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SEXTA-FEIRA, 30 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N o 1562 (II Série) | Preço: 0,90 Governo avança para a fusão de municípios Miguel Relvas lidera uma equipa que, nos próximos 60 dias, estudará e proporá uma reforma com o objetivo de identifi- car “eventuais áreas de sobreposição de atividades do Estado e da administração local”, com vista a “eliminar redundân- cias e ineficiências”. Há municípios que terão que se juntar. E serviços públicos – tribunais, hospitais, finanças – que serão suprimidos. Os autarcas “estão condena- dos a entender-se”, diz. pág.8 Os 80 habitantes de Albergaria dos Fusos Fica no concelho de Cuba. Mas muitos pensam que pertence ao vizinho município de Alvito. É que durante muitos anos se deu o nome de Alvito à barragem que foi construída mesmo aos pés de Albergaria dos Fusos. Um em- preendimento que, ao contrário do esperado, ainda não trouxe as riquezas do desenvolvimento. E hoje, a locali- dade está reduzida a 80 habitantes. Os outros partiram para Lisboa ou foram a caminho de Vila Ruiva. Onde fica o cemitério. págs. 4/5 Passos Coelho “arruma” TGV em Sines Mas anunciou a possibilidade da ligação ferroviária a partir de Sines vir a integrar a rede ferroviária transeuropeia para o trans- porte de mercadorias. “Arrumado” o projeto do TGV, diz Coelho, esta rede é “prioritária para o governo português”. É que o porto de Sines é “essencial” para a inter- nacionalização da economia portuguesa, uma vez que representa “uma janela extraordinária no Atlântico” e coloca Portugal “numa nova centralidade comercial”, disse. pág. 10 Governo fecha portas ao cante Comissão Nacional da Unesco recusa-se a entregar dossiê em 2012 JOSÉ SERRANO Siga o “DA” durante a semana em www.diariodoalentejo.pt PUB O atual presidente da Câmara de Moura (CDU) é o novo homem forte do associativismo intermunicipal no distrito. No passado dia 16 foi eleito presidente do conselho executivo da Comunidade Inter- municipal do Baixo Alentejo. E agora, a sua principal tarefa é proceder à extinção da outra entidade a que preside, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral. págs. 6/7 PUB José Maria Pós-de-Mina em entrevista ao “DA” O “Diário do Alentejo” é para manter na esfera dos municípios Num volte-face de última hora, e depois de concluí- da a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade em tempo re- corde, a própria Comissão Nacional da Unesco, por indicação do ministério de Paulo Portas, recusa-se a entregar o dossiê alentejano em Paris. Os argu- mentos da recusa prendem-se com o timing da candidatura e com a falta de tempo para ativar a rede diplomática portuguesa. Justificação que não colheu junto dos proponentes do cante que se ma- nifestaram, na quarta-feira, frente ao Palácio das Necessidades, cantando a uma só voz. págs. 16/17 D. António Vitalino Dantas Bispo de Beja critica empreendimento do Alqueva pág.9

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 30 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXX, No 1562 (II Série) | Preço: € 0,90

Governo avança paraa fusão de municípiosMiguel Relvas lidera uma equipa que, nos próximos 60 dias, estudará e proporá uma reforma com o objetivo de identifi-car “eventuais áreas de sobreposição de atividades do Estado e da administração local”, com vista a “eliminar redundân-cias e ineficiências”. Há municípios que terão que se juntar. E serviços públicos – tribunais, hospitais, finanças – que serão suprimidos. Os autarcas “estão condena-dos a entender-se”, diz. pág.8

Os 80 habitantesde Albergaria dos FusosFica no concelho de Cuba. Mas muitos pensam que pertence ao vizinho município de Alvito. É que durante muitos anos se deu o nome de

Alvito à barragem que foi construída mesmo aos pés de Albergaria dos Fusos. Um em-preendimento que, ao contrário do esperado, ainda não trouxe as

riquezas do desenvolvimento. E hoje, a locali-dade está reduzida a 80 habitantes. Os outros partiram para Lisboa ou foram a caminho de Vila Ruiva. Onde fi ca o cemitério. págs. 4/5

Passos Coelho“arruma” TGV em SinesMas anunciou a possibilidade da ligação ferroviária a partir de Sines vir a integrar a rede ferroviária transeuropeia para o trans-

porte de mercadorias. “Arrumado” o projeto do TGV, diz Coelho, esta rede é “prioritária para o governo português”. É que o porto de Sines é “essencial” para a inter-

nacionalização da economia portuguesa, uma vez que representa “uma janela extraordinária no Atlântico” e coloca Portugal “numa nova centralidade comercial”, disse. pág. 10

Governo fecha portas ao canteComissão Nacional da Unesco recusa-se a entregar dossiê em 2012

JOSÉ

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Siga o “DA” durante a semana em www.diariodoalentejo.pt PU

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O atual presidente da Câmara de

Moura (CDU) é o novo homem forte

do associativismo intermunicipal

no distrito. No passado dia 16

foi eleito presidente do conselho

executivo da Comunidade Inter-

municipal do Baixo Alentejo.

E agora, a sua principal tarefa

é proceder à extinção da outra

entidade a que preside, a Associação

de Municípios do Baixo Alentejo e

Alentejo Litoral. págs. 6/7

PUB

José Maria Pós-de-Mina em entrevista ao “DA”

O “Diário do Alentejo”é para manter na esfera

dos municípios

Num volte-face de última hora, e depois de concluí-da a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade em tempo re-corde, a própria Comissão Nacional da Unesco, por

indicação do ministério de Paulo Portas, recusa-se a entregar o dossiê alentejano em Paris. Os argu-mentos da recusa prendem-se com o timing da candidatura e com a falta de tempo para ativar a

rede diplomática portuguesa. Justifi cação que não colheu junto dos proponentes do cante que se ma-nifestaram, na quarta-feira, frente ao Palácio das Necessidades, cantando a uma só voz. págs. 16/17

D. António Vitalino DantasBispo de Bejacritica empreendimento do Alqueva pág.9

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2 EditorialA marPaulo Barriga

Não gosto de Lloret del Mar. Nunca lá fui. Mas não gosto. Dizem que é

a melhor praia da Catalunha. A quinta estância de veraneio es-panhola em termos de capaci-dade hoteleira. E de rendimentos com o turismo. Mas não gosto. Boa parte do dinheiro que lá en-tra provém das visitas de alu-nos finalistas do ensino secun-dário. Que lá vão tentar viver a vida toda em três ou quatro dias. De uma só vez. Intensamente. Livremente. Abruptamente. Arrebatadamente. Não gosto de Lloret del Mar. Talvez por in-veja deles. Por inveja de já não ser como eles agora são. E de ter gostado tanto de ter sido como eles agora são. Excessivamente jovens e descontroladamente so-nhadores. Não gosto de Lloret del Mar por ciúmes. Ou talvez não. Não gosto de os ver a aba-nar o capacete. Beber como ma-rujos velhos. Fumar umas coi-sas. Fazer umas baboseiras. E morrer. Não gosto de Lloret del Mar, de facto. Nem das via-gens de finalistas impostas aos pais sob chantagem e às esco-las sob indiferença. Esta se-mana morreu em Lloret del Mar um aluno da Escola Secundária de Castro Verde. Um aluno bri-lhante. Amante das ciências e apaixonado pela química. Um colega exemplar. Um rapaz às direitas. Filho único. Caiu de uma varanda de um quinto an-dar. Talvez por acidente. Castro Verde está de luto. Melhor, está em transe. Incapaz de conviver com a falta, com a culpa, com a frustração que a toda a hora é relembrada pelos jornalistas que sitiam a vila. Ao contrário do recato, da decência e da pre-cisão com que o presidente da câmara local repatriou e assis-tiu psicologicamente os sobrevi-vos. A escola colocou na parede uma cinta negra em memória do rapaz. Em memória da sua juventude. Em memória de to-dos os que lá foram e não fica-ram. Em memória de todos os que tenham a vontade de lá ir. Amar. E morrer um pedacinho em Lloret.

“A clarificação das competências é importante. O que vemos, no entanto, é que isso é utilizado como pretexto não para resolver os problemas, mas para ainda sobrecarregar mais o Poder Local e para criar uma situação perversa que é criar autarquias de primeira e de segunda”, afirma José Maria Pós-de-Mina em entrevista ao “Diário do Alentejo”

(ver páginas 6 e 7)

Leonor Pãozinho,

22 anos, estudante de Animação Sociocultural Não pensei ainda muito nisso, mas talvez para trabalhar, não por Erasmus, mas como sa-ída profissional. Depois de acabar o curso, para ter tam-bém alguma experiência lá fora porque, se calhar, ir para o estrangeiro abre-nos vá-rias portas quando volta rmos para Portugal. Ainda nem pen-sei em países para onde ir, mas emigrar é uma hipótese.

Ana Filipa Guedes,

21 anos, estudante de Animação SocioculturalDe momento ainda não pensei em emigrar, mas assim que ter-minar o curso é uma grande hi-pótese e se calhar é até um dos meus objetivos. Em Portugal há pouco emprego, até mesmo na minha área, e os jovens sentem mesmo necessidade de emigrar. Ainda não pensei num país em concreto, mas ainda falta um ano para acabar o curso.

Ana Figueiredo,

20 anos, estudante de Educação e Comunicação MultimédiaJá pensei já. Coloquei essa hipótese porque acho que Portugal não tem muito fu-turo para os jovens. Se tiver mesmo que emigrar será tal-vez para Inglaterra ou para o Luxemburgo. A fazê-lo não será logo assim que acabar o curso. Vou tentar em Portugal primeiro, mas como não sei se vou ter muito sucesso…

André Mira,

22 anos, estudante do curso de Engenharia AgronómicaSim, por acaso já tinha pen-sado em emigrar para Angola. Talvez para explorar lá um ou-tro tipo de mercado, talvez por-que paguem lá melhor… Vou acabar o curso agora em julho e assim que surgir uma proposta que me agrade vou-me embora. Se calhar consigo ir para lá nos primeiros tempos e depois in-vestir em Portugal no futuro.

Voz do povo Já pensaste em emigrar? Inquérito de Ângela Costa

Vice-versaMiguel Relvas quer identificar “eventuais áreas de sobreposição de atividades do Estado e da administração local” com vista a “eliminar redundâncias e ineficiências”. O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em declarações ao “Jornal de Notícias”, diz querer dar “um abanão” na forma de olhar para os serviços públicos do Estado.

Fotonotícia A poesia anda à solta. A Biblioteca Municipal de Beja “vestiu-se” de poesia e pendurou-a na rua, para que

quem passa, seja a pé ou de carro, a possa descobrir. Para que até os mais distraídos, os mais apressados e até os que dizem não ter tempo, a

possam, por breves momentos que seja, desfrutar. Para que esteja ao alcance de todos. E ela, seja dentro da biblioteca ou nas fachadas, por lá

vai permanecer até ao fim do mês. Pendurada, rua fora, à espera de quem a queira ler. BS Foto de José Serrano

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Rede social

Como comenta a retomada dos traba-

lhos na A26, que faz a ligação de Sines

e Beja, e cuja suspensão criticou?

A autoestrada de Beja é essencial para vencer a interioridade e para dar liga-ção, coerência e sinergia a outros inves-timentos, que fazem parte de uma es-tratégia para o Baixo Alentejo, como o porto marítimo e zona industrial de Sines, os investimentos turísticos na costa alentejana, o aeroporto de Beja e o Alqueva, principalmente. Por isso con-seguimos que ela avançasse e – atenção – em comum com outras vias como é o caso do IP2 que liga, ao mesmo tempo, Beja para norte e para sul. O Governo PSD+CDS impôs uma renegociação do contrato às empresas construtoras e foi isso que parou e atrasou a obra e veio dar mais uma achega para desacreditar o território. A obra faz-se sem dispên-dio público atual e gerará receitas para se pagar, pelo menos em parte, mas com a alteração agora feita ficará mais cara ao Estado, a prazo!

E as notícias que dão quase como certa

a escolha de Sintra ou do Montijo para

receber companhias low cost em detri-

mento do aeroporto de Beja?

O aeroporto de Beja pode e deve ter uma parte da sua valência nos passa-geiros mas essa não é a sua principal mais-valia imediata. Principalmente deve servir como polo de atração e instalação de empresas aeronáuti-cas em terra que criem emprego em número e qualidade apreciáveis. É já exemplo a Aeromec, empresa em pro-cesso de instalação que criará 100 pos-tos de trabalho. O principal problema é que o Governo PSD+CDS em vez de dar continuidade ao impulso do pro-jeto tem procurado desacreditá-lo, não tem qualquer estratégia de intervenção, nem quer ter pois já afirmou expressa-mente que é contra o mesmo!

Por que é que acusa a ministra da

Agricultura de “desenvolver um dis-

curso falacioso” e de proferir “obscuras

declarações” em relação a Alqueva?

O Governo tem estado a retirar as verbas dos fundos comunitários agrícolas que estavam adjudicadas ao prosseguimento das obras do Alqueva, destinando-as a outros fins. Ao mesmo tempo diz que não vai prosseguir as obras porque não há dinheiro. Diz que os agricultores não aproveitam o regadio. Diz que o Alqueva vai ser concluído mas recusa falar em prazos. Claro… É, assim, um discurso falacioso e – mais – deturpa a realidade do aproveitamento do regadio, despreza a importância para a produção nacional e para o combate às secas que este pro-jeto dará, humilha os agricultores e os alentejanos e desinteressa-se do desen-volvimento de toda uma região! É de-mais! Nélia Pedrosa

3 perguntasa Luís Pita

AmeixaDeputado do PS

eleito pelo círculo de Beja

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 22

BEJA ESCOLAS E CÂMARAS FECHADAS E TRANSPORTES AFETADOS NO DISTRITO

Escolas e câmaras fechadas, serviços públicos “a meio gás”, lixo por recolher e alguns transportes parados foram os efeitos mais visíveis da greve geral no distrito de Beja, disseram à Lusa dirigentes sindicais. Segundo Casimiro Santos, coordenador distrital da CGTP, a central sindical que convocou a greve, as taxas de adesão no distrito de Beja são “boas”, sobretudo em serviços públicos, alguns “a meio gás”, e nas áreas da educação e da administração local. De acordo com o coordenador distrital de Beja do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, Vasco Santana, as câmaras municipais de Alvito e Serpa estiveram fechadas e houve taxas de adesão à greve superiores a 80 por cento em algumas autarquias, como Castro Verde (87 por cento), Moura (82 por cento) e Aljustrel (88 por cento). Na área da educação, segundo o Sindicato dos Professores da Zona Sul, houve vários estabelecimentos de ensino abertos mas sem aulas, outros “a meio gás” e pelo menos seis fechados. Na área da saúde, a adesão dos enfermeiros à greve nos hospitais de Beja e Serpa foi de 57,6 por cento no turno da noite e de 44,2 por cento no turno da manhã, disse o coordenador no Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Edgar Santos.

LITORAL FIM DO TGV “É MÁ NOTÍCIA” MAS LIGAÇÃO PARA MERCADORIAS DESDE SINES É “POSITIVA”

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (Cimal), Carlos Beato, considerou “um sinal positivo” a “janela” aberta pelo Governo de uma ligação ferroviária de mercadorias desde Sines, mas lamentou a “má notícia” do abandono do TGV. “Tanto quanto julgo saber, o Governo deixou aberta uma ‘janela’ para o transporte ferroviário de mercadorias [a partir de Sines] numa modalidade transeuropeia, o que é um sinal positivo”, afirmou à Lusa Carlos Beato (PS). Contudo, acentuou o autarca de Grândola, que preside à Cimal e ao Conselho Regional do Alentejo, órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCR), “é bom e necessário que se deem passos nesse sentido”.

SÁBADO, DIA 24

ODEMIRA HOMEM DE 75 ANOS MORRE ATROPELADO, CONDUTOR PÔS-SE EM FUGA

Um homem de 75 anos morreu atropelado por um veículo cujo condutor se pôs em fuga, na Estrada Nacional 262, na freguesia de Bicos, no concelho de Odemira, disse fonte da GNR. A mesma fonte indicou que o acidente ocorreu cerca das 20 e 30 horas de sábado e que a vítima mortal, que residia na freguesia de Bicos, foi atropelada alegadamente por um veículo ligeiro de passageiros. Segundo a GNR, o homem, que supostamente seguia a pé na berma da estrada, foi encontrado pela condutora de um veículo que circulava naquela via.

DOMINGO, DIA 25

CASTRO VERDE JOVEM DE 17 ANOS MORRE EM QUEDA DE JANELA EM LLORET

Um jovem de 17 anos, aluno do 12.º ano da Escola Secundária de Castro Verde, morreu depois de cair da janela do 5.º andar do empreendimento hoteleiro onde estava alojado na localidade de Lloret del Mar (Espanha). Uma fonte dos Mossos d’Esquadra, a polícia autonómica da Catalunha, disse à Lusa que as duas hipóteses avaliadas pelos investigadores eram queda acidental ou suicídio. O jovem partiu na sexta-feira, dia 23, ao final do dia para a viagem de finalistas do ensino secundário, que teve como destino aquela localidade espanhola, com cerca de 20 colegas da mesma escola. O diretor daquele estabelecimento de ensino adiantou à Lusa que a escola não esteve envolvida na organização da viagem e que os alunos não foram acompanhados por professores. Entretanto os colegas do jovem regressaram na noite de segunda-feira a Lisboa, em dois voos provenientes de Barcelona, sendo que as viagens de 20 deles foram pagas pela Câmara de Castro Verde. A informação sobre as investigações policiais e sobre os resultados da autópsia estão ainda em segredo de justiça.

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História, animação, pão e laranjasFeiras históricas há muitas, mas esta, para o povo de Vidigueira, tem sabor especial. É que para além das recriações e das lutas, há pão e laranjas e muitos, muitos produtos regionais para degustar. Um fim de semana de barriga cheia.

Porco alentejano apresentou-se em OuriqueO porco alentejano andou na boca do mundo. E se as esculturas do animal fizeram as delícias dos visitantes, a carne, a de porco alentejano, fez ainda mais. Que o digam todos os que se sentaram nas tasquinhas. Foi de comer e chorar por mais.

Pomarão sentou à mesa locais e forasteirosO rio calmo, mas a agitação nas suas margens foi muita. Pomarão recebeu locais e forasteiros e deu a provar as suas iguarias. O muge, a lampreia, a saboga, as enguias, entre outros peixes do Guadiana, foram os “reis e senhores”da festa.

Homens que falam como mulheresA Biblioteca Municipal de Beja recebeu “Homens que Falam Como Mulheres”. O berço da poesia portuguesa, através dos cantares dos trovadores galego-portugueses da Idade Média. Uma performance pela companhia de teatro Arte Pública.

Sopa da Pedra com Paulo Abreu de Lima e João MariaA iniciativa Universos de Poesia deu as boas-vindas a Paulo Abreu de Lima e a João Maria. Sopa da Pedra, uma mistura de poesia e música. Diz, quem assistiu a esta “sopa”, que provou e gostou. Beja a celebrar, em março, a poesia. Beja a dar música.

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Albergaria dos FusosPouco mais de 80 pessoas em Albergaria dos Fusos

À espera do desenvolvimento da barragem

“Somos uns 80 a viver aqui”. É este o nú-mero que sai, sem indecisão, das bo-cas das gentes que habitam Albergaria

dos Fusos, no concelho de Cuba, até porque a conta, essa, não é difícil de fazer. Basta ir subtraindo os que vão deixando a aldeia. Todos se conhecem e a mar-gem para erro é, assim, mínima.

“Há para aí umas 80 pessoas, se chegar. Dos que partiram uns estão ali a caminho de Vila Ruiva (cemitério) e outros abalaram para Lisboa”, diz Francisco Batista, que se apresenta de camisa aos quadrados para dentro das cal-ças, boina na cabeça e com uma bolsa milime-tricamente colocada no cinto para o telemóvel.

Habitantes, não restam dúvidas, são cada vez menos. Mas, ainda assim, o que melhorou ao longo destes anos? “As calçadas e as ruas”, responde sem hesitação. Francisco Gonçalves, por sua vez, diz que “as melhorias foram mui-tas” e que “a terra tem muito mais condições”.

No largo não há carros a circular e o som dos pássaros, que vieram com a primavera ou que nunca chegaram a partir, é o que mais se ouve. As aves de António Pomares ajudam à festa. Dentro da sua pequena drogaria apetrechada de tudo e mais alguma coisa, em pleno largo, são elas que se ouvem, ainda que dentro das gaiolas. “Gosto muito dos passarinhos e trago-os aqui para a loja, assim estou sempre a ouvir alguma coisa”, conta. Até porque a voz dos clientes es-cuta-a cada vez menos. “Tinha um comércio alimentar do outro lado e tive de fechar, porque as pessoas vão-se aviar aos supermercados, às superfícies grandes”, afirma.

Quem também espera pelos clientes é Cidália Ferreira, no seu café, atrás do balcão. “Estou aqui há 20 anos. Esta terra está muito velhota. A maioria das pessoas tem entre os 60 e os 70 anos. Malta jovem há pouca e está cada vez menos gente na aldeia”, afirma.

Há, no entanto, os forasteiros, quase sempre ao fim de semana, que procuram a barragem e a casa de turismo, que se instalou na aldeia, aproveitando todas as potencialidades da terra. “Quando há movimento lá, nota-se aqui no café”, assegura Cidália Ferreira. Na aldeia toda a gente comenta o turismo rural. “Foi uma coisa boa que veio para aqui”, consideram os homens, que se sentam nos bancos, abrigados do sol.

A barragem é de Albergaria dos Fusos, mas houve tempo em que tinha o nome de

Alvito. Mas tenha que nome tiver as gentes da aldeia gostavam é que a ela che-

gasse o desenvolvimento, e que com ele viessem mais forasteiros e até possíveis

habitantes. De boca em boca só se ouve um número: 80. “Já só somos uns 80”.

Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

A barragem de Albergaria dos Fusos, que tanta luta deu a estas gentes, uma vez que a bati-zaram de barragem de Alvito, é o que ainda faz renovar a esperança, embora o tão aguardado progresso insista em não chegar. “Se houvesse desenvolvimento na barragem podia desenvol-ver-se a aldeia”, diz Francisco Gonçalves, adian-tando: “Estava previsto um hotel, mas parece que isso está em stand by. Aquilo não vai ser feito. Dizem que não têm dinheiro para fazer o hotel. Isso poderia trazer até habitantes, porque há aí muita casa à venda e podia ser que alguém viesse para aqui morar”.

Manuel Reguengos senta-se num dos ban-cos, abrigado pelo alpendre, enquanto vão che-gando os seus companheiros de prosa e explica como trocaram as voltas à barragem, atri-buindo-lhe o nome de Alvito. “A barragem de Alvito era para ser ali em baixo. Começaram a construir, mas como o terreno não deu, mu-daram para aqui. Ali já era barragem de Alvito e aqui continuou a ser barragem de Alvito à mesma, mas sem o ser”. Os homens acenam positivamente com cabeça e Manuel Reguengos lamenta: “Nos papéis já está barragem de Albergaria. Mas as pessoas passam aí nos car-ros e perguntam onde é a barragem de Alvito”.

Ao lado dos homens repousa a antiga escola primária e crianças não se avistam. A escola há muito que fechou. Apenas se avista Jacinto Batata a pular o muro, do alto dos seus mais de 70 anos. Antes parou o seu veículo motorizado de três ro-das e caixa aberta, que carregava duas couves, junto ao alpendre. “Crianças há muito poucas. Só o que há aqui é malta velha e eles não fazem crianças”, conta o homem, entre sorrisos. Jacinto não se senta e recorda: “No tempo em que era ra-paz havia aí muita malta nova, faziam-se gran-des bailes. Agora não há nada. Não está aí nin-guém. Só se forem os velhos bailar com as velhas. A mocidade abalou toda”. E o espaço multiusos, perguntamos. “Às vezes fazem lá casamentos e batizados”, diz Francisco Batista.

Jacinto senta-se no seu veículo. Aquece o motor, dá a conhecer as virtudes da máquina e arranca rua acima. Vai ver o seu “hortejo”. Com o barulho Umbelina Cabanas assoma-se à porta. E resume: “Aqui é como nos outros sítios. Uns dias são melhores, outros são piores”.

“Se houvesse desenvolvimento na barragem podia desenvolver-se a aldeia. Estava previsto um hotel, mas parece que isso está em stand by”. Francisco Gonçalves

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Em sua opinião, quais são as princi-

pais potencialidades de Albergaria dos

Fusos?

Penso que as potencia l idades de Albergaria dos Fusos passam pelo tu-rismo rural e, inclusive, já existe uma casa de turismo rural na aldeia. A bar-ragem de Albergaria dos Fusos, no en-tanto, representa uma das suas mais valiosas atrações turísticas.

Qual é a relação desta terra com a bar-

ragem de Albergaria dos Fusos?

A relação desta terra com a barragem deve-se, sobretudo, à sua proximidade. Situa-se a cerca de três quilómetros da aldeia.

Esta aldeia pode no futuro atrair mais

visitantes?

Julgo que esta terra poderá atrair mais visitantes, nomeadamente através de diversas atividades, como desportos náuticos, pesca desportiva, entre ou-tros. É, sem dúvida, uma área com exce-lentes aptidões para o desenvolvimento do turismo. Não se pode esquecer ainda a existência de boas condições ambien-tais, bem como os recursos naturais e também as excelentes condições para a prática de atividades ao ar livre.

Estão previstos novos projetos para a

aldeia?

Sim. Existe um projeto para a aldeia. Trata-se de um complexo turístico, que será implementado a cerca de dois qui-lómetros de Albergaria dos Fusos.

Neste momento particularmente difícil

para todo o País, devido à sentida e co-

nhecida crise, quais são as principais di-

ficuldades desta terra?

A população desta terra é envelhecida e essa é, sem dúvida, neste momento, a principal dificuldade que se sente em Albergaria dos Fusos.

Em ano de seca como está o caudal da

barragem de Albergaria dos Fusos?

O caudal da barragem de Albergaria dos Fusos mantém-se. Já existe a liga-ção entre a barragem de Albergaria dos Fusos e a barragem de Alqueva e, neste sentido, o caudal está dentro dos níveis esperados.

E a agricultura, sustento de muitas das

pessoas que habitam esta terra?

A agricultura acaba por sofrer as con-sequências do ano que se vive. A seca traz a estas terras, mas também a toda a região, um impacto negativo.

Luís PôlaPresidente da Junta de Freguesia de Vila Ruiva

Barragemde Albergaria dos Fusos

A barragem de Albergaria dos Fusos fica a escassos quiló-metros da aldeia. Tem uma área aproximada de 1 480 hec-tares e tem sido apontada a sua aptidão para o desen-volvimento de atividades relacionadas com o turismo. É conhecida por ter boas condições para atividades ao ar li-vre, tais como desportos náuticos e pesca desportiva. Fala-se ainda da possibilidade de poder vir a ter uma praia fluvial. Abastece os concelhos de Cuba, Alvito, Portel e Viana do Alentejo. A forma da albufeira, o plano de água, a paisagem natural e a existência de alguns pontos de inte-resses têm atraído ao longo dos anos vários visitantes.

Ponte romana

A n te s d e s e e n t r a r n a p ovo a ç ã o d e A l b e r g a r i a d o s F u s o s e r g u e - s e u m a p o n t e r o m a n a , c o n s i d e r a d a u m a d a s m a i s m o n u m e n t a i s a i n d a e x i s t e n t e s n o P a í s . A p o n t e e s t á c l a s s i f i c a d a c o m o M o n u m e n t o N a c i o n a l e t u d o i n d i c a q u e p o r e l a p a s s av a a a n -tiga es trada r omana, que de Far o e Beja s eguia p ara Évora e Mér ida.

Turismo rural dinamiza aldeia

A Casa do Alto da Eira instalou-se em Albergaria dos Fusos e hoje é apontada como uma das principais dinamizadoras da vida da aldeia. São vários os turistas que a procuram ao longo do ano e a terra acaba sempre por beneficiar. A Casa do Alto da Eira tem ainda levado o nome de Albergaria dos Fusos além-fronteiras. O turismo rural é apontado como uma das principais potencia-lidades da terra.

Ermida e igrejade Nossa Senhora do Outeiro

A ermida de Nossa Senhora do Outeiro ou de Nossa Senhora da Visitação ergue-se fora da aldeia. Conta a lenda que nas primeiras sextas-feiras de março a imagem da padro-eira do lugar chorava e suava tanto que tinha ensopado vários lenços e que o azeite da sua lamparina nunca di-minuía, aumentando sempre. Ainda hoje, junto à igreja, existe o cemitério da aldeia. A igreja de Nossa Senhora do Outeiro, por sua vez, ergue-se dentro de Albergaria dos Fusos e foi construída no século X X. O traço arquitetónico é moderno de formas geométricas simples – círculo, qua-drado e ângulos retos.

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EntrevistaJosé Maria Pós-de- Mina é o novo presidente da Cimbal e da Ambaal

Um candidato quase “natural” às próximas Autárquicas

O atual presidente da Câmara Municipal de Moura (CDU) é o novo homem forte do as-

sociativismo intermunicipal no distrito de Beja. No passado dia 16 foi eleito presidente

do conselho executivo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. E agora, a sua

principal tarefa é proceder à extinção da outra entidade a que preside, a Associação de

Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral. Uma ambição espinhosa e complexa.

Que passa também pelo futuro do próprio “Diário do Alentejo”. Título que Pós-de-Mina

quer manter na esfera dos municípios. Nesta grande entrevista, o autarca defende ainda

a extinção das assembleias distritais e acredita que a atual forma de comparticipação

das autarquias no orçamento do Museu Regional de Beja é a mais correta. Quanto a uma

eventual candidatura pela CDU à Câmara de Beja nas próximas Autárquicas, uma vez

que atingiu o limite de mandatos em Moura, responde com ironia: “Costumo dizer que

sou candidato desde 1979”. O futuro ao partido pertence.

Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

Neste momento preside à Ambaal e

à Cimbal. Faz sentido existirem duas

entidades, de alguma forma redun-

dantes, representativas do associati-

vismo municipal no distrito de Beja?

Neste momento não faz sentido! Tanto assim é que foi tomada a de-cisão de proceder à extinção da Ambaal. E por isso mesmo é impor-tante que a mesma pessoa ocupe as duas presidências, para facilitar a ta-refa de migração de algumas estru-turas da Ambaal para a Cimbal. Um dos nossos objetivos para os próxi-mos tempos é trabalhar para a ex-tinção da Ambaal, para que persista apenas a Cimbal.

Em que moldes se vai processar essa

“migração”?

A primeira questão prende-se com a composição das duas entidades. A Ambaal é composta por 18 mu-nicípios e a Cimbal por 13. Há aqui cinco municípios com quem temos que aclarar e definir um ponto de partida para a sua possível saída da Ambaal. Isso facilitaria o processo. Esse é o primeiro problema que inte-ressa resolver.

Já começaram essas negociações?

Estamos neste momento a fazer o le-vantamento da situação da Ambaal. Ver qual é o seu ativo e o seu passivo. Esta é uma questão fundamental que se coloca quando alguém entra ou sai de uma entidade. Penso que durante o mês de abril será possível clarificar essa ideia, para que todo o processo possa prosseguir. Vai depender de to-dos, mas gostava que houvesse um processo de transição pacífico das ati-vidades, do património e do pessoal da Ambaal para a Cimbal. Sem que isso implique acrescentar mais proble-mas de ordem financeira a estas insti-tuições, para lá dos que elas já têm.

Quais são os grandes entraves a essa

fusão? A Ambaal, para além do patri-

mónio, também tem participações

noutras entidades, nomeadamente

no aeroporto…

Já foi decidida a extinção da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto

“As assembleias distritais perderam a sua capacidade

de intervenção de natureza política. O que deveria

acontecer era a extinção dessas entidades por via

da extinção dos próprios distritos, num processo

de criação das regiões administrativas”.

A própria lei dos compromissos, mais do que

dificuldades financeiras, cria constrangimentos

complicados ao desenvolvimento e que podem levar

à paralisação completa da atividade municipal”.

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de Beja, um processo que deverá ser resolvido rapidamente. Essa é uma das nossas reclamações neste mo-mento. Mas também temos parti-cipações noutras entidades e tudo isto tem que ser muito bem avaliado, caso a caso. Depois, temos a questão

do património, a questão do passivo, a questão do pessoal… com três situ-ações bem diferentes umas das ou-tras: o pessoal dos serviços de cara-ter geral da Ambaal, o pessoal que transitou da antiga gráfica e a situa-ção do próprio “Diário do Alentejo”,

que são tudo situações atípicas em re-lação àquilo que é uma comunidade intermunicipal.

O que vai acontecer a toda esta

gente?

A posição que defendo é que todas

essas atividades devem passar dire-tamente para a Cimbal, independen-temente de outras soluções que pos-sam ser encontradas para cada um dos casos. É evidente que não pode-mos esconder o problema do pessoal que estava na antiga gráfica. Estamos a falar de cerca de uma dezena de pes-soas, para as quais estamos a desen-volver um processo de nova consulta às câmaras municipais para saber se estão disponíveis para acolher algum destes nossos colaboradores. Penso que encontraremos propostas e solu-ções para garantir a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores desta casa e para que eles desempenhem uma atividade útil à sociedade.

E quanto ao “Diário do Alentejo”?

O “Diário do Alentejo” deve prosse-guir na esfera pública. O que os mu-nicípios fizeram nos anos 80 foi re-levante. Salvaram um título com o património e o prestígio que tem o “Diário do Alentejo” e penso que os municípios, hoje, têm a respon-sabilidade de garantir a continui-dade desse património na sua esfera de ação. Neste processo de transição penso que não deve haver nenhuma intervenção que perturbe esta evolu-ção normal. O “Diário do Alentejo”, neste momento, é dos municípios e deve continuar a sê-lo. No futuro poderá haver outras reflexões sobre outras formas de participação, mas sempre salvaguardando a importân-cia do papel dos municípios no pas-sado, no presente e naquilo que será o futuro do “Diário do Alentejo”.

Como encara a opinião de alguns co-

legas seus que defendem a privati-

zação do jornal ou a abertura do jor-

nal ao capital privado?

Não é essa a minha opinião. Neste momento não há nenhuma razão para deixar de manter o “Diário do Alentejo” na esfera dos municípios. Em qualquer intervenção de priva-tização, a região perderia uma ca-pacidade de defender um título que é importante do ponto de vista da nossa imprensa e até corríamos o risco de alguém vir a interessar-se

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Quando me perguntam se sou candidato, costumo dizer que o sou desde 1979. Pode ser natural que, no próximo mandato, volte a ser candidato e volte a assumir funções autárquicas.

Neste momento não há nenhuma razão para deixar de manter o “Diário do Alentejo” na esfera dos municípios. Em qualquer intervenção de privatização, a região perderia um título importante.

Mas se vamos mudar o museu da Assembleia Distrital para a Cimbal para desonerar uma câmara da responsabilidade que tem no processo, isso não. Sou claramente contra essa questão.

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pela compra do título apenas para o extinguir. E nós precisamos de um bom jornal com intervenção ao ní-vel dos interesses da região. Sobre matérias editoriais do jornal não me pronuncio.

Qual a sua opinião em relação à in-

tegração do Museu Regional de Beja

na Cimbal?

No quadro da cooperação intermu-nicipal faz sentido refletir sobre tudo e equacionar todas as hipóteses, in-dependentemente daquilo que seja a opinião de cada um de nós. O pro-blema não está em pegar no mu-seu, tirá-lo da Assembleia Distrital e mudá-lo para a Cimbal. Isso não é resolver o problema, é mudar o sítio onde está o problema. O que se tem que encontrar para o museu é uma opção de sustentabilidade e de finan-ciamento. Que, a meu ver, passará por se manter o que existe agora: uma participação efetiva dos municípios. A distribuição que atualmente está a ser feita é correta. O museu está situ-ado em Beja e o município local deve assumir a responsabilidade princi-pal pelo seu financiamento. Por ou-tro lado, o Ministério da Cultura não se pode desligar dessa responsabili-dade. Este museu deve fazer parte da rede de museus e deve ter também fi-nanciamento do Estado. Mas se va-mos mudar o museu da Assembleia Distrital para a Cimbal para desone-rar uma câmara da responsabilidade que tem no processo, isso não. Sou claramente contra essa questão. No limite poderíamos mudar o museu para a Cimbal, mas o financiamento dos municípios teria que se manter igual. Mas essa questão deve ser feita com ponderação e na defesa dos inte-resses dos diversos intervenientes no processo e não apenas para fazer va-ler os interesses conjunturais deste ou daquele município que pretende ver--se livre desta ou daquela obrigação.

Há também quem defenda a assun-

ção do Museu Regional pela Câmara

de Beja.

A atual distribuição dos financia-mentos, incluindo uma vertente im-portante que deveria ser a parti-cipação do Orçamento do Estado, parece-me correta. Não faz sentido estar a criar roturas neste processo. O que deveríamos estar aqui a discu-tir, e nessa matéria não me envolvo, é qual a política cultural de um deter-minado município. Se quer apostar no património, na valorização dos museus que tem ou se quer passar ao lado. Mas isso é uma opção de âm-bito municipal.

Concorda com a extinção das as-

sembleias distritais?

As assembleias distritais perderam a sua capacidade de intervenção de na-tureza política. O que deveria acon-tecer era a extinção dessas entidades por via da extinção dos próprios dis-tritos, num processo de criação das regiões administrativas. As assem-bleias distritais são estruturas tran-sitórias, tal comos os distritos, que existem nos termos da Constituição até serem criadas as regiões. As as-sembleias distritais, hoje, têm uma importância reduzida em relação ao que foi o seu papel nos anos 80, quando eram presididas pelo gover-nador civil e eram importantes fó-runs de discussão e de debate polí-tico e de reivindicação. Um órgão onde o poder central e o poder lo-cal se podiam confrontar e chamar a atenção para determinadas questões. Neste momento, a Cimbal é suficien-temente representativa dos interesses da região.

E tudo isto pode cair de repente

em cima da Cimbal. Não se tornará

demasiadamente oneroso para a

instituição?

Assim de repente criará dificuldades. Por isso mesmo, todas estas maté-rias têm que ser avaliadas com a de-vida prudência e têm que ser concre-tizadas de uma forma faseada. E em comum acordo com os municípios envolvidos.

Que metas traçou para este seu man-

dato? Quais as prioridades?

A primeira é tratar do processo gra-dual, prudente e tranquilo da mi-gração da Ambaal para a Cimbal. E depois fazer com que a Cimbal se assuma como uma importante es-trutura de representação dos muni-cípios da região, que assuma o seu papel do ponto de vista da interven-ção e da defesa das grandes questões para a região, que se assuma como um instrumento de cooperação entre os municípios, que desenvolva um trabalho cada vez melhor na gestão dos fundos comunitários.

Numa altura de profunda crise, em

que muitas das câmaras associadas

estão em evidentes dificuldades,

que papel pode a Cimbal desempe-

nhar neste quadro?

A passagem de atividades da Ambaal

para a Cimbal que não estejam anco-radas em fontes de receitas poderão criar dificuldades. Temos que ir sem-pre trabalhando no ponto de vista da otimização dos recursos, reduzindo os nossos custos para que o nosso nível de comparticipação possa ser inferior. Neste momento há uma grande dificuldade do ponto de vista daquilo que é a capacidade de cada um dos municípios assumir as suas obrigações.

Acha que as reformas governamen-

tais para o Poder Local podem agra-

var ainda mais a situação financeira

das autarquias?

Acho que sim. A própria lei dos com-promissos, mais do que dificuldades financeiras, cria constrangimentos complicados ao desenvolvimento e que podem levar à paralisação com-pleta da atividade municipal. E isto constitui uma afronta à autonomia do Poder Local. Uma câmara muni-cipal não pode ser comparada a uma direção regional qualquer, porque fomos eleitos, lidamos diretamente com as pessoas, temos legitimidade democrática. Não vamos fazer 308 repúblicas, mas temos que ter espaço de manobra para concretizar as nos-sas opções. O que se tem vindo a as-sistir é uma machadada enorme na autonomia e na capacidade de inter-venção do Poder Local.

A assunção destes cargos deixa-lhe

menos tempo para Moura. Não teme

que a CDU possa ficar ali fragilizada?

A assunção de responsabilidades in-termunicipais é um dever e uma res-ponsabilidade. Não podemos fazer estruturas intermunicipais se não houver presidentes ou vereadores que sejam responsáveis. Qualquer um de nós tem que assumir essas responsa-bilidades. É evidente que isso tira al-gum tempo, mas isso é uma questão de ajustamento interno.

Moura é sempre um concelho muito

disputado eleitoralmente…

O concelho de Moura não fica descu-rado pelo facto de o seu presidente as-sumir responsabilidades no campo intermunicipal.

Não vai poder recandidatar-se a

Moura. Lamenta?

A nossa vida também é feita de ciclos

e de períodos… Não estou de acordo com a limitação administrativa dos mandatos. Mas também sou da opi-nião que haja modificações e reno-vação de quadros. Há sempre coisas que não conseguimos concluir, mas por essa lógica ficaríamos eterna-mente presidentes de câmara de um sítio e isso não poder ser. Há um pe-ríodo e esse período está a terminar. Acho que foi importante e há mais vida para além dessa questão.

Este é o tempo de Santiago Macias

assumir a Câmara de Moura?

Essa é uma questão que o partido a que pertenço terá que definir e que discutir e equacionar. Não falo sobre isso, naturalmente são matérias que serão objeto de análise e de avaliação e sobre as quais não lhe posso adian-tar detalhes. O PCP tem no concelho de Moura, felizmente, quadros em condições de darem continuidade a este trabalho, que tem sido um tra-balho colegial, coletivo, de envolvi-mento dos diversos quadros.

É candidato à Câmara Municipal de

Beja, como vaticinou o presidente

Manuel Narra para o elemento da

CDU que assumisse a Ambaal e a

Cimbal?

Não! Eu sou neste momento presi-dente da Cimbal e estou focalizado na intervenção ao nível do município de Moura. A Ambaal e a Cimbal não têm legitimidade para indicar candi-datos. Há indicadores que são impor-tantes. Entendeu-se no quadro in-terno da CDU, no âmbito do acordo de rotatividade nestas instituições, que seria eu a assumir. E nesse sen-tido aceitei este desafio…

E se o seu partido, neste momento, o

propuser para Beja?

Sobre isso não respondo e apenas faço dois comentários: quando me perguntam se sou candidato, cos-tumo dizer que o sou desde 1979. Até agora, tirando um mandato, fui sem-pre candidato a órgãos autárquicos e assumi sempre funções. Pode ser natural que, no próximo mandato, volte a ser candidato e volte a assu-mir funções autárquicas; a segunda nota é que a minha intervenção polí-tica, que é feita desde os 15 anos, não se esgota na intervenção autárquica. Há mais vida política e associativa e de intervenção cívica do que aquela que decorre da intervenção autár-quica. Essa questão acontecerá natu-ralmente, no futuro, quando for co-locada e das análises e das avaliações que se fizerem em função do cruza-mento entre as vontades e os interes-ses de quem tem a decisão e as moti-vações pessoais.

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Freguesias manifestam-se em Lisboa contra reforma administrativa

Governo quer forçarfusão de municípios

Entre 2001 e 2011, o Alentejo perdeu cerca de 25 mil habi-tantes, com a região do Baixo

Alentejo a ser responsável por 8 503. Baseando-se na crueza dos números da demografia, o Governo pretende empurrar os municípios para enten-dimentos no que à manutenção de serviços públicos diz respeito.

E nada escapa à intenção redu-tora do executivo: serviços de finan-ças, hospitais ou tribunais serão alvo

desta análise. Miguel Relvas disse ao “Jornal de Notícias” que quer dar “um abanão” na forma de olhar para os serviços públicos do Estado.

O ministro está convencido que os autarcas estão condenados a en-tenderem-se para manter alguns serviços em troca de outros que po-derão perder.

Da comissão fazem parte os secre-tários de Estado da Administração Pública, da Administração Local

e Reforma Administrativa, da Economia e Desenvolvimento Regional e o secretário de Estado do Ambiente e Ordenação do Território.

Freguesias contra reforma adminis-

trativa Entretanto, o Movimento Freguesias Sempre convocou uma manifestação nacional para ama-nhã, 31, em Lisboa, para protestar contra a reforma administrativa em discussão no Parlamento, onde são esperadas “pelo menos 50 mil pes-soas”, segundo a organização.

No início da semana, Armando Vieira, presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), deslocou-se à Assembleia da República para conversações com o

PSD mas, apesar de revelar “alguma esperança”, confessou sair do en-contro com Luís Montenegro “sem aquilo que se deseja” para alterar uma lei “injusta e inaplicável”.

Já o PSD, em declarações proferi-das pelo presidente do grupo parla-mentar, anunciou que vai propor al-terações à proposta do Governo que visa a diminuição de freguesias com vista a “flexibilizar” a decisão das assembleias municipais.

Luís Montenegro explicou que durante a discussão na especialidade vão propor alterações “para valorizar mais a capacidade de decisão dos ór-gãos locais”. Armando Vieira refe-riu a disponibilidade dos sociais-de-mocratas para a “flexibilização dos

indicadores, na constituição da uni-dade técnica e nas pronúncias das as-sembleias municipais”, mas não deu as mudanças como certas.

Os autarcas pretendem uma maior representação das suas asso-ciações na unidade técnica que ava-liará as propostas dos municípios quanto às freguesias a extinguir e “maior margem de flexibilidade para as decisões das assembleias munici-pais, tendo em conta a especificidade do local”. Referiu o presidente da Anafre que deverá voltar a falar com o PSD na próxima semana.

No entanto, as “conversações” não serão capazes de impedir a manifesta-ção de sábado, convocada por um mo-vimento independente da associação.

O ministro Miguel relvas anunciou esta se-

mana a criação de uma equipa para eliminar

redundâncias e para identificar sobreposi-

ções entre os serviços do Estado e da admi-

nistração local, tendo por base os índices de-

mográficos. Que comentário lhe merece esta

situação?

Há uma ideia que se poderia tirar daí que até é correta: uma das coisas que se tem defen-dido sempre é a necessidade de uma delimi-tação clara daquilo que são as competências da administração central e da administração

local. O que assistimos neste momento é que quem não cumpre as suas obrigações não é o Poder Local. Temos casos de câmaras mu-nicipais que contratam médicos, subsidiam medicamentos… isso não é competência do município. Quando o poder central não re-solve problemas, o primeiro sítio onde as pes-soas vão é às câmaras, aos seus presidentes, às juntas, porque conhecem as pessoas. Quando devíamos fazer o contrário. Quem tem res-ponsabilidade nessa matéria é o Governo, en-tão vamos lá incomodar com as pessoas para

assumir as suas responsabilidades. A clarifi-cação das competências é importante. O que vemos, no entanto, é que isso é utilizado como pretexto não para resolver os problemas, mas para ainda sobrecarregar mais o Poder Local e para criar uma situação perversa que é criar autarquias de primeira e de segunda. Depois temos a questão da lei das finanças locais que privilegia os municípios com mais habitantes em detrimento de outos com menos habitan-tes. Qualquer cidadão, resida onde for, tem o direito a ser tratado da mesma forma.

Pós-de-Mina diz que clarificação é “pretexto para não resolver problemas”

Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, lidera uma equipa de quatro secretários de Estado que nos pró-ximos 60 dias estudará e proporá uma reforma com o objetivo de identificar “eventuais áreas de sobreposição de atividades do Estado e da administração local” com vista a “eliminar redun-dâncias e ineficiências”.

Um sistema da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas

de Alqueva (EDIA), que permite determinar a aptidão

para várias culturas de solos na área de influência do

projeto, foi distinguido com o prémio “Inovação” da

“AcqualiveExpo” deste ano. A distinção “é mais um

incentivo no sentido de afirmar o empreendimento de fins

múltiplos de Alqueva num projeto de excelência ao serviço

da agricultura e do desenvolvimento da região”, frisa a

EDIA, em comunicado. No âmbito da “AcqualiveExpo”,

certame organizado pela Associação Industrial Portuguesa,

o prémio é atribuído a produtos, serviços ou equipamentos

inovadores com o objetivo de promover e distinguir

empresas que “apostam no desenvolvimento de produtos

relevantes para o desenvolvimento sustentável”.

Sistema da EDIA recebe

prémio de inovação

Atual

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Ministra anuncia investimento de 411 milhões de euros no âmbito do Proder O novo concurso do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) vai apoiar 667 projetos agrícolas, num investimento global de 411 milhões de euros, anun-ciou na terça-feira a ministra da Agricultura, Assunção Cristas. “O 6.º concurso traz, na sua globalidade, um

investimento na agricultura na ordem dos 411 mi-lhões de euros. É um investimento apoiado pelas ver-bas comunitárias e nacionais, mas também com uma forte componente privada”, realçou. “Por cada euro do Estado, estamos a falar de 25 euros de investimento”, sendo “cinco de dinheiros comunitários” e os restantes “19 de dinheiros dos agricultores”, sublinhou.

O bispo de Beja está pre-ocupado com a falta de aproveitamento do pro-

jeto Alqueva, que entrou em fun-cionamento há mais de uma dé-cada mas pouco efeito tem tido em termos de dinamização so-cial e agrícola da região.

Num texto publicado na edi-ção desta terça-feira do “Sema-nário Ecclesia”, D. António Vi-ta lino realça que “os grandes projetos agrícolas e de turismo rural” nascidos com a barra-gem de Alqueva “não têm con-tribuído para a fixação da po-pulação, pois são de baixa

empregabilidade, quando muito de trabalho sazonal”.

Por outro lado, aquela que foi uma das grandes bandeiras do empreendimento, desenvolver a cultura de regadio no Alentejo, permanece por hastear, já que “as águas ainda não chegam a todas as zonas agrícolas e onde chegam pouco mais servem do que para aumentar o olival e a vinha com irrigação gota a gota”, diz o prelado citado pela agência ecclesia.

O bispo de Beja recorda ainda que, em virtude da construção do empreendimento, “muitas

zonas de sequeiro foram aban-donadas ou transformadas em montado, coutadas de caça ou também de criação de gado”.

Uma decisão que “quando o clima não é favorável, como este ano com a falta de chuva, se reveste de grande risco económico”.

Para D. António Vitalino Dantas, a fraca aplicabilidade do projeto Alqueva, que recente-mente viu a sua conclusão final ser adiada até 2015, tem contri-buído para o êxodo populacional que atingiu a diocese, sobretudo nas regiões do interior.

Nos últimos 10 anos, “Sines foi o único concelho que aumen-tou signif icativamente” o seu número de habitantes, mais por causa dos “investimentos indus-triais”, que atraíram “mão de obra proveniente de outras par-tes” do País.

É também “a única terra onde praticamente não há de-semprego”, sustenta o bispo D. António Vitalino Dantas, subli-nhando que a Igreja está a “tra-balhar em rede e parceria com todas as entidades e instituições de modo a minorar os efeitos” da crise.

Em artigo publicado no semanário “Ecclesia”

Bispo de Beja critica atraso de Alqueva

O deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja defendeu esta

semana “a produção de forragens e erva para alimentação

dos animais, fazendo uso de pivôs de rega e da água

disponibilizada pela EDIA através do sistema de rega de

Alqueva”. Isto, adianta Mário Simões, “num momento em

que o Ministério da Agricultura negoceia com Espanha

e França o fornecimento de rações para animais, com os

custos inerentes à sua aquisição e transporte”. O deputado

refere ainda, em comunicado, que “assim, os agricultores

que o pretendam e disponham de pivôs de rega ou canhões

de rega fariam a sua utilização no regadio de produções

de erva. As condições climatéricas revelam-se propícias

e, de tal forma, que no próximo mês de maio já seria

possível fazer a primeira colheita do primeiro pasto”.

Simões quer Alentejo a produzir

alimentos para animais

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Era importante concluirmos a ligação até 2014

Qual é a importância de Sines para a eco-

nomia nacional?

Sines é um dos portos de águas profun-das mais importantes e com maior capa-cidade na Europa. E o facto de estarmos num processo de internacionalização e de abertura da economia ao exterior exige que este tipo de investimento possa ser muito bem sucedido. Uma parte impor-tante das ligações comerciais feitas por via marítima, quer do oriente para o oci-dente, quer do outro lado do Atlântico para o oriente, passa por aqui e Sines é um porto privilegiado para acolher esse tipo de movimento. Por isso, o investi-mento que aqui está a ser feito é essen-cial não só para colocar Portugal no cen-tro físico dessas ligações, mas também para poder valorizar toda a exportação que é feita a partir daqui para o resto da Europa. Daí também a insistência que o Governo tem feito em conseguir a ligação ferroviária em bitola europeia a partir de Sines para o resto da Europa.

Quanto é que o Governo vai disponibili-

zar para esse projeto?

Essa é uma questão que terá que ser vista com outros países e também no seio da União Europeia, uma vez que se trata de uma ligação transeuropeia e não de uma ligação estritamente nacional. Esses con-tactos com os nossos vizinhos espanhóis já se iniciaram em meados de outubro do ano passado. Tivemos agora oportuni-dade de trocar algumas impressões com o governo francês e ainda no último con-selho de ministros, em Bruxelas, foi pos-sível falar com o comissário europeu so-bre esta matéria. Portanto é um processo que se tem vindo a processar, que agora se vai desenvolver, mas não é uma coisa que se consiga decidir e fechar de um dia para o outro.

Mas quanto tempo vai demorar para que

esta ligação se concretize?

Nós gostaríamos que Sines pudesse ter a perspetiva dessa ligação poder estar a ser executada até 2014, porque é o ano em que o alargamento do Canal do Panamá tornará ainda mais relevante a posição de Sines no Atlântico. Seria uma cronolo-gia boa para Portugal conseguir que du-rante este ano essa matéria ficasse deci-dida e que pudéssemos depois começar a concretizar essa ligação.

Carlos Júlio

Pedro Passos Coelho

Primeiro-ministro

“Arrumado” o TGV

Ligação de Sines à Europa é prioritária

O primeiro-ministro Passos Coelho anunciou, em Sines, a possibilidade da ligação ferroviária a partir desta ci-dade alentejana vir a integrar a rede ferroviária transeuropeia para o trans-porte de mercadorias. “Arrumado” o projeto do TGV, nas palavras de Passos Coelho, esta rede é “prioritá-ria para o governo português”.

Texto Carlos Júlio

Para o primeiro-ministro, o porto de Sines é “essencial” para a inter-nacionalização da economia por-

tuguesa, uma vez que representa “uma ja-nela extraordinária no Atlântico” e coloca Portugal “numa nova centralidade comer-cial”.

“Sines é um dos poucos portos de todo o continente europeu que pode atrair navios de grande dimensão, o que significa que temos desde logo condições naturais para podermos ser centrais neste movimento comercial entre o Ocidente, o Oriente e a Ásia”, disse.

Passos Coelho falava na terça-feira no decurso de uma visita ao Terminal de Contentores de Sines que assinalou a con-clusão das obras da segunda fase de am-pliação do cais de acostagem de grandes navios, que passou de 380 para 730 me-tros, quadriplicando a sua capacidade para receber contentores.

Para o Governo é necessário tirar um maior partido desta infraestrutura, li-gando-a a todo o espaço ibérico e euro-peu. Findo o projeto do TGV, o esforço do Governo é tentar “colocar a ligação ferro-viária em bitola europeia de Sines nas li-gações transeuropeias suscetíveis de se-rem apoiadas pela União Europeia”, disse Passos Coelho, acrescentando: “Estamos convencidos, depois do último conselho europeu que teve lugar na semana pas-sada em Bruxelas, que temos boas razões para acreditar que a ligação que nos inte-ressa – e que no que respeita a Sines é a ligação via Madrid, seguindo pelo norte de Espanha, por Irún, para França – é uma das que será observada pela União Europeia”.

“Sines é bem o exemplo de como a vida dá muitas voltas. Houve aqui um investi-mento grande realizado há várias déca-das que durante muitos anos foi desig-nado como um grande elefante branco. Foi a fase em que o investimento foi di-mensionado para a petroquímica e em que dificilmente se esperaria uma grande rentabilidade desse tipo de investimento. Mas a verdade é que, ao longo dos anos, foi possível encontrar outras oportuni-dades para trazer a Sines novamente um pólo de investimento e de desenvolvi-mento muito importante para Portugal”, disse o primeiro-ministro.

Antes, Lídia Sequeira, presidente do conselho de administração do porto de Sines tinha dito que “entre o primeiro tri-mestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2012” o movimento comercial do porto de Sines cresceu 20 por cento, salientando a importância da parceria com a PSA, con-cessionária do Terminal XXI, alvo de in-vestimentos no valor de 200 milhões de euros quando a totalidade das obras es-tiverem concluídas em 2014.

Terminal de Contentores de Sines aumenta capacidade

A ampliação do Terminal de Contentores do Porto de Sines (Terminal XXI), em que a con-

cessionária PSA Sines investiu cerca de 78 milhões de euros, está concluída, au-mentando a capacidade da infraestru-tura para 1 milhão de TEU por ano.

Esta expansão, designada oficial-mente 1B e que já está terminada, pos-sibilita ao Terminal XXI passar a aco-lher 1 milhão de TEU anuais (medida para contentores de 20 pés), quando, até agora, tinha capacidade para 250 mil TEU ano.

Desde o início das operações em 2004, a PSA tem realizado diversos in-vestimentos no Terminal, compreen-dendo a ampliação do cais de 380 para

730 metros, permitindo a acostagem de dois mega porta-contentores em simul-tâneo, e da área de armazenagem de contentores de 20 para 25 hectares.

O terminal está equipado com cinco pórticos de cais de última geração e 12 gruas de parque, sendo o sexto pórtico de cais e mais três gruas de parque espe-rados até ao final deste ano.

Em 2014, quando a atual fase de in-vestimentos estiver concluída, o investi-mento total neste terminal atingirá mais de 200 milhões de euros.

Em paralelo com a empreitada da PSA, a Administração do Porto de Sines tem em curso obras para a expansão do molhe leste da infraestrutura portuária.

Num investimento de 40 milhões de

euros, a obra deverá estar pronta no fi-nal deste primeiro semestre e envolve a construção de mais 400 metros do mo-lhe, cuja extensão final será de 1.500 metros.

Trata-se de uma obra considerada pela APS como fundamental para a “me-lhoria da acessibilidade marítima” ao Terminal XXI, ao garantir condições de abrigo e de operacionalidade, através do aumento da proteção marítima e da re-gularização dos fundos.

O contrato de concessão do Terminal XXI foi celebrado em setembro de 1999, entre a Administração do Porto de Sines e a PSA Sines (cuja empresa mãe é a Port of Singapore Authority), por um período de 30 anos.

Terminal de Contentores de Sines Passos Coelho considera a infraestrutura “essencial para a internacionalização da economia portuguesa”

DR

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Diário do Alentejo30 março 2012

11

um jornalpara todaa região

Onde estiver, quando quiseral

www.diariodoalentejo.pt

SEXTA-FEIRA, 23 MARÇO 2012 | Diretor: Paulo Barriga

Ano LXXX, No 1561 (II Série) | Preço: € 0,90

Santana de Cambas

terra de mil histórias

No fi m do mundo existe agora uma passagem

para o lado de lá. Santana de Cambas, Mértola,

terra raiana agarrada às antigas minas de São

Domingos, é hoje um ponto de referência para

quem cruza a fronteira na ponte internacional

entre Pomarão e El Granado. págs. 4/5

Europa avança

com 300 milhões de euros

A União Europeia vai antecipar para 16 de

outubro o pagamento de 300 milhões de

euros de ajudas comunitárias aos agricultores

portugueses, em virtude da seca que se faz

sentir. Normalmente estas verbas são apenas

disponibilizadas no fi nal do ano. pág. 6

Peixe do rio, porco,

pão e laranjas

Este é o fi m de semana de todas as feiras e

petiscos. No Pomarão, Mértola, há peixe do rio

para provar e para pescar. Em Ourique inter-

nacionaliza-se a Feira do Porco Alentejano. E

em Vidigueira celebra-se os 500 anos do foral

da vila com pão e laranjas. págs. 10/11

O fi m

do celeiro

da naçãopág. 7

pág. 13

SUSA

MO

NTE

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Na próxima sexta-feira dá entrada

nos serviços da Unesco, em Paris, a

candidatura do cante a Património

Imaterial da Humanidade. A

mais emblemática das expressões

culturais do Alentejo vai mostrar-

-se ao mundo. A quase totalidade

dos municípios com ranchos corais

e mais de 130 agrupamentos deram

o seu aval a esta iniciativa. Apesar

de algumas vozes discordantes,

agora é tempo de todos cantarem

em uníssono. págs. 16/17

Domingo à uma da manhã, adiante os relógios uma hora

PU

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Cantealentejano

Património

da Humanidade

Dom

Hugo LucasO artista de Ferreira que pinta

os vidrões de Lisboa

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António Sebastião quer transferir a tutela do museu regional para a câmara de Beja

Assembleia Distrital “não serve para nada”A viver problemas financei-ros, devido a dívidas de muni-cípios, a Assembleia Distrital de Beja (ADB) “não serve para nada” a não ser gerir o Museu Regional de Beja, cuja tu-tela quer transferir para a câ-mara local. Após a criação da associação de municípios, a ADB “perdeu a razão de exis-tir e não serve para nada, a não ser gerir o museu”, reconhece o presidente do órgão, António Sebastião.

Além do espólio do mu-seu, instalado no Convento de Nossa Senhora da

Conceição, propriedade do Estado, a ADB tem, como património, o edifício sede, que alberga várias en-tidades, e outro imóvel, onde fun-ciona o Arquivo Distrital de Beja.

O “melhor caminho” seria o museu e os seus 12 funcioná-rios “passarem para a tutela da Câmara de Beja”, cidade onde está o museu, defende o também au-tarca de Almodôvar (PSD).

“Se tal acontecer, a ADB dei-xará, em definitivo, de ter razão de existir e poderá ser extinta, o que carece de legislação própria”, realça, em declarações à Lusa.

Segundo o autarca, “muitos” dos 14 municípios que integram a ADB “entendem que o museu, apesar de ser regional, é da cidade de Beja e, por isso, deve ser gerido” pela câmara local.

O presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente (PS), argumenta que a autarquia “não pode assumir a tutela do museu, porque não tem condições finan-ceiras e é obrigada por lei a redu-zir pessoal e despesas” e “não pode aceitar” os 12 funcionários.

“O museu deve ser transferido para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo” (Cimbal), cujo orçamento depende do Orçamento do Estado e não dos municípios, defende o autarca de Beja.

António Sebastião contrapõe que o museu “não deve ser trans-ferido para a Cimbal, porque irá sobrecarregar e trazer problemas financeiros” à instituição e “os municípios terão de continuar a financiar o museu”.

Os municípios, via Cimbal, “poderiam contribuir para o mu-seu, mas em valores muito inferio-res aos atuais”, considera Pulido Valente.

Devido a atrasos nas contribui-ções de “alguns” municípios, como

o de Beja, o maior contribuinte, a ADB atravessa “problemas finan-ceiros”, que têm provocado atra-sos no pagamento de salários aos 14 funcionários, dois administra-tivos e 12 ao serviço do museu, re-corda António Sebastião.

Segundo o autarca, o museu “não corre risco de fechar”, já que o eventual encerramento “não re-solverá o problema, porque os tra-balhadores continuam a existir e a ADB terá de continuar a pagar-lhes os salários”.

Devido ao museu, os municí-pios também divergem sobre as contribuições de cada um para o orçamento da ADB e o deste ano,

de 600 mil euros, só foi aprovado em fevereiro e obteve o voto con-tra do município de Beja, que é responsável por 48,5 por cento, cabendo o resto às outras 13 câ-maras do distrito.

Segundo Pulido Valente, a Câmara de Beja votou contra por-que “não aceita, nem tem con-dições financeiras para pagar a contribuição pretendida, que é incomportável”.

“O museu é regional e cada município deveria pagar conso-ante o que recebe do Orçamento do Estado”, defende o autarca, re-ferindo que a Câmara de Beja vai fazer um plano para pagar a dí-vida de 2011 à ADB e “tentar ter as contribuições deste ano em dia”.

O orçamento deste ano “foi re-duzido para garantir os serviços mínimos da ADB e houve uma re-formulação das contribuições que beneficiou a Câmara de Beja”, que antes era responsável por 60 por cento, lembra António Sebastião.

A ADB “fará todos os esforços para que o orçamento seja cum-prido e irá acionar os mecanis-mos possíveis, até recorrer à jus-tiça, para que as transferências dos municípios incumpridores se-jam asseguradas”, garante.

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Governo quer “esvaziar” assembleias distritais até ao fim do ano

As assembleias distritais não serão extintas no âm-bito da reforma da administração local, por esta-rem previstas pela Constituição, mas até final do

ano deverão ser “totalmente esvaziadas” de competên-cias e património, assegurou o secretário de Estado da Administração Local.

“Não podemos verdadeiramente extinguir as as-sembleias distritais, porque estão na Constituição. Mas é para esvaziar de competências e de problemas: hoje, não fazem sentido nenhum”, explicou Paulo Júlio. Em declarações à Lusa, o governante acrescentou que já foram enviados ofícios conjuntos, das secretarias de Estado da Administração Local e da Administração Interna, a cada uma das assembleias distritais do País no sentido de promover a contabilidade do património destas entidades.

“Dos ativos e também dos passivos, para se analisar cada caso, no sentido de esvaziar completamente as as-sembleias distritais”, assegurou. As assembleias distritais são autarquias locais supra-municipais, com capacidade deliberativa, constituídas pelos presidentes de câmara e

da assembleia municipal e um presidente da junta por cada um dos municípios do distrito, em mandatos que correspondem ao ciclo autárquico. A Constituição da República Portuguesa refere que o fim das assembleias distritais depende da regionalização do País.

Apesar de terem autonomia administrativa, finan-ceira e patrimonial, as assembleias distritais vivem das contribuições das autarquias que as constituem e estão impedidas de contrair empréstimos, mesmo perante graves problemas de tesouraria, o que dificulta a gestão e a recuperação do património que possuem, maioritaria-mente herdado das estruturas equivalentes anteriores, como as juntas distritais, extintas em 1976.

Até 1991, as assembleias distritais eram presididas pelo governador civil e serviam como plataforma de en-contro entre os autarcas e o representante do Governo no distrito, para esclarecimentos e sugestões sobre os proje-tos governamentais.

Atualmente o seu papel está reduzido e até já houve distritos que decidiram esvaziar estas estruturas, como Faro e Santarém.

Quanto a património, a de Lisboa foi a mais rica e está atualmente a inventariar e a tentar recuperar o patrimó-nio que uma lei de 1991 transferiu para o Estado.

Lisboa, com um orçamento total de 200 mil euros anuais, comparticipado pelos municípios do distrito, tem cinco funcionários que dão apoio a uma biblioteca aberta ao público, fazem investigação à volta dos arqui-vos documentais deixados pela Junta de Província e pela Junta da Estremadura e produzem um boletim cultural anual.

Os distritos de Beja e de Setúbal continuam a gerir museus regionais com o espólio distrital herdado, en-quanto que Viseu e Bragança, por exemplo, têm revistas e boletins culturais.

A Assembleia Distrital de Castelo Branco é dona de uma colónia balnear na Areia Branca e os autarcas da Assembleia Distrital de Santarém, proprietária de uma outra colónia na Nazaré, já votaram pelo fim desta, de forma a criar uma estrutura mais ágil que permita re-cuperar esta estrutura, considerando que as assembleias distritais estão “caducas”.

O “melhor caminho” seria o museu “passar para a tutela da Câmara de Beja”

António Sebastião

“O museu deve ser transferido para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo”

Jorge Pulido Valente

“+ Produção” e “PAC pós 2013” em debate na Ovibeja Com o programa dos colóquios já fechado, a 29.ª edi-ção da Ovibeja, que decorre entre 27 de abril e 1 de maio, coloca em debate o tema central deste ano “+ Produção”. Organizado pela ACOS – Agricultores do Sul, o colóquio, agendado para o dia 28 de abril, será moderado por Sevinate Pinto e conta com a

participação da gestora do Proder, Gabriela Ventura, e de João Basto, presidente da EDIA. A ACOS promove ainda neste dia a dis-cussão aberta sobre “PAC pós 2013”. Moderado por Raul Jorge, do Instituto Superior de Agronomia, o debate deverá contar com a participação do deputado ao Parlamento Europeu, Luís Capoulas Santos, e de Eduardo Diniz, do Gabinete de Planeamento e

Políticas. O programa inclui ainda debates sobre variados temas, nomeadamente “Azeite e azeitonas – benefícios para a Saúde”, “O porco de raça alentejana – desafios do presente e do futuro”, “Fé nos burros – uma nova dinâmica do mundo rural”, “Touros em Portugal” e “O presente e o futuro das cooperativas portu-guesas”, entre outros.

O município de Almodôvar associa-se à “Hora do

Planeta”, iniciativa que pretende “combater as

alterações climáticas e estimular a consciência de todos

para esta problemática”, preparando-se para desligar

amanhã, sábado, pelas 20 e 30 horas, e durante 60

minutos, “todas as luzes dos edifícios e monumentos

emblemáticos do concelho”, adianta a autarquia. Na

sua sexta edição, “o apagão global nascido em Sidney

deixou de ser uma iniciativa local, abrangendo já um

total de 135 países e territórios em todos os continentes

e colocando às escuras monumentos como a Torre

Eiffel, o Palácio de Buckingham e a ponte Golden Gate”.

Almodôvar associa-se

à “Hora do Planeta”

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Numa feira cuja importância já se vai aproximando das tra-dicionais festas de agosto, em honra de Nossa Senhora da Conceição, os famosos pre-sunto e enchidos DOP conti-nuam a ser reis. Mas este ano dividem as atenções com os recursos silvestres, setor que começa a ganhar espaço na economia local.

Texto Carla Ferreira

Foto José Serrano

Presuntos e enchidos, que são o grande cartão de visita da vila raiana, vão este ano divi-

dir as atenções com os recursos sil-vestres, ao longo dos três dias da VI ExpoBarrancos, que arranca já hoje, sexta-feira, no parque de feiras e ex-posições local, terminando no pri-meiro dia de abril. Ao todo, serão 64 os expositores presentes, 26 dos quais especialmente dedicados à promo-ção deste setor, que começa agora a ganhar espaço na economia local. A Mostra de Recursos Silvestres, inte-

grada naquela que já é considerada “a grande feira da raia”, vai contem-plar demonstrações ao vivo das vá-rias aplicações de ervas aromáticas e medicinais, degustação de produtos desenvolvidos a partir de recursos silvestres e enchidos de Barrancos, além de um showcooking gastronó-mico, com a presença do chefe Hélio Loureiro, agendado para o dia de en-cerramento, domingo, pelas 17 e 30 horas. Hoje mesmo, logo pelas 11 e 40 horas, os visitantes poderão assis-tir ao processo de destilação de óleo essencial de esteva, repetindo-se a iniciativa com o rosmaninho (pe-las 16 horas de amanhã, sábado) e com o alecrim (pelas 14 horas de do-mingo).

“Talvez ainda não se note de uma forma tão evidente como no caso das fábricas de enchidos que temos, mas já há pessoas interessadas em poder trabalhar nestas áreas, das ervas aro-máticas, da recolha dos cogumelos. Claro que isto são produtos que só existem em determinadas épocas do ano, pelo que é um bocadinho com-plicado viver única e exclusivamente

destes produtos”, considera Isabel Sabino, vereadora do município de Barrancos.

Para os que queiram iniciar-se neste tipo de produção ou tro-car experiências e percursos, será de grande utilidade assistir à reunião de produtores sobre “Valorização dos recursos silvestres do Mediterrâneo – Uma estratégia para as áreas den-sidade do Sul de Portugal”, agendada para hoje, pelas 14 e 30 horas, no ci-neteatro municipal. Uma hora meia mais tarde, já na área de exposições, arranca a mesa redonda “Tradição e inovação: Potencialidades dos recur-sos silvestres”, estando agendado no domingo, a partir das 10 e 40 horas, um passeio interpretativo com iden-tificação de recursos silvestres sob o título “Aromas e sabores da terra”.

Num certame cuja importância já se vai aproximando das tradicionais festas de agosto, em honra de Nossa Senhora da Conceição, atraindo os barranquenhos ausentes, vindos dos grandes centros urbanos ou de para-gens além-fronteiras, os famosos pre-sunto e enchidos de Denominação de

Origem Protegida (DOP) continuam a ser reis, ou não fossem eles uma das principais fontes de riqueza e do con-celho. No total, serão 14 os produto-res representados, quatro deles locais e os restantes maioritariamente da vizinha Espanha. “Entre estes qua-tro, estão as duas grandes empresas: a Barrancarnes e a Boleta. A seguir à câmara municipal são os maiores empregadores do concelho, nome-adamente a Barrancarnes, que tem um número total de trabalhadores que ronda os 40. A Boleta terá à volta de 12”, justifica a responsável, adian-tando que é por aí que passa o futuro de Barrancos: “Por este produto, que é já reconhecido, não só a nível local como também nacional e internacio-nal, e por outros que se possam tam-bém associar, como os silvestres”. Ao longo dos três dias, e sempre pelas 17 horas, nas arcadas centrais da área destinada ao produto rei, decorrem demonstrações de corte, com provas de degustação de presunto DOP de Barrancos.

O programa de animação musi-cal arranca com o espetáculo “Jovens

Talentos da Música Portuguesa”, que reúne hoje, a partir das 22 horas, vo-zes como as de Rui Andrade, Petra Camacho, Raquel Guerra, Carlos Costa e Gerson Santos, todos ex-con-correntes de programas televisivos. De Espanha, chegam as Alazán, uma dupla de cantoras ciganas, herdeiras da família Salazar, com créditos fir-mados no universo do flamenco, para um concerto que terá lugar amanhã, sábado, a partir das 22 e 30 horas. A última tarde será ani-mada com cante alentejano, a par-tir das 18 horas, com as atuações do grupo coral Os Camponeses de Vale de Vargo e do feminino Madrigal, de Vila Nova de São Bento. Pelas 20 ho-ras atua a banda filarmónica local Fim de Século, dando por encerrada mais uma ExpoBarrancos.

“De certeza que este fim de se-mana vamos ter aqui quase metade da Espanha aqui ao lado. É uma feira que já quase tem a mesma impor-tância do que a feira de agosto. Essa frase tenho-a eu ouvido muitas ve-zes na boca dos barranquenhos”, conclui Isabel Sabino.

Entre hoje e domingo cumpre-se a sexta edição do certame

ExpoBarrancos é já uma nova festa de agosto

De certeza que este fim de semana vamos

ter aqui quase metade da Espanha aqui ao

lado. É uma feira que já quase tem a mesma

importância do que a feira de agosto.

Isabel Sabino

A revista britânica “Songlines”, publicação de referên-cia na área da world music, escolheu o FMM Sines – Festival Músicas do Mundo “como um dos melhores fes-

tivais internacionais do género em 2012”, anunciou a Câmara de Sines. Depois de 2010 e 2011, “é a terceira vez consecutiva que a ‘Songlines’ integra o festival de Sines na sua escolha de 25 fes-tivais internacionais de world music realizados no mundo”. O FMM Sines “é o único festival português e ibérico escolhido pela equipa editorial da revista e um entre apenas 12 festivais euro-peus fora do Reino Unido, que é objeto de uma seleção à parte”, adianta a autarquia. Todos os festivais internacionais contempla-dos serão objeto de um perfil a publicar na edição de junho da revista. Organizado pela Câmara de Sines, o FMM “é um festi-val de serviço público em que a qualidade da programação, de-senhada com critérios estritamente artísticos, se alia a palcos montados em cenários de grande beleza e a um público aberto e disponível como poucos”, conclui. A edição de 2012 realiza-se nos dias 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de julho.

Festival Músicas do Mundo

Sines no top mundial da world music

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OpiniãoCemitérioLuís Covas Lima Bancário

É um tema sobre o qual habitualmente nin-guém escreve. Sempre fez parte da nossa sociedade, lugares e quotidiano. No cemi-tério não existe a obrigação de visitar quem quer que seja. Só lá vai quem quer. Faz parte de uma rotina assente no reconhe-cimento de quem merece. É uma visita ao domicílio, sempre revestida de um clima de ansiedade e de saudade por quem o faz. É normal rogar a Deus e pedir o descanso

eterno do ente querido, seja família e/ou amigo(a). Um lugar, um es-paço, nem sempre reservado, cheio de confidências e inconfidências, que nos permite evocar quem sempre nos desejou o bem, e que mais não fez porque mais tempo não teve.

Por falar do tempo, temporal e por vezes intemporal, recordo uma “lengalenga” que aprendemos na nossa infância. “O tempo per-gunta ao tempo, quanto tempo o tempo tem? O tempo responde ao tempo, que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem”.

Tanto o tempo que pergunta como o tempo que responde são convictos na questão como na afirmação. Só que tanto a pergunta como a resposta são relativas. Não têm uma verdade absoluta.

Verdade absoluta é que o tempo vai escasseando. O tempo é de mudança, e a mudança tem sempre um efeito no Homem – o receio, o anseio, o medo do desconhecido... O desconhecido, esse desconhe-cido assente numa Europa onde estamos inseridos e enterrados até ao tutano, a mesma que já não tem tempo para defender, não os seus autores, mas os seus subscritores.

Como será daqui para a frente? Aguarda-se a qualquer momento a renúncia da Grécia que não aguentará muito mais. É uma questão de tempo. E depois? Outros lhe seguirão. Inertes e com um esgar até mais não aguentar.

A Europa, além de cruel, é cínica. Não vale a pena escrever ou fa-lar mais da sua forma de governo. Programas baseados na adoção de medidas severas com recurso a austeridade sem limites, enfeita-dos por planos de ajuda financeira que são mascarados por prazos de pagamento apertados e influenciados ao mesmo tempo por taxas de juro proibitivas. Em contrapartida, não se vislumbram ações estra-tégicas para o aumento da competitividade, do emprego e do cresci-mento económico.

Qual será o lugar da velha Europa e do nosso país? Como se com-portarão as novas democracias? Como lidaremos com as chamadas economias emergentes? Estamos perante uma nova ordem econó-mica mundial? Que novo ciclo se inicia? Será que é um novo ciclo?

Tudo isto, apesar de um paradigma que por vezes nos fez pensar que pertencíamos à elite. Olhando para trás, deixáramos de ser um país periférico e orgulhosamente só.

Falando de um retrocesso que não se quer e não se pretende, não quero crer na ocorrência de um figurino de reversão ao nosso “que-rido” e velho escudo. Seria qualquer coisa com consequências ne-fastas, como ativos em escudos, passivos em euros. O desnorte da balança comercial. Importações nem vê-las. Exportações na maio-ria dos setores de atividade, só a prazo. A dívida pública dispararia para números impensáveis. O não cumprimento motivaria um qua-dro degenerativo. Com investimentos comprometidos e ausência de quaisquer dividendos. Não seria minimamente atrativo, nem este seria o caminho.

Chegou o momento e o tempo de parar para uma reflexão. A di-namização de movimentos de reflexão dentro dos próprios estados--membro deveria gerar inputs para uma espécie de conselho supe-rior supranacional.

Para momento de reflexão, apetece-me usufruir de um espelho! Olho para o espelho. Em função do momento e do estado de espí-rito, vejo no seu reflexo o imaginário. Do início até ao final do mês. Sou um vagabundo na primeira semana, sou um empreendedor na

segunda, sou um empresário na terceira e sou um político na quarta. Chego ao final do mês e caio em mim. Afinal, sou eu próprio. O espe-lho revela finalmente aquilo que sou. Eu próprio! Chego à conclusão que não quero o imaginário. Quero ser simplesmente eu, até porque só sendo eu posso resolver aquilo que é meu.

Falei de cemitério, tempo e Europa, por outro lado, de austeri-dade, ajuda, compromisso, reflexão e sonho…

Numa altura de austeridade, no âmbito de uma Europa sem tempo, esperemos que os nossos sonhos se concretizem… a tempo…

Cante(mos) no mundoViriato Teles Jornalista

Se tudo correr como previsto, a candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade concretiza-se esta sexta--feira com a entrega formal do processo respectivo, na sede da Unesco. Em Paris, França, imagino que com pompa e cir-cunstância dimensionadas à realidade, já que amar o cante, como bem sabemos, não significa necessariamente ir em cantigas.

Do lado dos proponentes, ressalta a muito legítima vontade de salvaguardar um património construído a partir de muitas gerações de trabalhadores assalariados do campo – afinal, os inventores do cante, pois foi do seu engenho que nasce-ram as modas que lhe dão forma.

Naturalmente, levar o cante para o mundo não é uma ideia con-sensual. Os mais cépticos argumentam que não é oportuna, pois se ainda agora foi o fado, e só o de Lisboa, alevantado a tal condição, tal-vez a quota lusitana nestas pequenas grandezas do mundo já esteja preenchida.

Para outros, mais ferozes na detracção, era só o que faltava virem agora os alentejanos pôr em risco o monopólio lisboeta em maté-ria de imaterialidade patrimonial. Ouçam um fadinho e bebam um copo, a ver se lhes passa.

Para os cínicos, tanto se lhes faz, e será uma boa ideia se daí vier algum bom proveito. Os mais cínicos dos cínicos pensam mesmo que, com o fado e o tango já imaterializados e o cante a tentar fazê-lo, um dia destes alguém se lembra de propor também o fandango, pro-vavelmente o único género musical do mundo com uma única com-posição no cardápio.

E é inevitável: os que são apenas vaidosos ficarão muito contentes por mais esta oportunidade para dar largas ao patriotismo de fim--de-semana. E os da política pensarão rapidamente na melhor ma-neira de traduzir a hipotética distinção em número de votos. Como diz a cantiga, “faz parte”.

Eu, que sou do mundo e em boa parte sou também da música, acho que ela, a música, é em si mesma, e por definição, patrimó-nio da Humanidade. Daí que, à primeira, tendo a encarar estes ac-tos como algo redundantes e, frequentemente, dados sobretudo a ali-mentar as vaidades particulares e colectivas, dos indivíduos e das comunidades.

Mas é um facto que o cante alentejano possui uma história de muitas dignidades por trás. E é esse legado, acima de tudo, que deve ser preservado. Pela difusão do conhecimento, pela transmissão afec-tiva de proximidade, pela vontade de fazer mais, desde que melhor.

Oficializar o cante como parte do espírito do mundo não é uma ideia descabida, mas terá sobretudo um significado positivo na auto-estima de quem dele está mais próximo. E isso é bom, mas insuficiente. Ideal será que essa distinção, ou o sonho dela, seja um impulso para que o cante passe a fazer parte da vida de um maior número de pessoas, mas também que se mantenha fiel àquilo que é. E que não se banalize a ponto de um grupo de cantadores poder confundir-se alguma vez com um vulgar coral etílico – como já pude observar em certas ocasiões, fe-lizmente poucas e com cidadãos de alentejanidade duvidosa.

É verdade que, por tolice, generosidade ou pudor, às vezes tendemos a

aplaudir demasiado facilmente qualquer nova experimentação, sem an-tes cuidarmos de avaliar com justeza aquilo que nos é apresentado. É o que, em parte, está a acontecer com o fado, sujeito agora a uma dose de mediatização que se arrisca a afastar mais gente do que aquela que con-quista. E é isso que, de todo, não se deseja para o cante. Património do mundo? Pois sim, desde que não deixe de ser nosso.

*Por opção do autor, este texto não segue o novo acordo ortográfico.

O elogio do thrillerBeja Santos Defesa do consumidor

As indústrias do entretenimento ge-ram produtos culturais e de distra-ção veiculados pelos meios escritos, audiovisuais e digitais, em turbi-lhão. Com a literatura, ao longo do século XX, a ramificação de subgé-neros atingiu um nível surpreen-dente (romance histórico, de amor, lírico, de aventuras…), havendo a juntar o teatro, a poesia, a trama po-

liciária, toda a sorte de ensaios, correspondência, memórias, auto-biografia, mas a lista é muito extensa. As indústrias contaminam os géneros: muito do que é bom na literatura passa para o cinema e tele-visão, a comunicação dos blogues não deixa os outros meios insensí-veis, e fazem-se filmes para passarem nos ecrãs digitais.

Imperou durante muito tempo o preconceito de que estes produ-tos eram destituídos de qualidade, eram bolhas que rapidamente re-bentavam no ar, sucedâneos atrás de sucedâneos, com propósitos alie-nantes ou embrutecedores. O preconceito, diga-se de passagem, vem de longe, mesmo com a colaboração de gigantes literários como Balzac ou Camilo Castelo Branco no género folhetinesco, mesmo com artis-tas plásticos como Carlos Botelho que fazia desenhos de humor. O pre-conceito hoje está esbatido: John Le Carré é muito mais do que um ta-lentoso criador de thrillers, afinal Fernando Pessoa fez muito mais do que publicidade, escritores e artistas plásticos intrometem-se frequen-temente no cinema, rádio e televisão, escrevendo guiões ou oferecendo os seus préstimos para a trama cenográfica. E aquilo que começa por ser idealizado como entretenimento, pelas razões secretas ou mágicas do poder criador, pode redundar em obra-prima.

Clive Cussler é um escritor norte-americano com créditos firma-dos nos thrillers onde a atmosfera subaquática está sempre presente, ele é um nome inconfundível do thriller marítimo, amplamente tra-duzido e publicado em Portugal desde os anos 80. Cussler é mais do que um escritor de ficção, dedica-se à investigação da história marí-tima e naval, é fundador da NUMA (National Underwater & Marine Agency), uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de des-cobrir navios afundados e igualmente membro da Real Sociedade de Londres.

O controlo da trama é absoluto: há sempre um perigo de altís-simo rico (neste caso a iminência de uma quantidade colossal de droga inundar o mercado norte-americano); há um arrancar da história que tem de ser eletrizante, não pode dar tréguas a quem pega no livro. Há um avião mítico que nenhum radar capta; anda-se à caça de um peixe pré-histórico, o Teaser, há momentos em que a balança parece pender para o lado do mal, mas o herói façanhudo e expedito desenvencilha-se bem quando tudo parece perdido; no final, mesmo com o corpo feito num oito, a Interpol tem um sucesso de que não havia memória na captura de droga; e para retirar o leitor do sufoco do tropel de tanta aventura en-cadeada tudo acaba em bem e o herói recebe como recompensa um carro raríssimo, o Maybach-Zepplin de 1936, o maior rival do Rolls-Royce Phantom III.

O público que pede aventuras sai recompensado, Clive Cussler não defrauda ninguém, construiu uma narrativa vibrante e não é por acaso que a crítica o considera como o melhor contador de his-tórias do subgénero.

14 O primeiro-ministro foi a SINES esta semana inaugurar as ampliações feitas ao porto de águas profundas. E no dia em que

anunciou formalmente o enterro do projeto do TGV, abriu portas à construção de uma linha férrea de transporte de cargas e mercadorias com ligação à Europa. Do dito triângulo de desenvolvimento para o Alentejo – onde se juntam o aeroporto de Beja e a complexo de Alqueva – o Governo concluiu o primeiro vértice. Falta o resto. Falta quase tudo. PB

O canto e a religiosidade popular são a expressão mais artística e genuína da cultura de um povo. Por isso não admira que to-dos estes fatores se expressem na singularidade daquilo a que chamamos o cante alentejano e na religiosidade popular dos alentejanos. Por isso regozijo-me com a candidatura do cante alentejano a património imaterial da humanidade. D. António Vitalino Dantas, 23 de março de 2012

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A Candidatura do Cante Alentejano reúne as condições para ter sucesso, quer pelos requisitos científicos exigidos pela (…) quer pelo suporte dos grupos e municípios apoiantes, independentemente de um maior amadurecimento dos projetos e iniciativas a desenvolver futuramente e, assim sendo, tem todas as condições para ser entregue no próximo dia 30 de Março. João Ranita da Nazaré, 27 de março de 2012

15Quando ninguém faria esperar, a candidatura do CANTE ALENTEJANO a Património Cultural Imaterial da Humanidade

foi rejeitada. Antes de ser entregue. Antes mesmo de ser avaliada. O Ministério dos Negócios Estrangeiros deu indicações para que a Comissão Nacional da Unesco não levasse a pretensão alentejana a Paris, hoje, sexta- -feira. Um golpe rude e inesperado para o reconhecimento internacional da nossa mais emblemática expressão cultural. PB

No fim de semana morreu um jovem estudante de Castro Verde em LLORET DEL MAR, na Catalunha. Já antes outro estudante

português ali tinha perdido a vida no decurso de uma viagem de finalistas do ensino secundário. Mas, desta vez, tudo indica que se terá tratado de um acidente. O certo é que estas viagens sem vigilância nem monitorização estão a matar jovens. E é tempo de fazer alguma coisa para que eles regressem com vida. A casa. PB

Há 50 anosFuncionários públicosnão podem ir a Espanha

Nesse março de 1962 decorriam em Lisboa grandes manifestações de estudantes, que lutavam pela au-

tonomia universitária e contra a repres-são fascista. O “Diário do Alentejo”, ape-sar da Censura, conseguiu publicar uma pequena notícia dos acontecimentos na ca-pital, sob o título “Uma moção universitá-ria sobre os incidentes registados ultima-mente com estudantes”. Em meia dúzia de linhas pouco esclarecedoras, a uma coluna, na primeira página: “Em face dos últimos incidentes com motivo na realização do ‘Dia do Estudante’, o Senado Universitário aprovou uma moção na qual, entre outros pontos, se manifesta profundo desgosto pelos acontecimentos, ‘fazendo votos vee-mentes por que sejam evitadas as interven-ções que atinjam a dignidade universitária e se mantenha o princípio de que nas ins-talações escolares os elementos policiais só possam ingressar em casos em que as au-toridades escolares o requeiram ou autori-zem’. A moção exorta também os universi-tários a regressar ás aulas”.

Dias antes, o jornal transcrevia em “Nota do Dia” um “apontamento” do “prezado colega” “Linhas de Elvas”, “por nos merecer total concordância e pela sua actualidade”. Intitulado “Os funcioná-rios públicos não podem ir a Espanha por-quê?...”, o artigo do jornal elvense, trans-crito parcialmente em Beja, vale a pena ser lido meio século mais tarde:

“(...) Dado o sentimento de fraterni-dade e até de gratidão para com a Espanha, chega a ser descortesia a proibição da en-trada, ali, de certos portugueses – os fun-cionários públicos – que na precisa frase governamental, ao ser-lhes exigido certo sacrifício, têm a honra de serem funcioná-rios públicos.

Pois, os honrados cidadãos não po-dem ir a Espanha!

Tem-se dito que a proibição assenta numa exigência da economia nacional, para que eles não vão ali deixar divisas que nos fazem falta, nesta época atormen-tada e de necessárias e compreensíveis restrições. (...)

Mas se a intenção do legislador foi essa, parece-nos que mais proveitosa se-ria a proibição áqueles que sendo, notoria-mente, ricos, avançam pela Espanha, em todas as direcções, e por ali se demoram, largas temporadas, em alegre e despre-ocupada digressão, dissipando escudos, aliás, pesetas. (...)

O pobre funcionário público limita-se à visita, por poucas horas, das povoações raianas, do lado de lá, onde, geralmente, em dias feriados, vai ver caras diferentes e se limita a comprar, pacatamente, o ‘ABC’ e a pasta ‘La Toja’, para a barba...”.

Carlos Lopes Pereira

Cartasao diretor

Barragemdo Roxo Vitorino da Palma Cavaco Ervidel

A barragem do Roxo fica situada, para quem não a conhece, a sueste da aldeia de Ervidel, concelho de Aljustrel, no distrito de Beja, a quatro quilómetros de distância de Ervidel e construída na ribeira do Roxo na cota 105, elevando-se o seu dique a uma altitude de 34,5 metros.

A construção do dique, com o comprimento total de 864 metros, é constituído numa extensão de 604 metros em aterro e 260 metros em betão, dividido este em 16 blocos, teve início no ano de 1964 e termi-nou em 1968.

Na época de 1968/69 atingiu a ca-pacidade máxima, por ter sido um ano de abundantes chuvas, embora a engenharia calculasse que só enche-ria nuns quatro anos.

Segundo rumores correntes, a barragem foi construída num local de frouxidão no subsolo e em virtude de ter enchido no primeiro ano, após o seu acabamento, apareceu-lhe uma grande rotura, que não pôde ser re-parada sem que fosse parcialmente demolida. No ano de 1970 recomeça-ram as obras, só tendo o seu término em setembro de 1982.

No interior do dique tem uma galeria, com cerca de 35 metros de comprimento, com dois poços nas extremidades, um com entrada ver-tical e o outro com entrada oblíqua, em degraus, ambos com cerca de 40 metros de profundidade, isto é, mais fundos que a altura do próprio di-que. Num desses poços estão monta-das duas eletrobombas automáticas, tendo estas a f inalidade de esgo-tarem toda a água da nascente que existe no subsolo onde esta barragem foi construída. Estas bombas traba-lham intermitentes durante cerca de três minutos, com intervalos idênti-cos e tiram cada uma delas cerca de 20 litros por segundo, isto para evi-tar que a nascente danifique o dique com novas roturas.

A barragem ocupa uma extensão de 1 400 hectares, em planície, na sua maior parte na freguesia de Ervidel e a restante nas freguesias de Aljustrel e Santa Vitória, esta no concelho de Beja. Rega 5 046 hectares nas fregue-sias de Ervidel, S. João de Negrilhos,

Ferreira do Alentejo e Alvaiade do Sado. O ponto mais afastado atin-gido pela albufeira dista a cerca de oito quilómetros do dique.

A sua capacidade é de 96 800 000 metros cúbicos, embora os técnicos afirmem que atualmente não terá essa capacidade, em virtude do lodo e outros inertes se irem acumulando no fundo da albufeira.

Em anos anteriores mais secos surgiram algumas dificuldades no abastecimento de água, chegando a ser cancelada a rega em benefí-cio do consumo humano. Isso já não irá acontecer, visto que já está cana-lizada a e receber água de Alqueva desde julho de 2010.

Esta barragem abastece de água potável, quase na sua totalidade, as povoações dos concelhos de Aljustrel e Beja, a partir da estação de trata-mento das águas, situada junto à barragem.

Muito em breve também irá regar os terrenos da freguesia de Ervidel e freguesias limítrofes, cujos trabalhos se encontram em curso.

Esta famosa albufeira tem sido muitas vezes escolhida para concur-sos de pesca, pois é rica em achigâs e carpas. Em alguns anos têm apare-cido com abundâncias lagostins de água doce.

Junto às extremidades do dique, existem duas matas convidativas aos visitantes que ali acorrem, especial-mente aos fins de semana na época primaveril, onde fazem os seus pi-queniques, vendo-se aqui e acolá as crianças a brincar nos balouços que os pais ou os amigos lhes prepara-ram para o seu passatempo. Ali têm sido também organizadas as ceri-mónias das comemorações do 1.º de Maio que normalmente têm muita concorrência.

NOTA : Após a sua constru-ção ficou designada como “ barra-gem Arantes e Oliveira”, tendo her-dado o nome do então ministro das Obras Públicas, designação essa que continuou até ao 25 de Abril de 1974, data em que passou a de-signar-se por “ barragem do Roxo”.

A brutalidade dos impostosDiamantino António Funcheira

Pergunta-se ao inteligente deste nosso governo como é que as pessoas desem-pregadas pagam os seus impostos. Não conseguindo, os seus bens são penho-rados e revertem a favor do Estado,

para ficar cada vez mais rico e para en-tregar depois o dinheiro à troika. Com tal situação, as pessoas passam à fase de loucura, resultando em seguida o aumento de suicídios. É uma vergo-nha o que se está a passar com este governo, procurando a mortalidade.

UmalentejanogenuínoJoão Mimoso Fernandes Beja

Faleceu em Lisboa, no passado dia 5, Álvaro Afonso Oliveira Henriques.

Os breves comentários que se se-guem destinam-se a recordar um alentejano, nascido em Moura, es-tudando no Liceu de Beja, na dé-cada de 1940, e completando o curso de professor do ensino primário na Escola do Magistério Primário em Évora. Radicado em Lisboa, por lá ter sido colocado no Banco de Portugal, nunca esqueceu as suas raízes, inscrevendo-se como sócio da Casa do Alentejo e tornando-se assinante do “Diário do Alentejo”.

Estas duas referências permi-tiam-lhe manter-se atualizado com o triângulo da sua vida alentejana: Moura-Beja-Évora.

Em Évora foi guarda-redes do Lusitano. Era grande adepto do vo-luntariado e dispondo de uma bela voz alentejana integrou-se nos co-ros de Santo Amaro de Oeiras e do Grupo Desportivo do Banco de Portugal.

No núc le o d e L i s b o a d a Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja desempenhou pa-pel ativo na organização dos al-moços anuais de confraternização. Sempre que se realizava, em Beja, a “Festa do Galo”, cá estava o Afonso Henriques com a sua jovialidade e a sua veia artística, acompanhando os mais novos (ou das gerações mais novas).

Quando nos encontrávamos em Lisboa queria saber tudo o que se passava em Beja e recordava, em álbuns, os momentos aqui vivi-dos com os companheiros de então, Xico Vieira, Escoval Lopes, Ivone Perpétua, Fernanda Martins, os ir-mãos Pratas (o Xico e o Fernando), o Galego, etc. etc..

A sua vida é exemplo tanto na parte cultural como recreativa e atravessou várias gerações, perma-necendo jovem e amigo de todos eles.

O teu amigo.

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As justif icações avançadas pela Comissão Nacional da Unesco, di-rigida pelo embaixador António

de Almeida Ribeiro, prendem-se com a su-posta “falta de tempo” para a “ativação da rede de embaixadores, no sentido de pro-mover a candidatura”. Já antes, o gabinete de Almeida Ribeiro tinha sustentado esta decisão com o facto de Portugal apresen-tar já este ano a candidatura da dieta medi-terrânica e pela inconveniência de duplicar, em prejuízo próprio, este tipo de iniciativas. Mas o “Diário do Alentejo” sabe que a saída de Rui Vieira Nery da comissão científica e as reservas processuais e científicas levan-tadas pela etnomusicóloga Salwa Castelo --Branco também pesaram nesta recusa.

Assim mesmo, o dossiê da candidatura do cante acabou por ser entregue em mãos a António de Almeida Ribeiro e à chefe de gabinete de Paulo Portas, Madalena Fisher. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ga-rantia, para o final da tarde de quarta-feira, já depois do fecho desta edição do “Diário do Alentejo”, uma declaração política sobre o assunto.

O prazo para entrega da candidatura ter-mina hoje. Mas sem a assunção da mesma por parte do Governo, cai por terra a in-tenção de o cante vir a ser reconhecido in-ternacionalmente como Património da Humanidade. Nicolau Breyner, que na ma-nhã de quarta-feira foi o porta-voz da can-didatura numa conferência de imprensa realizada na Casa do Alentejo, em Lisboa, afirmou que “adiar a entrega de um exce-lente e bem fundamentado documento é exigir aos portugueses que continuem a desbaratar dinheiros públicos durante não se sabe quanto tempo”.

Já Paulo Lima, que integrou a comissão científica desta candidatura, diz não enten-der as razões para a recusa da entrega dos documentos na sede da Unesco, em Paris: “Existem certamente outros interesses por detrás desta decisão”. Carlos Laranjo Medeiros, presidente da comissão executiva da candidatura, reconheceu também que

ChumbarÉ um verbo tramado, este. Tem significados que nunca mais acabam. E, no Alentejo, tem um muito especial. O cante foi chumbado antes mesmo de ter sido chumbado. Foi chumbado logo em Portugal. E não há nada mais perverso que se ser chumbado dentro de casa. Não deixar que a candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade chegue ao seu destino, à Unesco, em Paris, com o receio de aí ser chumbada é de um paternalismo depravado nunca antes visto. E inaceitável. É evidente que esta candidatura, como todas, como tudo na vida, terá os seus defeitos e as suas virtudes. Mas não deixar que os especialistas internacio-nais na matéria os identifiquem ou reconheçam é a maior das chumbadelas que se poderia alguma vez ter ou imaginar. E o ministro Paulo Portas, que superentende a Comissão Nacional da Unesco, ainda terá muito que justificar nesta sua decisão quase… incestuosa. PB

Ministério de Paulo Portas recusa entregar dossiê na Unesco

Candidatura do cante morre na praia

“não foram colocados entraves do ponto de vista técnico ou científico”. A única ques-tão levantada prendeu-se com o “timing diplomático”.

É de salientar que, em tempo recorde, esta candidatura juntou a quase totalidade dos grupos corais alentejanos espalhados pelo mundo e, excetuando a Câmara de Beja, o apoio de todas as autarquias onde existem ranchos a cantar à alentejana.

A candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade não é invenção recente. Já em 2001 o ministro Augusto Santos Silva realçou essa possi-bilidade e, em 2008, outra ministra socia-lista, Isabel Pires de Lima, referiu em Cuba a importância de se avançar com o reco-nhecimento internacional do cante. Mas foi apenas em maio do ano passado que, em Paris, e por proposta do então embaixa-dor Fernando Andresen Guimarães, a ideia avançou, pelas mãos da Câmara Municipal de Serpa.

O atual embaixador português junto da Unesco, Francisco Seixas da Costa, disse ao “Diário do Alentejo” que continua a existir, por parte do ministério de Paulo Portas, um grande empenhamento em que a candida-tura do cante alentejano seja apresentada, desde que nas melhores condições e com sólidas garantias de sucesso”. Paulo Lima, que também esteve ligado à candidatura do fado, contrapõe afirmando que a pretensão alentejana demonstra maior eficácia, uma vez que a do fado tinha “um século de inves-tigações a menos”.

Confrontada com a hipótese de a can-didatura vir a ser apresentada para o ano, fonte da comissão executiva garante que não haverá condições efetivas para a con-cretizar: “Quer por ser ano de eleições au-tárquicas, quer pela duplicação dos dinhei-ros investidos, quer pela mobilização que foi feita junto dos grupos corais e que não se tornará a repetir, quer pela própria Unesco que, desde a desvinculação financeira dos Estados Unidades, nem se sabe se continu-ará a existir”.

Perto de cinco centenas de cantadores de vários ranchos corais do Alentejo

juntaram-se, na passada quarta-feira, ao final da manhã, frente ao

Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa. Numa manifestação de

protesto a várias vozes contra a decisão da Comissão Nacional da Unesco

se recusar, à última hora, entregar em Paris a candidatura do cante a

Património Cultural Imaterial da Humanidade.

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Comissão executiva da candidatura do cante lamenta adiamento para 2013Comunicado lido por Nicolau Breyner

A comissão executiva da candidatura do cante alentejano à inscrição na lista representativa do Património Cultural

Imaterial da Humanidade, da Unesco, lamenta que a Comissão Nacional da Unesco tenha recomendando o seu adiamento para 2013.

Quase um ano depois de iniciada uma tarefa exaustiva e profissional, um grupo de trabalho constituído por académicos e técnicos, suportados por instituições públicas e apoiados pela quase totalidade dos grupos corais e dos municípios alentejanos, concluiu a sua tarefa: preencher o formulário de candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade da Unesco e preparar os documen-tos adicionais: fotografias, filme e de-claraçõesde apoio. A candidatura está pronta, tem qualidade inquestioná-vel e é tecnicamente inatacável, apro-veitando trabalho de campo ante-riormente realizado e não apenas os contributos agora recolhidos.

A candidatura claramente assu-mida, desde o início, para ser entregue em 30 de março de 2012, partiu da ini-ciativa de três promotores: Confraria do Cante Alentejano, associação Moda (as associações mais representativas de grupos corais) e Casa do Alentejo, com o patrocínio da Câmara Municipal de Serpa e do Turismo do Alentejo, após sugestão do anterior presidente da Comissão Nacional da Unesco, embai-xador Andresen Guimarães, em 19 de maio de 2011.

Foram constituídas uma comissão executiva, integrando os promotores, e uma comissão científica, com 10 per-sonalidades escolhidas pelo seu conhe-cimento do cante alentejano e pelas suas habilitações académicas relevan-tes. A preparação da candidatura con-tou ainda com os contributos do cine-asta internacionalmente consagrado Sérgio Tréfaut e do premiado fotógrafo Augusto Brázio.

Esta candidatura contou, ao mais alto nível, com o apoio formal do Presidente da República, da presidente da Assembleia da República, do pri-meiro-ministro, do bispo do Porto, do bispo de Beja, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, do presidente do Grupo Nabeiro e de mui-tos outros.

Na passada semana, já após os membros da comissão científica te-rem dado por concluído e por bom o seu trabalho, cuja revisão final foi feita pela professora Salwa Castelo Branco, o embaixador António Almeida Ribeiro, em nome da Comissão Nacional da Unesco, deu conhecimento dos re-sultados de um processo inédito de consulta por email apenas aos mem-bros da comissão cientifíca, questio-nando-os sobre o estado de situação

da candidatura. Dois desses membros manifestaram reservas, falando na ne-cessidade de amadurecimento da pro-posta. O embaixador António Almeida Ribeiro, baseando-se apenas e só no de-poimento dessas duas pessoas, e escu-dado numa argumentação débil, des-conhecendo os pareceres que recebeu de outros seis membros, decidiu ten-tar matar esta candidatura, propondo a recusa de a entregar no 30 deste mês, na sede da Unesco.

A comissão executiva da candida-tura não concorda, nem com a opi-nião do embaixador António Almeida Ribeiro nem com as razões por ele evo-cadas, pois ignora as opiniões, não menos válidas, dos grupos corais, de eminentes académicos, de um cine-asta de renome, de um fotógrafo pre-miado (nem um nem outro consulta-dos), desconsiderando as instituições, personalidades e os milhares anóni-mos que se empenharam e apoiaram uma tarefa já antes tentada em anterio-res governações (2001 e 2008) e nunca conseguida.

Adiar a entrega de um excelente e bem fundamentado documento é exi-gir aos portugueses que continuem a desbaratar dinheiros públicos durante não se sabe quanto tempo, parar e ela-borar documentos que estão feitos, fo-tografias que estão tiradas e filmes que estão realizados. É desconsiderar os alentejanos e especialmente os ele-mentos dos grupos de cante de que a sua arte e a sua região não merece mais do que um até amanhã com sabor a nunca. Mas tudo isto valeria a pena se quem quer parar este processo coletivo que emana do Alentejo pudesse garan-tir que, daqui a um ano, daqui a 10 anos ou daqui a 50 anos, o cante alentejano seria reconhecido como Património Imaterial da Humanidade da Unesco. Mas isso ninguém o pode fazer.

A comissão executiva, a comissão científica e todos os outros colabora-dores desta candidatura fizeram o seu trabalho, sem luxos e sem contornos ou interesses políticos. Fizeram ape-nas o seu trabalho, assumindo perante os alentejanos e perante os portugue-ses a responsabilidade pelo eventual insucesso da mesma. Mas não aceitam que o seu trabalho não seja julgado por quem de direito: a Unesco. Uma avalia-ção que estão a tentar substituir pela de quem, no silêncio palaciano de ga-binetes e em jogos de sombras, se re-cusa a misturar com os alentejanos e com os cantadores, negando convites para estar presente em manifestações de cante alentejano.

Que fique claro: quem agora deci-diu parar este processo fica responsá-vel se o cante alentejano nunca mais chegar a património da Humanidade. E essa responsabilidade, que os alen-tejanos jamais esquecerão, é uma res-ponsabilidade pessoal, mas é também uma responsabilidade política.

Viva a candidatura, viva o cante, viva o Alentejo!

A árvore e a florestaJosé Francisco Colaço Guerreiro

Em 7 de maio de 2011 foi feita a apresentação pública do projeto “Serpa Cidade Criativa”, uma iniciativa li-derada pela Confraria do

Cante Alentejano e apoiada pelo muni-cípio local, que visava a integração do mesmo na Rede das Cidades Criativas da Unesco. Tinha como principal ar-gumento a temática das músicas, em particular o cante e as sonoridades ibero-americanas, sendo, então, anun-ciado como o responsável pelos contac-tos junto da Unesco o professor Carlos Laranjo Medeiros

Por este projeto se ter gorado, ou por cedo se ter concluído pela sua inviabilidade, co-meçou-se logo a esboçar, localmente, uma alternativa capaz de servir de suporte a outra nova candidatura junto da Unesco que apro-veitasse os contactos estabelecidos, os conhe-cimentos existentes, os caminhos já trilha-dos e valorizasse qualquer recurso endógeno existente e suscetível de reconhecimento por aquela instância internacional.

E logo, o “cante de Serpa” passou a ser o alvo dos propósitos de uma equipa que se desdobrou em palavras e ações visando este louvável desiderato. Assim, de novo, o pro-fessor Carlos Laranjo Medeiros, a Confraria do Cante e o município de Serpa, juntando o engenho e a vontade, lançaram mãos à obra, visando construir uma boa razão para dis-tinguir aquele potencial cultural de tão ele-vada valia.

A sós, gerindo o tempo e o modo a seu gosto, avançaram com escolhas, pediram as ajudas e receberam os apoios que entende-ram, alheados do mundo em redor, pois não tinham que dar satisfações a ninguém, nem careciam de opiniões alheias, visto trabalha-rem com um bem concelhio.

Porém, certo dia, foram advertidos para o facto de que uma candidatura do “cante de Serpa” a Património da Humanidade, por mais insigne que o mesmo seja, por maior distinção que o mesmo mereça, não seria suscetível de ser aprovada pela Unesco que tem como regra, não classificar a parte de um todo, olhando a árvore sem ver a floresta.

Perante esta contrariedade, a equipa já no terreno não esmoreceu e depressa en-controu a melhor solução aparente: a can-didatura deixava de intitular-se “cante de Serpa”, passando a designar-se “cante alentejano”.

Quanto ao mais, nada havia a mudar, para além de uns pequenos ajustes.

E é aqui que começa e acaba a nossa dis-cordância, tanto com o modo gestionário, como com os objetivos a alcançar em resul-tado da candidatura.

Ora, entendemos que o atual corpo de-cisório não merecia qualquer reparo, se es-tivesse em causa a elaboração de uma pro-posta para a classificação de um bem concelhio. Porém, já que se trata da candi-datura do cante alentejano, de um bem cole-tivo de toda uma região, não vemos como se pode prescindir, na organização, da palavra, das ideias, da ação e das opiniões dos autar-cas do Alentejo onde se canta a moda.

Parece-nos, por conseguinte, completa-mente inadequado e insuficiente o papel das autarquias ter sido limitado à mera subscri-ção de uma declaração de apoio ao cante a património.

Como principio, independentemente, da génese da candidatura, todos os autarcas

deviam ter sido, em pé de igualdade, convi-dados a integrar ativamente o processo, di-retamente ou através de uma sua associação representativa.

Assim, e só assim, estariam por dentro, sentindo a motivação e o envolvimento, ne-cessários para agirem, localmente, junto dos seus grupos corais e com eles criarem os compromissos necessários à aprovação dos “seus próprios planos de salvaguarda” do cante.

Aliás, mais do que o galardão que a Unesco poderá atribuir ou não ao nosso cantar, o que importava, efetivamente, era o aproveitamento do presente ensejo para se traçarem novos compromissos e cria-rem outras dinâmicas que visassem retirar os seus interpretes, os nossos grupos corais, do marasmo onde, na sua grande maioria, sobrevivem.

Mas, curioso é notar que no contexto presente, a comissão executiva da candida-tura, na propaganda que de si própria faz, tem tido o cuidado de transformar esta sua fragilidade num motivo de corpulência e brio, apregoando incessantemente que pra-ticamente todos os corais e os municípios es-tão consigo, apoiando e sendo subscritores da sua intenção.

Não conhecemos quem não deseje ver o cante promovido a Património da Humanidade.

Nós próprios, desde há vários anos, a pro-pósito da classificação do cante como patri-mónio de interesse municipal, temos escrito e pugnado.

Aliás, a MODA – Associação do Cante Alentejano de que fomos fundador e pre-sidente da direção e da qual somos e sere-mos presidente da assembleia geral até ao próximo dia 15 de abril, desenvolveu, já faz tempo, junto dos municípios onde se canta a moda, uma campanha visando o reconheci-mento do cante alentejano como património e os grupos corais como seus parceiros cul-turais privilegiados.

Desse afã resultou uma declaração de re-conhecimento do cante como património concelhio, por parte de quase todas as autar-quias das terras do cante, sendo, talvez por acaso, Serpa uma raras das exceções.

Apesar da insistência pessoal da dire-ção da MODA, tendo em vista a sensibiliza-ção daquele município para as vantagens re-cíprocas da dita declaração, só já a meio do percurso breve desta candidatura e por im-perativo óbvio, é que Serpa cedeu.

Cedeu, mas, agora, embora seja evidente a necessidade de se fortalecer a candidatura do cante, dotando-a de outro crédito, fulgor e envolvimento, não pretende suspender a sua entrega em Paris, na data inicialmente pre-vista. De nada serviram algumas recomen-dações próximas, nem as opiniões abaliza-das de dois membros da comissão científica, o presidente que se demitiu e uma outra ilus-tre estudiosa do cante alentejano que se recu-sou depois a substitui-lo.

Achamos que esta precipitação é um erro que o cante vai pagar caro, por isso nos te-mos insurgido contra quem destina e quem cala e permite que este processo avance sem ter a consistência desejável.

E não vai ser um ano inteiro de folclore em torno da moda, centralizando televisões e eventos no concelho promotor que nos vai compensar da oportunidade perdida de se fazer mais e melhor pelo cante alentejano.

Todavia, caso se cumpra o desígnio da agenda, calaremos a partir dessa data o eco do nosso desconforto e seremos, até à deci-são final, em novembro de 2013, apoiantes silenciosos do cante a Património, porque o tempo útil da contestação, pela nossa parte, acaba aqui.

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2 Campeonato Nacional de Juniores Fase de permanência série D (3.ª jornada): Atlético --Oeiras, 2-1; Desportivo Portugal-Lusitano, 1-2; Imortal-União de Montemor, 1-1; Despertar --Farense, 0-2. Classificação: 1.º Atlético, 31 pon-tos. 2.º Oeiras, 25. 3.º Farense, 18. 4.º Lusitano, 16. 5.º Imortal, 12. 6.º Despertar, 12. 7.º Desportivo Portugal, 11. 8.º União Montemor, oito. Próxima jornada (31/3): Oeiras-Despertar; Lusitano - -Atlético; União de Montemor-Desportivo Portugal; Farense-Imortal.

Campeonato Distrital de Juniores (15.ª jor-nada): Castrense-Amarelejense, 3-0; Piense --Aljustrelense, 6-0; Desportivo de Beja-Vasco da Gama, 1-2; Moura-São Domingos, 3-2; Almodôvar-Odemirense, 0-4. Classificação: 1.º Moura, 40. 2.º Castrense, 34. 3.º Odemirense, 33. 4.º Desportivo de Beja, 25. 5.º Piense, 20. 6.º São Domingos, 17. 7.º Aljustrelense, 15. 8.º Vasco da Gama, 13. 9.º Almodôvar, 10. 10.º Amarelejense, nove. Próxima jornada (31/3): Amarelejense --Almodôvar; Aljustrelense-Castrense; Vasco da Gama-Piense; São Domingos-Desportivo de Beja; Odemirense-Moura.

Campeonato Distrital de Juvenis (11.ª jornada): Moura-Desportivo de Beja, 1-2; Despertar -Aljustrelense, 6-0; Boavista-Alde-novense, 0-0; Sporting de Cuba-Castrense, 2-1. Classificação: 1.º Despertar, 33 pontos. 2.º Desportivo Beja, 24. 3.º Moura, 21. 4.º Castrense, 15. 5.º Aldenovense, 14. 6.º Aljustrelense, nove. 7.º Sporting Cuba, 7. 8.º Boavista, 7. Próxima jor-nada (1/4): Desportivo de Beja-Sporting de Cuba; Aljustrelense-Moura; Aldenovense-Despertar; Castrense-Boavista.

Campeonato Distrital de Iniciados (21.ª jor-nada): Desportivo de Beja-Amarelejense, 8-0; Despertar-Serpa, 2-1; Almodôvar-Ourique, 7-0; Milfontes-Bairro da Conceição, 3-1; Negrilhos --Fer reirense, 1-3; Guadiana-Moura, 1-4. Folgou o Odemirense. Classificação: 1.º Desportivo Beja, 55 pontos. 2.º Odemirense, 49. 3.º Moura, 43. 4.º Serpa, 41. 5.º Despertar, 30. 6.º Guadiana, 26. 7.º Amarelejense, 26. 8.º Almodôvar, 25. 9.º Milfontes, 22. 10.º Ferreirense, 16. 11.º Bairro Conceição, 15. 12.º Ourique, oito. 13.º Negrilhos, seis. Próxima jornada (1/4): Amarelejense-Ode mirense; Serpa - -Des portivo de Beja; Ourique -Des pertar; Bairro da Conceição-Almodôvar; Ferreirense-Milfontes; Moura-Negrilhos. Folga o Guadiana. Campeonato Distrital de Infantis 2.ª Fase (1.ª jornada): Moura-Despertar A, 1-2; Odemirense --Vas co da Gama, 4-1; Rio de Moinhos-Guadiana, 3-1. Classificação: 1.º Odemirense, três pon-tos. 2.º Rio de Moinhos, três. 3.º Despertar, três. 4.º Moura, zero. 5.º Guadiana, zero. 6.º Vasco da Gama, zero. Próxima jornada (31/3): Despertar A-Odemirense; Guadiana-Moura; Vasco da Gama-Rio de Moinhos.

Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª Fase (1.ª jornada): Aldenovense-Castrense, 9-4; Renascente-Ferreirense, 0-6; Despertar B-Sporting de Cuba, 5-0. Classificação: 1.º Ferreirense, três pontos. 2.º Despertar B, três. 3.º Aldenovense, três. 4.º Castrense, zero. 5.º Sporting de Cuba, zero. 6.º Renascente, zero. Próxima jornada (31/3): Castrense-Renascente; Sporting de Cuba-Aldenovense; Ferreirense --Des pertar B.

Taça Dr. Covas Lima – Infantis (1.ª jor-nada) Série A: Aldenovense-Despertar B, 0-3; Beringelense-Sporting de Cuba, 1-9; Sporting de Beja-Alvito, 4.1. Folgou o Santo Aleixo. Classificação: 1.º Sporting de Cuba, três pontos. 2.º Despertar B, três. 3.º Sporting de Beja, três. 4.º Santo Aleixo, 5.º Alvito, zero. 6.º Aldenovense, zero. 7.º Beringelense, zero. Próxima jornada (31/3): Despertar B-Beringelense; Sporting de Cuba-Sporting de Beja; Alvito-Santo Aleixo. Folga o Aldenovense. Série B: Almodôvar --Bair ro da Conceição, 13-3; Ourique-Milfontes, 4-3; Castrense-Aljustrelense, 11-4. Classificação: 1.º Almodôvar, três pontos. 2.º Castrense, três. 3.º Ourique, três. 4.º Milfontes, zero. 5.º Aljustrelense, zero. 6.º Bairro da Conceição, zero. Próxima jornada (31/3): Bairro da Conceição-Ourique; Aljustrelense-Almodôvar; Aljustrelense-Milfontes.

Taça Armando Nascimento – Benjamins (1.ª jornada) Série A: Benfica de Beja-Sporting de Beja, 2-5; Beringelense-Vasco da Gama, 2-4; Bairro da Conceição-Serpa, 7-1; Alvito-Des-portivo de Beja, 5-2. Classificação: 1.º Bairro da Conceição, três pontos. 2.º Sporting de Beja, três. 3.º Alvito, três. 4.º Vasco da Gama, três. 5.º Beringelense, zero. 6.º Desportivo de Beja, zero. 7.º Benfica de Beja, zero. 8.º Serpa, zero. Próxima jornada (31/3): Sporting de Beja-Beringelense; Vasco da Gama-Bairro da Conceição; Serpa - -Al vi to; Desportivo de Beja-Moura. Série B: Figueirense-Milfontes, 3-10; Guadiana-Ode-mi rense, 4-8; Despertar A-Almodôvar, 4-2; Aljustrelense-Ourique, 12-1. Classificação: 1.º Aljustrelense, três pontos. 2.º Milfontes, três. 3.º Odemirense, três. 4.º Despertar A, três. 5.º Almodôvar, zero. 6.º Guadiana, zero. 7.º Figueirense, zero. 8.º Ourique, zero. Próxima jornada (31/3): Milfontes-Guadiana; Ourique - -Fi guei rense; Odemirense-Despertar A; Almodôvar-Aljustrelense.

Campeonato Distrital de Seniores Femininos (13.ª jornada): Ourique-Benfica Castro Verde, 3-6; Aljustrelense-Benfica de Almodôvar, 5-1; Odemirense-Serpa, 2-3. Classificação: 1.º Aljustrelense, 34 pontos. 2.º Serpa, 28. 3.º Benfica Castro Verde, 25. 4.º Odemirense, 22. 5.º Ourique, sete. 6.º Benfica de Almodôvar, um. Próxima jornada (31/3): Benfica Castro Verde-Serpa; Almodôvar-Ourique; Aljustrelense-Odemirense.

Futebol juvenil 18

Desporto

Nacional 2.ª Divisão

25.ª jornada

Moura-Fátima ......................................................................3-2Pinhalnovense-Louletano ............................................... 5-0Juventude Évora-At. Reguengos ................................... 0-0Mafra-Monsanto .................................................................1-1Caldas-Carregado ...............................................................2-2Est. Vendas Novas-Sertanense ........................................0-11.º Dezembro-Torreense....................................................1-1Oriental-Tourizense ............................................................1-1

J V E D G P

Torreense 25 13 10 2 40-19 49Oriental 25 14 5 6 46-17 47Carregado 25 13 7 5 49-33 46Pinhalnovense 25 14 3 8 40-26 45Fátima 25 13 6 6 37-27 45Mafra 25 9 12 4 28-18 39Sertanense 25 10 7 8 29-27 37Louletano 25 10 7 8 22-26 37Est. Vendas Novas 25 10 4 11 32-27 34Juventude Évora 25 8 4 13 24-32 28At. Reguengos 25 5 10 10 25-38 251.º Dezembro 25 6 7 12 24-28 25Tourizense 25 5 10 10 20-32 25Monsanto 25 4 10 11 19-33 22Moura 25 6 4 15 22-49 22

Caldas 25 3 8 14 15-40 17

Próxima jornada (1/4/2012): Monsanto-Juventude Évora, Lou-

letano-Fátima, At. Reguengos-Pinhalnovense, Carregado-Ma-

fra, Sertanense-Caldas, Torreense-Estrela Vendas Novas, Tou-

rizense-1.º Dezembro, Oriental-Moura.

Nacional 3.ª Divisão – Descida

1.ª jornada

U.Montemor-Fabril .............................................................4-2Lagoa-Pescadores ..............................................................2-1Despertar-Redondense .................................................... 1-0

J V E D G P

U.Montemor 1 1 0 0 4-2 18Lagoa 1 1 0 0 2-1 18Fabril 1 0 0 1 2-4 17Pescadores 1 0 0 1 1-2 12Redondense 1 0 0 1 0-1 10Despertar 1 1 0 0 1-0 5

Próxima jornada (1/4/2012): Redondense-U.Montemor, Pes-

cadores-Despertar, Fabril-Lagoa.

Distrital 1.ª Divisão

22.ª jornada

Ferreirense-Rosairense ..................................................... 5-3Almodôvar-Milfontes .........................................................4-1Desp.Beja-Castrense ......................................................... 0-5Odemirense-Sp.Cuba .........................................................2-1FCSerpa-Vasco da Gama ...................................................3-1S.Marcos-Guadiana ........................................................... 4-0Aldenovense-Panoias ........................................................5-1

J V E D G P

Castrense 22 18 4 0 57-9 58Milfontes 22 16 2 4 42-20 50Ferreirense 22 12 5 5 41-34 41Aldenovense 22 12 0 10 39-25 36Vasco da Gama 22 11 1 10 50-34 34FCSerpa 22 9 6 7 30-27 33Odemirense 22 10 2 10 33-32 32Rosairense 22 9 4 9 36-34 31Almodôvar 22 8 5 9 42-36 29Panoias 22 8 4 10 26-39 28S.Marcos 22 6 4 12 25-54 22Desp.Beja 22 6 4 12 24-35 22Guadiana 22 5 2 15 22-55 17Sp.Cuba 22 2 1 19 17-50 7

Próxima jornada (1/4/2012): Rosairense-Odemirense, Cas-

trense-Ferreirense, Panoias-Desp.Beja, Milfontes-FCSerpa,

Vasco da Gama-S.Marcos, Guadiana-Aldenovense, Sp.Cuba-

Almodôvar.

O Sesimbra foi a equipa que o Aljustrelense teve que vencer, há ape-nas duas semanas, para assegu-

rar a manutenção automática na 3.ª Divisão Nacional. Com a memória ainda fresca dessa vitória tangencial, os tricolores abrem de novo as portas do seu campo à turma da “Costa Azul”. Sem pressões, com o primeiro objetivo já assegurado pelos dois conjuntos, o jogo será, necessariamente, diferente e o resultado impre-visível. Da semana anterior sublinha-se o im-portante empate em Lagos, confirmando que o recinto do Esperança é talismã para os minei-ros. O objetivo agora é chegar ao segundo lu-gar da série – o primeiro pertence ao Farense de forma categórica – para conquistar uma even-tual subida de divisão. Não nos parece que se pense muito nisso em Aljustrel, de onde vêm si-nais de dificuldades, mas como a equipa entra sempre em campo para vencer sabe-se lá.

Despertar estreou-se a ganhar O Despertar jogou em casa com o Redondense e “matou o borrego” vencendo por uma bola a zero. Os três pontos ganhos, somados aos dois que traziam da pri-meira fase, não retiram a equipa do último lugar, mas uma vitória é sempre uma vitória, moraliza

Nacional 3.ª Divisão – Subida

1.ª jornada

Sesimbra-Quarteirense .................................................... 1-0Esp. Lagos-Aljustrelense .................................................. 0-0Messinense-Farense .......................................................... 0-4

J V E D G P

Farense 1 1 0 0 4-0 31Sesimbra 1 1 0 0 1-0 21Esp. Lagos 1 0 1 0 0-0 20Aljustrelense 1 0 1 0 0-0 18Quarteirense 1 0 0 1 0-1 18

Messinense 1 0 0 1 0-4 17

Próxima jornada (1/4/2012): Quarteirense-Messinense, Aljus-

trelense-Sesimbra, Farense-Esp. Lagos.

Um triunfo abençoado

Mais uma final em MarvilaO

bairro de Marvila é o destino do Moura no próximo domingo, para jo-gar com a equipa do Oriental, mais

uma das cinco finais que lhe restam para sa-ber se consegue o milagre da manutenção. A vitória abençoada e difícil sobre a formação do Fátima reanimou as hostes e, mercê de alguns

resultados de outros jogos que lhe foram favo-ráveis, colocou a turma mourense a três escas-sos pontos da zona limite de manutenção.

O Oriental, que é segundo classificado, vem de um empate caseiro com o Tourizense, pelo que o Moura pode e deve acreditar na con-quista de pontos.

Juventude e Reguengos empataram entre si, o 1.º de Dezembro também empatou em casa e o Monsanto ganhou um ponto em Mafra. Estes foram desfechos favoráveis à equipa sul alentejana que ainda acredita na manutenção na 2.ª Divisão Nacional. Assim traga um bom resultado de Marvila. Firmino Paixão

Mineiro pontuou em Lagos

Uma vez mais o Sesimbra...

as hostes, abre perspetivas de novos êxitos. Há muito que os jovens do Despertar tinham assu-mido como meta ganhar uma partida, agora, conquistados os três pontos, podem reformular objetivos e partir para outra. Não nos parece que vão a tempo de assegurar a manutenção, mas

“grão a grão enche a galinha o papo”. Na luta pela manutenção está também o União de Montemor, que derrotou o Fabril do Barreiro. No domingo o Despertar desloca-se à Costa da Caparica para defrontar os Pescadores e o Montemor viaja para o Redondo. Firmino Paixão

3.ª Divisão Despertar conseguiu a primeira vitória no Nacional

Campeonato Distrital de Seniores Femininos (13.ª jornada):

Ourique-Benfica Castro Verde, 3-6; Aljustrelense-Benfica

de Almodôvar, 5-1; Odemirense-Serpa, 2-3. Classificação:

1.º Aljustrelense, 34 pontos. 2.º Serpa, 28. 3.º Benfica Castro

Verde, 25. 4.º Odemirense, 22. 5.º Ourique, sete. 6.º Benfica de

Almodôvar, um. Próxima jornada (31/3): Benfica Castro Verde -

-Serpa; Almodôvar-Ourique; Aljustrelense-Odemirense.

Campeonato Distrital

de Seniores Femininos

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2António Hilário

Marques Lança

António Lança iniciou a sua carreira desportiva como atleta juvenil do Lusitano

do Lobito (Angola), evoluindo diretamente para os seniores. Disputou o campeonato provincial e o nacional de Angola. Foi cha-mado a várias seleções e recorda um jogo contra o Barreirense, cuja baliza era defendida por Bento. Representou o Belenenses que ti-nha na baliza Feliz Mourinho, numa época em que os azuis fi-caram em 3.º lugar no campeo-nato nacional. De regresso à terra natal, vestiu a camisola n.º 1 do Desportivo de Beja, clube que aju-dou a subir à 2.ª Divisão Nacional. Tornou-se numa das boas referên-cias da época entre os postes dos bejenses, mas terminou a carreira de jogador no Despertar, na equipa que ficou conhecida por “Cosmos”, e subiu à 3.ª Divisão Nacional. Treinou o Desportivo, o Cabeça Gorda, o Serpa, o Aljustrelense e o Despertar. Conquistou quatro títu-los distritais e quatro taças distrito de Beja. Olhando o futebol à dis-tância, aos 58 anos, António Lança dedica-se agora em exclusivo à sua vida empresarial.

(2) SPORTING DE CUBA/ALMODÔVARO Sporting de Cuba não ganha há 12 jornadas, um dado sintomático para atribuir o favoritismo aos visitantes.

(1) MILFONTES/SERPAA equipa de Milfontes tem feito um bom campeonato, está no segundo lu-gar e a jogar em casa é favorita.

(1) VASCO DA GAMA/SÃO MARCOSO São Marcos procura manter-se neste escalão mas o Vasco da Gama no seu campo não vai deixar escapar pontos.

(X) GUADIANA/ALDENOVENSEOutra equipa que precisa muito de pon-tuar é o Guadiana, por isso irá contra-riar o maior poderio da equipa de Vila Nova de São Bento.

(2) PANOIAS/DESPORTIVO DE BEJAA formação do Panoias entrou bem no campeonato e tem a seu favor o piso pelado do seu campo, mas o Desportivo será capaz de vencer.

(1) CASTRENSE/FERREIRENSEO líder não pode perder pontos. Joga em casa com uma equipa que lhe fará alguma oposição mas não deixará de ganhar.

(X) ROSAIRENSE/ODEMIRENSEDuas equipas de valor muito equili-brado, pelo que o empate será o desfe-cho mais provável.

Hoje palpito eu... 19

A quatro jornadas do termo do campeo-nato, o Castrense aumentou a vantagem sobre o Milfontes, que não perdia há 10 jornadas e foi goleado em Almodôvar.

Texto e foto Firmino Paixão

Dois jogos em casa, com o Ferreirense e o Rosairense, e dois jogos fora, em Odemira e Cuba, são os compro-

missos da equipa de Francisco Fernandes até final do campeonato. Estão em disputa 12 pontos, o que significa que o Castrense, vencendo o jogo do próximo domingo com o Ferreirense, pode festejar o título com o

seu público, desde que o Milfontes não ga-nhe ao Serpa. Caso as duas equipas vençam, a festa será adiada para Odemira.

O Castrense venceu em Milfontes e empa-tou em casa, pelo que em caso de igualdade pontual a vantagem é da turma de Castro Verde, ou seja, oito pontos que valem por nove. Vamos ver que efeito terá sobre a for-mação do Milfontes a pesada derrota sofrida em Almodôvar e que motivação levará para os jogos com o Serpa (nada fácil) e com o São Marcos (a atravessar um bom período aní-mico) que luta tenazmente pela fuga à des-promoção. Numa altura em que tudo parece decidido nos dois polos da tabela, fica a ideia

de que falta apenas cumprir calendário. A jornada do fim de semana tem dois ou

três jogos, mais ou menos, apetecíveis. Em Castro Verde, pela hipotética festa do título, em Milfontes e, porventura, em Vidigueira. De resto parece-nos que a prova já perdeu qualquer réstia de emoção ou alguma da pouca competitividade que ainda subsistia. Mas importa sublinhar a elevada produção da última ronda, em que foram marcados 35 golos, ou seja, cinco por jogo. Um índice no-tável num domingo em que só o Guadiana e o Desportivo de Beja ficaram em branco. Os jogos (seniores) deste fim de semana já te-rão início às 16 horas.

Campeonato continua empolgante

Amarelejense já é segundoAs equipas que ocupam a primeira me-tade da tabela reagruparam-se cada vez mais e tornam difícil os prognós-ticos quanto ao título e às equipas a promover.

Texto Firmino Paixão

A equipa de Amareleja joga amanhã em Saboia uma partida decisiva para saber de mantém, ou não, o segundo

lugar que alcançou na última semana, em face do triunfo tangencial sobre o líder Cabeça Gorda, beneficiando também, de forma indi-reta, de outros resultados. Mas o Saboia é outra das equipas na corrida pelos lugares de promo-

ção, adivinhando-se um jogo de emoções eleva-das. O Ferrobico, derrotado na última jornada, viu diminuir a sua vantagem para dois pontos e vai receber a formação do Alvorada num jogo em que é favorito. O Piense foi derrotado em São Teotónio e jogará em casa com o Ourique. O Bairro da Conceição obteve importante vitó-ria sobre o Saboia, agora é terceiro e viaja para Montes Velhos.

O campeonato está, de facto, empolgante, como, aliás, tem sido durante toda a tem-porada e ainda é preciso ter em conta que as primeiras três equipas – Cabeça Gorda, Amarelejense e Bairro da Conceição – têm mais um jogo que os seus seguidores – Piense e Saboia –, pelo que nada está decidido.

Resultados da 19.ª jornada: Messejanense- -San luizense, 1-1; Alvorada-Barrancos, 1-3; Amarelejense-Cabeça Gorda. 1-0; Bairro da Conceição-Saboia, 1-0; Ourique-Negrilhos, 2-1; Renascente-Piense, 2-1.

Classificação: 1.º Cabeça Gorda, 39 pon-tos. 2.º Amarelejense, 37. 3.º Bairro da Conceição, 36. 4.º Piense, 34. 5.º Saboia, 34. 6.º Renascente, 32. 7.º Ourique, 24. 8.º Alvorada, 20. 9.º Messejanense, 18. 10.º Vale de Vargo, 17. 11.º Sanluizense, 17. 12.º Barrancos, 13. 13.º Negrilhos, quatro.

Próxima jornada (31/3): Sanluizense-Vale de Vargo; Barrancos-Messejanense; Cabeça Gorda - -Al vorada; Saboia-Amarelejense; Negrilhos --Bairro da Conceição; Piense-Ourique.

O Castrense até pode festejar no domingo

E o título está ali tão perto...

Distrital Castrense goleou em Beja e ficou mais perto do título

Atletismo em Beja

no fim de semana

A Associação de Atletismo de Beja

organiza no próximo fim de semana, na

Pista do Complexo Desportivo Fernando

Mamede, o Torneio Atleta Completo

Fase Distrital e o Campeonato Distrital

de Provas Combinadas para Juvenis.

A Federação Portuguesa de Futebol

organiza entre 11 e 15 de abril, em Lisboa,

o Torneio de Futebol 7 Feminino Sub/17,

prova que conta com as 18 associações do

País. A seleção de Beja ficou enquadrada

no grupo A, jogando com as suas

congéneres de Lisboa e do Porto.

Torneio de Futebol

Sub-17 Feminino

Vodafone Raly de Portugal A edição 2012 do Vodafone Raly de Portugal, que está na estrada desde ontem, visita mais uma vez o concelho de Almodôvar, em cujos troços se disputam sete provas es-peciais de classificação, num total de 100 quilómetros. Vascão, Santa Clara, Gomes Aires, Almodôvar e Sambro são designações dos troços onde se realizam provas cronometradas no sábado e no domingo.

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Pulverizando as dúvidas,

para mim certezas, julgo

que o novo campeão

da primeira divisão da

AFBeja – época 2011/12 –

está encontrado. Trouxe

à estampa no início

da campanha que o

FCCastrense se apresentava

como o melhor conjunto

do lote de equipas, 14,

que integram o escalão

principal regional. Analisei

os prós e os contras; o valor

global que o grupo detinha;

a forma mágica que levou

o treinador Francisco

Fernandes a assumir

o cunho de um risco

previamente calculado;

o objetivo talhado pelos

responsáveis que defendem

o regresso da formação

do Campo Branco ao

futebol nacional; enfim,

um conjunto de promessas

que levaram naturalmente

o mais incauto amante do

futebol distrital a lançar

achas para a fogueira

constatando, então,

que muito dificilmente

a sua convicção seria

levada por água abaixo.

Conhecendo a realidade

atual dos nossos clubes, as

suas apostas, associando

também o facto das

potenciais carências que

cada emblema se depara,

afirmo convictamente que

coloquei o Castrense na

primeira linha de partida

numa grelha onde, a

meu ver, não vislumbrei

eventuais adversários

natos para travar uma

potencial luta a dois

pelo título. Uma certeza

porém existe: a oposição

próxima levada a cabo pelo

surpreendente Milfontes

(menos oito pontos),

segundo classificado. É

evidente, e não sou leigo,

que o panorama do futebol

bejense tem contornos

já conhecidos. Francisco

Fernandes é um técnico

ganhador. Constrói os

seus plantéis na base de

jogadores da primeira água

regional. Tem a perceção

do seu valor. Jogadores

que ocupam posições

estratégicas. O grupo é

inteiramente coeso. Não

deixa antever eventuais

carências. Procura-se

o jogador na base do

ideal. Da competência.

Existe na verdade uma

competitividade saudável

no seio do plantel. Os

jogadores, no seu conjunto,

formam um 11 por norma

vencedor. E é neste conjunto

de ideias competitivas que

Francisco Fernandes se

prepara para averbar mais

um título para enriquecer

a sua brilhante carreira.

CampeãoJosé Saúde

A seleção de hóquei em patins (iniciados) da Associação de Patinagem do Alentejo joga hoje no Estoril com as suas congéneres do Minho (10 ho-ras) e do Porto (19 horas).

Texto Firmino Paixão

Foto João Zeverino

O 36.º Torneio Inter-re-giões de Hóquei em Pa-tins, na categoria de

ini ciados, começou ontem no Pavilhão da Juventude Salesiana, no Estoril, com a participação de 10 seleções regionais, entre elas a representação da Associação de Patinagem do Alentejo (Algarve e Madeira estão ausentes).

Os miúdos alentejanos – de Beja, Estremoz e Évora – leva-ram na bagagem uma boa dose do realismo próprio de quem vive numa região com pouca margem para recrutamento, apesar do contexto geográfico de grande dimensão.

O treinador do conjunto alen-tejano, António Castilho, pers-petivou a presença da sua equipa dizendo: “As expectativas que te-mos são as de conseguirmos fa-zer um bom torneio, digni-ficarmos a nossa região, sem pensarmos muito em termos de resultados, porque será compli-cado, mas queremos ter uma boa postura, uma boa atitude e de-monstrar que estamos lá para

darmos alguma luta”. O enquadramento das equi-

pas e o respetivo sorteio mere-ceram do técnico o seguinte co-mentário: “Ficámos enquadrados no grupo mais difícil, o sorteio foi feito com base na classificação no torneio do ano passado e ca-lharam-nos as equipas mais po-derosas”. E justificou: “O Minho tem ganho a prova nos últimos anos, o Porto tem sempre uma equipa forte, Leiria fica sempre entre os quatro ou cinco primei-ros e Coimbra, nos últimos anos, tem ficado atrás de nós, mas é uma equipa equilibrada como a nossa”. Castilho, porém, assegu-rou: “Vamos ver o que é que dá, vamos divertir-nos, tentaremos praticar um bom hóquei, apren-der, também, e fazermos o me-lhor possível”.

Sem objetivos em concreto, o responsável explicou: “Não po-demos levar metas, temos que ser realistas, temos duas equipas de iniciados, temos 20 miúdos para escolhermos 10, e se formos para a realidade aqui mais pró-xima, que é Setúbal, com quem competimos no campeonato re-gional, numa prova que teve 10 equipas, oito eram de Setúbal e duas do Alentejo. Eles têm 80 mi-údos para escolherem 10 e nós te-mos 20”. Castilho lembrou ainda: “Temos duas equipas no nacio-nal, o trabalho tem sido bem feito, temos jovens com algum

valor, mas são muitos jogos se-guidos, temos que ver como rea-gem os miúdos. O primeiro jogo será importante, se ganharmos esse pode ser que tenhamos ou-tro dia bom e que outro adversá-rio tenha o seu dia mau”.

A dispersão geográfica dos clubes que têm jogadores na sele-ção alentejana não facilitou a pre-paração da equipa, ainda assim, revelou Castilho: “Conseguimos fazer alguns treinos, menos do que tínhamos planeado e era ex-pectável, tivemos dificuldades porque as distâncias são enor-mes, as duas equipas que estão no nacional competem ao do-mingo e têm deslocações que di-ficultam, conseguimos fazer al-guma coisa, devia ter sido mais mas não foi possível”.

Sobre os efeitos da reestru-turação da orgânica federativa, que prevê a diminuição do nú-mero de associações, o treina-dor bejense concordou que pode ser benéfica neste tipo de com-petições para a área da formação e acentuou: “Existem muitas as-sociações. O Alentejo é enorme mas temos pouquíssimas equi-pas, poderíamos abranger o lito-ral alentejano, onde existem boas equipas que seriam uma ajuda importante para a nossa associa-ção. Vamos ver como é que esta reestruturação vai ser feita, mas certamente que será benéfica para a modalidade”, concluiu.

Alentejo no Inter-regiões de hóquei em patins

O objetivo é “dignificar o Alentejo”

Andebol Zona Azul recebe o Boa HoraA fase final do Campeonato

Nacional da 3.ª Divisão Seniores

Masculinos inicia-se amanhã,

sábado, com a Zona Azul a jogar em

Beja, no Pavilhão de Santa Maria,

pelas 16 horas, frente à equipa da

Boa Hora, formação que estava na

sua série na fase anterior. Os restante

jogos são: ACDMonte-Samora

Correia e Ílhavo-Modicus. Na fase

de apuramento (manutenção da 3.ª

Divisão) também se joga a jornada

inaugural, com o Andebol Clube

de Sines a receber o Almada e o

Redondo a viajar para Lagos. Outros

resultados – Nacional Iniciados

Masculinos 1.ª Divisão: CCP Serpa-

-Be navente, 25-27. Nacional de

Infantis Masculinos: Évora-Zona

Azul, 23-40; Redondo-Portalegre,

26-22; Ponte Sor-Inijovem, 11 -

-21. Torneio Complementar

Alentejo Iniciados Masculinos:

Vasco Gama-Zona Azul, 26-18;

Ponte Sor-Redondo, 46-15.

BTT Maratona de Grândola G100Realiza-se no próximo domingo,

na serra de Grândola, mais

uma edição da Maratona BTT

Grândola G100, importante evento

desportivo organizado anualmente

pelo Rodas Clube, constituído por

uma “maratona de crosse country”

com a extensão de 90 quilómetros

e uma versão complementar de

caráter lúdico com um percurso de

50 quilómetros. Simultaneamente,

e em exclusivo para atletas com

licença desportiva de competição,

realiza-se o Campeonato

Regional XCM da Associação de

Ciclismo de Setúbal. As provas

iniciam-se pelas 9 horas.

Passeio de BTT a favor dos BombeirosA Junta de Freguesia de Aljustrel

leva a efeito no próximo domingo,

1 de abril, o 1.º Passeio BTT

– Trilhos Mineiros. O evento

tem como objetivo “divulgar o

riquíssimo património resultante

da secular atividade mineira

desenvolvida no concelho de

Aljustrel, proporcionando ao

mesmo tempo uma manhã de

desporto ao ar livre, de convívio e

troca de experiências”. As receitas

provenientes da realização

do passeio revertem na sua

totalidade a favor dos Bombeiros

Voluntários de Aljustrel.

A comitiva do Alentejo no Inter-regiões de Hóquei Jogadores: Pedro Bravo (Estremoz), Filipe Carapeta (Estremoz), Luís Guerreiro (CPBeja), Augusto Cachucho (Estremoz), Luís Cebola (Estremoz), Joaquim Piteira (Estremoz), Pedro Brazão (CPBeja), Luís Godinho (Diana de Évora), Sérgio Rita (Diana de Évora) e Gonçalo Martins (CPBeja). Equipa técnica: António Castilho e João Catrapona (adjunto). Delegados:

Manuel Franco e José Costa. Apoio médico: enfermeira Maria Rita. Enquadramento: Grupo A: AP Lisboa, AP Aveiro, AP Ribatejo, AP Setúbal e AP Açores. Grupo B: AP Minho, AP Porto, AP Alentejo, AP Leiria, AP Coimbra. Calendário: AP Alentejo-AP Coimbra (29/3 18 horas); AP Minho-AP Alentejo (30/3 10horas); AP Alentejo-AP Porto (30/3 19 horas); AP Leiria-AP Alentejo (31/3 19 horas). A fase final realiza-se a 1 de abril.

A localidade espanhola de Ciudad Real será pelo

segundo fim de semana consecutivo o local de

solta de uma prova do Campeonato de Meio Fundo

da Associação Columbófila do Distrito de Beja.

A solta é feita para as zonas centro leste e sul e

tem uma linha de voo de 360 quilómetros.

Columbofilia: Campeonato

de Meio Fundo de Beja

Page 21: Ediçao N. 1562

Diá

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201

2

21

O ciclista russo Alexey Kun-shin, de 25 anos, da Loko-sphinx, venceu a 30.ª Volta ao Alentejo Crédito Agrícola//Costa Azul e foi consagrado na “Terra da Fraternidade”.

Texto e fotos Firmino Paixão

Trinta edições da Volta ao Alentejo, 30 vencedores diferentes. Manteve-se a

tradição. Kunshin, o vencedor de 2012, fala russo e já tinha ganho a segunda etapa disputada entre Portel e Santiago do Cacém (191,3 quilómetros), a mais extensa da prova.

Os dois ciclistas que rolaram no pelotão desta Alentejana ca-pazes de bisar o triunfo, Sérgio Ribeiro e David Blanco, ambos da Efapel/Glassdrive, cedo fica-ram fora das cogitações por não estarem em bom momento de forma, como as primeiras classi-ficações comprovaram. As aten-ções viraram-se então para Filipe Cardoso, da mesma equipa, e para o algarvio Samuel Caldeira (Carmin/Prio/Tavira), dois rola-dores à altura das exigências da prova que, sem contra relógio, nem montanha “a doer”, seria de-cidida nas bonificações de final da etapa e dos pontos quentes in-termédios (metas volantes).

Mas Alexey Kunshin, que foi quarto na última tirada da prova, entre Mértola e Grândola (151 quilómetros), ganha pelo portu-guês Filipe Cardoso (Efapel), be-neficiou de uma avaria mecânica de Samuel Caldeira a 30 metros do risco de chegada, que o im-pediu de disputar o sprint final e provavelmente ganhar a Volta ao Alentejo.

O algarvio Samuel Caldeira, inconformado com o incidente que lhe retirou a vitória, reve-lou: “Aceitamos melhor estas si-tuações quando há uma incapa-cidade física ou quando a equipa não corresponde bem, mas não foi o caso, eu estava bem fisica-mente, a equipa também, termi-nar com um azar destes a 50 me-tros da meta é frustrante. Mas o desporto é assim, temos que con-tar com estes imponderáveis”, de-sabafou o corredor da equipa ta-virense, rejeitando por completo

a vitória moral: “Eu sairia daqui de cabeça levantada se tivesse conseguido ganhar a Alentejana, mesmo sem ganhar nenhuma etapa, pois o meu objetivo era a geral, mas assim não me sinto nada vencedor”.

Filipe Cardoso, que triun-fou na última etapa e terminou

a prova com o mesmo tempo de Alexey Kunshin, e que perdeu a Volta para o russo no desem-pate da classificação por pontos, confessou: “Sabia que a prova se discutira nas bonificações, não consegui bonificar em dois mo-mentos da corrida, por avaria mecânica, vinha com o objetivo

de ganhar etapas e vencer a ge-ral”, disse o corredor da equipa de Santa Maria de Feira que nesta edição da Alentejana “morreu na praia…”.

Alexey Kunshin, da Lokos-phinx, natural de São Petersburgo, vencedor inesperado na Volta ao Alentejo 2012, e que este ano já correu a Vuelta Ciclista a Múrcia (Espanha) e La Roue Tourangelle (França), mostrou natural satis-fação por esta primeira vitória na sua carreira.

No rescaldo da 30.ª Volta ao Alentejo/Crédito Agrícola Costa Azul dir-se-á que foi uma prova bem sucedida, desportivamente correta, com quatro etapas ga-nhas por quatro corredores dife-rentes (um argentino, dois russos e um português), com constan-tes fugas e com esse desígnio que foi a inscrição de um novo vence-dor, mantendo-se a tradição de um vencedor diferente por cada prova.

Joaquim Gomes, antigo ci-clista e representante da Lagos Sports e diretor-geral da prova, disse no final: “Gostei do que vi, as expectativas eram enormes e legítimas. A Volta Alentejo é mesmo um grande evento des-portivo, porventura o maior do Alentejo e um dos maiores nacionais e temos sempre re-ceio que algo corra mal. Foram quatro dias exemplares, esta-mos recetivos às críticas mas era difícil endurecer mais esta prova. A Volta ao Alentejo tem características próprias que acabam sempre por ditar a lei. Desportivamente foi um êxito e as premissas que permiti-ram concluir esta 30.ª edição da Volta ao Alentejo mantém -se intactas para podermos conti-nuar já a apostar na edição do próximo ano”.

E, porventura, a grande vitó-ria da Volta ao Alentejo terá sido este “casamento” entre a Lagos Sports/Cimac – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central/Crédito Agrícola Costa Azul, que deixou em todos os que viveram de perto o grande evento desportivo a certeza de que a prova está mais dinâmica e ca-paz de voltar à estrada nos próxi-mos anos.

Futsal Baronia recebe Sporting de VianaO Grupo Desportivo de Baronia

e o vizinho Sporting de Viana

disputam amanhã, pelas 17 horas,

a 20.ª jornada do Campeonato

Nacional da 3.ª Divisão, ronda

em que Os Independentes de

Sines se deslocam ao pavilhão da

Malagueira para defrontarem

o Évora Futsal. Na jornada

anterior Os Independentes

venceram o Baronia por 3/0.

IPBeja perto do títuloCampeonato Distrital de Futsal

(13.ª Jornada): Sporting de

Moura-IP Beja, 2-8; Alfundão-Al-

modovarense, 4-4; AdvnsBento -

-Al coforado, 7-8; A.Surdos Beja -

-Vila Ruiva, 0-4. Classificação: 1.º

IPBeja, 28 pontos. 2.º Alcoforado,

26. 3.º Almodovarense, 25.

4.º Sporting de Moura, 23. 5.º

AdvnsBento, 22. 6.º Alfundão,

17. 7.º Vila Ruiva, nove. 8.º

A.Surdos Beja, 0. Próxima

jornada (30/3): IPBeja-A.Surdos

Beja; Almodovarense-Sporting

Moura; Alcoforado-Alfundão;

Vila Ruiva-AdvnsBento.

Hóquei Grândola à beira da 2.ª DivisãoO Campeonato Nacional da 3.ª

Divisão vai entrar nas últimas

quatro jornadas e amanhã, com o

Hóquei de Santiago de descanso, o

Aljustrelense vai jogar em casa com

Os Lobinhos, enquanto o Castrense

se deslocará a Boliqueime. O líder da

prova, o Hóquei de Grândola, jogará

no pavilhão do Lisbonense. Na

ronda anterior, o Grândola ganhou

ao Seixal (6/2), o Aljustrelense no

Estoril (10/11) e o Santiago empatou

em casa com o Lisbonense (5/5).

Folgou o Castrense. O Grândola está

na frente com 46 pontos, mais 10

que o Lisbonense, e tem a promoção

quase garantida. Na 2.ª Divisão

Nacional o Hóquei Vasco da Gama,

depois de ter sido derrotado pelo

Biblioteca (8/3), receberá amanhã,

em Sines, a equipa do Santa Cita.

Outros resultados – Nacional de

Infantis (5.ª Jornada): Estremoz-H.

Grândola, 2-8. Próxima jornada

(31/3): Paço d’Arcos-H.Grândola;

Sporting-Estremoz. Nacional de

Iniciados (5.ª jornada): CPBeja -

-Estremoz, 0-1; Vasco da Gama -

-Paço d’Arcos, 3-3. Próxima jornada

(15/4): Estremoz-Cascais; CPBeja -

-Vasco da Gama. Nacional de Juvenis

(5.ª jornada): Sesimbra-Santiago,

6-2. CPBeja-Carvalhais (25/4).

Um novo vencedor na 30.ª Alentejana

Tal tá a moenga...

A Piscina Municipal de Beja recebe este fim de semana (sábado e

domingo, a partir das 9 horas) uma etapa da 1.ª fase do Campeonato

Nacional de Kayak Polo nas categorias de sub/16, absolutos e veteranos

(masculinos e femininos). Trata-se de uma organização conjunta da

Associação Juvenil Pagaia Sul, de Beja, da Federação Portuguesa de

Canoagem e do respetivo conselho nacional de arbitragem. Cada jogo terá

a duração de duas partes de 10 minutos com intervalo de três minutos.

Aniversário da Associação

de Futebol de Beja

Fundada em 30 de março de 1925, a Associação

de Futebol de Beja comemora amanhã,

sábado, o seu 87.º aniversário. Como prenda de

aniversário a AFB viu recentemente aprovadas

algumas alterações estatutárias e a proposta

de alienação da antiga sede e aquisição ou

construção de uma nova sede social.

Nacional de Kayak Polo na Piscina

de Beja

Etapas 1.ª Castelo de Vide/Redondo (165,8 quilómetros): 1.º Jorge Montenegro (Louletano//Dunas Douradas): Equipas: Rabobank. Camisola amarela: Jorge Montenegro (Louletano). 2.ª Portel/Santiago do Cacém (191,3 quilómetros): 1.º Alexey Kunshin (Lokosphinx); Equipas: Lokosphinx. Camisola amarela: Alexey Kunshin (Lokosphinx). 3.ª Odemira/Ourique (168,6 qui-lómetros): 1.º Sergey Shilov (Lokosphinx); Equipa: Onda/Boavista; Camisola amarela: Samuel Caldeira (Carmin Prio/Tavira). 4.ª Mértola/Grândola (151 quilómetros): 1.º Filipe Cardoso (Efapel//Glassdrive); Equipa: Burgos/BH/Castilha; Camisola amarela: Alexey Kunshin (Lokosphinx).

Palmarés GERAL INDIVIDUAL: 1.º Alexey Kunshin (Lokosphinx), 16.16.32 h. 2.º Filipe Cardoso (Efapel), mt. 3.º Samuel Caldeira (Carmin/Brio), a 1s. 4.º Jon Aberasturi (Orbea), a 8s. 5.º Marco Cunha (Liberty), a 9s. 6.º José Gonçalves (Onda/Boavista), a 9s. 7.º António Carvalho (Mortágua), a 9s. 8.º Hugo Sabido (LA/Antarte), a 9s. 9.º Marc Goos (Rabobank), a 10s. 10.º Daan Olivier (Rabobank). a 11s. PONTOS: 1.º Samuel Caldeira (Carmin/Prio). JUVEN-TUDE: 1.º Marc Goos (Rabobank). MONTANHA: 1.º Darren Lill (Team Bonitas). EQUIPAS: 1.º Rabobank (HOL).

Meta final Em Grândola. O vencedor (2.º à esquerda) e Samuel Caldeira

30.ª Volta ao Alentejo Os laureados consagrados no “palco da fraternidade”

O vencedor Alexey Kunshin (Logosphinx)

Page 22: Ediçao N. 1562

Diário do Alentejo30 março 2012

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Page 23: Ediçao N. 1562

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa MariaDr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celuliteDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Page 24: Ediçao N. 1562

Diário do Alentejo30 março 2012

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Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

EDITAL

MEDIDAS DE COMBATE À SECA

NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EFMA

ABEBERAMENTO DE GADO

Na sequência das medidas implementadas pela EDIA

para auxílio aos agricultores no combate à seca climatérica

que se instalou no território Português em 2012, e mais pre-

cisamente na área de infl uência do Empreendimento de Fins

Múltiplos de Alqueva

(EFMA) informa-se que:

1. Os agricultores que desejem obter acesso à água para

fi ns de abeberamento de gado deverão dirigir-se à sede da

EDIA ou às delegações dos diferentes perímetros de rega para

procederem à sua inscrição.

2. No ato da inscrição deverão declarar:

• Localização da exploração;

• Endereço e contacto telefónico;

• Identifi cação do transporte da água (matrícula);

• Número de efetivos pecuários e tipo de gado;

• Estimativa do volume pretendido.

3. Com base na informação prestada, a EDIA analisará

qual o ponto da rede e as condições em que os volumes re-

queridos poderão ser disponibilizados. Esta informação será

prestada num prazo médio de 3 dias.

4. Para mais informações os agricultores poderão entrar

em contacto com a EDIA através de:

Telefone: 284 315 110;

Endereço eletrónico: [email protected]

Site da EDIA: www.edia.pt

Beja, 22 de março de 2012.

O Presidente

João Basto

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

EDITAL

MEDIDAS DE COMBATE À SECA NA ÁREA

DE INFLUÊNCIA DO EFMA

FORNECIMENTO DE ÁGUA PARA REGA

Na sequência das medidas implementadas pela EDIA para

auxílio aos agricultores no combate à seca climatérica que se

instalou no território Português em 2012, e mais precisamente

na área de infl uência do Empreendimento de Fins Múltiplos

de Alqueva (EFMA) informa-se que:

1. A EDIA simplifi cou os procedimentos administrativos

para assegurar a fl exibilização e facilitação de pontos de aces-

so à água para rega, a título precário, através de reservatórios,

albufeiras do sistema primário e hidrantes periféricos da rede

primária e secundária de rega.

2. Os agricultores que desejem obter acesso à água para

rega deverão dirigir-se à sede da EDIA ou às delegações dos di-

ferentes perímetros de rega para procederem à sua inscrição.

3. No ato da inscrição deverão declarar:

• Localização da exploração;

• Endereço e contacto telefónico;

• Área a regar e cultura(s) instalada(s);

• Estimativa do volume pretendido;

• Equipamento de captação e mecanismo de controlo do

volume captado.

4. Com base na informação prestada, a EDIA analisará

qual o ponto da rede e as condições em que os volumes

requeridos poderão ser disponibilizados.

Esta informação será prestada num prazo médio de 3

dias.

5. O preço da água destinada a rega é fi xado de acordo

com o disposto no Despacho n.º 9000/2010, de 27 de Abril e

poderá ser consultado no site da EDIA.

6. Para mais informações os agricultores poderão entrar

em contacto com a EDIA através de:

Telefone: 284 315 110

Endereço eletrónico: [email protected]

Site da EDIA: www.edia.pt

Beja, 22 de março de 2012.

O Presidente

João Basto

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

Notária

Ana Filipa de Losada Marcelino Tomás

Certifi co para efeitos de publicação que, por escritura de Jus-

tifi cação Notarial, outorgada neste Cartório, hoje, dia dezassete de

Fevereiro de dois mil e doze, lavrada a folhas 57, do Livro de notas

para escrituras diversas número 110, Mariana da Consolação Esper-

nega Sousa Bule Gonçalves, que também usou Maria da Consulação

Espernaga Sousa Bule Gonçalves, titular do NIF 110110854, viúva,

natural da freguesia e concelho de Serpa, residente na Rua Lino de

Assunção, número 12, freguesia de Alfragide, concelho de Amadora,

devidamente representada por Maria Alice Sota Bule Plácido Correia,

titular do BI n.° 7017531 emitido em 20/02/2003 pelos SIC de Lisboa e

do NIF 103073590, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira,

concelho de Lisboa, casada residente na Travessa da Amoreira, Lote 1,

freguesia de Algueirão – Mem Martins, na qualidade de procuradora;

justifi cou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do

prédio urbano, destinado a habitação, sito na Rua 5 de Julho ou Largo

do Rocio, freguesia de Serpa (Salvador), concelho de Serpa, descrito

sob o número 2815 da Conservatória do Registo Predial de Serpa,

achando-se o prédio inscrito na matriz da referida freguesia sob o ar-

tigo 524, com o valor patrimonial tributário de € 699,68, a que atribuiu

o valor de mil euros. Que o identifi cado prédio urbano se encontra

defi nitivamente registado a favor de Ana de Jesus Sota pela inscrição

com a Apresentação Dois, de cinco de Agosto de mil novecentos e cin-

quenta e sete, viúva, mãe da justifi cante; e que no dia doze de Janeiro

de mil novecentos e setenta e cinco, faleceu a referida Ana de Jesus

Sota, sem testamento ou qualquer outra disposição de última vontade

sucedendo-lhe como seus únicos herdeiros, os fi lhos Eduardo Bule,

Maria José Sousa Bule, José Sota Sousa Bule, Maria Ana Sota Bule,

Mariana da Consolação Espernega Sousa Bule Gonçalves e António

Sota Bule, conforme se atesta pela escritura de Habilitações, lavrada

no Cartório Notarial de Oeiras a cargo da Lic. Ivone Maria Vieira Xavier

Botelho Antunes, no dia catorze de Abril de dois mil e cinco, lavrada

a folhas 58 do Livro de notas para escrituras diversas com o número

3 – A, que apresentou.

À data da morte da referida Ana de Jesus Sota, em 12/01/1975, foi

acordado por partilha verbal, entre todos os interessados e seus únicos

herdeiros, os referidos Eduardo Bule, Maria José Sousa Bule, José Sota

Sousa Bule, Maria Ana Sota Bule, Mariana da Consolação Espernega

Sousa Bule Gonçalves e António Sota Bule, alguns deles já falecidos,

que o supra identifi cado prédio urbano fi caria adjudicada à ora justifi -

cante Mariana da Consolação Espernega Sousa Bule Gonçalves; que

à data da referida adjudicação a justifi cante era casada sob o regime da

comunhão geral com Raul José Correia Gonçalves, já falecido, de quem

é a sua única e universal herdeira, conforme escritura de habilitação

outorgada neste cartório em 19/07/2011, lavrada a folhas 6 do Livro de

notas para escrituras diversas número 102.

Que, na data da partilha fi cou acordado que a justifi cante iria

pagando faseadamente e de acordo com as suas possibilidades eco-

nómicas à data, as tornas aos restantes herdeiros seus irmãos; tendo

nessa conformidade efectuado os seguintes pagamentos: 1) No dia

06/09/1983, pagou a seu irmão António Sota Bule a quantia de cento

e vinte mil escudos; 2) No dia 08/01/1986, pagou a seu irmão Eduardo

Bule a quantia de cento e vinte mil escudos; 3) No dia 01/11/1987, pagou

a sua irmã Maria Ana Sota Bule a quantia de cento e vinte mil escudos;

4) No dia 12/06/1988, pagou a seu irmão José Sota Sousa Bule a

quantia de cento e vinte mil escudos, e 5) No dia 29/09/1988, pagou a

sua irmã Maria José Sousa Bule a quantia de cento e vinte mil escudos,

conforme se atesta pelos recibos de quitação dos valores pagos, que

apresentou e dos quais adiante se arquivam públicas – formas juntas

no processo de notifi cações prévias.

Que, em consequência da referida partilha e consequente adju-

dicação, a referida Mariana da Consolação Espernega Sousa Bule

Gonçalves esteve na posse e fruição do supra identifi cado prédio, em

nome próprio, desde 1975 até à presente data, pagando os respectivos

impostos ao longo dos referidos anos, fazendo as necessárias obras de

conservação e reparação, tudo isto ininterruptamente, sem violência ou

oposição de quem quer que seja e à vista de toda a gente e que apenas

por mero desleixo e confi ança inequívoca entre irmãos e cunhados não

formalizaram a escritura de partilha, a qual hoje não é possível realizar

em virtude de não se conseguir reunir todos os interessados, nomea-

damente alguns dos herdeiros dos já falecidos irmãos da justifi cante,

por estarem ausentes em parte incerta.

Que, em consequência da referida aquisição foi esta posse

titulada, de boa fé, contínua, pacífi ca e pública, tendo conduzido à

aquisição do direito de propriedade da identifi cada fracção autónoma

por usucapião.

Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar

o direito a registo vem justifi cá-lo nos termos legais.

Está conforme o original.

Alfragide, dezassete de Fevereiro de dois mil e doze.

A Notária,

Ana Filipa de Losada Marcelino Tomás

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

Notária de Ourique

Maria Vitória Amaro

CERTIFICADOCertifi co, narrativamente, para efeitos de publicação que, no dia de-

zanove de Março do ano dois mil e doze, no Cartório Notarial de Ourique,

a folhas cento e quinze e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras

Diversas número Quarenta e Sete-D, se encontra exarada uma escritura

de Justifi cação, na qual Piedade Maria Valério, solteira, maior, natural da

freguesia de Santana da Serra, concelho de Ourique, onde reside no Monte

Pequeno da Casa dos Fitos, N.I.F.135 416 353, se declara dona e legítima

possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte prédio:

Urbano, sito no Monte Pequeno da Casa dos Fitos, Fitos, freguesia de

Santana da Serra, concelho de Ourique, constituído por uma morada de

casas térreas destinadas a habitação (T/3) e logradouro, com a superfície

coberta de duzentos e quarenta e um vírgula cinquenta metros quadrados

e a superfície descoberta de dois mil e setenta e quatro virgula cinquenta

metros quadrados, confrontando do norte, nascente e poente com Vaga

dos Carrapetos e do sul com caminho público, inscrito na respectiva ma-

triz, em nome da justifi cante, sob o artigo 1747, com o valor patrimonial

de €17.960,00, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do Registo

Predial de Ourique.

Que a justifi cante não possui qualquer título para efectuar o registo a

seu favor, deste prédio, na Conservatória, embora sempre tenha estado,

há mais de trinta e dois anos, na detenção e fruição do citado prédio, tendo

o mesmo vindo à sua posse por o ter adquirido por acto não titulado, por

doação, meramente verbal, feita por Antónia Maria, solteira, maior, residente

que foi no Monte Pequeno da Casa dos Fitos, freguesia de Santana da

Sena, concelho de Ourique, em dia e mês que não pode precisar, mas por

volta do ano de mil novecentos e oitenta, não tendo outorgado a respectiva

escritura, mas tendo desde logo entrado na posse e fruição do prédio, em

nome próprio, posse que assim detém há mais de trinta e dois anos, sem

interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser

conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la.

Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio

nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao

integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente,

utilizando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando

os respectivos impostos.

É assim tal posse pacífi ca, pública e continua e durando há mais de

vinte anos, facultando-lhe a aquisição do direito de propriedade do citado

prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode

ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.

Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o

seu direito ao registo, vem justifi cá-lo nos termos legais.

Está conforme o original

Cartório Notarial de Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos

dezanove de Março de 2012.

A Notária,

Maria Vitória Amaro

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA

ZONA AZUL

CONVOCATÓRIAAo abrigo do art.º 27.° dos Estatutos, venho por este meio

convocar a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 16 de Abril de 2012 na Sede do Clube, sita na Rua Frei Manuel do Ce-náculo, n.° 17, em Beja, pelas 20.30 horas, com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS1. Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção

referente ao exercício de 2011:2. Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orça-

mento para 2012:3. Outros assuntos.De acordo com o art.° 31.° ponto 1 dos Estatutos, caso

à hora marcada não estejam presentes 50% do número total de Associados, a Assembleia Geral reunirá em 2.ª CONVO-CATÓRIA, 30 minutos mais tarde no mesmo local e dia, com igual ordem de trabalhos.

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralAntónio Francisco Mestre Raposo

Page 25: Ediçao N. 1562

Diário do Alentejo30 março 2012

institucional diversos 25

** Rota dos Castelos do Guadiana – Ju-

romenha, Alandroal, Terena, Santuário

da Boanova, Monsaraz, Mourão – Acom-

panhamento por um historiador – Dia 1

de Abril

* O MELHOR DE LA FÉRIA – CASINO DO

ESTORIL – DIA 1 DE ABRIL

* PÁSCOA NO MINHO – SEMANA SANTA

EM BRAGA, PÓVOA DE LANHOSO, CAL-

DAS DO GERÊS, S. BENTO DA PORTA

ABERTA, PENEDA-GERÊS, GUIMARÃES –

De 6 a 9 de Abril

* Jóias da Beira – Arganil, Piódão, Coja,

Góis, Lousã, Arouce, Candal, Castanheira

de Pêra, Pedrógão, Sertã, Dormes – Dias

14 e 15 de Abril

* Visita a Mérida – Dia 15 de Abril

*”JUDY GARLAND – FIM DO ARCO-

ÍRIS” – Dia 15 de Abril – Teatro Politeama

* ORA VIRA € TROIKA O PASSOS! – Dia

15 de Abril – Teatro Maria Vitória

* Astúrias, Cantábria e Picos da Europa

– 21 a 25 de Abril

* Madeira – FESTA DA FLOR – De 21 a 25

de Abril

* Excursão ao Santuário de Fátima –

Dia 22 de Abril

* Barcelona – Capital do Mediterrâneo

– De 25 a 29 de Abril – Autocarro

* Feira de Sevilha – Dia 28 de Abril

* Nordeste Transmontano, Lagos de

Senábria com Cruzeiro Ambiental no

Rio Douro – De 28/4 a 1/5

* Arouca e São Macário – Dias 5 e 6

de Maio

* Sintra Monumental – Com visita ao

Palácio da Pena – Dia 6 de Maio

* Turquia – Visitando: Istambul;

Ankara, Capadócia, Pamukkale e

Éfeso – De 6 a 13 de Maio

* Lourdes, Andorra e Zaragoza – Por

ocasião da Peregrinação Militar – De 10 a

15 de Maio

* Feira do Cavalo de Jerez de La Fron-

tera – Dias 12 e 13 de Maio

* Celebração do 13 de Maio em Fátima

– Dias 12 e 13 de Maio

* Galiza – 17 a 20 de Maio - Visitando: San-

xenxo - Grove - La Toja - Santiago de Com-

postela - Corunha - Pontevedra – Vigo

* CRUZEIRO “FIORDES DO NORTE” –

De 18 a 26 de Maio

* Rota dos Judeus em Portugal – 19 a 20

de Maio - Visitando: Castelo de Vide - Sor-

telha - Sabugal - Serra da Malcata - Bel-

monte – Guarda

* Cruzeiro no Alqueva – Dia 20 de Maio

* Peñiscola e Gandia – De 26 a 31 de

Maio - Visitando: Peñiscola – Morella -

Benicássim - Oropesa del Mar -Valência -

Gândia – Denia

* MONTE SELVAGEM E FLUVIÁRIO DE

MORA – Dia 27 de Maio

* Cruzeiros no Douro – VÁRIOS PRO-

GRAMAS DISPONÍVEIS TODO O VERÃO!

* MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO – De

13 a 20 de Julho

* CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITER-

RÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de

Outubro

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Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 2.ª Publicação

AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL

Concurso para cedência

de exploração de espaço

de restauração durante

a 29ª Ovibeja 20121. (Objeto)A AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo

e Alentejo Litoral instala anualmente no espaço dos Municípios, no Pavilhão Institucional, em cada edição da Ovibeja, uma pequena tasquinha, para fornecimento de bebidas, pequenas refeições e petiscos.

Em área adjacente à tasquinha são colocadas várias mesas compridas, máximo (4), equipadas com bancos corridos, permi-tindo em média a existência de 24 lugares sentados.

2. (Horário de Funcionamento)O horário diário de abertura e encerramento da tasquinha

coincidirá com o horário estabelecido pela organização da OVI-BEJA para todo o Pavilhão Institucional (das 10h00 às 23h00).

3. (Concurso)O acesso à exploração da tasquinha é feito por concurso.4. (Concorrentes)Podem concorrer à exploração da tasquinha, todos os esta-

belecimentos de restauração da área geográfi ca abrangida pela AMBAAL (Baixo Alentejo e Alentejo Litoral).

Podem também concorrer em segunda linha, quaisquer ou-tras pessoas coletivas ou singulares, com residência no território referido no parágrafo anterior.

5. (Propostas)As propostas dos concorrentes devem dar entrada na sede

da AMBAAL até às 15h,30m do dia 5 de Abril de 2012 e deverão referir no exterior do envelope o concurso a que se destinam: “OVIBEJA 2012” – Tasquinha AMBAAL –

6. (Abertura das Propostas)A abertura das propostas terá lugar no dia 5 de Abril às

16h00.7. (Júri)O Júri do Concurso será constituído da seguinte forma:Presidente – Orlando Pereira1.º Vogal – Pedro Pacheco2.º Vogal – Cristina Casadinho8. (Critério de Adjudicação)O critério de adjudicação será o da proposta economicamente

mais vantajosa.9. (Casos Omissos)Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos

pelo Conselho Diretivo da AMBAAL.

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

CENTRO DE APOIO A IDOSOS DE MOREANES

CONVOCATÓRIA1 . Nos termos do art.º 29.º n.º 2 alínea b) dos Estatutos:CONVOCOOs associados do CAIM – Centro de Apoio a Idosos de

Moreanes para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 06 de Abril de 2012, pelas 16:00 horas, na Sede Social, em Moreanes, com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOSPonto 1. Informações.Ponto 2. Discussão e votação do Relatório e Contas de

2011, bem como do Parecer do Conselho Fiscal.Ponto 3. Discussão e aprovação do Regulamento Interno

de Funcionários.2. Caso à hora marcada não se encontrem presentes mais

de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia terá lugar meia hora depois, em conformidade com o disposto no art.º 31.º, n.º 1 dos Estatutos, com qualquer número de associados presentes.

Moreanes, 14 de Março de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Dr. Domingos Viegas

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DE BEJA

CONVOCATÓRIA

Nos termos dos art.º 28.º dos Estatutos da Liga dos Amigos

do Hospital de Beja, convoco todos os Sócios para uma reunião

da Assembleia-Geral a realizar no dia 10 de Abril de 2012, em

primeira convocatória para as 16.30 h, com a duração estimada

de uma hora, na sala de conferências do Hospital José Joaquim

Fernandes – Beja, na Rua Dr. António Fernando Covas Lima,

em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Informações;

2. Apreciação e votação do Relatório e Contas do Ano

de 2011;

3. Outros Assuntos.

Se não estiverem presentes, à hora indicada, mais de me-

tade dos sócios com direito a voto, a Assembleia-Geral realizar-

se-á meia hora mais tarde, com os Sócios presentes.

Beja, 21 de Março de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral,

Dr. Joaquim Apolino Salveano de Almeida

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

CENTRO INFANTIL

CORONEL SOUSA TAVARES

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artigo 30.° dos Estatutos do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares, convocam-se todos os Sócios para uma reunião da Assembleia Geral a realizar no dia 17 de Abril de 2012, pelas 20 horas, na sede da Instituição, Rua Pedro Álvares Cabral em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 - Apreciar e votar as Contas de Gerência do Ano de 2011.

2- Alteração do Regulamento Interno da Casa Pia de Beja.

3- Angariação de Sócios.4- Outros Assuntos.Se à hora marcada não estiver presente mais de metade

dos associados com direito a voto a Assembleia reunirá uma hora depois com qualquer número de presentes.

Beja, 19 de Março de 2012.

O Presidente da Assembleia Geral

João da Silva Martins

Diário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

CIMBAL – COMUNIDADE INTERMUNICIPAL

DO BAIXO ALENTEJO

EDITALAntónio João Rodeia Machado, Presidente da Mesa

da Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermu-

nicipal do Baixo Alentejo, faz saber, nos termos do artº.

91º da Lei nº. 169/99, que em reunião de 23 de fevereiro

de 2012, foram aprovados os seguintes documentos:

– Relatório e Contas da CIMBAL de 2011

Os documentos em causa, podem ser consultados

nos serviços desta Comunidade das 9 h às 12h30m

e das 14h às 17h30m, de segunda-feira a sexta-feira

nos dias úteis.

Para constar, se publica o presente que vai ser

afi xado nos lugares públicos do costume.

Beja, 8 de março de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia

Intermunicipal da CIMBAL

António João Rodeia Machado

Page 26: Ediçao N. 1562

Diário do Alentejo30 março 2012

26 diversos necrologiaDiário do Alentejo nº 1562 de 30/03/2012 Única Publicação

EDAB – Empresa de Desenvolvimento

do Aeroporto de Beja, S.A

A EDAB – Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de

Beja, S.A., sita na Av. Salgueiro Maia, Edifício Expobeja, 2º An-

dar, identifi cada com o NPC 505 292 343, vem por este meio

proceder à venda de imobilizado.

Tipo de Venda: Os bens serão vendidos à proposta de valor

mais elevado.

Tipo de Proposta: A proposta deve ser enviada em enve-

lope fechado, com identifi cação na parte inferior esquerda do

número do artigo sobre o qual é feita a proposta. Cada envelope

deve conter uma única proposta relativa a um único bem. Cada

interessado pode enviar as propostas que entender.

Prazo para proposta: O prazo para a recepção da proposta

é de 10 dias corridos após a publicação.

Entrega da proposta: A proposta pode ser entregue via ex-

pedição postal (para a morada da empresa) ou em mão, até às

17h00 do último dia do prazo. Para entrega da proposta em mão,

deverá ser contactado o número de telefone 961 362 599 para

agendamento da entrega. Se a proposta for entregue fora do

prazo não será considerada.

Conteúdo da proposta: A proposta deve incluir os dados do

proponente (Nome, Morada, Contacto Telefónico e NIF), o nú-

mero de identifi cação do bem que se propõe a adquirir e o valor

pelo qual pretende adquiri-lo.

Visitação dos Bens: Para visitação dos bens a alienar deve

ser feito contacto telefónico para o número 961 362 599, para se

marcar dia e hora para a visita ao local.

Notifi cação de Alienação: No prazo de 5 dias após a fi nali-

zação do prazo de entrega de propostas, o júri notifi cará o pro-

ponente com a proposta de maior valor.

Concretização da Alienação: A alienação efectivar-se-á no

prazo máximo de 5 dias após a notifi cação de alienação. O pa-

gamento dos bens deve ser feito impreterivelmente em numerá-

rio. Após este prazo, se a alienação não se concretizar, a EDAB,

S.A. reserva-se o direito de alterar a decisão de alienação a fa-

vor de outra proposta, de acordo com o critério de adjudicação

atrás referido.

Lista de bens a alienar:

Viatura Wolksvagen Passat, matrícula 26-96-XJ, identifi cada

como artigo nº 1;

Viatura Wolksvagen Passat, matrícula 26-97-XJ, identifi cada

como artigo nº 2;

Viatura Wolksvagen Passat, matrícula 27-50-XJ, identifi cada

como artigo nº 3;

Viatura Peugeot 206, matrícula 35-26-TT, identifi cada como

artigo nº 4;

Impressoras Brother, Laser, PB, identifi cadas como artigo n

º 5 e artigo nº 55;

Calculadora JET 1280 PD, identifi cada como artigo nº 6;

Blocos Rodados identifi cados como artigos nº 7, 8, 50 e 51;

Secretárias em “L”, identifi cadas como artigos nº 9 e 49;

Conjunto de Computador, monitor e teclado, identifi cados

como artigo nº 10, 57, 58, 59 e 60;

Aquecedor a óleo identifi cado como artigo nº 11;

Torre de CD’s identifi cada como artigo nº 12;

Secretária simples identifi cada como artigo nº 13;

Mesa de reuniões identifi cada como artigo nº 14;

Quadro portátil de reunião identifi cado como artigo nº 15;

Secretárias de Madeira, em “L”, identifi cadas como artigos

nº 16 e 17;

Cadeiras de secretária identifi cadas como artigos nº 18 e

19;

Multifunções Brother, identifi cado como artigo nº 20;

Móveis de escritório diversos, identifi cados como artigos nº

21, 22, 36, 39 e 40;

Mesas de reunião redondas identifi cadas como artigos nº

23, 37 e 38;

10 Cadeiras de reunião identifi cadas como artigos nº 24;

3 sofás de 1 lugar identifi cados como artigo nº 25;

Mesas de apoio identifi cadas como artigo nº 26 e 27;

Cadeiras de Secretária identifi cadas como artigos nº 28, 29,

46, 47, 48, 53 e 54;

Móvel de Apoio identifi cado como artigo nº 30;

Frigorífi co identifi cado como artigo nº 31;

Micro-ondas identifi cado como artigo nº 32;

Secretárias simples com bloco rodado identifi cadas como

artigos nº 33 e 52;

10 cadeiras de mesa de reunião identifi cadas como artigo

nº 34;

Televisão marca Worten identifi cada como artigo nº 35;

2 Computadores portáteis identifi cados como artigos nº 41

e 42;

Secretárias com Bloco rodado incorporado identifi cadas

como artigos nº 43, 44 e 45;

Relógio de ponto para registo de entradas e saídas, identifi -

cado como artigo nº 56;

Televisão LCD marca Samsung, identifi cada como artigo nº

61;

Central telefónica e diversos aparelhos telefónicos identifi ca-

dos como artigo nº 62;

O Presidente da Comissão Liquidatária

José Ernesto da Costa Queiroz

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.Rua das Graciosas, 7

7960-444 Vila de Frades/VidigueiraTm.963044570 | Tel. 284441108

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO

Fátima Francisca

Parreira Fialho Nasceu 08.12.1962

Faleceu 21.03.2012

Faleceu o Exma. Sra. Fátima

Francisca Parreira Fialho,

natural de Vidigueira, divor-

ciada.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 24, da casa mor-

tuária de Vidigueira para o

cemitério local.

À família enlutada apresen-

tamos as nossas condo-

lências.

Selmes

PARTICIPAÇÃO

Maria Antónia

Delgado Nasceu 14.01.1929

Faleceu 23.03.2012

Faleceu o Exma. Sra. Maria

Antónia Delgado, natural de

Selmes, casada com a Exmo.

Sr. José Martins.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 24, da casa mortu-

ária de Selmes para o cemi-

tério local.

À família enlutada apresen-

tamos as nossas condo-

lências.

Selmes

PARTICIPAÇÃO

Gertrudes Maria

Oleiro Algarvio

Mouchinho Nasceu 14.09.1932

Faleceu 23.03.2012

Fa leceu o Exma. Sra .

Ger trudes Mar ia Oleiro

Algarvio Mouchinho, natu-

ral de Selmes, casada com

o Exmo. Sr. José Joaquim

Mouchinho.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 24, da casa mortu-

ária de Selmes para o cemi-

tério local.

À família enlutada apresen-

tamos as nossas condo-

lências.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas condolências

MISSA

João Pedro

Marques Rosa

6.º Ano de Eterna Saudade

Seus pais, irmã e restante

família, comunicam que se

realiza missa pelo seu eter-

no descanso no dia 1 de

Abril, domingo, pelas 12.00

horas, na Igreja do Carmo

em Beja.

Alvito – Beja

MISSA

Maria da Paz

Amador Pires

5.º Ano de Eterna Saudade

Seu marido e restante fa-

mília, participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descanso

da sua ente querida no dia

02/04/2012, segunda-feira,

às 18.00 horas na Igreja

Matriz de Alvito, agradecen-

do desde já a todos os que

nela participem.

Vales Mortos

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Amigos de Francisco Medeiros Guerreiro, de 78 anos, cum-

prem o doloroso dever de participar o seu falecimento ocorrido

no dia 25 de Março de 2012.

Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio

agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última

morada ou de outra forma lhes expressaram o seu pesar.

MISSA DO 30º DIA

António Viriato Silva1º Mês de Eterna Saudade

Esposa, fi lhos, nora, netos,

bisneto, irmãos e restante fa-

mília, participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descanso

do seu ente querido no dia

01/04/2012, domingo, às 19.00

horas na Igreja de Nossa

Senhora do Monte Carmelo,

no Pólo 2 do Centro Paroquial

e Social do Salvador em Beja,

agradecendo desde já a todos

os que comparecerem no pie-

doso acto.

MISSA

Mariana Deonilde

Marques1.º Ano de Eterna Saudade

Partiste no silêncio da dor

sem ao menos dizeres adeus,

deixaste-nos o teu amor

que te garantimos, não se

perdeu.

Do teu esposo, fi lhas, genro

e netos que jamais te es-

quecerão.

Será celebrada missa no

dia 05/04/2012, quinta-feira,

às 19.00 horas na Igreja do

Salvador em Beja.

Vila Nova de S. Bento

Faleceu a Exma. Sra. Rosa

Candeias de 95 anos, viú-

va, natural de Aldeia Nova

de S. Bento. O funeral a car-

go desta Agência realizou-

se no passado dia 21 de

Março da casa mortuária

de Vila Nova de S. Bento

para o cemitério local. À

família enlutada apresen-

tamos as nossas cordiais

condolências.

Vila Nova de S. Bento

Fa leceu a Exma. Sra .

Constância Velhinho Santos

de 72 anos casada com Exmo.

Sr. Francisco Espicha Torrão,

natural de Aldeia Nova de S.

Bento. O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no passado

dia 21 de Março da casa mor-

tuária de Vila Nova de S. Bento

para o cemitério local. À família

enlutada apresentamos as nos-

sas cordiais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.Rua do Outeiro nº 21

Vila Nova de S. BentoTelm: 967026828 - 967026517

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Page 27: Ediçao N. 1562

Diário do Alentejo30 março 2012

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DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800”

BEJA / SÃO MATIAS

†. Faleceu a Exma. Sra. D. EDITE DE JESUS RAPOSO NUNES, de 78 anos, natural de São Matias - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para Jazigo de família no cemitério de São Matias.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA AMÉLIA BARÃO GUERREIRO, de 76 anos, natural de Santiago Maior - Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BALEIZÃO

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO, de 90 anos, natural de Baleizão - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CUSTÓDIA MARIA BARRIGA, de 79 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 23, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIANA LUÍSA DA SILVA, de 78 anos, natural de São Matias - Beja, casada com o Exmo. Sr. Cândido António da Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA / CABEÇA GORDA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO CLÁUDIO MARQUES, de 77 anos, natural de Albernôa - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Custódia Maria Serra Marques. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério da Cabeça Gorda.

VILA NOVA DA BARONIA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOAQUINA PEREIRA TRIPA, de 83 anos, natural de Vila Nova da Baronia - Alvito, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária de Vila Nova da Baronia, para o cemitério local.

ALBERNÔA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO ROSÁRIO FEIO, de 94 anos, natural de Albernôa - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Casa Mortuária de Albernôa, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ALBERTINA COELHO ROCHA, de 80 anos, natural de São Sebastião - Loulé, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA CAROLINA GUERREIRO DAS FONTES FREIXO, de 89 anos, natural de Santa Maria da Feira- Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ELVIRA AUGUSTA MARTINS SILVA SEBASTIÃO, de 84 anos, natural de Panoias - Ourique, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremada.

LAGOA (ALGARVE)

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOÃO TORRES DOS REIS, de 80 anos, natural de Lagoa, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Lurdes Martins Vieira Reis. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27, da Casa Mortuária de Lagoa, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA BENEDITA ALMODÔVAR GUERREIRO DA CRUZ MARTINS, de 95 anos, natural de São João Baptista - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 27, da Igreja Paroquial do Carmo, para Jazigo de Família no cemitério de Beja

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. RAÚL JOAQUIM PICADO JÚNIOR, de 94 anos, natural de Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO MANUEL CAIXINHA, de 82 anos, natural de Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Lurdes Guerreiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 28, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

CANTINHO DA RIBEIRA / TRINDADE

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO MANUEL FIGUEIRA, de 71 anos, natural de Trindade - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, da Casa Mortuária de Trindade, para o cemitério local.

TRAFARIA / ALMADA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FILIPE JOÃO DOS SANTOS, de 89 anos, natural de Caparica - Almada, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29, da Casa Mortuária de Trafaria, para o cemitério do Monte da Caparica, Almada.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

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Page 28: Ediçao N. 1562

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Boa vidaComer Línguas de bacalhau com molho verde

Ingredientes:500 gr. de línguas de bacalhau salgadas,120 gr. de farinha de trigo,3 ovos,q.b. de óleo ,3 dl. de azeite,1 dl. de vinagre,1 cebola média,2 dentes de alho,1 molho de salsa médio,1 ovo cozido,q.b. de sal fino,q.b. de pimenta branca moída.

Confeção:Comece por demolhar as lín-guas durante 24 horas, mu-dando a água várias vezes ao dia para retirar o excesso de sal.Leve um tacho ao lume com água e coza-as. Retire-as para um passador de rede e escorra-as.Passam-se por farinha, ovo batido e fritam-se em óleo bem quente. Coloque-as so-bre papel absorvente.Entretanto faça um molho com azeite, vinagre, sal, pi-menta, ovo picado, cebola pi-cada, alho picado e salsa pi-cada. Coloque o molho sobre as línguas e bom apetite…

Nota:As línguas de bacalhau nor-malmente encontram-se à venda em salmoura.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasSindrome E

Com Sindrome E o es-critor de policiais fran-cês Franck Thilliez as-

sina um enorme êxito editorial que, no seu país, já teve direito a sequela. Cinéfilo [“8mm”, de Joel Schumacher, é um fa-vorito], Thilliez verteu para a intriga, densa e bem infor-mada, não só muitos conhe-cimentos técnicos sobre reali-zação e conservação de filmes como uma série de referências cinematográf icas. Tal como em The Ring, há um perso-nagem que cega após ver um filme. Lucie Hennebelle, a ex-namorada deste que trabalha na polícia, começa a pesquisar o caso. Paralelamente, Franck Sharko, comissário de polí-cia veterano que tem feito tra-balho de secretária desde que viveu uma tragédia familiar e começou a sofrer de esquizo-frenia, investiga a descoberta de cinco cadáveres a quem os crânios foram cerrados e os olhos, vazados. Um telefonema misterioso relaciona os dois casos e põe Henebelle em con-tacto com Sharko. Começa en-tão a definir-se uma atração entre estes – a que a obsessão de ambos pelo trabalho não é alheia. Uma viagem ao Egito e outra ao Canadá determinam os avanços na pesquisa.

Autor prolixo mas nem por isso descuidado, Thilliez es-creve de modo f luído, objetivo e surpreendente sobretudo pela quantidade de informa-ção que desfia e que é relevante para a construção do enredo e para manter o leitor suspenso na leitura. Thilliez gosta de cinema mas certamente que o cinema gostará da sua es-crita, muito visual e de adapta-ção visual fácil [o seu livro La Chambre des morts foi adap-tado para cinema em 2007].

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaFPF realizaamanhã o seu congresso

A Federação Portuguesa de Fi latelia (FPF) realiza amanhã, sábado, o seu congresso para a apresentação e aná-

lise do que foi a sua atividade durante 2011. Os trabalhos iniciar-se-ão pelas 14 e 30 horas na Biblioteca da Escola Básica e Secundária de Barroselas.

Da ordem de trabalhos destacam-se dois pontos: a atribuição da Ordem de Mérito Filatélico ao f ilatelista José Manuel Ribeiro Marques e a posição que a FPF deve tomar re-lativamente à sua presença na FIP – Federação Internacional de Filatelia. A FIP, nas suas úl-timas reuniões magnas, aprovou algumas re-gras que em nada beneficiam o desenvolvi-mento da filatelia.

Durante o ano passado a FPF editou dois números da sua revista, a “Filatelia Lusitana”, e esteve presente no congresso anual da FEPA – Federação Europeia de Filatelia, que se rea-lizou na Croácia.

Com a federação de filatelia deste mesmo país a FPF estabeleceu um protocolo de coo-peração, que foi assinado aquando das come-morações nacionais do Dia do Selo que tive-ram lugar em Évora a 1 de dezembro.

Nesta mesma ocasião a FPF fez a entrega dos Prémios de Mérito Filatélico – Literatura e rea lizou o Sa lão Fi latél ico Monarquia – República.

Na documentação já distribuída aos con-gressistas, a FPF também dá destaque à pre-sença de 17 coleções da classe juvenil na Exposição Nacional que se rea l izou em Póvoa de Varzim e às nove que participaram na Exposição Europeia de Filatelia Juvenil, que se realizou na Polónia em outubro, onde a participação portuguesa marcou presença positiva com a conquista do Prémio da Classe Maximafilia e de três medalhas de prata dourada.

A ilustração mostra-nos a folha comemo-rativa emitida pelos correios, em 1979, por ocasião do 25.º aniversário da FPF.

Geada de Sousa

JazzLupa Santiago Sexteto

Continua a ser residual o jazz brasileiro que atravessa o Atlântico e chega aos melóma-nos portugueses. O guitarrista, compositor

e pedagogo paulista Lupa Santiago é um dos que, ao longo da última década, tem vindo a erguer uma obra relevante na cena brasileira, com reper-cussões internacionais. Visitando a sua já signifi-cativa discografia, é possível encontrar um guitar-rista conhecedor da tradição – na esteira de Jim Hall –, de que se apropria seguindo uma aborda-gem própria. Após a participação em diversas gra-vações de grupos por si liderados ou coliderados (Regra de Três, Sinequanon, Jazz em Dobro) ou como convidado em projetos alheios (nos MC4+,

do saxofonista Marcelo Coelho, ou no quinteto do veterano baterista norte-americano Bob Kaufman), considerou ter chegado o momento de gravar em nome pró-prio. Para cumprir tal desiderato, reuniu um sexteto de músicos uni-dos por uma teia de ami-zades e cumplicidades urdida ao longo dos anos. Repartindo os créditos das composições com o baterista Nenê (que con-tribuiu com duas peças escritas especialmente para esta formação, en-tre as quais a delicio-samente batizada “5 Músicos e 1 Baterista”) e os arranjos com o mesmo Nenê e Rodrigo Morte, Santiago concretiza o de-sejo de apresentar peças

para formação mais alargada, gizando-as a par-tir de referências da tradição do jazz, assim como de elementos da música brasileira. Sem se afastar muito da corrente principal, apresenta uma mú-sica de indiscutível requinte e bom-gosto, feita do equilíbrio entre a frente de três sopros (infeliz-mente não é possível fazer o “quem é quem” dos saxofonistas) e da coesão do trio guitarra-contra-baixo-bateria, secção que revela particular empa-tia, ou não fosse esta uma das principais vias de expressão do líder. O melhor momento do disco acontece em “Madagascar” (a outra composição de Nenê), com toda a formação liberta e em per-feita união. Atente-se ainda na forma como é ex-plorado pelos sopros o motivo central de “Helio & Heraldo” (dedicado a Helio Delmiro e Heraldo do Monte, que o guitarrista considera os “dois pais da guitarra brasileira”) ou no dinamismo, pontuado por um certo balanço sul-americano, de “Dolphy Dance”, óbvia homenagem ao gigante Eric Dolphy. Especialmente recomendado para os cultores de um jazz seguro e sem grandes sobressaltos.

António Branco

Lupa Santiago – Sexteto

Lupa Santiago (guitarra), Vinicius Dorin (saxofones alto e tenor), Vitor Alcântara (saxofones alto e tenor), Daniel D´Alcântara (trompete e fliscorne), Alberto Luccas (contrabaixo) e Nenê (bateria).Editora: Tratore RecordsAno: 2011

Franck ThilliezSextante EditoraPVP: 14,90 euros400 págs.

28 A Hippy é uma cadelinha muito pequena, encontrada

abandonada e maltratada nas ruas de Beja. Tem uma pata

partida mas o seu pequeno coração ainda acredita nos

humanos e está cheio de carinho para dar. Precisa de um dono

“cinco estrelas”. Será vacinada, desparasitada e esterilizada.

Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja.

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Petiscos

Recordações dum cozinheiro

Uma das enormes desvantagens de já se ter dobrado o cabo dos 60 é olharmos por cima do ombro e todos os anos irmos

ficando com mais gente para trás. Ficam deles inesquecíveis lembranças, é isso que sobra.

Estêvão Simão Gonçalves, o Bom Ladrão, príncipe dos petiscos, indiscutível rei do pastel de bacalhau, casa aberta no mercado velho, mais tarde na Rodoviária. Nesta altura da Páscoa e da abstinência da carne – ainda há quem cumpra os preceitos – lembrei-me dele e da sua caldei-rada de peixe de mar.

Nos recuados anos 60, aqui em Beja, não ha-via demasiados acontecimentos e qualquer coisa que nos desafiasse a um passeio era bem-vinda. Surgiu-nos um convite para uma patuscada em Huelva. Os espanhóis tinham então várias ma-nias – é fácil de saber, são mais ou menos as mesmas que têm hoje – e para nós a mais irri-tante era a de se darem como especialistas em cozinhar peixe. Ora o peixe que sabiam fazer era frito, o resto era um desconsolo.

O Estêvão comprometeu-se a cozinhar e a le-var daqui o que fosse necessário. Sabia como ninguém escolher e comprar peixe. Tudo o que tivesse barbatanas ou andasse dentro de água não tinha segredos para ele. Encomendou e le-vou peixe fresco.

O peixe para dar corpo à caldeirada é o pargo e o cherne, em boa quantidade, talvez meio quilo de cada um. Também fazem falta, em me-nor quantidade – é mais para o gosto – tambo-ril, raia, safio e pata-roxa. Deve também levar lulas e amêijoas. A panela tem que ser grande, nada de panelas apertadas onde os ingredientes não têm espaço para “trabalhar”.

Arranjam-se tomates e cebola cortada muito f ina. Em boa quantidade, no conjunto, peso igual ao total dos peixes. Parece demais? Na ce-bola e no tomate estão previstos exageros. Mais umas tiras de pimentos verdes. Igual peso de batata, às boas rodelas. Uns bons decilitros de azeite.

Vai tudo em cru para o lume. Arma-se o cozi-nhado com paciência. Cebola, tomate, peixe, ba-tata; cebola, tomate, peixe e batata; repete sem-pre. Numa das camadas mais fundas, pode ser na primeira, dispõem-se as amêijoas e as lulas. Vai-se acompanhando com sal. Leva o azeite. Finalmente água, só até mal cobrir.

Fogo lento, devagar. Aqui é que se nota a falta dos antigos fogões a lenha. Quando co-meça a ferver, deita-se meio l itro de vinho branco. Tapa-se, mantém-se em lume brando e aguarda-se. Meia hora mais tarde começa-se a experimentar com um garfo, a caldeirada não pode f icar demasiado passada mas as batatas têm de estar cozinhadas.

Sirva em prato fundo, com cuidado para não desmanchar o peixe. É excelente. E com vinho branco gelado, vista para o mar e uma brisa na cara, ainda consegue ser melhor.

António Almodôvar

O Estêvão comprometeu-se a cozinhar e a levar daqui o que fosse necessário. Sabia como ninguém escolher e comprar peixe. Tudo o que tivesse barbatanas ou andasse dentro de água não tinha segredos para ele. Encomendou e levou peixe fresco.

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Fim de semana

O escritor alentejano António Murteira tem um novo livro e vai apresentá-lo hoje à noite, em Beja, no espaço Os Infantes,

a partir das 21 e 30 horas. Comeres com Poemas – Para Viver um Grande Amor tem a chancela das Edições Colibri e será

introduzido numa sessão em que, para além do autor, estarão presentes Fernando Mão de Ferro, editor, António Revez,

ator, José Baguinho, presidente da Cooperativa Cultural Alentejana, e Nuno do Ó, músico. Sobre ele disse a pintora Maria

Cavas: “Um livro de histórias e de afetos. De reflexão. Viagem num Alentejo-mundo, de aquém e de além-mar em África,

na América, na Ásia, na Europa. Nesses lugares onde o autor passou ou viveu. Na visão e no estilo peculiares do António

Murteira, que do confronto dialético entre o local e o universal perspetiva um todo que faz sentido. Simplesmente delicioso”.

Novo livro de António

Murteira apresentado

em Beja

Ganhões ensaiam no Museu da Ruralidade O Museu da Ruralidade, em Entradas, recebe hoje, sexta-feira, mais um ensaio de cante, a partir das 21 horas. Os convidados são os veteranos Os Ganhões de Castro Verde, nascidos em 1972 e com vá-rios registos na sua discografia, entre eles “É tão grande o Alentejo” e “O círculo que leva a lua”. No mesmo espaço, ainda se mantém patente, até 30 de junho, a exposição “Viola campaniça e outros cordofones”, uma coleção de instrumentos tradicionais de corda do acervo do músico Pedro Mestre.

Pela Orquestra de Bandolins da Madeira

“Concerto de Aranjuez”no palco do Pax Julia

A Orquestra de Bandolins da Madeira apresenta hoje à noite, no Pax Julia Teatro Municipal, a sua versão do “Concerto de Aranjuez”, uma compo-

sição do espanhol Joaquín Rodrigo que contará em Beja com a interpretação a solo do guitarrista Eudoro Grade. Neste concerto de Páscoa, produzido pela Associação

Cultural Música XXI, o agrupamento madeirense oferece à cidade, “numa versão absolutamente original”, uma peça musical que já serviu de inspiração a intérpretes tão distintos como Miles Davis, Paco de Lucia, Julio Iglesias, Andrea Bocelli ou Sarah Vaughan.

A Orquestra de Bandolins da Madeira foi fundada em

1913 e tem já diversos registos discográficos editados. Atuou em Espanha, Áustria e também em Inglaterra, onde participou num concerto na capela de St. Georges, em Windsor, por ocasião das comemorações do jubileu da rainha Isabel II. Sobe hoje ao palco bejense, a partir das 21 e 30 horas.

Os Elétricos vão à Galeria A Galeria do Desassossego, em Beja, vai receber amanhã, sábado, pelas 22

horas, um espetáculo de música que promete ser uma festa, com a atuação

da banda Os Elétricos. Trata-se de uma nova banda pop, assumidamente

portuguesa e orgulhosamente alfacinha, que permite ao público viajar

até aos anos 40 e 50 e recordar ou conhecer as melhores canções daquela

época. Tocam o swing, o fado, os blues, o ié ié, e até rock’n’roll e revivem

nomes como Beatriz Costa, Francisco José, Júlia Barroso, Tony de Matos,

João Villaret, Maria Clara, Elvis Presley, entre muitos outros. O grupo

é composto por Maria João Silva (voz), Miguel Castro (guitarra), Nuno

Faria (contrabaixo), André Lentilhas (banjo) e Luís Gaspar (bateria).

Endoenças de Safara registadas em livroAutor de várias brochuras sobre o

concelho de Moura, José António

de Oliveira Correia apresenta

amanhã, sábado, uma nova

obra intitulada Semana Santa –

Endoenças em Safara. O livro, uma

edição da Câmara de Moura, vai ser

lançado a partir das 17 horas, na

Sociedade Grupo União Safarense,

em Safara, na mesma ocasião em

que procederá à inauguração de

uma exposição fotográfica sobre

o tema. O estudo será apresentado

pelo padre Vítor Melícias, também

autor do prefácio, que se refere

à obra como um “trabalho de

investigação aturado e persistente”,

e uma coletânea de memórias e de

dados históricos e culturais “de

impressionante fidelidade e bom

recorte literário”, através do qual o

autor homenageia o povo safarense,

registando a sua memória.

Poesia a várias línguas na Biblioteca Dando continuidade à celebração do mês da poesia, a

Biblioteca Municipal de Beja propõe uma tertúlia para

hoje à noite, a partir das 21 e 30 horas, que reunirá vários

“amantes e amadores” deste género literário. Poesia de Língua

Partilhada vai permitir ao público o contato com diferentes

autores e estilos, através da leitura e interpretação de textos

poéticos em línguas tão distintas como o castelhano, o

esloveno, o changana e o “português com outros sotaques”.

Gema Puntada, Dalida Smlatic, Filipa Guerreiro, Clemente

Tsamba e Tiago Basilio são os animadores de serviço.

Page 31: Ediçao N. 1562

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segundo a revista

“travelers digest”,

os “homens de beja sÃo os mais

sensuais e conseguem

engravidar uma

mulher sÓ com o olhar”

A revista “Travelers Digest” divulgou uma lista das cidades com os homens mais bonitos, sendo de destacar a posição cimeira de Lisboa a nível mundial. Para além disso, descobrimos que a cidade de Beja ficou muito bem classificada neste parâmetro: a revista destacou “o magnetismo animal exibido pelos autóctones desta cidade a sul de Portugal” e a capacidade exibida “para engravidar mulheres só com o olhar, sobretudo em dias de céu limpo”. Os homens bejenses receberam uma menção honrosa por parte da re-vista e foram classificados como surpresa do ano e “encantadores, mesmo quando cheiram a cavalo”.

Semana Académica: alunos mais alcoolizados confundiram Quim Barreiros com Lady Gaga

Realizou-se mais uma Semana Académica do IPBeja e já se sabe

que um certame deste tipo tem de contar com a presença de Quim

Barreiros. Fonte do IPBeja afirmou que “uma semana académica

sem Quim Barreiros é como um casamento sem copo de água ou uma

Ovibeja sem Tony Carreira – é contra natura”. O nosso enviado à se-

mana académica e crítico de música da revista “Linhas & Pontos” as-

sistiu ao concerto do músico e descobriu um pequeno grupo de alunos

mais alcoolizados que con-

fundiram Quim Barreiros

com Lady Gaga: “Ganda ma-

lha da organização trazerem

a Lady Gaga. O buço fica-lhe

bué da bem LOL!!! É uma ar-

tista com H grande, digo-

te já!! Não sabia que domi-

nava tão bem o acordeão.

E mete palavras que rimam

com ‘alho’ e ‘bacalhau’ como

poucos! As músicas de que mais gostei foram ‘A Garagem do Alejandro’

e ‘Eu Sou o Mestre de Poker Face’, brutal men!!! Esta Lady Gaga mete

a Madonna a um canto. Mete qualquer artista a um canto, menos a

Tonicha. Na Tonicha ninguém toca, ouviram?” Ao sair do espetáculo,

alunos do IPBeja alertaram ainda o nosso enviado para o facto de es-

ses mesmos alunos terem achado que os Chave D’Ouro que atuaram na

semana académica do ano passado eram os James.

Rally de Portugal: Pilotos vão abastecer ao Rosal de la Frontera porque fica mais barato

De 29 de março a 1 de abril realiza-se, com passagens por Almodôvar,

mais uma edição do Rally de Portugal, prova a contar para o Mundial

de Ralis – trata-se de uma competição automobilística em que com-

petem todos contra todos e no final ganha o Sébastien Loeb. A prova

deste ano esteve, todavia, ameaçada por culpa do elevado preço dos

combustíveis em Portugal, que obrigou as equipas a recorrer a áreas

de serviço do país vizinho, em particular do mítico Rosal. Falámos com

o campeão francês pedindo-

-lhe que nos explicasse o

porquê desta medida: “Com

os nossos carros a gastarem

uma média de 60 litros de

gasolina aos 100 vimo-nos

obrigados a ir ao Rosal abas-

tecer as viaturas. Mesmo

com a deslocação compensa.

O preço da gasolina é tão

alto no vosso país que fica

mais barato abastecer com plutónio. O único inconveniente no Rosal

foi um tipo que não nos largava por nada deste mundo, mas não per-

cebi o que é que ele queria: mas afinal quem era aquele tal de Emílio e

por que é que é tão chato?”

Inquérito O Boletim Municipal de Odemira foi considerado o melhor do País. Costuma ler o boletim do seu município?

LUDMILO BILTRE, 39 ANOS

Pessoa residente na costa alentejana

cujo grande sonho

era um dia poder ver o mar

Leio religiosamente o boletim do meu município. Como não te-

nho Internet, nem luz, nem água, nem telemóvel, nem TV, nem di-

nheiro para comprar jornais da região, o boletim é a minha janela

para o mundo. Gosto muito de ler as notícias da região. Mas o que

mais gosto do boletim do meu município é fazer as “sopas de le-

tras”, o “descubra as nove diferenças” e as “1001 maneiras de fazer

polvo”. Uma maravilha, o meu boletim. Toma e embrulha “Dica da

Semana”!

BENTO BARBOSA BENTES, 31 ANOS

Pessoa que se tornou vendedor de pentes

e embalagens de brilhantina por ser uma

profissão de futuro

Leio o boletim municipal de Beja religiosamente. Tenho todas as

edições desde as invasões muçulmanas. Foram passando de ge-

ração em geração na família. Até tenho uma com o autógrafo de

Diogo Gouveia que diz: “Kisses. Diogo G. in the house!!” A edição que

guardo com mais carinho tem 50 anos e foi aquela lançada na pri-

meira semana de janeiro, logo após o ataque ao Quartel de Beja. A

censura não deixou passar a notícia. Dizem que houve alvoroço no

quartel por causa de um “cano da água que rebentou”. Tenho as mi-

nhas desconfianças, mas isto foi verdade, não foi? Deve ter sido uma

passagem de ano bem animadita, olarila!

VANDA QUERCUS DA SILVA, 23 ANOS

Pessoa que está a escrever a tese:

“A importância da física quântica

na repavimentação das portas de Mértola

ao longo do séc. XIX”

Curto bué boletins municipais, mas acho que só devia haver em ver-

são digital. Sabem quantas árvores têm de ser destruídas para edi-

tar um boletim? O que irá acontecer se se fundirem municípios?

Também fundem boletins? Ficamos com boletins do tamanho d’ Os

Maias? Temos de ser mais amigos do ambiente e os boletins muni-

cipais são uns ávidos consumidores de árvores. Sem árvores onde é

que vão viver espécies em vias de extinção como o esquilo venenoso

de Sobral da Adiça ou a coruja hermafrodita de bico malhado?

Neste fim de semana celebra-se mais um dia das mentiras, ou como Vale e Azevedo lhe chama: “domingo”. Após um trabalho de pesquisa que levou para cima de 15 minutos, a Não confirmo, nem desminto apresenta as 10 mentiras mais utilizadas de todos os tempos no Alentejo durante esta data, e no resto do ano, e os seus criadores. Goze o 1 de abril com responsabilidade e não acredite em tudo o que lhe contam:

“Olha, parece que caiu a ponte de Serpa. Ou foi a Al-Qaeda ou foi da trepidação do comboio para Moura”. Autor: um residente na Margem Esquerda com sentido de humor retorcido.

“O aeroporto de Beja é um empreendimento de futuro. Vai vir charters de chineses a toda a hora”. Autores: alguns políticos que visitaram o aeroporto.

“Compro sempre o ‘Diário do Alentejo’ mas não dou cavaco à necrologia”. Autor: Comprador

do “DA” desde o primeiro dia e nostálgico dos velhos tempos na “meia laranja”.

“Não estás gorda, podes continuar a empanturrar-te em popias e bolos da amassadura”. Autor: Pessoa que utiliza a variante para fazer caminhadas e cujo derrière cobre dois códigos postais.

“O Fernando Mamede só não foi campeão olímpico porque deixou o arroz ao lume e ficou preocupado”. Autor: Especialista em tudo o que é desporto e participante do Fórum TSF.

“A barragem de Aqueva é um desígnio nacional e será acabada”. Autor: Político em campanha eleitoral.

“Será impossível acabar a barragem de Alqueva na data prevista já que as finanças se encontram depauperadas”. Autor: Político depois das eleições.

“Peço o divórcio à minha mulher, casamos e vamos viver para o Brasil”. Autor: Marquês de Chamilly para Mariana Alcoforado.

“Não, não perdi os estudos científicos. Deixei-os em cima da mesa no Lebrinha”. Autor: Abade Correia da Serra.

“O autor da página de humor do ‘DA’ é um ser extremamente sensual e detentor de um magnetismo poderoso”. Autor: ah.. cof... cof... desconhecido, é isso...

Dia das mentiras Não confi rmo, nem desminto apresenta as 10 mentiras mais utilizadas no Alentejo

Page 32: Ediçao N. 1562

Nº 1562 (II Série) | 30 março 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

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Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro

Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas

Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso,

Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação

([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, são esperados aguaceiros em toda a região. A temperatura vai oscilar entre os 11 e os 18 graus centígrados. Amanhã, sábado, prevê-se que continue o tempo chuvoso e no domingo o céu deverá estar nublado.

Encontro de Culturas homenageia Cesária ÉvoraSerpa vai homenagear Cesária Évora, a diva da música

cabo-verdiana recentemente falecida, através de um

espetáculo que integra a IX edição do Encontro de

Culturas, a ter lugar no centro histórico da cidade entre

os próximos dias 2 e 17 de junho. Tito Paris, Maria

Alice, Nancy Vieira e Albertino Évora fazem parte do

elenco de luxo já confirmado para este concerto de

tributo. Também Zeca Baleiro (Brasil), Magic Slim &

The Teardrops (EUA), Otava Yo (Rússia), os portugueses

Camané e Virgem Suta e Luz Casal (Espanha) já

confirmaram a sua presença nesta iniciativa promovida

anualmente pela câmara municipal, com o intuito de

promover a cultura “enquanto fator de desenvolvimento

e de união entre os povos”. O encontro abre portas

com um espetáculo multicultural pela enREDE

– Rede Internacional de Municípios pela Cultura

(Portugal, Espanha, Cabo Verde e Brasil) e, como

em anos anteriores, contempla o cante alentejano na

sua programação, que, ao longo de duas semanas, se

distribui entre a praça da República e o Espaço Nora. O

encontro, no qual participam municípios portugueses

e estrangeiros, é também ponto de partida para a

discussão do que é a cultura e as indústrias culturais e do

que são as identidades locais e as diversidades culturais.

Alunos de Aljustrel, Ourique e Moura em convívio de boccia Alunos com necessidades educativas especiais dos

agrupamentos das escolas de Aljustrel, Ourique e

Moura participaram na semana passada num convívio

de boccia, organizado pelo agrupamento de Aljustrel e

“integrado no quadro de convívios do desporto escolar

distrital”. A organização da iniciativa, que se destinou

a alunos com idades entre os sete e os 15 anos, teve a

colaboração do Grupo de Educação Especial. De acordo

com os organizadores, “toda a Escola Básica do 2.º e 3.º

Ciclos Dr. Manuel de Brito Camacho foi mobilizada

para apoiar os atletas nas suas prestações”, tendo-se

“vivido a verdadeira escola inclusiva pela comunidade

educativa”. “Foi evidente a alegria dos participantes, foi

contagiante, mobilizou os restantes alunos, assistentes

operacionais e professores, para verem a prática da

mobilidade de desporto adaptado, que só este ano

começou a ser praticado nos agrupamentos”, concluem.

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Não é um livro de poesia, ao contrá-rio do que sugere o título, Comeres com Poemas | Para viver um

grande amor, hoje lançado em Beja. Mas, no seu conjunto, consubstancia um “texto poé-tico”. Sobretudo pela “força das estórias e dos sentimentos que elas encerram”, descreve o autor, António Murteira, escritor e político alentejano que já correu meio mundo, dei-xando-se transformar a “cada lugar, cada nova amizade, cada novo amor, cada aconte-cimento”, embora mantendo esse lugar “mí-tico” chamado Alentejo.

Como descreveria ao potencial leitor

Comeres com Poemas | Para viver um

grande amor, que vai ser lançado hoje, em

Beja?

Aproveitando as palavras da pintora Maria Cavas sobre esta obra, direi que é um livro de estórias e de afetos. De reflexão. Viagem num Alentejo-mundo, de aquém e de além-mar, em África, na América, na Ásia, na Europa. Nesses lugares onde o autor passou ou viveu. Numa visão e num estilo muito peculiares, em que do confronto dialético entre o local e o universal o autor perspetiva um todo que, apesar da nebulosa que é o mundo em que vivemos, desta espécie de limbo, de indefini-ção, em que vivemos, faz sentido. É um livro rebelde, por vezes irónico, alegre.

Como faz aí o confronto entre o seu Alentejo

natal e os vários continentes por onde

passou?

Do confronto e da acumulação de vivências, o pensamento, o conhecimento, os conceitos de cultura e de civilização, a própria pessoa humana, vão evoluindo. Uma evolução per-manente é fundamental, em cada ser hu-mano como nas sociedades. O Alentejo é o lugar mítico, das referências primordiais da infância, da adolescência e de grandes e

António Murteira Natural de São Manços, Évora

Escritor, político e engenheiro técnico agrário, tem viajado e vivido em África e na Europa, em cidades como Luanda, Huambo, Maputo, Moscovo ou Paris. Foi um dos dirigentes no processo da Reforma Agrária, integrou o Comité Central do PCP e foi eleito deputado da nação nas legislaturas de 1983 e 1991/1995. Tem editadas várias obras, entre elas Azul e Branco e Ocre, Dias Felizes, Adeus, azules e Uma Revolução na Revolução | Reforma Agrária no Sul de Portugal, entre outras. É atualmente diretor executivo da “Revista Alentejo” e em Évora, onde reside, foi um dos criadores, em 2011, do espaço de debate “Aqui ninguém Dorme”.

nobres acontecimentos históricos, como a revolução libertadora de Abril ou a Reforma Agrária. O lugar onde germinam pensamen-tos novos e novas ações, que teremos de em-preender para limpar o Alentejo e Portugal da porcaria que os asfixia. Mas na verdade nunca há uma rutura completa, nem na his-tória, nem na vida das pessoas. Cada lugar, cada nova amizade, cada novo amor, cada acontecimento em que nos envolvemos, em Beja ou em Évora, no Maputo, em Luanda ou em Bissau, em Madrid ou Moscovo, em Berlim ou Paris, em Lisboa ou Havana, nas águas dos rios Guadiana ou Incomáti, vão --nos afirmando a convicção de agarrarmos na picareta e, ombro a ombro com os outros humanos, abrir caminho em direções que os velhos do Restelo dizem não ser possíveis…

O livro contém “80 receitas de paixão”.

Falamos no sentido literal ou no sentido

metafórico?

Apesar do título, este não é um livro de po-esia. É um trabalho escrito num estilo em que o conjunto afirma um texto poético. Mas afirma-o, em minha opinião, não apenas pelo estilo do autor, mas também pela força das estórias e dos sentimentos que elas en-cerram, dizem ou traduzem. Pelo afeto, pela amizade, pelo amor, pela viagem, pelas cer-tezas e pelas dúvidas que perpassam a vida do autor, pelos combates em que se envolve. Por uma certa aventura, por que não dizê-lo? E as 80 receitas estão lá, efetivamente. De pai-xão, sim, porque aprendidas e saboreadas em circunstâncias quase sempre carregadas de simbolismo, como poderá constatar quem ler o livro. É que, como digo numa nota in-trodutória, escrever pode ser a sublimação de tudo o que vivemos, quisemos ou julgámos viver. É a teimosia em não desistir, em conti-nuar a percorrer o labirinto, com ou sem fio de Ariadne. Carla Ferreira

António Murteira lança hoje novo livro, n’Os Infantes

De viagem por um “Alentejo-mundo”

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