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ECONOMIA ECONOMIA POLÍTICA POLÍTICA Uma abordagem do Uma abordagem do Direito Direito Econômico Econômico Marco Antonio Lorga Marco Antonio Lorga Administrador de Empresas e Advogado Administrador de Empresas e Advogado www.lorgamikejevs.com.br [email protected] [email protected]

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ECONOMIA ECONOMIA POLÍTICAPOLÍTICA

Uma abordagem do Uma abordagem do Direito EconômicoDireito Econômico

Marco Antonio LorgaMarco Antonio Lorga

Administrador de Empresas e AdvogadoAdministrador de Empresas e Advogado

www.lorgamikejevs.com.br

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Conceito de Economia como Conceito de Economia como Ciência SocialCiência Social

Aula 1Aula 1 As necessidades humanasAs necessidades humanas

Ilimitadas: consumismo/sociedade de Ilimitadas: consumismo/sociedade de consumoconsumo

individuais e coletivasindividuais e coletivas A Lei da EscassezA Lei da Escassez

Recursos finitos e severamente limitadosRecursos finitos e severamente limitados Escassez férrea e incontornávelEscassez férrea e incontornável

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Conceito de Economia como Conceito de Economia como Ciência SocialCiência Social

Sociedade Primitiva X Sociedade Sociedade Primitiva X Sociedade consumistaconsumista Tecnologia: saturação ou exaurimento Tecnologia: saturação ou exaurimento

do meio ambiente.do meio ambiente. Absorver ou reciclar resíduos da Absorver ou reciclar resíduos da

civilização industrialcivilização industrial Malthus Aquecimento GlobalMalthus Aquecimento Global Tratado de Kioto - Recursos não Tratado de Kioto - Recursos não

renováveis - opção entre usos renováveis - opção entre usos alternativosalternativos

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Conceito de Economia como Conceito de Economia como Ciência SocialCiência Social

Economia e DireitoEconomia e Direito Necessidade, escassez e utilidadeNecessidade, escassez e utilidade A economia existe porque os recursos são A economia existe porque os recursos são

sempre escassos frente à multiplicidade sempre escassos frente à multiplicidade das necessidades humanasdas necessidades humanas

Etimologicamente: Etimologicamente: oikos + nomosoikos + nomos = casa + = casa + norma(organizar, administrar, prover)norma(organizar, administrar, prover)

Produção e consumo: estabelecer normas Produção e consumo: estabelecer normas organizacionais para sobreviver.organizacionais para sobreviver.

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Conceito de Economia como Conceito de Economia como Ciência SocialCiência Social

OikosOikos fatos econômicos são o que são (ser) fatos econômicos são o que são (ser) e e nomos nomos vir a ser, normas e regras. vir a ser, normas e regras.

““Quanto mais escassos os bens e aguçados Quanto mais escassos os bens e aguçados os interesses sobre eles, maior quantidade e os interesses sobre eles, maior quantidade e diversidade de normas se fazem necessárias diversidade de normas se fazem necessárias para o equilíbrio de tais interesses”. Nusdeo, para o equilíbrio de tais interesses”. Nusdeo, 1997, 32.1997, 32.

Alteração do valor dos bens econômicos pela Alteração do valor dos bens econômicos pela localização espacial.localização espacial.

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As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

BuscasBuscas: mecanismos básicos de apreensão da : mecanismos básicos de apreensão da realidade econômica, de sua análise, explicação e realidade econômica, de sua análise, explicação e previsão.previsão.

Tentativa atualTentativa atual: Classificação ampla da ciência em : Classificação ampla da ciência em todos os seus desdobramentos e prismas de enfoque.todos os seus desdobramentos e prismas de enfoque.

Instrumento básico de análise da economiaInstrumento básico de análise da economia: o modelo.: o modelo. Particularidade das ciências sociaisParticularidade das ciências sociais: o fato do homem : o fato do homem

ser a um tempo ser a um tempo sujeito sujeito ee objetoobjeto de seu estudo. de seu estudo. Agir sobre a realidadeAgir sobre a realidade: mantê-la ou modificá-la.: mantê-la ou modificá-la. Nenhuma sociedade permanece inerte diante de si Nenhuma sociedade permanece inerte diante de si

própria, diante das previsões sobre o seu futuro.própria, diante das previsões sobre o seu futuro.

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As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

Situação desfavorávelSituação desfavorável alterá-la. alterá-la. Indicar rumos, novos caminhos não sob a Indicar rumos, novos caminhos não sob a

ótica ótica previsivaprevisiva, mas sob a ótica do , mas sob a ótica do resultadoresultado.. Novos escopos: prescritivo e direcionador de Novos escopos: prescritivo e direcionador de

forma científica.forma científica. A Economia pode assim ser dividida: A Economia pode assim ser dividida:

1.1. Positiva em sentido estrito-quando analisa, explica e Positiva em sentido estrito-quando analisa, explica e prevê;prevê;

2.2. Normativa-quando direciona, prescreve, determina.Normativa-quando direciona, prescreve, determina.

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As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

ECONOMIA OU CIÊNCIA ECONÔMICAECONOMIA OU CIÊNCIA ECONÔMICA

ECONOMIA POSITIVAECONOMIA POSITIVA TEORIA OU ANÁLISE TEORIA OU ANÁLISE ECONÔMICAECONÔMICA

ECONOMIA APLICADAECONOMIA APLICADA

ECONOMIA NORMATIVAECONOMIA NORMATIVA DOUTRINA ECONÔMICADOUTRINA ECONÔMICA

POLÍTICA ECONÔMICAPOLÍTICA ECONÔMICA

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As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

Aula 2Aula 2 Teoria ou análise econômica. Caixa de ferramentasTeoria ou análise econômica. Caixa de ferramentas

Economia aplicadaEconomia aplicada. Aplicação sobre situações . Aplicação sobre situações concretas. Responsável pelo conhecimento concreto concretas. Responsável pelo conhecimento concreto da situação vivida na realidade por um país, uma da situação vivida na realidade por um país, uma região, uma cidade ou uma zona rural. Verdade região, uma cidade ou uma zona rural. Verdade relativa no tempo e no espaço.relativa no tempo e no espaço.

Economia normativaEconomia normativa. Aspiração de normatizar a vida . Aspiração de normatizar a vida econômica, ou melhor, alterar-lhe o quadro normativo, econômica, ou melhor, alterar-lhe o quadro normativo, agir sobre ele. Não são normas jurídicas, mas agir sobre ele. Não são normas jurídicas, mas recomendações, que poderão ou não converterem-se recomendações, que poderão ou não converterem-se em normas jurídicas.em normas jurídicas.

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Doutrina econômicaDoutrina econômica. Linha de pensamento voltada . Linha de pensamento voltada para a organização social da atividade econômica: para a organização social da atividade econômica: aquele conjunto de instituições e de mecanismos aquele conjunto de instituições e de mecanismos desenvolvidos pela sociedade, destinados a desenvolvidos pela sociedade, destinados a estabelecer as relações básicas entre os homens, estabelecer as relações básicas entre os homens, decorrentes da necessidade de enfrentar a escassez.decorrentes da necessidade de enfrentar a escassez.

São doutrinas econômicas: socialismo, capitalismo, São doutrinas econômicas: socialismo, capitalismo, comunismo, solidarismo cristão etc.comunismo, solidarismo cristão etc.

Doutrinas discutem: os fundamentos dos sistemas Doutrinas discutem: os fundamentos dos sistemas econômicos e podem ser assimiladas à ideologia. È econômicos e podem ser assimiladas à ideologia. È no campo da doutrina que se forjam os sistemas no campo da doutrina que se forjam os sistemas econômicos, os quais, uma vez definidos, darão econômicos, os quais, uma vez definidos, darão origem às possíveis manifestações do fenômeno origem às possíveis manifestações do fenômeno VALOR ECONÔMICO.VALOR ECONÔMICO.

As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

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Política EconômicaPolítica Econômica. Prescreve e recomenda, mas o faz . Prescreve e recomenda, mas o faz de maneira menos abrangente e mais pragmática do de maneira menos abrangente e mais pragmática do que a doutrina. Isto porque toma como ponto de partida que a doutrina. Isto porque toma como ponto de partida um sistema econômico já definido e aceito e, a partir um sistema econômico já definido e aceito e, a partir daí, passa a enfocar as variáveis próprias ao seu daí, passa a enfocar as variáveis próprias ao seu funcionamento, sob a ótica de que algumas são funcionamento, sob a ótica de que algumas são objetivos e outras, meios para aqueles serem atingidos.objetivos e outras, meios para aqueles serem atingidos.

Tecnicismo e especificidadeTecnicismo e especificidade. Menor envolvimento com . Menor envolvimento com

a problemática axiológica. a problemática axiológica. Pragmatismo cujo Pragmatismo cujo significado ésignificado é: o não envolvimento dos valores em : o não envolvimento dos valores em determinadas atitudes ou decisões que não os determinadas atitudes ou decisões que não os vulnerem diretamente. vulnerem diretamente.

As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

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Da mesma forma que a doutrina econômica se situa Da mesma forma que a doutrina econômica se situa na zona limítrofe entre Economia e Filosofia, a Política na zona limítrofe entre Economia e Filosofia, a Política Econômica fica na fronteira entre a Economia e a Econômica fica na fronteira entre a Economia e a Política.Política.

Medidas de políticas econômicas: a) pequena Medidas de políticas econômicas: a) pequena mudança da alíquota de um tributo qualquer até a mudança da alíquota de um tributo qualquer até a reforma geral do sistema previdenciário.reforma geral do sistema previdenciário.

As medidas de política econômica redundam As medidas de política econômica redundam sempre na alteração do quadro jurídico dentro do sempre na alteração do quadro jurídico dentro do qual se desenvolve a atividade econômicaqual se desenvolve a atividade econômica..

Ganhou corpo um novo campo ou ramo do direito: o Ganhou corpo um novo campo ou ramo do direito: o direito econômico. direito econômico.

As divisões da Ciência As divisões da Ciência EconômicaEconômica

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Famílias Empresas

FATORES DE PRODUÇÃO

BENS / SERVIÇOS

REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO ($)

($)PAGAMENTO DOS BENS / SERVIÇOS

Mercado de Bens e Serviços

Mercado de Fatores de Produção

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Processo de Produção

Famílias

Fatores de Produção

recursos, insumos

Empresas

processo produtivo

Produtos

bens e serviços

1.Trabalho

2.Terra

3.Capital

matérias-primas, terra, recursos

minerais

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oferta

demanda

demanda

oferta

Famílias Empresas

Fatores de Produção

recursos, insumos

Produtos

bens e serviços

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O fato econômico e suas relações. O fato econômico e suas relações. Fatores de ProduçãoFatores de Produção

Direito e Economia devem ser vistos como um Direito e Economia devem ser vistos como um todo indiviso.todo indiviso.

A A função de produçãofunção de produção identifica a forma de identifica a forma de solucionar os problemas técnicos da produção por solucionar os problemas técnicos da produção por meio da apresentação das combinações de meio da apresentação das combinações de fatores fatores que podem ser utilizados para o que podem ser utilizados para o desenvolvimento do processo produtivo. desenvolvimento do processo produtivo.

É a relação que mostra qual a quantidade obtida É a relação que mostra qual a quantidade obtida do produto, a partir da quantidade utilizada dos do produto, a partir da quantidade utilizada dos fatores de produção. fatores de produção. Y=f(K, L, RN)Y=f(K, L, RN)

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Função de ProduçãoFunção de Produção

Relação que mostra a transformação de uma Relação que mostra a transformação de uma combinação de quantidades de fatores em uma combinação de quantidades de fatores em uma quantidade de produto(s)quantidade de produto(s)

Indica o produto (volume de produção) que Indica o produto (volume de produção) que uma empresa produz para cada combinação uma empresa produz para cada combinação específica de insumosespecífica de insumos

Supondo que o agente escolhe a maneira Supondo que o agente escolhe a maneira mais eficientemais eficiente

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Função de ProduçãoFunção de Produção

sendo:sendo:

Q: quantidade produzidaQ: quantidade produzida K: quantidade de capital utilizadoK: quantidade de capital utilizado L: quantidade de trabalho utilizadoL: quantidade de trabalho utilizado R: quantidade de “terra” utilizadaR: quantidade de “terra” utilizada

Q = f ( K, L, R)

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Função de ProduçãoFunção de Produção

Quant.Produzida

(biscoitos/hora)150140130120110100

908070605040302010

Número de Trabalhadorescontratados

0 1 2 3 4 5

Função de produção

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O fato econômico e suas relações. O fato econômico e suas relações. Fatores de ProduçãoFatores de Produção

Fatos econômicos dependem diretamente Fatos econômicos dependem diretamente das instituições.das instituições.

A recíproca também é verdadeira: a A recíproca também é verdadeira: a pressão dos fatos econômicos e dos pressão dos fatos econômicos e dos interesses a eles ligados tenderá a moldar a interesses a eles ligados tenderá a moldar a legislação ou a forma de sua aplicação a legislação ou a forma de sua aplicação a fim de torná-la conveniente a tais fim de torná-la conveniente a tais interesses, o que não implica, interesses, o que não implica, necessariamente, a ilegitimidade dos necessariamente, a ilegitimidade dos mesmos. mesmos. (ex facto oritur jus(ex facto oritur jus: o direito fala : o direito fala pelos fatospelos fatos))..

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Bem econômicoBem econômico: todo aquele dotado de : todo aquele dotado de utilidade e cujo suprimento seja escasso. É util utilidade e cujo suprimento seja escasso. É util e escasso.e escasso.

UtilidadeUtilidade: capacidade de qualquer bem de : capacidade de qualquer bem de suprir ou atender a uma necessidade, suprir ou atender a uma necessidade, satisfazendo-a, no todo ou em parte.satisfazendo-a, no todo ou em parte.

NecessidadeNecessidade: é um desejo, socialmente : é um desejo, socialmente manifestado, o qual leva a uma ação por parte manifestado, o qual leva a uma ação por parte de quem o experimenta.de quem o experimenta.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

A Economia, enquanto ciência, não A Economia, enquanto ciência, não julgajulga a necessidade, mas apenas a a necessidade, mas apenas a constata e explica a atividade constata e explica a atividade econômica desenvolvida para o seu econômica desenvolvida para o seu atendimento.atendimento.

Utilidade marginalUtilidade marginal: utilidade trazida a : utilidade trazida a um dado consumidor por uma unidade um dado consumidor por uma unidade ou dose adicional de qualquer produto.ou dose adicional de qualquer produto.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

No campo da produção fala-se em No campo da produção fala-se em produtividade marginalprodutividade marginal para significar o para significar o acréscimo de produto decorrente do emprego acréscimo de produto decorrente do emprego de uma unidade a mais de um fator. de uma unidade a mais de um fator.

As decisões econômicas não são tomadas de As decisões econômicas não são tomadas de acordo com o critério da média mas sim acordo com o critério da média mas sim na na margemmargem..

O valor econômico de um bem assimila-se à O valor econômico de um bem assimila-se à sua sua utilidade marginalutilidade marginal..

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Aula 3 Aula 3

Bens livresBens livres: Oposto de bem econômico. Abundante e : Oposto de bem econômico. Abundante e não entra no circuito econômico.não entra no circuito econômico.

RelativismoRelativismo dos conceitos econômicos. dos conceitos econômicos.

Estar sempre vinculados a situações concretas. Estar sempre vinculados a situações concretas.

Alguns bens podem ser transitoriamente livres. Alguns bens podem ser transitoriamente livres.

Sensação decorrente de uma Sensação decorrente de uma eventual abundânciaeventual abundância..

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Classificação de bens econômicos por Classificação de bens econômicos por quatro quatro critérioscritérios::

a)quanto à materialidadea)quanto à materialidade: bens e serviços. : bens e serviços. BensBens: : alimentos, máquinas, terra e ainda energia elétrica alimentos, máquinas, terra e ainda energia elétrica ou solar, espectro eletromagnético com suas ou solar, espectro eletromagnético com suas faixas de ondas(comunicação). faixas de ondas(comunicação).

ServiçosServiços: imateriais, Pura prestação humana ainda : imateriais, Pura prestação humana ainda que se façam por meio de ferramentas. que se façam por meio de ferramentas.

Úteis e escassos e atendem as necessidades Úteis e escassos e atendem as necessidades humanashumanas..

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

b) Quanto a finalidadeb) Quanto a finalidade: bens de consumo e : bens de consumo e bens de produção. bens de produção.

ConsumoConsumo: atendem de forma direta e imediata : atendem de forma direta e imediata a uma dada necessidade. Alimentos, vestuário, a uma dada necessidade. Alimentos, vestuário, canetas, concertos musicais etc. canetas, concertos musicais etc.

ProduçãoProdução: atendem de forma indireta ou : atendem de forma indireta ou mediata, pois são empregados para, em mediata, pois são empregados para, em imensa cadeia técnica, gerarem os bens de imensa cadeia técnica, gerarem os bens de consumo. máquinas, matérias-primas, consumo. máquinas, matérias-primas, ferramentas, terra, serviços dos operários nas ferramentas, terra, serviços dos operários nas fábricas etc.afábricas etc.a

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Os Os bens tangíveisbens tangíveis de produção de de produção de caráter fixo são também chamados caráter fixo são também chamados bens bens de capitalde capital, como os prédios, as , como os prédios, as máquinas e os equipamentos.máquinas e os equipamentos.

O mesmo bem pode, conforme as O mesmo bem pode, conforme as circunstâncias ou sua destinação, ser circunstâncias ou sua destinação, ser visto ora como de produção, ora como visto ora como de produção, ora como de consumo.de consumo.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

c) Quanto às relações entre sic) Quanto às relações entre si: : complementarescomplementares e e sucedâneossucedâneos. . ComplementaresComplementares são aqueles cujo são aqueles cujo emprego, quer como bens de produção emprego, quer como bens de produção ou de consumo se dá conjuntamente. ou de consumo se dá conjuntamente.

Exemplos: Terra e semente, automóvel Exemplos: Terra e semente, automóvel e combustível, café e açúcar etc. e combustível, café e açúcar etc. Cultural ou psicológica: arroz e feijão, Cultural ou psicológica: arroz e feijão, café e cigarro (Argh!).café e cigarro (Argh!).

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Já os Já os sucedâneossucedâneos ou ou substitutossubstitutos: : passíveis de se substituírem no passíveis de se substituírem no atendimento - direto ou indireto - de uma atendimento - direto ou indireto - de uma mesma necessidade. mesma necessidade.

A gasolina e o álcool (combustíveis) os A gasolina e o álcool (combustíveis) os alimentos dentro de cada categoria alimentos dentro de cada categoria (carnes, cereais, legumes, frutas etc., os (carnes, cereais, legumes, frutas etc., os vários tipos de ferramentas ou de vários tipos de ferramentas ou de tecnologia. Também tem a relação tecnologia. Também tem a relação cultural ou psicológica.cultural ou psicológica.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

d) Quanto ao âmbito da necessidaded) Quanto ao âmbito da necessidade: : exclusivos ou coletivos. exclusivos ou coletivos.

ExclusivosExclusivos: são aptos a atenderem, a cada : são aptos a atenderem, a cada momento, à necessidade de um único momento, à necessidade de um único indivíduo, como os alimentos e o vestuário.indivíduo, como os alimentos e o vestuário.

Vige o princípio da exclusão: o uso de um Vige o princípio da exclusão: o uso de um bem por parte de alguém exclui deste mesmo bem por parte de alguém exclui deste mesmo uso qualquer outra pessoa. Carne ou peixe uso qualquer outra pessoa. Carne ou peixe que sacia a fome de alguém num dado que sacia a fome de alguém num dado momento.momento.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

ColetivosColetivos: não estão sujeitos ao princípio da : não estão sujeitos ao princípio da exclusão. Podem atender concomitantemente à exclusão. Podem atender concomitantemente à necessidade de um grupo mais ou menos amplo de necessidade de um grupo mais ou menos amplo de pessoas e, até mesmo, dos cidadãos de um país, pessoas e, até mesmo, dos cidadãos de um país, como um todo. Ar, um concerto, uma aula, um como um todo. Ar, um concerto, uma aula, um ônibus ou o metrô, uma praça, uma estrada, um ônibus ou o metrô, uma praça, uma estrada, um teatro, um estádio etc.teatro, um estádio etc.

Caso típico de bem coletivo é a Justiça, no sentido Caso típico de bem coletivo é a Justiça, no sentido de atividade jurisdicional ou aparato judiciário. de atividade jurisdicional ou aparato judiciário.

Coletivo - disponível para todos e se utilizada Coletivo - disponível para todos e se utilizada individualmente é um bem exclusivoindividualmente é um bem exclusivo..

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Normas agendiNormas agendi: direito objetivo, : direito objetivo, conjunto de leis disponíveis para os conjunto de leis disponíveis para os indivíduos numa sociedade. indivíduos numa sociedade.

Facultas agendiFacultas agendi: direito subjetivo : direito subjetivo faculdade que o indivíduo tem de faculdade que o indivíduo tem de invocar a seu favor o amparo legal invocar a seu favor o amparo legal para defender seu patrimônio jurídico, para defender seu patrimônio jurídico, quando violado ou ameaçado por quando violado ou ameaçado por outrem.outrem.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

Direito potestativoDireito potestativo: potencialmente : potencialmente existente, cujo nascimento depende existente, cujo nascimento depende exclusivamente da vontade do exclusivamente da vontade do respectivo titular.respectivo titular.

Os bens coletivos são também Os bens coletivos são também chamados, na literatura econômica, dechamados, na literatura econômica, de bens públicos bens públicos (autores ingleses e (autores ingleses e americanos). Pode ter sentido dúbio em americanos). Pode ter sentido dúbio em Direito.Direito.

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Bens Econômicos e sua Bens Econômicos e sua classificaçãoclassificação

PúblicosPúblicos são os de uso comum como as são os de uso comum como as águas dos rios, ruas e praças, ou os de uso águas dos rios, ruas e praças, ou os de uso especial, como prédios que abriguem especial, como prédios que abriguem serviços do Estado e também chamados serviços do Estado e também chamados dominiaisdominiais, por pertencerem a uma pessoa , por pertencerem a uma pessoa jurídica de direito público. E aí pode surgir jurídica de direito público. E aí pode surgir confusão como o automóvel que serve ao confusão como o automóvel que serve ao Presidente/Governador Público e exclusivo.Presidente/Governador Público e exclusivo.

Leitura obrigatóriaLeitura obrigatória: Nusdeo, caps. 1,3, 11 a : Nusdeo, caps. 1,3, 11 a 15.15.

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FALHAS DE FALHAS DE MERCADOMERCADO

Uma análise específicaUma análise específica

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Constatação Histórica e Constatação Histórica e Abordagem AnalíticaAbordagem Analítica

AulaAula Falhas e imperfeições foram se positivando ao Falhas e imperfeições foram se positivando ao

longo de cerca de 150 anos:longo de cerca de 150 anos: ConstituiçãoConstituição Códigos de Direito privadoCódigos de Direito privado Poder de PolíciaPoder de Polícia

A lei apresentava uma racionalidade A lei apresentava uma racionalidade puramente formalpuramente formal

Progressos da ciência econômica, desafios Progressos da ciência econômica, desafios políticos, crítica ao funcionamento de mercado políticos, crítica ao funcionamento de mercado e uma nova visão prevalecendo a conclusão e uma nova visão prevalecendo a conclusão que o mercado é viável e operacional.que o mercado é viável e operacional.

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Constatação Histórica e Constatação Histórica e Abordagem AnalíticaAbordagem Analítica

Importante: tal operacionalidade estaria na Importante: tal operacionalidade estaria na dependência de diversos pressupostos que a dependência de diversos pressupostos que a estrutura legal própria do liberalismo não havia estrutura legal própria do liberalismo não havia logrado captar, muito menos tratar.logrado captar, muito menos tratar.

A ausência de pressupostos fazia com que a A ausência de pressupostos fazia com que a mecânica operacional do sistema produzisse mecânica operacional do sistema produzisse falhas. Imperfeições ou inoperacionalidades do falhas. Imperfeições ou inoperacionalidades do mercado.São os pressupostos:mercado.São os pressupostos: Mobilidade de fatoresMobilidade de fatores Acesso às informações relevantesAcesso às informações relevantes A concentração econômicaA concentração econômica ExternalidadesExternalidades Bens ColetivosBens Coletivos

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Mobilidade dos fatoresMobilidade dos fatores

Os fatores de produção são dotados de Os fatores de produção são dotados de razoável mobilidaderazoável mobilidade

Automatismo: capacidade de auto-Automatismo: capacidade de auto-correção do mercado. Presença de um correção do mercado. Presença de um nível de rigidez: física, operacional, nível de rigidez: física, operacional, institucional e psicológica.institucional e psicológica.

Mobilidade e o Direito: proposta de Keynes Mobilidade e o Direito: proposta de Keynes para combater o sub-emprego: seguro-para combater o sub-emprego: seguro-social, seguro desemprego. Ações social, seguro desemprego. Ações governamentais anti-recessivas.governamentais anti-recessivas.

Comportamento cíclico da atividade Comportamento cíclico da atividade econômica econômica

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Acesso às informações Acesso às informações relevantesrelevantes

Acesso de todos os operadores de mercado.Acesso de todos os operadores de mercado. Escassez e abundancia refletidos nos preços: Escassez e abundancia refletidos nos preços:

eram suficientes para as mudanças de eram suficientes para as mudanças de comportamento das atividades? Pode haver comportamento das atividades? Pode haver escamoteamento.escamoteamento.

As informações e o Direito: as normas legais As informações e o Direito: as normas legais obrigam aos agentes econômicos a prestarem obrigam aos agentes econômicos a prestarem informações adequadas para a tomada de informações adequadas para a tomada de decisão: exemplos dos brinquedos. Normas de decisão: exemplos dos brinquedos. Normas de proteção ao consumo. Lei 8.078/90.proteção ao consumo. Lei 8.078/90.

Lei das Sa’s: dever de informar-informação Lei das Sa’s: dever de informar-informação privilegiada. privilegiada.

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A concentração A concentração econômicaeconômica

O mercado para bem funcionar deve ser O mercado para bem funcionar deve ser composto por um número razoavelmente composto por um número razoavelmente elevado de compradores e de vendedores em elevado de compradores e de vendedores em interação recíproca, e nenhum deles muito interação recíproca, e nenhum deles muito grande ou muito importante.grande ou muito importante.

Pressuposto da Pressuposto da atomizaçãoatomização. As economias de . As economias de escala: agigantamento do tamanho médio das escala: agigantamento do tamanho médio das unidades produtoras com redução de custos de unidades produtoras com redução de custos de produção (escala da produção). produção (escala da produção).

As economias de escala decorrem das As economias de escala decorrem das chamadas indivisibilidades técnicas, ou seja, a chamadas indivisibilidades técnicas, ou seja, a impossibilidade ou inviabilidade econômica de impossibilidade ou inviabilidade econômica de se produzirem equipamentos para serem se produzirem equipamentos para serem aplicados apenas a número reduzido de peças aplicados apenas a número reduzido de peças ou unidades.ou unidades.

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A concentração econômicaA concentração econômica

Com o acelerar da revolução industrial, em um número Com o acelerar da revolução industrial, em um número crescente de setores algumas unidades lograram crescente de setores algumas unidades lograram antecipar-se às outras em obter as vantagens de antecipar-se às outras em obter as vantagens de redução de custos pelo aproveitamento das economias redução de custos pelo aproveitamento das economias de escala. Pode levar à oligopolização ou a à de escala. Pode levar à oligopolização ou a à monopolização.monopolização.

Demais causas da concentração: monopólios ou Demais causas da concentração: monopólios ou oligopólios naturais – acesso a uma fonte de matéria oligopólios naturais – acesso a uma fonte de matéria prima rara ou uma condição tecnológica exclusiva prima rara ou uma condição tecnológica exclusiva como uma patente de invenção.como uma patente de invenção.

Monopólios legais: estabelecidos por lei. Petrobrás.Monopólios legais: estabelecidos por lei. Petrobrás. A concentração, seja qual for a sua origem representa A concentração, seja qual for a sua origem representa

uma uma falha de estrutura do sistema de mercadofalha de estrutura do sistema de mercado a a inibir os mecanismos decisores e controladores do inibir os mecanismos decisores e controladores do mercado.mercado.

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A concentração A concentração econômicaeconômica

A concentração econômica e o Direito: A concentração econômica e o Direito: combater ou atenuar o poder do controle combater ou atenuar o poder do controle dos oligopólios, monopólios ou formas dos oligopólios, monopólios ou formas diversas de concentração econômica diversas de concentração econômica sobre os mercados; tutelar a sobre os mercados; tutelar a concorrência, com vistas a impedir concorrência, com vistas a impedir práticas comerciais abusivas que práticas comerciais abusivas que distorcem os mecanismos de mercado distorcem os mecanismos de mercado (cartel, venda acoplada); Surgimento da (cartel, venda acoplada); Surgimento da legislação anti-truste. Lei 8.884/94legislação anti-truste. Lei 8.884/94

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ExternalidadesExternalidades

AulaAula Decorre do fato de, numa atividade econômica, nem Decorre do fato de, numa atividade econômica, nem

sempre ou raramente, sempre ou raramente, todos os custos e os respectivos todos os custos e os respectivos benefício recaírem sobre a unidade responsável pela sua benefício recaírem sobre a unidade responsável pela sua condução, como seria pressuposto. condução, como seria pressuposto.

Sério entrave ao funcionamento do sistema. Boa parte de Sério entrave ao funcionamento do sistema. Boa parte de todo o cálculo econômico realizado pelos centros todo o cálculo econômico realizado pelos centros decisórios descentralizados passa a ser viciado por não decisórios descentralizados passa a ser viciado por não poder incorporar todas as informações relevantes poder incorporar todas as informações relevantes transmitidas via sistema de preços.transmitidas via sistema de preços.

Representam, pois, uma Representam, pois, uma falha de sinalfalha de sinal. Pressuposto: . Pressuposto: sempre os custos e os benefícios de qualquer atividade sempre os custos e os benefícios de qualquer atividade serão apropriados pelas unidades responsáveis, quer serão apropriados pelas unidades responsáveis, quer produtoras, quer consumidoras. Quando tal pressuposto produtoras, quer consumidoras. Quando tal pressuposto deixa de ocorrer, alguns fatores escassos passam a ser deixa de ocorrer, alguns fatores escassos passam a ser utilizados gratuitamente, sem ter a sua escassez utilizados gratuitamente, sem ter a sua escassez devidamente sinalizada. devidamente sinalizada.

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ExternalidadesExternalidades

As externalidades correspondem, pois, a custos e benefícios As externalidades correspondem, pois, a custos e benefícios circulando externamente ao mercado, que ficam circulando externamente ao mercado, que ficam incompensados, pois para eles, o mercado não consegue incompensados, pois para eles, o mercado não consegue imputar um preço.imputar um preço.

São fatos ou efeitos ocorridos fora do mercado, externos ou São fatos ou efeitos ocorridos fora do mercado, externos ou paralelos a ele, podendo ser vistos como efeitos parasitas. paralelos a ele, podendo ser vistos como efeitos parasitas. Economias ou deseconomias externas.Economias ou deseconomias externas.

Externalidades negativasExternalidades negativas: não se trata de uma ação delituosa : não se trata de uma ação delituosa ou ilegal por parte dos causadores dos custos. Estão dentro das ou ilegal por parte dos causadores dos custos. Estão dentro das regras do jogo de mercado. O difícil é identificar e atribuir os regras do jogo de mercado. O difícil é identificar e atribuir os custos adequadamente. O sinal dos preços (custos) falha, mas custos adequadamente. O sinal dos preços (custos) falha, mas não deixam de existir e recaem sobre terceiros indeterminados. não deixam de existir e recaem sobre terceiros indeterminados. Custo externo ou custo social.Custo externo ou custo social.

Externalidades positivasExternalidades positivas: as externalidades redundam em : as externalidades redundam em benefício para alguém. Benefícios sociais: quando os benefício para alguém. Benefícios sociais: quando os beneficiários não são identificáveis nem forma um grupo beneficiários não são identificáveis nem forma um grupo definido de pessoas. No Brasil a lei d proteção aos interesses definido de pessoas. No Brasil a lei d proteção aos interesses difusos: Lei 7.347/85-disciplina ação civil pública de difusos: Lei 7.347/85-disciplina ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico.histórico e paisagístico.

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ExternalidadesExternalidades

Os exemplos de interesses difusos prendem-se, em Os exemplos de interesses difusos prendem-se, em sua maioria, à figura das externalidades.sua maioria, à figura das externalidades.

Natureza e causa das externalidades: decorre de um Natureza e causa das externalidades: decorre de um divórcio entre escassez e propriedade.divórcio entre escassez e propriedade.

Fundamento institucional básico do sistema Fundamento institucional básico do sistema descentralizadodescentralizado: a propriedade privada de todos os : a propriedade privada de todos os bens econômicos, quer da produção, quer do bens econômicos, quer da produção, quer do consumo, engendra toda a cadeia de trocas própria do consumo, engendra toda a cadeia de trocas própria do mercado com a imputação dos respectivos preços. A mercado com a imputação dos respectivos preços. A escassez impõe uma contenção no uso do bem escassez impõe uma contenção no uso do bem escasso. Mas essa contenção é obtida pela imposição escasso. Mas essa contenção é obtida pela imposição de um preço, o que na ausência da propriedade, não de um preço, o que na ausência da propriedade, não se torna possível. se torna possível. Assim, a comunidade serve-se de Assim, a comunidade serve-se de bens escassos como se livres fossem, exaurindo-os ou bens escassos como se livres fossem, exaurindo-os ou deteriorando-os em sua qualidade. Disfunção do deteriorando-os em sua qualidade. Disfunção do sistema, eis aísistema, eis aí. .

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ExternalidadesExternalidades

As estradas se congestionam ou se deterioram porque As estradas se congestionam ou se deterioram porque apesar de escassas não se cobra um preço pelo seu uso apesar de escassas não se cobra um preço pelo seu uso ou então esse preço é muito pequeno.ou então esse preço é muito pequeno.

O rio é poluído porque não se cobra um preço pelo uso de O rio é poluído porque não se cobra um preço pelo uso de suas águas como elemento reciclador de resíduos.suas águas como elemento reciclador de resíduos.

No preço de um frango já está computado o custo da sua No preço de um frango já está computado o custo da sua reposição, isto é, do ovo fecundado, mas não o custo de reposição, isto é, do ovo fecundado, mas não o custo de prear uma espécie selvagem ou pescar um peixe antes prear uma espécie selvagem ou pescar um peixe antes da piracema. Há um divórcio entre escassez e da piracema. Há um divórcio entre escassez e propriedade.propriedade.

A externalidade e o DireitoA externalidade e o Direito: as dificuldades são : as dificuldades são extremamente sérias quando se trata de internalizar ou extremamente sérias quando se trata de internalizar ou privatizar efeitos negativos representados pelos custos privatizar efeitos negativos representados pelos custos sociais. Cabe às normas jurídicas promover a sociais. Cabe às normas jurídicas promover a internalização daqueles custos pelas suas unidades internalização daqueles custos pelas suas unidades geradoras, ou então , simplesmente impedir a própria geradoras, ou então , simplesmente impedir a própria geração dos mesmos.geração dos mesmos.

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ExternalidadesExternalidades

Direito Urbanístico e Direito Direito Urbanístico e Direito Ambiental.Ambiental.

Poluidor-pagador - Direito Tributário: Poluidor-pagador - Direito Tributário: cigarro paga aos hospitais que cigarro paga aos hospitais que tratam. Corrigir disfunção do tratam. Corrigir disfunção do mercado.mercado.

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Bens coletivosBens coletivos

O princípio da racionalidade hedonística, indissociável O princípio da racionalidade hedonística, indissociável do utilitarismo e mola mestra do sistema de mercado, do utilitarismo e mola mestra do sistema de mercado, igualmente revela-se não-operacional no caso do igualmente revela-se não-operacional no caso do suprimento de bens coletivos, também conhecidos na suprimento de bens coletivos, também conhecidos na bibliografia internacional como bens públicos.bibliografia internacional como bens públicos.

Princípio da soberania do consumidorPrincípio da soberania do consumidor: a comunidade : a comunidade manifesta suas preferências por aqueles bens cujos manifesta suas preferências por aqueles bens cujos preços se dispõe a pagar. Uma economia fundada preços se dispõe a pagar. Uma economia fundada apenas no mercado tenderá discriminar fortemente os apenas no mercado tenderá discriminar fortemente os bens coletivos e a exagerar a produção de bens bens coletivos e a exagerar a produção de bens exclusivos. Muitos carros e poucas linhas de metrô ou exclusivos. Muitos carros e poucas linhas de metrô ou de ônibus. Quanto pior o transporte coletivo, mais se de ônibus. Quanto pior o transporte coletivo, mais se exacerba a procura por carros particulares. Falha de exacerba a procura por carros particulares. Falha de incentivo em a população manifestar a sua incentivo em a população manifestar a sua preferência, o que implica igualmente uma falha de preferência, o que implica igualmente uma falha de sinal para os supridores desses bens. sinal para os supridores desses bens.

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Bens coletivosBens coletivos

Os bens coletivos e o DireitoOs bens coletivos e o Direito: : ressaltar o quanto o Direito ressaltar o quanto o Direito incorporou, nos seus diversos ramos incorporou, nos seus diversos ramos o conceito de bem coletivo, cuja o conceito de bem coletivo, cuja essência consiste exatamente, em essência consiste exatamente, em torná-los disponíveis à comunidadetorná-los disponíveis à comunidade

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Conseqüências das Conseqüências das Falhas de MercadoFalhas de Mercado

Modelo simplificado de concorrência Modelo simplificado de concorrência perfeita:perfeita: Ampla mobilidade de fatoresAmpla mobilidade de fatores Pleno acesso a informaçõesPleno acesso a informações Ausência de economias de escala, Ausência de economias de escala,

assegurando a atomizaçãoassegurando a atomização Ausência de economias externas, quer Ausência de economias externas, quer

positivas, quer negativaspositivas, quer negativas Exclusividade de todos os bensExclusividade de todos os bens

Intervenção do Estado no domínio Intervenção do Estado no domínio econômico: Estado Reguladoreconômico: Estado Regulador

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Micro e MacroeconomiaMicro e Macroeconomia

Aula Aula Retomemos uma outra divisão.Retomemos uma outra divisão.

MicroeconomiaMicroeconomia: preocupada com a análise : preocupada com a análise do comportamento de unidades do comportamento de unidades econômicas, como o consumidor, o econômicas, como o consumidor, o produtor, a empresa e como eles interagem produtor, a empresa e como eles interagem em mercados de produtos identificados. em mercados de produtos identificados.

É uma análise cujo pressuposto é o É uma análise cujo pressuposto é o comportamento das unidades no comportamento das unidades no desempenho da sua atividade de desempenho da sua atividade de administrar recursos escassos.administrar recursos escassos.

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MacroeconomiaMacroeconomia: enfoca os grandes agregados que : enfoca os grandes agregados que são grandezas que abarcam um conjunto dessas são grandezas que abarcam um conjunto dessas atividades funcionalmente consideradas dentro do atividades funcionalmente consideradas dentro do todo econômico. Fala-se em: consumo, renda, todo econômico. Fala-se em: consumo, renda, emprego, investimento, poupança, inflação, saldo da emprego, investimento, poupança, inflação, saldo da balança comercial e outras. balança comercial e outras.

Em nenhuma delas se particulariza o bem Em nenhuma delas se particulariza o bem econômico. Sempre no total. Unidades econômicas econômico. Sempre no total. Unidades econômicas são centros decisórios não identificados.são centros decisórios não identificados.

Microeconomia: a título de ANALOGIA - árvore. Microeconomia: a título de ANALOGIA - árvore. Macroeconomia: a título de ANALOGIA - florestaMacroeconomia: a título de ANALOGIA - floresta

Micro e MacroeconomiaMicro e Macroeconomia

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Economia PolíticaEconomia Política

Expressão cunhada em 1615 por Antoine Expressão cunhada em 1615 por Antoine Montchrétien, cavaleiro da corte francesa in Montchrétien, cavaleiro da corte francesa in Traité Traité d’Économie Politique.d’Économie Politique. David Ricardo in David Ricardo in Principles of Principles of polítical economy and taxationpolítical economy and taxation..

Em 1776 ganha foro de Ciência com Adam Smith in Em 1776 ganha foro de Ciência com Adam Smith in Riqueza das nações.Riqueza das nações.

É vista por muitos como o segmento ou a versão É vista por muitos como o segmento ou a versão didática da ciência econômica, um enfoque destinado didática da ciência econômica, um enfoque destinado precisamente a fazer a síntese entre precisamente a fazer a síntese entre análise estrita e análise estrita e aplicaçãoaplicação, entre teoria e prescrições normativas, , entre teoria e prescrições normativas, juntando as partes artificialmente separadas para juntando as partes artificialmente separadas para efeito de análise, com vistas a apresentar o fenômeno efeito de análise, com vistas a apresentar o fenômeno econômico na sua inteireza e em todas as suas econômico na sua inteireza e em todas as suas dimensões. dimensões.

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O econômico e o socialO econômico e o social

O campo social integra o campo econômico. O O campo social integra o campo econômico. O senso popular chama de econômica a construção senso popular chama de econômica a construção de uma fábrica ou de uma estrada e considera de uma fábrica ou de uma estrada e considera social a construção de uma escola ou de um asilo.social a construção de uma escola ou de um asilo.

Importante distinguir que um Importante distinguir que um sistema econômico sistema econômico autônomo, que objetiva o lucro é descentralizadoautônomo, que objetiva o lucro é descentralizado ou de mercado. Enquanto que um ou de mercado. Enquanto que um sistema sistema centralizado ou coletivista o Estado é quem toma centralizado ou coletivista o Estado é quem toma as decisões as decisões de construir uma fábrica e/ou de de construir uma fábrica e/ou de implantar uma escola e em nenhum dos casos visa implantar uma escola e em nenhum dos casos visa lucro.lucro.

Nos sistemas mistos do mundo ocidental é Nos sistemas mistos do mundo ocidental é possível encontrar possível encontrar tanto fábricas quanto escolas tanto fábricas quanto escolas em mãos od Estado ou de particularesem mãos od Estado ou de particulares..

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O econômico e o socialO econômico e o social

Embora consagrada, não tem maior Embora consagrada, não tem maior fundamento a distinção entre o fundamento a distinção entre o econômico e o social . A produção e a econômico e o social . A produção e a circulação de bens associada ao circulação de bens associada ao primeiro e a sua distribuição, primeiro e a sua distribuição, associada ao segundo, são, ambas, associada ao segundo, são, ambas, partes integrantes processo partes integrantes processo econômico, por envolverem recursos econômico, por envolverem recursos escassos.escassos.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

A A fisiocracia, o feudalismofisiocracia, o feudalismo e o incremento das relações e o incremento das relações comerciais na Europa. Todo fator de produção se originava na comerciais na Europa. Todo fator de produção se originava na terra e seu cultivo. Evoluíram.terra e seu cultivo. Evoluíram.

MercantilismoMercantilismo: marco inicial para o Estado liberal: a) primazia da : marco inicial para o Estado liberal: a) primazia da liberdade individual nas relações jurídicas(liberdade contratual - liberdade individual nas relações jurídicas(liberdade contratual - pacta sunta servanda)pacta sunta servanda) e b) não intervenção do Estado na e b) não intervenção do Estado na Economia. Séc. XIX.Economia. Séc. XIX.

Disputa de mercados, exercício abusivo das liberdades e Disputa de mercados, exercício abusivo das liberdades e

direitos individuais levou à derrocada do modelo libedireitos individuais levou à derrocada do modelo liberal ral econômico. Marco histórico I e II GM. econômico. Marco histórico I e II GM.

Levou o Estado a repensar o seu papel diante da Ordem Levou o Estado a repensar o seu papel diante da Ordem Econômica interna e internacional inclusive para limitar e Econômica interna e internacional inclusive para limitar e cercear os direitos e liberdades individuais.cercear os direitos e liberdades individuais.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Direito Econômico é o ramo do Direito Público que disciplina Direito Econômico é o ramo do Direito Público que disciplina a condução da vida econômica da Nação, tendo como a condução da vida econômica da Nação, tendo como finalidade o estudo, o disciplinamento e a harmonização das finalidade o estudo, o disciplinamento e a harmonização das relações jurídicas entre os entes públicos e os agentes relações jurídicas entre os entes públicos e os agentes privados, detentores dos fatores de produção, nos limites privados, detentores dos fatores de produção, nos limites estabelecidos para a intervenção do Estado na ordem estabelecidos para a intervenção do Estado na ordem econômica (Figueiredo, 2006, 4).econômica (Figueiredo, 2006, 4).

O D. E. pode ainda ser visto como o ramo jurídico que O D. E. pode ainda ser visto como o ramo jurídico que disciplina a disciplina a CONCENTRAÇÃOCONCENTRAÇÃO dos bens de produção e da dos bens de produção e da organização da economia intermediando e compondo o organização da economia intermediando e compondo o ajuste de interesses entre os detentores do Poder ajuste de interesses entre os detentores do Poder Econômico Privado e os Entes Públicos.Econômico Privado e os Entes Públicos.

E ainda: D. E. é o conjunto normativo que rege as medidas de Política E ainda: D. E. é o conjunto normativo que rege as medidas de Política Econômica concebidas pelo Estado., para disciplinar o uso racional dos Econômica concebidas pelo Estado., para disciplinar o uso racional dos fatores de produção, com o fito de regular a ordem econômica interna e fatores de produção, com o fito de regular a ordem econômica interna e externa.externa.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Fábio Konder ComparatoFábio Konder Comparato: : D.E. é o D.E. é o conjunto das técnicas jurídicas de que conjunto das técnicas jurídicas de que lança mão o Estado contemporâneo na lança mão o Estado contemporâneo na realização de sua política econômica.realização de sua política econômica.(Entre outras definições).(Entre outras definições).

Intervenção do Estado no domínio Intervenção do Estado no domínio econômicoeconômico

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

O O Direito Econômico objetivaDireito Econômico objetiva::

1.1. a organização da economia, definindo juridicamente a organização da economia, definindo juridicamente o sistema e o regime econômicos a serem adotados o sistema e o regime econômicos a serem adotados pelo Estado;pelo Estado;

2.2. a condução, ou controle superior da economia pelo a condução, ou controle superior da economia pelo Estado, uma vez que estabelece o regime das Estado, uma vez que estabelece o regime das relações ou equilíbrio de poderes entre o Estado e relações ou equilíbrio de poderes entre o Estado e os detentores dos fatores de produção;os detentores dos fatores de produção;

3.3. o disciplinamento dos centros de decisão o disciplinamento dos centros de decisão econômica não estatais, enquadrando econômica não estatais, enquadrando macroeconomicamente a atividade e as relações macroeconomicamente a atividade e as relações inerentes à vida econômica.inerentes à vida econômica.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Aula Aula

Da Da CF/88CF/88 depreende-se que: a interferência do depreende-se que: a interferência do Poder Público na vida econômica da Nação Poder Público na vida econômica da Nação somente se justifica quando visa colimar fins somente se justifica quando visa colimar fins maiores de interesse coletivo, mormente o maiores de interesse coletivo, mormente o atendimento das necessidades da população.atendimento das necessidades da população.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Art. 170Art. 170. A ordem econômica, . A ordem econômica, fundada na valorização do fundada na valorização do trabalho humano e na livre trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, os ditames da justiça social, observados os seguintes observados os seguintes princípios:princípios:

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Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

Valorização do Trabalho Humano e da Valorização do Trabalho Humano e da Iniciativa PrivadaIniciativa Privada Orientação da intervenção do Estado na Orientação da intervenção do Estado na

Economia, a fim de fazer valer os valores Economia, a fim de fazer valer os valores sociais do trabalho que, ao lado da sociais do trabalho que, ao lado da iniciativa privada, constituem o fundamento iniciativa privada, constituem o fundamento não só da ordem econômica, mas da não só da ordem econômica, mas da própria República Federativa do Brasil (art. própria República Federativa do Brasil (art. 1º., IV)1º., IV)

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Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

Livre iniciativa Livre iniciativa – deve obedecer ao – deve obedecer ao princípio constitucional da liberdade da princípio constitucional da liberdade da empresa.empresa.

Fundamento do trabalho do empresárioFundamento do trabalho do empresário Organizar os fatores de produção, mediante Organizar os fatores de produção, mediante

contratos, a fim de produzir bens e serviços contratos, a fim de produzir bens e serviços destinados ao mercadodestinados ao mercado

Vários sentidos podem ser visualizados no referido Vários sentidos podem ser visualizados no referido princípio, em sua dupla face, ou seja, enquanto princípio, em sua dupla face, ou seja, enquanto liberdade de comércio e indústria e enquanto liberdade de comércio e indústria e enquanto liberdade de concorrência.liberdade de concorrência.

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Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

Existência dignaExistência digna A dignidade da pessoa humana assume A dignidade da pessoa humana assume

a mais pronunciada relevância, visto a mais pronunciada relevância, visto comprometer todo o exercício da comprometer todo o exercício da atividade econômica, em sentido amplo atividade econômica, em sentido amplo – e em especial, o exercício da – e em especial, o exercício da atividade econômica. Por isso, se atividade econômica. Por isso, se encontram constitucionalmente encontram constitucionalmente empenhados na realização desse empenhados na realização desse programa tanto o setor público quanto programa tanto o setor público quanto o setor privado.o setor privado.

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Justiça socialJustiça social Assegurar a todos existência digna, conforme Assegurar a todos existência digna, conforme

os ditames da os ditames da justiça socialjustiça social, não será tarefa , não será tarefa fácil num sistema de base capitalista e, pois, fácil num sistema de base capitalista e, pois, essencialmente individualista. Lembramos que essencialmente individualista. Lembramos que a justiça social só se realiza mediante a justiça social só se realiza mediante eqüitativa distribuição de riqueza. Portanto, um eqüitativa distribuição de riqueza. Portanto, um regime de acumulação ou de concentração de regime de acumulação ou de concentração de capital e da renda nacional, que resulta da capital e da renda nacional, que resulta da apropriação privada dos meios de produção, apropriação privada dos meios de produção, não propicia efetiva justiça social, porque nele não propicia efetiva justiça social, porque nele sempre se manifesta grande diversidade de sempre se manifesta grande diversidade de classe social, com amplas camadas de classe social, com amplas camadas de população carente ao lado de minoria população carente ao lado de minoria afortunada. A história mostra que a injustiça é afortunada. A história mostra que a injustiça é inerente ao modo de produção capitalista.inerente ao modo de produção capitalista.

Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

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Um regime de justiça social será aquele em que cada Um regime de justiça social será aquele em que cada um deve dispor dos meios materiais para viver um deve dispor dos meios materiais para viver confortavelmente segundo as exigências de sua confortavelmente segundo as exigências de sua natureza física, psicológica, espiritual e política.natureza física, psicológica, espiritual e política.

Não aceita as profundas desigualdades, a pobreza Não aceita as profundas desigualdades, a pobreza absoluta e a miséria.absoluta e a miséria.

O reconhecimento dos direitos sociais, como O reconhecimento dos direitos sociais, como instrumento de tutela dos menos favorecidos, não teve, instrumento de tutela dos menos favorecidos, não teve, até o momento, a eficácia necessária para superar a até o momento, a eficácia necessária para superar a posição de inferioridade, o que lhes impede o efetivo posição de inferioridade, o que lhes impede o efetivo exercício das liberdades constitucionais garantidas.exercício das liberdades constitucionais garantidas.

Cabe uma reflexão: Cabe uma reflexão: tem a justiça social no sistema tem a justiça social no sistema capitalista a compreensão de humanizar-se por meio de capitalista a compreensão de humanizar-se por meio de alguns princípios de ordem econômica, como: a defesa alguns princípios de ordem econômica, como: a defesa do consumidor, a defesa do meio ambiente, a redução do consumidor, a defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e pessoais e a busca do das desigualdades regionais e pessoais e a busca do pleno emprego?pleno emprego?

Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

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Soberania nacional (I)Soberania nacional (I) Trata aqui da soberania econômica – sem Trata aqui da soberania econômica – sem

ela não há Estado. Não supõe o isolamento ela não há Estado. Não supõe o isolamento econômico. Supõe a modernização da econômico. Supõe a modernização da economia e da sociedade e a ruptura com economia e da sociedade e a ruptura com as relações de dependência às nações as relações de dependência às nações desenvolvidas.desenvolvidas.

Soberania política – art. 1º.Soberania política – art. 1º. Independência nacional – art. 4º, I. Independência nacional – art. 4º, I.

Princípio a reger suas relações Princípio a reger suas relações internacionais.internacionais.

Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

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Propriedade privada (II)Propriedade privada (II) O sistema de apropriação privada como no O sistema de apropriação privada como no

sistema de apropriação pública ou social, sistema de apropriação pública ou social, tende a organizar-se em empresas sujeitas tende a organizar-se em empresas sujeitas ao princípio da função social.ao princípio da função social.

O nosso sistema é fundamentalmente o da O nosso sistema é fundamentalmente o da propriedade privada dos meios de propriedade privada dos meios de produção, o que revela ser basicamente produção, o que revela ser basicamente capitalista, buscando criar um capitalismo capitalista, buscando criar um capitalismo social, por intermédio de uma ordem social social, por intermédio de uma ordem social preocupada com justiça social e dignidade preocupada com justiça social e dignidade da pessoa humana.da pessoa humana.

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Função social da propriedade (III)Função social da propriedade (III) O princípio da função social da propriedade impõe O princípio da função social da propriedade impõe

ao proprietário – ou a quem detem o poder de ao proprietário – ou a quem detem o poder de controle, na empresa – o dever de exercê-la em controle, na empresa – o dever de exercê-la em benefício de outrem e não apenas, de não a benefício de outrem e não apenas, de não a exercer em prejuízo de outrem.exercer em prejuízo de outrem.

A FSP atua como fonte de imposição de A FSP atua como fonte de imposição de comportamentos positivos – prestação de fazer, comportamentos positivos – prestação de fazer, portanto, e não, meramente, de não fazer – ao portanto, e não, meramente, de não fazer – ao detentor do poder que deflui da propriedade.detentor do poder que deflui da propriedade.

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Livre concorrência (IV)Livre concorrência (IV)

Com livre iniciativa são direitos garantidos Com livre iniciativa são direitos garantidos pela CRFB (art. 170, pela CRFB (art. 170, caputcaput e IV) e IV)

Assim, limitar, falsear ou de qualquer forma Assim, limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a l.c. ou l.i. pode constituir prejudicar a l.c. ou l.i. pode constituir infração à ordem econômicainfração à ordem econômica

Exemplo: a concessão de monopólio a um Exemplo: a concessão de monopólio a um indivíduo ou a uma empresa permite manter indivíduo ou a uma empresa permite manter o mercado subabastecido, de modo a nunca o mercado subabastecido, de modo a nunca suprir a procura efetiva. Os monopolistas suprir a procura efetiva. Os monopolistas vendem seus bens muito acima do preço vendem seus bens muito acima do preço natural e elevam seus lucros muito acima de natural e elevam seus lucros muito acima de sua taxa natural.sua taxa natural.

As regras se aplicam às empresas estatais.As regras se aplicam às empresas estatais.

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Defesa do consumidor (V)Defesa do consumidor (V)

A CRFB prevê a defesa do consumidor: art. A CRFB prevê a defesa do consumidor: art. 5º XXXII – o Estado promoverá, na forma da 5º XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; art. 24, VIII – lei, a defesa do consumidor; art. 24, VIII – responsabilidade por dano ao consumidor; responsabilidade por dano ao consumidor; art. 150, parágrafo 5º - a lei determinará art. 150, parágrafo 5º - a lei determinará medidas para que os consumidores sejam medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços e art. incidam sobre mercadorias e serviços e art. 48 das Disposições Transitórias – 48 das Disposições Transitórias – determinação de que o Congresso Nacional determinação de que o Congresso Nacional elaborasse, dentro de cento e vinte dias da elaborasse, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, Código de promulgação da Constituição, Código de Defesa do Consumidor.Defesa do Consumidor.

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O parágrafo único, II do art. 175 introduz entre as O parágrafo único, II do art. 175 introduz entre as matérias sobre as quais deverá dispor a lei que trate matérias sobre as quais deverá dispor a lei que trate da concessão ou permissão de serviço público os da concessão ou permissão de serviço público os direitos dos usuários.direitos dos usuários.

Assim, a defesa do consumidor afeta todo o exercício Assim, a defesa do consumidor afeta todo o exercício de atividade econômica, inclusive tomada a expressão de atividade econômica, inclusive tomada a expressão em sentido amplo, como se extrai da leitura do em sentido amplo, como se extrai da leitura do parágrafo único, II do art. 175, parágrafo único, II do art. 175, in verbisin verbis::

””Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre:sobre:(...)(...)II – os direitos dos usuáriosII – os direitos dos usuários(...)”.(...)”.

A dialética produtor e consumidor é bem mais A dialética produtor e consumidor é bem mais complexa que a dialética capital-trabalho.complexa que a dialética capital-trabalho.

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Defesa do meio ambiente (VI)Defesa do meio ambiente (VI)

Condiciona a atividade produtiva ao respeito Condiciona a atividade produtiva ao respeito do meio ambiente e possibilita ao Poder do meio ambiente e possibilita ao Poder Público interferir drasticamente, se Público interferir drasticamente, se necessário, para que a exploração econômica necessário, para que a exploração econômica preserve a ecologia.preserve a ecologia.

Ressalte-se que, nos termos do artigo 225 da Ressalte-se que, nos termos do artigo 225 da CRFB todos têm direito ao meio ambiente CRFB todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo.comum do povo.

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Redução das desigualdades regionais e Redução das desigualdades regionais e sociais (VII)sociais (VII) A redução das desigualdades regionais e A redução das desigualdades regionais e

sociais é, também, um dos objetivos sociais é, também, um dos objetivos fundamentais da RFB (art. 3º, III). fundamentais da RFB (art. 3º, III).

Os direitos sociais e os mecanismos da Os direitos sociais e os mecanismos da seguridade social são preordenados no seguridade social são preordenados no sentido de buscar um sistema que propicie sentido de buscar um sistema que propicie maior igualização das condições sociais.maior igualização das condições sociais.

Mecanismos tributários e orçamentários são Mecanismos tributários e orçamentários são usados para este objetivo (art. 43 e 165, usados para este objetivo (art. 43 e 165, parágrafo 1º).parágrafo 1º).

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Busca do pleno emprego (VIII)Busca do pleno emprego (VIII) A teoria keynesiana é responsável pelo A teoria keynesiana é responsável pelo

princípio constitucional do inciso VIII princípio constitucional do inciso VIII do art. 170: busca do pleno emprego.do art. 170: busca do pleno emprego.

O dever ser econômico do pleno O dever ser econômico do pleno emprego que a Constituição consagra emprego que a Constituição consagra é fruto da Teoria Geral do Emprego, é fruto da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda: o equilíbrio do Juro e da Moeda: o equilíbrio econômico pode se dar em qualquer econômico pode se dar em qualquer nível de emprego, i. é pode haver nível de emprego, i. é pode haver equilíbrio econômico em situações de equilíbrio econômico em situações de desemprego e subemprego.desemprego e subemprego.

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Empresa de pequeno porte (IX)Empresa de pequeno porte (IX) Às empresas que tenham sido constituídas sob as leis Às empresas que tenham sido constituídas sob as leis

brasileiras e tenham sede e administração no País. (art. brasileiras e tenham sede e administração no País. (art. 179, CF) Não importa a origem de seu capital, nem a 179, CF) Não importa a origem de seu capital, nem a natureza de seu controle, nem sua titularidade. natureza de seu controle, nem sua titularidade. Qualquer empresa de pequeno porte, inclusive as Qualquer empresa de pequeno porte, inclusive as microempresas, está abrangida pelo art. 179.microempresas, está abrangida pelo art. 179.

Os principais aspectos da lei de pequenas empresas Os principais aspectos da lei de pequenas empresas (Lei Complementar 128/2008)(Lei Complementar 128/2008)

Inicialmente:Inicialmente:a Lei Complementar n°. 123/06, que a Lei Complementar n°. 123/06, que institui o Estatuto Nacional das Micro e Pequenas institui o Estatuto Nacional das Micro e Pequenas Empresas e da Empresa de Pequeno Porte, possui Empresas e da Empresa de Pequeno Porte, possui o objetivo de atender as determinações o objetivo de atender as determinações constitucionais, de tratamento diferenciado e constitucionais, de tratamento diferenciado e favorecido às Micro e Pequenas Empresas, favorecido às Micro e Pequenas Empresas, contidas nos artigos 146, 170 e 179, da Carta contidas nos artigos 146, 170 e 179, da Carta Magna.Magna.

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1. Definição de micro e pequena empresa1. Definição de micro e pequena empresa. . Pelos critérios da lei, microempresa é aquela Pelos critérios da lei, microempresa é aquela que fatura, anualmente, até 240 mil reais. que fatura, anualmente, até 240 mil reais. Empresa de pequeno porte, por sua vez, é Empresa de pequeno porte, por sua vez, é aquela que fatura de 240 mil reais a 2,4 aquela que fatura de 240 mil reais a 2,4 milhões de reais. Esses são os dois grupos de milhões de reais. Esses são os dois grupos de negócios abrangidos pelo Simples.negócios abrangidos pelo Simples.

2. Empresas excluídas do Simples2. Empresas excluídas do Simples. Algumas . Algumas empresas não poderão ser enquadradas no empresas não poderão ser enquadradas no Simples, mesmo que tenham faturamento Simples, mesmo que tenham faturamento anual menor que 2,4 milhões de reais. É o caso anual menor que 2,4 milhões de reais. É o caso de negócios de gestão de crédito, factoring, de negócios de gestão de crédito, factoring, prestadoras de serviço de comunicação, prestadoras de serviço de comunicação, serviço de transporte de passageiros, atividade serviço de transporte de passageiros, atividade de consultoria, entre outras ressalvas.de consultoria, entre outras ressalvas.

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Os principais aspectos da Os principais aspectos da lei de pequenas lei de pequenas

empresasempresas 3.3. Adesão à leiAdesão à lei. A adesão à nova lei é opcional.. A adesão à nova lei é opcional.

4. O SuperSimples4. O SuperSimples. O SuperSimples consiste no . O SuperSimples consiste no recolhimento mensal de oito impostos por meio de um recolhimento mensal de oito impostos por meio de um único documento de arrecadação. Com um só único documento de arrecadação. Com um só documento, portanto, o empreendedor poderá pagar o documento, portanto, o empreendedor poderá pagar o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, Imposto Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), PIS/Pasep, Contribuição para a Seguridade Social, PIS/Pasep, Contribuição para a Seguridade Social, ICMS e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ICMS e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).(ISS).

5. As alíquotas da nova lei5. As alíquotas da nova lei. Pela nova lei, as alíquotas . Pela nova lei, as alíquotas para as empresas de comércio variam de 4% a 11,61%, para as empresas de comércio variam de 4% a 11,61%, a depender do faturamento. Nas indústrias, variam de a depender do faturamento. Nas indústrias, variam de 4,5% a 12,11%. As empresas do setor de serviço 4,5% a 12,11%. As empresas do setor de serviço possuem as maiores alíquotas – de 6% a 17,42%, ou possuem as maiores alíquotas – de 6% a 17,42%, ou seja, 50% a mais do cobrado das empresas de comércio.seja, 50% a mais do cobrado das empresas de comércio.

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Os principais aspectos da Os principais aspectos da lei de pequenas lei de pequenas

empresasempresas 6. A responsabilidade do sócio6. A responsabilidade do sócio. A responsabilidade do . A responsabilidade do

micro e pequeno empresário, na lei nova, é limitada. micro e pequeno empresário, na lei nova, é limitada. Os bens pessoais do empreendedor não poderão ser Os bens pessoais do empreendedor não poderão ser penhorados para cobrir dívidas da empresa na justiça. penhorados para cobrir dívidas da empresa na justiça. O empresário responde apenas com o patrimônio de O empresário responde apenas com o patrimônio de seu negócio – excetuando os casos de obrigações seu negócio – excetuando os casos de obrigações trabalhistas.trabalhistas.

7. Normas trabalhistas7. Normas trabalhistas. Micro e pequenas empresas . Micro e pequenas empresas estarão dispensadas de algumas obrigações estarão dispensadas de algumas obrigações trabalhistas, como anotar férias dos empregados em trabalhistas, como anotar férias dos empregados em livros de registros, fixar o quadro de trabalho e de livros de registros, fixar o quadro de trabalho e de matricular seus aprendizes em cursos dos Serviços matricular seus aprendizes em cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem.Nacionais de Aprendizagem.

8. Regularidade fiscal na licitação8. Regularidade fiscal na licitação. Micro e pequenas . Micro e pequenas empresas só vão precisar comprovar regularidade empresas só vão precisar comprovar regularidade fiscal depois de ter ganhado o contrato de licitação, e fiscal depois de ter ganhado o contrato de licitação, e não mais no início da disputa.não mais no início da disputa.

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Os principais aspectos da Os principais aspectos da lei de pequenas lei de pequenas

empresasempresas 9. Empate em licitação9. Empate em licitação. Se, numa licitação, a diferença entre a . Se, numa licitação, a diferença entre a

oferta de uma pequena empresa e de uma grande empresa for oferta de uma pequena empresa e de uma grande empresa for de menos de 10%, a pequena empresa terá a chance de de menos de 10%, a pequena empresa terá a chance de apresentar uma proposta de preço inferior.apresentar uma proposta de preço inferior.

10. Licitações de contratos de até 80 mil reais.10. Licitações de contratos de até 80 mil reais. Em contratações Em contratações de até 80 mil reais, o poder público poderá realizar uma de até 80 mil reais, o poder público poderá realizar uma licitação da qual participem apenas pequenas empresas.licitação da qual participem apenas pequenas empresas.

11. Regras para estados mais pobres11. Regras para estados mais pobres. Os governos de estados . Os governos de estados mais pobres, com participação de até 1% no Produto Interno mais pobres, com participação de até 1% no Produto Interno Bruto, vão poder reduzir o teto do conceito de pequena empresa Bruto, vão poder reduzir o teto do conceito de pequena empresa – de 2,4 milhões de reais para 1,2 milhão de reais. Estados com – de 2,4 milhões de reais para 1,2 milhão de reais. Estados com participação de menos de 5% do PIB poderão adotar o teto de participação de menos de 5% do PIB poderão adotar o teto de 1,8 milhão de reais. Nos estados com participação de mais de 1,8 milhão de reais. Nos estados com participação de mais de 5% no PIB do país, o ICMS ou ISS têm que ser recolhidos 5% no PIB do país, o ICMS ou ISS têm que ser recolhidos normalmente.normalmente.

12. Exportações12. Exportações. Micro e pequenas empresas não vão precisar . Micro e pequenas empresas não vão precisar pagar impostos de exportaçãopagar impostos de exportação

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As falhas da Lei de Pequenas As falhas da Lei de Pequenas EmpresasEmpresas

Empresários de serviço pagam mais caroEmpresários de serviço pagam mais caroA nova lei não abrange todas as empresas do setor de serviços – o que A nova lei não abrange todas as empresas do setor de serviços – o que é desigual. A lei penaliza empreendedores de serviços e exclui do é desigual. A lei penaliza empreendedores de serviços e exclui do SuperSimples, por exemplo, escritórios de advocacia e engenharia. A SuperSimples, por exemplo, escritórios de advocacia e engenharia. A última versão do projeto atenuou esse efeito ao prever a inclusão de última versão do projeto atenuou esse efeito ao prever a inclusão de empresas de contabilidade, informática, de cursos técnicos, corretoras empresas de contabilidade, informática, de cursos técnicos, corretoras de seguro, dentre outras que estavam fora do sistema simplificado de de seguro, dentre outras que estavam fora do sistema simplificado de impostos. Em contrapartida, esses segmentos têm que arcar com as impostos. Em contrapartida, esses segmentos têm que arcar com as maiores alíquotas.maiores alíquotas.

Muitas faixas de tributaçãoMuitas faixas de tributaçãoA lei possui muitas faixas de tributação, elencadas por critérios de A lei possui muitas faixas de tributação, elencadas por critérios de faturamento. Empreendedores com faturamento próximo ao teto da lei -- faturamento. Empreendedores com faturamento próximo ao teto da lei -- 2,4 milhões de reais -- devem avaliar detalhadamente os ganhos e 2,4 milhões de reais -- devem avaliar detalhadamente os ganhos e perdas com o enquadramento no SuperSimples. Adotar ao sistema perdas com o enquadramento no SuperSimples. Adotar ao sistema pode até sair mais caro que a tributação convencional. A variedade de pode até sair mais caro que a tributação convencional. A variedade de faixas de tributação não atrapalha no combate à sonegação. Seria faixas de tributação não atrapalha no combate à sonegação. Seria melhor estabelecer uma única alíquota, mais baixa. Isso evitaria a melhor estabelecer uma única alíquota, mais baixa. Isso evitaria a sonegação e também atrairia muitas empresas para a regularidade sonegação e também atrairia muitas empresas para a regularidade fiscal.fiscal.

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Multas de ofício mais altasMultas de ofício mais altasSe o empreendedor enquadrado na lei do SuperSimples se tornar Se o empreendedor enquadrado na lei do SuperSimples se tornar inadimplente, estará submetido a uma multa de ofício que segue inadimplente, estará submetido a uma multa de ofício que segue as regras das multas aplicadas ao imposto de renda – ou seja, as regras das multas aplicadas ao imposto de renda – ou seja, 75% do débito. É um valor muito mais alto que as multas 75% do débito. É um valor muito mais alto que as multas previstas nas leis de outros regimes tributários.previstas nas leis de outros regimes tributários.

Vantagens na licitaçãoVantagens na licitaçãoAs micro e pequenas empresas ganharam, pela nova lei, algumas As micro e pequenas empresas ganharam, pela nova lei, algumas posições de vantagem em licitações. Um exemplo: se a diferença posições de vantagem em licitações. Um exemplo: se a diferença entre a proposta da pequena para a grande empresa for até 10%, entre a proposta da pequena para a grande empresa for até 10%, a pequena empresa tem a chance de cobrir o lance. Há muitos a pequena empresa tem a chance de cobrir o lance. Há muitos mecanismos que visam inserir as micro e pequenas nos processos mecanismos que visam inserir as micro e pequenas nos processos licitatórios. Mas, alguns mecanismos podem trazer problemas licitatórios. Mas, alguns mecanismos podem trazer problemas práticos. É o caso da norma que estabelece que os micro e práticos. É o caso da norma que estabelece que os micro e pequenos empresários só precisam provar regularidade fiscal pequenos empresários só precisam provar regularidade fiscal quando já ganharam o contrato. Pela lei de licitações, o quando já ganharam o contrato. Pela lei de licitações, o empresário precisa apresentar esses documentos logo no início empresário precisa apresentar esses documentos logo no início do processo licitatório. A intenção é boa, mas pode causar do processo licitatório. A intenção é boa, mas pode causar confusão na aplicação. As grandes empresas vão querer o mesmo confusão na aplicação. As grandes empresas vão querer o mesmo benefício.benefício.

As falhas da Lei de Pequenas As falhas da Lei de Pequenas EmpresasEmpresas

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Liberdade de atividade econômicaLiberdade de atividade econômica

Art. 170. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre Art. 170. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica , exercício de qualquer atividade econômica , independentemente de órgãos públicos, salvo nos caso independentemente de órgãos públicos, salvo nos caso previstos em lei.previstos em lei.

Os investimentos de capital Os investimentos de capital estrangeiro e as remessas de lucrosestrangeiro e as remessas de lucros Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse

nacional, os investimentos de capital estrangeiro, nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os investimentos e regulará a remessa de incentivará os investimentos e regulará a remessa de lucros.lucros.

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Exploração da atividade econômica pelo EstadoExploração da atividade econômica pelo Estado

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Existem duas formas de exploração direta da atividade Existem duas formas de exploração direta da atividade econômica, em sentido estrito, pelo Estado no Brasil: econômica, em sentido estrito, pelo Estado no Brasil: 1. o monopólio e 2. se ocorrerem as exigências do art. 1. o monopólio e 2. se ocorrerem as exigências do art. 173, será legítima a participação estatal direta na 173, será legítima a participação estatal direta na atividade econômica, independentemente de cogitar-se atividade econômica, independentemente de cogitar-se de preferência ou de suficiência da iniciativa privada. de preferência ou de suficiência da iniciativa privada. Abrange Abrange todastodas as entidades estatais. Atividade em as entidades estatais. Atividade em sentido amplo é território dividido em dois campos: o sentido amplo é território dividido em dois campos: o do serviço público (vinculação ao interesse social) e o do serviço público (vinculação ao interesse social) e o da atividade econômica em sentido estrito.da atividade econômica em sentido estrito.

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O abuso do poder econômicoO abuso do poder econômico Art. 173, Art. 173, § 4º-A lei § 4º-A lei reprimiráreprimirá o abuso do poder econômico que vise à o abuso do poder econômico que vise à

dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e o aumento dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros.arbitrário dos lucros.

Este parágrafo complementa o sentido do Este parágrafo complementa o sentido do princípio da livre concorrência no art. 170, IV.princípio da livre concorrência no art. 170, IV.

Objetivo de ambos: tutelar o MERCADO e Objetivo de ambos: tutelar o MERCADO e PRESERVAR AS CONDIÇÕES DE UMA L.C.PRESERVAR AS CONDIÇÕES DE UMA L.C.

A própria preservação da economia de A própria preservação da economia de mercado vem a ser fato de intervenção dos mercado vem a ser fato de intervenção dos poderes públicos na economia, como poderes públicos na economia, como demonstram as leis antitrustesdemonstram as leis antitrustes

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A formação de preços no mercadoA formação de preços no mercado Quando o poder econômico passa ser Quando o poder econômico passa ser

usado com o propósito de impedir a usado com o propósito de impedir a iniciativa de outros, com a ação no iniciativa de outros, com a ação no campo econômico, ou quando o poder campo econômico, ou quando o poder econômico passa a ser o fator econômico passa a ser o fator concorrente para um aumento arbitrário concorrente para um aumento arbitrário de lucros do detentor do poder, o abuso de lucros do detentor do poder, o abuso se manifesta e igualmente as tentativas se manifesta e igualmente as tentativas de eliminação da concorrência. Cabe a de eliminação da concorrência. Cabe a intervenção do Estado.intervenção do Estado.

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Os poderes públicos somente poderão Os poderes públicos somente poderão exercer sua função normativa e exercer sua função normativa e reguladora da atividade econômica dentro reguladora da atividade econômica dentro do quadro fixado previamente na do quadro fixado previamente na Constituição.Constituição.

Cabe ao legislador dentro dos parâmetros Cabe ao legislador dentro dos parâmetros constitucionais, estabelecer as condições constitucionais, estabelecer as condições para a intervenção dos poderes públicos para a intervenção dos poderes públicos na formação de preços no mercado, na formação de preços no mercado, fixando, pois, de forma precisa e fixando, pois, de forma precisa e pormenorizada, os limites da atuação pormenorizada, os limites da atuação legítima do poder público.legítima do poder público.

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É possível eleger É possível eleger três limites para que essa três limites para que essa intervençãointervenção possa ser considerada legítima: 1. possa ser considerada legítima: 1. limite da legalidadelimite da legalidade que adviria tanto do princípio que adviria tanto do princípio geral inscrito no art. 5º, II quanto das regras geral inscrito no art. 5º, II quanto das regras constantes do art. 170, parágrafo único, 172, 173 constantes do art. 170, parágrafo único, 172, 173 caputcaput e parágrafos 4º e 5º, e das exigências dos e parágrafos 4º e 5º, e das exigências dos arts. 174 e 175 todos da CF. arts. 174 e 175 todos da CF.

Assim, os poderes públicos somente poderão Assim, os poderes públicos somente poderão exercer sua função normativa e reguladora da exercer sua função normativa e reguladora da atividade econômica no quadro fixado previamente atividade econômica no quadro fixado previamente na CF. na CF.

No que tange à intervenção pública na formação de No que tange à intervenção pública na formação de preços de mercado, o preços de mercado, o princípio da reserva legalprincípio da reserva legal veda a atuação administrativa além do que já vem veda a atuação administrativa além do que já vem configurado em lei, de forma que a ação configurado em lei, de forma que a ação administrativa deve estar em estreita congruência administrativa deve estar em estreita congruência com a lei delimitadora da ação estatalcom a lei delimitadora da ação estatal

Princípios Princípios Fundamentais da Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

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2. Outro 2. Outro limite constitucional é o da limite constitucional é o da igualdadeigualdade, na medida em que se deve ter , na medida em que se deve ter em conta a necessidade de tornar em conta a necessidade de tornar equânimes os efeitos das intervenções equânimes os efeitos das intervenções públicas na formação de preços de públicas na formação de preços de mercado, tratando os sujeitos econômicos mercado, tratando os sujeitos econômicos de acordo com as de acordo com as reais condições da reais condições da categoriacategoria em que se encontram inseridos. em que se encontram inseridos.

Vários comandos constitucionais Vários comandos constitucionais subsidiam este princípio: art. 170, VII e IX, subsidiam este princípio: art. 170, VII e IX, i. é. redução das desigualdades regionais e i. é. redução das desigualdades regionais e sociais e o tratamento favorecido para as sociais e o tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.empresas de pequeno porte.

Princípios Fundamentais da Princípios Fundamentais da Ordem EconômicaOrdem Econômica

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3. O terceiro 3. O terceiro limite é o da proporcionalidadelimite é o da proporcionalidade em em que trata da necessidade de adequação que que trata da necessidade de adequação que deve ser obedecido dentre as medidas deve ser obedecido dentre as medidas administrativas e os fins objetivados. administrativas e os fins objetivados.

O administrador público e o legislador têm o O administrador público e o legislador têm o dever de sopesar todos os efeitos e dever de sopesar todos os efeitos e circunstâncias relacionadas com as medidas circunstâncias relacionadas com as medidas interventivas a serem adotadas.interventivas a serem adotadas.

Contrário a isto configura abuso de poder: i. é. Contrário a isto configura abuso de poder: i. é. fixar preços que fixar preços que desconsiderem os custos de desconsiderem os custos de produção do setorprodução do setor e e que acabam por fugir dos que acabam por fugir dos padrões remunerativos das atividades padrões remunerativos das atividades empresariais, penalizando a existência de empresariais, penalizando a existência de lucroslucros, ou seja, dos elementos inerentes à , ou seja, dos elementos inerentes à própria atividade empresarial.própria atividade empresarial.

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De tudo isso, sem esquecer que no Brasil o campo econômico De tudo isso, sem esquecer que no Brasil o campo econômico sempre foi dependente da iniciativa estatal. Vide o livro “Barão sempre foi dependente da iniciativa estatal. Vide o livro “Barão de Mauá”. O Estado tem autorização constitucional para atuar na de Mauá”. O Estado tem autorização constitucional para atuar na realização de disposições normativas sobre atividade econômica realização de disposições normativas sobre atividade econômica em todo o seu território. em todo o seu território. Isso com o objetivo de darIsso com o objetivo de dar – – na medida na medida em que fixa novas opções, atualiza condicionantes e em que fixa novas opções, atualiza condicionantes e conveniências quanto ao modelo a ser efetivado na atividade conveniências quanto ao modelo a ser efetivado na atividade econômica ou mesmo quando reforça as diretrizes e soluções já econômica ou mesmo quando reforça as diretrizes e soluções já existentes existentes – – concreção aos valores, princípios, preceitos e concreção aos valores, princípios, preceitos e objetivos que conformam a ordem econômica constitucional, objetivos que conformam a ordem econômica constitucional, criando um espaço normativo infraconstitucional contentor de criando um espaço normativo infraconstitucional contentor de diretrizes mais específicas e práticas capazes de compor, dentro diretrizes mais específicas e práticas capazes de compor, dentro de alguns setores econômicos ou mesmo de todo o setor de alguns setores econômicos ou mesmo de todo o setor econômico nacional, novos relacionamentos, novas situações para econômico nacional, novos relacionamentos, novas situações para que possa ser efetivamente alcançado um ambiente produtor de que possa ser efetivamente alcançado um ambiente produtor de resultados convenientes à sociedade brasileiraresultados convenientes à sociedade brasileira. Como, por . Como, por exemplo, a extensão das possibilidade do processo de consumo a exemplo, a extensão das possibilidade do processo de consumo a uma parcela que tradicionalmente dele se encontra excluída, em uma parcela que tradicionalmente dele se encontra excluída, em outras palavras, para que possam ser atingidas certas finalidades outras palavras, para que possam ser atingidas certas finalidades de interesse social.de interesse social.

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Função reguladora do Estado Função reguladora do Estado – são muitos os – são muitos os órgãos no país que desempenham o papel de órgãos no país que desempenham o papel de regulação da atividade econômica: a) o CADE regulação da atividade econômica: a) o CADE – Conselho Administrativo de Defesa – Conselho Administrativo de Defesa Econômica e b) o próprio Ministério da Econômica e b) o próprio Ministério da Fazenda e também as Agências Nacionais Fazenda e também as Agências Nacionais Reguladoras.Reguladoras.

A regulação estatal da atividade empresarial A regulação estatal da atividade empresarial constitui um dever constitucional ordinário, constitui um dever constitucional ordinário, não devendo ser tratada como mera não devendo ser tratada como mera intervenção – excepcional e temporária – do intervenção – excepcional e temporária – do Estado no domínio econômico.Estado no domínio econômico.

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Como conseqüência do princípio Como conseqüência do princípio fundamental da liberdade de fundamental da liberdade de empresa, a autodeterminação empresa, a autodeterminação empresarial, quanto à organização empresarial, quanto à organização dos meios de produção para o dos meios de produção para o mercado, permite ao seu titular mercado, permite ao seu titular exigir uma abstenção geral do exigir uma abstenção geral do Estado e dos particulares, Estado e dos particulares, empresas concorrentes ou não. Isto empresas concorrentes ou não. Isto fortalece a iniciativa empresarial, fortalece a iniciativa empresarial, com base no art. 170 da CF.com base no art. 170 da CF.

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Ficam, desta forma, interditado os Ficam, desta forma, interditado os trustes e os cartéis que importem a trustes e os cartéis que importem a eliminação da concorrência, nos eliminação da concorrência, nos termos do art. 173, termos do art. 173, § 4º da CF, § 4º da CF, bem bem como quaisquer ações abusivas do como quaisquer ações abusivas do Estado que impossibilitem a Estado que impossibilitem a continuação das atividades continuação das atividades empresariais no mercado.empresariais no mercado.

E, a fixação de preços mínimos e E, a fixação de preços mínimos e máximos é constitucionalmente máximos é constitucionalmente compatível com o sistema brasileiro?compatível com o sistema brasileiro?

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A CF não legitima a tese condenadora de toda A CF não legitima a tese condenadora de toda política de fixação de preços no mercado. A política de fixação de preços no mercado. A norma constitucional (art. 174) não conforta, em norma constitucional (art. 174) não conforta, em absoluto, essa posição. absoluto, essa posição.

A condição de ser o Estado agente normativo e A condição de ser o Estado agente normativo e regulador não o limita às funções de fiscalização regulador não o limita às funções de fiscalização e incentivo. e incentivo.

O que é meramente indicativo para o setor O que é meramente indicativo para o setor privado é o planejamento, não a atividade privado é o planejamento, não a atividade normativa e reguladora do Estado. normativa e reguladora do Estado.

A atividade de planejar não se confunde com a A atividade de planejar não se confunde com a de regular e pode haver uma sem a outra, uma de regular e pode haver uma sem a outra, uma não implica necessariamente a existência da não implica necessariamente a existência da outra. outra.

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Assim se pronunciou o STF quanto à Assim se pronunciou o STF quanto à solicitação de indenização por prejuízos solicitação de indenização por prejuízos decorrentes do tabelamento de preços, no R. decorrentes do tabelamento de preços, no R. E. nº. 52.010 (SP) de 31.05.65, sendo E. nº. 52.010 (SP) de 31.05.65, sendo recorrente a Sociedade Laticínio Dominó recorrente a Sociedade Laticínio Dominó Ltda. e recorrida a União Federal, pois pode Ltda. e recorrida a União Federal, pois pode paralisar a iniciativa estatal (Min. Victor paralisar a iniciativa estatal (Min. Victor Nunes Leal):Nunes Leal): O tabelamento de preços , sendo atividade legítima O tabelamento de preços , sendo atividade legítima

do Estado, somente em caso de comprovado abuso do Estado, somente em caso de comprovado abuso pode acarretar a sua responsabilidade pelo pode acarretar a sua responsabilidade pelo prejuízo dos produtores ou distribuidores.prejuízo dos produtores ou distribuidores.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Art. 192Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de . O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.estrangeiro nas instituições que o integram.

(...)(...)

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Art. 219Art. 219. O mercado interno integra o . O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos da lei federal.do País, nos termos da lei federal.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Uma vez que a República Federativa do Uma vez que a República Federativa do Brasil adota a livre-iniciativa como Brasil adota a livre-iniciativa como princípio fundamental princípio fundamental e e valor da ordem valor da ordem econômicaeconômica, a interferência do Poder , a interferência do Poder Público na economia da Nação somente Público na economia da Nação somente se justifica quando objetivar a se justifica quando objetivar a persecução de interesses sociais persecução de interesses sociais maiores, tais como os objetivos maiores, tais como os objetivos fundamentais, positivados nos incisos do fundamentais, positivados nos incisos do Art. 3º.da CRFB.Art. 3º.da CRFB.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Características do Direito Econômico:Características do Direito Econômico:I - I - RecenticidadeRecenticidade: ramo novo que teve sua gênese com o : ramo novo que teve sua gênese com o

intervencionismo econômico (teoria moderna econômica - intervencionismo econômico (teoria moderna econômica - macro). Ramo em formação sujeito às constantes macro). Ramo em formação sujeito às constantes influências e mudanças na economia.influências e mudanças na economia.

II - II - SingularidadeSingularidade: ramo próprio para o fato econômico, de : ramo próprio para o fato econômico, de cada País e não há ainda um Código único. Reflete a cada País e não há ainda um Código único. Reflete a heterogeneidade da ordem econômica de cada País, heterogeneidade da ordem econômica de cada País, embora existam princípios universais que dão autonomia embora existam princípios universais que dão autonomia ao Direito Econômico quanto ramo jurídico.ao Direito Econômico quanto ramo jurídico.

III - III - Mobilidade ou mutabilidadeMobilidade ou mutabilidade: suas normas são sujeitas a : suas normas são sujeitas a constantes mudanças de ordem política e econômica, constantes mudanças de ordem política e econômica, havendo tendência de curta vigência no que se refere a havendo tendência de curta vigência no que se refere a seus diplomas legais. Produção normativa abundante e seus diplomas legais. Produção normativa abundante e constante.constante.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

IV - MaleabilidadeIV - Maleabilidade - há uma necessidade - há uma necessidade de farta produção normativa e o D. E. de farta produção normativa e o D. E. não deve ficar preso às espécies não deve ficar preso às espécies normativas do Legislativo para terem normativas do Legislativo para terem vigência e eficácia.vigência e eficácia. Embora as normas devam obedecer aos Embora as normas devam obedecer aos

comandos da Lei e devem também ser comandos da Lei e devem também ser produzidos mecanismos mais dinâmicos, produzidos mecanismos mais dinâmicos, próprios do Executivo a fim de disciplinar os próprios do Executivo a fim de disciplinar os fatos econômicos e a dinâmica de mercado. fatos econômicos e a dinâmica de mercado. Atos administrativos, p. ex.Atos administrativos, p. ex.

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V - Influência de valores políticosV - Influência de valores políticos: segue a : segue a corrente ideológico-partidária (ideário corrente ideológico-partidária (ideário político) de quem se encontra no poder. político) de quem se encontra no poder. Política e Planejamento Econômico são Política e Planejamento Econômico são definidos pelas lideranças político-definidos pelas lideranças político-partidárias.partidárias.

Representação popular dos Poderes Representação popular dos Poderes Constituídos Executivo e Legislativo.Constituídos Executivo e Legislativo.

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VI - EcletismoVI - Ecletismo: além da produção : além da produção normativa estatal, o Direito Econômico normativa estatal, o Direito Econômico deve estar presente na deve estar presente na auto-regulação auto-regulação de mercadosde mercados promovida, também, pelos promovida, também, pelos agentes econômicos privados, agentes econômicos privados, orientando-lhes dentro dos princípios orientando-lhes dentro dos princípios consagrados na CF. Devendo nortear-se consagrados na CF. Devendo nortear-se ora em normas de Direito Público, ora ora em normas de Direito Público, ora em normas de Direito Privado.em normas de Direito Privado.

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VII - ConcretismoVII - Concretismo: o D. E. disciplina os : o D. E. disciplina os fenômenos sócio-econômicos concretos, fenômenos sócio-econômicos concretos, visceralmente vinculados aos fatos visceralmente vinculados aos fatos históricos relevantes ao Estado e aos históricos relevantes ao Estado e aos indivíduos. Não pode o Direito isolar-se do indivíduos. Não pode o Direito isolar-se do ambiente em que vigora, deixar de atender ambiente em que vigora, deixar de atender às outras manifestações da vida social e às outras manifestações da vida social e econômica. (Maximiliano, 1997, 157-159).econômica. (Maximiliano, 1997, 157-159).

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Aula Aula Um ramo de direito pode ser considerado Um ramo de direito pode ser considerado

autônomo, para fins didáticos, tão somente, autônomo, para fins didáticos, tão somente, quando possui, normas e princípios próprios, quando possui, normas e princípios próprios, dentro de seu respectivo ordenamento jurídico, dentro de seu respectivo ordenamento jurídico, uma vez que o Direito, quanto ciência é uno.uma vez que o Direito, quanto ciência é uno.

Com a CF/88, o D.E. brasileiro passou a ter Com a CF/88, o D.E. brasileiro passou a ter princípios específicos delineados no art. 170, princípios específicos delineados no art. 170, conforme vimos, sendo que passou a ser conforme vimos, sendo que passou a ser competência concorrente da União, Estados e competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal legislar especificamente sobre Distrito Federal legislar especificamente sobre suas normas (art. 24, I , CRFB)suas normas (art. 24, I , CRFB)

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Celso Ribeiro BastosCelso Ribeiro Bastos: : “A sistematização “A sistematização doutrinária e científica do D. E. como disciplina doutrinária e científica do D. E. como disciplina jurídica autônoma jurídica autônoma tomou corpo primeiramente na tomou corpo primeiramente na Alemanha, sob a Constituição de WeimarAlemanha, sob a Constituição de Weimar, e não , e não por acaso, pois foi esta Constituição por acaso, pois foi esta Constituição a primeira a a primeira a inserir a vida econômicainserir a vida econômica de forma específica e de forma específica e desenvolvida como objeto da lei desenvolvida como objeto da lei fundamental(...).Resta acrescentar que a fundamental(...).Resta acrescentar que a disciplina de Direito Econômico tem começado disciplina de Direito Econômico tem começado igualmente afirmar-se no Brasil e noutros países igualmente afirmar-se no Brasil e noutros países da América Latina, bem como sob influência da da América Latina, bem como sob influência da doutrina portuguesa, nos países africanos de doutrina portuguesa, nos países africanos de língua oficial portuguesa”.língua oficial portuguesa”.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais: o Direito, sabemos, é um conjunto de : o Direito, sabemos, é um conjunto de normas de conduta, entendendo-se estas como os valores normas de conduta, entendendo-se estas como os valores axiológicos (valores morais) juridicamente protegidos que axiológicos (valores morais) juridicamente protegidos que fundamentam o ordenamento legal.fundamentam o ordenamento legal.

As normas se dividem um duas espécies: As normas se dividem um duas espécies: princípios e princípios e regras.regras.

Os Os PRINCÍPIOSPRINCÍPIOS são a viga mestra do Direito, sendo são a viga mestra do Direito, sendo comandos gerais dotados de alto grau de abstração, com comandos gerais dotados de alto grau de abstração, com amplo campo de incidência e abrangência, que orientam a amplo campo de incidência e abrangência, que orientam a produção do ordenamento jurídico.produção do ordenamento jurídico.

As As REGRASREGRAS são comandos aplicáveis em um campo são comandos aplicáveis em um campo específico, com elementos próximos ao direito comum, específico, com elementos próximos ao direito comum, capazes de investir um titular em direito subjetivos.capazes de investir um titular em direito subjetivos.

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No campo do D. E. (Direito Público) No campo do D. E. (Direito Público) destacamos: destacamos: a)economicidade; b) eficiência e a)economicidade; b) eficiência e generalidadegeneralidade.. PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADEPRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE: é oriundo do : é oriundo do

direito financeiro, com previsão expressa no art.70, direito financeiro, com previsão expressa no art.70, caputcaput, da CRFB, este, combinado com o art. 3º, II, , da CRFB, este, combinado com o art. 3º, II, art. 170, art. 170, caputcaput, da CRFB. , da CRFB.

A economicidade significa que o Estado deve focar A economicidade significa que o Estado deve focar suas políticas públicas de planejamento para a ordem suas políticas públicas de planejamento para a ordem econômica em econômica em atividades economicamente viáveisatividades economicamente viáveis, , tanto a curto, quanto a longo prazo, garantido, assim, tanto a curto, quanto a longo prazo, garantido, assim, o desenvolvimento econômico sustentável e racional o desenvolvimento econômico sustentável e racional do País. Menor custo social, conjugando quantidade do País. Menor custo social, conjugando quantidade com qualidade.com qualidade.

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PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIAPRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: oriundo do Direito : oriundo do Direito Administrativo com previsão expressa no art. 37, Administrativo com previsão expressa no art. 37, caputcaput, da CRFB, é aplicado no D. E. mediante , da CRFB, é aplicado no D. E. mediante exegese sistêmica do referido dispositivo com as exegese sistêmica do referido dispositivo com as previsões contidas no art. 170 e incisos da Carta previsões contidas no art. 170 e incisos da Carta Política, mormente a livre-iniciativa e a livre-Política, mormente a livre-iniciativa e a livre-concorrência.concorrência. O Estado deve pautar sua conduta para:O Estado deve pautar sua conduta para:

viabilizar e maximizar a produção de resultados da viabilizar e maximizar a produção de resultados da atividade econômica, conjugando os interesses privados atividade econômica, conjugando os interesses privados dos agentes Econômicos com os interesses da dos agentes Econômicos com os interesses da sociedade, permitindo a obtenção de efeitos que melhor sociedade, permitindo a obtenção de efeitos que melhor atendam ao interesse público, garantindo assim, o êxito de atendam ao interesse público, garantindo assim, o êxito de sua ordem econômica. sua ordem econômica.

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O O PRINCÍPIO DA GENERALIDADEPRINCÍPIO DA GENERALIDADE: : generalidade e abstração. Ampliação do campo generalidade e abstração. Ampliação do campo de incidência. Multiplicidade de organismos de incidência. Multiplicidade de organismos econômicos, diversidade de regimes jurídicos econômicos, diversidade de regimes jurídicos de intervenção estatal, adaptação, constantes e de intervenção estatal, adaptação, constantes e dinâmicas mudanças que ocorrem no mercado.dinâmicas mudanças que ocorrem no mercado. Exemplo de estatuto jurídico maleável, característico Exemplo de estatuto jurídico maleável, característico

do Direito Econômico: do Direito Econômico: Lei Brasileira Antitruste (Lei nº Lei Brasileira Antitruste (Lei nº 8.884/94).8.884/94).

TrusteTruste: acordo ou combinação entre empresas : acordo ou combinação entre empresas com o objetivo de restringir a concorrência e com o objetivo de restringir a concorrência e controlar os preçoscontrolar os preços. .

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Um dos traços característicos do D. E. é Um dos traços característicos do D. E. é exatamente o concretismo que o leva a disciplinar exatamente o concretismo que o leva a disciplinar os fatos sócio-econômicos materializados no plano os fatos sócio-econômicos materializados no plano fático.fático.

A evolução histórica do pensamento econômico A evolução histórica do pensamento econômico tem como ponto de partida o declínio do estado tem como ponto de partida o declínio do estado absolutista. Luís XIV: absolutista. Luís XIV: L’État c’est moi.L’État c’est moi.

O declínio ideológico do Absolutismo se deu com a O declínio ideológico do Absolutismo se deu com a necessidade da sociedade em estabelecer direitos e necessidade da sociedade em estabelecer direitos e garantias individuais que protegessem os súditos dos garantias individuais que protegessem os súditos dos abusos perpetrados pelo Soberano.abusos perpetrados pelo Soberano.

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Como marco histórico, tem-se a Constituição Como marco histórico, tem-se a Constituição do Rei João Sem Terra, na Inglaterra, em do Rei João Sem Terra, na Inglaterra, em 1215, que trouxe à lume o 1215, que trouxe à lume o PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA LEGALIDADELEGALIDADE, concebido como forma de , concebido como forma de limitação da atuação do Estado no campo limitação da atuação do Estado no campo tributário.tributário.

O O declínio do absolutismodeclínio do absolutismo consolidou-se consolidou-se ideologicamente com a teoria da separação ideologicamente com a teoria da separação dos poderes desenvolvida pelo Barão de dos poderes desenvolvida pelo Barão de Montesquieu.Montesquieu.

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1748 : 1748 : “L’esprit des lois”“L’esprit des lois” marco filosófico que culminou marco filosófico que culminou com a Revolução Francesa 1789 tendo como expressão com a Revolução Francesa 1789 tendo como expressão máxima a Declaração Universal do Direitos do Homem máxima a Declaração Universal do Direitos do Homem que foi uma das principais obras que marcou a origem que foi uma das principais obras que marcou a origem dos direitos de 1ª geração - direitos individuais, em que dos direitos de 1ª geração - direitos individuais, em que pese outros ordenamentos jurídicos já terem positivado pese outros ordenamentos jurídicos já terem positivado tais direitos anteriormente (Declaração de Direitos do tais direitos anteriormente (Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia/EUA 1776)Bom Povo de Virgínia/EUA 1776)

Estado AbsolutistaEstado Absolutista Estado LiberalEstado Liberal (plena garantia (plena garantia das liberdades individuais. das liberdades individuais. (Laissez faire, laissez passer le (Laissez faire, laissez passer le monde vá de lui même).monde vá de lui même).

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O Estado deixava a condução dos negócios jurídicos O Estado deixava a condução dos negócios jurídicos ao livre-arbítrio das partes interessadas, que exerciam ao livre-arbítrio das partes interessadas, que exerciam seus direitos individuais de forma irrestrita, focando seus direitos individuais de forma irrestrita, focando seus esforços, tão somente, na garantia da segurança seus esforços, tão somente, na garantia da segurança pública interna, bem como na manutenção da ordem pública interna, bem como na manutenção da ordem externa.externa.

Economicamente, o surgimento do Estado Liberal sustentou-Economicamente, o surgimento do Estado Liberal sustentou-se no se no aquecimento das relações comerciais e no surgimento aquecimento das relações comerciais e no surgimento de novos fatores de produção (capital) oriundos do de novos fatores de produção (capital) oriundos do mercantilismo e da ascensão da classe burguesa, dando mercantilismo e da ascensão da classe burguesa, dando origem à ciência econômica e sua teoria clássica de micro-origem à ciência econômica e sua teoria clássica de micro-economiaeconomia. Isto gerou também injustiças sociais e lutas de . Isto gerou também injustiças sociais e lutas de classe.classe.

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Nasce após isto o Nasce após isto o direito de 2ª geraçãodireito de 2ª geração, isto é , isto é os de cunho social, tais como o direito do os de cunho social, tais como o direito do trabalhador e o direito à seguridade social trabalhador e o direito à seguridade social (previdência , assistência e saúde).(previdência , assistência e saúde).

A concentração de riquezas e dos fatores de A concentração de riquezas e dos fatores de produção nas mãos de poucos se mostrou produção nas mãos de poucos se mostrou perniciosa ao mercado econômico. Gerou perniciosa ao mercado econômico. Gerou práticas abusivas prejudicando e eliminando a práticas abusivas prejudicando e eliminando a livre-concorrência necessária à manutenção livre-concorrência necessária à manutenção saudável dos mercados.saudável dos mercados. Destaca-se nos EUA, no fim do séc. XIX o Destaca-se nos EUA, no fim do séc. XIX o

nascimento das primeiras leis de intervenção no nascimento das primeiras leis de intervenção no mercado (antitruste).mercado (antitruste).

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Após os conflitos sociais do séc. XIX, bem Após os conflitos sociais do séc. XIX, bem como dos grandes conflitos mundiais como dos grandes conflitos mundiais surge o surge o Estado intervencionista Estado intervencionista e o nascimento das e o nascimento das primeiras normas de caráter jurídico-primeiras normas de caráter jurídico-econômicoeconômico, no qual a autonomia de vontade , no qual a autonomia de vontade das partes na atividade econômica é mitigada das partes na atividade econômica é mitigada pelo direcionismo estatal, sobrepondo-se os pelo direcionismo estatal, sobrepondo-se os interesses coletivos e trans-individuais aos interesses coletivos e trans-individuais aos interesses individuais.interesses individuais. A economia moderna volta-se ao estudo dos A economia moderna volta-se ao estudo dos

agentes econômicos e dos fatores de produção agentes econômicos e dos fatores de produção com o mercado em perspectiva coletiva com o mercado em perspectiva coletiva (macroeconomia).(macroeconomia).

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

Surgem os Surgem os primeiros blocos econômicos internacionaisprimeiros blocos econômicos internacionais e e os direitos de 3ª geraçãoos direitos de 3ª geração, que são os direitos cuja , que são os direitos cuja titularidade pertence à toda a sociedade, tendo caráter titularidade pertence à toda a sociedade, tendo caráter nitidamente coletivo e trans-individual (meio ambiente, nitidamente coletivo e trans-individual (meio ambiente, defesa do consumidor, defesa da concorrência etc.).defesa do consumidor, defesa da concorrência etc.).

O Estado intervencionista, em virtude do O Estado intervencionista, em virtude do super-super-dimensionamento da máquina estataldimensionamento da máquina estatal, gerou déficit , gerou déficit orçamentário ultrapassando o volume de receitas orçamentário ultrapassando o volume de receitas arrecadadas, cedeu lugar ao estado neoliberal ou ao arrecadadas, cedeu lugar ao estado neoliberal ou ao estado regulador. estado regulador.

Com um novo posicionamento o Estado concentrou Com um novo posicionamento o Estado concentrou esforços em áreas típicas ficando como agente regulador esforços em áreas típicas ficando como agente regulador da atividade econômica. Nova engenharia estatal.da atividade econômica. Nova engenharia estatal.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

O O Estado Democrático de DireitoEstado Democrático de Direito consubstancia-se no consubstancia-se no valores a seguir:valores a seguir:

1.1. Constituição de uma autoridade políticaConstituição de uma autoridade política: legitimidade de : legitimidade de poder(Maquiavel e Montesquieupoder(Maquiavel e Montesquieu

2.2. Contenção da autoridade políticaContenção da autoridade política (Hobbes - (Hobbes -Leviatã(1651) proteção do domínio privado e das Leviatã(1651) proteção do domínio privado e das liberdades individuaisliberdades individuais

3.3. Representação dos interesses da sociedadeRepresentação dos interesses da sociedade (Rousseau (Rousseau - Contrato social) + Benjamim Constant : - Contrato social) + Benjamim Constant : a vontade da a vontade da maioria sempre se traduz no atendimento do interesse maioria sempre se traduz no atendimento do interesse público, devendo haver participação popular na conduta público, devendo haver participação popular na conduta da política do Estado, mas a vontade popular, por estar da política do Estado, mas a vontade popular, por estar sujeita à manipulações, deverá ser moderada.sujeita à manipulações, deverá ser moderada.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

No campo jurídico a representação dos No campo jurídico a representação dos diversos segmentos sociais consagrou-diversos segmentos sociais consagrou-se com a positivação dos direitos se com a positivação dos direitos políticos e com o nascimento dos políticos e com o nascimento dos partidos políticos de representação partidos políticos de representação popular.popular.

Pluralismo social e justiça distributivaPluralismo social e justiça distributiva: : garantir proteção a segmentos sociais garantir proteção a segmentos sociais marginalizados, minoritários e excluídos do marginalizados, minoritários e excluídos do processo de produção e repartição de processo de produção e repartição de riquezas.{Hegel(1770-1831; Marx (1818-riquezas.{Hegel(1770-1831; Marx (1818-1883)} Normatização dos direitos sociais.1883)} Normatização dos direitos sociais.

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A codificação do direito A codificação do direito econômico brasileiroeconômico brasileiro

No campo jurídico, o processo de proteção social e No campo jurídico, o processo de proteção social e distribuição de riquezas foi efetivado mediante a distribuição de riquezas foi efetivado mediante a normatização dos direitos sociaisnormatização dos direitos sociais. Todavia a fim de se . Todavia a fim de se efetivar as políticas públicas de cunho social, mister se efetivar as políticas públicas de cunho social, mister se fez ao Estado intervir em sua ordem econômicafez ao Estado intervir em sua ordem econômica..

Da junção de todos este valores sociopolíticos foi Da junção de todos este valores sociopolíticos foi concebido o Estado Democrático de Direito que pode concebido o Estado Democrático de Direito que pode ser conceituado como a Nação juridicamente ser conceituado como a Nação juridicamente organizada em torno da CF e leis cujos representantes organizada em torno da CF e leis cujos representantes gozam do crisma da aprovação popular, tendo atuação gozam do crisma da aprovação popular, tendo atuação disciplinada e limitada pelo ordenamento jurídico.disciplinada e limitada pelo ordenamento jurídico.

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Tal modelo estatal está em praticamente todos os Tal modelo estatal está em praticamente todos os textos constitucionais editados após a 2ª GM estando textos constitucionais editados após a 2ª GM estando portanto na nossa:portanto na nossa:

ValoresPolíticos

OrdemJurídica

NormasConstitucionais

CRFB

Constituiçãoda autoridadepolitica

Direitospúblicos:Administrativo e Constitucional

Organização doEstado e daAdministraçãoPública

Arts. 1º, 3º e 4ºArts. 18 a 43Arts 136 a 169

Contenção daautoridadepolítica

Direitos privados:cíveis e empresariais

Direitos egarantiasfundamentais

Arts. 5ºArts. 12 e 13

Representação dosinteresses dasociedade

Direitos eleitorais epoliticos

Constituição doPoder e separaçãodas funções doEstado

Arts. 1º, parágrafoúnico, e 2ºArts. 14 a 17Arts. 44 a 135

Justiçadistributiva epluralismosocial

Direitos sociais eeconômicos

Ordem econômicae social

Arts. 6 º a 12Arts. 170 a 232

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Fundamentação jurídica da Fundamentação jurídica da reorganização dos sistemas econômicos reorganização dos sistemas econômicos

do ocidentedo ocidente

Aula Aula Sistemas/modelosSistemas/modelos: forma pela qual o : forma pela qual o

Estado organiza suas relações sociais de Estado organiza suas relações sociais de produção, na qual estrutura sua política. produção, na qual estrutura sua política. Esta é a forma adotada pelo Estado no Esta é a forma adotada pelo Estado no que se refere aos fatores de produção e que se refere aos fatores de produção e distribuição do produto do trabalho. distribuição do produto do trabalho. Inicialmente o mundo adotou o Inicialmente o mundo adotou o capitalismo e o socialismo(forma simples).capitalismo e o socialismo(forma simples).

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Fundamentação jurídica da Fundamentação jurídica da reorganização dos sistemas econômicos reorganização dos sistemas econômicos

do ocidentedo ocidente

Atualmente são mesclados. Atualmente são mesclados. CapitalismoCapitalismo: as relações de produção : as relações de produção

estão assentadas na propriedade privada estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de dos bens em geral, dos fatores de produção, na ampla liberdade de produção, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência, bem como na iniciativa e de concorrência, bem como na livre contratação de mão de obra.livre contratação de mão de obra.

SocialismoSocialismo: baseado na autoridade : baseado na autoridade estatal que centraliza e unifica a estatal que centraliza e unifica a economia em torno do Poder Central.economia em torno do Poder Central.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Estudo da forma de participação do Estado nas Estudo da forma de participação do Estado nas atividades econômicas, desenvolvidas em seu atividades econômicas, desenvolvidas em seu respectivo território. Formas econômicas de Estado.respectivo território. Formas econômicas de Estado.

Estado liberalEstado liberal: doutrina do liberalismo. Respeito do : doutrina do liberalismo. Respeito do Estado ao pleno exercício dos direitos e garantias Estado ao pleno exercício dos direitos e garantias individuais. Livre iniciativa. Liberdade contratual, individuais. Livre iniciativa. Liberdade contratual, garantida pelo Poder Público. Liberdade de mercado. garantida pelo Poder Público. Liberdade de mercado. Sistema econômico auto-regulado. Estado Sistema econômico auto-regulado. Estado absenteísta. Suas falhas não tardaram aparecer: Min. absenteísta. Suas falhas não tardaram aparecer: Min. Marco Aurélio (STF) contrapondo-se ao Estado Marco Aurélio (STF) contrapondo-se ao Estado Social.Social.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Estado intervencionistaEstado intervencionista: visa garantir o : visa garantir o exercício racional das liberdades individuais, não exercício racional das liberdades individuais, não visa ferir os postulados liberais, mas, tão visa ferir os postulados liberais, mas, tão somente, fazer com que o Estado coíba o somente, fazer com que o Estado coíba o exercício abusivo e pernicioso do liberalismo. exercício abusivo e pernicioso do liberalismo. Intervencionismo se dá de forma direta: Estado Intervencionismo se dá de forma direta: Estado assume a iniciativa da atividade econômica, na assume a iniciativa da atividade econômica, na condição de produtor de bens e serviços ao lado condição de produtor de bens e serviços ao lado de particulares ou de forma indireta, na qual o de particulares ou de forma indireta, na qual o Estado atua tributando, incentivando, Estado atua tributando, incentivando, regulamentando ou normatizando a atividade regulamentando ou normatizando a atividade econômica.econômica.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

A atuação direta do Estado, 2º Eros Roberto A atuação direta do Estado, 2º Eros Roberto Grau se dá por:Grau se dá por: absorçãoabsorção: Estado atua em regime de : Estado atua em regime de

monopólio;monopólio; participaçãoparticipação: Estado atua paralelamente aos : Estado atua paralelamente aos

particularesparticulares direçãodireção: Estado atua por meio de : Estado atua por meio de

instrumentos normativos de pressão e porinstrumentos normativos de pressão e por induçãoindução: Estado incentiva, através de : Estado incentiva, através de

benefícios fiscais ou tributários a prática de benefícios fiscais ou tributários a prática de determinadas atividades econômicas.determinadas atividades econômicas.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Estado socialEstado social (Estado do bem estar social): forma estatal de (Estado do bem estar social): forma estatal de intervenção que tem por fim garantir que sejam efetivadas políticas intervenção que tem por fim garantir que sejam efetivadas políticas de caráter assistencialista na sociedade, para prover os de caráter assistencialista na sociedade, para prover os notadamente hipossuficientes em suas necessidades básicas. notadamente hipossuficientes em suas necessidades básicas.

Não deixa de ser intervencionista, porém é diferente, pois este Não deixa de ser intervencionista, porém é diferente, pois este atua estabelecendo, além de normas para a ordem econômica, atua estabelecendo, além de normas para a ordem econômica, todo um regramento próprio para garantir o bem-estar de seus todo um regramento próprio para garantir o bem-estar de seus cidadãos. (Gera déficits na economia) cidadãos. (Gera déficits na economia)

Sua implantação tem início na primeira metade do Sua implantação tem início na primeira metade do séc. XX, a partir do final da década de 1910 e início séc. XX, a partir do final da década de 1910 e início da década de 1920. Manifesta-se inicialmente na da década de 1920. Manifesta-se inicialmente na Constituição do México de 1917 e na Constituição Constituição do México de 1917 e na Constituição da Alemanha de 1919 (Weimar) destacando-se pela da Alemanha de 1919 (Weimar) destacando-se pela garantia dos direitos sociais e pelo garantia dos direitos sociais e pelo intervencionismo na economia.intervencionismo na economia.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Estado socialistaEstado socialista: forma intervencionista : forma intervencionista máxima do Estado, uma vez que este adota máxima do Estado, uma vez que este adota uma política econômica planificada baseada na uma política econômica planificada baseada na valorização do coletivo sobre o individual. O valorização do coletivo sobre o individual. O Poder Público passa a ser o centro exclusivo Poder Público passa a ser o centro exclusivo para as deliberações referentes à economia. Os para as deliberações referentes à economia. Os bens de produção são apropriados bens de produção são apropriados coletivamente pela sociedade por meio do coletivamente pela sociedade por meio do Estado de modo que este passa a ser o único Estado de modo que este passa a ser o único produtor, vendedor e empregadorprodutor, vendedor e empregador. . Planejamento Econômico Centralizado. Planejamento Econômico Centralizado. Inoperante, revelado pela prática.Inoperante, revelado pela prática.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Estado reguladorEstado regulador: é a forma adotada em : é a forma adotada em decorrência da crise gerada pelo super-decorrência da crise gerada pelo super-dimensionamento do Estado, decorrente do dimensionamento do Estado, decorrente do estado Social e do Estado Socialista.estado Social e do Estado Socialista.

Retorno comedido aos ideais do liberalismo. Retorno comedido aos ideais do liberalismo. Descrédito no potencial empresário do Estado. O Descrédito no potencial empresário do Estado. O Pêndulo retorna à iniciativa privada, de modo a Pêndulo retorna à iniciativa privada, de modo a assegurar-lhe o papel de protagonista na assegurar-lhe o papel de protagonista na sociedade.sociedade.

Poder Público atento por meio da Secretaria de Poder Público atento por meio da Secretaria de Defesa Econômica – SDE pela SEAE – Defesa Econômica – SDE pela SEAE – Secretaria de Acompanhamento Econômico e Secretaria de Acompanhamento Econômico e pelo Conselho Administrativo de Defesa pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE.Econômica - CADE.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Desta forma temos: Desta forma temos: uma nova concepção uma nova concepção para a presença do Estado na economia, para a presença do Estado na economia, como ente como ente garantidorgarantidor e e reguladorregulador da atividade da atividade econômica, que volta a se basear na econômica, que volta a se basear na livre livre iniciativa e na liberdade de mercadoiniciativa e na liberdade de mercado, bem , bem como na como na desestatização das atividades desestatização das atividades econômicaseconômicas e redução sistemática dos e redução sistemática dos encargos sociais para garantir equilíbrio nas encargos sociais para garantir equilíbrio nas contas públicas, sem desviar o Poder Público contas públicas, sem desviar o Poder Público da contextualização social.da contextualização social.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Os 1ºs. textos Constitucionais escritos não se Os 1ºs. textos Constitucionais escritos não se preocuparam em disciplinar a atividade econômica preocuparam em disciplinar a atividade econômica dentro de seu conteúdo normativo e se ocupavam:dentro de seu conteúdo normativo e se ocupavam:

com os direitos e garantias individuais com os direitos e garantias individuais fundamentaisfundamentais

com a organização política do Estado e com a organização política do Estado e com a separação dos Poderes Constituídoscom a separação dos Poderes Constituídos

Porém, com o avanço das necessidades de Porém, com o avanço das necessidades de regulamentação e harmonização do mercado regulamentação e harmonização do mercado econômico, o pensamento jurídico teve que disciplinar econômico, o pensamento jurídico teve que disciplinar as atividades dos detentores dos fatores de produção as atividades dos detentores dos fatores de produção com o interesse da coletividade.com o interesse da coletividade.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Surge a necessidade do Estado se organizar em caráter Surge a necessidade do Estado se organizar em caráter constitucional com o disciplinamento aplicável à ordem constitucional com o disciplinamento aplicável à ordem econômica.econômica.

Primeira Carta ConstitucionalPrimeira Carta Constitucional a tratar da ordem a tratar da ordem econômica e social: Constituição do México de econômica e social: Constituição do México de 05/02/1917 que dispôs sobre a propriedade privada, 05/02/1917 que dispôs sobre a propriedade privada, tratando das tratando das formas originárias e derivadasformas originárias e derivadas de de aquisição de propriedade, abolindo, ainda, o caráter aquisição de propriedade, abolindo, ainda, o caráter absoluto da propriedade privada submetendo seu uso absoluto da propriedade privada submetendo seu uso ao interesse público.ao interesse público.

A CRFB:Art. 5º, XXII e XXIII.A CRFB:Art. 5º, XXII e XXIII.Função social da propriedade para fins de incidência di IPTU. Art. Função social da propriedade para fins de incidência di IPTU. Art.

156, Parágrafo 1º.156, Parágrafo 1º.Função social da propriedade como princípio da ordem econômica Função social da propriedade como princípio da ordem econômica

e financeira, art. 170, III. Vide: art. 182, Parág. 2º e art. 186e financeira, art. 170, III. Vide: art. 182, Parág. 2º e art. 186..

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

Este fato contribuiu para a reforma agrária que foi a Este fato contribuiu para a reforma agrária que foi a primeira a se realizar no continente latino americano.primeira a se realizar no continente latino americano.

Igualmente combatia o monopólio, a elevação vertical Igualmente combatia o monopólio, a elevação vertical dos preços e qualquer prática tendente a eliminar a dos preços e qualquer prática tendente a eliminar a concorrência.concorrência.

A Constituição Russa de 1918 foi a primeira que adotou A Constituição Russa de 1918 foi a primeira que adotou a forma de ESTADO SOCIALISTA no mundo.a forma de ESTADO SOCIALISTA no mundo.

A Constituição da União das Repúblicas Socialistas A Constituição da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas de 1924 foi a primeira que trouxe um Plano Soviéticas de 1924 foi a primeira que trouxe um Plano Geral de Economia Nacional(Planejamento Geral de Economia Nacional(Planejamento Centralizado) Por meio de tais planos os fatores de Centralizado) Por meio de tais planos os fatores de produção foram totalmente estatizados o que produção foram totalmente estatizados o que assegurou amplos direitos sócio-econômicos como o assegurou amplos direitos sócio-econômicos como o trabalho e a seguridade socialtrabalho e a seguridade social

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

A Constituição Alemã de 11 de agosto de 1919 (A Constituição Alemã de 11 de agosto de 1919 (Weimar)Weimar) foi a primeira a abandonar a concepção foi a primeira a abandonar a concepção formalista e formalista e individualista oriunda do liberalismo do século XIX.individualista oriunda do liberalismo do século XIX. Ocupou-se então da Ocupou-se então da justiça e do socialjustiça e do social. Deu maior . Deu maior relevância àrelevância à função social da propriedade função social da propriedade (vide Código (vide Código Civil 2002).Civil 2002).

A Constituição conferiu ao estado competência para A Constituição conferiu ao estado competência para legislar sobre legislar sobre socialização das riquezas naturaissocialização das riquezas naturais e as e as empresas econômicas. Além do mais influenciou os textos empresas econômicas. Além do mais influenciou os textos constitucionais de Portugal (1933) e do Brasil (1934).constitucionais de Portugal (1933) e do Brasil (1934).

Após a II GM os 1ºs. textos constitucionais editados que Após a II GM os 1ºs. textos constitucionais editados que versavam sobre a ordem econômica e social foram as versavam sobre a ordem econômica e social foram as cartas Francesas de 1946, a Italiana de 1947 e a Alemã de cartas Francesas de 1946, a Italiana de 1947 e a Alemã de 1949.1949.

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Liberalismo econômico. Imperfeições do Liberalismo econômico. Imperfeições do mercado.Evolução histórica do D.E.mercado.Evolução histórica do D.E.

A Constituição Francesa de 27/10/1946A Constituição Francesa de 27/10/1946, reafirmou os Direitos , reafirmou os Direitos e as Liberdades do Homem e do Cidadão, consagrados pela e as Liberdades do Homem e do Cidadão, consagrados pela Declaração de Direitos de 1789. Acrescentou ainda os Declaração de Direitos de 1789. Acrescentou ainda os Princípios Políticos, Econômicos e sociais,e ainda incluiu o Princípios Políticos, Econômicos e sociais,e ainda incluiu o princípio que autoriza princípio que autoriza transformar em propriedade da transformar em propriedade da coletividade ”o bem, a empresa ou a exploração que adquirir coletividade ”o bem, a empresa ou a exploração que adquirir as características de serviço público nacional ou de as características de serviço público nacional ou de monopólio de fato”.monopólio de fato”.

A Constituição Italiana de 27/12/47A Constituição Italiana de 27/12/47 admite indenização, a admite indenização, a transferência ao Estado e a organismos públicos de transferência ao Estado e a organismos públicos de empresas nas quais o interesse geral tornou-se empresas nas quais o interesse geral tornou-se preeminente.preeminente.

A Constituição Alemã de 1949A Constituição Alemã de 1949, mantém na competência da , mantém na competência da federação a legislação sobre a transferência de terras, federação a legislação sobre a transferência de terras, recursos naturais e meios de produção à propriedade recursos naturais e meios de produção à propriedade coletiva ou a outros tipos de exploração coletiva.coletiva ou a outros tipos de exploração coletiva.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Aula Aula Evolução histórica da Ordem Econômica Evolução histórica da Ordem Econômica

NacionalNacional No Brasil economia extrativista e escravocrata. No Brasil economia extrativista e escravocrata.

Surgimento do Império adotou-se uma economia Surgimento do Império adotou-se uma economia agrária voltada para o mercado externo com mão agrária voltada para o mercado externo com mão de obra escrava.de obra escrava.

No reinado de D. Pedro II, surge com Barão de No reinado de D. Pedro II, surge com Barão de Mauá um movimento de industrialização que não Mauá um movimento de industrialização que não prosperou por falta de apoio do poder central.prosperou por falta de apoio do poder central.

Monarquia e República estagnara no mercado Monarquia e República estagnara no mercado agrário e pecuário.agrário e pecuário.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Com Com Getúlio Vargas e o Estado Novo o Getúlio Vargas e o Estado Novo o movimento de industrialização nacional foi movimento de industrialização nacional foi retomado pelo Estadoretomado pelo Estado..

1934: criado o Departamento Nacional de 1934: criado o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, o Conselho Produção Mineral - DNPM, o Conselho Nacional de Petróleo(1938), a Companhia Nacional de Petróleo(1938), a Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e a mineradora Siderúrgica Nacional (1941) e a mineradora Vale do Rio Doce (1943) hoje Vale. Base de Vale do Rio Doce (1943) hoje Vale. Base de desenvolvimento.desenvolvimento.

A A Ordem Econômica Brasileira já foi concebida Ordem Econômica Brasileira já foi concebida estatizada, no modelo de Estado Socialestatizada, no modelo de Estado Social. O . O Estado estava presente em setores hoje Estado estava presente em setores hoje exclusivamente privados.exclusivamente privados.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

No fim do Estado Novo o Brasil se permitiu No fim do Estado Novo o Brasil se permitiu investimentos externosinvestimentos externos dando origem à implementação dando origem à implementação de indústrias de bens de consumo.de indústrias de bens de consumo.

Juscelino e o Plano de MetasJuscelino e o Plano de Metas: investimentos em : investimentos em transportes, energia, alimentos, indústria de base e transportes, energia, alimentos, indústria de base e educação, abrindo o mercado interno para o capital educação, abrindo o mercado interno para o capital estrangeiro, sobretudo para aplicações em indústrias de estrangeiro, sobretudo para aplicações em indústrias de base: cimento e bens de consumo duráveis.base: cimento e bens de consumo duráveis.

Crítica ao Plano de MetasCrítica ao Plano de Metas: para gerar investimento : para gerar investimento captou recursos externos e gerou uma forte inflação a captou recursos externos e gerou uma forte inflação a partir de 1958 agravada em 1964. Ausência de uma partir de 1958 agravada em 1964. Ausência de uma política de desenvolvimento econômico sustentável política de desenvolvimento econômico sustentável aumentou a dívida externa e o déficit público.aumentou a dívida externa e o déficit público.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Queda do Governo Militar e o movimento de redemocratização Queda do Governo Militar e o movimento de redemocratização nacional=>adoção de uma política de desestatização econômica: nacional=>adoção de uma política de desestatização econômica: forma de Estado Regulador(art. 174, CRFB):forma de Estado Regulador(art. 174, CRFB):

“ “ Art. 174. Art. 174. Como agente normativo regulador da atividade Como agente normativo regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento funções de fiscalização, incentivo e planejamento sendo este determinado para o setor público e sendo este determinado para o setor público e indicativo para o setor privado”indicativo para o setor privado”

O O Estado ReguladorEstado Regulador tomou força no Gov. Collor com a tomou força no Gov. Collor com a privatização de diversas estatais.privatização de diversas estatais.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORDEM ECONÔMICAEVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORDEM ECONÔMICA(Cont.)(Cont.) Carta Imperial do Brasil (1824), inspirada na Carta francesa de Carta Imperial do Brasil (1824), inspirada na Carta francesa de

1814 estabeleceu o direito à propriedade material e intelectual, 1814 estabeleceu o direito à propriedade material e intelectual, assegurando o livre exercício profissional, desde que não assegurando o livre exercício profissional, desde que não atentasse aos costumes públicos.atentasse aos costumes públicos.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Carta Republicana de 1891Carta Republicana de 1891 trouxe o direito à liberdade de trouxe o direito à liberdade de associação(liberal)associação(liberal)

Constituição de 1934Constituição de 1934 foi a primeira das Cartas Políticas foi a primeira das Cartas Políticas nacionais que instituiu um ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL no nacionais que instituiu um ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL no Direito Constitucional, nitidamente influenciada pela Direito Constitucional, nitidamente influenciada pela Constituição alemã de 1919, norteando a economia nos Constituição alemã de 1919, norteando a economia nos princípios da justiça social e da dignidade da pessoa humana. princípios da justiça social e da dignidade da pessoa humana.

Postura do Estado Intervencionista Social, de resto conforme ocorria Postura do Estado Intervencionista Social, de resto conforme ocorria no resto do mundo:depressão econômica mundial que afetou a no resto do mundo:depressão econômica mundial que afetou a economia nacional baseada na exportação do café; crescimento economia nacional baseada na exportação do café; crescimento internacional de políticas intervencionistas como o fascismo, o internacional de políticas intervencionistas como o fascismo, o nazismo e o comunismo, derrocada do modelo de Estado Liberal.nazismo e o comunismo, derrocada do modelo de Estado Liberal.

Não há como negar a presença liberalNão há como negar a presença liberal: consagrava a livre-: consagrava a livre-iniciativa e a liberdade de associação como princípios iniciativa e a liberdade de associação como princípios econômicos, sendo a econômicos, sendo a primeira Carta que consagrou a liberdade primeira Carta que consagrou a liberdade de associação sindical.de associação sindical.

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A ordem econômica na Constituição de 88A ordem econômica na Constituição de 88

Constituição de 1937Constituição de 1937, influenciada pela Constituição Polonesa de , influenciada pela Constituição Polonesa de 1935, dedicou diversos artigos a ordem econômica, estabelecendo 1935, dedicou diversos artigos a ordem econômica, estabelecendo uma política intervencionista do Estado no domínio econômico. uma política intervencionista do Estado no domínio econômico. Caráter nacionalista, com concentração de poderes no Executivo. Caráter nacionalista, com concentração de poderes no Executivo. Consagra a liberdade de associação, inclusive para fins profissionais Consagra a liberdade de associação, inclusive para fins profissionais e sindicais.e sindicais.

Constituição de 1946Constituição de 1946 consolidou a ordem econômica . Estabeleceu consolidou a ordem econômica . Estabeleceu modificações em relação à Carta de 37. modificações em relação à Carta de 37. Manteve o intervencionismo e Manteve o intervencionismo e buscou conciliar a iniciativa individual com estímulo estatal, buscou conciliar a iniciativa individual com estímulo estatal, resguardando os direitos fundamentaisresguardando os direitos fundamentais. Subordinava o exercício dos . Subordinava o exercício dos direitos individuais ao interesse da coletividade. Harmoniza o direito direitos individuais ao interesse da coletividade. Harmoniza o direito de propriedade com o bem-estar da coletividade, o interesse de de propriedade com o bem-estar da coletividade, o interesse de empregados e empregadores com os valores de dignidade humana empregados e empregadores com os valores de dignidade humana no trabalho. no trabalho.

O art. 146 consagrava a intervenção do estado no domínio econômico, O art. 146 consagrava a intervenção do estado no domínio econômico, inclusive com direito a monopólio de indústria ou atividadeinclusive com direito a monopólio de indústria ou atividade. Inscreveu na . Inscreveu na ordem econômica e social, o princípio de que o uso da propriedade seria ordem econômica e social, o princípio de que o uso da propriedade seria condicionado ao bem estar social. À lei caberia promover a justa condicionado ao bem estar social. À lei caberia promover a justa distribuição da propriedade com igual oportunidade para todos.distribuição da propriedade com igual oportunidade para todos.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

A Constituição de 24 de janeiro de 1967A Constituição de 24 de janeiro de 1967 manteve uma certa manteve uma certa linha intervencionista. Não define um sistema econômico a linha intervencionista. Não define um sistema econômico a ser adotado pelo Estado. Ficou hesitante entre o ser adotado pelo Estado. Ficou hesitante entre o intervencionismo e o neoliberalismo. São consagrados os intervencionismo e o neoliberalismo. São consagrados os princípios da ordem econômica, da justiça social, o princípios da ordem econômica, da justiça social, o desenvolvimento nacional e a harmonização e solidariedade desenvolvimento nacional e a harmonização e solidariedade entre os fatores de produção. Dava ao Estado o direito à entre os fatores de produção. Dava ao Estado o direito à intervenção, inclusive monopolista, no domínio econômico intervenção, inclusive monopolista, no domínio econômico para garantir a competição e a livre-iniciativa.para garantir a competição e a livre-iniciativa. Não houve solução de continuidade em relação às conquistas Não houve solução de continuidade em relação às conquistas

de 46. Arts.:150, de 46. Arts.:150, §22; 157; 170, III;184 e 186.§22; 157; 170, III;184 e 186. A EC de 1969 acresceu ao princípio da justiça social a A EC de 1969 acresceu ao princípio da justiça social a

expansão de oportunidades de empregos, expansão de oportunidades de empregos, mantendo o direito mantendo o direito do Estado de intervir no domínio econômico.do Estado de intervir no domínio econômico.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Positivação da ordem econômicaPositivação da ordem econômica. Erigida a norma . Erigida a norma constitucional de caráter programático em diversas constitucional de caráter programático em diversas constituições durante o séc. XX seus preceitos constituições durante o séc. XX seus preceitos consubstanciaram-se em valores comuns, decorrentes consubstanciaram-se em valores comuns, decorrentes dos diversos conflitos socioeconômicos que eclodiram, dos diversos conflitos socioeconômicos que eclodiram, notadamente no séc. XIX.notadamente no séc. XIX.

Novas correntes de pensamentoNovas correntes de pensamento.Defende-se o social e .Defende-se o social e o coletivo. Assegurar respeito à dignidade da existência o coletivo. Assegurar respeito à dignidade da existência da pessoa humana.da pessoa humana.

Art. 170 da C.F. - Riqueza do dispositivoArt. 170 da C.F. - Riqueza do dispositivo. Normas . Normas relativas ao fundamento, à finalidade e aos princípios relativas ao fundamento, à finalidade e aos princípios da ordem econômica. Dignidade do trabalho humano. da ordem econômica. Dignidade do trabalho humano. Livre iniciativa. Existência digna. Justiça social baseada Livre iniciativa. Existência digna. Justiça social baseada na na justiça distributivajustiça distributiva..

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88. Princípios.Constituição de 88. Princípios.

AulaAula Análise dos princípios contidos no Art. 170. Análise dos princípios contidos no Art. 170.

Nove incisos e nove princípios da ordem Nove incisos e nove princípios da ordem econômica.econômica.

1.1. Soberania nacionalSoberania nacional: Poder do Estado : Poder do Estado reconhecido na comunidade internacionalreconhecido na comunidade internacional

2.2. Propriedade privada:Propriedade privada: Propriedade não é um Propriedade não é um direito de exercício absoluto (art. 5º, XVII).direito de exercício absoluto (art. 5º, XVII).

3.3. Função social da propriedadeFunção social da propriedade: condicionamento : condicionamento racional do uso da propriedade privada imposto racional do uso da propriedade privada imposto por força de lei, sob pena de expropriação pelo por força de lei, sob pena de expropriação pelo Poder Público para fins sociais.Poder Público para fins sociais.

4.4. Livre concorrênciaLivre concorrência:só existirá livre-concorrência :só existirá livre-concorrência onde o Estado garante a livre-iniciativa. onde o Estado garante a livre-iniciativa.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

5. Defesa do consumidor5. Defesa do consumidor: Lei 8.078/90, o consumidor merece : Lei 8.078/90, o consumidor merece defesa especial por parte do Estado.defesa especial por parte do Estado.

6.6. Defesa do meio ambienteDefesa do meio ambiente: utilização racional dos bens e fatores : utilização racional dos bens e fatores de produção naturais, escasso no meio em que habitamos de produção naturais, escasso no meio em que habitamos (Leis 7.892/89 – agrotóxicos; 8.794/95 – engenharia genética (Leis 7.892/89 – agrotóxicos; 8.794/95 – engenharia genética e 9.605/98 – crimes contra o meio ambiente).e 9.605/98 – crimes contra o meio ambiente).

7.7. Redução das desigualdades regionais e sociaisRedução das desigualdades regionais e sociais: justiça : justiça distributiva, perspectiva macro, políticas efetivas de distributiva, perspectiva macro, políticas efetivas de repartição de rendas e receitas, favorecer regiões e classes repartição de rendas e receitas, favorecer regiões e classes sociais em hipossuficiência.sociais em hipossuficiência.

8. Pleno emprego8. Pleno emprego: expansão das oportunidades de : expansão das oportunidades de emprego emprego produtivo. produtivo.

9. Tratamento favorecido para as empresas de pequeno 9. Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porteporte: : protegê-las em face das medidas abusivas que protegê-las em face das medidas abusivas que podem podem sofrer por parte das grandes sofrer por parte das grandes empresas (Lei 9.841/99-empresas (Lei 9.841/99- estatuto da estatuto da microempresa e da empresa de pequeno microempresa e da empresa de pequeno porte).porte).

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A ordem econômica na Constituição A ordem econômica na Constituição de 88. Princípios implícitos.de 88. Princípios implícitos.

Princípios implícitos da Ordem EconômicaPrincípios implícitos da Ordem Econômica: : SubsidiariedadeSubsidiariedade: o Poder Público atua : o Poder Público atua

subsidiariamente à iniciativa privada.subsidiariamente à iniciativa privada. Liberdade econômicaLiberdade econômica:liberdade no ciclo :liberdade no ciclo

econômico(produção, circulação/distribuição e econômico(produção, circulação/distribuição e consumo de riquezas).consumo de riquezas).

Igualdade econômicaIgualdade econômica: vertente da livre iniciativa.: vertente da livre iniciativa. Desenvolvimento econômicoDesenvolvimento econômico: Art. 3º, III, CF : Art. 3º, III, CF

reduzir as desigualdades regionais e sociais.reduzir as desigualdades regionais e sociais. Democracia econômicaDemocracia econômica: ampliar a oferta de : ampliar a oferta de

oportunidades de iniciativa e de emprego. Política oportunidades de iniciativa e de emprego. Política de planejamento estatalde planejamento estatal..

Boa fé econômicaBoa fé econômica: princípio da transparência e da : princípio da transparência e da publicidade. publicidade.

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A ordem econômica na A ordem econômica na Constituição de 88Constituição de 88

Do livre exercício da atividade econômicaDo livre exercício da atividade econômica: : O Art. 170 da CRFB delineia quais os fundamentos em que a O Art. 170 da CRFB delineia quais os fundamentos em que a

ordem econômica se baseia(caput), os princípios que a ordem econômica se baseia(caput), os princípios que a norteiam (incisos), bem como a forma pela qual se dará o norteiam (incisos), bem como a forma pela qual se dará o exercício da atividade econômica (parágrafo único)exercício da atividade econômica (parágrafo único)

É defeso ao Estado (art. 173, CF) explorar a atividade É defeso ao Estado (art. 173, CF) explorar a atividade econômica, devendo atuar, tão-somente, como agente econômica, devendo atuar, tão-somente, como agente regulador, fiscalizador e normatizador da economia, tendo regulador, fiscalizador e normatizador da economia, tendo caráter indicativo para a iniciativa privada, porém caráter indicativo para a iniciativa privada, porém determinante para o setor público (art. 174, CF).determinante para o setor público (art. 174, CF).

Excepcionalmente, se reserva para o Estado a iniciativa de Excepcionalmente, se reserva para o Estado a iniciativa de empreender atividades econômicas, em regime tanto de empreender atividades econômicas, em regime tanto de concorrência com o particular, nos casos de imperativo para concorrência com o particular, nos casos de imperativo para a segurança nacional ou de relevante interesse para a a segurança nacional ou de relevante interesse para a coletividade (art. 173), mediante prévia e expressa coletividade (art. 173), mediante prévia e expressa autorização legal, bem como em regime de monopólio, autorização legal, bem como em regime de monopólio, explorando com exclusividade a atividade econômica (art, explorando com exclusividade a atividade econômica (art, 177)177)

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Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

Aula Aula Embora não haja separações absolutas, nem Embora não haja separações absolutas, nem

compartimentos estanques, podem-se compartimentos estanques, podem-se identificar cinco grandes tipos ou estruturas identificar cinco grandes tipos ou estruturas de mercado:de mercado:

Concorrência perfeitaConcorrência perfeita Concorrência imperfeita ou monopolistaConcorrência imperfeita ou monopolista Monopólio (monopsônio)Monopólio (monopsônio) Oligopólio (oligopsônio)Oligopólio (oligopsônio) Monopólio bilateralMonopólio bilateral

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Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

A A CONCORRÊNCIA PERFEITACONCORRÊNCIA PERFEITA (seus (seus requisitos)requisitos)

1.1. Grande número de compradores e de vendedores em Grande número de compradores e de vendedores em interação recíprocainteração recíproca

2.2. Nenhum deles suficientemente importante a ponto de Nenhum deles suficientemente importante a ponto de exercer qualquer influência nas condições de compra exercer qualquer influência nas condições de compra ou de venda do produto em questão (ou de venda do produto em questão (atomização de atomização de mercadomercado))

3.3. Homogeneidade do produto objeto das operaçõesHomogeneidade do produto objeto das operações4.4. Plena mobilidade dos agentes operadores e de seus Plena mobilidade dos agentes operadores e de seus

fatores, isto é, facilidade de acesso ao mercado e de fatores, isto é, facilidade de acesso ao mercado e de retirada dele por parte de qualquer interessadoretirada dele por parte de qualquer interessado

5.5. Pleno acesso dos operadores a todas as informações Pleno acesso dos operadores a todas as informações relevantesrelevantes

6.6. Ausência de economias de escalaAusência de economias de escala7.7. Ausência de economias externasAusência de economias externas

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Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

A A CONCORRÊNCIA IMPERFEITACONCORRÊNCIA IMPERFEITA (seus requisitos) (seus requisitos)1.1. Grande número de compradores e de vendedores em Grande número de compradores e de vendedores em

interação recíprocainteração recíproca2.2. Compradores e vendedores não são atomizados e nem atuam Compradores e vendedores não são atomizados e nem atuam

exclusivamente em função dos preços, objetivamente fixados exclusivamente em função dos preços, objetivamente fixados por um mercado únicopor um mercado único

3.3. A procura não se apresenta fluida, mas viscosa, i. é, A procura não se apresenta fluida, mas viscosa, i. é, determinados consumidores estão jungidos a determinados determinados consumidores estão jungidos a determinados fornecedores (localização física, preferências por marcas, fornecedores (localização física, preferências por marcas, força da publicidade ou qq outro motivo)força da publicidade ou qq outro motivo)

4.4. Mercado compartimentado com influencia de um ou alguns Mercado compartimentado com influencia de um ou alguns dos operadoresdos operadores

5.5. Concorrência, porém imperfeita, em que pode haver influência Concorrência, porém imperfeita, em que pode haver influência de uma empresa ou de um grupode uma empresa ou de um grupo

6.6. Um ou mais produtos podem se apresentar de forma diversa Um ou mais produtos podem se apresentar de forma diversa (não há homogeneidade de bens)(não há homogeneidade de bens)

7.7. Difícil interligação entre mercados (características Difícil interligação entre mercados (características monopolísticas – concorrência monopolística)monopolísticas – concorrência monopolística)

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Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

O O OLIGOPÓLIO OLIGOPÓLIO (seus requisitos):(seus requisitos):1.1. Oferta concentrada nas mãos de poucosOferta concentrada nas mãos de poucos

2.2. Grande diferença de envergadura econômicaGrande diferença de envergadura econômica

3.3. Grande tendência de se unirem os operadores Grande tendência de se unirem os operadores atuando como uma unidade, levando a uma atuando como uma unidade, levando a uma atuação de monopólio – formação de cartéis atuação de monopólio – formação de cartéis (próximo à concorrência imperfeita) – guerras de (próximo à concorrência imperfeita) – guerras de mercadomercado

4.4. Teoria dos JogosTeoria dos Jogos

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OligopsônioOligopsônio1.1. Pequeno número de compradores. Ex.: Pequeno número de compradores. Ex.:

mercado agropecuário diante de mercado agropecuário diante de vendedores atomizadosvendedores atomizados

2.2. Tende-se a pagar um preço menor que Tende-se a pagar um preço menor que numa concorrêncianuma concorrência

Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

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Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

MonopólioMonopólio1.1. Um único vendedor: controla preço e quantidadeUm único vendedor: controla preço e quantidade

Monopólio naturalMonopólio natural1.1. Normalmente leva à existência de um único ofertante de um Normalmente leva à existência de um único ofertante de um

bem ou serviço em virtude de condições de caráter técnico bem ou serviço em virtude de condições de caráter técnico (telefonia, fornecimento de água e de energia (caos técnico?)(telefonia, fornecimento de água e de energia (caos técnico?)

MonopsônioMonopsônio1.1. Recíproca do monopólio no campo da procura. A atitude do Recíproca do monopólio no campo da procura. A atitude do

monopsionista será quase sempre a de retardar as suas monopsionista será quase sempre a de retardar as suas compras tanto quanto possível, a fim de forçar os compras tanto quanto possível, a fim de forçar os vendedores a lhe entregar o produto a um preço mais baixo. vendedores a lhe entregar o produto a um preço mais baixo. Ex.: abatedouro de aves como o único a operar numa região. Ex.: abatedouro de aves como o único a operar numa região. Retardando suas compra obriga o granjeiro a situações Retardando suas compra obriga o granjeiro a situações difíceis, pois têm que entregar as aves num determinado difíceis, pois têm que entregar as aves num determinado momento. O custo da ração inviabiliza o negócio sem ganho momento. O custo da ração inviabiliza o negócio sem ganho de peso.de peso.

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Monopólio bilateralMonopólio bilateral Extremo oposto da concorrência perfeitaExtremo oposto da concorrência perfeita Um único vendedor se defronta com um Um único vendedor se defronta com um

único comprador (caso limite)único comprador (caso limite) Matéria prima rara num processo Matéria prima rara num processo

tecnológico especializadíssimo.tecnológico especializadíssimo. Teórico e pouco encontradiço na práticaTeórico e pouco encontradiço na prática Know how especializadíssimo.Know how especializadíssimo.

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Processo de concentração econômicaProcesso de concentração econômica A concorrência é uma questão de grauA concorrência é uma questão de grau A A concentraçãoconcentração é um processo de redução do número de unidades é um processo de redução do número de unidades

num dado mercado, ou então quando o número em si não se reduz, num dado mercado, ou então quando o número em si não se reduz, a união de várias delas para formar um único centro decisório.a união de várias delas para formar um único centro decisório.

Tipos de concentraçãoTipos de concentração VerticalVertical-vários estágios de produção de um bem são aglutinados por -vários estágios de produção de um bem são aglutinados por

uma mesma empresa ou grupo(da extração do minério à produção uma mesma empresa ou grupo(da extração do minério à produção do aço)do aço)

HorizontalHorizontal-se verifica num mesmo estágio de processo -se verifica num mesmo estágio de processo produtivo(vários produtores de matéria prima se reúnem, produtivo(vários produtores de matéria prima se reúnem, apresentando-se no mercado como um único bloco, ou pura e apresentando-se no mercado como um único bloco, ou pura e simplesmente quando algumas unidades são compradas por outras.simplesmente quando algumas unidades são compradas por outras.

ConglomeraçãoConglomeração-qdo atividades diversas e, às vezes, aparentemente -qdo atividades diversas e, às vezes, aparentemente desconexas são conduzidas sob o comando da um único centro desconexas são conduzidas sob o comando da um único centro decisório. Ex.: fábricas de produtos diversos, empresas decisório. Ex.: fábricas de produtos diversos, empresas transportadoras, redes varejistas, empresas de jornalismo, granjas transportadoras, redes varejistas, empresas de jornalismo, granjas avícolas, todas atuando como divisões de uma grande empresa ou avícolas, todas atuando como divisões de uma grande empresa ou como empresas interligadas por vínculos societários. como empresas interligadas por vínculos societários.

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Causas da concentraçãoCausas da concentração Progresso tecnológicoProgresso tecnológico Possibilidade de discriminação de mercados e de Possibilidade de discriminação de mercados e de

diferenciação de produtos. Quanto maior essa diferenciação de produtos. Quanto maior essa possibilidade, mais viscosa será a procura(cativa) e possibilidade, mais viscosa será a procura(cativa) e mais compartimentado o mercado, conferindo mais compartimentado o mercado, conferindo poderes monopolistas – ou quase – aos que nele poderes monopolistas – ou quase – aos que nele operam.operam.

Estrutura favorável de custos para certas empresasEstrutura favorável de custos para certas empresas Escassez de espírito empresarialEscassez de espírito empresarial

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Modalidades de concentraçãoModalidades de concentração CartelCartel: acordo entre empresas: acordo entre empresas TrusteTruste: os cartéis prosperam nas fases de expansão dos mercados, : os cartéis prosperam nas fases de expansão dos mercados,

quando seus participantes sentem haver espaços para todos, Na quando seus participantes sentem haver espaços para todos, Na crise eles se equivocam pois para obter vantagens alguns vendem crise eles se equivocam pois para obter vantagens alguns vendem abaixo do preço e descumprem o acordo. O acordo pode ocorrer não abaixo do preço e descumprem o acordo. O acordo pode ocorrer não só no preço, mas na qualidade do bem ou do serviço. Lei antitruste só no preço, mas na qualidade do bem ou do serviço. Lei antitruste (impropriedade)(impropriedade)

HoldingHolding: to hold (segurar) Uma empresa holding é uma sociedade : to hold (segurar) Uma empresa holding é uma sociedade cuja totalidade ou parte de seu capital é aplicada em ações ou quotas cuja totalidade ou parte de seu capital é aplicada em ações ou quotas de outras sociedades, o que pode significar razoável grau de de outras sociedades, o que pode significar razoável grau de controle sobre a administração das mesmas. Concentração de poder controle sobre a administração das mesmas. Concentração de poder decisório nas mãos da empresa – mãe – holding(mas nem sempre é decisório nas mãos da empresa – mãe – holding(mas nem sempre é usada para esse fim).usada para esse fim).

PoolPool: trata-se de uma forma embrionária de cartel, mas nem sempre : trata-se de uma forma embrionária de cartel, mas nem sempre com ele se confunde. Dá-se quando várias empresas decidem manter com ele se confunde. Dá-se quando várias empresas decidem manter uma atividade ou um serviço comum que atenda a todas elas, como, uma atividade ou um serviço comum que atenda a todas elas, como, por exemplo um escritório de compras de matéria-prima ou de por exemplo um escritório de compras de matéria-prima ou de assistência técnica ou ainda, de promoção de exportaçõesassistência técnica ou ainda, de promoção de exportações

ConglomeradosConglomerados: holdings.: holdings.

Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

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Mercado e poderMercado e poder Os diferentes regimes de mercado diferenciam-se Os diferentes regimes de mercado diferenciam-se

pelas suas diversas estruturaspelas suas diversas estruturas A concorrência é uma questão de grauA concorrência é uma questão de grau Demais requisitos da concorrência perfeita são:Demais requisitos da concorrência perfeita são:

Homogeneidade do produtoHomogeneidade do produto Plena mobilidade dos fatoresPlena mobilidade dos fatores Acesso às informações relevantesAcesso às informações relevantes Ausência de economias de escala e de externalidadesAusência de economias de escala e de externalidades

Base referencialBase referencial

Estudos das estruturas de Estudos das estruturas de mercadomercado

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Lei 8.884/94 - Lei antitruste Lei 8.884/94 - Lei antitruste

Lei 10.446 de 08 de maio de 2002. Art.1º, II Lei 10.446 de 08 de maio de 2002. Art.1º, II (...) formação de cartel (...) formação de cartel

Lei 8.137 de 27 de dezembro de 1990 – Lei Lei 8.137 de 27 de dezembro de 1990 – Lei de Crimes contra a Ordem Econômica. Art. 35 de Crimes contra a Ordem Econômica. Art. 35 – B autoriza a SDE a celebrar acordos de – B autoriza a SDE a celebrar acordos de leniência com pessoas físicas e jurídicas em leniência com pessoas físicas e jurídicas em troca de colaboração na investigação da troca de colaboração na investigação da prática denunciada, com extinção total ou prática denunciada, com extinção total ou parcial das penalidades administrativas parcial das penalidades administrativas originalmente aplicáveis pela prática de originalmente aplicáveis pela prática de Cartel. Art. 35 – C dispõe sobre requisitos de Cartel. Art. 35 – C dispõe sobre requisitos de um um Acordo de LeniênciaAcordo de Leniência..

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Intervenção do Estado No Domínio Econômico. Intervenção do Estado No Domínio Econômico. Formas de Formas de Intervenção do Estado na Economia: o conceito da Intervenção do Estado na Economia: o conceito da

economia política.economia política.

Aula Aula Requisitos Constitucionais do Art. 173 da CRFBRequisitos Constitucionais do Art. 173 da CRFB A CRFB veda expressamente ao Estado a exploração direta da A CRFB veda expressamente ao Estado a exploração direta da

atividade econômica.atividade econômica. Abandono gradual do modelo intervencionista adotado a partir de Abandono gradual do modelo intervencionista adotado a partir de

1934.1934. Não há que se falar em economia de mercado pura.Não há que se falar em economia de mercado pura.

Art.173. Ressalvados os casos previstos nesta Art.173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”lei.”

Intervenção do Estado se dará em caráter excepcional e Intervenção do Estado se dará em caráter excepcional e subsidiário.subsidiário.

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O Estado pode intervir na economia por:O Estado pode intervir na economia por: Absorção, participação, direção e indução.Absorção, participação, direção e indução.

O Estado reconhece e assegura a propriedade privada e a O Estado reconhece e assegura a propriedade privada e a liberdade de empresa de forma condicionada ao bem-estar liberdade de empresa de forma condicionada ao bem-estar coletivo, em duas formas de atuação:coletivo, em duas formas de atuação: No domínio econômicoNo domínio econômico – a qual incide na atividade lucrativa da – a qual incide na atividade lucrativa da

empresa e recai sobre produto do trabalho humano. A intercessão empresa e recai sobre produto do trabalho humano. A intercessão ocorrerá por meio de intervenção regulatória (Art. 174), intervenção ocorrerá por meio de intervenção regulatória (Art. 174), intervenção concorrencial (Art. 173), intervenção monopolista (Art. 177) e concorrencial (Art. 173), intervenção monopolista (Art. 177) e intervenção sancionatória (art. 173 intervenção sancionatória (art. 173 § 4º)§ 4º);;

Na propriedade privadaNa propriedade privada – apresentada sob a forma estática, pois – apresentada sob a forma estática, pois recai sobre os bens localizados no território do Estado (matéria afeta recai sobre os bens localizados no território do Estado (matéria afeta ao Direito Administrativo). A intercessão ocorrerá por meio de ao Direito Administrativo). A intercessão ocorrerá por meio de ocupação, requisição, limitação administrativa, parcelamento e ocupação, requisição, limitação administrativa, parcelamento e edificação compulsórios, tombamento, servidão administrativa e edificação compulsórios, tombamento, servidão administrativa e desapropriação.desapropriação.

Intervenção do Estado no Domínio Econômico.

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O Estado intervêm na ordem O Estado intervêm na ordem econômica das seguintes formas:econômica das seguintes formas: Elaboração de um Plano de Elaboração de um Plano de

Desenvolvimento Econômico;Desenvolvimento Econômico; Fomento à iniciativa privada;Fomento à iniciativa privada; Repressão ao abuso de poder Repressão ao abuso de poder

econômico, proteção ao consumidor e do econômico, proteção ao consumidor e do meio ambiente;meio ambiente;

Exploração direta, em caráter Exploração direta, em caráter excepcional.excepcional.

Intervenção do Estado no Intervenção do Estado no Domínio Econômico.Domínio Econômico.

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Classificação ao direito comparado:Classificação ao direito comparado: Classificação de Luís S. Cabral Moncada e André Classificação de Luís S. Cabral Moncada e André

Labaudière quanto as formas de Labaudière quanto as formas de intervençãointervenção econômica do econômica do Poder Público:Poder Público:

Quanto á abrangênciaQuanto á abrangência: : globalglobal (política macroeconômica); (política macroeconômica); setorialsetorial (políticas setoriais); e (políticas setoriais); e pontualpontual ( políticas ( políticas empresariais).empresariais).

Quanto aos efeitosQuanto aos efeitos: : imediataimediata (direta) e (direta) e mediata mediata (graduais).(graduais).

Quanto à manifestação de vontadeQuanto à manifestação de vontade: : unilateralunilateral ( (ius ius imperii) e imperii) e bilateralbilateral (observa a vontade do agente (observa a vontade do agente econômico).econômico).

Quanto à atuação do EstadoQuanto à atuação do Estado: : diretadireta (exploração da (exploração da atividade pelo Estado) e atividade pelo Estado) e indiretaindireta (condiciona o exercício (condiciona o exercício da atividade econômica)da atividade econômica)

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Proibição de exploração de atividade Proibição de exploração de atividade econômica por parte do Estado.econômica por parte do Estado. Art. 173 em que estão ressalvados os casos Art. 173 em que estão ressalvados os casos

previstos.previstos. A A intervenção diretaintervenção direta terá que ser efetuada sob terá que ser efetuada sob

forma de forma de criação de empresas públicas ou criação de empresas públicas ou sociedades de economia mistasociedades de economia mista, que deverão atuar , que deverão atuar em em condição de igualdade com o particularcondição de igualdade com o particular, , observados os requisitos e limites legais, sendo, observados os requisitos e limites legais, sendo, portanto, portanto, vedada à administração Direta a vedada à administração Direta a exploração imediata e direta da atividade exploração imediata e direta da atividade econômica.econômica.

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Segurança nacional Segurança nacional - atividades estratégicas para - atividades estratégicas para se garantir a Soberania do Estado e Independência se garantir a Soberania do Estado e Independência da Nação. É um conceito político, variável com a da Nação. É um conceito político, variável com a época (o que é importante hoje poderá não sê-lo época (o que é importante hoje poderá não sê-lo amanhã), com o contexto social e com as amanhã), com o contexto social e com as necessidades do Estado:necessidades do Estado:

Exploração de minérios portadores de energia atômica Exploração de minérios portadores de energia atômica (potencial bélico)(potencial bélico)

Exploração do setor de telecomunicaçõesExploração do setor de telecomunicações Abastecimento de energia elétricaAbastecimento de energia elétrica Abastecimento de água potávelAbastecimento de água potável Exploração de combustíveis fósseis (petróleo)Exploração de combustíveis fósseis (petróleo)

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Interesse coletivo relevanteInteresse coletivo relevante – deve se sobrepor ao interesse do – deve se sobrepor ao interesse do particular com o fim de garantir a sobrevivência da própria particular com o fim de garantir a sobrevivência da própria liberdade individual da sociedade e também, que o interesse seja liberdade individual da sociedade e também, que o interesse seja dotado de relevância. Pertencem ao rol de direitos da 3ª Geração dotado de relevância. Pertencem ao rol de direitos da 3ª Geração (trans-individuais)(trans-individuais)

No ordenamento jurídico pátrio, os direitos da 3ª Geração estão No ordenamento jurídico pátrio, os direitos da 3ª Geração estão disciplinados na Lei nº 8.078/90, art. 81, Código de Defesa do disciplinados na Lei nº 8.078/90, art. 81, Código de Defesa do Consumidor.Consumidor.

O artigo 81 do CDC menciona os interesses e os direitos dos O artigo 81 do CDC menciona os interesses e os direitos dos consumidores e das vítimas, sem no entanto especificá-las, consumidores e das vítimas, sem no entanto especificá-las, invocando o juízo individual e coletivo. A defesa coletiva é invocando o juízo individual e coletivo. A defesa coletiva é classificada em três níveis de interesses e de direitos: a) classificada em três níveis de interesses e de direitos: a) interesses ou direitos difusos (natureza indivisível); b) interesses ou direitos difusos (natureza indivisível); b) interesses ou direitos coletivos (ultrapassa o direito de uma interesses ou direitos coletivos (ultrapassa o direito de uma única pessoa) e c) interesses ou direitos individuais única pessoa) e c) interesses ou direitos individuais homogêneos (de origem comum).homogêneos (de origem comum).

Observa-se a referência à trans-individualidade que abrange um Observa-se a referência à trans-individualidade que abrange um universo de titularidade coletiva, visto ser indivisível, portanto nega universo de titularidade coletiva, visto ser indivisível, portanto nega a titularidade de apenas uma pessoa.a titularidade de apenas uma pessoa.

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Empresa pública e sociedade de economia mistaEmpresa pública e sociedade de economia mista: são : são pessoas jurídicas de direito privado (entidades pessoas jurídicas de direito privado (entidades empresariais) instituídas sob as regras do DIREITO empresariais) instituídas sob as regras do DIREITO CIVIL e EMPRESARIAL.CIVIL e EMPRESARIAL. FINALIDADE: exploração direta de atividade empresarial, FINALIDADE: exploração direta de atividade empresarial,

tipicamente privada ou a prestação de utilidade pública que tipicamente privada ou a prestação de utilidade pública que possa ser efetivada igualmente sob as normas, princípios e possa ser efetivada igualmente sob as normas, princípios e regras do direito privado.regras do direito privado.

Ambos os casos exigem: a necessidade de imperativo para a Ambos os casos exigem: a necessidade de imperativo para a segurança nacional ou de relevante interesse para a coletividadesegurança nacional ou de relevante interesse para a coletividade..

Sua criação depende de lei específica e como toda pessoa Sua criação depende de lei específica e como toda pessoa jurídica de direito privado exige o registro de seus atos jurídica de direito privado exige o registro de seus atos constitutivos no ofício cartorial competente.constitutivos no ofício cartorial competente.

Sua definição legal está posta no Decreto Lei nº 200/67Sua definição legal está posta no Decreto Lei nº 200/67

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Empresa públicaEmpresa pública – a entidade de personalidade – a entidade de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.qualquer das formas admitidas em direito.

Sociedade de economia mistaSociedade de economia mista – entidade dotada de – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.entidade da Administração Indireta.

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Principais Características:Principais Características: A) Sua criação depende de lei específica autorizadoraA) Sua criação depende de lei específica autorizadora Sua efetivação se dará somente com o registro dos atos Sua efetivação se dará somente com o registro dos atos

constitutivos em conformidade com o art. 37, XIX, c/c art. 173, constitutivos em conformidade com o art. 37, XIX, c/c art. 173, ambos da CRFB.ambos da CRFB.

Sua extinção, Sua extinção, pelo princípio da simetria das formaspelo princípio da simetria das formas, igualmente , igualmente depende de ato legislativo depende de ato legislativo stricto sensustricto sensu..

B) O patrimônio da empresa pública federal é formado B) O patrimônio da empresa pública federal é formado exclusivamente com o patrimônio público. O da sociedade de exclusivamente com o patrimônio público. O da sociedade de economia mista é formado tanto com o patrimônio público, economia mista é formado tanto com o patrimônio público, quanto com privadoquanto com privado

Obs.: a partir da incorporação dos Obs.: a partir da incorporação dos bens públicosbens públicos ao patrimônio das ao patrimônio das entidades empresariais, estes deixam de ter destinação especial, entidades empresariais, estes deixam de ter destinação especial, estando sob a administração da entidade respectiva a que foram estando sob a administração da entidade respectiva a que foram incorporados, para a consecução de seus fins estatutários. incorporados, para a consecução de seus fins estatutários. Art. 99.Art. 99. Código Civil. Lei nº 10.406/02.Código Civil. Lei nº 10.406/02.

Intervenção do Estado no Domínio Intervenção do Estado no Domínio Econômico.Econômico.

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Principais Características:Principais Características: O patrimônio das entidades empresariais prestadoras O patrimônio das entidades empresariais prestadoras

de serviços de utilidade pública, por estar vinculado à de serviços de utilidade pública, por estar vinculado à prestação contínua e ininterrupta de relevante prestação contínua e ininterrupta de relevante interesse coletivo, não é passível de oneração ou interesse coletivo, não é passível de oneração ou penhora por razões principiológicas, dependendo a penhora por razões principiológicas, dependendo a alienação de autorização legislativa, aplicando-se o alienação de autorização legislativa, aplicando-se o principio da continuidade do serviço públicoprincipio da continuidade do serviço público, por , por analogia.analogia. C) Em regra, as atividades empresariais que C) Em regra, as atividades empresariais que

exploram atividade econômica sujeitam-se às exploram atividade econômica sujeitam-se às regras e ao regime jurídico próprio das empresas regras e ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto a direitos e obrigações privadas, inclusive quanto a direitos e obrigações fiscais e encargos sociais, não podendo ter fiscais e encargos sociais, não podendo ter privilégios não extensíveis às entidades privadas privilégios não extensíveis às entidades privadas (art. 173, (art. 173, § 1º, II, CRFB)§ 1º, II, CRFB)

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No que se refere à No que se refere à possibilidade de falênciapossibilidade de falência, tal tema , tal tema sempre foi objeto de polêmica, posicionando-se a sempre foi objeto de polêmica, posicionando-se a doutrinadoutrina, majoritariamente, pela , majoritariamente, pela possibilidade de possibilidade de falência das empresas públicas e das sociedades de falência das empresas públicas e das sociedades de economia mistaeconomia mista, quando exploradoras de atividade , quando exploradoras de atividade econômica, econômica, não podendonão podendo ser decretada quando ser decretada quando prestarem serviço de utilidade pública, ante o princípio prestarem serviço de utilidade pública, ante o princípio da continuidade. da continuidade.

No entantoNo entanto, a Lei 11.105/05, que regula a recuperação , a Lei 11.105/05, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária foi expresso ao excluir de seu sociedade empresária foi expresso ao excluir de seu campo de incidência a sociedade de economia mista e campo de incidência a sociedade de economia mista e a empresa pública (art. 2º, I – Esta Lei não se aplica a: a empresa pública (art. 2º, I – Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista.).I – empresa pública e sociedade de economia mista.).

Princípio da subsidiariedade. Prevalece a Lei 11.105/05Princípio da subsidiariedade. Prevalece a Lei 11.105/05

Intervenção do Estado no Domínio Intervenção do Estado no Domínio Econômico.Econômico.

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O Estado brasileiro não pode mais, por expressa vedação O Estado brasileiro não pode mais, por expressa vedação constitucional (art. 173, CF), explorar atividade econômica, constitucional (art. 173, CF), explorar atividade econômica, salvo em caso excepcional de segurança nacional ou de salvo em caso excepcional de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo, previamente reconhecidos e, relevante interesse coletivo, previamente reconhecidos e, definidos e autorizados por lei. definidos e autorizados por lei.

O encerramento de suas atividades deverá ser, O encerramento de suas atividades deverá ser, exclusivamente, autorizado pelo Poder Constituído Legislativo, exclusivamente, autorizado pelo Poder Constituído Legislativo, com projeto de lei de iniciativa do Executivo que com projeto de lei de iniciativa do Executivo que regulamentará todo o procedimento de dissolução para o regulamentará todo o procedimento de dissolução para o devido encerramento de suas atividades, apurando-se o ativo devido encerramento de suas atividades, apurando-se o ativo e realizando seu passivo.e realizando seu passivo.

D) As licitações e contratações das entidades estatais D) As licitações e contratações das entidades estatais sujeitam-se aos preceitos da Lei 8.666/93, podendo, sujeitam-se aos preceitos da Lei 8.666/93, podendo, contudo ter regulamentos próprios, aprovados pela contudo ter regulamentos próprios, aprovados pela autoridade superior, que estabeleçam procedimentos autoridade superior, que estabeleçam procedimentos licitatórios adequados às suas finalidades, com licitatórios adequados às suas finalidades, com observância da Constituição e da Lei.observância da Constituição e da Lei.

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E) Seus dirigentes são investidos nos cargos E) Seus dirigentes são investidos nos cargos na forma em que a lei e os atos constitutivos na forma em que a lei e os atos constitutivos preverem. Sua atuação está sujeito à tutela preverem. Sua atuação está sujeito à tutela do Ministério Público (art. 129, III, CRFB) e do Ministério Público (art. 129, III, CRFB) e seus gastos estão, a controle por parte do seus gastos estão, a controle por parte do Tribunal de Contas (art. 71, II, CRFB). Os Tribunal de Contas (art. 71, II, CRFB). Os atos lesivos ao patrimônio das entidades atos lesivos ao patrimônio das entidades empresariais são considerados atos de empresariais são considerados atos de improbidade administrativa (art. 37, improbidade administrativa (art. 37, § 4º, § 4º, CRFB)CRFB)

F) Sendo entidades prestadoras de serviço F) Sendo entidades prestadoras de serviço público, aplica-se a regra do art. 37, § 6º, público, aplica-se a regra do art. 37, § 6º, CRFB (responsabilidade objetiva); todavia, CRFB (responsabilidade objetiva); todavia, se forem empreendedores de atividade se forem empreendedores de atividade econômica, respondem subjetivamente nos econômica, respondem subjetivamente nos termos e regras do Direito Privado.termos e regras do Direito Privado.

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Intervenção do Estado no Domínio Intervenção do Estado no Domínio Econômico.Econômico.

G) Seu quadro de pessoal é formado por G) Seu quadro de pessoal é formado por empregos públicos, regidos nos termos e formas empregos públicos, regidos nos termos e formas da CLT e nas leis que regem os acidentes de da CLT e nas leis que regem os acidentes de trabalho, ficando, sua contratação sujeita a trabalho, ficando, sua contratação sujeita a prévio e obrigatório concurso público, salvo prévio e obrigatório concurso público, salvo para os cargos em comissão e funções de para os cargos em comissão e funções de confiança, sendo a estes extensiva a proibição confiança, sendo a estes extensiva a proibição constitucional de acúmulo de cargos e funções constitucional de acúmulo de cargos e funções públicas. São equiparados aos servidores públicas. São equiparados aos servidores públicos para fins de responsabilização penal públicos para fins de responsabilização penal (art. 327, CP). (art. 327, CP).

H) As sociedades de H) As sociedades de economia mistaeconomia mista somente somente podem adotar a forma societária de podem adotar a forma societária de sociedade sociedade anônimaanônima, ao passo que , ao passo que as empresas públicasas empresas públicas podem adotar qualquer forma societária podem adotar qualquer forma societária admitida em direito.admitida em direito.

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I) Somente as empresas públicas federais têm foro I) Somente as empresas públicas federais têm foro privilegiado, devendo as causas nas quais as privilegiado, devendo as causas nas quais as sociedades de economia mista participem serem sociedades de economia mista participem serem julgadas na Justiça Comum.julgadas na Justiça Comum.

J) Não possuem, via de regra, privilégios J) Não possuem, via de regra, privilégios processuais, no que se refere à processuais, no que se refere à contagem de prazos contagem de prazos e a execução forçada de suas dívidase a execução forçada de suas dívidas..

MONOPÓLIOMONOPÓLIO-economia. Monopólio estatal: poder -economia. Monopólio estatal: poder público subtrai dos particulares certas atividades público subtrai dos particulares certas atividades econômicas, com o fim de mantê-las sob controle e econômicas, com o fim de mantê-las sob controle e exploração do Estado, por razões de ordem pública exploração do Estado, por razões de ordem pública (absorção). (absorção).

É principiológico a liberdade de iniciativa. È vedado É principiológico a liberdade de iniciativa. È vedado ao Estado a assunção exclusiva de qualquer ao Estado a assunção exclusiva de qualquer atividade econômica, seja por via executiva, atividade econômica, seja por via executiva, legislativa ou judiciária, bem como constituir legislativa ou judiciária, bem como constituir monopólio para terceiros. monopólio para terceiros.

Intervenção do Estado no Domínio Econômico.

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Intervenção do Estado no Domínio Intervenção do Estado no Domínio Econômico.Econômico.

O Estado não pode afastar a iniciativa dos O Estado não pode afastar a iniciativa dos particulares de qualquer atividade econômica, particulares de qualquer atividade econômica, salvo nos casos excepcionados no próprio texto salvo nos casos excepcionados no próprio texto constitucional (art. 173).constitucional (art. 173).

Cabe ressaltar: não é defeso ao Estado a outorga Cabe ressaltar: não é defeso ao Estado a outorga de privilégios a particulares, como forma de de privilégios a particulares, como forma de fomento da atividade econômica, fomento da atividade econômica, desde que seja desde que seja feito de forma isonômica.feito de forma isonômica.

Há Há monopólio legalmonopólio legal quando criado pelo Poder quando criado pelo Poder Público em seu benefício ou de terceiros.Público em seu benefício ou de terceiros.

Não há mais a possibilidade do legislador Não há mais a possibilidade do legislador infraconstitucional promover a intervenção infraconstitucional promover a intervenção estatal, seja por estatal, seja por absorçãoabsorção, seja por , seja por participaçãoparticipação, , em qualquer atividade econômica, em qualquer atividade econômica, salvo nos casos salvo nos casos expressamente excepcionados no próprio texto expressamente excepcionados no próprio texto constitucional.constitucional.

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Circunstâncias naturais do monopólio (monopólio natural): Circunstâncias naturais do monopólio (monopólio natural): avanços tecnológicos nos fatores de produção (detenção de avanços tecnológicos nos fatores de produção (detenção de patente – direito marcário) ou em que detém a única fonte de patente – direito marcário) ou em que detém a única fonte de matéria prima ou ainda, nos caos de impossibilidade física ou matéria prima ou ainda, nos caos de impossibilidade física ou jurídica de exploração da atividade por outros agentes.(ex.: jurídica de exploração da atividade por outros agentes.(ex.: transporte ferroviário).transporte ferroviário).

Observação: Observação: o MONOPÓLIO NATURAL não é defeso pela o MONOPÓLIO NATURAL não é defeso pela Constituição, sendo permitido pelo legislador infra-Constituição, sendo permitido pelo legislador infra-constitucional, uma vez que não resulta, tampouco provém de constitucional, uma vez que não resulta, tampouco provém de práticas abusivas de mercado.práticas abusivas de mercado.

A CF limitou taxativamente as hipóteses de intervenção A CF limitou taxativamente as hipóteses de intervenção econômica do Estado por ABSORÇÃO, tendo sido flexibilizado econômica do Estado por ABSORÇÃO, tendo sido flexibilizado por força de EC nº 09/95, uma vez que permitiu a contratação por força de EC nº 09/95, uma vez que permitiu a contratação por parte da União, de empresas estatais ou privadas, para as por parte da União, de empresas estatais ou privadas, para as atividades relacionadas ao abastecimento de petróleo.atividades relacionadas ao abastecimento de petróleo.

A EC nº 49/06 flexibilizou o monopólio de minérios e minerais A EC nº 49/06 flexibilizou o monopólio de minérios e minerais nucleares para retirar a exclusividade da União sobre a nucleares para retirar a exclusividade da União sobre a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos de meia-vida-curta, para usos medicinais, agrícolas e de meia-vida-curta, para usos medicinais, agrícolas e industriais, delegando-a ao particular sob regime de industriais, delegando-a ao particular sob regime de permissão.permissão.

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Monopólio da UniãoMonopólio da União: três produtos : três produtos naturais (art. 177, CF)naturais (art. 177, CF) PetróleoPetróleo Gás naturalGás natural Minério ou minerais nuclearesMinério ou minerais nucleares

E ainda os produtos do art. 21, XII E ainda os produtos do art. 21, XII da CF. Diretamente ou por meio de da CF. Diretamente ou por meio de terceiros.terceiros.

Serviço Público: Serviço Público:

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo.Regulamentação e controlecomparativo.Regulamentação e controle

Maílson da NóbregaMaílson da Nóbrega

Coitado do KeynesCoitado do Keynes "O estado é indissociável do sistema capitalista. "O estado é indissociável do sistema capitalista.

Dele emanam as garantias de direitos de Dele emanam as garantias de direitos de propriedade e de respeito aos contratos, que propriedade e de respeito aos contratos, que alinham incentivos para investir. Dele provém a alinham incentivos para investir. Dele provém a defesa da concorrência"defesa da concorrência"

No pós-guerra, muitas das intervenções do estado na No pós-guerra, muitas das intervenções do estado na economia eram tidas como uma aplicação prática das economia eram tidas como uma aplicação prática das idéias de John Maynard Keynes. Nem sempre. Houve erros idéias de John Maynard Keynes. Nem sempre. Houve erros e maus resultados, em especial o aumento de inflação. e maus resultados, em especial o aumento de inflação. Agora, diz-se que Keynes teria ressuscitado por causa do Agora, diz-se que Keynes teria ressuscitado por causa do fracasso do livre-mercado e de sistemas financeiros fracasso do livre-mercado e de sistemas financeiros desregulados. É uma conclusão apressada, baseada em desregulados. É uma conclusão apressada, baseada em falsas premissas.falsas premissas.

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo. Regulamentação e controlecomparativo. Regulamentação e controle

Keynes foi um economista genial. Sua principal obra, a Keynes foi um economista genial. Sua principal obra, a Teoria GeralTeoria Geral (1936), é um dos mais influentes livros da (1936), é um dos mais influentes livros da história. Nela, Keynes reforçou a crítica que fazia história. Nela, Keynes reforçou a crítica que fazia desde os anos 1920, quando questionava a idéia de desde os anos 1920, quando questionava a idéia de que o desemprego cairia com a redução dos salários. que o desemprego cairia com a redução dos salários. Para ele, em certas circunstâncias, o governo deveria Para ele, em certas circunstâncias, o governo deveria adotar medidas para criar empregos. adotar medidas para criar empregos.

Com a Grande Depressão, Keynes desenvolveu um de Com a Grande Depressão, Keynes desenvolveu um de seus maiores insights. Para ele, a queda dos preços seus maiores insights. Para ele, a queda dos preços (deflação) induzia os indivíduos a esperar que eles (deflação) induzia os indivíduos a esperar que eles caíssem mais, adiando o consumo. A taxa de poupança caíssem mais, adiando o consumo. A taxa de poupança aumentava, ampliando o efeito das perdas com o aumentava, ampliando o efeito das perdas com o colapso da bolsa de 1929, isto é, o esforço de poupar colapso da bolsa de 1929, isto é, o esforço de poupar mais para repor níveis anteriores de riqueza. Com mais para repor níveis anteriores de riqueza. Com menores vendas, investia-se menos. Um círculo menores vendas, investia-se menos. Um círculo vicioso. A poupança superou o investimento e a vicioso. A poupança superou o investimento e a economia ingressou em uma espiral descendente. economia ingressou em uma espiral descendente.

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo. Regulamentação e controlecomparativo. Regulamentação e controle

Keynes não admitia que essa espiral fosse natural nem Keynes não admitia que essa espiral fosse natural nem que a depressão se resolvesse por si mesma ao longo do que a depressão se resolvesse por si mesma ao longo do tempo. A saída era neutralizar o excesso de poupança tempo. A saída era neutralizar o excesso de poupança via gastos públicos.via gastos públicos.

Essas e outras idéias lançaram novas bases para a Essas e outras idéias lançaram novas bases para a intervenção na economia. A política fiscal deveria ser intervenção na economia. A política fiscal deveria ser utilizada para compensar os altos e baixos dos ciclos utilizada para compensar os altos e baixos dos ciclos econômicos. Tais propostas teriam inspirado o New Deal econômicos. Tais propostas teriam inspirado o New Deal do presidente Roosevelt, o que tem sido posto em do presidente Roosevelt, o que tem sido posto em dúvida, pois o pleno emprego somente retornou com os dúvida, pois o pleno emprego somente retornou com os gastos da II Guerra.gastos da II Guerra.

Os políticos se tornaram keynesianos, convencidos de Os políticos se tornaram keynesianos, convencidos de que essas idéias legitimavam seu interesse por maiores que essas idéias legitimavam seu interesse por maiores gastos. Parte da esquerda virou keynesiana, o que lhe gastos. Parte da esquerda virou keynesiana, o que lhe permitia não apoiar a União Soviética e manter as permitia não apoiar a União Soviética e manter as crenças socialistas. crenças socialistas.

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo. Regulamentação e controlecomparativo. Regulamentação e controle

Keynes legou uma nova forma de pensar a Keynes legou uma nova forma de pensar a economia. De suas análises nasceu a economia. De suas análises nasceu a macroeconomia. Ele não era de esquerda, macroeconomia. Ele não era de esquerda, socialista ou estatista. Dificilmente teria socialista ou estatista. Dificilmente teria apoiado o primeiro-ministro britânico Clement apoiado o primeiro-ministro britânico Clement Attlee na estatização de aviação, ferrovias, Attlee na estatização de aviação, ferrovias, carvão, aço, energia, telecomunicações e gás. carvão, aço, energia, telecomunicações e gás. Tampouco aprovaria a estatização de bancos Tampouco aprovaria a estatização de bancos do presidente francês François Mitterrand.do presidente francês François Mitterrand.

Se houver risco de depressão, governos Se houver risco de depressão, governos aumentarão os gastos, na linha proposta por aumentarão os gastos, na linha proposta por Keynes. Nem todos poderão fazê-lo, caso o Keynes. Nem todos poderão fazê-lo, caso o endividamento público fique insustentável. Não endividamento público fique insustentável. Não é tão simples.é tão simples.

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo.Regulamentação e controlecomparativo.Regulamentação e controle

A grande discussão dos próximos meses não será A grande discussão dos próximos meses não será sobre as idéias de Keynes, mas sobre como re-regular sobre as idéias de Keynes, mas sobre como re-regular o sistema financeiro. Aí tende a prevalecer o mínimo o sistema financeiro. Aí tende a prevalecer o mínimo de realidade e profissionalismo. Como disse a revista de realidade e profissionalismo. Como disse a revista The EconomistThe Economist, "a idéia de que os mercados são , "a idéia de que os mercados são totalmente desregulados é um mito". Tem razão. Há totalmente desregulados é um mito". Tem razão. Há regras para quase tudo: abrir o capital de empresas, regras para quase tudo: abrir o capital de empresas, operar bancos, produzir medicamentos e até para operar bancos, produzir medicamentos e até para possuir um táxi. possuir um táxi.

Nessa discussão, outro primeiro-ministro britânico, Nessa discussão, outro primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que iniciou a capitalização dos bancos Gordon Brown, que iniciou a capitalização dos bancos com dinheiro público, não proporá a reversão das com dinheiro público, não proporá a reversão das privatizações de Margaret Thatcher. Outro presidente privatizações de Margaret Thatcher. Outro presidente francês, Nicolas Sarkozy, não defenderá a estatização francês, Nicolas Sarkozy, não defenderá a estatização definitiva dos bancos. definitiva dos bancos.

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O sistema Keynesiano e um breve estudo O sistema Keynesiano e um breve estudo comparativo. Regulamentação e controlecomparativo. Regulamentação e controle

Para o presidente Lula, Brown restabeleceu a influência do Para o presidente Lula, Brown restabeleceu a influência do estado na economia. "O coração do regime capitalista estado na economia. "O coração do regime capitalista começa a ter um gostinho pelo papel do estado, que esteve começa a ter um gostinho pelo papel do estado, que esteve desmoralizado nos últimos trinta anos", disse. "Quando é desmoralizado nos últimos trinta anos", disse. "Quando é que um filho adolescente vem atrás do pai? Quando ele tá que um filho adolescente vem atrás do pai? Quando ele tá sem dinheiro ou quando ele tá doente." Perguntem a Lula se sem dinheiro ou quando ele tá doente." Perguntem a Lula se ele quer anular a privatização da Telebrás. ele quer anular a privatização da Telebrás.

Hipérboles e metáforas à parte, o estado é indissociável do Hipérboles e metáforas à parte, o estado é indissociável do sistema capitalista. Dele emanam as garantias de direitos de sistema capitalista. Dele emanam as garantias de direitos de propriedade e de respeito aos contratos, que alinham propriedade e de respeito aos contratos, que alinham incentivos para investir. Dele provém a defesa da incentivos para investir. Dele provém a defesa da concorrência. A ele cabe coibir o domínio dos mercados por concorrência. A ele cabe coibir o domínio dos mercados por cartéis, monopólios e oligopólios. Sem regras do jogo boas e cartéis, monopólios e oligopólios. Sem regras do jogo boas e críveis, estabelecidas de forma legítima pelo estado, não há críveis, estabelecidas de forma legítima pelo estado, não há prosperidade.prosperidade.

Só a tortura dos fatos os levará a confessar a ressurreição de Só a tortura dos fatos os levará a confessar a ressurreição de Keynes.Keynes.

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CADE - JulgadosCADE - Julgados

Vide site do MJ-CADEVide site do MJ-CADE

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Agencias estatais Agencias estatais

•Conceito: Agencia Reguladora e Executiva

•Mudança na relação do Estado com a Sociedade

•Princípio da intervenção estatal: princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado

•Exploração indireta do Estado: atualmente Agente Regulador de Mercado

Estado – interesse público

Agencia ReguladoraConsumidores

Usuários – interesses coletivosAgentes Econômicos – interesses

privados

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As agencias reguladoras foram geradas com o As agencias reguladoras foram geradas com o escopo de normatizar os mercados escopo de normatizar os mercados econômicos, bem como os setores dos serviços econômicos, bem como os setores dos serviços públicos delegados, buscando equilíbrio entre o públicos delegados, buscando equilíbrio entre o Estado, usuários(consumidores) e delegatários Estado, usuários(consumidores) e delegatários (agentes econômicos)(agentes econômicos)

As agencias são autarquias sob regime As agencias são autarquias sob regime especial, integrantes da Administração Indireta especial, integrantes da Administração Indireta vinculadas ao Ministério competente.vinculadas ao Ministério competente.

São órgãos com características: a) São órgãos com características: a) independência política; b) autonomia independência política; b) autonomia administrativa e financeira; c) prerrogativas de administrativa e financeira; c) prerrogativas de permanência no cargo de seus dirigentes.permanência no cargo de seus dirigentes.

Agencias estatais Agencias estatais

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Agencias ExecutivasAgencias Executivas: são : são entendidas como encarregadas de entendidas como encarregadas de dar cumprimento às políticas dar cumprimento às políticas estabelecidas para determinados estabelecidas para determinados setores, sem exercer esta função setores, sem exercer esta função de garantia de estabilização de de garantia de estabilização de mercados econômicos e de setores mercados econômicos e de setores de relevantes interesse público.de relevantes interesse público.

Agencias estatais Agencias estatais

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Defesa da concorrência.Defesa da concorrência. A relevância do temaA relevância do tema

Preocupação com o aperfeiçoamento da legislação do aparelho estatal Preocupação com o aperfeiçoamento da legislação do aparelho estatal brasileirobrasileiro

Atuação do setor público em relação ao setor privadoAtuação do setor público em relação ao setor privado

Uma política de não intervenção no mercado não significa perversão à Uma política de não intervenção no mercado não significa perversão à liberdade individualliberdade individual

Art. 173 Art. 173 §4º-repressão ao abuso do poder econômico§4º-repressão ao abuso do poder econômico

Criação do Sistema Brasileiro de Defesa da ConcorrênciaCriação do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência Estrutura: CADE, Secretaria de Acompanhamento Econômico –SEAE,SDEEstrutura: CADE, Secretaria de Acompanhamento Econômico –SEAE,SDE

A Defesa da Concorrência é tema afeto não só à economia nacional, mas A Defesa da Concorrência é tema afeto não só à economia nacional, mas matéria de interesse coletivo, afeta toda a sociedade: garantia da matéria de interesse coletivo, afeta toda a sociedade: garantia da competição harmônica dos agentes econômicos.competição harmônica dos agentes econômicos.

Políticas públicas e ordenamento jurídico específicoPolíticas públicas e ordenamento jurídico específico

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A relevância do temaA relevância do tema

Objetivo final da defesa da Concorrência:Objetivo final da defesa da Concorrência: Tornar máximo o devido processo competitivo e, por Tornar máximo o devido processo competitivo e, por

corolário, o nível de bem estar econômico das corolário, o nível de bem estar econômico das sociedadesociedade

Economias competitivas são, também, uma condição Economias competitivas são, também, uma condição necessária para o desenvolvimento econômico necessária para o desenvolvimento econômico sustentável de uma nação a L.P.sustentável de uma nação a L.P.

Incentivos para aumentar a produtividade, introduzir Incentivos para aumentar a produtividade, introduzir novos e melhores produtos.novos e melhores produtos.

Valores incorporados à Lei Fundamental Brasileira Valores incorporados à Lei Fundamental Brasileira sendo erigidos ao status da norma constitucional de sendo erigidos ao status da norma constitucional de eficácia limitada(art. 219 da CRFB)eficácia limitada(art. 219 da CRFB)

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Pressupostos da Pressupostos da concorrênciaconcorrência

Historicamente:pluralidade de agentesHistoricamente:pluralidade de agentes

Fato que levou à concentração de mercados e ao fortalecimento Fato que levou à concentração de mercados e ao fortalecimento dos fortes e ao enfraquecimento dos fracos, obrigando o Estado a dos fortes e ao enfraquecimento dos fracos, obrigando o Estado a intervir na liberdade de mercadointervir na liberdade de mercado

Para Cabral de Moncada, sociologicamente, a defesa da Para Cabral de Moncada, sociologicamente, a defesa da concorrência traduz-se na garantia de escolha racional de concorrência traduz-se na garantia de escolha racional de consumo. Politicamente, significa salvaguardar o Estado da consumo. Politicamente, significa salvaguardar o Estado da imposição arbitrária de interesses privados, por parte dos imposição arbitrária de interesses privados, por parte dos agentes detentores do poder econômico.agentes detentores do poder econômico.

Adotar um planejamento e consolidar uma Política Econômica. Adotar um planejamento e consolidar uma Política Econômica. Necessidade de se adotar normas. Necessidade de se adotar normas.

No Brasil sempre foi uma prioridade: forte presença do Estado, No Brasil sempre foi uma prioridade: forte presença do Estado, recurso a controle de preços, política monetarista de controle da recurso a controle de preços, política monetarista de controle da inflação, elevado nível de proteção à indústria nacional. Regras inflação, elevado nível de proteção à indústria nacional. Regras incompatíveis com uma política eficaz de defesa da concorrência.incompatíveis com uma política eficaz de defesa da concorrência.

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Previsão constitucionalPrevisão constitucional

Tutela da propriedade. Positivados Tutela da propriedade. Positivados na CRFB (art. 170 e 219)na CRFB (art. 170 e 219)

Repressão ao abuso de poder e ao Repressão ao abuso de poder e ao enriquecimento abusivo do agenteenriquecimento abusivo do agente

Eliminar o domínio de mercado-Eliminar o domínio de mercado-eliminação da concorrência.eliminação da concorrência.

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Sistema Brasileiro de Defesa Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrênciada Concorrência

Ente judicante: CADE. Dois órgãos auxiliares: SEAE e SDEEnte judicante: CADE. Dois órgãos auxiliares: SEAE e SDE

Objetivo: promoção de uma economia competitiva por Objetivo: promoção de uma economia competitiva por meio da prevenção e da repressão de ações que possam meio da prevenção e da repressão de ações que possam limitar ou prejudicar a concorrência, com base na Lei limitar ou prejudicar a concorrência, com base na Lei Antitruste (Lei nº 8.884/94).Antitruste (Lei nº 8.884/94).

Denúncias encaminhadas à SDE: produção de Denúncias encaminhadas à SDE: produção de provas(coleta de elementos fáticos) pesquisa e descrição provas(coleta de elementos fáticos) pesquisa e descrição das condutas narradas. das condutas narradas.

Remete-se o feito ao SEAE que emitirá parecer de cunho Remete-se o feito ao SEAE que emitirá parecer de cunho técnico. Remete-se ao CADE-competência legal para técnico. Remete-se ao CADE-competência legal para julgar o potencial lesivo da ocorrência julgar o potencial lesivo da ocorrência sub judice sub judice da da condutaconduta

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Vertentes de atuação dos órgãos de Vertentes de atuação dos órgãos de defesa da concorrência:defesa da concorrência:

Controle das estruturas de mercado, via Controle das estruturas de mercado, via apreciação de fusões e aquisições entre apreciação de fusões e aquisições entre empresas (atos de concentração)empresas (atos de concentração)

Repressão a condutas anti-competitivas, eRepressão a condutas anti-competitivas, e

Promoção da cultura da concorrência.Promoção da cultura da concorrência.

Sistema Brasileiro de Sistema Brasileiro de Defesa da ConcorrênciaDefesa da Concorrência

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Controle de estruturas de mercadoControle de estruturas de mercado Art. 54 da Lei nº 8.884/94-prazo de 30 dias para Art. 54 da Lei nº 8.884/94-prazo de 30 dias para

manifestação da SEAE e encaminhamento do manifestação da SEAE e encaminhamento do processo processo àà SDE. SDE.

Remete-se ao CADE – 60 dias para julgamentoRemete-se ao CADE – 60 dias para julgamento Atos de concentração: Horizontal e Vertical.Atos de concentração: Horizontal e Vertical.

HorizontalHorizontal: concentração que envolve agentes : concentração que envolve agentes econômicos distintos e competidores entre si, que econômicos distintos e competidores entre si, que ofertam o mesmo produto ou serviço em um ofertam o mesmo produto ou serviço em um determinado mercado relevante;determinado mercado relevante;

VerticalVertical: concentração que envolve agentes econômicos : concentração que envolve agentes econômicos distintos, que ofertam produtos ou serviços diversos, distintos, que ofertam produtos ou serviços diversos, fazendo parte da mesma cadeia produtiva.fazendo parte da mesma cadeia produtiva.

Sistema Brasileiro de Sistema Brasileiro de Defesa da ConcorrênciaDefesa da Concorrência

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HORIZONTALHORIZONTAL

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VERTICALVERTICAL

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Controle de estruturas Controle de estruturas de mercadode mercado

ConglomeraçãoConglomeração: concentração que envolve agentes : concentração que envolve agentes econômicos distintos que igualmente ofertam produtos ou econômicos distintos que igualmente ofertam produtos ou serviços diversos, podendo ou não ser complementares entre serviços diversos, podendo ou não ser complementares entre si, mas que, certamente, não fazem parte da mesma cadeia si, mas que, certamente, não fazem parte da mesma cadeia produtiva. Podendo ser saudável ou nociva.produtiva. Podendo ser saudável ou nociva.

Atribuições dos órgãos:a) SEAE – atribuição prevista na Lei nº Atribuições dos órgãos:a) SEAE – atribuição prevista na Lei nº 8.884/94 de proceder a análise econômica da operação, do 8.884/94 de proceder a análise econômica da operação, do ponto de vista dos impactos sobre a concorrência. Toma como ponto de vista dos impactos sobre a concorrência. Toma como base o Guia para Análise Econômica de Atos de Concentração base o Guia para Análise Econômica de Atos de Concentração adotado pela Secretaria por meio da Portaria conjunta adotado pela Secretaria por meio da Portaria conjunta SEAE/SDE nº 50, de 01.08.2.001.SEAE/SDE nº 50, de 01.08.2.001.

Atos de concentração podem ter efeitos positivos ou negativos Atos de concentração podem ter efeitos positivos ou negativos ao bem estar econômico. Os negativos podem gerar, dentre ao bem estar econômico. Os negativos podem gerar, dentre outros efeitos de aumento de preços. E os positivos derivam da outros efeitos de aumento de preços. E os positivos derivam da economia de escala, de redução de custos de transação e economia de escala, de redução de custos de transação e outros que podem proporcionar vantagens competitivas.outros que podem proporcionar vantagens competitivas.

O SEAE faz uma análise dos custos e dos benefícios dos atos de O SEAE faz uma análise dos custos e dos benefícios dos atos de concentração. concentração.

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Controle de estruturas de Controle de estruturas de mercadomercado

Repressão a condutas anti-competitivas: infração Repressão a condutas anti-competitivas: infração à ordem econômica. O abuso do poder à ordem econômica. O abuso do poder econômico não é um ato ilícito de fácil econômico não é um ato ilícito de fácil identificação. No ato de consumo as manobras identificação. No ato de consumo as manobras são mais perceptíveis e a prática abusiva exige são mais perceptíveis e a prática abusiva exige altos conhecimentos técnicos., bem como altos conhecimentos técnicos., bem como especialização e prática profissional.especialização e prática profissional.

Abuso de poder econômico é: todo ato do agente Abuso de poder econômico é: todo ato do agente econômico que , valendo-se de sua condição de econômico que , valendo-se de sua condição de superioridade econômica, atua prejudicando a superioridade econômica, atua prejudicando a concorrência, o funcionamento do mercado ou concorrência, o funcionamento do mercado ou ainda aumentando arbitrariamente seus lucros. ainda aumentando arbitrariamente seus lucros. Ofende sua finalidade social colimada pela Ofende sua finalidade social colimada pela legislação, cerceando a liberdade de mercado ou legislação, cerceando a liberdade de mercado ou a livre-iniciativa.a livre-iniciativa.

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As autoridades devem avaliar, em As autoridades devem avaliar, em complementação, a verificação do dano, complementação, a verificação do dano, estabelecer o nexo de causalidade e estabelecer o nexo de causalidade e restrições concorrenciais legítimas por restrições concorrenciais legítimas por empresas. empresas.

Artigo 20 da Lei nº 8.884/94:Artigo 20 da Lei nº 8.884/94: Constituem infração de ordem econômica, independentemente Constituem infração de ordem econômica, independentemente

de culpa, ou atos sob qualquer forma manifestados, que de culpa, ou atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:ainda que não sejam alcançados:

I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre-I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre-concorrência ou a livre-iniciativa;concorrência ou a livre-iniciativa;

II- dominar mercado relevante de bens ou serviçosII- dominar mercado relevante de bens ou serviços III – aumentar arbitrariamente os lucros;III – aumentar arbitrariamente os lucros; IV – exercer de forma abusiva posição dominante.IV – exercer de forma abusiva posição dominante.......

Controle de estruturas Controle de estruturas de mercadode mercado

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Controle de estruturas Controle de estruturas de mercadode mercado

Outras condutas abusivas:Outras condutas abusivas:a) formação de cartela) formação de cartel-que é -que é acordo abusivo de agentes econômicos, representando acordo abusivo de agentes econômicos, representando combinação de preços, afim de restringir a variedade de combinação de preços, afim de restringir a variedade de produtos e dividir os mercados para manter suas receitas produtos e dividir os mercados para manter suas receitas sempre estáveis. Preços abusivos, cerceamento de sempre estáveis. Preços abusivos, cerceamento de direito de concorrência e de permanência no mercado; direito de concorrência e de permanência no mercado; b) b) venda casadavenda casada-condiciona e subordina à aquisição de -condiciona e subordina à aquisição de outro bem adquirido. Restrição à liberdade contratual de outro bem adquirido. Restrição à liberdade contratual de compra e venda; compra e venda; c) sistema seletivo de distribuição c) sistema seletivo de distribuição – – barreiras restritivas impostas, sem justa causa, pelo barreiras restritivas impostas, sem justa causa, pelo produtor ao distribuidor, dentro do respectivo ciclo produtor ao distribuidor, dentro do respectivo ciclo econômico. Instrumentos de discriminação em relação econômico. Instrumentos de discriminação em relação aos distribuidores, vendedores e consumidores; aos distribuidores, vendedores e consumidores; d) preços d) preços predatóriospredatórios - estratégia de mercado baixando - estratégia de mercado baixando propositadamente os preços de seus produtos a valores propositadamente os preços de seus produtos a valores inferiores ao seu preço de custo; inferiores ao seu preço de custo; e) atos de concentração e) atos de concentração – desde que resultem em restrições à concorrência.– desde que resultem em restrições à concorrência.

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A Lei nº 8.884/94 menciona que as A Lei nº 8.884/94 menciona que as operações de fusão, aquisição ou operações de fusão, aquisição ou joint venturesjoint ventures devem ser devem ser impreterivelmente, apreciadas pelo impreterivelmente, apreciadas pelo SBDC quando uma das empresas SBDC quando uma das empresas detiver 20% ou mais de mercado detiver 20% ou mais de mercado relevante, ou que tenha sido relevante, ou que tenha sido (isoladamente ou o grupo ao qual (isoladamente ou o grupo ao qual pertença) faturamento igual ou pertença) faturamento igual ou superior a R$ 400 milhões anuais. superior a R$ 400 milhões anuais.

Controle de estruturas Controle de estruturas de mercadode mercado

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JOINT VENTUREJOINT VENTURE

Joint venture ou empreendimento conjuntoJoint venture ou empreendimento conjunto é uma é uma associação de empresas, não definitiva e com fins associação de empresas, não definitiva e com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. Difere da sociedade comercial Difere da sociedade comercial (partnership)(partnership) porque se porque se relaciona a um único projeto cuja associação é dissolvida relaciona a um único projeto cuja associação é dissolvida automaticamente após o seu término. automaticamente após o seu término. Um modelo típico Um modelo típico de joint venture seria a transação entre o proprietário de de joint venture seria a transação entre o proprietário de um terreno de excelente localização e uma empresa de um terreno de excelente localização e uma empresa de construção civil, interessada em levantar um prédio construção civil, interessada em levantar um prédio sobre o local.sobre o local.

Há várias empresas brasileiras que investem nesse tipo Há várias empresas brasileiras que investem nesse tipo de sociedade. Um exemplo foi a Autolatina, uma união de sociedade. Um exemplo foi a Autolatina, uma união das empresas automobilísticas Volkswagen e Ford, que das empresas automobilísticas Volkswagen e Ford, que perdurou até meados de 1996. A VW ofereceu à Ford os perdurou até meados de 1996. A VW ofereceu à Ford os motores AP-1800 e AP-2000 (em substituição aos motores AP-1800 e AP-2000 (em substituição aos antiquados CHT) e a plataforma do sedã Santana. A Ford, antiquados CHT) e a plataforma do sedã Santana. A Ford, em contrapartida, ofertou a VW a plataforma do Escort, em contrapartida, ofertou a VW a plataforma do Escort, que originou os modelos Logus e Pointer.que originou os modelos Logus e Pointer.

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Mais um exemplo é a Sony Ericsson, a união Mais um exemplo é a Sony Ericsson, a união dessas duas empresas foi feita para a produção dessas duas empresas foi feita para a produção de celulares. E também há a Benq Siemens e de celulares. E também há a Benq Siemens e Fujitsu-Siemens.Fujitsu-Siemens.

Um exemplo atual é a venda da marca Becel e Um exemplo atual é a venda da marca Becel e Becel ProActiv da Unilever Brasil à Perdigão. O Becel ProActiv da Unilever Brasil à Perdigão. O que também aconteceu com as marcas Doriana, que também aconteceu com as marcas Doriana, Claybom e Delicata. A unilever entrou com essas Claybom e Delicata. A unilever entrou com essas marcas e também todo o equipamento, mão-de-marcas e também todo o equipamento, mão-de-obra e a fábrica localizada em Valinhos (SP), em obra e a fábrica localizada em Valinhos (SP), em regime de comodata; e a Perdigão regime de comodata; e a Perdigão disponibilizará sua estrutura de venda e disponibilizará sua estrutura de venda e distribuição. As empresas estarão unidas ainda distribuição. As empresas estarão unidas ainda para contribuir com a área de marketing, para contribuir com a área de marketing, pesquisa, inovação e no desenvolvimento de pesquisa, inovação e no desenvolvimento de novos itens desse setor de margarinas.novos itens desse setor de margarinas.

JOINT VENTUREJOINT VENTURE

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Acordo de LeniênciaAcordo de Leniência

A União por intermédio da SDE poderá celebrar A União por intermédio da SDE poderá celebrar acordo de leniência (abrandamento, suavisação), com acordo de leniência (abrandamento, suavisação), com a extinção da ação punitiva da administração pública a extinção da ação punitiva da administração pública ou redução de um ou dois terços da penalidade ou redução de um ou dois terços da penalidade aplicável, nos termos definidos em lei, com pessoas aplicável, nos termos definidos em lei, com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo e com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resultem: que dessa colaboração resultem: I- identificação dos I- identificação dos demais co-autores da infração; e II – a obtenção de demais co-autores da infração; e II – a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação.noticiada ou sob investigação.

O acordo de leniência não se aplica às empresas ou O acordo de leniência não se aplica às empresas ou pessoas físicas que tenham estado à frente da pessoas físicas que tenham estado à frente da conduta tida como infratora.conduta tida como infratora.

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Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

Aula Aula Direito Econômico InternacionalDireito Econômico Internacional

Objetivo: estabelecer um enquadramento jurídico de caráter Objetivo: estabelecer um enquadramento jurídico de caráter internacional, destinado à harmonização e aprimoramento das internacional, destinado à harmonização e aprimoramento das relações comerciais e econômicas, desenvolvidas por todas as relações comerciais e econômicas, desenvolvidas por todas as pessoas jurídicas de direito público externo envolvidas.pessoas jurídicas de direito público externo envolvidas.

O crescimento da economia dos países passou a pautar-se na O crescimento da economia dos países passou a pautar-se na evolução da ordem econômica mundial que depende do evolução da ordem econômica mundial que depende do desenvolvimento das relações comerciais entre estes países.desenvolvimento das relações comerciais entre estes países.

Formação de blocos econômicos, apesar das divergências quanto à Formação de blocos econômicos, apesar das divergências quanto à forma, quanto à velocidade e quanto à intensidade.forma, quanto à velocidade e quanto à intensidade.

O principal caminho para o crescimento das economias é a O principal caminho para o crescimento das economias é a ampliação do comércio internacional, uma vez que as nações ampliação do comércio internacional, uma vez que as nações dependem do intercâmbio comercial para atender suas necessidades dependem do intercâmbio comercial para atender suas necessidades internas.internas.

Primeira etapa de aproximação e integração econômica: mecanismos Primeira etapa de aproximação e integração econômica: mecanismos de proteção às economias nacionais, com o fito de resguardar os de proteção às economias nacionais, com o fito de resguardar os mercados internos mais frágeis diante de grandes potencias mercados internos mais frágeis diante de grandes potencias econômicas.econômicas.

À medida que evoluem as relações de troca os mecanismos de À medida que evoluem as relações de troca os mecanismos de proteção deixam de ser o foco.proteção deixam de ser o foco.

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Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

Desafio ao Direito Econômico InternacionalDesafio ao Direito Econômico Internacional Racionalização e a harmonização da proteção das Racionalização e a harmonização da proteção das

economias internas com as trocas de comércio exterior.economias internas com as trocas de comércio exterior.

Objetivo do Direito Econômico InternacionalObjetivo do Direito Econômico Internacional Disciplinar a Disciplinar a cooperação entre as naçõescooperação entre as nações para intensificação para intensificação

do comércio exterior, bem como a universalização dos do comércio exterior, bem como a universalização dos direitos de cunho socioeconômico.direitos de cunho socioeconômico.

E ainda, visa regulamentar e disciplinar, tanto a instalação E ainda, visa regulamentar e disciplinar, tanto a instalação em território nacional de diversos fatores de produção de em território nacional de diversos fatores de produção de procedência estrangeira quanto as transações comerciais procedência estrangeira quanto as transações comerciais relativas a bens, serviços e capitais, daí decorrentes.relativas a bens, serviços e capitais, daí decorrentes.

Surgimento de diversos organismos internacionais.Surgimento de diversos organismos internacionais.

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Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

Características:Características:I-I-Aderência à realidade flutuanteAderência à realidade flutuante: assegurar a : assegurar a

continuidade da operação comercial em continuidade da operação comercial em trâmitetrâmite, adequando-a às mudanças do , adequando-a às mudanças do mercado, evitando-se sua ruptura brusca e mercado, evitando-se sua ruptura brusca e eventuais prejuízos daí decorrentes;eventuais prejuízos daí decorrentes;

II-II-ReciprocidadeReciprocidade: permite que sejam : permite que sejam alcançados alcançados compromissos mutuamente compromissos mutuamente vantajosos para os Estados envolvidosvantajosos para os Estados envolvidos , , evitando o enriquecimento demasiado de um evitando o enriquecimento demasiado de um em detrimento de outro e o conseqüente em detrimento de outro e o conseqüente acirramento das desigualdades entre as acirramento das desigualdades entre as nações;nações;

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III-III-Maleabilidade/generalidadeMaleabilidade/generalidade: dada a dinâmica com a : dada a dinâmica com a qual as constantes mudanças do mercado se qual as constantes mudanças do mercado se apresentam, as normas que o regulam necessitam apresentam, as normas que o regulam necessitam de um de um alto grau de abstração, bem como de um alto grau de abstração, bem como de um processo mais célere de alteraçãoprocesso mais célere de alteração, não podendo , não podendo ficar atada aos trâmites ordinários do processo ficar atada aos trâmites ordinários do processo legislativo para a produção normativa necessária, legislativo para a produção normativa necessária, bem como do processo judicial para a solução dos bem como do processo judicial para a solução dos conflitos de interesse.conflitos de interesse.

IV-IV-ProspectividadeProspectividade:Inexistência de uma estrutura :Inexistência de uma estrutura judiciária, tradicional e misoneísta (obstinado) para judiciária, tradicional e misoneísta (obstinado) para a solução dos litígios existentes, sendo resolvidos a solução dos litígios existentes, sendo resolvidos por por mecanismos alternativos e extrajudiciais de mecanismos alternativos e extrajudiciais de composição de conflitos de interessescomposição de conflitos de interesses, tais como , tais como arbitragem, previamente eleita pelos conflitantes arbitragem, previamente eleita pelos conflitantes junto aos organismos internacionais.junto aos organismos internacionais.

Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

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Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

V - SançãoV - Sanção: Não visa a punição, no sentido : Não visa a punição, no sentido tradicional repressivo e tradicional repressivo e punitivo que se emprega punitivo que se emprega no Direito, mas, simplesmente, a no Direito, mas, simplesmente, a composição composição dos dos conflitos, evitando-se enriquecimento conflitos, evitando-se enriquecimento desarrazoado em detrimento das partes desarrazoado em detrimento das partes envolvidas, de forma a envolvidas, de forma a garantir uma garantir uma participação igualitária de todos os Estados participação igualitária de todos os Estados Soberanos Soberanos no comércio internacional.no comércio internacional.

Sujeitos da Ordem Econômica InternacionalSujeitos da Ordem Econômica Internacional-entidades -entidades que atuam na formação e concretização das normas de que atuam na formação e concretização das normas de Direito Econômico Internacional: a) Estados soberanos; b) Direito Econômico Internacional: a) Estados soberanos; b) Organismos Internacionais e c) Empresas Organismos Internacionais e c) Empresas Transnacionais.Transnacionais.

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Organismos InternacionaisOrganismos Internacionais

CaracterísticasCaracterísticas: a) manifestação volitiva multilateral dos : a) manifestação volitiva multilateral dos Estados signatários participantes; b) paridade participativa Estados signatários participantes; b) paridade participativa na estrutura organizacional, assegurando a efetiva na estrutura organizacional, assegurando a efetiva igualdade dos membros; c) pluralidade de Nações igualdade dos membros; c) pluralidade de Nações envolvidas pelos Organismos.envolvidas pelos Organismos.

Classificação dos OrganismosClassificação dos Organismos: a) assuntos políticos -: a) assuntos políticos -Organização das Nações Unidas, Organização dos Estados Organização das Nações Unidas, Organização dos Estados Americanos e Organização de Unidade Africana; b) Americanos e Organização de Unidade Africana; b) assuntos sócio-regionais: Associação Latino Americana de assuntos sócio-regionais: Associação Latino Americana de desenvolvimento, União Européia e Mercosul; c) assuntos desenvolvimento, União Européia e Mercosul; c) assuntos bélicos: Pacto de Varsóvia, e Organização do Tratado do bélicos: Pacto de Varsóvia, e Organização do Tratado do Atlântico Norte; d) trabalhista: Organização Internacional do Atlântico Norte; d) trabalhista: Organização Internacional do Trabalho; e) assuntos de saúde: Organização Mundial da Trabalho; e) assuntos de saúde: Organização Mundial da Saúde; f) assuntos de comércio internacional: Acordo Geral Saúde; f) assuntos de comércio internacional: Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e Organização Mundial de de Tarifas e Comércio (GATT) e Organização Mundial de Comércio (OMC)Comércio (OMC)

Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

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Finalidade e Princípios da Ordem Econômica InternacionalFinalidade e Princípios da Ordem Econômica Internacional: : constituição de uma unidade jurídico-econômica que leve em constituição de uma unidade jurídico-econômica que leve em conta a diversidade dos ordenamentos internacionais e das conta a diversidade dos ordenamentos internacionais e das realidades internas de cada Estado Soberano, baseando-se na realidades internas de cada Estado Soberano, baseando-se na interdependência recíproca e na coexistência pacífica.interdependência recíproca e na coexistência pacífica.

Consolidou-se após 1974 (Resolução nº 3,281) pela ONU uma Consolidou-se após 1974 (Resolução nº 3,281) pela ONU uma alteração dos 15 princípios existentes da seguinte forma, dentre alteração dos 15 princípios existentes da seguinte forma, dentre os quais:os quais:a)a) os Estados não podem adotar relações comerciais discriminatórias; os Estados não podem adotar relações comerciais discriminatórias; b)b) os Estados não podem impedir o pagamento de lucros de os Estados não podem impedir o pagamento de lucros de

investimentos estrangeiros; investimentos estrangeiros; c)c) os Estados devem cooperar na estabilização dos preços na os Estados devem cooperar na estabilização dos preços na

economia; economia; d)d) os Estados devem evitar o os Estados devem evitar o dumpingdumping e a criação de estoques que e a criação de estoques que

interfiram nos demais países em crescimento econômico; interfiram nos demais países em crescimento econômico; e)e) os Estados não podem impedir o comércio internacional, com o uso os Estados não podem impedir o comércio internacional, com o uso

de barreiras alfandegárias; e de barreiras alfandegárias; e f)f) os Estados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento têm direito a os Estados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento têm direito a

uma assistência econômica.uma assistência econômica.

Da ordem econômica Da ordem econômica InternacionalInternacional

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Integração EconômicaIntegração Econômica Processo econômico-político entre governos nacionais e Processo econômico-político entre governos nacionais e

soberanos de soberanos de desagravação, desagravação, visando a redução, parcial ou visando a redução, parcial ou total, das barreiras tarifárias e não tarifárias que limitam ou total, das barreiras tarifárias e não tarifárias que limitam ou entravam o comércio recíproco cujas regras foram entravam o comércio recíproco cujas regras foram estabelecidas pelo GATT.estabelecidas pelo GATT.

Conjunto de medidas de caráter econômico e comercial Conjunto de medidas de caráter econômico e comercial que têm por objetivo promover a aproximação e, que têm por objetivo promover a aproximação e, eventualmente, a união entre as economias de dois ou eventualmente, a união entre as economias de dois ou mais países. mais países.

Por desagravação tarifária entende-se o mecanismo de Por desagravação tarifária entende-se o mecanismo de redução gradual das tarifas aplicadas ao comércio entre redução gradual das tarifas aplicadas ao comércio entre dois ou mais países.dois ou mais países.

A eliminação das restrições tarifárias de cunho pecuniário, A eliminação das restrições tarifárias de cunho pecuniário, e das não-tarifárias ao comércio entre os signatários é, por e das não-tarifárias ao comércio entre os signatários é, por óbvio, um objetivo central nos processos de integração.óbvio, um objetivo central nos processos de integração.

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Restrições não-tarifáriasRestrições não-tarifárias: são as disposições legais : são as disposições legais distintas das exações pecuniárias que têm por fim distintas das exações pecuniárias que têm por fim limitar a importação de mercadorias por limitar a importação de mercadorias por determinado país(quotas ou anuências prévias determinado país(quotas ou anuências prévias para importação, por exemplo).para importação, por exemplo).

Com a Com a progressiva eliminação das restrições progressiva eliminação das restrições tarifárias e não tarifáriastarifárias e não tarifárias, as alíquotas aplicadas ao , as alíquotas aplicadas ao comércio dentro da zona econômica são sempre comércio dentro da zona econômica são sempre diferentes(e menores) do que aquelas praticadas a diferentes(e menores) do que aquelas praticadas a países fora da zona. Essa diferença, chamada depaíses fora da zona. Essa diferença, chamada de margem de preferênciamargem de preferência, é um dos grandes , é um dos grandes estímulos que os países têm para integrarem-se.estímulos que os países têm para integrarem-se.

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A integração econômica se dá de forma A integração econômica se dá de forma gradual, passando por diversas etapas gradual, passando por diversas etapas que vão desde a redução de algumas que vão desde a redução de algumas barreiras tarifárias, até, em uma etapa barreiras tarifárias, até, em uma etapa mais adiantada à definição de uma mais adiantada à definição de uma Tarifa Externa Comum. Tarifa Externa Comum.

Ou seja, uma tarifa a ser aplicada por Ou seja, uma tarifa a ser aplicada por todos os sócios ao comércio de bens todos os sócios ao comércio de bens com terceiros mercados.com terceiros mercados.

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TEC - TEC - É um conjunto de tarifas que incidem sobre as É um conjunto de tarifas que incidem sobre as importações realizadas pelos Países-Membros do importações realizadas pelos Países-Membros do respectivo bloco econômico.respectivo bloco econômico.

Representa um passo a mais no processo de integração, já Representa um passo a mais no processo de integração, já que que não apenas o comércio intrazona é regulado, mas não apenas o comércio intrazona é regulado, mas também a relação comercialtambém a relação comercial com os demais países. com os demais países.

É empregada como É empregada como instrumento de regulação das instrumento de regulação das importaçõesimportações dos países associados em uma união dos países associados em uma união aduaneira ou um mercado comum.aduaneira ou um mercado comum.

Os países participantes Os países participantes abrem mão da competência para abrem mão da competência para fixar unilateralmente os níveis tarifáriosfixar unilateralmente os níveis tarifários para as para as importações oriundas de outros países.importações oriundas de outros países.

É um passo necessário para equalizar as É um passo necessário para equalizar as condições de condições de concorrênciaconcorrência, ou seja, garantir que os produtores dos , ou seja, garantir que os produtores dos diferentes signatários pagarão o mesmo montante para diferentes signatários pagarão o mesmo montante para importação de insumos e máquinas, e, portanto, poderão importação de insumos e máquinas, e, portanto, poderão competir entre si em condição de igualdade.competir entre si em condição de igualdade.

Só poderá haver revisão das tarifas, após sua Só poderá haver revisão das tarifas, após sua definição definição em comumem comum entre os signatários, se for novamente em entre os signatários, se for novamente em conjunto.conjunto.

Há algumas exceções à TEC que são Há algumas exceções à TEC que são negociadas negociadas separadamenteseparadamente, com programas de convergência , com programas de convergência definidos para garantir a sua adequaçãodefinidos para garantir a sua adequação

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Os Os modelos de integraçãomodelos de integração baseiam-se, baseiam-se, fundamentalmente, na vontade dos Estados de fundamentalmente, na vontade dos Estados de obter, por meio de sua adoção, vantagens obter, por meio de sua adoção, vantagens econômicas que se definirão, entre outros aspectos, econômicas que se definirão, entre outros aspectos, em termos de:em termos de:

a)a) Aumento geral da produção, através de um melhor Aumento geral da produção, através de um melhor aproveitamento de economias de escala;aproveitamento de economias de escala;

b)b) Aumento de produtividade, através da exploração de Aumento de produtividade, através da exploração de vantagens comparativas entre sócios de um mesmo bloco vantagens comparativas entre sócios de um mesmo bloco econômico;econômico;

c)c) Estímulo à eficiência por meio do aumento da concorrência Estímulo à eficiência por meio do aumento da concorrência interna.interna.

Este conceito de integração é recente. Este conceito de integração é recente. Blocos são Blocos são resultados de nova ordemresultados de nova ordem

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Oceano PacíficoOceano AtlânticoPacto Andino

VenezuelaColômbia

PeruBolívia

Equador

Mercado Comum do Sul(MERCOSUL)

BrasilArgentinaParaguaiUruguai

Pacto de VisegradHungriaPolônia

Repúblicas Checa e Eslovaca

Comunidade Européia(CE)

Alemanha IrlandaBélgica LuxemburgoFrança DinamarcaEspanha Grã-BetanhaPortugal ItáliaGrécia Holanda

Associação Européia de Livre

Comércio (Aelc)Suécia NoruegaSuiça FinlândiaÁustria Islândia

Comunidade dos Estados Intependentes (CEI)

Rússia MoldáviaBielo-Rússia AzerbaijãoUcrânia ArmêniaTajiquistão CasaquistãoUzberquistão QuirquistãoGeórgia Turcomenistão

Mercado Comum dosPaíses do Leste e Sul da

África(COMESA)

Moçambique AngolaNamíbia BurundiRuanda CamarõesSomália DjibutiSuazilândia EtiópiaTanzânia QuêniaUganda LesotoZâmbia MalawiZimbabue Mauritânia

Oceano Índico

Oceano Pacífico

Associação de CooperaçãoEconômica Ásia-Pacífico (APEC)

Japão FilipinasChina AustráliaCingapura Nova-ZelândiaBrunei Coréia do SulMalásia Estados UnidosTailândia CanadáHongcong México (futuro)Taiwan Chile (futuro)

Acordo de Livre Comércio da América

do Norte (NAFTA)EUA

CanadáMéxico

MUNDO DOS BLOCOSMUNDO DOS BLOCOS

A nova geografia mundial formada pelos grandes blocos regionais que já derrubaram ouestão derrubando fronteiras comerciais para facilitar o livre trânsito de bens e serviços.