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F órum DRS Boletim Eletrônico Ano 5 | Edição 73 | Fevereiro/2011 www.iicaforumdrs.org.br Entrevista Josefina Stubbs, Diretora da Divisão América Latina e Caribe do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) Especial Construindo a Agenda de Políticas Públicas de Enfrentamento da Pobreza Rural

Edicao 73

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Entrevista Boletim Eletrônico Construindo a Agenda de Políticas Públicas de Enfrentamento da Pobreza Rural Josefina Stubbs, Diretora da Divisão América Latina e Caribe do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) Ano 5 | Edição 73 | Fevereiro/2011 www.iicaforumdrs.org.br FEVEREIRO 2011 www.iicaforumdrs.org.br

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Fórum DRSBoletim EletrônicoAno 5 | Edição 73 | Fevereiro/2011

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EntrevistaJosefina Stubbs, Diretora da Divisão

América Latina e Caribe do Fundo Internacional de Desenvolvimento

Agrícola (FIDA)

EspecialConstruindo a Agenda

de Políticas Públicas de Enfrentamento da Pobreza Rural

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no t a ao l e i t o r[ ]

O Boletim do Fórum DRS prossegue nos debates sobre a te-

mática do enfrentamento da pobreza rural. Nesse sentido,

a Edição 73 traz uma entrevista com Josefina Stubbs, do

Fida, que analisa a pobreza rural em uma perspectiva tanto latino

americana como brasileira. Na matéria especial são apresentadas

as diferentes visões dos participantes e painelistas do V Fórum In-

ternacional focalizando concepções e estratégias para solucionar os

problemas de pobreza.

Boa Leitura.

Coordenação do Fórum DRS.

Foto de Capa: Regina Santos/Arquivo IICA

Contribuir para o desenvolvimento da capacidade técnica, institucional e gerencial dos integrantes

e parceiros, operando também como instrumento de integracao latino-americana para a gestão do conhecimento

relacionado com o desenvolvimento rural sustentável e o combate a pobreza.

O Fórum DRS tem como objetivo

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í n d i c e

EntrevistaJosefina Stubbs, Diretora da Divisão América Latina e Caribe do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA)

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En t rev i s t a com Josefina Stubbs

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A série Diálogos apresenta neste mês a entrevista com Josefina Stubbs,

diretora da Divisão América Latina e Caribe do Fundo Internacional de

Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Josefina analisa a questão da pobreza

rural na América Latina e principalmente no Brasil. A especialista

comenta, também, sobre o projeto “A Nova Cara da Pobreza Rural”, em

desenvolvimento pelo IICA por meio do Forum DRS.

Josefina é natural da República Dominicana e passou 23 anos trabalhando para

promover o desenvolvimento econômico e social da região latino americana. Durante

16 anos, ela trabalhou para a organização não governamental Oxfam International.

Antes de ingressar no FIDA em março de 2008, trabalhou para o Banco Mundial no

setor de desenvolvimento rural e social para América Latina.

En t rev i s t aFÓRUM DRS - Josefina, vamos começar contando ao leitor um pouco da tua experiência

profissional?

JOSEFINA - Eu venho trabalhando há décadas com desenvolvimento rural na América Lati-

na e vivi muitas etapas distintas. Houve um período no qual muitos países investiram em

programas de desenvolvimento rural, que infelizmente deram poucos resultados. E outro

período, no qual ocorreu o desmonte dos serviços do Estado e a América Latina quase se

dividiu em uma linguagem de “desenvolvimento” e a preocupação com o desenvolvimen-

to rural quase desapareceu do cenário e da agenda política na maioria dos países.

É certo que agora há um reconhecimento por parte da região de que a mesma não pode

sobreviver e ter um processo sustentável e includente sem a agricultura, tanto os peque-

nos como os grandes produtores. Porque em muitos países o pequeno está produzindo o

alimento e o grande está produzindo as exportações. Em outros o pequeno também pro-

duz para exportação e os grandes contribuem para a produção de alimentos. No entanto,

embora o tema do desenvolvimento rural tenha readquirido relevância, ainda está fora da

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agenda central e não faz parte do “mainstream” da discus-

são. Ou seja, o papel central do meio rural e da agricultura

para o desenvolvimento sustentável ainda não está total-

mente reconhecido. Por isto eu tenho a preocupação de

que possa retroceder, em vez de avançar.

FÓRUM DRS - No Brasil, nos últimos quinze anos, desde

1995/1996, o tema do desenvolvimento está muito pre-

sente. Em meados da década de 90, tivemos um debate

importante que resultou na criação do Programa Nacio-

nal de Agricultura Familiar.

JOSEFINA - Sim, o PRONAF.

FÓRUM DRS - Exato. O tema da Reforma Agrária, que es-

tava praticamente morto, em 94/95 voltou à agenda das

políticas públicas sob pressão dos movimentos da socie-

dade civil, com o destaque para o MST e a Pastoral da

Terra. Também vimos a mobilização, principalmente da

Contag, em defesa da agricultura familiar, que resultou na

criação do Pronaf. Atualmente o debate é muito amplo,

e vejo uma proliferação de programas e políticas, que

parece responder a cada tema. Pessoalmente acho até

equivocado abrir tanto o leque, mas reconheço que as

ações do Estado já não são determinadas por uma supos-

ta tecnocracia, e sim pelos movimentos políticos, e no es-

tágio atual a maneira de responder a estes movimentos

tem sido criar novos programas etc. É provável que em

algum momento as ações venham a ser consolidadas em

programas mais consistentes, como ocorreu no início do

Governo Lula com os programas de transferência de ren-

da —Bolsa Saúde, Bolsa Família e Vale Gás— que foram

consolidados e aperfeiçoados no Bolsa Família. O que

acha disso?

JOSEFINA - Eu creio que o Brasil fez alguns avanços fantás-

ticos, meteóricos, muito importantes tanto na parte de

política como de implementação. Agora, o Brasil é um

continente em si mesmo e devido às dimensões do país

eu sinto que os modelos e os avanços adotados e regis-

trados no Brasil não são necessariamente replicáveis em outros países. As dimensões e os recursos do Brasil não estão ao alcance da maioria dos países, infelizmente.

Ainda assim são muito válidas. Por exemplo, o FIDA vem impulsionando um programa de cooperação Sul –Sul, promovendo uma série de diálogos de política porque tem paises centroamericanos que estão nos solicitando isso. E nos perguntamos: pode um país como El Salvador ter um programa como o Pronaf?

FÓRUM DRS - Antes de discutir se o Pronaf se aplica a El Salvador não seria necessário compreender as diferenças entre os rurais dos vários países? Eu imagino que o setor rural de El Salvador seja bem diferente do Brasil. Talvez al-gumas poucas mega propriedades no Brasil representem toda a agricultura de El Salvador.

JOSEFINA - Eu sinto que temos que nos aproximar de um marco mais amplo na América Latina sobre o que signi-fica o setor rural, quais as principais características, o que precisamos impulsionar, o que precisa se transformar. Porque o que passa é que a América Latina não temos muita clareza sobre este ponto mas sabemos que as fór-mulas não podem ser aplicadas a qualquer país. Cada vez mais os países estão especializados, e mantém relações diferentes com blocos diferentes, e por isto têm oportu-nidades também diferentes. É preciso identificar as dife-renças e aspectos comuns, e a definição do que serve e do que não serve depende muito do diálogo entre os países, entre os atores, da troca de experiência, e este di-álogo no passado não era muito fluente na América Lati-na. Agora está melhorando muito.

FÓRUM DRS – A Nova Cara da pobreza Rural. Existe uma nova cara da pobreza rural na America Latina?

JOSEFINA - É uma boa pergunta. Eu creio que a pobreza rural na America latina é a que menos temos combatido nos últimos anos. O que eu quero dizer com isso? A Amé-rica Latina cresceu de maneira significativa e a desigual-

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dade foi combatida em alguns países, principalmente em Brasil. Os mais pobres dos pobres se “beneficiaram” de uma série de programas de transferência de renda que produziu uma redução da pobreza extrema. No en-tanto, a pobreza rural na America Latina persiste e é pro-funda. E isto é válido sob qualquer ângulo que se trate a pobreza. As zonas rurais ainda são mais pobres que as zonas urbanas; os pobres rurais, especialmente esses que estão com a produção de alimentos sobre suas costas, não têm oportunidades suficientes e, para mim, isso é pobreza. Pobreza não é apenas a quantidade de dinheiro, de um dólar ou dois dólares diarios que a pessoa ganha, mas, também, as possibilidades de ter oportunidades. E as crianças no meio rural têm menos acesso às escolas, que são piores ainda do que as das cidades. E como educação é hoje essencial para se inserir em sociedades cada vez mais complexas, as crianças do meio rural já levam uma desvantagem em relação às demais, e provalmente terão muito me-nos oportunidades do que as demais. Isto é pobreza. No meio a fome persite, e é um paradoxo que aqueles que nos alimentam vivam situações, às vezes agudas, de insegurança alimentar.

FÓRUM DRS - E quais são, na tua maneira de ver, os determinantes das oportuni-dades? Aliás, quais seriam essas oportunidades? E quais seriam os determinantes dessas oportunidades?

JOSEFINA – Acredito que na America Latina falta afinar as políticas públicas que abrem oportunidades para os pobres.

FÓRUM DRS – E quais são?

JOSEFINA – Essa política pública está relacionada com cré-dito, com terra, com o conhecimento com bem público,

“Pobreza não é apenas a

quantidade de dinheiro, de um

dólar ou dois dólares diarios

que a pessoa ganha, mas,

também, as possibilidades de

ter oportunidades.

com informação sobre onde as pessoas podem colocar

seus produtos, com informação sobre que tipo de produ-

to podem cultivar para ter um maior benefício, e princi-

palmente informacão sobre coisas simples, como a quem

se dirigir quando necessitas ter um documento de iden-

tidade, pois isso que te dará acesso a serviços públicos, a

abrir uma conta no banco, fazer transferências, a ter rela-

ções com outros. Coisas simples como essas que o setor

rural ainda não tem. E não tem ainda porque muitos dos

serviços que oferecem o Estado, bons ou ruins, não têm

sido direcionados às áreas rurais. As escolas vão mal, os

serviços de água vão mal, as estradas estão ruins, então,

as zonas rurais não têm o apoio que ne-

cessitam para que possam dar um salto

e atrair outros investimentos para seguir

crescendo mas de uma maneira dife-

rente. Me explico: já fazem décadas que

a America Latina fez grandes avanços

na sua infraestrutura viária, fez estradas

para todos os lados. Mas meu problema

não são as estradas, e sim como, com

que critérios, para que e para quem se

decidem os investimentos em estradas,

de onde partem e até onde vão essas

estradas? Temos estradas centrais que

não necessariamente conectam os que

estão produzindo os alimentos aos seus

mercados de interesse; temos escolas técnicas que não

estão nas zonas rurais e ficam nos centros urbanos; ainda

temos mercados locais que não conseguem se desenvol-

ver porque as políticas públicas não conseguem resolver

os gargalos criados pela intermediação.

FÓRUM DRS - Como vê o tema das políticas públicas em torno da política social? Tenho impressão que esquece-mos dessas outras políticas como saúde, educação, ou como disse, estradas. Como vê isso?

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JOSEFINA - Eu sinto que na America Latina ocorre um pro-cesso de descentralização ao revés. Não se encontra em toda a América Central países que promoveram, como a Colômbia, um grande processo de descentralização. Ao contrário, em muitos ocorre uma centralização.

No entanto, os municípios das zonas rurais são os que têm menos recursos, são os que têm menos condições para negociar seus orçamentos, e que não conseguiram elevar os recursos que entram no município. E, natural-mente, isso não ocorre porque a elevação dos orçamen-tos está associada ao processo de desenvolvimento am-plo, e como os municípios e as zonas rurais são pobres, os recursos também são pequenos e deixam as instituições locais dependendo do governo central, das transferên-cias, das iniciativas que se toma no nível central, e o nível central nem sempre é sensível ao que está ocorrendo lá no município. Então, eu creio que o processo de descen-tralização na América Latina tem que ser aprofundado porque é o ponto de partida para uma boa governança, para a participação. É preciso priorizar o investimento em eletricidade, em água, em saúde, entre outros.

FÓRUM DRS – Não tem aí um paradoxo político? Expli-co: quando a população rural na maioria dos países era maior que a população urbana já havia um viés político antirural, e agora que em muitos países a população é menor que a urbana, como evitar este viés? Como saí-mos disso? Ou seja, os políticos não têm incentivos para investir no meio rural. Dá pouco voto. Como vê uma saí-da para este aparente paradoxo político? Necessitamos decisões políticas para promover o desenvolvimento do meio rural, mas cada vez mais as pessoas que votam es-tão concentradas nos centros urbanos.

JOSEFINA – Eu sinto que estamos vivendo a politização extrema da opção de que queremos ser industriali-zados, queremos nos colocar no mundo global. Mas muitos países podem se colocar no mundo global por meio de atividades nas zonas rurais que não fiquem sim-

plesmente na produção de mercadorias de baixo valor; com um pequeno impulso muitas atividades nas zonas rurais poderiam ser competitivas nos mercados globais. Agora, acredito, também, que estamos entendendo na America Latina que não é possível importar tudo que o povo come e que a America Latina necessita conseguir um nível mínimo de segurança alimentar e que para isso necessitamos contar com o setor rural. Creio, então, que quando nós, como região, nos convencermos da impor-tância da zona rural, vamos começar a nos mover.

FÓRUM DRS - Falemos um pouco da experiência de FIDA na América Latina. Qual foi a contribuição de FIDA para combater e superar a pobreza rural em alguns países da America Latina?

JOSEFINA – Nosso trabalho tem três níveis. Primeiro, assegu-rar, por meio do Estado, que se incremente o orçamento investido nas comunidades mais afastadas e pobres das zonas rurais de América Latina. Para que? Para promover o acesso dos pobres a bens básicos, que incluem desde a terra até assistência técnicas, sementes, água e capacida-de de gestão das florestas e recursos naturais, que valem cada vez mais para a sociedade, ainda que este valor não seja ainda plenamente reconhecido. Segundo, assegurar o financiamento para os pequenos produtores. Terceiro, para o FIDA é essencial promover os processos locais de organização e a acumulação de capital social. Ninguém que tenha trabalhado com o setor rural pode negar a importância do capital social para o desenvolvimento. Não só porque a família, como unidade de produção e consumo é importante, mas, também, pela importância da comunidade para a agregação do valor, a segurança alimentar e a redução dos riscos que enfrentam os po-bres. A comunidade agrega conhecimento e capacidade de enfrentar adversidades.

Em lugares como México, por exemplo, que trabalhamos com comunidades indígenas, é preciso promover uma construção de capital social que leve em conta as identi-dades étnicas, racial e locais.

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O desenvolvimento territorial é cada vez mais importan-te porque é no território onde se habita, onde se vende e onde se produz conhecimento. Para a gente do FIDA não se trata apenas de transferir recursos, mas também conhecimento. Que esse conhecimento se coloque a ser-viço de uma moralização social e local.

FÓRUM DRS - E no Brasil?

JOSEFINA - No Brasil, temos a fronteira de onde até onde queremos ir no resto da região. Digo isso porque no caso do Brasil há uma combinação muito interessante de ins-trumento para apoiar o setor Rural. Des-de políticas publicas, como programa de agricultura familiar, o Pronaf, até o de transferência condicional a grupos muito pobres e também de geração e transferência de tecnologia.

Então sinto que o Brasil está indicando até onde deve ir a região, naturalmente as condições do Brasil, o seu tamanho e sua condição agroecológica são to-talmente diferentes da outra parte da região.

Por exemplo, o que aprendemos do Bra-sil: aprendemos que não é possível uma política pública, como agricultura fami-liar, sem programas específicos que são os que colocam os recursos, os incentivos e os canais para que as pessoas possam fazer as coisas. Então eu creio que na America Latina tivemos muito de um e muito pouco de outro, ou seja, ou muita política pública e pouco in-vestimento ou muito investimento sem política pública. E nos damos conta de que esta é uma combinação que necessita ir de mãos dadas para ter impacto. Sinto que o Brasil fez uma opção política forte em favor da superação da pobreza, e ao fazer uma opção política pelo setor rural é fazer uma opção política pela igualdade rural.

FÓRUM DRS - A estratégia de FIDA para o Brasil. Você po-deria falar um pouco mais da visão estratégicado FIDA, tal como indicada no Cosop? Quais são as linhas gerais desse documento?

JOSEFINA - Para a gente Brasil é um pais interessante. É um

País imenso, de renda média, que tem recurso próprio

para poder investir e pode até prescindir de um organis-

mo como o FIDA, que é pequeno. Porque estamos no

Brasil? Primeiro porque o governo brasileiro disse que o

FIDA tem a particularidade de não apenas fazer investi-

mentos como também acompanhar o desenvolvimento

da comunidade, o nível local, promo-

ver e contribuir para a organização, a

transferência de conhecimento para

que eles, ao final, se tornem sujeitos do

desenvolvimentos e não objetos. Então

essa é uma das razões que estamos em

Brasil.

Segundo porque a gente crê que existe

no Brasil uma quantidade enorme de

conhecimento que necessita de gestão

e que isto pode nos ajudar em outas

áreas e países. Vou contar uma história:

faz um ano que tivemos a visita de co-

legas da África do sul que tinham ido ao

Brasil ver o que o governo brasileiro es-

tava fazendo para conseguir tanto êxito. E uma das coisas

que os impressionou foi a capacidade de organização dos

grupos de agricultores familiares. Então, sinto que por um

lado apoiamos o governo do Brasil e seus objetivos para

apoiar a comunidade brasileira, mas por outro lado, o Bra-

sil é importante para a gestão do conhecimento, para fa-

zer cooperação institucional, para abrir as portas do resto

do mundo que, igual ao Brasil, andam buscando fórmulas

de como dar acesso a mais gente.

“aprendemos que não é possível uma política pública,

como agricultura familiar, sem programas específicos que são os que colocam os recursos, os incentivos e os canais para que as pessoas

possam fazer as coisas.

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no t í c i a s do f ó r um[ ]

Fórum DRS rumo à internacionalização

Perto de completar seis anos de existência, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentá-

vel (Fórum DRS) dará mais um passo rumo ao seu obje-tivo principal de se tornar referência no intercâmbio, na articulação, na difusão de conhecimentos e experiências em desenvolvimento rural sustentável na América Latina. Em 2011, o Fórum DRS implementará um processo de in-ternacionalização com o objetivo de expandir suas fron-teiras. “O Fórum foi pensado como instrumento para po-tencializar o compartilhamento de experiências e ações de DRS desenvolvidas nos países das Américas e vamos oferecer isso à sociedade”, afirmou Carlos Miranda, coor-denador executivo do Fórum.

O processo de internacionalização consistirá numa re-estruturação do site do Fórum DRS em uma plataforma web 2.0, em formulação de alianças internacionais, no es-tudo de temas para debates e no lançamento da Revista Fórum DRS, publicação eletrônica, bilíngüe e de periodi-cidade trimestral.

Confira as principais ações do Fórum DRS para 2011. Destaque fica para processo de internacionalização do Fórum DRS

“O Fórum foi pensado como instrumento

para potencializar o compartilhamento de

experiências e ações de DRS desenvolvidas

nos países das Américas e vamos oferecer

isso à sociedade.

Carlos Miranda

SITE – Um dos principais instrumentos de comunica-ção do Fórum DRS, o site (www.iicaforumdrs.org.br) será o pivô do processo de internacionalização do Fórum. O novo formato do site será desenvolvido no conceito da Web 2.0, no qual o visitante terá condições de partici-par ativamente e interagir mais facilmente com outros membros. “Vamos manter nossas atuais atividades no site e, com essa nova plataforma, iremos desenvolver novas atividades como cursos, congressos e debates virtuais. O usuário terá mais opções de se expressar no Fórum DRS”, acrescentou Carlos Miranda.

Dando suporte ao novo site, a coordenação do Fórum direcionará esforços na formulação de novas redes de co-laboração, por meio da constituição de alianças com ór-gãos internacionais. O Fórum está estabelecendo alianças

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com o Centro Latino Americano para Desenvolvimento Rural (Rimisp), Rede Espanhola de Desenvolvimento Rural (REDR), A Estratégia Centroamericana de Desenvolvimen-to Rural Territorial (Ecadert), além de redes do México, Peru e Equador. Com isso, espera-se aumentar a partici-pação de usuários de outros países da América Latina no Fórum. Além disso, a escolha de temas mais direcionados para a América Latina e o lançamento da Revista Fórum DRS bilíngüe devem fortalecer e atrair a participação de usuários de outros países, além do Brasil.

A previsão é de que o processo de internacionalização seja totalmente implementado até agosto de 2011.

PRINCIPAIS AÇÕES – Além do processo de internacio-nalização, O Fórum DRS terá outras atividades em 2011. Algumas são novidades. Confira e participe:

- Jornadas Temáticas: Estão previstas a realização de

cinco jornadas temáticas;

- III Curso Internacional de Desenvolvimento Terri-

torial: Curso presencial a ser realizado no segundo

semestre;

- VI Fórum Internacional de Desenvolvimento Terri-

torial: Fórum presencial a ser realizado no segun-

do semestre;

- Livro Série DRS: Publicação de cinco livros da série

DRS

- Boletim Fórum DRS: Estão previstas o lançamento

de 12 edições

- Revista Fórum DRS: Serão lançadas três edições da

nova publicação do Fórum DRS;

- Diálogos Fórum DRS: Nova série de publicação do

Fórum DRS, no qual especialistas e gestores públi-

cos discutem livremente sobre determinado tema

DRS. Estão previstos a publicação DE 12 diálogos.

PROJETOS - O Fórum DRSdará apoio ao IICA no desen-

volvimento de quatro projetos em 2011:

- A nova cara da pobreza rural: perfil, transforma-

ções e desafios para as políticas públicas;

- Desenvolvimento produtivo territorial de zonas

rurais e urbanas, por meio da estruturação de ca-

deias produtivas de alto impacto social, facilitando

o acesso a tecnologias sociais e comercialização

para o desenvolvimento produtivo que sejam rea-

plicáveis no Brasil e nos países fronteiriços - Proje-

to desenvolvido em parceria com a FBB e o Banco

Interamericano de Desenvolvimento .

- Promoção da comercialização e do cooperativis-

mo da agricultura familiar em territórios rurais.

Projeto desenvolvido em parceria com o Banco

Interamericano de Desenvolvimento;

- Gestão do conhecimento na região semi-árida do

Nordeste. O prjeto será desenvolvido em parceria

com o Fundo Internacional de Desenvolvimento

Agricultura (FIDA).

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sob r e d r s[ ]

Informe sobre a Pobreza RuralPublicação do Fida é fruto da colaboração de diversos especialistas na área

Aproximadamente um bilhão e 400 milhões de pessoas vivem em situação de extrema pobreza no mundo, lutando para sobreviver com menos de 1,25 dólares por dia. Mais de dois terços dessas pessoas residem em zonas rurais de países em desenvolvimento. Um cenário que se torna ainda mais preocu-pante levando-se em conta o au-mento da degradação dos recursos naturais, das mudanças climáticas e da voltatilidade dos preços dos alimentos.

Nesta realidade, os riscos habi-tuais que a população rural pobre tem de lidar se tor-nam mais difíceis de gerir. Nunca houve um momen-to mais importante para enfrentar a pobreza rural nos países em desenvolvimento e é nesse contexto que o Informe sobre Pobreza Rural 2011 – Novas realidades, novos desafios: novas oportunidades para a geração do amanhã torna-se instrumento de referência para gesto-res e profissionais da área.

A publicação é fruto da colaboração de dezenas de especialistas no tema da redução da pobreza e de al-gumas pessoas da própria população rural. O informe apresenta quem são as pessoas pobres do meio rural, o que fazem e como estão mudando seus meios de sub-sistência. Além disso, o informe lista os desafios que tor-

nam tão difícil a saída da popula-ção rural da pobreza extrema e se determina, a partir disso, uma série de oportunidades e caminhos que poderiam ser seguidos para con-seguir uma maior prosperidade no futuro. O informe destaca tam-bém as políticas e medidas que os governos e os profissionais que se ocupam do desenvolvimento po-dem adotar para respaldar o em-penho da própria população rural.

O informe é uma publicação do Fundo Internacional de Desenvol-vimento Agrícola (FIDA) e pode ser

lido na íntegra neste link: http://www.ifad.org/.

IICA – O Fórum DRS, por meio do IICA, está desenvol-vendo o projeto A Nova Cara da Pobreza Rural do Brasil. O Projeto está na segunda fase. Em um primeiro momento, realizou-se um Fórum Internacional, em Recife, 2010, que resultou em propostas de políticas para enfrentar a po-breza rural no Brasil.

Mais Informações: www.iicaforumdrs.org.br

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sob r e d r s[ ]

Acervo reúne documentação utilizada na elaboração do I PNRA

Disponível integralmente na Internet, o material reúne mais de 600 documentosutilizados como base para o I Plano Nacional da Reforma Agrária

Em 1985, o cenário pós-ditadura era de redefinição das forças políticas e novos ru-mos no desenvolvimento rural, com a re-democratização da sociedade e a criação do Ministério da Reforma e do Desenvol-vimento Agrário (MIRAD). Nesse contexto, surgiu a proposta de elaboração do I Plano Nacional de Reforma Agrária, um docu-mento que inovou ao contar com a parti-cipação social e resgatou a esperança por melhores condições de vida no campo. “A redemocratização do país trouxe uma forte demanda de participação política na elaboração de planos, propostas e demais ações gover-namentais. 1985 é fruto de um longo processo de lutas pela democracia”, explica o sociólogo Abdias Villar.

Para elaborar o Plano, foram recolhidas contribuições de todos os segmentos da sociedade, através de uma metodologia que envolveu reuniões, assembléias, expo-sições e seminários. O acervo com essas contribuições, anteriormente preservado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi resgatado, catalogado, digitaliza-do e agora está disponível na Internet para consulta.

A pesquisa e a ação de memória foram feitas pelos pes-quisadores Regina Bruno, professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ); Maria Auxiliadora Carvalho, professora do Centro de Documentação da UFPE; Antonio Pompeu Braga, soci-ólogo, ex-superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); sob coordena-ção de Abdias Vilar de Carvalho. O trabalho, realizado entre 2008 e 2009, teve apoio do Núcleo de Estudos Agrários e

Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDA).

Apoio Institucional - Em 2008, com o in-centivo e apoio financeiro do NEAD, por meio do Contrato IICA/REDES, teve início a pesquisa sobre o processo de Elaboração e Discussão da Proposta para o I Plano Nacio-nal de Reforma Agrária com o objetivo de formação do Acervo Documental escrito e oral do I PNRA. Esta pesquisa constou do levantamento, identificação, catalogação e digitalização das Contribuições, e também

de onze entrevistas com aqueles que vivenciaram em papéis distintos, mas com responsabilidade direta, este importante período histórico. Aqui consta a digitalização das contribuições.

Democracia no campo - O I PNRA não apenas ofereceu novos rumos para o debate sobre a reforma agrária no Brasil, mas deu voz aos trabalhadores rurais e à sociedade, resgatando a democracia no campo no período pós-di-tadura. “Tal mudança foi fundamental e se revela na lin-guagem utilizada nos documentos, na prática de receber trabalhadores como cidadãos e não como perturbadores, e na concepção de uma reforma agrária em que o assen-tamento não é uma peça técnica, mas uma relação social”, conclui Abdias Vilar.

Para conhecer o acervo de contribuições do I Plano Nacional de Reforma Agrária, acesse o link: http://www.ufpe.br/1pnra/

Mais Informações: www.iicaforumdrs.org.br

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sob r e d r s[ ]

Investir em atividades sustentáveis pode ajudar a combater pobreza

O investimento de 2% da atual riqueza mundial em setores que estimulem o de-senvolvimento sustentável pode levar a economia glo-bal a crescer acima do limite máximo imposto pelo atual modelo econômico, ajudan-do no combate à pobreza e ao desperdício. A conclusão consta de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) que contesta o argumento de que investimentos ambientais retardariam ou impediriam o crescimento econômico.

O relatório Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza, divulgado nesta segunda-feira (21) e disponível na internet, aponta a agricultura, o setor de construção, de abastecimento de energia, a pesca, silvicultura, indústria, o turismo, os transportes, o manejo de resíduos e o abaste-cimento de água como áreas fundamentais para tornar a economia global mais sustentável, ou seja, que contribua para melhorar o bem-estar das populações e diminuir as desigualdades sociais, reduzindo também os riscos am-bientais.

Segundo o documento que será apresentado a minis-tros do Meio Ambiente de mais de 100 países durante a abertura do Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente, promovido pelo Conselho de Administração do Pnuma, o redirecionamento por meio de políticas nacionais e inter-nacionais de cerca de US$ 1,3 trilhão anuais para iniciativas sustentáveis beneficiaria não apenas os países desenvolvi-dos, mas principalmente os em desenvolvimento. Nessas localidades, em alguns casos, cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) estão ligados à natureza ou a recursos

naturais como a água potável, que se quer preservar.

O estudo indica que, atual-mente, o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global subsi-diando atividades que, a mé-dio e longo prazo, tendem a esgotar os recursos naturais, tais como o atual modelo de agricultura, pesca e de depen-dência de combustíveis fós-seis. De acordo com o relató-rio, grande parte dessas ações

contribui para intensificar os danos ambientais e ampliar a ineficiência da economia global e parte dos recursos ne-cessários para os investimentos em soluções poderia vir do que seria poupado combatendo os desperdícios.

Ou seja, a transição para a Economia Verde envolve políticas e investimentos que desassociam o crescimento econômico do consumo intensivo de materiais e energia. Como exemplo, o estudo cita o Brasil, onde a reciclagem já gera retornos de U$S 2 bilhões anuais ao mesmo tempo em que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de ga-ses de efeito estufa.

O Pnuma acredita que, com o estímulo de políticas pú-blicas adequadas, mais vagas de trabalho serão criadas em novas atividades econômicas como as ligadas à produção de energia renovável e de agricultura renovável, compen-sando os empregos que fatalmente serão extintos devido ao esgotamento do atual modelo, caso da pesca, setor em que, segundo o relatório, subsídios de pelo menos U$S 27 bilhões ao ano acabaram por fazer com que a captura de pescados superasse em duas vezes a capacidade de repro-dução deles.

A publicação pode ser lida na íntegra no seguinte link: http://www.unep.org/greeneconomy/

Conclusão é citada no Relatório Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza

1�www.iicaforumdrs.org.br FEVEREIRO 2011

sob r e d r s[ ]

A nova marca dá maior identidade

para as ações realizadas pelo Fórum.

Para isso, na nova logomarca utili-

zamos símbolos que remetem aos

produtos naturais: o peixe (animal),

a gota (mineral) e a folha (vegetal).

Além destes elementos, o logotipo

traz a figura humana, personagem

central do Fórum, caracterizada por

três personagens de mãos dadas,

remetendo à força, união e par-

ceria. Todos elementos são posi-

cionados de forma harmônica, tal

qual deve ser a relação do homem

com a natureza. As cores também

tem significado. O laranja é a cor

da prosperidade, do movimento e

da consciência; o azul representa a

tranqüilidade e a confiança e a cor

verde a natureza e a energia.

Nossa marca mudou, mas nossos objetivos e ações continuam os mesmos.

1� FEVEREIRO 2011 www.iicaforumdrs.org.br

e ven t o s[ ]

Sistemas de Captação e Aproveitamento da água da chuva

O Centro Internacional de Demostración y Capacitación en Aprovechamiento del Agua de Lluvia del Colegio de Postgraduados (CIDECALLI-CP) coordena o XIII DI-PLOMADO INTERNACIONAL”Sistemas de Captación y Aprovechamiento del Agua de Lluvia (SCALL) para Consumo Humano y Animal, Producción en Traspatio, Am-bientes Controlados, Agricultura de Temporal y Recarga de Acuíferos”. Sob o lema “Qualidade de água é qualidade de vida”, o evento será realizado de 21 a 27 de março na Unidad de Congresos, Colegio de Postgraduados, no México. A inscrição pode ser realizada pelos telefones 595 95 1 03 23 / 595 95 2 02 38 ou pelos e-mails: [email protected] / [email protected]

Mais Informações: http://www.permacultura.org.mx/es/curso/2011/03/21/siste-mas-de-captacion-y-aprovechamiento-del-agua-de-lluvia-scall/

Reunião Sulamericana para Manejo e Sustentabilidade da Irrigação

A Reunião Sulamericana para Manejo e Sustentabilidade da Irrigação em Regiões Áridas e Semiáridas, em sua segunda edição, ocorre entre os dias 3 e 7 de abril, em Cruz das Almas (BA). O evento, como o próprio nome diz, abrange vários países da América do Sul, é uma realização do Núcleo de Engenharia de Água e Solo (Neas) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e tem o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT) como um dos seus principais parceiros. O evento deste ano tem como tema Tecnologias limpas para uma agricultura irrigada sustentá-vel e busca atingir os seguintes objetivos: consolidar a Rede Sulamericana entre organizações/instituições de ensino e pesquisa, nacionais e internacionais; gerar conhecimento, consciência e práticas de uso de água residual e salobra na agricul-tura, visando minimizar o uso intensivo de recursos hídricos de melhor qualidade; sugerir técnicas de manejo e conservação do solo para a exploração agrícola de forma econômica, social e ambientalmente sustentável; avaliar aspectos de mo-dernização da agricultura e seus impactos sobre os recursos naturais (solo e água) envolvendo erosão hídrica, desertificação, salinização.

Mais Informações: http://www.ufrb.edu.br/2sulamericana/

1�www.iicaforumdrs.org.br FEVEREIRO 2011

I Curso em ferramentas participativas no manejo comunitário da agrobiodiversidade

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, por meio das suas unidades Semiárido (Petrolina, PE); Clima Temperado (Pelotas, RS) e Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), em parceria com o Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais da Universidade do Estado da Bahia – UNEB promovem no período de 14 a 18 de março de 2011 o “I Curso em ferramen-tas participativas no manejo comunitário da agrobiodiversidade”. O objetivo é formar técnicos em abordagens participativas que podem ser usadas em pesquisa e ações de desenvolvimento junto a agricultores de base familiar, comunidades tradicionais e indígenas relacionadas a promoção do manejo comunitário da agrobiodiversidade (conservação on farm). Para isso, estão sendo oferecidas 20 vagas para pesquisadores, professores e estudantes que, uma vez capacitados passarão a utilizar estes métodos nos seus trabalhos de campo, garantindo a participação e empoderamento das comunidades sobre o assunto pesquisado.

Mais informações: http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2011/fevereiro/4a-semana/curso-incentiva-a-participacao-de-pequenas-comunidades-na-conservacao-da-agrobiodiversidade

e ven t o s[ ]

Cursos em Desenvolvimento RuralProjeto global de cooperação técnica para a formação em economia, polí-ticas agrárias e desenvolvimento rural. Estão sendo ofertados os seguintes cursos: Qualidade e Inocuidade dos Alimentos na Cadeia Alimentar; Comér-cio Agrário Internacional; O Enfoque Territorial do Desenvolvimento Regio-nal; Gestão e Avaliação de áreas Naturais Protegidas e do Patrimônio Natural e Indicadores de Sustentabilidade em Formulação de Políticas Públicas.

Fodepal é um projeto promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura (FAO), a Fundação Centro de Educação a Distãncia para o Desenvolvimento Econõmico e Tecnológico (CEDDET) e a Universidade Politécnica de Madrid, com colaboração da Universidade Fede-ral de Viçosa (UFV).

http://www.conectafodepal.org/

�0 FEVEREIRO 2011 www.iicaforumdrs.org.br

espec i a l[ ]

Construindo a Agenda de Políticas Públicas de

Enfrentamento da Pobreza Rural

�1www.iicaforumdrs.org.br FEVEREIRO 2011

espec i a l[ ]

Na última edição do Boletim Fórum DRS foi publicado o artigo “Pobreza rural: concepções, determinantes e agenda de políticas públicas para seu enfrentamento” de autoria dos professores Lauro Mattei e Renato Maluf. No artigo os autores sistematizam as questões centrais que ficaram mais evidentes nos debates do “V Fórum Internacional de Desenvolvimento Territorial: estratégias de combate à pobreza rural” e apresentam as propostas para a construção da agenda pública de enfrentamento da pobreza rural. Neste “Especial”, o Fórum DRS resgatou o que foi dito pelos participantes dos painéis do V Fórum e relacionou com as propostas listadas por Maluf e Mattei com o objetivo

de fortalecer o entendimento das políticas propostas. Confira!

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA RURAL

Políticas SociaisPolíticas de Inclusão

ProdutivaPolíticas de Acesso

aos Recursos Naturais

Promover a inclusão social Geração de emprego e renda Acesso aos recursos naturais

Desenvolver capacidadesDinamização Econômica das áreas rurais

Acesso a terra

Ampliar a educação no campo Diversificação produtiva

Transferir renda Pesquisa e ATER

Propiciar o acesso aos bens e serviçosFortalecimento dos Canais de Comercialização

Relacionar as políticas sociais a uma estratégia de desenvolvimento rural

Diversificação da Matriz Energética

O quadro acima resume as propostas de políticas públicas apontadas como estratégias para a formulação de uma agenda de políticas públicas de enfrentamento da pobreza rural. Tais propostas foram listadas por Lauro Mattei, professor dos cursos de graduação e de pós-graduação de economia da UFSC e integrante do Observatório de Políticas Públicas para Agricultura (OPPA), e Renato Maluf, professor do Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimen-to, Agricultura e Sociedade (CPDA), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), onde integra o Observatorio de Políticas Públicas para Agricultura (OPPA) e Presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

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Os autores enfatizam que para que a agenda apresen-tada no quadro (pág. 21) tenha resultados efetivos, há que se considerar sete requisitos: 1) Superar a atual fragmen-tação das políticas públicas: este é um desafio histórico das políticas públicas no Brasil, portanto, o sucesso na er-radicação da pobreza rural depende fortemente da sua superação; 2)Estratégia de desenvolvimento rural: o con-junto de políticas acima mencionado, ao lado de outras de idêntica relevância, deve configurar uma estratégia de desenvolvimento rural que não pode estar dissociada da estratégia de desenvolvimento do país, em suas distintas espacialidades; 3)Protagonismo dos atores sociais: esti-mular o processo de participação de todos os atores nas diversas formas de representação institucional relativas às políticas públicas, especialmente aquelas direta e indire-tamente relacionadas ao enfrentamento da pobreza rural; 4)Planejamento das políticas: as estratégias de enfrenta-mento da pobreza devem conter metas objetivas e prio-ridades de ação claramente definidas; 5)Articulação dos órgãos governamentais: ampliar e melhorar a coordena-ção intra (horizontal) e inter (vertical)-governamental no sentido de potencializar as ações das políticas públicas; 6)Agricultura familiar: as ações devem ter as famílias rurais como foco da ação, e não um produto ou atividade, uma vez que é a partir do conjunto de interesses existentes no interior das unidades familiares que são definidas diferen-tes estratégias, particularmente aquelas relacionadas ao trabalho, produção e sucessão no âmbito da agricultura familiar; 7) Múltiplas dimensões da pobreza: a política de enfrentamento da pobreza deve contemplar as múltiplas dimensões envolvidas, evitando definir todas as estraté-gias apenas a partir do quesito renda, além de contem-plar as especificidades regionais.

Os autores lembram, também, que para a construção e a eficácia de uma agenda de políticas públicas depen-dem, entre outros fatores, de que os temas que a inte-gram adquiram legitimidade social e reconhecimento pelas políticas públicas correspondentes. “Ressalte-se que

a busca ativa por erradicar a pobreza, ao menos em suas manifestações mais extremas, tem adquirido aceitação crescente na sociedade brasileira”, afirmam os autores.

Veja o que os participantes dos painéis falaram sobre as propostas de políticas públicas para enfren-tar a pobreza rural

Promover a Inclusão Social

Esta proposta tem o objetivo de enxergar as pessoas como cidadãs e cidadãos e não apenas como produtoras de mercadorias. “Para essas pessoas também têm direi-tos básicos relativos aos mercados de bens e de produ-tos, bem como devem ser tratadas de forma igualitária”, afirma Maluf. Na opinião de Cândido Grybowski, diretor do Ibase, é necessário mudar o poder não só para mudar o padrão de desenvolvimento, mas mudar o projeto em si, pensar em alternativas para o desenvolvimento como padrão de organização da vida social para que a justiça social e ambiental se torne referência para um novo para-digma. “O que gera a pobreza é ao mesmo tempo o que vai resolvê-la, que é o desenvolvimento, porque eu não culpo a pobreza nos pobres, por isso que eu não gosto de combater a pobreza porque isso significa um pouco eliminá-los, eu culpo a pobreza a sociedade, o seu desen-volvimento e o seu poder”, afirmou Cândido. O diretor do Ibase complementou “Nos falta a necessidade de uma

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mudança da nossa infraestrutura mental. Nossas mentes são poluídas por um determinismo econômico, ficamos na produção e renda sempre, e não conseguimos ver ou-tras dimensões que determinam a pobreza. O principal componente da reforma política é repensar o Estado”. O professor Paulo Waquill, da Universidade Federal de Cam-pina Grande, comentou, também, que a pobreza rural é uma forma de discriminação racial, por isso a importância de políticas compensatórias e ações afirmativas como a de promover a inclusão social.

Desenvolver capacidades

Com esta política, espera-se desenvolver capacida-des tanto dos indivíduos como das organizações sociais, ampliando a participação social na gestão das políticas públicas. Para Humberto Oliveira, secretário executivo do CONDRAF, há que se reforçar a idéia da implantação dessas políticas públicas nos diferentes lugares do Bra-sil, nas organizações não governamentais, nos governos Municipais e Estaduais e no governo Federal, pois “isso irá ajuda na construção dessa agenda que é certamente um desafio especialmente no Brasil rural”, afirmou.

Ampliar a educação no campo

Esta política tem como objetivo garantir o acesso a serviços educacionais de qualidade a toda a população rural, através de um sistema educacional adequado à re-alidade rural. Brancolina Ferreira, pesquisadora do Ins-tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), enfatizou em sua apresentação no V Fórum Internacional que ¼ da população rural ainda é analfabeta e que muito ainda deve ser feito para alterar essa realidade do campo. Para a pesquisadora essa política é essencial. Além disso, a pes-quisadora do IPEA, afirmou que o problema da extrema pobreza se acentua mais no Nordeste, onde esse índice chega a 12% e que, por isso, seria adotar essa política no Nordeste. No Sul do país o percentual não passa de 2%.

Transferir renda

Esta política objetiva manter as ações governamentais

atuais, ampliando o horizonte das mesmas, ao mesmo

tempo em que se procura elevar o valor monetário das

transferências às famílias. Mauro Del Grossi, assessor do

gabinete do Ministro do Ministério do Desenvolvimento

Agrário, afirmou que a política de crédito como estratégia

de redução da pobreza ainda é muito pequena, e que é

necessário trabalhar este ponto para que haja uma me-

lhora. Segundo Ivan Cossio, gerente de programas para

o Brasil, do FIDA, três elementos favorecem esse diagnós-

tico e podem significar o termino do atraso e da pobreza.

“o crescimento econômico; a visão produtiva de área rural

como espaço para agricultura; e a produção campesina,

termo similar a agricultura familiar, ou migra para outros

setores ou vira objeto de políticas sociais”, explicou. No

entanto, Cossio alerta que aumentar a produção é impor-

tante, mas não é a única ação e que a agricultura econô-

mica não é a única atividade do campo. Todos também

concordam que é possível eliminar em poucos anos a po-

breza enquanto insuficiência de renda, mas que as trans-

ferências não são suficientes para modificar de forma sig-

nificativa as várias caras da pobreza, que se manifestam

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em déficits de direitos, capacidades, acessos a políticas públicas e em condições de vida significativamente abai-xo da média da população não pobre.

Propiciar o acesso aos bens e serviços

Esta política tem como objetivo universalizar o acesso aos bens e serviços sociais para todos os habitantes rurais. O secretário técnico do Proterritórios, Rafael Echeverri, disse que é necessário ver o problema da pobreza não como um problema econômico, mas sim, de direitos de cidadania, de reconhecimento. E alertou que a sustentabi-lidade é um novo conceito de produção e consumo como se disse há vinte anos, no Rio de Janeiro, no entanto as atuais políticas não utilizam esse conceito. Por fim, Eche-verri fez uma reflexão sobre o tema latinoamericano de de-sigualdade. “É necessário fazer com que os elementos de coesão social apareçam mais”, afirmou. Para Ivan Cossio, do Fundo Internacional Desenvolvimento Agrícola é necessá-rio “entender o que é desenvolvimento, ou seja, inclusão e democracia, direitos básicos de educar-se, igualdade de gênero, oportunidade para os jovens, desenvolvimento de capacidades, compartir experiências, emprego e acessi-bilidade”, resumiu, refirindo-se a importância de propiciar acesso aos bens e serviços.

Acesso aos recursos naturais

As políticas de enfrentamento da pobreza devem in-cluir a ampliação do acesso aos bens naturais essenciais, com destaque para a água. “Isso é fundamental e faz par-te da atualização da agenda rural”, afirmou Maluf.

Acesso a terra

A ampliação do acesso à terra foi considerado por vá-rios palestrantes como elemento central no enfrentamen-to da pobreza rural, portanto, as políticas devem fortale-cer novos arranjos fundiários, sendo a reforma agrária um

instrumento essencial nessa direção. Para Renato Maluf os determinantes da pobreza rural no Brasil e na América Latina está relacionado com as ofensivas do agronegócio sobre os direitos dos agricultores, com o tema do acesso à terra e a agrobiodiversidade. “Rendimento e renda não é indicador de pobreza, mas também não signifca dizer que rendimento não tem rendimento nenhum”, ressaltou.

Geração de emprego e renda

Esta política tem como objetivo o desenvolvimento de atividades produtivas (agrícolas e não-agrícolas) ca-pazes de dar sustentação às pessoas em suas inserções nos diferentes mercados. Ricardo Amorim, Diretor de Prospecção para inclusão produtiva do MDS, acredita no avanço das políticas públicas no Brasil e complementa que o caminho a ser seguido para que haja de fato a ci-dadania ainda é longo tomando por base que um dos fatores mais importantes para integração do indivíduo à sociedade e elevação do seu status é o trabalho.

Dinamização econônica das áreas rurais

O intuito desta política é estimular a diversificação das atividades econômicas nas áreas rurais como mecanismo de ampliação das oportunidades, particularmente, em face do aumento da demanda por alimentos no mundo. Para Joaquim Soriano, coordenador do Programa Terri-tórios da Cidadania, é necessário reconhecer que o Brasil teve um avanço nas políticas públicas, porém há Estados

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e Municípios sem qualquer representação que precisam de um maior apoio desse tipo de projeto e a diversifica-ção das atividades econômicas nas áreas pode ser um instrumento de apoio ao fortalecimento desses Estado e, consequentemente, ampliação das oportunidades. A professora Lena Lavinas, da UFRJ, argumenta que a po-pulação rural sofre por causa das diferenças estruturais entre cidade e campo, resultado de décadas de descaso com o meio rural, e que superá-las exigiria um redesenho das políticas públicas para fortalecer a provisão de servi-ços e investimentos em infraestrutura para o desenvolvi-mento local. Para Maluf há que se valorizar o coletivo. “A referência são as famílias, e não o produto e o agricultor”, explicou. O presidente do Consea falou que é preciso politizar o enfrentamento da pobreza, ou seja, “conferir prioridade, adotar estratégias descentralizadas, conferir protagonismo; combinar instrumentos, ações de impac-tos imediatos com ações voltadas para emancipação; ar-ticulação do orgãos governamentais (intersetorialidade) e dinamização de áreas rurais e/ou territórios”, indicou.

Diversificação produtiva

Nesta política, pretende-se ampliar as políticas de es-tímulo à diversificação produtiva dos estabelecimentos agrícolas, bem como a produção para auto-consumo como forma de suprir carências nutricionais dentro das famílias pobres. Nesse ponto de vista, o professor Steven Helfand, da Universidade de Riverside, Califórnia, chama a atenção para a crescente importância da renda não

agrícola. Para Steven, as transferências não são suficientes para modificar o rendimento da produção e do trabalho, que é a base da renda de milhões de pequenos produto-res. Helfand argumenta que este grupo é pobre porque tem terra, capital humano e capital insuficientes. O mi-nifúndio é o estabelecimento dominante no Nordeste, e continua se reproduzindo e aumentando em número.

Pesquisa e ATER

Esta política objetiva disponibilizar aos agricultores fa-miliares tecnologias adequadas e serviços de assistência técnica de qualidade visando melhor a eficiência produ-tiva. Na opinião do painelista Arnaldo Brito, assessor da presidência da CONTAG, a agricultura familiar deve ser tratada de forma mundial;

Fortalecimento dos canais de comercialização

Aborda a política de incentivos e de acesso aos mer-cados como forma de viabilizar economicamente as uni-dades familiares de produção. De acordo com a socióloga Tânia Bacelar, a nova opção de estratégia para a retoma-da do crescimento brasileiro é o modelo de consumo e produção de massa com base nas políticas sociais e eco-nômicas. “Um país como o Brasil não pode ficar se lamen-tando, tem que tomar atitudes para eliminar a pobreza no Brasil em curto prazo”, afirmou Tânia.

Diversificação da matriz energética

Esta política tem como objetivo aproveitar as oportu-nidades geradas pela exploração das energias renováveis, como forma de aproximar esse tema da questão da erra-dicação da pobreza rural. A socióloga Tânia Bacelar enfa-tizou a necessidade de uma mudança estrutural no rea-prendizado de fazer democracia e que o Brasil tem uma excelente oportunidade no campo da Energia. “No fim da era do petróleo o Brasil será o ator principal”, afirmou.

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i n t e r n ac i o na l[ ]

VII Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural

Entre os dias 13 e 15 de Abril acontece, na Universi-dade Javeriana, em Bogotá, Colômbia, o VII Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural : “Mundos rurais e transformações globais: desafios e estratégias de res-posta”. O evento tem o objetivo de gerar um espaço de discussão, reflexão, intercâmbio teórico e análises de ex-periências práticas sobre os processos de mudança nos mundos rurais gerados pela crescente globalização e as mudanças climáticas. Se trata de explorar as mudanças suscitadas nas regras do jogo pelas novas situações, nos âmbitos políticos, sociais e econômicos, assim como as respostas dos atores vinculados com o mundo rural aos objetivos sugeridos.

Com o seminário se pretende gerar reflexões em tor-no das transformações dos mundos rurais em meio à glo-balização e as mudanças climáticas, para gerar linhas de ação e planejar estratégias de resposta aos desafios que surgem nos contextos particulares de cada região.

Os temas que serão abordados no Seminário são: A agricultura familiar sustentável frente à globalização dos espaços rurais; Institucionalidade, Cooperação Interna-cional e Mercados no Mundo Rural; A economia solidária e seu compromisso ambiental; Crise de civilização? For-mas de vida alternativa e desafio dos movimentos sociais rurais frente à crise global; Incidência no mundo rural das transformações dos Estados latinoamericanos; Mudanças climáticas e Desenvolvimento Rural na América Latina e Caribe.

METODOLOGIA - Em cada um dos eixos temáticos se apresentará uma conferência e uma experiência signifi-cativa. Essas intervenções serão comentadas em plenária por dois especialistas. Logo depois, será a vez das mesas de trabalho nas quais se apresentarão e discutirão ponên-

cias de caráter acadêmico e apresentações de experiên-cias previamente inscritas. Em cada uma destas mesas se fará uma relatoria na qual se apresentará na sessão final do seminário. Também terá espaço para a apresentação de pôsteres.

EVENTO - O evento é organizado pela Faculdade de Es-tudos Ambientais e Rurais da Pontifícia Universidade Ja-veriana de Bogotá, Colômbia, por meio do Departamento de Desenvolvimento Rural e Regional e do Mestrado em Desenvolvimento Rural.

Será o sétimo evento de uma série de seminários nos quais participaram pesquisadores, membros de organiza-ções não governamentais, e de comunidades rurais, fun-cionários e desenvolvedores de políticas públicas para a América Latina e a Europa. Os eventos anteriores aborda-ram os seguintes temas: 1) “O Campesinado na Colômbia de hoje” (1991); 2) “O Desenvolvimento Rural na América Latina até o século XXI” (1994); 3) “A Nova Ruralidade na América Latina” (2000); 4) “O mundo rural: transformações e perspectivas à luz da Nova Ruralidade” (2003); 5) “Enfo-ques e Perspectivas do Ensino do Desenvolvimento Rural” (2005) e 6) As Configurações dos Territórios Rurais no Sé-culo XXI” (2008).

SERVIÇO

Valores: Público em Geral (135 euros) / Estudantes e Pro-fessores (75 euros)

Mais informações e inscrição pelos e-mails [email protected] / [email protected]

Tema central será “Mundos rurais e transformações globais: desafios e estratégias de resposta”

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i n t e r n ac i o na l[ ]

Brasil e Barbados passam a integrar Painel de Sustentabilidade Global da ONU

Criado em agosto de 2010, o Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global é focado na discussão de opor-tunidades e desafios do desenvolvimento sustentável. E, desde fevereiro, dois países entraram nesse grupo de discussão: Brasil e Barbados. Os novos membros já parti-cipam da ultima reunião do colegiado, nos dias 24 e 25 de fevereiro, na Cidade do Cabo, na África do Sul.

A ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira aceitou o convite feito pelo secretário-geral da Organização das Na-ções Unidas (ONU), Ban Ki-moon, para compor o grupo e alegou a importância de se discutir com outros Estados a importância e a inserção da sustentabilidade no mundo.

Países já participaram da última reunião do Painel na África do Sul. Erradicação da pobreza é tema de discussão do Painel

PAINEL - O grupo reúne personalidades mundialmen-te renomadas para formular novo projeto de desenvolvi-mento para o Planeta. Reconhecendo que as alterações climáticas, a escassez de água, a perda da biodiversidade, a destruição de ecossistemas e as mudanças nos padrões demográficos e de consumo exigem novas abordagens para garantir o alcance dos Objetivos do Milênio, o painel pretende explorar abordagens para a construção de uma economia ‘verde’, de baixo carbono, capaz de erradicar a pobreza e garantir vida digna para todos.

Espanha cria Fundo de Cofinanciamento para a Segurança Alimentar

A Espanha criou um fundo de 300 milhões de euros para combater a pobreza rural e assegurar a segurança alimentar. O anúncio foi feito no último dia 19 pelo Minis-tro do Exterior espanhol, Trinidad Jiménez García Herrera, durante encontro do Conselho de Governadores do Fun-do de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

O ministro disse que o Fundo de Cofinanciamento para a Segurança Alimentar consistirá em um emprés-timo de 285,5 milhões de euros do Governo Espanhol, combinado com o valor de 14,5 milhões de euros que serão investidos entre 2011 e 2012. O prazo do emprésti-mo será de 45 anos, com um período de carência de cin-co anos. O financiamento desse montante será alinhado com as políticas e práticas do FIDA.

“A contribuição da Espanha assegurará recursos ime-diatos e seguros que melhorarão a capacidade do FIDA para reduzir a pobreza rural e criar oportunidades de in-vestimento para os pequenos agricultores”, disse Kanayo

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) será o gestor do novo fundo. Até 2012, o governo espanhol terá investido 300 milhoes de euros no fundo

F. Nwanze, Presidente do Fida. O Fundo proporcionará re-cursos adicionais especialmente para os países nos quais há uma necessidade urgente de investimento nos setores de agricultura e segurança alimentar.

O acordo financeiro entre Fida e Espanha faz parte de um marco de colaboração mais integral e estratégico, complementando um Acordo de Associação celebrado em novembro de 2007.

Nos últimos anos, a cooperação espanhola para o de-senvolvimento tem sido objeto de rápidas reformas. O País, que tem sido um líder nas estratégias de desenvolvi-mento na América Latina, ampliou seu enfoque geográ-fico à outras regiões e incrementou sua financiação para o desenvolvimento de uma maneira sem precedentes. O planejamento Espanhol para 2009-2012 objetiva explici-tamente o estabelecimento de acordos estratégicos com instituições multilaterais em uma variedade de setores.

Mais informações: www.ifad.org

�� FEVEREIRO 2011 www.iicaforumdrs.org.br

[ ]pub l i c a ções

Políticas de Desenvolvimento Territorial Rural no Brasil - avanços

e desafios

O Fórum DRS lançou em Dezembro o livro Políticas de Desenvolvimento Ter-ritorial Rural no Brasil Avanços e Desa-fios. A publicação é a 12ª da Série DRS. O livro, elaborado sob a coordenação da Professora Tânia Bacelar de Araú-jo, com as valiosas contribuições de vários estudiosos da realidade rural e regional brasileira, é uma contribuição ao debate sobre esse tema tão recente no Brasil, o Desenvolvimento Territorial. Ele reúne visões e olhares complemen-tares e por vezes um pouco distintos sobre esse acontecimento na vida pú-blica brasileira desta década inicial do século XXI. O livro tem por objetivo ex-trair da perspectiva teórica, metodoló-gica e empírica as lições mais relevan-tes da experiência brasileira, buscando reforçar no futuro imediato os acertos nas práticas do planejamento dos ter-ritórios, além de corrigir falhas ou des-vios que tenham ocorrido na trajetória recente.

Coord editorial: IICA

MDA e SEDH lançam livro com histórias e narrativas de camponeses tortura-dos, mortos e desaparecidos na época da ditadura O objetivo da publicação é, de acordo com as autoras, as antro-pólogas Ana Carneiro e Marta Cioccari, romper com o silêncio introjetado pe-los longos anos de ditadura e dar visibi-lidade à repressão ocorrida no campo no período. No texto foram registradas as próprias narrativas dos trabalhadores e dos líderes que sofreram violências, assim como dos sobreviventes da re-pressão do aparato militar e das ações criminosas de senhores de engenho e empresas, por meio de seus capangas.

O livro Retrato da repressão política no campo está disponível para download gratuito no Portal NEAD http://www.nead.gov.br/portal/nead/publicacoes/

Coord editorial: NEAD

O impacto da repressão política no meio rural

O projeto Red SICTA, do IICA/ Cooperação Suíça, disponibiliza aos interessados uma compilação de 600 publicações elaboradas, durante os últimos 15 anos, por cientistas, pesquisadores, técnicos e universitários so-bre feijão e milho na América Central. Os documentos variam desde livros, teses, arti-gos de revistas e, em menor número, artigos apresentados em congressos e conferên-cias. O acesso aos documentos é gratuito e todos os registros são oriundos de base de dados, repositórios bibliográficos e sites web que disponibilizaram suas publicações.

Para acessar a base de dados acesse o link:

http://www.redsicta.org/indice_BaseDatos.html

Coord editorial: Red SICTA

Base de dados sobre Milho e Feijão na América Central

��www.iicaforumdrs.org.br FEVEREIRO 2011

[ ]pub l i c a ções

Coord editorial: IICA

Convergência entre saúde pública, saúde animal e o meio ambiente nas

comunidades rurais

Manual de capacitação sobre a conver-gência entre as saúdes no âmbito dos territórios rurais. Esse manual é uma con-tribuição importante para uma visão e abordagem mais integral e integradora da saúde nos territórios. A publicação tem o propósito de apoiar a construção do co-nhecimento, conceitos e habilidade em relação com a saúde pública, a saúde ani-mal e o meio ambiente, vistas a partir de uma perspectiva integral, para contribuir para o desenvolvimento das comunida-des e dos territórios rurais. Também pro-move nos atores sociais o entendimento da interdependência dessas áreas, para gerar mudanças locais que repercutam na saúde global, sem comprometer a identidade cultural das comunidades e dos territórios.

Para baixar o livro, acesse o seguinte link:

http://www.iica.int/Esp/regiones/central/cr/Publicaciones%20Oficina%20Costa%20Rica/B2004E.PDF

A SÉRIE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL expressa a efetiva colaboração tanto

da Representação do IICA no Brasil quanto do Fórum Permanente de Desenvolvimento

Rural Sustentável em busca do desenvolvimento agrícola e do bem-estar das comunidades

rurais.

Reúne artigos assinados por renomados profissionais nacionais e internacionais com

o objetivo de difundir e suscitar o intercâmbio de conhecimentos e de iniciativas bem-

sucedidas de desenvolvimento sustentável no meio rural, promovidos por instituições

acadêmicas, instituições governamentais e nãogovernamentais e organizações da

sociedade em geral.

Série

Desenvolvimento Rural Sustentável

Mais detalhes da Série no site: www.iicaforumdrs.org.br

Coordenador Executivo do Fórum DRS

Carlos Miranda

Assessor Técnico do Fórum DRS

Breno Tiburcio

Assistente Técnico do Fórum DRS

Renato Carvalho

Coordenação Jornalística

Fernanda TallaricoProjeto Gráfico e Diagramação

Patricia Porto

Textos

André Kauric

Fotos

Arquivo IICA

Fotos Capa e Contra Capa

Regina Santos/Arquivo MDA

Representação do IICA no BrasilSHIS QI 03, Lote A, Bloco F, Centro Empresarial TerracottaCEP 71605-450, Brasília-DF, Brasil. Telefone: (55 61) 2106-5477 Fax: (55 61) 2106-5458 / 5459

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E x p e d i e n t e

P a r c e i r o s

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A 74a Edição do Boletim Eletrônico do Fórum DRS apresentará

um diálogo, ocorrido no V Fórum, entre Gabriel Bustamante,

Rafael Echeverri e Cândido Grzybowki, que discutiram um

conceito ampliado da pobreza, a partir da análise de causas

que vão além da insuficiência de renda e de serviços públicos

tratando-as como carência de oportunidades, inclusive para o

pleno exercício da cidadania e a consolidação dos processos

democráticos em curso na América Latina.

Manifestação CulturalQUADRILHA DE SÃO JOÃO - PE