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Lei eleitoral permite vereador suplente com 0,00% dos votos Secretário e ex-secretários têm bens indisponíveis “Casarão” não será demolido MP cobra devolução de quase R$ 2 milhões Em Crateús, há dois casos idênticos de funcionários municipais filiados à sigla partidária Democratas, que se licenciaram dos seus cargos, se candidataram a vereador, e se elegeram suplentes de vereador sem o sufrágio nem do próprio voto. Página 04 O secretário das Cidades, Camilo Santana (PT), e os ex-secretários da mesma pasta, Joaquim Cartaxo e Jurandir Santiago, estão com seus bens bloqueados, segundo decisão de um dos juízes das comarcas de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pindoretama, por conta de ações proposta pelo Ministério Público Estadual. Página 07 O casarão que pertenceu ao libanês João Asfor e a Henrique Machada não será demolido e integrará o patrimônio histórico de Crateús. A pronta ação do Ministério Público através do promotor José Arteiro Soares Goiano sustou a demolição e selou acordo entre a Justiça e o Grupo Ramlive proprietário do imóvel. Página 05 O escândalo dos banheiros públicos nos municípios de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pidoretama, denunciado em junho de 2011 ganhou repercussão por ser um esquema de desvio de verbas do Governo do Estado para a construção de kits sanitários. Página 07 ELEIÇÕES 2012 ESCÂNDALO DOS BANHEIROS Sobrado construído na década de 1930 pelo médico Benjamim Hortêncio de Medeiros. Crateús-Ce. Terça-feira, 06 de novembro de 2012 - Ano XV - N o 350 - R$ 2,50 Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

Edição Nº 350

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Terça-feira, 06 de novembro de 2012 - Ano XV - No 350

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Page 1: Edição Nº 350

Lei eleitoral permite vereador suplente com 0,00% dos votos

Secretário e ex-secretários têm bens indisponíveis

“Casarão” não será demolido

MP cobra devolução de quase R$ 2 milhões

Em Crateús, há dois casos idênticos de funcionários municipais filiados à sigla partidária Democratas, que se licenciaram dos seus cargos, se candidataram a vereador, e se elegeram suplentes de vereador sem o sufrágio nem do próprio voto. Página 04

O secretário das Cidades, Camilo Santana (PT), e os ex-secretários da mesma pasta, Joaquim Cartaxo e Jurandir Santiago, estão com seus bens bloqueados, segundo decisão de um dos juízes das comarcas de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pindoretama, por conta de ações proposta pelo Ministério Público Estadual. Página 07

O casarão que pertenceu ao libanês João Asfor e a Henrique Machada não será demolido e integrará o patrimônio histórico de Crateús. A pronta ação do Ministério Público através do promotor José Arteiro Soares Goiano sustou a demolição e selou acordo entre a Justiça e o Grupo Ramlive proprietário do imóvel. Página 05

O escândalo dos banheiros públicos nos municípios de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pidoretama, denunciado em junho de 2011 ganhou repercussão por ser um esquema de desvio de verbas do Governo do Estado para a construção de kits sanitários. Página 07

ELEIÇÕES 2012

ESCÂNDALO DOS BANHEIROS

Sobrado construído na década de 1930 pelo médico Benjamim Hortêncio de Medeiros.

Crateús-Ce. Terça-feira, 06 de novembro de 2012 - Ano XV - No 350 - R$ 2,50Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

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www.gazetacrateus.com.brCrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

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A disputa pela Prefeitura da Capital cearense, que co-meçou há cinco meses com dez candidatos e sem entu-siasmo popular, terminou de forma aguerrida e acirrada. Oito partidos que se diziam de oposição, por não terem alcançado o quórum neces-sário, caíram naturalmente fora. Desistiram de suas ideologias para dar apoio aos dois candidatos gover-namentais no segundo turno. Dois candidatos novos dis-putavam cargos majoritários pela primeira vez. Ambos vieram com propostas novas em sua maioria coinciden-tes. Prometeram muito. Era o candidato do governo estadual contra o candidato da prefeitura de Fortaleza. Venceu o primeiro, garantin-do colocar Fortaleza no ca-minho do desenvolvimento sustentável, principalmente no que tange à saúde, edu-cação e transporte. Era mais uma demonstração de como a Democracia se constitui no regime político mais adequado para promover a mudança dos governantes. É assim que deve acontecer a rotatividade livre do po-der. Eram dois candidatos novos com ideias novas. Em tese, todas muito boas e alvissareiras. Era o novo contra o novo. As urnas

consagraram Roberto Cláu-dio como o 49º prefeito de Fortaleza, eleito com 53% dos votos de seu partido, o PSB, e 12 legendas coli-gadas. Elmano de Freitas, do PT, conseguiu 46% dos votos. O desafio está pos-to. São projetos inadiáveis para expandir e dar lugar a serviços essenciais. O novo executivo terá de ir buscar fora recursos de fontes ofi-ciais para complementar o orçamento de um município sem capacidade contributiva para gerir sua modernização. O jovem político, médico sanitarista, com doutorado nos Estados Unidos era, de forma aberta, o candidato do Governador Cid Gomes, que se contrapôs ao candidato da prefeita Luizianne Lins. Ao longo do segundo turno, Roberto Cláudio articulou com quatro outros candida-tos a prefeito no primeiro turno: Inácio Arruda, Mo-roni Torgan, André Ramos e Valdeci Cunha. Conseguiu ainda apoio dos partidos da coligação do ex-postulante Heitor Ferrer, o PDT e PPS. Estes apoios fizeram, sem dúvida, a diferença de sua vitória, que para muitos era questionada. Elmano de Freitas, candidato da pre-feita, contou também com o apoio explícito e constante

do ex-presidente Lula e de alguns ministros que inte-gram o governo Dilma.

Fato que causou surpre-sa foi a ocorrência de 385 mil eleitores não concor-darem com nenhuma das candidaturas impostas, e abstiveram-se de ir às ur-nas (16,63%), votando em branco (2,51%) e anulando o voto (6,19%). O que mais surpreendeu nesse jogo de-mocrático foi a perda da hegemonia da militância vermelha aguerrida do PT contra o entusiasmo ama-relo do vitorioso Roberto Cláudio. Nos últimos dias que antecederam a eleição, o colorido das roupas e ban-deiras amarelas e vermelhas tomou conta de Fortaleza, estabelecendo a festa da democracia. Esta foi a gran-de surpresa da eleição. E a aliança até pouco tempo mantida entre governo esta-dual e prefeitura entrou em colisão. O acirramento natu-ral do pleito deixou ranhuras e só o tempo haverá de fazer seus devidos ajustes. Assim acontece a democracia, sem esquecer que o governador Cid Gomes saiu, sobremo-do, fortalecido desse embate que deu o que falar e reper-cutiu no cenário político nacional.

O novo vence o novo

Jose Maria Bonfim de Moraes

CRÔNICA

Rosa Ferreira de Moraes, neste outubro chegou aos 99 anos de idade. Dista apenas 12 meses para ser centenária. Nasceu quando Crateús dava os seus primeiros vagidos. Era uma cidade que nem a aurora alcançara. O Trem ainda amaciava os trilhos por onde deslizaria aventu-ras e façanhas. Francisco, seu irmão menor balbuciava suas primeiras palavras. A Professora Rosa chegou como surgem as rosas, or-valhada de ternura, com um céu brando de paz. E no ho-rizonte se descortinava uma luminosa aurora de talentos. Rosa veio ao mundo quando as estrelas se arrumavam nos céus. E quando os mesmos céus divinos se vestiam de beleza e formosura. E já era verão. Mas o sol bramia em raios doces, amaciado com uma brisa que balançava a cambraia sagrada da vida. Como se fosse uma bandeira tremulando pela paz. Como se Deus, neste bródio ma-ravilhoso, retomasse o seu

cinzel e completasse com o seu olhar piedoso a sua fan-tástica obra criadora. Assim iniciou sua invejável emprei-tada a nossa querida Rosa. Nascia no ninho amoroso de Dona Conceição e do Sr. Zuquinha, a filha predileta de Deus. O salmo reza que a graça de Deus transborda por toda a terra. Rosa é fruto da inundação desta graça em todos nós que a admiramos e a amamos.Ela é este moto contínuo de esperançae de serviço em prol de tantos. De uma inquietação missionária. De uma prédica convincen-te. Tornou-se a Teologia do Serviço. Serva servidora. Simples e silenciosa. Sem alarde. Sem trombetas e sem fanfarras. Produtora do leite bom da humanidade. Despi-da da ingerência desvairada da vaidade. Foi, dia a dia, construindo esta sua fantásti-ca caminhada. Consistente e sábia. Trabalho profícuo e ta-lentoso. Com os seus pincéis pintou os quadros da vida, retocou os dramas do povo,

com a tintura de sua alma maravilhosa. Hoje esta casa histórica, altar sagrado da nossa infância, deixa que os turíbulos se incendeiem com os grãos de incenso do saber, com o perfume da dedicação e com a luz da ciência. Um obrigado a Deus pela vida de uma pessoa tão maravi-lhosa. Que hoje mesmo,com a tocha de Diógenes,não se encontra pessoa de sua estirpe facilmente. Ela é a instituição histórica mais valiosa de nossa terra. Con-duzimo-la nos andores dos nossos corações. Como um sacrário repleto de tesouros. Como um cibório santo que agasalha as virtudes divinas do compromisso. Da inquie-tação libertadora da promo-ção humana. Âmbula que alberga os procederes de uma vida irretocável de cidadã a serviço do mundo. Aserviço da história. A serviço da edu-cação. A serviço da Pátria. A serviço de Deus. A serviço de todos nós. Parabéns Profes-sora Rosa.

Rosa Moraes, compromisso e sabedoria

Fundada em 30 de maio de 1997

Sebastião César Aguiar ValeEditor-Geral e jornalista responsávelMat. nº: 01227JP - CE [email protected]

M. Duarte da SilvaCNPJ: 06.327.640/0001-97Rua Cel. Lúcio, 503 - CEP 63700-000, Crateús-Ce - Fone/Fax: (088) 3692.3810

Projeto Gráfico e Diagramação:Fabrício [email protected]

Coordenação e Digitação:Miliane Silva

Conselho Editorial:Eduardo Aragão Albuquerque Jr.José Bonfim de Almeida JúniorSebastião Cesar Aguiar Vale

Assessoria Jurídica:Dr. José de Almeida Bonfim Júnior,OAB 15545 CE

Assessor para assuntos especiais:Francisco Oton Falcão JucáTel.: (85) 3254.5353 / (85)99812637Fax: (85) 3254.8000

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Dr. André LandimDoenças da Pele e Alegria

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Drª. Maria de Jesus SoaresGinecologia e Obstetrícia

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Drª. Déborath Lúcia de O. DinizNeurologista - CRM 5041 - E-mail: [email protected]

Dr. Paulo NazarenoEndoscopia e Cirurgia Laparoscópica

EDITORIAL

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

“Quando eu lancei o Haddad, disseram que eu tava lançando um poste. (...) De poste em poste nós vamos iluminar o Brasil inteiro”Luiz Inácio Lula da Silva – Ex-presidente

“Queremos gerar tecnologia, por isso insistimos tanto na formação. Temos de cuidar da nossa indústria e o programa é dizer para a indústria ‘queremos de apoiar”Dilma Rousseff, presidente da República, ao anunciar prorrogação da redução do IPI durante a aber-tura do Salão do Automóvel

Júnior Bonfim | [email protected]

ObservatórioAntonio Osvaldo Oliveira,

que ganhou simpatia popular como “Osvaldo Panelada”, foi comerciante por muitos anos no Mercado Público de Crateús e exerceu mandato de vereador na cidade nas décadas de 1980 e 1990. Com um fenótipo similar ao de José Sarney, Osvaldo tinha base eleitoral na zona urbana e nos distritos de Ibiapaba e Poty, onde deitava raízes. Na eleição de 1992, vinha descendo do palanque em um comício no bairro Altamira quando foi cercado por um grupo de jovens. Um deles, certamente líder do grupo, com ar de espertalhão e sotaque de malandro, ini-ciou o assédio: - Vereadorrr... Osvaldo respondeu laconica-mente: - Oba! O sujeito foi direto ao ponto: - Vereador, arruma aí cinco conto prá gente comprar um litro de cana... A resposta: - Tenho não. O sujeito, em tom de censura e exaltado, falou: - Oh! Vereador fraco! Osvaldo arregalou os olhos, aumen-tou ainda mais o timbre da voz e fulminou: - Fraco é você, que está me pedindo. Eu não estou lhe pedindo nada! E seguiu adiante, dei-xando o grupo embasbacado.

A ELEIÇÃOSem saber, Osvaldo foi

precursor de uma relação entre candidato e eleitor marcada pela ausência de pieguismo. Apesar de bona-chão e camarada, Panelada não tinha papa na língua. Ao contrário da maioria dos seus colegas, que se submetiam aos achaques e chantagens dos eleitores, Osvaldo costu-mava dizer que líder era para liderar e não, ser liderado. Tratava de maneira sincera o eleitorado.

A ELEIÇÃO IIA eleição deste ano deixou

um saldo positivo: há um avanço na relação política. Gesta-se um vigoroso pro-cesso de conscientização. É crescente e numeroso o contingente de eleitores que está votando a partir de uma análise criteriosa, sem pedir migalhas ou favores pesso-ais. No entanto, ainda existe uma considerável parcela da

população cativa do modelo antigo, que faz do voto um objeto de transação comer-cial. A legislação evoluiu na punição de políticos que “compram voto”. Mas tam-bém temos que ficar atentos para a figura típica da “ven-da de voto”. Não merece censura apenas o político que compra, mas também o eleitor que vende o voto.

CONJECTURASO calendário eleitoral

é imperativo, sequencial, concatenado. De dois em dois anos ocorre eleição e, normalmente, uma guar-da relação com outra. Mal termina uma e já se aciona a fábrica especulativa das seguintes. Quem se habilita para a próxima? Nas oposi-ções majoritárias, é óbvio que Ivan se credenciou para uma recandidatura. Foi para o sacrifício agora e é o nome natural para o futuro. Deverá fazer um trabalho de manter acesa a militância. Há um consenso de que se o seu nome estivesse habilitado há mais tempo já teria sido vitorioso este ano.

CONJECTURAS IINo grupo da situação,

especula-se que para a su-cessão os nomes mais desta-cados são o de Elder Leitão e Mauro Soares. Os dois, no entanto, enfrentam um obstáculo: não pertencem ao partido do Prefeito. No PCdoB há nomes de peso, como os médicos Pierre e Nonato Melo.

GESTÃOPara eleger um sucessor,

salta aos olhos que o Prefeito terá que exibir bons índices de aprovação popular. Para isso, urge que promova uma guinada na gestão. Seu pri-meiro mandato, apesar de operoso em algumas áreas, atraiu uma expressiva anti-patia em outras. O que fazer, então? Dispensa maiores esforços de análise para se concluir que há necessidade de um choque de gestão. Um corte drástico nas gorduras financeiras, redefinindo o funcionamento da máquina. Regularização do quadro de pessoal através de con-

curso público, eliminando excessos, extirpando o apa-drinhamento político e a pro-eminência familiar. É hora de profissionalizar a gestão, zerar as dívidas e priorizar investimentos. Outra ação reclamada é a efetivação da transparência. Ser transpa-rente é mais do que prestar contas formalmente. É tornar todas as informações essen-ciais acessíveis ao olho críti-co do cidadão comum. Mais à frente, em edição seguinte, pontuaremos outras questões que desafiam a governança local.

ADVOGADOSA região de Crateús perdeu

recentemente dois advoga-dos: João Facundes Gomes Neto, 49 anos, munícipe da cidade de Independência e Francisco Bonfim Neto, 62 anos, que residia em Crateús. Ambos pertenciam à mesma oiticica familiar fundada por Alexandre Ferreira Bonfim. Do João Facundes recordo o espírito de luta, a militância política, a combatividade permanente. Agia com des-temor. Nada o detinha no exercício da profissão: ne-nhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, muito menos de incorrer em impopularidade. Neto Bonfim deixou um legado de superação. Há al-guns anos vivia como quem abandonara o gosto vital. A bebida consumia a sua saúde pessoal e o prestígio profissional. Estava no fundo do poço da solidão. Dessa si-tuação extrema se reergueu. Abandonou os excessos e retomou a rotina laboral. Erigiu uma das mais expres-sivas bancas advocatícias da região e foi bafejado pelos ventos da fortuna material.

PARA REFLETIR“As pessoas mais felizes

são aquelas que conhecem a alegria de trabalhar e estu-dar. O trabalho e os estudos são os meios pelos quais o Homem, ao mesmo tempo que beneficia outras pessoas e o mundo, beneficia também a si mesmo, progredindo e experimentando uma imensa alegria em seu Coração”. (Masaharu Taniguchi)

Para que servem as fotos? Por que guardamos - no compartimento do carinho, na alcova da nostalgia - os álbuns fotográficos?

Os retratos constituem pedaços do quebra-cabeça da nossa trajetória existen-cial. Embora coladas às fo-lhas de um álbum, as fotos não estão presas. Quando as contemplamos, somos arrastados por suas asas mágicas e transportados para o momento que elas registram.

O mesmo ocorre com as urbes. Somatório de indi-vidualidades, conjunção de prédios, colares geo-gráficos, artefatos do gênio humano, as cidades são como as pessoas. Quando uma cidade é bem cuidada, transpira alegria; vítima do descuido, açoitada pelo descaso, derrama lágrimas!

Assim como os seres, as cidades possuem re-gistro memorial. Um pré-dio antigo é mais que um ajuntamento calcário, uma orquestra de tijolo ou um encadeamento de concreto: é o assentamento de um tempo histórico, a fotogra-fia de um conceito geracio-nal, a exibição de um estilo arquitetônico predominante em determinado período.

Sem embargo, uma das notícias que mais me como-veram nos últimos tempos foi a que deu conta de um movimento em defesa da-quele casarão octogenário estratégica e imponente-mente encravado em uma esquina das ruas Coronel

Lúcio com Barão do Rio Branco.

Segundo o relato dis-ponibilizado na internet pela lavra do Presidente da Academia de Letras de Crateús, Elias de França, aquela casa-castelo seria derrubada “na calada da noite”. E acrescenta os de-talhes da ação e da reação: “As máquinas já puxavam a cabos de aço as velhas e belas paredes, quando lá chegamos. Mergulhamos na nuvem de poeira e nos metemos entre a pobre casa e as máquinas. Estávamos há 13 dias da eleição. Entre nós havia dois candidatos. Fomos mal compreendidos, acusados de ato politiquei-ro. Padecemos a hostilida-de dos representantes dos proprietários e das equipes contratadas para fazer o serviço. Alguns populares que assistiam à demolição gritavam aos operadores das maquinas frases como “derruba tudo por cima desses baderneiros!” No dia seguinte, ouvimos nas emissoras de rádio da ci-dade muitas opiniões a respeito do acontecido. A maioria nos acusava de “querer se apoderar do que é alheio”, achavam que “o que vale é o direito de quem comprou”.

Ainda no dia seguinte, o Ministério Público Estadu-al impetrou ação judicial cautelar requerendo a pre-servação do bem histórico--cultural. E enfim, hoje, a exato um mês, dia 24 de outubro de 2012, o direito

à memória histórica, a este tão importante bem imate-rial, foi, pela primeira vez na história desta cidade, formal e expressamente reconhecido. E melhor: mediante acordo entre as partes.

Estão de parabéns todos que tomaram parte deste ato heróico e histórico. (...)

E podemos escrever: da-quele dia em diante, ne-nhum prédio histórico da cidade de Crateús haverá de ser destruído. Porque agora é outra história”.

Esta bandeira, içada no platô das consciências, tre-mulando sob o vento da cidadania crateuense, re-vela uma inflexão essencial para o despertar de um novo sentimento: o sentimento de pertence. Quando nos sentimos parte da cidade e a tratamos como um pedaço ou extensão de nós mes-mos, tudo se transforma.

Altera-se nossa maneira de olhar o corpo geográfico, o desenho das construções, a distribuição espacial. De-senvolvemos a sensibilida-de ambiental. Imagine-se cuidando do rio e das suas margens como quem zela pelo jardim de casa.

Miramos os prédios anti-gos como quem contempla uma fotografia da infância: com o olhar carinhoso da preservação de uma relí-quia. E invertemos a escala dos valores, a hierarquia dos conceitos: moderno é o que amolda ao eterno. Avançado é o que não des-trói o passado!

Crônica da Cidade www.juniorbonfim.blogspot.com

O sentimento de pertence

COMUNICADO SEMACE

PG ARAUJO DE PAULO MECNPJ: 10.761.547/0001-63

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE a Regularização de Licença de Operação para Panificadora no Município de Crateús na Av. Benony Mourão Filho, 708 – Bairro Venâncio – 63700-000.

Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

pOLíTICA

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www.gazetacrateus.com.brCrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

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A complexidade da Lei Eleitoral Brasileira permite que candidatos a vereador se elejam suplentescom 0,00% dos votos e incentiva a que funcionários públicos come-tam grosseiras fraudes junto arepartições públicas onde são lotados e “gozem férias remuneradas” de 90 dias, tempo de afastamento para se cuidardeuma campanha eleitoral.

Em Crateús, há dois casos idênticos de funcionários municipais filiados à sigla partidária Democratas, que se licenciaram dos seus cargos, se candidataram a vereador, e se elegeram suplentes de vereador sem o sufrágio nem do próprio voto, supostamen-te, de maneira intencional, nas eleições 2012.Ambos obtiveram 0,00% dos votos.

Esses dois candidatos, ao não se empenharem nas pró-prias campanhas eleitorais, supostamente, cometeram uma grosseira fraude junto àrepartição pública onde são lotados e, ao mesmo tempo levaram ao deboche a Lei Eleitoral Brasileira.Tratam-se dos professores municipais pós-graduados Luiz Carlos Martins Araújo e Janaína Martins Mourão que, supostamente, de modo fraudulento, se afastaram

da função de professor,sem prejuízo de seus vencimen-tos, para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de Crateús. Os dois candi-datos não sufragaram, se-quer, os própriosnomesnas urnas, deixando patente a clara intenção de burlar a Lei Eleitoral e dela tirar proveito pecuniário.

Os candidatos a vereador nas eleições municipais de 07 de outubro de 2012, Luiz Car-los Martins Araújo (DEM) e Janaína Martins Mourão (DEM), ambos, funcionários públicos municipais, foram licenciados, na forma da Lei, para concorrerem auma vaga na Câmara Municipal no referido pleito, confor-me documentação expedida pela Secretaria de Gestão Administrativa, ata da Con-venção Municipal do Partido Democratase,conforme o resultado da votação de am-bos fornecido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), não chegaram sequer,a dar a si mesmos o próprio voto.

A candidata Janaína é filha do candidato derrotado a vice-prefeito, Antônio Luiz Lopes Mourão (DEM) e é irmã do vereador reeleito Antônio Luiz Lopes Mourão Júnior (DEM). Por sua vez, o candidato a vereador Luiz

Carlos Martins Araújo é pri-mo de Janaína e do vereador reeleito Antônio Luiz Lopes Mourão Júnior, e é sobrinho, por afinidade, do candidato derrotado a vice-prefeito de Crateús, na chapa de Ivan Monte Claudino, Antônio Luiz Lopes Mourão, da co-ligação Para Cuidar Bem de Crateús I.

O correligionarismo parti-dáriodos candidatos acima e a relação de parentesco entre os mesmos sinaliza e evi-dencia, de maneira clara,que Luiz Carlos e Janaína Mou-rão fizeram uso das prerro-gativas da Lei Eleitoral, para se licenciarem dos cargos, supostamente com objetivos escusos e alheios às próprias candidaturas, com interesses pessoais pré-definidos, quan-do pleitearam e obtiveram junto à Secretaria de Gestão Administrativa, a devida licençade afastamento de função para se candidatarem a vereador, sem prejuízo de seusvencimentos mensais como professores munici-pais.

Na cidade de Crateús, tor-nou-se público e notório o real engajamento dos referi-dos candidatos na campanha eleitoral da coligação parti-dária do candidato a prefeito Ivan Monte Claudino, “Para

Cuidar Bem de Crateús”, da qual fazia parte como candi-dato a vice-prefeito, Antônio Luiz Lopes Mourão.

MINISTÉRIO PÚBLICO

A denúncia que acaba de serexposta aos leitores e elei-tores de Crateús, se ainda não chegou ao conhecimento do Ministério Público Eleitoral chega agora através desta folha, como um fato passível de profunda investigação por parte da Promotoria Eleito-ral, por se tratar de suposta fraude eleitoral intencional-mente cometida pelos dois candidatos.

O povo de Crateús deseja saber, primeiramente, em quais ilícitos penaiseleitorais incorreram os dois candida-tos a vereador que, sequer, votaramem si mesmos e, ainda assim, se tornaram suplentes de vereador na coligação “Para Cuidar Bem de Crateús”. Deseja também saber em que ilícito penal se enquadra quem, de forma su-postamente fraudulentae cap-ciosa se licencia de um cargo público para, burlando a lei, obter vantagens pessoais.

Por fim, a população de Crateús quer sabersobre a soma dos valores dos venci-mentos pagos aos dois candi-

datos pela Prefeitura,durante os 90 dias da campanha elei-toral: se eles serão intimados a devolvê-los aos cofres públicosse ficarem eviden-ciadas as supostas fraudes; se receberão punição imposta pela Justiça Eleitoral e tam-bém pela Justiça comum, ou se o aludido caso passará a ser visto como um aconte-cimento normal, ou ainda, se ele criará jurisprudência eleitoral.

Deste episódio, depreende--se que, supostamente, Luiz Carlos e Janaína Mourão brincaram de fazer eleição; brincaram de se candidatar; debocharam da Lei Eleitoral Brasileira e exploraram suas brechas; licenciaram-se, de mentirinha, do serviço públi-

co e enganaram o município ao receberem seus vencimen-tos de maneira ilegal.

Que os leitores e eleitores façam um exercício men-tal para adivinhar qual o candidato a vereador que recebeu os votos de Luiz Carlos e Janaína Mourão na última eleição. Que lei-tores e eleitores pensem se a Promotoria Eleitoral deve e vai levar este vergonhoso episódio à Justiça Eleitoral e à Justiça Comum! Pensem se a Prefeitura vai procurar se ressarcir dos vencimentos pa-gos indevidamente aos dois candidatos! Pensem nessas possibilidades! Quem sabe, se depois do julgamento do Mensalão, as coisas por aqui não mudarão!

ELEIÇÕES 2012

Lei eleitoral permite vereador suplente com 0,00% dos votos

Luiz Carlos 25633Vereador suplente0,00% dos votos

Janiana 25629Vereador suplente0,00% dos votos

CIDADE

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

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Márcio Zimmermann – Ministro interino das Minas e Energia

“A preocupação dela (Dilma Rousseff) é na importância de termos uma boa comunicação, falar exatamente o que ocorreu e passar uma mensagem de tranquilidade de sinceridade por mais grave que seja a situação.

Vítima de complicações cardiovasculares faleceu, em Fortaleza, dia 26 de outubro último, o conhecido advogado crateuense Francisco Bonfim Neto, que sem-pre foi tratado por Neto Bonfim. Ele contava 62 anos e era casado com Rênia Maria Andrade Reis Bonfim, que deixa viúva, e com quem teve os filhos Mitza e Bruno Reis Bonfim. Neto Bonfim exerceu a profissão de advogado ao longo de 30 anos e mantinha notável vínculo de amizade com o povo de Crateús.

Nota de Falecimento

“Casarão” não será demolido

Gestão municipal prestigia servidores

O casarão da Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Rua Cel. Lúcio, construído no início da década de 1930, tendo abrigado por muitos anos a família do libanês João Asfor e, posteriormen-te, a família de Henrique Machado da Ponte, não será demolido e passará a fazer parte do patrimônio histórico da cidade de Crateús. É o que ficou decidido pelo juiz auxi-liar da 3ª Vara, Adriano Pon-tes Aragão, no dia 24/10/12, nas dependências do Fórum Desembargador Olavo Frota, sentenciando acordo entre o Ministério Público, o Grupo Comercial Ramlive, proprie-tário do imóvel, e entidades culturais da cidade.

O imóvel, adquirido pelo Grupo Ramlive, tinha como destino certo a demolição. A pronta ação do Ministério Público decorreu no dia 24 de setembro/2012, quando populares impediram a de-molição já iniciada do antigo prédio residencial e levaram o caso ao conhecimento do Ministério Público, na pes-soa do promotor de Justiça José Arteiro Soares Goiano

que, após negociação entre as partes interessadas, recor-reu à Justiça para a decisão final.

Um acordo judicial foi celebrado e, mediante o mesmo, serão preservadas as paredes originais da fachada externa e o primeiro pavi-mento poderá ser ampliado. Ficou acertado que “todas as alterações autorizadas serão feitas procurando a máxima conservação das caracte-rísticas da edificação que a tornam bem do Patrimônio Cultural de Crateús, limitada à viabilidade econômica do empreendimento.

A ação que inviabilizou a

demolição do velho casarão partiu da Academia de Letras de Crateús (ALC), sob a pre-sidência de Elias de França, que declarou: “O episódio mudou a história de Crateús. A partir de então, nenhum prédio será demolido. A po-pulação despertou, e o poder público, neste mês, avançou criando o Conselho do Patri-mônio Histórico”.

Destacando o ineditismo da ação, o promotor José Arteiro Soares Goiano decla-rou: “É um evento histórico porque, pela primeira vez na Comarca de Crateús, foi im-petrada ação nesse sentido, com enfoque ao tema”.

O Dia do Funcionário Público foi comemorado no último dia 28 de outubro nas dependências do Clube Caça e Pesca, com uma grande festa patrocinada pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Gestão Administrativa. O evento foi prestigiado pelo prefeito Carlos Felipe e por todo o seu secretariado, e foi denominado “ABRAÇO AO SERVIDOR MUNICIPAL”, oportunidade em que se reu-niram mais de dois mil servi-dores para a comemoração.

O dia dedicado ao servidor foi marcado pela realização do II Torneio de Futsal do Servidor, incluindo troféus e premiação para campeão

e vice-campeão, além de muitas atividades e atrações, entre as quais uma seção de embelezamento feminino e masculino, com corte de ca-belo, maquiagem, massagem e drenagem linfática etc. Na ocasião foi realizado um sor-teio de mais de setenta brin-des diversos e valiosos, entre os quais uma motocicleta, micro-ondas, ventiladores, telefone celular, cafeteira, colchão, liquidificador, kits beleza, perfumes, entre ou-tros.

O evento contou com a colaboração de parceiros como: Eglantina Cosméti-cos, Império dos Colchões, Instituto Avon, Pepe baby, Realcy Cabeleireira, Ado-

nias Torres, Unimed, Porto Seguro Empreendimentos, Tina Condimentos, Posto Beira Rio, Carlos Alberto – Caixa Econômica, Con-cessionária Fiat, Antares Veículos, Ótica Cristalina, Mercadinho Vitória, Vile-mar Bolos, Depósito Pio-neiro, Nobre Lar, Ousadia, Querendá, Nete Brandão e outras empresas de nosso município.

Aspecto relevante foram os Stands para degustação de refrescos, sucos, cafés e biscoitos entre os partici-pantes, além do brilho de toda a equipe da Secretaria de Gestão Administrativa comandada pela secretária Aurineide Aguiar.

Prefeito Carlos Felipe e secretária Aurineide Aguiar comandaram o Abraço ao Servidor Municipal

Secretária Aurineide Aguiar faz entrega de uma moto 150 CC a servidor municipal contemplado com sorteio

Secretário de Governo Elder Leitão entrega prêmio sorteado durante o evento

“A semana foi marcada pela mobilização de depu-tados federais do Nordeste que querem que o Governo Federal dê uma trégua na re-tenção de recursos do Fundo de Participação dos Municí-pios (FPM) das Prefeituras que deixam de pagar o INSS.

Alguns deputados fede-rais – como o cearense José Nobre Guimarães, veem a necessidade dessa mãozinha porque o momento é de di-ficuldade financeira para os municípios, principalmente, no Nordeste, em função da

estiagem.A bancada federal tem

muitos temas importantes para tratar sobre os inte-resses dos municípios e, principalmente, da popu-lação, mas abrir discussão sobre estímulo ao calote das prefeituras no INSS, não é o melhor caminho, nem a proposta mais adequada para resolver problemas financei-ros. É regra básica: a cada mês, as Prefeituras precisam transferir para o INSS o di-nheiro que é recolhido sobre os salários dos servidores

e, também, a contribuição chamada de patronal.

Muitos prefeitos não cum-prem esse dever de casa, como cumprem as empresas e os patrões. O calote dos municípios ajuda a aumentar o rombo nas contas do INSS que, em setembro, teve um rombo superior a 11 bilhões de reais.”

Esse é o tema do editorial do jornalista Luzenor de Oli-veira, no Jornal Alerta Geral Especial sobre os Caminhos da Aposentadoria de hoje.

Deputados querem cortesia com municípios caloteiros do INSSA bancada federal tem muitos temas importantes para tratar sobre os interesses dos municípios e, principalmente, da população, mas abrir discussão sobre estímulo ao calote das prefeituras no INSS, não é o melhor caminho.Por: Marcela de Freitas

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Deputado Ely Aguiar (PSDC)Cobrando do Governo ações pela reabilitação

“É impressionante como a droga atinge quase todas as famílias brasileiras. E faltam clínicas para tratar essas pessoas. Como fica a recuperação de quem não tem condição de pagar?

A FENECRAT 2012 – Feira de Negócios da Região de Crateús realizou-se com várias inovações, dentre elas especificamente um Plano de Sustentabilidade que pro-moveu um cenário limpo para expositores e público visitante. Tradicionalmente, a feira faz parte do calendário de eventos da cidade, sempre acontecendo anualmente, ao promover bons negócios e possibilitar a divulgação de novas tendências de produtos e serviços ao mercado local e regional. Em 2012, mantendo e divul-gando o conceito de Susten-tabilidade iniciado em 2011, num espaço em que os valo-res pudessem ser planejados e mensurados, executaram-se as ações do PGRS – Pro-grama de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, cuja meta fundamental é atender ao tripé da Sustentabilidade, extraindo do lixo um novo conceito, que o mesmo é, senão, um subproduto pron-to para criar oportunidades de renda, e dele próprio, a receita para a melhoria da problemática ambiental no mundo globalizado em que vivemos. O PGRS – FENECRAT pos-sibilitou atividades e opor-tunidades nos parâmetros ambientais, econômicos e sociais, mensurados a partir da inserção de catadores de resíduos recicláveis, que puderam desenvolver suas

atividades dentro de um am-biente gerenciado e salubre, com as execuções das ativi-dades atendendo às normas regulamentadoras de traba-lho totalmente diferenciadas da insalubridade ambiental e habitual a que são expostos para a realização de suas atividades rotineiras, e sob a marginalização da socie-dade e do comércio que dele necessitam para sua sobre-vivência.Gerou-se, em 2012, 425 Kg de resíduos sólidos, em que 28% deste volume são representados pelos resíduos sólidos recicláveis, portanto, diminuindo em 66 kg, em relação à edição anterior, representando 13,44% de lixo não produzido. Todo o resíduo sólido reciclável produzido no evento foi do-ado para pessoas que fazem a catação destes materiais, que localmente vendem sua produção para depósitos de recicláveis na cidade, contri-buindo esse volume para com a renda destas famílias em 4%. Porém, a este pequeno valor comercial, somaram--se gratificações pelo traba-lho prestado de 25% sobre suas rendas; passando essa contribuição em valor real para 29% da renda familiar, que se dividiram entre duas famílias, maridos e esposas, trabalhando juntos na mesma atividade. Em relação à edi-ção passada, houve um au-mento percentual de 1 ponto,

justificando em uma melhor eficiência da coleta seletiva e melhoria dos preços pratica-dos na comercialização dos materiais.Os resíduos sólidos reci-cláveis terão o destino de Fortaleza ou em outros cen-tros maiores que possuem instalações industriais com a atividade da reciclagem. Os volumes gerados de resíduos sólidos recicláveis foram mensurados através de um Certificado de Destinação de Reciclagem totalizando 119 Kg, correspondentes a 28% do volume total de resíduos.Os resíduos sólidos não re-cicláveis representaram a maior fatia do gráfico, com 72% do volume de resíduo gerado na feira. Esse resíduo é classificado em restos de comida, varrição, e sólidos em geral. Também foram gerenciados e seguiram para a destinação atual do muni-cípio, que também certificou com o volume real gerado de 306 Kg.Segundo estimativas da Po-lícia Militar destacada no evento, cerca de 8.500 pes-soas ou aproximadamente 12% da população de Crateús se fizeram presentes na FE-NECRAT/ 2012, traduzindo esse número, em relação ao volume de resíduo total, aproximadamente, cada visi-tante gerou 43g de resíduos sólidos que, em comparação à edição de 2011, teve um ganho de 7,00 gramas a me-

nos de geração por visitante.O único stand de alimentação que gerou óleo proveniente de frituras, doou dois litros para pessoas que artesanal-mente produzem sabão.No geral, podemos dizer que, a FENECRAT/ 2012 conti-nua sendo uma feira limpa e sustentável, que contribuiu ambientalmente com o cor-reto gerenciamento de seus

resíduos, economicamente viável para os expositores, gerando novos negócios e ofertando emprego e renda para catadores de resíduos recicláveis que puderam melhorar, no mês do evento, sua renda familiar e social-mente justa, contribuindo para a quebra de paradigma de que o lixo, para as pesso-as que dele vivem, pode ser

melhor aproveitado para o desenvolvimento econômico sustentável de um país. Essas pessoas tiveram a oportunidade de participar de oficinas de artesanato de materiais recicláveis e de aprender a produzir novos produtos para comercializa-ção e ainda serem motivadas a despertar o seu espírito empreendedor.

O prefeito Carlos Felipe abriu a audiência pública de debates e aprovação da Estratégia de Ação (3ª e última etapa) do Plano Local de Habitação de Interesse Social – PLHIS, ocasião em que fez uma explanação geral sobre o Plano no município de Crateús e dos vários pro-jetos que se encontram em andamento no município, onde estão incluídos o Governo Federal, atra-vés do programa Minha Casa Minha Vida, tocados através do PAC, da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e da Funasa.

Entre outras referências, o prefeito Carlos Felipe se referiu à invasão de um terreno no bairro Campo Velho, por famílias sem moradia, e ao sofrimento dessas pessoas que estão vivendo no local, debaixo de barracas de papelão e curtindo grande sofri-mento.A Cáritas Diocesana este-ve representada pela irmã Herbênia, cuja atuação está vinculada à Frente Social Cristã, trabalhando através dos CRAS. Na ocasião, ela declarou que a Frente Social Cristã, entre outros empenhos

em favor das famílias que não possuem um teto para morar, trabalhará no sen-tido de eliminar o ciclo vicioso dos que recebem uma habitação e logo a negociam e ingressam em outro movimento para ser contemplado com ou-tra casa. Salientou que trabalhará para garantir uma moradia permanente e não temporária para os carentes.O momento maior da au-diência deu-se através do arquiteto Antônio Custó-dio dos Santos Neto que, através de uma bem coor-denada palestra e fazendo

uso de um telão, dissecou o Plano Local de Habita-ção de Interesse Social – PLHIS, no município de Crateús, expondo todos os tipos de habitação usados, fornecendo números e dados. Custódio fez uma explanação geral do Plano e suas estratégias de ação para a realidade local. En-tre suas citações, mostrou a fria realidade do interior do município de Crateús, possuidor ainda de 3.490 habitações rústicas (casas de taipa).

SEBRAE-CE – FENECRAT 2012 – SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Governo Municipal realiza audiência pública do PLHIS

Prefeito Carlos Felipe abriu audiência pública do PLHIS e o arquiteto Custório Neto foi o pales-trante sobre o Plano Local de Habitação de Interesse Social

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

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O escândalo dos banheiros públicos nos municípios de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pidoretama, de-nunciado em junho de 2011 ganhou repercussão por ser um esquema de desvio de verbas do Governo do Esta-do para a construção de kits sanitários.

O programa era destinado a famílias de baixa renda, en-tretanto, 36 agentes públicos e particulares, desviaram o dinheiro gerando um caso de improbidade administrativa.

Para esses oportunistas o Ministério Público do Estado do Ceará (MPE-CE) entrou com ações civis públicas nas comarcas das regiões, com atuação dos promotores de justiça, sob o comando do

promotor integrante da Pro-curadoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) Eloilson Landim e cobra a devolução de quase R$ 2 milhões desviados.

A ação chega em boa hora para evitar que o escândalo caia no esquecimento, termi-ne na impunidade e estimule novos desvios de recursos

públicos.O escândalo dos banheiros

mancha a política do Ceará, mostra como ainda nos tem-pos modernos temos práticas condenáveis contra famílias menos favorecidas.

Esse é o tema do editorial do jornalista Luzenor de Oliveira, no Jornal Alerta Geral de hoje.

O secretário das Cidades, Camilo Santana (PT), e os ex-secretários da mesma pasta, Joaquim Cartaxo e Jurandir Santiago, estão com seus bens bloqueados, segundo decisão de um dos juízes das comarcas de Paca-jus, Chorozinho, Horizonte e Pindoretama, onde tramitam as ações civis públicas pro-postas por representantes do Ministério Público estadual, como desdobramento da ação principal sobre desvio de recursos do Governo do Estado para a construção de kits sanitários, no Interior do Estado.

As ações tramitam em se-gredo de Justiça. E por esta razão, os cartórios e as par-tes evitam dar detalhes dos procedimentos já adotados pelos magistrados titulares das ações. Correligionários e amigos dos denunciados, reservadamente foram in-formados por eles próprios. Em uma só decisão, um dos juízes decretou a indispo-nibilidade de bens de 22 acusados, dentre eles Camilo Santana, Joaquim Cartaxo e Jurandir Santiago.

Estão denunciados nesses processos, em tramitação nas comarcas citadas, um total de 35 pessoas. Antes dessa decisão que atingiu o atual e dois dos ex-secretários das Cidades, o ex-prefeito de Ipu, Sávio Pontes, já estava

com seus bens indisponíveis, afastado da Prefeitura e a prisão preventiva decretada, posteriormente suspensa, por força de um habeas cor-pus conseguido no Superior Tribunal de Justiça. O de-sembargador Darival Beser-ra Primo foi quem mandou prender Sávio Pontes. Todas as ações foram propostas por representantes do Ministério Público, no Ceará, através de procuradores e promotores de Justiça. Em Brasília, por representante da Procurado-ria da República em razão do envolvimento do conselheiro Teodorico Menezes, do Tri-bunal de Contas do Estado.

As ações no Interior do Ceará foram propostas no mês de setembro, segundo nota distribuída pela asses-soria do MP, nos seguintes termos:

Nestes dias 26 e 27 de se-tembro, o Ministério Público do Estado do Ceará impe-trou ações civis públicas nas comarcas de Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Pindoretama contra agentes públicos e particulares rela-cionados ao caso que ficou conhecido como “escândalo dos banheiros”. Eles são acusados de improbidade administrativa.

De acordo com o MP, são pessoas ligadas às entidades que firmaram convênios com órgãos públicos estatais e re-

ceberam ilegalmente verbas no valor de quase R$ 2 mi-lhões, dinheiro destinado à construção de kits sanitários para famílias de baixa renda de municípios do Interior. Os recursos provinham do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop).

Dentre outras coisas, o MP pede que eles sejam condenados ao ressarcimen-to integral ao Governo do Estado do dano no valor de R$ 493.924,69 (quatrocentos e noventa e três mil, nove-centos e vinte e quatro reais e sessenta e nove centavos); perda de função pública dos agentes públicos envolvidos; suspensão dos direitos polí-ticos por um período de 5 a 8 anos; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano (493.924,69) e o pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração recebida pelo agente ou funcionário pú-blico; proibição de contratar com o poder público ou re-ceber benefícios fiscais pelo prazo de cinco anos.

No total, o ressarcimento solicitado, já com atuali-zação monetária, é de R$ 1.975.698,76 (um milhão, novecentos e setenta e cinco mil, seiscentos e noventa e oito reais e setenta e seis centavos).

O deputado estadual An-tônio Carlos, ex-líder do governo Cid Gomes (PSB) e vice-presidente estadual do PT, anunciou nesta terça--feira (30) que seu partido irá questionar na Justiça eleitoral a vitória de Roberto Cláudio (PSB) nas eleições em Fortaleza. Segundo ele, houve um “festival de irre-gularidades, com compra de votos, boca de urna e abuso do poder econômico”.

Ele criticou ainda a propa-ganda oficial do Governo do Estado, que só teria apresen-tada no rádio e na TV obras tocadas em Fortaleza, sendo colada às inserções do então candidato Roberto Cláudio, que foi apoiado pelo gover-nador Cid Gomes (PSB). “Nosso partido vai entrar com questionamento. Não é discurso de derrotado, é um direito legítimo”, ressaltou.

Antonio Carlos afirmou ainda que foram recebidas

uma “avalanche de denún-cias, jamais vistas na história da cidade de Fortaleza”. “Es-tamos juntando o material que a todo momento chega ao nosso conhecimento”, disse, ressaltando que a dife-rença de votos entre Roberto e Elmano de Freitas (PT) - mais de 70 mil - mostraria a força com que o eleitor foi coagido para que seu voto não fosse livre.

O petista denunciou que camisas amarelas foram distribuídas, várias carreatas foram realizadas, além da queima de fogos de artifício - ações proibidas pela legis-lação eleitoral.

O discurso revoltou par-lamentares que apoiaram a campanha de Roberto Cláu-dio. O primeiro foi Tim Go-mes (PHS). Lamentando a atitude de Antonio Carlos, o parlamentar disse se alguém fez carreatas, foi por conta própria. Sobre o grande

número de pessoas que esta-vam vestidas de amarelas no dia da eleição, explicou que as todas foram estimuladas, antes do último domingo, a usar camisas dessa cor.

Mais enfurecido que Tim, o deputado Fernando Hugo (PSDB) partiu para o ataque. “Ai dos vencidos. Com-portamento antipolítico e antidemocrático é não saber perder”, destacou. O tucano classificou a fala de Antônio Carlos de “pobre” e cha-mou Elmano de “poste sem sentimentos”. “É irracional que um poste possa sentir”, ironizou.

Disse ainda que os mais de 570 mil votos conquistados pelo petista foram fruto não de qualidades próprias ou do trabalho da prefeita Luizian-ne Lins na Capital, mas da força do “fenômeno Lula”, que segundo ele, “começa a cair no Brasil”.

MP cobra devolução de quase R$ 2 milhões

Secretário e ex-secretários têm bens indisponíveis

Deputado Antônio Carlos: PT questionará na Justiça vitória de Roberto Cláudio

Ex-secretário de Cidades Joaquim Cartaxo

Ex-secretário de Cidades Jurandir Santiago, renunciou ao cargo de presidente do BNB

Camilo Santana é o atual secretário de Cidades. Todos se encontram com os bens bloqueados

ESCÂNDALO DOS BANHEIROS

Segundo o petista, a campanha do prefeito recém-eleito cometeu uma série de crimes eleitorais no dia da eleição. Parlamentares que apoiaram Roberto Cláudio partiram em sua defesa.

ALCÓOLICOS ANÔNIMOSSe você quer beber o problema é seu. Se seu caso é parar de beber o problema é nosso; Alcóolicos anôni-mos.Central de Trabalho: (88) 3691 2378 pOLíTICA

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Ricardo LewandowskiMinistro do STF, dirigindo-se a Gilmar Mendes, que tentava apontar “incongruências” na sua posição.

“Se vossa excelência insistir em me corrigir, porque não sou aluno de vossa excelência, eu não vou admitir nenhuma vez mais, porque senão vamos travar uma comparação de votos”

Como a música, a arte é uma linguagem universal. Observar uma obra-de-arte é sempre uma experiência singular e deve ser agradável, mas apreciá-la exige além da sensibilidade um certo conhecimento.

Com informações básicas da maneira mais simples, mínimo jargão técnico e ri-

queza de adendos biográficos e anedóticos que conferem uma dimensão humana ao mundo das artes visuais, inicia-se uma longa viagem ao mundo das artes.

Para aplicar um exemplo de arte visual, um quadro, que desperta emoções e julga-mento estético independente: “A Jangada da Medusa”, de

Théodore Géricault, 1818-1819 (imagem), que está no Museu do Louvre, Paris.

Quanto mais frequentes forem suas visitas a museus e galerias, mais compensador será o encontro com a arte, pois se percebe ao tempo de visitas,uma diferença abismal entre ver e ter um olhar sobre a obra-de-arte, a

diferença entre ver e sentir. Cor, Composição, Clima

e Luz“A Jangada da Medusa”

retrata vítimas de um nau-frágio, à deriva, sem comida ou água, no instante em que avistavam uma embarcação à distância. Nessa obra, o pintor representa o momen-to dramático – o momento em que os sobreviventes recuperam a esperança de salvamento. Transmite o desespero da situação atra-vés de uma combinação de truques de pintura. O pintor, Géricault, usa todos os ins-trumentos – cor, composição, clima e luz – para representar o tema da luta do homem contra a natureza.1. Composição – todos os elementos que compõem a pintura e o arranjo do plane-jamento contribuem para o efeito de um impulso que di-reciona o olhar do espectador ao ponto focal do elemento ou dos elementos que pon-

tuam o centro da obra.2. Movimento – cria a im-pressão de movimento con-trastando as posturas das figuras. Procurar perceber para que lado a cena retrata-da parece crescer: direita ou esquerda, para cima ou para baixo.3. Unidade e Equilíbrio – Géricault, para evitar que os triângulos: um de desespero, outro de esperança, que com-põem o quadro, o corte pelo meio, superpõe os triângulos com figuras de transição apa-recendo em ambos. O pico do triângulo principal unifica as duas metades. Os dois triângulos descentrados tam-bém conduzem as direções diferentes, um equilibrando o outro.4. Cor e Contraste claro/escuro – pinta nuvens de tempestade e ondas encres-padas escuras para criar um clima ameaçador. O hori-zonte – onde se situa o navio – brilha como um farol de

salvação. Os fortes contrastes claro/escuro em todo o qua-dro implicam a alternância das emoções de esperança e desespero.5. Clima – a miscelânea de linhas dos corpos contorci-dos sugere um ambiente de turbulência, adequado ao tema de luta titânica contra os elementos.

Lembre-se que ao olhar para um quadro, o espectador deve considerar elementos como esses, que os artis-tas usam para criar efeitos. Quanto maior a sensibilidade de pensamento, sentimento, técnica e inventividade o artista coloca em sua obra, mais a obra se revela a um espectador atento. A tarefa de apreciar uma obra-de-arte é gradual e infinita.

Mas, se um dia alguém disser algo que você não esteja vendo em uma obra, não importa, acredite só no que você sente e ver.

Novo Oriente chora a morte de Mariquinha, uma mulher de fé e coragemMaria Rodrigues Lima – “Mari-quinha” nasceu em Novo Orien-te em 26 de março de 1941. Na juventude logo se destacou por ser possuidora de uma beleza ímpar.Em 1962 casou-se com Francis-co Rufino Vieira – “Chico Ru-fino” – indo com ele morar em Brasília. Em consequência da pretensa candidatura do marido à prefeitura da cidade, retorna em 1963.Em 1967assumiu a missão de primeira dama do município quando Chico Rufino foi eleito prefeito de Novo Oriente.Dois anos mais tarde, em 1969, perde o marido tragicamente assassinado. Viúva assume sozi-nha a formação dos seus quatro filhos: Ana Gláucia (05anos), CarylChessman (04 anos), Go-dofredo (03 anos) e Ana Cynthia (1ano e meio). Em 1970, viúva e simples dona

de casa, abraçou a políticae conseguiu a façanha de ser a primeira mulher eleita prefeita no Estado do Ceará, desafiando todo um sistema político e cultu-ral local, contou com o apoio de amigos e da população de toda a cidade.Após passar por um período de viuvez que perdurou por 13 anos,casa-se em segundas núp-cias, em 1982, com José Aragão Mota, de cuja união, nasce o 5º filho – José Aragão Mota Filho. Em 2009, Mariquinhaperde o filho CarylChessman, vítima de AVC hemorrágico.Aos 28 de outubro de 2012, às 21h00,no Real Hospital Portu-guês, em Recife, o Pai Eterno chama-a para sua morada.Mariquinha tinha como a sua maior arma o TERÇO, que rezava diariamente. Através de sua fé, conseguiu vencer todas as agruras que a vida, de uma

forma ou de outra, lhe imputava. Ao longo de sua vida passou por 17 cirurgias, entre elas, três so-mente no coração. Sentiu todas as grandes dores da vida: perdeu um irmão aos 23 anos, o marido, o pai, a mãe e um filho. Mesmo assim, não vivia a reclamar da vida e da sorte. Seu sorriso, mar-ca registrada, estava sempre no seurosto, principalmente, quando fazia as ações da Igreja. Sua preocupação com os menos favo-recidos era constante e muito se alegrava quando podia amenizar o sofrimento dos necessitados.Era uma apaixonada pela vida, pela família, por Deus e por si mesma. Um exemplo de fé, humildade, bondade e beleza. Deixou a vida como todo bom guerreiro – LUTANDO.“Que Deus, diante dos teus feitos aqui na terra, permita que visualize a Sua face e que isto te seja benigno”.

Cheyla Motapsicopedagoga

ARTIGO

Como observar uma obra de arte

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Joaquim BarbosaMinistro do Supremo, ao votar pela condenação de Duda Mendonça, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

“O crime de lavagem de dinheiro é um delito de uma seriedade tão grande que nós não podemos barateá-lo”

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ARTIGO

Tão logo assente a poeira e encerrada a temporada de condenações da quadrilha do “mensalão”, os com-panheiros do Partido dos Trabalhadores vão iniciar uma grande campanha na-cional visando a uma ampla reforma do Judiciário e à criação de mecanismos de controle dos meios de comunicação. No melhor estilo dos chefões do tráfico e do crime organizado, todo o processo será comandado da cadeia pelo companheiro José Dirceu, sem dúvida uma das maiores vítimas dessa mania besta de man-dar criminosos para a prisão que tomou conta dos nossos juízes maiores. Para cuidar do amordaçamento dos meios de comunicação, a companheirada conta com a ajuda valiosa do ex-mi-nistro Franklin Martins, um jornalista que tem horror a esse negócio de imprensa livre, coisa já banida em democracias como a cuba-na. Zé Dirceu e sua turma têm razão. Nunca na histó-ria deste país se viu gente

poderosa condenada pelos tribunais, assim como de há muito não se via um País tão empanturrado de democra-cia (lembremos de Figueire-do) como o Brasil. Antes só eram presos mesmos aque-les que o companheiro Lula chama de cidadãos comuns. Acostumados a ficar de baixo na ditadura, o pessoal quer agora ficar de cima, também como na ditadura. Nada de imprensa fazendo denúncias - eles chamam de pressão. Nada de jor-nais, rádios e televisões mostrando ao público os desmandos dos poderosos. E não dá para rir dessa nova investida petista contra dois dos pilares maiores de toda democracia, tanto que são sempre os primeiros a ga-nhar mordaças nas ditadu-ras. O perigo é maior do que se pensa, pois não se pode subestimar a capacidade de fazer coisas impossíveis dos companheiros. Desde que chegou ao poder com Lula, o PT fez do Congresso Na-cional o que bem quis. Tem governado praticamente

sem o legislativo, pois não precisa dele, já que legisla por medidas provisórias, na sua maioria inconstitu-cionais, por não atenderem às exigências de urgência e relevância exigidas pela “cidadã”. Todas docilmente referendadas pela caríssima e leal base aliada. É por isso que o cidadão precisa tomar cada vez mais cuidado na hora de votar. Logo estarão no Congresso as propostas castradoras das liberdades de imprensa e do Judiciário. E virão acompanhadas de muita liberação de emendas orçamentárias, empregos, favores, mordomias, negó-cios e tantos outros afagos que o poder tem a oferecer. Lembremos-nos de que foi assim que o pessoal do mensalão comemorou a aprovação da reforma da previdência. Ainda bem que ainda se pode dar um voto da confiança à presidente Dilma Rousseff. Ela é ficha limpa e tem uma biografia a zelar.

O Banco do Nordeste no-meou no último dia 22/10 um novo superintendente para o Estado do Ceará. Trata-se de João Robério Pereira de Messias (foto),

funcionário de carreira da Instituição, que assume a Superintendência em subs-tituição a Francisco Rivônio de Morais Pinho, designado para a gerência da Agência Fortaleza – Washington So-ares (CE), uma das novas unidades previstas no plano de expansão da rede de agên-cias da Instituição, que deve ser inaugurada ainda neste ano, na capital cearense.

João Robério disse afirmar que sua gestão será focada em processos, pessoas e resultados. “É preciso co-nhecer os processos para trabalharmos com seguran-ça, mantermos as pessoas motivadas, e assim geren-ciarmos o desempenho e os resultados da rede de agências”, destaca.

Natural de Alagoas, João Robério foi admitido no

quadro funcional do Banco do Nordeste em 1978. Ele é graduado em Ciências Con-tábeis e Direito, com MBA em Gestão Empresarial. Exerceu a função de auditor, além de gerente de agência nas unidades de Santana do Ipanema (AL), João Pessoa – Centro (PB) e Salvador – Comércio (BA). Na Direção Geral da empresa, ocupou as funções de superintendente nas áreas de Supervisão Re-gional; de Risco e Análise Operacional; e de Gestão de Produtos de Crédito e Serviços Bancários. Atuou também como presidente do Grupo Camed, permanecen-do no cargo por cinco anos. Recentemente, respondia pela Superintendência de Gestão dos Processos de Serviços Compartilhados do Banco do Nordeste.

Ameaça à vistaBNB nomeia novo superintendente para o Ceará

“A prática do crime de formação de quadrilha por pessoas que usam terno e gravata traz um desassossego que é ainda maior”Joaquim BarbosaMinistro do Supremo Tribunal Federal, pro-nunciando-se a respeito do crime de formação de quadrilha pelos réus do mensalão.

“Restou demonstrado, não bastasse a ordem natural das coisas, que José Dirceu realmente teve participação acentuada, a meu ver, nesse escabroso episódio”Marco Aurélio Mello – Ministro do Supremo Tribunal Federal

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O resultado alcançado no pleito do dia 7 de outubro foi motivo de comemora-ções por parte daqueles que, conscientemente, elegeram o Dr. Carlos Felipe para mais quatro anos na continuidade ao seu trabalho à frente do município de Crateús. Os derrotados sentiram na boca o gosto amargo do fel, resul-tado de um porre eleitoral, cuja vitória foi dada como garantida e amplamente co-memorada por antecipação. Tem-se notícia de que duas mil camisetas pretas foram confeccionadas para ser usa-das em uma passeata por toda a cidade, no dia seguinte ao pleito, ostentando a inscrição “adeus doutor, volte pra For-taleza”. Mas, com o fracasso eleitoral e lágrimas etílicas nos olhos, longe da vista de todos, tocaram fogo nas camisetas.

Para os vencidos, coor-denadores de campanha e candidatos que fizeram das eleições um campo de bata-lha, o acordar do dia seguinte ao pleito foi uma tortura; o desejo foi o de não acordar; a vontade única era a de não encarar as pessoas, de não olhar, de não conversar com ninguém. Mas, este é o momento de encontrar os culpados pela derrota; de sa-ber, através dos números das urnas, quem foram os traido-res, os que não cumpriram as metas estabelecidas e, prin-cipalmente, o momento de encontrar surradas desculpas para a militância, para servir de consolo e de esperança de uma virada judicial do pleito, trocando o eleito pelo der-rotado através de processos judiciais. Para outros, o que mais pesa são os cifrões, a decepção e o prejuízo de um

investimento perdido. A Gestão Vida Nova, no

mandato 2009-2012, tem em seu currículo um in-vejável acervo de obras e benfeitorias, ultrapassando em muito as realizações das últimas três gestões. Somente a vinda do Campus da UFC, a viabilização da construção do açude Lago de Fronteira, a construção do Abatedouro, a Instalação da Policlínica, do CEO e da UPA, do Ban-co de Alimentos, além do asfaltamento da cidade, dos calçamentos, da reforma de todas as escolas municipais, dos abastecimentos d’água, da excelente condição das estradas vicinais, passagens molhadas, melhoria na saúde, Hospital sob a regência dos Camilianos e melhorias em todos os níveis para os ser-vidores, já credenciava esta administração para ter uma

eleição tranqüila e eleger a maioria dos vereadores. De principio, esta constatação prevaleceu, mas com o de-correr da campanha o grupo oposicionista com alto poder financeiro, aliado à peculiar malícia política praticada por décadas, e o profundo conhecimentos da fraqueza humana, corroeram as ba-ses ao ponto de localidades altamente beneficiadas pela Gestão Vida Nova, devido ao sofrimento de seus habitan-tes pelo total esquecimento de administrações anterio-res, darem aos seus algozes uma maioria de votos em detrimento daqueles que os prestigiaram. Estas pessoas não absorveram devidamen-te a mensagem de boa fé e carinho que lhes foi enviada, mas sempre há a esperança de que a semente plantada venha a florescer e dar frutos

de sabedoria. As eleições terminaram

e é hora de uma reflexão por parte dos candidatos a prefeito, de vereadores e, principalmente, de eleitores que precisam estar atentos e vigilantes. Temos que ter consciência de que nossa cidade está enfrentando uma fase de transição, em que o passado caracterizado por uma estagnação política e econômica, está entrando em um futuro de perspectivas inimagináveis de progresso e riqueza. Hoje, Crateús já conta com novos milionários que conquistaram seu espaço com trabalho e a inteligência de saber aproveitar as opor-tunidades desta fase dourada que vivenciamos. Não há quem chegue a Crateús e não se maravilhe com as mudanças que já estão à vista de todos. Há muito a fazer e

contamos com a coragem e desprendimento de nossos governantes para corrigir as falhas de outrora. O Código de Postura do Município tem de ser revisto e adaptado à nossa realidade. É compro-misso da administração do Prefeito Carlos Felipe con-tinuar a se fundamentar na transparência de suas ações e na responsabilidade de ges-tão, mantendo o equilíbrio das contas, a adimplência na praça e junto aos órgãos es-taduais e federais, buscando sempre superávits de receita, de modo a manter o nível de investimentos, dando continuidade aos projetos de desenvolvimento do municí-pio. O resto cabe ao civismo, ao espírito empreendedor, à criatividade e o carinho que todos os crateuenses alimen-tam no coração pela Princesa do Oeste.

Em uma entrevista co-letiva concedida na tarde do último dia 31/10, entre dirigentes do PT e do PR, o candidato derrotado Elma-no de Freitas (PT) afirmou considerar a eleição para prefeito de Fortaleza vicia-da. Denunciou que houve a maior compra de votos da história da cidade e que o seu partido junta provas com a finalidade de acionar a justiça.

Revelou que no dia da eleição, as pessoas eram abordadas até quatro vezes pelos militantes do PSB antes de chegar à seção

para votar. Outra forma de aliciamento para compra de votos seriam as barra-cas de lanches, instaladas próximas aos locais de votação.

Elmano informou que o PT se reunirá para decidir sobre os rumos da agre-miação. Independente do resultado o ex-candidato destacou que não apoiaria uma nova aliança com o PSB. O PR também deverá se reunir, conforme desta-cou Lúcio Alcântara, para traçar seus caminhos, que enfatizou ser de oposição.

O prefeito eleito de Forta-leza, Roberto Cláudio, afir-mou que dará prioridade às obras de mobilidade urbana, onde estão incluídas as que visam a Copa do Mundo, inclusive as desapropriações relacionadas às intervenções na Via Expressa. O tema virou polêmica e foi levado a Brasília, já que Prefeitura e Estado não se entendem quanto à responsabilidade da retirada de famílias.

“É minha atribuição e eu vou fazer. Se não for feito até lá, dia 1º de janeiro eu pego o projeto, boto debaixo do braço. Não vou ficar trans-

ferindo responsabilidades, eu quero é fazer, porque o dinheiro é público. Eu vou fazer e já tocar as demais vias, a Dedé Brasil, Paulino Rocha, Alberto Craveiro, que são intervenções im-portantes de alargamento de vias, de faixas exclusivas de ônibus, que também irão facilitar o trânsito”, disse.

Ele afirmou ter mais dois projetos na área de mobilida-de. O primeiro é transformar a Perimetral, que corta o sul da cidade, no sentido leste--oeste, e vai até a Barra do Ceará, em uma via expressa. O outro é construir uma nova via, saindo do Mucuripe até o Pirambu.

Deoclides Machado

A ressaca eleitoral

Elmano considera que a eleição municipal foi viciada

Via expressa: Prefeito eleito afirma que resolve o impasse

ARTIGO

Denunciou a maior compra de votos da históriaPor: Robson Cruzuer

Implante DentárioRua Firmino Rosa, 1088 - Tel.: 3691.0700 / 3691.3057

Crateús - Ce

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Emerson Fernandes, dretor-geral do Dnocs, destacando os recursos destinados aos investimentos. Do total de R$ 1,m125 bilhão, R$ 335 milhões para obras do PAC

“O DNOCS com o apoio do Ministério da Integração Nacional apresenta no exercício de 2012 uma boa musculatura orçamentária.

Foi-se o tempo em que por trás de um grande homem havia uma grande mulher. Soaria no mínimo machista, embora nada mais atual do que afirmar que por trás de um grande gestor público há um grande arquiteto.

Alguns casos recentes são exemplares e confirmam a tese. Juscelino Kubitscheck, contou com Oscar Niemeyer desde o início da sua trajetó-ria política, frente à Prefeitu-ra de Belo Horizonte. Criou diversas paisagens que até hoje retratam a capital mi-neira. Para projetar Brasília, o ex-presidente - que nunca apreciou a monogamia - trouxe o urbanista Lúcio Costa para compor o verda-deiro triângulo que abalou a arquitetura.

Jaime Lerner, com a vanta-

gem de ser arquiteto, tornou suas gestões em Curitiba -foi por duas vezes prefeito- refe-rência mundial em transporte urbano e requalificação de espaços públicos. Mostrou que com conhecimento e talento pode ser simples transformar uma cidade.

César Maia, quando da sua ótima gestão na Prefeitura do Rio de Janeiro, teve como secretário o arquiteto Luiz Paulo Conde. Inovou com projetos nas áreas de acessi-bilidade, mobiliário urbano e iluminação dos prédios históricos públicos E o fez seu sucessor.

Para transformar Nova York em uma das cidades mais agradáveis e seguras do mundo, o prefeito ante-rior, Rudolph Giuliani, e o atual, Michel Bloomberg,

contaram com o talento de Jan Ghel. O dinamarquês é considerado por muitos o grande nome do urbanismo da atualidade. Seus concei-tos de dimensão humana da arquitetura contribuem, significativamente, para a segurança pública.

Esses prefeitos não im-provisaram e reconheceram- cada um em seu tempo - a necessidade da técnica para pensar, planejar e ocupar o espaço urbano.

Privilegiaram a estética para o resgate dos valores, devolvendo a autoestima para seus habitantes.

Portanto, fica a lembrança e a sugestão para o primei-ro ato do prefeito: eleger um grande arquiteto para assessorá-lo.

A eleição destinada a pro-ver o cargo de prefeito de Fortaleza legou-nos impor-tantes lições. Cito apenas duas, por entender serem as mais relevantes. Uma, consiste no fato de que o processo eleitoral continua subjugado ao poder econô-mico, infirmando-se, de con-sequência, a legitimidade do pleito. Importa concluir, por outras palavras, que signifi-cativa parcela dos eleitores verga-se ante ao peso e à opressão daqueles que detêm o poder da moeda.

Noutros termos, temos que a tirania do capital usur-pa a soberania da vontade

popular. E quem ganha e perde com isso? Ganha, geralmente, aquele que mais tem para “investir”. Perde a democracia.

Em contraposição a isso, é dado reconhecer que muitos votantes vão às urnas cons-cientes da sua opção. Heitor Ferrer, a propósito, repre-senta exemplo emblemático de tal fato. Sem recursos ostensivos, Heitor logrou al-cançar significativa posição; provavelmente teria chegado ao segundo turno não fosse pela abissal desproporção de forças.

Não pretendo, com estas palavras, macular o mérito

de Elmano ou Roberto Cláu-dio. Jamais. Pretendo - isto sim - chamar a atenção para a necessidade de se fazer cor-rigir tamanha distorção. Isto é, fazer cessar a desmedida ingerência econômica que se projeta como anteposto ao aperfeiçoamento da de-mocracia.

É preciso, então, fazer valer a soberania da vontade popular. Sem ela, a deter-minação constitucional de que todo poder emana do povo e por ele será exercido, continuará apenas no plano daquilo que seria ideal. De todo modo, boa sorte ao vencedor.

Houve época em que o Ceará era uma referência nacional relativamente à nu-cleação de nuvens para ob-tenção de chuvas. O sucesso das operações da Funceme motivou, então, o Estado da Paraíba a estabelecer um serviço idêntico, tendo inclu-sive emprestado seu avião ao Estado de São Paulo para fa-zer chover sobre uma represa quando o nível crítico das águas já ameaçava o abaste-cimento da capital.

A imprensa registrou o su-cesso da operação. A Sudene adquiriu dois aviões idên-ticos e executou diversos trabalhos de nucleação, com

pilotos cedidos pela FAB. O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) promoveu experiências no Nordeste, tendo - conforme registrado na imprensa - obtido exce-lente resultado, representa-do por muitas centenas de chuvas que se precipitaram após serem nucleadas por um avião. Na década de 80 tudo indicava que a aviação haveria de ser um valioso instrumento para vencer a guerra das secas. Ocorre, porém, que nem sempre novas gerações valorizam trabalhos meritórios de seus antecessores.

Como “é melhor acen-

der uma vela no escuro do que maldizer a escuridão”, espero que as recordações acima comentadas possam iluminar, como a fraca luz de uma velinha, a escuridão da seca que nos envolve e, consequentemente, possam motivar pessoas da atual geração, nas áreas pública e privada, a investigar as possibilidades modernas de semear nuvens para colher chuvas.

Seria injustificável relegar ao esquecimento um assunto tão sério e importante sem discuti-lo adequadamente com pessoas credenciadas, no Brasil ou no exterior.

O desmonte nas admi-nistrações públicas é um atestado inequívoco da falha do sistema educacional, que não educa o homem para a cidadania, para respeitar os bens públicos.

Acredito que a operação do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM) e do Ministério Público Estadual (MPE) conseguirá conter o desmonte nas pre-feituras cearenses, pois de-sestimulará o agravamento dessa situação vexatória.

O combate ao desmonte deve se operar por duas ver-tentes: 1) exemplar punição aos gestores, cujos atos tipi-fiquem delitos descritos no Código Penal; 2) educação para a cidadania exigida no art. 205 da Constituição, estimulando o respeito ao dinheiro do povo a partir das séries iniciais.

Percebe-se que o Bra-sil proclamou a República

em 1889, entretanto, até a presente data, não conse-guiu propagar e fazer com que cada cidadão adquira o “espírito republicano”. A ausência dessa chama repu-blicana leva à visualização do poder como instrumento de satisfação pessoal.

A distorção vem de longe. Já na Proclamação da Re-pública,

Aristides Lobo percebeu que o povo “assistira a tudo bestializado, sem compre-ender o que se passava, jul-gando ver talvez uma parada militar”. Essa constatação motivou o consagrado José Murilo de Carvalho a pro-duzir o livro

Os Bestializados, em que enumera as aberrações de-tectadas no início da nossa República.

As fraudes nas licitações, a má aplicação dos recursos públicos e os desmontes somente serão evitados com

uma reformulação da men-talidade dominante que vi-sualiza o poder político pela ótica dos interesses pessoais do seu ocupante.

O julgamento do mensa-lão representa um grande avanço para desestimular as pessoas que ousem utilizar indevidamente dinheiro e bens públicos. A ausência de reação, no curso de nossa história, àqueles que atuam de forma ilícita no trato da coisa pública, acabou esti-mulando os responsáveis por desmontes nos Municípios.

Não basta a Constituição exigir probidade do admi-nistrador público. Essencial é que cada gestor assuma o compromisso com a sua consciência de atuar com li-sura no exercício da função, sofrendo efetiva punição se praticar ilícitos repudiados pelo legislador.

Paulo Porto Lima Ricardo Memóriapromotor de Justiça

James Kelso Clark Nunesempresário

Djalma PintoAdvogado

Arquitetos e prefeitos Eleições

Secas x chuvasOperação desmonte

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“Nunca entreguei ninguém na minha vida. Nem no pau de arara. Muito menos num processo que virou um grande espetáculo midiático”José GenoínoEx-presidente do PT, referindo-se ao processo que correu contra ele no STF.

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CRÔNICA VARIEDADES

A história de Crateús con-firma que por aqui sempre aportaram pessoas vindas de outras terras, que se pro-punham, pelo trabalho, a engrossar as fileiras daque-les que escolheram Crateús como sua terra por adoção e, de mãos dadas com os filhos legítimos da terra, ajudaram, não só pelo trabalho, mas, pela decência e o cavalhei-rismo, no progresso e no de-senvolvimento desta cidade.

Francisco Bezerra do Nas-cimento, popularizado por Francivaldo, foi um destes filhos que aqui chegou, e em plena juventudeadotou Crateús como sua terra, a ela se dedicando, construindo amizades e vislumbrando futuros negócios..

Filho de Laurindo Costa e Ana Rosa Bezerra, Fran-civaldo nasceu aos 12 de setembro de 1942, na cida-de de Pedra Branca. Ainda criança, foi morar com a família na cidade de Inde-pendência e, posteriormente, em Tauá. Passou por essas duas cidades e foi trazido pelo destino, a vir morar em Crateús, aonde chegou, na fase da adolescência.

Os estudos e o trabalho iniciados por onde passou continuaram aqui em Crate-ús e, na Escola de Comércio, concluiu o ensino médio colando grau como Técnico em Contabilidade.

Fez história no comércio local iniciando sua vida pro-fissional como vendedor do Armazém Humaitá, uma loja

de Tecidos que pertenceu a José Meireles, que aqui man-tinha uma filial. Ao deixar a loja de tecidos, foi ajudar João Dideus Sales, genro de seu tio Antônio Bezerra do Nascimento, no desen-volvimento de um posto de combustíveis e numa casa de autopeças, iniciando a nova atividade como balconista, atéchegar ao gerenciamen-to da empresa. Quando o dono deste comércio se mu-dou para Fortaleza, fez de Francivaldo seu sócio em Crateús, tal a confiança que nele depositava. Francival-do continuou as atividades como sócio da empresa, intercalando seus negócios com a compra, venda e troca de veículos.

O empenho e a dedicação de Francivaldo dentro da-quele comércio contribuíram para o crescimento da empre-sa ORDISAL – Organização Dideus Sales. Com visão de futuro, comprou na então Rua Dr. Moreira da Rocha, às margens da estrada que segue para Novo Oriente, um grande terreno e lá construiu o Posto Texaco e o conheci-do Hotel e Restaurante Casa Blanca, estabelecimentos comerciais que ainda hoje prestam serviços ao nosso povo, através de diversões, gerando emprego e renda.Francivaldo foi também distribuidor dos produtos Brahma, tornando-os mais conhecidos e consumidos em nosso município e na região.

Confirmando a certeza de

que tudo na vida tem inicio, meio e fim, o ano de 1995 marcou o encerramento ami-gável da sociedade entre Di-deus e Francivaldo,ficando este no prosseguimento das atividades no Posto Texaco e na loja Autopeças o Fran-civaldo. Cidadão de bons costumes, homem pacato, solícito e amigo, Francivaldo acumulou uma interminável lista de amigos.

Aqui, o destino fez passar pelo seu caminho uma filha de Crateús, pertencente a uma das famílias mais tradi-cionais desta terra. Casou--se com Elionaura Torres Martins,em 1968, sob as bênçãos de Deus. Desta união nasceram-lhes os fi-lhos Wládia, Valédio e Ana Izabel, que deram ao casal quatro netos: Vanessa, Valé-ria, Isabela e Guilherme.

Nos últimos anos de sua vida, Francisco foi surpre-endido, sucessivamente, por três AVCs que o deixaram visivelmente abatido, mas resistindo às complicações da doença. Por último, seu estado de saúde foi se agra-vando e teve que ir resi-dir em Fortaleza, por força do tratamento médico que não podia ser realizado em Crateús. Por fim, seu de-bilitado organismo deixou de responder às sucessivas medicações, causando-lhe a falência múltipla dos órgãos e, em consequência, o seu passamento, que se deu a 12 de outubro de 2012, aten-dendo a um chamado do Pai.

LeilãoO mais tradicional clube

social de Fortaleza, o Náu-tico Atlético Cearense, está mergulhado em dívidas. Para amenizar a situação, o clube está levando à Hasta Pública um pedaço da sede social, representado por um terreno de 873,7m², imóvel locali-zado na Av. Desembargador Moreira, 231 – no Meireles. O Leilão foi marcado para o dia 25/10,com lance inicial de R$ 3.069 milhões.

ADI 4863A Federação Nacional das

Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Fede-rais (Fenassojaf) ajuizou no Supremo Tribunal Fe-deral (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4863), contra a Lei 12.618/12, que instituiu o regime de previdência com-plementar para os servidores públicos federais, por meio de fundações, sendo uma para um dos três Poderes (Executivo, Judiciário e Le-gislativo).

AS ESPORAS DO PREFEITO

Prefeito de Quiterianópo-lis, que teve seu sucessor derrotado pelo candidato Dr. Barreto, recebeu um enorme par de esporas, desses que são fabricados em Itu-SP. Todo contente, mostrava a um e a outro o rico troféu destinado a ser utilizado em seu adversário. Era um par de esporas, dessas apropria-do para elefante ronceiro. “É isto o que eu tenho pra adversário”, exibia o par de esporas. E agora, prefeito, quando se dará a próxima vaquejada?

’́INDIOS”As “tribos indígenas” de

Crateús, diante do insucesso eleitoral de sua candidata a vereadora nas urnas de 07 de outubro, se desfiliaram do PCdoB, dando a entender que queriam uma nomeação. A candidata guerreira da Na-ção Poty só conseguiu 400 votos, insuficientes para pre-encher uma vaga na Câmara Municipal. Cessaram (ainda bem) aqueles sons produzi-

dos pelos xique-xiques das maracas! Pergunta-se:onde estava o elevado número de “índios”filiados de cartei-rinha que não sufragaram o nome de sua candidata? Agora, quem inventou índio em Crateús, ninguém sabe, pois, pessoas nonagenárias e até centenárias, de nossa terra, nunca deram notícias das tais “nações indígenas”e “etnias” de Crateús. Mas, de qualquer modo, pela in-venção das leis, qualquer pessoa pode se autodefi-niríndio e se filiar a uma dessas entidades inventadas e usufruir das prerrogativas concedidas aos verdadeiros índios ou descendentes. Uma perguntinha: Se a guerreira potiguara tivesse sido eleita, sua desfiliação teria aconte-cido? A história é outra bem diferente.

CLUBE SARGENTO HERMÍNIO

O Clube Sargento Her-mínio está deixando a cida-de sem dormir nos fins de semana. Revoltado com a situação compareceu à nossa Redação, o Sr. Raimundo Bezerra Melo, residente à Rua Instituto Santa Inês, revoltado e indignado por não poder dormir em paz e sossego com a sua família, por causa dos sons produ-zidos nos fins de semana, durante as festas agendadas por aquele clube. Referida rua, além do Clube Sargento Hermínio, tem ainda a Casa de Forró de um Sindicato. E não é somente esta rua que é prejudicada. As baterias, as percussões, o som das sanfonas e teclados, os sons graves, as batidas de Funk e a voz de locutores e ani-madores são de enlouquecer as pessoas que residem nas imediações ou longe delas, em grande parte da cidade.

O Ministério Público precisa tomar uma atitude imediata que ponha fim ao abuso, já que os direitos dos cidadãos estão sendo violados.

O 40° Batalhão de Infan-taria tem autonomia para acabar com o inferno em que se tornou o Clube Sargento

Hermínio. Uma área de lazer de sargentos do Exército não pode se transformar num comércio de bebidas alcoólicasnem em territó-riode bandas de forró que, em altíssimo som, varam madrugadas, com pessoas se divertindo à custa do sossego e do sagrado sono de outras pessoas.

A PROPÓSITO DE MINISTÉRIO PÚBLICO

O centro da cidade de Cra-teús está entregue ao inferno da barulheira dos carros de som, dos sons instalados à porta de casas comerciais que provocam um barulho ensurdecedor no ouvido das pessoas que, sequer, têm o direito de reclamar. O Minis-tério Público, mais que qual-quer um de nós, tem pleno conhecimento da balbúrdia em que se tornou o Centro da cidade e até mesmo ruas fora desse alcance. Tem o pleno conhecimento e a mais ampla constatação dos ma-lefícios à saúde a que estão sujeitas as pessoas afetadas pelo excesso de ruídos. Não age em nome da Lei para não se indispor contra meia dúzia de proprietários de carros de som. Não enfrenta a situação por ser o trabalho indigesto. Desde 2005, com a Portaria do Judiciário, nº 13/2005 e há alguns meses, com uma audiência pública, que a coisa caminha para o esquecimento.

PROCESSO Há um processo escabroso

contra um político local, engavetado nos armários da Justiça, aguardando a pres-crição, até que o réu, que é um ficha suja, por força do tempo para a prescrição, se transforme, em ficha limpa. Há Pedido de Providência encaminhado e protocolado mofando em gavetas. A Ins-tituição Ministério Público existe para combater o que está à margem da Lei, para fiscalizar e fazer cumprir as leis. Em Crateús, não tem disso não. As coisas são feitas pela metade, quando muito.

Francivaldo Bezerra do Nascimento

Por: Flávio Machado

Rua Ubaldino Souto Maior, 1230 - São Vicente, Crateús-CE - Fones: (88) 3691.1080 / 3691.5777

Dr. José Wellington RodriguesClínica Médica - UltrassonografiaCREMEC- 3465

Dr. Francisco Janildo LealClínica Médica - Cirurgia GeralGineco - Obstetrícia - CREMEC- 3235

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François Hollande – Presidente Francês

“Estou convencido de que, se não dermos um novo alento à economia europeia, as medidas de disciplina, por muito desejáveis que sejam, não poderão traduzir-se em nada”

ESCRACHANDOAs fadas são outras

Cerca de 500 brasileiras foram vítimas do tráfi-co humano em seis anos (2005 a 2011), de acordo com dados da situação de tráfico internacional de pessoas no País, elaborado pelo Ministério da Justiça e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). O destino é quase sempre a Europa e a maioria delassão oriun-das de Pernambuco, Bahia, e Mato Grosso do Sul. Mais da metade dos casos refere-se a exploração se-xual e trabalho escravo. A Justiça brasileira admite que o controle desse tipo de crime ainda é deficiente. Quem sabe a nova novela global das nove horas, que trata do assunto como for-ma de denúncia, seja uma aliada, ao menos no tocan-te à informação, e ajude essas moças a perceberem que conto de fadas só exis-tem nos livros infantis e, se cair na armadilha, o último lugar em que vão parar é em algum reino encantado. (Regina Marshall – Jor-nalista)

Haja mentira“Nunca se mente tanto,

como numa eleição, numa pescaria e durante uma guerra”. A frase do esta-dista alemão do Século XIX, OTTO V. Bismarck, reflete bem a realidade atual. Quem se dispôs a assistir ao horário gratuito na TV (que de gratuito não tem nada) se impressio-nou com a desfaçatez dos candidatos. As promessas são as mais estapafúrdias. O pior é a cara de pau e o desrespeito com a in-teligência do eleitor. São sempre as mesmas figu-rinhas que se revezam no poder, ocupam as mesmas casas legislativas e tudo “continua como dantes no quartel de Abrantes”, como acreditar na disposição de mudar? Regina Marshall – Jornalista)

Toma lá, não dá cáDe acordo com o Insti-

tuto Brasileiro de Plane-jamento Tributário, a clas-se média brasileira gasta

40% do orçamento anual pagando impostos, repre-sentando sozinha 60% da arrecadação do Impos-to de Renda. São mais de quatro meses somente para pagar tributo, o que equivale a um verdadei-ro esfolamento em vida, pois somos quase sempre forçados a pagar por fora os serviços que o governo deveria oferecer e quando o faz é de forma precária, muito longe de satisfazer os anseios e necessidades da população. (Neno Ca-valcante – Jornalista)

Conta altaArcelino Tavares Filho,

ex-prefeito do município de Caridade, pode ir ras-pando a poupança, pois tem que devolver aos co-fres da União nada menos de R$ 246 mil, acrescidos de juros e correção mo-netária, que recebeu do Ministério da Educação, em 2006, para aplicar no programa de educação de jovens e adultos e não o fez corretamente. Foi condenado pelo TCU a repor a grana e ainda a pagar multa de R$ 10 mil. A cobrança já foi para a Justiça. (Rangel Cavalcan-te – Jornalista)

OverdoseBem que merece ir para

o livro dos recordes, o famoso Guiness Book, o recuso apresentado pelo ex-presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, num processo em que é reu no Tribunal de Contas da União. Para esse simples recurso, ele constituiu nada menos de 145 advogados. Sem dúvida, uma overdose de defesa. Quem paga os honorários deles? (Rangel Cavalcante – Jornalista)

Polícia drogadaÉ extremamente grave

o conteúdo apresentado na reportagem que gerou a manchete do O Povo de 22/10 sobre o drama de policiais militares envol-vidos com entorpecentes. De acordo com lideranças da categoria, 90% das Li-cenças para Tratamento de Saúde (LTS) concedidas têm a ver com drogas.

Virou caso de saúde pú-blica dentro da própria Polícia Militar (PM). É um problema para encarar de frente, mas o comando não oferece ajuda e o Go-verno do Estado não tem interesse de dizer que sua polícia está drogada. Desse jeito, a gente vai parar no caos? Projeta o presidente a Associação dos Praças da Polícia e Corpo de Bom-beiros (Aspramece) Pe-dro Queiroz. Não há mais como esconder um proble-ma que atinge diretamente a quem deveria se ocupar em combater diariamente. (Trecho do Editorial do O Povo de 23/10/12)

QuadroBrasília, capital da Re-

pública: Em nove meses, 3.040 roubos de veículos, 745 estupros, 585 homi-cídios. Há um sequestro--relâmpago a cada 12 horas e um carro é roubado a cada 51 minutos. Isso fora as ocorrências que não são registradas, pois a Polícia Civil, que é a mais bem paga do País, está em gre-ve há mais de dois meses por aumento de salários. (Rangel Cavalcante – Jor-nalista)

TragédiaTalvez a maior tragédia

conhecida da questão in-dígena em todo o mundo, hoje, tenha um endereço certo. A reserva de Dou-rados, no Mato Grosso do Sul. Sem assistência, isolados, cercados de pis-toleiros, comendo uma vez por dia, esses sobre-viventes são confinados a reservas cada vez menores e sem recursos. Como não veem perspectivas, estão cometendo suicídio. Com a expulsão de 170 índios da terra onde vivem, de-cretada pela Justiça de Mato Grosso, os nativos pedem para não saírem da reserva, mas para serem dizimados de uma vez, pois a única perspectiva de vida para eles é a prostitui-ção e a mendicância. Uma realidade triste num país atualmente só preocupado com eleições, Copa de 2014 e mensalão. (Regina Marshall – Jornalista)

Gazeta Saúde)O sono nosso de cada dia

Isaac Furtadocirurgião plástico

Antes de tudo, a posição de dormir é fundamental. Procure um bom colchão, daqueles com densidade de espuma mais dura, para manter sempre a coluna reta, eprocure ficar na posição de decúbito dorsal (com a bar-riga para cima) ou de lado, com travesseiro na cabeça e entre os joelhos. Outro det-alhe importante é o silêncio dentro donosso quarto, de-vemos evitar sons altos antes de dormir. O maior vilão é a televisão, alguns dizem que só conseguem dormir com ela ligada, mas o barulho do som não é bom, e depois você vai ter que acordar para desligar. O ideal seria não ter TV no quarto, mas a maio-ria da população não resiste a este capricho. Depois do silêncio, outro cuidado é com a luz, mantenhaas lâmpadas apagadas e as cortinas fecha-das ao dormir. No escuro pro-duzimos a Melatonina, rela-cionada com o hormônio do crescimento, que por sua vez, combate o envelhecimento celular. Outros cuidados são necessários: evite poluentes no quarto, como carpetes, cortinas com muitos tecidos, pelos de animais ou tela de ar de condicionado suja. Todos são fatores de rinite crônica, que prejudica o sono por ob-struir o nariz constantemente. Também devemos evitar dormir com o estômago mui-to cheio, ou vazio demais, faça refeições leves antes de dormir. E saiba que o ronco representa um fator impor-tante na qualidade do sono, muitas vezes sendo reflexo de obesidade, de posição er-rada na cama, e de ingestão de álcool em excesso.

Procure seguir o seu biorritmo, sem alterar muito o horário de ir para cama e acordar, pois é fundamental. Devemos dormir pelo me-nos sete horas por noite e de preferência seguidas. Pois, o sono segue em ciclos que não devem ser interrompidos. E evite acordar no meio da noite.

O sono é dividido em duas categorias: o REM (rapideye-

smoviment – movimentos rá-pidos dos olhos em inglês) e o não-REM (NREM), e este é composto de quatro etapas. Durante o período de sono, normalmente ocorrem de 4 a 6 ciclos bifásicos com du-ração de 90 a 100 minutos cada, sendo cada um dos ci-clos composto pelas fases de NREM, com duração de 45 a 85 minutos, e pela fase de sono REM, que dura de 5 a 45 minutos.

A vigília representa o es-tágio 0, e após 5 a 15 minu-tos deitados, alcançamos o primeiro estágio do sono. O período de tempo entre o ato de deitar-se e o de ador-mecer denomina-se latência de sono.

O estágio 1 é a transição entre o estado de vigília e o sono, quando a melatonina é liberada, induzindo-o. Este estágio corresponde a 2-5% do tempo total de sono, onde se inicia a redução do tônus muscular.

O sono leve representa o estágio 2, que corresponde a 45-55% do total do sono. Onde ocorre a sincronização da atividade elétrica cerebral, que reflete a redução do grau de atividade dos neurônios corticais. Com isto, dimin-uem os ritmos cardíaco e respiratório, relaxam-se os músculos e cai a temperatura corporal.

O estágio 3 comumente vem associado ao estágio 4. Os movimentos oculares são raros e o tônus muscular diminui progressivamente. Corresponde a 3-8% do sono total.

O estágio 4 corresponde a 10-15% do sono total. Esta-mos no sono profundo, onde ocorre um pico de liberação

do GH (hormônio do cresci-mento) e da leptina; o corti-sol começa a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã.

No sono REM quando apresentamos a máxima hipotonia da musculatura esquelética, exceto pelas oscilações da posição dos ol-hos, dos membros, dos lábi-os, da língua, da cabeça e dos músculos timpânicos. É neste período que ocorre a maioria dos sonhos e ele corresponde a 20-25% do sono total.

A alternância da vigília com o sono influencia todas as funções do nosso cérebro, e consequentemente do nos-so organismo em geral. A im-portância do sono em restau-rar as condições que existiam no início do dia é única, e ao contrário do que muitos pens-am, quando dormimos não desligamos. A atividade neu-ronal é intensa em algumas fases e muito reparadora. É como se um computador es-tivesse fazendo um back-up e se reorganizando enquanto desligado. O objetivo final do sono não é apenas prover um período de repouso; e ao con-trário do que acontece duran-te a anestesia geral (onde es-tamos realmente desligados), no sono, temos os sonhos, muitos dos mais são fontes das ideias para cientistas, e inspiração para compositores e poetas.

Nada como uma noite bem dormida, olheiras e olhos vermelhos são testemunhas. Portanto, durma bem e tenha bons sonhos!

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Hermenegildo, urgente! Sarcás-tico e irreverente, irônico, mordaz e inteligente, fazendo um mô pra vocês.

BOMBA, BOMBA! Kutrizuma Calsse diz solteiro e procura mulher de 30 no Facebook.

“A vida como ela é” nasceu da mente privilegiada de Nelson Ro-drigues, que este Hermenegildo ora transpõe para a atribulada vida de Francisco das Chagas Kutrizu-maCals, o ex-blogueiro dentista ou o ex-dentistablogueiro. Vejamos superficialmente o itinerário da vida de um jovem que, quando aluno do Ginásio Pio XII em Crateús, foi “traçado” por dezenas de colegas. Chamavam-no de Geni. Este jovem fez concurso para o Banco do Brasil e foi nomeado para uma cidadezi-nha do Piauí. Não aguentou seis meses. Fez outro concurso para o BNH e deu no mesmo. Entrou para a Faculdade de Odontologia, com o mesmo espírito da Geni. Conseguiu formar-se e montar consultório,

porém, tornou-se conhecido como deformador de bocas. Depois, deci-diu-se pela profissão de blogueiro. Mandou montar um blog especia-lizado em denegrir a imagem das pessoas, em investir contra a honra das famílias, dos seus amigos, dos amigos da família, dos políticos, juízes e promotores e sempre se considerando um semideus. No seu blog, ele era mais duro que Hitler e Stalin juntos. Pelo blog, fuzilava virtualmente qualquer um. Aí, ele cresceu. Cresceu não, inchou, co-mona história do cururu que ficou do tamanho de um boi e explodiu. Daí, ele se indispôs com a família, intrigou-se com irmão, deu tapas na própria mãe, mas, e foi vivendo sempre acobertado pela sombra do anonimato na internet. Um frouxo de borrar as calças.

Vai daí, que o “machão vingador” foi decaindo com o surgimento de processos no Judiciário contra ele. Foi perdendo uns, condena-dos a pagar por danos morais em

outros, a frequentar os fóruns de Crateús e Fortaleza. Teve então o abandono da mulher e dos filhos e levou chifres à vontade. Mas isto de chifre pra eleé coisa natural de quem é acostumado a botar chifres em mulheres casadas. Adoeceu de ficar mofando numa rede, usando fraldão geriátrico por causa de um escorrimento intestinal. Internou-se em clínica psiquiatra, onde recebeu choque elétrico. Fechou o consul-tório e o blog. O tempo passou-se e ele fez publicamente um pedido de perdão geral a todas as pessoas que reconhecia ter ofendido, porém, sem perder o conceito que fazia de cada uma. Ou seja: perdoava a quem chamou de ladrão, mas a pes-soa pra ele continuava como ladrão. Sozinho no apartamento da mulher, ele fazia a comida e lavava roupa. O fraldão ele usava dos dois lados pra economizar.

Com a ajuda da mulher, que é “ca-ridosa”, e dos psiquiatras, ele conse-guiu se levantar e mudar de vida. De

princípio, entregou-se à pregação evangélica na Praça do Ferreira. De-pois, foi à Praça dos Leões pregar sobre o Candomblé, a magia negra, sobre a macumba e as entidades invocadas nos terreiros. Deu-se mal nesta missão. Matriculou-se, então, por insistência familiar, no curso de Direito na UNIFOR. Massss, logo, seus colegas perceberam de quem se tratava. Descobriram, pela inter-net o tamanho da ficha dele com32 páginas negativas. Basta colocar o nome dele, Francisco das Chagas Kutrizuma Cals, no Google, e cons-tatar como se pega um velhaco. No Youtube, chove assim de vídeos. De modos que ele sentiu na peleo buling contra ele na faculdade e tá novamente em crise. Sua “carido-sa” mulher anda muito preocupada com as páginas que não podem ser retiradas da internet, com a vida dele. Por último, o ex-blogueiro e ex-dentistainscreveu-se num programa na internet, destes em que se busca relacionamento afe-

tivo. Ele está querendo conseguir se relacionar com uma mulher de 30/35 anos e, para tanto, usa fotos antigas.Hoje, aos 56 anos, tem a aparência de um ancião de 80 anos. Uma papada desce-lhe do pescoço e vai até o pé do umbigo. Este é apenas um resumo da vida de um blogueiro atrevido que ousou cagar na cabeça de todo mundo. Eis o que ele encontrou: chifres botados pela mulher e o repúdio dos próprios filhos.A vida é como ela é...tem razão Nelson Rodrigues.

Bem me ensinava meu professor de latim clássico: Historia vero testistemporum, lux veritatis, vita-memoriae, magistra vitae, nuntiave-tustatis. A História é a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira da antiguidade.

Ademã que vou em frente. Os cães ladram, mas a caravana passa.

Afrouxando o Riso

Defunto salgado

Crateús de OntemRevivendo nossa história, con-

cluímos que as cidades de Crateús e Sobral, ao longo dotempo, estive-ram entrelaçadas como dois irmãos que se entendem e se arranham, sendo o objetivo principal da vida sempre preservado.

Sabemos que, na transcorrência do século XX, Crateús acolheu muitos filhos de Sobral e da região de sua influência, que elegeram a Princesa do Oeste como sua terra por adoção. Por aqui aportaram Fir-mino Rocha Aguiar e seu irmão An-tônio Pierre Aguiar, Valdemar Lyra, Olavo Frota, e outros membros dessa família, Edgard Albuquerque, Antônio Ferreira da Ponte, Eduar-do Aragão Albuquerque, Antero Ferreira da Ponte, José Machado Neto, Izauro e Estêvam Machado, a família Machado da Ponte para citar apenas esses, sem esquecer o grande engenheiro João Tomé.

No dia 07 de maio de 1922, nasce, em Ibiapaba, distrito de Crateús,

um dos filhos de nossa terra que, posteriormente, se tornou um ilustre sobralense. Nascido do casal Júlio Presciliano de Saboia e Maria de Jesus Palhano de Saboia, ainda me-nino, José Palhano de Saboia (padre Palhano) foi morar na Princesa do Norte. Por desentendimento dos pais, dona Maria de Jesus mudou--se para Sobral, onde viveu o res-tante da sua vida. Católica, sempre acompanhada do filho, assistia às celebrações de Dom José na Sé de Sobral. O Bispo percebeu a pers-picácia e inteligência do garoto e praticamente o adotou. Deu-lhe estudos, educação, colocou-o no seminário de Sobral, depois no Seminário da Prainha e, posterior-mentepara estudar em Roma, onde o pupilo aperfeiçoou seus estudos de Filosofia e Teologia ordenando--se padre na Igreja do Rosário, em Sobral no dia 4 de junho de 1943.

Padre Palhano era tido como filho adotivo de Dom José Tupi-

nambá da Frota, bispo da Diocese de Sobral. Sua liderança, carisma e inteligência atraiam a atenção de Dom José, portanto, era um sacer-dote muito acreditado. Em quase todos os movimentos diocesanos era consultado. Enveredando pela política, chegou a ser prefeito de Sobral e Deputado Federal.

Por ocasião da peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Fá-tima, foi um dos organizadores do trajeto da comitiva pelas paróquias da diocese de Sobral. Acompa-nhando a imagem, aqui em Crateús questionou com as nossas autorida-des, inclusive com o Juiz Dr. Olavo Frota. Padre Palhano queria que a imagem permanecesse pouco tempo nesta paróquia. O pernoite forçado da comitiva em Crateús deixou-o extremamente aborrecido a ponto de espalhar a notícia que Crateús prendeu a Santa. Esta afirmação deixou enraivecidas nossas autori-dades e entendo que daí nasceu uma

animosidade entre crateuenses e sobralenses. Alguns dias depois do pernoite da Imagem peregrina em Crateús, nossa Igreja Matriz foi fe-chada em desagravo pela “ofensa” aqui cometida. Alguns anos mais tarde, aconteceuaqui a violação do sacrário de nossa Igreja, fato intensamente investigado e nunca esclarecido. Foi um mistério que até hoje perdura.

Posteriormente, o Dr. Geraldo Frota, dentista, filho do sobralense e Juiz da Comarca de Crateús, Dr. Olavo Frota, em visita a Sobral, numa noite, foi colocado em um veículo, levado para lugar ermo e dentro do leito do Rio Acaraú, foi bastante espancado, não se sabendo a mando de quem. Em 1959, por ocasião do campeonato intermuni-cipal de futebol, Crateús eliminou a seleção de Sobral, ganhando de 3 x 2 no Estádio Juvenal Melo, e empatando em 2 x 2 no Campo da CIDAO. No Estádio Presidente Var-

gas, em Fortaleza, Crateús ganhou pelo escore de 2 x 1.

Desde a década de 1940, crateu-enses estudam em Sobral, quer no Colégio Sobralense, no Colégio Santana, no Seminário e na Univer-sidade Vale do Acaraú. Ao tempo do seminário, Crateús foi a cidade a manter mais seminaristas naquele sagrado casarão e a ter mais padres ordenados, perdendo apenas para Sobral.

Fatos que nunca deviam ter acon-tecido, provocaram rixas entre as duas cidades tão entrelaçadas. Mas, com a transcorrência do tempo e a conscientização dos munícipes, as animosidades, hoje, não mais exis-tem. As duas cidades se entendem muito bem e partem para o pro-gresso e o desenvolvimento, para a saúde e a educação dos seus filhos que, lá e cá, trabalham em busca do bem estar social.

Crateús X Sobral

Pedro Fariseu era proprietário de um posto de gasolina em Fortaleza, e fornecia combustíveis para uma prefeitura do interior cearense que, a princípio, manteve os pagamen-tos em dia, mas, depois, entendeu de relaxar. Promessa e conversa mole fizeram com que o dono do posto cortasse definitivamente o fornecimento de combustíveis

à prefeitura. Conta pendurada, cobrança, promessa e coisa e tal deram motivo a que Pedro ame-açasse baixinho: “Um dia, tu me paga, fela da gaita”.

Sucedeu que a ambulância do município trouxe para Fortaleza um doente em estado muito gra-ve, vindo este a falecer dentro do veículo. O motorista, aflito, comu-

nicou a morte ocorrida ao prefeito, com este ordenando-lhe a volta imediata levando o defunto. O motorista disse-lhe que o tanque do carro tava na reserva. O prefeito, então, ordenou o reabastecimento no Posto de Pedro Fariseu. Ao encostar o carro à bomba, o mo-torista contou a história da morte do doente, mas Pedro, insensível

ao ocorrido, negou-se a abastecer o carro. Telefonou outra vez ao prefeito contando a negativa do proprietário do posto. O prefeito, então, ligou para Pedro e explicou a situação vexatória de um defunto dentro da ambulância. Pedro con-tinuou irredutível: não abasteço. Aí o prefeito perguntou se ele não poderia fornecer apenas 10 litros

de gasolina, que davam para ir até Pacajus, ao que Pedro respondeu: “Olha, Marquim (era o prefeito), a única coisa que eu posso fazer para um velhaco da tua marca, é comprar dois quilos de sal pra o teu motorista salgar o defunto...

Flávio Machado

TIRADASHermenegildo Catão

Dr Eliézio Torres MartinsORTODONTIA - CRO-CE: 2491

Dr Bruno Cavalcanti MartinsPRÓTESE E CLÍNICA GERAL - CRO-CE: 4875

Dr Breno Cavalcanti MartinsCIRURGIÃO DENTISTA - CRO-CE: 6028

Drª Blenda Camerino F. C. MourãoODONTOPEDIATRIA/PERIODONTIA - CRO-CE: 5567

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 495 - Centro - Fone: (88) 3691.8050NOVO ORIENTE: Rua Cazuza Rocha, 56 - Centro - Fone: (88) 3629.1477E-mail: [email protected]

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 06 de novembro de 2012

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Comunicando

Crateús é uma comarca di-ferente de muitas outras, ou uma Comarca ‘sui generis’. Na cadeira do juiz ou dos juízes do Fórum local, que por aqui vêm fazer tempo-radas jurídicas, pareceexis-tir pregospontiagudos, que espetam sem dó o trazeiro do magistrado. Ninguém na cidade conhece o juiz do dia, pelo nome ou fisionomia.No mínimo, seis mil processos estão acumulados na 1ª e na 2ª Varas. A 3ª Vara foi cria-darecentemente, mas, se para as duas primeiras só há juízes temporários ou substitutos, para esta, tão cedo, virá juiz titular. Juízes fogem da Comarca de Crateús, como o Diabo foge da Cruz. Foi apregoado que um mutirão seria feito no Judiciário local para diminuir a montanha de processos conclusos aguar-dando quem os julguem. É o

mutirão rimando com enga-nação. A Comarca continua no mesmo ritmo e lentidão.

O presídio público está abarrotado de presos. Uns já cumpriram penas e continu-am lá; outros, extrapolando os prazos judiciais, cumprem penas antecipadas, enquanto outros esperam pela for-malização de processos. Há presos esperando pela Defensoria Pública, que aqui não existe. Há deles hospedados em celas para oito pessoas e que abrigam 30/40. Há presos doentes, in-fectados e outros que fazem suas necessidades em local aviltante. Há também os que não têm lugar onde dormir. Há também uma Promotoria que não tem como aliviar tanta desgraça porque tudo depende de juízes. E, o que vemos então? Uma promoto-ria alheia a tanto sofrimentoe

um judiciário alheio a tanta dor.

Na esfera civil, o cidadão que busca a Justiça como única forma de encontrar reparação de um direito vio-lado, termina se deparando com o agravamento da situa-ção por causa da morosidade processual que findabenefi-ciando o infrator da ordem jurídica através do instituto da prescrição processual. No âmbito do Direito Penal, fato semelhante acontece. O cidadão que foi vítima de um crime e que recorre ao judiciário na esperança de ver a Justiça ser feita, também acaba decepcionado porque o réu não recebeu qualquer punição pelo ato delituoso praticado, pelas mesmas razões anteriormen-te citadas. Então as portas da impunidade se escancaram pelo beneplácito da Justiça.

É como se a própria Justiça, indiretamente, acobertasse o crime, o ato ilícito, já que a culpa recai sobre ela. No final das contas, só quem levou vantagem mesmo foi o advogado que embolsou os seus honorários advocatícios no início da ação judicial. Está sendo assim em todo o Ceará. Infelizmente, a lei não permite que se acione o Estado por danos mo-rais e materiais causados às pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos líqui-dos e certos, por omissão do Judiciário em não julgar os processos dentro dos prazos estabelecidos pelos Códigos Processuais.

Crateúsé uma cidade que tudo suportacom passivida-de, inclusive o alheamento do Ministério Público, quan-do não se envolve em suas questões prioritárias. Tudo

de ruim que aqui acontece tende a arruinar-se ainda mais. Leis e portarias do Judiciário não são respeita-das ou fiscalizadas. O meio ambiente entregue às moscas permite que os carros de som infernizem o centro da cidade e os clubes e casas de forró infernizem também as pessoas durante o sagra-dodireito ao sono reparador. Policia e a Guarda Munici-pal se mostram impotentes quando acionadas para dar solução a esses problemas. Há clubes de forró vizinhos a residências, e as pessoas, nos fins de semana, não conseguem dormir. Um par-que de diversão vem do Maranhão todos os anos e toma duas praças e ruas em nome do Senhor do Bonfim, e não há quem dê um NÃO. Praças são invadidas por mesas de bebidas e tomam o

lugar da diversão, sobretudo, das crianças. Calçadas são invadidas por bares e obri-gam o cidadão a andar pelo meio da rua entre os carros. Somos, ao longo do tempo, de prefeito em prefeito, uma cidade E-S-C-U-L-H-A-M--B-A-D-A, assim mesmo com este termo graúdo e generoso, sem ordem, sem lei e sem respeito, onde as autoridades fecham os olhos e tudo permitem que aconte-ça, para não desagradarem fulano e sicrano, para não se comprometerem, para não atrair problemas para elas, e para empurrar o problema com a barriga. Tudo o que se quere se almeja é o império da Lei, da Ordem, da Justiça e da Autoridade. Fora disso, o nome é MEDO E COVAR-DIA, institucionalizados.

Justiça... que justiça?

Flash do PassadoDois casos de tétano

Lembro-me bem, eu era ainda um adolescente. Chi-co Caboclo, vaqueiro de Tobias Rezende, adoeceu de tétano. Pela primeira vez es-cutava o nome dessa terrível doença. Dr. Sales era médi-co novo na cidade e eu tra-balhava na Farmácia Aguiar de Eduardo Albuquerque. Chico Caboclo ficou numa casinha perto da bodega de Pedro Severino, em cima de uma cama, com o corpo rígido e os dentes cerrados em tremores de frio.

Não vai escapar, diziam. Chico pegara o tétano do suor do cavalo em cima de um pequeno ferimento. É muito difícil, mas vamos tentar, disse Dr. Sales. Vá buscar, disse ele, estes re-médios na farmácia, orde-

nou-me. Voltei com uma caixa cheia de remédios, aparelhos para injeção e soro, além de outros objetos.

Aplique esta injeção, disse-me Dr. Sales. Era o Soro Antitetânico do Ins-tituto Pinheiros, numa do-sagem forte. Junte agora estas três injeções e aplique no músculo do braço. Era um coquetel composta de Amplictil, Fenergan e Do-lantina. Agora, prepare o Soro Glico-fisiológico. As injeções você aplica de oito em oito horas e o Soro é dia e noite.

No segundo dia, Chico apresentou melhora. As injeções relaxavam o corpo, induziam-no ao sono e, com certeza o anestesiavam das dores. E assim, aos poucos,

ele venceu a doença. Ao lado de um bom médico, Chico tinha um excelente patrão, Tobias Rezende, de saudosa memória que, pelo meu trabalho, presenteou--me com uma garrota. Este episódio se passou há mais de 50 anos e ficou gravado na minha memória. Bem que gostaria de saber se Chico Caboco ainda vive.

Há outro caso de tétano, do qual tomei parte ativa-mente. Creio que o fato se repetiu um ano depois do primeiro. O doente, até bem pouco, estava vivíssi-mo. Encontrei-o em Monte Nebo, e falamos sobre o episódio. Trata-se de Ge-rardo Araújo, morador do Montenebo e, segundo fui informado, trabalhava como

tabelião no cartório daquele distrito o distrito de Santa-na, de Crateús. Era filho de Divino Araújo, já falecido, e, à época, residia na Rua Cel. Lúcio, antes do Corte da RVC. Salvo engano, na mesma casa onde morou Cí-cero Pedrinho, ou vizinha a esta. Ele contraiu o mal de-pois que extraiu um dente. A medicação aplicada nele e o método de tratamento, foram os mesmos aplicados em Chico Caboco, sendo também o mesmo médico e o mesmo adolescente au-xiliar de Dr. Sales. Gerardo Araújo também venceu o tétano e viveu por longos anos, vindo a falecer a cerca de dois anos, dando cabo à própria vida, situação por demais lamentável.

César Vale

Deputada Gorete Pereira, sobre a audiência pública que a COM do Congresso que investiga a Violência contra a Mulher, realizará na Assembleia Legislativa do Ceará, dias 8 e 9 de novembro.

“As audiências públicas devem contar com a participação de autoridades do governo estadual, Poder Judiciário e movimento de mulheres”

Cantinho da PoesiaSoneto

Os teus desdéns aumentam meu desejo;Quando mais me desprezas, mais te anseio;Bate-me, aflito, o coração no peito;Ardendo em zelo, em pós de ti rastejo...

Esteja o mundo de mulheres cheio:A ti somente, a mais ninguém, eu vejo...Mas, ai de mim! Jamais terei teu beijo,Jamais te prenderei num doce enleio!

Tudo nos prende e tudo nos separa;És uma linda ninfa esquiva e rara...Sou como aquele deus que nada alcança...

E, enquanto zombas deste amor sincero,Minha alma de querer-te não se cansa:Quanto mais foges... tanto mais te quero!

Renato Tavares

“O que o Eduardo Paes propõe é a instituição da República dos Guardanapos”

Geddel Vieira LimaEx-deputado, ligado ao vice-presidente Michel Temer, reagindo à tese proposta pelo prefeito carioca Eduardo Paes de colocar o governador Sérgio Cabral como vice de Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

GERAL

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Passou pelo calendário da vida a insigne professora Rosa Ferreira de Moraes, em 27/10 quando, em plena lucidez e ótimo estado de saúde, comemorou seus 99 bem vividos anos de vida, maioria deles dedicados à educação em Crateús. Dona Rosa Moraes é merecedora de todo o nosso sentimento de gratidão por tudo o que fez em prol do ensino em Crateús. Que sua lucidez e saúde se conservem ainda por muitos anos.

Na data consagrada aos que já se foram e se tornaram objetos de nossas lembranças (02/11), comemoramos o nat da também célebre educadora Francesmary Leitão Evaristo, a quem esta cidade também se faz grata pelo seu meritoso trabalho em prol da educação em Crateús.

Dia 31 de outubro assinalou o aniversário natalício do vereador presidente da Câmara Municipal de Crateús, Manoel Conegundes Soares, que foi efusivamente cumprimentado por centenas de ouvintes, por ocasião do progra-ma Falando Francamente, que ele faz há vários anos na Rádio Poty, e de outros programas. A Gazeta do Centro-Oeste abraça o grande radialista, ao tempo em que almeja também o desempe-nho de um excelente mandato na próxima legislatura, com os votos de saúde, paz e alegria.

Antônio dos Santos Soares Cavalcante, como acontece há vários anos, tem aqui o seu aniver-sário lembrado no primeiro dia de novembro de todos os Santos. A cidade de Crateús tem na lembrança esta data, e através da Gazeta, transmite--lhe seu abraço.

Nota Social

Um dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no escândalo do men-salão, o publicitário Marcos Valério começou a falar, comprometeu líderes do PT e gente graúda dos Governos Lula, pediu proteção e teria revelado que outras remessas de dinheiro - além das envia-das para o publicitário Duda Mendonça, também, saíram do País.

O depoimento de Marcos Valério, dado, no mês de setembro, à Procuradoria da República, ganhou manche-te na quinta-feira, 1º/11 no Uol e pautou a imprensa. Trechos do depoimento se converteram em verdadeira bomba porque Valério man-dou recado para todos os lados, não quer ficar preso e, em troca, poderá detonar o centro do que veio a se cha-mar esquema do mensalão.De acordo com o colunista da Folha de São Paulo, ‘’a

língua de Marcos Valério amoleceu na proporção dire-ta da aproximação da cana dura’’.

O operador do mensalão, confor-me o colunista, prestou depoimen-to à Procuradoria da República, in-formaram os re-pórteres Ricardo Brito e Fausto Ma-cedo.

Em trechos do blog de Jo-sias de Sousa, outra revela-ção: ‘’Valério informou que tem o que dizer. Em troca de proteção, ele se dispõe a colaborar. Tomado pelos nomes que levou à mesa, o provedor das arcas do men-salão é portador de segredos insondáveis’’.

Valério teria citado Lula e o ex-ministro Antônio Palocci, dois nomes que não constam do processo em julgamento

no STF. E mais: ‘’Contou que fez outras remessas de dinheiro ao exterior além daquelas que foram parar na conta de Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002’’.

Outra revelação: ‘’ In-formou que foi ameaçado de morte. E insinuou que dispõe de informações sobre outro caso: o assassinato do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002’’. Íntegra desse assunto em www.uol.com.br

Condenado pelo STF, Valério fala e compromete líderes do PTSegundo o jornalista Josias de Souza, do Jornal Folha de São Paulo, Valério quer ser incluído no programa de proteção a testemunhasPor: Mário Silva

César Vale www.gazetacrateus.com.br