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BOLETIM TÁ NA REDE !
Mulheres em SuperAção
VOLUME 11, NÚMERO 2 SETEMBRO, 2018
EDIÇÃO ESPECIAL ISSN 2595-2129
Foto: TV Anhanguera/Reprodução Fonte: g1.globo.com/to/tocantins/noticia/pesquisadores-
descobrem-como-produzir-acucar-com-cascas-de-
camarao.ghtml, Acesso em: 25 de fevereiro de 2018.
Nessa edição especial, o Boletim “Tá na rede” traz uma riqueza de matérias mostrando todo o poten-
cial feminino e inúmeros exemplos do destaque das mulheres na Engenharia de Pesca e nas áreas afins. O
objetivo dessa edição é valorizar as mulheres que, muitas vezes, não têm o merecido respeito e destaque
na profissão. Misoginia, machismo, preconceito e desigualdade são palavras que esperamos ver desapa-
recer não só na área da Engenharia de Pesca, mas das nossas vidas, pois essas atitudes não são mais tole-
radas, e têm sido combatidas com muita competência feminina, com união e com sororidade. Esperamos
que ao ler essa edição, nossos leitores compartilhem desse sentimento de equidade e valorização do tra-
balho feminino. Boa leitura!
EDITORIAL
TAMBÉM HÁ MULHERES NA TOPOGRAFIA!
No quarto período do curso de Engenharia de Pesca me deparei com a disciplina de Topografia A, de
imediato já fiquei encantada com a amplitude de conhecimentos que poderia
adquirir, mas foram as aulas práticas que me fizerem deslumbrar e perceber
que queria trabalhar nessa área, fazendo análise e representações gráficas de
terreno. No quinto período cursei topografia B onde a cada dia estava que-
rendo me aprofundar mais e mais no assunto. Passei assim a trabalhar com a
topografia graças ao grande incentivo dado a mim pelo professor e hoje meu
orientador Antônio Henrique. Não me sentindo satisfeita queria mais, então
comecei a fazer ainda no sétimo período uma Pós-graduação em Georrefe-
renciamento e geoprocessamento de áreas. Tenho consciência de que é uma
área muito masculina, onde os homens estão ali predominando, mas convic-
ta de que quem faz o bom profissional é a capacidade, e sei que se Deus
quiser ocuparei um lugar na academia ou no campo de trabalho. Hoje já
tenho trabalho publicado em revista internacional e estamos com outros
trabalhos a caminho, a fim de obter experiência e ter um bom currículo para
entrar no mercado.
Texto escrito por Ana Karla Paiva Pereira, discente do 8º período do curso de Engenharia de pesca .
BOLETIM “TÁ NA REDE!” Página 2
MULHERES AO MAR
Poderia iniciar este breve texto citando um
comandante de embarcações e escritor que admiro mui-
to, Amyr Klink, quando ele diz: “Um homem precisa
viajar por sua conta, não por meio de histórias, imagens,
livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés
para entender o que é seu. Conhecer o frio para desfrutar
do calor e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para
estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar
para lugares que não conhece para quebrar essa arrogân-
cia que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não
simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz profes-
sores e doutores do que não vimos, quando deveríamos
ser alunos e simplesmente, ir e ver”, pois é exatamente
assim que me sinto enquanto mulher, estudante, inserida
num mundo tão belo, atraente, contemporâneo e diverso.
Tenho 28 anos, sou natural de Recife/PE, Engenheira de Pesca (UFRPE/UAST) e mestranda em recursos
pesqueiros e aquicultura por esta mesma casa. Escolhi esta profissão pela certeza de que ela me proporcionaria
vivenciar experiências profissionais e pessoais incríveis. Quando criança, morava bem próxima à praia, meus pais
me ensinaram o mágico contato e o respeito com a natureza, aprendi a nadar, e todo um novo mundo submerso se
revelou para mim, de modo que só com o tempo, descobri o que isso significaria. Fui me apaixonando cada vez
mais pelo oceano em toda sua complexidade, e desde então as descobertas tem sido constantes.
Trabalho tentando compreender a bioecologia de grandes peixes pelágicos e além de estudar muito, apren-
di como planejar a logística de campo e como coletar os dados. Para tanto, me transformei em uma mulher que em
um ambiente de trabalho que requer esforço físico, realiza atividades de igual para igual com os homens. Já carre-
guei equipamento pesado, passei dias, meses longe de casa, coletei peixes com diferentes artes de pesca, dividi o espaço de
trabalho (barco) com uma tripulação masculina na sua totalidade, mergulhei com tubarões, golfinhos, tartarugas e uma infinida-
de gigante de vida marinha, fiquei isolada com mais três pessoas em uma ilha, “no meio” do oceano atlântico mais de quatro
vezes, uma delas sendo chefe de expedição, com pouca comunicação, sem fonte natural de água doce e nada de luxo; mas me
sentindo afortunada só em poder observar o sol se pôr em lugares intocáveis! Me da à certeza que não poderia fazer outra esco-
lha profissional nesta vida, que não essa.
Muitas dúvidas surgiram ao longo desta caminhada, o que é natural, em uma mente em constante questionamento
num mundo que se reinventa a todo o momento. Como mensagem, digo para todas e todos que busquem seus caminhos, com
coragem e no seu tempo, com pensamentos e atitudes ousadas. Arrisquem-se, aventurem-se! Mas respeitando o que é diferente,
desconhecido, principalmente revelador, porém de grande aprendizagem e crescimento pessoal e profissional.
Página 3 Volume 11, edição 2
Texto escrito por Karla Mirella de A. B. Martins, aluna do mestrado em Recursos Pesqueiros e Aquicultura da UFRPE.
Página 4 BOETIM “TÁ NA REDE!”
Ao longo da nossa carreira como Engenheira de Pesca, seguimos ouvindo
frases como “Engenharia não é coisa de mulher” ou “a Pesca não é para as
mulheres”. Essas falácias fazem com que o número de mulheres nessa área
seja reduzido. A tomar como exemplo a Associação Brasileira de Engenharia
de Pesca (ABEP), apenas 29% dos membros são mulheres. Embora haja esse
entrave inicial, após ingressar na carreira, vemos que essas frases são uma
grande inverdade. As mulheres do setor aquícola têm desenvolvido relevantes
atividades e estão, inclusive, ocupando cargos de destaque. Atualmente, a
ABEP é presidida por uma mulher; A coordenação do curso de Engenharia de
Pesca da UAST também é feminina; As duas maiores colônias de pescadores de
Pernambuco são presididas por mulheres; O PET/PESCA da UAST teve duas tutoras mulheres; A coordenação Ge-
ral dos Cursos da UAST e eventual substituta também; e assim seguiria aqui com inúmeros exemplos. Gostaríamos
de deixar uma mensagem bem clara: toda barreira que há na atuação das mulheres no campo .da Engenharia de Pes-
ca é apenas o preconceito que, infelizmente, ainda existe. Não somos inferiores e nem menos capazes. Cada uma de
nós traz consigo suas habilidades, competências e que, com certeza tem feito toda a diferença e contribuído direta-
mente para o crescimento da Engenharia de Pesca no Brasil e no mundo.
MULHERES OCUPAM CARGOS DE DESTAQUE NO SETOR AQUÍCOLA
Texto escrito por Renata Akemi Shinozaki Mendes, presidente da ABEP e tutora do Programa de Educação Tutorial – PET/PESCA da UAST.
MULHERES E A PESCA ARTESANAL: UM RIO DE DESIGUALDADE E
RESISTÊNCIAS
As mulheres vêm avançando na conquista por espaço nas mais diversas esferas da sociedade, seja na po-
lítica, economia, religião, esporte entre outros. No mundo rural as mulheres estão cada vez mais se organizando,
participando ativamente das associações, dos sindicatos e conselhos municipais, trocando experiências na busca
do protagonismo no campo. Por muito tempo, predominantemente, a pesca artesanal foi marcada pelo protagonis-
mo dos homens. Através de muita resistência, as mulheres continuam suas atividades tornando cada vez mais forte
sua participação nas diversas áreas, no manejo pesqueiro e na agricultura, experimentando meios de sobrevivência
no manejo da biodiversidade. No entanto, sua invisibilidade ainda é evidente, diante da predominância masculina
e da sobrecarga das pescadoras que, além de desenvolver a atividade pesqueira, são agricultoras e têm que lidar
com as atividades domésticas tornando-se refém de um patriarcado enraizado culturalmente. Não bastasse toda a
problemática que a pesca artesanal vem enfrentando ao longo de todos esses anos de seca, as mulheres pescadoras
têm enfrentado a dominação masculina, marcada por relações de gênero desiguais que se desenvolvem nas rela-
ções de poder entre homens e mulheres (do sistema patriarcal), pescadores e pescadoras, através de papéis sociais
diferenciados, dispondo de vantagens e regalias para os homens.
Texto escrito por Thaysa Mayara Estevão Rodrigues, aluna do 6º período de Engenharia de Pesca e pela pesquisadora Shana Sampaio Sieber.
Fonte: Estatutos da FAEP e da ABEP
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MULHERES EM SUPERAÇÃO
Pernambucana, nascida em Serra Talhada, F.K.D.S.S,
não teve uma infância muito fácil. Morava com seus pais e
seu irmão, em uma casinha com dois cômodos cedida pela tia. De família humilde, aos 9 anos de idade trocou as bonecas
pela enxada, para ajudar seus pais, na lavoura. Um trabalho
árduo, e nem por isso a impediu de continuar com seus estudos, tendo sempre o apoio de seus pais.
Como se não fosse o bastante ter que trabalhar muito
nova na lavoura, F.K.D.S.S, ainda sofria assédio sexual do
vizinho. Inocente, nunca contou para seus pais, o que acontecia com medo do que fosse acontecer posteriormente,
medo de ser perseguida pelo mesmo, e optou por ficar calada,
guardar para si os assédios que sofria diariamente.
Essa história tinha tudo para dar errado, mas ela deu a volta por cima. Apesar das grandes dificuldades/problemas, ela conseguiu continuar com os estudos, sempre foi uma boa aluna, não era “CDF”, mas sempre tirava notas boas. Aos 17 anos terminou o ensino médio. Anos depois, conseguiu entrar na faculdade, tornando-se a primeira da família e filha de pescadores desse comunidade a ingressar em uma faculdade. Esta grande lição que trago são para aqueles que não acreditam que são capazes de alcançar seus objetivos, apesar das dificuldades. F.K.D.S.S teve dois caminhos para percorrer: o de continuar a trabalhar na lavoura ou o de continuar com os estudos, oferecendo um futuro melhor para seus pais.
Você deve sempre tentar de novo!
Nem sempre conseguimos ter sucesso de primeira, por isso continue tentando! Não tenha receio de fazer
algo por medo de errar. Saber lidar com a rejeição e o fracasso talvez seja uma das lições mais difíceis para a maioria
das pessoas… Mas, uma coisa é certa na vida de todo mundo: nem sempre vamos ter aquilo que queremos!
Entender e aceitar as nossas limitações é importante para evitar uma vida baseada em amarguras e frustrações.
Texto escrito por Flávia Kleityane Da Silva Santos, discente do 5º período do curso de Engenharia de Pesca, bolsista do GELC/AAA (Grupo de Esportes Lazer e Cultura/ Associação Atlética Acadêmica) UAST/UFRPE.
LUGAR DE MULHER É NA PESCA
Cada vez mais as mulheres escolhem a Engenharia de Pesca como profissão e têm mostrado a qualidade e a
competência de seu trabalho, conquistando o reconhecimento no setor pesqueiro. Apesar da participação masculina
ainda ser predominante, garra, esforço e empenho não tem gênero. Somos mais detalhistas, organizadas e temos uma
capacidade de executar tarefas diferentes ao mesmo tempo, e essas qualidades nos permite uma boa capacidade de ges-
tão. Mas isso não é uma tarefa fácil, o empoderamento feminino e equidade de gênero ainda não são uma realidade,
exigindo muitas vezes uma maior formação das mulheres e um melhor empenho na sua área de atuação. Atrelada as
questões técnicas, ainda nos deparamos com as diferenças de opiniões e acima de tudo o preconceito, mas a forma que
nos posicionamos definirá nosso sucesso. Devemos sempre conduzir as questões de forma ética, segura, tranquila, pro-
fissional e acima de tudo com respeito mútuo. Esses são alguns segredos para o nosso crescimento profissional. Feliz-
mente nossas experiências foram muito positivas e não temos dúvidas que escolhemos a profissão correta e devemos
muito a Engenharia de Pesca por nossas conquistas. Nosso conselho é: Empodere-se! Não crie limites para si mesma!
Estude e conquiste seu espaço!
Texto escrito por Juliana Ferreira Santos, professora e coordenadora do curso de Engenharia de Pesca UFRPE/UAST.
BOLETIM “TÁ NA REDE!” Página 6
o passo,
a pressa,
o salto.
o salto
apressa
o passo
apressa
o passo
o salto
no meio
do salto
e do passo
tem uma pedra
também no meio
do caminho.
mas com a pedra
não apedreja
a mesma
boca
que te beija.
a pedra
o salto
o passo
o alto
o meio
do caminho
tem uma
pedra
mas não
joga na Geni
que tem pressa
e salta e passa
e compassa
na leveza da
valsa.
o salto
a pressa
o passo
o alto.
isso
apenas
foi
um
sobressalto.
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER TAMBÉM É PROBLEMA SEU
PARA FAZER UMA DENÚNCIA
LIGUE 180
Poema : Mariane Alves
Meu nome é Thais Vieira, 22 anos, sou de Araripina-PE, e ingressei na UFRPE-UAST no ano de 2015. Quando cheguei aqui observei um novo mundo a ser descoberto, quer queira ou não, quando estamos no domínio dos pais ficamos sobre certo controle deles, e na fase da juventude isso é meio que um afronte di-ante das nossas vontades, porque jovem quer ser livre sem responsabilidades. Com isso, vi que a graduação era a oportunidade de curtir a vida.
O curso de Engenharia de Pesca não era uma opção, algo que não é dife-rente da realidade da maioria. Caí de paraquedas no curso, mesmo assim continu-ei. No primeiro período tive a oportunidade de estagiar na base de Itamaracá, onde eu criei um pouco de amor pelo curso na área de mergulho, fui monitora durante um longo período e a cada dia ia me envolvendo mais com o curso.
Minha realidade não era diferente dos demais alunos, até receber a notí-cia da gravidez, no período de 2016.1 foi quando tudo começou a mudar. De iní-cio passei por aquele aperreio que toda universitária que tá fora de casa passa, o medo dos pais, da família, era a maior pressão, mas graças a Deus tudo se resol-veu com a maior tranquilidade, minha família me apoiou, deu a força que eu pre-cisava para continuar meus estudos.
Um fato marcante foi o desejo de terminar o curso, passava em minha cabeça que um ser lindo estava para nascer, que ela precisava de amor, carinho, proteção, e um futuro de qualidade, e que para isso acontecer eu precisava buscar esse futuro, e isso dependia de mim. Foi ai que tudo mudou, a partir daquele momento eu deixei de ser uma adolescente rebelde e me tornei uma mulher responsável. As barreiras nesse percurso foram enormes, “tu não vai conseguir terminar o curso”,” tu agora vai ser uma dona de casa”, “perdeu a curtição da vida”, “tu agora vai ficar presa a essa criança”, tive que tirar forças de onde eu não imaginava que tinha, absorvia apenas aquilo que me motivava e colocava na cabeça que eu não precisava provar nada pra sociedade, precisava provar que meu futuro e o futuro da minha bebê dependia de mim.
No dia 05 de Fevereiro de 2017 nasceu minha luz, minha energia, minha alegria da vida. Foi uma ener-gia contagiante, todos estavam a espera dela. Tive um grande apoio dos amigos da universidade e de alguns professores. No decorrer desse tem-po minha motivação pra continuar no curso aumentava, adquiri um ou-tro perfil de aluna: uma pessoa dedicada, atenta e esforçada, tudo isso sempre teve um motivo principal, o futuro de minha filha.
Diferente da realidade de muitas mães universitária, eu sempre tive o apoio do meu companheiro, que sempre me incentivou e ajudou a continuar essa jornada. No início sempre vinha comigo para universida-de para que eu pudesse ter um foco maior durante as aulas. Nas aulas práticas, sempre me acompanhou junto com ela, para que eu não per-desse nada da vivência do meu curso, foi e é um pai exemplar pra mi-nha filha.
Minha vida mudou muito, completamente, tive que me dedicar a casa, ao marido, a minha filha e a universidade tudo isso longe da casa dos meus pais, mas tenho orgulho da mulher que me tornei e das escolhas que fiz, porque embora pareça difícil, nada é impossível para aquele que luta por seus sonhos.
MÃES NA UNIVERSIDADE
Volume 11, edição 2 Página 7
Escrito por Thais V. Silva, 6º período do curso de Engenharia de Pesca e bolsista do PET PESCA UAST.
Próximos eventos
Aquaciência 11 a 21 de setembro
XV FENACAM
13 a 16 de novembro
JEPEX 30 de Outubro a 01 de Novembro
Comissão editorial
Ayanne Jamyres Gomes da Silva Almeida
Amanda Lécia de Lima Silva
Carlos Yure Barbosa de Oliveira
Cianne Náthally de Siqueira Moura
Denise de Barros Nogueira
Diógenes Santos de Almeida
Gildo Arcenio Novaes
Ivanilson de Lima Santos
Thais Vieira Silva
Weverson Ailton da Silva
Renata Akemi Shinozaki Mendes
Coordenação do curso de Engenharia de Pesca
Prof. Dr.ª Juliana Ferreira Santos
Prof. Dr.ª Juliana Aderaldo Vidal
Tutora do PET Pesca UAST:
Prof.ª Dr.ª Renata Akemi Shinozaki Mendes
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