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ETEC Jaragu -Ensino Tcnico Almir Cordeiro

ED Expedio e Distribuio

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Sumrio _______________________________________________________________ 1.1. Nveis e Canais de distribuio: Tipos de distribuio 1.2. Planejamento de operao logstica 1.3. Marketing de distribuio 1.4. Identificao das caractersticas da carga 1.5. Preparao para o transporte 2.1. Documentao de expedio e distribuio 2.2. Ciclo do pedido do cliente 3. Servios ao cliente Venda e ps-venda 4. Noes de modais 5. Tipos de cargas, materiais e embalagens 6. Ocupao volumtrica (peso e volume)

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1.1. Nveis e Canais de distribuio: Tipos de distribuio _______________________________________________________________ 1. NATUREZA DOS CANAIS 1.1. Os canais ou vias de distribuio A escolha dos canais ou vias de distribuio uma importante deciso de estratgica de marketing. A deciso pode ser feita da seguinte em conjunto com outros elementos do composto de marketing ao levar em conta o produto ou servio, sua natureza, suas caractersticas e respectiva promoo de vendas e o preo. O canal ou via de distribuio um composto de um numero de organizaes ou de indivduos que se encarregam de levar o produto ou servio ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e momento convenientes a esses compradores e em condies de transferir a posse. 1.2 A funo de Marketing Para levar o produto ou servio ao lugar certo, em tempo e quantidade certos,ao comprador potencial, preciso utilizar tcnicas de Marketing e de merchandising. Para tanto, devem se desempenhar quatro funes bsicas: o transporte ou distribuio fsica de mercadorias, a estocagem da gama de produtos a ser oferecidas , a comunicao com os compradores e a transferncia de posse. No h, entretanto, necessidade de uma mesma organizao incumbir-se dessas funes. Podem se usar muitas organizaes ou pessoas diferentes. O que preciso planejar, organizar, dirigir e controlar tais funes dentro da empresa, para minimizar riscos financeiros e de resultados da funes de marketing. 1.3 Definies de vias de distribuio Os canais ou vias de distribuio so parte integrante de um sistema complexo que tem envolvido foras sociais e culturais para facilitar trocas e transaes de consumo, e so orientadas pelos aspectos legais, pela economia e pelas restries polticas e sociais. No Quadro 13.1, apresenta se uma srie de definies de canais de distribuio. TERMO DEFINIO EXEMPLO 3

___________________________________________________________________ VAREJISTA Todo tipo de estabelecimento cujo objetivo principal realizar a venda de produtos ou servios diretamente ao consumidor total. Varejo que comercializa apenas certos produtos ( especialidades ) Papelaria, ptica, farmcia, lojas de calados, armazm, bazar, lojas de tecidos, armarinhos etc. Boutiques, loja de brinquedos, loja de ferramentas. Mappin, Mesbla, Sears etc. Atacadista de tecidos, madeira, produtos de higiene e limpeza, brinquedos.

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LOJAS DE ESPECIALIDADES LOJAS DE DEPARTAMENTOS

Varejo que comercializa apenas certos produtos, diversos tipos de produtos, subdivididos em linhas de produtos chamadas departamentos. ATACADISTA Unidade de negcio que compra e revende mercadorias a varejistas e a outros comerciantes e/ou a estabelecimentos industriais, institucionais e usurios comerciantes, mas que no vende em pequenas quantidades a consumidores finais AGENTE DE Negociados de agncia de compra e VENDAS venda, ou ambas, mas que no assume a posse da mercadoria, de papis ou ttulos. REVENDEDOR Empresa que compra e revende as mercodorias e outros varejistas ou atacadistae, em muitos casos, vende a consumidores finais e presta servios ao consumidor. DISTRIBUIDOR Tal termo em geral confundido com atacadista, mas para produtos industriais ele agrega, ale da venda, armazenagem e assistncia tcnica para uma rea geogrfica de atuao delimitada. FILIAIS DE Estabelecimento mantido por um VENDAS / fabricante ou comerciante para vender AGNCIAS produtos e prestar servios em reas geogrficas com potencial de vendas. VENDEDORES Vendedores comissionados sem vnculo AUTNOMOS empregatcio, que trabalham toda linha de produtos ou parte Dela para uma empresa. REPRESENTANTES Normalmente, pessoas jurdicas DE VENDAS comissionadas para vender a linha de EXCLUSIVOS produtos de uma empresa sob relao contratual. Trabalham com

Revendedor de automveis, caminhes , tratores, peas de avies. Distribuidor de tratores e implementos agrcolas, distribuidor de mquinas e equipamentos. Filiais de vendas de empresas comerciais, industriais, bancrias, prestadoras de servios. Pessoas Fsicas

Pessoas Jurdicas

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___________________________________________________________________ exclusividade apenas os produtos de uma empresa ou produtos de diversas empresas, porm no similares. REPRESENTANTES Trabalham co produtos similares de DE VENDA NO empresas diferentes. EXCLUSIVOS VENDEDOR Atua com exclusividade em PRESIDENTES determinada rea gerogrfica onde reside MASCATE / Vendedor que compra e vende de porta CAMEL em porta ou em praa pblica mercadorias e servios. CORRETOR / Negociador de imveis, Ttulos ou INTERMEDIRIO valores ( aes, debntures, aplices de seguros Etc) que em alguns casos compra e vende e em outros apenas vende. AGENTE Colocador de produtos ou servios no EXPORTADOR mercado externo adquiridos ou no no mercado interno AGENTE Exerce a funo atacadista, agenciando COMPRADOR a compra no mercado domstico para um limitado nmero de clientes em uma base de atuao contnua. SERVIO Responsvel pela manuteno de AUTORIZADO equipamentos que atua como prestador /ASSISTNCIA de servios, com exclusividade ou no, TCNICA para determinadas linhas de produtos, AUTORIZADA sendo que , em alguns casos, vende, alm de peas e acessrios, produtos acabados. ARMAZNS E rgos pblicos especializados na SILOS PBLICOS armazenagem de gros e outros produtos para conservao e venda futura. EMPRESAS DE Empresas especializadas em levar TRANSPORTE produtos desde o ponto de produo at o ponto de consumo. As empresas de transporte do Brasil so rodovirias ( predominantemente), ferrovirias, martimais, fluviais

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Pessoas Jurdicas Pessoa Fsica Pessoa Fsica Corretor de imveis, corretor de bolsa de valores, corretor de seguros.

Assistncia tcnica de eletrodomstico,som, equipamentos industriais e outros.

CEASAS, CIBRAZEN ( Cia Brasileira Armazns ) Transporte Rodovirio: Atlas, Coral etc Ferrovrio: Rede ferroviria Federal ( REFESA ), Ferrovia Paulista S.A ( FEPASA ) ereo: Vasp, Varig, Cruzeiro, Transbrasil etc.Martimo: Libra, Netumar, Cantareira, da Amaznia etc.

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___________________________________________________________________ VENDA EM CONSIGNAO Caso em que o intermedirio vende a mercadoria do fabricante sem adquirir propriedade. Com isso , o intermedirio livra se de investimento em mercadorias, e o fabricante estimula o ingresso mais rpido do produto o mercado mantendo o controle absoluto quanto as diretrizes de venda preo de revenda, concesso de crdito etc. Empresas de prestao de servios que produzem peas publicitrias, intermediam a compra de espao em veculos como rdio, televiso, cinema, revistas, jornais, outdoor etc.As agncias cobram comisses por servios de marketing. Trata se de uma venda por cobertura geogrfica intensiva, onde o vendedor visita rua por rua e casa por casa A venda obtida por meio da literatura informativa ou outros materiais promocionais que so enviados pelo correio a clientes potenciais selecionados. A venda processa se atravs de impressos publicitrios que so enviados com carto-resposta de compra diretamente a clientes potenciais. O vendedor d ao comprador direito exclusivo sobre a comercializao do produto e/ou do uso do nome da empresa.

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AGNCIAS DE PROPAGANDA

MPM, DPZ, Salles, Alcntara Machado Periscinto etc. CBB&A

VENDA DE PORTA EM PORTA VENDA POR MALA POSTAL

AVON, ZETAFLEX, TUPERWARE, BAU DA FELICIDADE, ETC. Cartes de crdito, Consuma, De Simoni etc. Editora Abril, Consuma, Da Simoni, AGGS, IOB etc. O fabricante brasileiro de Coca cola, que produz sob licena da Coca Cola Ltda.

MARKETING DIRETO

FRANCHISE ( FRANQUIA)

1.4. O canal de marketing como um sistema A crescente importncia da distribuio o contexto mercadolgico e empresaria lbrasileiro tem mostrado diferentes dimenses da administrao, de canais e vias de distribuio. O canal pode ser visto ento como um sistema comportamental, um sistema econmico, um sistema ecolgico e mesmo como um sistema de administrao estratgica. 1.5. O canal como um sistema comportamental

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O canal de marketing constitudo normalmente por um grupo de organizaes independentes e dissociadas que operam frequentemente como um partido e ao mesmo tempo organizado sistema comportamental. A estrutura do canal pode se tornar- se mais formalizado atravs d uso de contratos e de acordos do tipo franchise. Efetivamente, o sistema comportamental aborda estruturas scio-psicolgicas de relaes entre pessoas clientes e membros do negcio. Entre essas pessoas, h todo um relacionamento de poder e de comunicao. Assim, as relaes comportamentais tem ganho dentro dos negcios, uma crescente importncia. E muita nfase tem sido dada as importncias as dinmicas de mudanas comportamentais , de modo que se torna cada dia mais importante entender e estudar esses relacionamentos.

1.6. O canal como um sistema social H muitas similaridades entre os sistemas sociais e os sistemas de distribuio, embora haja tambm muitas diferenas. O sistema social aborda os problemas de interao, tais como: influncias de poder, comunicao, papel,cooperao e conflito. No sistema de distribuio, os consumidores so tratados como uma parte do meio ambiente social, no qual, se inserem tambm os participantes das vias de distribuio. O sistema social aborda as relaes de interdependncia econmica entre as empresas mais do que o sistema comportamental. Na verdade, entre as pessoas que se acham dentro dos canais de distribuio h todo um relacionamento de poder , de comunicao, de entendimento de papel desempenhado, de cooperao e de conflito. Exemplifica se a Volkswagem do Brasil, enquanto dominava 70% ou mais do mercado brasileiro de automveis., tinha uma estrutura de poder e cooperao com o revendedor, com o consumidor, com o governo, etc. diferente do momento em que ela passa a ter, por exemplo, 50% desse mercado. 1.7. O canal como um sistema econmico A influncia do preo no sistema econmico uma virtude de todo o relacionamento entre as empresas ao longo das vias de distribuio, ser estimulado ou enfraquecido por problemas de natureza econmica da qual o preo uma das variveis principais. Elevar ou baixar preos pode significar maximizar ou maximizar resultados econmicos de compradores e vendedores ao longo da via de distribuio. Exemplifica-se o atacadista compra do fabricante em grandes quantidades joga com os prazos de pagamentos e com a inflao para ganhar dinheiro, e isso possvel quando o atacadista compra na baixa para vender na alta de preos de mercado, especulando com seus estoques. 1.8. O canal como um sistema econmico O processo de interao entre a empresa e seu meio ambiente baseia-se em uma abordagem ecolgica. A sobrevivncia de uma empresa em seu meio ambiente depende de sua fora de adaptao e esse meio ambiente.

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A organizao da empresa vista como base em variveis como tamanho da empresa e de seu sistema de distribuio, seu grau de centralizao, sua integrao com meio ambiente e sua estrutura por rea produto, funo e cliente. E o desempenho de um canal de distribuio analisado dos seguintes pontos de vista: capacidade de sbrevivencia e de crescimento, de lucratividade e do grau de satisfao do cliente. Dessa maneira, o sistema ecolgico age sobre o canal enfatizando mltiplos objetivos, como a funo vital de sobrevivncia e para adaptar-se as foras do meio ambiente. Exemplo: a escolha de distribuio feita baseando-se em conta dos objetivos de sobrevivncia da empresa, que so: 1- Crescer: As empresas de pequeno porte procuram vender seus estoques atravs de atacadistas; 2- Manter a lucratividade, racionalizando custos e mesclando venda a atacados com descontos e prazos de pagamento maiores e a varejistas com descontos menores. 1.9. O canal como um sistema de administrao estratgica O sistema de distribuio o elo entre a empresa e seus clientes. Esse elo ocorre entre um numero varivel de diferentes tipos de organizaes. O sistema de administrao estratgica enfatiza a importncia da tomada de deciso e de um planejamento estratgico sistemtico. Assim, o sistema de distribuio deve estar integrado e coordenado com o uso de recursos do marketing e com o meio ambiente conforme quadros anteriores. Exemplica-se: No Brasil, a Olivetti comercializava uma mesma mquina de escrever com marcas e estratgias diferentes com diferentes canais de distribuio. O modelo Olivetti Tekne era vendido como encomenda para concessionrios da Olivetti e a Underwood para revenda em geral de matrias de escritrio.

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Exercicios _______________________________________________________________ 1- O que canais ou vias de distribuio 2- Qual a funo de Marketing 3- Explique: canal de marketing como um sistema 4- O que voc entende por canal como um sistema comportamental 5- O quem canal de um sistema social ? 6- O que voc entende por canal como um sistema econmico ?

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1.2. Planejamento de operao logstica _______________________________________________________________ 1 O que logstica? Muito se fala a respeito da logstica como sendo, atualmente, a responsvel pelo sucesso ou insucesso das organizaes. Porm, o que se pode perceber no mercado que muito pouco se sabe sobre as atividades logsticas e como as mesmas devem ser definidas nas organizaes. importante ento evitar que situaes de modismo acabem por influenciar o uso errado da palavra e, o que seria muito pior, de suas tcnicas e atividades. Mas, afinal, o que realmente a logstica? Pode-se definir logstica como sendo a juno de quatro atividades bsicas: as de aquisio, movimentao, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, imperativo que as atividades de planejamento logstico, quer sejam de materiais ou de processos, estejamintimamente relacionadas com as funes de manufatura e marketing. Otermo Logstica, de acordo com o Dicionrio Aurlio, vem do francs logistique e tem como uma de suas definies a .parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realizao de: projeto e desenvolvimento, obteno, armazenamento, transporte, distribuio, reparao, manuteno e evacuao de material (para fins operativos ou administrativos). preciso atentar para a definio correta do termo logstica e a sua aplicao como diferencial competitivo em qualquer tipo de organizao Pela definio do Council of Logistics Management, .Logstica a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econmico de matrias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informaes a eles relativas,

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desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o propsito de atender s exigncias dos clientes.. Existem diversos tipos de organizao, sejam privadas ou pblicas, que se utilizam dos servios logsticos, como empresas manufatureiras, empresas de transporte, empresas alimentcias, Foras Armadas, servios postais, distribuio de petrleo, transporte pblico e muitas outras. Logstica a chave de muitos negcios por muitas razes, entre as quais inclumos o alto custo de operao das cadeias de abastecimento. Pode-se perceber que a tendncia das organizaes a horizontalizao, atividade em que muitos produtos at ento produzidos por determinada empresa do fim da cadeia de fornecimento passam a ser produzidos por outras empresas, ampliando o nmero de fontes de suprimento e dificultando a administrao desse exrcito de fornecedores. Algum pode estar perguntando: se os custos so to altos, por que ento horizontalizar e criar demanda para atividades logsticas? A resposta para a indagao acima se resume em duas palavras: Mercado Globalizado. medida que as empresas investem em parceiros comerciais, aumentam os gastos com o planejamento de toda a cadeia. Mas, analisando essa situao de forma holstica, percebe-se que h uma reduo de custos. Mais importante do que tal reduo, a atividade logstica passa a agregar valor, melhorando os nveis de satisfao dos usurios. Entretanto, a mudana na atividade logstica se no for acompanhada por todas as organizaes, levar falncia daquelas que no se enquadrarem. Mas ainda pode ficar uma questo a ser resolvida: como se d a reduo nos custos? Tal reduo, acompanhada de um estudo logstico, explicada pela especializao das empresas fornecedoras, haja vista que as mesmas acabam por investir em tecnologia de ponta para os desenvolvimentos dos materiais, at ento produzidos pela empresa que est no fim da cadeia, e que agora passaro a ser produzidos pela mais nova empresa horizontalizada. A partir desse momento, a tendncia que exista uma reduo de custos, proporcionada pelo ganho de escala na produo e pelo desenvolvimento tecnolgico, focado agora em uma determinada linha de produto. Como se pode perceber, a atividade logstica est inserida em diversos pontos da organizao e sua correta aplicao se faz necessria para o bom andamento das atividades. 2 O gerenciamento da cadeia de abastecimento Atualmente as organizaes so desafiadas a operar de forma eficiente e eficaz para garantir a continuidade de suas atividades, o que as obriga a constantemente desenvolver vantagens em novas frentes de atuao. As demandas impostas pelo aumento da complexidade operacional e pela exigncia de maiores nveis de servio pelos clientes,masque anseiam por preos declinantes, servem de exemplo aqui. Surgeumaquesto:comoagregar mais valor e, aomesmo tempo, reduzir os custos, garantindo o aumento da lucratividade? A logstica tem sido uma das maneiras mais freqentemente utilizadas para vencer esses desafios. A explicao reside na sua capacidade de evoluir para responder as necessidades advindas das profundas e constantes mudanas que as 11

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organizaes esto enfrentando. O modo como a logstica vem sendo aplicada e desenvolvida, no meio empresarial e acadmico, denota a evoluo do seu conceito, a ampliao das atividades sob sua responsabilidade e, mais recentemente, o entendimento de sua importncia estratgica. Em seu estgio mais avanado, est sendo utilizada para o planejamento de processos de negcios que integram no s as reas funcionais da empresa, como tambm a coordenao e o alinhamento dos esforos de diversas organizaes na busca por reduzir custos e agregar o mximo valor ao cliente final.Aisto tem sido dado o nome de Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento ou, em ingls, Supply Chain Management. Em uma primeira fase, a logstica foi aplicada de forma fragmentada, onde se buscou melhorar o desempenho individual de cada uma das atividades bsicas. Ou seja, no havia uma abordagem sistmica, a nfase era funcional e a execuo dava-se por departamentos especializados. No momento seguinte, diversos fatores evidenciaram o imperativo de que as atividades funcionais deveriam ser executadas de forma integrada e harmoniosa para obter-se uma boa performance da organizao. O avano na tecnologia da informao e a adoo de um gerenciamento orientado para processos facilitaram essa mudana. Essa etapa conhecida como logstica integrada. Isto culminou com a percepo de que o processo logstico no comea e nem termina nos limites da prpria empresa. Na verdade, o incio se d na correta escolha e no estabelecimento de parcerias com fornecedores, exigindo ademais que o canal de distribuio esteja apto a atender plenamente s necessidades e expectativas do cliente final. Para citar um exemplo, um fabricante de barras de chocolate s atingir sucesso pleno quando o consumidor aprovar a qualidade de seu produto e do servio ofertado no momento da compra. Isso refora a idia de que esse fabricante e o varejo devem se unir e focar sua ateno na agregao de valor para o cliente final. Se isto no acontecer, toda a cadeia ter falhado e poder ser substituda por outra mais apta. Esse fato mostra que a competio est acontecendo entre cadeias. Diante desse cenrio, muitas empresas vm empreendendo esforos para organizar uma rede integrada e realizar de forma eficiente e gil o fluxo de materiais, que vai dos fornecedores e atinge os consumidores, garantindo a sincronizao com o fluxo de informaes que acontece no sentido contrrio. As empresas que tm implementado o Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento esto conseguindo significativas redues de estoque, otimizao dos transportes e eliminao das perdas, principalmente aquelas que acontecem nas interfaces entre as organizaes e que so representadas pelas duplicidades de esforos. Como agregao de valor, esto conseguindo maior confiabilidade e flexibilidade, melhoram o desempenho de seus produtos e esto conseguindo lanar novos produtos em menores intervalos de tempo. Em suma, o Supply Chain Management consiste no estabelecimento de relaes de parceiras, de longo prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva, que passaro a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informaes de modo a desenvolverem as suas atividades logsticas de forma integrada, atravs e entre suas organizaes.Comisso, melhoram o desempenho

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conjunto pela busca de oportunidades, implementada em toda a cadeia, e pela reduo de custos para agregar mais valor ao cliente final. Apesar dos expressivos resultados obtidos, muitas dificuldades existem na implementao desse conceito, pois torna-se necessria uma profunda anlise na cultura das empresas que iro compor a cadeia. A viso funcional deve ser abandonada, informaes precisam ser compartilhadas, inclusive aquelas sobre os custos. Os relacionamentos devem ser construdos com base em confiana mtua; o horizonte de tempo desloca-se do curto para o longo prazo e um dos elos, chamado de elo forte, ser responsvel pela coordenao do sistema e seu desempenho neste papel ser fundamental par o atingimento dos objetivos. Um outro desafio equacionar os diferentes tamanhos e objetivos dos componentes, e como isso exige uma mudana de cultura, o estabelecimento da cadeia requer tempo e esforo. Dada a complexidade desse novo arranjo, que passa a ter dimenso interorganizacional, a medio de desempenho necessita de indicadores que permitam o controle da performance da cadeia como um todo. No se pode esquecer que deve existir compatibilidade entre os sistemas de informao dos elos, que muitas vezes se utilizam de plataformas diferentes. Por ltimo, e muitas vezes esquecido, est o fato de que o elemento humano de suma importncia e, portanto, dever ser treinado e estar preparado para esta nova realidade. Cabe registrar a escassez de profissionais nessa rea, em especial, aqueles com viso sistmica e conhecedores de todas as atividades logsticas. Embora o conceito de Supply Chain Management ainda esteja sendo desenvolvido e no exista uma metodologia nica para a sua implementao, a sua adoo poder ser uma fonte potencial de obteno de vantagem competitiva para as organizaes e mostra-se como um caminho a ser seguido pelas demais. No Brasil, a maioria das empresas ainda est aplicando a logstica de forma embrionria, o que as coloca em desvantagem diante de concorrentes externos. Poucos so os segmentos mais adiantados, como os da indstria automobilstica e dos supermercados, que adotaram tais medidas. Esforos para mudar este cenrio j esto acontecendo, o que permite uma viso mais otimista na aplicao da logstica no aproveitamento de seus benefcios para o pas, melhorando assim nossa capacidade de competir. 3 Logstica e competitividade Competir preciso e, portanto, uma realidade que no se pode mais ignorar. Assim, todas as organizaes buscam diferenciar-se de seus concorrentes para conquistar e manter clientes. S que isto est se tornando cada vez mais difcil. O aumento da arena competitiva, representado pelas possibilidades de consumo e produo globalizadas, a necessidade de que se faam lanamentos mais freqentes de novos produtos, os quais, em geral, tero ciclos de vida curtos, e a mudana no perfil dos clientes, cada vez mais bem informados e exigentes, foram as empresas e serem criativas, geis e flexveis, mas tambm a aumentar a sua qualidade e confiabilidade. Sem dvida, tarefas que esto desafiando os executivos em todo o mundo e exigindo maiores esforos. Muitas so as teorias sobre a obteno de vantagem competitiva.

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Segundo estas, essa vantagem deveria ser o mais duradoura possvel e tornarse bem perceptvel aos olhos dos clientes, colocando assim a organizao numa posio de supremacia diante de seus concorrentes. O ponto de convergncia de todas essas abordagens consiste em produzir a um custo menor, emagregar mais valor, ou empoder atender de maneira mais efetiva s necessidades de um determinado nicho de mercado. Numa situao ideal, o objetivo seria atingir esses alvos simultaneamente, o que pode soar conflitante. Pesquisas recentes mostram que os produtos, de modo geral, esto se tornando cada vez mais parecidos na percepo dos clientes. A atualizao tecnolgica, a aplicao de processos produtivos mais competentes e enxutos e o acesso a fontes de suprimento capazes de garantir matrias-primas de qualidade so realidades que esto permitindo o nivelamento dos fabricantes de um mesmo produto. Alm disso, percebe-se que as marcas esto perdendo o seu poder de seduo e conseqentemente os fabricantes esto caindo em uma vala comum, transformando os produtos em commodities. Esses fatos tm evidenciado que a diferenciao pode ser obtida pela prestao de um maior e mais completo pacote de servios. Isto representa um desafio, pois a oferta dessas comodidades deve vir acompanhada da manuteno ou, mesmo, da reduo dos preos praticados. E, ao se criarem maiores expectativas para os clientes, tambm a qualidade das operaes passa a ser um atributo-chave. Se a empresa no for capaz de cumprir as suas promessas, o cliente ficar profundamente frustrado. Neste momento, pode ser delineada a aplicao da logstica para a obteno de vantagem competitiva. As metas da logstica so as de disponibilizar o produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condies adequadas para o cliente certo ao preo justo. Assim, fica evidente a inteno de se atingir, simultaneamente, a eficincia e a eficcia nesse processo. A reduo de custos se dar pela suavizao e correta execuo do fluxo de materiais que passar a ser feito de forma sincronizada com o fluxo de informaes, possibilitando reduo dos inventrios, maior utilizao dos ativos envolvidos, eliminao dos desperdcios, otimizao dos sistemas de transporte e armazenagem. Ou seja, haver o emprego racional e a otimizao de todos os fatores utilizados. O que significa dizer que sero trocadas incertezas por informaes que permitiro, atravs de um processo bem coordenado, minimizar os recursos necessrios para a realizao das atividades, sem perda de qualidade no atendimento ao cliente final. A agregao de valor poder surgir da oferta de entregas mais confiveis e freqentes, em menores quantidades, da oferta de maior variedade de produtos, melhores servios de ps-venda, maiores facilidades de se fazer negcio e sua singularizao na organizao.Todas essas facilidades podero ser transformadasem um diferencial aos olhos do cliente, que pode estar disposto a pagar um valor mais alto por melhores servios, que representem benefcios. Por exemplo, entregas mais rpidas,emmenores quantidades, e confiveis permitem que o cliente trabalhe com estoques menores, possibilitando diminuir os seus investimentos. A atividade logstica est diretamente voltada para a resoluo da 14

___________________________________________________________________ grande questo: como agregar mais valor e, ao mesmo tempo, reduzir os custos garantindo o aumento da lucratividade?

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Ao adotar o conceito de Supply Chain Management, a organizao amplia sua viso e pode se tornar muito mais gil e mais flexvel do que os concorrentes, o que seria extremamente desejvel. O projeto e o desenvolvimento conjunto de produtos permitem que uma cadeia lance novos produtos, com mais rapidez, podendo ser dotados de melhor funcionalidade e ser produzidos a custos totais mais baixos.Comoexiste parceria, o planejamento estratgico ser compartilhado e os riscos sero divididos. Conceitos mais modernos como Outsourcing e o Global Sourcing passam a ser utilizados e d-se uma mudana no foco do relacionamento, que passa a serumesforo cooperativo na procura pelo aumento da lucratividade. Neste ambiente, novos arranjos produtivos podem ser desenvolvidos, empregando o conceito de co-localizao.o que se pode observar, por exemplo, nos condomnios industriais, ou no consrcio modular empregado na fbrica de caminhes daVolkswagem,emResende no Estado do Rio de Janeiro, onde se percebe que as montadoras de automveis, na recente instalao de suas modernas plantas produtivas no Brasil, lanaram mo de tais arranjos. Para que um sistema logstico seja corretamente implantado e atinja os objetivos planejados, alguns pontos precisam ser observados: a) o sistema deve ser planejado para atender as necessidades dos clientes; b) o pessoal envolvido deve ser treinado e estar capacitado; c) devem ser definidos os nveis de servios a serem oferecidos; d) a segmentao dos servios deve dar-se de acordo com os requisitos de servio dos clientes e com a lucratividade de cada segmento; e) faz-se necessria a utilizao de tecnologia de informao para integrar as operaes; f) h que haver consistentes previses de demanda e a percepo do seu comportamento; g) por fim, necessita-se da adoo de indicadores de desempenho que permitam garantir que os objetivos sejam alcanados. A logstica poder ser, portanto, o caminho para a diferenciao de uma empresa aos olhos de seus clientes, para a reduo dos custos e para agregao de valor, o que ir ser refletido num aumento da lucratividade.Uma empresa mais lucrativa e com menores custos estar, sem dvida, em uma posio de superioridade em relao aos seus concorrentes. Porm, a logstica por si s no alcanar esses resultados, sendo necessrio que esteja inserida no processo de planejamento de negcio da organizao e alinhada com os demais esforos para atingir sucesso no seu segmento de atuao. No est se propondo que a logstica seja a tbua de salvao deumnegcio mal organizado e mal gerenciado, mas sim que seja vista como uma opo real que j foi adotada por muitas empresas e, at mesmo, pases para o aumento de sua competitividade.

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___________________________________________________________________ 4 As aplicaes logsticas

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A funo logstica, para ser bem executada, deve responder a algumas questes bsicas, diludas ao longo da cadeia de suprimento, tema que j foi abordado no tpico dois. Para facilitar nossa explanao, vamos demonstrar esquematicamente uma cadeia de suprimentos na figura 1.

Analisando a cadeia acima, pode-se dividi-la em 4 grandes grupos: O primeiro como sendo o grupo dos fornecedores; o segundo, o grupo de empresas manufatureiras, que transformam as diversas matrias-primas em produtos acabados; o terceiro grande grupo so os centros de distribuio, responsveis em receber, acondicionar e entregar os produtos ao quarto grande grupo, que so os consumidores finais. Quatro grandes grupos formam a cadeia logstica: fornecedor, manufatura, distribuio e consumidor As atividades logsticas devero, em cada um dos quatro grandes grupos, encontrar respostas para algumas questes, quais sejam as aplicaes em anlise: a) Fornecedores: de quem se adquirem materiais e componentes. Aqui se pode perceber a importncia da atividade logstica no desenvolvimento dos fornecedores, uma atividade de fundamental importncia, a exemplo do que esto fazendo as montadoras de automveis, colocando os seus principais fornecedores dentro do seu parque fabril. b) Manufatureiras: onde se vai produzir, ou seja, onde se vai instalar a fbrica; quanto e quando produzir determinado produto. Aqui fica clara a atividade de planejamento de materiais, pois a partir das decises acima que poder ser definida toda a poltica de estoques da organizao em questo.

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c) Centros de distribuio: onde se devem armazenar produtos acabados? Onde se devem armazenar peas de reposio? Quanto se deve armazenar de peas e de produtos acabados? Aqui fica clara a preocupao com o nvel de servio a ser repassado ao consumidor. Muitos produtos em estoque, sejam peas de reposio ou produtos acabados, e diversos locais de armazenagem melhoram, sem sombra de dvida, o nvel de servio para o consumidor, porm com uma conseqente elevao dos custos, o que, em ultima anlise, diminuir as vendas devido ao incremento nos preos de venda. d) Consumidores: este quarto e ltimo grande grupo dentro da cadeia de suprimentos o ponto central onde desembocam todos os outros grupos. Entretanto, no se deve supor de antemo que a organizao ser perfeita e atender a todos os mercados com a mesma presteza. Nesse sentido, a atividade logstica estar preocupada em definir para que mercado ser fornecido o produto e com que nvel de servio. sempre bom lembrar tambm que a definio do nvel de servio implica um incremento de custos: quanto maior o nvel, tanto mais caro. No fossem suficientes as respostas a todas as questes acima, no se pode esquecer ainda que essas definies logsticas envolvem algumas caractersticas fundamentais das organizaes, em nvel estratgico, como o impacto em mltiplas funes dentro das organizaes, a troca ou trade-off entre objetivos conflitantes, como aumentar vendas, diminuindo custos e barateando os produtos, ou aumentar o nvel de servio, com um acrscimo, em curto prazo, nos custos. Some-se a tais dvidas a dificuldade de se precisar o custo que sistemas logsticos iro gerar; nesse sentido, anlises quantitativas so essenciais para a tomada de decises inteligentes e cientficas, no calcadas no .achismo. e em sensaes estranhas. 5 A estratgia logstica No poderamos deixar de tratar,mesmoque sumariamente, da importncia de se traar uma correta estratgia e como pode ser efetivada. Uma definio estratgica inclui necessidades do negcio, decises disponveis e possveis, ttica e viso do desenho e da operao do sistema logstico, alm dos critrios de avaliao de desempenho de todo o sistema, indispensveis para a verificao do rumo que a organizao est tomando e dos resultados que as mudanas esto trazendo. Historicamente, os produtos tinham de ser empurrados pela cadeia de suprimentos, sendo que as necessidades quantitativas desses produtos eram baseadas em planejamentos de compras ou planejamentos de demandas futuras, o que quase nunca ocorria. Como a chance de erro ainda bastante grande, muitas empresas comearam a se utilizar de altos estoques para se resguardarem de eventuais quebras de estoque, seja de matria-prima ou de produtos acabados. O que ocorre na situao descrita acima que, com o objetivo de garantir a satisfao das solicitaes dos clientes e no faltar material . o que levaria ao emperramento de toda a cadeia de suprimentos, deixando-a lenta e inflexvel s 17

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rpidas mudanas exigidas pelo mercado ., o custo dos inventrios acaba subindo demasiadamente. Dessa maneira, a preocupao em manter altos nveis de estoque para elevar o nvel de atendimento acaba, no mdio prazo (e em alguns casos no curto prazo), por diminuir o nvel de atendimento, com o atravancamento de todas as atividades logsticas. Mas o que fazer para melhorar esse cenrio? Voltamos ao que foi exposto anteriormente, nas questes a serem respondidas para os quatro grandes grupos logsticos. Basicamente, as organizaes tm de se preocupar com a constante reduo dos nveis de inventrio e a conseqente reduo nos custos de armazenagem desse material, comprando mais vezes e em quantidades menores. O que se est procurando demonstrar a importncia da aplicao da filosofia JIT (Just-in-time) nas redes logsticas. Poucos itens em estoque, compras freqentes, qualidade assegurada com um bom desenvolvimento de fornecedores, entre outras, so atividades que aprimoraro toda a cadeia de abastecimento e, melhor, com reduo de custos. Para que isso se consolide, a integrao dos diversos membros de toda a cadeia essencial. Porm, no suficiente a mera integrao filosfica; preciso que a informao flua livre e rapidamente por toda a rede de suprimentos. Fica claro que a integrao de membros e o fluxo de informaes so atividade inter-relacionadas em uma cadeia de suprimentos.Acorreta e rpida transmisso de informaes um diferencial estratgico que coloca as organizaes que investem em tais recursos em vantagem competitiva junto s demais. No estamos defendendo a idia de que isso fcil de ser feito, mas sim de que , ou ser brevemente, necessrio ser feito. Isso tudo explica o motivo de o termo logstica estar to em moda ultimamente. Mas preciso cuidado na forma das implementaes. No existem pacotes fechados ou .receitas de bolo. para a implementao de plataformas logsticas. Somente com criteriosas anlises que as organizaes sairo vencedoras nas implementaes logsticas. Resumo O presente captulo pretendeu desmistificar o termo logstica como sendo uma atividade de gerenciamento aplicada apenas a grandes corporaes. Iniciouse com uma anlise a respeito da definio e nos responde, de forma clara, o porqu da implementao de estratgias logsticas. Englobou, tambm, a anlise do gerenciamento da cadeia de abastecimento e como a logstica vem vencendo a batalha do comrcio globalizado. Comentou a importncia das parcerias com fornecedores e clientes, criando o que se chama de supply Chain, objetivando a equalizao dos diferentes tamanhos e objetivos dos componentes da rede. Salientou-se a importncia da percepo dos clientes em relao aos produtos e o que a logstica pode fazer para agregar valor, reduzindo custos e melhorando a lucratividade. Analisou as aplicaes logsticas, dividindo-asem4 grandes grupos que devem funcionar interligados e finaliza com a anlise da estratgia logstica, como fator de planejamento e de reduo de estoques, muito comentado, mas pouco trabalhado

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Exercicios _______________________________________________________________

1- O que logstica? 2- O que voc entende por gerenciamento da cadeia de abastecimento ? 3- Discorra sobre Logstica e competitividade. 4- Quais as principais aplicaes logsticas ? 5- O que estratgia de logstica ?

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1.3. Marketing de distribuio _______________________________________________________________ Marketing como ferramenta logstica um dos processos da cadeia de suprimentos. Sua atividade hoje de interligar o cliente ao restante da cadeia. Muito sabemos da sua importncia, mas, como funo logstica vai alm do simples fato do atendimento ao cliente e as vendas. Tem a ver com o posicionamento da empresa em relao ao mercado. Posicionamento com objetivo de alcanar competitividade e conseqentemente a lucratividade. Na Logstica uma das atividades de conexo com o cliente: demanda, produto, estruturao dos canais de distribuio. Para termos distribuio fsica necessrio implantarmos primeiramente toda a estrutura de canais de distribuio. Hoje, dentro de uma viso moderna de Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos), os canais de distribuio tem quatro funes bsicas: induo da demanda, satisfao da demanda, psvendas (todo o trabalho de relacionamento com o cliente, desenvolvimento de novos produtos e servios com base em pesquisas no ponto de consumo) e troca de informaes (NOVAES, 2001). Com isso, percebemos a importncia de Marketing a servio da atividade logstica, conectando o cliente cadeia. Toda essa conexo dentro da cadeia (indstria, fornecedores e clientes) traz tona estas funes alavancadas pelo starte do cliente gerando uma previso (forecast) na cadeia. Bem, como vemos o cliente inicia o processo logstico l no ponto de venda. A induo de demanda uma ferramenta poderosa na logstica de marketing como propulsora do processo e conduz s outras funes como a satisfao da demanda onde iremos perceber no s a satisfao da demanda prevista, mas, sim poderemos observar uma demanda reprimida por algum produto ou servio inexistente no mercado, mas que desejado por algum consumidor. no ponto de venda que conseguimos captar essa satisfao da demanda atravs de pesquisas e informaes obtida diretas com o cliente. A ps-venda uma das funes que atende o cliente quanto satisfao, pesquisa de novos produtos e servios e informaes sobre o cliente. Em recente pesquisa revela que a eficincia deste servio disponvel ao cliente mostra a reduo de custos ao longo da cadeia logstica quanto a: previso (forecast) diminui a margem de oscilaes e consequentemente de erros (falta ou excesso de produto) e auxilia no processo de compras (quando e quanto comprar); aumento significativo na qualidade das informaes sobre o cliente e suas preferncias e isso nos leva a trabalhar com dados mais verdicos; maior confiabilidade no desenvolvimento de novos produtos e servios; reduo de custos e transparncia de informaes ao longo da cadeia. 20

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Alm das funes dos canais de distribuio citadas acima devemos verificar o nmero de nveis intermedirios e a largura do canal (nmero de empresas que atuam) na cadeia de suprimento. Na questo do nmero de nveis de intermedirios vamos ter trs tipos de nveis, a saber: - canal de nvel zero (no possui intermedirios entre o fabricante e o consumidor); - canal de nvel um (existncia de um intermedirio entre o fabricante e o consumidor) e - canal de dois nveis (com dois intermedirios entre o fabricante e o consumidor). A largura do canal, ou seja, o nmero de empresas atuante no canal verificado da seguinte maneira: distribuio exclusiva (nico distribuidor na regio); distribuio seletiva (mais de um distribuidor, porm haver controle da atuao do mesmo) e distribuio intensiva (mais de um distribuidor de maneira aberta). A importncia da quantidade dos nveis de intermedirios e a largura do canal so fundamental no posicionamento da empresa no mercado, ou seja, de que maneira ir conquistar fatia de mercado(market share). claro que estas decises esto intrinsicamente ligadas na observao do tipo de produto com o seguinte questionamento: se forem produtos de consumo freqente, produtos que iro envolver pesquisa e se so produtos especiais. A partir destas observaes h condies para a estruturao e definio dos canais de distribuio e posteriormente chegarmos distribuio fsica. Portanto a Logstica do Marketing leva a empresa a posicionar-se em relao ao seu produto: participao de mercado, da marca, dos servios. A empresa passa a questionar se o cliente adquire seu produto ou o servio oferecido em relao ao produto ofertado, e ainda sobre o percentual de participao dos produtos. Em relao distribuio deve-se ter o cuidado de verificar algumas caractersticas em relao ao produto. Estas caractersticas so fundamentais para o posicionamento da empresa no mercado, pois uma m escolha no tipo de distribuio pode acarretar na interrupo das atividades da empresa. Como citamos anteriormente, a preocupao com a demanda (induo e satisfao) uma das funes do Marketing, pois atravs da previso (forecast) que conseguimos o ponto de equilbrio entre a capacidade de produo e os pedidos dos clientes. Alm disso, a previso auxilia outras reas como compras e distribuio. Outra funo dos canais de distribuio a constante troca de informaes ao longo da cadeia objetivando a qualidade do nvel de servio entre os parceiros. A importncia do Marketing para a logstica vai alm do pensamento de comercializar (vendas) os produtos, embora isso seja importante. Mas no devemos nos ater somente nisso. A amplitude de marketing na cadeia est para o posicionamento de mercado, ou seja, como a empresa posiciona-se em relao ao mercado. 21

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Exercicios _______________________________________________________________

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1- Faa um breve resumo, relatando o seu entendimento sobre Marketing de distribuio, no necessrio a entrega, apenas para conceito.

1.4. Identificao das caractersticas da carga _______________________________________________________________

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OPERACIONALIZANDO A ATIVIDADE LOGSTICA

1. Planejamento da Operao Logstica O processo decisrio inicia-se com o planejamento da operao logstica. Trs atividades despontam nesta fase de planejamento: a identificao das caractersticas da carga, a preparao para o transporte e a escolha do modo de transporte (modal). 2.1.1. Identificao das caractersticas da carga Na identificao das caractersticas da carga, devemos observar se estamos tratando com carga geral ou a granel. A carga geral caracteriza-se por uma variedade muito grande de produtos, que podem ser transportados de diferentes modos. Mquinas, automveis, componentes e peas so alguns exemplos de uma enorme gama de produtos considerados como carga geral. A carga a granel representada por produtos lquidos, gasosos ou slidos, normalmente transportados por esteiras ou dutos, e armazenadas em tanques ou silos. Combustveis, gases, gros e minrios so alguns exemplos de carga a granel. Nessa avaliao, devemos apurar questes como perecibilidade, fragilidade, periculosidade e dimenses e pesos considerados especiais. Cargas perecveis necessitam de infra-estrutura especial de refrigerao. J as cargas frgeis precisam de embalagens reforadas e manuseio cuidadoso durante transporte e transbordos. O transporte e manuseio de cargas perigosas regulamentado internacionalmente e uma srie de restries so impostas ao transporte areo. As cargas com dimenses e pesos especiais possuem tratamento diferenciado por parte dos transportadores, sendo importante conhecer muito bem as restries impostas pelo modal e a necessidade de infra-estrutura especial para deslocamento e operaes de carga e descarga, como o caso do transporte de enormes turbinas de usinas hidreltricas atravs das rodovias brasileiras, onde so utilizados batedores da Polcia Rodoviria Federal e guindastes especiais.

Exercicios _______________________________________________________________

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___________________________________________________________________ 1- Faa um breve resumo, relatando o seu entendimento sobre Identificao das caractersticas da carga, no necessrio a entrega, apenas para conceito.

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1.5. Preparao para o transporte _______________________________________________________________

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___________________________________________________________________ 2.1.2. Preparao para o transporte

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Na preparao para o transporte, o processo decisrio envolve o tipo de embalagem, a marcao da carga e a convenincia ou necessidade de unitiz-la. No estudo de viabilidade da embalagem, consideramos economias que podero ser obtidas em funo do modo de transporte a ser utilizado. Essa anlise mais tcnica, visto que envolve um estudo detalhado acerca do risco de ocorrncia de danos carga e da adequao de materiais utilizados na confeco da embalagem. Devido s suas caractersticas tcnicas, cada vez mais empresas vem terceirizando essa atividade. A marcao da carga um outro aspecto importante na preparao para o transporte. Vrias so as finalidades dessa marcao. Ela serve para identificar os detentores da carga, informar como manuse-la e qual o tipo de carga, como por exemplo, se so radioativas ou perigosas, sendo, nesse caso, mandatria a utilizao de etiquetas com smbolos pictricos estabelecidos pelas normas ISO. Dentre as inmeras caractersticas que a marcao deve possuir esto a legibilidade, a indelebilidade e o atendimento a requisitos de localizao e conformidade. Uma etiqueta deve ser completa e resistir, permanecendo legvel durante todo o trnsito da cadeia logstica. Finalmente, ainda dentro dessa preliminar que antecede o transporte, temos que considerar o conceito de unitizao. A unitizao pressupe o agrupamento de um ou mais itens de carga geral que sero transportados como uma unidade nica e indivisvel. Os equipamentos normalmente utilizados so os pallets e os containers. A anlise de viabilidade envolvendo a unitizao deve considerar, de uma lado, os custos de aluguel ou aquisio dos equipamentos e de outro, os benefcios normalmente concedidos pelos embarcadores, transportadores e seguradoras, atravs de descontos nas tarifas de frete e prmios de seguro, devido facilitao no manuseio e maior segurana imposta contra riscos de danos ou furto da carga. 2.1.3. Escolha do modal de transporte Ainda relacionado ao planejamento da operao logstica, consideramos tambm o estudo a respeito da escolha do modal de transporte. Esse estudo enfoca principalmente a equao entre os tipos de cargas, de embalagens e de transportes. Diversas so as variveis que entram nesse processo decisrio. Relao peso-volume, valor da carga, distncia da movimentao, competio inter e intramodal, possibilidade de danos carga e o custo do servio (frete mais outras despesas correlatas) so algumas variveis usualmente consideradas nessa anlise. Cada modal possui diferentes caractersticas que determinam sua adequao ao transporte de cargas especficas. Por exemplo, o transporte areo bastante caro e limitado em termos de peso e espao disponvel nas aeronaves. 26

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Este transporte considerado apropriado para produtos de pequeno volume e alto valor agregado, ou, ainda, para produtos perecveis. Por outro lado, matriasprimas a granel, como o carvo ou minrio de ferro, so transportadas de forma mais barata, porm mais lentamente, atravs do transporte martimo, hidrovirio ou ferrovirio. Nem todos os tipos de transporte so adequados para todos os tipos de cargas. As caractersticas fsicas de uma carga podem limitar as alternativas de transporte. Por exemplo, gases e combustveis no devem ser transportados via area, nem rodoviria, sendo mais indicado o transporte dutovirio, por questo de segurana. Em geral, o modal de transporte escolhido com base nos seguintes requisitos:

velocidade de entrega; confiabilidade de entrega; possvel deteriorao da qualidade; custos de transporte; flexibilidade de rota.

Transporte Rodovirio

O transporte rodovirio internacional aquele efetuado por caminhes e carretas, normalmente ligando pases limtrofes. Pode tambm ligar pases que no possuam fronteiras entre si, passando por um terceiro pas, desde que este o permita. Para viagens de curta e mdia distncias, o modal rodovirio o mais utilizado no comrcio internacional de mercadorias. Dentre as suas principais caractersticas, podemos citar:

simplicidade de funcionamento; maior disponibilidade para embarques urgentes; permite integrar regies, mesmo as mais afastadas, bem como o interior do pas; vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para exportador e importador; 27

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menor manuseio da carga, sendo o veculo lacrado no local de carregamento e aberto no local de entrega; rapidez na entrega em curta distncia; possibilidade de utilizao de embalagens mais simples e de menor custo.

O rodovirio pea fundamental, permitindo que a multimodalidade e a intermodalidade possam ser realizadas. Apenas ele tem a capacidade de interligar os diversos modais, abrangendo todo o percurso da mercadoria. Por via de regra, apresenta preos de frete mais elevados do que os modais ferrovirio e aquavirio, portanto sendo recomendado para mercadorias de alto valor ou perecveis. No recomendado para produtos agrcolas a granel, cujo custo muito baixo para este modal. Neste sentido, funcionaria apenas como complementador dos demais modais, entretanto, no isto o que ocorre na prtica em nosso pas. Tipos de Veculos Utilizados e Produtos Transportados Os veculos utilizados so basicamente:

Caminhes: veculos fixos constitudos de cabine, motor e unidade de carga (carroceria), nos mais diversos tamanhos, com 2 ou 3 eixos, podendo atingir a capacidade de carga de at 23 toneladas. Apresenta carroceria aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou fechados (bas), sendo que estes ltimos podem ser equipados com maquinrio de refrigerao para o transporte de produtos refrigerados ou congelados. Carretas: veculos articulados, com unidades de trao e de carga em mdulos separados (cavalo mecnico e semi-reboque). Tambm podem ser abertos ou fechados, com as mesmas configuraes dos caminhes. Apresentam diversos tamanhos, com capacidade de carga chegando at 30 toneladas, dependendo do nmero de eixos do cavalo mecnico e do semi reboque. Mais versteis que os caminhes, podem deixar o semi-reboque sendo carregado e recolh-lo posteriormente, permitindo com isso que o transportador realize maior nmero de viagens. Cegonheiras: especficos para transporte de automveis; Boogies/Trailers/Chassis/Plataformas: veculos apropriados para transporte de containers, geralmente de 20 e 40 (vinte e quarenta ps). Treminhes: veculos semelhantes s carretas, formados por cavalos mecnicos, semi-reboques e reboques, portanto compostos de trs partes, podendo carregar dois containers de 20. No podem transitar em qualquer estrada, face ao seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas). Seguem apenas roteiros preestabelecidos e autorizados pelo Ministrio dos Transportes.

As vantagens dos treminhes sobre os boogies, os quais tambm podem transportar dois containers de 20 sobre a plataforma para 40 so:

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a. maior segurana no transporte dos dois containers, suportados cada um por uma plataforma individual; b. capacidade para suportar um peso maior; c. facilidade no estufamento dos containers separadamente, em plataformas de embarque onde no existam equipamentos prprios para movimentao de containers. Documentao: Conhecimento de Transporte O Conhecimento Internacional de Transporte Rodovirio de Cargas CRT (Carta de Porte Internacional), aprovado na XVII Reunio de Ministros de Obras Pblicas e Transportes dos Pases do Cone Sul, em Setembro/90, Assuno, Paraguai, documento de emisso obrigatria, em trs vias originais (uma para o exportador, outra acompanha a mercadoria e a terceira para o transportador). O CRT tem a funo de:

contrato de transporte terrestre; recibo de entrega da carga; ttulo de crdito.

Neste documento devem constar dados como: embarcador, consignatrio, locais de origem e destino da mercadoria, ponto de fronteira de liberao da mercadoria/veculo, data de entrega da mercadoria ao transportador, descrio da mercadoria, sua embalagem, pesos e quantidades, marcas especiais, valor do frete, entre outros. O CRT deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu representante e a mercadoria deve ser vistoriada por ocasio do embarque. Se o documento no trouxer ressalvas, indica que o transportador recebeu a mercadoria com a embalagem externa e a quantidade em perfeitas condies. Qualquer condio defeituosa da mercadoria deve constar do documento para salvaguardar o transportador e o destinatrio da mercadoria. Fretes O frete normalmente composto da seguinte maneira:

Frete bsico: calculado sobre o peso ou volume da mercadoria e a distncia percorrida; Taxa Ad Valorem: calculada sobre o valor FOB da mercadoria; Taxa de expediente: pode ser cobrada para cobrir despesas com a emisso do Conhecimento de Embarque.

tambm bastante comum que o frete seja cobrado por unidade de transporte (carreta, caminho, etc.), ou seja, um frete global, fechado por viagem. Neste caso, pode-se ou no cobrar a taxa ad valorem. Neste modal no existem acordos de frete, devido ao grande nmero de transportadores, de maneira que a concorrncia bastante acirrada. O frete pode ser de duas modalidades quanto ao seu pagamento: 29

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Pr-pago (prepaid): pago na origem, ou seja, na ocasio do embarque, pelo exportador; A pagar (collect): pago no destino, pelo importador.

Legislao O transporte rodovirio no Cone Sul regido pelo Convnio sobre Transporte Internacional Terrestre firmado por Brasil, Argentina, Bolvia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru, no sentido de regulamentar o transporte terrestre entre estes pases. Este documento trata dos aspectos pertinentes ao transporte internacional por rodovias e dos procedimentos relativos aos assuntos aduaneiros, migratrios, de seguros e disposies gerais de operacionalidade do sistema. Este documento permitiu determinar os direitos e obrigaes dos transportadores, bem como garantir o trfego regular de veculos e viagens diretas entre pases. Pode-se utilizar o MIC/DTA (Manifesto Internacional de Carga Rodoviria/Declarao de Trnsito Aduaneiro), um formulrio nico, fazendo-se a combinao do Manifesto de Carga com o Trnsito Aduaneiro, quando a quantidade de carga for suficiente para lotar o veculo. Com isto, eliminam-se os atrasos no cruzamento da fronteira, tornando o tempo de viagem mais curto, j que o veculo no precisa ficar retido na fronteira espera de vistoria da carga transportada. Neste sistema, o pagamento dos impostos de importao pode ser feito no destino final (e no na fronteira), utilizando veculo permissionado, que lacrado aps ser carregado pelo exportador e conferido pela Aduana/Receita Federal. O nmero do lacre mencionado no MIC/DTA e ser verificado na fronteira. No tendo havido ruptura ou violao, a carga ser liberada para seguir viagem. Embora este sistema de eliminao de vistoria e pagamento de impostos em fronteira parea perfeito, traz o inconveniente de apenas transferi-los para o destino final. isto pode, dependendo das condies locais, criar atrasos maiores que o tempo ganho na fronteira. Permissionrios Para operar no transporte internacional de cargas, a empresa transportadora dever obter junto s autoridades do seu pas uma autorizao, que no Brasil chamada de Documento de Idoneidade. A empresa, para solicit-lo, deve estar inscrita no RETRIC (Registro Cadastral de Habilitao de Empresa de Transporte Internacional de Cargas) do Ministrio dos Transportes. A empresa deve obter esta permisso em cada pas alvo de suas operaes. O CTRC

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O CTRC ou conhecimento de transporte rodovirio de carga um documento obrigatrio emitido pela transportadora aps a carga chegar da coleta.

O Conhecimento contm as principais informaes relacionadas com a carga transportada e o principal documento que inclusive garante todos os seus direitos. utilizado para acompanhar a carga durante o transporte, funciona como comprovante de entrega ao destinatrio, usado para faturamento e cobrana. Nele encontramos as principais informaes sobre o material transportado, no qual o cliente tem a garantia de embarque e entrega de suas mercadorias em perfeitas condies. No CTRC voc vai encontrar detalhes como: nome e endereo do remetente e do destinatrio, dados das notas fiscais, valor, peso, quantidade de volumes, e tambm o valor pago para o transporte e o comprovante de recebimento de sua mercadoria junto ao seu cliente.

Identificao das caractersticas da carga e preparao para o transporte 1) Coleta e entrega: dificuldade de efetuar uma correta distribuio de peso por eixo, uma vez que os veculos so carregados ou descarregados ao longo do trajeto. Solues: Elaborar roteiros para que o veculo fique o menor tempo possvel com um dos eixos sobrecarregado. 2) Bebidas e botijes de gs: Carroarias especiais que agilizem a carga e descarga, geralmente pelas laterais. Inclinao no piso para evitar o deslizamento das garrafas. 3) Cargas lquidas e cereais a granel: Problemas de sobrecarga em um dos eixos nos aclives, declives e curvas. Solues: Tanques anteparos. providos internamente de quebra-ondas ou

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4) Operaes com equipamentos basculantes: Necessrio ngulo de basculamento de 50 graus para evitar resistncia ao deslizamento. Cuidados tambm na posio do veculo durante a descarga (sempre plana e nivelada).

5) Animais: Carroarias com divisrias que reduzem a compresso dos animais. Rampa para carga e descarga com ngulo recomendvel de 30 graus.

6) Contineres, cargas longas, tratores e mquinas rodovirias: Cuidados com peso e altura mxima permitida, carroaria extensvel se necessrio, dispositivos para fixao no piso.

Exercicios _______________________________________________________________

1- Qual a finalidade da preparao para o transporte ?

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___________________________________________________________________ 2- Quais a importncia de uma boa escolha do modal de transporte ? 3- Discorra sobre CRT Conhecimento Rodovirio de Transporte ? 4- O que voc entende sobre fretes ? 5- Quais a principais caractersticas da carga e preparao para o transporte

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2.1. Documentao de expedio e distribuio _______________________________________________________________

Histrico dos Almoxarifados Primitivos

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O almoxarifado se constitua em um depsito, quase sempre o pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram acumulados de qualquer forma, utilizando mo-de-obra desqualificada. Com o tempo surgiram sistemas de manuseio e de armazenagem bastante sofisticados, o que acarretou aumento da produtividade, maior segurana nas operaes de controle e rapidez na obteno das informaes. O termo Almoxarifado derivado de um vocbulo rabe que significa " depositar".

Conceituao

Almoxarifado o local destinado guarda e conservao de materiais, em recinto coberto ou no, adequado sua natureza, tendo a funo de destinar espaos onde permanecer cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localizao, equipamentos e disposio interna acondicionados poltica geral de estoques da empresa. O almoxarifado dever: 1. assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida, no local certo, quando necessrio; 2. impedir que haja divergncias de inventrio e perdas de qualquer natureza; 3. preservar a qualidade e as quantidades exatas; 4. possuir instalaes adequadas e recursos de movimentao e distribuio suficientes a um atendimento rpido e eficiente; Depositar materiais em um almoxarifado o mesmo que depositar dinheiro em um banco Portanto pode-se comparar o esquema de funcionamento do almoxarifado ao de um banco, conforme esquema abaixo :

BANCO ALMOXARIFADO Entrada para estoque Ficha de depsito bancrio Nota fiscal de compra Sada do estoque Cheque Requisio de material

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___________________________________________________________________ Eficincia do Almoxarifado A eficincia de um almoxarifado depende fundamentalmente : 1. da reduo das distncias internas percorridas pela carga e do conseqente aumento do nmero das viagens de ida e volta; 2. do aumento do tamanho mdio das unidades armazenadas; 3. da melhor utilizao de sua capacidade volumtrica;

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Organizao do Almoxarifado

O organograma funcional do almoxarifado est demonstrado na figura abaixo : Analisando o organograma funcional de um almoxarifado podemos resumir as suas principais atribuies : 1. Receber para guarda e proteo os materiais adquiridos pela empresa; 2. Entregar os materiais mediante requisies autorizadas aos usurios da empresa; 3. Manter atualizados os registros necessrios; Vamos analisar os setores componentes da estrutura funcional do almoxarifado :

CONTROLE :

Embora no haja meno na estrutura organizacional do almoxarifado, o controle deve fazer parte do conjunto de atribuies de cada setor envolvido, qual seja, recebimento, armazenagem e distribuio. O controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades que se encontram disposio em processo de recebimento, as devolues ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas.

RECEBIMENTO

As atividades de recebimento abrangem desde a recepo do material na entrega pelo fornecedor at a entrada nos estoques. A funo de recebimento de materiais mdulo de um sistema global integrado com as reas de contabilidade, compras e transportes e caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques fsico e contbil. O recebimento compreende quatro fases : 1. 1a fase : Entrada de materiais; 35

___________________________________________________________________ 2. 2a fase : Conferncia quantitativa; 3. 3a fase : Conferncia qualitativa; 4. 4a fase : Regularizao

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ARMAZENAGEM

A guarda dos materiais no Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem ser definidos no sistema de instalao e no layout adotado, proporcionando condies fsicas que preservem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupao plena do edifcio e a ordenao da arrumao. FASES DESCRIO 1A FASE: Verificao das condies de recebimento do material; 2A FASE: Identificao do material; 3A FASE: Guarda na localizao adotada; 4A FASE: Informao da localizao fsica de guarda ao controle; 5A FASE: Verificao peridica das condies de proteo e armazenamento; 6A FASE: Separao para distribuio;

DISTRIBUIO

Os materiais devem ser distribudos aos interessados mediante programao de pleno conhecimento entre as partes envolvidas.

DOCUMENTOS UTILIZADOS

Os seguintes documentos so utilizados no Almoxarifado para atendimento das diversas rotinas de trabalho : 1. Ficha de controle de estoque (para empresas ainda no informatizadas) : documento destinado a controlar manualmente o

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estoque, por meio da anotao das quantidades de entradas e sadas, visando o seu ressuprimento; 2. Ficha de Localizao (tambm para empresas ainda no informatizadas) : documento utilizado para indicar as localizaes, atravs de cdigos, onde o material est guardado; 3. Comunicao de Irregularidades : documento utilizado para esclarecer ao fornecedor os motivos da devoluo, quanto os aspectos qualitativo e quantitativo; 1. Relatrio tcnico de inspeo : documento utilizado para definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do fornecedor; 1. Requisio de material : documento utilizado para a retirada de materiais do almoxarifado; 1. Devoluo de material : documento utilizado para devolver ao estoque do almoxarifado as quantidades de material porventura requisitadas alm do necessrio; PERFIL DO ALMOXARIFE O material humano escolhido deve possuir alto grau de sentimento de honestidade, lealdade, confiana e disciplina. RECEBIMENTO

Conceituao

Recebimento a atividade intermediria entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade a conferncia dos materiais destinados empresa. As atribuies bsicas do Recebimento so : 1. coordenar e controlar as atividades de recebimento e devoluo de materiais; 2. analisar a documentao recebida, verificando se a compra est autorizada; 3. controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; 4. proceder a conferncia visual, verificando as condies de embalagem quanto a possveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos documentos;

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___________________________________________________________________ 5. proceder a conferncia quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos; 6. decidir pela recusa, aceite ou devoluo, conforme o caso; 7. providenciar a regularizao da recusa, devoluo ou da liberao de pagamento ao fornecedor; 8. liberar o material desembaraado para estoque no almoxarifado; A anlise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir a funo em quatro fases : 1a fase - entrada de materiais ; 2a fase - conferncia quantitativa; 3a fase - conferncia qualitativa; 4a fase - regularizao;

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1a fase - Entrada de Materiais :

A recepo dos veculos transportadores efetuada na portaria da empresa representa o incio do processo de Recebimento e tem os seguintes objetivos :

a recepo dos veculos transportadores; a triagem da documentao suporte do recebimento; constatao se a compra, objeto da Nota Fiscal em anlise, est autorizada pela empresa; constatao se a compra autorizada est no prazo de entrega contratual; constatao se o nmero do documento de compra consta na Nota Fiscal; cadastramento no sistema das informaes referentes a compras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento; o encaminhamento desses veculos para a descarga;

As compras no autorizadas ou em desacordo com a programao de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as operaes de anlise de avarias e conferncia de volumes o "Conhecimento de Transporte Rodovirio de Carga", que emitido quando do recebimento da mercadoria a ser transportada.

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___________________________________________________________________ As divergncias e irregularidades insanveis constatadas em relao s condies de contrato devem motivar a recusa do recebimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circunstncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador. O exame para constatao das avarias feito atravs da anlise da disposio das cargas, da observao das embalagens, quanto a evidncias de quebras, umidade e amassados.

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Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do material no Almoxarifado, a recepo voltada para a conferncia de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros e controles de compra. Para a descarga do veculo transportador necessria a utilizao de equipamentos especiais, quais sejam : paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. O cadastramento dos dados necessrios ao registro do recebimento do material compreende a atualizao dos seguintes sistemas :

Sistema de Administrao de Materiais e gesto de estoques: dados necessrios entrada dos materiais em estoque, visando ao seu controle; Sistema de Contas a pagar : dados referentes liberao de pendncias com fornecedores, dados necessrios atualizao da posio de fornecedores; Sistema de Compras : dados necessrios atualizao de saldos e baixa dos processos de compras; 2a fase - Conferncia Quantitativa;

a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente recebida. A conferncia por acusao tambm conhecida como " contagem cega " aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontao do recebido versus faturado efetuada a posteriori por meio do Regularizador que analisa as distores e providencia a recontagem. Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando os seguintes mtodos :

Manual : para o caso de pequenas quantidades; Por meio de clculos : para o caso que envolvem embalagens padronizadas com grandes quantidades;

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Por meio de balanas contadoras pesadoras: para casos que envolvem grande quantidade de pequenas peas como parafusos , porcas, arruelas; Pesagem : para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita atravs de balanas rodovirias ou ferrovirias; Medio : em geral as medies so feitas por meio de trenas; CONFERNCIA QUALITATIVA

Visa garantir a adequao do material ao fim que se destina. A anlise de qualidade efetuada pela inspeo tcnica, por meio da confrontao das condies contratadas na Autorizao de Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame dos seguintes itens: 1. Caractersticas dimensionais; 2. Caractersticas especficas; 3. Restries de especificao;

MODALIDADES DE INSPEO DE MATERIAIS

So selecionadas a depender do tipo de material que se est adquirindo, quais sejam : 1. Acompanhamento durante a fabricao : torna-se conveniente acompanhar in loco todas as fases de produo, por questo de segurana operacional; 2. Inspeo do produto acabado no fornecedor : por interesse do comprador, a inspeo do P. A. ser feita em cada fornecedor; 3. Inspeo por ocasio do fornecimento : a inspeo ser feita pr ocasio dos respectivos recebimentos.

DOCUMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO DE INSPEO :

1. especificao de compra do material e alternativas aprovadas; 2. desenhos e catlogos tcnicos; 3. padro de inspeo, instrumento que norteia os parmetros que o inspetor deve seguir para auxili-lo a decidir pela recusa ou aceitao do material.

SELEO DO TIPO DE INSPEO

A depender da quantidade, a inspeo pode ser total ou por amostragem, utilizando-se de conceitos estatsticos.

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___________________________________________________________________ A anlise visual tem por finalidade verificar o acabamento do material, possveis defeitos, danos pintura, amassamentos.

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A anlise dimensional tem por objetivo verificar as dimenses dos materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, dimetros. Os ensaios especficos para materiais mecnicos e eltricos comprovam a qualidade, a resistncia mecnica, o balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos. Testes no destrutivos de ultra-som, radiografia, lquido penetrante, dureza, rugosidade, hidrulicos, pneumticos tambm podem ser realizados a depender do tipo de material.

REGULARIZAO

Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmao da conferncia qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio do laudo de inspeo tcnica e pela confrontao das quantidades conferidas versus faturadas. O processo de Regularizao poder dar origem a uma das seguintes situaes : 1. liberao de pagamento ao fornecedor ( material recebido sem ressalvas); 2. liberao parcial de pagamento ao fornecedor; 3. devoluo de material ao fornecedor; 4. reclamao de falta ao fornecedor; 5. entrada do material no estoque;

Documentos envolvidos na Regularizao :

Os procedimentos de Regularizao, visando confrontao dos dados, objetivando recontagem e aceite ou no de quantidades remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes documentos : 1. 2. 3. 4. 5. 6. nota Fiscal; conhecimento de transporte rodovirio de carga; documento de contagem efetuada; relatrio tcnico da inspeo inspeo; especificao de compra; catlogos tcnicos; 41

___________________________________________________________________ 7. desenhos;

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Devoluo ao Fornecedor

O material em excesso ou com defeito ser devolvido ao Fornecedor, dentro de um prazo de 10 dias a contar da data do recebimento, acompanhado da Nota Fiscal de Devoluo, emitida pela empresa compradora.

Exercicios _______________________________________________________________

1- Qual o conceito de almoxarifado ? 2- Quais os tipos de sistemas para cadastramento de dados para registro de recebimento de materiais ? Explique-os 3- Quais as modalidades de inspeo de materiais ? Explique-as. 4- Quais so os documentos envolvidos na regularizao de uma recontagem ?

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2.2. Ciclo do pedido do cliente _______________________________________________________________ Ciclo de pedido do cliente Picking O picking, tambm conhecido por order picking (separao e preparao de pedidos), consiste na recolha em armazm de certos produtos (podendo ser diferentes em categoria e quantidades), face ao pedido de um cliente, de forma a satisfazer o mesmo (Rodrigues, 2007). Atividade de Picking Embora a atividade do picking reduza substancialmente o tempo de ciclo de pedido (tempo que vai desde o pedido do cliente at a entrega dos produtos colhidos em armazm ao mesmo), este tem um acrscimo substancial, cerca de 30% a 40% (dependendo do tipo de armazenagem) do custo de mo-de-obra do armazm. Atravs do uso de sistemas de controle e monitoramento que suportem os nveis de servio, esta atividade deve ser bastante flexvel de forma a assegurar

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uma operao de qualidade face ao progressivo aumento das necessidades e exigncias dos clientes (BRENO PATRICK, 2010). Como melhorar o sistema de picking? Seja qual for o tamanho do armazm, tipo e volume de estoque armazenado ou sistema de controle em vigor, o maior fator a que se deve atender no melhoramento do picking de um armazm o posicionamento dos produtos e o fluxo de informao e documentos (Rodrigues, 2007): Produtos

Prioridade aos produtos com maior giro:

A primeira interveno, ser distinguir os tipos de produtos existentes em armazm, atribuindo-lhes classificaes do tipo A, B ou C (segundo a lei de Pareto). Observar-se- que 20% dos produtos corresponderam a 80% das movimentaes em armazm. Essa minoria de produtos com maior giro deve ser colocada em pontos de mais fcil acesso para os operadores, fazendo com que estes os retirem ou reponham, mais rapidamente.

Organizao dos pedidos segundo a sua localizao:

Cada pedido de picking deve vir organizado tendo em conta as proximidades entre os produtos pretendidos assim como a acessibilidade aos mesmos tendo em vista minimizar os deslocamentos do operador.

Implementao de um sistema apurado de localizao de produtos:

Atravs deste meio de localizao rpida do produto, por endereo ou esquema, podemos reduzir de forma considervel a procura pelo artigo, acelerando a atividade de separao de artigos.

No proceder contagem de produtos durante a separao:

A contagem de produtos recolhidos durante a atividade de separao um forte contributo para o aumento do tempo de ciclo de pedido. Assim, os produtos devem vir agrupados em caixas ou caixotes (packs) com quantidades significativas do mesmo, por exemplo, se o cliente desejar 50 pacotes de pastilhas elsticas, devem existir em armazm packs de 10 pastilhas elsticas, precisando, o operador, apenas de contar 5 packs, tornando mais rpida a recolha e a contagem do produto. Documentao

Uso de documentos classificados e de fcil operacionalidade:

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Estes documentos devem conter informao de forma clara e sucinta para que o operador seja rpido a interpret-la, facilitando a atividade de separao dos produtos. Deve-se restringir localizao, descrio e quantidade do produto. Estes trs tpicos devem ser corretamente destacados no documento para rpida leitura. Quanto menos tempo se perder na leitura do documento e na procura do produto menor ser o tempo de atividade e assim se obter melhor rendimento do picking.

Eliminao de documentos em papel:

A informao escrita em papel serve para ser lida, interpretada e realizada pelo operador e em casos excepcionais, comparada com algum sistema de controle. Esta forma de atuar d, frequentemente, origem a erros. Os documentos em papel devem ser ento substitudos por leitores de cdigos de barra, sistemas de reconhecimento de voz ou terminais de rdio. Operao

Avaliao do operador:

Os operadores responsveis pelo sistema de picking devem ser avaliados segundo a sua performance e correcta separao de produtos. Em casos de desvios a uma potencial margem de erro, deve-se analisar no s o operador, assim como o sistema de forma a descobrir a fonte do erro.

Organizao da atividade de picking Como j referido anteriormente, o fator deslocao, durante a recolha de pedidos, o principal contribuinte para o tempo gasto pelos operadores. Com isto, e tendo em vista a reduo do tempo de deslocao, h que se minimizar essas movimentaes de forma a aumentar a produtividade.

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___________________________________________________________________ Scanner de mo para leitura

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Para tal e como no poderia deixar de ser, existem solues tecnolgicas que deslocam, armazenam e recolhem produtos com alta preciso, velocidade e eficcia. Carrousels, mini-loads, sistemas AS/RS (Automatic Storage e Retrieval Systems) e WMS so exemplos desses sistemas que trazem at ao operador os produtos especficos durante a recolha, cooperando para a reduo da movimentao do mesmo e do tempo de contagem (Rodrigues, 2007). Com vista reduo da documentao e dos tempos de procura, deve-se proceder implementao de um sistema de leitores pticos e cdigos de barras (Rodrigues, 2007). Geralmente, aps a implementao de um processo de picking, h a tendncia para se recorrer de imediato ao uso destas tecnologias sem tomar em conta, a priori, a estratgia de picking a utilizar. Dependendo do tipo de empresa e da metodologia praticada, existem solues tecnolgicas que podero apenas trazer empresa um acrscimo de custos quando a soluo poderia constar apenas na alterao das estratgias de organizao dos operadores( Rodrigues, 2007).

Estratgias de organizao do picking Os fatores cruciais na definio da estratgia a adotar numa atividade de picking so o nmero de operadores por pedido (se necessrio apenas um trabalhador a operar por pedido ou o apoio de mais), o nmero de produtos por pedido (se o operador deve recolher um ou vrios pedidos em um ou vrios deslocamentos) e os perodos para agendamento do picking (qual o nmero de janelas para a recolha de produtos que devem ser feitas por turno e conciliar o picking com outras atividades como o recebimento e expedio de produtos) (Rodrigues, 2007). Com base nestes conceitos, podemos diferenciar quatro estratgias de recolha de produtos:

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___________________________________________________________________ Picking discreto

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Neste mtodo, apenas um operador que inicia e completa a recolha, coletando apenas um produto por pedido. Corresponde forma de recolha de produtos mais fcil a operar, tendo um baixo ndice de erro associado. Apesar da margem de erro ser reduzida, o mtodo que origina um maior decrscimo da produtividade devido ao excesso de tempo perdido durante os deslocamentos (Breno, 2008).

Picking por zona

A rea de armazenagem dividida em zonas, conforme os produtos nelas existentes, e cada zona est a cargo de um operador. Face a um pedido (de vrios produtos), cada operador recolhe, das suas respectivas zonas, esses produtos e deposita-os numa rea comum de consolidao. Isto significa que podem existir vrios trabalhadores a operar para apenas um pedido, o que vantajoso em termos de deslocao, reduzindo-a substancialmente. A maior dificuldade deste mtodo balancear os artigos e equipamentos de apoio existentes em armazm, segundo o seu giro, de forma a no sobrecarregar uma zona com pedidos. Contudo, as zonas mais produtivas tero que ser as melhor equipadas (Barros, 2005).

Picking por lote

Neste tipo de atividade, h acumulao de pedidos e por cada deslocao do operador rea de produto pretendido, este acarta com a soma das quantidades pedidas. Este mtodo resulta numa maior produtividade do operador desde que o nmero de produtos a recolher esteja de acordo com a capacidade fsica do trabalhador. Apesar disto, o ndice de erro neste mtodo aumenta quanto separao e ordenao dos pedidos (Breno, 2009).

Picking por onda

um mtodo similar ao picking discreto: a cada operador corresponde a coleta de um produto. A diferena consiste no nmero de agendamentos de pedidos num turno, assim, os produtos so recolhidos em certos perodos do dia, trazendo vantagens para a conciliao do picking com a recepo e expedio de produtos. Outra vantagem deve-se a esta metodologia poderse fundir a outros mtodos de picking, como o caso do picking por zona. Mais uma vez, ter e manter um balanceamento apurado da linha fulcral para esta atividade de forma a evitar a sobrecarga de operadores ou equipamentos (Barros, 2005).

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___________________________________________________________________ Bucket Brigades

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Uma outra nova estratgia de picking fora desenvolvida por professores da prestigiada Georgia Tech (Universidade da Georgia) e j usada em vrias empresas de renome como o caso da Readers Digest, Blockbuster Music ou Mitsubishi Consumer Electronics America. Esta estratgia denominada de Bucket Brigades tem como funo auto-balancear as linhas de produo dessas empresas. Isto , atravs do aumento ou diminuio das taxas de pedido, o sistema se auto-organiza, evitando o sobrecarregamento de operadores e/ou equipamentos (Rodrigues, 2007). Vantagens

Os principais benefcios do uso da estratgia de bucket brigades so (Rodrigues, 2007):

Reduo da necessidade de planejamento e administrao da linha; Por meio do auto-ajuste, o processo torna-se mais gil e flexvel; Com a otimizao da diviso de pedidos, o nmero das unidades processadas aumenta; Reduo do trabalho secundrio e aumento da qualidade do principal trabalho.

A simulao no picking Para ajuda na deciso das estratgias e equipamentos a usar nas diversas alternativas do picking, a simulao, apresenta-se como uma ferramenta bastante til. Desta forma, aps o traar das alternativas viveis ao projeto, devem ser criados modelos computacionais com base em (Rodrigues, 2007):

tempo de atividade; nmero de trabalhadores; nmero de equipamentos (empilhadoras, esteiras, etc.); 48

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nmero de produtos; perfil dos pedidos; estratgia de picking; etc.

O exemplo de um bom sistema a adotar um sistema com uma base estatstica nos diversos parmetros do picking, como nos tempos de recolha e separao de pedidos, nmero de pedidos recolhidos por dia, utilizao da capacidade dos trabalhadores, utilizao de recursos, etc. Por meio deste modelo permitido simular virtualmente esta conjugao de atividades e assim fazer uma anlise financeira, prevendo se existe uma relao desejada entre o custo de cada alternativa e o desempenho desejado, evitando a compra antecipada de equipamentos e/ou contratao de pessoas (Rodrigues, 2007).

Exercicios _______________________________________________________________ 1- O que Picking e qual a sua principal finalidade ou atividade ? 2- Quais os conceitos que podemos diferenciar quatro estratgias de recolha de produtos ? Discorra de forma resumida. 3- Relate, sobre o processo de simulao no picking

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3. Servios ao cliente Venda e ps-venda _______________________________________________________________ Servios terceirizados de atendimento e/ou de assistncia tcnica e procedimento geral na devoluo de mercadorias ATENDIMENTO Posturas ativas Posturas reativas Posturas proativas

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___________________________________________________________________ Atendimento telefnico Atendimento pessoal

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PS-VENDA O servio ps-venda como diferencial por Cristiano Sobrinho (site: www.ciaem.org.br) Manter um bom cliente hoje exige muito jogo de cintura. A qualidade, o bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais de concorrncia. A reduo da diferenciao entre os produtos fez com que hoje as empresas procurassem uma nova forma de comunicar sua marca e seu produto. aceitar ou estar fora do mercado e pior, fora da preferncia do consumidor. Como fazer ento para se manter competitiva com tanta empresa boa como sua concorrente? Uma das armas de diferenciao mais fortes hoje do mercado o ps-venda, que deve ser encarado com seriedade porque, cada vez mais, o servio um elemento de fidelizao dos clientes e certamente os impede de comparar seu servio ao de outra empresa. Nunca foi to importante manter um bom relacionamento com os clientes como agora A chave do negcio: Manter um bom relacionamento com os clientes (atuais e prospects) , hoje em dia, um fundamento bsico no mundo dos negcios. atravs da manuteno de uma carteira de clientes fiis que uma empresa pode minimizar a dependncia de tentar conquistar continuamente novos clientes, numa frentica luta com um nmero gigantesco de concorrentes, e cada vez mais capacitados. Esta acirrada perseguio a novos clientes tem aumentado dramaticamente os custos de marketing e, por esta razo, seguidamente ouvimos falar que manter os clientes conquistados sai mais barat