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Biografia a Nuno Grande (pag.3) Emigração médica (pag.3) Entrevista a Daniel Serrão o homem e a causa hajaBreves – Excesso de estudantes de medicina por tutor em anos clínicos (pag.2) hajaCrónica – É tudo igual ao litro (pag.9) hajaSaúde! | distribuição gratuita | Edição Nov/Dez. 2012 Ano X Nº71

Edição Nov/Dez. 12

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Nesta edição destaca-se a entrevista a Daniel Serrão, uma personalidade marcante direta e indiretamente na construção e desenvolvimento do curso de medicina da Universidade do Minho. Numa abordagem biográfica apresenta-se o Homem e a sua Causa.

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Biografia a Nuno Grande (pag.3)

Emigração médica (pag.3)

Entrevista a Daniel Serrão – o homem e a causa

hajaBreves – Excesso de estudantes de medicina

por tutor em anos clínicos (pag.2)

hajaCrónica – É tudo igual ao litro (pag.9)

hajaSaúde! | distribuição gratuita | Edição Nov/Dez. 2012 Ano X Nº71

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2 hajaSaúde!

hajaEditorial

hajaBreves

A Associação Nacional de Estudan-tes de Medicina (ANEM) tem centrado a sua atuação na defesa da Qualidade do Ensino Médico, tendo mostrado o seu desacordo relativamente ao aumento do número clausus para os cursos de Medicina nos últimos anos. Neste sen-tido, a ANEM realizou um estudo sobre o número de alunos por tutor nas esco-las médicas, tendo chegado à conclusão que há um excesso de alunos, sendo a Faculdade de Medicina da Universida-de de Coimbra aquela que regista, em média, mais alunos por tutor (17), e o Departamento de Ciências Biomédicas

e Medicina da Universidade do Algarve (DCBM-UAlg) a escola com menor núme-ro de alunos por tutor, com uma média de 1,9 alunos. De acordo com o mes-mo estudo, a ECS-UM localiza-se na 4ª posição das escolas médicas com menor número de alunos por tutor, sendo a nefrologia a especialidade médica com menor representação tutorial, pelo que o rácio de alunos/tutor sobe para 10 e a Clínica Geral e Familiar com a melhor proporção estudante:tutor nacional (1:1). Verificou-se ainda que as escolas que ocupam os lugares cimeiros obrigam os seus alunos à descentralização em

relação ao local de ensino, obrigando os mesmos, por vezes de percorrerem dis-tâncias superiores a 50km.

Segundo um estudo anual realiza-do pelo Instituto Nacional de Estatísti-ca (INE) a taxa de mortalidade infantil aumentou no ano passado, passando de 2,5 óbitos por mil nados-vivos para 3,1, sobretudo devido a um acréscimo nas mortes de bebés até aos 28 dias. Desta forma verifica-se uma inversão na tendência verificada nos últimos anos na descida da mortalidade infantil que tem colocado Portugal num dos lugares cimeiros a nível mundial com menor

taxa de mortalidade infantil. Contudo, esta inversão verifica-se no tipo de mor-talidade teoricamente menos evitável, a neonatal, até aos 28 dias, podendo ser o aumento do número de bebés nascidos por técnicas de procriação medicamen-te assistida (PMA) verificado nos últimos anos uma das explicações, mantendo-se a pós-natal (a partir dos 28 dias) em ten-dência de descida.

Excesso de alunos por tutores nas escolas médicas

Taxa de mortalidade infantil aumentou em 2011

Luís Araújo. 59221 - [email protected]

Luís Araújo. 59221

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hajaSaúde! 3

Morreu no passado dia 8 de Outubro, aos 80 anos, vítima de complicações cardiovasculares e neurológicas, o médico e professor Nuno Grande.

Nascido em Vila Real, ingressou na Faculdade de Medicina da Uni-versidade do Porto onde concluiu o curso com média de 19 valores, ini-ciando a sua actividade lectiva como assistente convidado da cadeira de Anatomia. Em 1965 conclui também o doutoramento com classificação de 19 valores. Logo depois foi mobilizado para o Ultramar, para o Hospital Mili-tar de Luanda onde, apesar do traba-lho como Internista prosseguiu a sua carreira docente, contribuindo para o desenvolvimento da Faculdade de Medicina da Universidade de Luanda de que foi Director e vice-Reitor.

Começa aqui uma actividade que se divide entre as mais variadas áreas do conhecimento e da intervenção cívica entre as quais se destaca, em 1975, a criação, com Corino de Andra-de e Ruy Luís Gomes, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, com

o intuito de fundar uma escola médica nova em Portugal, que englobasse na

formação do jovem médico competên-cias multidisciplinares que vão desde a

forte aposta na investigação biomédi-ca ao humanismo e às artes, tal como o lema daquela escola preconiza: “Um médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe”.

Para além da actividade académi-ca profícua foi também um homem dedicado às causas sociais, sendo uma das mais recentes a integração no movimento Médicos Pela Escolha em 2007 que pugnou pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravi-dez. Foi também Mandatário Nacio-nal da candidatura da Eng.ª Maria de Lurdes Pintassilgo à Presidência da República em 1985. E foi, desde a sua fundação, um incansável defensor do SNS, afirmando que “para ser bom tem de dar prejuízo, ou seja, tem de dar resposta. E dar resposta às neces-sidades pode significar um custo cada vez maior”.

Carlos Simões 63617

Nuno Grande (1932-2012)

Emigração Médica

Se há uns anos a emigração médi-ca se devia à necessidade de aprender novas técnicas em centros de referên-cia para depois as poder executar em Portugal, actualmente, segundo José Silva, bastonário da ordem dos médicos, é a perspectiva de melho-res remunerações, de uma carreira profissional e a pro-cura de melhores condições do exercício profissional e do tratamento dos doen-tes que move os médicos. Estas declarações vieram a propósito da vinda de uma empresa francesa de recru-tamento no seguimento da demonstração de interesse, por parte de alguns médi-cos, em trabalhar neste país. Segundo o represen-tante da empresa muitos dos contactos recebidos são de médicos com cerca de 50 anos que se queixam, sobretudo, da elevada carga

fiscal que existe em Portugal e de jovens que manifestam preocupação com o futuro, relativamente às colocações, à aprendizagem e evolução profissional. As ofertas são maioritariamente para o sector público e os especialistas mais

procurados são psiquiatras, médicos do trabalho, radiologistas, cardiologis-

tas, ginecologistas, médicos de família, gastrenterologistas, pneumologistas, pediatras, oftalmologistas e cirurgiões. Um médico português que inicie carrei-ra em França ganha um salário mensal líquido entre os 3.500 euros e os 4.000

euros, referente a 35/39 horas semanais. As preven-ções e urgências são pagas adicionalmente e os médicos têm direito a cinco semanas de férias pagas. No sector privado as remunerações são mais elevadas, mas a empre-sa não consegue indicar o valor exacto, que depende do tipo de posto e da institui-ção. O interesse nos médicos portugueses deve-se à exis-tência de uma vasta comu-nidade portuguesa em Fran-ça, à reconhecida formação académica dos médicos e à

facilidade de integração e adaptação à cultura francesa.

Cláudia Macedo 56155

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4 hajaSaúde!

Um grupo de investigação do labo-ratório associado ICVS/3B fez uma publicação neste mês de novembro na revista Cytotherapy sobre a regu-lação dos osteoblastos pelos fibro-blastos através das gap junctions.

Os fibroblastos são células ubíquas que realizam um papel regulador pre-ponderante nos tecidos, assegurando a sua homeostasia. Muito já se conhe-ce sobre os mecanismos moleculares e celulares que medeiam as interações entre os fibroblastos e as restantes células residentes nos diversos teci-dos. Desta vez, o grupo de investiga-ção propôs que esta interação suce-da também ao nível da regeneração óssea, nomeadamente através de intera-ções heterotípicas entre gap junctions.

Para isso, realizaram uma co-cultura em que incluíram fibroblastos prove-nientes da derme e osteoblastos, ambos

humanos, quer na presença, quer na ausência de um inibidor das gap junc-tions denominado ácido α-glicirretínico.

A avaliação desta comunicação foi rea-lizada pela transferência de um mar-cador permeável à gap junction, desig-nada de calceína. Para além disso, a diferenciação osteogénica foi avaliada

pela medição da fosfatase alcalina e expressão de marcadores osteogénicos.

O que se verificou é que a adição de inibidor das gap junctions fez com que a transferência de calceína entre os dois tipos celulares ficasse diminuída. Estes resultados corro-boram a teoria de que o comporta-mento dos osteoblastos é afetado, pelo menos em parte, pela comunica-ção que se estabelece com os fibro-blastos através das gap junctions.

Desta forma, este trabalho rea-lizado por estes investigadores per-mitiu abrir novos horizontes quanto à terapêutica osteorregenerativa, uma vez que se trata de um avan-

ço no desenvolvimento de estratégias que permitam a regeneração óssea através da utilização da engenha-ria de tecidos aplicada à medicina.

A maioria das mortes por cancro da mama (CM) é devida a doença avan-çada, diagnosticada quando existe já invasão de gânglios linfáticos ou órgãos distantes. Para mudar este cenário mui-tos países desenvolveram programas de rastreio precoce de CM para detetar a neoplasia numa fase mais precoce. Para haver uma efetiva redução da mortali-dade por cancro com um programa de rastreio, espera-se que este diminua a incidência de cancro detetado em fase avançada e que aumente a incidência daquele em fase precoce. No caso do CM o teste de escolha para o rastreio é a mamografia (telerradiografia da mama). Apesar de alguns estudos terem demons-trado que a mamografia de rastreio é eficaz na redução da mortalidade por CM, dados mais recentes têm vindo colo-car em causa estes resultados por estes terem sido obtidos numa altura prévia à implementação da terapia hormonal de substituição (THS) e do aparecimen-to de muitos avanços no tratamento do CM, como as terapias sistémicas adju-vantes [a]. Não fica assim claro que a

redução da mortalidade se deva ao ras-treio per se ou ao uso mais extenso de tratamentos mais eficazes. É interessan-te que outros autores tenham demons-trado por exemplo uma maior redução da mortalidade por CM em mulheres não rastreadas do que nas rastreadas [b].

Esta semana num artigo publi-cado no New England Jounal of Medicine (NEJM) investigadores Norte-americanos analisaram 3 décadas de dados nos EUA para avaliar o efeito a longo prazo do rastreio de CM por mamografia [1]. A incidência de CM entre 1976 e 1978 (antes da generalização da mamografia) foi utilizada para estimar a incidência de base e entre 2006 e 2008 para esti-mar a incidência atual. A introdução da mamografia como teste de rastreio nos EUA levou à duplicação do número de CM em estadio inicial (CM-EI) detetados em cada ano (mais 122 casos/100.000) e a uma redução tímida dos CM em estadio avançado (CM-EA) (menos 8 casos/100.000). Dos 122 CM-EI adicio-nais detetados, é de esperar que ape-nas 8 evoluiriam para CM-EA. Portanto,

após excluir o efeito da THS os autores do estudo concluíram que durante os 30 anos estudados, cerca de 1,3 milhões de mulheres foram sobre-diagnosticadas (i.e., tumores detetados no rastreio que nunca dariam sinais clínicos) com CM, cerca de um terço do total de diag-nósticos. Durante o período estudado verificou-se uma redução da mortali-dade por CM de 28% nas mulheres com mais de 40 anos de idade e de 42% nas mulheres com menos de 40 anos de ida-de (um grupo em que o rastreio de CM é praticamente inexistente. Assim este estudo sugere que a contribuição da mamografia de rastreio para o declí-nio da mortalidade por CM é menor do que previamente se pensava, e que os males associados ao sobre-diagnóstico são significativos. No futuro, a possível identificação de determinantes genéti-cos específicos poderá permitir a distin-ção dos tumores da mama segundo o seu potencial para progredirem ou não para doença avançada. Até lá, apenas estão recomendadas mamografias de dois em dois anos apenas depois dos 50 anos.

Rui Seixal 59209

João Carvas, 56833

hajaICVS - Projeto do Laboratório 3B estuda regulação dos osteoblastos pelos fibroblastos através das gap junctions

hajaCiência - A mamografia revisitada

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hajaSaúde! – Vem de uma família de gente maioritariamente ligada ao Direi-to. Como chegou à conclusão de que queria seguir Medicina?

Daniel Serrão – Durante muito tempo nem sequer pensei nisso, mas, olhando para trás, penso que foi a circunstância ocasional de ter sido visto por um médi-co. A minha mãe e o meu pai vieram consultar um médico e trouxeram-me. A minha mãe pediu ao médico para me ver e eu vi pela primeira vez um médico a atuar. Não fazia ideia, na minha famí-lia nunca houve médicos. Havia pessoas simples, com várias profissões, o meu pai era engenheiro e o meu irmão mais velho, naturalmente, foi para engenhei-ro para seguir o exemplo do pai e eu não podia ser igual, tinha de ser diferente. A minha ambição era ser clínico, para ver doentes, ver pessoas – foi sempre a minha grande orientação – mas pronto, as circunstâncias… Na altura não havia carreiras, não havia nenhuma garantia de emprego e eu entrei para assisten-te da faculdade a uma cadeira básica, na cadeira de anatomia patológica. Fiz por aí a minha carreira, mas também fiz clínica e ainda faço! Com 85 anos, ainda há gente que quer ouvir o meu parecer, os meus conselhos de natureza médica. E até sou bom a acertar com os diagnósticos! (risos) Mas, pronto, caí

na anatomia patológica e tentei fazer o melhor possível. Não correu mal! (risos) Com 40 e poucos anos já era professor catedrático.

hS! – Quando entrou no curso já tinha alguma intuição de que estava destinado a altos voos?

DS – Não sei se teria consciência dis-so, mas a verdade é esta. Eu fui bom aluno no liceu. No primeiro ano, ainda em Viana do Castelo foi um bocado mais difícil, não me entendia muito bem com algumas disciplinas. Mas, a partir do momento em que entro para a faculda-de de Medicina, a minha ideia, de fac-to, era de que eu teria condições para fazer carreira docente, em clínica, mas fazer carreira docente. No primeiro ano não correu lá muito bem porque tive uma nota inferior a 16 – normalmente quem tivesse menos de 16 não podia aspirar a seguir a carreira universitária –, de maneira que eu tive 15 a anatomia e estava arrumado. Depois é que soube que era preciso ir cumprimentar o pro-fessor na véspera e dizer que estávamos preparados para um exame difícil. Eu, parolo, vindo de Aveiro, não sabia nada daquilo. Depois as circunstâncias foram permitindo alicerçar essa vontade, mas naquela altura era preciso fazer tese de doutoramento. Nós tínhamos um contra-

to, como diria hoje a CGTP, precário e ao fim do prazo de 6 anos ou apresenta-va a tese de doutoramento e era apro-vado ou ia embora. Se fosse aprovado poderia ser contratado como Primeiro Assistente. Como Primeiro Assistente, já tinha algumas garantias e foi nessa altu-ra que decidi casar. Para subir na car-reira era preciso ter doutoramento com mais de 17 valores. Tive 19. E a partir daí assumi que queria seguir a carreira de professor.

hS! – Como conheceu o professor Pinto-Machado?

DS – Eu conheci muito bem o pro-fessor Pinto-Machado (PM), muitíssimo bem! Tenho muita saudade dele. Conhe-cemo-nos na faculdade, na anatomia, vamos dizer que eu estaria no segundo ano e ele no primeiro. Os bons alunos são conhecidos pelos outros anos e o professor PM veio falar comigo e ficá-mos com uma relação de amizade. O tio dele, o conhecido Pinto-Machado, irmão da mãe, era o diretor do palácio de Cristal, e os estudantes conheciam-no porque quando era preciso fazer alguma festa ia-se ao Pinto-Machado. E o pro-fessor PM por algum motivo apresentou--me também ao tio e ficámos amigos. Fui médico da mãe e da irmã Loreto. Fiquei como médico da mãe até a senho-

Daniela Lascasas, 53104

hajaEntrevista - Daniel Serrão

A 1 de Março de 1928, em Vila Real, nasceu Daniel Serrão. Enquanto jovem ávido de saber, desde cedo se dedicou à leitura das mais variadas temáticas, começan-do assim a criar as bases do seu vasto conhecimento cul-tural e filosófico. Formou-se em Medicina na FMUP em 1951 e um ano depois começa a sua carreira de docente na mesma faculdade. Os detalhes da sua riquíssima biografia são mais que muitos e o hajaSaúde! procurou trazer-vos uma pequena amostra da mesma para podermos conhecer melhor este nosso querido professor de bioética.

(Podem consultar a biografia do Prof. Daniel Serrão em www.danielserrao.com)

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ra morrer com mui-ta idade, cerca de 90 anos.

Eu ajudei muito na carreira dele. Não era fácil fazer carreira. Havia muitas intrigas, metiam cunhas e o PM, como tinha tido uma boa nota em anatomia, entrou para assistente de anatomia e depois havia outros que queriam fazer car-reira. Eu sempre tentei fazer com que o seu valor intelectual indiscu-tível fosse reconhe-cido. Escrevia mui-to bem, começou a fazer crónicas para o Jornal do Médico, que era o melhor jornal que havia na altura, difun-dido em todo o país entre os médicos. Depois ele resolve fazer a sua carreira. Mas sempre foi uma pessoa com proje-ção local.

Quando aparece o 25 de Abril, o PM queria fazer parte da comissão que ia criar os estudos de Medicina na Univer-sidade do Minho e, portanto, foi apre-sentada uma proposta – aquilo era tudo provisório, comité diretivo provisório revolucionário, e eu tinha sido eleito para o conselho pedagógico, que era quem tomava as decisões. E, então, aparece a proposta do diretivo para autorizar o PM a ir para Braga e eu votei contra. Disse “não podemos autorizar isto, porque a anatomia está sem pro-fessores e o professor PM é muito neces-sário”, mas perdi a votação… E ele lá foi. (risos) Eles também se queriam ver livres dele na anatomia, convencidos de que ele ia para lá e que nunca mais vol-taria, e enganaram-se (risos), que ele não só voltou como veio a ser diretor da faculdade.

hS! – Sempre esteve envolvido em tantos projetos ao longo do tempo, quer sejam relacionados com a sua carreira

de docente, quer com a bioética e com a cultura… Como é que a ECS entrou na sua vida?

DS – Quando passou essa coisa de ele ter ido para Braga, começamos a falar sobre uma coisa ou outra relacio-nada com o projeto e tivemos algumas conversas sobre isso. Como sabe, eu fui demitido e depois fui reintegrado um ano depois, e a verdade é que eu teria o maior interesse em participar na criação de uma nova faculdade porque, ainda antes de ser catedrádico, como professor extraordinário, tinha reunido os professores extraordinários todos, era eu que os representava no senado e fizemos uma reunião com os de Medici-na para propor uma alteração estrutural do curso de Medicina que estava muito antiquado. Os professores eram idosos, eu achava-me muito novo na altura, os outros eram muito imobilistas e os pro-fessores extraordinários não tinham voz. Eu resolvi reunir com todos, o que era uma coisa perigosa na época, e fizemos um texto que foi subscrito por quase todos que propunha determinadas alte-rações estruturais na faculdade de Medi-cina. Para mim, o que se fazia de pior na altura era que os professores não se

dedicassem ao ensino e à investigação em exclusividade e que acumulassem com outras funções. Na altura o ordena-do da faculdade não dava para pagar os impostos do que os professores ganha-vam na clínica. Os melhores médicos da cidade eram os professores da faculda-de de Medicina e esses é que tinham a clínica, a clientela e, portanto, davam aulas más, não estudavam, não faziam investigação, não faziam nada. Portan-to, havia ali um substrato de mudança.

Eu falei muitas vezes com o PM sobre a natureza e os conteúdos que deveria ter uma nova faculdade de Medicina. Não quer dizer que eu o tenha orien-tado. Ajudei, naturalmente, em muita coisa, com informação bibliográfica, no movimento da educação médica do país, falei muito com o PM sobre essa maté-ria e acompanhei-o sempre, embora não de forma pública. Portanto, tenho algu-ma colaboração. Eu fiquei sempre mui-to interessado e acompanhei sempre a UMinho.

Mais tarde, quando o curso já esta-va funcionar, ele convidou-me para o “Uma pessoa confessa-se” e depois para umas palestras de índole mais cultural e fomos indo progressivamente para estes

hajaEntrevista - Daniel Serrão

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aspetos da bioética. Formalmente, com responsabilidade, foi já com a professo-ra Cecília Leão.

hS! - Em 1975 foi demitido das suas funções de Professor Universitário e Diretor de Serviço hospitalar devido a uma série de acusações…

DS - Gravíssimas! Denúncia de estu-dantes à PIDE.

… de que o professor faria parte de uma organização secreta de orientação de extrema-direita, sendo um ano mais tarde readmitido quando finalmente concluíram que não existia qualquer fundamento para as acusações. Esta grave injustiça teve, com certeza, um grande impacto em si, dando, inclusive, origem ao seu livro “Um Saneamento Político Exemplar”.

hS! - Como encarou a situação e o que mudou em si depois disso?

DS - É, fui readmitido e pagaram--me. O Estado foi condenado a pagar-me um ano de ordenados sem eu ter traba-lhado. Foi uma mudança radical. Exata-mente por causa da minha teoria sobre os docentes, eu fazia a minha atividade de docente em regime de exclusividade. Vivia do ordenado da faculdade, que era pequeno para uma família que chegou aos 6 filhos. Eu só comprei automóvel depois de doutorado. Mas eu sempre fui muito otimista e disse “isto que me aconteceu obriga-me a encontrar uma solução”. Também tenho a teoria de que nenhuma dificuldade é superior à nos-sa vontade de a vencer, o que não quer dizer que a gente a vença sempre. Mas quem não tiver vontade de a vencer está derrotado à partida.

Como eu era anatomopatologista reconhecido e trabalhava no laboratório da faculdade, estava autorizado a fazer serviço para o exterior, para hospitais que não tinham serviço de anatomia patológica. E eu disse “é muito simples… Se não me deixam trabalhar lá, vou tra-balhar em casa. Faço eu um laboratório privado”. Portanto, sou demitido a 25 ou 24 de Junho e no dia 7 de Julho já tinha o laboratório montado e fiz os primei-ros exames. Os cirurgiões das clínicas privadas enviavam-me os exames e ao mesmo tempo assumi, mas não tinha de o fazer, os exames dos hospitais do ser-

viço nacional de saúde, que enviavam para o laboratório do professor Tavares na faculdade. Se eu fizesse só privado, tinha ganho muito dinheiro. Mas fazen-do exames do privado, que pagavam, e do público, que não pagavam nem a des-pesa, compensava o prejuízo.

Um ano depois, como disse, fui rein-tegrado e pagaram-me um ano de salá-rio e eu podia ter voltado a integrar o laboratório da faculdade mas disse “não, só me apanham uma vez. Agora só faço o que eu quiser e quando me ape-tecer. Para mim o ensino deixou de ser uma prioridade”. Isto foi uma mudan-ça muito radical que me produziu um sofrimento muito grande durante muito tempo, até eu me adaptar e achar que já era outra pessoa. Nunca mais abri a boca para dizer que os professores haviam de estar em regime de exclusivi-dade, porque, senão, diziam-me “você também não está” e não me adiantava nada argumentar “estive trinta anos em regime de exclusividade e não tenho um tostão, não fiz a fortuna que vocês todos fazem”. Isto prejudicou-me, sem dúvida, a carreira como investigador. Para quem quer fazer ensino e investi-gação, não chegam as horas do dia, de maneira que passei a investir nos meus colaboradores para que eles pudessem ser grandes investigadores, coisa que eu tinha desistido de ser definitivamente.

hS! – Como acabou por pertencer à Academia Pontifícia para a Vida da San-ta Sé?

DS – Isso é um mistério. É uma per-gunta a que é impossível responder. Eu estava no serviço de anatomia patoló-gica e a funcionária veio dizer-me que estava ali um senhor que queria falar comigo. Mandei-o entrar e ele disse “eu venho aqui para entregar este envelo-pe”. E eu “está bem, mas quem é?” e ele responde “fui encarregado de lhe entregar este envelope” e foi-se embora. Na altura era Papa o João Paulo II, e eu abri a carta e era um convite assinado por ele

a dizer que ia criar a Academia Ponti-fícia para a Vida e que me convidava para ser membro. O homem que entre-gou o envelope tinha-me dito que havia resposta e que voltaria para a vir bus-car, tudo, naturalmente, em mão, sem correios, nem selos, nem nada. Eu lá escrevi e disse que aceitava. Estava em formação a academia. Escolheram trinta pessoas de todo o mundo.

Na primeira reunião éramos muito poucos. O Papa assistiu à reunião para se aprovar o regulamento, que ele já tinha feito, o motu proprio – que sig-nifica que é apenas a sua vontade, não ouviu a cúria nem os cardeais. Decidi-mos os temas e marcámos a primeira reunião da Academia. E depois, todos os anos em Fevereiro – lá irei de novo no próximo ano – se faz essa reunião. A Academia foi-se alargando e depois era a própria que ia elegendo os novos membros. Atualmente somos quarenta e tal. Eu já estou na fase de honorário. São reuniões muito boas e cada uma gera uma publicação. São trabalhos de fundo, traduzidos para várias línguas, mas, infelizmente, ninguém os lê, nin-guém conhece. O Papa João Paulo II no final ou a meio da reunião recebia cada um dos membros individualmente e con-versávamos um bocadinho.

O debate era livre, porque só esta-vam presentes os membros da acade-mia. Depois aproveitaram para fazer uma parte de reunião aberta e outra fechada, dos membros da academia, e é assim que tem sido feita. É uma espécie de pequeno congresso que se faz aberto ao público, na sala do Sínodo dos bispos para cerca de 600 pessoas.

hS! – De onde vem o seu profundo otimismo? Foi sempre assim?

DS – Não. Se fosse sempre assim,

hajaEntrevista - Daniel Serrão

Universidade Católica Portuguesa - Instituto de Bioética (Local de Entrevista)

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8 hajaSaúde!

era tolo. Tive períodos muito difíceis na minha vida em muitos aspetos. Não que eu tivesse receio, como dissemos há bocadinho, de não conseguir triunfar na vida, porque eu acho que com traba-lho, se conseguirmos ser melhor que os outros, acabamos por ser reconhecidos. Mas tive de fazer algumas opções difí-ceis. A primeira opção foi casar tarde. Não tive otimismo suficiente para dizer “eu caso-me e vou na mesma doutorar--me quando chegar a altura e vai correr tudo bem”. Depois de ter passado o dou-toramento, de ter feito uma boa escolha matrimonial – uma mulher extraordiná-ria com quem vivo há 53 ou 54 anos – e ter tido os meus filhos, aí pude ter uma postura otimista.

Claro que este otimismo não é tolo. Eu sei que, apesar da atitude otimista, muitas coisas vão correr mal. Mas o fac-to de correr mal não anula a postura psi-cológica e pessoal de otimismo. Eu olho para o mundo como um lugar bom, onde é bom viver e onde espero morrer bem, quando chegar a altura. Esta postura já tem claramente algumas dezenas de anos. Não foi sempre assim. A escolha da mulher é complicada e o risco de falhar é muito grande, sobretudo se a pessoa é muito nova e não tem experiência de vida. Mas eu preocupei-me muito com a escolha, porque era um ponto radical. Se eu não tivesse tido a oportunidade, ou a felicidade, ou a sorte, ou o que lhe quiser chamar, de ter escolhido uma mulher que, para mim, para a minha forma de viver e para o aquilo que eu queria fazer na vida, era adequada,

teria conflitos. A minha posição, que é muitas vezes

citada pelos entrevistadores, é que nenhuma dificuldade pode ser supe-rior àquela vontade que nós temos de a vencer. E ter a vontade de vencer é a postura otimista. Vou fazer de tudo para vencer aquela dificuldade. Se não vencer, perdi. Mas tenho perdido poucas vezes! (risos)

hS! – Li numa das suas entrevistas que o Fernando Pessoa é um dos seus autores favoritos e que aos 17 anos teve a oportunidade de o conhecer. Como foi a experiência?

DS – Eu não tinha dinheiro para com-prar livros. Mas tinha um vício enorme de ler. E, quando morava em Aveiro, todos os dias à noite, das 9h às 11h, lá estava eu na biblioteca municipal, por-que não tinha livros em casa. Era o único leitor àquela hora. Eu vivia no universo da leitura. Portanto, a leitura criou o meu universo interior. E havia uma livra-ria nova no final da avenida da estação de caminhos-de-ferro. Abri um livro de Fernando Pessoa, sabia lá quem era, e comecei a ler “Emissário de um rei des-conhecido,/ Eu cumpro informes instru-ções de além,/ E as bruscas frases que aos meus lábios vêm/ Soam-me a um outro e anómalo sentido...”. Eu disse “que coisa genial que está aqui!”.

Acompanhei e li sempre muita coisa sobre ele. Escrevi muita coisa sobre ele com pseudónimos. Só que, naquela altu-ra, um tipo de Medicina que começava a escrever sobre literatura diziam logo

“médico não presta. Faz umas coisas boas mas é lá na literatura”. De manei-ra que a gente tinha que fingir que não era o próprio, senão caía mal. Publiquei algumas coisas que aparecem em alguns livros, que muitas pessoas não sabem que sou eu, assinadas por MG Valadares, sobre os heterónimos de Fernando Pes-soa e outras coisas.

hS! – Que mensagem gostava de dei-xar aos jovens e futuros médicos que leem esta entrevista?

DS – Primeiro, que só sejam médicos se tiverem verdadeira vocação. Depois, que só podem ser bons médicos os que gostarem de pessoas de uma manei-ra universal. Quem fizer discriminação das pessoas não pode ser médico. E, depois, têm de ser competentes porque o ato médico é uma confiança da pessoa doente numa competência, que é a do médico. E que sejam virtuosos, cultivem as grandes virtudes humanas, como a dedicação, o desinteresse, a disponibi-lidade, a paciência… Tudo isso tem de ser virtudes num médico, que, se não as tiver, tem que fingir, de certo modo, que as tem ou tem que as adquirir. As pes-soas imaginam que o médico é um ser virtuoso, é um ser superior formidável e, portanto, confiam nele e acreditam que é competente, compassivo e bom. É esta a imagem que vocês têm de dar às pessoas. Se a derem, são respeitadís-simos.

Nos dias 10 e 11 de Novembro, rea-lizou-se em Lausanne o “Swiss Open Taekwondo 2012”, contando com a pre-sença de 4 atletas da Universidade do Minho: Rui Bragança, José Fernandes, Nuno Costa e Beatriz Fernandes.

Após se ter consagrado vencedor do Open de Taekwondo da Polónia deste ano, Rui Bragança voltou a conquistar o ouro na categoria sénior masculina de -58kg. Pelo caminho, derrotou por 8-3 o francês Kyllian Bonnet, por 4-1 o francês Afid Bengorine, por 5-3 o também fran-cês Nidal Abarahou e por 6-0 o holandês Giorgio Janmaat. Na final, derroutou o alemão Levent Tuncat (3 vezes campeão europeu) por 5-4.

A atleta Beatriz Fernandes, na cate-goria sénior feminina -67kg, chegou a derrotar Sabina Mikayilova (Azerbeijão) por 12-8, mas perdeu com a suiça Nina Klaey por 13-1.

Já nos séniores masculinos -68kg, os atletas José Fernandes e Nuno Cos-ta foram eliminados, respectivamente, pelo escocês Craig Eden (9-7) e por Fariz Alliyev, do azerbeijão (16-8).

Cada vez mais é importante reco-nhecer o valor destes atletas do ABC e da Universidade do Minho, que, compe-tição atrás de competição, nos têm brin-dado com resultados louváveis, repre-sentando e dignificando o nosso país por essa Europa fora.

Dinis Oliveira, 56201

hajaDesporto - Rui Bragança de Ouro no Swiss Open Taekwondo 2012

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hajaSaúde! 9

Afinal é tudo igual ao litro. O mais recente estudo da Deco Proteste reve-lou que o gasóleo é todo igual. A Galp apressou-se a desmentir, mas como já se sabe há pelo menos três coisas na vida que não voltam atrás, a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunida-de perdida, de modo que a polémica está lançada…No fundo, em Portugal é tudo igual ao litro. Ora vejamos, ter um curso superior ou não ter, independen-temente disso o mais provável é acabar no desemprego. Ser bom profissional ou não, independentemente disso pode ser despedido sem justa causa. Ter um salá-rio razoável ou não ter, o estado encar-rega-se de deduzir impostos suficientes para que a d i f e r e n ç a seja amor-tizada… É pena que igual ao litro seja uma expressão, caso con-trário teria p o t e n c i a l para ser a palavra do ano. Só para r e l e m b ra r em 2009 os portugueses escolheram e s m i u ç a r, devido ao f e n ó m e n o Gato Fedo-rento, em 2010 vuvuzela foi a felizarda. Em 2011, os portugueses deixaram de tentar cobrir o sol com uma peneira e começa-ram a dar de caras com a realidade que até então tentavam camuflar e o resul-tado foi a selecção da palavra austeri-dade. Sorte teve a austeridade pois não teve a palavra crise a fazer lhe sombra, já que esta nem sequer se encontrava nas possibilidades de escolha. Certa-mente que se lhe derem oportunidade, crise será a palavra de 2012 e se per-mitirem reeleição, crise será, certa-mente, a palavra dos próximos anos. E quais os fundamentos para tal escolha? Simples, acordamos e somos automati-camente bombardeados nos noticiários

matinais com notícias fresquinhas da crise, durante o dia é raro não ouvir pronunciar, trocar uma palavrinha com alguém ou até mesmo pensar nesta que se tem vindo a tornar uma das palavras incontornáveis do nosso vocabulário cor-rente. E, depois de um dia de trabalho, novamente os noticiários a actualizar--nos dos avanços e recuos da luta con-tra a crise. Finalmente deitamo-nos e, inevitavelmente, fazemos contas à vida, pensamos num futuro que há uns tempos atrás nos parecia risonho mas que ago-ra mais se assemelha a uma noite ser-rada de nevoeiro. A crise, novamente. Mas nem tudo na crise é mau. A crise aos poucos e poucos vai nos ensinando

a despojarmo-nos de tudo aquilo que é supérfluo e fútil, vai nos ajudando a libertar deste consumismo compulsivo e irracional que se tem vindo a entranhar nas últimas décadas, apagando a ideia de que o ter pode ou poderá sequer alguma vez colmatar ou substituir o ser. Neste sentido, a crise pode ser encarada como uma oportunidade de crescimen-to. Uma oportunidade de tornar claro quais os valores que nos regem, quais as aspirações que nos movem, no fundo, de tornar claro o que realmente nos faz fal-ta, o que verdadeiramente nos faz feli-zes. Por outo lado, toda a crise conduz a um aumento da vulnerabilidade. Dois pontos a ter em conta aqui. Primeiro, a

vulnerabilidade gera compaixão que por seu turno gera proximidade. Algo que se tem vindo a perder com a evolução das novas tecnologias que nos fazem pensar que somos próximos, quando no fundo nunca estivemos tão afastados. Segun-do, a vulnerabilidade surge como conse-quência dos tempos difíceis pelos quais estamos a passar, mas não é verdade que quanto mais difíceis são as circuns-tâncias melhores são os frutos? Afinal, a necessidade aguça o engenho e todos nós já ouvimos falar de uma ou outra empresa que contrariou a tendência e cresceu nestes que são tempos de crise. Numa perspectiva mais caseira o com-prar deu lugar ao fazer e a máxima tem

sido com pouco fazer muito e temos vindo a assistir à reciclagem de tudo um pouco, ao regresso à costura, ao tricot, ao c r o c h e t , ao cultivo, aos pre-sentes de Natal feitos em casa… D e v e r a s , um regres-so ao pas-sado. E se é verdade que nada

dura para sempre, esperemos que tal se aplique à crise mas não ao que de bom ela trouxe ou trará ainda que isto soe contraditória à maioria das pessoas. Bem, no fim de contas crise foi a pala-vra da minha crónica. Não falta muito para averiguarmos se também não será a palavra de 2012.

hajaCrónica - É tudo igual ao litroCláudia Macedo 56155

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10 hajaSaúde!

João Pedro Silva 53113

hajaModa - FW 2012/2013

Inverno! O que comprar? Com o cada vez mais incomodativo acréscimo aos preços na roupa de homem nas lojas supostamente “acessíveis”, escolher que peças comprar torna-se um desafio crescente. Falar-vos de tendências nes-te momento é algo complicado. Hoje, deixo-vos, não só com algumas das ten-dências mais unânimes do momento, como também algumas dicas. Começan-do então pelas tendências: sobretudos volumosos, por vezes com apontamen-tos de pêlo ou veludo, blazers 2 botões e em trespasse, camisolas de gola redonda, golas altas, múltiplas cama-das de roupa; padrões em todo o lado (normalmente geométricos, embora o camuflado ande por aí) e combinados de todas as formas (nada fácil concreti-zar), gradientes de cor e tachas; a pale-te de cores mantém-se razoavelmente constante, acrescentando-se os verdes (principalmente pinho), o roxo, o ama-relo mostarda e o castanho chocolate. Apesar das tendências para este inverno não serem de difícil adaptação, certas peças compensam muito mais do que

outras. Apostem nas camisolas dos tons da estação, sem grandes padrões nem acréscimos de tachas; prestem aten-ção às calças de tons secos e escuros de corte mais clássico (combinem com algo mais relaxado por cima); sobretudos e blazers básicos, sem restrições; golas altas são uma óptima peça para com-binar de várias formas, nomeadamente por baixo da camisa; no limite da loucu-ra, comprem algumas peças mais state-ment, por exemplo, uma camisa com um padrão geométrico ou uma gola de pêlo ajustável a diversos casacos. Tachas e camuflado, sejam cuidadosos. Tentem ser criativos com a roupa!

Pode parecer contrassenso, falar--se de assexualidade numa coluna sobre sexo, mas esta realidade é tão sobe-jamente desconhecida e francamente polémica, que merece ser referida por aqui!

Mas afinal o que é isto de “assexua-lidade”? Para alguns é uma orientação sexual como qualquer outra, em que a pessoa não se sente sexualmente atraída por outras - não devendo ser confundida com celibato, no qual há um processo de escolha - um indivíduo “assexual” nas-ce assim. Para outros, não passa de um distúrbio médico ou psiquiátrico, expli-cável por uma diminuição da libido ou distúrbios de hipoactividade sexual ou de aversão sexual.

Os parcos estudos científicos rea-lizados são ainda inconclusivos, mas, não esqueçamos os tempos idos em que homossexualidade era considerada uma doença mental...para agora ser aceite

por praticamente toda a comunidade científica como uma orientação sexual legítima.

No mundo ocidental, em que a actividade sexual tem um carácter tão importante na definição de quem somos, pode parecer-nos bizarro con-ceber que há pessoas que simplesmente não sentem esse impulso. Muitos enca-ram-no como uma repressão do dese-jo sexual, ou mesmo uma rejeição. No entanto, segundo estas, é simplesmente uma forma diferente de ver as relações. Não significa que sejam incapazes de se apaixonar, ou de estabelecer relações longas e felizes...apenas não sentem necessidade de exprimir os seus sen-timentos dessa forma. Consta-se que alguns deles, inclusive, são capazes de sentir excitação sexual, mas não a par-tilham com outrem, preferindo satisfa-zer-se sozinhos.

Acusá-los de serem doentes ou per-

turbados fará algum sentido? Se todos nós temos gostos, ambições, vontades e preferências distintas, porquê julgar esta? Porque não aceitar que, da mesma forma que não gostamos de lentilhas, ou odiámos que nos toquem nos pés, estas pessoas simplesmente não dese-jam contacto sexual? Estará a sociedade tão focada em sexualizar tudo que não entende quem não o procura? O futuro o dirá.

hajaSexualidade - ...e haja assexualidade!Nádia Sepúlveda 53084

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hajaSaúde! 11

hajaSons - Álbuns do Mês

Crystal Castles – (III) (15/20)

Neste 3o full length encontramos um pouco de tudo, desde o 1o single Plague com o ritmo frenético e incitador a raves que nos habituaram até hoje, até o mais aproximado de uma balada que os Crystal Castles serão capazes de produzir – e obtendo um excelente resultado, diga-se – em Wrath of God. Surpreendendo ao seguir caminhos menos agressivos, mas sempre dançáveis, vale bem o tempo dedicado a ouvir.

The Weeknd – Trilogy (18/20)

Desde Setembro – quando assinou com a Universal Republic – Abel Tesfaye tem abanado semanalmente o mundo da música, com vídeos, músicas inéditas em concertos, cartas aos fãs e – a cereja no topo do bolo – a re-edição das suas 3 mixtapes de 2011 – Trilogy. Com este, lança 3 novos excelentes singles, mas o seu valor reside essencialmente na combinação das 3 composições, finalmente lançadas como um todo. O estilo morning-after, com comiseração, dor e drogas à mistura foi certamente do melhor que foi editado em 2011, fazendo este Trilogy a ponte para um 2013 de Tesfaye pelo o qual ninguém deve poder (ou querer) esperar!

Lana Del Rey – Paradise EP (13/20)

Depois de Born to Die – provavelmente o álbum de estreia mais antecipado da última década na música internacional – Lizzy Grant lança um EP complementar, com o subtítulo The Paradise Edition. O mesmo problema continua, letras hardcore que não batem em pleno com a sua imagem e alguma dificuldade em aceder a outras dimensões da sua sonoridade. O deslumbre geral que Video Games provocou vai desvanecendo da memória de todos, e ainda que com alguns sinais de brilhantismo – o single Ride –, Lana terá de ser capaz de ser mais consistente nos futuro, sob pena de se tornar apenas mais uma chama brilhante mas fugaz do mundo indie.

[SINGLE] Dave Sitek ft. Cansei de Ser Sexy – I’ve Seen You Drunk Girl

Não deixar passar:

[LP] The Man With the Iron Fists OST, o novo filme apadrinhado por Tarantino tem (grande surpresa!!) excelente acompanhamento musical! Não perder White Dress de Kanye, ou The Baddest Man Alive, uma colaboração do estreante realizador RZA com os Black Keys.

[VIDEO] M83 – Steve McQueen, grande vídeo para marcar 1 ano do lançamento do fantástico Hurry Up, We’re Dreaming.

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12 hajaSaúde!

TeatroPor causa da muralha, nem sempre

se consegue ver a Lua| Centro Cultu-ral Vila Flor – Guimarães| 7 Dezembro |22h00|desde 7,5 €

12 Homens e Uma Sentença | Cul-turbe, Grupo Tapa| Theatro Circo Braga |11 Dezembro | 21h30 |6 e 12 €

Retratos Falantes| | Culturbe, Grupo Tapa | Theatro Circo Braga |12 Dezem-bro| 21h30 | 10€

Quando muito, o mínimo| Cen-tro Cultural Vila Flor – Guimarães| 14 Dezembro |22h00|desde 3 €

Aqui nasceu Afonso Henriques| Cen-tro Cultural Vila Flor – Guimarães|20 Dezembro |22h00|desde 7,5 €

Espectáculos MusicaisLand of Light| Centro Cultural

Vila Flor – Guimarães| 8 Dezembro| 24h00|4€

XIX CELTA| Azeituna (Certame Lusi-tano de Tuna Académica)| Theatro Circo Braga | 14 e 15 Dezembro| 21h30|10€

Salto| Centro Cultural Vila Flor – Guimarães| 15 Dezembro| 24h00|4€

Recital de Obras de Eurico Thomaz de Lima| Centro Cultural Vila Flor – Gui-marães| 16 Dezembro| 17h00|desde 3€

A Bela Adormecida | Companhia Nacional de Bailado | Theatro Circo Bra-ga | 21Dezembro | 21h30 |15 e 20€

Cinema6 Dezembro|Amanhecer Violento

|Acção e Aventura13 Dezembro |O Hobbit: Uma via-

gem inesperada| Acção e Aventura13 Dezembro | Now is Good |Drama20 Dezembro |Vertigo - A mulher que

viveu duas vezes | Thriller27 Dezembro |Jack Reacher |Drama 27 Dezembro |Killer Joe |Comédia27 Dezembro |The paperboy| Thri-

ller27 Dezembro |Your sister´s sister|

Comédia.3 Janeiro |Eu, Alex Cross |Thriller3 Janeiro |Robot e Frank|Comédia10 Janeiro |Hyde Park on Hudson|

Biografia17 Janeiro |O mentor| Drama24 de Janeiro| República de Mininus

| Drama24 de Janeiro| Django libertado

hajaAgenda Dezembro/JaneiroFilipe Costa, nº59247

Foi com grande orgulho que, no passado dia 27 de Outubro de 2012, o NEMUM celebrou a segunda edição da Corrida Vital. Este ano vimos correr cer-ca de 300 participantes e mais de 350 rastreios foram realizados.

Com o apoio da Câmara Municipal de Braga, da Reitoria da Universidade do Minho, do Regimento de Cavalaria Nº 6, da Polícia de Segurança Pública, da Associação de Atletismo de Braga, do Inatel, da Escola de Condução A Minho-ta, do ginásio Holmes Place e de todos os estudantes voluntários, essenciais e a quem muito agradecemos, a corrida teve início às 16h15, na rua de S.Vicente e terminou na Avenida Central, num percurso de 5 quilómetros.

A corrida, uma iniciativa do NEMUM, tem como objectivo principal a sensi-bilização da população para uma vida saudável, incentivando a prática de várias modalidades desportivas e edu-cando para o desenvolvimento de hábi-tos saudáveis. A sua primeira edição ocorreu em Outubro de 2011, inserida no IV Minho Medical Meeting “Medici-na Desportiva”, cuja excelente adesão motivou a promoção da mesma a um

projecto ambicioso e em crescimento, do qual todos os estudantes de medici-na da Universidade do Minho se devem orgulhar e fazer parte.

Numa refrescante novidade, a cor-rida contou com a participação de uma equipa em representação dos nossos estudantes, a MED-UM, cuja excelente motivação e classificação mereceu os nossos mais sinceros parabéns, não dei-xando de salientar a prestação do nosso caloiro João Sousa com o 6º lugar do seu escalão.

Além da corrida, o NEMUM promo-veu, desde o início da tarde, rastreios gratuitos, sessão de aquecimento e demonstrações desportivas.

A continuação deste projecto de incentivo ao desporto e hábitos de vida saudável foi um sucesso, fazendo-nos aguardar com expectativa as novidades da próxima edição e deixando o apelo à participação de todos os estudantes na III Corrida Vital.

II Corrida Vital NEMUMBruno Cunha, 59204

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hajaSaúde! 13

10º Aniversário NEMUMRaquel Afonso, 59264

No dia 31 de Outubro realizou-se o já famoso Churrascão organizado pelo NEMUM para receber os novos caloiros de Medicina da ECS, sendo que este ano tudo foi bastante diferente, com muitas pinturas e máscaras à mistura, apropria-das para a noite de Halloween! Pelo final da tarde já os novos alunos começavam a chegar para se encontrarem com os seus tutores e os conhecerem melhor em jogos levados a cabo também pelo NEMUM. À medida que a noite se foi desenrolando, o hall de entrada da ECS encheu-se de mesas e de alunos de todos os anos para um grande jantar de curso como já tem sido costume, mas logo depois foi esvaziando para dar espaço à atuação algo inesperada do “Thriller” de Michael Jackson preparada pelos alu-nos do 1º ano, um dos momentos altos da noite. Depois a festa continuou na zona do bar, decorado com ossos voa-dores, teias de aranha, velas e muitas abóboras de Halloween. Uma festa com muitos sustos, os melhores reservados para quarto secreto (todos o encontra-ram?), em que o prémio de melhor más-cara foi atribuído ao Barnabus Collins cá

do sítio, também conhecido por Miguel Moreira, que também foi o DJ de ser-viço, juntamente com a Rute Cruz. As fotografias do evento, que podem ser vistas na página de facebook do NEMUM, foram tiradas pelo Francisco Leite.

Churrascão e HalloweenJoão Amorim, 53145

No passado dia 8 de outubro, para além do Dia da Escola, celebrou-se o 10º aniversário do NEMUM!Para comemorar esta data tão especial, a Direção do NEMUM organizou uma belíssima cerimónia que contou com imensas surpresas! Desde os inevitáveis discursos aos mais aplaudidos Talentos da Casa, passando pela magnífica TMUM, esta foi uma noite repleta de história e recordações.Nesta cerimónia pudémos contar com a presença muitos dos alunos e ex-alunos que, com o seu trabalho e dedicação, conseguiram, a pouco e pouco, fazer crescer o nosso núcleo quer entre os estudantes que representa, quer na comunidade. Assim, os antigos presidentes do NEMUM puderam todos partilhar connosco algumas palavras, bem como a presidência da ECS, na voz da Professora

Doutora Cecília Leão, do Professor Doutor Jorge Pedrosa e do Professor Doutor Nuno Sousa, a Ordem dos Médicos, na pessoa do Dr. João Cunha e a Associação Nacional de Estudantes de Medicina e a Associação Académica da Universidade do Minho, através dos seus presidentes, Manuel Abecassis e Hélder Castro, respetivamente.

Os momentos mais artísticos da noite foram protagonizados pelos nossos Talentos Pedro Ribeiro (2ºano), Mariana Cruz (6ºano), Maria Silva (5ºano), Paulo Azevedo (5ºano) e Filipe Pinto (3ºano).A primeira grande surpresa da noite foi sem dúvida o lançamento da terceira edição do livro “No Sótão do Pensamento”, com a participação dos

nossos colegas que têm a sua faceta de poeta mais apurada, editado pelo nosso núcleo, com o apoio da ECS. O NEMUM presenteou-nos também com o lançamento do teaser do LipDub que vai representar a vida naquela que é a melhor escola médica do país!Para terminar, como não poderia deixar de ser, o NEMUM contou com um grandioso “Parabéns a Você” ao som de Trio Pagú e com direito a um bolo à medida da comemoração!

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20th International Student Congress of Medical Sciences

4th - 7th of June 2012Abstract submission period: November 15th 2012 until February 15th 2013

Dear Researcher,

Although doing research can be challenging, it makes it exciting to share you work and experiences with others. This is where the International Student Congress of (bio)Medical Sciences (ISCOMS) comes in. ISCOMS is a platform for international stu-dent research exchange. As a researcher you can submit your abstract and, if selected, you may present your research in front of students from all over the world and various professors.

The conference has a great scientific and social programme. The scientific programme includes keynote lectures, workshops in which you can actively participate and of course student research presentations. Before the conference there is a pre-course and immediately after the conference we offer the ISCOMS Research Fellowships (IRFs). The IRF is a challenging two week programme in which a selected group participates in research at one of the Research Institutes of the University Medical Cen-tre Groningen (UMCG).The social programme is a great opportunity to meet other students, exchange your research ideas, broaden your scientific social network and experience the Dutch culture and our beautiful city of Groningen.Furthermore, ISCOMS is a challenging conference that gives presenting participants the chance to win prizes for visiting other medical conferences.

Submitting your abstract is the first step. An abstract is a short summary of your research with a maximum word count of 350 words. Note; exceeding this amount of 350 words immediately withdraws you from the selection procedure. Your abstract should have the following headings: Introduction, Materials & Methods, Results, Discussion and Conclusion and Keywords. You can submit your abstract on our website (www.iscoms.com) from the 15th of November until the 15th of February. If your ab-stract suffices our requirements it can be presented as a poster session, oral session or plenary session.Furthermore, your abstract will be placed in the ISCOMS abstract book which you will receive at the conference.

Three weeks after the abstract deadline, you will hear whether you have been selected or not. Soon after the selection proce-dure, the travel grants will be distributed under presenting participants.

For more information please visit our website: www.iscoms.com or feel free to contact us.

On behalf of the ISCOMS organisation we wish you the best of luck with your further research and with submitting your ab-stracts. We hope to see you as a presenter during the 20th International Student Congress of (bio)Medical Sciences.

Kind regards,On behalf of ISCOMS,

The International Contacts Committee 2013

Antonius Deusinglaan 19713 AV Groningen, The Netherlandswww.iscoms.com | [email protected]

Phone: +31 (0) 50 3633222

FACTS: Date: 4 - 7 June 2013 Location: University Medical Center Groningen Country: The Netherlands Topic: All fields of (bio)medical and dentistry research Who: undergraduate students, graduate students and post doctoral scientists Abstract submission period: November 15th 2012 - February 15th 2013

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hajaSaúde! 15

Filipe Costa, 59247

hajaQuizz - Natal

A época natalícia já chegou e com ela vem a recordação do Pai Natal, figura em-blemática desta quadra festiva. Vamos descobrir a sua origem…

1- Todas as crianças, segundo a tradição natalícia, sabem que o Pai Natal entra nas suas casas pela chaminé. Donde vem a explicação para esta história?

A) Vem do Pólo Norte. Na véspera de Natal, um grupo de crianças viu entrar pela chaminé um senhor de roupas vermelhas, assemelhando ser o Pai-Natal, ficando eterna esta história. B) Vem da Finlândia. Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, semelhan-tes a iglus, que eram cobertas com pele de rena. A entrada para essa “casa” era um buraco no telhado.C) Vem de França. Começou em 1880, em que era frequente os pais vestirem-se com roupas vermelhas e entrarem nas chaminés com os brinquedos dos seus filhos.D) Vem dos Estados Unidos da América. O anúncio da Coca-cola, em que o Pai Natal entrava pela chaminé, celebrizou este facto da história do Pai Natal.

2- Uma característica importante do Pai Natal é a sua roupa: blusa vermelha e branca. No entanto, o vestuário nem sempre foi desta cor. Qual era a cor origi-nal da roupa do Pai Natal?

a) Verde, com detalhes prateados ou bancos.b) Azul, com detalhes prateados ou bancos.c) Amarela, com detalhes prateados ou bancos.d) Branca.e) Violeta, com detalhes prateados ou bancos

3- Quem foi o responsável pela criação da indumentária atual do Pai Natal?

a) A igreja católica;b) A Coca-Cola;c) Um cartonista;d) Um desconhecido finlândes;

4- QualarazãoparaaCoca-cola°tercelebrizadoapublicidadecomafigurado Pai Natal?

a) promover o consumo de Coca-Cola no inverno (período em que as vendas da bebida eram baixas na época);b) criar uma figura emblemática relacionada com a marca;c) surgiu de um concurso de pintura para a escolha de um “embaixador” da marca, em que a figura mais votada foi o Pai Natal;d) os consumidores associaram a indumentária ao Pai-Natal devido às mesma cores (rótulo e indumentária).

5- “PrettigeKerstfeest”éumaexpressãoquesignifica“FelizNatal”.Emque língua está?

a) Alemãob) Finlandêsc) Holandêsd) Croácia e) Dinamarca

Prettige Kerstfeest!

Soluções: 1 – b; 2- a (era a roupa típica dos lenhadores); 3- c (Thomas Nast foi um cartoonista alemão que em 1886 publicou a figura do Pai-Natal na revista Harper’s Weeklys). 4-a; 5- c).

hajaSudokuDificuldade: dificil

20th International Student Congress of Medical Sciences

4th - 7th of June 2012Abstract submission period: November 15th 2012 until February 15th 2013

Dear Researcher,

Although doing research can be challenging, it makes it exciting to share you work and experiences with others. This is where the International Student Congress of (bio)Medical Sciences (ISCOMS) comes in. ISCOMS is a platform for international stu-dent research exchange. As a researcher you can submit your abstract and, if selected, you may present your research in front of students from all over the world and various professors.

The conference has a great scientific and social programme. The scientific programme includes keynote lectures, workshops in which you can actively participate and of course student research presentations. Before the conference there is a pre-course and immediately after the conference we offer the ISCOMS Research Fellowships (IRFs). The IRF is a challenging two week programme in which a selected group participates in research at one of the Research Institutes of the University Medical Cen-tre Groningen (UMCG).The social programme is a great opportunity to meet other students, exchange your research ideas, broaden your scientific social network and experience the Dutch culture and our beautiful city of Groningen.Furthermore, ISCOMS is a challenging conference that gives presenting participants the chance to win prizes for visiting other medical conferences.

Submitting your abstract is the first step. An abstract is a short summary of your research with a maximum word count of 350 words. Note; exceeding this amount of 350 words immediately withdraws you from the selection procedure. Your abstract should have the following headings: Introduction, Materials & Methods, Results, Discussion and Conclusion and Keywords. You can submit your abstract on our website (www.iscoms.com) from the 15th of November until the 15th of February. If your ab-stract suffices our requirements it can be presented as a poster session, oral session or plenary session.Furthermore, your abstract will be placed in the ISCOMS abstract book which you will receive at the conference.

Three weeks after the abstract deadline, you will hear whether you have been selected or not. Soon after the selection proce-dure, the travel grants will be distributed under presenting participants.

For more information please visit our website: www.iscoms.com or feel free to contact us.

On behalf of the ISCOMS organisation we wish you the best of luck with your further research and with submitting your ab-stracts. We hope to see you as a presenter during the 20th International Student Congress of (bio)Medical Sciences.

Kind regards,On behalf of ISCOMS,

The International Contacts Committee 2013

Antonius Deusinglaan 19713 AV Groningen, The Netherlandswww.iscoms.com | [email protected]

Phone: +31 (0) 50 3633222

FACTS: Date: 4 - 7 June 2013 Location: University Medical Center Groningen Country: The Netherlands Topic: All fields of (bio)medical and dentistry research Who: undergraduate students, graduate students and post doctoral scientists Abstract submission period: November 15th 2012 - February 15th 2013

Page 16: Edição Nov/Dez. 12

Jornal hajaSaúde! NEMUMDistribuição Gratuita.Tiragem: 100 exemplares.Direção: Luís André Araújo.Colaboradores: Daniela Lascasas, Raquel Afon-

so, Filipe Costa, Patrícia Varela, Cláudia Macedo, João Pedro Silva, Nádia Sepúlveda, Rui Miguel Sei-xal, Nuno Jorge Lamas, João Carlos Simões, Dinis Oliveira, João Carvas, Francisco Leite, Nuno Sal-danha

Paginação & Grafismo: José Carlos Rodrigues.Impressão por: CopyPage

Contactoshajasaú[email protected]

Núcleo de Estudantes de MedicinaUniversidade do MinhoEscola de Ciências da Saúde da Universi-

dade do MinhoCampus de Gualtar, 4710-057 BRAGA

Francisco Leite 56188

A NOITE

Quando a noite se propaga,E é o silêncio que faz mais barulho,Eu sei que mais um ciclo se acaba,Quando aquele dia chega,Todo ele intemporal,É Felicidade que agarraTodos de Amor universalÉ uma coisa tão raraQue já quase não se vêÉ a todos dizer ObrigadoSem questionar o porquê.

São anjos a cantar a alegriaDo nascimento do MensageiroSão os Homens a desejarFazer de 1 dia, o ano inteiro.É sentir a uniãoÉ propagar a FelicidadeJá que em mais nenhuma ocasiãoEstamos tão perto da Verdade.É ver que o passado não importaQue tudo pode ser perdoadoPorque se ainda resta Amor no mundoNão deve ficar fechado.

Nesta noite de pazDe amor e de harmoniaÉ Deus quem nos dáDo seu Paraíso uma fatia.É cor, é vida,É encontrar em Jesus,Bondade que nos seduz,Um acordar para a alegriaÉ uma noite sem igual,É sentir existe magia, Nesta noite de Natal!

Nuno Saldanha, 59254