Edgar_linhares - Formação de Mediadores

8/19/2019 Edgar_linhares - Formação de Mediadores

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LEITURA

FORMAÇÃO DE MEDIADORES


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1ª Parte

CONCEITOS DE MEDIADOR


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O conceito de mediador pode ser

entendido em duas vertentes:

a) O conceito tradicional: professor,alfabetizador, educador profissional

voltado para o ensino sistematizado deuma unidade administrativo-política

(União, Estado, Município).


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b) Um conceito novo :

mediador não comprometido com umsistema formal de ensino, articulado

com missões sociais relevantes emvárias áreas: educação, direito,

saúde, vida social, família,comunidade, valores.


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Teoria da Mediação Cognitiva I

• A idéia de mediação começa com Vigotsky, mas

é bastante trabalhada por Feuerstein, autor daTeoria da Mediação Cognitiva.

• Para ele, a experiência de atividade mediada

pode ser definida a partir da forma como osestímulos emitidos pelo meio são transformadospor um agente mediador - usualmente um pai,

uma mãe, um irmão ou outra pessoa do círculopróximo da criança.


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Teoria da Mediação Cognitiva II

• O agente mediador - motivado por suas

intenções, cultura e envolvimentoemocional - seleciona e organiza o mundodos estímulos para a criança e osorganiza.

• Normalmente ele determina o surgimento

ou desaparecimento de certos estímulos eignora outros.


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Teoria da Mediação Cognitiva III

• Por esse conceito de mediação,

Feuerstein interpreta o desenvolvimentocognitivo como decorrente da interaçãocom o seu meio, interação que sedesenvolve da percepção, assimilação eprocessamento dos estímulos existentes

ou através da mediação cognitiva daspessoas.


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Teoria da Mediação Cognitiva IV

• A pesquisa do Prof. Marcos Meyer sobre aaprendizagem significativa e a ação doprofessor revela um aspecto importante damediação.

• Ele pesquisou entre estudantes quais as

características de um excelente professor.a) Amigo e bom relacionamento com os alunos.b) Explicar bem.

c) Dominar bem o conteúdo.d) Conhecer e lida com as características

individuais dos seus alunos.


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2ª Parte

Desenvolverei o assunto, tentando

chamar a atenção para aspossibilidades do conceito novo,complementar ao conceito tradicional.

Comecemos pois, por uma visão de

conjunto do sistema tradicional noenfoque temático da leitura.


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Vamos utilizar o tempo – a idade dacriança - como roteiro para a aquisição

da leitura.


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A aprendizagem da leitura começamuito mais cedo do que se pensa.

Como dizem as diretrizes curriculares

de educação infantil, ver, ouvir, falar eentender , são as aprendizagens

iniciais da comunicação.


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Para, Paul Bloom, as crianças

começam a produzir palavras, a partirde 12 meses e o fazem numa média de

10 palavras por dia, podendo chegarde 60.000 e 80.000 ao final daeducação básica.

Isto depende da circunstância dentroda qual as palavras são apresentadas.(Bloom. P - How Children Learn theMeanings of Words, 2000)


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A quantidade de vocabulário que a

criança vai acumulando é um capitalmuitíssimo importante para o seu

futuro cognitivo. Pode até serdecisivo para o seu sucesso na vida.


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Por isso a presença da mãe falando

com o filho desde os seus primeirosdias é muito importante.

A freqüência da interação é que

garante a construção do vocabulárioda criança.


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A industrialização levou a mãe para a

fábrica e deixou o filho sozinho. Nolugar dela, não veio a creche, nem a

educação infantil. Quando apareceu,não deu à linguagem falada a

importância que ela tem, nem aografismo que desenvolve a motricidadefina.


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Uma alfabetização eficaz depende dovocabulário que a criança tem quandocomeça a aprendizagem da leitura inicial.

O filho de pais analfabetos chega aos 6

anos com 3.000 palavras.

O filho de classe média sobe esse númeropara 30.000 palavras


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Quem chega à alfabetização sem

vocabulário e recebe uma cartilhacom 250 palavras vai ter dificuldade

de aprender a ler. E se depois recebelivros com 33 leituras por ano, corre orisco de abandonar os estudos porfalta de estímulos, diante dosresultados que consegue alcançar.


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A primeira etapa da alfabetização - afase do aprender a ler - se completa

quando a criança lê frases de até 12sílabas a uma velocidade médiasuperior a 80 palavras por minuto.

Nesta 1ª fase são desenvolvidos os 5componentes principais daalfabetização. Quais são eles?


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O PRIMEIROO PRIMEIRO

A consciência fonológica..

O SEGUNDOO SEGUNDOO domínio do princípio alfabético, pelo seu

papel de automatizador do universo daspalavras.

O TERCEIROO TERCEIRO

AA fluência, carregada de gestos e expressõesvocálicas, coadjuvantes da compreensão..


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O QUARTOO QUARTO

O vocabulário que deve crescer a cadadia, durante a alfabetização e depois,pelo resto da vida.

O QUINTOO QUINTO

A compreensão que decorre:a) da automatização da leitura daspalavras;

b) da qualidade da fluência ec) da riqueza do vocabulário..

ÕÕ ÊÊ


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PADRPADRÕÕES DE FLUES DE FLUÊÊNCIA DOSNCIA DOS ESTUDANTES COM BASE NOESTUDANTES COM BASE NONN°° DE PALAVRAS POR MINUTODE PALAVRAS POR MINUTO (PPM)(PPM)

SÉRIE

1

PPM

60

2 94

3 114

4 118

5 128

6 145

7 167

8 171

ADAPTADO DE:

HASBROUCK, J. E. & TINDAL, G (1992).


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• A velocidade ao redor de 80 a 90 PPM define oingresso na segunda fase da aprendizagem da leitura,

a fase que instiga a compreensão.• É uma fase decisiva para o início da fixação do hábito

de ler da criança (bela oportunidade para mediadores

externos).• Esta fase pode ir até o 9° ano ou mais (biblioteca,professor competente, suporte familiar).

• E, finalmente: ATENÇÃO!!!

a) muito estímulo, muito amor, muito elogio para dar aomediador a condição de professor(a) querido(a);

b) muito cuidado com a legibilidade dos textos que o alunovai ler: devem ter requisitos de vinculação às

possibilidades de leitura do aluno.


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• Finalizando: nesta parte, o ideal será a leiturade pelo menos 3,5 milhões de palavras por ano.

Faço uma grande propaganda das

avaliações espanholas da 6ª série.

Elas mostraram, em 2003, que os alunos

que tinham lido cinqüenta livros ou maisestavam no topo de todas as disciplinas.

A alfabetização, se não gera o hábito daleitura, produz o analfabeto funcional


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3ª Parte

A terceira parte, o desenvolvimento daautonomia intelectual , deveria começar noinício do ensino médio.

Mas não com esse currículo que nós temos,em que a preocupação com a quantidade

dificulta o desenvolvimento das qualidadesfundamentais da formação da cultura.


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•É a fase da fome de aprender, do

prazer da descoberta e da pesquisa.

•É a fase da vida cultural adulta.


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Daí a importância da biblioteca na

escola e do livro na rotina da sala deaula.

Se o aluno na 6ª série deve ter lidopelo menos 50 livros, quantos deverá

ter lido ao final do ensino médio?


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Aritmética da Leitura

• O ideal é que ele termine o ensino

fundamental com um vocabulário de 50mil palavras e o ensino médio com 80 mil.

• 150PPM = 9.000 palavras por hora.

• 9.000 x 30 = 270.000 palavras/mês

• 270.000 x 12 = 3.240.000 palavras/ano


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O Conselho de Educação do Ceará,desde 1994, exige que a escola tenha

pelo menos 5 livros por aluno em salade aula. Isto há 14 anos. Ainda não

chegamos a este nível de exigênciaem nossas bibliotecas. Queremosfazê-lo até 2010. Caso contrário, nãoteremos crianças em condições deacesso à autonomia intelectual.


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RESUMINDO: na educação básica, háuma lei básica: ou a criança aprende a

ler ou reduz o seu potencial desucesso na vida a menos de 10% do

que teria, se tivesse a leitura a seuserviço.


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Do que vimos sobre a leitura, podemos

concluir que ela é fundamento da escola.Vimos até os seus componentes técnicos.

Faltou apenas o componente psicológicofundamental:

O interesse do alunoO interesse do aluno

pelapelaaprendizagem da leituraaprendizagem da leitura


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E esse fundamental , para uma legião de jovens, pode ser transmitido através dosmediadores não comprometidos com o

sistema regular de ensino


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Tais mediadores agregam à

experiência dos jovens oscomponentes das artes – de todas as

artes – que se articulam paraenriquecer a leitura com o sentimento,

a emoção, o ritmo e a imagem, abrindocaminho para a compreensão.

Estão nesta direção programas como o Programa


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Estão nesta direção programas como o ProgramaNacional do Livro e da Leitura (PNLL).

É uma ação consistente e articulada para ademocratização do acesso ao livro

(www.cultura.gov.br/politicas/livroeleitura)Também o é o VIVA LEITURA - Programa deformação de mediadores de biblioteca e

brinquedoteca.Instituto Popular de Arte-Educação – Programa de

Formação de educadores e atendentes paradesenvolver atividades de formação para aleitura.

Programa Perseu Abramo São Paulo

http://www.cultura.gov.br/politicas/livroeleiturahttp://www.cultura.gov.br/politicas/livroeleiturahttp://www.cultura.gov.br/politicas/livroeleitura


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Programa Perseu Abramo – São Paulo –Formação de Funcionários de Biblioteca

Projeto Mudando a História – Prefeitura dePeruibe - para formação de leitores.

Programa Prazer em Ler – Promoção doInstituto C&A.

Programa Care do Brasil – Filial da CareInternacional.Expedição vagalume – Projeto de

implantação de bibliotecas na região Amazônica. (em 287 dias 35.000 km emnove estados).

Pluricom Empresa de Comunicação que


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Pluricom – Empresa de Comunicação quepromove políticas públicas de incentivo ao livro e a

leitura em São Paulo. Associação Paulista de municípios – Promove aformação de mediadores para incentivo a leitura.

Ministério da Educação – Editel de qualificação detecnologias - entre as áreas está a área defomento a leitura.

Alto Comissariado para a imigração e dialogointercultural - Portugal –

(www.google.com.br: mediadores)(www.wikipedia.com.br)


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Uma observação final

Na alfabetização do Brasil de hoje,

esquecemos a formação do professoralfabetizador.

Ele está saindo de um curso dePedagogia que não forma o alfabetizador.

Temos que corrigir essa deficiência

cruel.Isto é uma denúncia e um apelo.


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Será que isto só acontece no Nordeste?Por que não resolver o problema, com

uma licenciatura para formação dealfabetizadores?Ele trabalhará nas duas classes de pré-escola (4 e 5 anos) e nas duas iniciais daeducação infantil (6 e 7 anos)

Não é uma ótima solução?


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PROPOSTAS DO PASSADO

• O processo de alfabetização liderado pela

Editora Abril – Década de 70 (?)• O PROFA – Programa de Alfabetização

do MEC => o Mobral tradicional

• O método Paulo Freire

• E o presente?


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Respostas:


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Respostas:

• É urgente um diagnóstico prévio da situação doensino de alfabetização Estado por Estado.• É urgente um diagnóstico das licenciaturas

para o ensino fundamental I• Os diagnósticos deverão produzir um programa

de dez anos para podermos competir com a

Finlândia em matéria de qualidade no ensino daeducação básica.

• Não se tem nenhuma das respostas acima se

não constituirmos um programa brilhante deinvestimento em pesquisas voltadas para abusca de qualidade da educação básica.

FINALMENTE


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FINALMENTE

BASTA DE ACHISMO!

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