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Edição 218 - Revista Backstage

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Caldas Country: Veja o novo sistema de som usado no festival de música sertaneja

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SOM NAS IGREJAS

Sumário

Renovação, foi essa a tônica de

mais uma edição do Caldas

Country, que, a cada ano,

impressiona pelo tamanho. Em

2012, o festival contou com novo

sistema de sonorização, novos

equipamentos de iluminação, e

paineis de LED de última

geração. Em comum nos três

elementos, leveza e eficiência, que

garantiram ao festival um show

extra de luz e som.

Confira também as novas

característica do Cubase 7, que

agora conta com manual em

português, e a novidade da

Roland, o Integra 7, dotado de

mais de 6 mil timbres.

Danielli Marinho

Coordenadora de redação

SumárioAno. 19 - janeiro / 2013 - Nº 218

16 VitrineSelecionamos alguns lançamen-tos de equipamentos de áudio eiluminação para 2013, como atão aguardada Sapphire Touch,da Avolites.

26 Rápidas e rasteirasA aprovação do Vale Culturapelo Governo, lançamentos delivros e o workshop da D.A.Sestão entre os destaques da

coluna.

30 Gustavo VictorinoNotícias de bastidores que vãomovimentar o mercado nesse

início de ano.

32 GramophoneO grupo Nenhum de Nósrelembra como foi a gravação doprimeiro disco, homônimo, da

banda, lançado há 25 anos.

38 O som dos PAzeirosNa quarta reportagem da série,conheça os segredos de Paulo

Farat e Marcelo Oliveira paratirar um “som personalizado”.

“ 78 Expo BarraInauguração do parque de expo-sições em São João da Barra (RJ),contou com quatro dias de showse sistema de som da Machine.

86 Dorsal AtlânticaUma das bandas brasileiras pio-neiras no gênero trash metal se

reune para lançar novo CD bus-cando a mesma sonoridade dosanos 80.

94 Baixo MultifunçãoLançando seu segundo CD solo,o baixista Jorge Pescara conta ementrevista porque escolheu o Me-gatar como estrela desse novo tra-

balho. Uma dica: o instrumen-to é capaz de reproduzir o somde outros.

112 Vida de artistaO que seria de um artista semseus fãs? Neste mês, o colunistaLuiz Carlos Sá faz uma home-nagem especial a todos eles.

NESTA EDIÇÃO

David GuettaPela terceira vez no Brasil, o DJ britânico

se apresentou no RioCentro, no Rio de Ja-

neiro, com sistema Norton LS.42425252

CADERNO TECNOLOGIA

Expediente

Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

64 CubaseA versão 7 do software está totalmente

reformulada e conta agora commanual em português, se tornando oprimeiro programa de produçãomusical a ter essa opção.

70 EstúdioEm mais um artigo da série

O Tamanho do seu Estúdio,o colunista RicardoMendes dá dicas de comocalcular a distância do

microfone no estúdio.

74 Baixo elétricoComo escolher os itens

essenciais que serãolevados para um estúdiono dia da gravação.

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected] [email protected] de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumRevisão TécnicaJosé Anselmo (Paulista)TraduçãoFernando CastroColunistasCristiano Moura, Gustavo Victorino, JorgePescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá,Marcello Dalla, Ricardo Mendes, SergioIzecksohn e Vera MedinaColaboraram nesta ediçãoAlexandre Coelho, Luiz Urjais, Miguel Sá eVictor BelloEstagiáriaKarina [email protected]ção de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Danielli Marinho / DivulgaçãoPublicidade:Hélder Brito da SilvaPABX: (21) [email protected] / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected]çãoAdilson Santiago, Ernani [email protected]í[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuição exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. AJardim Belmonte - Osasco - SPCep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos denúmeros atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro.

Nível de SPL nos templosEmbora a tecnologia ajude, técnicos e enge-

nheiros ainda encontram grandes desafios para

desenvolver e aplicar um projeto acústico

satisfatório nas igrejas.

Roland Integra 7Apresentada na Expomusic como uma das novidades da

empresa, o produto pode ser chamado de usina sonora,

devido aos mais de 6 mil timbres disponíveis.

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Um ano para colher

o que foi semeado

siga: twitter.com/BackstageBr

início do ano costuma ser a época de renovação de promessas, demetas e de objetivos e, como todo recomeço, de selar o compro-

misso de fazer melhor do que o ano que está nos deixando. Sempreachamos que podemos conseguir algo além do que foi conquistado atéagora e as comparações com o ano anterior são inevitáveis.

Nesses quase 20 anos atuando no mercado de áudio e, posteriormente,no de produção musical, fomos testemunhas de sua evolução, dificul-dades e obstáculos, bem como também de seu crescimento e de suaconsolidação. Nosso comprometimento, que se traduz na nossa mis-são, que é a de buscar a informação e transformá-la em conhecimentopara o nosso leitor, se renova a cada ano e, em 2013, não será diferente.

Acreditamos que é a partir da educação, informação e liberdade de ex-pressão que se constrói uma sociedade e um mercado justos e sustentá-veis. Partindo desse princípio, procuramos dar voz e ficar atentos aoque desponta no horizonte. A ideia não é criar tendências, mas, sim,trazer à luz possibilidades que merecem ser avaliadas, como é o caso dacrescente indústria brasileira de áudio. Os medalhões do áudio podemconfirmar que há 10 anos era impensável fazer um grande festival comum sistema de som (principalmente com lines) nacional, ao contráriodo que se vê hoje em dia.

E é nessa mesma esteira de desenvolvimento que também procuramosnos reinventar. O ano de 2012 marcou mais uma etapa na história des-ta publicação, quando ousamos ao transportar nosso conteúdo parauma nova plataforma multimídia e interativa na tentativa de manternosso público mais bem informado e conectado.

Para esse ano que se inicia, sem dúvidas, haverá o desafio de consolidaro que foi semeado lá atrás, não apenas de nossa parte, mas das empresasbrasileiras, cujo obstáculo maior ainda continua sendo o de sair da cri-se mundial sem sofrer tantas consequências negativas. No entanto,como faz parte de todo início de ano, começamos esses novos temposcom muito otimismo e, sobretudo, com a boa intuição de que o merca-do de entretenimento, incluindo aí o áudio, a iluminação e a produçãomusical, tem como principal atributo a adaptação.

Boa Leitura.

Danielli Marinho

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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SSLwww.solidstatelogic.com

A SSL lançou o Alpha-Link MX, novo produto dalinha de conversores A-D/D-A. Segundo o fabrican-te, o equipamento proporciona alta qualidade deáudio em um formato mais usual para estúdios de pré-produção. A nova geração possui duas diferentes uni-dades de rack que podem ser usadas individualmenteou combinadas, para formar sistemas maiores.

ALTA MODA ÁUDIOwww.altamodaaudio.com

O fabricante de equipamentos deáudio profissional Alta Moda Áudioapresentou seu equalizador AM-25,da série 500-rack. O equipamento éversátil e possui um altodesempenho paramétricode quatro bandas, comdesign compatível ao sis-tema de rack. O AM-25oferece quatro variáveiscontínuas e sobreposiçãode bandas de frequência,que dão ao produto umaincrível versatilidade emuma ampla gama de apli-cações de áudio.

BOSSwww.roland.com.br/boss

A Boss trouxe para o Brasil os novos modelosde amplificadores de potência CE1004. Possuipotência total de 1000 Watts, tecnologiaMOSFET, 4 canais de saída, proteção de superaquecimento e curto circuito dos alto-falan-tes e controle remoto de volume do subwoofere muito mais.

YAMAHAhttp://br.yamaha.com

A Yamaha aumentou a linha THR, lançando três novosmodelos: THR10X, THR10C e THR5A. As característi-cas do design clássico continuam as mesmas, mas recebe-ram alguns ajustes para combinar com o caráter próprio decada versão dos novos amplificadores. Todos os modelosoferecem tecnologia Extened Stereo da Yamaha, interfaceUSB sem costura, playback stereo e vêm acompanhados daversão completa Cubase Al.

RMEwww.rme-audio.de

A RME anunciou o lançamento de um conversorde alta qualidade que converte sinais analógicospara ADAT e AES, ou vice-versa. O ADI-8 DS MkIII tem resolução 24 bit e suporte de até 192 kHz epossui uma unidade de 1U em rack, com oito en-tradas/saídas ADDA.

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BENSONwww.proshows.com.br

O novo Piano Digital daBenson, distribuído pelaProshows no Brasil, possuiexcelente tocabilidade, ide-al para ter em casa para aprática do dia a dia ou atémesmo para estúdios emgravações profissionais. OPiano Digital tem teclascom peso de piano de cauda,tela LCD, 64 notas de poli-fonia, 131 tons com 12 ban-cos de acesso rápido, 200ritmos, 50 sons demo, entreoutras qualidades.

JBLwww.selenium.com.br

O novo woofer WPU1510, da JBL Selenium, é uma al-ternativa de potência mais alta na linha WPU. Ele éindicado para caixas graves de tamanho reduzido querequerem elevadas potências, linearidade e baixadistorção. O woofer também oferece desempenhoPremium, com excelente resposta em BF e midbassboost. Sua suspensão de tecido com impregnaçãoemborrachada garante uma maior durabilidade, amor-tecimento e redução de ondas estacionárias.

ROLANDwww.roland.com.br

A Roland divulgou o novo teclado BK-3, que oferece umaqualidade de som excepcional e uma grande variedade de es-tilos musicais. Com seu preço acessível, facilidade de uso erecursos premium, o BK-3 é perfeito para uma ampla gama deusuários, desde amadores até artistas profissionais. O BK-3 écompatível com Roland sem fio Connect, que permite aosusuários se comunicar com iPhone ou iPad através de redesem fio Wireless-RL.

WALDMANwww.equipo.com.br

A Waldman lançou as caixas Tourcabs. Este modelo, Classe D, de cai-xa acústica, apresenta 700 watts em sua versão de 15 polegadas, comampla resposta de frequência e sensibilidade de 98 dB (± 2 dB). Seudesign versátil permite a utilização como caixas frontais em pedestaisou suspensas (por pontos de fixação presentes na caixa) ou mesmocomo monitor de chão. Seus diferenciais são os gabinetes de alta resis-tência a impactos e componentes internos de alta qualidade que pro-porcionam a melhor resposta sonora em diferentes utilizações.

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YAMAHAhttp://br.yamaha.com

A Yamaha e a Steinberg anunciaram um novo lança-mento no final de 2012: Nuage, um novo sistema in-tegrado de pós-produção. Ele conta com hardware ecompleta integração com os sistemas da Yamaha e daSteinberg. É uma solução de pós-produção para jogos,publicidade, cinema, broadcast e produção musical.

SENNHEISERwww.sennheiser.com.br

A Sennheiser lançou a 9000 Digital, um sistemadigital sem fio que permite a transmissão de áudiosem compressão. É destinado a eventos de trans-missão ao vivo de áudio e a profissionais de altaperformance musical e teatral. Ele inclui o recep-tor EM 9046 e os transmissores SK 9000 e SKM9000, além de uma extensa gama de acessórios.

BEHRINGERwww.proshows.com.br

A Behringer anuncia sua nova mesa de áudio de sérieXENYX Q mixers USB. Ideal para qualquer situação,a Série Q tem uma versátil funcionalidade a um preçoacessível. Ela possui pré-amplificadores de microfo-ne XENYX de baixo ruído, porém com alta operaçãoheadroom. Alguns modelos da linha apresentam oitem “wireless-ready” que integrará os futuros mi-crofones digitais Behringer ULM da série sem fio.

AKGwww.akg.com

A marca AKG lançou novos fones de ouvido. Eles pos-suem a estrutura de fones profissionais, numa evoluçãobastante interessante dos modelos anteriores da linhaK550. Eles também chamam a atenção pelo excelentedesign, com toques minimalistas.

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AUDIO-TECHNICAwww.proshows.com.br

A Audio-Technica anunciou olançamento do seu novo sistemade transmissão digital sem fios,System 10, com operação na bandados 2.4 GHz – faixa de frequênciaslivre de 2400 a 2483,5 MHz. Elepossui qualidade na transmissão desinal e na configuração, e é idealpara igrejas, bares e outros eventos.

MACHINE AMPLIFICADORESwww.machineamplificadores.com.br

Os amplificadores SD Machine formam a mais recentelinha de alta performance em amplificação, em classeAB + H, trabalhando em 2 ohms. Possuem baixo peso– Tecnologia Pro-Light e duas unidades Rack com ex-celente sonoridade.

EROS ALTO-FALANTESwww.eros.com.br

A Eros Alto-Falantes apresentou a nova linhaSDS Pro. Desenvolvido com tecnologia e com-ponentes de última geração, como os anéis dealumínio para melhor dissipação de calor dabobina, cem milímetros de diâmetro em fio dealumínio revestido em cobre, cone com fibraslongas e ventilação especial tridimensional,além de outras excelentes características.

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ROBEwww.robe.cz

O mais recente produto da Robe, o DLSProfile, utiliza o módulo de LED RGBWRobe. Ela possui controle individual de cadaposição da lâmina do obturador e do ângulo,em conjunto com a rotação do módulo deenquadramento completo.

ROBEwww.robe.cz

O Actor 6 da Robe é um dos grandes sucessos dasérie LEDWash, desenvolvida especificamentepara os mercados de teatro e TV. A cabeça leve es-tática possui zoom motorizado linear de 8-63graus, cor suave e escurecimento linear sem‘breakup’ RGB ou sombras de cinza.

AVOLITESwww.proshows.com.br

A ProShows anunciou a chegada do mais novo pro-duto da Avolites no Brasil: a Sapphire Touch. Ela éuma controladora equipada com o software Titan,que agrega a linguagem prática dos consoles já conhe-cidos, novos recursos e uma grande interatividade,que chega para facilitar a vida do programador. Oequipamento possui duas telas touch screen, além de45 faders motorizados.

AMERICAN DJwww.americandj.com

A nova luminária compacta Mega QA Par38 possui todos osrecursos mais modernos existentes, usados por inúmeros clu-bes profissionais e artistas. O produto vem equipado com a ex-clusiva DJ Quad Color-LED da American DJ e ainda é ali-mentada por três saídas de 5 watts, com fontes de LED, cada umcomposto por quatro LEDs de cor diferente (vermelho, verde,azul e amarelo) combinados em um único diodo.

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Rio de Janeiro e São Paulo foramos locais escolhidos para a sam-bista Karina, uma paranaenseradicada em Santa Catarina, lan-çar seu primeiro álbum Você Me-

rece Samba, produzido por Lean-dro Sapucahy. A cantora, já co-nhecida na região Sul, agoraapresenta sua voz aos cariocas epaulistas e já vem chamando aatenção de ilustres como ArlindoCruz, Leandro e Haroldo Costa.No repertório, músicas inéditas semesclam com as canções conheci-das como Batucada dos nossos

tantãs (Sereno/Adilson Gavião/

SAMBISTA PARANAENSE LANÇA CD

Robson Guimarães), Do jeito que

a vida quer (Benito de Paula), eCabide (Ana Carolina). Com-pletam o trabalho de Karina, Oprimeiro samba (Serginho Meriti/Rodrigo Leite/Mi Barros/ FátimaLima), Sem sapato alto (Claude-mir/Ricardo Moraes/Dado), eCorpicho (Picolé/Ronaldo Bar-cellos), além dos sambas Quando

falo de amor (com Almir Guinetoe Fred Camacho) e Vai embora

tristeza (com Julinho Santos eGegê D‘Angola). Karina já temshows confirmados em janeirona Cidade Maravilhosa.

Vale culturaDepois de quase 20 anos tramitan-do, o Projeto de Lei 4682/12 quecria o Vale-Cultura foi aprovado,no dia 21 de novembro, no Con-gresso Nacional. O benefício seráno valor de R$ 50 e terão direito ostrabalhadores que tenham carteira

assinada (CLT) e recebam até cincosalários mínimos. Mais informações: http://www.cultura.gov.br/site/2012/11/21/vale-cultura-e-aprovado-na-camara-dos-deputados/

NX ZEROLANÇA EM COMUM

Dez anos de estrada comemora-

dos num show de lançamento do

mais novo trabalho do grupo no

Espaço das Américas, em SP: Em

Comum é a prova de que Di

Ferrero, Gee Rocha, Fi Duarte,

Caco Grandino e Daniel Weskler

podem dialogar de igual para

igual com os maiores nomes da

música brasileira. Esse é o primeiro

disco de inéditas em três anos.

Vocalista do INXSterá cinebiografiaInspirada no li-vro escrito pelamãe de MichaelHutchence – Just

A Man: The Real

Michael Hutchen-

ce –, em breve osfãs do INXS po-derão conferirnas telonas acinebiografiado ex-líder de

uma das bandas de maior sucessodos anos 1980 e 90. Two worlds

colliding contará a história de Hut-

chence do ponto de vista famili-ar, deixando para trás a trilogiasexo, drogas e rock and roll. Oroteirista Bobby Galinsky afirmaque o longa pretende mostrar omúsico no contexto familiar epessoal como filho, irmão, ami-go, seus amores e seus medos. Oinício das gravações deverá serainda este ano. A banda INXS foiformada na Austrália e vendeumais de 30 milhões de discos. En-tre os principais sucessos estãoNeed You Tonight, New Sensation eSuicide Blonde.

ZÉLIA DUNCAN ÉENDORSEE YAMAHACom mais de 25 anos de carreira,

Zélia Duncan, que acaba de lançar

o disco Tudo Esclarecido, homena-

gem a Itamar Assumpção, é a mais

nova endorsee da Yamaha Musical

do Brasil. A artista utilizará violões

Yamaha das séries CPX, NX e SLG.

De construção artesanal, os violões

CPX caracterizam-se por um som

grave, potente e rico, aliado a agu-

dos suaves e delicados. Já a linha

de violões NX foi projetada para

oferecer não só os timbres típicos

de violões de nylon, mas também

ritmos como o flamenco, música lati-

na e gêneros populares.

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Ivete Sangalo, O Rappa, Timbalada, Jorge & Mateus, Sorriso Maroto e bandaEva são as primeiras atrações confirmadas para o Palco 15 Verões do Festival deVerão de Salvador 2013. Com duração de quatro dias, de 16 a 19 de janeiro, oFestival de Verão recebe uma média de 50 mil pessoas por dia de todo o Brasil. Agrade de atrações do dia 16 de janeiro já começa a ser preenchida com as parti-cipações do Eva, O Rappa e Sorriso Maroto. A cantora Ivete Sangalo sobe aopalco no dia 17 de janeiro, enquanto a dupla Jorge & Mateus e a bandaTimbalada agitam a festa nos dias 18 e 19 de janeiro, respectivamente.

Festival de Verão de Salvador

VICTOR BIGLIONEIMORTALIZADOO autor, poeta e pesquisador musical

Euclides Amaral reuniu uma série de

documentos, entre fotos, letras, re-

portagens e depoimentos para dar

forma a uma das obras mais comple-

tas sobre o músico, guitarrista e com-

positor Victor Biglione. O livro, que

terá o lançamento da 2ª edição no

início de 2013, é uma verdadeira via-

gem pela vida e discografia deste ar-

gentino com alma carioca, como defi-

ne Ricardo Cravo Albin, que assina a

orelha da publicação.

LADY GAGA SOFRIABULLYING NA ESCOLASeguindo a tradição de lançar bio-

grafias dos grandes nomes da músi-

ca pop, a editora Universo dos Livros

lança o livro-tributo sobre a história

desse fenômeno artístico-musical

chamado Lady Gaga. A publicação

revê em detalhes a vida e a carreira

da extravagante cantora, seus altos e

baixos, a vida de reviravolta e recaí-

das até alcançar o estrelato. Com

uma extensa pesquisa em publica-

ções e entrevistas, Tributo a Lady

Gaga traz fotos da carreira e detalhes

dos relacionamentos e namoros da

cantora. Stefani Joanne Angelina

(esse é o nome verdadeiro da moça)

foi uma aluna nota dez, dedicada, inte-

ligente, estudou teatro, piano e teve

aulas com o famoso produtor musical

Don Lawrence, estudou em uma es-

cola de freiras e sofreu bullying por ter

nariz grande e dentes encavalados e

por se vestir de maneira diferente.

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A Decomac e a D.A.S.Audio promoveram umworkshop para profissi-onais de áudio no dia 22de novembro, na Barra

da Tijuca, no Rio de Janeiro. Oevento gratuito reuniu profissio-nais de áudio e contou com a par-ticipação do engenheiro da D.A.SEspanha, Vicent Olucha, que fa-lou sobre os sistemas de mediçãode áudio.Os modelos de caixas usados noworkshop para a demonstração fo-

WORKSHOP D.A.S

ram 1 sub LX218 e 4 caixas doAERO 8A. Vicent, responsávelpelo suporte técnico da empresapara a América Latina, além de ex-plicar e esclarecer sobre o funcio-namento dos softwares Ease Focuse Smaart, abordou alguns pontosdurante a palestra como o uso deequipamentos apropriados para fa-zer a medição do local que serásonorizado e as novidades do EaseFocus 2.0, com explicações sobre ofuncionamento e a aplicação paracada tipo de line array. O final doworkshop foi seguido de uma de-monstração com uma simulaçãode alinhamento das caixas Aero08 e do sub LX218 usando a ferra-menta de alinhamento Smaart.

Participantes do workshop

Vicent Olucha

TEM SAMBISTA NO ROCKTeresa Cristina e a banda Os Outros

lançam o single Ilegal, Imoral ou En-

gorda, de Roberto Carlos. A música,

que já está nas rádios e na internet,

também pode ser conferida através

do canal You Tube. Aliás, foi o rock

que uniu Teresa Cristina à banda.

Com gosto eclético, a sambista

sempre gostou de rock, inclusive os

mais pesados. Ela e o baixista da

banda, Victor Paiva, já se conheci-

am há tempos e quando Os Outros

montou o show Os Outros Convi-

dam, ele fez questão de convidar

Teresa. A primeira música escolhida

foi Do Outro Lado da Cidade. Deu

tão certo que o que seria uma parti-

cipação em um show se transfor-

mou numa temporada de shows,

seguido do álbum Teresa Cristina

+ Os Outros = Roberto Carlos, que

a Deck lançou em dezembro.

Para ouvir, acesse: http://www.you-

tube.com/watch?v=zLVUw6My7HI

NÚMERO TIMDevido à demanda de ligações

oriundas da empresa de telefonia

TIM, a DB Tecnologia Acústica ad-

quiriu um número da operadora

para a fábrica. O novo número é

(51) 8147-7938 e funciona no horá-

rio de atendimento da empresa, ou

seja, das 8h30 às 17h30, de segun-

da a sexta-feira.

Guillermo Di Stefano (ao centro), da Decomac

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ERRATADiferentemente

do que foi publicado na edição 216,

página 16, na nota sobre a Guitarra Cort, a

foto é do baixo Cort em forma de machado, e

não da guitarra, como sugere o texto. A foto

correta da guitarra Cort é a publicada acima.

ROBERTO CARLOS NAINAUGURAÇÃO DO NOVOESPAÇO DAS AMÉRICASO cantor fez um show para con-vidados no dia 04 de dezembroque marcou a inauguração ofi-cial do Espaço das Américas,

em São Paulo. No repertório, além de músicas consagradascomo Emoções, Como é grande o meu amor por você e Jesus Cristo,com a tradicional entrega das rosas, estavam as novas Esse Cara

Sou Eu e Furdúncio. Entre os presentes na festa, nomes comoAbílio Diniz, Alexandre Pires, Chitãozinho, Galvão Bueno,João Carlos Martins, Michel Teló e Zezé di Camargo. Com ca-pacidade para 8 mil pessoas, o local é um dos maiores espaçospara shows, eventos e feiras da capital paulista.

VIOLÃO IBÉRICO

A Trem Mineiro Produções Artísticas acaba de lançar olivro Violão Ibérico, do jornalista espanhol Carlos Galilea.A obra discorre sobre a história e a importância, bemcomo a trajetória desse instrumento, que teve origem naEspanha e chegou ao Brasil Colônia por meio dos portu-gueses. É um trabalho meticuloso de pesquisa resultandoem uma publicação de resgate da memória musical detrês povos e culturas distintas. Com prefácio de SérgioCabral, o livro traz entrevistas, fotos e ilustrações, reu-nindo uma riqueza de documentos.

GUITARRA PASSO A PASSO

Um guia completo para dominar esseinstrumento, que é caracterizado porsua versatilidade em se adaptar a prati-camente todos os gêneros musicais. Olivro vem acompanhado de um DVD eé um guia prático que inclui orienta-ções para a escolha do instrumento

mais adequado ao estilo escolhido, manutenção daguitarra e dicas de como se tornar um músico. Em dezsessões de aprendizado, o leitor desenvolverá novas ha-bilidades e técnicas por meio de exercícios musicais econstruirá um sólido conhecimento da teoria.

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OBVIEDADE E EXEMPLOAo usar um artifício óbvio e quase sim-plório, a Microsoft deu um pontapé epode até dar um basta na pirataria com oseu sistema operacional Windows. Emvez de inserir dispositivos de segurançairritantes e quase bobocas, afinal a garo-tada quebra tudo em 2 ou 3 dias, a gigan-te americana usou de bom senso e umaestratégia que deveria servir de exem-plo. A empresa lançou o Windows 8com promoções e preços que podem de-vastar a indústria da pirataria com o seuprograma. Acredite, a Microsoft derru-bou sim seus preços no Brasil. Agora elescomeçam em 29 reais (atualizações) echegam a 149 reais para programas insta-lados e não ativados. Com mídia na caixae outras frescuras, passa de 200 reais. Issoé bem melhor do que os quase 800 reaisque nos cobraram pelo Windows 7. To-mara que o exemplo frutifique e outrasempresas parem de tratar o consumidorcomo otário. E bom seria que o consumi-dor também parasse de sê-lo.

DANELECTROAs emblemáticas e iconoclastas guitar-ras da Danelectro estão de volta ao Bra-sil. A Sonotec, representante exclusivada marca, retomou a importação doproduto que tem preço surpreendente-mente competitivo para a qualidade ehistória do instrumento. Ninguémmais vai precisar fazer malabarismopara buscar os timbres clássicos derockabilly e bebop.

CLEARTONEA melhor corda encapada do mundochega ao país pelas mãos da Crafter Bra-sil. Elogiada por sua revolucionáriatecnologia, as cordas Cleartone repre-sentam um avanço no processo de capea-mento e isolamento dinâmico nas cor-das para instrumentos. O produto chegaàs lojas e logo deve virar paixão para mú-sicos antenados. Quem testou, baba...

HÍBRIDASDecidi pessoalmente testar um modelo deguitarra híbrida e tentar descobrir porqueum instrumento tão prático e interessan-te enfrenta uma inexplicável resistênciade mercado. Desinformação do consumi-dor ou não, vou contar em breve numamatéria especial aqui na Backstage.

GRAMMY 2013Pela relação de indicados ao maior prê-mio da música americana, a coisa vaimesmo de mal a pior por lá. O showtelevisivo é sempre interessante pelovisual e pelo recorrente recurso de usarvelhas estrelas da música anglo-saxãpara salvar a qualidade do espetáculo.Mas entre os indicados, salvo raríssimasexceções, a ruindade turbinada pelosempre competente marketing dosgringos impera.

THE VOICE BRASILRecebi alguns e-mails com pedidos decríticas ao programa dominical da Glo-bo. Cada um apresentava uma série demotivos. Alguns procedentes e outrosnem tanto. Desculpem decepcioná-los,mas assim como também posso ter pos-síveis críticas fundamentadas, antesfico imaginando se no lugar do progra-ma, a rede de maior audiência do paíscolocasse um enlatado americano queem nada acrescenta ou divulga a músicaou os novos talentos brasileiros. Com ousem defeitos e vícios, que venham mais

Sem recepcionar

nenhum discurso

ufanista, depressivo

ou qualquer outro

tipo de proselitismo,

o ano de 2012 fechou

com um saudável

indicativo de que o

profissionalismo do

mercado permitiu a

sobrevivência de

muitas pequenas

empresas atingidas

por momentos

difíceis. As grandes

empresas há muito

se equiparam contra

crises, mas a reação

dos pequenos e sua

habilidade e

equilíbrio na hora do

aperto foi, em minha

opinião, o grande

destaque

empresarial do ano

que fechou.

GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

31

programas com essa proposta. Nos-sa riqueza de talentos merece...

DECEPCIONANTEOs fãs que me perdoem, mas a pas-sagem da Madonna pelo Brasil foi,no mínimo, decepcionante. Todosficaram com esse sentimento inte-rior, mesmo que nem sempre assu-mido. Até os contratantes discre-tamente admitem a bola fora.

DÓLARCom a moeda americana a mais de 2reais e ainda sendo pressionadapara cima, o ano começa meio azedopara lojistas e importadores queprecisam repor estoques. A grandemaioria das empresas importadorastenta segurar os reajustes e manteros preços nos patamares do velhodólar a R$ 1,65. Quando passou dedois por um a coisa apertou geral enesta nova alta da moeda america-na, os realinhamentos serão inevi-táveis. Ninguém faz milagre.

ICONOCLASTAS MODERNOSAlguns produtos entram de talforma na retina dos consumidoresque viram referência de consumo.Sejam pela praticidade, relaçãopreço/qualidade ou até mesmo há-bito, certos modelos de equipa-mentos tem legiões de fãs mundo afora. Um desses exemplos é o am-plificador de baixo compacto daHartke. Os modelos Kick 12 e Kick15 são uma verdadeira mania paraquem procura praticidade comqualidade. Distribuídos no Brasilpela Equipo, os pequenos combossão febre em todo o mundo.

SUPORTEAlgumas empresas têm o seu su-cesso explicado pela atenção dada

ao consumidor. Há 6 meses quei-mei a fonte de um velho GW7 daRoland surrado e já com o botão deliga/desliga faltando. Sem encon-trar no mercado a fonte original,contatei o suporte da Roland e re-latei o meu problema, inclusive daperda do pequeno botão. Depois depreenchido um cadastro de supor-te e identificado o produto como le-gal pela nota fiscal, em apenas 3 diasrecebi pelo correio a peça de reposi-ção e a nova fonte. Na outra ponta,um músico amador carioca adquiriuum teclado da Nord numa loja doBarrashoping. Em pouco mais de ummês de uso o instrumento silenciouuma tecla. Depois de alguns telefo-nemas para o lojista e para o impor-tador, o engenheiro Luiz RobertoNoronha desistiu e procurou umtécnico de sua confiança pagando dopróprio bolso o conserto.

COISA DO PASSADODescolar braço, o tampo, cavaleteou qualquer outra peça em instru-mentos de madeira é coisa do passa-do. Desde a virada do século as no-vas colas em resina de poliuretanose mostram mais resistentes que aprópria madeira. Ou seja, hoje émais fácil quebrar a madeira do quesoltar uma boa colagem. Quandoisso acontece, acredite, é “porqui-ce” do fabricante.

VÁ ENTENDERO sucesso da música Esse Cara Sou

Eu, do rei Roberto Carlos, é a maisclara demonstração de que as pes-soas não ouvem a letra das can-ções. E se ouvem, não entendem.O cara descrito na letra é umamala, chato, grudento, meio neu-rótico e totalmente pegajoso. Du-vido que uma mulher aguente por

mais de um mês. Em vez de român-tico, o personagem da música támais para projeto de chifrudo.

EU AVISEIOs painéis e suprimentos para ilu-minação de LED continuam a cairde preço. E acho que ainda não ba-teram no fundo. A invasão chine-sa e a consequente pressão sobre ospreços eram inevitáveis. Mas cui-dado, o perigo da suposta relaçãocusto-benefício ainda permanece.

NOTA FISCALEmbora ainda com significativadiferença nos preços, a compra deprodutos lá fora ou pelas mãos demuambeiros daqui é cada vez maisum mau negócio. Alguns trocadoseconomizados ficam insignifican-tes diante do desespero de consu-midores ao receber produtos falsi-ficados ou defeituosos. É o baratoque sai caro...

PERIGO AO SULO Uruguai pode a qualquer mo-mento anunciar sua nova políti-ca de importações e tarifas. O go-verno progressista (já liberaramaté a maconha) daquele país quercolocar outra vez a nação uru-guaia no mapa mundial de co-mércio. Aos mais novos, lembroque o Uruguai já foi chamado nopassado de suíça sul-americanapor sua politica de portos abertoscom comércio farto e abundantealicerçado numa politica adua-neira liberal. Para os uruguaios, oplano é tornar Montevideo o queHong Kong é para a Ásia, o que Du-bai é para o Oriente Médio ou o queNápoles é para a Europa. Se a coisapegar, vai sobrar para o Brasil e osseus impostos medievais...

SEÇÃ

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DA IDENTIDADE SO Em busca

Victor Bello

[email protected]

Fotos: Internet / divulgação

Primeiro disco da

banda Nenhum de

Nós, marcado pelo

sucesso Camila,

Camila completa

25 anos.

DA IDENTIDADE SO Em busca

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NORA

uando olho para trás e lembro-me das circunstâncias em tor-

no da criação desse álbum sintoum enorme orgulho. Éramos inex-perientes em quase tudo que diziarespeito à carreira de uma banda derock. Tínhamos apenas uma firmeconvicção de qual o “ambiente”em que o disco estaria contido. Erao nosso universo, nossas referênci-as e inspirações”, assim define ovocalista da banda Nenhum deNós, Thedy Corrêa sobre a grava-ção do disco homônimo do grupo,lançado em 1987.

Nome pensado a partir de in-definições como “nenhum de nósisso”, “nenhum de nós aquilo”, abanda formada em Porto Alegrerealizou seu primeiro show na

capital gaúcha em outubrode 1986. O guitarrista

Carlos Stein, depoisde fundar os Enge-

nheiros do Hawaiijunto com Hum-berto Gessinger,realizar algunsshows e sair, seuniu a ThedyCorrea (baixo evoz) e Sady Hom-rich (bateria)para formar oNenhum de Nós.

No verão de 1987gravaram a primei-

ra demo, registran-do quatro músicas:

NORA

Q People Are, Enquanto Conversamos,O que Clark Kent Não Viu e Uma

Pequena História, todas incluídasno primeiro disco. Após o produ-tor Antonio Meira escutar a demo,antes mesmo de ouvir o hit Camila,enviou o material para algumasgravadoras, o que levou ao conviteda BMG-Ariola para a gravação dabolacha.

A GRAVAÇÃOGravado nos estúdios da RCA, emSão Paulo (ainda era RCA), que fi-cava na Rua Dona Veridiana, naVila Buarque, o primeiro trabalhodo grupo usou uma mesa RupertNeve 1073 de 24 canais. O produtordo disco foi o Reinaldo Barriga, comos técnicos de gravação Pedro Fon-tanari Filho, Walter Lima (Wal-tinho) e Stelio Carlini e participa-ções do tecladista Marcelo Nadruz,do compositor Vitor Ramil e deEdu K da banda DeFalla. Os ins-trumentos utilizados foram umaFender Stratocaster e uma Fenderde 12 cordas (do próprio estúdio,com exceção de Camila, gravadacom uma Gibson Les Paul Deluxe).Completavam a lista de equipa-mentos, teclados DX7 da Yamaha eJX8P da Roland, bateria Sonor ebaixos Fender Jazz Bass, além deum Rickenbacker (ambos do estú-dio) e um amplificador Ampegpara os baixos.“O solo de guitarra de Camila, a-quele do eco, foi gravado através de

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um delay Compu-Effectron da Del-taLab. Na frase finalusei um pedal fuzzBig Muff. Tudo is-so num combo Mar-shall JCM 800. Acuriosidade é que oviolão (Gibson),que ficou na ver-são final de Ca-

mila foi o que gravei como guia,com todos os seus erros. Naquela época

as mesas não possuíam automação. Pelomenos as da RCA. Então nas mixagensficávamos uns cinco ou seis em volta damesa manuseando os faders em temporeal. Uma versão nunca ficava igual àoutra. Tinha uma certa poesia nisso”,conta Carlos à Backstage. A capa foi fei-ta a partir de fotos do fotógrafo MiltonMontenegro, que utilizou distorções emanipulações na imagem de uma atriz,quando o Photoshop ainda engati-nhava, criando uma atmosfera que ia deencontro à concepção do disco.

Ficha Técnica

1 - Enquanto Conversamos

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

2 - Camila, Camila

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

3 - People Are

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

4 - Uma Pequena História

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

5 - Adeus

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

6 - O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

7 - O que Clark Kent Não Viu

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

8 - No Clube

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

9 - Homens Caixa

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

10 - Frio

(Thedy Corrêa - Sady Homrich - Carlos Stein)

A capa foi feita a partir de fotos dofotógrafo Milton Montenegro, que

utilizou distorções e manipulaçõesna imagem de uma atriz, quando o

Photoshop ainda engatinhava

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O ROCK COLETIVO DO SULCom o processo de criação do álbum sendo elabora-do principalmente pelas mãos dos três músicos, acoletividade permitiu ao trio ampliar os horizontesna composição, onde todos contribuíram com fra-ses e palavras aos assuntos para, em seguida, dar for-mato à melodia e harmonia das canções. Influenci-ados pelos ecos do rock de garagem e experimentalda época, o grupo trouxe influências de bandascomo The Smiths, New Order, Bauhaus, Iggy Pop,King Crimson, Echo & The Bunnymen, entre ou-tros, que contribuíram para uma identidade sonoracom certas inovações até então inéditas no rockbrasileiro. “Usamos e abusamos da liberdade que sóum primeiro disco pode proporcionar. Gostávamosmuito de usar aquelas notas longas dos pads, dossinths. Ainda acho que esse é um de nossos melho-res trabalhos, por causa da forma como nos atira-mos às experimentações”, observa o guitarrista.Enquanto conversamos, música que abre o álbum,foi inspirada em Iggy Pop e fala à respeito de umsuicida. Não é só a primeira faixa, mas também aprimeira música do Nenhum de Nós. Camila,

Camila, uma das canções mais executadas nas rádiosColetividade permitiu ao trio ampliar os horizontes na composição

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“ Quando

compusemos

Camila, tudo

pareceu conspirar

para que tivéssemos

feito uma grande

música, tanto que

quando concluímos

a música, no estúdio

de ensaio, tivemos

certeza de que ela

seria um grande

sucesso. Ela mudou

a nossa vida para

sempre (Carlos)

em 1988/89, que é baseada em uma indig-nação da banda em um caso de violênciacontra uma mulher, envolvendo umaamiga do grupo, que não se chamavaCamila, e sofria com as grosserias do na-morado. “Nossa indignação era com ocara e, ao mesmo tempo, com o fato delase submeter àquela situação. A canção émais um grito do que qualquer outra coi-sa. Quando compusemos Camila, tudo pa-receu conspirar para que tivéssemos feitouma grande música, tanto que quandoconcluímos a música, no estúdio de en-saio, tivemos certeza de que ela seria umgrande sucesso. Ela mudou a nossa vidapara sempre”, conta Carlos.People Are, primeira música do grupo aser executada nas rádios, tem a ver com afalta de sinceridade das pessoas. A quar-ta faixa, Uma pequena História, é umacanção folk que fala sobre um cara quenão consegue soltar sua voz em um rela-cionamento, e o sampler de acordeomdeu uma textura que remete a uma sono-ridade regional do Rio Grande do Sul. ONenhum foi um dos primeiros conjun-tos brasileiros a utilizar acordeom norock. Em O marinheiro que perdeu as graças

do mar utilizaram muitas coisas que exis-tiam no estúdio, como tímpanos de or-questra, piano tocado “por dentro” etrechos de um disco de Freddy Quinn.

A faixa seguinte possui referências e influ-ência da poesia concreta de Augusto deCampos, O que Clark Kent não viu retratauma cidade árida e impessoal. Aparecem nacanção inúmeras repetições: cidade, neces-sidade, voracidade tendo a ver tambémcom uma visão meio cinzenta e melancóli-ca que o trio gostava de cultivar. “O Clark

Kent veio da repetição da palavra METRÓ-POLE que nos levou à cidade do Super-ho-mem, Metrópolis. Seriam as coisas que umalienígena (o Superman) não compreendeem nossa civilização”, fala Thedy.Homens Caixa tem uma incursão fla-menca na introdução fruto do gosto dosintegrantes pelo estilo; a letra trata desolidão e isolamento. Frio possui uma re-lação de admiração com o escritor argen-tino Jorge Luis Borges e remete a imagensdo frio do sul. A voz narrada pelo telefo-ne do compositor Vitor Ramil foi de umtrecho de sua letra Joaquim, versão parauma música de Bob Dylan que tem umaconexão com a ideia da música. Aparecetambém uma inusitada cuíca que funcio-na como um lamento na canção. A ban-da, que agora conta com Veco Marquesna guitarra e João Vicenti nos teclados,prepara o lançamento de um DVD para oprimeiro semestre de 2013, enquantocontinua a compor seu rock sempre embusca de uma identidade própria.

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REPO

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a estrada atualmente com a turnêde reunião do grupo RPM, o técni-

co Paulo Farat é adepto do “feijão comarroz bem temperado”. Para ele, o fun-damental no sucesso de um profissionalde áudio é fazer o básico, que começa nafrase “o microfone é o primeiro queouve”, muito conhecida no meio musi-cal. Só depois de fazer o básico bem fei-to, acredita ele, o tal toque pessoal decada profissional poderá ser percebido eterá a eficiência desejada.“E tem outra coisa: nunca se deve falarna primeira pessoa do singular, ‘Eu faço,eu fiz, eu mixo, eu aconteço’. É a coisamais desinteressante em um profissio-nal de áudio. O ‘eu’ só vale em uma en-trevista, aí você responde na primeirapessoa”, defende.

Alexandre Coelho

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal /

Internet / Divulgação

N Farat não vê nenhum fator compli-cador em adaptar essa sua visão decomo deve trabalhar um engenheiro deáudio a diferentes artistas e gênerosmusicais. Para ele, trata-se de uma par-ceria na qual o resultado esperado seráalcançado desde que ambas as partes –artista e equipe técnica – saibam comquem estão lidando.“Se você entender profundamente oque se passa na cabeça do artista nopalco, adaptar nossas característicaspessoais será muito mais fácil. Temque ser olho no olho. Assim como otécnico deve conhecer o artista e oproduto, é fundamental que o artistatambém conheça o trabalho do enge-nheiro. Simples assim. É uma cumpli-cidade”, ensina.

Dentro da série sobre as

características do som

de alguns dos mais

importantes técnicos de

áudio do Brasil, nessa

edição desvendamos os

segredos de Paulo Farat

e Marcelo Oliveira.

O som de O som de

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PARTE 4

cada PA cada PA

Se a busca pelo simples e a parceriacom o artista são as marcas do tra-balho de Paulo Farat, para o técni-co Marcelo Oliveira, que há quatroanos é responsável pelo PA doGrupo Revelação, o conhecimen-to detalhado dos equipamentosusados vem em primeiro lugar. E,junto disso, na estrada, ter a certe-za de encontrar bons profissionaise locadoras.“Eles conhecem bem o equipa-mento e o local. Em uma casa deespetáculos ou teatro, sempreouço o responsável técnico. Nãotenho medo de perguntar se exis-te alguma frequência crítica porcausa da acústica, entre outrasdúvidas. O dia a dia deles é aqui-lo. E eu tenho a obrigação de cap-tar da melhor forma os instru-mentos”, avalia.

OUVIDOS ABERTOSSegundo Marcelo Oliveira, combons equipamentos e uma equipeexperiente, é fácil adequar a suaforma de trabalhar a qualquer can-tor ou estilo de música. Basta estarcom a mente e os ouvidos abertos.“É importante procurar entenderos arranjos, pois é onde começa amixagem; ouvir o músico, o produ-tor e entender o que o artista dese-ja. Sempre procurei participar doprocesso de criação e somar a isso omeu entender de música. E, comoestudei piano, sempre procuro leros arranjos”, revela.Graças à sintonia com cada artista,Paulo Farat nunca passou pela si-tuação de alguém pedir para que

ele mudasse seu som ou sua formade trabalhar. Ele conta que sempredá sugestões de equipamentos deacordo com cada palco ou cadaturnê. E, depois de tudo combina-do, tem a preocupação de adminis-trar com muito cuidado e de co-mum acordo qualquer mudança,principalmente no monitor. Istofeito, para Farat, o sucesso vem na-turalmente, desde que se tenhamboas condições de trabalho.“O sucesso de uma turnê dependemuito das condições em que vocêvai trabalhar. A partir do equipa-mento definido e com o rider ri-gorosamente respeitado, a diferen-ça está no discernimento de tirardele (e de você) tudo o que for pre-ciso para ninguém ficar de cara feia

no palco. Eu, geralmente, levo osresultados de turnês que deramcerto para cada nova missão. É umfiltro que não falha”, sugere.Marcelo Oliveira, por sua vez, nãovê problema em ajustar sua sonori-dade às idiossincrasias de cada ar-tista. Como já aconteceu com ele,ao trabalhar com dois conhecidoscantores da música pop nacional.“O Marcelo Camelo gosta da vozmais dentro da base, ele curte as-sim. Não vejo nenhum problemanisso, ele é o pintor do trabalho, éo artista. Minha função é ajudarpara que todos entendam essa pin-tura. Já o Humberto Gessinger, dosEngenheiros do Hawaii, falou co-migo sobre o equilíbrio dos solos deguitarra no sentido de me dar maisliberdade para arriscar na mix.

Paulo Farat

REPO

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Achei isso o máximo! É importante oartista confiar no profissional que pro-cura a melhor forma de reproduzir suamúsica”, salienta.Para Marcelo Oliveira, além de estarsempre disposto a ouvir o que cada ar-tista deseja, um bom técnico, para con-seguir imprimir sua marca pessoal aotrabalho, deve estar receptivo tambéma outros fatores. “É importante aliar atecnologia, ser aberto às novidades enão ter medo de arriscar, sempre respei-tando o artista e os arranjos. E sempreestar cercado de bons equipamentos ede uma boa equipe”, destaca.Entre esses equipamentos, Paulo Faratressalta a evolução dos produtos volta-dos para a monitoração e as conse-quências para o trabalho de todos osenvolvidos com música. “Atualmente,sou extremamente apaixonado pelouniverso in-ear. Dentro dos fones, con-sigo usar concepções de mixagens mui-to distantes do que era feito só com osmonitores”, compara.

EQUIPAMENTOSMarcelo vai além. Ele garante que umbom pré é de suma importância para o

resultado final de uma mixagem, moti-vo pelo qual usa consoles como DiGiCo,Avid Profile, Allen & Heath iLive eSoundcraft Vi6, sem contar um bom kitde microfones e um bom sistema.“Hoje, com as mesas digitais, é maisfácil e rápido obter um bom resulta-do. Mas também gosto de usar plug-ins, prés e compressores periféricosvalvulados. Sou da antiga, do tempodos dinossauros, tive o prazer de co-meçar a trabalhar com uma mesa APIe um gravador de rolo de 16 canaisAmpex com fita de duas polegadas. Osom era incrível! Sou muito mal acos-tumado”, recorda.Outra parte fundamental para o suces-so do todo é o alinhamento do PA. Paraauxiliá-lo nessa tarefa, Marcelo Oliveiraconta que, na estrada, usa equipamentoscomo o Áudio Toolkit e o Smaart Live,ao qual costuma chamar de ‘a terceiraorelha’. Já na passagem de som, ele éadepto, entre outras possibilidades, dosoundcheck virtual, mas não abre mãode uma passagem ‘pra valer’, com osroadies da equipe.“Estou sempre ligado nas novidades e osoundcheck virtual nos ajuda muito.

“Atualmente, sou

extremamente

apaixonado pelo

universo in-ear.

Dentro dos fones,

consigo usar

concepções de

mixagens

muito distantes

do que era feito

só com os

monitores do

que era feito só

com os monitores

(Farat)

Marcelo Oliveira

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Mas, na correria, meus parceiros roadies são ‘os caras’. Atu-almente, trabalho com Lucas Pitbull e Erick Fernandes,que são muito competentes”, elogia.Diferenças na forma de trabalhar à parte, Paulo Farat eMarcelo Oliveira concordam em um ponto: a busca poruma sonoridade própria é importante no reconhecimentode qualquer profissional. “Eu procuro trabalhar com artis-

tas que me dão essa liberdade, mas procuro também respei-tar a sua sonoridade. Não quero inventar a roda. Querosempre estar de bem com o que realizo”, avisa Marcelo.“O que caracteriza os profissionais bem cotados no merca-do é essa paranóia saudável de ter o seu trabalho reconhe-cido por ter características diferenciadas. Uma coisa puxa aoutra. Quanto mais a identidade própria de um engenhei-ro for clara, mais aumenta também a responsabilidade peloresultado”, observa Farat.Como exemplo do que acontece na prática, Farat contadetalhes do show do RPM, grupo com o qual trabalha atu-almente, que usa monitoração híbrida. “Além da seguran-ça, em caso de problemas com os in-ear, alguns detalhes demixagem ficaram interessantes. O Luiz Schiavon, porexemplo, usa apenas um lado do fone, com uma mixagembásica, e mixa seus teclados nos monitores frontais. Aindaexiste uma via separada com samplers e loopings, em ummonitor que fica atrás de seu praticável. E essa misturebaficou divertida”, garante.Marcelo Oliveira lembra de uma situação de estrada pelaqual passou e que pode trazer problemas para qualquertécnico. Foi quando ele chegou ao local de um show parafazer a passagem de som e se deparou com uma realidadeda qual não gosta.“O equipamento estava imundo! Peguei um pincel e co-mecei a limpar a mesa. Além disso, os cabos estavam enro-lados em formato de bobina, o que também não é legal.Estiquei-os e arrumei da forma certa. Depois, converseicom o dono da locadora. Afinal, um bom show começacom organização, um bom sistema, equipamentos em per-feitas condições e valorização do profissional que prestaserviço para ele e para mim”, sentencia.

Não quero inventar aroda. Quero sempre estar de bemcom o que realizo (Marcelo)“

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42 CALDASCALDASom o evento maior e estrutura gigan-te, o Caldas Country 2012, apesar de

durar “apenas” duas noites, levou cerca de30 dias para ficar de pé. Grandes nomes dosertanejo mais tradicional e do chamadoUniversitário se encontraram no palco,como as duplas Chitãozinho & Xororó eFernando & Sorocaba, e a cantora PaulaFernandes, pela primeira vez no palco doCaldas Country, e Jorge & Mateus.

C

Danielli Marinho

[email protected]

Fotos: Danielli Marinho /

Divulgação

Veteranos do festival também marca-ram presença como Luan Santana eGusttavo Lima, além de Israel Novaes,Cristiano Araújo, Humberto & Ronal-do, Israel & Rodolffo, Zé Ricardo eThiago. Mesmo com os shows termi-nando junto com o raiar do dia, a galeranão arredava pé e ainda sobrava fôlegopara acompanhar o trio que no primeirodia foi animado por Tomate e no segun-

Novo sistema de som e

luz da Pazini

sonorizaram e

iluminaram mais de 30

horas de música na

edição 2012.

43

COUNTRYCOUNTRY2012do dia pela banda Eva. A festa

emendava com os DJs tocandomuito eletrônico nas carrapetas,embalando mais de 30 horas demúsica no festival.

O SOMTudo novo. Tanto no som quanto nailuminação. A Pazini, empresa res-ponsável pela sonorização, ilumina-

ção e estrutura do Caldas Countryapostou para essa edição no sistemade som da LS Audio e, na ilumina-ção, nos equipamentos da DTS,por meio de uma parceria com a

HPL. Segundo Marivan Reis, res-ponsável pela sonorização do even-to, para essa edição, além de adota-rem o novo sistema da LS Áudio, onúmero de caixas foi ampliado.

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“Esse ano foram 50 caixasno sistema principal e 48subs. Ou seja, mais potênciado que ano passado”. Nomonitor, uma PM5D e umaDShow. Para o PA outra5D e uma Venue Profile, da

Digidesign. “Todo mundogostou do som do PA. Na verdade, percebinos riders que estão exigindo o LS Audio.

Eu não conhecia o som do sistema LSÁudio, só vim conhecer aqui e gosteimuito do som, e todos os técnicos tam-bém”, completa o técnico da Pazini.

CONFIGURAÇÃO DO SISTEMAA configuração do sistema, segundoMarivan, foi feita em quatro linhas. Umacom 12 e outra com 14 por lado. Entãoforam 52 caixas divididas em quatro par-

Sistema de sonorização daLS Audio foi uma dasnovidades desta edição

Iluminação teve novos equipamentos DTS e paineis de LED P6

Console Yamaha PM5D para o PA

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tes. Os 40 subs, modelo LS 218, foramdistribuídos em 20 por lado. “São 52caixas de alta e 40 caixas de sub. Asduas são usadas de acordo com o gostodo técnico da banda. A 5D é o mesmomodelo no monitor e PA, RD H”,completa o técnico. Para o PA dos ca-marotes, a opção foi usar 13 caixasEAW por lado, modelo 760, mais 40subs. “Esse ano está bem dividido ebem mais organizado. Na verdade, nãoestá sobrecarregando ninguém, ouseja, cada um está na sua área e estábem melhor para fazer o festival. Porexemplo, tem uma pessoa apenas paraplugar AC, outro só para plugar a ban-da, etc”, compara Marivan.

DIFERENCIALNo palco, uma Yamaha 01V foi usadapara fazer vídeo, telões e mídia. “Amesa era onde chegava tudo paramim. Locutor, DJ do locutor, vídeo, aimagem que ia rolar no telão de LED.Quando chega na 01V, mando o LRpara frente, porque há uma proces-

sadora lá na frente que entra direto,independente de os técnicos de ban-da estarem usando a mesa do PA ounão”, explica Marivan. Ano passado,segundo ele, quando os técnicos dasbandas viravam a cena, era necessáriocortar o áudio, ao contrário do queaconteceu este ano, quando a bandapodia virar a cena sem que e o áudioparasse. “Outro diferencial foi ter-

Digidesign na house mix

Paineis de LED e movings mais leves

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mos colocado as processadoras no PA eno monitor, assim todos os consoles en-tram nas processadoras e só saía o LRpara o processador”, completa.

Para Marcelo Félix, engenheiro de som dabanda Jorge & Matheus, o novo PA ado-tado no festival está entre um dos melho-

res da indústria brasileira. “O sistema LSAudio possui componentes importados,foi desenvolvido um perfeito guia de ondae as caixas, por sua vez, foram muito bemelaboradas com design adequado para usono Brasil, pois elas possuem muita pressãosonora”, ressalta lembrando que essa éuma característica essencial, principal-mente no sertanejo dos dias de hoje, que setornou mais pop. “O resultado é de altís-sima qualidade, tornando-se o melhorsistema nacional, sendo comparável a vá-rios sistemas importados”, resume.Dentre as características, Marcelo desta-ca o maior ângulo de cobertura e SPL dis-tribuído. “E, na vertical, maior direcio-nalidade sonora estendendo assim o SPLde forma impressionante em relação àdistancia (comprimento total) do ambi-ente, graças ao sistema de corneta hiper-bólica desenvolvido pela empresa”, enu-mera. Outra característica, levando emconta a versatilidade, segundo Marcelo, éque a LS Audio traz para esse sonofletor aopção de montagem aérea vertical (ver-tical array) com riging opcional no pro-duto, visando a expansão e necessidadedesse tipo de configuração no mercadode eventos de grande escala e possibili-tando maior excelência na configuraçãoe dimensionamento do sistema para uma

Outro diferencial foi termoscolocado as processadoras no PA e nomonitor, assim todos os consoles entramnas processadoras e só saía o LR

“Nesta edição, mapa de iluminação teve o dobro de moving lights

Configuração do sistema de som contou com duas colunas por lado,

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grande área e público elevado. Ro-berto Lima, técnico de PA de PaulaFernandes, já conhecia o sistema da

LS Áudio de longa data e diz que gos-ta muito. “O suporte que a empresadá é excelente. O ideal é a empresa

uma com 12 e outra com 14 caixas

vender o sistema montado, comple-to, com presets e amps indicadospelo fabricante”, fala, acrescentandoque, embora não viaje com consoles,sempre pede no rider as mesas Ya-maha e Digidesign.Baianinho, que atualmente é técni-co de PA da dupla Humberto &Ronaldo, também ficou muito satis-feito com a sonoridade. “Foi obtidoum dos melhores desempenhos detodos os eventos que eu fiz esse anocom Humberto & Ronaldo. Ele temsom brasileiro (alto SPL com altaqualidade)”, resume o técnico que,na noite anterior, também havia fei-to um show com o mesmo sistema epôde usar a mesma cena de partidapara o novo show. “Fique muito sa-tisfeito porque já começou pronto”.

ILUMINAÇÃOComo no som, na iluminação tam-bém foi tudo diferente. Segundo

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“Sempre quando

tem um festival,

todo mundo

quer apresentar

a marca e não tem

nada melhor

do que

fazer isso

em um evento de

grande porte

como esse aqui

e onde está

grande parte

dos sertanejos

(Dinei)

Equipe da Pazini (acima). Ao lado, Edilson Pazini, Jonas, Lucas e Dinei (à direita)

Roberto Lima, Marcelo Félix e Baianinho Técnicos de iluminação operam a console grandMA

Dinei, responsável pela iluminação dofestival, os movings que estavam nopalco, no ano passado, por exemplo, fo-ram colocados na plateia e, nessa edi-ção, o palco ganhou equipamentosDTS, por meio de uma parceria com aHPL. “Sempre quando tem um festival,todo mundo quer apresentar a marca enão tem nada melhor do que fazer issoem um evento de grande porte comoesse aqui e onde está grande parte dossertanejos, que é o segmento que inovaa cada ano”, observa Dinei. A quantida-

de de equipamentos também foi maior,em relação às edições anteriores. Só demovings, foi o dobro da quantidade.“Ano passado, por exemplo, foram 78movings e esse ano são 128. Foram 34Jacks, 18 Beam 3000, 24 Beam 300 e 22SPOTs 700 e 24 Nick Wash LED”, espe-cifica Dinei. O sistema foi dividido emseis linhas, cada uma operando com umaquantidade determinada pela mesa. Asimagens da plateia iam para os painéis deLED, por isso foi direcionada bastanteluz para o público aparecer. “A novidade

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Equipamentos DTS para a iluminação

Yamaha 01V foi usada para vídeo e telões

são os movings Jack, da DTS, de fa-bricação italiana e que são bem le-ves, cerca de 14 quilos. Então, paraa estrutura do palco é uma supersegurança”, avalia. Quanto ao ma-pa de luz, Dinei explica que, desde aprimeira edição do Caldas Country,procura desenvolver uma ilumina-ção que se ajusta a todas as bandas.

“O mapa de luz sai da minhacabeça mesmo, porque comoé um festival, não tem comoadequar o mapa a uma ou ou-tra banda, o que pode vir a fi-car descaracterizado”, fala.A parceria com a LED Gynesse ano inovou também nopainel de LED, trazendo osmodelos P6 que, por seremvazados, trouxe a possibilida-de de Dinei trabalhar com luzatrás deles. “É um painel demuita qualidade e, com rela-ção à estrutura, muito menosperigoso, podendo ser usadoao ar livre sem preocupaçãocom a chuva”, recomenda. Pa-

ra operar o sistema de iluminação,foram usadas duas grandMA, umagrandMA2 e outra MA pequena,que apesar de ser um pouco menor,tem o mesmo recurso da primeira,ficando só para gravação no estú-dio, enquanto a outra console esta-va pronta para fazer o show.

PARCERIASCom ingressos esgotados e umpúblico estimado em cerca de 50mil pessoas por dia, a produçãodo Caldas Country comemoroumais um ano de sucesso. Os in-gressos se esgotaram antes doprimeiro dia de festa, como nosúltimos dois anos. “A grande no-vidade é o PA da LS Audio queestá estreando no festival emparceria com a Pazini, e os pai-neis de LED, os P6, da LED Gynque tem o gerenciamento em ci-ma da grandMA”, ressalta Cris-tiano Martins, da Produz. “O fes-tival cresce a cada ano e nossoobjetivo é que o público se sintabem e confortável. A diferença emrelação aos outros anos é que a gen-te aumentou o tamanho do cama-rote Prime, que ficou com ca-pacidade para 2 mil pessoas.Outra novidade foi a área ExtraVIPcom capacidade para 30 mil pesso-as”, completa.

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GUETTA

ncendiando as pistas com hits comoThe World is Mine, Sexy Bitch, Tita-

nium, Without you e Turn me on, o DJ bri-tânico David Guetta se apresentou, no

último dia 19 de novembro, noRioCentro, para uma plateia

pra lá de diversificada – de ado-lescentes à cinquentões – e

extasiada pela música eletrô-nica. Além de celebrar a volta

do artista aos palcos cariocas(em 2012, Guetta participou

do show de Réveillon na praiade Copacabana), a ocasião

contou com a estreia do novosistema de som da Norton, o

LS6, fornecido pela locadora

ILuiz Urjais

[email protected]

Revisão técnica:

José Anselmo “Paulista”

Fotos: Ernani Matos /

Divulgação

Na terceira

vez no Rio de

Janeiro,

DJ inglês se

apresenta no

Riocentro

com sistema

Norton LS6.

“Som & Cia”, parceira da Loja paulista

Vitória Som, revendedora autorizada daNorton no Brasil.

De acordo com o proprietário da loca-dora, Daniel Melo, o interesse pelos

novos sistemas de som da Norton sur-giu de uma conversa informal com

Léo Garrido, técnico de som dos ‘Pa-ralamas do Sucesso’. “Nosso primeiro

equipamento Norton foi o P1, logopassamos para o LS3, e agora o LS6. A

qualidade excepcional e a resistênciados falantes me fizeram investir no

sistema. Esta é a primeira vez que uti-lizamos o LS6. Usamos o sistema Nor-

ton em todos os gêneros e ocasiõesmusicais”, garante.

GUETTA

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TOCA NO RIOao som da Norton

TOCA NO RIOao som da Norton

O técnico de PA da locadora, Sil-vio de Oliveira Neto, explica que

houve diversos obstáculos a seremvencidos na configuração do siste-

ma sonoro. “Quem conhece oRioCentro sabe dos notórios pro-

blemas de acústica do local. Tetomuito alto, grande reverberação...

Por conta disso, espalhamos oitotorres de delay pela casa, fazendo

RL e LR, e usamos um sistema du-plo no PA para dar inteligibilidade

ao som”. Para Silvio, o novo siste-ma de som da Norton atendeu per-

feitamente às exigências do gênerohouse. “Este estilo musical neces-

sita de sons muito graves, bastan-tes frequências baixas. O brasileiro

gosta de sentir a batida da músicaeletrônica, a pressão do som, e não

ouvi-la. Desta forma, trabalhamossempre no limite”, explica o técni-

co, há dois anos na empresa. Silviodiz ainda que o conceito brasileiro

de configuração sonora para a mú-sica eletrônica possui uma con-

cepção diferente dos técnicos desom gringos. “Eles querem

pressão, mas não no máxi-mo, para não ‘incomodar’

o público. Entretanto,quando o fã vem a um

show como este,quer sentir a ba-

tida no peito

Quem conhece o RioCentro sabedos notórios problemas de acústica dolocal. Teto muito alto, grandereverberação... (Silvio, téc. de PA)

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e uma sonoridade mais agressiva se faz

necessária. Por isso, disponibilizamossempre uma quantidade grande de equi-

pamentos e os falantes são os maiorespossíveis para atender a demanda”,

aponta. “Num show de pop, rock ouaxé, por exemplo, a exigência do profis-

sional é maior, pois deve acertar asfrequências de cada instrumento, privi-

legiando o timbre. Aqui, você alinha osistema e que venha o DJ”, aponta.

Line array composto por 24 caixas LS6 da Norton

Console Digico SD8 no PA comandou show do DJ britânico Daniel usa sistema Norton em todas as ocasiões

Amplificação Norton foi elogiada pelo técnico de Guetta

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De acordo com o técnico de mo-nitor Samuel Araújo, este tipo de

trabalho exige mais do profissio-nal, de uma maneira geral, pois

pede a atenção e o carinho do téc-nico e de todos os envolvidos para

acertar as frequências baixas, mé-dias e agudas.

“A grande dificuldade foi passaros cabos AC subterrâneos”, afir-

ma Araújo, que começou os tra-balhos de montagem da estrutura

na noite anterior, às 22h, termi-nando na noite seguinte, horas

antes do evento.

FALTA DE ACÚSTICAPela terceira vez no país com o DJ,o técnico de som Hassane Es-

Siahi afirma ter gostado do siste-ma da Norton, mas não aprovou o

nível de pressão sonora do even-to. “Na minha visão, o ponto mais

importante a ser considerado nasonorização é que o público consi-

ga apreciar a música e conversarentre si, sem precisar gritar, inde-

pendente do gênero musical. Se otécnico conseguir fazer isto, eu lhe

digo: é o melhor do mundo.” ParaHassane, é natural que os profissio-

nais da área considerem que quanto

mais alto for o som, maior será apressão sonora – teoria que não se

aplicaria à vida real. “Deve-se teratenção para que os falantes soem

igualmente entre si, checar o ‘es-pectro do som’ (amostra sonora

em termos da quantidade de vi-bração em cada frequência indivi-

dual) dos falantes etc. Enfim,acredito que se deva pensar, pri-

meiramente, nas pessoas que es-tão assistindo ao show. Se estão

felizes, se o som está confortávelpara elas, ou se está ferindo-lhes

os ouvidos. A pressão sonora vaialém do volume. Os falantes são

ótimos, já trabalhei com Nortonoutras vezes, mas nesta noite,

considerando a falta de acústicado RioCentro e, diante do exage-

ro de pressão sonora, não funcio-nou bem”, coloca.Yamaha PM 5D para o monitor

Silvio Neto usou sistema duplo no PA para dar inteligibilidade ao som Hassane não aprovou nível de pressão sonora

Samuel Araújo foi técnico de monitor

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58 RolandMA USINA SONORARealmente a quantidade de timbres

do Integra 7 impressiona até os mais cé-ticos. São mais de 6 mil disponíveis en-

tre timbres baseados na tecnologia Pul-se Code Modulation – PCM (Synth e

Drum Kit) e na tecnologia proprietáriaRoland SuperNATURAL (Acoustic,

Synth e Drum Kit). Presente nas placasARX (expansão de timbres para as

U

Luciano Freitas é técnico de

áudio da Pro Studio americana

com formação em ‘full mas-

tering’ e piano erudito

Na Expomusic de

2012, a Roland

Brasil, mostrando

estar alinhada

com o mercado

internacional,

trouxe em

primeira mão o

Integra 7, seu

novo módulo de

sons que vem para

assumir o topo

dessa categoria de

produtos. Mas o

que esperar desse

tão esperado

equipamento?

Roland7INTEGRA

workstations Fantom G), no V Piano e

nos atuais módulos de baterias eletrôni-cas da família V Drums, este conceito de

sons difere-se do encontrado nos sinte-tizadores com gerador de sons baseado

apenas em samplers, os quais são co-nhecidos por reproduzirem mera-

mente uma imagem estática dos sonsdos instrumentos musicais. Por meio da

tecnologia Behavior Modeling, os tim-

bres com tecnologia SuperNA-TURAL ganham vida nos dedos

do músico, reproduzindo as pecu-liaridades presentes na execução de

cada instrumento musical acústico(SuperNATURAL Acoustic To-

ne), minimizando a fronteira exis-tente entre os instrumentos musi-

cais eletrônicos e acústicos. Tam-bém diferente dos tradicionais mé-

todos de modelagem física encon-trados nos sintetizadores contem-

porâneos, os quais geralmente seprestam a analisar apenas o tipo e o

tamanho do material vibrante e,em alguns casos, a forma da resso-

nância, a Behavior Modeling anali-sa constantemente a execução mu-

sical, reagindo com base em infor-mações como o tipo de digitação

(melodia ou acorde), o intervaloentre as notas reproduzidas, a velo-

cidade de execução da frase musicale a articulação (execução ligada ou

destacada das notas), não exigindodo músico qualquer técnica musical

mirabolante para alcançar resulta-dos espetaculares.

Além dos timbres SuperNATU-RAL Acoustic Tones, a tecnologia

SuperNATURAL se faz presenteno Integra 7 por meio dos timbres

SuperNATURAL Synth Tones,destinados a recriar sons dos len-

dários sintetizadores vintages (ana-lógicos, híbridos e digitais) que

marcaram as décadas de 1980 e

1990, bem como a criar novas tex-turas musicais nunca antes ouvi-

das. Nesta categoria cada tone per-mite reproduzir o som de três par-

ciais, cada qual com um oscilador,

um conjunto de filtros (destaquepara as quatro expressivas curvas

do Low Pass Filter – LPF, com ca-racterísticas vintage), uma seção de

amplificador e um oscilador debaixas frequências (LFO).

Completa as três categorias detimbres baseados na tecnologia

SuperNATURAL a seção de Per-cussão (Drum Kit) e efeitos (SFX),

a qual traz uma grande variedadede sons de instrumentos percussi-

vos, frases vocais e efeitos sonoros,quase sempre requisitados pelos

mais diferentes estilos musicais.Baseados na tecnologia SuperNA-

TURAL presente na atual safra de

módulos de baterias eletrônicas VDrums (TD 30, TD 15 e TD 11), o

Integra 7 traz kits que respondemde forma suave e natural às mu-

danças de dinâmica e à execução

on no no no no

Completa as três categorias detimbres baseados na tecnologiaSuperNATURAL a seção de Percussão(Drum Kit) e efeitos (SFX)

““

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rápida de notas iguais (mesma peça). A

execução de rufos de caixa, tambores epratos atinge um novo patamar de ex-

pressividade graças ao controle em tem-po real de velocidade e volume proporci-

onado pela alavanca de modulação.

EXPANSIVIDADE EXTREMADisponibilizar timbres de suas placas de

expansão em novos produtos já não éuma novidade para a Roland (haja vista

o sintetizador XP-30, que trazia on board

as placas SR-JV80-02 Orchestral, SR-

JV80-11 Techno e SR-JV80-09 Session,e o módulo de sons JV-1010, trazendo a

placa SR-JV80-09 Session). No entan-to, no Integra 7 a Roland se superou, co-

locando à disposição do usuário todosos títulos (12) das maravilhosas placas

de expansão SRX (o valor financeiro dametade dessas placas já supera o do Inte-

gra 7). Além das placas SRX, o equipa-mento traz inclusos 6 novos títulos, os

quais utilizam o que há de mais recente natecnologia SuperNATURAL (ExSN1 –

Ethnic; ExSN2 – Wood Winds; ExSN3– Session; ExSN4 – A. Guitar; ExSN5 –

Brass; ExSN6 – SFX) e a expansãoExPCM HQ GM2 + HQ PCM Sound

Collection, que traz timbres de sinte-

tizadores clássicos que construíram olegado da Roland (famílias XP, JV, JD,

entre outras, estando disponíveis to-dos os timbres do inesquecível mó-

dulo XV-5080).Cada uma dessas expansões (exceto a

ExPCM HQ GM2 + HQ PCM SoundCollection) pode ser carregada em um

dos quatro slots virtuais disponíveis noIntegra 7 (a ExPCM HQ GM2 + HQ

PCM Sound Collection utiliza simul-taneamente os quatro slots). Como o

equipamento não possui slots físicospara expansão de timbres, presume-se

que a Roland pode passar a oferecersuas novas bibliotecas também em am-

biente virtual.

PODEROSO PROCESSADORDE EFEITOSJá na seção de efeitos (MFX), o Integra 7coloca à disposição do usuário 67 dife-

rentes algoritmos, entre estes densosreverbs, simuladores de alto-falantes

rotativos e complexos delays multi ca-madas. Em cada parte multitimbral do

equipamento (16 disponíveis, forman-do um Studio Set) o usuário terá acesso

Integra 7 - Editor iPad 1 - Motional Surround

“No entanto, no

Integra 7 a

Roland se

superou,

colocando à

disposição do

usuário todos os

títulos (12) das

maravilhosas

placas

de expansão

SRX

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a um MFX dedicado e um equalizador,sendo que o canal 10 (drum part) ain-

da conta com 6 compressores e 6equalizadores que possibilitam pro-

cessar individualmente as peças deuma bateria. Além desses proces-

sadores, o equipamento oferece umprocessador de reverb, um proces-

sador de chorus e um equalizador parainserir na saída master, os quais per-

mitem dar aquele “toque final” na úl-tima etapa do fluxo interno de áudio.

A grande novidade trazida pelo Inte-gra 7 na seção de efeitos é o algoritmo

Motional Surround, derivado da tec-nologia proprietária Roland Sound

Space – RSS. Esse processador intro-duz uma nova era de arquitetura sono-

ra espacial nesta categoria de equipa-

mentos, permitindo (inclusive naentrada de áudio externa) o con-

trole não apenas da panorâmicadireita e esquerda dos sons, mas

também da sua profundidade, ex-plorando um campo sonoro de

360° (agora se torna possível co-locar os instrumentos de solo

mais próximos do ouvinte e osinstrumentos de apoio mais dis-

persos no palco sonoro). Essatecnologia está disponível para a

saída estéreo (MIX), bem comopara a saída de fones de ouvido e

para as saídas individuais (outputsA, B, C e D), possibilitando des-

frutar dessa experiência sonoraem um sistema de monitoração

5.1 (5 caixas + 1 subwoofer).

Integra 7 - Editor iPad 2 - Palcas Virtuais SRX

A grande novidade trazida peloIntegra 7 na seção de efeitos é oalgoritmo Motional Surround, derivado datecnologia proprietária RSS

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CONECTIVIDADECOM O MUNDO EXTERNOO Integra 7 inclui em seu painel

frontal botões de navegação que per-mitem acessar rapidamente seus

timbres (divididos em categorias ló-gicas pela função Tone Finder) e seus

efeitos. Seu visor de cristal líquido(LCD), com resolução de 256 x 80

pontos, permite ao usuário acessar

no equipamento todas as informa-ções necessárias, no entanto, o ápice

da edição é atingido utilizando-se oeditor dedicado para o tablet iPad

(aplicativo disponível para download

gratuito na App Store) ou o editor

em formato de plug-in (VSTi), possi-bilitando uma interface gráfica impe-

cável. O usuário pode ainda estabele-cer a comunicação sem fios (wireless)

Para saber mais

[email protected]

entre o Integra e o iPad por intermédio

do adaptador WNA 1100-RL (acessó-rio vendido separadamente).

No painel traseiro do equipamento, ousuário encontrará diversas conexões

de áudio, incluindo saídas XLR estéreo(balanceadas), oito saídas individuais

(P-10), duas entradas de áudio (P-10),uma saída digital (coaxial), MIDI In, Out

e Thru e uma porta USB que suporta flu-

xo de áudio com taxas até 96 kHz/24bits. Já no painel frontal, encontram-se

presentes duas entradas de áudio (P-10),saída para fones de ouvido e uma porta

USB para conexão de uma unidade dearmazenamento flash (USB Memory) ou

do adaptador WNA 1100-RL.

O usuário pode ainda estabelecer acomunicação sem fios (wireless) entre oIntegra e o iPad por intermédio do adaptadorWNA 1100-RL

Integra 7 - Editor iPad 3

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CUBASEIXAGEM

Desde o Cubase 5 a Steinberg vemcaminhando num sentido de maturida-de da workstation como conjunto deferramentas de produção musical e definalização de áudio. O Cubase 6 trouxeo Halion Sonic SE com uma livraria detimbres abrangente e o upgrade 6.5acrescentou o Retrologue e o Padshop.

M

CUBASEOlá amigos,

De tempos em

tempos venho

repetir o ritual de

apresentação de

novas versões do

Cubase. E agora,

com o lançamento

oficial da versão 7,

não poderia ser

diferente. Porém,

desta vez, vamos

além de um ritual.

O que temos no

Cubase 7 é

bruxaria. As novas

implementações são

muito interessantes.

Além das

demandas dos

usuários

transformadas em

realidade, as

novidades são

surpreendentes.

7Marcello Dalla é enge-

nheiro, produtor mu-

sical e instrutor

Os recursos de mixagem foram incre-mentados com plug-ins VST3 e a ta-refa de mixagem teve um salto consi-derável em qualidade sonora e opera-ção. No Cubase 7 esse conjunto atingeum nível de refinamento e profissio-nalismo desejado por todo produtor.Vamos mostrar aqui os principais re-cursos implementados.

Figura 1a - Mixer escalável

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Começamos pelo mixer que foi total-mente redesenhado. O novo MixCon-sole traz um novo conceito em ergono-mia, aparência e organização. O algorit-mo de soma também foi retrabalhado etemos um upgrade de sonoridade acom-panhado por plug-ins de extrema preci-são incorporados ao mixer no formato“Channel Strip”. O mixer tem funçõesdivididas em formato multi-monitorcom ajuste em escala nas telas comquaisquer dimensões. Da mesma formao mixer pode ser condensado para umavisão seletiva dos canais em mix (Figura 1a).Na figura 1b temos a imagem completado mixer de uma sessão. À esquerda, opainel que organiza os canais exibidos(Channel Organizer). Na barra superi-or, a relação de Inserts e Sends dispostosde maneira visualmente confortável.Na direita: Control Room, Master Me-ter e Controle de Automação.Quando multiplas janelas de MixCon-sole são usadas, elas podem trabalhar in-dependentemente ou estar linkadas a umMixConsole. Neste caso, o “ChannelOrganizer “ afeta todas as janelas. A de-manda por um mixer de programação vi-sual mais objetiva já existe desde o Cubase5. Este formato que se apresenta noCubase 7 vem sendo desenvolvido pelaSteinberg com base nas necessidades deestúdio descritas por beta-testers e usuá-rios ao longo de vários anos.Em cada Channel Strip foram dispo-nibilizados novos plug-ins. A figura 2mostra o diagrama do Channel Strip. Oequalizador nativo do Cubase 7 é basea-do no VST3 Studio EQ paramétrico de 4bandas, com função de inversão para

identificar frequèncias a serem filtradas, bandas debaixa e alta frequência com diferentes tipos de shelf ecom um analizador de espectro nativo mostrado so-breposto à curva de equalização. O compressorimplementado é simples em operação, mas com sono-ridade admirável nos modos Normal, Tube e Vintage.Filtros de corte de baixas e de altas frequências estãopresentes com curva de 24dB por oitava (precisáva-mos deles há muito tempo). Temos também no Strip:Noise Gate nativo com filtro do tipo Side Chain ajustá-vel em frequência e fator Q, Envelope Shaper para con-tornos de Attack, Sustain e Release para redesenhar ascaracterísticas de determinado som, por exemplo: au-mentando ou diminuindo o impacto de fontespercussivas; reduzindo ou incrementando o ambientede reverb preexistente em qualquer fonte ou comosubstituto do gate. Temos disponíveis plug-ins de satu-ração (Tube/Tape Saturation) e plug-ins dinâmicos delimitação Maximizer, Brickwall Limiter e StandardLimiter proporcionando “punch” e definição na mix.No novo MixConsole é possível “linkar” os parâme-tros selecionados nos canais. Ao usar o “right-click”para fazer o link, uma janela específica se abre e permiteque você escolha quais parâmetros estarão linkados(Volume, Solo, Mute, Listen, Panner, etc). Os parâme-tros selecionados são lembrados sempre que um novolink é feito. Podemos ter também diferentes grupos decanais linkados. Os canais linkados mostram um nú-mero que identifica estes grupos. No modo “Hoc”, to-dos os parâmetros de multiplos canais selecionadosestão linkados. Esta implementação é comum em me-sas digitais e é fundamental no processo de mixagem.Precisávamos disso no mixer do Cubase.Muito interessante também é a implementação dos“Channel Zones” onde podemos especificar quais ca-nais queremos usar e onde queremos vê-los organiza-dos. A transferência e/ou cópia de plug-ins entre ca-nais está mais simples ainda, bastando pegar e arrastarentre canais no próprio mixer.

A Figura 3 mostra o Channel Central que permite o aces-so rápido de todos os parâmetros de cada canal incluindomedidor de sinal de entrada, roteamento, equalização edinâmica. O display muda automaticamente cada vez que

Figura 1b - Mixer Cubase 7

Figura 2Channel Strip

Figura 3 - Channel Central

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ajustamos contro-les em diferentescanais. A necessi-dade de mediçõespadronizadas de ní-veis sonoros em to-das as mídias de di-fusão trouxe ao Cu-base 7 um medidorde nível mais acu-rado, com todos osparâmetros neces-sários e com umaapresentação visu-al precisa. As figu-ras 4a e 4b mostramas versões do Mas-ter Meter. Os pro-tocolos de padro-nização de níveismédios e de picoforam implementa-dos no Cubase 7 pa-

ra melhor aferição dos níveis de finalizaçãoem rádio, tv e demais mídias.

ControladoresO leque de controles remotos para oCubase 7 foi ampliado. Além dos já co-nhecidos System 5 MC, Euphonix Ar-tist, Mackie Control, Steinberg Hous-ton, Yamaha DM 2000, etc, a Yamaha/Steinberg anunciou o lançamento dosistema NUAGE, que integra hardwaree software de uma maneira sempre dese-jada por produtores e engenheiros.Mostrado na figura 5, o NUAGE incluicontroles completos sensíveis ao toque,interface de audio com excelentesconversores e o total remoto dos soft-wares Nuendo 6 e Cubase 7.

Criação e produção musicalNa sessão de produção musical , o Cuba-se 7 trouxe novidades surpreendentes.O Chord Track traz possibilidades deharmonização e construção de voicingstanto em áudio quanto em MIDI. A fi-gura 6a mostra o Chord Track global. O

Cubase detecta a estrutura harmônicada música e devolve todas as informa-ções de escalas e acordes tanto para oscanais MIDI quanto para os canais deáudio processados pelo Variaudio. To-dos os canais selecionados vão refletiros ajustes harmônicos feitos na ChordTrack. Opções avançadas de voicing sãousadas para transformar partes existen-tes de uma maneira musical e com exce-lente resultado sonoro. Os acordes po-dem ser inseridos de várias formas: ma-nualmente com o mouse, tocando como teclado MIDI ou gerados automatica-mente a partir de partes MIDI existen-tes no projeto. Podemos gravar ou gerar

Figura 4a - Master Meter EBU Figura 4b - Master Meter

Figura 5 - Sistema NUAGE

FIgura 6a - Chord Track e o identificador de harmonia

67

um canal monofônico e depois harmonizar essa linhausando o Variaudio e a Chord Track, que orienta a esco-lha das notas no caminho melódico de cada voz. OCubase ainda traz uma livraria de presets harmônicoscom a opção de eleger extensões de acorde ou alteraçõesde harmonia como mostra o painel à direita na figura 6a.O caminho harmônico de uma melodia pode ter vári-as opções e depende de conhecimento musical... masnem tanto. O Cubase 7 traz o Chord Assistant, tam-bém chamado de assistente de composição inteligen-te, que ajuda a gerar sequências harmônicas desde asmais simples do pop às mais jazísticas. Mostrado nafigura 6b, o Chord Assistant pode gerar opções desequências harmônicas bastando definir o acorde departida e o de chegada, repetindo o termo high tech

que usei no início: bruxaria. A figura 7 mostra oVariaudio atuando polifonicamente com vozes adici-onais geradas a partir da Chord Track e do ChordAssistant, facilitando a construção de vocais harmô-nicos ou naipe de sopros, por exemplo.

Plug-ins e instrumentos virtuais

Além das implementações feitas no Cubase 6.5 que opor-tunamente reportei aqui na Backstage, o Cubase 7 trou-xe coisas novas que vamos listar num “bate bola” rápido.Voxengo EQ (versão full) – Figura 8. Um equalizadorde 64 bandas extremamente versátil e de excelentequalidade sonora. Possui um analisador de espectronativo que permite mostrar, salvar e carregar curvas deespectro sonoro para comparação e equivalência. Essatecnologia de ajuste permite que você possa transferirexatamente o som de um canal para outro. Aplicaçõesinumeráveis: igualar a sonoridade de uma guitarra,manter a equalização da voz gravada em estúdios dife-rentes, buscar o mesmo perfil sonoro de uma caixa debateria, igualar o som de dublagem de um diálogo, etambém opções criativas como trazer a curva de espec-tro da guitarra para a caixa etc. etc.Vintage Compressor – Figura 9a. Novo algoritmo deemulação em convolução. Soa bem, boa textura. Apli-cações a gosto do freguês.

Figura 6b - Chord Assistant

Figura 7 - Variaudio polifônico

Figura 8 - Vovengo Curve EQ

Figura 9a - Vintage Compressor

Figura 9b - Tube Compressor

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Tube Compressor – Figura 9b. Emula-ção de compressor valvulado em con-volução. Evolução considerável do an-tigo Tube das versões anteriores.Brickwall Limiter – Figura 9c. Limitercom novo algoritmo. Eficiente e comtecnologia de proteção de clips digitais.Falaremos especificamente dele e doscompressores em nossos tutoriais.

Halion Sonic SE – Figura 10. Ganhou 300novos timbres que vão de pianos acústicos ecordas até timbres analógico-digitais. Li-vraria diversificada e com qualidade sonora.Groove Agent One – Figura 11. Tambémganhou nova livraria de timbres criados egravados em 30 novos. Além disso, 150novos MIDI loops com muito groove, cri-ados pelo produtor Allen Morgan.

MIDI Loops do Sequel – Figura 12. Mi-lhares de loops MIDI trazidos da livrariado Sequel que carregam automatica-mente os timbres no Halion Sonic SE.De motivos orquestrais a riffs de rock,tem de tudo um pouco.

Produção sem fronteirasO Steinberg VST Connect SE permiteque músicos e produtores se conectemem diversos estúdios, produzindo egravando simultaneamente. Não im-porta se estejam em bairros, cidades oupaíses diferentes. O Controle do estú-dio é feito remotamente. Por exemplo:a submix que um cantor em um estúdiodistante ouve na monitoração é equili-brada e equalizada pelo produtor no es-

túdio de gravação. Temos ainda trans-missão de imagem, talkback e chat in-cluídos usando um protocolo de extre-ma velocidade para precisão na trans-missão dos sinais em tempo real, bastauma conexão de internet estável comrazoável banda de comunicação. Paraestúdios que não estejam operandocom o Cubase, o VST Connect SE temuma versão standalone gratuita quepode ser baixada do site da Steinberg.Produção simultânea sem limites deworkstation. A figura 13 mostra o pai-nel do VST Connect SE.

Menus e manuais em portuguêsO primeiro software de produção musicaldo mundo a considerar relevante a nossalíngua. Os menus, manuais e menu help

“Para estúdios

que não estejam

operando com o

Cubase, o VST

Connect SE

tem uma versão

standalone

gratuita que

pode ser

baixada do

site da

Steinberg

Figura 9c - Brickwall limiter

Figura 10 - Halion Sonic SE

Figura 11 - Groove Agent One

Figura 12 - MIDI Loops do Sequel

Figura 13 - VST Connect SE

69

tem a opção da língua portuguesa. Escorrega para o por-tugês dos nossos patrícios lusitanos, mas mesmo assim já éuma solução para todos que não têm facilidade nos demaisidiomas de apresentação. Essa implementação vai facilitara evolução técnica de nossos músicos e produtores na uti-lização do Cubase e ampliar a base de usuários.

Afinação

Tecnologia de Afinação Hermode – A afinação dasnotas sintetizadas é corrigida dinamicamente emtempo real e muda dinamicamente para maior compa-tibilidade com as escalas temperadas enquanto man-tém a precisão dos intervalos de terças e quintas.Quando combinamos instrumentos de afinação nãofixa, como metais e madeira, com instrumentos de afi-nação fixa, como guitarras e piano, todo o arranjo or-questral soa mais claro e definido. O mesmo resultadotambém em música eletrônica.

Tecnologia ASIO-Guard

Um modo de segurança implementado no protocoloASIO para evitar que ocorram falhas na transferênciade dados com interfaces e placas e uma forma deotimizar o desempenho da CPU.

Para saber online

[email protected] | www.ateliedosom.com.brFacebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

Basicamente temos aí os pontos altos do Cubase 7.Novas implementações que trazem a todos nós ferra-mentas criativas e técnicas para nossa arte de realizarmúsica e sons. Vamos seguir nossos tutoriais na mesmafilosofia de sempre: abordando funções comuns às úl-timas versões e específicas da versão 7.Grande abraço!

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UÇÃO

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DO MICROFONEA DISTÂNCIA

ara gravar uma guitarra, podemosusar desde apenas um microfone até

vários. Eu já cheguei ao exagero de seismicrofones para apenas um amplificadorde guitarra. O fato é que, mesmo apenascom um, ainda podemos obter um exce-lente timbre. E com vários também, masquanto mais microfones usamos, maistemos que ficar atentos ao alinhamento

P

O Tamanho do seu Estúdio

Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

PARTE 9

No artigo passado

analisamos, vamos

dizer assim,

teoricamente os

fatores tipo, posição

e distância dos

microfones usados

para gravar

guitarra. Agora

vamos falar sobre

algumas dicas do

que podemos fazer

na prática.

entre as fases de cada um, ou caso contrá-rio o tiro pode sair pela culatra.

VAMOS ANALISARPOSSÍVEIS SITUAÇÕES:

1 Microfone.

Por mais paradoxal que seja, essa talvezseja a mais trabalhosa de todas. Vamos

DO MICROFONEA DISTÂNCIA

71

ter que nos equilibrar entre trêsvariáveis (tipo, posição e distân-cia) com apenas uma peça. Não dápara dizer qual das três variáveis é amais importante e qual delas deve-ria ter prioridade ou ser o ponto departida. No entanto, temos quecomeçar por alguma. Vamos lá: eucomeçaria pela posição, mas não étão simples assim. A posição in-terage muito com a variável dis-tância. A influência da posição éinversamente proporcional à dis-tancia. Ou seja, quanto mais longeo microfone estiver do alto-falan-te, menor será a variação do timbreem função do posicionamento emrelação ao centro do alto-falante.E começaria “passeando” com omicrofone desde o centro até aborda do alto-falante para achar oponto onde houvesse o melhorequilíbrio entre graves, médios eagudos. É claro que esse equilíbrio

pode variar em função do timbre quevocê quer e esse, por sua vez, pode va-riar de uma música para a outra.Quanto mais próximo o microfo-ne estiver do alto-falante, maisperceptível será a variação detimbre no deslocamentoentre a borda e o centro.Uma vez que você ache oponto onde mais gosta dosom, experimente afastaro microfone um pouco. Omicrofone mais afastado daráuma profundidade maior ao som,mas lembre-se que quanto maisvocê afasta o microfone, menos éperceptível o timbre que vocêachou naquela determinada posi-ção em relação ao centro do alto-falante. Por isso, usei a palavra“equilíbrio”. É aquela velha histó-ria do cobertor curto que quandocobre o nariz descobre a ponta dopé e vice-versa. Uma vez achado o

ponto ideal, você ainda pode mudaro tipo do microfone para ver comosoa. Estou falando de microfonesque estão atualmente em produção,ou seja, acessíveis. Não adianta in-

dicar microfones “vintage”de milhares de dóla-

res, caros e difí-ceis de serem

encontradosaté no exterior,e que a maioriados mortais brasi-leiros não têm acesso,porque somos obriga-dos a pagar, no mínimo,o dobro do que custam

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por causa de uma carga tributária preda-tória. Pode ser que nessa mudança detipo de microfone você ainda tenha quefazer alguns ajustes adicionais tanto naposição quanto na distância. Normal-

mente os microfones que eu utilizo são os:Shure SM-57, Shure Beta 58, Sennheisere-609, Sennheiser MD-421 e Royer R-101 (ribbon). Raramente utilizo umcondensador no caso de microfonar umamplificador de guitarra com apenas ummicrofone. Uma das vantagens de se utili-zar apenas um microfone é não precisarse preocupar com alinhamento de fase.

2 MicrofonesA - Paralelo. Se falarmos que a posiçãoem relação ao centro muda o timbre,sendo o centro mais agudo e a bordamais grave, por que não ter os dois? Um

bom ponto de partida é colocar ummicrofone bem no centro do falante,captando os agudos, e outro na bordapara pegar os graves. Neste caso, émelhor escolhermos os mais ade-

quados para cada tarefa. E co-meçaria colocando o ShureSM-57 ou o Sennheiser e-609no centro. Uma dica: se achar

que o som está agudo demais,você ainda pode manter o micro-

fone no centro dando uma inclina-da a 30º em relação ao eixo do alto-falante. Isso irá “amaciar” os agudos.Para a borda, escolheria um microfo-ne que fosse mais adequado para cap-tar graves, como o Shure Beta 58ou o Sennheiser MD-421.Se eu quisesse realmente

grave, não descartaria a hipótese de uti-lizar um AKG D-112, no lugar. Os mi-crofones do tipo ribbon como o RoyerR-101 também podem ser usados nessaposição, mas lembre-se: microfones

ribbon são frágeis e po-dem ser danificados se ex-postos a volumes muitoaltos. Neste tipo deposicionamento emparalelo normalmentetambém não precisa-mos nos preocupar mui-to com o alinhamentode fase, apenas com apolaridade. Como noposicionamento emparalelo os microfo-

nes estão à mesma distância em relaçãoà fonte sonora, as fases estarão alinha-das sem defasagem. Apenas cheque se apolaridade está correta. Se algum dosmicrofones estiver com a polaridade in-vertida, haverá uma enorme perda degraves. Nesse caso vá aos controles dopré-amplificador e inverta a fase de umdos microfones. Normalmente essecontrole tem esse símbolo: ø

B - Perpendicular. Também conhecidacomo Close/Far. Consiste em posicio-nar um microfone perto e outro distan-te do alto-falante. O microfone posi-cionado mais próximo do alto-falantedá mais presença, e o distante dá maisprofundidade. Por que também não teros dois? Para se achar a posição e tipo domicrofone utilizamos o mesmo proces-so de microfonação com um microfone,apenas não levando em consideração ofator da distância, pois esse fator serácoberto pelo segundo mi-crofone. Após posi-cionar o micro-fone que fi-cará perto

O microfone posicionado maispróximo do alto-falante dá mais presença, eo distante dá mais profundidade. Por quetambém não ter os dois?

73

(close) colocamos o segundo em uma distância a partir de30 centímetros do primeiro microfone. Eu normalmenteuso aproximadamente um metro. Mas pode ser mais. De-pende do quanto de profundidade e quanto de “sala” vocêquer. Lembre-se que quanto mais longe, distante (far), esti-ver posicionado o microfone, maior influência da reverbe-ração do ambiente (sala) você terá neste microfone. Maisuma vez, a distância depende do quanto você quer de pro-fundidade neste microfone. Mas, nesse caso, a distância en-tre um microfone e outro fará o som atingir cada um emtempos diferentes, fazendo que a fase deles fique desalinha-

Para saber mais

[email protected]

da. O efeito é perceptível em distâncias a partir de20 centímetros. Neste caso existem duas coisas quepodem ser feitas para corrigir a defasagem: uma, àmaneira antiga, é reposicionar o microfone distanteaté minimizar o máximo possível a perda de gravescausada pela defasagem dos sinais. A segunda, que éa que eu utilizo, é observar o desenho da onda(wave) nos dois canais (tracks) utilizados para osmicrofones. Você irá perceber que as duas ondas têmdesenho semelhante, porém a do microfone distan-te começa depois da primeira. Manualmente, arras-te a onda do microfone distante até que o desenhodele comece exatamente junto com o desenho docanal do microfone perto. Desse modo você alinhouas fases. Se você perceber que ao alinhar as ondaselas estão invertidas uma em relação à outra (umaestá de “cabeça para baixo”), inverta a fase de umadelas utilizando um plug-in ou função do programa.O símbolo da inversão de fase é o mesmo do pré-am-plificador: ø Abraços.

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ESTÚDIO DEDevemos considerar diversos fatores

quando estamos tratando de assun-tos tão vastos quanto este. Pois, com oavanço tecnológico e a abertura das“fronteiras” que separavam a indústriado áudio e dos instrumentos musicaismundiais do próprio Brasil, hoje a logís-tica ficou muito mais facilitada. Hajavista que qualquer home studio com umcomputador relativamente bem equi-

pado, um bom conversor e dezenas deplug-ins, pode facilmente fazer grava-ções satisfatórias.Com isto, concluímos que as necessi-dades também mudaram, evoluíram,transmutaram-se em outras. Por e-xemplo, qualquer estúdio aceitávelterá um plug-in de afinador, correto?Sim… e, não! Como poderemos confiaro suficiente neste fato, ou mesmo na

O QUE LEVAR PARA O

ESTÚDIO DE

2013… Início de

ano, início de uma

era, começo dos

tempos. Ops, este

parece um

contraponto à

matéria anterior…

Pensando sobre

estes assuntos,

concluí que seria

benéfico iniciar o

ano com dicas de

quais equipamentos

e dispositivos o

baixista deve levar

para o estúdio.

Jorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

75

GRAVAÇÃOGRAVAÇÃOimpossibilidade do plug-in nãoabrir? Então…

COMECEMOS PELOBÁSICO:INSTRUMENTOS: Levar o bai-xo escolhido para a gravação, masdar também opções diversas parao produtor e os demais envolvidosno projeto. Melhor separar umbaixo passivo, um ativo e um fret-less. Se tiver opção de 4, 5 e 6 cor-das, baixolão, electric upright (oumesmo um acústico, quando soli-citado) leve-os.

Desnecessário lembrar que as pilhas ebaterias dos instrumentos (ativos),afinadores, (...) devem sempre ser conferidase estar em plena carga

“CORDAS: o melhor é trocar ascordas dois dias antes, afinar e to-car um pouco para a afinação aco-modar bem. Cordas novas costu-mam demorar um pouco pra man-ter o pitch, então a dica é sempre vá-

lida. Porém, não deixe de levar umpacote extra de cordas novas parao estúdio, para o caso de algumcontratempo.

CABOS: leve vários, de boa mar-ca, com metragens diferentes ecom plugues de qualidade.

AFINADOR: carregue semprecontigo um afinador estável e bemcalibrado. Confira se está no pa-drão (normalmente e na maioriados casos em 440hz).

BATERIAS E PILHAS: Des-necessário lembrar que as pilhase baterias dos instrumentos (a-tivos), afinadores, pedais de e-feito e outros equipamentos, de-vem sempre ser conferidas e es-tar em plena carga. Leve sempreuma ou duas novas como extrasó para garantir.

EFEITOS: leve alguns efeitos quesejam considerados justificadospara aquele estilo musical. Desne-cessário dizer que para uma grava-ção de estilos folclóricos, por exem-plo, não devemos colocar fuzz/

distortion no baixo… deixe istopara as fusões e world music. Se ti-ver um preamp classe A, e con-fiável para seu próprio timbre e so-noridade, leve-o.

DEMAIS EQUIPAMENTOS: setiver EBow, palhetas, plectro ououtros dispositivos interessantes,desde que coerentes com o estilomusical, coloque-os no bag tam-bém! Não se esqueça de tripés deapoio para os instrumentos.

FERRAMENTAS: um pequenoalicate de corte para as sobras deponta das cordas recém trocadas,uma chave para o tensor, chavesallen para os carrinhos da ponte euma chave de fenda philips paraapertar os parafusos do braço (senecessário). Uma flanela limpa eseca é um bom apetrecho. Pode serusada com um produto especialpara limpeza de cordas e, se o ins-trumento tiver acabamento emmadeira, uma boa cera de abelhapode fazer milagres.Outra questão fica com a manu-tenção e limpeza dos equipamen-tos todos. Sempre que terminaruma sessão de gravação (ou mesmouma gig ou estudos), lembre-se de

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Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

limpar as cordas, corpo e braço dos ins-trumentos então utilizados, com umpano macio e seco (uma flanela, porexemplo), pois isto ajuda a manter a to-cabilidade em dia.Um pequeno detalhe que muitos dei-xam passar despercebido (ou por faltade “informação”) é em relação à manu-tenção geral de cabos e demais equipa-mentos. Volta e meia é importanteolhar e testar cada cabo para ver se assoldagens estão funcionando e se osmesmos não estão partidos. Há ótimasopções no mercado de pequenos apare-lhos para testes de cabos. No caso dosinstrumentos, devem ser observadas atensão das cordas, a ação (altura em re-lação à escala) das mesmas no nut (ca-potrasto) e na ponte, se estão novas oumuito gastas pelo uso constante, se asoitavas estão alinhadas (verifica-secom afinador e ajusta-se nos carrinhosda ponte), a condição das baterias 9v (sefor um instrumento ativo), a condiçãoda curvatura do braço (ajusta-se notensor com uma chave apropriada), poisela muda constantemente com os fato-res climáticos (temperatura ambiente,

umidade relativa, pressão atmosféricaetc.), a situação da parte elétrica do ins-trumento (acesse-a através da tampatraseira retirando os parafusos e veja se,eventualmente, pode estar oxidada,úmida, com os fios ou soldas soltas equebradiças, pelo tempo) e a limpeza ehigiene geral do instrumento (sim, poisimagine a quantidade de germes que es-tão nas cordas velhas do seu baixo?).Mais do que isto? Uma boa disposição,flexibilidade, pontualidade e… a técni-ca em dia! Boa gravação.Paz Profunda .:.

No caso dos instrumentos, devem ser observados a tensão das cordas

“ Volta e meia é

importante olhar e

testar cada cabo

para ver se as

soldagens estão

funcionando e se os

mesmos não estão

partidos. Há ótimas

opções no mercado

de pequenos

aparelhos para

testes de cabos.

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O SOM DA

ão João da Barra é um simpáticomunicípio do Rio de Janeiro que

fica quase na divisa com o Espírito San-to. Além dos royalties do petróleo, a ci-dade vive um clima de euforia e de te-mores com a construção do maior com-plexo portuário da América do Sul, depropriedade de Eike Batista. É neste cli-ma que a prefeita Carla Machado cons-truiu e inaugurou o Parque de Exposi-

[email protected]

Fotos: Ernani Matos /

Divulgação

ções Manoel Rangel Peçanha, o “ExpoBarra”, um enorme espaço ao ar livrenas margens da Rodovia BR-356, entreGrussaí e São João da Barra.Mesmo com a forte chuva que castigou acidade nos dois primeiros dias da festa, opúblico estimado em cerca de 50 milpessoas por dia dançou e se divertiu aosom das bandas Cheiro de Amor; Avi-ões do Forró; dos cantores Gusttavo

Quatro mega shows

na inauguração do

Centro de

Exposições de São

João da Barra.

O SOM DAEXPO BARRAEXPO BARRA

2012

Banda Aviões do Forró

79

Lima e Victor & Leo. No final doevento, a prefeitura estimou o lu-cro em 4,8 milhões para os cofrespúblicos e para os comerciantes eambulantes que participaram den-tro do espaço e nos arredores.

SONORIZAÇÃOA Extra Som é uma empresa sedia-da no município e foi a responsá-vel pelo sistema de som e da luz.No PA principal foi usando o novoline array da Machine Mach 815,além de quatro amplificadores 14.0,oito amplificadores 8.0 e quatroamplificadores 3.5, todos Machine,modelo SD. Foram usadas duas tor-res de delay com caixas ACL 1212,com oito caixas em cada torre. Paraa mixagem, foram usados um con-sole Digidesign Mix Rack na housemix e um console PM5D RH namonitoração do palco; além dosprocessadores driverack DBX 4800.No palco foram utilizados side du-

plo modelo KF 850 e subs 850, mo-nitoração SM 222 e SM 400.A iluminação foi montada com gridQ50, duas mesas Avolites Pérola2010 e Touch; 32 refletores paresLEDs de 3 watts; 36 refletores PAR64; 40 ACLs; 12 strobos atomics;20 elipsoidais; 12 minibruts, 12

Beam (SGM)300, 10 Giotto; 20PRs Pillot 575; oito wash e três ca-nhões seguidores.

O SOM DA BANDAAVIÕES DO FORRÓNo segundo dia, a equipe da Back-stage esteve no evento e conversou

João Carlos e Emilson C. Amaral

Console Digidesign na house mix

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com o técnico de PATibério Gama Car-doso (Tiba) e comJosé Claudio Pereira,o “Claudino”, técni-co de monitor.Tibério, ou Tiba, como é mais conhe-cido, entrou na banda há três anos emeio com a missão de trazer para o PAo mesmo som da banda em estúdio,com os timbres dos instrumentosmuito bem definidos, procurandomanter o máximo possível a mesmaqualidade conseguida na gravação.“Como a cara dos Aviões é a bateria,temos que apresentar um som bonito,alto, com todos os instrumentos etimbres bem definidos e com o som

limpo, sem a sujeira do volume alto.Mantemos o nível de SPL entre 100 e105 dBs. A minha história no áudiocomeça carregando caixas de umabanda de baile. Depois fui auxiliar otécnico que também era dono da ban-da e do estúdio até passar a mixar abanda nas apresentações. Foi nesteperíodo que tive o meu maior apren-dizado, pois a banda tocava de tudo,MPB, rock, forró, frevo, axé, etc e eutinha que acompanhar a mudança

Mach 815 o novo Line da Machine

Toda estrutura do evento foi feita pela Telaviva Estruturas

81

dos estilos e dos timbres numa mesaanalógica. Hoje fica mais fácil numamesa digital. Também passei por váriasbandas até ser convidado a integrar estaformidável estrutura que é a banda Avi-ões do Forró”, comenta Tibério.Sobre o evento, Tiba tece elogios à es-trutura dos organizadores e à sono-rização. “Gosto do timbre do novoline da Machine, porque tem o tim-bre que agrada ao pessoal do Nordestecom os médios graves bem definidos.

Também gosto de va-lorizar as coisas feitasno Brasil. Agradeço oapoio e o profissio-nalismo que o pessoalda Machine deu nesteevento e à nossa ban-da”, finaliza Tibério.Já o técnico de mo-nitor Claudino, quecomeçou na banda

há sete anos (a banda tem 10) faz umamixagem padrão ao estilo Forró bematualizado, utilizando mesas digitais,monitoração in-ear para os músicos emonitores (caixas) para os cantores.“O meu trabalho é servir os músicos eartistas atendendo as suas necessida-des no que se refere às frequências etimbres de seus instrumentos. Comoa banda é composta por músicos pro-fissionais com bom conhecimentotécnico, o meu trabalho fica mais fá-

Rack de amplificadores

Tibério (Tiba) Gama Cardoso José Claudio (Claudino) Pereira

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cil e flui naturalmente compoucas interferências pon-tuais”, ressalta, agradecen-do o apoio da Extra Som eda Machine.

UM PEQUENO HISTÓRICONinguém melhor para falar sobre a em-presa que sonorizou o evento do que oseu proprietário, Emilson CardozoAmaral. “A nossa empresa surgiu em1988, mas o nome Extra Som surgiu porvolta do ano 2002. Éramos uma empre-

“Outro fator muito

importante foi o

inicio da parceria

com empresas

como a Machine,

por exemplo. A

Expo Barra foi,

com certeza, o

maior evento

já realizado

no município de

São João daBarra

(RJ) em todos os

tempos

(Emilson)

sa pequena e que necessitou de constan-tes investimentos devido às dificulda-des e peculiaridades de ser do interior.Daí fizemos alguns investimentos erra-dos, por falta de conhecimento e experiên-cia.”, relembra.

Console PM5D RH (monitor)

Equipe da Machine com os técnicos da banda Aviões do Forró

Torre de delay

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A entrada da Extra Som no mer-cado profissional começou com otreinamento do corpo técnico daempresa, visitas às feiras em SãoPaulo, participação de seminári-os e cursos e assinaturas de revis-tas, como a própria Backstage,aliado à experiência com os téc-nicos de bandas que começaram ase apresentar na região. “Outrofator muito importante foi o ini-cio da parceria com empresascomo a Machine, por exemplo. AExpo Barra foi, com certeza, o

maior evento já realizado no mu-nicípio de São João da Barra (RJ)em todos os tempos. A presençade público recorde, a infraes-trutura montada pela prefeiturae o perfeito entendimento entreos promotores (Secretaria de Tu-rismo), nossa empresa e a produ-ção das bandas, foram pontos de-terminantes para o sucesso aolongo dos quatro dias”, completa.No Palco I, foram quatro shows degrande porte - Cheiro de Amor,Aviões do Forró, Gustavo Lima e

Vitor & Leo. No Palco II, ainda ti-veram outras atrações e, além dosom e da iluminação para a TendaCultural, a Extra Som também foiresponsável pela sonorização du-rante o evento de inauguração doParque de Exposições Municipal,“A nossa empresa foi escolhida pelaexperiência desenvolvida nas deze-nas de shows nacionais já executa-dos, pelo equipamento colocado àdisposição das bandas e por termossido a empresa vencedora da últimalicitação feita pelo Município deSão João da Barra. Evento de portecomo a II Expo Barra gera dificulda-des, porém todas as que surgiramforam superadas com dedicação emuito boa vontade de todas as par-tes envolvidas. Este evento deixaum grande legado para nossa em-presa. Gostaria de agradecer a Deuse a parceria e o apoio técnico daMachine, João Carlos, Fred e Neto,e aos técnicos Bicui (PA), VitorHugo (Monitor), Diego (Ilumina-ção), Tiago (PA); Palco II, Claiber(tenda da praça de alimentação);Yhoran Sebastiam (Iluminação) e atodos os demais auxiliares da ExtraSom”, enumera.

Staff da banda Aviões do Forró

Staff da locadora Extra Som

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om arrecadação em cerca de R$ 50mil, o álbum é resultado de um

‘insight’ tido por Carlos, após convitepara participar como atração principaldo festival ‘Metal Open Air’, em abrildeste ano, em São Luis, no Maranhão. “Aformação deste CD é a mesma que gra-vou os discos mais populares, entre 1986e 1990 (Antes do Fim, Dividir & Conquis-

tar e Searching for the Light). Foi uma ma-neira de presentear os apoiadores. Alémdo mais, na realização de 2012 não de-

C

Luiz Urjais

[email protected]

Fotos: Divulgação

pendemos de ninguém, senão do pú-blico. Para termos dado início à campa-nha de financiamento, corremos todaespécie de riscos, entre ônus e bônus:descrédito, sucesso, fracasso, apoios, crí-ticas... Quando a banda começou, ima-gine só, vendi uma coleção de selos parabancar o primeiro disco, em 1984, oUltimatum (relançado em LP pelo seloHell Music). Trazer o socialismo à músi-ca é fazer história em grupo. A luta pelaarte livre é coletiva. E o crowdfunding

Doze anos após o fim da

banda, a Dorsal Atlântica,

uma das pioneiras do gênero

trash metal no Brasil, retorna

às atividades com o álbum de

inéditas, 2012, gravado entre

julho e setembro, no estúdio

SuperFuzz, no Rio de

Janeiro. Com lançamento

previsto para o final de

outubro, o trabalho,

financiado por fãs através da

plataforma crowdfunding,

marca a volta de Carlos

Lopes (vocais e guitarra),

Cláudio Lopes (baixo) e

Hardcore (bateria),

integrantes da formação

original que se reuniu, pela

última vez, há 22 anos.

DorsalDorsalAtlânticaÌCONE DO METAL NOS ANOS 80 RETORNA COM NOVO CD

87

propõe a ideia de construir uma o-bra juntos, sem intermediários en-tre os fãs e a banda”, explica o mú-sico carioca, cuja campanha de fi-nanciamento coletivo se desenro-lou por 45 dias.De acordo com Carlos, o trabalho édividido em temas que se inter-re-lacionam e conectam as questõespolíticas e filosóficas. Cada faixaexpressaria um manifesto, seja pes-soal ou coletivo, priorizando o as-pecto ideológico que, para ele, é tãoimportante quanto o musical. “Otítulo do álbum simboliza ‘um anode profundas transformações; o anodo impossível’. E o que haveria demais ‘impossível’ que um novo dis-co da Dorsal Atlântica?”, satiriza.“Música, valores espirituais e polí-ticos coesos. Essa é a ordem quemantém os temas unidos: morte,guerra e conflito; valores morais epatrióticos; de minha vida pessoal;políticos e sobre a Ditadura”.Ainda de acordo com Carlos, o ál-bum soma a tradição musical dabanda a elementos modernos, semdescaracterizar a proposta inicialda Dorsal Atlântica. “Uma parteimportante do processo de compo-

sição é a “incorporação”. Vocêengravida pela ideia e as músicas eletras surgem umas após as outras.

Não somos as mesmas pessoas quegravaram os discos nas décadas de80 e 90. Falando por mim, percebo

Carlos, Hardcore e Claudio se reúnem depois de 22 anos para álbum de inéditas financiado pelos fãs

Banda arrecadou fundos pelo Crownfunding Dorsal Atlântica no início da carreira

Sergio Filho escutou bandas de metal dos anos 80 para identificar a sonoridade exigida pelo grupo nas gravações

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que sou mais objetivo e só escolho o quegosto de cara, não fico burilando, ten-tando consertar. A rapidez não interferena qualidade, apenas mostra que o foco émaior. Quando a banda estava na ativa,lançávamos um novo trabalho, no maistardar, a cada três anos. Eu compunhacom uma boa margem de tempo e testá-vamos as músicas ao limite, até que esti-vessem entranhadas. Dessa vez foi com-pletamente diferente: teríamos “ape-nas” quatro meses para compor, ensaiar eprensar. O cronograma foi cumprido,sem afetar em nada a qualidade do traba-lho”, assegura.

GRAVAÇÃOSegundo o técnico de som de 2012, Ser-gio Filho, o maior desafio desta emprei-tada foi aliar o que os três músicos têmde melhor ao que os conecta com os fãs.Ele afirma que, desde o início do proces-so, considerou a importância da bandapara o metal nacional, bem como o fatode ter sido um disco financiado pelopúblico. “Foi o trabalho mais impor-tante na minha carreira até o momen-to. Bastante singular pela característicaold school. Nunca fui especialista nometal dos anos 80. Como laboratório,escutei bandas daquela época”. Sergio

conta que o convite surgiu no iníciodeste ano, quando o esboço de retornoda banda estava sendo feito. “Conheci oCarlos em 2008 e tive a oportunidade deatuar com ele, também em 2010 e 2011,em projetos diversos. Foi uma grandehonra ser convidado para gravar e mixaro disco. Senti-me muito grato pelaoportunidade, tendo em vista que umabanda deste porte poderia ter convida-do qualquer produtor de renome nomercado. Trabalhar para o artista é maisimportante que tudo. Um bom disconão é feito por disputa de egos e sim pordedicação e trabalho em equipe”, opina.Para o técnico, um dos motivos que olevou a indicar o estúdio SuperFuzz foi apresença do conversor Aurora, da Lynx.Em sua opinião, este é o melhor con-versor AD/DA, superando os originaisdo Pro Tools HD. “Como a banda, eprincipalmente o Carlos, prezavammuito pela sonoridade old school, umbom conversor se fez essencial paramanter os timbres orgânicos”, comenta.Para a microfonação de bateria, Sergioutilizou 01 AKG D112 dentro do bum-bo, e 01 MXL 2003, fora. Neste último,todos os agudos e médios foram corta-dos, para simular o efeito obtido com oYamaha Sub Kick. Para a caixa, 01 Shure

Mixagem demorou cerca de quatro horas por música e foi dividida em subgrupos abertos na mesa Mackie

“Conheci o Carlos

em 2008 e tive a

oportunidade de

atuar com ele,

também em 2010 e

2011, em projetos

diversos. Foi uma

grande honra ser

convidado para

gravar e mixar o

disco. Senti-me

muito grato pela

oportunidade

(Sérgio Filho)

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SM57, na pele de ataque e na estei-ra, e 01 MXL 603S apenas na pelede ataque. Nos tons, foi usado 01

Lista de equipamentos utilizados na gravação

Plataforma:

- Avid Pro Tools 9.0.6

- Interface M-Audio 2626 + conversor

Aurora Lynx 16 (total de 24 in/out

analógicos e 2 in/out digitais)

- Mesa de som Mackie 1604 VLZ3

- Diversos plug-ins

Monitoração:

- Event TR-8

- Yamaha NS10 (amp Hafler Pro2400)

- Fones AKG K-44

- Fone Vic Firth Para Bateristas

- Presonus Central Station

- Furman Headphone Amp

Periféricos:

- API 3124+ (preamp 4 canais)

- ART Dual MP (preamp valvulado 2 canais)

- Joemeek TwinQ (preamp 2 canais

com compressor e EQ)

- Joemeek ThreeQ (preamp com com-

pressor e EQ)

- Empirical Labs EL8-X Distressor w/

British Mod (compressor)

- Empirical Labs Fatso Jr. (compressor

estéreo)

- Empirical Labs UBK Fatso (compres-

sor estéreo)

- FMR Audio Really Nice Compressor

(compressor estéreo)

- Gravador de rolo ¼ de polegada

AKAI 4000DB

- Fita N.O.S. Agfa dos anos 70

Microfones:

- AKG C418 – condensador (2)

- AKG D112 – dinâmico

- AKG D5 – dinâmico

- Audio Technica AT3035 – condensador (2)

- Audix i5 – dinâmico

- Blue Spark – condensador

- MXL 2003 – condensador

- MXL 603S – condensador

- Rode NT-5 – condensador (2)

- Senheiser e609 – dinâmico

- Shure SM 7 – dinâmico (2)

- Shure SM 57 – dinâmico (5)

- Shure SM 98 – condensador

Amplificadores guitarra / baixo:

- JCM800 MKII 50 Watts

- Caixa Marshall 4×12 1960A

- Caixa Ampeg 4×12 angulada

- Ampeg B2R

- Hartke HA 2000

- Caixa Hartke 4×10

Pedais:

- Ibanez Tube Screamer (2)

- MXR Dyna Comp (2)

- Boss Noise Gate

- Electro Harmonix Big Muff

- Oitavador Onerr

- Dunlop Cry Baby

- Furmann Booster

Instrumentos:

- Gibson Flying V 74

- Charvel anos 80

- Fender Precision Bass 73

- Yamaha BB3000A anos 80

- Bateria Pearl Session Series 22x10x12x16

- Surdo 14 Mapex Venus Series

- Caixa Pinguim 1965

Outros:

- Radial JD-7 Injector – DI, Reamp e Splitter

- Direct Box Passiva Whirlwind (2)

par de AKG C418 – o que ele des-creve como a grande descoberta.“É um microfone que já está fora de

linha, mas que tem uma equalizaçãoprópria para tons, além de ser hi-percardioide, o que ajuda a mini-mizar os vazamentos de pratos”.Para os dois surdos, foram 02 ShureSM7B, com o boost de médios liga-do e o corte de graves desligado. Nocontratempo, 01 Shure SM98.Nos overheads foram usados 01par de Rode NT-5, completadoscom dois Audio Technica AT3035apontados para a porta da sala degravação, para obter ambiência.“Colocamos um Blue Spark atrásdo Hardcore para, posteriormente,ser comprimido ao extremo com oDistressor”, afirma. “Na parte deprés, usamos o API 3124+ para obumbo, caixa e overheads. Esse préé excelente, pois, além de possuirbastante ganho, a ruído quase zero,as saturações são muito musicais,por isso não tenho medo de deixá-lo clipar de vez em quando. No

Setup de Carlos: amplificador JCM800, da Marshall, está há mais de 30 anos com o guitarrista Instrumentos estão com os músicos desde os 70

Gibson Flying V 1974: um dos ícones da banda

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restante, usamos os JoeMeek TwinQ eThreeQ, o ART Dual MP e os prés damesa Mackie 1604 VLZ3. Optei porcomprimir certas peças já na gravação. Omicrofone interno do bumbo e o SM57da caixa passaram pelo Fatso UBK, umaversão modificada do original, ambos naconfiguração Splat, que gera um ataquebem agudo e definido através de umrelease rápido. Os overheads tambémforam comprimidos no Fatso Jr. e omono room, captado pelo Blue Spark,passou pelo Distressor”, completa.Para a gravação dos baixos, foram usa-dos 01 Yamaha BB3000A, dos anos 80, e01 Fender Precision, dos anos 70; 01cabeçote Ampeg B2R e 01 caixa 4x10da Hartke. “Microfonamos a caixa comum SM7 e gravamos o sinal de linha dobaixo. Na ocasião, foi usada uma segun-da caixa, 01 4x12 da Ampeg, com sinaldistorcido por um Tube Screamer,microfonado por um Sennheiser e609”.O baixo foi comprimido na gravação,sendo que os dois sinais microfonadospassaram pelo Fatso UBK, e o sinal delinha, pelo Distressor. “Um fato inte-ressante é que ambos os baixos soavamdiferentes em todas as músicas. Daí op-tamos por gravar todo o disco duas ve-zes: ora com o Yamaha, ora com o Fen-der. Na mix, escolhemos o que melhorse encaixava sem equalização”.

Nas guitarras, foi usado 01 JCM800MKII, de 50 watts, que acompanha Car-los desde o início dos anos 80. Para esco-lher as caixas, foi feito um shootout(comparação) com as 03 4x12 que esta-vam à disposição: 01 JCM800, 01 1960Ado estúdio e 01 Ampeg. “Nós nos surpre-endemos com a diferença brutal entrecada um dos alto-falantes. Optamos pelaAmpeg e Marshall 1960A. Pusemos to-dos os cinco SM57 que tínhamos, e maisalgumas opções, como o SM7B e o e609, eouvimos cada um dos falantes, até seleci-onar os favoritos. Ficamos com o total de04 canais (02 da Ampeg e 02 da Mar-shall). Tudo isso em nome do timbre, nomelhor estilo old school!”, justifica.Foram usados os prés da Mackie, e ne-nhum sinal de guitarra foi comprimidona gravação. Dentre os pedais diversos,destaca-se a utilização de 02 Tube Screa-mer; 02 MXR Dyna Comp; 01 NoiseGate da Boss; 01 Big Muff; 01 oitavadorda Onerr e 01 DS1 da Boss. As guitarrasusadas foram uma Charvel dos anos 80 euma Gibson Flying V de 74. “Ambas asguitarras são icônicas e têm todo um pas-sado associado à Dorsal Atlântica. Comogostamos do som de ambas, optamos porgravar todas as bases com a Charvel e asdobras com a Gibson. Quase todos os so-los foram gravados com a Charvel”. Navoz, foi usado 01 SM7B, passando pelo

Conversor Aurora, da Linx, foi o diferencial para conseguir os timbres orgânicos

“Microfonamos a

caixa com um SM7

e gravamos o sinal

de linha do baixo.

Na ocasião, foi

usada uma

segunda caixa, 01

4x12 da Ampeg,

com sinal

distorcido por um

Tube Screamer,

microfonado por

um Sennheiser e609

(Sérgio Filho)

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API e comprimindo no Distressor.Na única faixa que contém violão,foi usado o Blue Spark, em conjuntocom o Rode NT-5, comprimindoambos no Fatso UBK.

MIXAGEMSergio explana que o processo demixagem foi tranquilo, emborameticuloso. “Acredito que fizemosuma média de quatro horas pormúsica, o que é bastante rápido.Foi um trabalho em conjunto como artista, algo que nem sempre épossível, pois muitas vezes o pró-prio não se expressa bem e acabaemitindo opiniões antes de ouviruma primeira mixagem. Pelo fatodo trio ser composto por músicosmuito experientes, a presença de-les só ajudou, pois pudemos serbem objetivos”.O técnico expõe ainda que a mixfoi dividida em subgrupos, abertosna mesa Mackie, com o estéreocomprimido pelo Fatso Jr. – pro-cesso denominado summing (‘so-ma’) analógico. “Ele se contrapõeao clássico bounce in-the-box doPro Tools, bastante criticado. Seconfigura da seguinte maneira: amixagem é feita no Pro Tools, mas

dividida em subgrupos que vão sairda interface e entrar na mesa. A saí-da estéreo da mesa passa no Fatso Jr.para uma compressão de bus e a saídadeste compressor volta, gravandoem dois canais no Pro Tools. Esse ar-quivo estéreo é então mandado para

a masterização”, explica. “Esse pro-cesso adiciona profundidade e quali-dade imaterial na mixagem, ao sercomparada com a versão, 100% digi-tal, somada no Pro Tools. Isso con-tribuiu e muito para a chegada na-quele som ‘característico’ dos anos80 que a banda procurava”.

FITA DE ROLOAo final desse processo, houve ouso de uma máquina de ¼ de pole-

gada da AKAI, modelo 4000DB, dadécada de 70, como mais um peri-férico na cadeia. Sergio esclareceque ela atuou comprimindo o si-nal e amaciando os agudos, tor-nando tudo ‘mais musical’ e ‘vin-tage’. “Já há algum tempo que

trabalho com ela, embora esteprocesso seja delicado, pois a má-quina é antiga e necessita de res-taurações constantes. Para a Dor-sal, usei uma fita Agfa, dos anos 70,ainda lacrada. O ruído que ela pro-duz é mínimo e não atrapalha emnada, só acrescenta”.Para Carlos, a utilização desta má-quina veio de encontro à vontadeque ele tinha de gravar tudo over-all no início da produção, obten-do o mais fidedigno resultadoacústico da banda. “Cresci comvinil, fita cassete e fita de vídeoanalógica. Compreendo as van-tagens e desvantagens da grava-ção digital. Mas a facilidade e obarateamento dos custos nãoproduziram discos e músicos me-lhores. Nesse caso, computadornão faz a mínima diferença. Comverba, pode-se gravar em umafita de duas polegadas e editar di-gitalmente, mas no nosso caso, fi-zemos o processo inverso: tim-bramos os instrumentos para quesoassem “antigos”; mixamos co-mo se mixaria um disco em 1985 edepois passamos ao gravador derolo, para dar uma ‘aquecida’ nosom geral”, explica.

Para a Dorsal, usei uma fita Agfa,dos anos 70, ainda lacrada. O ruído que elaproduz é mínimo e não atrapalha em nada,só acrescenta (Sérgio)

Mixagem em fita de rolo: periférico mais importante para obtenção da sonoridade old school

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UM POR

ackstage - Você adicionou um instru-

mento diferente nesse novo álbum.Como foi que conheceu esse instrumento?

Jorge Pescara - Não foi bem adicionar.Na verdade usei o touchguitar com ex-clusividade neste disco, substituindo osbaixos e deixando os guitarristas de lado(risos). Sério. Com um instrumentocomo este, pode-se tocar a parte do bai-xo e das guitarras, então não havia a ne-cessidade deles neste projeto.

UM POR

[email protected]

Fotos: Divulgação

Lançando seu segundo trabalho

solo, Knight Without Armour, o

baixista Jorge Pescara resolveu

inovar e usar como base de seu

trabalho o Megatar, um

instrumento que produz a

sonoridade... de outros

instrumentos. Nesta entrevista,

ele fala sobre essa experiência e

de como surgiu a ideia.

Minha história com os touchguitars co-meçou há algum tempo com o ChapmanStick (www.stick.com) que comprei doLuizão Maia, mas ainda andava insatis-feito com os resultados que eu obtinha.Cheguei a gravar algumas faixas em dis-cos com Ithamara Koorax, Luis Bonfá,Eumir Deodato, grupo Zero e Lord K, sóque percebi que ainda não havia encon-trado uma linguagem pessoal no instru-mento. Em meados de 2006 ou 2007 oTraktor Topaz, construtor e idealizadordo Mobius Megatar (www.megatar.com),contatou-me por e-mail e falamos sobre

B

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TODOS TODOS

a possibilidade de eu divulgar oinstrumento dele por aqui. Passei ausar dois modelos com afinações di-ferentes. Um Tonewaver com pick-ups e preamps Bartolinis e afinadoem quartas justas (B E A D G C, nosgraves, e C# F# B E A D, nos agu-dos), e um Dragon model com pick-ups passivos estilo Gibson e afina-ção do Robert Fripp (graves emquintas invertidas C G D A E B, enos agudos G D A E G C).

Backstage - Como foi construído

o repertório deste novo CD?Jorge Pescara - É mais para umaespécie de trilha sonora do que umCD com um punhado de músicassem alguma conexão lógica entresi. Contam uma história, um enre-do, apesar do caráter instrumentaldo álbum. Todas as músicas foramcompostas durante o processo depré-produção e pesquisa, o que le-vou certo tempo. Mas a sonoridadefinal foi conquistada através damusicalidade e sensibilidade doprodutor alemão Marc Jung.

Backstage - E a parceria com o

Marc Jung, como aconteceu?Você o conheceu quando estava

na Europa, certo?Jorge Pescara - Marc é multi-instrumentista, domina muito bemo baixo, a guitarra, os teclados etoca bateria de uma forma tão po-derosa que ‘chapei’. (risos)Eu o conheci através de um amigomúsico português chamado JoãoRibeiro, e logo formamos um triobem interessante de fusion com mú-sica eletrônica chamado Lom[Bo]

Project. Neste projeto e em outro defolk chamado Terra D’Agua eu usa-va somente os touchguitars, nada debaixo! Por conta das agendas con-flitantes e distância de moradia en-tre nós, nunca conseguimos termi-

nar o CD deste projeto Lom[Bo],mas há alguma coisa na internetpara se ouvir. Daí, quando estava nametade da pré-produção do meudisco, viajei até o estúdio do Marcsomente para mostrar e ter algumasdicas. O cara ficou animado emproduzir o material todo, e o restoda história é o CD pronto.

Backstage - Quando ouvimos o

CD, parece que há vários e dife-rentes instrumentos, e você utilizaapenas o Megatar. Conte sobre

essa técnica, como descobriu e per-cebeu que poderia realizar um

novo trabalho com base apenasnesse instrumento.

Jorge Pescara - Bom, há participa-ções de músicos convidados, Glau-ton Campello, Paulo Oliveira, LuisGuerreiro, Iuri Sain’tAnna, Aure-lian Lino, Marc Jung, Zozo… entãonão estou sozinho nisto, e foram

todos importantes para este disco.E estas escolhas partiram do prin-cípio de que eu sempre amei a so-noridade de instrumentos exóti-cos, tanto que em casa tenho algu-ma coisa que estou começando a

praticar, como um guimbri, que éuma espécie de baixo feito pelastribos Tuaregs do deserto próximoa Marrocos, e um didgeeridoo, queeu chamo de instrumento de soprode uma nota só, construído poraborígenes australianos, tocadocom respiração contínua. Nosmeus projetos sempre tento convi-dar alguém para fazer bouzouki,harpa, flautas indígenas, charango,percussões étnicas, guitar steel, ousei lá mais o quê…Depois que recebi o primeiro Me-gatar resolvi pesquisar mais do quequando tinha o Stick. A coisa real-mente pegou corpo nesta época naEuropa, onde tive, por opção pró-pria, a oportunidade de trabalharmuito mais o touchguitar do que obaixo elétrico. Com as pesquisas eestudos próprios resolvi mesclar osinstrumentos exóticos com o Me-gatar e preparar um álbum.

Backstage - Este novo trabalho foiinspirado em algum momento da

sua vida?Jorge Pescara - Em parte, sim.Quem me conhece de perto sabeda minha longa pesquisa sobre as-suntos transcendentais. Não con-sigo passar um dia sem ler, estudar

Depois que recebi o primeiroMegatar resolvi pesquisar mais do quequando tinha o Stick. A coisa realmentepegou corpo nesta época na Europa

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e pesquisar Blavatski, Papi, Cagliostro,Pitágoras, Platão, ou mesmo Tesla, Whil-lem Reich e outros. Vivi minha vida intei-ra nisto: Alquimia, Kabala, Ordem dosTemplários, Ascenção Cósmica, AMORCRosaeCrusis etc. Então, criar esta históriade um cavaleiro que ao ver a vida de umaforma mais plena de significados sentiu anecessidade de buscar respostas interio-res, foi a trama no caso deste novo disco.Foi fácil para mim. Embora este cavaleironão seja necessariamente eu mesmo, podeser quem escuta o disco, ou mesmo pensarque seja um cavaleiro hipotético das cru-zadas, ou um templário. O importantepara mim, ao ouvir um disco como este, étentar visualizar a história no arquétipo etirar alguma sensação, conclusão ou emo-ção disto tudo.

Backstage - Você ficou alguns anos emPortugal, onde se dedicou ao estudo

de novas técnicas etc.Fale sobre essa fase

da sua vida e da técni-ca touchstyle.

Jorge Pescara - Indes-critível. Muitos que já vi-

veram na Europa sabem do que estou fa-lando. A vida tem realmente uma histó-ria, cada lugar, cada recanto. Os cafés naspraças e calçadas, a cultura que fervilhanas ruas, os lugares sagrados, tudo isto émuito mais profundo do que parece. Vocêestar no centro de uma cidade e ao olharpara sua direita, no alto de uma colinaver um castelo medieval… Parece umfilme! Veja, é diferente você viajar e fa-zer gigs, uma turnê, por exemplo, e de-pois pegar o avião e retornar ao Brasil,do que você ‘morar efetivamente’ naEuropa. Aproveitei cada instante paraviajar e pesquisar música de vários pon-tos do planeta que convergem na Euro-pa inteira. Mas o que mais me atraiu fo-ram as músicas de Marrocos, do Egito,da China e da África Oriental. Conti-nuo estudando e pesquisando e tentoencontrar formas honestas de aplicartudo isto no touchguitar.Tudo foi muito intenso, tanto que atéagora não caiu a ficha de eu estar de vol-ta ao Brasil.

Backstage - E em quais projetos vocêparticipou por lá?

Jorge Pescara - O principal foram gra-vações e shows com o Fernando Girão.Girão tem um conhecimento fenome-nal de jazz, música brasileira, música ét-nica que passa desde o flamenco até mú-sica indígena e muito mais. Com eleaprendi muitas coisas, porque além decompositor e poeta, ele tem um domí-nio vocal impressionante e sabe impro-visar rítmica e melodicamente tão bemque faz qualquer um ficar de boca aberta.Digo isto porque fui estudar conceitosde improvisação vocal com ele, por umtempo. Aproveitávamos este período ediscutíamos muito a world music, músi-ca folclórica e também ritmos afro-bra-sileiros com o batera da gig, o africanoZèzè N’gambi, que é fantástico e já tocoucom Patitucci e outros. Realmente estetrabalho foi o mais importante para mi-nha carreira lá. Gravei uns tracks paraum cantor português famoso chamadoPaco Bandeira, fiz parte do projetoLom[Bo] de que já falei, também dos

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Terra D’Agua que era mais folk, fizum duo com um percussa brasileiroque mora lá e também um trio debaixo, piano e percussão que foibem legal. Lecionei por um tempo eo resto foi pesquisar, viajar o maisque pude e conhecer ritmos e músi-cas diferentes. Cheguei a pegar umasrápidas aulas de guimbri (hajhouj)com um marroquino chamado Kha-led e umas dicas de percussão e rit-mos africanos também.

Backstage - A técnica touchstyle

é conhecida e “apreciada” noBrasil, ou ainda é algo que ainda

não caiu no gosto dos músicos?Jorge Pescara - Por aqui, para vari-ar, ainda há muito conservado-rismo. As pessoas ainda vivemachando que baixo elétrico nãopode usar efeitos, que ousar é des-necessário, estas baboseiras.Talvez por isto tenhamos perdidoaquela porta aberta que a músicabrasileira tinha até os anos 70,quando ser músico brasileiro erapassaporte para ter todas as possi-bilidades lá fora. Por estas razões,por enquanto engatinhamos no

touchguitar. Ainda há muita confu-são entre touchstyle no touchguitar etapping no baixo e na guitarra, quesão técnicas sensivelmente dife-rentes entre elas. Os instrumentossão diferentes, a técnica tem ou-tras possibilidades e por aí vai.Há muito que fazer neste campo,no Brasil. E, quem sabe, já que soumovido a desafios, não seja este ofator que mais me motiva a tra-balhar nesta direção. Mas aindame sinto solitário neste campo.Não podemos deixar de citar oAkira S, que nos anos 80 usavaum Chapman Stick na sua bandade rock (As Garotas que Erra-ram), mas depois dele, ninguémseguiu em frente, ninguém quiscarregar esta bandeira.Backstage - Além desse trabalho,existem outros projetos, certo? Uti-

lizando novas técnicas também?Jorge Pescara - Sim, claro… sem-pre! (risos)Terminei, há pouco, outro CD debaixo elétrico que será uma se-quência do Grooves in the Temple.Neste novo disco de baixo procu-rei usar mais o Funk Fingers e ex-

plorei harmônicos, efeitos. Tam-bém não deixei de gravar com ou-tros artistas e, recentemente, saí-ram dois discos em que participeiusando o baixo elétrico e o electric

upright, que considero muito im-portantes para minha discografia.O Fruto Maduro (gravadora Biscoi-to Fino), CD póstumo do maestroPaulo Moura com o músico e pro-dutor André Sachs, além do Got to

be Real (IRMA Records Europe), daIthamara Koorax, que é um discoonde gravamos com o trio queacompanhou a Ithamara por anos.Haroldo Jobim, na bateria, e o fale-cido J.R. Bertrami nos teclados. Se-ria bacana reunir o trio novamen-te para o lançamento do CD, mas odestino quis levar o Bertrami parasua grande iniciação. Então, agoraé homenageá-lo.

Backstage - Descreva o Pescara

antes e após a influência oriental,com a qual teve contato durante

esse “autoexílio” em Lisboa.Jorge Pescara - Hum… Difícilpensar assim… Acho que encon-trei uma assinatura pessoal em ou-

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tro instrumento, mas preservando minha sonoridade nobaixo elétrico. Antes de ter contato tão intenso com estasculturas eu já vislumbrava que queria soar diferente damassa, mas ainda não sabia exatamente como. Agora en-contrei um caminho, por enquanto musicalmente solitá-rio, porém feliz!

Backstage - Como foi o processo de gravação deste dis-

co? Quais equipamentos foram utilizados?Jorge Pescara - Tudo levou uns dois anos para se comple-tar. Foram as pesquisas, os estudos, as composições. Até apré-produção propriamente dita levou algum tempo. De-pois que o Marc assumiu a produção musical, a coisa andoumais rápido e foi uma questão de convidar mais um ou ou-tro músico pra completar cada track. Na parte de pré-pro-dução eu trabalhei em casa usando Logic 9, vários plug-ins,um preamp valvulado, meus Megatars e efeitos, tudoplugado numa interface Focusrite Saffire, indo, ou para oMacbook Pro, ou para o G4 com Logic 8.Depois, na fase de estúdio, a coisa mudou. Regravei toda minhaparte de touchstyle usando os instrumentos, meus efeitos e nomáximo um power Z900 da StudioR que experimentamos emduas músicas para dar mais punch. De resto foi o que tinha noestúdio do Marc. Ele usa vários computadores, todos PCs, maso cérebro disto é um supercomputador que ele mesmo montoue configurou com as mais recentes atualizações do SamplitudePro X12 e o Reason 5 com uma infinidade de plug-ins. Passa-mos por directboxes ativas e valvuladas além dos prés de umaantiga mesa de 32 canais Mackie 32:8, só como interface parachegar aos PCs. Usamos uns preamps e compressores val-vulados da TLA, e os monitores foram um par de YamahaHS80, um par de Tannoy modelo Little Red e um par DynaudioBM6. Os músicos usaram seus próprios instrumentos.

Backstage - Qual seu setup atual no touchguitar e no bai-xo elétrico?

Jorge Pescara - Bom, como disse antes, nos touchguitars

estou usando dois instrumentos da Mobius Megatar comafinações diferentes e, mais atualmente, um Paschalistouchguitar com pickups passivos Kent Armstrong, preamps

Artec e afinação tipo Stick tenor (graves em quintas in-vertidas C G D A E B e nos agudos A E G C F Bb). Nosbaixos uso um D’Alegria Defender JP model 5 cordas e umCondor fretless BC4000 convertido em 8 cordas (duplasem oitavas) para soar parecido com os baixos Pedulla. Ascordas uso Elixir, porque fui endorsee na Europa durante es-tes anos. Amp da StudioR, dois in-ears PowerClick DB e GTque uso com fones JBsystems além dos efeitos, que são um ca-pitulo à parte. Tenho uma Line6 XT Pro live para o canalde agudos das touchguitars, que vai para um Loop Boss RC-2. O canal de graves segue de um preamp Korg Toneweaverbass para um Zoom G2-1U e o sinal vai para um Line6 FM4

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“Depois, na fase de

estúdio, a coisa

mudou. Regravei

toda minha parte

de touchstyle

usando os

instrumentos, meus

efeitos e no máximo

um Power Z900 da

StudioR que

experimentamos em

duas músicas para

dar mais punch. De

resto foi o que tinha

no estúdio do Marc

com filtros monstruosos. O restante sãoalguns apetrechos tipo um plectro deplástico da Dunlop, uma dedeira de me-tal para slap, dois pares de Funk Fingers,um Hi-EBow, um arco de violino paraefeitos nas cordas agudas dos touchguitars

e um slide bottleneck de vidro da Dunlop,que quero substituir por um de metal.

Backstage - Nota-se uma direção mu-

sical completamente diferente destedisco para o seu primeiro trabalho

Grooves in the Temple. Composições,arranjos e até orquestrações. Como fo-

ram trabalhados cada tema do discopara chegar neste resultado?

Jorge Pescara - Cada música do discotraz uma história particular embutida.Como cada faixa teve participações demúsicos diferentes, alguns em coauto-ria, o resultado final deu uma certa par-ticularidade, apesar de tudo estar amar-rado à temática da trama. Por exemplo,em dois casos específicos das músicasMaya’s Pyramid e Infinitum, por causada participação do Marc como coautor,elas ficaram completamente diferentesdo original. Eu compus na preprodução,

mas o Marc redirecionou,mudou aqui e ali, reconstruiuo tema. Daí concluímos queestas duas músicas deveriamtomar outro rumo. Não hesi-tamos em mudar tudo e com-pusemos duas novas a partirdo esqueleto anterior, e foiisto. Já outras músicas nãomudaram o foco, sendo mais

uma conjunção das ideiasque eu havia criado. World

New, a última do disco, a quedeveria mesmo ser a mais

palatável, porque é o final da saga, teve otema de synth do Glauton Campello. Eumesmo toquei as camas de synth na grava-ção, mas a cara do tema foi endereçadapelo Glauton. O tema do disco, o segundotrack Knight Without Armour, nasceu deuma composição do Alex Frias, mas queteve tudo a ver sonoramente com o que euestava vivendo na Europa, naquele ins-tante. No geral, este projeto, apesar da his-tória ser minha acabou por ser musical-mente mais uma colaboração entre ami-gos ou parceiros musicais. As coisas nãoforam totalmente escritas no papel. Aolado das orquestrações que eu fiz, com par-ticipação do Marc, todo o material foi di-tado mais por guiões de harmona com al-guns temas pincelados, pra deixar os mú-sicos colocarem o melhor de sí, sob a tute-la do Marc e minha direção. As percussõesentraram durante a pré-produção, mas asbateras foram gravadas só no final de tudo.

Backstage - E sobre a sonoridade do

Megatar com os efeitos que foram apli-cados em cada música?

Jorge Pescara - No todo eu usei uns pe-dais que o Marc tem no estúdio, junto

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“Na penúltima faixa

do CD, Infinitum,

eu tive um pouco de

trabalho, por conta

do espírito

germânico do

Marc. Gravamos

diversas vezes

até chegar

naquele resultado,

às vezes por causa

da expressividade

de uma

nota apenas

Pescara e o Megatar

com alguns dos meus e o resto veio dos plug-ins. Na primeira música A Point of View, háuma parede de som que o Marc combinoucolocando um oitavador nos graves doMegatar e distortion com fuzz nos acordes eno solo que fiz com a mão direita.Knight não tem muita região aguda porquepreferimos deletar o track. A música ficoumais limpa soando bem os graves com obouzouk na ponta. Tem uns E-Bows no fi-nal que fazem menção ao estilo Fripp, masnos graves colocamos um pouco de fuzz

pro som ficar mais ‘porrada’.Praematurus Incubus tem a sonoridade bemlimpa, porque o Marc passou tudo por unsplug-ins de compressão sensacionais juntocom os TLAs analógicos. Toquei o groove

mântrico de fundo ao mesmo tempo dotema e do solo, sem overdubs. Fizemos unstakes e usamos o solo de um deles no me-lhor take do tema geral. No solo ele colo-cou um pouco de pós-compressão pra se-gurar meus delays e reverbs, juntando comuma pitada da distorção de um pedal euro-peu que não conheço. Net Virus é uma esca-pada para a música eletrônica, então só há

o groove nos graves comum fuzz Cat com muitacompressão. Nesta eu useio Megatar com afinação doFripp e captadores estilohumbucking Gibson, oque já dava um certo ‘grow’no som.No sexto track, The Rep-

tilian Song, gravamos como oitavador a primeiraparte toda e na entradados acordes um pouco dedistortion. O Marc usouum plug-in estranho nofinal, mas que deixou a úl-tima nota com uma pan-cada que até assustou…Enós gostamos do resulta-do. (risos)Maya’s Pyramid, apesar deparecer que foi tocada compizzicato meio Jaco, naverdade é bem touchstyle

com ambas as mãos nascordas graves. Nesta eu

também usei o Megatar com afinaçãoFripp e tentamos deixar a sonoridade bemencorpada com o som do amp StudioR.Na penúltima faixa do CD, Infinitum, eutive um pouco de trabalho, por conta doespírito germânico do Marc. Gravamosdiversas vezes até chegar naquele resulta-do, às vezes por causa da expressividade deuma nota apenas. O cara queria a perfei-ção no touchstyle e eu suei frio aqui (risos).Gravamos os graves com a mão esquerdadiretos do amplificador, indo e vindo dosTLA’s e os acordes com a mão direita semdistorção, apenas com compressão TLA eum plug-in de delay quase imperceptível.Na World New, fiz a mesma coisa que namúsica Knight e fiquei nos graves com mui-ta compressão.A conclusão é que no touchstyle, e isto jáé uma definição dos tops deste estiloTony Levin e Trey Gunn, deve-se usarmuita compressão sem economizar. Oscompressores valvulados trazem um re-sultado excelente na região das cordasgraves, mas com a adição do oitavador acoisa final fica ‘animal’! (risos)

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Problemas de SPLAlexandre Coelho

[email protected]

Revisão técnica: José Anselmo “Paulista”

Fotos: Divulgação

dificação sem projeto acústico econstruída com materiais inapro-

priados, pé-direito muito alto, equipa-mentos musicais e de áudio com baixa

E qualidade, músicos e técnicos amadores,execução sonora em altos volumes... Égrande a lista dos pecados capitais que,somados ou não, levam um grande des-

Um pecado nostemplos do Brasil

Mesmo com o

avanço da

tecnologia dos

equipamentos, altos

níveis de pressão

sonora ainda são

um desafio para

boa parte das

igrejas brasileiras.

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conforto auditivo para as audiências degrande parte das igrejas brasileiras. En-tre os profissionais de áudio, essa situa-ção é conhecida como problemas deSPL, sigla anglófona para sound pressure

level, ou nível de pressão sonora.Mas por que essas situações ainda acon-tecem? Para o técnico Aldo Soares, ex-presidente da seção brasileira da Socie-dade de Engenharia de Áudio e criadorde projetos para diversas igrejas, trata-se, antes de tudo, de um problema soci-al. Ele lembra que as igrejas crescemem uma proporção cada vez maior nasperiferias pelo Brasil afora, onde sobravontade e falta dinheiro. No entanto,existe também o que ele considera umaquestão “cultural religiosa”.“Nesse sentido, as igrejas neopente-costais são barulhentas, no bom senti-do da palavra, desde sua origem. Asorações fervorosas são naturalmenterealizadas em um volume alto (não queuma coisa tenha a ver com a outra), asmúsicas são tocadas em um volumemais alto, e todo esse excesso, que pro-voca desconforto auditivo, é muitomais tolerado e aceito pelo membro dadenominação. E há também uma mu-dança nos estilos musicais que são to-cados hoje em dia nas igreja”, observa.

“Vale ainda

utilizar forros e

revestimentos de

gesso perfurado,

metal perfurado,

madeira perfurada,

lã mineral, lã de

rocha ou lã de

vidro. Carpete

não resolve todos os

problemas e não

deve ser usado

como revestimento

único ou geral

(Aldo)

Aldo Soares acredita que essa mudançaseja uma das principais causas dos pro-blemas de SPL observados nesses tem-plos. Isso acontece porque a igreja brasi-leira não toca o gospel americano, ape-nas adotou essa nomenclatura para umamelhor distinção da música secular. Defato, o que se ouve nas igrejas hoje emdia, em sua maioria, são derivações dorock e da música pop executadas em altovolume, como em qualquer evento se-cular. “Nas igrejas existem complicadores,como, por exemplo, a mescla de idade dopúblico, as questões acústicas, a qualida-de dos equipamentos e, principalmente,o nível técnico dos músicos, que em suamaioria é formada por amadores. Procu-re escutar uma música mal-arranjada,embolada artisticamente, executadapor músicos amadores, em um ambienteem que a acústica é a pior possível, semum operador de som capaz e sem equi-pamentos de qualidade aceitável. Tal-vez esse seja o caso de 80% ou mais dasigrejas”, arrisca.

QUESTÕES CULTURAISSegundo o técnico de áudio Jones San-tos, mais conhecido como MacGyver, atal questão “cultural religiosa” levanta-da por Aldo procede e é um dos fatores

Aldo Soares

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mais influentes na inteligibilidadedo som em uma igreja. “Geralmen-te, o ruído ambiente causado pelasdenominações pentecostais tem umalto nível de SPL (palmas, cânticos,oradores com vozes mais elevadasetc.)”, afirma. Já as igrejas tradicio-nais, de acordo com ele, “não têm ocostume de ter altos níveis de SPL”.Não é que não haja cânticos ou pal-mas, mas muitas delas têm o coralcomo uma tradição e, por isso, algu-mas usam exclusivamente o pianocomo instrumento básico.Para o engenheiro Carlos RobertoPedruzzi, criador de projetos para de-zenas de igrejas em todo o Brasil, pro-jetos de acústica e de sonorização mal-feitos, instalações precárias e a poucaexperiência de músicos e técnicos sãoas principais causas dos problemas depressão sonora nas igrejas brasileiras.Ele lamenta principalmente que tais

questões ainda não sejam enfrentadasadequadamente. “Isso gera volumeinadequado, timbres desagradáveis,distorções, falta de monitoração ade-quada dos músicos, falta de coberturaadequada da plateia e acústica ruim,entre outros problemas”, aponta.“Como consequência, a audiência so-fre com a falta de entendimento e como som desagradável, e os administra-dores sofrem com a falta de orientaçãosobre o melhor a fazer.”MacGyver destaca ainda que a faltade inteligibilidade, os altos níveis de

reverberação e o desconforto auditi-vo acabam gerando consequênciasindiretas, como o afastamento dos fi-éis mais idosos, que se sentem inco-modados, e o não entendimento daPalavra, que é o principal motivo dese frequentar uma igreja. “Em resu-mo, tudo passa pela falta de projetosacústicos e de sonorização”, afirma.“A arquitetura e a ‘engenharia deáudio’ têm que andar juntas”, consi-dera. “Não se pode pensar em umprojeto arquitetônico e achar que,após sua conclusão, ‘o cara do som’vai resolver”, condena MacGyver.

ARQUITETURAPara muitos, um dos maiores vilõesnos problemas sonoros enfrentadosnas igrejas é o pé-direito muito eleva-do desses templos, o que gera grandereverberação. Aldo Soares, porém,acredita que este é apenas mais um fa-

tor. Ele recorda que existe uma cultu-ra brasileira que prega que o melhorsempre é que o teto (ou forro) seja degesso, as paredes sejam de reboco,massa e tinta, e o piso seja de materialfrio (cerâmica, granito, porcelanato eoutras pedras). “É isso que faz comque qualquer ambiente de igreja te-nha cinco segundos de reverbera-ção”, explica. Para ele, equipamentode áudio não resolve problema deacústica nem minimiza reverberação;e problema acústico (do ambiente)não se resolve eletronicamente.

Nesse sentido, as igrejasneopentecostais são barulhentas, no bomsentido da palavra, desde sua origem. Asorações fervorosas são naturalmenterealizadas em um volume alto

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“Há pessoas que acreditam que existemcaixas acústicas especiais para ambientesreverberantes, o que também é umamentira”, comenta. “O que existem são

caixas com maior índice de diretividade,que se comportam melhor que as menosdiretivas. Mas pode-se dizer que um am-biente que era horrível com a caixa me-nos diretiva fica péssimo com a mais

diretiva, com uma leve sensaçãode melhora”, ilustra Aldo.Pedruzzi concorda com o colega.Ele reforça que as dimensões deuma sala são apenas uma das ca-racterísticas que determinam seutempo de reverberação, mas não aúnica. Para o engenheiro, a maiordiretividade de um sistema desonorização traz maior inteligibi-lidade para uma parte do público,mas também não é a única carac-terística do sistema a ser conside-rada. Um projeto de áudio deve in-cluir um projeto de acústica e ou-tro de sonorização. “No que dizrespeito à arquitetura dos tem-plos, a geometria da sala e os mate-riais que são usados nas superfíciessão os principais fatores determi-nantes de seu comportamentoacústico. Formas, quantidades, ti-pos e posições são parte do estudo,não tão simples, do que deve serfeito em um ambiente para buscaruma acústica ideal. Não existemrespostas prontas, existem consi-derações a serem feitas e procedi-mentos do projeto a serem segui-dos”, orienta Pedruzzi.

Ainda na questão da arquitetura dostemplos, Aldo Soares acredita que as so-luções dependam de cada projeto. Massugere algumas regras que acabam aju-

dando em quase todasas situações, como evi-tar paredes paralelas eângulos côncavos.“Vale ainda utilizar for-ros e revestimentos degesso perfurado, metalperfurado, madeira per-furada, lã mineral, lã derocha ou lã de vidro.Carpete não resolve to-dos os problemas e nãodeve ser usado como re-

vestimento único ou geral. Um projetoacústico e de sonorização sai muito ba-rato frente ao investimento de qualquerporte de igreja. Caro é tudo o que nãofunciona”, garante Aldo.

No que diz respeito à arquitetura dos templos,a geometria da sala e os materiais que são usadosnas superfícies são os principais fatores determinantesde seu comportamento acústico (Pedruzzi)

“Carlos Roberto Pedruzzi

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O QUE É BOM SE COPIAOutra dica simples do técnico MacGyver é aprendercom outras igrejas que já atentaram para o problema efazer o simples, sem grandes invenções, uma vez que es-sas igrejas que encontraram soluções para seus proble-mas sonoros já erraram no passado e sofreram com asmesmas situações.“Hoje, temos muitas soluções para minimizar esses pro-blemas, como sonorizações pontuais, caixas mais pla-nas, softwares para alinhamentos e profissionais dedi-cados. Mas o melhor é sempre contratar um profissionalantes da construção, a fim de evitar surpresas desagra-dáveis”, indica MacGyver.Já Aldo Soares acredita que o primeiro passo para soluci-onar os problemas de áudio e acústica nas igrejas brasilei-ras passa pela conscientização das pessoas que comandame trabalham nesses lugares. “É claro que podemos nosconcentrar nas questões acústicas, mas, sem cons-cientização, nem isso se resolve. Porém as igrejas brasilei-ras da atualidade deveriam buscar tempos de reverbera-ção abaixo de dois segundos”, orienta Aldo. “Projetos deacústica e sonorização foram necessários em 99% dos ca-sos que vivenciamos, mas treinamento e conscientizaçãosempre fazem parte de pacote”, completa.Pedruzzi se lembra de um projeto que criou, juntamen-te com Luiz Fernando Grillo, para a Igreja Metodistano Centro de Niterói (RJ), que ilustra bem o tipo desolução bem-sucedida usada pelos profissionais deáudio contratados para resolver os problemas sonorosem uma igreja.“Nós instalamos as caixas de PA e os monitores docelebrante e dos músicos todos suspensos, para aprovei-tar sua radiação ao máximo. Monitoramos também comfones, para evitar sons de caixas de monitor e de ampli-ficadores de instrumentos em excesso pelo ambiente.Colocamos uma barreira em volta da bateria, para con-ter um pouco sua energia, e colocamos delays, para nãotermos que aumentar tanto o volume do PA e oferecermaior inteligibilidade para a plateia mais ao fundo, en-tre outras ações”, conta.MacGyver também tem o seu projeto favorito. Foi o deuma igreja evangélica em Copacabana, Zona Sul do Rio,que trocou de endereço e, consequentemente, precisoude um novo projeto de áudio. “Era um salão no segundoandar de um prédio residencial. Após a inauguração, osvizinhos começaram a reclamar do alto nível de SPL.Observamos que o som que vinha do palco era muitomaior que o som das caixas de PA. A solução foi colocarfones para todos, inclusive um in-ear para a pastora. Osvizinhos que antes reclamavam passaram a perguntar se aigreja tinha saído do prédio. Alguns até se converteram efrequentam o novo templo até hoje”, orgulha-se.

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LUIZ

CAR

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show acabou, estamos cansados, mas a fila na por-ta do camarim é imensa, tem gente de todo tipo, é

claro que vamos atendê-los, se fôssemos correndo em-bora teríamos que carregar conosco a decepção de umgaroto de seus 13 anos que ouve nossos discos desdeque se entende por gente, da senhora de quase oitentaque espera há quase meia vida que passemos por sua

O cidade, dos gêmeos que tiveram a promessa do pai deque pela primeira vez tirariam uma foto com o (os)artista(s), da mãe que acalenta o sonho de que o filhoprecoce no violão seja famoso um dia, ah, ela quer sa-ber se há chance disso e acredita firmemente que só deolharmos pra cara do garoto já saibamos se ele vai arre-bentar, e daí vai e vai, Luizinho deixando entrar de

minhas fãs!Obrigado,

minhas fãs!Obrigado,

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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

cinco em cinco, porquê esse númerocabalístico?! – talvez porque consiga-mos dar atenção a nada mais que cincopessoas por vez... às vezes aparece uminevitável mala querendo fazer daque-le breve momento conosco uma expe-riência inesquecivelmente chata, masafinal, pergunto-me eu já no hotel de-pois dessa odisseia, e se ninguém nosesperasse na porta do camarim, e senão tivéssemos aqueles abraços, beijose às vezes lágrimas, e se fôssemos em-bora pro hotel mais cansados ainda pela solidão, tranca-dos em nosso próprio cofre musical, sabendo que nossaspalavras eram inúteis e não significavam nada, que nossasmelodias não comoviam, que nossas atitudes não inspi-ravam, que nossa arte era estéril por não dar sequência anada senão ao silêncio?Sei que há artistas que não precisam disso, que a elesbasta o próprio ego e que isso em nada desmerece seutrabalho, que pode, por exemplo, estar adiante do seutempo. Mas imagino como deve ser intimamente do-loroso, imagino o quanto custou a Van Gogh o depenarde sua orelha, que nenhuma obra biográfica do mundome convencerá que foi cortada por acidente ou loucu-ra, atribuo esse acontecimento à frustração, à consciên-cia da própria genialidade contraposta à ausência de re-conhecimento, que em resumo se traduziria na possi-bilidade de uma vida digna e sem sobressaltos, o quetalvez, convenhamos, fizesse com que Van Gogh nãofosse mais Van Gogh, com que Gauguin não fosseGauguin sem sua sífilis mortal, o que enfim nos levariaà cruel conclusão de que a tuberculose, física ou emoci-onal, possa ser produtiva para o poeta...Eu cá, particularmente, opto por não sofrer, sem tam-bém partir para o extremo de dependência do público,não fico imaginando o que eles gostariam de me ouvircantando, prefiro acreditar que eles preferem que euseja sincero, que não me dedique apenas a agradá-los,mas que não tema também expor meus sentimentos,prefiro equilibrar-me nessa corda bamba, arriscandobeijos onde se esperavam abraços e abraços onde sepreferiam beijos, reconhecendo às vezes minhas falhase vibrando com o entusiasmo daqueles que não se con-têm, e ali naquela recém adquirida intimidade de ca-marim vamos encontrando novos e velhos amigos,vamos sendo surpreendidos por palavras que nos esti-mulam ou por cumprimentos formais que parecem tersido ensaiados à porta, retribuindo de acordo ou rom-pendo uma e outra timidez, sendo enfim – na medidado impossível... - o que somos todos os dias como pes-soas e artistas.

Lidar com isso é descomplicar o complexo, porque arelação das pessoas com a arte nem sempre é saudável.Ontem mesmo tive que ser tirado de dentro de um abraçode tamanduá pelo segurança de um clube do interiorpaulista. Mas depois recebemos o mesmo rapaz no cama-rim, e ele, mais calmo, pediu desculpas pelo excesso.Quando essas coisas acontecem pensamos no que seriaser um Beatle, uma Madonna, ou – pra ficar na terrinha –uma Ivete Sangalo, sofrer o assédio diário e incansável deum monte de gente, da imprensa, do diabo a quatro. Fi-nanceiramente é compensador, claro, mas já ouvi muitolamento de artista de massa, tipo não ter vida íntima, nãopoder ir à praia nem ao supermercado sem ter que parar atodo instante para fotos, autógrafos, etc... Mas aí é o talnegócio, faz parte. Nada no mundo é grátis, já diz o ditado,quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.Quando eu era menino o pessoal lá de casa vivia ligadonas rádios populares. A gritaria das fãs me impressio-nava e meu juízo de criança não conseguia atinar como significado daquilo. Havia um cantor em particular(Orlando Dias?) que entrava no palco aos gritos:“Obrigado, minhas fãs! Obrigado, minhas fãs!”, repe-tia ele em êxtase, acho que não acreditando que saindode sua origem humilde pudesse um dia agregar em tor-no de si tamanha multidão de admiradoras – entenda-se que naqueles anos 50 do século passado a maioriaesmagadora dos auditórios era de mulheres – algumasdas quais, eu acreditava, pasmo, dispostas a dar a vidapor ele. Embora eu não tenha a popularidade de umartista de grande massa, acho-me bem provido de gen-te que me procura no camarim depois do show compalavras de admiração, estímulo e carinho. Isso não sóme basta como também me é indispensável para enca-rar naturais decepções e contratempos dessa vida deartista. Sinto-me então à vontade para abrir as portasdo camarim, deixar o Luizinho organizar a coisa decinco em cinco pessoas e pensar baixinho – emboraquisesse gritar alto como o Orlando Dias - obrigado, mi-nhas e meus fãs. Devo a vocês minha gana de cantar, mi-nha vontade de ser melhor, meu ânimo de fazer arte.

Embora eu não tenha a popularidade deum artista de grande massa, acho-me bem providode gente que me procura no camarim depois doshow com palavras de admiração

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