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Edição 67 - Revista de Agronegócios - Março/2012

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e-mails ALEXANDRE BASILE DE CASTRO([email protected])Pecuarista e Agricultor. Fazenda Cordi-lheira - Itaú de Minas (MG). “Trabalham-os com produção diária de 4.000 litros de leite; com o plantio de 500 hectares de milho e 7 hectares com café. Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios.

ALEXANDRE MIMI DA SILVA([email protected])Cafeicultor - Piraju (SP). “Gostaria de as-sinar a Revista Attalea Agronegócios.

PEDRO MILLER MORAIS BUENO([email protected])Cafeicultor - Muzambinho (MG). “Há lei-tura técnica e um aprendizado permanente e constante. Ser leitor da Revista Attalea Agronegócios é, com certeza, ter uma boa colheita de conhecimentos. É uma revista que deve ser levada e passada de mãos em mãos.

JOSÉ OSVALDO B. CRUVINEL([email protected])Gerente de Núcleo Cooxupé - Monte Carmelo (MG). “Recebia a Revista At-talea Agronegócios em São José do Rio Pardo/SP. Com minha mudança, gostaria de alterar o meu endereço de recebimento.

CLAUDIA HELENA M. JOCHEM([email protected])Tecnóloga em Cafeicultura - Alfenas (MG). “Tenho uma empresa de corretagem de café, sou Tecnóloga em Cafeicultura e trabalho na empresa Café Quetal, que comercializa café. Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios.

LUIS FERNANDO DA SILVA([email protected])Depto. Comercial - Altinópolis (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios.

SÉRGIO JOSÉ MACHADO([email protected])Estudante - Recreio (MG). “Recebi infor-mação de amigos do curso técnico que fre-quento que a revista possui artigos muito bem elaborados e que irão enriquecer meus conhecimentos. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios.

KLAUS WAGNER HUBINGBER([email protected])Agricultor - Araxá (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios. Achei interessante e útil o seu conteúdo.

LUIZ FRANCISCO POLONI([email protected])Agropecuarista e Cafeicultor - Sales Oliveira (SP). “Gostaria de receber a Re-vista Attalea Agronegócios.

notícias

BIOBRAZIL FAIR cresce 30% ao ano

livros

43ª EXPOAGRO define exposições

A coordenação geral da publicação é de Pierre Santos Vilela, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), representada pelo Instituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES). São 300 páginas, distribuídas em oito capítulos que tiveram a participação de pesquisadores en-volvidos com a temática. Dentre os temas abordados, caracterização da propriedade, do produtor e da atividade, condições ambi-entais, relações trabalhistas, gestão e com-ercialização, legislação fl orestal, economia e geração de emprego e propostas de ações políticas para desenvolvimento sustentável

“CARACTERIZAÇÃO DA CAFEICULTURA DE MONTANHA DE MG”

da atividade. Segundo levantamento do INAES, a região de montanha tem se mostrado mais vulnerável às incertezas do mercado, fruto de particularidades que a distinguem, como a maior necessidade de mão-de-obra dada sua condição geográfi ca, e à estrutura produtiva, predominantemente de cafeicultores famili-ares. Ao todo, foram amostradas 1026 propriedades, sendo 362 na Zona da Mata, e 664 no Sul de Minas, estratifi cadas em pequenos, médios e grandes produtores. http://www.inaes.org.br/publica/Livro_cafeicultura_de_montanha.pdf

Dados econômicos dão conta que até 2014 a receita de orgânicos no País deve dobrar, particularmente pelo apoio governamental e por conta dos selos que atestam a qualidade dos produtos, além da consciência orgânica e da crescente de-manda do consumidor por alimentos livres de agrotóxicos. Esse é o cenário de uma das principais feiras de negócios voltada para a cadeia de produtos orgânicos, a Bio Brazil Fair 2012 – Feira Internacional de Produ-tos Orgânicos e Agroecologia, organizada pela Francal Feiras e que acontece entre os dias 24 e 27 de maio no pavilhão da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP). A feira reúne cerca de 220 empresas expositoras e apresenta alimentos orgânicos in natura, alimentos orgânicos congelados, frutas e verduras orgânicas, leites, laticínios e ovos, pães, bolos e biscoitos, carnes, sucos e bebi-das, produtos medicinais, tecidos e roupas, entre outros. Paralelamente à Bio Brazil Fair acontece a NaturalTech 2012 – 8ª Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde.

Informações: www.biobrazilfair.com.br. Tel. (11) 2226-3100.

A Comissão Organizadora da 43ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca (SP) defi niu no último dia 15 de março os turnos de realização das ex-posições de bovinos e equinos. A feira acontecerá de 18 de maio a 03 de junho.

No primeiro turno (18 a 20 de maio) teremos a exposição do Cavalo Árabe e a Copa Brasileira / Copa Regional de Marcha de Muares.

No segundo turno (25 a 27 de maio) teremos as exposições de gado Girolando e Gir Leiteiro, e a do Cavalo Mangalarga Marchador. Lembrando que durante a se-mana teremos os Torneios Leiteiros de Gado Gir Leiteiro e também de Girolando.

A tradicional Expocães acontecerá no dia 27 de maio, durante todo o dia.

No terceiro e último turno (1º a 03 de junho) teremos as exposições de Gado Nelore e de Cavalo Mangalarga.

A Copa Promocional de Hipismo acontecerá durante todo o dia 03 de junho, na pista principal do Parque de Exposições “Fernando Costa”. Informações: www.franca.sp.gov.br/expoagro. Tel. (16) 3724-7080, com Paulinho ou Celio Rodrigues.

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EDITORIAL

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TRÊS NOVAS VARIEDADES DE CANAResultado do programa de pes-quisa voltado exclusivamente para as necessidades das usi-nas, a Monsanto lançou três variedades de cana de açúcar: a CV7231, a CV7870 e a CV6654.

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO ANIMAL EM PASTAGENSDois estágios são de fundamen-tal importância em sistemas de produção animal. Cada qual desses estágios tem sua própria efi ciência, a qual pode ser infl u-enciada pelo manejo.

ARÁBICA: NOVO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MUDASPesquisa em Cultura de Tecidos, desenvolvidos pelo IAC e em-presas particulares, desenvolve tecnologias para a propagação clonal e massal de plantas sele-cionadas de cafeeiro.

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IMPORTÂNCIA DAS SUBSTÂNCIAS HÚMICASA questão chave na agricultura brasileira e mundial é: “como pro-duzir alimentos, biocombustíveis e fi bras de forma sustentável para uma população cada vez maior e mais ávida?”

AUMENTO DAS CHUVAS EESTIAGENS PROLONGADASAnálise de dados de 121 anos e de 106 estações meteorológicas do IAC no Estado de São Paulo confi rmam que é recorrente o atraso na época das chuvas, prejudicando a cafeicultura.

AGRISHOW: NOVIDADES EM MÁQUINAS Expositores de Máquinas, Imple-mentos e Veículos Agrícolas es-tarão participando da Agrishow 2012 para exibir novas linhas de produtos disponíveis no mer-cado.

INOVAÇÕES MUDAMNEGÓCIO DO CAFÉ NO MUNDOArtigo do Profº Marcos Fava Ne-ves apresenta, em poucas linhas, informações extremamente im-portantes sobre a Cadeia Produ-tiva do Café nos últimos anos, desde o incremento no valor e quantidade das exportações, até consumo e aumento da renda.

Expectativa de bons negócios em várias feiras pelo país

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A temporada de grandes feiras teve seu início neste mês de março. Os agricultores e pe-

cuaristas da Alta Mogiana, Triân-gulo Mineiro, Sul e Sudoeste Mi-neiro aguardam com expectativa as novidades que “desfi larão” pela Fenicafé (Araguari/MG), o Sim-café (Franca/SP), o Circuito Mi-neiro de Cafeicultura (vários mu-nicípios), a Agrishow (Ribeirão Preto/SP), a Expozebu (Uberaba/MG), a Hora Certa Cooparaíso (São Sebastião do Paraíso/MG), a Expoagro (Franca/SP), a Roda de Agronegócios (Piumhi/MG), a Expocafé (Três Pontas/MG), a Feicorte (São Paulo/SP) e a Hor-titec (Holambra/SP).

Nesta edição destacamos o artigo do Profº Marcos Fava Neves, da FEA/USP, de Ribeirão Preto (SP). Com brilhantismo, o professor detalha a importân-cia do momento para a cafeicul-tura brasileira, e o quanto que a inovação tecnológica alterou o ‘negócio café’ no mundo.

Mantendo no quesito tec-nologia, publicamos matéria importante sobre a nova técnica de produção de mudas de café

Arábica: a propagação clonal e massal de plantas selecionadas.

Destaque, também, para as informações sobre o consumo de café na Índia. Análises econômi-cas demonstram que, dentro dos próximos cinco anos, o país se tornará importador. Principal-mente devido às mudanças no hábito de consumo.

Ainda na cafeicultura, ar-tigo interessante sobre o café Co-nilon ou Robusta: ‘patinho-feio’ ou um ‘cisne’ esperando crescer?

Na silvicultura, apresenta-mos projeto inédito desenvolvido em Itapetininga (SP) incentivan-do a instalação de Sistemas Inte-grados de Produção de madeira de Eucalipto com a produção de Ovinos.

Na pecuária leiteira, publi-camos artigo dos pesquisadores Bruno Carneiro e Murilo Saraiva, onde é discutida a efi ciência de sistemas de produção animal em pastagens.

Para fi nalizar, estudos do de mais de cem anos do IAC com-provam o recorrente atraso na época das chuvas no Estado de São Paulo.

Boa leitura a todos!

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8MAR 2012

EMPRESAS

WLC, mais que UMA CORRETORAHá mais de

30 anos na cidade de Franca (SP),

a Corretora WLC hoje é sinônimo de credi-bilidade, efi ciência e bons negócios. “Nossa relação com o mercado de café começou há quatro gerações na ci-dade de Espírito Santo do Pinhal (SP). Meu bisavô era produtor de café naquela cidade e, depois, meus avós e meus pais continuaram os negócios”, comenta Tom, sócio do grupo WLC

Na década de 80, Washington Luiz Bue-no de Camargo, o Lui-zinho , veio para Franca

Tom, em sua sala, durante as operações na BM&F Bovespa.

Luizinho mostrando a qualidade do café na classifi cação da WLC

abrir a fi lial de uma das empresas da família de compra e venda de café e nunca mais saiu.

Hoje a Corretora WLC pode ser considerada uma das mais dinâmicas e completas do Brasil, inovando a cada dia. “Nossos clientes contam com fer-ramentas operacionais e informações que vão além do mercado físico. Te-mos mais de 10 escritórios parceiros nas maiores regiões produtoras do Brasil. Eles nos fornecem informações, amostras e relatórios que são reenvia-dos para nossos clientes compradores de forma resumida e exata dentro de um sistema exclusivo, que é o WLC Trade”, afi rma.

“Outro detalhe importante”, co-menta Tom, “é que esse sistema per-mite que o produtor tenha acesso aos preços e negócios on line através do portal www.corretorawlc.com.br. Quando cadastrado, recebe informa-ções por mensagens de celular e e-mail. Poderá checar seu estoque, lau-dos de qualidade, além de ter acesso à noticias exclusivas e chat”.

A Corretora WLC trabalha com

praticamente todos os segmentos do mercado de café, com operações de compra e venda no mercado físico, CPR, Termo (futuro) a Fixar e Mer-cado Interno, além de assessoria em padronização de qualidade, exportação

e entrega na BM&F Bovespa. “Produ-tores que fazem parte do WLC VIP não pagam corretagem na comercialização física, mas devem ser cadastrados ante-riormente”. explica Tom.

Outro diferencial do Grupo, é que, através da WLC Agente Autôno-mo de Investimentos (agente creden-ciado pela CVM e parceiro da Octo

Corretora de Valores DTVM), clientes podem vender seu café direta-mente na BM&F, rea-lizar operações estratégicas como hedge (proteção de preço) entre outras.

Para investidores do mercado fi nanceiro, a WLC oferece negócios com ações, fundos de in-vestimentos, dólar futuro, índices, títulos públicos e todos os produtos que o Homebroker rico.com.vc disponibiliza. Homebro-ker que foi considerado por revistas e sites espe-cializados como o melhor do Brasil em 2011 e for-nece cotações dos ativos BM&FBovespa em tempo real, além de vários outros serviços.

A estrutura física é outro atrativo da corretora. Conta com sala de prova e classifi cação de café, sala de cursos, sala para investi-dores e sala de reuniões. “Nossos cli-entes podem fazer, através da nossa área educacional, cursos presenciais e online de mercado de café, mercado de ações, análises gráfi cas e muitos outros que fazem parte de nosso portfólio. Recebem análises e indicações de com-pra e venda por e-mail, além de contar com a mesa de operações em Franca, tudo de maneira ágil e muito segura”, diz.

De fato, hoje a WLC é mais do que uma corretora comum, pois atua como uma ferramenta de suporte para produtores e investidores que buscam em mercados voláteis como os atuais: segurança, informações estratégicas e transparência comercial, gerando os melhores negócios e resultados positi-vos em suas operações.

INFORMAÇÕESCORRETORA WLC

Rua Diogo Feijó, 1957, Estação - Franca (SP)Tel. (16) 3402-8611

www.corretorawlc.com.br / [email protected]

melhores negócios e resultados positi-A

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10MAR 2012

Expositores ampliam participaçãoNA 14ª EXPOCAFÉFeira atrai grandes compradores e mostra tecnologias

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EVENTOS

A Expocafé 2012, promovida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), será re-

alizada entre os dias 19 e 22 de jun-ho, na Fazenda Experimental de Três Pontas (MG). Até a primeira semana deste mês, 118 empresas confi rmaram participação no evento. “A tendência nesta edição está sendo a ampliação dos estandes. Temos casos de empresas que irão ampliar a área de exposição em quatro vezes em relação ao ano

passado”, informa o relações públicas Antônio Augusto Braighi, integrante da Comissão de Organização e Comer-cialização.

Neste ano a Expocafé contará com uma área de exposição de 12, 3 mil m2

e 193 estandes, em 2011 a área ocupada foi de 10 mil m2. “Já iniciamos os estu-dos de viabilidade para garantirmos a ampliação da feira em 2013”, afi rma o coordenador do evento e chefe do De-partamento de Eventos Tecnológicos da EPAMIG, Mairon Mesquista.

A maior parte das empresas que vão participar desta 15ª edição da Ex-pocafé têm sede na região Sudeste do País, sendo 60 do estado de São Paulo e 42 de Minas Gerais. Também estão ga-rantidos na feira expositores dos esta-dos do Paraná, Rio Grande do Sul, San-ta Catarina, Bahia e Distrito Federal.

As atividades da Expocafé terão início no dia 19 de junho com a reali-zação do 3º Simpósio da Mecanização da Lavoura Cafeeira. O Simpósio é ex-clusivo para participantes previamente inscritos. A partir do dia 20 a feira será aberta ao público com a realização da exposição de equipamentos, máqui-nas e insumos e de eventos paralelos, como as dinâmicas de campo, os cur-sos de capacitação para operadores de máquinas e o evento Café com Saúde, promovido pela EPAMIG em parceria com a Universidade Federal de Lavras.

Dinâmicas de Máquinas - A EPA-MIG iniciou as inscrições das empresas interessadas em participar das Dinâmi-cas de Máquinas durante a Expocafé 2012. É uma ótima oportunidade para os expositores demonstrarem em cam-po o funcionamento de máquinas e implementos agrícolas a cafeicultores e operadores.

O regulamento das Dinâmicas está disponível no site: www.expo-cafe.com.br e as inscrições de exposi-tores podem ser feitas até o dia 30 de maio pelos telefones: (31) 3489-5001 e 3489-5078 ou pelo e-mail [email protected]. O número de empresas par-ticipantes é limitado (30 vagas), sendo que cada expositor pode utilizar no máximo três máquinas.

Expositores demonstram em campo o funcionamento de máquinas e implementos agrícolas

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Aproveitando o crescimento das vendas de máquinas e implementos agrícolas em janeiro de 2012, expositores

de máquinas, implementos e veículos agrícolas estarão na Agrishow 2012 - 19ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação - para exibir novas linhas de produtos disponíveis no mer-cado.

Segundo dados da Câmara Setori-al de Máquinas e Implementos Agríco-las da Abimaq, no fi nal do ano passado, o faturamento com a venda de máqui-nas e implementos agrícolas atingiu R$ 10 bilhões, crescimento de 30% em comparação a 2010. Há expectativa de aumento no faturamento de 10% a 15% neste ano em relação a 2011.

AGRISHOW: novidades emMÁQUINAS E IMPLEMENTOS

Aproveitando o crescimento

Mercado aquecido estimula participação na feiraA feira tem um papel importante

para contribuir positivamente no de-sempenho do setor. Durante os cinco dias de evento, os visitantes podem facilmente comparar as tecnologias numa mesma área e adquirir conheci-mento sobre as máquinas e implemen-tos, pois conversa diretamente com quem melhor conhece o produto.

A KO Máquinas Agrícolas, de Ja-boticabal (SP), acompanhando o desa-fi o de atender as exigências crescentes de um mercado em expansão, estará presente na Agrishow com muitas novidades em pulverizadores, atom-izadores e carretas para transporte. (Estande B18C)

Já a Pinheiro Máquinas Agríco-las, empresa de Itapira (SP), possui a

maior ensiladeira de forragens do mer-cado, exclusiva com 5 facas no rotor (ideal para o corte de cana-de-açúcar). Entre os lançamentos para a feira, es-tão trituradores de galhos, colhedora de duas e três linhas de milho e sorgo, carreta cafeeira e a ensiladeira modelo EP-5620. (Estande B3d)

Outro expositor com presença garantida na feira, é o Grupo Oimasa, representante Massey Ferguson e com sede em Orlândia (SP) e unidades em outras quatro cidades da Alta Mogiana e duas no estado de Goiás. A empresa apresentará o que existe de mais mo-derno em tratores para as mais diversas necessidades. (Estande D10d)

Sobre a Agrishow - Completando em 2012 dezenove anos de história, a Agrishow já está consolidada como a principal feira do setor agro na Améri-ca Latina. Serão mais de 360 mil m² de feira, palco de demonstrações de má-quinas e equipamentos agrícolas das principais empresas do mercado, além de rodadas de negócios e visitas técni-cas. Visite a feira de 30 de abril a 4 de maio. Lembrando que é proibida a en-trada de menores de 16 anos. A

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14MAR 2012

A cadeia do café contri-buiu, em 2011, com quase US$ 9 bilhões em exportações, prati-

camente 10% do total exportado pelo agronegócio, trazendo e dis-tribuindo renda em milhares de pequenas propriedades e em mu-nicípios. Em dez anos, pulou da exportação anual de 18 milhões para 35 milhões de sacas.

Com aproximadamente 50 milhões de sacas (2011/12), o Brasil produz competitivamente, graças à extensão, à pesquisa e à tecnologia, 40% do café mundial e tem 30% de participação nas exportações mundiais.

O consumo mundial em dez anos pulou de 110 milhões para

Marcos Fava Neves - Professor Titular de Planejamento e Estratégia na FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto (SP) e Coordenador Científi co do Markestrat. [[email protected] / www.favaneves.org]

destaque

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS MUDAM O NEGÓCIO DO CAFÉ NO MUNDO

135 milhões de sacas anuais. O bom tomador de café sorve 130 xícaras por ano; o chinês, menos de uma.

Lá, o consumo cresce 30% ao ano, estimulado principal-mente por hábitos dos jovens que estudaram no exterior e pelo aumento de viagens inter-nacionais da população.

O consumo na Índia tam-bém dobrou na década e prolife-raram cafeterias pelo país.

Em 20 anos, o forte mer-cado interno pulou de 9 milhões para 20 milhões de sacas anuais, com produtos mais nobres. O mercado mundial deve crescer 2% ao ano, algo como 3 milhões a 4 milhões de sacas a mais.

Concorrentes do Brasil apresentam proble-mas na capacidade de produção e de expansão, levando a um a sensível redução de estoques. Os preços mudaram de patamares, desde 2004 até os recordes vistos em 2011.

Cafeicultores estão saldando dívidas e volta-ram a ter capacidade de investimento, renovando a cafeicultura.

O sustentável café brasileiro emprega uma in-fi nidade de pessoas e é fortemente punido com a anacrônica legislação trabalhista brasileira.

Além dos custos crescentes e os vícios do se-guro-desemprego, tem-se uma indústria de indeni-zações instalada. Para o desenvolvimento do Brasil, surgem até propostas para contratar estrangeiros de maneira temporária, devido à difi culdade de en-contrar mão de obra local.

É fundamental que os produtores inovem na governança e fortaleçam as cooperativas e as asso-ciações, coordenando melhor a oferta (qualidade e preço) com políticas de estoque, evitando oscila-ções de preço danosas à sustentabilidade econômica da cadeia produtiva, e capturando valor.

Melhoria da produtividade via renovação, mecanização e compartilhamento de ativos, con-trole celular dos custos de produção são imperati-vos na nova cafeicultura.

A parte mais fascinante são as inovações que estão levando o café a ser como o vinho – cada vez mais associado a variedade, origem, forma como foi produzido, local, sabor, complexidade da bebida, tipos de certifi cação, entre outros aspectos de iden-tidade.

Proliferam transações diretas de torrefadores e distribuidores internacionais com os produtores brasileiros, relatando a história e aproximando o tomador de café ao cafeicultor, nos aprazíveis mo-mentos de consumo.

Inovações em máquinas de vendas, específi -cas para o café expresso, que já ocupam as casas, os quartos de hotéis e outros locais. Com design ar-rojado, passam a fazer parte da decoração dos am-bientes.

O café entendeu que tem uma grande história para contar. O consumidor quer saber e dá valor para esse conhecimento. A

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Cursos de degustação e classificaçãoGANHAM ESPAÇO NA REGIÃOCom vagas limitadas, AMSC prepara curso para abril

Para garantir ao consumidor um produto de alta qualidade é preciso que o café seja se-lecionado, classifi cado e pre-

parado por profi ssionais capacitados. A formação e especialização destes profi ssionais vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado atual, em que a qualidade é indispensável.

Na região estão sendo minis-trados vários treinamentos visando à formação de profi ssionais capazes de identifi car as características do café e que saibam avaliar as diferenças exis-tentes entre sabores, aromas, acidez, amargor, corpo, dentre outras carac-terísticas.

“Saber classifi car e degustar café é de extrema importância para quem atua no setor, pois permite que o produtor identifi que os atributos de qualidade que determinam o preço do seu produto; além de poder identifi car o resultado dos tratos culturais em-pregados durante o plantio, a colheita e a pós-colheita”, comenta Calixto Jorge Peliciari, certifi cado cupping judge SCAA.

Segundo a COB (Classifi cação Ofi cial Brasileira), o café pode ser classifi cado por categoria, segundo a espécie; por subcategoria, segundo o formato do grão e granulometria; por grupo, segundo o aroma e o sabor; por classe, segundo a bebida; e por tipo, se-gundo a cor e qualidade.

Durante os cursos de degustação e classifi cação, são abordados, entre outros pontos, técnicas de degustação por prova de xícara e tipos de bebidas – dura, dura para melhor, mole, estrita-mente mole, rio e riada, com equiva-lência na tabela SCAA; e mecanismos de percepção sensorial (olfato e pala-dar).

Para capacitar os produtores da Alta Mogiana, a AMSC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana) prepara, para a primeira quinzena de abril, a segunda edição do

curso ‘Noções Básicas de Classifi cação e Degustação de Café’.

O treinamento será ministrado pelos provadores de cafés especiais Ca-lixto Peliciari e Julio Ferreira, da Mo-giana Assessoria em Cafés Especiais. As vagas são limitadas.

ALTA MOGIANA

Na edição anterior, erramos na pub-licação do mapa que designa a região da Alta Mogiana para o Selo de Indicação de Procedência do INPI.

Acima, o mapa correto, com a reti-rada do município de Rifaina (SP) e a in-clusão do município de Nuporanga (SP).

A região abriga 15 municípios, que produziu no ano passado 813 mil sacas de café benefi ciado em 53 mil hectares de lavouras.

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16MAR 2012

CLIMA

Uma base de dados de 121 anos permite que as análises climáticas sejam mais segu-ras e que os pesquisadores

possam comparar as informações atuais com períodos anteriores. O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas (SP), possui 106 estações meteorológicas au-tomáticas no Estado de São Paulo e tem uma das bases de dados mais antigas do País. Com essas informações, que da-tam de 1890, os pesquisadores do Insti-tuto podem afi rmar que desde a década de 80 é recorrente o atraso na época de início das chuvas, o que prejudica, principalmente, a fl orada do café, re-fl etindo na produtividade dos cafezais e na qualidade dos grãos.

A safra de 2012, por exemplo, pode ter redução de até 20% devido ao período de seca, frio e desfolha das plantas. Os estudos do IAC permitiram observar também que de 2000 a 2009 ocorreram três eventos de chuvas ex-tremas por ano em Campinas (SP) – acima de 50mm – enquanto entre 1990 e 2000 foram dois. A mesma situação ocorreu na década de 20, quando foram registrados, em média, cinco eventos de chuvas extremas, o que mostra que as mudanças climáticas podem não ter como causa apenas o aquecimento global e sim a ciclicidade do tempo. Em 2012, o IAC registrou um evento de chuva extrema em Campinas (SP), em 16 de janeiro. Na ocasião choveu 61 mm. Em julho deste ano, o IAC com-

Aumento de chuvas e períodos deESTIAGENS PROLONGADASBanco de dados do IAC comprovam alteração no clima

pleta 125 anos de pesquisas agrícolas ininterruptas. O Instituto foi respon-sável por iniciar a climatologia agrícola brasileira no século XIX e mantém ser-viços de orientação agrometeorológi-cas que auxiliam os produtores rurais.

Normalmente, o período das chu-vas no Brasil se inicia no começo de outubro e termina em março. A partir da década de 80, porém, os pesquisa-dores do IAC observaram que o perío-do de estiagem se estendeu para até o fi m de outubro e começo de novem-bro. “As chuvas são importantes para a agricultura porque o plantio começa a partir da primeira chuva. Esse atraso das chuvas pode causar prejuízos para várias culturas, sendo uma delas o café provocando fl oradas tardias, prejudi-cando as fases de enchimento dos grãos e de maturação”, afi rma Marcelo Bento de Paes Camargo, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abaste-cimento do Estado de São Paulo.

O café, normalmente, começa a fl orescer no início de setembro e tem a fl orada principal até o começo de outubro. De acordo com Camargo, nos últimos cinquenta anos, os princi-pais atrasos na fl orada ocorreram em 1964, 1994 e 2007. Nas ocasiões, além do atraso, a safra foi prejudicada, prin-cipalmente, pela falta de chuva. “As plantas fi caram debilitadas, as folhas caíram e o pegamento da fl oração foi muito baixo. A safra de 64, por exem-plo, foi de 0, a de 94 – em que houve

seca e geada – diminuiu a produção em até 60% e a de 2007, a quebra chegou a 30%”, afi rma o pesquisador do IAC.

Segundo Camargo, 2011 foi um ano frio, tanto no inverno como na pri-mavera, o que prejudicou o enchimen-to dos grãos de café. “Os grãos estão menores e a seca de agosto e setembro provocou a desfolha da planta além do normal, provocando queda dos frutos. Este problema ocorreu em todo o Es-tado de São Paulo e também no Sul de Minas Gerais. O problema climático de atraso no início das chuvas altera a função da seca e até agora podemos es-timar uma perda de 20% da produtivi-dade do café, e sem contar a qualidade do produto fi nal”, explica.

O café passa por seis fases até ser colhido. A primeira é a vegetação e formação das gemas foliares, a segun-da, de indução e maturação das gemas fl orais, seguida da fl orada, chumbinho e expansão dos frutos. A quarta fase é a da granação, seguida da matura-ção dos frutos e, por fi m, o repouso e a senescência dos ramos terciários e quaternários. Segundo Camargo, o atraso de uma das fases vai prejudicar a seguinte, pois cada uma delas precisa de uma condição climática diferente para melhor produtividade e qualidade da bebida.

“As cooperativas estão preocupa-das com a próxima safra porque tivemos uma seca em fevereiro, que afetou a fase vegetativa da planta, e depois, uma em agosto até outubro, a qual atrasou a fl orada e causou a desfolha. Não se sabe o quanto o café perderá de qualidade se em 2012 ocorrer muita chuva, devido ao tamanho dos grãos. Até agora há a estimativa de 20% de perda da produ-tividade, mas esse número poderá ser maior”, explica Camargo.

O produtor tem como alternativa para melhorar as condições de sua la-voura a utilização da irrigação ou

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da arborização. “Ele pode usar a irriga-ção para minimizar os efeitos da seca”, afi rma Camargo.

A utilização de árvores nos cafezais é outra opção para deixar o clima mais ameno e diminuir a inten-sidade dos ventos. “Com utilização das árvores – de porte alto – o produtor acaba perdendo um pouco da área de cultivo, mas melhora a qualidade do seu cafezal”, diz.

Em tese, a utilização de árvores nos cafezais pode reduzir em até 3 ºC a temperatura ambiente e com a di-minuição da ocorrência de ventos há menos problemas fi tossanitários que afetam as plantas localizadas em alti-tude mais elevada.

Chuvas Extremas – De acordo com o pesquisador do IAC, Gabriel Constantino Blain, somado aos pro-blemas da estiagem, há ainda a eleva-ção dos eventos de chuvas extremas – precipitações pluviais superiores a 50 mm. “Ao mesmo tempo em que esta-mos enfrentando um atraso na retoma-da da estação agrícola chuvosa, ou seja, estamos tendo mais problemas com a seca agrícola, observamos também, es-pecialmente nos meses de dezembro a janeiro, de 1985 para cá, graves proble-mas com as chuvasextremas”, afi rma o pesquisador do IAC.

Com esse acúmulo de água, o solo fi ca encharcado e pode ocorrer desli-zamentos de terra em alguns pontos críticos, além de inundações. “Hoje em dia, não se pode separar o evento ex-tremo deprecipitação do crescimento desordenado das cidades que imper-meabilizam o solo”, afi rma Blain.

De 2000 a 2009, ocorreram em média três eventos por ano de chuvas extremas em Campinas, enquanto na década de 90 foram dois. Essa quan-tidade de dias com chuvas fora do comum se assemel-ha aos índices da década de 1920, quando ocorreram, em média, cinco chuvas ex-tremas por ano.

O IAC trabalha com hipóteses para o aumento da quantidade de chuvas intensas e a semelhança dela com a década de 20. Segundo Blain, uma pos-sível explicação são os fenô-menos climáticos como o El Niño, a oscilação decadal do oceano Pacífi co e tam-bém o aquecimento global.

“Pode não ser ainda uma mudança de clima. O clima voltou a um padrão que apresentava há 90 anos. Retornou a um período de elevada variância, ou seja, de frequência de eventos de chuvas ex-tremas”, afi rma.

De acordo com o pesquisador, não se pode desconsiderar as causas naturais do meio ambiente, porque é difícil pensar em aquecimento global na década de 20. A pesquisa trabalha apenas com hipóteses e levará al-gum tempo ainda para se ter certeza das causas do aumento das precipita-ções extremas e a demora para início das chuvas. “O sistema atmosférico é chamado de caótico e é difícil atribuir a causa de uma alteração a apenas um fator”, explica.

A média anual de chuva em Campinas varia entre 1500 e 2 mil milímetros. De acordo com o pesqui-sador do IAC, a quantidade de chuva continua a mesma desde a década de 20, mas em menor quantidade de dias, mudando a distribuição temporal. “A

chuva diária, antes tinha em média 10 mm, hoje, com o desvio de padrão, pode chegar até a 40 mm e depois fi car longos períodos sem chover”, afi rma.

A explicação é que a precipitação pluvial, diferentemente da tempera-tura, sofre com a falta de memória. “Se hoje estiver muito quente, amanhã possivelmente também estará.

Os valores elevados de tempera-tura tendem a agrupar-se temporal-mente. No caso das chuvas, esse fato não acontece. Hoje pode chover muito e amanhã não chover nada”, explica Blain.

Os dados gerados nas 106 esta-ções meteorológicas automáticas do IAC contribuem com o universo urba-no ao orientar os trabalhos preventivos das unidades de Defesa Civil paulista. Os órgãos utilizam as informações em ações preventivas em períodos de seca e de chuvas, respectivamente, para evi-tar queimadas e desmoronamentos.

Eles são também utilizados para registrar, avaliar e transferir informa-

ções sobre chuvas e outros dados climáticos necessários para os agricultores adequa-rem o manejo das culturas com menor desperdício de produtos, melhor aproveita-mento para as lavouras e menor impacto ambiental.

A climatologia agrícola brasileira iniciou-se no IAC no século XIX e mantém serviços de orientação agro-meteorológica que auxiliam produtores no manejo dos campos, envolvendo aspectos de controle fi tossanitário e aplicação de defensivos.

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18MAR 2012

Importância das Substâncias HúmicasNA QUALIDADE DOS SOLOSFertium® confere maior equilíbrio químico, físico e biológico

CAFÉ

Nas próximas décadas, a Agri-cultura Brasilei-ra será sub-

metida a grandes desafi os, só comparado à Revolução Verde, ocorrida nas déca-das de 60 e 70 do século passado.

A questão chave é: Como produzir alimentos, biocombustíveis e fi bras de forma sustentável para uma população brasileira e mundial cada vez maior e mais ávida em suprir as suas necessidades, sem a de-gradação do meio ambiente e com o menor impacto ambiental?

Os solos agrícolas estão sendo submetidos a uma pressão nunca vista e é necessário um manejo adequado para manter ou aumentar o seu poten-cial produtivo a longo prazo.

Dentro deste contexto, o Grupo Bio Soja vem ao longo dos anos pes-quisando e desenvolvendo produtos que possam aumentar a produtividade das culturas, melhorar a rentabilidade da atividade agrícola e minimizar os impactos da agricultura no meio am-biente.

Os produtos da linha Fertium® são classifi cados em dois grupos: condi-cionadores de solos e fertilizantes or-ganominerais. A principal característi-ca destas linhas de produtos são os altos teores de substâncias húmicas (SH).

As substâncias húmicas (SH) pro-movem a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas dos solos. Portanto, são um componente fundamental na qualidade dos sistemas agrícolas e na manutenção da sustenta-bilidade agrícola dos solos cultivados. As substâncias húmicas (SH) não sub-stituem o fornecimento de fertilizantes

minerais, mas têm por objetivo maxi-mizar os seus benefícios nas culturas.

A Matéria Orgânica nos Solos - O solo possui três fases: a fase sólida, a líquida e a gasosa. A fase sólida do solo é constituída pela fração mineral e orgânica. A fração orgânica corres-ponde a matéria orgânica do solo, que na grande maioria dos solos minerais das regiões tropicais e subtropicais não ultrapassa a 5%.

A matéria orgânica é fundamen-tal na qualidade dos sistemas agrícolas, sendo essencial para a manutenção da fertilidade dos solos e da sustentabili-dade dos agroecossistemas.

Em solos tropicais altamente in-temperizados, a matéria orgânica tem grande importância no fornecimento dos nutrientes às culturas, na retenção de cátions, na complexação dos ele-mentos tóxicos e dos micronutrientes, na estabilidade da estrutura do solos, na retenção de água na atividade e di-versidade microbiana dos solos.

A matéria orgânica do solo é um sistema complexo de substâncias orgânicas, cuja dinâmica é governada

pela adição de resíduos orgânicos de diversas naturezas e pela sua contínua transformação sob ação de fatores bio-lógicos, químicos e físicos.

Portanto, o termo matéria orgânica abrange todos os componen-tes orgânicos do solo, nos seus diversos estágios de decomposição, ocorrendo em íntima associação com os constitu-intes mine-rais do solo.

A matéria orgâni-ca do solo pode ser dividida em dois gru-pos: substâncias não húmicas e substâncias húmicas.

O primeiro grupo constitui uma peque-na fração do teor de carbono do solo, re-presentando entre 10 e 15% da matéria orgânica total do solo.São substâncias rela-tivamente fáceis de serem degradadas pe-los microrganismos do solo e tem permanên-

cia muito pequena no solo.Já o segundo grupo, as substân-

cias húmicas (SH), são o principal com-ponente da matéria orgânica do solo (85 a 90%). As SH são o estágio fi nal da humifi cação dos resíduos orgânicos do solo e representam as frações mais ativas da matéria orgânica. São respon-sáveis pelos inúmeros processos físicos e físico-químicos que ocorrem nos so-los.

As culturas cultivadas em solos tropicais com alto teores de substân-cias húmicas são mais produtivas, eco-nomicamente viáveis e as produções são sustentáveis a longo prazo nos sistemas agrícolas.

O que são as Substâncias Húmi-cas (SH) - Conforme comentado an-teriormente, as SH são o estágio fi nal da humifi cação dos resíduos orgânicos do solo. São uma mistura complexa de compostos orgânicos com natureza, principalmente coloidal (partículas ex-tremamente pequenas), apresentando propriedades ligeiramente ácidas e com grande interação com outros com-ponentes do solo, as frações minerais.

As SH são classifi cadas em

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20MAR 2012

CAFÉ

Café com 15 meses após o transplante (foto em 31 de março de 2011)

três frações ou grupos químicos, basea-dos na sua solubilidade em meio ácido e em meio alcalino: ácidos fúlvicos, ácidos húmicos e huminas.

Todas as frações ou grupos quími-cos das SH são relativamente estáveis nos solos. Os ácidos fúlvicos são a fra-ção mais facilmente degradada pelos microrganismos dos solos e os ácidos húmicos e as huminas são mais resis-tentes ao ataque microbiano.

As SH do Fertium® proporcio-nam uma série de benefícios às plantas e aos solos.Benefícios nas plantas

• Aumenta a capacidade germina-tiva das sementes e o enraizamento das mudas transplantadas;

• Estimula o desenvolvimento do sistema radicular das plantas pro-porcionando maior absorção de água e nutrientes;

• Maior resistência das plantas aos estresses ambientais, tais como: verani-cos, variações bruscas na temperatura do solo e do ar;

• Maior desenvolvimento vegeta-rivo das culturas;

• Maior produtividade das cul-turas.Benefícios nas propriedades físico-químicas dos solos• Aumenta a capacidade de retenção dos cátions (CTC) dos solos, reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos por lixiviação, tais como: potássio, cálcio e magnésio. A CTC do Fertium® é de 900 mmolc/kg, enquanto que a CTC da maioria dos solos brasileiros situa-se entre 50 e 100 mmolc/kg;

• Aumenta a capacidade de reten-ção de água (CRA) dos solos, tornando as plantas mais tolerantes aos verani-cos.

Benefícios nas propriedades físicas dos solos

• Melhora as propriedades físicas do solo, formando e mantendo agrega-dos com alta estabilidade. A estrutura granular favorece maior infi ltração da água, aeração do solo e maior resistên-cia do solo à erosão.

• Diminui a plasticidade e coesão dos solos argilosos, minimizando a sua compactação;

• Diminui as oscilações da tem-peratura dos solos, propiciando maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas e maior atividade microbi-ana.Benefícios na disponibilidade de nutri-entes às plantas

• Aumenta a disponibilidade de fósforo às plantas, com a redução da fi xação deste nutriente através da complexação dos óxidos de ferro e de alumínio dos solos e liberação de parte

do fósforo anteriormente adsorvido pela fração mineral;

• Aumenta a disponibilidade de potássio, cálcio e magnésio às plantas, pela redução das perdas destes nutri-entes por lixiviação, principalmente nos solos com menor capacidade de retenção de cátions (solos arenosos ou de textura média e os solos altamente intemperizados).Benefícios nas propriedades biológicas dos solos

• Estimula a atividade dos mi-crorganismos benéfi cos às plantas, fornecendo substâncias húmicas, áci-dos orgânicos e outros compostos que servem de fonte de energia e de nutri-entes.

PRODUTOS BIO SOJA - Atu-almente, a Bio Soja possui uma linha completa de condicionador de solos e fertilizantes organominerais.

O Fertium® é um condicionador de solos com altos teores de substân-cias húmicas proveniente da humifi ca-ção dos materiais orgânicos ao longo de milhares de anos. Possui 17% de COT e CTC de 900 mmolc/kg de produto.

O Fertium® Phós é um fertili-zante organomineral com altos teores de substâncias húmicas enriquecido com fósforo prontamente disponível às plantas (fósforo solúvel em CNA+água e em água). Além das substâncias húmicas, possui 3% de N e 15% P2O5. A CTC do produto é de 500 mmolc/kg.

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CONCORRENTE FERTIUM® PHÓS

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Invasão de sacaria de juta importada ATINGE INDÚSTRIA NACIONALCastanhal reduz produção e demite 820 funcionários

Avanço da importação de sacos de juta - utilizados principalmente para emba-lar o café - afeta o mercado

dos fabricantes da Amazônia, que já iniciaram demissões. Os fabricantes nacionais foram afetados pelo menor preço dos sacos de juta fabricados na Índia e em Bangladesh, que chegam ao País cerca de 10% mais baratos em relação aos produtos nacionais.

A Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), por exemplo, uma das maiores fabricantes de sacos de juta do País, cortou quase pela metade o número de empregados nos últimos meses. “Até 30 de outubro, a fábrica de Castanhal, no Pará, trabalhava em quatro turnos, sete dias por semana”, conta o presi-dente da empresa, Hélio Junqueira.

De lá para cá, foram demitidos

820 empregados e os atuais mil fun-cionários da fábrica trabalham hoje 44 horas por semana e em turnos normais. A produção de sacos de juta, que era de 1.080 toneladas por mês, foi reduzida a 600 toneladas mensais.

A mudança no ritmo de produção se deve, segundo Junqueira, à entrada de produtos importados da Índia e de Bangladesh. A unidade do saco im-portado para café sai, em média, por R$ 3,75, enquanto o preço do saco de juta nacional para a mesma fi nalidade gira em torno de R$ 4,15. “O Brasil, como um todo, tem sido um país muito caro. Se uma fábrica da Índia se estabelecer do outro lado da rua onde está a minha empresa, ganho dela em competitivi-dade”, diz o empresário, que atua no setor há 46 anos.

Ele explica que o produto

brasileiro perde na competição com os importados por causa da pesada carga tributária, encargos trabalhistas e defi -ciências na infraestrutura, entre outros fatores. “Dentro do portão da fábrica somos mais competitivos.”

A cadeia produtiva da juta, da produção da fi bra até a confecção do sacos, se destaca pela autossufi ciência do País. Porém, o que se viu no ano passado foi um avanço dos volumes importados. Segundo Junqueira, entre 2001 e 2010, o País importava entre 150 e 200 toneladas de sacos de juta por ano. Em 2011, foram 3.600 toneladas.

Produtores. O impacto do avanço dos sacos de juta importados já atinge os cerca de 15 mil produtores ribei-rinhos, que cultivam a fi bra às margens dos Rios Amazonas e Solimões, nos Estados do Pará e Amazonas. Hoje os produtores estão na fase de colheita e venda da safra.

Arlindo Leão, secretário executi-vo do Instituto de Fibras da Amazônia (Ifi bram), relata que o preço do quilo da fi bra recebido pelo produtor nesta safra oscila entre R$ 1,70 e R$ 1,80. Na mesma época de 2011, a cotação do quilo estava em R$ 1,90.

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22MAR 2012

CAFÉ

Novo sistema de produção deMUDAS DE ARÁBICAPropagação clonal e massal de plantas selecionadas

Joyce Meire Gomes Ferreira 1

Considerando que estamos próximos do momento de renovação dos cafezais e para isso será necessária

uma ferramenta capaz de produzir centenas, milhares e até mesmo milhões de mudas para a reposição das plantas atuais, faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologias para a propagação clonal e massal de plantas selecionadas de cafeeiro.

A propagação vegetativa do cafeeiro apresenta-se como uma excelente alternativa na busca de avanços para a produção de mu-das. Dentro da cultura de tecidos, a embriogênese somática destaca-se como uma importante ferramenta de multiplicação de plantas sele-cionadas. Esta técnica vem sendo conduzida de forma promissora em alguns programas de melhoramen-to de espécies deste gênero, embora ainda apresente vários entraves relativos ao genótipo.

Com o objetivo de elevar a produtividade e reduzir as perdas

causadas pelas pragas e doenças, os principais centros de melho-ramento genético como o Insti-tuto Agronômico de Campinas, Fundação Procafé, Embrapa Café e IAPAR, desenvolveram variedades superiores.

O Instituto Biosomática,

Joyce Meire Gomes Ferreira - Bióloga MSc, Coordenadora do projeto Embriogênese Somática de Café do Instituto Biosomática.

O processo de embriogênese somática do cafeeiro: Folha de café selecionada para iniciar o processo; Células forma-das no tecido foliar; Formação de em-briões somáticos; Desenvolvimento dos embriões somáticos; Germinação de embriões somáticos; e mudas de café enraizadas.

responsável pela pesquisa, desenvol-vimento e inovação de tecnologias, desenvolveu um novo sistema de produção capaz de atender as neces-sidades do setor. A parceria inédita realizada entre as empresas Instituto Biosomática, IAC Café e SBW do Bra-sil resultou na otimização da técnica inovadora de produção massal de mu-das superiores. Três genótipos com

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elevado potencial de comercialização e com valores agronômicos agregados foram produ-zidos em escala piloto. Os resultados obtidos foram promissores, superando a expectativa de produção em 10 vezes. Agora estamos na fase de acompanhando das mudas no campo. Paralelamente ainda, outros centros de pes-quisa já enviaram suas variedades para serem submetidas à otimização nesta tecnologia.

Este sistema de produção é muito supe-rior aos anteriores por utilizar material vege-tal simples para iniciar a propagação, garantir milhares ou até milhões de mudas com eleva-do padrão de fi tossanidade e produtividade, e maior fl exibilidade no planejamento, uma vez determinada a estratégia de produção, o clien-te/produtor poderá implantar seu novo cafezal no momento em que desejar.

Além de manter a planta matriz produ-tiva, ou seja, sem necessidade de destruição da mesma como ocorre para outras culturas, a embriogênese somática do cafeeiro permite que genótipos responsáveis pelas característi-cas de interesse como, por exemplo, sanidade, precocidade, qualidade dos frutos, produtivi-dade, porte e arquitetura da planta sejam reti-dos no melhor indivíduo selecionado, como resultado fi nal de um processo de melhora-mento genético.

O uso dessa tecnologia permite viabili-zar a produção escalonada de mudas idênticas, reduzir os custos de produção e implantação do cafezal, aumentar a efi ciência do processo proporcionando maior produtividade e con-sequentemente maior lucratividade para o produtor. Uma vez estabelecidas as variedades excepcionalmente produtivas, a produção em larga escala está garantida.

A embriogênese somática do cafeeiro consiste na coleta de folhas jovens para iniciar o processo de propagação. Pequenos fragmen-tos foliares são colocados em meios nutritivos específi cos para induzir a formação de uma massa celular com elevado potencial de re-generação, que após diversas modifi cações fi -siológicas e estruturais, irão originar milhares de embriões capazes de se desenvolverem em plantas adultas idênticas àquela selecionada como planta matriz.

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Gene de bactéria permite aBROCA COLONIZAR CAFÉPesquisa em cafezais da Colômbia comprova tese

A broca-do-café, escaravelho que é uma das maiores pra-gas dos cafezais, pode ter adquirido sua capacidade de

colonizar as plantações graças a uma transferência de genes procedentes de uma bactéria presente em seus intesti-nos.

Um estudo publicado no início do mês de março pela revista Proceed-ings of the National Academy of Sci-ences (PNAS), desenvolvido pela equi-pe do Departamento de Biotecnologia e Entomologia no Centro Nacional de Pesquisas de Café da Colômbia, chegou à conclusão de que uma “transferência horizontal de genes” da bactéria para o escaravelho permite ao inseto produzir uma proteína que absorve um carboi-drato-chave presente nos grãos de café.

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) representa uma grave ameaça para a produção mundial do fruto e a cada ano causa prejuízos calculados em US$ 500 milhões, o que afeta 20 mi-lhões de famílias de agricultores.

A transferência genética hori-zontal, ou lateral, ocorre quando os genes passam de uma espécie a outra por meios não sexuais e é uma força evolutiva signifi cativa entre as células procariontes, aquelas que carecem de núcleo celular diferenciado e cujo ma-terial genético se encontra disperso no citoplasma. “Há muitos exemplos da importância desta transferência lateral de genes como mecanismo de adapta-ção ecológica neste domínio da vida”, escreveram os autores.

Por outro lado, são muito me-

nos comuns as transferências gené-ticas horizontais entre os eucariontes, domínio que inclui organismos unice-lulares e pluricelulares, cujas células têm núcleos verdadeiros. Os exemplos de transferência lateral entre animais são ainda mais raros.

Os cientistas identifi caram um gene da praga, denominado HhMAN1, que, segundo eles, dá provas claras de uma transferência genética lateral a partir de bactérias. “O HhMAN1 codifi ca uma enzima, a mananase, que representa uma classe das glicosídeo hidrolases jamais encontrada nos inse-tos”, explicaram os pesquisadores.

O gene provavelmente se origi-nou em bactérias do intestino do inse-to, acrescentaram os autores, que rea-lizaram uma ampla pesquisa geográfi ca com amostras de insetos colhidas em 16 países de Ásia, África e Américas.

A presença do HhMAN1 foi de-tectada em 37 amostras diferentes e “a aparente onipresença do HhMAN1 no inseto indica que a transferência gené-tica horizontal precedeu as invasões da praga a partir de sua origem, no oeste da África, a América Latina e Ásia”, aponta o artigo.

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24MAR 2012

CAFÉ

Robusta: o ‘patinho feio’ ou o ‘cisne’ ESPERANDO PARA CRESCER?Pesquisa em cafezais da Colômbia comprova tese

Manuel Diaz 1

As duas espécies de café mais comumente conhe-cidas à nível comercial, são a Canephora – cujo uma das variedades é o Robusta¬ e a Arábica, mas há cerca de 60 espécies de café, algumas das quais

têm potencial econômico. Por razões históricas e preferên-cias de mercado, o café arábica ganhou a reputação de ser o irmão “bom”, enquanto que o Robusta era como o patinho feio da família. O café robusta foi “descoberto” há relativa-mente pouco tempo, no fi nal do século XIX, e conhecemos pouco dessa família do café. Embora a exploração comercial do café Robusta na África tenha começado no início do sé-culo XX, os esforços de pesquisa e de melhorias se concen-traram no café arábica, negligenciando o patinho feio com o seu potencial para se tornar um cisne.

Durante várias décadas, os preços do café Robusta con-tinuaram perto do café arábica, e a diferença era pequena. Atualmente, há grande disparidade de preços entre Robusta e Arábica. Segundo os indicadores da Organização Interna-

cional do Café em 2010, há uma dife-rença de preços de US$ 1,41 por quilo entre estes cafés – mais que o dobro! O motivo? A resposta tem a ver com pelo menos três décadas de pesquisa e desenvolvimento e melhorias subs-tanciais nos múltiplos processos de transformação. Também devem ser considerados o efeito de programas de marketing para os arábicas de alta

qualidade,e o maior conhecimento do consumidor fi nal, exigindo melhor qualidade nas cadeias de cafés comerciais como McCafe, Dunkin Donuts. Na verdade, a fórmula do sucesso dos arábicas não é um segredo; são os padrões de qualidade na cadeia de produção, a educação do consumidor e a ética nas relações de marketing. A mesma fórmula pode ser aplicada ao Robusta, mas o trabalho não é feito.

O primeiro passo é descobrir o material genético e regiões com vocação para a qualidade. O segundo passo é ga-rantir a qualidade, treinando pessoas (degustadores) capazes de distinguir esses Robustas de melhor qualidade e diferen-cia-los exatamente como os Arábicas: por xícara, e grau. Também foi descoberto que os Robustas Finos podem dis-tinguir-se -igual ao Arábica- por seu país de origem; vários Robustas têm arrancado pontos acima de 80 no momento da degustação. Entre as origens, destacam-se os já reconhecidos Robustas do leste da África: Uganda, Tanzânia, República do Congo, onde o café Canephora permanece silvestre em fl o-restas tropicais de altitude, mais de mil metros acima do ní-vel do mar. As variedades Robusta, Kuillou e Buganda nesta região apresentam uma variação genética marcante e xí-1 – Engº Agrônomo. Especialista em degustação de Robusta do CQI.

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26MAR 2012

CAFÉ

caras únicas. Na África Ocidental e Central também se encontram ótimos Robustas, assim como em Madagascar, onde o café Canephora também é na-tivo.

Entre os países que introduziram o café Canephora de forma extensiva há um grande potencial para a quali-dade e esses países já começam a de-senvolver alguns esforços de diferen-ciação. Falamos de Indonésia, Índia, Brasil, Equador e México. E quanto a América Central? Alguns países deci-diram negar a produção de Robusta, em vez de investigar as suas reais pos-sibilidades.

O CQI- Coffee Quality Institute (Instituto para a Qualidade do Café), começou nos últimos anos uma série de pesquisas e workshops para formar degustadores de Robustas Finos no Brasil, México, na África e Indonésia.

Todos conhecemos o ditado “não compare pêras com maçãs”. Da mesma forma, muitas vezes se comenta que uma xícara de Robusta é desagradável por compararem os piores Robustas (com defeitos sem preparação adequa-da) com o melhor Arábica. A Desigual-dade na comparação é óbvia!

Afi nal, 40% da produção mundial é de café Robusta, proporção que con-

tinuará crescendo, pois o seu cultivo apresenta várias vantagens, tanto de manejo como econômicas. O Robusta, em geral apresenta menores custos de produção e tem um rendimento muito maior que o Arábica, tolera tempera-turas mais quentes e algumas varie-dades são resistentes à seca, ferrugem e nematóides, não há problema algum em cultivá-lo em altitudes mais baixas (100 a 900 m ).

Em termos de processo, tal como o Arábica têm- se favorecido os lava-dos por sua acidez pronunciada e lim-peza na xícara, os Robustas parecem apresentar características mais interes-santes ao serem processados de manei-ra natural, pois a doçura permanece, amenizando o amargor que muitos temem.

Como mencionei anteriormente, o Robusta tem sofrido particularmente de uma má reputação ou equívocos que colocam os produtores de café em uma grande desvantagem. Não se esqueça que a qualidade não depende apenas do “tipo”, mas também da variedade, do solo onde crescem, do processo, do cuidado, preparação, etc.

Chegou o momento de considerar isto e preparar o Robusta com o mesmo cuidado que os arábicas especiais - pro-

cesso cuidadoso, removendo falhas-, é quando começamos a descobrir a realidade. Muitos torrefadores têm comentado que ao desgustarem bons Robustas,se dão conta do que o mundo estava perdendo. O perfi l de sabor dos cafés Robusta é distinto. É caracteri-zado por baixa acidez e doçura, e um gosto mais amargo do que o Arábica. No entanto, por esta razão, podemos encontrar xícaras com nuanças muito agradáveis: especiarias, achocolatadas, amanteigadas, complexas.

Históricamente, o Robusta é usa-do em misturas de café espresso, para dar um corpo maior, uma melhor cre-ma e certa característica especial muito apreciada em espressos italianos. No entanto, o Robusta trará surpresas no futuro próximo, quando programas de pesquisa tecnológica, desenvolvimen-to, treinamento de especialistas, e dife-renciação no mercado renderão frutos.

O Café Robusta não substituirá o Arábica, lavados ou naturais, simples-mente porque são produtos diferentes e devem ser vistos como tal. Há mercado para todos e o melhor para o Robusta é fazê-lo bem e explorar as suas caracte-rísticas positivas. Afi nal de contas, nem patos e cisnes eram iguais, mas no fi nal da história, qual era melhor …? A

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27MAR2012

www.revistadeagronegocios.com.brCAFÉ

Piumhi (MG) realiza em maio a10ª RODA DE AGRONEGÓCIOS“Produtividade e Tecnologia na palma de sua mão”

O Sindicato Rural de Piumhi (MG) realizará, de 23 a 25 de maio, no Parque de Ex-posições “Tonico Gabriel” a

10ª Roda de Agronegócios. A Roda de Agronegócios permite

ao produtor rural a oportunidade de em um espaço pequeno de tempo visitar to-dos os estandes e comparar os preços, a qualidade dos produtos, sendo que as empresas também ganham por expor seus produtos e as condições de paga-mento para um grande número de com-pradores reunidos no mesmo local.

O presidente do sindicato Rafael Alves Tomé (Juninho Tomé), relata que esse ano o evento tem tudo para alcan-çar um crescimento expressivo, pois os preços dos produtos, como café, milho,

arroba de boi, entre outros tiveram um aumento e o produtor está ani-mado a investir e comprar novas máquinas, equipamentos, adubos e defensivos.

Os organizadores reuniram-se no início de março para discutir e propor modifi cações para o evento. Cerca de 80 pessoas, entre elas em-presários, agentes bancários, produ-tores rurais e a imprensa local esti-veram presentes.

Durante o encontro, foram pro-postas algumas mudanças que visam melhor rendimento para os partici-pantes nesse ano, como data, horário e local do evento.

Segundo um dos organizadores e também empresário, Flávio Garbin,

o ideal é realizar a abertura do evento na quarta-feira e seguir até a sexta-fei-ra, pois essa é uma forma de facilitar o contato entre as empresas e os fornece-dores. “O encerramento no sábado acaba atrasando os negócios dentro da roda, que fi cam para a segunda-feira. E dessa forma será mais produtivo, pois durante a noite quase não se fazem ne-gociações”, pontuou.

Com relação ao local, os orga-nizadores sugeriram de montar a Roda no estacionamento, devido ao espaço físico, especifi camente para empresas de máquinas e implementos agrícolas que precisam de uma área maior para expor seus equipamentos. A sugestão foi aprovada pela maioria dos em-presários presentes.

No ano passado, o evento reuniu 35 empresas expositoras e disponibi-lização de mais de R$ 40 milhões em linhas de crédito para custeio e fi nan-ciamento de insumos, adubos, semen-tes e máquinas agrícolas para o produ-tor rural, contando com o apoio de cinco agentes fi nanciadores, Banco do Brasil, Bradesco, Sicoob Credialto e Si-coob Credifor. (Inf.: www.rodadeagro-negociosdepiumhi.com.br)

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28MAR 2012

CAFÉ

A Índia, quarto maior país exportador de café do mundo, poderá se transfor-

mar em importador do grão dentro dos próximos cinco anos, com o hábito de consumo da bebida rapidamente ganhando popularidade, de acordo com um executivo líder da indústria.

A estrela das marcas mul-tinacionais está em ascenção, com diversas companhias bus-cando tirar proveito do mercado indiano, depois que o governo local decidiu abrir espaço para as redes de varejo de marca única.

O arrefecimento do controle governamental para a permissão de investimento estrangeiro direto no início deste mês provocou o forte interesse de redes de varejo como Star-

bucks e Nestlé, afi rmou Anil K. Bhan-dari, presidente da India Coffee Trust. Até então, redes de varejo de marca única poderiam reter até 51% das ope-rações indianas.

Para Bhandari, dentro de uma década, o consumo interno poderá facilmente ultrapassar 3 milhões de sacas por ano, ante ao consumo atu-al de 1 milhão de sacas. Cada saca é

Índia poderá se tornar importador DE CAFÉ NOS PRÓXIMOS 5 ANOSDe 4º maior exportador para importador de café

equivalente a 60 quilos, tor-nando o consumo atual da India em 60.000 toneladas.

Segundo Bhandari, a produção doméstica de café deverá atingir cerca de 307.000 toneladas no ano que se encerra em março, levemente acima das esti-mativas anteriores, devido ao bom volume de chuvas. Quase 80% da produção a-nual média de 300.000 tone-ladas da India é exportada.

“Desde cidades peque-nas como Jalandhar, no

Estado de Punjab no norte do país, até cidades remotas no noroeste, você encontrará a cultura do café se espalhando por todos os lugares”, disse Bhandari. “Nesses lugares, todos querem passar tempo nas cafeterias e seus pais não se impor-tam”, completou.

Os pais são, em grande parte, conservadores na India e preferem ver os jovens passando tempo em cafeterias do que em bares. Bhandari completou que o consumo de café na India está crescendo 6,5% ao ano, enquanto a demanda global está crescendo 2.5%.

Enquanto a Starbucks está próxima de fi nalizar os seus planos de investimento na índia, outras companhias, como a Nestlé e Hindustan Unilever também estão interessadas, afi rmou Bhandari. Tradicionalmente, o hábito do consumo do café estava em grande parte limitado a região sul da India, enquanto o chá era a bebida preferida no restante do país. Mas, com a entrada de redes de cafeterias de marca nos úl-timos dez anos, como a Coffee Cafe Day e Barista’s, o perfi l do consumidor de café tem mudado rapidamente, com os jovens em todas as cidades do país bebendo café.

A indústria indiana espera criar novas estradas que levem para as propriedades cafeeiras do país e buscou fun-dos no governo para a promoção da bebida sob o Plano de Cinco anos, que reserva verbas federais de longo prazo para diferentes segmentos da economia.

Pela primeira vez, a indústria interna lançou o Festival Internacional do Café, com duração de três dias na capital indiana de Nova Déli, se afastando do sul da India, onde este tipo de evento é geralmente realizado. As informações partem de agências internacionais. (Fonte: Agência Safras e CaféPoint). A

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29MAR2012

www.revistadeagronegocios.com.brCAFÉ

São Sebastião do Paraíso abreCIRCUITO MINEIRO CAFEICULTURAEvento deste ano acontecerá em 12 municípios do Sul de MG

A abertura do Circuito Min-eiro de Cafeicultura 2012 aconteceu em 15 de março, no município São Sebastião

do Paraíso (MG).O evento contou com a participa-

ção de cerca de 500 representantes da cafeicultura regional, estadual e nacio-nal e de representações das cooperati-vas, sindicatos, universidades e demais órgãos e entidades do setor.

Por ser um ano com eleições mu-nicipais, o Circuito - reconhecido como oportunidade de integração e troca de conhecimento para os cafeicultores do Estado -, terá sua programação an-tecipada e reduzida. Serão realizados eventos em 12 municípios do Sul de Minas, a principal região produtora de café do Estado. A última etapa será em Campo Belo, no dia 17 de maio. A

mudança atende à legislação eleitoral, que determina restrições à realização de eventos com participação de pre-feituras. “Este ano, apesar da redução no número de etapas, estamos traba-lhando para aumentar a participação de público. Tivemos uma redução de 60% nas etapas do circuito deste ano, mas a expectativa é compensar com aumento de 40% na média de partici-pantes por evento. Em 2011, foram 26 municípios-sede, com a participação de cerca de 7,5 mil participantes, entre produtores, técnicos do setor e lideran-ças, o que resultou numa média de 288 pessoas por evento”, explica o coorde-nador de Cafeicultura da Emater-MG Marcos Antônio Fabri.

Durante as 36 palestras previstas para todo o Circuito, produtores e téc-nicos do setor vão debater as novidades

e experiências para melhorar a quali-dade, produtividade, competitividade do café e a renda obtida com o produ-to. Os temas específi cos que compõem a programação das etapas são defi nidos em função da demanda apresentada pelos produtores e técnicos de cada município.

O Circuito Mineiro de Cafei-cultura é realizado em parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Universidade Federal de Lavras.

AGENDA 2012:

MARÇO• Dia 15 - São Sebastião do Paraíso• Dia 22 - Nepomuceno• Dia 29 - Boa Esperança

ABRIL• Dia 03 - Santo Antônio Amparo• Dia 12 - Passos• Dia 18 - Andradas• Dia 19 - Guapé• Dia 25 – Nova Resende• Dia 27 – Cordislândia

MAIO• Dia 03 - Paraguaçu• Dia 10 – Ouro Fino• Dia 17 – Campo Belo A

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30MAR 2012

CANA DE AÇÚCAR

Pesquisa abre caminho paraESTUDOS GENÉTICOS NA CANAUSP desenvolve software e método de análise

Um novo método de análise estatística e um software de-senvolvidos na Universidade de São Paulo (USP) deverão

facilitar o estudo do genoma da cana-de-açúcar e abrir caminho para pes-quisas que auxiliem o melhoramento genético da planta. Os resultados da pesquisa foram publicados em artigo na revista PLoS One.

Embora o Brasil seja líder mun-dial na produção de cana-de-açúcar e de bioetanol, ainda há muito que avan-çar. Hoje, são produzidas em média 84 toneladas de cana por hectare de terra plantada no país. Cientistas estimam que com o melhoramento genético seja possível chegar a 380 toneladas.

Mas o desafi o não é pequeno, como explica Antonio Augusto Franco Garcia, pesquisador do Departamento de Genética da Escola Superior de A-gricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e um dos autores do estudo que integra o Projeto Temático “Genomic-assisted breeding of sugarcane”, realizado no âmbito do Programa FAPESP de Pes-quisa em Bioenergia (BIOEN) e coor-denado por Anete Pereira de Souza, professora do Departamento de Biolo-gia Vegetal da Universidade Estadual de Campinas. “É muito difícil desen-volver estudos sobre a genética da cana-de-açúcar, dada a complexidade de seu genoma”, disse Garcia.

Enquanto os seres humanos e quase a totalidade dos animais são di-ploides, ou seja, possuem apenas duas cópias de cada cromossomo, a cana-de-açúcar pode ter até 20. Isso signifi ca que cada indivíduo na espécie humana pode possuir até duas formas variantes de cada gene, um herdado do pai e outro da mãe. Já na cana essa com-plexidade é bem maior, uma vez que um dado gene pode teoricamente pos-suir muitas formas variantes no mesmo indivíduo.

“Dentro do genoma da cana-de-açúcar, há regiões que possuem seis conjuntos cromossômicos e outras com 8, 10, ou até mesmo 20 conjuntos. Por

isso, o conhecimento genético sobre a espécie não está tão avançado”, expli-cou Garcia.

O primeiro passo para resolver o quebra-cabeça é fazer a genotipagem da espécie. “Diferentemente do se-quenciamento, que analisa o genoma inteiro de um único ou de poucos indi-víduos da espécie, a genotipagem faz a

leitura de partes específi cas do genoma em vários indivíduos de uma dada po-pulação”, disse.

Isso permite, por exemplo, mon-tar o mapa genético e localizar em que região dos cromossomos estão os genes que regulam a produção de açúcar, a resistência a doenças e outras caracte-rísticas de interesse.

“Só depois disso será possível pensar em usar marcadores genéticos para fazer seleção assistida, algo que já é feito no melhoramento de bovinos, por exemplo”, disse Garcia. “Os re-sultados obtidos com cana-de-açúcar poderão ser de grande auxílio para es-tudos semelhantes em outros poliploi-des, que também se benefi ciarão dessas novas tecnologias.” (Fonte: Agência Fapesp)

Monsanto lança trêsVARIEDADES DE CANA DE AÇÚCARResultado do programa de pes-

quisa voltado exclusivamente para as necessidades das usinas,

a Monsanto, por meio da marca Cana-Vialis, está oferecendo ao mercado três novas variedades de cana de açú-car. Vigor e riqueza, produtividade e brotação de soqueira, e colheitabili-dade e perfi lhamento são algumas das características dos produtos.

“O sistema de pesquisa de no-vas variedades da CanaVialis está totalmente interligado com as neces-sidades das usinas, desde o momento do cruzamento das nossas variedades até a recomendação de manejo real-izada nas áreas produtivas de nossos clientes”, afi rma José Carlos Carra-mate, líder dos Negócios de Cana de Açúcar da Monsanto.

Confi ra as principais caracter-ísticas dos produtos.

CV 7231 - Variedade com alto teor de sacarose no início da safra, o que determina precocidade. Pos-sui boa performance de brotação de soqueira e é adaptada à colheita mecanizada devido ao seu porte ereto. Indicada para ambientes inter-mediários (B, C e D).

CV 7870 - Qualidade, além de

características como porte ereto e boa adaptabilidade a ambientes in-termediários (C e D). Além de uma excelente germinação sob plantio mecanizado, a variedade possui ex-celente performance sob colheitas mecanizadas, especialmente quando realizadas em junho e julho.

CV 6654 - Variedade se destaca pelo excelente perfi lhamento, sani-dade e colheitabilidade. Como não apresenta chochamento, pode ser manejada até agosto. Indicada para ambientes intermediários (B, C e D). “Essas três novas variedades atendem à demanda do mercado brasileiro por materiais produtivos e adaptados aos diferentes tipos de manejo”, diz Car-ramate. As três novas variedades já estão disponíveis, obedecendo aos critérios normais de multiplicação.

Multiplicação de Mudas - A CanaVialis fornece aos seus clientes as mais modernas soluções na área de multiplicação de mudas, tornando o processo de adoção comercial de suas variedades cada vez mais rápido e efi ciente. A empresa possui, ainda, uma moderna biofábrica focada na produção de mudas.

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31MAR2012

www.revistadeagronegocios.com.brEUCALIPTO

A instalação de sistemas integrados de produção de madeira de eucalipto com a produção de ovinos de corte por pequenos produtores, em condições viáveis do ponto de vista econômico, fi nanceiro

e técnico, é o objetivo de projeto inédito que será desen-volvido em Itapetininga pela Apta Regional Sudoeste Pau-lista, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) - órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec). Para isso serão avaliados os sistemas silvipastoril com fi leira única e com duas fi leiras de eucalipto e faixa de 12 metros. Esses serão comparados com os sistemas de ovinocultura em pas-tagens exclusiva e eucaliptocultura exclusiva.

Como resultados serão publicados os dados econômi-co-fi nanceiros comparativos, bem como as informações téc-nicas que possibilitem a implantação desses sistemas pelos pequenos agricultores, em cartilhas informativas a serem distribuídas aos interessados. Além disso, o projeto ser-virá de aprendizado aos alunos do curso de tecnologia em agronegócios sobre as questões gerenciais desses sistemas complexos, oferecendo estágios e oportunidades para o de-senvolvimento de trabalhos de conclusão de curso.

Desenvolvimento Regional - A contribuição para o desenvolvimento regional é evidente na medida em que os sistemas silvipastoris surgem como alternativa para agricul-tores familiares, diz a pesquisadora Cristina Maria Pacheco Barbosa, coordenadora do projeto. Isso porque possibilita o rendimento contínuo, além do máximo aproveitamento da terra, garantindo também benefícios para o meio ambiente.

No entanto, observa a pesquisadora, esses sistemas são complexos e precisam ser avaliados quanto à sua viabilidade técnica e econômico-fi nanceira antes de serem divulgados como alternativa aos pequenos produtores. Cabe aos órgãos competentes dar essa segurança aos produtores rurais por meio de estudos. É aí que entram instituições como a Agên-cia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e a Cati.

Resultados Esperados - Os resultados desse projeto serão disseminados por capacitações realizadas pelo grupo de pesquisa e em ações específi cas de cada área. Como o es-tudo tem a participação de alunos e professores da Fatec, os resultados também serão disseminados via trabalhos de conclusão de cursos e monografi as. O término do projeto está previsto para dezembro 2014.

Sistemas Agrofl orestais - Sistemas agrofl orestais, com a utilização de Eucalyptus spp. para a produção de madeira, podem ser considerados como uma alternativa para peque-nos produtores, conforme a pesquisadora. Não apenas in-tegram a produção de madeira de alto valor no mercado, porém com ciclos produtivos longos (de seis, sete anos),

Projeto em SP incentiva IntegraçãoEUCALIPTO E OVINO DE CORTE

com a produção de alimentos, como também permitem ao pequeno agricul-tor obter renda contínua, reduzindo o impacto ambiental das plantações em grande escala.

A principal limitação para o de-senvolvimento destes sistemas inte-grados para o pequeno produtor é a

falta de informações técnicas na região para possibilitar sua implantação. A região de Itapetininga apresenta condições edafoclimáticas muito favoráveis ao cultivo do eucalipto, com a produtividade regional entre as maiores do Brasil e do mundo (35-55 m3 de madeira/ha/ano-1).

O preço da madeira de eucalipto tem aumentado sig-nifi cativamente nos últimos anos, tornando a cultura alta-mente rentável na região, observa Cristina. “No entanto, essa vantagem econômica é muito pouco aproveitada pelos pequenos agricultores pela falta de informações técnicas so-bre o plantio de eucalipto, que majoritariamente é plantado como maciços fl orestais por empresas de grande porte ou por agricultores em sistemas de fomento fl orestal, difi cultando seu plantio pelo pequeno agricultor.”

Outro entrave é o fato de essa cultura possuir um ciclo longo. “O pequeno agricultor que precisa de fonte de renda contínua para garantir seu sustento não tem condições fi -nanceiras de esperar até o fi nal do ciclo para obter o retorno fi nanceiro”, fi naliza. A

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32MAR 2012

PECUÁRIA

Eficiência de sistemas de produçãoANIMAL EM PASTAGENSOferta restrita e demanda crescente animam o setor

Bruno Carneiro Pedreira1

Murilo Saraiva Guimarães2

Os principais processos em sistemas de produção de alimento são a utilização da energia luminosa e nu-

trientes para o crescimento da planta. Em sistemas de produção animal, dois outros estágios são de fundamental im-portância, em que as plantas devem ser consumidas pelos animais e convertida em produto animal. Cada qual desses estágios tem sua própria efi ciência, a qual pode ser infl uenciada pelo manejo e quando somadas podem determinar a efi ciência do processo como um todo (Hodgson, 1990).

Em muitas situações a forragem colhida e a consumida não possuem nenhuma relação de interdependência, devido à interferência do homem no processo, mas em sistemas de pastejo, esses estágios não podem ser separados, de forma que a interação entre eles gera uma importante infl uência sobre produção animal e ao sistema como um todo. Consequentemente, decisões de manejo que melhorem a efi ciência em um dos estágios, certamente reduzirá

em outro. Assim a essência do manejo de pastagens é alcançar um balanço efetivo entre as efi ciências do processo produtivo: crescimento, utilização e conversão (Hodgson, 1990).

A defi nição e o planejamento de sistemas de produção animal em pasta-gens devem ser norteados pelos objeti-vos fi nais a que se propõe determinada exploração econômica, cada qual com suas peculiaridades e complexidades (Da Silva e Sbrissia, 2001). Sistemas po-dem visar à exploração do mérito gené-tico dos animais (produção por animal) (Da Silva e Pedreira, 1997) ou mérito da planta forrageira (altas produções de matéria seca por ha), favorecendo aumento das taxas de lotação e maiores

produtividades. Para tanto é preciso entender o processo e suas efi ciências para que possa utilizá-lo da melhor maneira possível, de acordo com os objetivos do sistema.

Efi ciência de Crescimento e a Produção de Forragem - A efi ciência de crescimento de uma planta for-rageira é função do potencial gené-tico e das condições do meio (recursos disponíveis), gerando uma produção liquida de matéria seca, que é função do crescimento da forragem nova e da morte e desaparecimento de forragem velha (Da Silva e Sbrissia, 2001).

Nesse contexto, a colheita do máximo de material verde possível através de redução das perdas por morte, senescência e decomposição de tecidos a um patamar mínimo, corresponderia à técnica de manejo que seria o conceito de manejo racio-nal de pastagens (Da Silva e Pedreira, 1997). Esse ponto pode ser defi nido para as diferentes espécies e cultivares de plantas forrageiras através de es-tudos de fl uxo e renovação de tecidos (dinâmica e acúmulo de matéria seca) aliados a avaliações de demografi a de perfi lhamento.

Efi ciência de Utilização da For-ragem - A efi ciência de utilização da forragem em sistemas de pastagens pode ser defi nida como a proporção da forragem bruta acumulada a qual é removida por animais em pastejo, an-tes de entrar em senescência, e quanto maior a quantidade de forragem pro-duzida, a otimização da efi ciência de utilização corresponde à minimização das perdas de tecidos foliares por se-nescência (Lemaire, 1997).

1 - Pesquisador da EMBRAPA Agrossilvipastoril. Sinop (MT).2 - Consultoria/extensão. Piracicaba (SP).Publicado em www.milkpoint.com.br

Figura 1 - Representação esquemática dos processos de produção animal em pasta-gens e suas efi ciências (Adaptado de Hodgson, 1990).

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www.revistadeagronegocios.com.brCRÉDITO RURAL

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34MAR 2012

PECUÁRIA

A proporção de tecidos de folha que escapam a desfolhação e senes-cem pode ser estimada pela razão en-tre tempo de vida da folha e o inter-valo de desfolhação, a qual determina o máximo número de vezes que uma folha pode ser desfolhada (Mazzanti e Lemaire, 1994). A importância da efi ciência de utilização da forragem produzida é cada vez mais reconhecida e por isso é importante destacar a as-sociação entre rebrotação vigorosa, produção e utilização da forragem pro-duzida no manejo das pastagens (Corsi e Nascimento Jr., 1994).

Efi ciência de Conversão e o Produto Animal - De acordo com Hodgson (1990) a efi ciência de con-versão dos nutrientes ingeridos em produto animal aumenta porque a proporção do total de nutrientes inge-ridos requeridos para manter as fun-ções vitais diminui progressivamente conforme o consumo total aumenta. Assim, animais com alto potencial de produção em sistemas baseados em pastagens possuem baixa exigência de mantença e/ou alta capacidade de in-gestão de matéria seca, resultando em uma efi ciência de conversão maior que animais de menor potencial para uma mesma circunstância.

Uma alta conversão (favorecendo desempenho) está diretamente asso-ciada com um alto consumo de matéria seca que por sua vez, é resultado dire-to de altas ofertas de forragem o que,

conseqüentemente, implica em baixa efi ciência de utilização da forragem acumulada, com altas perdas de mate-rial por senescência e morte (Da Silva e Sbrissia, 2001). O contrário também é observado, em situações de baixas ofer-tas de forragem, onde a efi ciência de utilização é maximizada, a conversão é comprometida, resultando em menor desempenho.

Essas fases do processo produtivo interagem entre si continuamente, de tal forma, que interferir em qualquer uma delas afetaria diretamente as ou-tras. A efi ciência de uso da energia so-lar em crescimento de forragem é sem-pre baixa e varia em torno de 2 a 4% (Hodgson, 1990), além disso, as vias

fotossintéticas são processos inerentes à sobrevivência das plantas, que possui alguns bilhões de anos em evolução, portanto, não são passiveis de grandes modifi cações. Apesar disso, tanto a taxa de crescimento da forragem quan-to à efi ciência de uso da luz podem ser melhoradas (Da Silva e Sbrissia, 2001).

A efi ciência de conversão (7 a 15 %) também é uma característica intrínseca do animal, mas que pode ser benefi ciada em detrimento da efi ciência de utilização, apesar disso não representar grandes mudanças na efi ciência do sistema como um todo (Hodgson, 1990).

Já está última, a efi ciência de uti-lização, tem valores entre 40 e 80%, demonstrando uma grande amplitude de variação, o que a torna uma ferra-menta de manejo bastante interessante e que promove mudanças drásticas no sistema de produção animal em pasta-gens, provavelmente conseqüência de que a maioria dos processos rela-cionados à colheita de forragem pelo animal em pastejo seja passível de ma-nipulação e monitoramento, tais como, controle do período de descanso e de ocupação, taxas de lotação, práticas de conservação e suplementação (Da Silva e Sbrissia, 2001).

Dessa forma o manejo do paste-jo mostra-se como uma primeira al-ternativa para qualquer intervenção no sistema, antes que qualquer outra atitude seja tomada, mostrando a ne-cessidade de ser entendido dentro do contexto de ecossistema de pastagens, compreendendo seus componentes morfofi siológicos e suas relações. A

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artigo

Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Profes-sor na Escola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris. [[email protected] / [email protected]]

SALVAR A “ATLÂNTIDA INDÍGENA” OU A QUESTÃO INDIGENISTA NAS AMÉRICAS

O poeta norte americano John Collier (1901-1980) declarava, nos anos 70, que precisava os Estados Unidos salvar a atlântida indigenista (the red at-landide) numa época de quase extinção da mimo-

ria indigenista. De fato, a história norte americana, a respeito dos primeiros habitantes, seguiu um caminho parecido com o Brasil, ou seja, uma negação da problemática indigenista por décadas ou até séculos.

A difícil situação dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul, e particularmente dos Guarani-Kaiowá, em sua na-tureza, não é diferente do que se verifi ca com os Estados Unidos. A semelhança é até “perturbadora” mas pode dar respostas ou pelos menos alternativas.

Como o primeiro grupo indigenista do pais, os Indios Guarani-Kaiowá com 38.000 pessoas, basicamente no Mato Grosso do Sul, conhecem uma problemática similar aos Shawnees ou Sioux dos EUA ou dos Micmacs ou Cris no Canadá. Os grandes espaços vazios - por ser usados por nô-mades sem noção moderna da propriedade - eram alvos ób-vios para pessoas procurando terras e até uma “nova Israel”, vindo de uma Europa velha e “cansada” de uma civilização multimilenar sem mais espaços livres. Destes grandes espa-ços, hoje em dia, planta-se milho e cria-se gado, explora-se petróleo, como no Brasil planta-se cana e cria-se gado e, talvez amanhã, explorará até gás. As terras foram nacionali-zadas pelo poder moderno baseado no direito à propriedade das ambas partes e os indios foram puxados a uma simples expressão geográfi ca de lugares quase desapareçendo.

Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, a chegada de novos habitantes puxaram para o Oeste os indios, os guarani indo para uma «terra sem mal», lenda parecida como uma Israel pelos ocidentais. Em ambos os países, reservas foram criadas ou pelo governo ou pela igreja, como vontade mais ou menos clara de proteger estas populações em nome da civilização, de ordem e do progresso.

Todavia, numa civilização de direito, pela lei e não pela força, surgiram, em ambos os lados do «novo conti-nente» (visto pelos europeus) movimentos de revindicaçoes de direito à terra, boa parte graças à democracia e o ideal de justiça social para todos.

O movimento Guarani-Kaiowá pela recuperação das terras surgiu na virada dos anos 80, graças à redemocra-tização do País com a fi m da ditatura. Ao longo das quatro décadas anteriores, os indígenas viram o seu território ser ocupado progressivamente por milhares de colonos vindos sobretudo dos estados do Sul e do Nordeste do País, em bus-ca de oportunidades de empregos.

No fi m de 2007, a Funai assinou, junto ao Ministério

Público Federal, e com o testemunho das lideranças guara-nis, um Compromisso de Ajuste de Conduta para resolver de uma vez por todas a situação das terras Guarani-Kaiowá. Em julho de 2008, são lançados seis grupos de trabalho para identifi car e delimitar as terras indígenas, divididas de acor-do com as bacias hidrográfi cas da região. Uma estimativa inicial dos antropólogos envolvidos é de 600 mil hectares a serem identifi cados – a extensão exata do território reivin-dicado só será conhecida com a publicação dos relatórios, nos próximos meses.

Na época, fazendeiros e políticos do Estado do MS difundiram a versão de que as terras a serem demarcadas poderiam chegar a 12 milhões de hectares (quase um terço da área do Mato Grosso do Sul). Um braço de ferro está sendo feito entre os políticos locais, o governo federal e as multinacionais cada vez mais presentes nas terras ricas. Este contexto não facilita o trabalho da Funai. Diante da demora nos processos de identifi cação, mais uma vez os Guarani-Kaiowá lançaram mão da estratégia de ocupar as terras rei-vindicadas para pressionar as autoridades. O resultado tem sido uma série de confl itos sangrentos, desde 2009. Sem uma ação mais contundente do poder público, mais problemas certamente continuarão a ocorrer.

Nos últimos anos, diversos relatórios nacionais e inter-nacionais, de organizações da sociedade civil, como a Anis-tia Internacional e a Survival, além de órgãos de governo e mesmo de Estado, como o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), têm apontado a situação dos Guarani-Kaiowá como um dos maiores desafi os atuais do governo brasileiro na área dos direitos humanos.

Será que o Brasil poderia pular em cima do que os Americanos acharam como solução com o «Tribal Law and Order Act» assinado pelo Presidente Obama o 29 de Julho de 2010? Esta lei fi xa (esperamos) de vez as terras indígenas e resolve pela lei o futuro dos índios do Norte do continente.

Os judeus falam que salvar a vida de um homen é sal-var a humanidade. Agora, impedir o que os antropólogos chamam de etinocídio é uma obrigaçao da sociedade moder-na tanto por países desenvolvidos como os subdesenvolvidos no caminho de uma terra sem mal.

Tem também uma saída na problemática. O Canadá tem uma história um pouco diferente, pela infl uência dos franceses (o Quebec fala ainda francês). Novas regras apa-receram fazendo ponte entre os dois mundo e respeitando os direitos de ambas partes, talvez o futuro do Mato Grosso do Sul.os direitos de ambas partes, talvez o futuro do Mato Grosso

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