24
Fevereiro | 2011 |S5 |D6 |S7 |T8 |Q9 |Q10 |S11 Ano II R$ 2,50 A Caixa e o Ministério das Cidades pediram ajuda à Polícia Federal para apurar a venda de moradias com sobrepreço e cobrança “por fora” feita por imobiliárias, além de outras irregularidades, no Minha Casa Minha Vida. Terão bastante trabalho. Com a mudança no valor máximo de financiamento – de R$ 100 mil para R$ 130 mil –, as construtoras já estão pedindo reavaliação dos imóveis para faturar mais Frei Jaime descobre a fé nas redes sociais Desinteresse é a praga que atinge as hortas comunitárias Salário médio na indústria metalúrgica chega a R$ 1,9 mil Roberto HUNOFF 62 Renato HENRICHS Campeão de projetos na Câmara começa bem em 2011 André T. Susin/O Caxiense Os caminhos da evolução no Gauchão Dupla CA-JU AçãO CONTRA OS TRAPACEIROS MINHA CASA MINHA VIDA:

Edição 62

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Caixa e o Ministério das Cidades pediram ajuda à Polícia Federal para apurar a venda de moradias com sobrepreço e cobrança “por fora” feita por imobiliárias, além de outras irregularidades, no Minha Casa Minha Vida. Terão bastante trabalho. Com a mudança no valor máximo de financiamento – de R$ 100 mil para R$ 130 mil –, as construtoras já estão pedindo reavaliação dos imóveis para faturar mais

Citation preview

Page 1: Edição 62

Fevereiro | 2011|S5 |D6 |S7 |T8 |Q9 |Q10 |S11

Ano ii

R$ 2,50

A Caixa e o Ministério das Cidades pediram ajuda à Polícia Federal para apurar a venda de moradias com sobrepreço e cobrança “por fora” feita por imobiliárias, além de outras irregularidades, no Minha Casa Minha

Vida. Terão bastante trabalho. Com a mudança no valor máximo de financiamento – de R$ 100 mil para R$ 130 mil –, as construtoras já estão

pedindo reavaliação dos imóveis para faturar mais

Frei Jaimedescobre a fé

nas redes sociais

Desinteresse é a praga que

atinge ashortas

comunitárias

Salário médio na indústria

metalúrgica chega a R$ 1,9 mil

Roberto HunoFF

62

RenatoHenRicHSCampeão de

projetos na Câmara começa

bem em 2011

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Os caminhosda evolução no Gauchão

DuplacA-Ju

Ação contRA oS tRAPAceiRoS

MinHA cASA MinHA ViDA:

Page 2: Edição 62

2 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Média salarial da indústria metalúrgica é de R$ 1,9 mil

Minha casa Minha Vida | 5Polícia Federal será acionada para investigar irregularidades – que, por enquanto, continuam

Brigada Militar | 10Comandante do CRPO-Serra opina sobre Pronasci e Guarda Municipal

Hortas comunitárias | 12Mesmo com incentivo, espaços para cultivo não encontram interessados

economia aplicada| 14Caxias teve desempenho econômico excelente em 2010, difícil de repetir

Redes sociais| 15Frei Jaime Bettega estreia no Twitter e Facebook

Guia de cultura | 16Safra de indicados ao Oscar no cinema

Boa Gente | 19Uma diva, uma voluntária, duas incentivadoras da cultura local e os cinco melhores sucos da cidade

Artes | 20Guerras pequeninas eo caminho da formiga

Dupla cA-Ju | 21Caxias e Juventude em curva ascendente

Guia de esportes | 22O melhor do rugby sul-americanoestá na Serra

Renato Henrichs | 23Uma mexida discreta no primeiroescalão de Sartori

www.ocAXienSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita comercial: Pita Losscirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

@jcromanini @ocaxiense Parabéns por esta inovação, o primeiro sempre será o primeiro. #ipad

@chelkanoff @ocaxiense Parabéns pela novi-dade. Os leitores eletrônicos são realidade. Vida longa para vocês. #ipad

@Vanassi Jornal @ocaxiense agora também no iPad. Mandou muito bem! Já baixei aqui. #ipad

@mauriciospia Não satisfeito por revolucionar o jornalismo local e estar no iPhone, @oca-xiense agora está também no iPad. #ipad

@anamutterle Com o fácil acesso à informa-ção, jornalismo tem que ser reinventado. Para-béns ao @ocaxiense por inovar! #ipad

@julianadebrito A ZH se diz o primeiro jornal do sul do país no ipad. Mas, pelo que sei, o van-guarda @ocaxiense lançou bem antes.

@giovanigrizotti Desculpem. Eu tinha baixa-do o app do iPhone. No do iPad, O Caxiense tem a versão digital. É o primeiro, de fato. Des-culpem. #iPad

@carbonerait #FF para @ocaxiense, mais que uma fonte de informação, um exemplo de van-guarda e dinamismo, que tanto buscamos por aqui. #iPad #iPhone

Parabéns pela repor-tagem sobre o “jeitinho”

que as imobiliárias estão dando no Minha Casa

Minha Vida. Vergonhoso.Gabriel neves

Janeiro | 2011|S29 |D30 |S31 |T1º |Q2 |Q3 |S4

Ano ii

R$ 2,50

O Caxiense apurou que a cobrança ilegal de uma quantia extra – “por fora” – sobre imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida

virou prática “normal” de imobiliárias da cidade. Alguns proprietários também cometem irregularidades: estão alugando ou revendendo a

moradia que mal começaram a pagar

A nova safra

da uvareanima

o interior

Um gêniomaldito do cinemaitaliano

Prefeitura prevê crescimento

de 29% da receita em 2011

Roberto Hunoff

61

RenatoHenRicHS

As indelicadezas, formalidades e

oportunidades do novo comandante

A vitória quevaleu o cargo

a Picoli

DuplacA-Ju

eXcLuSiVo:

MinHA cASASeu neGÓcio,noSSo LucRo

Em vídeo, Felipe Boff , editor-chefe do jornal O Caxiense, explica o funcionamento da versão para iPad e como baixar as edições gratuitas do primeiro impresso do Sul do Brasil a estar na plataforma.

Page 3: Edição 62

www.ocaxiense.com.br 35 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Depois de se tornar o primeiro jornal do Sul do país – e, até ago-ra, único – a oferecer uma versão para o iPhone, O Caxiense saiu mais uma vez na frente. Lançou, na segunda-feira (31), sua versão para iPad, o tablet da Apple.

O sucesso inicial dos dois apli-cativos revela um público ansioso por receber informação de quali-dade em plataformas móveis. Em um mês e meio, o aplicativo de O Caxiense para iPhone soma 1,7 mil visitas, feitas por mais de 300 visitantes. Em apenas cinco dias, a versão para iPad foi baixada por 70 leitores, que fizeram o down-load de 121 edições do jornal. Os dois aplicativos – desenvolvidos pela também caxiense Flip Studio – são gratuitos.

Mais do que comprovar o pio-neirismo do jornal, os lançamen-tos colocam a cidade como pro-tagonista no cenário regional da comunicação, à frente de cidades como Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, por exemplo. Foi-se o tempo em que Caxias preci-sava esperar as novidades chega-rem da capital. Hoje, elas partem daqui.

O Serviço Autônomo Muni-cipal de Água e Esgoto (Samae) confirmou para 1º de março a cobrança de novos valores pelo abastecimento. A tarifa mínima (para quem consome até 5 m³) aumentará apenas R$ 1, passando de R$ 14,40 para R$ 15,40, rea-juste de 6,97%. Os consumidores que gastam mais de 5m³ terão de engolir um índice mais alto, de 14,9%.

Um dia depois de uma reunião

Lavar calçadas e automóveis com mangueira ou deixar de consertar vazamentos poderá custar caro aos caxienses. O vereador Renato Nu-nes (PRB) protocolou um projeto de lei para estabelecer multa diária de 10 VRMs, o equivalente a R$ 207,20, a quem for flagrado esban-jando água.

Fechado desde 2007, o Reynolds Hotel deve reabrir em maio, de-pois de mais de um ano em obras, com nova vocação. Rebatizado de Reynolds Business Center, vai abrigar consultórios médicos, es-critórios de advocacia e agências de turismo, exportação e investi-mentos, entre outros. No térreo, uma cafeteria negocia a ocupação de uma das salas maiores.

A repercussão da reportagem exclusiva publicada na última edi-ção provocou respostas positivas e negativas de parte das autoridades. No município, a Secretaria de Ha-bitação e o Procon demonstraram passividade, sem tomar iniciativa para apurar (e, principalmente, corrigir) as irregularidades do Mi-nha Casa Minha Vida – que tem versão local, o Caxias Minha Casa – reveladas pelo jornal. Na Câma-ra de Vereadores, a reação foi di-ferente. Denise Pessôa (PT) con-firmou situações como a cobrança de um valor extra “por fora”, apu-rando diretamente com as imobi-liárias as ofertas de imóveis, e não ficou só no discurso. Levou suas constatações ao superintendente regional da Caixa e vai levá-lo ao Legislativo para debater a questão.

Em âmbito federal, a reporta-gem também mereceu atenção. De Brasília, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades enviaram uma nota a O Caxiense – mesma forma com que respon-deram a denúncias do jornal O Estado de S. Paulo – prometendo apurar os fatos. Leia a reportagem completa na página 5.

o caxiense é o 1º jornal do Sul no iPad

Água vai aumentar 14,9%

BM e civil se aproximam

Reynolds vira centro comercial em maio

Projeto quer punir quem desperdiça água

Autoridades prometem providências ao jornal

SeGunDA | 31.jan

teRçA | 1°.fev

QuintA | 3.fev

SeXtA | 4.fev

QuARtA | 2.fev

A Semanaeditada por Felipe Boff | [email protected]

Repr

oduç

ão/O

Cax

iens

e

Aplicativo para o tablet da Apple, que oferece gratuitamente a coleção das edições impressas do jornal, é inovação caxiense na comunicação

em Caxias do Sul, declarações dos responsáveis pela segurança pública reforçaram a ideia da in-tegração entre as polícias Civil e Militar. O motivo para ter rece-bido o comandante-geral da BM, Sérgio Roberto de Abreu, e o che-fe de polícia do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, é dos piores: o alto índice de homicídios na cidade. Abreu e Ranolfo se reuniram com o comandante do CRPO, Nico-medes Barros (leia entrevista na página 10), que prometeu: “Va-mos começar a planejar juntos algumas ações integradas com a Polícia Civil. Essa aproximação veio para marcar o início de uma atividade unificada”. Junto com a conversa, veio outra promessa: reforço de 10 a 15 policiais civis.

Page 4: Edição 62

4 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

O presidente do Simecs, Getú-lio Fonseca, revelou informação esta semana que merece profun-da análise. Garantiu que o setor metal-mecânico de Caxias do Sul tem média salarial de R$ 1,9 mil, valor muito próximo, se não maior do que de muitos países desenvol-vidos. No Brasil, certamente, está dentre os mais elevados. Para efei-tos de comparação basta lembrar que o Dieese indica o valor de R$ 2,2 mil como salário mínimo ide-al para que uma família de quatro pessoas viva dignamente. Logica-mente que para se chegar a esta mé-dia há salários mais altos, como os de cargos de chefia. Mesmo assim, é um valor expressivo.

Para Fonseca, este é um novo ingrediente a interferir na competi-tividade da indústria, já prejudicada pelo câmbio desfavorável, elevadas taxas de juros, logística deficiente e altos insumos, como aço. O diri-gente sindical entende que o atual quadro de 53 mil funcionários não crescerá em 2011, podendo até ha-ver redução. Segundo ele, o empre-sário busca maior produtividade, ou seja, fazer mais com menos. Por isso, aportes significativos em au-tomação. E as importações de 2010 confirmam esta realidade: 39% dos valores aplicados pela indústria ca-xiense em compras no Exterior no ano passado foram em bens de ca-pital.

Com tiragem de 25 mil exempla-res, começou a circular a edição de 2011 do Guia de Caxias do Sul. idealizado pela Fesuppo Editora, tem a finalidade de levar informa-ções aos seus leitores, basicamente visitantes, sobre o setor turístico da cidade, listando mais de 250 opções de compras, gastronomia, hote-laria, entretenimento, passeios de aventura e turismo rural e urbano. Distribuído em mais de 100 pontos, o material traz como principal dife-rencial nesta edição a apresentação do conteúdo em português e inglês.

Para acompanhar a evolução do mercado da moda, integrantes do Núcleo de Moda do Sindicato da indústria do Vestuário e do Comi-tê de Estilo do Sindicato de Fiação e Tecelagem viajam à Europa. Lá visitarão feiras internacionais do

setor, visando identificar novida-des sobre tendências e tecnologias para aplicar nas edições do inte-gramoda, evento marcado para 23 de fevereiro, no intercity Premium Caxias, que apresentará tendências da Primavera-Verão 2011/2012.

Especializada em soluções em gestão pela qualidade, a EJRos Brasil, de Caxias do Sul, proje-ta crescimento de 30% em seu faturamento neste ano. isto que a empresa já expandiu seus negó-cios em 40% em 2010. Por meio de suas seis unidades, iniciou 42 novos projetos no ano passado e

tem como meta mais 40 para 2011. Para fevereiro anuncia a inaugura-ção do escritório de Porto Alegre.

Em 2011 a empresa comple-ta 10 anos de atividades, aten-dendo mais de 250 clientes em todo Brasil e assessorando mais de 160 certificações em nor-mas de processos e produtos.

Está confirmada para este do-mingo (6), no Salão Paroquial da Comunidade de São Luiz da 9ª Légua, a realização da 3ª Festa Oficial de Abertura da Colheita da Uva. A programação se inicia às 10h30 com missa, segue com a solenidade oficial e almoço colonial. A cidade apresenta média de pro-dução de uva de 57 mil toneladas pro meio de 1,7 mil produtores. Os ingressos custam R$ 22. No Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçal-ves, as atividades da Vindima 2011 se iniciam no sábado no Hotel Villa Michelon. Lá a programação se estende até o mês de março.

Caxias do Sul terá, a partir de ja-neiro de 2012, informações amplia-das e mais confiáveis sobre o desem-penho de sua economia. Por meio de parceria da CiC, CDL, UCS e Prefeitura foi criado um instituto de indicadores que reunirá os dados já disponíveis e incluirá outros novos, como da agricultura e construção civil. A entidade surge já com certo atraso, pois a cidade ressente-se de muitas informações econômicas e sociais, vitais para a defesa dos seus interesses junto às demais esferas de governo, bem como de desenvol-vimento de parcerias comerciais.

Produtividade três vezes maior do que a obtida com o cultivo convencional e até quatro se a comparação for com outros mo-delos de produção orgânica. Além disso, sem o uso de qualquer tipo de agrotóxico. Esse é o resultado de pesquisa da Embrapa de Bento Gonçalves com a variedade niágara rosada. O sistema usado garantiu produtividade de 42 toneladas por hectare contra média de 14 tone-ladas do cultivo convencional e 10 da produção orgânica. O projeto será apresentado quinta-feira (10).

O ceeM/FGV programou para segunda-feira (7), a partir das 19h, aula modelo do curso de pós-gradu-ação em Administração de Empre-sas. A aula, ministrada via satélite, servirá para que os interessados conheçam a dinâmica do curso.

O Sindicato dos Metalúrgicos desencadeou mobilização junto aos trabalhadores da Madal visando discutir com a empresa melhorias nos valores propostos a título de participação nos resultados. Nesta semana a direção da companhia, por meio de ofício, comunicou o in-teresse em negociar, mas pediu pra-zo até a publicação do seu balanço.

A Dolaimes Comunicação e Eventos está envolvida, neste início de ano, com a organização de cinco grandes eventos. As atividades começaram com as comemorações dos 50 anos da Vinícola Panizzon, de Flores da Cunha. Seguem com a inauguração da fábrica da Keko Acessórios, em abril, também em Flores da Cunha; realização do 6º Congresso Brasileiro de Enge-nharia de Fabricação e 10º Collo-quium internacional de Freios, em Caxias do Sul; do Simpósio de Logística Automotiva e Gerencia-mento da Cadeia de Suprimentos, em Porto Alegre; e a inauguração do novo centro logístico da Big Dutchman, em Araraquara, SP.

Turismo

Moda

Crescimento

Vindima

Instituto econômico

Alta produção

Lucros

eventos

SALÁRioS RoBuStoS

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Gil

mar

Gom

es, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

Curtas

Page 5: Edição 62

por ROBIN [email protected]

evar as denúncias imediatamente à Polícia Federal. Essa foi a rea-ção do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal à re-portagem exclusiva da última edi-ção de O Caxiense sobre irregu-laridades no Minha Casa Minha Vida na cidade. No número 61, o jornal revelou que imobiliárias e construtoras vendem apartamen-tos e sobrados acima do valor má-ximo do financiamento em vigor em Caxias do Sul – R$ 100 mil – e cobram a diferença “por fora”, paga diretamente às empresas, su-postamente sem o conhecimen-to da Caixa. Apesar da resposta da Caixa, uma correspondência enviada ainda em dezembro de 2010 a imobiliárias e construtoras caxienses comprova que o banco já conhecia esses problemas – e outros. Entre as 17 das 20 imobili-árias contatadas pela reportagem que afirmaram trabalhar com o Minha Casa Minha Vida, apenas quatro ofertaram imóveis dentro do limite. As outras sugeriram aos compradores que burlem as regras do programa.

Na quinta-feira (3), o ministé-rio e o banco enviaram uma nota conjunta ao jornal prometendo

providências: Diante das denún-cias apresentadas, a CAIXA infor-ma que o assunto será levado, de imediato, à Polícia Federal, para que sejam feitas as devidas inves-tigações. Ao mesmo tempo, a CAI-XA irá verificar se foi cometida alguma falha/irregularidade por empresas que atuem como Corres-pondente Imobiliário e, em caso positivo, procederá ao descreden-ciamento destas, sem prejuízo de outras providências legais.

o Ministério das cidades e a Caixa confirmam que já haviam encaminhado correspondência a todas as empresas que operam o programa na cidade alertando so-bre a gravidade e as consequências de, eventualmente, incluírem no PMCMV (Programa Minha Casa Minha Vida) imóveis cujo valor de venda esteja superior ao limite do programa e, inclusive, quanto à irregularidade e inadmissibilida-de de se receber ‘valor por fora’. A nota diz também que reuniões fo-ram feitas para ressaltar as regras do programa. O Caxiense teve acesso a uma cópia da correspon-dência citada, enviada no dia 9 de dezembro. Nela, a Caixa aponta que as seguintes denúncias e re-clamações quanto a irregularida-des e possíveis fraudes praticadas

por empresas chegavam ao banco frequentemente:

• Venda do imóvel por valor su-perior ao limite institucional do Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV, cobrando-se, à parte, valores além daque-les consignados no contrato de financia-mento;

• Venda de imóveis dentro dos limites do PMCMV, porém, cobrando valores à parte, além daque-les consignados no contrato de financia-mento;

• Produção de em-preendimentos mistos – parte en-quadrada no PMCMV e parte fora desse programa – porém, fazendo a campanha de comercialização como se todas as unidades se en-quadrassem no referido programa;

• Venda de unidades habi-tacionais não enquadradas no PMCMV, porém, prometendo ao propenso comprador que este terá direito aos subsídios do referido programa;

• Adulteração de comprovantes de renda, quer para se aumentar o valor dos subsídios a que o ad-quirente teria direito quer para

enquadrar adquirentes que, regu-larmente, não se enquadrariam no programa.

A correspondência segue di-zendo que o volume dessas ocor-

rências vem aumen-tando e que o banco adotará as devidas providências para apuração dos fatos e, inclusive, se ne-cessário, apresenta-rá denúncia crime à Polícia Federal, além de, na qualidade de credora, adotar as demais providências cíveis e legais rela-cionadas ao contrato de financiamento. A

correspondência é assinada pelo superintendente regional do ban-co na Serra Gaúcha, Renato Sca-labrin, e pelo gerente regional de canais, Fábio Müller, e também garante que o programa era ob-jeto de rigorosas auditorias por parte da Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União.

A Caixa, portanto, conhecia não só os problemas apontados por O Caxiense na edição 61 como outros. Procurados pela reporta-gem, Polícia Federal e Caixa não confirmam se alguma denúncia

Minha casa Minha Vida

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Banco sabia da existência de problemas desde dezembro. Entre eles, venda de imóveis sem aval de financiamento e adulteração de comprovantes

Os problemas continuam: na quinta-feira (3), uma imobiliária ainda vendia um sobrado em Ana Rech por R$ 110 mil, acima do teto em vigor

L

Polícia Federal deve apurar irregularidades do programa, que aumentou o valor máximo. Construtoras são mais rápidas: já estão reajustando imóveis de R$ 100 mil para R$ 130 mil

LaR, SUSPEITO LaR

www.ocaxiense.com.br 55 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 6: Edição 62

“Não é assunto nosso. É um contrato do mutuário com a Caixa. Já temos abacaxi que chega com o nosso público”, diz o secretário Cassina

“A prática não está atrelada ao valor, mas a uma maneira de pensar”, critica D’Arrigo, denunciando a ganância dos envolvidos

6 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

chegou a ser oficializada. No dia 25 de janeiro, durante a produ-ção da reportagem publicada na última edição, no entanto, o su-perintendente regional do banco para construção civil, Valdir José Angst, disse que denunciaria empre-sas que vendessem imóveis acima do valor máximo do financiamento na cidade se soubesse de algum caso. “isso é ilegal e, se a Caixa for notificada sobre isso, vamos denun-ciar as empresas”, afirmou.

A nota do minis-tério e da Caixa também faz uma ressalva à reportagem da última edição. Segundo os órgãos fede-rais, a venda ou o aluguel de imó-veis comprados com o financia-mento só é proibida para famílias da primeira faixa de renda (até R$ 1.395). Para as outras faixas, informam que é proibido dar des-tinação que não seja o de moradia do adquirente e de seus familiares, mas asseguram que não existe a proibição da venda do imóvel.

Famílias com renda mensal entre R$ 1.395 e R$ 4.900 que venderem as moradias que com-praram pelo financiamento não poderão participar novamente do Minha Casa Minha Vida ou de outros financiamentos subsi-diados. A partir de dezembro de 2010, os imóveis também só po-dem ser financiados uma vez com ajuda do programa.

A prefeitura se exime de fiscalizar a versão municipal do Minha Casa Minha Vida. O Ca-xiense revelou que beneficiá-rios vendem e alugam moradias compradas com ajuda do Caxias Minha Casa. O programa local incrementa a versão federal com abatimentos de impostos (para moradores e construtoras) e, para empreendimentos voltados a pes-soas com renda familiar de até R$ 1.395, doações de terrenos do Município. Nesta faixa, as primei-

ras 240 unidades serão entregues em junho. Apenas na segunda faixa, de até R$ 2.790, já foram entregues imóveis do Caxias Mi-nha Casa – também financiados pela Caixa, com abatimento de

tributos municipais. Nesse caso, a venda não é proibida. Mas, quando acontece em moradias recém-inauguras, indica que o beneficiário não tinha a neces-sidade alegada para receber o incentivo público. Ou seja: tomou o lugar de gente que precisava mais, e provavel-

mente ainda vai lucrar com isso. Embora não haja fiscalização, o

envolvimento da prefeitura com o programa é grande. Oito secreta-rias e uma autarquia participam do Caxias Minha Casa: Habitação, Obras, Planejamento, Urbanis-mo, Transportes, Educação, Meio Ambiente e Saúde e o Samae. Cada órgão emite parecer técnico sobre os empreendimentos ins-critos. Flávio Cassina, secretário da Habitação e coordenador da comissão gestora do Caxias Mi-nha Casa, não pretende requisitar fiscalização do financiamento por parte da administração munici-pal. “isso não é assunto nosso. É um contrato particular do mutu-ário com a Caixa. Nós já temos abacaxi que chega com o nosso público aqui, já é de enlouquecer.” O secretário promete, no entanto, ficar atento aos moradores sele-cionados pelo Município para os 240 apartamentos da faixa de ren-da mais baixa. “No momento que colocarmos nossos primeiros, aí sim, se houver alguma irregula-ridade, vamos ter que agir ime-diatamente. Também vai ser um pouco difícil, porque o contrato vai ser com a Caixa. Vai ter que haver uma colaboração para fazer da maneira mais certa possível para não dar margem a irregula-ridades”, diz o secretário.

O coordenador do Procon em Caxias, Dagoberto Machado,

afirma que só fiscalizaria o Mi-nha Casa Minha Vida e o Caxias Minha Casa se o órgão recebesse denúncia. “Se viesse algum con-sumidor reclamar, certamente iríamos atrás.” Tanto para Dago-berto quanto para Cassina, a res-ponsabilidade pela fiscalização do programa é da Caixa.

na semana que passou, o valor máximo dos imóveis do Minha Casa Minha Vida foi al-terado. O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço anunciou quarta-feira (2) que cidades com população entre 250 mil e 1 milhão de habitantes, como Caxias, terão teto de R$ 130 mil no financiamento. Nos muni-cípios com mais de 1 milhão de habitantes, o limite passará de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Os va-lores máximos da renda familiar dos participantes do programa não foram alterados. Em Caxias, vão até R$ 4,9 mil.

A readequação faz parte do pla-nejamento para a segunda fase do programa, que começou em janeiro deste ano e pretende con-tratar 2 milhões de moradias até 2014 – o dobro das efetuadas na primeira versão, entre março de 2009 e dezembro de 2010. As re-gras valerão a partir da publica-ção da norma no Diário Oficial.

O novo valor má-ximo dos imóveis do Minha Casa Mi-nha Vida é parecido com o que imobili-árias e construtoras caxienses alcançam cobrando uma dife-rença por fora. Para o presidente da As-sociação das imo-biliárias de Caxias do Sul (Assimob), Nelson D’Arrigo, a mudança não aju-da a combater as irregularida-des. “A prática não está atrelada ao valor, mas a uma maneira de pensar. Se o limite é R$ 130 mil, o cara que quer tirar mais por fora vai querer vender imóveis de R$ 160 mil”, avalia. O representante

da Assimob acredita, no entanto, que o valor dos imóveis não deve a subir por causa da modificação. “Não vão conseguir vender um imóvel de 50 m² (tamanho médio das moradias oferecidas dentro do programa na cidade) por mais de R$ 130 mil.”

Procurado pela reportagem, o presidente do Sindicato das indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Caxias do Sul, Valdemor Trentin, disse que só responderia aos questionamentos do jornal por e-mail, e através de sua assessoria de imprensa. Na última edição, Trentin declarou que considerava “normal” a co-brança de valores além dos de-clarados à Caixa por construtoras e imobiliárias. O jornal encami-nhou e-mail na quinta-feira (3) com novas perguntas, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

As irregularidades no Minha Casa Minha Vida também en-traram na pauta da Câmara de Vereadores. Denise Pessôa (PT) comprovou os problemas revela-dos por O Caxiense. Ela enviou e-mail para algumas imobiliárias perguntando por imóveis que se enquadrariam no Minha Casa Minha Vida e recebeu ofertas de moradias mais caras do que o valor máximo para Caxias.

“Respondi questio-nando se eles se en-quadravam no pro-grama. Ainda estou esperando resposta, e acho que nem vou ter”, afirmou a ve-readora na sessão de quinta (3). “Tem que colocar os res-ponsáveis na ca-deia, é um absurdo”, acrescentou o vere-ador Clauri Flores (PT).

o superintendente da Cai-xa, que também assinou a cor-respondência enviada às empre-sas dezembro passado, promete que as irregularidades deverão ser apuradas. “Todos os fatos ali

Page 7: Edição 62

apontados (na reportagem de O Caxiense) vão ser investigados, a cobrança de valores por fora e de imóveis que foram locados. A Caixa, com o Ministério das Ci-dades, vai fazer essa investigação. Nós zelamos para que as regras sejam cumpridas”, diz Scalabrin. Ele lembra que não são somen-te as imobiliárias e construtoras que cometem crimes ao comprar imóveis sem declarar à Caixa par-te do preço pago por eles. “Para nós, os valores que valem são os que estão escritos em contrato. Falamos para as pessoas que não trabalhem com números fora da-quilo. A própria pessoa que está comprando está informando algo que não é correto, está pagando

mais do que o valor que assinou no contrato. É falsidade.” Scala-brin ressalta que para participar do financiamento o beneficiado deve ir a uma agência da Caixa com uma testemunha. Nessa visi-ta, conta o superintendente, a lei-tura do contrato por um funcio-nário da Caixa é obrigatória.

Caso a investigação prometida ocorra e descubra os infratores – o que não parece difícil –, res-tará cobrar uma punição, que ain-da não está clara. “É difícil dizer o que vai acontecer. Tem várias situações, que passam até pelo descredenciamento em relação à Caixa, e que vão além, porque são recursos do governo, como as questões penais. Os fatos vão ser

analisados e tomaremos provi-dências”, assegura Scalabrin.

Na sexta-feira (4), a vereadora Denise se encontrou com Scala-brin e entregou-lhe cópia dos e-mails das imobiliárias. Apesar da reação de Brasília sobre as irregu-laridades no Minha Casa Minha Vida em Caxias, as empresas não parcem ter se intimidado com a revelação do esquema. Segundo a vereadora, a Caixa já começou a receber pedidos de construtoras para reavaliação dos imóveis, a fim de enquadrá-los no novo va-lor máximo. “Um imóvel que até ontem custava R$ 100 mil hoje querem R$ 130 mil. Mas a Caixa não vai reavaliar”, diz Denise.

As construtoras, porém, já to-

maram a iniciativa de mexer nos preços por conta, antes mesmo das reavaliações. Também na sex-ta-feira, um corretor de imóveis, que pediu para não ser identifica-do, revelou que uma construtora pediu a ele para alterar o valor de um apartamento de R$ 100 mil para R$ 130 mil. “Subiu 30% do dia para a noite. Mas o imó-vel tem a mesma metragem, usa os mesmos materiais e mão de obra. Agora, só porque subiu o teto, vale R$ 130 mil. Se as cons-trutoras aumentarem o preço dos imóveis, as pessoas de baixa ren-da não poderão comprar”, alertou o corretor. Como se vê, a Polícia Federal tem muito a investigar no mercado imobiliário de Caxias.

www.ocaxiense.com.br 75 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 8: Edição 62

08 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 9: Edição 62

www.ocaxiense.com.br 095 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 10: Edição 62

por JOSÉ EDUaRDO [email protected]

om pouco menos de duas sema-nas no Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Serra (CRPO/Serra), o coronel Nico-medes Barros Vieira Júnior, 51 anos, teve como primeiro grande ato a ausência da própria cerimô-nia de posse. Controverso em al-guns momentos e obstinado em outros, o novo comandante, na-tural de Porto Alegre, passa dia e noite envolvido com estratégias de policiamento na região. Sem-pre cuidadoso com as palavras, Barros não se arrisca a julgar polí-ticas públicas nem se compromete em defender ou não a instalação do Colégio Tiradentes em Caxias, anunciado pela ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), em 2010.

o senhor já está adaptado ao contexto da segurança na Serra?

Quando eu soube que iria assu-mir o comando comecei a estudar Caxias. Li relatórios e a situação de delinquências dos últimos cin-co anos. Já iniciamos as ações sa-bendo como resolvê-las. Não se podia esperar muito tempo.

Você não esteve presente na pró-pria posse...

E casualmente na hora da for-matura estavam roubando um banco em ipê. E eu fui para lá. Ficamos até uma e pouco da ma-drugada. Foram sete presos. isso a imprensa se esqueceu. Acho que

essas solenidades, pra mim, não têm importância. E principal-mente esta de posse, no estado em que se encontra Caxias, não é mo-tivo para festa. Enquanto estamos fazendo festa os camaradas estão assaltando.

com relação ao Pronasci (Pro-grama nacional de Segurança Pública com cidadania), políti-ca que o governador tarso Gen-ro quer implantar no estado, o senhor acha que se encaixaria em caxias?

Nós somos servidores públicos e de quatro em quatro anos muda o governo do Estado. Quando se é empossado um novo governo, vem também sua política de segu-rança pública. O Pronasci já está em nível nacional e agora com o governo do Estado também vem forte. Nós temos de executar exa-tamente a política de segurança pública do governo que está no mandato. Não pode ser diferen-te. Na realidade, vamos trabalhar com as ações integradas tipo Ga-binete de Gestão integrada Mu-nicipal (GGIM, que integra ações das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Secretarias de Segurança Públi-ca), que é o ponto alto da política de segurança pública.

Parece que, de certa forma, o se-nhor não compactua totalmente com o programa.

Políticas de segurança pública do Estado eu não questiono, as-

sim como os meus comandados não questionam minhas ordens. Está posto, será feito.

como avalia a Polícia cidadã do governo anterior?

Eu não posso avaliar a política de segurança do Estado. Como eu, como subordinado, vou fazer isso? A segurança melhor é a do partido anterior ou a do atual? Pra mim, a política que estiver posta é a que eu vou cum-prir. Já estive em diversos governos. A gente não avalia, porque não é ético. Passam governos, entram governos e nós estaremos tra-balhando na segu-rança como sempre. Não nos cabe ava-liar, criticar ou com-parar as políticas do partido A com as do B. Me compete é tra-balhar na política que vai ser im-plementada no governo que está na gestão. E trabalhar da melhor maneira possível para que efetiva-mente dê certo.

Já saiu o nome do diretor do co-légio tiradentes?

Não saiu o nome do diretor. Não sabemos se o colégio será implantado. Ainda está indefini-do. isso não é definição nossa. O comando da Brigada vai encami-nhar ao Estado.

Qual é o trabalho atual de par-ceria entre a BM e a Guarda Mu-nicipal?

Devo falar com coronel Louza-da (Roberto Soares Louzada, titu-lar da pasta da Secretaria de Segu-rança Pública e Proteção Social de Caxias) nos próximos dias e pro-por algumas situações de traba-lho. Ele pode direcionar a Guarda Municipal para algumas questões e desonerar a Brigada destes as-

suntos para que possamos trabalhar no combate ao cri-me. Hoje a Patram (Patrulha Ambien-tal) atende questões de som alto. Se tiver um carro com som alto, a fiscalização ficaria para o guar-da de trânsito. Atu-almente somos nós que estamos fazen-do esse trabalho. Se ela tiver condições

de assumir as praças, eu retiro o policiamento e coloco eles em viaturas para irem aos bairros. Existem ações, que mesmo com atuação mais limitada, a Guar-da Municipal pode fazer, como por exemplo fiscalizar as praças públicas, colégios e trânsito. Se ela assumir essas atividades, nós podemos nos desonerar delas e então trabalhar no combate ao crime. Porque a Guarda Munici-pal não pode fazer essa parte de combate ao crime.

cRPo-Serra

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“A lei prevê, é possível e é bom para a segurança pública que eles estejam armados”, comenta sobre Guarda Municipal

Barros é enfático sobre ausência na própria posse: “Na hora estavam roubando um banco. Enquanto estamos fazendo festa os camaradas estão assaltando.”

10 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

c

Coronel Barros confia que Guarda Mu-nicipal de Caxias pode andar armada, prevê uso de helicóptero e não sabe se Colégio Tiradentes será implantado

Na LINhaDE COmaNDO

Page 11: Edição 62

essa foi uma das justificativas do senhor, no comando do cRPo/Vale dos Sinos, para que a Guar-da Municipal de novo Hambur-go não utilizasse armamento de fogo?

Não. Lá eles estão em uma situ-ação equivocada. Tem a ver com a legislação. O fiscal de trânsito e os guardas são os mesmos. O fiscal de trânsito não pode estar armado porque não está fazendo a função de guarda. Se tu fores a Porto Alegre vais ver que a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) faz a fiscalização do trânsito e eles não andam ar-mados. Em Novo Hamburgo en-caminhamos um documento ao Ministério Público porque eles estavam em situação que con-traria a legislação. Teve até uma situação em que, na abordagem, um fiscal deu um tiro e acertou a cabeça de uma criança. Caxias do Sul está de acordo com a lei. E a gente quer inclusive acertar para que eles possam atuar de uma for-ma mais abrangente.

não tem nenhum problema guardas trabalharem armados?

Não há problemas porque há previsão legal para isso. E é bom que trabalhem armados. Eles atu-am na proteção do patrimônio público. Quem trabalha na se-gurança privada anda armado. A guarda atualmente estava usando o taser (arma não letal que emi-te choque elétrico). E agora vi que eles estão se qualificando para andarem armados (com armas de fogo). A lei prevê, é possível e é bom para a segurança pública

que eles estejam armados.

e com relação ao trabalho em conjunto com a Polícia civil?

Fizemos a primeira reunião com a Polícia Civil hoje (1°). Ago-ra vamos começar a conversar. Fazer algumas ações conjuntas, estratégias integradas. O relacio-namento com a Polícia Civil já vinha bom. Não temos proble-ma nenhum aqui em Caxias e a tendência com essa aproximação é inclusive melhorar o relaciona-mento para a realização das ações. Já atuamos em parceria com a Po-lícia Civil. Eu estou nesse ramo há 33 anos e sempre obtivemos resultados satisfatórios.

existe previsão de aumento de efetivo para a região?

Agora não existe previsão de transferência para cá. O que virá é um helicóptero, até o final deste mês. Caxias já teve um helicóp-tero, mas ele voltou para Porto Alegre. Agora a cidade vai ter um permanentemente. Com o heli-cóptero se aumenta a visibilidade das rotas de fuga. Então fica mui-to fácil o acompanhamento. Lá de cima não tem esconderijo. Se ele (helicóptero) subiu na hora do as-salto não tem fuga.

com relação ao atual efetivo, existe a necessidade de amplia-ção? Dá para manter toda a re-gião?

Com o efetivo de hoje, qualifi-cado, e com a solicitação de mais horas extras, nós podemos me-lhorar e muito a situação da segu-rança pública. Não posso dizer o

número atual de policiais porque assim os ladrões também vão ter essa informação.

Qual é a estratégia de combate ao crime?

Privilegiamos os locais de maior incidência de crimes, buscando as pessoas que praticam ações de-lituosas. Nós sabemos onde eles moram, atuam, onde visitam as namoradas, onde compram as drogas. Estamos atuando nestes locais. Porque enquanto eles esti-verem tranquilos é por que a so-ciedade está intranquila.

o que deseja implantar em ca-xias?

Nós vamos implementar diver-sas ações. Mas se formos dizer o que nós vamos fazer, os ladrões também vão ficar sabendo. Não vai ter uma ação deno-minada operação X ou Y. Vai ser a ope-ração normal do serviço de polícia ostensiva repressiva da Brigada Militar de Caxias do Sul.

em quanto tempo, com essas ações, se conseguirá obter um resultado efe-tivo?

Nós queremos o mais rápido possível. Eu acordo e trabalho. Não estou tendo muito tempo para lazer, que é necessário. Esta-mos trabalhando para mudar a si-tuação logo, que inclui a diminui-ção dos crimes, furtos, roubos,

homicídios, número de armas nas ruas. Com isso visamos diminuir o sentimento de insegurança na cidade.

normalmente este período do ano é quando ocorrem o maior número de homicídios?

Não necessariamente. Existem variáveis que alteram este quadro. Essa situação de janeiro, com 19 homicídios é atípica. Nunca teve isso. Em cada um dos homicídios nós temos o levantamento com-pleto da situação, se foi passio-nal, quem são os suspeitos, para podermos fazer o trabalho de prevenção. No ano passado ocor-reram 137 homicídios, a maioria vinculados às drogas.

A situação da Serra é semelhan-te a dos outros lu-gares que o senhor já trabalhou?

Existem algumas variáveis. Existe o aspecto geográfico, o cinturão de pobre-za, a desigualdade social, a pessoa des-qualificada que se desloca para conse-guir emprego. Então cada região tem as suas peculiaridades. É preciso estudar a

região para traçar o cenário antes de começar o trabalho.

caxias vai ganhar principal atenção na contenção ao crime?

Hoje vou centrar a atenção em Caxias. É o meu principal progra-ma, certamente.

www.ocaxiense.com.br 115 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Eu não posso avaliar a política de segurança do Estado. Eu como subordinado, como vou fazer isso? ”, reflete

Ações do CRPO vão privilegiar locais com maior número de ocorrências. “Enquanto eles estiverem tranquilos é por que a sociedade está intranquila”, diz

Edital de Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião

5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (Vinte) dias. Natureza: Usucapião Processo: 010/1.09.0034611-9 (CNJ:.0346111- 65.2009.8.21.0010). Autor: Orides Monegat e Clarilda Omissolo Monegat Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre o imóvel a seguir descrito. IMÓVEL: “PARTE DO LOTE RURAL Nº 01 E DO TRAVESSÃO HERMINIA, 6ª LÉGUA E PARTE DO LOTE RURAL Nº 55 DO TRAVESSÃO SOLFERINO, 5ª LÉGUA, distando 674,20 metros da es-quina com a Estrada Municipal Armando Bertoni, com as seguintes medidas perimetrais: NORDESTE: 16.,64 metros fazendo frente para a Estrada Municipal nº 14, SUDESTE: por duas linhas, a primeira de 0,66 metros com terras de Fermino Mari e Herdeiros, Servidão de Passagem e a segunda linha de 112,18 metros com terras de Orides Monegat e Sulmix Nutrientes Agropecuários Ltda, SUDOESTE: 41,28 metros confrontando com servidão de passagem, NOROESTE: 122,14 metros confrontando com servidão de passagem. Área Superficial de 3.342,48m².”. Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC),sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo(s) autor(es).

Caxias do Sul, 20 de dezembro de 2010.SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas - Escrivã. JUIZ: Silvio Viezzer.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIOEDITAL DE INTERDIÇÃO

Vara de Família - Comarca de Caxias do Sul.Natureza: Interdição Processo: 010/1.10.0026286-3 (CNJ:.0262861- 03.2010.8.21.0010). Requerente: Marta Cesa Stumpf. Requerido: Orphelia Milani Ceza. Objeto: Ciência a quem interessar possa de que foi decretada a INTERDIÇÃO do REQUERIDO(A): Orphelia Milani Ceza, por sentença proferida em 17/12/2010. LIMITES DA INTERDIÇÃO: Interdição de alcance total.. CAUSA DA INTERDIÇÃO: Incapacidade total e permanente da parte interdi-tanda para reger sua pessoa e administrar seus bens, por sofrer de doença codificada na classificação internacional de doenças sob nº G 30. PRAZO DA INTERDIÇÃO: Indetermi-nado.. CURADOR(A) NOMEADO(A): Marta Cesa Stumpf. O prazo deste edital é o do art. 1.184 do CPC.

Caxias do Sul, 24 de janeiro de 2011. SERVIDOR: Heloisa Curtolo Peixoto. JUIZ: Maria Olivier.

Page 12: Edição 62

por VaLQUÍRIa [email protected]

stão silenciosas e vazias as hor-tas comunitárias do bairro Vila ipê na tarde de terça-feira (1). A maior delas – onde há uma pla-ca caída indicando que o local faz parte do programa da prefeitura cujo objetivo é garantir agricul-tura de subsistência a famílias pobres – é cercada e fechada por um cadeado. Aproximando-se, é possível ouvir um barulhinho constante dos fios das redes de transmissão, já que as hortas são uma parceria do Município com a Eletrosul, e as plantações desse tipo só podem estar embaixo das antenas. Há uma grande varieda-de de vegetais brotando.

Maria de Fátima de Freitas, 45 anos, a líder do grupo de uma das hortas comunitárias, coordena seis pessoas. Quando terminou de fazer doces de figo, embora não os produza na horta, sentou-se e expli-cou qual o principal motivo que a levou a entrar no projeto da horta comunitá-ria: saúde. Três anos tendo contato com produtos químicos na metalúrgica onde trabalhava lhe oca-sionaram uma forte intoxicação no fíga-do. A melhor saída, apontada pelo médico, seria con-sumir muitos vegetais – livres de agrotóxicos. “Eu ficava pensando de onde eu ia tirar dinheiro para isso.” Foi aí que ela entrou no pro-grama municipal. Lançadas em 2005, as hortas comunitárias são um projeto do setor de Segurança Alimentar da prefeitura de Ca-xias, juntamente com a Eletrosul, que cede os terrenos das redes transmissoras para a implantação. A prefeitura entra com o auxílio técnico e com o material, como sementes e adubo. O restante fica a cargo das famílias inscritas no programa, que podem consumir tudo o que colherem em suas hortas, além de venderem o ex-cedente. Hoje há quatro hortas – três no bairro Vila ipê e uma no

bairro Serrano. Segundo a prefei-tura, há 20 famílias envolvidas, produzindo cerca de 2 toneladas por mês. O programa está desti-nado a famílias de baixa renda, mas o caso da horta de Maria de Fátima faz parte das exceções. Ela integra um grupo de famílias de classe média que ocupa o progra-ma por ter problemas de saúde, não poder trabalhar e precisar ingerir significativa quantidade de vegetais sem pesticidas – que nem chegam perto das hortas. Es-sas famílias não tiram o lugar de outros interessados no programa porque infelizmente, mesmo com incentivo, muitos não aproveitam a chance de ter fonte de alimento e renda disponível em um pedaço de terra.

“Para não perder o que planta-mos, quer dizer, para não colocar fora, acabamos consumindo mui-to mais que o que consumiríamos normalmente. Nos acostumamos

com um prato colo-rido. E meus exames hoje estão muito melhores”, assegura Maria. Segundo ela, toda a família sente os benefícios de um prato com mais cor, principalmente, seu filho de cinco anos. “Ele come cenoura crua direto da hor-ta.”

Ela diz que prefere não vender o excedente porque o retorno não seria muito significa-tivo. Mesmo assim, tem orgulho do que poderia ostentar na prate-leira de uma feira ecológica. “Bró-colis, berinjela, repolho, couve-flor, tomate, cenoura, beterraba, moranga, batatinha, vagem, quia-bo, milho...”. E completa: “A gente planta para a saúde. Ganhamos nos alimentando bem. É muito bom consumir sem veneno, o sa-bor é totalmente diferente.”

Divide a mesma opinião a vizi-nha Lizete da Silva, 29 anos, que também faz parte da horta co-munitária, juntamente com mais duas cunhadas, onde plantam “de tudo”, em maior quantidade aipim e batata doce. As três tam-bém produzem exclusivamente

Segurança Alimentar

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Já falamos naFAS, que mandoupessoas, mas eles chegaram aqui querendo salário”, relata Júlia, da dupla que restou do grupo de 25 pessoas

Maria de Fátima trabalha com orgânicos para ter uma vida saudável

12 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

e

Funcionando apenas em dois bairros e com desistência frequente de participantes, hortas comunitárias aguardam por interessados

FÉRTIL PaRaPLaNTaR, DIFÍCIL DE COLhER

Page 13: Edição 62

para o consumo. “Na nossa casa não precisamos comprar isso. Entramos no programa para ter alimentação mais saudável. Daí evitamos comer o que vem do mercado”, conta Lizete.

Outro grupo, de uma diferente horta comunitária do Vila ipê, formado por nove pessoas, é liderado por Matilde Apare-cida Alves, 52 anos, que vai desistir de trabalhar. “Trabalho todo dia, mas estou saindo. Toda vida trabalhei e sempre tentamos produzir produto bom. Mas eu moro no Cânyon e tenho que subir um morro todo dia. Estou com diabetes e problema de coração, daí não dá”, diz res-saltando que manterá uma pe-quena horta, de cebola e couve-flor, em sua casa. “Já sei de mais três que vão sair também”, adianta Matilde.

A desistência de alguns participantes não desanima a di-retora da Segurança Alimentar da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Alimentar, Janete Tava-res. “As hortas comunitárias são o nosso maior objetivo esse ano. A horta gera renda, saúde e pro-teção, pois evita invasão daque-las áreas. Eu sou apaixonada por esse programa, pois ele não tem dimensão, ele contempla tudo”, diz Janete, explicando que uma ponta puxa a outra. Por exemplo, o programa está destinado, espe-cialmente a pessoas que não têm condições de trabalhar fora. Um idoso, em vez de ficar em casa sem ocupação pode começar a fa-zer parte da horta, ter o suficien-te para se alimentar com saúde e economizar, além de ganhar com a venda do excedente, se assim o quiser. De uma mesma famí-

lia apenas um pode trabalhar na horta e o serviço deve ocupar, no mínimo, meio turno por dia. “Só tem que manter a horta plantada e limpa. Nós damos o auxílio.”

O esquema de produção das hortas deve mudar um pouco a partir deste ano. Coordenações

como as de Maria de Fátima e Matil-de não mais exis-tirão, pois cada participante ficará responsável exclu-sivamente por seus canteiros. “Porque hoje tem um que trabalha mais, um que trabalha me-nos...”, diz Janete.

A chefe de ges-tão ambiental da

Eletrosul, isadora Rodrigues dos Santos, diz que também gostaria de ver todas as hortas com pesso-as trabalhando. “Por incrível que pareça, tem regiões que coloca-mos as hortas e elas são abando-nadas.” A empresa cede áreas sob linhas de transmissão em quatro Estados do Brasil – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. “Pegamos a área das linhas de transmis-são que tem risco de invasão e fazemos esse trabalho com a co-munidade, que pode usá-la para pequenas hortaliças. Ensinamos a pescar, não damos o peixe”, ex-plica.

Ela diz que em outros municí-pios a própria Eletrosul fiscaliza se as hortas estão realmente sen-do ocupadas da maneira correta, mas que no caso de Caxias essa responsabilidade é apenas da pre-feitura.

A chefe de gestão ambiental des-carta qualquer risco de acidentes às pessoas que estão plantando embaixo das linhas de transmis-são, e ressalta que são proibidas apenas construções. “Não tem risco porque são para pequenas

hortaliças. Não pode ter pessoas morando ali embaixo, mas passar ali pode, tanto que nós mesmos passamos para fazer a manuten-ção”, afirma.

Júlia Rosa Paulino, 51, e Amábile Madalena, 72 anos, são as únicas que restaram de um grupo de 25 pessoas na horta co-munitária do Serrano. “O pessoal não quis mais. Trabalhar mesmo ninguém quer”, diz Júlia. O grupo foi diminuindo aos poucos. “Por-que é puxado e não tem renda. A gente vende na feirinha do Serra-no nas terças-feiras. O que a gente leva a gente vende. Mês passado, no total, ganhamos R$ 286. Para dividir entre nós duas”, explica. “É mais um passatempo, para se desestressar”, completa.

Mas poucos atraíram-se pela ideia de se ocupar sem ter grande retorno financeiro. “Nessa horta trabalhavam vários que tinham problema de saúde, tinha um com depressão e um com esqui-zofrenia, e era bom para eles. Mas saíram. Precisaria de umas cinco ou seis pessoas. Já falamos na FAS (Fundação de Assistência Social), que mandou algu-mas pessoas, mas eles chegaram aqui querendo salário”, relata.

Júlia conta que elas ficarão na hor-ta apenas até junho, quando colherão o milho e o feijão, pois a prefeitura, segundo elas, não dará mais auxílio de mudas e semen-tes, já que restou tão pouca gen-te na horta. Somou-se a falta de incentivo o cansaço das duas em trabalhar na terra e no sol. Amá-bile diz que já não tem mais idade para isso e Júlia conta ter prótese no joelho e problema de coluna. “Daí resolvemos largar. É muito

pouca a assistência da prefeitu-ra.” Elas dizem que não sabem o que acontecerá com o espaço, que tem cerca de 1 hectare, quan-do saírem. “Acho que o dono do terreno vai tomar conta.” Janete explica que essa horta do Serrano é diferente pois está em um ter-reno particular e seu dono a quer de volta. Por causa disso, as pró-ximas hortas que surgirem serão instaladas apenas em terrenos da Eletrosul, para que ninguém mais precise se retirar.

Júlia e Amábile afirmam que vão precisar se acostumar a ro-tina sem a horta, afinal, foram mais de seis anos, diariamente, do início da manhã até o meio dia, plantando, cuidando da terra e colhendo. “Mas fazer o que né? Não é da gente”, diz Júlia. “Nós va-mos sentir falta disso aqui”, afir-ma Amábile.

Júlia conta que o mais cansa-tivo, em seis anos que trabalhou ali, não foi o cuidado com a hor-ta, mas sim a distância de sua casa até a plantação, que é de mais de 1 quilômetro – trajeto no meio do mato que precisou fazer diaria-mente a pé. Problema que seria

resolvido se houves-sem mais hortas co-munitárias – talvez uma que fosse mais próxima da casa de Júlia, o que também poderia resolver o problema de Ma-tilde, moradora do Cânyon.

Segundo Janete, uma outra ideia do programa este ano é justamente au-

mentar a quantidade de bairros atendidos com as hortas, já que o contrato com a Eletrosul foi estendido por mais cinco anos. “Agora não tem limite de exten-são para elas”, empolga-se. Basta saber apenas, se haverá empolga-dos em ocupá-las.

www.ocaxiense.com.br 135 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

“Ganhamos nos alimentando bem. É muito bom consumir sem veneno, o sabor é totalmente diferente”, conta Fátima

“Só tem que manter a horta plantada e limpa. Nós damos o auxílio”, explica Janete Tavares, da Segurança Alimentar

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Horta localizada no Bairro Serrano perde colaboradores e espaço: está situada em um terreno particular

Page 14: Edição 62

por ROBERTO [email protected]

úmeros são incontestáveis. Eles indicam crises, como a de 2008 e 2009, e também crescimento, como o registrado no ano passa-do. Caxias do Sul conviveu com estas duas realidades. Com a cri-se, os negócios caíram 5%, mas o número de empregos se manteve estável. Para recordar, o PiB na-cional recuou apenas 0,2%.

A reação se deu na mesma pro-porção. Os indicadores do ano passado, com alta de 21,8%, estão muito acima dos 7,5% nacionais e 8,9% estaduais. Há uma explica-ção lógica: a vocação industrial da cidade, a mais sensível aos mo-vimentos da economia mundial. A indústria elevou sua atividade produtiva em 31,5%; o comércio em 6,7%; e o segmento de servi-ços em 13%. Em 2009, indústria e comércio apuraram quedas de 9,3% e 8,4%, enquanto nos servi-ços houve alta de 4,3%.

É preciso recordar que Caxias responde por 55% da pro-dução nacional de implementos rodoviários e 37% das carroçarias de ônibus. Tem ainda participa-ção na produção de componentes para veículos pesados, com ênfa-se para caminhões, atividade que cresceu mais de 50% no passado, superando produção de 190 mil unidades. Há de se considerar, também, sua expressiva ligação com a indústria de máquinas e implementos agrícolas por meio de componentes e produtos aca-bados. Este segmento evoluiu 34%.

Por conta da vocação, a câmara automotiva representou 77% do faturamento da indústria meta-lúrgica da cidade, que superou os R$ 17 bilhões, em alta de 31,8%. Já o segmento, incluindo as em-presas metal-mecânicas e eletro-eletrônicas, responde por 70% de tudo que é industrializado local-mente e 43% da atividade econô-mica da cidade. Não é por nada que emprega 53 mil pessoas. Em percentuais, 32,5% da força de trabalho de Caxias.

na apresentação dos re-sultados do ano passado, Ale-xander Messias, um dos diretores do Departamento de Economia, Finanças e Estatísticas da Câma-ra de indústria, Comércio e Ser-viços (CiC) de Caxias, resumiu o entendimento geral: “Foi um ano excepcional, muito melhor do que a mais otimista das proje-ções”. A estimativa inicial era da ordem de 10%.

O vice-presidente da CiC para a indústria, Carlos Heinen, apos-ta num intervalo de 5% a 9% de crescimento para este ano. O tam-bém diretor do departamento, Carlos Zignani, acrescenta que os sinais emitidos por recentes ações do governo indicam que o cená-rio é positivo e salienta que o go-verno federal está em vias de for-malizar a ampliação da vigência do Programa de Sustentação do investimento (PSi), que se encer-raria em março. Outro fator que deve influenciar positivamente a indústria de Caxias é a obrigato-riedade do uso de motores Euro 5 em ônibus e caminhões a partir de 2012, situação que determina-

rá elevação nos custos dos equi-pamentos e do combustível. De acordo com Zignani, os preços deverão sofrer reajustes superio-res a 10%, gerando antecipação de compras em 2011.

O presidente do Simecs, Getu-lio Fonseca, trabalha com índice de 10%. É preciso lembrar que o PiB nacional não deve crescer acima de 5%. O dirigente ain-da aponta dificul-dades que terão de ser superadas em 2011: taxas de juros elevadas – já estão em 11,25% e fala-se em novo arrocho na próxima reunião do Copom -, valo-rização do real que compromete as exportações, lo-gística e a ganância pública por arrecadação via impostos. “O em-presário não suporta mais pagar tributos elevados e ainda ter de assumir responsabilidades dos governos, como saúde, educação e segurança. isto precisa mudar urgentemente”, cobrou Heinen.

A indústria de caxias fe-chou o ano com alta de 31,5%, com crescimento de todos os da-dos que formam o Índice de De-sempenho industrial. Destaque para o incremento superior a 40% nas compras e vendas industriais e horas trabalhadas. A massa sa-larial paga no ano aumentou 24% e a utilização da capacidade insta-lada fechou em 79%. No segmen-to de bens de capital o incremen-to foi de 41,8%, com altas de 66%

nas compras, 56,5% nas vendas e 55% nas horas trabalhadas.

O segmento de serviços apurou crescimento de 13% e o comér-cio, que somente conseguiu sair do vermelho a partir de outubro, fechou o ano com alta de 6,7%. O Natal de 2010 foi considerado o

melhor da década. Para 2011, de acor-do com Luiz Antô-nio Kuiawa, novo diretor do SPC na cidade, a estimativa é de crescimento de 5% para o comércio.

o desempenho positivo da econo-mia da cidade se re-fletiu na geração de quase 13,8 mil em-pregos. A indústria,

juntamente com a construção ci-vil, respondeu por 70% das novas vagas. O setor de serviços criou 2,2 mil e o comércio outros 1,9 mil. Em 31 de dezembro, 163.493 trabalhadores tinham emprego formal na cidade.

Mesmo ficando abaixo dos nú-meros de 2007 e 2008, as expor-tações caxienses cresceram 38,5% no ano passado, alcançando US$ 898 milhões, com 30% dos em-barques para Argentina e Chile. Já as importações avançaram 78%, para US$ 539 milhões, resultando em saldo comercial de US$ 359 milhões. Este ano, no entanto, deve ser diferente. Na avaliação de Alexander Messias, mantida esta tendência a cidade deve fe-char 2011 com saldo negativo. “Esta situação é muito delicada e precisa de atenção especial.”

Desempenho caxiense

“O empresário não suporta mais pagar tributos elevados e ainda ter de assumir responsabilidades como saúde, educação”, cobra Heinen

14 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

n

Sob forte influência da indústria, com destaque para a automotiva, economia de Caxias cresceu 21,8% em 2010 e gerou quase 14 mil novos empregos

“FOI Um aNOExCEPCIONaL”

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: Declaratória Processo: 010/1.10.0004840-3 (CNJ:.0048401-92.2010.8.21.0010). Autor: Macrosul Borrachas e Parafusos Ltda. Réu: APF Equipamentos e Suprimentos para Informática Ltda. Objeto: CITAÇÃO de APF Equi-pamentos e Suprimentos para Informática Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 18 de dezembro de 2010.SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Cláudia Rosa Brugger.

Fonte: Câmara de indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul

Mês atual/mês ano anteriorAcumulado no anoAcumulado em 12 meses -5,1

janeiro/10 fevereiro/10 março/10 abril/10 maio/10 junho/10 julho/10 agosto/10 setembro/10 outubro/10 novembro/10 dezembro/10

35,030,025,020,015,010,0

5,00,0

-5,0-10,0

Page 15: Edição 62

www.ocaxiense.com.br 155 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

por CaROL DE [email protected]

cada novo dia, uma nova esperan-ça renasce dentro do seu coração! Por isso, vibre com a vida que está em você! Agradeça sempre! Que Deus seja luz em todos os seus passos! Abraço e bênçãos!”. O trecho poderia muito bem ser o encerramento de um sermão. Mas não. É o primeiro post de frei Jaime Bettega no Twitter. Um dos religiosos mais respeitos de Ca-xias do Sul, ele enxergou nas redes sociais um grande potencial para cumprir sua missão de propagar a palavra de Deus e agora, além do rádio, de uma coluna em jornal, palestras e missas, utiliza também o microblog e o Facebook para es-palhar suas mensagens de fé. Em dois dias (até a manhã do dia 4), sua conta no Twitter já contabili-zava 138 seguidores, no Facebook eram 3.879 amigos. Com esse nú-mero, daria para encher 6,5 vezes a igreja imaculada Conceição, co-nhecida como Capuchinhos, sua paróquia, que tem 600 lugares.

Jaime Bettega tem forma-ção em Filosofia, Teologia, Ad-ministração de Empresas, pós-graduação em Gestão de Pessoas e mestrado em Administração, com enfoque na Espiritualidade nas Organizações. É professor de Ética no curso de Administração da UCS, coordenador da Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados e do Projeto Mão Amiga. Há 20 anos trabalha na Rede Sul de Comunicação, man-tida pelos capuchinhos. O frei

ainda consegue tempo para pales-tras em auditórios sempre lotados – em 2010 foram 54 eventos com certificado.

“Me considero um curioso no sentido de me aproximar das pessoas. Vejo que os meios que estão aí devem ser aproveitados. A gente divulga tanto as coisas negativas, e penso que tenho que aprender a usá-los para divulgar o bem. isso foi uma das minhas motivações”, afirma Jaime.

Nas postagens no Facebook há sempre, no mínimo, 10 pessoas clicando na opção “curtir”, che-gando a 80. Às vezes, ele é pro-curado para “confissões virtuais”. “O pessoal coloca muito os pro-blemas que estão tendo. Vi que as palavras que escrevo lá dei-xam elas mais em paz”, conta. Seu mural é lotado de recados como o de Jacson Papi. “Obrigado por momentos de luz e palavras que tocam nossos corações. Que con-sigas semear para a humanidade estes momentos de amor e gra-tidão.” Alguns querem até um espaço na agenda como Joscele Ludwig. “Gostaria de saber como funciona para você poder vir aqui em casa dar uma benção.” Fabri-cia Zanchetti disse: “Frei Jaime, li a matéria no O Caxiense (prévia no site) e entendo que Jesus Cristo mesmo não estando aqui utiliza as redes sociais para evangelizar e espalhar o bem, através de você e de outras pessoas das quais ele se utiliza para mandar ‘seus recados’. Evangelizar não tem lugar e nem hora!”. Mas o recorde é da seguin-te postagem do frei: “Bom Dia! A

cada amanhecer uma nova opor-tunidade de vida desponta! Muita paz! Hoje é dia de São Brás, dia de benção da garganta! Abraço!”, que 127 pessoas curtiram e mais 36 deixaram comentários.

o sucesso nas redes sociais está enchendo os bancos da Pa-róquia. Há muitos fiéis que vão à igreja motivados pelas postagens de frei Jaime. “As noivas, então, é uma briga para marcar casamen-to”, brinca. O casal Greice Tedes-co e Felipe Gremel-maier foi um dos sortudos que conse-guiram, após agen-dar com mais de um ano de antecedên-cia, ter o casamento celebrado por Jaime. A ligação das famí-lias com o religioso é anterior. “Quando eu tinha 12 anos, sofri um acidente com queimaduras graves, e ele foi na minha casa nos dar apoio. Para o Felipe tam-bém, sempre foi muito partici-pativo e ajudou nos momentos mais difíceis”, conta Greice. Ao tomarem as decisões envolvendo o casamento, os dois não tiveram dúvidas de quem seria o esco-lhido para celebrar a cerimônia. E, apesar de terem se casado na Catedral, fizeram o curso de noi-vos nos Capuchinhos, com Frei Jaime, claro. “É muito marcante. Ele nos dá lições valiosas que só vamos nos dar conta depois, no dia a dia juntos. Também convi-da pessoas da comunidade para

darem seus depoimentos, casais que estão juntos há 30, 40 anos e passaram por muitos obstáculos. A religiosidade é um suporte para o casal. Se a gente se agarra em Deus e tem consciência de que não está sozinho as coisas ficam mais leves”, relembra Greice, que não esconde a admiração: “Ele ul-trapassa a religião católica, transi-ta por todos os lugares, por toda diversidade de cultos religiosos. Quando ele fala, todos prestam atenção e respeitam a opinião

dele”. Frei Jaime acre-

dita que a grande vantagem das redes sociais é que elas eliminam as distân-cias físicas. “É pre-ciso fazer acontecer o bem e ele precisa de muitos meios. Eu acho que se Je-sus Cristo estivesse aqui ele utilizaria o

Facebook e essas redes todas”, re-flete. A ampliação do uso das re-des sociais já está sendo pensada dentro da programação anual da Paróquia imaculada Conceição. “Estamos organizando um gru-po que vai utilizá-las para favo-recer não só a aproximação com as palavras de Jesus, mas também das pessoas entre elas. Não temos dúvida do valor dessas redes e vamos ter uma reunião até o fim de fevereiro para pensar juntos a melhor maneira de utilizá-las. Agora é o comecinho. Pretendo me organizar e distribuir o bem”, promete.

Perfil online

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Se Jesus Cristo estivesse aqui ele utilizaria o Facebook e essas redes todas”, diz Frei Jaime sobre sua estreia

A ligação de frei Jaime com seus fiéis agora transcende o contato presencial e é reforçada por ferramentas digitais

“A

Frei Jaime Bettega adere ao Facebook e Twitter multiplicando o alcance de suas mensagens

REDES PaRaESPaLhaR O BEm

Page 16: Edição 62

Recomenda

Recomenda

Recomenda

Recomenda

l cisne negro | Suspense. 14h, 16h30, 19h e 21h30 (leg.) | igua-temi

Nina é uma bailarina obcecada com a perfeição que busca tornar-se a primeira de sua companhia. Sua principal concorrente não é nenhuma colega, mas sim, sua própria paranoia. Destaque para o figurino da Rodarte. Dirigido por Darren Aronofsky. Com: Na-talie Portman, Mila Kunis, Wi-nona Ryder e Vincent Cassel. 16 anos. 113 min..

l Desenrola | Comédia. 16h10, 20h e 22h | iguatemi

Na produção nacional, Priscila, uma garota de 16 anos, fica sozi-nha em casa por 20 dias e apronta uma série de peripécias – uma de-las, claro, envolvendo virgindade e o garoto mais galinha do colé-

gio. Dirigido por Rosane Svart-man. 12 anos. 88 min..

l o Discurso do Rei | Drama. 22h10 (leg.) | iguatemi

Em pré-estreia, o filme tem ses-sões apenas sexta (4) e sábado (5). Com 12 indicações ao Oscar, favorito em várias delas, e elen-co elogiadíssimo, o longa conta a história do rei George Vi, pai da atual rainha da inglaterra, Eliza-beth ii. Gago, ele busca a ajuda do terapeuta Lionel Logue para não passar vergonha em frente aos súditos e, ainda, comandar o país durante a Segunda Guerra. Dirigido por Tom Hooper. Com: Colin Firth, Helena Bonham Car-

ter, Geoffrey Rush, Derek Jacobi, Andrew Havill. 10 anos. 118 min..

l o Vencedor | Drama. 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20 (leg.) | iguatemi

O longa tem sete indicações ao Oscar. Micky Ward, meio-irmão da lenda frustrada do boxe Dicky Ecklund, tem o talento e a chance de superar as conquistas de Dicky. O filme é baseado em uma histó-ria real. Dirigido por David O. Russel. Com Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Mark Wahl-berg. 14 anos. 115 min..

l Santuário | Ação. 14h20 (dub. 3D), 16h50, 19h20 e 21h50 (leg. 3D) | iguatemi

Produzido por James Cameron, o filme utiliza a mesma tecnolo-gia – e tem os mesmos objetivos megalomaníacos – de Avatar. Ba-seado numa experiência pessoal, o roteirista Andrew Wright narra momentos de tensão que a equipe de uma expedição passa ao ficar presa em uma caverna subaquáti-

ca com a saída obstruída por uma enchente. Dirigido por Gary Jo-hnstone. Com Richard Roxburgh, Alice Parkinson, Rhys Wakefield. 12 anos. 110 min..

l o turista | Ação. 17h40, 19h50, 22h10 (leg.) | iguatemi

Elise Clifton-Ward é uma fugi-tiva, ligada a um poderoso gângs-ter, que se aproxima do professor de matemática Frank Tupelo para despistar as autoridades. Dirigido por Florian Henckel von Donner-smarck. Com Johnny Depp, An-gelina Jolie, Paul Bettany, Timo-thy Dalton. 12 anos. 103 min..

l os caça-Fantasmas | Co-média. Quarta (2), 15h (dub.) |

ordovásTrês parapsicologistas decidem

abrir seu próprio negócio de ca-çadores de fantasmas. Quando um portal para uma outra dimen-são é aberto em Nova York, eles passam a ter muito trabalho. Di-rigido por ivan Reitan. Roteiro de Dan Aykroyd e Harold Ramis. Livre. 101 min..

l Você vai conhecer o ho-mem dos seus sonhos | Comé-dia. 20h | ordovás

Alfie e Helena estão casados há 40 anos, até que um dia ele resolve que precisa recuperar a juventude perdida e pede o divórcio. Além de apoiar a mãe, a filha do casal, Sally, precisa lidar com o dese-jo crescente por seu novo chefe, Greg, e com a crise em seu casa-mento com Roy, um escritor fra-cassado que a cada dia se encanta mais pela vizinha que se veste de vermelho. Dirigido por Woody Allen. Com Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Gemma Jones, Freida Pinto e Naomi Watts. 12 anos. 98 min..

AinDA eM cARtAZ – Amor e outras drogas. Romance. 19h10 e 21h40 (leg.) iguatemi. | A Rede Social. Drama. 19h30 (leg.). UCS. | De pernas pro ar. 14h10 e 18h. Comédia. | enrolados. Anima-ção. 13h30 e 15h40 (dub.) 15h20 (dub.)(3D). iguatemi. | Mega-mente. Animação. 16h30 (dub.). UCS | Zé colmeia – o filme. Animação. 13h40, 15h30 e 17h20 (dub.). iguatemi. |

l especial anos 90 | Sábado (05), 23h |

Nirvana, Soundgarden, Alice in Chains, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, Bush, Silverchair, Blur, Oa-sis, L7, Smashing Pumpkins, Faith No More, Radiohead, Pixies, Sli-pknot, Green Day, The Offspring, tequila, limão e sal é mistura que o bar propõe para encarar a festa,

com show da banda Ballentine’s.Vagão BarR$ 12 (com nome na lista até a meia-noite) e R$ 15 | Coronel Flo-res, 789 | 3223-0007

l Projeto Rock e cultura | Terça (08), 20h |

O músico Júlio Reny, nome im-portante na história do rock gaú-cho, faz o pocket show Histórias de estrada e canções, e bate um papo descontraído sobre sua car-reira e os novos projetos.Vagão classicR$ 8 | Coronel Flores, 789 | 3223-0616

tAMBÉM tocAnDo – Sába-do (05): Programa Rockpar-

16 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

[email protected] carol De Barba |

Guia de Cultura

O Discurso do Rei, que tem 2 sessões de pré-estreia, recebeu 12 indicações ao Oscar; O Vencedor disputa a estatueta em sete categorias

The

Wei

nste

in C

ompa

ny ,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Para

mou

nt P

ictu

res,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

cineMA

MÚSicA

inGReSSoS - iguatemi: Segunda e quar-ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior

com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudan-ças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordo-vás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

Page 17: Edição 62

www.ocaxiense.com.br 175 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

que. Bandas oltz, Vagabundos iluminados e Vulcânicos. 16h. Casa das Oficinas – Estação Fér-rea. 3901-1386 | Blues de Bolso. Blues. 20h. Mississippi. 3028-6149 | Saturday night. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3409-1900 | House in Havana. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Sunshine. Eletrôni-ca, pagode e sertanejo universitá-rio. Move. 3214-1805 | Ana Paula chedid, Lazaro nascimento e Banda. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Back Doors Band. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | Poder da criação + DJ Marcelo Reck. Samba. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Dinamite Joe + DJ eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Grupo Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Do-mingo (06): Som Brasil. Samba. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 | Festival Sertanejo. 15h. Casa das Oficinas – Estação Férrea. 3901-1386 | uncle cleeds e J.A. Harper. Blues. 20h. Mississippi. 3028-6149 | Segunda(07): Ale-xandre Slide e cabelo Harmôni-ca. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | terça (08): Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | The cotton Pickers. Blues.

22h. Mississippi. 3028-6149 | Ana Jardin e Mayron carvalho. Som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (09): navy Blue. Pop rock. 22h. Aristos London. 3221-2679 | Rodrigo campagnolo e Graziano Anzolin. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Acústico Banda Disco. Rock nacional e in-ternacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradi-cionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (10): ed Morte. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | creedence clearwater Revival tribute. Rock clássico. 22h. Mis-sissippi. 3028-6149 | natural Dre-ad. Reggae. 23h. Aristos London. 3221-2679 | Banda Graal + Dj Mono. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Pré-lançamento do cD Sonho conquistado, de La-cerdinha. Tradicionalista. 20h. Casa das Oficinas – Estação Fér-rea. 3901-1386 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Sexta (11): Vera Loca. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Zava + Voloz. Rock. 23h. Aris-tos London. 3221-2679 | Adriano trindade e Juliano Moreira + Dj Alibu. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rafa & tita. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Grupo Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic.

Pop. 23h. La Boom. 3221-6364

l exposição de Fotografias | De segunda a sexta, das 8h às 18h30 |

Os fotógrafos são os alunos das Ações Educativas Complemen-tares das Escolas Municipais Pa-dre João Schiavo, Padre Antonio Vieira, Alfredo Peteffi e Caldas Junior.Galeria da SmedEntrada Franca | Borges de Medei-ros, 260 | 3901-2323l Frames da Dança | De se-gunda a sábado das 10h às 19h30, domingos das 16h às 19h |A exposição comemora os 12 anos da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul. Com a curado-ria de Mona Carvalho, a mostra tem a parceria dos fotógrafos: Carolina Campos, Claudio Etges, Frank Jeske, Gil Grossi, Guilher-me Jordani com fotografias de Joel Jordani, Gustavo L. Pozza, Lauro Grivot, Maicon Damasce-no, Mário André Coelho de Sou-za e Maurício Concatto.catna caféEntrada franca | Júlio de Castilhos, 2.854 | 3212-7348

l Pincéis e Poesias | De terça a sexta, das 9h às 19h; sábados e

domingos, das 15h às 19h |Cada obra da artista Ângela

Gahary representa uma leitura de um poema de Mário Quintana. O texto está inserido ou exposto ao lado dos 12 quadros (acrílico so-bre tela) e instalações. Galeria do ordovásEntrada Franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 l Vidro: Arte e transpa-rência | De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, sábados das 10h às 16h |

Grupo de Artistas Vidreiros de Porto Alegre utilizam cores e for-mas inusitadas para transformar vidro em arte.Galeria MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

AinDA eM eXPoSição – Aos Mestres. Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. Sábado, a partir das 17h. Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação. 3221-4513 | Diversidade cultural nos trilhos da História de caxias do Sul. Antônio Carlos Loren-zett. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Far-mácia do ipam. 3222-9270 | Mos-tra de Grafite caxias 100 Anos. Coletiva. Visitação livre. Largo da

Natalie Portman ganhou o Globo de Ouro e o Prêmio do Sindicato dos Atores (SAG) por sua interpretação em Cisne Negro

Fox

Sear

chli

ght

Pict

ures

, Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

eXPoSiçÕeS

Page 18: Edição 62

Estação Férrea |

l inscrições 13º caxias em cena | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h |

O período de inscrições inicia segunda (17). Os grupos e com-panhias que desejam participar com espetáculos ou atividades paralelas (oficinas, palestras, de-bates, etc.) devem encaminhar suas propostas até 31 de março. O regulamento e as fichas de ins-crição estão disponíveis no site da prefeitura (www.caxias.rs.gov.br). A 13ª edição do festival será reali-zada de 13 a 25 de setembro.unidade de teatroGratuito | Centro de Cultura Or-dovás | 3901-1316 |

l experimentando o teatro | De segunda a sexta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30 |

A oficina será ministrada por Miguel Beltrami e abordará cons-ciência corporal, introdução aos códigos da arte teatral; movimen-to – velocidade, peso e fluência, composição do personagem, jo-gos teatrais – improvisação, re-presentação, construção de cenas. A oficina é voltada para profis-

sionais liberais, professores, ven-dedores, pessoas que trabalham com público, além de futuros ato-res e atrizes. Aulas de 7 a 11 de fevereiro, das 19h às 21h.casa de teatroR$ 140 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l oficina de Sapateado Americano | De segunda a sex-ta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30 |

Marcelo Donini ensina “a arte de dançar e fazer música com os pés”. A oficina tem apenas 10 va-gas e será de 14 a 18 de fevereiro, das 19h às 21h.casa de teatroR$ 190 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l Parque de diversões | Dia-riamente, das 10h às 22h |

Através de brinquedos como Magic Torre, Auto Pista e Kid Ride os pais entram na brincadei-ra junto com os filhos. É objetivo do conceito family entertainment, no qual se baseia o parque da Ma-gic Games.Praça de eventos do iguatemiR$ 3 a R$ 5 | Shopping Iguatemi |

l Arroio do Sal: Sába-do(05): Projeto Yes Fest. Pop rock. 16h. Sede | Marca Fandan-gueira. Nativista. 22h. Sede | The Freeks. Pop rock. 23h. Maram-baia | Sexta(11): edu e Renan. Pop rock. 22h. Rondinha | Pro-gramação fixa: Quarta (09): A casa faz a festa. Sarau. Calçadão Rua Boa Vista | Cinema infantil. 15h. Quinta (10): cinema adul-to. 21h. Centro Ágora do Arroio | Biblioteca e tele centro. De se-gunda a sexta, das 14h às 20h

l 5ª na Praça | Quinta (10), a partir das 19h |

Shows de MPB, com os canto-res inaldi Ferrari, Evandro Elias, Elis Cardoso, Rossano Duary e Ana Paula Carneiro.Praça XV de novembroEntrada Franca | Centro, próx. Camelôs | Torres

l 6ª edição da Feira do Ar-tesão de torres | Diariamen-te, das 15h às 23h30 |

São 22 estandes, com a parti-cipação de cerca de 30 artesãos, que comercializam produtos uti-litários, acessórios, bijuterias e decorativos. Quem visitar a Feira

encontrará peças confeccionadas em madeira, metal, pedras, fios, porongo, pintura, conchas, MDF, biscuit, E.V.A., resina, entre ou-tras matérias primas usadas na elaboração de artesanato para uso funcional ou decorativo.Praça Pinheiro MachadoEntrada Franca | Av. Beira-mar, Centro | Torres

AinDA eM toRReS: Sába-do(05): Atividades de conscien-tização da onG corrente do Verde. Das 9h às 18h. Casa de Ve-rão Band/Sesc | Happy Hour Po-ético Mesa de Bar. Sarau. 19h30. Casa de Verão Band/Sesc | como Agarrar um Marido antes dos 40. Teatro. 21h. Centro Munici-pal de Cultura | Domingo(06): ii Dia Holístico de torres. Das 15h às 20h. Casa de Verão Band/Sesc | Terapia do Rio. Oficina. 18h15. Casa de Verão Band/Sesc | espetáculo negrinho do Pasto-reio. Fantomania Teatro de Bone-cos 19h30. Casa de Verão Band/Sesc | Quinta(10): coquitail espoleta. Teatro de Rua. 19h. Praça Pinheiro Machado | Sex-ta (11): The towers Band. Pop rock. 19h. Casa de Verão Band/Sesc | Les Show Des chapeaux. Teatro. 21h. Centro de Cultura.

18 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Ballentine’s faz show no Especial Anos 90 do Vagão Bar no sábado; Em Torres tem apresentação de peça sobre Negrinho do Pastoreio

Cam

ila

Dal

zoto

, Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Car

los S

ille

ro, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

teAtRo

PARQue

LitoRAL

Page 19: Edição 62

Quando escolheu estudar a educação especial, tema da sua pós-graduação em Pedagogia, Ana Cristina não tinha ne-nhuma experiência no assunto. Hoje, ela passa a maior parte do seu tempo com deficientes mentais, a quem não chama de alunos, prefere “amigos”. Às tardes, Ana trabalha com autistas na Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Farrou-pilha. Aos sábados pela manhã, há sete anos, ela divide com outros 14 voluntá-rios a tarefa de cuidar de cerca de 100 pessoas com algum tipo de deficiência intelectual no projeto Conhecendo a di-versidade, ampliando o mundo. Reali-zado na Faculdade da Serra Gaúcha, o projeto oferece gratuitamente atividades aquáticas, aulas de informática, pilates e esportes. “Eles vivem em um mundo paralelo. Nossa tarefa, é trazê-los para o nosso. inserí-los socialmente”, resume a pedagoga. O projeto sobrevive de do-ações e de boa vontade. “Qualquer um pode fazer alguma coisa”. Quem quiser fazer doações, ser voluntário ou conhe-cer o projeto, pode ligar para Ana, no fone 9105-0816.

“Prometo, ainda, cultuar, idolatrar e seguir todos os conselhos da diva Beth”, gritam, no trote, as calouras de Tecnologia em Design de Moda. Beth é mesmo para tudo isso. Mestre em associar moda e arte, ela tem um olhar clínico para o bom gosto, é elegante, tem sede de conhecimento e prova que o mundo fashion tem tudo a ver com História, Psicologia e Sociologia, no mínimo. O encontro de Beth com a moda surgiu de um desencontro. Com uma bolsa de estudos, ela foi à itália para fazer um curso de História da Arte, que acabou sendo cancelado. Para não perder a viagem, trocou por um de moda. Apaixonou-se. Na volta, foi chamada para integrar a equipe do curso de Moda e Estilo da UCS (que coordenou por 8 anos) e, desde então, tornou-se diva no Campus 8. Há 4 anos, Beth também trabalha com consultoria, ensinando empre-sas da região a formarem a identidade de suas marcas, além de coordenar o grupo de pesquisa do Núcleo de Moda/Sindivest desde 1995. Humilde, Beth agradece a oportunidade do convívio com alunos, professores, colegas, empresários e criadores, e vibra com o sucesso de todos. Ela cuida da profissão como cuida da famí-lia, pois são esses os eixos que equilibram sua vida.

Beth Ana

por PAuLA SPeRB e MARceLo ARAMiS

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Ram

on M

unho

z/O

Cax

iens

e

Venzon

cristina Fadanelli

Elas investiram – e acreditaram – no que muitos desisti-riam só em pensar: jornalismo cultural em Caxias. O New Jazz Festival, que elas promoveram em outubro do ano passado, serviu de termômetro. Caxias aprovou. Contra a corrente dos que vêem uma cidade sem cultura e pouco fértil para novas apostas em jornalismo, as proprietárias da agência Arquivo Design emplacaram na Lei de incentivo à Cultura a primeira edição da revista Zunido, que será lan-çada no próximo dia 10, no Havana Café. A revista, que vai circular em espaços culturais, bares, cafés escolas e fa-culdades, era sonho antigo de Patrícia. Quando desistiu de oferecer o projeto para os clientes, ela decidiu executá-lo. A agência garantiu a qualidade estética e foi em busca de par-cerias para o jornalismo. A primeira edição, está garantida pela LiC, as próximas, pela autoconfiança.

PatriciaLidia eHeuserRibeiro

Suco de cacau | O cheiro, o gosto e a cor não tem absolutamente nada a ver com chocolate, mas é tão bom quanto. Refrescante, suave e doce na medida cer-ta. Dessa vez, a dica é consumi-lo antes de uma visita à Galeria do Amarp ou após uma sessão no Cinema do Ordovás.

Lassi, do Zarabatana | Na ver-dade, não é bem um suco, pois leva iogur-te e uma série de outros segredinhos da cultura indiana. Muito refrescante, é a pe-dida perfeita para os dias bem quentes, e tem um sabor diferente de tudo que você já provou. Harmonize com Zarapizza. Suco de uva Branca, diversas vinícolas

caxienses | Sabor e cor – ele é quase dourado – para sair do clichê do tradicional suco cor de uva. Já é encontrado na maioria dos restaurantes e bares, em garrafinhas de 500ml, ou seja, ideal para se tomar em boa companhia. É natural, sem adição de açúcar nem conservantes, e, como o tinto, traz di-versos benefícios à saúde: estimulante das funções hepáticas, faz bem ao coração, possui alto poder digestivo e tem proprie-dades antioxidantes.

chá gelado da Doce Docê | Sim, você leu correto, no Top 5 melhores sucos destacamos o chá gelado da Doce Docê, o único servido em copo de vidro na cafeteria. Além de refrescante, ideal para um dia quente, mistura chá de pêssego e suco de morango, por isso entrou na lista.

Limonada Suíça do Leeds | A diferença para as limonadas normais é que, nessa receita, se usa a casca. Assim, o sabor do limão é mais acentu-ado, mas sem ficar azedo. Dizem que, quanto mais tempo a pessoa demora para tomar, mais amargo o suco se torna, o que é impossível de acontecer nes-se caso, pois além de ótimo, o copo vem tão bonito, espumoso, com açúcar na borda, gomo e raspinhas de limão que você dá conta do recado.

Verão | Sucos

www.ocaxiense.com.br 195 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 20: Edição 62

[email protected]

[email protected]

tiago Sozo Marcon| Outro caminho|

A foto ficou em segundo lugar em um dos desafios do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul, com o tema “estrada”. O portfólio do fotógrafo, arquiteto de profissão, chama atenção pelas montagens, cenas absurdas, fantásticas, surrealistas, inspiradas e compa-radas a Salvador Dalí e Renè Magritte. Neste preto e branco premiado, a cena não ganhou nenhum retoque digital. A pequena (gigan-te?) formiga e o longo caminho na parede de azulejos – um labirinto – se prestam às mes-mas reflexões surrealistas. Tiago sugere a le-genda: “Porque o Homem ainda se conside-ra o ser mais importante do universo? Deve haver outro caminho para o pensamento”.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolu-ção). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

por aNDRÉ TESSaRO PELINSER

trás da minha casa há uma trin-cheira, descobri hoje para meu espanto. Durante todo o dia, ho-mens lutaram por ideais nobres e complexos ao som de tiros, bom-bas e helicópteros que nunca vi. Observei os homenzinhos traçan-do intrincadas estratégias para to-mar o terreno inimigo, e mesmo estando um dos lados em nítida desvantagem, posto que tinha como base uma única vala cavada na terra, com destroços de pro-teções à frente, enquanto metros adiante o adversário estava ins-talado nos muros de um casebre, não fraquejava um instante.

No entanto, em algumas guer-ras sabe-se lá se a inocência dos soldados ou a fidelidade aos ob-jetivos do comando superior fa-zem com que o infortúnio torne-se justamente força extra para os maiores atos de coragem. Sempre que um dos companheiros ar-riscava sua cabeça para atirar no alvo do outro lado do campo que os separava, o segundo chamava reforços aéreos que tardavam a vir. Não saberiam os oficiais que os dois estavam em situação com-plicadíssima, ali, protegidos ape-nas por aquele buraco seco? Sim, porque, esqueci de mencionar, os

batalhões pareciam haver-se dis-persado, a meu ver, já que cada facção contava somente com dois membros. isso valorizava muito mais os esforços individuais e tor-nava tudo muito mais pessoal.

Da minha posição privilegiada, no alto da janela do meu quarto, podia analisar os movimentos de cada lado, ouvir gritos de ordem e as lamúrias causadas por um ou outro ferimento. Procurava tam-bém no horizonte os batalhões que eu supunha envolvidos em seus próprios problemas, porém por mais que olhasse com aten-ção não os podia localizar. Cer-tamente estariam camuflados nas vegetações esparsas entremeio à cidade, porque meus exércitos vizinhos não cessavam de cha-mar ajuda e acredito que eles soubessem melhor do que eu o andamento da guerra, se bem que minha posição fosse muito vanta-josa.

Pois, na pressa, esqueci de men-cionar outro detalhe: o confli-to armado era na verdade uma guerrilha urbana, uma modali-dade altamente complicada, por lidar com as vidas de inocentes, permanentemente em perigo de fogo cruzado. De repente, perce-bi que poderia ser eu também um alvo daqueles homenzinhos, caso,

por algum motivo, qualquer das facções julgasse-me possível es-pião ou coisa parecida. Tratei de esconder-me imediatamente atrás das persianas.

Ali, protegido pela minha altu-ra, escutei um dos entrincheirados gritar “vai!” e entendi que guerre-avam à moda antiga. Retomavam tradições medievais ressignifica-das para sua pequenez. Enquanto os antigos batalhavam apenas até o cair do sol, quando voltavam para seus castelos para cuidar dos feridos, meus homenzinhos iam muito além e avisavam quando a disputa estava aberta. Notei então que não precisaria me preocupar com a possibilidade de tornar-me alvo inesperadamente. Decerto me avisariam antes de disparar um torpedo de seus canhões rús-ticos janela acima.

Súbito, em seguida ao “vai!” recém mencionado, um dos sol-dadinhos da trincheira disparou correndo à esquerda, rumo a uma cerca de arame farpado que deli-mitava o campo de batalha. Pou-co à direita, o limite era feito por uma casa toda fechada, onde eu imaginava estar refugiada uma fa-mília completa de homenzinhos, escondida e orando por proteção. Pois, lá na cerca o soldadinho chegava extenuado pelo peso da

responsabilidade: era a ofensi-va derradeira, tudo ou nada. Seu companheiro continuava a gritar num rádio que à distância eu não via, chamando pelo suporte aéreo, ao passo que os dois inimigos, no outro extremo do descampado, seguiam atirando e perfurando as proteções enfraquecidas da trin-cheira.

A qualquer momento poderiam emudecê-lo com um balaço, e o homenzinho da cerca sabia mui-to bem. Por isso, corria em silên-cio, agachado nos limites da sua guerra, para atacar o inimigo pela retaguarda, carregando somen-te aquele estranho fuzil. Minha tensão aumentava, quando ouvi o inesperado barulho de um avião. Finalmente chegava o suporte? Por um momento todos se deti-veram, como que compartilhan-do da minha expectativa, mas da casa à direita surgiu à porta uma mulher que gritou suavemente, apenas acima do som dos moto-res, fazendo com que todos exér-citos continuassem vivos: “Filho, já pra dentro, que amanhã tem aula!”.

Terminada a guerra, correram os quatro para o meio da rua, para ver o avião passar antes de volta-rem para suas casas, pois escure-cia.

GUERRaS PEQUENINaSA

20 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 21: Edição 62

Os torcedores da dupla CA-JU de-vem concordar: a evolução das equi-pes neste Gauchão é um fato que não pode ser ignorado. O Caxias, que sentiu o segundo gol no clássico dis-putado no Estádio Alfredo Jaconi e não teve forças para buscar o empate, mostrou todo o seu poderio contra o Veranópolis. A mudança de atitude veio com mudanças na equipe. O técnico Lisca mudou cinco posições e, sem se intimidar por jogar na casa do adversário, a equipe foi para cima e fez 3 a 0. No meio da semana o Ca-xias recebeu o fraco inter de Santa Maria. Digo fraco porque somente o atacante Lima, artilheiro do Estadu-al com 6 gols, marcou mais do que todo o time do interzinho – lanterna do grupo 2 e da classificação geral do campeonato, com apenas 2 pon-tos. Naturalmente, o Caxias aplicou outros 3 a 0, para alegria da massa grená.

Lisca tem advertido antes das par-tidas que todos os confrontos são pe-

rigosos. O penúltimo deste primeiro turno, a Taça Piratini, será na tarde deste sábado, contra o Grêmio, em Porto Alegre.

No meio da semana a equipe tri-color considerada reserva não atuou, o que preocupa Lisca por “estarem descansados”. Marcos Rogério cum-priu suspensão contra o inter-SM e está à disposição. Por se tratar de um jogo fora de casa – e o Caxias precisa de pontos para garantir a classifica-ção às quartas de final e manter a li-derança da chave 1 –, é provável que o volante retorne à equipe. Certo é que Balthazar não pode sair, porque o que o rapaz jogou contra o interzi-nho não está no gibi.

No lado do Juventude, a manu-tenção da equipe que venceu o CA-JU (na verdade houve uma troca, a entrada de Alex Telles no lugar de Jardel) rendeu nova vitória, a quarta no Gauchão e terceira consecutiva. Vale ressaltar que em 2010, em jo-gos oficiais, o verdão venceu apenas

três partidas. isso mesmo. Duas pelo Gauchão e uma pela Série C. Neste Estadual, o 2 a 0 sobre o Ypiranga, no Alfredo Jaconi, já superou a cam-panha do ano passado. Contra o in-ter, na quinta (dia 3), Picoli sofrei a primeira derrota como treinador de fato.

O jogo foi difícil, e truncado no segundo tempo. Apesar de sair na frente, o Ju cedeu e perdeu por 3 a 1. No final da partida, muitas reclama-ções sobre a atuação do árbitro Luis Teixeira Rocha, que integra o quadro B da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Principalmente pelo fato de o senhor do apito ter marcado um pê-nalti duvidoso de Umberto em Wil-son Matias.

Assim, mordido, mas ainda líder do grupo 2, o Ju recebe no domingo à noite o Novo Hamburgo (5º na chave 1, com 9 pontos). Na última rodada (dia 13) desta primeira fase, o Caxias recebe o Porto Alegre e, o alviverde, pega o Lajeadense fora de casa.

Coube ao artilheiro Lima mar-car o milésimo gol do Caxias em Gauchões. O feito histórico ocorreu no dia 30 de janeiro, na vitória por 3 a 0 sobre o Veranó-polis. Aos 4 minutos do segundo tempo, no Estádio Antônio David Farina, o centroavante fez o gol 1.000, o primeiro dele na partida.

O primeiro gol do Caxias emcampeonatos estaduais foi anotadoem 1976.

O preparador físico Rodrigo Poletto, 38 anos, que saiu do Juventude após o rebaixamento à Série D, em setembro de 2010, foi contratado pelo Vasco da Gama no dia 2 de fevereiro. Caxiense, é formado em Educação Física pela UCS e tem mestrado e especiali-zação em Treinamento Esportivo. Poletto foi convidado pelo técnico Ricardo Gomes, que assumiu o time carioca nesta semana. Go-mes e Poletto trabalharam juntos em 2002, quando o Juventude terminou o Brasileirão (Série A...) em 4º lugar. O preparador físico atuou no alviverde de 1996 até 2005 (até 1999 nas categorias de base) e em 2010. Além o Ju, traba-lhou no Dínamo (Rússia), Sele-ção do Panamá e Paysandu-PA.

Neste ano, a direção e torcedores do Caxias foram surpreendidos com o anúncio de que seus jogos pelo Gauchão não seriam transmitidos pela TV paga. Recentemente o pre-sidente Osvaldo Voges recebeu um pedido formal de desculpas da Sky e, junto, a explicação de que o res-ponsável por fazer a grade de trans-missão tinha de escolher três times – em vez de quatro. Sem conhecer o futebol gaúcho, o dito levou em consideração o histórico de cada um, dando preferência ao Ju – além da dupla Gre-Nal. Depois de tentar descobrir o motivo da não trans-missão das partidas grenás, Voges foi informado que o clube voltou à programação. A explicação de todo o imbróglio foi enviada aos associa-dos por e-mail e carta (informando, ainda, que o clube não teve prejuízo no período, pois todos os clubes do interior recebem o mesmo valor).

O Caxias venceu quatro dos seis jogos que disputou, conquistando a liderança do grupo 1. Acredito que os resultados dentro de cam-po pesaram na (re)avaliação dos responsáveis pelo pay-per-view.

Merecida a festa que a direção do Ju promoveu para os garotos com até 14 anos (foto) que disputaram e vence-ram o 31º Encontro de Futebol infantil Pan-Americano (Efipan). Os futuros jogadores participaram de uma carreata da entrada oeste da cidade até o Jaconi, onde foram recebidos ao som do Hino do Juventude. O comando da gurizada é do técnico Guilherme Bossle. A campanha alviverde somou 5 vitórias, 2 empates e 2 derrotas – 29 gols marcados e 11 sofridos.

Disputada em Alegrete, a competição

é homologada pelas entidades represen-tativas do mundo futebolístico – FGF, CBF, Conmebol e Fifa. Pelos gramados de Alegrete já atuaram Ronaldinho Gaúcho (Grêmio, hoje no Flamengo), Alexandre Pato (inter, hoje no italiano Milan), Neymar (Santos), Cambiasso (Argentinos Juniors, hoje na inter de Milão), Tevez (Boca Juniors, hoje no inglês Manchester City) e Riquelme (Ar-gentinos Juniors, hoje no Boca). Quem sabe um atleta do Ju campeão em 2011 apareça nessa lista nos próximos anos?

Efipan

Mil gols

No Vasco

com pay-per-view Ju e cAXiAS eMnítiDA eVoLução

Edga

r Va

z, E

.C. J

uven

tude

, Div

./O C

axie

nse

Dupla

por FABiAno PRoVin

www.ocaxiense.com.br 215 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

tiago Sozo Marcon| Outro caminho|

Page 22: Edição 62

Recomenda

Recomenda

Recomenda

l Juventude x novo Ham-burgo | Domingo, 19h15 |

Após três empates consecuti-vos, o Novo Hamburgo venceu por 2 a 0 o Santa Cruz na última rodada. Com nove pontos, a equi-pe busca a recuperação na tabela, sob comando de Julinho Camar-go. Já a torcida alviverde aposta no retrospecto dentro de casa. No Campeonato Gaúcho o Juventude disputou três partidas no Jaconi e venceu todas. Alfredo JaconiR$ 20 entrada. Idosos e estudantes portando documentação, R$ 10 | Hércules Galló, 1.547, Centro

l Grêmio x caxias | Sábado, 17h |

O tricolor mandou o Liverpool de volta para o Uruguai, pela Li-bertadores da América, e agora investe suas fichas no confronto pelo Gauchão contra o Caxias. Já a equipe treinada por Lisca não deve se abater pela imortalidade do time da Capital. Com 13 pon-tos, o Caxias é o líder da chave 1. Além disso, conta com o atacante Lima, artilheiro grená com seis gols, e a defesa menos vazadas da competição – apenas três gols so-fridos. olímpicoR$ 30 arquibancada para torcida grená. | Largo Dr. Fernando Kroe-ff, n° 1, Azenha - Porto Alegre

l campeonato Municipal de Futebol – Fase de Ascenso | Sábado, 13h15 e 15h15, domingo, 14h |

Onze equipes disputam cinco vagas para a fase do ascenso à Sé-rie Prata do Campeonato Munici-pal. Os jogos ocorrem sempre nos fins de semana no Estádio Muni-cipal 2 e no Campo do Enxutão. Sábado, 13h15: Real Reolon x Aeroporto (Enxutão), Fátima x Projeto CAE (Municipal 2) | 15h15: Linha 13 x Uruguai (En-xutão), Mariani x Unidos (Mu-nicipal 2) | Domingo, 14h: Sa-grada Família x Diamante Negro (Enxutão)enxutão e MunicipalEntrada gratuita | Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina. Municipal: Av. Circular Pedro Mo-celin, Cinquentenário

l 1º campeonato Sesc Far-roupilha de Futsal | Terça (8) e quinta (10), às 19h30 |

Na próxima terça (10) ocorre a rodada de abertura da competi-ção que, segundo a organização, deve reunir de seis a oito equipes nos naipes masculino e femini-no. Os jogos, divididos em turno e returno, seguem até o dia 17 de março, sempre às terças e quintas-feiras. Ginásio do Parque cinquente-nárioEntrada gratuita | Av. Alvorada, Cinquentenário - Farroupilha

l ciclistas Pedalando Pelo

Planeta Rumo à copa 2014 | Quarta (9) e quinta (10), às 6h30 |

A expedição reunirá seis atletas que sairão de Caxias rumo à praia de Atlântida na manhã de quar-ta-feira (9). Os ciclistas pedalam cerca de 100 quilômetros até Tai-nhas, em São Francisco de Paula, onde pernoitam. No dia seguinte, descem a serra rumo a Atlântida. O intuito dos atletas é promover Caxias a campo base para a Copa do Mundo. Saída em frente à RBS tVBento Gonçalves, 1.563, Centro

l Sul-Americano de Rugby Sevens | Sábado, a partir das 13h20 e Domingo, a partir das 10h |

Bento Gonçalves irá sediar pela primeira vez o Sul-Americano de Rugby Sevens. A competição reu-ne as seleções do Brasil, Argenti-na, Paraguai, Peru, Uruguai, Chi-le, Venezuela e Colômbia.Arena do SesiEntrada Franca | Sete de Setem-bro, s/n°, Bento Gonçalves

l 7ª travessia Sesc torres tramandaí | Sábado, 5h30 | torres, Praia Grande

A tradicional corrida que liga as praias do Litoral Norte terá largada no amanhecer de sábado em frente à Casa Sesc de Estação Verão, em Torres. Duas paradas estão programadas, em Capão da Canoa e Atlântida. A chegada, em frente ao hotel Samurá, em imbé.

São esperados 1,5 mil participan-tes. A competição é considerada a mais longa corrida do Estado, com 81,2 quilômetros, e é dispu-tada nas categorias individual, duplas, quartetos e octetos, nos naipes masculino, feminino e misto.

l oficina de Skate | Sábado, das 9h às 11h30 e das 15h30 às 18h | capão da canoa

Direcionado a públicos de to-das as idades, um professor esta-rá à disposição, junto à Casa Sesc do Estação Verão, para ensinar as manobras básicas do esporte. Após às 18h, a pista será liberada para quem já souber andar sozi-nho.

l circuito de Pesca | Domin-go, 9h | Arroio do Sal

Podendo utilizar apenas caniço, os pescadores disputam em trios no naipe masculino e em duplas entre as mulheres. Os vencedores serão as equipes que obtiverem maior quantidade em quilos de peixes. Também há um prêmio especial para o pescador que pe-gar o maior exemplar.

l 1ª etapa Futevôlei Sesc Arroio do Sal | Domingo, 9h | Arroio do Sal

Pelo menos 25 duplas devem participar da competição, que ocorre independentemente do clima e credencia a dupla vence-dora para a final do Circuito Sesc de Verão, em Torres.

As inscrições são gratuitas e po-dem ser realizadas até o início dos jogos na arena montada na beira da praia.

22 5 a 11 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Com quase o dobro do percurso da Maratona Internacional de SP, a corrida pelas praias do Litoral Norte deve reunir 1,5 mil participantes

Ses

c, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

Guia de Esportespor José eduardo coutelle | [email protected]

FutSAL

cicLiSMo

RuGBY

LitoRAL

FuteBoL

Page 23: Edição 62

Renato [email protected]

O coronel Nicomedes Barros pode ter provocado indignação (a essa altura superada) entre algumas lideranças da cidade – por suas declarações e alguns de seus atos.

A corporação, no entanto, parece estar satisfeita com o novo co-mandante do CRPO-Serra. Barros garante cobertura a ações dos soldados da Brigada Militarempenhados em reduzir os índices de criminalidade em Caxias doSul e região.

Para auxiliar nesse trabalho, por sinal, o coronel Barros quer a presença permanente de um helicóptero da Brigada Militar aqui – e não dividi-lo com todo o Norte do Estado, como ocorre.

Ao contrário de muitas cidades brasileiras, em que caiu o núme-ro de casos de homicídios – no cálculo por habitantes –, Caxias do Sul permaneceu com um dado alarmante de violência.

Com 131.603 moradores, Fran-co da Rocha, cidade mais violenta do Estado de São Paulo, teve em 2010 taxa de 21,28 assassina-tos por 100 mil habitantes. Em Caxias do Sul, com 137 casos registrados, houve 31,4 assassi-natos por 100 mil habitantes.

Cobertura

Acima da médiaO voto do peemedebista Mau-

ro Pereira decidiu a escolha da vereadora Denise Pessôa (PT) para a presidência da Comis-são de Direitos Humanos da Câmara. Com isso, Renato Nu-nes (PRB) deixa o grupo que presidiu durante dois anos.

A insatisfação de Nunes pode ser medida diante da intenção mani-festada por ele de deixar a Mesa Diretora da Casa, da qual é segun-do vice. E mais que isso: sair tam-bém da base governista na Câmara.

Gustavo Toigo (PDT) e Geni Peteffi (PMDB) manifestaram apoio à criação, em Porto Ale-gre, de uma fundação pública de direito privado para cuidar do Programa de Saúde da Família.

A iniciativa do prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), tem recebido críticas de entidades sindicais dos médicos, mas conta com a apro-vação de muitos setores. inclusive dos dois vereadores caxienses - que vêem no projeto a possibilidade de melhorar o atendimento na saúde pública também em Caxias do Sul. Se uma proposta assim fosse encaminhada aqui, é claro.

Mauro Pereira ficou chateado com a perda da liderança do PMDB para Alaor de Oliveira e da pre-sidência da Comissão de Obras da Câmara para Édio Elói Frizzo (PSB). Acha que as escolhas são uma manobra interna de lideran-ças peemedebistas contra ele.

A opção pela petista Denise Pessôa na Comissão de Direitos Humanos seria, então, um ato de represália a isso? Ele garante que não: “Meu voto foi consciente. Sou adversário do PT, mas acho que não é justo fazer politicagem com a formação das comissões”.

Campeão na apresentação de projetos no ano passado, o verea-dor Renato Nunes (PRB) fez duas movimentações importantes esta semana na Câmara: o requerimen-to em que solicita informações da prefeitura a respeito de áreas de risco de desmoronamento – o que faz, como fiscaliza a ocupação delas, planejamento, programas – e o projeto que pretende penalizar com multas o desperdício de água – por meio do consumo desnecessário ou a partir da negligência no seu aproveitamento. Se o projeto for aprovado, lavar calçadas ou automó-veis com água tratada nunca mais.

Na medida a ação do Ministério Público, Policial Civil e Fundação de Assistência Social contra esquema de tráfico e prostituição de travestis na cidade. A ação vai culminar em processo por violação de direitos humanos e favorecimento à prosti-tuição, praticados por três pessoas.

O tamanho do aparato mon-tado revela o respeito com que o caso foi tratado pelo MP e ou-tros organismos envolvidos.

Na sessão ordinária da Câmara da última quinta-feira (3), vereado-res e assessores estavam empolga-dos com uma novidade: a troca de celulares.

A empresa ganhadora da licitação para fornecer o serviço à Câma-ra trocou os aparelhos antigos por modernos Motorola Dext, um tipo de smartphone que utiliza o siste-

ma operacional Android. Agora, os vereadores terão acesso mais fácil à internet e às mídias sociais – por isso a euforia.

Questionado pela reportagem do jornal, o presidente da Câmara, Marcos Daneluz (PT), não estava tão empolgado, e disse que isso não é novidade. “O que importa é que não teve custo nenhum”, afirmou.

A gravidade da situação da vio-lência pode ser medida pelas visitas a Caxias de autoridades da área da segurança pública – do secretário estadual Airton Michels (foto) ao comandante-geral da Brigada Sér-gio Roberto de Abreu e do chefe da

Polícia Ranolfo Vieira Júnior.O único e crucial problema até

agora: muitas promessas e poucas medidas efetivas. Diante da reali-dade local, anunciar a volta da DP Móvel, por exemplo, só pode ser vista como piada.

O deputado federal Assis Melo (PCdoB) fecha com o partido e vai atender ao pedido das centrais sindicais. Com isso, o comu-nista vai contrariar orientação/imposição do governo Dilma na tramitação no Congresso da me-dida provisória que define o novo valor do salário mínimo. Assis e PCdoB (assim como o PDT) de-fendem um reajuste para R$ 580.

Direitos humanos

Fundação pela saúdeManobras internas

Contra o desperdício

Sem preconceitocelular novo

Medidas efetivas

Por R$ 580

inconformado com a especulação a respeito de nomes, o prefeito José ivo Sartori chegou a determinar esta semana ao setor de comunica-ções da prefeitura o envio de uma nota à imprensa para negar futuras modificações no secretariado mu-nicipal. Desistiu da ideia. Como justificar, depois, as mudanças que certamente vão ocorrer?

Aliás, a primeira (pequena) mu-

dança começou nesta sexta-feira (4), com a oficialização do nome do tenente coronel da Brigada Militar José Francisco Barden da Rosa (C) para a direção geral da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social. Barden vai asses-sorar o secretário Roberto Louzada (D) no trabalho de integração entre os vários setores de segurança pú-blica na cidade.

PeQuenA MuDAnçA

Luiz

Cha

ves,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

É tempo de controlar os gastos públicos, ser realista e resguardar acima de tudo o equi-líbrio das contas. É claro que isso significa contrariar interesses, deflagrar embates e

dizer não para algumas reivindicações. Ou seja: dizer sim quando se pode dizer sim, e dizer não quando não se pode dizer sim.

Prefeito José ivo Sartori, durante abertura do ano legislativo, esta semana, na Câmara de Vereadores.

www.ocaxiense.com.br 235 a 11 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 24: Edição 62