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ABR/VALTER CAMPANATO A P-57 É O MODELO que será referência para as futuras plataformas da Petrobras, como a P-58 e P-62, e para as unidades que irão operar no pré-sal da Bacia de Santos, segundo a Petrobras. O presidente Lula disse, durante a cerimônia realizada no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, que o Brasil já pode “começar a pensar em fazer plataforma 100% nacional”. PÁGINA 4 Presidente Lula batiza a P-57 como modelo para o pré-sal Presidente Lula batiza a P-57 como modelo para o pré-sal SEGUNDO O PRESIDEN- TE do Banco Central, essa será a posição que o país le- vará ao encontro de chefes de Estado do G20 que acon- tecerá no mês que vem em Seul, na Coreia do Sul. “O Brasil fez a sua parte para o reequilíbrio global, não está adicionando desequilíbrio ao mundo. Muito pelo con- trário”, disse Meireles em entrevista em Washington. O presidente do BC defendeu uma solução coordenada para os desequilíbrios cambiais. Para ele, independente de uma de- cisão global, o País busca proteger sua economia. PÁGINA 8 A REVISÃO DA projeção anterior, de um PIB de 7,2%, foi alavancada pela demanda de con- sumo do mercado interno, que con- tinua forte, bem como pelo aumen- to de investimen- tos. Segundo o In- forme Conjuntural da CNI, a previsão para o PIB indus- trial, no entanto, continua sendo de 12,3%. PÁGINA 5 ABR/FABIO RODRIGUES POZZEBOM AG. PETROBRAS Catorze mil saem da informalidade Estudo do Senado mostra problemas para o trem-bala DOS 565.911 BRASI- LEIROS cadastrados no programa Empre- endedor Individual do Ministério do Desen- volvimento, Indústria e Comércio Exterior, 14.148 têm um em- pregado contratado, de acordo com o se- cretário de Comércio e Serviços do Ministé- rio, Edson Lupatini. O programa, niciado em julho do ano passado, oferece cobertura pre- videnciária e acesso a créditos bancários. PÁGINA 2 O PROJETO DO primeiro trem-bala brasileiro parece fadado ao fracasso se ana- lisado com base em estudo de consultores do Senado que compara os planos para o trem de alta velocidade brasileiro com os de outros países. O trabalho mostra uma série de problemas, como custo subestimado, demanda insuficiente, ta- rifa cara, falta de interco- nexão com outros meios de transporte e ausência de análise de projetos alterna- tivos. O projeto, de acordo com o edital, estima que o preço das obras por quilô- metro rodado no Brasil será de US$ 33,4 mil- hões, enquanto o padrão internacional fica entre US$ 35 milhões e US$ 70 milhões. “É a crônica de um prejuízo anunciado”, disse o cosultor Marcos Mendes. PÁGINA 8 ANO 2 N° 27 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 6 A 18 DE OUTUBRO DE 2010 | NAS BANCAS RS 1,00 Imbra pede falência PÁG. 2 Câmbio* Câmbio* MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) Indicadores* Indicadores* (*) FECHAMENTO: 11 DE SETEMBRO DE 2010 (*) FECHAMENTO: 11 DE SETEMBRO DE 2010 CNI eleva projeção da taxa de crescimento Henrique Meireles: “O Brasil não vai colocar sua economia em risco por causa de outros países” Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,664 1,666 0,05 Dólar Paralelo 1,830 1,930 0,00 Dólar Turismo 1,610 1,780 0,00 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,372 5,373 0,45 Dólar Austrália 0,984 0,984 0,07 Dólar Canadá 1,013 1,014 0,33 Euro 1,387 1,387 0,44 Franco Suíça 0,964 0,964 0,19 Iene Japão 82,110 82,150 0,24 Libra Esterlina Inglaterra 1,588 1,588 0,53 Peso Chile 481,800 482,300 0,00 Peso Colômbia 1.786,200 1.787,500 0,01 Peso Livre Argentina 3,945 3,985 0,00 Peso MÉXICO 12,449 12,454 0,22 Peso Uruguai 20,000 20,200 0,74 Índice Valor Variação % Ibovespa 70.946,49 0,19 Dow Jones 11,010,34 0,04 Nasdaq 2.402,33 0,02 IBX 22.297,93 0,11 Merval (08/10/2010) 2.699,49 2,20 Poupança 11/10 0,550 Poupança p/ 01 mês 0,522 Juros Selic meta ao ano 10,75 Selic over 0,985 TR 0,032 Salário Mínimo (Federal) R$ 510,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

Edição Nº 27

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Jornal Capital - Edição nº 27

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Page 1: Edição Nº 27

1CAPITAL6 a 18 de Outubro de 2010

ABR/VALTER CAMPANATO

A P-57 É O MODELO que será referência para as futuras plataformas da Petrobras, como a P-58 e P-62, e para as unidades que irão operar no pré-sal da Bacia de Santos, segundo a Petrobras. O presidente Lula disse, durante a cerimônia realizada no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, que o Brasil já pode “começar a pensar em fazer plataforma 100% nacional”. PÁGINA 4

Presidente Lula batiza a P-57 como modelo para o pré-salPresidente Lula batiza a P-57 como modelo para o pré-sal

SEGUNDO O PRESIDEN-TE do Banco Central, essa será a posição que o país le-vará ao encontro de chefes de Estado do G20 que acon-tecerá no mês que vem em Seul, na Coreia do Sul. “O Brasil fez a sua parte para o reequilíbrio global, não está adicionando desequilíbrio ao mundo. Muito pelo con-trário”, disse Meireles em entrevista em Washington. O presidente do BC defendeu uma solução coordenada para os desequilíbrios cambiais. Para ele, independente de uma de-cisão global, o País busca proteger sua economia.

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A REVISÃO DA projeção anterior, de um PIB de 7,2%, foi alavancada pela demanda de con-sumo do mercado interno, que con-tinua forte, bem como pelo aumen-to de investimen-tos. Segundo o In-forme Conjuntural da CNI, a previsão para o PIB indus-trial, no entanto, continua sendo de 12,3%. PÁGINA 5

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Catorze mil saem da

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Estudo do Senado mostraproblemas para o trem-bala

DOS 565.911 BRASI-LEIROS cadastrados no programa Empre-endedor Individual do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior, 14.148 têm um em-pregado contratado, de acordo com o se-cretário de Comércio e Serviços do Ministé-rio, Edson Lupatini. O programa, niciado em julho do ano passado, oferece cobertura pre-videnciária e acesso a créditos bancários.

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O PROJETO DO primeiro trem-bala brasileiro parece fadado ao fracasso se ana-lisado com base em estudo de consultores do Senado que compara os planos para o trem de alta velocidade brasileiro com os de outros países. O trabalho mostra uma série de problemas, como custo subestimado, demanda insufi ciente, ta-rifa cara, falta de interco-nexão com outros meios

de transporte e ausência de análise de projetos alterna-tivos. O projeto, de acordo com o edital, estima que o preço das obras por quilô-metro rodado no Brasil será de US$ 33,4 mil-hões, enquanto o padrão internacional fi ca entre US$ 35 milhões e US$ 70 milhões. “É a crônica de um prejuízo anunciado”, disse o cosultor Marcos Mendes. PÁGINA 8

ANO 2 � N° 27 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 6 A 18 DE OUTUBRO DE 2010 | NAS BANCAS RS 1,00

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(*) FECHAMENTO: 11 DE SETEMBRO DE 2010(*) FECHAMENTO: 11 DE SETEMBRO DE 2010

CNI eleva projeção da taxa de crescimento

Henrique Meireles: “O Brasil não vai colocar sua economia em risco por causa de outros países”

Moeda Compra (R$)

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Dolar Comercial 1,664 1,666 0,05Dólar Paralelo 1,830 1,930 0,00Dólar Turismo 1,610 1,780 0,00

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,372 5,373 0,45Dólar Austrália 0,984 0,984 0,07Dólar Canadá 1,013 1,014 0,33Euro 1,387 1,387 0,44Franco Suíça 0,964 0,964 0,19Iene Japão 82,110 82,150 0,24Libra Esterlina Inglaterra 1,588 1,588 0,53Peso Chile 481,800 482,300 0,00Peso Colômbia 1.786,200 1.787,500 0,01Peso Livre Argentina 3,945 3,985 0,00Peso MÉXICO 12,449 12,454 0,22Peso Uruguai 20,000 20,200 0,74

Índice Valor Variação %

Ibovespa 70.946,49 0,19Dow Jones 11,010,34 0,04Nasdaq 2.402,33 0,02IBX 22.297,93 0,11Merval (08/10/2010) 2.699,49 2,20

Poupança 11/10 0,550Poupança p/ 01 mês 0,522

Juros Selic meta ao ano 10,75Selic over 0,985TR 0,032

Salário Mínimo (Federal) R$ 510,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

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CAPITAL 6 a 18 de Outubro de 201022

Carona nas soluções simples

GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho. www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA Ltda - CNPJ 11.244.751/0001-70Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy)

nº 1995, Sala 804 - Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002Duque de Caxias, Rio de Janeiro: Telefax: (21) 2671-6611

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:[email protected]@[email protected]

TIRAGEM: 10.000 exemplaresASSINE O CAPITAL: (21) 2671-6611

DEPARTAMENTO COMERCIAL:(21) 2671-6611 / 9287-1458 / 7854-7256 ID 8*21653

Diretor Geral: Marcelo Cunha ([email protected])Diretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Paginação e Arte: Alberto Ellobo (21 9320-1379)

Colaboradores: Arthur Salomão, Karla Ferreira, Frederico Costa Ribeiro, Geiza Rocha, Samuel Maia, Pedro Paulo B. Noyma e Roberto Daiub

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do InteriorFiliado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior

NÃO É EXAGERO AFIRMAR que estamos às vés-peras da Copa e das Olimpíadas. Dai a preocupação das entidades, empresas, universidades e poder publi-co em fazer com que estejamos preparados para não fazer feio. E, a não ser que envolvamos todos estes setores e possamos integrar suas atividades, vamos ter sucesso absoluto. Para fazer isso, a saída é integrar as soluções já conhecidas e aplicadas em todo o mundo pelos países que sediam estes eventos e integrá-las às tecnologias sociais, isto é, tecnologias utilizadas pela população para suplantar seus problemas, aproveitando o que temos de melhor em nossa sociedade. Por que não começar pelo nosso “jeitinho”?

Este, de que tanto nos envergonhamos por ele pare-cer sempre a forma de fazermos alguma coisa errada, pode nos salvar e permitir que as obras se transformem em legados que incluam e integrem toda a população. Porque jeitinho também signifi ca buscar uma outra resposta para as perguntas.

É inegável que teremos de investir pesadamente nas tecnologias para o transporte público - e agora há recursos para que isso seja feito -, melhorando a infraestrutura. Mas, porque não agregar as mudanças nos trilhos e maquinário à carona solidária? Este mo-delo foi largamente utilizado em Porto Alegre durante o Fórum Social Mundial, e poderia funcionar como transporte complementar de qualidade, agregando uma solução defi nitiva para um problema que parecia crônico.

É importante frisar que não estou sugerindo que esta seja a solução, mas sim que ela seja utilizada de forma a integrar as demais soluções que, por conta dos Jogos, fi nalmente poderão ser realizadas e deixar nossos problemas de mobilidade no século XX, onde deveriam ter fi cado. Vamos em frente!

DOS 565.911 brasileiros cadastrados no programa Empreendedor Individual do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 14.148 têm um empregado contratado, de acordo com o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Edson Lupatini. Iniciado em julho de 2009, o programa regu-larizou a vida funcional de trabalhadores autônomos com renda de até R$ 36 mil

por ano e tirou da infor-malidade os empregados, que agora recebem salário mínimo ou piso da categoria e têm direito aos benefícios sociais.

De acordo com Edson Lupatini, o número de trabalhadores benefi ciados já é bastante signifi cativo. Além de legalizar traba-lhadores autônomos, o programa gerou milhares de empregos diretos. “Nem as empresas de grande

porte conseguem tanto, de forma tão rápida. O Em-preendedor Individual tem enorme potencial na gera-ção de emprego e renda”, disse ele. O custo mensal para tornar-se empreen-dedor individual é de 11% do salário mínimo para a Previdência Social, mais R$ 1,00 de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) no caso de atividades comerciais e industriais ou R$ 5,00 de

Imposto Sobre Serviços (ISS) para quem atua na prestação de serviços.

Uma vez formalizado, o empreendedor passa a usufruir da cobertura pre-videnciária (aposentadoria e auxílios maternidade, doença e reclusão), aces-so a crédito bancário e preferência nas compras governamentais. A forma-lização pode ser feita pelo Portal do Empreendedor na internet.

Empreendedor Individualtira 14 mil da informalidade

A SECRETARIA de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Duque de Caxias vai emitir seus documentos ofi ciais - cer-tidões, declarações, licen-ças e autorizações ambien-tais - em papel moeda, a partir de 2011. A decisão vai obrigar o cumprimento da legislação de apresentar

documentação original em solicitações ambientais. A licitação para compra do papel autorizado pela Casa da Moeda já está sendo elaborada. Segundo a Prefeitura, o contribuinte não pagará mais pelo novo documento, além das taxas obrigatórias já incluídas no processo.

O papel moeda tem vá-rios itens de segurança, entre eles a produção com fibras especiais e com marca d’água personali-zada, DNA próprio, com código de rastreamento antirrasura, tratamento contra envelhecimento que torna o documento mais seguro. Seu fundo

anticopiativo, anula a ação de falsificadores, revelando palavras como “falso”, “cópia” ou “in-válido”, entre outras que fi cam escondidas no con-junto visual. Uma tinta não visível, que só apa-rece exposta a luz ultra-violeta, também é usada no documento.

Secretaria de Meio ambiente de Duque de Caxias vaiemitir documentos em papel moeda a partir de 2011

A EMPRESA DE trata-mentos odontológicos Im-bra entrou com pedido de autofalência na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais - Foro Central Cí-vel, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O pedido de falência, feito no último dia 6, é um artifício utilizado por empresas que não conseguem pagar seus débitos e desejam ser de-claradas insolventes pela Justiça, ou seja, incapazes de quitar suas dívidas. De acordo com o processo protocolado no tribunal com o número 100.10.037076-3, a solicitação foi feita para cobrir um total de R$ 221.761.356,28 em dívidas. O pedido será julgado pelo juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira.

A Imbra foi fundada em abril de 2006 e teve receita de vendas de R$ 105 mi-lhões em 2007. Em junho, foi vendida pelo GP investi-

mentos por US$ 1. O fundo havia comprado a rede e investido mais de US$ 125 milhões. A decisão foi re-vertida depois que a Imbra teve forte crescimento em suas dívidas e reclamações de atendimento.

O site da empresa está fora do ar. A empresa responsável pela assessoria de imprensa da Imbra diz que parou de prestar o serviço há cerca de 2 semanas. O Procon-SP orienta que, enquanto a fa-lência não for decretada pelo Poder Judiciário, os contratos celebrados deverão ser cum-pridos integralmente. “Caso o fornecedor não realize os procedimentos contratados, este deverá restituir os valo-res pagos, pelo consumidor, corrigidos monetariamente”, informou em nota.

O consumidor que en-contrar difi culdades em ser atendido pela empresa, deve procurar o Poder Judiciário, orienta o órgão.

Imbra pede falência comdívidas de R$ 221,7 milhões

A INDÚSTRIA automo-tiva brasileira vai fechar o ano com defi cit comer-cial de US$ 5,7 bilhões em 2010, o mais alto na história, segundo dados da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), que compila informações desde os anos 1940. A estimativa foi feita nesta quinta pelo presiden-te da associação, Cledor-vino Belini, que também preside a Fiat do Brasil. Com o resultado espera-do, o saldo comercial será negativo pelo terceiro ano consecutivo, acumulando um defi cit superior a US$ 12 bilhões desde 2008.

- Somos um grande mer-cado para outros produ-tores, porque a produção brasileira não está acompa-nhando o crescimento do mercado nacional - disse o executivo, em palestra durante o Congresso SAE

Brasil 2010. De acordo com o executivo, as im-portações de veículos vão continuar fortes e alcan-çarão 700 mil unidades em 2010, quase sete vezes mais do que o volume de compras realizadas cinco anos atrás. Entre 2005 e 2010, as exportações fo-ram reduzidas de 900 mil para 600 mil veículos.

Em 2005, o Brasil expor-tava 30,7% da produção total, percentual que cairá para 14,6% neste ano. Em contrapartida, as importa-ções, que eram de 5,1% em 2005, vão subir para 18,1%. Segundo Belini, o real valorizado em relação ao dólar ajuda explicar parte do saldo negativo, mas ele também atribuiu ao elevado custos nos insu-mos e tributos. “O custo do aço na Coreia representa 40%do que pagamos aqui no Brasil”, disse.

Setor automotivo terá maior défi cit comercial da história

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33CAPITAL6 a 18 de Outubro de 2010

AT R AV É S D E M A I S uma parceria de suces-so entre a Prefeitura de Queimados e o Sebrae, foi realizada no último dia 7, na Praça Nossa Senhora da Conceição, a Blitz do Empreendedor. A equ ipe da Secre ta -ria de Desenvolvimento Econômico e do Servi-ço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas atenderam mais de 200 pessoas interessadas em regularizar ou abrir seu próprio negócio.

Q u e m l e v o u o s d o -cumentos necessár ios pa ra se enquadra r na Lei do Microempreen-dedor Individual (MEI) já saiu do estande com a s i tuação regulariza-

da , como o fo tógrafo Adilson de Jesus da Sil-va, que trabalha como lambe-lambe na Praça Nossa Senhora da Con-

ceição há 30 anos. “Fi-quei sabendo da opor-tunidade para legalizar a minha situação e não perdi tempo. Agora as

coisas vão melhorar, vou poder pres ta r se rv iço para empresas e emitir nota fiscal”, ressaltou o fotógrafo.

Queimados promove evento pararegularizar empreendedores

O fotógrafo Adilson de Jesus da Silva com a Secretária de Desenvolvimento Eloísa Helena

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A LEI do Microempreen-dedor Individual benefi cia quem realiza alguma ativi-dade ou já possui um pe-queno comércio informal com faturamento de até R$ 36 mil por ano ou R$ 3 mil por mês, e emprega no máximo um funcionário. O microempreendedor ainda terá direito à conta bancária, acesso a crédito,

gratuidade nos valores re-ferentes a taxas e demais documentos relativos à abertura, inscrição, regis-tro, alvará e licença. Para o representante do Sebrae, Décio Lima, a partir da nova lei fi cou ainda mais fácil se legalizar. “Basta apenas a pessoa querer re-gularizar a situação do em-preendimento a partir de

agora. Se for uma ativida-de relativamente simples, em menos de uma hora o indivíduo já sai daqui um microempreendedor lega-lizado”, garantiu Décio.

Quem está interessa-do em se enquadrar no MEI deverá procurar a Secretaria de Desen-volvimento Econômico, que fica na Rua Hernani

nº 410, no bairro Nossa Senhora de Fátima, das 9h às 17h. portando os seguintes documentos: Carteira de Identida-de, CPF e comprovan-te de residência. Vale lembrar que profissões regulamentadas como advogados, médicos e engenheiros não serão inseridas na Lei.

CONTA BANCÁRIA E ACESSO A CRÉDITO

A RIOFILME, empresa de distribuição e produção de fi lmes da prefeitura do Rio, e a Secretaria Estadu-al de Cultura anunciaram mais uma iniciativa para consolidar o Rio de Janei-ro como o principal polo de audiovisual do Brasil e da América Latina. O Programa de Chamadas Públicas de Audiovisual 2010-2011 prevê oito linhas de fomento e um prêmio, no valor total de R$ 8,3 milhões, para pro-jetos de empresas do setor sediadas no estado, tanto na capital como em outros municípios fl uminenses.

O anúncio foi feito pelo diretor-presidente da Rio-Filme, Sergio Sá Leitão, e pela secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, no Pavilhão do Festival do Rio, evento realizado no município. Somados à ações já anunciadas,

como a constituição do Funcine Rio 1, autori-zada na semana passada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Agência Nacional de Ci-nema (Ancine), a injeção de recursos na indústria audiovisual do Rio chega a R$ 26,5 milhões.

- Trata-se de um in-vestimento recorde. - afirmou Sergio Sá Lei-tão. Os projetos serão avaliados e seleciona-dos por comissões for-madas por profissionais da área, e pelo menos três linhas de financia-mento buscam aproxi-mar a produção audio-visual independente das emissoras de TV.

As produtoras poderão inscrever seus projetos somente pela internet, por meio do site www.rio.rj.gov./web/riofi lme a partir de 10 de novembro.

Rio terá mais de R$ 8 milhões para estimular a

indústria audiovisual

O FATURAMENTO da indústria em 2010 poderá ficar 10% acima do re-gistrado no ano de 2009, apesar do recuo ocorrido em agosto de 0,3% em relação a julho, de acor-do com o economis ta Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacio-nal da Indústria (CNI). Essa expecta t iva vem do fato de que todos os setores estão em franca atividade, com números de desempenho superio-res aos do ano passado, “quando o país caminha-va na pós-crise”.

A economia, segundo ele, está em trajetória de expansão depois da crise de 2008, refletindo au-mento dos investimentos industriais para fazer face à demanda do mercado internacional. A tendên-cia é que esse ritmo se acentue no terceiro tri-mestre a fim de atender as encomendas do comércio e da indústria para o final

do ano, quando o nível de vendas tende a aumentar, embora não haja previsão de grande impulso.

A oferta de emprego até o fi nal do ano também de-verá continuar favorável, a exemplo do que vem ocorrendo nos últimos 13 meses, prevê a CNI, que divulgou no último dia 5 o Boletim Indicadores Industriais. O uso da capa-cidade instalada na indús-tria, segundo a publicação, recuou 0,2 ponto percen-tual em agosto, ficando em 82,3% da estrutura da indústria, tendência que ocorre pelo quarto mês consecutivo. No entanto, em relação a agosto de 2009 o aumento da capa-cidade instalada foi de 2,3 pontos percentuais.

O crescimento do em-prego na indústria, de a c o r d o c o m C a s t e l o Branco, é uma variável importante nos indica-dores industriais, pois mostra a confiança das empresas na expansão futura da produção.

Faturamento da indústria em 2010 poderá fi car 10% maior do que em 2009

A INFLAÇÃO medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com alta de 0,45%. O resulta-do, divulgado dia 7 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fi cou bem acima da taxa do mês anterior, quando foi registrada ele-vação de 0,04%. No ano, o índice acumula aumento de 3,60% e nos últimos 12 meses, de 4,70%. A taxa de setembro também supera a verificada no mesmo período de 2009 (0,24%).

O IPCA é o índice uti-lizado pelo governo para balizar as metas de infl a-ção oficial do país. Para os anos de 2010 e 2011, ela é de 4,5%. O aumento do índice em setembro foi puxado pela alta nos preços dos alimentos (1,08%), que tinham apresentado queda por três meses consecuti-vos (junho, -0,90%; julho,

-0,76%; e agosto, -0,24%). Neste levantamento, o gru-po apresentou elevação de 1,08% e foi responsável por uma contribuição de 0,24 ponto percentual, mais da metade do IPCA do mês.

Ainda de acordo com o IBGE, o preço das carnes, com alta de 5,09%, fi cou com a maior contribuição individual do mês, 0,11 ponto percentual. Também foi verifi cado aumento nos preços do açúcar cristal (5,66%), do óleo de soja (5,47%), das frutas (3,98%), da farinha de trigo (3,61%) e do frango (3,11%). Por outro lado, entre os alimentos que tiveram queda de preço na passagem de agosto para setembro estão a cebola (-24,55%), a batata ingle-sa (-9,92%) e o tomate (-4,53%). Entre os produtos não alimentícios também houve aumento mais inten-so dos preços. Neste caso, o índice passou de 0,12% em agosto para 0,27% em setembro.

Infl ação ofi cial fechasetembro com alta de 0,45%

AS EMPRESAS no Bra-sil estão otimistas com o próprio negócio em 2011. Segundo levantamento do Ibope, a pedido da Câmara Americana de Comércio (Amcham), as companhias esperam aumentar as ven-das, lucrar mais, contratar mais funcionários e elevar seus investimentos no ano que vem. “O otimismo aparece tanto em relação aos negócios, quanto com o cenário macroeconômi-co”, diz Mara Lacerda, di-retora de produtos e servi-ços da Amcham. “Essa boa perspectiva se deve a uma retomada da estabilidade do Brasil, a uma visão de um menor risco Brasil e a fatores positivos de com-petitividade”, completa.

Segundo o levantamento, para 87% das companhias, o volume de vendas deve crescer em 2011, frente ao ano anterior. Outros 10% dizem que o faturamen-to permanecerá estável. Só 2% acreditam que as vendas cairão no próximo

ano. Entre as empresas ou-vidas, 75% esperam lucros maiores frente a 2010, ao passo que 21% diz que os ganhos fi carão estáveis e 4% acreditam em queda nos lucros. Apesar de pro-jetarem mais ganhos, 58% das empresas espera man-ter o preço unitário dos produtos no ano que vem.

Diante das boas pers-pectivas, 63% das com-panhias projetam investi-mentos maiores em 2011. O otimismo com relação a 2011 é maior que o obser-vado entre 2009 e 2010, quando 55% das empre-sas esperavam elevar os investimentos naquele ano. Para 33% das com-panhias, os investimentos em 2011 devem permane-cer estáveis frente a 2010, ao passo que 4% prevê reduzir os aportes no ano que vem. Com relação à contratação de funcioná-rios, 58% prevê aumento no número, 38% espera manutenção e 4% queda no quadro em 2011.

Para 87% das empresas,vendas serão maiores em 2011

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CAPITAL 6 a 18 de Outubro de 201044

P-57 será modelo para plataformas do pré-salA PETROBRAS batizou no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), no último dia 7, o navio-plataforma P-57, que irá operar no campo de Jubarte, na porção capixaba da Bacia de Campos, a 80 km da costa do Espírito Santo. Essa unidade inaugura uma nova geração de plataformas, concebidas e montadas a partir do conceito de engenharia que privilegia a simplifi cação de projetos e a padronização de equipamentos. Um modelo que será referência para as futuras plataformas da Petrobras, como a P-58 e P-62, e para as unidades que irão operar no pré-sal da Bacia de Santos.

A P-57 é uma plataforma do tipo FPSO (sigla em inglês que signifi ca unidade fl utuante de produção, arma-zenamento e transferência de petróleo) e integra a segunda fase de desenvolvi-mento do campo de Jubarte. Ancorada a uma profundidade d´água de 1.260 metros, produzirá petróleo de 17 graus API (medida de densidade do petróleo). Ela terá capacidade para processar, diariamente, até 180 mil barris de petróleo e 2 milhões de metros cúbicos de gás. Começará a operar ainda este ano, interligada a 22 poços, sendo 15 produtores e 7 injetores de água. Será a primeira unidade dessa complexidade a operar na costa do Espírito Santo.

O sistema de produção da P-57 está equipado com uma tecnologia inédita de coleta de dados sísmicos em 4 D, instalada permanentemente no leito marinho. Essa solução permitirá maior agilidade na obtenção de dados sísmicos, além de melhorar a quali-dade de interpretação do reservatório, com a consequente otimização da produção. A nova unidade de pro-dução entrará em operação ainda em 2010 e o pico de produção deverá ser atingido até o início de 2012. O pe-tróleo produzido será transferido por navios aliviadores para terra. E o gás será escoado por gasoduto submarino para a Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba, localizada na região de Ubu, no município de Anchieta, a cerca de 100 km de Vitória.

“Brasil pode começar a pensar em fazer plataforma 100% nacional”A CERIMÔNIA DE BATIS-MO, em Angra dos Reis, contou com a presença do presidente da Repúbl ica , Luiz Inácio Lula da Silva, e outras autoridades como o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, além do presidente da Petro-bras, José Sergio Gabrielli de Azevedo. O presidente Lula lembrou que, desde a década de 70 até 2003, não havia mais engenharia naval no país e que foi em Angra dos Reis, onde começou a re-cuperação da indústria naval no Brasil. Lula disse que o Brasil pode começar a pensar em ampliar o percentual de conteúdo nacional utilizado

nas plataformas da Petrobras. As plataformas construídas recentemente no país têm, em média, de 65% a 70% de componentes brasileiros, como é o caso da P-57, ba-tizada por Lula, no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, que tem 68% de conteúdo nacional.

- Nós estamos fazendo [as plataformas] com 65% de componente nacional. Já se pode começar a pensar em 80%, 90%. Daqui a pouco pode colocar 100%. A enge-nharia brasileira não vai dever nada a ninguém. Vai ter muitos navios, vai ter muitas plata-formas. Vai precisar de mais estaleiros. Essas empresas de

Cingapura vão construir mais estaleiros aqui porque nós te-mos que construir plataformas para outros países que preci-sam e que não têm a mesma tecnologia, da América do Sul e da África - disse Lula.

Segundo o presidente, os trabalhadores brasileiros da indústria naval têm tanta com-petência para produzir plata-formas quanto os metalúrgicos de Cingapura, da Coreia, do Japão ou de outros países. Ain-da segundo Lula, os governos anteriores perderam a chance de reativar a indústria naval e, com isso, deixaram passar a oportunidade de dar emprego a jovens e a evitar que eles entrassem na criminalidade.

DIVULGAÇÃO/AG. PETROBRAS

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Impotência

ROBERTO DAIUB ALEXANDRE é médico cardiologista concursado da Prefeitura de Duque de Caxias, médico-chefe do Centro de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas de Teresópolis (Unifeso) e médico plantonista da emergência do Hospital das Clínicas Mario Lioni, em Duque de Caxias

A IMPOTÊNCIA (DISFUNÇÃO ERÉTIL) é a incapacidade de iniciar e de manter uma ereção em pelo menos 50% das tentativas durante a relação sexual ou então a interrupção das tentativas durante a mesma.

A impotência pode ser provocada por um problema vascular, por perturbações neurológicas, por certos medicamentos, por anomalias no pênis ou por problemas psicológicos que interfe-rem na excitação sexual. As causas físicas são mais frequentes nos homens mais velhos e os problemas psicológicos nos jo-vens. A impotência é um problema que se torna mais comum com a idade, apesar de não ser considerada uma etapa normal do processo de envelhecimento. Pelo contrário, aparece como resultado de problemas subjacentes que surgem frequentemente nas pessoas mais velhas. Cerca de 50 % dos homens com 65 anos e 75 % dos homens com 80 anos são impotentes.

Em 75 % dos homens impotentes que têm um funcionamento neurológico e hormonal normal, o sangue chega ao pênis de forma correta, mas sai com demasiada rapidez. As lesões dos nervos que entram e que saem do pênis também podem provo-car impotência. Essas lesões podem ter causas muito diversas, como traumas, diabetes, esclerose múltipla, acidentes cerebrais agudos e uso de fármacos. A diabetes causa uma neuropatia peri-férica, um padrão específi co de lesão nervosa, e que é uma causa muito frequente de impotência, em especial nas pessoas idosas. O alcoolismo provoca uma neuropatia periférica semelhante. Os medicamentos são responsáveis por aproximadamente 25 % dos casos de impotência, em especial nos homens mais velhos, que têm tendência para consumir mais remédios. O álcool também pode provocar impotência.

Em certos casos, a impotência tem a sua origem em proble-mas hormonais. As baixas concentrações de testosterona, por exemplo, podem provocar impotência. No entanto, os baixos valores de hormônios masculinos, que tendem a aparecer com o envelhecimento, estão mais estreitamente relacionados com uma diminuição do impulso sexual (líbido).

Certos fatores psicológicos, como a depressão e a ansiedade também são causas comuns de impotência , principalmente em homens jovens.

Consulte seu médico regularmente!!

A ECONOMIA BRASI-LEIRA demonstrou vigor em todos os setores no terceiro trimestre do ano. Por disso, a Confedera-ção Nacional da Indústria (CNI) elevou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 7,5%, segundo o econo-mista chefe da instituição, Flávio Castelo Branco. Ao divulgar no último dia 7 o Informe Conjuntural da CNI sobre o tercei-ro trimestre, ele afi rmou que a revisão da projeção anterior para um PIB de 7,2% foi alavancada pela demanda de consumo do mercado interno, que con-tinua forte, bem como pelo aumento de investimentos. A previsão para o PIB industrial permaneceu em 12,3%.

Segundo Castelo Branco, “a expansão da demanda doméstica seria sufi ciente para gerar um crescimento mais expressivo, ainda que não fosse a contribuição negativa do setor externo”, estimada em 2,6 pontos percentuais. Isso porque as

importações têm crescido bem mais que as exporta-ções, em decorrência prin-cipalmente da valorização do real em relação ao dólar e da subvalorização artifi -cial da moeda chinesa. No seu entender, a valoriza-ção cambial desvia parte da demanda doméstica para outras economias e limita o crescimento da produção. Um sinal disso, adiantou, é a tendência de

recuo do uso da capacida-de instalada da indústria, nos últimos quatro meses. Ele mencionou que a de-manda interna tem tido um ritmo mais forte do que a demanda global e isso também limita a produção.

Castelo Branco disse ain-da que os efeitos negativos da valorização cambial sobre a competitividade dos produtos brasileiros lá fora se evidenciam nas

estatísticas de comércio exterior. Enquanto as im-portações se expandem a um ritmo extraordinário, em especial quanto a bens industriais, ele afirmou que nossas exportações de manufaturados perdem vigor e as vendas totais se sustentam em função dos preços de commodi-ties (produtos primários de origem agropecuária e mineral).

CNI eleva taxa de crescimento daeconomia brasileira para 7,5%

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AS DISPUTAS cam-biais ao redor do mundo ameaçam prejudicar a economia global, aler-tou o diretor-gerente do Fundo Monetário Inter-nacional (FMI), Domini-que Strauss-Kahn. Para ele, o fundo é um fórum apropriado para avançar na resolução de tensões cambiais, inclusive para que a China valorize sua moeda. As declarações foram feitas na abertura

das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.

O sentimento políti-co global não está bom para um Acordo de Plaza em relação ao câmbio, declarou Strauss-Kahn, referindo-se ao acordo alcançado pelo Grupo dos Sete na década de 1980 para coordenar a depre-ciação do dólar em rela-ção ao iene japonês e ao marco alemão, tal como foi sugerido por Charles

Dallara, diretor executivo do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) - as-sociação que congrega os maiores bancos do mundo -, no início desta semana.

Strauss-Kahn apoiou, no entanto, o pedido do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, para que Pequim acelere o ritmo da valorização do yuan para ajudar a desenvolver a reforma na governança do Fundo

Monetário Internacional (FMI) a fi m de fortalecer a voz e o voto de economias emergentes dinâmicas. O diretor-gerente do FMI disse que o fundo precisa lançar “uma iniciativa de estabilidade sistêmica” para formar um consenso sobre as políticas cam-biais mundiais. Japão, Coreia do Sul e Brasil permitiram a desvalori-zação das suas moedas na últimas semanas.

Para FMI, disputas cambiais ameaçam economia global

O SALDO DA BALAN-ÇA comercial (exportações menos importações) no mês de outubro soma US$ 1,677 bilhão, de acordo com informação divulgada dia 11 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Como o mês até agora só teve seis dias úteis, o superávit regis-trado resulta na média diária de US$ 279,5 milhões, que é 437% superior à média obtida em setembro e 346%

acima da média diária con-tabilizada no mesmo mês do ano passado.

As exportações deste mês somam US$ 6,173 bilhões, com expansão de 14,7% so-bre setembro, pelo critério de média diária, e 53,4% a mais do que em outubro de 2009. As importações tota-lizam US$ 4,496 bilhões, com queda de 11,3% na comparação com setembro e evolução de 23,3% em relação a outubro do ano

passado.Nos 194 dias úteis do ano,

até a última sexta-feira (8), as exportações brasileiras atingiram US$ 151,102 bilhões, volume 29,6% superior ao igual período de 2009. As importações somaram US$ 136,648 bi-lhões, com aumento de 44,4%. O saldo comercial no ano, de US$ 14,454 bi-lhões, é 34,2% inferior ao saldo médio diário no mes-mo período do ano passado.

Superávit comercial nos seis primeiros dias de outubro é de US$ 1,67 bilhão

A PETROBRAS divul-gou nota dia 8 infor-mando a descoberta de gás natural no Peru, em um campo conhecido como Lote 58. Segun-do a estatal brasileira, o poço está localizado no departamento de Cuzco, próximo à lo-calidade de Camisea. A Petrobras atua no Peru por meio da Pe-trobras Energia Peru S.A. (PEP), que detém 100% de participação no campo descober-to. O poço tem 4,4 mil metros de profundidade e ainda está em fase de avaliação. É a segunda descoberta no mesmo lote, que já havia dado sinais positivos de gás em perfuração feita no fim de 2009. A Petro-bras estima que os dois poços juntos contêm um volume potencial e recu-perável de 48 bilhões de metros cúbicos de gás.

Petrobrasdescobre

gás no Peru

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País

O BRASIL PODERÁ eliminar a pobreza em 20 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Do-miciliar (Pnad) anali-sados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). De acordo com o técnico de Planejamento e Pes-quisa do Ipea, Sergei Soares, o Brasil vem reduzindo a desigualda-de de renda desde 2001 e também o número de pessoas na linha de pobreza. “Matematica-mente falta pouco, mas isso não quer dizer que uma política pública para a eliminação da pobreza seja tão fácil assim. Temos muito

espaço para melhorar, mas desigualdade zero é algo utópico”, afi rmou.

Segundo a anál ise feita pelo Ipea, desde 2003, a população abai-xo da linha de pobreza está em forte queda. Tendo como base as pessoas que ganham meio salário mínimo (o equivalente a R$ 232, em 2009), a pobreza caiu 64%, quando com-parada a de 1995. A pesquisa mostra ainda que a desigualdade de renda caiu, entre 2001 e 2008, em média 0,7 ponto de Gini (medida que varia de zero a um usada como referência para medir desigualdade de renda). Entre 2008 e

2009 houve uma desa-celeração nessa queda, que foi de 0,54 ponto de Gini, causada pela crise fi nanceira mundial.

- Não foram grandes os efeitos da crise. Ela não chegou a aumentar a desigualdade de renda, o ritmo de queda foi que caiu um pouco. Ela caiu menos do que estava caindo. Os efeitos foram pequenos e temporários. Acredito que esses efei-tos já devem ter passado no mercado de trabalho agora - disse Soares. O estudo também mostra que os 5% mais ricos da população brasileira tiveram uma queda na renda, entre 2001 e 2005, de 1%.

Brasil poderá acabar com a obreza em 20 anos, revela o IPEA

A AGÊNCIA NACIO-NAL de Telecomunica-ções (Anatel) vai colo-car em consulta pública uma proposta sobre o regulamento dos critérios de reajuste para chama-das entre telefones fi xos e celulares. A ideia da agência é reduzir o valor das chamadas locais ou interurbanas em 10% no ano que vem e em mais 10% em 2012.

O novo regulamen-to es tabelece que o rea jus te das ta r i fas das chamadas entre fixos e móveis devem ocorrer no máximo a cada 12 meses, me-diante apl icação de fórmula específica. A medida afeta também os valores dos demais t i p o s d e c h a m a d a s que envolvem o pa-gamento da tarifa de

interconexão (VU-M), como ligações entre operadoras diferentes. Esse valor continua-rá sendo l ivremente pactuado entre as em-presas.

O prazo para recebi-mento de contribuições à proposta será de 30 dias. A Anatel também deverá realizar uma au-diência pública sobre o assunto.

Anatel propõe redução de tarifas entre fi xos e celulares

A PARTIR DE janeiro de 2012, quem comprar um medicamento pode-rá confirmar na própria farmácia se o produto é verdadeiro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lan-çou um selo de segu-rança que será reconhe-cido por leitoras óticas instaladas em todas as drogarias do país. A au-tenticidade do produto será indicada quando o consumidor aproximar a etiqueta da leitora ótica. Uma luz verde, acompanhada de um sinal sonoro, indica que o medicamento é ver-dadeiro. O selo, autoa-desivo e impermeável, será único - sem dife-renciação por estado ou por fabricante.

De acordo com a An-visa, o objetivo é redu-zir os riscos provoca-dos por medicamentos falsificados, roubados, sem registro ou con-trabandeados. Apenas este ano, 53.575 re-médios falsificados e contrabandeados fo-ram apreendidos, além de 62,9 toneladas de produtos sem registro. Cada farmácia terá um equipamento de leitura ótica instalado em área

de fácil acesso para uso livre e gratuito de consumidores. A distri-buição do equipamento é de responsabilidade da Casa da Moeda e não haverá ônus para o estabelecimento.

O fornecimento da etiqueta será feito até 60 dias após a assina-tura de contrato com a Casa da Moeda. As empresas terão um pra-zo de seis meses para iniciar a aplicação das etiquetas e de 12 me-ses para que todos os medicamento da linha de produção tenham o selo. Até 15 de janeiro de 2012, todos os me-dicamentos em circula-ção no país deverão ter a etiqueta. O período para a distribuição das leitoras óticas será de sete meses, com calen-dários específicos para cada região do país.

A indústr ia farma-cêutica, porém, já se manifestou contrária à criação do selo. Segun-do as indústrias, a me-dida é equivocada e já adiantaram que, se for mantida, deverá provo-car um aumento médio de 2,58% nos preços ao consumidor. Para os genéricos, a alta pode variar de 6,3% a 23,1%. Por meio de nota, a in-dústria farmacêutica pediu que a medida seja revista imediatamente, “sob pena de provocar enormes prejuízos à população” por con-ta da alta dos preços. O grupo considera o selo de segurança ul-trapassado e cita como alternativa um sistema bidimensional já em fase de testes.

Etiqueta ótica vai garantir aautenticidade dos medicamentos

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Atualidade

Internacional

O EMBAIXADOR DA Argentina na Organiza-ção das Nações Unidas (ONU), Jorge Arguello, entregou dia 11 ao secre-tário-geral Ban Ki-moon carta do governo de Cris-tina Kirchner repudiando anúncio da Grã-Bretanha de fazer exercícios mili-tares nas Ilhas Malvinas, segundo informações da agência de notícias ar-gentina Telam. Os exer-cícios foram programados a partir daquele mesmo dia, sob responsabilidade da Marinha britânica, na loca-lidade de Port Harriet e que envolvem o lançamento de mísseis Rapier terra-ar com alcance entre 400 metros e 6 quilômetros.

No fim de semana, o governo argentino pe-diu explicações sobre os exercícios militares à em-baixadora britânica, Shan

Morgan, que ainda não havia se manifestou sobre o assunto. A presidente Cristina Kirchner usou a rede social Twitter para informar que os exercí-cios militares serão feitos relativamente próximos às cidades de Ushuaia,

Río Gallegos e Calafate, afirmando que não há antecedentes de iniciativa semelhante por “uma for-ça de ocupação inglesa”. A presidente considera os exercícios militares uma ação “muito grave, porque serão realizados

em território ainda sob disputa perante as Nações Unidas”. “Este é o típico colonialismo do século 19, com o uso anacrônico da força que viola o di-reito internacional. Serão piratas para sempre?”, escreveu Kirchner.

Argentina repudia na ONU exercícios militares da Grã-Bretanha nas Malvinas A ACADEMIA Real

de Ciências da Suécia anunciou dia 11 que o Prêmio de Ciências Econômicas em Me-mória de Alfred Nobel deste ano foi dividido entre três professores: os norte-americanos Peter Diamond e Dale T. Mortensen e o bri-tânico-cipriota Chris-tofher Pissarides. Eles foram escolhidos em função do método de análise que desenvol-veram para explicar como as políticas de estado e normas regu-latórias influenciam o desemprego, a ge-ração de novas vagas de trabalho e a massa de salários.

O Prêmio de Ciên-cias Econômicas em Memória de Alfred N o b e l , c o n h e c i d o como Nobel de Eco-

nomia, foi criado pelo Banco Central sueco, que paga o prêmio em dinheiro, enquanto as coroas para os demais prêmios f icam sob a responsabi l idade da Fundação Alfred Nobel. O trio de pro-fessores vai receber o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (R$ 2,52 milhões) no dia 10 de dezembro, ani-versário de morte do químico Alfred No-bel, inventor da dina-mite. Será na mesma solenidade de premia-ção para as cinco láu-reas instituídas pelo seu criador: f ísica, química, l i teratura, medicina e o Nobel da Paz.

Nobel de Economia vai para doisnorte-americanos e um britânico

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A SECRETARIA DE Cul-tura e Turismo de Duque de Caxias comemorou em grande estilo o sexto aniversário do Centro Cultural Oscar Niemeyer, inaugurado no dia 27 de setembro de 2004 na Pra-ça do Pacificador. Do complexo fazem parte duas bibliotecas (uma infantil e outra adulta), um teatro com 440 luga-res e um auditório para 40 pessoas. A Maratona Cultural aconteceu dia 7, com eventos no teatro, na biblioteca e na praça.

Foram muitas ativi-dades ao longo do dia, culminando com o corte de um bolo de 6 metros de comprimento, pelo Secretário Gutemberg Cardoso, acompanhado do clássico ‘parabéns prá você’. As come-morações envolveram espetáculos de dança

e música, gincana de pintura, exposições e a presença do caminhão “Leia Brasil”. O evento foi encerrado com um grande baile ao ar livre, animado pela banda Bra-

sil Show. O carnavalesco Max Lopes, da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, esteve presente e fez ques-tão de cumprimentar os organizadores da festa.

“Duque de Caxias está muito diferente. Fico fe-liz em ver hoje na cidade um monumento como este”, disse o carnavales-co, que atuou na Grande Rio entre 1998 e 2000.

Maratona Cultural marca aniversário do Centro Oscar NiemeyerPM

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ESTÁ NORMALIZA-DA a inscrição do pro-cesso seletivo de alunos para o ano de 2011 nas unidades da Fundação de Apoio à Escola Téc-nica (Faetec): os inte-ressados devem acessar www.faetec.rj.gov.br, no link Processo Sele-tivo FAETEC 2011.1 - Inscrição Aqui!, onde, além do formulário de inscrição, são encontra-dos os manuais com to-das as orientações sobre cada segmento, quadro de vagas, calendário, entre outras informações sobre o concurso. As inscrições acontecem até 10 de novembro de 2010, exclusivamente pela internet.

São 7.882 vagas, em diversos municípios do estado do Rio de Ja-neiro, distribuídas nos seguintes segmentos: Educação Infantil-cre-che e pré-escola- (246

vagas); Ensino Funda-mental (205); Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Concomitância Inter-na (2.993); Educação Profi ssional Técnica de Nível Médio em Conco-mitância Externa (360); Educação Profissio-nal Técnica Integrada (153); Ensino Médio Formação Geral (170); Educação Profi ssional Técnica Subsequente (2.835); Especialização de Nível Técnico em Enfermagem do Traba-lho (80); Vestibular para os Institutos Superiores de Tecnologia (260) e para os Institutos Su-periores de Educação (580).

Para facilitar o acesso dos candidatos à inter-net, a Faetec oferecerá atendimento gratuito nos polos do programa Faetec Digital, relacio-nados nos editais.

Inscrições para concurso daFaetec são feitas apenas pela internet

A FUNDAÇÃO para o Desenvolvimento e Polí-ticas Sociais (Fundec), da Prefeitura de Duque de Caxias, inaugurou, entre os últimos dias 4 e 8, mais cin-co telecentros do programa Alfabetização Digital com Cidadania (ADC). Com as novas unidades, todos os quatros distritos fi carão conectados de graça à rede mundial de computado-

res. Os novos telecentros comunitários ficam nos bairros Jardim Gramacho, Gramacho, Saracuruna, Nova Campinas e Parada Angélica. Todas as sedes contam com 10 computa-dores ligados à Internet e um professor, funcionando das 8h às 18h. Eles ofere-cem também cursos gratui-tos de informática.

De acordo com o pre-

feito José Camilo Zito, os telecentros trazem muitos benefícios à população. “É muito bom saber que a população de Duque de Caxias pode ter acesso a Internet, através dos ADC’s sem precisar pa-gar nada por isso. Esse serviço é de uma impor-tância muito grande, pois a inclusão digital favorece a educação de nossos jo-

vens e permite que acom-panhem melhor o mundo moderno”, destacou o prefeito.

Ao todo, já foram inau-gurados 20 telecentros montados no município de Duque de Caxias. Com o funcionamento desses novos postos, a Prefeitura consegue atingir todos os distritos ligados à Internet.

Novos Telecentros ligam todos os distritos de Caxias à Internet

A TELEBRAS pediu autorização à Agência Nacional de Telecomuni-cações (Anatel) para co-mercializar internet ban-da larga para os prove-dores. O aval da agência é necessário para que a estatal possa oferecer co-nexão em alta velocidade ainda neste ano, como prevê o Plano Nacional

de Banda Larga (PNBL). Segundo a Anatel, a solicitação está sendo analisada pela Gerência Geral Serviços Privados de Telecomunicações, e não há prazo para a conclusão da avaliação. A expectativa da Telebras é que até o começo de dezembro a autorização seja concedida.

Telebras pede autorização para vender banda larga para provedores

“Serão “Serão piratas para piratas para sempre?”sempre?”CRISTINA KIRCHNER, presidente da Argentina sobre a Grã-Bretanha

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Meirelles: Brasil não vai colocar sua economia em risco por outros países

O BRASIL NÃO aceitará absorver desequilíbrios das economias de outros países, disse o presidente do Ban-co Central (BC), Henrique Meirelles, em entrevista, no último dia 10. Segundo ele, essa será a posição que o país levará ao encontro de chefes de Estado do G20 no próximo mês em Seul, na Coreia do Sul. O G20 reúne as 20 maiores economias do mundo. De acordo com a BBC Brasil, o presidente do Banco Central afi rmou que o Brasil não porá em risco a estabilidade econômica por causa de outros países.

- O Brasil fez a sua parte para o reequilíbrio global, não está adicionando dese-quilíbrio ao mundo. Muito pelo contrário - disse Meirel-

les, em Washington, durante o encerramento da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do BC defendeu uma solução coor-denada para os desequilíbrios cambiais. “Trabalhamos em um âmbito global, achamos que a solução passa certa-mente por uma discussão global, mas independente-mente disso, o Brasil toma as suas providências para proteger a sua economia”, disse Meirelles.

Os desequilíbrios entre as moedas de diversos países, batizados de “guerra cambial” pelo ministro Guido Mante-ga, foram o tema central da reunião na capital americana.

Muitos países são acusados de desvalorizar a moeda para tor-nar as exportações mais baratas e competitivas no mercado internacional, prejudicando as economias com moedas mais valorizadas. Os ministros de Finanças e presidentes de ban-cos centrais reunidos na capital norte-americana buscavam um comprometimento com uma ação global e coordenada para resolver o problema. As discussões terminaram sem muitos avanços e serão levadas para a reunião do G20. No entanto, fi cou decidido que o FMI deverá reforçar a super-visão do sistema fi nanceiro internacional, por meio de relatórios sobre do impacto de medidas cambiais e fi scais de cada país sobre outras economias.

ABR-VALTER CAMPANATO

O PROJETO DO primeiro trem-bala brasileiro parece fadado ao fracasso se ana-lisado com base em estudo de consultores do Senado que compara os planos para o trem de alta velo-cidade brasileiro (TAV) com os de outros países. O trabalho mostra uma série de problemas, como cus-to subestimado, demanda insuficiente, tarifa cara, falta de interconexão com outros meios de transporte e ausência de análise de projetos alternativos. “É a crônica de um prejuízo anun-ciado”, diz Marcos Mendes, consultor do Senado respon-sável pelo estudo.

O valor da obra, R$ 34,6 bi-lhões, está muito longe da rea-

lidade, segundo o levantamen-to. O projeto, de acordo com o edital, estima que o preço das obras por quilômetro rodado no Brasil será de US$ 33,4 milhões, enquanto o padrão internacional fi ca entre US$ 35 milhões e US$ 70 milhões. Segundo o relatório, não há razões para acreditar que o preço brasileiro fi cará próxi-mo do piso. Pelo contrário. O trem-bala nacional carrega uma das características que mais encarecem a construção desse tipo de via: um traçado inclinado. O percurso, que in-clui a subida da Serra do Mar, terá que varar uma infi nidade de montanhas, cruzar terrenos com alto custo de desapro-priações e áreas de grande densidade populacional. Não

por acaso, 52% do orçamento do projeto (R$ 17,8 bilhões) estão alocados na construção de túneis, pontes e viadutos.

Seja qual for o preço fi nal da obra, o que mais preocupa os consórcios interessados é saber se haverá demanda sufi ciente para justifi car o in-vestimento. Nesse ponto, as experiências internacionais também jogam contra o TAV. O projeto brasileiro estima 6,4 milhões de viagens por ano entre São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto em outros países já se comprovou que são necessárias pelo menos 20 milhões de viagens anuais de ponta a ponta para bancar apenas os custos operacio-nais, sem incluir a recupera-ção do capital investido.

Estudo do Senado mostra altos riscos do TAV

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