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www.tribunafeirense.com.br R$ 1 FEIRA DE SANTANA, SEXTA-FEIRA 3 DE JUNHO DE 2016 ATENDIMENTO (75)3225-7500 6 ANO XVI - Nº 2.586 Confirmado pelo PT para disputar novamente a prefeitura de Feira de Santana, o deputado estadual Zé Neto critica a gestão da Saúde sob José Ronaldo. Para ele, a maior parte do dinheiro do setor vai para empresários, enquanto procedimentos básicos deixam de ser ofertados pelo município. O petista defende a criação de um hospital municipal. Há anos ouvimos propaganda mandando esvaziar pneus, para evitar o mosquito da dengue (e agora também da chikungunya e da zika). Mas a secretaria de Saúde acha que pode acumular pneus. A Vigilância Epidemiológica garante que o material é permanentemente tratado para evitar a proliferação de larvas do mosquito neste terreno na avenida Rio de Janeiro. Secretaria de Saúde garante que mosquitos não se criam aqui. Será? 5 2 Zé Neto quer hospital municipal Ela vive correndo atrás do sonho Graciete Santana vai representar Feira e a Bahia, na Maratona dos Jogos Olímpicos. Dedicada integralmente ao esporte, ela mal tem espaço em casa para guardar os troféus. Lana Mattos Washington Nery

Edicao 03 06 16

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jornal Tribuna Feirense, Feira de Santana, Bahia

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www.tribunafeirense.com.br R$ 1FeiRa de Santana, SeXta-FeiRa 3 de JUnHO de 2016

atendiMentO (75)3225-7500

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anO XVi - nº 2.586

Confirmado pelo PT para disputar novamente a prefeitura de Feira de Santana, o deputado estadual Zé Neto critica a gestão da Saúde sob José Ronaldo. Para ele, a maior parte do dinheiro do setor vai para empresários, enquanto procedimentos básicos deixam de ser ofertados pelo município. O petista defende a criação de um hospital municipal.

Há anos ouvimos propaganda mandando esvaziar pneus, para evitar o mosquito da dengue (e agora também da chikungunya e da zika). Mas a secretaria de Saúde acha que pode acumular pneus. A Vigilância Epidemiológica garante que o material é permanentemente tratado para evitar a proliferação de larvas do mosquito neste terreno na avenida Rio de Janeiro.

Secretaria de Saúde garante que mosquitos não se criam aqui. Será?

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Zé neto quer hospital municipalela vive correndo atrás do sonho

Graciete Santana vai representar Feira e a Bahia, na Maratona dos Jogos Olímpicos. Dedicada integralmente ao esporte, ela mal tem espaço em casa para guardar os troféus.

Lana Mattos

Washington Nery

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2 Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016

POLÍTICA AMBIENTALCada entidade da Raízen Combustíveis S A deverá estar comprometida com os seguintes princípios: - Buscar o objetivo de não ferir pessoas; - Proteger o meio ambiente; - Utilizar recursos e energia de forma eficiente para entregar nossos produtos e serviços; - Respeitar nossos vizinhos e contribuir com as sociedades nas quais nós operamos; - Desenvolver os recursos de energia, produtos e serviços consistentes com estes objetivos; - Divulgar publicamente o nosso desempenho; - Prestar um papel de liderança, promovendo as melhores práticas em nossas instalações; - Gerenciar os assuntos de SSMA & Responsabilidade Social como qualquer outra atividade crítica para a condução do nosso negócio; - Promover uma cultura na qual todos os empregados da Raízen compartilhem com este compromisso.

Cada entidade da Raízen: - Terá uma abordagem sistemática para o gerenciamento de SSMA & Responsabilidade Social, desenvolvida para assegurar conformidade com os requisitos da lei e para alcançar um desempenho em regime de melhoria contínua; - Manterá objetivos para as suas melhorias; - Solicitará que contratados gerenciem SSMA & Responsabilidade Social em linha com esta política; - Solicitará que joint ventures sob o seu controle operacional apliquem esta política, e utilizem a sua influência para promovê-la em outras instalações; - Engajará de forma eficiente as comunidades impactas e partes interessadas externas ao negócio; - Incluirá o seu desempenho de SSMA & Responsabilidade Social nas avaliações de seus funcionários, bem como em recompensas quando oportuno.

A DIREÇÃO

PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTAL

A Empresa Mangels Industria S/A, inscrita no CNPJ:61.065.298/0014-27, torna público que está requerendo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMAM a licença de Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço, exceto arames, localizada Rua Itaperoa, Nº 90, Centro Industrial da Br 324, Distrito de Humildes, Feira de Santana – Ba, CEP: 44.135-970.

POLÍTICA AMBIENTAL

A Mangels Industria S/A, na busca da melhoria continua das ações voltadas para o meio ambiente, assegura que está comprometida em:- Promover o desenvolvimento sustentável, protegendo o meio ambiente através da prevenção de poluição, administrando os impactos ambientais de forma a torná-los compatíveis com a preservação das condições necessárias á vida;- Atender á legislação ambiental vigente aplicável e demais requisitos subscritos pela organização;- Promover a melhoria contínua em meio ambiente através de sistema de gestão estruturado que controla e avalia as atividades, produtos e serviços, bem como estabelece e revisa seus objetivos e metas ambientais;- Garantir transparência nas atividades e ações da empresa, disponibilizando ás partes interessadas informações sobre seu desempenho em meio ambiente;- Praticar a reciclagem e o reuso das águas do processo produtivo, contribuindo com a redução dos impactos ambientais através do uso racional dos recursos naturais;- Promover a conscientização e o envolvimento de seus colaboradores, para que atuem de forma responsável e ambientalmente correta.

PedidO de RenOVaÇÃO de LiCenÇa de OPeRaÇÃO

A RAÍZEN COMBUSTÍVEIS S. A., CNPJ 33.453.598/0105-10 , torna público que está requerendo ao Instituto de Meio Ambiente – IMA a Renovação da Licença Ambiental de Operação para operação do empreendimento destinado ao envasamento e estocagem do produto ARLA 32, localizada a Rodovia BR 116, Norte KM 08, S/N – Novo Horizonte

Thiago Moraes Camara

8 de maio se tornou um dia inesquecível para a maratonista feirense Graciete Moreira Carneiro Santana. Foi quando ela recebeu o comunicado assinado pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) confirmando que será uma das três integrantes do time feminino brasileiro que vai disputar a prova que encerra as Olimpíadas do Rio de Janeiro, no dia 14 de agosto. Será a primeira vez que um atleta de Feira de Santana participa de uma Olimpíada. Antes mesmo de alinhar naquela que é tida como a mais nobre

Graciete representa Feira na prova mais nobre da Olimpíada

Espanha manteve-se atenta porque imaginava que seu índice seria batido a qualquer momento. “Todos os atletas são de ponta e de alto rendimento. Daí o temor de ficar fora da maratona”, conta, aliviada.

Diferente de outros competidores, a equipe de Graciete é formada por ela e pelo marido. Sem recursos financeiros e sem estrutura de campeã. Contrariando as expectativas, ela chegou lá. “Enquanto os outros têm equipes, eu tenho Domingos, que é psicólogo e nutricionista para mim”, elogia.

Autodidata, Domingos Carlos disse que a atleta vai fazer todo o treinamento pré-maratona em Feira, por opção dela. Vai para o Rio de Janeiro dez dias antes da prova, para uma espécie de adaptação e participar das orientações finais para a equipe. “Acredito que ela vai chegar melhor fisicamente do que quando disputou a Maratona de Sevilha”, estima.

No segundo semestre do ano passado, Graciete disputou quatro maratonas, além de corridas de menor distância. E ainda vai correr outras até o início do treinamento

aumentando para até 35 quilômetros. “Se fizermos um treinamento correto tenho todas as credenciais para fazer uma boa prova”, aposta.

Na sala, na garagem e num quartinho dos fundos na casa simples e praticamente sem móveis onde mora no 35º BI, dezenas de troféus, que ganhou ao longo dos últimos anos, se tornaram decoração. A corredora disse ter orgulho de cada um deles. Defende as cores do Cruzeiro, clube que investe em talentos das pistas, do qual recebe uma ajuda de custo. Ainda corre atrás de patrocinadores que possibilitem

alimentação adequada, com os suplementos ideais e principalmente a tranquilidade para entrar no circuito sem se preocupar com a estabilidade financeira. “Praticamente a gente vive do que ganha nas corridas”. E as vitórias vêm acontecendo. “A manutenção de um maratonista é cara”, salienta.

Ela disse estar consciente do feito histórico que protagonizou. “Chegar lá, na linha de largada, já foi um triunfo pessoal grande. E vou dar o melhor de mim na prova. Não prometo medalha, mas vontade para superar os meus limites”, afirmou Graciete, do alto dos seus pouco mais de 1,5 metro e atuais 42 quilos.

das provas olímpicas, seja qual for seu resultado, Graciete definitivamente entrou para a história do esporte local.

Foram semanas de angustiante espera por parte da atleta e do marido, Domingos Carlos, que é o seu treinador. Em fevereiro, na Maratona de Sevilha, na Espanha, ela cravou 2h38min33s, tempo que preliminarmente a credenciou ao Rio 2016. Foi a brasileira melhor colocada na prova. Desde então, ficou secando as outras que buscavam o sonhado índice olímpico. As companheiras classificadas serão Adriana Aparecida e Marily dos Santos.

Ao receber a carta do Comitê Olímpico, revelou, os batimentos cardíacos aumentaram, sem que ela precisasse correr. A homologação do tempo tirou um peso dos ombros franzinos da atleta.

Admite que nunca acreditou que faria parte do time brasileiro e que depois da prova na

específico para Rio 2016. Agora é treinar focada

na prova olímpica, para chegar ao Rio no pico da forma. Domingos Carlos disse que diariamente

a atleta corre entre 17 e 20 quilômetros. Mas a intensidade dos treinos será aumentada a dois meses da maratona olímpica,

A coleção de troféus toma uma boa parte do espaço na casa de Graciete

Washington Nery

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016 3

Glauco Wanderley [email protected]

inema exige outorga para obras das trincheiras

Segundo Messias Gonzaga a outorga deveria ocorrer antes da rua ser escavada para início da obra

O Inema, órgão ambiental do governo do estado, notificou nesta quinta-feira (02) a prefeitura, para que apresente em até 10 dias a documentação para requisitar um pedido de outorga, para promover as intervenções na área das trincheiras do BRT (nos cruzamentos da Maria Quitéria com Getúlio Vargas e João Durval com Presidente Dutra).

A notificação do Inema ocorreu após denúncia de que as obras atingiram (no caso da Maria Quitéria) ou atingirão (na João Durval) o lençol freático e nestes casos a licença é indispensável, segundo o coordenador do Inema, Messias Gonzaga.

A rigor, na Maria Quitéria se trata de precaução. A equipe do Inema, formada por um

Hábil com as palavras, o secretário de Meio Ambiente, Maurício Carvalho, gastou sua oratória e tentou ser simpático com todos os que o questionavam em sabatina que durou mais de duas horas na Câmara. Enfrentou com desenvoltura o ambiente hostil, mas não reverteu a opinião dos vereadores que tinham estado na área da obra do Atacadão na BR 324. Estes permaneceram convictos de que a Lagoa do Subaé está sendo invadida e aterrada e resolveram apelar ao Ministério Público.

Primeiro a falar após a meia hora de exposição de Maurício, Pablo Roberto avaliou que “não muda em absolutamente nada” e ressaltou a pressa na execução da obra, com a multiplicação do número de operários no mesmo dia em que uma comissão de vereadores esteve no local. O que foi reforçado pelo presidente Ronny, que

O prefeito José Ronaldo de Carvalho criou através de decreto, comissão para elaborar um Plano de Ações Administrativas de natureza ambiental, urbanística e social, a serem desenvolvidas nas lagoas do município de Feira de Santana.

O objetivo é “desenvolver ações de defesa e prevenção ambiental, humanização e melhoria da qualidade de vida da população feirense, de intervenção de saneamento básico e da melhoria da estrutura física da cidade”.

A comissão tem prazo de 60 dias para apresentação do Plano e já manteve várias reuniões para a sua elaboração. Ficou definido que a primeira a ser trabalhada é a Lagoa Salgada, que faz parte da bacia do Subaé. Será feita

ataque às prerrogativas do mandatoA Câmara viveu momento

insólito nesta semana, quando o presidente do sindicato de agentes de endemias, Roberto Carlos Carvalho, usou a tribuna livre para rebater declarações do vereador Isaías de Diogo contra ele (a tribuna livre é um período de 10 minutos em que a Câmara abre os microfones do plenário para manifestações da comunidade sobre as causas mais variadas).

Mais do que defender-se - o que já fugiria à finalidade regimental da tribuna livre - o orador passou a atacar e desafiar o vereador.

Em protesto, o veterano Carlito do Peixe deixou o plenário e declarou jamais ter visto em seus mais de 20 anos no Legislativo, alguém ir à tribuna para rebater o que foi dito durante as sessões.

Certíssima a atitude de Carlito. Sou crítico permanente da atuação dos vereadores, mas não se pode permitir que o espaço do plenário, exclusivo da

atividade parlamentar, seja utilizado para retrucar o que é falado durante as sessões. Como bem lembrou o mesmo Carlito, para fazer isso, é preciso primeiro ganhar eleição.

Só o que falta para a atuação dos vereadores ficar ainda mais pífia é passarem a ter medo de fazer críticas a pessoas quaisquer, para não terem depois que aturar a réplica dentro do próprio plenário.

O presidente, Ronny, teve a decência de se desculpar quando o assunto veio à tona no dia seguinte, reconhecendo o erro de ter permitido o ataque a parlamentar dentro do próprio recinto da Câmara. “Confesso e peço desculpas. Confesso que pequei”. Alegou que não notou o discurso, preocupado que estava com o depoimento do secretário Maurício Carvalho sobre as lagoas e com a sessão especial que aconteceria à noite na comemoração dos 40 anos da Uefs.

embasa contesta lei que reduz taxa de esgoto

“Em Barreiras, lei municipal, de autoria de vereador, dispondo sobre a proibição da cobrança de tarifa de esgoto, já foi suspensa pelo Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia”, adverte a Embasa em nota distribuída à imprensa. A empresa estadual de água contesta lei aprovada na Câmara, de autoria de Pablo Roberto, que reduz a tarifa de esgoto pela metade (de 80% para 40% do valor do consumo de água).

A Embasa alega que a cobrança tem o respaldo de lei estadual e que em outros estados cobra-se na taxa de esgoto até 100% do valor do consumo de água.

A lei de Pablo não foi sancionada nem vetada pelo prefeito. Com o fim do prazo para manifestação do Executivo, foi promulgada pelo presidente da Câmara, mas certamente será contestada judicialmente pela empresa estadual de saneamento.

Veto evangélicoEm mais uma demonstração de força da bancada evangélica

o vereador Correia Zezito não conseguiu aprovar projeto que autorizava a venda de cerveja no estádio Joia da Princesa, porém exclusivamente em copos descartáveis, proibindo as garrafas, para minimizar riscos de segurança.

Mobilizou-se contra o projeto a bancada evangélica, que com algumas adesões dos “do mundo”, barrou a iniciativa, para decepção do edil, que alegava que sua proposta poderia gerar o patrocínio de alguma cervejaria, que assim poderia beneficiar o Fluminense, que vive em permanente estado de dificuldade financeira.

agressão a longo prazoComo se não bastasse o fato de que a delegacia da mulher em

Feira de Santana não funciona nos finais de semana, quando as mulheres são mais agredidas, as denúncias feitas nos outros dias correm o risco de perder totalmente a eficácia.

Segundo o vereador Zé Carneiro, quem foi acusado por mulheres no mês de maio recebeu intimação para depor em outubro, quatro meses depois.

Feira ou São Gonçalo?Membros da Comissão de Assuntos Territoriais da

Assembleia Legislativa da Bahia, os deputados estaduais Zó (PC do B) e Bira Coroa (PT), estiveram nesta quinta-feira com o prefeito José Ronaldo e nas localidades em que os moradores esperam há anos uma definição sobre a qual município pertencem, para que possam cobrar a prestação de serviços públicos. Segunda-feira as consultas se completam em audiência com o prefeito Furão, de São Gonçalo dos Campos. Os deputados se disseram otimistas com o entendimento, mas não deram prazo para uma solução.

requalificação da lagoa, com proposta de urbanização.

Conforme o coordenador das ações ambientais, Lucílio Flores, a comissão fará a primeira ação na próxima quarta-feira, quando será realizado levantamento planoaltimétrico em curva de nível e cadastral.

PERAÍ. LUCÍLIO FLORES? MAS ELE NÃO ESTÁ NO GOVERNO JOSÉ RONALDO.

Isso mesmo, não está. O texto que reproduzi acima é notícia de setembro de 2008, último ano do segundo mandato de José Ronaldo como prefeito.

Foi só para mostrar como o tema das lagoas é emperrado no município, mesmo quando se promete uma solução rápida e se anuncia que já

está em execução. Onde está hoje o resultado deste trabalho, afinal?

Recentemente, na gestão de Roberto Tourinho, foi prometido um levantamento aéreo com uma empresa de outro estado. Ficou caro, anunciou-se uma parceria com a Uefs. Não saiu.

Agora foi Maurício Carvalho quem disse à Tribuna Feirense que está se articulando com o Inema, para, novamente em parceria com a Uefs, fazer o “zoneamento ecológico de Feira de Santana” e com isso providenciar a demarcação do que resta das lagoas que um dia enfeitaram e refrescaram olhos e corpos de feirenses e viajantes.

Se estes anúncios tivessem alguma consequência prática, não haveria mais dúvidas quando uma construção - como a do Atacadão na BR 324 - fosse iniciada. Era só construir fora das áreas demarcadas.

Mas será que interessa fazer esta demarcação? Afinal, a inexistência dela é que permite que empreendimentos comerciais, industriais e residenciais, coletivos ou individuais, possam ser ocupados quando as circunstâncias permitirem.

As lagoas, gradualmente assoreadas pelo aterramento, pela obstrução de suas nascentes, pelas construções plantadas ao redor e dentro delas, tornam-se um estoque imobiliário que mais cedo ou mais tarde vai virar lucro.

Uma Comissão só para as lagoas

Maurício escapa do cerco mas não convence vereadoresnoticiou que um muro para isolar a área, em estágio inicial de manhã, no fim do dia estava pronto.

David Neto desejou que a Polícia Federal viesse inquirir Maurício. E viu pilares sendo erguidos em meio à água. Correia Zezito avistou “20 a 30 caçambas de lama” sendo retiradas de um córrego criado para escoamento da água “da nascente”, no qual, denunciou, foi jogado cascalho para aterrar.

Como é possível conseguir tanto cascalho tão depressa, se depende de licença do Departamento Nacional de Produção Mineral e o próprio município só tem licença para uma fonte deste recurso, conseguida após três ou quatro anos de trâmites burocráticos? Foi o que indagou Wellington Andrade. Ele lembrou que quando secretário de Agricultura, pedia ao

secretário de Desenvolvimento Urbano, José Pinheiro, para arranjar cascalho para melhorar acessos na zona rural e ouvia deste que havia grande dificuldade de obter o material.

Wellington Andrade acabou sendo o mais contundente na contestação à decisão do governo, de liberar a obra e apelou para Maurício mandar suspender o serviço imediatamente. Ele classificou a licença como “estapafúrdia”, por se basear em parecer pago pela própria empresa atacadista. Para ele, a distância de 100 metros alegada pelo secretário entre a lagoa e a construção, não chega a 10 metros.

Mas de acordo com o secretário Maurício Carvalho, a prefeitura não tem dúvida sobre o acerto da decisão, mas de qualquer maneira, toda a documentação foi colocada à disposição dos vereadores e

encaminhada ao Ministério Público.

Foi também ao Ministério Público que recorreram os membros da Comissão de Obras, Urbanismo, Infraestrutura e Meio Ambiente da Câmara, que protocolaram no dia seguinte à sessão da Câmara, um pedido para que seja feita uma intervenção que paralise a construção. “Não somos técnicos nem especialistas na área, mas é possível ver a olho nu, a água na região da construção”, disse Alberto Nery quando compareceu ao órgão.

E o Inema, órgão ambiental do estado, o que diz? Segundo o coordenador, Messias Gonzaga, só vai se manifestar se for solicitado pelo Ministério Público, por entender que a lei reserva à prefeitura o direito de conceder a licença.

geólogo, um engenheiro civil e um engenheiro químico já esteve no local e atestou que não tinha sido atingido o lençol. “Ficou bem próximo, mas pode ser que não atinja, porque a obra já está próxima do fim”, observa Messias. De qualquer modo, será feita nova análise por garantia. Na João Durval, o lençol freático

está mais perto da superfície e certamente será alcançado.

“O município deveria ter pedido o licenciamento na fase do projeto”, entende Messias, explicando que apesar dos municípios hoje poderem dar licenças ambientais, no caso da água do subsolo a atribuição continua a ser do estado.

O secretário de

Planejamento, Carlos Brito, disse à Tribuna Feirense que no entendimento do município a outorga seria necessária apenas caso a obra fosse provocar alteração no lençol freático, o que não é o caso, segundo ele. “Isso depende da solução de engenharia que é utilizada”, justificou.

Vinícius Gomes

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4 Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016

Rua Quintino Bocaiuva - 701 - Ponto Central - CEP 44075-002 - Feira de Santana - PABX (75)3225.7500/3021.6789

OS teXtOS aSSinadOS neSte JORnaL SÃO de ReSPOnSaBiLidade de SeUS aUtOReS.

Fundado em 10.04.1999www.tribunafeirense.com.br / [email protected]: Valdomiro Silva - Batista Cruz - Denivaldo Santos - Gildarte RamosEditor - Glauco Wanderley Diretor - César OliveiraEditoração eletrônica - Maria da Piedade dos Santos

LICITAÇÃO 123/2016 – PREGÃO ELETRÔNICO 098/2016 Objeto: Aquisição de gêneros alimentícios destinados a alimentação escolar do Programa Nacional da Alimentação Escolar – PNAE. Tipo: Menor preço. Data: 16/06/2016 às 08h30. Informações no Dpto.de Licitação e Contratos, Av. Sampaio, nº 344, Centro, nos dias úteis, das 09hs00 às 12hs00 e das 14h00 às 17h00. Tel.: 75 3602 8345/8361. Edital no site: www.bllcompras.org.br. Feira de Santana, 03/06/2016. Osmario de Jesus Oliveira– Pregoeiro.

LICITAÇÃO 074-2016 – PREGÃO ELETRÔNICO 061-2016Avisamos que, torna-se sem efeito a publicação do dia 31/05/2016, edição 252, pagina 4, referente à homologação e extrato do contrato da Licitação 074-2016 Pregão Eletrônico 061-2016. Feira de Santana, 02/06/2016. Gilberte Lucas – Diretora Presidente da FHFS.

LICITAÇÃO 073-2016 – PREGÃO ELETRÔNICO 060-2016 Avisamos que, torna-se sem efeito a publicação do dia 31/05/2016, edição 252, pagina 4, referente à homologação e extrato do contrato da Licitação 073-2016 Pregão Eletrônico 060-2016. Feira de Santana, 02/06/2016. Gilberte Lucas – Diretora Presidente da FHFS.

LICITAÇÃO 121-2016 – PREGÃO PRESENCIAL097-2016Objeto: contratação de empresa especializada para prestação de serviço de limpeza e desentupimento de fossas sépticas, através da locação de 01 (um) caminhão limpa-fossa, pelo período de 12 (doze) meses.Tipo: Menor preço. Data: 16/06/2016 às 14h30. Informações no Dpto. de Licitação e Contratos, Av. Sampaio, nº 344, Centro, nos dias úteis, das 09hs00 às 12hs00 e das 14h00 às 17h00. Tel.: 75 3602 8345/8361. Edital no site: www.feiradesantana.ba.gov.br. Feira de Santana, 02/06/2016. Oneide Silva Argolo– Pregoeira.

LICITAÇÃO 122-2016 – CONCORRÊNCIA PÚBLICA 012-2016Objeto: Contratação de empresa de engenharia para executar obras de revitalização da Praça Presidente Médici, localizada na rua Dom João VI, Centro. Contrato de Repasse nº 821077/2015/MINISTÉRIO DO TURISMO/CAIXA. Tipo:Menor Preço. Data: 11/07/2016às 08h30. Local: Salão de Licitações, Av. Sampaio, nº 344, Centro. Edital no site: www.feiradesantana.ba.gov.br. Informações no Dpto. de Licitação e Contratos, mesmo endereço, nos dias úteis, das 09h00 às 12h00 das 14h00 às 17h00. Tel.: 75 3602 8345/8333. FSA, 02/06/2016. Josilene da Silva Araujo– Presidente da CPL.

Fica REMARCADA a LICITAÇÃO 105/2016 – PREGÃO ELETRÔNICO 087/2016Objeto: Aquisição de 03 (três) gerAdores pArA Atender A sMtt, nos terMinAis de trAnsbordo norte, sul e CentrAl, inCluso trAnsporte e instAlAção.Tipo: Menor Preço. DATA: 15/06/2016 às 14h30. Informações no Dpto de Licitação e Contratos, mesmo endereço, nos dias úteis, das 09h00 às 12h00 das 14h00 às 17h00. Tel.: 75 3602 8345. FSA, 02/06/2016. Caroline Suzart Cotias Freitas - Pregoeira.

Vestida com elegância e devidamente ornamentada com os atavios metafóricos inerentes à boa construção literária, a crônica, que tem no panteão nacional o capixaba Rubem Braga como um dos seus grandes expoentes, quando se presta à crítica do quotidiano, é um campo vasto a elucidação da verdade dos fatos que, fora dos domínios deste artifício das letras, acabam sendo relegados ao lugar comum do imediatismo do jornalismo nosso de cada dia.

De outro modo, ela dá curso às mais delirantes elucubrações da imaginação, permitindo aos seus autores tecer um rosário inebriante de digressões que, desfocado do mundo concreto das

José Marcone Paula de SouzaJoão Vianey Marval

O dentista de itaparica, quem diria: O buraco é mais embaixo

coisas, pode, servindo à conveniência de sábios artífices, se por a marcha dos mais retumbantes equívocos e mistificações, não passando, neste caso, de mera peça de ficção.

E foi com o gosto da pilhéria que nutre esta última faceta da boa e cativante prosa, que entendeu-se como sendo o caminho trilhado pelo articulista que dedicou tinta e tempo preciosos a tentar desconstruir, com sua verve notadamente envolvente, todos os esforços que o governo do município vem envidando para inserir Feira de Santana no rol das grandes metrópoles, mundo afora, no quesito mobilidade urbana (malgrado, é claro, às respeitáveis vozes discordantes de praxe, às quais, salvo engano, o nobre cronista comete o grave equívoco de engrossar, o que passamos a

ilustrar, com a devida vênia).

“Os buracos”, vibrados de forma monocórdia no concertação prosaica do nosso escriba, são nominados de PASSAGEM DE NÍVEL ou TRINCHEIRAS nos bons códigos de Engenharia Civil, e constam das obras complementares do projeto de implantação do BRT.

Orçado em R$ 97 milhões e financiado pela Caixa Econômica Federal, o BRT coloca Feira de Santana entre os 72 municípios brasileiros que apresentaram Cartas-Consulta ao Ministério das Cidades, tendo sido aprovada por atender integralmente aos preceitos do Programa de Mobilidade Urbana- Médias Cidades.

Sob o aspecto técnico, a solução das TRINCHEIRAS é a que representa o menor impacto ao tecido urbano, mantendo

a paisagem praticamente incólume, com paredes verticais necessárias à construção de encontros; paredes estas estimadas, aproximada-mente, em 400 metros de extensão, somados os dois lados dos cruzamentos das avenidas Maria Quitéria com a Getúlio Vargas; metragem idêntica ao das avenidas João Durval Carneiro com a Presidente Dutra.

É de bom alvitre esclarecer que as leis e conceitos de mobilidade urbana evoluíram para priorizar os não motorizados, estimulando o uso do transporte coletivo urbano. Por está razão, sensível as mudanças e atenta as modernas técnicas construtivas, a prefeitura optou por uma solução mais adequada para as intervenções a serem

implementadas nas interseções da Av. Maria Quitéria com a Av. Getúlio Vargas e da Av. João Durval com a Av. Presidente Dutra, que certamente trarão benefícios a toda comunidade feirense, encerrando de vez os transtornos causados nas citadas vias.

Quanto ao “argumento do custo irrecuperável”, usado como figura de retórica pelo bom professor, através da personagem, “O dentista de Itaparica”, se opõe à imperativa e inexorável realidade do CUSTO BENEFÍCIO, cujos parâmetros prima o poder público municipal em defesa do erário, ou seja, da soma dos impostos pagos por cada cidadão, e conseqüente-mente, da boa aplicação destes recursos.

Abalizada por estas coordenadas,

consubstancia-das em estudos cientificamente irrefutáveis pela isenção e precisão dos métodos aplicados, e longe dos achismos, que só tendem a comprometer os compromissos do Executivo em promover com transparência e seriedade o bem estar da comunidade, é que contamos com a tolerância de todos para a conclusão das obras das TRINCHEI-RAS, que compõem o Projeto do BRT, que inevitavel-mente causam transtornos temporários, enquanto são realizadas e se transfor-marão em equipamentos modernos e arrojados que vão encher de orgulho o povo feirense, pondo ponto final na estória do “dentista de Itaparica”.

Engenheiros municipais responsáveis pela fiscalização do Projeto BRT

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016 5

VAMOS SALVAR A LAGOA SALGADA ANTES QUE OS INVASORES A OCUPEM

Tribuna FeirenseUma campanha da

Coisas que não existem mais em nossa cidadeEm um artigo anterior falei sobre um caminhão que vendia água em

tonéis. É sobre este caminhão que me lembrei da dificuldade que era ligar o motor, aliás, todos os carros que conheci naquela época tinham os motores ligados através de uma peça de aço, em forma de dois “LL” ligados, chamada de “manivela”, que era introduzida uma parte no motor e a outra para o motorista ou ajudante girarem e colocar o motor em funcionamento. Precisava de muita força para tal façanha. Já os carros de hoje, que só precisam apertar um botão, que beleza!

Geladeira quando apareceu por aqui era a querosene; um tanque de 20 litros ao fundo e uma chaminé lateral. Segundo informações, até hoje são fabricadas e vendidas em regiões que não tem energia.

Algumas novidades da época perduram até nossos dias como: disco de vinil, os famosos LP (que comportavam até 12 gravações), rádio portátil, enceradeira elétrica, liquidificador, batedeira de bolo etc. Fogão a gás também foi deste mesmo tempo, substituindo os fogões à lenha, (que trabalheira acendê-los todos os dias pela manhã, porque o resto do dia não se apagava). Toda casa tinha um pilão ou na cozinha ou do lado de fora, mas perto da mesma. Não se achava tempero pronto como hoje, eram no pilão que se maceravam os mesmos.

À entrada das casas existia uma peça que se chamava chapeleira, local onde os homens ao entrarem colocavam os chapéus. Servia também para colocar os guarda-chuvas e sombrinhas em dias chuvosos. Tinha na parte inferior uma pequena bandeja que servia para aparar a água que escorria e acima uma proteção para permitir que, os mesmos, ficassem em pé a fim de facilitar o escoamento da água. Alguém se lembra do que é um escovão? Sim, escovão. As mulheres de antigamente sofreram muito tendo que passar um escovão nos assoalhos das casas. Após encerarem os assoalhos tinham que passar o escovão para dar brilho; com o surgimento das enceradeiras elétricas (que também já estão caindo em desuso) este sofrimento diminuiu muito.

Outra grande trabalheira era moer carne. Uma máquina com uma abertura em cima, por onde se colocava a carne, e uma manivela no fundo para rodarmos, e à proporção que se rodava a manivela, a carne era espremida e forçada a sair por uma tela furada com três ou quatro buracos. A carne já saía moída.

Geralmente de louça os penicos eram um acessório que não podia faltar nas casas antigas. Por serem os sanitários construídos do lado de fora das casas à noite os penicos eram a salvação dos apertados. Existem ainda hoje em antiquários peças lindíssimas que podem servir como decoração.

dázio Brasileiro Filho1º Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana

Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana

Lana Mattos

Após denúncia de um leitor de que vários pneus estariam acomodados a céu aberto em um depósito da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), representando um perigo iminente de haver ali um verdadeiro criadouro de Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, zica e chicungunya –, justamente por um órgão que deveria dar exemplo e combater o mosquito, a Tribuna foi averiguar.

Muitos pneus, grandes e pequenos, ao ar livre, foi o que encontramos no terreno, na avenida Rio de Janeiro, bairro DNER, próximo à Vila Olímpia, no dia 26‎ de ‎abril. Logo um caminhão chegou trazendo mais pneus.

Voltamos na quarta-feira (01/06) e a situação era a mesma: pneus de carros e tratores, sem nenhuma cobertura, apesar de estarem numa quantidade um pouco menor.

Apesar da palavra “Funasa” estar escrita em letras grandes no muro, o terreno não pertence à Fundação desde o final da década de 90, conta Luiz Antônio Araújo da Silva, responsável pelo Polo de Saneamento da Funasa de Feira de Santana, quando foi transferido ao Núcleo Regional de Saúde (NRS) Centro-Leste, da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

O gerente geral de endemias do NRS Centro-Leste, Antônio Marcelo Vieira, por sua vez, disse que uma das salas ainda pertence à

Pneus são estocados a céu aberto pela Secretaria de Saúde

Funasa, “mas a parte dos pneus pertence à Secretária Municipal de Saúde (SMS)”.

Francisca Lúcia da Silva Oliveira, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da SMS afirma que o local se trata de um ecoponto. Segundo ela, “os pneus que são recolhidos na rua, estabelecimentos, borracharia” são encaminhados para lá, onde “são armazenados e, a cada 15 dias eles sofrem um tratamento com produtos químicos”, aplicados por técnicos da Vigilância de Endemias.

Posteriormente, os pneus são destinados “para uma empresa de reciclagem ou para a realização de um projeto da prefeitura municipal, de saúde, para serem utilizados como lixeiras públicas”, as chamadas lixeiras ecológicas, que estão sendo instaladas em praças públicas da cidade. Ela garante que os produtos químicos têm comprovada eficiência contra o mosquito durante os 15 dias.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica disse que o terreno é utilizado para a estocagem dos pneus desde quando as doenças do mosquito viraram uma epidemia.

Como conhecedor do local, Antônio Marcelo Vieira contou que os pneus de trator “já tem uns seis meses” que estão lá e que “a população às vezes questiona”.

Conforme Francisca Lúcia, isso acontece por que se trata de “pneus

diferentes, eles não são aceitos pelo núcleo da reciclagem” e “não foram recolhidos por nós, eles foram depositados por alguém que deixou lá”. Mas “a gente está dando uma resolutividade pra eles”, garante a coordenadora. “A gente já está acionando o local de reciclagem pra ver o que é que a gente pode fazer e dar um destino adequado pra eles”, mas por enquanto são mantidos sob o tratamento químico.

A respeito da possibilidade de se colocar uma placa explicativa de que os pneus são submetidos a um tratamento, a fim de tranquilizar a comunidade, ela afirma que “podemos ver alguma estratégia” nesse sentido, mas acredita que “as pessoas que moram ali, veem a nossa equipe trabalhando constantemente”.

A coordenadora ressalta que “elas podem também utilizar o disk saúde, que é o 0800-284-6656 e elas mesmas efetuarem denúncias, pra que a gente possa estar orientando”.

Portão abertoNas duas idas da

Tribuna ao chamado ecoponto, o portão foi encontrado aberto e não havia vigilante. Na segunda visita, vários rapazes adentravam livremente o grande terreno. Um grupo de garotos com farda escolar entravam e saíam de um caminhão abandonado, fotografando a diversão.

Francisca Lúcia esclarece que “os portões são fechados, mas infelizmente, algumas pessoas, alguns usuários, quebram, arrebentam os portões, por isso que nós não conseguimos deixá-los fechados”.

Espalhados por todo o Brasil, “ecopontos são locais de entrega voluntária de pequenos volumes de entulho (até 1 m³), grandes objetos (móveis, poda de árvores etc.) e resíduos recicláveis”, conforme o site ecopontos.com.br, que mapeia e ajuda a encontrar o local

mais próximo para a correta destinação de materiais como “resíduos de alimentos, eletrônicos, entulhos, latas, óleo de cozinha, papel, papelão, plásticos, remédios, vidros e outros materiais”.

Os ecopontos também são a

denominação dos “contentores de grande dimensão que servem para fazer recolhimento seletivo de lixo de várias naturezas”, conforme definição da wikipedia.org. Esses “contentores têm cores diferentes consoante o tipo de lixo”.-

O conceito de ecoponto

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6 Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016

a imagem de fundo do lançamento de sua candidatura foi uma grande foto da Lagoa Grande. Uma obra importante, mas que já está indo para 10 anos. Essa demora não prejudica a credibilidade do governo do estado em Feira?

Não tem 10 anos. Começou em 2009. Pra mim a imagem da Lagoa Grande não é apenas uma obra. É uma remodelagem da cidade. Uma recomposição histórica do ponto de vista ambiental, dos valores de onde viemos. Pra mim é como o Centro de Abastecimento. Coisas que fomos deixando para trás, esquecendo de onde viemos. A lagoa eu não tenho dúvida de que era uma obra longa. Um lugar em que tinha que tirar 750 famílias pra relocar, um ambiente complicado do ponto de vista social. Só aí foram quase quatro anos. Construir um conjunto, retirar as pessoas, indenizar. Fizemos outro projeto executivo, porque a prefeitura tinha um estudo inicial, bem menor. É realmente uma obra longa, cara, mas que tem um significado muito mais simbólico até, do ponto de vista histórico, ambiental e social.

a obra então representa como você vê a cidade?

O sentido da Lagoa é como o do do comércio da cidade, o do Centro de Abastecimento, da permanência do artesanato lá. Mesmo que reduza o tamanho, não tirem. Pra mim ali é o umbigo da cidade. Feira veio de uma feira livre, de uma baixada de água fria, com muitas lagoas onde as boiadas paravam pra descansar à noite. Tem que olhar pra modernidade sabendo que temos muitos bons valores.

o senhor diz que o estado tem o que mostrar em Feira. Mas para quem está no poder desde 2007, não está devendo?

O estado sempre vai ficar devendo. Porque a cidade vai sempre crescer. Cobram muito o Centro de Convenções. Mas tem 10 meses que espero e já cobrei publicamente que a prefeitura dê a propriedade

“Precisamos de hospital municipal pra ontem”, diz Zé netoCentrando as queixas

na área de Saúde do município e dizendo que a cidade tem que pensar grande, ao mesmo tempo em que valoriza suas origens, o deputado estadual Zé Neto falou ao editor Glauco Wanderley, depois de ter sua candidatura lançade pelo partido. O candidato diz que não teme o impacto da imagem

negativa do PT durante o processo eleitoral

do terreno ao estado, porque sem isso a gente não pode fazer empréstimo. Ali o que cabe é um empréstimo do BNDES, ou Banco Mundial, pra terminar a obra. Custa R$ 11 a R$ 12 milhões.

Mas está cobrando há 10 meses, numa obra que começou há 10 anos?

Essa obra é uma obra que teve problema desde o começo. Quando pegamos já tinha um ano de atraso [o Centro de Convenções foi iniciado no governo Paulo Souto]. Parada, e com débito, com a empresa que construía. A empresa foi cobrar na Justiça R$ 6,5 milhões. No fim ficou com R$ 3 milhões e fração. Só aí foram três anos. Depois o projeto já estava ultrapassado. Depois, não havia conexão entre os projetos hidráulico, elétrico e estrutural. Aí vamos fazer nova licitação para um novo projeto, unificado. Depois que terminamos, praticamente, a parte física, de cobertura e estrutura, aí precisa fazer a parte final. Nessa parte, tem 10 meses que o município não deu o terreno, porque disse que o terreno tinham doado a Paulo Souto, que iria passar o Centro de Convenções para o município. Isso não é problema. Se quiserem administrar, tranquilo. Contanto que eles criem uma situação onde haja um compartilhamento com a indústria, com o comércio, com a cultura, que é o objetivo nosso.

Agora vocês esquecem que a gente tirou a cidade de 30% de cobertura de esgoto e hoje está aproximadamente com 80%.

não está não. a própria Embasa informa que são 57% (a tribuna Feirense fez matéria sobre o assunto na edição de 20 de maio).

Uma coisa é cobertura geográfica e outra, a populacional. Tem uma cobertura bem maior que no passado. Mas agora, nos últimos quatro, cinco anos, já tem uma demanda, por exemplo, região Leste, tem uma demanda hoje de 72 mil solicitações.

Quando você diz que tem 84% é geográfica ou populacional?

É mais geográfica. É populacional. É geográfica e populacional no âmbito do que já tem ocupado. Agora vai ter daqui para a frente desafios como este da região Leste. Outra coisa que geramos de desenvolvimento para a cidade também é o Minha Casa Minha Vida. Não chegaria sem apoio do governo do estado. Isso tem que ser dito. Às vezes colocam ‘o governo do estado fez o quê?’ Fizemos com a Conder o que não se fez na história da cidade nunca. Chegamos na Ayrton Senna e tiramos 368 famílias, colocamos num conjunto à parte. Abrimos a Noide Cerqueira, que é o maior vetor de desenvolvimento da história da cidade. Agora estamos bem encaminhados com a obra do viaduto. Falta uma parte do Amélio Amorim, mas foi recuperado totalmente o teatro, que estava com grande dificuldade. Trouxemos um hospital novo, com 150 leitos, com 40 de UTI, pra atender toda a região. Temos situações que precisam ser resolvidas. Não tiro o braço da seringa em relação às cobranças feitas ao estado.

não tira o braço mesmo e cobra. Mas parece que o próprio estado não lhe dá atenção, como não dá à cidade. Porque por exemplo a UPa do Clériston e a abóbora do amélio amorim, são coisas insignificantes para nunca terminarem.

Não tão insignificantes. A abóbora você precisa no mínimo de R$ 8 milhões para recuperar. É uma obra superdelicada, de restauração, caríssima e o orçamento da Cultura é apertado.

No caso das UPAs, quem conseguiu as duas do município também fomos nós. A da Queimadinha e Mangabeira, fomos eu e Jorge Solla [ex-secretário de Saúde]. Viria uma só, que era aquela do estado. Fui eu próprio que liguei para os representantes do município na época [governo Tarcízio Pimenta]. Ampliamos o

número de leitos do Clériston. Temos intervenções muito significativas na segurança pública.

Quanto à UPA, houve problemas na Bahia inteira e no Brasil, com UPAs de estados, por conta de um problema administrativo da Caixa. Foram quatro anos de espera. Conseguimos resolver tem oito meses. Agora está dentro de um cronograma. Espero que até julho se entregue.

Sem contar que no Dom Pedro, a intervenção para trazer oncologia, radioterapia, passou pelas mãos do governo do estado e veio do esforço feito à época com o ministro Humberto Costa, da Saúde. Então há muito empenho nosso na Saúde. Sabemos que ainda devemos o hospital, prometido na campanha de Rui Costa.

Estão devendo porque preferiram fazer o Hospital Estadual da Criança, ao invés de fazer dali o novo Hospital Geral.

Não acho. A Bahia tinha uma grande carência. Havia uma falência na área de atendimento infantil em todo o estado. Lá hoje tem um centro de formação de pediatras.

Mas havia um problema previsto e um urgente (o HGCa). Preferiu-se atacar o que ainda era previsto.

Não. Quem deu a ideia do hospital da criança fui eu. E dei a ideia porque na época tinha um estudo sobre a queda no atendimento pediátrico na Bahia. Não me arrependo um minuto. A ideia foi minha. Não tinha um leito de UTI pra criança na Bahia inteira, no interior. Hoje são 40 lá, se não me engano. As crianças no Clériston Andrade disputavam com pessoas com facada, tiro, acidente de moto. Agora estamos terminando lá o atendimento de alta complexidade de obstetrícia. Fizemos certo o HEC. Faria de novo. Agora precisamos de um outro hospital regional. Porque infelizmente o município fechou o maior pronto socorro que tínhamos na cidade, que era no Dom Pedro. Foi definhando, definhando e hoje está fechado porque o município não ajuda. Outro grande pronto-socorro que tinha convênio com o município era da Casa de Saúde Santana. Foi indo, indo e praticamente está fechado.

Você acha que o município deveria e tem verba para colocar o atendimento no Dom Pedro e Casa de saúde?

Acho que se tivéssemos uma divisão dos recursos pra fazer com que aqueles que pegam o filé pegassem um pouquinho o osso, talvez a

história fosse outra. O que não pode é que você olhando na conta do município quase 70% vai pra grandes empresários da alta complexidade hospitalar, com serviços de exames especializados, com diagnóstico por imagem, ressonâncias, tomografias.

o município gasta 70% de sua verba de saúde com alta complexidade?

Em torno disso. E reduziu o número de cirurgias eletivas. Cirurgias fechadas o Clériston está fazendo boa parte, que não era pra fazer. Não seriam da competência do Clériston, como um dedo quebrado, apendicite, hérnia, problema vascular simples. Porque não tem disposição do município de fazer, por vários motivos.

Mas o município não tem hospital. Faria aonde?

Na Casa de Saúde, no Dom Pedro, nas clínicas especializadas contratadas. O município não tem hospital por quê? Se tivéssemos, e parte desses exames especializados fossem feitos nele, o hospital se mantinha. Hoje Feira deve ter um orçamento mensal na Saúde acima de R$ 27 milhões. Esses exames especializados, feitos em clínicas particulares, se fossem no hospital, dava para manter tranquilo. Agora o filé ficou na mão do setor empresarial da Saúde, que não pega o osso.

Como eles poderiam absorver também o osso?

Mesmo dentro do hospital municipal poderia terceirizar serviços. Mas quem for pra lá terceirizar tem que atender no ambulatório e dar uma contribuição no atendimento de urgência. O que falta é dividir a grana da Saúde de forma a distribuir o atendimento de baixa, média e alta complexidade. Que vendam o serviço, mas também façam essa contribuição pela necessidade que temos de atendimento de média complexidade, ambulatoriais, de urgência e emergência.

Hospital municipal será uma de suas promessas de campanha?

Não digo que é promessa. É comprometimento. Mas primeiro temos que ouvir os setores organizados, para não ficar parecendo que é uma ideia só minha. Precisamos de hospital municipal. Pra ontem. Temos necessidade.

Desde 2000, o prefeito José Ronaldo venceu quatro eleições seguidas, em primeiro turno. o desgaste do Pt agora não vai facilitar ainda mais para ele este ano?

A maior vitória de Ronaldo contra nosso grupo aqui foi quando o DEM mudou de nome por causa de corrupção. Deixou de ser PFL, pelo tanto que se envergonharam do que fizeram no país.

o Pt não cogita mudar de nome também?

Não. O PT é responsável pela maior transformação social da história desse país. Deve ter um ou outro que se lambuzou, paciência.

Um ou outro?É, um ou outro. Pode

ter um erro aqui ou acolá mas no geral fomos nós os responsáveis por uma mudança de paradigma que tirou o Brasil de uma situação onde 35% viviam bem, 5% mandava e o resto vivia com dificuldade para que esses 35% vivessem bem. Houve interiorização do desenvolvimento, ampliamos vagas para universidades, principalmente com cotas e políticas inclusivas. Fizemos inclusão social sem precedente na história do país, fizemos programas sociais responsáveis por aquecimento econômico no Norte e Nordeste.

Você enxerga seu adversário mais frágil desta vez?

Acho que está mais desgastado. Não a pessoa, mas o projeto dele, de governo, de administração, sem ouvir, sem criar condições para que a pessoa e a comunidade possam opinar, como agora aconteceu no BRT. Todos sabem que o projeto que pegaram inicialmente em Brasília não era esse. Suprimiram o vetor Tomba, suprimiram o vetor Uefs, pegaram o recurso de mais de R$ 50 milhões, tiraram da mobilidade urbana, sem debater com a cidade e estão fazendo duas trincheiras pra dizer que a cidade tem dois túneis. É um modelo de gestão ultrapassado.

No dia a dia você o desgaste grande de uma máquina que está na mão dele há 16 anos. A cidade quer ser ouvida, dizer o que pensa, participar. E nós temos feito isso. Nos próximos dias está sendo assinado o termo de doação do terreno do campus para a UFRB. Ali é o vetor Sul da cidade. É de uma importância em todos os aspectos, entre a Estrada do feijão e a BR 116. Feira perdeu nos últimos 20 anos a condição de ser o grande polo logístico de alimentos do Nordeste. A Perimetral Norte, acho que esse vetor é fundamental, uma avenida que saia de Humildes, passe no aeroporto e desague na BR 116 Norte. E na BR 116 Sul, construir a UFRB, e também fazer dali, entrada da região de Irecê, um grande polo logístico de alimentos. Uma Ceasa que dê 200 carretas. E não o Centro de Abastecimento, curto, pequeno. A cidade tem que pensar grande. E o Centro de Abastecimento teria que ser o nosso altar, ou um deles, porque é de onde a gente veio e está ali esquecido por falta de diálogo com a cidade.

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Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016 7

Luzes no Caminho

[email protected] itamar Vian

Salve o Planeta terraCelebra-se em 5 de junho o dia Mundial do Meio Ambiente. De todos os problemas

mundiais, sem dúvida, o mais grave e urgente é o da Ecologia. O planeta Terra está mortalmente ferido, em ruínas, transformado em lata de lixo. Isto obrigou o Papa Francisco a escrever a primeira Encíclica do seu Pontificado: Laudato Si (Louvado Seja). O papa mostra a tragédia, que pode acontecer, caso o homem não mude radicalmente.

GERMAINE Greer, com base de sua experiência na Austrália, acaba de escrever um livro pedindo uma chance para o Planeta. A terra tem grandes feridas: morros desnudos, terras férteis arrastadas ao mar, tesouro de biodiversidade aniquilado, ar, terra e água envenenados. A Terra insiste em se renovar. O poder de recuperação e restauração do planeta é quase inacreditável. Depois que as retro escavadeiras deixam os canteiros de obras, da terra nua e devastada, surgem pequenos arbustos, de sementes trazidas pelo vento e pássaros.

NO FINAL da Segunda Guerra Mundial, desiludido com a humanidade e a civilização, um médico suíço da Cruz Vermelha buscou, na região onde passara a infância, o silêncio e a paz. A decepção foi imensa: nada restava da paisagem de sua memória. Era apenas uma área seca, devastada, com mínimos sinais de vida.

REFEITO do impacto, achou que devia fazer alguma coisa. Com base em sua influência pedia a amigos que lhe enviassem qualquer tipo de semente ou mudas de árvores. Ele mesmo buscou, longe dali, sementes de cedros, carvalhos, pinheiros e outras árvores da floresta. Dia após dia, plantava dezenas, centenas de sementes ou mudas. Isto durante três anos. Depois voltou para a cidade. Quando retornou, anos depois, a paisagem mudara: muitas árvores haviam crescido. O riacho, que havia secado, voltou a correr, borboletas, pássaros e pequenos animais voltaram.

DÊ UMA CHANCE ao planeta Terra. A escola, os meios de comunicação, as Igrejas, os governantes... todos são convocados. O muito se faz com o pouco de cada um. Plante uma árvore, proteja a que está ameaçada, dê farelo para as rolinhas, caminhe dez metros e coloque vidros, pilhas e o lixo no lugar certo. E assim podemos todos recitar novamente o Cântico das Criaturas de Francisco de Assis: Louvado seja, meu Senhor, pela Irmã e Mãe Terra.

Sandro PeneluMais dicas culturais em: [email protected]

Cultura e Lazer

SHOWS aO ViVOPaisagens sertanejas em miniaturas,no Museu Casa do Sertão

Mostras no Cuca passam o olhar do estrangeiro na Bahia

delton Rios e ednum Lopis expõem no MaC

O Museu Casa do Sertão, da UEFS, realiza no período de 30 de maio a 15 de julho a exposição “Paisagens sertanejas em miniaturas”, do artesão baiano Edson Duarte Marques da Silva, retratando com fidelidade e riqueza aspectos do morar sertanejo, cercado pela caatinga, através de uma beleza própria. Tendo como mote o conceito

Acaba de acontecer no Cuca o lançamento de duas das mais importantes mostras de artes plásticas do interior da Bahia: “Hansen Bahia” e “Afro Barroco”. As mostras exploram tanto o olhar de um estrangeiro quanto o de um baiano que vivencia o dia a dia de uma das cidades do Recôncavo da Bahia: Cachoeira. Uma temática diversificada entre a

Está em cartaz no Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC) a exposição conjunta dos artistas plásticos Delton Rios e Ednum Lopis. As mostras trazem desenho à mão livre, fotografia e performances de arte com

de paisagem cultural, a mostra, busca refletir ações dos museus brasileiros em torno dos vestígios resultantes da interação do homem com a natureza e da natureza com o homem. Dessa forma, a paisagem cultural também abrange as ideias, significados, valores e singularidades do lugar, mostrando as transformações que

idealização de cangaceiros, uma via crucis pessoal que é dividida em partes realizadas tanto no Brasil como no exterior. Em contrapartida, a curadoria uniu também o olhar de Jomar Lima, artista que registra um cotidiano da cidade de Cachoeira.

As duas mostras ficarão noventa dias no CUCA. Além das mostras, haverá também oficinas

areia, compondo o acervo do feirense Delton Rios.

Desenhista, artista plástico, poeta, compositor e escritor, Ednum Lopis é natural de Riachão de Jacuípe e trará para o MAC a mostra “Abstração de X e Y”, que tem em seu

ocorrem ao longo do tempo no processo de agenciamento do homem no meio em que vive.

Ao miniaturizar essas construções, o artesão, apresenta símbolos e matrizes próprias da sua realidade local e regional, numa representação afetiva e memorial de um pequeno recorte da paisagem cultural que envolve a caatinga e o sertanejo.

de xilogravura durante a abertura das exposições e aulas práticas para os monitores do Centro Universitário de Cultura e Arte. Uma oficina possibilita que o repertório de mediação cultural seja ampliado, ofertando ao público mais conhecimento sobre a técnica que era uma das preferidas de Hansen Bahia.

conjunto a obra “Metassíntese Cosmogônica”, pintura que ilustra a capa do seu primeiro livro.

A exposição está aberta para a visitação do público até o dia 12 de julho, de segunda a sexta-feira, das 8 h às 17 h.

SEXTA-FEIRA 03/06ATRAÇÃO LOCAL HORA ENDEREÇO

JULIANA GREYCE Mercado 153 19 Shopping Boulevard

LUCIANO ROCHA Quiosque dos Amigos 20 Praça Duque de Caxias

GELIVAR SAMPAIO E SEU GRUPO Bengos Bar 21 Estação Nova

BALANEJOS O Boteco 22 Ville Gourmet

MARCIONÍLIO Mandala 21 Kalilândia

WILLIAN DE CASTRO The House 22 Ville Gourmet

NUNO BAIA Filozophia 21 Rua São Domingos

GRUPO CHUÁ DE CABAÇA Cidade da Cultura 21 Conjunto João Paulo

MAZINHO VENTURINI Bar 14 Bis 22 Av. Getúlio Vargas

ALAN OLIVEIRA Quiosque do Mazinho 21 Praça de Alimentação

BANDA CONTATO IMEDIATO Vegas 21 Rua São Domingos

FLÁVIO BASTOS Bar Dom Vicente 22 Ponto Central

BANDA ROÇA SOUND Offsina 22 Rua Sabino Silva

BRUNO BEZERRA Chopperia dos Amigos 21 Serraria Brasil

SÁBADO 04/06

ATRAÇÃO LOCAL HORA ENDEREÇO

ELIOMAR SANTOS Quiosque dos Amigos 20 Praça Duque de Caxias

DI NASCIMENTO Frango na Brasa 21 Jomafa

CELLY NOBLAT Quiosque do Mazinho 21 Praça Gilson Pedreira – Av. Getúlio Vargas

GALEGUINHO O Boteco 22 Ville Gourmet

Botekim 21 Av. João Durval

GILSAN E BANDA Cidade da Cultura 21 Conjunto João Paulo

GELIVAR SAMPAIO E SEU GRUPO Bengos Bar 21 Estação Nova

SANDRO PENELÚ Quiosque do Mazinho 00h Av. Getúlio Vargas

FORRÓ DO PERIQUITO Ária Hall 22 Av. Presidente Dutra

Feira de Santana sediará neste fim de semana um dos maiores eventos do calendário anual na área da dança, no estado da Bahia. É o Feira Dance Congress 2016, que acontece de hoje até domingo, no Caju de Ouro Hotel. Sucesso em sua primeira edição, no ano passado, o congresso já conta com 160 inscritos, entre estudantes, dançarinos profissionais e aficionados da dança. São pessoas de Feira de Santana, Salvador e diversas outras cidades baianas, mas também vindas de outros estados.

De acordo com a coordenadora do evento, Valéria Abreu, entre os convidados, a cidade vai estar recebendo “os maiores nomes do samba de gafieira do país”. Reconhecidos mundialmente, Leo Fortes e Robertinha, ambos do Rio de Janeiro, estão entre as atrações do congresso. Há uma grande expectativa pela aula a ser ministrada por

Famosos da dança no país participam de congresso em Feiraeles, bem como por sua apresentação ao público.

Também integra a relação de convidados do congresso um profissional considerado ícone do zouk, igualmente conhecido em vários países, Bruno Galhardo. Ele virá de São Paulo para mostrar neste evento as tendências e novidades nesse que é um dos ritmos mais contagiantes do momento.

Detentores da segunda colocação no Campeonato Brasileiro de salsa, Kelsone e Lili, de Pernambuco, são outras importantes atrações do Feira Dance Congress. Além deles, os campões brasileiros de bolero, os baianos Rianei e Giselle, vão mostrar o seu talento e passar conhecimento para os presentes.

“No ano passado recebemos professores Tais Benite, do Rio de Janeiro, a Família Lira (campeã mundial de zouk), de São Paulo,

entre outros famosos da dança no país. Recebemos mais de 100 pessoas. Este ano, com novos convidados de peso, temos um público ainda maior”, diz Valéria, otimista com a possibilidade de realizar mais um grande evento.

Feirense, dançarina profissional com incursão em diversos ritmos, inclusive no ballet clássico, Valéria se sente feliz em trazer para Feira de Santana “um evento que poderia ser feito em Salvador, onde reside atualmente.

“Tenho fortes ligações com minha cidade e especialmente com as muitas amizades que tenho aqui, feitas na dança. Feira é uma cidade de muitos talentos. Então, não poderia deixar de brindar a todos eles com um congresso dessa magnitude”.

O Feira Dance Congress tem o apoio cultural da VM Etiquetas, Iune, Jornal Tribuna Feirense, O Gauchão e Quero Pizza.

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8 Feira de Santana, sexta-feira 3 de junho de 2016

O DENTISTA DE ITAPARICA

Quinta ou sexta-feira, semana passada, acordeicom o prefeito me informando como deveria

dirigir nas cercanias das avenidas João Durval ePresidente Dutra se desejasse atravessá-las.Perplexo e incomodado, me dei conta que haviadeixado o rádio-despertador ligado. Como nãogosto de carro, dirijo pouco pela cidade e aindatinha sono, desliguei o aparelho e voltei aos braçosde Morfeu, como diria minha sogra. Antes demadornar ainda me perguntei se o alcaide não teriaalguém menos qualificado para desempenhar essatarefa de orientador de trânsito em programa derádio. Não esperei a resposta que, aliás, veio nosábado.

Lendo os hebdomadários soube que oscomerciantes do local estão indignados com oprefeito que está abrindo um outro buraco naconfluência das avenidas, embora ainda não tenhaconcluído as obras do primeiro. Os dois buracosestão na conta das obras do BRT, sistema detransporte público, que promete agilizar o tráfegode ônibus. Diante do clamor, acredito eu, o prefeitopreferiu explicar-se pessoalmente.

As insatisfações de motoristas, comerciantes,pedestres, do povo em geral, com os buracos, sãorecorrentes. Muitas perguntas são feitas peloscidadãos ao poder público que permanecem semrespostas: Por que fazer passagem em desnível emterreno plano em lugar de viadutos se estes têmconstrução mais rápida, mais barata e manutençãomais simples? Quanto custará cada um dos buracos?Por que o órgão financiador do sistema BRTrecusou-se a pagar as obras dos buracos alegandodesvio de finalidade e a prefeitura declarou que osfaria assim mesmo? Os buracos são financiados

integralmente ou está havendo desembolso imediatodo Erário municipal? Se está, em quanto importa?Os dois buracos serão utilizados pelo sistema BRTou somente um deles? Se assim for, o que justifica ooutro? Estima-se em mais de 50 milhões de reais ocusto das obras dos buracos. Convenhamos, é muitodinheiro para pouco esclarecimento.

Essa polêmica lembrou-me o saudoso primoJoão, hoje defunto. Itaparicano alegre, bom de papo,frequentador habitual do mercado municipal emcompanhia de outros pescadores e do também, jáfalecido, imortal das letras, João Ubaldo Ribeiro.Lá se reunia para degustar a branquinha e contarcausos. Em visita de final de semana notei que lhefaltavam dois dentes. A situação de banguela odeixava encabulado. Contou-me que foi ao dentistapara extrair um deles que dava como perdido e osalafra, boticão na mão, pinga no bucho, após muitastentativas, conseguiu segurar um outro dente vizinho,mas são. Os protestos de João foram em vão. Oargumento usado pelo pinguço é que tinha tido tanto

trabalho para segurar que ele iria até o fim. Comocompensação não cobrou a extração do segundo.

No estudo do comportamento das pessoas,a decisão do dentista de Itaparica é chamadafalácia do custo irrecuperável. A pessoa avaliaque dispendeu tanto esforço e recursos para atingirdeterminado objetivo que, ao descobri-loinalcançável, não desiste, continua investindo maise mais em um projeto falido. O projeto do aviãosupersônico de passageiros, Concorde,desenvolvido em parceria por França e Inglaterrasofreu desse mal. Antes de voar já se sabia que oavião era economicamente inviável. Na Guerra doVietnam, o argumento esgrimado pelo governoamericano era de que já haviam morrido tantossoldados e gastos muitos bilhões de dólares queseria contrassenso reconhecê-la perdida. Issoretardou o desfecho óbvio. Recentemente, osacionistas incautos da Petrobras seguraram suasações, mesmo com grande viés de baixa, porque opreço era menor que na época da aquisição. Hojeuma ação vale menos que um acarajé com camarão.No campo afetivo, a falácia do custoirrecuperável adia o rompimento de relaçõespermanentemente conflituosas, sem sentido.

A administração atual herdou da anterior umprojeto de transporte público praticamentefinanciado e não teve o bom senso de examiná-loem detalhes para fazer as modificações eadequações que o desenvolvimento urbano dacidade exige. Pior, acrescentou duas tolicesdesastrosas, os tais buracos. Se o objetivo dosburacos é dar prioridade, passagem livre aos ônibusarticulados, isso pode ser conseguido com cancelaseletrônicas, como aliás deverá acontecer nosacessos aos viadutos. Se o objetivo for desafogaro tráfego no meio das avenidas, não têm serventiaporque os extremos continuarão congestionados.Não se faz uma passagem subterrânea ou viadutoa menos de 1 km de sinaleira. De nada serve. Émelhor sincronizar os semáforos.

O alcaide precisa repensar, emboratardiamente, suas práticas administrativas. Éimportante ter auxiliares que analisem, critiquem,ponderem, e, sobretudo, possam dizer – nãoconcordo! Ele não pode agir como o dentista deItaparica. A continuar desse modo pode perder apróxima eleição para os adversários. Digoadversários porque, para ele mesmo, já perdeu!Com certeza terá menos votos no futuro do que játeve no passado.

Prof. Teomar Soledade Júnior

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