8

Click here to load reader

Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

30O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Prot

eção

e s

elet

ivid

ade

Paraaproteçãode faltaà terra,normalmente, são

consideradasasseguintesnormas:

-NEC®(NationalElectricCode-NFPA70-1999–Seção

230-95, alimentadores – Seção 215-10 e estruturas

remotas–Seção240-13)

-NEMAPB2.2.1999

Origem das faltas à terra Asfaltasàterrasãooriginadaspor:

(a)Reduçãodaisolaçãodevidoa:

• Temperatura(maucontato,sobrecarga);

• Umidade;

• Contaminação(pó,sal,etc.);

• Animais;

• Objetosestranhos;

• Deterioraçãodaisolaçãoporidadeouataquequímico.

(b)Danos físicos à isolação (devidoa esforços, falhas

mecânicas,perfuraçõesdaisolação)

Por Cláudio Mardegan*

Capítulo VII

Proteção de falta à terra

Figura 1 – Sistemas de terra definidos pelas conexões delta dos transformadores.

• Esforços decorrentes de sobretensões de regime ou

transitóriassobreaisolação;

• Erros humanos (durante manutenções, comissiona-

mentosouinstalações).

Características das faltas à terra Asfaltasàterrapossuemdeterminadascaracterísticas

quevalemapenaserressaltadasesãoapresentadasa

seguir:

• Amaiorpartedasfaltasenvolveaterra;

• A corrente de ajuste da proteção de falta à terra é

relativamente independente da corrente normal de

cargaeosvaloresdosajustesdaproteçãodefaltaàterra

podemsermenoresqueosdefase;

• Devidoaofatodequeascorrentesdefaltaàterranão

podemsertransferidasportransformadores

delta-estrelaoudelta-delta(ouseja,todavezquehouver

umdeltano sistema), a proteçãode falta à terrapara

cada nível de tensão é independente da proteção em

Page 2: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

31O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Figura 2 – Proteção de falta à terra de baixa tensão conforme NEC Seção 230-95.

outrosníveis. Issopermiteumajustede temporizaçãopequenoe,

consequentemente,umaatuaçãomais rápidadaproteçãode falta

à terra. A Figura 1 ilustra esta particularidade, indicando cinco

diferentessistemasdeterra;

• Faltas por arco à terra, que não são prontamente detectadas e

eliminadas,podemserextremamentedestrutivas.

Valor das correntes à terra Conformedemonstradonocapítuloanterior,ovalordacorrente

defaltaàterraécalculadopor:

Lembramos que as faltas por arco podem chegar a 20% do

valordafaltafranca.

Nocapítuloqueabordamosocurto-circuito,foimostradoque,

emsistemassolidamenteaterrados,ascorrentesdecurto-circuito

fase-terrasãodamesmaordemdegrandezadascorrentesdecurto-

circuitotrifásico(principalmentenosecundáriodotransformador).

Pode-seconstituirumerrogravíssimodeixaraproteçãodefalta

àterraporcontadaproteçãodefase,tomando-secomobaseesta

consideração,vistoque,naprática,amaiorpartedasfaltasocorre

porarco(eovalordacorrentedefaltairávariarde20%a100%da

faltafranca).

NEC – Seção 230-95

O NEC, em sua seção 230-95, prescreve que todo sistema

elétricocommaisde150Vfase-terraecomcorrentesmaioresque

1000Adevepossuirproteçãoespecíficadeterra.

Estaproteçãodeveserajustadade formaqueopickupnãoseja

superiora1200Aeatemporizaçãoprotejaoponto3000A–1segundo.

Page 3: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

32O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Prot

eção

e s

elet

ivid

ade Comparação da energia (I2t) dissipada durante uma

falta à terra para vários tipos de aterramento Neste tópico serão comparados três tipos de sistemas de

aterramento após a aplicação de uma falta à terra. Para tanto,

considereumsistemade480V,alimentadoporumtransformador

de2000kVAeZ%=6.

(a) Sistema Solidamente Aterrado (SSA)

Comojádemonstradoanteriormente,aordemdegrandezada

correntedecurto-circuitofase-terraédamesmaordemdatrifásica.

ICC1φMÁX=1/0.06xIns=16.67x2405.6

ICC1φMÁX=40093A~40000A

Parat=1s,ovalordoI2tserá:

I2t=(40000)2.1=1600000000A2.s.

(b) Sistema aterrado por resistor de 400 A (RBV)

(Aterramento por resistência de baixo valor)

Em um sistema aterrado por resistência de aterramento

limitandoovalordacorrentea400A, teremosumacorrentede

faltaàterradadapor:

ICC1φMÁX=400A

Parat=1s,ovalordoI2tserá:

I2t=(400)2.1=160000A2.s.

(c) Sistema aterrado por resistor de 5 A (RAV)

(Aterramento por resistência de alto valor)

Em um sistema aterrado por resistência de aterramento

limitandoovalordacorrentea5A, teráumacorrentedefaltaà

terradadapor:

ICC1φMÁX=5A

Parat=1s,ovalordoI2tserá:

I2t=(5)2.1=25A2.s.

(d) Comparação entre os três sistemas

Comparando-se a energia dissipada na falta durante um

segundonostrêssistemas,tem-se:

• Osistemasolidamenteaterradolibera10.000vezesmaisenergia

queosistemaaterradoporresistênciadebaixovalor(400A).

• Osistemasolidamenteaterradolibera64.000.000(64milhões)

devezesmaisenergiaqueumsistemaaterradoporresistênciade

baixovalor(5A).

Proteções específicas para arco(a) Generalidades

Existem situações em que os dispositivos de sobrecorrente

convencionaisnão seconstituemummeioeficientedeproteção

contraarco,como:

• Centelhamento namesma fase (muito comumemdisjuntores/

contatores/gavetasextraíveis);

Locaisemqueaenergiaincidente,duranteumarco,éelevadae

nãoseconsegueumaproteçãoadequadaàspessoasetc.

Para atender a estas situações, foi desenvolvido por alguns

fabricantesumreléfotossensível,ouseja,sensívelàluz.Comesta

filosofia,orelépassaamonitoraroprimeiroefeitodoarco,aluz.

Este conceito foi aperfeiçoado e pode-se atualmente integrar a

monitoraçãodaluzedasobrecorrente(simultaneamenteounão).

Assim,autilizaçãoderelésdeproteçãodearcoproporciona:

aumentona segurançadas pessoas, namelhoria naproteçãode

equipamentos, diminuição do tempo de interrupção da falta,

menor“stress” térmicoedinâmicodevidoàscorrentesdefaltae

aumentodadisponibilidade(menorMTTR).

(b) Medidas para minimizar os problemas e danos por

arcos

• Treinamento

Visto que a estatística mostra que 65% dos acidentes com

arco ocorrem durante as manutenções, as primeiras e as mais

importantesatitudesaseremtomadassão:

• ElaboraçãodeAPRparaasatividadesaseremdesenvolvidasna

manutenção;

• RealizaçãodeDDS (DiálogoDiáriodeSegurança) focandoos

pontosdemaiorrisco;

• Seguirosprocedimentosdedesenergização;

• Elaboraçãodeprocedimentosdetalhados,passoapasso;

• Utilizaçãodepessoalqualificado/habilitadoparaasatividades/

empresasespecializadas;

• Acompanhamentodosserviçoscomtécnicodesegurança;

• Utilizarequipamentosdecategoria/classe/isolaçãoapropriadas;

• Executartodasasatividadescomsupervisãolocal.

• Operações remotas

Duranteoscomissionamentos,assimcomoemreenergizações,

deve-se utilizar comando remoto, ou seja, a operação de ligar

deveficarafastada,de formaagarantirasegurançadooperador

(botoeiraousistemasupervisório/saladecontrole).

• Intertravamentos

Paraasinstalaçõesnovas,duranteasfasesdeprojeto,devem-se

prever os intertravamentos necessários para garantir a segurança

dosoperadoreseapenaspermitiraaberturadeumaseccionadora

se,esomentese,odisjuntorestiveraberto.

Parainstalaçõesexistentes,implementarintertravamentos.Veja

Figura3.

Page 4: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

34O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Prot

eção

e s

elet

ivid

ade

Figura 3 – Intertravamentos.

Figura 4 – Painel à prova de arco interno.

• Painéis à prova de arco interno

Énecessáriaautilizaçãodepainéis àprovadearco interno,

pois em painéis convencionais, em caso de arco interno, uma

pessoapodemorrermesmoestandoaalgunsmetrosdedistância

dopainel.VejaFigura4.

• Proteção física das partes vivas

• Utilização de trincos/fechos que pessoas leigas não consigam

abrir;

• Utilizarchapasdepolicarbonatoparaaproteçãodebarramentos

dequadros;

• Utilizarbarreiras;

• Encapsulamentodebarramentos.

• Inspeções termográficas

As inspeções termográficasperiódicas (bimensais, trimestrais,

quadrimestrais, semestrais ou anuais) identificam pontos de

aquecimentoquepodemculminaremarcoselétricose,logo,éum

instrumentodemanutençãopreditiva.VejaFiguras7e8.

• Controle de acesso

Criar uma forma de controle de acesso às subestações/salas

elétricas(chaves,cartõesmagnéticos,controledigital,etc.).

•Vestimentas “flame retardantes” e EPIs adequados

Utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e

vestimentas adequadas, determinadas por um estudo minucioso

de “Arc flash evaluation”, constitui-se uma forma eficiente e

Figura 6 – Camisa risco 2.

Figura 5 – Etiqueta gerada no estudo de “Arc flash evaluation”.

responsáveldeproteção,inclusiveprescritapelanormaNR10.A

Figura5ilustraumaetiquetatípicaqueumestudode“Arcflash”

gera.AFigura6indicaumavestimentatípica,categoria2.

Figura 7 – Imagem real e térmica (termograma) gerada durante uma inspeção termográfica.

Figura 8 – Câmera infra-red para inspeção termográfica.

Page 5: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

35O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

• Inspeções por ultrassom

Oultrassompodeedeve serutilizadode formaa identificar

falhas(descargasparciais)aindaemsuafaseembrionária,evitando,

assim,aformaçãofuturadearcos.VejaFigura9.

Figura 9 – Equipamento para inspeção termográfica.

• Relés sensíveis à luz/Relés de proteção de arco

Conforme mostrado no capítulo anterior, as faltas por

arco geramelevadas temperaturas, as quais retirammaterial

dasextremidadeseostransformaemvapormetálico,quese

espalha no compartimento em que ocorre a falta e também

emoutros,que,alémdeaumentarosdanos,podetransformar

afaltaporarcoemfaltasmúltiplas(bifásica,trifásica,etc).

Porsuascaracterísticas,alémdoaltopoderdedestruição

dosequipamentos,asfaltassãotambémextremamentedanosas

às pessoas que se encontram em suas circunvizinhanças.O

riscodevida,muitasvezes,existemesmoaváriosmetrosdo

pontoondeocorreuoarco.

Visandoareduzirtantoosdanosaosequipamentoscomo

àspessoas,aspesquisasmostraramqueareduçãodotempo

de eliminação de falta é de vital importância. Foi então a

partirdaíquesurgiramosreléssensíveisàluz.

Asprincipaiscaracterísticasdosrelésdeproteçãodearco

sãoapresentadasaseguir:

• Podem utilizar fibras óticas sensíveis para a detecção de

luz;

• Podemutilizarsensorespontuais;

• Otempodeatuaçãodorelémuitobaixo(ordemde2.5ms

parasaídadeestadosólidoe15msparasaídaarelé);

• O “trip” (desligamento) pode ser programado para atuar

somenteporluz;

• O“trip”(desligamento)podeserprogramadoparaatuarpor

luz+sobrecorrente;

• Monitoramentodoestadofísicodasfibrassensoras;

• Permitirseletividadelógica;

Page 6: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

36O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Prot

eção

e s

elet

ivid

ade • Proteçãode“break failure”;

• Aextensãomáximada fibra sensora (loop)édaordemde

60m;

• Monitoramentodefalhainternadorelé.

• Danos devido a faltas por arco

As faltas por arco geram elevadas temperaturas as quais

retirammaterial das extremidades e transforma-os emvapor

metálico, que se espalha no compartimento onde ocorre a

falta e também em outros, que além de aumentar os danos

podetransformarafaltaporarcoemfaltasmúltiplas(bifásica,

trifásica,etc.).

A importância do tempo na eliminação do arco

Um baixo tempo de eliminação do arco é um elemento

primordial na preservação de vidas e equipamentos/

sistemaselétricosena recolocaçãodosistemaemoperação

rapidamente.

Quando o arco é eliminado em até 35ms, os danos às

pessoas/equipamentos são irrelevantes. Se a eliminação

ocorre em até 100 ms os danos às pessoas não são sérios

(no que tange à queimaduras) e ocorrem pequenos reparos

no sistema e equipamentos. Até 500 ms, os ferimentos às

pessoasquasesempresãosérioseosdanosaosequipamentos

esistemasãograves,sendootempoderetomada/recolocação

emserviçoeretomadadeproduçãoelevados.

Apresentam-senaspáginasseguintesfotostípicasdefaltas

por arco reais ocorridas em uma planta industrial, em que

um curto-circuito ocorreu em uma gaveta de 480V (Figura

10).Houveaperdadetodaacoluna(Figura11)etambémde

outras colunas (Figuras12e13).Comopassavaum leitode

cabos (cabos de SDCD, cabos de instrumentação, cabos de

comando,cabosdesinais)sobreopainel,oscabosacabaram

também por queimar (Figura 14), paralisando a planta por

trintadiasepromovendoumprejuizodemaisde50milhões

dedólares.

Figura 10 – Curto à terra por arco em uma gaveta de 480 V.

Figura 11 – Queima de uma coluna devido a curto à terra por arco.

Figura 12 – Queima de várias colunas devido a falta à terra por arco.

Figura 13 – Queima de várias colunas devido a falta à terra por arco e queima de cabos no leito sobre o painel.

Figura 14 – Situação dos cabos do leito sobre o painel que sofreu curto à terra por arco.

Page 7: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

38O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

Prot

eção

e s

elet

ivid

ade

Figura 15 – Como passar a blindagem dentro de TCs toroidais.

Figura 16 – Proteção de falta à terra pela utilização de relé de sequência de fase.

• Casos de curto-circuito à terra mínimos em sistemas concessionários

ÉcomumasconcessionáriasutilizaremumaimpedânciadeZG=

40Ohmsnoneutroparasimularum

curto-circuito mínimo à terra com o intuito de avaliar a eficiência/

sensibilidade da proteção de falta à terra para estes baixos valores.

Lembramos que este valor deve ser multiplicado por três quando

inseridonaequaçãoapresentadanoitem“valordascorrentesàterra”.

• Otimização de ajustes de unidades de sobrecorrente de falta à terra

em sistemas aterrados por resistência

Nessessistemaséfundamentalqueaproteçãosejarealizadasempre

porTCs“Ground Sensors” ao invésde trêsTCs ligadosna conexão

residual.Atécnicaconsisteemse“tirar”osinaldetripediminuirovalor

doajustedorelédeterra.Deixa-seesteajusteporcertotempo,durante

oqualsefazenergizaçõesdeequipamentos(transformadoresepartida

demotores)eseverificaseaproteçãonãoatuanestascondições.Caso

nãoatue,deve-sediminuirumpoucomaisoajustedorelédeterrae

continuaroprocesso.

Estatécnicaparadeterminaromenorajusteconfiávelparaosrelés

deterraébemeficienteepráticanadeterminaçãodoajustedeterra.É

possívelchegaravaloresdaordemde2.5A,oumesmomenores,oque

éumvalorextremamentesensível.

Paraqueo sistemanãofiquedesprotegido (semo sinalde trip),

recomenda-seainstalaçãodeoutroreléemsérie,comorelédeterra

comumajustemaiselevado(ajusteimediatamenteanterior,játestado)

paragarantirque,duranteoprocessodeteste,casoocorraumafalta

real,nãocoloqueemriscoosistemaelétrico.

• Faltas à terra de alta impedância em ramais/alimentadores de

distribuição

Quandoocorreumafaltaàterraemumsistemadedistribuição,seja

pelorompimentodocondutor,sejaporfalhadeisolação,muitasvezes

estasfaltassãodifíceisdeseremdetectadasporrelésdesobrecorrente

convencionais, principalmente devido à sazonalidade do valor da

impedânciadefalta.Estefatoéextremamentegrave,vistoque,seafalta

nãoéeliminada,aspessoasestãoexpostasaoriscodechoqueelétrico

equeimaduras.Pode-seutilizarumadastécnicasoutodas,conformeo

graudeproteçãodesejado.

Aseguir,algumastécnicaspossíveis:

a.Emsistemassolidamenteaterrados;

b.Emsistemasaterradosporimpedânciapormeioderelédesobretensão

(função59);

c.Emsistemasaterradosporimpedânciapormeioderelédesobretensão

deterra(função59N).

a. Faltas à terra em linhas radiais com fonte apenas

de um lado em sistemas solidamente aterrados

Existem situações em que a linha aérea atravessa trechos em

quepodehaverapresençadepessoasquenãoconhecemos riscos

daeletricidadee,adicionalmente,essas linhaspodemterseuscabos

rompidos em locais de impedância muito elevada de forma que

a proteção de sobrecorrente terra dificilmente detecte esta falta. É

apresentadanaFigura16umaformadeseobteraproteçãodefaltaà

terraindependentementedovalordaimpedâncianopontodefaltaque

consisteemseinstalarumrelédesequênciadefasenabarradacarga.

Estatécnicatambémpodeserutilizadaemsistemasaterrados

porimpedância.

b. Em sistemas aterrados por impedância via relé de

sobretensão (59)

Esta técnica consiste em utilizar um relé de sobretensão no

Alguns casos práticos Procurou-secolocar,nesteitem,algunscasosdanãoatuação

daproteçãodefaltaàterra.

• Arcos na mesma fase

Arco nas garras (tulipa) de uma mesma fase de disjuntores

extraíveis constituem-se casos emque já ocorreramem sistemas

elétricos. Neste tipo de ocorrência, os relés de sobrecorrente

normaisnãoosidentificamcomofalta.Assim,aformamaiseficiente

deseobterproteçãoconsistenautilizaçãoderelésprotetoresde

arcoetambématuarpreditivamentecomtermovisãoeultrassom.

Quandoosrelésdesobrecorrenteidentificamafalta,osdanos

quasesemprejásãosérioseostempospararecolocaçãodopainel

emserviçosãoelevados.

• Fechamento errado da malha das blindagens de cabos de

média tensão com a utilização de TCs “Ground Sensors”

Quando se tem TCs toroidais aplicados em cabos com

blindagem, após o fechamento das blindagens das três fases,

deve-sevoltarcomablindagempordentrodotoroide.AFigura15

ilustraasligaçõescorretaseincorretas.Deve-seobservaraposição

dafonte(source)emrelaçãoàcarga(load).

Ofechamentoerradodasmalhasdeaterramentopodefazeroreléde

terranãooperar.Vejaasformaserradaecorretadesefazerofechamento.

Page 8: Ed54 Fasc Protecao Seletividade CapVII

39O Setor Elétrico / Julho de 2010

Apoio

*CLÁUDIO MARDEGAN é engenheiro eletricista formado pela Escola Federal de

Engenharia de Itajubá (atualmente Unifei). Trabalhou como engenheiro de estudos

e desenvolveu softwares de curto-circuito, load flow e seletividade na plataforma do

AutoCad®. Além disso, tem experiência na área de projetos, engenharia de campo,

montagem, manutenção, comissionamento e start up. Em 1995 fundou a empresa

EngePower® Engenharia e Comércio Ltda, especializada em engenharia elétrica,

benchmark e em estudos elétricos no Brasil, na qual atualmente é sócio diretor. O

material apresentado nestes fascículos colecionáveis é uma síntese de parte de um

livro que está para ser publicado pelo autor, resultado de 30 anos de trabalho.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃOConfira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br

Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail [email protected]

Figura 17 – Proteção de falta à terra por meio da utilização de relé de sequência de sobretensão.

Figura 18 – Proteção de falta à terra por meio da utilização de relé de sequência de sobretensão de sequência zero.

Nota:Oobjetivodetemporizarestafunçãoéodecoordenarcomos

relésdesobrecorrentedefaltaàterra.

c. Sistemas aterrados por impedância usando relé de

sobretensão de terra (59N)

Esta técnicaconsisteemempregarum reléde sobretensãono

secundáriode3TPs(degrupodeligação3)conectadosemestrela

aterradanoprimárioenosecundário,podendo-seutilizarafunção

59N calculada pelo relé ou o secundário ligado em delta aberto

utilizandoafunção59Npelaentradafísicanorelé.Semfaltaàterra,

asomatóriadastensõesdefasenodeltaabertoézero.Quandouma

fasevaiàterra,atensãonosterminaisaumentanormalmenteentre

duasa três vezes a tensãodo secundáriodoTP.Deve-secalcular

o valor desta sobretensão para ajustar o relé. Temporiza-se esta

unidade para coordenar comos relés de sobrecorrente de falta à

terra.AFigura18ilustraoexposto.

secundáriode3TPs(degrupodeligação3)conectadosemestrela

aterradanoprimárioenosecundário.Quandoumafasevaiàterra,

a tensãonasoutrasduassobe,o relédesobretensão identificae

enviaosinaldetripviafibra,comoindicadonaFigura17.Deve-se

calcularovalordestasobretensãoparaajustarorelé.