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1 JAN 2013

Edição 77 - Revista de Agronegocios

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Edição 77 - Revista de Agronegocios

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COOXUPÉ aposta no transporte a granelSacas de 60 quilos carregadas nas costas, para a carga e des-carga do café, estão com os dias contados no país. A nova onda do setor é a granelização total da cultura.

Piraí Sementes lança novo portal na internetProcurando atender a crescente demanda por informações referen-tes à adubação verde e cobertura vegetal, a Piraí Sementes investiu em um novo site, agora com maior suporte, ferramentas e inovação.

Fatores que afetam a composição do leiteA composição do leite é afetada por diversos fatores, os quais in-cluem: idade, raça, estágio de lac-tação, genética, procedimento de amostragem do leite, doenças e nutrição.

Nutrição do Cafeeiro (8º),a Análise FoliarSegundo artigo do Engº Agrôno-mo Renato Passos Brandão, consultor agronômico do Grupo Bio Soja, com todas as orienta-ções necessárias para se fazer a Análise Foliar no cultivo do café.

Agricultura Irrigada: estratégica na produção de alimentosArtigo do pesquisador Benjamim Salles Duarte mostra a importân-cia da Agricultura Irrigada no es-tado de Minas Gerais, que abriga mais de 551 mil estabelecimentos rurais, ocupando uma área su-perior a 32 milhões de hectares. Mostra ainda a importância estra-tégica do Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais, programa do governo de Minas Gerais, que buscar planejar a produção e oferta de alimentos e agroenergia.

A importância da IrrigaçãoNA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Cafeicultura orgânicaanalisada comercialmenteSegundo Celso Vegro, pesquisa-dor do IEA (Instituto de Economia Agrícola), a cafeicultura orgânica aparentemente não deslancha, apesar dos incentivos de preços e melhor rentabilidade.

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EDITORIAL

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O governo de Minas Gerais iniciou pla-nejamento para aproveitar racional-

mente os recursos hídricos do estado em prol da agricultura, na produção de alimentos e agroe-nergia.

É mais um passo importante para confi rmar a importância da irrigação na agricultura.

Nesta primeira edição de 2013, publicamos artigo impor-tante na atividade leiteira. Marco Antônio Sundfeld da Gama, pes-quisador da Embrapa Gado de Leite comenta os fatores que afe-tam a composição do leite.

Já o Engenheiro Agrônomo José Annes Marinho, gerente de educação da ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal pu-blica artigo sobre as mentiras da sustentabilidade no agronegócio.

A grande novidade no setor está no lançamento do novo site da Piraí Sementes, com maior suporte, ferramentas e inovação em informações sobre adubação verde e cobertura vegetal.

Na cafeicultura, destaque para a matéria da COOXUPÉ - Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (MG) sobre o trans-porte a granel de café. Se por um lado o cafeicultor pode ser muito benefi ciado, reduzindo os seus custos e agilizando o estoque do produto nas cooperativas, por outro a grande preocupação fi ca por conta da redução dos em-pregos de carregadores e ‘chapas’ na cadeia produtiva.

Já o pesquisador Celso Vegro, do IEA - Instituto de Eco-nomia Agrícola, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, apresenta artigo impor-tante sobre os aspectos comerci-ais da cafeicultura orgânica.

Aos leitores que vem acom-panhando a meses a publicação do Engenheiro Agrônomo Re-nato Passos Brandão (consultor agronômico do Grupo Bio Soja), mais um importante artigo. Nesta edição, a continuação das orien-tações sobre a Análise Foliar na cafeicultura.

Boa leitura a todos!

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LEITE

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LEITE

Nutrição Animal: fatores que afetam a COMPOSIÇÃO DO LEITE

Marco Antônio Sundfeld da Gama 1

A composição do leite é afetada por diver-sos fatores, os quais incluem idade, raça,

estágio de lactação, genética, procedimento de amostragem do leite, doenças e nutrição. Neste artigo, abordaremos es-pecifi camente o fator nutrição. Os demais fatores foram abor-dados em outras publicações do Panorama do Leite.

Como dito anterior-mente, a composição do leite, especialmente o seu teor de gordura, pode ser amplamente e rapidamente alterada por meio de mudança na dieta for-

1 - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Obs:- Publicado originalmente no Informativo PANORAMA DO LEITE (http://www.cileite.com.br/sites/default/files/2012_09_PanoramaLeite.pdf#page=10) editado pelo Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite.

baixo pH ruminal e a presença de fontes ricas em lipídios insaturados na dieta (Griinari et al., 1999).

A primeira condição ocorre mais frequentemente quando as dietas apresentam: baixo teor de fi bra (FDN), fi bra de baixa efetividade física (ex.: forragens fi namente picadas, especialmente as silagens ricas em grãos, como as de milho e sorgo), grãos de cereais contendo amido de alta taxa de degradação ruminal (ex.: silagem de grão de milho úmido, milho fl oculado, etc.).

A segunda condição está geralmente relacionada com a inclusão, na dieta, de grãos de oleaginosas, como o caroço de algodão, soja, girassol, etc. O processamento destes grãos (moagem, extrusão, etc) poderá afetar a intensidade da DGL, já que permite mais exposição ruminal dos lipídeos contidos no seu interior. Portanto, no caso do uso de óleos vegetais puros, a DGL tende a ser ainda mais acentuada.

PARÂMETRO

Tabela 1: Efeito da relação concentrado:volumoso e da in-clusão de tamponante na composição do leite de vacas em fi nal de lactação.

a,b - Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0.05)

UNIDADE

Consumo de MS kg/d 18,3b 19,9ab 19,3ab 20,6a 0,54Produção de leite kg/d 21,9 24,3 23,5 24,7 0,95Teor de gordura % 4,21a 2,91b 4,12a 4,09a 0,38Teor de proteína % 3,37ab 3,49a 3,34b 3,48a 0,03

SEM TAMPONANTE

COMTAMPONANTE SEM

50:50 75:25 50:50 75:25

necida aos animais. A possibilidade de alterar rapidamente a composição do leite é de grande importância em situações onde o produtor recebe valor diferenciado pelo leite em função de sua composição, como ocorre atualmente no Bra-sil em algumas regiões.

Obviamente, a decisão por aumento ou redução do teor de determinado componente vai variar em função do sistema de pagamento adotado. Há, entretanto, uma tendên-cia mundial de se valorizar leite com maior teor de sólidos, principalmente a proteína. O teor de proteína do leite é, en-tretanto, muito menos sensível a alterações na dieta, de for-ma que incrementos no seu teor são geralmente de pequena magnitude, e difíceis de serem obtidos. Este artigo apresen-tará os principais fatores nutricionais capazes de alterar o teor de gordura e de proteína do leite.

Infl uência da nutrição sobre a secreção de gordura do leite - Trabalhos conduzidos nas últimas duas décadas têm proporcionado um grande avanço na compreensão de como certas dietas afetam a síntese da gordura do leite. Hoje, sabe-se que há certos tipos de dietas que causam grande e rápida redução no teor e na secreção de gordura do leite, uma situa-ção que é denominada depressão da gordura do leite (DGL). Duas condições são necessárias para que ocorra a DGL: um

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MEIO AMBIENTE

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LEITEDietas que induzem DGL são tipicamente fornecidas

para vacas de alta produção, pois estas apresentam maior e-xigência de energia, de forma que há necessidade de maior inclusão de concentrados ricos em energia, como os grãos de cereais ricos em amido (ex.: milho, trigo, aveia) e grãos in-teiros de leguminosas (ricos em lipídeos, mas também fonte importante de proteína e, no caso do caroço de algodão, fi -bra).

A Tabela 1 mostra claramente o efeito de uma dieta com baixo teor de fi bra (expresso pela relação concentrado/volumoso) sobre o teor de gordura do leite. Os dados da Ta-bela 1 mostram também que a inclusão de tamponantes na dieta foi capaz de reverter a DGL provocada pela dieta com alta relação concentrado:volumoso (75:25). Possivelmente, isso de deveu a uma maior estabilidade do pH ruminal pro-movida pelo uso do tamponante. Os tamponantes comu-mente usados na dieta de ruminantes são o bicarbonato de sódio (ou potássio) e o óxido de magnésio, nas proporções de 0,8-1,0% e 0,2-0,4% da MS da dieta (relação de 2:1), respectivamente. Além dos tamponantes, o uso de dietas completas, especialmente quando fornecidas várias vezes ao dia (pequenas quantidades ao longo do dia), também repre-senta uma importante medida de manejo nutricional capaz de minimizar ou mesmo evitar a DGL.

Outra prática nutricional importante envolve a substi-tuição de parte dos concentrados ricos em amido por sub-produtos fi brosos, como a casca de soja, ou por alimentos ricos em pectina, como a polpa cítrica. Em ambos os casos, a dieta tenderá a apresentar maior teor de FDN total, sem re-duzir muito a energia da dieta. Em geral, recomenda-se que a dieta de vacas em lactação tenha um mínimo de 25% de FDN total, sendo 19% (aprox. 75% do total) oriundo de for-ragens (assumindo que a forragem apresenta um tamanho de partícula capaz de estimular a ruminação). Para cada valor unitário de FDN de forragem abaixo de 19%, o FDN total da dieta deve aumentar em 2 unidades percentuais (Tabela 2), de forma a manter um FDN efetivo mínimo de 21%.

Infl uência da nutrição sobre a secreção de proteína do leite - Alterações na dieta dos animais geralmente afetam mais a produção de proteína do leite (kg secretados/dia) do que o seu teor (%). O fornecimento de dietas com quantidade e qualidade adequadas de proteína é um importante fator para se obter elevada secreção de proteína do leite. Maximi-zar a produção de proteína microbiana, como dito anterior-mente, é parte fundamental desta estratégia. Para que isso seja obtido, a dieta deve conter teor adequado de proteína degradável no rúmen (PDR) e energia sufi ciente para que

as bactérias do rúmen possam aproveitar o nitrogênio libe-rado no rúmen para síntese de suas próprias proteínas (pro-teína microbiana). De acordo com o NRC (2001), a quan-tidade de PDR para maximizar a secreção de proteína e de leite é de 10-12% da matéria seca da dieta, assumindo que o suprimento de energia seja adequado. Por exemplo, uma vaca que coma 20 kg de MS/dia necessitaria de 2 a 2,4 kg de PDR/dia. Em geral, dietas com 60 a 65% de PDR (como % da PB) parecem adequadas para maximizar a síntese de proteína do leite. Outro ponto importante é a disponibili-dade da proteína nos alimentos. Alimentos superaquecidos como, por exemplo, silagens produzidas em condições ina-dequadas (ex.: alta umidade/baixa compactação) podem reduzir a disponibilidade da proteína. Isto ocorre devido à ligação da proteína com carboidratos, que é catalisada por calor/umidade elevados. A análise bromatológica do teor de nitrogênio ligado ao FDA (N-FDA ou PB-FDA) é um bom indicativo da intensidade desta reação.

Dietas defi cientes em proteína podem reduzir o teor de proteína do leite em 0,1 a 0,2 unidades percentuais, além de reduzir a produção de leite (Schingoethe, 1996). Por outro lado, o fornecimento de dietas ricas em carboidratos de rá-pida degradação ruminal (ex.: amido, pectina) geralmente aumenta o teor e a produção de proteína do leite. Este efeito pode ser claramente notado nos resultados apresentados na Tabela 1. Este efeito pode ser devido a uma maior síntese de proteína microbiana e/ou maior secreção de insulina, pois pesquisas mostraram que este hormônio é capaz de aumen-tar signifi cativamente o teor de proteína do leite (Mackle et al., 1999). Entretanto, é importante ressaltar que o aumento da secreção de insulina pelo fornecimento de dietas ricas em carboidratos não-fi brosos é limitado pelos efeitos negativos destes sobre a saúde ruminal, podendo causar DGL (como visto anteriormente) e doenças, como a laminite.

A adição de fontes de lipídios às dietas geralmente re-duz o teor de proteína do leite em 0,1 a 0,2 unidades per-centuais, embora possa aumentar sua secreção em função do aumento geralmente observado na produção de leite (Schin-goethe, 1996).

Portanto, apesar de a composição do leite poder ser al-terada por diversos fatores, apenas alguns destes fatores são passíveis de serem manipulados em nível de fazenda, como é o caso da nutrição animal. Assim, uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos em tais alterações é de grande importância em tempos de pagamento do leite por quali-dade. Alterações promovidas pela nutrição são de particular interesse, tendo em vista a rapidez das respostas e a magni-tude das mudanças.

Referências=> Griinari, J.M.; Dwyer, D.A.; Mcguire, M.A.; Bau-

man, D.E.; Palmquist, D.L.; Nurmela, K.V.V. 1998. Transocta-decenoic acids and milk fat depression in lactating dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 81, p.1251-1261.

=> Mackle, T.R.; Dwyer, D.A.; Ingvartsen, K.L.; Choui-nard, P.Y.; Lynch, J.M.; Barbano, D.M.; Bauman, D.E. 1999. Effects of insulin and amino acids on milk protein concentra-tion and yield from Dairy cows. J. Dairy Sci., v.82, p.1512-1524.

=> Schingoethe, D.J. 1996. Dietary infl uence

MÍNIMO DE FDNDE FORRAGEM

Tabela 2: Recomendações de teores mínimos de fi bra na dieta de vacas leiteiras

FONTE: Adaptado do NRC (2001)

19 25 19+2=2118 27 18+3=2117 29 17+4=2116 31 16+5=2115 33 15+6=21

MÍNIMO DE FDNTOTAL

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DESTAQUE

Obrigado, CARLÃOVivemos os chamados “tempos modernos”, onde a

inversão de valores virou moda e banalizaram-se os sen-timentos.

Amor, gratidão, amizade, sinceridade, fi delidade, etc. Passaram a ser descartáveis, desprezados até. E as raras pessoas que os cultivam, de fato, ganharam o adje-tivo de ‘caretas’.

Pois é, trata-se aqui de um grande cara. Ou melhor, de dois grandes caras. Personalidades estas que, cultivam todos estes sentimentos, no grau superlativo, sem nenhum pudor, como nos ensinou um dia o Mestre Jesus.

São dois parceiros que o destino uniu. O primeiro, como trabalhador contratado. E o segundo, como patrão. Trata-se do grande Carlos Soares do Amaral, o Carlão e seus empregadores, aqui denominados Benjamim Cury e seus descendentes.

Carlão, jovem ainda, recém-casado com Neuza Jardim Amaral, mudou-se para a Fazenda Brejo Limpo, do saudoso Benjamim Cury. Isto nos idos de 1972 e lá permaneceu até hoje, quando já cansado e aposentado, re-solveu parar após 40 anos de parceria, dedicação, amor ao trabalho, cumplicidade, dinamismo e competência.

Foram longos anos de profícua parceria para ambos.

Ali nasceram, cresceram e casaram-se seus oito fi lhos. O casal Carlão e Neuza contabiliza hoje 26 netos.

Amigo de todas as horas, recebeu o dedicado par-ceiro o carinho e as oportunidades necessárias para que a parceria propiciasse a ambos esta relação prazerora e du-radoura.

Do outro lado, os parceiros empregadores, generosos e gratos por tantos anos de dedicação.

Gratidão, o mais belo dos sentimentos, que faz com que os homens se diferenciem da maioria dos animais, nivelando as criaturas, encurtando as distâncias entre quem emprega e quem é empregado.

Por tudo isto Carlão, nosso Muito Obrigado. Vá com Deus. Sentiremos tua falta. Mas vai sabendo que, se não moras mais na Fazenda Brejo Limpo, residirá para sempre em nossos corações.

SEUS AMIGOSHélio Cury, Neto, Júnior, Wilson (Nenê) e Fernando

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TECNOLOGIA

Inovação: PIRAÍ SEMENTES lançaNOVO PORTAL NA INTERNET

O crescimento de bus-cas do público por in-formações referentes à adubação verde e

cobertura vegetal foi o principal fator que levou a Piraí Sementes a investir no novo site que está alocado no mesmo endereço ele-trônico: www.pirai.com.br. Com o crescimento das visitações na busca por conteúdos específi cos, o site anterior que obteve êxito necessitou ser trocado pelo atual que conta com mais suporte, fer-ramentas e inovação para o inter-nauta. Além de outras novidades, as versões em inglês e espanhol em breve estarão disponíveis.

Orientar e abastecer o público com sementes e informações de qualidade sobre adubação verde e cobertura vegetal é o principal objetivo do site

programa Canaviável, o qual visa atender o público da cana-de-açúcar e o mercado sucroalcooleiro, no sentido de propor informações e também estabelecer uma ligação mais direta entre as usinas e a Piraí Sementes, tendo como foco o uso dos produtos para a adubação verde nas rotações e reformas nos canaviais. E, por último, o Piraí Consultoris, que tem como objetivo fundamental auxiliar as empresas e engenheiros que trabalham com a consultoria agronômica, estabelecendo assim uma relação direta afi m de que a Piraí Sementes possa dar um atendimento específi co para esse público.

Pautado em pesquisas que revelaram as defi ciências encontradas atualmente pelo leitor que deseja obter in-formações mais aprofundadas sobre a prática de adubação verde e cobertura vegetal, outros destaques do site são os programas de relacionamento da empresa. Distintos, os três projetos visam estabelecer uma ligação direta entre empre-sas de agronegócio, consultores e consumidores.

São eles: Piraí Recupera, que é voltado para quem pre-cisa fazer uma recuperação específi ca para o solo, que já está degradado ou mesmo que precisa de cuidados especiais; o

“A mudança mais acentuada, além do site estar abastecido com mais subsídio e mais justifi cativas de consumo e prática da adubação verde, é reforçar o posicionamento da Piraí, que adotou desde 2011 o slogan e conceito ‘O resultado que garante o futuro’. Esse novo projeto pontua a Piraí Sementes como empresa que acredita no resultado e na garantia do futuro produtivo do solo através da prática da adubação verde”, afi rmou Luís de Sousa, coordenador da Join Agro, empresa responsável pela co-municação e marketing da Piraí Se-mentes. E, ainda acrescenta “Um dos pontos para se destacar nesse novo projeto da Piraí é a parte dos produ-tos, que está totalmente renovada, e o cliente tem muito mais facilidade

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TECNOLOGIA para comprar, o site traz essa conotação de ser também um ponto de e-commerce muito mais forte”, fi naliza Sousa.

O site vem integrar as outras ferramentas de comuni-cação já existentes na empresa que são a Fan Page www.facebook.com.br/adubacaoverde e o perfi l no twitter www.twitter.com/adubacaoverde.

Segundo Luís de Sousa, essas mudanças que a Piraí Sementes trouxe aos seus clientes é o refl exo do momen-to que o agronegócio brasileiro está passando. “Nós temos prognósticos e números que comprovam que estamos en-

trando uma época da apoteose no que tange o agronegócio do país. Estamos com números atuais tanto de importação, mas, principalmente de exportação ultrapassando as metas. E, mais importante do que fazer um investimento na própria marca é o fato da empresa estabelecer uma relação com o seu público e levar para esse público o propósito e a missão dela, o motivo dela estar comercializando aquele determinado produto, a intenção real, e ainda estabelecer esse espírito de parceria”, fi nalizou. (Camila Gusmão)produto, a intenção real, e ainda estabelecer esse espírito de

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Piraí Recupera: Canal exclusivo para atender produtores com solo degra-dado e baixa produtividade.

Programa Canaviável: Criado exclusivamente para atender o mercado da cana-de-açúcar.

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Benjamin Salles Duarte 1

Minas Gerais abriga 551.617 estabelecimentos rurais em seu território, que ocupam 32,6 milhões de hectares dentro da porteira da fazenda, segundo o Censo Agropecuário do

IBGE/2006. Esse total representa 55,4% da área estadual, que é da ordem de 58,8 milhões de hectares. Esse espaço geográfi co faz divisas com São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul, revelando também a centralidade de Minas e a troca de tecnologias, produtos e serviços no comércio por vias internas entre esses estados.

Assim posto, é indispensável entender essa contextua-lização para avaliar minimamente a importância estratégica do Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais, como programa do governo de Minas Gerais. O que se faz em Minas atravessa as suas fronteiras, inclusive as águas de seus grandes rios, como o São Fran-cisco, o Grande e o Rio Doce.

A questão de fundo deve ser muito clara para a socie-dade, governos, lideranças, pesquisadores e consumidores, ou seja, a oferta de alimentos e agroenergia exige ser cres-cente no Brasil e no mundo por muitas razões que se as-sociam, como o aumento progressivo da população, melhor

distribuição da renda nos países num horizonte mais elásti-co, maior longevidade humana em virtude dos avanços da medicina, programas sociais de vacinação em massa, ganhos na qualidade da água e no saneamento básico, entre outras vertentes socioeconômicas e ambientais. No entanto, não se podem negar as diferenças existentes entre os países da Terra, onde 825 milhões de pessoas passam fome. No Brasil, apesar dos avanços, 16 milhões de pessoas estão abaixo da linha da pobreza e certamente subnutridas. O Banco Mun-dial defi ne como a extrema pobreza a condição daqueles que vivem com menos de US$ 1 por dia.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial, que era de 2,5 bilhões de habitantes em 1950, passou para os atuais 7 bilhões, ou mais 4,5 bilhões de habitantes em apenas 62 anos. Evoluiu 180%. O Brasil tinha 51,9 milhões de habitantes/consumidores em 1950 e 190,7 milhões em 2010, crescimento de 267,4%. Pode-se depreender, sem muito esforço dedutivo, o impacto direto desse contingente humano sobre a água, o solo, a fauna e a fl ora. Portanto, há de se aceitar, defi nitivamente, que a sus-tentabilidade como uma política de governos é um verda-deiro passaporte para o futuro e muito além de discussões acadêmicas. Campo e cidade estão num mesmo barco. É bom salientar também que Minas Gerais abrigava 7,7 milhões

Agricultura Irrigada terá papel estratégicoNA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E AGROENERGIA

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CAFÉ

Por serviços à cafeicultores,COOPARAÍSO É ELEITA A COOPERATIVA DO ANO

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IRRIGAÇÃOde habitantes em 1950 e 19,6 milhões em 2010, ou 154,5% a mais. Esse quadro popu-lacional transitório remete à necessidade de vultuosos investimentos em logísticas ope-racionais nos caminhos da produção, arma-zenagem, comercialização e abastecimento. A Organização das Nações Unidas estima que a população brasileira atingirá 227,3 milhões de habitantes em 2050. A demanda por alimentos cresce anualmente e muito.

Parcerias O projeto de adequação em Minas é fruto de amplas parcerias institu-cionais entre as secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ciência e Tec-nologia, Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável. Por quê? Porque a com-plexidade da agroeconomia nos cenários de campo requer conhecimentos e talen-tos humanos diversifi cados e abre espaços igualmente para a Universidade Federal de Minas Gerais, Embrapa, Epamig, Fundação

do conceito acadêmico e agregar-se aos proces-sos produtivos nas culturas e criações, o que não deixa de ser uma espécie de marcha batida con-tra o tempo.

De outro lado, não menos importante, há que ter o empreendedor rural, basicamente os familiares e médios, renda e estímulos governa-mentais, no que couber, para adotar as inova-ções tecnológicas. Faz-se relevante destacar que comparando a safra mineira de grãos de 2000 com a de 2012, a produção aumentou 86,1%. A área de plantio cresceu apenas 16% e a produ-tividade média aumentou 59,5%. A adoção de tecnologias explica esse desempenho no campo. A agricultura irrigada também terá um papel estratégico na produção de alimentos e agroe-nergia. E a redução das perdas agrícolas se torna indispensável como um programa de governo e empreendedores rurais.

Essa lógica não exclui os grandes em-presários do agronegócio e a tecnologia, aliada aos estímulos de mercado, é parte insubstituível da modernidade no campo e qualidade de vida para quem planta e cria. A arte de inovar é um desafi o sem fronteiras.

As planilhas desse projeto de adequação já estão sendo aplicadas, pela Emater-MG, nos projetos governamentais do Certifi caMinasCafé, MinasLeite e nos assentamentos da barragem de Irapé (Cemig).Também as tecnologias reco-mendadas para o manejo integrado de bacias hi-drográfi cas fazem parte desse esforço conjunto nos cenários rurais do estado. Ainda há muito caminho pela frente, pois o campo precisa de muita inovação.

João Pinheiro, IEF e IMA, cabendo à Emater-MG, por seus extensionis-tas de campo, o preenchimento das planilhas junto aos produtores rurais entrevistados e a análise dos respectivos dados, que resultam no plane-jamento das propriedades rurais nos focos socioeconômicos e ambien-tais, baseados nos Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA).

Quais são os objetivos no médio e longo prazos do Projeto de A-dequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais em Minas Gerais?

São muitos. Entre eles estão: compartilhar os conhecimentos com os produtores e suas organizações e realizando de forma participativa a elaboração dos planos de adequação; qualifi car produtores e extensionis-tas em sistema de avaliação do desempenho ambiental e socioeconômico de estabelecimentos agropecuários no estado; socializar as informações sobre a legislação ambiental referentes às atividades agrícolas e auxi-liar na viabilização da regularização ambiental das propriedades. E mais, sensibilizar técnicos, produtores e entidades representativas do setor agropecuário, demonstrando a importância da implantação de sistemas agrofl orestais nas áreas produtivas e na reabilitação das áreas de preser-vação permanente (APPs), bem como práticas sustentáveis de conserva-ção e recuperação dos recursos naturais.

A aplicação, em nível de campo, do ISA permitirá avaliar a proprie-dade rural em todos os seus aspectos e interações, bem como melhorar a qualidade da gestão, produção e meio ambiente pela ação do produtor como gestor do espaço rural dentro dos limites do seu estabelecimento. Esses indicadores socioeconômicos e ambientais, convergentes, revelam um índice fi nal que varia de 0 a 1, sendo que 0,7 representa o limiar ou a linha de base de um bom desempenho agrossilvipastoril e ambiental. Abaixo de 0,7 signifi ca que o estabelecimento rural precisa de ajustes e adequações à luz da realidade levantada, que devem ser discutidos e pactuados com os produtores rurais que adotarem esse programa de ade-quação dentro da porteira da fazenda.

Perspectivas Esse projeto, sem dúvida alguma, está alinhado em nível nacional e mundial com os desafi os visíveis pelos quais devem pas-sar a agropecuária e o agronegócio, no qual a sustentabilidade deve sair

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CAFÉ

Em 25 de fevereiro serão conhecidos os vencedores do2º CONCURSO ‘CUP OF EXCELLENCE NATURAL’

No último dia 18 de janeiro, o júri nacional do 2º Concurso de Qualidade ‘Cup of Excellence Natural Late Harvest’ elegeu os lotes que se classifi caram para a fase internacio-nal do certame. Foram selecionadas 43 amostras de produ-

tores das regiões produtoras Cerrado, Sul e Matas de Minas Gerais e da Mogiana de São Paulo, que agora disputam o título de melhor café natural (colhido e seco com casca) do Brasil na safra 2012.

O resultado da fase nacional — que pode ser conferido no site da BSCA: http://bsca.com.br/cup-of-excellence-late-harvest.php?id=12 — refl ete, ainda, o investimento que os produtores, por intermédio do suporte recebido de instituições de pesquisa e extensão rural, vem fazendo nos cafezais, pois foram 15 as variedades clas-sifi cadas — Acaiá, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho, Canário, Catiguá, Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Catucaí Amarelo, Icatú, Icatú Amarelo, Mundo Novo, Obatã, Rubi, Topázio e Tupi —, além de blends compostos pela mescla delas.

A partir do dia 21 de janeiro, os lotes classifi cados serão reavali-ados por profi ssionais de prova e classifi cação de todo o mundo que compõem o júri internacional do concurso. Os cafés que receberem notas acima de 85 pontos (escala de 0 a 100 pontos) serão eleitos vencedores do certame e terão o direito de participar do concorrido leilão internacional de venda, via internet, no dia 14 de março de 2013.

Confi ra a seguir a lista dos cafés selecionados na 1ª Fase do Concurso Cup of Excellence Edição 2012:

• Agrotora Refl orestamento e Pecuária (Agrotora - MG)• Alessandra Ribeiro Pinto (Serra Verde - MG)• Algênio Ferraz de Castro (Café Cambará - MG)• Álvaro Antônio Pereira Coli (Sítio da Torre - MG)• Amauri Dias de Castro (São José - MG)• Amelia Ferracioli Delarisse (Faz. Chapadão Ferro - MG)• Ana Luiza Resende Pimenta (Sítio Santa Cecília - MG)• Andrey Reguim (Fazenda Cardoso - MG)• Antônio Gabriel de C. Pereira (Sitio Brejinho - MG)• Carlos Alberto de Castro Pereira (Mandembo - MG)• Carlos Eduardo J. Fonseca (N. Sra Apda. - MG)• Dheison Reguim Mariana (Posses II - MG)• Ecoagrícola Café Ltda (Fazenda Ecoagrícola - MG)• Edson Rosa Garcia (Sítio Santa Terezinha - MG)• Eduardo de Paula Lage (Fazenda do Retiro - MG)• Erika Cristina Pires Ruiz (Fazenda Lages - MG)• Fernanda Silveira Maciel Raucci (Faz. Terra Preta - SP)• Flavia Garcia M. J. S. Rodrigues (Faz. California - PR)• Gabriel Carvalho Dias (Faz. Cachoeira da Grama - SP)• Geraldo Alvarenga R. Filho (Faz. Santana B. Vista - MG)

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CAFÉ• Gilberto Sequeira Moraes (Fazenda dos Campos - MG)• Glaucio de Castro (Fazenda Macaubas de Cima - MG)• Gloria Luiza Vilela Reis e Outro (Buraco Quente - MG)• Guilherme Gotelip Junior (Serra - MG)• Gustavo Morais de Sousa (Fazenda Taquaral - MG)• Gustavo Vieira Ferreira (Fazenda Santa Maria - MG)• Helenita Junqueira Pereira (Sítio Cruzeiro - MG)• Helio Tutida (Santa Maria - MG)• Henrique Dias Cambraia (Fazenda Samambaia - MG)• Icatú Agropecuária Ltda (Fazenda Barreiro - MG)• Isabela Lima Reis (Bela Vista - MG)• Ismael Jose Andrade e Eduardo (Faz. São Silvestre - MG)• Jarbas Cleto Lopes (Sitio Bela Vista - MG)• Jesimar de Oliveira Sandi (Sítio São Joaquim - MG)• João Newton Reis Teixeira (Fazenda Pinhal - MG)• Joaquim R. Souza (Estancia Flor do Amanhecer - MG)• José Aloisio de Carlos (Rancho Alegre - MG)• Jose Apolinario de Souza (Chácara Ouro Verde - MG)• José de Paula (Fazenda Macaubas - MG)• José Flávio Ferraz Reis JR (Junqueira Reis - MG)• Jose Raimundo N. Fragoas (Sitio Monte Verde - MG)• Jose Roberto Pinho Boareto Capivara (Bela Vista - MG)• José Wagner R. Junqueira (Serra das Tres Barras - MG)• Juscelino Matias da Silveira (Sítio Monjolinho - MG)• Lais Pires Junqueira (Café Santa Emiliana - MG)• Lenin de Carvalho Carneiro (Pinheiro Grande - MG)• Leonio Carlos Filho (Fazenda Cachoeira - MG)• Lucas Lancha Mei A.Oliveira (Faz. Sta Terezinha - SP)• Luis Eduardo Junqueira Ceglia (Gleba Flamengo - MG)• Luiz Carlos Borges (Sítio Nossa Sra Aparecida - MG)• Luiz Delfi no de Paiva (Cachoeirinha - MG)• Luiz Henrique Albinati (Nossa Sra Aparecida - MG)• Luiz Roberto Moreira Ribeiro (Sítio Água Limpa - MG)

• Luiz Sérgio R. Junqueira (Rancho Pinheirinho - MG)• Marcelo Prota Vasconcelos (Fazenda Roseira - MG)• Marcio Bicciatto (Fazenda Elmar - MG)• Márcio de Souza Franqueira (Sítio da Serra - MG)• Marcos Aurelio Riccetto (Sítio São Sebastião - SP)• Maria José Junqueira Ceglia (Granja São Francisco - MG)• Mariana de Carvalho Junqueira (São Benedito - MG)• Mário Henrique Junqueira de Moraes (Sítio Lagarta - MG)• Mario Pornaro (Fazenda Esmeril Maringa - MG)• Marta Marques Ferreira Chiarello (Fazenda Duas Irmãs - MG)• Maurilio Braz Borges (Sítio Nossa Senhora Aparecida - MG)• Monica Borges de Souza (Fazenda Vila Boa - MG)• Murilo Neiva Junqueira (Sítio Santo Expedito - MG)• Osvaldina Alves Dutra (Sitio Boa Vista - MG)• Otaviano Ribeiro Ceglia (Granja São Francisco - MG)• Paulo Antonio Motta dos Santos (Fazenda Esmeril/Jatoba - MG)• Paulo Ernesto Ribeiro de Souza (Ribeiro Sítio - MG)• Raimundo Dimas Santana - MG• Ralph de Castro Junqueira (Kaquend - MG)• Regina Lúcia Dias Villela (Córrego da Onça II - MG)• Roberto Shiguemi Murata (Reunidas - MG)• Rogério Tostes Ferraz (Santa Emiliana - MG)• Roney Dias Villela (Nossa Senhora Aparecida - MG)• Santa Quiteria Agropecuária (Santa Quiteria Agropecuaria - MG)• Sebastião Márcio de Carvalho Junqueira (St Mariana - MG)• Sebastião Raimundo Pereira (Sítio Limeira - MG)• Silvestre Junqueira de Castro (Sítio Olaria - MG)• Tarcisio Soares Pereira (Sítio Limeira - MG)• Telmo Coli Pereira (Sítio Santa Cruz - MG)• Thiago Reghim (Fazenda da Mata - MG)• Vanderley Paulo Martins (Sitio do Rochedo - MG)• Vinícius José Carneiro Pereira (Moinho - MG)• Walter Cesar Dutra (Fazenda Jatobá - MG) A

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Antes que se renegue a estes analistas, alertamos que desde sempre prestigiamos o movimento orgânico, participando, ainda quando estudante de agronomia (no caso do primeiro autor), do gru-

po de agricultura alternativa e, depois disso, acompanhando os primórdios de organização da Associação de Agricultura Orgânica (AAO/SP). Sempre que possível adquiro produtos orgânicos e, até poucos dias atrás, havia café orgânico em casa para o consumo diário. Ademais, recentemente facilitei contatos para aquisição de café orgânico por parte de em-presa de suprimentos para a indústria de cosméticos. Toda-via, esse comprometimento pessoal não impede que se pro-cure elucidar as aparentes “esquisitices” no mercado de café orgânico brasileiro.

A partir de 2005, a OIC implantou nos certifi cados de origem campos para atribuições específi cas do produto,

Celso Luis Rodrigues Vegro - Engenheiro Agrônomo, M.S. De-senvolvimento Agrícola. Pesquisador Científi co do IEA - Instituto de Economia Agrícola - SP. [ [email protected] ] // e Eduardo Heron . FONTE: Rede Social do Café

ESTÚPIDA MOLEZA

ARTI

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tornando-se possível apreciar a evolução das trocas interna-cionais dessa especialidade. Sendo a declaração obrigatória para os cafés orgânicos e voluntária para as demais certifi -cações (exclusivamente para os países produtores membros da organização), as estatísticas consolidadas não são total-mente precisas, todavia é a melhor informação disponível. Considerando-se os negócios envolvendo o café orgânico, entre 2005-2012, constata-se que esse mercado quase que triplicou a quantidade transacionada (Figura 1).

Enquanto em 2005 os embarques de cafés orgânicos contabilizaram pouco mais de 364 mil sacas, em 2012 (jan.-out.) esse montante aproximou-se de 1 milhão de sacas. Considerando-se os doze meses desse último ano é provável que as exportações totais tripliquem frente a quantidade ini-cial. Entretanto, a participação no mercado do café orgânico brasileiro nesse mesmo período apenas dobrou saltando de pouco mais de 10 mil sacas para apenas 20,6 mil entre 2005 e 2012, respectivamente.

Pelos dados relacionados pela OIC, na trajetória de concorrentes constata-se o caso de Honduras que, em 2005, exportava pouco mais de 12 mil sc e em 2012 (jan.-out.) con-tabilizava mais de 287,5 mil sacas! Querem mais surpresas: Papua Nova Guiné exportava, em 2005, cerca de 12,7 mil sacas, saltando para 29,9 mil em 2012, em ambos os períodos mais que o celebradíssimo país líder na produção, con-

Fonte: Organização Internacional do Café (OIC), 2012.

FIGURA 1 – Quantidade Exportada, Cafés Orgânicos, Países Produtores Membros da Organização, 2005-2011 e jan./out. de 20121.

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sumo e exportação! Sabe-se que o Peru é outro grande ex-portador de orgânico, porém não membro da OIC e por esse motivo não se dispõe de dados sobre suas vendas.

Em 2012 (jan./out.) os negócios internacionais com café orgânico somaram mais de US$230 milhões, praticamente, repetindo o resultado apurado em 2011 quando se ultrapas-sou os R$272 milhões. Comparações com outros anos podem gerar distorções na medida em que muitos países exporta-dores declaram, nos respectivos certifi cados de origem, as quantidades embarcadas sem, porém, apontar o preço pelo qual o produto foi comercializado. De qualquer modo, to-mando-se 2009 (ano do colapso macroeconômico global) os valores apurados nesse mercado mais que triplicaram. Como nossas exportações não se expandiram no mesmo ritmo que os demais concorrentes nesse mercado, o resultado cambial obtido pelo Brasil com as o café orgânico transitaram entre os US$7 a US$8 milhões nos dois últimos anos.

Dessas informações surgem questionamentos: o que haveria de errado/distorcido no agronegócio café orgânico. Quais razões poderiam explicar a diminuição da demanda relativa pelo grão brasileiro, ou melhor, que elementos sub-trairiam competitividade dos sistemas de produção orgânico de café?

A análise dos preços médios pagos pelos cafés orgâni-cos evidencia que aqueles praticados para com o produto brasileiro foram sistematicamente mais elevados que a mé-dia para os demais concorrentes.

Em 2010, por exemplo, a média dos preços para os vo-lumes globais (incluindo o Brasil) foi de US$234,54/sc, en-quanto que o proveniente do país alcançou os US$305,24/sc,

FIGURA 2 – Preços Médios por Saca, Cafés Orgânicos, Países Produtores Membros da Organização, 2005-2011 e jan./out. de 2012

Fonte: Organização Internacional do Café (OIC), 2012.

nar competitivamente nesse mercado.Não existem dados públicos sistematizados para o con-

sumo de cafés orgânicos no mercado brasileiro. Pesquisa indica que a demanda doméstica por café (todos os tipos) cresce sustentadamente há vários anos2. Tal fenômeno, ape-nas por hipótese, poderia espelhar a demanda pelos orgâni-cos. Porém parece não ser esse o caso, pois, normalmente, nos mercados de matérias primas agrícolas, maior mercado interno fortalece a competitividade desse mesmo produto no mercado externo (em quantidade e preços), decorrente dos ganhos de escala e/ou introdução de inovações nos siste-mas produtivos.

Os preços médios praticados para os mercados interno e externo, exibem diferenciais bastantes expressivos, tendo alcançado os R$227,46/sc em 2009 (Tabela 1). Tal fenômeno apontaria para uma procura e preferência crescente pela ex-portação dos lotes de grãos orgânicos, porém conforme os dados apontam, não tem havido grandes saltos nas quan-

TABELA 1 – Preço Médio Recebido pelos Cafeicultores, de Café Orgânico, Mer-cados Interno e Externo, Estado de Minas Gerais, 2007 a 2010. (em R$/sc)

*Refere-se à média dos preços diários recebidos pela COOPFAM, convertidos pela cotação diária do dólar (comercial). Os valores diários, bem como a cotação diária do dólar utilizadas na conversão não foram cedidos pela cooperativa. Fonte: Adaptado a partir de TURCO, et al (2012)3.

ou seja, ágio de US$70,70 (Figura 2).Comparativamente, os elevados

preços médios do café orgânico brasileiro exportado explicam, possivelmente, o modesto crescimento dos embarques. Embora o contexto internacional seja francamente demandante para essa es-pecialidade de bebida, os cafeicultores brasileiros associados aos agentes de com-ercialização não são capazes de se posicio-

dados apontam, não tem havido grandes saltos nas quan-

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CAFÉ

tidades exportadas desse produto específi co. Se a sinalização de preços internacionais não tem sido sufi ciente para alavancar as exportações, teriam os menores preços praticados para o abastecimento doméstico tido essa capacidade?

Na produção orgânica as vantagens econômicas capturadas pelos cafeicultores foram relevantes conforme relata TURCO et al (2012) (Ta-bela 2). Os patamares de preços recebidos pelos cafeicultores orgânicos rivalizam com aqueles obtidos por outros cafeicultores especializados no produto gourmet (bebida mole, cereja descascado e lavados). Medi-ante esses prêmios os orgânicos, ao menos nesse estudo de caso, obtêm rentabilidade satisfatória e acima de seus congêneres convencionais.

Essa sinalização de preços favorável aos orgânicos deveria, ainda que potencialmente, incentivar essa modalidade de sistema produtivo. Como refl exo esperado desse fato haveria maior oferta do produto com queda nas suas cotações. Eventualmente, também se observaria maior disponibilidade para transações internacionais, que estariam registra-das nos certifi cados de origem dos embarques brasileiros. Entretanto, não é isso que se constata no banco de dados da OIC.

A cafeicultura orgânica, aparentemente, não deslancha, apesar dos incentivos de preços e melhor rentabilidade constatada em estudos exploratórios sobre a temática. Outras certifi cações4 com menos tempo de atividades que o orgânico operam na casa do milhão de sacas sob tais rotulagens.

As investigações necessitam prosseguir. Os custos com a certi-

TABELA 2 – Preço Médio Recebido pelos Cafeicultores, de Café Orgânico e Convencio-nal, Estado de Minas Gerais, 2007 a 2010. (em R$/sc)

*Refere-se à média dos preços diários recebidos pela COOPFAM, convertidos pela cotação diária do dólar (comercial). Os valores diários, bem como a cotação diária do dólar utilizadas na conversão não foram cedidos pela cooperativa. Fonte: Adaptado a partir de TURCO, et al (2012)3.

fi cação orgânica para acessar o mercado externo constitui, ob-viamente, uma barreira ao incre-mento desse mercado. Demais limitações como a produtividade menos pujante dessas lavouras frente suas congêneres conven-cionais, outra possível barreira. Escala produtiva e elevada de-pendência do trabalho manual, também, contribuem para esse

ambiente de baixo crescimento para o segmento. Impossível imaginar o desenvolvimento regional e local na agricultura que prescinda da agricul-tura orgânica, especialmente naquelas porções do território em que a agricultura familiar é ma-joritária, porém, A ausência de instituições (co-operativas) que coordenem essa cadeia também5. A realidade é que há um descolamento do café orgânico brasileiro frente a dinâmica do mercado internacional, passível de reversão desde que com a aplicação de nossa expertise em assuntos cafeeiros.

Missão impossível, felizmente é temática hollywoodiana.

1 - Dados disponíveis em: www.ico.org2 - São amplamente conhecidos os dados de con-

sumo interno divulgados pela ABIC.3 - TURCO, Patricia H. N. et al. EFICIÊNCIA

ECONÔMICA NO SISTEMA DE CAFÉ ORGÂNI-CO: estudo de caso dos cooperados da COOP-FAM. Informações Econômicas, SP, v. 42, n. 3, maio/jun. 2012. (http://www.iea.sp.gov.br/out/Ler-Texto.php?codTexto=12399)

4 - UTZ já contabiliza volume de sacas certi-fi cadas acima do milhão e a Rain Forest mais de 600mil.

5 - O modelo a COOPFAM ainda não foi repro-duzido em outros cinturões cafeeiros do país.

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CAFÉ

COOXUPÉ aposta noTRANSPORTE A GRANEL DO CAFÉ

Sacas de 60 quilos carregadas nas cos-tas, para a carga e descarga do café, estão com os dias contados no País. A nova onda do setor, que deve produ-

zir mais de 50 milhões de sacas do grão nesta safra, é a granelização total da cultura. O café vai diretamente do campo para o caminhão, e do caminhão para os silos ou para armazéns, mas agora fi cam armazenados em grandes bags de 1,2 mil quilos cada. O cafeicultor Hugo Guimarães, dono de uma lavoura com 193 hectares, em Guaxupé (MG), faz parte desse grupo de produtores que está revolu-cionando a logística do grão.

Na safra passada, Guimarães entregou à Cooxupé - a maior cooperativa cafeeira do

trabalhadores, tivemos um grande avanço tecnológico. Te-mos hoje um sistema inédito totalmente automatizado”, diz.

O complexo Japy foi a primeira unidade construída para receber café a granel no País. Sua capacidade diária de recebimento é de 35 mil sacas por dia e ainda pode expedir 25 mil sacas por dia. São três armazéns para as bags e 20 silos, totalizando 1,5 milhão de sacas. “Além da velocidade de armazenagem, o acondicionamento em bag é melhor que em saca”, diz Benedito Stampone, gerente de operações da cooperativa. “Descarregamos uma carga equivalente a 250 sacas em oito minutos”, diz. “Antes, levava uma hora.”

Atualmente, a capacidade total de armazenagem da cooperativa alcança 5,2 milhões de sacas de café. Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, o Japy tem mudado a logística do escoamento do grão no sul de Minas Gerais. “Foi o maior investimento da cooperativa nos últimos anos”, diz Paulino da Costa. Mas a cooperativa não deve parar por aí. O projeto prevê ainda a construção de outros 30 silos para o armazenamento do grão. Além disso, em outubro do ano passado foi inaugurada a segunda etapa do complexo Japy, uma unidade totalmente automatizada de limpeza, para retirar impurezas como pedras, separar os grãos por tamanho e cor, e eliminar os grãos defeituosos, com capacidade de processamento de 600 mil kg/dia.

O complexo industrial foi idealizado em 2009, com o projeto-piloto na unidade da cooperativa em Monte Santo de Minas. “Quando mais de 60% dos cooperados entrega-ram o café a granel, tivemos a certeza de que o projeto daria certo”, diz Paulino da Costa.

Neste ano, a cooperativa deve investir nas fi liais. A de Monte Carmelo, a 460 quilômetros de Guaxupé, vai ganhar um novo laboratório de análise e classifi cação, por R$ 1 mi-lhão. A Cooxupé conta com 16 unidades administrativas e seis escritórios avançados que prestam assistência técnica aos produtores. Nos últimos anos, a cooperativa exportou mais de dois milhões de sacas de café. “Estamos preparados para crescer ainda mais”, diz Paulino da Costa.

(FONTE: DARLENE SANTIAGO, Dinheiro Rural)

Exemplo de Silo-Café Graneleiro, da empresa Granfi nale (www.granfi nale.com.br).

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mundo, - todo o seu café a granel, em vez de acondicioná-lo nas tradicionais sacas de estopa. A cooperativa está apostan-do nessa modalidade logística desde 2011 e também incenti-vando os produtores a começar a granelização.

Segundo Lúcio Dias, superintendente de operações e mercado interno da Cooxupé, no ano passado foram recebi-das mais de cinco milhões de sacas do grão, das quais cerca de 80% foram entregues a granel. O processo é inédito na cafeicultura, mas habitual em commodities como o milho e a soja. “Queremos chegar a 100% de granelização até 2015”, afi rma Dias.

Para a granelização total do café, os produtores pre-cisam fazer alguns investimentos, mas os ganhos compen-sam. Guimarães, por exemplo, investiu R$ 13 mil em máqui-nas e na construção de um silo na fazenda. Com produção equivalente a 3,4 mil sacas na safra de 2012, o investimento já se pagou. “Somente em sacaria, economizamos mais de R$ 10 mil”, diz Guimarães. “A mudança veio para fi car, porque facilita a vida do produtor.”

Mas a economia mais efetiva de Guimarães não foi com embalagem e sim em mão de obra. Em safras passadas, o cafeicultor contava com mais de cinco funcionários tem-porários após a colheita. Na última, foi necessário apenas um para operar os novos equipamentos. “A mecanização traz mais conforto e torna a mão de obra mais produtiva”, diz Guimarães. Agora, os grãos são transportados do silo, por uma tubulação, e são despejados diretamente no caminhão, que segue para a cooperativa.

Além da substituição da mão de obra pela mecanização, o novo o modelo requer profi ssionais mais qualifi cados para operar as máquinas. A aposta da Cooxupé na granelização de toda a cadeia fez com que o recebimento, armazenamento e distribuição do grão ganhassem velocidade e efi ciência.

A cooperativa, que tem 12 mil cafeicultores associados e faturou R$ 3,1 bilhões em 2011, já investiu R$ 75 milhões no Complexo Industrial Japy, inaugurado no início de 2011. Para Dias, o complexo vem promovendo mudanças signifi -cativas na cadeia cafeeira. “Além da melhor qualifi cação dos

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CAFÉ

Nutrição do Cafeeiro (parte 8) - InterpretaçãoDA ANÁLISE FOLIAR NO CAFEEIRO

Renato Passos Brandão 1

Cássio Rodrigues Gomes 2

Cássio de Souza Yamada 3

O ciclo da vida continua. Novos tempos, novas es-peranças e novos sonhos surgem na virada do ano. Algumas pessoas almejam coisas grandiosas e outras procuram apenas levar uma vida sem

muitos solavancos.No último dia de dezembro de 2012, zeramos o nosso

cronômetro e no primeiro minuto de 1º de janeiro de 2013 reiniciamos mais um ano. O Natal dos cristãos e o Reveil-lon de todos os povos do mundo são eventos que ajudam a recarregar as nossas “baterias” para mais um ano de muito trabalho e enormes desafi os.

Como será 2013 para a cafeicultura nacional e inter-nacional?

Será que a crise econômica iniciada em 2008 que as-sola alguns países da Europa e Estados Unidos chegará fi nal-mente ao fi m?

Será que a China continuará com o seu ritmo acelerado de crescimento econômico e social e desta forma, ajudará também o Brasil a ter um impressionante crescimento no seu PIB de 1% ao ano?

Será que o Brasil vai conseguir melhorar a educação e a saúde pública voltada para as camadas menos favorecidas da nossa sociedade?

Será que fi nalmente teremos cidadãos brasileiros mais conscientes dos interesses coletivos, deixando um pouco de lado os interesses individuais?

As incertezas no nosso horizonte são inúmeras mas há uma grande certeza: o único lugar aonde o sucesso vem an-tes do trabalho é no dicionário.

Portanto, todos os profi ssionais envolvidos com a ca-feicultura têm que trabalhar muito duro e sempre olhar para frente. Temos que lutar por aquilo que acreditamos e so-nhamos.

“O homem é do tamanho dos seus sonhos”.(Fernando Pessoa, poeta português)

Na edição anterior, mostramos a evolução nas cotações da saca do café arábica no período de janeiro de 2010 a outu-bro de 2012 (base CEPEA-ESALQ). Percebe-se que neste período, o pico nas cotações ocorreu entre março e maio de 2011 e da partir deste momento, entrou em declínio com alguns repiques de alta em julho de 2012.

Neste período, qual foi o aumento nos custos de

produção na cafeicultura? A infl ação acumulada (índice IGPM-FGV) entre janeiro de 2010 e dezembro de 2012 foi de aproximadamente 26,14%. Neste mesmo período, o preço do café aumentou 21%!!!

Nesta edição da Revista Attalea Agronegócios, que é a primeira de 2013 será abordada a segunda parte da análise foliar: interpretação dos resultados da análise foliar no cafeeiro.

Conforme comentado na edição anterior, a análise foliar é a forma mais efi ciente para a avaliação do estado nutricional do cafeeiro. Nas últimas décadas, a humani-dade realizou avanços impressionantes em todas as áreas do conhecimento. Entretanto, a maioria dos cafeicultores brasileiros ainda está subutilizando esta ferramenta, que é imprescindível numa cafeicultura voltada à sustentabilidade e lucratividade.

1. Interpretação da análise foliarA análise foliar é constituída por três etapas:

amostragem das folhas, preparo e remessa das folhas ao labo-ratório e a interpretação dos resultados da análise foliar.

As duas primeiras etapas foram amplamente discutidas na edição anterior e a partir deste momento, o foco deste artigo será a interpretação dos resultados da análise foliar.

Os teores dos nutrientes da análise foliar do cafeeiro são interpretados comparando os resultados com padrões que são provenientes da experimentação agrícola.

Antes da interpretação propriamente dita dos resulta-dos da análise foliar é necessária uma série de informações para melhorar a avaliação do estado nutricional do cafe-

1 - Engº agrônomo, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja.2 - Engº agrônomo, Cafeicultor e Consultor de Vendas da Campagro.3 - Estudante de agronomia da Fafran, Ituverava, SP e estagiário do Deptº. Agronômico do Grupo Bio Soja

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CAFÉeiro e se houver necessidade, realizar as adaptações nas adubações de solo e foliares.

Informações necessárias para a correta interpretação da análise foliar do cafeeiro:

• Cultivar e linhagens;• Idade do cafeeiro e espaçamento;• Sistema de cultivo: sequeiro ou irrigado;• Data da amostragem das folhas;• Regime pluviométrico e temperatura nos meses ante-

riores a amostragem foliar;• Análise química completa do solo (macro e micronu-

trientes);• Manejo na última safra e na atual: calagem, gessagem,

adubações de solo e foliares, controle fi tossanitário e podas;• Produtividades anteriores e expectativa de produtivi-

dade para safra atual.

A partir deste momento, vamos abordar as informa-ções que devem ser levadas em consideração na interpreta-ção da análise foliar do cafeeiro. As informações abaixo são verídicas e são de um cafeicultor da região de Franca, SP, cliente da Bio Soja.

1.1. Histórico do plantioO plantio do cafeeiro arábica com o cultivar Catu-

aí Amarelo e a linhagem 62 foi realizado entre 15 e 23 de dezembro de 2008.

O espaçamento do cafeeiro é de 3,5 x 0,7 m com 4.080 plantas por hectare. A área total do talhão é de 7 ha e o siste-ma de cultivo é irrigado por gotejo com uma linha por rua.

1.2. Histórico da calagem, adubações de plantio e em pós-plantio

A calagem foi realizada em área total com aplicação de 2 t/ha de calcário dolomítico com 15% MgO e PRNT igual a 85% elevando a saturação de bases a 70%.

No sulco de plantio do cafeeiro foi aplicado 400 g de superfosfato simples granulado (72 g de P2O5) e 50 g do Yoorin Master 1 por metro linear.

A primeira adubação de solo em pós-plantio do cafee-iro foi realizada com o sulfato de amônio na dose de 20 g por planta. As demais adubações foram realizadas com o 21-00-21 (nitrato de amônio) totalizando 150 g por planta e parcelada em 6 aplicações (25 g por planta por aplicação). As adubações de solo em pós-plantio tiveram início aos 20 dias após o transplante e as demais com intervalo de 20 a 25 dias.

Foram realizadas 5 adubações foliares iniciando aos 30 dias após o transplante e as demais com intervalo de 20 dias. Os fertilizantes foliares e as respectivas doses por hectare por aplicação foram: Bioamino® Extra (200 mL), Fertilis® 38 (600 g), Fertilis® P30 (200 mL), Fertilis® Zinco Max (100 mL) e NHT® P-Boro-P (100 mL). A vazão da calda de pulveriza-ção foi de 80 L/ha.

1.3. Histórico das produtividadesA produtividade do cafeeiro na primeira safra (2010/11)

foi de 70 sc. benefi ciadas/ha.A expectativa inicial de produtividade para a safra

2011/12 era de 50 a 60 sc. benefi ciadas/ha. Em janeiro de 2012 foi realizada uma reavaliação e a expectativa de produ-tividade foi aumentada para 70 a 80 sc. benefi ciadas/ha.

1.4. Histórico das fl oradas na safra 2011/12A primeira e principal fl orada ocorreu em 22 de setem-

bro de 2011 cerca de 12 dias após a indução fl oral via irriga-ção por gotejo e a segunda fl orada (secundário) ocorreu em 8 de outubro de 2011.

1.5. Histórico das doenças e pragas na safra 2011/12Em agosto de 2011 foi observado foco de mancha au-

reolada sendo aplicado o Kasugamicina. Em outubro de 2011 foi aplicado o Boscalida na pós-fl orada para o controle de phoma e ascoquita.

Em novembro de 2011 foi realizada uma avaliação da incidência de ferrugem onde foi constatada uma incidência de 5% nas folhas do cafeeiro. Foi realizada uma aplicação de fungicida e inseticida de solo para o controle do bicho mi-neiro e aplicação foliar do Epoxiconazol e Piraclostrobina, para o controle de ferrugem e cercospora. A segunda pulve-rização foliar foi realizada em fevereiro de 2012 juntamente com a Abamectina.

Em 5 de fevereiro de 2012 foi realizada uma reavalia-ção da incidência de pragas e doenças e constatou-se que a ferrugem e o bicho mineiro estavam sob controle e a cerco-spora estava com média incidência.

2. Programação do manejo nutricional na safra 2011/12Baseado na expectativa de produtividade (item 1.3) e

na análise química de solo (Tabela 1), as doses dos nutrientes a serem aplicadas no cafeeiro na safra 2011/12 estão espe-cifi cadas abaixo.

• Nitrogênio (N) = 450 kg/ha • Fósforo (P2O5) = 90 kg/ha• Potássio (K2O) = 450 kg/ha

3.1. Adubação nitrogenadaA dose de 450 kg/ha de nitrogênio foi programada para

ser parcelada em 6 vezes. A primeira adubação nitrogenada com uréia (100 kg/ha) será realizada com a irrigação na in-dução do fl orescimento do cafeeiro (fi nal de setembro)

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e a última no fi nal de fevereiro de 2012. O intervalo médio en-tre as adubações nitrogenadas será de 30 dias. Além disso, 70% da dose do nitrogênio será aplicada até o fi nal de dezembro de 2011 e o restante até fi nal de fevereiro de 2012.

2.1. Adubação fosfatadaA dose de 90 kg/ha de fósforo foi programada para ser

aplicada antes da fl orada do cafeeiro.

2.2. Adubação potássicaA dose de 450 kg/ha de potássio será também parcelada

em 6 vezes. A primeira adubação potássica será realizada após o pegamento da fl orada e a última no fi nal de fevereiro de 2012. O intervalo entre as adubações potássicas será de 20 a 25 dias. Além disso, 70% da dose do potássio será aplicada até o fi nal de dezembro de 2011 e o restante até fi nal de fevereiro de 2012.

2.4. Adubação com magnésioO teor de magnésio e a saturação de magnésio no solo

estão muito baixos (Tabela 1). Entretanto, não foi progra-mada nenhuma adubação com magnésio no solo partindo da premissa que o calcário dolomítico e o Yoorin Master forneceriam a quantidade de magnésio sufi ciente para a-tender as necessidades do cafeeiro. Para cada saca de café arábica exportada são necessárias 231 g de magnésio.

2.5. Adubação com enxofreNão foi programada nenhuma adubação com enxo-

fre. O teor de enxofre no solo está na faixa adequada. Além disso, foi programada a aplicação do gesso agrícola (2 t/ha) para a redução da saturação de alumínio nas ca-madas superfi ciais (0 a 20 cm) e subsuperfi ciais (20 a 40 cm) do solo.

2.6. Adubação com boroDe forma similar ao magnésio, não foi realizada ne-

nhuma programação de adubação com o boro no solo. A aplicação do Yoorin Master fornecerá parte do boro e o restante do nutriente nas adubações foliares.

2.7. Adubação com cobreEste micronutriente será fornecido ao cafeeiro nas

aplicações dos fungicidas cúpricos

2.8. Adubação com ferro e manganêsNão há necessidade do fornecimento destes dois mi-

cronutrientes ao cafeeiro. O solo possui altos teores de ferro e manganês (Tabela 1).

2.9. Adubação com zincoO zinco seria fornecido ao cafeeiro nas adubações

foliares com o Fertilis® 38 e com o Fertilis® Zinco Max.

4. Histórico do manejo nutricional na safra 2011/12A calagem foi realizada em 20 de julho de 2011 apli-

cando-se 2 t/ha de calcário dolomítico com 12% de MgO, 35% de CaO e PRNT igual a 85%.

A gessagem foi realizada em 25 de agosto de 2011 aplicando-se 2 t/ha de gesso agrícola.

Na Tabela 2 têm-se as adubações de solo realizadas antes da primeira análise foliar do cafeeiro. O calcário e o gesso agrícola foram considerados como “fertilizantes” pois são fornecedores de cálcio, magnésio e enxofre ao cafeeiro.

Na Tabela 3 estão especifi cadas as adubações foliares realizadas na safra 2011/12. A vazão das caldas de pulve-rizações foi de 500 L/ha.

PARÂMETROS

Tabela 1: Análise química do solo no talhão 07.

1 - Amostragem do solo realizada em 20 de maio de 2011 (camada de 0 a 20cm).

pH em CaCl2 - 4,4 4,9 a 5,4Matéria orgânica g/dm3 24 >25P resina mg/dm3 25 22 a 30K resina mmolc/dm3 1,9 2,5 a 5,0Ca trocável mmolc/dm3 13 25 a 45Mg trocável mmolc/dm3 4 8 a 20Soma de bases (SB) mmolc/dm3 18,9 35 a 70H + Al mmolc/dm3 61 30 a 40Al trocável mmolc/dm3 5 0CTC mmolc/dm3 79,9 70 a 100Saturação de bases (V) % 24 50 a 60Saturação de alumínio (m) % 20,9 0S - sulfato mg/dm3 18 10 a 20Boro - água mg/dm3 0,57 1,0 a 1,2Cobre - DTPA mg/dm3 4,5 3,5 a 5,0Ferro - DTPA mg/dm3 57 -Manganês - DTPA mg/dm3 14 4,5 a 6,0Zinco - DTPA mg/dm3 5,1 3,5 a 5,0Saturação de cálcio % 16,3 35 a 40Saturação de magnésio % 5,0 12 a 20Saturação de potássio % 2,4 4 a 5Ca / Mg - 3,2 2 a 4Mg / K - 2,1 3 a 6Ca / K - 6,8 8 a 16

UNIDADEFAIXA

ADEQUADARESULTADO

Tabela 2: Adubações de solo realizadas antes da primeira análise foliar do cafeeiro.ADUBAÇÕES

DE SOLO

Calagem 20.07.2011 Calcário dolomítico - - - 500 144 - - - -Gessagem 25.08.2011 Gesso agrícola - - - - - 300 - - -1ª adubação 25.09.2011 Uréia 45 - - - - - - - - 2ª adubação 15.10.2011 21-00-21 (nitrato) 108 - 108 - - - - - -3ª adubação 08.11.2011 Yoorin Master - 90 - 92 36 - 0,51 1,08 2,834ª adubação 15.11.2011 21-00-21 (nitrato) 90 - 90 - - - - - -5ª adubação 17.11.2011 Cloreto de potássio - - 143 - - - - - -Total (1ª a 5ª adubação) - - 243 90 341 592 180 300 0,51 1,08 2,83

DATA DAAPLICAÇÃO FERTILIZANTE DOSE DOS NUTRIENTES (kg/ha)

N P205 K20 Ca Mg S B Mn Zn

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25JAN2013

CAFÉ

4. Interpretação da análise foliar do cafeeiro – 1ª análise foliar

A primeira amostragem das folhas do cafeeiro foi realizada em 12 de dezembro de 2011 e os resultados da análise foliar estão na Tabela 4.

Nitrogênio (N)O teor foliar do nitrogênio está na faixa adequada

ÉPOCA DEAPLICAÇÃO

Tabela 3: Adubações foliares na cultura do cafeeiro na safra 2011/2012

PRODUTOSDOSE

POR HORA

20 de outubro de 2011

28 de novembro de 2011

21 de dezembro de 2011

29 de janeiro de 2012

5 de março de 2012

Fertilis® 38 3 kgBioamino® Extra 1 LFertilis® CaB2 3 L

Fertilis® Café 3 LFertilis® Fosfi to 00-30-20 1 LFertilis® Zinco Max 500 mLBioamino® Extra 500 mL

NHT® P-Boro-P 800 mLFertilis® 38 3 kg

Fertilis® Fosfi to 00-30-20 1 LFertlilis® Magnésio 3 LFertilis® Café 3 LBioamino® Extra 1 L

Fertilis® Café 3 LBioamino® Extra 1 LFertilis® Zinco Max 500 mLFertilis® Magnésio 3 L

NUTRIENTE

Tabela 4: Resultados da primeira análise foliar do cafeeiro do ta-lhão 07.

UNIDADE TEOR FOLIAR DOS NUTRIENTES 1

Nitrogênio (N) g/kg 31,5 29 a 32Fósforo (P) g/kg 1,6 1,6 a 1,9Potássio (K) g/kg 23,1 22 a 25Cálcio (Ca) g/kg 11,2 13 a 15Magnésio (Mg) g/kg 2,5 4,0 a 4,5Enxofre (S) g/kg 2,1 1,5 a 2,0Boro (B) mg/kg 31 50 a 60Cobre (Cu) mg/kg 14 11 a 14Ferro (Fe) mg/kg 125 100 a 130Manganês (Mn) mg/kg 277 80 a 100Zinco (Zn) mg/kg 15 15 a 20

FAIXA ADEQUADA 2

1 - O teor do nutriente em vermelho está abaixo da faixa adequada e o teor em azul está acima da faixa adequada.2 - Malavolta (1997).

ao cafeeiro. Manter a programação inicial da adubação nitroge-nada.

Fósforo (P)O teor foliar do fósforo está muito próximo do limite infe-

rior da faixa adequada. É importante mencionar que ocorreu um atraso na adubação fosfatada que estava programada para ser re-alizada antes do fl orescimento do cafeeiro. A adubação fosfatada ocorreu apenas 30 dias antes da amostragem foliar do cafeeiro (08.01.2011) utilizando uma fonte com liberação mais gradativa do fósforo (Yoorin Master).

Potássio (K)O teor foliar do potássio está na faixa adequada ao cafe-

Page 26: Edição 77 - Revista de Agronegocios

26JAN 2013

CAFÉ

eiro. Manter a programação inicial da adubação potássica.

Cálcio (Ca)O teor foliar do cálcio está abaixo da faixa adequada ao

cafeeiro. Provavelmente, o cálcio do gesso agrícola e do calcário dolomítico ainda não estão plenamente disponíveis ao cafeeiro.

Magnésio (Mg)O teor foliar do magnésio está abaixo da faixa adequada

ao cafeeiro corroborando o baixo teor deste nutriente no solo.O calcário dolomítico e o Yoorin Master foram insufi ci-

entes para atender as necessidades do cafeeiro mesmo com a aplicação de altas doses do magnésio. (Tabela 2)

Boro (B)O teor foliar do boro está abaixo da faixa adequada ao

cafeeiro corroborando o baixo teor deste nutriente no solo. A aplicação do Yoorin Master no solo e as adubações fo-

liares foram insufi cientes para atender as necessidades de boro do cafeeiro.

Cobre (Cu)O teor foliar do cobre está na faixa adequada ao cafeeiro.

Os fungicidas cúpricos estão suprindo adequadamente o cobre ao cafeeiro. Foi aplicado o fungicida cúprico a base de hidróxi-do de cobre na na dose de 2 kg/ha, 35 dias antes da análise foliar e reaplicado 50 dias após a primeira análise foliar.

Ferro (Fe)O teor foliar do ferro está na faixa adequada ao

cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está dis-ponível ao cafeeiro.

Manganês (Mn)O teor foliar do manganês está no limite inferior da

faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro.

Zinco (Zn)O teor foliar do zinco está na faixa adequada ao

cafeeiro. Os fertilizantes foliares estão sendo sufi cientes para o fornecimento deste nutriente ao cafeeiro.

5. Interpretação da análise foliar do cafeeiro – 2ª análise foliar

Em 17 de dezembro de 2011 foi realizada a aplica-ção de 195 kg/ha do Gran Boro Mag no solo fornecendo 58,5 kg/ha do magnésio e 3,9 kg/ha do boro, nutrientes que estavam com os seus teores nas folhas do cafeeiro abaixo da faixa adequada.

A segunda amostragem foliar estava programada para ser realizada em 17 de janeiro de 2012. Entretanto, ocorreu um forte veranico no período de 8 a 27 de janeiro e a amostragem foliar foi realizada em 12 de fevereiro de 2012. Os resultados da segunda análise foliar do cafeeiro estão na tabela 6.

Nitrogênio (N)De forma similar a 1ª amostragem foliar, o teor fo-

liar do nitrogênio no cafeeiro está na faixa adequada. En-tretanto, após a reavaliação da expectativa de produtivi-dade (70 a 80 sc. benefi ciadas/ha), a dose do nitrogênio foi aumentada para 542 kg/ha. Foi sugerida a realização da 7ª adubação nitrogenada no fi nal de março de 2012 com 100 kg/ha de uréia via fertirrigação (45 kg/ha de N).

Fósforo (P)O teor foliar do fósforo fi cou abaixo da faixa ade-

quada ao cafeeiro. A aplicação de 90 kg/ha de fósforo (Yoorin Master) não foi sufi ciente para manter o teor deste nutriente na faixa adequada ao cafeeiro.

Potássio (K)Até o presente momento, foi aplicado 300 kg/ha de

potássio e mesmo assim ocorreu diminuição no teor fo-

Tabela 5: Adubações de solo realizadas depois da primeira análise foliar do cafeeiro.ADUBAÇÕES

DE SOLODATA DA

APLICAÇÃO FERTILIZANTE DOSE DOS NUTRIENTES (kg/ha)N P205 K20 Ca Mg S B Mn Zn

6ª adubação 13.12.2011 21-00-21 (nitrato) 96,6 - 96,6 - - - - - -7ª adubação 17.12.2011 Gran Boro Mag - - - - 58,5 - 3,9 - -8ª adubação 18.01.2012 21-00-21 (nitrato) 73,5 - 73,5 - - - - - -9ª adubação 26.02.2012 21-00-21 (nitrato) 84 - 84 - - - - - -10ª adubação 26.03.2012 Uréia 45 - - - - - - - -Total (6ª a - - 299,1 - 254,1 - 58,5 - 3,9 - - 10ª adubação)Total geral (1ª a - - 542,1 90 595,1 592 238,5 300 4,41 1,54 2,83 10ª adubação)

NUTRIENTE

Tabela 6: Resultados da primeira e segunda análise foliar do cafeeiro do talhão 07.

UNIDADEFAIXA

ADEQUADA

Nitrogênio (N) g/kg 31,5 29,7 29 a 32Fósforo (P) g/kg 1,6 0,97 1,6 a 1,9Potássio (K) g/kg 23,1 19,1 22 a 25Cálcio (Ca) g/kg 11,2 13,9 13 a 15Magnésio (Mg) g/kg 2,5 3,6 4,0 a 4,5Enxofre (S) g/kg 2,1 1,9 1,5 a 2,0Boro (B) mg/kg 31 71 50 a 60Cobre (Cu) mg/kg 14 16 11 a 14Ferro (Fe) mg/kg 125 118 100 a 130Manganês (Mn) mg/kg 277 241 80 a 100Zinco (Zn) mg/kg 15 21 15 a 20

TEOR FOLIAR1ª ANÁLISE

TEOR FOLIAR1ª ANÁLISE

1 - O teor do nutriente em vermelho está abaixo da faixa adequada e o teor em azul está acima da faixa adequada.2 - Baseada em Malavolta (1997).

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27JAN2013

CAFÉliar deste nutriente no cafeeiro. Provavelmente, está ocorrendo uma grande translocação do potássio para os grãos em desenvolvimento.

É importante mencionar que a precipitação pluviométrica está na média histórica. Portanto, as perdas de potássio podem estar ocorrendo mas a sua magnitude pode ser considerada de média a baixa. Foi realizada uma adaptação na adubação com potás-sio aumentando-se a dose de potássio aumentando-se a dose do nutriente para 595 kg/ha. (Tabela 5)

Cálcio (Ca)De forma similar a 1ª amostragem foliar, o teor

foliar do cálcio está na faixa adequada ao cafeeiro. Provavelmente, o gesso agrícola, o calcário do-lomítico e/ou o cálcio do solo estão suprindo as ne-cessidades deste nutriente ao cafeeiro.

Magnésio (Mg)Com a aplicação do Gran Boro Mag no solo

(Tabela 5) ocorreu um aumento signifi cativo no teor foliar do magnésio nas folhas do cafeeiro. O teor de magnésio nas folhas está no limite superior da faixa adequada ao cafeeiro.

Boro (B)Com a aplicação do Gran Boro Mag no solo

(Tabela 5) ocorreu um aumento signifi cativo no teor foliar do boro nas folhas do cafeeiro. O teor de boro nas folhas está ligeiramente acima da faixa adequada ao cafeeiro.

Cobre (Cu)O teor foliar do cobre está na faixa adequada

ao cafeeiro. Os fungicidas cúpricos estão suprindo adequadamente o cobre ao cafeeiro.

Ferro (Fe)O teor foliar do ferro está na faixa adequada ao

cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro.

Manganês (Mn)O teor foliar do manganês teve uma ligeira

redução mas continua acima da faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro. (Tabela 1)

Zinco (Zn)O teor foliar do zinco está ligeiramente acima

da faixa adequada ao cafeeiro. Os fertilizantes foli-ares fornecedores de zinco estão sendo sufi cientes para o fornecimento deste nutriente ao cafeeiro. A partir deste momento, reduzir a dose do zinco apli-cado via foliar (adubações foliares de manutenção).

Considerações fi naisNesta primeira edição de 2013, fi nalizamos a

segunda parte do artigo sobre análise foliar na cul-tura do cafeeiro abordando a interpretação dos re-

sultados da análise foliar.O cafeicultor tem que profi ssionalizar a sua atividade. Do pon-

to de vista nutricional, o cafeicultor não pode trabalhar no escuro. Podemos afi rmar categoricamente que a análise foliar é a “luz” do cafeicultor mostrando claramente como está o estado nutricional da sua lavoura.

Caso contrário, o cafeicultor pode acertar ou errar no manejo nutricional do café. A probabilidade de erros é muito grande com-prometendo a produtividade e a lucratividade da sua atividade econômica.

Neste momento, gostaria que você refl etisse sobre a frase abaixo.

“Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

Cora Coralina, poetisa de Goiás

Um dia nunca é igual ao dia anterior; a todo o momento es-tamos ensinando e aprendendo. O aprendizado é uma via de mão dupla. Mesmo o colaborador mais simples de uma propriedade rural tem muito a nos ensinar. É este profi ssional que no seu dia-a-dia conhece profundamente os talhões de café e o comportamento do cafeeiro ao longo das estações do ano.

Feliz 2013 e que possamos aproveitar da melhor forma pos-sível, o que a vida tem de melhor a nos oferecer. A

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28JAN 2013