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Publicação periódica da Rotal Editora e Orientação Técnica Ltda. CNPJ/MF 04.967.331/0001-56

Redação, Publicidade e Administração: Av. Leopoldino de Oliveira, 303 - Sala 02 38081-000 • Uberaba/MG • |34| 3313.0371www.ozebunobrasil.com.br [email protected]

Fundador: Adib MiguelO Zebu no Brasil é marca registrada sob o nº 815672454, junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)

ozebuDiretores:Gustavo Miguel . |34|9142-5081José Maria de Matos Filho . |34| 9107-9381

Jornalista responsável:Helena Cunha da Matta / MTB MG-07231

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Departamento jurídico:Cláudio Batista Andrade

Departamento comercial:Cláudia Monteiro |34| [email protected]

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DiagramaçãoDudu Assis e Thiago [email protected]

Impressão: Gráfica 3 Pinti - Uberaba/MG

Circulação Gratuita‘Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. As matérias publicadas podem ser reproduzidas desde que citadas a fonte.

Reserva de anúncios:

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Críticas e sugestões:[email protected]

Nossa Capa:Na primeira edição do ano, a Agrope-cuária RM Nelore, de Reinaldo e Márcia Caravellas, traz na capa Beverly da Fort. VR e ainda apresenta outros cinco dos melhores animais deste plantel formado há pouco mais de três anos. O pouco tempo no mercado não impediu que os pecuaristas e equipe adquirissem a melhor genética Nelore e entrassem no segmento com qualidade e competitivi-dade. • • • Foto: Gustavo Miguel

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editorial ozebu

Mais uma edição da revista O Zebu chega às mãos dos pecuaristas. A primeira edição de 2012 traz diversas matérias e artigos re-

lacionados a assuntos da atualidade. Nesta revista os leitores poderão conhecer um pouco mais sobre o Neem, árvore de origem indiana que há mais de quatro mil anos é utilizada nos mais diversos tra-tamentos e atualmente desperta grande interesse da classe científica, inclusive na produção animal, pelo efeito repelente em carrapatos e moscas-dos-chifres, os maiores inimigos da pecuária brasileira. Outra matéria interessante é a entrevista com o veterinário José Abílio que fala da importân-cia do casqueamento para o manejo do gado e ex-plica passo a passo como o trabalho é feito, contri-buindo para a saúde e bom desempenho do animal. Para a raça Brahman, trazemos infor-mações sobre a nova diretoria da Associação do Brahman. Além disso, os criadores de Guzerá poderão conferir o resultado do ranking nacio-nal da raça. Para a raça Gir, o resultado da Feilei-te foi muito positivo e a raça bateu novo recorde leiteiro na Fenagro. Entre as recordistas está a Vaca Adulta Iáiá, do pecuarista Dilson Cordeiro. Aproveitamos a oportunidade para agradecer a to-dos clientes e colaboradores que estiveram conosco durante todo o ano de 2011. Nosso muito obrigado pela parceria, confiança e amizade. Que este ano que se inicia seja muito próspero para a pecuária!

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1207 :: Expoinel Mineira espera reunir mais de mil animais12 :: Progênie do Touro 7308 PO Perdizes leva superioridade genética para o campo14 :: Flash Nelore18 :: Avaliação Genética, a maneira de aprimorar o plantel20 :: Emapa, evento de peso em 201222 :: Nelore Fest 2011 30 :: Ranchi comemora 15 anos34 :: Rufo FIV da Valônia, o Melhor Macho Jovem do Ranking38 :: Fazenda Farofa liquida plantel40 :: Reserva Legal

42 :: Utilização de touro Gir Leiteiro para produção de receptoras zebuínas46 :: Recorde mundial de produção de leite é quebrado na Fenagro 2011 48 :: Flash Gir52 :: Guzerá homenageia melhores do ranking56 :: Definido Conselho da ACBB para biênio 2012-201458 :: Leilão Matrizes Milagrosas é o grande sucesso da raça Tabapuã60 :: Tamanho da vaca de corte e a produção de bezerros64 :: Um zebuíno genuinamente nacional68 :: Neem avança no agronegócio

73 :: Show de genética em Sertãozinho74 :: Alta Genetics bate novo recorde76 :: Casqueamento 78 :: ABS Pecplan apresenta cinco novos touros80 :: Cenário agropecuário84 :: Mitos e verdades sobre carne bovina86 :: Retrospectiva Leilão Emoções88 :: Leilões da Feileite faturam R$ 5,3 milhões91 :: IMA fiscaliza alimentação de ruminantes93 :: Bezerra saudável e bem nutrida 95 :: Governo prorroga prazo para Georreferênciamento

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Expoinel Mineira espera reunir mais de mil animais

O parque Fernando Costa mais uma vez será o local de encontro dos neloristas. No início de fe-vereiro será realizada mais uma edição da Expoinel Minas, pro-movida pela Associação Mineira dos Criadores de Nelore (AMCN). Para 2012, a expectativa é supe-rar os números deste ano.

Os julgamentos da feira têm início no dia 06 de fevereiro e os Grandes Campeões serão conheci-dos no dia 12. Para realizar as ins-crições dos animais, o valor da ar-gola até o dia 20 de dezembro é de R$220 por animal, até o 15º, do 16º em diante o preço cai para R$200. Após o dia 20 de dezembro, o cus-to da argola é de R$250 por ani-mal, a partir do 16º o valor fica em

R$230. Estarão disponíveis 1.500 argolas, segundo o gestor executi-vo da AMCN, Loy Rocha.

Durante a 5ª edição da feira ainda serão realizados seis leilões oficiais que ofertarão animais e ge-nética nelore dos principais criató-rios do Brasil, entre eles o II Leilão Exclusive, promovido pela Rima-Agropecuária e Nelore Cristal. O remate acontece no dia 11 de feve-reiro, às 13h, no Tatersal ABCZ.

No ano passado, a Expoinel Mineira reuniu mais de 1000 ani-mais, não só de Minas Gerais, mas também de outros estados como São Paulo, Paraná e Goiás. Du-rante a exposição foram realiza-dos cinco leilões, um a menos que os programados para 2012.

expoinel Minas

09 de Fevereiro – Quinta-feira – 20hLeilão “Liquidação Nelore Paulicéia”

Local: Tattersal ABCZPromotor: Nelore Paulicéia

10 de Fevereiro – Sexta-feira – 20hLeilão: “MINAS DE OURO”

Local: Tattersal ABCZPromotores: Baluarte Agropecuária, Agropecuária Mafra, Dorival Bianchi e

Nelore Colorado.

11 de Fevereiro – Sábado – 13hLeilão “II LEILÃO EXCLUSIVE”

Local: Tattersal ABCZPromotores: Rima Agropecuária / Nelore

Cristal

12 de Fevereiro – Domingo – 12hLeilão Virtual de Produção “Nelore

Integral”Local: Tattersal ABCZ

Promotores: Nelore Integral

LEILÕES OFICIAIS DA EXPOINEL MINAS 2012:

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Progênie do Touro 7308 PO Perdizes leva superioridade genética para o campo

Em 2009, eram 70 descendentes. Hoje, o touro 7308 PO Perdizes pos-sui mais de 500 filhos avaliados pelo Programa de Melhoramento Genéti-co da Raça Nelore (PMGRN) desen-volvido pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). Há quase três anos, o 7308 PO Per-dizes faz parte da bateria de touros da CRV Lagoa e a venda de doses de sêmen convencional e sexado já ul-trapassam a casa dos 60 mil. “Vários

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criadores de diversos estados adqui-riram doses do touro, comprovando que a genética não tem fronteira e a biotecnologia da inseminação ar-tificial cumpre o seu papel de demo-cratizar esta genética melhoradora”, afirma Ricardo Abreu, gerente de produto de corte da CRV Lagoa.

Desse total, a Agropecuária San-ta Bárbara, com sede localizada no estado do Pará, adquiriu a fatia de 22 mil doses. “O que nos levou a

comprar tantas doses dele foi a pro-va (DEPs) e o que nos motivou mais ainda foi um touro com pontuação. E é lindo, fenotipicamente falando. Quem não quer o bonito, pesado e precoce?”, explica Lúcio Cornachini, diretor da empresa. Ele acredita que o resultado será um rebanho produti-vo e com ótima caracterização fenotí-pica. “Esperamos que ele nos dê isto, peso e precocidade com muita raça”.

Fabiano Araújo, médico veteri-

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Destaque absoluto nas avaliações da ANCP o touro já possui 509 filhos avaliados pela entidade e mais de 60 mil doses de sêmen comercializadas pela CRV Lagoa.

nário da Aval Serviços Tecnológicos e consultor em melhoramento gené-tico, conhece bem a progênie do tou-ro. Desde 2008 aplica a genética em grandes fazendas do país como Bea-bisa, Alô Brasil, entre outras. Araújo já está na terceira safra do produto com mais de 300 filhos nascidos. “O 7308 é o líder entre os três melhores touros utilizados pela empresa”, afir-ma. Em relação aos machos, apre-sentam excelente peso a desmama, peso após desmama e são muito bem caracterizados com expressão feno-menal para o Nelore. “Nossa expec-tativa agora é com as filhas dele, na característica habilidade materna”.

Com filhos avaliados em teste de progênie pelo PAINT, Programa de Melhoramento Genético de Raças de Corte da CRV Lagoa, os descen-dentes do touro 7308 são de elevada velocidade de ganho de peso, mus-culosidade proeminente no posterior aliado a ótimo padrão racial. Tam-

bém se caracterizam por excelente conformação de carcaça.

A Fazenda Perdizes iniciou a ava-liação genética do seu rebanho no PAINT em 2011 e para Marcelo Al-meida, gerente de produto PAINT, “Até o momento já realizamos a avaliação de desmama, isto corres-ponde a cerca de 40% da avaliação final, sobre a qual é calculado o ín-dice PAINT”. Um fato que chamou a atenção Almeida é que entre os animais avaliados, os maiores des-

taques para crescimento e qualidade de carcaça, todos sem exceção eram filhos do 7308 PO Perdizes. “Não quero antecipar resultados, para isto existe a avaliação genética. Há um longo caminho a ser percorrido e o touro 7308 precisa comprovar sua competência no período pós desma-ma, fase que se constitui no maior desafio para os animais com verda-deira eficiência de produção a pasto. Até aqui ele o fez com muita compe-tência”, afirma.

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Alfredo e Beto

Fred, Ricardo, Fabiano, Dindo, Breno e Dario

Gustavo, Aloisio Barros, Ricardo Vicintin e Celso Barros

Solange, Macarrão e Guilherme Roberto Bavaresco, Julio Stampa, João Fontes e Paulo José Carvalho

Wagner, Ronan e João GabrielRicardo e ElaineRodrigo e Osvaldo

César e Norberto

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Marcelo Mendonça, Marcelo Traldi, Wilson Rodrigues, Renato Ferreira e João Gabriel

Arnaldo Manoel e equipe CRV LagoaManoel, Maria Isabel, João Francisco,

João Marcos e Ana Carolina

Wellington Muniz e Sabrina Sato do programa Pânico na TV , animando os convidados Emerson Fittipaldi e Alexandre Biagi

Ronan, Betinho, Pedro e Leandro

Márcia e Marcelo Costa

Norival Bonamiche e Hellen Pereira Vinicius e Paula

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Avaliação Genética,a maneira de aprimorar o plantel

Muito tem se falado em avalia-ção genética do rebanho. Este tra-balho é fundamental para aumen-tar a produtividade da pecuária por meio do melhoramento genético das raças. A Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), fundada há mais de 30 anos, tra-balha com a avaliação genética das raças Nelore, Brahman, Guzerá e Tabapuã, possibilitando ao criador o aprimoramento do plantel.

O consultor da ANCP, Walter Domingues da Silva Junior, ex-plica que a Associação realiza a avaliação genética a partir de um padrão bem definido. “Em um primeiro momento, o rebanho é submetido à avaliação, seja PO ou Cara Limpa. Nas fazendas de

Cara Limpa faz inspeção de todos esses animais antes de cadastrar no programa, faz a escolha dos indivíduos com alto potencial de caracterização genética já que por mais que temos e devemos respei-tar os números, nós criamos uma raça, com padrão racial registrado no Ministério da Agricultura. A ABCZ é a delegada do MAPA para ser a guardiã desses registros.”

Respeitando as características raciais e o grupamento genético, as avaliações possibilitam identi-ficar o patamar do rebanho. Se-gundo o consultor da ANCP, isso acontece após duas ou três avalia-ções genéticas. “Na primeira fase ocorre a coleta de dados do re-banho, fazemos quatro pesagens

anuais, controlamos a Circunfe-rência Escrotal de 9 a 18 meses e aí sim cadastramos esses dados den-tro do sistema. Posteriormente, os dados são analisados e checados, comparando filhos de um único reprodutor, mas que nasceram em diversas fazendas.”

Como no Brasil o clima é to-talmente distinto dependendo do local, ele passa por variabilida-de de temperatura que influencia na qualidade de forragem e solo. “Para que eu possa comparar os animais tenho que considerar que o ambiente é igual para todos.”

Em segundo momento, Walter explica que não é possível compa-rar uma fêmea que teve o parto em maio e pegará a seca pela frente,

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com outra que pariu em setembro ou outubro, por exemplo. “Neste caso é importante que tenha im-plantado na fazenda uma estação de monta e assim crie uma safra de animais, sendo possível identificar com muita facilidade os destaques dessa safra. Além dos números, muitas vezes temos condições de detectar visualmente.”

Esse é um dos conceitos para a avaliação. A primeira condição é da estação de monta para que crie o lote de contemporâneo. Em um segundo momento é preciso saber o que esses animais comeram e então serão separados em lote de manejo, completa.

O trabalho é realizado a partir da Diferença Estimada de Progê-nie (DEP), ou seja, a diferença de ganho de filhos de diversos touros. “Eu não posso ter 50 animais, fi-lhos de um único pai, senão não tenho com quem compará-los. Te-nho que ter filhos de diversos pais para criar uma média para aque-le lote, vejo o quanto o animal se desvia da média e vou evoluindo meus cálculos. Para que a gente tenha avaliação genética, a pri-meira coisa que tenho que ter de-talhadamente é a identificação dos animais, saber quem são os pais. Se for PO trago o pedigree e se não é, não tem o pedigree reconhecido pela ABCZ, preciso de escritu-ração zootécnica que me faculte uma consulta que seja confiável.”

Posteriormente, as informações desses ani-mais são lançadas e automaticamente o

Como no Brasil o clima é totalmente distinto dependendo

do local, ele passa por variabilidade de

temperatura que influencia na qualidade

de forragem e solo.

sistema pede o regime alimentar, explica Walter. Nesse momento, o técnico já tem condições de reali-zar a avaliação genética. “O pro-fissional pega todos esses dados e leva para a base em um software de controle onde é feita a compa-ração final. Antes disso, as infor-mações passam pela consistên- cia de dados. Não posso despre-

zar o fundo dos animais.” Para o consultor, este tipo de seleção onde contemplam todos esses fa-tores é o sonho de todo programa de melhoramento genético. Isso não é simples. Após a avaliação genética a ANCP publica o sumá-rio de touros, que traz o resultado das avaliações tanto dos animais, quanto dos pais.

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Emapa, evento de peso em 2012 Com a expectativa de repetir

o sucesso da última EMAPA, o Núcleo Nelore de Avaré já tra-balha em torno dos preparativos para a próxima edição da feira, que acontece a partir do dia 27 de fevereiro. Este ano será realizado o julgamento indoor de maior nú-mero de raças.

Em relação aos julgamentos, a expectativa dos organizadores é de que cerca de 1000 animais da

raça Nelore sejam inscritos. No entanto, a estimativa é de que nos dois turnos, a Emapa receba cerca de três mil animais. Além disso, como acontece em todos os anos, o Núcleo de Avaré já tra-balha nos preparativos da feira para que criadores e tratadores sejam bem recebidos no evento. A agenda de leilões do 1º turno da Emapa já está definida. A ex-pectativa é de que este ano os lei-

lões tenham um faturamento ain-da maior. A última Emapa foi um sucesso. Além do Núcleo Nelore de Avaré ter assumido a organiza-ção dos dois turnos da exposição, a feira contou com um número importante de animais expostos e faturamento acima de R$ 14 milhões nos leilões realizados no período da feira. Outro ponto im-portante foram as parcerias co-merciais feitas.

LEiLõEs PRiMEiRO TURNOLEILÕES DATA HORÁRIO LOCAL

FANTáSTICO NELORE 01/03 21H HOTEL VILA VERDE

TRADIÇÃO NELORE 02/03 21H PARQUE EXPOSIÇÕES

QUALIDADE NELORE 03/03 13H PARQUE EXPOSIÇÕES

AGROZURITA 03/03 21H PARQUE EXPOSIÇÕES

PROMOTORES

LUIS CARLOS MARINO/CASSIANO TERRA SIMÃO/ JOSÉ ALBERTO SARTORI

SYLVIO PROPHETA - EMILIANO SAMPAIO - LUIS ROBERTO CORREA RECHE JOSÉ CARLOS GRUBISICH - ARNALDO MANOEL

SYLVIO PROPHETA - EMILIANO SAMPAIO - LUIS ROBERTO CORREA RECHE JOSÉ CARLOS GRUBISICH - ARNALDO MANOEL

IVAN FáBIO ZURITA

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Nelore Fest 2011 homenageou importantes personalidades do setor

Mais de 400 pessoas participa-ram da Nelore Fest 2011, realizada no dia 15 de dezembro, no espaço Leopolldo Itaim, em São Paulo. Já consagrado como tradicional encon-tro da família nelorista, a festa reú-ne renomados criadores e importan-tes empresários do setor. O evento marca o encerramento do calendá-rio anual de atividades da raça Ne-lore e tem como objetivo valorizar os criadores e os profissionais que se destacaram ao longo do ano.

No início da festa o presidente da Associação dos Criadores de Ne-lore do Brasil (ACNB), Felipe Pic-ciani apresentou aos convidados um vídeo institucional com todas as ações desenvolvidas pela enti-dade ao longo do ano como o Cir-cuito Boi Verde de Julgamento de

Carcaças, Programa de Qualidade Nelore Natural, Universidade do Boi e da Carne, Ranking Nacional ACNB, Leilões Oficiais, Rede Na-cional Nelore, Expoinel e a própria Nelore Fest. Em seu discurso, Pic-ciani, falou sobre a importância do agronegócio hoje e para os próxi-mos anos. “Até 2050 a produção de alimentos terá que aumentar em 70% para alimentar a população do planeta. Chegou a hora de as-sumirmos a posição de celeiro do mundo”. O presidente destacou também que o agronegócio é o se-tor que gera mais emprego, com a pecuária representando 37% do PIB no Brasil.

Após o discurso de abertura a modelo e apresentadora de TV, Mariana Weickert, comandou a

entrega do Nelore de Ouro, o Oscar da Pecuária, da premiação aos ven-cedores do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças 2011 e aos campeões do Ranking Nacional ACNB 2010/2011.

As homenagens iniciaram com a entrega dos troféus aos cam-peões do 9º Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças. A equipe do Marfrig Group de Bataguassú (MS) foi vencedora da categoria Melhor Compra de Boi. Na cate-goria Melhor Lote de Carcaças o campeão foi a Fazendas Reunidas Baumgart, vencedora da 6ª etapa do campeonato realizada na unida-de do Marfrig, em Mineiros (GO).

Na sequência, foi realizada a entrega do Nelore de Ouro, o Os-car da Pecuária para aqueles que

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contribuíram com o desenvolvi-mento do setor em 2011. O pri-meiro homenageado da noite foi o Dr. Wilson Rondó Junior, autor do livro Sinal Verde para a Carne Ver-melha, na categoria Compromisso com a Sociedade; Marcos Molina, CEO, chairman e presidente do Marfrig Group recebeu o troféu na categoria Incentivador da Raça. O presidente da Nestlé, Ivan Fábio de Oliveira Zurita, recebeu o Nelo-re de Ouro como Liderança de Des-taque na Pecuária Nacional e na categoria Nova Geração, foi a vez de Luis Otávio Botelho da Silva, criador da raça. Clenon de Barros Loyola Filho, também cria-dor, foi homenageado como Amigo do Nelore. E na categoria Família Nelorista, quem recebeu o Oscar da Pecuária foi a família de Alberto Laborne Valle Mendes, da Fazenda do Sabiá, de Capitólio (MG).

No resultado final do Ranking Nacional ACNB 2010/2011, Mar-celo Ribeiro de Mendonça consa-grou-se campeão na Categoria Me-lhor Criador Nelore e a posição de Melhor Expositor Nelore foi con-quistada pela Rima Agropecuária. A EAO Empreendimentos Agro-pecuários foi condecorada com me-dalha de ouro na categoria Melhor Novo Expositor Nelore e o criador Paulo Afonso Frias Trindade Ju-nior, foi o Melhor Novo Criador Ne-lore. Como ocorreu no ano passado, foi entregue também os troféus aos Melhores Criadores e Expositores do Ranking Regional Nelore (veja Box). A última homenagem foi para Osvaldo Monastério Nieme, campeão do Ranking Nacional de las Razas Cebuínas da Bolívia 2010/2011, na categoria Melhor Criador Nelore e Nelore Mocho.

Este ano os participantes da

festa tiveram uma grata surpre-sa. Uma viagem a mais foi sorte-ada entre eles. Além da esperada viagem para Paris que saiu para Alfredo Fardin, diretor comercial da empresa Fertilizantes Heringer, a Programa Leilões ofereceu uma viagem para Miami, também com direito a acompanhante. O ganha-dor foi Francisco Carlos Baumer-cker, da Fazenda do Sabiá.

A banda Social House Club Live encerrou a noite no melhor estilo house music, mostrando a fusão de elementos eletrônicos com inserções de trompete, flauta, sax, guitarra e violino somados à belís-sima voz de Aline Merenda.

A Nelore Fest 2011 foi uma re-alização da Associação dos Cria-dores do Nelore do Brasil (ACNB) com o apoio da Dow AgroSciences Pastagem, Marfrig Group, Chivas, Programa Leilões e Canal Rural.

Confira todos os premiados da Nelore Fest:RANKING NACIONAL NELORE 2010-2011

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR NOVO EXPOSITOR NELORE

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR MACHO ADULTO COM O ANIMAL FACEIRO FIV DA MAPA

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR REPRODUTOR COM O ANIMAL JÉRU FIV DO BRUMADO

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR NOVO CRIADOR NELORE

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR MACHO JOVEM COM O ANIMAL RUFO FIV DA VALONIA

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR MACHO JOVEM COM O ANIMAL IGNIO TE PORTO SEGURO

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR MATRIZ COM O ANIMAL DIVA TE DA PORTO SEGURO

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR FêMEA JOVEM COM O ANIMAL HEMPPA 2 TE PORTO SEGURO

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR FêMEA JOVEM COM O ANIMAL DESEJO FIV DA EAO

AGROPECUáRIA VILA DOS PINHEIROS

APA AGROPECUáRIA ARFRIO LTDA.

FAZENDA BRUMADO

CARLOS ALBERTO MAFRA TERRA

COMAPI AGROPECUáRIA LTDA.

DORIVAL ANTONIO BIANCHI

DORIVAL ANTONIO BIANCHI

DORIVAL ANTONIO BIANCHI

EAO EMPREENDIMENTOS AGROPECUáRIOS

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR FêMEA JOVEM COM O ANIMAL TIPICA FIV DA SABIA

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR MACHO JOVEM COM O ANIMAL áSTOR FIV DA SABIA

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR CRIADOR NELORE

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR NOVO CRIADOR NELORE

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR FêMEA ADULTA COM O ANIMAL ESSENCIA SANTAREM

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR MATRIZ COM O ANIMAL LONDRA II TE DA SALOBA

MEDALHA DE BRONZE NA CATEGORIA MELHOR NOVO EXPOSITOR NELORE

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR MACHO ADULTO COM O ANIMAL MASTER VI TE DO JAL

FAZENDA DO SABIá LTDA.

FAZENDA DO SABIá LTDA.

JATOBá AGRICULTURA E PECUáRIA S/A

JOÃO CARLOS DI GENIO

JONAS BARCELLOS CORREA FILHO

JONAS BARCELLOS CORREA FILHO

MARCELO RIBEIRO DE MENDONÇA E IRMÃOS

MARCOS ANTONIO ASTOLPHI GRACIA

MIGUEL PINTO DE SANTANA FILHO

RIMA AGROPECUáRIA E JOSÉ LUIZ

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MELHOR COMPRA DE BOI EQUIPE MARFRIG GROUP - BATAGUASSU - MS

CAMPEÃO MELHOR LOTE DE CARCAÇAS FAZENDAS REUNIDAS BAUMGART

CIRCUITO BOI VERDE DE JULGAMENTO DE CARCAÇAS

NELORE DE OURO - O OSCAR DA PECUÁRIA

COMPROMISSO COM A SOCIEDADE DR. WILSON RONDó JUNIOR

INCENTIVADOR DA RAÇA MARCOS MOLINA

LIDERANÇA DE DESTAQUE NA PECUáRIA IVAN FáBIO DE OLIVEIRA ZURITA

NOVA GERAÇÃO LUIS OTáVIO BOTELHO DA SILVA

AMIGO DO NELORE CLENON DE BARROS LOYOLA FILHO

FAMíLIA NELORISTA FAMíLIA DE ALBERTO L. VALLE MENDES

RANKING NACIONAL NELORE 2010-2011

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR MACHO ADULTO COM O ANIMAL HORARIO I FIV DA MV

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR FêMEA ADULTA COM O ANIMAL BELGICA 8 FIV DA 3R

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR MATRIZ COM O ANIMAL BELGICA I PO DA NI

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR CRIADOR NELORE

MEDALHA DE PRATA NA CATEGORIA MELHOR FêMEA ADULTA COM O ANIMAL IZABELLA FIV FORT VR

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR NOVO EXPOSITOR NELORE

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR NOVO CRIADOR NELORE

RIMA AGROPECUáRIA

RIMA AGROPECUáRIA

RIMA AGROPECUáRIA

RIMA AGROPECUáRIA

SYLVIO PROPHETA DE OLIVEIRA E OUTRA

EAO EMPREENDIMENTOS AGROPECUáRIOS

PAULO AFONSO FRIAS TRINDADE JUNIOR

RANKING REGIONAL NELORE

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DA BAHIA E SERGIPE 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO DISTRITO FEDERAL 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO ESPIRITO SANTO 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DE GOIáS 2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGINOAL DE MATO GROSSO 2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO MATO GROSSO DO SUL 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO NORDESTE 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO NORTE DO BRASIL 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL PAULISTA 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO PARANá 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO RIO DE JANEIRO 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO TOCANTINS 2010/2011

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR EXPOSITOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DE MINAS GERAIS 2010/2011

MEDALhA DE OURO PARA MELhOR CRIADOR 2010-2011

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUIS-TADO NO RANkING REGIONAL DA BAHIA E SERGIPE

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUIS-TADO NO RANkING REGIONAL DO DISTRITO FEDERAL

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUIS-TADO NO RANkING REGIONAL DO ESPIRITO SANTO

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DE GOIáS

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL DE MATO GROSSO

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO MATO GROSSO DO SUL

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUISTADO NO RANkING REGIONAL DO NORDESTE

MELHOR CRIADOR NELORE CONQUISTA-DO NO RANkING REGIONAL DO NORTE DO BRASIL

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL PAULISTA

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL DO PARANá

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL DO RIO DE JANEIRO

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL DO TOCANTINS

MELHOR CRIADOR NELORE NO RANkING REGIONAL DE MINAS GERAIS

MEDALHA DE OURO NA CATEGORIA MELHOR CRIADOR NELORE

MIGUEL PINTO DE SANTANA FILHO

GIL PEREIRA

DALTON DIAS HERINGER

HAILE SELASSIE DE GOIáS PINHEIRO

FAZENDA SANTA ELINA S/A

JOÃO CARLOS DI GENIO

áLVARO JOSÉ DO MONTE VASCONCELOS

JOSÉ FRANCISCO DIAMANTINO

DORIVAL ANTONIO BIANCHI

BEATRIZ GARCIA CID E FILHOS

FERNANDO FIUZA DIZ

MARISETE DE CAMARGO

RIMA AGROPECUáRIA

MARCELO RIBEIRO DE MENDONÇA E IRMÃOS

MELHOR CRIADOR NELORE E NELORE MOCHO OSVALDO MONASTÉRIO NIEME

LAS RAzAS CEBUíNAS DA BOLíVIA 2010-2011

MIGUEL PINTO DE SANTANA FILHO

GIL PEREIRA

DALTON DIAS HERINGER

HAILE SELASSIE DE GOIáS PINHEIRO

DIVADIR DE PIERI

YORk DA SILVA CORREA

EDVAL GOMES DO REGO

JOSÉ FRANCISCO DIAMANTINO

DORIVAL ANTONIO BIANCHI

BEATRIZ GARCIA CID E FILHOS

WILSON DOMINGUEZ DIZ

NELORE CULLINAN AGROPECUáRIA LTDA.

RIMA AGROPECUáRIA

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Suelen e Miguel PintoNilo Jr e Nanda Guarita, Ricardo Araujo, Renata e Arnaldo Manoel

Paulo Horto, Gustavo Garcia Cid, Ivan Fábio Zurita

Andre Locatelli, Jaime Miranda e Evaldo Rino Ribeiro Jose Murilo e Gladys, Cristiane e Argeu Géo

Beatriz e Gabriel Garcia Cid Gabriela e Thiago Trevisi Wilson Rondon e Mariana com Carlos Viacava e esposa

Ricardo Viacava, Eduardo e Rosa Maria, Beatriz, Isabela, Marcelo e Cecília

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Jaime Pinheiro, Nielce e AdrianaLeandro Padovan e Cláudia Junqueira, Ivanildes e Jose Francisco Diamantino

Luiz Otavio Botelho, Fernando e Lilian Bianchi e Beto Mendes Winston Diamantino e Conceição Olinda Renata Forte e Sandra Lima

Família Mendonça recebe o troféu mais esperado da Noite João Aguiar, Wilson Diniz e José Eduardo

Os premiados da Noite

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Ranchi ganha festa para comemorar os 15 anos

Desde setembro de 2006 na ba-teria da CRV Lagoa, Ranchi Ipê Ouro é um dos maiores reproduto-res da história do Nelore brasilei-ro. O touro, que é de propriedade de Arnaldo Manoel de Souza Ma-chado Borges, Ouro Fino e da pró-pria Central, completou 15 anos no dia 15 de novembro e ganhou festa no dia 16, com direito a bolo de feno e muitos convidados, para comemorar a grande data.

Ricardo Abreu, gerente de pro-duto Corte Zebu da CRV Lagoa, destaca a importância de Ranchi na pecuária nacional. “É um grande

reprodutor, que chega aos 15 anos em ótima forma. É um enorme pra-zer para a Central ser parceira do Arnaldinho e da Ouro Fino nesse ex-cepcional animal”, declara. “Ranchi é pai de Grandes Campeões e sua progênie é uma referência no Nelore moderno. Desde sua chegada, a ba-teria da Casa do Zebu Provado ficou ainda mais completa”, completa.

Nascido em 15 de novembro de 1996, Ranchi vem da seleção Ipê Ouro, iniciada em 1906, por Ro-dolfo Machado Borges, tendo sua continuidade com Arnaldo Macha-do Borges em 1948 e, finalmente,

Arnaldo Manuel Souza Machado Borges a partir de 1980.

Seu pedigree conta com grandes genearcas da raça, já que é filho de Myke (neto de Ludy) em vaca 1646 da MN. Produziu sêmen aos 17 me-ses e teve os primeiros filhos nasci-dos aos 28 meses. Em setembro de 1997, o reprodutor sagrou-se Reser-vado Campeão Bezerro da Expoi-nel, em Uberaba. Foi só o começo de sua trajetória de títulos. Oito meses mais tarde, em maio de 1998, Ranchi conquistou o Campeonato Júnior Menor e o título de Campeão Precoce da ExpoZebu daquele ano.

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Em sua primeira participa-ção como reprodutor no ranking da ACNB (Associação dos Criado-res de Nelore do Brasil), no biênio 1999/2000, aos 36 meses de idade, Ranchi se colocou entre os 15 me-lhores reprodutores da raça, sendo o mais jovem entre eles. Nas últi-mas 11 edições do ranking, desde 2000/2001, o touro se posiciona entre os 10 melhores da raça, confirmando a consistência de sua genética e ho-mogeneidade da sua produção.

Em 2006, Ranchi iniciou uma nova etapa na sua trajetória, pas-sando a integrar a bateria da CRV Lagoa. Ao ultrapassar a marca de 250 mil doses produzidas e comer-cializadas, em 2007, recebeu o Tro-féu Palheta de Ouro no Show de Ge-nética. Atualmente, o reprodutor já produziu cerca de 400 mil doses.

Em julho de 2008, Ranchi teve 50% de sua posse adquirida pela parceria entre a Ouro Fino e a CRV Lagoa, durante o leilão da Fazenda Guadalupe, em Santo Antônio do Aracanguá (SP).

Ainda em franca produção de sêmen, Ranchi continua conquis-tando excelentes resultados atra-vés de sua progênie. No ranking ACNB 2009/2010, teve cinco filhas entre as 30 melhores matrizes:

Bélgica I PO NI, Maharashi I J. Galera, Maharashi II J. Galera, Cyllana Colorado e Nitrila MRC.

Também é possível destacar resultados como o de sua filha Ju-piá III Ouro Fino, que foi Campeã Fêmea Jovem da ExpoZebu 2010, Reservada Campeã Vaca Adulta da Expoinel 2010, 4ª Melhor Fê-mea Adulta do Ranking ACNB 2009/2010 e destaque do Leilão Elo da Raça 2010, sendo comercializada por R$ 3,2 milhões, entre outros.

Ranchi, além das 400 mil doses produzidas, conta com números im-pressionantes: 91.978 filhos comuni-cados na ABCZ (Associação Brasi-leira dos Criadores de Zebu), 2.394

filhos comunicados na ASOCEBU, na Bolívia, e 10.344 filhos avaliados no PMGZ – ABCZ/Embrapa.

“Ele também marca seu nome no Centro de Performance CRV Lagoa: o campeão Nelore, de maior Índice CP, Feedback da Pau D’Arco, e o tercei-ro maior índice, Estampa JD da FS, ambos são netos de Ranchi, compro-vando-o como um grande avô mater-no da atualidade”, ressalta Abreu.

“A comemoração é especial, pois o Ranchi possui uma expressiva longevidade, completando 15 anos com uma progênie e fertilidade mui-to acima do normal para um animal dessa idade”, afirma Arnaldo Ma-nuel Souza Machado Borges.

O reprodutor Gandhi PO NI morreu na Fazenda Ipê Ouro aos 16 anos no dia 15 de novembro. Filho do genearca 1646 da MN x Garuda POI da NI (Vasuveda CS), o animal contribuiu no melhoramento da raça Nelore em todas as características de produtivida-de: fertilidade, habilidade materna, carcaça precoce e rusticidade, produzindo animais de porte moderado. O reprodutor tem filhos em coleta nas principais centrais do Brasil que darão continuidade ao melhoramento produtivo das futuras gerações. São eles: Surfista Ipê Ouro, Tecelão SM, Trovão TE Naviraí, Vascaíno SM, Mônaco IV TE J. Gal, Nullkar J. Gal, Jhelum FIV Ipê Ouro, Buca-reste Santarém, Rajat BM FC.

Morre Gandhi PO Ni

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Rufo FiV da Valônia, o Melhor Macho Jovem do Ranking

A tradicional seleção Nelore da Valônia acaba de conquistar mais um feito. O animal Rufo FIV da Valônia é o Melhor Macho Jovem do Ranking 2010/2011 da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil. O trabalho focado no melhoramento genético tem como consequência a premiação deste plantel.

A Fazenda Valônia deverá ser um dos grandes nomes do Nelore no Brasil. Exemplo disso são os dois Grandes Campeões que a Fazenda produziu – Rufo FIV da Valônia, que foi Grande Campeão em Fer-nandópolis e Reservado Grande Campeão Nacional na Expoinel

2011 e Podium FIV da Valônia, que foi Grande Campeão de Araçatuba e da Expoinel do Rio de Janeiro 2011. Rufo foi recorde de preço do Leilão Elo de Raça 2011 quando teve 50% de sua propriedade vendida para a Comapi e é hoje o Melhor Macho Jo-vem do Ranking ACNB 2011.

Rufo já foi contratado pela cen-tral ABS Pecplan e assim que tiver sêmen disponível no mercado a Valô-nia e Comapi iniciarão um programa de prenhezes para provar sua progê-nie. A expectativa de João Aguiar é de que em 2013 produtos de Rufo conquistem prêmios nas melhores pistas do país.

neloreHistória

A Fazenda Valônia, situada entre os municípios de Lins e Cafelândia, no es-tado de São Paulo, tem uma área 1.674 hectares, com 20% de reserva legal aver-bada na escritura. A propriedade está totalmente estruturada para a criação de gado Nelore, com pastos, piquetes, baias e currais apropriados.

O pecuarista e proprietário da Fazenda Valônia, João Aguiar, iniciou a formação do plantel em 1993 com a aquisição de animais da raça Nelore Mocho. Nos anos seguintes, incorporaram-se à Valônia, grandes matrizes dos mais renomados plantéis do Brasil como os de Manoel Carlos Barbosa, Carlos Viacava, Ovídio Brito, entre outros.

Em 2004, João Aguiar, resolveu en-carar um novo e mais difícil desafio, que foi o de começar a investir com muito critério e rigor na formação de um plantel de qualidade na raça Nelore padrão. Sem fazer muito alarde, desde 2004 passou a adquirir matrizes em fazendas e leilões de renomados criadores de Nelore, como a Fazenda Cedro, Fazenda Santa Nice, Fa-zenda do Sabiá, Carpa, etc.

Para João Aguiar a aquisição mais importante foi a do plantel de Sylvio Tuma Salomão, de onde vieram nove descen-dentes da Marani JS da BJ, com quatro touros diferentes entre embriões e novi-lhas de 12 meses.

Grandes matrizes descendentes de Bilara, ópera, Itália IV, Fanny, Brookshield, Betina, Peroba, Hasta, Ryatna e tantas ou-tras foram incorporadas ao plantel nestes últimos anos. Estes investimentos são fundamentais e constantes, bem como a multiplicação desta genética através da FIV (fecundação in vitro).

Em 2010 a Valônia participou ativa-mente no leilão de liquidação do gado POI do saudoso Rubico Carvalho, da Fazenda Brumado, adquirindo sete matrizes jovens para ter um importante banco genético na propriedade. Trata-se de uma unidade POI dentro da fazenda, para ajudar o Brasil a preservar a genética proveniente da índia.

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Revista O Zebu – A Fazenda Farofa irá fazer uma reserva do criatório para retomar as ativi-dades na pecuária no futuro?Rosana Gamba - Não faremos reserva do criatório nem do gado de Elite. Todo o gado Elite estará sendo liquidado e colocado à dis-posição do mercado. Além disso, será vendida toda a nossa reser-va que fizemos nesses 20 anos de seleção e conquistas através de aquisições em outras liquida-ções. Ficará na Fazenda Farofa somente o que será comercializa-do através da produção de touros com programa de melhoramento genético. ROZ - Quais os projetos a par-tir desta pausa na pecuária?RG - Não estaremos dando uma pausa na pecuária, estaremos mudando o segmento que será somente na comercialização de touros reprodutores melhoradores de genética, porque desta forma, ficaremos com tempo disponível para retomarmos nossas outras atividades juntos de nossos filhos e não abandonar por completo a pecuária.ROZ - A Fazenda também será colocada à venda?RG - Não. Aprendi a dizer que na vida material não devemos dizer que nunca vendemos nada, tudo tem seu preço. Mas, no momento, a Fazenda não está à venda, esta não seria nossa ideia, afinal de contas aqui tem um grande peda-ço da nossa história, do nosso ca-rinho, da nossa dedicação, nosso amor, mas a Deus pertence nosso futuro, e somente a Ele respeita-mos.ROZ - Em quantas etapas está previsto para acontecer os lei-lões? E qual a programação ?RG - A princípio está previsto acontecer em três etapas, dividido

Fazenda Farofa liquida plantel selecionado em duas décadas

Depois de 20 anos de seleção, a Fazenda Farofa, de Rosana e Da-nilo Gamba, resolveram mudar de segmento. Eles estarão ofertando todo o plantel adquirido ao longo de duas décadas e passarão somente a comercializar touros reprodutores melhoradores de genética. Nos dias 17 e 18 de março, no Tatersal da ABCZ, os pecuaristas terão a opor-tunidade de adquirir o melhor da genética da Fazenda Farofa. Nesta entrevista, Rosana Gamba comenta sobre o trabalho realizado, o moti-vo de mudar de setor e os projetos para o futuro.

Revista O Zebu - A Fazenda Fa-rofa formou um plantel de qualida-de ao longo destes anos dedicado à

pecuária e conquistou importantes premiações. Qual o motivo da li-quidação do plantel?

Rosana Gamba - Essa é a res-posta que mais me dói no momen-to. Foi muito difícil chegar a esta conclusão, mas quando se toma uma decisão tem que ser com as mesmas responsabilidades e com a mesma dedicação de quando se começa um grande negócio. Nosso primeiro registro na ABCZ foi em 1992 e, após esses 20 anos de sele-ção e dedicação, chegou o momen-to em que tivemos que fazer uma das escolhas mais difíceis de nossa vida, entre dois amores, o amor pelo Nelore, pelos nossos filhos e nossa casa.

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em três dias, com a venda das Do-adoras no 1° dia, no 2° dia novi-lhas descendentes das principais famílias da raça nelore com pon-tecial para tornarem-se doadoras nos mais exigentes plantéis e os animais de elite e, no 3° dia, be-zerras e bezerros baby, filhos das principais doadoras da Fazenda Farofa, com potencial para dispu-tar as melhores pistas do Brasil.ROZ - Quais as datas, horários e locais em que os leilões acon-tecerão? RG - Nos dias 17 e 18 de março de 2012, no Tatersal da ABCZ, em Uberaba, a partir das 11h, quando estaremos aguardando a chegada dos nossos amigos, convidados e clientes para visitar, confra-ternizar e conhecer toda nossa genética que temos guardada na Farofa durante todo esse tempo. Nós vamos preparar um local agradável para a apresentação do gado, para que todos possam ficar bem à vontade e com vontade de retornar no domingo. Também fa-remos um leilão na segunda feira, dia 19 de março. Nesse estaremos ofertando as bezerras baby, este será virtual, com ponto de encon-tro no RasKal Itain em São Paulo. ROZ - Como foi feita a distri-buição dos lotes?RG - A princípio foram coloca-das as doadoras, em seguida os animais de elite que estavam sen-do preparados para serem nossas futuras doadoras, novilhas des-cendentes das grandes famílias da raça Nelore e as bezerras, filhas diretas de grandes raçadores, com um banco genético fantástico e com características que estarão prontas para serem disputadas nas pistas, acredito que será uma

grande surpresa para todos, talvez até para mim.ROZ - Quantos lotes serão ofer-tados nesta primeira etapa? E para as outras ?RG - Ainda não definimos a quantidade total de lotes. Estamos planejando colocar uma média de 150 animais nesta etapa, mas não teremos pressa, deixaremos o comprador bem a vontade. ROZ - Quais os animais de des-taque da Fazenda Farofa ?RG - Os animais de destaque da Farofa que estarão à ven-da são Fernanda (Big Bem X Tapira), Maab Essência (Big Bem X Essência Guardalupe), Lila (Ilustre X Betina), a Ex-celence (Gandhi X Essência Guadalupe), Karen (Big Ben X Aeroxia), Rinha III (Bitelo X Rinha da Pontal VR), Chanel (Bitelo X Prada), Absoluta (Bi-telo X Absoluta CS), Conchita VII (Big Ben X Conchita VII SR), Fadamy (Bitelo X Fadamy JGAL), entre outras mais. ROZ - Quais os profissionais que estarão trabalhando neste leilão?RG - A assessoria responsável é a Avanti e o Zezão, que está nos dando uma assessoria mais direta, ele acompanha o dia a dia na fa-zenda e está nos ajudando e orien-tando toda a equipe. Estamos con-vidando outras assessorias que ao longo desta jornada fizeram parte das nossas conquistas e sucessos, firmando as parcerias, a leiloeira é a Programa Leilões e a trans-missão será pelo Canal Rural. Durante nossa trajetória traba-lhamos sempre com muito cri-tério e tivemos a colaboração de Dr. Carlos H.Valente, veterinário que atua na parte reprodutiva,

nos dando assistência mensal fa-zendo o diagnóstico preventivo em todas as doadoras, matrizes, novilhas e futuras doadoras, in-formando as que já estão aptas a trabalhar, fazendo todo tipo de tratamento quando necessário e descartando animais que poderão apresentar possíveis problemas futuros. Além dele, Dr. Patrick, também veterinário que faz as as-pirações, que ficará à disposição com todos os históricos de produ-ções de oócitos de cada doadora. E também Dr. Ricardo Freitas “Totó”, que faz todo os implantes nas receptoras, sexagem, toque e acompanhamento, até a data do nascimento.

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Reserva Legal Averbação prorrogada para abril de 2012

O impasse em relação a vota-ção do novo Código Florestal colo-cou mais uma vez os proprietários rurais em situação de insegurança jurídica, especialmente com re-lação ao prazo para a averbação da reserva legal, cuja ausência pode gerar pesadas multas diárias com valores entre R$ 50,00 e R$ 500,00 por hectare ou fração da área de reserva legal.

Diante disso, o prazo da aver-bação que havia sido estipulado para o ano de 2009, foi prorroga-do por duas vezes para os anos de 2010 e 2011 e agora, conforme de-termina o Decreto nº. 7.640/11, a obrigatoriedade da averbação ficou prorrogada para o dia 11 de abril de 2012, na expectativa de que o texto do novo Código Florestal brasilei-ro seja definitivamente votado em março deste mesmo ano.

No mais, permanecem válidas as regras do Decreto 7.029/09, se-gundo o qual aquele que estiver na irregularidade será autuado e advertido para que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, apre-sente termo de compromisso de regularização da reserva legal, período este em que a cobrança de eventual multa diária será suspensa.

Além disso, também perma-nece válida a regra que determi-na ao proprietário ou possuidor o prazo de 120 (cento e vinte) dias “para averbar a localização, com-pensação ou desoneração da reser-va legal, contados da emissão dos documentos por parte do órgão ambiental competente ou insti-tuição habilitada.” (§ 5.º do artigo 55 do Decreto 6.514/08, com reda-ção dada pelo Decreto 7.029/09).

Contudo, durante o prazo de 120 dias, a multa não deverá ser aplicada pelo órgão ambiental. Entretanto, caso o autuado não apresente o referido termo de compromisso de regularização dentro do prazo legal, a autori-dade ambiental deverá cobrar a multa diária desde o dia da lavra-tura do auto de infração, exceto se o prazo não for cumprido por cul-pa exclusiva do órgão ambiental.

Rodrigo Jorge MoraesAdvogado, sócio do escritório Azevedo Mo-

raes Advogados Associados, professor de direito ambiental do curso de Pós-Graduação da PUC/

SP – COGEAE, Autor do livro Setor Sucroalcooleiro – regime jurídico ambiental das usinas de açúcar

e álcool, ed. Saraiva, Co-Autor da obra As Leis Federais mais Importantes de Proteção ao Meio

Ambiente – Comentadas, ed. Renovar, Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Instituto dos

Advogados de São Paulo - [email protected]

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Utilização de touro Gir Leiteiro para produção de receptoras zebuínas

Decidido para 2014, pela Asso-ciação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a obrigatoriedade da utilização de receptoras com 100% de sangue zebu nos processos de TE e FIV, para as raças Brahman, Cangaian, Indubrasil, Nelore e Sindi. De acordo com o parágrafo único do artigo 106 do novo Re-

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gulamento do Serviço de Registro Genealógico da ABCZ, a partir de 2014 só serão aceitas como recep-toras para as raças citadas acima, fêmeas de raças zebuínas puras, das categorias PO ou LA, ou mestiças com 100% de genes zebu, registra-das como CCG (Controle de Ge-nealogia), oriundas de cruzamento

entre duas ou mais raças zebuínas.Devido ao seu grande efetivo

bovino, a raça Nelore deverá ser a base para produção dessas recepto-ras, que apresentará alta demanda, pois o Brasil é o maior produtor mundial de embriões através de FIV, sendo a maior parte de produ-tos zebuínos.

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Os rebanhos de Nelore que inte-gram programas de melhoramento genético, com foco em fertilidade, habilidade materna e temperamento serão muito procurados. Porém, re-presentam uma pequena parcela do rebanho brasileiro e que, provavel-mente, não serão disponibilizados por significar importante população para continuidade do melhoramento genético desta raça na forma pura. Dessa maneira, rebanhos comerciais de Nelore, sem seleção e sem registro

(cara limpa) representam a maior par-te das fêmeas que contribuirão para produção das receptoras zebuínas.

Esses rebanhos, sem seleção, apresentam fêmeas de todos os ti-pos, grande parte delas com proble-mas de fertilidade, baixa habilidade materna e de temperamento bravio. O temperamento nas raças zebuínas pode ser associado ao manejo, já que a constante lida em currais, como acontece com as raças leiteiras, aca-ba levando ao descarte de animais

com temperamento bravio e à sele-ção por animais de melhor tempera-mento. Rebanhos melhor manejados produzirão fêmeas mais dóceis e com melhor aptidão para serem re-ceptoras. O melhoramento genético para fertilidade é muito lento e o cruzamento com outras raças, geran-do heterose, provoca melhora muito grande nesta característica já na pri-meira geração e deverá ser a forma utilizada para melhorar a qualidade das receptoras produzidas.

E onde entra o Gir Leiteiro?Os touros Gir Leiteiro aparecem como

uma opção muito interessante para me-lhorar as fêmeas Nelore sem seleção, principalmente, na característica habili-dade materna. A raça Gir Leiteiro é a raça zebuína mais selecionada para produção leiteira com a maior opção de touros pro-vados e de tourinhos melhoradores, com fêmeas apresentando altíssima produção de leite e é a que mais pode contribuir nessa característica. Devido à heterose entre o Gir e o Nelore, a fertilidade das fêmeas também será melhorada.

O grupo das Fazendas Colonial e Cal-ciolândia, do pecuarista Gabriel Andra-de, trabalhou com a produção do Nelogir com o objetivo de formar ventres para a produção de fêmeas leiteiras em cruza-

mento com touros Holandês. Eles tam-bém fizeram fêmeas leiteiras cruzando Holandês diretamente com Nelore. As mestiças filhas das Nelogir produziram na 1ª lactação, 55,8% a mais de leite que as filhas de vacas Nelore (3.851 Kg vs 2.471,6 Kg), mostrando que os touros Gir Leiteiro utilizados foram capazes de incorporar genes favoráveis à produção de leite nas vacas Nelore.

Ronaldo Lazzariini Santiago, res-ponsável pelo projeto das Fazendas Cal-ciolândia e Colonial, analisando os da-dos de prenhez, observou ganho para as Nelogir, com aumento de 3% de prenhez aos 26 meses, muito provavelmente de-vido à heterose. Além do cruzamento com fêmeas Nelore, os touros Gir Lei-teiro podem ser utilizados nas outras raças zebuínas e mesmo em mestiças de zebu, como as Guzonel, trabalhadas também pelas Fazendas Calciolândia e Colonial, também com bons resultados.

No projeto foi avaliado também o desempenho dos machos Nelogir. Essa é uma preocupação dos criadores, pois além das fêmeas que serão vendidas como receptoras, nascerão machos Ne-logir que serão vendidos como bezerros ou machos de corte. Segundo Santiago,

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os machos Nelogir apresentaram desempenho pior que os machos Nelore puros. Porém, houve gran-de variação dependendo dos pais dos machinhos Nelogir, sendo que alguns se aproximaram muito dos companheiros Nelore. Isso mostra que a escolha dos touros Gir Leitei-ro a serem utilizados é fundamen-tal para que não haja prejuízo no desempenho para corte dos machos Nelogir. Assim, touros Gir Leiteiro adequados produzirão filhas mais leiteiras que serão boas receptoras e machos bem pesados que terão desempenho próximo aos machos Nelore. O rendimento e acabamen-to de carcaça não se mostrou um problema na venda aos frigoríficos.

Foi relatado por Santiago que o temperamento dos machos Nelogir era muito bom, bem superior aos machos Nelore. As fêmeas Nelogir apresentaram temperamento se-melhante às fêmeas Nelore e mui-to influenciado pelo manejo, que deve ser racional. Segundo ele, os touros Gir Leiteiro utilizados para produção de Nelogir devem ser de bom porte, com ossatura for-te e pedigree leiteiro consistente. Touros pequenos podem levar o

Gir Leiteiroprojeto a insucesso, devido ao de-sempenho ruim dos machos.

Espera-se que a necessidade e demanda por receptoras zebuínas irá elevar o preço das novilhas de corte, equiparando-as ao preço dos machos. Com isso, produtores de gado de corte comercial têm na produção de receptoras zebuínas Nelogir uma opção de elevação do lucro. Dependendo da escolha adequada de touros Gir Leiteiro, esses produtores podem ter um ganho elevado nas fêmeas e redu-ção pequena na margem de lucro com a venda dos machos de corte. Os grandes criadores de gado de corte de elite têm área e rebanho

para produzir suas próprias recep-toras. Mas os pequenos criadores e, principalmente, os que usam receptoras de centrais de coleta e transferência de embrião terão que comprar novilhas para serem usa-das como receptoras e, se a oferta for baixa, o preço irá aumentar.

Produtores de gado de corte zebu fiquem atentos a este novo mercado. Escolham touros Gir Lei-teiro de bom porte, boa ossatura e pedigree consistente e produzam as receptoras zebuínas que o mercado demandará a partir de 2014.

Adriano Fróes BicalhoMestre em Produção Animal UFMG

Produtores de gado de corte zebu fiquem atentos a este novo mercado. Escolham touros Gir Leiteiro de bom porte, boa ossatura e pedigree consistente e pro-duzam as receptoras zebuí-nas que o mercado deman-dará a partir de 2014.

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Recorde mundial de produção de leite é quebrado na Fenagro 2011

A Bahia conquistou seu primei-ro recorde mundial de produção de leite, no torneio leiteiro que aconte-ce durante a 24ª Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro), no Parque de Exposições de Salvador. O título foi conquistado pela vaca Insistên-cia, da raça Gir, na categoria Vaca Jovem, que, como o próprio nome dela já diz, garantiu a vitória depois de sucessivas tentativas do criador José Geraldo Vaz Almeida, da fazen-da Belo Horizonte, localizada no mu-nicípio de Amargosa.

A média alcançada pelo animal na competição foi de 50,197 quilos/dia, ultrapassando o recorde antigo que era de 49,393 quilos/dia. “Essa conquista é resultado de um ano de trabalho, com manejo alimentar ade-quado, ração balanceada, reprodução na época certa, entre outros inúmeros cuidados dia após dia. Ficamos feli-zes não apenas por esse título valori-

zar o nosso trabalho e o nosso reba-nho, mas, sobretudo, por fortalecer o nome da Bahia na produção de leite mundial”, avalia o pecuarista vence-dor José Geraldo. Agora, Insistência, que tem 47 meses, está entre as três melhores vacas do mundo, como uma doadora de elite.

Outro animal, dessa vez na cate-goria Vaca Adulta, também atingiu um novo recorde na competição. A vaca Iaiá, da raça Gir mocho al-cançou a marca, conferida a partir da média de ordenha nos três dias do concurso, de 59,163 quilos, su-perando, e muito, o antigo recorde mundial que era de 52,793 quilos ao dia. Em comemoração ao feito, o criador Dilson Cordeiro da Fazenda Vila Rica, em Goiânia, foi parabe-nizado ao som de Zeca Pagodinho, cuja canção de sua autoria inspirou o nome da premiada vaca. Ao térmi-no do concurso, os criadores recor-

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distas foram banhados com o leite da última pesagem.

Ambos associam a vitória à ge-nética animal e à prática diferenciada de manejo. O torneio leiteiro da raça Gir, que encerrou no dia 1º de de-zembro, contou com a participação de 22 animais inscritos.

Uma vaca vencedora pode ter seu valor de venda multiplicado em até 100 vezes. O leite acondicionado em tanque de resfriamento será doado para creches de Salvador.

A Fenagro é uma realização das associações de criadores de animais da Bahia, representadas pela Asso-ciação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA), As-sociação dos Criadores de Nelore da Bahia (ABCN) e Associação dos Criadores do Cavalo Mangalarga Machador da Bahia (ACCMMB).

Fonte: Viva Comunicação Interativa

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Silvinho, Silvio, Léo, Adriano , Winston e Miller

Meire, Suzana e Renata Volmer e EduardoLéo, Henrique, Sílvio e Bruno

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Wander, Maria Tereza e Márcio PalmaGabriela e Thiago Paulo e Grasiela

Carla, Marta e Camila

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Guzerá

Guzerá homenageia melhores do Ranking

A Associação dos Criadores de Guzerá do Bra-sil realizou no final de novembro a solenidade de entrega do Ranking 2010/2011, o maior e mais im-portante evento da raça, que simboliza o empenho e a seriedade daqueles que trabalham em prol do progresso pecuário. O evento será realizado em Avaré, sendo patrocinada pelo Guzerá Suaçuí, da pecuarista Nídia Moraes.

Foram três dias de confraternização entre os guzeratistas. No dia 26 de novembro houve uma reunião com todos os presidentes dos núcleos do Guzerá, onde foram discutidos assuntos pertinentes à raça. A noite, coquetel e solenidade de entrega dos prêmios aos melhores do Ranking 2010/2011 pela ACGB. Posteriormente, foi realizado o 4º Leilão Guzerá Suaçuí e Convidados, onde os pecuaris-tas tiveram a oportunidade de adquirir excelentes exemplares da raça. No dia 27, nova confraterniza-ção dos guzeratistas e tratadores.

Veja abaixo a relação dos 10 primeiros coloca-dos do Ranking 2010/2011.

COL. REPRODUTOR REgISTRO EXPO. PONTOS

1º SIGNO AM FAFM-792 28 14.891,27

2º MABROUk DA VIC MVB-20 26 7.676,59

3º HAITI TE S. CLARAMAR AFGF-184 26 7.649,81

4 º ADVENTO TE JA JAR-5726 28 5.929,19

5 º EMBAIXADOR TE FP FPCA-732 15 4.241,47

6 º NGAO TE S CNS-6391 11 2.721,44

7 º FALCAO JML JML-87 18 2.576,28

8 º MAGO TE S CNS-6042 19 2.479,21

9 º DOCE FIV GEO GEO-422 11 2.046,32

10 º GOBBO IT ITG-1235 15 1.649,71

REPRODUTOREs

COL. REPRODUTOR REgISTRO EXPO. PONTOS

1º ALICE DA MORUMBI LDCV-1165 15 1.774,70

2º DINA S CNS-5671 11 1.550,01

3º CARRERA EB DA IPE ABL-33 9 1.201,58

4 º AIPA S CNS-7118 12 1.187,95

5 º FIGURA EB DA IPE ABL-91 9 1.162,79

6 º BELEZA GCR CRGG-59 11 1.026,54

7 º TORRE S CNS-7009 9 1.012,38

8 º kAROLYNNE FIV DA MF OMFS- 8 989,37

9 º TABELA III TE S CNS-6769 10 925,77

10 º GB EPOCA TE NEST-122 5 911,86

Matrizes

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COL. ANIMAL MESES EXPOSITOR UF PONTOS

1º FAkAMU FIV TIR 21 SILVELY JANOTA ANTUNES MS 374,88

2º MENTOR DA SUAÇU 19 MARIO E.MORAES - ESPóLIO SP 300,62

3º GARANHÃO DA GEO 21 GEO PARTICIPACOES LTDA MG 284,56

4 º LAICO FIV DA DHMF 20 SÃO MIGUEL AGROP.LTDA MG 239,82

5 º MANIFESTO FP 15 CARLOS F.F.PONTUAL PE 218,94

6 º ENCANADOR VILLEFORT 12 VIRGILIO VILEFORT MG 209,10

7 º IMBATíVEL DA CAPITAL 20 ADRIANO V.GALVÃO E OUT. DF 208,76

8 º DALTON SMPF 14 AGROP. S. MARCOS SP 203,06

9 º MARCA SOL MALIBU 23 HAROLDO Q. BARBOSA SP 203,04

10 º ISIDORO DO DER 22 DANTE EMILIO RAMENZONI SP 193,00

MACHO JOVEMCOL. ANIMAL MESES EXPOSITOR UF PONTOS

1º GUZERá B. JANGO FIV 35 ROBERTO NESZLINGER/OUT. GO 572,80

2º IMAGINáRIO DO SAL 31 LUIZ GUILHERME RODRIGUES PA 466,00

3º JUACIR DA SUAÇUI 35 MARIO E.MORAES - ESPóLIO SP 429,76

4º IRLO EB DA IPE 35 AGROP. S. MARCOS SP 422,58

5º UNIVERSO DE REILLOC 27 CAMILLO COLLIER NETO PE 360,00

6º DAMASCO S 27 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 353,16

7º BEIJIM S 47 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 327,00

8º LABIRINTO DA SUAÇUI 26 MARIO E.MORAES - ESPóLIO SP 311,84

9º EXIMIO FIV DA TIR 32 SILVELY M.JANOTA ANTUNES MS 309,64

10º FIGO FIV TIR 27 SILVELY M.JANOTA ANTUNES MS 291,90

MACHO ADULTO

COL. ANIMAL MESES EXPOSITOR UF PONTOS

1ª JOIA EB DA IPE 23 AGROP. S. MARCOS SP 380,42

2ª LATIkA FP 22 CARLOS F. F.PONTUAL PE 351,92

3ª CAYTRIA CLARAMAR 21 ALBERTO F.G. DE FREITAS MG 298,48

4ª LATIFFA DA SUAÇUI 19 MARIO E.MORAES – ESPóLIO SP 238,80

5ª ILDY FIV DO DER 22 TULIO C.MARTINO FERREIRA MG 201,92

6 MAJESTADE FIV CS 19 CLAUDIO F.GARCIA MS 199,96

7ª GUITARRA FIV GEO 21 GEO PARTICIPACOES LTDA MG 185,60

8ª DALE VILLEFORT 22 SILVELY M.J. ANTUNES MS 173,08

9ª LITORINA DA S.CELINA 15 LUIZ OTáVIO B. A.CORREA SP 172,09

10ª LEUCENA FIV DA DHMF 19 JOSÉ ROBERTO SALGADO MG 170,52

FêMEA JOVEMCOL. ANIMAL MESES EXPOSITOR UF PONTOS

1ª CAMBOJA II S 34 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 367,60

2ª CARAVANA III S 37 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 362,20

3ª CAMBUCI VILLEFORT 31 VIRGILIO VILEFORT MARTINS MG 358,48

4ª EMBAIXATRIZ II FIV 47 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 327,00

5ª BAGUNÇA SMPF 30 AGROP. S. MARCOS SP 263,95

6ª CATENARIA S 31 ANTONIO P. SALVO E OUT. MG 257,80

7ª CAROL FIV BID 25 ALCEBíADES PAES GARCIA RJ 251,98

8ª IMENSA DA J NATAL 46 SILVELY M.J. ANTUNES MS 249,60

9ª IDASHA TE DO SAL 35 LUIZ G.S.RODRIGUES PA 245,20

10ª MALUNGA FIV MAIA 35 ALBERTO M. DA S.MAIA MG 241,08

FêMEA ADULTA

COLOCAçÃO EXPOSITOR UF PONTOS

1º AGROP. S. MARCOS SP 3.095,90

2º SILVELY MARIA JANOTA ANTUNES MS 2.866,12

3º ANTONIO P. SALVO E OUTROS MG 2.661,16

4 º MARIO ERMIRIO MORAES - ESPóLIO SP 2.606,42

5 º VIRGILIO VILEFORT MARTINS MG 2.386,76

6 º ROBERTO NESZLINGER/OUT.COND. GO 2.103,54

7 º CARLOS F. FALCAO PONTUAL PE 2.090,15

8 º ADRIANO V.GALVÃO/OUT.COND DF 1.962,12

9 º LUIZ GUILHERME S.RODRIGUES PA 1.836,29

10 º GEO PARTICIPACOES LTDA MG 1.660,93

MELHOR ExPOsiTOR

COLOCAçÃO EXPOSITOR UF PONTOS

1º AGROVILLE AGRIC. E EMP. LTDA MG 3.681,86

2º MARIO ERMIRIO MORAES - ESPóLIO SP 2.650,63

3º JOSÉ MANOEL F. DIOGO JÚNIOR SP 2.622,23

4 º SILVELY MARIA JANOTA ANTUNES MS 2.565,96

5 º ANTONIO P. SALVO E OUTROS MG 2.327,79

6 º CARLOS F. FALCAO PONTUAL PE 2.125,92

7 º GEO PARTICIPACOES LTDA MG 2.024,64

8 º OTAVIO A. C. ALVARES CORREA SP 2.018,73

9 º ADRIANO V. GALVÃO/OUT.COND DF 1.970,52

10 º AGROP. S. MARCOS LTDA SP 1.966,37

MELHOR CRiADOR

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Durante este ano, reuniões de transição serão realizadas entre o atual e o novo conselho para transmissão de informações. O mandato do presidente, vice-presidente e secretário do Conselho de Administração tem validade de um ano, a contar do dia 2 de janeiro de 2012

Definido Conselho da ACBB para biênio 2012-2014

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Realizada em outubro, du-rante a VII ExpoBrahman, a eleição do novo Conselho de Administração e Fiscal da As-sociação dos Criadores de Brah-man do Brasil (ACBB) para o biênio 2012/2014. Os associa-dos que integram o Conselho de Administração, que teve início em 2 de janeiro de 2012 e tér-mino em 1 de janeiro de 2014 são: Alexandre Coccapieller Ferreira, Ary Marcos de Paula Bárbara, Bruno Aurélio Ferrei-ra Jacinto, César Tomé Garetti, Daniel Teixeira Dias, João Le-opoldino Neto, Paulo de Cas-tro Marques, Ricardo Laurea-no Siqueira e Wilson Roberto Rodrigues; além de Miguel de Paula Xavier Neto, no Conselho Fiscal.

No dia seguinte, o novo Con-selho de Administração elegeu Ary Marcos de Paula Bárbara como presidente do Conselho de Administração da ACBB para o biênio 2012/2014. No encon-

tro, ainda foram eleitos Paulo de Castro Marques, para vice-pre-sidente; Ricardo Laureano Si-queira, como secretário; e Ale-xandre Coccapieller Ferreira, para diretor tesoureiro.

Durante este ano, reuniões de transição serão realizadas entre o atual e o novo conselho

para transmissão de informa-ções. O mandato do presidente, vice-presidente e secretário do Conselho de Administração tem validade de um ano, a contar do dia 2 de janeiro de 2012. Já o mandato do diretor tesoureiro será de dois anos, a contar do mesmo dia.

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Leilão Matrizes Milagrosas é o grande sucesso da raça Tabapuã

A Fazenda Água Milagrosa re-alizou no dia 15 de novembro o 6º Leilão Virtual Matrizes Milagrosas e demonstrou mais uma vez pioneiris-mo ao comercializar embriões (pre-nhezes) em receptoras PO.

Pela primeira vez no Brasil, um leilão de zebuínos comercializou embriões (prenhezes) implantados em receptoras PO. Foram 27 novi-lhas Tabapuã PO com prenhezes de acasalamentos comprovados. A ini-ciativa visa atender o potencial mer-cado de receptoras zebuínas, cuja demanda deverá crescer significati-vamente a partir de janeiro de 2014, quando começa a valer a exigência do uso de receptoras zebuínas para os procedimentos de FIV e TE.

Com transmissão pelo Canal do

Boi, o leilão foi um grande sucesso alcançando um faturamento de R$ 407.600,00. Foram ofertadas 43 lotes, atingindo as seguintes médias: Touro – R$30.000,00, Vaca – R$44.000,00, Garrote – R$20.000,00, Bezerras – R$12.000,00, Embriões em Novi-lhas PO – R$11.600,00 e Novilhas Prenhes – R$8.014,00.

O animal mais valorizado do lei-lão foi LEGA FIV de Tabapuã, fi-lha de Iluminismo de Tabapuã que tem em sua linha alta Dinossauro de Tabapuã. Sua mãe é a Descabi-da de Tabapuã que vai a Industrial de Tabapuã, sendo comercializada por R$44.000,00.

O Leilão Matrizes Milagrosas conquistou novos criadores para a raça Tabapuã, e as compras fica-

ram distribuídas para os seguintes Estados: São Paulo (13 animais), Goiás (09 animais), Maranhão (02 animais), Mato Grosso do Sul (02 animais), Pará (05 animais), Para-ná (03 animais), Rio de Janeiro (05 animais), Tocantins (01 animal), Minas Gerais (02 animais) e Ron-dônia (01 animal).

“Ficamos satisfeitos com a abran-gência do leilão. Além de comercia-lizarmos animais para diferentes es-tados, tivemos muitos compradores que adquiriram nossa genética pela primeira vez. O interesse dos pecu-aristas por genética avaliada é para nós o reconhecimento da qualidade da nossa seleção”, declarou o geren-te de Pecuária, Paulo Henrique Ju-lião de Camargo.

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O tamanho da vaca de corte e a produção de bezerros

A utilização de fêmeas F1 para produção de bezerros tem se torna-do prática cada vez mais comum nos sistemas de produção do país. As principais razões dessa tendên-cia são as possibilidades de explo-ração da maior precocidade sexual e da heterose materna (bezerros mais pesados à desmama) que essas fê-meas podem apresentar.

Existem inúmeras raças para cruzamento industrial e todas com características muito boas, porém muitas destas produzem animais de grande porte, consequentemente au-mentando o peso adulto das fême-as. Além do mais, por muitos anos, e ainda em algumas propriedades, têm sido selecionados animais de grande porte.

Porém, o aumento do peso adul-to, segundo revisão feita por Olson (1994), levará a uma redução da efi-ciência reprodutiva. Neste contexto, Olson (1994) descreve dois traba-lhos nos quais os objetivos foram avaliar diferentes pesos adultos (pe-queno, médio e grande) no desem-penho reprodutivo do rebanho.

Em um primeiro estudo, anali-sou o desempenho de raças com-postas (Bos taurus) de diferentes raças, porém com peso adulto di-ferente, por três estações de mon-ta, em duas propriedades. Todas as novilhas foram inseminadas para primeira parição com cerca de dois anos de idade, descartan-do as novilhas ou vacas que não

concebiam. Os resultados são apresentados na tabela 1. Para os dois parâmetros reprodutivos es-tudados, percentagem de fêmeas ciclando e taxas de nascimen-tos, observou-se maiores valores para fêmeas de menor tamanho (P<0,05), tanto na 1a estação de monta (EM) / parição (novilhas), como nas demais (2a e 3a).

Tabela 1: crescimento e desempenho reprodutivo de fêmeas de diferentes tamanhos adultos

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O autor relata que as diferen-ças foram mais pronunciadas no sistema onde a estação de nasci-mento era no outono, ou seja, em período de menor disponibilidade de alimentos. Neste caso, as vacas de maior tamanho adulto apre-sentaram taxas de nascimento e de ciclicidade 20% menor que os animais com tamanho adulto pe-queno. Em situações adversas de alimentação, vacas de menor ta-manho adulto teriam melhor de-sempenho, principalmente pelas menores exigências de mantença destes animais. Após três anos de observações, as relações entre as vacas que permaneceram no reba-nho em relação

às que iniciaram o trabalho fo-ram de 54,5, 39,2 e 32,7% para os tamanhos pequeno, médio e gran-de, respectivamente. Isto indica maior descarte de animais com maior tamanho corporal.

Em uma segunda avaliação, re-alizada na Flórida, foi avaliado o desempenho de vacas de uma úni-ca raça, com diferentes tamanhos adultos. A raça em questão foi a Brahma (Bos indicus), e a estação de monta com 150 dias duração.

As novilhas foram cobertas com dois anos de idade, pois são animais mais tardios que os de

origem taurina. Na tabela 2, ob-serva-se que na primeira cobertura não houve diferenças nas taxas de gestação. Porém, elas foram sig-nificativamente superiores para os animais de menor tamanho adulto na segunda cobertura (primípa-ras), fase mais crítica do ciclo re-produtivo de vacas de corte.

De forma geral, o aumento do tamanho adulto da vaca tende au-mentar a idade à maturidade se-

Tabela 2: Desempenho reprodutivo de fêmeas Brahma de diferentes tamanhos adultos

xual, ou seja, a idade à puberdade. As taxas de reconcepção de pri-míparas tendem a diminuir. Olson (1994) relata que vaca de maior ta-manho adulto necessitaria de maio-res quantidades de alimentos do que vacas de pequeno tamanho. Ou seja, se considerarmos uma mes-ma taxa de lotação (UA/ha), seria possível trabalhar com um maior número de vacas de tamanho pe-queno por unidade de área.

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Um zebuíno genuinamente

nacional Formado na década de 1930, em terras mineiras,

a partir da fusão entre Gir, Guzerá e Nelore, o Indu-brasil mostra porquê tem sido recomendado para o uso em cruzamentos, aprimorando a produção de carne e leite dentro e fora do País. Dócil, rústico e de dupla aptidão, este é o Indubrasil, bovino de orelhas longas originário da região do Triângulo Mineiro que tem seu primeiro registro genealógico datado de 1938. A raça é resultante da união entre o Gir, o Guzerá e o Nelore. Conta-se que esse mestiço possa ter nascido meio que por curiosidade, de experimentos feitos por criadores e estudiosos da época, que desejavam ter, em uma úni-ca variedade, o que havia de melhor em gado zebu em uma única raça. Um dos grandes entusiastas, segundo dados da Associação Brasileira dos Criadores de In-dubrasil (ABCI), foi o Coronel José Caetano Borges, desempenhando importante papel na formação da raça que teve padrão racial estabelecido pela Sociedade Ru-ral do Triângulo Mineiro no ano anteriormente citado.

O nome Indubrasil foi oficialmente aprovado em 1929. Em algumas regiões, a variedade foi conhecida, por exemplo, como Induberaba, como o próprio Coro-nel a chamava, e ainda Induaraxá , Indubahia, Indupo-rã, entre outros nomes. Dados da ABCI, apontam que o Indubrasil dominou a pecuária brasileira, entre os anos de 1925 até 1945. Em 1930, a raça representava mais de 15% do total nacional, aumentando para 79,8% em 1940. Em 1946, gado Indubrasil foi exportado para os Estados Unidos, com o objetivo de contribuir no me-lhoramento da raça Brahman, dando surgimento a um gado com fisionomia nitidamente indubrasilada que persiste até hoje. Em 1980, corresponderia a 3,7% do total registrado do Brasil, com boa parte das matrizes utilizadas em cruzamentos leiteiros.

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O indubrasil hojeHabilidade materna, docilidade

e conversão alimentar estão entre os destaques da raça.

O Indubrasil está em um mo-mento de grande evolução genética, conforme aponta Djenal Tavares Queiroz Neto, criador e diretor inter-nacional da atual diretoria da ABCI, cujo mandato vai até 2013, sob a pre-sidência de Roberto Fontes de Góes. A evolução citada é resultante advém, sobretudo, dos investimentos em pes-quisa e programas de melhoramento no Brasil, realizados, especialmente na Universidade de Uberaba (Uniube) e na EMBRAPA, todos com a parce-ria da entidade de raça e da Associa-ção Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). “A raça está sendo selecio-nada para duplo propósito, com exce-lentes resultados em produção de leite

e de carne. Está apta para enfrentar os desafios de produzir proteína animal a baixo custo, como o mercado exige”, conta o diretor.

Segundo ele, atualmente a raça tem apresentado crescimento sig-nificativos na região sudeste e na centro-oeste, embora o maior mer-cado de sêmen de Indubrasil esteja no Rio Grande do Sul. “Isso indica que teremos excelentes rebanhos no sul e a raça foi aprovada pelos ir-mãos gaúchos. Não temos mais uma concentração em região específica e isso é muito positivo para o desen-volvimento do Indubrasil”, comenta. “Hoje, o melhor rebanho leiteiro da raça está localizado no município de Lins, no interior de São Paulo, e é pertencente a Waldir Junqueira”, destaca, lembrando que, oficialmen-

te, existem poucos selecionadores registrando o rebanho. “Devemos rever com a ABCZ o motivo desta evasão de registros. Porém existem milhares de propriedades utilizando a raça para cruzamentos e como raça pura também”, acrescenta.

indubrasil nos cruzamentosPor ter dupla aptidão, o Indubra-

sil tem sido cruzado com raças de gado de corte e de leite, tanto com animais de sangue zebu, quanto eu-ropeu. Recentemente, foi realizado o registro do primeiro animal In-dolando (cruzamento do Indubrasil com gado Holandês) pela ABCZ. Sobre este registro, em especial, o diretor da ABCI, comenta que ani-mais de sangue indolando já existem há muito tempo, porém, infelizmen-te nunca existiu interesse em pro-mover o registro deste tipo de gado. “Muita vaca campeã de produção Indolanda foi registrada no Brasil como Girolanda, ganhando até tor-neios! Um trabalho de promoção do Indubrasil está em andamento e como fruto principal temos o regis-

tro pela ABCZ do Indolando, que en-tendeu que trabalhar pelo Indubrasil significa defender o zebu e seus cru-zamentos, porque afinal o Indubrasil é resultado do cruzamento de três grandes raças zebuínas”, explica.

Djenal considera válida a opção de um pecuarista que, quando deseja leite, busca raças européias. Porém, enfatiza, que elas não têm rusticida-de e adaptação ao clima como as ze-buínas. E aí é que entra a contribui-ção do Indubrasil. “O cruzamento de Indubrasil com Holandês, Jersey ou qualquer outro bovino de leite é ex-traordinário, em produtividade e de-sempenho econômico. Acredito que assim como o Gir ganhou respeito e importância na pecuária mundial, o Indubrasil tem suas vantagens e terá

sempre um espaço importante no Brasil e no mundo. Como vantagens, podemos destacar a alta produção de leite e a longevidade das vacas, não precisando descartá-las tão cedo como fazem com outras raças”, afirma.

A raça está sendo selecionada para duplo propósito, com excelen-tes resultados em produção de leite e de carne. Nas raças de corte, ele tem contribuído por imprimir em seus descendentes “docilidade e sua exce-lente conversão alimentar, por isso, vai muito bem nos confinamentos”. O selecionador conta que nos Esta-dos Unidos usa-se o Indubrasil com Brahman e raças européias de corte. Na Ásia, especialmente na Tailân-dia, que é o maior rebanho de In-dubrasil no mundo, trabalha-se para

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Características de uma raça Para Djenal Neto é possível enume-

rar com facilidade as vantagens da raça: ótimo ganho de peso diário, habilidade materna, conversão alimentar, docili-dade, rusticidade, bom rendimento de carcaça, excelente desempenho nos confinamentos e grande heterose nos cruzamentos. Quanto aos pontos negati-vos, ele diz que tudo o que até um tempo atrás impediu a expansão do Indubrasil já foi superado pelos selecionadores do Brasil e México que, atualmente domi-nam o mercado internacional da raça. “Mas ainda temos como principal pon-to negativo o preconceito no nosso pró-prio País. A raça foi muito injustiçada no passado e romper essa barreira é um trabalho de paciência e perseverança. Estamos vencendo”, confia.

Sobre os trabalhos da ABCI, ele re-sume que há um planejamento a longo

prazo e que todas as etapas têm sido cumpridas com determinação. Sobre o mercado, o criador comenta que o co-mércio da raça está muito bom, espe-cialmente de tourinhos. “A associação continuará trabalhando para incentivar novos selecionadores e dar o apoio necessário para criar animais genetica-mente superiores. Ainda não é tempo de grandes publicidades, porque preci-samos aumentar o número de matrizes registradas. Atualmente, muitas ma-trizes puras estão direcionadas para o Indolando e equilibrar esta relação não é tão simples, por causa da procura por vacas de leite de qualidade e a liquidez é muito interessante na F1”, finaliza.

Fonte: Site

Associação Nacional dos Criadores de Indubrasil - Redação - Portal Boi a Pasto

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alcançar o puro por cruza, absorven-do as raças nativas. “Lá existe tam-bém o gado chamado InduThai que, com as gerações futuras torna-se In-dubrasil puro por cruzamento. Quem utiliza material genético de Indubra-sil de qualidade, torna-se admirador e fiel à raça”, salienta ele.

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geral

Controle biológico e fertilização orgânica à base de Nim avançam no agronegócio

Produtos derivados da árvore de origem indiana ganham mercado como eficientes, seguras e econô-

micas alternativas ao uso de de-fensivos e adubos químicos

nas lavouras e criações. O aumento das exigên-

cias na agricultura e pecuária por

p r o c e s -sos e

produtos amigáveis ao meio ambien-te impulsiona o mercado de solu-ções de controle biológico de pragas e fertilização orgânica. Neste cená-rio, produtos derivados da árvore de origem indiana Nim – nome cientí-fico “neem – Azadirachtina indica” - ganham destaque como eficientes, seguras e econômicas alternativas ao uso de defensivos e adubos quí-micos nas lavouras e criações. Na Índia, as propriedades do Nim são utilizadas na medicina, cosmética,

agricultura, entre outras áreas, há mais de quatro mil anos.

Defensivos e fertilizan-tes. Produzidos a partir

do princípio ativo extraído das

folhas, frutos, cascas, sementes e madeira da árvore indiana, defensi-vos, antiparasitórios e repelentes à base de Nim combatem, sem dano ambiental, os mais variados insetos e parasitas, como, por exemplo, ne-matóides, carrapatos, lagartas, be-souros, percevejos e outros.

Instituições como Embrapa, Unicamp e UFPR já atestaram a confiabilidade do Nim, realçando que ele pode combater mais de 400 tipos de pragas agrícolas. Atualmen-te, segundo a Embrapa, o Brasil tem aproximadamente seis milhões de árvores de Nim, com potencial para ultrapassar a Índia – o maior produ-tor – em poucos anos.

Romina Lindemann, diretora-geral da Preserva Mundi - (www.preservamundi.com.br) -, empresa especializada no cultivo e fabrica-ção de produtos derivados da planta, explica que o defensivo feito a partir do Nim age somente no organismo

que pretende destruir, incluindo ovos e larvas, sem incidir sobre

outros seres benéficos à manutenção correta

dos ecossiste-mas. Por

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sua vez, como fertilizante, o Nim é recomendado como fonte de nitro-gênio, fósforo, cálcio, magnésio e potássio para diversas culturas, des-de hortaliças, passando por grãos, até cana-de-açúcar.

“Pelo seu ‘dna’ livre de molécu-las químicas, os produtos derivados do Nim são atóxicos ao homem e animais, bem como biodegradá-veis”, explica Lindemann.

Preserva MundiLocalizada na cidade de São

João de Pirabas (PA), a cerca de 200 km de Belém, a Preserva Mun-di cultiva, há cinco anos, uma plan-tação orgânica, certificada pela em-presa suiça IMO Control, com mais de 160 mil árvores de Nim. Dentro de um modelo de negócios vertical, a empresa também industrializa os produtos derivados da planta.

Segundo Lindemann, a região Norte foi a escolhida porque tem temperatura e umidade - similares à Índia -, que favorecem o plantio e o desenvolvimento do Nim. Atu-almente, a Preserva Mundi fornece produtos para mais de 75 produto-res rurais, entre pequenos, médios e grandes, espalhados pelo País. “Nossas vendas têm crescido 45% ao ano”, conta Lindemann. .

“A verdade é que o Nim pode ser um grande aliado do produtor rural brasileiro no tocante à redução de custos e a tornar mais ‘limpa’ a produção”, assinala Lin-d e -

mann. “O que falta é massificar a informação sobre seus benefícios, com foco numa agropecuária orgâ-nica.”

Soma-se às vantagens econô-micas e ambientais do Nim, o fato da produção da Preserva Mundi ser feita em parceria com comu-nidades ribeirinhas locais, colabo-rando para geração de emprego e renda na região.

“Desta maneira, incorporamos a sustentabilidade na estratégia de ne-gócios, já que abarcamos de modo equilibrado na nossa atividade as questões financeiras, ambientais e sociais”, conclui Lindemann.

Cases • O produtor, Dauro Schettini,

cria 600 cabeças de gado leiteiro na cidade de Santo Antônio do Aventu-reiro (MG). Ao incorporar o pó de Nim na dieta do rebanho, ele redu-ziu custos, tempo de manejo e aban-donou o controle químico no combate à mosca do chi-

fre. Isso aconteceu pelo fato do Nim presente nas fezes do gado, após ser ingerido misturado à alimentação tradicional, interrompeu o desenvol-vimento dos ovos da mosca. Schet-tini gastava, em média, R$ 200 por mês na compra de produtos quími-cos. Com o uso do Nim, as despesas caíram para cerca de R$ 60 mensais.

• Pesquisa da Universidade Fe-deral Rural de Pernambuco compro-vou a eficiência do Nim no comba-te ao ácaro vermelho em lavouras, como, por exemplo, da mandioca. Segundo os pesquisadores da UFR-PE, a aplicação do óleo de Nim reduziu significativamente o de-senvolvimento dos ovos da larva do organismo.

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Azadirachta Indica pode soar um pouco estranho para alguns, mas este é nome científico do Neem, árvore de origem indiana que há mais de 4 mil anos é utilizada nos mais diversos tratamentos. Por este motivo, desper-ta grande interesse da classe cientí-fica, inclusive na produção animal, pelo efeito repelente em carrapatos e moscas-dos-chifres, os maiores inimigos da pecuária brasileira. A principal substância ativa do neem é

a azadirachtina, sendo que outros tri-terpenóides, geduninas, nimbin e li-minóides atuam em conjunto na ação inseticida.

A Índia, onde o gado é conside-rado sagrado, é a principal fonte de referências sobre os efeitos pragui-cidas. É o caso de um estudo reali-zado na cidade de Botswana, onde, geralmente, os agricultores não uti-lizam nenhum programa de gestão para controle de ectoparasitas nos

rebanhos. Os inseticidas disponíveis são eficazes contra carrapatos, mas naquela província o uso fica restrito devido ao alto custo e aos temores de contaminação do meio ambiente e potenciais resíduos que possam dei-xar na carne e no leite.

As primeiras mudas chegaram à América Latina no começo do século passado, em projetos específicos jun-to aos governos de Nicarágua, Hon-duras, Cuba, Venezuela e República

Propriedades da árvore indiana ajudam no controle de ectoparasitas

Neem: A caminho da pecuária sustentável

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Dominicana. Devido às suas carac-terísticas de não ser exigente quanto ao tipo de solo e preferência por cli-ma quente e seco de regiões áridas, sua adaptação aos países da América Central foi muito boa. Na América do Norte do Norte e Europa, o Neem não se desenvolveu, devido ao frio, o que ocorre também nos estados do Sul do Brasil.

Acredita-se que o neem chegou por aqui há mais de 50 anos. Mas as primeiras pesquisas científicas rea-lizadas como inseticida foram feitas pelo IAPAR, em Londrina /PR, em 1986, com sementes originárias das Filipinas. Em continuidade ao proje-to, em 1989 e 1990, material oriundo da Índia, Nicarágua e República Do-minicana foi plantado em Londrina (PR), Paranavaí (PR) (região mais quente e arenosa), Jaboticabal (SP) e Brasília (DF), para avaliação de de-senvolvimento.

Na metade final dos anos 1990, as propriedades da planta tornaram-se mais conhecidas no País, dando-se início ao plantio de áreas comerciais em São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins. Esses estados apre-sentam clima favorável ao cultivo, esperando-se produções próximas ao obtido nos países de origem. Há grande possibilidade disso se tornar realidade, caso o seu plantio seja ex-pandido para a região nordeste do País, por se constituir numa zona ecológica favorável para a planta.

Tradicionalmente, os indianos es-magavam as folhas do Neem e esfre-gavam-nas nos ferimentos expostos do gado para eliminar os vermes. Isso se justifica, pois, a planta (Azadira-chta indica) é um poderoso inseticida natural. De modo geral, ela afeta o desenvolvimento dos insetos de dife-rentes modos. Pela semelhança com

o hormônio da ecdise (processo que possibilita ao inseto trocar o esque-leto externo e, assim poder crescer), perturba essa transformação e, em altas concentrações pode impedi-la, causando a inseto.

Além de afetar a ecdise, reduz o consumo de alimento, retarda o de-senvolvimento, repele os adultos e reduz a postura nas áreas tratadas.

Além da aplicação de extratos das folhas ou sementes no dorso dos animais, o uso de folhas trituradas e misturadas ao alimento do gado tem sido indicado para controle de car-rapatos, bernes e moscas do chifre.

O pó de Neem é o produto pro-veniente das folhas da árvore. Após a poda, elas seguem para uma estu-fa, onde são desidratadas, e em uma etapa posterior, são moídas e mistu-radas ao sal mineral em uma propor-ção de 1,5 a 3% (p/p).

O princípio ativo passa a circular na corrente sanguínea dos animais e os parasitas que se alimentam do sangue passam a sofrer os efeitos negativos do Neem, particulares e eles. Em torno de cinco dias, os car-rapatos (Boophilus microplus), as larvas de berne (Dermatobia homi-nis) e a mosca-do-chifre (Hemato-bia irritans), por exemplo, morrem no corpo do animal. O princípio ativo é ainda elimi¬nado nas fezes dos animais, matando as lar¬vas da mosca.

Os resultados dependerão do nível de infestação dos animais, do tamanho da área e das condições climáticas. Normalmente, os resul-tados começam a aparecer em torno de 25 dias após o início dos trata-mentos, mas em alguns casos, po-dem levar mais de 70 dias. Quando se chega ao equilíbrio, os animais passam a ter baixíssima infestação

de ectoparasitos.Os resultados podem ser obser-

vados em pouco tempo. Tivemos conhecimento que, na Zona da Mata mineira, uma fazenda de Santo Antô-nio do Aventureiro sempre criou as 600 cabeças de gado leiteiro de modo convencional.

No começo de 2010, o proprie-tário decidiu enfrentar a mosca-do-chifre e os carrapatos com o uso do pó do neem, na proporção de 1,5kg de pó a cada 100 quilos de sal. O neem conseguiu interromper o ci-clo das pragas no gado e também ajudou a reduzir o custo no comba-te às pragas. As despesas diminuí-ram drasticamente.

O pó também pode ser usado na agricultura, aplicado diretamente sobre todo tipo de plantas (folho-sas, ornamentais, legumes, ervas aromáticas, árvores frutíferas, flo-res, grãos, etc.).

O banho com óleo de Neem, segundo estudo coordenado pelo Centro de Ensino Tecnológico do Ceará, pode ajudar a combater com sucesso o carrapato (boophilus mi-croplus), ácaro que causa prejuí-zos de quase R$1 bilhão em toda a América Latina.

A busca de alternativas para o controle do carrapato é uma ques-tão fundamental na pecuária atual, pois o uso indiscriminado de drogas acaricidas teve como conseqüência a seleção de populações resistentes aos diferentes grupos químicos utilizados no tratamento dos animais. Sem con-tar que o uso de substâncias tóxicas aplicadas incorretamente acarreta prejuízos à natureza, pois há conta-minação de lençóis freáticos.

O uso em conjunto (torta e óleo de Neem) tem apresentado eficiência muito maior que o uso isolado.

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Pesquisa coordenada pelo Insti-tuto de Biologia da UFRJ mostrou redução da emergência de 95% das moscas das pupas tratadas com óleo de neem e de 94,5% quando aplicado ao solo onde os animais descansam à noite. O mesmo comprovou que, além do baixo custo, o Neem tem reduzidíssimo risco de intoxicação para mamíferos e aves.

Pesquisas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janei-ro (FAPERJ), mostraram que o Neem é eficaz também contra o mosquito da dengue. O estudo revelou que morta-lidade das larvas expostas por 24 horas ao concentrado feito a partir do neem foi de 100%.

As folhas da árvore indiana tam-bém tem ação eficiente no tratamento de úlcera em bois. É o que mostra pes-quisa realizada numa fazenda de pro-

dução de leite orgânico mantida pelo Instituto Oikos de Agroecologia em Lorena, interior de Sao Paulo. Os ani-mais com feridas de 6 cm de diâmetro tiveram a completa cicatrização após sete dias de tratamento, sem recidivas do processo. Nos tratamentos tópicos tradicionais essa cicatrização pode de-morar até 15 dias, havendo recidivas em 60% dos casos.

O neem é uma árvore especial, com muitas funcionalidades. Ele é uma al-ternativa viável economicamente, de fácil manejo e ecologicamente correta.

Pode tornar-se um grande aliado do produtor rural do Brasil, ajudan-do a reduzir custos e a tornar mais “limpa” a produção. O que falta é divulgação e informação para os produtores sobre os usos do Neem e como ele pode ajudar na agropecuá-ria orgânica e sustentável.

Os beneficios• Facilidade no manuseio, adicionando ao sal mineral (recomendação de 1,5-3%de pó de neem);• Baixo custo médio máximo de 18 re-ais/100 kg de sal mineral;• Redução nos custos com praguicidas;• Menos idas ao curras, pois quando o gado sai do pasto para aplicar me-dicamento, pode ocorrer perdas de até 5 arrobas;• Não deixa resíduos na carne ou no leite, o que resulta aproveitamento de toda a produção;• Efeitos seletivos apenas sobre os or-ganismos-alvo; • Na pulverização do animal, pode-se observar grande redução de carrapatos em até 3 dias.Efeitos do neem sobre os insetos:• Provoca efeito anti-alimentício para o inseto;• Repelência; • Interrompe o crescimento do inseto por provocar distúrbio na ecdise (troca de pele dos insetos); • Provoca distúrbio fatais nos insetos adultos, caso as fases jovens se ali-mentem de plantas tratadas; • Diminui postura e mata os ovos dos insetos. Características do neem:• Seguro para organismos aquáticos; • Biodegradável, não agride o meio ambiente; • Não corrosivo não volátil e não in-flamável;• Não é tóxico para seres humanos e animais, como os produtos sintéticos.• Não tem ação fitotóxica; • Não tóxico às abelhas melíferas, for-migas, minhocas e joaninhas;• Efeitos seletivos sobre os organis-mos-alvo; • Inócuo à maioria dos insetos bené-ficos;

ROMINA LINDEMANN, economista, MBA marketing – FGV,

sócia-diretora da Preserva Mundi, 29 anos e estudiosa do neem.

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Um grande evento, à altura das quatro décadas de contribuições à pecuária brasileira, marcou a co-memoração dos 40 anos da CRV Lagoa no ano passado, na sede da empresa, em Sertãozinho (SP). Mais de 800 convidados, entre pe-cuaristas, autoridades e personali-dades, acompanharam o Show de Genética, que teve muitas atrações.

No discurso de abertura do evento, o diretor presidente Vla-dimir Walk homenageou antigos diretores e colaboradores da CRV Lagoa. “Foi aqui mesmo, em 1971, que os visionários Maurílio Biagi e Luiz Lunardi iniciaram a trajetó-ria da Lagoa da Serra, atualmente a maior central de genética bovina da América Latina. Um sonho que se tornou realidade, tendo uma tra-jetória de grandes momentos, ino-vações e, claro, algumas dificulda-des também, superadas com muito trabalho e perseverança”.

Entre os destaques do evento, que contou com desfile de 23 re-produtores da bateria de Corte e Leite da Central, os touros Backup (Nelore) e Sansão (Gir Leiteiro) re-ceberam a Palheta de Ouro, troféu oferecido pela CRV Lagoa aos re-

produtores que atingem a marca de 250 mil doses comercializadas.

Também ocorreu o lançamento do Sumário PAINT Consolidado 2011, considerado o GPS do Nelo-re. O touro CFM Orgulho, líder do Sumário, fechou o desfile de repro-dutores.

Como sempre acontece no Show de Genética, a CRV Lagoa

realizou uma ação beneficente en-tre os presentes para angariar doa-ções para duas entidades de Sertão-zinho (SP): a Casa Abrigo Nosso Lar, que ampara meninas de zero a 16 anos, e a Associação Filhos de Deus, que abriga meninos entre zero e 18 anos. Foram arrecadados, entre contribuições dos participan-tes do evento e da própria CRV

show de Genética reuniu mais de 800 pessoas em sertãozinho

Queremos contruir o futuro junto com todos, desenvolvendo novos produtos para aproveitar esse grande potencial que a pecuária possui “

Lagoa, valor superior a R$ 30 mil, que foi entregue às entidades.

O evento foi finalizado em grande estilo, com um grande show do cantor, compositor, ator e pecuarista Almir Sater, que, in-clusive, é parceiro da CRV La-goa, e interpretou seus grandes sucessos para a plateia.

“Agradecemos a todos os pre-sentes no evento e também aos que enviaram mensagens parabe-nizando a CRV Lagoa. Mais do que clientes, são grandes parcei-ros, bem como nossos colabora-dores e consultores de campo em todo o Brasil. Genética exige um trabalho coletivo e de longo pra-zo. Queremos construir o futuro junto com todos, desenvolvendo novos produtos para aproveitar todo esse grande potencial que a pecuária brasileira possui”, fina-liza Vladimir Walk.

Mais informações sobre os produtos e serviços da CRV La-goa podem ser obtidas pelo te-lefone (16) 2105-2299, pelo site www.crvlagoa.com.br ou através da equipe de consultores de cam-po da Central espalhada por todo o Brasil.

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A Alta Genetics bate novo recorde brasileiro com a venda de três milhões de doses de sêmen em 2011. Este é o segundo recorde, o primeiro foi con-quistado em 2008 com dois milhões de doses comercializadas em 12 meses. “Este volume foi conquistado graças a uma equipe de campo qualificada, a uma completa bateria de touros aliados aos programas, que tem como objeti-vo entregar os melhores resultados aos nossos clientes”, afirma Heverardo Re-zende de Carvalho, diretor geral da Alta no Brasil.

No segundo semestre deste ano, a Alta Genetics investiu mais de meio milhão de reais na compra de equipa-mentos para seu laboratório. “Com-pramos um sistema computadorizado de análise de espermatozóide, que nos oferece informação objetiva sobre as características do sêmen, com ênfase no tipo de movimentação dos espermas vi-

Alta Genetics bate novo recorde com três milhões de sêmen bovino vendidos em 2011

vos, visualizadas através de colorações específicas e de suas qualidades. Desta forma, o sêmen fresco pode ser exami-nado e processado, possibilitando dire-cionar as decisões sobre o número de espermatozóides que serão colocados em cada palheta”, ressalta Carvalho.

Mercado de sêmen - O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo e menos de 10% de suas matrizes são inseminadas. Os maiores produtores de sêmen são os americanos e europeus, mas suas capacidades estão esgotadas devido à redução do número de matri-zes. Já no Brasil, o cenário é outro. Há aumento de fêmeas e os programas de melhoramento genético são os melho-res, avaliados mundialmente.

De acordo com a Asbia – Associa-ção Brasileira de Inseminação Artifi-cial – em 2010, foram comercializados 10,4 milhões de sêmen. Para 2011, a previsão da Asbia é fechar o ano com

17% de crescimento, chegando ao um montante de 170 milhões de reais de fa-turamento. Na Alta Genetics a dose de sêmen custa em média R$ 18,00. Mas no banco de sêmen da empresa existem doses que podem custar R$ 3.000,00 a unidade. Há touros na Central que pro-duzem 40 mil doses de sêmen por ano, chegando a faturar R$1 milhão anuais. Atualmente, há um estoque de 2 mi-lhões e 500 mil doses e diariamente são coletadas 20 mil.

Mas o segredo de desempenho tam-bém está no tratamento dos animais. Cada touro é acomodado num pique-te de 1.200 m2, com cama coberta de areia, serragem e muita sombra. A pastagem é feita sobre grama estrela que oferece valor nutritivo correto e é resistente ao peso do animal. As raças mais comercializadas na Alta são Nelo-re, Holandês, Angus e Gir Leiteiro. Mas no Brasil, as raças mais procuradas são

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Nelore, em primeiro lugar, seguida da Holandês “A produção da Nelore é toda brasileira, já a Holandesa é importada em quase sua totalidade”, explica Car-valho.

Alta Genetics no mercado externo - A Alta Genetics foi a primeira empresa brasileira a exportar, em 2008, embri-ões de Zebu para o Canadá. O Brasil é o maior e o melhor em genética ze-buína. Em 2011, a Alta exportou mais de 46 mil doses das raças: Gir Leiteiro; Girolando e Nelore. Atualmente, a Alta exporta para os países: Panamá; Para-guai; Venezuela; Colombia; Argentina; Equador; Peru; Senegal; Angola; Sudão e Egito. Para 2012, a Alta prevê cresci-mento de 20% na exportação de sêmen e os mercados alvos são: Continente Africano; China; Índia, Nicarágua e Guatemala.

Um pouco mais sobre a Alta Gene-tics no Brasil e no Mundo – O Grupo Alta Genetics foi fundado em 1968 em Alberta, Calgary, no Canadá. No mundo, está presente em 100 países e suas centrais de coleta de sêmen estão localizadas no Canadá, Estados Unidos, Holanda, China, Argentina e Brasil. No Brasil, a Alta Genetics – hoje conside-rada uma das maiores e mais impor-tantes centrais de distribuição do mun-do - foi fundada em maio de 1996, em Uberaba, Minas Gerais, sob o comando de Heverardo Rezende de Carvalho. Composta por mais de 120 colaborado-

res, a Alta do Brasil está localizada na BR 050 – km 164 -, num terreno de 110 hectares onde há mais de 12.000 m2 de construção.

Atualmente abriga 235 touros, mas sua capacidade irá aumentar 20% em 2012. Para 2011, a Alta pretende atingir um faturamento de 60 milhões e para 2012, a perspectiva é crescer 17%, che-gando à casa de 70 milhões.

Laboratório com tecnologia de ponta: Investimento de mais de meio milhão de reais num sistema compu-tadorizado de análise espermatozoide, que oferece informação objetiva sobre as características do sêmen, com ênfase no tipo de movimentação dos espermas vivos, visualizadas através de colora-ções específicas e de suas qualidades. Desta forma, o sêmen fresco pode ser examinado e processado, possibilitando direcionar as decisões sobre o número de espermatozoides que serão coloca-dos em cada palheta.

Outro sistema que faz parte do pa-cote de investimento foi o de impressão de palhetas e uma máquina de envasar, selar e identificar as palhetas (com ca-pacidade máxima de 20 mil palhetas/hora), proporcionando mais segurança no processo de produção e aumento na produção diária.

Investimentos para 2012 – A Alta investe muito em capital humano. Para o ano de 2012, estão previstos mais de R$1 milhão em treinamento e capacita-

ção de seus colaboradores. Sustentabi-lidade- Em sua central foram plantadas mais de 1.000 mudas de árvores. Há duas estações de tratamento de esgoto e dejetos. Para o transporte de pessoas e realização de visita, a Alta utiliza carros elétricos. Mantém uma área de 78 hec-tares, destinada à preservação ambien-tal, localizada em Ibiturna (MG).

Programas da Alta e seu funciona-mento - A Alta oferece diversos progra-mas, como: avaliação de desempenho de seus reprodutores; acasalamento corretivo e apartação de grupos de ani-mais. - AltaAdvantage – É um progra-ma de teste de progênie, onde é reali-zada a verificação de parentesco por DNA em todas as filhas de cada touro aprovado. Ele elimina a possibilidade de identificação e avaliação incorreta do animal, acarretando inúmeras vanta-gens como 100% de acurácia nas pro-vas medidas; identificação do real valor genético do touro em menos tempo; entre outras. - AltaMate – É um pro-grama de acasalamento corretivo que avalia 17 características lineares e 15 gerações de parentesco, assegurando a consanguinidade mínima e maior nível de segurança na indicação do melhor touro para cada vaca avaliada. - Con-cept Plus – É um programa exclusivo da Alta para identificar touros com as melhores taxas de concepção, através de informações de prenhes obtidas do programa da AltaAdvantage.

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Casqueamento,

Um item de grande relevância dentro da pecuária está relacionado com os cascos dos animais. Den-tro deste contexto, o casqueamen-to contribui para evitar e melhorar problemas de ordem ortopédica, ajuda a prevenir determinadas pa-tologias e pode melhorar o desem-penho no ganho de peso, produção leiteira e na qualidade reprodutiva.

Segundo o veterinário e casque-ador José Abílio, o casco cresce aproximadamente 0,5 cm por mês. Num sistema de criação extensiva esse crescimento é compensado pelo desgaste natural que ocorre com a locomoção do animal. Por

Materiais utilizados

outro lado, quanto mais intensivo, mais confinado for o sistema, mais será comprometido à ocorrência desse desgaste natural. Daí a im-portância do casqueamento para prevenir e tratar doenças do casco e também para evitar, melhorar e/ou corrigir problemas de aprumo.

Em conversa com a reportagem da revista O Zebu no Brasil, José Abílio explica todo o procedimen-to do casqueamento. A princípio, o animal deve ser observado em superfície plana e regular. O cas-queador deve avaliar o animal ca-minhando de frente, de trás e de lado para verificar a disposição

GROSA

TORQUÊS

RINETA

FOTO

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prevenção e tratamento de doenças do casco

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PASSO 1 PASSO 5

PASSO 6

PASSO 3

PASSO 4PASSO 2

Depois de avaliar o animal e identificar como deve ser feito o casqueamento, o animal é colo-cado numa posição que facilita o trabalho, evitando o máximo a ocorrência de acidentes tanto para o animal como para o profissional.

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dos membros, conferir os apru-mos, anotar a data e as observações feitas de cada animal que servirá como um histórico ortopédico.

Além da toalete do casco pro-priamente dito, o profissional também deve estar atento a certos aspectos que têm o mesmo grau de importância. Fatores como predisposição genética, piso da baia (drenada, concretada ou chão batido), altura do cocho, manejo do bezerro, local de mamada, ida-de de desmama, local de lavar os animais, altura da cama da baia (ideal de 10-15 cm), entre outros.

Tudo isso deve ser observado e discutido com o profissional res-ponsável pelos animais.

Em se tratando de animais des-tinados à exposição, outro fator im-portante são as viagens realizadas, principalmente as mais longas. O transporte deve ser realizado obe-decendo a uma lotação que permita que os animais deitem à vontade sobre uma cama confortável.

Segundo José Abílio os desvios de aprumos podem ser divididos basicamente em dois tipos: Des-vio angulares e desvios flexurais. Os desvios angulares são obser-

vados vendo o animal de frente e por trás: fechado de frente, fechado de trás, joelhos cambaios, joelhos cambotas, desvios angulares de boleto (“periquito”, cambaio). Os desvios flexurais são observados vendo o animal de lado: joelhos transcurvos, ajoelhado, perna reta (“perna de frango”), perna acurvi-lhada (“perna de cachorro”), quar-tela arreada, quartela fincada, cas-co “achinelado” e “encastelado”.

Nesta matéria, Dr. José Abílio vais ensinar passo a passo como é feito o casqueamento do animal.

Com a rineta, o casqueador limpa a sola do casco.

Em seguida, corta a parede do casco com o torquês.

Neste momento é utilizado a grosa para dar acabamento.

Terminado o acabamento é acon-selhável a aplicação de produtos à base de formol ou iodo sobre o casco.

Se possível fazer outra avaliação no animal para checar se ele respon-deu bem ao casqueamento.

O intervalo entre casqueamentos varia de 35-120 dias, dependendo da necessidade de cada animal.

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ABs Pecplan apresenta cinco novos touros contratados para a bateria Zebu Corte

Nelore

Nelore

AlecrimCarlos Eduardo A. Novaes

VenciusRicardo de Andrade Gouveia

Uma combinação perfeita de sangue. Vencius é fruto do acasalamento de Oficial na Sinfonia RG, portanto neto do renomado Pacote RG. Reprodutor que vem fazer história no Nelore Mocho, pois apresenta uma carcaça moderna e expressão racial diferenciada, transmitindo 100% de caráter mocho aos seus descendentes. Animal do criatório de Ricardo Gouveia, uma seleção respeitada no cenário nacional, aliando raça a números. Touro Jovem e com destaque para as características maternais e performance de crescimento.

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imperioso Colonial Agropecuária

Imperioso é filho de B 9707 da MN em matriz Credencial, seu pai é nacionalmente reconhecido por ser destaque nas duas principais características de funcionalidade dentro da raça: Habilidade Materna e Perímetro Escrotal. Reprodutor jovem que se destaca pelo biotipo extremamente funcional, costelas compridas e bem arqueadas, ossatura forte, aprumos corretos, aparelho reprodutivo bem corrigido e musculatura evidente. Pode ser utilizado nos acasalamentos dos mais exigentes plantéis do país e em larga escala para produção de animais de corte.

Nelore

Guzerá

Tabapua

Barra Jango Roberto ignacio Neszlinger

Beethoven NGTFazenda Buona sorte

Filho de Franco EB na Guzerá da Barra Época TE, que é filha da conhecida matriarca Gelatina Taboquinha uma das principais doadoras da Barra. Animal com aprumos perfeitos, ótimo desempenho ponderal e carcaça extremamente moderna. Foi destaque nas pistas mais importantes do país: Grande Campeão de Goiânia, Brasília e Expozebu de 2011. Genética de ponta e linhagem aberta, que provocará refrescamento de sangue em qualquer criatório do país

Filho de Dote da EP com a grande doadora Ribalta da Araguaia, fêmea muito fértil que aos

16 anos tinha intervalo entre partos de 1 ano. Animal Joven, de muita precocidade, produziu e

congelou sêmen aos 15 meses de idade. Possui ossatura forte, musculatura convexa com costelas

compridas e bem arqueadas. Foi destaque em várias pistas importantes do país sendo: Grande

Campeão de Brasíllia e Goiânia em 2009.

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cenárioagropecuário

Ministro diz que agronegócio exportará mais de Uss 100 bilhões em 2012

“Pra chegar a 100 bilhões precisa-mos apenas de um crescimento de 5,7% das exportações, que é um número que temos como alcançar”, disse o ministro ao se referir aos US$ 94,6 bilhões ven-didos para outros países no ano passado.

O resultado de 2011 é o melhor desde 1997 – quando iniciou o registro da série histórica – e supera em 24%

o alcançado em 2010, quando foram vendidos US$ 76,4 bilhões em produ-tos agropecuários.

Os complexos soja, sucroalco-oleiro e carnes fizeram as maiores contribuições para o crescimento das vendas. Os principais destinos foram a União Europeia, China, os Estados Unidos, a Rússia e o Japão.

Evolução da aftosa no Paraguai pode impactar vendas do Brasil

O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Para-guai anunciou que todos os animais infectados com a febre aftosa, em propriedades da província de San Pedro, foram abatidos. Ao todo, 164 cabeças de gado, de três fazendas próximas da fronteira com o Brasil, foram sacrificadas com a utilização de rifle sanitário e enterradas em co-vas, conforme o protocolo de proce-dimentos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

As autoridades paraguaias não suspeitam de novas ocorrências no país, mas mantêm o alerta e a restri-ção da circulação de animais na re-gião afetada. No Brasil, enquanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intensifica a fiscalização da entrada em quatro estados, surge a preocupação com o cenário das exportações da carne in natura. No Rio Grande do Sul não é diferente.

Considerado pela OIE um terri-tório livre da febre aftosa com vaci-nação, o Estado passa a depender da evolução da situação paraguaia para manter expectativas e compradores no mercado externo. Especialistas afirmam que pode ser precipitado fa-zer qualquer tipo de projeção sobre o impacto para o setor não só no Bra-sil, mas em todos os países exporta-dores de carne do Mercosul.

Entretanto, o momento delicado para o país vizinho também pode significar um aquecimento da de-manda em tradicionais compradores, que por ventura venham a embargar a entrada de carne paraguaia.

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Exportações de gado em pé do Brasil diminuíram em 2011

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC), foram em-barcados 401,94 mil animais vivos, uma redução de 37% em relação a 2010. O resultado também ficou abaixo de 2009 e 2007.

O dólar valorizado, que fez com que o preço médio por cabeça expor-tada alcançasse o maior valor já re-gistrado, foi o principal responsável pela queda nos embarques.

Além disso, a Venezuela, o maior cliente do Brasil neste tipo de comér-cio, desvalorizou sua moeda como medida de proteção às indústrias na-cionais, e reduziu o poder de compra do país no mercado externo, o que somado a um produto brasileiro mais caro, prejudicou os embarques.

O país sul-americano comprou 318,8 mil bovinos vivos em 2011, uma redução de 47% em relação a 2010.

Fonte: Scot Consultoria

Identificar tourinhos com alto desempenho produtivo e biótipo adequado à produção de carne é o principal objetivo das Provas de Ganho em Peso promovidas pelo PMGZ (Programa de Melhora-mento Genético de Zebuínos). Im-portante instrumento para testar e disponibilizar ao mercado animais com melhor desempenho no ganho em peso, as PGP’s têm sido cada vez mais utilizadas pelos criadores no processo de seleção dos animais.

Este é o caso do criador Marco Antonio Carreira, titular do Nelore Zuma, que com apenas um ano e

meio de criação iniciou no mês de novembro duas Provas de Ganho em Peso a pasto, sendo uma no rebanho PO e outra no rebanho LA. “O obje-tivo do criador é vender touros ava-liados através de provas de ganho de peso na região de Castilho/SP e também no Mato Grosso do Sul. A criação é voltada para o melhora-mento usando o PMGZ como ferra-menta para atingir o objetivo. Entre outros ideais de seleção, o Nelore Zuma ainda tem como projeto criar, avaliar e preservar linhagens POI”, comenta o técnico da ABCZ, Cláu-dio Signorelli.

AS PGPs a pasto tem duração de 294 dias, sendo 70 dias adaptação e 224 dias de prova efetiva. A ida-de dos animais na entrada da prova deve ser de 180 a 303 dias.

Em 2011, foram encerradas 148 provas de ganho em peso a pasto com a participação de 6.108 ani-mais. Outras 128 provas estão em andamento com a participação de 5.701 animais. Também foram en-cerradas neste ano, 39 provas de ganho em peso em confinamento, enquanto outras 12 provas estão em andamento.

Fonte: ABCZ

Novos criadores investem em Provas de Ganho em Peso

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Embargo russo afetou menos do que se imaginava as exportações, diz secretário

O embargo imposto pelo governo russo a vários estabelecimentos brasi-leiros não afetou como se imaginava as exportações brasileiras globais de carnes em 2011. Os embarques para a Rússia tiveram redução de 19,6%, mas, segundo o secretário de Rela-ções Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, foram com-pensadas pelo crescimento de 14,7% nas vendas para outros mercados.

Por segmento, os embarques para a Rússia tiveram redução de 1,1% na carne bovina, 50,5% na de frango e 39,4% na suína. No entanto, para outros mercados, houve aumento de 11,5%, 19,9% e 7%, respectivamente.

O embargo a diversas plantas frigoríficas brasileiras foi anuncia-do em junho de 2011 e desde então os governos russo e brasileiro não conseguiram resolver o problema. Porto acredita que a entrada da Rús-sia na Organização Mundial e Co-mércio (OMC), oficializada em 1º de janeiro, pode facilitar as negocia-ções, já que a Rússia será obrigada a seguir regras internacionais.

Até agora, o governo russo vinha exigindo do Brasil, que segue o regu-lamento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), regras específi-cas da união aduaneira formada por Bielorússia, Cazaquistão e Rússia.

Embarques de carnes devem voltar a crescer

Os exportadores brasileiros es-peram elevar os embarques de car-ne bovina para países da Ásia e da América do Sul em 2012 revertendo a queda de cerca de 10% do volume exportado em 2011. Essas regiões apresentaram crescimento significa-tivo nos embarques no ano passado.

O setor também espera a reto-mada das vendas à Rússia, ainda principal destino da proteína nacio-nal, e a recuperação dos embarques para o Oriente Médio, afetados por problemas políticos internos. "Para voltarmos a ter crescimento de vo-lume em 2012, esperamos a reto-mada de Rússia, maior flexibilidade das regras de importação da Europa e um Oriente Médio mais estabi-lizado", disse Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

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Mitos e verdadessobre a carne bovina

A espécie humana sempre comeu carne. Nas cavernas, dava preferên-cia a ela, como concluíram estudos de arcadas dentárias. O homem guia-do pelo paladar corria atrás da carne pelo alto valor calórico: um grama de gordura produz nove calorias, um grama de açúcar ou proteína, quatro.

Durante milhões de anos, mes-mo quando o homem buscou na agricultura as calorias para manter a família, a preferência pela carne re-sistiu e ainda permanece, no entanto após a Segunda Guerra Mundial, no meio de uma epidemia de ataques cardíacos, surgiram alguns mitos que associavam o consumo de carne

vermelha ao aumento do número de problemas cardiovasculares, mas até que ponto isso é verdade?

Por volta de 1785, o descobridor da vacina contra a varíola, Edward Jenner, ao autopsiar um paciente morto após dores no peito segui-das por um ataque cardíaco final, depois de ter examinado as partes mais importantes sem encontrar nada que pudesse ter causado a morte súbita, realizando um corte na base do coração encontrou uma substância dura e granulosa, e con-cluiu que as coronárias se tornaram “canais ósseos”. Somente após o ano de 1950 é que novos estudos

puderam definir com precisão a constituição dessa substância en-durecida. Com o auxílio de uma ultracentrífuga constatou-se que a substância apresentava duas fra-ções principais: uma que ia parar o fundo do tubo e outra menos den-sa que ficava na superfície. Estava descoberto o colesterol, HDL (bom colesterol) e o LDL (mau coleste-rol), respectivamente. Com essa descoberta e a constatação de que gorduras animais em sua maioria são compostas basicamente por co-lesterol, começou uma das maiores confusões intelectuais sobre a saú-de do homem.

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“Se existe um colesterol ‘bom’ e um ‘ruim’, então as gorduras devem ser divididas em ‘boas’(insaturadas, derivadas dos vegetais e dos pei-xes) ou ‘más’(saturadas, como as da carne vermelha e dos derivados do leite)”. Foram vários os traba-lhos a esse respeito e com um enor-me impacto e devido à liderança da ciência americana que já era incon-teste, a crença se disseminou. Logo carne vermelha, os laticínios e a gema de ovo foram execrados.

Quando analisamos as infor-mações científicas que serviram de base para aconselhar mudanças tão drásticas no estilo de alimen-tação, no entanto, ficamos surpre-sos: elas não permitem tirar con-clusões apregoadas.

Em outras palavras: até hoje, nenhum estudo epidemiológico para avaliar as conseqüências de uma dieta rica ou escassa em gor-dura animal na longevidade huma-na ou na prevalência de infarto do miocárdio conseguiu demonstrar a relação de causa e efeito.

O estudo, conduzido pela Es-cola de Saúde de Harvard, envolve o maior número de participantes acompanhados até hoje em qual-quer trabalho sobre esse tema. Tanto nos dados de Harvard quan-to nos de outros estudos as con-clusões são as mesmas: dietas ri-cas em gorduras monoinsaturadas (como óleo de oliva) reduzem o risco de doença cardíaca, dietas ri-cas em gorduras saturadas (como a carne vermelha) aumentam muito pouco, se tanto, o risco de doença coronariana, quando comparadas com dietas ricas em carboidratos, como pão, macarrão e doces.

Neste momento, a relação gor-dura versus carboidratos na dieta

ocupa posição central no debate entre pesquisadores. A pirâmide nutricional que as autoridades de vários países adotaram, entre elas as do Brasil, tem a base larga para indicar os vegetais que devem ser ingeridos em abundância, a parte intermediária referente aos car-boidratos que podem ser ingeridos com liberdade e o topo da pirâmi-de corresponde à gordura animal a ser consumida de forma restrita, no entanto essa recomendação tem sido questionada.

Esse questionamento parte do princípio que, por razões desconhe-cidas ingerimos muito mais carboi-dratos do que gordura animal, por exemplo, em um almoço ninguém comeria duas picanhas, e no entan-to pão, macarrão são ingeridos em quantidades muito maiores.

A dieta baseada em alto consu-mo de carboidratos peca no sentido de que a alta ingestão dos mesmos induz a grande produção de insuli-na o que em indivíduos predispos-

tos pode causar diabetes.Além de aumentar o risco de dia-

betes pela estimulação exagerada do pâncreas, dietas com alto conteúdo de carboidratos provocam aumento de triglicérides e de LDL, e redu-ção dos níveis de HDL. Esta tríade de eventos bioquímicos é conhecida como resistência à insulina (ou sín-drome X), e está ligada ao aumento do risco de doença coronariana.

Assim fica claro que as reco-mendações atuais para evitar a gor-dura animal nas refeições são, no mínimo, desprovidas de fundamen-tos científico. Mais grave podem induzir à parcela da população que tem acesso ilimitado aos alimentos a ingerir quantidades maiores de carboidratos, que podem ser res-ponsáveis pelo aparecimento de diabetes nos geneticamente predis-postos, aumento de triglicérides e de LDL, redução do HDL, e, agora sim aumento do risco de morrer de ataque cardíaco.

Fonte: criareplantar.com.br

A dieta baseada em alto consumo de carboidratos peca no sentido de que a alta ingestão dos mesmos induz a grande produção de insulina o que em indivíduos predispostos pode causar diabetes.

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Emoções, o leilão de Zurita onde o “Rei” Roberto Carlos estreou na raça Nelore

retrospectiva

Promovidos nos dias 28 e 29 de outubro por Ivan Fábio Zurita na Fazenda Santa Cruz, em Araras (SP), os leilões “Emoção Simental” e “Emoção Nelore” movimentaram R$ 22.026.666,60. Foram os recor-des das duas raças na temporada 2011. O cantor Roberto Carlos, ho-menageado do evento e criador de Simental desde 2005 também fez sua estreia na raça Nelore.

O cantor Roberto Carlos vol-tou a investir em gado e em qua-tro batidas de martelo se tornou o novo nelorista da pecuária nacio-nal. O negócio de um touro e três vacas entre o “rei” e Zurita foi fe-chado durante o “Leilão Emoções Nelore” realizado no sábado, 29 de

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outubro, na Fazenda Santa Cruz, em Araras, no interior paulista.

O pregão, batizado de Emo-ções em homenagem ao cantor, fechou o fim de semana de vendas públicas anuais da AgroZurita na Fazenda Santa Cruz. Foram dois leilões: “Emoções Simental” com oferta exclusiva de animais de linhagem sul africana e “Emo-ções Nelore” que juntos apresen-taram movimento comercial de R$ 22.026.666,60. Individual-mente, o Emoções Simental foi responsável por R$ 5.320.000,00 enquanto o Emoções Nelore por R$ 16.706.666,60. “Os resultados foram além das nossas expectati-vas”, comemorou o anfitrião Ivan

Fábio Zurita, também presiden-te da Nestlé Brasil.

Criador de Simental desde 1996 e pioneiro em importação da linhagem sul-africana desde 2001, Ivan Zurita virou refe-rência na pecuária de corte no Brasil. Desde 2003, ele promo-ve leilões da raça que ano a ano batem sucessivos recordes de preço, justificados pelas ofertas de animais cada vez mais apura-dos em qualidade genética. No “Emoções Simental” não foi di-ferente. O pregão, realizado na noite de sexta-feira, 28 de outu-bro, com presença de 800 convi-dados contabilizou faturamento de R$ 5.320.000,00 na venda de

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30 lotes, com média geral de R$ 177.333,33 por lote. Foram 24 fêmeas comercializadas por R$ 2.400.000,00, dois machos por R$ 1.840.000,00 e quatro prenhezes por R$ 1.080.000,00. No pregão com predomínio de fêmeas o lote mais caro foi o macho Bar 5 PSA Globe 401Y, jovem reprodutor im-portado do Canadá que alcançou a cifra de R$ 1.040.000,00 em ne-gócio fechado entre a AgroZurita e Arthur William van Helfteren.

No sábado, 29, mais de 1.200 convidados prestigiaram o “Emo-ções Nelore”. Além da nata da pe-cuária nacional, personalidades de vários setores prestigiaram o even-to, mas ninguém chamou mais a atenção do que o cantor Roberto Carlos. Cercado de um aparato de seguranças e fãs, ele chegou dis-posto a investir na maior das raças zebuínas criadas no Brasil, com rebanho que responde por 80% do plantel nacional, hoje estimado em 209 milhões de cabeça. O “rei” permaneceu no recinto do leilão por cerca de duas horas, tempo

suficiente para fazer uma estreia glamorosa na raça Nelore.

Em 2005, quando estreou na pecuária de corte através do gado Simental de linhagem sul-africa-na não foi diferente. Os investi-mentos do “rei” no “Emoções Ne-lore” se caracterizou pela venda de 27 prenhezes, um macho e seis fêmeas, ele e elas com 50% do di-reito de propriedade à venda. Es-tes lotes, aliás, eram as surpresas prometidas por Zurita. Os lotes foram batizados no catálogo como Reserva Especial, Paixão, Surpre-sa, Emoções, Amor, Coração e Luz Divina. Primeiro animal no palco do “Emoções Nelore” e também o mais caro foi Rajat FIV BM da FC, reprodutor selecionado por Bené Mutran Filho, pecuarista que em 2009 vendeu o consagrado rebanho Cedro para Ivan Zurita.

Na disputa acirrada pelo úni-co macho do pregão quem deu o lance definitivo

da compra foi Roberto Carlos. O “rei” voltou a comprar o quar-to lote na sequência das vendas. Desta vez a do único clone em oferta. Foi o clone de Elegance II – o lote “Paixão” – que na batida do martelo teve 50% do direito de propriedade vendido por R$ 1 milhão dividido em 20 parcelas de R$ 73.000,00. Na sequência do lei-lão Roberto Carlos faria mais duas aquisições: o lote “Emoções” trazia as matrizes Essência IV FIV AgroZ, criação da AgroZurita e o lote “Amor” com Casual Top da Raça, doadora selecionada nos campos do ex-governador Orestes Quércia.

Com promoção da AgroZurita, realização da DZ Eventos e co-mando das vendas da Programa Leilões e do martelo dos experien-tes leiloeiros João Gabriel e Nilsi-nho Genovesi, os leilões Emoções Araras 2011 observaram as condi-ções de pagamento: 20 parcelas,

sendo duas à vista, duas em 30 dias e as outras 16 res-

tantes com venci-mentos mensais.

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Leilões da Feileite 2011 faturam 5,3 milhões

Os nove leilões de animais e genética leiteira realizados durante a Feileite 2011 – 5ª Feira Interna-cional da Cadeia Produtiva do Lei-te venderam 231 lotes pela média geral de R$ 22,965 e faturaram R$ 5,305 milhões. O resultado aponta um crescimento de 50% compara-do a 2010, quando a renda dos seis leilões alcançou R$ 3,5 milhões.

O 1º Genética da Capital – Giro-lando, realizado dia 31 de outubro, vendeu 27 fêmeas jovens premia-das na Megaleite 2011 e nas princi-pais exposições do ranking da raça no País por R$ 347.280 e alcançou a média de R$12.862.

No mesmo dia, o 2º Noite das Campeãs do Gir Leiteiro, vendeu 20,66 lotes por R$ 358.640,00 e

média de R$ 17.359. O lote mais valorizado, dois terços da proprie-dade da bezerra de seis meses, SETB Conquista (66%), foi vendi-do por R$ 27.200 para José Mario Abdo Miranda. A oferta foi de José M.M. Abdo, Luciano Conceição e Jaymilton Gusmão.

O 5º Leilão Estância Silvania & Convidados - 49 Anos de Seleção, de Gir Leiteiro, promovido por Eduardo Falcão, dia 1º de novembro, vendeu prenhezes e animais de alto valor ge-nético e com acasalamentos diferencia-dos. O lote mais valorizado foi 20% do macho Iceberg FIV Silvania, de 35 me-ses, vendido por R$ 120.000 para Nova Terra e Pecplan ABS. No total, o fatura-mento dos 28,2 lotes ofertados rendeu R$ 866.000 e média de R$ 30.069.

Já o 2º Nação Girolando, ven-deu 34 lotes – entre doadoras e fu-turas doadoras, selecionadas pelos promotores, renomados criadores de destaque no cenário nacional – por R$ 505.320.

Ainda no dia 2 de novembro, o Leilão Gir Leiteiro Cinco Estrelas comercializou genética de criató-rios brasileiros: Gir Veredas, Fa-zendas do Basa, Fazenda Brasília Agropecuária, Fazenda Calciolân-dia e Gir Mutum Girolando. Ao todo, foram vendidos 15,5 lotes por R$ 1.043.000 e média de R$ 67.290. O destaque em preço foi 50% da propriedade da fêmea de 26 meses, Profana FIV Veredas (50%), oferta de Francisco das Chagas, da Fazenda Vista Alegre, arrematada

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grande CampeãFécula TE F. Mutum

Expositor: Léo Machado Ferreira, da Fazenda Mutum, Alexânia, GO

Reservada grande Campeãgala FIV F. Mutum

Expositor: Léo Machado Ferreira, da Fazenda Mutum, Alexânia, GO.

grande CampeãoC.A gigante TE

Expositor: Joaquim J.C. Noronha e outro Cond.

Reservado grande CampeãoDesejo TE Silvania

Expositor: Eduardo Falcão de Carvalho, Estância Silvania, São José dos Campos, SP

gUZERÁgrande Campeã

Novata TE JFExpositor: Paulo Minicucci e outros, Guzerá

Ibituruna, Ibituruna, MG

Reservada grande Campeã Acari

Expositor: Walter Guimarães Pinto, Fazenda Samuara, Belo Horizonte, MG

grande CampeãoAdonai TE JF (Cravo PEAC x Fibrila II S)

Expositor: Paulo Minicucci e outros, Guzerá Ibituruna, Ibituruna, MG

Reservado grande CampeãoDamião BID

Expositor: Alcebiades Paes Garcia, da Fazenda São Luiz, Pirai, RJ

OS DESTAQUES DE CADA RAçA NAS

PISTAS gIR LEITEIRO

por Adonias Souza Santos, do Gir Veredas, por R$ 426.000.

Dia 3 de novembro, o 2º Estre-las do Jersey comercializou lotes selecionados, de alto padrão gené-tico e premiados durante a Exposi-ção Nacional da raça, na Feileite. Ao todo, os 24 lotes vendidos ren-deram R$ 173.280.

Na mesma data, o 3º Mulheres do Gir Leiteiro, que ofereceu uma seleção de animais jovens, doadoras e produtos dos melhores criatórios do País, vendeu 29,5 lotes por R$ 1.017.600 e média de R$ 34.506. O destaque de preço foi 33,3% de três fêmeas de 15 meses, ofertadas por Ilza Helena Kefalás: Vaidosa Y da BX (33.3%), Vaidosa Y da BX (33.3%) e Vaidosa Y da BX

seis raças leiteiras escolheram seus campeões da Feileite 2011

com Palma F. Mutum, foi exposta por Léo Machado Ferreira, da Fa-zenda Mutum, em Alexânia, GO. Do mesmo criatório saiu a Reser-vada Campeã: Gala FIV F. Mutum (filha de Teatro da Silvania com Imperatriz F. Mutum). Fécula é a atual recordista mundial de produ-ção e de preço da raça Gir Leiteiro.

Dentre os machos, o título de Grande Campeão foi conquistado por C.A Gigante TE, de Joaquim J.C. Noronha e outro Cond., e o de Reservado Grande Campeão com Desejo TE Silvania, pro-priedade de Eduardo Falcão de Carvalho, da Estância Silvania. Os títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor de Gir Leiteiro da Feileite ficaram com Leo Ma-chado Ferreira, respectivamente, 1005 pontos e 819 pontos.

(33,35%). O comprador foi a Estân-cia Silvania que pagou R$ 40.000.

No dia 4 de novembro, encer-rando a agenda de leilões da Feileite 2011, ocorreram dois leilões. O 2º Es-trelas Nacionais da Raça Holandesa vendeu 27 animais por R$ 307.920 e média de 11.404. Já o Made in Brazil, ofereceu genética do Gir Leiteiro dos rebanhos de Miller Cresta de Melo e Silva, Fazenda Ribeirão Grande, e Paulo Ricardo Maximiano, Fazen-da Córrego Branco. Os 25 lotes co-mercializados renderem R$ 685.920 e média de R$ 27.436. Hassia FIV F. Mutum X Livre Acasalamento, oferta de Léo Machado Ferreira, da Fazenda Mutum, lote mais valoriza-do, foi arrematado por Carlos Jacob Wallauer por R$ 62.400.

Os julgamentos de animais, uma das grandes atrações da Fei-leite 2011 – 5ª Feira Internacio-nal da Cadeia Produtiva do Leite, contaram com animais das raças Gir Leiteiro, Girolando, Guzerá, Holandesa (vermelho e branco), Jersey e Simental.

A 4ª Exposição Internacional do Gir Leiteiro, evento organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro, teve os trabalhos de julgamento sob o comando do trio formado pelas juradas Tatiane Al-meida Drummond Tetzner, Lilian Jacintho e Lucyana Queiroz.

Fécula TE F. Mutum, a Gran-de Campeã Nacional na Megaleite 2011, venceu o grande campeonato fêmea Gir Leiteiro na Feileite 2011, além de levar o título de campeã vaca adulta. Filha de C.A Sansão

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Estreando o primeiro julgamento específico para animais de aptidão leiteira em uma exposição agropecu-ária, a raça Guzerá reuniu na Feileite cerca de 60 animais em pista, oriun-dos de oito criatórios de Minas Gerais e Rio de Janeiro.. A organização do julgamento do Guzerá Leiteiro ficou por conta da Associação dos Criado-res de Guzerá do Brasil (ACGB). Os animais passaram pelo crivo do juiz Roberto Vilhena.

A Grande Campeã foi a matriz No-vata TE JF (Humaitá TE Taboquinha x Calcada JF, 85 meses, vencedora no campeonato vaca adulta, exposta por Paulo Minicucci e outros, do Guzerá Ibituruna, de Ibituruna, MG. Já Aca-ri (Abaeté S com Europa), campeã vaca sênior, de 110 meses, exposta por Walter Guimarães Pinto, Fazenda Samuara, Belo Horizonte, MG, ficou com o título de Reservada Grande Campeã. Na disputa dos machos, o destaque foi Adonai TE JF (Cravo PEAC x Fibrila II S), Campeão Touro Adulto, 81 meses, também proprie-dade de Paulo Minicucci e outros. O Campeão Júnior Menor Damião BID (Cabul III S x Coroa NF), 14 meses, exposto por Alcebiades Paes Garcia, da Fazenda São Luiz, em Pirai, RJ, foi o Reservado Grande Campeão.

Guzerá leiteiro

Os torneios leiteiros da Feileite 2011 – 5ª Feira Internacional da Ca-deia Produtiva do Leite, contaram com a participação de quatro raças: Gir Leiteiro, Girolando, Holandesa e Simental. Pela primeira vez, a raça Girolando realizou um concurso lei-teiro na mostra paulista. O 1º Torneio Leiteiro da Raça Girolando da Feileite reuniu 21 fêmeas, nas categorias no-vilhas e vacas e por graus de sangue.

Depois de vencer a categoria No-vilha, a ¾, sangue Girolando Germina Benta sagrou-se Grande Campeã do torneio, com média diária de 78,397 kg de leite. Propriedade de Bernardo Garcia de Araújo Jorge, recordista da raça com média diária de 79,03 quilos de leite, na Expolins 2011 – Exposi-ção Agropecuária de Lins Expolins, Germina bateu seu próprio recorde na Feileite. A segunda colocada da cate-goria Novilha foi Natureza VI Teatro da Origem, fêmea ½ sangue de pro-priedade de Eneas Rodrigues Brum.

Enquanto isso, a campeã vaca geral foi a fêmea a ½ sangue Fã Mergulhão, propriedade de Geraldo Antonio de Oliveira Marques, com produção média diária de 73,677. A segunda colocada na categoria foi a ¾ sangue Espadilha Touch, de Luis

Quatro raças disputaram os torneios leiteiros da Feileite 2011

José Marrichi Biazzo. A vaca Gir Leiteiro Hassia FIV F. Mutum, cam-peã da categoria Vaca Jovem, foi a Grande Campeã do Torneio Leitei-ro da Feileite 2011. Propriedade de Léo Machado Ferreira, alcançou a média diária de 48,390 quilos de lei-te. A Reservada Grande Campeã foi Hadali FIV de Brasília, da Fazenda Brasília Agropecuária, de São Pe-dro dos Ferros, MG, com média de 46,457 quilos de leite.

Na categoria Vaca Adulta a Cam-peã foi Cartagena de Brasília, pro-priedade de José Orlando Bordin, com média de 45,183 quilos de leite por dia. A Reservada Grande Campeã foi Feliciana TE, da Bom Jardim da Serra Agropecuária Ltda., com média de 42,810 quilos de leite por dia.

Na disputa da categoria Fêmea Jovem, a Campeã, C.A. India TE, também conquistou o título de Me-lhor Úbere. Propriedade de Joaquim J.C. Noronha e outro Cond., pro-duziu a média de 36,650 quilos de leite. C. Africa FIV, de propriedade de Amilcar Farid Yamin, sagrou-se a Reservada Grande Campeã da cate-goria, com média de 35,840 quilos.

Fonte: Assessoria de imprensa Publique

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Para evitar doenças como o Bo-tulismo e a Encefalopatia Espongi-forme Bovina (EEB) - popularmente conhecida como doença da "Vaca Louca" nos rebanhos, o Instituto Mi-neiro de Agropecuária (IMA) realizou durante o ano de 2011 a fiscalização da alimentação de ruminantes como bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos em 104 propriedades do estado. Des-se total, não foram encontradas irre-gularidades em 79 estabelecimentos.

Das 104 ações realizadas, 29 par-tiram de denúncias e 75 correspon-dem a fiscalizações ativas. A meta

iMA fiscaliza a alimentação de ruminantes

para o ano era realizar pelo menos 45 operações em Minas. Durante o ano de 2010, foram realizadas 67 fiscalizações em todo o estado, em parceria com o Mapa.

Foram notificadas irregularida-des, ou seja, a constatação da utili-zação da cama de aviário, também chamada de cama de frango, em 25 propriedades, o que ocasionou a in-terdição de 1.260 bovinos. Em 2011, não foram constatadas notificações de irregularidades na alimentação de ovinos, caprinos e bubalinos.

Os estabelecimentos notificados

como irregulares estão localizados nas regiões de Pará de Minas, Cur-velo, Uberaba, Poços de Caldas, Paraisópolis, Viçosa, Unaí e Divi-nópolis, locais considerados polos de avicultura no estado ou que pos-suem bovinos criados em sistema de semi confinamento. Essas regiões possuem normalmente, grande ofer-ta e comércio ilegal de produtos que contenham proteína ou gordura de origem animal (cama de frango).

É função do IMA fiscalizar os alimentos consumidos por bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos em es-tabelecimentos de criação e acom-panha a destinação dos animais que ingerem alimentos compostos por subprodutos proibidos.

São subprodutos de origem ani-mal, a cama de frango, farinha de sangue, de carnes e ossos, de resí-duos de açougue, dejetos de suínos, sangue e derivados, entre outros. Eles são proibidos por lei na alimen-tação de ruminantes e trazem sérios prejuízos aos produtores rurais e a bovinocultura nacional. A proibição é uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa) e ocorre desde 1996.

O produtor que utilizar esses subprodutos de origem animal para alimentar seu rebanho pode respon-der criminalmente por infringir leis federais, além de colocar em risco a saúde dos animais e da população como um todo.

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Segundo o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, as constantes fiscalizações e inspeções visam a não utilização de produtos proibidos dimi-nuindo assim, o risco de surgimento da EEB e outras enfermidades no estado. "É necessário que em 2012, os produ-

tores rurais continuem contribuindo e participando ativamente no combate ao uso da cama de frango e outros subpro-dutos de origem animal na alimentação de ruminantes. Já que, prevenir é a me-lhor opção no que diz respeito à sanida-de animal no estado", explica.

O principal motivo da proibição desses produtos é o risco que oferecem à sanidade do rebanho nacional. Po-dem causar o Botulismo, uma doença ocasionada pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum que pode ser encontrada no meio ambiente, em car-caças de animais, fezes e até mesmo no tubo gastrointestinal de animais mor-tos. O Botulismo causa paralisia mus-cular do animal, levando-o à morte.

Outra doença causada pelo uso desses subprodutos é a "Vaca Louca", que pode ser transmitida através de uma proteína chamada prion, presen-te em animais infectados. Esse prion está presente normalmente, na cama de frango, visto que as aves podem se alimentar de produtos que contenham proteína e gordura de origem animal. Quando as aves se alimentam desse material, uma parte deste cai no chão (cama) ou saem nas fezes das aves. É esse o motivo da proibição do uso de cama de aviário.

Porém, o Brasil é considerado livre da doença da "Vaca Louca". E o IMA, na intenção de preservar esse status, realiza a fiscalização de alimentos de ruminantes e monitoramento mensal de todos os bovinos importados por produtores de Minas, diminuindo as-sim, o risco do surgimento da doença.

A ação torna-se ainda mais rele-vante porque o consumo de produtos de origem animal provenientes de bo-vinos contaminados com o príon repre-senta risco para a saúde humana, visto que essa enfermidade é uma zoonose. No entanto, a cama de aviário pode ser utilizada de maneira legal como adu-bo, na agricultura.

Fonte: IMA

subprodutos de origem animal

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Bezerra saudável e bem nutrida significa maior produção de leite no futuro

Dentro de um sistema convencio-nal de produção de leite a maior par-te da receita mensal provém da ven-da do leite e de animais de descarte. A criação de bezerras e novilhas, por sua vez, necessita de investimentos e cuidados especiais para que os ani-mais tenham desenvolvimento satis-fatório, sendo encarado muitas vezes apenas como um dreno de dinheiro da propriedade. No entanto, estudos vêm demonstrando que a criação de fêmeas de reposição em instalações adequadas e com manejo sanitário e nutricional apropriado pode reduzir a idade à primeira parição, aumentar a produção de leite, assim como a vida útil dos animais no rebanho, ou seja, o número de lactações. Isso significa dizer que produtores que fazem a cria e recria de forma adequada possivel-

mente serão melhores remunerados ao fim de cada mês, além de contribuírem para a maior longevidade do rebanho.

Visando comprovar tais pressu-postos, pesquisadores americanos conduziram um experimento buscan-do saber quão grande é a influência das práticas de manejo adotadas nos primeiros quatro meses de vida de bezerras sobre a primeira lactação, o número total de lactações e a idade de descarte do rebanho. Para tanto, 795 bezerras de 21 propriedades do estado da Pensilvânia/EUA foram monitora-das durante 10 anos.

Durante os primeiros quatro meses de vida dos animais, dados relativos ao manejo, nutrição e saúde dos animais foram coletados a cada 15 dias. Após esta fase, avaliou-se trimestralmente o desempenho dos animais na primeira

lactação e a idade em que estes foram retirados do rebanho por não apresen-tarem produção satisfatória.

As variáveis utilizadas para estu-dar os efeitos do manejo dos animais sobre a produção e tempo de perma-nência da vaca no rebanho foram: dificuldade do parto, idade ao desalei-tamento, ingestão de matéria seca ao desaleitamento, idade que as bezerras apresentaram consumo 0,91 kg/d de concentrado pela primeira vez, núme-ro de dias em que as bezerras apresen-taram diarreia ou tosse durante os qua-tro primeiros meses de vida, número de dias durante os primeiros quatro meses de idade de tratamento com antibiótico, idade ao primeiro parto e peso vivo ao primeiro parto. Os va-lores médios de cada variável estão apresentados na Tabela 1.

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As análises de correlação apresen-taram resultados bastante interessan-tes que demonstram efeitos de prá-ticas de manejo na produção de leite futura. Observou-se que os animais que nasceram de partos distócicos apresentaram menor produção de leite na primeira lactação (-195 kg de leite). Partos problemáticos também afeta-ram a produção de proteína e gordura do leite. Ainda, animais que tiveram dificuldades para nascer apresentaram menor consumo de concentrado ao desaleitamento, maior número de dias acometidos por alguma enfermidade nas primeiras 16 semanas de vida, consequentemente maior número de tratamentos com antibiótico e menor peso corporal ao primeiro parto.

Por outro lado, a maior ingestão de matéria seca ao desaleitamento foi associada maior produção de leite, gordura e proteína. Segundo os resul-tados, para cada aumento de 1 kg na in-gestão de matéria seca ao desaleitamen-to houve um aumento na produção de 286,7 kg de leite na primeira lactação. A idade em que os bezerros consumi-ram 0,91 kg de concentrado apresentou efeitos positivos na produção durante a vida útil do animal, não só em termos de litros de leite, mas também em kg de gordura e proteína, muito embora este

efeito não tenha sido observado quando se avaliou a produção na primeira lac-tação isoladamente.

A saúde do bezerro, determinada pelo número de dias que os bezerros apresentaram diarreia ou tosse duran-te os quatro primeiros meses de vida, teve efeito negativo na produção de leite na primeira lactação (-202,49 kg), produção de proteína (-6,13 kg) e gordura (-9,33kg). Por outro lado, o número de dias que os bezerros foram tratados com antibióticos durante os primeiros quatro meses de vida teve efeito positivo na produção de leite (+137,85 kg), gordura (5,52 kg), pro-teína (11,35 kg). Este efeito pode estar relacionado a melhoria geral na saúde dos animais.

A idade ao primeiro parto resultou em efeitos negativos na produção de leite, gordura e pro-teína na primeira lac-tação. Cada dia a mais na idade ao primeiro parto resulta em uma redução de 2,37 kg de leite na primeira lactação. Por outro lado, como esperado, o peso ao parto apresenta efeito po-sitivo na produção de lei-te na primeira lactação,

sendo esta relação também de 2,37, ou seja, cada kg a mais de peso ao parto corresponde ao aumento de 2,37 kg de leite na primeira lactação.

Em síntese, os resultados apresen-tados neste estudo indicam que a difi-culdade no parto, dias que os animais permaneceram doentes antes dos qua-tro meses de vida e aumento na idade ao primeiro parto tiveram efeito ne-gativo sobre produção de leite na pri-meira lactação. Por outro lado, maior ingestão de alimento ao desaleitamen-to, maior número de tratamento com antibiótico e maior peso corporal ao primeiro parto tiveram efeitos positivos sobre produção na primeira lactação. A maior ingestão de concentrado afe-tou positivamente o tempo em que as vacas permaneceram no rebanho. Por fim, conclui-se que bezerras submeti-das a um adequado manejo sanitário e nutricional possivelmente apresentarão maior produção de leite e longevidade.

Referências:Heinrichs, A. J.; Heinrichs, B. S. A prospec-tive study of calf factors affecting first-lacta-tion and lifetimemilk production and age of cows when removed from the herd. J. Dairy

Science, v.94, p. 336-341. 2011.

Carla Maris Machado Bittar e Carlos Eduardo Oltramari

Fonte: Milkpoint

geral

ALEiTAMENTO

Tabela 1. Variáveis analisadas para estudar o efeito do manejo de bezerras na produção de leite e descarte dos animais do rebanho.

1 Média de ingestão diária de sucedâneo 0,51; 0,55; 0,59; 0,60; 0,63 e 0,64 kg para as semanas 2,3,4,5 e 6 respectivamente.2 Média de ingestão diária de sucedâneo 0,69; 0,93; 1,09; 1,17; 1,20 e 0,89 kg para as semanas 2,3,4,5 e 6 respectivamente.

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O Governo Federal atendeu a um pedido da presidente da Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, e prorrogou o prazo para início do processo de identificação georrefe-renciada de imóveis rurais com me-nos de 500 hectares. A prorrogação foi determinada por meio do Decreto 7.620, publicado no dia 21 de no-vembro do Diário Oficial da União. A Lei 10.267/2001 estabelece a ne-cessidade de georreferenciamento no caso de transferência de titulação de terras (compra, venda, doação, des-membramento ou sucessão). Com a prorrogação, o procedimento só será exigido para propriedades com mais de 500 hectares. O decreto define um calendário de implantação para os demais estabelecimentos rurais.

O cronograma inicial estabelecia a exigência de georreferenciamento para propriedades com menos de 500 hectares a partir de 21 de novembro de 2011, mas o decreto publicado nesta semana fixou novos prazos,

Governo atende pedido da CNA e prorroga prazo para georreferenciamento de propriedades rurais com menos de 500 hectares

que variam de acordo com o tama-nho da propriedade. Para agricultores que possuam área de 250 a 500 hec-tares, o georreferenciamento começa em 21 de novembro de 2013. O pra-zo para propriedades rurais com área de 100 a 250 hectares começa em 21 de novembro de 2016. Para imóveis rurais com área de 25 a 100 hectares, o georreferenciamento será exigido a partir 21 de novembro de 2019. Para propriedades rurais com menos de 25 hectares, a exigência vale a partir de 21 de novembro de 2023.

Diante da dificuldade dos pro-dutores em conseguir o georrefe-renciamento, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, reuniu-se, em outubro, com o presidente do Institu-to Nacional de Colonização e Refor-ma Agrária (INCRA), Celso Lisboa de Lacerda, para pedir a prorrogação do prazo do georreferenciamen-to para imóveis com menos de 500 hectares. Citou o grande número de processos pendentes de análise neste momento, quando o georreferencia-

mento é exigido apenas para proprie-dades rurais com mais de 500 hec-tares. Só no Estado do Tocantins, há 3.500 processos de georreferencia-mento protocolados. No Mato Gros-so do Sul, são sete mil processos que dependem de análise. Em Goiás, são cinco mil pedidos de georreferencia-mento e, no Mato Grosso, oito mil processos aguardam a conclusão dos processos.

Exército – O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Exército assinaram um termo de cooperação pra análi-se de cerca de 20 mil processos de certificação para imóveis acima de 500 hectares, que estão nas supe-rintendências regionais do INCRA. De acordo com o Ministério do De-senvolvimento Agrário (MDA), o Exército irá contratar técnicos para análise dos processos e o Incra irá acompanhar, monitorar e coordenar por meio da Diretoria de Ordena-mento da Estrutura Fundiária.

Fonte: CNA

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