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Dezembro | 2010 |S4 |D5 |S6 |T7 |Q8 |Q9 |S10 Ano II R$ 2,50 Essa fórmula explica, segundo as autoridades, a explosão do número de assassinatos em Caxias em 2010. Em mais de 80% dos casos as vítimas tinham antecedentes criminais Anvisa diz que a Codeca não pode nem testar o glifosato Uma jornada pelo passado tropeiro de Fazenda Souza Os planos do novo vice de futebol grená Diretor da GM diz que faltam ruas, e não sobram carros Renato HENRICHS Roberto HUNOFF Dupla CA-JU 53 Na questão do aeroporto, será difícil derrubar a nota de Vila Oliva BANDIDO BANDIDO CONTRA BANDIDO BANDIDO CONTRA André T. Susin/O Caxiense

Edição 53

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Essa fórmula explica, segundo as autoridades, a explosão do número de assassinatos em Caxias em 2010. Em mais de 80% dos casos as vítimas tinham antecedentes criminais

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Dezembro | 2010|S4 |D5 |S6 |T7 |Q8 |Q9 |S10

Ano ii

R$ 2,50

Essa fórmula explica, segundo as autoridades, a explosão do número de assassinatos em Caxias em 2010. Em mais de 80% dos casos as vítimas

tinham antecedentes criminais

Anvisa diz que a Codeca

não pode nem testar o

glifosato

Uma jornada pelo passado tropeiro de Fazenda

Souza

Os planos do novo vice de

futebol grená

Diretor da GM diz que faltam

ruas, e não sobram carros

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Na questão do aeroporto, será

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2 4 a 10 de dezembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Diretor da GM diz que o problema não é o excesso de carros, mas a falta de ruas

Capina química | 5Mesmo autorizada pela Fepam, Codeca não pode testar o glifosato, diz a Anvisa

Vinhos | 7A fina concorrência da Campanha

Violência | 9Uma análise das origens da onda de homicídios em Caxias do Sul

Blues | 12O festival mostra sua cara em cenas inesquecíveis

fazenda Souza | 14Em busca do ponto de partida, 250 anos atrás

Escultura | 15A habilidade metalúrgica transformada em arte

Boa Gente | 16Um casal, um ator, um pintor. E um top 5 para a happy hour

Artes | 17Olhos verdes de adeus e a escadaria em preto e branco

Guia de Cultura | 18Filme para curtir no Facebook, clima de Natal e primeiras páginas em exposição

Dupla CA-Ju | 21Um novo perfil para o Caxias e o aproveitamento da base no Ju

Guia de Esportes | 22Ainda tem Brasileirão no Jaconi e noCentenário: são os craques do Sub-20

Renato Henrichs | 23Não há articulação política que mude a decisão técnica sobre o novo aeroporto

www.oCAXiEnSE.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia PahlCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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@sercaxias A S.E.R. Caxias parabeniza pelo aniversário de 1 ano, contribuindo para o for-talecimento do jornalismo em Caxias do Sul. #ocaxiense1ano

@papadanews A Direção do Juventude para-beniza pelo 1 ano de existência. Parabéns pelo bom trabalho apresentado até aqui. #ocaxien-se1ano

@vereadoradenise Parabéns por trabalhar de forma conscientizadora! Jornalismo inteligen-te merece ser jornal de massas! Torço pra isso! Muitos anos de vida! #ocaxiense1ano

@cinemaemcaxias Parabenizamos nossos que-ridos amigos nesse aniversário de um ano. Sem dúvida o presente é nosso e ele vem de vocês! #ocaxiense1ano

@urizentech Parabéns pelo primeiro ano de muitos outros que estarão por vir! Sucesso! #ocaxiense1ano

@tumtumProducoes Parabéns ao @ocaxien-se Que seja o primeiro de muitos anos de jorna-lismo de muitas qualidades! #ocaxiense1ano

@_JuVieira Olha só o @ocaxiense dando aula de como fazer a capa de um jornal mais uma vez. #edição52

A capa da edição esta ótima, chama muita atenção a reporta-gem da pirataria, um problema tão grave atualmente.

fernanda tonolli

Edição 52 |Essa capa ficou perfeita! Muito criativa! Parabéns à equipe!

Thamires Griebler

Aeroporto em Vila oliva | Por que não modernizar o aeroporto já existente? Ainda

nesta semana, passei por lá e estão em obras.Paulo Roberto Stadulni

A ampliação do número e tipos de aeronaves faz com que seja necessária a construção de novas e maiores pistas. O aeroporto, enquanto edificação, não me parece um fator problemático. No entanto, a urbanização e ocupação dos arredores do aeroporto existente impedem que isso seja feito ou, pelo menos, que seja feito de maneira duradoura, tendo em vista as projeções de crescimento da cidade. O desloca-mento do aeroporto para uma área maior e mais afastada me parece sensato.

Rafael Della Giustina

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www.ocaxiense.com.br 34 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

Depois de a própria governa-dora anunciar no Twitter o re-sultado do estudo técnico sobre a localização do novo aeroporto regional, a assessoria do Piratini confirmou, por e-mail, a escolha: Vila Oliva. A área no distrito ca-xiense, na avaliação do Departa-mento Aeroportuário do Estado (DAP), ganha de goleada da de Mato Perso, em Farroupilha, que disputava a indicação: na nota que avaliou 15 itens, placar de 9,59 a 5,34. Agora, é esperar o novo governo cumprir a decisão e arrecadar recursos para uma obra demorada, que deve levar 10 anos.

O número de habitantes de Ca-xias do Sul cresceu 20,8% em uma década, segundo o iBGE. O Cen-so 2010 constatou que a popula-ção da cidade é de 435.482. Mais de 90% dos moradores estão con-centrados na zona urbana – na ru-ral, vivem apenas 16.161 pessoas.

Em vez de dormir na cadeia, 380 apenados do regime aberto só precisam assinar um livro-ponto. Depois, podem ir para casa. A absurda situação com-pletou sete meses na semana que passou. Culpa da superlotação, de reformas inacabadas (na área que sofreu um incêndio em maio) e obras ainda não concluídas (do novo albergue) na Penitenciária industrial de Caxias do Sul. Ou melhor: culpa da lentidão do po-der público. A falência do sistema carcerário é uma das razões da violência crescente na cidade (leia mais na reportagem da página 9). Um desafio e tanto para os eleitos que tomam posse em 2011.

No dia seguinte à manifestação do Sindicato dos Médicos, que prometeu retomar a greve na rede municipal (assim que reverter a decisão judicial que pôs fim ao protesto) e convocou a categoria a não bater o ponto, o Ministé-rio Público reagiu. O promotor Adrio Gelatti lembrou do prazo que dera à prefeitura – vencido uma semana antes, aliás – para obrigar os médicos ao que todos os simples mortais estão acostu-mados: cumprir seu horário de expediente. “Não vamos ficar es-perando que o Município empur-re por vários meses esse assunto”, avisou Gelatti, com intenção de processar a prefeitura por tolerar o desrespeito à carga de trabalho. Pena que dias depois o promo-tor recuou e afrouxou a cobran-ça, dando mais 15 dias de prazo à prefeitura. Será cumprido desta vez?

Afirmando que desde 2005 a Feira Ecológica não recebe incen-tivos da prefeitura, o vereador de oposição Rodrigo Beltrão (PT) reivindica a destinação de verba específica (R$ 36 mil por ano, é a sugestão dele) e a construção de uma estrutura fixa para os produ-tores na Rua Dr. Augusto Pestana. No sábado passado (27), agricul-tores encontraram boa parte do Largo da Estação Férrea, onde re-alizam a feira há 12 anos, tomado pelo 3º Moinho da Estação Blues Festival – e, naturalmente, não gostaram nem um pouco. Nesse caso, o que faltou foi planejamen-to da prefeitura, que poderia mui-to bem ter adiado ou transferido a feira de lugar. Caxias tem espaço de sobra para cultura e ecologia, é só se organizar.

Saiu a conta da mordida das campanhas presidenciais nas em-

Governo Yeda escolhe Vila oliva para o aeroporto

População caxiense aumen-tou 20% em 10 anos

Condenados estão há sete meses sem dormir na cadeia

MP retoma cobrança sobre o horário dos médicos

Vereador pede incentivos para a feira Ecológica

Empresas caxienses doaram R$ 340 mil a Dilma e Serra

l SEGunDA | 29.nov

l SEXtA | 3.dez

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A Semanaeditada por felipe Boff [email protected]

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Feira Ecológica e Blues Festival acabaram tendo que disputar a Estação Férrea. Briga desnecessária. Com planejamento, tem espaço para todos

Conforme o Censo, a população gaúcha é de 10.695.532 habitan-tes, e a brasileira, de 190.732.694.

presas de Caxias. Ganharam R$ 340 mil, apenas para Dilma e Ser-ra. A petista levou vantagem, ame-alhando R$ 260 mil, contra R$ 80 mil do tucano. A companhia mais generosa foi a Marcopolo (R$ 200 mil para Dilma, R$ 50 mil para Serra), seguida pela Randon (R$ 30 mil para cada).

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4 4 a 10 de dezembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

A Drops de Menta reinaugurou, nesta semana, sua loja no iguatemi Caxias. Como já ocorre na Drops Flagship, os looks ficam expostos em cabides, facilitando a visualização e o manuseio das peças.

A onG Parceiros Voluntá-rios premia na segunda-feira (6) iniciativas de voluntariado da região. Será durante a reunião-almoço da CiC de Caxias do Sul. Em maio pró-ximo elas representarão a Serra Gaú-cha na final estadual.

A PCP Produtos Siderúrgi-cos realizou a formatura da 7ª tur-ma de alunos do Projeto Pescar. Mais 21 jovens foram preparados no curso de iniciação Profissional em Produ-ção Mecânica.

As Empresas Randon reúnem seus mais de 11 mil funcionários e familiares no sábado (4) para a rea-lização da tradicional Festa de Natal. A festividade, que estima reunir pú-blico superior a 28 mil pessoas, ocor-rerá a partir das 14h30 no Centro de Eventos e Pavilhão 1 do Parque da Festa da Uva.

O Simecs encerrará seu ciclo de encontros deste ano na quinta-feira (9) com palestra do ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega. A ati-vidade terá início às 16h no auditó-rio da CiC de Caxias do Sul. O eco-nomista falará sobre o tema Brasil pós-eleições: tendências econômicas e políticas.

Em manifestação durante semi-nário sobre o setor automotivo, re-alizado na quinta-feira (2) em Ca-xias do Sul, o diretor de assuntos institucionais da General Motors do Brasil, Luiz Moan, fez duas ob-servações interessantes sobre o seg-mento no país. A primeira é de que ainda há muito espaço para vendas pelo setor, considerando a relação atual de um veículo para cada 6,5 brasileiros. Na Argentina a relação é de 4,7; na Alemanha, de 1,9; e, nos Estados Unidos, de 1,8. Na avalia-ção do executivo, os congestiona-mentos não decorrem do elevado número de carros, mas da falta de ruas. Caxias do Sul foge à regra nacional, porque aqui a média é de dois habitantes por veículo.

A segunda observação de Luiz

Moan no evento promovido pela AutoData Editora, empresa de São Paulo, foi quanto à contribuição do setor na arrecadação de tributos no país. Ele estima que, em 2009, o valor tenha ficado próximo de R$ 100 bilhões. Seu cálculo leva em conta a venda de 3,1 milhões de carros novos, que geraram tributos diretos de R$ 35,7 bilhões e mais R$ 4 bilhões em iPVA.

A frota de 27 milhões de car-ros rendeu mais R$ 16 bilhões em iPVA e os tributos incidentes sobre combustíveis outros R$ 50 bilhões, considerando média por veículo de 15 mil quilômetros rodados e autonomia de 8 km/l de etanol. Na visão de Moan, existem recursos suficientes para que os poderes públicos acabem com os congestionamentos.

É quase consenso entre empresá-rios que a economia manterá o rit-mo de crescimento em 2011, embora em indicadores menores por conta da elevada base de comparação deste ano. Para Caxias, admite-se 5% sobre o resultado de 2010, que deverá crescer em torno de 20% em relação ao ano passado – até outu-bro o acumulado do ano é de 21%, de acordo com levantamento da CiC. A grande preocupação, mani-festada pelos diretores da entidade Alexander Messias e Mauro Corset-ti, é o descontrole da inflação, prin-cipalmente por conta dos elevados gastos do governo. Eles defendem como prioridade a redução de gas-tos públicos para que não se perca a estabilidade econômica conquistada nos últimos anos. Lembram que todos os países, hoje em crise, gas-taram mais do que podiam. “Parece que não aprendemos com os erros dos outros”, lamentam. Eles admi-tem que, até mesmo um aumento na taxa de juros, fará bem neste momento para evitar que a inflação torne-se, mais uma vez, ameaça à estabilidade. É esperar para ver se o novo governo pensa da mesma for-ma, porque cortar gastos é o mesmo que desagradar aliados políticos.

A expansão do mercado automo-tivo tem refletido diretamente na abertura de novas concessionárias autorizadas em Caxias do Sul. O Grupo Marajó, de Londrina, Para-ná, inaugura sua primeira loja na cidade para a comercialização de veículos Fiat, que até agora era aten-dida exclusivamente pela Sulpeças.

A solenidade marcada para esta segunda-feira (6) terá as presenças de Cledorvino Bellini, presidente da montadora italiana na América do Sul, e de Flávio Meneguetti, diretor-presidente do grupo paranaense. O prédio de três andares (na Av. Rubem Bento Alves, 3.483), com 7,4 mil m², foi erguido a partir de crité-rios estabelecidos pela montadora.

A operação resultou na abertu-ra de 68 novas oportunidades de trabalho e a meta de vendas da nova concessionária é de 200 veí-culos por mês.

Na segunda e terça-feira (dias 6 e 7) ocorre a Mostra inova – Ser-ra Gaúcha na Faculdade da Serra Gaúcha. O objetivo é sensibilizar, conscientizar e mobilizar empresas da cidade e da região para a impor-tância da inovação como instru-

mento de crescimento sustentável e de competitividade. O projeto é realizado pelo instituto de Es-tudos Superiores. inovação tem sido considerada ação chave para superar o problema da taxa cam-bial que inibe as vendas externas.

Pelo que apuraram a CDL e o Sindilojas, principais representações empresariais do comércio de Caxias do Sul, as vendas deste Natal serão recorde. Na avaliação de ivanir Gasparin, presidente do Sindilojas, o incremento deve variar de 10% a 15% sobre a mesma data do ano passado, influenciando diretamente no desempenho final do exercício: alta de 5% a 6%. Já a CDL aponta que 33% dos seus associados espe-ram expansão de 10%; 29% entre 10% e 20%; e 21% acima de 20%. O preço médio investido em presentes oscilará de R$ 101 a R$ 200 para 37% dos lojistas entrevistados.

o levantamento da CDL também estima, com base na visão dos lojistas, que 30% do 13º salário pago em Caxias do Sul serão apli-cados em compras natalinas, índice que exclui o movimento dos super-mercados. Em valores representará algo como R$ 54 milhões adicio-nais, tomando por base a estimativa de que as empresas locais paguem em torno de R$ 180 milhões do benefício no final do ano. A recei-ta média mensal do comércio tem sido de R$ 220 milhões em 2010. sido de R$ 220 milhões em 2010.

A Keko Acessórios consolidou seu primeiro negócio com os Estados Unidos, mercado que passa a ser estratégico no cres-cimento das suas vendas. A companhia enviou 500 capotas marítimas que equiparão picapes de várias marcas. Para 2011 a meta é localizar um centro de distribuição e ampliar a ofer-ta de produtos visando atender, além dos Estados Unidos, os países da América Central. A ação integra a estratégia da em-presa de elevar dos atuais 15% para 18%, já no próximo ano, a participação das exportações na receita total. A estimativa para 2010 é faturar R$ 112 milhões, em alta de 35%.

Risco à estabilidade Concorrência

Inovação

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www.ocaxiense.com.br 54 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

por VALQUÍRIA [email protected]

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autori-za testes com capina química. O convênio assinado em novembro entre a Companhia de Desenvol-vimento de Caxias do Sul (Code-ca) e a UCS prevê a testagem de oito técnicas diferentes de capina na cidade. Entre as formas, está a química, com glifosato. Apesar de a autorização para as testagens ter vindo da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Anvisa desaprova a experiência. “Quando a gente faz registro do agrotóxico pela primeira vez e o ingrediente ativo não foi regula-rizado no Brasil, a gente faz um documento, onde tem uma série de informações, incluindo onde o agrotóxico pode ser utilizado, que tipo de aplicação pode ser feita. Não existe em nenhum deles a au-torização para uso urbano, con-sequentemente, conclui-se que é proibido seu uso. Assim como seus testes”, explica a especialista em Toxicologia da Anvisa, Fabia-ne Gomes.

O parecer oficial da Anvisa diz que “a capina química em áreas urbanas expõe a população ao risco de intoxicação, além de con-taminar a fauna e a flora local”. No parecer, o gerente geral de Toxi-cologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, afirma que após a apli-cação dos produtos registrados para uso agrícola a área deve ser isolada e sinalizada, para impedir que as pessoas entrem em con-tado com o agrotóxico aplicado, ainda molhado, o que aumenta

muito o risco de intoxicação. “Em ambientes urbanos, o isolamento de uma área por pelo menos 24 horas é impraticável”, pondera. Ele destaca que após a aplicação de herbicidas é necessário realizar a capina mecânica para retirar a vegetação seca – o que é uma con-tradição, já que a Codeca procura uma forma de substituir a capina que é feita atualmente.

Fabiane conta que a Anvisa recebeu da Codeca solicitações para a aplicação da capina quí-mica: “Nossa resposta foi nesses mesmos termos, que não existe nenhum produto autorizado para uso urbano”. Sobre a autorização concedida pela Fepam, a especia-lista em Toxicologia é categórica: “A Fepam não pode passar por cima da competência federal”.

Se os testes com glifosato ocor-rerem, adverte ela, serão ilegais. “Não demos autorização para esses testes. Não veio nenhuma solicitação aqui para a gente. Nos estudos enviados por eles têm vá-rios pareceres dizendo que não faz mal à saúde, mas foram da-dos por engenheiros agrônomos, pessoas que não têm como avaliar danos à saúde humana. A gente recebe estudos toxicológicos e a gente sabe os danos que causam.”

Um relatório da Anvisa explica que o glifosato é um herbicida ab-sorvido pela pele, vias respirató-rias e aparelho digestivo. Cita um teste onde pessoas expostas ocu-pacionalmente ao produto apre-sentaram espasmo de brônquios, dor torácica súbita, congestão nasal, visão borrada, úlcera de córnea, conjuntivite, dermatite de contato, cefaleia, náusea, diarreia,

dor abdominal, irritabilidade, vertigem e alterações do sistema nervoso. Estudo em laboratório mostrou que coelhos expostos ao glifosato apresentaram efeitos ad-versos na qualidade e quantidade de esperma, além de diminuição da contagem de espermatozoi-des e do tamanho das ninhadas. E uma pesquisa com famílias da zona rural expostas ao glifosato concluiu que o produto provo-cou o aumento no número de abortos e nascimentos pre-maturos.

Enquanto Ca-xias tenta implan-tar, a cidade de Bicas, em Minas Gerais, que possui uma lei municipal que autoriza a ca-pina química, tenta erradicar: “Quere-mos extingui-la porque a Anvisa é contra”, diz o secretário do Meio Ambiente de Bicas, Jorge Luiz Ri-beiro. Ele conta que o município recebeu uma visita de um repre-sentante da Anvisa: “Falou para parar. A gente não viu resultado imediato negativo, mas a longo prazo com certeza é prejudicial. O Roundup (nome comercial do glifosato), mesmo não agrícola, é de uma composição altamente cancerígena”.

O diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, não quis dar entrevista. A companhia manifes-tou-se por e-mail, sem comentar a proibição da Anvisa, apesar de questionada a respeito. “O her-bicida é apenas um dos itens do

estudo e está longe de ser o foco da pesquisa em curso. A autorização da Fepam para a referida pesqui-sa foi emitida com base na lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989”, diz o e-mail. A lei diz que “fica cria-do o registro especial temporário para agrotóxicos, seus componen-tes e afins, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação. Entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pes-

quisa poderão reali-zar experimentação e pesquisas, e pode-rão fornecer laudos no campo da agro-nomia, toxicologia, resíduos, química e meio ambiente”. No entanto, o arti-go 3º da lei diz que “os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser pro-duzidos, exportados,

importados, comercializados e utilizados, se previamente regis-trados em órgão federal, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambien-te e da agricultura”.

Ainda no e-mail, a Codeca sa-lientou que “está confiante em prestar uma contribuição impor-tante à comunidade arcando com os custos de uma pesquisa cien-tífica que poderá apontar uma solução para o controle das ervas daninhas, problema crônico das cidades”.

Os testes ainda não têm data para iniciar, conforme a coorde-nadora do curso de Ciências Bio-lógicas da UCS, Luciana Scur.

Discussão ambiental

A ANVISA ADVERTE

Testagens de capina química em Caxias, a serem feitas pela Codeca e pela UCS com o aval da Fepam, não têm autorização do órgão federal, que proíbe a prática em áreas urbanas

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Úlcera de córnea, dermatite,cefaleia, náusea, diarreia e vertigem são alguns sintomas causados pelo glifosato

Anvisa diz que pareceres da Codeca sobre o glifosato foram dados por engenheiros agrônomos, “que não têm como avaliar danos à saúde humana”

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Aniversário é celebração. Principalmente quando jornalismo inteligente é a maior conquista. Cinco capas criativas, que já podem ser vistas no Ordovás, mostram que muito mais está por vir na exposição completa que inaugura em 22 de fevereiro, no

Catna Café, com curadoria de Mona Carvalho.

Primeira mostra:Centro de Cultura ordovás | De 4 a 12 de dezembroRua Luiz Antunes, 312

Exposição completa:Catna Café | De 23 de fevereiro a 13 de março de 2011Av. Julio de Castilhos, 2.854, São Pelegrino

Abertura | 23 de fevereiro, às 20h30

Circulação:Espaço Cultural da ftec | De 21 a 31 de março de 2011Rua Gustavo Ramos Sehbe, 107, Cinquentenário

Espaço Cultural da fai De 4 a 16 de abril de 2011Rua Sinimbu, 1.670, Centro

Campus 8 | De 18 a 30 de abril de 2011Rodovia RS-122, Km 69

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www.ocaxiense.com.br 74 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

por VALQUÍRIA VITA*[email protected]

eja bem-vindo à Campanha Gaú-cha onde não chove há mais de dois meses, fazendo o calor seco exalar pó. O único barulho que quebra o silêncio vem dos pássa-ros, as estradas são retas inacabá-veis, tudo o que se vê é verde e o cardápio principal é ovelha assada na vala. Localizada no Oeste do Estado, na fronteira com o Uru-guai, é justamente esse clima sem chuvas, junto com o solo arenoso, que compõem o local conside-rado ideal para o cultivo de uvas viníferas. Agraciada com inver-nos rigorosos e verões quentes e secos, a região da Campanha, de uns anos para cá, começou a ser considerada um novo polo de produção de vinhos finos.

As oito cidades – Santana do Livramento, Candiota, Hulha Ne-gra, Bagé, Dom Pedrito, Quaraí, Alegrete e Uruguaiana – há dez anos, integravam uma região que não se destacava pela produção de vinhos, porque existiam apenas duas vinícolas: Almadén e Santa Colina. Uma década depois, este número saltou para 15 produtores de vinho, que descobriram solo fértil para o cultivo de uvas finas na região. Hoje, são responsáveis

pela produção de 15% de vinhos finos de todo o Brasil, com 1,3 mil hectares plantados. Tamanho crescimento, tanto da área plan-tada de uvas viníferas quanto de vinícolas, fez surgir uma Asso-ciação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha, em março deste ano. “Nos associamos para organizar a cadeia da uva e vinho da região, para continuar crescendo de maneira padroni-zada. E queremos que a indicação geográfica da Campanha fique mais conhecida como produto-ra de vinho”, diz Afrânio Moraes Filho, presidente da associação, que espera também conseguir um selo de qualidade da Campanha, tal qual o que vem nos vinhos do Vale dos Vinhedos.

Afrânio volta para os anos 70 para explicar como o setor co-meçou a se desenvolver, com a chegada da norte-americana Al-madén, empresa da qual faz parte. Embasada em um estudo da Uni-versidade de Davis, da Califórnia, que apontou a Campanha como a melhor região para vinhos fi-nos do país, a Almadén insta-lou-se primeiramente em Bagé. Atualmente está em Santana do Livramento. “Eles levantaram características do solo e clima, e

chegaram a essa região. Queriam investir no Brasil. Quando vieram só tinha gado”, conta. “A região tradicional produtora de vinhos do Brasil ainda é a Serra, onde se formou por uma questão cultural. A da Campanha está se forman-do por questão científica, pelas características do solo que pro-piciam uvas de qualidade, além da disponibilidade de terras que possibilitam empre-endimentos”, com-pleta.

O clima da Cam-panha, de acordo com o presidente da associação, favorece um amadurecimen-to da uva a um nível diferente da Serra, já que a queda en-tre a temperatura do dia e da noite passa de 12º. Além disso, a Campanha não sofre com a umi-dade, característica que força os produtores daqui a usarem maior quantidade de agrotóxicos. Nos vinhedos da Dunamis, localiza-da em Dom Pedrito, o Glifosato, com o nome comercial Roundup – herbicida muito usado nas vi-deiras – pretende ser erradicado. Para isso, estão sendo feitos testes com vinagre. “Deixa o solo me-

lhor, rebrota plantas, não conta-mina, não vai para a uva nem para o vinho que estamos tomando. É reaproveitar o que a parreira me dá. Essa região tem potencial por-que não está poluída”, resume Ja-vier Gonzalez, enólogo da Duna-mis, um uruguaio que pronuncia “bino”, numa região onde o Por-tugnol é frequente. Outro teste que a empresa realiza é com a tec-

nologia TPC – sigla do inglês Thermal Pest Control, que significa controle térmico de pragas. Uma máquina ex-pele ar quente na planta, provocando seu sistema de auto-defesa e eliminando fungos, bactérias e insetos sem deixar resíduos como dei-xam os agrotóxicos.

Um dos lançamentos de vinho branco da Dunamis, que ocorreu na semana passada, é o primeiro rótulo brasileiro a chegar no mer-cado com esta tecnologia.

Mas, se dentro das plantações da Campanha se vê avanços em termos ambientais, o mesmo não pode ser dito das cidades. Em Bagé, por exemplo, não há sepa-ração de lixo.

Produção vitivinícola

O DESPERTARNA CAMPANHAA produção de vinhos finos cresce no oeste do Rio Grande do Sul, impulsionada pelas condições climáticas e do solo, e com participação de produtores saídos da Serra

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“A Campanha está se formando por questão científica, as características do solo propiciam uvas de qualidade”, diz Afrânio Moraes

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A tecnologia ecologicamen-te correta é o que diferenciará a produção da região, segundo o consultor da Dunamis, o chileno Mario Geisse, que palestrou no Workshop Expressões do Vinho – A Campanha Gaúcha, na sexta-feira (26), na tranquila – e quase deserta – cidade de Dom Pedrito. Ele explica que vê no local a pos-sibilidade de fazer vinho de boa qualidade hoje e de extraordiná-ria qualidade daqui a alguns anos. “Aqui é a região que vai fazer os vinhos do futuro. Aqui é a região do futuro”, diz, ressaltando as vantagens turísticas que a consa-gração da Campanha como polo de vinhos finos pode trazer. “Não digo casamento entre turismo e vinho, porque casamento é uma palavra perigosa. Vamos usar... harmonia entre turismo e vinho”, salienta Geisse.

O idealizador da Dunamis – nome que em grego significa po-der, e em latim, potencial – nasceu na Serra. José Antônio Peterle, de Veranópolis, possui milhares de hectares de arroz e soja planta-dos em Dom Pedrito. Peterle foi o primeiro da cidade a plantar um parreiral, agora com 15 hec-tares. “Não precisa ser grandes vinhedos. A Serra continua com vocação para espumantes, suco e vinhos de mesa, mas aqui tem vocação para vinhos finos. Temos condições de fazer vinho supe-rior”, garante. “O Merlot da Serra,

por exemplo, tem menos cor, é mais ácido. Aqui é mais redondo, tipificado, se expressa melhor em sabor”, completa o uruguaio Gon-zalez.

Outra vinícola da Campanha é a Peruzzo, da família de nome ho-mônimo que é dona de uma co-nhecida rede de supermercados em Bagé. Assim como Gonzalez, Lindonor Peruzzo, diretor presi-dente da empresa, concorda que o vinho Merlot que é feito na Cam-panha já está melhor que o da Serra: “Acredito que todos os vi-nhos daqui vão bater os da Serra”, arrisca. Para Darci Dani, diretor executivo da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), a Serra ainda não se sente ameaçada com o crescimento da Campanha, já que aqui são 40 mil hectares de plantação de uvas, contra 1,3 mil hectares de lá. Na Serra o núme-ro de produtores continua sendo maior: são 71, enquanto na Cam-panha, 15. “Mas se for confirma-da a qualidade da uva e o custo melhor do que o da Serra pode ser que um dia venha a ameaçar. A qualidade da uva lá é muito boa pelos vinhos que aparece-ram”, diz Dani, que acredita que muitos produtores da Campanha investem em uva para vinificar na Serra.

Algumas vinícolas da Cam-panha, como a Peruzzo, que ini-ciou em 2001, têm a pretensão de

serem negócios pequenos, que possam aproveitar apenas o me-lhor da uva, vindas somente da propriedade, sem se preocupar com produções em grande esca-la. “A Peruzzo já nasceu para ser pequena, é para ser um produto de qualidade superior. Trouxe-mos mudas da itália, de Portugal, da França, para tentar descobrir o que se adapta na região. Como acreditamos que 80% do trabalho está dentro dos vinhedos, foca-mos o esforço aqui”, explica Éder Peruzzo, engenheiro agrônomo.

Um dos maiores empecilhos dos vi-nhedos, segundo Éder, são os pássa-ros. Para afastá-los, quase tudo já foi tentado na planta-ção, incluindo a ins-talação de caixas de som, que emitiam o barulho estridente de um gavião ata-cando pássaros, que piavam até a morte. Nem isso adiantou. “Um hectare tem que ser para os passarinhos”, brinca Éder.

Nenhum cacho de uva que não esteja perfeito é colhido na Peru-zzo, e esse serviço é realizado ape-nas sob o sol das 6h às 9h. “A ideia é trazer só o filé. A região fora da Serra não é o foco do plantio de uva, então a gente precisa fazer produto diferente. Cada garrafa

de espumante demora três anos para se aprontar”, diz o engenhei-ro agrônomo, cuja família é da Serra Gaúcha. “Vários produtores daqui são da Serra. A Aliança, que comprou a Santa Colina, o Grupo Miolo, que comprou a Almadén, além da Salton”, complementa Filho, da associação da Campa-nha.Mesmo sendo tão diferentes, percebe-se na região as mesmas reclamações dos produtores da Serra. A concorrência desleal com os vinhos importados. “Qua-se 50% do preço do vinho brasi-

leiro é de imposto. Nem cogitamos competir com vi-nho vindos de Ri-vera, no Uruguai, porque eles são três vezes mais baratos”, afirma Éder. “Para o brasileiro, tomar vinho estrangeiro é status”, diz Lindo-nor Peruzzo, len-tamente e com um certo desdém, en-

quanto segura uma taça do seu vinho.

Com o lema de uma campanha do instituto Brasileiro do Vinho (ibravin), “Abra sua cabeça. Abra um vinho do Brasil”, fica claro que seja da Serra ou da Campanha, o objetivo é incentivar o consumo de vinhos nacionais.

*A jornalista viajou a convite do Ibravin.

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“Acredito que todos os vinhos daqui vão bater os da Serra”, arrisca Lindonor Peruzzo sobre as bebidas produzidas nas diferentes regiões

Com apenas 1,3 mil hectares plantados, Campanha é responsável pela produção de 15% de vinhos finos de todo Brasil

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por ROBIN [email protected]

terça-feira (30) foi um dia agitado para o comandante do 12° Bata-lhão de Polícia Militar (BPM), Leonel Bueno. Depois de partici-par, pela manhã, do lançamento da Operação Papai Noel, reforço do policiamento para evitar as-saltos durante a melhor época do comércio, o tenente-coronel teve que, nas suas palavras, “gerenciar uma crise”. Um tiroteio no bairro Vila Lobos ocupou a atenção do militar. O motivo foi, segundo Bueno, a tentativa de vingança de uma família que teve o filho de 18

anos assassinado uma semana an-tes. Os agressores queriam matar um adolescente de uma família rival, suspeita do homicídio.

O crime, se não tivesse sido im-pedido pela Brigada Militar, teria se somado a uma triste estatística. Até quinta-feira (3), 127 pessoas foram mortas em Caxias do Sul em 2010. No entanto, assassina-tos passionais ou por motivo de vingança compõem uma peque-na parte deste número. Cerca de 12%, segundo o comandante. Latrocínios (roubos em que os ladrões matam a vítima) também são minoria. Aconteceram seis na cidade desde o início do ano. Nos

confrontos com a BM, foram 12 mortes. A maior parte dos homi-cídios – que já aumen-taram 20% em relação a 2009 – vitimou pes-soas que passaram pe-los sistemas judiciário e prisional.

“A maioria dos que estão morrendo, 88%, não deveriam nem es-tar soltos. Boa parte está na rua por falta de lugar nos presídios, porque está foragido ou tem o benefício do semiaberto”, diz Bue-no. No ano passado, Caxias tinha

252 foragidos. Este ano, nos pri-meiros dias de dezembro, eram

271. A causa da reincidência no crime tem início dentro do sistema carcerário. Os as-sassinatos acon-tecem, em parte, por causa de dívi-das contraídas nas prisões. O endivi-damento ocorre por coisas simples como um cigar-ro ou sérias como a defesa contra

a violência sexual. “Sempre tem

A fatalidade dos números

A escalada de assassinatos em Caxias este ano nasce dentro das próprias cadeias e se estende aos conflitos do tráfico de drogas

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“A maioria dos que estão morrendo, 88%, não deveriam nem estar soltos”, diz ocomandante do12º BPMLeonel Bueno

CRIMINOSOS EM GUERRA

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alguém que vai te proteger, mas isso tem um preço. Normalmen-te, o que exigem é dinheiro, que eles conseguem de maneira ilícita quando deixam o presídio. Quan-do não cumprem os acordos, muitas ve-zes o preço é a vida”, relata o comandan-te.

O delegado regio-nal da Polícia Civil, Paulo Roberto Rosa da Silva, também aponta que o cresci-mento dos assassina-tos está relacionado a pessoas com ante-cedentes criminais. “Mais de 80%”, calcula. Segundo ele, a ligação é histórica. Acertos de contas são as principais razões de homicídios nos últimos sete anos. “O que não significa que não devemos investigar. Não po-demos permitir a impunidade”, ressalva o delegado.

No entanto, as polícias civil e militar asseguram que não exis-tem, em Caxias, locais onde a en-trada de policiais não é permitida por criminosos, como no Rio de Janeiro. Os homicídios se con-centram principalmente na Zona Norte e, neste ano, o número de prisões também pende para o lado negativo. Até novembro de 2009, a PM tinha feito 2.597 pri-sões (o ano fechou com 2.840), contra 2.351 até o mesmo mês de 2010.

o Ministério Público co-nhece os problemas do sistema carcerário. Segundo o promotor

Rodrigo López Zilio, responsável por ações de interdição das ca-deias da cidade, três facções estão organizadas dentro da Penitenci-ária industrial e do Presídio Re-

gional de Caxias do Sul, na localidade de Apanhador. As prisões são coman-dadas por detentos de diferentes regi-ões: Zona do Cemi-tério, Zona Norte e bairro Belo Ho-rizonte. Os presos são divididos em galerias distintas, mas os confrontos são inevitáveis.“Via

de regra, o acerto de contas é feito aqui fora”, confirma Zilio.

A falta de estrutura nos pre-sídios agrava a situação, diz o promotor. “Não tem como dar assistência psicológica nem ao preso, nem ao agente penitenci-ário.” Atualmente, as duas peni-tenciárias de Caxias do Sul estão parcialmente inutilizadas. A do Apanhador ainda não reparou os danos da rebelião do dia 26 de ju-nho, quando apenados protesta-ram contra a saída da Brigada Mi-litar da administração da prisão, e o alojamento dos detentos do regime semiaberto da industrial não é ocupado por causa de um incêndio no dia 1º de maio.

Antonio Névio Cardoso Lopes, delegado penitenciário respon-sável pelas duas cadeias, nega a existência de facções dentro dos presídios. “Não é algo que possa gerar problemas futuros”, mini-miza. No entanto, Lopes conta

que, quando alguma rivalidade é detectada, o detento é transferido de galeria – existem três no Apa-nhador e duas no industrial.

A penitenciária à margem da BR-116 está superlotada. Apesar da capacidade para 298 detentos, tem 534. Cada cela abriga em mé-dia 12 presidiários. A situação é tão crítica que os 380 condenados do semiaberto nem dormem mais na cadeia. Sem a ala antiga (que tinha 96 vagas), ainda em refor-ma, e o novo albergue (que terá 84 vagas), cujas obras devem ser concluídas no início do ano que vem, esses apenados só precisam assinar um livro-ponto todos os dias e são liberados para passar a noite em casa.

Apesar disso, Lopes considera a superlotação do presídio indus-trial “contornável”, e o promotor Zilio lembra que essa condição não é exclusividade caxiense. “É um problema macro. Quando chega-se a um limite, pede-se a interdição.” Parte da culpa da lotação do industrial é das reformas no Presí-dio Regional. Apesar da capacidade para 432 presos, apenas 298 pessoas ocupam a penitenciária do Apanhador.

nas duas cadeias, detentos que ainda não terminaram o en-sino fundamental e médio podem estudar. Um mês de aulas resulta na diminuição de 14 dias da pena. Para frequentar as turmas é exigi-

do bom comportamento. Segun-do Lopes, aproximadamente 80 pessoas acompanham as aulas, número que varia por causa das concessões de progressão de re-gime (quando os presos passam do fechado para o semiaberto). Outra maneira de tentar preparar os presos para se reintegrarem à sociedade e manter a ordem na cadeia é o trabalho. Em ambos os presídios, internos ajudam na limpeza e na cozinha, o que tam-bém reduz a pena. No industrial, existem Protocolos de Ação Con-junta (PACs) com três empresas para dar emprego aos detentos durante o cumprimento da sen-tença. Eles também fazem arte-sanato, principalmente barcos de madeira, com material entregue pelas famílias e por entidades as-sistenciais. Cada três dias de tra-balho, com jornada de oito horas, diminuem um da pena.

As penitenciárias não têm bloque-ador de sinal de celular, e o admi-nistrador admite a existência de nar-cóticos no cárcere. “É feita uma revis-ta, mas as drogas entram nos órgãos genitais das mu-lheres.” Fugas, no entanto, não são comuns. Conforme

Lopes, a última foi no Apanhador, antes da saída da Brigada Militar.

No Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caxias do Sul, a situação já foi menos confortável. A instituição tem 10

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“Sempre tem alguém que vai te proteger, mas isso tem um preço. Quando não cumprem os acordos, muitas vezes o preço é a vida”, diz Bueno

“Via de regra, o acerto de contas é feito aqui fora”, dizo promotor Rodrigo Zilio, sobre as brigasentre os apenados

Na terça (30), a BM anunciou reforço na segurança para as festas de fim de ano – época em que o indulto de Natal liberta presos que não voltam

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adolescentes a mais do que sua capacidade (40), segundo o dire-tor, Jardelino Selan. Há um ano, tinha 96 internos. Esse número foi reduzido por convênios com três empresas, que empregam 25 jovens e pagam a eles aproxima-damente um salário mínimo para trabalharem enquanto reclusos – muitos entregam o dinheiro para as famílias. Em torno de 10 adoles-centes acusados de homicídio estão no local, mas a maior razão das apreen-sões é o envolvi-mento com drogas.

o ex-coman-dante do 12° Ba-talhão da Polícia Militar Júlio César Marobin, que ficou à frente da corporação até julho – quando foi substituído pelo tenente-coronel Luiz Roberto Bonato –, acredita que o aumen-to no número de homicídios está relacionado com uma troca de estratégia. Na sua gestão, de dois anos e meio, o policiamento era feito com militares direcionados para cuidar de setores específicos. “Não importa quem morreu, mas sim que a sensação de segurança está afetada. Se são pessoas liga-das ao crime, então significa que existem muitas envolvidas com ele em Caxias”, analisa.

Marobin defende que o comba-te à criminalidade seja feito com contenção do tráfico de drogas, recuperação de armamentos rou-bados ou ilegais e captura de fu-gitivos. O militar, atualmente no

comando regional do Corpo de Bombeiros, conta que o consu-mo de drogas é tão organizado na cidade que alguns traficantes chegam a oferecer serviço de tele-entrega. Para o tenente-coronel, todos os homicídios estão liga-dos, de alguma forma, ao tráfico.

A Polícia Federal concorda que as drogas são responsáveis por

parte dos assassina-tos em Caxias. “A disputa de território e por usuários di-minuiu um pouco, mas já causou mui-tas mortes”, afirma o chefe da delegacia da PF em Caxias do Sul, Noerci Melo. Segundo o delegado, cerca de 400 quilos de cocaína foram apreendidos neste

ano e os principais traficantes es-tão fora de circulação por causa das operações Espelho, que pren-deu 20 pessoas, e Matriz, que cap-turou 36.

A cocaína, facilmente multi-plicada com a adição de outras substâncias ou transformada em crack, é o principal narcótico consumido em Caxias. Maro-bin diz que um quilo de cocaína, misturado “a qualquer substância branca” – de bicarbonato de sódio a pó de lâmpadas fluorecentes –, pode virar cinco. Um grama da droga custa entre R$ 20 e R$ 50, e a pedra de crack, R$ 5 – vicia-dos consomem pelo menos cinco pedras por dia. A cocaína chega a Caxias pelas rodovias. Geralmen-te, de acordo com Noerci, já pro-cessada – os laboratórios ficam

no interior e em outras cidades da região. A principal origem são as fronteiras do Estado. No entanto, ela também é jogada de aviões em cidades próximas, como Va-caria. As armas de baixo calibre, as mais utilizadas nos homicídios registrados em Caxias, são frutos de roubos ou de desvios. As de calibre mais alto geralmente vêm do Paraguai. “Algumas quadrilhas chegam a alugar armas de outros grupos”, revela Noerci.

A falta de efetivo das po-lícias também dificulta o combate ao crime. A BM tem cerca de 400 homens, a Civil tem 100 agentes e 15 delegados e a Guarda Muni-cipal reúne em torno de 160 in-tegrantes sem arma de fogo. São números aproximados. Exceto pela Polícia Civil, as corporações se recusam a divulgar a dimensão exata de suas forças – o delegado da Polícia Federal sequer cita um nú-mero.

Caxias do Sul, onde vivem 435.482 pes-soas, conta com um policial militar para cada 1.088 habitantes – segundo o tenente-coronel Bueno, o ide-al seria um para cada 1 mil. Quanto aos policiais civis, o dele-gado regional diz que a cidade precisaria de pelo menos o dobro.

A divisão de tarefas entre as for-ças parece incomodar. De acordo com a Constituição, a Polícia Mi-litar é responsável pelo policia-mento ostensivo, a Civil pelas in-

vestigações e a Federal por crimes que extrapolam os limites dos Es-tados. A Guarda Municipal, que não existe em todas as cidades, foi criada em Caxias em 1997, e cui-da da preservação do patrimônio e dos serviços da prefeitura. Bue-no aponta, no melhor estilo capi-tão Nascimento, que o problema está “no sistema”. “As pessoas per-guntam por que não prendemos, mas só podemos fazer isso com mandado ou em flagrante”, jus-tifica o comandante. O delegado Paulo conforma-se alegando que demoraria muito tempo para mu-dar a regra.

Para a professora de Serviço Social da Universidade de Caxias do Sul Mara de Oliveira, que pes-quisa políticas públicas, a solução para a criminalidade é exatamen-te a articulação entre as diversas ações do Estado, incluindo os sis-temas de assistência social, saúde

e outros. “Uma só política pública não acaba com todos os sintomas da violên-cia que vivemos na sociedade”, aponta a professora.

infelizmente, até que 2010 termine, ela só deve se agra-var. Com o indulto de Natal, apenados que deveriam dei-xar as cadeias ape-

nas por alguns dias, para visitar as famílias, não retornam às suas celas. Parte deles recai na delin-quência, e alguns, como indicam os números, podem não sobre-viver para cumprir o restante de suas penas.

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“Uma só política pública não acaba com todos os sintomas da violência que vivemos na sociedade”, diz a pesquisadoraMara de Oliveira

“Se (quem está morrendo) são pessoas ligadas ao crime, então significa que muitas estão envolvidas com ele em Caxias”, analisa Marobin

Conforme o Ministério Público, três facções criminosas comandam a Penitenciária Industrial (acima) e o Presídio Regional do Apanhador

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EM 2011 TEM MAIS

Mais de 6 mil pessoas passaram pelo Largo da Estação de quinta (25) a sábado (27) para se render à música e, conforme a organização, garantir a realização do próximo Moinho da Estação Blues Festival

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Na primeira noite, para manter a tradição, a chuva deu as caras no palco Highway 61, apelidado de “palco fofo” pelos músicos

Sax Gordon com fôlego de sobra para tocar, cantar e interagir em uma jam session de peso na segunda noite

Denilson Martins, o iluminado saxofonista da banda de Igor Prado

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online | Veja fotos, vídeos e audioslides do festival em www.ocaxiense.com.br

Mo’ Better Blues

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A banda The Headcutters veio de Itajaí (SC) para tocar nas três noites de festival. Na segunda, ocupou o palco principal com clássicos do blues dos anos 40 e 50

Fer Costa, da Lucille Band, liderou banda e plateia no show mais comemorado do festival

Etiene dos Reis foi escalada para dar vida à divertida e caricata Miss May, ícone das tantas referências que compõem o festival

Além de se tornarem souvenirs, os 6 mil copos estampados por bluesmen pouparam o Largo da Estação de ficar repleto de latas e copos descartáveis

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por JOSÉ EDUARDO [email protected]

cultura italiana, marcada pelo suor do trabalho árduo nos últi-mos 135 anos, erigiu sobre uma geografia acidentada a cidade de Caxias do Sul. Esses imigrantes foram responsáveis por elevar po-voados, desenvolver a viticultura e, mais tarde, a indústria metal-mecânica. Entretanto, não foram os únicos, nem os primeiros a se estabelecer na região. Há 250 anos, um bandeirante sorocabano chamado ignácio de Souza Cor-rea fixou-se onde hoje está loca-lizado o distrito de Fazenda Sou-za. Criava gado e fazia transações comerciais com tropeiros que por ali passavam. Esse registro, data-do do ano de 1790, pode ser en-contrado no livro História de São Marcos, de Osmar João Possamai e Luiz Antonio Rizzon. Conside-rando esse dado histórico, Caxias ganha um novo aniversário a co-memorar: o do mais antigo colo-nizador da região.

Com base no documento que delimitava a área das terras de Pouso Alto – antigo nome de Fa-zenda Souza –, o historiador Luiz Antônio Alves e o subprefeito do distrito, Antonio Roque Thomé, tentam decifrar o local exato das instalações que serviam como abrigo e ponto de comércio dos tropeiros. Comparando dois ma-pas de períodos diferentes, a du-pla se desloca para o ponto mais

provável, próximo à localidade de São Roque, a três quilômetros do centro de Fazenda Souza. Con-forme o documento, as terras se encontram “ao pé da primeira tapera donde forma um córrego pequeno que cor-re para o rio Santa Cruz e de parte de fora do mesmo valo coisa de 61 braças e estão em lagoas secas que vão desli-zando os campos de ignácio de Sathe...” – e prossegue por mais meia dúzia de linhas a descrição geográfica. Partindo dessas informações, anotadas no século XViii, que continham linguagem e defini-ções da época, Thomé e Alves se encaminham por uma estrada de chão ladeada por plantações de pinus e parreirais.

Thomé, 49 anos, conhece todas as dezenas de ruelas que com-põem o território de Fazenda Souza. O subprefeito é um nativo, desde o seu bisavô a família man-tém as mesmas terras. “Nós temos o parreiral mais antigo da região”, orgulha-se. De origem italiana, Thomé lembra que na infância costumava ouvir que os currais da família eram feitos derruban-do-se quatro pinheiros, um para cada lado do retângulo. Mas nesta ensolarada tarde de quarta-feira (1º) ele está em busca de histó-

rias alheias e mais antigas. Poucos moradores conhecem os motivos da empreitada de Thomé e Alves pelas abandonadas rotas de tro-peiros. Segundo o subprefeito, apenas os mais velhos – a maio-

ria já falecidos – sa-biam dessa história paralela, de paulis-tas descendentes de portugueses que ocuparam papéis de protagonistas muito antes da che-gada dos italianos na América. Alves corrobora o discur-so e diz que “cada geração que passa enterra um pouco

da anterior”. Atualmente, quase todos os cerca de 5 mil habitantes da região são de origem italiana e vivem da produção agrícola e da pecuária.

Após percorrer estradas sinuosas, ingressar em terras par-ticulares e passar por dois mata-burros seguidos, Alves avista um morro. “Foi há 25 anos a última vez que fui no Pouso Alto, mas minha intuição diz que é ali”, afir-ma o historiador, apontando para o topo da elevação, que de um lado tem um pasto rasteiro e de outro centenas de pinheiros. “Lá é o local perfeito. Os tropeiros ficariam protegidos dos ataques dos índios”, explica. Entretanto, outros dois montes no cenário

também se encaixam na descri-ção do antigo documento, e Tho-mé acredita que o morro ao lado se enquadraria melhor.

Quando conheceu a área, Alves o fez ao modo dos antigos tropei-ros, que conduziam e comerciali-zavam o gado: montado em uma mula. Seguiu entre campos, e não pela estrada, como agora, em uma picape branca – fato que o deixa um pouco desorientado. Na in-cursão anterior, o historiador re-vela ter encontrado vestígios dos antigos moradores, entre eles al-gumas taipas, que provavelmente faziam parte das edificações.

No momento em que Alves e Thomé já aceitam a possibilida-de de que qualquer um dos três morros possa ser o marco inicial da civilização de Caxias, um cam-ponês se dirige, a passos lentos, ao local observado pela dupla. “Tu és o proprietário dessas ter-ras?”, pergunta Alves. O humil-de trabalhador balança a cabeça negativamente: “Sou apenas o capataz.” informado do moti-vo da visita, conta que no morro que Alves acredita ser o correto há um caminho que atravessa a mata, e que quase todos os finais de semana dezenas de pessoas o percorrem a cavalo. A velha trilha dos tropeiros ainda passa por ali. É o suficiente para desfazerem-se as dúvidas. Alves exclama: “Eu disse que tinha um pressentimen-to. Agora, é preciso colocar em marco ali”.

no encalço da História

EM BUSCA DO MARCO INICIAL Fazenda Souza não sabe, mas está se completando o aniversário de 250 anos da

chegada de seu primeiro morador, um bandeirante sorocabano

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Uma antiga trilha de tropeiros, que não está nos mapas, é a maior evidência da estância pioneira procurada por Alves (E) e Thomé (D)

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“Lá é o local perfeito. Os tropeiros ficariam protegidos dos ataques dos índios”, aponta Luiz Antônio Alves

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por CAMILA [email protected]

reparar um material, moldar, sol-dar, polir. O processo que se re-pete nas metalúrgicas de Caxias também é a base de outra práti-ca, artística e distante das linhas de produção. No instituto Bruno Segalla, trabalhadores da indús-tria transferem suas habilidades manuais para argila, gesso e pe-dra-sabão, transformando-se em escultores, a exemplo do que ocor-reu com o artista que dá nome ao instituto. O maior escultor mo-dernista de Caxias, falecido em 2001, teve seu talento despertado na Eberle, onde começou a traba-lhar aos 14 anos como aprendiz. O contato com aqueles que hoje seriam chamados de designers de peças fez com que Segalla se tor-nasse um deles, criando artigos sacros, moldes de talheres e me-dalhas religiosas. E sua essência de metalúrgico pautou uma das ações solidárias de seu instituto, que completou cinco anos em no-vembro. Com a vocação de passar arte adiante de forma gratuita, surgiu a ideia de oferecer oficinas para funcionários, proprietários e prestadores de serviço da indús-tria, em parceria com o Sesi.

A possibilidade de inventar algo novo, ao invés de somente reproduzir projetos e desenhos, com orientação especializada, revela talentos entre os metalúr-gicos. A prova de que produzem obras com valor estético está na

exposição que realizam em con-junto com profissionais das artes, a mostra 33 olhares, que fica no espaço Deccor & Arte (Feijó Ju-nior, 1.006) até o dia 11. O Salão Sesi de Artes Visuais do Traba-lhador, que começou quinta (2), na galeria Art Quadros, também reconhece o talento dos estrean-tes em escultura, que concorrem com criações de todo Estado ao Prêmio de incentivo à Criativida-de e à Produção Artística.

A adaptação da metalurgia à linguagem artística passa pelas mãos de Mario Cladera, escultor uruguaio que chegou a Caxias há três anos. Para os trabalhadores da indústria, Cladera programou um curso em dois módulos, com duração de um ano cada. O pri-meiro os coloca em contato com conceitos básicos da escultura e, principalmente, com a argila, de onde surgem máscaras, relevos e as primeiras figuras humanas. O segundo apresenta técnicas em outros materiais, como metais soldados, resinas, plástico e gesso, abrindo espaço para obras mais autorais. A aventura de se expres-sar em outro campo se reflete nos trabalhos industriais. “Eles me contam que passam a argumen-tar com os engenheiros que uma curva não combina com a outra, umas coisas que eu mesmo não entendo”, revela Cladera.

Nas noites de terça, com o mes-mo guarda-pó e as ferramentas idênticas às que usa na Marcopo-

lo, Ozizo Teixeira, 47 anos, molda argila e esculpe pedras, rodeado por protótipos das obras de Bru-no Segalla. As oficinas ocorrem no antigo ateliê do artista, ao lado do instituto, que abriga modelos de esculturas como a do padre Giordani, no Largo São Pelegri-no; Gigia Bandera, na Praça Dante; e o Jesus Terceiro Milê-nio, nos Pavilhões. Muitas delas ser-vem de inspiração aos novatos. “Há uma identificação com o espaço, com a figura de uma pes-soa reconhecida e com sua obra, que tem a ver com o co-tidiano. Tudo isso seduz os alunos e faz com que eles acreditem no que estão fazendo”, ressalta Cladera.

Para Ozizo, que gosta de fazer formas humanas, o que define o resultado da escultura é o mate-rial. “Pego um pedaço de barro e tiro o que não é homem. Com a pedra não, é ela quem manda”, conta, concentrado em criar a figura em pedra-sabão. Pensan-do nas procissões religiosas que costuma frequentar, ele esculpiu espécie de gruta, com escadas, mensagens de fé e fissuras da pe-dra representando fontes de água benta. Ozizo compara a pressa para terminar a obra, exposta na mostra 33 olhares, ao prazo das encomendas na indústria. “Faço

esse tipo de trabalho na Marco-polo, só não nesse material. Até as ferramentas são as mesmas, o formão e a retífica”, diz o autor de sete obras em cerâmica.

Após 21 anos operando má-quinas e um acidente de trabalho

que tirou-lhe três de-dos da mão esquer-da, Ozizo mudou de ares. Há seis anos, tornou-se modelis-ta. “Fazer moldes é que nem fazer uma escultura. A diferen-ça é que no molde o produto nasce, e aqui sou eu que faço o produto final.”

José Rech, 46 anos, colega de Ozizo, tra-

balha há 25 como modelista. Na empresa, eles modificam estrutu-ras de metal ou madeira que de-pois são cobertas por massa plás-tica, sempre seguindo o desenho ou a indicação de um engenheiro. No ateliê o processo é semelhan-te, mas norteado pela imagina-ção. “O meu trabalho é de trans-formação de materiais. Na firma, é para um fim industrial. Aqui, é artístico”, constata Rech. “Ainda não consigo fazer coisas abstra-tas, talvez porque o meu trabalho seja fazer uma cópia fiel de outra coisa que já existe. Então, gosto de esculpir pessoas e animais da me-lhor maneira possível”, acrescen-ta, buscando na arte a perfeição cobrada pela indústria.

Da fábrica para a galeria

DISCÍPULOS DE SEGALLA

O legado de um metalúrgico que tornou-se artista dá origem a uma oficina de escultura para operários da indústria metalmecânica

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“O meu trabalho é de transformação de materiais. Na firma, é para um fim industrial. Aqui, é artístico”, afirma Rech

Ozizo (C) e os colegas transferem as habilidades manuais da metalurgia para a arte – e, de volta à empresa, veem o trabalho de modo diferente

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16 4 a 10 de dezembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Happy Hour | Bares

Um cientista social e uma advogada com foco em ações sociais unidos não só pela visão idealista da profissão, mas pelo gosto em comum pela cultura, cinema, música. Marcos e Alice casaram no sábado (27), no Jockey Club de Porto Alegre, com a presença de familiares, amigos ca-xienses e da Capital. Em uma cerimônia com diferentes referências pop – dos nomes das mesas à trilha sonora para jogar o buquê de flores – no prédio do Hipódro-mo Cristal, projeto do arquiteto Román Fresnedo Siri do final da década de 50, uniu o tradicional e o moderno. Colômbia é o destino da lua-de-mel do casal que valoriza os aspectos culturais e históricos da América do Sul.

Quando pisou no palco pela primeira vez, em Paranoia, da Cia 2 – grupo no qual ingressou a convite e por incentivo de Raulino Prezzi –, Gabriel balançou entre a recente carreira de publicitário e carreira de ator. Deci-diu pela segunda, permaneceu nas duas. Este ano, atuou em três peças e conquistou a plateia em Maria Orgulhosa, esquete de Ao Quadrado, que encerra a programação da Cia 2, nos dias 12 e 13, no Teatro do Sesc. A fumante Virgem Maria, criada, dirigida e interpretada por Gabriel, tem a ironia e o bom humor do artista. Largar a publicidade para viver de teatro ainda é plano a longo prazo, mas a coragem é velha companheira de palco.

Zarabatana Café | Um feliz paradoxo: tradicional (com quase uma década de bons serviços prestados ao entardecer) e alternativo (mergulhado na efervescência cultural do Ordovás). Tem a grande vantagem de estar sempre muito bem acompanhado de cinema, artes plásticas, música, teatro... Demo-crático (exceto com fumantes), simpáti-co e frequentado por gente inteligente.

Mississippi Delta Blues Bar | Um dos maiores responsáveis por colocar o Largo da Estação no bom caminho. Locomotiva do Blues Festival. Bar onde volta e meia pode-se tomar uma cerveja – ou um bourbon do Kentucky – ao lado de grandes nomes do blues (norte-americanos, inclusive), servido por garçonetes de uniforme petit-pois. E depois volta-se pra casa sem a roupa impregnada do cheiro de cigar-ro (fumantes, só no deck externo).

Aristos London House | As poltronas mais con-fortáveis da cidade e o serviço de gravata borbole-ta comprovam a origem aristocrática, enraizada no prédio histórico do Clube Juvenil. Dividindo espaço com os mais requintados salões da cidade, o bar per-mite que se entre de All Star, que combina com rou-pa de gala. De quebra, dá para espiar, pelos janelões antigos, a noite cair sobre a Praça Dante. E o lugar já pode se gabar de ser o berço do New Jazz Festival.

Leeds Pub | Uma casa britânica no bairro de Lour-des, com quase tudo que um bom pub precisa ter – potinho de amendoim, cerveja, jogo de dardos, cerveja, TV atrás do balcão, cerveja –, bom gosto na trilha sonora e filmes cult rodando no DVD. A decoração caprichada dá trabalho: os quadros são periodicamente trocados de posição (inclusive pelos clientes).

Boteco 13 | Para ir ao filhote do legendário Bar 13 no Largo da Estação, primeiro e mais importan-te: tem que gostar de samba, pois esse é o ar que se respira lá dentro. A coleção de latinhas de cerveja é uma das caraterísticas da decoração tipicamente bo-tequeira, com mesas do lado de fora para curtir o sol dos longos dias de verão. Para alimentar as ideias, pode-se conferir a exposição em cartaz.

por PAuLA SPERB e MARCELo ARAMiS

Em um moderno, porém rústico, atelier em Nossa Senhora da Saúde, Antônio Giacomin vive em contradição. Divide as tintas entre as preferências de aquarelis-ta – paisagens desgastadas, ferrugem e ruínas – e o design de interiores para novas construções. Não vê beleza na arquitetura contemporânea, na substituição do an-tigo pelo novo. Enquanto luta contra o tempo, que arrasta e esmaga quem para, Giacomin avança com pressa. Em pinceladas rápidas e precisas, trata de registrar o passado para que ninguém esqueça da própria história.

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[email protected]

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franciele Becher| Sem título |

O preto, branco e suas nuances em cin-za – principalmente nas árvores – reve-lam a escadaria da Borges de Medeiros, no Centro de Porto Alegre, de uma pers-pectiva quase nostálgica. Um local histó-rico registrado pela historiadora caxiense.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

AnoiteceuE outra vez essa insôniaQue consome, corrói, dilaceraToma-me em angústiasTuas promessas foram em vãoTu deixaste que os espaços entre nósFossem aumentando a cada ausência tuaNão pertenço mais aos teus voluptuososE intempestivos rompantes de saudadesQuero apenas os meus versos de volta, e nada maisFicas com a minha pazSem você, eu não a queroinvadiu meu corpoCom teus olhos verdes embriagadosDe silêncio, de sonsTua música embalou minhas noites solitáriasTua voz adentrou nas madrugadasE fez meu mundo girarEu aceitei dançar contigoUm último acordePara poder fazer de tiA poesia mais lindaQue alguém já escreveuTuas falas repetidasTeu egoísmo cegoTua liberdade mundana e mentidaSão os teus obscuros inatingíveisEu sei que não saberei fingir sozinhaQue meus beijos não mais serão teusNão mais me derramarei em prosasPara descrever-te uma vez maisDeleitando-se assim incólumeSobre a minha almaUm tempo em que meus olhosTeimavam em ser somente teus

MANQUERpor BIANCA DALLA CHIESA

www.ocaxiense.com.br 174 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

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l A Rede Social | Drama. 14h10, 16h40, 19h10, 21h40 | iguatemi

A estreia da semana é o aguar-dado longa vendido como a histó-ria do Facebook. “Não chega-se a 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos”, adianta o trailer do filme que conta como, numa noite de outono, em 2003, Mark Zuckerberg, analista de sistemas graduado em Harvard, senta-se diante do computador e começa a trabalhar na rede social que, seis anos depois, faz dele o mais jovem bilionário da história. Di-rigido por David Fincher. Com Andrew Garfield, Jesse Eisenberg e Justin Timberlake. 14 anos. 117 min., leg..

l obrigado por fumar | Co-média. Sábado, 14h | ordovás

Acha seu trabalho difícil? Então pense no de Nick Naylor (Aaron Eckhart): defender a indústria do tabaco. Dá dinheiro, mas uma hora começa a fazer mal à saude do Relações Públicas, que nos Es-tados Unidos tem funções bem diferentes do Brasil. Essa deve ser uma das questões a serem deba-tidas após a sessão – em home-nagem ao Dia do RP – por Maria inez Périco, Méri Steiner Fonseca e Carolina Scur Bisi.

l Enfim Viúva | Comédia. De quinta (9) a domingo (19), 20h | ordovás

Sucesso de bilheteria e crítica na França, o filme conta a história de uma dona de casa, esposa de um bem-sucedido cirurgião plástico, entediada no casamento, que pla-neja viajar à China com o amante. Ao ficar viúva repentinamente, ao mesmo tempo em que os fami-liares chegam para o velório ela tenta aproveitar sua nova situação conjugal e disfarçar os sentimen-tos de alívio e liberdade. Dirigido por isabelle Mergault. 12 anos, 93 min., leg..

AinDA EM CARtAZ – Destinos Ligados. Sábado (4) e Domingo (5), 20h. Ordovás. | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1. Aventura. 14h30, 17h30, 20h30 (dub.) e 15h, 18h, 21h (leg.). igua-temi | Megamente. Animação. 13h50, 16h10, 18h50 e 21h10 (dub.). iguatemi | Megamente (3D). 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub.) e 22h10 (leg.). iguatemi | Minhas Adoráveis Ex-namora-das. Comédia Romântica. Quinta (9), 15h. Matinê às 3. Ordovás. | o Segurança do Shopping. Co-média. Sábado (4), 14h. Cine-ma no Bairro. Bairro Aeroporto | tropa de Elite 2. Policial. 14h20, 16h50, 19h20 e 21h50. iguatemi. 17h e 19h30, sem sessão às 19h30 na terça (7). UCS |

l God Save the Queen | Sába-do (4), 00h |

Diferente do publicado na edi-ção anterior, o show acontece nes-te sábado (4). O God Save The Queen recebeu inúmeros elogios da crítica e já é o grupo de tribu-to ao Queen mais reconhecido do mundo. No repertório, músicas que o Queen tocava ao vivo, mas também canções que ficaram so-mente no estúdio, como a parte em ópera de Bohemian Rhapso-dy. ingressos antecipados na Brisa Esportes (54) 3225.4467 e no Pos-to da Júlio (54) 3028.4533.All need Master Hall

Recomenda

18 4 a 10 de dezembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

[email protected] Carol De Barba |

Guia de Cultura

CinEMA

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Como uma ideia pode gerar milhões – de amigos, inimigos e dinheiro. Para assistir e comentar no Facebook

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eCinema | Senna

1994 foi um ano ruimEscrever sobre o documentário Senna

é uma alegria para qualquer entusiasta de cinema. Pode-se contar o final sem correr o risco de levar um soco de um cinéfilo xiita indignado com os spoilers da resenha. Sim, no filme, o piloto brasileiro morre na curva Tamburello, embora o diretor inglês Asif Kapadia se esforce para imor-talizá-lo. É essa previsibilidade o principal desafio do cineasta: como convencer o público a ir ao cinema assistir a um fil-me sobre o qual já se sabe o desfecho?

Ele responde já nos primeiros minutos. Ao voltar a 1984, exibe seus principais trunfos. Junta farto material de arquivo, narrações originais de diferentes países (Galvão Bueno não podia faltar) e uma competente edição para mostrar a sur-presa mundial com o show de um novato. Em seu ano de estreia, em uma equipe inexpressiva, Senna deixou o mundo da Fórmula-1 boquiaberto com uma cora-josa pilotagem nas ruas escorregadias de Monte Carlo. Só não subiu no primeiro lugar no pódio porque a corrida ter-minou na metade em razão do excesso de chuva. Alain Prost sai vitorioso.

A partir daí, o vencedor daquela corrida se torna uma personagem fundamental na trama que se desenrola na tela, nar-rada pelo próprio Senna em entrevistas ou por jornalistas e personalidades em depoimentos. Aos moldes de um dra-ma hollywoodiano, o francês se tornou o vilão que Kapadia precisava para fir-mar a ideia de Senna como mocinho.

Não se trata propriamente de uma invenção. Companheiros na McLaren no fim da década de 80, os dois protagoni-zaram brigas das boas dentro e fora das pistas — e nem sempre leais. O auge da rivalidade se deu no GP do Japão de 1989, quando eles se tocaram em acidente só não mais contestado do que a desclassi-ficação do brasileiro pela FiA, adiando o bicampeonato. Nesse momento, surgiu um segundo (e poderoso) adversário: o tam-bém francês Jean-Marie Ballestre, então presidente da entidade, que encarna o lado sacana da politicagem esportiva. Herói que é herói jamais tem um único inimigo.

É nesse ritmo que o filme, com raras refe-rências à vida pessoal do piloto, segue anos 90 adentro: novos títulos mundiais, uma dramática primeira vitória no Brasil, o fatí-dico GP de 1994. Está tudo nos 107 minu-tos do documentário. Mas, para os fãs, esse tudo é pouco. Senna frustra os espectado-res à espera de uma revelação importante.

isso quer dizer que perdemos tempo ao torcer pela vinda do filme a Caxias? Claro que não. Ver em tela grande as cenas captadas pela câmera no carro do brasileiro já vale o ingresso. E ainda há os vídeos caseiros, as gravações de conver-sas reservadas e outras imagens raras.

Uma pena, Senna morreu. E nas-ceu a certeza de que nossas manhãs de domingo já foram felizes.

inGRESSoS - iguatemi: Segunda e quar-ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudan-ças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | uCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordo-vás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

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Recomenda

www.ocaxiense.com.br 194 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

R$ 30 (pista), R$ 60 (mezanino), R$ 70 (camarote) | Castelnovo, 13351 | 3028-2200 |

l Concerto Especial de na-tal do Coro da unti | Terça (7), 19h30 |

O coro da Universidade da Ter-ceira idade da UCS se apresenta com o Quarteto de Cordas da Or-questra Sinfônica da UCS.igreja São PelegrinoEntrada Franca | Av. Itália, 54

l JJJackson e convidados | Quarta (8), 22h30 |

O bluesman norte-americano JJJackson volta a Caxias para di-vidir o palco com músicos mui-to queridos do público caxiense. Entre eles, Rafa Schuler, Fernan-do Costa, Tita Sachett, Graziano Anzolin, Gustavo Viegas, João Viegas e Jayson Mross.MississippiR$ 25 (feminino) e R$ 35 (mascu-lino) | Moinho da Estação | 3028-6149 |

l Luz, Câmera, Ação! | Quar-ta (8), 20h |

Espetáculo de final de ano da Escola 7 Sons. Além do ingres-so, a escola pede 1 kg de ração de cães ou gatos para doar à Soama.Casa da Cultura

R$ 10 (R$ 5 estudante, sênior) | Dr. Montaury, 1333 | 3221-3697

l Concerto de natal | Quin-ta (9), 20h30 |

O espetáculo integra a progra-mação do Natal Brilha Caxias 2010. A Orquestra Municipal de Sopros e Orquestra Sinfônica da UCS se unem sob a regência do maestro Gilberto Salvagni.Parque dos MacaquinhosEntrada franca | Dr. Montaury, s/n

tAMBÉM toCAnDo - Sába-do: Re: floyd. Tributo a Pink Floyd. Vagão Classic. 9136-5071 | Audiotronic. Pop. 23h30. La Boom. 3221-6364 | Bete Balanço. Pop rock. 23h. Santo Graal. 3211-1873 | Pietro ferreti e Bico fino, Banda Billy Hide e Banda Disco. Aniversário de 3 anos do bar. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Mercedes Blues Band. Blues. 22h30. Missis-sippi. 3028-6149 | DJ Diego Lo-gic. Eletrônico. Pepsi. 3419-0900 | Long Play. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Seresteiros do Luar. Samba. 22h. Zarabatana. 3228-9046 | index. Rock progres-sivo. 22h. Leeds Pub. 3238-6068 | DJ Luciano Mayer e DJ Vanucci. Pagode e sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | House in Havana. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Banda Caixa Azul. MPB, jazz e bossa nova. 23h.

Aristos. 3221-2679 | fher Costa Trio. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | terça (7): Agente Ed. 20h. Va-gão Classic. 9136-5071 | Pietro ferreti - Acordes. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (8): Banda Disco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (9): Black Label tattoo – 1 ano. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Banda Disco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Garotas do tchê. Serta-nejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (10): Gustavo Reis. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rodrigo Marena e Sasha Zavistanovicz. 20h. Vagão Classic. 9136-5071 | Banda A4 + DJ Eddy. Pop rock. 23h. Por-tal Bowling. 3220-5758 | Vera Loca. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Mahabharata. Rock instrumen-tal. 22h. Leeds Pub. 3238-6068

l Mostra do Projeto Gen-tEncena | Domingo (5). 18h. |

PRoGRAMAÇão: Esta é a sua vida! Adaptação do conto Hospe-de a Primavera em sua casa, de Carlos Carvalho, por Luiz Paulo Vasconcellos e Marcelo Doni-

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Pablo Padín faz cover de Freddie Mercury em God Save The Queen

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20 4 a 10 de dezembro de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

ni (orientação/direção). Grupo Aperte o botão e aguarde - Núcleo Vila Gauchinha. | necessitamos ter, mas temos fome de ser. O es-petáculo nasceu da reflexão ‘Em que medida abrimos mão de ser, pelo ter?’ O texto tem colagem de poemas de Claudio Lessa da Fonseca, José Régio, Marcos Ro-lim e Ferreira Gullar. Orientação/Direção: Nilcéia Kremer. Grupo Kibom! Mas não é sorvete! - Nú-cleo Jardim Eldorado. | o Vende-dor. Um caixeiro viajante chega a uma cidadezinha no intuito de tirar proveito das pessoas de lá. O texto é uma criação coletiva do grupo. Orientação/Direção: Elisa Rosa Mendes. Grupo HáGentes em Cena – Núcleo Ana Rech.teatro do Bloco B – uCS Entrada franca

l Amores, Perdas e Meus Vestidos | Segunda (6), 20h |

A peça mostra mulheres fa-zendo leituras dramatizadas de histórias reais que surgem a par-tir das memórias de suas roupas. No elenco, Arlete Salles, Caroli-na Ferraz, ivone Hoffman e Taís Araújo. uCS teatroR$ 80 (R$ 60 compra antecipada e R$ 40 para estudantes, professores da UCS, sênior e titular do Clube do assinante – cota 300 ingressos) | Bloco M – UCS | 3218-2100

l Bate-papo com os grupos do GentEncena | Sábado (4), às 15h

No sábado, às 15h, os atores participam de um bate-papo com o ator Rodrigo Fiatt, caxiense concluinte do curso de Bachare-lado em Teatro, na UFRGS. in-tegrante do Grupo Depósito de Teatro, de Porto Alegre, Rodrigo já apresentou em Caxias peças como o Sobrado (2009) e Solos trágicos (2010). teatro do Bloco B – uCS | 8124-0654

l o Caxiense um Ano | De seg. a sex., das 9h às 22h. Sáb. e dom. das 15h às 22h. Até dia 12.

Aniversário é celebração. Prin-cipalmente quando jornalismo inteligente é a maior conquista. Cinco capas criativas mostram que muito mais está por vir na exposição completa que inaugu-ra em 22 de fevereiro, no Catna Café, com curadoria de Mona Carvalho. ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l identidades Simultâneas: imagens de um lugar ou de lugar qualquer | De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e do-mingo das 16h às 19h

A artista Simone Rosa apresen-ta infografias realizadas em 2007 a partir do tema de fachadas. Ela mostra prédios antigos de diver-sas cidades, entrelaçados, mistu-rando diferentes arquiteturas.Catna Café Av. Júlio de Castilhos, 2.854 | 3212-7348 e 3021-7348

l Diversidade Cultural nos trilhos da História de Caxias do Sul | De segunda a sexta, das 10h às 16h |

A mostra reúne fotografias de Antônio Carlos Lorenzetti da Programação do Palco nos Tri-lhos da Estação Férrea, que ocor-reu em junho de 2010.Prefeitura de Caxias do Sul Entrada franca | 3218-6000

AinDA EM EXPoSiÇão – As Loucas. Marcos Leal. De segun-da a sábado, das 17h às 21h. Ga-leria do Teatro Moinho da Es-tação. 8404-1713 | Aves do Sul. Cristiano Dalla Rosa. De terça a sextas-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18h, e sábado, das 9h às 11h30. Museu de Ciências Natu-rais – UCS. 3218-2100 | Badass. Matias Lucena. Até domingo (5), das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 3021-7348 | Exposição dos Alunos Concluintes do Cur-so técnico em Desenvolvimen-to de produto da EtfAR/uCS. Coordenação do Prof. Cleverson Niels. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000. | Laboratório 2010, dos alunos da Disciplina Arte e Pesquisa. De segunda a sexta, das 8h às 22h.

Campus 8. 3289-9000 | traba-lhos da oficina de Artesanato do Distrito de Criúva. De segun-da a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espa-ço Cultural do ipam. 3222-9270 | Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira. Bob De Grandi. De segunda a sexta, das 8h30às 18h, e sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | olhares ii 2010 sobre a Memó-ria de Caxias do Sul. Coletiva. De segunda a sexta, das 9h às 17h. Sala de Exposições Temporárias – Museu Municipal. 3221-2423. | Xilogravuras. Marinês Busetti. Até domingo, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 21h. Casa de Teatro. 3221-3130 |

l o Mundo na Ponta dos Pés | Sábado (4), 19h30 |

A pré-estreia do espetáculo da Escola Dora Ballet será apresen-tada por 60 bailarinos, com core-ografias de Márcia, Susana e Dora Resende Fabião, e de nomes do balé mundial como Marius Peti-pa. Parque dos MacaquinhosEntrada franca

l Picasso | Domingo (5), 20h30 |O espetáculo da Escola de Dan-

ça Flamenca La Cueva mostra nuances típicas da dança flamen-ca para caracterizar as fases, cores e obras de Pablo Picasso. Direção geral: Elisabete da Cunha. Dire-ção musical: Juliano Brito. Par-ticipação de Gustavo Viegas na guitarra flamenca.Casa da Cultura Entrada franca | Dr. Montaury, 1333 | 3221-3697

l X Criando com Arte | Sá-bado (4) e domingo (5), das 10h às 19h |

O Grupo Confraria Esmeralda, do Recreio da Juventude, organi-za o evento, que vai contar com cerca de 90 expositores para pro-mover workshops, shows, leilão de obras e comida típica italiana. O bazar irá destinar toda renda arrecadada para a entidade Anjos

Voluntários de Caxias do Sul. Sede Social do Recreio da Juven-tudeEntrada franca | Pinheiro Macha-do, 1762 | 9114-2277 |

l natal Brilha Caxias | até 19 de dezembro |

As atividades seguem até dia 19. O tema é Embarque no espírito desta estaçãoeja a programação da semana para Caxias e interior.

PRoGRAMAÇão: Sábado (4): Caxias do Som. Orquestra Municipal de Sopros. 20h. Em frente a UBS Bairro Esplanada. | fazenda Souza – um natal de Luz e fartura. Desfile. 20h. Ave-nida Dante Marcucci. | Ana Rech – 20º Encanto de natal. Abertura com a chegada do Papai Noel. 20h Praça Pedavena. | Santa Lúcia do Piaí – natal Esperança 2010. Show com o Grupo Sul Paion e convidados. 21h. Salão Paroquial. | Vila Seca – noite Luminosa. 20h. Procissão luminosa. Saída da igreja na praça do Distrito de Vila Seca. | Domingo(5): Can-ta Caxias Especial de natal. Canto coral. 15h. Parque dos Ma-caquinhos. | Show com o violo-nista Leonel Costa. 20h. teatro do Sesc. 3221-5233 | Quinta (9): natal Luz da Vida. Francielle Telles. Exposição. Das 8h às 20h. Sesc. | Galópolis – V Magia de natal no Vale iluminado. Aber-tura com a celebração do Nasci-mento de Cristo com os alunos da Escola Estadual de Ensino Funda-mental ismael Chaves Barcellos. 20h. Praça Matriz | Sexta-fei-ra (10): Galópolis – V Magia de natal no Vale iluminado. Mú-sica barroca. 20h. Grupo instru-mentarium. igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia. | Missa de Confraternização e Procissão Luminosa. 20h. Vila Oliva. | fa-zenda Souza – um natal de Luz e fartura. 20h. Desfile, shows e presença do Papai Noel. Aveni-da Dante Marcucci | Espetáculo com o grupo Vocal Sem Batuta. 20h. Teatro do Sesc. 3221-5233. Sexta (10): Auto de natal. Te-atro. 20h. Tem Gente Teatrando. Parque dos Macaquinhos.

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Caxias apresenta atrações natalinas em Fazenda Souza, Ana Rech, Vila Seca e Galópolis além da programação no Parque dos Macaquinhos

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O início da preparação do Caxias para a disputa do Gauchão 2011 foi marcado pela seriedade. Além dos 24 jogadores e da comissão técnica, um número indefinido de dirigen-tes esteve presente no vestiário para as tradicionais palestras. Só não es-teve presente o comandante Osval-do Voges, em viagem de negócios pela empresa. Mas pelo número de pessoas presentes deu para ter uma ideia de que o recado dado por Vo-ges no início de novembro, de que o clube precisa de apoio, foi com-preendido.

Na manhã do dia 1º de dezembro, pontualmente às 8h30, o gerente-geral de futebol, Júlio Soster, fechou a porta do vestiário e pediu para o pessoal da imprensa aguardar um pouco. O principal ponto abordado foi o de que 2011 não poderá ser no-vamente o ano do quase. Em 2010 o Caxias quase avançou no Gauchão, quase se classificou na Série C e quase decidiu a Copa Enio Costa-milan – todas as desclassificações ocorreram em casa.

Além de Soster e do técnico Lis-ca, o novo vice-presidente de fute-bol, Zoilo Simionato, deu o recado: o objetivo da sua função é moldar o perfil de um novo Caxias, esque-cendo os erros de 2010. “Respeitan-

do o orçamento, é válido ressaltar. Ressaltei para o grupo que fomos muito bem no Estadual deste ano, mas nossa ambição deve ser maior em 2011. Se tivermos competência e um pouco mais de sorte teremos o tão esperado sucesso”, discursou o dirigente.

Com uma primeira passagem pelo Estádio Francisco Stédile em 1998, a convite do então presidente Nélson D’Arrigo, Simionato lamen-tou que o Caxias não teve resultados em 2010. “Criamos uma retaguarda maior. O Conselho de Notáveis será ampliado, fazendo com que mais pessoas se envolvam. Dentro do vestiário terão atuação mais direta, além da comissão técnica, é claro, o Soster, o Vitacir Pellin e Volnei Marzotto”, enumera o vice de fute-bol, que já foi do setor financeiro e participou do colegiado que geriu o clube em 2001.

Em 2004 e 2005, Simionato vol-tou para trabalhar com Alceu Fas-sbinder e o técnico Mano Menezes. Em 2007 passou a viver diariamen-te o Caxias. “Acho que só não fui roupeiro”, brincou o dirigente, com um breve sorriso. Apesar da serie-dade no início da apresentação do dia 1º, o astral está muito bom no Caxias.

Caxias e Juventude enviaram para Santa Catarina seus times formados por jogadores com até 16 anos. En-tre os dias 3 e 12 de dezembro, a du-pla CA-JU participa da SC Cup Sub-16. O alviverde ficou no Grupo F, ao lado de Avaí-SC, Bahia, Guarani-SP e Porto Alegre. Os grenás estão no Grupo G, com Palmeiras, Flumi-nense, Figueirense e imbituba-SC.

O Caxias apresenta seu novo far-damento para a temporada 2011 no dia 7 de dezembro, às 19h30. Quem quiser prestigiar deve levar um brinquedo a ser doado. Além dos uniformes, o público presente pode-rá conferir as peças de passeio que estarão à venda na loja Espaço Gre-ná, junto ao posto de combustíveis na entrada do. O desfile será reali-zado no estacionamento do estádio.

No Estádio Alfredo Jaconi, a pre-paração para o Estadual começou antes, no dia 25 de outubro, depois de um período de férias pós-elimi-nação da Série C e rebaixamento à quarta divisão. Depois do trágico amistoso vencido pelo Porto Alegre por 4 a 1 e da derrota do time reser-va para a equipe da Marcopolo por 2 a 1, o Ju tem apenas um amistoso agendado: dia 21 de dezembro, às 18h30, contra o Novo Hamburgo, no Jaconi. Atualmente, 34 jogadores integram o grupo alviverde. Destes, 14 são oriundos das categorias de base – Carlão, Follmann, Moisés, Tayrones, Alex Teles, Victor, Bres-san, Tainan, Tiago Renz, Deo-clécio, Gustavo, Ramiro, Hiago e Éder Sales. Confira a lista do Ju.

Goleiros: Jonatas, Carlão e Follmann.Laterais direitos: Celsinho, Moisés e Tayrones.Laterais esquerdos: Alex Teles e Anderson Pico.Zagueiros: Édson Borges, Bruno Salvador, Rafael Pereira, Fred, Vic-tor, Bressan e Tainan.Volantes: Umberto, Tiago Silva, Jardel, Tiago Renz e Deoclécio.Meias: Cristiano, Marcos Paraná, Christian, Jander, Gustavo e Ramiro.Atacantes: ismael Espiga, Júlio Madureira, Hiago, Jean Coral, Éder Sales, Alvaro, Telê e Denílson.

O diário inglês Daily Mail publi-cou no dia 1º de dezembro, em seu site, que o Manchester City estaria interessado no ex-alvo do Arsenal, o meia Zezinho. O jogador de 18 anos, formado na base do Ju, está no Santos, onde atuou 19 vezes esta temporada, sem marcar gols.

Além do Manchester, o periódico cita a inter de Milão (itália) como outra interessada no atleta. A pro-posta de compra seria de 8 milhões de libras, ou R$ 21,1 milhões.

Por ser o clube formador, o Juventude teria direito a 5% do valor em caso de transferência de país – o que significaria pou-co mais de R$ 1,05 milhão.

O time do Caxias que estreou na Série C com derrota diante do Brasil de Pelotas teve Fernando Wellington; Alisson, Anderson Bill, Cláudio Luiz e Neto; itaqui, Marcos Rogério, Renan e Edenílson; Mar-celo Costa e Mauro. Destes, seis não estão mais no clube. Confira na lista abaixo o grupo que inicia o trabalho de preparação ao Gauchão.

Já estão agendados dois jogos-treino: dia 18 de dezembro contra o Da Rocha (time amador de Caxias do Sul), em Flores da Cunha; e dia 23 contra o Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, também em Flores da Cunha. No dia 30 está marcado o primeiro amistoso, contra o Canoas Sport Club (ex-Ulbra e ex-Universidade).

O último amistoso deve ser disputado no dia 8 de janeiro, provavelmente contra o São José de Porto Alegre, no Estádio Cente-nário. Segundo o gerente de fute-bol, Júlio Soster, faltam “apenas” os camisas 9 e 10 para o Caxias. Do total de jogadores, seis vieram da base grená – Gerley, Gerethes (primo de itaqui), Marcus Vinícius, Nakata, Pedro Henrique e Sato.

Goleiros: André Sangalli, Matheus e Sidivan.Laterais direitos: Alis-son, Patrício e Tiaguinho.Laterais esquerdos: Edu Silva e Gerley.Zagueiros: Neto, Marcelo Oliveira, Caçapa e Édson Rocha.Volantes: Marcos Rogério, Bruno, Edenílson, Felipe Gonçalves, Ge-rethes, Marcus Vinícius e itaqui.Meias: Nakata, Diogo, Pedro Henrique e Rodrigo Paulista.Atacantes: Waldison, Baltha-zar, Aloísio, Sato e Palacios.

Base

novo fardamento

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Esporte urbano que combina com as ruas, o skate vai atrair praticantes e admiradores para assistirem manobras entre espetáculo

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Guia de [email protected] José Eduardo Coutelle

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l 3° u.S.C Skate de Rua | Sába-do e domingo, das 9h às 19h |

Caixotes, bancos e outros obstá-culos estarão dispersos pelo chão e cada skatista terá cinco minutos para realizar as suas manobras. Os 10 melhores se credenciam para a final no domingo. As inscrições podem ser feitas no dia, a R$ 10 para iniciantes e R$ 15 para a ca-tegoria amador open. Caso chova no sábado, a competição será só no domingo. Se perdurar o mau tempo, o torneio será adiado para a semana seguinte.Posto CidadãoEntrada gratuita | 13 de Maio esq. Os 18 do Forte, Lourdes

l Campeonato Estadual de Handebol | Sábado, das 8h30 às 17h, e domingo, das 8h30 às 11h |

Decisão nas categorias mi-rim e cadete masculinos, entre UCS, Ulbra, Colégio Farroupilha, GAO, 15 de Novembro e Colégio Kennedy.Recreio da JuventudeEntrada gratuita no clube somente para assistir o jogo | Atílio Andrea-

zza, 3.525, Sagrada Família

l Copa Brasil | Sábado, 16h e 18h, domingo, 9h e 11h |

Caxias do Sul Basquete, Campo Mourão, Brusque e Sogipa dispu-tam o quadrangular final. O time da casa entra em quadra às 18h de sábado às 18h e às 11h de domin-go. Os dois primeiros se creden-ciam à Supercopa Brasil, que dá acesso ao NBB no ano seguinte. Juvenil Pacote para todos os jogos ante-cipados a R$ 5, no Posto Tonolli. Na hora, entrada do jogo a R$ 5 | Marquês do Herval, 197

l Campeonato Estadual Sub-17 | Terça (7), 18h |

No play-off final, os meninos da UCS recebem o CEAT/Bira na terça. Antes, na segunda, jogam a primeira em Lajeado. Se houver terceiro jogo, será às 18h de quin-ta (9), na UCS.Ginásio da uCSEntrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130, Petrópolis

l Semifinal do Campeonato Gaúcho | Quinta (9), horário a definir |

Java ou Uruguaiana. Uma des-sas equipes será o adversário do Caxias do Sul Basquete, que joga-rá a primeira fora, na terça (7), e a segunda partida em casa, na quinta. O calendário está sujeito a alterações.Juvenil Ingressos antecipados no Posto To-nolli a R$ 3. Na hora do jogo, a R$ 5 | Marquês do Herval, 197

l XV Copa Penalty nordes-tão | Sábado, 12h, e domingo, 16h30 |

Top Sport, Vasco da Gama e Recreio da Juventude disputam as finais das categorias mirim e ini-ciação.Ginásio Salgado filho e Recreio da JuventudeEntrada gratuita | Salgado Filho: São Francisco de Paula, 44, Kay-ser; Juventude: Atílio Andreazza, 3.525, Sagrada Família

l Campeonato Sesi Série B | Sábado, 14h |

A Eaton e a Sumig decidem o título da competição.SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima

l Campeonato Municipal infantil | Sábado, 14h30 e 16h |

Decisão entre CFA Caxias do Sul e Águia Negra, precedida da disputa do terceiro lugar, entre Grêmio Murialdo e Sagrada Fa-mília.Municipal 1Entrada gratuita | Av. Circular Pe-dro Mocelin, s/n°, Cinquentenário

l Campeonato Brasileiro Sub-20 | Segunda (6), quarta (8) e sexta (10) |

Caxias abriga até o dia 16 os ti-mes do Grupo 2: Todos jogam en-tre si e os dois primeiros avançam às quartas de final.Segunda, 15h30: Flamengo x Guarani (Jaconi) | 17h30: Atlé-tico-MG x Palmeiras (Jaconi) | Quarta, 16h: Atlético-GO x Atlético-MG (Centenário) | 19h: Palmeiras x Flamengo (Centená-rio) | Sexta, 16h: Flamengo x Atlético-GO (Jaconi) | 19h: Gua-rani x Palmeiras (Jaconi)Jaconi e CentenárioEntrada gratuita | Jaconi: Hércules Galló, 1.547, Centro. Centenário: Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano

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Ao contrário do que deveria acontecer, a cada encontro re-alizado a respeito do tema au-menta o descrédito em relação à viabilidade do trem regional.

Na última quinta-feira, em reu-nião promovida no Campus 8 da UCS, não foi diferente. Os estudos de traçado, seja qual for o escolhido, revelam que o trem circulará em velocidade abaixo do que possibili-taria transformá-lo em alternativa efetiva ao transporte rodoviário na região. De passageiros ou de carga.

Alternativa?

Renato [email protected]

Executiva e diretório municipal do PT vão avaliar os nomes de Ana e Daneluz. Entre outros petistas, a vereadora tem apoio do marido, deputado Gilberto Pepe Vargas, mas não encontra respaldo na Câmara.

A bancada governista quer cum-prir o acordo. E diz que o futuro presidente será, sim, da oposição – não necessariamente do PT.

Com a ida do vice-prefeito Al-ceu Barbosa Velho (PDT) para a Assembleia Legislativa, cresce de importância a definição do futuro presidente da Câmara de Verea-dores. Afinal, ele será o chefe do Executivo municipal nas ausências do titular, prefeito José ivo Sartori.

A escolha do futuro presidente deve ocorrer até o próximo dia 15.

O limite de velocidade na BR-101 passará de 80 km/h para 110 km/h.

Anunciada pelo Departamen-to Nacional de infraestrutura de Transporte (Dnit), a medida mudará os hábitos dos caxienses que se dirigem ao Litoral Norte, especialmente Torres. Eles aban-donarão a Estrada do Mar para pisar mais fundo no acelerador na recém duplicada rodovia.

A próxima semana será de dis-cussão de muitos projetos im-portantes na Câmara, a começar pelos reajustes de tarifas como água e de tributos como iPTU.

A definição do novo valor da passagem urbana não passa pelo Legislativo. É resolvido por de-creto-lei do prefeito. A Visate já protocolou pedido de reajuste na Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade para que o Conselho Municipal possa discu-tir o percentual a ser concedido.

O êxodo de mais de 10% da população em municípios da Fronteira Oeste e da Campanha nos últimos 10 anos, detectado pelo Censo 2010 recém conclu-ído pelo iBGE, reflete-se dire-tamente em Caxias do Sul.

Boa parte dos novos 75 mil novos habitantes do municí-pio provêm daquelas regiões do Rio Grande do Sul. O que o poder público municipal tem feito para receber esse contin-gente de novos caxienses?

Com a confirmação de 435.482 habitantes, Caxias do Sul voltará a ter 23 vereadores na Câmara Mu-nicipal na próxima legislatura.

Para alguns, o aumento do nú-mero de parlamentares significará maior e melhor representatividade do cidadão. Para outros, apenas um aumento de despesas públi-cas. O que você pensa a respeito?

Além da comemoração dos 40 anos da primeira transmissão a cores da TV brasileira, a Festa da Uva 2012 vai se associar à programação do Ano da itália no Brasil – oficial-mente marcada para 2011. A Festa terá eventos com a participação inclusive da Embaixada da itália.

Da oposição

Interinidade

Pela BR

festa italiana

fim de ano

Migrantes

Mais vereadoresO vereador Marcos Daneluz (PT)

já colocou seu nome à disposição para disputar a presidência do Le-gislativo. Conforme acordo no iní-cio da atual legislatura, formalizado apenas “no fio do bigode”, o cargo será da oposição. A situação prefere Daneluz a Ana Corso, que também se colocou como pretendente à su-cessão de Moisés Paese (PDT).

Presidente

O estudo do Departamento Ae-roportuário do Estado é definitivo. Para receber o futuro Aeroporto Regional de Caxias do Sul, a região de Vila Oliva teve nota 9,69. A re-gião de Monte Bérico, em Farroupi-lha, ficou com 5,34.

Bairrismos à parte, não há com-plô, má vontade ou articulação po-lítica suficientes que possam con-testar o resultado do trabalho e a escolha do distrito caxiense.

Ao contrário de outros in-tegrantes do PSB, o vereador Édio

Elói Frizzo defendeu a escolha de Vila Oliva para receber o futuro ae-roporto. Diz que há 10 anos acom-panha os estudos a respeito da lo-calização mais adequada – “e todos são favoráveis ao distrito caxiense”.

O parlamentar lembrou pontos negativos de Monte Bérico: custo da terra, dificuldades ambientais e o fato da localidade estar muito próxima a áreas urbanas – na área de Vila Oliva, onde moram apenas uns poucos trabalhadores rurais (foto acima), não há obstáculos fí-sicos de maior expressão.

VitÓRiA DA tÉCniCA SoBRE A PoLÍtiCA

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A um mês de acabar meu governo, eu não estaria anunciando

decisões, mas sim fazendo as malas.

Deputado Beto Albuquerque (PSB), futu-ro secretário da infraestrutura do governo Tarso Genro, a respeito do anúncio da localização do futuro Aeroporto Regional de Caxias do Sul.

www.ocaxiense.com.br 234 a 10 de dezembro de 2010 O Caxiense

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