontal ou crescente.

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CMed CMed CMed Caso A Caso B Caso C CMed CMed Caso C Caso C

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CONCORRÊNCIA PERFEITA

MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO O objectivo assumido de uma empresa é maximizar o seu Lucro Económico. Sendo que lucro económico é a diferença entre a receita total e o custo total (inclui todos os custos explícitos e implícitos [é o caso do custo de oportunidade]). Convém salientar que lucro económico é diferente de lucro contabilístico (diferença entre a receita total e o custo explícito dos recursos utilizados). Lucro Económico zero significa que todos os factores são remunerados à taxa de mercado.

Max Π = P*Q – C(Q) CONDIÇÕES PARA A CONCORRÊNCIA PERFEITA As empresas vendem um Produto Padronizado, o produto vendido por uma empresa é tido como um substituto perfeito vendido por outra empresa qualquer. As empresas são tomadoras de preço, isto significa que as empresas individuais aceitam o preço, o Preço é Dado. A empresa deve supor que o preço de mercado não será afectado pela quantidade de produto que produzir, pois o mercado é servido por um grande número de empresas. Mobilidade perfeita dos factores produtivos no longo prazo, uma empresa pode contratar os factores produtivos necessários e desfazer-se dos que não lhe fazem falta. As empresas e os consumidores possuem informação perfeita. CURTO PRAZO Condição no Curto Prazo para Maximização do Lucro A empresa deverá optar pela quantidade de produto para qual a diferença entre a receita total e custo total for maior.

Receita Marginal, é o benefício da empresa associada à venda de uma unidade adicional de produto.

Rmg = dRT / dQ = d (P*Q) / dQ = P

(P é constante)

Se uma empresa pretende maximizar o lucro deve ponderar a Receita Marginal com o Custo Marginal. Assim, a regra de maximização do lucro no curto prazo determina que se produza a quantidade de produto para qual o preço é igual ao Custo Marginal no curto prazo na zona crescente dessa curva.

Escolha Óptima: P = Cmg (dΠ / dQ) = 0 P – dC / dQ = 0 P = Cmg

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Cmg

P’ P = Rmg

Q1 Q2 Q* Ainda existe € a ganhar Escolha Óptima (continuar a produzir)

Beneficio de expansão da produção (Rmg) é superior ao custo da expansão (Cmg)

(continuar a produzir) Condição de Encerramento No entanto, é importante ter em conta que o Preço deverá ser igual ao Custo Marginal desde que o preço exceda o valor mínimo do Custo Variável Médio. Caso contrário é melhor a empresa encerrar a produção. Assim, neste caso os lucros são – CF.

Se Q = 0, Π = – CF

Π < – CF PQ – C(Q) < – CF PQ – (CV(Q) + CF) < – CF PQ < CV(Q) P < CV(Q) / Q

P < CVMed

O facto da empresa cobrir os Custos Variáveis não lhe assegura um lucro económico positivo. Contudo, é suficiente para induzir a empresa a oferecer produto no curto prazo, pois a empresa vai perdendo dinheiro mas perderia mais se não produzisse (devido aos CF). Produzir (Π > 0) Cmg Perco €, mas é preferível CTM continuar a produzir pois cubro os CVM e uma CVM parte do CF

Não Produzir (Π = – CF)

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Oferta de Empresa Concorrencial e do Sector Concorrencial no Curto Prazo Função Oferta da Empresa: P = Cmg P ≥ CVM min S CTM CVM Qualquer empresa pode vender o máximo que quiser sem afectar o mercado. Se uma empresa cobrar mais que o preço dado não venderá qualquer quantidade. A curva da procura da empresa individual é perfeitamente elástica. Oferta do Sector Concorrencial: dado um preço adicionam-se as quantidades que cada empresa pretende oferecer a essa preço, neste caso, a curva oferta do mercado é dada pelo somatório horizontal das curvas da oferta de cada empresa, logo é o somatório do Cmg das várias empresas. Mercado: Empresa Individual: S = ∑ Cmg Cmg P* P* CTM P1 D X Π = (P* – P1) * X > 0 Π < 0 CTM CVM P* P*

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Eficiência do Equilíbrio Concorrencial no Curto Prazo S = ∑ Cmg D = ∑ Bmg Eficiência, tenta identificar a situação em que o ganho liquido é máximo para a sociedade. O Ponto de Equilíbrio maximiza o benefício líquido para a sociedade, é também denominado por o Ponto Eficiente. As posições de equilíbrio são eficientes no sentido de o valor dos recursos utilizados na produção da última unidade (Cmg) ser exactamente igual ao valor desse produto para o comprador (Bmg). Isto significa que a posição de equilíbrio esgota todas as possibilidades de trocas com o benefício para ambas as partes. Excedente do Produtor e do Consumidor Excedente do Produtor (XP) é quanto a empresa beneficia como resultado de ter oferecido a quantidade de produto que maximiza o seu lucro. Ou seja, é a diferença entre o preço que o produtor recebe e o preço que custou a produzir o produto.

Excedente do Produtor: RT – CV = RT – (CV + CF) + CF = RT – CT + CF = Π + CF

Excedente do Consumidor (XC), é a diferença entre a valorização que o consumidor dava pelo bem e o preço que efectivamente paga (necessariamente inferior). XC XP

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LONGO PRAZO Condição no Longo Prazo para Maximização do Lucro

Π < 0 PQ – C(Q) < 0 P < C(Q) / Q

P < CMed E tendo em conta que o Preço deverá ser igual ao Cmg. Assim temos a seguinte função oferta: P = Cmg S P ≥ CMed min CMed Ajustamentos no Longo Prazo No longo prazo a empresa optará por sair do mercado se não puder ganhar pelo menos um lucro normal no sector onde opera. Trabalho óptimo da fábrica para um determinado preço no longo prazo: CTMed1 CP Cmg1 CP Cmg2 CP CTMed2 CP P* CTMed LP Cmg LP

X Y Quando a empresa opera com o stock de capital associado a Cmg1 CP e CTMed1 CP é melhor para a empresa produzir Q = X (quantidade de produto no qual Cmg1 CP = P*). Dando à empresa tempo para se ajustar ela optará por mudar para o stock de capital que é melhor para a quantidade de produto no qual Cmg LP = P*. Sendo que a quantidade óptima de produzir é Q = Y. À medida que entram no sector novas empresas, as respectivas curvas de Custo Marginal no curto prazo são adicionadas às das empresas já existentes fazendo com que a curva da oferta se desvie para a direita. O que levará a uma descida do preço, e a um reajustamento do stock de capital.

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Continuarão a verificar-se novas entradas de empresas até que:

O preço atinja o ponto mínimo da curva CTMed LP Todas as empresas alterem o stock de capital até que esta dê origem a uma

curva do custo médio no curto prazo que seja tangente à curva de CTMed LP no ponto mínimo.

Logo, quando lucro económico de todas as empresas seja igual a zero. Cmg LP CMed CP Cmg CP CMed LP P* O efeito da concorrência para a aquisição de factores produtivos de qualidade anormalmente elevada faz com que o preço desses factores aumente até a empresa que os utiliza já não ser capaz de obter lucro económico.

Eficiência Dinâmica, os recursos produtivos movem-se para os mercados onde há lucro, diminuindo o preço desses recursos até atingirem o mínimo dos CMed. A Curva da Oferta no Longo Prazo para um Sector Concorrencial Com preços dos factores produtivos constantes a curva da oferta no longo prazo do sector é uma linha horizontal, não apenas quando as curvas de CTMed são horizontais mas também quando são em forma de U. Quando os preços dos factores produtivos são uma função crescente do produto do sector, as curvas da oferta do sector em ambos os casos serão crescentes. Quando os preços dos factores produtivos diminuem com o produto do sector, a curva da oferta será decrescente.

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MONOPÓLIO

DEFINIÇÃO DE MONOPÓLIO Um monopólio é uma estrutura de mercado na qual um único vendedor de produto sem substitutos próximos serve todo o mercado. Um dos principais problemas consiste em definir se existe monopólio ou não, ou seja, consiste em definir o mercado. Uma diferença importante entre monopólio e concorrência perfeita é que a curva da procura da empresa concorrencial individual é horizontal enquanto a curva da procura do monopólio é simplesmente a curva da procura decrescente de todo o mercado. Quatro Causas de Monopólio Controlo exclusivo de um factor fundamental. Economias de Escala, quando a curva de custo médio no longo prazo se apresenta decrescente, a forma menos dispendiosa de servir o mercado é concentrar a produção numa só empresa, enquanto que com duas empresas a partilharem o mercado o custo médio aumentaria (ao tentar diluir a produção o custo de produção não seria eficiente). CMed Q*/2 Q* Patentes, com as patentes o governo protege as invenções conferindo um benefício exclusivo ao criador da invenção em causa. O Estado ao tomar esta medida está a conceder um monopólio e a permitir que os preços sejam aplicados a um nível mais alto, contudo é uma forma de incentivo à inovação e de recompensa à empresa que teve elevados encargos com despesas de investigação e desenvolvimento. Licenças, em muitos mercados a lei permite que a actividade produtiva apenas seja exercida por uma empresa com licença governamental. MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO PELO MONOPOLISTA Como é óbvio, o objectivo principal do monopólio é maximizar o lucro económico. Como em monopólio existe apenas uma empresa, o preço depende daquilo que a empresa fizer e da quantidade que a empresa quer vender. Assim, o preço é dado pela curva da Procura.

Objectivo é Max Π = P.Q – C(Q) = P(Q).Q – C(Q)

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Nota: Rmg = dRT / dQ = d P.Q / dQ = dP / dQ * Q + P(Q) Perdas na receita de vendas com preços inferiores P1

A Ganhos na receita de vendas adicionais P2 B Q1 Q2

A receita marginal é a diferença entre A e B e a alteração no produto. Neste caso será: (B – A) * (Q2 – Q1)

dΠ / dQ = 0 d( P(Q).Q – C(Q) ) / dQ = 0 (dP / dQ) * Q + P(Q) – dC / dQ = 0 dP / dQ * Q + P(Q) = dC / dQ

Rmg = Cmg Receita Marginal e Elasticidade

Rmg = (dP / dQ) * Q + P Rmg = (dP / dQ) * (Q / P) * P + P Rmg = P ( 1 + (dP / dQ) (Q / P) ) Rmg = P ( 1 + 1 / E ) Rmg = P ( 1 – 1 / |E| )

Quando a procura for:

Rígida (0 < |E| < 1) Rmg < 0 RT é decrescente se o preço descer

Elástica Unitária (|E| = 1) Rmg = 0 RT é máxima

Elástica (|E| > 1) Rmg > 0 RT é crescente se o preço descer

P Rmg >0

Rmg = 0 Rmg < 0 D Q

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Interpretação Gráfica da Condição de Maximização do Lucro P P* Cmg Rmg D Q* Q A quantidade para a qual a empresa maximiza o lucro é Q*, o ponto onde as curvas da receita marginal e do custo marginal se interceptam. O ponto de lucro máximo pode ocorrer tanto na zona crescente como na zona decrescente da curva do Cmg. No entanto, deve ser num ponto onde a curva da Rmg intercepte a curva do Cmg por cima. Note-se que para a receita marginal é sempre menor que o preço, ao contrário do que acontecia com a empresa concorrencial que a Rmg e o preço eram um único. Condição de Encerramento em Monopólio Sempre que não exista nenhuma quantidade para qual a curva da procura se situe acima da curva do custo variável médio é melhor a empresa deixar de produzir no curto prazo. A empresa suportará então uma perda económica no curto prazo igual aos seus Custos Fixos, mas ainda estaria pior se produzisse uma quantidade de produto positiva. Uma outra forma de dizer o mesmo será, a empresa deveria parar a produção sempre que a Receita Média fosse inferior ao custo variável médio para qualquer quantidade de produto.

Π = RT – CT = PQ – C(Q) = Q ( P – C(Q) / Q) = Q (RMed – CMed)

Nota: RM = PQ / Q = P P CVM D Q

Neste caso a Receita Média (o preço na curva da procura) é inferior ao CVMed para qualquer nível de produto, o melhor para a empresa monopolista é deixar de produzir no curto prazo.

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PERDA DE EFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO Cmg C A B E D

F Rmg

QM QC

D Em Concorrência Perfeita: XC = A + B +C XP = D + E + F Em Monopólio: XC = A XP = B + E + F Ineficiência do Monopólio, carga excedentária: C e D

UMA EMPRESA MONPOLISTA NÃO TEM CURVA DA OFERTA Como a empresa monopolista não é tomadora de preço, não existe uma correspondência única entre o preço e a receita marginal quando a curva da procura do mercado se desloca. É possível acontecer que uma empresa monopolista produza Q1 e venda a P* num período, enquanto noutro período produza Q2 e venda a P*. Quando a curva da procura da empresa monopolista se desloca, a elasticidade preço da procura para um determinado preço, normalmente, também se alterará. No entanto, estas deslocações não se fazem necessariamente na mesma direcção. Por esta razão, diz-se que a empresa monopolista não possui curva da oferta. Possui uma lei da oferta que consiste em igualar a receita marginal ao custo marginal. MONOPÓLIO COM VÁRIAS FÁBRICAS Quando confrontadas com a opção de produzir em várias fábricas, as empresas monopolistas distribuem o produto pelas várias fábricas, de forma a igualar o custo marginal em cada uma delas. Somando horizontalmente as duas curvas do custo marginal e escolhendo então o nível de produção para o qual a curva resultante intercepta a curva da receita marginal.

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Fábrica 1 Fábrica 2 Total Cmg Cmg Cmg Rmg Q1 Q2 Q* DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS Condições para Discriminação de Preços Poder de Mercado, se for em concorrência perfeita não consegue alterar o preço. Impossibilidade de Revenda. Informação, informação sobre os grupos de consumidores distintos, pois é necessário saber as procuras para cada consumidor. Discriminação Perfeita de Preços Quando se consegue cobrar preços diferentes por cada unidade e quando a empresa sabe exactamente o que cada consumidor está disposto a despender por cada produto. Nesta situação o consumidor paga o máximo que está disposto a pagar, logo o excedente do consumidor é nulo. Nesta situação a curva da receita marginal é igual à sua curva da procura, pois a empresa pode reduzir o preço para vender o produto adicional sem ter de reduzir o preço das unidades de produto originalmente vendidas. Vende-se o produto ao máximo que o consumidor está disposto a pagar. Discriminação de Preços do Segundo Grau Os vendedores estabelecem não um preço único, mas uma tabela ao longo da qual o preço diminui com a quantidade que se compra. Assim, a empresa ao fornecer vários pacotes permite oferecer ao consumidor o pacote que melhor se adequa. Este tipo de estrutura de tarifas encontra-se disponível para todos os consumidores (ao contrário da discriminação perfeita), ou seja, as empresas não tentam ajustar o que cobram em função das diferenças nas elasticidades dos compradores. Discriminação de Preços de Terceiro Grau A empresa distingue grupos de consumidores identificáveis (exemplo: homem e mulher), possuindo dois mercados diferentes. Neste caso a empresa aplica preços diferentes a mercados diferentes.

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Quando a empresa monopolista consegue vender em mercados diferentes distribui o produto de tal forma que a receita marginal seja igual nos dois.

Max Π = P1 (Q1) + P2 (Q2) – C(Q1 + Q2) dΠ / dQ1 = 0 (dP1 / dQ1) * Q + P1 – dC / dQ1 = 0 Rmg1 = Cmg dΠ / dQ2 = 0 (dP2 / dQ2) * Q + P2 – dC / dQ2 = 0 Rmg2 = Cmg

Rmg1 = Rmg2 = Cmg Modelo de Barreira de Discriminação de Preços Esta técnica leva os compradores mais elásticos a identificarem-se. A ideia básica é o vendedor estabelecer uma barreira qualquer e cobrar um preço de desconto para aqueles compradores que estiverem dispostos a ultrapassá-la. Por exemplo: os saldos, os consumidores com uma procura menos elástica compram os seus produtos em época normal sem esperarem pelos saldos, os consumidores mais elásticos esperam pelos saldos e aproveitam o desconto. ECONOMIAS DE REDE

Dá-se numa situação em que exista um produto de uma empresa que está em maioria no mercado, em relação aos outros de outras empresas. Logo os consumidores vão querer adquirir esse mesmo produto porque é o que todos têm. Desta forma entra-se numa bola de neve.

Exemplo: Microsoft, as pessoas utilizam o Windows porque é o programa que todos têm e, por isso, preferem-no ao Linux.

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OLIGOPÓLIO