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16 Use Shell V-Power. Você vai sentir a diferença em cada gota. A tecnologia de Shell V-Power é o resultado de uma parceria de mais de 60 anos entre a Shell e a Ferrari. A Shell utilizou o que aprendeu nas pistas para desenvolver um combustível com maior poder de limpeza e proteção que melhora a resposta do motor. Passe em um posto Shell e abasteça com Shell V-Power. Você vai sentir a diferença no motor do seu carro. 1 1 1 1 SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS DE MATO GROSSO Edição 49, novembro de 2010 – Revista Sindipetróleo www.sindipetroleo.com.br BORRA DO BIODIESEL PROVOCA POLÊMICA Veja como reduzir alterações na qualidade do diesel ? | Empreendendo | Entrevista | Jurídico | Empree d ndend do De olho em seu posto Com Alisio Vaz Distância entre postos

EDIÇÃO 49

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EDIÇÃO 49

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Use Shell V-Power. Você vai sentir a diferença em cada gota.A tecnologia de Shell V-Power é o resultado de uma parceria de mais de 60 anos entre a Shell e a Ferrari. A Shell utilizou o que

aprendeu nas pistas para desenvolver um combustível com maior poder de limpeza e proteção que melhora a resposta do motor.

Passe em um posto Shell e abasteça com Shell V-Power. Você vai sentir a diferença no motor do seu carro.

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SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DEDERIVADOS DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL

E BIOCOMBUSTÍVEIS DE MATO GROSSO

Edição 49, novembro de 2010 – Revista Sindipetróleo

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BORRA DO BIODIESEL PROVOCA POLÊMICA

Veja como reduzir

alterações na qualidade do

diesel

?| Empreendendo | Entrevista | Jurídico| Empree dndenddoDe olho em seu posto Com Alisio Vaz Distância entre postos

R E V I S T A

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A Sindipetróleo tem tiragem de 1.300 exemplares e é um dos principais veículos de informações do setor de revenda de com-bustíveis e seus derivados.

O Sindicato representa regionalmente cerca de 1.000 postos. Sua sede está localizada na rua Manoel Leopoldino, nº 414, Araés. Cuiabá-MT. CEP: 78.005-550. Telefone: (65) 3621-6623.

Presidente: Aldo Locatelli

1º Vice-presidente: Paulo Eduardo Emboava2º Vice-presidente: João Marcelo G. F. Borges1º Secretário: Bruno Borges 2º Secretário: Eduardo Piccini 1º Tesoureiro: Ranmed Leite Moussa2º Tesoureiro: Joaquim Carvalho Moraes

Suplentes da Diretoria: Jaeder Batista Carvalho, Rodrigo dos Santos Osmar, Ramsés Victor Castoldi e José Luis Demeneghi.

Conselheiros fi scais: Fábio Delfi no de O. Marques, Gilberto Gomes Junior, Paulo César Borghette de Melo, Felipe David Cerutti, Rodrigo Trevisan e Benedito Pedro Gonçalves.

Delegados regionaisJosé Santos (Barra do Garças), Pedro Paulo Daumazo Ferreira (Sinop), Laércio C. de Araújo Estrela (Região Norte), Lucimar Brescansin (Sorriso), Alilda Tanaka (Tangará da Serra), Vilson Gonzales Kirst (Lucas do Rio Verde), Edson Serrou Barbosa (Região Sul), Jairo Pirotto (postos de rodovias), Luiz Paulo Rodrigues Lopes (São José dos Quatro Marcos) e Francisco Balduino da Silva (Cáceres).

Diretor-executivo: Bruno BorgesAssessoria Técnica Comercial: Rafael [email protected]

Jornalista responsável: Simone Alves – DRT/MT 1493

Revisor Ortográfi co: Leony Lemos - (65) 9215-4568

Impressão: Gráfi ca DefantiProgramação Visual: Company Comunicação

Fale com o SindicatoAdministração: [email protected]

Atendimento ao associado: [email protected]

Assessoria de imprensa: [email protected]

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DEDERIVADOS DE PETRÓLEO, GÁS NATURALE BIOCOMBUSTÍVEIS DE MATO GROSSO

Identifi car e propor soluções para o setor de combustíveis deve ser o foco da frente parlamentar em defesa do setor da revenda, que está sendo

idealizada na Câmara Federal. A busca de assinaturas para criá-la deve ser reforçada em outubro, após o período eleitoral. Serão necessárias quase duzentas assinaturas. Não será fácil, mas a Diretoria do seu Sindicato está otimista.

A frente parlamentar servirá para acompanhar

projetos de leis que pudessem, de alguma forma, interferir na atividade da revenda, já que hoje, mesmo que imbuídos de boa vontade, os legisladores demonstram não entender dessa cadeia extremamente complexa. Vale lembrar que o nosso setor se torna ainda mais complexo por lidar com 16 mil exigências ambientais, mais um ponto que merece atenção dos legisladores. Por estes e por outros motivos os projetos de leis que envolvem o setor não podem estar apoiados em informações superfi ciais.

Cito como exemplo a tentativa de criar uma lei que estabelece a implantação de lacres eletrônicos nos tanques dos postos de combustíveis. Passaram a lei para o governo sem antes ouvir os donos de postos e as distribuidoras sobre como isso infl uenciaria no trabalho dos postos e, por consequência, no bolso dos consumidores, e isso não podemos tolerar.

A principal justifi cativa de se voltar atenção ao setor é de que o combustível é o produto que movimenta o país e por isso merece respeito, dedicação e conhecimento. Estamos na luta e precisamos do apoio de todos.

Palavra do Presidente

Frente em defesa do conhecimento do setor de combustíveis

Prezados,

Aldo Locatelli.

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forma manual (livro de ponto) ou mecânica (relógios de ponto).

A diretoria do Sindipetróleo, representada pelo secretário-executivo Bruno Borges, se reuniu em 28 de setembro com revendedores de Cáceres, Curvelândia, São José dos Quatro Marcos, Araputanga e Mirassol D´Oeste. Com o objetivo de reduzir a “distância” entre os revendedores desses municípios em relação aos da Baixada Cuiabana, o Sindicato articula a nomeação de representantes da categoria nessa região de Cáceres.

Parte da equipe de colaboradores do Sindicato também participou do encontro a fi m de oferecer assistência e levantar demandas aos empresários da localidade

citada. Estiveram presentes a engenheira sanitarista Bethsabá, o assessor comercial Rafael Santana, o advogado Saulo Gahyva, representando o departamento jurídico, e ainda a assessora de imprensa Simone Alves.

Rafael e Beth têm visitado o interior do Estado, apresentando serviços disponí-veis aos revendedores.

Como diz o ditado popular “a primeira impressão é que fi ca.” Por este motivo a apresentação, a abordagem e a postura diante do cliente passam a ter uma grande importância. O instrutor/palestrante Ulisses Oliveira, bacharel em Ciências Contábeis e especialista em Gestão de Pessoas, promoveu no auditório do Sindipetróleo o treinamento “Transformando Talento em Sucesso”, que qualifi cou frentistas e demais funcionários no posto de combustível.

Por meio de parceria, o curso foi ministrado com custo reduzido pela metade. Uma nova rodada de treinamentos está sendo preparada. Desta vez, para atender os revendedores. A previsão é de que novos cursos sejam realizados em novembro.

Ainda há tempo para você entrar no site da ANP (http://www.anp.gov.br/s10/) para preencher a pesquisa referente ao “Plano de Abastecimento de Óleo Diesel de Baixo Teor de Enxofre” (DBTE). O prazo para envio da resposta foi ampliado de 30 de setembro para 30 de novembro.

A pesquisa atende a Resolução ANP Nº 26. Quem não responder ao questionário estará sujeito às penalidades previstas na Lei nº 9.847.

Vale lembrar que a pes-quisa não tem caráter vinculante, ou seja, quem declarou ter intenção de comercializar pode mudar de ideia depois e não vender S10/S50. Da mesma forma, aqueles que disseram não ter intenção de ofertar o diesel de baixo teor de enxofre também podem decidir vender o produto posteriormente.

Números

Até o fechamento desta edição, de mil postos de Mato Grosso, apenas 382 haviam respondido a pesquisa.

Sindipetróleo se reúne com revendedores de Cáceres

Transformando talentos em Sucesso

ANP amplia prazo para revendedores responderem pesquisa

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Desde 21 de julho está em vigor a Lei 12.291, que obriga todos os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços do país, incluindo os postos de revenda de combustíveis, a manterem à disposição do consumidor e em local visível e de fácil acesso para os clientes um exemplar do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

A nova lei determina ainda que seu descumprimento pode acarretar em multa de R$ 1.064,10.

Para facilitar o atendimen-to dessa determinação, o

Sindipetróleo disponibiliza em seu site uma versão do CDC em arquivo PDF que está disponível para consulta e impressão. Basta acessar o site www.sindipetroleo.com.br na parte dedicada à Legislações. Se preferir, o empresário também pode adquirir exemplar do CDC em livrarias e até mesmo bancas de revistas com valores a partir de R$ 5.

Os postos em todo o país

estão sendo comunicados, pelas suas distribuidoras, sobre os

aumentos nos preços de custo do etanol hidratado.

Segundo as distribuidoras, a alta nas bombas se deve aos reajustes de preços de venda do produto feito pelos produtores de açúcar e álcool. Embora este ainda seja período de safra, os preços estariam subindo porque há uma previsão de colheita abaixo das expectativas iniciais, além de o mercado de açúcar estar mais aquecido este ano. A alta também deve alcançar a gasolina comum. Essas informações são de fundamental importância para esclarecer o consumidor.

O governo cedeu às pressões e decidiu adiar o prazo para as empresas se adequarem à nova regulamentação do Registro de Ponto Eletrônico. Conforme as novas regras, previstas na portaria 1.987/2010, o novo sistema deverá ser implantado até 1º de março. Atenção: a portaria atinge apenas as empresas com mais de dez funcionários e que utilizam o sistema eletrônico para controlar a jornada de trabalho dos empregados. Esse controle ainda pode ser feito de

Notas

Mais uma obrigação para o comércio

Etanol chega mais caro aos postos

Novo ponto eletrônico é adiado para 1º de março de 2011

Onde está a liberdadepara formar preços?

Borra: quem arca com esta nova despesa?

Sindicom e a construção de um mercado que repudia a sonegação

“Quem engorda o porco é o olho do dono”

Provetas de 100 ml precisam de calibração

Lavagem a seco: qualidade ambiental como diferencial competitivo

Distância entre Postos Revendedores: Reserva de Mercado ou Interesse Público?

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Opinião

Sumário

Apesar de o mercado ser tachado de livre, a revenda de combustíveis tem sido alvo frequente de diversas interferências que ignoram a liberdade de defi nir preços. Em Rondonópolis (MT), por exemplo, postos passaram a ser investigados pelo Ministério Público por “indícios de margens de lucro acima de níveis competitivos”. Conforme divulgado pela imprensa local, foi constatada uma variação de cerca de R$ 0,20 por litro de gasolina nos postos.

Outro caso que surpreendeu os revendedores mato-grossenses foi um posto de Cuiabá que foi

acionado com margem superior a R$ 0,30 centavos. A Justiça determinou que em caso de descumprimento a empresa terá que pagar multa de R$ 2,00 por litro de gasolina comum comercializado. Ignoraram-se os custos deste posto de combustível que esteve próximo da falência por conta de uma decisão judicial que desconhece o setor de combustíveis.

Os revendedores entendem que há certa difi culdade do público compreender o que pode ser ou

não uma infração econômica. A diferença de preços no setor também causa estranheza. Infelizmente, é daí que surgem as penalidades injustas. Justo seria cada revendedor, antes de ser acusado de ter praticado preços ilegais, ter a oportunidade de mostrar sua planilha de custo.

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4 | Entrevista

9 Próxima edição

9 Sindicato em ação

14 e 15Notas

6 | B5 em debate

8 | Empreendendo

10 | Equipamentos

11 | Meio Ambiente

12 | Jurídico

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Nos últimos anos, foi possível perceber um movimento das grandes distribuidoras

em favor da disputa saudável de mercado. Um outro ponto de destaque se refere às fusões, que aos olhos do revendedor signifi cam passos ousados. Em entrevista ao Sindipetróleo, Alisio Vaz, vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrifi cantes (Sindicom), sintetiza sua análise sobre a expansão dos mercados, fusão entre grandes marcas e a preocupação com o alto índice de sonegação.

Sindipetróleo - O Sindicom representa quantas distribuidoras? Alísio - Nossa entidade representa 11 distribuidoras, sendo que 6 distribuem combustíveis, enquanto 5 trabalham apenas com lubrifi cantes. Todas as 6 atuam em Mato Grosso. São elas: AirBP, BR, Alesat, Ipiranga, Cosan e Shell. Em termos de vendas de gasolina, etanol e diesel, elas venderam, em 2009, 1,7 bilhão de litros, para um mercado total de 2,6 bilhões de litros.

Sindipetróleo - Diariamente, os noticiários bombardeiam notícias sobre a sonegação fi scal no setor de distribuição. Denúncias são voltadas principalmente para distribuidoras de fachada, que usam “laranjas” para registrar a empresa na Agência Nacional do Petróleo. Tais distribuidores ganham dinheiro e depois somem do mercado. O que o Sindicom vem fazendo a respeito no estado de Mato Grosso?Alisio - Os problemas em MT são de

dois tipos: a sonegação no diesel e a sonegação no etanol. O Sindicom tem atuado nas duas frentes, sempre com o apoio do Sindipetróleo. No diesel, temos pleiteado junto à Sefaz/MT e aos governadores a redução da alíquota de ICMS para 12%. A atual alíquota de 17% estimula que distribuidoras inescrupulosas adquiram diesel em SP com 12%, tragam este produto clandestinamente para MT e soneguem a diferença. Entendemos que, com a redução, além da eliminação da fraude, a economia de MT, como um todo, sairá ganhando com a redução dos custos na agricultura e no transporte, desonerando a produção e tornando o Estado muito mais competitivo.

Sindipetróleo - A tributação sobre o etanol também é considerada um imbróglio. Qual o percentual de sonegação quanto a este produto? Alisio - Não temos estimativas detalhadas, uma vez que se trata, em grande parte, de produto clandestino. Mesmo assim, podemos avaliar que aproximadamente em 50% do volume de etanol consumido não está embutida alguma parte da tributação.

Sindipetróleo - Qual seria a solução?Alisio - Para o etanol, temos enfatizado

junto à Sefaz duas iniciativas: (a) maior rigor contra as distribuidoras inadimplentes, aquelas que atuam sem pagar impostos e depois desaparecem; e (b) revisão do critério de tributação das usinas por estimativa, procedimento que, na avaliação de muitos, estimula o comércio clandestino de etanol.

Sindipetróleo - O Ministério da Agricultura defende a equalização das alíquotas estaduais cobradas sobre o álcool por meio de uma reforma tributária. O que o senhor acha disso?Alisio - A equalização poderia ajudar nos desequilíbrios existentes especialmente nas divisas entre estados. Mesmo assim, uma equalização geral seria muito difícil, devido às diferentes condições (produtor ou não) e necessidades (arrecadação) entre as unidades federadas.

Sindipetróleo - Vários são os exemplos de fusões entre grandes marcas de distribuição de combustíveis. Quais são os recentes exemplos os quais o Sindicom tem conhecimento e até que ponto essas fusões são boas para o mercado brasileiro? Alisio - As fusões ou aquisições são bem conhecidas pelo mercado (Ipiranga e Texaco, Cosan e Shell e outras). O que podemos ressaltar é que os investidores estão acreditando no negócio distribuindo e investindo pesado para adquirir ainda mais escala, efi ciência e competitividade, fatores que signifi cam melhor serviço com menor custo para o consumidor.

Sindipetróleo - As distribuidoras também são vistas como as grandes orientadoras dos negócios dos postos de revenda. Pensando nisso, qual o perfi l ou os perfi s de postos que o Sindicom defende?Alisio - As associadas buscam revendedores/parceiros que representem da melhor forma possível suas propostas perante o consumidor. É muito importante esta postura, uma vez que as distribuidoras procuram aprimorar suas ofertas ao consumidor, agregando sempre novos produtos e serviços, sendo o papel do revendedor fundamental para que esta veiculação ocorra de maneira perfeita.

Sindicom e a construção de um mercado que repudia a sonegação

EntrevistaAlisio Vaz

“Aproximadamente em 50% do volume de etanol consumido não está embutida alguma parte da tributação. ”

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Distância entre postos revendedores: Reserva de Mercado ou Interesse Público?

Jurídico

A partir da incorporação constitucional da Livre Concorrência como princípio da

Ordem Econômica, os atos normativos condicionantes do exercício das atividades empresariais são submetidos ao constante juízo de validade: seria essa lei constitucional à luz do princípio da livre concorrência, previsto no art. 170, da Carta Republicana?

Da impossibilidade de funcionamento de mais de uma farmácia em determinada região urbana, passando à vedação de importação de pneus usados em virtude das nefastas consequências ambientais, são inúmeras as questões enfrentadas pela nossa Suprema Corte sob a perspectiva de uma fundamental liberdade de iniciativa.

Na ordem do dia, a previsão legislativa do município de Cuiabá, que determina a observância de distanciamento mínimo de 1000 m entre postos revendedores como condicionante para a construção de novos estabelecimentos de revenda de combustíveis.

Fazendo uma breve viagem histórica, em retorno aos imemoriais tempos pré-constitucionais, verifi ca-se que a exigência de distância mínima entre postos revendedores já encontrava previsão em nosso ordenamento municipal com a Lei Municipal nº 2.514/88, de autoria do então vereador Mauro Lúcio Rodrigues. Após sucessivas modifi cações legislativas, atualmente o tema está disciplinado pela Lei Complementar Municipal nº 151/07, que estabelece que a edifi cação das instalações de postos

de abastecimento de combustível e serviços automobilísticos deve atender, dentre outras disposições, o distanciamento efetivo, tomado não em linha não-reta, de no mínimo 1000 m (um mil metros) em relação a outro posto revendedor.

Observando a questão sob o prisma exclusivo do regime constitucional da livre iniciativa, poderia o intérprete concluir pela inconstitucionalidade da previsão de distância mínima entre os estabelecimentos revendedores de combustíveis.

Em primeiro lugar, apresenta-se o princípio constitucional da livre concorrência, manifestação da liberdade de iniciativa que assegura a pluralidade de agentes econômicos como forma de preservar, desenvolver e garantir o livre mercado. Em segundo lugar, descortina-se o princípio do livre exercício da atividade econômica, segundo o qual é direito do cidadão exercer livremente qualquer atividade econômica independentemente de autorização dos órgãos públicos. Em terceiro lugar, e não menos importante, delineia-se a defesa do consumidor como princípio da ordem econômica, postulado fundamental que assegura a proteção daquele que integra o ciclo econômico revelando posição de vulnerabilidade.

Em que pese a solidez dos argumentos mencionados, a observância da especialidade da atividade de revenda de combustíveis não só justifi ca, mas, principalmente, recomenda, a defi nição de distância mínima entre os estabelecimentos

revendedores .Partindo dos ensinamentos

do constitucionalista português J.J. Gomes Canotilho, pode-se afi rmar que a Constituição há de ser interpretada de maneira global, cumprindo ao intérprete afastar as aparentes antinomias de seu texto por meio da harmonização das tensões existentes, direcionando sua atividade pelos caminhos que melhor atendam os princípios e objetivos fundamentais fi xados no Texto Maior. Assim, ao se reconhecer que a Constituição Federal estabeleceu um compromisso com a proteção efetiva dos direitos fundamentais, há de se concluir pela prevalência do interesse público ao ambiente seguro e adequadamente ordenado, sem que se esteja diante de uma violação à livre concorrência.

Observadas as especifi cidades da revenda de combustíveis, nota-se que o cumprimento da legislação de regência pelo posto revendedor, v.g. Resoluções do Conama, Resoluções da ANP e as Normas NBR ABNT e Inmetro, não afasta os riscos que circundam essa atividade.

Afi nal, a atividade de armazenamento e revenda de combustível, por sua própria natureza, é reveladora de elevados riscos (ambientais, físicos e químicos), razão pela qual a defi nição de distância mínima entre os estabelecimentos revendedores revela-se imprescindível à proteção da segurança ambiental.

Não bastasse esse componente de proteção do direito da coletividade ao ambiente seguro, a norma que defi ne distanciamento mínimo encontra justifi cativa no interesse, igualmente público, na adequada ordenação física e social da ocupação dos espaços territoriais urbanos, em exata concretização do disposto no art. 30, incisos I e VIII, e no art. 183, ambos da Constituição Federal.

Assim, longe de traduzir norma destinada à reserva de mercado, o prudente distanciamento – palavras de Ellen Gracie - entre postos revendedores revela-se importante instrumento de garantia da segurança da coletividade e da adequada ocupação do solo urbano.

Saulo Rondon Gahyva, Advogado, Sócio do Escritório Gahyva e [email protected]

Por Saulo Rondon Gahyva

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Biodiesel tem aspectos positivos, já que é produzido a partir de matéria-prima renovável e não contém enxofre ou compostos aromáticos normalmente presentes em derivados de petróleo e que contribuem para o aumento da poluição. Porém, apresenta também pontos negativos, tais como afetar o motor dos veículos e peças que integram as bombas abastecedoras.

O biodiesel vem causando problemas tais como for-mação de borra no motor,

problemas nas bombas, entupi-mento de bicos inje-tores dos veículos e a necessidade de troca dos fi ltros com maior frequência. Confi ra as imagens. O assunto ainda está nos bas-tidores, mas já vem chamando a atenção dos proprietários de veículos e de postos de combustíveis.

Diante das difi culdades e au-mento dos custos que surgem, por meio da Federação Nacional do Comércio de Com-bustíveis e Lubrifi can-tes (Fecombustíveis), as categorias cobram uma resposta da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Em julho deste ano, a ANP convocou representantes da produção, distribuição e revenda

para participarem de um Grupo de Trabalho, visando ao aperfeiçoa-mento da logística de transporte e armazenagem para a garantia das

especifi cações da mistura óleo die-sel/biodiesel.

Para que se chegue a uma solução ou conclusão, testes de campo estão sendo realizados. Embora não assumam, a ideia dos

testes é até mesmo estudar se bio-diesel é realmente compatível com o diesel ou se a forma de transporte e armazenagem pode gerar algum

tipo de contami-nação e poste-rior resíduo. O biodiesel pode ter, por exemplo, maior absorção de água.

O grupo de trabalho já elaborou um folheto de boas práticas para o manuseio e ar-mazenagem de óleo diesel B. As orientações não eliminarão os as-pectos negativos do biodiesel, mas

podem reduzir a quantidade de borra. Eis algumas recomendações que constam no Guia (preliminar) de Procedimentos para Manuseio e Armazenagem de Óleo Diesel B.

Borra: quem arca com esta nova despesa?

B5 emDebate

A borra é um material de origem orgânica, é escuro, pegajoso e malcheiroso

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O uso inadequado ou desnecessário dos recursos naturais vem prejudicando

seriamente o equilíbrio da natureza. Há uma séria ameaça de contaminação da água em nível mundial. Há sérias ameaças de extinção de várias espécies de árvores, animais, peixes e aves. E diante deste impasse, cada empresa tem o dever de procurar modelos de efi cácia na aplicação de seus recursos que reduzam ou mesmo eliminem passivos ambientais.

Está aí a importância das auditorias nas grandes células sociais para avaliar os custos ambientais presentes e futuros. No mesmo intuito, crescem os investimentos das células sociais na recuperação e preservação ambiental. O ativo e o passivo ambiental não podem mais ser ignorados. Afi nal, na teoria da dinâmica da riqueza, a formação do patrimônio não depende só do capital, mas da infl uência do ambiente externo em que a empresa está inserida.

Essa visão também chega aos postos. Os revendedores pensam cada vez mais em aliar qualidade do meio ambiente com a eliminação de custos. Uma das alternativas no estabelecimento de

revenda de combustíveis e serviço de lavagem a seco. A motivação deste tema surgiu em meio a um encontro com revendedores do Nortão do estado que sinalizam fechar os lavadores pelo seu alto custo e pelo grau de agressão ao meio ambiente, já que geram muito mais resíduos e desperdício de água. Mas eles também já pensam em alternativas. Bruno Costa Soares, administrador do Posto Cidade, em Sorriso, por exemplo, contou que estuda a implantação da lavagem a seco. Ele entende que esta é uma opção tecnológica futura. Hoje ele apenas revende o produto que faz a lavagem a seco.

Como funciona?

Quando se fala no termo popular “Lavagem a Seco”, se pensa em limpeza em a utilização de líquidos. É bom esclarecer que não é bem assim. Existe a ideia

equivocada de que o processo de lavagem é feito por fricção de pano seco, quando, em verdade, é feito através da pulverização de produtos líquidos biodegradáveis sobre a superfície do veículo.

A cera de lavagem quando pulverizada sobre o veículo se infi ltra nos depósitos de sujeira, formando uma película protetora de cera sobre a superfície da pintura. Esta película age sobre os depósitos de sujeira que vão sendo amolecidos e quebrados em fragmentos menores. Ou seja, ao ser aplicado, suspende e envolve a sujeira, o que permite sua remoção sem riscar a superfície, deixando-a limpa. Tais produtos, além de seus reagentes, possuem propriedades de cera de carnaúba, o que proporciona também brilho e proteção sobre a pintura do veículo.

Após descompactar a sujeira, a cera passa a envolvê-la, criando invólucros de cera com a sujeira dentro, tirando, desta forma, o contato da sujeira com a superfície, o que resulta na proteção da pintura durante o processo de remoção da sujeira que será feito com a passagem de outro pano 100% algodão e com porosidade específi ca.

Com o sistema de lavagem ecológica, o cliente diminuirá as chances de lavagem, o que não acontece com o sistema convencional, isso sem contar com a economia de aproximadamente 380 litros de água que seriam usados na lavagem do seu veículo. Então, revendedor, vale a pena pensar nessa solução!

Bethsabá Marques Silvaengenheira sanitarista

Email: [email protected]: 65 8419 1152

Lavagem a seco: qualidade ambiental como diferencial competitivo

Meio Ambiente

Por Bethsabá Marques

Já há no mercado uma diversidade de produtos

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Em muitas regiões brasilei-ras não existem ainda labo-ratórios credenciados pela

RBC (Rede Brasileira de Calibra-ção) e, por conta disso, a revenda vinha enfrentando difi culdades para atender à Resolução 9 da ANP, que estabelecia a neces-sidade de calibração de provetas, densímetros e termômetros.

Para cumprir as exigências da legislação, os empresários precisavam arcar com custos de frete dos materiais para os locais onde existem laboratórios credenciados, além de fi carem algum tempo sem os itens no posto. O número de laboratórios ainda é pequeno e faz o processo se tornar lento.

Essa é a realidade também de Mato Grosso, onde alguns postos correram os riscos de ser autuados, mesmo não havendo aqui no Estado empresas certifi cadoras autorizadas. Essa difi culdade existente também em outros locais impulsionou a Fecombustíveis a solicitar à ANP revisasse a resolução.

A solicitação foi atendida. Agora somente as provetas de 100 ml precisam de certifi cado

de calibração, que tanto pode ser emitido pela RBC quanto por laboratórios que utilizem os padrões do Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmetro).

A nova regra para equipamentos de aferição passou a valer a partir de 6 de setembro deste ano e estabelece que a medida- padrão de 20 litros também deve ser aferida pelo Inmetro, em Mato Grosso representado pelo Imeq. A aferição também deve ocorrer com termômetros e densímetros. Para a proveta de 1000 ml, nenhum tipo de certifi cado será exigido, já que ela é somente utilizada para verifi car o aspecto visual e a densidade dos produtos.

O Sindipetróleo destaca que, se o posto não possuir os equipamentos já com o selo do Inmetro, o custo de um novo, já com certifi cado de calibração, pode ser inferior aos valores necessários para mandar calibrar.

Dica: Por meio do endereço eletrônico – www.inmetro.gov.br – é possível identifi car os laboratórios credenciados.

Provetas de 100 ml precisam de certificação de calibração

Equipamentos

Difi culdades para certifi car equipamentos geraram nova resolução

Nova regra para equipamentos de aferição está em vigor desde 6 de setembro e estabelece que a medida-padrão de 20 litros e a proveta de 100 ml contenham o certificado do Inmetro.

Provetas de 100 ml precisam de calibração

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• O óleo diesel B deve ser es-tocado preferivelmente pelo prazo de até um mês.

• O combustível estocado por período superior, considerando suas condições de armazenagem, pode deteriorar-se, apresentando formação de material insolúvel.

• A presença de material in-solúvel no combustível pode levar à obstrução de fi ltros e injetores, além de favorecer a formação de depósitos no sistema de combustão e a ocorrên-cia de corrosão.

• Os tanques utilizados na ar-mazenagem devem apresentar-se limpos, secos e protegidos de luz e temperaturas extremas. Busca-se com isso evitar a oxidação do combustível ou a incorporação de contaminantes.

• O armazenamento pode ocorrer em tanques subterrâneos ou aéreos, devendo ser observada a tem-peratura à qual o combustível será submetido;

• Deve-se evitar a exposição do óleo diesel B a substâncias in-compatíveis como, por exemplo, gasolina, água e etanol, dentre outras,

buscando-se desta forma minimizar a sua degradação.

• Também deve ser evitado o contato do óleo diesel B com materi-ais incompatíveis, como certos tipos de elastômeros e metais, de forma a minimizar incorporação de contami-nantes ao combustível.

• O biodiesel e suas misturas com óleo diesel A poderão apresentar formação de sedimentos decorrentes de reações de oxidação, quando em contato com materiais à base de co-bre, chumbo, titânio, zinco, aços re-vestidos, bronze e latões. Portanto, o uso desses metais deve ser evitado, tanto no transporte como no armaze-namento do referido combustível.

• O biodiesel é compatível com aço carbono, aço inoxidável e alumínio.

• Após a lavagem de tanques, tubulações, bombas e fi ltros, o óleo diesel B deve ser circulado por todo o sistema, em volume adequado para carrear resíduos remanescentes. Em seguida, deve-se drenar todo esse volume de forma a preparar o tanque para o recebimento do produto.

• O biodiesel pode dissolver ferrugem e outras impurezas prove-nientes de tanques de armazenagem e transporte e, apesar dos efeitos destes contaminantes serem menores no óleo diesel B, pelo seu baixo teor de biodiesel, faz-se necessária a checa-gem dos fi ltros periodicamente, de forma a inibir sua obstrução.

• A presença de ar nos tanques de armazenagem pode favorecer a oxidação do combustível. Portanto, como medida preventiva é impor-tante manter os tanques no limite máximo permitido, reduzindo assim a quantidade de ar em contato com o combustível.

• É muito importante garantir a contínua renovação do conteúdo dos tanques de estocagem para limitar a presença de combustível envelhe-cido.

• A drenagem de produto remanescente no fundo do tanque de armazenagem, para a retirada de água, material microbiológico ou outras impurezas, deve ser feita regu-larmente.

O biodiesel, por sua natureza química, possui certo grau de hi-groscopicidade. Essa característica tende a favorecer a incorporação de água ao produto, o que deve ser defi nitivamente evitado. Quando o biodiesel é misturado ao óleo die-sel A, a água dissolvida no primeiro pode passar para a fase livre. A pre-sença de água livre pode favorecer a formação de depósitos, tanto decor-rentes da borra química quanto do crescimento microbiano de bacté-

rias e fungos, podendo provocar o entupimento de fi ltros e corrosão metálica. Portanto algumas medi-das preventivas devem ser incorpo-radas ao manuseio do combustível:

• Garantir que os tanques e compartimentos de armazenamento e transporte estejam secos antes do abastecimento com o óleo diesel B.

• Checar periodicamente a presença de água, principalmente no fundo dos tanques.

• Manter os tanques de arma-

zenamento na capacidade máxima permitida para minimizar a presen-ça de oxigênio e vapor d´água.

• Drenar equipamentos e veículos que não serão usados por longos períodos, de forma a se evi-tar o acúmulo de água e a deteriora-ção do combustível.

• Analisar, frequentemente, amostra de seu combustível para verifi car sua qualidade, bem como a presença de micro-organismos contaminantes.

O que é preciso saber sobre estocagem e transporte?

Como prevenir a absorção de água pelo biodiesel

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O título desta reportagem é uma máxima popular afi rmando que o “Dono”

é a pessoa que mais deve se importar com o negócio. É quem vai desfrutar do lucro ou assumir a responsabilidade pelos prejuízos. O “dono” também é a pessoa que se expõe ao risco e quem gerencia o negócio, decidindo sobre compras, vendas, contratações, demissões, etc.

Quando se fala em “olho” se pensa em controle ou supervisão do negócio. Tais informações não querem, necessariamente, dizer que o dono é obrigado a estar presente todos os dias. “Mas ele precisa estar a par dos balanços, do perfi l de atendimento e do planejamento”, pontua o consultor de vendas e palestrante Ulisses de Oliveira.

João Paulo Emboava tem seguido à risca a máxima popular. Ele procura visitar diariamente todos os quatro postos da Rede Vip, administrados também por Paulo Emboava, seu pai. “A presença física infl uencia muito no trabalho. Quando você está presente, os funcionários viram leões, no bom sentido. Não por se sentirem pressão,

mas por se sentirem valorizados. Eu entendo que a ausência faz com que os funcionários se sintam desprotegidos ou até mesmo menos responsáveis pelo negócio”, destacou o administrador.

O consultor Ulisses também alerta que não basta estar perto. É preciso se preocupar em apresentar uma postura profi ssional aos clientes e aos funcionários. É preciso avaliar as abordagens e abraçar a causa do bom atendimento. “Cabe ao dono do negócio ser um multiplicador das boas relações. Se ele próprio for incapaz de se relacionar bem com os funcionários, terá difi culdades em fazer com que os funcionários tenham a relação de carinho com os clientes”, conclui Ulisses.

João Paulo afi rma que trabalha para destacar duas marcas: a da honestidade e da alegria de atender. “A meu ver, são características que são atreladas à qualidade do combustível ofertado. Disponibilizar um produto de qualidade não basta, o cliente precisa sentir alegria de estar ali e um funcionário motivado é quem vai despertar esse sentimento”, explicou.

Janair Costa dos Santos é gerente em um dos postos Vip e confi rmou o que o patrão disse. “Essa rotina de visitas aos postos realmente acontece e num clima tranquilo e de confi ança”, disse o gerente.

Quem engorda o porco é o olho do dono

Empreendendo

Simples

João Paulo Emboava e Janair dos Santos trabalham para disseminar honestidade e alegria

estratégiaPergunte-se quantas

pessoas no dia você saudou com um alegre “bom dia”, por exemplo. Repare com que entusiasmo o seu funcionário cumprimenta os seus clientes. Preste atenção nisso e lembre-se de que está no Brasil e em Mato Grosso, onde as pessoas gostam de se relacionar e de ser bem recepcionadas. Ser simpático e educado é uma pequena atitude que não custa nada e gera fi delização. Pense nisso e dê razões para seu funcionário sorrir mais e trabalhar com mais entusiasmo.

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Um grande sucesso e uma excelente oportunidade de

grandes encontros. A Festa do Revendedor contou com a participação de aproxi-madamente 2 mil pessoas, entre revendedores e fa-miliares, distribuidoras, pa-trocinadores, parceiros do Sindicato, colaboradores, autoridades e outros amigos do setor.

As fotos do evento realizado no Cenarium Rural em 23 de outubro você confere na próxima edição.

A semana não foi só de festa. Foi também de protesto contra a exorbitante carga de impostos que pesam sobre os com-bustíveis, penalizando revendedores e, principalmente, os consumidores.

Reprodução de uma das peças publicitárias do Dia Sem Imposto

Veja na Próximaedição

Sindicatoem ação

Festa doRevendedorFeR8

SHOW NACIONALMATOGROSSO E MATHIAS

Animação com a bandaMEGARON

Cardápio assinado pelo

Além de show nacional, sorteio de carro 0km