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Cinco estudantes universitários oriun- dos da Ucrânia trabalharam afincada- mente e venceram a final internacional da edição de 2009 do Global Manage- ment Challenge. Para chegar ao topo a equipa teve de fazer frente a mais 24 países, oriundos de vários cantos do mundo, desde a Europa até ao conti- nente americano. A formação portuguesa era constituí- da por três quadros da Critical Manu- facturing. Apesar de bem preparados, uma má decisão afastou-os dos oito lu- gares cimeiros desta prova de estraté- gia e gestão que conta com 31 anos de existência. O Global Management Challenge che- gou à Ucrânia há cerca de quatro anos e esta foi a primeira vitória do país a nível internacional. Depois da Rússia ter vencido a edição de 2008, foi a vez de mais um país do Leste europeu pro- var as capacidades de gestão desta zo- na da Europa. Situação que já tinha ocorrido em 2004 com a vitória da Po- lónia e em 2006 com a República Che- ca. Cada vez mais os países do Leste europeu mostram as suas capacidades neste evento de gestão. A China, equi- pa temida pelas suas cinco vitórias que alcançou em 15 anos de participação, chegou apenas ao sexto lugar e Macau ao sétimo. Hong Kong ficou com a quarta posição. A Rússia foi o país anfitrião da final internacional. A cidade de Khanty- Mansiysk, na Sibéria foi o local escolhi- do para acolher o evento. A organiza- ção russa promoveu ao máximo o con- vívio entre as comitivas e mostrou co- mo a Sibéria está longe de ser apenas o local para onde se deportavam pes- soas. A região tem uma história rica e uma cultura que a diferencia. No próximo ano as equipas vão com- petir pelo título de campeão em Ma- cau. Será a terceira vez que o território acolherá esta iniciativa. Ucrânia vence final internacional O Leste europeu esteve em alta com a vitória da equipa ucraniana e o terceiro lugar obtido pela Rússia A equipa vencedora do Global Management Challenge 2009 ergue bem alto o prémio recebido e faz-se acompanhar de Pedro Alves Costa, à direita na foto, vice-presidente da organização internacional A formação da Finlândia (foto à esquerda) ficou em segundo lugar e a Rússia (ao centro) em terceiro. A equipa portuguesa (foto à direita) esteve ausente dos lugares cimeiros “O mais importante neste desafio é a capacidade de desenvolvimento das características fundamentais para o exercício da gestão e que são: a capacidade do trabalho em equipa; a rapidez na tomada de decisão; a capacidade de avaliação do impacto da tomada de decisão a curto e a longo prazo” P4 “O Global Management Challenge é uma competição que promove a competitividade saudável entre jovens num domínio tão importante como é o da gestão. E isso é uma forma importante de promover a qualificação de quadros, capacitando-os através de exercícios que, embora simulados, treinam a capacidade de intervenção e decisão rápida” P4 José Vaz Pinto (Singular) Alexandre Rosa (IEFP) Expresso Este caderno faz parte integrante do Expresso nº 1961 de 29 de Maio de 2010, não podendo ser vendido separadamente

[ECONOMIA - I] ECONOMIA/ECONOMIA 29-05-10 · A alegria da vitória foi partilhada com Anna Degtereva, organizadora na Ucrâ- ... baixar os preços. Uma estratégia

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Page 1: [ECONOMIA - I] ECONOMIA/ECONOMIA 29-05-10 · A alegria da vitória foi partilhada com Anna Degtereva, organizadora na Ucrâ- ... baixar os preços. Uma estratégia

Cinco estudantes universitários oriun-dos da Ucrânia trabalharam afincada-mente e venceram a final internacionalda edição de 2009 do Global Manage-ment Challenge. Para chegar ao topo aequipa teve de fazer frente a mais 24países, oriundos de vários cantos domundo, desde a Europa até ao conti-nente americano.

A formação portuguesa era constituí-da por três quadros da Critical Manu-facturing. Apesar de bem preparados,

uma má decisão afastou-os dos oito lu-gares cimeiros desta prova de estraté-gia e gestão que conta com 31 anos deexistência.

O Global Management Challenge che-gou à Ucrânia há cerca de quatro anose esta foi a primeira vitória do país anível internacional. Depois da Rússiater vencido a edição de 2008, foi a vezde mais um país do Leste europeu pro-var as capacidades de gestão desta zo-na da Europa. Situação que já tinha

ocorrido em 2004 com a vitória da Po-lónia e em 2006 com a República Che-ca. Cada vez mais os países do Lesteeuropeu mostram as suas capacidadesneste evento de gestão. A China, equi-pa temida pelas suas cinco vitórias quealcançou em 15 anos de participação,chegou apenas ao sexto lugar e Macauao sétimo. Hong Kong ficou com aquarta posição.

A Rússia foi o país anfitrião da finalinternacional. A cidade de Khanty-

Mansiysk, na Sibéria foi o local escolhi-do para acolher o evento. A organiza-ção russa promoveu ao máximo o con-vívio entre as comitivas e mostrou co-mo a Sibéria está longe de ser apenas olocal para onde se deportavam pes-soas. A região tem uma história rica euma cultura que a diferencia.

No próximo ano as equipas vão com-petir pelo título de campeão em Ma-cau. Será a terceira vez que o territórioacolherá esta iniciativa.

Ucrânia vence final internacionalO Leste europeuesteve em alta coma vitória da equipaucraniana e oterceiro lugar obtidopela Rússia

A equipa vencedora do Global Management Challenge2009 ergue bem alto o prémio recebido e faz-se

acompanhar de Pedro Alves Costa, à direita na foto,vice-presidente da organização internacional

A formação da Finlândia (foto à esquerda) ficou em segundo lugar e a Rússia (ao centro) em terceiro. A equipa portuguesa (foto à direita) esteve ausente dos lugares cimeiros

“O mais importante neste desafioé a capacidade de desenvolvimento dascaracterísticas fundamentais para o exercícioda gestão e que são: a capacidadedo trabalho em equipa; a rapidezna tomada de decisão;a capacidade de avaliaçãodo impacto da tomadade decisão a curtoe a longo prazo” P4

“O Global Management Challenge é umacompetição que promove a competitividade

saudável entre jovens num domínio tãoimportante como é o da gestão. E issoé uma forma importante de promover

a qualificação de quadros,capacitando-os através de

exercícios que, embora simulados,treinam a capacidade de

intervenção e decisão rápida” P4

José Vaz Pinto(Singular)

Alexandre Rosa(IEFP)

ExpressoEste caderno faz parte integrante do Expresso nº 1961

de 29 de Maio de 2010, não podendo ser vendido separadamente

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Textos de Maribela Freitas

Aequipa da Ucrânia ven-ceu a final internacio-nal do Global Manage-ment Challenge 2009,que se realizou estemês, nos dia 17 e 18,em Khanty-Mansiysk,na Sibéria. Formadapor cinco jovens estu-

dantes universitários, a formação lutouafincadamente perante mais 24 países efoi por uma pequena diferença que supe-rou a concorrência. Portugal ficou forados oito lugares cimeiros, uma vez quenão passou da semifinal.

Depois de no ano passado a final inter-nacional ter ocorrido em Lisboa, foi a vezda Rússia ser o país anfitrião. Ao todo es-tiveram em campo 25 países oriundos decontinentes tão diferentes como Améri-ca, África ou Ásia. Como é habitual, a fi-nal dividiu-se por dois dias. No primeiro,o da semifinal, estiveram presentes os 25países que estavam a competir pelo título

de campeão. As equipas foram distribuí-das por quatro grupos e as duas maisbem classificadas de cada grupo disputa-ram no dia seguinte a finalíssima.

Portugal competiu na semifinal integra-do num grupo onde figuravam também aFinlândia, França, Hungria, Índia e aUcrânia. A competição foi feroz e a equi-pa nacional não conseguiu classificar-separa a finalíssima. “Na primeira decisãoestávamos bem, mas depois cometemosum erro de previsão provocado por umasituação nova de que não nos apercebe-mos e não foi possível corrigi-la a tem-po”, contou Francisco Almada Lobo, che-fe da equipa nacional, no final do primei-ro dia de competição, depois de saberque a sua formação não se tinha qualifica-do para o dia seguinte. Do seu grupo saiupara a finalíssima a Ucrânia e a Finlân-dia, equipas que haveriam de ficar respec-tivamente em primeiro e segundo lugar— factor que atesta que Portugal estavanum dos grupos mais fortes desta finalinternacional.

No dia da finalíssima sentia-se no ar atensão entre as equipas. Alemanha, Ma-

cau, Rússia, Ucrânia, Finlândia, HongKong, Turquia e República Popular daChina foram as formações presentes. “Ogrupo é muito forte e competitivo”, foiuma das frases mais proferidas pelasequipas que estavam a tentar obter o títu-lo de campeão. Rússia, Hong Kong e aUcrânia eram os mais temidos. Um prog-nóstico que afinal acabou por se revelaracertado, uma vez que foi a Ucrânia quese sagrou campeã e levou para o seu paísa primeira vitória internacional nestacompetição.

Vitória do Leste

O último dia de prova acabou com umjantar de gala realizado num edifício deespectáculos, localizado no centro da ci-dade de Khanty-Mansiysk. No evento fo-ram revelados os vencedores da noite.Depois de anunciados os resultados, a fe-licidade da comitiva ucraniana era maisque evidente. “A competição foi muitoforte e não foi fácil ganhar, mas o factode termos conseguido prova que a Ucrâ-nia tem capacidade para ser competiti-

va”, frisou Markiin Serchynskyi, líder daequipa vencedora, após o anúncio dos re-sultados. Contava ainda o líder que du-rante as cinco decisões que tiveram detomar nem sempre estiveram no topo,mas no fim conseguiram vencer. A felici-dade de levarem para casa o título eravisível, ao ponto de Markiin Serchynskyiafirmar: “Não há pessoas mais felizes doque nós hoje”.

A alegria da vitória foi partilhada comAnna Degtereva, organizadora na Ucrâ-nia do Global Management Challenge.“O resultado obtido mostra aos estudan-tes ucranianos que se trabalharem po-dem atingir grandes objectivos. Vimoshoje que a Ucrânia tem futuro e esse futu-ro são os jovens estudantes, que serão osgestores de amanhã”, referia visivelmen-te emocionada Anna Degtereva. A Ucrâ-nia aderiu a esta competição portuguesahá cerca de quatro anos e, com esta vitó-ria, posicionou-se como um dos países atemer nas finais internacionais.

Em segundo lugar ficou a equipa da Fin-lândia. Em oposição aos vencedores, o de-sapontamento era visível no rosto dos três

A equipa de Macau (foto à esquerda) ficou em sétimo lugar. Na imagem ao centro vislumbra-se o aspecto festivo do jantar de gala do Global Management Challenge 2009 e a organização (foto da direita) d

Estudantes na liderançaKHANTY--MANSIYSK FOI ACIDADE DA SIBÉRIAQUE ACOLHEUA FINALINTERNACIONALDA EDIÇÃO DE2009 DO GLOBALMANAGEMENTCHALLENGE

Final internacional Estiveram presentes no evento 25 países e foi a equipa da Ucrânia que se sagrou vencedora

COMPETIÇÃO

II ECONOMIA

Expresso, 29 de

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Representantes da organizaçãointernacional e da russa, proferiram

um breve discurso na entregados prémios (fotos em cima

à esquerda). Depois de seremconhecidas as classificações, váriasdas formações presentes no evento

ergueram as bandeiras dos seuspaíses num fraterno convívioe posaram para a fotografia

jovens chineses a estudar na Finlândia eque representaram este país na final. Estafoi a sua segunda participação numa finalinternacional, e depois de, no ano passadoem Lisboa, terem ficado em terceiro, esteano conseguiram apenas o segundo lugar.

A Rússia foi o país que se classificou emterceiro lugar. No início do dia da finalís-sima, Anton Fedorov, líder da formação,queixava-se da estratégia da China, Ma-cau e Hong Kong, que tinham optado porbaixar os preços. Uma estratégia que nãolhes serviu de muito, uma vez que HongKong ficou na quarta posição, a China nasexta e Macau na sétima.

Durante a finalíssima, a Turquia foi umdos países que esteve no topo nalgumasdecisões. Contudo, no final do dia só con-seguiu a quinta posição. No primeiro diade prova, Kaya Duman, líder da forma-ção turca, não se mostrava muito confian-te no seu desempenho. No entanto passa-ram para o dia seguinte, feito esse quelevantou os ânimos aos elementos da Tur-quia. Apesar de não terem vencido, aquinta posição tornou-os competidoresfortes. Mais ainda tendo em conta que es-

te país desenvolve esta prova apenas háquatro anos. A Alemanha classificou-seem oitavo lugar.

Uma das mais recentes adesões ao Glo-bal Management Challenge foi o Gana,cujos representantes estiveram pela pri-meira vez numa final internacional. Ri-chard Leigh, o líder da equipa, conside-rou a prova “muito desafiadora. Existemmuitas dinâmicas e está sempre tudo amudar”. Talvez por isso não tenham pas-sado da semifinal. Arnold Parker, organi-zador da competição no Gana, acompa-nhou a sua equipa à Rússia. Contou que aedição de 2009, a primeira realizada noGana, teve 93 formações inscritas. As ex-pectativas para a edição de 2010 estão al-tas e Arnold Parker acredita que mais es-tudantes e quadros de empresas vãoapostar numa participação no Global Ma-nagement Challenge.

Depois de na Rússia terem estado pre-sente 25 países, espera-se que a próximafinal internacional congregue cerca de32 países, tendo em conta as novas ade-sões à competição, das quais se destaca aVenezuela, Cazaquistão e Moçambique.

A final internacional da edição de 2009do Global Management Challenge tevepela primeira vez uma cerimónia deabertura. O objectivo do evento foi pro-mover o contacto entre as equipas, co-mitivas e entidades locais, antes do iní-cio da competição. Foi também nestafesta que se procedeu à distribuição das25 equipas pelos quatro grupos em quese integraram para disputar a semifinal.

A festa começou com as boas-vindasde Natalia Zapadnova, governadora deKhanty-Mansiysk, região autónoma deOkurg-Ugra, na Sibéria. Visivelmenteemocionada com a presença de comiti-vas de países tão diferentes, lembrouque a Sibéria é muito mais do que a re-gião da Rússia para onde eram deporta-dos aqueles que não concordavam como regime vigente. “Estamos orgulhosospor receber este evento de gestão”, re-feriu. Um evento que serviu também pa-ra promover uma zona da extensa Sibé-ria e mostrar aos presentes a beleza dasua cultura. O encanto desta pequenacidade siberiana ficou bem patente noespectáculo de danças e cantares típi-cos apresentado na cerimónia de aber-tura. O colorido dos trajes tradicionaise a beleza dos cânticos entoados nãodeixaram as comitivas internacionaisindiferentes.

A seguir às danças, a organização pro-cedeu ao sorteio para dividir as 25 equi-pas a competir pelo título internacionalem quatro grupos. O primeiro integrouo Gana, Hong Kong, China, Polónia,Singapura e Eslováquia. O segundo aFinlândia, França, Hungria, Índia, Por-tugal e Ucrânia. Bielorrússia, Brasil, Di-namarca, Alemanha, Itália e Macauconstituíram o terceiro grupo. E Aus-trália, República Checa, Grécia, Méxi-co, Roménia, Turquia e Rússia comple-taram o quarto. Assim organizados,apenas duas equipas de cada grupo figu-raram na finalíssima, de onde, como jáfoi referido, a Ucrânia saiu vencedora.

Vyacheslov Shoptenko, organizadorrusso do Global Management Challen-ge, espera que “a partir de agora a ceri-mónia de abertura se torne numa tradi-ção”. Na sua perspectiva, este evento éideal para quebrar o gelo entre as equi-pas, uma vez que se realiza um dia an-tes de as formações começarem a com-petir umas contra as outras.

Ainda no domínio das novidades, a or-ganização russa realizou uma conferên-cia sobre a Skolkovo Moscow School ofManagement. Aqui foram dados a co-nhecer os MBA e Executive MBA minis-trados por esta instituição, que queratrair público estrangeiro.

distribui as formações pelos grupos para a semifinal

A parceria entre o Canal UP e o GlobalManagement Challenge dura há trêsanos. A sua criação e manutenção temcomo objectivo promover a competiçãono meio universitário.

O Canal UP emite para o mundo univer-sitário e dá cobertura a toda a academianacional. “Apoiamos as iniciativas acadé-micas que consideramos meritórias eque necessitam de promoção, visibilida-de e apoio para potenciar o seu sucesso”,revela André Sousa, director comercialdo Canal UP.

Foi por esta razão que estas duas mar-cas se associaram e até agora, o balançoda união é positivo. “É uma parceria está-vel e existe já uma associação entre asduas marcas, no contexto universitário”,refere o director comercial.

Apesar de não ser uma competição aca-démica, o Global Management Challen-

ge desperta grande interesse no meio uni-versitário, e anualmente conta com cente-nas de equipas inscritas, provenientesdeste meio. Nesta medida, o Canal UP éencarado como um parceiro estratégicoque divulga as acções da competição jun-to da comunidade académica.

André Sousa considera que é umamais-valia para o Canal UP estar ligado auma prova de estratégia e gestão. “A as-sociação a uma iniciativa reconhecida pe-los estudantes como sendo profissional,bem-sucedida e com dimensão, sãomais-valias para um projecto como o nos-so”, frisa. Além da divulgação da prova, oCanal UP apoia ainda a inscrição de equi-pas, acção que é encarada como maisuma forma de promover a proximidade einteractividade com o estudante universi-tário. “São valores que o Canal UP muitopresa e defende intransigentemente”, sa-lienta André Sousa.

O contributo para a promoção do em-preendedorismo nacional, num contextoeconómico que não só o valoriza, comodele necessita, é uma das principais quali-

dades do Global Management Challenge,que o director comercial do Canal UP des-taca. Na sua perspectiva, os estudantesque participam na iniciativa encontramnela uma oportunidade de adquirir no-vos conhecimentos e de contactar com omercado de trabalho. “A competição fun-ciona como um complemento à forma-ção que os estudantes recebem nas esco-las e experimentam um ambiente próxi-mo da realidade profissional, que os pre-para para o futuro próximo, podendo atécaptar o interesse das empresas envolvi-das na prova”, acrescenta André Sousa.

Apesar de o Global Management Chal-lenge ser uma simulação virtual, as equi-pas são chamadas a decidir sobre aspec-tos que têm consequências práticas nodestino do negócio que estão a gerir. “Oambiente competitivo, o contacto comdiferentes dimensões do negócio e o re-flexo das decisões tomadas na cotaçãoda empresa são seguramente mais-va-lias na preparação destes estudantes pa-ra o mercado”, finaliza o director comer-cial do Canal UP.

Foi há 15 anos que o Global Manage-ment Challenge chegou às longínquas pa-ragens da República Popular da China eda Região Administrativa Especial deMacau. Para comemorar esta data, a or-ganização internacional da competiçãodecidiu que seria Macau a organizar apróxima final internacional referente àedição de 2010 do Global ManagementChallenge. O evento está agendado paraAbril de 2011 e espera-se que estejampresentes mais de 30 países a competirpelo título de campeão internacional.

A chegada à Ásia foi um marco na inter-nacionalização desta competição portu-guesa. Para a organização foi um feitomemorável e este ano comemora o seu15º aniversário. Luís Alves Costa, presi-dente da SDG, considera que “foi umaousadia levar este tipo de competição pa-ra um país como a China”.

Macau aderiu à competição na mesmaaltura que a República Popular da Chinae será o anfitrião da próxima final inter-nacional. Paulina Luk, organizadora doGlobal Management Challenge neste ter-ritório, considera que “a realização desteevento é uma boa oportunidade para oOcidente entrar em contacto com oOriente”. Antiga colónia portuguesa, Ma-cau é um destino que toca na alma nacio-nal. Para além dos muitos locais de diver-são que o território tem para oferecer,os visitantes podem desfrutar da sua ricahistória, cultura e contactar com o queainda resta da presença portuguesa nes-ta paragem distante.

“É importante para Macau receber a fi-nal da edição que marca os 15 anos deentrada da competição na Ásia”, referePaulina Luk. Localmente e no últimoano participaram na prova 293 forma-ções de quadros e estudantes. O facto dena edição de 2007 Macau ter sido o ven-cedor internacional, deu novo folgo aoGlobal Management Challenge na re-gião. “Funcionou como um incentivo pa-

ra continuarmos e para mais pessoasquererem participar”, acrescenta Pauli-na Luk.

Desde que integra esta competição, aRepública Popular da China já venceupor cinco vezes a final internacional. Aúltima vez foi em 2005, mas, mesmo as-sim, as equipas oriundas deste país conti-nuam a ser vistas como das mais compe-titivas e por isso temidas pelos restantesparticipantes. Neste país, a popularidadedo Global Management Challenge égrande. “Contamos na edição deste anocom cerca de 1200 formações”, refereFrank Zhuge, organizador chinês da pro-va. É o país que mais formações agrega,seguido da Rússia e depois por Portugal.

Na República Popular da China, a popu-laridade da competição “é maior entreos estudantes do que nos quadros de em-presas”, conta Frank Zhuge. No caso dosestudantes, uma vitória internacionaltem um alto impacto nas suas carreiras,uma vez que lhes abre perspectivas e pornorma surgem boas oportunidades detrabalho.

Canal UP divulga competiçãoA actuar no meio universitário,o Canal UP divulga o GlobalManagement Challenge juntodo seu público-alvo

Naturais de Khanty-Mansiysk mostraram as danças e cantares típicos da região

Macau organiza final de 2010

Pela primeira vez uma finalinternacional contou comum evento de abertura que juntouequipas e entidades locais

A escolha de Macau para organizara próxima final internacionalestá relacionada com os 15 anosde existência da prova no território

Rússia cria cerimónia de abertura

ECONOMIA IIIe Maio de 2010

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‘‘A competição promove a qualificação’’

ASingular International éa mais recente patroci-nadora do Global Mana-gement Challenge. José

Vaz Pinto, director-geral da em-presa, encara a ligação a estacompetição como uma forma dedar a conhecer a acção da Singu-lar International. Esta parceriapermite ainda à empresa contac-tar com quadros e estudantes,potenciais talentos que possaminteressar aos seus clientes.

“Como empresa de executivesearch fazemos a ponte entre ostalentos e as empresas que pre-cisam desses mesmos talentos.Participar nesta iniciativa per-mite-nos travar contacto comorganizações a quem podemosdar a conhecer os nossos servi-ços e com quadros que podere-mos vir a recrutar ou aconse-lhar aos nossos clientes no futu-ro”, refere José Vaz Pinto. Sãoestas, em suma, as razões quemotivaram a parceria estabele-cida entre esta empresa de exe-cutive search e o Global Manage-ment Challenge.

José Vaz Pinto é um entusiastadesta competição de estratégiae gestão, organizada há mais de30 anos pelo Expresso e pelaSDG. Na sua opinião este desa-fio português funciona comoum laboratório de ensaio ondeas equipas testam capacidadesque depois vão ser postas à pro-va no mundo real. “O mais im-portante neste desafio é a capaci-dade de desenvolvimento das ca-racterísticas fundamentais parao exercício da gestão e que são:a capacidade do trabalho emequipa; a rapidez na tomada dedecisão; a capacidade de avalia-ção do impacto da tomada de de-cisão a curto e a longo prazos”,salienta o director-geral da Sin-gular International. São algu-mas das características que qual-quer gestor deve ter bem defini-das e afinadas para ser capaz desobreviver num mercado compe-titivo como o actual.

Particularizando um poucomais, José Vaz Pinto consideraque os estudantes ao participa-rem no Global ManagementChallenge têm a oportunidadede antecipar um pouco do queirá ser a sua vida após a univer-sidade. “Permite-lhes estar emcontacto com um meio maisrealista do que a universidade”,salienta.

Já aos quadros de empresasdá-lhes a oportunidade de “a-portar às questões e aos proble-mas uma visão completamentelimpa e desintoxicada que podeser útil na avaliação dos proble-

mas e situações”, acrescenta Jo-sé Vaz Pinto.

Tendo em conta a actividadede executive search que realiza,o director-geral da Singular In-ternational não esconde que aparticipação no Global Manage-ment Challenge funciona comomais um factor de avaliação po-sitivo num candidato a um em-prego.

“Temos de avaliar a pessoa noseu todo e o facto de participarem iniciativas onde as suas com-petências são postas à prova ésempre uma mais-valia. Podeainda ajudar-nos a avaliar de

uma forma mais profunda a pes-soa com quem estamos a traba-lhar”, explica.

Quanto à implantação da com-petição em Portugal, José VazPinto encara o seu crescimentode forma muito positiva. “Maisdifícil do que arrancar com umprojecto é conseguir mantê-loao longo do tempo, de uma for-ma sustentada. Nos últimos 30anos registaram-se mudançasbrutais na nossa vida e é extraor-dinário como uma iniciativa des-tas conseguiu manter-se viva aolongo de todo este tempo”, expli-ca o director-geral da Singular

International. Tal só foi possívelporque este projecto soube ajus-tar-se às evoluções da sociedadee do mundo. “Não ficou fechadonum modelo ou formato inicial,soube adaptar-se”, acrescenta.No que respeita à internacionali-zação, refere que “é um passo di-fícil de dar e de manter. Pela di-versidade de países onde está,penso que não existem muitoscasos destes em Portugal”.

Criada há cerca de um ano, aSingular International actua naárea do executive search em Por-tugal, Angola e Moçambique.“Começámos em Portugal e emAngola onde estamos a operarcom alguma intensidade. Mo-çambique virá a seguir e, parajá, temos nesse país uma peque-na estrutura e estamos em con-dições de desenvolver aí algunsprojectos”, conta José Vaz Pin-to. A empresa começou por tra-balhar em executive search, maso objectivo é evoluir a partir da-qui para outras áreas sempredentro da consultoria de recur-sos humanos. Uma medida quevisa aumentar a base de clien-tes, dentro e fora de Portugal,tendo sempre em vista um cres-cimento sustentado.

Num mundo altamente compe-titivo como o actual, a utilizaçãodo executive search pode ser umtrunfo para as empresas. “A nos-sa actividade é fundamental,uma vez que quanto mais exi-gente é o mercado, mais bempreparados devem estar os qua-dros das organizações. E as em-presas querem ter a certeza deque escolhem a pessoa adequa-da para o lugar em causa”, sa-lienta o director-geral da Singu-lar International.

Ciente de que os mercados emque actua estão em diferentes fa-ses económicas, os objectivos daSingular International são, parajá, consolidar a actividade emPortugal e em Angola e prepa-rar o lançamento da empresaem Moçambique.

Aligação entre o GlobalManagement Challen-ge e o Instituto de Em-prego e Formação Pro-

fissional (IEFP) existe há maisde dez anos. Alexandre Rosa, vi-ce-presidente do conselho direc-tivo do IEFP expõe algumas dasqualidades inerentes à provaque justificam a manutençãodesta parceria.

“O Global Management Chal-lenge é uma competição que anosso ver promove a competiti-vidade saudável entre jovensnum domínio tão importante co-mo é o da gestão de empresas.E isso é uma forma importantede promover a qualificação dequadros, capacitando-os atra-vés de exercícios que, embora si-mulados, treinam a capacidadede intervenção e decisão rápi-da", explica Alexandre Rosa.

O estímulo às aptidões de aná-lise e decisão em contextos pró-ximos do real é, na opinião dovice-presidente do conselho di-rectivo do IEFP, algo de impor-tante para a formação dos jo-vens portugueses. A este propó-sito, refere que “a prática simu-lada de gestão é um instrumen-to útil para a aprendizagem e,por isso, potenciador da empre-gabilidade”.

As relações e redes que se esta-

belecem durante a competição,nomeadamente entre os ele-mentos das equipas e as empre-sas que apoiam a sua inscrição,contribuem para facilitar a apro-ximação dos jovens estudantesao mercado de trabalho. “É por-que reconhecemos esse poten-cial à iniciativa que a apoiamoshá tanto tempo”, acrescentaAlexandre Rosa.

Para o IEFP é importante es-tar ligado a este desafio portu-guês organizado pelo Expressoe pela SDG. Como serviço públi-co de emprego que é, cabe aoIEFP promover o desenvolvi-mento da política pública de em-prego nacional, o que envolve di-versas intervenções, como se-jam os apoios à criação de em-prego, a promoção do ajusta-mento entre a oferta e a procu-ra de trabalho e dar o seu contri-buto para a empregabilidade,

através da formação profissio-nal e da gestão de medidas acti-vas de emprego. Para Alexan-dre Rosa, “o Global Manage-ment Challenge desempenhaum papel neste domínio. Amais-valia que retiramos da par-ceria é, por isso, aquela que de-corre do proveito que os partici-pantes que apoiamos levam daexperiência que aí adquirem”.

Os dados mostram que existeuma correlação entre qualifica-ção e emprego. Quanto mais ele-vadas são as qualificações,maior é a probabilidade de en-contrar trabalho. A economianacional atravessa um processode transformação em que as ac-tividades consumidoras demão-de-obra desqualificada vãoperdendo lugar, em benefíciode actividades mais exigentesdo ponto de vista das qualifica-ções.

O vice-presidente do IEFP con-sidera que “o desafio que temospela frente é precisamente o devencer e superar os défices decompetitividade da economiaportuguesa e a principal variá-vel, por todos reconhecida, é aqualificação”. Neste domínio, ci-ta iniciativas como as NovasOportunidades que têm mostra-do um grande potencial no de-senvolvimento da formação es-

colar e profissional, especial-mente da população adulta já in-tegrada no mercado de traba-lho.

Além da característica formati-va, Alexandre Rosa salienta queo Global Management Challen-ge promove a aproximação en-tre parceiros e aprofunda assuas relações de convivência. Odinamismo patente nesta inicia-tiva portuguesa tem contribuídopara o seu sucesso, tanto emPortugal, como no estrangeiro.É de salientar que são mais de30 os países que desenvolvem acompetição. “Tudo o que seja le-var uma imagem de modernida-de e inovação de Portugal para oexterior é algo extremamentepositivo para a promoção dopaís”, salienta o vice-presidentedo conselho directivo do IEFP.Na sua opinião, o Global Mana-gement Challenge tem consegui-do fazer isso nos espaços e con-textos em que actualmente está.

“A competição transfor-mou-se num bem transaccioná-vel e isso, por si só, é bom. Acapacidade que revelou em afir-mar a sua presença em diversospaíses é bem revelador da quali-dade do produto que é. Paraalém disso, contribui tambémpara a afirmação de Portugalno mundo”.

O director-geral da Singular Internacional, José Vaz Pinto, vê o desafio como um laboratório que testa aptidões FOTO LUÍS FAUSTINO

Na opinião de Alexandre Rosa, vice-presidente do IEFP, estainiciativa projecta o nome de Portugal FOTO ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

“Queremos ser visíveis para o mercado”

‘‘A prática simuladade gestão é um instrumentoútil para a aprendizageme, por isso, potenciadorda empregabilidade

‘‘Nos últimos 30 anosregistaram-se mudançasbrutais na nossa vida e éextraordinário como umainiciativa destas conseguiumanter-se viva ao longode todo este tempo

José Vaz Pinto director-geral da Singular International, revela as motivações do patrocínio a esta prova

Alexandre Rosa vice-presidente do IEFP aponta algumas qualidades a este desafio de estratégia e gestão

PROTAGONISTAS

IV ECONOMIA Expresso, 29 de Maio de 2010