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EDIÇÃO 4 ANO 4 N 4 OUTUBRO/DEZEMBRO/2016 ISSN 2358 - 6133
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Coordenadora do Projeto: Ms. Andréa Kochhann
Editorial Artigo científico Artigos de opinião Entrevista Relatos de experiências Resenhas indicativas Curiosidades Cruzadinhas Charges
Índice EDITORAS:
Andréa Kochhann Islla Ketlin Azevedo de Lima Julia Kassia Alves Rodrigues Leidiane Rodrigues da Silva
Maria Clara Alves de Oliveira Vanessa Amélia da Silva Rocha
Este trabalho é reflexo da interdisciplinaridade e da indissociabilidade pesquisa, en-sino e extensão. Compõe as discussões do GEFOPI – Grupo de Estudos em Forma-ção de Professores e Interdisciplinaridade. É fruto de um projeto de extensão cha-mado “Revista Pedagógica: uma análise sociológica em Educação” e de uma oficina realizada no ENFOPLE - XII Encontro de Formação de Professores de Língua Es-trangeira, realizado na UEG Câmpus Inhumas.
Colaboração: Amanda Gonçalves da Luz
Capa: http://raphaelfeitosa.blogspot.com.br/2014/04/tese-o-curriculo-como-mandala-um-
estudo.html
EDIÇÃO 4 ANO 4 N 4 OUTUBRO/DEZEMBRO/2016 ISSN 2358 - 6133
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É com muito orgulho que convido a todos os leitores a mergu-lharem nas páginas dessa edição, que foi elaborada pensando em discutir sobre a formação docente e o trabalho concreto.
A edição foi agraciada com a colaboração dos participantes do ENFOPLE - Encontro de Formação de Professores em Língua Estrangeira, que ocorreu na Universidade Estadual de Goiás -
Câmpus Inhumas.
A proposta da realização da revista foi ser elaboradas durante uma oficina realizada pelos componentes do GEFOPI - Grupo
de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
A temática dessa edição se estrutura por uma discussão com ba-se em artigo científico, artigo de opinião, entrevista, relatos de experiências, resenhas de filmes, lúdico entre outros no intuito
de fomentar a reflexão sobre como tem ocorrido a formação do-cente e o trabalho concreto.
Desejamos que todos saboreiem as escritas dessa edição.
Ma. Andréa Kochhann
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Andréa Kochhann Docente da Universidade Estadual de Goiás
Doutoranda em Educação da Universidade de Brasília Mestre em Educação pela PUC - GO
Especialista em Docência Universitária pela UEG Pedagoga pela UEG
FORMAÇÃO DOCENTE E TRABALHO CONCRETO: algumas considerações
RESUMO: Discutir sobre o trabalho concreto perpassa por discutir sobre a for-mação docente, tanto inicial quanto continuada. A formação docente e o trabalho concreto precisam ser analisados pelo currículo escrito e praticado, pelas políticas educacionais e pelas condições materiais de trabalho. Defendemos a Tendência Histórico-Crítica como alicerce da formação docente e do trabalho concreto. A discussão pode ser infinita mas necessária em cada espaço e tempo histórico. Os cursos de licenciaturas precisam discutir essa questão. PALAVRAS-CHAVE: Formação Docente. Trabalho Concreto. Tendência Histó-rico-Crítico.
Seguindo os caminhos de Marx e
Gramsci, discutimos a Tendência Históri-
co-Crítica, uma pedagogia contra hege-
mônica, criada por Saviani, como sendo o
alicerce para a formação docente e o tra-
balho concreto, perpassando pela discus-
são curricular de Goodson quanto ao cur-
rículo e Curado Silva sobre práxis crítico-
emancipadora.
A formação docente, seja inicial ou
continuada, precisa ser pensada como um
processo de sedimentação da unidade de
conhecimentos teóricos e práticas peda-
gógicas, o que configura a práxis.
Na formação docente, o currícu-
lo, influencia de maneira ímpar, pois é
segundo Goodson (2013) é um docu-
mento norteador de práticas carregado
de intencionalidade, o que justifica o
currículo estar sempre em movimento,
não ser neutro, ser político e cultural.
5
Como diz Goodson (2013) as
pessoas que elaboram o currículo pre-
cisam ser os mesmos que irão coloca-
lo em prática, para evitar um distancia-
mento entre o escrito e o proferido.
Pensar no currículo é pensar no
domínio teórico e metodológico para a
formação docente. Isso reflete direta-
mente no trabalho concreto que o futu-
ro docente irá realizar. É preciso se
atentar também para as políticas edu-
cacionais que sustentam a elaboração
curricular, visto que conforme as de-
mandas legais o currículo é elaborado.
Este pode ser um grande marco
no debate educacional, pois muitos do-
cumentos apresentam forte tendência
para a formação docente voltada para o
mercado capitalista.
Um exemplo atual é o Projeto de
Lei da Reforma do Ensino Médio, que
a nosso ver, influenciará na elaboração
curricular trilhando caminhos da pro-
fissionalização em detrimento da for-
mação crítica, da autonomia e da luta
pela emancipação humana, estes que
são princípios de luta de Marx (2006)
e Gramsci (1995).
A formação docente, tanto inicial
quanto continuada, alicerça o trabalho
concreto.
Na verdade é um processo cícli-
co, pois o trabalho concreto dos docen-
tes durante a formação de seus discen-
tes influencia a formação docente. Não
são processos separáveis, mas conco-
mitantes e cada um tem suas especifi-
cidades, que juntas formam o todo or-
ganizado.
http://www.ssuschiebel.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7
O trabalho concreto para ser rea-
lizado leva em consideração o currícu-
lo formativo, que é elaborado segundo
as políticas educacionais vigentes. Pa-
ra além dessas questões, outro fator re-
levante são as condições materiais de
trabalho.
A precariedade de estrutura física
de muitos espaços escolares, a baixa
remuneração, a falta de concurso e de
plano de carreira, as relações com os
pares, a visão institucional, dentre ou-
tros podem ser fortes entraves para o
desenvolvimento do trabalho concreto.
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Apesar dos pontos acima citados,
defendemos uma educação que vise a
formação docente e o trabalho concreto
para a crítica, a autonomia e a luta pela
emancipação humana.
Por isso, concordamos com Savi-
ani (2011) ao apresentar a Tendência
Histórico-Crítica, como pedagogia con-
tra-hegemônica, que valoriza a práxis,
unidade teoria e prática, pelo movimen-
to da dialética, contradição e totalidade.
Essa tendência se configura em
cinco fases metodológicas, tendo a prá-
tica social como início e fim do proces-
so, tais sejam: prática social inicial
(conhecimentos prévios), problematiza-
ção (questões norteadoras), instrumen-
talização (metodologias), catarse
(domínio teórico escrito ou oral) e prá-
tica social final (aplicar na vida).
As cinco fases da tendência de-
vem se apoiar na práxis crítico-
emancipadora, para Curado Silva
(2008, p. 45) “[...] a práxis, ou seja, a
unidade teoria e prática não acontece na
imediaticidade a partir de modelos e
nem por meio de teorias superficiais,
ou mesmo resultado de pesquisas que
apenas descrevem ou con-
firmam a realidade.”.
REFERÊNCIAS
CURADO SILVA, K.A.C.P.C. Professores com Formação Stricto Sensu e o Desenvolvimento da Pesquisa na Educação Básica da Rede Pública de Goiânia: realidade, entraves e possibilidades. Tese. Goiânia: UFG, 2008. GOODSON, Ivo. F. Currículo: teoria e história. São Paulo: Vozes, 2013. GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da histó-ria. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. 10. ed. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1995. MARX, Karl. Manuscritos Econômico-filosóficos. São Paulo, SP: Martin Claret Ltda., 2006.
A luta pela efetivação dessa ten-
dência na formação docente e no traba-
lho concreto será imensa, já que a mes-
ma não segue os princípios das políticas
educacionais capitalistas que são hege-
mônicas.
Almejando a emancipação huma-
na, Curado Silva (2008, p. 112), defen-
de que “Numa visão crítica de educa-
ção, também se deseja constituir profis-
sionais [...] para transformar a escola e
a educação como um todo, com vistas à
emancipação humana e ao fim da ex-
ploração do homem pelo homem.”.
Acreditamos que somente com
uma revolução na formação docente
podemos alcançar um trabalho concreto
que valoriza o ser humano e não o mer-
cado de trabalho. Essa discussão é agre-
gada a todos os cursos de licenciatura,
pois visa a emancipação humana.
7
AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NOS CURSOS DE LICENCIATURA
A formação de professores, na minha opinião em alguns momentos deixa
a desejar no quesito de avaliação do processo ensino-aprendizagem. Nos cursos
de licenciatura em muitos momentos, eu percebo enquanto coordenadora peda-
gógica e professora de didática de um Câmpus da Universidade Estadual de
Goiás, que não conseguem ter uma avaliação consistente que realmente de-
monstre o que foi aprendido pelos acadêmicos, que serão os futuros avaliadores
na educação básica e quem sabe no ensino superior.
O que posso afirmar é que se a formação é deficitária em relação ao pro-
cesso avaliativo essa questão vai desencadear na educação básica. Então, me
pergunto: o que fazer e como fazer para formar acadêmicos em condições de
avaliar?
O que sugiro, pelos estudos que realizo, é que seria importante colocar em
discussão as disciplinas pedagógicas que tratam do tema. Um exemplo de dis-
cussão é sobre o que ensinar segundo as diretrizes para os cursos de licenciatu-
ra, e como ensinar que se refere aos procedimentos metodológicos para os con-
teúdos.
Nesse momento, chamo a atenção para a questão da avaliação, que em
muitos momentos não é feita uma devolutiva para saber se os acadêmicos con-
seguirão as habilidades propostas para o conteúdo, pois a dinâmica da aprendi-
zagem requer resultados transparentes, que ao mesmo tempo precisam ser dis-
cutidos para que os avanços aconteçam.
Nalha Monteiro Formada em Pedagogia e Letras
Especialista em Psicopedagogia, Língua Portuguesa e Méto-dos e Técnicas de Ensino.
Mestranda em Literatura e crítica literária, pela PUC-GO.
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Diante dessa assertiva é importan-
te no decorrer do curso de licenciatura a
devolutiva dos instrumentos que foram
usados para compor a avaliação e orien-
tar o acadêmico para a refacção, caso
seja necessário.
Para mediação da construção do
conhecimento perpassa o refazer ou a
refacção das atividades, pois promove a
revisão e a reflexão acerca da temática
estudada.
O meu ensejo é que a dinâmica do
processo avaliativo promova o desen-
volvimento de todas as habilidades pro-
postas para o processo ensino-
aprendizagem.
Também que convide os acadêmi-
cos dos cursos de licenciatura a refletir
sobre a questão avaliativa e que apren-
dam a retomar conteúdos factuais pro-
cedimentais e atitudinais quando julgar
necessário.
O que defendo é que o processo avaliativo deve fazer
parte de toda prática pedagógica e não somente em dias
ou semanas de horário marcado.
A graduação em licenciatura é o
momento de adquirir habilidades e
competências para atuar como profis-
sional da educação.
Por esta razão os acadêmicos
devem ser orientados para atuarem
com segurança no decorrer da profis-
são e que construam sua identidade
individual e coletiva com excelência.
Penso que retomar atitudes, conteúdos, procedimentos
provoca a evolução na escala do conhecimento.
Avaliar é mediar a cons-
trução do conhecimento
que será a base de atua-
ção para todos.
https://blogdonikel.wordpress.com/2014/05/14/avaliacao-institucional-jose-dias-sobrinho-fichamento/
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Durante minha formação o estágio foi parte do currículo obrigatório e tem si-
do realizado durante o terceiro e quarto ano do curso de licenciatura da Universida-
de Estadual de Goiás. Na minha perspectiva o estágio tem sido visto mais como al-
go que precisa ser realizado por constar no currículo, que necessariamente como
forma de preparar o acadêmico para as exigências escolares.
Na minha opinião, o estágio deveria
proporcionar ao acadêmico que o mesmo
tivesse maior percepção da dinâmica ne-
cessária ao lecionar aulas. Visto que tam-
bém é importante entender a gestão do co-
légio e não simplesmente a didática ou
metodologia envolvida. Claro que a didá-
tica e a metodologia são importantes, mas
na minha opinião não são autossuficien-
tes. Acredito ainda que o acadêmico vi-
vencia muito pouco a realidade escolar,
durante essa fase do processo formativo
que deveria ser um dos mais importantes
durante a licenciatura, se não, o mais im-
portante, já que seria através dele que po-
deríamos ter de fato a experiência prática
do ser professor. Essa etapa também pos-
sibilita a construção da identidade docente
e não deve ser vista simplesmente como
um cumprir currículo.
Vanessa Amélia da Silva Rocha Acadêmica do curso de Matemática - UEG Câmpus Jussara
Como graduanda de Licenciatura em Matemática
me permito fazer a afirmação, de que o processo de for-
mação do professor é deficiente em alguns aspectos. Es-
sa deficiência pode ser percebida em algumas etapas de
nossa formação, como por exemplo, no que tange ao es-
tágio supervisionado, a construção do conhecimento e o
desenvolvimento de pesquisa e extensão.
FRAGILIDADES EXISTENTES NO PROCESSO FORMATIVO
As atividades desenvolvidas no es-
tágio deveriam ser melhor pensadas e ela-
boradas, pois a sensação que fica é que tu-
do tem sido feito como forma de cumprir
horas, sem se preocupar de fato de que
forma isso contribui ou não para a forma-
ção dos acadêmicos. Acadêmicos esses
que na maioria das vezes trabalham o dia
todo e veem na universidade uma forma
de mudar de vida, mas devido ao cansaço
do dia-a-dia se sentem pouco motivados,
dedicando pouca atenção as aulas, acei-
tando tudo o que lhe é importo, aderindo
aos caminhos mais fáceis.
Isso se esbarra também a pouca
motivação que alguns professores
têm apresentado em planejar aulas,
ou mudar metodologias.
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Enxergo hoje um sistema engessado, em que acadêmicos fingem que
aprendem e professores fingem que ensinam, ambos sem muitas perspectivas,
sem se preocuparem com o essencial que é a construção do conhecimento,
motivados apenas pelo sistema capitalista vigente. Devido a isso, a universi-
dade tem falhado com um de seus objetivos, sendo ele desenvolver a tríade
ensino, pesquisa e extensão.
Se existe pouca motivação em ensinar
por parte de alguns professores, imagine para
desenvolver pesquisas e extensão! Acredito
que deveria haver mais professores preocupa-
dos com esses quesitos, principalmente aos
professores universitários, bem como, maior
incentivo a participação de projetos de inicia-
ção a docência aos alunos.
Em suma, acredito que professo-
res e acadêmicos tem responsabilidade
no processo formativo, que uma socie-
dade pode ser modificada através da
educação e da não subordinação ao ca-
pital. Defendo que tudo em nossa vida
deve ser feita com amor, devemos tra-
balhar no que gostamos, no que nos
traz satisfação.
Não sou hipócrita para afirmar que conseguimos vi-ver em um sistema capitalista sem dinheiro, mas que não é o acumulo de bens que nos definem, essa não é
a essência do ser humano.
Acredito que todos deveriam
participar de eventos científicos
para discutirem entre outras coisas
suas práticas, havendo então uma
reflexão que resultaria em um pro-
jeto de extensão que pudesse mu-
dar a realidade das instituições es-
colares e da sociedade, favorecen-
do a construção do conhecimento
de todos os envolvidos.
https://marcelopita.com/2010/12/28/carreira-academica-docente-ou-pesquisador/
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1. O que foi o diferencial na sua formação que trouxe melhor rendimento acer-ca de trabalhos em sala de aula exercidos? “O diferencial na minha formação foi a diversificação do currículo e das ativi-dades. Isso possibilitou uma visão mais ampla da realidade e das relações.” 2. Quais foram as falhas pedagógicas em sua formação que você evita em seu trabalho em sala de aula ? “Dentre as falhas pedagógicas, eu evito deixar os registros das aulas para de-pois, desconsiderar o cronograma, usar a mesma metodologia.” 3. Como deve ser o comportamento do aluno para uma boa formação acadêmi-ca ? “Gosto de alunos ativos e participativos, que fazem perguntas, propõe novas discussões e ideias.” 4. Exercendo sua profissão de diretora e professora qual sua visão sobre “velhos erros pedagógicos “ que ainda ocorrem no processo de formação do-cente ? “Conhecer os “velhos erros” é uma forma de construir novos caminhos para uma boa prática. Quando sabemos o que não queremos ou podemos fazer, va-lorizamos aquilo que deve ser feito.” 5. Na sua opinião o que é preciso para uma formação docente e um trabalho em sala de aula de qualidade e valorize o ser humano ? “Olhar para cada um como único e como parte de um coletivo que se constrói mutuamente.”
Graduada em Letras Português Inglês (1995), Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2003), Especialista em Psicopedagogia, Avali-ação Institucional e Docência Universitária. Doutora em Politicas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento, UFRJ/UEG, (2013) e Pós-Doutorado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Atua como Docente
e Diretora da Unidade Universitária de Inhumas da Universidade Estadual de Goiás.
Por: Islla Ketlin
Acadêmica do curso de Matemática UEG Câmpus Jussara
12
INTRODUÇÃO
A formação complementar através das atividades extracurriculares como palestras,
cursos, seminários, congressos e pesquisas são importantes para a formação de professores,
pois essas atividades, além de propiciar maior convívio no ambiente acadêmico, despertam
no estudante um maior envolvimento, participação, troca de ideias e experiências funda-
mentais para a compreensão do atual ambiente de transformação da sociedade para sua fu-
tura formação. Nos cursos de Licenciatura, o conhecimento produzido é muitas vezes dis-
seminado em eventos e publicações da área, contribuindo para a divulgação no local, mas
poucas vezes com a preocupação de divulgação ampla entre os pares para que possibilite
novas pesquisas e discussões sobre o maior interesse da área que é o ensino.
As atividades extensionistas da universidade têm sido entendidas como um impor-
tante caminho para a instituição reafirmar seus propósitos e missão. Por meio delas, a insti-
tuição de ensino superior comunica-se com a comunidade, expande suas atividades e divul-
ga suas ações. Dentre as atividades extensionistas, destacam-se os eventos científicos que
tem como objetivo congregar acadêmicos e profissionais de uma determinada área, possi-
bilitando a troca de experiência e socialização de saberes. Para Lacerda (2008, p. 130),
Os eventos científicos constituem-se como fonte essencial na busca e apre-ensão de novos conhecimentos, sua finalidade é reunir profissionais ou estu-dantes de uma determinada especialidade para trocas e transmissão de infor-mação de interesse comum aos participantes.
Neste sentido, reafirmamos que os eventos científicos são importantes para a disse-
minação do conhecimento de forma rápida e objetiva e destacamos que a área de formação
de professores de línguas pode ser beneficiada na divulgação de suas pesquisas se aprimo-
rada a relação entre ensino e extensão nos cursos de licenciatura.
EVENTO CIENTÍFICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: entre a exigência
curricular e a construção do conhecimento
RESUMO: presente artigo busca discutir a contribuição de eventos científicos para a forma-ção de professores a partir de uma pesquisa realizada sobre o Encontro de Formação de Pro-fessores de Língua Estrangeira – ENFOPLE. Este evento científico realiza-se anualmente no Câmpus Inhumas e caracteriza-se como um espaço para a divulgação dos estudos e das pes-quisas realizadas na área de formação de professores por docentes da UEG e de outras insti-tuições do Brasil e do exterior, a fim de discutir aspectos relacionados ao conhecimento nas áreas de ensino, destacando a importância dos conhecimentos teóricos na área de Letras para o exercício da profissão de professor.
Artigo original disponível em http://www.anais.ueg.br/index.php/enfople/article/view/5786/5701
Alinny Ferreira Prado e Carla Conti de Freitas
13
O ENFOPLE está relacionado ao cur-
so de Licenciatura em Letras – Língua Por-
tuguesa e suas respectivas Literaturas e
Língua Inglesa e dada a importância dos
conhecimentos nesta área na formação dos
alunos do curso, egressos e professores da
rede de ensino do município de Inhumas e
região. Assim, são proporcionados aos par-
ticipantes: grupos de trabalho, mesas re-
dondas, minicursos, oficinas, vídeo confe-
rencia e discussões sobre variados temas,
promovendo assim um fortalecimento entre
três dimensões da universidade, a saber, o
ensino, a pesquisa e a extensão.
A análise de documentos relaciona-
dos aos eventos como programa de cada
edição e dos currículos dos palestrantes e
comunicadores possibilitou a construção da
memória do evento e, a partir daí, a análise
da sua importância para a formação de pro-
fessores da região, pois torna-se possível a
constante reflexão sobre a relevância da re-
lação entre as atividades de ensino, pesqui-
sa e extensão da universidade sobre a for-
mação de professores, incentivando novas
pesquisas (PRADO, FREITAS, 2015).
A análise dos programas de cada
edição nos possibilitou enumerar e anali-
sar as escolhas temáticas ao longo do
tempo, os interesses e as pesquisas que
motivaram as apresentações de palestran-
tes e comunicadores. Isso contribuiu para
o entendimento das discussões relevantes
para a área em cada momento, indicando
o conhecimento construído e difundido
nas e pelas instituições envolvidas com a
formação de professores de língua estran-
geiras.
ENFOPLE tem sido considerado
um importante evento para a universidade
e para o processo de formação de profes-
sores de línguas estrangeiras da região e
isso motivou a apresentação de um regis-
tro sobre a trajetória desse evento na uni-
versidade, enfatizando as suas caracterís-
ticas desde a criação, as mudanças que ele
apresentou nesse processo e suas contri-
buições para a região. O registro do even-
to é uma atividade importante da institui-
ção de ensino que visa a gestão do conhe-
cimento que ela produz e dissemina.
Registra-se a trajetória do
ENFOPLE desde a sua criação em
2005 até a edição ocorrida no ano
de 2014. Este evento iniciou-se de
forma pequena, porém demons-
trou um crescimento significativo
com o passar dos anos e a cada
edição tanto no número de partici-
pantes quanto de trabalhos apre-
sentados.
GRAFICO 1 – Número de participantes de cada edição do ENFOPLE
Fonte: Secretaria acadêmica e Coordenação do curso de Letras Campus Inhumas
14
A realização dessa pesquisa possibilitou o registro, a análise e a divulgação das
informações sobre uma atividade de extensão universitária, nesse caso, um evento ci-
entífico. A sistematização e disponibilização das informações sobre o evento para a
formação de professores, promovido pelo Câmpus Inhumas, possibilitam a discussão
sobre o papel do evento cientifico para os alunos de graduação e contribuem para o
entendimento sobre as atividades da universidade – ensino, pesquisa e extensão – e a
relação entre elas.
Esse estudo reafirma a relevância do evento na medida em que considera a for-
mação complementar através das atividades extracurriculares como palestras, cursos,
seminários, congressos e pesquisas importantes para a formação de professores, pois
essas atividades, além de propiciar maior convívio no ambiente acadêmico, desper-
tam no estudante um maior envolvimento, participação, troca de ideias e experiências
fundamentais para a compreensão do atual ambiente de transformação da sociedade
para sua futura formação.
A participação dos estudantes do curso de Letras no ENFOPLE demonstra que
eles reconhecem a contribuição do evento na própria formação, destacando a relação
entre o que vivenciam no evento e suas experiências na atuação como professores de
língua estrangeiras. Desta forma, este estudo possibilitou uma reflexão sobre eventos
científicos na área de formação de professores que muitas vezes são considerados
apenas como atividades que visam a atender à exigência curricular, mas que devem
ser entendidos como atividades que de fato contribuem para o processo de criação e
disseminação do conhecimento.
Graduada em Letras Português Inglês (1995), Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2003), Especialista em Psicopedagogia, Avali-ação Institucional e Docência Universitária. Doutora em Politicas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento, UFRJ/UEG, (2013) e Pós-Doutorado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Atua como Docente
e Diretora da Unidade Universitária de Inhumas da Universidade Estadual de Goiás.
A seleção das apresentações realiza-
das no ENFOPLE registra a participação
de professores da UEG e de instituições
regionais, nacionais e internacionais. No
Gráfico 2, a lado, apresenta-se o número
de professores que apresentaram suas pes-
quisas ou experiências nas edições do
evento.
GRAFICO 2 – Representação geográfica dos apresentado-res do ENFOPLE
Fonte: Secretaria acadêmica e Coordenação do curso de Le-tras Campus Inhumas.
As informações relativas à pesquisa e ao evento estão disponibilizadas no sitio do Observatório de Ideias da UEG: gestão da informação em educação e formação (www.observatório.ueg.br).
Alinny Ferreira Prado Carla Conti de Freitas
15
O DIA A DIA DA SALA DE AULA: Relato de Experiência no Estágio Supervisionado
Sou docente na área de história, porém a experiência mais marcante de minha vi-da enquanto professora universitária foi na área do Estágio Supervisionado. Atuo nesta área há alguns anos e me deparo com uma realidade que me fascina. Alunos no primeiro ciclo do estágio. Dessa forma, marca muito a carinha de medo/dúvidas e curiosidades dos acadê-micos em relação ao estágio. São muitas expectativas que eles trazem. No primeiro mo-mento não se sentem a vontade de fazer questionamentos e carregam essas dúvidas e apreensões, até que, no dia a dia da sala de aula e da interação com seus pares na escola campo, eles vão se soltando e caminhando. As primeiras atividades do estágio realizadas na escola campo são relacionadas ao diagnóstico da mesma, isso é realizado num clima tranquilo e os acadêmicos vão che-gando de mansinho, observando o espaço físico, bem como o pedagógico, vão ao longo dos encontros com os autores escolares colhendo informações e se interagindo forman-do redes de relacionamentos amistosos e produtivos. Nesse percurso outras tantas atividades e leituras complementares vão possibili-tando os acadêmicos de teoria e práticas que dão a eles a autonomia de ação na escola campo. Assim, as observações do trabalho pedagógico inicia e eles percebem que os re-gentes fazem, de tal forma que eles também poderão fazer. E farão mesmo. E é isso que me fascina na prática pedagógica, esse aluno que de início parecia um bichinho assusta-do e curioso ao mesmo tempo, agora desabrocha como uma flor e voam como um pás-saro. São análises de PPP (Projeto Político Pedagógico), PDE (Plano de Desenvolvi-mento Escolar) e do Livro didático e outros tantos momentos que são possibilidades de interação e aprendizagem. A integração nas oficinas e nos laboratórios de regências, fa-vorecem o crescimento e o aprimoramento dos estagiários. Essa ambiência da sala de aula, do ensinar e aprender ao mesmo tempo, essa rela-ção professor e aluno e vice versa é meu ponto de referência, onde me delicio com as regências desses alunos que vão um a um, mostrando sua autonomia e regendo uma sala de aula como se fossem verdadeiros maestros na arte do ensinar. Finalizando essa experiência anual enquanto orientadora do estágio, realizamos o momento de reflexão. Excepcional esse momento, observar as mesmas carinhas de an-tes, agora calmas e contentes. Ouvir cada um desses acadêmicos, observando seus rela-tos e sentindo sua alegria por mais uma etapa vencida. É o alimento da minha alma afei-ta a ser útil a quem quer que seja, porém, de modo especial aos meus alunos queridos.
Liberalina Teodoro de Rezende Professora de História
Mestre em Ciências Ambientais Docente da Universidade Estadual de Goiás
Campus Pires do Rio
16
UM OLHAR DIFERENCIADO EM SALA DE AULA : RELATO DE EXPERIENCIA DE LÍNGUA INGLESA
Cursar Letras na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Jussara já era
um sonho longe da minha realidade, mas devido a persistência e vencendo as
dificuldade cheguei ao 3° ano , foi a partir daí que que pude perceber e enten-
der a realidade, o dia a dia de uma sala de aula.
Quero aqui relatar minha experiência durante o estágio supervisionado
de Língua Inglesa. O que me marcou muito foi uma oficina realizada em sala
de aula. Foram divididos os grupos e cada grupo ficou com uma série. O gru-
po que eu estava fazendo parte ficou com o 7º ano do Ensino Fundamental,
turma matutino.
Planejamos nossa oficina pensando em chamar a atenção dos alunos en-
quanto trabalhamos alimentação saudável e alimentação não saudável. Prepa-
ramos vários jogos, dinâmicas, brincadeiras que pudesse chamar a atenção
dos alunos para a aprendizagem. Foi bem aceito por eles.
Como nosso tema era alimentação, trabalhamos com frutas e alguns ti-
pos de alimentos. No fundo da sala preparamos uma mesa com várias frutas
para os alunos se deliciarem após a apresentação. Foi muito bom porque con-
seguimos chamar a atenção para a oficina. Houve uma interação bastante lu-
crativa dos participantes juntamente com as acadêmicas estagiárias.
O que percebo é a grande importância que as aulas práticas com embasa-
mento teórico desempenham na formação docente e no trabalho concreto. A
unidade teoria e prática precisam estar presentes tanto ao longo do processo
formativo quanto ao longo da realização do trabalho concreto.
LEIDIANE RODRIGUES DA SILVA Discente do curso de Letras
UEG - Câmpus Jussara
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O filme a Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Po-
ets Society) foi lançado nos Eua, em 28 de fevereiro de
1990, com duração de (2h 08min), foi dirigido por Peter
Weir, é um filme do gênero comédia dramática, que pos-
suiu como componentes de elenco Robin Williams, Ethan
Hawke, Robert Sean Leonard e mais.
O filme trata da relação educador-aluno
tendo como fundo o ensino em uma sociedade
autoritária, tanto na família como na escola. O drama se desenrola em meados
de 1959, em uma tradicional escola preparatória, só para rapazes, chamada Aca-
demia Welton.
No início do filme, o diretor da Academia discursa e dá ênfase aos princí-
pios que regem aquela instituição: tradição, honra, disciplina e excelência. Era
uma época em que os filhos seguiam carreiras impostas pelos pais e as expres-
sões artísticas não tinham espaço.
O professor de poesia, John Keating, é ex-aluno da Academia e traz uma
nova forma de ensinar. Keating se contrapõe ao sistema de ensino da época e in-
troduz seu ideal pedagógico. Seus métodos são inusitados, mas levam os alunos
a pensarem por si próprios, a terem uma visão crítica, a exporem seus sentimen-
tos escrevendo poemas.
http://pedagogiacommaturidade.blogspot.com.br/2013/08/resumo-do-filme-sociedade-dos-poetas.html
http://topdezfilmes.org/wp-content/uploads/2014/08/l_86736_0097165_a2bfe6b0.jpg
Texto adaptado por: Cristina Ferreira de Oliveira
Acadêmica do curso de Letras, da UEG, Câmpus Inhumas Bolsista voluntária do Observatório de Ideias da UEG.
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O filme Além da Sala de Aula (Beyond
The Blackboard) foi lançado em 2011, com dura-
ção de 95 minutos, foi dirigido por Jeff
Bleckner, é um filme do gênero drama, família,
que possuiu como componentes de elenco Emily
VanCamp, Steve Talley, Timothy Buafield, Julio
Oscar Mechoso e Treat Williams.
Sinopse: desde criança Stacey Bess (Emily VanCamp) queria ser professo-
ra, ela dizia gostar de abaixar os imensos mapas e o cheiro dos novos livros de
texto. Porém, ela engravidou aos 16 anos e teve que adiar um pouco o sonho.
Aos 24 anos e recém-formada, ela inicia sua jornada como professora em um
abrigo para sem-tetos. Toda empolgada e cheia de expectativas, ela percebe a re-
al carência do local e das crianças e começa sua batalha para conseguir melhores
condições aos seus alunos e ensiná-los lições valiosas.
https://viniciuscarvalhoblog.wordpress.com/2015/05/16/
alem-da-sala-de-aula-beyond-the-blackboard/
Texto adaptado por: Cristina Ferreira de Oliveira
Acadêmica do curso de Letras, da UEG, Câmpus Inhumas
Bolsista voluntária do Observatório de Ideias da UEG.
http://pedagogiacommaturidade.blogspot.com.br/2013/08/resumo-do-filme-sociedade-dos-poetas.html
Resenhas indicativas orientadas por: Maria Clara Acadêmica do curso de Ma-
temática da UEG Câmpus Jussara
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Julia Kassia Acadêmica do curso de Matemática
UEG - Câmpus Jussara
Encontre as palavras sobre formação de professores dentro do caça-palavras.
Ensinar, formação, docência, professor, letra-mento, identidade, planejamento, inovação, objetivo, obstáculo, alienação, emancipação,
capitalismo.
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MATANDO O TÉDIO
http://rondoniaempauta.com.br/nl/wp-content/uploads/2013/11/charge-professor-politico-
formacao.jpeg
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CRUZADINHA
1. O alicerce da escola 2. Processo de ensinar 3. Qualquer libertação 4. Efeito de planejar 5. Sentimento do bem 6. Processo pelo qual os conhecimentos são adquiridos 7. Está ligada aos conceitos de diferença, oposição
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z
http://3.bp.blogspot.com/-B9ac_uy4tWI/VWimjZkGS7I/AAAAAAAAAI0/
LD0d1hQzlYw/s1600/charge-aprovar-aluno-que-nc3a3o-sabe-c3a9-condenar.jpg
O QUE É O QUE É?
1.O que está no meio do ovo?
2.O que é que todos têm dois, você tem um e eu não tenho nenhum?
3.O que está em cima de nós?
4.O que é que tem na cabeça, mas não é cabelo; tem no poço, mas não é água?
5.O que é que tem capa mas não é super-homem, tem folha mas não é árvore, tem
orelha mas não é gente?
6.O que é que tem em dezembro, mas não existe em qualquer outro mês?
RESPOSTAS
A letra "V", A letra "O" das palavras., O acento agudo, A letra “Ç”, O livro, As letras "D" e "Z".
http://www.soportugues.com.br/secoes/portuguesinho/oque.php
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z http://www.smartkids.com.br/content/puzzles/images/1152/original/profissoes_sete-erros-02.png
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