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ANO XV - Nº 194 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, AGOSTO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA EDIÇÃO EXTRA - SALÃO DE ARTE 2013 - SÃO PAULO FERNANDO BRAGA Leiloeiro Público 15 Anos Um dos maiores eventos de arte da América Latina e o mais tradicional do Brasil, o Salão de Arte de São Paulo comemora este ano sua 20ª edição. Apresentando um mix de arte composto por obras modernas e contemporâneas, com galerias, joalherias e antiquários, o Salão ilustra com louvor a trajetória do mercado de arte nos últimos vinte anos. Nesta edição A Relíquia conta uma parte dessa história. Páginas 12, 13, 14, 24, 25, 36, 37 e 44. INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia Pablo Picasso e Suas Mulheres Pablo Picasso e Suas Mulheres Parecia impossível a Picasso ser fiel a uma mulher... Muitas ele amou, e todas foram retratadas nas suas telas. Páginas 58 e 59. Dora Maar Mostra Casa Real Páginas 42 e 43. Os artistas do Barroco Mineiro Página 62 Affonso Romano de Sant’ Anna Página 73 O Museu do Urinol Páginas 64 e 65 20 anos do Salão 20 anos do Salão

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Edição Agosto Extra

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ANO XV - Nº 194 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, AGOSTO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

EDIÇÃO EXTRA - SALÃO DE ARTE 2013 - SÃO PAULO

FERNANDO BRAGA Leiloeiro Público

15

Anos

Um dos maiores eventos de arte da América Latina e o mais tradicional do Brasil, o Salão de Arte de São Paulocomemora este ano sua 20ª edição. Apresentando um mix de arte composto por obras modernas e contemporâneas,com galerias, joalherias e antiquários, o Salão ilustra com louvor a trajetória do mercado de arte nos últimosvinte anos. Nesta edição A Relíquia conta uma parte dessa história. Páginas 12, 13, 14, 24, 25, 36, 37 e 44.

INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORESwww.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia

Pablo Picasso e Suas MulheresPablo Picasso e Suas MulheresParecia impossível a

Picasso ser fiel auma mulher... Muitas

ele amou, e todasforam retratadas nas

suas telas. Páginas 58 e 59.

Dora Maar

Mostra Casa Real

Páginas 42 e 43.

Os artistas doBarr oco Mineiro

Página 62

Af fonso Romano de Sant’Anna

Página 73

O Museu do Urinol

Páginas 64 e 65

20 anos do Salão20 anos do Salão

Page 2: Edção 194 ipad

Agosto de 2013 A RELÍQUIA

COMPROOBRAS DE:

LEOPOLDO GOTUZZO

ÂNGELO GUIDO

LIBINDO FERRÁS

PEDRO WEINGARTNER

ADO MALAGOLI

AUGUSTO LUIZ DE FREITAS

FRANCISCO STOCKINGER

DISCAR (51) 3330.47638421.9306

e-mail: [email protected]

Rua Cel. Bordini, 907 - Moinhos de V entoCEP 90440-001 - Porto Alegre/RS

RICARDO KIMAID

Três eventos inseridos no contexto da JornadaMundial da Juventude, já noticiados por esse jor-nal, mereceram a atenção de grande parte dos fiéisdevotos da Igreja Cristã. Parte do acervo do Vati-cano e dos Museus da Itália proporcionou ao pú-blico conhecer de perto obras dos grandes mestresdo período Renascentista, que nunca haviam se au-sentado daquele país. Ticiano, Tintoretto, Michelan-gelo, Da Vinci, Rafael, entre outros, estão muito bemrepresentados por seus trabalhos em exposiçõesabertas ao público no MNBA do Rio de Janeiro eCCBB de São Paulo. São verdadeiras relíquias quenos remetem a uma época rica em transições cul-turais. Vale a pena visitar e ver ao vivo e a coresessas obras.

Vou me estender um pouco mais a outro evento,que também fez parte da abertura da programaçãoda JMJ, e está ligado à nossa história, de época nãotão longínqua. Trata-se de uma mostra das obrasdo artista plástico Dimitri Ismailovitch, de origemRussa, que após percorrer países como a Grécia,Turquia, Istambul, EUA e Inglaterra, escolheu final-mente o Rio de Janeiro para se fixar, onde viveuaté o fim de seus tempos, em 1976.

Em razão da desassistência do mercado de arte eda mídia em torno de sua obra, tornou-se um tantodesconhecido pelas novas gerações, e creio até quemuitos profissionais do mercado o desconheçam porcompleto. O Museu Villa-Lobos, abriu uma exposi-ção com seus trabalhos, cujo tema é dedicado aonosso grande mestre Antônio Francisco Lisboa, oAleijadinho. As obras que imortalizaram nosso mes-tre da arte barroca, e se tornaram Patrimônio daHumanidade, serviram de inspiração para que Is-mailovitch dedicasse um trecho do seu acervo ar-tístico, ao realizar trabalhos reproduzindo os traçoscaligráficos das esculturas do mestre em suas pin-turas. Entre telas e desenhos expostos, destaca-se"A Ceia Brasileira de Dimitri Ismailovitch", uma per-feita reedição dos personagens de Aleijadinho confi-gurados nas figuras de Cristo e seus Apóstolos.Magnífico trabalho!

Para enriquecer mais ainda o evento, na noite doVernissage os convidados ainda foram brindadoscom um recital de Wagner Tiso ao piano, alinhava-do pelo som do violoncelo executado por MárcioMallard, em instrumento que pertenceu a Villa-Lo-bos. O ápice do concerto deu-se quando ambos osmúsicos executaram os esperados Trenzinho Caipira eAs Bachianas, com arranjos de Tiso. Também é dig-na de nota a presença da cantora Jane Duboc naleitura de um texto de autoria de Carlos Drum-mond de Andrade homenageando Ismailovitch. Pa-rabenizo o curador do evento, Eduardo Mendes Ca-valcanti, pela noite agradável e rica culturalmente.

Sabem, às vezes fico me indagando: como secomportariam as novas gerações diante de eventosdessa natureza? Pessoas que estão ficando tão dis-tantes de gerações tão recentes, como a nossa, quenos fazem parecer jurássicos quando comparadas.Como é que essas pessoas veem e interpretam, por

exemplo, uma Pietá, de Michelangelo; quem foi Pie-tá, quem foi Michelangelo para eles? Devem achar"maneira", "legal", ou quem sabe, "careta". Por nãoterem recebido esse legado cultural, certamente nãodesenvolveram a sensibilidade, a sutileza e o refina-do gosto para avaliar tudo que estiver fora dos seusdias atuais.

A mercantilização das artes plásticas enclausu-rou numa caixinha de fósforo tudo que precedeua atual contemporaneidade. Arte é puro business, edesprovida do mínimo essencial que defina a suaorigem e significado.

Certa feita, um cidadão bilionário, cujo histórico ésobejamente familiar aos veículos de comunicação,em uma das tantas entrevistas concedidas a impren-sa, confessou não ver nenhuma diferença entre umaimagem de uma folhinha e uma obra de arte.

Triste realidade! O dinheiro sobrepuja tudo; a cul-tura, a poesia, o romantismo, o sentimento humano,o ser. Isso se aplica não só nas artes plásticas, mastambém na música, no teatro, no cinema e na litera-tura; essa última ainda se resguardando um poucode sua influência. Os "Mecenas" saíram de cena, e,em seu lugar, surgiram os "Mercenários" que sobre-puseram os valores patrimoniais acima dos valoresintrínsecos das artes propriamente dita.

Quiçá esses eventos acima mencionados façamrenascer em todos os que compartilham do merca-do de arte, estimulem atitudes que incitem as novasgerações a conhecerem a outra face da moeda, eingressar num mundo fascinante, hoje ocultado pe-lo desconhecimento.

Deixo aqui um convite a todos, para que nãopercam a grande oportunidade de visitar essas mos-tras, e para os mais novos, não deixem de, após as-sisti-los, pesquisar e estudá-los; verão, com isso, oquanto de novas possibilidades surgirão para seuenriquecimento cultural.

Ricardo [email protected]

www.rembrandt.com.brtel. 21 2273-3398

Bons Ventos

A RELÍQUIACir culação Nacional

Publicação mensal da Sabordo SaberEditora

FUNDADORESLitiere C. Oliveira

Luiz Carlos Marinho

EDIT OR

Litiere C. Oliveira - Reg.Prof. MTb 15109

e-mail: [email protected]

RIO DE JANEIROPublicidade:

Rua Siquira Campos, 143 - Sl 73 - Copacabana - RJTel.: 21 2265-9945

Redação / Ar quivo / DistribuiçãoRua Esteves Júnior 9, casa 01

Laranjeiras - CEP22231.160 - Rio de JaneiroTel.: 21 2265-0188 / Tel / Fax: 2265-9945

Cel.: 9613-2737 / 8899-0188e-mail: [email protected]

SÃO PAULORepresentante: Juliano Alves

Tel: (11) 5666-6240 / 995981145 / 97389-3445e-mail: [email protected]

PORTO ALEGRE

Representante: Elisa MoogTel: 51 2112-8038 / 9955-9962

DIAGRAMAÇÃOFelipe A. Oliveira

CONSELHO EDITORIALItamar Musse, Fernando Braga, Luis Octávio Louro Gomes,

Manuel Machado, Paulo Roberto S. Silva e Francisco P. Cunha,Ricardo Kimaid, Roberto Haddad, Rudinel Vicente do Couto,

Hebert Gomes, Pedro Arruda e Virgínia Arruda

COLABORADORESJoão Ubaldo Ribeiro ( ABL), Ferreira Gullar, Ledo Ivo (ABL),

Paulo Coelho (ABL), Antônio C. Austregésilo de Athayde,Rosângela de Araujo Ainbinder, Ana Beatriz Gomes, Tatiana

Maria Dourado, Rachel Brenner, Luiz Marinho, Paulo Scherer

Tiragem desta edição: 15.000 exemplares

Os conceitos e opiniões emitidas em colunas e matérias assinadas,

são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

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Aedição inaugural do mais tradicionalsalão de arte do Brasil ocorreu em1993, no Jockey Club de São Paulo.Ao tratar o mercado de arte como im-portante fator na preservação do pa-trimônio cultural, o Salão de Arte eAntiguidades, como foi nomeado ini-cialmente, desde suas origens, atri-buiu aos bens culturais um papel de

destaque e obteve o dinamismo necessário para sus-tentar sua própria existência. Nas edições seguin-tes, estabeleceu um intercâmbio entre antiquáriosdo Mercosul e adquiriu abrangência nacional e in-ternacional, também com galerias de arte entre osexpositores.

O II Salão foi montado em uma magnífica resi-dência da Rua Venezuela, no elegante bairro dosJardins, cedida por Ivani e Jorge Yunes (este, co-nhecido colecionador e amante das artes). Antes damudança definitiva de sua sede para o Salão MarcChagal, no Clube A Hebraica, em São Paulo, o even-to ainda foi realizado no Clube Paineiras. Duranteesses primeiros anos o Salão consolidou-se comoum espaço para realização de grandes negócios en-volvendo obras de arte, e sua fundadora, ArianeElkins Juliani, passou a ter a companhia de VeraChaccur Chadad na organização do evento.

Em 1998, já sediado no Clube A Hebraica, a 5ªedição do Salão de Arte e Antiguidades inaugurouo segmento de mostras especiais com "Brasil Impe-rial". O público do Salão, que crescia a cada ano,já se habituava a apreciar obras de artistas consa-grados como Aleijadinho, Marc Chagall, Di Caval-canti, Franz Post, Portinari, Renoir, Valentin, entreoutros, além de mobiliário de época e preciosos ob-jetos de arte. Nessa época, joalherias passaram a fa-zer parte do evento.

Inaugurando uma nova décadaO Salão começou a década de 2000 (7ª edição)

com diversos eventos paralelos e 75 expositoresmostrando - e também vendendo - o melhor daarte antiga, moderna e contemporânea, antiguida-des e joias da mais alta qualidade, com profissio-nais da Bahia, de Brasília, de Minas Gerais, do Pa-raná, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do RioGrande do Sul e de São Paulo, além de convida-dos especiais. Em sua maioria, o Salão apresentoupeças inéditas. Tratou-se de um acontecimento ca-

talisador de expectativas e propostas do setor. Nes-sa 7ª edição, o número de galerias participantesaumentou para 29, confirmando uma tendênciaque vinha tomando forma nas últimas edições. ALivraria Cultura também participou da feira comum estande de livros de arte e, para relaxar, osvisitantes encontraram abrigo nas mesas do ThePlace, do Coffe Shop, do Bar à Vin, da Boulangeriee do Pain de France.

A 8ª edição (2001) apresentou 90 expositores, en-tre antiquários, galerias e joalherias. A ambientaçãoe cenografia proporcionaram um show à parte. Nes-sa edição foi inaugurada a Sala Audemars Piguet ,uma exposição que contou a história dos famosos econceituados relógios dessa marca, desde sua cria-ção até os dias de hoje. A mostra dessa Sala já ti-nha percorrido vários países, sempre a convite demuseus, e chegou ao Brasil através do Salão. >>>

A RELÍQUIAAgos to de 2013

20 anos do Salão20 anos do SalãoConsiderado um dos maiores eventos de arte da América Latina, o Salão de Arte de São Paulocomemora este ano sua 20ª edição e se firma como o evento de arte mais tradicional do país.Apresentando um mix de arte composto por obras modernas e contemporâneas, com galerias,

joalherias e antiquários, o Salão, também por sua credibilidade e profissionalismo, ilustra comlouvor a trajetória do mercado de arte nos últimos vinte anos. A seguir, A Relíquia conta uma

parte dessa bela história, ilustrando a matéria com fotos de peças dos salões anteriores.

Guignard, Alberto da Veiga (1896-1962). Vaso de Florescom Girassóis, ost. 101 x 81cm - Salão de 2000

Fragmento da altar, D. José, com rica policromia edouração Talha portuguesa, séc. XVIII. Barão de

Ijuhy. 2.24 x 2.04m (Stand Fernando Motta)

Mestre Valentin, séc. XVIIIMadeira policromada, 137 x 150cm

(Steiner Galeria de Arte - 2001)

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Nessa mesma edição, uma outra Sala especialapresentou obras do jovem pintor e escultor espa-nhol Juan Diego Miguel, considerado um vanguar-dista pela utilização de diferentes materiais. Seustrabalhos fizeram sucesso na Europa e EUA. Cercade 20 mil visitantes, entre brasileiros e estrangei-ros, passaram pelo Salão, uma exposição tambéminédita no país.

O IX Salão de Arte e Antiguidades, realizado en-tre os dias 17 e 25 de agosto de 2002, recebeu 85expositores, de oito estados brasileiros, que ocupa-ram 115 estandes no Clube A Hebraica. Milhares depessoas vindas de várias partes do Brasil e do exte-rior visitaram a mostra. Sempre organizado porAriane Elkins Juliani e Vera Chaccur Chadad, o IXSalão trouxe um acervo de raras e importantesobras de arte moderna e contemporânea, além dasmais recentes criações de design em joias. As SalasEspeciais, dedicadas a segmentos específicos, combi-naram a produção artística brasileira com as deconvidados especiais da Europa. "Garimpo Brasil",com curadoria de Maria Alice Milliet, resgatou asraízes do país da arte antiga à moderna.

"O Salão é movido por um empenho geral emresgatar e descobrir, que se renova e se fortalece acada edição. E o resultado, como não poderia deixarde ser, é uma mostra harmoniosa de qualidade, me-mória e identidade", analisou a organizadora Aria-ne Elkins Juliani. A Associação de Assistência àCriança Deficiente (AACD) foi a entidade benefi-ciada pelo IX Salão, e recebeu integralmente a ren-da arrecada na bilheteria durante os nove dias doevento. "Estamos pelo segundo ano consecutivo emparceria com a AACD, por se tratar de uma insti-tuição que desenvolve um importante trabalho dereabilitação e reintegração social", afirmou VeraChaccur Chadad.

10 anos do SalãoComemorando uma década e reunindo a essência

do antiquariato e da arte moderna e contemporâ-nea, a 10ª edição do Salão de Arte e Antiguidadesaconteceu entre os dias 17 e 24 de agosto de 2003,no Salão Marc Chagal do Clube A Hebraica, em SãoPaulo. Já consolidado no mercado como referencialdo setor em toda a América Latina, o evento apre-sentou 90 expositores do Brasil e convidados inter-nacionais, entre antiquários, galerias de arte e de-signers de joias.

A s organizadoras do salão garantiam que, no XSalão, "um passeio pelos seus corredores - a áreatotal era de 3,5 mil m2 - proporcionava uma via-gem instantânea a diversas épocas, escolas e esti-los, seja no mobiliário, nos objetos raros vindos detodos os cantos do planeta ou nas telas de artistasconsagrados".

Com o apoio cultural da Secretaria de Estado eCultura, da Secretaria Municipal da Cultura e dojornal "O Estado de São Paulo", o Salão reverteunovamente toda a renda (inclusive a da bilheteria),de forma integral, para a AACD, a exemplo da edi-ção passada.

Em 2003, o Salão de Arte e Antiguidades tevecomo antiquário convidado o senhor Luis Alegria,de Portugal, e as galerias: James Goodman e Lang Fi-ne Art, de New York (EUA); Maman, Moscatelli e Ro-berto Andrada , de Buenos Aires (ARG); e GaleriaSur, de Montevidéu (URY). Como sempre aconte-

ce, foram criadas várias salas especiais, entre elasuma que mostrou a Arte Mineira. Outra atração foio restaurante do X Salão, transformado em um au-têntico engenho de cana-de-açúcar do século XVIII.

Elegância e sofisticaçãoCom algumas modificações importantes em re-

lação à última edição, o XI Salão de Arte e Antiguida-des de São Paulo (2004) foi marcado pela elegância,sofisticação e sucesso de vendas. Suas organizadorasmostraram competência mais uma vez, realizandoum grande evento, com salas de arte, palestras e

leilões de livros, documentos e moedas raras.O Clube A Hebraica recebeu mais uma vez anti-

quários, galeristas e joalheiros do Brasil e do exteri-or. Nessa edição ficaram marcadas na memória : amostra inédita Expoentes da Arte Popular Brasileira,com curadoria de Paulo Vasconcelos; a Sala Espe-cial China Milenar - Brasil Hoje, com curadoria dePedro Hiller; e a Sala Especial Clube Casa Vogue, cria-da por Sig Bergamin.

Continua na página seguinte

A RELÍQUIA Agosto de 2013

Cândido Portinari "Baiana". ost - 195461 x 50cm - (Stand Ralph Camargo - 2000)

Di Cavalcanti, 1956 - Mulataost, 98 x 63cm - (Stand Manoel Canton)

Tarsila do Amaral - "Paisagem com três casas emontanhas" - osm, 25 x 20cm 1972. (Sérgio Caribé)

Anel em ouro 18 com brilhantes. (Dvoskin &cauduro - 2000)

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Araújo: "Experiência inesquecível de prazer, oSalão de Arte e Antiguidades se transformou emum verdadeiro ponto de encontro de toda a co-munidade artística, proporcionando um diálogoextremamente oportuno e necessário entre ex-perts e interessados, cumprindo um papel for-mador e social da mais alta relevância."

Ressalte-se, ainda, que o XII Salão homena-geou dois colecionadores importantes dentro docenário nacional: Domingos Giobbi, importanteconhecedor de arte brasileira, e Ricardo Bren-nand, que criou em Pernambuco o InstitutoBrennand, tornando acessível ao público as sig-

Nessa mesma edição, imponentes coleções daChina Milenar e da Arte Popular brasileira con-viveram harmoniosamente nas Salas Especiais.Para contribuir nas comemorações dos 450 anosde São Paulo, o Salão reuniu também uma cole-ção de telas produzidas a partir de fotos (tiradasnas décadas de 1940 e 1950) do lendário fotó-grafo Militão Azevedo." Vale ainda lembrar ahomenagem prestada à artista plástica AméliaToledo, por seus 50 anos de trajetória.

Entre os expositores internacionais convida-dos estiveram presentes Luis Alegria e pessoasdo Palácio do Correio Velho, ambos de Portugal, ea Galeria Sur, de Montevidéu, no Uruguai. Umaatração à parte foram os leilões de livros raros epapéis antigos da La Mansarde Casa de Cultura eda Fólio Livraria Antiquária, que levaram ao pú-blico obras e objetos capazes de agradar ao maisexigente dos colecionadores.

O já tradicional Salão de Arte e Antiguidadesteve a sua 12ª edição em 2005, no Clube A He-braica, entre os dias 13 e 21 de agosto. Na apre-sentação do catálogo oficial do salão, o diretorda Pinacoteca do Estado, Marcelo Mattos Araújo,destacou que "A realização do Salão, em cadauma de suas edições, significa, para a cidade deSão Paulo, e para todo nosso país, um grandemomento de vida cultural. Para mim, como di-retor da Pinacoteca do Estado, neste ano em queo mais antigo museu de arte da cidade come-mora o seu primeiro centenário de atividade, éum grande privilégio poder saudar esta iniciati-va em sua décima segunda edição, que confirmaassim seu pleno êxito e sucesso." E concluiu

Continuação da página anterior

KOVSH, em Prata russa - Michael Tarasov, 1908-1917 - Moscow - Comp. 48 cm. Alt. 41 cm.

(Stand Manuel Guimarães)

Agosto de 2013 A RELÍQUIA

COMPRO pinturas e desenhos de

KARL PLATNER

LEO PUTZe dos

artistas paranaenses

Alfredo AndersenArthur Nisio

Theodoro de BonaMiguel BakunGuido Viaro

(041)3027.61609972.8585

[email protected]

nificativas peças de sua coleção. No total, foram115 estandes ocupados por 80 expositores, alémde três Salas Especiais com exposições temáti-cas:

Berlim, Berlim - exposição inédita que enfo-cou a produção contemporânea de três artistasda vanguarda alemã: Jean Yves Klein, DieterFinke e Reinhard Stangl;

Museu Afro-Brasil - o curador Emanoel Araú-jo faz um recorte da arte africana em suas dife-rentes manifestações, com direção de arte dePaulo Vasconcellos;

Bandeira / Vieira da Silva - a PinakothekeCultural reuniu pinturas, desenhos e gravurasdo brasileiro Antonio Bandeira e da portugue-sa radicada na França, Maria Helena Vieira daSilva.

Eventos Paralelos - O gemólogo André Car-valho Leite, perito credenciado pela Alfândega epelo Aeroporto Internacional Santos Dumont(RJ), fez palestra com o tema "As principais ge-mas do Mundo". Albert Shayo - expert interna-cional em Art Deco - lançou e autografa seu no-vo livro "Ferdinand Preiss. Art Deco Sculptor - TheFire and the Flame" - sobre a trajetória do escul-tor alemão.

Dois leilões complementam a programação. Arenda de sua bilheteria foi revertida integral-mente à Associação Pró-Hope - Apoio a Criançacom Câncer.

Mudança de nomeAs mudanças para 2006 começaram pelo pró-

prio nome do evento, que suprime o termo "An-tiguidades". "Mais do que uma nova denomina-ção, a decisão reflete um novo conceito. "Ecle-tismo e contemporaneidade foram palavras-chave de nossa linha de trabalho. Foi uma for-ma de nos adequarmos à atualidade e ao merca-do, atraindo também um público mais jovem",afirmou a organizadora Vera Chadad. Acredita-se que cerca de 18 mil pessoas passaram pelolocal nos dias do evento, superando as 15 mildo ano passado. Para atingir este objetivo, a es-trutura do Salão também contou com inovações.Nos moldes das grandes feiras internacionais dearte, foi constituída uma equipe de consultores.A Sala Especial "Novas Apostas", a equipe deconsultores e visitas monitoradas foram as novi-dades no evento.

Itens a serem observados não faltaram. Entreas peças expostas, telas de nomes representati-vos da produção nacional, como Cândido Por-tinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Vicente do Re-go Monteiro, Wesley Duke Lee, Djanira, LasarSegall, Aldo Bonadei e José Pancetti; esculturasdo mestre romeno D.H. Chiparus; porcelana Cia.das Índias; mobiliário brasileiro e europeu apartir do século XVII; a arte cinética de Abra-ham Palatnik; edições raras de obras de Miguelde Cervantes e Cecília Meirelles; e até uma telaque reproduz o quarto do pintor Vincent VanGogh utilizando mais de 5,4 mil brilhantes.

Leilão de Agosto de 2013Presencial e on-line

Porcelanas, pratarias, imagens, marfins, quadros, lustres, móveis,bronzes, tapetes, relógios, opalinas, faqueiros, aparelhos de

jantar, toalhas de mesa, etc

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Leilão na GaleriaExposição: 30 e 31 de agosto de 2013 das 15h às 22h

Leilão: 2 e 3 de setembro de 2013 a partir das 20h

Local: Rua Pinheiro Machado, 25 loja B e C,

Laranjeiras. Rio de Janeiro. Cep: 22231-090

Tel: (21) 2553-0791 e 9974-4409www.cristinagoston.com.br / [email protected]

Pagamos aos proprietários uma semana após o leilão

Leilão Residencial em IpanemaExposição: 17 e 18 de agosto de 2013 das 15 às 22h

Leilão: 19 e 20 de agosto de 2013 às 20h

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Agos to de 2013 A RELÍQUIA

Quatorze obras de artistas contemporâneos brasi-leiros e esculturas de Artur Lescher, pertencentes auma das mais completas e importantes coleçõesparticulares do país, compõem a Sala Especial "No-vas Apostas". A presença do consagrado NelsonLeirner - além de Jorge Guinle, Dudi Maia Rosa,Daniel Senise e Emanuel Nassar, entre outros - de-cifra a proposital ousadia do título da Sala, que con-templa uma indicação do próprio colecionador emapresentar esta que é a parte menos vista de seuacervo.

Sucesso de vendasFoi um sucesso total o Salão de Arte 2007, em sua

14° edição. Grande parte dos expositores já tinhavendido, no segundo dia da mostra, quase todas aspeças expostas. As novidades implementadas pelaorganizadora do evento, Vera Chaccur Chaddad,deram certo também neste ano, tudo funcionandoperfeitamente. O evento, como sempre realizado noSalão Marc Chagall do Clube A Hebraica, reuniu 85expositores de seis estados, entre galerias de arte,antiquários e designers de jóias. Telas dos princi-pais pintores da arte moderna e contemporânea, es-culturas, objetos de decoração, mobiliário de diver-sas épocas, pratarias e porcelanas fizeram parte doacervo.

"A trajetória do Salão de Arte enriqueceu-se aoincorporar novas manifestações artísticas e ao co-locar em relevo a arte brasileira. Sem rejeitar o valorintrínseco de suas origens - o antiquariato e o acer-vo de objetos colecionáveis - o evento ofereceu umaproposta mais abrangente, evoluída", afirmou o Em-baixador do Brasil na Organização dos EstadosAmericanos, Osmar Chohfi, na abertura do catálogoda edição do Salão.

Além dos stands, uma das atrações deste anofoi a Sala Especial "Arte Brasileira do Século XIX- O Perfil de uma Coleção" A programação para-lela incluiu também um leilão de fotografia brasi-leira contemporânea, cujo acervo foi preparadopor Emídio Luisi, cujas lentes já registraram di-versas produções do Ballet Stagium e do diretorAntunes Filho.

O Salão de Arte de 2008 completou 15 anos deexistência e se consagrou como o mais importanteevento do setor. O Salão se tornou uma tradição efunciona mesmo como um termômetro para o mer-cado de arte e antiguidades. A regularidade, a sele-ção dos expositores, a qualidade das peças expostas,o público especial, o forte apelo histórico e cultu-ral, e a organização competente de Vera ChaccurChadad são alguns dos ingredientes dessa receitade sucesso.

Dos diversos depoimentos constantes nocatálogo oficial do Salão de Arte, desta-camos dois textos; o primeiro de Ma-ria Lúcia Carneiro, ex-editora do ca-derno Casa, de “O Estado de S.Paulo”, que diz: "O Salão de Artetem sido uma oportunidade qua-se inesperada, num país desmemo-

riado, de reconstituir o melhor do passado da vida pri-vada brasileira. Em certos momentos, parece concorrercom as glórias de uma história mais antiga, que é aexibida no Salão dos antiquários de Paris."

A segunda opinião é do jornalista Carlos Souliéedo Amaral: "Por sua assiduidade e pelo dom deconciliar diversidades, o Salão de Arte tornou-seuma marca na vida cultural de São Paulo e doBrasil. Ele promove o fluxo e o encontro de rela-ções identitárias em torno de expressões regionais,nacionais e globais do fazer artístico. Leva a artedos lugares íntimos a se encontrar com a que traz oruído das ruas ou as cintilações da vaidade pessoal.E, num exercício de dissociação analítica, nos fazconstatar que a ação intelectual se funde à artesanal,num diálogo do tempo presente consigo mesmo ecom os tempos passados."

Neste ano o Salão de Arte mais uma vez reuniuantiquários, galerias de arte e designers de jóias,que exibiram suas melhores e mais importantespeças. Tradicionalmente voltado também para a di-vulgação de publicações relacionadas às artes vi-suais, o Salão promoveu o lançamento do livro "AMão Devota - Santeiros Populares nos Séculos XVI-II e XIX" do artista plástico e pesquisador José Al-berto Nemer, que apresentou diversos mestres san-teiros desconhecidos no mercado.

O espaço gastronômico foi comandado pelo bufetCitron Gastronomia, dirigido por Eduardo Moreirae pelo chef Aléssio Batilani

Os Caminhos da ArteO diferencial dessa edição esteve com a Sala Espe-

cial Os Caminhos da Arte entre aFrança e o Brasil, da qualMax Perlingeiro foi cu-rador com mes-tria. Tendo re-cebido o seloFrança 2009,pelo Ministérioda Cultura, ae x p o s i ç ã opassou a fa-zer partedo calen-dário doano daFrançan o

Brasil. A Sala Especial foi dedicada à obra de ar-tistas brasileiros que viveram na França, como An-tonio Bandeira, Cícero Dias, Flávio Shiró, Sérgio Ca-margo, Vicente Monteiro, Lygia Clark e IsmaelNery. A mostra marcou também o lançamento dolivro de mesmo nome, de autoria da escritora e pe-dagoga Nereide Schilaro Santa Rosa. A edição des-se ano também homenageou o paisagista, arquitetoe escultor baiano Zanine Caldas, que teve um loun-ge destinado a sua obra, com curadoria de Luiz Oc-távio Louro Gomes. Foram realizados dois leilões:um de joias e outro de relógios.

O Salão de Arte deste ano reuniu obras que tra-duziram as tendências do mercado de arte nacio-nal e internacional. Trata-se da mostra pioneira emseu formato realizada anualmente, sem interrupçãoe, por essa razão, ocupa posição consolidada no ca-lendário cultural brasileiro.

A relação de participantes incluiu importan-tes galerias e antiquários de todo o país e convi-dados do exterior. A relação de expositores in-cluiu, ainda, galerias especializadas em arte es-trangeira, como o japonês Minoru Nakahashi e aportuguesa Manuela Lírio. Eduardo Bettega Cu-rial, artista contemporâneo holandês, teve seupróprio stand.

A programação contou também com o lançamen-to do livro "Caminhos da Cor" de Sergio Telles.

Sala Especial: Fotografia arte e técnica- imagens de 170 anos de história

A 17ª edição do Salão de Arte ocorreu na semanaque compreendeu o dia 19 de agosto, conhecido co-mo "Dia Mundial da Fotografia", em referência àcomunicação da invenção da daguerreotipia, feitaem Paris, em 19 de agosto de 1839. Uma semana,portanto, mais do que oportuna para celebrar essa

invenção que mudou a forma de relacionamentodo ser humano com o mundo a ponto de Ba-

chelard ter denominado o séculoXX de "século da imagem" e

nosso tempo ser conheci-do como "a civilizaçãodo olhar".

O ano de 2010 assi-nalou o 170º aniversá-

rio da introdução dadaguerreotipia no Brasil.

A proposta para o 17º Salãode Arte da Hebraica foi montar

uma espécie de Gabinete decuriosidades fotográficas apartir da Coleção DanielKarp Vasquez, retraçandoa evolução técnica da fo-tografia desde os primór-

dios até a atual fase de tran-sição para a imagem digital,enfatizando o papel do livronão só como elemento de di-fusão fotográfica mas tam-bém, e principalmente, como

meio de expressão artísticae/ou pessoal para os fotógrafos;

mais uma vez com curadoria deMax Perlingeiro. >>>

Escultura em mármore, Europa,séc XIX (Stand Antonio Lordello)

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Agosto de 2013A RELÍQUIA

Na programação, o lançamento do livro “A Artede Ramón Cáceres”, com texto de Enock Sacramen-to e prefácio de Ladi Biezus. Um dos destaques foium desfile de sete joalherias em um formato dife-rente, em que as modelos andaram pelo espaço ex-positivo portando preciosas joias.

Novo espaço dedicado à arte contemporânea

Consagrada como a mais tradicional e abran-gente feira do país reunindo antiquários, galerias,joalherias e decoradores, o Salão de Arte preparoupara a sua 18ª edição uma inovação na distribui-

ção do espaço, com a criação do Boulevard deArte Contemporânea. Nessa área ficaram instala-das seis das mais conceituadas galerias do Brasil.Com a nova distribuição interna os visitantes ti-veram mais espaço para circulação e mais facili-dade para a localização dos expositores. Coman-dado por Vera Chaccur Chadad, o Salão de Arteocupou um espaço de 3.500 metros quadrados di-vidido entre 20 antiquários, nove joalheiros, umalivraria, um stand de decoração, além de 24 gale-rias de arte.

Em 2012 o Salão de Arte apresentou um mix dearte composto por obras modernas e contemporâ-

neas, gravuras, peças e livros raros, galerias, joa-lherias, antiquários, fotografias e decoradores.

Esse ano, o salão adotou um modelo de decora-ção oposto ao ambiente clássico das galerias e fei-ras do setor. Com o uso de tecido e madeira, e semo silêncio e o branco tradicionais dos endereços co-merciais, os visitantes podem se sentir à vontadepara conhecer a exposição e entrar nos estandes.Participaram do Salão de Arte cerca de 70 exposi-tores, sendo dois estrangeiros e o restante de di-versos estados do país.

Anita Malfati (1896 - 1964) - PenhacosC. 1915/1917 - osm - 30,5 x 40,5cm -

(Pinakotheke - 2002)José Pancetti - Musa da paz -

série Bahia - ost 46 x 56cm. 1950(Bolsa de arte - 2002)

Altar, Minas Gerais, século XVIII (Luiz Machado de Mello - 2003)

Manuel da Costa Ataíde,147 x 87 x 47cm.

(Antonio Foz Esc. Arte)

Georg Grimm - 1846/1887 - Fazendarecreio Bemposta - ost - 85 x 125cm.

Sergio Carybé - Maria,Óleo sobre tela, 110 x

80cm. (Galeria Sur 2008)

Cômoda-papeleira miniatura D. José ILuso-brasileira, circa 1780, jacarandá.(Sandra e Márcio - 2005)

Beatriz Milhazes - Policromias/ papel - 90 x 120cm - 2000

(Galeria H.A.P.)Cícero Dias "Casal no alpendre" ost1950 - 65 x 54cm. (Simões de Assis)

Par de anjostocheiros -Madeira poli-cromada - séc.XVIII. 185 x125cm e 198 x120cm(Itamar Musse)

Marc Chagall - L'artisteau visage rouge 1983

Oleo sobre tela - 72,5 x53,5cm (Lang Fine Art)

N.S. do Carmo,séc XVIII

Fernando Botero - Lying nude 1978ost - 131 x 186cm. (James Goodman 2003)

Pia de batismo em mármore Carrara. Séc XVIII (Caloula Filho)

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Um público estimado em 18.000 visitantes, entreartistas, apreciadores de arte e formadores de opi-nião, superou o valor movimentado em 2011. Emuma área de 3.500 m², a programação teve açõescomo abertura beneficente, coquetéis em vários es-tandes e noites de autógrafos.

2013 - 20 anos do salãoO Salão de Arte de São Paulo comemora este ano

sua 20ª edição e se firma como evento de arte maistradicional do país. Apresentando um mix de artecomposto por obras modernas e contemporâneas, gra-vuras, peças e livros raros, galerias, joalherias, anti-quários, fotografias e decoradores, a novidade desteano é uma sala especial dedicado à arte do Graffiti.

Reconhecido também por sua credibilidade e pro-fissionalismo, o Salão de Arte tem curadoria, orga-nização e direção de Vera Lucia Chaccur Chadad."São 20 anos de muita luta para fazer o Salão deArte se tornar parte do calendário de São Paulo,prestigiando artistas e galeristas do Brasil e do exte-rior. O crescimento é resultado de muita dedicaçãotanto da organização quanto dos colaboradores", co-memora Vera.

Acompanhando um grande movimento do mun-do das artes no sentido da arte urbana, a curadoriado graffiti está nas mãos do artista visual paulistanoThiago Mundano, criador do projeto Pimp My Car-roça. Para esta edição comemorativa do Salão deArte, Mundano convidou para integrarem a sala es-pecial os artistas Evol, Mauro, Paulo Ito, Sliks, alémde inserir uma obra dele mesmo. "O Salão é reco-nhecido pelas obras de grandes artistas consagra-dos no campo das artes e muitos deles não estãomais vivos. A ideia da sala do graffiti é trazer umfrescor para esse ambiente, com artistas bons e ematividade", explica o artista. >>>

Fragmento em madeira policromada da Igreja de São Pedrodos Cléricos. Mestre Valentim. Rio de Janeiro, século XVIII

Volpi, dec. 50 - FachadaTêmpera s/ cartão, 35 x 27cm

aaaaArmário policromadoe entelhado Astríaco, sécXVIII. (Marco Grili 2006)

Garniture de chaminé Ciadas Índias, família rosaDinastia Qing, período

yongzheng Alt. 62,48cm.(Luis Alegria 2004)

Wesley Duke Lee - Hera, Ártemise Zeus - Série Olimpo, 1971ost, 190 x 190cm. (Renato M.

Gouvêa Jr. 2006)

Santo de roca de origem hispânica, séc. XVIIIAltura 1,62m. (Virgínia e Pedro Arruda 2006)

Par de cô-modasfrancesas,estilo LuisXVIII iníciodo séculoXIX (CountryHouse Antiques2007) Alberto da Veiga Guignard

Ouro Preto, ost - 50 x 70 cm

Par de vasos emporcelana francesa

Velho Paris, alt 60cmFrança, Século XVIII.

(Fernando Braga 2010)

Antonio Bandeira - Sole paisagem azul - 1966

ost - 90 x 130cm.Pinakotheke

Sopeira doServiço dos Cor-reios Montados D. João VI - Ciadas Índias - Qing- Jiaging. (MiguelSalles 2006)

Menino Jesus em madeira, policromada edourada. Século XVIII. (Resplendor 2010)

Candido Portinari. Floresost 73 x 60cm.1941.(James Lisboa 2009)

Vicente do Rego Monteiro - Vista deParis - ost - 81 x 100cm - 1923.

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Agosto de 2013A RELÍQUIA

20º Salão de Arte de São Paulo

Local: A Hebraica - Salão Marc Chagall

Endereço: Rua Dr. Alberto Cardoso de Melo Neto, 115. Pinheiros. - SãoPaulo/SP

12 de agosto (19h) - Cerimônia de abertura e coquetel beneficente.

Convite: R$180 - Ponto de venda: ACTC - Associação de Assistência àCriança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração.Telefones (11) 3088-7454/ 3088-2286 ou pelo e-mail [email protected],falar com Flaviana Oliveira.

De 13 a 18 de agosto de 2013

Horários: Terça a Sexta-feira das 15h às 22h / Sábado das 13h às 21h /Domingo das 13h às 20h

Entrada: R$ 30 - entrada integralmente revertida à ACTC. Grupo acimade 10 pessoas - entrada gratuita com agendamento pelo telefone: (11)3088-2286 / 3088-7454

Acesso facilitado para deficientes físicos

Mais informações: www.salaodearte.com.br

SERVIÇO

Antonio Gomide - Depois da Pesca - Ubatuba,osm - 90 x 192cm. (Hilda Araújo 2010)

Giovanni Battista Castagneto - Paris, França,1891(Sala Especial 2009)

Eliseu Visconti - AFamília, 1895, ost

(Sala Especial ArteBrasileira - 2007)

Cândido Portinari -Óleo sobre tela - 196073 x 60cm. (Maurício

Pontual 2004)

Nicolau Fachinetti - Praia do Russel, Óleo sobremadeira - 40 x 67,5cm. (Mauríco Pontual 2010)

Cândido Portinari, 1954 - Menino laçando o boiÓleo s/ tela, 46 x 55cm (Sérgio Caribe 2001)

Joaquim Torres Garcia - Constructivo - 1943Óleo sobre cartão - 49 x 68cm. (Galeria SUR)

Belmiro de Almeida - Parque do castello doDuque de Luynes, Dampierre - 54 x 72 cm

Cômoda D. José, séc. XVIII - JacarandáBahia. (Cristiane Musse 2003)

Cadeira col. PalácioMarajá da Índia (Began)

Cândido Portinari - Flores ost73x60cm (James Lisboa 2009)

Anel em ouro 18 com brilhantecentral - Com 1,26 cts mais3,01 cts de brilhantes menores(Adriana Cauduro 2002)

"As pinturas e instalações que vão compor aexposição batizada de 'Artevidade' serão inéditase também algumas do acervo da Galeria ParedeViva".

Neste ano, participam do Salão de Arte mais de65 expositores, sendo cinco estrangeiros vindos dePortugal, Uruguai e Argentina, e o restante de di-versos estados do país. A expectativa é atrair 18mil visitantes e superar o valor movimentado em2012. Em uma área de 3.500 m², a programação pre-vê ações como abertura beneficente, coquetéis emvários estandes e noites de autógrafos.

Nas paredes do evento estarão ainda mural emgraffiti do artista Eduardo Kobra e fotografias dacidade de Nova Iorque de Marcos Rosset. Uma ex-posição com cerca de dez lustres Baccarat tambémvai compor o espaço expositivo.

O Salão de Arte vem, mais uma vez, representar aforça e o crescimento do mercado de arte no Brasile mantém a tradição de atuar em projetos de res-ponsabilidade social. Nesta edição, como nas ante-riores, o Salão terá a sua renda integral da bilheteriae do coquetel da noite de abertura revertidos àACTC - Associação de Assistência à Criança e aoAdolescente Cardíacos e aos Transplantados doCoração. A entidade presta atendimento multidisci-plinar à criança cardíaca e aos transplantados docoração, encaminhados pelo Instituto do Coração,Incor (HC-FMUSP), bem como a seus familiares.

Nomes como Luis Alegria, Imaginalis e Jose Sani-na, de Portugal, Museu Lasar Segall, Jorge Quarti-lho, Caloula Filho, Sandra e Marcio, Resplendor,Began Antiguidades, Onze Dinheiros, Marco Grili,Almeida e Dale, Dan Galeria, Pinakotheke, Bolsade Arte, Ruth Grieco, Fólio Livraria, entre outros,estarão presentes nesta megaexposição que trazobras inéditas e exclusivas, entre peças de artistasconsagrados como Anita Malfatti, Tomie Ohtake,Di Cavalcanti e Portinari.

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Mostra Casa Real no Vale do CaféMostra Casa Real no Vale do Café

Realizada entre os dias 13 e 28 de julho pas-sado, a Mostra Casa Real, surgiu não ape-nas como um título, mas como patrimôniomaterial restaurado, capaz de apresentarum momento capturado pelo olhar de his-

toriadores, especialistas em arte, arquitetos, de-signers e paisagistas. Ela reuniu cerca de trezen-tas peças, criteriosamente selecionadas, que re-presentam o estilo de vida dos Barões em suasfazendas no período áureo do Ciclo do Café.

O ciclo econômico do café foi relativamentecurto - durou menos de um século - mas, alémde trazer riquezas para o Brasil e para uma cas-ta de fazendeiros, deixou para a posteridade asmagníficas sedes das fazendas, casarões e sola-res, verdadeiros palacetes. Deixou, também, oluxo dos interiores, com colunas e pilastras, pin-turas e painéis decorativos, tudo sugerindo umaambientação neoclássica, seguido depois peloecletismo da arquitetura. Os salões eram mobi-liados com o mesmo luxo das melhores residên-cias da corte. Traziam da Europa espelhos ecristais venezianos, baixelas de prata e ouro, fi-nas tapeçarias orientais e móveis de jacarandáestilo inglês, porcelanas chinesas, pratas inglesase portuguesas, pinturas, obras de arte as maisvariadas.

São exatamente esses ambientes das sedes dasfazendas do ciclo cafeeiro, que a Mostra Casa Re-al procurou recriar. Para realizar esse projeto, osproprietários da Fazenda São Luiz da Boa Sorte,Nestor Rocha e Liliana Rodriguez, convidaramAntiquários do Rio de Janeiro e São Paulo, cole-cionadores e arquitetos, decoradores e designersque ambientaram os espaços que foram mostra-dos ao público.

Na Europa, Casa Real, em geral, é uma deno-minação familiar utilizada pela realeza. No Brasil,apenas no século XIX os Monarquistas criaram aCasa Imperial Brasileira. Um dos objetivos da ex-posição foi levar o visitante, a partir do momentoem que transpôs os portões da sede da Fazenda,a fazer uma viagem ao passado através do conta-to com a beleza representada em cada obra dearte e mobiliário de época, descritos num catálo-go preparado para o evento.

Um selecionado acervo de obras de arte e anti-guidade foi disponibilizado entre mobiliário, pin-turas, prataria, porcelanas, bronzes, tapetes, tape-çarias, luminárias, cristais, esculturas, imagina-

rias, e muitos itens inusitados que representam operíodo do Império Brasileiro, com forte influên-cia francesa.

Foram reunidas mais de trezentas peças, comouma raríssima Nossa Senhora da apresentação,de Portugal do Século XVIII, um imponente Ar-mário Pintado, de Portugal, também do séculoXVIII; um Par de Monumentais Esculturas deJardim, de ferro fundido, França, século XIX; ex-cepcional oratório de Portugal do século XVIII;um Retrato a Óleo do Conselheiro Ferreira Via-na, Redator da Lei Áurea; um Serviço de Cia.das Índias do Conde e Visconde de Ipanema; re-

trato único de Infante da Casa de Bragança, deautoria de Ernest Karl Papfp, um dos pintoresoficiais da corte; par de Serafins, Portugal, sé-culo XVIII, que pertenceu ao Rio Palace hotel;par de cachepots Imari e duas raras galerias Fe-rahan, século XIX.

Teve ainda objetos curiosos como o bidê Cia.das Índias do século XIX, usado nos banhos deassento; Buda de Madeira, Laca e Ouro, Camboja,século XIX e coleção de almofarizes de bronze,ferro e mármores, utilizados tanto na culinária,quanto na manipulação de farmácia, desde a épo-ca dos Mouros. >>>

Primeira exposição de Mobiliário eArte dos Séculos XVIII e XIX,realizada na Fazenda São Luiz daBoa Sorte em Vassouras - RJ começaa resgatar a memória brasileirareferente a uma época de opulência eesplendor proporcionado pelo cicloeconômico do café na região do Valedo Paraíba.

Fazenda São Luiz da Boa Sorte

Varadão ambientado por Gorete Colaço

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Agosto de 2013A RELÍQUIA

Sala dos Senhores, arquitetos Ricardo Melo e Rodrigo Passos Escritório do Barão por Paula Neder

Sala de Jantar ambientada por Antonio José Bethencourt-DiasSala das Senhoras por Cláudia Brassaroto

Essas obras foram disponibilizadas para compra,alguma através de venda direta no local, e ou-tras num leilão especialmente montado para oevento.

Participaram da ambientação os ArquitetosGorete Colaço - Varandão, Paula Neder - Escritó-rio do Barão, Thoni Litsz - Quarto do Barão,João Reis - Alcova, Ricardo Melo e Rodrigo Pas-sos - Sala dos senhores, Claudia Brassaroto - Sa-la das senhoras, Dani Parreira e Flávia Santoro -Quarto do Padre, Mariana Dornelles, Fillii Sarto-ri e Luciana Arnaud - Quarto do Filho Viajante equarto das meninas, Roseli Muller - Quarto doConde D'eu, Alexandre Lobo e Fábio Cardoso -Cozinha, Tatiana Lopes - Quarto do Padrinho,Cristina e Laura Bezamat - Galeria, Beth Reis -Quarto da tia. A mostra teve ainda os trabalhos

da Paisagista e Decoradora Adriana Fonseca -Jardim frontal e jardim das jabuticabeiras, e dodecorador Ovídio Cavalleiro - Capela. A cura-doria da mostra ficou a cargo de Antonio JoséBethencourt-Dias, que também ambientou a Salade jantar.

Na abertura da Mostra Casa Real, cerca de500 convidados prestigiaram a primeira expo-sição de Mobiliário e Arte dos Séculos XVIII eXIX, realizada na Fazenda São Luiz da Boa Sor-te em Vassouras, no Vale do Café. Estiverampresentes autoridades, celebridades, artistas, po-líticos, antiquários e colecionadores. Foi real-mente uma excelente oportunidade para se co-nhecer um pouco da história do Ciclo do Café,que foi beneficiado com a vinda de D. João ea família Real ao Brasil, em 1808, que aumentou

o incentivo à plantação do café, e fez surgirimensas fortunas e a consequente construção deverdadeiros palácios financiados pelo "ouro-verde" que enriqueceu o país. A história doapogeu e da opulência dos Barões, do cotidianoda vida na sede das vivendas, e do trabalho es-cravo que levou o Brasil a ser o maior produtordo grão no mundo.

A Mostra Casa Real não apenas começa a res-gatar a memória desse período áureo, como co-loca novamente o Estado do Rio de Janeiro nocalendário dos grandes eventos de arte, no mes-mo nível dos melhores salões de antiguidades.O evento será realizado anualmente, sempre in-serido na programação do Festival do Vale doCafé, que é organizado com sucesso há 11 anospelo Instituto Preservale.

Luiz Musa/Itaú Cultural/divulgação

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

O Salão de Artede São Paulo co-memora este anosua 20ª edição ese firma comoevento de artemais tradicionaldo país. Apresen-tando um mix dearte composto por obras modernas econtemporâneas, gravuras, peças e li-vros raros, galerias, joalherias, anti-quários, fotografias e decoradores, anovidade deste ano é uma sala espe-cial dedicado à arte do Graffiti.

Reconhecido também por suacredibilidade e profissionalismo, oSalão de Arte tem curadoria, organi-zação e direção de Vera LuciaChaccur Chadad, que lutou e tra-balhou muito para fazer o Salão deArte se tornar parte do calendáriode São Paulo, prestigiando artistas egaleristas do Brasil e do exterior.

Neste ano, par-ticipam do Salãode Arte mais de65 expositores,sendo cinco es-trangeiros vindosde Portugal, Uru-guai e Argentina,e o restante de

diversos estados do país. A expecta-tiva é atrair 18 mil visitantes e su-perar o valor movimentado em2012. Em uma área de 3.500 m², aprogramação prevê ações comoabertura beneficente, coquetéis emvários estandes e noites de autó-grafos.

Nas paredes do evento estarãoainda mural em graffiti do artistaEduardo Kobra e fotografias da ci-dade de Nova Iorque de MarcosRosset. Uma exposição com cercade dez lustres Baccarat também vaicompor o espaço expositivo.

Salão de Arte 2013

ANTIQUÁRIOS:

Luis Alegria, Sandra e Marcio e ElisaPacheco Fernandes, Began Antiguidades,Miguel Salles, Country House Antiques,Manuel Guimarães, Maurício Meirelles,Caloula Filho Antiguidades Galpão deAntiguidades, I. Sanina, Marco Antonio S.Bruco, Onze Dinheiros Escritório de Artes,Resplendor Antiguidades, Cristiane MusseArte & Antiguidades, Luiz Machado deMello, Girardi e Marques, Pedro Tinoco,Rafael Moraes Escritório de Arte, F.Quartilho, Marco Grili, Fernando Motta,Homenco Antiguidades, Antonio JoséChalhub & Victor José Fernandes daSilva.

GALERIAS:

Sergio Gonçalves Galeria, A Ponte Galeriade Arte, Simões de Assis Galeria de Arte,Galeria Murilo Castro, Dan Galeria, AB

Galeria, James Lisboa, Lordello & GobbiEscritório de Arte, Antonio Luiz Bei - ArteBrasileira, Pinakotheke Max Perlingeiro,Luiz Caribé Escritório de Arte, Galeria 22Arte Brasileira, Almacén Galeria,Dominique Edouard Baechler, Bolsa deArte, T NT Arte Galeria, Antonio Lordello,Buenos Aires Fine Arts, Galeria Estação,Almeida e Dale, Hilda Araújo, Galeria Sur,Escritorio de Arte Vera Simões.

JOALHERIAS:

Mônica Botelho, Ruth Grieco, CarlosRodeiro Joalheiro, Renato Guelfi, Sara,Thomas Cohn, Marisa Clermann, LetíciaLinton.

LIVRARIA:

Fólio Livraria/Rogério Pires & PauloRosenbaum

EXPOSITORES

20 anos do salão

20º Salão de Arte de São Paulo

SERVIÇO

Local: A Hebraica - Salão Marc Chagall

Endereço: Rua Dr. Alberto Cardoso de Melo Neto,115. Pinheiros. - São Paulo/SP

12 de agosto (19h) - Cerimônia de abertura ecoquetel beneficente.

Convite: R$180 - Ponto de venda: ACTC -Associação de Assistência à Criança e aoAdolescente Cardíacos e aos Transplantados doCoração. Telefones (11) 3088-7454/ 3088-2286 oupelo e-mail [email protected], falar com FlavianaOliveira.

De 13 a 18 de agosto de 2013

Horários: Terça a Sexta-feira das 15h às 22h /Sábado das 13h às 21h / Domingo das 13h às20h

Entrada: R$ 30 - entrada integralmente revertida àACTC. Grupo acima de 10 pessoas - entradagratuita com agendamento pelo telefone: (11)3088-2286 / 3088-7454

Acesso facilitado para deficientes físicos

Mais informações: www.salaodearte.com.br

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

O "Ponto de convergência" na Fundação Iberê CamargoO "Ponto de convergência" na Fundação Iberê Camargo

Atemporada do segundo semestre na Fun-dação Iberê Camargo irá abrir com a exibi-ção de duas exposições contrastantes. Aprimeira, "Xico, Vasco e Iberê - O pontode convergência", reúne trabalhos de três

expoentes da arte moderna no Brasil. Apesar deimpelidos por distintos caminhos poéticos, inquie-tudes e angústias, Xico Stockinger, Vasco Prado eIberê Camargo se encontram no modo comoconstroem sua visão sobre a condição humana.Em meio as 65 obras, divididas entre pinturas,esculturas e desenhos, estão marcantes trabalhosdos artistas, como peças das séries "As idiotas" e"Tudo Te é Falso e Inútil", de Iberê, "Gabirus" e"Magrinhas", de Xico, e a escultura "Acrólito", deVasco. A mostra tem a curadoria do Professor

Doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanis-mo da Universidade de São Paulo e Crítico deArte, Agnaldo Farias.

A segunda exposição é "Alfabeto Infinito", umamostra de arte contemporânea baseada em umareflexão de 10 anos feita pelos artistas Angela De-tanico e Rafael Lain sobre sentido e representa-ção gráfica, relações entre abstrato e concreto, for-ma e conteúdo, objetos e seus nomes, sobre aimagem, o texto e o som. O ponto de partida pa-ra a pesquisa e a produção dos 16 trabalhos queserão expostos foi o seguinte questionamento: "éo mundo que se organiza para que possamos de-codificá-lo ou somos nós que projetamos significa-do sobre as coisas?". Grande parte das obras, quecontemplam a primeira mostra individual dos ar-

tistas gaúchos em Porto Alegre, foi adaptada pa-ra a Fundação. A curadoria é da diretora da As-sociação Cultural Videobrasil, Solange Farkas.

A exposição que reúne trabalhos dos artistas modernos Xico, Vasco e Iberê ea mostra individual de Angela Detanico e Rafael Lain abrem ao público a

partir do dia 06 de setembro

EXPOSIÇÃO: "XICO, V ASCO E IBERÊ O PONTO DE CONVERGÊNCIA"

Abertura: 05 de setembro, das 19h às 21h

Visit ação: de 06 de setembro a 17 de novembro

Local: Fundação Iberê Camargo - Av. Padre Cacique,2000, Praia de Belas - Porto Alegre - RS

Exposição: "Alfabeto Infinito"

Abertura: 05 de setembro, das 19h às 21h

Visit ação: de 06 de setembro a 17 de novembro

Local: Fundação Iberê Camargo - Av. Padre Cacique,2000, Praia de Belas - Porto Alegre - RS

Entrada franca: as empresas Gerdau, Itaú, Vonpar e DeLage Landen garantem a gratuidade do ingresso.

SERVIÇO

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

Companhias de Comércio

Estas companhias, também chamadas guil-das, hansas, sociedades,fraternidades, cor-porações, uniões, eram associações de co-merciantes com objetivos comuns, possuin-do variadas formas de organização. Surgi-

ram na Idade Média, a partir do século XI-XII,para atender aos interesses decorrentes do comér-cio a longa distância - principalmente marítimo -, de determinadas regiões do mundo. Serviamtambém para garantir a segurança contra a pirata-ria e assaltos ou evitar a concorrência desleal deoutros comerciantes. Normalmente só as despe-sas comuns eram divididas, cada participante comliberdade total de comprar e vender o que e aquem quisessem.

A primeira Companhia Regulamentada surgiuna Inglaterra, no século XIII, fundada pela Asso-ciação dos Comerciantes do Entreposto (nos paí-ses baixos) que comercializava lã inglesa. A se-guir vieram, dotadas de "cartas" (autorizações)pela coroa, a Carta dos Comerciantes do Báltico(1404), a Carta dos Comerciantes Aventureiros(inglesa-1407) e a Carta dos Comerciantes da No-ruega, Suécia e Dinamarca (1408). Na Itália predo-minavam as associações de capitais e pessoas, in-cluindo os empréstimos marítimos assegurados

pelo navio ou pela carga, que se desenvolveramem Veneza e Gênova a partir do século XIII.

As companhias de comércio desempenharamnos séculos XVI-XVIII, durante a Era Mercantilis-ta, um papel importante na expansão comerciale colonial das potências marítimas européias, as-sumindo a forma das Companhias de Carta(Chartered Companies). Eram de dois tipos: asCompanhias Regulamentadas pelo Estado e asjoint-stocks, de capital privado, por ações. Os in-vestidores lucravam com os dividendos e a valo-rização das ações, não podendo ser responsabili-zados pelos débitos da companhia.

As primeiras companhias de capital privadosurgiram na Inglaterra, no século XVI , entre elasa dos Comerciantes Aventureiros, que foi trans-formada na Cia. da Moscóvia ou Cia. Russa, em1555. Outra foi a Cia. de Veneza, em 1583, e aCia. das Índias Orientais, constituída pelos ingle-ses em 1600. Essa companhia possuía o monopó-lio, no Reino Unido, do comércio com as ÍndiasOrientais e se tornou mais poderosa em 1763(Tratado de Paris), quando as vitórias de Clivefizeram os franceses abandonarem a Índia.

Entre as companhias da Holanda, destacou-se aCia. Holandesas das Índias Orientais, formada em

1602 pela união de seis grupos que vinham, isola-damente, realizando o comércio com o Oriente.Passou a ter o monopólio de navegação, comercioe administração das regiões do Oriente, cabendoao estado supervisiona-la. Possuía todos os po-deres e privilégios de um Estado Soberano, masem nome da República das Sete ProvínciasUnidas. Em 1621 foi fundada a Cia. Holandesasdas Índias Ocidentais, com o monopólio do co-mércio da América, costa ocidental da África eOceano Pacífico a leste das Molucas.

As primeiras companhias de comércio da Fran-ça foram criadas por Henrique IV, entre elas aCia do Canadá, em 1599 e a Sociedade para o Co-mércio das Índias Orientais em 1604, e depois aCia. das Ilhas da América e a Cia. das Índias Oci-dentais.

As Companhias de Comércio da Península Ibé-rica foram constituídas a partir do século XVI.De Portugal destaca-se a Cia. Geral de Comérciodo Brasil (1649), a Cia. de Cacheu e Rios de Gui-né (1676) e a Cia. do Comércio de cabo Verde eCacheu. A Espanha criou, em 1728, a Cia. de Ca-racas e em 1747, a das Índias Orientais, de curtaduração. O capitalismo antimonopolista veio aca-bar com o sistema das Companhias do Comércio.

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

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(sexta, sábado e domingo), das 16:00h às 22:00hLeilão:

Início dia 26 de Agosto de 2013- segunda-feira, às 20:00hContinuação dias 27 e 28 de Agosto de 2013 - terça e quarta-feira às 20:00h

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Exposição de Lustres Baccarat no Lounge do SalãoExposição de Lustres Baccarat no Lounge do SalãoReflexos do Brasil: um toque de brasilidade aos lustres Baccarat

Em parceria com a Began Antiguidades, odesign de interiores José Roberto Morei-ra do Valle apresenta, através de O BrazilS/A, a exposição que veio diretamente deMilão durante a Design Week, a exposi-

ção Reflexos do Brasil. A convite da curadoriado Salão de Arte, a mostra, instalada no loungedo Salão Marc Chagal, reúne dez grandes no-mes da arquitetura brasileira: Ana Maria VieiraSantos, Brunete Fracarolli, Débora Aguiar, es-critório In House, Jayme Bernardo, João Armen-tano, Jóia Bergamo, Maithia Guedes, PatríciaAnastasiadis e Ruth Leme.

Reconhecidos tanto no Brasil quanto interna-cionalmente, os arquitetos e designers de inte-riores refletem sua criatividade por meio deuma interferência gráfica em lâminas de teci-do com a silhueta dos lustres Baccarat que se-rão aplicadas em estruturas metálicas. Os lus-tres franceses Baccarat são considerados obje-tos únicos, lapidados à mão em um processototalmente artesanal com pedras preciosas. Amostra reúne o que há de mais sofisticado etradicional com a criatividade e espontaneidadebrasileira.

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Picasso nasceu em Málaga, cidade de Anda-luzia, sul da Espanha, em 25 de outubro de1881. Mais tarde preferiu usar o sobrenomeda mãe: Picasso - e não o do pai, Ruiz. Pi-casso se parecia com a mãe, Maria Picasso

Lopez, uma pequena andaluza, de olhos e cabelosnegros. Seu pai José, um homem alto e ruivo foiquem encorajou Picasso a pintar desde cedo. Eraprofessor de desenho numa escola de arte locale completava o salário modesto com outros em-pregos, como curador do museu da cidade erestaurador. Pablo tinha duas irmãs mais novas,Lola e Concepción - esta morreu de difteria aosoito anos.

Quando Picasso estava com 10 anos o museu fe-chou; seu pai conseguiu o cargo de professor na Es-cola de Belas-Artes no porto atlântico de La Coruña.Mudou-se com toda a família. Pouco depois José re-conheceria o talento do filho para a arte e decidiradesistir ele próprio da pintura para dedicar-se a de-senvolver a carreira artística de Pablo.

O jovem PicassoPicasso foi à Paris em outubro de 1900, com

seu amigo Carlos Casagemas. Foram morar emMontmartre no estúdio do artista espanhol IsidroNonell, que decidira retornar à Espanha. Lá, per-maneceu apenas o tempo suficiente para encon-trar um marchand que se oferecesse para venderseu trabalho. Após, voltou à Espanha para pas-sar o natal com a família.

Picasso pintou Garota com pés descalços em1895, aos 14 anos. A modelo é desconhecida, masclaramente uma garota de seu tempo. Uma pinturasurpreendente para alguém de sua idade, uma daspreferidas de Picasso. Pode ser que lhe recordassesua irmã, Concepción, que morreu naquele ano.

A arte na época de PicassoEm sua primeira visita à Paris em 1900, Picasso

penetrou numa cidade povoada de artistas à pro-cura de novas e diferentes concepções para a pin-tura. O impressionismo já era bem conhecido, eum de seus expoentes, Claude Monet, já tinhaprestígio internacional. Grupos dissidentes, comoos pontilhistas - uma forma de pintura em quepequenos pontos de cores primárias são usadospara gerar as cores secundárias - competiam comos impressionistas.

Edgar Degas e Auguste Renoir seguiam cami-nhos próprios. Solitários como Paul Gauguin eVincent van Gogh haviam desenvolvido estilosbastante individuais. Picasso fez experiências apartir de todas estas novas tendências, mas rapi-damente fixou um padrão próprio de pintura quelogo conquistaria seguidores conhecidos.

Por volta de 1905 um novo estilo chamado“fauvismo” desenvolveu-se, liderado por HenriMatisse - o principal objetivo do fauvismo era us-ar a cor como meio de expressão. Matisse e Cé-

zanne influenciaram enormemente o curso dapintura no começo do século XX, mas nenhumcontribuiu tanto quanto Picasso, que sempre man-teve sua individualidade, mesmo trabalhando pa-ralelamente a movimentos como o cubismo, osurrealismo, o expressionismo, o futurismo e mui-tos outros 'ismos'.

Suas mulheres...Parecia impossível a Picasso ser fiel a uma

mulher. Depois que Fernande o abandonou, em1911, ele começou a cortejar uma amiga dela,Marcelle Humbert a qual chamava de Eva, que-rendo dizer que era seu primeiro grande amor.Foi nessa época que começou a aparecer emseus quadros as palavras Ma Jolie (minha bela),que apareciam em quase todos seus quadros.Porém Eva morreu, tragicamente de uma doen-ça em 1915.

Em 1918 que ele casou-se com Olga Khoklova,filha de um general russo e uma das dançarinasdo famoso balé russo. Nasceu Paulo em 1921. Poralgum tempo, Picasso foi um pai dedicado e sem-pre se deliciava em fazer esboços e pinturas dofilho. Porém a estabilidade não durou muito, empoucos anos estavam separados.

Mesmo não obtendo o divórcio de Olga, Picas-so conhece - em 1927, nas ruas de Paris - Marie-Thérèse Walter, uma garota de dezessete anos.Nasce a filha Maya. Em 1936 a Guerra Civil eclo-diu na Espanha. O retrato da filha de três anosparece quase sinistro. É como se o trabalho dePicasso fosse assombrado pelos horrores da guer-ra, tivesse se tornado incapaz de recuperar a ino-cência da infância. >>>

Por Tais Luso de Carvalho

Pablo Picasso e Suas MulheresPablo Picasso e Suas Mulheres

Garota com pés descalços - 1895

Retrato de Olga - 1917

Marcelle Humbert - 1913

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

Fotos: Reproduções

Desde o rompimento com Olga, Picasso viveusozinho, passando apenas os finais de semana comMarie-Thérèse e pequenos períodos com Dora Maar.Com Françoise Gilot o pintor sentiu-se diferente;conheceu-a na Paris ocupada pelos nazistas em1943. Quando a guerra terminou, Picasso aos 64anos e Françoise 40 anos mais nova, eram amantes.Foram morar juntos em Antibes, onde em 1947Françoise teve um filho chamado Claude. Poucotempo depois tiveram uma filha a quem deram onome de Paloma.

Jaqueline Roque tornou-se a segunda esposa dePicasso. A morte de Olga, em 1955, deu a Picasso aliberdade de casar-se. A casa onde moraram, em Can-nes, era ampla, com imensos ambientes e vista para abaia de Cannes, tornou-se um enorme estúdio ondePicasso prosseguia com sua imensa produção de pin-turas e de esculturas. Jaqueline tornou-se os temasde suas pinturas assim como de todas as mulheresde sua vida. Ele a pintou obsessivamente, reduzin-

do a forma a contornos e cores, linhas e texturas. Avida em La Californie era agitada e diversificada. In-teressado em política, Picasso atiçou o debate quandoos tanques soviéticos invadiram a Hungria.

Jacqueline tornou-se secretária, agente, enfermei-ra e protetora do pintor. Era obcecada pelo mari-do, afastando-o um pouco dos amigos e da família.Foi a mulher, a musa mais pintada por Picasso. Em-bora o artista tenha deixado uma fortuna ao morrer,

isso não a poupou de suicidar-se em 1986 com umtiro na cabeça. Deixou dito que a vida não tinhasentido sem ele.

Fontes:título original- Picasso Breaking the Rules of Art

trad. Luiz Antonio Aguiar / Marisa SobralCia Melhoramentos de São Paulo

Grandes Pintores / Paulo Ramos Derengoski

Marie Thérèse Walter - 1939

Françoise Gilot com Paloma e Claude - 1954 Jacqueline Roque - 1954

É necessário conhecer bem a arte de Pa-blo Picasso para assimilar toda a extensãoda importância de sua obra no mundo, apartir do século XX. Na realidade, Picassonos ensinou a "ver" a realidade. Ao des-focá-la, ao buleversá-la, ao misturar traçose formas, levou-nos a reconhecer que te-mos necessidade de, para entender umarealidade, penetrar-lhe os traços e laçosatravés de um movimento visual que sepa-re suas partes e nos faça conscientes de seusignificado, diria mesmo, de sua "alma".

Claro que, no começo, acharam-nolouco. Então mulher era aquele conjuntoaparentemente sem sentido, em que seios esexo pareciam estar nos lugares errados?Como podiam os olhos apresentar aqueleaspecto de estranhos bichos, ou de ovosjogados numa frigideira? Não foi com mui-ta rapidez que o mundo ultrapassou o es-panto inicial e passou a "ver", naquela es-pécie de confusão, um significado maior euma liberdade que nos obrigava a não só

"ver", mas "saber" e "pensar".A influência que a "visão" de Picasso te-

ve no mundo foi muito forte, não só sobreos pintores de seu tempo e os artistas emgeral, mas também sobre o homem co-mum, o que sai de manhã e não sabe seuma bomba do estilo Hiroshima cairá so-bre sua cidade, ou se existe um animal es-condido em jardim ou numa sala de moçabonita ou mesmo não-bonita porque a bo-niteza de ontem não vale mais, exatamentepor causa de Picasso, e não pode ser acei-ta sem análise.

Mas não foi só isso que ele nos ensinoua ver quando olhamos um de seusquadros. Provou-nos também que nós, ca-da um de nós, somos aquele homem, aque-la mulher, aquela criança, que aparecemno meio de objetos, ou sem eles, dando-nos a certeza de que, somente através desua "visão", podemos alcançar vislumbresde entendimento sobre o que somos e co-mo somos. (LCO)

A visão de Picasso

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Os artistas do Barroco MineiroOs artistas do Barroco Mineiro

OBarroco Mineiro, que teve em Aleijadinhosua figura mais conhecida, era uma artede luxo, proporcionada pelo ciclo do ouroe incentivada pela igreja católica. Os po-voados da região do ouro só começaram a

se desenvolver no início do século XVIII, e so-mente duas ou três décadas depois é que os ar-raiais ganharam ares de pequenas cidades. O quemais deu movimentação à vida social mineiranesta época foi a organização de diversas irman-dades e confrarias religiosas, a Igreja entãoaproveitava-se da prosperidade econômica da co-lônia para multiplicar o número de templos.

Como registra o livro Brasil Barroco "Os maisricos associam-se na Ordem Terceira de São Fran-cisco ou do Carmo; os mulatos juntam-se na Ir-mandade de São José ou Nossa Senhora da BoaMorte; os negros crioulos inscrevem-se sobre ainvocação de Nossa Senhora das Mercês, SantaIfigênia e São Benedito e os africanos têm poremblema Nossa Senhora do Rosário". Cada umdesses grupos sociais movimentava-se pela cons-trução de suas próprias igrejas geralmente cus-teadas por doações.

Os principais artistas do barroco mineiro nadamais eram que simples artesãos e homens de ofí-cio, que não possuíam sequer profissão reconheci-da, pois a maioria deles era de mulatos e estes,no máximo, conseguiam autorização oficial paratrabalhar. Somente os brancos e os bem estabele-cidos recebiam o título de mestre de ofício. Al-guns pintores, pedreiros, carpinteiros, arquitetos eentalhadores de grande criatividade e habilidadeforam, mais tarde, considerados artistas. O reco-nhecimento vinha quando o artesão apresentavatrabalhos de grande notoriedade e era responsá-vel pela ornamentação de igrejas patrocinadas porfidalgos. Salvo em raríssimas ocasiões, este tra-balho manual nunca era associado a um dom ar-tístico pessoal.

A Pintura Barroca de AtaídeManoel da Costa Ataíde foi um dos grandes

artistas do barroco mineiro. A marca do talentodo pintor Ataíde, está evidenciada em diversaspinturas e afrescos nos tetos e laterais de Igrejasmineiras. Nasceu em Mariana, Minas Gerais, noano de 1762. O dia do seu nascimento é desco-nhecido, embora alguns historiadores apontem odia 18 de outubro, mesma data do seu batismo.Era filho do militar Luís da Costa Ataíde e deMaria Barbosa de Abreu. A convivência com osengenheiros militares amigos de seu pai possibili-tou o acesso a cartas geográficas e desenhos ar-quitetônicos, primeiro passo para o desenvolvi-mento de sua arte. Foi sargento e Alferes da or-denança de sua cidade, onde também possuía otítulo de professor de pintura e arquitetura. Co-meçou a pintar por volta do ano de 1781, ano em

que há registro de seu primeiro trabalho: encarna-ção de imagens para o santuário de Bom Jesusdos Matozinhos, em Congonhas do Campo.

Foi o único pintor mineiro do período a rece-ber destaque. Fiel à temática religiosa, seus san-tos, anjos e demais personagens tinham como prin-cipal característica os inconfundíveis traços mesti-ços, bem brasileiros. Buscava inspiração na Bíblia,nos missais e nos livros piedosos que chegava daEuropa, que já evidenciavam a transição para oRococó. Muitos de seus trabalhos foram feitos pa-ralelamente às obras do Mestre Aleijadinho, comopor exemplo, o painel que decora o teto na naveda Igreja de São Francisco de Assis da Penitência,em Ouro Preto, sua obra prima, e painéis laterais -que imitam azulejos - que contam os principaisepisódios da vida de Abraão: A Promessa de Abraão,Restituição de Sara a Abraão, os Anjos anunciam aAbraão o nascimento de Iasaac, Abraão oferece hospita-lidade aos anjos, o sacrifício de Isac, a Morte deAbraão". Uma das principais características da pin-tura barroca é o efeito de ilusão e movimento, um

jogo de luz e sombras que ajuda a ampliar os es-paços quando feitas em elementos arquitetônicoscomo tetos, colunas, balcões e escadas. A profundi-dade dos céus - sempre muito azuis e límpidos -dá a impressão de que eles realmente estão lá, enão as paredes.

Outra obra notável de Ataíde é a pintura doteto da nave da Igreja do Santuário do Bom Jesusde Matozinhos, em Congonhas do Campo, ondeestão os Doze Profetas de Aleijadinho. Há obrassuas na Matriz de Santa Bárbara - Ascensão deCristo e cenas da paixão de cristo na matriz deConceição do Mato Dentro. Manoel da CostaAtaíde também foi o melhor pintor de cavaletede sua época. A Ceia, pertencente ao refeitório doColégio da Caraça é uma de suas últimas obras.O artista teve quatro filhos mas nunca se casou.Morou boa parte de sua vida em Vila Rica, masfaleceu em sua cidade natal, Mariana, no dia 2de fevereiro de 1830, e seu corpo, como o doAleijadinho, está no interior da Igreja de SãoFrancisco de Assis, em Mariana.

Manoel da Costa Ataíde

Obra prima de Ataíde: pintura do teto da nave da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

Você sabia que o urinol que Marcel Du-champ mandou para o Salão dos Indepen-dentes, em Nova York (1917), está comple-tando 96 anos e foi eleito a obra mais im-portante de tudo o que se produziu em ar-

tes plásticas no século XX?Você sabia que, na verdade, o urinol de pare-

de, que Duchamp intitulou de "Fonte" e assinoucomo sendo de R. Mutt, produzido pela J. L.Motta Iron Works Company, nem chegou a serexibido naquele salão, porque foi censurado e apeça original, relegada, desapareceu?

Você sabia que a obra considerada fundadorada contemporaneidade, portanto, não existiu, foiuma simples ideia e que permaneceu "in absentia"até os anos 1940, quando Duchamp começou afazer réplicas dela para vários museus, e que, em1990, a Tate Galery pagou um milhão de libraspor uma dessas cópias?

Você sabia que a polêmica fomentada na oca-sião pelos jornais de Nova York foi organizadapelo próprio Duchamp, sua amante BeatriceWood e pelo seu marchand Arensberger?

Você sabia que embora Duchamp dissesse queo urinol era apenas um urinol, um objeto desloca-do de suas funções, alguns críticos, como GeorgeDickie, começaram a ver nessa porcelana as mes-mas virtudes plásticas das obras de Brancusi?

Você sabia que outros críticos, -já que o urinolhavia desaparecido, começaram a ver na fotogra-fia do mesmo feita por Stieglitz uma referência àdeusa Vênus, que surgiu das águas?

Você sabia que outros críticos considerandobem a fotografia do urinol concluíram que ali es-tava projetada a efígie de Nossa Senhora?

Você sabia que a mulher do músico de van-guarda Eduardo Varese sustentava que o urinolera a reprodução da imagem de Buda?

Você sabia que Duchamp, embora dissesse queo artista não deve se repetir, mandou fazer vá-rias réplicas desse urinol para vender para mu-seus, e confeccionou uma caixa portátil com mi-niaturas de suas obras para vender também paramuseus e colecionadores?

Você sabia que o homem que dizia que a pin-tura estava morta era marchand e vendia qua-dros e esculturas de seus colegas?

Você sabia que em 1993, numa exposição emNîmes, o artista francês Pierre Pinnocelli se apro-ximou de um dos urinóis de Duchamp e decidiuse "apropriar" da obra, primeiro urinando nela edizendo que o fato de ter urinado nela a obra deDuchamp agora lhe pertencia?

Você sabia que depois de ter urinado no urinol,Pinnocelli, pegou um martelo e quebrou a obra deDuchamp com o argumento de que agora a obra eradele, ele havia se "apropriado" conceitualmente dela?

Você sabia que ele foi processado pelo estadofrancês que lhe exigiu uma hipoteca de 300.000francos e que a questão deixou de ser estética pa-ra ser policial e até o Ministro da Justiça e da

Cultura na França tiveram que opinar?Você sabia que o mesmo Pinnocelli em 2005,

obcecado pelo urinol, insistindo que o urinol éde quem "intervem" nele, atacou a marteladas acópia dessa obra no Beaubourg, em Paris, o queprovocou novos problemas com a polícia?

Você sabia que esse urinol comprado original-mente em loja de ferragens, com a assinatura deDuchamp vale hoje US$3.6 milhões?

Você sabia que Sherry Levine mandou fazeruma réplica de bronze dourado do urinol entroni-zando de vez a obra como uma espécie de MonaLisa de nossa época?

Você sabia que Duchamp dizia que o nome"Mutt" que botou no urinol, como sendo o do pre-tenso autor (que era ele mesmo) era uma homena-gem aos personagens em quadrinho- Mutt e Jeff?

Você sabia que mesmo assim Jean Clair- consi-derado o maior critico francês da atualidade-, pre-fere entender que "Mutt" remete para uma gíriaem inglês significando "imbecil" e que o pseudô-nimo "R. Mutt" lembra "armut, que em alemãosignifica "indigência", "penúria"?

Você sabia que Calvin Tomkins-o biógrafo deDuchamp acha que aquele urinol é a imagem queDuchamp tinha da mulher como receptáculo dolíquido masculino, em consonância com os futu-ristas italianos que diziam que a mulher era um"urinol de carne"?

Conheça o Museu do Urinol na página 64

AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA

A fonte

Urinol de parede que Duchamp intitulou de“Fonte” e assinou R. Mutt. A peça desapareceu

ComproPinturas de artistas paranaenses

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Museu do UrinolMuseu do Urinol

Ahistória e a estética, utilizando o coletorde um dos objetos mais íntimos da vidacotidiana, são apresentadas neste museuúnico na cidade de Rodrigo, Salamanca,na Espanha, e já considerado o maior do

mundo, de propriedade de José María del Arco"Pesetos" e família.

Trata-se de peças recolhidas ao longo de mui-tos anos, com a ajuda de sua família e de inúme-ros amigos, que visitaram lojas, mercados de pul-ga, sótãos, casas de campo, armazéns, hospitaise outros lugares, procurando peças para engra-decer esse museu, que tem uma coleção consti-tuída por cerca de 1.320 peças, todas singularese de diferentes tamanhos, formas, materiais eépocas, provenientes de 27 países, sendo a maisantiga um urinol islâmico do século XIII de barro,com oito pinceladas de óxido de cobalto em esta-do puríssimo, e assim por diante, até o século XX.

Alguns são feitos de lata, madeira, bronze,porcelana, cerâmica, cobre, alumínio, pedra, argi-la, vidro, ferro, esmalte, ouro, prata; o menor écomo um grão de bico, feito por um joalheirosueco em platina, e o maior tem 45 centímetrosde altura, é de barro e vem da Cidade de Ro-drigo (Salamanca).

Esse museu é um das mais inusitados e suainédita coleção não havia sido catalogada ainda.Essa bela e por vezes estranha seleção de utensí-lios conhecidos como urinol ou "penico" encer-ra dentro de si objetos do cotidiano mais íntimode seus proprietários e jamais fa-lados ou mostrados. Essa exposi-ção nos envoca, através desuas origens e de suaprópria história, asutilizações co-nhecidas, e re-cupera peçase s q u e c i -das porpersona-gens dasmais va-riadas situa-ções sociais.É por issoque aoportuni-dade únicade examinaresses aparelhos curio-sos nos faz conhecer umafaceta da arte baseada em

Tudo o que sai das mãos do homempode ser pura arte, incluindo estasengenhocas chamadas "urinol".

Fachada principal do Museu do Urinol na cidade de Rodrigo, Salamanca - Espanha

nossa condição mais humana. Através desse mu-seu, nos ilustramos sobre tantos majestososexemplares, recordando a história de nossasmais íntimas e intrínsecas tradições.

Fazendo um breve histórico, diremos que o pe-nico foi mudando de forma com o tempo, pois na

antiguidade foi oblongo, mais tarde escafoide(lembrando a quilha de embarcação), e

nos séculos XIII e XV, como os his-pano-árabes, em argila. Os cilín-

dricos, de estanho. Os redon-dos, os maisc o m u n s ,e x i s t e m

desde o sécu-lo XVII, em to-dos os mate-riais. É umapeça quetem sidoutilizada

por milê-nios, já que há

relatos de sua ne-cessidade desde as

primeiras dinastias dosegípcios. A partir do século

XIX seu uso começou a desa-

parecer completamente, devido ao progresso, sen-do utilizados nos hospitais para os enfermos, emaço inox, ou feito desse material que está em todolugar, chamado plástico.

Os gregos o chamavam de "amigo" e os roma-nos de "matula", ou "metella", e ele fazia partedo mobiliário, sendo geralmente de bronze. Oimperador Petrônio (III a.C.) e o historiador gre-go Juvenal (II a.C.) dão notícias do urinol, e SanClemente, no século I d.C, relatou sobre peçasrefinadas , feitas de prata.

Fotos: reproduções

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

O imperador Heliogábalo superou a todos no lu-xo, pois sentava-se entre as flores frescas de seusjardins em um penico de ouro. Em Roma, passou aser usado a partir do século III, com o imperadorromano Diocleciano. Posteriormente, nos castelos emosteiros, foram dispostos nos cantos das escadas,por um canal que desembocava no fosso. CharlesV da França alertou em 1374, em Paris, que as ca-sas tinham de ter latrinas suficientes. No séculoXVII fabricavam-se penicos de faiança em grandeescala e, no século XVIII, de todos os materiais.

A "galanga" é um penico do tipo garrafa queaparece em 1800 e, logo depois, o urinol chato pa-ra enfermos, com pescoço e funil curvo. A "coma-dre" é utilizada sendo colocada entre a cama e aparte de trás do paciente, e em geral com duas al-ças para crianças. Há também os "dompedros", quesão móveis (cadeiras, poltronas) de madeira nobre,como mogno, jacarandá, carvalho, castanheiro, cere-jeira etc., e os "aparadores" , alguns deles de mar-fim, porcelana ou folha de ouro, como os penicosescondidos que enchem as salas das casas senho-riais, palácios e castelos. Um modelo menor, decouro ou madeira, era levado durante as viagens.

Há muitas coisas que se poderiam comentar so-bre essa parte da história, e de que os escritoresde todos os tempos quase nunca falam, mas elesexistiram e estão aí expostos. O primeiro penicoinodoro e com água corrente foi inventado por SirJohn Harrington, em 1596, para sua prima, a rai-nha Elizabeth I da Inglaterra, mas não conseguiuprosperar. Louis XIV, o Rei Sol, que governou aFrança entre 1643 e 1715, tinha em seu palácio os"limpadores oficiais", trabalho muito bem remuner-ado. Por volta de 1700 o local ideal para os peni-cos era na sala de jantar, escondidos em armários,cadeiras e poltronas. Em 1775 Alexander Cum-mings inventou a válvula para o banheiro, e o pri-meiro banheiro com água corrente em 1850 parecequase perfeito. O papel higiênico apareceu em 1857,vendido atrás de balcões e em caixas planas. O ro-lo apareceria em papel macio em 1932, mas nãofoi muito bem aceito na época, e em 1957 surgiuo papel colorido.

Todos os nossos idosos usaram penico até muitorecentemente. Essas peças estavam em quase todasas casas do mundo e, como sempre, tudo dependiado poder de compra de cada um. Primorosos e re-quintados artesãos de todo o mundo usavam detodo conhecimento e perícia para realizar essasjoias, sendo muitas delas verdadeiras obras de arte,que hoje podem ser vistas neste museu e são notí-cia para vários jornais regionais e nacionais, assimcomo comentado por todas as estações rádio e TV,que têm lhe dedicado boa e extensa reportagem.

O grande escritor e Prêmio Nobel de Literatura,D. Camilo José Cela, em sua época, dedicou-lheuma página inteira, publicada no jornal diário ABC, falando sobre este museu único, como também ofez a revista O Antiquário na sua edição de nº 260,dedicando-lhe cinco páginas centrais com boas fo-tos em cores. Este museu a cada dia torna-se maisconhecido e visitado por milhares de pessoas, detodas as classes sociais, sendo surpreendido com aquantidade e a qualidade das exposições e do esta-do de conservação dessas peças.

Fonte: Museo del Orinal

Dompedros - cadeiras/poltronas com aparadores demarfim ou porcelana, com os penicos escondidos

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Salão dedica Sala Especial à arte do GraffitiSalão dedica Sala Especial à arte do Graffiti

OSalão de Arte deste ano dedica suaSala Especial à arte do Grafite, coma mostra Artevidade, organizada pe-la Galeria Parede Viva, com a parti-cipação dos grafiteiros Mundano,Evol, Mauro, Paulo Ito e Sliks. Aideia é apresentar o universo artísti-co e democrático do graffiti, movi-mento que tomou as ruas de todo o

mundo nas últimas décadas, por meio de telas,murais e instalações.

A Parede Viva é uma iniciativa cultural quebusca através da expressão artística do grafitti to-car as pessoas para a conscientização sobre a pro-moção do bem estar coletivo e a reflexão política.Tem como principal foco de trabalho o tema dareciclagem de resíduos sólidos e a divulgação deartistas da atual cena da arte de rua do Brasil.

A Galeria é responsável pelo projeto socialPimp my Carroça, dedicado aos catadores de ma-teriais recicláveis e grafiteiros, realizado nas ci-dades de São Paulo e Rio de Janeiro e em fasede itinerância para novas cidades. Também parti-cipa de outras ações que buscam incluir a artecomo estratégia de sustentabilidade alternativa.

EVOLGrafiteiro desde 1998, é conhecido por suas le-

tras impressionantes em três dimensões, às vezesacompanhadas de cenários urbanos e personagensmuito originais. Há poucos anos transcendeu arua e hoje utiliza o mesmo talento em telas cadavez mais incríveis.

MAUROÉ grafiteiro e arte educador do Grajaú, mas

tem trabalhos em São Paulo por toda parte, co-mo poucos. O experiente artista escreve poesiasque remetem à reflexão sobre a cidade nos maisvariados suportes, sempre ao lado de persona-gens com expressão corporal única e que levamconsigo uma pequena casa amarela e marrom,uma de suas marcas registradas.

MUNDANOConhecido por seu graffiti "papo reto" em mu-

ros, viadutos e em mais de 180 carroças dos cata-dores de materiais recicláveis (o projeto Pimp MyCarroça, do qual é criador), o grafiteiro e ativistaMundano procura questionar conceitos e compor-tamentos das pessoas por meio de frases de im-pacto. Transcendeu as tintas e hoje é palestrantedo TED e curador de outros projetos culturais esociais de sucesso. >>>

EVOL - Sem Título - Spray Sobre Tela 120 x 90 - 2013

SLIKSSem Título (detalhe)Spray sobre tela220 x 1802013

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

MAURO - Ver a cidade - Técnica Mista Sobre Tela70 x 90 - 2011 PAULO ITO - Sem Título - 150 x 100 - 2009

Grafitti - Mundano - técnica mista sobre tela120 x 90 cm - 2013

EVOL - Sem Título - Spray Sobre Tela120 x 90 - 2013

Grafitti - Mundano - Técnica mista sobre madeira220 x 160 - 2012

O jovem artista já pintou murais em Nova Ior-que, Buenos Aires, Quilmes, Cochabamba, San-tiago, Valparaiso, Alto Xingu, São Paulo, Rio deJaneiro, Poços de Caldas, Belém, Salvador, Brasí-lia, Tokyo e Istambul.

PAULO ITONão pinta telas desde 2009, portanto as obras

que serão expostas no Salão de Arte já são umararidade. Seu trabalho está no momento totalmen-te ligado aos muros das cidades, onde desenvolvemurais com humor ácido sobre diversos temas daatualidade.

SLIKSFortemente afetado pela textura da cidade, sua

degradação pelo tempo e pela poluição, seu traba-lho é a síntese de experimentações que passampela cor, pela espessura dos traços, pelos cruza-mentos entre o micro e o macro na composição,pela passagem do suporte do muro para o supor-te da tela. Na trama de linhas variadas, pelas téc-nicas do spray com fatcap ou na linha do diâme-tro de um fio de cabelo, compõe obras que mi-gram do figurativo para o abstrato, aleatório, sin-tético e micro.

Fotos: divulgação

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Agosto de 2013 A RELÍQUIA

Fotos: reprodução

Telas brasileiras na Espanha Telas brasileiras na Espanha D

ois quadros do pintor paulista Rafael Mu-rió serão expostos na mostra "Art Mee-ting in Barcelona", a partir do dia 24 deagosto, na BCM Gallery, situada no cen-tro de Barcelona. O evento reunirá diver-

sos artistas europeus e americanos. "Trata-se deum encontro anual nessa cidade que já é das Ar-tes e da Cultura, um verdadeiro museu a céuaberto, que abriga obras de Gaudí e a coleçãomais completa do mundo de Picasso", afirma acuradora Geni Settanni, da Waylight EventosCulturais.

Rafael Murió está completando 50 anos decarreira e vem se destacando por ser um dospintores com maior presença em eventos inter-nacionais. Só neste ano, participou de exposi-ções no Carrousel du Louvre, em Paris (Fran-ça), em Nova York (EUA) e na cidade do Porto(Portugal).

Suas obras estão presentes em acervos degrandes colecionadores, principalmente europeus,americanos e australianos. No País, podem serencontrados nos principais leilões do mercadode arte, além de galerias e museus. Detém inú-meros certificados, prêmios e menções honrosas,além de registros em diversos guias de arte.

Barcelona 2013-flores para Dani bx Barcelona 2013 - bx

"Art Meeting in Barcelona"

SERVIÇO

Exposição: de 24 a 31 de agosto de 2013 Local: BCM Gallery - Bailén, 134, Barcelona - Espanha

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A RELÍQUIA Agosto de 2013

Baiano, de Salvador, sempre foi desenhista.Toz conta em seu livro biográfico "Toz, Tra-ço e Trajetória" que desde pequeno desenha-va seu cotidiano, na capital baiana e criavasuas histórias. Percebeu também que dese-

nhava para expressar seus sentimentos, os maisdiversos.

O grafite começou a entrar em sua vida anosmais tarde, em 1998, quando estudava design noRio de Janeiro e frequentava a Lapa para "conhe-cer os personagens da cena carioca", diz, acom-panhado de seu amigo Rodrigo - ROD - conhe-cedor do grafite e principal incentivador de Toz.

No livro, Toz conta que começou a grafitar co-piando e aos poucos foi criando seu próprio tra-ço; no início usava as letras, mas percebeu queseu negocio eram os personagens clássicos como:herói, princesa, apaixonado, bonzinho, sábio, cha-to e o vilão, e suas histórias por eles ilustradas.

Sempre produzindo muito, foi além dos mu-ros e das duras da polícia e em 2007, pela primei-ra vez, mostrou seu trabalho em uma galeria dearte, em Belo Horizonte - MG e garante que essa,também, foi a primeira vez que conseguiu reunirsuas "ideias, desenhos, telas e objetos e comunicarum conjunto, uma unidade, uma linguagem pró-pria".

InsôniaO primeiro personagem apresentado no livro

é o "Insônia, um personagem noturno, urbano,estranho, sobrenatural e carismático" inspiradonos cariocas boêmios e freqüentadores da madru-gada, que Toz gosta de freqüentar e observar.Além dos insones e boêmios, Insônia tem elemen-tos da Feira Popular de São Joaquim, em Salva-dor, local que sempre atraiu o grafiteiro e ondegosta de visitar.

Vendedor de alegriaIndo mais além, criou um personagem que saiu

das telas, trazendo-o à realidade palpável e com aajuda de uma costureira, transformou o desenhoem um boneco de pano com a cabeça de bolascoloridas e o expôs. O Vendedor de Alegria sur-giu, mais uma vez, da cena carioca, mas dessavez trocando a noite pelo dia e o asfalto pelaareia; é resultado do fascínio de Toz por um ven-dedor diferente, que não vendia mate ou biscoitoglobo, mas sim bolas gigantes e coloridas, ga-nhando dinheiro com a diversão das crianças.

Depois da exposição as bolas do Vendedor fo-ram doadas para uma creche, mais uma vez di-vertindo crianças.

Liberdade - Presídio Frei Caneca - RJCarlos Vergara, artista plástico, convidou-o ara

participar de sua mostra "Liberdade", como foiintitulada, no Complexo Penitenciário Frei Cane-ca, que seria implodido. Grafitou, direto no murono presídio, portas de celas, janelas.

Sinais do Fazer - Juazeiro do Norte, CEEm 2012 viveu mais uma nova experiência,

a convite da professora cearense Agalíze Da-masceno e da curadora Isabel Portella, Toz foipara o Ceará para um projeto com workshopcom estudantes locais e a criação de um painelpara a cidade. Conta que se surpreendeu emtodos os momentos da viagem e passou a en-xergar seu próprio trabalho de maneira diferen-te e diz, positivamente, acreditar ser esse o ob-jetivo das viagens "acho que é para isso mes-mo que viajamos: para mudarmos o nosso pon-to de vista".

Painel MaracanãO muro da supervia, localizado em frente ao es-

tádio de futebol Maracanã, com uma extensão de20m de largura por 2,5m de altura, virou uma telafeita pelo grafiteiro com a ajuda de 11 jovens doInstituto Bola pra frente, que atende crianças e ado-lescentes em situação de vulnerabilidade social, nafaixa etária de 6 a 17 anos. A obra faz parte doprojeto "Several Players, one Goal", da Missão Per-manente do Brasil junto à Organização das NaçõesUnidas e demais Organismos Internacionais. Aobra será fotografada e transformada em plotagempara ser exposta na sede da ONU, em Genebra.

Toz, Traço e TrajetóriaToz, Traço e Trajetória

Vendedor de Alegria Tropical

Painel na Zona Portuária do Rio de Janeiro