68

Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição 6 sobre Desenvolvimento SIG

Citation preview

Page 1: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 2: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 3: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 4: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

SumárioEditorialÚltimasEventosEspaço do Leitor

18EntrevistaGeoff Zeiss

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br4

RadarMapa da Vez

5678

910

12CAPA ­ DesenvolvimentoSIG: Um novo mundo sendodescoberto

24Aplicativos para rodar noseu Android

26Mapas temáticos dinâmicose dados estatísticos

32Quantum GIS e Sextante

38Criação de workflows comPyWPS e Taverna

44Cinco razões para começara usar o QGIS

48Epidemiologia espacial daLíngua Azul II

55Banco de Dados Geográfi­cos no Corpo de Bombeirosdo Pará

60Roteirização e redes de co­bertura para serviços desaúde com uso do gvSIG

66Latinoware 2012

Page 5: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

DESENVOLVIMENTO SIG

Fernando QuadroAnalista de sistemas

[email protected]

A crescente disponibilidade de sistemas de dadosespaciais e o crescimento rápido das tecnologias GIS estãosendo vistos pelas empresas como um caminho para otimizar aeficiência operacional.

Esta demanda por Sistemas de Informação Geográfica,por sua vez ampliou a aplicação desta tecnologia para váriossegmentos, como o Desenvolvimento GIS, tema que seráabordado nesta edição, com o objetivo de dar uma visão geral,vantagens, desvantagens e apresentar ao leitor as ferramentasmais utilizadas no momento.

Um assunto que vem sendo bastante debatido nacomunidade é o padrão WPS (Web Proccess Service), e nestaedição você saberá como proceder para criar workflows atravésdas ferramentas PyWPS e Taverna.

Nesta edição, você poderá saber um pouco da opinião deGeoff Zeiss, que nos concedeu um entrevista exclusiva em suapassada pela Brasil, falando um pouco de Geotecnologias emgeral e também de sua visão sobre o Brasil.

Você ainda poderá ler artigos sobre o banco de dadosgeográficos no corpo de bombeiros do Pará, Roteirização deserviços de saúde com o gvSIG, aplicativos para rodar emAndroid, a segunda parte do artigo SIGLA ­ Epidemiologia Azul,e as cinco razões para você usar o QGIS.

Espero que gostem e aproveito a oportunidade paraconvidá­los a participar da revista, enviando artigos, opiniões esugestões.

Boa leitura!

Esta revista foi produzida graficamente utilizando

Ubuntu LibreOffice Inkscape Gimp Scribus

Publicação trimestral ­ Ano 2 ­ N° 06Diretor GeralFernando Quadro ­ [email protected] Quadro ­ [email protected] ResponsávelJuliane Guimarães ­ [email protected]é Mendonça­[email protected] Pinho ­ [email protected] e DiagramaçãoEsdras Andrade ­ [email protected] Sadeck ­ [email protected] Sadeck ­ [email protected]

O conteúdo assinado e as imagens que os integram,são de inteira responsabilidade de seus respectivosautores, não representando necessariamente a opiniãoda Revista FOSSGIS Brasil e de seus responsáveis.Todos os direitos sobre as imagens são reservados aseus respectivos proprietários.

Colaboraram nesta ediçãoAnderson Maciel Lima de MedeirosAndré MendonçaDjavan FagundesEsdras de Lima AndradeFelipe Frechiani de OliveiraFrederico Guilherme NogueiraGeorge SilvaGiovanni ManghiHugo MartinsJorge de JesusJosé Pedro Gonçalves dos SantosJorge RaffoJorge RochaLeonardo Souza dos SantosLuís Henrique GuimarãesLuis SadeckPaolo CavalliniRicardo PinhoRicardo Vicente FerreiraVeridiana Rodrigues da Cunha SilvaVictor OlayaWille Marcel

Falec

onos

co Editor ­ [email protected]

Publicidade ­ [email protected]

Parcerias ­ [email protected]

Editorial

Page 6: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Por Luís Carlos Madeira

Anunciada a Realese 2.11 do OpenLayers. OOpen Layers é uma biblioteca JavaScript quepermite aos utilizadores disponibilizarem suesdados geográficos em páginas web. Para mais

informações acerca desta biblioteca e, inclusive,fazer o download consultehttp://tinyurl.com/7clus55

A equipe responsável pelo desenvolvimento doMapnik anunciou a realese 2.0. Pode confirir

aqui: http://tinyurl.com/89sj444

Já quase terminando o mês de Setembro,chegou à comunidade geo a notícia de

lançamento da nova versão do sofyware SIGOpenJump. Para mais informações acesse

http://www.openjump.org

Últimas

O VisualSIG é um software de SIG (Sistema deInformação Geográfica), baseado em

tecnologias e componentes Open Source.Destaca­se pela sua interface com o usuário em

português, tornando­o num dos poucossofwares SIG integralmente em português. Mais

informações em http://tinyurl.com/8ljefqu

Lançado o gvSIG EducagvSIG Educa é uma customização do gvSIGDesktop, adaptado como ferramenta para aeducação de disciplinas com componente

geográfica. http://goo.gl/GbgST

Lançada Versão Final do gvSIG 1.12:Visite a página de downloadhttp://tinyurl.com/d2dsxol

A equipe do GeoServer tem o prazer deanunciar o lançamento do GeoServer 2.2 e

incentivá­lo a fazer o download e experimentaros novos recursos. O lançamento acontece

após 16 meses desde a ùltima versão. Conheçaas novidades e faça o download em

http://tinyurl.com/boarjuc

Lançado o Guia Técnico ­ Deteção remotaaplicada à Gestão Territorial

O SATELMAC lançou recentemente emespanhol o Guia Técnico de Detecção Remotaaplicada à Gestão Territorial. O documento foi

traduzido para o Português. Confira emhttp://tinyurl.com/dx27geh

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br6

Page 7: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PPoorr LLuuííss CCaarrllooss MMaaddeeiirraaEventos

X Seminário de Atualização em SensoriamentoRemoto e Sistemas de Informações

Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal.Onde: Curitiba­PR, BRA

Quando: De 15 a 18/10/2012.Mais Info: http://tinyurl.com/7na2omk

Sessão PostgreSQL Nº 4 : Migrando paraPostgreSQL

Onde: Paris ­ FRAQuando: 4/10/2012 das 9h30 às 17h30Mais Info: http://tinyurl.com/buopexu

Amazon Web Services ­ AWS re: InventOnde: Las Vegas, Nevada ­ EUA

Quando: De 27 a 29/11/2012Mais Info: http://tinyurl.com/c3qx8o8

4° Simpósio de Geotecnologias no Pantanal4° GeoPantanal

Onde: Bonito, Mato Grosso do Sul ­ BRAQuando: De 20 a 24/10/2012

Mais Info: http://tinyurl.com/bwmgkos

VI GEONORDESTESimpósio Regional de Geoprocessamento e

Sensoriamento RemotoOnde: Aracaju, Sergipe ­ BRAQuando: De 26 a 30/11/2012

Mais Info: http://www.vigeonordeste.com.br

XXII Congresso da Sociedade Internacionalpara Fotogrametria e Sensoriamento Remoto

Onde: Melbourne ­ AUSQuando: De 25/08 a 1/09/2012

Mais Info: http://tinyurl.com/d2c3d2c

SIGES 2012 ­ Simpósio de Informática eGeotecnologias de SantarémOnde: Santarém, Pará ­ BRA

Quando: De 29/10 a 01/11/2012Mais Info: http://siges2012.com.br

INTERGEO 2012Conferência e Feira de Geodésia,Geoinformação e Gestão da Terra

Onde: Hannover ­ ALEQuando: De 9 a 11/10/2012

Mais Info: http://www.intergeo.de

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 7Agradecemos sua sugestão de eventos

http://tinyurl.com/fossgiseventos

V SimBGfSimpósio Brasileiro de Geofísica

Onde: Salvador, Bahia ­ BRAQuando: De 27 a 29/11/2012

Mais Info: http://sys2.sbgf.org.br/simposio

5ª SASIGJornadas de Software Aberto para SIG

Onde: Cidade de Faro ­ PORQuando: De 15 a 17/11/2012

Mais Info: http://www.osgeopt.pt/sasig5

Page 8: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

FOSSGIS MULTIMÍDIAEstou ansiosa para fazer a coleção da revistafossgis brasil impressa. Pela importância eabrangência que a revista conquistou empouco espaço de tempo, seria bom queestivesse em todas as mídias, inclusive tablets.Parabéns! (Mabel Duarte)DADOS LIVRESFinalmente a sociedade brasileira tem uminstrumento que garante a cessão de dadospermitindo a transparência e o desenvolvimento.Espero que esta não seja mais uma lei sem efeitono país. Ademais, achei a matéria muito boa.Parabéns aos autores. Que a revista Fossgis Brasilcontinue abordando temas de interesse de todos.Mais uma vez parabéns e, vida longa à Revista.(Daniel Amorim)UM ANO DE FOSSGIS BRASILParabéns pelo aniversário de 1 ano, nasceu e jáocupa um lugar de respeito e destaque no cenárionacional. Esta é uma edição para ser lida váriasvezes! (Marcos)EDIÇÕES FOSSGISEstamos aguardando a nova edição, a cadalançamento somos agraciados com um conteúdorobusto e livre. (Carlos)DADOS EM CAMPOÉ de infinita importância e aplicabilidade emlevantamento de dados no campo ter umaferramenta que implemente este tipo detecnologia!!! Gostaria de saber mais a respeito.(jmaria)COLUNA QUEBRANDO TABUSEsta coluna ficou excelente! Inspirou até meu TCC.Além, de outras coisas, analisei três softwares GISLivres (Spring, QGIS e gvSIG), baseado nos artigosque li na FOSSGIS Brasil. E, então foi utilizadoapenas o gvSIG (que contemplava tudo queprecisei) para o desenvolvimento do SIG. Além de

ter trabalhado somente no Ubuntu. Foi um trabalhodesenvolvido somente sobre Softwares Livres.(Alyni dos Santos)PROJETO TRACKSOURCEGraças a revista tomei conhecimento desse projeto.Sempre contribui com as rotas do google. De agoraem diante quero ajudar essa iniciativa que é livre.Parabéns pelo artigo.(Eder Aragão)

Continue enviando seus comentarios,críticas e sugestões para

[email protected]

Espaço do Leitor

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br8

Page 9: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 9

RadarEsta é a mais nova seção da Revista FOSSGISBrasil, chamada RADAR. O radar permite calculara que distância estão os objetos, a partir daemissão de um sinal de alta frequência, e medindo

o tempo que decorreu para receber o seu eco.Pois bem, esta seção apresenta o retorno daRevista em outras mídias. Clique nas imagenspara ir direto às páginas aqui mostradas.

Page 10: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

O Instituto Nacional doSemiárido (INSA) éuma Unidade de

Pesquisa integrante da estruturabásica do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação MCTI, quetem por finalidade promover odesenvolvimento científico etecnológico e a integração dospolos sócio­econômicos eecossistemas estratégicos daregião do semiárido brasileiro,bem como realizar, executar edivulgar estudos e pesquisas naárea do desenvolvimentocientífico e tecnológico.

O espaço geográfico doSemiárido Brasileiro estende­sepor oito Estados da regiãoNordeste (Alagoas, Bahia, Ceará,Paraíba, Pernambuco, Piauí, RioGrande do Norte e Sergipe) maiso Norte de Minas Gerais,totalizando uma extensãoterritorial de 980.133,079 km2,onde reside uma população de22.598.318 habitantes em 1.135municípios.

Do ponto de vistaclimático, a região semiárida émarcada por índicespluviométricos inferiores a 900mm, associada à distribuiçãoespaço­temporal extremamente

irregular e, uma demandaevapotranspirométrica média de2.000 mm/ano; aliam­se a essascaracterísticas o predomíniohidrogeológico de formaçõescristalinas, que apresenta baixopotencial de armazenamento deágua e a ausência de rios perenesde elevado porte ou com grandecapilaridade; configurando aregião uma elevada vulnerávelhídrica.

O Sistema Nacional deInformações sobre Saneamento(SINIS) divulga anualmentediagnósticos dos serviços de águae esgoto em todo o País. Dentreas variáveis disponíveis o númerode prestadores de serviços.

Como as informações dosserviços de água e esgoto sãorelevantes, em especial para oSemiárido brasileiro, o mapa davez nesta edição, apresentaatravés do software livre QuantumGIS à espacialização dasinformações do SINIS referenteao número de prestadores deserviço que atua em cadamunicípio.

O mapa foi elaborado comgeotecnologias livres, através da

utilização de dados vetoriaiscoletados do site do IBGE eSINIS.

Na representação domapa é possível observar aespacialização dos municípiosdos nove estados que compõe oSemiárido brasileiro, a regiãodelimitada como semiárida e aquantidade de prestadores deserviço que atua no município: –sem informações, 1 – atua nomunicípio um único prestador deserviço (água e/ou esgoto) e 2 –atua no município doisprestadores de serviços (águae/ou esgoto).

O mapa foi criado com ouso exclusivo do QGIS 1.7.4 eatualmente muitas instituiçõespúblicas tem aderido ao uso desoftwares livres, devido o custo eao atendimento as necessidadesdos usuários.

Mapa da Vez

Julie Eugênio da Silva FranciscoBolsista Pesquisadora em Geoprocessamento no

Instituto Nacional do Semiárido (INSA)[email protected]

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br10

E vocês? O que estãoesperando? Enviem também

seus mapas para estaseção!

Page 11: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 12: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PPoorr FFeerrnnaannddoo QQuuaaddrrooCCAAPPAA

DDeesseennvvoollvviimmeennttooSSIIGG:: UUmm NNoovvooMMuunnddoo SSeennddooDDeessccoobbeerrttoo

Imagem

deCo

nsultor

iaErick

@Flic

kr.Tod

osos

direitos

reserv

ados

Page 13: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

DDeesseennvvoollvviimmeennttooSSIIGG:: UUmm NNoovvooMMuunnddoo SSeennddooDDeessccoobbeerrttoo

A crescente disponibilidade de sistemas de dados espaciais e ocrescimento rápido das tecnologias GIS estão sendoempregados pelas empresas como uma rota única para

otimizar a eficiência operacional. Um amplo conhecimento sobretecnologias de banco de dados, servidores de mapas, servidores

web, clientes desktop, camadas de negócios específicos deaplicativos, bem como a integração de cada componente

do sistema são necessários para abordar os dados esuas camadas de aplicação.

Esta demanda por Sistemas de InformaçãoGeográfica (SIG), por sua vez ampliou a

aplicação desta tecnologia para váriossegmentos, como a conversão de dados,

o desenvolvimento de aplicações, amineração de dados e a migração de

dados. O desenvolvimento deaplicativos SIG passa a ser

estendido a setores diversos,como o Florestal, o Elétrico, o deGás, o Comércio, omapeamento Móvel, aMineração, a Agricultura, aDefesa Nacional e Segurança,a Hotelaria e Turismo, ogerenciamento de RecursosHídricos, a Educação, aGestão de Desastres, aLogística e transportes, oimobiliário, asTelecomunicações, osServiços Bancários eFinanças, entre muitos outros.

Esta diversificadaclientela, com necessidades

muito específicas, solicita aosdesenvolvedores de software

tecnicamente qualificados eexperientes a criação de aplicações

customizadas para atender asexigências de uma nova e vasta

comunidade de utilizadores.As aplicações são desenvolvidas com

base nas necessidades e exigências específicasdos clientes, na grande maioria dos casos com vista

a otimizar procedimentos e resultados,independentemente do tipo e da complexidade envolvida.

Com base em métodos como a engenharia de requisitos e em

análises definitivas do problemacentral, os desenvolvedores desoftware produzem soluções eminformação geográfica comfuncionalidades específicas.O desenvolvimento SIGDiferentes tipos de softwareSIG

Para construir uma sólidainfraestrutura aplicada a dadosespaciais é necessário integrardiferentes tipos de software. Alémde software para coletar, preparare analisar os dados, que pode serfeito com um desktop GIS, sãonecessárias bases de dados,muitas vezes usadas paraarmazenar grandes quantidadesde informação. Se outras pessoase organizações, para fins deplanejamento e análise, desejamutilizar estes dados, em seguida,um servidor de mapas pode serútil para fornecer os dados on­line. Além disso, são exibidasbibliotecas de software como umcomponente adicional, o qualpode fornecer uma funcionalidadeespecífica, como conversão deformato de dados, transformaçõesde coordenadas, ou algoritmos deanálise de dados (por exemplo,cálculos de bacias). Plugins deterceiros ou extensões podem serconsiderados, também comobibliotecas.

Um esquema de umainfraestrutura de dados espaciaisque inclui todos essescomponentes é mostrada naFigura abaixo.Diferentes tipos delicenciamento

Dentre as váriascategorias de software, vamos

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 13

Page 14: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

encontrar pelo menos um projetode código aberto em cada umadelas. Muitas vezes, váriasequipes trabalham em diferentessoftwares da mesma categoria.Por exemplo, há mais de oitoprojetos Desktop GIS existentescom um foco ligeiramentediferente, e pelo menos quatroprojetos de servidores de dadosgeográficos que podem seridentificados, como o MapServer,Deegree, GeoServer ouMapGuide, todos Open Source.

No entanto, apesar dadiversidade, as particularidadesentre os projetos devem serreconhecidas. Isto é válido emespecial para a utilização debibliotecas que permitem

conversões de formato de dados(por exemplo, GDAL, GeoTools),fornecer projeções (Proj4), ouoferecer algoritmos geométricosbásicos (por exemplo, GEOS,JTS).Diferentes linguagens

Além da classificação deprojetos em bibliotecas,servidores web, desktop GIS,bancos de dados espaciais evisualizadores, é possível realizarum outro agrupamento,separando­os pelas suaslinguagens como C e C + +, eJAVA. Além destas duas principaisplataformas existem outras , comoa plataforma Microsoft '.NET' e alinguagem Python que são

utilizadas em larga escala nosmais diversos projetos. É útildispor de uma distinção ecaracterização dos projetos combase na plataforma dedesenvolvimento, uma vez queprojetos que usam a mesmolinguagem de programaçãopodem usar o mesmo conjunto decódigo fonte (lembre­se: projetosopen­source possuem acessíveltodo o seu código­fonte). AOSGeo (Open Source GeospatialFoundation) estimula ocompartilhamento de códigoatravés de uma infra­estruturacompartilhada paradesenvolvimento de software.

É possível agruparmos umprojeto de software também emrelação à sua fundação emanutenção. Existem doisprojetos que foram fundados porrazões comerciais por parte dasempresas (uDig GIS e Kosmo).Essas empresas mantém oprojeto, ou seja, a infra­estruturado mesmo, que inclui o seurepositório, wiki, fórum e site, epossui o controle dodesenvolvimento. Um segundogrupo de projetos inclui aquelesque foram iniciados porentusiastas (como Quantum GIS).Depois de uma fase inicial,geralmente com poucos

Figura 1 ­ Arquitetura básica de um SIG.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br14

Page 15: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

membros, estes projetosexperimentam uma interrupçãoem seu desenvolvimento, ou sãocapazes de atrair outras pessoase empresas para apoiá­los. Umterceiro grupo de projetos nascede projetos de pesquisa emuniversidades ou outrasorganizações, tais como GRASSGIS e SAGA GIS. Observe que,para todos os tipos de projetoscomunitários, a massa crítica énecessária para manter o projetovivo. Finalmente, um quarto grupode projetos são os apoiados poragências governamentais. Osmais populares são o projetogvSIG, e o i3Geo.Vantagens e desvantagens deusar geotecnologias livres

A seguir vamos discutir asvantagens e desvantagens dodesenvolvimento comgeotecnologias livres, emcomparação com produtos deproprietários de uma perspectiva

geral e, em seguida, a partir deuma perspectiva acadêmica.Taxas de licenciamento

O desenvolvimentousando produtos proprietáriosexige o pagamento de uma taxa,normalmente anual, que dáacesso as ferramentas dedesenvolvimento (SDK) e obriga ainclusão de uma taxa delicenciamento para cada licençade software que posteriormente éfornecida ao cliente. A utilizaçãode geotecnologias livres evita opagamento deste tipo de taxas, epermite o acesso imediato a todoo código fonte e a todas asferramentas de desenvolvimento(SDK) necessárias aodesenvolvimento. Permitetambém o "uso irrestrito", ou seja,a possibilidade de utilizar osoftware em qualquercomputador, para fins privados oucomerciais, mas também semqualquer restrição para o número

de instalações.Podem também ocorrer

problemas devido amudanças de fornecedoresde licença ou de alteraçõesde regras de distribuição delicenças. Por exemplo, osdesenvolvedores de umSIG produzem códigos apartir de um SIGproprietário e,posteriormente, a partir dedeterminada data eles nãosão mais autorizados adistribuir gratuitamente asatualizações de seusoftware, porque os termosda licença do kernel do SIGproprietário foram

alteradas.Podemos citar aqui um

exemplo real de uma instituiçãoque enfrentou problemas legaisquando estava anunciandomudar seus critérios para adistribuição de licençaseducacionais. Tal mudança determos de licença, querestringe o uso de um software,não é possível quando osoftware é coberto pelaLicença Pública Geral.Suporte de padrões abertos

Além dos ganhos óbviosde não ter que pagar taxas delicenciamento e de usoirrestrito do software, existemmuitos outros benefícios parao desenvolvedor que usasoftware livre.

Um dos maisimportantes é o bom suportede padrões abertos e deformatos comumente usados.Esta capacidade torna­seimportante quando o sistemadeve ser adaptado a partir decomponentes de softwarediversos.Curva de aprendizagem

No entanto, os usuáriosde software não devem esperarpor custos zero quando semuda de uma soluçãoproprietária para uma soluçãolivre no que diz respeito aosSIGs. Por exemplo, os custosde treinamento para osusuários vão surgir de maneirasemelhante aos de produtosproprietários, e a instalação dosoftware pode exigir know­howespecífico. Uma outradesvantagem pode ser a

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 15

Page 16: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

limitada disponibilidade econsistência da documentação.Especialmente em casos deprojetos novos, adocumentação para usuários edesenvolvedores pode ser raraou praticamente inexistente.Também foi demonstrado nopassado que o sistema decontribuição voluntária quepermeia os projetos desoftware sofre com problemasrelativos à continuidade e noplanejamento a longo prazo.Pode­se observar isso emdiversos projetos importantes,que hora ou outra sofrem umaparada em suas atualizações.

Suporte ao desenvolvimentoMuitas vezes as pessoas

se perguntam se o suporte estádisponível para produtos decódigo aberto. A respostadepende da maturidade doproduto. Se o software é maduroe uma comunidade de usuáriosbem dimensionada foiestabelecida, as empresascostumam começar a oferecerapoio e desenvolvimentopersonalizado para usuários queestão dispostos a pagar por isso.Além do apoio oferecido pelasempresas, a comunidade deusuários e desenvolvedores poderesponder perguntas de suporteem tempo hábil, quando as

dúvidas e questionamentos sãoenviadas para as listas de e­maile fóruns virtuais de usuários. Comrelação a este ponto, gostaríamosde enfatizar que diversos projetosDesktop GIS possuem suportecomercial disponível através deempresas e consultores.Pesquisa e ensinoacadêmicos

Mas quais são asvantagens e desvantagensespecíficas, quando analisa­se oponto de vista da pesquisa eensino acadêmicos? Começamoscom o pensamento que nãoimporta qual o software é usadopara ensinar habilidades de GIS.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br16

Page 17: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Porém, um software de códigoaberto pode auxiliar nacompreensão de conceitos, poispermite o acesso direto àaplicaçãol Isso significa ter acessoao código fonte, ou seja, aosalgoritmos e estruturas de dadosespaciais. A propósito, usarsoftware livre no ensino ésignificativo devido ao seupotencial para promover odesenvolvimento de umaperspectiva crítica sobre GIS.Além disso, o ensino comprodutos de código aberto irápermitir que o aluno façalegalmente downloads deprogramas, extensões e dados,de forma que o mesmo tenha amesma experiência do ambientede ensino, em casa, com omesmo software, sem pagar umataxa de licença. Isto éespecialmente útil em situaçõesem que o aluno enfrenta barreirasfinanceiras. Assim, o software livreapóia a igualdade deoportunidades de aprendizagem.

Com exemplos tirados apartir da experiência da

comunidade de pesquisaacadêmica, destacamos abaixodiversas vantagens queacreditamos existir para pesquisase os princípios do software livresão aplicados:• O software livre preserva opesquisador de "re­inventar aroda".• O software livre intrinsecamentetem a "melhor", a documentaçãodisponível, ou seja, pode­seestudar o código fonte paraentender como as coisas sãofeitas.• O software livre é adaptável ássuas próprias necessidades(pesquisa), sem restrições.• As atualizações de softwareestão disponíveis com maisfreqüência.

O objetivo deste artigo foiapresentar uma visão geral sobreas estruturas organizacionais nacomunidade de código aberto,para promover a compreensão do

desenvolvimento em softwareopensource. Procurou­se aquiintroduzir conceitos importantes,bem como as vantagens edesvantagens existentes para ousuário em geral.

Neste artigo defendeu­seexplicitamente o uso de práticasde código aberto e de softwareem pesquisa, podendo destacarque os princípios do software livreestão de acordo com um princípiode investigação fundamental:"experimentos devem serreproduzíveis". Isto é, se o códigofonte é dado, então todos devemser capazes de aprender com omesmo, além de melhorardiretamente seus algoritmos emodelos sem correr o risco deuma má interpretação.Artigo adaptado de "Uma visão geral sobreDesenvolvimentos GIS" de STEFAN STEINIGER eERWAN BOCHER.

Fernando QuadroAnalista de sistemas

[email protected]

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 17

Page 18: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

FOSSGIS: Qual é aimportância doSoftware Open­Source para aAutodesk?Geoff Zeiss: Esta éuma perguntabastante interessante.A história é que aAutodesk, até 2006,era uma empresapuramenteproprietária, nãoestavamosnada interessados emopen­source. Emfev/2005 consegui queum vice­presidente deengenharia daAutodesk visitasse aDM Solutions emOttawa,Dave e seu time.Imagine, é o vice­presidente deengenharia de umamultinacional, quesempre fez soluções proprietárias,baseada no modelo de negóciosda Microsoft, então foi uma coisabem aventurosa de ser feita.Tinhamos dois objetivos: entendero modelo de negócios open­source e tentávamos descobrir oque fazer com o Mapguide. Até

então, eramos puramenteproprietários. A tecnologia estavaficando velha e desatualizada,então quando Gerry Lang foi aDM Solutions e viu o modelo denegócios, ele percebeu quewebmapping seria um bom lugarpara fazê­lo, pois webmapping setornou uma commodity, todos

estavam oferecendosoluções emwebmapping. De umponto de vistatecnológico, nãoexistem muitasdiferenças entre osjogadores, não écomo CAD ou BIM,onde você tem muitatecnologia e é difícilcobrar das pessoasmuito dinheiro porsoluçõeswebmapping. Todasestas coisas juntas,levou a Autodesk, aser a primeira grandecompania desoftware a contribuirpara formação daOSGeo.Foi tudo baseadonesta reunião defevereiro em 2005.FOSSGIS:Atualmente, qual é a

contribuição da Autodesk parao software open­source?Geoff Zeiss: Esta é uma boapergunta. Autodesk acredita queexiste lugar para os dois modelosde negócio, proprietário e open­source. Open­source é bom em

Entrevista

AAuuttooddeesskk ee SSooffttwwaarree LLiivvrree ­­ PPaarrttee 11Geoff Zeiss é diretor de tecnologia da Autodesk, rabalha em soluções geoespaciais com focona integração CAD/GIS. Esteve presente no MundoGEO#Conect LatinAmerica 2012, realizadoem São Paulo no mês de maio e recebeu a equipe da Revista FOSSGIS Brasil para umaexcelente entrevista.

"Você temque saberalgo além

de GIS"

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br18

Page 19: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

commodities (acho que 70% dosservidores web do mundo sãoApache, que é uma área clássicade commodities e existem muitasoutras áreas assim). O modelo dedesenvolvimento open­sourcegosta de padrões, portanto ondeexistem padrões, como a W3C,OGC, facilita o crescimento deprojetos open­source. Então,doamos o MapGuide, bibliotecasde projeção de coordenadas, FDO(Feature Data Objects ­ umaforma para que aplicaçõespossam ler e escrever dadosgeoespaciais). A outra maneiraque a Autodesk vem contribuindo,que espero que seja muito maior,no futuro, é a interoperabilidade.Não só formatos geoespaciais,mas também integrando BIM,informações de engenharia, entreoutras coisas. Uma outra coisaque a Autodesk fez ano passado,nós temos a habilidade de gerarum arquivo IFC (industry foundatinclasses, que é o padrão paramodelos BIM), através do Revit,totalmente proprietário e estecódigo, responsável por gerar oarquivo IFC foi doado acomunidade open­source.Acredito que esta "cola", queajuda diferentes modelos aconversarem é um grandecandidato para o open­source,pois existem múltiplos atoresenvolvidos, geralmente envolvecompetidores. Se vamos trocarinformações, geralmente serácom nossos competidores e seusprodutos. Toda esta área deinteroperabilidade é um bom lugarpara padrões e um bom lugarpara open­source. Umas dascoisas interessantes que estáacontecendo agora na OSGeo, é

que a fundação Eclipse,conhecida basicamente pelasferramentas de desenvolvimentoJava, está se tornando mais comoa Fundação Apache, com umasuíte de produtos (acho queexistem 250 projetos), com algunsprojetos Java, C++, e assim pordiante, mas o que é legal, é queeles tem um conjunto de regrasde negócio, um modus­operandide tomar decisões, que torna omodelo de negócios da fundaçãoEclipse, muito mais amigável doponto de vista de negócios do quea OSGeo. A OSGeo, e acho que éjusto dizer isto, é umaorganização basicamente focadanos desenvolvedores. Em eventoscomo o FOSS4G, a maior partedas pessoas que comparecem,são desenvolvedores, semprereferida como o "encontro dastribos" onde um monte dedesenvolvedores Java, C++,Python e de quaisquer outraslinguagens se encontram, massempre tentei descobrir o númerode usuários nestas conferências,mas é difícil de estimar. Do pontode vista da Autodesk, umaempresa proprietária, com umagrande base de usuários. Umasdas coisas interessantes queocorrem, na verdade, duas coisasinteressantes ocorreram: emmaio, RedHat ultrapassou 1bi emvendas e o segundo fato é que aMicrosoft anunciou que permitiráoutros desenvolvedorescontribuirem com código paraprodutos da mesma. Se você selembra, em 1998, caíram na redeos Halloween Papers,memorandos internos daMicrosoft, dizendo que elesprecisavam impedir o movimento

open­source, que vazarem paraEric Raymonds , escritor do TheCathedral e o Bazaar, um bomcara open­source. E logo em Maiode 2012, eles anunciam que irãoaceitar contribuições externas emseu código! Em 2008 eleslançaram seu primeiro produtoopen­source, CodePlex. GerryLang, foi trabalhar na Microsoftnesta época e com certezacontribuiu para isto.FOSSGIS: Ok, qual a atualrelação entre Autodesk e aOsGeo?Geoff Zeiss: Atualmente… Vocêsabe, por muitos anos fomos osmaiores patrocinadores. Nóscontribuímos com muito dinheiro,reduzimos nosso compromissocom a OsGeo, e ainda temos umarelação com muitas pessoas queainda estão envolvidas com aOsGEO. Eu era do conselho dediretores de lá por cerca de trêsanos, mas neste momento, o quevenho tentando fazer é colocarisso de forma mais comercial…FOSSGIS: Sim.Geoff Zeiss: Porque Autodesktem muito de open source, e eudiria que não é só a Autodesk.FOSSGIS: E não é tão ruimassim, eu não acho que sejaruim vender softwares.Geoff Zeiss: E alguém tem quepagar em algum momento.FOSSGIS: Desenvolvedorestem que comer também.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 19

Page 20: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Geoff Zeiss: Isso. Então euacredito que há um número deempresas completamenteopensource que são parte daOsGeo, que estão buscando etentando achar formas desustentar seus empreendimentoscomerciais, assim como seusdesenvolvimentos emopensource. Então, como disseanteriormente, acredito que nopassado, OsGeo tem sido maisuma organização mais orientadapara o desenvolvimento [desoftwares] e a questão do queestá realmente acontecendoagora é se OsGeo quer continuardessa forma, uma organizaçãoprimariamente desenvolvedoraou se eles querem começar apensar no fatos “negócios”. Sabe,todos esses caras na OsGeo,todos são homens de negócios,todos estão vendendo, eles temque se sustentar, como todomundo faz. Acho que então é umaquestão de se o modelo denegócios deles é algo que OsGeoapóia da melhor forma possívelagora ou se existem coisas que aOsGeo poderia fazer para gerarmais rendimentos para todosenvolvidos com OsGeo.FOSSGIS: Quais são os planosda Autodesk para a comunidadeopen source? Quais as chancesde que essa contribuição vácrescer e se sim, como?Geoff Zeiss: Esta parte será aopinião do Geoff Zeiss. Comodisse, Autodesk no ano passado,tornou open­source o revitindustry foundation classes. Epara mim, isso mostra umadireção, o que eu acho que

deveríamos estar fazendo. [03.16­19s] Esta área, a cola entreprodutos, é algo que é certo paraa comunidade open source.Agora, na Autodesk temos maisde 100 produtos, então temosmuito combustível interno paraajudar as coisas e colaborar comnossos produtos. Colocamosmuitos esforços nisso. Me lembroque quatro ou cinco anos atrás,Carl Bass em uma apresentaçãonum palco principal daUniversidade Autodesk mostou asprincipais categorias ecomponentes dos produtosAutodesk: mecânicos, de design,inventor, map 3d, etc.FOSSGIS: E isso é uma coisarealmente incrível que oAutodesk consegue fazer.Geoff Zeiss: E a essa altura, euacho que era algo difícil de sefazer e melhorou dramaticamentecom o passar dos anos. Mas arealidade é que nossos clientesestão nos dizendo que “tudo bem,vc quer interoperar, mas você queinteroperar com os produtos deoutras pessoas também”, porquetodo mundo está usando umavariedade de coisas,especialmente grandesorganizações. Então é por issoque eu acho que padrões como oOGC, padrões de Building Smart,padrões IFC, esses padrões sãoalgo com que temos que nospreocupar, e eu acho queOpenSource é tão... Sabe, achoque é mais ou menos decididoque quando a OGC define umnovo padrão, que a primeiraimplementação referência seráOpenSource, certo?

FOSSGIS: Sim.Geoff Zeiss: Então, acredito quedo meu ponto de vista,certamente do ponto de vista daOGC e de outras pessoas usandoopensource para ser a “cola”, fazmuito sentido.FOSSGIS: A Autodesk templanos de desenvolver umaversão Linux do AutoCad?Geoff Zeiss: Eu diria que se vocêestiver falando de produtosdesktop, provavelmente não. Querdizer, o Linux... eu tenho usadoUbuntu em casa há vários anospara coisas que faço em casamesmo, mas eu acho que oUbuntu e o Linux em geral, achoque tem se saído incrivelmentebem na área de servidores, maspara desktop eu simplesmentenão acho que é grande osuficiente. Não apoiamos OSXpara Mac até dois anos atrás,então... São negócios, você temque ter um determinado númerode pessoas utilizando aquelaplataforma antes de fazer isso e aoutra coisa a esse respeito é oMac sempre foi muito popular comdesigners. Qualquer pessoa quetrabalhe com vídeos, designgráfico, arquitetura, eles usamMac. Mac foi uma escolha fácil,mas por ora, não vejo issoacontecendo para o Linux. O queacontece em relação a servidoresé outra questão, e não estouconvencido de que qualquer coisaque fizermos na nuvem, quealguém estará usando Linux eoutro estará usando Windows.FOSSGIS: Esta não é bem uma

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br20

Page 21: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

preocupação do cliente. Sefuncionar, então funcionou.Geoff Zeiss: Isso, certo.FOSSGIS: A migração doMapGuide para comunidadeopen­source em nov. de 2005foi uma das iniciativas maiscorajosas por empresasprivadas em relação a softwarelivre. Quais foram asconclusões e benefícios que aAutodesk colheu dessainiciativa.Geoff Zeiss: Acredito que essainiciativa foi a razão pela qualdecidimos liberar como open­source o Revit IFC. E isso é,como eu disse, se é commodity,se é algo que você não podecobrar muito dinheiro ou se éwebmapping, você simplesmentenão consegue, é muitocompetitivo. Não pode cobrar 4mil dólares das pessoas por umsoftware de webmapping, vocêpoderia fazer isso para BIM, paraCAD, porque são complicados evocê necessita de um fornecedorconfiável, precisa saber se eleestará lá porque você investiumuito nessas coisas. Então euacredito que o que aprendemoscom isso é que quando essescritérios são alcançados,opensource é uma boa solução. Eessa é a razão porque decidimosliberar como open­source o RevitIFC. No futuro eu esperaria quemais das coisas deinteroperabilidade, onde temosque interoperar com outrosvendedores, que mais disso seriaopensource. E o lado bom disso éque nossos são os melhores que

há por aí. É como se quando nósprimeiramente começamos afazer isso em 2005, todos naAutodesk estavam bem.Estávamos gerando lucros, etodos perguntaram “por que vocêsquerem fazer isso?”. Acredito quefoi impressionante que naquelaépoca nós conseguimos descobrirdo que se tratava o opensource eachar uma escolha adequadapara isso.FOSSGIS: Isso é bom. Qual é ostatus do uso nativo doPostgreSQL pelo AutoCADMap?Geoff Zeiss: Ok, então deixe­melhe dizer uma coisa muitoimportante e que pouquíssimaspessoas sabem. Todo arquivodwg gerado pelo AutoCad Map,tem um banco de dados SQLLitenele. Não um PostgreSql, mas umSQLite, que é um produtoopensource chamado SQLite.Está embutido em todos osmapas AutoCad 3­D.FOSSGIS: Mesmo? Isso é muitointeressante!Geoff Zeiss: Isso não somente éinteressante, mas também...FOSSGIS: Isso faz o trabalhomuito, muito mais fácil!Geoff Zeiss: Sim. Quando entreipara a Autodesk, 11 ou 12 anosatrás, o maior problema do pontode vista cultural e técnico que eutinha (minha formação éGeoespacial – GIS) era, carasque trabalham com nuncacarregam o banco de dados

completo. Nunca. Todos os carasque trabalham com CAD semprecarregam todo o banco de dados.Quando você abre um arquivodwg, você lê tudo da própriamemória . A mesma coisa comBIM. O conceito de buscar algo, ofato de que o mapas dwg temSQLite neles, é um grande passopara a humanidade. Porquemostra o impacto que acomunidade geoespacial, e aAutodesk tem agora um banco dedados de verdade, que épesquisável em cada arquivo dwg.FOSSGIS: Isso é algo que eununca teria imaginado.Geoff Zeiss: Eu sei, e isso é algoque realmente valeria a pena parafazer as pessoas trabalharem.FOSSGIS: Tem um jeito deacessar o banco de dadosSQLite?Geoff Zeiss: Sim, claro. Vocêpode ler de/para ele, escrevernele, você pode estabelecertabelas.FOSSGIS: Com um leitorPython de SQLite?Geoff Zeiss: Sim, isso mesmo.Se você quiser fazer isso e tiverproblemas então me avise quevou lhe indicar alguém que irá teexplicar como fazer isso.FOSSGIS: Obrigado!Geoff Zeiss: Existe um banco dedados SQL em todos os mapasAutoCad. E é incrível, porque estáaproximando ferramentas

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 21

Page 22: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

geoespaciais e AutoCad juntas.FOSSGIS: Essa é uma dasperguntas que farei mais tarde.Geoff Zeiss: Agora voltando àsua pergunta, PostGis. Eu achoque eu provavelmente não sou apessoa mais indicada para lhefalar das novidades. Eu não sei...FOSSGIS: Eu estava pensandoem uma comparação com oOracle Spatial Driver que émantido/suportado pela...Geoff Zeiss: Eu acho que o driverPostGis, eu sei não sei qual foi aúltima vez que nós... acho que daúltima vez devemos tercontratado, não me lembro, masdeve ter sido alguém da OsGeoque fez isso. Imagino quepensamos na época que seriamelhor que alguém da equipedeles fizesse isso ao invés denós. E eu acho que originalmente,tenho certeza que é opensource.Uma parte dos nossosderivadores FDO não sãoopensource, e outros sim, PostGisdefinitivamente é, SQL Server nãoé opensource, mas não sei muitomais a esse respeito.Definitivamente, tem coisas quemuitas pessoas usam.FOSSGIS: Ok. O que acomunidade pode esperar doProjeto AutoCAD WS? Quaissão as novas característicasque se pode esperar?Geoff Zeiss: Na verdade oAutoCad WS tem um drivergeoespacial que suporta GPS. Ébastante incrível, eu acho que

toda a... vou ser muito cuidadosoao falar isso agora, mas com todaa tecnologia de nuvem, sabe, CarlBass disse que em três anos todoproduto AutoDesk estarádisponível na nuvem. Então isso éum grande compromisso. E háalgumas questões realmentemuito importantes sobre odesenvolvimento de produtos nanuvem. A melhor... provavelmentevocê já leu sobre isso... mas temum desenvolvedor no Google queesteve no Amazon por seis anos eele ficou no Google por seis anos.E ele escreveu um memorandointerno (se você não o tiver eu oenvio para você), para os “bambam bans” fundadores do Googledizendo que o Google era amelhor empresa para se trabalhare fez uma lista com as 500 itens.E se eu comparar o Amazon aoGoogle o Google será melhor doque o Amazon em 497, mas oAmazon será melhor em trêsitens. E você sabe quais foram ositens que ele disse que erammelhores no Amazon do que noGoogle? No Amazon uma dascoisas que eles realmenteacertaram é se você fizerqualquer coisa, como umdesenvolvedor, você tem quefazer através de um API. Não meimporta qual tecnologia que é, sesão serviços da web, o que for,você tem de fazê­lo através de um

API. E é por isso nós temos aAmazon Web Services. Entãoquando você vai no Amazon, é umgrande API, e quando você vai noGoogle (e isto vem de umdesenvolvedor do Google), é ummonte de produtos, eles nãocomunicam entre si, se vocêprecisa de suporte para uma outracoisa você precisa de contrataralguém para isso, etc. Entãobasicamente são vários produtos,cada produto tem sua própriainterface, e eles não se misturam,então este é um dos pontos queempresas como a Autodesk temde estar bem conscientes de quenão é apenas uma questão decolocar um monte de produtos naweb. Por que, sabe, comodesenvolvedor, quero montar umaplicativo que tem um pouco deRevit, Inventor, Civil 3D, algo deMap 3D e colocar todas essascoisas juntas.FOSSGIS: E isso é ointeressante!Geoff Zeiss: Sim, exatamente.Então acho difícil neste momentoprever a paisagem dos produtosAutodesk para nuvem. Tivemosboas respostas de nossosprodutos. A visão macro agora émais importante, eu ainda não vi apaisagem completa.

George R. C. SilvaGeógrafo, desenvolvedor GIS e

Diretor Técnico na SIGMA Consultoria [email protected]

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br22

Page 23: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 24: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PPoorr EEssddrraass ddee LLiimmaa AAnnddrraaddeeMMOOBBIILLEE GGIISS

AApplliiccaattiivvooss PPaarraaRRooddaarr nnoo SSeeuuAAnnddrrooiiddE stamos vivendo a era da mobilidade,

então muitas soluções, que antes eramquase inalcançáveis, estão sendo

portadas para os principais sistemas operacionaisde dispositivos móveis, tornando nossasexperiências pessoais e profissionais mais fáceis eacessíveis.

A ideia de que esses equipamentos servemapenas para consumo de conteúdos é posta emxeque, uma vez que, também é possível gerarconteúdos, e o melhor, de cunho geográfico. Paraisso, escolhemos o sistema operacional maisdemocrático para esses dispositivos móveis.

Pensando nisso, selecionamos alguns dosmais populares aplicativos gratuitos na App Storedo Google, que a serão apresentados a partir destaedição de aplicativos que podem ser usados nasmais diversas atividades cotidianas de quem lidacom geotecnologias.

A cada edição da revista FOSSGIS Brasil,serão mostradas 3 Apps contendo uma brevedescrição das funcionalidades e uma QR Code quelhe levará diretamente para a página de download.

Esperamos que você goste e desfrute dassugestões aqui apresentadas e, desde já, vocêestá convidado a participar desta seção naspróximas edições, sugerindo outros Apps quejulgue útil à comunidade que utiliza geotecnologiaslivres.

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Page 25: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

AApplliiccaattiivvooss PPaarraaRRooddaarr nnoo SSeeuuAAnnddrrooiidd

KMLZ TO EARTHLê dados nos formatos KML eKMZ enviando­os paravisualização no Google Earth.Desenvolvedor: WrightRocketIdioma: InglêsPreço: GratuitoTamanho: Varia de acordo com odispositivoVersão Atual: Varia de acordocom o dispositivoÚltima Atualização: 16/07/2012Versão do Android: Varia deacordo com o dispositivoFunciona em: Tablets eSmartphonesConexão: Necessita 3G ou Wi­Fi+ info: http://wrightrocket.appspot.com

GPS ESSENTIALSConsiderado por muitos a maiscompleta ferramenta de GPS nomercado para dispositivosmóveis, permite navegar, criar egerenciar waypoints, trilhas erotas. Possui ainda o recurso deregistrar fotos com Geotag.Desenvolvedor: MictaleIdioma: InglêsPreço: GratuitoTamanho: 2,4 MBVersão Atual: 3.0.5Última Atualização: 12/09/2012Versão do Android: 1.5 ousuperiorFunciona em: Tablets eSmartphonesConexão: Não Necessita 3G ouWi­Fi+ info: http://www.gpsessentials.com

TEODOLITO DRÓIDETem um funcionamentosemelhante aos instrumentostradicionais de topografia. Épossível ainda sincronizar osdispositivos Tablet eSmartphone como forma deresguardar os dados. Após acoleta dos dados pode­seeditá­los, criar relatórios emapas.Desenvolvedor: Major FormsIdioma: PortuguêsPreço: GratuitoTamanho: 2,3 MBVersão Atual: 1.0.14Última Atualização: 13/09/2012Versão do Android: 2.1 ousuperiorFunciona em: Tablets eSmartphonesConexão: Necessita 3G ou Wi­Fi+ info: www.majorforms.com

Especificações dos dispositivos usados na avaliação:Tablet Motorola Xoom 2 Multimedia EditionProcessador: Dual­Core 1,2 GHz; RAM: 1 GB;Armazenamento: 32 GB + microSD de até 32 GB; Resoluçãoda tela: 1280×800; Dimensões: 139mm x 216mm x 8,99mm;Peso: 386g; Versão do Android: 3.2.2 (Honeycomb).Smartphone Motorola Atrix 4GProcessador: NVIDIA Tegra 2 AP20H Dual Core; RAM: 1 GB;Armazenamento: 16 GB + microSD de até 32 GB; Resoluçãoda tela: 540 x 960; Dimensões: 63,5 x 117,75 x 10,95 mm;Peso: 135g; Versão do Android: CyanogenMod 7 (ROMindependente).

Page 26: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PPoorr FFeelliippee FFrreecchhiiaannii ddee OOlliivveeiirraa ee FFrreeddeerriiccoo GGuuiillhheerrmmee NNoogguueeiirraaWWEEBB GGIISS

MMaappaass TTeemmááttiiccoossDDiinnââmmiiccooss eeDDaaddoossEEssttaattííssttiiccoossTod

osos

direitos

reserv

ados

Abordagem de mapas temáticos dinâmicos com focona escalabilidade para dados estatísticos usando oGeoServer.

Page 27: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

A rápida disponibilização da informação setornou crucial nos processos deplanejamento e tomada de decisão

(FIDELIS, 2006) e uma visão georreferenciada semostra uma opção de visualização e análise cadavez mais intuitiva. Nesse contexto, mapastemáticos têm sido amplamente utilizados para aexibição de informações estatísticas. Porém, taisfeições normalmente são geradas manualmentee disponibilizadas via arquivos em Sistemas deInformação Geográfica Web (SIGWeb). Talprocedimento de disponibilização requer a

geração manual de um mapa temático paracada informação estatística quese deseja publicar, o que tornamuito trabalhoso e demorado oprocesso.

A abordagem de criação decamadas temáticas estáticasmostra­se ineficiente quando seleva em conta a grandequantidade de informaçõesestatísticas disponíveis paraanálise de políticas públicas, oque torna impraticável oatendimento de toda a demanda.O Censo 2010, divulgado peloIBGE, é um bom exemplo desseproblema. Devido ao seu grandevolume de informaçõesestatísticas, a única soluçãoviável para disponibilizar mapastemáticos é selecionar apenas asinformações mais interessantesna visão de uma pessoa ou grupode pessoas, o que limita o acessoa interessados que buscaminformações sob um ponto devista diferente.

Com esse problema emmente, a equipe da Coordenação de

Gestão de Dados e de Sistemas de Acesso àInformação do Instituto Jones dos Santos Neves

realizou uma extensa pesquisa com o intuito dedesenvolver alternativas para esse processo queviabilizassem a criação de mapas temáticos deforma ágil e escalável com base na utilização deferramentas livres.

O sistema que foi desenvolvido,fundamentado no resultado dessa pesquisa, podeser acessado através do link http://goo.gl/EPurv.Nele é possível visualizar uma lista de mapastemáticos que são gerados dinamicamente nomomento em que o usuário clica no título do mapa.Atualmente esta lista apresenta 969 links (mapas),mas ela será incrementada à medida que osistema evoluir e passará a representar quase quea totalidade dos dados estatísticos contidos emnosso armazém de dados. O processo quepossibilitou o desenvolvimento de tal sistema serádetalhado nos tópicos a seguir.

Como a Geração de Camadas DinâmicasFunciona?

A geração dinâmica de camadas temáticas,que foi desenvolvida, utiliza um recurso disponívelno Web Map Service (WMS) do Geoserver. Esteserviço permite a requisição de camadas, queretornam para o cliente SIGWeb na forma deimagens georreferenciadas, permitindo aconstrução de um mapa. Em particular, no WMSimplementado pelo Geoserver, existe um parâmetrochamado SLD_BODY1. Tal parâmetro permite apassagem de um Style Layer Descriptor (SLD) parao serviço WMS. O SLD, então, é aplicado sobre acamada solicitada tornando possível a construçãodinâmica de mapas, em oposição à utilização deum SLD estático previamente cadastrado noGeoserver. Em complementação ao mapa temático,foi utilizado o recurso Decoration2 presente noWMS do Geoserver. Esse serviço permite adicionarinformações essenciais ao mapa, como legenda,escala e logotipo. Por fim, para apresentação dasinformações geradas, foi utilizado o OpenLayers3,que é responsável pela requisição das camadas aoServidor de Geração de SLD Dinâmico (SGSD)

Page 28: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

desenvolvido.Na figura 1, é exibida uma visãogeral do fluxo da soluçãoadotada. Inicialmente, através dolinkhttp://www.ijsn.es.gov.br/Mapas/,destacado pelo item “Tela inicial”,o usuário acessa uma interfaceque disponibiliza para escolha umconjunto de URLs associadas amapas temáticos. Essa escolha éauxiliada por um campo depesquisa de texto e um conjuntode filtros disponíveis: Ano,Divisão Político­Administrativa(Municípios, Macro eMicrorregiões), Tema (Economia,Social, Geográfico), Métricas e aFonte da Informação.Assim, ao acessar a tela inicial, ousuário escolhe o mapa temáticoque deseja visualizar. Tal mapa érepresentado por uma URL que

contém um conjunto deparâmetros estatísticos. Aosolicitar um mapa, item (1) dafigura 1, é repassada ao SGSD.Então, este faz uma requisiçãode dados estatísticos ao Servidorde Armazém de Dados (SAD),item 2, com bases nosparâmetros contidos na URL domapa temático solicitado pelousuário. O SAD, por sua vez,gera e devolve um cubo comdados estatísticos para o SGSD(item 3). Com o cubo de dados, oSGSD cria um SLD, que épassado ao serviço do WMS doGeoserver (item 4) através doparamêtro SLD_BODY, conformedescrito anteriormente. O SLD,então, é aplicado à camadacriando a imagem do mapatemático exibida no sistema, veritem 5. Como podemos perceber,

tal geração dinâmica permite que,ao alimentar o SAD com novosdados estatísticos, novos mapastemáticos estejam disponíveis,reduzindo, portanto, o esforço decriação de mapas.

Soluções para as dificuldadesencontradas

Da mesma maneira que omapa temático é dinamicamentegerado, a legenda também deveacompanhar esse raciocínio. OSLD dinâmico gerado pararepresentar uma camadatemática contém diversasentradas para as váriasinformações de divisão político­administrava. Por exemplo, noEspírito Santo, a divisãomunicipal contém 78 municípios eo SLD gerado para o mapatemático deve conter 78 regras

Figura 1 ­ Fluxo de funcionamento da geração de camadas dinâmicas

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br28

Page 29: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

(RULES) de cores para que cadamunicípio fique destacado com afaixa de cor a qual pertence,como evidenciado no mapaabaixo (Figura 2). Porém, ocomportamento usual da criaçãoda legenda no serviçoGetLegendGraphic4 não gerariauma legenda adequada, pois,nesse caso específico, elegeraria uma legenda com 78itens no lugar de apenas 4, comoindicado na figura 2. Portanto,essa legenda causaria problemas

de legibilidade ao usuário.Para solucionar o

problema, foi utilizado oparâmetro FEATURETYPE que,apesar de estar definido peloGetLegendGraphic nadocumentação do Geoserver, nãofoi implementando até a versão2.1.4. Esse paramêtro permite aescolha de um UserStyle casomais de um deste estejadisponível no SLD passado pelo

SLD_BODY, como ilustrado pelafigura 3. Essa falta naimplementação da funcionalidadelevou à criação de um bug cujadescrição e respectiva propostade solução, que foi desenvolvidae utilizada no sistema, podem seracessados emhttp://jira.codehaus.org/browse/GEOS­5187. Dessa forma, aoenviar o SLD para o Geoserver, oSGSD envia dois SLDS: (i) umpara a criação do mapa temáticoque contém 78 regras, sendo

uma para cada munícipio, e (ii)outro com 4 regras para a criaçãoda legenda a ser utilizada peloDecoration. A indicação de quallegenda usar é passada atravésdo FEATURETYPE, que éanalisado peloGetLegendGraphic para a criaçãoda legenda, que no exemploilustrado pela figura 3 seria“FEATURETYPE=legenda”.Dessa maneira, o serviço do

WMS do Geoserver sabe qualUserStyle utilizar para criação domapa temático e qual UserStyleutilizar para a criação da legenda,conforme ilustrado pelo mapa da

figura 2.No contexto apresentado,

a abordagem de construção demapas temáticos é uma soluçãopara aumentar e agilizar adisponibilização de informaçõespara a sociedade e para ogoverno. Auxiliando, portanto, oprocesso de tomada de decisãocom o objetivo de otimizaraplicação de recursos. O sistemadesenvolvido mostra que com agrande quantidade deferramentas de software livredisponíveis é possível a criaçãode softwares eficientes, flexíveise com usabilidade. É importanteressaltar que a pequenaquantidade de soluções queutiliza esse tipo de abordagemdinâmica para a apresentação demapas temáticos indica que esseparadigma é ainda muito poucoutilizado, o que revela uma certaresistência na área de Sistemasde Informação Geográfica Web aesse tipo de abordagem.

Figura 2 ­ Mapa Temático Salário Médio em Reais 2009 por Município do EspíritoSanto

<UserStyle>...

</UserStyle>…..<UserStyle>

<FeatureTypeStyle><Name>legenda</Name>….

</UserStyle>Figura 3 ­ Exemplo de SLD comparametro featuretype

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 29

Page 30: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

1SLD_BODY ­ Parâmetro utilizado para enviar oSLD, que permite definir formas e cores ainformações contida no mapa, através da URL deuma requisição HTTP2Decoration ­ Serviço implementando pelo WMS doGeoserver que possibilita adicionar informaçõesrelevante ao mapa gerado, como legenda, logotipo,escala, texto. Maiores informações em:http://geoserver.org/display/GEOS/WMS+Decorations3Framework para requisição e apresentação demapas. Maiores informações em:http://openlayers.org/4É um serviço que gera a legenda baseado nasregras contidad no SLD da camadahttp://docs.geoserver.org/latest/en/user/services/wms

/get_legend_graphic/legendgraphic.htmlReferênciasFIDELIS, Joubert Roberto Ferreira; CANDIDO,Cristiane Missias. A administração da informaçãointegrada às estratégias empresariais. Perspect.ciênc. inf., Belo Horizonte, v. 11, n. 3, Dec. 2006.

Felipe Frechiani de OliveiraCientista da Computação, Msc. Informática,

Coordenação de Gestão de Dados e deSistemas de Acesso à Informação ­ IJSN

[email protected]

Frederico Guilherme NogueiraEng. da Computação, Msc. Inteligência

Artificial, Coordenação de Gestão de Dados ede Sistemas de Acesso à Informação ­ IJSN

[email protected]

Page 31: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 32: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

EE mm mmuuiittooss ccaassooss,, qquuaannddooaaccoonnsseellhhaammooss oo uussoo ddeeuumm pprrooggrraammaa SSIIGG OOppeenn

SSoouurrccee nnoo lluuggaarr ddee uummpprroopprriieettáárriioo,, aa ppeerrgguunnttaa qquuee nnooss ééffeeiittaa éé,, ssee oo mmeessmmoo ssooffttwwaarreeppoossssuuii ffuunncciioonnaalliiddaaddeess ddeeaannáálliissee//ggeeoo­­pprroocceessssaammeennttoo.. MMuuiittooccoommuumm ppaarreeccee sseerr aa ddúúvviiddaa ssee oossooffttwwaarree eemm qquueessttããoo ppooddee ffaazzeerruummaa nnããoo bbeemm eessppeecciiffiiccaaddaa““aannáálliissee 33DD”” oouu aaiinnddaa ssee ppooddeeffaazzeerr ttaarreeffaass rreellaattiivvaammeennttee mmeennoossccoommpplleexxaass ccoommoo aass ddee ggeeoo­­pprroocceessssaammeennttoo vveettoorriiaall..

NNoo ccaassoo ddoo ssooffttwwaarreeQQuuaannttuumm GGIISS11 aa rreessppoossttaa ééoobbvviiaammeennttee ““ssiimm””,, eemmbboorraa oossuuttiilliizzaaddoorreess QQGGIISS mmaaiiss aannttiiggoossssaaiibbaamm qquuee nneemm sseemmpprree ffooiiaassssiimm.. QQuuaannttuumm GGIISS nnaasscceeuu hháá1100 aannooss aattrrááss ccoommoo uumm ssiimmpplleessvviissuuaalliizzaaddoorr ddee ddaaddooss ggeeooggrrááffiiccoossee aaoo lloonnggoo ddoo tteemmppoo ttrraannssffoorrmmoouu­­ssee nnuumm vveerrddaaddeeiirroo pprrooggrraammaa SSIIGGddeesskkttoopp ccoommpplleettoo,, ccoommffeerrrraammeennttaass ddee aannáálliissee rraasstteerr,,vveettoorriiaall,, ddee iimmaaggeemm ee ddee rreeddeess..

RReessppeeiittaannddoo aa ttííppiiccaaffiilloossooffiiaa ddoo OOppeenn SSoouurrccee,, qquueessuuggeerree nnããoo rreeiinnvveennttaarr aa rrooddaa mmaassssiimm aapprroovveeiittaarr oo qquuee jjáá eessttáá

ddiissppoonníívveell,, nnoo QQuuaannttuumm GGIISSaa eessccoollhhaa ffooii aa ddee iinntteeggrraarr oommeessmmoo ccoomm uumm ddooss mmaaiissppootteenntteess ssooffttwwaarree ddee aannáálliisseeSSIIGG ddiissppoonníívveeiiss,, oo GGRRAASSSS22..PPaarraa oo eeffeeiittoo ffooii ccrriiaaddaa uummaaeexxtteennssããoo ((QQGGIISS//GGRRAASSSSpplluuggiinn)) qquuee ppeerrmmiittee uussaarr aassffeerrrraammeennttaass ddee GGRRAASSSS nnooaammbbiieennttee ddee ttrraabbaallhhoo ddooQQuuaannttuumm GGIISS sseemm pprreecciissaarrrreeccoorrrreerr àà iinntteerrffaaccee ddoo GGRRAASSSS,,qquuee mmuuiittooss uuttiilliizzaaddoorreess ccoommuunnssaacchhaamm iinnvvuullggaarr,, ee ppoorrttaannttoo sseemmrreennuunncciiaarr aa uummaa sséérriiee ddee““ccoommooddiiddaaddeess”” ((ccoommoo ppoorreexxeemmpplloo oo ccoommppoossiittoorr ddee mmaappaassoouu aass ffeerrrraammeennttaass ddee uussoo//ggeessttããooddee bbaasseess ddee ddaaddooss PPoossttGGIISS33))..

OO QQuuaannttuumm GGIISS aaddqquuiirriiuuttaammbbéémm aass ssuuaass pprróópprriiaassffeerrrraammeennttaass ddee aannáálliissee//ggeeoo­­pprroocceessssaammeennttoo,, mmaaiiss uummaa vveezzddeessffrruuttaannddoo ddeessooffttwwaarree//bbiibblliiootteeccaass jjááddiissppoonníívveeiiss,, ttaaiiss ccoommoo GGEEOOSS44 oouuaass ffeerrrraammeennttaass GGDDAALL//OOGGRR55 ((ppoorreexxeemmpplloo ggddaallddeemm,, ggddaall__pprrooxxiimmiittyy,,ggddaallwwaarrpp,, eettcc..)).. EEmm oouuttrrooss ccaassoossaass ccaappaacciiddaaddeess ddee aannáálliisseecchheeggaarraamm ggrraaççaass aa eexxtteennssõõeessddeesseennvvoollvviiddaass ppoorr tteerrcceeiirrooss,, ccoommoo

aass mmuuiittoo úútteeiiss ““SSDDAA44PPPP”” ((SSppaattiiaallDDaattaa AAnnaallyyssiiss ffoorr PPooiinntt PPaatttteerrnnss))oouu ““MMaannaaggeeRR”” qquuee ppeerrmmiitteemmiinntteeggrraarr nnoo QQuuaannttuumm GGIISS oo bbeemmccoonnhheecciiddoo ssooffttwwaarree ddee eessttaattííssttiiccaa““RR””66..

CCoomm oo ppaassssaarr ddoo tteemmppoottoorrnnoouu­­ssee ccllaarraa aa nneecceessssiiddaaddee

PPoorr GGiioovvaannnnii MMaanngghhii,, VViiccttoorr OOllaayyaa && PPaaoolloo CCaavvaalllliinniiDDEESSKKTTOOPP GGIISS

QQuuaannttuumm GGIISS eeSSeexxttaannttee

Novos cenários para a análise SIG

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Page 33: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Com a chegada da extensão “SEXTANTE” para oQuantum GIS abrem­se novos cenários para a

análise geográfica num dos software SIG OpenSource mais populares.

Page 34: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

de melhorar a integração entreQuantum GIS e algumasferramentas tais como GRASS ouR: o QGIS/GRASS pluginprecisava de algumasmelhorias/bugfixes importantes(mas o feedback/interesse porparte dos utilizadores foi sempremuito pouco) e a integração comR tornou­se problemática (emambiente MS Windows) por causada falta de suporte para abiblioteca “rpy2”, que faz de“ponte” entre Python (a linguagemde programação mais comumpara o desenvolvimento deextensões para QGIS) e R.

Em relação ao GRASShouve sempre também o“problema” de ser um SIG “fullytopological”, que implica o uso deum modelo de dados diferente(leia­se “mais avançado”) doimplementado na maioria dosrestantes software SIG. Estemodelo de dados torna­se muitoútil, por exemplo sempre que sejanecessário corrigir a topologia dainformação vetorial, masacrescenta uma camada decomplexidade (os conceitos de“location” e “mapset”) que amaioria dos utilizadoresaparentemente não aceita de bomgrado.

Entretanto outros softwarepara análise SIG ficaramdisponíveis (ex. Orfeo Toolbox7)ou ficaram melhores e portantomais usados/visíveis (ex. SAGA8),software do qual o Quantum GISpodia beneficiar disponibilizando

ao mesmo tempo (aos utilizadoresassim como aosdesenvolvedores) uma interfaceavançada e fácil de usar. Nasceuassim a ideia de criar o “QGISProcessing Framework”, umainfraestrutura (leia­se “extensão”em Python) que permitisseexecutar as ferramentas de SAGAe Orfeo Toolbox através dainterface de Quantum GIS, parafornecer uma gestão mais simples(em comparação com oQGIS/GRASS plugin) dasinterfaces (inputs, outputs,parâmetros, páginas de ajuda) decada ferramenta de análise.

O projeto iniciou no Verãode 2011 ao abrigo do “GoogleSummer of Code”9, tendo comoprogramador Camilo Polymeris10 ecomo tutor Paolo Cavallini11, coma ideia vir a integrar muitas outrasferramentas, entre as quais R eGRASS, mas, neste último caso,de uma forma que tornassedesnecessário por parte doutilizador o conhecimento domodelo de dados nativo doGRASS (através de ummecanismo de criação “on the fly”das locations/mapsets e deimportação dos dados).

No fim do “GoogleSummer of Code” o “ProcessingFramework” estava num estadode desenvolvimento que se podia

definir “alpha” mas que deixavaboas indicações para o futuro:entretanto o entusiasmo inicialabrandou e no início de 2012alguns de nós (membros dacomunidade QGIS eparticularmente interessados naanálise SIG no mesmo programa)se encontravam a pensar emcomo dar novo fôlego a esteprojeto.

Foi então que subitamentetudo mudou: em Março deste ano,Victor Olaya12 (conhecidoprogramador da comunidade SIGOpen Source) anunciou adisponibilidade imediata de umaversão em Python para QuantumGIS do software SEXTANTE13.

SEXTANTE é umabiblioteca de instrumentos deanálise SIG e um potenteframework de geo­processamento: inicialmentedesenvolvido em Java integra­secom software SIG proprietário(ArcGIS) ou Open Source (gvSIG,OpenJump e agora QuantumGIS). SEXTANTE representoudesde o primeiro instante tudo oque o “Processing Framework”queria ser para Quantum GIS, foiacolhido com muito entusiasmo etomou­se a decisão de abandonaro “Processing Framework” emfavor do SEXTANTE.

No estado atual oSEXTANTE integra já GRASS,Orfeo Toolbox, SAGA, LasTools14,

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br34

Page 35: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PyMorph15, GDAL, algumasferramentas nativas para QGIS(ftools, MMqgis), R, e estão a serintegradas outras ferramentas(por exemplo TauDEM16).

O SEXTANTE paraQuantum GIS disponibiliza osinstrumentos necessários(inclusivamente a documentação)

para integrar facilmente outrosoftware SIG (exemplos poderiamser: SPRING17, Terrlaib18,Fragstat19, Epanet20, etc.) e assimestender a disponibilidade de

ferramentas de análise num únicoambiente de trabalho,disponibilidade queprovavelmente não terá

precedentes (atualmente já secontam mais de 1.000ferramentas à disposição), seja nomundo do software SIG OpenSource seja no do softwareproprietário.

Graças ao SEXTANTE háagora à disposição também umModel Builder (que obviamentepermite usar funcionalidades decaixas de ferramentas diferentesno mesmo modelo), e asferramentas à disposição para seusar em um ambiente de scripting.Duas características avançadasque estavam em falta no QuantumGIS e que com certeza irão ser demuita utilidade em particular paraos utilizadores mais avançados.

Um exemplo dofuncionamento do Model Builderagora disponível no Quantum GISé visível neste screencast

Imagem 1 ­ Quantum GIS e SEXTANTE como ambiente ideal para a integração deferramentas para análise SIGgrama de atendimento.

Imagem 2 ­ SEXTANTE é documentado.Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 35

Page 36: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

publicado no YouTube

SEXTANTE instala­se noQuantum GIS como uma simplesextensão em Python, mas embreve irá ser integradodiretamente no “core” do projetoQGIS. Sendo um “work inprogress” (embora seja já possívelutiliza­lo sem grandes problemas)quem queira utilizar as últimasversões de desenvolvimento podedescarregar o código do seguinterepositório SVN:

http://alturl.com/o54ktOs eventuais problemas

que poderão vir a manifestar­sepoderão ser relatados através dobug tracker apropriado:

http://alturl.com/agg5t

ou através das mailing lists dosutilizadores21 ou dosdesenvolvedores22 de QuantumGIS.

Além do desenvolvimentoassegurado pelo autor doprograma, o SEXTANTE estásendo desenvolvido sob o apoiodo programa “Google Summer ofCode 201223” que entre outrascoisas tem como objetivoimplementar o multithreading.

Referências1http://www.qgis.org/2http://grass.fbk.eu/3http://postgis.refractions.net/4http://trac.osgeo.org/geos/5http://www.gdal.org/gdal_utilities.html6http://www.r­project.org/

7http://www.orfeo­toolbox.org/otb/8http://www.saga­gis.org/9http://code.google.com/soc/10https://plus.google.com/105255066783959366873/posts11http://www.faunalia.pt/quem12http://www.faunalia.pt/quem13http://www.sextantegis.com/14http://www.cs.unc.edu/~isenburg/lastools/15http://www.mmorph.com/pymorph/16http://hydrology.usu.edu/taudem/taudem5.0/index.html17http://www.spring.org.br/18http://www.terralib.org/19http://www.umass.edu/landeco/research/fragstats/fragstats.html20http://epanet.de/21http://lists.osgeo.org/mailman/listinfo/qgis­user22http://lists.osgeo.org/mailman/listinfo/qgis­developer23http://google­melange.appspot.com/gsoc/project/google/gsoc2012/polymeris/21002

LinksQuantum GIS project: http://qgis.orgQGIS Planet: http://qgis.org/planet/QGIS User Mailing List:http://lists.osgeo.org/mailman/listinfo/qgis­userQGIS IRC: Channel #qgis port 6667 atirc.freenode.netGNU GPL:http://www.fsf.org/licensing/licenses/gpl.htmlOpen Source Geospatial Foundation:http://www.osgeo.org

Imagem 2 ­ Exemplo do funcionamento do Construtor de Modelos.http://alturl.com/ut6fg

Paolo CavalliniFundador da Faunalia [email protected]

Victor OlayaDesenvolvedor SIG e autordo [email protected]

Giovanni ManghiCharter member [email protected]

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br36

Page 37: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 38: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

PPoorr JJoorrggee SSaammuueell MMeennddeess ddee JJeessuuss

CCrriiaaççããoo ddeeWWoorrkkfflloowwss ccoommPPyyWWPPSS ee TTaavveerrnnaa

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Page 39: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

CCrriiaaççããoo ddeeWWoorrkkfflloowwss ccoommPPyyWWPPSS ee TTaavveerrnnaa

N a edição nº 3 desta revista, de Setembro de 2011, o padrão Web Processing Service (WPS) foiapresentado como um serviço orientado para a execução de algoritmos geográficos e o seu uso foidemonstrado no OpenLayers, permitindo executar cálculos a nível do servidor e visualizar os

resultados de um modo transparente.Qualquer utilizador ou investigador que use dados geográficos terá de os processar, transformar e

extrair os resultados necessários de modo a chegar a alguma conclusão. Basicamente, o utilizador usa umplano de trabalho com um inicio, meio e fim, relativamente bem definido. Este plano de trabalho é algodinâmico já que é sempre necessário fazer alterações ou testar novas hipóteses. Um utilizador mais avançadousaria uma linguagem de programação para automatizar as tarefas do seu plano de trabalho. No entanto osutilizadores menos experientes levariam algum tempo a aprender uma linguagem de programação paraconseguir essa automatização.

Se imaginarmos um serviço WPS como um conjunto de blocos de lego com entradas (inputs) e saídas(outputs), será fácil de imaginar um plano de trabalho como uma

serie de blocos (WPS) ligando­se entre si de modo a criaruma sequência de processamento. Esta sequência de

processamento é referida como um workflow que deveser orquestrado. Para muitos o uso da palavraorquestramento pode ser estranho, mas como os serviços

web têm de ser controlados, usando algum sistema externoque coordenada o seu uso e a transferência de dados entreeles, faz todo o sentido em comparar os serviços web a

músicos a serem comandados por um maestro. Por exemplo,não faz sentido chamar serviço B antes que o serviço A

tenha terminado e que estejam disponíveisos dados para iniciar o serviço B.

Funcionalidades especificas doPyWPS

O PyWPS é a implementaçãoem python do standard WPS 1.0.0.

Este padrão define operaçõescomo getCapabilities e

describeProcess que sãousadas para descreveros serviços oferecidose posteriormente ocomando Execute,usado para executaro serviçoselecionado. Dois dosanexos do padrãodefinem que o WPSdeve suportar umadescrição baseada

Page 40: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

no WSDL (Web ServicesDescription Language). O padrãoWSDL descreve um serviço webde um modo muito generalista etotalmente independente do tipode operações suportadas e o tipode dados a transferir, sendonecessário definir estaspropriedades no documento XMLque suporta o WSDL.

Ao leitor poderá surgir aduvida: Qual a utilidade do uso deum segundo padrão como oWSDL? Este está bastantedifundido e é considerado opadrão preferido em informática ebioinformática. Além disso asferramentas para o seu uso sãomais amplas que as existentespara o WPS. O uso de WSDL emPyWPS é totalmentetransparente, de modo quequalquer serviço descrito e usadoWPS é automaticamentetransformado em um serviçoWSDL, sem qualquer intervençãodo utilizador, bastando fazer opedido do documento WSDL como seguinte URL:http://foo/servidorWPS?WSDL

Por exemplo:http://earthserver.pml.ac.uk/wps/generic.cgi?WSDL

PyWPS não forneceserviços em si, normalmente umutilizador tem de programar osseus serviços ou implementarserviços de terceiros, felizmenteprojetos como o WPS­GRASS­Bridge[http://code.google.com/p/wps­

grass­bridge/] permitem acriação automática de serviçosbaseados no GRASS­GIS 7.0[http://grass.fbk.eu/].

Plataforma TavernaA plataforma Taverna

[http://www.taverna.org.uk/] esoftware associado, versãoservidor e desktop, permitem acriação e execução de workflowsusando vários tipos de standardsde serviços web, como porexemplo: WSDL ou REST.

O Taverna permite aosutilizadores fazerem ligações a

folhas de calculo (excel), usarscripts escritos em R ou beanshell(linguagem de script baseada emJAVA) ou simplesmentedescarregar dados usandopedidos em HTTP. As fontes dedados, serviços web e outrossistemas de processamento sãorepresentados usados caixas comentradas e saídas específicas ecabe ao utilizador decidir sobre asligações entre serviços.

Usando o Taverna comoplataforma de orquestramento dá­nos também a capacidade de lidarcom problemas como seja a falta

Figura 1 ­ Interface do taverna desktop

Figura 2 ­ Adicionar um serviço WSDL no tavernaRevista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br40

Page 41: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

de resposta de umserviço web (por exemploum servidor que estejadesligado) ousimplesmente erroscausados por tipos dedados incorretos, usoincorreto do serviço, etc.

Uso de Taverna comPyWPS

O Taverna usa oWSDL para executar osserviços do PyWPS, paraisso, o primeiro passoconsiste em indicar alocalização do documentoWSDL:

Neste exemplo vamosusar um WPS [http://earthserver.pml.ac.uk/wps/generic.cgi ] que contem váriosserviços de processamento eanalise de imagem. Comoprimeiro passo vamos executar oserviço gdalinfo, serviço este que

é uma copia exata do comandoxecutado no console (bash).

O Taverna usa aterminologia do WPSconsiderando que os inputs estãocontidos dentro do elemento XMLDataInputs e ou outputs contidos

dentro do elemento XMLProcessOutputs.

O serviço gdalinfo requeruma imagem de input que deveráser indicada por análise do seumetadado. Adicionado caixas deentrada e saída criamos umworkflow totalmente funcional. OTaverna usa triângulos verdes evermelhos para identificarrespectivamente inputs e outputs.

Executando o workflow(Ctlr+R), o taverna inicia oprocesso, validando o workflow everificando se os serviços estãodisponíveis. No inicio da execuçãoé pedido ao utilizador que definaos dados de input a seremusados, com a introdução dalocalização do ficheiro.

Caso esteja tudodisponível a execução doworkflow é iniciada. Neste simplesexemplo uma image em formatotiff é usada no serviço gdal e osseus metadadados apresentadosdentro do software (canto inferiordireito).

Compreendida a lógica deconstrução de um workflow épossível criar sistemas maiscomplexos. Considerado queestamos trabalhando com WPS ecom dados geográficos, temos deter em consideração que o volumede dados pode ser grande e épreferível passar dados porreferencia do que por valor.Passar por referencia é feito coma utilização de um URL paraindicar a origem dos dados deinput, em vez de fazer umcarregamento direto dos dados

Figura 3 ­ Exemplo do serviço como xmlspliter

Figura 4 ­ Desenho do workflow

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 41

Page 42: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

dentro do pedido ao WPS.Um workflow com um

único serviço não é propriamenteo objetivo de quem usa o Taverna.O seguinte exemplo de workflow ébaseado no modulo r.watershedque realiza vários cálculoshidrográficos usando um DEM(modelo digital de elevação). Estemodulo calcula bacias hidrográfica

e cursos de água. O resultado docursos de água do r.watershedtem de ser processados de modoa remover pixels com valoresbaixos, realçando os percursosde água. A remoção dos pixelscom valores mais baixos érealizada usando o modulo r.mathque funciona de modo idêntico aor.rastcalc, mas preparado para ser

usado como serviço web. Noworkflow é aplicada a formula:output=(if(a>1000,a,null()))

O workflow do seguinteexemplo poder ser baixado do site[http://www.myexperiment.org].Este site é uma rede social departilha de workflows ondequalquer utilizador pode carregaro seu workflow e permitir queoutros utilizadores utilizem omesmo. Este site funcionatambém como motor de busca deworkflows, neste exemplo bastausar a expressao “r.watershed”para encontrar o workflow[http://www.myexperiment.org/workflows/2066.html]. Paracarregar no Taverna esteworkflow, basta copiar o link doworkflow[http://tinyurl.com/7ejy4d4] einserindo o link no menu: File >Open workflow location. Esteworkflow já contem os dados deexemplo e basta ao utilizadorexecutar o workflow (Ctr+R).

Executando o workflow épossível visualizar o resultadofinal em formato PNG dentro dosoftware taverna.

Softwares como o Tavernasão bastante úteis no uso deserviços web por permitiremfacilmente ao utilizador, semgrandes necessidades deprogramação, representarvisualmente os serviços e ligardiversos serviços, alojados emdiferentes servidores, de modo aque dados de inputs possam serprocessados por vários serviços,em sequência ou em paralelo. A

Figura 5 ­ Resultados do Workflow

Figura 6 ­ Segundo exemplo de workflow carregado do myexperiment.orgRevista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br42

Page 43: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

integração dos serviços WPS ébaseada no padrão WSDL queestá implementado no PyWPS.Esta integração é referida emdois anexos do standard WPSmas infelizmente não tem sidodesenvolvidos na integra.Usando o PyWPS é tambémpossível integrar o uso deGRASS­GIS ou outros softwaresgeográficos na plataformataverna.

Figura 7 ­ Resultado de execução do workflow

Dr. Jorge Samuel Mendes de JesusProgramador Científico

Plymouth Marine [email protected]

Page 44: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

O Quantum GIS (QGIS)tem conquistado umsignificativo espaço

como principal software DesktopGIS em inúmeros projetos noBrasil e no mundo. Esta matériavisa ajudar àqueles que estão, porassim dizer, “em cima do muro”sobre a viabilidade de utilizar esteprograma em ambiente deprodução a tirar suas dúvidas.Abordaremos aqui cinco razõespara começar a usar o programa.Você verá que estes motivos,embora sejam básicos, são muitofortes.

1. O QGIS é gratuitoO QGIS é um software

livre e gratuito e bastanteamigável. Qualquer pessoa com

uma ligação à Internet pode visitarum dos sites de download ebaixar uma cópia do aplicativo.Não há nenhum custo para ousuário.

2. O QGIS é multiplataformaO software está disponível

para os sistemas operacionaismais utilizados no mundo.Visitando a seção de downloads[http://download.qgis.org/] vocêencontrará um pacote deinstalação em ambientesWindows, Mac e Linux. Há aindauma versão para Android, queserá muito útil para aquelesusuários que querem começar aexplorar o QGIS rodando em umtablet ou outro dispositivocompatível.

A disponibilidadedo QGIS paramúltiplasplataformas abreum grande lequede possibilidades.Sua independênciade sistemaoperacional é bemmaior do que a demuitos programascomerciais de destaque nomercado. A crescentepopularidade QGIS pode, emparte, ser atribuído à falta desoftwares robustos para Sistemasde Informações Geográficas (SIG)para o ambiente Mac. Parausuários de Mac que não queremrodar sua aplicação SIG apenasem uma máquina virtual, QGIStem se mostrado uma soluçãobastante estável.

3. O uso de software de SIGOpen Source só cresce

Embora seja verdade que

PPoorr AAnnddeerrssoonn MMaarrcciieell LLiimmaa ddee MMeeddeeiirrooss

CCiinnccoo rraazzõõeessppaarraa ccoommeeççaarraa uussaarr oo QQGGIISS

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Para conhecer melhor o projeto Quantum GIS,recomendo a leitura do artigo “QGIS – Um desktop

potente e amigável”, na edição 2 da Revista FOSSGISBrasil, disponível em

http://fossgisbrasil.com.br/download

Page 45: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

o uso de softwares livres para SIGnão atingiu o nível generalizadoda plataforma da Esri, o QGISestá crescendo na sua utilizaçãocomo uma alternativa viável paraos programas comerciais.

A organização do projetoQGIS publica estudos de casoque destacam a aplicação práticado software em seu site. Acesse olink a seguir para ler osdocumentos oficiais sobre oemprego do QGIS em váriasáreas e países.http://qgis.org/en/community/qgis­case­studies.html

Quantos usuários doQuantum GIS há no mundo?

Isso é difícil precisar.Entretanto, Gary Sherman,

que é um desenvolvedore fundador do projeto

QGIS, realizoualguma análise sobreeste tema a partir dageocodificação dosendereços IP deonde o programa foibaixado. A partirdessa análise,Sherman estimada

em dezembro de 2011,que havia pelo menos

100 mil usuários dosoftware ao redor do globo.

4. Abundância de materiaisinstrucionais e suporte sobreQGIS

Se você estápreocupado com a curva deaprendizado do QGIS ficarácontente em saber que os canaisde suporte aos usuários dosistema são ampliados cada vezmais. Há uma rede, de

desenvolvedores e outrosvoluntários, bastante ativa, quetrabalha em correção de bugs eestendendo a funcionalidade doQGIS.

No site oficial do QGIS háuma Wiki (em inglês) cujo títulodescreve bem sua utilidade."Como eu faço isso no QGIS?". Oespaço conta com tutoriaisintrodutórios cobrindo os passosbásicos para se trabalhar comdados raster e vetoriais, análiseespacial, cartografia, etc.

A documentação oficial emportuguês para versões maisrecentes do Quantum GIStambém é uma rica fonte deinformações, juntamente com ovalor agregado por tutoriaispublicados por diversos autores eem diversos formatos.

Neste contexto nãopodemos deixar de destacar oapoio, praticamente em temporeal, oferecido pela comunidadeQGIS Brasil que no mês desetembro de 2012 já contava comcerca de 300 membrosregistrados.

5. EmpregabilidadeO pedido de pelo menos

familiaridade com softwares deSIG open source está crescendocomo uma habilidade desejadaem muitas oportunidades detrabalho na área deGeotecnologias. Uma pesquisafeita por Eric Pimpler de

Para mais detalhes sobre o que foi citado no tópico 4 acesse:•hub.qgis.org/projects/quantum­gis/wiki/How_do_I_do_that_in_QGIS

•http://qgisbrasil.files.wordpress.com/2012/05/guia_do_usuario_174_pt_br1.pdf•http://groups.google.com/group/qgisbrasil

•http://www.qgisbrasil.org/

Page 46: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

GeoChalkboard no ano passado sobre o mercado de SIG, descobriu que 14% dos entrevistados utilizavasoftware de Geoprocessamento de código aberto, pelo menos como um programa secundário usado em

O código fonte está disponível sob os termos da GNU General Public License (GPL). O único custo para você adquiri­lo é oseu tempo.

Fonte: Serman, G. (2011) ­ http://spatialgalaxy.net/2011/12/19/qgis­users­around­the­world/Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br46

Page 47: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

seus trabalhos.O gráfico a seguir ilustra o

crescimento de anúncios de vagana área de Geotecnologias ondedominar uma ferramenta opensource era um diferencial.

Para os profissionais de

GIS que desejam se manter vivosneste competitivo mercado, aconstrução de experiência comuma gama de fonte aberta epacotes de SIG como o QuantumGIS é uma necessidade real.

Você usa o Quantum GIS?E no seu caso? Tem

aplicado o QGIS em seusprojetos? Compartilhe suasexperiências com a comunidadeenviando seus comentários [email protected] observações poderão serpublicadas em um próximonúmero da revista.

ObservaçãoEste artigo é uma tradução livre, com algumasadaptações, de uma matéria publicada originalmenteem inglês no site GIS Lounge. Poderá acessar e ler omaterial na íntegra a partir do link abaixo.http://gislounge.com/five­reasons­to­start­using­qgis/

Anderson Maciel Lima de MedeirosTecnólogo em Geoprocessamento, consultor

em Geotecnologias e pesquisador no InstitutoNacional do Semiárido (INSA)

[email protected]

Veja mais detalhes sobre esta pesquisa emhttp://www.geospatialtraining.com/blog/?p=1602Links Relacionadoshttp://www.youtube.com/watch?v=­NILKRiMtcUhttp://qgis.org/planet

Page 48: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

N o artigo anterior foi descrito, de formadetalhada, todo o processo de concepçãoe implementação de um SIG distribuído na

internet como ferramenta de gestão e análise dedados provenientes do programa de vigilânciaentomológica da Língua Azul (LA) em Portugal. Opresente artigo foca­se na utilização de ferramentas SIGDesktop e Estatísticas para a construção de modelospreditivos de ocorrência de algumas espécies vetoras dadoença, objetivando, por conseguinte, a produção dacartografia de risco da doença. Este tipo de cartografiatransmite de forma simples e eficaz o potencial dedispersão geográfica da doença possibilitando odesenvolvimento atempado de medidas de prevenção econtrolo sanitário. Permite ainda comunicar esse riscode forma efetiva aos técnicos veterinários dediferentes localidades que, assim, podem sepreparar para a ocorrência da doença e suasmanifestações sintomáticas.

Com o decorrer do programa de

vigilância, foi recolhido umconjunto considerável dedados (desde Maio/2005) sobrediversas espécies de Culicoides,entre as quais, as principaisespécies vetoras da doença naárea geográfica de Portugal:Culicoides imicola, Culicoidesobsoletus e Culicoides pulicaris.Este conjunto de dadosprovidenciava uma boa base desuporte à modelagem preditiva daocorrência espacial dessas espécies.

Por sua vez, a modelagem estatísticapermite a identificação de variáveis

(ambientais, climáticas, e outras) quepodem estar correlacionadas com a ecologia,

comportamento e estabelecimento de habitatsdas diversas espécies de Culicoides envolvidas

na transmissão do vírus da LA. Esta técnica

PPoorr HHuuggoo MMaarrttiinnss && JJoorrggee RRoocchhaaAARRTTIIGGOO DDOO LLEEIITTOORR

EEppiiddeemmiioollooggiiaaEEssppaacciiaall ddaaLLíínngguuaa AAzzuull IIII

Uma abordagem integrada com uso exclusivo desoftware de código aberto.Tod

osos

direitos

reserv

ados

Page 49: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

permite ainda aderivação de

informação para locaisgeográficos que não

tenham sido amostrados. Por essas mesmas razões,é desejável a utilização de técnicas de modelagemna pesquisa por conhecimento mais aprofundadodos processos e características da doença, notempo e no espaço.

Iremos então dedicarmo­nos à descriçãoe apresentação de resultados da modelagem

preditiva da ocorrência

espacial de duas espécies vetorasda LA na região de Portugal: C.

imicola e C. obsoletus.

Dados de suportePodemos dividir os

dados de suporte aomodelo em trêscategorias distintas, deacordo com a sua

natureza: dados entomológicos; dadosambientais e climáticos; e dados populacionais de animais

domésticos. Uma vez que que estamos efetuando a modelagem deduas espécies distintas, devem ser construídos dois datasets baseados em

todas estas categorias de dados.De acordo com bibliografia científica, a extração do valor

máximo de capturas (de Culicoides) num determinado período,constitui a estimativa mais adequada da dimensão populacional

destes vetores. Por outro lado, a dinâmica temporal de cadaespécie vetora é diferente e a sua abundância máxima é

atingida em diferentes alturas do ano.Tendo por base estes pressupostos, foram

efetuados um conjunto de consultas à basede dados (PostgreSQL e PostGIS)

para identificar os períodos deabundância máxima de

cada espécie e,extrair, para

esseperíodo, todos

os locais ­explorações pecuárias pertencentesao programa de vigilância ­ onde severificou a sua ocorrência, bem como,os valores de abundância máximaregistada. A figura 1 apresenta adinâmica sazonal das populações deC. imicola e C. obsoletus.

De acordo com a figura anterior,considerou­se o período de máxima

Page 50: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

abundância do C. imicola entre osmeses de Agosto e Setembroenquanto para o C. obsoletus, omesmo está compreendido entreMarço e Setembro. Dentro desteperíodo foram extraídas ascolheitas máximas destasespécies em cada exploraçãoamostrada. Estes dados deabundância foram depoisclassificados em duas classes: sea abundância máxima registradanuma exploração fosse superior a10, considerava­se como colheitapositiva (presença de risco), casocontrário considerava­se colheitanegativa (ausência de risco). Atabela e as figuras seguintesrevelam o resultado obtido atravésda aplicação destes critérios aoconjunto de dados do programa.

Todo o ciclo de vida dosCulicoides está largamentedependente de condições detemperatura, umidade,precipitação, disponibilidade de

matéria orgânica , vento, entreoutras. Há muito que foi tambémidentificado o potencial deutilização do SensoriamentoRemoto como fonte deste tipo dedado, objetivando a construção demodelos e cartografia de risco dedoenças, particularmente, paraaquelas transmitidas por vetores.Variáveis como o MIR (MiddleInfrared Reflectance), NDVI(Normalized Difference VegetationFigura 1 ­ Abundâncias médias por mês das populações de C. imicola e

C. obsoletus

Tabela 1 ­ Resumo dos locais selecionados para inclusão nos datasets paramodelagem.

Figura 2 ­ Distribuição geográfica dos locais selecionados para inclusão nos da­tasets de modelagem.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br50

Page 51: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

moreoverIndex), LST (LandSurface Temperature), TAIR (AirTemperature) e CCD (Cold CloudDuration) já foram incorporadasem diversos estudos que visavama indentificação de fatoresrelevantes para a ocorrência edistribuição de diversas doenças.O pacote de dados WorldClim(http://www.worldclim.org) é umaplicativo gratuito constituído porum conjunto vasto de imagens de1 km de resolução espacial,derivadas por interpolação a partirde diversos dados recolhidos emestações meteorológicas em todoo globo. Este pacote contémvariáveis como a temperaturamédia anual, a temperaturamáxima e mínima do trimestremais quente/frio/seco/úmido, aprecipitação anual, a precipitaçãodo trimestre maisquente/frio/seco/úmido, entreoutras. A lista completa das 19coberturas do pacote pode serconsultada emhttp://www.worldclim.org/bioclim.O repositório de dados EDEN(http://ergodd.zoo.ox.ac.uk/eden/)contém um conjunto considerávelde dados gratuito desensoriamento remoto (na suamaioria provenientes do sensorAVHRR do satélite NOAA­7). Umdos pacotes disponíveisapresenta 10 imagens referentesao NDVI, LST e MIR e à suavariação temporal.

Ambos os pacotes, foramimportados de forma a seremutilizados no Quantum GIS e, pormeio do seu plugin Point­Sampling Tool, os seus valoresforam extraídos para cada um doslocais eleitos para a modelagem(Figura 2).

Foi também já identificadoque a topografia do terrenopoderá influenciar oestabelecimento de populaçõesde Culicoides. Assim, utilizou­seum modelo digital de elevação(DEM) com 90 m de resoluçãoespacial obtido pela missãoSRTM e disponível gratuitamenteno site do CGIAR Consortium forSpatial Information(http://srtm.csi.cgiar.org/). Estesdados foram depois importadospara o software SAGA, ondeforam calculadas quatrosuperfícies distintas: declividade eextensão de declives(relacionados com a existência demaior ou menor grau deescoamento de águas quepoderão inviabilizar oestabelecimento de populaçõesde Culicoides) e a orientação dasencostas (correlacionada com aexposição solar e a existência decondições adequadas de abrigo).Como já descrito anteriormente,estas superfícies foram depoisimportadas para o Quantum GIS,onde foram extraídos os valoresdestas variáveis para cada local

selecionado para a modelagem(Figura 1).

Finalmente, no que dizrespeito aos dados populacionaisde animais domésticos, estesforam obtidos junto da “DireçãoGeral Veterinária” para aspopulações de bovinos epequenos ruminantes (ovinos ecaprinos). Este conjunto de dadoscontinha todas as exploraçõesnacionais para estas espéciesanimais, suas coordenadasgeográficas e o número médio deanimais dos anos consideradosno estudo (2005 a 2009). Estesdados foram importados para oQuantum GIS e, utilizando oplugin SDA4PP (Spatial DataAnalysis for Point Pattern), foramderivadas as densidades deKernel para cada espécie deruminantes. Mais uma vez, osvalores destas densidades foramdepois extraídos para cada localselecionado para a modelagem.

Técnicas de modelagem evalidação

A regressão logística éuma metodologia de modelagemestatística para a previsão daprobabilidade de ocorrência deum evento qualquer e tem sidobastante utiliza nas ciênciasmédicas e sociais. Contudo, nemtodas as variáveis presentes noconjunto de dados aqui analisadoserão significativas e explicatórias

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 51

Page 52: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

da ocorrência dos Culicoides.Assim, utilizam­se procedimentospara a seleção das variáveis maisrelevantes para a explicação dofenômeno que se quer modelar.Um dos procedimentos maiscomumente utilizados para aseleção automática de variáveisem regressões é a seleção pelométodo Stepwise, que pode serrealizada de três formas distintas:forward selection, backwardelimination e através da utilizaçãoconjunta de ambas. No entanto,estes métodos de seleção podempor vezes ficar “presos” em sub­ótimos locais, prejudicando dessaforma uma adequada seleção devariáveis explicativas. Algunsautores defendem que a utilizaçãode algoritmos genéticos para aselecção de variáveis produzresultados mais satisfatórios.Estes algoritmos são comumenteutilizados com datasetsmultidimensionais e baseiam­sena teoria de Charles Darwin – asobrevivência do mais forte­ paraa implementação do seu processode optimização evolutiva. Paraeste trabalho foram utilizadosalgoritmos genéticos paralelos(AGP) que apenas diferem dosanteriores por correrem diversosalgoritmos genéticossimultaneamente e em paralelopara a seleção das variáveis maisrelevantes.

O software de código

aberto R (http://cran.r­project.org/)é uma ferramenta estatísticapoderosa que implementadiversos algoritmos e é facilmenteextensível em termos defuncionalidades através depacotes adicionais. Este foi osoftware utilizado nesta análise,uma vez que o mesmo dispõe depacotes que implementam todasas escolhas metodológicas destapesquisa. Assim, o conjunto dedados foi importado para oambiente R, onde asmetodologias de seleção emodelagem anteriormentemencionadas foram aplicadas evalidadas, por meio de diversasmedidas estatísticas, como asensibilidade, especidicidade,Kappa, entre outras. Finalmenteforam calculadas medidasestatísticas simples (máximo,mínimo, média, mediana) paracada uma das variáveisselecionadas nos modelos. Estetipo de informação permitefacilmente entender como cadauma dessas variáveis influencia apresença ou ausência geográficadas espécies de Culicoides.

Depois de construídos eselecionados os modelosmatemáticos que geraramresultados mais acurados,regressou­se ao Quantum GIS eutilizou­se a sua interface paraaceder ao software GRASS.Todos os dados necessários

foram importados e recorreu­se àálgebra de mapas paraimplementar a fórmula dosmodelos matemáticos. Todos osprocedimentos previamentedescritos, da preparação dosdados à modelagem, sãoapresentados esquematicamentena figura 3.

A figura 4 apresenta osmelhores modelos espaciaisobtidos no processo demodelagem.

Como se conseguefacilmente observar, existemclaras diferenças na dinâmicaespacial das espéciesconsideradas e que, porconseguinte, a sua ocorrênciadepende de fatores e condiçõesclimáticas e ambientais distintas.

A tabela 2 apresenta osresultados da avaliação daacurácia dos diversos modelosobtidos. Desde logo se constataque a utilização dos AGP para aseleção de variáveis possibilitou aobtenção de modelos maisacurados. No caso do modelo deC. obsoletus, a diferença entre osmodelos com utilização deseleção variáveis pelos métodosStepwise ou pelos AGP é aindamais notória (veja­se, porexemplo, os valores de Kappa).Pode­se também verificar que,dos modelos obtidos, os do C.imicola tem maior acurácia do queos do C. obsoletus. No primeiro

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br52

Page 53: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

caso, os valores de Kappavariaram entre 0,65 e 0,72indicando uma concordânciasubstancial entre as observaçõese as previsões. Já no segundocaso e considerando apenas omodelo com a utilização de AGP,

o valor de Kappa de 0,53 indicauma concordância moderadaentre observações e previsões.Finalmente, é também perceptívelque os modelos de ambas asespécies são mais eficazes aprever os locais de presença (ver

valores de sensibilidade) do queos locais de ausência (ver valoresde especificidade).

A tabela 3 apresenta asvariáveis selecionadas para omodelo mais acurado para cadauma das espécies.

Uma vez que o foco dopresente artigo não é a discussãodetalhada da influência de cadauma destas variáveis no ciclo devida destas espécies gostaríamos,no entanto, de tecer apenasalgumas considerações. Omodelo de C. imicola sugere queo estabelecimento de populaçõesdesta espécie é positivamentecondicionado por temperaturassuperiores (valores de LST etemperatura) e condiçõesmicroclimáticas que potenciem ocrescimento de vegetação(valores de NDVI). Já para o C.obsoletus, o modelo sugere queesta espécie está maisdependente de níveis superioresde umidade no solo (valores deMIR) e de temperaturas maisbaixas e estáveis (valores de LSTe temperatura).

A utilização de dadosentomológicos conjuntamentecom dados espaciais como osadvindos de sensoriamentoremoto, e relacionados, comodados bioclimáticos, em softwareaberto estatístico e de SIGpermitem a construção demodelos preditivos da ocorrência

Figura 3 ­ Esquema de procedimentos do processo de modelagem.

Figura 4 ­ Modelos de risco espacial de acordo com a previsão da distribuiçãogeográfica de C. imicola e C. obsoletus.Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 53

Page 54: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

espacial das espécies vetoras daLíngua Azul, mas também deoutras doenças transmitidas porvetores. Os softwares emetodologias descritas podem,portanto, ser utilizados paraidentificar, prever e explicar ospadrões de ocorrência espacialdeste tipo de espécies em escalanacional. Obviamente, outrasmetodologias deverão serexperimentadas, sobretudoespecificamente na modelagem,com o intuito de conhecer cadavez mais e melhor todos osfatores que influenciam a espaço­temporal. Espera­se que com

esse conhecimento maisaprofundado, se consigam adotarmedidas de prevenção e controlesanitário mais adequadas emtermos de eficácia e tempo(prevenção vs. reação). Noentanto, os modelos apresentadospermitem desde já conhecer deforma mais exata a distribuiçãodas principais espécies vetoras dadoença da Língua Azul emPortugal. Este tipo de cartografiade risco é bastante útil na

transmissão simples e efetiva dorisco, dado o potencial davisualização cartográfica para estetipo de análise, tanto paraprofissionais veterinários comopara produtores pecuários quetendem a tornar­se mais atentospara o problema, especialmentese atuarem em zonas de elevadorisco.

Com os recentesdesenvolvimentos no mundo livredo software SIG, seriainteressante adotar um outrofluxograma de procedimentos. Porexemplo, com o lançamento daversão 2.0 do banco de dadosespacial PostGIS, há o suporte aoprocessamento e armazenamentode dados matriciais (raster), sendoque toda a prepação de dados eálgebra de mapas poderia serreplicada com uso exclusivo deSQL. O plugin Sextante, étambém um outrodesenvolvimento recente noQuantum GIS e poderia eliminaralguma dificuldade doprocessamento de dados uma vezque concilia as ferramentas doSAGA e do Grass numa única,concisa e familiar interface.

Tabela 2 ­ Medidas de acurácia dos modelos.AGP ­ Algoritmos Genéticos Paralelos; Se ­ Sensibilidade; Sp ­ Especificidade;CCI ­ Instâncias Corretamente Classificadas.

Tabela 3 ­ Variáveis selecionadas para o modelo mais exato de cada espécie.P<0,001 P<0,01 P<0,05P<0,1

Hugo MartinsEng. Zootécnico, Mestreem Ciência & SIGDesenvolvimento deaplicações [email protected]

Jorge RochaEngenheiro Informático,PhD em CiênciasComputação eapaixonado por dados esoftware [email protected]

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br54

Page 55: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

OO ggeerreenncciiaammeennttoo ddee ddeetteerrmmiinnaaddooss ffeennôômmeennooss eemmuumm eessppaaççoo ggeeooggrrááffiiccoo rreelleevvaannttee nneecceessssiittaa ddee uummppllaanneejjaammeennttoo qquuee ccoonntteemmppllee ttooddaass aass ffaasseess ddee

oobbsseerrvvaaççããoo ddoo mmeessmmoo.. AAss ssoolluuççõõeess ddee bbaannccooss ddee ddaaddoossccoonnvveenncciioonnaaiiss uuttiilliizzaaddaass aattuuaallmmeennttee nnoo CCoorrppoo ddeeBBoommbbeeiirrooss MMiilliittaarr ddoo PPaarráá ((CCBBMMPPAA)) nnããoo mmaaiiss ssee aaddeeqquuaammàà ddiinnââmmiiccaa ddeesstteess ffeennôômmeennooss nnoo eessppaaççoo.. SSiisstteemmaass ddeeIInnffoorrmmaaççõõeess GGeeooggrrááffiiccaass ((SSIIGG)) ee bbaannccooss ddee ddaaddoossggeeooggrrááffiiccoo ((BBDDGG)) ssee aapprreesseennttaamm ccoommoo ppaarrttee ddee uummaassoolluuççããoo qquuee ccoonnssiiddeerraa ooss aassppeeccttooss eessppaacciiaaiiss ppaarraa ooggeerreenncciiaammeennttoo ddaa iinnffoorrmmaaççããoo ddeessttee óórrggããoo..

HHoojjee oo CCBBMMPPAA uuttiilliizzaa uummaa cceennttrraall iinntteeggrraaddaa ddeecchhaammaaddaass ddeennoommiinnaaddaa CCeennttrroo IInntteeggrraaddoo ddee OOppeerraaççõõeess ((CCIIOOPP))qquuee éé rreessppoonnssáávveell ppeelloo ddiirreecciioonnaammeennttoo ee pprréé­­aatteennddiimmeennttoo ddeeddiivveerrssooss sseerrvviiççooss ddee sseegguurraannççaa ppúúbblliiccaa ccoommoo ooss pprreessttaaddoossPPoollíícciiaa CCiivviill ee MMiilliittaarr,, DDeeffeessaa CCiivviill,, CCeennttrroo ddee PPeerríícciiaassCCiieennttííffiiccaass ee CCoorrppoo ddee BBoommbbeeiirrooss MMiilliittaarr..

NNoo CCIIOOPP aass ooccoorrrrêênncciiaass ssããoo ggeerreenncciiaaddaass ppeelloo ssooffttwwaarreeSSIIAAPP ((SSiisstteemmaa IInntteeggrraaddoo ddee AAtteennddiimmeennttoo aaoo PPúúbblliiccoo)),, bbaasseeaaddooeemm ppllaattaaffoorrmmaa MMiiccrroossoofftt WWiinnddoowwss,, ddeesseennvvoollvviiddoo ccoommtteeccnnoollooggiiaa ddee lliinngguuaaggeemm DDeellpphhii eemm ccoonnjjuunnttoo ccoomm oo SSiisstteemmaaGGeerreenncciiaaddoorr ddee BBaannccoo ddee DDaaddooss ((SSGGBBDD)) MMiiccrroossoofftt SSQQLL SSeerrvveerr,,ppoossssuuiinnddoo ccaarraacctteerrííssttiiccaass ddee uumm ssooffttwwaarree ddeesskkttoopp ((llooccaall)),, eeffuunncciioonnaannddoo ccoomm rreeccuurrssooss ddee rreeddee pprriivvaaddaa rreessttrriittaa ((IINNTTRRAANNEETT))nnaass áárreeaass ee iinnssttaallaaççõõeess oonnddee eessttáá sseeddiiaaddoo eessttee sseerrvviiççoo ppúúbblliiccoo..

PPoorr LLeeoonnaarrddoo SSoouuzzaa ddooss SSaannttooss && LLuuííss HHeennrriiqquuee GGuuiimmaarrããeessAARRTTIIGGOO DDOO LLEEIITTOORR

BBaannccoo ddee DDaaddoossGGeeooggrrááffiiccooss nnoo

CCoorrppoo ddee BBoommbbeeiirroossddoo PPaarráá

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Page 56: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

No SIAP são armazenadasinformações básicas como: nomedo solicitante, endereço(proximidade sem confirmação), etipo de ocorrência, que sãorepassadas através de rádio parao quartel do corpo de bombeirosque julga estar mais próximo dolocal da ocorrência. O integranteresponsável por receber oschamados de rádio no quartelacionado é denominado“comunicante” que toma nota daocorrência através de documentoescrito que as repassa também deforma escrita para o tenente dodia (profissional de plantão) asinformações para providenciar asaída da viatura com osrespectivos recursos humanos eequipamentos necessários que seenquadram no tipo de ocorrênciaa ser atendida.

Após o atendimento daocorrência, já no quartel, otenente da viatura que atendeu aocorrência preenche Sistema deCadastro de Ocorrências deBombeiros (SISCOB), sistemabaseado em plataforma web,desenvolvido com tecnologias delinguagens HTML/PHP eJavascript com o SGBD MySQL5.0.

Neste sentido, reestruturaro gerenciamento de informaçãodas ocorrências do Corpo deBombeiros do Estado do Parácom o uso de sistemasautomatizados que considerem anatureza geográfica dos dadospode trazer benefícios no que dizrespeito à automação de tarefas,monitoramento de todas as fasesdo atendimento das ocorrências,publicação de resultados comestatísticas e mapas, auxílio à

tomada de decisões,planejamento de recursosoperacionais entre outros,desejáveis neste tipo de serviço.

As escolhas dastecnologias para gestão deinformação e de seuscomponentes podem limitar oupermitir a expansibilidade de seusdiversos cenários, como porexemplo, a capacidade degerenciar grandes volumes deinformações. A maioria dosaplicativos SIG trabalha comalgum tipo de banco de dadosonde se destacam as soluçõescomerciais como Oracle, Access,dBase, DB2, Interbase, SQLServer, Informix; e as soluçõeslivres como FireBird, MySQL, ePostgreSQL. Porém poucos entreos citados possuem recursos(extensões) que disponibilizam afunção de armazenar objetosespaciais no banco de dados.

Dentre as soluções debanco de dados apresentadasque suportam a linguagem deconsulta espacial SQL e possuemextensões espaciais comcompiladores que atendem ospadrões de escrita espacial

regulamentada pelo OpenGeospatial Consortium (OGC, emportuguês, Consórcio GeoespacialLivre), destacam­se as soluçõescomerciais IBM/DB2 e Oracle; eas soluções livres MySQL ePostgreSQL. Considerandoapenas as soluções livres, foramanalisados estudos dedesempenho e suporte derecursos entre os mesmos, echegou­se a conclusão queconforme o objetivo e diferentesaspectos de análise, ambos osSGBD´s são excelentes soluções.Entretanto o fato da extensãoespacial do PostgreSQL, oPostGIS, ter sido lançada há maistempo, torna o projeto maismaduro, tendo o mesmo umamaior quantidade de recursosespecíficos para dados espaciais,quando comparado ao MySQL.Segue um quadro comparativo(Quadro 1) com algunsimportantes recursos a seconsiderar na tomada de decisão.

Neste contexto, o bancode dados geográfico aplicado àgestão de informação do Corpode Bombeiros Militar – PA deveser uma solução que capaz de

Quadro 1 ­ Recursos espaciais dos bancos de dados MySQL v.5.0 e PostGISv.1.2.1.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br56

Page 57: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

gerenciar informações edisponibilizar acesso paramúltiplos usuários das ocorrênciasno Estado do Pará.

Para a concepção daestrutura do BDG com suasclasses convencionais eespaciais, seus atributos erelações, pode­se utilizar atécnica de modelagem de objetospara aplicações geográficas(OMT­G – Object ModelingTechnique for GeographicApplications) com o auxílio dosoftware StarUML que resultou nodiagrama de padrão OMT­G(Figura 1).

Na concepção dodiagrama geral de implantação dosistema de controle deocorrências de bombeiros com umcaráter multiplataforma, a Figura 5mostra um cliente com umcomputador pessoal ou umdispositivo móvel (smatphone,tablet, etc.) dotados de navegador

de internet, independente dosistema operacional utilizado; e dolado servidor uma máquinaservidora que provê serviçosweb/http, (Apache web server),bem como WMS/WFS(Geoserver). O servidordisponibiliza acesso à aplicaçãoweb de controle de ocorrênciasdesenvolvida em HTML/PHP comcomponentes da bibliotecaOpenLayers. Esta por sua vezsolicitará ao SGBD as operaçõesde inclusão, alteração e consultano BDG.

Com o sistema proposto etecnologias indicadas pode­se

alcançar a gestão de informação,principalmente por utilizarsoluções livres que atendem anecessidade e realidade dosrecursos dos órgãos públicos. NaFigura 2, é possível observar aabrangência do sistema nosentido de monitorar todas asfases do atendimento de um

usuário do Corpo de Bombeiros.Acionado o quartel, o

sistema, já com o perfil deatendimento, dará continuidadeao chamado em aberto utilizandoo mesmo registro do pré­atendimento, de forma a mobilizarmilitares, equipamentos eviaturas. Durante o percurso, aviatura equipada com umdispositivo móvel conectado aosistema de atendimento, calcularáa rota mais curta para o local. Istoé possível devido à integração daaplicação web com camadasgeográficas como a malha viária(streetbase) e hidrantes

geocodificados (Figura 1 e 2).Após o atendimento

finalizado, o responsável de cadaviatura pode optar por fazer orelatório através do dispositivomóvel “in loco” para confirmar alocalização real da ocorrência oufazê­lo no quartel de origematravés de computador desktop. A

Figura 1 ­ Diagrama OMT­G do sistema de controle de ocorrências.

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 57

Page 58: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

proposta pode sanar problemasidentificados no atendimento deocorrências de bombeiros, umavez que, apesar de haver umsistema de pré­atendimento eoutro de pós­atendimento, osmesmos além de não trocarem

informações, tratam o fenômenode maneira isolada em cada fase,contribuindo para a perda deinformações na fase intermediáriae mais importante do processo: oatendimento.

Figura 2 ­ Diagrama geral de implantação física e lógica.

Figura 3 ­ Diagrama de atendimento.

Leonardo S. dos SantosMsC. em Ciências Ambientais.Trabalha no Corpo deBombeiros Militar­[email protected]

Luis Henrique R.GuimarãesArquiteto Urbanista, Esp.em Geoprocessamento eSensoriamento [email protected]

Page 59: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 60: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

AA ss ppoossssiibbiilliiddaaddeess ddeeaapplliiccaaççããoo ddaassffeerrrraammeennttaass ddee rreeddee

ddiissppoonniibbiilliizzaaddaass ppeellooss SSiisstteemmaassddee IInnffoorrmmaaççããoo GGeeooggrrááffiiccaa ssããooddiivveerrssaass,, uummaa aalltteerrnnaattiivvaa éé uuttiilliizzáá­­llaa ppaarraa aa rrootteeiirriizzaaççããoo eeiiddeennttiiffiiccaaççããoo ddee áárreeaass ddee

PPoorr RRiiccaarrddoo VViicceennttee FFeerrrreeiirraa &&nnttooss && JJoorrggee RRaaffffooPPOORR DDEENNTTRROO DDOO GGEEOO

RRootteeiirriizzaaççããoo eeRReeddeess ddee CCoobbeerrttuurraappaarraa SSeerrvviiççooss ddeeSSaaúúddee ccoomm uussoo ddooggvvSSIIGG

Todos

osdire

itosres

ervado

s

Page 61: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

ccoobbeerrttuurraa ppaarraa ooss sseerrvviiççooss ddeessaaúúddee.. NNeessssee tteexxttoo iirreemmoossaapprreesseennttaarr rreessuullttaaddooss ddaaeexxtteennssããoo ddee rreeddeess ppaarraa oo ggvvSSIIGG11..99.. AA aapplliiccaaççããoo aaqquuii ssee ffaazz ppaarraa ooccaassoo ddaass ppooppuullaaççõõeess rruurraaiiss eemmoossttrraa eexxeemmppllooss ddee aallgguummaasstteellaass ddoo aapplliiccaattiivvoo.. EEmm lliinnhhaassggeerraaiiss,, aapprreesseennttaa aapplliiccaaççõõeess ddeeccoommoo aa ppooppuullaaççããoo ddoo ccaammppoo oouuoorrggaanniissmmooss ddee ppllaanneejjaammeennttoo eeaassssiissttêênncciiaa aa eessssaa ppaarrcceellaa ddaassoocciieeddaaddee ppooddeerriiaa ssee bbeenneeffiicciiaarrddoo rreeccuurrssoo ppaarraa iinnvveessttiiggaarr ooaacceessssoo aa ddiivveerrssooss sseerrvviiççooss oouuaacceessssiibbiilliiddaaddee ddaass ppooppuullaaççõõeessrruurraaiiss aaooss cceennttrrooss uurrbbaannooss..

AA bbaassee ddee ddaaddoossggeeooggrrááffiiccooss uussaaddaa ffooii pprroodduuzziiddaa

eemm eessccaallaa ddee ddeettaallhhee,, ee ccoobbrree aarreeggiiããoo ddoo LLiittoorraall SSuull ddoo EEssttaaddoo ddeeSSããoo PPaauulloo,, aassssiimm,, éé ppoossssíívveell aaaapplliiccaaççããoo ddee rreeccuurrssooss ddee aannáálliisseeeessppaacciiaall eemm rreeddeess eemm eessccaallaa llooccaalloouu mmeessmmoo oorriieennttaaddoo aa uummaa úúnniiccaahhaabbiittaaççããoo rruurraall aattéé oo nníívveellrreeggiioonnaall.. EEssssaa éé uummaa vviirrttuuddee ddaaffeerrrraammeennttaa ddee rreeddeess ggvvSSIIGG,, ppooiiss oovvoolluummee ddee ddaaddooss qquuee ffoorraammuuttiilliizzaaddooss nnããoo rreessuullttaarraamm eemm eerrrroossddee pprroocceessssaammeennttoo,, nneemm eemm““ttrraavvaammeennttoo”” ddoo ssiisstteemmaa..

NNooss pprróóxxiimmooss iitteennssaapprreesseennttaamm­­ssee eexxeemmppllooss ddeeaapplliiccaaççããoo ddee aallgguunnss rreeccuurrssooss qquueeppeerrmmiitteemm eessssee ttiippoo ddee aannáálliissee..FFeerrrraammeennttaass sseemmeellhhaanntteess ààss qquueeeessttããoo mmoossttrraaddaass aaqquuii ppooddeemm sseerreennccoonnttrraaddaass eemm oouuttrrooss aapplliiccaattiivvoossddee uussoo lliivvrree.. UUmm eexxeemmpplloo éé oorreeccuurrssoo ddee rreeddeess ddoo ssooffttwwaarreeSSPPRRIINNGG ((IInnppee)),, nnoo eennttaannttoo,,aallgguummaass ffeerrrraammeennttaass eennccoonnttrraaddaassnnoo ggvvSSIIGG ddeemmoonnssttrraarraamm mmaaiioorreeffiicciiêênncciiaa,, pprriinncciippaallmmeennttee nnoo qquueeddiizz rreessppeeiittoo ààss ppoossssiibbiilliiddaaddeess ddee

ssee eexxttrraaiirr iinnffoorrmmaaççããoo aannaallííttiiccaa nnaaffoorrmmaa ddee nnoovvaass ccaammaaddaass qquueeppooddeemm sseerr ssaallvvaass oouu eexxppoorrttaaddaasseemm ddiiffeerreenntteess eexxtteennssõõeess ddeeaarrqquuiivvooss ggeeooggrrááffiiccooss,, ppooiiss ssããooccoonnssttrruuííddaass ccoomm bbaassee eemmpprriinnccííppiiooss ddaa aannáálliissee ddee rreeddeess..

TTooddaass aass ffeerrrraammeennttaass ddaaaannáálliissee ddee rreeddeess ddoo ggvvSSIIGGppeerrmmiitteemm iinntteeggrraarr ccuussttooss ddeeiimmppeeddâânncciiaa nnaa aannáálliissee.. NNoosseexxeemmppllooss aapprreesseennttaaddooss aassiimmppeeddâânncciiaass ssee rreeppoorrttaamm ààvvaalloorreess ddee rreessttrriiççããoo aa vveelloocciiddaaddeeppoorr ccaarrrroo ddee ppaasssseeiioo,, oouu sseejjaa,, nnaabbaassee ddee ddaaddooss ggeeooggrrááffiiccooddeeffiinniirraamm­­ssee vveettoorreess ccoomm vvaalloorreessddee vveelloocciiddaaddeess ddiirreettrriizzeess,, ee aassiimmppeeddâânncciiaass aattrriibbuuííddaass aa eesssseessrraammooss ddaa rreeddee ffoorraamm ddeeffiinniiddaassccoomm bbaassee eemm eelleemmeennttooss qquueeiinntteerrffeerreemm ((oouu ppooddeemm iinntteerrffeerriirr)) nnooddeesseemmppeennhhoo ddeessssaa vveelloocciiddaaddeeóóttiimmaa.. DDeennttrree eesssseess eelleemmeennttooss,,ddeessttaaccaamm­­ssee:: aass ddeecclliivviiddaaddeess ddaappaaiissaaggeemm,, aa ssiinnuuoossiiddaaddee ee oo ttiippooddee rreevveessttiimmeennttoo ddaass ppiissttaass.. TTooddoosseesssseess eelleemmeennttooss ee ssuuaass iinntteerr­­rreellaaççõõeess rreessuullttaarraamm eemm vvaalloorreessqquuee ssee rreeppoorrttaamm ààss ddiissttâânncciiaass eetteemmppooss ddee vviiaaggeemm ppoonnddeerraaddoossppeellaass iimmppeeddâânncciiaass.. EEssttaammooddeellaaggeemm ssee ffeezz nnaa ttaabbeellaa ddeeaattrriibbuuttooss ddaa bbaassee vveettoorriiaall.. PPoorr

Page 62: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

esses critérios modelaram­senumericamente os pesos deimpedâncias.

Os exemplos mostrados aseguir se utilizaram de cincoferramentas de análise do gvSIG:Custo mínimo; Áreas deCobertura; Evento mais próximo;Árvore de recobrimento; Matriz deorigem­destino.

Custo mínimoEsta aplicação permite

definir parada(s) intermediária(s)entre a origem e o destino de umadada consulta e fornece umrelatório de viagem comespecificação da distância eimpedância. Com o fornecimentode coordenadas geográficaspode­se localizar uma ocorrência,por exemplo, um acidente ou umalocalidade para atendimento. Ofornecimento dessa informaçãopode resolver o problema dalocalização de um alvo na árearural. Com o apoio decoordenadas fornecidas por GPSé simples identificar, por exemplo,a localização precisa de umpaciente que necessita encontrara rota mais eficiente para chegara um posto de atendimentomédico (Figura 1). A consulta porcoordenadas e o apoio dos SIGpode, então, fornecer o caminhoótimo ao atendimento maispróximo.

Rotina da aplicação:1 ­ Fornecimento de um par decoordenadas geográficas e

apontamento na localidade(Figura 40a)2 ­ Caso exista uma camada depontos com o cadastro daspropriedades rurais, pode­se fazeruma consulta do registro dosatributos que descrevem aquelalocalidade, por exemplo, númerode habitantes, se dispõem veículoautomotor, etc. Obviamente, aexistência ou não deste cadastrodependerá, nesse caso, daadministração de saúde.3 ­ Apontar na localidade dedestino, por exemplo, o posto desaúde.4 ­ Desenhar o caminho e verificaro relatório descritivo.

Áreas de CoberturaOutra aplicação de redes

se faz pela ferramenta “área deserviço” que apresenta áreas de

recobrimento de um ou maisserviços com base num parâmetrodefinido como custo. Com essaferramenta carrega­se umconjunto de pontos, por exemplo,os provedores de serviço desaúde, e com a inserção de umlimiar (tempo, distância,velocidade, etc.) identificam­se asáreas que são cobertas (Figura 2).

Rotina da aplicação:1 ­ Identificar um provedor deinteresse, por exemplo, umhospital.2 ­ Especificar um limiar decobertura. Suponha que sepretenda verificar quais as

fazendas que podem seratendidas por ambulância numlimiar de 15 minutos de viagem.

3 ­ Definir uma tolerância queRevista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br62

Page 63: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

permita capturar ponto que nãoesteja sobre a rede (nó ou arco)A execução da ferramenta retornaduas camadas: uma em arcoscom o corte da rede no limiar decusto especificado e outra compolígono(s) que liga(m) osextremos da rede de cobertura.

Evento mais próximoEsta aplicação dá a

possibilidade de se buscar dentreum conjunto de eventos aqueleque está mais próximo.Considere um indivíduo quenecessite identificar o serviçomais próximo a partir de umadada localização geográfica, omesmo pode, através de umcursor de ponto, consultar suascoordenadas geográficas deorigem e assim identificar oserviço que está mais próximo(Figura 3). A proximidade pode serem termos de custo de viagem.Rotina da aplicação:1 ­ Identificar uma localidade deorigem (passos 1 e 2 do Exemplo

1)2 ­ Selecionar a camada quecontém os provedores (postos desaúde) e especificar quantoseventos pretende­se verificar.3 ­ Definir um limiar de custo. Porexemplo, 30 minutos.4 ­ Acionar o recurso de cálculo efazer a leitura do resultado.

Esta aplicação retorna umrelatório com os provedoresidentificados e o valor do custoem ordem crescente (Figura 3c1).É possível ainda desenhar cadaum dos trajetos e obter relatóriosdos itinerários.

Árvore de recobrimentoA aplicação desse recurso

é de utilidade para a identificaçãode áreas de influência a partir depontos de interesse. O produtodessa aplicação define sub­redespara cada ponto considerado naconsulta, se o limiar adotadointegrar todas as distâncias, acamada definirá arcosinterligados. Esta aplicaçãooferece um resultado próximo aoda área de cobertura, com aexceção da geração de polígonosde cobertura (Figura 4).

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br 63

Page 64: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

Rotina da aplicação:1 ­ Definir um ou mais pontos deorigem, que podem correspondera um provedor e serviço. Pode­sedefinir um limiar de captura dospontos caso esses não estejamsobre a rede.2 ­ Indicar um limiar de custo eexecutar.Matriz de origem­destino

Trata­se de um recurso

que apresenta um relatório dasdistâncias que separam os pontosde origem do (s) ponto(s) dedestino. Aplica­se à necessidadede se obter as distâncias queseparam os usuários dosserviços, podendo ter comofinalidade a tabulação dessesdados para realização de análisesem planilhas (Figura 5).

Rotina da aplicação:1 ­ Seleção de pontos de origem e

destino. Para isso, é precisodispor de duas camadas vetoriaisdiferentes.2 ­ Definição de limiar para ainserção de pontos que não tocama rede.3 ­ Identificação de um caminhoexterno ao aplicativo para osalvamento do relatório que égerado em formato de texto eposteriormente pode ser acionadopor uma planilha eletrônica.

Esta demonstração analisacomponentes espaciais de umarede de rodovias rurais eapresenta como os recursos daextensão de redes do gvSIGpodem ser utilizados no apoio doplanejamento e ações do acessoà saúde. Esse tipo de aplicaçãopode ser destinado a outrasabordagens e dá liberdade para aadequação ou inserção de novosprocedimentos. É importante

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br64

Page 65: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

entender que a definição deimpedâncias é o “coração” daanálise de redes, pois elascalibram valores de uma dadaaplicação, por exemplo, seestivéssemos tratando de umarede dutoviária, as impedânciaspoderiam se reportar àspropulsões em diferentes pontos,às declividades dos segmentos,capacidade de transporte emdiferentes nodais da rede, oumesmo ao impedimento do fluxo.

No caso aqui apresentado

os pesos da impedância recaíramsobre as distâncias e asvelocidades diretrizes e sobreesses valores definiram­secritérios de restrição, queaparecem em colunas numéricasda tabela de atributos da camadavetorial.Com essa explanação esperamoster contribuído para a divulgaçãodessa poderosa ferramenta deanálise espacial do que é aextensão de redes do gvSIG.

Para fazer download do

software1 gvSIG e plugin2 de, sigarespectivamente os links a seguir.1http://migre.me/9Xz8W2http://www.gvsig.org/web/projects/gvsig­desktop/official

Jorge RaffoProfessor do Departamento de Geografia da USP

[email protected]

Ricardo Vicente FerreiraProfessor do Instituto de Geografia da

UFU/[email protected]

Page 66: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012

O Recôncavo Baiano éuma região com grandefluxo turístico, formada

por pequenas cidades queacabaram sendo esquecidas peloGoogle Maps. Foi diante dessarealidade que Wille Marcelresolveu iniciar o projetoMapaRec – MapeamentoColaborativo do Recôncavo – quepretende mapear a localidadecom informações, fotos, vídeos esons.

O projeto é desenvolvidopor uma equipe de alunos,técnicos e professores daUniversidade Federal doRecôncavo da Bahia (UFRB).“Depois de conhecer oOpenStreetMap, tive a ideia demapear essa região. No GoogleMaps, faltam até mesmo asrodovias daqui”, destacou.

Durante a Latinoware2012, além de ministrar umminicurso ao lado de DjavanFagundes – que inclusive tambémdesenvolve um interessanteprojeto na área – sobre a

ferramenta OpenStreetMap, elecoordenou a criação de um“mapfest” do evento, que foidesenvolvido pelos própriosparticipantes. “Vamos mapear aárea da Itaipu Binacionalutilizando diversas técnicas.Utilizaremos alguns aparelhos deGPS para traçar caminhos e vias,câmeras fotográficas pararegistrar pontos de interesse etambém anotações em mapasimpressos. Além disso,utilizaremos também a imagem desatélite”, explicou.

Para realizar o trabalho, aideia é que os participantescirculassem pela área em buscade elementos que pudessem sermapeados, como prédios, ruas,praças, parques, banheiros,bebedouros e outras coisas. Porfim, o grupo voltou ao laboratório

de informática para acrescentaras informações aoOpenStreetMap. “Qualquerpessoa interessada podeparticipar, mesmo que não tenhanenhuma experiência nessetema”.Butecar é coisa séria

Dentro da mesma temáticade geoprocessamento, o casalDjavan Fagundes e Liliane Paixãodesenvolvem o Projeto“Butequeiro”, um blog que nasceuda ideia de compartilhar dicas derestaurantes, padarias, vidanoturna e tudo aquilo que unegastronomia e diversão. Alémdisso, a dupla contribui com omapeamento voluntário dosestabelecimentos visitados noprojeto OpenStreetMap.

PPoorr WWiillllee MMaarrcceell && DDjjaavvaann FFaagguunnddeessEEVVEENNTTOO

Revista FOSSGIS Brasil | Novembro 2012 | www.fossgisbrasil.com.br66Wille Marcel Djavan Fagundes

Page 67: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012
Page 68: Ediçao 6 - Revista FOSSGIS Brasil - Novembro 2012