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1ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA - PRESIDENTE DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA DES. CARLOS SIMÕES FONSECA DES. WILLIAN COUTO GONÇALVES 2ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES.ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON - PRESIDENTE DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA DES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO 3ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA - PRESIDENTE 4ª CÂMARA CÍVEL (SEGUNDA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES.MAURILIO ALMEIDA DE ABREU - PRESIDENTE DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR DES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO 1ª CÂMARA CRIMINAL (QUARTA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES. PEDRO VALLS FEU ROSA DES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA DESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS DES. NEY BATISTA COUTINHO - PRESIDENTE 2ª CÂMARA CRIMINAL (QUARTA-FEIRA - 14:00 HORAS) DES.ADALTO DIAS TRISTÃO - PRESIDENTE DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL DES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS 1º GRUPO CÍVEL (1ª SEGUNDA-FEIRA DO MÊS ÀS 15:00 HORAS) DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTE DES. ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA DES. CARLOS SIMÕES FONSECA DES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO DES. WILLIAN COUTO GONÇALVES 2º GRUPO CÍVEL (2ª QUARTA-FEIRA DO MÊS ÀS 14:00 HORAS) DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTE DES. MAURILIO ALMEIDA DE ABREU DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR DES. NEY BATISTA COUTINHO DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA DES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS (1ª QUARTA-FEIRA DO MÊS ÀS 13:00 HORAS) DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTE DES. ADALTO DIAS TRISTÃO DES. PEDRO VALLS FEU ROSA DES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL DES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS DESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS 1ª TURMA - CAPITAL PRESIDENTE: JUIZ VLADSON COUTO BITTENCOURT MEMBRO: JUÍZA GISELE SOUZA DE OLIVEIRA (AFASTADA) MEMBRO: JUÍZA INÊS VELLO CORRÊA SUPLENTE: JUÍZA GISELE ONIGKEIT 2ª TURMA - CAPITAL PRESIDENTE: JUIZ ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRA MEMBRO: JUIZ JÚLIO CÉSAR BABILON MEMBRO: JUIZ JAIME FERREIRA ABREU SUPLENTE: JUIZ ADEMAR JOÃO BERMOND 3ª TURMA - CAPITAL PRESIDENTE: JUIZ MARCOS ASSEF VALE DEPS MEMBRO: JUIZ IDELSON SANTOS RODRIGUES MEMBRO: JUÍZA HERMÍNIA MARIA SILVEIRA AZOURY SUPLENTE: JUIZ MARCOS ANTONIO BARBOSA DE SOUZA REGIÃO SUL PRESIDENTE: MEMBRO: JUIZ ROBERTO LUIZ FERREIRA SANTOS MEMBRO: JUIZ Eliezer Mattos Scherrer Junior SUPLENTE: JUIZ LAILTON DOS SANTOS REGIÃO NORTE PRESIDENTE: JUIZ ANTONIO CORTES DA PAIXÃO MEMBRO: JUIZ ANTÔNIO DE OLIVEIRA ROSA PEPINO MEMBRO: JUIZ WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOS SUPLENTE: JUIZ VANDERLEI RAMALHO MARQUES JUIZ UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SEGUNDA INSTÂNCIA www.tjes.jus.br OUVIDORIA JUDICIÁRIA: 08009702442 / 3334-2092 / 3334-2093 R Ã O CI P DE DI Á O E T O E PRI O AN Ó G O FI AL DO O R JU CI RI DO S AD DO S Í T S TO FUNDADO EM 04 DE AGOSTO DE 1994 EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV TERÇA-FEIRA, 05 DE JULHO DE 2011 DES. ADALTO DIAS TRISTÃO DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU DES. MANOEL ALVES RABELO DES. PEDRO VALLS FEU ROSA DES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA DES. ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA DES. SERGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA DES. ARNALDO SANTOS SOUZA DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL DES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE DESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS COMPOSIÇÃO DO PLENO (ANTIGUIDADE): QUINTA-FEIRA - 14HORAS COMISSÃO DE REFORMA JUDICIÁRIA DES.ADALTO DIAS TRISTÃO - PRESIDENTE DESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS - MEMBRO DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE - MEMBRO DES. NEY BATISTA COUTINHO - SUPLENTE DES. CARLOS SIMÕES FONSECA - SUPLENTE COMISSÃO DE REGIMENTO INTERNO DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA - PRESIDENTE DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA - MEMBRO DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA - MEMBRO DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR - SUPLENTE DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA - SUPLENTE DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR DES. NEY BATISTA COUTINHO DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA DES. CARLOS SIMÕES FONSECA DES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO DES. WILLIAN COUTO GONÇALVES DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA DES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO CONSELHO DA MAGISTRATURA (SEGUNDA-FEIRA - 13:00 HORAS) DES. MANOEL ALVES RABELO - PRESIDENTE DES. ARNALDO SANTOS SOUZA - VICE-PRESIDENTE DES. SÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA - CORREGEDOR DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL - MEMBRO DES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS - MEMBRO DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE - SUPLENTE DESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS - SUPLENTE COMPOSIÇÃO DA TURMAS RECURSAIS COMISSÃO DE SÚMULA E JURISPRUDÊNCIA - BIÊNIO 2010/2011 DES. ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTE DES.MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU - MEMBRO DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR - MEMBRO DIÁRIO DA JUSTIÇA

EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

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Page 1: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA - PRESIDENTEDES. FABIO CLEM DE OLIVEIRADES. CARLOS SIMÕES FONSECADES. WILLIAN COUTO GONÇALVES

2ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES.ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON - PRESIDENTEDES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMADES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO

3ª CÂMARA CÍVEL (TERÇA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

- PRESIDENTE

4ª CÂMARA CÍVEL (SEGUNDA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES.MAURILIO ALMEIDA DE ABREU - PRESIDENTEDES. CARLOS ROBERTO MIGNONEDES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIORDES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

1ª CÂMARA CRIMINAL (QUARTA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES. PEDRO VALLS FEU ROSADES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇADESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOSDES. NEY BATISTA COUTINHO

- PRESIDENTE

2ª CÂMARA CRIMINAL (QUARTA-FEIRA - 14:00 HORAS)DES.ADALTO DIAS TRISTÃO - PRESIDENTEDES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALDES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS

1º GRUPO CÍVEL (1ª SEGUNDA-FEIRA DO MÊS ÀS 15:00 HORAS)DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTEDES. ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNONDES. ANNIBAL DE REZENDE LIMADES. FABIO CLEM DE OLIVEIRADES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMADES. CARLOS SIMÕES FONSECADES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHODES. WILLIAN COUTO GONÇALVES

2º GRUPO CÍVEL (2ª QUARTA-FEIRA DO MÊS ÀS 14:00 HORAS)DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTEDES. MAURILIO ALMEIDA DE ABREUDES. CARLOS ROBERTO MIGNONEDES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSADES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIORDES. NEY BATISTA COUTINHODES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRADES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS (1ª QUARTA-FEIRA DO MÊS ÀS 13:00 HORAS)DES.ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTEDES. ADALTO DIAS TRISTÃODES. PEDRO VALLS FEU ROSADES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇADES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALDES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVASDESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS

1ª TURMA - CAPITALPRESIDENTE: JUIZ VLADSON COUTO BITTENCOURTMEMBRO: JUÍZA GISELE SOUZA DE OLIVEIRA (AFASTADA)MEMBRO: JUÍZA INÊS VELLO CORRÊASUPLENTE: JUÍZA GISELE ONIGKEIT

2ª TURMA - CAPITALPRESIDENTE: JUIZ ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRAMEMBRO: JUIZ JÚLIO CÉSAR BABILONMEMBRO: JUIZ JAIME FERREIRA ABREUSUPLENTE: JUIZ ADEMAR JOÃO BERMOND

3ª TURMA - CAPITALPRESIDENTE: JUIZ MARCOS ASSEF VALE DEPSMEMBRO: JUIZ IDELSON SANTOS RODRIGUESMEMBRO: JUÍZA HERMÍNIA MARIA SILVEIRA AZOURYSUPLENTE: JUIZ MARCOS ANTONIO BARBOSA DE SOUZA

REGIÃO SULPRESIDENTE: MEMBRO: JUIZ ROBERTO LUIZ FERREIRA SANTOSMEMBRO: JUIZ Eliezer Mattos Scherrer JuniorSUPLENTE: JUIZ LAILTON DOS SANTOS

REGIÃO NORTEPRESIDENTE: JUIZ ANTONIO CORTES DA PAIXÃOMEMBRO: JUIZ ANTÔNIO DE OLIVEIRA ROSA PEPINOMEMBRO: JUIZ WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOSSUPLENTE: JUIZ VANDERLEI RAMALHO MARQUES

JUIZ UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SEGUNDA INSTÂNCIA

www.tjes.jus.br

OUVIDORIA JUDICIÁRIA: 08009702442 / 3334-2092 / 3334-2093

R Ã O CI P DE DI Á O E T O E P RI O ANÓ G O FI AL DO O R JU CI RI DO S AD DO S Í T S TO

FUNDADO EM 04 DE AGOSTO DE 1994EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV

TERÇA-FEIRA, 05 DE JULHO DE 2011

DES. ADALTO DIAS TRISTÃODES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUDES. MANOEL ALVES RABELODES. PEDRO VALLS FEU ROSADES. SERGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇADES. ALVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNONDES. ANNIBAL DE REZENDE LIMADES. SERGIO LUIZ TEIXEIRA GAMADES. ARNALDO SANTOS SOUZADES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALDES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVASDES. CARLOS ROBERTO MIGNONEDESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS

COMPOSIÇÃO DO PLENO (ANTIGUIDADE): QUINTA-FEIRA - 14HORAS COMISSÃO DE REFORMA JUDICIÁRIADES.ADALTO DIAS TRISTÃO - PRESIDENTEDESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS - MEMBRODES. CARLOS ROBERTO MIGNONE - MEMBRODES. NEY BATISTA COUTINHO - SUPLENTEDES. CARLOS SIMÕES FONSECA - SUPLENTE

COMISSÃO DE REGIMENTO INTERNODES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA - PRESIDENTEDES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA - MEMBRO DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA - MEMBRODES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR - SUPLENTEDES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA - SUPLENTE

DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSADES. FABIO CLEM DE OLIVEIRADES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIORDES. NEY BATISTA COUTINHODES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMADES. CARLOS SIMÕES FONSECADES. NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHODES. WILLIAN COUTO GONÇALVESDES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRADES.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

CONSELHO DA MAGISTRATURA (SEGUNDA-FEIRA - 13:00 HORAS)DES. MANOEL ALVES RABELO - PRESIDENTEDES. ARNALDO SANTOS SOUZA - VICE-PRESIDENTEDES. SÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA - CORREGEDORDES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL - MEMBRODES. JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS - MEMBRODES. CARLOS ROBERTO MIGNONE - SUPLENTEDESª. CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS - SUPLENTE

COMPOSIÇÃO DA TURMAS RECURSAIS

COMISSÃO DE SÚMULA E JURISPRUDÊNCIA - BIÊNIO 2010/2011DES. ARNALDO SANTOS SOUZA - PRESIDENTEDES.MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU - MEMBRO DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR - MEMBRO

DIÁRIO DA JUSTIÇA

Page 2: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

CONCURSO PÚBLICO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS E FORMAÇÃO DE CADASTRO DE RESERVA EM CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E DE NÍVEL MÉDIO EDITAL Nº 13 – TJ/ES, DE 4 DE JULHO DE 2011

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO torna público o

resultado final da prova prática de digitação, a convocação para a avaliação de títulos e a convocação para a perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência para o cargo de Analista Judiciário 2 – área: Judiciária – especialidade: Direito, referentes ao concurso público para provimento de vagas e formação de cadastro de reserva em cargos de nível superior para Analista Judiciário 02 e de nível médio para Analista Judiciário 01. 1 Resultado final na prova prática de digitação para o cargo de Analista Judiciário 2 – área: Judiciária – especialidade: Direito, na seguinte ordem: cargo/área/especialidade, número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na prova prática de digitação. 1.1 ANALISTA JUDICIÁRIO 02 – ÁREA: JUDICIÁRIA – ESPECIALIDADE: DIREITO 10027659, Acilaya Magalhaes Hylario, 7.09 / 10007438, Adalberto Andreata, 7.59 / 10015719, Adolf Zini de Souza, 7.20 / 10020671, Adriana Bloise Hygino Teixeira, 7.48 / 10030717, Adriano Batista Gonzaga de Souza, 7.20 / 10051041, Aislan Queiroz Fontes, 6.53 / 10022596, Alessandro Carvalho Franco, 6.76 / 10039084, Alessandro Sena, 5.56 / 10007020, Alexandre Barboza Coutinho, 5.75 / 10060754, Alexandre de Souza Gava, 7.07 / 10040754, Alexandre Groberio de Oliveira, 6.40 / 10050512, Alexandre Rezende Vieira, 8.21 / 10053641, Alexandre Tatagiba de Oliveira, 7.25 / 10052575, Aline Barros Mendes, 7.29 / 10042408, Aline Candida Mendonca, 7.04 / 10040978, Aline Gabrielle Costa, 6.69 / 10016890, Alysson Keynes Almeida de Farias, 5.74 / 10053548, Amanda da Silva Barbosa, 7.08 / 10062946, Ana Carolina Ferreira de Freitas, 7.15 / 10084418, Ana Carolina Pereira Borges, 7.17 / 10040209, Ana Claudia Baltazar Cardozo Cremasco, 6.96 / 10079857, Ana Livia Ribeiro Roriz, 7.19 / 10075351, Andre Luis da Silva Gomes, 7.36 / 10039707, Andre Monjardim Valls Piccin, 5.85 / 10055334, Andressa Abreu Biondo, 7.05 / 10043609, Anselmo Junior Borges Nunes, 6.20 / 10012209, Antonio Coutinho Correa Junior, 6.20 / 10058559, Antonio Emilio Abreu Dias Borges, 7.22 / 10060550, Antonio Henrique Barbosa Labarrere, 7.17 / 10040869, Antonio Salgado Neto, 7.20 / 10029284, Beatriz Valadao Teixeira, 6.40 / 10053761, Bernard Falcao Lima, 8.45 / 10053403, Bruna Costa Gazzani, 6.80 / 10053718, Bruna Maria Bissi Passamani, 6.78 / 10050389, Bruna Serafim Teixeira, 6.81 / 10031913, Bruno Bassani Rebelo, 6.27 / 10047885, Bruno Luiz Porcino Goncalves Pereira, 0.00 / 10012270, Bruno Marquardt, 5.73 / 10067052, Bruno Sergio Pavan Perim, 6.59 / 10049827, Bruno Zane Santos, 7.12 / 10068332, Camila Babilone Costa, 7.13 / 10074671, Camilla Martins Frizzera Borges, 7.24 / 10043066, Camilla Rodrigues Marques, 6.48 / 10007944, Carlos Raphael de Andrade Silva, 6.86 / 10065533, Carolina Bof Bermudes, 6.96 / 10059236, Carolina Romano Brocco, 7.20 / 10009379, Carolina Salles Furtado, 7.20 / 10073008, Carolini Avancini Tonini, 7.47 / 10064512, Cassius Baesso Franco Barbosa, 6.19 / 10022892, Cesar Nasser Fonseca, 7.20 / 10073664, Christian de Oliveira e Fernandes, 7.58 / 10012684, Chrysty Britto dos Reis Colombo Sarnaglia, 6.97 / 10045188, Cinthya Tofano Cuzzuol, 7.19 / 10061992, Claudia de Cassia Duarte Macedo Buzim, 6.15 / 10047906, Crisamon Ferreira da Silva, 7.11 / 10002122, Cristiane Baeta Santos, 7.06 / 10047427, Cristiano Albano Balarini, 6.34 / 10023138, Cristovao de Castro Junior, 7.84 / 10038586, Daniel Felipe Penna Cotrim, 7.20 / 10036213, Daniela Fonseca de Faria, 6.26 / 10066001, Daniela Fonseca Mofati, 6.40 / 10014576, Daniela Lima Ramos, 6.95 / 10064747, Daniela Vieira de Melo, 6.88 / 10065973, Danielle Saade Fortaleza Chalub, 6.41 / 10061537, Danilo Oliveira Araujo, 6.20 /

Page 3: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane de Assis Soares, 7.08 / 10068798, Diana Leal Ferreira, 6.49 / 10061296, Diego Duarte Bertoldi, 7.03 / 10057525, Diego Milani Coutinho, 7.21 / 10069809, Diego Moura Fadini, 7.19 / 10052384, Diego Pederneiras Moraes Rocha, 7.36 / 10056271, Diogo Fonseca Tavares, 6.77 / 10038157, Diogo Miranda Chesquini, 7.10 / 10039712, Duilio Mocelin Cardoso, 7.42 / 10074437, Edenilton Camargos Sampaio, 5.51 / 10014676, Edilberto Dias Ribeiro, 6.39 / 10035990, Edilma Luzia Barbosa de Oliveira, 6.69 / 10052796, Edimar Margotto Junior, 8.98 / 10040634, Eduardo Vallory Debona, 7.72 / 10012567, Eduardo Veiga Vidal, 8.54 / 10068429, Eduardo Vieira Carniele, 6.51 / 10038760, Elisa Koehler Salles, 8.72 / 10049652, Elvis Eduardo Nogueira Silva, 7.18 / 10026480, Emmanuel de Vasconcelos Agapito, 6.38 / 10040084, Emmanuel Domingues, 9.58 / 10067129, Erich Raphael Masson, 7.18 / 10058491, Evandro Costa Bolzani, 6.05 / 10036352, Everton Ferreira Borgo, 7.49 / 10084910, Ewerton Santos Freitas, 7.68 / 10065823, Fabio da Costa Ribeiro, 7.25 / 10036668, Fabio Langa Dias, 7.17 / 10017011, Fabricio Alves Ghidetti, 7.13 / 10075457, Fabricio Bittencourt Gomes, 5.83 / 10038068, Felipe Cardoso Silveira, 6.14 / 10055481, Felipe Carlos Ribeiro de Carvalho, 6.74 / 10059441, Felipe Castro da Costa, 7.71 / 10070161, Felipe Feliz da Silveira, 8.17 / 10031539, Fernanda Donadello Balbi, 7.63 / 10079406, Fernanda Lisboa Borgo, 5.62 / 10073290, Fernanda Mesquita Monteiro, 7.02 / 10030659, Fernanda Sabaini Dalmasio, 6.94 / 10059432, Fernando Porcino Goncalves Pereira, 6.75 / 10064139, Filipe Machado Rangel, 7.35 / 10070275, Filipe Ramos Oliveira, 7.05 / 10057807, Flames Ramatis Cesario, 7.18 / 10051168, Flavia Marchezi Goes Batista, 7.13 / 10064691, Flavia Patrao Alves, 7.30 / 10050336, Flavio Diirr Lima, 7.18 / 10053477, Francisco Alves de Souza Medina, 6.22 / 10077220, Francisco Carlos Ribeiro Itaboray, 6.79 / 10067876, Francisco Jose Frota Junior, 7.56 / 10005453, Frederico Jose Furtado Pizzin, 7.36 / 10043795, Gabriel Grassi Pizetto, 5.89 / 10016212, Gabriel Leandro Fosse, 5.39 / 10042791, Gabriela Gomes da Costa Araujo Silva, 6.00 / 10042930, Genilda Gonçalves Vieira, 8.17 / 10011924, Gilson Rosario do Nascimento, 7.43 / 10057470, Giselle Herkenhoff Patricio, 8.01 / 10014317, Giselle Leite Franklin, 7.18 / 10049810, Giulianno Cruz Nascimento, 7.00 / 10005022, Gizelly Gussye Amaral Rabello, 6.25 / 10034904, Guilherme Alves dos Santos, 8.35 / 10018545, Gustavo Marques Ferreira de Moura, 6.45 / 10048915, Gustavo Possatto Gaigher, 7.18 / 10056237, Hector Sobreira Bujan, 7.09 / 10083507, Helio Adolpho Machado Schiavo, 6.81 / 10073087, Henrique de Carvalho Gorza, 7.01 / 10027703, Henrique Fernandes Wyatt, 7.19 / 10010356, Henrique Rato Zanandrea, 5.61 / 10070374, Herica Rodrigues do Nascimento Amaro, 5.55 / 10080714, Hermilene de Souza Fonseca, 7.17 / 10060718, Huascar Roberte Cardoso Passos, 6.77 / 10003709, Humberto Bazzarella Fonseca, 6.22 / 10052369, Icaro Eliamen Pascoal Nogueira, 7.14 / 10041080, Isabella Bastos Abikahir, 7.07 / 10033655, Itana Brito Nascimento, 6.64 / 10081705, Ive Seidel de Souza Costa, 7.18 / 10015739, Izabella Nogueira Lopes, 7.07 / 10037987, Jacqueline Donatila Ferreira Demo, 7.52 / 10058561, Joana Moraes Resende Magella, 5.48 / 10058039, Joao Henrique Rodrigues Westphal, 6.86 / 10050185, Joao Rodrigues Neto, 6.85 / 10055053, Joaquim Pacheco Rodrigues, 8.12 / 10062901, Jorge Munhos de Souza, 7.10 / 10065659, Jose Lucio do Nascimento Neto, 6.94 / 10068979, Jose Ricardo Rocha Checchia, 6.92 / 10017136, Josiane Cristina da Silva Lincka, 6.27 / 10016586, Julia Vieira Pires Martins, 7.22 / 10046403, Juliana Brotto Marangoni, 7.18 / 10057167, Juliana Carrareto Favarato, 7.20 / 10084388, Juliana Fujita de Figueiredo, 7.40 / 10065562, Juliano Silva Vaz Pereira, 6.69 / 10085908, Julio Cesar Azevedo de Almeida, 7.22 / 10050949, Jullyer Gadioli Milanez, 6.83 / 10010082, Katharina Maria Marcondes Ferrari, 8.36 / 10040796, Kelberth Alves Cavalleiro e Oliveira, 6.09 / 10051310, Kerlen Moscate Gomes, 6.59 / 10027026, Keylane Karla Baeta, 7.18 / 10043361, Klinger Wanderlei da Rocha, 6.52 / 10065367, Laila Quarto Blunck dos Santos, 7.20 / 10066653, Lais Cerqueira Tavares, 7.16 / 10066274, Lais Lima Alves, 7.13 / 10006141, Lais Rodrigues de Oliveira, 7.24 / 10044848, Leandro Gamonal de Castro, 6.75 / 10003395, Leandro Junqueira Freire, 5.75 / 10048142, Leandro Miranda Mai, 8.69 / 10015988, Leidimayre Pereira de Azevedo, 7.36 / 10038681, Leo Pimentel Orlandi, 6.22 / 10052020, Leonardo Alencastre Fuzari, 7.08 / 10023874, Leonardo Cunha Rigoni, 6.85 / 10054004, Leonardo Pereira Chagas, 6.98 / 10080938, Leonardo Reis Teodoro, 7.01 / 10066446, Leony Antonio Callente Natali, 7.20 /

Page 4: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

10054220, Lilian Carla Flausino da Silva, 6.61 / 10019323, Liliana Rocha Fernandes, 7.66 / 10032316, Liliane do Nascimento, 7.16 / 10007289, Lislei Monique Almeida Alberto, 7.58 / 10065440, Livia Maria de Faria e Silva, 7.14 / 10057133, Livia Regina Savergnini Bissoli Lage, 8.11 / 10080019, Lucas Esteves Barbosa, 7.16 / 10035163, Lucas Lauff Bernardo, 7.22 / 10022219, Luciana Barcellos Goncalves, 6.21 / 10084386, Luciana Moreira Araujo, 6.77 / 10046356, Lucilia Alvarenga Meirelles, 6.49 / 10009988, Ludmila Frois Assuncao, 5.83 / 10066719, Luiz Felipe Junges Zani, 7.03 / 10035772, Luiz Fernando Lievore Fabris, 7.02 / 10078352, Luiza Gomes Lima, 6.69 / 10037611, Maira Moscon Ghidetti, 7.72 / 10069475, Maira Rocha Carvalho, 6.55 / 10065731, Makena Marchesi, 7.19 / 10009330, Manoel Vargas Lucindo, 6.44 / 10040917, Marcelo Correa Vaille da Silva, 6.69 / 10061662, Marcelo Gomes Fernandes, 5.51 / 10003156, Marcielle Pinheiro Leal, 7.04 / 10068428, Marcones Silva de Almeida, 7.12 / 10078422, Marcos Paulo Gomes Dias, 7.09 / 10002991, Maria Tereza Beccalli Andrade de Souza, 5.03 / 10030105, Mariah Bassini Frizzera, 7.59 / 10028148, Mariana Marchesi Helmer, 6.59 / 10034029, Mariana Vieira Gomes, 8.25 / 10052279, Mariangela Canal, 6.98 / 10027015, Marina Bastos Vieira Mendith, 7.19 / 10075291, Marina Dallapicola Teixeira Mignoni, 7.18 / 10055016, Marina Gerlin Santos, 7.24 / 10043623, Marina Lopes Gomes, 6.39 / 10053404, Marina Muglia Portes, 7.58 / 10032670, Matheus Tedoldi Sarcinelli, 7.17 / 10035507, Maxim Antonio Fernandes Diniz Filho, 6.61 / 10054305, Meireely Alvarenga Machado, 7.68 / 10064958, Michel Morais Saquetto, 5.63 / 10066013, Michelle Alves Moreria, 7.45 / 10087513, Michelle Carvalho de Souza, 6.71 / 10020604, Michelly Luzia Lopes, 5.74 / 10053323, Michely Vieira Santos, 6.81 / 10022469, Millena Favila Butti Buralli, 8.06 / 10055412, Milton Bento Junior, 6.04 / 10026513, Mirian Flavia Venturim, 8.83 / 10062868, Natalia Coelho Dalapicola, 7.30 / 10048321, Nicolle Rigoni Santana, 7.15 / 10025237, Osvaldo de Freitas Fogatti, 6.78 / 10065691, Pablo Julio de Jesus Souza, 6.43 / 10048052, Patricia Magalhaes Lima, 8.14 / 10037911, Patricia Soares Almeida, 6.34 / 10044738, Patricia Zoghaib, 7.21 / 10062403, Paulo Gustavo Rocha Siqueira, 7.22 / 10036304, Paulo Medina Neto, 7.34 / 10067168, Paulo Vitor Carrijo Moreira, 7.26 / 10001135, Pedro Alberto Lima de Oliveira, 6.63 / 10065605, Priscila Santos Oliveira, 7.99 / 10056112, Rafael Santos Barreto, 6.47 / 10044822, Rafael Suzana Costa, 5.72 / 10024542, Raphael Effgem, 7.10 / 10050641, Raquel Bueno Dias, 7.29 / 10058076, Raquel Raposo Gomes, 6.42 / 10046768, Regina Maria Torri, 7.09 / 10073920, Renata Casagrande Martelli, 8.13 / 10057185, Renata Flavia de Almeida Goncalves, 8.37 / 10028039, Ricardo Bergamim Pizetta, 7.58 / 10059590, Ricardo de Almeida Goncalves, 5.87 / 10025797, Roberta Sardenberg Guimaraes Henriques, 5.59 / 10053464, Roberto Rocha Saboia, 6.08 / 10027168, Rodolfo de Assis Ferreira, 7.79 / 10025217, Rodrigo Costa Rufato, 5.10 / 10055204, Romulo Moraes da Silva Vargas, 7.68 / 10084147, Ronacio Correa Alves, 7.83 / 10040361, Sabrina Costa Mello Silva, 6.52 / 10000038, Samuel Miranda Goncalves Soares, 6.66 / 10058315, Sidione Braga Dupke, 6.83 / 10058554, Siloni Taylor Nunes, 6.81 / 10041011, Silvia Helena Iwaki Soares de Mello, 5.96 / 10027588, Simone Abib Lahud, 7.23 / 10022046, Sofia Rolin Lievore, 7.11 / 10017008, Suani Teixeira, 6.00 / 10048079, Suellen Fardin Gripp, 7.45 / 10075257, Tatiana Machado Correa, 6.46 / 10057339, Tatiana Maria Bronzato Nogueira, 7.29 / 10013171, Tatiana Maria Duque Mota, 7.28 / 10067880, Thais Cani Bussular, 8.23 / 10030133, Thais Gomes Soares, 6.49 / 10047911, Thales Philipe Souza Barbosa, 7.82 / 10028644, Thayse de Souza Mendes, 7.24 / 10048780, Thiago Balbi da Costa, 6.81 / 10011609, Thiago Passos da Costa, 5.70 / 10010044, Tiago Balbino Azeredo da Silva, 6.56 / 10078863, Tiago Giordani Marques, 7.19 / 10000168, Valdeci Ataide Capua, 6.75 / 10064119, Vanessa Cristino de Oliveira, 7.51 / 10072494, Vania Gisela Pini Michelutti, 7.30 / 10056515, Vania Lourensute, 7.86 / 10021490, Vanusa Ratzke, 7.30 / 10030712, Victor Goncalves Lisboa, 5.94 / 10023989, Victor Hugo Alves Sales, 6.46 / 10054035, Vinicius de Azevedo Andrich, 6.63 / 10016924, Vinicius Fregonazzi Tavares, 9.36 / 10059346, Vinicius Oliveira Gomes Lima, 5.56 / 10062185, Vitor Daniel Furtado Cevidanes, 6.59 / 10053141, Vitor Falcao de Souza, 7.90 / 10036196, Warlen de Souza Maia, 6.50 / 10076027, William Charles Wilk Tecianeli, 6.98. 1.1.1 Resultado final na prova prática de digitação dos candidatos que se declararam portadores de deficiência, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na prova prática de digitação.

Page 5: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

10039795, Fabio de Oliveira Guimaraes, 0.00 / 10081430, Gunther Bittencourt de Araujo, 6.97 / 10046110, Gustavo Vargas Quinamo, 5.99 / 10055159, Joao Seidel Junior, 5.94 / 10025081, Jose Ricardo Vieira Silva, 5.73 / 10054860, Juliana Valli de Carvalho, 7.16 / 10078356, Leonardo Comerio Fiorio, 7.17 / 10036059, Leonardo Forattini Dutra, 6.02 / 10077021, Leticia Ferreira Furtado, 6.61 / 10065026, Maura Antonia Pola, 5.14 / 10030407, Nathalia da Conceicao Torezani, 7.54 / 10062302, Pedro Sergio Mantovani Migliorini, 6.34 / 10065256, Wilson Vago Ferrari, 6.54. 1.1.2 Resultado final na prova prática de digitação dos candidatos sub judice, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na prova prática de digitação. 10050125, Cezar Roberto Nogarol Silva, 7.03 / 10060849, Debora Novais Servante, 6.97 / 10065623, Fabiana Correa Guasti, 6.54 / 10077842, Fabio Rodrigo Cirino Leite, 8.02 / 10051830, Frederico Cesar Leao Encarnacao, 7.33 / 10063409, Larissa Dalla de Oliveira, 8.32 / 10065268, Leonardo Alves Colnago, 7.31 / 10047309, Luciana Souza Dias, 8.91 / 10005153, Ronaldo Jose Barbieri, 6.90. 2 Convocação para a entrega de documentação para a avaliação de títulos dos candidatos ao cargo de Analista Judiciário 2 – área: Judiciária – especialidade: Direito, na seguinte ordem: cargo/área/especialidade, número de inscrição e o nome do candidato em ordem alfabética. 1.1 ANALISTA JUDICIÁRIO 02 – ÁREA: JUDICIÁRIA – ESPECIALIDADE: DIREITO 10027659, Acilaya Magalhaes Hylario / 10015719, Adolf Zini de Souza / 10030717, Adriano Batista Gonzaga de Souza / 10051041, Aislan Queiroz Fontes / 10022596, Alessandro Carvalho Franco / 10039084, Alessandro Sena / 10007020, Alexandre Barboza Coutinho / 10050512, Alexandre Rezende Vieira / 10053641, Alexandre Tatagiba de Oliveira / 10052575, Aline Barros Mendes / 10042408, Aline Candida Mendonca / 10040978, Aline Gabrielle Costa / 10062946, Ana Carolina Ferreira de Freitas / 10040209, Ana Claudia Baltazar Cardozo Cremasco / 10079857, Ana Livia Ribeiro Roriz / 10075351, Andre Luis da Silva Gomes / 10039707, Andre Monjardim Valls Piccin / 10055334, Andressa Abreu Biondo / 10058559, Antonio Emilio Abreu Dias Borges / 10040869, Antonio Salgado Neto / 10029284, Beatriz Valadao Teixeira / 10053761, Bernard Falcao Lima / 10053718, Bruna Maria Bissi Passamani / 10050389, Bruna Serafim Teixeira / 10031913, Bruno Bassani Rebelo / 10074671, Camilla Martins Frizzera Borges / 10043066, Camilla Rodrigues Marques / 10007944, Carlos Raphael de Andrade Silva / 10065533, Carolina Bof Bermudes / 10009379, Carolina Salles Furtado / 10073008, Carolini Avancini Tonini / 10064512, Cassius Baesso Franco Barbosa / 10073664, Christian de Oliveira e Fernandes / 10012684, Chrysty Britto dos Reis Colombo Sarnaglia / 10045188, Cinthya Tofano Cuzzuol / 10061992, Claudia de Cassia Duarte Macedo Buzim / 10047906, Crisamon Ferreira da Silva / 10002122, Cristiane Baeta Santos / 10023138, Cristovao de Castro Junior / 10036213, Daniela Fonseca de Faria / 10014576, Daniela Lima Ramos / 10061537, Danilo Oliveira Araujo / 10041285, Danubia Santana Bermond / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan / 10070850, Dayane de Assis Soares / 10068798, Diana Leal Ferreira / 10061296, Diego Duarte Bertoldi / 10057525, Diego Milani Coutinho / 10052384, Diego Pederneiras Moraes Rocha / 10056271, Diogo Fonseca Tavares / 10038157, Diogo Miranda Chesquini / 10039712, Duilio Mocelin Cardoso / 10074437, Edenilton Camargos Sampaio / 10014676, Edilberto Dias Ribeiro / 10052796, Edimar Margotto Junior / 10012567, Eduardo Veiga Vidal / 10068429, Eduardo Vieira Carniele / 10038760, Elisa Koehler Salles / 10049652, Elvis Eduardo Nogueira Silva / 10026480, Emmanuel de Vasconcelos Agapito / 10040084, Emmanuel Domingues / 10067129, Erich Raphael Masson / 10058491, Evandro Costa Bolzani / 10036352, Everton Ferreira Borgo / 10084910, Ewerton Santos Freitas / 10065823, Fabio da Costa Ribeiro / 10036668, Fabio Langa Dias / 10017011, Fabricio Alves Ghidetti / 10075457, Fabricio Bittencourt Gomes / 10038068, Felipe Cardoso Silveira / 10055481, Felipe Carlos Ribeiro de Carvalho / 10070161, Felipe Feliz da Silveira / 10079406, Fernanda Lisboa Borgo / 10030659, Fernanda Sabaini Dalmasio / 10059432, Fernando Porcino Goncalves Pereira / 10064139, Filipe Machado Rangel / 10070275, Filipe Ramos Oliveira / 10057807, Flames Ramatis Cesario / 10051168, Flavia Marchezi Goes Batista / 10050336, Flavio Diirr Lima / 10053477, Francisco Alves de Souza Medina / 10077220, Francisco Carlos Ribeiro Itaboray / 10067876, Francisco Jose Frota Junior / 10005453, Frederico Jose Furtado Pizzin / 10043795, Gabriel Grassi Pizetto / 10011924, Gilson Rosario

Page 6: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

do Nascimento / 10057470, Giselle Herkenhoff Patricio / 10049810, Giulianno Cruz Nascimento / 10005022, Gizelly Gussye Amaral Rabello / 10034904, Guilherme Alves dos Santos / 10056237, Hector Sobreira Bujan / 10083507, Helio Adolpho Machado Schiavo / 10073087, Henrique de Carvalho Gorza / 10027703, Henrique Fernandes Wyatt / 10010356, Henrique Rato Zanandrea / 10070374, Herica Rodrigues do Nascimento Amaro / 10080714, Hermilene de Souza Fonseca / 10003709, Humberto Bazzarella Fonseca / 10033655, Itana Brito Nascimento / 10037987, Jacqueline Donatila Ferreira Demo / 10050185, Joao Rodrigues Neto / 10055053, Joaquim Pacheco Rodrigues / 10062901, Jorge Munhos de Souza / 10065659, Jose Lucio do Nascimento Neto / 10068979, Jose Ricardo Rocha Checchia / 10016586, Julia Vieira Pires Martins / 10046403, Juliana Brotto Marangoni / 10057167, Juliana Carrareto Favarato / 10084388, Juliana Fujita de Figueiredo / 10065562, Juliano Silva Vaz Pereira / 10085908, Julio Cesar Azevedo de Almeida / 10050949, Jullyer Gadioli Milanez / 10010082, Katharina Maria Marcondes Ferrari / 10043361, Klinger Wanderlei da Rocha / 10066653, Lais Cerqueira Tavares / 10066274, Lais Lima Alves / 10006141, Lais Rodrigues de Oliveira / 10003395, Leandro Junqueira Freire / 10048142, Leandro Miranda Mai / 10015988, Leidimayre Pereira de Azevedo / 10038681, Leo Pimentel Orlandi / 10052020, Leonardo Alencastre Fuzari / 10023874, Leonardo Cunha Rigoni / 10054004, Leonardo Pereira Chagas / 10080938, Leonardo Reis Teodoro / 10066446, Leony Antonio Callente Natali / 10019323, Liliana Rocha Fernandes / 10007289, Lislei Monique Almeida Alberto / 10035163, Lucas Lauff Bernardo / 10022219, Luciana Barcellos Goncalves / 10084386, Luciana Moreira Araujo / 10046356, Lucilia Alvarenga Meirelles / 10066719, Luiz Felipe Junges Zani / 10035772, Luiz Fernando Lievore Fabris / 10037611, Maira Moscon Ghidetti / 10069475, Maira Rocha Carvalho / 10065731, Makena Marchesi / 10040917, Marcelo Correa Vaille da Silva / 10061662, Marcelo Gomes Fernandes / 10003156, Marcielle Pinheiro Leal / 10068428, Marcones Silva de Almeida / 10030105, Mariah Bassini Frizzera / 10028148, Mariana Marchesi Helmer / 10034029, Mariana Vieira Gomes / 10027015, Marina Bastos Vieira Mendith / 10075291, Marina Dallapicola Teixeira Mignoni / 10055016, Marina Gerlin Santos / 10043623, Marina Lopes Gomes / 10032670, Matheus Tedoldi Sarcinelli / 10035507, Maxim Antonio Fernandes Diniz Filho / 10054305, Meireely Alvarenga Machado / 10066013, Michelle Alves Moreria / 10087513, Michelle Carvalho de Souza / 10022469, Millena Favila Butti Buralli / 10026513, Mirian Flavia Venturim / 10062868, Natalia Coelho Dalapicola / 10048321, Nicolle Rigoni Santana / 10025237, Osvaldo de Freitas Fogatti / 10065691, Pablo Julio de Jesus Souza / 10048052, Patricia Magalhaes Lima / 10037911, Patricia Soares Almeida / 10044738, Patricia Zoghaib / 10062403, Paulo Gustavo Rocha Siqueira / 10036304, Paulo Medina Neto / 10001135, Pedro Alberto Lima de Oliveira / 10065605, Priscila Santos Oliveira / 10056112, Rafael Santos Barreto / 10044822, Rafael Suzana Costa / 10024542, Raphael Effgem / 10050641, Raquel Bueno Dias / 10058076, Raquel Raposo Gomes / 10046768, Regina Maria Torri / 10073920, Renata Casagrande Martelli / 10028039, Ricardo Bergamim Pizetta / 10059590, Ricardo de Almeida Goncalves / 10053464, Roberto Rocha Saboia / 10025217, Rodrigo Costa Rufato / 10055204, Romulo Moraes da Silva Vargas / 10084147, Ronacio Correa Alves / 10040361, Sabrina Costa Mello Silva / 10000038, Samuel Miranda Goncalves Soares / 10058554, Siloni Taylor Nunes / 10022046, Sofia Rolin Lievore / 10057339, Tatiana Maria Bronzato Nogueira / 10067880, Thais Cani Bussular / 10047911, Thales Philipe Souza Barbosa / 10028644, Thayse de Souza Mendes / 10078863, Tiago Giordani Marques / 10000168, Valdeci Ataide Capua / 10064119, Vanessa Cristino de Oliveira / 10072494, Vania Gisela Pini Michelutti / 10056515, Vania Lourensute / 10021490, Vanusa Ratzke / 10030712, Victor Goncalves Lisboa / 10016924, Vinicius Fregonazzi Tavares / 10062185, Vitor Daniel Furtado Cevidanes / 10036196, Warlen de Souza Maia. 1.1.1 Convocação para a entrega de documentação para a avaliação de títulos dos candidatos que se declararam portadores de deficiência, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na prova prática de digitação. 10081430, Gunther Bittencourt de Araujo / 10046110, Gustavo Vargas Quinamo / 10055159, Joao Seidel Junior / 10025081, Jose Ricardo Vieira Silva / 10054860, Juliana Valli de Carvalho / 10078356, Leonardo

Page 7: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Comerio Fiorio / 10036059, Leonardo Forattini Dutra / 10077021, Leticia Ferreira Furtado / 10062302, Pedro Sergio Mantovani Migliorini / 10065256, Wilson Vago Ferrari. 1.1.2 Convocação para a entrega de documentação para a avaliação de títulos dos candidatos sub judice, na seguinte ordem: número de inscrição, nome do candidato em ordem alfabética e nota final na prova prática de digitação. 10050125, Cezar Roberto Nogarol Silva / 10060849, Debora Novais Servante / 10047309, Luciana Souza Dias. 3 Convocação para a perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência, na seguinte ordem: cidade, local, data e horário de realização da perícia médica, número de inscrição e nome do candidato em ordem alfabética. 3.1 VITÓRIA/ES LOCAL: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – IFES (antigo CEFET/ES) Avenida Vitória, nº 1.729 – Jucutuquara – Vitória/ES. DATA: 10 de julho de 2011. HORÁRIO: 9 horas (horário local) 10081430, Gunther Bittencourt de Araujo / 10046110, Gustavo Vargas Quinamo / 10055159, Joao Seidel Junior / 10025081, Jose Ricardo Vieira Silva / 10054860, Juliana Valli de Carvalho. DATA: 10 de julho de 2011. HORÁRIO: 10 horas (horário local) 10078356, Leonardo Comerio Fiorio / 10036059, Leonardo Forattini Dutra / 10077021, Leticia Ferreira Furtado / 10062302, Pedro Sergio Mantovani Migliorini / 10065256, Wilson Vago Ferrari. 4 DA AVALIAÇÃO DE TÍTULOS (apenas para o cargo de Analista Judiciário 02 – área: Judiciária – especialidade: Direito) 4.1 Os candidatos convocados para a avaliação de títulos disporão dos dias 7 a 9 de julho de 2011, no horário das 8 horas às 12 horas e das 13 horas às 17 horas (horário local), para a entrega dos títulos, no endereço: EEEM Professor Fernando Duarte Rabelo (Instituto de Educação) – Praça Cristovão Jacques, nº 260 – Praia de Santa Helena – Vitória/ES. 4.2 Para a avaliação de títulos, o candidato deverá observar todas as instruções contidas no item 8 do Edital nº 01 – TJ/ES, de 20 de dezembro de 2011, publicado no Diário da Justiça – Órgão Oficial do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo. 4.3 Receberá nota zero o candidato que não entregar os títulos na forma, no prazo e no local estipulados no edital de abertura e neste edital. 5 DISPOSIÇÕES GERAIS 5.1 As respostas aos recursos interpostos contra o resultado provisório na prova prática de digitação estarão à disposição dos candidatos a partir da data provável 7 de julho de 2011, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/tj_es2010. 5.1.1 O CESPE/UnB não arcará com prejuízos advindos de problemas de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como de outros fatores, de responsabilidade do candidato, que impossibilitem a visualização das respostas aos recursos. 5.2 O resultado provisório na perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência e o resultado provisório na avaliação de títulos para o cargo de Analista Judiciário 02 – área: Judiciária – especialidade: Direito serão publicados no Diário da Justiça – Órgão Oficial do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo e divulgados na Internet, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/tj_es2010, na data provável de 15 de julho de 2011.

DES. MANOEL ALVES RABELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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III PROCESSO SELETIVO ESTAGIÁRIO CONCILIADOR 

LISTA DE RESULTADOS – GERAL

APROVADOS

INSCRIÇÃO NOME PONTOS PERIODO DT.NASC. DEFIC. COMARCA1 4 CHARLES FRANCISCO ROZARIO 78 0000006 12/5/1980 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA

2 244 HENRIQUE AMARAL FERREIRA 66 0000007 14/3/1990 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VILA VELHA

3 162 LORENA CYSNE DE LIMA PINTO 60 0000005 25/1/1986 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA

4 209 CRISTIANO CAMPELO SODRÉ 58 0000005 7/9/1981 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA

5 150 SIDCLÉIA VITORINO DOS SANTOS 58 0000005 10/8/1985 N COMARCA DE SÃO MATEUS

6 90 LUAN FRANZOTTI GONÇALVES 58 0000005 10/5/1988 N COMARCA DE GUARAPARI

7 267 LÍVIA AVANCE ROCHA 58 0000005 4/3/1991 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VILA VELHA

8 72 SARA BRITO DE FREITAS 56 0000005 10/8/1991 N COMARCA DE CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM

9 126 LUAN CELANTE GAZOLLI 56 0000004 21/4/1992 N COMARCA DE SÃO GABRIEL DA PALHA

10 42 FERNANDO TAVARES RENES 54 0000007 18/12/1989 N COMARCA DE SÃO GABRIEL DA PALHA

11 300 NATÁLIA LACERDA 54 0000005 9/10/1989 N COMARCA DE SÃO GABRIEL DA PALHA

12 283 RAQUEL RAMOS SOBREIRA 54 0000005 27/1/1991 N COMARCA DE ALEGRE

13 135 THALES SOARES COSTA 54 0000004 28/2/1991 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA

14 311 DANNIEL GUALBERTO PERES BATISTA 54 0000004 18/5/1992 N COMARCA DE MIMOSO DO SUL

15 232 LILIAN VIEIRA MACIEL DA SILVEIRA 50 0000007 20/4/1989 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VILA VELHA

16 18 IAN NOUR DE ALCANTARA SOARES 50 0000007 20/8/1990 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VILA VELHA

17 65 VINICIUS RIZZOLI VIEIRA 50 0000005 5/2/1991 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE CARIACICA

18 306 JORDANA ALMEIDA MANTOVANELLI 50 0000005 12/2/1991 N COMARCA DE CONCEIÇÃO DA BARRA

19 51 CARLOS ALBERTO DIAS 50 0000004 4/8/1963 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DE VITÓRIA

20 88 LARYSSA SOARES LADISLAU 50 0000004 11/8/1990 N COMARCA DA CAPITAL - JUÍZO DA SERRA

REPUBLICADO POR TER SIDO PUBLICADO AS COMARCAS COM DESCONFIGURAÇÃO.  

Page 9: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATOS E DESPACHOS DO PRESIDENTE

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATO ESPECIAL ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO E Nº _753______/2011 - CONSIDERAR LICENCIADA a Exmª. Srª.Drª. ALINE MOREIRA SOUZA TINOCO, MM. Juíza de Direito da 1ª Varada Comarca de Conceição da Barra, de 2ª Entrância, por 03 (três) dias, a partir de15/06/2011, para tratamento de saúde, de acordo com o artigo 69, inciso I, da LeiOrgânica da Magistratura Nacional (LOMAN).

P U B L I Q U E - S E Vitória, 30 de junho de 2011

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATO ESPECIAL ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA

ATO E Nº __754____/2011 - CONSIDERAR LICENCIADA a Exmª. Srª.Drª. FERNANDA CORRÊA MARTINS, MM. Juíza de Direito Substituta deEntrância Especial, no dia 13/06/2011, para acompanhamento de pessoa dafamília, de acordo com o artigo 69, inciso II, da Lei Orgânica da MagistraturaNacional (LOMAN).

P U B L I Q U E - S E Vitória, 30 de junho de 2011

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATOS ESPECIAIS ASSINADOS PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO E Nº __755___/2011 - CONCEDER ao Exmº. Sr. Dr. MAXONWANDER MONTEIRO, MM. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca deNova Venécia, de 3ª Entrância, 15 (quinze) dias de férias relativas ao segundosemestre de 2010, a partir de 18/07/2011.

ATO E Nº __756____/2011 - CONCEDER à Exmª. Srª. Drª. BRUNELLAFAUSTINI BAGLIOLI, MM. Juíza de Direito da 5ª Vara Criminal do Juízo daSerra, Comarca da Capital, de Entrância Especial, 30 (trinta) dias de fériasrelativas ao período de JANEIRO/2005, a partir de 18/07/2011.

P U B L I Q U E - S E Vitória, 30 de junho de 2011

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATO ESPECIAL ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO E Nº _757_____/2011 - CONCEDER à Exmª. Srª. Drª. TELMELITAGUIMARÃES ALVES, MM. Juíza de Direito da 3ª Vara Cível do Juízo da Serra,Comarca da Capital, de Entrância Especial, 12 (doze) dias de afastamento, apartir de 18/07/11, concedidos através do Ato E nº 73/02, publicado no “DJ” de26/02/02.

P U B L I Q U E - S E Vitória, 20 de junho de 2011

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATO ESPECIAL ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO E Nº__758_____/2011 - CONCEDER à Exmª. Srª. Drª. CRISTINAELLER PIMENTA BERNARDO, MM. Juíza de Direito da Vara da FazendaPública Estadual, Municipal, Registros Públicos e Meio Ambiente da Comarca deLinhares, de 3ª Entrância, 30 (trinta) dias de férias relativas ao segundosemestre de 2010, para gozo oportuno.

P U B L I Q U E - S E

Vitória, 30 de junho de 2011

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATO ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO Nº 1041 /11 - DESIGNAR o Sr MARCELO FARIAS DE OLIVEIRA,Analista Judiciário 01 para substituir o Sr. FABIO BUAIZ DE LIMA no cargoem comissão de Diretor Judiciário de Edição e Publicação deste Egrégio Tribunalde Justiça, no período de 06/07/11 a 05/08/11.

P U B L I Q U E - SE

Vitória-ES, 01 de julho de 2011.

DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELOPRESIDENTE

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATO ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

3 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 10: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ATO Nº 1042 /11 - DESIGNAR a Sra MARIA CRISTINA AQUINOVIDIGAL, Analista Judiciário 02 para substituir a Sra. KÁTIA SANTOSCARDOSO DE MENDONÇA no cargo em comissão de Diretor Judiciário dePagamento de Pessoal deste Egrégio Tribunal de Justiça, no período de 30 (trinta)dias, a partir de 05/07/11.

P U B L I Q U E - SEVitória-ES, 30 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELOPRESIDENTE

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATO ASSINADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ATO Nº 1043 /11 - PRORROGAR os efeitos do ato nº 579/11 publicado no"DJ" de 28/03/11 que colocou o Sr. MAURÍCIO MENDES JÚNIORAnalista Judiciário 01 deste Egrégio Tribunal de Justiça, à disposição da Comarcade Castelo, de 2ª Entrância, pelo período de (06) seis meses, tendo em vista r.decisão da Egrégia Presidência nº 200800865671.

P U B L I Q U E - SEVitória-ES, 01 de julho de 2011.

DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATOS ASSINADOS PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO .

ATO Nº 1044 /11 - EXONERAR a Sra. INGRID PEREIRA FERNANDESdo exercício do cargo em comissão de Assessor de Juiz, a partir de 01/07/11.

ATO Nº 1045 /11 - EXONERAR a Sra. FABIANA BRAVIM do exercício docargo em comissão de Assessor de Juiz, a partir de 01/07/11.

ATO Nº 1046 /11 - NOMEAR a Sra. INGRID PEREIRA FERNANDESpara o exercício do cargo em comissão de Assessor de Juiz, a partir de 01/07/11.

ATO Nº 1047 /11 - RESOLVE LOTAR a Sra. INGRID PEREIRAFERNANDES Assessor de Juiz, na 2ª Vara Criminal da Comarca de SãoMateus, de 3ª Entrância, a partir de 01/07/11.

ATO Nº 1048 /11 - NOMEAR a Sra. CHRISTHIANE FURTADO PAULOGAMA para o exercício do cargo em comissão de Assessor de Juiz, a partir de01/07/11.

ATO Nº 1049 /11 - RESOLVE LOTAR a Sra. CHRISTHIANE FURTADOPAULO GAMA Assessor de Juiz, na Comarca de Mucurici, de 1ª Entrância, apartir de 01/07/11.

P U B L I Q U E - S E Vitória, 29 de junho de 2011.

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ATOS ASSINADOS PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

ATO Nº 1050 /11 DESIGNAR a Sra. GILDÉIA BITA Analista Judiciário 02para o exercício da função gratificada de Chefe da Secretaria Substituta da Vara daFazenda Pública Municipal e Estadual de Registros Públicos, Acidente doTrabalho Meio Ambiente da Comarca de Marataízes, de 3ª Entrância, noseventuais impedimentos e afastamentos do titular, tendo em vista r. decisão daEgrégia Presidência no processo de nº 200900257231.

ATO Nº 1051 /11 DESIGNAR a Sra. THATIANY MARCONSIN DONASCIMENTO Analista Judiciário 02 para o exercício da função gratificada deChefe da Secretaria Substituta da 2ª Vara Criminal da Comarca de Cachoeiro deItapemirim, de 3ª Entrância, no período de 11/07/11 a 10/08/11, tendo em vistar. decisão da Egrégia Presidência no processo de nº 200600093925.

ATO Nº 1052 /11 DESIGNAR de forma excepcional, o Sr. ÉRICOFIGUEIREDO GONÇALVES Analista Judiciário 02 para o exercício dafunção gratificada de Chefe da Secretaria Substituto da 1ª Vara Cível do Juízo daSerra, Comarca da Capital, de Entrância Especial, no período de 14/03/11 a12/05/11, tendo em vista r. decisão da Egrégia Presidência no processo de nº200900492156.

PU B L I Q U E - S EVitória-ES, 30 de junho de 2011

DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELOPRESIDENTE

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADIRETORIA JUDICIÁRIA ADMINISTRATIVA

ERRATA ASSINADA PELO EXCELENTÍSSIMO SENHORDESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTE EGRÉGIO TRIBUNALDE JUSTIÇA.

ERRATA: Na redação do ato nº 991/11 publicado no “DJ” de 17/06/11,referente a Sra. SALETTE APARECIDA LIMA DE RESENDE...

ONDE SE LÊ: RE- RATIFICAR os termos do Ato nº 1333/10, publicado no"DJ" de 06/08/10, que nomeou a Sra. SALETTE APARECIDA LIMA DERESENDE, para o exercício do cargo em comissão de Assessor de Juiz, lotadana 3ª Vara Criminal do Juízo de Vila Velha, Comarca da Capital, de EntrânciaEspecial, para fazer constar, Assessor de Juiz (Substituto).

LEIA-SE: RE- RATIFICAR os termos do Ato nº 1381/10, publicado no "DJ"de 18/08/10, que nomeou a Sra. SALETTE APARECIDA LIMA DERESENDE, para o exercício do cargo em comissão de Assessor de Juiz, parafazer constar, Assessor de Juiz (Substituto).

P U B L I Q U E - SEVitória-ES, 30 de junho de 2011.

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPRESIDENTE

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RETIFICAÇÃO DAPORTARIA Nº 015/2010- M

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTEDESTE EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NOUSO DE SUAS ATRIBUIÇÕES.

Retifico os termos da Portaria 015/2010 e determino ao Chefe doPoder Executivo Municipal que inclua no competente orçamento a importânciade R$ 597.462,86 (quinhentos e noventa e sete mil, quatrocentos e sessenta e doisreais e oitenta e seis centavos), atualizada até 25/11/2009, referente ao PrecatórioNº 200100000053, cujo ofício requisitório foi protocolizado em 11/11/2008, denatureza Comum, oriundo do Processo Nº 035.980.117.788, para pagamento aEVARISTO BAPTISTA E IVANETE CRUZ BAPTISTA, e Dr. ClorivaldoBenedito Freitas Belém e Outro por ser devedor o Município de VilaVelha/ES, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, devendo serfeita a atualização da referida quantia até a data do efetivo pagamento.

4 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 11: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

As dotações orçamentárias e os créditos abertos deverão serconsignados diretamente ao Poder Judiciário, recolhendo-se as importâncias àDiretoria Judiciária Econômica, Financeira e Contábil do Tribunal de Justiça,cabendo ao Presidente determinar o pagamento observada a ordem cronológicadas Portarias já expedidas, em conformidade com o disposto no art. 100, alteradopela EC nº 62, e, 106 da Constituição Federal e Estadual respectivamente.

CUMPRA-SEPUBLIQUE-SEVitória, 29 de junho de 2011.

Desembargador MANOEL ALVES RABELOPresidente

ATOS E DESPACHOS DODIRETOR-GERAL

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ATA DE REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO ELETRÔNICO Nº 49/2011

PROCESSO 213/11PROTOCOLO 201000670492

CONTRATANTE: Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

CONTRATADA: RJ & JR Comercial Ltda-EPP

OBJETO: Eventual aquisição de conteineres para armazenamento de lixo paraatender a Diretoria Judiciária de patrimônio deste Tribunal de Justiça do EspíritoSanto.

VALOR: O Contratante pagará à Contratada o valor unitário, conforme abaixo:Item 1- conteineres para armazenamento de lixo, marca Marfinite, R$ 1.000,00

VIGÊNCIA: 12 (doze) meses, a contar de sua assinatura.

DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:03.901.02.061.0163.1.031

ELEMENTO:4.4.90.52.42

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ MAGALHÃES NETODiretor Geral de Secretária

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 486/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diárias aoMM. Juiz de Direito abaixo relacionado, conforme requerimento, observado olimitador contido no Art. 9º, § 2º, bem como o Art. 12, § 2º, da Resoluçãosupracitada:

1º, 05, 07, 12, 13,14, 20, 21, 27 e28/07/2011

JurisdiçãoEstendida

Conceição doCastelo

Juiz deDireito

Dr. Joaquim RicardoCamatta Moreira201100695384

1º, 06, 07, 08, 13,14, 15 e29/07/2011

JurisdiçãoEstendida

João NeivaJuiz deDireito

Dr. Braz Aristótelesdos Reis201100703338

1º, 05, 07, 08, 12,14, 15 e18/07/2011

JurisdiçãoEstendida

Cachoeiro deItapemirim

Juiz deDireito

Dr. Marcelo Jones deSouza Noto201100704196

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.Vitória, 1º de julho de 2011.

TEREZINHA LAGHI LARANJADiretora Geral em exercício

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 487/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diárias aosservidores abaixo relacionados, conforme requerimentos, observado o Art. 12, §2º, da Resolução supracitada:

1º/07/2011Efetuar manutenção nosistema de segurança dofórum

PinheirosOficialJudiciário

Marcelo Júlio Nunesda Paixão201100710415

1º/07/2011Efetuar manutenção nosistema de segurança dofórum

PinheirosAnalistaJudiciário 1

Antonino VilázioGerlin201100710415

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.Vitória, 1º de julho de 2011.

TEREZINHA LAGHI LARANJADiretora Geral em exercício

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇADiretoria Geral

Tel.:3334-2210/2216 Fax.: 3334-2218

PORTARIA 488/2011ESCALA DE PLANTÃO ININTERRUPTO TJ

TEL. 24h - 3334-2025

DESEMBARGADORES DE PLANTÃO

DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA 25/07(19h) à 1º/08(12h)

DESª. convocada ELIANA MUNHÓSFERREIRA

18/07(19h) à 25/07(12h)

DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DOAMARAL

11/07(19h) à 18/07(12h)DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE04/07(19h) à 11/07(12h)MÊS DE JULHO/11 DIAS

OBS:. Quando demandado, o Plantão de 2ª instância funcionará na Sede doTribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, situado na Av. DesembargadorHomero Mafra, nº 60, Enseada do Suá, Vitória/ES, da seguinte forma:

- 2ª à 6ª (dias úteis) - de 19h às 12h do dia seguinte.

- Sábados, Domingos e Feriados - 24h PUBLIQUE-SE. Diretoria Geral da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo.

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 489/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diárias aoMM. Juiz de Direito abaixo relacionado, conforme requerimento, observado olimitador contido no Art. 9º, § 2º, bem como o Art. 12, § 2º, da Resoluçãosupracitada:

5 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 12: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1º, 04, 05, 11, 12, 18,19, 22, 25, 26 e29/07/2011

JurisdiçãoEstendida

Cachoeiro deItapemirim

Juiz deDireito

Dr. Felipe BertrandSardenberg Moulin201100712215

1º, 07, 08, 14, 15, 21,22 e 28/07/2011

JurisdiçãoEstendida

MarilândiaJuiz deDireito

Dr. Enéas José FerreiraMiranda201100695422

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 490/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diárias aosMM. Juízes de Direito abaixo relacionados, conforme requerimentos, observado olimitador contido no Art. 9º, § 2º, da Resolução supracitada:

06, 07, 13, 14, 20, 21, 27 e28/07/2011

JurisdiçãoEstendida

Laranja daTerra

Juiz deDireito

Dr. Jorge OrrevanVaccari Filho201100709058

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 491/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diária aosMagistrados abaixo relacionados, conforme requerimentos, observado o Art. 12, §2º, da Resolução supracitada:

28/06/2011Participar da Sessãoda 4ª TurmaRecursal Sul

CachoeirodeItapemirim

Juiz deDireito

Dr. Roberto LuizFerreira Santos201100689012

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 492/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diária aoMagistrado abaixo relacionado, conforme requerimento, observado o Art. 12, §2º, da Resolução supracitada:

30/06 a1º/07/2011

Inspecionar asunidades prisionaisjunto aos Conselhosda Comunidade

Barra de SãoFrancisco e SãoDomingos doNorte

Juiz deDireito

Dr. Marcelo MenezesLoureiro

201100700807

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

PORTARIA Nº 493/2011 - O DIRETOR GERAL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuiçõeslegais, tendo em vista a delegação de competência de que trata o Ato nº1834/2009, publicado no “DJ” do dia 19/01/2010 e de acordo com a Resoluçãonº 006/11, publicada no “DJ” de 08/02/2011. RESOLVE conceder diárias aosservidores abaixo relacionados, conforme requerimentos:

06 a07/07/2011

Medição dos serviçosde reforma do fórum

MarilândiaAssessorJudiciário

Anderson FonsecaFigueiredo201100715375

PERÍODOATIVIDADEDESTINOCARGONOME

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE. Diretoria Geral da Secretariado Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.Vitória, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

RETIFICAÇÃO, a pedido, referente protocolo nº 201100716630Na redação da Portaria nº 481/2011 publicada no “DJ” de 01/07/2011

Onde se lê: 29/06 a02/07/2011

Participar dasAudiências PúblicasOrçamentoParticipativo

Colatina eLinhares

CoordenadordeInformática

Tasso de MacedoLugon201100703700

Leia-se:29/06 e1º/07/2011

Participar dasAudiências PúblicasOrçamentoParticipativo

Colatina eLinhares

Coordenadorde Informática

Tasso de MacedoLugon201100703700

P U B L I Q U E - SE.Vitória-ES, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

RETIFICAÇÃO, a pedido, referente protocolo nº 201100709581Na redação da Portaria nº 480/2011 publicada no “DJ” de 01/07/2011

Onde se lê: 05 a07/07/2011

Realizar olevantamento dasnecessidades

Alegre, Mimoso doSul, Santa Leopoldina,Domingos Martins,Cachoeiro deItapemirim e MarechalFloriano

AuxiliarJudiciário

AdemildoRodrigues

201100700756

Leia-se:05 a08/07/2011

Realizar olevantamento dasnecessidades

Alegre, Mimoso do Sul,Santa Leopoldina,Domingos Martins,Cachoeiro de Itapemirime Marechal Floriano

AuxiliarJudiciário

AdemildoRodrigues

201100700756

P U B L I Q U E - SE.Vitória-ES, 1º de julho de 2011.

TEREZINHA LAGHI LARANJADiretora Geral em exercício

6 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 13: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

RETIFICAÇÃO, a pedido, ref. protocolo nº 201100709313Na redação da Portaria nº 485/2011 publicada no “DJ” de 04/07/2011

Onde se lê: 05, 06, 11, 18, 20, 25 e27/07/2011

JurisidiçãoEstendida

GuarapariJuíza deDireito

Dra. Maria JovitaFerreira Reisen Ciscotto201100696853

Leia-se:05, 06, 11, 20, 21, 27 e28/07/2011

JurisidiçãoEstendida

GuarapariJuíza deDireito

Dra. Maria JovitaFerreira Reisen Ciscotto201100696853

P U B L I Q U E - SEVitória-ES, 04 de julho de 2011.

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODiretor Geral

COMISSÃO PERMANENTE DELICITAÇÃO

ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇACOMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

AVISO DE LICITAÇÃO

PREGÃO ELETRÔNICO N.º 080/11

OBJETO: Contratação de empresa especializada para desenvolver projetoscomplementares de elétrica, rede estruturada, sonorização e CFTV (imagem eáudio) para a nova sede da Corregedoria Geral da Justiça.

ABERTURA: 18/07/2011 às 14h, no site “www.comprasnet.gov.br”.

EDITAL: Disponibilizado no site “www.comprasnet.gov.br”.

DEMAIS INFORMAÇÕES: Tel: (27) 3334-2328, Fax: (27) 3334-2335 oupessoalmente, na Sede do Tribunal de Justiça, sito na Rua DesembargadorHomero Mafra nº 60, Enseada do Suá, Vitória/ES, Setor de Licitação.

Vitória/ES, 04 de julho de 2011.

ANA LUCIA BRUNOROPregoeira

COMISSÃO ESPECIAL DE PROMOÇÃO

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

CEPRO

ERRATA

- EM CUMPRIMENTO AO V. ACÓRDÃO PROFERIDO NOS AUTOS DOPROCESSO 100110009766, DO E. CONSELHO DA MAGISTRATURA, NOATO Nº 1.863/2010, PUBLICADO NO “DJ” DE 03/12/10, ONDE SE LÊ:

B2XVI1639ANALISTAJUDICIÁRIO 02

MARIA JOSÉ MOURATAVARES

- LEIA-SE:

C2XVI1642ANALISTAJUDICIÁRIO 02

MARIA JOSÉ MOURATAVARES

PUBLIQUE-SE.VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011.

DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELOPRESIDENTE

CENTRAL DE CONCILIAÇÃO DEPRECATÓRIOS

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SETOR DE PRECATÓRIOS

INTIMAÇÕES INTIMO O DR. JOSÉ LUIZ GRISOTTO RIBEIRO, OAB/ES 6.822,PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIALDE FLS. 45/48, NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200009000429, EMQUEM É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE MANTENÓPOLIS.

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011.

JOELSON TRISTÃO DE SOUZADIRETOR JUDICIÁRIO ECONÔMICO, FINANCEIRO E CONTÁBIL

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

INTIMAÇÃO - PRECATÓRIOS

INTIMO MARIA DAS DORES RANGEL, POR SUA ADVOGADA DRªSAMANTHA WEBSTER MACHADO MENDES MATRÍCULA 278650-8 -DEFENSORA PÚBLICA, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVELDECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 84/87, E PARAAPRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOSDÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200090000105, EM QUE ÉDEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 84/87, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200090000105, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIA MARIA DAS DORES RANGEL.

INTIMO OSMAR PEREIRA E ESMERINDA OLINDA FERREIRAPEREIRA, POR SEUS ADVOGADOS DRS. ARMANDO DA CUNHARAMALDES OAB/ES 1833, FRANCISCO DE OLIVEIRA OAB/ES 2261,CHRISTINA MARIA FOEGER DE PAULA OAB/ES 2662 E RAFAELPEREIRA DE FREITAS OAB/ES 14.986, PARA TOMAR CIÊNCIA DARESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 552/555, EPARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃODOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 693/95, EM QUE ÉDEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 552/555, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 693/95, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃO DOVALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO, EMQUE SÃO BENEFICIÁRIOS OSMAR PEREIRA E ESMERINDA OLINDAFERREIRA PEREIRA.

INTIMO CASAS GIACOMIM LTDA., POR SEUS ADVOGADOS DRS.GRACIANO MORÊTO OAB/ES 974, LUCILLO BORGES S. FILHOOAB/ES 1357 E PAULO C. GOMES OAB/ES 12796, PARA TOMARCIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁSFLS. 36/39, E PARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS ÀQUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 698/95,EM QUE É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 36/39, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 698/95, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃO DOVALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO, EMQUE É BENEFICIÁRIA CASAS GIACOMIM LTDA..

7 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 14: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

INTIMO ALDY JOSÉ BOTECHIA, HAYDEE QUEIROZ COUTINHOE OUTROS, POR SEUS ADVOGADOS DRS. RICARDO FERREIRAPINTO HOLZMEISTER OAB/ES 5.111, CARLOS AUGUSTO ALLEDI DECARVALHO OAB/ES 4.839 E MARILIA TIRONI SANTOS OAB/ES 5.113,PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIALEXARADA ÁS FLS. 39/42, E PARA APRESENTAR OS DOCUMENTOSNECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200960000715, EM QUE É DEVEDOR O MUNICÍPIODE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 39/42, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200960000715, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE SÃO BENEFICIÁRIOS ALDY JOSÉ BOTECHIA, HAYDEEQUEIROZ COUTINHO E OUTROS.

INTIMO EMILIANA DIAS REBULI, POR SEU ADVOGADO DR.LAECIO CARLOS GUIMARAES OAB/ES 3.418, PARA TOMAR CIÊNCIADA RESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 38/41,E PARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS ÀQUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº200960000244, EM QUE É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 38/41, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200960000244, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIA EMILIANA DIAS REBULI.

INTIMO JORGE MANOEL ABREU, POR SEU ADVOGADO DR.NEUDSONJOSÉ DA SILVA OAB/ES 7237, PARA TOMAR CIÊNCIA DARESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 26/29, EPARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃODOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200960000517, EMQUE É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 26/29, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200960000517, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO JORGE MANOEL ABREU.

INTIMO TELEST S/A, POR SEUS ADVOGADOS DRS. MARIA DASGRAÇAS S. SILVA OAB/ES 2.607 E ROGERIO BRUM MATTOS OAB/ES4206, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 34/37, E PARA APRESENTAR OSDOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOSAUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200970000887, EM QUE É DEVEDOR OMUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 34/37, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200970000887, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIA TELEST S/A.

INTIMO CARLOS ALBERTO BARCELOS XAVIER, POR SEUADVOGADO DR. MARIA MIRANDA DE SOUZA POÇAS OAB/ES 088-B,ROBERTO FERREIRA C. RIBEIRO OAB/ES 3825, ADAILTHON DEALMEIDA OAB/MG 21978, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVELDECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 29/32, E PARAAPRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOSDÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200980000521, EM QUE ÉDEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 29/32, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200980000521, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO CARLOS ALBERTO BARCELOS XAVIER.

INTIMO MARCO AURELIO NEIVA MARTINS, POR SEUSADVOGADOS DRS. CLAUDIA BORELLI OAB/ES 5998 E AMILCARBORELLI OAB/ES 7578, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVELDECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 30/33, E PARAAPRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOSDÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200980000547, EM QUE ÉDEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 30/33, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200980000547, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO MARCO AURELIO NEIVA MARTINS.

INTIMO ROGÉRIO FIGUEIREDO, POR SEUS ADVOGADOS DRS.ROBERTO FERREIRA C. RIBEIRO OAB/ES 3825 E MARIA MIRANDADE SOUZA POÇAS OAB/ES 088-B, PARA TOMAR CIÊNCIA DARESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 31/34, EPARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃODOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200990000396, EMQUE É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 31/34, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200990000396, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO ROGÉRIO FIGUEIREDO.

INTIMO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 28/31, E PARA APRESENTAR OSDOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOSAUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200009000339, EM QUE É DEVEDOR OMUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 28/31, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200009000339, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

INTIMO CHRISTIANO AUGUSTO MENEGATTI EM CAUSA PRÓPRIAOAB/ES 8219, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 117/120, E PARA APRESENTAR OSDOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOSAUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200010000624, EM QUE É DEVEDOR OMUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 117/120, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200010000624, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO CHRISTIANO AUGUSTO MENEGATTI.

INTIMO REGINALDO LUBE FILHO, POR SEUS ADVOGADOS DRS.ALDANO LEMOS DO NASCIMENTO OAB/ES 3719 E JOÃO LOPES DACOSTA OAB/ES 1416, PARA TOMAR CIÊNCIA DA RESPEITÁVELDECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 59/64, E PARAAPRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À QUITAÇÃO DOSDÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº 200070000084, EM QUE ÉDEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 59/64, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200070000084, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO REGINALDO LUBE FILHO.

INTIMO RENATO ANDRADE PITANGA, POR SEU ADVOGADO DR.RICARDO TADEU RIZZO BICALHO OAB/ES 3.901, PARA TOMARCIÊNCIA DA RESPEITÁVEL DECISÃO PRESIDENCIAL EXARADA ÁSFLS. 58/61, E PARA APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS ÀQUITAÇÃO DOS DÉBITOS NOS AUTOS DO PRECATÓRIO Nº200070000085, EM QUE É DEVEDOR O MUNICÍPIO DE VILA VELHA.

INTIMO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, POR SEU PROCURADORGERAL, PARA TOMAR CIÊNCIA, DA RESPEITÁVEL DECISÃOPRESIDENCIAL EXARADA ÁS FLS. 58/61, NOS AUTOS DOPRECATÓRIO Nº 200070000085, A QUAL DETERMINOU A PROVISÃODO VALOR NECESSÁRIO À QUITAÇÃO DO REFERIDO PRECATÓRIO,EM QUE É BENEFICIÁRIO RENATO ANDRADE PITANGA.

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011.

JOELSON T. DE SOUZADIRETOR JUDICIÁRIO ECONÔMICO, FINANCEIRO E CONTÁBIL

8 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 15: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

SECRETARIA DO TRIBUNAL PLENO

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

INTIMAÇÕES

INTIMO

1 NO PROCESSO Nº 100020034193- EMBARGOS DE DECLARAÇÃOMAND SEGURANÇAO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 999990 ES PROCURADOR GERAL DO ESTADOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 268

2 NO PROCESSO Nº 100030001489- EMBARGOS À EXECUÇÃO EXECCONTRA FAZ PUBLICA MAND SEGURANÇAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É EMBARGANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 11722 ES MARCIO CANDIDO COSTA DE SOUZAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 137

3 NO PROCESSO Nº 100080003666- AÇÃO DECLARATÓRIAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 10077 ES RODRIGO FRANCISCO DE PAULAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 624

4 NO PROCESSO Nº 100100013604- AÇÃO DECLARATÓRIAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 002431 ES MARIA CHRISTINA DE MORAESPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 651

5 - NO PROCESSO Nº 100100015757 RECURSO ESPECIAL ACDECLARATÓRIAMUNICÍPIO DE LINHARES ONDE É RECORRIDOPOR SEUS ADVS. DRS. 16565 ES LUCIENE TREVIZANI GONCALVES15419 ES NADIA LORENZONIPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORPARA OS EFEITOS DO ARTIGO 508 DO CPC.

6 NO PROCESSO Nº 100100017829- AÇÃO DECLARATÓRIAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 008202 ES EVA PIRES DUTRA PARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 605

7 NO PROCESSO Nº 100100022258- RECURSO ORDINÁRIO MANDSEGURANÇAO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É RECORRIDOPOR SEUS ADVS. DRS. 999990 ES PROCURADOR GERAL DO ESTADOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORPARA OS EFEITOS DO ARTIGO 508 DO CPC.

8 NO PROCESSO Nº 100110004395- MANDADO DE SEGURANÇAANA MARIA DE SOUZA SILVA ONDE É REQUERENTEPOR SEU ADV. DR. 13313 ES GUSTAVO ZOTTICH PEREIRAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 20/21.

9 NO PROCESSO Nº 100110007091- MANDADO DE SEGURANÇAROGERIO LUGON VALLADAO ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12284 ES BRUNO JOSE CALMON DU PINTRISTAO GUZANSK10517 ES FABIO SIQUEIRA MACHADO13959 ES JUSSARA FRANCO STELLET

PARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 597/600

10 NO PROCESSO Nº 100110012513- AÇÃO DECLARATÓRIAMRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A ONDE É REQUERIDOPOR SEUS ADVS. DRS. 5917 ES SIMONE SILVEIRAMUNICÍPIO DA SERRA ONDE É REQUERIDO999992 ES REPRESENTANTE LEGALPOR SEU ADV. DR.PARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 335/340

11 NO PROCESSO Nº 100110012646- AGRAVO INTERNO - (ARTS557/527, II CPC) MAND SEGURANÇAO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12242 ES PEDRO SOBRINO PORTO VIRGOLINOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 10/11

12 NO PROCESSO Nº 100110012646- MANDADO DE SEGURANÇAGRAZIELLI BONOMO BOLDRINI DEMO ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 17159 ES VINICIUS OLIVEIRA GOMES LIMAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 62

13 NO PROCESSO Nº 100110013495- AGRAVO REGIMENTAL ACDECLARATÓRIAMUNICÍPIO DE VILA VELHA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 7091 ES JANDIRA ROSA PASSOS009435 ES WELLINGTON BORGHIPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 08/12

14 NO PROCESSO Nº 100110016548- MANDADO DE SEGURANÇADEBORA NOVAIS SERVANTE ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 008258 ES MARCUS FELIPE BOTELHO PEREIRA17613 ES DEBORA NOVAIS SERVANTE16315 ES GILIANA ZANOTTI EPIFANIOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 176/177

15 NO PROCESSO Nº 100110018346- MANDADO DE SEGURANÇAJOEL MACHADO MARTINS ONDE É REQUERENTEPOR SEU ADV. DR. 9048 ES EVARISTO ALMEIDA DA SILVAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 67/68

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

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PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

INTIMAÇÕES

INTIMO

1 NO PROCESSO Nº 100080007444- AÇÃO CAUTELAR INOMINADAOCARLY FREITAS BARROSO JUNIOR ONDE É REQUERIDOPOR SEUS ADVS. DRS. 5879 ES GUSTAVO VARELLA CABRALPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORPEDRO ANGELO SOBRINHO, POR SEU ADVOGADO, DR. CARLOROMÃO, OAB/ES Nº 9874, PARA PROVIDENCIAR A RETIRADA DOSAUTOS DESTA SECRETARIA.

2 NO PROCESSO Nº 100080024050- RECURSO EXTRAORDINÁRIOMAND SEGURANÇAVALÉRIA CAVATI RIBEIRO FREITAS ONDE É RECORRENTE

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Page 16: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 15081 ES MARIO AUGUSTO TEIXEIRA NETO11188 ES ALESSANDRO DANTAS COUTINHOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 573/578

3 NO PROCESSO Nº 100090038439- MANDADO DE SEGURANÇAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É LITISCONSORTE ATIVOPOR SEUS ADVS. DRS. 16261 ES HARLEN MARCELO PEREIRA DESOUZAMUNICÍPIO DE VITÓRIA ONDE É LITISCONSORTE ATIVO8899 ES FREDERICO MARTINS DE FIGUEIREDO DE PAIVA BRITTOPOR SEUS ADVS. DRS.CASAS GIACOMIN LTDA. ONDE É LITISCONSORTE ATIVOPOR SEUS ADVS. DRS. 004515 ES DENISE PECANHA SARMENTODOGLIOTTIINACIO JOAQUIM MONTEIRO SIMOES ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 1263 ES PAULO ANTONIO SILVEIRAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 1999/2007.

4 NO PROCESSO Nº 100090043694- AGRAVO REGIMENTAL AGV REGAC ORDINÁRIAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVADO10579 ES RAFAEL INDUZZI DREWSPOR SEUS ADVS. DRS.PARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 17

5 NO PROCESSO Nº 100090043710- AGRAVO REGIMENTAL AGV REGAC ORDINÁRIAESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10579 ES RAFAEL INDUZZI DREWSPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 17

6 NO PROCESSO Nº 100100008844- RECURSO ADMINISTRATIVODR SERGIO RICARDO DE SOUZA ONDE É RECORRIDOPOR SEU ADV. DR. 10345 ES RODRIGO AVILA GUEDES KLIPPELPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 920/921

7 NO PROCESSO Nº 100110004486- AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A- SUSP LIMINAR RONALDO MARTINS PRUDENCIO ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 002412 ES HELIO MALDONADO JORGE15728 ES HELIO DEIVID AMORIM MALDONADOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 80

8 NO PROCESSO Nº 100110005814- AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A- SUSP LIMINAR RONALDO MARTINS PRUDENCIO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 002412 ES HELIO MALDONADO JORGE15728 ES HELIO DEIVID AMORIM MALDONADOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 171

9 NO PROCESSO Nº 100110005822- AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A- SUSP LIMINAR RONALDO MARTINS PRUDENCIO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 002412 ES HELIO MALDONADO JORGE15728 ES HELIO DEIVID AMORIM MALDONADOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 182

10 NO PROCESSO Nº 100110008107- AÇÃO DEINCONSTITUCIONALIDADECÂMARA MUNICIPAL DE VIANA ONDE É REQUERIDOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 23

11 NO PROCESSO Nº 100110013941- AGRAVO REGIMENTAL MANDSEGURANÇAMARIANA MACHADO SANTOS SOUSA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 16295 ES ALINE DEVENS CABRALPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 27

12 NO PROCESSO Nº 100110015318- MANDADO DE SEGURANÇANATALIA TATAGIBA LITTIG SALES ONDE É REQUERENTEPOR SEU ADV. DR. 126932 MG TAMINA MATOS BRANDAOPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 158/160.

13 -NO PROCESSO Nº 100110019542 MANDADO DE SEGURANÇAPRISCILA CARNEIRO DE SOUSA ONDE É REQUERENTEPOR SEUS ADVS. DRS. 13959 ES JUSSARA FRANCO STELLETPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 115/119

14 NO PROCESSO Nº 100110019559- MANDADO DE SEGURANÇABRUNO MILLI POLCHEIRA ONDE É REQUERENTEPOR SEU ADV. DR. 11518 ES RENATA CERDEIRA OLIVEIRAPARA TOMAR CIÊNCIA DO R. DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.RELATORDE FLS. 193/206.D E C I S Ã OCUIDA-SE DE MANDADO DESEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR IMPETRADO POR BRUNOMILLI POLCHEIRA CONTRA ATO SUPOSTAMENTE ILEGALPRATICADO PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO E O DIRETOR DO CENTRO DEPROMOÇÕES E EVENTOS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA -CESPE-UNB QUE SUPOSTAMENTE O EXCLUIU DO CONCURSOPÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS E FORMAÇÃO DECADASTRO DE RESERVA EM CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E NÍVELMÉDIO EDITAL Nº 01 - TJES, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2010,OBJETIVANDO A ANULAÇÃO DAS QUESTÕES Nº 38, 112 E 114 DAPROVA OBJETIVA.SUSTENTA O IMPETRANTE QUE: (1) É DOTRIBUNAL PLENO A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR O WRITCONTRA ATO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA (RITJES,ARTIGO 50, ALÍNEA "D"; (2) PARTICIPOU DO CONCURSO PÚBLICOCONCORRENDO AO CARGO DE ANALISTA JUDICIÁRIO 02 - ÁREAJUDICIÁRIA - ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR(CARGO 27); (3) OBTEVE 69 (SESSENTA E NOVE PONTOS) DOS 120(CENTO E VINTE) DA PROVA OBJETIVA; (4) FOI CLASSIFICADOPARA A PROVA DE TÍTULOS, TENDO OBTIDO 2,5 (DOIS PONTOS EMEIO); (5) APÓS A REALIZAÇÃO DA PROVA DE TÍTULOS OCESPE-UNB PUBLICOU O EDITAL Nº 08, NO DIA 10/06/2011,COMUNICANDO A ALTERAÇÃO DO GABARITO DAS QUESTÕES Nº112 E 113 E A ANULAÇÃO DA QUESTÃO Nº 117; (6) A MODIFICAÇÃODO GABARITO DA QUESTÃO 112 LHE PREJUDICOU, POIS HAVIAACERTADO A QUESTÃO, FATO QUE LHE RETIROU 02 (DOIS)PONTOS; (7) DE ACORDO COM O GABARITO DA QUESTÃO Nº 38,ESTÁ CORRETA A ASSERTIVA DE QUE "PARA SE INSERIR UMAFUNÇÃO EM UMA CÉLULA DE PLANILHA DO MICROSOFT EXCEL ÉNECESSÁRIO, PRIMEIRAMENTE, SELECIONAR ESSA CÉLULA EACIONAR O ASSISTENTE INSERIR FUNÇÃO. POR MEIO DELE, ÉPOSSÍVEL INSERIR FUNÇÕES DE DIVERSAS CATEGORIAS, COMO ASFUNÇÕES ESTÁTICAS MÉDIA ARITMÉTICA, MÉDIA GEOMÉTRICA EDESVIO PADRÃO, ENTRE OUTRAS." ENTRETANTO, TAL QUESTÃODEVERIA TER SIDO CONSIDERADA COMO ERRADA, POIS, EM SEUTEXTO MENCIONA QUE PARA SE INSERIR UMA FUNÇÃO EM UMACÉLULA DE PLANILHA MICROSSOFT EXCEL, É NECESSÁRIO,SELECIONAR ESSA CÉLULA E ACIONAR O ASSISTENTE INSERIRFUNÇÃO, PORÉM, NEM SEMPRE É NECESSÁRIO, POIS EXISTEMOUTROS MÉTODOS DE SE REALIZAR AS FUNÇÕES SEM QUE SEJAPRECISO ACIONAR O ASSISTENTE INSERIR FUNÇÃO; (8) NAQUESTÃO Nº 112, A BANCA CONSIDEROU COMO ERRADA AAFIRMAÇÃO DE QUE ¿É VEDADA A CUMULAÇÃO REMUNERADADE CARGOS PÚBLICOS, EXCETO QUANDO HOUVERCOMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS E OS CARGOS FOREM UM DEPROFESSOR E OUTRO DE NATUREZA TÉCNICA OU CIENTÍFICA¿.TODAVIA, A QUESTÃO ESTÁ CORRETA, POIS A CUMULAÇÃO DOCARGO DE PROFESSOR COM OUTRO DE NATUREZA TÉCNICA OUCIENTÍFICA É UMA DAS EXCEÇÕES PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃOFEDERAL; (9) NA QUESTÃO Nº 114 FOI CONSIDERADA CORRETA AAFIRMAÇÃO "O TJ/ES, ÓRGÃO SUPREMO DO PODER JUDICIÁRIOESTADUAL, COM SEDE NA CAPITAL E JURISDIÇÃO EM TODO OESTADO, COMPÕE-SE DE 26 (VINTE E SEIS) DESEMBARGADORES,QUE DEVEM ESTAR EM MAIORIA ABSOLUTA PARA QUE SEJA

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DECLARADA INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATONORMATIVO DO PODER PÚBLICO", ENTRETANTO A MESMAENCONTRA-SE INCORRETA EIS QUE O ARTIGO 16 DA LEICOMPLEMENTAR Nº 234/02 - CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃOJUDICIÁRIA, DISPÕE QUE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOMENTEFUNCIONARÁ COMO A PRESENÇA DE, NO MÍNIMO, 2/3 (DOISTERÇOS) DOS DESEMBARGADORES, E ESTA REGRA NÃO ESTAVACONTIDA NA QUESTÃO; (10) DEVEM SER COMPUTADOS EM SEUFAVOR 02 (DOIS) PONTOS RELATIVOS A QUESTÃO Nº 38. 02 (DOIS)PONTOS DA QUESTÃO Nº 112 E OUTROS 2 (DOIS) PONTOS PELAQUESTÃO Nº 114.REQUER A CONCESSÃO DE LIMINAR PARA QUESEJA MANTIDO NO CERTAME E, AO FINAL, A CONCESSÃO DASEGURANÇA.É O RELATÓRIO.DECIDO.A LEGITIMIDADE ÉQUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA QUE DEVE SER CONHECIDA DEOFÍCIO A QUALQUER TEMPO E GRAU DE JURISDIÇÃO. NÃO MAISPRECISAMOS TEORIZAR SOBRE TER LEGITIMIDADE PASSIVA PARARESPONDER À AÇÃO MANDAMENTAL AQUELE QUE DEVERÁSUPORTAR AS EVENTUAIS CONSEQUÊNCIAS DO DIREITORECLAMADO PELO AUTOR. E, NA HIPÓTESE, O DIRETOR GERALDO CESP/UNB, NA QUALIDADE DE SEU REPRESENTANTE LEGAL,É QUEM SE QUALIFICA COMO A ÚNICA AUTORIDADERESPONSÁVEL PELA PRÁTICA DO ATO IMPUGNADO, INCLUSIVECOM PODER PARA SUA REVISÃO.O ATO QUE SE QUER CORRIGIR ÉO QUE IMPEDIU O IMPETRANTE DE PROSSEGUIR NO CERTAMEPOR LHE TEREM SIDO NEGADOS OS PONTOS DAS QUESTÕES DENº 38, 112 E 114, DA PROVA OBJETIVA DO CERTAME, QUE, DEACORDO COM O ITEM 1.2.1, LETRA "A", DO EDITAL Nº 1 - TJES, DE16/12/2010, COUBE AO CESPE/UNB, COMO ENTIDADECONTRATADA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOPARA A REALIZAÇÃO DE TODAS AS FASES DO CONCURSO,DAR-LHE MATERIALIDADE."......................1.1 O CONCURSO SERÁREGIDO POR ESTE EDITAL E EXECUTADO PELO CENTRO DESELEÇÃO E DE PROMOÇÃO DE EVENTOS DA UNIVERSIDADE DEBRASÍLIA (CESPE/UNB).1.2 A SELEÇÃO PARA OS CARGOS DE QUETRATA ESTE EDITAL COMPREENDERÁ AS SEGUINTES FASES:1.2.1PRIMEIRA ETAPAA) PROVAS OBJETIVAS, DE CARÁTERELIMINATÓRIO E CLASSIFICATÓRIO PARA TODOS OS CARGOS; (...)"(GRIFEI)ALÉM DISSO, O EDITAL PREVIU QUE OS RECURSOSCONTRA OS RESULTADOS DAS PROVAS OBJETIVAS DEVERIAM SERINTERPOSTOS NO ENDEREÇO ELETRÔNICOWWW.CESPE.UNB/CONCURSOS/TJ_ES2010, VEZ QUE O DIRETORDO CESPE/UNB, CONSOANTE O ITEM 14.1, É A AUTORIDADE COMCOMPETÊNCIA PARA REVER O ATO QUE ELIMINOU OIMPETRANTE DO CERTAME.ASSIM, DE FORMA AUTÔNOMA, SEMQUALQUER CONTROLE OU SUBORDINAÇÃO DO PRESIDENTE DOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COUBEAO CESPE/UNB ELABORAR A PROVA OBJETIVA, DIVULGAR O SEUGABARITO E JULGAR OS RECURSOS DOS CANDIDATOS,CONFORME O PREVISTO NOS ITENS 1.2.1, LETRA "A", 14.1, 14.2, 14.3,14.4 E 14.5.POR CONSEQUÊNCIA LÓGICA, AO PREVER QUE AELABORAÇÃO DA PROVA OBJETIVA E O JULGAMENTO DOSRECURSOS CONTRA O GABARITO DESSA SERIAM REALIZADOSPELO CESPE/UNB, SOMENTE ESTE TEM COMPETÊNCIA PARADECIDIR SOBRE A ANULAÇÃO DE QUESTÕES DA PRIMEIRA FASEDO CERTAME.POR CONSEGUINTE, AINDA QUE SEJA CERTO QUE ATITULARIDADE DO CONCURSO SEJA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO E QUE ESTE POSSUI AUTONOMIAPARA DISPOR SOBRE O EDITAL QUE O REGULOU, TAMBÉM É FATOINCONTROVERSO, CONFORME CONSTA DE FORMA CLARA NOITEM 1.2.1, LETRAS "A" E "D", DO EDITAL 01 - TJES, DE 16/12/2010,QUE O CESPE/UNB É A ENTIDADE RESPONSÁVEL PELAEXECUÇÃO DA PRIMEIRA ETAPA DO CONCURSO PÚBLICO DE QUEPARTICIPOU O IMPETRANTE, QUE INCLUI PROVA OBJETIVA EAVALIAÇÃO DE TÍTULOS.DECORRE, POIS, QUE A ÚNICA HIPÓTESEPARA AS QUAIS O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO TERIA LEGITIMIDADE PARAFIGURAR NO POLO PASSIVO DE MANDADO DE SEGURANÇARELATIVO AO CONCURSO EM QUESTÃO, SERIAM AS DEIMPUGNAÇÃO DE REGRAS DO EDITAL, EIS QUE NÃO HÁNENHUMA DÚVIDA QUE TODAS AS REGRAS QUE REGULAM OCERTAME FORAM ESTABELECIDAS PELA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA. ASSIM, AINDA QUE O TEMA PROVOQUE DIVERGÊNCIANESTE EGRÉGIO TRIBUNAL E QUIÇÁ EM OUTROS TRIBUNAIS, OFATO É QUE A JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO SUPERIORTRIBUNAL DE JUSTIÇA PROCLAMA QUE NAS HIPÓTESES DEMANDADO DE SEGURANÇA DIRIGIDO CONTRA ATO DAENTIDADE CONTRATADA COMO REALIZADORA DO CONCURSO, ÉO REPRESENTANTE LEGAL DESTA QUE POSSUI LEGITIMIDADEPARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DE EVENTUAIS MANDADOS DESEGURANÇA IMPETRADOS VISANDO CORREÇÃO DE ATOS DE SUAEXCLUSIVA ATRIBUIÇÃO.NESSE SENTIDO:MANDADO DE

SEGURANÇA º 012214, RELATOR O MINISTRO PAULO GALLOTTI, DJ06/10/2006 (DECISÃO MONOCRÁTICA), NA QUAL ASSIM ASSENTOUSUA EXCELÊNCIA:"IN CASU, EMBORA SEJA APONTADO COMOCOATOR O ATO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO QUEHOMOLOGOU O RESULTADO FINAL DO CONCURSO, AIMPETRAÇÃO VOLTA-SE, NA VERDADE, CONTRA A PORTARIA DODIRETOR-GERAL DO CENTRO DE SELEÇÕES E DE PROMOÇÃO DEEVENTOS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - CESPE QUE, EMCARÁTER DEFINITIVO, INDEFERIU A INSCRIÇÃO DO CANDIDATOE ESTABELECEU SUA PONTUAÇÃO NA FASE DE TÍTULOS,CONFORME PREVISTO NO EDITAL Nº 1/2005 - GU/ADV, DE 28 DEDEZEMBRO DE 2005. ASSIM, IMPÕE-SE RECONHECER QUE OADVOGADO-GERAL DA UNIÃO NÃO PRATICOU QUALQUER ATOLESIVO A DIREITO DO IMPETRANTE, NÃO OSTENTANDOLEGITIMIDADE PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DO WRIT. NOMESMO SENTIDO, ANOTE-SE: MS Nº 9.093/DF, RELATOR OMINISTRO GILSON DIPP, DJU DE 4/6/2003."¿AGRAVO REGIMENTALEM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.AUTORIDADE COATORA. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO.INAPLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO HIERÁRQUICA.ILEGITIMIDADE PASSIVA. AGRAVO DESPROVIDO.I ¿ NO CASO,CABE AO CENTRO DE SELEÇÃO E PROMOÇÃO DE EVENTOS(CESPE) ELABORAR AS QUESTÕES DA PROVA DO CONCURSO EJULGAR OS RESPECTIVOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS.II ¿INSURGINDO-SE O MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DEATRIBUIÇÃO DO CESPE/FUB (CONTEÚDO DE QUESTÃO DECONCURSO EM CONTRASTE COM NORMAS DO EDITAL), O E.DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DO CONCURSONÃO DEVE FIGURAR COMO AUTORIDADE COATORA.III ¿ ALÉM DAMANIFESTAÇÃO ACERCA DO MÉRITO DO MANDAMUS POR PARTEDA AUTORIDADE APONTADA COATORA, EXIGE-SE, PARA FINS DEAPLICAÇÃO DA ¿TEORIA DA ENCAMPAÇÃO¿ VÍNCULOHIERÁRQUICO IMEDIATO ENTRE AQUELA AUTORIDADE E A QUEDEVERIA, EFETIVAMENTE, TER FIGURADO NO FEITO.IV ¿ IN CASU,NÃO EXISTE RELAÇÃO DE HIERARQUIA ENTRE O E.DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DO CONCURSO E OCESPE/FUB. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.¿(AGRG NO RESPNO MS N° 24.116/AM, RELATOR MINISTRO FELIX FISCHER, DJE08/05/2008).¿AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA.CONCURSO PÚBLICO. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DE DUASQUESTÕES OBJETIVAS. ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL NACORREÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTRO DE ESTADODA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. ATO DE ATRIBUIÇÃO DO CESPE.AÇÃO EXTINTA SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. RECURSODESPROVIDO.1. A AUTORIDADE COATORA, EM MANDADO DESEGURANÇA, É AQUELA QUE OMITE OU EXECUTA DIRETAMENTEO ATO IMPUGNADO, E QUE DETÉM PODERES E MEIOS PARAPRATICAR O FUTURO MANDAMENTO, PORVENTURA, ORDENADOPELO JUDICIÁRIO.2. A SIMPLES HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADODA PRIMEIRA FASE, ELABORADA E CORRIGIDA PELO CENTRO DESELEÇÃO E PROMOÇÃO DE EVENTOS DA UNIVERSIDADE DEBRASÍLIA, PELO MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA ETECNOLOGIA, NÃO TEM O CONDÃO DE TORNÁ-LO RESPONSÁVELPELA CORREÇÃO DAS QUESTÕES E FIXAÇÃO DOS GABARITOS.PRECEDENTES.3. A HOMOLOGAÇÃO DO CONCURSO É MERACONSEQUÊNCIA DO SEU RESULTADO, DE MODO QUE, NAVERDADE, A PRESENTE IMPETRAÇÃO VOLTA-SE CONTRA ATO DEATRIBUIÇÃO DO CESPE, A QUEM COMPETE A ELABORAÇÃO,CORREÇÃO DA PROVA E ANÁLISE DOS RECURSOSADMINISTRATIVOS, O QUE ACABA POR AFASTAR A COMPETÊNCIADESTA CORTE PARA CONHECER DESTA AÇÃO MANDAMENTAL.4.RECURSO DESPROVIDO.¿(AGRG NO RECURSO NO MS 14132/DF,RELATOR MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJE22/04/2009).MANDADO DE SEGURANÇA Nº 014254, RELATOR OMINISTRO OG FERNANDES, DJ DE 20/05/2009, DECIDIDOMONOCRATICAMENTE, DA QUAL TRANSCREVO PASSAGEM PARAILUSTRAÇÃO."DESSE MODO, NA HIPÓTESE, OBSERVA-SE QUE OCESPE, ENTIDADE QUE EXECUTOU O CONCURSO, É ORESPONSÁVEL PELOS ATOS CONTRA OS QUAIS SE INSURGE OIMPETRANTE, TENDO EM VISTA SER O RESPONSÁVEL PELAELABORAÇÃO DO REFERIDO EDITAL E PELA AVALIAÇÃO DETÍTULOS E CURRÍCULO DO IMPETRANTE...............ANTE O EXPOSTO,INDEFIRO LIMINARMENTE A PETIÇÃO INICIAL E JULGO EXTINTOO PROCESSO SEM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO, COM FUNDAMENTONOS ARTS. 212 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNALDE JUSTIÇA E ART. 267, VI, DO CPC."MANDADO DE SEGURANÇA Nº014975, RELATOR O MINISTRO NAPOLEÃO NUNES, DJ DE 23/03/2010(DECISÃO MONOCRÁTICA), DA QUAL TRANSCREVO PASSAGENSPARA ILUSTRAÇÃO."............MS IMPETRADO CONTRA ODIRETOR-GERAL DO CESP - UNB, O MINISTRO DE ESTADO DOPLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO E O SECRETÁRIO

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EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO.OS IMPETRANTESPARTICIPARAM DE CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DEVAGA NO CARGO DE AGENTEADMINISTRATIVO..........INTERPUSERAM RECURSOS PERANTE OCESPE, QUE, SEGUNDO ARGUMENTAM, ACABOU INCORRENDO EMINÚMERAS FALHAS, PREJUDICANDO A CLASSIFICAÇÃOFINAL...............DIANTE DO EXPOSTO, RECONHECE-SE AILEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTRO DE ESTADO DOPLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, E, POR CONSEQUÊNCIA,A INCOMPETÊNCIA DESTA CORTE PARA PROCESSAR E JULGAR APRESENTE DEMANDA. REMETAM-SE OS AUTOS AO JUÍZO DA 3ªVARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITOFEDERAL."MANDADO DE SEGURANÇA Nº 016173, RELATOR OMINISTRO CASTRO MEIRA, DJ DE 15/03/2011 (DECISÃOMONOCRTÁRICA), DA QUAL TRANSCREVO EXCERTO PARAILUSTRAÇÃO."CUIDA-SE DE MANDADO DE SEGURANÇA, COMPEDIDO DE LIMINAR, IMPETRADO CONTRA ATO DO MINISTRO DEESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, NO QUAL SE PLEITEIA ACORREÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO INTERPOSTO CONTRAO GABARITO DIVULGADO PELO CENTRO DE SELEÇÃO EPROMOÇÃO DE EVENTOS - CESPE- UNB REFERENTE À PROVAOBJETIVA APLICADA NO CONCURSO PARA O CARGO DE TÉCNICOADMINISTRATIVO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO EEMPREGO..............ANTE O EXPOSTO, RECONHEÇO AILEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTRO DE ESTADO DOTRABALHO E EMPREGO E DETERMINO O RETORNO DOS AUTOSAO JUÍZO DA 5ª VARA FEDERAL DO DIREITO FEDERAL."TAMBÉMHÁ ENTENDIMENTOS NESSE SENTIDO NO ÂMBITO DA JUSTIÇAFEDERAL:"PROCESSUAL. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA EMMANDADO DE SEGURANÇA. 1) A COMPETÊNCIA, EM SETRATANDO DE MANDADO DE SEGURANÇA, SE FIXA EM FAVORDO LOCAL NO QUAL A AUTORIDADE COATORA POSSUA,EFETIVAMENTE, SUA SEDE.2) O AUTOR IMPETROU MANDADO DESEGURANÇA CONTRA PRETENSO ATO ILEGAL PERPETRADO PELORESPONSÁVEL DO CESPE DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA(CENTRO DE SELEÇÃO E DE PROMOÇÃO DE EVENTOS), COM SEDENA CAPITAL FEDERAL. 3) NA HIPÓTESE VERTENTE, RESTA DIZERQUE O RESPONSÁVEL, PELO CESPE DA UNB, NÃO AGIU COMOMERO ¿GESTOR DE NEGÓCIOS ALHEIOS¿, POIS A ELE FOIATRIBUÍDA, POR DELEGAÇÃO, A EXCLUSIVA COMPETÊNCIA PARASELECIONAR OS CANDIDATOS AO CONCURSO PARA A POLÍCIAFEDERAL.4) POR CONSEGUINTE, O REFERIDO MANDADO DESEGURANÇA DEVERIA TER SIDO IMPETRADO NA JUSTIÇAFEDERAL DO DISTRITO FEDERAL, RAZÃO PELA QUAL O JUÍZOMONOCRÁTICO DECLINOU, COM ACERTO, DE SUA COMPETÊNCIAEM FAVOR DAQUELE ÓRGÃO, SITUADO NO LOCAL ONDE AAUTORIDADE COTORA POSSUI SUA SEDE.5) AGRAVOIMPROVIDO."(ORIGEM: TRF-2 - CLASSE: AG - AGRAVO DEINSTRUMENTO - 26964 - PROCESSO: 98.02.07912-0 UF: RJ ORGÃOJULGADOR: SEGUNDA TURMA - DATA DECISÃO: 12/06/2002DOCUMENTO: TRF-200083441 - FONTE - DJU - DATA:30/08/2002 -PÁGINA:309, RELATOR DESEMBARGADOR FEDERAL REISFRIEDE)."EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR.CONCURSO PÚBLICO. CESPE. AUSÊNCIA DE PERSONALIDADEJURÍDICA PRÓPRIA. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA -FUB. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA PROCESSAR EJULGAR O FEITO.I - O CESPE/UNB NÃO DISPÕE DEPERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, RAZÃO PELA QUAL DEVERÁSER SUBSTITUÍDO, MEDIANTE PROVOCAÇÃO DO AUTOR, PELAFUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FUB/UNB, CUJAPRESENÇA NA DEMANDA LEGITIMA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇAFEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO, NOS TERMOS DOART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, CONFORMEENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL PACIFICADO SOBRE AMATÉRIA.II - AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO."(AG Nº200201000335021, DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE,TRF1, SEXTA TURMA, DJ 20/08/2003).POR QUE O CESPE/UNB ÉÓRGÃO VINCULADO E INTEGRANTE DA REITORIA DA FUNDAÇÃOUNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (FUB), FUNDAÇÃO PÚBLICA CRIADAPELA LEI Nº 3.998/61 E INSTITUÍDA PELO DECRETO FEDERAL Nº500/62, ASSIM EQUIPARADA ÀS AUTARQUIAS FEDERAIS PARA FINSDE ESTABELECIMENTO DA COMPETÊNCIA PARA APRECIAR EJULGAR MANDADO DE SEGURANÇA, É DA JUSTIÇA FEDERAL ACOMPETÊNCIA PARA APRECIAR E JULGAR MANDADOS DESEGURANÇA IMPETRADOS CONTRA ATOS DE SUA ATRIBUIÇÃO.ACOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA APRECIAR E JULGARAÇÕES EM QUE A FUNDAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA(FUB/UNB) FIGURA COMO PARTE HÁ MUITO JÁ FOI DEFINIDAPELO C. STJ. CONFIRAM-SE OS SEGUINTES JULGADOS: CC 18.084/DF,REL. MINISTRO ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, PRIMEIRA SEÇÃO,JULGADO EM 27/11/1996, DJ 09/12/1996, P. 49199; CC 1.293/DF, REL.

MINISTRO WALDEMAR ZVEITER, SEGUNDA SEÇÃO, JULGADO EM14/12/1990, DJ 01/10/1990, P. 10427, DJ 11/03/1991, P. 2371; CC 486/DF,REL. MINISTRO FONTES DE ALENCAR, SEGUNDA SEÇÃO ,JULGADO EM 13/09/1989, DJ 23/10/1989, P. 16190.NÃO SEM RAZÃO AMAIOR PARTE DOS JULGADOS ESPECÍFICOS EM CONFLITOSNEGATIVOS DE COMPETÊNCIA ENVOLVENDO O CESPE/UNB ESUBMETIDOS À APRECIAÇÃO E JULGAMENTO DO C. STJ FORAMDECIDIDOS DE FORMA MONOCRÁTICA.CONFIRAM-SE OS QUESEGUEM: CONFLITO DE COMPETÊNCIA N° 53.634-MT, REL.MINISTRO FELIX FISCHER, DJU 05/04/2006; CONFLITO DECOMPETÊNCIA Nº 104.554-RJ, RELATORA MINISTRA ELIANACALMON, DJE 10/08/2009 (DECISÃO MONOCRÁTICA); CONFLITO DECOMPETÊNCIA Nº 110.500-DF, REL. MINISTRO OG FERNANDES, DJE15/04/2010 (DECISÃO MONOCRÁTICA); CONFLITO DECOMPETÊNCIA Nº 113.128-DF, REL. MINISTRO HERMAN BENJAMIN,DJE 11/10/2010 (DECISÃO MONOCRÁTICA). NO PRIMEIRO, POREXEMPLO, FOI DECIDIDO CONFLITO NEGATIVO DECOMPETÊNCIA INSTAURADO ENTRE O JUÍZO DE DIREITO DA 20ªVARA CÍVEL DE BRASÍLIA/DF E O JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARADA FAZENDA PÚBLICA, REGISTROS PÚBLICOS E MEIO AMBIENTEDE SERRA/ES, EM MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADOCONTRA ATO DO DIRETOR DO CENTRO DE SELEÇÃO E DEPROMOÇÃO DE EVENTOS - CESPE/UNB, NO QUAL O IMPETRANTEOBJETIVAVA A REALIZAÇÃO DE PROVA FÍSICA DE CONCURSOPARA POLÍCIA MILITAR ESTADUAL EM HORÁRIO DIVERSO DOESPECIFICADO NO EDITAL, POR MOTIVOS DE CRENÇARELIGIOSA.SOBRE A COMPETÊNCIA, TRANSCREVO ESSAPASSAGEM:¿DE FATO, A COMPETÊNCIA CÍVEL DA JUSTIÇAFEDERAL, ESTABELECIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 109, I,"A"), DEFINE-SE PELA NATUREZA DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NOPROCESSO, ISTO É, SERÁ DA SUA COMPETÊNCIA A CAUSA EM QUEFIGURAR A UNIÃO, AUTARQUIA OU EMPRESA PÚBLICA FEDERALNA CONDIÇÃO DE AUTORA, RÉ, ASSISTENTE OU OPONENTE.INCIDÊNCIA DA SÚMULA 511/STF, COM O SEGUINTE TEOR:"COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS,PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS ENTRE AUTARQUIAS FEDERAIS EENTIDADES PÚBLICAS LOCAIS, INCLUSIVE MANDADO DESEGURANÇA, RESSALVADA A AÇÃO FISCAL, NOS TERMOS DACONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, ART. 119, § 3º".NO HIPÓTESE DOSAUTOS, O MANDAMUS FOI IMPETRADO CONTRA O DIRETOR DOCENTRO DE SELEÇÃO E DE PROMOÇÃO DE EVENTOS -CESPE/UNB, ENTIDADE INTEGRANTE DA FUNDAÇÃOUNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. DESSE MODO, NÃO HÁ COMOAFASTAR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA EXAMINARA AÇÃO MANDAMENTAL.CONFIRAM-SE OS SEGUINTESPRECEDENTES:[OMITIDO].[OMITIDO].[OMITIDO].NESSE SENTIDOAINDA CITO O CC 110.500/DF, DE RELATORIA DO E. MINISTRO OGFERNANDES, PUBLICADO NO DJ DE 15/04/2010. IN CASU, AIMPETRAÇÃO É DIRIGIDA CONTRA ATO DA DIRETORIA DOCESPE/UNB, CUJA SEDE FUNCIONAL É EM BRASÍLIA, ATRAINDO,PORTANTO, A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DO DISTRITOFEDERAL.DIANTE DO EXPOSTO, COM FULCRO NO ART. 120,PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, CONHEÇODO CONFLITO PARA DECLARAR COMPETENTE UMA DAS VARASDA JUSTIÇA FEDERAL DE BRASÍLIA/DF.¿AVERBE-SE, OUTROSSIM,QUE O C. STJ TEM ADOTADO O MESMO ENTENDIMENTO EMRELAÇÃO A OUTRAS ENTIDADES CONTRATADAS PARA AAPLICAÇÃO DE CONCURSOS PÚBLICOS, COMO OS EXEMPLOS ASEGUIR TRANSCRITOS.RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇANº 033298, RELATOR O MINISTRO HERMAN BENJAMIN, DJ DE11/02/2011 (DECISÃO MONOCRÁTICA), DA QUAL TRANSCREVOPASSAGENS PARA ILUSTRAÇÃO."...........RMS INTERPOSTO CONTRADECISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS...INCASU, O ATO QUE ALIJOU O IMPETRANTE DO CONCURSOORIGINOU DA INSTITUIÇÃO CONTRATADA (FUNDAÇÃOSOUSÂNDRADE DE APOIO AO DESEMPENHO DA UNIVERSIDADEFEDERAL DO MARANHÃO - FSADU), PESSOA JURÍDICA QUE DEVEFIGURAR COMO AUTORIDADE COATORA....ASSIM, LEVANDO-SE EMCONTA QUE O PRESENTE MANDAMUS SE INSURGE CONTRA ATODE ATRIBUIÇÃO DA FSADU, A QUEM COMPETE A ELABORAÇÃO,CORREÇÃO DA PROVA E ANÁLISE DOS RECURSOSADMINISTRATIVOS, E SENDO A HOMOLOGAÇÃO MERACONSEQUÊNCIA DO SEU RESULTADO, OS ILUSTRES SECRETÁRIOSDE ESTADO NÃO DEVEM FIGURAR COMO AUTORIDADESCOATORAS..............PROCESSO EXTINTO SEM JULGAMENTO DOMÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL (MS 10.070/DF, REL. MIN. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU26.09.2005).DIANTE DO EXPOSTO, NOS TERMOS DO ART. 557, CAPUT,DO CPC, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSOORDINÁRIO."MANDADO DE SEGURANÇA Nº 10.070/DF, RELATOR OMINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ DE 26/09/2005, EM

12 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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ACÓRDÃO ASSIM EMENTADO:"MANDADO DE SEGURANÇA.CONCURSO PÚBLICO. FISCAL AGROPECUÁRIO. QUESTÕESOBJETIVAS. ANULAÇÃO. AUTORIDADE COATORA. ILEGITIMIDADEPASSIVA AD CAUSAM DO MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA,PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. PRECEDENTE. PROCESSO EXTINTOSEM EXAME DE MÉRITO.1. A AUTORIDADE COATORA, PARA FINSDE MANDADO DE SEGURANÇA, É AQUELA QUE ORDENA APRÁTICA DO ATO IMPUGNADO OU SE ABSTÉM DE REALIZÁ-LO.2.CONSOANTE O EDITAL 1/2004-MAPA, DE 23 DE ABRIL DE 2004, AFUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA JOSÉ BONIFÁCIO ¿ FUJB, FUNDAÇÃODE APOIO À UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ¿ UFRJ,POR INTERMÉDIO DO NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA ¿NCE, É A RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO CONCURSO PÚBLICOPARA PROVIMENTO DO CARGO DE FISCAL FEDERALAGROPECUÁRIO. POR CONSEGUINTE, COMPETE-LHE AELABORAÇÃO DAS PROVAS, CORREÇÃO DAS QUESTÕES, ANÁLISEDOS RECURSO, FIXAÇÃO DOS GABARITOS E DIVULGAÇÃO DALISTA DE APROVADOS.3. O MINISTRO DE ESTADO DAAGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, EMBORA TENHAHOMOLOGADO O RESULTADO FINAL DO CERTAME, NÃO É PARTELEGÍTIMA PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DO MANDADO DESEGURANÇA EM QUE CANDIDATO SE INSURGE CONTRA SUPOSTACORREÇÃO EQUIVOCADA DE QUESTÕES OBJETIVAS,FORMULADAS NA PRIMEIRA FASE. PRECEDENTE.4. PROCESSOEXTINTO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART.267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.(MANDADO DESEGURANÇA Nº 10.070 - DF (2004/0155474-7) RELATOR: MINISTROARNALDO ESTEVES LIMA IMPETRANTE: MIGUEL POTISBARTOLOME LINARDAKIS ADVOGADO: PROCELINA SANTANNAFERNANDES E OUTRO IMPETRADO: MINISTRO DE ESTADO DAAGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO)"¿ADMINISTRATIVO.MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. ILEGITIMIDADEPASSIVA. AUTORIDADE COATORA.1. CABE À ENTIDADECONTRATADA PARA ADMINISTRAÇÃO DO CONCURSO PÚBLICO OCÔMPUTO DOS PONTOS DA PROVA DE TÍTULOS E O EXAME DEEVENTUAL RECURSO ADMINISTRATIVO.2. INSURGINDO-SE AIMPETRANTE CONTRA ATO DE ATRIBUIÇÃO DA FUNDAÇÃOCESGRANRIO, O SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO,RECURSOS HUMANOS E PREVIDÊNCIA NÃO DEVE FIGURAR COMOAUTORIDADE COATORA.3. É LEGÍTIMA PARA INTEGRAR O POLOPASSIVO DO MANDAMUS A AUTORIDADE QUE ATUE COMOEXECUTORA DIRETA DA ILEGALIDADE ATACADA.PRECEDENTES.4. RECURSO ESPECIAL PROVIDO, PARARECONHECER A ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE APONTADACOMO COATORA.¿(RESP 993.272-AM, RELATOR MINISTRO JORGEMUSSI, DJE 21/04/2009).ANOTE-SE, AINDA, QUE A DESPEITO DEISOLADAS DIVERGÊNCIAS, MAJORITARIAMENTE ESTE EGRÉGIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA JÁ PRONUNCIOU A INCOMPETÊNCIA DAJUSTIÇA ESTADUAL PARA PROCESSAR E JULGAR MANDADO DESEGURANÇA EM QUE O IMPETRANTE QUESTIONE ATO INERENTEÀ ATRIBUIÇÃO DO CESPE/UNB, CONFORME SEGUE:¿EMENTA:AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO.CESPE. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO SECRETÁRIO DE ESTADO.INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA ESTADUAL. RECURSODESPROVIDO.1. INSURGINDO-SE O CANDIDATO CONTRA OCONTEÚDO, CORREÇÃO, GABARITO DE QUESTÃO OU APLICAÇÃODE PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO, A LEGITIMIDADE PASSIVAPARA FIGURAR EM EVENTUAL MANDADO DE SEGURANÇAPERTENCE À COMISSÃO CONTRATADA PARA A ORGANIZAÇÃO EREALIZAÇÃO DO CERTAME, A QUAL É RESPONSÁVEL PELAELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DOS EXAMES PREVISTOS, BEM COMOPELO JULGAMENTO DOS RESPECTIVOS RECURSOSADMINISTRATIVOS. PRECEDENTES STJ.2. A AUTORIDADECONTRATANTE É PARTE ILEGÍTIMA PARA FIGURAR NO POLOPASSIVO DO MANDAMUS.3. A JUSTIÇA ESTADUAL ÉABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGARDEMANDAS NAS QUAIS CONSTEM, EM QUALQUER DOS PÓLOSLITIGANTES, A PRESENÇA DE UM ENTE PÚBLICO FEDERAL.DICÇÃO DO ART. 113, CPC.4. RECURSO DESPROVIDO.¿(AGRAVOREGIMENTAL NO MS N° 100.090.030.055, REL. DES. SAMUEL MEIRABRASIL JUNIOR, SEGUNDO GRUPO CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS,DJES 22/03/2010).¿EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. AGENTEPENITENCIÁRIO. TESTE DE CAPACIDADE FÍSICA. LEGITIMIDADE.COMPETÊNCIA PROCESSO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DEMÉRITO.1. INSURGINDO-SE O CANDIDATO CONTRA A APLICAÇÃOIRREGULAR DE TESTE DE CONCURSO PÚBLICO, A LEGITIMIDADEPASSIVA PARA FIGURAR EM EVENTUAL MANDADO DESEGURANÇA PERTENCE À COMISSÃO CONTRATADA PARA AORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DO CERTAME, A QUAL ÉRESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO, CORREÇÃO E APLICAÇÃO DAS

QUESTÕES, BEM COMO PELO JULGAMENTO DOS RESPECTIVOSRECURSOS ADMINISTRATIVOS.2. TRATANDO-SE O CESPE/UNB DEUM SEGUIMENTO DA FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE BRASÍLIA,ENTE FEDERAL, NÃO COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL À ANÁLISEDOS ARGUMENTOS SUSCITADOS NO PRESENTE MANDAMUS,REFERENTES À APLICAÇÃO IRREGULAR DE TESTES.3. PROCESSOEXTINTO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.¿(MS Nº 100.070.015.225, REL.DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR, PRIMEIRO GRUPO CÂMARASCÍVEIS REUNIDAS, DJES 15/07/2009).¿EMENTA: EMBARGOS DEDECLARAÇÃO EM FACE ACÓRDÃO. ALEGAÇÃO DEINCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. FUNDAÇÃO PÚBLICA FEDERALCOMO LITISCONSORTE PASSIVA NO PROCESSO. COMPETÊNCIA DAJUSTIÇA FEDERAL (ART. 5º, INCISO LXXVIII, C/C ART. 109, INCISOVIII E §2º, DA CF). APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL (ART. 94, §4º, DO CPC).1. RECONHECIDA APARTICIPAÇÃO DE FUNDAÇÃO PÚBLICA FEDERAL COMOLITISCONSORTE PASSIVA NO PROCESSO, AFASTADA,CONSEQUENTEMENTE, A COMPETÊNCIA DO TJES PARAPROCESSAR E JULGAR A CAUSA., CABERÁ À JUSTIÇA FEDERAL ENÃO A ESTE EGRÉGIO TRIBUNAL, DEFINIR QUAL É A SEÇÃOJUDICIÁRIA FEDERAL COMPETENTE PARA PROCESSAMENTO EJULGAMENTO DA CAUSA (SÚMULAS N.º 150 E 254, DO STJ), ISTO É,AO TJES CABE APENAS REMETER OS AUTOS AO JUÍZO FEDERAL, ENADA MAIS.2. NO PARTICULAR, ACOLHIDA A EXEGESESISTEMÁTICA DO ART. 5º, INCISO LXXVIII, C/C ART. 109, INCISO VIIIE §2ª, AMBOS DA CF, E ART. 19, DA LEI 1.533/51, C/C ART. 94, §4º, DOCPC, PARA DETERMINAR A REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇAFEDERAL, SEÇÃO JUDICIÁRIA DESTA CAPITAL, DECRETANDO ANULIDADE DE TODOS OS ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS NOPRESENTE PROCESSO, INCLUSIVE O ACÓRDÃO EMBARGADO (ART.113, §2º, DO CPC).3. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA PROCLAMADA.ACÓRDÃO ANULADO. EMBARGOS PROVIDOS.¿(EMBARGOS DEDECLARAÇÃO NO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100.070.016.389,RELATOR DESIGNADO DES. ARNALDO SANTOS SOUZA, TRIBUNALPLENO, DJES 22/04/2009).TAL ENTENDIMENTO, DIGA-SE DEPASSAGEM, ENCONTRA-SE EM CONSONÂNCIA COM O ENUNCIADODA SÚMULA Nº 510 DO E. STF, EIS QUE AO CONTRATAR OCESPE/UNB PARA A APLICAÇÃO DE DETERMINADAS FASES DOCONCURSO EM QUESTÃO, O PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO DELEGOU PODERES À ENTIDADE CONTRATADAPARA DECIDIR TODAS AS QUESTÕES QUE VIESSEM À TONA COM AEXECUÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES QUE LHE FORAMCONFIADAS.CONFIRA-SE O ENUNCIADO DA SÚMULA Nº 510 DOSTF:"PRATICADO O ATO POR AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO DACOMPETÊNCIA DELEGADA, CONTRA ELA CABE MANDADO DESEGURANÇA OU A MEDIDA JUDICIAL."POR FIM, RESSALTE-SE QUEAINDA QUE A ILEGALIDADE DO ATO IMPUGNADO RESTASSEFLAGRANTE, NÃO É POSSÍVEL CONHECER DO PEDIDO SEM ANTESAFERIR AS CONDIÇÕES DA AÇÃO, EIS QUE A GARANTIA DEACESSO À JUSTIÇA NÃO IMPLICA GARANTIA DE ACESSO ÀPROVIDÊNCIA POSTULADA PELO AUTOR DA DEMANDA, MASGARANTIA DE ACESSO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL QUERIGOROSAMENTE É DE AMBAS AS PARTES.POR ESSA RAZÃO, ANECESSIDADE DE SE VERIFICAR A LEGITIMIDADE DAS PARTESREPRESENTA LIMITAÇÃO NATURAL E LEGÍTIMA DA GARANTIA DEINAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO.NÃO É POSSÍVEL, PORTANTO,SUPERAR A FLAGRANTE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO PRESIDENTEDO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DOWRIT, AINDA QUE HIPOTETICAMENTE SOBRESSAÍSSE COMOFLAGRANTE A ILEGALIDADE DO ATO IMPUGNADO.ANTE OEXPOSTO, POR FORÇA DO DISPOSTO NO ART. 295, II DO CPC,INDEFIRO A INICIAL DA PRESENTE AÇÃO DE MANDADO DESEGURANÇA QUANTO AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇADO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E, EM CONSEQUÊNCIA, COMFULCRO NO § 5º DO ART. 6º, DA LEI Nº 12.016, DE 07/08/2009, NESTAPARTE DENEGO A SEGURANÇA, EIS QUE O CASO É DE EXTINÇÃODO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO (CPC, ART. 267, INC. I),DETERMINANDO A REMESSA DOS AUTOS PARA A JUSTIÇAFEDERAL DO DISTRITO FEDERAL.SEM HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS (LEI Nº 12.016/2009, ART. 25 E SÚMULAS Nº 105/STJ E512/STF). INTIME-SE. PUBLIQUE-SE NA ÍNTEGRA.VITÓRIA, 20 DEJUNHO DE 2011.DESEMBARGADOR FABIO CLEM DEOLIVEIRARELATOR

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

13 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

NOTIFICAÇÕES

1 - Nº 100970009377 AGRAVO DE INSTRUMENTO(STF) RECURSOEXTRAORDINÁRIO EMB DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇAAGVTE SECRETÁRIO DE ESTADO ADM REC HUMANOSADVOGADO ERFEN JOSE RIBEIRO SANTOSAGVDO SINDIPOLADVOGADO ADMILSON MARTINS BELCHIORADVOGADO AUGUSTO DA COSTA OLIVEIRA NETONOTIFICO AOS INTERESSADOS DA DESCIDA DOS AUTOS DOEXCELSO STF

2 - Nº 100970009377 RECURSO EXTRAORDINÁRIO EMBDECLARAÇÃO MAND SEGURANÇARECTE SECRETÁRIO DE ESTADO ADM REC HUMANOSADVOGADO ERFEN JOSE RIBEIRO SANTOSRECDO SINDIPOLADVOGADO ALBACY SILVA MOREIRANOTIFICO AOS INTERESSADOS DA DESCIDA DOS AUTOS DOEXCELSO STF VITÓRIA,01 DE JULHO DE 2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

-***********-

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

NOTIFICAÇÕES

1 - Nº 100090013499 RECURSO ORDINÁRIO MAND SEGURANÇARECTE FELIPE SARDENBERG MACHADOADVOGADO MARCELO DE CARVALHO MARINHORECDO ESTADO DO ESADVOGADO ANDERSON SANT'ANA PEDRARECDO TITULAR DO CARTORIO DO 1º OFICIO DE CARIACICAADVOGADO BRUNO JOSE CALMON DU PIN TRISTAO GUZANSKNOTIFICO AOS INTERESSADOS DA SUBIDA DOS AUTOS AOCOLENDO STJ

VITÓRIA,01 DE JULHO DE 2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

-***********-

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

NOTIFICAÇÕES

1 - Nº 100090013499 AGRAVO DE INSTRUMENTO(STJ) RECURSOORDINÁRIO MAND SEGURANÇAAGVTE FELIPE SARDENBERG MACHADOADVOGADO FELIPE SARDENBERG MACHADOAGVDO ESTADO DO ESADVOGADO PAULO JOSE SOARES SERPA FILHONOTIFICO AOS INTERESSADOS DA DESCIDA DOS AUTOS DOCOLENDO STJ

2 - Nº 100980017949 RECURSO ESPECIAL MAND SEGURANÇARECTE CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇARECDO MARCIO CAMATA MOREIRAADVOGADO BARBARA CHRISTINA LOBATO LUCINDO PEREIRAADVOGADO FLAVIA BRANDAO MAIA PEREZADVOGADO SIMONE PAGOTTO RIGONOTIFICO AOS INTERESSADOS DA DESCIDA DOS AUTOS DOCOLENDO STJPOR SUA ADVOGADA, DRª. MONICA PERIN ROCHA VITÓRIA,01 DE JULHO DE 2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

RESUMO

18ª SESSÃO ORDINÁRIA DO EGRÉGIO TRIBUNAL PLENOREALIZADA EM 02/06/2011

PRESIDÊNCIA DO EXMO. DESEMBARGADORMANOEL ALVES RABELO

COMPARECERAM OS EXMOS. DESEMBARGADORESADALTO DIAS TRISTÃOMAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUPEDRO VALLS FEU ROSASÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇAÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNONANNIBAL DE REZENDE LIMASÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMAARNALDO SANTOS SOUZACARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALJOSÉ LUIZ BARRETO VIVASCARLOS ROBERTO MIGNONECATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOSRONALDO GONÇALVES DE SOUSAFABIO CLEM DE OLIVEIRASAMUEL MEIRA BRASIL JUNIORNEY BATISTA COUTINHOJOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMACARLOS SIMÕES FONSECANAMYR CARLOS DE SOUZA FILHOWILLIAM COUTO GONÇALVESDAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRATELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOMARIA DO CEU PITANGA PINTOELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAWALACE PANDOLPHO KIFFER

EXMO. PROCURADOR DA JUSTIÇAFERNANDO ZARDINI

- O EMINENTE PRESIDENTE DESEMBARGADOR MANOEL ALVESRABELO DECLARA ABERTA A SESSÃO, CUMPRIMENTA A TODOS E,EM SEGUIDA CONCEDE A PALAVRA AO EXCELENTÍSSIMODESEMBARGADOR ADALTO DIAS TRISTÃO PARA ASMANIFESTAÇÕES DE PRAXE.

- O EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR ADALTO DIAS TRISTÃODÁ AS BOAS-VINDAS A TODOS E EM SEGUIDA PABENIZA OSANIVERSARIANTES DESEMBARGADOR WILLIAM COUTOGONÇALVES NO DIA 27 DE MAIO E O DESEMBARGADOR CARLOSROBERTO MIGNONE NO DIA 30 DE MAIO.

- O EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR ADALTO DIAS TRISTÃOPARABENIZA O DESEMBARGADOR SAMUEL MEIRA BRASIL JÚNIORE TODA A EQUIPE DE SERVIDORES QUE TRABALHARAM NOMUTIRÃO DPVAT.

- O EMINENTE PRESIDENTE DESEMBARGADOR MANOEL ALVESRABELO INFORMA QUE O AFASTAMENTO DO DESEMBARGADORJOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS, POR 31 DIAS, JÁ CONCEDIDO A PARTIRDE 12 DE JUNHO DO CORRENTE ANO, É PARA GOZO A PARTIR DE13 DE JUNHO, RATIFICANDO A CONVOCAÇÃO DO SUBSTITUTO DR.FERNANDO ESTEVAM BRAVIN RUY, PELO MESMO PERÍODO.

PARTE ADMINISTRATIVA

- O EMINENTE DESEMBARGADOR PRESIDENTE COLOCA EM MESAA MINUTA DE RESOLUÇÃO QUE TRANSFERE, PROVISORIAMENTE,A 2ª. VARA CRIMINAL DE VIANA PARA O FÓRUM DE CARIACICA. ORESULTADO FOI O SEGUINTE: À UNANIMIDADE APROVAR AMINUTA DE RESOLUÇÃO.

- O EMINENTE DESEMBARGADOR PRESIDENTE COLOCA EM MESAO PEDIDO DE AFASTAMENTO DO EXCELENTÍSSIMODESEMBARGADOR ADALTO DIAS TRISTÃO NO DIA 17/06/2011,DECORRENTE DO PLANTÃO JUDICIÁRIO. A DECISÃO FOI ASEGUINTE: À UNANIMIDADE, CONCEDER O AFASTAMENTO.

14 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 21: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

- O EMINENTE DESEMBARGADOR PRESIDENTE COLOCA EM MESAO PEDIDO DE AFASTAMENTO DO EXCELENTÍSSIMODESEMBARGADOR JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA NODIA 10/06/2011, DECORRENTE DO PLANTÃO JUDICIÁRIO. ADECISÃO FOI A SEGUINTE: À UNANIMIDADE, CONCEDER OAFASTAMENTO.

- O EMINENTE DESEMBARGADOR PRESIDENTE COLOCA EM MESAO PEDIDO DE AFASTAMENTO DO EXCELENTÍSSIMODESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA POR31(TRINTA E UM) DIAS, A PARTIR DE 04/07/2011. A DECISÃO FOI ASEGUINTE: À UNANIMIDADE, CONCEDER O AFASTAMENTO.

- O EMINENTE PRESIDENTE DESEMBARGADOR MANOEL ALVESRABELO COLOCA EM MESA A ESCOLHA DO SUBSTITUTO PARA OAFASTAMENTO DO DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DEOLIVEIRA. A DECISÃO FOI A SEGUINTE: À UNANIMIDADE,CONVOCAR A MMA. JUÍZA ELISABETH LORDES, POR 31 DIAS, APARTIR DE 04/07/2011.

- O EMINENTE DESEMBARGADOR PRESIDENTE COLOCA EM MESAA RESOLUÇÃO REVOGANDO O § 2º. DO ART. 1º. DA RESOLUÇÃO Nº .020/2011, PUBLICADA NO DJ NO DIA 05/05/2011. A DECISÃO FOI ASEGUINTE: À UNANIMIDADE REVOGAR O ARTIGO.

PARTE JUDICIÁRIA

LEITURA DE ACÓRDÃOS. FORAM LIDOS E APROVADOS OSACÓRDÃOS DOS SEGUINTES FEITOS:MANDADO DE SEGURANÇA100100022258AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA100100017662AÇÃO CIVIL PÚBLICA100080005067RECURSO100100020682

JULGADOS

1 RECURSOS DO CONSELHO Nº 100090040088ADIADO COM PEDIDO DE VISTAMANDADO DE SEGURANÇA Nº 100100009735MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100100021243MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100100012200MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100080009119AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100100004652AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080003054AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080002411AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100080022518AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100070023542AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100034881RECURSOS DO CONSELHO REC ADMINISTRATIVO Nº 100100010345RECURSOS DO CONSELHO Nº 100100011939AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100027513AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100027257AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100027257AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100031093AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100026713AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100110013784AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100009735EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROC ADM DISCIPLINAR Nº100080046863EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EXC SUSPEIÇÃO PROCADMINISTRATIVO Nº 100100009578EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROC ADM DISCIPLINAR Nº100070020670EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG RECURSO Nº 100090025147AÇÃO ORDINÁRIA Nº 100050040359INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE AGV INSTRUMENTO Nº24099165979INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE AP CÍVEL Nº36060008772INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE MAND SEGURANÇA Nº100090039718RECURSO Nº 100080026519RECURSO Nº 100090047307RECURSO Nº 100110004569INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA AGVINSTRUMENTO Nº 24099162513

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA REMEX-OFFICIO Nº 24080238587INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA AP CÍVELNº 11050110532

ADIADO POR ENCERRAMENTO DA SESSÃO

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100090040435MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100110005327MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100100003605MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100090019413AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100090024462AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080001751AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100100017795AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080003641AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080004888AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080001652AÇÃO DECLARATÓRIA Nº 100080001686AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100060031224AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100008554AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100012549AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100002771AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090023209AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100023504AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100040656AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110007240AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110008594AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110001409AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110009949AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110003926AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110003918AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110007224AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110011549AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100008562AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100003878AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090006014AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090036904AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090023217AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090039221AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090031046AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090023860AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090023936AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100080004383AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100090028471AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100003241AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100004264AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110014402AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110009717AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110007976AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100110005798CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 100110003298CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 100100021797CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 100110005848CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 100100035847EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO Nº 100100032422PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 100110001169PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 100110007265RECURSOS DO CONSELHO Nº 100100024080AÇÃO RESCISÓRIA DE ACÓRDÃO Nº 100070019086AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100090019413AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100090040435AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100017548AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100021961AGRAVO REGIMENTAL AC DECLARATÓRIA Nº 100080001629AGRAVO REGIMENTAL EMB DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº100100017845AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100030830AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100030947AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100034873AGRAVO REGIMENTAL AC DECLARATÓRIA Nº 100080001751AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100090022227AGRAVO REGIMENTAL EXEC CONTRA FAZ PUBLICA ACORDINÁRIA Nº 100080014291AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100005717AGRAVO REGIMENTAL AC ORDINÁRIA Nº 100100029873AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100100025244AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100029600AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100037256AGRAVO REGIMENTAL AGV REG AC DECLARATÓRIA Nº100100041423AGRAVO REGIMENTAL PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100110004486

15 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 22: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100110012638AGRAVO REGIMENTAL MAND SEGURANÇA Nº 100070024748EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG PROC 13A - SUSP LIMINARNº 100080015934EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100100003035EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG PROC 13A - SUSP LIMINARNº 100090045699EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG MAND SEGURANÇA Nº100100018041EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG MAND SEGURANÇA Nº100100022084EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG MAND SEGURANÇA Nº100090040328EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AC INCONSTITUCIONALIDADE Nº100100022043EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG EMB EXECUÇÃO EXECCONTR Nº FA100070004658 MAND SEGURANÇAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100100024205EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100060007109EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROC ADM DISCIPLINAR Nº100090023647EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100090026152EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG PROC 13A - SUSP LIMINARNº 100100033685EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG PROC 13A - SUSP LIMINARNº 100100033883EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100100009842EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG EMB EXECUÇÃO MANDSEGUR Nº ÇA100030035776EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MAND SEGURANÇA Nº 100090033356EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV REG AC DEC INCIDENTAL Nº100070019722AÇÃO CAUTELAR INOMINADA Nº 100090010537AGRAVO INOMINADO PROC 13A - SUSP LIMINAR Nº 100100036647INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE REM EX-OFFICIO Nº46060008540INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE EMB DECLARAÇÃOREM EX- Nº FI24050040559INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 35980325530INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 37040005599RECURSO Nº 100090046291RECURSO Nº 100080025677RECURSO Nº 100100004843RECURSO Nº 100090042332RECURSO Nº 100090032903RECURSO Nº 100090012160RECURSO Nº 100090031558RECURSO Nº 100090020825PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 100070026693AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) PROC 13A - SUSP LIMI NºR 100100033370AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) PROC 13A - SUSP LIMI NºR 100100017639AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL Nº 100070019722INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA Nº24099163842RECURSO ADMINISTRATIVO Nº 100090046622RECURSO ADMINISTRATIVO Nº 100100011889RECURSO ADMINISTRATIVO Nº 100110012802

ENCERRADA A SESSÃO ÀS 17:00

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

JOSÉ DE MAGALHÃES NETODIRETOR GERAL DA SECRETARIA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL PLENO

CONCLUSÃO DE ACÓRDÃOS PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO.

1 MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100080009119TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOREQTE SABRINA MOTA PETRONETTOADVOGADO(A) KARINA KELLY PETRONETTOA. COATORA SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAUDE

ADVOGADO(A) LUIS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRAA. COATORA DIRETOR PRESIDENTE DO IESPADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALLITIS. PASSIVO RACHEL BATISTA DE MORAISADVOGADA MARIANA MARTINS BARROSRELATOR CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 16/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011ACÓRDÃOEMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO ECONSTITUCIONAL - EXTINÇÃO DE AUTARQUIA - ENCARGOS QUEPASSAM PARA A ADMINISTRAÇÃO DIRETA - AUTORIDADEIMPETRADA COMPETENTE O SECRETÁRIO ESTADUAL DAADMINISTRAÇÃO - ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA -PROCESSO SELETIVO - CANDIDATA APROVADA - GOZO DELICENÇA MATERNIDADE - NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO -OFENSA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - SEGURANÇACONCEDIDA.1. A LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 407/2007 EXTINGUIU OINSTITUTO ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA (IESP), TRANSFERINDOTODAS SUAS OBRIGAÇÕES À SECRETARIA DE SAÚDE, ÓRGÃO DAADMINISTRAÇÃO DIRETA. DIANTE DISSO, A AUTORIDADECOMPETENTE PARA PRESTAR INFORMAÇÕES EM MANDADO DESEGURANÇA ACERCA DE ATOS PRATICADOS PELOS ENTESOUTRORA LIGADOS AO IESP É O SECRETÁRIO ESTADUAL DESAÚDE. PRELIMINAR REJEITADA.2. A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DEDICA ESPECIAL ATENÇÃO ÀPROTEÇÃO DA FAMÍLIA, À GESTANTE, À MATERNIDADE, ASSIMCOMO À MULHER.3. IMPEDIR O ACESSO AO CARGO DE CANDIDATA APROVADA EMCONCURSO PÚBLICO POR ESTAR EM GOZO DE LICENÇAMATERNIDADE É MEDIDA QUE VAI CONTRA ÀS PRESCRIÇÕESCONSTITUCIONAIS.4. SEGURANÇA CONCEDIDA.VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS ESTES AUTOS DE MANDADODE SEGURANÇA Nº 100.08.000911-9 EM QUE SÃO PARTES SABRINAMOTA PETRONETTO CHAVES E SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDEE RACHEL BATISTA DE MORAIS, ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNALPLENO, NA CONFORMIDADE DA ATA DA SESSÃO, ÀUNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONCEDER A SEGURANÇA, NOSTERMOS DO VOTO DO EMINENTE RELATOR.CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE, REJEITARAS PRELIMINARES ARGUIDAS, E NO MÉRITO DE IGUAL MODO,CONCEDER A SEGURANÇA, NOS TERMOS DO VOTO DOEMINENTE RELATOR.

2 MANDADO DE SEGURANÇA Nº 100110001771TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOREQTE PABLO BASSANO SOARESADVOGADO(A) PABLO BASSANO SOARESA. COATORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇAADVOGADO(A) GUILHERME ROUSSEFF CANAANA. COATORA CESPE UNBADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALRELATOR JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMAJULGADO EM 16/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011ACÓRDÃOPROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSOPÚBLICO. PEDIDO DE ISENÇÃO DE TAXA DE INSCRIÇÃO. ÚNICOENDEREÇO FORNECIDO PARA PROTOCOLO DO PEDIDO.POSSIBILIDADE DE PROTOCOLIZAÇÃO POR MEIO DEPROCURADOR. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE OU AFRONTA APRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. SEGURANÇA DENEGADA.1) A PREVISÃO EDITALÍCIA DE ENDEREÇO ÚNICO PARAFORMALIZAÇÃO DO PEDIDO DE ISENÇÃO DE INSCRIÇÃO NÃOCONFIGURA ILEGALIDADE OU OFENSA A PRINCÍPIOSFUNDAMENTAIS, CONSIDERANDO QUE NÃO SE EXIGE QUE OCANDIDATO COMPAREÇA PESSOALMENTE AO LOCAL, PODENDOFAZÊ-LO POR MEIO DE PROCURADOR.2) A PRÓPRIA REDAÇÃO DA LEI ESTADUAL Nº 6.663, DE 25 DE ABRILDE 2001 APENAS ASSEGURA A GRATUIDADE DA INSCRIÇÃO AOSTRABALHADORES QUE GANHAM ATÉ TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOSPOR MÊS, NÃO ESTABELECENDO FORMA ESPECÍFICA PARATANTO. 3) A INDICAÇÃO DO POSTO SITUADO NA CAPITAL DO ESTADO SEREVELA PROPORCIONAL DIANTE DE SUAS REDUZIDASDIMENSÕES, SENDO PLAUSÍVEL QUE A LOCALIZAÇÃO CENTRALDO ENDEREÇO ASSEGURE A ACESSIBILIDADE A TODA APOPULAÇÃO CAPIXABA.4) SEGURANÇA DENEGADA.

16 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 23: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO, EM CONFORMIDADE DAATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTEJULGADO, À UNANIMIDADE DE VOTOS, DENEGAR A SEGURANÇA,NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE, DENEGAR ASEGURANÇA, NOS TERMOS DO VOTO DO EMINENTE RELATOR.

3 AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 100100008562TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOREQTE MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALADVOGADO(A) PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇAREQDO MUNICÍPIO DE MUNIZ FREIREADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALREQDO CÂMARA MUNICIPAL DE MUNIZ FREIREADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALRELATOR CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALJULGADO EM 16/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE, JULGARPARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, NOS TERMOS DOVOTO DO EMINENTE RELATOR.

4 EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO Nº 100110007216TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOEXPTE ROBERTO DA FONSECA ARAUJOADVOGADO(A) CRISTINA DAHER FERREIRAADVOGADO(A) EDISON VIANA DOS SANTOSADVOGADO(A) JOAO MARCIO PIETRALONGA FERNANDESADVOGADO(A) LUCIANO OLIMPIO RHEM DA SILVAEXPTO DESEMBARGADOR SERGIO LUIZ TEIXEIRA GAMAADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALRELATOR CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 06/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011ACÓRDÃOEMENTA: PROCESSUAL CIVIL - EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO -CORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA - PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR - PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO PRÉVIO -SUSPEIÇÃO NÃO DEMONSTRADA.1. INOCORRE A SUSCITADA SUSPEIÇÃO DO CORREGEDOR GERALDE JUSTIÇA PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DORELATÓRIO DE ACUSAÇÃO EM FACE DO EXCIPIENTE,DEVIDAMENTE CHANCELADO PELA MAIORIA DOSDESEMBARGADORES INTEGRANTES DESTE TRIBUNAL, PELASSEGUINTES RAZÕES:PRIMEIRA, A CONDUTA DO EXCEPTO NO SENTIDO DE PROMOVERA APURAÇÃO DOS FATOS, QUE LHE FORAM NOTICIADOSOFICIALMENTE, ATENDEU À DETERMINAÇÃO LEGAL A ELEIMPOSTA -RES. Nº 30 DO CNJ, ART. 19-; SEGUNDA, NESSE MISTER, O PROCEDIMENTO INVESTIGATIVOINSTAURADO TEVE COMO ESCOPO EXCLUSIVO SERVIR DE BASEPARA EVENTUAL PROCESSO ADMINISTRATIVO, SEM CARÁTERPUNITIVO PORTANTO, HIPÓTESE EM QUE A JURISPRUDÊNCIA ÉFIRME NO SENTIDO DE DISPENSAR A OBSERVÂNCIA PLENA DASGARANTIAS CONSTITUCIONAIS;TERCEIRA, E DERRADEIRA, É NOTÓRIA A FALTA DE BASEPROBATÓRIA DE QUALQUER RAZÃO QUE SUSTENTE A SUSPEIÇÃOALEGADA.2. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO QUE SE JULGA IMPROCEDENTE.VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS ESTES AUTOS EM EPÍGRAFE,EM QUE FIGURAM AS PARTES ACIMA DESCRITAS,ACORDA, ESTEEGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NO TJES, NA CONFORMIDADE DA ATADE JULGAMENTO E NOTAS TAQUIGRÁFICAS QUE INTEGRAM ESTEJULGADO, À UNANIMIDADE DE VOTOS, REJEITAR A EXCEÇÃO DESUSPEIÇÃO, JULGANDO-A IMPROCEDENTE. CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE, REJEITAR AEXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO, JULGANDO-A IMPROCEDENTE, NOSTERMOS DO VOTO DO EMINENTE RELATOR.

5 RECURSO Nº 100090046291COMARCA DE SÃO MATEUSRECTE KAFRIANY BONOMO DANIELADVOGADO(A) REQUERIDO EM CAUSA PRÓPRIARECDO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALRELATOR ANNIBAL DE REZENDE LIMA

JULGADO EM 16/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011ACÓRDÃOEMENTAADMINISTRATIVO - RECURSO ADMINISTRATIVO - REMESSANECESSÁRIA EM RECURSO DO EGRÉGIO CONSELHO SUPERIOR DAMAGISTRATURA - REMESSA AO EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO -ARTIGO 58, INCISO LXI, DO RITJES - PAGAMENTO DE DIFERENÇAREMUNERATÓRIA - ARTIGO 52, DA LEI COMPLEMENTARESTADUAL N° 46/94 (DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO) - EFETIVAPRESTAÇÃO DE SERVIÇO - VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEMCAUSA.1. DISPÕE O ARTIGO 52, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº46/94 (DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO), QUE "HAVERÁSUBSTITUIÇÃO NOS CASOS DE IMPEDIMENTO LEGAL OUAFASTAMENTO DE OCUPANTE DE CARGO EM COMISSÃO OU DEFUNÇÃO GRATIFICADA", NÃO ESTABELECENDO, A PRINCÍPIO,NENHUM ÓBICE POSSA CARGO EM COMISSÃO SER EXERCIDO,TEMPORARIAMENTE, POR OUTRO OCUPANTE DE CARGO EMCOMISSÃO.2. OBSERVADO O CONTEÚDO REGULAMENTAR INDICADO COM AEFETIVA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO JUDICIÁRIO, PASSA A SERDEVIDA A DIFERENÇA REMUNERATÓRIA AO SERVIDORSUBSTITUTO, PENA DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA POR PARTEDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS OS PRESENTES AUTOS DEREMESSA NECESSÁRIA EM QUE SÃO PARTES KAFRIANY BONOMODANIEL E CONSELHO DA MAGISTRATURA DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO.ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO, NA CONFORMIDADE DAATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO, À UNANIMIDADE,CONHECER DA REMESSA PARA MANTER A DECISÃO DOCONSELHO DA MAGISTRATURA, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE DE VOTOS,CONHECER DA REMESSA PARA MANTER A DECISÃO DOCONSELHO DA MAGISTRATURA, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

6 INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA AGVINSTRUMENTO Nº 24099162513VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELSUCTE EGRÉGIA 1ª CÂMARA CÍVELADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALSUCDO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) REPRESENTANTE LEGALRELATOR CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALJULGADO EM 09/06/2011 E LIDO EM 30/06/2011ACÓRDÃOEMENTA: EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. BANDES. FUNRES.COMPETÊNCIA. FORMAÇÃO DO TÍTULO. JUSTIÇA ESTADUAL.DIVERGÊNCIA NÃO EVIDENCIADA. COMPETÊNCIA DEFINIDAPELO STJ. INCIDENTE PREJUDICADO.1. O CASO CONCRETO NÃO SE ASSEMELHA ÀQUELES EM QUE SEAPONTOU A DIVERGÊNCIA DE ENTENDIMENTOS, EXURGINDO,ASSIM, SUA INADEQUADAÇÃO PARA SER TOMADO COMO OREPRESENTANTE DA CONTROVÉRSIA.2. ADEMAIS, RESTA EVIDENTEMENTE PREJUDICADA A DEFINIÇÃO,IN CONCRETO, PRETENDIDA NO PRESENTE INCIDENTE, EIS QUEJÁ ESTABELECIDA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL PELOSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS OS PRESENTES AUTOS DEINCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA N.º024099162513, SENDO SUSCITANTE: EGRÉGIA 1ª CÂMARA CÍVEL ESUSCITADO: PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO, À UNANIMIDADE, NÃOCONHECER DO INCIDENTE, NOS TERMOS DO VOTO DO EXM.ºDES. RELATOR.CONCLUSÃO: ACORDA O EGRÉGIO TRIBUNAL PLENO NACONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO,QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE NÃOCONHECER DO INCIDENTE, NOS TERMOS DO VOTO DOEMINENTE RELATOR. VITÓRIA, 01/07/2011

ALESSANDRA QUEIROZ AGUETE SECRETÁRIA DE CÂMARA

17 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 24: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

PRIMEPODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

TRIBUNAL DE JUSTIÇAPRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

PAUTA DE JULGAMENTO DA 25ª SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA12/07/2011, TERÇA-FEIRA, QUE TERÁ INÍCIO ÀS 14:00 HORAS,PODENDO, ENTRETANTO, NESSA SESSÃO OU EM SESSÕESSUBSEQUENTES, PROCEDER-SE AO JULGAMENTO DEPROCESSOS ADIADOS OU CONSTANTES DE PAUTAS JÁPUBLICADAS.

1 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 14109000555COLATINA - 2ª VARA FAMÍLIACLASSE 1º GRAU: SEPARAÇÃO LITIGIOSA COM BENS A PARTILHARAGVTE ANTONIO MONFERDINI PEREIRAADVOGADO(A) MARCOS LUIZ DO NASCIMENTOADVOGADO(A) ROZENILTON JACINTO ALVESAGVDO MARIA GORETI ANTUNES PEREIRARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVES

2 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24100918176VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALCLASSE 1º GRAU: ORDINÁRIAAGVTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) CARLOS HENRIQUE STABAUER RIBEIROADVOGADO(A) GUILHERME ROUSSEFF CANAANAGVDO JULIANA PIMENTEL BALESTRERO MARCALADVOGADO(A) EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO(A) GUILHERME MIRANDA RIBEIROADVOGADO(A) RAFAEL SANTA ANNA ROSAAGVDO FRANSCISCO ANTONIO AMPERE RODRIGUES EPITACIOPEREIRAADVOGADO(A) EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO(A) GUILHERME MIRANDA RIBEIROADVOGADO(A) RAFAEL SANTA ANNA ROSAAGVDO BRUNO FARDIN FAEADVOGADO(A) EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO(A) GUILHERME MIRANDA RIBEIROADVOGADO(A) RAFAEL SANTA ANNA ROSARELATOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

3 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119002616VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISCLASSE 1º GRAU: EXECUÇÃO FISCALAGVTE TRANSZERO TRANSPORTADORA DE VEICULOS LTDA..ADVOGADO(A) LEONARDO PRATTI BEZERRA LEITEAGVDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) ARTENIO MERCONRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119002624VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISCLASSE 1º GRAU: CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE TRANSZERO TRANSPORTADORA DE VEICULOS LTDA..ADVOGADO(A) LEONARDO PRATTI BEZERRA LEITEAGVDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) ARTENIO MERCONRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

5 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119004109VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALCLASSE 1º GRAU: ORDINÁRIAAGVTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) TATIANA CLAUDIA SANTOS AQUINOAGVDO PAULO CESAR FERREIRAADVOGADO(A) ADAO ROSAADVOGADO(A) ALEXANDRE DE ASSIS ROSAADVOGADO(A) GLAUBER DE ASSIS ROSARELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

6 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 35101114755VILA VELHA - 2ª VARA DE ÓRFÃOS E SUCESSÕESCLASSE 1º GRAU: INVENTÁRIOAGVTE ANDREA VICENTE PEREIRAADVOGADO(A) RENATA VITÓRIA OLIVEIRA DOS SANTOS

AGVTE A P B S ( MENOR IMPÚBERE )ADVOGADO(A) RENATA VITÓRIA OLIVEIRA DOS SANTOSAGVTE R B S ( MENOR IMPÚBERE )ADVOGADO(A) RENATA VITÓRIA OLIVEIRA DOS SANTOSAGVTE CYNTHIA COSTA DIASADVOGADO(A) RENATA VITÓRIA OLIVEIRA DOS SANTOSAGVDO RAFAEL BISPO DOS SANTOSADVOGADO(A) VINICIUS BRANDAO DE REZENDEAGVDO ESPÓLIO DE JOZELITO BISPO DOS SANTOSADVOGADO(A) VINICIUS BRANDAO DE REZENDERELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVES

7 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 10090003921BOM JESUS DO NORTE - CARTÓRIO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU: REPARAÇÃO DE DANOSAPTE BANCO BMG S/AADVOGADO(A) JOSE ALTOE COGOADVOGADO(A) RODRIGO PEIXOTO PIMENTELAPDO NAYDE RODRIGUES DO CARMOADVOGADO(A) ROSSINI DE OLIVEIRA TAVARESRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

8 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 11060136576CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 2ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA (SOLVENTE EINSOLVENTE)APTE INDUSTRIA DE MARMORES CAVALIERE LTDA..ADVOGADO(A) CHEIZE BERNARDO BUTERIAPDO POSTO SÃO JUDAS TADEU LTDA..ADVOGADO(A) CLAUDIO MANCIO BARBOSAADVOGADO(A) CLAUDIOMAR BARBOSARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

9 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12070097436CARIACICA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: COBRANÇAAPTE CONFIANÇA COMPANHIA DE SEGUROSADVOGADO(A) ALDIR MANOEL DE ALMEIDAAPDO MARIO DIAS DE MIRANDAADVOGADO(A) ERILDO PINTOADVOGADO(A) MARCELO ALVARENGA PINTORELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

10 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090015533CARIACICA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: BUSCA E APREENSÃO DL 911APTE BANCO ITAUCARD S/AADVOGADO(A) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO ELIAS DOS SANTOS ROSARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

11 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090111605CARIACICA - 2ª VARA CÍVELCANCELAMENTO DE PROTESTOCLASSE 1º GRAU: APTE OPINIAO FOMENTO S/AADVOGADO(A) JOSE LUIS DIAS DA SILVAADVOGADO(A) MIRIAN FLAVIA VENTURIMAPDO SUPERMERCADOS CALVI LTDA..ADVOGADO(A) IVINY DO CARMO HARCKBART PAULAADVOGADO(A) SANTOS MIRANDA NETORELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

12 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 14090074957COLATINA - 3ª VARA CÍVEL CLASSE 1º GRAU: ORDINÁRIAAPTE/APDO UNIMED NOROESTE CAPIXABA -COOPERATIVA DETRABALHO MEDICOADVOGADO(A) ANTONIO AUGUSTO GENELHU JUNIORADVOGADO(A) RODRIGO BASSETI TARDINAPDO/APTE LUIZ MANOEL NEGRELLIADVOGADO(A) HELOISA HELENA MUSSO DALLARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

13 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 21010290126GUARAPARI - 2ª VARA CÍVEL

18 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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CLASSE 1º GRAU: CLASSE CÍVEL ANTIGAAPTE ANDRE PIERRE FONTAINEADVOGADO(A) EDISON ALVES FURTADOAPTE HUGUETTE GERMAINE FONTAINEADVOGADO(A) EDISON ALVES FURTADOAPDO MIRIAN BATISTA RIVAADVOGADO(A) JOSE DOMINGOS DE ALMEIDAAPDO JOSE SIDNY RIVAADVOGADO(A) GERVASIO ANTUNES NETOADVOGADO(A) PATRICK FERRAZ RIBEIRORELATOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAREVISOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA

14 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 21040050078GUARAPARI - 2ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: OPOSIÇÃOAPDO ESMG EMPREENDIMENTOS LTDA..ADVOGADO(A) ALENCAR FERRUGINI MACEDOADVOGADO(A) RODOLPHO ZORZANELLI COQUEIROADVOGADO(A) RODRIGO CAMPANA TRISTAOAPTE/APDO JOSE SYDNY RIVAADVOGADO(A) JOSE DOMINGOS DE ALMEIDAAPTE/APDO MIRIAM BATISTA RIVAADVOGADO(A) JOSE DOMINGOS DE ALMEIDAAPDO/APTE ANDRE PIERRE FONTAINEADVOGADO(A) EDISON ALVES FURTADOAPDO/APTE HUGUETTE GERMAINE FONTAINEADVOGADO(A) EDISON ALVES FURTADORELATOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAREVISOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA

15 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 21109000386GUARAPARI - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: CLASSE CÍVEL ANTIGAAPTE RAFAEL MARIANO ALVES DA SILVAADVOGADO(A) PHELIPE DE MONCLAYR POLETE CALAZANS SALIMAPTE MARIA DA CONCEIÇAO BAMBIRRA ALVESADVOGADO(A) PHELIPE DE MONCLAYR POLETE CALAZANS SALIMAPDO OSMAR FERNANDESADVOGADO(A) LUIZ FELIPE FERREIRA GALLORELATOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAREVISOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA

16 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 23090003775ICONHA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU: INDENIZATÓRIAAPTE BANCO ITAUCARD S/AADVOGADO(A) MARCELO MIGNONI DE MELOADVOGADO(A) VITOR MIGNONI DE MELOAPDO MAURO BENTO TAVARESADVOGADO(A) MARCIANIA GARCIA ANHOLLETI* APELAÇÃO ADESIVA Nº 23090003775APTE MAURO BENTO TAVARESADVOGADO: MARCIANIA GARCIA ANHOLLETIAPDO BANCO ITAUCARD S/AADVOGADO: MARCELO MIGNONI DE MELORELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

17 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24010155166VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISCLASSE 1º GRAU: CLASSE CÍVEL ANTIGAAPTE PAO GOSTOSO INDUSTRIA E COMERCIO S/AADVOGADO(A) LUIZ FELIPE ZOUAIN FINAMORE SIMONIADVOGADO(A) TIAGO SIMONI NACIFAPDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) GUSTAVO SIPOLATTIRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAREVISOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVES

18 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24050179183VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALCLASSE 1º GRAU: MANDADO DE SEGURANÇAAPTE ANDRESA COELHO PESSINIADVOGADO(A) FLAVIA AQUINO DOS SANTOSAPDO DETRAN ES DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DOESTADO DO ESADVOGADO(A) LUCIANA HELENA CORDEIRO BATISTONIRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

19 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24060233301VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOCLASSE 1º GRAU: ACIDENTE DE TRABALHOAPTE ROSANA DE SANTANA VAZ SOUZAADVOGADO(A) JADER NOGUEIRAAPDO INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIALADVOGADO(A) ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHENADVOGADO(A) MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

20 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 32090013510MIMOSO DO SUL - CARTÓRIO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU: EMBARGOS TERCEIROAPTE LEONARDO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) CARLOS MAGNO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) SUELLEN MARA CIPRIANO VERISSIMOAPTE MARILENE LEITE DA SILVAADVOGADO(A) CARLOS MAGNO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) SUELLEN MARA CIPRIANO VERISSIMOAPTE SEBASTIAO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) CARLOS MAGNO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) SUELLEN MARA CIPRIANO VERISSIMOAPTE ROBERTA MARQUES DOS SANTOS VERISSIMOADVOGADO(A) CARLOS MAGNO DE JESUS VERISSIMOADVOGADO(A) SUELLEN MARA CIPRIANO VERISSIMOAPDO FRANKLIN ALVES DE CARVALHOADVOGADO(A) IVAN MOREIRA DE MELLORELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

21 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 35070259003VILA VELHA - VARA DA FAZENDA MUNICIPALCLASSE 1º GRAU: CIVIL PÚBLICAAPTE MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALAPDO HERCULES SILVEIRAADVOGADO(A) RAFAEL ANTONIO TARDINADVOGADO(A) REQUERIDO EM CAUSA PRÓPRIARELATOR DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL

22 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 47050051599SÃO MATEUS - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: ORDINÁRIAAPTE BANSIDER FOMENTO MERCANTIL S/AADVOGADO(A) ALEXANDRE CERQUEIRA GILADVOGADO(A) ANDRE DA SILVA RAMOSAPDO VIAÇÃO SÃO GABRIEL LTDA..ADVOGADO(A) DOUGLAS DEMONER FIGUEIREDOADVOGADO(A) LUIZ CARLOS BARBOSARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

23 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 50090006565VIANA - VARA CÍVEL E COMERCIALCLASSE 1º GRAU: REPARAÇÃO DE DANOSAPTE TRANSPORTADORA BELMOK LTDA..ADVOGADO(A) FERNANDO ANTONIO SANTOS LEITEADVOGADO(A) MARCELO SANTOS LEITEAPDO ANA CLAUDIA DE CARVALHO OLIVAADVOGADO(A) VITOR HUGO GOMES TAVARESRELATOR DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL

24 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 69060008294MARATAÍZES - VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU: USUCAPIÃOAPTE ANANIAS FRANCISCO VIEIRAADVOGADO(A) ISABEL CRISTINA DA SILVA SANTOSAPTE NAZIRA SAD VIEIRAADVOGADO(A) ISABEL CRISTINA DA SILVA SANTOSAPDO HERLAUY TEIXEIRA DA SILVAADVOGADO(A) PAULO DE TARSO SILVAAPDO IVETE PAZ DA SILVAADVOGADO(A) PAULO DE TARSO SILVAAPDO ANTONIO CARLOS CARVALHO DA SILVAADVOGADO(A) PAULO DE TARSO SILVAAPDO MAURA PIRES DA SILVAADVOGADO(A) PAULO DE TARSO SILVARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

25 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990065323MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOS

19 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 26: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

CLASSE 1º GRAU: EXECUÇÃO FISCALAPTE MUNICÍPIO DE MARATAIZESADVOGADO(A) ANTONIO MARCOS ROMANOADVOGADO(A) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIROAPDO LUIZ CLAUDIO ROCHARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMA

26 - REMESSA EX-OFFICIO Nº 11010551312CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 1ª VARA FEITOS FAZENDA PÚBLICACLASSE 1º GRAU: ANULATORIA CIVILPARTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) FRANCISCO AUGUSTO TEIXEIRA DE CARVALHOADVOGADO(A) KLAUSS COUTINHO BARROSADVOGADO(A) LEONARDO GUSTAVO PASTORE DYNAPARTE CLEBER JOSE DOS PASSOSADVOGADO(A) CARLOS SAPAVINI* APELAÇÃO VOLUNTÁRIA Nº 11010551312APTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: FRANCISCO AUGUSTO TEIXEIRA DE CARVALHOAPDO CLEBER JOSE DOS PASSOSADVOGADO: CARLOS SAPAVINIRELATOR SUBS. DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA

27 - REMESSA EX-OFFICIO Nº 24050205491VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALCLASSE 1º GRAU: MANDADO DE SEGURANÇAREMTE JUIZ DE DIREITO DA V FAZ PUB MUN DE VITÓRIAPARTE INSTITUTO DE PREV ASSIST DOS SERV DO MUN DE VITÓRIAADVOGADO(A) HELOISA MARIA DUARTE BARCELLOSPARTE MUNICÍPIO DE VITÓRIAADVOGADO(A) ROSMARI ASCHAUER CRISTO REISADVOGADO(A) SANDRO VIEIRA DE MORAESPARTE IGNAZIO PINTO DA SILVAADVOGADO(A) VINICIUS PANCRACIO MACHADO COSTA* APELAÇÃO VOLUNTÁRIA Nº 24050205491APTE INSTITUTO DE PREV ASSIST DOS SERV DO MUN DE VITÓRIAE OUTROADVOGADO: HELOISA MARIA DUARTE BARCELLOSAPDO IGNAZIO PINTO DA SILVAADVOGADO: VINICIUS PANCRACIO MACHADO COSTARELATOR DES. CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARALREVISOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRA

28 - REMESSA EX-OFFICIO Nº 24080096803VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALCLASSE 1º GRAU: MANDADO DE SEGURANÇA COM VALORREMTE JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUAL DE VIPARTE DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DO ESPÍRITOSANTOADVOGADO(A) INGRID STANGE AZEVEDO GUIDONIPARTE EVANDRO LOPESADVOGADO(A) LEONARDO DAN SCARDUA* APELAÇÃO VOLUNTÁRIA Nº 24080096803APTE DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DO ESPÍRITOSANTOADVOGADO: INGRID STANGE AZEVEDO GUIDONIAPDO EVANDRO LOPESADVOGADO: LEONARDO DAN SCARDUARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

29 - REMESSA EX-OFFICIO Nº 66060008472MARILÂNDIA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU: RITO SUMÁRIOREMTE JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE MARILANDIAPARTE NILSON DEBONIADVOGADO(A) DECIO ALVES DE REZENDEPARTE MUNICÍPIO DE MARILANDIAADVOGADO(A) MARIA LUZIA PEREIRA GOMES* APELAÇÃO VOLUNTÁRIA Nº 66060008472APTE MUNICÍPIO DE MARILANDIAADVOGADO: MARIA LUZIA PEREIRA GOMESAPDO NILSON DEBONIADVOGADO: DECIO ALVES DE REZENDERELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAREVISOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVES

VITÓRIA, 04/07/2011

LANUSSY PIMENTEL DE REZENDESECRETÁRIO DE CÂMARA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÕES

INTIMO:

1 NO PROCESSO Nº 3119000069 - AGRAVO DE INSTRUMENTOANARCY STEFANON FORNAZIER ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAOLIEZE JOSE STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAMARIA CARMEM STEFANON RODRIGUES ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 003145 ES NELSON ALVES DE AGUIAR004133 ES BEATRICE EUGENIE MACIEL DE AGUIARMAURICIO ANTONIO STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAIRACEMA DE SOUZA STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAJOSE MARIA STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAMARIA MADALENA QUINTINO STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDALAIR CATEIN DUTRA STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAASTHESIA MARIA STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003692 ES RAINOR BREDAROSA STEFANON SEZINI ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 003145 ES NELSON ALVES DE AGUIAR004133 ES BEATRICE EUGENIE MACIEL DE AGUIARNARCI SANTO SEZINI ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 003145 ES NELSON ALVES DE AGUIAR004133 ES BEATRICE EUGENIE MACIEL DE AGUIARANGELO STEFANAO ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 003692 ES RAINOR BREDAANAIDES MARTA FURLAN STEFANAO ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 003692 ES RAINOR BREDAOSIRES ROSSETTO DALLARMI ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 003692 ES RAINOR BREDAMARIA JOSE STEFANON DALLARMI ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 003692 ES RAINOR BREDAIRENI MARIA POMPERMAYER STEFANON ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 003692 ES RAINOR BREDAPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.236/237,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

2 NO PROCESSO Nº 3119000077 - AGRAVO DE INSTRUMENTOADRIANA NASCIMENTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 17033 ES KELLY ANNA PEREIRA DE ALMEIDA007129 ES CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEPARA O AGRAVANTE PROCEDER O RECOLHIMENTO DO PREPARO,NO PRAZO LEGAL, SOB PENA DE DESERÇÃO, NOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 94/97.

3 NO PROCESSO Nº 5119000023 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCELI ALVES PEREIRA GUIMARAES ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 142448 RJ ALLAN SILVEIRA GOMES FAIALPRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE APIACA ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 14347 ES SILVESTRE DE ALMEIDA TEIXEIRAPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.207/214, QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, EPARA O AGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

4 NO PROCESSO Nº 11119000815 - AGRAVO DE INSTRUMENTOROZIMELIA DE ARAUJO BISSOLI ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 15779 ES CLAYTON KELLY COELHO JUNIOR005468 ES PAULO LUIZ PACHECOJUCELIO JOAO BISSOLI ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 056484 MG PEDRO FERNANDES RIBEIRO005514 ES MARIA LUZIA ROCHA MACHADO RIBEIROPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 87/88,QUE ATRIBUIU EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

5 NO PROCESSO Nº 11119000831 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCELIA DEMIAN SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 001683 ES ROMULO LOUZADA BERNARDO8152 ES WESLEY DE OLIVEIRA LOUZADA BERNARDO

20 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 27: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

SAMARCO MINERAÇAO S/A ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 000822AMG JOAO DACIO ROLIM115765 MG MARIANA HELENA ARRUDA E SILVAEZIO SANTOS FILHO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 001683 ES ROMULO LOUZADA BERNARDO8152 ES WESLEY DE OLIVEIRA LOUZADA BERNARDOPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.277/279, QUE INDEFERIU O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DAPRETENSÃO RECURSAL, E PARA O AGRAVADO CUMPRIR O ART. 527,V, DO CPC.

6 NO PROCESSO Nº 11119000948 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12424 ES MANOELA ATHAYDE VELOSO SASSO17213 ES FERNANDA RIBEIRO CAMPOS MICHALSKYVALDELINO SIMOES ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 85/86,QUE CONVERTEU O PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO EMRETIDO E A SUA REMESSA AO MM. JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU.

7 NO PROCESSO Nº 11119001102 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12424 ES MANOELA ATHAYDE VELOSO SASSO17213 ES FERNANDA RIBEIRO CAMPOS MICHALSKYH C DE SOUZA ME ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DA R.DECISÃO DE FLS. 54/55,QUE CONVERTEU O RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EMAGRAVO RETIDO E A REMESSA AO MM. JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU.

8 NO PROCESSO Nº 12100021893 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOEL ROBERTO MACHADO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 002607 ES MARIA DAS GRACAS SOBREIRA DASILVA11894 ES MACKSEN LEANDRO SOBREIRADARSONE BERNADINO XAVIER MACHADO ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 008772 ES ANDRE FERREIRA PEDREIRAPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.432/433, QUE HOMOLOGOU A DESISTENCIA POSTULADA Á FL.431.

9 NO PROCESSO Nº 12100023162 - AGRAVO DE INSTRUMENTOSILAS GOMES BATISTA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 009711 ES RONEY DUTRA MOULIN10290 ES LUIZ ANTONIO STEFANONPARA O AGRAVANTE PROVIDENCIAR O RECOLHIMENTO DASCUSTAS RELATIVAS AO CUMPRIMENTO DA CARTA PRECATÓRIA EJUNTAR O RESPECTIVO COMPROVANTE DE PAGAMENTO NOPRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, SOB PENA DE NÃO CONHECIMETO DORECURSO, NOS TERMOKS DO R. DESPACHO DE FL.167.

10 NO PROCESSO Nº 21109000709 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVALERIA COSTA SALESE ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 14104 ES HELTON FRANCIS MARETTOPARA O AGRAVANTE PROVIDENCIAR, NO PRAZO LEGAL, ORECOLHIMENTO DAS CUSTAS E DA DILIGÊNCIA DO SR. OFICIALDE JUSTIÇA DO JUÍZO DEPRECADO, SOB PENA DE NÃOCONHECIMENTO DO RECURSO, NOS TERMOS DO R. DESPACHO DEFL. 101.

11 NO PROCESSO Nº 21119000459 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJAKSON ROSA BRANDAO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 11458 ES ANDREI COSTA CYPRIANO13660 ES MONICA SILVA FERREIRA GOULART10922 ES JEDSON MARCHESI MAIOLI12030 ES ISAAC PAVEZI PUTONPARA O AGRAVANTE, NO PRAZO LEGAL, PROVAR O FATOSUPERVENIENTE ALEGADO NA PETIÇÃO DE FL.61, NOS TERMOSDO R. DESPACHO DE FL.63.

12 - NO PROCESSO Nº 24100914100 AGRAVO DE INSTRUMENTORODRIGO PANDOLFI SARMENGHI ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 007055 ES OMAR PEREIRA MATTARALTEIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA. ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 9477 ES MARCELLO GONCALVES FREIREPARA AS PARTES, NO PRAZO LEGAL, MANIFESTAREM-SE SOBRE AINFORMAÇÃO CONTIDA À FL. 188, NOS TERMOS DO R. DESPACHODE FL. 189.

13 NO PROCESSO Nº 24100919380 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVIAÇAO ITAPEMIRIM S/A ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 9931 ES MARLILSON MACHADO SUEIRO DECARVALHO13071 ES RUBENS CAMPANA TRISTAOPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 375/378,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO.

14 NO PROCESSO Nº 24100925262 AGRAVO DE INSTRUMENTOBANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO S/A BANESTES ONDEÉ AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 6016 ES SERGIO BERNARDO CORDEIRO008851 ES BRUNO CURTY VIVASMARCOS MIRANDA MADUREIRA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 11982 ES WANOKZOR ALVES AMM DE ASSIS10867 ES ROMARIO MARTINS DE OLIVEIRA007456 ES MIGUEL PEDRO AMM FILHOPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.849/853, QUE CONCEDEU PARCIALMENTE O PEDIDO DEEFEITO SUSPENSIVO.

15 NO PROCESSO Nº 24100925304 - AGRAVO DE INSTRUMENTOPOWERLOGIC CONSULTORIA E SISTEMAS S/A ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 14952 ES ALAOR DE QUEIROZ ARAUJO NETOPARA O AGRAVANTE SE MANIFESTAR SOBRE A PETIÇÃO EDOCUMENTOS DE FLS. 315/319, NOS TERMOS DO R. DESPACHO DEFL.325.

16 NO PROCESSO Nº 24100925429 - AGRAVO DE INSTRUMENTOALEXANDRE DA SILVA SOUZA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 008944 ES MARIA AMELIA BARBARA BASTOS008705 ES KELLY CRISTINA BRUNOPARA O AGRAVANTE, NO PRAZO LEGAL, PROVIDENCIAR ORECOLHIMENTO DAS CUSTAS, SOB PENA DA LEI, NOS TERMOS DAR. DECISÃO DE FLS. 336/339.

17 NO PROCESSO Nº 24119001436 - AGRAVO DE INSTRUMENTORONILDO DE PAIVA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 007275 ES JOSE MARIO VIEIRAPARA O AGRAVADO TRAZER AOS AUTOS PROVAS DA REALIZAÇÃODO NOVO TESTE FÍSICO E DE SUA APROVAÇÃO, NOS TERMOS DOR. DESPACHO DE FL.88

18 NO PROCESSO Nº 24119003648 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 9820 ES LEONARDO GUSTAVO PASTOREDYNAVIVO S/A ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 8392 ES MARCELO PAGANI DEVENSPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 699/703,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, E PARAO AGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

19 NO PROCESSO Nº 24119003663 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 5771 ES DOUGLAS GIANORDOLI SANTOSJUNIORFERNANDO JOSE PEHRSON LIMA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 14776 ES FELIPE NASCIMENTO BERNABE008787 ES MARCELO MARTINS ALTOERONALDO DE ALMEIDA CASTRO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 008787 ES MARCELO MARTINS ALTOE14776 ES FELIPE NASCIMENTO BERNABEICAPEL INDUSTRIA CAPIXABA DE PAPEL S/A ONDE ÉAGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 008787 ES MARCELO MARTINS ALTOE14776 ES FELIPE NASCIMENTO BERNABEMARIA EMILIA FILGUEIRAS DA SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 14776 ES FELIPE NASCIMENTO BERNABE008787 ES MARCELO MARTINS ALTOEPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DO R.DESPACHO DE FLS.128/130, QUE DETERMINOU A REMESSA DOS AUTOS ÀDISTRIBUIÇÃO DESTE EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, PARA SERREDISTRIBUIDO PARA O EMINENTE DESEMBARGADOR ÁLVAROMANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, INTEGRANTE DA 2° CÂMARACÍVEL.

20 NO PROCESSO Nº 24119006427 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOAO MANOEL PIMENTEL PULCHERI ONDE É AGRAVADO

21 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 28: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 001764 ES ROSA MARIA ASSAD GOMEZ11373 ES DIOGO ASSAD BOECHAT14183 ES MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD16849 ES DANIEL ASSAD GALVEASINSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DO ESTADOIPAJM ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS.16650 ES ALBERTO CÂMARA PINTOPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 56/58,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

21 NO PROCESSO Nº 24119006633 - AGRAVO DE INSTRUMENTOFREDIE GLEDSON DE ASSIS AMORIM ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 008944 ES MARIA AMELIA BARBARA BASTOSPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.161/163, QUE DEFERIU LIMINARMANTE O PEDIDO PLEITEADO.

22 NO PROCESSO Nº 24119006690 - AGRAVO DE INSTRUMENTOALMERINDA LOPES DE OLIVEIRA FREITAS ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 10964 ES CASSIO DRUMOND MAGALHAESPARA O AGRAVANTE, NO PRAZO LEGAL, PROVIDENCIAR ORECOLHIMENTO DAS CUSTAS, SOB PENA DA LEI.

23 NO PROCESSO Nº 24119007201 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELETRICAS S/A ESCELSA ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 11414 ES PAULO SERGIO RAGA16671 ES JESSICA PAULA DA SILVA BERGER11134 ES CHRISTIANI BORGES FERREIRA PACHECOJOAQUIM CASTELLO BARROS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 4204 ES JERONYMO DE BARROS ZANANDREAPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.301/302, QUE INDEFERIU O PEDIDO D EFEITO SUSPENSIVO, EPARA O AGRAVADO, QUERENDO, APRESENTAR RESPOSTA AORECURSO.

24 NO PROCESSO Nº 24119008183 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 7526 ES GUSTAVO CESAR DE MELLO CALMONHOLLIDAYEDNA DE CARVALHO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAJOAO MAXIMO DA SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRARAQUEL VIRGINIA CREMA LIBERATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAJOSE CARLOS DE OLIVEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAAPARECIDA DOS SANTOS DEMETRIO ARAUJO ONDE ÉAGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAJUAREZ BORGES PEDROSA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAITAMAR FELIPE DE OLIVEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAEZEQUIAS GOMES DE OLIVEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAADEON CHAGAS SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRARODOMILSON ROCHA RODRIGUES ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAPAULO MOREIRA MATOS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAJUAREZ NUNES DA VEIGA FILHO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRALUIZ CARLOS GUERRA RIBEIRO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAEVANDRO LUIZ FURTADO DE MELLO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAJOCEMAR LOUREIRO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13116 ES GUSTAVO ALBANI PEREIRAPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.326/330, QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, EPARA O AGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

25 NO PROCESSO Nº 24119008787 - AGRAVO DE INSTRUMENTOBRUNO PINHEIRO SIMMER ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 008944 ES MARIA AMELIA BARBARA BASTOS008705 ES KELLY CRISTINA BRUNOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 12242 ES PEDRO SOBRINO PORTO VIRGOLINO

PARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 177/179,QUE DEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

26 NO PROCESSO Nº 30090000800 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12298 ES LEONARDO DE MEDEIROS GARCIAPARA O AGRAVANTE, NO PRAZO LEGAL, INFORMAR O ENDEREÇOATUAL DA AGRAVADA, NOS TERMOS DO R. DESPACHO DE FL. 76.

27 NO PROCESSO Nº 30109001062 - AGRAVO DE INSTRUMENTOINDUSTRIA DE MOVEIS MOVELAR LTDA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003366 ES ROWENA FERREIRA TOVAR11734 ES SANTHIAGO TOVAR PYLRO13888 ES LETHICIA COELHO MOREIRA DA FRAGA008229 ES ANA PAULA PROTZNER MORBECKHOPE FOMENTO MERCANTIL LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 023254 SP ABRAO LOWENTHALPARA AS PARTES TOMAREM CIÊNCIA DO R. DESPACHO DE FL.119,QUE INDEFEIRU O PEDIDO DE DESISTENCIA DO RECURSO,FORMULADO À FL. 117.

28 NO PROCESSO Nº 30119000088 - AGRAVO DE INSTRUMENTOF R P (MENOR IMPÚBERE) ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 15989 ES KARLA AUER GUASTI16292 ES ROSANA KEILA SANTANA DE SOUZA NASCIMENTOGRACIELE RAMOS DA SILVA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 15989 ES KARLA AUER GUASTI16292 ES ROSANA KEILA SANTANA DE SOUZA NASCIMENTOVIAÇÃO JOANA D'ARC ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 002933 ES JOSEMAR DE DEUSPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 71/74,QUE DEFERIU O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

29 NO PROCESSO Nº 35101115067 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃOAGV INSTRUMENTOJORGE ROBERTO FERREIRA DA SILVA ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006439 ES ANDERSON PIMENTEL COUTINHOPARA O EMBARGADO, QUERENDO, APRESENTARCONTRARRAZÕES, NO PRAZO LEGAL, NOS TERMOS DO R.DESPACHO DE FL. 442.

30 NO PROCESSO Nº 35119001911 - AGRAVO DE INSTRUMENTOANGELICA AUGUSTA RAFALSKY ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 007129 ES CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPE17033 ES KELLY ANNA PEREIRA DE ALMEIDAPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.77/79, QUE INDEFERIU O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELARECURSAL.

31 NO PROCESSO Nº 35119002075 - AGRAVO DE INSTRUMENTOHUASCAR COMERCIO E LOCAÇAO DE VEICULO LTDA. ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 17033 ES KELLY ANNA PEREIRA DE ALMEIDA007129 ES CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEPARA O AGRAVANTE, NO PRAZO LEGAL, EFETUAR O PREPAROREFERENTE AO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, SOBPENA DE DESERÇÃO, NOS TERMOS DA R. DECISÃO DE FLS.109/110.

32 NO PROCESSO Nº 38119000164 - AGRAVO DE INSTRUMENTOANDRADE INDUSTRIA E MINERAÇÃO LTDA. ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 10343 ES LUIZ GUSTAVO TARDIN16956 ES DIEGO PIMENTA MORAESPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.130/133, QUE DEFERIU O PEDIDO DE LIMINAR RECURSAL ESUSPENDEU.

33 NO PROCESSO Nº 47109000209 - AGRAVO DE INSTRUMENTOWALDEMAR SANTOS CARDOSO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 11769 ES FLORISVAL ALVES PINHEIRO JUNIORSONIR DA SILVA BARBOSA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13748 ES DENIVALDO DA SILVA BARBOSAP S B (MENOR PÚBERE) ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13748 ES DENIVALDO DA SILVA BARBOSAPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.21/23,QUE DEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

34 NO PROCESSO Nº 47119000488 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVIX LOGISTICA S/A ONDE É AGRAVANTE

22 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 29: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 13759 ES VINICIUS D MORAES RIBEIROMARINALDA GUINAZZI ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13636 ES LEONARDO BARBOSA DE SOUSAADRIANA DEGAN PEREIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13636 ES LEONARDO BARBOSA DE SOUSAPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 155/157,QUE DEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

35 NO PROCESSO Nº 48119000395 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12153 ES LIANA MOTA PASSOSFILIPE SANTOS DA CUNHA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10143 ES RODRIGO CHAGAS SARAIVA13473 ES PAULA FREITAS BUFFON SARAIVAPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS. 107/108,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO,E PARA O AGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

36 NO PROCESSO Nº 48119001724 - AGRAVO DE INSTRUMENTOBV FINANCEIRA S/A CFI ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 17172 ES LIVIA MARTINS GRIJOPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO D FLS. 92/95,QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO .

37 NO PROCESSO Nº 48119001781 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 9141 ES UDNO ZANDONADE11826 ES SAMIRA AMIGO NEMEPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.213/215, QUE INDEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO.

38 NO PROCESSO Nº 48119001831 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELETRICAS S/A ESCELSA ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 8392 ES MARCELO PAGANI DEVENS942 ES IMERO DEVENS005234 ES IMERO DEVENS JUNIOROLIVERINA SOUZA SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 008217 ES ROSEMBERG MORAES CAITANOPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DEFLS.102/104, QUE DEFERIU O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DAPRETENSÃO RECURSAL E O SUSPENDEU, E PARA O AGRAVADOCUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

39 NO PROCESSO Nº 59119000046 - AGRAVO DE INSTRUMENTOSILAS AMARAL MAZA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12444 ES LUIZ DA SILVA MUZIPARA O AGRANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.120/124,QUE DEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO.

40 NO PROCESSO Nº 62119000073 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMARCELO MOREIRA VIEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13347 ES JANINE VIEIRA PARAISO OLIVEIRAROBERTA MIRANDA VIEIRA SANTOS ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 16770 ES LEANDRO COSTA ROCHAPARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R. DECISÃO DE FLS.31/32,QUE DEFERIU O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, E PARA OAGRAVADO CUMPRIR O ART. 527, V, DO CPC.

41 NO PROCESSO Nº 68099000041 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃOAGV INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11157 ES PERICLES FERREIRA DE ALMEIDAALESSANDRO ALVES PESSOA ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006963 ES PAULO ROBERTO ARAUJO10595 ES ANTONIO MESSIAS PEREIRA NETOFLAVIA SCARDUA DE SOUZA ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 8085 ES GERALDO LUIZ DA SILVEIRAPARA OS EMBARGADOS APRESENTAREM RESPOSTA AOSEMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS TERMOS DO R. DESPACHO DEFL.152/VERSO.

42 NO PROCESSO Nº 11104959181 - AGRAVO INOMINADO AGVINSTRUMENTOSICOOB CREDIROCHAS ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 13800 ES FELIPE TELES SANTANA12920 ES ALEXANDRE COSTA SIMOES13356 ES ALEX VAILLANT FARIASPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

43 NO PROCESSO Nº 11119000617 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVIRGINIA CELI SILVA CARDOSO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 9865 ES RONALDO SOUZA GUIMARAES12929 ES PRISCILA PERIM GAVA DE VICTAPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

44 NO PROCESSO Nº 11119001078 AGRAVO DE INSTRUMENTONAIR FARIA DOS SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

45 NO PROCESSO Nº 11119001334 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOAO BATISTA PESCA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

46 NO PROCESSO Nº 11119001375 - AGRAVO DE INSTRUMENTOEDGARD FERREIRA DOS SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

47 NO PROCESSO Nº 11119001466 - AGRAVO DE INSTRUMENTOFRANCISCO MONTEIRO MUNIZ ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

48 NO PROCESSO Nº 11119001490 - AGRAVO DE INSTRUMENTOANGELO MARIN ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 138177 ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

49 NO PROCESSO Nº 11119001623 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOAO BATISTA LEAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYJ B LEAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

50 NO PROCESSO Nº 11119001854 AGRAVO DE INSTRUMENTOEDMILSON MESQUITA BATISTA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

51 NO PROCESSO Nº 11119002068 - AGRAVO DE INSTRUMENTOREQUINT COMERCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA. ONDE ÉAGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYELIMARIO ALMEIDA QUINTINO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

52 NO PROCESSO Nº 11119002076 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOSE PEREIRA DOS SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

53 NO PROCESSO Nº 11119002217 - AGRAVO DE INSTRUMENTOS D S RODRIGUES ME ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

54 NO PROCESSO Nº 11119002399 - AGRAVO DE INSTRUMENTONELSON PINHEIRO DE OLIVEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYSOOL APARELHOS TERAPEUTICOS LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. M138177ES ARY JOSE GOUVEA DERCYPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

55 NO PROCESSO Nº 12119000177 AGRAVO DE INSTRUMENTOMARCA CONSTRUTORA E SERVICOS LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11419 ES IGOR BASILIO ARAUJOPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

56 NO PROCESSO Nº 12119000664 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMAILDES SILVA SOUZA MONTEIRO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 14038 ES MAGALY CRISTINE HAASEPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

57 NO PROCESSO Nº 13119000084 - AGRAVO INOMINADO AGVINSTRUMENTOALESSANDRO VIEIRA CAMPO ONDE É AGRAVADO

23 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 30: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 10596 ES LEONARDO SERAFINE PENITENTEADEMAR ANTONIO CAMPO JUNIOR ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10596 ES LEONARDO SERAFINE PENITENTERAMEDA TRANSPORTE LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10596 ES LEONARDO SERAFINE PENITENTEREGINA CELIA VIEIRA CAMPO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10596 ES LEONARDO SERAFINE PENITENTEWAGNER VIEIRA CAMPO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10596 ES LEONARDO SERAFINE PENITENTEPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

58 NO PROCESSO Nº 14119000264 - AGRAVO DE INSTRUMENTOSG MATERIAL ESPORTIVO LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

59 NO PROCESSO Nº 24119002566 - AGRAVO DE INSTRUMENTOLUCIANA PEREIRA DE OLIVEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 004964 ES HELDER WILLIAM CORDEIRO DUTRAPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

60 NO PROCESSO Nº 24119002640 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVITÓRIA COMERCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 15239 ES VICTOR TEIXEIRA NEPOMUCENOPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPCPARA O AGRAVADO APRESENTAR CONTRARRAZÕES, NOS TERMOSDA R. DECISÃO DE FLS.259/263.

61 NO PROCESSO Nº 24119006864 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCOMERCIAL SUPERAUDIO LTDA. ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 007831 ES FABIANO CABRAL DIASPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

62 NO PROCESSO Nº 24119007185 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMARIA DE FATIMA ROCHA COUZI ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 8132 ES TAREK MOYSES MOUSSALLEM009440 ES MARCO ANTONIO GAMA BARRETO9374 ES RICARDO ALVARES DA SILVA CAMPOS JUNIORJOSE CARLOS GRATZ ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 5708 ES LUIZ ALFREDO DE SOUZA E MELLOANDRE LUIZ CRUZ NOGUEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 14206 ES FELIPE MORAIS SIMMERPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

63 NO PROCESSO Nº 24119008985 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMANOEL MAIA ZORZAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 007514 ES ORONDINO JOSE MARTINS NETOPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

64 NO PROCESSO Nº 27119000027 - AGRAVO DE INSTRUMENTOBELMIRO PAGUNG ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 11755 ES ENOC JOAQUIM DA SILVAPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

65 NO PROCESSO Nº 30119000468 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJOSE DJAIR NOGUEIRA CAMPOS ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 3520 ES JOSE DJAIR NOGUEIRA CAMPOSPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

66 NO PROCESSO Nº 30119000690 - AGRAVO DE INSTRUMENTOFERNANDO FERRARI PEGNOR ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 003754 ES JOYCE MARY BARONEPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

67 NO PROCESSO Nº 35119001804 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMARLENE LEAO BORGES ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 008157 ES ELZIMAR LUIZ LUCASPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

68 NO PROCESSO Nº 48099075235 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃOAGV INSTRUMENTOUNIBANCO AIG SEGUROS S/A ONDE É EMBARGADOPOR SEUS ADVS. DRS. 007144 ES ARNALDO ARRUDA DA SILVEIRAPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

69 NO PROCESSO Nº 53119000023 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMATHEUS OLIVEIRA SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 005989 ES LUCISMARK MARQUES DE MORAISPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

70 NO PROCESSO Nº 48119000981 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVILA VELHA TRANSPORTES COLETIVOS LTDA. ONDE ÉAGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 007372 ES TARCISIO ALVES RODRIGUESPEREIRAHDI SEGUROS S/A ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 70199 RJ LUIZ FELIPE FONSECA DRUMONDERIVALDO FERREIRA DOS SANTOS ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 005240 ES MARIA MADALENA SELVATICIBALTAZAREROMILDO EGGERT ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 007023 ES DULCELANGE AZEREDO DA SILVAPARA TOMAR CIÊNCIA DO DESPACHO/DECISÃO DO DESEMB.CORREGEDOR PARA O AGRAVANTE TOMAR CIÊNCIA DA R.DECISÃO DE FLS.104/113, QUE DEFERIU PARCIALMENTE O PEDIDODE EFEITO SUSPENSIVO, E OS AGRAVADOS CUMPRIREM O ART.527, V, DO CPC.

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

LANUSSY PIMENTEL DE REZENDESECRETÁRIO DE CÂMARA

-**********-

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

CONCLUSÃO DE ACÓRDÃOS PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO.

1- AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 26119000029ITAPEMIRIM - 1ª VARA CÍVELAGVTE ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELETRICAS S/A ESCELSA ADVOGADO(A) CAROLINA GIACOMINADVOGADO(A) IMERO DEVENSADVOGADO(A) MARCELO PAGANI DEVENSAGVDO A & M MARMORES E GRANITOS LTDA ADVOGADO(A) ELIDIO DA COSTA OLIVEIRA FILHORELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 026119000029AGRAVANTE: ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/A -ESCELSAAGRAVADO: A & M MÁRMORES E GRANITOS LTDA. RELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E DIREITO ADMINISTRATIVO -AGRAVO DE INSTRUMENTO - SUSPENSÃO NO FORNECIMENTODE ENERGIA ELÉTRICA - REQUISITOS - RECURSO CONHECIDOE PARCIALMENTE PROVIDO.1 - A jurisprudência do C. STJ admite a suspensão no fornecimento de energiaelétrica, após aviso prévio, desde que: a) não implique risco de grave lesão àintegridade física do consumidor; b) o débito não tenha origem em suposta fraudeno medidor de consumo de energia elétrica e apurado unilateralmente pelaconcessionária; c) não se trate de dívida de valor irrisório; d) não advenha dedébitos pretéritos (consolidados); e) não exista discussão judicial sobre a dívida e;f) o débito não seja de anterior proprietário do imóvel.2 - Havendo discussão judicial sobre o débito, é possível ao consumidor obstar asuspensão no fornecimento de energia, desde que comprove: a) existência deverossimilhança nas suas alegações; e b) ofereça garantia da parcelaincontroversamente devida.3 - Recurso conhecido e parcialmente provido.Vistos, relatados e discutidos este recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTOem que é agravante ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/A e éagravada A & M MÁRMORES E GRANITOS LTDA., ACORDA a EgrégiaPrimeira Câmara Cível, na conformidade da ata da sessão, à unanimidade, e nostermos do voto do eminente Relator, CONHECER DO RECURSO EDAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO para manter a decisão agravada econdicioná-la ao oferecimento de garantia, por parte da agravada, quanto à parcelaincontroversa do débito.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS

24 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 31: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

2- AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 48119000718SERRA - 4ª VARA CÍVELAGVTE GILSON GUIMARAES SOUZA ADVOGADO(A) ANDREIA DADALTOAGVDO ANA TELMA DALTIO ADVOGADO(A) IDIVALDO LOPES DE OLIVEIRARELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 048119000718AGRAVANTE: GILSON GUIMARÃES SOUZAAGRAVADA: ANA TELMA DALTIORELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA -ANULAÇÃO DE COMPRA E VENDA - VENDEDOR QUE SEDECLAROU SOLTEIRO NO INSTRUMENTO PÚBLICO -AUSÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA - ADQUIRENTE DE BOA-FÉ -CÔNJUGE - PEDIDO LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE EPARALISAÇÃO DAS OBRAS NO IMÓVEL ADQUIRIDO PELOAGRAVANTE/ADQUIRENTE - DEFERIMENTO PARCIAL PELOJUÍZO A QUO - PARALISAÇÃO DAS OBRAS - RECURSO -ALEGAÇÃO DE PREJUÍZOS - NÃO DEMONSTRAÇÃO - RECURSOIMPROVIDO.1 - Os elementos que instruem o agravo não autorizam a formação de juízo deverossimilhança acerca do perigo que o agravante alega ser iminente para propiciaro retorno das obras no imóvel.2 - Recurso improvido.

Vistos, relatados e discutidos este recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTOem que é agravante GILSON GUIMARÃES SOUZA e agravada ANA TELMADALTIO, ACORDA a Egrégia Primeira Câmara Cível, na conformidade da atada sessão, à unanimidade de votos, conhecer do recurso e NEGAR-LHEPROVIMENTO, nos termos no voto do eminente relator.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

3- APELAÇÃO CIVEL Nº 6100024949ARACRUZ - FAZ. PÚBLICA EST., MUN., REG. PÚB. E MEIO AMBIENTEAPTE IVANISE SILVA AMORIM ADVOGADO(A) IVAN DE ANDRADE AMORIMAPDO MUNICIPIO DE ARACRUZ ADVOGADO(A) ANDRESSA PARANHOS POLESIADVOGADO(A) AUGUSTO MANOEL BARBOSAADVOGADO(A) DULCIMAR ALVES VIEIRA BROETTOADVOGADO(A) MARCELO CLEMENTE GARCIA WERNERSBACHRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 006100024949APELANTE: IVANISE SILVA AMORIMAPELADO: MUNICÍPIO DE ARACRUZRELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO ECONSTITUCIONAL - CONCURSO - DOCUMENTOSAPRESENTADOS FORA DO PRAZO ESTABELECIDO NO EDITAL -AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - APELAÇÃOCONHECIDA E DESPROVIDA. 1 - O edital é a lei do concurso, de modoque a inscrição no certame implica concordância com as regras nele contidas, quenão podem ser dispensadas pelas partes. 2 - O pleito da Apelante esbarra emóbice intransponível, consubstanciado na ausência de direito líquido e certo,mormente porque a pontuação atribuída decorreu da aplicação dos critériosestabelecidos no edital que rege o certame, fato que, evidentemente, revela aausência de ilegalidade e afasta o controle judicial. 3 - Apelação conhecida edesprovida.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

4- APELAÇÃO CIVEL Nº 7090022679BAIXO GUANDU - 1ª VARAAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO ADVOGADO(A) DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRAAPDO MERCINIO ROBERTO GOBBO ADVOGADO(A) MERCINIO ROBERTO GOBBORELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAREVISOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 007090022679APELANTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO APELADO: MERCINIO ROBERTO GOBBORELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEmenta: APELAÇÃO CÍVEL - PROCESSUAL CIVIL - HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - DEFENSOR DATIVO - QUANTUM - FIXAÇÃOPOR EQUIDADE - APLICAÇÃO SISTEMÁTICA DO DISPOSTO NOS§§ 1º e 2º DO ARTIGO 22 DA LEI n.º 8.609/94 E NO ART. 20, §4º DOCPC - NECESSIDADE DE REDUÇÃO - RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. É dever do Estado arcar com os honorários advocatícios do defensor dativonomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes do STJ e do TJES.2. O convênio firmado entre a Defensoria Pública Estadual, a OAB/ES e esteEgrégio Tribunal de Justiça, no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores dativos, cuja aplicação fora vindicado peloRecorrente, foi denunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, data anterior à prolaçãoda sentença, razão pela qual se mostra inaplicável. Precedentes do TJES.3. O artigo 22, §§ 1º e 2º, da lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) tem funçãomeramente balizadora na fixação de honorários advocatícios de defensor dativo,não tendo o condão de vincular o magistrado e dever ser interpretadosistematicamente com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 22 da Lei n.º 8.609/94 eno art. 20, §4º do CPC - aplicável às condenações da Fazenda Pública.Precedentes do TJES.4. A Resolução Nº 558 do Conselho da Justiça Federal dispõe especificamentesobre o arbitramento de honorários de advogados dativos nomeados no âmbitoda Justiça Federal de primeiro e segundo graus e dos Juizados Especiais Federais,não se aplicando, portanto, à Justiça Estadual.5. Recurso parcialmente provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso de Apelação Cível em que sãopartes ESTADO DO ESPÍRITO SANTO e MERCINIO ROBERTOGOBBO, ACORDA a Colenda Primeira Câmara Cível, na conformidade da ata, àunanimidade de votos, CONHECER do recurso interposto, DAR-LHEPARCIAL PROVIMENTO para reduzir os honorários advocatícios aomontante de R$ 500,00 (quinhentos reais) em favor do defensor dativo, oadvogado MERCINIO ROBERTO GOBBO (OAB/ES 5.628), nos termos do §4º, art. 20 do CPC.

Vitória/ES, 21 de Junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

5- APELAÇÃO CIVEL Nº 7090028619BAIXO GUANDU - 1ª VARA

25 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 32: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

APTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO ADVOGADO(A) DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRAAPDO MERCINIO ROBERTO GOBBO ADVOGADO(A) MERCINIO ROBERTO GOBBOAPDO JOSE DE BARROS NETO ADVOGADO(A) JOSE DE BARROS NETORELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAREVISOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 007090028619APELANTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO APELADO: MERCINIO ROBERTO GOBBO E OUTRORELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEmenta: APELAÇÃO CÍVEL - PROCESSUAL CIVIL - HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - DEFENSOR DATIVO - quantum - fixação POREQUIDADE - APLICAÇÃO SISTEMÁTICA DO DISPOSTO NOS §§ 1º e2º do artigo 22 da Lei n.º 8.609/94 e no art. 20, §4º do CPC -NECESSIDADE DE REDUÇÃO - RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. É dever do Estado arcar com os honorários advocatícios do defensor dativonomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes do STJ e do TJES.2. O convênio firmado entre a Defensoria Pública Estadual, a OAB/ES e esteEgrégio Tribunal de Justiça, no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores dativos, cuja aplicação fora vindicado peloRecorrente, foi denunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, data anterior à prolaçãoda sentença, razão pela qual se mostra inaplicável. Precedentes do TJES.3. O artigo 22, §§ 1º e 2º, da lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) tem funçãomeramente balizadora na fixação de honorários advocatícios de defensor dativo,não tendo o condão de vincular o magistrado e dever ser interpretadosistematicamente com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 22 da Lei n.º 8.609/94 eno art. 20, §4º do CPC - aplicável às condenações da Fazenda Pública.Precedentes do TJES.4. A Resolução Nº 558 do Conselho da Justiça Federal dispõe especificamentesobre o arbitramento de honorários de advogados dativos nomeados no âmbitoda Justiça Federal de primeiro e segundo graus e dos Juizados Especiais Federais,não se aplicando, portanto, à Justiça Estadual.5. Recurso parcialmente provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso de Apelação Cível em que sãopartes ESTADO DO ESPÍRITO SANTO e MERCINIO ROBERTOGOBBO E OUTRO, ACORDA a Colenda Primeira Câmara Cível, naconformidade da ata, à unanimidade de votos, CONHECER do recursointerposto e DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO para reduzir oshonorários advocatícios para o montante de R$ 1000,00 (hum mil reais), sendo R$500,00 (quinhentos reais) para cada defensor dativo, os advogados MercínioRoberto Gobbo (OAB/ES 5.628) e José de Barros Neto (OAB/ES 11.555).

Vitória/ES, 21 de Junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

6- APELAÇÃO CIVEL Nº 7090029419BAIXO GUANDU - 1ª VARAAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO ADVOGADO(A) RICARDO CESAR OLIVEIRA OCCHIAPDO FABYANO CORREA WAGNER ADVOGADO(A) FABYANO CORREA WAGNERAPDO JOSE DE BARROS NETO ADVOGADO(A) JOSE DE BARROS NETORELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAREVISOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 007090029419APELANTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO APELADO: FABYANO CORREA WAGNER E OUTRORELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEmenta: APELAÇÃO CÍVEL - PROCESSUAL CIVIL - HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - DEFENSOR DATIVO - nomeção eficaz - consoânciacom artigo 5º, §4º, da lei 1060/50 - quantum - fixação POR EQUIDADE -APLICAÇÃO SISTEMÁTICA DO DISPOSTO NOS §§ 1º e 2º do artigo 22

da Lei n.º 8.609/94 e no art. 20, §4º do CPC - NECESSIDADE DEREDUÇÃO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. É dever do Estado arcar com os honorários advocatícios do defensor dativonomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes do STJ e do TJES.2. A nomeação de advogado dativo se deu de forma tácia na sentença e consoanteo entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, visando facilitar oamplo acesso ao Poder Judiciário, pode o ente estatal conceder assistênciajudiciária gratuita mediante a presunção iuris tantum de pobreza decorrente daafirmação da parte de que não está em condições de pagar as custas do processo eos honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. PrecedentesSTJ.3. O disposto no § 4º, art. 5º, da Lei 1060/50, dá preferência, para a defesa decausa de juridicamente necessitado, ao advogado que o interessado indicar e quedeclarar aceitar o encargo.4. O convênio firmado entre a Defensoria Pública Estadual, a OAB/ES e esteEgrégio Tribunal de Justiça, no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores dativos, cuja aplicação fora vindicado peloRecorrente, foi denunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, data anterior à prolaçãoda sentença, razão pela qual se mostra inaplicável. Precedentes do TJES.5. A Resolução Nº 558 do Conselho da Justiça Federal dispõe especificamentesobre o arbitramento de honorários de advogados dativos nomeados no âmbitoda Justiça Federal de primeiro e segundo graus e dos Juizados Especiais Federais,não se aplicando, portanto, à Justiça Estadual.6. O artigo 22, §§ 1º e 2º, da lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) tem funçãomeramente balizadora na fixação de honorários advocatícios de defensor dativo,não tendo o condão de vincular o magistrado e dever ser interpretadosistematicamente com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 22 da Lei n.º 8.609/94 eno art. 20, §4º do CPC - aplicável às condenações da Fazenda Pública.Precedentes do TJES.7. Recurso parcialmente provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso de Apelação Cível em que sãopartes ESTADO DO ESPÍRITO SANTO e FABYANO CORREAWAGNER E OUTRO, ACORDA a Colenda Primeira Câmara Cível, naconformidade da ata, ____________________________, CONHECER dorecurso interposto, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO para reduzir oshonorários advocatícios para o montante de R$ 1000,00 (hum mil reais), sendo R$500,00 (quinhentos reais) para cada defensor dativo, os advogados FabyanoCorrea Wagner (OAB/ES 8.394) e José de Barros Neto (OAB/ES 11.555), nostermos do voto do Eminente Desembargador Relator.

Vitória, ___ de ___________ de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

7- APELAÇÃO CIVEL Nº 12070044768CARIACICA - 1ª VARA CÍVELAPTE UNIBANCO AIG SEGUROS S/A ADVOGADO(A) JULIANO GAUDIO SOBRINHOADVOGADO(A) MARCIO ROBERTO GOTAS MOREIRAADVOGADO(A) PAULO HENRIQUE CREMONEZE PACHECOAPDO COTIA ARMAZENS GERAIS S/A ADVOGADO(A) JOSMAR DE SOUZA PAGOTTOADVOGADO(A) NILTON BASILIO TEIXEIRAADVOGADO(A) SAMIRA MIRANDA LYRA SCHWARTZRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 12.070.044.768APELANTE: UNIBANCO AIG SEGUROS S/AAPELADA: COTIA ARMAZÉNS GERAIS S/ARELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REGRESSIVA - SEGURO -IMPORTADOR - MERCADORIAS RECEBIDAS EM QUANTIDADEMENOR - PRESCRIÇÃO - PRAZO - NÃO OCORRÊNCIA -IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL AO OPERADOR DAESTAÇÃO ADUANEIRA INTERIOR OU PORTO SECO -DIVERGÊNCIA DE LACRE CONSTATADA QUANDO DODESEMBARQUE DO CONTEINER QUE AS ACONDICIONAVA -ALEGAÇÃO DE FALHA DO OPERADOR QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES

26 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 33: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

INERENTES AO DEPÓSITO DO CONTEINER EM SUASDEPENDÊNCIAS - PROVA - AUSÊNCIA - INVERSÃO - NÃOAPLICAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.1. A pretensão deduzida em ação regressiva promovida por seguradora contraempresa de armazém geral, com o objetivo de receber o valor da indenização pagaao segurado importador por danos causados durante a movimentação ou aarmazenagem de mercadorias importadas sob controle aduaneiro, prescreve noprazo do artigo 205, do CCB/2002, e não no do artigo 11, § 1º, do Decreto nº1.102/1903.2. Não há que se afastar a responsabilidade do operador de estação aduaneirainterior ou porto seco por dano causado em razão de alegada falha na obrigaçãode guardar, conservar e restituir as mercadorias acomodadas em conteinerdepositado em suas dependências quando demonstrado que este apresentoudivergência de lacre no momento em que foi desembarcado e não provada aocorrência do alegado extravio ou furto de mercadorias durante o seu trânsito doporto para tais dependências ou mesmo quando nela se encontrava.3. A relação jurídica entre a seguradora do importador e a empresa responsávelpela movimentação e armazenagem da mercadoria importada sob controleaduaneiro não possui natureza consumerista, não se aplicando a regra dejulgamento da inversão da prova. 4. Recurso conhecido e não provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do EspíritoSanto, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade, conhecer enegar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PREJUDICIAL DE MÉRITO-PRESCRIÇÃO. NOMÉRITO, POR IGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AORECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.

8- APELAÇÃO CIVEL Nº 14070118725COLATINA - 2ª VARA FAMÍLIAAPTE MARIA DE MELO BARBOSA ADVOGADO(A) MARTA LUZIA BENFICAADVOGADO(A) SONIA MARIA CANDIDAAPTE VITOR DA SILVA BARBOSA ADVOGADO(A) MARTA LUZIA BENFICAADVOGADO(A) SONIA MARIA CANDIDAAPDO LUIZ ANTONIO DA SILVA ADVOGADO(A) ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRARELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 014070118725APELANTES: MARIA DE MELO BARBOSA E VITOR DA SILVABARBOSA APELADO: LUIZ ANTÔNIO DA SILVARELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO DE GUARDA -PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA REJEITADA -MÉRITO - AVÓS MATERNOS E GENITOR DA MENOR -PREVALÊNCIA DO INTERESSE DA CRIANÇA - INTELIGÊNCIADO ART. 33, § 2º, DO ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE -RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1- Havendo nos autoselementos de prova que possibilitam a compreensão da controvérsia e a formaçãodo livre convencimento do Julgador, não há que se falar em cerceamento dedefesa em razão da não realização, no entendimento dos Apelantes, de um EstudoSocial completo. Preliminar rejeitada. 2 - O foco central, a medida e a ponderaçãodo decisum há de ser sempre o interesse da criança e não as pretensõesindividualmente consideradas de seu genitor ou avós maternos. Os direitos dosmenores devem sobrepor-se a qualquer outro bem ou interesse juridicamentetutelado. 2 - Não se vislumbra na situação fática delineada nos autos aexcepcionalidade do art. 33, § 2º, do Estatuto da Criança e Adolescente, a ensejara concessão de guarda fora dos casos de tutela ou adoção. 3 - Apelação conhecidae desprovida.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,rejeitar a preliminar e, por igual votação, negar provimento ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA. NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOSDO VOTO DO RELATOR.

9- APELAÇÃO CIVEL Nº 21080004837GUARAPARI - 2ª VARA DE FAMÍLIAAPTE ROSALIA RIBEIRO DE ASSIS ADVOGADO(A) SAULO DE PAULA CUNHA JUNIORAPDO SANDRA CRISTINO MARINHO ADVOGADO(A) SILVANA SILVA DE SOUZAADVOGADO(A) VERA LUCIA BERTOCCHI LIMAAPDO KATIA CRISTINO MARINHO SIQUEIRA ADVOGADO(A) SILVANA SILVA DE SOUZAADVOGADO(A) VERA LUCIA BERTOCCHI LIMAAPDO MONICA FREITAS MARINHO VIANA ADVOGADO(A) SILVANA SILVA DE SOUZAADVOGADO(A) VERA LUCIA BERTOCCHI LIMAAPDO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL APDO JOSE CARLOS FREITAS MARINHO ADVOGADO(A) MARINA FAIÇAL COUTORELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 021080004837APELANTE: ROSÁLIA RIBEIRO DE ASSISAPELADOS: SANDRA CRISTINO MARINHO E OUTROSRELATOR:DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR: DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃOESTÁVEL POST MORTEM - REQUISITOS - AUSÊNCIA DE INTUITUFAMILIAE - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 - A Apelante alega que tinha um relacionamento estável com o de cujus, querestou configurada nos autos. E mais, as provas testemunhais, segundo aApelante, fazem crer que havia entre os companheiros uma relação de publicidadede seu relacionamento, bem como a afecttio societatis.2 - Infere-se da análise dos autos, que a Apelante, apesar de seu grande esforçoem tentar comprovar a vida em comum com o falecido, não logrou demonstrarque tal convívio se destinasse a formação de um lar, para o desfrute dos bonsmomentos e para a repartição das dificuldades.3 - Acertadamente afirmou o Magistrado que “ para constituir família [...] a finalidadeda convivência não é qualquer uma. É a que se qualifica pela disposição (pelo ânimo) deconstituir família, de maneira duradoura, ou seja, de prestar mútua assistência, moral ematerial, um do outro, [...]à preservação da dignidade pessoal um do outro,[...] Parafavorecimento do bem viver da comunidade familiar e para garantia das vicissitudes da vida doscompanheiros [...]. O gozo dos bons momentos da convivência, sem a corrrespctiva partilha dasdificuldades do dia-a-dia, não é união estável.”4 - Ademais, fato incontroverso leva a ratificar o entendimento de piso. Qual seja,a nomeação da filha do falecido, como procuradora, junto ao INSS, para fins depercepção do auxílio-doença, exatamente no período em que se daria a uniãoestável.5 - Outrossim, também não há nos autos prova de qualquer outro elementoconfigurador da intenção mútua de constituir família, de modo que orelacionamento entre as partes não passou de um namoro, o que descaracteriza aunião estável pretendida.6 - Recurso conhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça doEstado do Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, àunanimidade, conhecer e negar provimento ao recurso, nos termos do votodo Relator.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS

27 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 34: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

10- APELAÇÃO CIVEL Nº 24050128487VITÓRIA - 11ª VARA CÍVELAPTE UNIMED VITORIA - COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO ADVOGADO(A) GUSTAVO SICILIANO CANTISANOAPDO RITA MARIA TEIXEIRA ANDRADE SPELTA ADVOGADO(A) CARLOS ALBERTO DA COSTA CURTORELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 024050128487APELANTE: UNIMED VITÓRIA - COOPERATIVA DE TRABALHOMÉDICO APELADA: RITA MARIA TEIXEIRA ANDRADE SPELTARELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR: DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA - OBRIGAÇÃODE FAZER - PLANO DE SAÚDE - TUTELA ANTECIPADA -REALIZAÇÃO DE CIRURGIA BARIÁTRICA - CIRURGIAEXPRESSAMENTE EXCLUÍDA DO CONTRATO -“EXCLUSIVAMENTE ESTÉTICA” - INTERPRETAÇÃOEQUIVOCADA DA CLÁUSULA CONTRATUAL - RESOLUÇÃO Nº1.766/05 DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA - “CIRURGIAGASTROENTEROLÓGICA” - CLÁSULA EXPRESSAMENTEPREVISTA - APLICAÇÃO DO PACTA SUNT SERVANDA -HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS – REDUZIDOS – RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1 - Afirma a Apelante que o procedimento cirúrgico de redução de estômago, éexpressamente excluído na Cláusula VII do contrato, por tratar-se de tratamentoexclusivamente estético.2 - Como se infere da Resolução 1.766/05 do Conselho Federal de Medicina, acirurgia bariátrica, ou “gastroplastia”, é procedimento cirúrgico de caráterterapêutico e não estético como assevera o Apelante.3 - Ademais, correta está a sentença ao ressaltar que pelo contrato celebrado entreas partes, a Apelante se comprometeu a dar à Apelada “assistência médica nosconsultórios dos médicos cooperados, em hospitais e ambulatórios, dentro da rede por ela mantidaou contratada nas especialidades dentre outras, de endocrinologia e de cirurgia gastroenterológica(cláusula VI, fls. 17).” Compreendido, portanto, o procedimento cirúrgico daApelada. 4 - Considerando os requisitos de fixação dos honorários previstos no § 3º doCPC, reduz-se o percentual dos honorários sucumbenciais a quo, de 20% para15% sobre o valor da causa, que, em razão da Ação de Impugnação (em apenso)deduzida pelo Apelante, restou fixada em R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais),entendendo ser este valor suficiente e adequado à hipótese dos autos.5 - Recurso conhecido e parcialmente provido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça doEstado do Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, àunanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto doRelator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

11- APELAÇÃO CIVEL Nº 24060036878VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO ADVOGADO(A) PEDRO SOBRINO PORTO VIRGOLINOAPTE INST. PREV. E ASSIST. DOS SERVIDORES DO ESTADO ES -IPAJM ADVOGADO(A) ALBERTO CAMARA PINTOADVOGADO(A) AUDIONETE ALVES PINHEIRO DA ROCHAADVOGADO(A) JULIANA LUCINDO DE OLIVEIRAADVOGADO(A) MARIANA DE FRANÇA PESTANAADVOGADO(A) MICHELLE FREIRE CABRALADVOGADO(A) RAFAEL PUNA DE SOUZA FREIREADVOGADO(A) RICARDO SANTOS JUNGER

ADVOGADO(A) RODRIGO ANTONIO GIACOMELLIAPDO ARISTIDES FERREIRA LIMA FILHO ADVOGADO(A) EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO(A) GABRIELA FARDIN PERIM BASTOSRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 024060036878APELANTES: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E INSTITUTO DEPREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO- IPAJMAPELADO: ARISTIDES FERREIRA LIMA FILHORELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESAPELAÇÕES CÍVEIS EM AÇÃO ORDINÁRIA – DELEGADO DEPOLÍCIA - GRATIFICAÇÃO DE CHEFIA (RUBRICA 23) -INCORPORAÇÃO AOS VENCIMENTOS - POSSIBILIDADE -RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS - SENTENÇAMANTIDA. 1 – Este Egrégio Tribunal, em diversas oportunidades, temreconhecido o direito dos Delegados de Polícia inativos à incorporação daGratificação de Chefia, percebida sob a "rubrica 23", aos seus vencimentos,reconhecendo o caráter salarial da mencionada gratificação, em razão de possuirnatureza jurídica de remuneração permanente e não temporária. 2 - Recursosconhecidos e desprovidos.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,conhecer dos recursos e negar-lhes provimento, nos termos do voto doRelator.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS, NOS TERMOSDO VOTO DO RELATOR.

12- APELAÇÃO CIVEL Nº 24060143245VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOAPTE ANTONIO JOSE SILVA ADVOGADO(A) CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJOAPDO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ADVOGADO(A) AFONSO CEZAR CORADINIRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 024.060.143.245APELANTE: ANTONIO JOSE SILVAAPELADO: INSTITUTO NACIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL - INSSRELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO DE ACIDENTE DETRABALHO - PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - DOENÇADEGENERATIVA - LAUDO PERICIAL - AUSÊNCIA DE NEXOCAUSAL ENTRE A DOENÇA E O TRABALHO - MANUTENÇÃO DASENTENÇA - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.1 - No termos do art. 436, do CPC, o Juiz não está adstrito ao Laudo Pericial.Entretanto, nada impede de tê-lo como fundamento de sua convicção,especialmente nos casos em que inexistam outros elementos ou fatos provados,capazes de ilidir a prova técnica. 2 - O Laudo Pericial forneceu elementossuficientes para concluir que a lesão do Apelante não possui nexo causal com otrabalho, tratando-se de doença degenerativa. 3 - Decisão mantida. 4 - Recursoconhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

28 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 35: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

13- APELAÇÃO CIVEL Nº 24070219050VITÓRIA - VARA DE AUDITORIA MILITARAPTE FRANCISCO ASSIS COELHO DA ROCHA ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) JOSE NATALINO CAMPONEZAPDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO ADVOGADO(A) DANILO DAVID RIBEIRORELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 24.070.219.050APELANTE: FRANCISCO ASSIS COELHO DA ROCHAAPELADO: ESTADO DO ESPÍRITO SANTORELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR - POLICIAL MILITAR - AFASTAMENTO DO LOCALDE SERVIÇO - CONTROLE JUDICIAL DO ATO ADMINISTRATIVO- DEVIDO PROCESSO LEGAL E LEGALIDADE DA SANÇÃO -NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.1. Nas hipóteses de controle judicial das decisões proferidas em processoadministrativo disciplinar, é vedado ao Poder Judiciário apreciar o mérito do atoadministrativo. O objeto do controle judicial deve se limitar aos vícios relativosaos motivos do ato, à sua finalidade ou à causa do ato.2. Se após a apresentação de defesa no processo administrativo disciplinar os fatosse tornam incontroversos, é possível a dispensa de produção de provas e oimediato julgamento.3. Comprovada a prática de conduta caracterizada como trangressão média e nãoconfigurada nenhuma das hipóteses de exclusão de transgressão previstas noRegulamento Disciplinar dos Militares Estaduais, é lícita a aplicação da sanção dedetenção.4. Negado provimento ao recurso.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do EspíritoSanto, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade, conhecer enegar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

14- APELAÇÃO CIVEL Nº 24070623111VITÓRIA - 4ª VARA DE FAMÍLIAAPTE QUINTINO RIBEIRO SOBRINHO ADVOGADO(A) ROBERTO MARINHO GUIMARAESAPDO ELZA ERLY CARMO ADVOGADO(A) EMERSON PRATA DE LACERDARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 24.070.623.111APELANTE: QUINTINO RIBEIRO SOBRINHOAPELADA: ELZA ERLY CARMORELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMENTA: APELAÇÃO - AÇÃO CAUTELAR - EXIBIÇÃO DEDOCUMENTOS - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - ÔNUS DESUCUMBÊNCIA - DISTRIBUIÇÃO - CRITÉRIO - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.1. Em ação cautelar de exibição de documentos, deduzidos pedidos específicoscom relação a vários documentos, vinculados a pretensões distintas, ocorrendo ojulgamento pela procedência parcial, impõe-se a distribuição dos ônus desucumbência através do exame do número de pedidos formulados e daproporcionalidade do decaimento de cada uma das parte em relação a cada umdeles.2. Recurso conhecido e provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do EspíritoSanto, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade, darprovimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

15- APELAÇÃO CIVEL Nº 24080075294VITÓRIA - 4ª VARA DE FAMÍLIAAPTE IVANI LUCIA ADVOGADO(A) LUDMILA MONTIBELLER PEREIRAAPDO CLAUDIO DE OLIVEIRA ADVOGADO(A) LUIZ MONICO COMERIORELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 024.080.075.294APELANTE: IVANI LÚCIAAPELADO: CLÁUDIO OLIVEIRARELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - UNIÃO ESTÁVEL -RECONHECIMENTO - PARTILHA - SENTENÇA EXTRA PETITA -REJEIÇÃO - DECOTE DO EXCESSO - CAMINHÃO E SEURESPECTIVO REBOQUE - PROVA DO REGISTRO EM NOME DOCOMPANHEIRO DURANTE A UNIÃO ESTÁVEL E QUANDO DACITAÇÃO - NOTÍCIA DE EVENTUAL VENDA DO CAMINHÃO -PENSÃO ALIMENTÍCIA E PLANO DE SAÚDE - ANÁLISE DOBINÔMIO NECESSIDADE E CAPACIDADE ECONÔMICA -RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.1. A sentença que determina a partilha de bens móveis (caminhão e reboque) cujapropriedade em nome do companheiro foi conhecida em audiência, medianteconsulta do MM. Juiz de Direito ao Sistema RENAJUD, e não daqueles queforam indicados na petição inicial, afirmando, quanto a estes, que não há prova desua propriedade, é ultra petita e não extra petita, impondo-se, por conseguinte, odecote do excesso e não sua anulação, conforme a jurisprudência assentada peloC. STJ.2. Não sendo possível extrair da consulta ao RENAJUD que os veículos ereboque registrados em nome do companheiro foram adquiridos na constância daunião estável, impugnada, pela companheira, a sua partilha, e provado que ocaminhão e o reboque indicados na petição inicial eram de propriedade docompanheiro durante a convivência entre as partes, bem como quando da suacitação, estes e não aqueles bens é que devem ser objeto da partilha, mesmodiante da notícia de sua eventual venda.3. As circunstâncias de não existir controvérsia sobre os fatos da companheira serprofessora aposentada e receber proventos de aposentadoria no valor aproximadode três salários mínimos, e do companheiro ser portador de diabetes queprovocou a amputação de dedos do seu pé direito, causando-lhe a redução dacapacidade laboral, bem como a de não existir prova de que este possui rendamensal superior aos R$ 1.069,00 (mil, seiscentos e nove reais), registrados norecibo de pagamento pela prestação de serviços como autônomo que juntou aosautos, infirmam o binômio necessidade e capacidade econômica, afastando apretensão condenatória do companheiro ao pagamento de pensão alimentar eplano de saúde em favor da companheira.4. Recurso e parcialmente provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do EspíritoSanto, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade, rejeitar apreliminar arguida. Por idêntiva votação, dar provimento parcial ao recurso, nostermos do voto do Relator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTE

RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

29 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 36: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA. NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

16- APELAÇÃO CIVEL Nº 24090010299VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELAPTE BANCO ITAUCARD S/A ADVOGADO(A) EDUARDO GARCIA JUNIORADVOGADO(A) NELIZA SCOPELAPDO LAURITA DE ALMEIDA RELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 024090010299APELANTE: BANCO ITAUCARD S/AAPELADA: LAURITA DE ALMEIDARELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO - PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSOPARA LOCALIZAÇÃO DA PARTE ADVERSA - DEFERIMENTO -AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO NO PRAZO CONCEDIDO -INTIMAÇÃO PESSOAL PARA IMPULSIONAR O FEITO, SOB PENADE EXTINÇÃO - DECRETAÇÃO DA EXTINÇÃO DO PROCESSOPOR ABANDONO DA CAUSA (ARTIGO 267, III E §1º DO CPC) -EXPRESSA PREVISÃO LEGAL - RESPEITO AO PRINCÍPIO DAINSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS - RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO.1. In casu, o Apelante requereu a suspensão do feito, pelo prazo de 60 (sessenta)dias, para a localização da Apelada.2. Concedido o prazo e inexistindo manifestação após o decurso do lapsotemporal pleiteado, o Magistrado determinou a intimação pessoal do Apelantepara impulsionar o feito, sob pena de extinção do processo. 3. Contudo, efetivada a intimação pessoal, o Apelante quedou inerte mais umavez, razão pela qual o Juiz extinguiu o feito nos moldes do artigo 267, III e §1º doCPC, hipótese de abandono da causa em razão do não cumprimento de atos ediligências indispensáveis ao deslinde da Ação.4. Ora, certo é que o princípio da instrumentalidade das formas visa aoaproveitamento dos atos processuais. Contudo, não deve ser utilizado para burlara lei e perpetuar o processamento de ações, especialmente em hipóteses nas quaisa parte não cumpre as diligências que lhe são atribuídas pela legislação.5. Recurso conhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

17- APELAÇÃO CIVEL Nº 35060237506VILA VELHA - 3ª VARA CÍVELAPTE RENILDA DE MELO JADSCHI OLIVEIRA ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE SEVERINA LINS DE ARAUJO ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE JOSE ANTONIO OFRANTE ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE SIMONE DE OLIVEIRA LOUREIRO MIGUEL ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE VANDERLEI MIRANDA MARTINS ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRA

APTE ANA MARIA DA SILVA BARRETO ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE ZELIA BATISTA RODRIGUES ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE THOMAS ALVA EDSON RODRIGUES OLIVEIRA ADVOGADO(A) HEBER VIEIRA GOMESADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPDO ESPOLIO DE HENRIQUE CARLOS CHRISTIANO REBLIN ADVOGADO(A) EDINALDO LOUREIRO FERRAZAPDO ESPOLIO DE MARIA DAS DORES BRITTO REBLIN ADVOGADO(A) EDINALDO LOUREIRO FERRAZRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 35.060.237.506APELANTES: THOMAS ALVA EDSON RODRIGUES E OUTROSAPELADOS: ESPÓLIO DE HENRIQUE CARLOS CHRISTIANO REBLINE ESPÓLIO DE MARIA DAS DORES BRITTO REBLINRELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS DE TERCEIRO - AÇÃOREIVINDICATÓRIA - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO - MANDADODE DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL - ADMISSIBILIDADE - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.1. O mandado de intimação para desocupação do imóvel objeto de pedidodeduzido em ação reivindicatória, julgado procedente, enquadra-se, com relaçãoàqueles que não figuraram na ação e que alegam exercer legítimo direito de possesobre o imóvel a ser desocupado, como ato impugnável pela via específica dosembargos de terceiro (CPC, art. 1046, caput). Doutrina e precedente do E. TJES.2. Recurso conhecido e provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do EspíritoSanto, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade, conhecer edar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

18- APELAÇÃO CIVEL Nº 36090002423MUQUI - CARTÓRIO 3º OFÍCIOAPTE ISAIAS DE SOUZA BRAGA ADVOGADO(A) FABIO MAURI VICENTEAPDO M F B (MENOR PUBERE) ADVOGADO(A) KLEBER GASPAR FILGUEIRASADVOGADO(A) LUIZ CARLOS FILGUEIRASAPDO ELIANAI SILVA FERNANDES ADVOGADO(A) KLEBER GASPAR FILGUEIRASADVOGADO(A) LUIZ CARLOS FILGUEIRASRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 036090002423APELANTE: ISAIAS DE SOUZA BRAGAAPELADOS: MFB (MENOR PÚBERE) E ELIANAI SILVA FERNANDESRELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR: DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REVISIONAL DEALIMENTOS - AGRAVO RETIDO - NEGAR PROVIMENTO -PRELIMINAR: AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO - NÃOCONFIGURADA - NO MÉRITO - ALTERAÇÃO DA CONDIÇÃOFINANCEIRA DO APELANTE - IMPOSSIBILIDADE DEALIMENTAR NÃO CONFIGURADA - RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO. 1. Trata-se de Apelação Cível em razão da sentença que julgou procedente apretensão deduzida na Ação Revisional de Alimentos, ratificando o valor a serrepassado ao menor, em 1,5 (um e meio) salário mínimo mensal.2. No que tange ao Agravo retido, pleiteia o Apelante a declaração deilegitimidade ativa. Entretanto, “a formulação, [...] de pedido de alimentos pela mãe, emnome próprio, em favor dos filhos, em que pese representar má técnica processual, consubstancia

30 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 37: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

mera irregularidade, não justificando o pedido de anulação de todo o processo, se fica claro, peloteor da inicial, que o valor solicitado se destina à manutenção da família.”3. O Apelante argúi preliminarmente a nulidade da sentença sustentando que teriaesta violado o art. 5º, inciso LIV, da Constituição Federal, ante a falta demotivação lógica e a omissão na apreciação das provas trazidas aos autos. Noentanto, tal argumentação não prospera, posto não se tratar de falta defundamentação, mesmo porque, o que se exige para a garantia à ampla defesa éque o Magistrado, em sua decisão, exponha as razões do seu convencimento,conforme preceitua o princípio do livre convencimento motivado, não querendo,com isso, acarretar uma extensa fundamentação.4. In casu, verifica-se que os documentos trazidos aos autos não demonstram deforma satisfatória uma alteração na situação financeira do Apelante que justifiquea alteração no valor da pensão alimentícia. 5. Ademais, em que pese o fato de os alimentos poderem até representar umadiminuição do valor que o Apelante dispõe para satisfazer suas necessidadespessoais, a doutrina e a jurisprudência advertem que a obrigação de sustentar ofilho vai mesmo ao ponto de impor sacrifícios ao pai, mediante a restrição de seusganhos e a redução de suas despesas, se isto for necessário para o cumprimentodo seu dever.6. Recurso conhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça doEstado do Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, àunanimidade, negar provimento ao Agravo retido, bem como, rejeitar apreliminar suscitada, e no mérito,por igual votação, conhecer e negarprovimento ao Recurso, nos termos do voto do Relator.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO E REJEITAR APRELIMINAR ARGUÍDA. NO MÉRITO, POR IGUAL VOTAÇÃO,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

19- APELAÇÃO CIVEL Nº 68080006676AGUA DOCE DO NORTE - CARTÓRIO DO 3º OFÍCIOAPTE EDILSON DE SANTANA ADVOGADO(A) MARIA GILVANE BARBOSAAPDO GERSINEIDE DOS SANTOS CHAVES ADVOGADO(A) LEANDRA PAIVA DE SOUZARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAREVISOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011ACÓRDÃOAPELAÇÃO CÍVEL Nº 68.080.006.676.APELANTE: EDILSON DE SANTANA. APELADA: GERSINEIDE DOS SANTOS CHAVES.RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRA.EMENTA - APELAÇÃO CÍVEL - QUESTÃO PROCESSUAL DENULIDADE DA SENTENÇA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃOREJEITADA - SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO PATERNO -VIAGEM E MUDANÇA DE DOMICÍLIO DE MENOR PARA OUTROPAÍS - GUARDA LEGAL DA CRIANÇA EXERCIDA PELA AVÓMATERNA COMPARTILHADA COM O GENITOR - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.1. O só fato da fundamentação e do dispositivo da sentença terem sido contráriosaos interesses do apelante, não implica ausência de fundamentação, nem a nulifica.Questão processual rejeitada.2. “A viagem de uma criança para fora da comarca onde reside depende, em regra,de autorização judicial. A intervenção do Judiciário somente não é exigida quando:a) o deslocamento for para comarca contígua, desde que na mesma unidade daFederação ou na mesma região metropolitana; b) a criança esteja acompanhada deascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmenteo parentesco, ou de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ouresponsável. Inteligência do art. 83 do ECA". (REsp nº 568807/RJ)³. 3. Genitor que não consente com a viagem e mudança de domicílio de menorpara outro país, cuja guarda legal é exercida pela avó materna e com elecompartilhada.

4. Se nenhum dos pais detém, individualmente, a guarda da criança, não se podepretender que a mãe obtenha, por meio do procedimento previsto no art. 84 doEstatuto da Criança e do Adolescente, a posse de fato da menor para que estapasse a viver consigo no exterior, sem o consentimento do pai e ausente qualquerprovimento judicial que lhe deferisse a guarda.5. É certo que tanto a Constituição da República quanto o Estatuto da Criança edo Adolescente privilegiam, sempre, o melhor interesse da criança, todavia oprincípio do melhor interesse não deve ser utilizado como forma anômala dealteração da guarda.6. Recurso conhecido e provido para reformar a sentença apelada e julgarimprocedente o pedido contido na inicial.

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de recurso de Apelação Cível,ACORDA a Egrégia Primeira Câmara Cível, na conformidade da ata e notastaquigráficas da sessão, à UNANIMIDADE, conhecer do recurso e dar-lheprovimento.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA³ STJ, REsp nº 568807/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, j.04/05/2006, DJ 17/05/2006.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA. NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DOVOTO DO RELATOR.

20- APELAÇÃO CIVEL Nº 69980022011MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES ADVOGADO(A) BEATRIZ TASSINARE NOEADVOGADO(A) GERALDINO NEVES MURTA FILHOAPDO JESUS TORRES RELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 069980022011APELANTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESAPELADO: JESUS TORRESRELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL- AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL - APLICAÇÃO DO ARTIGO 174,PARÁGRAFO ÚNICO, I DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL,ANTERIOR AO ADVENTO DA LC 118/2005 - DECRETAÇÃO DAPRESCRIÇÃO - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO - DEMORADECORRENTE DE MECANISMOS DA JUSTIÇA - APLICAÇÃO DASÚMULA 106 DO STJ - SENTENÇA ANULADA - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO. 1. No caso dos autos, o ajuizamento da Ação de Execução ocorreu no ano de1996, a primeira determinação de citação data do ano de 1997, razão pela qual ainterrupção da prescrição rege-se pela antiga redação do artigo 174, parágrafoúnico, inciso I do Código Tributário Nacional (CTN), anterior ao advento da LeiComplementar 118/2005. 2. Assim, considerando que a interrupção da prescriçãodá-se, in casu, com a efetiva citação do executado, resta evidente que a aludidainterrupção não ocorreu, vez que a citação, embora ordenada, não se efetivou pormotivos inerentes a mecanismos da Justiça. 3. Desse modo, ausente a inércia da Fazenda Pública Municipal em dar propulsãodo feito, a prescrição deve ser afastada, consoante autoriza a Súmula 106 do STJ.4. Recurso conhecido e provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,DAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

Presidente

RelatorProcurador de Justiça

31 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,ANULAR A SENTENÇA, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.

21- APELAÇÃO CIVEL Nº 69990064128MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES ADVOGADO(A) ANTONIO MARCOS ROMANOADVOGADO(A) GERALDINO NEVES MURTA FILHOADVOGADO(A) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIROAPDO JOAO GUALBERTO BICALHO APDO ZULMIRA BARBOSA BICALHO DIAS RELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 069990064128APELANTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESAPELADOS: JOÃO GUALBERTO BICALHO E OUTRO RELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL- AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL - APLICAÇÃO DO ARTIGO 174,PARÁGRAFO ÚNICO, I DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL,ANTERIOR AO ADVENTO DA LC 118/2005 - DECRETAÇÃO DAPRESCRIÇÃO - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO - DEMORADECORRENTE DE MECANISMOS DA JUSTIÇA - APLICAÇÃO DASÚMULA 106 DO STJ - SENTENÇA ANULADA - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO. 1. No caso dos autos, o ajuizamento da Ação de Execução ocorreu no ano de1998, a primeira determinação de citação data do ano de 1999, razão pela qual ainterrupção da prescrição rege-se pela antiga redação do artigo 174, parágrafoúnico, inciso I do Código Tributário Nacional (CTN), anterior ao advento da LeiComplementar 118/2005. 2. Assim, considerando que a interrupção da prescriçãodá-se, in casu, com a efetiva citação do executado, resta evidente que a aludidainterrupção não ocorreu, vez que a citação, embora ordenada, não se efetivou pormotivos inerentes a mecanismos da Justiça. 3. Desse modo, ausente a inércia da Fazenda Pública Municipal em dar propulsãodo feito, a prescrição deve ser afastada, consoante autoriza a Súmula 106 do STJ.4. Recurso conhecido e provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,DAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,ANULAR A SENTENÇA, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.

22- APELAÇÃO CIVEL Nº 69990064243MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES ADVOGADO(A) ANTONIO MARCOS ROMANOADVOGADO(A) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIROAPDO JOAO BATISTA DE OLIVEIRA RELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 069990064243APELANTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESAPELADO: JOÃO BATISTA DE OLIVEIRARELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL- AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL - APLICAÇÃO DO ARTIGO 174,PARÁGRAFO ÚNICO, I DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL,ANTERIOR AO ADVENTO DA LC 118/2005 - DECRETAÇÃO DAPRESCRIÇÃO - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO - DEMORADECORRENTE DE MECANISMOS DA JUSTIÇA - APLICAÇÃO DASÚMULA 106 DO STJ - SENTENÇA ANULADA - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.

1. No caso dos autos, o ajuizamento da Ação de Execução ocorreu no ano de1999, a primeira determinação de citação também data do ano de 1999, razão pelaqual a interrupção da prescrição rege-se pela antiga redação do artigo 174,parágrafo único, inciso I do Código Tributário Nacional (CTN), anterior aoadvento da Lei Complementar 118/2005. 2. Assim, considerando que a interrupção da prescrição dá-se, in casu, com aefetiva citação do executado, resta evidente que a aludida interrupção não ocorreu,vez que a citação, embora ordenada, não se efetivou por motivos inerentes amecanismos da Justiça. 3. Desse modo, ausente a inércia da Fazenda Pública Municipal em dar propulsãodo feito, a prescrição deve ser afastada, consoante autoriza a Súmula 106 do STJ.4. Recurso conhecido e provido. VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,DAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

23- APELAÇÃO CIVEL Nº 69990066156MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES ADVOGADO(A) ANTONIO MARCOS ROMANOADVOGADO(A) BEATRIZ TASSINARE NOEADVOGADO(A) GERALDINO NEVES MURTA FILHOADVOGADO(A) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIROAPDO PEDRO ALEXANDRINO FERREIRA JUNIOR RELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. ANNIBAL DE REZENDE LIMAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011APELAÇÃO CÍVEL Nº 069990066156APELANTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESAPELADO: PEDRO ALEXANDRINO PEREIRA JÚNIORRELATOR: DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL- AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL - APLICAÇÃO DO ARTIGO 174,PARÁGRAFO ÚNICO, I DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL,ANTERIOR AO ADVENTO DA LC 118/2005 - DECRETAÇÃO DAPRESCRIÇÃO - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO - DEMORADECORRENTE DE MECANISMOS DA JUSTIÇA - APLICAÇÃO DASÚMULA 106 DO STJ - SENTENÇA ANULADA - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO. 1. No caso dos autos, o ajuizamento da Ação de Execução ocorreu no ano de1999, a primeira determinação de citação data do ano de 2001, razão pela qual ainterrupção da prescrição rege-se pela antiga redação do artigo 174, parágrafoúnico, inciso I do Código Tributário Nacional (CTN), anterior ao advento da LeiComplementar 118/2005. 2. Assim, considerando que a interrupção da prescriçãodá-se, in casu, com a efetiva citação do executado, resta evidente que a aludidainterrupção não ocorreu, vez que a citação, embora ordenada, não se efetivou pormotivos inerentes a mecanismos da Justiça. 3. Desse modo, ausente a inércia da Fazenda Pública Municipal em dar propulsãodo feito, a prescrição deve ser afastada, consoante autoriza a Súmula 106 do STJ.4. Recurso conhecido e provido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,DAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

Presidente RelatorProcurador de Justiça

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

32 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 39: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

24- AGRAVO INOMINADO AGV INSTRUMENTO Nº 11119000237CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 2ª VARA DE FAMÍLIAAGVTE AUGUSTO CESAR FIGUEIRA FONSECA ADVOGADO(A) ALDAHIR FONSECA FILHOAGVDO CLAUDIA STANZANI FONSECA ADVOGADO(A) HIGNER MANSURADVOGADO(A) LOURENCO STANZANIADVOGADO(A) LUCIANA VALVERDE MORETEADVOGADO(A) RICARDO DA SILVA MALINIADVOGADO(A) THIAGO BONATO CARVALHIDOADVOGADO(A) WAGNER BAPTISTA RUBIMRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 011119000237AGRAVANTE: AUGUSTO CESAR FIGUEIRA FONSECAAGRAVADO: CLAUDIA STANZI FONSECARELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL - AGRAVO INTERNO NOAGRAVO DE INSTRUMENTO - NÃO CONHECIMENTO LIMINARDO AGRAVO DE INSTRUMENTO - IRREGULARIDADE FORMAL -AUSÊNCIA DE PEÇA OBRIGATÓRIA - RECURSO IMPROVIDO.1. O prazo para a interposição do recurso de agravo, quando a decisão recorrida éproferida inaudita altera parte, inicia-se quando da “juntada aos autos do mandadocitatório cumprido ou pela ciência inequívoca da parte quanto ao teor da decisão”,motivo pelo qual a comprovação documental de tal ato processual é indispensávelà aferição da tempestividade recursal e à regularidade formal do recurso.2. Cópias da decisão agravada e do respectivo mandado de citação e intimação daparte devidamente cumprido pelo Sr. Oficial de Justiça sem a apresentação dacertidão de juntada do mandado aos autos não são suficiente para a aferição datempestividade recursal.3. Certidão de intimação direcionada ao patrono do agravante não é meio hábil àcomprovação do termo a quo do prazo para a interposição do recurso de agravo,especialmente considerando que quando da sua confecção, o mandado citatório jáhavia sido juntado aos autos, não sendo possível, porém, se aferir em qual data,pois não consta dos autos a respectiva certidão de juntada.4. Não se pretende privilegiar a mera formalidade (ou o seu exccesso), porquantoo que se aponta é a necessidade de respeito à isonomia processual e,consequentemente, ao due process of law - princípios constitucionalmenteassegurados -, ao não se permitir a interposição de recurso fora do prazodeterminado por lei para tanto.5. Recurso improvido, decisão monocrática mantida.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso Agravo Interno em que sãopartes AUGUSTO CESAR FIGUEIRA FONSECA e CLAUDIA STANZIFONSECA, ACORDA a Colenda Primeira Câmara Cível, na conformidade daata da sessão, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recurso,NEGAR-LHE PROVIMENTO e manter a decisão monocrática recorrida, nostermos do voto do em. Des. Relator.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

25- AGRAVO INOMINADO REM EX-OFFICIO Nº 24060287042VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOAGVTE INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADVOGADO(A) GUSTAVO CABRAL VIEIRAADVOGADO(A) MARCOS JOSE DE JESUSAGVDO ROGERIO LEAO MALTA ADVOGADO(A) BERNARDO JEFFERSON BROLLO DE LIMAADVOGADO(A) RAPHAEL BERNARDINO PRATESRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO INTERNO NO REEXAME NECESSÁRIO Nº 024060287042AGRAVANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS AGRAVADO: ROGÉRIO LEÃO MALTA RELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECA

EMENTA: AGRAVO INTERNO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICAQUE EM REEXAME NECESSÁRIO CONFIRMA A SENTENÇA -RECURSO CONHECIDO - MÉRITO - CONVERSÃO DEAUXÍLIO-DOENÇA EM AUXÍLIO-ACIDENTE - MANUTENÇÃO DADECISÃO MONOCRÁTICA - RECURSO IMPROVIDO.1. Admite-se o agravo interno interposto por pessoa de direito público beneficiadapor reexame necessário, mas que não interpôs recurso de apelação contra asentença. Precedente da Corte Especial do STJ.2. Caracterizada a relação de causa e efeito entre o acidente de trabalho e a lesãoincapacitante, defere-se o benefício acidentário.13. Considerando que a incapacidade decorreu de acidente de trabalho, aconversão do auxílio-doença em seu equivalente acidentário é medida que seimpõe.4. Inicia-se o pagamento a título do auxílio-acidente a partir do dia seguinte ao dacessação do último auxílio-doença concedida pela mesma patologia que deuensejo a propositura da ação.5. Agravo interno improvido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo interno em reexame necessário nº024060287042 em que são partes INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS e ROGÉRIO LEÃO MALTA, ACORDA a Colenda PrimeiraCâmara Cível, na conformidade da ata da sessão, à unanimidade de votos,CONHECER do recurso para, no mérito, à unanimidade de votos, NEGARPROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto do eminente Relator.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

26- AGRAVO INOMINADO AGV INSTRUMENTO Nº 24100906577VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE MIRIA HEMERLY GAZZANI ADVOGADO(A) BRENO PAVAN FERREIRAADVOGADO(A) GRASIELE MARCHESI BIANCHIADVOGADO(A) JALINE IGLEZIAS VIANAAGVDO INST. PREV. E ASSIST. DOS SERVIDORES DO ESTADO ES -IPAJM ADVOGADO(A) ALBERTO CAMARA PINTOADVOGADO(A) AUDIONETE ALVES PINHEIRO DA ROCHAADVOGADO(A) JULIANA LUCINDO DE OLIVEIRAADVOGADO(A) MARIANA DE FRANÇA PESTANAADVOGADO(A) MICHELLE FREIRE CABRALADVOGADO(A) RICARDO SANTOS JUNGERADVOGADO(A) RODRIGO ANTONIO GIACOMELLIADVOGADO(A) RODRIGO DA ROCHA RODRIGUESRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO INOMINADO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº24.100.906.577AGRAVANTE: MIRIA HEMERLY GAZZANIAGRAVADO: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA DOSSERVIDORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAADMINISTRATIVO - APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO -ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - INCORPORAÇÃO AOSPROVENTOS - EXCEÇÃO - PREVISÃO LEGAL - AUSÊNCIA DEREQUISITOS.

1. O adicional de insalubridade é verba que tem como pressuposto o exercício defunções potencialmente nocivas à saúde do servidor e constitui vantagem decaráter transitório, pois, cessadas as condições de risco que ensejaram a suaconcessão, não mais será devido.

2. Por ser uma vantagem pecuniária de caráter transitório, o adicional deinsalubridade, via de regra, não deve integrar os proventos de aposentadoria dosservidores públicos.

3. Havendo previsão legal para a incorporação do adicional de insalubridade aosproventos dos servidores mediante o preenchimento de determinados requisitos,a comprovação destes é indispensável para concessão da medida liminar pleiteada.

33 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 40: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

4. Recurso conhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDA a Egrégia PrimeiraCâmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, naconformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, à UNANIMIDADE devotos, conhecer e negar provimento recurso, nos termos do voto doEminente Relator.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

27- AGRAVO INOMINADO AGV INSTRUMENTO Nº 24100907708VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE INST. PREV. E ASSIST. DOS SERVIDORES DO ESTADO ES -IPAJM ADVOGADO(A) ALBERTO CAMARA PINTOADVOGADO(A) AUDIONETE ALVES PINHEIRO DA ROCHAADVOGADO(A) JULIANA LUCINDO DE OLIVEIRAADVOGADO(A) MARIANA DE FRANÇA PESTANAADVOGADO(A) MICHELLE FREIRE CABRALADVOGADO(A) RICARDO SANTOS JUNGERADVOGADO(A) RODRIGO ANTONIO GIACOMELLIADVOGADO(A) RODRIGO DA ROCHA RODRIGUESAGVDO MIRIA HEMERLY GAZZANI ADVOGADO(A) BRENO PAVAN FERREIRAADVOGADO(A) GRASIELE MARCHESI BIANCHIADVOGADO(A) JALINE IGLEZIAS VIANARELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011AGRAVO INOMINADO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº24.100.907.708AGRAVANTE: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO - IPAJMAGRAVADA: MIRIA HEMERLY GAZZANI RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAAGRAVO INOMINADO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO -APOSENTADORIA - DESCONTO ADMINISTRATIVO - SUPRESSÃODE VALOR PAGO A MAIOR PELO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -BOA-FÉ.

1. O art. 115 da Lei nº 8.213/91, que regulamenta a hipótese de descontoadministrativo sem a necessária autorização judicial, nos casos em que a concessãoa maior se deu por ato administrativo do Instituto de Previdência, não se aplica àssituações em que demonstrada a boa-fé do segurado.

2. Agravo inominado conhecido e desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDA a Egrégia PrimeiraCâmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, naconformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, à UNANIMIDADE devotos, conhecer e negar provimento ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DORELATOR.

28- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CIVEL Nº 11080203810CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 4ª VARA CÍVELEMGTE MONALISA MARMORES E GRANITOS LTDA ADVOGADO(A) SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOREMGDO ROMERO BEIRIZ SOARES ADVOGADO(A) CHEIZE BERNARDO BUTERI

EMGDO RENATA BEIRIZ SOARES ADVOGADO(A) CHEIZE BERNARDO BUTERIRELATOR DES. CARLOS SIMÕES FONSECAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº:011080203810EMBARGANTE: MONALISA MÁRMORES E GRANITOS LTDA. EMBARGADOS: ROMERO BEIRIZ SOARES E OUTRARELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAEMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÕES ECONTRADIÇÕES - INOCORRÊNCIA - REDISCUSSÃO DO JULGADO- IMPOSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1 - Os embargos de declaração possuem hipóteses de cabimento restritas, que selimitam àquelas previstas no art. 535 do Código de Processo Civil (omissão,obscuridade e contradição) e em que não se inclui a pretensão de rediscussão dasrazões de decidir constantes da decisão recorrida.2 - Contrariedade às jurisprudências pacíficas do C. Superior Tribunal de Justiça edeste Egrégio Tribunal de Justiça que caracterizam o intuito procrastinatório dorecurso e ensejam a aplicação da sanção prevista no art. 538, parágrafo único, doCódigo de Processo Civil.3 - Recurso conhecido e improvido.

Vistos, relatados e discutidos estes Embargos de Declaração em que éembargante MONALISA MÁRMORES E GRANITOS LTDA. e sãoembargados ROMERO BEIRIZ SOARES e RENATA BEIRIZ SOARES,ACORDA A EGRÉGIA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, na conformidade daata da sessão, à unanimidade de votos e nos termos do voto do Eminente Relator,CONHECER DO RECURSO, NEGAR-LHE PROVIMENTO e IMPORao embargante multa no patamar de 1% (um por cento) sobre o valor dacondenação.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOSTERMOS DO VOTO DO RELATOR.

29- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CIVEL Nº 23070000205ICONHA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOEMGTE A.J.VIEIRA TRANSPORTES E COMERCIO LTDA ADVOGADO(A) BRUNO RAPHAEL DUQUE MOTAADVOGADO(A) CHRISTIANO OLIVEIRA PEREIRAADVOGADO(A) DANIELLE BORGES DE ABREUADVOGADO(A) DANIELLE GUALDA PASOLINIADVOGADO(A) FERNANDO CARLOS FERNANDESADVOGADO(A) JANAYNA SILVEIRA DOS SANTOSADVOGADO(A) KATIA LEAO BORGES DE ALMEIDAADVOGADO(A) MARIA ALMEIDA NASCIMENTOADVOGADO(A) PAULA FERRI PEREIRAADVOGADO(A) PIETRANGELO ROSALEMEMGDO JOSE CARLOS WANDEKOKEN ADVOGADO(A) ORLANDO BERGAMINIADVOGADO(A) ORLANDO BERGAMINI JUNIORADVOGADO(A) WILLIAN DA MATTA BERGAMINIRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 23.070.000.205EMBARGANTE: A. J. VIEIRA TRANSPORTE E COMÉRCIO LTDA.APELADO: JOSÉ CARLOS WANDEKOKENRELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRADIÇÃO - PRETENSÃO DEREEXAME - NÃO CABIMENTO - NEGADO PROVIMENTO AORECURSO.1. A contradição que torna cabíveis os embargos de declaração é aquela verificadana própria decisão, isto é, entre seus enunciados. O ordenamento jurídico pátrionão comporta embargos de declaração por suposta contradição entre o acórdão ea tese sustentada pela parte.2. Negado provimento aos embargos de declaração.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado doEspírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, ÀUNANIMIDADE, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

34 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 41: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOSTERMOS DO VOTO DO RELATOR.

30- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REM EX-OFFICIO Nº 24070089081VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE OTAVIO DE CARVALHO SOBRINHO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE ROMULO LEITE TEIXEIRA ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE CARLOS AUGUSTO DE OLIVEIRA RIBEIRO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE ADILSON AYRES RIBEIRO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE RUBENS DE SOUZA PAPI ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE ANTONIO ORLANDO DE QUEIROZ MACEDO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE CARLOS AZEREDO DA SILVA ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE EDSON RIBEIRO DO CARMO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE GETULIO LUSTOSA CABELINO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE PAULO DOMINGOS DEORCE ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE JAIR CRUZ DO NASCIMENTO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE LICINIO VICENTE LOUREIRO ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE GUILHERME RODRIGUES DOS SANTOS ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE JOSE CARLOS BENEVIDES ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGTE GUILHERME COELHO DA ROCHA ADVOGADO(A) CHRISTINA MAGALHAES DO CARMOADVOGADO(A) MARIA CAROLINA GOUVEAADVOGADO(A) THALITA ALVES FERREIRA BITTENCOURTEMGDO INSTITUTO DE PREVID E ASSIST DOS SERV DO ESTADODO ES IPAJM ADVOGADO(A) AIRTON SIBIEN RUBERTHADVOGADO(A) ALBERTO CAMARA PINTOADVOGADO(A) AUDIONETE ALVES PINHEIRO DA ROCHA

ADVOGADO(A) LETICIA POTRATZ LIMAADVOGADO(A) MICHELLE FREIRE CABRALADVOGADO(A) RAFAEL PINA DE SOUZA FREIREADVOGADO(A) RODRIGO ANTONIO GIACOMELLIRELATOR DES. FABIO CLEM DE OLIVEIRAJULGADO EM 28/06/2011 E LIDO EM 28/06/2011EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA REMESSA EX OFFICIO EAPELAÇÃO CÍVEL Nº 24.070.089.081EMBARGANTES: OTÁVIO DE CARVALHO SOBRINHO E OUTROS EMBARGADO: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA DOSSERVIDORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - IPAJMRELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO - CONTRADIÇÃO - PRETENSÃO DEREEXAME - NÃO CABIMENTO - NEGADO PROVIMENTO AORECURSO.1. A contradição que torna cabíveis os embargos de declaração é aquela verificadana própria decisão, isto é, entre seus enunciados. O ordenamento jurídico pátrionão comporta embargos de declaração por suposta contradição entre o acórdão ea legislação, ou em razão de contradição entre o acórdão e a tese sustentada pelaparte.2. Negado provimento aos embargos de declaração.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado doEspírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, ÀUNANIMIDADE, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

Vitória, 28 de junho de 2011.

PRESIDENTERELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) PRIMEIRA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, NOSTERMOS DO VOTO DO RELATOR.

Vitória, 01 de Julho de 2011.

LANUSSY PIMENTEL DE REZENDESecretário de Câmara

IRA CÂMARA CÍVEL

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÕES

INTIMO

1 NO PROCESSO Nº 12119000870 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCARLOS DENIS RODRIGUES ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 10496 ES PAULO OSCAR NEVES MACHADO15942 ES VITOR LYRIO DA ROCHAPARA NO PRAZO DE LEI, DAR CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃODE FLS. 116/121 DOS AUTOS, ONDE FOI DEFERIDO O PEDIDO DELIMINAR REQUERIDA.

2 NO PROCESSO Nº 14119000355 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 12153 ES LIANA MOTA PASSOSPAULO CESAR VIEIRA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORANTONIO CARLOS ALVES ONDE É AGRAVADO006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRAPOR SEUS ADVS. DRS.15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORANSELMO ANDRADE FAGUNDES ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORCARLOS DA SILVA SANTOS ONDE É AGRAVADO

35 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 42: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORILZIMAR TRESMANN ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORJOCIMAR ALVES ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORANTONIO CARLOS DA SILVA XAVIER ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 006408 ES ALAIDES DO CARMO DE OLIVEIRA15600 ES DANIEL WALDEMAR DE OLIVEIRA JUNIORPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 85/88 DOS AUTOS, ONDE FOI DEFERIDO OPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO; E AOS AGRAVADOS, PARA OSEFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

3 NO PROCESSO Nº 24119008019 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 006944 ES ADRIANO FRISSO RABELOEBR NET SERVIÇOS LTDA.. ME ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10140 ES ERICA FERREIRA NEVESPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 218/224 DOS AUTOS, ONDE FOI DEFERIDO OPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO; E AO AGRAVADO, PARA OSEFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

4 NO PROCESSO Nº 24119008597 - AGRAVO DE INSTRUMENTOESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 12309 ES GUSTAVO LUIS TEIXEIRA DASCHAGASJONAIR HOTIS VAILANT ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003325 ES GERALDO ELIAS BRUM009579 ES LEONARDO NUNES MARQUES008793 ES RICARDO BARROS BRUM008700 ES ALESSANDRA DE ALMEIDA LAMBERTI11810 ES RODOLFO SANTOS SILVESTREUSIVIT USINAGEM INDUSTRIAL VITÓRIA LTDA.. ME ONDE ÉAGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 003325 ES GERALDO ELIAS BRUM009579 ES LEONARDO NUNES MARQUES008793 ES RICARDO BARROS BRUM008700 ES ALESSANDRA DE ALMEIDA LAMBERTI11810 ES RODOLFO SANTOS SILVESTREPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 169/175 DOS AUTOS, ONDE FOI INDEFERIDO OPEDIDO DE EFEITO ATIVO; E AO AGRAVADO, PARA OS EFEITOSDO ART. 527, V, DO CPC.

5 NO PROCESSO Nº 24119008670 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCONDOMINIO DO EDIFICIO VERA CRUZ ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 008043 ES GLEYDS FARIA VIANNA SIMONETTIPARA OS EFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

6 NO PROCESSO Nº 24119008811 - AGRAVO DE INSTRUMENTOALEXANDRE VALADÃO NOVAIS ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 85473 MG FLAVIA MARCIA LOPES FERREIRA52334 MG DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVAPARA NO PRAZO DE LEI, DAR CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 85/90 DOS AUTOS, ONDE FOI DEFERIDO OPEDIDO DE LIMINAR REQUERIDA, PARA EXIMIR O AGRAVANTEDO PAGAMENTO DAS CUSTAS INICIAIS ATÉ JULGAMENTO DEMÉRITO DO RECURSO.

7 NO PROCESSO Nº 24119008829 - AGRAVO DE INSTRUMENTOVICTOR ARNAL FILHO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOMARIA DO CARMO COELHO ARNAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOVICTORIO ARNAL BUSATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOKARIN COSTA BUSATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOPEDRO ARNAL BUSATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOVERA CRISTINA WOELFFEL BUSATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOORLANDO ARNAL BUSATO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOCARLOS ALBERTO ARNAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCONEUZA MARIA SPONFELDNER ARNAL ONDE É AGRAVADO

POR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOEDIVANIL JOSE PERENZIN ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOVERA LUCIA ARNAL PERENZIN ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOMARIA DA PENHA ARNAL ONDE É AGRAVADO10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOPOR SEU ADV. DR.MARIA REGINA ARNAL ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 10445 ES CAROLINA LEMOS PICANCOPARA OS EFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

8 NO PROCESSO Nº 24119009058 - AGRAVO DE INSTRUMENTOALCIMAR LUIZ CASAGRANDE ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZESTADO DO ESPÍRITO SANTO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 16156 ES TATIANA CLAUDIA SANTOS AQUINOCARLOS ROBERTO CAETANO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZILTEMIR ARAUJO MACHADO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZJOAO BATISTA PIMENTA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZANA MARIA AVELINO DA SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZLUIZ DA SILVA FERNANDES ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZFRANCISCO DE ASSIS COELHO DA ROCHA ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 11095 ES LUIZ FELIPE LYRIO PERES131195 RJ VICTOR SANTOS DE ABREU12378 ES MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 192/197 DOS AUTOS, ONDE FOI INDEFFERIDO OPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO; E AOS AGRAVADOS, PARA OSEFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

9 NO PROCESSO Nº 35119002034 - AGRAVO DE INSTRUMENTOANA ROSA CONSTANTINO ONDE É AGRAVANTEPOR SEU ADV. DR. 14399 ES ALEXANDRO OLIVEIRA GOMESPARA NO PRAZO DE LEI, DAR CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 127/129 DOS AUTOS, ONDE FOI INDEFERIDO OPEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL.

10 NO PROCESSO Nº 35119002380 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCHOCOLATES GAROTO S/A ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 1322 ES RODRIGO LOUREIRO MARTINS9833 ES RAFAEL TONELI TEDESCOMARIA DAS GRAÇAS DA VITÓRIA ANDREAO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 6942 ES LUIS FERNANDO NOGUEIRAMOREIRA004770 ES MARIA DA CONCEIÇÃO SARLO BORTOLINI CHAMOPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 917/919 DOS AUTOS, ONDE FOI INDEFERIDO OPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO; E AO AGRAVADO, PARA OSEFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

11 NO PROCESSO Nº 35119002612 - AGRAVO DE INSTRUMENTOCLAUDIA MARIA SOUZA BRUNORO ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 78329 MG FLÁVIO DE CASTRO MAZÓCOLIFLAVIO BRUNORO DE MORAES MACHADO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 78329 MG FLÁVIO DE CASTRO MAZÓCOLILUCAS BRUNORO DE MORAES MACHADO ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 78329 MG FLÁVIO DE CASTRO MAZÓCOLIM C M M [MENOR IMPÚBERE] ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 78329 MG FLÁVIO DE CASTRO MAZÓCOLIPARA OS EFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

12 NO PROCESSO Nº 35980118059 - APELAÇÃO VOLUNTÁRIA REMEX-OFFICIO

36 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 43: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

MUNICÍPIO DE VILA VELHA ONDE É APELADO/APELANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 9824 ES LUIZ FELIPE IMENES DE MENDONCAPARA NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, DAR CIÊNCIA E CUMPRIMENTOAOS TERMOS DA R. DECISÃO DE FLS. 408/411 DOS AUTOS.

13 NO PROCESSO Nº 47119000546 - AGRAVO DE INSTRUMENTOBANCO FIAT S/A ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 15875 ES NELIZA SCOPELLV TRAZZI ME ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 007129 ES CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEPARA NO PRAZO DE LEI, DAREM CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 128/129 DOS AUTOS, ONDE FOI INDEFERIDO OPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO; E AO AGRAVADO, PARA OSEFEITOS DO ART. 527, V, DO CPC.

14 NO PROCESSO Nº 48080187239 - APELAÇÃO CÍVELDACASA FINANCEIRA S/A ONDE É APELANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 10784 ES HELEUSA VASCONCELOS BRAGASILVA12366 ES ROBERTA GORETTI GUARNIER11673 ES EDUARDO GARCIA JUNIOR11521 ES ANTONIO CLAUDIO RIBEIRO GEGE15875 ES NELIZA SCOPELPARA NO PRAZO DE LEI, DAR CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 103/104 DOS AUTOS.

15 NO PROCESSO Nº 48119001807 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMAURICIO REIS DE SOUSA SILVA ONDE É AGRAVADOPOR SEU ADV. DR. 13713 ES VLADIMIR CUNHA BEZERRAPARA OS EFEITOS DO ART. 5127, V, DO CPC.

16 NO PROCESSO Nº 67119000031 - AGRAVO DE INSTRUMENTODIRCEU ANTONIO GRIPPA ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 9707 ES BRIAN CERRI GUZZO005522 ES ALECIO JOCIMAR FAVARO10386 ES LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS14913 ES CARLOS ANTONIO PETTER BOMFA17188 ES CRISTIAN CAMPAGNARO NUNESJOSE LAURO COMETTI ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 005522 ES ALECIO JOCIMAR FAVARO9707 ES BRIAN CERRI GUZZO10386 ES LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS14913 ES CARLOS ANTONIO PETTER BOMFA17188 ES CRISTIAN CAMPAGNARO NUNESBRIAN CERRI GUZZO ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 005522 ES ALECIO JOCIMAR FAVARO9707 ES BRIAN CERRI GUZZO10386 ES LUIZ ALBERTO LIMA MARTINS14913 ES CARLOS ANTONIO PETTER BOMFA17188 ES CRISTIAN CAMPAGNARO NUNESPARA NO PRAZO DE LEI, DAR CIÊNCIA AOS TERMOS DA R.DECISÃO DE FLS. 46/50 DOS AUTOS, ONDE FOI DEFERIDOPARCIALMENTE A ANTECIPAÇÃO DA TUTELA.

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

FERNANDA M. FERREIRA FRASSON DOS ANJOSSECRETÁRIA DE CÂMARA

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SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

DECISÕES MONOCRÁTICAS - PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO

1- Agravo de Instrumento Nº 48119000809SERRA - 1ª VARA CÍVELAGVTE WALLACE DOS SANTOS GONÇALVES Advogado(a) CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEAdvogado(a) KELLY ANNA PEREIRA DE ALMEIDAAGVDO BANCO ITAUCARD Advogado(a) WELBER FABRISRELATOR DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuida-se de agravo de instrumento por meio do qual pretende, Wallace dosSantos Gonçalves, ver reformada a r. decisão reproduzida às fls. 84/85 que, em sedede ação revisional de contrato de financiamento c/c declaração de nulidade decláusulas abusivas ajuizada pelo aqui agravante em face de Banco Itaucard, declarou

preclusa a produção de prova testemunhal e indeferiu o pedido de antecipação datutela.

Irresignado, o agravante sustenta, em síntese: (i) a ausência depreclusão do pedido de prova testemunhal; (ii) que há abusividade na cláusula queprevê a cobrança do valor residual garantido antecipado; (iii) que seja determinadoao banco agravado que se abstenha de realizar a negativação de seu nome noscadastros de proteção ao crédito; e, (iv) que seja mantido na posse do bem, umavez que o utiliza como instrumento de trabalho. Por fim, requer a manutenção daassistência judiciária gratuita deferida pelo douto juízo de piso.

Proferi decisão às fls. 89/92, indeferindo o pedido de antecipação dosefeitos da tutela e acolhendo o pedido de dispensa do agravante no preparorecursal.

O órgão jurisdicional a quo às fls. 97/98 informou o cumprimento dodisposto no art. 526 do CPC e noticiou que prolatou decisão revogando adeclaração de preclusão da prova testemunhal.

Contrarrazões apresentadas às fls. 100/109, pelo improvimento dorecurso.

Pois bem. Após percuciente análise dos autos, verifico que o recurso émanifestamente improcedente e está em confronto com jurisprudência deTribunal Superior, motivo pelo qual passo a decidir monocraticamente, comfulcro no art. 557 do Código de Processo Civil.

Compulsando o processado, extrai-se que as partes celebraramcontrato de financiamento, acordando o pagamento de 60 (sessenta) prestaçõesmensais e consecutivas, cada uma no valor de R$ 664,92 (seiscentos e sessenta equatro reais e noventa e dois centavos), sendo que, desse total, R$ 265,76(duzentos e sessenta e cinco reais e setenta e seis centavos) correspondem àcontraprestação e R$ 399,16 (trezentos e noventa e nove reais e dezesseiscentavos) ao Valor Residual Garantido - VRG (fl.52).

O agravante informou que efetuou, até a data da propositura da açãorevisional c/c ação consignatória, o pagamento de apenas 21 (vinte e uma)parcelas, e pretende consignar um valor de R$ 172,75 (cento e setenta e dois reaise setenta e cinco centavos).

Sob esse prisma, o juízo a quo indeferiu o pedido de antecipação detutela e de consignação em pagamento, tendo em vista que no momento dacontratação foram estabelecidas parcelas de valores fixos, possibilitando, assim, aoagravante o conhecimento de todos os encargos que seriam por ele suportados.

Entendeu, ainda, que o recorrente apresentou em seu pedido deconsignação valor vil, na medida em que apenas dividiu o valor financiado pelonúmero de prestações vincendas, sem qualquer correção monetária ou incidênciade juros.

Por seu turno, sustenta o agravante a possibilidade de efetuar aconsignação em pagamento das parcelas, afirmando que seu objetivo não édescumprir o contrato, mas apenas pagar um valor justo. Podendo ser este namonta dos R$ 172,75 inicialmente pretendidos ou, na hipótese deste órgão adquem também entender por sua insuficiência, no valor de R$ 265,76 (duzentos esessenta e cinco reais e setenta e seis centavos) - montante das contraprestaçõespactuadas quando da assinatura do contrato de financiamento.

Todavia, analisando o conjunto probatório, bem como o pedido inicialdo agravante, não vislumbro, neste momento processual, a alegada cobrançaabusiva perpetrada pela instituição financeira

A matéria de fundo vergastada está fundada em contrato definanciamento. Nesse particular, tem-se que ao efetuar o financiamento as partesestabeleceram parcelas de valores mensais e fixos, possibilitando ao agravantesaber desde a contratação quais os encargos que estavam sendo assumidos.

Assim, para afastar os efeitos decorrentes da mora, tal como quer orecorrente, tem-se por fundamental demonstrar a iniquidade da prestação, sejapela imposição de juros em cláusulas que desafiam as diretrizes do Código deDefesa do Consumidor, seja pela imposição de taxa acima do valor praticado nomercado, ou outra forma onerosa de cobrança, o que não veio aos autos.

Em casos tais, uma possível desvantagem para o consumidor em razãode prática abusiva do fornecedor, somente poderá ser aferida em cogniçãoexauriente, o que por certo ocorrerá na decisão final da ação revisional nainstância singela.

Na presente hipótese, reponta escorreito o indeferimento do depósito,notadamente porque a diferença entre o valor da mensalidade pactuada e ooferecido em consignação, é de tal modo destoante, ao ponto de o valor ofertadoser de fato insignificante.

Ademais, não há nenhuma prova, ou sequer indicios de que oagravante, no momento da celebração do contrato, não possuia ciência de que oVRG seria cobrado antecipadamente. Em verdade, ao que se depreende dodocumento acostado às fls. 52, as disposições atinentes à cobrança antecipada dareferida taxa foram redigidas em negrito, permitindo, assim, a imediata e fácilcompreensão por parte do consumidor.

Especificamente sobre a cobrança do VRG, registra-se que o ColendoSuperior Tribunal de Justiça já sumulou entendimento no sentido de que não háqualquer ilegalidade em sua cobrança antecipada.

Na mesma linha, a iterativa jurisprudência deste Egrégio Tribunal deJustiça: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONTRATODE ARRENDAMENTO MERCANTIL - REVISÃO - CONSIGNAÇÃO EMPAGAMENTO - COBRANÇA ANTECIPADA DO VALOR RESIDUAL

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GARANTIDO - DEVOLUÇÃO AO FINAL DA AVENÇA -POSSIBILIDADE - ABUSIVIDADE CONTRATUAL NÃOCONFIGURADA - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1) Segundoa orientação consagrada na Súmula nº 293 do Superior Tribunal de Justiça,é admitida a cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG), o quenão desconfigura o contrato de arrendamento mercantil. Além do que, acobrança antecipada do VRG não impede a sua devolução ao final do contrato,desde que restituído o bem ao arrendante. Assim sendo, não merece prosperar aalegação do Agravante quanto à abusividade na cobrança do valor residualgarantido antes do final do contrato quando tal escolha não foi externada, tendoem vista a orientação do Superior Tribunal de Justiça, de forma que não faz jus aodepósito do valor incontroverso, representado somente pelo pagamento dacontraprestação, sem o pagamento do valor residual garantido. 2) Não restouconfigurada a abusividade contratual, em razão da ausência de provas quedemonstrem: a- a assinatura de cláusulas em branco; b- a ocultação de informaçãoessencial ao contratante, ora Agravante; c- o pagamento dúplice do VRG; bemcomo considerando-se que não há vedação legal ou jurisprudencial à cobrançaantecipada, diluída e concomitante do VRG com o pagamento das mensalidades,em razão do que impõe-se a manutenção da decisão de primeiro grau queindeferiu o pedido de antecipação da tutela e a consignação na forma pleiteada. 3)Agravo interno conhecido e desprovido.(Processo nº 48109003623 Classe: AgravoInterno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento Órgão: SEGUNDACÂMARA CÍVEL Data de Julgamento: 31/05/2011 Data da Publicação noDiário: 07/06/2011 Relator : MARIA DO CEU PITANGA PINTO Origem:SERRA - 1ª VARA CÍVEL).AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - COBRANÇADO VALOR RESIDUAL GARANTIDO - NÃO DESCONFIGURAÇÃO DOCONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - QUESTÃOPACIFICADA NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ - POSSIBILIDADE DE SUADEVOLUÇÃO AO FINAL DA AVENÇA - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. Segundo a orientação consagrada na Súmula nº 293 doSuperior Tribunal de Justiça, não só é admitida a cobrança antecipada dovalor residual garantido (VRG), assim como tal cobrança também nãodesconfigura o contrato de arrendamento mercantil. A cobrança antecipadado VRG não impede a sua devolução ao final do contrato, desde que restituído obem ao arrendante. Precedente do STJ. Recurso conhecido e improvido.(Processo nº 48109002302 Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) AgvInstrumento Órgão: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Data de Julgamento:16/11/2010 Data da Publicação no Diário: 15/12/2010 Relator : NEY BATISTACOUTINHO Origem: SERRA - 1ª VARA CÍVEL).

Desta feita, para a modificação de decisão de piso pelo órgão ad quem,é imprescindível que o perigo na demora da prestação jurisdicional seja irrefutável,não bastando meras alegações quanto a suposta ilegalidade e abusividade nosvalores cobrados pelas instituições financeiras.

Seguindo esse entendimento, o eminente Desembargador NamyrCarlos de Souza Filho, em feito correlato, proferiu decisão monocrática em sedede Agravo de Instrumento manifestando-se pela impossibilidade de negar aoagravante o direito de tomar as medidas judiciais decorrentes da mora quando nãofor possível concluir que o valor cobrado contratualmente do agravado seria ilegale abusivo, veja-se:“[...]Se o valor que o autor pretende depositar não corresponde ao valorcontratado pelas partes, mas a valor inferior, não há como possa esse juízoimpor à requerida que se abstenha de adotar as providências cabíveis parafazer cessar a mora autoral nos temos em que contratado pelas partes, salvose restasse demonstrada, desde já, verossímil a ilegalidade sustentada. Todavia, nesse momento processual, não se encontra presente a necessáriaverossimilhança da alegação autoral quanto a descaracterização do contrato dearrendamento para simples compra e venda em razão da cobrança antecipada daVRG, vez que o mero adiantamento do valor residual não descaracteriza ocontrato de leasing/arrendamento mercantil, como tem entendido ajurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, verbis: [...]Ademais, se o autor, espontaneamente firmara contrato para adquirir umveículo, de elevado valor, não pode agora querer consignar valor queencontrou, unilateralmente, e deixar de sofrer as consequênciasdecorrentes da mora, salvo se restasse demonstrada desde já, razãojustificadora da redução da prestação pretendida pelo autor.

Assim, se não é possível concluir, neste momento processual, que o valorcobrado contratualmente seria ilegal e abusivo, e, por outro lado, a autorapretende consignar em pagamento valor diverso do contratado, não hácomo negar ao requerido o direito de adotar a medida judicial decorrenteda mora, no caso, requerer a busca e apreensão do automóvel objeto docontrato, bem como negativar o nome da autora. [...]” (grifei). (TJES, Classe:Agravo de Instrumento, 35099003655, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZAFILHO, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data da Decisão:28/01/2010)

Em outra situação da mesma natureza, esta E. Corte de Justiça firmouidêntica orientação, conforme: Agravo de Instrumento, 35101115059, Relator:

ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA, Órgão julgador: TERCEIRACÂMARA CÍVEL, Data da Decisão: 05/10/2010.

Ressai dos autos, portanto, que no caso do depósito, o valor oferecidoé realmente de pouca monta, e a tutela antecipada só deve ser deferida - entreoutros requisitos - ante a efetiva demonstração do injusto adimplementocontratual, circunstância ausente no caso dos autos.

Com efeito, mantenho a decisão do magistrado singular para reputarinadequadas as ofertas de consignação feitas pelo agravante e, por conseguinte,autorizar a instituição financeira agravada, caso entenda conveniente e necessário,a negativar o nome do agravante nos cadastros de proteção ao crédito, bem como,a requerer a busca e apreensão do automóvel objeto do contrato definanciamento, haja vista a impossibilidade, na presente hipótese, de negar àagravada o direito de tomar as medidas judiciais decorrentes da mora do recorrente.

A propósito, seguindo esse mesmo entendimento, colacionam-se osseguintes excertos desta Corte de Justiça:PROCESSO CIVIL. CONSUMIDOR. AGRAVO INTERNO.REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL.ANTECIPAÇÃO DO VRG. DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO.INOCORRÊNCIA. SÚMULA 293 DO STJ. ENCARGOS. COBRANÇA.EXPRESSA PREVISÃO CONTRATUAL. ONEROSIDADE EXCESSIVA EDESEQUILÍBRIO CONTRATUAL. DESCARACTERIZAÇÃO. MORADEBITORIS. CONFIGURAÇÃO. POSSE INJUSTA. CARACTERIZAÇÃO.QUITAÇÃO CONTRATUAL. INOCORRÊNCIA. REINTEGRAÇÃO DEPOSSE. IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO. CONVERSÃO EMPERDAS E DANOS. RECURSO PROVIDO. 1. O contrato de arrendamentomercantil caracteriza-se como contrato de locação com opção de compra, quepoderá ser exercida pelo arrendatário, na conclusão do contrato, durante a suaexecução ou ao final do mesmo, sem, entretanto, descaracterizá-lo, conformesúmula 293 do STJ. 2. A cobrança de encargos contratuais é inerente aocontrato de arrendamento mercantil, de forma que, o fato de o valor finaldo bem objeto do contrato ser superior ao seu valor histórico, por si só, nãoconfigura abusividade. 3. Ausentes a demonstração da abusividade nacobrança dos encargos contratuais expressamente pactuados entre aspartes, bem como a indicação das cláusulas contratuais reputadasabusivas, restam descaracterizadas as alegações de rompimento doequilíbrio contratual e onerosidade excessiva. 4. Afastada a alegação deaumento abusivo das parcelas dos contratos de arrendamento mercantil, osvalores pagos, acrescidos dos consignados em juízo, mostram-seinsuficientes para a quitação dos contratos em referência, restandoconfigurada a mora debitoris e, via de consequência, a posse injusta doarrendatário, impondo-se a reintegração de posse nos termos pleiteados. 5.Inviabilizada a reintegração de posse em decorrência da transferência dos bens aterceiros, aplica-se ao caso o § 1º, do artigo 461, do CPC, convertendo-se aobrigação em perdas e danos, descontando-se de seu cálculo o valor dasprestações em débito, cuja cobrança deverá ser feita no bojo das ações deconsignação em pagamento conexas, julgadas improcedentes. 6. Recurso provido. (TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 24980079131,Relator Designado: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador:QUARTA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 01/12/2009, Data daPublicação no Diário: 02/03/2010)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃOREVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO C/CCONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. RECURSO IMPROVIDO. 1) Nãorestando comprovado que os encargos tidos como abusivos no contrato definanciamento de veículo não representaram um acréscimo exorbitante aovalor originário da prestação, impõe-se o indeferimento do pedidosantecipatórios de depósito dos valores incontroversos e de desconstituiçãoda mora. 2) Salvo quando demonstrada a exorbitância do valor cobrado, deve odevedor suportar as consequências decorrentes da mora devidamente estipuladasno contrato. 3) Recurso improvido. (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento,48119000452, Relator : JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA,Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:05/04/2011, Data da Publicação no Diário: 18/04/2011)

Do exposto, e por tudo mais que dos autos consta, com arrimo nocaput do art. 557 do CPC, conheço do presente recurso, todavia lhe negoprovimento.Intime-se.Publique-se na íntegra.Preclusas as vias recursais, remetam-se ao juízo de origem.Vitória/ES, 28 de junho de 2011.Desembargador José Paulo Calmon Nogueira da GamaR e l a t o r

2- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Nº 49100047858VENDA NOVA DO IMIGRANTE - VARA ÚNICAAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) EVELYN BRUM CONTEAdvogado(a) JOEMAR BRUNO FRANCISCO ZAGOTOAGVDO DIANA DA SILVA NALI

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Advogado(a) EVANDRO SANT'ANA SONCIMAdvogado(a) KARINA DA SILVA SILVERIORELATOR DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuida-se de agravo interno, por meio do qual pretende, o Estado doEspírito Santo, ver reformada a decisão de fls. 229/232, que julgou procedentes ospedidos contidos no recurso de apelação interposto por Diana da Silva Nali, oraagravada, para condená-lo ao pagamento do FGTS referente ao período de03/05/2002 a 31/07/2006, bem como ao pagamento de honorários advocatíciosno montante de R$ 1.000,00 (hum mil reais) em favor da autora-agravada.

Irresignado, o agravante sustenta, em síntese, que: (i) o vínculoestabelecido entre as partes ostenta caráter transitório, precário e excepcional; (ii) aagravada tinha ciência da ausência de percepção da verba relativa ao FGTS; (iii)não se aplica à hipótese o enunciado nº 363 do TST; e, (iv) a jurisprudência pátriaé uníssona no sentido de que os benefícios devidos aos trabalhadores temporárioslimitam-se àqueles previstos em regramento excepcional próprio.

Pois bem. Diante dos argumentos lançados pelo agravante,reconsidero a decisão de fls. 229/232 e passo a julgar o feito monocraticamente,na forma do § 1º do art. 557 do CPC.

Isso porque a hipótese versa sobre contratação temporária porexcepcional interesse público que, mesmo ilegal à luz do art. 37 da Carta daRepública, não traduz relação albergada pelo regime celetista.

Nesse contexto, afigura-se indevida a percepção do FGTS em regimediverso, conforme sedimentado posicionamento do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. SERVIDORES DO BANCO CENTRAL. FGTS. ADIN. 449-2-DF. EFEITOS. PRECEDENTE. CORTE ESPECIAL.(...)5. O FGTS é sistema garantido e exclusivo do regime celetista. Éincompatível a aplicação das suas regras a quem compõe o regimeestatutário.6. O FGTS não é considerado como sendo uma remuneração pró-labore facto. OFGTS é de natureza institucional, estatutária e objetiva, conforme pregação doMin. Teori Zavaski (Plano Econômico, Direito Adequado e FGTS. Revista deInformação Legislativa, V-34, n. 134, p.251-261).7. Os servidores antes celetistas que passaram para o Regime Jurídico Único, comefeito retroativo à data da posse, não têm direito ao saque do FGTS. Nessesentido: EREsp 947/CE, Corte Especial, DJ de 14/11/1994).8. Recurso especial conhecido, porém, não-provido.(REsp 934770/RJ, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 20/11/2007, DJe 30/06/2008)

Com efeito, não há como conferir ao contrato temporário celebradoentre o Estado e a agravada natureza trabalhista quando, por óbvio, exsurge ocaráter jurídico-administrativo do ajuste, segundo o qual somente serão devidas asparcelas expressamente avençadas em decorrência dos serviços prestados.

Nesse sentido é o firme entendimento desta Corte, inclusive destaSegunda Câmara Cível:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR DE IRREGULARIDADEFORMAL POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO:REJEITADA. DEVER DE MOTIVAÇÃO: NÃO CORRESPONDE ADIREITO AO ACERTO DAS DECISÕES. MÉRITO: SERVIDOR PÚBLICO.CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DERECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PEDIDO DEDECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE DOSARTS. 1.º, 2.º e 3º DA LEI N.º 9/1997 DO MUNICÍPIO DE MARATAÍZES:IRRELEVÂNCIA. PEDIDOS DE ANOTAÇÃO DA CTPS, CONDENAÇÃOAO PAGAMENTO DE CRÉDITOS DE FGTS E MULTA FUNDIÁRIA:REJEITADOS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO DE REEMBOLSO DEVALORES DESCONTADOS A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÕESPREVIDENCIÁRIAS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (...) Aeventual irregularidade da contratação temporária não enseja atransmutação do vínculo laboral em relação empregatícia. Com efeito, nãose pode admitir a contratação de empregado público à míngua de prévioconcurso público. Ademais, não se pode, em situações dessa espécie,vitimizar o trabalhador, que, afinal, também foi beneficiado por umacontratação irregular não antecedida por concurso e foi remunerado porseu trabalho a expensas do erário. 5. De outra banda, a contrataçãoirregular configura abuso de poder, razão pela qual se mostra relevante aexpedição de ofício ao Ministério Público Estadual, para fins de apuraçãode eventuais atos de improbidade administrativa. 6. É irrelevante o pleitode declaração de constitucionalidade dos arts. 1.º, 2.º e 3º da Lei n.º 9/1997,

pois, ainda que assista razão ao apelante quanto ao ponto, o contratotemporário não será convertido em vínculo empregatício. 7. Em se tratandode servidores admitidos mediante contratação temporária, não há direito aanotação da carteira de trabalho (CTPS), nem ao recebimento de créditosatinentes a FGTS. Tal entendimento se aplica, inclusive, à multa fundiária. 8. Emse tratando de contrato temporário, o servidor está submetido ao regime geral deprevidência social (RGPS) por força da própria lei previdenciária, que não sederroga pela vontade das partes. Outrossim, a ausência de repasse dascorrespondentes contribuições descontadas da remuneração configura crime deapropriação indébita previdenciária, a ser devidamente apurado. Na hipótese,porém, não há que se falar em restituição dos valores recolhidos ao servidor,devendo-se, muito diversamente, compelir a Administração a efetuar os repasses.Esta última providência, porém, não é objeto do pedido. 9. Recurso conhecido eimprovido. (TJES, Classe: Apelação Civel, 69090041992, Relator : RONALDOGONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 29/03/2011, Data da Publicação no Diário: 07/04/2011)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - cobrança de débito relativo ao FGTS em faceda Fazenda Pública - prazo prescricional quinquenal - Decreto nº 20.910/32 -IMPOSSIBILIDADE DE SE TRANSMUDAR O VÍNCULOADMINISTRATIVO EM TRABALHISTA mesmo diante de iLegalidade dacontratação - FGTS DEVIDO AOS TRABALHADORES VINCULADOS AOREGIME CELETISTA - ART. 15, §2º, DA LEI Nº 8.036/1990 - valor do saláriomaternidade devido em virtude da não filiação da servidora ao regime geral deprevidência e dos descontos das contribuições respectivas para o inss do seucontracheque - sucumbência mínima da municipalidade ré - RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1) Consoante pacificadopelo Superior Tribunal de Justiça, corte com a missão constitucional dezelar pela inteireza positiva do direito infraconstitucional, o Decreto nº20.910/32, por ser norma especial, prevalece sobre a lei geral, de modo queo prazo prescricional para a cobrança de débito relativo ao Fundo deGarantia por Tempo de Serviço (FGTS) em face da Fazenda Pública é decinco anos. 2) Independentemente da ilegalidade da contrataçãocomissionada, que levou à Administração a exonerar os seus servidoresnessa situação, conforme termo de compromisso de ajustamento deconduta firmado com o Ministério Público Estadual, não se pode admitir atransmudação de um vínculo eminentemente administrativo em celetista,tão-somente para garantir ao irregularmente contratado direitos própriosdo regime-jurídico regido pela Consolidação das Leis do Trabalho(Decreto-Lei nº 5.452, de 1º/05/1943). Precedentes. 3) O Fundo de Garantiado Tempo de Serviço é sistema garantido e exclusivo do regime celetista(Art. 15, §2º, da Lei nº 8.036/1990). (...) (TJES, Classe: Apelação Civel,55080012721, Relator : ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA, Órgãojulgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 01/02/2011,Data da Publicação no Diário: 09/02/2011)

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 064090003001.AGRAVANTE: JOSÉ ANTENOR DA SILVA. AGRAVADO: MUNICÍPIODE IBATIBA. RELATOR: DESEMB. SUBST. FERNANDO ESTEVAMBRAVIN RUY. ACÓRDÃO CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNONA APELAÇÃO CÍVEL - FGTS - COBRANÇA EM FACE DA FAZENDAPÚBLICA - PRAZO PRESCRICIONAL QUINQUENAL - DECRETO Nº20.910/32 - PRECEDENTES - CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARAATENDER EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO - IMPOSSIBILIDADEDE SE TRANSMUDAR O VÍNCULO ADMINISTRATIVO EMTRABALHISTA PELO SIMPLES FATO DE TER HAVIDO SUCESSIVASCONTRATAÇÕES ou mesmo diante de possível irregularidade da contratação -FGTS DEVIDO AOS TRABALHADORES VINCULADOS AO REGIMECELETISTA - ART. 15, §2º, DA LEI Nº 8.036/1990 - JURISPRUDÊNCIA -RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 - Aplica-se o prazoprescricional quinquenal, estabelecido no Decreto nº 20.910/32, para ahipótese de cobrança de débito relativo ao FGTS em face da FazendaPública. Precedentes. 2 - A contratação temporária de pessoa para atendernecessidade de excepcional interesse público, e não pelo regime celetista,não dá ensejo à percepção do FGTS. 3 - Para efeito da Lei nº 8.036/1990,que dispõe sobre o FGTS, "Considera-se trabalhador toda pessoa física queprestar serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra,excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis emilitares sujeitos a regime jurídico próprio" (Art. 15, § 2º). 4 - Consoanteentendimento do STF, também adotado pelo STJ, a relação existente entreo Poder Público e seus servidores contratados temporariamente serásempre de cunho jurídico-administrativo, ainda que tenha havidoprorrogação indevida do contrato de trabalho. 5 - No caso dos autos sequerhá como se aferir se a atividade desempenhada pelo servidor, contratadocomo ¿braçal¿ para a Secretaria Municipal de Obras, era ou não deexcepcional interesse público, cuja conclusão negativa não se pode chegarpelo singelo fato de ter havido prorrogações sucessivas do contrato, quenão se prestam a transmudar o vínculo administrativo em trabalhista, a fimde garantir ao servidor os mesmos direitos decorrentes do regime celetista.6 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados e discutidos, estes autosem que estão as partes acima indicadas. ACORDA a Egrégia Segunda Câmara

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Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas que integram este julgado, àunanimidade de votos, CONHECER do presente recurso e NEGAR-LHEPROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator. Vitória(ES), de de 2010.DES. PRESIDENTE DES. RELATOR PROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 64090003001,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON - RelatorSubstituto : FERNANDO ESTEVAM BRAVIN RUY, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 26/10/2010, Data daPublicação no Diário: 17/12/2010)

Do exposto, e por tudo mais que dos autos consta, com arrimo no §1º do art. 557 do CPC, reconsidero a decisão monocrática de fls. 229/232, paraconhecer do recurso e lhe dar provimento, a fim de manter incólume a r.sentença de fls. 192/197, nos termos da fundamentação retrocitada.

Intimem-se. Publique-se na íntegra. Preclusas as vias recursais, remetam-se à origem.

Vitória/ES, 28 de junho de 2011.

Desembargador José Paulo Calmon Nogueira da GamaRelator

Vitória, 01 de Julho de 2011

FERNANDA M. FERREIRA FRASSON DOS ANJOSSecretária de Câmara

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

DECISÕES MONOCRÁTICAS - PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO

1- Agravo de Instrumento Nº 24119009942VITÓRIA - VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDEAGVTE BERNARDO COELHO SANTANA Advogado(a) AMAURY ESTEVAM ROCCO RAMOS JUNIORAdvogado(a) PATRICIA SANTOS DA SILVEIRAAGVDO JULIANA CEOTTO MATHIAS BAGNO Advogado(a) JULIANA CEOTTO MATHIAS BAGNORELATOR DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuida-se de agravo de instrumento, por meio do qual pretendeBernardo Coelho Santana, ver reformada a r. decisão de fl. 40 que, em sede de açãode suprimento materno para autorização de viagem internacional ajuizada porJuliana Ceotto Mathias Bagno, deferiu o pedido liminar de expedição de alvará paraemissão do passaporte para a menor Sophia Ceotto Bagno Santana junto à PolíciaFederal.

Irresignado, o agravante sustenta que a autorização para aviagem da filha do casal para os Estados Unidos não se harmoniza com o direitoprocessual vigente, uma vez que a guarda ainda não está definida judicialmente,bem como que subsiste fundado receio de que a agravada não retorne mais aoBrasil por não possuir nenhum vínculo que a prenda ao país, privando-lhe doconvívio de sua filha.

Pois bem.

Analisando detidamente a controvérsia, vislumbra-se que orecurso interposto é manifestamente improcedente, razão pela qual passo a decidircom espeque no art. 557 do CPC.

Muito embora ainda não esteja definitivamenteestabelecida em juízo, o próprio agravante menciona que a guarda está sendocompartilhada com a agravada.

Logo, inexiste qualquer restrição ou ilegitimidade de fatoque obste a permanência da menor com a genitora durante o período da viagem,que se limita a cerca de uma semana.

Ademais, não se constata o fundado receio de que aagravada possa não retornar ao país, considerando que subsistem provascontundentes nos autos originários acerca da realização do casamento da irmã daagravada e madrinha da criança, tais como o convite para cerimônia (fl. 29/30), aspassagens compradas pelos parentes, inclusive pelos pais da agravada (33/8), e ocertificado de batismo da menor (fl. 31).

Merece destaque a comprovação do vínculo trabalhista daagravada em escritório de advocacia, conforme cópia da CTPS acostada à fl. 32.

Com efeito, restando evidenciada a ausência deplausibilidade do direito invocado, não merece reparo a r. decisão de piso queautorizou a emissão do passaporte em nome da menor a fim de possibilitar arealização da viagem em tela, caso obtenha o visto de entrada nos EUA.

Nesse sentido é pacífico o entendimento da jurisprudência pátria:

Apelação Cível - Viagem de Menor ao Exterior - Tempo Determinado -ECA - Ausência do Consentimento Paterno - Suprimento - MelhorInteresse do Menor - Autorização Judicial. - Conforme disposto nos artigos83 e 84 da Lei 8.069/90 (ECA), Para que uma criança ou adolescente viajepara o exterior, desacompanhada dos pais, ou na companhia de apenas umdeles, sem a autorização, expressa, do outro, necessário se faz autorizaçãojudicial. Segundo o Princípio do melhor interesse do menor, deve-sepreservar ao máximo aqueles que se encontram em situação de fragilidade.A criança e o adolescente figuram nesta posição por estarem em processode formação da personalidade. O menor tem, assim, o direito fundamentalde chegar à condição adulta sob as melhores garantias morais e materiais.Deve ser suprida, judicialmente, a declaração de vontade do genitor que,sem apresentar argumento plausível, negue autorização para que o filhoviaje em companhia da mãe ao exterior, por tempo determinado, sepreservado o melhor interesse da criança.

(Número do processo: 1.0024.07.575016-6/001(1) Relator: Des.(a) DÁRCIOLOPARDI MENDES Data do Julgamento: 01/07/2010 Data da Publicação:20/07/2010)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTOPATERNO. MUDANÇA DE MENOR PARA O EXTERIORACOMPANHADO DA MÃE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE DACRIANÇA. PEDIDO PROCEDENTE. Nos termos do art. 84 da Lei n.º8.069/90 - ECA, a autorização judicial para viagem de menor ao exterior éindispensável, em especial quando um dos genitores não consente com opedido. O suprimento do consentimento paterno é possível quando ascircunstâncias do caso concreto revelam que a mudança do filho para oexterior, na companhia da mãe, atende ao bem estar do menor e privilegiao princípio do melhor interesse da criança. Recurso conhecido, porém nãoprovido. (Número do processo: 1.0428.07.009368-0/001(1) Relator: Des.(a)ALBERGARIA COSTA Data do Julgamento: 12/03/2009 Data da Publicação:08/05/2009)

Do exposto, e por tudo mais que dos autos consta,conheço do recurso, todavia lhe nego provimento.

Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória/ES, 30 de junho de 2011.

Desembargador José Paulo Calmon Nogueira da GamaR e l a t o r

2- Embargos de Declaração Nº 47100010884SÃO MATEUS - 4ª VARA CÍVELEMGTE MUNICIPIO DE SAO MATEUS Advogado(a) GILDO SANTANA LIMAEMGDO EDNEY CABALINI MOURA Advogado(a) ANTONIO PEREIRA JUNIORRELATOR DES. JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuida-se de embargos de declaração, por meio dos quaispretende, Município de São Mateus (fls. 142/7), ver sanada suposta omissão nadecisão monocrática de fls. 135/40 que, em sede de ação ordinária, manteve asentença que julgou procedente o pedido para que a municipalidade restabeleça aEdney Cabalini Moura o pagamento mensal, mediante inclusão em folha depagamento, do adicional de difícil acesso, na forma do inciso I do art. 70 da LCn.º 14/2005, com redação dada pela LC n.º 34/2008, condenando, ainda, aFazenda ao pagamento dos valores referentes ao aludido adicional a partir do mêsde janeiro de 2009 (quando houve a supressão) até a data do efetivorestabelecimento do pagamento (adicionais em atraso - efeito retroativopretendido), com exclusão de eventuais meses não trabalhados nas condiçõesespecificadas.

Sustenta o embargante, em síntese, que (i) houve omissãoquanto à violação ao princípio da isonomia (art. 5º da CF), bem como à Lei deResponsabilidade Fiscal (LC n.º 101/00); (ii) a decisão foi omissa ao deixar de

40 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 47: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

analisar o princípio da isonomia pelo ponto de vista das professoras que residemno próprio Município de São Mateus; (iii) quando da criação da Lei Municipal n.º14/05, fora realizado estudo de impacto financeiro (LRF, art. 16), excluindo-se aprevisão da concessão do adicional de difícil acesso a professores residentes emoutra cidade - ponto omisso na decisão objurgada.

Contrarrazões apresentadas às fls. 154/8, peloimprovimento.

Pois bem. A competência para julgar embargos dedeclaração contra decisão do relator é deste, e não do órgão colegiado, sob penade afastar-se a possibilidade de exame do próprio mérito da decisão. Em vistadisso, decide-se com base no art. 557 do Código de Processo Civil.

Ao que se depreende da análise da sentença de primeirograu de jurisdição e da decisão proferida em sede de apelação, houve manifestaçãosobre todas as questões postas nos autos, principalmente acerca do princípio daisonomia (fls. 137/8) e da LC n.º 101/00 (fl. 138).

Ademais, o órgão julgador não está obrigado a sepronunciar acerca de todo e qualquer ponto suscitado pelas partes, mas apenassobre aqueles considerados suficientes para fundamentar a decisão. Nesse sentido,o C. Superior Tribunal de Justiça:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL.RECLAMAÇÃO. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. PREQUESTIONAMENTO DEMATÉRIA CONSTITUCIONAL. INADMISSIBILIDADE. EMBARGOSREJEITADOS. 1. Não sendo possível identificar no acórdão embargadovício algum ensejador dos aclaratórios (omissão, contradição ouobscuridade), a rejeição dos embargos é solução que se impõe. 2. O órgãojulgador não está obrigado a se pronunciar acerca de todo e qualquer pontosuscitado pelas partes, mas apenas sobre aqueles considerados suficientespara fundamentar a decisão. 3. A via dos embargos declaratórios não se prestapara a rediscussão dos fundamentos da decisão embargada. 4. "Não se prestam osembargos de declaração ao prequestionamento de matéria constitucional, para finsde eventual recurso extraordinário ao STF" (EDcl no RMS 18.240/RS, Rel. Min.TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 31.08.2006). 5. Embargos de declaraçãorejeitados. (EDcl no AgRg na Rcl 2.792/DF, Rel. Ministro VASCO DELLAGIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), SEGUNDASEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 18/12/2009)

Ora, a omissão apta a ensejar os embargos de declaraçãorefere-se aos pontos que deveriam ter sido decididos e não aos eventuaisdispositivos legais invocados, a saber, não existe omissão a ser sanada se ojulgador se manifesta de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos,não estando obrigado a rebater, um a um, os argumentos da parte.

Logo, inexiste vício a ser sanado quando o acórdãomanifesta-se sobre todas as questões relevantes do julgamento sem mencionar osdispositivos legais invocados. Tal é o entendimento deste E. Tribunal de Justiça,veja-se:PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃOINOCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. DESNECESSIDADE.REDISCUSSÃO DA CAUSA. INADMISSIBILIDADE. RECURSODESPROVIDO. 1. A contradição que viabiliza os Embargos aclaratórios há de seestabelecer entre os fundamentos da decisão embargada, ou entre as proposiçõescontidas na parte dispositiva ou, por fim, entre proposições contidas nosfundamentos e aquelas contidas na parte dispositiva do julgado. 2. Oprequestionamento exige a manifestação expressa sobre a matériasuscitada, o que ocorreu na espécie, e não acerca de eventuais dispositivosconstitucionais ou legais invocados. 3. A rediscussão da causa em Embargosde Declaração é inadmissível. Precedentes do STJ. 4. Recurso desprovido.(TJES,Classe: Embargos de Declaração Ap Civel, 24080098742, Relator: SAMUELMEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL,Data de Julgamento: 26/05/2010, Data da Publicação no Diário: 08/07/2010)PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REDISCUSSÃO DACAUSA. INADMISSÍVEL. PREQUESTIONAMENTO. MANIFESTALÇÃOACERCA DA MATÉRIA. RECURSO DESPROVIDO. 1.A rediscussão dacausa em Embargos de Declaração é inadmissível. Precedentes do STJ. 2.Inexistevício a ser sanado quando o acórdão manifesta-se sobre todas as questõesrelevantes do julgamento sem mencionar os dispositivos legais invocados.O prequestionamento exige a manifestação expressa da matéria suscitada.3.Recurso desprovido.(TJES, Classe: Embargos de Declaração Rem Ex-officio,14060101780, Relator: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 08/06/2010, Data daPublicação no Diário: 08/07/2010)

In casu, tendo este Relator enfrentado e decidido, comfundamentação suficiente, as questões que lhe foram submetidas, não é possívelidentificar na decisão embargada nenhum dos vícios ensejadores dos embargos dedeclaração, a teor do art. 535 do CPC, motivo que inviabiliza o seu provimento.

Do exposto, e por tudo mais que dos autos consta,conheço dos embargos de declaração, todavia, nego-lhes provimento.

Intime-se. Publique-se na íntegra.

Vitória/ES, 29 de junho de 2011.

Desembargador José Paulo Calmon Nogueira da GamaR e l a t o r

Vitória, 01 de Julho de 2011

FERNANDA M. FERREIRA FRASSON DOS ANJOSSecretária de Câmara

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

PAUTA DE JULGAMENTO DA 25 ª SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA12/07/2011 TERÇA-FEIRA, QUE TERÁ INÍCIO ÀS 14:00 HORAS,PODENDO, ENTRETANTO, NESSA SESSÃO OU EM SESSÕESSUBSEQUENTES, PROCEDER-SE AO JULGAMENTO DEPROCESSOS ADIADOS OU CONSTANTES DE PAUTAS JÁPUBLICADAS.

1 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119007060VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALCLASSE 1º GRAU:MANDADO DE SEGURANÇA COM VALORAGVTE NUTRIMENTAL S/A INDUSTRIA E COMERCIO DEALIMENTOSADVOGADO(A) RAQUEL SPINASSE GIL SANTOSAGVDO GERENTE DE DEFESA E PROTEÇÃO DO CONSUMIDORPROCONRELATOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

2 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 35101115166VILA VELHA - VARA DA FAZENDA MUNICIPALCLASSE 1º GRAU:IMPUGNAÇÃOAGVTE MUNICÍPIO DE VILA VELHAADVOGADO(A) MARCO TULIO RIBEIRO FIALHOAGVDO LUCIANO VILLASCHI CHIBIBADVOGADO(A) RAFAEL ANTONIO TARDINADVOGADO(A) RAFAELA REISEN DE OLIVEIRARELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

3 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 35119001622VILA VELHA - 4ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:BUSCA E APREENSÃOAGVTE UNIBANCO UNIAO DE BANCOS BRASILEIROS S/AADVOGADO(A) NELIZA SCOPELAGVDO PORTELA NEVES COMERCIO E SERVICOSADVOGADO(A) ELUIZ CARLOS DE MELORELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 48119000296SERRA - 3ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:REIVINDICATÓRIAAGVTE CRISTINA GOMES LEAL SILVAADVOGADO(A) FERNANDA BISSOLI PINHOADVOGADO(A) RODRIGO REIS MAZZEIAGVTE FERNANDA GOMES LEAL DA SILVAADVOGADO(A) FERNANDA BISSOLI PINHOADVOGADO(A) RODRIGO REIS MAZZEIAGVTE LUIZ GUILHERME RIBAS ARAUJOADVOGADO(A) FERNANDA BISSOLI PINHOADVOGADO(A) RODRIGO REIS MAZZEIAGVTE LETICIA GOMES LEAL SILVAADVOGADO(A) FERNANDA BISSOLI PINHOADVOGADO(A) RODRIGO REIS MAZZEIAGVTE WESLLEY BORGES SIQUEIRAADVOGADO(A) FERNANDA BISSOLI PINHOADVOGADO(A) RODRIGO REIS MAZZEIAGVDO JOAO GUILHERME LOUZADADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO ELIO INACIO RIBEIRODEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO MARIA GRACINHA ZAMPINELLIDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO ALCIDES DAJUDA SOARES ROCHADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJO

41 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 48: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AGVDO JOSE ANTONIO DA SILVAADVOGADO(A) EUCLIDE BERNARDO MEDICIAGVDO KLEBER NASCIMENTO NETODEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO CREUZA ROSA DE JESUSDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO MARIA DA PENHA ZAMPINELLIDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO OSMAR SOUZA SANTOSDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO VALTER ZAMPINELLIDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO ROBSON TRINDADEDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO ROSANGELA DA CONCEIÇÃO DOS ANJOSDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO MIGUEL DAMAZIODEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO MARIA SINHORA RODRIGUES MOREIRADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO JERVASIO BERGAMIN FILHODEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO JOVELINA DE JESUS DIASDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO MARIA HELENA FIGUEIRADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO ROGERIO ROSA DA SILVADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO NOELIA RODRIGUES DE ALMEIDADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO CARLOS AGUIARDEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJOAGVDO SANDRA ROSA PESSOADEF. PÚBLICO VINICIUS CHAVES DE ARAUJORELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

5 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 50109000229VIANA - VARA CÍVEL E COMERCIALCLASSE 1º GRAU:BUSCA E APREENSÃO DL 911AGVTE AYMORE CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS/AADVOGADO(A) ANA MARIA BRAGA ARAUJOAGVDO ODETE MARIA PTAK DAS NEVESADVOGADO(A) RICARDO FREIRE SIQUEIRAADVOGADO(A) STEPHANO SILVESTRE DUTRARELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

6 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 50119000102VIANA - VARA FAZENDA EST MUN E REG PÚBLICOSCLASSE 1º GRAU:IMPROBIDADE ADMINISTRATIVAAGVTE SOLANGE SIQUEIRA LUBEADVOGADO(A) FLAVIO CHEIM JORGEADVOGADO(A) MYRNA FERNANDES CARNEIROAGVDO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALRELATOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

7 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 7090036232BAIXO GUANDU - 1ª VARACLASSE 1º GRAU:ALIMENTOSAPTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) JAIR CORTEZ MONTOVANI FILHOAPDO MARCIO ANTONIO RIBEIRO SOARESADVOGADO(A) MARCIO ANTONIO RIBEIRO SOARESAPDO JOSE DE BARROS NETOADVOGADO(A) JOSE DE BARROS NETORELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

8 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 11060077051CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 1ª VARA FEITOS FAZENDA PÚBLICACLASSE 1º GRAU:REPARAÇÃO DE DANOSAPTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) MARCIO MELHEMAPDO JOELSON CANDIDOADVOGADO(A) FERNANDO ANTONIO DA CRUZ JUNIORRELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

9 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 11090090827CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 4ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:COBRANÇAAPTE SILVANA DA PENHA BATISTA FONTOURA

ADVOGADO(A) BRENO FAJARDO LIMAADVOGADO(A) BRUNO FAJARDO LIMAAPDO BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO S/A BANESTESADVOGADO(A) MARCELO COSTA ALBANIADVOGADO(A) RAQUEL SANTOS TOZZIADVOGADO(A) RUDOLF JOAO RODRIGUES PINTORELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

10 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090055828CARIACICA - 3ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:BUSCA E APREENSÃO DL 911APTE BANCO FINASA S/AADVOGADO(A) EDUARDO GARCIA JUNIORADVOGADO(A) HELEUSA VASCONCELOS BRAGA SILVAAPDO SANDRO FELIPE RODRIGUESRELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

11 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090095493CARIACICA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:REINTEGRATÓRIAAPTE DIBENS LEASING S/A - ARRENDAMENTO MERCANTILADVOGADO(A) LEANDRO NADER DE ARAUJOADVOGADO(A) NELIZA SCOPELAPDO HORIDES COUTINHO VICTORRELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES.ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

12 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090177523CARIACICA - 3ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:REINTEGRATÓRIAAPTE BANCO ITAULEASING S/AADVOGADO(A) NELSON PASCHOALOTTOAPDO RITA GRIJO HELMERRELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

13 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 21090012622GUARAPARI - VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICACLASSE 1º GRAU:RECLAMAÇÃO TRABALHISTAAPTE MOACIR COELHO BORGESADVOGADO(A) FELIPE SILVA LOUREIROAPDO MUNICÍPIO DE GUARAPARIADVOGADO(A) FAUSTO ANTONIO POSSATO ALMEIDARELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

14 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 21090012648GUARAPARI - VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICACLASSE 1º GRAU:RECLAMAÇÃO TRABALHISTAAPTE SILVANIA DA COSTA SEVERINOADVOGADO(A) FELIPE SILVA LOUREIROAPDO MUNICÍPIO DE GUARAPARIADVOGADO(A) FAUSTO ANTONIO POSSATO ALMEIDARELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

15 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24010060259VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAPTE MARIA LUCIA BENTO DE OLIVEIRAADVOGADO(A) ALVINO PADUA MERIZIOAPDO ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE PRO-MATREADVOGADO(A) BETHANIA ALVES DE ASSISAPDO RONNEY ANTONIO GUIMARAESADVOGADO(A) BETHANIA ALVES DE ASSISADVOGADO(A) LUIZ TELVIO VALIMAPDO WILDE DA SILVA NETTOADVOGADO(A) BETHANIA ALVES DE ASSISRELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

16 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24040110280VITÓRIA - 11ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPTE BANCOOB - BANCO COOPERATIVO DO BRASIL S/AADVOGADO(A) JOSE CARLOS STEIN JUNIORAPDO ALAN ROGER FAGUNDES CALDEIRAADVOGADO(A) CARLOS EDUARDO AMARAL DE SOUZA* APELAÇÃO ADESIVA Nº 24040110280APTE ALAN ROGER FAGUNDES CALDEIRAADVOGADO: CARLOS EDUARDO AMARAL DE SOUZA

42 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 49: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

APDO BANCOOB - BANCO COOPERATIVO DO BRASIL S/AADVOGADO: JOSE CARLOS STEIN JUNIORRELATOR DES. NEY BATISTA COUTINHOREVISOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

17 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24040224115VITÓRIA - 3ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPTE PALACE CORRETORA E ADMINISTRADORA DE SEGUROSLTDA..ADVOGADO(A) GRACYELLEN LEITE MOREIRAAPTE PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAISADVOGADO(A) GUSTAVO SICILIANO CANTISANOAPDO ANTUERPIO PETERSEN FILHOADVOGADO(A) ADMILSON MARTINS BELCHIORAPDO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALRELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

18 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24070006093VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:INDENIZATÓRIAAPTE/APDO ERONDINA MIGUEL VIEIRAADVOGADO(A) EDUARDO SANTOS SARLOADVOGADO(A) KAMYLO COSTA LOUREIROAPDO/APTE GOLDEN CROSS ASSISTENCIA INTERNACIONAL DESAUDEADVOGADO(A) RUDOLF JOAO RODRIGUES PINTORELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSAREVISOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

19 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24070642640VITÓRIA - 8ª VARA CÍVELCOBRANÇACLASSE 1º GRAU:APTE RICARDO CORREA DALLA ADVOGADO & ASSOCIADOSPARECERES E CONSUADVOGADO(A) JERONYMO DE BARROS ZANANDREAAPDO CENTRO DE MEDICINA NUCLEAR LTDA..ADVOGADO(A) CAETANO CORREA PEIXOTO ALVESRELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

20 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24110003621VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:BUSCA E APREENSÃO DL 911APTE BV FINANCEIRA S/AADVOGADO(A) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO FUMIGAL SERVICO F T E LOGISTICA LTDA..RELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

21 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 35080054899VILA VELHA - 5ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:OBRIGAÇÃO DE FAZERAPTE PASA - PLANO DE ASSISTENCIA E SAUDE DO APOSENTADODA CVRDADVOGADO(A) ADRIANO FRISSO RABELOAPDO MARIA DA PENHA NALI RANGEL MOREIRAADVOGADO(A) JOAO PAULO CARDOSO CORDEIRORELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. WALACE PANDOLPHO KIFFER

22 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 44060012125SANTA TERESA - CARTÓRIO DO 1º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:BUSCA E APREENSÃO DL 911APTE BANCO ITAU S/AADVOGADO(A) EDUARDO GARCIA JUNIORAPDO MARTA MARIA LAURETTE RODRIGUESRELATOR DES. WILLIAM COUTO GONÇALVESREVISOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

23 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 48050015444SERRA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPDO POSTO VALPARAISO LTDA..ADVOGADO(A) JOSE CARLOS FERREIRAAPTE/APDO BANESTES S/A-BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITOSANTOADVOGADO(A) ADRIANO FRISSO RABELO

APTE/APDO PINHEIRO PAES TRANSPORTADOR REVENDEDORRETALHISTA DE COMBUSTADVOGADO(A) MARIA BERNARDETH DEPIANTEAPDO/APTE FABRICIO CAMPAGNARO RAMOSADVOGADO(A) CELIO DE CARVALHO CAVALCANTI NETORELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

24 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 48109002864SERRA - 2ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:REINTEGRAÇÃO DE POSSEAPTE UNIBANCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTILADVOGADO(A) NELIZA SCOPELAPDO RONALDO FONTESADVOGADO(A) HAHNEMANN DOELLINGER COSTARELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

25 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 49100039889VENDA NOVA DO IMIGRANTE - CARTÓRIO DO 3º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPTE CLODOALDO PARIZADVOGADO(A) JOAO LUIS PEREIRA DE SOUZAAPDO O ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) CLAUDIO CESAR DE ALMEIDA PINTORELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

26 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990051018MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSCLASSE 1º GRAU:EXECUÇÃO FISCALAPTE MUNICÍPIO DE MARATAÍZESADVOGADO(A) CLAUDEMIR CARLOS DE OLIVEIRAAPDO ESPÓLIO DE GONÇALVINA PEREIRARELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRAREVISOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

27 - REMESSA EX-OFFICIO Nº 28970000155IÚNA - CARTÓRIO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:POPULARREMTE JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DE IUNAPARTE NILTON MARTINS FIGUEIREDOADVOGADO(A) LARA KRASSITSCHKOW FIGUEIREDOPARTE RICARDO FERNANDES RESENDEADVOGADO(A) LARA KRASSITSCHKOW FIGUEIREDOPARTE MUNICÍPIO DE IUNAADVOGADO(A) EDER CORDEIRO DOS SANTOSPARTE MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL* APELAÇÃO VOLUNTÁRIA Nº 28970000155APTE NILTON MARTINS FIGUEIREDO E OUTROSADVOGADO: LARA KRASSITSCHKOW FIGUEIREDOAPDO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALRELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRAREVISOR DES.WALACE PANDOLPHO KIFFER

VITÓRIA, 01/07/2011

MARCELA BARCELLOS TAVARES MARCHESCHISECRETÁRIA DE CÂMARA

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PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÕES

INTIMO

1 NO PROCESSO Nº 12119001019 - AGRAVO DE INSTRUMENTOMONTALVANI ENGENHARIA LTDA. ONDE É AGRAVANTEPOR SEUS ADVS. DRS. 10399 ES FLAVIANA ROPKE DA SILVAINTIMAR O AGRAVANTE PARA EM QUARENTA E OITO HORASINDICAR O NOME, QUALIFICAÇÃO E ENDEREÇO PARA INTIMAÇÃODOS AGRAVADOS, SOB PENA DE NÃO CONHECIMENTO DORECURSO.

2 NO PROCESSO Nº 34119000015 - AGRAVO DE INSTRUMENTOJAIME SANTOS OLIVEIRA JUNIOR ONDE É AGRAVANTE

43 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 50: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

POR SEUS ADVS. DRS. 13175 ES JACKSON JOSE KRETLIINTIMAR O AGRAVANTE DA R. DECISÃO QUE INDEFERIU OEFEITO SUSPENSIVO

3 NO PROCESSO Nº 22119000044 - AGRAVO DE INSTRUMENTOBANCO VOLKSWAGEN S/A ONDE É AGRAVADOPOR SEUS ADVS. DRS. 10990 ES CELSO MARCON9512 ES CARLOS FELYPPE TAVARES PEREIRAPARA CUMPRIR O ART.527, V, DO CPC

VITÓRIA, 01 DE JULHO DE 2011

MARCELA BARCELLOS TAVARES MARCHESCHISECRETÁRIA DE CÂMARA

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTERCEIRA CÂMARA CÍVEL

DECISÕES MONOCRÁTICAS - PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO

1- Apelação Civel Nº 14050095638COLATINA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALAPTE MUNICIPIO DE COLATINA Advogado(a) FABIANO DOS SANTOS COSTAAPDO FRANCISCO CASTILHO RELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

APELAÇÃO CÍVEL N. 014050095638.APELANTE: MUNICÍPIO DE COLATINA. APELADO: FRANCISCO CASTILHO.RELATOR: DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

O MUNICÍPIO DE COLATINA interpôs recurso de apelação cível em razãoda respeitável sentença de fls. 54-5, proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara daFazenda Pública Municipal da Comarca de Colatina, que julgou extinta a execuçãofiscal por ele proposta contra o apelado, “tanto com base no 267, IV e VI, c/c o art.598, ambos do CPC (ilegitimidade passiva e falta de pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular), como com base no art. 269, IV, c/c os arts. 598 e 219, § 5°,também do CPC (prescrição), tornando insubsistente a penhora”.

Nas razões recursais (fls. 57-67), o apelante alegou que “não há justificativa plausívelpara a afirmação de ausência de pressupostos de constituição válida do processo quanto ao sujeitopassivo inscrito não seja o verdadeiro responsável tributário”, e que, “verificada a inércia doexequente é vedado a extinção ex-officio do executivo fiscal, pois, para tanto, necessário se faz asuspensão do feito e/ou pedido expresso do executado neste sentido, conforme dispõe as Súmulasn°s. 240 - 314 do STJ”, requerendo assim, o conhecimento e provimento dorecurso “para o fim de ser reformada totalmente a sentença impugnada que extinguiu oprocesso”.

Recurso não respondido, por não se ter triangularizado a relação jurídicaprocessual.

Parecer do Ministério Público de segundo grau às fls. 74-5, consignando que opresente feito não se enquadra em nenhuma das hipóteses do artigo 82 do CPC.

É o relatório.

Passo a decidir com base no artigo 557, do Código de Processo Civil, porquepresentes os requisitos autorizadores.

Esclareço inicialmente que não há que se falar em duplo grau de jurisdiçãoobrigatório, nos temos do artigo 475, inciso I, do CPC, porque a hipótese dosautos se enquadra na exceção prevista no § 2º do referido artigo.

Certificou a senhora oficiala de justiça à fl. 18-verso que deixou de citar oexecutado tendo em vista a informação de que o mesmo havia falecido desdemaio de 1994.

O entendimento consolidado no colendo Superior Tribunal de Justiça afirma quea ação de execução fiscal proposta em face de devedor falecido, ao invés de contrao espólio, deve ser extinta por carência de ação (ilegitimidade passiva).

Dessa forma, a ação executiva fiscal não merece prosseguimento. Respaldam esteentendimento os seguintes precedentes pretorianos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCALPROPOSTA CONTRA DEVEDOR JÁ FALECIDO. CARÊNCIA DE AÇÃO.ILEGITIMIDADE PASSIVA. ALTERAÇÃO DO PÓLO PASSIVO DAEXECUÇÃO PARA CONSTAR O ESPÓLIO. IMPOSSIBILIDADE.SÚMULA N. 392/STJ. 1. O exercício do direito de ação pressupõe o preenchimento de determinadascondições, quais sejam: a) a possibilidade jurídica do pedido; b) o interesse de agir;e c) a legitimidade das partes. No caso em análise, não foi preenchido o requisitoda legitimidade passiva, uma vez que a ação executiva foi ajuizada contra odevedor, quando deveria ter sido ajuizada em face do espólio. Dessa forma, nãohá que se falar em substituição da Certidão de Dívida Ativa, haja vista a carênciade ação que implica a extinção do feito sem resolução do mérito, nos termos doart. 267, VI, do Código de Processo Civil. 2. Mesmo quando já estabilizada a relação processual pela citação válida dodevedor, o que não é o caso dos autos, a jurisprudência desta Corte entende que aalteração do título executivo para modificar o sujeito passivo da execução nãoencontrando amparo na Lei 6.830/80. Sobre o tema, foi editado recentemente oEnunciado n. 392/STJ, o qual dispõe que "a Fazenda Pública podesubstituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença deembargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedadaa modificação do sujeito passivo da execução". 3. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp 1056606/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/04/2010, DJe 19/05/2010).

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. INCLUSÃO DOSUCESSOR INVENTARIANTE. ESPÓLIO. AUSÊNCIA DENOTIFICAÇÃO. VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA ECONTRADITÓRIO. VÍCIO NO PRÓPRIO LANÇAMENTO.SUBSTITUIÇÃO DA CDA. IMPOSSIBILIDADE. IMPOSTO DE RENDAPESSOA FÍSICA. DÉBITO NÃO-DECLARADO. LANÇAMENTOSUPLEMENTAR. “[...] O juízo de primeira instância consignou que: "Tendo o óbito ocorrido antesda inscrição da dívida ativa, a formação do título não se fez adequadamente (pornão ter o lançamento sido notificado a quem de direito, ou por não ter sido ainscrição precedida da defesa por quem tivesse legitimidade para este fim). Odefeito é do próprio título, e não processual, e não pode ser sanado senãomediante a renovação do processo administrativo tributário" (fl. 16). 4. O falecimento do contribuinte, ainda na fase do processo administrativo paralançamento do crédito tributário, não impede o Fisco de prosseguir na execuçãodos seus créditos, sendo certo que o espólio será o responsável pelos tributosdevidos pelo "de cujus", nos termos do art. 131, II e III, do CTN, ou, ainda, osverbis: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: III - o espólio, pelos tributosdevidos pelo "de cujus" até a data da abertura da sucessão. 5. A notificação do espólio, na pessoa do seu representante legal, e a suaindicação diretamente como devedor no ato da inscrição da dívida ativa e,por conseguinte, na certidão de dívida ativa que lhe corresponde éindispensável na hipótese dos autos. 6. In casu, "o devedor constante da CDA faleceu em 06/05/1999 (fls. 09) e ainscrição em dívida ativa ocorreu em 28/07/2003, ou seja, em data posterior aofalecimento do sujeito passivo", conforme fundamentou o tribunal de origem. 7. A emenda ou substituição da Certidão da Dívida Ativa é admitida diante daexistência de erro material ou formal, não sendo possível, entretanto, quandoos vícios decorrem do próprio lançamento e/ou da inscrição. Nestes casos,será inviável simplesmente substituir-se a CDA. Precedentes: AgRg no Ag771386 / BA, DJ 01.02.2007; AgRg no Ag 884384 / BA, DJ 22.10.2007. 8. Enunciado n. 392/STJ, o qual dispõe que "a Fazenda Pública pode substituir acertidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando setratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeitopassivo da execução". (STJ, REsp 1073494/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgadoem 14/09/2010, DJe 29/09/2010).

Quanto ao reconhecimento da prescrição, nada mais fez o magistrado do queaplicar o disposto no § 5° do artigo 219 do CPC.

Não há que se falar na aplicação das súmulas nn. 240 e 314 do colendo STJ, vistonão se aplicarem à hipótese destes autos, pois não houve extinção da execuçãopor abandono do exequente, mas, sim, pela ilegitimidade passiva.

A súmula n. 314 refere-se à suspensão do processo quando não localizados benspenhoráveis, não sendo esta a hipóteses dos autos, uma vez que foi localizadoimóvel, inclusive sendo penhorado (fl. 31).

Posto isso, com esteio no art. 557, caput, do CPC, conheço do apelo interposto e,no mérito, nego provimento a ele, mantendo incólume a respeitável sentençaobjurgada.

Intime-se por publicação desta na íntegra.

Vitória-ES., 29 de junho de 2011.

44 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 51: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Desembargador DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRARelator

2- Apelação Civel Nº 11080082743CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 4ª VARA CÍVELAPTE INTER TINTAS INDUSTRIA E COMERCIO DE TINTAS LTDA Advogado(a) SAMIR FURTADO NEMERAPDO SANTO DE OLIVEIRA Advogado(a) LUIZ CARLOS LOPES BRANDAO FILHORELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

APELAÇÃO CÍVEL N. 011080082743.APELANTE: INTER TINTAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DETINTAS LTDA.APELADO: SANTO DE OLIVEIRA.RELATOR: DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DEOLIVEIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

INTER TINTAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TINTASLTDA. interpôs recurso de apelação em face da respeitável sentença de fls. 83-5,proferida pelo douto Juízo da 4ª Vara Cível e Comercial da Comarca de Cachoeirode Itapemirim, que nos autos da “ação monitória” movida em seu desfavor porSANTO DE OLIVEIRA, constituiu o título executivo, determinando a suaintimação para pagamento, em 24 (vinte e quatro) horas, do valor de R$1.400,00(mil e quatrocentos reais), acrescidos de honorários advocatícios fixados em 10%(dez por cento), para pagamento imediato, ou nomeação de bens à penhora, coma advertência do §1.º, do artigo 1.102-C, do Código de Processo Civil.

Preliminarmente, arguiu, o recorrente a prescrição da pretensão doautor, ante o decurso do prazo prescricional de 03 (três) anos, entre a data em quese efetivou a sua citação e a data de vencimento dos cheques.

Alegou violação à ampla defesa e ao contraditório.

Asseverou, também, a existência de indícios quanto a nãoautenticidade das assinaturas constantes dos cheques que embasam a açãomonitória.

Desta forma, requereu seja conhecido e provido o recurso parareformar a respeitável sentença.

Nas contrarrazões recursais (fls. 107-13) o recorrido pugnou pelamanutenção da respeitável sentença singular.

Esse, o relatório.

Profiro, conforme me faculta o artigo 557, caput, do Código deProcesso Civil, julgamento monocrático do recurso.

Inicialmente, manifesto-me sobre a alegada prescrição.

Os documentos que instruem a petição inicial da ação monitória são cheques queperderam a eficácia executiva, razão pela qual o prazo prescricional a serobservado é o prazo de 05 (cinco) anos, previsto no artigo 206, §5º, inciso I, doCódigo Civil. Vejamos o referido dispositivo:

Art. 206. Prescreve:

§5.º Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento públicoou particular;”

Nesse sentido, está o seguinte venerando acórdão disponibilizado nosítio do colendo Superior Tribunal de Justiça, na internet, em pesquisa realizadaem 16-06-2011:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CHEQUE PRESCRITO. AÇÃOMONITÓRIA. PRAZO PRESCRICIONAL. A ação monitória fundada emcheque prescrito está subordinada ao prazo prescricional de 5 (cinco) anosprevisto no artigo 206, § 5º, I, do Código Civil.Recurso Especial improvido.(REsp 1038104/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,julgado em 09/06/2009, DJe 18/06/2009).

Destarte, ainda que o prazo prescricional não fosse de 05 (cinco) anos,a pretensão do autor não estaria prescrita, uma vez que o §1.º, do artigo 219, do

Código de Processo Civil, dispõe que “a interrupção da prescrição retroagirá àdata da propositura da ação.”

Rejeito, pois, a prejudicial de mérito.

Ultrapassada essa prejudicialidade, passo à análise dos demaisargumentos.

A questão posta cinge-se em perquerir sobre a legalidade dos títulosque embasam a ação monitória.

A recorrente alegou a inexistência da dívida e “que as assinaturasconstantes dos cheques são completamente distintas das firmas dosrepresentantes legais da Requerida.” (Fl. 42). Essa alegação foi devidamenterechaçada pelo ilustre julgador singular ao afirmar que “a assinatura aposta noscheques coincide com aquela da Sra. Eline Aparecida Brunelli Mattos à vista nocartão de autógrafos (fl. 70), documento anexo aos que instruem o contrato deabertura da conta corrente da empresa demandada.” (Fl. 84).

Outrossim, verifico que os cheques prescritos foram devolvidos pelainstituição bancária pelo motivo 11, ou seja, por ausência de provisão de fundos e,não, pelo motivo 22 - divergência ou insuficiência de assinatura.

Conclui-se, portanto, que as assinaturas apostas nos títulos cambiaissão autênticas e expressam a legalidade da cobrança por parte do recorrido. 1

Destarte, inexistindo qualquer prova no sentido de haver vício doconsentimento - erro, dolo, coação, simulação, estado de perigo ou lesão - àemissão dos títulos e tendo prova nos autos sobre a existência do débito, tenhoque não há qualquer nulidade nos títulos cambiais, capaz de ensejar a rejeição dapretensão do autor.

Por fim, no que tange a alegação de violação à ampla defesa e aocontraditório, razão também não assiste à recorrente, uma vez que cabe aomagistrado decidir sobre a necessidade da realização de determinadas provas.

Nesse sentido, trago à colação o seguinte venerando acórdão:

AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃOMONITÓRIA - CHEQUES PRESCRITOS - PRODUÇÃO DE PROVA -CERCEAMENTO DE DEFESA - REEXAME DO CONJUNTOFÁTICO-PROBATÓRIO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ - CAUSADEBENDI - PROVA - DESNECESSIDADE - DECISÃO AGRAVADAMANTIDA - IMPROVIMENTO. I - Sendo o magistrado o destinatário daprova, e a ele cabe decidir sobre o necessário à formação do próprioconvencimento. Desse modo, a apuração da suficiência dos elementosprobatórios que justificaram o indeferimento do pedido de produção de provasdemanda reexame do conjunto fático-probatório, providência vedada pela Súmula7/STJ. II - O Acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência destaCorte, no sentido de que é desnecessário que o credor comprove a causa debendido cheque prescrito que instrui a ação monitória. III - O Agravo não trouxenenhum argumento novo capaz de modificar a conclusão alvitrada, a qual semantém por seus próprios fundamentos. Agravo Regimental improvido. (AgRgno Ag 1376537/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,julgado em 17/03/2011, DJe 30/03/2011). Fonte: site do STJ, na internet.Pesquisa realizada em 16-06-2011.

Diante destes fatos, diferentemente do que afirmado pela apelante, oilustre magistrado singular proferiu o ato sentencial em consonância com asprovas carreadas aos autos.

Posto isto, nos termos do caput do artigo 557 do Código de ProcessoCivil, conheço do recurso e a ele NEGO SEGUIMENTO em razão de suamanifesta improcedência.

Publique-se na íntegra.

Intimem-se as partes.

Vitória-ES., 29 de junho de 2011.

Desembargador DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRARELATOR

3- Apelação Civel Nº 24080288830VITÓRIA - 11ª VARA CÍVELAPTE ALDENIR SOUZA DE OLIVEIRA Advogado(a) ROZALINDA NAZARETH SAMPAIO SCHERRERAPDO LOGASA INDUSTRIA E COMERCIO S/A Advogado(a) LEONARDO VARGAS MOURAAPDO ITAU PREVIDENCIAS E SEGUROS

45 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 52: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) ANDRE SILVA ARAUJORELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

APELAÇÃO CÍVEL N. 024080288830.APELANTE: ALDENIR SOUZA DE OLIVEIRA.APELADOS: METROPOLITAN LIFE SEGUROS E PREVIDÊNCIAPRIVADA S. A. E ROCA BRASIL LTDA.RELATOR: DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

ALDENIR SOUZA DE OLIVEIRA interpôs recurso de apelação cível emrazão da respeitável sentença de fls. 304-7, proferida pelo MM. Juiz de Direito daDécima Primeira Vara Cível de Vitória, da Comarca da Capital, que nos autos daação ordinária por ele proposta em face de ITAÚ - PREVIDÊNCIA ESEGUROS S. A., LOGASA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S. A. e ROCABRASIL LTDA., julgou extinto o feito, com resolução de mérito, na forma doart. 269, IV, do CPC (prescrição).

Nas extensas razões recursais (fls. 310-37), afirmou o apelante que “tendo a ação sidoajuizada em data de 15/08/2008, estando em vigor o contrato de seguro entre o empregador e aseguradora, sendo que a estipulante vinha recolhendo mensalmente os prêmios em relação aoapelante, não há que se falar em prescrição”.

Alegou ainda que “o prazo prescricional não se pode iniciar enquanto não comprovada airreversibilidade da incapacidade laborativa do segurado, eis que o próprio prêmio do seguro devida só é devido em caso de ‘Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente’”, o que sópoderia ser comprovado por laudo médico pericial, que foi realizado pela primeiravez em 27-08-2009.

Disse que “considerando que o contrato de seguro em comento envolve relação de consumo, oprazo prescricional da pretensão do segurado em face da seguradora é de cinco anos, conformeentabulado no art. 27 do CDC, a contar da ciência do dano e da autoria”.

Argumentou que “a prescrição acolhida pela r. Sentença de piso, destina-se apenas aosegurado e não abrange os beneficiários, cujo direito sujeita-se à norma geral e prescreve em dezanos, conforme a regra inserta no art. 205 do Código Civil de 2002”.

As apeladas Metropolitan Life Seguros e Previdência S. A. e Roca Brasil Ltda.apresentaram contrarrazões ao recurso de apelação às fls. 340-8 e 350-62,respectivamente, pugnando as apeladas pelo desprovimento da apelação, com amanutenção de sentença objurgada.

É o relatório.

Passo a decidir com base no artigo 557, do Código de Processo Civil, porquepresentes os requisitos autorizadores.

O julgador a quo, partindo da premissa de que o apelante teve ciência de suaincapacidade em 27-08-2004, e sob o argumento de que a pretensão indenizatóriado segurado em grupo contra a seguradora prescreve em 01 (um) ano, julgouextinto o processo na forma do art. 269, inc. IV, do CPC.

Em contraposição ao entendimento manifestado pelo Juízo a quo, o recorrentealegou que, na hipótese vertente, não poderiam ser aplicadas as disposições doCódigo Civil, mas sim o Código de Defesa do Consumidor, mormente o artigo27, que prevê a prescrição em cinco anos da pretensão de reparação pelos danoscausados por fato do produto ou do serviço.

Analisando o caderno processual, não vislumbrei razão ao recorrente.

A exegese ventilada pelo recorrente não se sustenta, tendo em vista a uníssonajurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, que, nos casos análogosaos dos autos, fixou a prescrição ânua, afastando por via transversa a aplicação doart. 27 do CDC, quando se tratar de ação de cobrança de indenização advinda deseguro em grupo.

Neste sentido, prescreve a súmula n. 101 daquela Corte Superior que “A ação deindenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano”.

Corroborando o entendimento já esposado, trago à baila de fundamentaçãodiversos precedentes do Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO.SEGURO DE VIDA EM GRUPO. INVALIDEZ PERMANENTE. CÂNCERDE MAMA. INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO ÂNUA. TERMO INICIAL DACONTAGEM. SÚMULA STJ/278. DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DAINVALIDEZ. SUSPENSÃO DO PRAZO ATÉ RESPOSTA DEFINITIVADA SEGURADORA EM REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. SÚMULASTJ/229. INAPLICABILIDADE.

I - A ação de cobrança de indenização fundada em contrato de seguro, por serinerente à relação entre segurado e segurador e não relacionada a defeito doserviço, sujeita-se ao prazo prescricional ânuo previsto no Código Civil e não aode cinco anos, preconizado pelo art. 27 do Código de Defesa do Consumidor.II - Consoante a jurisprudência pacífica desta Corte, o termo inicial do prazoprescricional ânuo, na ação de indenização, é a data em que o segurado teveciência inequívoca da incapacidade laboral (Súmula STJ/278), o que no presentecaso ocorreu com a elaboração do laudo médico.III - Embora a Súmula 229 deste Tribunal disponha que "o pedido do pagamentode indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o seguradotenha ciência da decisão", é iniludível que tal regra só terá aplicação quando orequerimento administrativo for formulado ainda dentro do prazo prescricional, oque não se verifica, na hipótese. Agravo Regimental improvido.(AgRg no REsp 1014747/SC AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOESPECIAL 2007/0294479-0 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI (1137) ÓrgãoJulgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 22/02/2011 Data daPublicação/Fonte DJe 02/03/2011).

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVOEXTRAJUDICIAL. CONTRATO DE SEGURO CONTRA ACIDENTESPESSOAIS. GLAUCOMA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO CIVIL.PRESCRIÇÃO. COBRANÇA DE SEGURO. I - "A exceção depré-executividade é espécie excepcional de defesa específica do processo deexecução, admitida, conforme entendimento da Corte, nas hipóteses em que anulidade do título possa ser verificada de plano, bem como quanto às questões deordem pública, pertinentes aos pressupostos processuais e às condições da ação,desde que desnecessária a dilação probatória" (REsp 915.503/PR, Rel. MinistroHÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, DJ 2/11/2007). II - Oprazo prescricional ânuo para cobrança de seguro se inicia na data em que osegurado tem ciência da sua incapacidade definitiva, suspende-se na data em queapresentado o requerimento administrativo e volta a fluir no dia em que ele éintimado da recusa da seguradora em conceder a indenização contratada. Nessesentido as Súmulas 101 e 278 deste STJ. III - Recurso especial improvido. (REsp1063211/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgadoem 19/10/2010, DJe 11/11/2010).

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECEBIMENTOCOMO AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO.CIÊNCIA INEQUÍVOCA. PRESCRIÇÃO. SÚMULAS N. 101, 229 E 278 DOSTJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. "A ação de indenização dosegurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano." - Súmula n.101/STJ. II. "O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende oprazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão." - Súmula n.229/STJ. III. "O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é adata em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral." - Súmulan. 278/STJ. IV. Agravo desprovido. (AgRg no REsp 1002620/RS, Rel. MinistroALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 06/05/2010,DJe 24/05/2010).

AGRAVO REGIMENTAL. SEGURO EM GRUPO. PRESCRIÇÃO ÂNUA.CIÊNCIA INEQUÍVOCA. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL.REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO. Nos casos de seguroem grupo, a prescrição é ânua; sua contagem se inicia na data da ciênciainequívoca da incapacidade laboral. Suspende-se pelo requerimentoadministrativo; volta a fluir quando o segurado toma conhecimento da recusa daseguradora. Aplicação das Súmulas 101, 229 e 278 do Superior Tribunal de Justiça.Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 854.264/SC, Rel.Ministro PAULO FURTADO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DOTJ/BA), TERCEIRA TURMA, julgado em 20/10/2009, DJe 06/11/2009) .CIVIL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. NEGATIVA DA SEGURADORA. AÇÃO DEINDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO ANUAL. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃODO PRAZO PRESCRICIONAL. HIPÓTESES. - A ação contra a negativa depagamento de seguro de vida em grupo prescreve em 01 (um) ano. Súmula nº 101do STJ. - O pedido de pagamento de indenização à seguradora suspende o prazode prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. Súmula nº 229 do STJ.- O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que osegurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral. Súmula nº 278 do STJ. -Todavia, a Súmula nº 229 do STJ não esgota todas as possibilidades envolvidas nocomunicado de sinistro feito à seguradora, sendo possível vislumbrar situações emque haverá a interrupção – e não há suspensão – do prazo prescricional. Apesardo pedido de indenização ter efeito suspensivo, esse efeito é inerente apenas àapresentação do comunicado de sinistro pelo segurado. Há de se considerar, emcontrapartida, que a resposta da seguradora pode, eventualmente, caracterizarcausa interruptiva do prazo prescricional, notadamente aquela prevista no art. 172,V, do CC/16 (atual art. 202, VI, do CC/02), qual seja, a prática de ato inequívoco,ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 875.637/PR, Rel. MinistraNANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe26/03/2009)

46 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 53: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Por todo o exposto, com base no art. 557, caput, do CPC, NEGOSEGUIMENTO (rectius, provimento) ao recurso interposto.

Intimem-se por publicação desta na íntegra.

Vitória-ES., 29 de junho de 2011.

Desembargador DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRARelator

4- Apelação Civel Nº 48060083903SERRA - 5ª VARA CÍVELAPTE CHEIM TRANSPORTES S/A Advogado(a) SERGIO NOGUEIRA FURTADO DE LEMOSAPDO TRANSPORTO TRANSPORTE RODOVIARIO E PORTUARIOLTDA RELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

APELAÇÃO CÍVEL N. 048060083903.APELANTE: CHEIM TRANPORTES S. A.APELADA: TRANSPORTO - TRANSPORTE RODOVIÁRIO EPORTUÁRIO LTDA.RELATOR: DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DEOLIVEIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

CHEIM TRANPORTES S. A. interpôs recurso de apelação cívelem face da respeitável sentença de fl. 42, proferida pelo douto Juízo de Direito da5ª Vara Cível da Serra, Comarca da Capital, na ação de execução por quantia certapor ela proposta contra TRANSPORTO - TRANSPORTE RODOVIÁRIOE PORTUÁRIO LTDA., que extinguiu o processo com fulcro no artigo 267,inciso III, do Código de Processo Civil.

Nas razões recursais (fls. 54-7) sustentou a apelante, em síntese, quehouve excesso de formalismo ao se extinguir a execução, o que “resultou empremiar o calote, imprimindo à Apelante um custo muito desproporcional ao doprocesso aguardar a indicação do novo endereço, já que, nessa hipótese, umacitação por edital também não seria a melhor solução.”

Requereu seja dado provimento ao recurso a fim de “reformar asentença de 1º Grau, e determinar a suspensão do processo por no máximo 90(noventa) dias prazo razoável para se tentar localizar o atual endereço da devedoraexecutada, ora Apelada.”

É o relatório.

Decido com base no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil,por se tratar de recurso manifestamente improcendente.

Lembro de início que “aplicam-se subsidiariamente à execução asdisposições que regem o processo de conhecimento” (CPC., art. 598).

Deste modo, entende-se que na execução, não havendo sentença demérito, é possível aplicar-se as regras contidas no artigo 267, do Código deProcesso Civil, para extingui-la.

A propósito, lecionam Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidieroque as “(...) As disposições gerais constantes do Livro I, CPC, aplicam-sesubsidiariamente à execução prevista no Livro II, CPC. Assim, por exemplo, asnormas que regem (...) a formação, a suspensão e a extinção do processo (arts.262-269, CPC) (...)” (Código de Processo Civil comentado artigo por artigo. SãoPaulo: RT, 2008. pp. 613-4).

Sobre o tema já se manifestou o colendo Superior Tribunal de Justiça:

“(...) A extinção do processo por abandono da causa (CPC, art. 267, III e § 1º)aplica-se subsidiariamente ao processo de execução.” (REsp n. 576113/ES, Rel.Min. Cesar Asfor Rocha, DJ de 25-10-2004).

Pois bem.

A apelante objetiva a reforma da respeitável sentença que extinguiu oprocesso com espeque no artigo 267, inciso III, do Código de Processo Civil, porabandono da causa por ela.

Pelo que dos autos consta, após a tentativa frustrada de citação daexecutada (fl. 33-33vº), a exequente foi intimada em 13-09-2007 (quarta-feira), pormeio de seu ilustre advogado, para se manifestar no prazo legal acerca da certidãoexarada pelo oficial de justiça encarregado da diligência que certificou que a

executada não foi localizada no endereço fornecido na petição inicial. No entanto,a exequente não atendeu a intimação.

Em 19 de outubro de 2007, o Juiz singular determinou fosse aexequente intimada pessoalmente para se manifestar sobre a certidão mencionada,no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de extinção do processo, tendo o aviso derecepção do ofício de intimação sido juntado no caderno processual em23-11-2007.

Na data de 08 de janeiro de 2008 foi proferida a sentença guerreada.

Como se pode ver, entre o dia seguinte ao do final do prazoconcedido à apelante para manifestação (19-09-2007 - fl. 116) e a data em que foiproferida sentença (09-01-2008), passaram-se mais de 30 (trinta) dias nos quais ofeito ficou paralisado por desídia da exequente.

Conclui-se, portanto, que o juízo a quo adotou todas as providênciasnecessárias para dar o devido andamento ao feito, tudo em observância ao queestabelece o artigo 267, inciso III e §1º do Código de Processo Civil.

Saliente-se, por fim, que não há que se falar em excesso deformalismo, pois trata-se de estrito cumprimento ao que a lei processual civilprevê.

Posto isso, com base no disposto no artigo 557, caput, do Código deProcesso Civil, conheço do recurso e a ele NEGO SEGUIMENTO.

Intimem-se a apelante mediante publicação na íntegra.

Vitória-ES., 29 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRARELATOR

5- Apelação Civel Nº 11000430196CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 2ª VARA FEITOS FAZENDA PÚBLICAAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) MAIRA CAMPANA SOUTO GAMAAPDO AGRO LESTE COMERCIAL LTDA Advogado(a) HIGNER MANSURAdvogado(a) RICARDO DA SILVA MALINIRELATOR DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA

APELAÇÃO CÍVEL N. 011000430196.APELANTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.APELADOS: AGRO LESTE COMERCIAL LTDA. E CAMILO LUIZVIANA.RELATOR: DES. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs recurso de apelaçãocível em face da respeitável sentença de fls. 69-71, proferida pelo ilustre Juiz deDireito da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Cachoeiro doItapemirm, que julgou prejudicados os embargos à execução fiscal opostos porAGRO LESTE COMERCIAL LTDA. e CAMILO LUIZ VIANA, declarounula a penhora de fl. 18 e condenou o embargado ao pagamento de honoráriosadvocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa em favor dospatronos dos embargantes.

Nas razões recursais (fls. 75-8) o apelante aduziu, em síntese, que asentença contém erro material no capítulo atinente aos honorários advocatícios,haja vista que quem sucumbiu na demanda foram os embargantes.

Contrarrazões às fls. 84-5.

A douta Procuradoria de Justiça manifestou-se pela desnecessidade deintervenção do Ministério Público no feito.

É o relatório.

Decido monocraticamente o recurso, com fulcro no artigo 577, §1º-A,do Código de Processo Civil porque a respeitável sentença se encontra emconfronto com a jurisprudência consolidada do colendo Superior Tribunal deJustiça.

Extrai-se da respeitável sentença que a penhora realizada nos autos doprocesso de execução fiscal ocorreu de forma irregular, porque não precedida dacitação válida dos executados. Extrai-se dela, outrossim, que não houveparticipação do embargado na irregularidade do ato de constrição.

Senão, vejamos trechos do decisum combatido:

47 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 54: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

“Como se infere da primeira certidão de fl. 15 v. do caderno da Execução Fiscal, oexequente contribuiu para um atraso no cumprimento do mandado citatório,todavia, já em 9.6.1998 (fl. 11 deste caderno) insistia nesse cumprimento, cujasequência foi defeituosa, sem participação do credor, ou seja, deu-se sob a formade penhora, sem prévia citação. Pela imperfeição, o credor não pode serresponsabilizado, logo, a prescrição não se consumou. Para esse raciocínio, nãotem a menor importância os efeitos que atribuo ao comparecimento espontâneodos executados, na Execução Fiscal, do qual trato abaixo. O que importa é que acitação não aconteceu por falha exclusiva do serviço judiciário, isto é, falha para aqual o credor não concorreu.” (Grifos no original)

Destarte, frente ao princípio da causalidade não é possível atribuir aorecorrente a responsabilidade pelos ônus da sucumbência.

É o que se colhe da jurispruência do colendo STJ:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DO DEVEDOR.NULIDADE DA PENHORA. SUCUMBÊNCIA. PRINCÍPIO DACAUSALIDADE. ART. 20 DO CPC. OFENSA NÃO CONFIGURADA.DIVERGÊNCIA NÃO CONFIGURADA. - Em obediência ao princípio dacausalidade na sucumbência e pelas peculiaridades da espécie, não se justifica acondenação dos embargados no pagamento de honorários do patrono dosembargantes, porquanto o ato nulo de penhora de bens imóveis situados emcomarca distinta daquela deprecada para os atos executórios foi praticado pelooficial de justiça, por ordem do Juiz, sem que houvesse qualquer concorrência doscredores, que não deram causa ao ajuizamento da ação incidental de embargos dodevedor. - Violação ao art. 20 do CPC não configurada. - Divergênciajurisprudencial não caracterizada. - Recurso especial não conhecido. (REsp221.390/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA,julgado em 16/10/2001, DJ 25/02/2002, p. 383)

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. NULIDADEDA PENHORA POR ERRO DE OFICIAL DE JUSTIÇA. CONDENAÇÃODO EMBARGADO NOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.1. Sendo nula a penhora por erro de oficial de justiça, sem nenhuma participaçãodo credor-embargado na irregularidade do ato de constrição, não se podeatribuir-lhe a responsabilidade pelos ônus da sucumbência, devendo ser aplicado àespécie o princípio da causalidade, porquanto não foi o exeqüente quem deu causaà instauração do incidente processual de embargos à execução. Precedentes. 2.Recurso especial conhecido em parte (letra "c"), mas improvido. (REsp300.163/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEXTA TURMA,julgado em 20/03/2003, DJ 07/04/2003, p. 344)

Posto isso, com base no artigo 557, §1º-A, do Código de ProcessoCivil, DOU PROVIMENTO ao recurso para afastar a condenação do apelanteao pagamento de honorários advocatícios em favor dos patronos dosembargantes apelados.

Intimem-se as partes.

Publique-se na íntegra.

Vitória-ES., 29 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRARELATOR

6- Agravo de Instrumento Nº 38109000356NOVA VENÉCIA - 1ª VARA CÍVELAGVTE MUNICIPIO DE NOVA VENECIA Advogado(a) CELSO CIMADONAdvogado(a) FABRICIO PICOLI BRITOAGVDO WAGNER WILLIS CHERRER Advogado(a) SANDER GOSSER POLCHERARELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuidam os autos de recurso de agravo de instrumento aforado peloMUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA, na tentativa de ver reformada a decisãode piso, que, nos autos do mandado de segurança com pedido de liminar ajuizadapor WAGNER WILLIS CHERRER, concedeu-a determinando amunicipalidade que promovesse a convocação e nomeação do mesmo vez queteria sido devidamente aprovado em concurso público dentro do número de vagasconstantes no edital.

Pois bem, às fls. 180, indeferi o pedido de efeito suspensivo e determinei quefosse feitas diligências, tais como intimar para contrarrazões, parecer daProcuradoria de Justiça e informações do Douto Juízo de piso.

Após o cumprimento de tais diligências, determinei que fosse intimado o Parquetde primeiro grau, com a finalidade de que o mesmo se manifestasse acerca de umTAC firmado entre o MP e a Prefeitura local, haja vista que o referido termo teriaestreita relação com a presente lide.

Às fls. 200, manifestou-se o representante do MP oficiante em primeiro grau nosentido de tão-somente informar que sobreveio sentença na demanda principal,razão pela qual o presente recurso de agravo de instrumento teria perdido seuobjeto.

Observo também que às fls. 217 verso, o MM. Juiz a quo despachou no autos nosentido de que fosse juntada cópia da sentença que julgou extinto o processo emprimeiro grau (218-219), face a perda do objeto daquele mandamus.

Nesta senda, não havendo mais que se debater sobre a revogação ou não daliminar concedida pois, além de ter sido proferida sentença em primeiro grau, amesma igualmente extinguiu o feito pela perda do objeto. Concluo, portanto, queo presente recurso de agravo por instrumento já perdeu seu objeto, razão pelaqual estou autorizado a, monocraticamente, nos termos do art. 557, do CPC, nãoconhecer do mesmo.

Forte em tal entendimento, conforme autorizado pelo art. 557, do CPC,monocraticamente NÃO CONHEÇO do recurso de agravo de instrumentointerposto, tendo em vista a perda de seu único objeto.Intimem-se as partes. Publique-se na integra.

Vitória, 16 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSARELATOR

7- Apelação Civel Nº 24080255714VITÓRIA - 4ª VARA DE FAMÍLIAAPTE SANDRA LUCIA MACHADO DOS SANTOS Advogado(a) PAULO PIRES DA FONSECAAPDO ANDRE MAGNO PIMENTEL Advogado(a) CRISTINA DAHER FERREIRAAdvogado(a) LUCIANO OLIMPIO RHEM DA SILVARELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuidam os autos de apelação cível, interposta por SANDRA LÚCIAMACHADO DOS SANTOS, irresignada com a r. Sentença a quo, proferida peloMM. Juiz de Direito da 4ª Vara de Família de Vitória que, nos autos da ação deexecução de alimentos movida em desfavor de ANDRÉ MAGNOPIMENTEL, julgou extinto o processo sem a resolução do mérito, nos termosdo art. 267, VI, do CPC, acolhendo, portanto, a preliminar de ilegitimidadepassiva arguida em contestação.

Razões recursais às fls. 68-73, pugnando pela reforma da decisão guerreada deforma que seja dado provimento ao seu apelo no sentido de determinar oprosseguimento da execução.

Pois bem, após detidamente analisar os autos em questão, bem como estudar osdocumentos que os instruem, vejo que estou autorizado, nos termos do art. 557,do CPC, a decidir monocraticamente, uma vez que quanto a matéria aquiventilada existe entendimento pacífico nos Tribunais.

Conforme salientado pelo MM. Juiz de Direito sentenciante, após o intento daação de separação judicial em que foram fixados os alimentos provisórios(processo nº 024.08.007312), vem a ora apelante a juízo requerendo a execução devalores supostamente não pagos pelo apelado, da fixação dos alimentosprovisórios até a homologação dos alimentos definitivos.

No entanto, em que pese a decisão que fixou os alimentos provisórios não tenhadeixado suficientemente claro a quem se destinavam as prestações, se a oraapelante ou aos filhos dos litigantes, entendeu a sentença que os mesmos teriamsido fixados em favor unicamente dos menores em razão de a petição inicialdaquele processo o tempo todo ser fundamentada em relação aos mesmos,inclusive no momento dos pedidos, não fazendo qualquer menção a eventualnecessidade de a apelante perceber tais alimentos.

Nesta senda, caso realmente o apelado não tenha pago os aludidos alimentosprovisórios, tendo em vista que os mesmo foram a seu tempo fixados em favordos menores, estes é que deveriam (devem) vir a juízo pleitear sua execução, aindaque representados por sua genitora, não se admitindo de forma alguma que a oraapelante promova a execuções em seu próprio nome.

48 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 55: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Como é sabido de todos, para que se tenha seguimento uma demanda judicialdevem, necessariamente, estar preenchidas todas as condições da ação, sendo umadelas a legitimidade das partes.

Veja-se, por oportuno, que é neste mesmo sentido que caminha a uníssonajurisprudência do Colendo STJ, conforme abaixo demonstrado nos julgados queamoldam-se as caso sob análise:

Direito processual civil e direito civil. Família. Execução de alimentos. Maioridadee colação de grau da credora. Decisão interlocutória. Pretensão da mãe deprosseguir com a execução, sub-rogando-se na condição de credora dosalimentos que pagou em lugar do pai inadimplente. Carência de interesseprocessual. Ilegitimidade ativa. - Não há como a mãe estribar-se comoparte legítima ativa de execução proposta pela filha em face do pai, quandoapenas assistiu a menor em razão de sua incapacidade relativa, supridapelo advento da maioridade no curso do processo. - Da mesma forma,embora se mostre notório que o pai se esquivou ao longo dos anos do dever deprestar os alimentos constituídos por título judicial advindo de revisional dealimentos, onerando exclusivamente a genitora no sustento da prole, não é aexecução de alimentos devidos unicamente à filha o meio apropriado para a mãebuscar o reembolso das despesas efetuadas, o que poderá ocorrer por meio deação própria. Recurso especial não conhecido. (REsp 859.970/SP, Rel. MinistraNANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2007, DJ26/03/2007, p. 241)

Direito civil e processual civil. Família. Recurso especial. Separação judicial.Acordo homologado. Cláusula de renúncia a alimentos. Posteriorajuizamento de ação de alimentos por ex-cônjuge. Carência de ação.Ilegitimidade ativa. - A cláusula de renúncia a alimentos, constante emacordo de separação devidamente homologado, é válida e eficaz, nãopermitindo ao ex-cônjuge que renunciou, a pretensão de ser pensionado ouvoltar a pleitear o encargo. - Deve ser reconhecida a carência da ação, porilegitimidade ativa do ex-cônjuge para postular em juízo o queanteriormente renunciara expressamente. Recurso especial conhecido eprovido. (REsp 701.902/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRATURMA, julgado em 15/09/2005, DJ 03/10/2005, p. 249)

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS.MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE ATIVA. 1. É ilegítima asubstituição processual do Ministério Público em ação de alimentos emfavor de menor que se encontra sob o pátrio poder da genitora. 2. Agravoregimental desprovido. (AgRg no REsp 1079857/MG, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe26/10/2009)

CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS.AUTORIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. MENOR. PÁTRIO PODER DAGENITORA CONFIGURADO. ILEGITIMIDADE ATIVA. LEI N.8.069/1990, ART. 201, III. I. Resguardado o pátrio poder da genitora, não sereconhece legitimidade ativa ao Ministério Público para a propositura deação de alimentos. Precedentes. II. Recurso especial conhecido, masdesprovido. (REsp 1072381/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHOJUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 24/03/2009, DJe 11/05/2009)

Nessa toada, entendo que a sentença deva ser integralmente mantida, uma vez quea mãe não é parte legítima para ajuizar ação de execução de alimentos em nomepróprio, tendo em vista que o direito é alheio, ou seja, dos filhos.

Assim, o mais adequado e o que deveria ter sido feito era o ajuizamento da açãode execução por parte dos menores, representados por sua genitora, isso é, serealmente houver a obrigação de pagamento dos alimentos, mérito que não mecompete analisar.

Derradeiramente, não é demais registrar que, deveras houve por parte da oraapelante a renúncia aos alimentos em seu favor. Porém, em que pese haja aimpossibilidade de pleitear os alimentos definitivos que renunciou, entendo queem havendo alimentos provisórios pendentes de pagamento, os mesmos sãodevidos.

A este respeito, veja-se o que afirma a uníssona jurisprudência do Colendo STJ:

Direito civil e processual civil. Família. Recurso especial. Separação judicial.Acordo homologado. Cláusula de renúncia a alimentos. Posteriorajuizamento de ação de alimentos por ex-cônjuge. Carência de ação.Ilegitimidade ativa. - A cláusula de renúncia a alimentos, constante emacordo de separação devidamente homologado, é válida e eficaz, nãopermitindo ao ex-cônjuge que renunciou, a pretensão de ser pensionado ouvoltar a pleitear o encargo. - Deve ser reconhecida a carência da ação, porilegitimidade ativa do ex-cônjuge para postular em juízo o queanteriormente renunciara expressamente. Recurso especial conhecido e

provido. (REsp 701.902/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRATURMA, julgado em 15/09/2005, DJ 03/10/2005, p. 249)

CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PRISÃO. DÉBITO OBJETO DEACORDO. INCERTEZA DO TÍTULO. ORDEM CONCEDIDA. I. Aexistência de acordo e renúncia de credor de alimentos afasta a certeza dodébito sob execução e a justa causa para a prisão civil. II. Ordem concedida.(HC 52.045/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTATURMA, julgado em 30/05/2006, DJ 26/06/2006, p. 147)

Todavia, conforme falei anteriormente, pelo que pude perceber, restou claramenteevidenciado que, mesmo os alimento provisórios fixados, assim o foram em favordos menores e, caso os mesmo realmente não tenham sido adimplidos a seutempo, em que pese tenha havido sua posterior revogação, existe o dever doalimentante de adimpli-los.

Veja-se os recentes precedentes do Colendo STJ:

CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. ALIMENTOSPROVISÓRIOS. EXECUÇÃO. POSTERIOR PEDIDO INCIDENTAL DEREVISÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS. INCABIMENTO.PRECEDENTES. DESPROVIMENTO. I. A decisão que fixa os alimentosprovisórios produz efeitos imediatos, integrando ao patrimônio doalimentando um direito que, embora provisório, é existente, efetivo ejuridicamente protegido. II. Não é razoável que se suspenda a execução deverba alimentar, mesmo que fixada de maneira provisória, pois é inerente àmanutenção das alimentadas. Ademais, mesmo que se admita uma futuramodificação no valor da pensão provisória, tal decisão não teria o efeito deretroagir seus efeitos para modificar o quantum debeatur executado.Precedentes. III. Agravo desprovido. (AgRg no Ag 1257761/SP, Rel. MinistroALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 07/10/2010,DJe 20/10/2010)

CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. ALIMENTOSPROVISÓRIOS. EXECUÇÃO. POSTERIOR RECONHECIMENTOJUDICIAL DE INEXISTÊNCIA DA RESPONSABILIDADEALIMENTAR. EFICÁCIA EX NUNC. PRECEDENTES. PROVIMENTO.I. A decisão que fixa os alimentos provisórios produz efeitos imediatos,integrando ao patrimônio do alimentando um direito que, emboraprovisório, é existente, efetivo e juridicamente protegido. II. A sentençaposterior que altera a situação jurídica regulada pelo provimento precárioopera efeitos ex nunc, não podendo retroagir em prejuízo do alimentante.Precedentes. III. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 834.440/SP,Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em20/11/2008, DJe 15/12/2008)

Ante o exposto, monocraticamente, conforme autoriza o artigo 557 do CPC,CONHEÇO o recurso de apelação para NEGAR-LHE PROVIMENTO,mantendo-se inalterada a r. sentença guerreada.

Intimem-se as partes. Publique-se na íntegra.

Vitória, 09 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSARELATOR

8- Apelação Civel Nº 23090011836ICONHA - VARA ÚNICAAPTE ADRIELMA VALIATI DE VARGAS Advogado(a) BRUNO DE MORAES FERREIRA RAMOS VOLPINIAPDO LUCAS CIPRESTE DE VARGAS Advogado(a) DENNIS SERRAO ARAUJO MONTEIRO DE CASTRORELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de apelação cível interposta por ADRIELMA DE MORAESFERREIRA RANIS VOLPINI, com vistas à reforma da r. sentença a quo, que,nos autos da ação de alimentos por si movida em desfavor de seu ex maridoLUCAS CIPRESTE DE VARGAS, teria extinguido o processo sem aresolução, tendo em vista a suposta ausência de interesse de agir da ora apelante.

Pois bem, narram os autos que os ora litigantes foram casados e se separaram emmarço/2009, sendo que a apelante durante determinado período percebiaalimentos provisórios.

Alega a apelante que, em razão de após o casamento passar a laborar na empresade propriedade do apelado e, tendo este a dispensado após a separação, até opresente não teria conseguido se recolocar no mercado de trabalho, razão pela

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Page 56: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

qual pugna pelo provimento de seu pleito com a finalidade de ver o apeladoprestar-lhe dois salários mínimos a título de alimentos.1A sentença, verificando a suposta ausência de necessidade da apelada paraperceber os alimentos, julgou extinto o processo sem a resolução do mérito (art.267, do CPC), alegando, assim, a falta de interesse processual de agir da oraapelante.

Pois bem, assim como asseverou a sentença, verifico que a ora apelante (autoraem primeiro grau), possui boa saúde e muito pouca idade (26 anos), mostrando-seapta ao exercício laborativo, como anteriormente já vinha fazendo.

Como é de conhecimento geral, a estipulação de alimentos em favor dedeterminada pessoa deve sempre obedecer os critérios estabelecidos pelobinômio necessidade x possibilidade, ou seja, necessidade de que recebe epossibilidade de quem presta os alimentos.

In casu, entendo estar correta a sentença ao observar que na presente querelamostra-se ausente o requisito necessidade, ou seja, considerando que a apelantepossui plena capacidade de, por seu próprio esforço, prover seu sustento, não háque se falar em necessidade desta em perceber os alimentos almejados.

Veja-se, por oportuno, que não é outro o entendimento deste Egrégio TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS -EX-COMPANHEIRA - NECESSIDADE-POSSIBILIDADE -NECESSIDADE DESCARACTERIZADA - CONDENAÇÃO EMLITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - DESCABIMENTO - RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO. 1. A concessão de alimentos a ex-cônjuge ou aex-companheira somente se justifica se comprovada a sua necessidade,repudiando-se a referida concessão a pessoas capazes de prover o própriosustento, como é o caso da apelante. 2. É descabida a condenação porlitigância de má-fé se inocorrente qualquer uma das hipóteses elencadas no art. 17do CPC. 3. Recurso conhecido e improvido. (TJES, Classe: Apelação Civel,12090016531, Relator : CARLOS SIMÕES FONSECA, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 28/04/2010, Data daPublicação no Diário: 01/06/2010)

EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DEEXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. PENSÃO ALIMENTÍCIA PARAEX-CÔNJUGE. APELAÇÃO CÍVEL. ANÁLISE DO BINÔMIOPOSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. I. A obrigação de alimentos,nos termos do § 1º, do artigo 1.694, do Código Civil, afigura-se devidasegundo o binômio necessidade x possibilidade, isto é, necessidade doalimentando e possibilidade material do alimentante. II. No tocante àpossibilidade de prestar alimentos, conquanto atualmente tenha o Recorrenteconstituído nova família e esteja em avançada idade, o que resulta no expressivogasto com medicamentos, a quantia de apenas de 20 % (vinte por cento) sobresua aposentadoria, a título de pensão alimentícia paga à Recorrida, não se revelainacessível para o Recorrente. III. Recurso conhecido e improvido. (TJES,Classe: Apelação Civel, 22080005451, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZAFILHO - Relator Substituto : EWERTON SCHWAB PINTO JUNIOR, Órgãojulgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 15/02/2011, Datada Publicação no Diário: 17/03/2011)

Assim, passo à análise da questão e a faço monocraticamente, nos termos do art.557, do CPC, face a existência de jurisprudência consolidada nesta casa recursal,assim como no Colendo STJ.

Inicialmente é de extrema importância salientar que os alimentos devem sempreser fixados de acordo com o binômio necessidade dos alimentados epossibilidade do alimentante.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE ALIMENTOS -ALIMENTOS PROVISÓRIOS FIXADOS INITIO LITIS - REDUÇÃO APÓSA RESPOSTA DO RÉU - INSUFICIÊNCIA DA QUANTIAESTABELECIDA - DISPARIDADE DE TRATAMENTO ENTRE OSFILHOS - INOCORRÊNCIA - LIMITES DA RAZOABILIDADE -CRITÉRIO DA IGUALDADE MATERIAL - QUANTUM MANTIDO -RECURSO IMPROVIDO. I - O valor dos alimentos [...] deve serestabelecido dentro dos padrões da razoabilidade, sob pena de causarprejuízo aos demais descendentes do agravado. [...] III - Recurso improvido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 35059001608, Relator : CATHARINAMARIA NOVAES BARCELLOS, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 04/10/2005, Data da Publicação no Diário: 11/11/2005)

No caso vertente, a necessidade dos alimentados resta frustrada face ao fato de aapelante ser dotada de evidentes características e capacidade de se auto sustentar,não havendo, pois, que falar-se em percepção de alimentos.

Conforme evidenciado, a apelada possui pouca idade e em outras oportunidadesjá trabalhos, seja andes de contrair núpcias seja após as mesmas.

Nesta senda, tendo a separação judicial do casal ocorrido no ano de 2009, nãopode o apelado ser penalizado com o pagamento de alimentos a apelante emrazão de a mesma desde aquela data não obter êxito em conseguir um trabalho.

Ademais, verifico que, às fls. 39-47, a apelante ajuizou reclamação trabalhista emdesfavor da empresa do apelado na tentativa de tentar receber supostas verbasnão pagas.

Importante destacar que, em princípio, o fato de a apelante ter movido umareclamação trabalhista em desfavor da empresa do apelado, demostra claramenteque a mesma mantinha uma relação profissional com a mesma, ou seja, talelemento mostra-se como mais um a prova de que a apelante possui capacidadelaborativa.

Ora, entendo que a apelada, assim como todos aqueles que se separam após umrelacionamento, a menos que estejam impedidas por alguma razão, devem buscarretomar suas atividades no mercado de trabalho e, em momento nenhum deverbuscar nas brechas da lei oportunidades de adiar sua atividade produtiva as custasde seu ex companheiro.

Fortes neste entendimento, monocraticamente, conforme me autoriza o art. 557,do CPC, CONHEÇO o recurso de apelação para NEGAR-LHEPROVIMENTO, mantendo-se inalterada a sentença de piso que julgou extinto oprocesso sem a resolução do mérito em razão da ausência de interesse da oraapelante.

Intimem-se as partes. Publique-se na íntegra.

Vitória, 13 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSARELATOR

9- Apelação Civel Nº 35080109925VILA VELHA - 3ª VARA CÍVELAPTE JACKELINE FRAGA PESSANHA Advogado(a) LUCIANA PATROCINIO BORLINIAPTE MARCELO NETTO CARVALHO Advogado(a) LUCIANA PATROCINIO BORLINIAPTE VERA LUCIA CARDOSO LEMOS Advogado(a) LUCIANA PATROCINIO BORLINIAPTE WESLEY MORANI DA SILVA Advogado(a) LUCIANA PATROCINIO BORLINIAPDO INSTITUTO METODISTA IZABELA HENDRIX Advogado(a) ARIANNE DA SILVA VITALRELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

APELAÇÕES CÍVEIS Nº 035080109925APELANTES: JAQUELINE FRAGA PESSANHA E OUTROS;INSTITUTO METODISTA IZABELA HENDRIXAPELADOS: OS MESMOSRELATOR DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

(PRELIMINAR SUSCITADA DE OFÍCIO - INOVAÇÃO RECURSALQUANTO A APLICAÇÃO DO ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC)

1) DA PRIMEIRA APELAÇÃO - INTERPOSTA POR JAQUELINEFRAGA PESSANHA E OUTROS.

Cuidam os autos de recurso de apelação aforado por JAQUELINE FRAGAPESSANHA E OUTROS, em que pugnam pela reforma da sentença a quo sobo único fundamento de que o MM. Juiz de Direito sentenciante não teria aplicadoo disposto no art. 42, parágrafo único, do CDC..

Pois bem, inicialmente cumpre-me analisar a pretensão dos primeiros apelantesem querer se valer da aplicabilidade do disposto no art. 42, parágrafo único, doCDC (restituição em dobro de valores supostamente pagos a maior), uma vez quea sentença não teria assim procedido apesar de supostamente ter reconhecido ailegitimidade da cobrança e a manutenção do benefício.

Deveras, assiste razão aos primeiros apelantes quando afirmam que a sentençanão promoveu a aplicação do suso mencionado dispositivo, e nem poderia tê-lofeito, uma vez que sequer lhe foi requerido.

Pois bem, agindo da maneira que agiu por meio do comando sentencial o MM.Juiz de Direito a quo respeitou estritamente o princípio dispositivo, garantindo às

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partes a segurança jurídica por meio do provimento jurisdicional que requereramem juízo.

Ora, se a parte vem a juízo pleiteando na inicial “a”, não pode o Magistrado, porforça do princípio da adstrição decidir “c ou a + b”.

Por oportuno, veja-se as palavras da consistente doutrina do professor CASSIOSCARPINELLA BUENO que didaticamente delimita tal questão em tópicointitulado como Princípios relativos às prestação jurisdicional:

O “princípio da vinculação do juiz ao pedido” - ou para empregar os sinônimosque são bastante freqüentes na doutrina do direito processual civil, “princípio daimutabilidade do libelo”, “princípio da adstrição do juiz ao pedido”, “princípio dacongruência”, “princípio da correlação entre o provimento e demanda” e“princípio dispositivo” [...] - quer significar, mormente quando analisada de umaperspectiva mais “tradicional”, que o juiz só pode decidir e, mais amplamente,agir, de acordo com aquilo que lhe foi pedido. Como a jurisdição é inerte, asua provocação inicial acaba por vincular o tipo de atuação que se esperalegitimamente do Estado-juiz.

De acordo com esta formulação tradicional, a “sentença” - sempreentendida como sinônimo de qualquer “decisão” que veicule tutelajurisdicional - deve ficar limitada ao que o autor, quantitativa equalitativamente, requereu quando rompeu com a inércia da jurisdição. Daíser vedado ao julgador proferir sentença de natureza diversa do pedido oucondenar o réu em quantidade superior ou de objeto diverso do que foipretendido. (p. 501) [...]

E às partes cabe fixar o âmbito a ser levada para solução a juízo, não sendolícito ao juiz decidir fora, além ou aquém do pedido. [...] É a partir destacompreensão que se pode formular o alcance do “princípio dispositivo”. Suaconstrução parte do pressuposto de que o direito material levado para soluçãoperante o Estado-juiz é sempre e em qualquer caso disponível. (p. 505) [GifosNosso]

Acompanhando a sapiente doutrina, já manifestou-se a jurisprudência desteSodalício acerca da necessidade de verificação do princípio da adstição, senãovejamos alguns arestos:

[...] PRINCÍPIOS DA ADSTRIÇÃO, CONGRUÊNCIA E CORRELAÇÃO.ERROR IN JUDICANDO. INAPLICABILIDADE DO CDC. VALOR DOSDANOS MORAIS MANTIDOS. À luz dos princípios da adstrição,congruência e correlação, não poderia a magistrada de piso julgarimprocedente pedido que sequer fora formulado pelo autor. [...] (TJES,Classe: Apelação Civel, 35070254491, Relator Designado: RONALDOGONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 01/12/2009, Data da Publicação no Diário: 20/01/2010)

[...] Dentro os limites objetivos da lide, que nos fornecem as devidas balizaspara o decisum, de acordo com o princípio da congruência, adstrição oucorrelação, não cabe ao Judiciário inovar no pedido feito na inicial. 5)Operando-se o reconhecimento do pedido do autor pelo réu, impõe-se a extinçãodo processo com julgamento do mérito. (TJES, Classe: Mandado de Segurança,100060021902, Relator : ADALTO DIAS TRISTÃO, Órgão julgador:TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento: 16/11/2006, Data da Publicação noDiário: 05/12/2006

Finalmente, ainda na demonstração de que o Juiz de Direito não poderia terapreciado o que agora pretendem os primeiros apelantes/apelados, destaco aslições de MARCELO ABELHA RODRIGUES quando afirma que:

A sentença é por natureza, ato que a entrega da tutela jurisdicional. [...] Só que asentença do juiz possui limites, ou seja, se é ato jurisdicional típico, seu limite éestabelecido pelo próprio pedido, posto que não pode o juiz conceder x + y se opedido é apenas de x, ou seja, o autor não pode beneficiado na sentença pelareparação de um dano ao seu automóvel e de um dano sofrido pessoalmente nomesmo acidente se apenas deduziu em juízo uma indenização pelo dano ao seuautomóvel. Quer-se dizer com isso que o limite da sentença é o pedido, ouseja, uma sentença não pode ser nem inferior ao pedido (infra petita), nemtampouco dizer coisa diversa do que pedido (extra petita). Mais uma vezpercebe-se a importância do pedido no processo. [Grifos Nosso]

Convém, firmar a premissa de que, in casu, atrelado ao princípio da adstriçãoencontra-se a vedação legal a inovação recursal que impede a apreciação peloórgão ad quem das matérias que atinge, configurando, pois, causa deinadmissibilidade do apelo; trata-se, pois, de autêntica preliminar recursal, que aquiarguo de ofício.

A este respeito é farta a jurisprudência dos Tribunais nacionais, bem como ajurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:

[...] A alegação concernente à não indenizabilidade da cobertura vegetal emrazão da não exploração econômica da floresta não merece sequer serconhecida, porque esse tema não foi aventado no arrazoado do recursoespecial [...] Dessarte, subjaz que essa parte da irresignação está revestida deinovação recursal. (STJ, AgRg no REsp 486.645/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/03/2010,DJe 11/03/2010, destaquei).

[...] INOVAÇÃO RECURSAL [...] Não pode haver inovação na pretensãorecursal, por representar supressão de Instância, com ofensa ao princípio doduplo grau de jurisdição. Destarte, não se conhece da parte do recurso quetrata de matéria não veiculada antes do julgamento. (TJMG, Apelação Cíveln. 1.0106.08.035799-4/001(1), Rel. Des. ARMANDO FREIRE, julgado em09/06/2009, DJ 03/07/2009, destaquei).

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR. EXIBIÇÃO DEDOCUMENTOS. INOVAÇÃO RECURSAL. RECURSO NÃOCONHECIDO. Sendo inadmissível a inovação recursal, é defeso à parteinvocar o que não foi objeto de discussão e de decisão em primeiro grau dejurisdição, sob pena de violação ao devido processo legal, ao direito à ampladefesa e ao contraditório (TJMG, Apelação Cível n. 1.0024.07.530477-4/001(1),JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA, julgado em 29/04/2009, DJ 11/05/2009,destaquei).

Levando-se em consideração o princípio da eventualidade ou da concentração(art. 300, do CPC), os apelantes não poderiam debater, em grau de recurso,aspectos novos e controversos, em face da impossibilidade de suprimir oprimeiro grau de jurisdição, tendo em vista que lhe incumbia, no momentoapropriado, no caso, em sua PETIÇÃO INICIAL apresentar todos osargumentos de fato e de direito que entendesse relevantes para o julgamento daquestão posta em juízo, com caráter preclusivo, de forma que, transcorrido talprazo, não mais lhe é lícito inovar sua tese.

Trago à colação entendimento sedimentado nesta Terceira Câmara Cível,acompanhando o posicionamento deste Sodalício, ex vi:TJ/ES [...] Cediço que a inovação pretendida pelo apelante em grau derecurso ofende sobremaneira o disposto no art. 515, doCPC/mgstrnet/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=c%3A%5CViews44%5CMagister%5CMgstrnet%5CMagNet_Legis.nfo&d=CPC,%20art.%20515&sid=85e3e78.2f5df745.0.0, e os princípios do duplograu de jurisdição e da estabilização da relação processual, não podendoser objeto de apreciação nesta instância ad quem. Preliminar acolhida.Recurso de apelação não conhecido. (TJES; AC 24079005880; Terceira CâmaraCível; Rel. Des. Rômulo Taddei; Julg. 23/10/2007; DJES 08/11/2007; Pág. 83)

TJ/ES - PRELIMINAR DE PARCIAL INOVAÇÃO RECURSAL. NÃOCONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO. 1. Se há inovação quantoa algumas das matérias ventiladas no recurso, este deve ser parcialmenteinadmitido, expurgando-se da respectiva devolutividade as matériasatingidas pela eiva. In casu, não podem ser conhecidas as matériasatinentes à discussão do valor mínimo mensal previsto no contrato nem aimpossibilidade de cumprimento do contrato após a realização indevida deobras no local. [...] 4. Recurso parcialmente conhecido e, nessa extensão,improvido. (TJES, Classe: Apelação Civel, 24070053533, Relator : RONALDOGONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 27/04/2010, Data da Publicação no Diário: 10/05/2010)

Por todo o exposto, verificando que as matérias suscitadas nas razões de apelaçãodos primeiros apelantes/apelados se mostram completamente novas no debateprocessual, haja vista que, sequer foram alegadas por ocasião da peça vestibularperante o Douto Juízo a quo, não vejo como tomar outra decisão senão a de nãoconhecer do apelo em razão de inovação recursal.

Gize-se, finalmente que o primeiro recurso somente é aqui não conhecido, hajavista que somente uma matéria (a inovada) foi ventilada nos autos, levando-me,assim a impossibilidade de análise da possibilidade de majoração da indenizaçãopor danos morais aplicadas, o que entendi que seria possível debater.

Assim, em razão de o Julgador estar adstrito às matérias trazidas pelas partes aosautos, em razão do princípio dispositivo, lhe é defeso julgar extra, ultra ou citrapetita.

Em face do exposto, NÃO CONHEÇO da apelação por inovação recursalquanto a toda a matéria nele impugnada.

2) DA SEGUNDA APELAÇÃO - INTERPOSTA POR INSTITUTOMETODISTA IZABELA HENDRIX

Cuidam os autos de recurso de apelação aforado por INSTITUTOMETODISTA IZABELA HENDRIX, em que pugna pela reforma da sentençaa quo sob o fundamento de que: a) inexistiria violação ao patrimônio moral da

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apelante Vera Lúcia, vez que esta teria se transferido para outra instituição; b) nãoteria havido descumprimento contratual, razão pela qual devem ser julgadosimprocedentes os pedidos da inicial, e; c) não há que se falar em condenação porindenização por danos morais.

Pois bem, qualquer razão assiste ao apelante/apelado Instituto Metodista IzabelaHendrix!

Inicialmente cabe destacar que a relação travada entre as partes é uma relação deconsumo, conforme ficou consignado na sentença, ou seja, caberia ao institutosegundo apelante/apelado comprovar a inexistência de danos ao autores, o quenão o faz.

Não tenho dúvidas, pelos documentos constantes nos autos, de que houveverdadeira sucessão de um instituto pelo outro, no qual o instituto sucessor,independentemente do que tenha acordado com o instituto sucedido, deve arcarcom todos os ônus decorrentes dessa sucessão, uma vez que o consumidor deforma nenhuma poderá ser prejudicado pelas relações jurídicas das empresas.

Ademais, verifico que todos os autores comprovaram que mantinham relaçãojurídica com a empresa sucedida e que, com a sucessão, deveriam gozar dosmesmos direitos e prerrogativas (descontos e data de vencimento dasmensalidades) de que já gozavam.

Assim, não tendo tal fato ocorrido, ou seja, sendo o contrato existente entre aspartes ferido pelo instituto apelante/apelado, resta evidente seu dever de indenizarpela simples lesão aos direitos do consumidor.

Veja-se a este respeito a jurisprudência:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOSMORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOCRÉDITO. EMPRESA DE TELEFONIA DE LONGA DISTÂNCIA.PARCERIA EMPRESARIAL. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DOSERVIÇO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. [...] I - A empresaque integra, como parceira, a cadeia de fornecimento de serviços éresponsável solidária pelos danos causados ao consumidor por defeitos noserviço prestado. II - A exclusão da responsabilidade do fornecedor por ato deterceiro pressupõe a inexistência de defeito no serviço prestado. AgravoRegimental a que se nega provimento. Indenização por dano moral mantidaem R$12.000,00 (doze mil reais). (AgRg no Ag 1153848/SC, Rel. MinistroSIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe27/04/2011)

EMENTA: AGRAVO INOMINADO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS.CONTRATO DE ADESÃO. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO DECLÁUSULAS CONTRATUAIS. EXISTÊNCIA DE RELAÇÃOCONSUMERISTA. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DOCONSUMIDOR. NULIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO.FORO DO DOMICÍLIO DA AGRAVADA. RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO. 1) O contrato de prestação de serviços educacionais bemcomo os respectivos termos aditivos ajustados entre as partes, de fato,evidenciam significativos traços de contrato de adesão, haja vista que aagravada tão-somente aderiu à vontade previamente emitida pela agravanteno pacto, ficando privada de qualquer discussão acerca da aprovação dascláusulas que o constituem, e impedida, por conseguinte, de expressarlivremente sua vontade a respeito do foro que optaria para resolver aspendências judiciais originadas do contrato. 2) Associado a talcircunstância, infere-se que agravada e agravante se amoldam comprecisão aos conceitos de consumidor e fornecedor, estabelecidos,respectivamente, nos arts. 2º e 3º, do CDC, motivo pelo qual restamanifesta a existência de relação consumerista, atraindo assim a incidênciado Código de Defesa do Consumidor. 3) Uma vez verificado o estado desujeição e de fragilidade do consumidor diante do fornecedor apresenta-seplenamente possível o reconhecimento de nulidade da cláusula que impede oudificulta o livre acesso do consumidor ao Poder Judiciário e a facilitação da defesade seus direitos. No caso específico dos autos, tal disposição de conteúdodesfavorável à agravada encontra-se na cláusula de eleição de foro do ditocontrato. 4) Ante a possibilidade de declinação de competência, de ofício, para ojuízo de domicílio da agravada (ré), consoante o parágrafo único, do art. 112, doCódigo de Processo Civil, e, em observância aos ditames dos incisos VII e VIII,do art. 6º, do Código de Defesa do Consumidor, a demanda de origem devetramitar no foro do domicílio da recorrida, o qual possibilitará efetiva facilidadeno acompanhamento do processo, no exercício de sua defesa, e na realização dosatos processuais em geral. Precedentes. 5) Recurso conhecido e desprovido.Unânime. Vistos, relatados e discutidos os autos do AGRAVO INOMINADONO AGRAVO DE INSTRUMENTO (TJES, Classe: Agravo Inominado AgvInstrumento, 24099163446, Relator : CARLOS HENRIQUE RIOS DOAMARAL, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento:04/05/2010, Data da Publicação no Diário: 03/09/2010)

No que tange ao valor fixado a título de danos morais entendo que o mesmo demaneira nenhuma pode ser modificado, haja vista que encontra-se dentro depatamar razoável e proporcional aos danos causados.

Não é demais cogitar, que caberia inclusive a majoração do referido valor, tendoem vista todo o desgaste experimentado pelos autores, mas que, em razão de osmesmo não terem formulado tal requerimento em suas razões de apelação estejulgador não pode agir de oficio em tal sentido por se tratar de direito disponívelque não é de ordem pública.

Diante de tais fatos, bem como de restar patente a violação dos direitos doconsumido, in casu, os primeiros apelantes/apelados, entendo que a sentençaobjurgada não merece qualquer reparo face as circunstâncias apresentadas,devendo, portanto, ser mantida em sua integralidade.

Forte neste entendimento quanto ao segundo recurso de apelação CONHEÇO eNEGO-LHE PROVIMENTO para manter integralmente a sentença guerreada.

CONCLUSÃO:

1) Forte neste entendimento, conforme autorizado pelo art. 557, do CPC,monocraticamente NÃO CONHEÇO da apelação interposta por JAQUELINEFRAGA PESSANHA E OUTROS por inovação recursal quanto a toda amatéria nele impugnada, e;

2) monocraticamente, nos termos do art. 557, do CPC, CONHEÇO e NEGOPROVIMENTO ao recurso de apelação interposto por INSTITUTOMETODISTA IZABELA HENDRIX para manter integralmente a sentençaobjurgada.

Intimem-se as partes. Publique-se na integra.

Vitória, 07 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSARELATOR

10- Apelação Civel Nº 11080201111CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - VARA INFÂNCIA E JUVENTUDEAPTE LAIS RIBEIRO FARIAS Advogado(a) CRISTIANO SATOSHI SOUZA SUZUKIAPDO ZADIEL FERREIRA ALVES MONTEIRO Advogado(a) HELOANA PECANHA DE PAULAAPDO INGRID RODRIGUES MONTEIRO ALVES Advogado(a) HELOANA PECANHA DE PAULARELATOR DES. RONALDO GONÇALVES DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Cuidam os autos de recurso de apelação cível aforado por LAIS RIBEIROFARIAS, na tentativa de ver modificada a r. sentença a quo, que, nos autos daação de adoção c/c destituição do poder familiar, movida por INGRIDRODRIGUES MONTEIRO e OUTRO, julgou procedente os pedidosformulados na inicial de forma a destituir de seus genitores o poder familiar emrelação aos infantes HELLYSON FARIAS DA SILVA e MARIA HELOÍSAFARIAS BERNARDO, concedendo a adoção dos mesmos em favor dos oraapelados.

Narram os autos que a ora apelante pretende “desfazer” a adoção concedida emfavor dos ora apelados sob os fundamentos de que: a) haveria nulidade processualpor ausência de sua citação; b) quando assinou o documento de fls. 18, nãopossuía real entendimento de que tratava-se de uma adoção, pensava quetratava-se unicamente de guarda, e; c) atualmente sua vida teve uma mudança paramelhor, razão pala qual possui condições de cuidar de seus filhos biológicos.

Assim, verifico que o ponto controvertido no presente feito gira em torno dapossibilidade ou impossibilidade de que seja desfeita a adoção dos menores emfavor de sua mãe biológica, tornando-os ao estado quo ante.

Inicialmente afasto por completo a tese de que haja qualquer nulidade processualno feito em razão da suposta ausência de citação da apelante. Na verdade, aapelante sequer deveria ter sido citada para a apresentação de defesa como agorapretende, uma vez que, sendo a demanda de jurisdição voluntária em que aprópria apelante apresentou-se em juízo (fls. 18), assistida por seu patrono,juntamente com os ora apelante, com a única finalidade de dar seus filhos emadoção.

Ademais, há que se frisar que a pretensão da apelante na verdade poderia atécaracterizar uma má-fé processual, tendo em vista que a mesma somente nãofigurou como ré na demanda de primeiro grau em razão de ter ido

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voluntariamente a juízo manifestar o desejo de não mais permanecer com osfilhos.

Por oportuno, veja-se o que a apelante afirmou em juízo, perante a MM. Juíza deDireito, ao presentante do Ministério Público Estadual e devidamente assistidapor seu competente Defensor Público:[...] Que pretende disponibilizar os filhos para adoção; que não temcondições de cuidar dos filhoseis que está desempregada e não tem casaprópria [...] Que tem ciência que a adoção é irrevogável [...] (Depoimentoprestado por Lais Ribeiro Farias - ora apelante - fls. 18).

Nesta senda, verifica-se que a apelante não só tinha ciência do trâmite do processode adoção, como compareceu em juízo - com a finalidade livre e de espontâneavontade de dar seus dois filhos em adoção, não havendo que se cogitar a hipótesede cerceamento de defesa.

Ditas essas palavras preliminares, passamos a análise do mérito propriamente ditoda querela jurisdicional trazida a esta casa de recursos.

No ultimo dia 25 de maio do corrente ano, comemorou-se em todo o mundo oDia Internacional da Adoção. O referido dia, além de se prestar às comemoraçõespelos êxitos alcançados por aqueles que labutam nesta seara, também serviu comosímbolo de um dia de reflexão por parte da todos os profissionais envolvidos nacausa menorista.

A partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº 8.069/90, foramconcretizados os novos direitos da população infanto-juvenil, passando ascrianças e adolescentes a serem considerados sujeitos de direitos e tendo sidoressalvada sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. A adoção dadoutrina da proteção integral (art. 1º do ECA) fortaleceu o princípio do melhorinteresse da criança, que deve ser observado em quaisquer circunstâncias, inclusivenas relações familiares e nos casos relativos à filiação. Sobre o tema, ensinamFabiana Marion Spengler e Theobaldo Spengler Neto:

Atualmente, o melhor interesse é observado sempre que venha a se discutiro direito de criança que é motivo de litígio e que precisa ser tutelado. Nessesentido, vários doutrinadores ressaltam sua importância, dentre eles AntônioCarlos Gomes da Costa, que afirma que a condição peculiar de desenvolvimento‘não pode ser definida apenas a partir do que a criança não sabe, não temcondições e não é capaz. Cada fase do desenvolvimento deve ser reconhecidacomo revestida de singularidade e de completude relativa, ou seja, a criança e oadolescente não são seres inacabados a caminho de uma plenitude a serconsumada na idade adulta, enquanto portadora de responsabilidades pessoais,cívicas e produtivas plenas. Cada etapa é, à sua maneira, um período de plenitudeque deve ser compreendido e acatado pelo mundo adulto, ou seja, pela família,pela sociedade e pelo Estado.

Então, este princípio se aplica a todo e qualquer procedimento digarespeito a direito de criança, sendo utilizado freqüentemente nas ações queenvolvem dissolução ou extinção do vínculo matrimonial e naquelasdispostas junto ao ECA, dentre elas a adoção, com maior expressão nosprocedimentos que discutem a guarda (Inovações em direito e processo de família,Porto alegre, Livraria do Advogado editora, 2004, p. 80).

Dito isso, a simples verificação do preenchimento dos elementos exigidos por leipara que os dois menores envolvidos in casu fosse adotados pelos apelados, já semostrariam como suficientes para a negativa de provimento e manutenção dasentença. Todavia, urge ainda destacar que o princípio do melhor interesse dacriança, constitucionalmente garantido, revela-se como motivo ainda maiscontundente para tal desiderato.

Veja-se o que afirma a jurisprudência dominantes deste Egrégio TJES:

APELAÇÃO CÍVEL - ADOÇÃO - INEXISTÊNCIA DE ÓBICE LEGAL -MELHOR INTERESSE DO MENOR - APELO IMPROVIDO. 1 - Opróprio Estatuto, permite que haja relação de parentesco entre adotante eadotando, excluindo-se, obviamente, aqueles elencados no art. 42 § 1º, devendoinclusive o juiz, ao apreciar o pedido de adoção, levar em conta o grau deparentesco, além da afinidade ou afetividade entre estes (inteligência do §2º do art.28). 2 - O fato dos Apelados serem tios do adotando, não pode ser impecilho paraque efetivamente adotem a criança, tendo a jurisprudência se posicionado, nosentido de que a lei não vedou tal prática. 3 - Estão presentes todos osrequisitos necessários para que se proceda à adoção, sendo este o melhorinteresse do menor, não encontrando, a apelação, respaldo jurídico oufático. 4 - Recurso improvido. (TJES, Classe: Apelação Civel, 12049000883,Relator : JOSÉ LUIZ BARRETO VIVAS, Órgão julgador: TERCEIRACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 17/08/2004, Data da Publicação noDiário: 22/09/2004)

DIREITO DE FAMÍLIA - REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA - FILHOMENOR - GUARDA DE FATO - PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO

MENOR. 1. Diante deste panorama devo de plano destacar que a questãoque envolve a guarda de menor não se restringe tão-somente a análise dequem teria melhores condições financeiras para tanto, mas principalmentedeve ser verificado que a constante modificação de guarda causa extremaconfusão na formação psicológica do caráter do menor, sendo-lheprejudicial. 2. Neste mote, há a imperiosa necessidade de se verificar o que émelhor para o menor. Neste diapasão, vejo que é fácil contatar que nãoencontram alojamento na lei, na doutrina e na jurisprudência as teses levantadaspela apelada, uma vez que a r. sentença guerreada buscou sim, e de maneirasapiente, resguardar, acima de tudo, os interesses da criança, fundamentando suasrazões nos laudos das “visitas sociais” realizadas, bem como nos fatos que formaapurados no decorrer da demanda, conforme doravante passo a demostrar.Imperioso destacar que, conforme assentada jurisprudência desta Terceira CâmaraCível, “em decisões dessa natureza, deve ser preservado o interesse dacriança bem como a sua manutenção em ambiente capaz de assegurar seubem-estar físico e moral”. A par disso, verifico, aos detidamente compulsaros autos que os mesmos vem carreados de elementos probatórios capazesde comprovar a atual situação de bem-estar que se encontra o menor noconvívio de sua família paterna. Destaca-se, inclusive, que o menor vemrecebendo diretamente os cuidados de seu genitor, sobretudo no que tange à suaformação educacional (escola e curso de inglês), cuidados com sua saúde física emental. Ademais, há que se destacar que, logo após a apresentação da petiçãoinicial, constatando a MM. Juíza de Direito a quo, a necessidade de se antecipar osefeitos da tutela pretendida, haja vista que o menor já estava sob a guarda fática doapelado já há algum tempo, assim o fez, concedendo a guarda provisória domenor ao seu genitor, conforme se verifica na r. decisão de fls. 25-26. Diantedesta situação, verifico nos autos que a Douta representante do Ministério Públicoem primeiro grau teve a sensibilidade de, em diálogo direto com o menor perceberaquilo que realmente se mostra necessário para o processo de tomada de decisãoque envolva menores, ou seja, onde seria o melhor lugar e ambiente para que omenor possa viver. RECURSO CONHECIDO E PROVIMENTO NEGADO.(TJES, Classe: Apelação Civel, 24060335056, Relator : RONALDOGONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL,Data de Julgamento: 09/11/2010, Data da Publicação no Diário: 29/11/2010)

EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.PRELIMINAR. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. REJEITADA. INTERESSEDO MENOR (STJ - CC 38922 ? RJ). MÉRITO. ADOÇÃO.CONSENTIMENTO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS. DISPENSA.POSSIBILIDADE. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR (REsp 100294 ?SP). ENTREGA CONSCIENTE. DOAÇÃO. DESINTERESSE EM REAVERO MENOR. DESCASO. DESAPEGO. ASSISTÊNCIA MATERIAL EAFETIVA PROPORCIONADA PELA FAMÍLIA ADOTANTE. NEGADOPROVIMENTO AO RECURSO. 1) A jurisprudência do STJ consolidou-seno sentido de interpretar as normas do Estatuto da Criança e doAdolescente, inclusive a respeito de competência, de maneira a resguardarsempre os interesses do menor, em harmonia com o disposto no art. 6ºdesse diploma legal. (STJ - CC 38922 ? RJ - DJ 01.07.2004 - Segunda Seção -Rel. Min. Nancy Andrighi) ; 2) A teor do disposto no art. 1.621, § 1º, doCódigo Civil - acerca da necessidade de consentimento dos pais ou representantespara a adoção -, exigência que também está prevista no art. 45 do Estatuto daCriança e do Adolescente (L n. 8.069?90), deve ser ressaltada a possibilidade desua dispensa, notadamente no caso de destituição do poder familiar, o que nãodiscrepa do disposto no art. 1.624 daquele mesmo Diploma Legal; 3) Restoucomprovado nos autos que o menor foi doado conscientemente aosadotantes (Termo de Entrega), sem qualquer constrangimento ou remorsopor parte da genitora, bem como, que encontra-se em excelentes condiçõesde saúde, recebendo de seus pais adotivos criação e educação adequadas,num convívio familiar de perfeita integração e harmonia, o que arecomendar a manutenção da situação que até aqui lhe é favorável. (TJES,Classe: Apelação Civel, 52040004476, Relator Substituto : MOACYRCALDONAZZI DE FIGUEIREDO CORTES, Órgão julgador: PRIMEIRACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 31/10/2006, Data da Publicação noDiário: 14/12/2006)

Conforme sobredito, saltam aos olhos as provas constantes nos autos de que omelhor interesse dos menores somente será atendido caso a sentença sejamantida. Digo isso pelo fato de às fls. 15, do caderno processual, ser claroverificar que o Douto Juízo sentenciante, concordou com a concessão da guardaprovisória dos dois menores, fixada inicialmente em um período de noventa dias,em favor dos ora apelados.

Assim, verifico que, ao menos formalmente, desde a data do dia 09.09.2008, ouseja, já a aproximadamente três anos, os menores encontram-se sob a guarda dosora apelados e, priva-los deste convívio familiar representaria uma penalidade paraos infantes.

Não é demais gizar, que um outro elemento constante nos autos que pesa emfavor dos apelados e dos menores é o documento de fls. 18, que conformesobredito, consiste, na anuência, em juízo, por parte da apelante, da disposição de

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seus filhos biológicos para a adoção - TAL ATO É IRREVOGÁVEL, salvo emcaso de ferimento ao princípio do melhor interesse dos menores.

Em tais termos, conforme o teor dos arts. 1º, 39, § 1º, 41 e 43, da Lei nº 8.069/90,não tenho dúvidas de que o melhor para os infantes é permanecerem onde e nacompanhia de quem estão, ou seja, de seus verdadeiros e únicos pais de fato e dedireito.

Veja-se a pertinente jurisprudência do TJMG:

TJMG - APELAÇÃO CÍVEL - ADOÇÃO C/C DESTITUIÇÃO DE PÁTRIOPODER - PRESERVAÇÃO DO MAIOR INTERESSE DA CRIANÇA(ADOTANDA), JÁ ADAPTADA NO AMBIENTE FAMILIAR DOSADOTANTES-APELADOS - APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E NÃOPROVIDA. A filiação, no estágio atual, lastreia-se mais no princípio daafetividade que na origem biológica. Assim, pais são os que devotam afetopela criança. E o afeto não deriva da biologia. Sendo menor o adotado,deve-se emprestar primazia ao seu interesse. O interesse dos paisbiológicos que abandonaram o filho com poucos meses de idade não deveprevalecer. Comprovada a integração social, afetiva e psicológica do menorna família substituta, confirma-se a sentença, que deferiu a adoção.1.0024.05.572571-7/001(1) NEGARAM PROVIMENTO. Des.(a)NEPOMUCENO SILVA

TJMG - Número do processo: 1.0056.03.064870-5/001(1) Precisão: 100%Relator: PINHEIRO LAGO Data do acordão: 10/05/2005 Data da publicação:23/06/2005 Ementa: Processual Civil. Pretensão do pai biológico em infirmar aadoção de menor. Adoção concedida por decisão judicial transitada em julgado,decisum que se reveste de caráter meritório, atacável, tão somente, pelo manejo deação rescisória, nos termos da norma do art. 485, do CPC. Ademais, a norma doart. 48, do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, confere à adoçãocaráter irrevogável, sendo manifestamente nefastos os efeitos de se desfazertal medida, após transcorridos aproximadamente quatro anos de suaefetivação. Recurso Desprovido.

Ressalte-se, ainda, que a atual situação das crianças é estável, não havendo, assim,qualquer razão para a modificação desta situação. Vejamos um trecho do queafirma o laudo social realizado pela assistência social do juízo a quo:

As crianças encontram-se muito bem adaptadas ao lar do casal a que jáchamam de “papai” e “mamãe”, aparentemente estão bem e saudáveis,visivelmente felizes. [...] Percebeu-se durante o contato estabelecido que ascrianças foram adotadas não somente pelo casal, mas pela família nuclearda senhora Ingrid (ora apelada) e demais parentes, demonstraram de formaespontânea o carinho e atenção que dedicaram aos requeridos. (fls. 32).

Finalmente, retomando o pensamento inicialmente tecido, no mês de maio, emque se comemora o dia internacional da adoção, deve-se exaltar a iniciativa docasal adotante que, não fez qualquer objeção em adotar duas crianças, irmãos,com a finalidade de trazê-los para o seio de uma família e priva-los dos maustratos e abandono que antes experimentavam.

Destaca-se, ainda, que o casal adotante não possui grandes fortunas, ao contráriodemonstram pelo que nos autos conta, serem de uma família humilde, porémtrabalhadora, que em momento nenhum hesitou em prestar amor, carinho,respeito e afeto ao infantes adotados que hoje os chamam pelo carinhoso esincero nome de “papai” e “mamãe”.

Nesta toada, conforme anteriormente já tecido, serve a presente decisãomonocrática para conhecer e negar provimento ao recurso de apelação, tendo emvista a irrevogabilidade da adoção e, principalmente, a preservação do princípio domelhor interesse das crianças que encontram-se no seio de uma família da qual jáfazem parte.

Por ultimo, vale destacar que o presente voto acompanha o entendimentoesboçado no competente parecer da Procuradoria de Justiça, no sentido de queseja desprovido o recurso de apelação sob análise.

Forte em tais entendimentos, monocraticamente, conforme me autoriza do art.557, do CPC, CONHEÇO e NEGO PROVIMENTO ao recurso de apelaçãointerposto pela ora apelante, mantendo-se inalterada a sentença objurgada porencontrar-se em plena sintonia com a lei, doutrina e uníssona jurisprudência dostribunais nacionais.

Intimem-se as partes. Publique-se na integra.

Vitória, 08 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSARELATOR

11- Agravo de Instrumento Nº 24119008290VITÓRIA - 2ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAGVDO ELMO CALCADOS S/A RELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 024.119.008.290AGVTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOAGVDA.: ELMO CALÇADOS S/ARELATORA: DESª. CONVª. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓSFERREIRA

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo Estado do EspíritoSanto contra decisão (fls. 30/31), proferida no bojo da execução fiscal ajuizada emface de Elmo Calçados S/A, que inadmitiu o recurso de apelação interposto peloagravante.

Em breve síntese, o apelo não foi recebido pelo Juízo Singular sob oentendimento de que ocorreu a preclusão lógica, em razão de carimbo aposto peloente estatal, antes da interposição do referido recurso, com o dizer: “Ciente da r.Sentença retro. Nada a opor” (fls. 15 v).

Em suma, aduz o agravante (fls. 02/05) que não se pode entendercomo preclusão lógica o carimbo aposto naqueles autos, ante a prevalência dointeresse público e a sua indisponibilidade.

É o relatório.

Passo a enfrentar o recurso com lastro no art. 557, § 1º-A, do Códigode Processo Civil, merecendo guarida a pretensão do agravante.

Não desconheço que o STJ firmou entendimento no sentido de serimprescindível a intimação da parte agravada nos casos de provimento do recursona forma do art. 557, § 1º-A, do CPC (confira-se: EREsp 1038844/PR, Rel. Min.Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 8/10/2008, Dje 20.10.2008).

Todavia, a intimação da parte agravada para apresentar contrarrazões éprescindível quando ainda não houve a angularização da relação processual.

Nesse sentido tem decidido este Egrégio Tribunal de Justiça, destaco:

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 024100925197. AGRAVANTE: MARIADE FÁTIMA MELO JUSTINIANO. AGRAVADO: INSTITUTO DEPREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO - IPAJM. RELATOR: DESEMBARGADOR DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA. DECISÃO MONOCRÁTICA Maria de FátimaMelo Justiniano interpôs o presente agravo de instrumento em face da respeitáveldecisão do eminente Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda PúblicaEstadual de Vitória - Comarca da Capital que indeferiu o pedido de assistênciajudiciária por ela formulado em ação ordinária proposta contra o Instituto dePrevidência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo - IPAJM,registrada sob o n. 024.10.030012-8.(...). É o relatório. As peculiaridades daquestão versada no recurso permite o julgamento, de plano, monstrando-sedespiciendas outras diligências ou informações. Muito embora existaprecedente do colendo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que “aintimação do agravado é condição de validade da decisão monocráticaquando o recurso for provido(Embargos de Divergência no RecursoEspecial n. 882.119/RS) Fonte: site do STJ na internet. Data da consulta -13-01-2011., no presente caso tal precedente é inaplicável. A ausência decitação e de discussão a respeito do pagamento das custas iniciais doprocesso justificam a não realização de tal diligência. Ademais, o réu pode, aqualquer tempo, requerer revogação de gratuidade de justiça concedida ao autor.(...) 5. Recurso especial conhecido em parte e provido, prejudicada a MedidaCautelar n. 4.669/RS, por perda de objeto. (REsp n. 442145/RS, Rel. Min.ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 4ª Turma, DJ 27-06-2005, p. 396) Posto isso,com base no artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, DOUPROVIMENTO ao recurso e, deste modo, concedo à agravante Maria de FátimaMelo Justiniano o benefício da assistência judiciária gratuita neste agravo e oâmbito do processo n. 024.10.030012-8, do Juizado de Direito da 1ª Vara daFazenda Pública Estadual de Vitória, da comarca da Capital. Intime-se mediantepublicação na íntegra. Comunique-se ao ilustre doutor Juiz da causa. Vitória-ES.,19 de janeiro de 2011. DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DEOLIVEIRA Relator (TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24100925197,Relator: DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador:TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data da Decisão: 19/01/2011)

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 035101116115 AGRAVANTE:SEBASTIÃO RODRIGUES DE MIRANDA E OUTROS AGRAVADO:ADAUTO MARTINS E OUTROS RELATOR: DES. TELÊMACOANTUNES DE ABREU FILHO DECISÃO MONOCRÁTICA. (...) É o breverelatório. Passo a decidir. Insta observar que o presente recurso pode ser julgadomonocraticamente, em conformidade com o art. 557, §1º-A do CPC, tendo emvista que a decisão está em manifesto confronto com a jurisprudência do STJacerca da matéria ventilada. Inicialmente, ressalto que, muito embora existaprecedente do C. STJ no sentido de que a intimação do agravado écondição de validade da decisão monocrática quando o recurso for provido(Embargos de Divergência no Recurso Especial 882.119/RS), no presentecaso, entendo que tal precedente é inaplicável, uma vez que a ausência decitação impede a realização de tal diligência, conforme precedentes dareferida Corte Superior: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTOLIMINAR EM AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. RÉU AINDA NÃOCITADO. DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO. ART. 527, III, DO CPC. -Não se tendo ainda formado a relação processual, não há necessidade deintimação da parte adversa para oferecimento das contra-razões. Recursoespecial não conhecido. (REsp 189729/RS, Rel. Ministro BARROSMONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 17/12/1998, DJ 05/04/1999 p.136). AGRAVO DE INSTRUMENTO. Intimação do agravado. Decisão liminar.Cancelamento de inscrição (SERASA, SPC, etc.). - O agravo de instrumentocontra decisão que indefere pedido liminar de cancelamento de inscriçãoem banco de inadimplentes pode ser julgado independentemente deintimação do agravado, que ainda não foi citado e não tem advogadoconstituído nos autos (art. 527, III, do CPC). - Deve ser cancelada a inscrição donome do devedor em banco de inadimplentes se o contrato está sendo objeto deação revisional, em que se discute a validade de cláusulas, valor do saldo e aprópria existência da mora. Precedentes. Recurso não conhecido. (REsp205039/RS, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA,julgado em 06/05/1999, DJ 01/07/1999 p. 185) (...). Posto isto, nos termos doartigo 557, §1º-A do CPC, CONHEÇO do recurso, e confirmando os termos daliminar deferida, DOU-LHE PROVIMENTO, para que o Setor de Coordenaçãode Tributos Imobiliários da Prefeitura Municipal de Vila Velha, desfaça atransferência realizada no cadastro do imóvel que ora se discute, e insira comocontribuinte, a empresa JV MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA. Oficie-se ojuízo ao quo, dando-lhe ciência desta decisão. Publique-se na íntegra. Intimem-seas partes. Após, remeta o presente agravo à Comarca de origem, conformeResolução nº 11/2000, DJ/ES 31.01.2000. Vitória, 21 de março de 2011.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO Desembargador Relator (TJES,Classe: Agravo de Instrumento, 35101116115, Relator: TELEMACO ANTUNESDE ABREU FILHO, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Data daDecisão: 21/03/2011)

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 016109000030 RELATOR: DES.SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE: CHRISTIAN HERMANNHEINRICH DOBLER ADVOGADO: MARCONE DE REZENDE VIEIRARECORRIDO : FRANCISCO PEREIRA SOBRINHO FILHOMAGISTRADO: MÁRCIO NUNES DA ROSA PROC. ORIGINÁRIO:016.10.000752-1 DECISÃO MONOCRÁTICA EMENTA: PROCESSUALCIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA.POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ANGULARIZAÇÃO PROCESSUAL EMPRIMEIRO GRAU. BEM IMÓVEL. INDISPONIBILIDADE EINALIENABILIDADE. TUTELA DE URGÊNCIA. NECESSIDADE DEMAIOR DILAÇÃO PROBATÓRIA. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO. 1. A intimação da parte Agravada para apresentar contrarrazõesé prescindível quando ainda não houve a angularização da relação jurídicaprocessual. Precedentes. 2. (...) 1. RELATÓRIO (...) É o relatório. Decido com fundamento no art. 557 do CPC.2. FUNDAMENTAÇÃO 2.1 DO JULGAMENTO UNIPESSOAL Destaco,inicialmente, a possibilidade de julgamento monocrático nos termos doartigo 557 do Código de Processo Civil, independentemente de oitiva daparte adversa, uma vez que, no presente caso, a decisão agravada foiproferida antes da citação da parte requerida, ora Agravada. Nesse sentido,o Colendo Superior Tribunal de Justiça já consolidou que é dispensável aintimação da parte Agravada para apresentar contrarrazões quando aindanão “concretizada a relação processual”, isto é, antes da citação dodemandado em primeiro grau de jurisdição. (...). DISPOSITIVO. Em face doexposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, apenas para determinarque o Oficial do Cartório de Registro Geral de Imóveis de Conceição do Castelo– ES proceda à anotação, junto às respectivas matrículas dos imóveis, daexistência de demanda em que se discute a propriedade dos mesmos, que estãomatriculados naquele Ofício sob os nºs 3562 de ordem, livro nº 2-Q, fls. 162 e 263de ordem, no livro nº 2-A, fls. 63. Intimem-se. Publique-se na íntegra. Vitória(ES), 03 de novembro de 2010. Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator (TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 16109000030, Relator: SAMUELMEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Datada Decisão: 03/11/2010)

Nestes termos, considerando-se que a parte agravada não foi citada naação de execução fiscal da qual se origina o presente agravo de instrumento, ouseja, que ainda não houve a angularização da relação jurídica processual,desnecessária a sua intimação para apresentação de resposta ao agravo, conformedemonstrado acima.

Fincada a premissa, passo diretamente à incursão meritória diante dainexistência de preliminar recursal. Vejamos.

Compulsando os autos, verifico que, de fato, foi aposto carimbo peloProcurador Chefe da Subprocuradoria Fiscal em que este expressamentemanifestou sua aquiescência à r. Sentença de fls. 14, o que se extrai da expressão“Nada a opor”.

Em virtude da concordância supra citada, o MM. Juiz de primeiro graunão admitiu recurso de apelação interposto pelo Estado sob o fundamento de terocorrido a preclusão lógica, já que, em suas palavras, “o ato formalizado pelorecorrente é incompatível com a posterior interposição de apelação cível”.

Ocorre que, a concordância manifestada pelo Procurador Chefe emquestão, não tem o condão de impedir o recebimento de apelação cível interpostasob o fundamento da ocorrência da preclusão lógica, sobretudo porque a dispensada interposição de recursos é atribuição exclusiva do Procurador Geral do Estado,conforme art. 6º, XIV, “b”, da Lei Complementar nº 88, in verbis:

Art. 6º - São atribuições, responsabilidades e prerrogativas do Procurador Geraldo Estado:XIV. autorizar, por solicitação do Procurador do Estado vinculado ao feito,referendada pelo Procurador - Chefe, e ouvido o Conselho da ProcuradoriaGeral do Estado, caso entenda necessário: (...)b) a dispensa da interposição de recursos judiciais ou a desistência deinterpostos, especialmente quando contra-indicada a medida, em face dajurisprudência Predominante; (...)

Feitas estas considerações, não há dúvidas que a aquiescência expressaà sentença de piso por parte do Procurador Chefe da Subprocuradoria Fiscal nãoequivale à dispensa antes referida, nem pode ser considerada como atoincompatível ao direito de recorrer, já que, como dito, aquele não tem poderespara dispor sobre a interposição de recursos, atribuição, repito, do ProcuradorGeral do Estado, por expressa disposição de lei.

Assim, não há que se falar em preclusão lógica, devendo, portanto, serreformada a decisão agravada, a fim de que seja admitida a apelação interpostapelo ente agravante.

Sobre a tempestividade do recurso em tela, necessárias algumasconsiderações. Vejamos.

Foi o Estado intimado da r. Sentença em 29/11/2010 (segunda feira),conforme se confere às fls. 15 v., logo a contagem do prazo de 30 dias parainterposição de recurso de apelação teria início em 30/11/2010, terminando em29/12/2010.

Todavia, os prazos ficaram suspensos desde o dia 20/12/2010 (iníciodo recesso forense), até o dia 15/02/2011, nos processos em que o Estado doEspírito Santo e suas autarquias representadas em juízo pela Procuradoria Geraldo Estado figuram como parte, consoante Resolução nº. 58/2010 e AtosNormativos nº. 70 e 72/2011 desse E. TJES.

Nestes termos, considerando-se que o apelo foi interposto em16/02/2011, constato ser o mesmo tempestivo.

Presentes os demais pressupostos de admissibilidade recursal, mereceguarida a pretensão do recorrente, devendo ser reformada a decisão agravada, afim de que seja admitida a referida apelação.

Ante o exposto, com esteio no art. 557, § 1º-A, do CPC, conheço dopresente agravo instrumento e, no mérito, dou-lhe provimento, para,reformando a decisão agravada, receber o recurso de apelação interposto peloente estatal apelante, determinando assim o seu processamento nos autos,tombado sob o nº. 024.100.098.235, que tramita na Vara da Fazenda PúblicaEstadual Privativa das Execuções Fiscais, e oportuna remessa a este EgrégioTribunal de Justiça.

Intimem-se as partes.

Diligencie-se.

Vitória, 22 de Junho de 2011

DESª.CONVª. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓS FERREIRA

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RELATORA

DAInst 08290-dec

12- Agravo de Instrumento Nº 7119000144BAIXO GUANDU - 1ª VARAAGVTE VICTOR EMANUEL MARTINS DE OLIVEIRA Advogado(a) ZILMAR JOSE DA SILVA JUNIORAGVDO JACKSON DOS SANTOS DE OLIVEIRA RELATOR DES. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 007.119.000.144AGVTE.: VICTOR EMANUEL MARTINS DE OLIVEIRAAGVDO.: JACKSON DOS SANTOS OLIVEIRARELATORA: DESª. CONVª. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓSFERREIRA

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Victor Emanuel Martinsde Oliveira contra decisão (fls. 50), proferida no bojo da ação de alimentosajuizada pelo agravante, menor impúbere, representado por sua genitora, em facede Jackson dos Santos de Oliveira que indeferiu o pedido de assistência judiciáriagratuita, determinando ainda a emenda da inicial em 10 (dez) dias, sob pena deindeferimento.

Em breve síntese, o MM. Juiz indeferiu o pedido de assistênciajudiciária gratuita pelo fundamento de que a declaração apresentada juntamentecom a inicial não atende aos termos do art. 2º da Lei Complementar Estadual nº.55/94, sobretudo por não constar o quantun mensal auferido pelo requerente,conferindo o prazo de 10 dias para que o autor atendesse ao disposto na legislaçãoem cotejo.

Além disso, determinou o magistrado de piso que a inicial fosseemendada, devendo o requerente trazer aos autos a certidão de nascimentooriginal atualizada ou cópia autenticada, bem como comprovante de residência dorequerente, tudo no prazo de 10 dias, sob pena de indeferimento.

Em suma, aduz o agravante (fls. 02/12) que: a) a declaração de fls. 24atende aos preceitos exigidos por lei, na medida em que a lei Federal 1.060/50exige, tão somente, para a concessão do pedido de assistência judiciária gratuita,que parte interessada se declare pobre na acepção jurídica do termo; b) não hásubsistência para a determinação de se trazer aos autos a certidão de nascimentooriginal ou autenticada do menor, além de cópia do comprovante de residência domesmo, e mais ainda, negar a apreciação dos provisórios até que tais documentossejam disponibilizados; c) o agravante atendeu às exigências do artigo. 2º, caput,da lei de alimentos, que exige tão somente para o processamento do pedido aprova do parentesco existente entre as partes. Ao final, requer a antecipação dosefeitos da tutela, a fim de que sejam concedidos liminarmente alimentos mensaisno valor de 85% do salário mínimo vigente.

Passo a enfrentar o recurso com lastro no art. 557, § 1º-A, do Códigode Processo Civil, in verbis:

Art. 557. § 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto comsúmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal,ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso.

Importante deixar claro que, embora exista precedente do colendoSuperior Tribunal de Justiça no sentido de que “a intimação do agravado écondição de validade da decisão monocrática quando o recurso for provido”(Embargos de Divergência no Recurso Especial n. 882.119/RS), o mencionadoprecedente não se aplica ao caso dos autos, haja vista que o requerido/agravadoainda não foi citado para integrar a relação processual.

Nesse sentido, destaco jurisprudência recente deste Egrégio Tribunalde Justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 024100925197. AGRAVANTE: MARIADE FÁTIMA MELO JUSTINIANO. AGRAVADO: INSTITUTO DEPREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO - IPAJM. RELATOR: DESEMBARGADOR DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA. DECISÃO MONOCRÁTICA Maria de FátimaMelo Justiniano interpôs o presente agravo de instrumento em face da respeitáveldecisão do eminente Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda PúblicaEstadual de Vitória - Comarca da Capital que indeferiu o pedido de assistênciajudiciária por ela formulado em ação ordinária proposta contra o Instituto dePrevidência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo - IPAJM,registrada sob o n. 024.10.030012-8. Alegou a agravante que não possui condiçõesde arcar com as custas do processo sem comprometer a sua subsistência e a desua família. Ressaltou que o artigo 4º da Lei n. 1.060, de 05 de fevereiro de 1950,

dispõe que a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária mediante simplesafirmação na própria petição inicial. Pediu, ao final, seja o agravo conhecido eprovido, para reforma da decisão atacada e consequente deferimento dagratuidade de justiça pleiteada. É o relatório. As peculiaridades da questãoversada no recurso permite o julgamento, de plano, monstrando-sedespiciendas outras diligências ou informações. Muito embora existaprecedente do colendo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que ¿aintimação do agravado é condição de validade da decisão monocráticaquando o recurso for provido(Embargos de Divergência no RecursoEspecial n. 882.119/RS) Fonte: site do STJ na internet. Data da consulta -13-01-2011., no presente caso tal precedente é inaplicável. A ausência decitação e de discussão a respeito do pagamento das custas iniciais doprocesso justificam a não realização de tal diligência. Ademais, o réu pode, aqualquer tempo, requerer revogação de gratuidade de justiça concedida ao autor.(...) 5. Recurso especial conhecido em parte e provido, prejudicada a MedidaCautelar n. 4.669/RS, por perda de objeto. (REsp n. 442145/RS, Rel. Min.ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 4ª Turma, DJ 27-06-2005, p. 396) Posto isso,com base no artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, DOUPROVIMENTO ao recurso e, deste modo, concedo à agravante Maria de FátimaMelo Justiniano o benefício da assistência judiciária gratuita neste agravo e oâmbito do processo n. 024.10.030012-8, do Juizado de Direito da 1ª Vara daFazenda Pública Estadual de Vitória, da comarca da Capital. Intime-se mediantepublicação na íntegra. Comunique-se ao ilustre doutor Juiz da causa. Vitória-ES.,19 de janeiro de 2011. DESEMBARGADOR DAIR JOSÉ BREGUNCE DEOLIVEIRA Relator (TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24100925197,Relator: DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador:TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data da Decisão: 19/01/2011)

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 035101116115 AGRAVANTE:SEBASTIÃO RODRIGUES DE MIRANDA E OUTROS AGRAVADO:ADAUTO MARTINS E OUTROS RELATOR: DES. TELÊMACOANTUNES DE ABREU FILHO DECISÃO MONOCRÁTICA Cuidam osautos de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por SEBASTIÃORODRIGUES DE MIRANDA E OUTROS contra r. decisão de fls. 15/16 que,nos autos da Ação de Desfazimento de Negócio Jurídico, liminarmente,determinou que o Setor de Coordenação de Tributos Imobiliários da PrefeituraMunicipal de Vila Velha se abstenha de diligenciar qualquer transferência nocadastro do imóvel objeto do contrato de promessa de compra e venda firmadoentre as partes, permanecendo o respectivo registro em nome do atualcontribuinte. Em decisão de fls. 66/69, foi deferida a liminar requerida para que oSetor de Coordenação de Tributos Imobiliários da Prefeitura Municipal de VilaVelha, desfizesse a transferência realizada no cadastro do imóvel que ora sediscute, voltando a constar o nome da empresa agravante (JV MATERIAL DECONSTRUÇÃO LTDA). É o breve relatório. Passo a decidir. Insta observar queo presente recurso pode ser julgado monocraticamente, em conformidade com oart. 557, §1º-A do CPC, tendo em vista que a decisão está em manifestoconfronto com a jurisprudência do STJ acerca da matéria ventilada. Inicialmente,ressalto que, muito embora exista precedente do C. STJ no sentido de quea intimação do agravado é condição de validade da decisão monocráticaquando o recurso for provido (Embargos de Divergência no RecursoEspecial 882.119/RS), no presente caso, entendo que tal precedente éinaplicável, uma vez que a ausência de citação impede a realização de taldiligência, conforme precedentes da referida Corte Superior: AGRAVO DEINSTRUMENTO. PROVIMENTO LIMINAR EM AÇÃO REVISIONAL DECONTRATO. RÉU AINDA NÃO CITADO. DESNECESSIDADE DEINTIMAÇÃO. ART. 527, III, DO CPC. - Não se tendo ainda formado arelação processual, não há necessidade de intimação da parte adversa paraoferecimento das contra-razões. Recurso especial não conhecido. (REsp189729/RS, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgadoem 17/12/1998, DJ 05/04/1999 p. 136). AGRAVO DE INSTRUMENTO. Intimação do agravado. Decisão liminar.Cancelamento de inscrição (SERASA, SPC, etc.). - O agravo de instrumentocontra decisão que indefere pedido liminar de cancelamento de inscriçãoem banco de inadimplentes pode ser julgado independentemente deintimação do agravado, que ainda não foi citado e não tem advogadoconstituído nos autos (art. 527, III, do CPC). - Deve ser cancelada a inscrição donome do devedor em banco de inadimplentes se o contrato está sendo objeto deação revisional, em que se discute a validade de cláusulas, valor do saldo e aprópria existência da mora. Precedentes. Recurso não conhecido. (REsp205039/RS, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA,julgado em 06/05/1999, DJ 01/07/1999 p. 185) (...). Posto isto, nos termos doartigo 557, §1º-A do CPC, CONHEÇO do recurso, e confirmando os termos daliminar deferida, DOU-LHE PROVIMENTO, para que o Setor de Coordenaçãode Tributos Imobiliários da Prefeitura Municipal de Vila Velha, desfaça atransferência realizada no cadastro do imóvel que ora se discute, e insira comocontribuinte, a empresa JV MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA. Oficie-se ojuízo ao quo, dando-lhe ciência desta decisão. Publique-se na íntegra. Intimem-seas partes. Após, remeta o presente agravo à Comarca de origem, conformeResolução nº 11/2000, DJ/ES 31.01.2000. Vitória, 21 de março de 2011.TELÊMACO ANTUNES DE ABREU FILHO Desembargador Relator (TJES,Classe: Agravo de Instrumento, 35101116115, Relator: TELEMACO ANTUNES

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DE ABREU FILHO, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Data daDecisão: 21/03/2011)

À exaustão, precedente do STJ:

PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO QUE DETERMINA EMENDA DAINICIAL, ANTES DA CITAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.INTIMAÇÃO DA AGRAVADA (ART. 527, III, DO CPC).DESNECESSIDADE. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 296,PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI INSTRUMENTAL CIVIL. I. Determinada aemenda à inicial, do agravo interposto da decisão pelo autor não precisa serintimada a parte suplicada, eis que ainda não instaurada a relaçãojurídico-litigiosa. Precedentes. II. Recurso não conhecido. (REsp 164876/RS,Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em14/11/2000, DJ 12/02/2001 p. 119)

Superada esta questão e diante da inexistência de preliminar recursal,passo diretamente à incursão meritória. Vejamos.

1 - Do Mérito recursal:

Pois bem. Adianto desde já que merece, em parte, guarida a pretensãodo recorrente.

1.1 - Do indeferimento do pedido de assistência judiciáriagratuita:

Primeiramente, é preciso ficar claro que a ação de alimentos, de ritoespecial, independe de prévia concessão do benefício de gratuidade da justiça,consoante regra contida no art. 1º da Lei de Alimentos (nº 5.478/68).

Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de préviadistribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade.

Assim, ainda que entendesse o magistrado pelo indeferimento dopedido de assistência, como de fato o fez, não poderia condicionar a ação dealimentos da qual se originou o presente agravo ao pagamento de preparo ou àregularização da declaração de hipossuficiência.

Ademais, não há motivos para o indeferimento em questão, conformerazões que passo a expor.

Via de regra, destaco, a “declaração de hipossuficiência emitida pelapessoa física para fins de obtenção da assistência judiciária gratuita goza depresunção iuris tantum de veracidade, cabendo à parte adversa a produção de provaem contrário” (STJ, 1ª Turma, REsp nº 1115300/PR, rel. Min. BeneditoGonçalves, j. 04/08/2009, DJe 19/08/2009).

Somado a isto, a dicção do artigo 4º, da Lei nº 1.060/50, preceitua quea parte poderá ser beneficiada mediante simples afirmação de que não possuirecursos de ordem financeira, confira-se:

“ 4º. A parte gozará dos benefício da assistência judiciária, mediante simplesafirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar ascustas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de suafamília.”

In casu, o Magistrado Singular negou o pedido de assistência judiciária,argumentando que a declaração apresentada pelo autor não atendia aos termos doart. 2º da Lei Complementar Estadual nº. 55/94, sobretudo porque nela nãoconstava o quantun mensal auferido pelo requerente.

A referida decisão, ora agravada, contraria jurisprudência tranquila doSTJ e deste Egrégio Tribunal de Justiça, no sentido de que para a concessão dobenefício em questão, basta a declaração, feita pelo próprio interessado, de que asua situação econômica não permite vir a Juízo sem prejuízo da sua manutençãoou de sua família.

Neste sentido confiram-se os seguintes julgados:

EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ACESSO À JUSTIÇA. ASSISTÊNCIAJUDICIÁRIA.Lei 1.060, de 1950. C.F., art. 5º, LXXIV. I. - A garantia do art. 5º, LXXIV --assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência derecursos -- não revogou a de assistência judiciária gratuita da Lei 1.060, de 1950,aos necessitados, certo que, para obtenção desta, basta a declaração, feitapelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não permite vira Juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família. Essa normainfraconstitucional põe-se, ademais, dentro no espírito da Constituição, que desejaque seja facilitado o acesso de todos à Justiça (C.F., art. 5º, XXXV). II. - R.E. nãoconhecido.(RE 205746, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma,julgado em 26/11/1997, DJ 28-02-1997)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. JUSTIÇA GRATUITAINDEFERIDA. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 07/STJ.IMPOSSIBILIDADE.I. É entendimento desta Corte que "pelo sistema legal vigente, faz jus a parte aosbenefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própriapetição, de que não está em condições de pagar as custas do processo e oshonorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família (Lei n. 1.060/50,art. 4º), ressalvado ao juiz, no entanto, indeferir a pretensão se tiver fundadas emotivadas razões para isso (art.5º)" (AgRgAg nº 216.921/RJ, Quarta Turma,Relator o Senhor Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 15/5/2000).II. "Havendo dúvida da veracidade das alegações do beneficiário, nada impedeque o magistrado ordene a comprovação do estado de miserabilidade, a fim deavaliar as condições para o deferimento ou não da assistência judiciária." (AgRgnos Edcl no AG n. 664.435, Primeira Turma, Relator o Senhor Ministro TeoriAlbino Zavascki, DJ de 01/07/2005).(AgRg no Ag 714.359/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR,QUARTA TURMA, julgado em 06/06/2006, DJ 07/08/2006 p. 231).

Além disso, registre-se que o agravante é menor, contando commenos de 2 anos de idade, razão pela qual não se justificaria que a declaraçãoestivesse em seu nome, muito menos, como determinou o magistrado, queestivesse instruída com comprovante de renda do mesmo.

Dito isso, verifico que o recorrente cumpriu com o requisitonecessário para ser beneficiado pela assistência judiciária gratuita, uma vez que adeclaração de hipossuficiência de sua representante legal (genitora) atendeuperfeitamente o disposto no art. 4º, da Lei nº 1.060/50.

Corroborando o entendimento acima, destaco posição adotada poreste Egrégio Tribunal de Justiça, in verbis:

ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIAGRATUITA. REQUISITO: PEDIDO EXPRESSO DA PARTE. RECURSOPROVIDO. DECISÃO REFORMADA.1. Para a obtenção do benefício da assistência judiciária gratuita ésuficiente a simples afirmação do interessado de que não está emcondições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado,sem prejuízo de sua manutenção ou de sua família nos termos do art. 4º daLei 1.060/50.2. A declaração prestada na forma da lei firma em favor dos requerentes apresunção juris tantum de necessidade que somente será elidida diante de provaem contrário.RECURSO PROVIDO. (Classe: Agravo de Instrumento, 35089001552, RelatorDesignado: RONALDO GONÇALVES DE SOUSA, Data de Julgamento:02/12/2008, Data da Publicação no Diário: 20/01/2009)

Somente à título de esclarecimento, oportuno ressaltar, que a benessesub examine não constitui isenção absoluta, mas desobrigação temporária, até queo assistido possa fazê-lo sem prejuízo próprio ou da sua família, como prescreve oartigo 12, da Lei 1.060/50.

Salienta-se ainda que não há nenhum fato que leve a concluir que oagravante, ou melhor, sua representante legal, agiu de má-fé, ou que fizeraafirmação inverídica sobre sua situação econômico-financeira ao pleitear obenefício da gratuidade de justiça, especialmente por ser estudante e contar comapenas 18 anos de idade.

Feitas estas considerações, tenho que a decisão de primeiro grau nãose encontra em sintonia com a jurisprudência pátria, merecendo guarida apretensão do agravante quanto a este ponto.

Assim, faz jus o autor à concessão dos benefícios da gratuidade dajustiça, merecendo reforma a decisão.

1.2 - Da emenda à inicial:

Determinou o magistrado de piso ainda a emenda da inicial no prazode dez dias, sob pena de indeferimento, indicando como documentos a seremapresentados pelo agravante a certidão de nascimento original atualizada ou cópiaautenticada e o comprovante de residência do mesmo.

De fato, verificando o juiz, ao analisar a petição inicial, que o autordeixou de juntar documento indispensável à propositura da ação, deve mandarjuntá-lo sob pena de indeferimento (art. 284 do CPC).

Todavia, verifico que os documentos exigidos pelo magistrado, repito:certidão de nascimento original atualizada ou cópia autenticada e o comprovantede residência do mesmo, não se enquadram no conceito de documentosindispensáveis ao ajuizamento de ação de alimentos.

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São documentos indispensáveis à propositura da ação, nas palavras deNelson Nery Junior, aqueles sem os quais o pedido não pode ser apreciado pelomérito. Nessa linha, lista ainda como documento indispensável na ação dealimentos fundadada na LA, caso dos autos, a certidão de nascimento ou outraprova de parentesco. (Código de Processo Civil. 11ª edição. São Paulo: EditoraRevista dos Tribunais, 2010. P. 283).

Assim, constato que a ausência de comprovante de residência doautor/agravante, por si só, não justifica a determinação de emenda á inicial, dada asua prescindibilidade, especialmente diante da falta de maiores justificativas acercada sua indispensabilidade por parte do MM. Juiz de primeiro grau. Não se podeesquecer ainda que o autor/agravante é menor, contando com menos de doisanos de idade, o que torna tal exigência no mínimo absurda.

Outrossim, no que tange à exigência de juntada da certidão denascimento original atualizada ou cópia autenticada, esta também não merece sermantida, uma vez que, consoante já decidiu este TJES, é desnecessária aautenticação dos documentos juntados com a inicial, prevalecendo a presunçãojuris tantum de veracidade. Confira-se:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24049005374. AGRAVANTE: ESPÍRITOSANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/A - ESCELSA. AGRAVADO: CASSAROS/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO. RELATOR SUBST.: DESEMBARGADORFERNANDO ESTEVAM BRAVIN RUY. ACÓRDÃO CIVIL/PROC. CIVIL -AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRELIMINARES DE NÃOAUTENTICAÇÃO DAS PEÇAS E DE IRREGULARIDADE FORMAL(AUSÊNCIA DE PEÇAS ESSENCIAIS) REJEITADAS - CAUSA DE PEDIRE PEDIDO QUE EVIDENCIAM DEMANDA CONSIGNATÓRIA E NÃOCAUTELAR - EMENDA À INICIAL ANTES DA CITAÇÃO - RECURSOIMPROVIDO. 1 - O agravado argüi, preliminarmente, a inadmissibilidade dopresente recurso em virtude das peças obrigatórias não estarem autenticadas, bemcomo não há declaração de que as mesmas são idênticas às originais. Consoantejá decidiu esta Egrégia Câmara em posicionamento recente, édesnecessária a autenticação dos documentos juntados com a inicial ounos agravos de instrumento dos arts. 525 e 544 do CPC, prevalecendo apresunção juris tantum de veracidade. 2 - (...). ACORDA a Egrégia SegundaCâmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas que integram estejulgado, à unanimidade de votos, para conhecer do presente recurso, para rejeitaras preliminares e, no mérito, negar-lhe provimento. Vitória(ES), de de 2006. DES.PRESIDENTE DES. RELATOR PROCURADOR DE JUSTIÇA (TJES, Classe:Agravo de Instrumento, 24049005374, Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDOBOURGUIGNON - Relator Substituto : FERNANDO ESTEVAM BRAVINRUY, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:15/08/2006, Data da Publicação no Diário: 18/09/2006)

Nesta toada, não tendo o magistrado a quo demonstrado ter qualquermotivo para ao menos duvidar da presunção acima referida, não são osdocumentos em tela indispensáveis à propositura da ação. Portanto, descabida adeterminação de emenda da inicial nos moldes em que deu.

Sendo assim, merece guarida a pretensão do agravante também quantoa este particular.

1.3 - Do pedido de concessão de alimentos provisórios:

Importante pontuar que, atenta aos limites da decisão interlocutóriaagravada, que, como dito, limitou-se a indeferir o pedido de assistência judiciáriagratuita e determinar a emenda à inicial, o atendimento ao pedido do recorrenteno sentido de que fossem concedidos alimentos provisórios constituiria evidentesupressão de instância tendente a tolher o juízo natural de apreciação de matériaque lhe é de competência originária, sobretudo por não estar a causa madura parajulgamento.

Salienta-se que o efeito substitutivo dos julgados de segundo grau dejurisdição só se opera na hipótese de já existir matéria decidida pelo juízo a quo, oque não ocorreu nos presentes autos, já que o MM. Juiz de piso não sepronunciou quanto à concessão ou não dos alimentos previstos no art. 4º da Leide Alimentos.

Nesse sentido, destaco jurisprudência deste Egrégio Tribunal deJustiça, in verbis:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 51069000167 AGRAVANTE:MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL AGRAVADO: FRANCISCO JOSÉPRATES DE MATOS RELATOR: DES. CARLOS SIMÕES FONSECAACÓRDÃO EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DEINSTRUMENTO - PROCURAÇÃO DOS ADVOGADOS DOAGRAVADOS NÃO CITADOS - JUNTADA - DESNECESSIDADE -MINISTÉRIO PÚBLICO - PROCURAÇÃO - JUNTADA -IMPOSSIBILIDADE - ADMINISTRATIVO - IMPROBIDADE - PEDIDODE AFASTAMENTO NÃO APRECIADO PELO JUIZ DE PRIMEIRO

GRAU - INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO QUERENOVA O PEDIDO - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - RECURSOIMPROVIDO. 1. (...). 2. Inviável a exigência de juntada de procuração doMinistério Público para conhecimento de agravo de instrumento, vez que atua porinvestidura, exercendo função institucional. 3. Havendo, em ação de repressãode ato improbidade administrativa, pedido de afastamento de agentepúblico sobre o qual o juiz se negou a apreciar, o recurso contra essadecisão deve versar sobre o dever de decidir do juízo a quo, sendo indevidorenovar o pleito de afastamento frente ao tribunal, sob pena de supressãode instância. 4. (...). Vitória, 05 de Agosto de 2009. PRESIDENTE RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 51069000167, Relator : CARLOSSIMÕES FONSECA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 21/07/2009, Data da Publicação no Diário: 25/08/2009)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO REINVIDICATÓRIA -PRELIMINARES REFUTADAS - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA -AGRAVO - PRELIMINARMENTE - INÉPCIA DA INCIAL -ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM - PÓLO PASSIVO - ESPÓLIO -NÃO ACOLHIMENTO. PRELIMINARES DE MÉRITO - PRESCRIÇÃO EDECADÊNCIA - REJEIÇÃO. CONEXÃO - NÃO APRECIAÇÃO - JUÍZO AQUO - IMPOSSIBILIDADE DO TRIBUNAL EMITIRPRONUNCIAMENTO - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1. (...). 4.¿Depreende-se do documento juntado aos autos que a autora adquiriu o lote de nº11 em data de 9 de fevereiro de 1971. Ademais, não cabe à autora alegar a data deeventual posse injusta por parte do requerido. Outrossim, não basta ao requeridoapenas alegar eventual prescrição, sem declinar suas fundamentações para tanto¿.5. A questão argüida (conexão de ações) pelos agravantes não deve serapreciada nesta via recursal, porquanto, a toda evidência, extravasa osestreitos limites e alcance do presente agravo, delimitada pelos termoscontidos na decisão hostilizada. VISTOS, relatados e discutidos estes autos.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 59069000061, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 13/03/2007, Data daPublicação no Diário: 04/04/2007)

Assim, feitos estes esclarecimentos, não havendo in casu decisão arespeito dos referidos alimentos, eventual provimento por este Tribunal quanto aopleito em questão, significaria clara supressão da vontade do julgador competente.

Nestes termos, não merece acolhimento a tese do agravante quanto aeste ponto.

Todavia, caberá ao magistrado de piso manifestar-se quanto ao pedidodos alimentos provisórios.

2 - Conclusão:

Ante o exposto, desnecessárias maiores digressões, com esteio no art.557, § 1º-A, do CPC, conheço do presente agravo instrumento e, no mérito,dou-lhe parcial provimento, para, afastar a decisão agravada, por seremdispensáveis os documentos exigidos pelo magistrado de primeiro grau, bemcomo por não existirem motivos para o indeferimento do pedido de assistênciajudiciária gratuita. Ademais, concedo, desde já, a gratuidade da justiça aoagravante, devendo o MM. Juiz manifestar-se quanto aos alimentos provisóriosrequeridos na inicial.

Intimem-se as partes.

Diligencie-se.

Vitória, 16 de Junho de 2011

DESª.CONVª. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓS FERREIRARELATORA

DAInst 00144-dec.

Vitória, 01 de Julho de 2011

MARCELA BARCELLOS TAVARES MARCHESCHISecretária de Câmara

QUARTA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

58 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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QUARTA CÂMARA CÍVEL

PAUTA DE JULGAMENTO DA 23 ª SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA11/07/2011 SEGUNDA-FEIRA, QUE TERÁ INÍCIO ÀS 14:00 HORAS,PODENDO, ENTRETANTO, NESSA SESSÃO OU EM SESSÕESSUBSEQUENTES, PROCEDER-SE AO JULGAMENTO DE PROCESSOS ADIADOS OU CONSTANTES DE PAUTAS JÁPUBLICADAS.

1 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 13100000689CASTELO - CARTÓRIO 1º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVAAGVTE ANTONIO JOSE DA SILVA ROCHAADVOGADO(A) ANA MARY ZACCHIAGVTE MARIA ELENA RODRIGUES DIAS ROCHAADVOGADO(A) ANA MARY ZACCHIAGVDO JOSE LUIS DA SILVA ROCHAADVOGADO(A) TIAGO PEREIRA ALEDIAGVDO VANILZA HELENA PESSINADVOGADO(A) TIAGO PEREIRA ALEDIAGVDO PAULO ROBERTO DA SILVA ROCHAADVOGADO(A) TIAGO PEREIRA ALEDIAGVDO PEDRO AGOSTINHO DA SILVA ROCHAADVOGADO(A) TIAGO PEREIRA ALEDIRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

2 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119002004VITÓRIA - 1ª VARA DE FAMÍLIACLASSE 1º GRAU:ALIMENTOSAGVTE ADIMARDO GUILHERME DO NASCIMENTOADVOGADO(A) EDER CORDEIRO DOS SANTOSAGVDO A P N ( MENOR IMPÚBERE)DEF. PÚBLICO LUIZ CESAR COELHO COSTAAGVDO MARLUCE DE PAULA PONCEDEF. PÚBLICO LUIZ CESAR COELHO COSTARELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

3 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119004778VITÓRIA - 3ª VARA DE FAMÍLIACLASSE 1º GRAU:SEPARAÇÃO DE CORPOSAGVTE ALOISIO VAREJAOADVOGADO(A) RAFAEL HENRIQUE GUIMARAES TEIXEIRA DEFREITASAGVDO TANIA MARA DE SOUZA VERNERSBACH VAREJAOADVOGADO(A) LETHICIA COELHO MOREIRA DA FRAGARELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119006070VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE GILMAR ALVES BATISTAADVOGADO(A) LUIZ OTAVIO RODRIGUES COELHOAGVDO CREDICARD S/AADVOGADO(A) JOSE EDGARD DA CUNHA BUENO FILHORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

5 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 47109001066SÃO MATEUS - 4ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:EXECUÇÃO FISCALAGVTE ANTONIO DAS GRACAS PEREIRA DE SOUZAADVOGADO(A) ANTONIO AUGUSTO BONA ALVESADVOGADO(A) FABIANO CARVALHO DE BRITOADVOGADO(A) LEONNY MIGUEL DALMASO SILVAADVOGADO(A) LUCIANO VIANA NASSARAGVDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

6 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 50119000086VIANA - VARA FAZENDA EST MUN E REG PÚBLICOSCLASSE 1º GRAU:MANDADO DE SEGURANÇA SEM VALORAGVTE MUNICÍPIO DE VIANAADVOGADO(A) ADILSON BANDEIRA DIASAGVDO WALTER JUNIOR CABRAL DE LIMAADVOGADO(A) WALTER JUNIOR CABRAL DE LIMARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

7 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 56119000042SANTA MARIA DE JETIBA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:COBRANÇAAGVTE LEOMAR LUDTKE

ADVOGADO(A) CLAUDIA IVONE KURTHADVOGADO(A) JORGE ANTONIO FERREIRAAGVDO ARILSON LUDTKEADVOGADO(A) NICHOLLAS VENTURINI MONICORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

8 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 3080004637ALFREDO CHAVES - CARTÓRIO 2º OFÍCIOCLASSE 1º GRAU:MANUTENÇÃO DE POSSEAPTE FERROVIA CENTRO ATLÂNTICA S/AADVOGADO(A) RODRIGO DE ALBUQUERQUE BENEVIDESMENDONCAPDO JOSÉ ÂNGELO ZAMBONADVOGADO(A) GERALDO BAYERRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE

9 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 17060013889DOMINGOS MARTINS - CARTÓRIO 2º OFÍCIOEMBARGOS À EXECUÇÃOCLASSE 1º GRAU:APTE GOLDEN FRUIT INDUSTRIA E COMERCIO S/AADVOGADO(A) SAMIRA AMIGO NEMEAPDO MERCADO INSTITUCIONAL LTDA.ADVOGADO(A) ELZIMAR LUIZ LUCASRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

10 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24080452469VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALCLASSE 1º GRAU:MANDADO DE SEGURANÇA COM VALORAPTE FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) JOSE WILLIAM DE FREITAS COUTINHOAPDO MUNICÍPIO DE VITÓRIAADVOGADO(A) SANDRO VIEIRA DE MORAESRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE

11 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24890199904VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ALIENAÇÃO JUDICIALAPTE MILTON BERTHOLDO SELLETTIDEF. PÚBLICO SAMANTHA WEBSTER MACHADO MENDESAPDO JORGE ELLER NETTOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO ANGELINA MARASSATO UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO CATARINA CASTELANADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO EUGENIO UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO JEREMIAS UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO JOAO LOPES FILHOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO GUARINO UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO LAURITA PREMOLY UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO PAULINA UNGARATO DA SILVAADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO PIERINA TOZZI UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO SANTO UNGARATOADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO TERESA ISAIAS PIANISSOLIADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHAAPDO ASSUNTA UNGARATO LOPESADVOGADO(A) MARQUIVALDO DIAS CUNHARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

12 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 24990176596VITÓRIA - 5ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPTE CIMEF METALURGIA S/AADVOGADO(A) FERNANDO CARLOS FERNANDESAPDO BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO ES -BANDESADVOGADO(A) ARTHUR DAHER COLODETTIADVOGADO(A) VITOR DE PAULA FRANCA

59 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

13 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 48080177271SERRA - 3ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAPTE SUL AMERICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS S/AADVOGADO(A) JOSE VIEIRA DOS SANTOS JUNIORAPDO ALCINDO RIBEIRO SOARESADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO ANEZIA MARIA MIRANDAADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO DILMEIA FROSSARDADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO DIRLENE CASOTOADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO EDVALDO RIBEIRO DAS NEVESADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO LENI FERNANDES DA SILVA GOMESADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO MARCOS ROGERIO LUCASADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO JOSE FERREIRA DA SILVAADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO NEURIZETE GOMES SCHNEIDERADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO WALDEMAR DE ALMEIDAADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARAPDO MARIA VIEIRA DA SILVAADVOGADO(A) ALBA SOARES DE AGUIARRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES.MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

14 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 12080103539CARIACICA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:INDENIZATÓRIAAGVTE BANESTES S/A - BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) LEONARDO VARGAS MOURAAGVDO TOREZANI EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.ADVOGADO(A) ILDESIO MEDEIROS DAMASCENORELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

15 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 12090190872CARIACICA - VARA FAZ PUB ESTADUAL/REG PÚBLICO/MEIOAMBIENTEMANDADO DE SEGURANÇA SEM VALORCLASSE 1º GRAU:AGVTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) HENRIQUE ROCHA FRAGAAGVDO IRMAOS PIANCA LTDA.ADVOGADO(A) BRIAN CERRI GUZZORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

16 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24080426810VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOCLASSE 1º GRAU:REVISIONALAGVTE LUZIA CORIOLANO MACEDOADVOGADO(A) ANTENOR VINICIUS CAVERSAN VIEIRAADVOGADO(A) ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRESADVOGADO(A) MARCELO CARVALHINHO VIEIRAADVOGADO(A) MARIA DA CONCEIÇÃO SARLO BORTOLINI CHAMOAGVDO INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALADVOGADO(A) EDMIR LEITE ROSETTI FILHOADVOGADO(A) MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

17 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24099167165VITÓRIA - 1ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAGVTE CHANG WU CHANGADVOGADO(A) CARLA DORIGOAGVDO CHINABRAZ COMERCIO IMPORTAÇAO E EXPORTAÇAOLTDA.ADVOGADO(A) GRAZIELA VERVLOET BORTOLINIADVOGADO(A) MARIA APARECIDA DE NADAIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

18 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24100918598VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:ORDINÁRIAAGVTE LOUVERCINO PEDRO CAMARGO

ADVOGADO(A) ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRESAGVDO FUNDAÇÃO COSIPA DE SEGURIDADE SOCIAL - FEMCOADVOGADO(A) MICHEL ELIAS ZAMARIADVOGADO(A) SERGIO LUIZ AKAOUI MARCONDESRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

19 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24910005594VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE BANCO SANTANDER S/AADVOGADO(A) TIAGO LANNA DOBALADVOGADO(A) UDNO ZANDONADEAGVDO RIZK INDUSTRIA E COMERCIO LTDA.ADVOGADO(A) EDUARDO SANTOS SARLOADVOGADO(A) KAMYLO COSTA LOUREIRORELATOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE

20 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24910036052VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE BANCO SANTANDER S/AADVOGADO(A) UDNO ZANDONADEAGVDO RIZK INDUSTRIA E COMERCIO LTDA.ADVOGADO(A) EDUARDO SANTOS SARLOADVOGADO(A) KAMYLO COSTA LOUREIRORELATOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE

21 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24950173724VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO(A) KLAUSS COUTINHO BARROSAGVDO EXPORCAFE EXPORTADORA DE CAFE LTDA.AGVDO LUZIA REGO TOREZANIAGVDO MARIA LUCIA DE SOUZARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

22 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 24990123036VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALCLASSE 1º GRAU:CLASSE CÍVEL ANTIGAAGVTE DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DETRAN ESADVOGADO(A) PERICLES DO SACRAMENTO KLIPPELAGVDO ONOFRE BRENDA MOULINADVOGADO(A) JOAO BATISTA DALLAPICCOLA SAMPAIORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

23 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 30119000575LINHARES - 2ª VARA CÍVEL E COMERCIALCLASSE 1º GRAU:RESSARCIMENTO DE DANOSAGVTE MVA TRANSPORTES LTDA.ADVOGADO(A) ELIVALDO FILHO GODINHO CAVALCANTEADVOGADO(A) GIANPAOLO ZAMBIAZI BERTOL ROCHAAGVDO PAULO ELOISIO MARTINSADVOGADO(A) ADRIANO ELIODORIO GONCALVESADVOGADO(A) ANTONIO LUIZ CASTELO FONSECAADVOGADO(A) ROSANA RIGONI CARDOSORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

24 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 30119000609LINHARES - 2ª VARA CÍVEL E COMERCIALRESSARCIMENTO DE DANOSCLASSE 1º GRAU:AGVTE MVA TRANSPORTES LTDA.ADVOGADO(A) ELIVALDO FILHO GODINHO CAVALCANTEADVOGADO(A) GIANPAOLO ZAMBIAZI BERTOL ROCHAAGVDO IVANILDA MARTINSADVOGADO(A) ANTONIO LUIZ CASTELO FONSECARELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

25 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 30119000617LINHARES - 2ª VARA CÍVEL E COMERCIALCLASSE 1º GRAU:RESSARCIMENTO DE DANOSAGVTE MVA TRANSPORTES LTDA.ADVOGADO(A) ELIVALDO FILHO GODINHO CAVALCANTEADVOGADO(A) GIANPAOLO ZAMBIAZI BERTOL ROCHAAGVDO GENILZA RIBEIRO NEGRINIADVOGADO(A) ADRIANO ELIODORIO GONCALVESAGVDO M R M (MENOR IMPÚBERE)ADVOGADO(A) ADRIANO ELIODORIO GONCALVESAGVDO NATALIA NEGRINIADVOGADO(A) ADRIANO ELIODORIO GONCALVES

60 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 67: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AGVDO NILDO MARTINSADVOGADO(A) ADRIANO ELIODORIO GONCALVESRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

26 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 35030169474VILA VELHA - 1ª VARA DE FAMÍLIACLASSE 1º GRAU:DECLARATÓRIAAGVTE PAULO FRANCISCO ALVESADVOGADO(A) JOSE GERVASIO VICOSIADVOGADO(A) MARY'SILVIA DE ALMEIDA MARTINS RIBEIROAGVDO I L M A ( MENOR IMPÚBERE )ADVOGADO(A) RENATO ANTUNESAGVDO ANA CRISTINA FERREIRA MAIAADVOGADO(A) RENATO ANTUNESRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

27 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 35101114664VILA VELHA - 5ª VARA CÍVELCLASSE 1º GRAU:REINTEGRATÓRIAAGVTE RONALDO GONCALVES FERREIRAADVOGADO(A) GERMANA MONTEIRO DE CASTRO FERREIRAADVOGADO(A) GILMAR ALVES BATISTAAGVDO ADILSON CONDE DA SILVAADVOGADO(A) JOSE GUILHERME MACHADO DE VICTAAGVDO ANDRESSA DA PENHA SOUZA DE OLIVIARIAADVOGADO(A) JOSE GUILHERME MACHADO DE VICTARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

28 - AGRAVO INTERNO - (ARTS 557/527, II CPC) Nº 100100012556TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOCLASSE 1º GRAU:MANDADO DE SEGURANÇA COM VALORAGVTE FRANCISCA DA SILVA ARCHANJOADVOGADO(A) ANDRE ARAUJO ALVES DA SILVAADVOGADO(A) DAVID RAMOS VIEIRAADVOGADO(A) IVY DE SOUZA ABREUADVOGADO(A) JOSE EDUARDO SILVERIO RAMOSAGVDO INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DOSSERVIDORES MUNICIAGVDO MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIMRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

VITÓRIA, 04/07/2011

BRUNA STEFENONI QUEIROZ BAYERL LIMA SECRETÁRIA DE CÂMARA

-**********-

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

QUARTA CÂMARA CÍVEL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM JULGAMENTO NA SESSÃOORDINÁRIA DO DIA 11/07/2011 SEGUNDA-FEIRA, QUE TERÁINÍCIO ÀS 14:00 HORAS, PODENDO, ENTRETANTO, NESSASESSÃO OU EM SESSÕES SUBSEQUENTES, PROCEDER- SE AOJULGAMENTO DE PROCESSOS ADIADOS OU CONSTANTES DEPAUTAS ANTERIORES.

1 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 11050163408CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 1ª VARA CÍVELEMGTE ZAHLE CONSTRUTORA LTDA.ADVOGADO ANDRE LUIZ DE BARROS ALVESEMGDO MARCO ANTONIO CARIASADVOGADO MOYSES COSTA DA ROCHARELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

2 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL12100088108CARIACICA - 1ª VARA CÍVELEMGTE BRADESCO SAUDE S/AADVOGADO BIANCA VALLORY LIMONGE RAMOSEMGDO ANTONIO VICENTE DA SILVAADVOGADO FLAVIA GRECCO MILANEZIADVOGADO LARISSA LOUREIRO MARQUESRELATOR: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

3 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO EMB NºECL14080140198P CÍVELCOLATINA - 3ª VARA CÍVEL EMGTE VIAÇAO JOANA D'ARC S/A

ADVOGADO SANDRO COGOEMGDO KASSIO VINICIO CASSAROADVOGADO WASHINGTON LUIZ MARINO TREVIZANIRELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

4 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO REM NºX-O15070003114CONCEIÇÃO DA BARRA - CARTÓRIO 2º OFÍCIOEMGTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO GUILHERME ROUSSEFF CANAANEMGDO G N B (MENOR IMPÚBERE)ADVOGADO MARCOS CESAR MARAES DA SILVAEMGDO GILDETE APARECIDA DA PAIXÃO DO NASCIMENTOADVOGADO MARCOS CESAR MARAES DA SILVARELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

5 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24030150122VITÓRIA - 6ª VARA CÍVELEMGTE TELEMAR NORTE LESTE S/AADVOGADO ANDRESKA DIAS BARRETO TEIXEIRAADVOGADO SERGIO PADILHA MACHADOEMGDO OZORIO CIPRIANOADVOGADO CAROLINE RAMOS ANTUNES BASTOSEMGDO TEREZINHA BINDACO CIPRIANOADVOGADO CAROLINE RAMOS ANTUNES BASTOSRELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

6 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24030219778VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELEMGTE NEY GERALDO MAGELA FERREIRA LOPESADVOGADO BRUNO REIS FINAMORE SIMONIADVOGADO EDUARDO METZKER FERNANDESADVOGADO ERIKA CAVERZAN FINAMORE SIMONIADVOGADO LUIZ FELIPE ZOUAIN FINAMORE SIMONIADVOGADO RODRIGO DA ROCHA SCARDUAADVOGADO THIAGO FONSECA VIEIRA DE REZENDEADVOGADO WELLINGTON MARIN SANTOSEMGTE YARA ALIMENTOS LTDA.ADVOGADO BRUNO REIS FINAMORE SIMONIADVOGADO EDUARDO METZKER FERNANDESADVOGADO ERIKA CAVERZAN FINAMORE SIMONIADVOGADO LUIZ FELIPE ZOUAIN FINAMORE SIMONIADVOGADO RODRIGO DA ROCHA SCARDUAADVOGADO THIAGO FONSECA VIEIRA DE REZENDEADVOGADO WELLINGTON MARIN SANTOSEMGTE JUSSARA FERREIRA LOPESADVOGADO BRUNO REIS FINAMORE SIMONIADVOGADO EDUARDO METZKER FERNANDESADVOGADO ERIKA CAVERZAN FINAMORE SIMONIADVOGADO LUIZ FELIPE ZOUAIN FINAMORE SIMONIADVOGADO RODRIGO DA ROCHA SCARDUAADVOGADO THIAGO FONSECA VIEIRA DE REZENDEADVOGADO WELLINGTON MARIN SANTOSEMGDO BANCO SANTANDER BRASIL S/AADVOGADO DANIELA DA LUZ DARCY DE OLIVEIRAADVOGADO GUSTAVO CANI GAMAADVOGADO HAMILTON LUCIO OLIVEIRA FILHOADVOGADO MARIANA GALVAO BARRETO LEONELADVOGADO ROVENA REZENDE SOARES DE AMORIMADVOGADO SAMIRA AMIGO NEMEADVOGADO STEFANIA MONTEBELLER PINHEIROADVOGADO TIAGO LANNA DOBALADVOGADO UDNO ZANDONADERELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

7 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO REM NºX-O24040061590VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO VICTOR AGUIAR DE CARVALHOEMGDO MARCIO FERNANDES DIAMANTINOADVOGADO RAFAEL CARAO LUCASRELATOR: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

8 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24050211408VITÓRIA - 3ª VARA CÍVELEMGTE ESPÓLIO DE WILLIAN JUNGER CASTROADVOGADO LEOMAR SOARES DA SILVA

61 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 68: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

EMGDO VANIA ROSA FASSARELLA RODRIGUESADVOGADO ROBSON COLLODETTE DOS SANTOSRELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

9 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REM EX-OFFICIO Nº 24050275668VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE PAULO CESAR FERREIRAADVOGADO EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO GABRIELA FARDIN PERIM BASTOSEMGDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO LUIS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRARELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

10 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REM EX-OFFICIO Nº24050275668VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO LUIS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRAEMGDO PAULO CESAR FERREIRAADVOGADO EVANDRO DE CASTRO BASTOSADVOGADO GABRIELA FARDIN PERIM BASTOSRELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

11 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 24060058187VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELEMGTE PETROLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRASADVOGADO ANTONIO CARLOS DE FREITASADVOGADO CARLOS CASTRO CABRAL DE MACEDOADVOGADO EDUARDO JORGE LEAL DE C E ALBUQUERQUEADVOGADO ESIO COSTA JUNIORADVOGADO GABRIELA MILBRATZ FIOROTADVOGADO GUILHERME RODRIGUES DIASADVOGADO HELIO SIQUEIRA JUNIORADVOGADO NELSON SA GOMES RAMALHOADVOGADO NILTON ANTONIO DE ALMEIDA MAIAADVOGADO RODOLFO PRANDI CAMPAGNAROEMGDO SILVIA FERRETIADVOGADO VLADIMIR CAPUA DALLAPICULARELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

12 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO REM NºX-O24080211170VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DOS SERVDO ES IPAJMADVOGADO AUDIONETE ALVES PINHEIRO DA ROCHAADVOGADO MICHELLE FREIRE CABRALADVOGADO RICARDO SANTOS JUNGEREMGDO ANA MARIA DE SOUZA GUETLERADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRAEMGDO ANGELA MARIA COUTINHO FERNANDESADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRAEMGDO GILSON FERREIRAADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRARELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

13 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO REM NºX-O24080222151VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DOESTADO IPAJMADVOGADO RODRIGO ANTONIO GIACOMELLIEMGDO EDNA FERNANDES LIRIOADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRAADVOGADO LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRAEMGDO MARIA DA CONCEIÇÃO RAMOSADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRAADVOGADO LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRAEMGDO NORMA ELOISA APOLINÁRIO FERREIRAADVOGADO DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRAADVOGADO LIDIANE ZUMACH LEMOS PEREIRARELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

14 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 24080334964VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE MARIA BERENICE PINHO DA SILVAADVOGADO BRUNO DE PINHO E SILVAADVOGADO FERNANDA BISSOLI PINHOEMGDO INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DOS SERVDO ES IPAJMADVOGADO RICARDO SANTOS JUNGER

RELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

15 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EMB DECLARAÇÃO Nº PC24080465529VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELEMGTE BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO S/A BANESTESADVOGADO LUCIANA BEATRIZ PASSAMANIEMGDO MOACYR ANTONIO PEREIRA DO NASCIMENTOADVOGADO MARCELO HOTT CHAVESRELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

16 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 24090190612VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELEMGTE CONSTRUTORA CICLO LTDA.ADVOGADO LEONARDO DE MEDEIROS GARCIAEMGDO WP COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA.ADVOGADO RUBENS CAMPANA TRISTAORELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

17 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AGV NºNST24100910504VITÓRIA - 11ª VARA CÍVELEMGTE ARCELORMITTAL BRASIL S/AADVOGADO IMERO DEVENSADVOGADO IMERO DEVENS JUNIORADVOGADO MARCELO PAGANI DEVENSEMGDO JOSE CARLOS BASTOS DOS SANTOSADVOGADO ROSEMERI FERREIRA SAMPAIORELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

18 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO EMB NºECL24100916782GV INSTRUMENTOVITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE MARCOS ALVARENGA MATOSADVOGADO ARI FONTES DE OLIVEIRAEMGDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO MAIRA CAMPANA SOUTO GAMARELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

19 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGV INSTRUMENTO Nº24100921394VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE JOSIELY KOFFLER BOONEADVOGADO LUIZ FELIPE LYRIO PERESEMGDO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO PAULO SERGIO AVALLONE MARSCHALLRELATOR: TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHO

20 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºESI24920035334VELVITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALEMGTE AUTO CENTER NACIONAL LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE COMERCIAL CHARBEL LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE FIO DE OURO AVIAMENTOS E MAQUINAS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE FIO DE OURO COMERCIO DE ARMARINHO LTDA-MEADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL AUTO PEÇAS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL INDUSTRIA E COMERCIO DE PRATELEIRASLTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL PROCESSAMENTO DE DADOS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE VITÓRIA COUROS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGDO MUNICÍPIO DE VITÓRIAADVOGADO EVANDRO DE CASTRO BASTOSRELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

62 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 69: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

21 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24950148197VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALEMGTE AUTO CENTER NACIONAL LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE COMERCIAL CHARBEL LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE FIO DE OURO AVIAMENTOS E MAQUINAS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE FIO DE OURO COMERCIO DE ARMARINHO LTDA-MEADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL AUTO PEÇAS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL INDUSTRIA E COMERCIO DE PRATELEIRASLTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE NACIONAL PROCESSAMENTO DE DADOS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGTE VITÓRIA COUROS LTDA.ADVOGADO MARIANA GUIMARAES FONSECAADVOGADO RODRIGO REIS MAZZEIEMGDO MUNICÍPIO DE VITÓRIAADVOGADO EVANDRO DE CASTRO BASTOSRELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

22 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24960123883VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELEMGTE EVANDRO COSTA PINTO LANDEIROADVOGADO MAURICIO LUIS PEREIRA PINTOEMGTE LUIZ PEREIRA PINTOADVOGADO MAURICIO LUIS PEREIRA PINTOEMGDO FEMCO - FUNDAÇÃO COSIPA DE SEGURIDADE SOCIALADVOGADO SERGIO LUIZ AKAOUI MARCONDESRELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

23 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24960123883VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELEMGTE FEMCO - FUNDAÇÃO COSIPA DE SEGURIDADE SOCIALADVOGADO SERGIO LUIZ AKAOUI MARCONDESEMGDO EVANDRO COSTA PINTO LANDEIROADVOGADO MAURICIO LUIS PEREIRA PINTOEMGDO LUIZ PEREIRA PINTOADVOGADO MAURICIO LUIS PEREIRA PINTORELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

24 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL24980099949VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELEMGTE FUNDACA0 COSIPA DE SEGURIDADE SOCIAL FEMCOADVOGADO SERGIO LUIZ AKAOUI MARCONDESEMGDO MARLUCE VIEIRAADVOGADO DANIELA RIBEIRO PIMENTAADVOGADO ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRESRELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

25 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 33040007982MONTANHA - CARTÓRIO 2º OFÍCIOEMGTE HERCULES FAVARATOADVOGADO LUCIANO KELLY DO NASCIMENTOEMGDO DEUSDETE CAMPOS BARROSADVOGADO ELIAS BARBOSA JULIORELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

26 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AP CÍVEL Nº 48050054930SERRA - 4ª VARA CÍVELEMGTE ALLAN DENYZ DA SILVA LIMAADVOGADO ANTONIO LUIZ HORTAEMGTE PAULO SAMPAIO LIMAADVOGADO ANTONIO LUIZ HORTAEMGDO LUIZ ANTONIO ALVESADVOGADO JOAO ANGELO BELISARIOADVOGADO WAGNER ANTONIO CAMPANA

RELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

27 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL48060200218SERRA - 5ª VARA CÍVELEMGTE SELMA MARIA VASCONCELOS DE SOUZAADVOGADO IMERO DEVENS JUNIORADVOGADO MARCELO PAGANI DEVENSEMGDO AGUA PEDRA AZUL S/AADVOGADO TAREK MOYSES MOUSSALLEMEMGDO ARCANGELO FALQUETOADVOGADO ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZAEMGDO JAIR FRANCISCO ZANOTELLIADVOGADO ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZARELATOR: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

28 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL48090118984SERRA - 1ª VARA CÍVELEMGTE BRADESCO SAUDE S/AADVOGADO BIANCA VALLORY LIMONGE RAMOSEMGDO MARIA EUFROSINA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOSADVOGADO FLAVIA GRECCO MILANEZIADVOGADO LARISSA LOUREIRO MARQUESRELATOR: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

29 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AG INTERNO AP NºVEL49080001966VENDA NOVA DO IMIGRANTE - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOEMGTE BANCO DO BRASIL S/A.ADVOGADO ADILSON GUIOTTO TORRESADVOGADO ADOLFO DE OLIVEIRA ROSAEMGDO BOLIVAR DOS REIS ALBUQUERQUE MORENOADVOGADO JOSE VICENTE GONCALVES FILHOEMGDO LEILANE RIBEIRO MORENOADVOGADO JOSE VICENTE GONCALVES FILHOEMGDO LEILANE RIBEIRO MORENO E CIA LTDA. MEADVOGADO JOSE VICENTE GONCALVES FILHORELATOR: CARLOS ROBERTO MIGNONE

VITÓRIA, 04/07/2011

BRUNA STEFENONI QUEIROZ BAYERL LIMA SECRETÁRIA DE CÂMARA

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇAQUARTA CÂMARA CÍVEL

CONCLUSÃO DE ACÓRDÃOS PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO

1- Agravo de Instrumento Nº 6101901525 ####ARACRUZ - FAZ. PÚBLICA EST., MUN., REG. PÚB. E MEIO AMBIENTEAGVTE VIVO S/A Advogado(a) FABIANO ROBALINHO CAVALCANTIAdvogado(a) RICARDO BERMUDES MEDINA GUIMARAESAGVDO MUNICIPIO DE ARACRUZ RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - LICENÇA AMBIENTAL -PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO - ART. 225, CAPUT, CF/88 - ANTENADE RADIAÇÃO TELEFÔNICA - RECURSO IMPROVIDO.1. Na área de direito ambiental muito se discute sobre os princípios da precauçãoe da prevenção, os quais buscam que sejam tomadas, pelo Estado e por toda asociedade, medidas ambientais que, em um primeiro momento, impeçam aocorrência de atividades potencialmente poluidoras ao meio ambiente, comotambém impõem a obrigatoriedade do licenciamento ambiental e do estudo deimpacto ambiental - sendo este um dos principais instrumentos de proteção aomeio ambiente - para as atividades cujos impactos ambientais já são conhecidos.2. A Constituição Federal, em seu art. 225, caput, assegurou a todos o direito a ummeio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e àcoletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futurasgerações.3. Sendo a antena de transmissão de radiação telefônica atividade potencialmenteprejudicial ao meio ambiente de acordo com estudos científicos, deve ficardistante de áreas residencial, hospitalar e escolar, tendo como plano de fundo osprincípios da precaução e da prevenção.

63 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 70: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

4. Recurso improvido. CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

3- Agravo de Instrumento Nº 14109001082 ####COLATINA - VARA FAZ PUBL ESTADUAL/REG PÚBLICO/MEIOAMBIENTEAGVTE WILSON MUNALDI Advogado(a) KARLA AGUIAR MUNALDIAGVDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) ALEMER JABOUR MOULINRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011

AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA DEIMÓVEL - BEM DE FAMÍLIA - NULIDADE DO ATO CONSTRITIVO -RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTOI - É clarividente que o imóvel em debate não se encontra inserido nas hipótesede mitigação da impenhorabilidade previsto no art. 3º, da Lei 8009/90, bem comoserve de residência única do agravante e de sua família, sendo o local de suamoradia. Nesta toada e diante dos fartos elementos dos autos, não resta dúvidaque o imóvel em questão é bem de família, devendo ser reconhecida a suaimpenhorabilidade.II - A decisão ora agravada que determinou a realização de hasta pública paraalienação do bem deve ser reformada, para reconhecer que o imóvel questionadoé bem de família, nos termos da Lei nº 8009/90, bem como a nulidade da penhorarealizada.III - Recurso a que se dá provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

5- Agravo de Instrumento Nº 24100918010 ###VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELAGVTE PASA - PLANO DE ASSISTENCIA A SAUDE DO APOSENTADODA CVRD Advogado(a) ADRIANO FRISSO RABELOAGVDO ARLINDO DE OLIVEIRA FREIRE Advogado(a) WELLINGTON MARIN SANTOSRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011AGRAVO DE INSTRUMENTO - CIRURGIA CARDÍACA -INEXISTÊNCIA DE CONVÊNIO ENTRE OS PROFISSIOINAISMÉDICOS E O PLANO DE SAÚDE - DENUNCIAÇÃO À LIDE -IMPOSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO - OBSTARLEVANTAMENTO DE NUMERÁRIO DEPOSITADO EM CONTAJUDICIAL - PERDA DO OBJETO. I - A cognição exercida no Agravo de Instrumento é meramente superficial,devendo assim o recorrente comprovar extreme de duvidas a presença do fumus boniiuris e do periculum in mora, para que assim, reuna o julgador condições suficientespara análise do direito pleiteado.II - In casu, restou assente a inexistência de vínculo entre os profissionais de saúdee o plano de saúde, assim, não se vislumbra, na presente demanda, a possibilidadede regresso do agravante em relação aos médicos que realizou a cirurgia, bemcomo em razão da Coopcardio - ES, desta forma, a teor do que dispõe o art. 70,III do CPC, não há que se falar em denunciação à lide.III - O pleito de obstar o levantamento dos valores depositados na conta judicialfora proposto quando já havia sido liberado o alvará, com o consequentelevantamento dos numerários, assim, tem-se pela perda do objeto neste ponto.IV - Recurso a que se nega provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

7- Agravo de Instrumento Nº 24119003234 ####VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELAGVTE BANCO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO S/A BANESTES Advogado(a) LUCIANA BEATRIZ PASSAMANIAGVDO MARIA REGINA PECANHA AGVDO EDSON PECANHA MATTOS AGVDO LUCIMAR DA PENHA ALMONFREY PECANHA RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - SENTENÇATRANSITADA EM JULGADO - LIMITE SUBJETIVO DA COISA

JULGADA - ART. 462 DO CPC - TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL -ERRO MATERIAL - INOCORRÊNCIA - RECURSO IMPROVIDO.1. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, sem beneficiar ouprejudicar terceiros. Inteligência do art. 462 do CPC.2. A sentença apenas produz efeitos em relação aos integrantes da relação jurídicaprocessual em análise, não sendo possível, via de regra, atingir terceiros.3. O título executivo judicial é o fundamento do processo executório,materializado pela sentença proferida no processo de conhecimento, deferindo apretensão de uma parte em detrimento da outra. Regra geral, a execução somentepoderá ser promovida em face do devedor explicitamente reconhecido no títuloexecutivo.4. O erro material, passível de ser corrigido de ofício e não sujeito à preclusão, "éo reconhecido primu ictu oculi, consistente em equívocos materiais sem conteúdodecisório propriamente dito, como a troca de uma legislação por outra, aconsideração de data inexistente no processo ou uma inexatidão numérica; e não,aquele que decorre de juízo de valor ou de aplicação de uma norma jurídica sobreo(s) fato(s) do processo" (REsp 102.1841/PR, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ªTurma, DJe de 04.11.2008).5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

8- Agravo de Instrumento Nº 24119003994 ####VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELAGVTE JORGE LUIZ SIMAO Advogado(a) FERNANDA BISSOLI PINHOAGVTE JOSE AUGUSTO SIMAO Advogado(a) FERNANDA BISSOLI PINHOAGVTE EDMILSON FIRME SIMAO JUNIOR Advogado(a) FERNANDA BISSOLI PINHOAGVDO GEOLINDO CAMPAGNARO Advogado(a) ROBERTO TENORIO KATTERRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE REJEITAA PEÇA DE ADITAMENTO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO -ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 294 DO CPC -RECONHECIDA - PERIGO DE DANO IRREVERSÍVEL - VIOLAÇÃOÀ GARANTIA DA AMPLA DEFESA - LIMITAÇÃO COGNITIVA DASTESES DEFENSIVAS - RECURSO PROVIDO.1. Os embargos à execução comportam o aditamento previsto no artigo 294 doCódigo de Processo Civil, vez que apresentam indiscutível natureza de ação deconhecimento autônoma. Precedentes do STJ.2. Uma vez verificada que a decisão que rejeita a peça de aditamento dosembargos é potencialmente apta a gerar dano irreparável aos executados, poisimplica em destacável limitação da amplitude cognitiva das matérias a seremdiscutidas nessa peça defensiva, impõe-se considerar necessária sua reforma.3. Recurso provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

9- Agravo de Instrumento Nº 24119004992 ####VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DOESTADO IPAJM Advogado(a) AIRTON SIBIEN RUBERTHAGVDO VANIRA LIRA DE ARAUJO Advogado(a) EDUARDO LEITE MUSSIELLORELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PREVIDENCIÁRIO -AÇÃO ORDINÁRIA PARA CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE -ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DEFERIDA PARA PAGAMENTO DOBENEFÍCIO EM FAVOR DE EX-CÔNJUGE SEPARADO DE FATONO MOMENTO DO FALECIMENTO - IRRESIGNAÇÃO DAAUTARQUIA ESTADUAL - ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO ÀS REGRASQUE ESTABELECEM A VEDAÇÃO DE MEDIDAS LIMINARES EMDESFAVOR DA FAZENDA PÚBLICA - REJEITADA - PRETENSÃOPREVIDENCIÁRIA - SÚMULA 729 DO STF - PRECEDENTES - TESEDE IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTEPARA CÔNJUGE SEPARADO DE FATO - REJEITADA -INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 336 DO STJ - REQUISITOS DAANTECIPAÇÃO DE TUTELA DEMONSTRADOS - RECURSODESPROVIDO.

64 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 71: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. As vedações de concessão de medida liminar em face de ente público devem serinterpretadas de modo restritivo. Assim, não havendo expresso impedimento legalpara obstar essa tutela acautelatória, há de considerá-la cabível.2. Nas lides envolvendo benefícios previdenciários, onde os juridicionados,invariavelmente, estão submetidos a causas de debilidade do estado de saúde ouem avançada idade, deve-se privilegiar o interesse do particular em prol dasgarantias processuais do Estado, sob pena de restar inócua toda a discussãojudicial em decorrência do tempo despendido para sobrevir pronunciamentojudicial definitivo.3. O reconhecimento da constitucionalidade da Lei n.º 9.494/97, extraído dojulgamento da ADC n.º 04, não se aplica às causas previdenciárias. Súmula 729 doSTF.4. Embora seja possível extrair das regras estaduais o entendimento de que évedada a concessão de pensão por morte ao ex-cônjuge, a jurisprudência temadmitido o deferimento desse benefício, visando privilegiar a regra contida noartigo 76, §2º da Lei 8.213/91. Inteligência da súmula 336 do STJ.5. Demostrada a aparente dependência econômica da mulher, representadaprincipalmente pela comprovação de que era beneficiária de prestação alimentíciapaga por seu marido, e evidenciado o perigo de dano irreparável ou de difícilreparação, decorrente da natureza alimentícia do benefício previdenciáriopretendido, impõe-se considerar presentes as condições exigidas pelo artigo 273do Código de Processo Civil para o deferimento do pedido de antecipação dosefeitos da tutela.6. Recurso conhecido e improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

11- Apelação Civel Nº 24010161974 ####VITÓRIA - 1ª VARA CÍVELAPTE EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇOES S/AEMBRATEL Advogado(a) SERGIO MURILO FRANCA DE SOUZA FILHOAPDO ASA ASSESSORIA CONSULTORIA E PLANEJAMENTO LTDA Advogado(a) JORGE FERNANDO PETRA DE MACEDORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DEDOCUMENTO - PRELIMINAR REJEITADA - CAPACIDADEPROCESSUAL - COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DOSDOCUMENTOS - ÔNUS DO AUTOR - ART. 357 CPC - REJEIÇÃO DAPRETENSÃO AUTORAL - RECURSO PROVIDO.I- A situação da pessoa jurídica estar desativada não lhe retira a personalidadejurídica, pois o fim desta ocorre com sua dissolução, não gerando qualquerirregularidade quanto à sua capacidade processual, nos termos do art. 7º do CPC.II- Em se tratando de pretensão relativa à exibição de documento, no caso dodemandado afirmar que não possui o documento, será oportunizado aorequerente que prove que a declaração não corresponde à verdade. Porconseguinte, não se desincumbindo o requerente desse ônus e não ocorrendoqualquer das hipóteses previstas no art. 358, deve-se julgar improcedente o pedidoinicial.III- Verifica-se que a apelada não demonstrou a existência dos documentos cujaexibição é pretendida, motivo pelo qual não há que se falar em condenação daapelante a exibi-los, impondo-se a reforma da sentença, a fim de que seja julgadaimprocedente a demanda.IV- Recurso provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA, E NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

12- Apelação Civel Nº 24040137291 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALAPTE MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) FREDERICO MARTINS DE FIGUEIREDO DE PAIVABRITTOAPDO VALDEMIR ALIPIO FERNANDES BORGES Advogado(a) VALDEMIR ALIPIO FERNANDES BORGESAPDO AMANCIO PEREIRA NETO Advogado(a) VALDEMIR ALIPIO FERNANDES BORGESAPDO SIGRID MARIA VERVOLET DO AMARAL Advogado(a) VALDEMIR ALIPIO FERNANDES BORGESAPDO OSVALDO WAIANDT Advogado(a) VALDEMIR ALIPIO FERNANDES BORGESRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU

JULGADO EM 27/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - RENOVAÇÃO DE LICENÇA DEVEÍCULO AUTOMOTOR CONDICIONADA AO PAGAMENTO DEMULTA - APLICAÇÃO DA SÚMULA 127 DO STJ DESDE QUE NÃOHAJA NOTIFICAÇÃO DO INFRATOR - CUSTAS REMANESCENTESRELATIVAS AOS ATOS JURISDICIONAIS DEVIDAS AO ESTADO -INSTITUTO DA CONFUSÃO - RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. Conforme o disposto na Súmula 127, do Colendo Superior Tribunal de Justiça,é ilegal o condicionamento da renovação do licenciamento do veículo automotorao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado. Assim, nos casosem que o infrator tenha sido regularmente notificado para proceder à quitação dasmultas ou exercer seu direito de defesa, torna-se lícito o condicionamento.2. Cumprida tal obrigação pela Administração, não há como exonerar o infratordo pagamento das multas para obter o licenciamento, tendo em vista que o §2º,do artigo 131, do CTB, condiciona a renovação da licença de veículo aopagamento de multas de trânsito a ele vinculadas.3. Não se condena o Município ao pagamento das custas remanescentes.Precedentes do Colendo STJ. Frisa-se que essa isenção não retira aresponsabilidade do ente estatal, como sucumbente na lide, de ressarcir o valordespendido pelos autores a título de custas prévias.4. Havendo sucumbência recíproca, os ônus sucumbenciais deverão sersuportados de forma pro-rata. 5. Recurco conhecido e parcialmente provido.CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO.

13- Apelação Civel Nº 24090162728 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALAPTE JUSSARA TANURE LOPES Advogado(a) JOSE CARLOS NASCIF AMMAdvogado(a) RODRIGO JOSE PINTO AMMAPDO MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) LUIZ OTAVIO RODRIGUES COELHORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - APELAÇÃO CÍVEL -PRELIMINAR DE DIALETICIDADE - REJEITADA - RETIRADA DETRAILLER QUE SE ENCONTRAVA EM ÁREA SUPOSTAMENTEIRREGULAR E POR AUSÊNCIA DE ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO EFUNCIONAMENTO - SITUAÇÃO QUE NÃO RESTOUDEVIDAMENTE COMPROVADA - INTERDIÇÃO E DEMOLIÇÃO -REGULAR PROCESSO ADMINISTRATIVO - NÃO OBSERVAÇÃO -SENTENÇA QUE APRESENTA VÍCIOS - CASSAÇÃO PARAREGULARIZAÇÃO - POSSIBILIDADE. I - Da análise da apelação e da réplica, observar-se-á que ambas apresentam-sediferentes em muito e, mais ainda, que a peça recursal combateu-se os termos dasentença, assim, apresenta-se dialético o presente recurso.II - O Município ao interditar e retirar o trailler do local onde se encontrava, sob aalegação de que o mesmo não possuía o Alvará de Localização e Funcionamentoe, ainda, alegando que o mesmo encontrava-se em logradouro público, há de sermelhor analisado, eis que tais questões não restaram devidamente comprovadasnos autos, assim, a sentença ao acolher a tese do ente municipal apresentou-seviciada, fazendo-se necessária sua cassação, a fim que os autos retorne à instânciaprimeva para que maiores esclarecimentos acerca dos pontos aduzidos, o que sedará com a produção de prova pericial, testemunhal e possivelmente documental.III - Tal medida afigura-se prudente, a fim de apurar a conduta do ente público,analisando se houve exacerbação no uso do poder de polícia, que ensejaria umapossível indenização pelos danos ou se a ação fora pautada em preceitos legais. IV - Recurso a que se dá provimento provimento, para cassar a sentençaguerreada, propiciando o retorno dos autos ao 1º grau de jurisdição, para o regulartrâmite, observando os termos indicados no voto do relatorCONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA, E NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

14- Apelação Civel Nº 24119002160 ####VITÓRIA - 4ª VARA CÍVELAPTE BANCO BRADESCO S/A Advogado(a) THAISE BARCELLOS SIQUEIRAAPDO ALOIR QUEIROZ DE ARAUJO SOBRINHO Advogado(a) ALAOR DE QUEIROZ ARAUJO NETORELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011

65 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 72: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DANO MORAL - CONTRATO DEFINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃOEXTRAJUDICIAL - PUBLICAÇÃO INDEVIDA E INVERÍDICA DEEDITAL DE NOTIFICAÇÃO EM NOME DO MUTUÁRIO EMJORNAL - PRESUNÇÃO DO DANO - REDUÇÃO DO QUANTUMINDENIZATÓRIO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. Inviável a notificação por meio de edital publicado em jornal de grandecirculação do Estado, sob o argumento de que o mutuário está em local ignorado,quando o mesmo foi notificado pessoalmente, resultando em evidenteconstrangimento.2. A indenização por dano moral, diante da indevida publicação, constitui por sisó o dever de indenizar, sendo desnecessária a comprovação dos prejuízossuportados, pois óbvia a exposição desnecessária da figura do mutuário perante asociedade.3. A fixação do quantum indenizatório deve se adequar às circunstâncias do casoconcreto, bem como observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade,considerando os critérios ressarcitório, punitivo, repressivo e preventivo, a fim deevitar enriquecimento ilícito do ofendido.4. Recurso parcialmente provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO.

15- Apelação Civel Nº 24950120691 ####VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) ALEMER JABOUR MOULINAPDO ANICETO RAIMUNDO DE PAULA APDO HERERFORD DIST DE CARNES DERIVADOS LTDA APDO MARCOS FERNANDO LAMEGO RELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - INTIMAÇÃO DA FAZENDAPÚBLICA - DESPACHO QUE DETERMINA O ARQUIVAMENTO -DESNECESSIDADE - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - OCORRÊNCIA- RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTOI - O repositório jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, em recentíssimasdecisões daquela Corte apaziguadora, é assente no sentido de ser prescindível aprévia intimação da Fazenda Pública para efeito de se determinar o arquivamentodo feito.II - Impõe-se reconhecer o decurso do quinquênio legal após a determinação doarquivamento dos autos, sendo, portanto, correta decisão que reconheceu aocorrência da prescrição intercorrente. III - Verificando o Juiz a possibilidade do processo estar acobertado pelo mantoprescricional e ouvido previamente o Exequente, pode ele, de ofício, extinguir ofeito, conforme entendimento remansoso do Superior Tribunal de Justiça, quedecorre do mencionado art. 40 da LEF.IV - Recurso a que se nega provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

16- Apelação Civel Nº 24960171833 ####VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) MARIA DA PENHA BORGESAPDO ABOGRIFO COMERCIAL E AGRICOLA LTDA APDO NELSON CHAVES APDO JOSE PAIVA DUARTE NETO RELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTAAPELAÇÃO CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO. DESNECESSIDADE DEINTIMAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA. INÍCIO DA CONTAGEM DOPRAZO PRESCRICIONAL. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DAPRESCRIÇÃO. APELO CONHECIDO MAS NÃO PROVIDO.I - O Superior Tribunal de Justiça em recentes decisões de ambas as suas Turmasde Direito Público, entendeu ser prescindível a prévia intimação da FazendaPública para efeito de se determinar o arquivamento do feito, decorrente dopedido de suspensão do processo feito pelo próprio ente público. Precedentestambém deste Tribunal.II - Sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública da decisão que determinao arquivamento dos autos, começa a correr daí o prazo prescricional, nos termosdo §4º, do art. 40, da Lei de Execução Fiscal

III - Evidenciada a possibilidade do processo estar acobertado pelo mantoprescricional, ouvido previamente o Exequente, pode o juiz, de ofício, extinguir ofeito, conforme entendimento remansoso do Superior Tribunal de Justiça.IV - Recurso conhecido mas não provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

17- Apelação Civel Nº 24960173292 ####VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAPDO DISTRIBUIDORA KAMIKASE LTDA APDO RENATO DE PAULA ALVIM APDO DORANDY XAVIER DA SILVA RELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO. DESNECESSIDADE DEINTIMAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA. INÍCIO DA CONTAGEM DOPRAZO PRESCRICIONAL. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DAPRESCRIÇÃO. APELO CONHECIDO MAS NÃO PROVIDO.I - O Superior Tribunal de Justiça em recentes decisões de ambas as suas Turmasde Direito Público, entendeu ser prescindível a prévia intimação da FazendaPública para efeito de se determinar o arquivamento do feito, decorrente dopedido de suspensão do processo feito pelo próprio ente público. Precedentestambém deste Tribunal.II - Sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública da decisão que determinao arquivamento dos autos, começa a correr daí o prazo prescricional, nos termosdo §4º, do art. 40, da Lei de Execução FiscalIII - Evidenciada a possibilidade do processo estar acobertado pelo mantoprescricional, ouvido previamente o Exequente, pode o juiz, de ofício, extinguir ofeito, conforme entendimento remansoso do Superior Tribunal de Justiça.IV - Recurso conhecido mas não provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

18- Apelação Civel Nº 24990126294 ####VITÓRIA - 1ª VARA CÍVELAPTE HAYDSON COOPE DANTAS Advogado(a) ALEXANDRE MELO BRASILAPDO PORTUS INSTITUTO PORTOBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL Advogado(a) FABIO ALEXANDRE FARIA CERUTIRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PREVIDÊNCIA PRIVADA -SUPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - CARÁTERSUPLEMENTAR - REDUÇÃO DO VALOR - MAJORAÇÃO DOBENEFÍCIO PAGO PELO INSS - POSSIBILIDADE DE MUDANÇADO VALOR SUPLEMENTAR DA INSTITUIÇÃO PRIVADA -RECURSO IMPROVIDO.1. Com a vigência da nova Carta Constitucional de 1988, o padrão do cálculo darenda mensal inicial foi alterado, na forma do art. 202, havendo incidência dacorreção monetária sobre todos os 36 (trinta e seis) últimos salários decontribuição, ao contrário do que ocorria na vigência da Carta de 1967.2. O art. 202 da CF/88 não possuía auto-aplicabilidade, sendo necessário aelaboração da Lei nº 8.213/91 para dispor sobre os planos e benefícios daPrevidência Social e outras providências.3. Diante do espaço normativo compreendido entre a promulgação daConstituição Federal no ano de 1988 e a entrada em vigor da Lei nº 8.213 de 1991,período conhecido como “Buraco Negro”, os benefícios previdenciários foramcalculados com base na legislação pretérita. 4. Como as entidades privadas de previdência complementar tinham comoobjetivo suplementar a aposentadoria dos empregados, de modo a manter amesma renda ou remuneração que percebiam quando em atividade, sendoconstatado que o INSS majorou os benefícios de seus segurados, legítimo é orecalculo realizado pelas primeiras.começaram recalcular, também, os valores pagos.5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

66 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 73: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

19- Apelação Civel Nº 30070077513 ###LINHARES - 2ª VARA CÍVEL E COMERCIALAPTE SEBASTIAO BETTIM PRIMO Advogado(a) CARLOS AUGUSTO DA MOTTA LEALAPTE ANTONIO BETTIM Advogado(a) CARLOS AUGUSTO DA MOTTA LEALAPTE ANTONIO ANGELO GUZZO Advogado(a) CARLOS AUGUSTO DA MOTTA LEALAPDO JOSEMAR MORO Advogado(a) JAYME HENRIQUE RODRIGUES DOS SANTOSRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - NOTA PROMISSÓRIA- AGRAVO RETIDO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA- ROL DE TESTEMUNHAS - EXTEMPORÂNEO - PRECLUSÃO -AUSENCIA DE PROVA - RECURSO DESPROVIDO.

I - Não há de se falar em cerceamento de defesa, quanto a produção de provaoral, quando a parte deixou de apresentar o rol de testemunhas no prazoestabelecido pelo magistrado singular.II - In casu, a publicação do despacho que deferiu o pleito autoral, quanto aprodução das provas, se consumou em 13 (treze) de novembro de 2009 (fls. 118),e até os 26 (vinte e seis) dias de fevereiro do ano de 2010, não houve qualquermanifestação da parte nos presentes autos (fls. 119). Insta consignar ainda, queapenas em 08 (oito) de junho de 2010, que o patrono dosApelantes/Embargantes, apresentou o rol de testemunhas pretendidos paraprodução de provas. É evidente que o lapso transcorrido, de aproximadamente 7(sete) meses, causa exacerbado prejuízo ao devido tramitar processual, o quecontraria um dos principais escopos da Carta Magna, qual seja, a razoável duraçãodo processo. III - Configuração do venire contra factum proprium, onde, em momento inicial, oapelante tinha por escopo a produção de prova oral e o arrolamento de suastestemunhas - fato este, que ensejou a anulação da sentença por parte do C.STJ - econtudo, seu comportamento posterior foi incondizente com o primeiro,afastando dessa maneira a tese suscitada quando da violação do princípio docontraditório e ampla defesa, amparados pelo ordenamento jurídico pátrio.IV - Em momento algum fora comprovada pela parte autora suas alegações, etampouco que o depoimento prestado pelo apelado é contraditório, restando,desta maneira, afastada a tese de simulação do negócio jurídico, uma vez que, aNota Promissória, ensejadora da execução em comento, não mantém qualquerrelação intrínseca com o suposto contrato firmado entre as partes. Não há nosreferidos autos, qualquer comprovação que dê alicerce à tese aventada.V - Recurso conhecido e desprovido

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO, E NO MÉRITO, PORIGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

20- Apelação Civel Nº 35020144164 ####VILA VELHA - 5ª VARA CÍVELAPTE VLADIMIR QUEIROZ SANT ANNA Advogado(a) JOSE CARLOS HOMEMAPTE MONICA BARCELLOS ROCHA SANT ANNA Advogado(a) JOSE CARLOS HOMEMAPDO BANCO ITAU S/A Advogado(a) LETICIA MELLO DA ROCHAAdvogado(a) PEDRO AURELIO DE MATTOS GONCALVESAPDO CITTA ENGENHARIA LTDA Advogado(a) ALEXANDRE PUPPIMRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA REQUISITOFORMAL. DIALETICIDADE. MENÇÃO AOS TERMOS DA EXORDIAL.AUSÊNCIA DE CONFRONTO COM A DECISÃO RECORRIDA.INADMISSIBILIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO.I - Valendo-se o recorrente, em suas razões recursais, de mera referência aosargumentos lançados na peça exordial quando da interposição da apelação cível,afirmando que o que lá fora aduzido seriam as razões de sua irresignação, nãoexternando, ainda que genericamente, o porquê de seu inconformismo e as razõesespecíficas que levariam à reformar a decisão recorrida, exsurge violação aoprincípio da dialeticidade, ante a ausência da causa de pedir recursal, ou seja,ausência de impugnação específica da decisão agravada. II - O mandamento legal pátrio dispõe que o recurso para ser conhecido devepreencher determinados requisitos formais, bem como que seja observado aforma segundo a qual o recurso deve revertir-se. Vale dizer, determina que airresignação recursal deve preencher os fundamentos de fato e de direito em que

se embasa, as razões do recorrente, apontando os equívocos existentes na decisãovergastada, bem como, os pontos que se pretende reformá-la.III - A ausência desse elemento configura a inexistência de um requisitoextrínseco de admissibilidade do recurso, qual seja, a regularidade formal,impondo a inadmissão do recurso.IV - Recurso não conhecido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NÃO CONHECER O RECURSO.

21- Apelação Civel Nº 35040048650 ####VILA VELHA - 4ª VARA CÍVELAPTE LATTORRE CONSTRUCAO E INCORPORACAO LTDA Advogado(a) ENRICO SANTOS CORREAAdvogado(a) FRANCISCO CARLOS DE MORAIS SILVAAPDO CONDOMINIO DO EDIFICIO GREEN TOWER Advogado(a) ALVINO PADUA MERIZIOAPDO CLODOVEU ALMEIDA MARIANO Advogado(a) NAYARA GRACELLIAdvogado(a) SAVIO GRACELLIAPDO JACILENE CANAL MARIANO Advogado(a) NAYARA GRACELLIAdvogado(a) SAVIO GRACELLI* Apelação Adesiva Nº 35040048650APTE CLODOVEU ALMEIDA MARIANOAPTE JACILENE CANAL MARIANOAPDO CONDOMINIO DO EDIFICIO GREEN TOWERAPDO LATTORRE CONSTRUCAO E INCORPORACAO LTDARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - RECURSO ADESIVO - PROCESSUALCIVIL - DENUNCIAÇÃO A LIDE - LEGITIMIDADE -DENUNCIANTE - CONDENAÇÃO - DENUNCIADO - RECURSOPRINCIPAL IMPROVIDO E APELO ADESIVO PROVIDOS.

1) Não pode o condomínio alegar a irregularidade em sua constituição paraeximir-se dos atos praticados por seus representantes à época dos fatos (ex vi §2º,art. 12, do Código de Processo Civil).

2) Na realização de empreendimento onde a entidade condominial, por váriasvezes, confunde-se com a figura do construtor, não se pode aceitar que venham acausar prejuízos a terceiros de boa-fé, em função de ingerência imputadaexclusivamente aos administradores.

3) O C. Superior Tribunal de Justiça, entende que, uma vez aceita a denunciação eapresentada a contestação ao pedido inicial da demanda principal, o denunciadointegra o polo passivo como litisconsorte do réu, podendo, até mesmo, sercondenado direta e solidariamente.

4) Recurso principal improvido e apelo adesivo providos.CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO A APELAÇÃO CÍVEL INTERPOSTA PORLATTORRE CONSTRUÇÃO E INCORPORAÇÃO LTDA E DARPROVIMENTO A APELAÇÃO ADESIVA INTERPOSTA PORCLODOVEU ALMEIDA MARIANO.

22- Apelação Civel Nº 35090039880 ####VILA VELHA - 3ª VARA CÍVELAPTE MARCUS AURELIUS LINS BORGES Advogado(a) MARCELO MAZARIM FERNANDESAPDO HIPERPORTO TRANSPORTES LTDA - ME Advogado(a) MARY'SILVIA DE ALMEIDA MARTINS RIBEIROAPDO MAURICIO GRAMACHO CUNHA Advogado(a) MARY'SILVIA DE ALMEIDA MARTINS RIBEIRORELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - CONTRATO DE COMPRA E VENDAPARTICULAR - VEÍCULO AUTOMOTOR - INADIMPLEMENTOCONTRATUAL - DANOS MORAIS E LUCROS CESSANTESINEXISTENTES - IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DOSVALORES PAGOS - AUSÊNCIA DE PROVA CABAL DAS ALEGAÇÕES- INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 333, INCISO I, DO CPC - RECURSOIMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.

67 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 74: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. O ordenamento positivo, como regra geral, impõe ao autor o encargo dedemonstrar o fato constitutivo de seu direito, nos termos do artigo 333, inciso I,do Código de Processo Civil. 2. Ausência de comprovação do ato ilícito, o nexo causal e o abalo de ordemmoral sofrido para obtenção de indenização extrapatrimonial na hipótese vertente.3. Ausência de elementos comprobatórios que atestem as condições atuais doveículo, impossibilitando a restituição dos valores pagos na quantia pretendida,sob pena de enriquecimento ilícito, vez que notória a desvalorização diária desteobjeto.4. Constatado o inadimplemento contratual e reconhecida a rescisão contratualpor ambas as partes, não há que se falar em lucros cessantes.5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

23- Apelação Civel Nº 47100010769 ####SÃO MATEUS - 4ª VARA CÍVELAPTE MUNICIPIO DE SAO MATEUS Advogado(a) GILDO SANTANA LIMAAPDO ELIDA SANDRA GOMES CONTARATO Advogado(a) ANTONIO PEREIRA JUNIORRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO MUNICIPAL. ADICIONAL DEDIFÍCIL ACESSO. ESCOLA LOCALIZADA EM ZONA DE DIFÍCILACESSO. SERVIDOR EFETIVO. AUSÊNCIA DE TRANSPORTEREGULAR PARA O LOCAL. REQUISITO LEGAIS OBJETIVOS.SERVIDOR RESIDENTE FORA DO MUNICÍPIO. REQUISITO NÃOPREVISTO EM LEI. OFENSA À LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL.INOCORRÊNCIA. OFENSA À ISONOMIA. INEXISTÊNCIA. RECURSOIMPROVIDO. I - Prescreve o art. 70, inc. I, da Lei Complementar Municipal nº 014/2005 que osprofessores da rede municipal, no período em que se encontrarem na situaçãoespecífica, fazem jus à percepção de “adicional de difícil acesso”, consiste em 10%(dez por cento) do vencimento inicial da carreira do magistério.II - Da Lei local é possível se extrair que três são os requisitos básicos impostos,ser servidor efetivo, que a escola se encontre em local de difícil acesso e que nãohaja transporte regular oferecido pela Prefeitura ou pelas empresas de transportecoletivo para aquela localidade.III - O conjunto probatório dos autos revela que (i) a autora é professora da redepública municipal de São Mateus; (ii) leciona em escola localizada situada emrodovia entre os Municípios de São Mateus e Nova Venécia, de difícil acesso; (iii)apenas a Viação Águia Branca atende à referida rodovia, mas não há ônibuscompatível com o horário regular das aulas; (iv) o Município de São Mateus nãodisponibiliza meio de transporte aos professores que fazem o trajeto entre asmunicipalidades e a escola onde leciona a Apelada. IV - A interpretação fornecida pelo Municipalidade, no sentido de queAutora-Recorrida não faria jus ao benefício por não residir no Município de SãoMateus, não encontra amparo no texto legal, não servindo de base à supressão dobenefício, eis que o requisito legal em nada encontra-se atrelado ao local deresidência do servidor.V - “A Lei de Responsabilidade Fiscal, que regulamentou o art. 169 da Constituição Federalde 1988, ao fixar os limites de despesas com pessoal dos entes públicos, não pode servir defundamento para elidir o direito dos servidores públicos de perceber vantagem já assegurada porlei. Precedentes.” (STJ, REsp 726.772/PB, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTATURMA, julgado em 26/05/2009, DJe 15/06/2009).VI - Não há que se falar em ofensa ao princípio da isonomia, se a própriaMunicipalidade edital lei concedendo benefício a servidores em situaçõesespecíficas.VII - Recurso conhecido, mas não provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

24- Apelação Civel Nº 48070136493 ####SERRA - 2ª VARA CÍVELAPTE CARAPINA DERIVADOS DE PETROLEO LTDA Advogado(a) CARLOS ALBERTO MATHIELO ALVESAdvogado(a) PAULO PECANHAAPDO FRANNEL DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA Advogado(a) ADRIANA VILLA FORTE DE OLIVEIRA BARBOSARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO DETÍTULO EXTRAJUDICIAL - ILEGIMITIDADE E FALTA DEINTERESSA DA SOCIEDADE COMERCIAL PARA PLEITEAR ANULIDADE DA PENHORA REALIZADA NO PATRIMÔNIO DOSSÓCIOS - RECONHECIMENTO - ALEGAÇÃO DE NULIDADE DAPENHORA POR FALTA DE INTIMAÇÃO DO CÔNJUGE -AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO - REJEITADA - EXCESSO DEEXECUÇÃO POR COBRANÇA DE JUROS EXTORSIVOS - FALTA DEINDICAÇÃO DO VALOR ADEQUADO ACOMPANHADO DAMEMÓRIA DE CÁLCULO - EXIGÊNCIA INDISPENSÁVEL PARAANÁLISE DA PRETENSÃO - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 739-A, §5º,DO CPC - REJEIÇÃO LIMINAR DO PEDIDO - LITIGÂNCIA DEMÁ-FÉ DA EXEQUENTE - NÃO CONFIGURADA - MULTA DOARTIGO 740, PARÁGRAFO ÚNICO - POSSIBILIDADE - CARÁTERPROTELATÓRIO EVIDENCIADO - RECURSO DESPROVIDO.1. A sociedade empresarial carece de interesse e legitimidade para pleitear anulidade de penhora que recai exclusivamente sob o patrimônio de seus sócios. 2. O exame da suposta nulidade da penhora imposta sob imóvel pertencente aocasal por ausência de intimação do cônjuge exige apreciação das provas que,necessariamente, devem ser produzidas pelo devedor prejudicado. Nessa linha,uma vez constatada a falta de prova para respaldar essa alegação, assim como aprovável existência de que a constrição judicial foi lançada sobre imóvel queintegra o patrimônio de empresa, que não se confunde com os bens integrantes dasociedade conjugal, impossível se mostra o acolhimento desse pleito defensivo.3. A tese de excesso de execução alegada no bojo de embargos do devedor devevir acompanhada da indicação do valor reputado correto juntamente commemória de cálculo, sob pena de rejeição sumária dessa pretensão defensiva,conforme previsto no artigo 739-A, §5º, do Código de Processo Civil.4. Não se constatando qualquer das condutas previstas no artigo 17 do Código deProcesso Civil, impossível a condenação por litigância de má-fé.5. A fragilidade dos argumentos apresentados nos embargos, demonstrada atravésdo emprego da via processual inadequada e em inobservância às formalidadesexigidas por lei, revela a intenção do devedor de atrasar o desfecho do processoexecutivo, atraindo, assim, a incidência da multa prevista no artigo 740, parágrafoúnico, do Código de Processo Civil.6. Recurso conhecido e improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

25- Remessa Ex-officio Nº 24060310364 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZ PUB MUN DE VITORIAPARTE MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) MARCIA ALESSANDRA CORREAPARTE JOSE SALES MARTINS Advogado(a) RODOLPHO RANDOW DE FREITAS* Apelação Voluntária Nº 24060310364APTE MUNICIPIO DE VITORIAAPDO JOSE SALES MARTINSRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUREVISOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011REMESSA EX-OFFICIO. APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO.SERVIDOR PÚBLICO. DESVIO DE FUNÇÃO. VENCIMENTOS.DIFERENÇAS. I - “Reiterada jurisprudência desta Corte no sentido de que o servidor que desempenha funçãodiversa daquela inerente ao cargo para o qual foi investido, embora não faça jus areenquadramento, tem direito a perceber as diferenças remuneratórias relativas ao período, sobpena de se gerar locupletamento indevido pela Administração. Recurso a que se nega provimento." (RESP 202922/CE, Relator Min. FELIX FISCHER, DJ de 22.11.1999).II - Na hipótese vertente, não existe diferença de vencimento entre os cargos,estando ambos no mesmo nível de remuneração, bem como inexiste a diferençada gratificação, pois o autor já recebia tal verba, como se vê nos demonstrativosde pagamento anexados à inicial.III - Não se trata de diferença salarial com base no nível salarial. Mas sim, umcritério de classificação salarial para o cargo, tanto pedreiro como para agente desegurança, devendo o pedido inicial ser julgado improcedente.IV - Remessa Ex-offício e apelação a que se dá provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,DAR PROVIMENTO A APELAÇÃO VOLUNTÁRIA E A REMESSANECESSÁRIA.

26- Remessa Ex-officio Nº 24080050370 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL

68 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 75: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

REMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PUBLICAMUNICIPAL DE VITOPARTE MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) EVANDRO DE CASTRO BASTOSPARTE BRITANIA ELETRODOMESTICOS LTDA Advogado(a) JEFERSON LINS VASCONCELOS DE ALMEIDAAdvogado(a) RICARDO FERREIRA PINTO HOLZMEISTER* Apelação Voluntária Nº 24080050370APTE MUNICIPIO DE VITORIAAPDO BRITANIA ELETRODOMESTICOS LTDARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOREVISOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - REMESSA NECESSÁRIA -MANDADO DE SEGURANÇA - PROCON MUNICIPAL - APLICAÇÃODE MULTA - EMPRESA REVEL QUE CELEBROU ACORDO FORADO TRÂMITE PROCESSUAL ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIO DACAUSALIDADE - INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS -RECURSO IMPROVIDO.1. Ilegal a aplicação de multa administrativa à empresa revel em audiência deconciliação ajustada pelo PROCON, sob o argumento de que a mesma não zeloupelos atos processuais, quando na verdade, em atenção ao Código de Defesa doConsumidor, restituiu os eventuais prejuízos causados ao reclamante, porém, forado âmbito administrativo.2. Ao deixar de informar ao PROCON acerca do acordo realizado fora da esferaadministrativa, a empresa reclamada permitiu a sequência dos atos processuaisresultantes da penalidade pecuniária, sendo admissível, nesta hipótese, a incidênciado princípio da causalidade para inversão dos ônus sucumbenciais, que deverãoser suportados pela parte que deu origem a relação processual.3. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO A APELAÇÃO INTERPOSTA PELOMUNICÍPIO DE VITÓRIA, E QUANTO À REMESSA NECESSÁRIAREFORMAR PARCIALMENTE.

27- Embargos de Declaração Emb Declaração Ag Interno EmbDeclaração Ap Civel Nº 11050025581 ####CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 1ª VARA CÍVELEMGTE MOZART RODRIGUES PEDROTI Advogado(a) GABRIEL ROCHA SOARESAdvogado(a) WALMIR ANTONIO BARROSOEMGDO COOPERATIVA DE CREDITO SUL DO ESPIRITO SANTO -SICOOB SUL Advogado(a) CRISTIANO TESSINARI MODESTORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ALEGAÇÃO DE OMISSÃO -INOCORRÊNCIA - REDISCUSSÃO DE MATÉRIA DECIDIDA -IMPOSSIBILIDADE PELA VIA ELEITA - APLICAÇÃO DE MULTA -RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTOI - A parte recorrente pretende com o presente recurso uma solução a uma sériede questões arguidas, sem demonstrar a presença de qualquer vício, visandosimplesmente, à rediscussão do juízo do provimento jurisdicional.II - Aplica-se a multa prevista no artigo 538, parágrafo único, da Lei AdjetivaCivil, no montante de 1% (um por cento), haja vista, que os aclaratórios sãomanifestamente protelatórios.III - Recurso a que se nega provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

28- Embargos de Declaração Ap Civel Nº 11060114763 ####CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - VARA FAZENDA MUN REG PUBEMGTE ASCI - ASSOC. DOS SERVID.DA CAM. MUNIC.DE CACH.DEITAPEMIRIM Advogado(a) LOURENCO STANZANIEMGDO MUNICIPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Advogado(a) ADEMIR DO LIVRAMENTO THOMAZAdvogado(a) CLEMILDO CORREAAdvogado(a) CRISTINA DE OLIVEIRAAdvogado(a) EDSON DA SILVA JANOARIOAdvogado(a) GILCEIA MARTINS MARCELINO LACERDAAdvogado(a) JACY FERNANDESAdvogado(a) JEFFERSON BARBOSA PEREIRAAdvogado(a) LUIZ CARLOS DA SILVA JUNIORAdvogado(a) MARCO AURELIO COELHO

Advogado(a) MARTA SAVIATTOAdvogado(a) RENATO TOGNERE FERRONAdvogado(a) ROBERTA LESSA ROSSI FRIÇORELATOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL N°11060114763EMBARGANTE: ASCIEMBARGADO: MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIMRELATOR: DES. CARLOS ROBERTO MIGNONE

A C Ó R D Ã O

EMENTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL -PRETENSÃO DE MERA REDISCUSSÃO DO JULGADO - RECURSODESPROVIDO.1. A matéria ventilada nos autos foi devidamente apreciada, com fundamentosclaros e nítidos, enfrentando as questões suscitadas ao longo da instrução, tudoem perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não havendo qualquer irregularidade no julgado.2. Trata-se de mera pretensão de rediscutir os termos do julgado. Caso a parte nãoesteja satisfeita com a solução dada e considere haver error in judicando, deveinterpor o recurso adequado, e não manejar embargos de declaração, instrumentoque não se presta ao rejulgamento.3. Recurso desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos em epígrafe, em que figuram as partesacima descritas,

ACORDA, esta c. Quarta Câmara Cível, na conformidade da ata de julgamento enotas taquigráficas que integram o julgado, À UNANIMIDADE, NEGARPROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS, nostermos do voto proferido pelo eminente Relator.

Vitória (ES), 13/06/2011.

DESEMBARGADOR PRESIDENTEDESEMBARGADOR RELATOR

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

29- Embargos de Declaração Ag Interno Ap Civel Nº 11080060996 ####CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 3ª VARA CÍVELEMGTE MARCIA BELIZARIO ALVES LACERDA ME MEE Advogado(a) MARY'SILVIA DE ALMEIDA MARTINS RIBEIROEMGDO PROVALE INDUSTRIA E COMERCIO S/A Advogado(a) EDUARDO TADEU HENRIQUES MENEZESRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNONA APELAÇÃO CÍVEL - PREQUESTIONAMENTO - OMISSÃO -ARGUMENTOS DIRECIONADOS À APLICAÇÃO DOENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOMINANTE - FUNÇÃOPROCESSUAL DESTINADA AO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃOJURISPRUDENCIAL - IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA VIARESTRITA DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS - PRECEDENTESDO STJ - RECURSO DESPROVIDO.1. Sendo possível extrair-se da fundamentação adotada no acórdão guerreado oentendimento do colegiado sobre as teses suscitadas no recurso anteriormenteinterposto, não há que se questionar a respeito de qualquer omissão.2. O órgão julgador não está obrigado a apreciar todas as teses apresentadas pelaspartes, podendo, desde que de forma fundamentada, expor suas razões de decidirque, não necessariamente, devem coincidir com toda argumentação jurídicaguindada nos autos.3. Por visarem apenas a integração do julgado e exigirem a exposição defundamentação vinculada aos requisitos do artigo 535 do Código de ProcessoCivil, os embargos de declaração não podem ser empregados como sucedâneo doincidente de uniformização jurisprudencial. Precedentes do STJ.4. Uma vez constatada que a intenção prequestionadora contida nos aclaratórioscuida, na verdade, de pretensão modificadora do entendimento adotado nojulgado mediante a inovação de posicionamento jurisprudencial diverso do quefora empregado, necessário se faz a rejeição dos embargos de declaração.5. Recurso conhecido e desprovido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS

69 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 76: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

30- Embargos de Declaração Ap Civel Nº 24010161982 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALEMGTE CAIXA SEGURADORA S/A Advogado(a) ALBERTO EUSTAQUIO PINTO SOARESAdvogado(a) ANDRE SILVA ARAUJOAdvogado(a) BRUNO AMARANTE SILVA COUTOAdvogado(a) RITA ALCYONE SOARES NAVARROEMGDO MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) SANDRO VIEIRA DE MORAESRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL -PREQUESTIONAMENTO - OMISSÃO - INOCORRÊNCIA -MATÉRIAS EXAMINADAS NO ACÓRDÃO EMBARGADO -IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA VIA RESTRITA DOSEMBARGOS DECLARATÓRIOS - PRECEDENTES DO STJ -RECURSO DESPROVIDO.1. Sendo possível extrair-se da fundamentação adotada no acórdão guerreado oentendimento do colegiado sobre as teses suscitadas no recurso anteriormenteinterposto, não há que se questionar a respeito de qualquer omissão.2. O órgão julgador não está obrigado a apreciar todas as teses apresentadas pelaspartes, podendo, desde que de forma fundamentada, expor suas razões de decidirque, não necessariamente, devem coincidir com toda argumentação jurídicaguindada nos autos.3. A jurisprudência é pacífica no sentido da inviabilidade de rediscussão do méritoda decisão na via estrita dos embargos declaratórios, cuja fundamentação évinculada e restrita à integração do julgado. Precedentes do STJ.4. Recurso conhecido e improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

31- Embargos de Declaração Emb Declaração Ap Civel Nº 24080254907 ####VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELEMGTE ISABELA OLIVEIRA WANDERLEY Advogado(a) GUSTAVO BRAGATTO DAL PIAZEMGDO VERA LUCIA MENEGUELLI CAMPOS Advogado(a) SEGUNDO LUIS MENEGUELLIRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVOS INTERNOS NA APELAÇÃO CÍVEL -INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA COM EMBARGOS DEDECLARAÇÃO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DAUNIRRECORRIBILIDADE - NÃO CONHECIMENTO DO SEGUNDORECURSO - INADMISSÃO DO AGRAVO INTERNO - AUSÊNCIA DEPREPARO - HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA SUPERVENIENTENÃO COMPROVADA - AÇÃO DE COBRANÇA DE ALUGUÉISLOCATÍCIOS - RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE DOFIADOR PELO DÉBITO DO LOCATÁRIO - ALEGAÇÃO DEPRONUNCIAMENTO JUDICIAL EXTRA PETITA - AFASTADA -APLICAÇÃO DO ARTIGO 515, §1º, DO CPC - EFEITO TRANSLATIVODA APELAÇÃO - TESE DE FALTA DE INTERESSE RECURSAL -REJEITADA - COMPROVAÇÃO DO BINÔMIOUTILIDADE/NECESSIDADE - RECURSOS AJUIZADOS PORISABELA OLIVEIRA WANDERLEY NÃO CONHECIDOS - AGRAVOINTERNO INTERPOSTO POR VERA LÚCIA MENEGUELLICAMPOS DESPROVIDO.1. A interposição de dois recursos pela mesma parte em face de uma únicadecisão, resta impedido, por força dos princípios da unirrecorribilidade e dapreclusão consumativa, o conhecimento daquele interposto em segundo lugar. 2. É firme o entendimento jurisprudencial de que o deferimento do pedido deAssistência Judiciária Gratuita em sede de recursos está condicionado àcomprovação da impossibilidade da parte de arcar com as custas do processo.Sem essa comprovação, apesar de facultado oportunidade processual para tanto,enseja a aplicação da pena de deserção, impedindo o conhecimento do recurso.4. A parte sucumbente na sentença tem a interposição do recurso de apelaçãocomo meio útil e necessário para evitar o prejuízo decorrente daquelepronunciamento judicial. 5. Recursos ajuizados por Isabela Oliveira Wanderley não conhecidos. Agravointerno interposto por Vera Lúcia Meneguelli Campos desprovido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NÃO CONHECER O RECURSO.

32- Embargos de Declaração Ag Interno Emb Declaração Ap CivelNº 24100915602 ####VITÓRIA - 4ª VARA CÍVELEMGTE CENTRO HOSPITALAR GRAN MATER LTDA Advogado(a) GABRIELA LIMA DE VARGASAdvogado(a) VALDER COLARES VIEIRAEMGDO POLITINTAS LTDA Advogado(a) GUILHERME GUERRA REISRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 27/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNONA APELAÇÃO CÍVEL - OMISSÃO - IMPOSSIBILIDADE DEUTILIZAÇÃO DA VIA RESTRITA DOS EMBARGOSDECLARATÓRIOS - PRECEDENTES DO STJ - RECURSODESPROVIDO.1. Sendo possível extrair-se da fundamentação adotada no acórdão guerreado oentendimento do colegiado sobre as teses suscitadas no recurso anteriormenteinterposto, não há que se questionar a respeito de qualquer omissão.2. Por visarem apenas a integração do julgado e exigirem a exposição defundamentação vinculada aos requisitos do artigo 535 do Código de ProcessoCivil, os embargos de declaração não podem ser empregados para rediscussão damatéria. Precedentes do STJ.3. Recurso conhecido e desprovido.CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

33- Embargos de Declaração Ag Interno Ap Civel Nº 47080012165 ####SÃO MATEUS - 2ª VARA CÍVELEMGTE JOEL RODRIGUES DA SILVA Advogado(a) CARLOS MAGNO BARCELOSEMGDO BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA Advogado(a) AROLDO LIMONGEAdvogado(a) BIANCA VALLORY LIMONGE RAMOSRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNONA APELAÇÃO CÍVEL - OMISSÃO - TESE RECURSAL OPOSTA ÀMOTIVAÇÃO EMPREGADA NO JULGADO - APRECIAÇÃODESNECESSÁRIA - RECURSO IMPROVIDO.

1. É pacífico o entendimento de que o órgão julgador não está obrigado a apreciartodas as teses apresentadas pelas partes, podendo, desde que de formafundamentada, expor suas razões de decidir que, não necessariamente, devemcoincidir com toda argumentação jurídica guindada nos autos.2. Nessa trilha, não constitui a apontada omissão a falta de análise das provastestemunhais, já que foram elas devidamente aferidas pelo prolator da decisãoobjurgada. 3. Recurso desprovido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

34- Agravo Regimental Rem Ex-officio Nº 24040032666 ####VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOAGVTE JUAREZ DE SOUZA FILHO Advogado(a) JOAQUIM AUGUSTO DE AZEVEDO SAMPAIO NETTOAGVDO INSS INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL Advogado(a) MARCOS JOSE DE JESUSRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011AGRAVO REGIMENTAL - INSS - AUXÍLIO-ACIDENTE - TERMOINICIAL - AUSÊNCIA DE DEFERIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA -RECONHECIMENTO DA INCAPACIDADE PELA AUTARQUIAPREVIDENCIÁRIA - TERMO INICIAL - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS- SÚMULA 111 DO STJ - INCIDENTE SOBRE PARCELAS VENCIDAS -RECURSO IMPROVIDO.I. atestada a configuração de incapacidade definitiva e parcial, que exige dotrabalhador maior esforço para desempenhar a atividade antes desenvolvida,presente o fato gerador do auxílio-acidente, como dispõe o §1º do artigo 86 da Lei8.213/91.II. A jurisprudência recente perfilha o entendimento de que na ausência dedeferimento do auxílio-doença o termo inicial para o concessão doauxílio-acidente deve ser a data da citação da Autarquia no bojo da açãoacidentária.

70 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 77: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

III. Inobstante o entendimento explanado pelo C. STJ, vislumbro, in casu, que otermo a quo para o pagamento do auxílio-acidente deve ser a partir da data emque o INSS reconheceu a incapacidade do autor para o labor anteriormenteexercido, qual seja 04 (quatro) de agosto do ano 2000. E assim o é, porqueverifica-se que o autor fora enquadrado pela Autarquia como portador dedeficiência auditiva, fls.156/157, tendo capacidade residual apta a desenvolveroutras atividades, diversas daquela que exercia habitualmente.IV - No que tange aos honorários advocatícios, o entendimento pretoriano éuníssono no sentido de que estes incidem somente sobre as parcelas vencidas atéa prolação da sentença.V - Recurso improvido.CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

35- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 6090068880 ####ARACRUZ - FAZ. PÚBLICA EST., MUN., REG. PÚB. E MEIO AMBIENTEAGVTE MUNICIPIO DE ARACRUZ Advogado(a) ANDRESSA PARANHOS POLESIAGVDO APARECIDA LOURENCO FERREIRA Advogado(a) WELLINGTON RIBEIRO VIEIRARELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011ADMINISTRATIVO - AGRAVO INTERNO NA REMESSANECESSÁRIA E APELAÇÃO VOLUNTÁRIA - REVISÃO DEENQUADRAMENTO DE SERVIDOR - MAGISTÉRIO - NÍVELINFERIOR AO DA TITULAÇÃO. I - A mudança de nível é instituída por força de lei federal que determina que todaa carreira do magistério nacional seja regulada por Planos de Carreiras que valorizeo magistério incentivando o aperfeiçoamento, a atualização dos professores e amelhoria da qualidade do ensino nacional.II - Visando o atendimento ao que determina a legislação federal, o Município deAracruz editou a Lei nº 2.091/98, que trata do plano de carreira e vencimentosdos profissionais da educação que desempenham funções de magistério nosistema de ensino público naquele Município. Assim reza o artigo 7º: “Aoprofessor ingressante na carreira de magistério será atribuído o nívelcorrespondente à maior habilitação específica por ele adquirida e comprovada.”III - O art. 6º da citada lei, prevê em síntese, que a trajetória ascendente devalorização profissional, organizada por cargos de provimento efetivo deprofessor, fica assim identificado: I - por classe; II - por nível; a) Nível I -formação docente em nível médio, na modalidade Normal; b) Nível II - formaçãodocente em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena...IV - Consubstanciado na legislação municipal, vê-se que a promoção funcional(mudança de nível) é automática, promovendo-se o reenquadramento imediato doprofessor na forma da nova titulação a que possui, conforme se verifica do art. 7ºe, para que ocorra a mudança de nível basta que o professor apresente ocertificado que o habilite, já para a progressão há a exigência de avaliação dedesempenho, o que só pode ocorrer após concluído o estágio probatório.V - De acordo com as normas estatutárias que regem os servidores do magistériodo Município de Aracruz, os níveis de enquadramento dos referidos servidores,para fins de cálculo de vencimentos, têm sua graduação aumentada ou diminuídade acordo com a maior ou menor habilitação profissional do servidor.VI - Tendo restado comprovado que a agravada possui titulação para galgar onível II, deve o Município enquadra-la no mesmo.VII - Recurso a que se nega-se provimento.CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

36- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 7090004040 ####BAIXO GUANDU - 1ª VARAAGVTE SHIRLEY MARIA SENA Advogado(a) UBIRAJARA DOUGLAS VIANNAAGVDO MUNICIPIO DE BAIXO GUANDU Advogado(a) ARNALDO LEMPKERELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - DECISÃOMONOCRÁTICA - LITISPENDÊNCIA - PEDIDOS DIVERSOS -PRELIMINAR AFASTADA - JULGAMENTO DO MÉRITO PELOTRIBUNAL - ART. 515, §3º DO CPC - EXONERAÇÃO - ATO NULO -EFEITOS - VENCIMENTOS - SERVIDOR CELETISTACONTRATADO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL - CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO -NECESSIDADE DE LEI INFRACONSTITUCIONAL - EFETIVDADE- ESTABILIDADE - ART. 7ª DA LEI MUNICIPAL Nº 1.520/92 -RECURSO IMPROVIDO.

1. Litispendência é a existência de uma determinada demanda com os mesmoselementos subjetivos e objetivos de uma ação primeiramente ajuizada. Um dosefeitos da litispendência, como pressuposto processual negativo, é aimpossibilidade de ajuizar nova demanda que possua as mesas partes, o mesmopedido e a mesma causa de pedir.2. Quando o Tribunal reforma a sentença que extinguiu o processo, semjulgamento de mérito, a Corte de 2º grau poderá amplamente analisar a matériatratada nos autos, quando a demanda estiver pronta para o julgamento.Inteligência do art. 515, §3º do CPC. 3. Sendo o servidor exonerado ilegalmente pela Administração Pública, uma vezreintegrado ao serviço público em decorrência de decisão judicial, deve ser-lherestaurado, materialmente, tudo o que perdeu, retroagindo à data em que foiexonerado.4. A Constituição não regulou o caso da contagem do tempo de serviço para osservidores que eram contratados pelo regime celetista mas que não possuíam 05(cinco) anos de efetivo exercício quando da promulgação da Lei Superior.5. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que na transformação do regimeceletista para o estatuária ocorre, regra geral, a extinção do contrato de trabalho,não havendo que se falar em direito adquirido a possíveis vantagens recebidaspelo vínculo anterior, salvo quando lei infraconstitucional regular o contrário. 6. A efetividade é atributo do cargo, adquirida com a nomeação para o cargopúblico após a aprovação em concurso público. Em outra mão, a estabilidadeocorre em razão da aderência no serviço público, posteriormente aopreenchimento dos requisitos legais, depois de decorrido o prazo previsto naConstituição.7. A promoção far-se-á alternadamente por antiguidade e por merecimento,obedecido ao interstício de 2 (dois) anos. Inteligência do art. 7º da Lei Municipalnº 1.520/92.7. Recurso ao qual nega-se provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

37- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24040113052 ####VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE SANDRO RODRIGUES RIBEIRO Advogado(a) VERONICA FELIX CORDEIROAGVDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) LIANA MOTA PASSOSRELATOR DES. CARLOS ROBERTO MIGNONEJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL N.º 024.04.011305-2.AGVANTE(S): SANDRO RODRIGUES RIBEIRO.AGVADO(S): ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.RELATOR: DESEMBARGADOR CARLOS ROBERTOMIGNONE.

A C Ó R D Ã O:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. MANDADO DESEGURANÇA. CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOCOMBATENTE DA PMES. EXCLUSÃO DO CANDIDATO NA FASEDE TESTE FÍSICO DO PROCESSO SELETIVO. INDEFERIMENTODA PRETENSÃO LIMINAR FORMULADA. CURSO QUE ALÉM DEJÁ INICIADO, TEVE SEU TÉRMINO DECLARADO. PERDA DOOBJETO. EXTINÇÃO DO MANDAMUS MANTIDA. RECURSODESPROVIDO.1. Reconhece-se a perda do objeto de mandamus impetrado contra atoque indeferiu a inscrição do impetrante (agravante) no Curso de Formação deSoldado Combatente da Polícia Militar - Edital nº 004/2002- se, antes da prolaçãoda sentença, não apenas o processo seletivo mas o próprio curso já havia seiniciado e encerrado. Precedentes de todas as Câmaras Cíveis desta Corte e do c.STJ.2. Recurso conhecido, mas desprovido.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos em epígrafe, em que figuram as partesacima descritas, ACORDA, a Colenda Quarta Câmara Cível deste EgrégioTribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamento, À UNANIMIDADE,CONHECER DO AGRAVO INTERNO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,A TEOR DO VOTO PROFERIDO PELO RELATOR. Vitória/ES, 13 de junho de 2011.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DESEMBARGADOR RELATOR

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Page 78: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

38- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24070580121 ####VITÓRIA - 2ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) LUIZ CARLOS DE OLIVEIRAAGVDO COMERCIAL BASTOS SANTOS LTDA Advogado(a) FABRICIO GUEDES TEIXEIRAAdvogado(a) FLAVIO DA COSTA MORAESAdvogado(a) LEONARDO FIRME LEAO BORGESAGVDO JACKSON FERREIRA SANTOS Advogado(a) FABRICIO GUEDES TEIXEIRAAdvogado(a) FLAVIO DA COSTA MORAESAdvogado(a) LEONARDO FIRME LEAO BORGESRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -PRELIMINAR EX OFFÍCIO - AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃOESPECÍFICA - PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSAL -REPETIÇÃO DOS MESMOS ARGUMENTOS LANÇADOS QUANDODA INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO CÍVEL - INOBSERVÂNCIA ÀREGULARIDADE FORMAL - DESRESPEITO AOS REQUISITOSPREVISTOS NOS INCISOS I E II DO ARTIGO 524 DO CPC -PRECEDENTES - PRELIMINAR ACOLHIDA - RECURSO NÃOCONHECIDO.1. É indispensável que o recurso contenha fundamentação adequada a justificar oequívoco da decisão vergastada e que respalde sua pretensão reformadora.Descurando-se da observância dessa condição legal, a irresignação aduzidacontraria o princípio da dialeticidade, o qual preceitua a necessidade de existiremrazões aptas a provar o desacerto da decisão recorrida, sem a qual não existeinteresse em recorrer.2. Desatende os ditames suso preceituados o agravo interposto que apenas repeteos mesmos argumentos lançados quando da interposição da apelação cível, semimpugnar seus fundamentos e indicar o possível desacerto na conclusão obtida.3. A inobservância ao princípio da dialeticidade impõe a caracterização dairregularidade formal do agravo por afronta aos requisitos previstos nos inciso I eII do artigo 524 do CPC. Precedentes do STJ e do TJES.4. Preliminar suscitada ex officio para não conhecer do recurso.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,ACOLHER DE OFÍCIO A PRELIMINAR ARGUÍDA, PARA DECONSEQUÊNCIA, NÃO CONHECER O RECURSO.

39- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Emb Declaração Ap CivelNº 24080254907 ####VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELAGVTE ISABELA OLIVEIRA WANDERLEY Advogado(a) GUSTAVO BRAGATTO DAL PIAZAGVDO VERA LUCIA MENEGUELLI CAMPOS Advogado(a) SEGUNDO LUIS MENEGUELLIRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVOS INTERNOS NA APELAÇÃO CÍVEL -INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA COM EMBARGOS DEDECLARAÇÃO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DAUNIRRECORRIBILIDADE - NÃO CONHECIMENTO DO SEGUNDORECURSO - INADMISSÃO DO AGRAVO INTERNO - AUSÊNCIA DEPREPARO - HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA SUPERVENIENTENÃO COMPROVADA - AÇÃO DE COBRANÇA DE ALUGUÉISLOCATÍCIOS - RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE DOFIADOR PELO DÉBITO DO LOCATÁRIO - ALEGAÇÃO DEPRONUNCIAMENTO JUDICIAL EXTRA PETITA - AFASTADA -APLICAÇÃO DO ARTIGO 515, §1º, DO CPC - EFEITO TRANSLATIVODA APELAÇÃO - TESE DE FALTA DE INTERESSE RECURSAL -REJEITADA - COMPROVAÇÃO DO BINÔMIOUTILIDADE/NECESSIDADE - RECURSOS AJUIZADOS PORISABELA OLIVEIRA WANDERLEY NÃO CONHECIDOS - AGRAVOINTERNO INTERPOSTO POR VERA LÚCIA MENEGUELLICAMPOS DESPROVIDO.1. A interposição de dois recursos pela mesma parte em face de uma únicadecisão, resta impedido, por força dos princípios da unirrecorribilidade e dapreclusão consumativa, o conhecimento daquele interposto em segundo lugar. 2. É firme o entendimento jurisprudencial de que o deferimento do pedido deAssistência Judiciária Gratuita em sede de recursos está condicionado àcomprovação da impossibilidade da parte de arcar com as custas do processo.

Sem essa comprovação, apesar de facultado oportunidade processual para tanto,enseja a aplicação da pena de deserção, impedindo o conhecimento do recurso.4. A parte sucumbente na sentença tem a interposição do recurso de apelaçãocomo meio útil e necessário para evitar o prejuízo decorrente daquelepronunciamento judicial. 5. Recursos ajuizados por Isabela Oliveira Wanderley não conhecidos. Agravointerno interposto por Vera Lúcia Meneguelli Campos desprovido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NÃO CONHECER O RECURSO.

40- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Emb Declaração Ap CivelNº 24080254907 ####VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELAGVTE VERA LUCIA MENEGUELLI CAMPOS Advogado(a) SEGUNDO LUIS MENEGUELLIAGVDO ISABELA OLIVEIRA WANDERLEY Advogado(a) GUSTAVO BRAGATTO DAL PIAZRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVOS INTERNOS NA APELAÇÃO CÍVEL -INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA COM EMBARGOS DEDECLARAÇÃO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DAUNIRRECORRIBILIDADE - NÃO CONHECIMENTO DO SEGUNDORECURSO - INADMISSÃO DO AGRAVO INTERNO - AUSÊNCIA DEPREPARO - HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA SUPERVENIENTENÃO COMPROVADA - AÇÃO DE COBRANÇA DE ALUGUÉISLOCATÍCIOS - RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE DOFIADOR PELO DÉBITO DO LOCATÁRIO - ALEGAÇÃO DEPRONUNCIAMENTO JUDICIAL EXTRA PETITA - AFASTADA -APLICAÇÃO DO ARTIGO 515, §1º, DO CPC - EFEITO TRANSLATIVODA APELAÇÃO - TESE DE FALTA DE INTERESSE RECURSAL -REJEITADA - COMPROVAÇÃO DO BINÔMIOUTILIDADE/NECESSIDADE - RECURSOS AJUIZADOS PORISABELA OLIVEIRA WANDERLEY NÃO CONHECIDOS - AGRAVOINTERNO INTERPOSTO POR VERA LÚCIA MENEGUELLICAMPOS DESPROVIDO.1. A interposição de dois recursos pela mesma parte em face de uma únicadecisão, resta impedido, por força dos princípios da unirrecorribilidade e dapreclusão consumativa, o conhecimento daquele interposto em segundo lugar. 2. É firme o entendimento jurisprudencial de que o deferimento do pedido deAssistência Judiciária Gratuita em sede de recursos está condicionado àcomprovação da impossibilidade da parte de arcar com as custas do processo.Sem essa comprovação, apesar de facultado oportunidade processual para tanto,enseja a aplicação da pena de deserção, impedindo o conhecimento do recurso.4. A parte sucumbente na sentença tem a interposição do recurso de apelaçãocomo meio útil e necessário para evitar o prejuízo decorrente daquelepronunciamento judicial. 5. Recursos ajuizados por Isabela Oliveira Wanderley não conhecidos. Agravointerno interposto por Vera Lúcia Meneguelli Campos desprovido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

41- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Emb Declaração Ap CivelNº 24100920115 ####VITÓRIA - 5ª VARA CÍVELAGVTE ANDERSON EMANUEL PIZZAIA BAZILIO DE SOUZA Advogado(a) ALEXANDRE CAIADO RIBEIRO DALLA BERNARDINAAdvogado(a) AROLDO LIMONGEAdvogado(a) BIANCA VALLORY LIMONGE RAMOSAGVDO ANTONIO FRANCISCO SAITER Advogado(a) BRUNO CASTELLO MIGUELAdvogado(a) DANIELA RIBEIRO PIMENTAAGVDO DANIELA RIBEIRO PIMENTA VALBAO Advogado(a) REQUERIDO EM CAUSA PROPRIARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVOS INTERNOS NA APELAÇÃO CÍVEL -EMBARGOS À EXECUÇÃO - NOTA PROMISSÓRIA EXECUTADA -JUROS USURÁRIOS - COBRANÇA DOS ENCARGOS ILEGAIS - NÃOCARACTERIZADA - COMPENSAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - NOTAPROMISSÓRIA A COMPENSAR - NATUREZA JURÍDICA DAASSINATURA APOSTA NO VERSO DA CÁRTULA - DIVERGÊNCIADOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL - REQUISITOS DACOMPENSAÇÃO - RECIPROCIDADE DE DÍVIDAS -INOCORRÊNCIA - TRIANGULARIZAÇÃO VERIFICADA -

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PROVÁVEL AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ DA DÍVIDA FUNDADA EMFORTES INDÍCIOS - AFASTAMENTO DA COMPENSAÇÃO -MEDIDA DE CAUTELA - DECISÃO REFORMADA - RECURSOINTERPOSTO POR ANDERSON EMANUEL PIZZAIA BAZILIOIMPROVIDO. RECURSO INTERPOSTO POR ANTÔNIOFRANCISCO SAITER E DANIELA RIBEIRO PIMENTA VALBÃOPARCIALMENTE PROVIDO.

1. Mesmo que demonstrada a estipulação de juros acima do limite legal, cuja ailicitude é reconhecida em nosso ordenamento jurídico, não há óbice a cobrançada parcela devida a título do principal, ou seja, sem a incidência dos valoresexorbitantes. Nesses casos, preserva-se a validade do título representativo dadívida, a fim de afastar o indesejável enriquecimento sem causa da parte devedora.

2. A doutrina e a jurisprudência divergem quanto à qualificação jurídica atribuída àsimples assinatura aposta no verso da nota promissória. Enquanto a amplamaioria dos doutrinadores, com arrimo na estrita exegese do artigo 31 da LeiUniforme de Genebra, entendem que há configuração de endosso ou de ato semqualquer eficácia cambiária, a jurisprudência, capitaneada principalmente pelaorientação adotada pelo Superior Tribunal de Justiça, a caracteriza como aval,tendo em vista o princípio da inexistência de assinatura inútil na cártula e naimpossibilidade de inclusão da subscrição na cadeia creditícia para entãoconfigurá-la como endosso.

3. A compensação, modalidade de exceção pessoal, opera-se quando duas pessoasforem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra e implica na extinção dasobrigações até onde compesarem, segundo a conceituação legal prevista no artigo1.009 do Código Civil de 1916.

4. A reciprocidade de dívidas, requisito fundamental para configuração doinstituto da compensação, é afastada quando verificado que o crédito assumidopelo atual devedor foi objeto de triangularização subjetiva, envolvendo terceiroalheio à relação jurídica estabelecida entre os litigantes.

5. Considerando que a compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e decoisas fungíveis, mostra-se prudente afastar a possibilidade de utilização dessaespécie de extinção da obrigação quando os indícios extraídos dos autos indicam aprovável iliquidez do contracrédito, em virtude da possível inclusão de jurosusurários no valor retratado na nota promissória objeto de abatimento.

6. O acolhimento da compensação fundada em documento no qual paira plausívelcontrovérsia em relação às suas informações essenciais, representaria danoirreparável ao exequente, pois lhe imporia o ônus de suportar a perda definitiva doseu crédito.

7. Recurso interposto por ANDERSON EMANUEL PIZZAIA BAZILIOimprovido.

8. Recurso interposto por ANTÔNIO FRANCISCO SAITER e DANIELARIBEIRO PIMENTA VALBÃO provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A QUESTÃO DE ORDEM SUSCITADA, E NO MÉRITO,POR IGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINTERPOSTO POR ANDERSON EMANUEL P. B. DE SOUZA E,PROVER PARCIALMENTE O RECURSO INTERPOSTO PORANTONIO FRANCISCO SAITER, TAMBÉM UNANIMEMENTE.

42- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento Nº24119001972 ####VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) EVELYN BRUM CONTEAGVDO ALDEVANEO BARBOSA PIMENTEL Advogado(a) ANDRE LUIZ RIBEIRO DA SILVAAdvogado(a) DIONE DE NADAIAdvogado(a) RICARDO MAULAZ DE MACEDOAGVDO MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA Advogado(a) ANDRE LUIZ RIBEIRO DA SILVAAdvogado(a) DIONE DE NADAIAdvogado(a) RICARDO MAULAZ DE MACEDORELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DETUTELA - IRRESIGNAÇÃO - SENTENÇA PROFERIDA - PERDASUPERVENIENTE DO INTERESSE RECURSAL.

1. O interesse recursal deve ser demonstrado pela utilidade da irresignação paraalcançar a providência desejada, bem como a necessidade do recurso paraconquistá-la.

2. A superveniente perda do interesse, em função da prolação de sentença peloJuízo de 1º Grau, configura a perda de objeto, ensejando, inexoravelmente, aextinção do recurso.

3. Recurso não conhecido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NÃO CONHECER O RECURSO.

43- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24900162645 ####VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAGVDO VIJOHN COMERCIO DE PRODUTOS QUIMICOS LTDA RELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -ARQUIVAMENTO DO PROCESSO - DECURSO DO PRAZO ÂNUO -INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXEQUENTE - DESNECESSIDADE. I - A teor do que dispõe o art. 40 da Lei nº 6.830/1980, conclui-se que restaráconfigurada a prescrição intercorrente quando, proposta a execução fiscal edecorrido o prazo de suspensão, o feito permanecer paralisado por mais de cincoanos por culpa do exequente, desde que observado o que dispõe o parágrafo 4º,do art. 40 da citada lei, fato constatado na presente demanda.II - Nos termos da súmula 314 do c. STJ, é prescindível a intimação do exequenteacerca da suspensão da execução por ele mesmo solicitada, bem como doarquivamento do processo executivo, decorrência automática do transcurso doprazo de um ano de suspensão e termo inicial da prescrição. Precedentes do STJ.III - Recurso a que se nega-se provimento.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

44- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24900183732 ####VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAGVDO SARIEDAN COMERCIO MATERIAL DE CONSTRUCAO LTDA RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - AUSÊNCIADE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - PRINCÍPIO DA DIALETICIDADERECURSAL - REPETIÇÃO DOS MESMOS ARGUMENTOSLANÇADOS QUANDO DA INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO CÍVEL -INOBSERVÂNCIA À REGULARIDADE FORMAL - DESRESPEITOAOS REQUISITOS PREVISTOS NOS INCISOS I E II DO ARTIGO 524DO CPC - PRECEDENTES - RECURSO NÃO CONHECIDO.1. É indispensável que o recurso contenha fundamentação adequada a justificar oequívoco da decisão vergastada e que respalde sua pretensão reformadora.Descurando-se da observância dessa condição legal, a irresignação aduzidacontraria o princípio da dialeticidade, o qual preceitua a necessidade de existiremrazões aptas a provar o desacerto da decisão recorrida, sem a qual não existeinteresse em recorrer.2. Desatende os ditames suso preceituados o agravo interposto que apenas repeteos mesmos argumentos lançados quando da interposição da apelação cível, semimpugnar seus fundamentos e indicar o possível desacerto na conclusão obtida.3. A inobservância ao princípio da dialeticidade impõe a caracterização dairregularidade formal do agravo por afronta aos requisitos previstos nos inciso I eII do artigo 524 do CPC. Precedentes do STJ e do TJES.4. Recurso não conhecido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NÃO CONHECER O RECURSO.

45- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24990036535 ####VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELAGVTE UNIBANCO UNIAO DE BANCOS BRASILEIROS S/A

73 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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Advogado(a) ARNALDO ARRUDA DA SILVEIRAAGVDO ELTON EHARDT Advogado(a) NADIR PATROCINIO VIEIRAAGVDO HEALTH CENTER DR HELTON EHARDT MED INT LTDA Advogado(a) NADIR PATROCINIO VIEIRAAGVDO CLAUDIA BARONE ROCHA Advogado(a) NADIR PATROCINIO VIEIRARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - DECISÃOQUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO ANTERIORMENTEINTERPOSTO - CONTRATO BANCÁRIO - POSSIBILIDADE DEREVISÃO DAS CLÁUSULAS - JUROS BANCÁRIOS - CAPITALIZAÇÃODE JUROS - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.963/2000 - COMISSÃO DEPERMANÊNCIA - REPETIÇÃO DO INDÉBITO - HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - RECURSO IMPROVIDO

1. De acordo com o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, é possívelajuizar demanda buscando a revisão das cláusulas de contrato bancário sem queisso fira o princípio do pacta sunt servanda ou o art. 5º, incisos II e XXXVI daConstituição Federal.2. As instituições financeiras não se sujeitam ao limite de incidência de jurosremuneratórios de 12% (doze por cento) ao ano, podendo, então, estabelecerquantia acima deste patamar, devendo, apenas, ater-se à média do mercado paracontratos da mesma espécie. 3. É possível a incidência da capitalização de juros apenas nos contratos firmadosapós a edição da Medida Provisória nº 1.963/2000 e desde que expressamenteprevista no contrato bancários.4. De acordo com o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, é proibida acumulação da comissão de permanência com juros remuneratórios moratórios,multa contratual e correção monetária.5. Havendo no contrato bancário encargos cobrados de forma ilícita, deve ainstituição ser condenada à repetição do indébito cobrado em excesso.6. Se um litigante decair em parte mínima do pedido, o outro responderá, porinteiro, pelas despesas e honorários. Inteligência do art. 21, parágrafo único, doCPC. 7. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

46- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 24990132540 ####VITÓRIA - VARA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPALAGVTE BERT REPRESENTACOES TECNICAS LTDA Advogado(a) CHARLIS ADRIANI PAGANIAdvogado(a) EVILMAR ANDREI PAGANIAdvogado(a) HUMBERTO CAMARGO BRANDAO FILHOAdvogado(a) PAULO ROBERTO MENDONCA FRANCAAGVDO MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) ROSA CRISTINA MEYERRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - ISS -DECADÊNCIA DE PARTE DA EXAÇÃO - PREJUDICIALCONFIGURADA - FATO GERADOR - EFETIVA PRESTAÇÃO DOSERVIÇO - RECURSO IMPROVIDO.

1. É cediço que o lançamento do ISS é feito por homologação, na forma do art.150, do Código Tributário Nacional, e como tal compete ao sujeito passivo apurare recolher o imposto devido, sendo a convalidação realizada a porteriori pelaautoridade que prática a exação, diversamente do que ocorre no lançamento deofício ou por declaração.

2.0 Em tal modalidade de lançamento, tem-se como termo inicial de contagemdo prazo decadencial a data de ocorrência do fato gerador (ex vi art. 150, §4º, doCTN).

3. Nos casos em que houver pagamento antecipado em valor inferior aoefetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ousimulação, afasta-se ao montante discrepante a contagem do prazo na forma doart. 173, inc. I, do CTN. Precedentes do STJ.

4. Em se tratando de matéria de ordem pública, o reconhecimento da decadênciapode ocorrer a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, excetuados oscasos em que for convencionada.

5. O fato gerador do ISS é a prestação do serviço, independentemente dosurgimento de circunstâncias factuais0 que dificultem ou impeçam o pagamentodevido ao prestador dos serviços.

6. Desta forma, caracterizado o fato gerador, deve o contrib0uinte, na formaprevista na lei, apurar e efetuar o recolhimento da exação.

7. Recurso parcialmente provido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,RECONHECER O FENÔMENO DECADENCIAL, E NO MÉRITO,POR IGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

47- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento Nº26119000045 ####ITAPEMIRIM - 1ª VARA CÍVELAGVTE ALDIR PEREIRA BAHIENSE Advogado(a) APARECIDA LEAL SILVEIRAAGVDO DARCY BORGES GONCALVES Advogado(a) CARMEN LEONARDO DO VALE POUBELAdvogado(a) VALERIA MARTINS HOINHAS DAMARTINIRELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011AGRAVO INTERNO - PRELIMINAR EX OFFICIO DE NÃOCONHECIMENTO DO RECURSO EM RAZÃO DA DESERÇÃO -ACOLHIDA - RECURSO NÃO CONHECIDO.

I - Tendo sido indeferido o pedido de assistência judiciária gratuita em outraoportunidade e não sendo matéria em debate neste agravo interno, deveria orecorrente ter recolhido o preparo, o que não fez, exsurgindo a inadmissibilidaderecursal.II - Assim, a parte recorrente não está assistida pela Lei 1.060/50 e também nãoefetuou o pagamento do preparo, sendo, portanto, deserto o recurso.III - Recurso não conhecido

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,ACOLHER DE OFÍCIO, A PRELIMINAR ARGUÍDA, PARA DECONSEQUÊNCIA, NÃO CONHECER O RECURSO.

48- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 30100090676 ####LINHARES - 3ª VARA CÍVEL FAZENDA E REG PÚBLICOSAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRAAGVDO ELISEU CARVALHO AGUM FILHO Advogado(a) ELISEU CARVALHO AGUM FILHORELATOR DES. MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREUJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011AGRAVO INTERNO - EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL - SENTENÇAPENAL TRANSITADA EM JULGADO - CONDENAÇÃO - HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - ATUAÇAO COMO DEFENSOR AD HOC -INSUFICIÊNCIA - DEFENSORIA PÚBLICA - ONUS SUPORTADO PELOESTADO - EMBARGOS DO DEVEDOR - EXCESSO DE EXECUÇÃO -RECURSO DESPROVIDO.

I - Se o ônus de prestar assistência judiciária aos necessitados é do Estado, nahipótese de não haver ou ser insuficiente a Defensoria Pública no local, deve omagistrado nomear um defensor dativo - que no caso fora defensor nomeado adhoc para patrocinar a causa - como meio de concretizar os princípiosconstitucionais do contraditório e da ampla defesa.

II - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que asentença que determina o pagamento de honorários advocatícios ao defensordativo, nomeado pelo juiz ao réu necessitado, constitui título executivo judicial aser suportado pelo Estado, quando inexistente ou insuficiente a atuação daDefensoria Pública na respectiva Comarca.

III - Acerca do excesso de execução trazido em suas razões pelo apelante, misterressaltar que tal configura-se apenas em situações tais, em que o exequentepretende receber quantia superior à prevista no título executivo, art. 743, inc. I, dalei Adjetiva Civil.

IV - Ora, o valor pleiteado em sede executória advêm de sentença penal transitadaem julgado, que é titulo executivo judicial, e ademais, possui liquidez. O objeto emdiscussão deve se ater a disparidade entre o título executivo e a quantidadepecuniária que se pretende, e não quais os métodos utilizados pelo magistradopara arbitrar a fixação de honorários.

74 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 81: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

V - Entendimento contrário acarretaria no desrespeito à coisa julgada, que tempor desiderato a estabilidade dos casos julgados, com o fim de que o titular dodireito ai reconhecido possa ter a certeza jurídica de que ele, através de decisãojudicial, ingressou no seu patrimônio. Ademais, tem caráter de ato jurídicoperfeito que traz ao tutelado o amparo da segurança jurídica sendo sua eficácia,ainda, reforçada através da imutabilidade e da indiscutibilidade.

VI - Recurso conhecido e desprovidoCONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

49- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 40080012970 ####PINHEIROS - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOAGVTE ESCELSA-ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/A Advogado(a) RODRIGO BONOMO PEREIRAAGVDO LUCINDA DE JESUS ALVES SANTANA Advogado(a) GILSON SOARES CEZARAGVDO MARIO SERGIO ALVES SANTANA Advogado(a) GILSON SOARES CEZARRELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - DECISÃOQUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO ANTE A SUAMANIFESTA IMPROCEDÊNCIA - PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DEIMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA: PRINCÍPIO DA DIALETICIDADERECURSAL - REJEITADA - MÉRITO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -PROVA DO NEXO CAUSAL ENTRE O ATO PRATICADO PELACONCESSIONÁRIA E O EVENTO DANOSO - RESPONSABILIDADEDE INDENIZAR - RÉU QUE NÃO APRESENTOU FATOIMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITOAUTORAL - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 333, INCISO II, DO CPC.RECURSO IMPROVIDO.

1. Não há como acolher a preliminar de não conhecimento do recurso porviolação ao princípio da dialeticidade se as razões de apelação, embora nãoataquem categoricamente o julgado apelado, demonstram-se suficientes pararespaldar a reforma do decisum. Precedentes do STJ e TJES.2. Demonstrado cabalmente a existência do dano moral, material e lucroscessantes em decorrência do ilícito ocasionado, há o dever de indenizar.3. Incumbe ao réu o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo,modificativo ou extintivo do direito do autor. Inteligência do artigo 333, inciso II,do CPC.4. Não havendo motivos para alterar a fundamentação da decisão que negouprovimento ao recurso de apelação, é de ser mantida o decisum monocráticoobjurgado.5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,REJEITAR A PRELIMINAR ARGUÍDA, E NO MÉRITO, POR IGUALVOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

50- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 47080063002 ####SÃO MATEUS - 1ª VARA CÍVELAGVTE HELDER NICO Advogado(a) LUIZ ANTONIO TARDIN RODRIGUESAGVTE WILLIAN ALMEIDA NICO Advogado(a) LUIZ ANTONIO TARDIN RODRIGUESAGVDO PLANTAR S/A - PLAMEJAMENTO TÉCNICO EADMINISTRAÇÃO Advogado(a) LUIZ CARLOS BARBOSARELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS DECORRENTESDE ACIDENTE DE TRÂNSITO - SENTENÇA QUE JULGOUPARCIALMENTE PROCEDENTE CONDENANDO EM DANOSMATERIAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL - PROPRIETÁRIO DOVEÍCULO - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - BOLETIM DEOCORRÊNCIA - PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE -INVASÃO DA CONTRAMÃO DA DIREÇÃO - ESTADO DEEMBRIAGUEZ - NÃO HÁ RESPONSABILIZAÇÃO DA SEGURADORA- EXCLUDENTE DE COBERTURA CONFIGURADA- DECISÃOMANTIDA - RECURSO IMPROVIDO.

1. Em caso de acidente automobilístico, o proprietário do veículo respondeobjetivamente e solidariamente pelos atos culposos cometidos por terceiro, poucoimportando assim, que o motorista seja seu filho.

2. O Boletim de Ocorrência tem natureza de ato administrativo e goza depresunção relativa de veracidade, servindo para embasar a Ação de Cobrança porDanos Materiais.

3. O contrato de seguro prevê clausula condicionando a perda do direito àindenização a uma conduta DIRETA do segurado que importe em agravamento,por dolo ou culpa, do risco objeto do contrato.

4. Não havendo motivos para alterar a fundamentação da decisão que deu parcialprovimento ao recurso de apelação, é de ser mantida o decisum monocráticoobjurgado.

5. Recurso conhecido e improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

51- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento Nº48119000387 ####SERRA - 2ª VARA CÍVELAGVTE CLEUZIMAR MENDES GOUVEIA Advogado(a) CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEAGVDO BFB LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO -DECISÃO QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSOANTERIORMENTE INTERPOSTO ANTE A SUA MANIFESTAIMPROCEDÊNCIA - CONTRATO DE ARRENDAMENTOMERCANTIL - PROPOSITURA DE AÇÃO REVISÃO CONTRATUALC/C PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO - JULGAMENTO DORECURSO REPITITIVO Nº 1.061.530/RS - COBRANÇA ANTECIPADADO VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VRG) - POSSIBILIDADE -SÚMULA 293 DO STJ - RECURSO IMPROVIDO. 1. No julgamento de recurso repetitivo (art. 543-C, do CPC), sob o nº1.061.530/RS, confirmou-se a pacificação da jurisprudência da Segunda Seçãodeste Superior Tribunal nas seguintes questões. (...); Quanto à inscrição emcadastro de inadimplentes: 1) a abstenção da inscrição/manutenção em cadastrode inadimplentes requerida em antecipação de tutela e/ou medida cautelar,somente será deferida se, cumulativamente: a) a ação for fundada emquestionamento integral ou parcial do débito; b) ficar demonstrada que a cobrançaindevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada doSTF ou STJ; c) for depositada a parcela incontroversa ou prestada a caução fixadaconforme o prudente arbítrio do juiz.2. Conforme entendimento sumulado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça,através do verbete nº 293, o pagamento antecipado do Valor Residual Garantido(VRG), no ato da assinatura ou de forma diluída no curso das prestações mensais,não desnatura o contrato de arrendamento mercantil. 3. Pelo fato de inexistir verossimilhança na tese sustentada pela recorrente, não háque se falar em concessão da medida liminar com a finalidade de afastar a moracontratual, e, consequentemente, manter a agravante na posse do bem e obstar ainscrição de seu nome nos cadastros restritivos de crédito. 4. A motivação ensejadora da decisão que negou seguimento ao recurso deapelação permanece a mesma, não havendo nenhuma razão nos autos que possamodificar o entendimento de sua fundamentação. Decisão mantida.5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

53- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel Nº 48980287493 ####SERRA - VARA FAZENDA PUBLICA MUNICIPALAGVTE MUNICIPIO DA SERRA Advogado(a) ROBSON JACCOUDAGVDO ELION RODRIGUES HOFFMANN RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL - DECISÃOQUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO ANTE A SUAMANIFESTA IMPROCEDÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL -PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - SUSPENSÃO DO FEITO -

75 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 82: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

FINDO O PRAZO DE 01 (UM) ANO INICIA-SE O DECURSO DOPRAZO PRESCRICIONAL - APLICABILIDADE DA SÚMULA 314 DOSTJ - DECISÃO MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO.

1. Após o transcurso de 05 (cinco) anos sem manifestação da exeqüente, deve serdecretada a prescrição. Recurso improvido.

2. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução porela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso doprazo de um ano de suspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314desta Corte: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-seo processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente.

3. A motivação ensejadora da decisão que negou seguimento ao recurso deapelação permanece a mesma, bem como nenhuma razão emana dos autos quepossa modificar o entendimento quanto a sua fundamentação. Decisão mantida.

4. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

54- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Agv Instrumento Nº100110008685 ####TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOAGVTE FUNERARIA SAO FRANCISCO LTDA ME Advogado(a) CLAUDIO JOSE CANDIDO ROPPEAGVDO ITAUBANK LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL RELATOR DES. TELEMACO ANTUNES DE ABREU FILHOJULGADO EM 13/06/2011 E LIDO EM 13/06/2011EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO -DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSOANTERIORMENTE INTERPOSTO ANTE A SUA MANIFESTAIMPROCEDÊNCIA - CONTRATO DE ARRENDAMENTOMERCANTIL - PROPOSITURA DE AÇÃO REVISIONAL C/CPEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO - JULGAMENTO DORECURSO REPITITIVO Nº 1.061.530/RS - COBRANÇA ANTECIPADADO VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VRG) - POSSIBILIDADE -SÚMULA 293 DO STJ - RECURSO IMPROVIDO. 1. No julgamento de recurso repetitivo (art. 543-C, do CPC), sob o nº1.061.530/RS, confirmou-se a pacificação da jurisprudência da Segunda Seçãodeste Superior Tribunal nas seguintes questões. (...); Quanto à inscrição emcadastro de inadimplentes: 1) a abstenção da inscrição/manutenção em cadastrode inadimplentes requerida em antecipação de tutela e/ou medida cautelar,somente será deferida se, cumulativamente: a) a ação for fundada emquestionamento integral ou parcial do débito; b) ficar demonstrada que a cobrançaindevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada doSTF ou STJ; c) for depositada a parcela incontroversa ou prestada a caução fixadaconforme o prudente arbítrio do juiz.2. Conforme entendimento sumulado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça,através do verbete nº 293, o pagamento antecipado do Valor Residual Garantido(VRG), no ato da assinatura ou de forma diluída no curso das prestações mensais,não desnatura o contrato de arrendamento mercantil. 3. Pelo fato de inexistir verossimilhança na tese sustentada pela recorrente, não háque se falar em concessão da medida liminar com a finalidade de afastar a moracontratual, e, consequentemente, manter a agravante na posse do bem e obstar ainscrição de seu nome nos cadastros restritivos de crédito. 4. Não havendo motivos para alterar a fundamentação da decisão que negouprovimento ao recurso de agravo de instrumento, é de ser mantida o decisummonocrático objurgado.5. Recurso improvido.

CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARACÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICASDA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À UNANIMIDADE,NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Vitória, 01 de Julho de 2011

BRUNA STEFENONI QUEIROZ BAYERL LIMASecretária de Câmara

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

QUARTA CÂMARA CÍVEL

DECISÕES MONOCRÁTICAS - PARA EFEITO DE RECURSO OUTRÂNSITO EM JULGADO

1- Ação Cautelar Inominada Nº 100100036910TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTOREQTE JADER SABINO DE DEUS Advogado(a) IGOR RODRIGUES BRITTOREQTE WEVERTON CONSTA PEIXOTO Advogado(a) IGOR RODRIGUES BRITTOREQDO COMANDANTE GERAL DA POLICIA MILITAR DO ESPIRITOSANTO REQDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

MEDIDA CAUTELAR Nº 100100036910RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REQUERENTE: JADER SABINO DE DEUS E OUTRO.ADVOGADO: IGOR RODRIGUES BRITTO.REQUERIDO: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.MAGISTRADO: PAULO CÉSAR DE CARVALHO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR INCIDENTAL.ANTECIPAÇÃO DE TUTELA REQUERIDA EM APELAÇÃO.POSSIBILIDADE. JULGAMENTO DA APELAÇÃO. AÇÃO CAUTELARPREJUDICADA. 1. A ação cautelar incidental é cabível tanto para atribuir efeito suspensivo arecurso pendente de juízo de admissibilidade, quanto para conceder tutelascautelares visando à proteção da utilidade do processo. Precedentes. 2. A tutela de urgência visando à entrega da própria pretensão (bem da vida) deveser conhecida como tutela antecipada, embora requerida como tutela cautelar, emrazão da fungibilidade, que é uma via de mão dupla, na expressão deDINAMARCO.3. Não há utilidade na tutela de urgência para assegurar provisoriamente apretensão, quando o recurso já foi julgado.

1. RELATÓRIO

Os autores ingressaram com a presente ação cautelar incidental pleiteando, assimcomo na Apelação Cível nº 024100363969, a reintegração dos mesmos noconcurso de Soldado Combatente da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo. Alegaram, em síntese, a inexistência de critérios científicos e objetivos na avaliaçãopsicossomática. Verifiquei que já houve julgamento da Apelação Cível nº 024100363969. É o relatório. Tratando-se de matéria consolidada na jurisprudência dos TribunaisSuperiores, decido com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Consoante a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça, a açãocautelar incidental é cabível tanto para atribuir efeito suspensivo a recursopendente de juízo de admissibilidade, quanto para antecipar a tutela vindicada emapelo. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MEDIDA CAUTELAR.EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ORDINÁRIO AINDA PENDENTEDE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NO TRIBUNAL DE ORIGEM.INCIDÊNCIA DOS ENUNCIADOS N.os 634 E 635 DA SÚMULA DASUPREMA CORTE. PRECEDENTES. MANDAMUS IMPETRADOCONTRA ATO JUDICIAL. UTILIZAÇÃO DO REMÉDIOCONSTITUCIONAL COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. AUSÊNCIA DETERATOLOGIA. SÚMULA N.º 267 DO PRETÓRIO EXCELSO.INCIDÊNCIA. MEDIDA CAUTELAR LIMINARMENTE INDEFERIDA.1. O apelo nobre ao qual se pretende atribuir efeito suspensivo encontra-se emfase de processamento, de modo que ainda não foi submetido ao juízo deadmissibilidade perante o Tribunal de origem, incidindo, na espécie as Súmulasn.os 634 e 635 do Supremo Tribunal Federal.2. É admissível o cabimento da medida cautelar, destinada a atribuir efeitosuspensivo ou a antecipar tutela em recurso especial ou ordinário ainda nãoadmitido pelo Tribunal de origem, quando simultaneamente presentes osrequisitos do fumus boni juris e do periculum in mora, inocorrente na hipótese.3. Agravo regimental desprovido.(AgRg na MC 16.526/AL, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,julgado em 21/09/2010, DJe 11/10/2010)

No caso em julgamento, o Requerente ajuizou a demanda cautelar para antecipar atutela pretendida no apelo. O fato de a tutela de urgência requerida ter natureza deantecipação de tutela - embora denominada de cautelar - não impede o exame damatéria, uma vez que existe a fungibilidade (em sentido duplo) das tutelas deurgência.Assim, embora requerida como medida “cautelar”, a pretensão deve serexaminada como “antecipação de tutela”.

76 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 83: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Entretanto, como constatado, a Apelação Cível nº 024100363969 já fora julgada e,de acordo com a jurisprudência dominante do STJ, nesses casos a tutela deurgência visando à entrega do bem da vida não tem mais utilidade. Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR. AGRAVO DEINSTRUMENTO JULGADO. PERDA DE OBJETO. MEDIDA CAUTELAR.PREJUDICADA.1. Julgado o agravo de instrumento, perde o objeto a ação cautelar proposta como objetivo de lhe atribuir efeito suspensivo, devendo ser julgada prejudicada.Precedentes.2. Agravo regimental improvido com aplicação de multa.(AgRg na MC 17.279/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 16/11/2010, DJe 22/11/2010) Grifei.

AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR. RECURSOESPECIAL JULGADO. PERDA DE OBJETO. MEDIDA CAUTELARPREJUDICADA.- Consoante jurisprudência do STJ, julgado o recurso especial, perde o objeto aação cautelar proposta com o objetivo de lhe atribuir efeito suspensivo, devendoser julgada prejudicada.- AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.(AgRg na MC 6.603/BA, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 08/02/2010) Grifei.

Nesses termos, ocorreu a perda superveniente do interesse recursal.

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, DECLARO a carência da ação, ante a AUSÊNCIASUPERVENIENTE DO INTERESSE RECURSAL.Condeno os Requerente ao pagamento das verbas sucumbenciais. Entretanto,defiro o benefício da assistência judiciária gratuita pretendido, tendo em vista adeclaração de fls. 19 e, assim, suspendo a exigibilidade da obrigação pelo prazo de5 (cinco) anos, na forma do art. 12 da Lei 1.050/60, sujeita à prescrição se nãohouver alteração na situação financeira da parte.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR.Relator

2- Agravo de Instrumento Nº 11099001569CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 1ª VARA FEITOS FAZENDA PÚBLICAAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) LUCIANA MERCON VIEIRAAGVDO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 11099001569RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADORA LUCIANA MERÇONRECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALADVOGADO: PROMOTORA JULIANA ORTEGA TAVARESMAGISTRADO: SERENUZA MARQUES CHAMON

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. TRATAMENTOMÉDICO A DETENTO. DIREITO À SAÚDE. NECESSIDADE EINSUFICIÊNCIA DE RECURSOS FINANCEIROS PARA OCUSTEAMENTO. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. RECURSODESPROVIDO.1. A saúde é direito de todos e dever comum de todos os entes federativos(União, Estados e Municípios).2. Comprovada a necessidade do tratamento e a incapacidade para custear omesmo, o Estado, detentor do dever constitucional de garantir a saúde e o bemestar de toda a população, inclusive dos custodiados, deve fornecê-loimediatamente. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

O Estado do Espírito Santo interpôs Agravo de Instrumento por inconformadocom a r. decisão interlocutória de 1º grau que determinou o fornecimento detratamento médico adequado ao detento Idioney Nunes Ferreira. Aduziu, em síntese: (i) a incompetência do juízo cível para apreciação dapretensão; (ii) a violação ao princípio da proporcionalidade, haja vista ainsegurança causada com o cumprimento da decisão. Pelo exposto, requereu,liminarmente, a suspensão da eficácia do julgado de origem e, ao final, oprovimento do recurso com a reforma da decisão.

Decisão interlocutória de fls. 32/33, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Parecer da Procuradoria de Justiça Cível pela manutenção da decisão. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. COMPETÊNCIA.

O Estado do Espírito Santo suscitou, preliminarmente, a incompetência do juízocível para apreciação do pedido formulado pelo Ministério Público, uma vez quese trata de custodiado, cuja insanidade mental deve ser perquerida pelo juízocriminal. Não obstante, em que pese ao brilho da manifestação da douta representante doEstado, não se trata de pedido de avaliação para instrução de procedimento deinsanidade mensal, conforme previsão do art. 682, do CPP. Em verdade, a AçãoOrdinária foi ajuizada pelo Ministério Público visando ao tratamento de saúde dopreso Idioney Nunes Ferreira, cujo estado de saúde apresentava risco de morte. A pretensão funda-se, pois, no direito à saúde, consagrado no art. 196, da CF,motivo pelo qual se mantém irretocável a competência do juízo cível paraprocessamento do feito, especificamente a Vara da Fazenda Pública Estadual daComarca, dada a presença do ente federativo no polo passivo da relação. Logo, REJEITO a alegação.

2.2. MÉRITO RECURSAL.

A controvérsia dos autos consiste no pedido de tratamento médico formuladopelo Ministério Público em favor de Idioney Nunes Ferreira, preso custodiado naPenitenciária de Cachoeiro de Itapemirim.Muito bem.Não há muito o que dizer sobre a controvérsia. Não se discute mais o dever doEstado, por qualquer de suas unidades federativas, em assegurar a saúde de todos,principalmente quando a pretensão funda-se no mínimo existencial.Conforme a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, o direito àsaúde é dever público e deve ser assegurado a todos os necessitados, sendolegítima a pretensão por tratamentos médicos quando há a impossibilidade de aparte custeá-lo. Nessa linha:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL.ART. 544 DO CPC. RECURSO ESPECIAL. SUS. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTOS NECESSÁRIOS PARA O TRATAMENTO DEANGIOPLASTIA BILATERAL. ARTIGO 196 DA CF/88. DIREITO À VIDAE À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AÇÃODE OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.REQUISITOS LEGAIS. PREENCHIMENTO. REEXAME PROBATÓRIO.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 1. O Sistema Único de Saúde-SUS visaa integralidade da assistência à saúde, seja individual ou coletiva, devendo atenderaos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade, de modo que,restando comprovado o acometimento do indivíduo ou de um grupo pordeterminada moléstia, necessitando de medicamento para debelá-la, este deve serfornecido, de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna. 2.Ação objetivando a condenação da entidade pública ao fornecimento gratuito dosmedicamentos necessários ao tratamento de Angioplastia Bilateral. 3. O direito àsaúde é assegurado a todos e dever do Estado, por isso que legítima a pretensãoquando configurada a necessidade do recorrido. 4. O Estado, o Distrito Federal eo Município são partes legítimas para figurar no pólo passivo nas demandas cujapretensão é o fornecimento de medicamentos imprescindíveis à saúde de pessoacarente, podendo a ação ser proposta em face de quaisquer deles. Precedentes:REsp 878080 / SC; Segunda Turma; DJ 20.11.2006 p. 296; REsp 772264 / RJ;Segunda Turma; DJ 09.05.2006 p. 207; REsp 656979 / RS, DJ 07.03.2005. 5.Assentado o acórdão recorrido acerca da necessidade dos medicamentospleiteados na inicial, não cabe ao STJ conhecer do recurso. As questões que levamà nova incursão pelos elementos probatórios da causa são inapreciáveis em sedede recurso especial, consoante previsto na Súmula 7/STJ. 6. O exame dopreenchimento dos pressupostos para a concessão da tutela antecipada previstosno artigo 273, deve ser aferido pelo juiz natural, sendo defeso ao STJ o reexamedesse pressuposto de admissibilidade, em face do óbice contido na súmula07/STJ. 7. Precedentes jurisprudenciais: (REsp 505729/RS, Ministro Relator FelixFischer, 5ª Turma, DJU 23/06/2003; REsp 190686/PR, Ministro RelatorFranciulli Netto, 2ª turma, DJU 23/06/2003;MC 2615/PE, Ministro RelatorFrancisco Falcão, 1ª Turma, DJU 19/08/2002;AGA 396736/MG, MinistroRelator Felix Fischer, 5ª Turma, DJU 25/02/2002; REsp 373775/RS, MinistroRelator Fernando Gonçalves, 6ª Turma, DJU 01/07/2002; REsp 165339/MS,Ministro Relator Jorge Scartezzini, 5ª Turma, DJU 05/03/2001;AGA 199217/SP,Ministro Relator Luiz Vicente Cernicchiaro, 6ª Turma, DJU 17/02/1999) 8.Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 1044354/RS, Rel. Ministro LUIZFUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/10/2008, DJe 03/11/2008)

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FAZENDA PÚBLICA – FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS –ASTREINTES – CABIMENTO – ART. 461, § 5º, DO CPC –PRECEDENTES.1. A hipótese dos autos cuida da possibilidade de imposição de multa diária aoEstado do Rio Grande do Sul, pelo não-cumprimento na obrigação de fornecermedicamentos à portadora de doença grave, como meio coercitivo para impor ocumprimento de medida antecipatória ou de sentença definitiva da obrigação defazer ou de entregar coisa.(arts. 461 e 461-A do CPC).2. A negativa de fornecimento de um medicamento de uso imprescindível, cujaausência gera risco à vida ou grave risco à saúde, é ato que, per si, viola aConstituição Federal, pois a vida e a saúde são bens jurídicos constitucionalmentetutelados em primeiro plano.3. Por isso, a decisão que determina o fornecimento de medicamento não estásujeita ao mérito administrativo, ou seja, conveniência e oportunidade de execuçãode gastos públicos, mas de verdadeira observância da legalidade.4. Entendimento sólido da Corte no sentido de que o juiz, de ofício ou arequerimento da parte, pode fixar as astreintes contra a Fazenda Pública, com oobjetivo de forçá-la ao adimplemento da obrigação de fazer no prazo estipulado.5. Precedentes: (REsp 832935, REl. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 30.6.2006;REsp 804049, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ 15.5.2006).Recurso especial improvido.(REsp 878.705/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 05.10.2006, DJ 18.10.2006 p. 237)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO. SAÚDE. MEDICAMENTO. FORNECIMENTOOBRIGATÓRIO. DECISÃO MANTIDA. É devedor do Estado prestar,inclusive por meio de fornecimento de medicamentos, o direito à saúde. O Estadomembro é pessoa obrigada ao fornecimento, mesmo que o remédio não conste delista específica daqueles comumente fornecidos. Basta que a parte demonstre anecessidade da medicação. Decisão mantida. Recurso improvido. (Apelação Civelnº 014.04.003155-2, Relator Desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa,Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, DJ de23.10.2006).

O Supremo Tribunal Federal, em julgamento histórico,

A doutrina constitucional brasileira há muito se dedica à interpretação do artigo196 da Constituição. Teses, muitas vezes antagônicas, proliferaram-se em todas asinstâncias do Poder Judiciário e na seara acadêmica. Tais teses buscam definir se,como e em que medida o direito constitucional à saúde se traduz em um direitosubjetivo público a prestações positivas do Estado, passível de garantia pela viajudicial.As divergências doutrinárias quanto ao efetivo âmbito de proteção da normaconstitucional do direito à saúde decorrem, especialmente, da naturezaprestacional desse direito e da necessidade de compatibilização do que seconvencionou denominar “mínimo existencial” e “reserva do possível”(Vorbehalt des Möglichen).Como tenho analisado em estudos doutrinários, os direitos fundamentais nãocontêm apenas uma proibição de intervenção (Eingriffsverbote), expressandotambém um postulado de proteção (Schutzgebote). Haveria, assim, para utilizaruma expressão de Canaris, não apenas uma proibição de excesso(Übermassverbot), mas também uma proibição de proteção insuficiente(Untermassverbot) (Claus-Wilhelm Canaris, Grundrechtswirkungen umVerhältnismässigkeitsprinzip in der richterlichen Anwendung und Fortbildung desPrivatsrechts, JuS, 1989, p. 161.).Nessa dimensão objetiva, também assume relevo a perspectiva dos direitos àorganização e ao procedimento (Recht auf Organization und auf Verfahren), quesão aqueles direitos fundamentais que dependem, na sua realização, deprovidências estatais com vistas à criação e à conformação de órgãos eprocedimentos indispensáveis à sua efetivação.Ressalto, nessa perspectiva, as contribuições de Stephen Holmes e Cass Sunsteinpara o reconhecimento de que todas as dimensões dos direitos fundamentais têmcustos públicos, dando significativo relevo ao tema da “reserva do possível”,especialmente ao evidenciar a “escassez dos recursos” e a necessidade de sefazerem escolhas alocativas, concluindo, a partir da perspectiva das finançaspúblicas, que “levar a sério os direitos significa levar a sério a escassez”(HOLMES, Stephen; SUNSTEIN, Cass. The Cost of Rights: Why LibertyDepends on Taxes. W. W. Norton & Company: Nova Iorque, 1999).Embora os direitos sociais, assim como os direitos e liberdades individuais,impliquem tanto direitos a prestações em sentido estrito (positivos), quantodireitos de defesa (negativos), e ambas as dimensões demandem o emprego derecursos públicos para a sua garantia, é a dimensão prestacional (positiva) dosdireitos sociais o principal argumento contrário à sua judicialização.A dependência de recursos econômicos para a efetivação dos direitos de carátersocial leva parte da doutrina a defender que as normas que consagram tais direitosassumem a feição de normas programáticas, dependentes, portanto, daformulação de políticas públicas para se tornarem exigíveis. Nesse sentido,também se defende que a intervenção do Poder Judiciário, ante a omissão estatal

quanto à construção satisfatória dessas políticas, violaria o princípio da separaçãodos Poderes e o princípio da reserva do financeiramente possível.Em relação aos direitos sociais, é preciso levar em consideração que a prestaçãodevida pelo Estado varia de acordo com a necessidade específica de cada cidadão.Assim, enquanto o Estado tem que dispor de um determinado valor para arcarcom o aparato capaz de garantir a liberdade dos cidadãos universalmente, no casode um direito social como a saúde, por outro lado, deve dispor de valoresvariáveis em função das necessidades individuais de cada cidadão. Gastar maisrecursos com uns do que com outros envolve, portanto, a adoção de critériosdistributivos para esses recursos.Dessa forma, em razão da inexistência de suportes financeiros suficientes para asatisfação de todas as necessidades sociais, enfatiza-se que a formulação daspolíticas sociais e econômicas voltadas à implementação dos direitos sociaisimplicaria, invariavelmente, escolhas alocativas. Essas escolhas seguiriam critériosde justiça distributiva (o quanto disponibilizar e a quem atender), configurando-secomo típicas opções políticas, as quais pressupõem “escolhas trágicas” pautadaspor critérios de macrojustiça. É dizer, a escolha da destinação de recursos parauma política e não para outra leva em consideração fatores como o número decidadãos atingidos pela política eleita, a efetividade e a eficácia do serviço a serprestado, a maximização dos resultados etc.Nessa linha de análise, argumenta-se que o Poder Judiciário, o qual estariavocacionado a concretizar a justiça do caso concreto (microjustiça), muitas vezesnão teria condições de, ao examinar determinada pretensão à prestação de umdireito social, analisar as consequências globais da destinação de recursos públicosem benefício da parte, com invariável prejuízo para o todo (AMARAL, Gustavo.Direito, Escassez e Escolha. Renovar: Rio de Janeiro, 2001).Por outro lado, defensores da atuação do Poder Judiciário na concretização dosdireitos sociais, em especial do direito à saúde, argumentam que tais direitos sãoindispensáveis para a realização da dignidade da pessoa humana. Assim, ao menoso “mínimo existencial” de cada um dos direitos – exigência lógica do princípio dadignidade da pessoa humana – não poderia deixar de ser objeto de apreciaçãojudicial.O fato é que o denominado problema da “judicialização do direito à saúde”ganhou tamanha importância teórica e prática, que envolve não apenas osoperadores do direito, mas também os gestores públicos, os profissionais da áreade saúde e a sociedade civil como um todo. Se, por um lado, a atuação do PoderJudiciário é fundamental para o exercício efetivo da cidadania, por outro, asdecisões judiciais têm significado um forte ponto de tensão entre os elaboradorese os executores das políticas públicas, que se veem compelidos a garantirprestações de direitos sociais das mais diversas, muitas vezes contrastantes com apolítica estabelecida pelos governos para a área de saúde e além das possibilidadesorçamentárias (cf. STF, STA 175, relator Ministro GILMAR MENDES,disponível emhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdf,acesso em 30.6.2010).

Após examinar TODOS os elementos que caracterizam o direito social previstono artigo 196 da Constituição Federal, o eminente e culto Ministro GILMARMENDES, destacou que:Nessa hipótese, podem ocorrer, ainda, duas situações: 1º) o SUS fornecetratamento alternativo, mas não adequado a determinado paciente; 2º) o SUS nãotem nenhum tratamento específico para determinada patologia.A princípio, pode-se inferir que a obrigação do Estado, à luz do disposto noartigo 196 da Constituição, restringe-se ao fornecimento das políticas sociais eeconômicas por ele formuladas para a promoção, proteção e recuperação dasaúde.(…)Dessa forma, podemos concluir que, em geral, deverá ser privilegiado otratamento fornecido pelo SUS em detrimento de opção diversa escolhida pelopaciente, sempre que não for comprovada a ineficácia ou a impropriedade dapolítica de saúde existente.Essa conclusão não afasta, contudo, a possibilidade de o Poder Judiciário, ou de aprópria Administração, decidir que medida diferente da custeada pelo SUS deveser fornecida a determinada pessoa que, por razões específicas do seu organismo,comprove que o tratamento fornecido não é eficaz no seu caso.(…)Situação diferente é a que envolve a inexistência de tratamento na rede pública.Nesses casos, é preciso diferenciar os tratamentos puramente experimentais dosnovos tratamentos ainda não testados pelo Sistema de Saúde brasileiro.(…)Quanto aos novos tratamentos (ainda não incorporados pelo SUS), é preciso quese tenha cuidado redobrado na apreciação da matéria. Como frisado pelosespecialistas ouvidos na Audiência Pública, o conhecimento médico não éestanque, sua evolução é muito rápida e dificilmente suscetível deacompanhamento pela burocracia administrativa.Se, por um lado, a elaboração dos Protocolos Clínicos e das DiretrizesTerapêuticas privilegia a melhor distribuição de recursos públicos e a segurançados pacientes, por outro a aprovação de novas indicações terapêuticas pode sermuito lenta e, assim, acabar por excluir o acesso de pacientes do SUS a tratamentohá muito prestado pela iniciativa privada.

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Parece certo que a inexistência de Protocolo Clínico no SUS não pode significarviolação ao princípio da integralidade do sistema, nem justificar a diferença entreas opções acessíveis aos usuários da rede pública e as disponíveis aos usuários darede privada. Nesses casos, a omissão administrativa no tratamento dedeterminada patologia poderá ser objeto de impugnação judicial, tanto por açõesindividuais como coletivas. No entanto, é imprescindível que haja instruçãoprocessual, com ampla produção de provas, o que poderá configurar-se umobstáculo à concessão de medida cautelar (cf. STF, STA 175, disponível emhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdf,acesso em 30.6.2010)..

De fato, nos termos do art. 5º, XLIX, da Constituição Federal, “é assegurado aospresos o respeito à integridade física e moral”, consagrando o direito à saúde aoscustodiados, assegurado pelo Estado. A Lei nº 7.210/84, em seu art. 14, ressalta,verbis:

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo ecurativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.§ 1º (Vetado).§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover aassistência médica necessária, esta será prestada em outro local, medianteautorização da direção do estabelecimento.

Especificamente acerca da responsabilidade estatal pela incolumidade física epsíquica dos presos, destaco:PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO POR MORTEDE PRESO EM CADEIA PÚBLICA.DEVER DE VIGILÂNCIA DOESTADO (ART. 5º, XLIX, CF/88). INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAISE MATERIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. CULPA ENEXO DE CAUSALIDADE COMPROVADOS. SÚMULA 07/STJ.1. A obrigação de indenizar imputada à entidade estatal por força do art. 5º, XLIXque assegura ao preso a integridade física é fundamento constitucional que afastaa competência do E. STJ.2. É que, assentando o Tribunal a quo, verbis: Relativamente à preliminar deilegitimidade passiva ad causam, único tópico - a meu juízo- indene de reparos dodecisum a quo, rejeito-a por entender ser a demandada parte legítima para figurarno pólo passivo da presente demanda.Isto porque, na forma da Magna Carta Federal (art. 5º XLIX), é direitofundamental dos presos a integridade física e moral no cumprimento da pena. (fls.153) (...) In casu, diante do conjunto probatório coligido nos autos, restousobejamente evidenciado o ato ilícito da Administração Pública transpassado nanegligência com que agiu diante do evento rebelião, já que, caso tivessem sidoadotadas as mínimas cautelas exigidas do dever de ofício, a rebelião econsequentemente a chacina não teria ocorrido. (fls. 156) 3. A aferição acerca daocorrência do nexo causal entre o dano e a conduta do agente público demanda aanálise do conjunto fático-probatório carreado aos autos, interditada em sede derecurso especial por força da Súmula 07/STJ. Precedentes desta Corte: RESP756437/AP, desta relatoria, DJ de 19.09.2006; RESP 439506/RS, RelatoraMinistra Denise Arruda, DJ de 01.06.2006 e RESP 278324/SC, Relator MinistroJoão Otávio de Noronha, DJ de 13.03.2006.4. Deveras em hipóteses semelhantes o E. STJ destaca a inequivocidade daresponsabilidade estatal sobre a incolumidade do preso. Precedentes: REsp1022798 / ES, Segunda Turma, DJe 28/11/2008; REsp 802435/PE, Relator Min.Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 30/10/2006.5. A doutrina do tema não discrepa da solução jurisprudencial, senão vejamos: "Amesma regra se aplica quando se trata de ato de terceiros, como é o caso de danoscausados por multidão ou por delinquentes; o Estado responderá se ficarcaracterizada a sua omissão, a sua inércia, a falha na prestação do serviço público.Nesta hipótese, como na anterior, é desnecessário apelar para a teoria do riscointegral;a culpa do serviço público demonstrada pelo seu mau funcionamento,não-funcionamento ou funcionamento tardio é suficiente para justificar aresponsabilidade do Estado." (Maria Sylvia Zanella di Pietro, in DireitoAdministrativo, 18ª Edição, Editora Atlas, página 569).6. O artigo 948, II, do CC, tem recebido no E. STJ a exegese de que: É devida apensão aos filhos menores até o limite de 25 (vinte e cinco) anos de idade.Precedentes: REsp 674.586/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ 02.05.2006; REsp603.984/MT, DJ 16.11.2004.7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.(REsp 1095309/AM, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em12/05/2009, DJe 01/06/2009)

Em reforço, transcrevo excerto do STF, a saber:

EMENTA: HABEAS CORPUS. DIREITO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AOPRESO. LEI 7.210/1984, ARTS. 14; 41, IV, E 120, II. ASSISTÊNCIA PORMÉDICO PARTICULAR. POSSIBILIDADE. MAGISTRADO.TRANSFERÊNCIA PARA SALA DE ESTADO-MAIOR. DEFERIMENTO.LEI COMPLEMENTAR 35/1979, ART. 33, III. A Lei 7.210/1984 garante aopaciente o direito à assistência de médico particular e à realização dos examesnecessários, caso esteja impossibilitado de fazê-lo nas dependências doestabelecimento prisional. Não é razoável a efetivação de uma seqüência de

remoções, inclusive para outros estados da Federação, quando existe vaga emestabelecimento apto a receber o custodiado em seu estado de origem e em totalatendimento ao previsto no art. 33, III, da Lei Complementar 35/1979. Ordemdeferida, nos termos do voto do relator.(HC 85431, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em17/05/2005, DJ 10-03-2006 PP-00053 EMENT VOL-02224-01 PP-00161REPUBLICAÇÃO: DJe-013 DIVULG 10-05-2007 PUBLIC 11-05-2007 DJ11-05-2007 PP-121)

Pois bem, resta superada a discussão sobre a obrigação de o Estado fornecer otratamento de saúde a quem dele necessite, nos limites do entendimento doSupremo Tribunal Federal.No caso em julgamento, o Ministério Público comprovou a necessidade dotratamento requerido ao dentento jurisdicionado e a incapacidade de obeneficiário custeá-lo, impondo ao Estado, detentor do dever constitucional degarantir a saúde e o bem estar de toda a população, por qualquer dos entesfederativos, o fornecimento imediato do tratamento pretendido.Portanto, não há como modificar o julgado de origem que aplicou com presteza oentendimento dominante dos Tribunais Superiores.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 20 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

3- Agravo de Instrumento Nº 24100917038VITÓRIA - 2ª VARA CÍVELAGVTE DS-RENDITE-FONDS NR.103 MT SUNLIGHT VENTUREGMBH&CO. TANKSCH Advogado(a) CAMILA MENDES VIANNA CARDOSOAdvogado(a) GODOFREDO MENDES VIANAAdvogado(a) KAROLINA LIMA CARDOSOAGVDO MARE ALTA DO BRASIL NAVEGACAO LTDA Advogado(a) DALVA APARECIDA PEDROSO PASCHOAAdvogado(a) HENRIQUE OSWALDO MOTTAAdvogado(a) LILIAN DE CARVALHO SCHAEFERAdvogado(a) MARISE CAMPOSAdvogado(a) PEDRO CALMON MONIZ DE BITTENCOURT FILHORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24100917038RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: DS – RENDITE-FONDS NR 103 MT SUNLIGHTVENTURE GMBH & CO . TANKSCHIFF KG.ADVOGADO: LUCIANA ABOUDIB SANDRI E OUTROSRECORRIDO: MARÉ ALTA DO BRASIL NAVEGAÇÃO LTDA.ADVOGADO: DALVA APARECIDA PEDROSO PASCHOA E OUTROSMAGISTRADO: ROZENÉA MARTINS DE OLIVEIRANº PROC. ORIG.: 024.10.009728-6

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.CAUTELAR E PRINCIPAL. EXCEÇÃO DE COMPETÊNCIA. OPOSIÇÃO.CONTESTAÇÃO NA PRINCIPAL. INTEMPESTIVIDADE.PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO PROCESSANTE DACAUTELAR. RECURSO PROVIDO.1. A exceção de incompetência deve ser oposta na demanda cautelar, quandoantecedente à demanda principal, sob pena de prorrogação da competência.Precedentes do STJ.2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

A empresa DS – RENDITE-FONDS NR 103 MT SUNLIGHT VENTUREGMBH & CO. TANKSCHIFF KG interpôs Agravo de Instrumento porinconformada com a r. decisão interlocutória de 1º grau que acolheu a Exceção deIncompetência oposta pela empresa ora Agravada e determinou a remessa dosautos à Comarca de Macaé/RJ.Aduziu, em síntese: (i) a intempestividade do incidente em razão daimpossibilidade de aplicação do prazo em dobro, uma vez que as empresasdemandadas possuem o mesmo procurador; (ii) a preclusão da oposição doincidente, considerando que a Agravada já havia apresentado resposta na demandacautelar, acessória à ação ordinária em que foi oferecida a exceção; (iii) acompetência do juízo de Vitória/ES para o processamento da demanda, haja vistaa empresa agenciadora do navio de propriedade da pessoa jurídica estrangeira

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também demandada estar sediada neste juízo. Nesses termos, pugnou pelasuspensão da decisão agravada e, ao final, pelo provimento do recurso com areforma do julgado.Decisão interlocutória às fls. 679/681, na qual o recurso foi recebido em ambosos efeitos.Contrarrazões pela inadmissibilidade do recurso em razão da deficiência naformação do instrumento e, quanto ao mérito, pelo desprovimento dairresignação.Petição da empresa Agravada às fls. 765/777, na qual requer autorização parasaída da embarcação “John P. Laborde” do território brasileiro.Decisão interlocutória da Des. convocada Elisabeth Lordes às fls. 829/837, emque deferiu o pedido de autorização para saída da embarcação, mediante caução.Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 838/839.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Passo a apreciar as questões suscitadas pela ordem de prejudicialidade.

2.1. PRELIMINAR. INADMISSIBILIDADE RECURSAL.

Verifico, prima facie, a admissibilidade do Agravo de Instrumento interposto.Vejamos.O art. 525, do Código de Processo Civil prescreve, verbis:

Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída:I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectivaintimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e doagravado;II - facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis.

Sobre o assunto, destaco os seguintes precedentes do Colendo Superior Tribunalde Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃOCONHECIMENTO. RAZÕES DA APELAÇÃO. FALTA. PEÇAESSENCIAL PARA APRECIAÇÃO DAS ALEGAÇÕES DA AGRAVANTE.SÚMULA 288/STF. JUNTADA POSTERIOR. INADMISSIBILIDADE.PRECLUSÃO CONSUMATIVA. I - Compete ao agravante juntar aos autos doagravo, além das peças obrigatórias à sua instrução, aquelas que sejam essenciais àperfeita compreensão da controvérsia (Súmula n. 288/STF). II – A formação doagravo é responsabilidade do agravante, sendo de se ressaltar a impossibilidade daconversão do julgamento em diligência, para que eventual deficiência possa sersanada. III – Não se admite, por força da preclusão consumativa, a juntadaposterior de documento com a finalidade de suprir a falha na formação doinstrumento. Agravo improvido. (AgRg no Ag 1047504/SP, Rel. MinistroSIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe13/10/2008)

Processual civil. Agravo no agravo de instrumento. Falta de peças essenciais.Formação do agravo. Ônus do agravante. - É indispensável o traslado de todas aspeças essenciais à formação do agravo. - Recai sobre o agravante aresponsabilidade de zelar pela correta formação do agravo. - Caso inexistente apeça, deve o agravante, no momento da interposição, comprovar o fato por meiode documento revestido de fé pública. Agravo no agravo de instrumento nãoprovido. (AgRg no Ag 1002391/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2008, DJe 26/03/2008)

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DEINSTRUMENTO - COMPROVANTE DO PREPARO DO RECURSOESPECIAL (ART. 511, DO CPC) - PEÇAS OBRIGATÓRIAS (ART. 544, § 1ºDO CPC) - PEÇAS FACULTATIVAS (NATUREZA ESSENCIAL) .1. Entendimento firmado no STJ de que tanto no agravo de instrumento oponívelcontra decisões interlocutórias do juiz de primeira instância, quanto no que visa odestrancamento de recurso especial, devem ser juntadas as peças obrigatórias e asfacultativas (de natureza necessária, essencial ou útil), por força de aplicaçãoanalógica da Súmula 288/STF.2. As peças "obrigatórias", enumeradas pelo próprio Código em caráter restritivo,tem o propósito de permitir: a regularidade da representação processual; averificação da tempestividade dos recursos, seja do próprio agravo, seja doeventual recurso que o agravo visa destrancar e a análise do mérito recursal.3. Peças "facultativas" são aquelas necessárias, essenciais ou úteis para acompreensão da controvérsia, o que tem a ver com o mérito, propriamente dito(da causa ou recursal), ou com questões surgidas no desenvolvimento doprocesso.4. O comprovante do preparo, que não se confunde com a tempestividade, nãofoi eleito pelo Código como peça obrigatória do agravo previsto no art. 544,podendo, em alguns casos, constituir-se como peça "facultativa" (naturezaessencial).5. Reexame do agravo de instrumento, com a verificação de que houveprequestionamento implícito das teses indicadas no recurso especial.

6. Agravo regimental e agravo de instrumento providos.(AgRg no Ag 455.273/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 01/06/2004, DJ 30/08/2004 p. 243)

Do mesmo modo, o Supremo Tribunal Federal elaborou o enunciado nº 288 daSúmula daquela Corte, determinando, verbis:

SÚMULA 288. NEGA-SE PROVIMENTO A AGRAVO PARA SUBIDA DERECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO FALTAR NO TRASLADO ODESPACHO AGRAVADO, A DECISÃO RECORRIDA, A PETIÇÃO DERECURSO EXTRAORDINÁRIO OU QUALQUER PEÇA ESSENCIAL ÀCOMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA.

No caso em julgamento, a empresa Agravante juntou documentos obrigatórios eaqueles que são essenciais à apreciação do recurso, possibilitando o conhecimentoda peça com a formação adequada do instrumento.Logo, REJEITO a preliminar suscitada pela Agravada e passo ao exame do méritorecursal.

2.2. MÉRITO RECURSAL.

A controvérsia consiste na identificação do juízo competente para oprocessamento e julgamento do feito.Muito bem.A par das considerações expendidas pelas partes, as questões relevantes suscitadasforam suficientemente apreciadas na decisão interlocutória proferidaanteriormente, oportunidade em que restou consignado, verbis:

Em primeiro lugar, verifico que a empresa Agravante suscitou a intempestividadeda Exceção de Incompetência sob o argumento de que as pessoas jurídicasdemandadas não poderiam utilizar o benefício previsto no art. 191, do CPC, porpossuírem o mesmo procurador. Não obstante, consta dos autos prova de que asreferidas empresas constituíram advogados distintos para a defesa processual,consoante demonstram as procurações fotocopiadas às fls. 21, 309 e 519/520 edos presentes autos.Consoante os referidos documentos, a empresa MARÉ ALTA DO BRASILNAVEGAÇÃO LTDA encontra-se representada em juízo pelos advogadosPedro Calmon Filho, Henrique Oswaldo Motta, Wanda Xavier Lacerda, DalvaAparecida Pedroso Paschoa, Marise Campos, Lilian de Carvalho Schaefer,Guilherme Valadares Giesta e Pedro Calmon Neto. De outra sorte, a pessoajurídica TIDERWATER BOATS LIMITED, também Demandada, constituiucomo patronos nos autos os advogados Luiz Augusto de Melo, Luciana AlbaniLucindo e Ana Cristina Alvarez Baptista; e posteriormente, os patronos EduardoNogueira Simeone e Ricardo Barbosa Pimentel.Logo, considerando que possuem advogados distintos, aos referidos litisconsortesdeve ser aplicada a regra do art. 191, do CPC, computando-se em dobro o prazopara resposta e, assim, afastando a intempestividade suscitada pela Agravante.Nessa linha, destaca-se:

PROCESSO CIVIL. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. PROCURADORESDISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ADVOGADOS DO MESMOESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. PARTES CASADAS.A orientação firmada pelo Tribunal é a de que tendo os litisconsortesprocuradores distintos, aplica-se de forma objetiva e irrestrita a regra benévola doartigo 191 do Código de Processo Civil, de modo que também incidente no casode os advogados serem do mesmo escritório, de as partes serem casadas e de oimóvel em litígio servir-lhes de residência.Recurso Especial provido.(REsp 818.419/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,julgado em 09/06/2009, DJe 18/06/2009)

Ademais, o fato de o Sr. Vitor Ricardo da Cunha Bahiense ter assinadodocumentos extrajudiciais (fls. 20/21) enquanto procurador das empresasDemandadas não lhes retira a possibilidade de utilização do benefício processual,sobretudo porque não há comprovação de que seja advogado devidamenteconstituído para a representação processual das mesmas.Entretanto, a despeito da aplicabilidade da norma insculpida no art. 191, do CPC,vejo a impossibilidade de oposição da referida Exceção de Incompetência naforma apresentada. Explico.Em verdade, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento nosentido de que a Exceção de Incompetência deve ser oposta em sede da AçãoCautelar, sob pena de prorrogação da competência para o processamento dademanda principal. Confira-se:

Competência territorial. Foro de eleição. Prorrogação. Cautelar de protesto e açãode indenização.1. Se o réu não opuser a exceção declinatória na cautelar de protesto, fica acompetência prorrogada para a ação principal indenizatória, sendo intempestiva aexceção quando da contestação desta última.2. Recurso especial conhecido e desprovido.

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Page 87: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

(REsp 489.485/ES, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO,TERCEIRA TURMA, julgado em 26/08/2003, DJ 24/11/2003 p. 302)

In casu, o incidente fora suscitado pela ora Recorrida nos autos da Ação Ordinárianº 024090263856, ajuizada em 31.08.2009. Não obstante, em 30.07.2009 já haviasido proposta a Ação Cautelar nº 024090225541 em desfavor da mesma, para aqual foi devidamente integrada.Dessa forma, convencido da verossimilhança das alegações da Agravante, assimcomo diante da iminência de remessa dos autos à Comarca de Macaé/RJ, vejo anecessidade de suspensão da decisão, mormente para a ampliação da cogniçãocom a formação do contraditório recursal.

Em reforço, peço venia para transcrever parte do voto proferido pelo EminenteMinistro Carlos Alberto Menezes Direito no julgamento do excertosupramencionado, a saber:

“Ora, na verdade, não me parece fora de propósito o conteúdo da decisão doTribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo ao manter a prorrogação do foroda medida cautelar, quando não havia qualquer empeço para que pudesse amesma receber a exceção de incompetência, diante da existência do foro deeleição. Na jurisprudência desta Terceira Turma está assentando que os processoscautelares, quando anteriores ao principal, tornam prevento o Juízo (REsp nº262.392/PR, Relator o Senhor Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, DJ de01/10/01).Não reconheço força suficiente no argumento das recorrentes no sentido de quepelo reconhecimento da competência obrigatória para a cautelar cobre-se a inérciade não ter sido manifestada nesta a exceção de incompetência, mas, apenas,quando da contestação na ação cautelar. Tal decisão, a meu sentir, não viola o art.111 do Código de Processo Civil. Na verdade, é no art. 114 do mesmo Códigoque está expressa a regra de que a competência se prorroga, se o réu não opuserexceção declinatória de foro e de juízo, no caso e prazo legais, não me parecendoque haja qualquer escape para que possa o réu na ação cautelar deixar de opor aexceção.” - [destaquei].

Dessa forma, considerando que o referido incidente fora oposto pela Agravadaquando do oferecimento da contestação na Ação Principal, reconheço aintempestividade do mesmo, razão pela qual mantém irretocável a competênciado Juízo processante da Ação Cautelar para a apreciação da causa principal.Por fim, verifico que, em razão de minha eventual ausência, o pedido relativo àautorização para saída da embarcação do país, formulado pela ora Agravada, foideferido pela eminente Des. Substituta Elisabeth Lordes, na forma regulamentadapor esse e. Tribunal. Em verdade, a argumentação exposta na referida decisãomostra-se irretocável, sobretudo em razão da urgência da pretensão e, ainda, dapossibilidade de prestação de caução para o cumprimento da decisão.Não obstante, considerando que a Agravante informou que não fora prestadacaução, a despeito da retirada da embarcação, vejo a necessidade de arbitramentode multa diária por descumprimento, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), caso nãoseja efetuado o depósito judicial no valor do bem objeto do litígio ou prestadafiança bancária no montante equivalente, junto ao juízo de origem, a quemcompete a apreciação e acompanhamento do caso, no prazo de 10 (dez) diasdesde a presente fixação.Ressalto, pois, que outras medidas relativas ao litígio deverão ser apreciadas pelojuízo de 1º grau, haja vista a extensão do efeito devolutivo inerente ao presenterecurso e, também, o julgamento do AI nº 24100906882, de minha relatoria, emque restou consignado:

“A determinação de que o juízo de origem seja consultado previamente acerca deeventual ausência de embarcação estrangeira envolvida em acidente marítimo comnavio de procedência nacional não implica prejuízo às atividades comerciais a quese destina o bem, justificando o deferimento da medida, haja vista a sua evidentenatureza cautelar.”

De qualquer forma, diante da inércia do juízo a quo ante o pedido dirigido a esteTribunal e, demonstrados os pressupostos necessários ao deferimento da medida,mantém-se hígida a r. decisão interlocutória proferida pela Eminente Des.Elisabeth Lordes, ao menos até ulterior manifestação do juízo primevo.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.decisão interlocutória objurgada e, assim, manter a competência da 2ª Vara Cívelde Vitória para o processamento e julgamento do feito. Outrossim, ratifico a decisão interlocutória de fls. 829/837, entretanto arbitromulta diária por descumprimento, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), caso nãoseja efetuado o depósito judicial no valor do bem objeto do litígio ou prestadafiança bancária no montante equivalente, junto ao juízo de origem, a quemcompete a apreciação e acompanhamento do caso, no prazo de 10 (dez) dias,contados a partir da presente decisão.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

4- Agravo de Instrumento Nº 11104958829CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - VARA FAZENDA MUN REG PUBAGVTE MARIA LINA ZANON Advogado(a) IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIORAGVDO MUNICIPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Advogado(a) THIAGO VALBAO POLETIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 011104958829RELATOR : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE: MARIA LINA ZANON.ADVOGADO: IZAÍAS CORREA BARBOSA JÚNIOR.RECORRIDO: MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.ADVOGADO: THIAGO VALBÃO POLETI.MAGISTRADO: ROBSON LOUZADA LOPES.Nº PROC. ORIG.: 011200154183.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSELHEIRA FISCAL DEENTIDADE SINDICAL. ART. 77 DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIODE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. DIRIGENTE SINDICAL.DIFERENÇA. RECURSO DESPROVIDO.1. Os benefícios do artigo 77 da Lei Orgânica do Município de Cachoeiro deItapemirim são destinados ao servidor público municipal eleito Dirigente Sindicale não ao Conselheiro Fiscal. 2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

MARIA LINA ZANON interpôs Agravo de Instrumento por inconformada coma r. decisão interlocutória de 1º grau que indeferiu o pedido liminar, por concluirque a função exercida pela Agravante não integra a diretoria da entidade sindical. Aduziu, em síntese, que foi eleita para exercer o cargo de Conselheira Fiscal daentidade sindical e, por isso, requer o afastamento de suas funções do cargopúblico sem prejuízo de sua remuneração e de seus direitos, para cumprimento demandado sindical em tempo integral.Decisão interlocutória às fls. 102/103, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo. Informações prestadas pelo juízo de 1º grau às fls. 106. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, por se tratar dematéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

De acordo com o artigo 77 da Lei Orgânica do Município de Cachoeiro deItapemirim, é garantido ao servidor público municipal eleito Dirigente Sindical aproteção necessária ao exercício do cargo. O parágrafo único do referidodispositivo prescreve ainda, que o servidor público que for afastado nestes termosgozará de todas as vantagens decorrentes do exercício de seu cargo. Pois bem. Conforme se verifica nos autos, a Agravante foi eleita para o cargo de ConselheiraFiscal e por esse motivo não se enquadra na hipótese do artigo 77 da LOM. Nesse sentido, já havia demonstrado na decisão interlocutória de fls. 102/103, queo Tribunal Superior Eleitoral possui o entendimento de que membro do ConselhoFiscal não constitui Dirigente Sindical, razão pela qual não precisariadescompatibilizar-se para fins eleitorais. Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DECANDIDATO. DEFERIMENTO. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DESINDICATO.1 - Membro de conselho fiscal que não exerce as funções de dirigente,administrador ou representante de entidade de classe mantida pelo poder públiconão necessita desincompatibilizar-se no prazo do art. 1º, II, g, c.c. o VII, a, da LeiComplementar nº 64/90.Agravo regimental não provido.(AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº23025, Acórdão nº 23025 de 19/09/2004, Relator(a) Min. CARLOS MÁRIO DASILVA VELLOSO, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 19/09/2004RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 15, Tomo 4, Página 210 )Grifei

Ademais, a própria justiça do trabalho confere tratamento diferenciado entreDirigente Sindical e Conselheiro Fiscal. De acordo com a OrientaçãoJurisprudencial da SDI-I, nº 365, “Membro de conselho fiscal de sindicato nãotem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, daCF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria

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respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira dosindicato (art. 522, § 2º, da CLT).” Ainda nesse sentido:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE. DIRIGENTE SINDICAL.MEMBRO DO CONSELHO FISCAL. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃODA OJ Nº 365 DA SDI-1 DO TST. PROVIMENTO. A jurisprudência destacorte foi pacificada por meio da oj n. º 365 da SDI-1, no sentido de que não seconfere aos integrantes do conselho fiscal a estabilidade provisória atribuída aosdirigentes sindicais, tendo em vista os termos do disposto no art. 8. º, inciso VIII,da Constituição Federal de 1988 e nos arts. 522 e 543 da CLT. Recurso de revistada reclamada conhecido e provido. (TST; RR 96500-40.2007.5.09.0089; QuartaTurma; Relª Minª Maria de Assis Calsing; DEJT 18/02/2011; Pág. 732) Grifei

RECURSO DE REVISTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DARECORRENTE. Responsabilidade subsidiária. Decisão regional proferida combase na Súmula nº 331 do TST não enseja a revisão pretendida mediante ainterposição de recurso de revista. Recurso de revista não conhecido. Estabilidadeprovisória - Dirigente sindical - Conselho fiscal. A garantia constitucionalconferida aos dirigentes sindicais não abrange os membros de conselho fiscal, cujafunção se restringe à gestão financeira do sindicato, o que não pode serconfundido com os cargos de direção e representação da entidade sindical nadefesa dos interesses e direitos da categoria. A discussão a respeito da matériaencontra-se superada com a edição da orientação jurisprudencial nº 365 do TST.Recurso de revista conhecido e provido. (TST; RR 30800-35.2005.5.12.0015;Primeira Turma; Rel. Min. Vieira de Mello Filho; DEJT 12/11/2010; Pág. 355)Grifei

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DEREVISTA. Estabilidade provisória. Dirigente sindical. Membro do conselhofiscal. A jurisprudência da e. Sbdi-1 consolidou-se no sentido de que a estabilidadeprovisória de empregado sindicalizado, prevista no inciso VIII do artigo 8º daConstituição Federal, é destinada àquele que concorre a cargo de direção ourepresentação sindical, a partir do registro da candidatura. Logo, empregadosindicalizado eleito para compor conselho fiscal de entidade sindical não goza deestabilidade provisória. Inteligência da orientação jurisprudencial nº 365 da sbdi-1.Agravo a que se nega provimento. (TST; Ag-AIRR 670/2007-035-01-40.3;Segunda Turma; Rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires; DEJT03/09/2010; Pág. 1002)

Dessa forma, mantenho a decisão recorrida por entender que a Agravante não seenquadra no artigo 77 da Lei Orgânica do Município de Cachoeiro de Itapemirim.3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 2 de junho de 2011.  

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

5- Agravo de Instrumento Nº 25109000114ITAGUAÇU - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOAGVTE ALVINA BARBOSA DE MENEZES Advogado(a) EDEMILSO MANSKAGVDO JOAO MACHADO Advogado(a) HENRIQUE SOARES MACEDORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 25109000114RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ALVINA BARBOSA DE MENEZESADVOGADO: EDEMILSO MANSKRECORRIDO: JOÃO MACHADOADVOGADO: HENRIQUE SOARES MACEDO MAGISTRADO: LUCIANO COSTA BRAGATTO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. COISAJULGADA. MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO ANULATÓRIA.RESULTADOS IDÊNTICOS. RECONHECIMENTO. JULGAMENTOIMEDIATO DA DEMANDA. APLICAÇÃO DO ART. 515, §3º, CPC PORANALOGIA. CAUSA MADURA. POSSIBILIDADE. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO. EXTINÇÃO DA DEMANDA SEMJULGAMENTO DO MÉRITO. 1. A apreciação definitiva do mérito do mandamus induz a ocorrência de coisajulgada material. Precedentes. 2. Ofende a coisa julgada a renovação da pretensão, ainda que por fundamentodiverso, levando em consideração o resultado almejado com as demandascorrelatas. Precedentes. 3. O § 3º do art. 515 pode ser aplicado, analogicamente,

ao Agravo de Instrumento, desde que o processo esteja em condições dejulgamento. Precedentes.4. Recurso parcialmente provido. Extinção da ação anulatória sem julgamento domérito, com fulcro no art. 267, V, CPC.

1. RELATÓRIO.

ALVINA BARBOSA DE MENEZES interpôs Agravo de Instrumento porinconformada com a r. decisão interlocutória de 1º grau que concedeu a medidaantecipatória vindicada pelo ora Agravado, determinando a recondução domesmo ao cargo de vereador do Município de Itaguaçu, atualmente ocupado pelamesma enquanto suplente.Aduziu, em síntese: (i) a incompetência absoluta do juízo, haja vista a competênciada Justiça Eleitoral para apreciação do feito; (ii) a ocorrência de coisa julgada emrelação ao Mandado de Segurança nº 025.09.000759-9, impetrado pelo Recorridocom a mesma pretensão deduzida da Ação Anulatória originária ao presenterecurso; (iii) a regularidade do ato que determinou a cassação dos direitos políticosdo Agravado.Pelo exposto, requere, liminarmente, a suspensão dos efeitos do julgado deorigem e, ao final, o provimento do recurso com a reforma da decisão. Decisão interlocutória às fls. 237/239, na qual o recurso foi recebido em ambosos efeitos. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Parecer da Procuradoria de Justiça Cível pelo desprovimento do recurso. Informações prestadas pelo juízo de primeiro grau às fls. 260/261.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Na análise prefacial do recurso, obtemperei os seguintes argumentos, verbis:

“Em verdade, como cediço, a apreciação definitiva do mérito do mandamus induza ocorrência de coisa julgada material, nos termos do art. 301, §3º, do Código deProcesso Civil. Ilustrativamente, cito julgado do Colendo Superior Tribunal deJustiça, a saber:

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COMREPETIÇÃO DE INDÉBITO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A TÍTULO DESEGURO ACIDENTE DE TRABALHO - SAT. IMPETRAÇÃO PRÉVIA DEMANDADO DE SEGURANÇA. COISA JULGADA MATERIAL.ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 289, 469 E 535 DO CPC E 15 DA LEI1.533/51 E DA SÚMULA 304 DO STF. INOCORRÊNCIA.1. A coisa julgada material perfaz-se no writ quando o mérito referente à própriaexistência do direito (art. 16 da Lei 1.533/51) resta apreciado, por isso que a açãodeclaratória que repete a pretensão deduzida em mandado de segurança játransitado em julgado, nessa tese, deve ser extinta, sem resolução de mérito, comfundamento no art. 267, V do CPC.2. É que "em mandado de segurança, se a sentença denegatória apreciou o méritoda causa, há coisa julgada sobre a matéria, não podendo, no caso, a mesmaquestão ser reapreciada em ação de repetição de indébito" (REsp. 308.800/RS,DJU 25.06.01).3. Deveras, um dos meios de defesa da coisa julgada é a eficácia preclusivaprevista no art. 474, do CPC, de sorte que, ainda que outro o rótulo da ação,veda-se-lhe o prosseguimento ao pálio da coisa julgada, se ela visa infirmar oresultado a que se alcançou na ação anterior.4. Consectariamente, por força desses princípios depreendidos das normas e daratio essendi das mesmas é possível afirmar-se que há litispendência quando duasou mais ações conduzem ao "mesmo resultado"; por isso: electa una via altera nondatur.5. In casu, a recorrente impetrou mandado de segurança, pretendendo asuspensão da exigência da contribuição social incidente sobre folha de salários, emrazão do grau de incapacidade laborativa, decorrente dos riscos ambientais dotrabalho (SAT) e a autorização para não efetuarem os recolhimentos da diferençaentre a aplicação do percentual do grau de risco da atividade preponderante doestabelecimento e o da atividade preponderante da empresa.6. Deveras, o mandamus foi debatido nas instâncias ordinárias e no STF e restoudenegado, mediante apreciação do mérito da causa, no qual se reconheceu aconstitucionalidade do tributo combatido, sendo certo que após o trânsito emjulgado do writ, que se deu em 28.05.04, a recorrente ajuizou ação declaratóriacumulada com repetição de indébito, com o mesmo objeto, que restou extinta, naorigem, sem julgamento de mérito, com fundamento no art. 267, V do CPC.7. A ofensa ao art. 535 do CPC não resta configurada quando o Tribunal deorigem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre aquestão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um aum, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizadostenham sido suficientes para embasar a decisão.8. Recurso especial desprovido.(REsp 842.838/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em16/12/2008, DJe 19/02/2009)

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E, ainda: AgRg no Ag 963.949/SP, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTATURMA, julgado em 27/03/2008, DJe 19/05/2008; REsp 866841/RJ, Rel.Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/10/2008,DJe 07/11/2008. No caso em apreço, considerando os documentos que instruem no presenterecurso, é possível vislumbrar a preclusão da pretensão vindicada na AçãoAnulatória originária da irresignação. De fato, consoante cópia da r. sentençatransitada em julgado prolatada nos autos do Mandado de Segurança emreferência, fls. 196/211, o MM. Magistrado de primeiro grau denegou a segurançapretendida na via mandamental, consignando, verbis:

“Importa dizer que, mesmo que a sentença penal condenatória não aplique aperda do mandato eletivo do vereador, como pena acessória, o parlamentar aindaassim perderá o mandato por força da suspensão dos direitos políticos, pois, estasanção é automática e decorre apenas do trânsito em julgado da sentença penalcondenatória.(...)Assim, conforme já registrado alhures, o ato praticado pela autoridade coatora nãose reveste de ilegalidade, pelo contrário, o Presidente da Câmara de Vereadores deItaguaçu agiu nos estritos limites impostos pela Constituição Federal, cumprindoas determinações do Juiz Eleitoral desta Zona Eleitoral, impondo-se a rejeição dopedido inicial.”

E, no processo originário da presente irresignação, o Autor, ora Agravado,pretende a anulação do mesmo ato administrativo cuja legalidade fora reconhecidaquando do julgamento supramencionado. Logo, parece-me irrefutável aocorrência de coisa julgada sobre a matéria suscitada na Ação Anulatória emcurso.” - [destaquei].

E, após análise detida dos autos, permaneço convencido da ocorrência de coisajulgada material. De fato, consoante entendimento do C. STJ, ofende a coisa julgada a renovaçãodo pedido e causa de pedir, ainda que por fundamento diverso, levando emconsideração o resultado pretendido com as demandas. Ilustrativamente, veja-se:

RECURSO ESPECIAL. CARTÓRIO. ESCRIVÃO. TITULARIDADE. AÇÃOANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO CUMULADA COM REINTEGRAÇÃODO CARGO. MANDADO DE SEGURANÇA ANTERIORMENTEIMPETRADO COM O MESMO OBJETIVO.LITISPENDÊNCIA. CONFIGURAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTECONHECIDO E NÃO PROVIDO.1. Salvelina Geraldo Campos interpõe recurso especial pelas letra "a" e "b" dapermissão constitucional contra acórdão assim ementado: ADMINISTRATIVO.EFETIVAÇÃO EM SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. COISA JULGADA.MATÉRIA DECIDIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA COMDECISÃO TRÂNSITA EM JULGADO.1. O fato de se tratar de ação mandamental não impede o acolhimento dalitispendência ou coisa julgada, pois o que importa, além da identidade de partes,pedido e causa de pedir, é que ambas as ações conduzam ao mesmo resultado,sendo irrelevante que os ritos sejam diversos (STJ EDcl no AgRg no MS8483/DF, Min. Luiz Fux). Desse modo, afronta a coisa julgada material arenovação do pedido e da causa de pedir, mesmo que por fundamento diverso.2. "Sempre se entendeu entre nós, de conformidade com a lição dosconstitucionalistas norte americanos, que toda lei adversa à Constituição, éabsolutamente nula; não simplesmente anulável. A eiva de inconstitucionalidade aatinge no berço, fere-a ab initio.Ela não chegou a viver. Nasceu morta. Não teve, pois, nenhum único momentode validade". (Alfredo Buzaid)."Declarada a inconstitucionalidade do art. 14 do ADCT da Constituição doEstado de Santa Catarina, a desconstituição dos atos que nele encontravam a suacausa exclusiva era necessária conseqüência, que foi levada a cabo pela autoridadeque os editou" (ROMS n. 10.738/SC).Opostos embargos de declaração foram rejeitados. O arrazoado especial sustenta:violação dos artigos 267, V, 301, V e § 3º e 535, I e II, do Código de ProcessoCivil; 1º do Decreto 20.910/32;1º da Lei 9.873/99 e 54 da Lei 9.784/99 e artigo 5º, caput, I, XXXV, XXXVI,XLI e LV da Constituição Federal, sob o pálio da seguinte argumentação: a) nãohá que se falar em litispendência e coisa julgada a levar à extinção do feito comrespaldo no Mandado de Segurança n. 98.002138, uma vez que este foi impetradocom fundamento e pedido diametralmente oposto ao da presente ação ordinária;b) o fundamento da ação declaratória é o da ocorrência da preclusão e daprescrição administrativas institutos que, embora abordados na açãomandamental, não haviam sido apreciados, de leve que fosse, pela decisãodenegatória da segurança e posteriores julgamentos dos respectivos recursos nosTribunais Superiores; c) quanto ao mérito desses direitos, não ocorreu coisajulgada nem litispendência, o que caracteriza violação, pelo acórdão, dos artigos267, V e 301, VI, § 3º, do CPC; d) o entendimento expresso no decisórioimpugnado com relação à preclusão e à prescrição é divergente da mais atualizadadoutrina e jurisprudência pátrias e, também, do pacificado pelo TJSC; e) o ato deefetivação do recorrente se deu em 08/06/1990 por força de norma legal vigentee com observação do regular trâmite administrativo, sendo indiscutível que o

Tribunal estadual deixou correr em branco o lapso prescricional. Recursoextraordinário interposto. Contra-razões.ofertadas.2. Não é possível a análise de infringência a dispositivo constitucional em sede derecurso especial. Portanto a aludida afronta ao artigo 5º, caput, I, XXXV, XXXVI,XLI e LV, da Constituição Federal só pode ser examinada pelo Supremo TribunalFederal.3. Não foram prequestionados os artigos 267, V, do CPC; 1º do Decreto20.910/32; 1º da Lei 9.873/99 e 54 da Lei 9.784/99, o que impede oconhecimento do recurso especial por incidência das Súmulas 282 e 356/STF.4. Pela letra "b" da permissão constitucional, o recurso desmerece admissão. Orecorrente não mencionou qual lei ou ato de Governo local teria sido consideradoválido pelo acórdão reprochado em face de lei federal.5. Não prospera a insurgência por violação do artigo 535, II, do Código deProcesso Civil. O acórdão enfrentou as questões atinentes à solução dacontrovérsia posta nos autos, sendo certo que o magistrado não está submissonem a questionários jurídicos elaborados pelas partes, nem tampouco a decidir aslides sob o enfoque por elas requerido.6. Embora a postulante sustente que para ficar configurada a litispendência énecessário que haja identidade de parte, pedido e causa de pedir, o que não ocorreno presente caso, "[...] importa registrar que, a ratio essendi da litispendência é quea parte não promova duas demandas visando o mesmo resultado. Ressalte-se queesta é a regra, e por sua vez, comporta exceções, pelo que, por força dessesprincípios depreendidos das normas e da razão de ser das mesmas é possívelafirmar-se que há litispendência quando duas ou mais ações conduzem ao mesmoresultado; por isso que: electa una via altera non datur. " (MS 8483/DF, Rel. Min.Luiz Fux).7. In casu, o recorrente procura a anulação do Ato Administrativo n.145/96 dalavra do Presidente do Tribunal de Justiça a fim de que lhe seja restituído o cargoque anteriormente ocupava. Tentou isso por meio da ação mandamental. Nãoconseguiu. Tenta, novamente, em sede de ação anulatória de ato administrativoc/c reintegração de cargo. Configurada está a litispendência a justificar a extinçãodo processo. Pensar o contrário seria facultar às partes litigantes a propositura deum número sem fim de ações objetivando o mesmo fim sob os mais variadosfundamentos.8) Recurso especial parcialmente conhecido quanto aos artigos 535, II, e 301, V, §3º, do Código de Processo Civil e NÃO-PROVIDO.(REsp 963.681/SC, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 18/12/2007, DJ 25/02/2008, p. 287)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. COISA JULGADA. SENTENÇAPROFERIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA RECONHECENDO ACONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE A REMUNERAÇÃO PAGA AAVULSOS, AUTÔNOMOS E ADMINISTRADORES. EXAÇÃOPOSTERIORMENTE DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.1. A ação de repetição de indébito após a apreciação do pedido em ação querejeitou a pretensão. Eficácia preclusiva da coisa julgada (art. 474 do CPC).Infirma a eficácia preclusiva do julgado a propositura de ação que vise nulificar oresultado de pedido anterior decidido com força de coisa julgada.2. Um dos pilares da segurança jurídica é exatamente o respeito à coisa julgada.Deveras, a eliminação da Lei inconstitucional, em geral, deve obedecer osprincípios que regulam a vigência das Leis, impedindo-as de retroagir.3. Desta sorte, salvo manifestação expressa nos acórdãos das ações de declaraçãode inconstitucionalidade, em controle concentrado, as decisões judicias anterioresnão podem ficar à mercê de rescisórias, sob o fundamento de terem sidoproferidas com base em Lei inconstitucional.4. Posicionamento diverso implica em violar dois institutos preservados pelaConstituição; um instrumental e outro substancial: a saber, a coisa julgada e asegurança jurídica.5. Aliás, não é por outra razão que a Lei 9.868/99, que regula a declaração deinconstitucionalidade, reclama termo a quo dos efeitos da decisão, expressamenteconsignados no acórdão, consoante o disposto no artigo 27 da referida Lei.6. A não incidência do enunciado da Súmula nº 343/STF deve ocorrer apenas nahipótese em que o Supremo Tribunal Federal declarar a inconstitucionalidade dalei aplicada pelo acórdão rescindendo.Decisão de acordo com o mais recente entendimento firmado pela Primeira Seçãodo STJ (AgRg na AR nº 2.912, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em10.12.2003). Sob esse aspecto impõe-se primeiramente a rescindibilidade dojulgado, sob pena de violação do art. 474 do CPC.7. Isto porque é assente na Turma que a ratio essendi da Súmula 343 aplica-se incasu, por isso que, se à época do julgado, a Lei estava em vigor, sem qualquer eivade inconstitucionalidade, em prol do princípio da segurança jurídica prometidapela Constituição Federal, não se pode entrever violação àquela pelo acórdão quea prestigiou.8. Declarada a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária a cargo daempresa sobre os pagamentos a administradores, autônomos e empregadosavulsos, os valores a esse título recolhidos anteriormente à edição das Leis9.032/95 e 9.129/95, ao serem compensados, não estão sujeitos às limitações

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percentuais por elas impostas, em face do princípio constitucional do direitoadquirido.9. A taxa SELIC representa a taxa de juros reais e a taxa de inflação no períodoconsiderado e não pode ser aplicada, cumulativamente, com outros índices dereajustamento.10. Recurso Especial parcialmente provido, tão-somente para consignar aaplicação da Taxa SELIC.(REsp 579.724/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em07/12/2004, DJ 28/02/2005, p. 201)

Nessa linha, considerando que a legalidade do Decreto nº 857/2009, queculminou com a suspensão dos direitos políticos do Agravado, Impetrante eAutor, bem como a perda do seu mandato eletivo, fora analisada detalhadamentenos autos do Mandado de Segurança supramencionado, via em que o mesmopretendia ser reconduzido ao cargo, a renovação da pretensão ofende a coisajulgada, motivo pelo qual não há que ser processada. Em verdade, tanto no referido mandamus, quanto na Ação Anulatória subjacenteao presente recurso, o Requerente veiculou pretensões com resultados idênticos, oque mantém irretocável a conclusão obtida quando do julgamento primevo dowrit. Nesse contexto, transcrevo acórdão relativo ao julgamento do Agravo Internointerposto no Agravo de Instrumento apresentado pelo Impetrante que,oportunamente, estancou o debate novamente veiculado na ação anulatória emcurso, a saber:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 25099000041AGRAVANTE: JOÃO MACHADO AGRAVADO: PRESIDENTE DACÂMARA MUNICIPAL DE ITAGUAÇU RELATOR: DES. SUBST. JORGEHENRIQUE VALLE DOS SANTOS A C Ó R D Ã O EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.VEREADOR. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO.PERDA DO MANDATO. AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 15, INC. III,DA CF/1988. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA SIMETRIACONSTITUCIONAL. RECURSO DESPROVIDO.1. A norma inscrita no art. 15, inc. III, da CF reveste-se de auto-aplicabilidade,independendo, para efeito de sua imediata incidência, de qualquer ato deintermediação legislativa. E nem se argumente ofensa ao princípio da simetriaconstitucional, eis que a Constituição Federal não fez qualquer menção deaplicação aos vereadores municipais dos procedimentos previstos em seu art. 55,em especial ao que diz respeito a perda do mandato eletivo (inc. VI e § 2º).2. Em se tratando de conseqüência automática da sentença judicial condenatóriatransitada em julgado, resta ao Presidente da Câmara Municipal declarar a extinçãodo mandato e efetivar o preenchimento da vaga ao suplente, independentementede qualquer deliberação política, no ponto cumprindo referir a impossibilidade dea Lei Orgânica Municipal desbordar da previsão constitucional.3. Recurso desprovido.

Dessa maneira, impõe-se a extinção da demanda cadastrada em primeiro grau dejurisdição sob o nº 025.10.000472-7 sem resolução de mérito, em face daocorrência de coisa julgada. De fato, não há óbice à solução da controvérsia no próprio agravo, pois o § 3º doart. 515 pode ser aplicada, analogicamente, ao agravo por instrumento, desde queo processo esteja em condições de julgamento. Destaco um precedente do STJque constitui um verdadeiro paradigma sobre a aplicação do § 3º do art. 515 doCPC, dadas a clareza e a sensibilidade jurídica do saudoso Ministro Hélio QuagliaBarbosa:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALEGADAVIOLAÇÃO DO ARTIGO 515, § 3º, DO CPC NÃO CONFIGURADA.CAUSA MADURA. AFERIÇÃO DE CONDIÇÃO DE JULGAMENTO EREJEIÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS IMPERTINENTES PELOTRIBUNAL LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. VEDAÇÃO.ALEGADA OFENSA A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.COMPETÊNCIA DO STF. APLICAÇÃO DO CDC. AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.FUNDAMENTO DO ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO IMPUGNADO.AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Areforma processual instituída pela Lei n.º 10.352/2001 passou a autorizar,expressamente, a apreciação do mérito da causa pelo órgão superior, nas hipóteseselencadas pelo artigo 515, § 3º, do Código de Processo Civil, verbis: "Art. 515. [...]§ 3º Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), otribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente dedireito e estiver em condições de imediato julgamento." Dessa forma, não háviolação do duplo grau de jurisdição nem indevida supressão de instância. 2.Também não há reformatio in pejus, pois "o julgamento de meritis que o tribunalfizer nessa oportunidade será o mesmo que faria se houvesse mandado o processode volta ao primeiro grau, lá ele recebesse sentença, o autor apelasse contra esta eele, tribunal, afinal voltasse a julgar o mérito. A novidade representada pelo § 3ºdo art. 515 do Código de Processo Civil nada mais é do que um atalho, legitimadopela aptidão a acelerar os resultados do processo e desejável sempre que isso forfeito sem prejuízo a qualquer das partes; ela constituiu mais um lance da luta do

legislador contra os males do tempo e representa a ruptura com um velho dogma,o do duplo grau de jurisdição, que por sua vez só se legitima quando for capaz detrazer benefícios, não demoras desnecessárias. Por outro lado, se agora as regrassão essas e são conhecidas de todo operador do direito, o autor que apelar contraa sentença terminativa fá-lo-á com a consciência do risco que corre; não háinfração à garantia constitucional do due process porque as regras do jogo sãoclaras e isso é fator de segurança das partes, capaz de evitar surpresas"(DINAMARCO, Cândido Rangel. Nova Era do Processo Civil. 2. ed. São Paulo:Malheiros, 2007, pp. 177/181). 3. "Diante da expressa possibilidade de ojulgamento da causa ser feito pelo tribunal que acolher a apelação contra sentençaterminativa, é ônus de ambas as partes prequestionar em razões ou contra-razõesrecursais todos os pontos que depois pretendam levar ao Supremo TribunalFederal ou ao Superior Tribunal de Justiça. Eles o farão, do mesmo modo comofariam se a apelação houvesse sido interposta contra uma sentença de mérito.Assim é o sistema posto e não se vislumbra o menor risco de mácula à garantiaconstitucional do due process of law, porque a lei é do conhecimento geral e aninguém aproveita a alegação de desconhecê-la, ou de não ter previsto aocorrência de fatos que ela autoriza (LICC, art. 3º)" (DINAMARCO. Idem). 4. Ojulgamento do mérito da causa pelo Tribunal de segundo grau nos termos doartigo 515, § 3º, da Lei de Ritos, não se limita às questões exclusivamente dedireito, mas alcança, outrossim, aquelas cuja instrução probatória esteja completaou seja desnecessária, de acordo com a convicção do julgador. É o que seconvencionou chamar de "causa madura", ou seja, pronta para julgamento, àsemelhança do que ocorre com o julgamento antecipado da lide. Assim, diante daconclusão do Tribunal a quo de que a causa possuía condições de julgamento eque eventual pedido de produção de prova testemunhal era impertinente, não épossível a este Superior rever tais conclusões, sob pena de reapreciação docontexto fático-probatório, delineado pelas instâncias de origem, o que é vedadoem sede de recurso especial. 5. Agravo improvido (AgRg no Ag 867885/MG,Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, DJ 22.10.2007 p. 297).

Apesar de o precedente não ser explícito sobre a aplicação do § 3º do art. 515 emAgravo por instrumento, revela com clareza ímpar o escopo e a função dojulgamento imediato pelo tribunal. Ora, as razões que justificam o julgamentoimediato do mérito em sede de apelação também justificam o julgamento domérito em agravo de instrumento, mas se, e somente se, a controvérsia estiver emcondições de julgamento imediato (a chamada “causa madura”).O escopo do § 3º do art. 515 do CPC é o de evitar dilações indevidas oudesnecessárias, o que ocorreria se se aguardasse o julgamento da Ação Anulatóriaem primeiro grau de jurisdição para, em eventual apelação, reconhecer aocorrência de coisa julgada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, paraDECLARAR a ocorrência de coisa julgada e, conseqüentemente, julgar extinto oprocesso cadastrado em primeiro grau de jurisdição sob o nº 025.10.000472-7 semresolução de mérito, com fulcro no artigo 267, V do CPC.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Oficie-se o juízo a quo. Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

6- Agravo de Instrumento Nº 24100922673VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ÁGUITO ALEXANDRE DA SILVA Advogado(a) GUSTAVO ZOTTICH PEREIRAAGVDO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24100922673

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ÁGUITO ALEXANDRE DA SILVA.ADVOGADO: GUSTAVO ZOTTICHI PEREIRA.RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.MAGISTRADO: PAULO CÉSAR DE CARVALHO.Nº PROC. ORIG.: 024100157916.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. AÇÃO DE IMPROBIDADE. ILEGITIMIDADEPASSIVA. TEORIA DA ASSERÇÃO. INÉPCIA DA INICIAL REJEIÇÃO.RECEBIMENTO DA INICIAL. MEROS INDÍCIOS. REGULARIDADE.INDISPONIBILIDADE DOS BENS E AFASTAMENTO DAS FUNÇÕES.MEDIDA CAUTELAR RAZOÁVEL. RECURSO DESPROVIDO. 1. As condições da ação – e entre elas a legitimidade passiva – devem ser aferidasabstratamente, ou seja, em uma análise sumária e superficial das assertivas do

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autor dispostas na petição inicial (teoria da asserção). Se restou afirmada alegitimidade passiva do requerido para a ação, então a pertinência subjetiva dademanda, enquanto condições da ação, restou preenchida. 2. Deve ser considerada apta a petição inicial que preenche os requisitos deformalidade previstos no art. 282 c/c art. 295, parágrafo único, CPC.3.A petição inicial da Ação de Improbidade Administrativa deve ser recebidaquando houver meros indícios de cometimento dos atos ilícitos enquadrados nalegislação que rege a matéria, prevalecendo o princípio in dubio pro societate.Precedentes. 4. É cabível, a título de cautela e inaudita altera parte, antes do recebimento daAção Civil Pública, a decretação da indisponibilidade de bens e ativos financeirosdos envolvidos em ato de improbidade, bem como o seu afastamento temporáriodo cargo, emprego ou função, se a sua permanência puder ensejar dano efetivo àinstrução processual. Precedentes.5. A indisponibilidade de bens é medida de caráter cautelar e visa a assegurar aefetividade de eventual decisão condenatória, não estando condicionada àcomprovação de que os envolvidos no ato de improbidade objeto da demandaestejam dilapidando seu patrimônio ou na iminência de fazê-lo.6. Não é possível limitar o âmbito de incidência da indisponibilidade de bens eativos financeiros se ainda não há nos autos elementos suficientes para quantificaras vantagens econômicas eventualmente percebidas pelo agente.7. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

ÁGUITO ALEXANDRE DA SILVA interpôs Agravo de Instrumento porinconformado com a r. decisão interlocutória de 1º grau que recebeu a Ação deImprobidade Administrativa ajuizada pelo parquet em desfavor do mesmo e deGilberto Profilo e Sandro Martins Batista, todos auditores fiscais da Secretaria daFazenda do Espírito Santo e, ainda, determinou a indisponibilidade dos bens doRequeridos.Aduziu, em síntese, (i) a ilegitimidade passiva; (ii) a inépcia da inicial; (iii) ainexistência de indícios de ato de improbidade praticado e o prejuízo advindo dorecebimento da demanda pelo juízo de origem. Nesses termos, requereu,liminarmente, a suspensão dos efeitos da decisão objurgada e, ao final, oprovimento do recurso com a reforma do julgado.Contrarrazões pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Passo a apreciar as questões suscitadas em separado.

2.1. CARÊNCIA DE AÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

Como cediço, as condições da ação – e entre elas a legitimidade passiva ad causam– devem ser aferidas abstratamente, ou seja, em uma análise sumária e superficialdas assertivas do autor dispostas na petição inicial. Se restou afirmada alegitimidade passiva dos Apelantes para a ação, então a pertinência subjetiva dademanda, enquanto condição da ação, restou preenchida.Todavia, quando a verificação das condições da ação dependerem de prova, comanálise concreta dos autos, a matéria deverá ser enfrentada como mérito. Nessesentido, o Ilustre professor da Arcadas, José Roberto dos Santos Bedaque (cf.Direito e Processo: influência do direito material sobre o processo, 4 ed., SãoPaulo: Malheiros, 2006. p. 93), assevera que:O autor terá direito ao provimento judicial se preencher essa condições, cujoexame será feito à luz dos fatos descritos na inicial. Se o juiz realizar cogniçãoprofunda sobre as alegações contidas na petição inicial, após esgotados os meiosprobatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão,acolhendo ou rejeitando a demanda.

No presente caso, a legitimidade passiva ad causam do Agravante foi afirmada napetição inicial, haja vista a imputação da prática dos atos administrativos improbosformulada pelo parquet. Portanto, com base nas assertivas da inicial, tenho que alegitimidade passiva restou satisfeita.De fato, a análise da responsabilidade do Requerido na ação civil pública ajuizadaem seu desfavor remete-se ao mérito da causa, sendo alheia à preliminar emanálise.Em assim sendo, REJEITO a suscitada carência de ação.

2.2. INÉPCIA DA INICIAL.

Os artigos 282 e 295, parágrafo único, do CPC, prescrevem, verbis:

Art. 282. A petição inicial indicará:I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor edo réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificações;V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatosalegados;VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 295. A petição inicial será indeferida:(...)Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir;II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;III - o pedido for juridicamente impossível;IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Nessa linha, o Colendo STJ já decidiu:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃOORDINÁRIA DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULOS LEVADOS APROTESTO - INÉPCIA DA INICIAL - NÃO VERIFICADA - NOVAÇÃO -OCORRÊNCIA - SÚMULAS 5 E 7/STJ - CERCEAMENTO DE DEFESA -INOCORRÊNCIA - SÚMULA 07/STJ - IMPROVIMENTO.I. Não há de ser julgada inepta petição que, embora singela, atenda aos requisitosdo artigo 282, permitindo à parte contrária contestá-la em todos os seus termos.II. A conclusão do Tribunal de origem, no sentido de que a novação da dívidapelas partes restou inequívoca, não pode ser afastada por implicar o revolvimentode matéria de prova, inclusive do contrato firmado pelas partes, o que é vedadoem Recurso Especial, nos termos das Súmulas STJ/5 e 7.III. É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que compete às instânciasordinárias exercer juízo acerca da necessidade ou não de dilação probatória, hajavista sua proximidade com as circunstâncias fáticas da causa, cujo reexame évedado em âmbito de Especial, a teor do enunciado 7 da Súmula deste Tribunal.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1043771/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 25/06/2009)

No caso em julgamento, não vislumbro qualquer irregularidade na petição inicial,sobretudo quanto à descrição e enunciação dos pedidos e causa de pedirformulados na peça de ingresso. Em verdade, a fundamentação acerca da supostainépcia da Ação de Improbidade ajuizada pelo Ministério Público imiscui-se,também, com o mérito da demanda, mormente por suscitar a ausência dedemonstração da responsabilidade do Requerido na conduta reprimida peloparquet. Dessarte, REJEITO a alegação.

2.3. MÉRITO.

A controvérsia consiste na análise da r. decisão de 1º grau que recebeu a Ação deImprobidade Administrativa cadastrada sob o nº 024100157916 e determinou aindisponibilidade dos bens dos Requeridos, além do afastamento de suas funções. Muito bem. Em verdade, de acordo com a jurisprudência consolidada do Colendo SuperiorTribunal de Justiça, a petição inicial da Ação de Improbidade Administrativa deveser recebida quando haja meros indícios de cometimento dos atos ilícitosenquadrados na legislação que rege a matéria, prevalecendo o princípio in dubiopro societate. Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. FASEPRELIMINAR DA AÇÃO JUDICIAL. PRINCÍPIO DO IN DUBIO PROSOCIETATE. ART. 11 DA LEI N. 8.429/92. PREJUÍZO AO ERÁRIO OUENRIQUECIMENTO ILÍCITO. DESNECESSIDADE.1. Existindo meros indícios de cometimento de atos enquadrados na Lei deImprobidade Administrativa, a petição inicial deve ser recebida,fundamentadamente, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lein. 8.429/92 (fase em que a presente demanda foi interrompida), vale o princípiodo in dubio pro societate, a fim de possibilitar o maior resguardo do interessepúblico. Precedente.2. Isto porque, durante a instrução probatória plena, poderá ser possívelidentificar elementos objetivos e subjetivos da tipologia da Lei n. 8.429/92,especialmente a caracterização de eventual dano ao erário ou enriquecimentoilícito e o dolo dos agentes envolvidos.3. Para o enquadramento de condutas no art. 11 da Lei n. 8.429/92 (tipo em tesecabível à presente hipótese concreta), é despicienda a caracterização do dano aoerário e do enriquecimento ilícito, razão pela qual a presente demanda éabstratamente viável. Precedentes.4. Recurso especial provido.(REsp 1074134/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 21/09/2010, DJe 08/10/2010)

E, ainda: REsp 1108010/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 21/08/2009; AgRg no Ag 1154659/MG,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgadoem 19/08/2010, DJe 28/09/2010.

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No caso em julgamento, a Ação de Improbidade proposta pelo Ministério Públicovisa à apuração e responsabilização dos envolvidos em decorrência de atos ilícitosconcernentes no envolvimento dos Requeridos, dentre eles o Agravante, na“prática de falsificações de recolhimentos de tributos estaduais, ‘fabricação’ decarimbos, uso de máquinas de autenticação e outros documentos fraudados”.Além disso, descreve o parquet a utilização de empresas “laranjas” com opropósito de sonegação fiscal de ICMS.Nesse contexto, considerando os documentos acostados à inicial, assim como agravidade dos fatos imputados e a prevalência do interesse público, verifico acorreção da r. decisão objeto do presente recurso.Em reforço de argumentação, destaco os seguintes precedentes do C. STJ, asaber:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDÍCIOS SUFICIENTES PARA ORECEBIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. REVOLVIMENTO DEMATÉRIA FÁTICA. VEDAÇÃO IMPOSTA PELA SÚMULA N. 7/STJ.1. Com razão o agravante a respeito da dispensa da análise da violação ao art. 535do CPC, pois esta não foi suscitada pelo nas razões do especial.2. No entanto, não há decisão extra petita, pois em nenhum momento a decisãoagravada anunciou que o Tribunal a quo teria analisado a existência de indíciospara o recebimento da ação de improbidade.Contrariamente ao que faz crer o agravante, esta Corte manifestou no seguintesentido, "[a] instância ordinária, soberana para avaliar o caderno fático-probatóriocarreado aos autos, foi clara ao indicar a decisão proferida pela sentença de méritoque assegurou a presença de indícios veementes de cometimento de improbidadeadministrativa, dando, nesta esteira, continuidade à presente ação civil pública, ementendimento conforme ao desta Corte Superior, motivo pelo qual aplica-se aSúmula n. 83 do STJ" (fl. 1395).3. Quanto ao mérito, é de se manter a decisão agravada pelos seus própriosfundamentos.4. O tema central discutido nos autos, trata-se de análise da existência ou deindícios para o conhecimento da petição inicial de ação de improbidadeadministrativa.5. Sobre o tema, observa-se que a origem decidiu a controvérsia em observância aaspectos fáticos-probatórios. O que se nota é que, com a enumeração dodispositivo legal dito violado, a parte recorrente pretende provocar oenfrentamento direto de fatos e provas - na verdade, a simples leitura do especialrevela que a fundamentação recursal é toda feita em cima dos fatos, narrados aotalante da parte interessada, mas sem confirmação pelos provimentos da origem -,o que atrai a incidência da Súmula n. 7 desta Corte Superior.6. Ademais, destaca-se que o Superior Tribunal de Justiça tem firmeposicionamento no sentido de que, existindo indícios de cometimento de atosenquadrados na Lei de Improbidade Administrativa, a petição inicial deve serrecebida, ainda que fundamentadamente, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, vale o princípio do in dubio pro societate, a fim depossibilitar o maior resguardo do interesse público.7. A instância ordinária, soberana para avaliar o caderno fático-probatóriocarreado aos autos, foi clara ao indicar a decisão proferida pela sentença de méritoque assegurou a presença de indícios veementes de cometimento de improbidadeadministrativa, dando, nesta esteira, continuidade à presente ação civil pública, ementendimento conforme ao desta Corte Superior, motivo pelo qual aplica-se aSúmula n. 83 do STJ.8. Agravo regimental parcialmente provido apenas para excluir da decisãoagravada a análise acerca da violação ao art. 535 do CPC.(AgRg no AREsp 3.030/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. IMPROBIDADEADMINISTRATIVA. RECEBIMENTO DA INICIAL. FUNDAMENTAÇÃOCONCISA. AUSÊNCIA DE NULIDADE.1. O cerne do recurso é a alegada ausência ou deficiência na fundamentação dadecisão que recebeu a ação de improbidade administrativa interposta contra oagravante.2. Na decisão de recebimento da ação, o juiz singular, após manifestaçãopreliminar do acusado, declarou estarem presentes as situações de admissibilidadeda ação por improbidade administrativa, previstas no § 8º do art. 17 da Lei n.8.429/92.3. A fundamentação, embora breve e sucinta, guarda pertinência no que se lheexige nesta fase preliminar, pois exprimiu o entendimento inicial do julgador sobrea hipótese que lhe foi apresentada como pretensão a ser dirimida. Precedente:REsp 1.029.842/RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em15.4.2010, DJe 28.4.2010.4. Ademais, conforme atesta o Tribunal de origem, "o juízo baseou-se na inicialelaborada pelo agravado, rica em depoimentos que indicam a participação doagravante no ilícito, razão pela qual é de ser rejeitada a alegação de ausência defundamentação"(fl. 107-e).5. Por fim, constata-se que os fatos consignados pelo Tribunal de origem indicama existência de indícios suficientes da prática de ato de improbidadeadministrativa, bem como do elemento subjetivo de dolo na conduta do agente, oque legitima o recebimento da ação.

Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1197764/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,SEGUNDA TURMA, julgado em 14/04/2011, DJe 26/04/2011)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTALNO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SUPOSTOS DESVIOS EAPROPRIAÇÃO DE DINHEIRO PÚBLICO. CRIME ORGANIZADO.RECEBIMENTO DA INICIAL DA AÇÃO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃODO ART. 165, 458 E 535 DO CPC. ACÓRDÃO RECORRIDOFUNDAMENTADO, CLARO E COERENTE E QUE CONSIGNOU AEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE PROVAS. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃODO ART. 17, § 8º, DA LEI N. 8.429/1992. SÚMULA N. 7 DO STJ.NECESSIDADE DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO.1. Agravo regimental interposto contra decisão que negou provimento ao agravode instrumento e no qual se pretende a admissão do recurso especial, aofundamento de que a decisão agravada se apoiou em premissa equivocada.2. Nos termos em que decidido pelo Tribunal de origem, não há falar em violaçãodos artigos 131, 165, 458 e 535 do CPC, pois o acórdão recorrido julgou a matéria,de forma suficiente, clara, coerente e fundamentada, pronunciando-se sobre ospontos que entendeu relevantes para a solução da controvérsia, inclusive semanifestando, expressamente, sobre os pontos arguidos em sede de embargosdeclaratórios.3. No que pertine às alegações de violações dos artigos 3º e 282 do CPC, bemcomo do artigo 17, § 8º, combinado com os artigos 5º, 6º, 10º, XII, e 16, todos daLei n. 8.429/1992, observa-se que a pretensão recursal encontra óbice noentendimento constante da Súmula n. 7 do STJ, uma vez que é necessário oreexame do conjunto fático-probatório dos autos para, eventualmente, afastar-se aconclusão a que chegou o Tribunal de origem.4. É que o Tribunal capixaba, ao receber a inicial, apoiou-se em elementos deprova constante dos autos, fruto de investigação feita pelo Grupo de Repressãoao Crime Organizado, e na ausência de prova em contrário por parte da orarecorrente. Assim, consignado no acórdão do Tribunal de Justiça que há indíciosda existência do crime, não há como, em sede de recurso especial, verificar-seviolação do art. 17, § 8º, da Lei n. 8.429/1992, pois a análise sobre a inexistênciado ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleitanecessita de exame dos elementos fático-probatórios constantes dos autos.5. À luz da interpretação jurisprudencial do STJ e nos termos do § 6º do art. 17 daLei n. 8.429/1992, é suficiente para o recebimento da petição inicial de ação civilpública por ato de improbidade administrativa a existência de meros indícios deautoria e materialidade, não se necessitando de maiores elementos probatóriosnessa fase inicial.6. No que se refere à questão a respeito da existência ou não de má-fé por parteda recorrente, incide o entendimento contido na Súmula n. 211 do STJ, uma vezque a matéria não foi objeto de debates na Corte capixaba.7. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1357918/ES, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 08/04/2011)

Dessa maneira, a existência de meros indícios de autoria e materialidade dos atosilícitos descritos na detalhada inicial da Ação de Improbidade proposta peloparquet, mantém-se irretocável a r. decisão interlocutória que determinou oprosseguimento da demanda para a apuração das respectivas responsabilidades, sefor o caso. De qualquer forma, a identificação da prática dos referidos atos dependerá,inexoravelmente, de dilação probatória, inviável no presente momento eimprescindível ao deslinde da controvérsia originária. Por ora, apenas se ressalta anecessidade e coerência do recebimento da demanda em desfavor dos Requeridos,sobretudo como forma de preservação do interesse público, prevalente. Em vista disso, mantém-se igualmente irretocável a determinação deindisponibilidade dos bens dos acusados e, ainda, o afastamento de suas funções.Explico. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é possível a concessãode liminar inaudita altera pars, antes mesmo do recebimento da Ação CivilPública, para, a título de cautela, decretar a indisponibilidade de bens e ativosfinanceiros do agente público ou de terceiro beneficiado por ato de improbidade,bem como para, em caráter excepcional, determinar o seu afastamento temporáriodo cargo, emprego ou função, desde que sua permanência possa ensejar danoefetivo à instrução processual. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MEDIDA CAUTELAR.INDISPONIBILIDADE E SEQÜESTRO DE BENS. REQUERIMENTO NAINICIAL DA AÇÃO PRINCIPAL. DEFERIMENTO DE LIMINARINAUDITA ALTERA PARS ANTES DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA.POSSIBILIDADE. ARTS. 7º E 16 DA LEI 8429/92. AFASTAMENTO DOCARGO. DANO À INSTRUÇÃO PROCESSUAL. INTELIGÊNCIA DOART. 20 DA LEI 8.429/92. EXCEPCIONALIDADE DA MEDIDA.1. É licita a concessão de liminar inaudita altera pars (art. 804 do CPC) em sede demedida cautelar preparatória ou incidental, antes do recebimento da Ação CivilPública, para a decretação de indisponibilidade (art. 7º, da Lei 8429/92) e de

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seqüestro de bens, incluído o bloqueio de ativos do agente público ou de terceirobeneficiado pelo ato de improbidade (art. 16 da Lei 8.429/92), porquanto medidasassecuratórias do resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, reparação do danoao erário ou de restituição de bens e valores havidos ilicitamente por ato deimprobidade. Precedentes do STJ: REsp 821.720/DF, DJ 30.11.2007; REsp206222/SP, DJ 13.02.2006 e REsp 293797/AC, DJ 11.06.2001.2. Os arts 7º e 16, §§ 1º e 2º, da Lei 8.429/92, que tratam da indisponibilidade e doseqüestro de bens, dispõem:Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ouensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável peloinquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens doindiciado.Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairásobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimopatrimonial resultante do enriquecimento ilícito.Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representaráao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízocompetente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenhaenriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts.822 e 825 do Código de Processo Civil.§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio debens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado noexterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais." 3. O art. 20 da Lei8429/92, que dispõe sobre o afastamento do agente público, preceitua: "Art. 20.A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam como trânsito em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridadejudicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agentepúblico do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,quando a medida se fizer necessária à instrução processual." 4. A exegese do art.20 da Lei 8.249/92 impõe cautela e temperamento, especialmente porque a perdada função pública, bem assim a suspensão dos direitos políticos, porquantomodalidades de sanção, carecem da observância do princípio da garantia dedefesa, assegurado no art. 5º, LV da CF, juntamente com a obrigatoriedade docontraditório, como decorrência do devido processo legal ( CF, art.5º, LIV), requisitos que, em princípio, não se harmonizam com o deferimento deliminar inaudita altera pars, exceto se efetivamente comprovado que apermanência do agente público no exercício de suas funções públicas importaráem ameaça à instrução do processo.5. A possibilidade de afastamento in limine do agente público do exercício docargo, emprego ou função, porquanto medida extrema, exige prova incontroversade que a sua permanência poderá ensejar dano efetivo à instrução processual,máxime porque a hipotética possibilidade de sua ocorrência não legitima medidadessa envergadura. Precedentes do STJ: REsp 604.832/ES, DJ de 21.11.2005;AgRg na MC 10.155/SP, DJ de 24.10.2005; AgRg na SL 9/PR, DJ de 26.09.2005e Resp 550.135/MG, DJ de 08.03.2004.6. É cediço na Corte que: "Segundo o art. 20, caput, da Lei 8.429/92, a perda dafunção pública e a suspensão dos direitos políticos, como sanção por improbidadeadministrativa, só se efetivam com o trânsito em julgado da sentençacondenatória. Assim, o afastamento cautelar do agente de seu cargo, previsto noparágrafo único, somente se legitima como medida excepcional, quando formanifesta sua indispensabilidade. A observância dessas exigências se mostra aindamais pertinente em casos de mandato eletivo, cuja suspensão, considerada atemporariedade do cargo e a natural demora na instrução de ações deimprobidade, pode, na prática, acarretar a própria perda definitiva. Nesta hipótese,aquela situação de excepcionalidade se configura tão-somente com ademonstração de um comportamento do agente público que, no exercício de suasfunções públicas e em virtude dele, importe efetiva ameaça à instrução doprocesso" (AgRg na MC 10155/SP, DJ 24.10.2005).7. Recurso Especial parcialmente provido para reconhecer a possibilidade dedeferimento de liminar inaudita altera pars (art. 804 do CPC), apenas, para adecretação de indisponibilidade (art. 7º, da Lei 8429/92) e de seqüestro de bens,incluído o bloqueio de ativos do agente público ou de terceiro beneficiado peloato de improbidade (art. 16 da Lei 8.429/92).(REsp 929.483/BA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em02/12/2008, DJe 17/12/2008)

De fato, a indisponibilidade de bens é medida de caráter cautelar e visa a assegurara efetividade de eventual decisão condenatória, não estando condicionada àcomprovação de que os envolvidos no ato de improbidade objeto da demandaestejam dilapidando seu patrimônio ou na iminência de fazê-lo.No caso, como mencionado, o Agravante, juntamente com outras pessoas, foidenunciado pelo Ministério Público Federal pelo crime previsto no artigo 288 doCP (formação de quadrilha ou bando), uma vez que, provavelmente desde 1988,associaram-se para o fim de cometer crimes contra a ordem tributária, decorrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsidade documental,estelionato, lavagem de dinheiro, entre outros.Segundo a decisão agravada, foi atribuída ao Agravante e aos demais denunciadosa prática de diversas condutas que demonstram a impossibilidade de os mesmos(inclusive o Agravante) continuarem desempenhando as funções inerentes aocargo de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual.

No caso em exame, há, como dito anteriormente, indícios de participação doAgravante nos atos de improbidade que deram ensejo à propositura da ação civilpública originária.Por outro lado, neste momento processual, ainda não há nos autos elementossuficientes para quantificar as vantagens econômicas eventualmente percebidaspelo Agravante, a fim de limitar o âmbito de incidência da indisponibilidade debens determinada na decisão agravada. Essa quantificação deverá ser feita peloilustre magistrado tão logo tenha elementos para a referida quantificação, aindaque em montante aproximado.Nesse contexto, em sede de cognição sumária, típica de análise de agravo deinstrumento, a decisão agravada não merece reparo.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

7- Agravo de Instrumento Nº 24100923291VITÓRIA - VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDEAGVTE MUNICIPIO DE VITORIA Advogado(a) SANDOVAL ZIGONI JUNIORAGVDO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024100923291 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE VITÓRIA.ADVOGADO: SANDOVAL ZIGONI JR..RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITOSANTO.ADVOGADO: JUCÉLIA MARCHIORI.MAGISTRADO: PAULO ROBERTO LUPPI.Nº PROC. ORIG.: 024100143833.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ART. 2ºDA LEI 8.437/92. MITIGAÇÃO. POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE ADCAUSAM. TEORIA DA ASSERÇÃO. DIREITO À SAÚDE. ENTESFEDERATIVOS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CRIANÇAS EADOLESCENTES. SAÚDE. VARA ESPECIALIZADA DA INFÂNCIA EJUVENTUDE. COMPETÊNCIA. URGÊNCIA. PRINCÍPIO DA RESERVADO POSSÍVEL. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. RECURSODESPROVIDO. 1.O rigor do art. 2º da Lei 8.437/92 pode ser mitigado em situações excepcionaispara se evitar que graves danos ocorram às crianças e aos adolescentes.2.A legitimidade ad causam, enquanto condição da ação, deve ser analisada instatu assertionis, isto é, abstratamente e conforme afirmado na inicial.3. É solidária a responsabilidade dos entes federativos no que concerne à garantiaconstitucional do direito à saúde. 4. É competente a Vara Especializada da Infância e Juventude para processar ejulgar as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados às criançase adolescentes relacionadas ao não oferecimento do acesso à saúde. Art. 208, VIIdo ECRIAD.5. O Poder Judiciário pode ser acionado antes da medida administrativa quandoesta puder trazer danos irreparáveis em uma eventual demora na prestaçãovindicada. 6. Comprovada a necessidade do tratamento médico e a incapacidade para custearo tratamento, o Poder Público, detentor do dever constitucional de garantir asaúde e o bem estar de toda a população, deve fornecê-lo imediatamente, sem quese fale em violação do princípio da reserva do possível.7. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O MUNICÍPIO DE VITÓRIA interpôs Agravo de Instrumento porinconformado com a r. decisão interlocutória de 1º grau que concedeu aanteciapação de tutela para que o Agravante promova o custeio do tratamento dedesintoxicação e recuperação do adolescente Rayson Rodrigues da Silva, bemcomo aplicou multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em caso dedescumprimento. Aduziu, em síntese, que (i) a liminar foi concedida sem que antes fosseoportunizado ao Ente Público a manifestação, conforme aduz o artigo 2º da Leinº 8.437/92; (ii) é parte ilegítima para figurar no polo passivo; (iii) há litisconsórcionecessário com o Estado do Espírito Santo; (iv) o juízo da infância e juventude éincompetente para o julgamento da demanda; (v) o Agravado não o procurou

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para que alguma providência fosse tomada; (vi) é ilegal a internação compulsóriado paciente; (vii) o princípio da reserva do possível não foi respeitado. Ao final, requereu a reforma da decisão recorrida. Decisão interlocutória às fls. 187/188, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso. A Douta Procuradoria de Justiça Cível, em fundamentado parecer, opinou peladesnecessidade de sua intervenção. O Agravante apresentou considerações em fls. 206/207.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, por se tratar dematéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO. 2.1. PRELIMINAR. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA NOS TERMOS DO ART. 2ºDA LEI Nº 8.437/92.O Agravante alegou que a decisão agravada foi proferida sem que houvessemanifestação do ente público conforme aduz o artigo 2º da Lei nº 8.437/92. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de queo rigor do art. 2º da Lei 8.437/92 pode ser mitigado em situações excepcionaispara se evitar que graves danos ocorram. Vejamos:PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.TRATAMENTO MÉDICO. IDOSO. DIREITO INDIVIDUALINDISPONÍVEL. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.CONFIGURAÇÃO. PRECEDENTES DO STF E STJ. DESPROVIMENTODO RECURSO ESPECIAL.1. A Primeira Seção desta Corte Superior pacificou o entendimento no sentido deque o Ministério Público possui legitimidade para ajuizar medidas judiciais paradefender direitos individuais indisponíveis, ainda que em favor de pessoadeterminada: EREsp 734.493/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 16.10.2006, p.279; EREsp 485.969/SP, Rel. Min. José Delgado, DJ de 11.9.2006, p. 220.2. Ademais, o art. 74, I, da Lei 10.741/2003, dispõe que compete ao MinistérioPúblico "instaurar o inquérito civil e ação civil pública para a proteção dos direitose interesses difusos e coletivos, individuais indisponíveis e individuaishomogêneos do idoso".3. Excepcionalmente, o rigor do disposto no art. 2º da Lei 8.437/92 deve sermitigado em face da possibilidade de graves danos decorrentes da demora nocumprimento da liminar, especialmente quando se tratar da saúde de pessoa idosaque necessita de tratamento médico urgente.4. Desprovimento do recurso especial.(REsp 860840/MG, Relatora: Min. DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA.Julgamento: 20/03/2007, DJ 23/04/2007).PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃOCIVIL PÚBLICA. FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS.MENOR CARENTE. LIMINAR CONCEDIDA SEM PRÉVIAMANIFESTAÇÃO DO PODER PÚBLICO. POSSIBILIDADE. HIPÓTESEEXCEPCIONAL. MUNICÍPIO. LEGITIMIDADE. PRECEDENTES DOSTJ. DESPROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL.1. Excepcionalmente, o rigor do disposto no art. 2º da Lei 8.437/92 deve sermitigado em face da possibilidade de graves danos decorrentes da demora documprimento da liminar, especialmente quando se tratar da saúde de menorcarente que necessita de medicamento.2. Nos termos do art. 196 da Constituição Federal, a saúde é direito de todos edever do Estado. Tal premissa impõe ao Estado a obrigação de fornecergratuitamente às pessoas desprovidas de recursos financeiros a medicaçãonecessária para o efetivo tratamento de saúde.3. O Sistema Único de Saúde é financiado pela União, Estados-membros, DistritoFederal e Municípios, sendo solidária a responsabilidade dos referidos entes nocumprimento dos serviços públicos de saúde prestados à população. Legitimidadepassiva do Município configurada.4. Recurso especial desprovido.(REsp 439833/SP, Relatora: Min. DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA.Julgamento: 28/03/2006, DJ 24/04/2006).

Assim, como a demora na internação do adolescente poderia causar inúmerosproblemas à sua saúde tendo em vista os efeitos devastadores das drogas, foinecessária a mitigação do referido dispositivo. Ante o exposto, REJEITO a preliminar.

2.2. PRELIMINAR. LEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO ELITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. A legitimidade ad causam, enquanto condição da ação, deve ser analisada in statuassertionis, isto é, abstratamente e conforme afirmado na inicial. Nessa linha,entende o Superior Tribunal de Justiça:AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.221.689 - RJ (2009/0157713-7)RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDAAGRAVANTE: SÉRGIO MIGUEL SILVA DE OLIVEIRAADVOGADO: UMILE GARDI JUNIOR E OUTRO(S)AGRAVADO: BANCO RENDIMENTO S/AADVOGADO: CARLOS ALBERTO FERNANDES E OUTRO(S)AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO -RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL - ART. 535 DO CPC E 2º,

3º, IV, 6º, "CAPUT", 14 E 17 DO CDC, ALEGAÇÃO GENÉRICA - SÚMULA284/STF - SOLIDARIEDADE - ALEGAÇÃO DE DISSÍDIOJURISPRUDENCIAL – NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO,TAMBÉM PELA ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL -ÓBICE DA SÚMULA 282/STF - RECURSO IMPROVIDO.DECISÃOCuida-se de agravo de instrumento interposto por SÉRGIO MIGUEL SILVADE OLIVEIRA em face de decisão denegatória de admissibilidade de recursoespecial, fundamentado no art. 105, inciso III, alíneas "a" e "c", da ConstituiçãoFederal de 1988, em que se alega violação dos arts. 2º, 3º, IV, 6º, "caput", 14 e 17do CDC, além de dissídio jurisprudencial.O aresto a quo foi assim ementado:"EMPRESARIAL. TÍTULO DE CRÉDITO. CHEQUE. PRESCRIÇÃO.PROTESTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AUSÊNCIA DE NEXOCAUSAL. DANO MORAL. Ação de obrigação de fazer cumulada comindenizatória pelo protesto indevido do título de crédito, efetuado nove anosdepois de emitido o cheque quando já prescritas as ações cambiais.Se a causa de pedir e o pedido se dirigem ao Réu, correta a legitimidade passiva,considerando a teoria da asserção adotada no Código de Processo Civil.Prospera o pedido de cancelamento do protesto por força da prescrição setranscorridos os prazos das ações cambiais e da ação subsidiária deenriquecimento sem causa.Considerando a natureza cambiária e o estreito vínculo à ação cambial, o protestotirado nove anos depois da emissão do cheque caracteriza abuso de direito, mas aausência de nexo causal, por falta de prova quanto ao Réu ter providenciado oprotesto, desautoriza o ressarcimento do dano moral.Primeiro recurso desprovido e segundo parcialmente provido."Sustenta a ora recorrente, em síntese, a responsabilidade do banco pelo protestodo título em razão da solidariedade imposta pelo CDC.É o relatório.Inicialmente, verifica-se que a admissibilidade do recurso nobre exige a claraindicação dos dispositivos supostamente violados, assim como em que medidateria o acórdão recorrido afrontado a cada um dos artigos impugnados o que, incasu, não ocorreu, porquanto o recorrente alega genericamente que houve ofensaaos artigos 2º, 3º, IV, 6º, "caput", 14 e 17 do CDC. Inafastável, portanto, aaplicação análoga da Súmula n. 284/STF.Verifica-se, também, que a questão da solidariedade, sustentada pela agravante,não foi objeto de debate ou deliberação pelo Tribunal de origem, restandoausente, assim, o requisito indispensável do prequestionamento da matéria,incidindo, dessa forma, o teor daSúmula 211 do STJ, in verbis: “Inadmissível recurso especial quanto à questãoque, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelotribunal a quo”.Anota-se, na espécie, que, também pela alínea "c" do permissivo constitucional,deve-se atender à exigência do prequestionamento, e que não há como constatardivergência jurisprudencial entre tribunais sobre determinada questão federal, se oacórdão recorrido sequer chegou a emitir juízo acerca da matéria suscitada.Nesse sentido, assim já se decidiu:"AGRAVO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO -PREQUESTIONAMENTO - ALÍNEA 'C' DO PERMISSIVOCONSTITUCIONAL - IMPRESCINDIBILIDADE - UNIÃO ESTÁVEL -PROVA - PARTILHA - CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO DOPATRIMÔNIO EM DISPUTA. REEXAME DE PROVA -INADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ.I - O prequestionamento da matéria posta no recurso especial é indispensável, sobpena de impossibilitar-se o exame da insurgência recursal, consoante verbete nº282 e 356 da súmula/STF.II - Além do confronto analítico entre o acórdão paradigma e a decisão,guerreada, a fim de evidenciar a similitude fática e jurídica trazida a debate,conforme disposto no art. 255 e parágrafos do RISTJ, a admissão do Especialcom base na alínea "c" do permissivo constitucional impõe igual necessidade deatender-se ao pressuposto específico do prequestionamento. Precedentes.III - (...).IV - Agravo no Agravo de Instrumento a que se nega provimento." (AgRg no Ag294.454/SP, Relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJU16/10/2000, pág. 310).Confiram-se ainda: EREsp 437380/MG, Rel. Min. Carlos Alberto MenezesDireito, Corte Especial, DJU 23/5/2005, pág. 119; AgRg no Ag 470746/SC, Rel.Min. Franciulli Netto, Terceira Turma, DJU 8/9/2003, pág. 295.Nega-se, portanto, provimento ao recurso.Publique-se. Intimem-se.Brasília (DF), 02 de fevereiro de 2010.MINISTRO MASSAMI UYEDARelator(Ministro MASSAMI UYEDA, 08/02/2010)

ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - MINISTÉRIO PÚBLICOESTADUAL - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO -TRANSPORTE - PEDIDO DE ADEQUAÇÃO DO SERVIÇO ESSENCIAL -INTERESSE DE AGIR, LEGITIMIDADE E POSSIBILIDADE JURÍDICADO PEDIDO.

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Page 95: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. O caso trata de ação civil pública ajuizada pelo MPSP em face da CPTM,concessionária do serviço público, para adequar o serviço de transporte depassageiros, que, no entender do autor, vinha sendo deficientemente prestado. Asentença julgou parcialmente o pedido, condenando a concessionária aadequar-se, nos termos da sentença, aos serviços que devem ser prestados aoscidadãos.2. É dever do Poder Público e de seus concessionários e permissionários prestarserviço adequado e eficiente, atendendo aos requisitos necessários para segurança,integridade física, e saúde dos usuários, tudo conforme os arts. 6º, I e X, do CDCc/c 6º da Lei n. 8.987/95.3. Deste modo, uma vez constatada a não-observância de tais regras básicas, surgeo interesse-necessidade para a tutela pleiteada. Vale observar, ainda, que ascondições da ação são vistas in satu assertionis ("Teoria da Asserção"), ou seja,conforme a narrativa feita pelo demandante, na petição inicial. Desse modo, ointeresse processual exsurge da alegação do autor, realizada na inicial, o que,ademais, foi constatado posteriormente na instância ordinária.Tudo isso implica reconhecer a não-violação dos arts. 3º e 267, VI, do CPC.4. No caso dos autos, não ocorre a impossibilidade jurídica do pedido, porque oParquet, além de ter legitimidade para a defesa do interesse público (aliás, dointeresse social), encontra-se no ordenamento jurídico, tanto na "Lei da Ação CivilPública" (Lei n.7.347/85), quanto na "Lei Orgânica Nacional do MinistérioPúblico e Normas Gerais para os Ministérios Públicos dos Estados" (Lei n.8.625/93) e outras, ou mesmo nos arts. 127 e 129 da CF, respaldo para pedir aadequação dos serviços de utilidade pública essenciais.5. Quanto à alínea "c", impossível o conhecimento do especial, pois inexistedissídio jurisprudencial demonstrado, uma vez que os substratos fáticos dosacórdãos apontados como paradigma são diferentes do enfrentado no acórdãorecorrido.Recurso especial conhecido em parte e improvido.(REsp 470.675/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 16/10/2007, DJ 29/10/2007 p. 201)

No caso, a legitimidade passiva ad causam do Município Agravante restoudemonstrada na inicial, pois trata-se de usuário de drogas que necessita deinternação para cuidar de sua saúde. Nessa linha, de acordo com o artigo 23, II daCF, a saúde é competência comum entre os entes federativos, razão pela qualtenho que a legitimidade passiva restou satisfeita.Ademais, como o cuidado à saúde é de competência comum dos entes federativos(responsabilidade solidária), coube ao Requerente escolher quem estaria no polopassivo da demanda, assim, não há necessidade de se colocar o Estado parafigurar como litisconsórcio passivo, por se tratar de responsabilidadeSOLIDÁRIA. Nesse sentido:PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AGRAVO REGIMENTALEM AGRAVO DE INSTRUMENTO – FORNECIMENTO DEMEDICAMENTOS – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTESFEDERATIVOS – LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO.1. Esta Corte em reiterados precedentes tem reconhecido a responsabilidadesolidária do entes federativos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios noque concerne à garantia do direito à saúde e à obrigação de fornecermedicamentos a pacientes portadores de doenças consideradas graves.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 961677/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 20/05/2008, DJ 11/06/2008)

Ante o exposto, REJEITO as preliminares de ilegitimidade passiva ad causam e danecessidade de ter o Estado como litisconsórcio passivo.

2.3. PRELIMINAR. DA COMPETÊNCIA DA VARA DA INFÂNCIA E DAJUVENTUDEConforme o artigo 208, inciso VII, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei8.069/90), as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados àscrianças e adolescentes, relacionadas ao não oferecimento do acesso à saúderegem-se pelas disposições do Estatuto da Criança e Adolescente e, portanto,competem à Vara Especializada da Infância e Juventude, em razão do critério daespecialidade, verbis:

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade porofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao nãooferecimento ou oferta irregular:I - do ensino obrigatório;II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos deidade;IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transportee assistência à saúde do educando do ensino fundamental;VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, àinfância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes quedele necessitem;VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados deliberdade.

Desta forma, é competente a Vara da Infância e Juventude para processar e julgara demanda em exame.Este é também o entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça.Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL Nº 843.417 - RS (2006/0115419-2)RELATOR: MINISTRO LUIZ FUXRECORRENTE: ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROCURADOR: MARLISE FISCHER GEHRES E OUTRO(S)RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDEDO SULINTERES.: MUNICÍPIO DE SAPIRANGAADVOGADO: INÊS GENEHR E OUTRO(S)INTERES.: W L S R - MENOR IMPÚBEREDECISÃOPROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MENOR SAÚDE. DIREITOINDIVIDUAL INDISPONÍVEL. ART. 227 DA CF/88. LEGITIMATIO ADCAUSAM DOPARQUET. ART. 127 DA CF/88. ARTS. 7.º, 200, e 201 DO DA LEI N.º8.069/90.1. O Ministério Público está legitimado a defender os interesses transindividuais,quais sejam os difusos, os coletivos e os individuais homogêneos.2. É que a Carta de 1988, ao evidenciar a importância da cidadania no controledos atos da Administração, com a eleição dos valores imateriais do art. 37, daCF/1988 como tuteláveis judicialmente, coadjuvados por uma série deinstrumentos processuais de defesa dos interesses transindividuais, criou ummicrossistema de tutela de interesses difusos referentes à probidade daadministração pública, nele encartando-se a Ação Cautelar Inominada, AçãoPopular, a Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança Coletivo, comoinstrumentos concorrentes na defesa desses direitos eclipsados por cláusulaspétreas.3. Deveras, é mister concluir que a nova ordem constitucional erigiu um autêntico'concurso de ações' entre os instrumentos de tutela dos interesses transindividuaise, a fortiori, legitimou o Ministério Público para o manejo dos mesmos.4. Legitimatio ad causam do Ministério Público à luz da dicção final do dispostono art. 127 da CF/1988, que o habilita a demandar em prol de interessesindisponíveis.5. Sob esse enfoque a Carta Federal outorgou ao Ministério Público aincumbência de promover a defesa dos interesses individuais indisponíveis,podendo, para tanto, exercer outras atribuições previstas em lei, desde quecompatível com sua finalidade institucional (CF/1988, arts. 127 e 129).6. In casu, trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público doEstado do Rio Grande do Sul, objetivando a efetivação de internação e cirurgiaurgente de menor impúbere, com 09 meses de idade, portador de obstruçãointestinal, com risco de morte.7. O direito à saúde, insculpido na Constituição Federal é direito indisponível, emfunção do bem comum, maior a proteger, derivado da própria força impositivados preceitos de ordem pública que regulam a matéria.8. Outrossim, o art. 6.º do CPC configura a legalidade da legitimaçãoextraordinária cognominada por Chiovenda como "substituição processual".9. Impõe-se, ressaltar que a jurisprudência hodierna do E. STJ admite açãoindividual acerca de direito indisponível capitaneada pelo MP (Precedentes: REsp688052 / RS, DJ 17.08.2006; REsp 822712 / RS, DJ 17.04.2006; REsp 819010 /SP, DJ 02.05.2006).10. Recurso especial a que se nega seguimento.Trata-se de recurso especial interposto pelo ESTADO DO RIO GRANDE DOSUL, com fulcro no art. 105, III, alíneas "a" e "c", do permissivo constitucional,contra acórdão proferido em grau de apelação pelo Tribunal de Justiça do Estadodo Rio Grande do Sul, assim ementado: apelação. Ação Civil Pública. tutela dedireito individual indisponível da criança e do adolescente. competência do juízoda infãncia e juventude. Ministério Público. Legitimidade ativa. direito à saúdeinternação de criança em uti pediátrica. risco de vida.1. O juízo competente para processar e julgar os feitos envolvendo direitosindividuais indisponíveis da criança e do adolescente violados por omissão doPoder Público é o da Infância e Juventude, conforme prevê o art. 148, IV doECA.2. Por atribuição constitucional (CF, art. 127, caput) e expressa previsão legal(ECA, art. 201, V e 208, VII), o Ministério Público é parte legítima para intentaração civil pública em favor de direito individual heterogêneo de crianças eadolescentes, como, por exemplo, o direito à saúde e à educação.3. O direito à saúde, superdireito de matriz constitucional, há de ser assegurado,com absoluta prioridade às crianças e adolescentes e é dever do Estado (União,Estados e Municípios) como corolário do direito à vida e do princípio dadignidade da pessoa humana.4. A premência do direito á vida, ameaçado pela ausência de vaga em UTIpediátrica, impõe imediata providência jurisdicional no sentido de obrigar o PoderPúblico a providenciar vaga, seja em leito do SUS, seja em leito particular.DERAM PROVIMENTO. UNÂNIME.

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Page 96: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Trata-se, originariamente, de Ação Civil Pública promovida pelo MinistérioPúblico em favor de menor com 09 meses de idade, internado em hospital,apresentando diagnóstico de obstrução intestinal, com risco de morte,necessitando por isso ser internado e submetido à cirurgia de urgência.O juízo singular julgou extinto o feito, concluindo pela ilegitimidade ativa doMinistério Público para a causa. Irresignado, o ora recorrido interpôs apelação,que restou provida, nos termos da ementa outrora transcrita.Na presente irresignação especial, sustenta o Estado, em síntese, que o acórdãohostilizado violou o disposto nos arts. 1º, da Lei n.º 7.347/85 e 201, V, da Lei n.º8.069/90, ante a ilegitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil públicavisando a tutela de direitos individuais, como, in casu, a internação e cirurgia demenor. Ainda, apontou a existência de dissídio jurisprudencial com julgados desteE. STJ.O recurso especial foi admitido no Tribunal de origem.Relatados, decido.Preliminarmente, conheço do recurso especial pela alínea "a", do permissivoconstitucional, uma vez que a matéria restou devidamente prequestionada.Versam os autos, originariamente, acerca de Ação Civil Pública ajuizada peloMinistério Público Estadual, com pedido de tutela antecipada, objetivando aefetivação de internação e cirurgia urgente de menor, com 09 meses de idade,portador de obstrução intestinal, com risco de morte.Com efeito, não assiste razão ao recorrente no que pertine à alegada ofensa dosartigos supostamente violados.É de sabença que o art. 227, caput, da Constituição Federal de 1988, garante àcriança e ao adolescente absoluta prioridade quanto à garantia do direito à saúde,senão vejamos:"Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e aoadolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, àeducação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, àliberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo detoda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade eopressão." (grifo nosso)Muito embora a matéria pareça gravitar única e exclusivamente em sedeconstitucional, o que retiraria a competência deste Superior Tribunal de Justiçapara aferir a legitimidade da decisão recorrida no âmbito do recurso especial, arealidade é que a questão vem traçada no Estatuto da Criança e do Adolescente(Lei n.º 8.069/90), que repetiu a garantia constitucional no afã de assegurar aefetivação do direito à saúde da criança e do adolescente, nos seguintes termos:"Art. 7.º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e odesenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.""Art. 11. É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através doSistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações eserviços para promoção, proteção e recuperação da saúde."É que a Carta de 1988, ao evidenciar a importância da cidadania no controle dosatos da administração, com a eleição dos valores imateriais do art. 37, da CF/1988como tuteláveis judicialmente, coadjuvados por uma série de instrumentosprocessuais de defesa dos interesses transindividuais, criou um micro-sistema detutela de interesses difusos referentes à probidade da administração pública, neleencartando-se a Ação Cautelar Inominada, Ação Popular, a Ação Civil Pública e oMandado de Segurança Coletivo, como instrumentos concorrentes na defesadesses direitos eclipsados por cláusulas pétreas.Dessarte, é mister concluir que nova ordem constitucional erigiu um autêntico'concurso de ações' entre os instrumentos de tutela dos interesses transindividuaise, a fortiori, legitimou o Ministério Público para o manejo dos mesmos.In casu, segundo a jurisprudência predominante deste Sodalício, a hipótese seamolda a interesse transindividual, indisponível, a legitimar a atuação doMinistério Público, no interesse da saúde de outrem. É nesse sentido os seguintesprecedentes:RECURSO ESPECIAL - PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA -FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO - CRIANÇA QUE PADECE DENEFROPATIA DO REFLUXO - DIREITO À VIDA E À SAÚDE -DIREITO INDIVIDUAL INDISPONÍVEL - LEGITIMAÇÃOEXTRAORDINÁRIA DO PARQUET - ART. 127 DA CF/88 -PRECEDENTES DA PRIMEIRA TURMA.O tema objeto do presente recurso já foi enfrentado pela colenda Primeira Turmadeste Tribunal e o entendimento esposado é de que o Ministério Público temlegitimidade para defesa dos direitos individuais indisponíveis, mesmo quando aação vise à tutela de pessoa individualmente considerada (art. 127, CF/88). Nessaesteira de entendimento, na hipótese dos autos, em que a ação visa a garantir ofornecimento de medicamento necessário e de forma contínua a criança para otratamento de nefropatia do refluxo, há de ser reconhecida a legitimação doMinistério Público, a fim de garantir a tutela dos direitos individuais indisponíveisà saúde e à vida. Recurso especial provido, para reconhecer a legitimidade doMinistério Público, determinando-se que a ação prossiga para, após instruçãoregular, ser o mérito julgado. ( REsp 688052 / RS, Ministro HUMBERTOMARTINS, DJ 17.08.2006).PROCESSO CIVIL. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARAAJUIZAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA VISANDO AO FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO A PESSOA IDOSA. OBRIGAÇÕES DE FAZER E

ENTREGAR COISA. COMINAÇÃO DE MULTA DIÁRIA. CABIMENTO,INCLUSIVE CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.1. O Ministério Público possui legitimidade para defesa dos direitos individuaisindisponíveis, mesmo quando a ação vise à tutela de pessoa individualmenteconsiderada.2. O artigo 127 da Constituição, que atribui ao Ministério Público a incumbênciade defender interesses individuais indisponíveis, contém norma auto-aplicável,inclusive no que se refere à legitimação para atuar em juízo.3. Tem natureza de interesse indisponível a tutela jurisdicional do direito à vida e àsaúde de que tratam os arts. 5º, caput e 196 da Constituição, em favor de pessoaidosa que precisa fazer uso contínuo de medicamento. A legitimidade ativa,portanto, se afirma, não por se tratar de tutela de direitos individuais homogêneos,mas sim por se tratar de interesses individuais indisponíveis.4. É cabível, mesmo contra a Fazenda Pública, a cominação de multa diária(astreintes) como meio executivo para cumprimento de obrigação de fazer(fungível ou infungível) ou entregar coisa. Precedentes.5. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 822712 / RS, MinistroTEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 17.04.2006).PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO A PESSOA CARENTE.LEGITIMIDADE ATIVA RECONHECIDA. ARTIGO 25, IV, "A", DA LEI8.625/93. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. Em exame recurso especial interposto pelo Ministério Público com fulcro naalínea "a" do permissivo constitucional contra acórdãos assim ementados:"AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE. Direito individual cujalegitimidade ativa compete àquele que se diz necessitado. Nos termos da leiprocessual 'ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvoquando autorizado por lei' (art. 6º do Cód. de Proc. Civil).Definidas em lei, de forma taxativa, as finalidades da ação civil pública, não podeo Ministério Público pretender por meio desta medida judicial, outro objeto.Processo principal extinto sem apreciação do mérito. Agravo de instrumentoprejudicado." "EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Inexistência de omissão ajustificar a interposição do recurso (art. 535, incs. I e II do Cód. de Proc. Civil).Prequestionamento desnecessário. Recurso que objetiva a modificação do julgado.Impropriedade. Embargos rejeitados."2. Sustenta-se violação do artigo 25, IV, "a", da Lei 8625/93 argumentando-seque:"A função ministerial - a legitimidade do parquet - somente estará se o interesseestiver sob a disponibilidade de seu titular. E tal não ocorre com o direito à saúde,que é objeto de proteção constitucional, afigurando-se direito indisponível. E,como tal, possível de ser tutelado pelo Ministério Público, ainda que o parquetesteja tutelando o interesse de uma única pessoa, que é o caso dos autos.Ademais, negar legitimidade ao parquet no caso concreto, além de negar o própriodireito constitucional, é negar o desenvolvimento do direito processual vigente àpessoa humana."3. Constitui função institucional e nobre do Ministério Público buscar a entrega daprestação jurisdicional para obrigar o Estado a fornecer medicamento essencial àsaúde de pessoa pobre especialmente quando sofre de doença grave que se nãofor tratada poderá causar, prematuramente, a sua morte. Legitimidade ativa doMinistério Público para propor ação civil pública em defesa de direitoindisponível, como é o direito à saúde, em benefício do hipossuficiente.4. Recurso especial provido para, reconhecendo a legitimidade do MinistérioPúblico para a presente ação, determinar o reenvio dos autos ao juízo recorridopara que este se pronuncie quanto ao mérito. (REsp 819010 / SP, Ministro JOSÉDELGADO, DJ 02.05.2006).A despeito do posicionamento exarado nos julgados acima, tenho que, à luz dadicção final do art. 127 da Carta Maior, legitimado está o Parquet, a demandar emprol de interesses indisponíveis como o que ora se afigura. Resta assim redigido oreferido dispositivo:"Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à funçãojurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis."Sob esse enfoque, a Carta Federal outorgou ao Ministério Público a incumbênciade promover a defesa dos interesses individuais indisponíveis, podendo, paratanto, exercer outras atribuições previstas em lei, desde que compatível com suafinalidade institucional (CF/1988, arts. 127 e 129).O direito à saúde insculpido na Constituição Federal é direito indisponível, emfunção do bem comum, maior a proteger, derivado da própria força impositivados preceitos de ordem pública que regulam a matéria.Outrossim, a Lei n.º 8.069/90 no art. 7.º, 200 e 201, consubstanciam a autorizaçãolegal a que se refere o art. 6.º do CPC, configurando a legalidade da legitimaçãoextraordinária cognominada por Chiovenda como "substituição processual",senão vejamos:"Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e odesenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.""Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidasnos termos da respectiva lei orgânica.""Art. 201. Compete ao Ministério Público:

90 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 97: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

(...) V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dosinteresses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência,inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;"Ex positis, com fulcro no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, negoseguimento ao presente recurso especial.Publique-se. Intimações necessárias.Brasília (DF), 20 de setembro de 2007.MINISTRO LUIZ FUXRelator(Ministro LUIZ FUX, 02/10/2007)

Ademais, ainda que o Juízo a quo fosse absolutamente incompetente, o que não éo caso, seria possível a convalidação da sentença pela Quarta Câmara Cível desteTribunal, já que esta tem competência recursal tanto para rever as decisões dasVaras Especializadas na Infância e Juventude, quando as decisões das Varas daFazenda Pública, conforme registrei no trecho a seguir transcrito:

“Questões atinentes à competência absoluta, guardadas as devidas proporções,também são passíveis de convalidação. Na hipótese de uma ação em que o autoralega existir relação consumerista ajuizada em vara própria e o tribunal, apreciandoa apelação, entende não existir relação de consumo e que, assim, o juízo eraincompetente. O tribunal deve, nesse caso, anular a sentença e remeter ao juizcível, sob pena de supressão de jurisdição? Não nos parece a melhor solução.Como a competência recursal é a mesma – a Câmara que examinaria a sentençaproferida em vara cível é a mesma que apreciaria aquela proferida na vara doconsumidor -, o tribunal pode convalidar a sentença. Contudo, o órgão revisordeve obrigatoriamente ser o competente para examinar o recurso, caso a decisãofosse proferida pelo juízo competente. A hipótese não seria admissível, porexemplo, se houvesse câmara ou turma especializada, e cada juízo comportassereexame por órgãos distintos. Assim, existindo câmaras ou turmas de direitoprivado e de direito público, a decisão proferida por um juízo cível, em processocuja competência em razão da matéria fosse atribuída à vara da fazenda, nãopoderia ser convalidada, pois o órgão revisor não teria competência. Nessa linha,também não comporta convalidação a sentença cível proferida por juiz criminal,pois os órgãos revisores não coincidem.” (BRASIL JUNIOR, Samuel Meira.Justiça, Direito e Processo: A Argumentação e o Direito Processual dosResultados Justos. São Paulo, Atlas, 2007.)Dessa forma, REJEITO a alegação.

2.4. PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL

O Agravante aduziu que a demanda proposta pelo Agravado não poderia terocorrido sem que antes houvesse a provocação administrativa para solucionar oproblema do menor.Entretanto, embora pareça razoável a tentativa de usar outros meios para resolverproblemas antes de acionar o poder judiciário, no caso em questão essa tentativase mostra perigosa. Isso porque, caso a administração pública entendesse que oadolescente não precisaria ser internado, a sua situação de saúde poderia seagravar ainda mais com os efeitos das drogas. Ademais, o exercício do direito de ação não depende do esgotamento da viaadministrativa de satisfação da pretensão, sob pena de limitação da garantiaconstitucional de acesso à justiça. Assim sendo, a via eleita se mostra razoável, razão pela qual também REJEITOessa preliminar.

2.5. MÉRITOO Agravante alegou que é ilegal a internação compulsória do paciente, bem comoo desrespeito ao princípio da reserva do possível.Pois bem. A Constituição Federal garante o direito à saúde, direito fundamental de 2ªgeração, que impõe ao Estado uma prestação positiva, ou seja, propiciar aocidadão os meios de tratamento das doenças, inclusive com o fornecimento demedicamentos e com a concessão de tratamento médico.Incumbe ao Poder Judiciário, portanto, após ser invocado, assegurar aojurisdicionado o cumprimento imediato da norma constitucional, deferindo ofornecimento do medicamento prescrito ou do tratamento médico indicado, incasu, a internação de dependente químico.Essa atuação ampliativa do papel do estado (especialmente do Poder Judiciário)consolida o paradigma de estado característico da pós-modernidade resumidocom maestria pelo ilustre Professor das Arcadas Dalmo de Abreu Dallari, no qual:“[...] uma das conseqüências disso foi a ampliação do papel político e social doestado, que deixou de apenas o protetor da liberdade e dos direitos para assumirum papel ativo na criação e condições para efetivação dos direitos.Desse modo, foram rompidas as barreiras que limitavam as ações do estado emnome da proteção dos direitos individuais.(...) o judiciário passou a ser muito mais do que um garantidor do respeito àlegalidade estrita, para ser, em muitos casos, um complementador das normasconstitucionais, visando dar-lhes efetividade. (Dallari, Dalmo de Abreu, 1931 –Elementos de Teoria Geral do Estado. 28 ed. São Paulo: Saraiva, 1999 p.204)

A Constituição Federal, dispondo sobre Direitos e Garantias Fundamentais, entreoutros, assegura o direito à saúde, proteção à infância, assistência aosdesamparados, trabalho, educação, lazer, segurança, previdência social etc. (art.6.º, caput). Além disso, ao tratar da Seguridade Social, no Capítulo II do Títuloreferente a Ordem Social, estabelece expressamente ser a saúde direito de todos edever do Estado (art. 196, CF/88), sem qualquer limitação ou restrição.Também por disposição constitucional, é da competência comum de todos osentes federativos (União, Estados e Municípios) “cuidar da saúde e assistênciapública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência” (art. 23, II,da C.F.).Assim sendo, o não fornecimento, pelo Município de Vitória, de um tratamentomédico à pessoa carente, quando obrigado a realizar uma prestação integral euniversal, configura desrespeito direto à Constituição Federal. Dessa forma,cumpre ao Poder Judiciário assegurar ao jurisdicionado o cumprimento imediatoda norma constitucional, deferindo, ser for o caso, o tratamento médico indicado.Nesse sentido, o Colendo Superior Tribunal de Justiça:FAZENDA PÚBLICA – FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS –ASTREINTES – CABIMENTO – ART. 461, § 5º, DO CPC –PRECEDENTES.1. A hipótese dos autos cuida da possibilidade de imposição de multa diária aoEstado do Rio Grande do Sul, pelo não-cumprimento na obrigação de fornecermedicamentos à portadora de doença grave, como meio coercitivo para impor ocumprimento de medida antecipatória ou de sentença definitiva da obrigação defazer ou de entregar coisa.(arts. 461 e 461-A do CPC).2. A negativa de fornecimento de um medicamento de uso imprescindível, cujaausência gera risco à vida ou grave risco à saúde, é ato que, per si, viola aConstituição Federal, pois a vida e a saúde são bens jurídicos constitucionalmentetutelados em primeiro plano.3. Por isso, a decisão que determina o fornecimento de medicamento não estásujeita ao mérito administrativo, ou seja, conveniência e oportunidade de execuçãode gastos públicos, mas de verdadeira observância da legalidade.4. Entendimento sólido da Corte no sentido de que o juiz, de ofício ou arequerimento da parte, pode fixar as astreintes contra a Fazenda Pública, com oobjetivo de forçá-la ao adimplemento da obrigação de fazer no prazo estipulado.5. Precedentes: (REsp 832935, REl. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 30.6.2006;REsp 804049, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ 15.5.2006).Recurso especial improvido.(REsp 878.705/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 05.10.2006, DJ 18.10.2006 p. 237)

Veja que o fornecimento de um medicamento ou a concessão de um tratamentomédico não estão sujeitos à conveniência administrativa ou à oportunidade deexecução de gastos públicos. Constitui norma constitucional a ser imediatamenteefetivada, por isso não há que se falar em ofença ao princípio da reserva dopossível no caso em questão. Em verdade, reconheço que é muito difícil concretizar todos os direitos previstosna Carta Política, mas isto não quer dizer que o Poder Judiciário não possa atuarquando necessário, como no caso em exame.O núcleo duro dos direitos constitucionais relacionados à dignidade da pessoahumana, que forma o mínimo existencial, deve prevalecer face a qualquer outrodireito ou princípio colidente, inclusive face ao princípio da reserva do possível,razão pela qual a sua concretização é sindicável pelo Poder Judiciário.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 8 de junho de 2011.  

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator      

8- Agravo de Instrumento Nº 11104959132CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 4ª VARA CÍVELAGVTE SICOOB CREDIROCHAS Advogado(a) FELIPE TELES SANTANAAdvogado(a) JOSE ALEXANDRE CHEIM SADERAGVDO MINERACAO FATIMA LTDA Advogado(a) CASSIA BERTASSONE DA SILVAAdvogado(a) HIGNER MANSURAGVDO ERNESTA DE FATIMA DA SILVA CALEGARI Advogado(a) CASSIA BERTASSONE DA SILVAAdvogado(a) HIGNER MANSURAGVDO SALOMAO SILVA CALEGARI Advogado(a) CASSIA BERTASSONE DA SILVAAdvogado(a) HIGNER MANSURAGVDO JULIETA RACHELLE SILVA CALEGARI Advogado(a) CASSIA BERTASSONE DA SILVAAdvogado(a) HIGNER MANSURRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

91 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 98: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 11104959132RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: SICOOB CREDIROCHASADVOGADO: FELIPE TELES SANTANA E OUTROSRECORRIDOS: MINERAÇÃO FÁTIMA LTDAERNESTA DE FÁTIMA DA SILVA CALEGARISALOMÃO SILVA CALEGARIJULIETA RACHELLE SILVA CALEGARIADVOGADO: CASSIS BERTASSONE DA SILVA E OUTROSMAGISTRADO: EVANDRO COELHO DE LIMAN° PROC. ORIG.: 011.10.0179461

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. SUSPENSÃO DELEILÃO EXTRAJUDICIAL. PRESSUPOSTOS DEMONSTRADOS.INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO A PARTE CONTRÁRIA. RECURSODESPROVIDO. 1. Demostrados os pressupostos necessários à concessão da medida cautelar desuspensão do leilão extrajudicial de bem imóvel, quais sejam, a plausibilidade dodireito alegado e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, deve serconcedida a ordem acautelatória requerida.2. Deve ser mantida a decisão interlocutória de 1º grau que não seja suscetível decausar lesão grave ou de difícil reparação à parte contrária. Dicção do art. 522, doCPC.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

A Cooperativa de Crédito dos Proprietários da Indústria de Rochas Ornamentais,Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo – SICOOB CREDIROCHASinterpôs Agravo de Instrumento por inconformada com a r. decisão interlocutóriade 1º grau que deferiu a medida cautelar vindicada pelos ora Agravados edeterminou a suspensão do leilão extrajudicial marcado para o dia 28 e 29.10.10,bem como qualquer outro ato relativo à alienação do bem imóvel objeto dademanda.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de aplicação da regra de impenhorabilidadede bem de família, seja por não se tratar de bem com a referida característa, sejaem função da cláusula de renúncia expressa ao benefício no contrato firmadoentre as partes. Além disso, afirmou a regularidade da notificação extrajudicial doleilão, cuja realização deve ser permitida pelo poder judiciário. Nesses termos, requereu, liminarmente, a suspensão dos efeitos da r. decisãoobjurgada e, ao final, o provimento do recurso com a reforma do julgado. Decisão interlocutória às fls. 199, na qual o recurso foi recebido somente no efeitodevolutivo. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 215/216.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária.Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.A cognição exauriente somente será prestada no julgamento da ação, após ocontraditório sobre as provas produzidas. Feita essa admoestação, passo a julgar opresente recurso.Na análise prefacial do recurso, restou consignado, verbis:

“Em verdade, a partir dos elementos que compõem os autos é possível concluirque não há, nesse momento, perigo de ineficácia do provimento jurisdicional ouperecimento do objeto litigioso, a justificar a concessão do efeito suspensivovindicado pela Agravante. A r. decisão objeto do presente recurso somentedeterminou a abstenção da prática de atos que importem no leilão do bem imóvelobjeto do contrato discutido nos autos, medida acautelatória que, por ora, deveser mantida.De fato, considerando a natureza do provimento jurisdicional objeto dacontrovérsia, assim como os bens jurídicos em colisão, vejo a possibilidade deformação do contraditório recursal, sobretudo para ampliar o convencimentoacerca das matérias suscitadas.” - [destaquei].

Após compulsar os autos e com a oitiva da parte contrária, mantenho a conclusãoanterior, haja vista a inexistência de motivos capazes de alterar o convencimentoadotado pelo juízo de 1º grau. Em verdade, a tutela jurisdicional fora concedida de acordo com o poder geral decautela previsto no art. 798, do CPC, o qual permite ao magistrado o deferimentoda medida cautelar adequada ao deslinde da controvérsia, diante da demonstração

dos pressupostos necessários à concessão da garantia. Sobre o assunto, confira-seo seguinte precedente do Colendo STJ:

PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR PARA DETERMINAR OPROCESSAMENTO DE RECURSO ESPECIAL (SUSTAÇÃO DARETENÇÃO). POSSIBILIDADE. CONCESSÃO DE LIMINAR PARA QUEO REQUERENTE SE ABSTENHA DE FAZER DESCONTOS OURETENÇÃO DE PAGAMENTOS DE FATURAS EMITIDAS PELOSASSOCIADOS DOS REQUERIDOS, “EM RAZÃO DE SERVIÇOS EOBRAS REALIZADAS EM FAVOR DA PREFEITURA MUNICIPAL EÓRGÃOS SUBORDINADOS SOB O FUNDAMENTO DA EXISTÊNCIADE AÇÕES TRABALHISTAS DAS QUAIS POTENCIALMENTEPODERIAM RESULTAR CONTINGÊNCIAS PARA O ERÁRIOMUNICIPAL”. EXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DO FUMUS BONIJURIS E DO PERICULUM IN MORA.1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a regra de obstar o recursoespecial retido deve ser obtemperada para que não esvazie a utilidade daqueleapelo extremo. Quando os pressupostos essenciais ao regular desenvolvimento daação se façam necessários examinar, é de todo prudente que não seja retidorecurso especial advindo de decisão interlocutória.2. O poder geral de cautela há que ser entendido com uma amplitude compatívelcom a sua finalidade primeira, que é a de assegurar a perfeita eficácia da funçãojurisdicional. Insere-se aí a garantia da efetividade da decisão a ser proferida. Aadoção de medidas cautelares (inclusive as liminares inaudita altera pars) éfundamental para o próprio exercício da função jurisdicional, que não deveencontrar obstáculos, salvo no ordenamento jurídico.3. O provimento cautelar tem pressupostos específicos para sua concessão. Sãoeles: o risco de ineficácia do provimento principal e a plausibilidade do direitoalegado (periculum in mora e fumus boni iuris), que, presentes, determinam anecessidade da tutela cautelar e a inexorabilidade de sua concessão, para que seprotejam aqueles bens ou direitos de modo a se garantir a produção de efeitosconcretos do provimento jurisdicional principal.4. Em tais casos, pode ocorrer dano grave à parte, no período de tempo quemediar o julgamento no tribunal a quo e a decisão do recurso especial, dano de talordem que o eventual resultado favorável, ao final do processo, quando dadecisão do recurso especial, tenha pouca ou nenhuma relevância.5. Prejuízos teria a requerente se não lhe for julgada procedente a presente medidaacautelatória, haja vista que a retenção do recurso especial irá acarretar-lhe danosmateriais de difícil reparação, ainda mais se sair vencedora na demanda principal.6. Medida Cautelar procedente, para determinar o processamento do recursoespecial.(MC 12.856/RJ, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgadoem 28/08/2007, DJ 13/09/2007 p. 152)

In casu, dadas as particularidades atinentes ao caso, em especial a plausibilidadedas alegações relativas à impenhorabilidade do bem de família e à nulidade dacláusula de renúncia do benefício, a tutela cautelar em referência configura-secomo forma de garantia da instrução processual e, principalmente, da preservaçãodo bem jurídico em poder dos devedores. De fato, ao contrário do que sustentou a cooperativa Agravante, o indeferimentoda medida cautelar requerida poderá resultar em grave prejuízo aos Recorridos,com a permissão para a realização do leilão do imóvel, cuja característica deimpenhorabilidade se mostra oponível ao caso, ao menos por ora, com base nacognição limitada do caso.Sobre os temas suscitados nos autos, destaco precedentes do C. STJ que, comhabitual proficiência e autoridade, já decidiu:PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AGRAVOREGIMENTAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOSDA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA N. 182/STJ. INCIDENTE DEUNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. SUSCITAÇÃO ADESTEMPO. DISSÍDIO ENTRE JULGADOS DA MESMA TURMA.INVIABILIDADE. ALTERAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO COLEGIADO.IRRELEVÂNCIA. BEM DE FAMÍLIA. LEI N. 8.009/1990.IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA. RENÚNCIA IMPOSSIBILIDADE.SÚMULA N. 168/STJ.1. Mantém-se na íntegra a decisão recorrida cujos fundamentos não foraminfirmados.2. "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente osfundamentos da decisão agravada" (Súmula n.182/STJ).3. É incabível o pedido de uniformização de jurisprudência formulado após apublicação do acórdão proferido em recurso especial. Qualquer modificação dojulgado em razão de eventual confronto com outros arestos do STJ deve serobjeto de embargos de divergência.4. Os embargos de divergência não objetivam pacificar dissenso interno de turmaou seção, e sim uniformizar dissídio jurisprudencial estabelecido entre órgãosdiversos do Superior Tribunal de Justiça.5. A mudança na composição da turma não constitui fator relevante para efeito deflexibilização da norma (CPC, art. 546, I, e RISTJ, art. 266).6. A proteção legal conferida ao bem de família pela Lei n.

92 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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8.009/1990 não pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois éprincípio de ordem pública, prevalente sobre a vontade manifestada. Incidência daSúmula n. 168/STJ.7. Agravo regimental desprovido.(AgRg nos EREsp 888.654/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DENORONHA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/03/2011, DJe 18/03/2011)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DETERCEIRO. BEM DE FAMÍLIA. IMÓVEL INDIVISÍVEL.IMPENHORABILIDADE. INTEGRALIDADE DO BEM. FUNDAMENTOSINSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISÃO AGRAVADA.1. O agravante não trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentosque alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a negativa de provimento aoagravo regimental.2. O imóvel indivisível protegido pela impenhorabilidade do bem de família devesê-lo em sua integralidade, sob pena de tornar inócua a proteção legal.Precedentes desta Corte.3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no REsp 293.792/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA,julgado em 03/05/2011, DJe 11/05/2011)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DEINSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. EXECUÇÃO. IMÓVEL.BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. EXCEÇÃO DO ART. 3º, V,DA LEI 8.009/90. INAPLICABILIDADE. DÍVIDA DE TERCEIRO.PESSOA JURÍDICA IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO DE QUE ADÍVIDA FORA CONTRAÍDA EM FAVOR DA ENTIDADE FAMILIAR.FATO SUPERVENIENTE. PENHORA E ARREMATAÇÃO EM OUTRAEXECUÇÃO POR DÍVIDA CONDOMINIAL. AFASTAMENTO.IRRELEVÂNCIA PARA O CASO CONCRETO. SALDOREMANESCENTE. PROTEÇÃO (CC/2002, ART. 1.715, PARÁGRAFOÚNICO). PRESERVAÇÃO DE SUA NATUREZA ORIGINAL. AGRAVODESPROVIDO.1. Somente é admissível a penhora do bem de família hipotecado quando agarantia foi prestada em benefício da própria entidade familiar, e não paraassegurar empréstimo obtido por terceiro.2. Não se pode presumir que a garantia fora dada em benefício da família, para,assim, afastar a impenhorabilidade do bem com base no art. 3º, V, da Lei8.009/90.3. Na hipótese dos autos, a hipoteca foi dada em garantia de dívida de terceiro, asociedade empresária The Place Restaurante Ltda, a qual celebrou contrato demútuo com o Banco Safra S/A, por meio de Cédula de Crédito Comercial. Dessemodo, a garantia da hipoteca, cujo objeto era o imóvel residencial da ora agravada,foi feita em favor da pessoa jurídica e não em benefício próprio da titular ou desua família, o que afasta a exceção à impenhorabilidade do bem de família previstano inciso V do art. 3º da Lei 8.009/90.4. No mais, alega o ora agravante a existência de fato superveniente. Relata que oimóvel, objeto de discussão neste agravo de instrumento, foi arrematado, noâmbito de processo de execução condominial, e o valor da arrematação foidepositado em juízo, o que afastaria o interesse recursal da ora agravada.5. Destinando-se o produto da arrematação do imóvel ao pagamento de débitoscondominiais e uma vez quitada a dívida, o saldo da arrematação não perde suanatureza original de bem de família, sobretudo porque à proteção prevista na Lei8.009/90, que decorre do direito constitucional à moradia (CF, art. 6º, caput),deve ser dada a maior amplitude possível.6. Nesse contexto, o alegado fato superveniente - arrematação do imóvel - nãoafasta o interesse da ora agravada em obter o provimento jurisdicional dereconhecimento da impenhorabilidade de seu único imóvel, tampouco tornaprejudicado o resultado da decisão que proveu o recurso especial. Tendo sido,neste feito, reconhecida a impenhorabilidade do imóvel da ora agravada - por nãose lhe aplicar a exceção do inciso V do art. 3º da Lei 8.009/90 -, o saldoremanescente do produto da arrematação deste imóvel em outro processo seguiráresguardado pelas garantias legais do bem de família (CC/2002, art. 1.715,parágrafo único), devendo, pois, ser utilizado em proveito da entidade familiar darecorrida e de seu direito à moradia.7. Agravo interno a que se nega provimento.(AgRg no AgRg no Ag 1094203/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTATURMA, julgado em 26/04/2011, DJe 10/05/2011)

AGRAVO REGIMENTAL. PREVENÇÃO. NULIDADE RELATIVA, QUEDEVE SER ARGUIDA ANTES DE PROFERIDA DECISÃO. BEM DEFAMÍLIA.IMPENHORABILIDADE. EXCEÇÃO. BEM HIPOTECADO EMBENEFÍCIO DA PRÓPRIA ENTIDADE FAMILIAR. GARANTIA REALCONCEDIDA EM BENEFÍCIO DE TERCEIRO.IMPENHORABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.1. A prevenção estabelecida no Regimento Interno deve ser arguidaoportunamente, ou seja, antes de proferida decisão nos autos, nos termos do art.71, § 4.º, do RISTJ.

II. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência firmada no sentido de que apenhora do bem de família hipotecado só é admissível quando a garantia foiprestada em benefício da própria entidade familiar, e não para assegurarempréstimo obtido por terceiro.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1366324/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 05/04/2011, REPDJe 07/04/2011)

Logo, considerando a demonstração da verossimilhança das alegações, bem comoo fundado receio de dano irreparável, mostra-se irretocável a concessão da medidacautelar pretendida pelos Agravados.Ademais, a referida decisão não implica qualquer prejuízo à Agravante, sobretudoporque eventual improcedência da demanda, com a rejeição dos argumentos dosRecorridos em julgamento final da causa, permitirá a realização do leilãodesignado, restando assegurado o direito de efetivação futura do mesmo, se for ocaso. Ocorre que, por ora, mostra-se irrefutável a r. decisão liminar objurgada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

9- Agravo de Instrumento Nº 35101115737VILA VELHA - 5ª VARA CÍVELAGVTE JBE CONSTRUTORA LTDA ME Advogado(a) DANNIELLY FIENI DA VITORIAAdvogado(a) FLAVIA AQUINO DOS SANTOSAGVDO LASER JET CAR VEICULOS LTDA Advogado(a) ALLEX WILLIAN BELLO LINOAdvogado(a) SAMIR FURTADO NEMERRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 35101115737RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: JBE CONSTRUTORA LTDA MEADVOGADO: DANNIELLY FIENI DA VITÓRIA E OUTRORECORRIDO: LASER JET CAR VEÍCULOS LTDAADVOGADO: ALLEX WILLIAM BELLO LINO E OUTROMAGISTRADO: MOACYR C. DE F. CÔRTES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. ARGUIÇÃO DE NÃOEXECUTIVIDADE. CITAÇÃO DA EMPRESA. REGULARIDADE.COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTODA DÍVIDA. MATÉRIA DE PROVA. INVIABILIDADE DO INCIDENTE.RECURSO DESPROVIDO. 1. A cognição do julgamento do Agravo de Instrumento é sumária, limitada àanálise das provas trazidas ao conhecimento do órgão ad quem, para aferição daverossimilhança das alegações e da possibilidade de dano irreparável ou de difícilreparação. 2. O comparecimento espontâneo da empresa no processo executivo,oportunidade em que ofereceu objeção de não-executividade, supre eventualirregularidade da citação. Precedentes. 3. A veiculação da objeção de não-executividade somente é admissível quando setratar de matéria cognoscível de ofício ou prescindível de dilação probatória.Precedentes.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

JBE CONSTRUTORA LTDA interpôs Agravo de Instrumento porinconformado com a r. decisão interlocutória de 1º grau que rejeitou a exceção denão executividade (rectius arguição de não executividade) oposta pela empresa. Aduziu, em síntese, a inexistência de citação regular no procedimento executivo e,ainda, o pagamento da dívida cobrada pela empresa ora Agravada. Informações prestadas pelo juízo de primeiro grau às fls. 120/121.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia consiste na análise da objeção não executividade oposta pelaempresa Agravante nos autos da Execução de Título Extrajudicial ajuizada.Pois bem.

93 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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Em primeiro lugar, no que concerne à citação da executada no processooriginário, com os limites inerente ao julgamento de Agravo de Instrumento,lastreado em cognição sumária da causa, verifico a regularidade da angularizaçãoprocessual impugnada. De fato, ao contrário do que sustentou a empresa Agravante, os documentosfotocopiados às fls. 37/41 comprovam a citação da mesma no processoexecutivo, inclusive com a aposição da assinatura do representante legal noMandado expedido pelo juízo de origem. Ademais, o comparecimento espontâneo da empresa no processo, oportunidadeem que ofereceu o incidente ora em análise, supre eventual irregularidade dacitação, nos termos da jurisprudência consolidada do C. STJ. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. DIVERGÊNCIA INTERPRETATIVA.COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO DO DEVEDOR PARA OFERECEREXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CITAÇÃO SUPRIDA, ADESPEITO DE O CAUSÍDICO SUBSCRITOR DA PEÇA NÃO TERPODERES PARA RECEBER CITAÇÃO. PRECEDENTES.1. O comparecimento de advogado, para fazer carga dos autos, sem poderes parareceber citação, não pode, a priori, configurar comparecimento espontâneo parafins de suprir a ausência de citação do reú. Contudo, a hipótese dos autos nãoconsubstancia simples ato processual de carga dos autos, antes, o patrono da partecompareceu para oferecer exceção de pré-executividade, o que demonstra aciência inequívoca da execução contra o devedor outorgante da procuração.Assim, é o caso de considerar suprida a citação, na forma do art. 214, § 1º, doCPC, pelo oferecimento da exceção de pré-executividade. Nesse sentido: REsp662.836/DF, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, DJ26/02/2007; REsp 837.050/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ18/09/2006, REsp 658.566/DF, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, Quarta Turma,DJ 02/05/2005.2. Recurso especial não provido.(REsp 1246098/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 26/04/2011, DJe 05/05/2011)

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO POR TÍTULOEXTRA-JUDICIAL CONTRA LITISCONSORTES.1. RECURSO: CITAÇÃO INEXISTENTE. COMPARECIMENTOESPONTÂNEO DE EXECUTADO INTERPONDO EXCEÇÃO DEPRÉ-EXECUTIVIDADE - PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE.NULIDADE RECORRENTE. DEVOLUÇÃO DE PRAZO PARAEMBARGAR INADMISSÍVEL.2. RECURSO: ILEGITIMIDADE DE PARTE AFASTADA. REEXAME DEPROVAS INADMISSÍVEL. IMPOSSIBILIDADE DE INTERPRETAÇÃODE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. RECURSO ESPECIAL DOSEXECUTADOS CONHECIDO EM PARTE E IMPROVIDO NA PARTECONHECIDA.I.- Não tem direito a devolução de prazo para defender-se o Executado que, nãotendo sido formalmente citado, comparece espontaneamente e interpõe Exceçãode Pré-Executividade - Modalidade de defesa regida também pelo princípio daeventualidade, de modo que nela o executado tem o dever de deduzir todos osargumentos de que dispuser contra a execução, não se cogitando de reabertura deprazo para ulteriores Embargos do Devedor.II - Alegação de ilegitimidade passiva formulada por executado.Alegação de assinatura como representante/sócio e não na condição de avalista.Rejeitada a defesa, fundada nessa alegação, pelo Tribunal de origem, não háacesso à via de Recurso Especial, pois se trata de matéria de fato e deinterpretação de cláusula (Súmula 5 e 7 do STJ).III - Recurso Especial dos executados conhecido em parte e improvido na parteconhecida.(REsp 1041542/RN, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,julgado em 03/03/2009, DJe 24/03/2009)

Assim, de uma forma ou de outra, mantém-se irretocável a formação da relaçãojurídica processual na Execução objeto do presente recurso.Na sequência, a parte aduziu o pagamento da dívida cobrada na via executiva,pugnando pela extinção da demanda. Ocorre que, conforme asseverou o MM.Magistrado de 1º grau, a apreciação da matéria depende de análise mais acuradado caso o que e, considerando a necessidade de dilação probatória, torna inviávela veiculação em sede do incidente oposto pela parte. Nessa linha, destaco os seguintes precedentes do C. STJ:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO ÀSISTEMÁTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL.INCLUSÃO DOS REPRESENTANTES DA PESSOA JURÍDICA, CUJOSNOMES CONSTAM DA CDA, NO PÓLO PASSIVO DA EXECUÇÃOFISCAL. POSSIBILIDADE. MATÉRIA DE DEFESA. NECESSIDADE DEDILAÇÃO PROBATÓRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.INVIABILIDADE. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.1. A orientação da Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, se aexecução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio constada CDA, a ele incumbe o ônus da prova de que não ficou caracterizada nenhumadas circunstâncias previstas no art. 135 do CTN, ou seja, não houve a prática de

atos "com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos". 2.Por outro lado, é certo que, malgrado serem os embargos à execução o meio dedefesa próprio da execução fiscal, a orientação desta Corte firmou-se no sentidode admitir a exceção de pré-executividade nas situações em que não se faznecessária dilação probatória ou em que as questões possam ser conhecidas deofício pelo magistrado, como as condições da ação, os pressupostos processuais, adecadência, a prescrição, entre outras.3. Contudo, no caso concreto, como bem observado pelas instâncias ordinárias, oexame da responsabilidade dos representantes da empresa executada requerdilação probatória, razão pela qual a matéria de defesa deve ser aduzida na viaprópria (embargos à execução), e não por meio do incidente em comento.4. Recurso especial desprovido. Acórdão sujeito à sistemática prevista no art.543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ.(REsp 1104900/ES, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO,julgado em 25/03/2009, DJe 01/04/2009)

EXECUÇÃO. OBJEÇÃO DE NÃO EXECUTIVIDADE. TÍTULOJUNTADO POR CÓPIA AUTENTICADA. ASSERTIVA DE NOVAÇÃOOU QUITAÇÃO DA DÍVIDA. MATÉRIA DEPENDENTE DE ANÁLISEDE DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS E DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.– Admissível a juntada do título por cópia autenticada, quando não se tratar decambial. Precedentes.– As alegadas repactuação, novação ou quitação da dívida, quando dependentesde prova ou da análise mais detida de estipulações contratuais, não são passíveisde argüição no bojo da “objeção de não executividade” (“exceção depré-executividade”).– Incidência no caso dos verbetes sumulares nºs 5 e 7-STJ.Recurso especial não conhecido.(REsp 575.167/MG, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA,julgado em 18/05/2004, DJ 30/08/2004, p. 303)

Em assim sendo, mantém-se irrefutável a r. decisão interlocutória agravada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 21 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

10- Agravo de Instrumento Nº 24119001717VITÓRIA - 11ª VARA CÍVELAGVTE BIC BANCO S/A Advogado(a) ROBERTA ALVES DA SILVAAGVDO ANA MARIA DE SOUZA VIEIRA Advogado(a) HELLEN NICACIO DE ARAUJORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119001717RELATOR          : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE    : BIC BANCO S/A.ADVOGADO       : ROBERTA ALVES.RECORRIDO       : ANA MARIA DE SOUZA VIEIRA.ADVOGADO       : HELLEN NICACIO DE ARAUJO.MAGISTRADO    : ABGAR TORRES PARAISO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICOESTADUAL. EMPRÉSTIMO. DESCONTO EM FOLHA. LIMITE DE 30%SOBRE OS VENCIMENTOS. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOAHUMANA. RECURSO PROVIDO.1. Não é admissível o desconto de empréstimo em folha de pagamento acima de30% da remuneração, ante a natureza alimentar dos vencimentos. Precedentes doSTJ.2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

BIC BANCO S/A interpôs Agravo de Instrumento por inconformado com a r.decisão interlocutória de 1º grau que determinou o envio de ofício ao SistemaIntegrado de Recursos Humanos/ES da Secretaria de Estado de Gestão deRecursos Humanos (SEGER) para que seja fornecida a margem consignável daservidora.Aduziu, em síntese, que a liberação da margem para a consignação de maisempréstimos pode levar a impossibilidade de averbação do contrato firmada entreas partes.Informações prestadas pelo juízo de primeiro grau às fls. 256/258.

94 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 101: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Contrarrazões apresentadas às fls. 262/265. Alegou, preliminarmente, aintempestividade do recurso e, no mérito, pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. TEMPESTIVIDADE:

No caso em análise, a advogada da agravante tomou ciência da decisão agravadaem 27.01.2011 (quinta-feira), conforme certidão às fls. 223. De forma que acontagem do prazo teve início no dia 28.01.2011 (sexta-feira) e término em06.02.2011 (domingo), prorrogando-se até ao primeiro dia útil subsequente(07.02.2011 - segunda-feira).Conforme etiqueta que comprova a interposição do presente agravo deinstrumento no dia 02.02.2011 (fls. 02), registra-se que foi protocolada dentro doprazo recursal.Conclui-se, assim, pela tempestividade do agravo de instrumento.Passo ao exame do mérito recursal.

2.2. MÉRITO:

A controvérsia consiste na (im)possibilidade de liberação de margem consignávelno contra-cheque da Agravada para o caso em questão.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que osdescontos de empréstimos na folha de pagamento devem ser limitados a 30% desua remuneração. Nesse diapasão:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMPRÉSTIMOBANCÁRIO - DESCONTO EM CONTA CORRENTE DE PERCENTUALSUPERIOR A 30% DOS VENCIMENTOS DO CORRENTISTA -IMPOSSIBILIDADE.1. A jurisprudência desta Casa consolidou-se no sentido de que os descontos deempréstimos na folha de pagamento devem ser limitados a 30% da remuneração,tendo em vista o caráter alimentar dos vencimentos. Precedentes.2. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no REsp 1226659/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,QUARTA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 08/04/2011)

RECURSO ESPECIAL - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -ALEGAÇÃO GENÉRICA - APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DA SÚMULAN. 284/STF - EMPRÉSTIMO - DESCONTO EM FOLHA DEPAGAMENTO/CONSIGNADO - LIMITAÇÃO EM 30% DAREMUNERAÇÃO RECEBIDA - RECURSO PROVIDO.1. A admissibilidade do recurso especial exige a clara indicação dos dispositivossupostamente violados, assim como em que medida teria o acórdão recorridoafrontado a cada um dos artigos impugnados.2. Ante a natureza alimentar do salário e do princípio da razoabilidade, osempréstimos com desconto em folha de pagamento (consignaçãofacultativa/voluntária) devem limitar-se a 30% (trinta por cento) dos vencimentosdo trabalhador.3. Recurso provido.(REsp 1186965/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA,julgado em 07/12/2010, DJe 03/02/2011)

E mais:

APELAÇÃO CÍVEL – EMPRÉSTIMO - SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL- LEGITIMIDADE DO ESTADO - LIMITE DE 30% SOBRE OSVENCIMENTOS - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA– RECURSOS IMPROVIDOS. 1 – O Estado consignante tem legitimidade parafigurar no pólo passivo de demanda proposta por servidor que contraiempréstimo, cujas prestações são descontadas em folha de pagamento em valorsuperior ao da margem consignável. Preliminar rejeitada. 2 – O art. 8º do Decreton.º 1853-R de 2007, o qual regulamenta o art. 74 da Lei Complementar n.º 46 -Estatuto dos servidores públicos estaduais - prevê que a soma das consignaçõesfacultativas não poderá ultrapassar o limite de 30% (trinta por cento) dosvencimentos e vantagens do servidor, em estrita observância o princípio dadignidade da pessoa humana. 3 – Não há como negar a responsabilidade doEstado pelo desconto realizado em percentual superior à margem permitida, jáque o mesmo, por seu Secretário de Estado responsável pela Gestão e RecursosHumanos, detém a gerência sobre todos os recursos humanos e competência paraa prática de atos relativos à remuneração dos servidores públicos estaduais. 4 - Anão observância do limite previsto na legislação própria implica na devolução porparte da Financeira consignatária dos valores descontados de forma irregular, bemcomo na adequação do contrato às formalidades legais. 5 – Recursos improvidos.(TJES, Classe: Apelação Civel, 50070048363, Relator: BENICIO FERRARI,Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento:01/09/2009, Data da Publicação no Diário: 22/09/2009)

No caso em julgamento, a Agravada contraiu empréstimo com a InstituiçãoFinanceira com desconto mensal em sua folha de pagamento no valor de R$190,42 (cento e noventa reais e quarenta e dois centavos). Em sede de liminar,pleiteou pela liberação de margem consignável. Entretanto, verifica-se que, caso asentença seja desfavorável a recorrida, haverá comprometimento de seu salárioacima do limite permitido na legislação (art. 8° do Decreto n. 1843-R do Estadodo Espírito Santo).Desse modo, tendo em vista que o desconto automático de acima de 30% dosalário compromete a verba alimentar do devedor, merece reforma a decisão doMM. Magistrado de 1º grau quanto à liberação da margem consignável daAgravada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator  

11- Agravo de Instrumento Nº 24119001584VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) HARLEN MARCELO PEREIRA DE SOUZAAGVDO LEANDRO BASSETTI BARBOSA Advogado(a) JOSE MARIO VIEIRAAdvogado(a) KELY CRISTINA QUINTAO VIEIRARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119001584RELATOR            : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE      : ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.ADVOGADO        : PROCURADOR HARLEN MARCELO PEREIRA DESOUZA.RECORRIDO        : LEANDRO BASSETI BARBOSA.ADVOGADO: JOSÉ MARIO VIEIRA.MAGISTRADO  : ADEMAR J. BERMOND.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. REDESIGNAÇÃO DE DATADE ETAPA DE CONCURSO PÚBLICO. VEDAÇÃO EXPRESSA NOEDITAL. RECURSO PROVIDO.1. É inaplicável a segunda chamada de prova quando houver vedação expressa noedital. 2. A norma de impossibilidade de redesignação de data de etapa estabelecetratamento isonômico para todos os candidatos. (Precedente do STJ: Recurso emMandado de Segurança n. 33.610 - RO, Ministro Relator Herman Benjamin)3. As prescrições do edital devem prevalecer, haja vista que a inscrição docandidato implica a concordância com as normas nele contidas. Precedentes doSTJ.4. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs Agravo de Instrumento porinconformado com a r. decisão interlocutória de 1º grau que determinou arealização da segunda chamada do teste psicossomático do agravado, bem como,a sua participação nas etapas subsequentes do certame, se aprovado.Aduziu, em síntese a impossibilidade de repetição de etapa de concurso público.Pelo exposto, requereu, liminarmente, a atribuição do efeito suspensivo e, ao final,o seu provimento para a reforma do recurso.Decisão interlocutória às fls. 65/66, que recebe o recurso apenas no efeitodevolutivo.Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil.

2. FUNDAMENTAÇÃO.A controvérsia consiste na (im)possibilidade de redesignação do testepsicossomático do curso de formação de soldado.Muito bem.O conjunto probatório dos autos consigna que a genitora do agravado necessitoude atendimento médico de urgência na data marcada para o teste psicossomático.Em decorrência disso, o agravado ausentou-se da etapa e, automaticamente, foireprovado do certame.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que éinaplicável a segunda chamada da prova quando houver vedação expressa noedital. Veja:

95 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 102: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 33.610 - RO(2011/0013889-6)RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMINRECORRENTE: ANDERSON ALLAN REGES CABRAL BARROSOADVOGADO: JUACY DOS SANTOS LOURA JUNIOR E OUTRO(S)RECORRIDO: FUNCAB - FUNDAÇÃO PROFESSOR CARLOS AUGUSTOBITTENCOURTADVOGADO: HUGO BARANDA JUNIOR E OUTRO(S)RECORRIDO: ESTADO DE RONDÔNIAPROCURADOR: FÁBIO JOSÉ GOBBI DURAN E OUTRO(S)DECISÃOTrata-se de Recurso Ordinário interposto contra acórdão assim ementado:Administrativo. Processual Civil. Mandado de Segurança. Comprovação. Ônus doimpetrante. Teste de capacidade física. Redesignação. Vedação expressa no edital.Descabimento.É ônus do impetrante trazer juntamente com a inicial da ação mandamental acomprovação de suas alegações, ante a inexistência de fase de dilação probatória.Descabe a concessão de nova data para realização de teste de capacidade físicaquando há vedação expressa no edital do certame (fl. 167, e-STJ).Em suas razões, o recorrente alega que não foi reprovado no teste físico, masapenas não pôde realizá-lo na data determinada por motivo de força maior:tratamento cirúrgico de fixação da clavícula. Houve contra-razões. O MinistérioPúblico opinou pelo não-provimento do apelo.É o relatório. Decido.O apelo não merece prosperar.Assim como consignado pelo Tribunal de origem, o impetrante busca, naverdade, afastar a aplicabilidade de regra editalícia para que lhe seja deferida apretensão de realização da prova física em data diferente da dos demaiscandidatos.A disposição do edital a qual se pretende afastar a aplicação pormeio do presentemandamus prevê que a ninguém será dada segunda chance para realizar quaisquerdas etapas do concurso público, independentemente do motivo. Verifica-se que omandamento nele disposto não cria distinções entre os candidatos; pelo contrário,submete todos ao seu julgo, sem distinções.Conforme já assente na jurisprudência, o edital é a lei que rege a aplicação doscertames públicos, sendo o instrumento norteador da relação jurídica entre aAdministração e os candidatos, vinculando ambos e pautando-se por regrasisonômicas e imparciais.A inscrição no concurso público indica a aceitação do candidato às normas doexame, submetendo-se a partir de então, no que couber, ao seu instrumentoregulador.Havendo expressa previsão editalícia acerca da impossibilidade de realização deteste por qualquer motivo que torne os candidatos temporariamente incapazes derealizá-lo:14.15. Os casos de alteração psicológica ou fisiológica, temporária, queimpossibilitem a realização do teste ou diminuam a capacidade física doscandidatos, não serão levados em consideração, não sendo dispensado nenhumtratamento privilegiado (fl. 68, e-STJ; grifos no original). Assim, não procede aafirmação de que se trata de norma que implica desigualdade, mas sim em normaque estabelece tratamento isonômico para todos os candidatos que, estando empresumida posição de igualdade dentro da mesma relação jurídica, são tratados deforma igual.Tanto é verdade que o mesmo edital, em seu item 14.10.1, prevê: Não será dada 2ªchance a qualquer dos candidatos, não importando o motivo alegado (fl. 68,e-STJ).Dessa forma, o indeferimento do pedido de remarcação da prova, baseado emregras claras, razoáveis e isonômicas, não caracteriza ilegalidade ou arbitrariedadee inviabiliza a pretensão do presente recurso. Cito:DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADODE SEGURANÇA.CONCURSO PÚBLICO. PROVA DE DIGITAÇÃO. INCAPACIDADEFÍSICA. SEGUNDA CHAMADA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DEPREVISÃO NO EDITAL. RECURSO IMPROVIDO. 1. O edital é a lei do concurso, de modo que a inscrição no certame implicaconcordância com as regras nele contidas, que não podem ser dispensadas pelaspartes. Precedente do STJ.2. Hipótese em que o edital do concurso público para o cargo de EscreventeJudiciário do Estado de São Paulo expressamente previa que onão-comparecimento à prova, qualquer que fosse o motivo, caracterizaria adesistência e eliminação do candidato, pelo que não é ilegal o ato que indeferepedido de designação de nova data para realização do teste de digitação emvirtude de incapacidade física temporária.3. Recurso ordinário improvido. (RMS 21.877/SP, Rel. Ministro ARNALDOESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe06/04/2009) ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.CONCURSO PÚBLICO. REQUISITOS. CAPACITAÇÃO FÍSICA.REALIZAÇÃO DE EXAME EM DATAPOSTERIOR AO ESTABELECIDO NO EDITAL POR OCORRÊNCIA DECASO FORTUITO.

- Tratando-se de concurso público, de que trata o art. 37, II, da ConstituiçãoFederal de 1988, é entendimento assente que as cláusulas constantes no editalobrigam candidatos e Administração Pública e têm como objeto primeiro opreenchimento das vagas existentes para completar o quadro de funcionários. - Seo edital do concurso público é claro quanto a impossibilidade de ocorrência desegunda chamada para a realização de prova de aptidão física em qualquerhipótese, não há que se falar em direito líquido e certo a nova data para arealização do exame por ocorrência de caso fortuito.- Recurso ordinário desprovido. (RMS 15.129/SE, Rel. Ministro PAULOMEDINA, SEXTA TURMA, julgado em 02/03/2004, DJ 29/03/2004, p. 279) In casu, portanto, não se verifica a configuração de ato coator (passível dereprimenda por meio desta via) cuja prática ou omissão possam ser atribuídas aoimpetrado, em detrimento de direito líquido e certo de titularidade do autor.Por fim, conforme bem apontado pelo Ministério Público em seu parecer, "háprevisão editalícia expressa acerca da inadmissão de tratamento privilegiado aoscandidatos envolvidos em casos de alteração psicológica e/ou fisiológicatemporários, convocados à participação em testilha" (fl. 247, e-STJ). Diante doexposto, nos termos do art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao RecursoOrdinário.Publique-se. Intimem-se.

  O edital 007/2010 - PMES veda a realização da segunda chamada para arealização de provas. Observe:“10.10. Não serão aplicadas provas em local, data ou horário diferentes dospredeterminados em edital ou em comunicado.[...]10.17. Não haverá segunda chamada para a realização das provas. O nãocomparecimento a estas implicará a eliminação automática do candidato.”

Insta esclarecer que, embora penosa a situação da genitora, não houveimpossibilidade do candidato que impedisse a participação do mesmo no certame.Dessa forma, devem prevalecer as prescrições do Edital, a despeito da conclusãoadotada pelo juízo de origem, bem como da decisão por mim antes proferida.

3. DISPOSITIVO:

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar o julgadode origem, nos termos da fundamentação.Intimem-se e publique-se na íntegra.Vitória (ES), 06 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

12- Agravo de Instrumento Nº 38119000065NOVA VENÉCIA - 1ª VARA CÍVELAGVTE BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESPIRITO SANTO S/ABANDES Advogado(a) ALCIMAR NASCIMENTOAGVDO JUCELINO FAVERO Advogado(a) MARIA ERMELINDA ANTUNES ABREU DIASRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 38119000065RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITOSANTO S/AADVOGADO: ALCIMAR NASCIMENTORECORRIDO: JUCELINO FAVEROADVOGADO: MARIA ERMELINDA ANTUNES ABREU DIASMAGISTRADO: MAXON WANDERNº PROC. ORIG.: 038030013395

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. EXPROPRIAÇÃO.IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. EXCEÇÃO.PROCEDIMENTO. ADJUDICAÇÃO. REGULARIDADE. RECURSOPROVIDO. 1. É admissível a penhora de bem de família hipotecado como garantia prestadaem benefício da própria entidade familiar. Dicção do art. 3º, V, da Lei 8.009/90.Precedentes. 2. Realizada a avaliação do imóvel objeto da penhora e a intimação regular dodevedor acerca da mesma, sem que tenha impugnado oportunamente olevantamento, cabível a adjudicação do bem, nos termos do art. 685-A, do CPC. 3. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO SANTO S/A interpôsAgravo de Instrumento por inconformado com a r. decisão interlocutória de 1º

96 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 103: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

grau que deferiu o pedido do ora Agravado para que a instituição se abstivesse deproceder a qualquer ato de transferência do imóvel penhorado nos autos da Açãode Execução de Cédula de Crédito Rural Hipotecária cobrada. Aduziu, em síntese, a penhorabilidade do imóvel objeto da constrição; aregularidade da adjudicação do bem realizada no processo executivo, bem comoda avaliação do imóvel impugnada pela parte, silente até o momento. Peloexposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado de origem.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na regularidade do procedimento de adjudicação deimóvel em Ação de Execução de Cédula de Crédito Rural Hipotecária propostapelo BANDES.Pois bem.Em primeiro lugar, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimentoconsolidado no sentido de que é admissível a penhora de bem de famíliahipotecado como garantia prestada em benefício da própria entidade familiar.Nessa linha:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DEINSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. EXECUÇÃO. IMÓVEL.BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. EXCEÇÃO DO ART. 3º, V,DA LEI 8.009/90. INAPLICABILIDADE. DÍVIDA DE TERCEIRO.PESSOA JURÍDICA. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO DE QUE ADÍVIDA FORA CONTRAÍDA EM FAVOR DA ENTIDADE FAMILIAR.FATO SUPERVENIENTE. PENHORA E ARREMATAÇÃO EM OUTRAEXECUÇÃO POR DÍVIDA CONDOMINIAL. AFASTAMENTO.IRRELEVÂNCIA PARA O CASO CONCRETO. SALDOREMANESCENTE. PROTEÇÃO (CC/2002, ART. 1.715, PARÁGRAFOÚNICO). PRESERVAÇÃO DE SUA NATUREZA ORIGINAL. AGRAVODESPROVIDO.1. Somente é admissível a penhora do bem de família hipotecado quando agarantia foi prestada em benefício da própria entidade familiar, e não paraassegurar empréstimo obtido por terceiro.2. Não se pode presumir que a garantia fora dada em benefício da família, para,assim, afastar a impenhorabilidade do bem com base no art. 3º, V, da Lei8.009/90.3. Na hipótese dos autos, a hipoteca foi dada em garantia de dívida de terceiro, asociedade empresária The Place Restaurante Ltda, a qual celebrou contrato demútuo com o Banco Safra S/A, por meio de Cédula de Crédito Comercial. Dessemodo, a garantia da hipoteca, cujo objeto era o imóvel residencial da ora agravada,foi feita em favor da pessoa jurídica e não em benefício próprio da titular ou desua família, o que afasta a exceção à impenhorabilidade do bem de família previstano inciso V do art. 3º da Lei 8.009/90.4. No mais, alega o ora agravante a existência de fato superveniente. Relata que oimóvel, objeto de discussão neste agravo de instrumento, foi arrematado, noâmbito de processo de execução condominial, e o valor da arrematação foidepositado em juízo, o que afastaria o interesse recursal da ora agravada.5. Destinando-se o produto da arrematação do imóvel ao pagamento de débitoscondominiais e uma vez quitada a dívida, o saldo da arrematação não perde suanatureza original de bem de família, sobretudo porque à proteção prevista na Lei8.009/90, que decorre do direito constitucional à moradia (CF, art. 6º, caput),deve ser dada a maior amplitude possível.6. Nesse contexto, o alegado fato superveniente - arrematação do imóvel - nãoafasta o interesse da ora agravada em obter o provimento jurisdicional dereconhecimento da impenhorabilidade de seu único imóvel, tampouco tornaprejudicado o resultado da decisão que proveu o recurso especial. Tendo sido,neste feito, reconhecida a impenhorabilidade do imóvel da ora agravada - por nãose lhe aplicar a exceção do inciso V do art. 3º da Lei 8.009/90 -, o saldoremanescente do produto da arrematação deste imóvel em outro processo seguiráresguardado pelas garantias legais do bem de família (CC/2002, art. 1.715,parágrafo único), devendo, pois, ser utilizado em proveito da entidade familiar darecorrida e de seu direito à moradia.7. Agravo interno a que se nega provimento.(AgRg no AgRg no Ag 1094203/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTATURMA, julgado em 26/04/2011, DJe 10/05/2011)

CIVIL. BEM DE FAMÍLIA. OFERECIMENTO EM GARANTIAHIPOTECÁRIA. BENEFÍCIO DA ENTIDADE FAMILIAR. RENÚNCIA ÀIMPENHORABILIDADE.1. A exceção do art. 3º, inciso V, da Lei nº 8.009/90, que permite a penhora debem dado em hipoteca, limita-se à hipótese de dívida constituída em favor daentidade familiar. Precedentes.2. A comunidade formada pelos pais e seus descendentes se enquadra no conceitolegal de entidade familiar, inclusive para os fins da Lei nº 8.009/90.3. A boa-fé do devedor é determinante para que possa se socorrer do favor legal,reprimindo-se quaisquer atos praticados no intuito de fraudar credores ou retardaro trâmite dos processos de cobrança. O fato de o imóvel dado em garantia ser oúnico bem da família certamente é sopesado ao oferecê-lo em hipoteca, ciente de

que o ato implica renúncia à impenhorabilidade. Assim, não se mostra razoávelque depois, ante à sua inadimplência, o devedor use esse fato como subterfúgiopara livrar o imóvel da penhora. A atitude contraria a boa-fé ínsita às relaçõesnegociais, pois equivaleria à entrega de uma garantia que o devedor, desde o início,sabia ser inexequível, esvaziando-a por completo.4. Recurso especial a que se nega provimento.(REsp 1141732/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,julgado em 09/11/2010, DJe 22/11/2010)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSOESPECIAL. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE.EXCEÇÃO. ART. 3º, V, DA LEI 8.009/90.1. Conforme artigo 3º, inciso V, da Lei 8.099/90, é autorizada a a penhora do bemde família quando dado, pelo casal ou entidade familiar, em garantia hipotecária dadívida exequenda.2. Hipótese em que o acórdão recorrido não se manifestou a respeito dobeneficiário do empréstimo e não houve interposição de embargos de declaraçãoa esse respeito.3. Agravo Regimental improvido.(AgRg no Ag 1333436/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 03/11/2010)

No caso em julgamento, o próprio executado, em petição avulsa apresentada navia executiva, afirmou que o imóvel objeto da constrição foi dado como garantiareal à Cédula de Crédito Rural Hipotecária nº 0808/1997, em benefício à entidadefamiliar. Assim, consoante as provas dos autos e a jurisprudência iterativa sobre amatéria, mantém-se hígida a penhorabilidade do bem afeto ao litígio, nos termosdo art. 3º, V, da Lei 8.099/90.Quanto as demais alegações do executado, igualmente não vejo como prosperar. Ao contrário do que sustentou o Agravado, o procedimento expropriatóriorealizado na via executiva não diz respeito à alienação em hasta pública. Explico.Em verdade, com as alterações processuais trazidas pela Lei nº 11.382/2006, aexproriação de bem objeto de execução por quantia certa contra devedor solventepassou a consistir na seguinte ordem, verbis:

Art. 647. A expropriação consiste:I - na adjudicação em favor do exeqüente ou das pessoas indicadas no § 2o do art.685-A desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).II - na alienação por iniciativa particular; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de2006).III - na alienação em hasta pública; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).IV - no usufruto de bem móvel ou imóvel.

Nesse contexto, diante da referida previsão legal, aplicável imediatamente por setratar de regral processual, o Exequente, visando à satisfação da obrigaçãoexequenda, realizou a adjudicação do imóvel penhorado nos autos, de acordo como art. 685-A, CPC, consoante termo de fls. 38 e carta de adjudicação de fls. 39.Assim, a teor da nova sistemática introduzida no ordenamento jurídicoprocessual, o meio expropriatório eleito é regular, não havendo que se falar emsuspensão da continuidade do mesmo.Por fim, no que tange à impugnação da avaliação do imóvel realizada na execução,também deve ser afastada. Em verdade, conforme documento de fls. 24/28, obem objeto da penhora foi devidamente avaliado por perito técnico. Nasequência, o proprietário, executado, ora Recorrido, foi regularmente intimadoacerca da avaliação, a teor do mandado efetivamente cumprido em 18.5.2000,fotocopiado às fls. 29.Dessa forma, levando em consideração o exercício pleno do contraditório e daampla defesa oportunizado à parte, a inércia do executado quanto ao referido atoimpede futura discussão, dada a preclusão acerca da matéria. Em assim sendo, vejo a necessidade de reformar a r. decisão impugnada, parapermitir a transferência do imóvel adjudicado pelo Exequente, se por outromotivo não for impossibilitada a prática do ato.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.decisão interlocutória de 1º grau, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

13- Agravo de Instrumento Nº 48119000114SERRA - VARA FAZENDA PUBLICA MUNICIPALAGVTE MUNICIPIO DA SERRA Advogado(a) RICARDO MAULAZ DE MACEDOAGVDO ANA LOURENÇO DE OLIVEIRA MIGUEL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUES

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Page 104: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AGVDO ANA MARIA DA PENHA BOA MORTE Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ANA MARIA DE SOUZA VERDAM Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ANA MARIA DO NASCIMENTO MONTARROIS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ANGELA MARIA BITTI CHILELA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ANTONIA DOS SANTOS VIEIRA DE JESUS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ARACY DAS GRAÇAS LIRIO DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO AURELIA GONÇALVES SCHMITTEL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO AURORA RAMOS DE JESUS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO BIBIANA GONÇALVES DE OLIVEIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO CARMEM DEIA POLEZI GONÇALVES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO CARMOSINA SOEIRO PINHEIRO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO CELINA MARIA BRANDES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO CLARI ALMEIDA DE CASTRO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO CLERIA MARIA POLEZI PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO DAGMAR ARAUJO LOUREIRO ALVES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO DERLY ATAYDES BINO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO DJALMA DA SILVA DE ALMEIDA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO DULCE DA PENHA FERREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO EDNA PEREIRA ROSA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ELCIA MADALENA DA CONCEIÇAO SILVA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ELIANA VIZEU ALEXANDRE FERREIRA

Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ELIZABETE MARTINS GUEDES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ELZA BATISTA MIRANDA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ERVANETE MIRANDA TEODORO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ETELVINA NOIA GALDINO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO EUCLIDES JORGE FILHO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO EUGENIA NUNES PESTANA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO FRANCISCA SCAQUETE COSTA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO GERCILIA DOS SANTOS DE JESUS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO GETULINA ANTUNES DO NASCIMENTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO GILBERTO MACHADO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO GILDA DE SOUZA CORREIA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO HELIA LUCIA MORATTI GUIMARAES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO HERALDO BORGES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO IDA RAMOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO IOLANDA QUERINO FRAGA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO IRACEMA UKER CAPICHE Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO IRACY DOS SANTOS ALMEIDA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO IRANY ROCHA OLIVEIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JACOB DELAZARE DAVEL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JACY FERREIRA SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINO

98 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 105: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JANDIRA DIAS FRANCISCO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JARLY AGUIAR PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JOSE MARIO PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO JOSENILDA CORREA DA SILVA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LAUDICEA ALVES LEITE Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LEA BERMUDES TEIXEIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LEONTINA MONTEIRO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LINDALVA XAVIER RODRIGUES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LINEA PEREIRA MATIAS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LOURDE MONTARROYOS DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LUCIA HELENA DE MATTOS SOEIRO SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LUCIA HELENA DE MATTOS SOEIRO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LUCY DA SILVA FERREIRA SOUZA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LUIZ PINHEIRO JUNIOR Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO LUZIA LIMA DA COSTA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MANOEL CARLOS DE ARAUJO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MANOEL NETO PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARGARIDA DA PENHA BECALI Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA ALEIDE LOUREIRO PORTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA AMANCIO DA SILVA RODRIGUES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLA

Advogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA BENEDITA BARBOSA DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA BORGES VIEIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA CECILIA DE JESUS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DA GLORIA NORBIM PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DA PENHA BORGES MATTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DA PENHA COSTA CORREA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DA PENHA MIRANDA DE MIRANDA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DA PENHA QUARTEZANI Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DAS DORES RAMOS PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DILVA BORGES DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA DO SACRAMENTO XAVIER ROCHA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA EMERENCIANA DAS GRAÇAS SARNAGLIA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA LUISA GONÇALVES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA PIMENTEL RODRIGUES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA POLLETO CHIRISTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA ROSA BARBOZA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA ROSA SOARES DE MATOS BRASIL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARIA SANT ANA AZEVEDO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO MARLENE LIMA DE AZEVEDO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO NAIL OLIVEIRA DA ROCHA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO NEIDE PIMENTEL RIBEIRO

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Page 106: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO NELMA LUCIA PIMENTEL ALMEIDA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO NEUZI MARTINS TAVARES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO NILZA RODRIGUES DE OLIVEIRA SIMOES Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO OLADINA LANES DE AZEVEDO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO OLGA LIRIO PROTA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO PAULO ESTEVAO PENHA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO PAULO ROBERTO PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO PAULO ROBERTO SARMENTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO RITA DE CASCIA ANJOS PARANHOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO RITA DE CASSIA MIRANDA DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ROMALINA DA PENHA ROCHA Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ROZIMERE CRISTINA FERREIRA NASCIMENTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO SENIR CLAUDINA BOLSONI Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO TANIA MARCELINA RODRIGUES CARDOSO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO THEREZINHA ALBORGUETTI MASSARIOL Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO VALCINTO ROSARIO BENTO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO VALDENIR DE MATOS SOEIRO DOS REIS Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO VALDICIA MARIA DE ALMEIDA PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO VALERIANA ROSA CEZAR Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAdvogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ZENILDA FERNANDES SIMOES MACHADO Advogado(a) ANTONIO CARLOS PIUMBINI DELFINOAdvogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLA

Advogado(a) MESSIAS ALVES HENRIQUESAGVDO ALICE BEZERRA NASCIMENTO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO ALVINA ROSARIO SILVA AZEVEDO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO ANA MARIA DA PENHA MIRANDA BOA MORTE Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO ANGELA MARIA VERVLOET BORTOLINI Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO ASSIS MIRANDA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO CELY FERNANDES VIEIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO DANIEL EDUARDO PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO DERLIZA DE ARAUJO LOIOLA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO DULCINEA CARDOZO PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO ELVIRA MARIA DA PENHA MACIEL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO GERALDO LEITE AMANCIO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO HELOIL PEREIRA PINTO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO HERMINIA DA SILVA ROSA PEREIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO JOCIMERI TRANCOSO DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO JOSE MIGUEL VIZEU ALEXANDRE FERREIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO JOSE ROBERTO DE BARCELLOS Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO JOUBERT CARLOS DE MIRANDA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO LILIA MARIA PEREIRA SIMONATO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO LOURDES DE FATIMA ALMEIDA DOS SANTOS Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO LUIZ NETO PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MAGALI ROSALIA PEREIRA LEAL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA AUXILIADORA DO NASCIMENTO MORINI Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA CALEGARIO CELIN Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA DA PENHA LEMOS RAMOS Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA DAS GRAÇAS PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA DE LOURDES NEVES Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA HULDINA DE OLIVEIRA MARTINUZZO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA JOSE DA COSTA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO MARIA THEREZINHA MAGRI GRIGGIO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO NILMA OLIVEIRA RIBEIRO Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO RENILDA FREDERICH CHRISTOFARI Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO RITA DE CASSIA BATISTA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO SEBASTIANA FERREIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO SILVANA TERESA PIMENTEL Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO TEREZA LIMA VIEIRA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLAAGVDO THERVENILHA GONÇALVES ANTUNES DA SILVA Advogado(a) ANTONIO CESAR CAMPOS TACKLARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 48119000114

RELATOR          : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE    : MUNICÍPIO DE SERRAADVOGADO       : PROCURADOR MAULAZ DE MACEDO

100 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 107: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

RECORRIDO       : ANA LOURENÇO DE OLIVEIRA MIGUEL EOUTROSADVOGADO       : ANTONIO CARLOS P. DELFINO E OUTROSMAGISTRADO    : CLÁUDIO ERNESTO SOUZA ALVESNº PROC. ORIG.: 048980296338

DECISÃO MONOCRÁTICA  EMENTA. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DESEGURANÇA. LITISCONSÓRCIO ATIV FACULTATIVO. EXECUÇÃOCONTRA FAZENDA PÚBLICA. FRACIONAMENTO. RPV.POSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO PRESIDENTE DOTRIBUNAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. Admite-se o fracionamento do valor total da execução com o intuito de que opagamento seja efetuado mediante requisição de pequeno valor (RPV) quando setratar de litisconsórcio ativo facultativo e o valor individual estiver no limiteprevisto para a dispensa da formalização do precatório. Precedentes. 2. A competência para a formalização da requisição de pequeno valor é exclusivado Presidente do Tribunal. Inteligência do art. 730, I, CPC. Precedentes. 3. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

O Município de Serra interpôs Apelação Cível por inconformada com a r. decisãointerlocutória de 1º grau que determinou à municipalidade a expedição derequisição de pequeno valor para o pagamento dos valores incontroversosrelativos à demanda em curso. Aduziu, em síntese, a impossibilidade de fracionamento da dívida exequenda paraa expedição de RPV, haja vista a necessidade de formalização de precatório para opagamento do débito. Além disso, afirmou que a competência para realização doato é do presidente deste E. Tribunal de Justiça. Nesses termos, requereu,liminarmente, a suspensão da eficácia do julgado de origem e, ao final, oprovimento do recurso.Decisão interlocutória às fls. 101/164, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo, todavia foi determinada a observância do art. 730, I, CPC.Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 169/170.Contrarrazões pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade materia consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia diz respeito ao procedimento executivo contra a Fazenda Pública. Pois bem.Na análise prefacial do recurso, ressaltei os seguintes argumentos, verbis:

“De fato, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimentosedimentado no sentido de que é inadmissível o fracionamento do valor total daexecução com o intuito de que o pagamento seja efetuado mediante RPV quando,na verdade, deveria se submeter à formalização de precatório. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. EXECUÇÃO. FRACIONAMENTO.VERBA HONORÁRIA. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR.PRINCIPAL. PRECATÓRIO. INADMISSIBILIDADE. JUIZ DAEXECUÇÃO. REQUISIÇÃO DIRETA. IMPOSSIBILIDADE. PRESIDENTEDO TRIBUNAL. COMPETÊNCIA. ART. 730, I, CPC. OBSERVÂNCIA.1. Inadmissível se mostra o fracionamento do valor total da execução, de modo apossibilitar que a parte referente aos honorários advocatícios (não excedente aoteto de sessenta salários mínimos) se efetive via RPV, e a outra se dê medianteprecatório. Ressalta-se que, para fins de pagamento, a execução da verbahonorária segue a sorte da execução principal, sendo vedado o seu fracionamentopara fins de configuração de execução de pequeno valor, em que desnecessária aexpedição de precatório.2. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, deve o juiz daexecução reportar-se ao presidente do Tribunal ao qual está vinculado para aexpedição da requisição, não podendo fazê-lo diretamente ao chefe do PoderExecutivo, trate-se de pagamento realizado por meio de precatório ou mesmo porrequisição de pequeno valor.3. Recurso especial provido.(REsp 1068750/MS, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLOCASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUINTATURMA, julgado em 26/10/2010, DJe 16/11/2010)

PROCESSO CIVIL - HONORÁRIOS DE ADVOGADO - EXECUÇÃO -FRACIONAMENTO - PRECEDENTES.1. É indevido o fracionamento da execução para possibilitar o pagamento de partedo crédito por precatório e outra parte por requisição de pequeno valor.2. Recurso provido.(REsp 1096794/MS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 05/03/2009, DJe 02/04/2009)

Não obstante, o critério para a dispensa da formalização do pagamento viaprecatório e admissibilidade da expedição de RPV deve ser, de fato, o valorindividual de cada exequente no litisconsórcio e não o montante total daexecução, ao contrário do que sustentou o Recorrente. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA -SENTENÇA POSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.250/95 - TAXA SELIC -INCLUSÃO - IMPOSSIBILIDADE - REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR- VALOR DO CRÉDITO DE CADA LITISCONSORTE - PRECEDENTE.1. As Turmas que compõem a Primeira Seção desta Corte pacificaram oentendimento no sentido de que, nos casos em que a sentença cognitiva tenhasido proferida após a entrada em vigor da Lei 9.250/95, determinando aincidência de juros moratórios no percentual de 1% ao mês, e assim tendotransitado em julgado, a taxa SELIC não pode ser aplicada em sede de execução.2. O critério para a dispensa da expedição de precatório e inserção nas requisiçõesde pequeno valor deve ser o valor da execução de cada exeqüente no regime delitisconsórcio e não o valor total da execução, nos termos do art. 4° da Resolução373, de 25.05.04, do Conselho da Justiça Federal. Precedente.3. Recurso especial parcialmente provido.(REsp 1086367/AL, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 18/12/2008, DJe 18/02/2009)

PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃONÃO-EMBARGADA DE TÍTULO JUDICIAL. RPV. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. VALORES INDIVIDUAIS MENORESQUE 60 SALÁRIOS-MÍNIMOS.1. Nas execuções ajuizadas após o advento da MP n. 2.180-35/2001, o SupremoTribunal Federal (RE n. 420.816/PR) entendeu não-aplicável o art. 1.º-D da Lei n.9.494/97 para as requisições de pequeno valor (RPV).2. Promovida a execução em regime de litisconsórcio ativo facultativo, a aferiçãodo valor para os fins de enquadramento como RPV (art. 100, § 3º, da CF) develevar em conta o crédito individual de cada exeqüente.3. Agravo regimental não-provido.(AgRg no REsp 851.961/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2008, DJe 01/12/2008)

No caso em julgamento, considerando a planilha de cálculo acostada às fls. 16/21,a quantia relativa a cada Impetrante da demanda coletiva ajuizada em desfavor damunicipalidade não ultrapassa, de forma alguma, o valor máximo previsto na LeiMunicipal nº 3.587/10 para a configuração de obrigação de pequeno valorsuscetível de expedição de RPV. Logo, mantém-se irretocável o capítulo da r. decisão objurgada relativo aopagamento da dívida via procedimento simplificado. Entretanto, há que se fazer uma ressalva. De fato, consoante alegação doRecorrente, é inviável a comunicação direta do juízo processante da execução aochefe do Poder Executivo local para a expedição das RPV’s. Em verdade, a teordo art. 730, I, do CPC, a competência para a formalização da requisição é doPresidente do Tribunal. Nessa linha:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO CONTRA AFAZENDA PÚBLICA. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR FEITAPELO PRÓPRIO JUIZ DA EXECUÇÃO DIRETAMENTE AO CHEFE DOPODER EXECUTIVO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. DEVER DEOBSERVÂNCIA AO ARTIGO 730 DO CPC. ATO DE COMPETÊNCIAEXCLUSIVA DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL A QUE O JUIZ ESTÁVINCULADO.1. A questão debatida nos autos gira em torno da possibilidade de magistrado deprimeiro grau determinar diretamente a requisição de pequeno valor a chefe doPoder Executivo local, sem a interferência do Presidente do Tribunal competente.2. Primeiramente, registra-se que o ato impugnado pelo mandado de segurançanão é a decisão interlocutória que determinou o pagamento dos honorários, massim o ofício que comunicou tal decisão ao Presidente do Tribunal; logo, não háfalar em inadequação da via eleita.3. A interpretação sistemática dos arts. 100, § 3.º, da Carta Magna e 730, I e II, doCPC denota que, não obstante tratar-se de obrigação de pequeno valor e, por isso,insuscetível de expedição de precatório, a requisição deve ser ordenada peloPresidente do Tribunal no afã de privilegiar a ordem cronológica de habilitaçãodos créditos oponíveis contra a Fazenda. Isso quer dizer que a requisição dopagamento das obrigações devidas pela Fazenda Pública é de competênciaexclusiva do Presidente do Tribunal a que está vinculado o juízo da execução,cabendo a este o cumprimento do disposto no artigo 730 do CPC, tanto nospagamentos realizados por meio de precatórios como por requisições de pequenovalor.(Precedente: REsp 705.331/RS, Relator Ministro Francisco Falcão, PrimeiraTurma, DJ de 27 de março de 2006).4. Embora tenha a Lei 10.259/2001, dos Juizados Especiais Federais, conferido,em seu artigo 17, caput e §2º, poderes ao juiz singular para que, em substituição aoPresidente do Tribunal, determine o pagamento de requisição de pequeno valor,tal procedimento não pode ser aplicado nas execuções dos demais órgãos doPoder Judiciário, por ausência de expressa previsão legal.

101 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 108: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

5. Recurso ordinário provido.(RMS 27.889/PB, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRATURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 30/03/2009)

ADMINISTRATIVO – EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA –REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR – ART. 730 DO CPC – ATO DECOMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL –PRECEDENTES.1. A requisição de pagamento das obrigações devidas pela Fazenda Pública é decompetência exclusiva do Presidente do Tribunal a que está vinculado o juízo daexecução, cabendo a este o cumprimento do disposto no artigo 730 do CPC,tanto nos pagamentos realizados por meio de precatórios como por requisições depequeno valor.2. Interpretação sistemática dos arts. 100, § 3.º, da Carta Magna e 730, I e II, doCPC.3. Recurso especial provido.(REsp 1082310/MS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 12/05/2009, DJe 25/05/2009)

E, ainda: REsp 1070296/MS, Rel. Ministro CELSO LIMONGIDESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgadoem 11/12/2009, DJe 05/04/2010.Em face do exposto, RECEBO o recurso apenas no efeito devolutivo, masdetermino ao juízo de primeiro grau a observância do procedimento previsto noart. 730, I, do CPC para a realização do pagamento.” - [destaquei].

Em reforço, destaco somente precedente do Supremo Tribunal Federal, a saber:

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. EXECUÇÃO. PEQUENO VALOR.FRACIONAMENTO. PRECEDENTES. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. 1. EsteTribunal firmou entendimento no sentido de que é possível o fracionamento deexecução de sentença para expedição de requisição de pequeno valor, apenasquando tratar-se de litisconsórcio facultativo ativo e não de ação coletiva intentadapor legitimado extraordinário ou substituto processual. Precedentes. 2. Não seencontram configuradas no acórdão embargado a obscuridade, a contradição ou aomissão que autorizariam a integração do julgado com fundamento nos incisos I eII do artigo 535 do Código de Processo Civil. 3. Embargos de declaraçãorejeitados.(RE 511179 ED, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em09/10/2007, DJe-152 DIVULG 29-11-2007 PUBLIC 30-11-2007 DJ 30-11-2007PP-00126 EMENT VOL-02301-08 PP-01591)

Dessarte, considerando que se trata de Mandado de Segurança veiculado soblitisconsórcio ativo facultativo e estando o valor individual previsto na expediçãode RPV, mantém-se hígido o fracionamento determinado pelo juízo a quo, com aressalva da competência exclusiva do Presidente do Tribunal.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, somente paradeterminar a observância do art 730, I, do CPC, nos termos da fundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra. Vitória – ES, 3 de junho de 2011. 

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

14- Agravo de Instrumento Nº 24119000552VITÓRIA - 9ª VARA CÍVELAGVTE BIC BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL LTDA Advogado(a) ANDRE MYSSIORAdvogado(a) CHRISTIANO AUGUSTO BICALHO CANEDO FILHOAdvogado(a) SERGIO PADILHA MACHADOAGVDO PAPER FORM DISTRIBUIDORA LTDA Advogado(a) RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAOAdvogado(a) WILSON SANTANA VENTURIMAGVDO IZABEL BALONA LEAL CARIJO Advogado(a) RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAOAdvogado(a) WILSON SANTANA VENTURIMRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119000552

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BIC BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL LTDAADVOGADO: ANDRÉ MYSSIOR E OUTROSRECORRIDO: PAPER FORM DISTRIBUIDORA LTDA IZABEL BALONA LEAL CORIJOADVOGADO: RICARDO LEÃO DE CALAIS ROLDÃOMAGISTRADO: ADEMAR J. BERMOND

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.EXECUÇÃO. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO A ÓRGÃOS PÚBLICOS.MEDIDA EXCEPCIONAL. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE RISCODE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO. RECURSODESPROVIDO.1. A expedição de ofícios a órgãos públicos para a obtenção do endereço doexecutado é medida excepcional, por se tratar de providência incumbida aoexequente e, sobretudo, para preservar o sigilo das informações pessoais.Precedentes. 2. A cognição sumária recursal ocupa-se apenas da aferição da verossimilhança dasalegações e do perigo de dano irreparável.3. Deve ser mantida a decisão interlocutória de 1º grau que não seja suscetível decausar lesão grave ou de difícil reparação à parte. Dicção do art. 522, do CPC.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

BIC BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL LTDA interpôs Agravo deInstrumento por inconformada com a r. decisão interlocutória de 1º grau queindeferiu o pedido de expedição de ofícios aos órgãos públicos com o intuito deobter o endereço da segunda Agravada, para a promoção da sua citação na viaexecutiva em curso.Aduziu, em síntese, a necessidade de concessão do pedido, com o provimento dorecurso e a reforma do julgado de origem.Sem contrarrazões. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste no pedido de expedição de ofícios a órgãos públicos parao fornecimento do endereço da executada. Muito bem. Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimentono sentido de que a referida providência é medida excepcional, haja vista apreservação do sigilo das informações, inclusive pessoais, do devedor, sobretudopor se tratar de diligência incumbida ao Exequente. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À RECEITAFEDERAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. O acórdãorecorrido está em consonância com a jurisprudência deste C. Superior Tribunal deJustiça, firmada no sentido de que "a expedição de ofício à Receita Federal, parafornecimento de informações, é providência admitida excepcionalmente,justificando-se tão somente quando demonstrado ter o credor esgotado todos osmeios à sua disposição para encontrar bens passíveis de penhora, o que nãoocorre no caso dos autos" (AgRg no REsp nº 595.612/DF, Relator o MinistroHÉLIO QUAGLIA BARBOSA, 4ª Turma, DJ 11/02/2008). 2. Em relação aopedido de informações para fins de localização do endereço do executado "oraciocínio a ser utilizado nesta hipótese deverá ser o mesmo dos casos em que sepretende localizar bens do devedor, pois tem o contribuinte ou o titular de contabancária direito à privacidade relativa aos seus dados pessoais, além do que nãocabe ao Judiciário substituir a parte autora nas diligência que lhe são cabíveis parademandar em juízo." (REsp nº 306.570/SP, Relatora a Ministra ELIANACALMON, DJU de 18/02/2002). 3. Agravo regimental a que se negaprovimento. (AgRg no Ag 1386116/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,QUARTA TURMA, julgado em 26/04/2011, DJe 10/05/2011)

EXECUÇÃO FISCAL. EXPEDIÇÃO DE OFICIO AO DETRAN.SITUAÇÃO EXCEPCIONAL AFASTADA PELO ACÓRDÃORECORRIDO. MATÉRIA DE PROVA. INADMISSIBILIDADE NAESFERA DO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ. 1. Versa o feito sobre recursoespecial interposto nos autos de agravo de instrumento interposto contra decisãoque indeferiu pedido da Fazenda para que notificasse o Detran a fim registrarrestrição a transferência dos veículos em litígio, assim como para que informasse oendereço do executado.2. Este Sodalício possui entendimento no sentido de que constitui umaexcepcionalidade a expedição de ofício aos órgãos públicos a fim de obterinformações sigilosas sobre cadastro devedor, ou seja, desde que as demaisdiligências tenham sido infrutíferas. 3. No particular, situação peculiarnão-reconhecida pelo Tribunal de origem ao concluir que o Fisco deveria utilizaros meios próprios e adequados para apreensão provisória do bem, além de queressaltar que a exequente tenciona apenas compelir o órgão público a constrangero proprietário do veículo a efetuar pagamento de dívida fiscal, sem que tenhaesgotado as vias ordinária antes. 4. Rever o posicionamento da corte de origemdemandaria revolvimento do conteúdo probatório, hipótese que não se amolda aorecurso especial (Súmula 7/STJ). 5. Recurso especial não-conhecido. (REsp761181/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 22/08/2008)

102 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 109: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

EXECUÇÃO - REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DE ENDEREÇO DORÉU AO BANCO CENTRAL - IMPOSSIBILIDADE. 1. Embora na hipótesedos autos não se pretenda, através de requisição ao Banco Central, obterinformações acerca de bens do devedor passíveis de execução, mas tão-somente oendereço, o raciocínio jurídico a ser adotado é o mesmo. 2. O contribuinte ou otitular de conta bancária tem direito à privacidade em relação aos seus dadospessoais, além do que não cabe ao Judiciário substituir a parte autora nasdiligências que lhe são cabíveis para demandar em juízo. 3. Recurso especial nãoconhecido. (REsp 306570/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 18/10/2001, DJ 18/02/2002, p. 340)

Assim, mantém-se irretocável a conclusão do MM. Magistrado de 1º grau.Ademais, com os limites de uma cognição sumária típica do Agravo deInstrumento, a manutenção da r. decisão recorrida não implica qualquer prejuízoimediato ao Agravante, o que ratifica a necessidade de manutenção do julgado deorigem.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

15- Agravo de Instrumento Nº 24119000461VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) RODRIGO LORENCINI TIUSSIAGVDO LUIZ CARLOS DOS SANTOS DA SILVA Advogado(a) LUIZ FELIPE LYRIO PERESAdvogado(a) MARCELLE ARAUJO FONSECA HOLZAdvogado(a) VICTOR SANTOS DE ABREURELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO N? 24119000461

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESP?RITO SANTO.ADVOGADO: RODRIGO LORENCINI TIUSSI.RECORRIDO: LUIZ CARLOS DOS SANTOS DA SILVA.ADVOGADO: LUIZ FELIPE LYRIO PERES E OUTROS.MAGISTRADO: ADEMAR J. BERMOND.N? PROC. ORIG.: 024100349117.

DECIS?O MONOCR?TICA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO P?BLICO. LES?OTEMPOR?RIA. DESVANTAGEM MOMENT?NEA. REDESIGNA??O DEDATA PARA TESTE F?SICO. POSSIBILIDADE. RESPEITO ? ISONOMIA.RECURSO DESPROVIDO.1. ? poss?vel a redesigna??o de data dos testes f?sicos de concurso p?blico paracandidato quando, por motivo de acidente, este fica momentaneamenteimpossibilitado de faz?-los. Inexist?ncia de viola??o ao princ?pio da isonomia. 2. Recurso desprovido.

1. RELAT?RIO.

ESTADO DO ESP?RITO SANTO interp?s Agravo de Instrumento porinconformado com a r. decis?o interlocut?ria de 1? grau que garantiu ao Agravadoo direito de realizar a prova de aptid?o f?sica em outra data, ap?s sua recupera??of?sica, bem como possibilitou o prosseguimento nas demais etapas. Aduziu, em s?ntese, que o Agravado n?o se enquadra nos permissivos legais pararealiza??o da prova em data diferenciada e que este benef?cio fere a isonomia e aimpessoalidade.Ao final, requereu a reforma da decis?o recorrida. Decis?o interlocut?ria ?s fls. 100, na qual o recurso foi recebido somente no efeitodevolutivo. Contrarraz?es pelo desprovimento do recurso. ? o relat?rio. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, por se tratar demat?ria consolidada na jurisprud?ncia.

2. FUNDAMENTA??O.

Conforme se depreende dos autos, o autor foi v?tima de um acidente em querompeu o tend?o de aquiles, ficando impossibilitado de realizar atividades f?sicas,inclusive a sexta etapa do processo seletivo (TAF) do concurso p?blico do qualparticipava.

Pois bem. Em verdade, a redesigna??o da data para o Agravado realizar a etapa n?o trazpreju?zo algum para o concurso; Ao contr?rio! O deferimento da medida garanteo tratamento ison?mico ao participante que sofreu uma les?o f?sica que oimpossibilitou de participar da prova na data realizada. Nessa linha, este Egr?gioTribunal de Justi?a:ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURAN?A. CONCURSOP?BLICO. LES?O TEMPOR?RIA. PRINC?PIO DA ISONOMIA.REDESIGNA??O DE DATA PARA NOVA REALIZA??O DE TESTEF?SICO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. N?o h? falar eminadequa??o da via eleita quando a quest?o dos autos ? eminentemente jur?dica,n?o existindo controv?rsia f?tica que justifique a necessidade de dila??o probat?ria.2. Possibilidade de redesigna??o dos testes f?sicos quando caracterizadacondi??o de desvantagem moment?nea para realiza??o do referido exame,mesmo sem previs?o legal, sem que signifique ofensa ao princ?pio daisonomia e da legalidade. 3. Diferentemente, les?o muscular ocorrida durante oteste trata-se de falha em sua realiza??o, n?o caracterizando caso fortuito ou for?amaior para que se dispense tratamento diferenciado ao participante, comopretendido. 4. Ordem mandamental denegada. (TJES; MS 100100007150; C?marasCriminais Reunidas; Rel? Des? Subst. Heloisa Cariello; DJES 06/12/2010; P?g. 142)Grifei.

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITOCONSTITUCIONAL. CONCURSO P?BLICO. PROVA DE ESFOR?OF?SICO. FOR?A MAIOR. REFAZIMENTO. PRECEDENTES DO STF.DIVERG?NCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. Em ju?zo de cogni??o sum?ria inerente ?s tutelas de urg?ncia e,por tal raz?o, sem o preju?zo de ulterior reexame da quest?o, deve serassegurado ao candidato o direito de refazer o teste de aptid?o f?sica pormotivo de for?a maior que afete a sua integridade f?sica, inexistindo, assim,qualquer ofensa ao princ?pio constitucional da isonomia. Precedentes doSTF. Ao impugnar a decis?o monocr?tica, deve o agravante demonstrar aexist?ncia de diverg?ncia jurisprudencial, na hip?tese de o julgamento fundar-seem orienta??o consolidada do Supremo Tribunal Federal. Agravo Internoconhecido e improvido. (TJES; AGInt-AI 24099168973; Quarta C?mara C?vel; Rel.Des. Ney Batista Coutinho; DJES 05/03/2010; P?g. 42) Grifei.

Nesse mesmo sentido:

CONCURSO P?BLICO. PROVA DE ESFOR?O F?SICO. FOR?A MAIOR.REFAZIMENTO. PRINC?PIO ISON?MICO. Longe fica de implicar ofensaao princ?pio ison?mico decis?o em que se reconhece, na via do mandadode seguran?a, o direito de o candidato refazer a prova de esfor?o, em facede motivo de for?a maior que lhe alcan?ou a higidez f?sica no diadesignado, dela participando sem as condi??es normais de sa?de. (STF; RE179500; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Marco Aur?lio; Julg. 26/10/1998; DJU15/10/1999; p. 00022)

ADMINISTRATIVO. CONCURSO P?BLICO. POLICIAL RODOVI?RIOFEDERAL. PROVA DE APTID?O F?SICA. FOR?A MAIOR.REFAZIMENTO. PRINC?PIO ISON?MICO. POSSIBILIDADE. 1. Longefica de implicar ofensa ao princ?pio ison?mico decis?o em que sereconhece, na via do mandado de seguran?a, o direito de o candidatorefazer a prova de esfor?o, em face de motivo de for?a maior que lhealcan?ou a higidez f?sica no dia designado, dela participando sem ascondi??es normais de sa?de (STF, re 179.500/RS, Rel. Ministro MarcoAur?lio, segunda turma, DJ de 15/10/1999). No mesmo sentido: Re 412.435AGR/DF, Rel. Ministro c?zar peluso, DJ de 06/11/2006; AI 315.870/ma,Rel. Ministro Celso de Mello, DJ de 19/10/2005. 2. Na esp?cie, o autordemonstrou, mediante atestado m?dico, que nos dias designados para asprovas de aptid?o f?sica (15 e 16/02/2009) encontrava-se acometido dossintomas constantes do Cid a08-5 (infec??o intestinal viral), motivo peloqual deixou de comparecer ? convoca??o. 3. Por for?a de tutela antecipada,realizou o teste f?sico, foi aprovado no curso de forma??o e nomeado, estando noexerc?cio do cargo desde 09/10/2006. 4. Apela??o e remessa oficial a que se negaprovimento. (TRF 1? R.; Ap-RN 2004.34.00.007743-3; DF; Quinta Turma; Rel. JuizFed. Conv. Evaldo de Oliveira Fernandes Filho; Julg. 25/10/2010; DJF1 05/11/2010;P?g. 83)

Dessa forma, mantenho a decis?o recorrida por entender que a desvantagemmoment?nea do Agravado poder? ser reparada sem que o concurso sofrapreju?zos consider?veis.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na ?ntegra.Vit?ria – ES, 2 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

103 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 110: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

16- Agravo de Instrumento Nº 48119000064SERRA - 2ª VARA CÍVELAGVTE BV FINANCEIRA S/A Advogado(a) BERESFORD MARTINS MOREIRA NETOAdvogado(a) EDUARDO MALHEIROS FONSECAAdvogado(a) RODRIGO MORAIS ADDUMAGVDO VALERIA APARECIDA SILVA Advogado(a) GIOVANI ZAMPROGNO GOZZIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 048119000064

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BV FINANCEIRA S/AADVOGADO: BERESFORD MOREIRA NETO E OUTROSRECORRIDA: VALERIA APARECIDA SILVAADVOGADO: GIOVANI ZAMPROGNO SILVAMAGISTRADO: ANA CLÁUDIA RODRIGUES DE FARIA SOARESPROC. ORIGINÁRIO: 048.10.022612-4

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARTIGO526 DO CPC. CUMPRIMENTO. AUSÊNCIA. COMPROVAÇÃO. RECURSONÃO CONHECIDO.1. Não é admissível o agravo de instrumento, quando houver requerimento doAgravado, bem como restar comprovado o descumprimento do disposto noartigo 526 do CPC.2. Recurso não conhecido..

1. RELATÓRIO

A Agravante BV FINANCEIRA S/A alegou, em síntese, que: (i) inexisteonerosidade excessiva no contrato em referência; (ii) não foi produzida qualquerprova técnica neste sentido; e (iii) a Agravante sequer se propôs a depositar ovalor que entende correto, justo ou dentro de suas possibilidades.Requereu, liminarmente, a suspensão dos efeitos da decisão agravada, pleiteando,ao final, a sua reforma.Na Interlocutória de fls. 87/88, recebi o recurso apenas no efeito devolutivo.Em contrarrazões, a Agravada suscitou, preliminarmente, o não conhecimento doAgravo, tendo em vista o não cumprimento ao disposto no art. 526, do Código deProcesso Civil.O magistrado a quo prestou informações afirmando que, embora o Agravantetenha informado acerca da interposição do recurso, não juntou aos autos arespectiva cópia.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Compulsando os autos, verifico que tanto o juízo de 1º grau quanto a Agravadainformaram que o Agravante não cumpriu a exigência do art. 526, do CPC quedetermina, verbis:“Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá a juntada, aos autos doprocesso, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de suainterposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso.

Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que arguidoe provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo.”

Sobre o tema, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já há muito pacificou oentendimento segundo o qual a falta de juntada aos autos principais, peloagravante, dos documentos exigidos no art. 526, CPC enseja o não conhecimentodo agravo. Ilustrativamente:

AGRAVO REGIMENTAL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. ART.526 DO CPC. DESCUMPRIMENTO. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. “Apretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.” 2. Com oparágrafo único do Art. 526 do CPC (acrescentado pela Lei 10.352/2001), ajuntada da relação dos documentos que instruíram o recurso de agravo deixou deser faculdade e passou a ser ônus do agravante. (AgRg no AgRg no Ag728.539/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRATURMA, julgado em 19.09.2006, DJ 16.10.2006 p. 366). Grifo nosso.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ART. 526 DO CPC. 1. O descumprimento das providênciasenumeradas no caput do art. 526 do CPC, adotáveis no prazo de três dias,somente enseja as conseqüências dispostas em seu parágrafo único se o agravadosuscitar a questão formal no momento processual oportuno, sob pena depreclusão. 2. Sob esse ângulo é a doutrina de José Carlos Barbosa Moreira, aocomentar o art. 526 do CPC: "No parágrafo, introduzido pela Lei nº 10.352,optou-se por solução de compromisso. A omissão do agravante nem é de todoirrelevante quanto ao não conhecimento do recurso, nem acarreta, por si só, esse

desenlace. Criou-se par ao agravado o ônus de argüir e provar o descumprimentodo disposto no art. 526. Conquanto não o diga o texto expressis verbis, deveentender-se que a argüição há de vir na resposta do agravado, pois essa é a únicaoportunidade que a lei lhe abre para manifestar-se A prova será feita, ao menos nocomum dos casos, por certidão do cartório ou da secretaria, que ateste haver oprazo decorrido in albis. Na falta de argüição e prova por parte do agravado, otribunal não poderá negar-se a conhecer do agravo - salvo, é claro, comfundamento diverso -, ainda que lhe chegue por outro meio a informação de queo agravante se omitiu. A disposição expressa do parágrafo afasta a incidência doprincípio geral segundo o qual o órgão ad quem controla ex officio aadmissibilidade do recurso." (José Carlos Barbosa Moreira, "Comentários aoCódigo de Processo Civil", vol. 5, Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.511/512) 3. Consectariamente, para que o Relator adote as providências doparágrafo único do art. 526 do CPC, qual seja, não conhecer do recurso, restaimprescindível que o agravado manifeste-se acerca do descumprimento docomando disposto em seu caput, porquanto a matéria não é cognoscível de ofício.Precedentes: REsp 577655/RJ Relator Ministro CASTRO FILHO DJ 22.11.2004;REsp 328018/RJ Relator Ministro FRANCIULLI NETTO DJ 29.11.2004. 4.Recurso especial provido. (REsp 773.070/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX,PRIMEIRA TURMA, julgado em 09.05.2006, DJ 29.05.2006 p. 189). Grifo nosso.

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DECOMUNICAÇÃO DA INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO AO JUÍZO DEPRIMEIRO GRAU. MATÉRIA QUE DEVE SER SUSCITADA PELAPARTE AGRAVADA. IMPOSSIBILIDADE DE SER CONHECIDA DEOFÍCIO. Com a alteração do texto legal pela Lei nº 10.352/01, que inseriu umparágrafo único no artigo 526 do Código de Processo Civil, a falta de juntada aosautos principais, pelo agravante, de cópia da petição do agravo e do comprovantede sua interposição, assim como da relação dos documentos que instruíram orecurso, enseja o não conhecimento do agravo. Todavia, faz-se indispensável queo descumprimento da norma seja argüido e provado pelo agravado, não seadmitindo o conhecimento da matéria de ofício, mesmo não tendo os agravadosprocurador constituído nos autos. Recurso especial provido. (REsp 577655/RJ,Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 07.10.2004,DJ 22.11.2004 p. 337). Grifo nosso.

Dessarte, cabe ressaltar que a sanção imposta pelo dispositivo em questãosomente será aplicada se a omissão for argüida e comprovada pelo Agravado. In casu, noto que a Agravada requereu fosse reconhecida a inadmissibilidade dorecurso nas contrarrazões apresentadas, bem como o referido descumprimentorestou comprovado com as informações prestadas pelo juízo a quo. Portanto, exsurge a necessidade de aplicação do disposto no parágrafo único doart. 526, do CPC.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do recurso, nos termos da fundamentaçãoalinhavada.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória, 17 de junho de 2011.

  Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator

17- Agravo de Instrumento Nº 35101115943VILA VELHA - VARA DA FAZENDA MUNICIPALAGVTE BRUNO LORENZUTTI Advogado(a) ANDRE FERREIRA PEDREIRAAGVTE OTAVIO LEMOS POSTAY Advogado(a) ANDRE FERREIRA PEDREIRAAGVTE MUNICIPIO DE VILA VELHA Advogado(a) ANDRE FERREIRA PEDREIRAAGVDO ADELINO GROLA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ANTONIO FELICIANO DE ALMEIDA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CARLOS ALBERTO RIBEIRO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CLETO FERREIRA DA SILVA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CHRISTIAN SILVA MARTINS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DALMIRO GALVAO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DAVI ALVES MARTINS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO EDUARDO ALBUQUERQUE GIBSON FILHO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GENILSON DA SILVA FONSECA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GERDUTRA CAMPANA

104 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 111: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GILMAR ALVES FURTADO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JACKSON DA COSTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOAO LUIZ LOUREIRO BORGES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE DOS SANTOS MARTINS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE FLORIANO SOBRINHO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE PEDRO GARCIA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MARIO RANGEL BERNARDO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO FABIO DE GOUVEIA LIMA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ODINEI COSTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO PAULO COSTA FERREIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO PAULO CESAR GOLDNER Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO RAULINDO DE SOUZA MELO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO RENATO PIRES RIBEIRO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO RICARDINO CASTRO DAMASCENO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ROBINSON AMORIM Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO SABRINA CARDOZO COELHO MACIEL Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO SIGER FUHUDA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO WANDERSON VALANDRO DE SOUZA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ADILSON JOSE BORGES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CLAUDIONOR GAZZOLI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO FERNANDO KEJI SORAY Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO IDINIR CARVALHO RICARTE NEVES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO IGNACIO AGNE NETTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO IVONE APARECIDA FERREIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JANE CHEILA FERNANDES LORDELLO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE MARIA SANGALI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JURANDI BRAVIM DONADEL Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO LEDA LIMA AGNE Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO LEZI RIBEIRO NEVES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO LUIZ ANTONIO SONEGHETI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO LUIZ CARLOS AGNE Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MARCELO BERMUDES GUSMAO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MOACYR MARGON COSTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO NIVALDO JOSE SPAGNOL Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO NOCILIA MARIA PAULA SONEGHETI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO STEVES WILLES NIELSEN Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO VICTOR LIMA DA SILVEIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO VINICIUS DALAPICULA BRAVIM Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ZENI DALAPICULA BRAVIM Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ADAO FERREIRA DE SOUZA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIOR

AGVDO ADEMIR PINTO MONTOVANELI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ADORIS LUIZ PAGOTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO AGUSTINHO MAGESKI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ALCIDES VIEIRA LIMA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ALEXANDRE PONTINI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO AMANDA DE PAULO ANDRIOLI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO AMOZ ROCHA DE OLIVEIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CARLOS ROBERTO DOS SANTOS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO CIDNEA SAMPAIO FRACOMAZZA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DANIEL FRANCISCO DOS SANTOS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DANIELLE PEREIRA DOS SANTOS LAUDELINO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DILSON PEREIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DUERGNES ZATTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO DOUGLAS BALBI BONFIM Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO EDISON CESAR COELHO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO EDSON PEREIRA DE SOUZA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ELISANA DE OLIVEIRA LIEBMANN Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO EMANUEL ANDRADE Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO FENANDA DE FATIMA SARRIA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GELSON JOSE DE OLIVEIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GERALDINO BETTCHER PEREIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO HELIO SOARES DA PAIXAO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JAILSON VARNIER Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JERONILDO PEIXOTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JERONILSON PEIXOTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOAO BATISTA TOMES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOAREZ SOARES CARDOZO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE CLAUDIO COUTINHO HORTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOSE OLIVEIRA BATISTA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JULIANO VARNIER Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO KETMA SILVA MARTINS Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MARCELO BRANDAO MAGESKI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MARINEZ FEITOSA LEITE Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO PAULO MERIGHETTI Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO SERGIO ROCHA DE OLIVEIRA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO VALDECI JUNIOR PEREIRA PINTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO VALESKA PRATTI GUASTTI DEL PUPO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO VERA FERREIRA LUDUVICO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO WENCESLAU VOGGOH Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ALEXANDRE ANTUNES MELQUIDES SILVA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO GERALDO MAGELA ANTUNES

105 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 112: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO SONIA SURLO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO ADELSON SARMENTO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JANIO JAQUES DOS SANTOS SANTIAGO Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO JOAO TAVARES Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO KLEBER STEIN Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO LUIZ DIONIZIO DE QUEIROZ Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MARIA DAS GRACAS ESTEVES BRAGANCA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORAGVDO MILTON SOUZA BRAGANCA Advogado(a) VASCO ALVES DE OLIVEIRA JUNIORRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 35101115943

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE VILA VELHA E OUTROS.ADVOGADO: ANDRÉ FERREIRA PEDREIRA.RECORRIDO: ADELINO GROLA E OUTROS.ADVOGADO: VASCO ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR.JUIZ DE DIREITO: MANOEL CRUZ DOVAL.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. LEI MUNICIPALDE VILA VELHA Nº 4.917/2010. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DEMONITORAMENTO DE TÁXIS. PREVALÊNCIA DO INTERESSEPÚBLICO. PRESERVAÇÃO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DASEGURANÇA. RECURSO PROVIDO.1. Compete ao Município legislar sobre assuntos de interesse local. Dicção do art.30, I, CF. Precedente.2. A Lei Municipal de Vila Velha nº 4.917/2010 é norma cogente pois não permitea prestação do serviço de taxi sem o sistema de rastreamento.3. A Lei Municipal que prevê a obrigatoriedade de monitoramento dos táxisconfere efetividade a direitos fundamentais constitucionalmente assegurados aoscidadãos, mormente a garantia à segurança e a preservação do interesse público,prevalente.4. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

MUNICÍPIO DE VILA VELHA E OUTROS interpuseram Agravo deInstrumento por inconformados com a r. decisão de 1º grau, que deferiu a liminarpara determinar à Autoridade Coatora que se abstenha de exigir dos Apelados aaplicação da Lei 4.917/10, no que concerne à exigência de instalação derastreadores nos veículos da frota de táxi dos Agravados. Aduziram, em síntese, que (i) existe conexão/continência deste agravo com o AInº 35101115174; (ii) o Município tem competência para legislar sobre transportecoletivo, nos termos do art. 30, V da CF; (iii) não existe violação a direito líquido ecerto dos Agravados por norma editada pela municipalidade para regularizar efiscalizar o serviço dos permissionários de transportes públicos; (iv) a Lei4.917/10 tem natureza fiscalizadora e almeja a segurança pública; (v) orastreamento desencoraja a atuação dos criminosos; (vi) não haverá oneração aospermissionários do serviço de táxi pois o reajuste da tarifa inclui o custo com amensalidade do rastreador; (vii) a empresa Múltipla Informática apresentou amenor proposta no procedimento de coleta de preço realizado pelo Sinditaxi; (viii)para que o serviço seja efetivo, é necessário uma única empresa demonitoramento.Ao final, requereu a reforma da decisão recorrida. Decisão interlocutória às fls. 284/285, na qual o recurso foi recebido no efeitosuspensivo. Em contrarrazões os Agravados alegaram, em sintese, que: (i) há abuso de poderpois a Lei 4.917/10 não é cogente, mas sim autorizativa; (ii) também houve abusona escolha da empresa responsável para prestar os serviços.Nesses termos, requereram o desprovimento do recurso. A Douta Procuradoria de Justiça Cível, em fundamentado parecer de fls. 294/295,opinou pela desnecessidade de intervenção ministerial no presente caso. É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, por se tratar dematéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO PARA LEGISLAR.

Verifico que nos termos do art. 30, I e V da CF, é competência do Municípiolegislar sobre assuntos de interesse local, inclusive a organização dos serviçospúblicos como o de transporte coletivo, mesmo sob o regime de concessão oupermissão. Vejamos:

Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;(omissis)V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, osserviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que temcaráter essencial;

Sobre o assunto, o Supremo Tribunal Federal já decidiu:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 224 DACONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ. GARANTIA DE "MEIAPASSAGEM" AO ESTUDANTE. TRANSPORTES COLETIVOS URBANOSRODOVIÁRIOS E AQUAVIÁRIOS MUNICIPAIS [ARTIGO 30, V, DACONSTITUIÇÃO DO BRASIL] E TRANSPORTES COLETIVOS URBANOSRODOVIÁRIOS E AQUAVIÁRIOS INTERMUNICIPAIS. SERVIÇOPÚBLICO E LIVRE INICIATIVA. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOSARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, CAPUT E INCISOS I E XXII, E 170, CAPUT,DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A Constituição do Brasil estabelece, noque tange à repartição de competência entre os entes federados, que os assuntosde interesse local competem aos Municípios. Competência residual dosEstados-membros --- matérias que não lhes foram vedadas pela Constituição,nem estiverem contidas entre as competências da União ou dos Municípios. 2. Acompetência para organizar serviços públicos de interesse local é municipal, entreos quais o de transporte coletivo [artigo 30, inciso V, da CB/88]. 3. O preceito daConstituição amapaense que garante o direito a "meia passagem" aos estudantes,nos transportes coletivos municipais, avança sobre a competência legislativa local.4. A competência para legislar a propósito da prestação de serviços públicos detransporte intermunicipal é dos Estados-membros. Não há inconstitucionalidadeno que toca ao benefício, concedido pela Constituição estadual, de "meiapassagem" aos estudantes nos transportes coletivos intermunicipais. 5. Ostransportes coletivos de passageiros consubstanciam serviço público, área na qualo princípio da livre iniciativa (artigo 170, caput, da Constituição do Brasil) não seexpressa como faculdade de criar e explorar atividade econômica a título privado.A prestação desses serviços pelo setor privado dá-se em regime de concessão oupermissão, observado o disposto no artigo 175 e seu parágrafo único daConstituição do Brasil. A lei estadual deve dispor sobre as condições dessaprestação, quando de serviços públicos da competência do Estado-membro setratar. 6. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade daconjunção aditiva "e" e do vocábulo "municipais", insertos no artigo 224 daConstituição do Estado do Amapá. (ADI 845, Relator(a): Min. EROS GRAU,Tribunal Pleno, julgado em 22/11/2007, DJe-041 DIVULG 06-03-2008 PUBLIC07-03-2008 EMENT VOL-02310-01 PP-00031 RTJ VOL-00205-01 PP-00029LEXSTF v. 30, n. 352, 2008, p. 43-56)

No caso em julgamento, a Lei Municipal objeto da controvérsia remete,efetivamente, à competência do Município para dispor sobre assunto de interesselocal, caracterizado na organização da frota de táxi atuante no âmbito damunicipal, sobretudo como forma de preservação da segurança pública. De fato, aedição e publicação da referida disposição legal fora norteada pelas constantesnotícias e denúncias relativas a crimes cometidos com a utilização do referidotransporte, os quais trouxeram muita insegurança à população residente eadjacente ao Município.

2.2. DO CONTEÚDO DA LEI. A controvérsia consiste na previsão normativa do Município de Vila Velha relativaá obrigatoriedade de instalação de rastreadores nos veículos da frota de táxi.Pois bem.De início, os Agravados alegaram que a Lei 4.917/10 não é cogente, mas simautorizativa. Entretanto, não é este o posicionamento que deve properar. Deacordo com o art. 4º da referida lei, quem não instalar o sistema de rastreamentonão poderá circular com o veículo prestando serviço de taxi, até que asirregularidades sejam sanadas. In verbis:Art. 4º O não cumprimento desta Lei implicará no impedimento temporário dacirculação do veículo no serviço de táxi até que sejam sanadas as irregularidades.

Ademais, conforme já havia me manifestado em decisão liminar, a implatação dosistema de rastreamento da frota de táxi deve ser realizada de imediato pordiversos motivos, senão vejamos: Em primeiro lugar, a referida fiscalização garantirá maior segurança tanto para ospassageiros quanto para os motoristas, haja vista a violência crescente nos grandescentros urbanos que assola a população.Além disso, o sistema de segurança em questão privilegiará os motoristas (taxistas)que trabalham com seriedade, diferindo-os daqueles que utilizam os veículos parafins escusos, praticando crimes ou auxiliando na efetivação dos delitos, fatoatestado diariamente pelos meios de comunicação. Logo, o rastreamento veicular

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no mínimo dificultará a ação dos criminosos, garantindo maior segurança aosusuários do serviço.Por fim, importante ressaltar que o custo de implantação do sistema serárepassado aos consumidores, uma vez que, consoante consta dos autos, foiautorizada a majoração das tarifas praticadas no mercado. Em assim sendo, senem mesmo o gasto com a instalação dos rastreadores será suportada pelosproprietários e motoristas, não vislumbro qualquer justificativa à inaplicabilidadeimediata da prescrição legal.Ao contrário, pelos motivos supra mencionados, a implantação do referidomonitoramento trará incontáveis benefícios à sociedade, privilegiando o interessepúblico, prevalente.” - [destaquei].

Mantenho portanto o entendimento firmado na ocasião. Finalmente, verifico que não houve abuso na escolha da empresa responsável paraprestar os serviços, pelo fato daquela ter apresentado a menor proposta noprocedimento de coleta de preço realizado pelo Sinditaxi. Ademais, o custo dosistema será repassado aos consumidores, o que não trará prejuízos para ostaxistas, como ressaltado enteriormente. Assim, a implantação imediata da referida legislação municipal é medida que seimpõem na localidade, em especial para preservar a segurança dos cidadãos e,assim, garantir o interesse público. Basta a leitura de jornais de grande circulaçãono Estado para que se tenha ideia do quanto é urgente, razoável e necessário omonitoramento dos táxis da região, haja vista os relatos diuturnos das açõescriminosas com a utilização do referido meio de transporte.Por esses motivos, mantenho a eficácia da lei municipal de Vila Velha objeto dacontrovérsia.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.decisão interlocutória de primeiro grau, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

18- Agravo de Instrumento Nº 50109000393VIANA - VARA FAZENDA EST MUN E REG PÚBLICOSAGVTE MARCA CONSTRUTORA E SERVICOS LTDA Advogado(a) IGOR BASILIO ARAUJOAGVDO MUNICIPIO DE VIANA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 50109000393RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MARCA CONSTRUTORA E SERVIÇOS LTDA ADVOGADO: IGOR BASÍLIO ARAÚJORECORRIDO: MUNICÍPIO DE VIANAADVOGADO: PROCURADOR WILSON AUGUSTO CORRÊA SOUTOMAGISTRADO: ARION MERGÁR

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ISSQN SOBRE SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DERESÍDUOS. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO.INDEFERIMENTO. NECESSIDADE DE DEPÓSITO INTEGRAL E EMDINHEIRO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NECESSIDADE. RECURSODESPROVIDO.1. A suspensão da exigibilidade da obrigação tributária depende do depósitointegral e em dinheiro. Precedentes. 2. A necessidade de dilação probatória torna inviável o provimento do Agravo deInstrumento.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

MARCA CONSTRUTORA E SERVIÇOS LTDA interpôs Agravo deInstrumento por inconformada com a r. decisão interlocutória de 1º grau queindeferiu o pedido de suspensão da exigibilidade da cobrança fiscal veiculada naAção Ordinária ajuizada em desfavor do Município de Viana, ora Agravado. Aduziu, em síntese, a ilegalidade da cobrança de ISSQN sobre o serviço dedestinação final de resíduos por serviços executados no Município. Nessestermos, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado. Decisão interlocutória às fls. 88/89, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 90/91.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia diz respeito ao pedido de suspensão da exibigibilidade daobrigação relativa a cobrança de ISSQN sobre a destinação final de resíduos. Pois bem. Na análise prefacial do recurso, obtemperei os seguintes argumentos:

Em verdade, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimentode que somente o depósito integral e em dinheiro tem o condão de suspender aexigibilidade do crédito tributário. Ilustrativamente, vejamos:

TRIBUTÁRIO – AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL –SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO –DEPÓSITO EM DINHEIRO – SUBSTITUIÇÃO POR FIANÇA BANCÁRIA– IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA 112/STJ – POSSIBILIDADE DESUBSTITUIÇÃO SOMENTE EM EXECUÇÃO FISCAL. 1. A suspensão daexigibilidade do crédito tributário só ocorre mediante o depósito em dinheiro domontante integral devido, conforme o disposto no art. 151, II, do CTN, em quenão consta a possibilidade de suspensão por meio de fiança bancária. 2. Aplicaçãoda Súmula 112/STJ: "O depósito somente suspende e exigibilidade do créditotributário se for integral e em dinheiro". 3. O procedimento previsto no art. 15, I,da Lei n. 6.830/80 não se aplica em sede de ação anulatória de débito fiscal. 4. Aagravante não trouxe argumento novo capaz de infirmar os fundamentos quealicerçaram a decisão agravada. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1157794/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 16/03/2010, DJe 24/03/2010). Grifo nosso.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL. CAUTELAR. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADEDO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. FIANÇA BANCÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.SÚMULA 112/STJ. 1. Esta Corte possui entendimento pacífico no sentido deque somente o depósito em dinheiro do montante integral devido possui ocondão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não se incluindo nesseconceito a fiança bancária. Incidência da Súmula 112/STJ. 2. Agravo regimentalnão-provido. (AgRg no REsp 893.650/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2008, DJe 06/02/2009).Grifo nosso.

Todavia, não há nos autos qualquer documento que comprove a realização dequalquer depósito pela empresa ora Recorrente, ou mesmo requerimento para aprovidência em questão.Ademais, como bem ressaltou o MM. Magistrado a quo, a empresa nãodemonstrou o possibilidade de ineficácia do provimento jurisdicional ou o riscode dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora), requisitoimprescindível ao deferimento da tutela de urgência.Logo, a decisão agravada deve ser mantida por ora, face a inexistência defundamento a ensejar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário emquestão. - [destaquei].

Nesse contexto, mantenho o entendimento firmado na oportunidade, porentender que não há mais o que esclarecer ou decidir. Em verdade, além da impossibilidade de suspensão da exigibilidade da obrigaçãotributária em razão da inexistência de depósito integral do valor, a análise do fatoimponível descrito pela empresa depende, inexoravelmente, de dilação probatória,como mencionado pelo juízo a quo, o que ratifica a impossibilidade dedeferimento da medida, sobretudo em sede de cognição sumária da lide. Nessa linha:ADMINISTRATIVO - PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL -AGRAVO DE INSTRUMENTO - MILITAR AFASTADO -REINTEGRAÇÃO AO EXÉRCITO - TUTELA ANTECIPADA - MATÉRIACONSTITUCIONAL - IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE - AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO - SÚMULA 356, DO STF - REEXAME DEPROVAS - SÚMULA 07/STJ. 1 - Esta Corte Superior não se presta à análise dematéria constitucional ( arts. 2º e 37, caput, da Constituição Federal), cabendo-lhe,somente, a infraconstitucional (cf., entre outros, REsp nºs 173.058/CE,189.790/RJ e 166.370/CE). 2 - Não enseja interposição de Recurso Especialmatéria (art. 475, do CPC) que não tenha sido ventilada no acórdão atacado e,sobre a qual a parte não opôs os cabíveis embargos de declaração, havendo, destaforma, falta de prequestionamento (Súmula 356, do STF). 3 - O exame, nesta sederecursal, da aduzida violação ao art. 273 e incisos do Estatuto Processual Civil éimpossível, a teor do enunciado Sumular nº 07 desta Corte. Para a análise da tutelaantecipada, necessário se faz a pesquisa perfunctória da prova, que deve serinequívoca, provocando o convencimento do julgador de sua verossimilhança e,ainda, que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Talinvestigação se dá na via processual recursal normal e não na do especial. EstaCorte não é órgão recursal que reexamina provas, mas um Tribunal deUniformização. 4 - Precedente (Resp nº 164.679-CE ). 5 - Recurso parcialmenteconhecido e, neste aspecto, desprovido. (REsp 572.764/RS, Rel. Ministro JORGESCARTEZZINI, QUINTA TURMA, julgado em 10/02/2004, DJ 26/04/2004 p.209)

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Dessa forma, reconheço a necessidade de manutenção da r. decisão recorrida.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

19- Apelação Civel Nº 6080044891ARACRUZ - 2ª VARA CÍVEL APTE TIM CELULAR S A Advogado(a) FERNANDO PEREIRA MOZINEAPTE MACROLUB - MACRO COMERCIO E SERVICOS LTDA Advogado(a) EDIMAR MOLINARIAdvogado(a) NILSON FRIGINIAPDO SISTEMA INTERNACIONAL DE SAUDE DO BRASIL S/C LTDA. Advogado(a) DAVID JORDAO GONCALVESAdvogado(a) MARCOS ANTONIO GIACOMINAdvogado(a) RONALDO SANTOS COSTARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 006080044891

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: TIM CELULAR S/A.ADVOGADO: FERNANDO PEREIRA MOZINE.RECORRENTE: MARCO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.ADVOGADO: NILSON FRIGINI.RECORRIDO: SISTEMA INTERNACIONAL DE SAÚDE DO BRASIL S/C LTDA.ADVOGADO: MARCOS ANTÔNIO GIACOMIN. MAGISTRADO: CARLOS ALEXANDRE GUTMANN.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PRCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ATOILÍCITO. DANO. NEXO DE CAUSALIDADE. DANO MORAL.INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.CABÍVEL. INDENIZAÇÃO DESPROPORCIONAL. REDUÇÃO.

1. A identificação da responsabilidade civil depende da demonstração de trêsrequisitos, a saber: (i) ato ilícito; (ii) dano e (iii) nexo de causalidade entre o atoilícito e o dano. Precedentes.2. É cabível indenização em danos morais quando houver inscrição indevida emserviço de proteção ao crédito. Precedente. 3. Impõe-se a redução do valor da indenização por danos morais fixado nasentença, quando se afigura desproporcional às peculiaridades do caso concreto eaos padrões adotados pelos Tribunais. Precedentes

1. RELATÓRIO.TIM CELULAR S/A e MARCO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDAinterpuseram Apelações Cíveis por inconformados com a r. Sentença que julgouparcialmente procedente o pedido autoral, condenando as Apelantessolidariamente ao pagamento da quantia de R$ 7.902,32 (sete mil novecentos edois reais e trinta e dois centavos) referente aos danos materiais, e da quantia deR$ 7.000 (sete mil reais) referente aos danos morais gerados. TIM CELULAR S/A aduziu, em síntese, que (i) cumpriu o que estava estipuladono contrato; (ii) não há dano material pois o valor cobrado é sobre o serviçoefetivamente prestado; (iii) se houver dano material, apenas parte da cobrança éindevida; (iv) não há danos morais, e se houver o valor deve ser diminuído. MARCO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA alegou que não possuiresponsabilidade civil pois é representante comercial da TIM.Ao final requereram o provimento do recurso, com a reforma da r. sentença.Em contrarrazões, a Apelada alegou que os danos morais e materiais restaramdevidamente comprovados, e que o Apelante Marco Comércio e Serviços Ltda.vendeu o serviço, se beneficiando com o negócio realizado e por isso possuiresponsabilidade na reparação dos danos. É o relatório. Passo à análise, com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA MARCO COMÉRCIOE SERVIÇOS LTDA.

Por ser representante comercial da TIM, a Apelante alegou que não possuiresponsabilidade civil no caso dos autos. Entretanto, como se verifica nos fatos enas provas acostadas, a Apelante se comprometeu a fornecer um serviço debloqueio das linhas bem como seu perfeito funcionamento, mas assim não fez(ato ilícito). Nesse sentido, como o seu ato contribuiu para que os danos fossem gerados(nexo de causalidade), também deve ser civilmente responsabilizada.

2.2. DOS DANOS MATERIAISA controvérsia consiste na identificação da responsabilidade civil decorrente deinscrição indevida.Pois bem.Conforme bem constatou o magistrado de primeiro grau, as provas dos autosdemonstram que a Apelada contratou serviço de telefonia móvel com as empresasApelantes, e que foi garantido pelo representante comercial da empresa MARCOCOMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA o serviço de bloqueio da linha após o uso de100 (cem ) minutos. Verifica-se também que o serviço de bloqueio não foi realizado, o que ocasionoupara a Apelada um débito de R$ 7.902,32 (sete mil novecentos e dois reais e trintae dois centavos) além do valor devido, conforme provas documentais de fls.50/178. Como cediço, para a identificação da responsabilidade civil é imprescindível ademonstração de três requisitos, a saber: (i) ato ilícito; (ii) dano e (iii) nexo decausalidade entre o ato ilícito e o dano. Nesse sentido, destaco o seguinteprecedente do Colendo STJ:

CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTEDE TRÂNSITO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. EMPRESA DEESTACIONAMENTO QUE PERMITE A RETIRADA DE VEÍCULO PELOFILHO DA PROPRIETÁRIA DO MESMO, SEM A APRESENTAÇÃO DOCOMPROVANTE DE ESTACIONAMENTO. ACIDENTE DE TRÂNSITOOCORRIDO HORAS MAIS TARDE EM CIDADE DIVERSA. NEXO DECAUSALIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. À luz do comando normativo inserto noart. 1.060 do Código Civil de 1916, reproduzido no art. 403 do vigente códex,sobre nexo causal em matéria de responsabilidade civil – contratual ouextracontratual, objetiva ou subjetiva – vigora, no direito brasileiro, o princípio dacausalidade adequada, também denominado princípio do dano direto e imediato.2. Segundo referido princípio ninguém pode ser responsabilizado por aquilo a quenão tiver dado causa (art. 159 do CC/1916 e art 927 do CC/2002) e somente seconsidera causa o evento que produziu direta e concretamente o resultado danoso(art. 1060 do CC/1916 e 403 do CC/2002). 3. A imputação de responsabilidadecivil, portanto, supõe a presença de dois elementos de fato, quais: a conduta doagente e o resultado danoso; e de um elemento lógico-normativo, o nexo causal(que é lógico, porque consiste num elo referencial, numa relação depertencialidade, entre os elementos de fato; e é normativo, porque tem contornose limites impostos pelo sistema de direito, segundo o qual a responsabilidade civilsó se estabelece em relação aos efeitos diretos e imediatos causados pela condutado agente. 4. In casu, revela-se inequívoca a ausência de nexo causal entre o atopraticado pela ora recorrida (entrega do veículo ao filho da autora e seusacompanhantes sem a apresentação do respectivo comprovante deestacionamento) e o dano ocorrido (decorrente do acidente envolvendo o referidoveículo horas mais tarde), razão pela qual, não há de se falar em responsabilidadedaquela pelos danos materiais e morais advindos do evento danoso. 5. Recursoespecial a que se nega provimento. (REsp 325.622/RJ, Rel. Ministro CARLOSFERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ªREGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 10/11/2008)

Nesse contexto, o ato ilícito caracterizou-se pelo não cumprimento do serviço debloqueio das linhas após o uso de 100 (cem) minutos, que gerou um dano de R$7.902,32 (sete mil novecentos e dois reais e trinta e dois centavos) à Apelada.Portanto, restaram sobejamente demonstrados os pressupostos para acaracterização da responsabilidade civil. Assim, mantenho a condenação de danos materiais da r. sentença.

2.3 DOS DANOS MORAIS. A jurisprudência pátria entende que é cabível indenização em danos moraisquando houver inscrição indevida em serviço de proteção ao crédito. Vejamos: AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL.INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRECEDENTES.1. Esta Corte, em casos de inscrição indevida em órgão de proteção ao crédito,tem fixado a indenização por danos morais em valor equivalente a até cinqüentasalários mínimos. Precedentes.2. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE PROVIDO.(AgRg no Ag 872.469/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 04/05/2010, DJe 17/05/2010)

Conforme se verifica em fls. 332 dos autos, realmente houve a inscrição indevidada Apelada no SERASA, o que lhe causou transtornos além de desgastes comfuncionários, que recebiam ligações da TIM para efetuarem pagamento de contasde celular e, por isso, reclamavam com a Apelada.

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Page 115: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Ademais, com a inscrição, houve desrespeito à decisão de fls. 187/188 quedeterminou a abstenção de qualquer inscrição da Apelada em serviço de proteçãoao crédito. Assim, é cabível a indenização por danos morais. No que tange ao quantum indenizatório, não obstante a higidez daresponsabilidade, vejo a necessidade de reduzir o valor dos danos moraisarbitrados pela instância de origem. A medida é, de fato, prudente, sobretudo paraatender aos critérios estabelecidos na jurisprudência, segundo a qual, constatado odano moral, a condenação ao pagamento de indenização deve coibir a prática epunir o ofensor, compensando o ofendido pelos prejuízos suportados, sem queconfigure enriquecimento ilícito. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DECISÃO EXTRA PETITA.INOCORRÊNCIA. PEDIDO GENÉRICO. INDENIZAÇÃO POR DANOSMORAIS. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. REDUÇÃO DO QUANTUMINDENIZATÓRIO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA Nº07/STJ. 1. Decisão extra petita é aquela inaproveitável por conferir à parteprovidência diversa da almejada, como v. g., quando o acórdão confere pedidodiverso ou baseia-se em causa petendi não eleita. 2. O pedido inicial, comomanifestações de vontade, deve ser interpretado à luz do princípio da efetividade eda economia processual, que visam conferir à parte um máximo de resultado comum mínimo de esforço processual. 3. Consectariamente, muito embora a leiprocessual imponha que o pedido seja certo e determinado não obsta que omesmo seja genérico, como, in casu, em que foi requerida a indenização pelosdanos materiais e morais sem definição, initio litis, do quantum debeatur. 4.Hipótese em que o acórdão recorrido concluiu que não restou comprovado nosautos a ocorrência de culpa exclusiva da vítima para fins de exclusão daresponsabilidade civil do Estado. 5. A aferição da ocorrência de culpa exclusiva davítima, nos termos do art. 945, do Código Civil, revela-se indispensável, areapreciação do conjunto probatório existente no processo, o que é vedado emsede de recurso especial em virtude do preceituado na Súmula nº 07, desta Corte:"A pretensão de simples reexame de provas não enseja recurso especial."(Precedentes: REsp 653.074/RJ; Rel. Min. José Delgado, DJ de 17.12.2004; AgRgno Ag 385.693/RS; Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 26.05.2003). 6. Aindenização por dano imaterial, como a dor, a tristeza ou a humilhação sofridaspela vítima, mercê de valores inapreciáveis economicamente, não impede que sefixe um quantum compensatório, com o intuito de suavizar o respectivo dano. 7.O quantum indenizatório devido a título de danos morais deve assegurar a justareparação do prejuízo sem proporcionar enriquecimento sem causa do autor, alémde levar em conta a capacidade econômica do réu, devendo ser arbitrado pelo Juizde maneira que a composição do dano seja proporcional à ofensa, calcada noscritérios da exemplariedade e da solidariedade. 8. O valor da indenização pordanos morais é passível de revisão pelo STJ quando este se configure irrisório ouexorbitante, sem que isso, implique análise de matéria fática (Precedentes: AgRgno Ag 624351/RJ, 4ª Turma, Ministro Relator Jorge Scartezzini, DJU 28.02.2005;REsp 604801/RS, 2ª Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, DJU 07.03.2005;REsp 466969/RN; deste relator, DJ de 05.05.2003; AgREsp 324130, Rel. Min.Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª Turma, DJ de 04.02.2002; REsp 418502/SP;deste Relator, DJ de 30.09.2002; REsp 331279/CE, deste relator, DJ de03.06.2002). 9. In casu, as instâncias ordinárias fixaram a indenização por danomoral, considerando a responsabilidade objetiva do Estado, e com base no laudopericial que atestou a perda de 30% da capacidade laborativa do autor e o nexo decausalidade entre o fato e o dano, no valor R$ 10.000,00 (dez mil reais), a ser pagade uma só vez, além do valor correspondente a 30% (trinta por cento) de seusvencimentos, a ser pago mensalmente, juntamente com seus salários ou proventosde aposentadoria, não se estendendo essa indenização em possível pensão futura,tendo em vista o acidente do trabalho ocorrido em 19.02.1997 quando o autor dademanda, chefe administrativo da Unidade Horto da FEBEM, ao tentar efetuar odesentupimento da rede de esgotos do local, em razão do excessivo mau cheiro,com o auxílio de um extintor de incêndio foi atingido pela mangueira de referidoinstrumento em seu olho direito causando-lhe deformidade física permanente eperda de 90% da visão. 10. A modificação do quantum arbitrado a título de danosmorais somente é admitida, em sede de recurso especial, na hipótese de fixaçãoem valor irrisório ou abusivo, inocorrentes no caso sub judice. 11. Precedentesjurisprudenciais desta Corte: REsp 681482/MG; Rel. Min. José Delgado,Relator(a) p/ Acórdão Min. Luiz Fux, DJ de 30.05.2005; Ag 605927/BA, RelatoraMinistra Denise Arruda, DJ de 04.04.2005; AgRg Ag 641166/RS, RelatoraMinistra Nancy Andrighi, DJ de 07.03.2005; AgRg no Ag 624351/RJ, RelatorMinistro Jorge Scartezzini, DJ de 28.02.2005; REsp 604801/RS, Relatora MinistraEliana Calmon, DJ de 07.03.2005; REsp 530618/MG, Relator Ministro AldirPassarinho Júnior, DJ de 07.03.2005; AgRg no Ag 641222/MG, Relator MinistroFernando Gonçalves, DJ de 07.03.2005 e REsp 603984/MT, Relator MinistroFrancisco Falcão, DJ de 16.11.2004. 12. Recurso especial parcialmente conhecido,porém, improvido. (Recurso Especial nº 693172/MG (2004/0138729-5), 1ªTurma do STJ, Rel. Min. Luiz Fux. j. 23.08.2005, unânime, DJ 12.09.2005).

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.263.156 - RS (2010/0000789-6)RELATOR: MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHAAGRAVANTE: BANCO ITAÚ S/AADVOGADO: PAULO RICARDO MINETTO DA COSTA E OUTRO(S)AGRAVADO: SUPERMERCADO DO GRINGO LTDAADVOGADO: DELCIO PEDRO RABUSKE BACK

DECISÃOTrata-se de agravo de instrumento interposto por BANCO ITAÚ S/A contradecisão que inadmitiu recurso especial com base nos seguintes fundamentos:a) incidência da Súmula n.7/STJ; eb) não cumprimento dos requisitos necessários para a comprovação do alegadodissenso.Alega a parte agravante, em síntese, que o recurso especial atendeu ospressupostos de admissibilidade, razão pela qual requer o seu processamento.É o relatório. Decido.O recurso especial foi interposto contra acórdão que manteve decisãomonocrática assim ementada:"APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PROTESTOINDEVIDO DE TÍTULO. ENDOSSO-MANDATO. LEGITIMIDADEPASSIVA DO BANCO ENDOSSATÁRIO.I. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. ENDOSSO-MANDATO.No caso concreto, muito embora tenha havido a celebração de endosso-mandato,tanto a instituição financeira mandatária quanto a empresa mandante têmlegitimidade para responder, solidariamente, pelo indevido protesto da duplicataemitida. É, que, no caso, a instituição financeira recebeu da empresa credorapedido de sustação de protesto realizado - no entanto, ao que se contata decertidão colacionada aos autos, o cancelamento não foi feito, por desídia do bancoréu.II. MÉRITO. RESPONSABILIDADE CIVIL. A ilicitude de agir dosdemandados consubstancia-se em sua negligência e ausência de cautela aoproceder, no tocante à empresa credora, à negociação dos títulos ora em questão -os quais, como visto, haviam sido equivocadamente emitidos em face do autor -em operação de desconto bancário juntoao primeiro apelante, que não atendeu, por desídida, ao pedido posterior decancelamento do protesto.III. DANO MORAL IN RE IPSA. Os prejuízos advindos do indevido protestode título de crédito emitido sem lastro causal não necessitam de comprovação. Aprova desta modalidade de dano trona-se difícil e, em certos casos, impossível,razão pela qual, conforme orientação desta câmara, dispensa-se a demonstraçãoem juízo do abalo sofrido quando o dano moral afigurar-se in re ipsa.IV. PESSOA JURÍDICA. DANOS MORAIS. A pessoa jurídica é suscetível desofrer ofensa moral, consubstanciada na afronta á sua honra objetiva. Súmula nº227 do Eg. STJ.APELAÇÕES PARCIALMENTE PROVIDAS. UNÂNIME" (fl. 251).Nas razões do especial, alega a parte agravante violação dosseguintes artigos:a) 267, VI, do CPC, ao argumento de que agiu apenas como mandatário, alegandoser parte ilegítima para a causa; eb) 333, I, do CPC, pois a parte recorrida não comprovou a ocorrência de atoilícito;c) 186, 188, 927 e 944 do CC, insurgindo-se contra o valor arbitradoa título de danos morais.Aduz ainda divergência jurisprudencial no que se refere ao quantum indenizatório.Passo, pois, à análise das proposições mencionadas.I - Da ilegitimidade passivaO acórdão recorrido considerou que a ação negligente de ambos os demandadosfoi devidamente demonstrada.Concluir-se de forma diferente demandaria o revolvimento de matéria fática eprobatória, o que é vedado pela Súmula n. 7 do STJ.II - Da existência de danos moraisO posicionamento consignado no acórdão recorrido encontra-se em sintonia coma orientação desta Corte que preleciona que, nos casos de inscrição indevida emcadastro de restrição ao crédito, o dano extrapatrimonial é considerado in re ipsa– ou seja, decorre dos próprios fatos que deram origem à propositura da ação –;de modo que não é necessária prova do prejuízo sofrido pelo autor da demanda.Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: Quarta Turma, REsp n.297.436/RJ, rel. Ministro Hélio Quaglia Barbosa, DJ de 5.2.2007; Quarta Turma,REsp n. 819.192/PR, rel. Ministro Jorge Scartezzini, DJ de 8.5.2006; e QuartaTurma, REsp n. 775.766/PR, rel. Ministro Barros Monteiro, DJ de 20.3.2006.III - Do quantum indenizatórioNo caso em apreço, o Tribunal de origem concluiu pela condenação da parte oraagravante ao pagamento de indenização a título de danos morais no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais).Ainda que o quantum indenizatório fixado na instância ordinária submeta-se aocontrole do Superior Tribunal de Justiça, tal providência somente se faz necessáriana hipótese em que o valor da condenação seja irrisório ou exorbitante,distanciando-se, assim, das finalidades legais e da devida prestação jurisdicionalfrente ao caso concreto.Entendo, pelo que se aufere do contexto fático delineado no voto condutor dojulgado, que a fixação do valor indenizatório operou-se com moderação, namedida em que não concorreu para a geração de enriquecimento indevido davítima, e, da mesma forma, manteve a proporcionalidade da gravidade da ofensaao grau de culpa e ao porte socioeconômico do causador do dano.Assim, uma vez não verificada a excepcionalidade capaz de ensejar revisão peloSTJ, o conhecimento do apelo extremo implicaria reexame de questõesfático-probatórias presentes nos autos, o que, no caso, afigura-se inviável em facedo enunciado da Súmula n. 7 desta Corte.

109 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 116: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

IV - Do dissídio jurisprudencialVerifica-se a impossibilidade de, relativamente aos acórdãos confrontados,estabelecer-se juízo de valor acerca da relevância e semelhança dos pressupostosfáticos inerentes às situações que, ali retratadas, acabaram por determinar aaplicação do direito à espécie.Ocorre que, em se tratando de dano moral, cada caso reveste-se de peculiaridadesque lhes são muito próprias, tais como circunstâncias em que o fato ocorreu,condições do ofensor e do ofendido, além do grau de repercussão do fato noâmbito moral da vítima.Dessa forma, ainda que haja grande semelhança nas características externas eobjetivas, os acórdãos, no aspecto subjetivo, são distintos, tornando incabível aanálise do recurso com base na divergência pretorianaV - ConclusãoAnte o exposto, nego provimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 17 de junho de 2010.MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHARelator(JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 22/06/2010)

De fato, a quantia de R$ 7.000,00 (sete mil reais) afigura-se exagerada para o casodos autos. Assim, considerando as peculiaridades do caso em exame, fixo a indenização nopatamar razoável de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), acrescido de correçãomonetária, a contar da sentença e de juros de mora, contados a partir da citação.

3. DISPOSITIVO.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso interpostopela TIM CELULAR S/A, apenas para fixar a indenização em danos morais nopatamar de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e NEGO PROVIMENTO interpostopor MARCO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, nos termos da fundamentaçãoIntimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 10 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR. Relator

20- Agravo de Instrumento Nº 24119006567VITÓRIA - 3ª VARA CÍVELAGVTE VIX ONE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Advogado(a) JULIANA ARIVABENE GUIMARAESAdvogado(a) KELLEN GIUBERTI LOPESAdvogado(a) RODRIGO ARAUJO FONSECA HOLZAGVTE CYRELA BRAZIL REALTY S/A EMPREENDIMENTOS EPARTICIPACOES Advogado(a) JULIANA ARIVABENE GUIMARAESAdvogado(a) KELLEN GIUBERTI LOPESAdvogado(a) RODRIGO ARAUJO FONSECA HOLZAGVDO MARCOS PEREIRA SANCHES Advogado(a) PAULLIANY DE SOUSAAGVDO CLAUDIA REGINA CUGINI SANCHES Advogado(a) PAULLIANY DE SOUSARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119006567

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: VIX ONE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDACYRELA BRAZIL REALITY S/A EMPREENDIMENTOS EPARTICIPAÇÕESADVOGADO: JULIANA ARIVABENE GUIMARÃESRECORRIDO: MARCOS PEREIRA SANCHES E OUTRAADVOGADO: PAULLIANY DE SOUSAMAGISTRADO: JAIME FERREIRA ABREUNº PROC. ORIG.: 024.110.125.168

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.COGNIÇÃO SUMÁRIA. PRESSUPOSTOS. LAUDÊMIO. PAGAMENTO.RESPONSABILIDADE. PREVISÃO CONTRATUAL. REGULARIDADE.APLICAÇÃO. REAJUSTE DO SALDO DEVEDOR. ÍNDICES.NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO. 1. A cognição sumária recursal ocupa-se apenas da aferição da verossimilhança dasalegações e do perigo de dano irreparável. 2. A necessidade de dilação probatória torna inviável a pretensão recursalveiculada em Agravo de Instrumento. 3. É admissível a cláusula limitativa em contrato de adesão firmado peloconsumidor, desde que permita a fácil compreensão da restrição, anteriormente àcelebração da avença e extreme de dúvida. Precedentes.

4. Com base em cognição sumária típica do Agravo de Instrumento, admite-se atransferência da responsabilidade pelo pagamento do laudêmio aos compradoresde imóvel ocupado, consoante cláusula expressa no contrato celebrado entre aspartes. 5. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

As empresas VIX ONE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA eCYRELA BRAZIL REALITY S/A EMPREENDIMENTOS EPARTICIPAÇÕES interpuseram Agravo de Instrumento por inconformadascom a r. decisão interlocutória de 1º grau que deferiu a tutela antecipada requeridapelos ora Agravados e determinou: (i) a entrega das chaves da unidade imobiliáriaobjeto do contrato firmado entre as partes, no prazo de 48 (quarenta e oito)horas; (ii) a suspensão da cobrança do laudêmio dos Autores; (iii) a suspensão doreajuste do saldo devedor; (iv) a realização do pagamento do laudêmio pelaSuplicada.Aduziram, em síntese: (i) a previsão contratual de responsabilidade dos Agravadospelo pagamento do laudêmio; (ii) a regularidade dos índices aplicáveis ao rejuastedo saldo devedor; (iii) a necessidade de afastamento da multa diária cominada pelojuízo, em razão do cumprimento da decisão ou, eventualmente, pugnaram pelaredução do montante. Pelo exposto, requereram o provimento do recurso com areforma do julgado de origem.Decisão interlocutória de fls. 462/464, na qual foi apenas suspensa a determinaçãodo pagamento do laudêmio por parte das Agravantes e deferido o depósitopretendido pelos Autores. Informações prestadas pelo juízo de 1º grau às fls. 469/470.Contrarrazões pela reconsideração da decisão interlocutória quanto ao depósito daparcela controvertida e, no mérito, pelo desprovimento do recurso.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária. Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Feita essa admoestação, passo a julgar o presente recurso.Pois bem.A par das considerações expendidas pelas partes, na decisão interlocutóriaproferida anteriormente destaquei os seguintes aspectos, verbis:

Com os limites de uma cognição sumária típica das tutelas de urgência, vejo anecessidade de adequar, em parte, a r. decisão objurgada, especificamente emrelação ao capítulo que trata da responsabilidade pelo pagamento do laudêmio.Em verdade, as cláusulas “VIII-1.1” e “XVI-3” da escritura pública de promessade compra e venda firmada entre as partes previa, expressamente, aresponsabilidade dos cessionários, ora Recorridos, pela quitação do respectivovalor do laudêmio incidente sobre a fração imobiliária adquirida pelos mesmos.Confira-se, verbis:

VIII-1.1- Para que haja a anuência do (a,s) PROMITENTE(S) CEDENTE(S) noinstrumento de cassão, deverá ser exibida pelo(a,s) PROMITENTE(S)CESSIONÁRIO(A,S), no ato da anuência, ao(à,s) PROMITENTE(S)CEDENTE(S) as guias de recolhimento do ITBI e laudêmio incidente sobre acessão.

XVI-3- O pagamento de todas as despesas decorrentes da Escrituta supramencionada, inclusive emolumentos notoriais e de registro de imóveis, o ITBI(Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) e o laudêmio serão de exclusivaresponsabilidade do(a,s) PROMITENTE(S) CESSIONÁRIO(A,S).

De fato, a despeito de o Decreto-Lei nº 2.398/87 (regulamentado pelo Decreto95.769/88) dispor que o alienante, foreiro ou ocupante, deverá comprovar orecolhimento do laudêmio para efetuar a transferência do bem, inexiste noordenamento jurídico qualquer vedação legal acerca da possibilidade de disposiçãocontratual de forma diversa, nos moldes estabelecidos na avença em análise. Aocontrário!A experiência comum demonstra que, efetivamente, nos contratos de compra evenda relativos a terrenos de marinha, a responsabilidade pelo pagamento detodas as despesas decorrentes da tradição do imóvel recai sobre o comprador,donde se incluem o pagamento do referido laudêmio.Logo, por ora, não vejo como alterar a referida previsão contratual, da qualtiveram plena ciência os Agravados desde a pactuação.Em sequência, no que diz respeito ao reajuste do saldo devedor a ser financiadopelos cessionários Recorridos, alinho-me por ora à fundamentação exposta nadecisão interlocutória objeto do presente recurso. Ressalto, somente, anecessidade de depósito da parcela controvertida, medida que, inclusive, forarequerida pelos próprios Demandantes, quedando-se inerte o MM. Magistradoacerca da pretensão.

110 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 117: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Com isso, considerando que a controvérsia depende de instrução probatória, emespecial para identificar os índices de atualização utilizados pelas empresas, odepósito judicial permitirá a garantia de reversibilidade da medida, resguardandoos direitos de ambas as partes.Em face do exposto, DEFIRO em parte a tutela de urgência requerida pelasAgravantes, para SUSPENDER a determinação de pagamento do laudêmio pelasDemandadas e, ainda, para deferir o depósito judicial da parcela controvertida nosautos, nos termos designados na petição inicial.

Permaneço convencido das constatações supramencionadas, haja vista a ausênciade argumentos que implicassem modificação da conclusão inicial. De fato, aindaque se trate de cláusula limitativa do direito do consumidor, consta do contratoprevisão clara, expressa e destacada acerca da responsabilidade pelo pagamento dareferida exação, o que impede, por ora, a declaração de nulidade da previsãocontratual. Nesse sentido, destaco:AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.262.889 - RJ (2009/0247941-1)RELATOR: MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR AGRAVANTE:MARIA FERNANDA SOEIRO ALVARENGA ADVOGADO: RACHELLOUISE BRAGA DELMÁS E OUTRO(S) AGRAVADO: LANCEEMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A ADVOGADO:RAPHAEL MONTENEGRO E OUTRO(S) DECISÃOVistos.Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão denegatória deseguimento de recurso especial, o qual impugna acórdão do colendo Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro, assim ementado (fl. 38):"CONTRATO DE ADESÃO. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DEARBITRAGEM. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL.RELAÇÃO DE CONSUMO. ABUSIVIDADE. DECISÃO QUE ACOLHEUPRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DEVE SER ANULADA.APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA. LAUDÊMIO DEVIDOPELA COMPRADORA E COBRANÇA DE TAXA DE LIGAÇÕESDEFINITIVAS DO IMÓVEL. IMPROCEDÊNCIADO PEDIDO. Incidência de Cláusula de arbitragem em contrato deadesão em relação de consumo é previsão nula, por força do incisoVII do artigo 51, VII do CDC. Reforma parcial da sentença. Recursoque se dá parcial provimento."Sobre a tese de isenção de juros, incidentes as Súmulas n. 282 e 356do E. STF por ausência de prequestionamento.Com relação à tese de abusividade de cláusulas contratuais que estipularam opagamento do laudêmio ao comprador de imóvel, bem como das despesas deligações definitivas do empreendimento, não há como adentrar na seara dasnegociações comerciais, para medir o impacto econômico das obrigaçõesassumidas e o seu reflexo no preço avençado. Tal se daria com reexame doconjunto probatório bem como na revisão de cláusulas contratuais, já efetivadosna instância ordinária, com óbice nos verbetes 5 e 7 da Súmula do STJ. Ante o exposto, nego provimento ao agravo (art. 34, VII, do RISTJ).Publique-se.Brasília (DF), 18 de março de 2010.MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Relator(Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 24/03/2010)

RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE SEGURO DEVIDA. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. EMBRIAGUEZ. CLÁUSULALIMITATIVA DE COBERTURA DA QUAL NÃO FOI DADO OPERFEITO CONHECIMENTO AO SEGURADO. ABUSIVIDADE.INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 54, § 4º DO CÓDIGO DE DEFESA DOCONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. Por se tratar de relação de consumo, a eventual limitação de direito do seguradodeve constar, de forma clara e com destaque, nos moldes do art. 54, § 4º doCODECON e, obviamente, ser entregue ao consumidor no ato da contratação,não sendo admitida a entrega posterior.2. No caso concreto, surge incontroverso que o documento que integra o contratode seguro de vida não foi apresentado por ocasião da contratação, além do que acláusula restritiva constou tão somente do "manual do segurado", enviado após aassinatura da proposta.Portanto, configurada a violação ao artigo 54, § 4º do CDC.3. Nos termos do artigo 46 do Código de Defesa do Consumidor:"Os contratosque regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhesfor dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se osrespectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão deseu sentido e alcance".4. Deve ser afastada a multa aplicada com apoio no artigo 538, parágrafo único doCPC, pois não são protelatórios os embargos de declaração opostos com fins deprequestionamento.5. Recurso especial provido.(REsp 1219406/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 18/02/2011)

CONSUMIDOR. SEGURO EMPRESARIAL CONTRA ROUBO E FURTOCONTRATADO POR PESSOA JURÍDICA. MICROEMPRESA QUE SE

ENQUADRA NO CONCEITO DE CONSUMIDOR. CLÁUSULALIMITATIVA QUE RESTRINGE A COBERTURA A FURTOQUALIFICADO. REPRODUÇÃO DA LETRA DA LEI. INFORMAÇÃOPRECÁRIA. INCIDÊNCIA DO ART. 54, § 4º, DO CDC.1. O art. 2º do Código de Defesa do Consumidor abarca expressamente apossibilidade de as pessoas jurídicas figurarem como consumidores, sendorelevante saber se a pessoa, física ou jurídica, é "destinatária final" do produto ouserviço. Nesse passo, somente se desnatura a relação consumerista se o bem ouserviço passa a integrar uma cadeia produtiva do adquirente, ou seja, posto arevenda ou transformado por meio de beneficiamento ou montagem.2. É consumidor a microempresa que celebra contrato de seguro com escopo deproteção do patrimônio próprio contra roubo e furto, ocupando, assim, posiçãojurídica de destinatária final do serviço oferecido pelo fornecedor.3. Os arts. 6º, inciso III, e 54, § 4º, do CDC, estabelecem que é direito doconsumidor a informação plena do objeto do contrato, garantindo-lhe, ademais,não somente uma clareza física das cláusulas limitativas - o que é atingido pelosimples destaque destas -, mas, sobretudo, clareza semântica, um significadounívoco dessas cláusulas, que deverão estar infensas a duplo sentido.4. O esclarecimento contido no contrato acerca da abrangência da coberturasecuritária que reproduz, em essência, a letra do art. 155 do Código Penal, àevidência, não satisfaz o comando normativo segundo o qual as cláusulaslimitadoras devem ser claras, por óbvio, aos olhos dos seus destinatários, osconsumidores, cuja hipossuficiência informacional é pressuposto do seuenquadramento como tal.5. Mostra-se inoperante a cláusula contratual que, a pretexto de informar oconsumidor sobre as limitações da cobertura securitária, somente o remete para aletra da Lei acerca da tipicidade do furto qualificado, cuja interpretação, ademais, épor vezes controvertida até mesmo no âmbito dos Tribunais e da doutrinacriminalista.6. Recurso especial não conhecido.(REsp 814.060/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 06/04/2010, DJe 13/04/2010)

Nessa linha, ratifico o posicionamento inicial. E, da mesma forma, quanto aos demais questionamentos recursais, não vejocomo modificar a decisão anterior. Em verdade, a análise do reajuste do saldodevedor a ser financiado pelos Recorrido depende, inexoravelmente, de dilaçãoprobatória, o que impede a apreciação da pretensão em sede liminar e, muitomenos, em julgamento de Agravo de Instrumento.Em vista disso, foi permitido o depósito pretendido pelos Autores junto à inicialda demanda, sobretudo como forma de garantia da reversibilidade da decisão, nostermos consignados anteriormente. Não vislumbro qualquer prejuízo aosRecorrentes quanto a essa determinação, já que preserva o resultado útil doprocesso, nem aos Agravados, aos quais foi assegurada a pretensão de garantia dojuízo exposta na exordial. Assim, a r. decisão de 1º grau somente deve ser modificada no que concerne àresponsabilidade pelo pagamento do laudêmio mantendo-se, outrossim,irretocáveis os demais capítulos do julgado vergastado.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, parareformar em parte a r. decisão interlocutória a quo e indeferir o pedido liminar desuspensão das cláusulas contratuais que atribuem aos Autores, ora Agravados, aresponsabilidade pelo pagamento do laudêmio, assim como para autorizar odepósito requerido pelos mesmos na inicial, nos termos da fundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

21- Agravo de Instrumento Nº 48119001195SERRA - 3ª VARA CÍVELAGVTE AGUIAR LOCAÇOES DE MAQUINAS E CAMINHOES LTDA ME

Advogado(a) PAULO OSCAR NEVES MACHADOAGVDO BANCO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO S/A BANESTES Advogado(a) SERGIO BERNARDO CORDEIRORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 048119001195

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: AGUIAR LOCAÇÕES DE MAQUINAS E CAMINHÕES LTDAADVOGADO: PAULO OSCAR NEVES MACHADORECORRIDO: BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: SERGIO BERNARDO CORDEIROMAGISTRADO: CLAUDIO ERNESTO SOUZA ALVESPROC. ORIGINÁRIO: 04810021076

111 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 118: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃODE BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA.CONSTITUIÇÃO DO DEVEDOR EM MORA. PROTESTO.OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE.ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SIMPLES ALEGAÇÃO.DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA. INOCORRÊNCIA. RECURSODESPROVIDO.1. A simples alegação de de que o contrato firmado entre as partes contemplairregularidades não é suficiente para afastar a mora do devedor.2. É cabível a concessão da liminar de busca e apreensão de bem alienadofiduciariamente, quando comprovada a constituição em mora do devedor, pormeio da notificação judicial ou do protesto do título realizada com observância doprincípio da territorialidade. Precedentes do STJ.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

A Agravante AGUIAR LOCAÇÕES DE MAQUINAS E CAMINHÕES LTDAalegou, em síntese, que o contrato de alienação fiduciária em garantia firmadoentre as partescontempla diversas ilegalidades, o que implica a descaracterizaçãoda mora.Pleiteou, liminarmente, a suspensão dos efeitos da decisão agravada, que deferiu aliminar de busca e apreensão do veículo objeto do contrato em referência,requerendo, ao final, a sua reforma.Na interlocutória de fls. 74/75, recebi o recurso apenas no efeito devolutivo.Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.O Órgão Ministerial afirmou inexistir interesse que justifique a intervenção doParquet no feito.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária.Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.A cognição exauriente somente será prestada no julgamento da ação, após ocontraditório sobre as provas produzidas. Feita essa admoestação, passo a julgar opresente recurso.A controvérsia consiste em verificar se a simples alegação de ilegalidade nacobrança das parcelas relativas ao contrato de alienação fiduciária firmado entre aspartes descaracteriza a mora do devedor, impedindo, em consequência, odeferimento da liminar de busca e apreensão do veículo obejto do mesmo.Pois bem.Na decisão interlocutória proferida anteriormente, obtemperei os seguintesargumentos acerca da matéria, verbis:

“ O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento acerca do cabimentoda concessão da liminar de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente,quando comprovada a constituição em mora do devedor, por meio da notificaçãojudicial ou do protesto do título. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BUSCA EAPREENSÃO. VENCIMENTO DO PRAZO. CARACTERIZAÇÃO DAMORA. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. OCORRÊNCIA. AGRAVOREGIMENTAL NÃO PROVIDO. APLICAÇÃO DE MULTA.1. Constituído em mora o devedor, seja por meio de notificação extrajudicial ouprotesto de título, é de rigor a concessão da liminar na ação de busca e apreensãodo bem alienado fiduciariamente.2. Agravo regimental não-provido.(AgRg no REsp 752.529/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,QUARTA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 23/03/2011)No caso, extrai-se dos autos, que a ora Agravante foi constituída em mora atravésdo protesto por falta de pagamento comprovado nos autos (fls. 50/51 e 55/56).Nesse contexto, a mera alegação de que o contrato firmado entre as partescontempla irregularidades não é suficiente para afastar a mora do devedor.Assim, com base em uma cognição sumária, típica da análise preliminar do agravode instrumento, não vislumbro a verossimilhança da alegação exigida para aconcessão da tutela de urgência.Ante o exposto, RECEBO o recurso apenas no efeito devolutivo.”

Mantenho o entendimento adotado na ocasião por não haver nos autos qualquerelemento novo capaz de conduzir à sua alteração.Registro, por oportuno, que a constituição do devedor em mora observou oPrincípio da Territorialidade. O protesto realizado com esta finalidade foiefetivado pelo Cartório do 1º Ofício 2ª Zona da Serra, local do domicílio daAgravante.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 10 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

22- Agravo de Instrumento Nº 24119004968VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DEBORA FERNANDES DE SOUZA MELOAGVDO MARCOS PAULO SOARES Advogado(a) ALEXANDRE SPADETO FIRMINORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024119004968

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: DEBORA FERNANDES DE SOUZA MELORECORRIDO: MARCOS PAULO SOARESADVOGADO: ALEXANDRE SPADETO FIRMINOMAGISTRADO: MARIA JOVITA F. R. CISCOTTOPROC. ORIGINÁRIO: 024.10.023908-6

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSOPÚBLICO. AVALIAÇÃO PSICOSSOMÁTICA. RECURSO PROVIDO.1. A divulgação prévia dos critérios de avaliação psicossomática corresponderia àdivulgação do gabarito, pois permitiria aos candidatos adaptar suas respostas àsqualidades psíquicas prezadas pela organização do certame, privando-as deespontaneidade e subtraindo ao teste, assim, toda e qualquer eficácia seletora.2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO

O Estado Agravante alegou, em síntese, que: (i) a legalidade do examepsicossomático; e (ii) a impossibilidade de divulgação dos critérios que serãoconsiderados na avaliação psicológica, sob pena de inviabilizar a execução dostestes.Requereu, liminarmente, a suspensão dos efeitos da decisão agravada, pleiteando,ao final, o provimento do recurso com a reforma da decisão agravada.O recurso foi recebido em seus efeitos devolutivo e suspensivo.Os Agravados apresentaram contrarrazões pugnando pelo desprovimento dorecurso, para manter a decisão agravada.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária.Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.A cognição exauriente somente será prestada no julgamento da ação, após ocontraditório sobre as provas produzidas. Feita essa admoestação, passo a julgar opresente recurso.A controvérsia consiste na análise do exame psicotécnico aplicado no concursopúblico realizado para o provimento de cargos de Soldado Bombeiro Militar.Pois bem.Na decisão interlocutória proferida anteriormente, suspendi o a decisão agravada,com base na seguinte argumentação, verbis:

“Extrai-se do documento de fls. 66, que a Junta Militar de Saúde da PMESconsiderou o Impetrante, ora Agravado, inapto para o concurso, pois o examepisicotécnico do mesmo é considerado desaconselhável segundo os parâmetrosfixados no edital do certame.Nos termos do edital nº 01/CFSd - CBMES, de 20.12.2007 (fls. 30/65), o examepsicotécnico, de caráter eliminatório, visa a avaliar se o candidato possui o perfiladequado ao exercício das atividades inerentes à carreira de Soldado BombeiroMilitar.Na Seção III, estabeleceu as condições incapacitantes, nos seguintes termos:“Art. 3º São condições clínicas, sinais ou sintomas que incapacitam:(...)§ 16. Doeças PsiquiátricasAvaliar cuidadosamente a história, para detectar:

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- transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substânciapsicoativas;- esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes;- transtornos de humor;- transtornos neuróticos;- transtornos de personalidade e de comportamento;- retardo mental; e- outros transtornos mentais.Deverão ser observadas as descrições clínicas e diretrizes diagnósticas daclassificação de transtornos mentais e de comportamento da 10ª Revisão daClassificação Internacional de Doenças da OMS (CID - 10).”

Assim, com base em uma análise preliminar do trecho do edital anteriormentetranscrito, não é possível afirmar que a avaliação psicossomática em questão foisubjetiva e que carece de motivação o Parecer da Junta Militar de Saúde da PMESque considerou o candidato inapto para o concurso.Ademais, não é necessário estabelecer no edital os tipos de testes a ser realizados.Nesse sentido, transcrevo trecho da decisão monocrática nº. 24089002786, delavra do Des. Maurílio de Abreu Almeida:

Tendo em vista tais considerações, e levando-se em conta o princípio darazoabilidade e à guisa de critérios objetivos e transparentes no afazeradministrativo, é forçoso concluir que a avaliação psicológica, em sede deconcursos públicos, deve procurar aferir apenas as situações de manifestaincompatibilidade da estrutura psicológica dos candidatos em relação ao perfiltraçado para o cargo disputado no certame.Com efeito, tal exame não tem o escopo de testar conhecimentos doconcursando, mas apenas examinar aspectos psicológicos do candidato,ainda, que superficialmente, visante à aptidão para o desempenho do cargo.Sob esse aspecto não viola a objetividade e legitimidade do psicotécnico anão-divulgação do perfil profissiográfico no edital do concurso público uma vezque, entendimento contrário, poderia frustrar a própria finalidade para a qual sepredestina. Realmente, se o escopo perseguido pela avaliação psicológica consiste naeliminação do certame de pessoas dotadas de características manifestamenteincompatíveis com o exercício de determinadas atribuições públicas, a divulgaçãoprévia do perfil profissiográfico almejado para os cargos e empregos, objetos daseleção, poderia sugerir aos candidatos a adoção de comportamentos induzidos edirecionados para adequação de sua conduta aos parâmetros adrede estabelecidospela equipe de psicólogos. A respeito do tema, vejam-se as lúcidas observações dos ilustres especialistas LuizPasquali, Cristiani Faiad de Moura e Tatiana Severino de Vasconcelos,profissionais vinculados ao Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida daUniversidade de Brasília (LabPAM/UnB), verbis:

¿O perfil não costuma ser divulgado no Edital como forma de evitar que oscandidatos de concursos públicos não sejam influenciados no momento daavaliação psicológica, procurando dar resposta que julguem ser a mais adequada.Ou seja, se soubessem previamente que as exigências abrangem uma doseadequada de agressividade, extroversão ou assistência ao próximo poderiamenviesar suas respostas para se adequarem ao perfil, porém, quando fossem atuarno cargo não conseguiriam apresentar tal padrão de comportamento¿. Dessaforma, é impossível, no caso em análise, se falar em ¿explicar, previamente, oscritérios objetivos a serem utilizados na avaliação psicotécnica¿ (fls. 79 da decisãoa quo), e muito menos em ¿utilização de critérios subjetivos¿ como se defende oimpetrante, mormente pela própria natureza do teste em comento, sob pena de¿mascarar¿ a sua finalidade.

Com efeito, para o exercício de determinadas funções públicas exigese dosrespectivos profissionais um mínimo de preparação emocional e aptidãopsicológica, diante do grau acentuado de responsabilidade exigido para o seuexercício, da natureza arriscada de suas funções, das características dos locais detrabalho e da probabilidade que tais fatores apresentam no que concerne áinfluência negativa na esfera psíquica dos agentes públicos, comprometendo-se,sobremaneira, a imagem do Poder Público e colocando em risco a coletividade.Sobre a utilização de critérios objetivos no referido certame, verificase que oconcurso está sendo realizado pelo CESPE - Centro de Seleção e de Promoção deEventos Universidade de Brasília, conceituada Instituição pública sem finslucrativos, cujas atividades científicas estão voltadas à criação, à realização, àmanutenção e ao desenvolvimento das atividades de ensino (transmissão deconhecimentos), de pesquisa (produção de novos conhecimentos) e de extensão(prestação de serviços à comunidade). Referência nacional na realização deConcursos Públicos .

De fato, a cientificidade do exame e a possibilidade de sua revisibilidade deverãoser avaliadas posteriormente com a dilação probatória, pois, com fulcro apenas noedital, não é possível aferir, nem ao menos em tese, a existência de subjetividadeno certame.Quanto à recorribilidade dos resultados dos exames médicos, o edital do certame,em seu artigo 12, prevê expressamente o cabimento de recursos, o prazo e aforma de interposição.

Assim, em cognição sumária, típica de análise preliminar de agravo deinstrumento, vislumbro a verossimilhança das alegações, bem como o perigo delesão grave ou de difícil reparação exigidos para a concessão da tutela de urgência.Em face do exposto, RECEBO o recurso no efeito suspensivo e devolutivo.”

Mantenho o posicionamento firmado na oportunidade. Explico.Para fixar os critérios de validade da avaliação psicológica em concurso público,destaco a jurisprudência do STF que, em decisão monocrática, inclusive, jádecidiu:

DECISÃO: Vistos, etc. Trata-se de recurso extraordinário, com fundamento naletra “a” do inciso III do art. 102, da Constituição Federal, contra acórdão doTribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Acórdão cuja ementa ficou assimredigida (fls. 207):“CONSTITUCIONAL/ADMINISTRATIVO/PROCESSUAL CIVIL -CONCURSO PÚBLICO PARA CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇAPÚBLICA DA POLÍCIA MILITAR ESTADUAL (CTPS/2002) -INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 39, DA C.E./89; 5º, III, 'A', 5, EPARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI ESTADUAL Nº 5301/69 (REDAÇÃODADA PELA LC Nº 50/98) - PREVISÃO EDITALÍCIA DE FASE DEEXAMES PSICOLÓGICOS: AMPARO LEGAL, RECORRIBILIDADE EOBJETIVIDADE - PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DOCONTRADITÓRIO OBSERVADOS - PEDIDO JULGADOPROCEDENTE, ASSEGURANDO-SE A MATRÍCULA DO CANDIDATOREPROVADO - SENTENÇA REFORMADA, NO REEXAMENECESSÁRIO, PREJUDICADO O RECURSO. 1. Inexiste direito de candidatoreprovado na fase de exames psicológicos de prosseguir no concurso público,matriculando-se no Curso Técnico em Segurança Pública da Polícia Militarpretendido (CTPS/2002), não se vislumbrando ilegalidade ou arbitrariedade noato de eliminação do certame, eis que a previsão editalícia de tais testes,objetivamente aplicados, encontra amparo na legislação, dispondo-se, ademais,sobre a possibilidade de recurso contra o resultado desfavorável, com o queassegurados os princípios da ampla defesa e do contraditório. 2. Sentençareformada, no reexame necessário, prejudicado o recurso.” 2. Pois bem, a parterecorrente sustenta violação ao disposto no inciso II do artigo 5º; bem como aocaput e ao inciso II do artigo 37, todos da Constituição Republicana. 3. A seuturno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra doSubprocurador-Geral Roberto Monteiro Gurgel Santos, opinou pelo nãoconhecimento do apelo extremo. 4. Tenho que o recurso não merece acolhida. Éque o aresto impugnado afina com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,no sentido de que não se pode afastar a exigência do exame psicotécnico quando:a) previsto em lei (RE 294.633-AgR, sob a relatoria do ministro Carlos Velloso; eAI 510.524, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes); b) baseado em critériosobjetivos (RE 243.926, sob a relatoria do ministro Moreira Alves); c) viabilizada arecorribilidade de seus resultados (AI 265.933-AgR, sob a relatoria do ministroSepúlveda Pertence; AI 467.616-AgR, sob a relatoria do ministro Celso de Mello;e RE 326.349-AgR, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes). Com estas brevesconsiderações, nego seguimento ao recurso. O que faço com lastro no caput doart. 557 do CPC e no § 1º do art. 21 do RI/STF. Publique-se. Brasília, 21 defevereiro de 2008. Ministro CARLOS AYRES BRITTO Relator (RE569242/MG, Relator: Min. CARLOS BRITTO, Julgamento: 21/02/2008,DJe-038 DIVULG 03/03/2008 PUBLIC 04/03/2008).

Assim, podemos constatar que a avaliação psicológica somente pode ter carátereliminatório em concurso público se: (i) houver previsão legal; (ii) fundar-se emcritérios objetivos; e (iii) viabilizar a recorribilidade de seus resultados.No que tange à previsão legal para a exigência do exame psicológico, o artigo 1ºda Lei Estadual nº 6.184/00, cuja redação foi alterada pela Lei nº 6.839/01, dispõeque:

“Art. 1º Durante a realização de concurso público com o objetivo de ingresso nosquadros das Polícias Militar e Civil, bem como do Corpo de Bombeiros Militar,será obrigatória a submissão do candidato a uma avaliação psicossomática”.

No caso em julgamento, conforme registrei na interlocutória a seu tempoprolatada, o edital nº 01/CFSd - CBMES, de 20.12.2007 (fls. 30/65), que rege oconcurso público em exame, previu expressamente a realização de examepsicotécnico, de caráter eliminatório, com o objetivo de avaliar se o candidatopossui o perfil adequado ao exercício das atividades inerentes à carreira deSoldado Bombeiro Militar.O edital em referência indicou expressamente as condições clínicas, sinais ousintomas que dever ser avaliados especificamente quanto às doenças psiquiátricas.Nesse contexto, diante da análise do edital regulador do certame, não é possívelaferir qualquer ilegalidade, tampouco a existência de subjetividade na realização daavaliação psicossomática que eliminou o candidato Agravado. Em verdade, acientificidade do exame e a possibilidade de sua revisibilidade deverão seravaliadas após dilação probatória.Ademais, a divulgação prévia dos critérios de avaliação corresponderia àdivulgação do gabarito, pois permitiria aos candidatos adaptar suas respostas às

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qualidades psíquicas prezadas pela organização do certame, privando-as deespontaneidade e subtraindo ao teste, assim, toda e qualquer eficácia seletora.Nessa linha, invoco os argumentos de Márcio Barbosa Maia e Ronaldo Pinheirode Queiroz, in verbis:“[...] não viola a objetividade e a legitimidade do psicotécnico a não-divulgação doperfil profissiográfico no edital do concurso público, uma vez que, entendimentocontrário, poderia frustrar a própria finalidade para a qual se predestina talavaliação.

Realmente, se o escopo perseguido pela avaliação psicológica consiste naeliminação do certame de pessoas dotadas de características manifestamenteincompatíveis com o exercício de determinadas atribuições públicas, a divulgaçãoprévia do perfil psicográfico almejado para os cargos e empregos objetos daseleção poderia sugerir aos candidatos a adoção de comportamentos induzidos edirecionados para a adequação de sua conduta aos parâmetros adredeestabelecidos pela equipe de psicólogos.A respeito do tema, vejam-se as lúcidas observações dos ilustres especialistas LuizPasquali, Cristiane Faiad de Moura e Tatiana Severino de Vasconcelos,profissionais vinculados ao Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida daUniversidade de Brasília (LabPAM/UnB), verbis:

“O perfil não costuma ser divulgado em edital como forma de evitar que oscandidatos de concursos públicos não sejam influenciados no momento daavaliação psicológica, procurando dar uma resposta que eles julguem ser a maisadequada. Ou seja, se soubessem previamente que as exigências abrangem umadose adequada de agressividade, extroversão ou assistência ao próximo poderiamenviesar suas respostas para se adequarem ao perfil, porém, quando fossem atuarno cargo não conseguiriam apresentar tal padrão de comportamento”. (MAIA,Márcio Barbosa; QUEIROZ, Ronaldo Pinheiro de. O regime jurídico doconcurso público e o seu controle jurisdicional. São Paulo: Saraiva. 2007. pp.126-127)

Se, por um lado, a divulgação prévia do perfil profissiográfico desejado para ocargo trairia a própria finalidade do teste; por outro, o controle da legalidade, daimpessoalidade e da objetividade dos resultados divulgados não pode sersuprimido, devendo a Administração Pública divulgar, a posteriori, os critériosque orientaram a aprovação/reprovação dos candidatos.Nesse contexto, em sede de cognição sumária, típica de análise de agravo deinstrumento, a decisão agravada merece ser reformada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.decisão de primeiro grau, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória (ES), 15 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

23- Agravo de Instrumento Nº 24119004141VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DEBORA FERNANDES DE SOUZA MELOAGVDO PEDRO FELICIANO DE LIMA Advogado(a) DAVID FELICIANO DE LIMARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119004141

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADORA DÉBORA FERNANDES DE SOUZAMELORECORRIDO: PEDRO FELICIANO DE LIMAADVOGADO: DAVI FELICIANO DE LIMAMAGISTRADO: ADEMAR J. BERMOND

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.TEMPESTIVIDADE. INTERESSE RECURSAL. RECONHECIMENTO.VALOR DA CAUSA. IMPUGNAÇÃO. MERA ESTIMATIVA.POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE PRETENSÃO DE CUNHOECONÔMICO. RECURSO DESPROVIDO. 1. É tempestivo o Agravo de Instrumento interposto no prazo previsto no art.522 c/c art. 188, CPC. 2. Persiste o interesse recursal no julgamento do Agravo de Instrumento mesmocom a prolação de sentença, quando o objeto do recurso disser respeito a matériaafeta, inclusive, ao cumprimento do julgamento realizado em cognição exauriente.

3. O valor atribuído à causa deve corresponder ao proveito econômico pretendidocom a tutela jurisdicional, quando exista benefício de cunho patrimonial.Precedentes. 4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Agravo de Instrumento por inconformadocom a r. decisão interlocutória de 1º grau que julgou improcedente o incidente deimpugnação ao valor da causa instaurado pelo ente federativo. Aduziu, em síntese, a necessidade de adequação do valor atribuído à causa peloora Agravante ao seu equivalente proveito econômico, na forma do art. 260, CPC.Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado. Contrarrazões pela inadmissibilidade do recurso em razão da intempestividade oufalta de interesse recursal e, quanto ao mérito, pela manutenção da decisão deorigem. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.2.1. TEMPESTIVIDADE.

Em contrarrazões recursais, o Agravado aduziu a intempestividade do recurso,considerando a data constante da certidão de intimação juntada aos autos. Não obstante, em que pese ao brilho da argumentação do patrono do Recorrido,não vejo como acolher a referida preliminar. Explico. Apesar de a certidão de fls. 256-verso apresentar intimação do Estado acerca da r.decisão objeto do presente recurso datada de 24.2.2010, em consulta ao Diário deJustiça do dia 24.2.2011, verifiquei a publicação da referida intimação. Assim,notável o erro material constante da certidão juntada aos autos, o qual não podeimplicar prejuízo à parte. Dessa forma, considerando a data da efetiva publicação da intimação (24.2.2011) ea data da interposição do recurso (15.3.2011), é possível aferir a tempestividade dapeça recursal. Logo, REJEITO a preliminar.

2.2. INTERESSE RECURSAL.

Na sequência, o Agravada suscitou a falta de interesse recursal do Estado emrazão da prolação de sentença no processo principal. Ocorre que, da mesma forma, não há como prosperar a referida alegação. Emverdade, a despeito da prolação de sentença pelo juízo de origem, persistenotoriamente o interesse no processamento do presente recurso, sobretudoporque o Estado foi vencedor da demanda e o Recorrido condenado aopagamento de custas remanescentes, cuja apuração depende necessariamente dojulgamento deste Agravo de Instrumento. Dessarte, REJEITO a alegação e passo ao exame do mérito recursal.

2.3. MÉRITO RECURSAL. VALOR DA CAUSA.

A controvérsia consiste na identificação do valor da causa proposta pelo oraRecorrido. Trata-se, pois, de ação ordinária na qual o Autor pretende a declaraçãode inconstitucionalidade de legislação estadual, com a manutenção do mesmo naclasse e no nível que ocupava enquanto servidor público antes do advento dodiploma legal impugnado.Pois bem. O Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado nosentido de que o valor atribuído à causa deve corresponder ao proveitoeconômico pretendido com a tutela jurisdicional, quando exista benefício decunho patrimonial. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃODECLARATÓRIA. VALOR DA CAUSA. EQUIVALÊNCIA COM O VALORECONÔMICO PRETENDIDO. SÚMULA 83/STJ.1. O valor da causa deve guardar pertinência com o benefício econômicopretendido, inclusive em ações de natureza meramente declaratória. Incidência daSúmula 83/STJ.2. O agravante não trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentosque alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a negativa do provimento aoagravo regimental.2. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no Ag 707.075/MG, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA,julgado em 19/05/2009, DJe 08/06/2009)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.AÇÃO DE INTERDITO POSSESSÓRIO. ART. 535, II, DO CPC.AUSÊNCIA DE OFENSA.VALOR DA CAUSA. BENEFÍCIO PATRIMONIAL PRETENDIDO.SÚMULA N. 83 DO STJ. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA .

114 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 121: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. Improcede a argüição de ofensa ao art. 535, II, do CPC quando o Tribunal aquo se pronuncia, de forma motivada e suficiente, sobre as questõesfático-jurídicas que delimitam a controvérsia.2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem admitido que oarbitramento do valor da causa nas ações possessórias, ainda que a pretensãoformulada na demanda não tenha imediato proveito econômico, devecorresponder ao benefício patrimonial pretendido pelo autor. Precedente: REsp n.490.089-RS, Terceira Turma, relatora Ministra Nancy Andrighi, DJ de 9.6.2003.3. "Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação doTribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida" – Súmula n. 83 doSTJ.4. Decisão agravada mantida por seus próprios fundamentos.5. Agravo regimental desprovido.(AgRg no REsp 612.033/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,QUARTA TURMA, julgado em 03/09/2009, DJe 14/09/2009)

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE PERMISSÃO EAUTORIZAÇÃO RELATIVA À EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DETRANSPORTE DE PASSAGEIROS. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DACAUSA. CONTEÚDO ECONÔMICO DA DEMANDA.1. O valor da causa, inclusive nas ações declaratórias, deve corresponder, emprincípio, ao do seu conteúdo econômico, considerado como tal o valor dobenefício econômico que a autora pretende obter com a demanda. Aimpossibilidade de avaliar a dimensão integral desse benefício não justifica afixação do valor da causa em quantia muito inferior ao de um valor mínimo desdelogo estimável.2. Recurso especial a que se dá provimento.(REsp 981.587/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRATURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 15/04/2009)

No caso em apreço, o Autor da demanda formulou os seguintes pedidos, verbis:

“b) que seja declarado inconstitucional ‘incidenter tantum’ o art. 3º, da LeiComplementar Estadul nº 353/2006, publicada no D.O.E. de 09/01/2006, naparte que cria novas condições para o enquadramento da carreira, em ofensa aodireito adquirido, mantendo o enquadramento do requerente no mesmo nível ereferência, em respeito ao direito adquirido, na forma do art. 5º, XXXV eXXXVI, da CF; c) e/ou que V. Exa. não considere a opção a que se refere o art. 2º, da LCEstadual nº 353/2006 como sendo ato de vontade livre, mas ato exercido sobcoação moral, com o único objetivo de obter a melhoria na remuneração, nãoconcordando com o rebaixamento na referência, desta forma que seja declarada aopção ato viciado por coação moral, na parte que impõe o novo enquadramento(art. 151, do Código Civil), e nesta parte declarado nulo, para manter o requerenteno cargo de AFRE no nível III e na referência 15; d) que lhe seja reconhecido o direito adrquirido de permanecer como AFRE(Auditor Fiscal da Receita Estadual) no nível III, na referência 15, e recebendoseus vencimentos na forma subsídio; o que representa melhoria na remuneração,respeito o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e não afronta a hierarquia e adisciplina na administração pública.” - [destaquei].

Dessa forma, é possível perceber que a demanda ajuizada pelo ora Recorrido nãoapresenta pretensão de proveito econômico a ser obtida em caso de eventualprocedência do pleito. Em verdade, o próprio Autor afirma que a legislaçãoestadual impugnada não implicou prejuízo econômico ao mesmo, mas tãosomente teria afrontado o direito adquirido relativo à classe e nível que ocupavana carreira. Nessa linha, o mesmo afirmou que, para conceder a melhoria salarial, aAdministração Pública teria coagido os servidores na referida situação a optarempelo “rebaixamento” da posição hierárquica. Logo, não há que se falar em cunhoeconômico na demanda, motivo pelo qual se mantém irretocável a atribuição devalor meramente estimativo à causa. Ilustrativamente:AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA. INCERTEZA DO PROVEITOECONÔMICO. FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA. ADMISSIBILIDADE.MAJORAÇÃO DO MONTANTE. REEXAME DE FATOS E PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ.1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de ser admissível a fixaçãodo valor da causa por estimativa, quando constatada a incerteza do proveitoeconômico perseguido na demanda.2. Outrossim, a majoração do quantum atribuído à causa demandaria,necessariamente, na espécie, o revolvimento de fatos e provas, o que é vedado navia especial, a teor da Súmula 07 do STJ.3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no Ag 471.107/MG, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA,julgado em 27/10/2009, DJe 18/11/2009)

Em assim sendo, ratifico a r. decisão interlocutória de 1º grau.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 14 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

24- Agravo de Instrumento Nº 24119003267VITÓRIA - 8ª VARA CÍVELAGVTE LOJAS AMERICANAS S/A Advogado(a) MANUELA INSUNZAAGVDO NOVA CIDADE SHOPPING CENTERS S/A Advogado(a) ANDRE ARNAL PERENZINAdvogado(a) PEDRO SOBRINO PORTO VIRGOLINORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119003267

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: LOJAS AMERICANAS S/AADVOGADO: MANUELA INSUNZARECORRIDO: NOVA CIDADE SHOPPING CENTERS S/AADVOGADO: ANDRÉ ARNAL PERENZINI E OUTROMAGISTRADO: ROBSON LUIZ ALBANEZNº PROC. ORIG.: 024100250695

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.TEMPESTIVIDADE. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL. CARÊNCIADE AÇÃO. REJEIÇÃO. TEORIA DA ASSERÇÃO. PETIÇÃO INICIAL.REGULARIDADE DA PEÇA E DOS PEDIDOS. MÉRITO. ALUGUELPROVISÓRIO. DIREITO DO LOCADOR. REVERSIBILIDADE DAMEDIDA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO À LOCATÁRIA. POSSIBILIDADEDE COMPENSAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. 1. É tempestivo o Agravo de Instrumento interposto no prazo previsto no art.522 c/c art. 188, CPC.2. As condições da ação – e entre elas a possibilidade jurídica do pedido – devemser aferidas abstratamente, ou seja, em uma análise sumária e superficial dasassertivas do autor dispostas na petição inicial (teoria da asserção).3. Deve ser considerada apta a petição inicial que preenche os requisitos deformalidade previstos no art. 282 c/c art. 295, parágrafo único, CPC e, ainda, doart. 68, I, da Lei nº 8.245/91, quando se tratar de ação revisional de aluguel.4. As relações estabelecidas entre os lojistas e o incorporador-administrador deshopping center devem respeitar as condições previstas nos contratos, tendo emvista as peculiaridades do empreendimento.Dicção do art. 54, da Lei nº 8.245/91.Precedentes.5. A fixação de um aluguel com base nos valores de mercado é um direito dolocador que deve ser preservado com o intuito de evitar o enriquecimento semcausa por parte do locatário.6. O valor do aluguel arbitrado provisoriamente somente poderá perdurar até afixação do valor definitivo do locativo, com base em cognição exauriente do caso.Precedentes. 7. A reversibilidade da medida ante a possibilidade de devolução dos valorespagos eventualmente a maior, consoante disposição do art. 69, da Lei deLocações, desnatura a medida de urgência requerida, haja vista que não haveráprejuízo à locatária caso, ao final, sejam acolhidas as suas alegações e demonstradaa desproporcionalidade do valor arbitrado. Precedentes.8. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

LOJAS AMERICANAS S/A interpôs Agravo de Instrumento por inconformadacom a r. decisão interlocutória de 1º grau que fixou o valor do aluguel provisóriodevido à empresa ora Agravada em 80% (oitenta por cento) do montantepretendido inicialmente na Ação Revisional proposta pela mesma. Aduziu, em síntese: (i) a impossibilidade de cumulação de revisão de aluguel cominserção de cláusula de reajuste; (ii) a impossibilidade jurídica do pedido; (iii) ainépcia da inicial; (iv) a exorbitância do valor arbitrado pelo juízo de primeiro grau.Pelo exposto, requereu, liminarmente, a suspensão da eficávia da decisão e, aofinal, o provimento do recurso com a reforma do julgado de origem.Decisão interlocutória às fls. 296/301, na qual o recurso foi recebido somente noefeito devolutivo. Contrarrazões pela inadmissibilidade do recurso em razão da intempestividade dapeça e, quanto ao mérito, pela manutenção da r. decisão agravada. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

115 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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2. FUNDAMENTAÇÃO.

Passo a apreciar as questões suscitadas em separado.

2.1. TEMPESTIVIDADE.

Em contrarrazões recursais, a empresa Agravada aduziu a intempestividade dorecurso, considerando a data constante da certidão de intimação juntada aosautos. Não obstante, em que pese ao brilho da argumentaçãoda parte, não vejo comoacolher a referida preliminar. Explico. O presente recurso visa à reforma da r. decisão interlocutória de 1º grau queindeferiu o pedido de revisão do aluguel provisório arbitrado pela instância deorigem, fls. 265/268. Nessa linha, consoante documentação acostada aos autos, adespeito da publicação primeva da parte relativa à decisão objurgada, a empresapleiteou a devolução do prazo recursal, nos termos da petição fotocopiada às fls.287/288.O pedido fora, então, deferido pelo juízo a quo e, assim, a republicação dadecisão, com a consequente renovação do prazo foi realizada em 16.2.2011, a teorda certidão de fls. 292. Dessa forma, considerando a data da efetiva publicação daintimação (16.2.2011) e a data da interposição do recurso (28.2.2011), é possívelaferir a tempestividade da peça recursal. Logo, REJEITO a preliminar.

2.2. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO.

As condições da ação – e entre elas a possibilidade jurídica do pedido – devem seraferidas abstratamente, ou seja, em uma análise sumária e superficial das assertivasdo autor dispostas na petição inicial. Se restou afirmada a pertinência objetiva dademanda, então a referida condição da ação foi preenchida.Todavia, quando a verificação das condições da ação dependerem de prova, comanálise concreta dos autos, a matéria deverá ser enfrentada como mérito. Nessesentido, o Ilustre professor da Arcadas, José Roberto dos Santos Bedaque (cf.Direito e Processo: influência do direito material sobre o processo, 4 ed., SãoPaulo: Malheiros, 2006. p. 93), assevera que:O autor terá direito ao provimento judicial se preencher essa condições, cujoexame será feito à luz dos fatos descritos na inicial. Se o juiz realizar cogniçãoprofunda sobre as alegações contidas na petição inicial, após esgotados os meiosprobatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão,acolhendo ou rejeitando a demanda.

In casu, o pedido formulado na Ação de Revisão de Aluguel ajuizada pela oraRecorrida é plenamente viável, além de plausível e pertinente, o que satisfaz acondição da ação vergastada.Logo, REJEITO a suscitada carência de ação.

2.3. INÉPCIA DA INICIAL E IRREGULARIDADE DOS PEDIDOS.

Os artigos 282 e 295, parágrafo único, do CPC, prescrevem, verbis:

Art. 282. A petição inicial indicará:I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor edo réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificações;V - o valor da causa;VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatosalegados;VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 295. A petição inicial será indeferida:(...)Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir;II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;III - o pedido for juridicamente impossível;IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Sobre a ação revisional de aluguel, o art. 68, I, da Lei de Locações estabelece:

Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á oseguinte: I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil,a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida;

Nessa linha, o Colendo STJ já decidiu:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃOORDINÁRIA DE INEXIGIBILIDADE DE TÍTULOS LEVADOS APROTESTO - INÉPCIA DA INICIAL - NÃO VERIFICADA - NOVAÇÃO -

OCORRÊNCIA - SÚMULAS 5 E 7/STJ - CERCEAMENTO DE DEFESA -INOCORRÊNCIA - SÚMULA 07/STJ - IMPROVIMENTO.I. Não há de ser julgada inepta petição que, embora singela, atenda aos requisitosdo artigo 282, permitindo à parte contrária contestá-la em todos os seus termos.II. A conclusão do Tribunal de origem, no sentido de que a novação da dívidapelas partes restou inequívoca, não pode ser afastada por implicar o revolvimentode matéria de prova, inclusive do contrato firmado pelas partes, o que é vedadoem Recurso Especial, nos termos das Súmulas STJ/5 e 7.III. É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que compete às instânciasordinárias exercer juízo acerca da necessidade ou não de dilação probatória, hajavista sua proximidade com as circunstâncias fáticas da causa, cujo reexame évedado em âmbito de Especial, a teor do enunciado 7 da Súmula deste Tribunal.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1043771/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 25/06/2009)

No caso em julgamento, não vislumbro qualquer irregularidade na petição inicial,sobretudo quanto à descrição e enunciação dos pedidos e causa de pedirformulados na peça de ingresso.Em verdade, a petição deixa claro o intuito da Demandante, a qual pretendia arevisão do valor do aluguel relativo ao contrato de locação de imóvel comercialfirmado entre as partes. Os pedidos são, inequivocamente, certos, possíveis edeterminados, além de compativeis entre si, ao contrário do que sustentou a r.Recorrida. Nesse contexto, considerando a regularidade da petição inicial, mantém-seirretocável o capítulo da r. decisão objeto da presente análise.

2.4. MÉRITO.

A controvérsia principal do recurso gravita em torno do valor do aluguelprovisório arbitrado pela instância de origem na ação revisional proposta pelaAgravada. Muito bem. Na análise prefacial do recurso, restou consignado, verbis:

“Em verdade, de acordo com orientação da jurisprudência, em se tratando deshopping center, as relações estabelecidas entre os lojistas e oincorporador-administrador devem respeitar as condições previstas nos contratos,tendo em vista as peculiaridades do empreendimento. É o que prevê,expressamente, o art. 54, da Lei nº 8.245/91.Confira-se o seguinte precedente do Colendo Superior Tribunal de Justiça:

LOCAÇÃO - ESPAÇO EM "SHOPPING CENTER" - TAXATIVIDADE DOELENCO DO § ÚNICO DO ART. 1º DA LEI Nº 8.245/91 -CONSEQÜENTE APLICAÇÃO DA LEI DO INQUILINATO AOCONTRATO CELEBRADO - EXISTÊNCIA DE OUTROS DISPOSITIVOSQUE TRATAM EXPRESSAMENTE SOBRE A HIPÓTESE - AÇÃOCABÍVEL PARA A RETOMADA DA ÁREA - DESPEJO - LIMINARCONCEDIDA NA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CASSADA -RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - É taxativo o rol do art. 1º, § únicoda Lei nº 8.245/91. Se exemplificativo fosse, teria o legislador incluído, no textodo parágrafo transcrito, expressões que indicassem que as hipóteses ali elencadasnão passam de elucidação de uma determinada espécie de locação, sobre a qualaplica-se tão somente a Lei Civil. Alternativamente, teria inserido alínea adicional,negando expressamente a natureza numerus clausus do dispositivo. II - A locaçãode espaço em "shopping center" não se encontra no elenco do supracitadodispositivo, devendo o pacto submeter-se à Lei do Inquilinato. III - Ademais, oart. 54 do mesmo Estatuto é claro quanto à sua aplicação nas relações entrelojistas e empreendedores daquele tipo de estabelecimento. IV - A ação cabívelpara a retomada do espaço locado - "stand" em "shopping center" - é a dedespejo.V - Recurso conhecido e provido.(REsp 424.936/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgadoem 15.03.2005, DJ 04.04.2005 p. 335)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL - LOCADOR E LOJISTA LOCATÁRIO - SHOPPINGCENTER - PREVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES CONTRATUAIS -PECULIARIDADE DO EMPREENDIMENTO - CONTRATOS REGIDOSPOR LEGISLAÇÃO ESPECIAL - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DODIREITO CONTRATUAL - MULTA MORATÓRIA - MULTACOMPENSATÓRIA - BIS IN IDEN - CONTRARIEDADE À NORMA DEORDEM PÚBLICA - EXTIRPAÇÃO EX OFFICIO - MULTA MORATÓRIACONVENCIONADA PELAS PARTES - INAPLICABILIDADE DO CDC -JUROS DE MORA - BENFEITORIAS NECESSÁRIAS - FUNDO DEPROMOÇÃO - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 1) Emconformidade com entendimento pacificado pelo STJ e do art. 54, da Lei nº8.245/91, nas relações entre locador e lojistas locatários, em shopping center,prevalecem as condições previstas nos contratos locatícios, em virtude dapeculiaridade do empreendimento. 2) Os contratos regidos por legislação especial

116 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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também devem observar os princípios fundamentais do direito contratual.(omissis). (021.00.022367-3 Ação: Apelação Civel Órgão Julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL Data de Julgamento: 28/12/2004 Data de Leitura:05/04/2005 Data da Publicação no Diário: 12/04/2005 Relator: ALINALDOFARIA DE SOUZA Vara de Origem: GUARAPARI - 1ª VARA CÍVEL)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESPEJOE RECONVENÇÃO COM PEDIDO DE REVISÃO DE CLÁUSULASCONTRATUAIS - CONEXÃO (CPC, ART. 315) QUE DENOTA OCABIMENTO DE RECONVENÇÃO VISANDO REVISÃO DECLÁUSULAS EM DESPEJO FUNDADO EM DENÚNCIA CHEIA -APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA (CPC, ART. 515§3º) PARAJULGAR O MÉRITO RECONVENCIONAL - CONTRATO DE LOCAÇÃODE LOJA EM SHOPPING CENTER E SUAS PECULIARIDADES -LEGALIDADE DAS ESTIPULAÇÕES CONTRATUAIS ESTABELECIDASPELAS PARTES (ART. 54, DA LEI DO INQUILINATO) - DESPEJOINAFASTÁVEL, DADA A CONFESSADA INADIMPLÊNCIA DAAPELANTE, QUE NÃO ELIDIU A MORA NO PRAZO LEGAL - APELOCONHECIDO, PARA, NO TOCANTE À RECONVENÇÃO, DAR-LHEPROVIMENTO PARA ADMITI-LA, JULGANDO-A IMPROCEDENTE,PORÉM. QUANTO AO DESPEJO, NEGA-SE PROVIMENTO AO APELOE MANTÉM-SE A SENTENÇA.(omissis) 4.-Versando a reconvenção sobrematérias exclusivamente de direito, é de se aplicar a teoria da causa madura (CPC,art. 515§3º), apreciando-a no mérito. Nesse ensejo, em que pese cabível, areconvenção deve ser julgada improcedente, posto que a locação em shoppingcenter possui peculiaridades, sendo um contrato de locação atípico, onde uma dasprincipais características é o denominado tenant mix, conceito que permite aoempreendedor traçar os rumos de administração do shopping, e permite-lhecobrar do lojista o preço de integração da res sperata, destinada a compensar oempreendedor pela constituição no local em favor dos locatários de pólo deatração da clientela, oferecendo segurança, estacionamento, áreas de lazer,alimentação e outros atrativos. 5.- De conseguinte, consoante esmiuçado naíntegra do voto, não prospera a pretensa revisão de cláusulas pelos fundamentosde ambigüidade no tocante ao valor do aluguel, revisão dos locativos, cobrançaindevida de condomínio e fundo de promoção, onerosidade excessiva epagamento de luvas. Em síntese, permanecem incólumes as condições livrementepactuadas no contrato de locação, que possuem amplo respaldo no art. 54, da Leinº 8.245/91. 6.-Quanto à procedência do despejo, intocável a sentença, sejaporque o contrato reza que as benfeitorias não seriam indenizáveis ou objeto deretenção (cláusula lídima, a teor do art. 35, da Lei do Inquilinato, e jurisprudênciado STJ), seja porque a apelante confessa inadimplência, de sorte que não elidida amora no prazo legalmente admitido, inafastável o despejo, porquanto presente amotivação do inc. III, do art. 9º da Lei do Inquilinato. 7.-Apelação que se conhecepara, quanto à reconvenção, dar-lhe provimento para reformar a sentença,afastando a extinção sem julgamento de mérito e, prosseguindo na forma do §3º,do art. 515, e art. 269, I, ambos do Código de Processo Civil, resolvê-la no mérito,julgando-a improcedente. Quanto à ação principal, nega-se provimento àapelação, para manter a sentença na parte que julgou procedente a ação de despejointentada pela apelada, mantendo, ainda, a sucumbência, tal como fixada nasentença. (024.04.019104-1 Ação: Apelação Civel Órgão Julgador: QUARTACÂMARA CÍVEL Data de Julgamento: 31/10/2006 Data de Leitura:19/12/2006 Data da Publicação no Diário: 16/01/2007 Relator: CARLOSROBERTO MIGNONE Vara de Origem: VITÓRIA - 1ª VARA CÍVEL)

Nesse contexto, é preciso destacar que a fixação de um aluguel com base nosvalores de mercado é um direito do locador que deve ser preservado com ointuito de evitar o enriquecimento sem causa por parte do locatário. De certo queesse foi o escopo da decisão recorrida, a qual ponderou que o valor da prestaçãoencontrava-se defasado, o que justificaria a sua atualização.Dessa forma, considerando as avaliações técnicas apresentadas pelo Agravado,fora arbitrado um novo valor (provisório) devido a título de contraprestação pelautilização do espaço de propriedade da empresa Recorrida. É verdade que asociedade Agravante apresentou outras avaliações, com resultados diversosdaquelas que foram utilizadas como parâmetro para a prolação da r. decisãorecorrida.Não obstante, tanto as provas documentais apresentadas pela Agravada junto àinicial da Ação Revisional, quanto as provas ora apresentadas pela Agravante sãounilaterais e, como tais, de igual peso e valor. Diante da diferença entre o valoroferecido e o exigido, a solução da controvérsia fática será alcançada com a períciajudicial, submetida ao contraditório e sob o crivo do Judiciário, tal comodeterminado pelo juízo a quo.Além disso, cabe ressaltar que o valor foi fixado em caráter provisório. Dessemodo, o montante somente poderá perdurar até a fixação do valor definitivo dolocativo, com base em cognição exauriente do caso.Sobre o tema, confira-se:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1) preliminar de não conhecimento dorecurso. Depósitos mensais dos alugueres. Força judicial. Persistência do interesse.Preliminar rejeitada. 2) mérito. NULIDADE DO DECISUM A QUO.INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTAÇÃO LÚCIDA E SATISFATÓRIA. 3)REVISÃO DE ALUGUEL. VALOR PROVISÓRIO FIXADO PELO JUÍZO A

QUO. 4) INTELIGÊNCIA DO ART. 68, II, DA LEI Nº 8.245/91.MONTANTE NÃO EXCEDENTE A 80% DO VALOR FINAL. 5) MÉDIAARITMÉTICA DOS LAUDOS PERICIAIS ACOSTADOS AOS AUTOS.VALOR RAZOÁVEL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. POSSIBILIDADE DEFUTURA COMPENSAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1) Os depósitosmensais só estão sendo efetuados por força judicial, e não por vontade da parteagravante, quando apenas nesta última hipótese é que se verificaria ausência dointeresse de agir em juízo. Vale dizer, persiste o interesse-necessidade darecorrente em diminuir o valor dos alugueres provisórios, devendo para tantoutilizar-se, como sói ocorrer, do competente recurso de agravo. Preliminarrejeitada. 2) A decisão do juízo de origem não padece da eiva de falta defundamentação, já que o decisum anterior, lúcido e satisfatoriamente motivado,externou de modo completo e impoluto as razões que levaram o julgadormonocrático a deferir a medida antecipatória para revisar (rectius, majorarprovisoriamente) o valor dos alugueres. 3) O magistrado de 1ª instância, numprimeiro momento, indeferiu a medida antecipatória, por entender que o imóvelestaria localizado em Vila Velha/ES. Porém, mediante nova provocação da parteinteressa, observou que o imóvel encontra-se situado em São Mateus (local este decomparação dos laudos apresentados pela parte autora), tendo a actio sidoajuizada em Vila Velha por força de cláusula de eleição de foro. E, analisando aprova documental em comento, fixou o valor provisório dos alugueres, como jádito, em R$ 12.271,30 (doze mil duzentos e setenta e um reais e trinta centavos).4) O valor do aluguel provisório, por força do art. 68, inciso II, da Lei nº8.245/91, deverá ser fixado em montante não excedente a 80% (oitenta porcento) do pedido final, o que, por ilação lógica, resultou no quantum fixado peloJuízo a quo. 5) Não é desarrozada a decisão de piso, visto que o montante nelaconsignado, como se vislumbra, é a média aritmética de todos os laudos periciaiscarreados aos autos, tanto pela parte autora quanto pela parte requerida. E mais:nenhum prejuízo terá a agravante com a manutenção, por ora, da decisãohostilizada, visto que eventual apuração de aluguel devido a menor poderá ser aposteriori objeto de compensação, inclusive na hipótese de total improcedênciado pedido autoral. Recurso improvido.(Número do processo: 035.07.900357-6Ação: Agravo de Instrumento Órgão Julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVELData de Julgamento: 26/05/2008 Data de Leitura: 03/06/2008 Data daPublicação no Diário: 09/06/2008 Relator: RÔMULO TADDEI Vara deOrigem: VILA VELHA - 3ª VARA CÍVEL)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO- CIVIL- PROCESSO CIVIL-AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL- LIMINAR ARBITRANDOALUGUEL PROVISÓRIO- AGRAVO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1-O aluguel provisório deve ser arbitrado em consonância com a Lei de Locações,que estabelece que a fixação do valor do aluguel provisório deverá ser fixadosobre o valor não excedente a 80% do valor pedido pelo locador, valor estedevido desde a citação. Precedentes do STJ. 2- Deve se levar em conta o preço demercado do imóvel e o preço pactuado pelas partes inicialmente, de sorte que sejapreservado o equilíbrio econômico do contrato. 3- Cabe ao juiz a liberdade deavaliar as provas juntadas aos autos, bem como analisar a presença do fumus boniiuris e periculum in mora, de sorte que o magistrado possui plena liberdade deconvencimento. 4- Somente é passível de reforma, por via de agravo deinstrumento, a decisão do magistrado a quo que se revele ilegal ou fruto deflagrante abuso de poder por parte do magistrado prolator. 5- - Agravo conhecidoe desprovido. (Número do processo: 024.03.901680-3 Ação: Agravo deInstrumento Órgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL Data deJulgamento: 06/07/2006 Data de Leitura: 25/07/2006 Data da Publicação noDiário: 04/08/2006 Relator: CARLOS HENRIQUE RIOS DO AMARAL Varade Origem: VITÓRIA - 8ª VARA CÍVEL)

De fato, a reversibilidade da medida ante a possibilidade de devolução dos valorespagos eventualmente a maior, consoante disposição do art. 69, da Lei deLocações, desnatura a medida de urgência vindicada, haja vista que não haveráprejuízo à locatária caso, ao final, sejam acolhidas as suas alegações e demonstradaa desproporcionalidade do valor arbitrado. Ilustrativamente:

LOCAÇÃO. AÇÃO REVISIONAL. ARTIGO 69 DA LEI 8.245, DE 1991.DIFERENÇAS ENTRE ALUGUÉIS PROVISÓRIOS E DEFINITIVOS.EXIGIBILIDADE A PARTIR DO TRÂNSITO EM JULGADO.PRECEDENTES.1. A exigibilidade de eventuais diferenças de alugueres, seja pelo locador, seja pelolocatário, tem seu momento próprio na fase executiva da própria revisional.Precedentes.2. O fato de o aluguel provisório ser devido de imediato não afasta a regradefinida no art. 69 da Lei n. 8.245/91.3. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 986.550/PR, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,julgado em 16/10/2008, DJe 19/12/2008)

De qualquer forma, o montante fixado pelo juízo deve, por ora, ser mantido.”

Nesse contexto, mantenho o entendimento firmado na oportunidade, porentender que não há mais o que esclarecer ou decidir. Logo, mantém-se hígida a r. decisão agravada.

117 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 124: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

25- Agravo de Instrumento Nº 62119000040PIUMA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOAGVTE MUNICIPIO DE PIUMA Advogado(a) ADRIANO ELIODORIO GONCALVESAdvogado(a) MARCOS VINICIUS SOUSA RAMOSAGVDO BRUNO DOS ANJOS DA COSTA Advogado(a) RUTILEA DADALTO CABRALRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 62119000040

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE PIÚMAADVOGADO: ADRIANO ELIODORO GONÇALVES E OUTROSRECORRIDO: BRUNO DOS ANJOS DA COSTAADVOGADO: RUTILEA DADALTO CABRALMAGISTRADO: AURICÉLIA OLIVEIRA DE LIMAPROC. ORIGINÁRIO: 062110001302

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. MUNICÍPIO. DIREITOÀ SAÚDE. CUSTEIO DE INTERNAÇÃO DE USUÁRIO DE DROGAS.RECURSO DESPROVIDO.1. A Constituição Federal, em seu artigo 196, garante o direito à saúde, direitofundamental de 2ª geração, que impõe ao Estado uma prestação positiva, ou seja,propiciar ao cidadão os meios de tratamento das doenças, inclusive com ofornecimento de medicamentos e com a concessão de tratamento médico.2. O não fornecimento, pelo Município, de um tratamento médico à pessoacarente, quando obrigado a realizar uma prestação integral e universal, configuradesrespeito direto à Constituição Federal.3. Cumpre, então,ao Poder Judiciário assegurar ao jurisdicionado o cumprimentoimediato da norma constitucional, deferindo, ser for o caso, o tratamento médicoindicado, in casu, a internação de dependente químico. Precedentes do STJ.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

O Município Agravante alegou, em síntese, que: (i) não possui em seu orçamentoverba suficiente para arcar com o custeio da internação do Agravado eminstituição adequada ao tratamento de dependentes químicos - usuários de crack;(ii) já foi condenado em demandas semelhantes; (iii) é enorme a demanda na áreada saúde e a Administração deve atender a todos, sem distinção ou privilégios; (iv)não se justifica o deferimento liminar da medida, pois não há risco de morte doAgravado, que se encontrava internado anteriormente e desistiu do tratamento,por vontade própria.Pleiteou, liminarmente, a suspensão dos efeitos da decisão agravada, requerendo,ao final, a sua reforma.As Informações foram prestadas pela magistrada a quo.Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.O Órgão Ministerial opinou pelo desprovimento do recurso.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária.Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.A cognição exauriente somente será prestada no julgamento da ação, após ocontraditório sobre as provas produzidas. Feita essa admoestação, passo a julgar opresente recurso.A controvérsia diz respeito à possibilidade (ou não) da antecipação de tutela paradeterminar que o Município Agravante custeie a internação do Agravado, que éusuário de crack e não tem condições de custear seu tratamento, em instituiçãoadequada ao tratamento de dependentes químicos.Pois bem.Na decisão interlocutória proferida anteriormente, indeferi a tutela de urgênciapleiteada, com base na seguinte argumentação, verbis:

“ A Constituição Federal, em seu artigo 196, garante o direito à saúde, direitofundamental de 2ª geração, que impõe ao Estado uma prestação positiva, ou seja,propiciar ao cidadão os meios de tratamento das doenças, inclusive com ofornecimento de medicamentos e com a concessão de tratamento médico.Assim, o não fornecimento, pelo Município de Piúma, de um tratamento médicoà pessoa carente, quando obrigado a realizar uma prestação integral e universal,configura desrespeito direto à Constituição Federal.Cumpre, então, ao Poder Judiciário assegurar ao jurisdicionado o cumprimentoimediato da norma constitucional, deferindo, ser for o caso, o tratamento médicoindicado, in casu, a internação de dependente químico. Nesse sentido, oprecedente do Colendo Superior Tribunal de Justiça:

FAZENDA PÚBLICA – FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS –ASTREINTES – CABIMENTO – ART. 461, § 5º, DO CPC –PRECEDENTES.1. A hipótese dos autos cuida da possibilidade de imposição de multa diária aoEstado do Rio Grande do Sul, pelo não-cumprimento na obrigação de fornecermedicamentos à portadora de doença grave, como meio coercitivo para impor ocumprimento de medida antecipatória ou de sentença definitiva da obrigação defazer ou de entregar coisa. (arts. 461 e 461-A do CPC).2. A negativa de fornecimento de um medicamento de uso imprescindível, cujaausência gera risco à vida ou grave risco à saúde, é ato que, per si, viola aConstituição Federal, pois a vida e a saúde são bens jurídicos constitucionalmentetutelados em primeiro plano.3. Por isso, a decisão que determina o fornecimento de medicamento não estásujeita ao mérito administrativo, ou seja, conveniência e oportunidade de execuçãode gastos públicos, mas de verdadeira observância da legalidade. 4. Entendimento sólido da Corte no sentido de que o juiz, de ofício ou arequerimento da parte, pode fixar as astreintes contra a Fazenda Pública, com oobjetivo de forçá-la ao adimplemento da obrigação de fazer no prazo estipulado.5. Precedentes: (REsp 832935, REl. Min. Teori Albino Zavascki, DJ30.6.2006; REsp 804049, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ 15.5.2006).Recurso especial improvido.(REsp 878.705/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 05.10.2006, DJ 18.10.2006 p. 237)

Extrai-se dos autos, que o Agravado, que é usuário de crack e está assistido pelaDefensoria Pública Estadual, embora tenha consciência de que necessita tratar-seda dependência química, não dispõe de recursos suficientes para custear otratamento.Este Egrégio Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que oEstado deve fornecer medicamento e/ou tratamento ante a comprovação danecessidade do jurisdicionado. Confira-se:

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL.SAÚDE. DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO. DISTRIBUIÇÃODE MEDICAMENTO À PESSOA CARENTE E PORTADORA DEENFERMIDADE. DIREITO SOCIAL QUE SE TRANSMUDA EMDIREITO FUNDAMENTAL DE PRIMEIRA GERAÇÃO. CONDIÇÃO DOMÍNIMO EXISTENCIAL. ORDEM CONCEDIDA.A saúde é um direito social previsto na Constituição Federal, cabendo ao Estadozelar por ela em toda a sua amplitude, resguardando o acesso universal a todos osque dela necessitam, para que os direitos postos à disposição doseconomicamente superiores, sejam os mesmos colocados à disposição doseconomicamente necessitados, inclusive no fornecimento de remédios às pessoascarentes, o que é o preciso caso dos autos.Assim, sendo a saúde um direito social assegurado através deuma contraprestação estatal, tem o Impetrante amparo jurídico ao medicamentoespecificado na inicial, como parcela mínima para a sua condição existencial digna.Ordem concedida.(TJES; Mandado de Segurança nº 100.06.003994-6; TRIBUNALPLENO; Data de Julgamento: 15/02/2007; Publicado em 07/03/2007; Relator:ALEMER FERRAZ MOULIN) [grifo nosso]

Nesse contexto, com base em uma cognição sumária, típica de análise preliminarde agravo de instrumento, não vislumbro a verossimilhança da alegação e o riscode lesão grave e de difícil reparação exigidos para a concessão da tutela deurgência.Em face do exposto, RECEBO o recurso apenas no efeito devolutivo.”

Mantenho o entendimento adotado na ocasião. Explico:É notório o crescimento do número de usuários de crack entre a população debaixa renda, pois trata-se de droga relativamente mais barata e de acesso maior doque as demais. Estudos demonstram que a droga em referência é cinco vezes mais potente que acocaína e é capaz de produzir efeitos devastadores sobre os pulmões, coração,ossos, músculos e sobre o sistema nervoso do usuário.Há muito, a dependência química deixou de ser um problema individual e assumiuum caráter endêmico, merecendo especial atenção do Poder Público no que tangeao seu controle e tratamento.

118 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 125: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Anoto que o direito à saúde, como corolário do direito à vida e do princípio dadignidade da pessoa humana, abrange, além da saúde física, a saúde mental dapopulação. A preservação e/ou o restabelecimento da saúde da população devemser assegurados pelo Estado.Nesse contexto, é flagrante a necessidade de que os entes federativosimplementem políticas públicas destinadas ao atendimento de dependentesquímicos, especialmente àqueles que não dispõem de condições financeiras paraarcar com os custos do tratamento.Assim, como consequência da omissão do Poder Público na implementaçãodessas medidas, e diante do crescimento de dependentes químicos entre apopulação de baixo poder aquisitivo, avolumam-se nos Tribunais demandastendentes a compelir o Poder Público a adotar providências no sentido de atendera esta faixa da população, conferindo-lhe o tratamento médico adequado.Este é exatamente o caso dos autos.Além de estarem devidamente comprovadas a necessidade e a urgência darealização do tratamento requerido, bem como a incapacidade de o Agravadocusteá-lo, restou, ainda, evidente a omissão do Poder Público. quanto à adoção demedidas para implementar o direito à saúde, especialmente quanto ao tratamentode dependentes químicos.Nessa linha, cabe ao Estado, por qualquer de seus entes, enquanto detentor dodever constitucional de garantir a saúde e o bem estar de toda a população,providenciar imediatamente a sua realização.Diante da omissão dos demais poderes, incumbe ao Poder Judiciário, após serinvocado, assegurar ao jurisdicionado o cumprimento imediato da normaconstitucional, determinando a realização do tratamento solicitado.Essa atuação ampliativa do papel do Estado (especialmente do Poder Judiciário)consolida o paradigma de estado característico da pós-modernidade resumidocom maestria pelo ilustre Professor das Arcadas Dalmo de Abreu Dallari:

“(...) uma das conseqüências disso foi a ampliação do papel político e social doestado, que deixou de apenas o protetor da liberdade e dos direitos para assumirum papel ativo na criação e condições para efetivação dos direitos.Desse modo, foram rompidas as barreiras que limitavam as ações do estado emnome da proteção dos direitos individuais.(...) o judiciário passou a ser muito maisdo que um garantidor do respeito à legalidade estrita, para ser, em muitos casos,um complementador das normas constitucionais, visando dar-lhes efetividade.”(Dallari, Dalmo de Abreu, 1931 – Elementos de Teoria Geral do Estado. 28 ed.São Paulo: Saraiva, 1999 p.204)

A restrição do direito fundamental à saúde somente seria possível em caso decolisão com outro direito fundamental de maior peso e relevância, ocasião em queo âmbito de incidência de um direito fundamental cederia em face de outro direitofundamental de maior peso, o que não ocorre nos autos.Logo, a negativa estatal em prover o direito à saúde no caso em tela constituidescumprimento do dever previsto nos art. 196 e 197 da Constituição Federal.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória (ES), 16 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

26- Agravo de Instrumento Nº 24119003028VITÓRIA - 3ª VARA CÍVELAGVTE ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELETRICAS S/A ESCELSA Advogado(a) MARCELO PAGANI DEVENSAGVDO VALERIA GOMES BATISTA Advogado(a) CARLOS LUIZ ZAGANELLI FILHOAGVDO POLITEC SANEAMENO E OBRAS LTDA Advogado(a) CARLOS LUIZ ZAGANELLI FILHORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24119003028

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/AADVOGADO: ÍMERO DEVENS E OUTROSRECORRIDOS: VALÉRIA GOMES BATISTA POLITEC SANEAMENTO E OBRAS LTDAADVOGADO: CARLOS LUIZ ZAGANELLI FILHOMAGISTRADO: JAIME FERREIRA ABREU Nº PROC. ORIG.: 024100215136

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. PIS/COFINS. FATURAS. ENERGIA ELÉTRICA.REPASSE. POSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO.1. É legítimo o repasse dos valores devidos pela concessionária correspondentes àContribuição de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamentoda Seguridade Social (COFINS) às tarifas de energia elétrica. Precedente STJsubmetido ao art. 543-C, do CPC.2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S/A (ESCELSA) interpôsAgravo de Instrumento por inconformada com a r. decisão interlocutória de 1ºgrau que deferiu a tutela antecipatória pretendida pelos ora Agravados edeterminou à concessionária de serviço público a abstenção de cobrança dePIS/COFINS nas faturas de energia elétrica.Requereu, liminarmente, a suspensão dos efeitos do julgado e, ao final, oprovimento do recurso com a reforma da r. decisão.Decisão interlocutória às fls. 426/427, na qual o recurso foi recebido em ambosos efeitos.Sem contrarrazões, a teor da certidão de fls. 430.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Inicialmente, destaco que a presente decisão diz respeito ao julgamento de umAgravo de Instrumento, referente a uma decisão proferida em cognição sumária.Nesse contexto, a cognição do presente recurso também é sumária, ou seja,superficial e provisória, ocupada apenas da aferição da verossimilhança daalegação e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.A cognição exauriente somente será prestada no julgamento da ação, após ocontraditório sobre as provas produzidas. Feita essa admoestação, passo a julgar opresente recurso.A controvérsia consiste na (i)legalidade da cobrança de PIS/COFINS nas faturasde energia elétrica.Muito bem.Na análise prefacial do recurso, destaquei precedente do C. STJ submetido àsistemática do art. 543-C, do CPC acerca da matéria, nos seguintes termos, verbis:

“Em verdade, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recursorepresentativo de controvérsia submetido à sistemática do art. 543-C, do CPC,consolidou o entendimento de que é legítimo o repasse dos valores devidos pelaconcessionária correspondentes à Contribuição de Integração Social (PIS) e daContribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) às tarifas deenergia elétrica. Confira-se:

ADMINISTRATIVO. SERVIÇO PÚBLICO CONCEDIDO. ENERGIAELÉTRICA. TARIFA. REPASSE DAS CONTRIBUIÇÕES DO PIS E DACOFINS. LEGITIMIDADE.1. É legítimo o repasse às tarifas de energia elétrica do valorcorrespondente ao pagamento da Contribuição de Integração Social - PIS eda Contribuição para financiamento da Seguridade Social - COFINSdevido pela concessionária.2. Recurso Especial improvido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC eda Resolução STJ 08/08.(REsp 1185070/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 27/09/2010)

Dessarte, considerando que foram demonstrados os requisitos necessários àconcessão da medida de urgência pretendida – verossimilhança das alegações epericulum in mora – , devem ser suspensos os efeitos do julgado, sobretudo diantedos bens jurídicos em colisão e como forma de preservação do interesse público,prevalente.”

Mantenho o posicionamento firmado na ocasião, lastreado em precedente comforça vinculante do C. STJ.Em assim sendo, por não ter aferido a verossimilhança das alegações daDemandante, ora Agravada, deve ser reformada a r. decisão objurgada, paramanter coerência com o entendimento jurisprudencial aplicável.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTOao recurso, para reformar a r.decisão objurgada.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 26 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

119 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 126: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

27- Agravo de Instrumento Nº 24100923663VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAGVTE ACQUATOOL CONSULTORIA S/S LTDA Advogado(a) ADRIANO FERREIRA GOMES SILVAAGVDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24100923663

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ACQUATOOL CONSULTORIA S/S LTDAADVOGADO: ADRIANO FERREIRA GOMES SILVARECORRIDO: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOMAGISTRADO: ADRIANO CORRÊA DE MELLONº PROC. ORIG.: 024100321579

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO DEINSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR. SUSPENSÃODE LICITAÇÃO. PRESSUPOSTOS DEMONSTRADOS.DESCLASSIFICAÇÃO DA CANDIDATA. INEXEQUIBILIDADE DAPROPOSTA. PRESUNÇÃO RELATIVA. RECURSO PROVIDO.1. A liminar em Mandado de Segurança poderá ser deferida quando houverfundamento relevante e possibilidade de ineficácia da medida. Dicção do art. 7º,III, da Lei nº 12.016/09.2. O risco de perecimento do objeto litigioso mantém irretocável a decisão quedetermina a suspensão da licitação objeto do mandamus. 3. A presunção de inexequibilidade das propostas apresentadas em licitaçãoprevista no referido dispositivo é relativa, podendo ser ilidida por meio dademonstração de viabilidade da oferta. Precedentes. 4. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

ACQUATOOL CONSULTORIA S/S LTDA interpôs Agravo de Instrumentopor inconformado com a r. decisão interlocutória de 1º grau que indeferiu amedida liminar requerida no Mandado de Segurança impetrado pela empresa, nosentido de que fosse determinada a suspensão da licitação realizada pela Secretariade Estado da Agricultura, Abastecimento e Pesca (SEAG), da qual a empresa foidesclassificada sob justificativa de inexequibilidade da proposta relativa ao “LoteIII” constante do edital do certame.Aduziu, em síntese, a exequibilidade da proposta apresentada na concorrênciaobjeto do mandamus, motivo pelo qual se mostra ilegal e abusiva a suadesclassificação do certame. Pelo exposto, requereu o provimento do recurso coma reforma do julgado.Decisão interlocutória às fls. 93/95, na qual foi deferira a antecipação dos efeitosda tutela recursal requerida. Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 97/98.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na análise do pedido liminar formulado em sede Mandadode Segurança, impetrado contra o ato administrativo que desclassificou a empresaAgravante do procedimento licitatório em razão da inexequibilidade da propostaapresentada. Pois bem. Na análise prefacial do recurso, obtemperei os seguintes fundamentos, verbis:

Em verdade, consoante art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, a liminar no mandamussomente poderá ser deferida quando houver fundamento relevante e possibilidadede ineficácia da medida. Confira-se:

Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:(omissis)III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houverfundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiançaou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

No caso em julgamento, verifico que a empresa Impetrante demonstrou ospressupostos em referência. Explico.O art. 48, II, §1º, da Lei nº 8.666/93, estabelece, verbis:

Art. 48. Serão desclassificadas:I- as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preçosmanifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter

demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que oscustos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes deprodutividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condiçõesestas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redaçãodada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-semanifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras eserviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setentapor cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta porcento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de1998)b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor globalda proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que sereferem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestaçãode garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual adiferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor dacorrespondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já decidiu que apresunção de inexequibilidade das propostas apresentadas em licitação prevista noreferido dispositivo é relativa, podendo ser ilidida por meio da demonstração deviabilidade da oferta. Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PROPOSTAINEXEQUÍVEL. ART. 48, I E II, § 1º, DA LEI 8.666/93. PRESUNÇÃORELATIVA. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO PELO LICITANTEDA EXEQUIBILIDADE DA PROPOSTA. RECURSO DESPROVIDO.1. A questão controvertida consiste em saber se o não atendimento dos critériosobjetivos previstos no art. 48, I e II, § 1º, a e b, da Lei 8.666/93 – para fins deanálise do caráter exequível/inexequível da proposta apresentada emprocedimento licitatório – gera presunção absoluta ou relativa de inexequibilidade.2. A licitação visa a selecionar a proposta mais vantajosa à Administração Pública,de maneira que a inexequibilidade prevista no mencionado art. 48 da Lei deLicitações e Contratos Administrativos não pode ser avaliada de forma absoluta erígida. Ao contrário, deve ser examinada em cada caso, averiguando-se se aproposta apresentada, embora enquadrada em alguma das hipóteses deinexequibilidade, pode ser, concretamente, executada pelo proponente. Destarte, apresunção de inexequibilidade deve ser considerada relativa, podendo ser afastada,por meio da demonstração, pelo licitante que apresenta a proposta, de que esta éde valor reduzido, mas exequível.3. Nesse contexto, a proposta inferior a 70% do valor orçado pela AdministraçãoPública (art. 48, § 1º, b, da Lei 8.666/93) pode ser considerada exequível, sehouver comprovação de que o proponente pode realizar o objeto da licitação. Naspalavras de Marçal Justen Filho, "como é vedado licitação de preço-base, nãopode admitir-se que 70% do preço orçado seja o limite absoluto de validade daspropostas. Tem de reputar-se, também por isso, que o licitante cuja proposta forinferior ao limite do § 1º disporá da faculdade de provar à Administração quedispõe de condições materiais para executar sua proposta. Haverá uma inversãodo ônus da prova, no sentido de que se presume inexeqüível a proposta de valorinferior, cabendo ao licitante o encargo de provar o oposto" (in Comentários à Leide Licitações e Contratos Administrativos, 12ª ed., São Paulo: Dialética, 2008, p.610).4. Na hipótese dos autos, conforme se pode constatar na r. sentença e no v.acórdão recorrido, houve demonstração por parte da empresa classificada emprimeiro lugar (LEÃO & LEÃO LTDA) e por parte do MUNICÍPIO DERIBEIRÃO PRETO de que a proposta apresentada por aquela era viável eexequível, embora em valor inferior ao orçado pela Administração. Conformeinformações apresentadas pelo ora recorrido, a vencedora do certame"demonstrou que seu preço não é deficitário (o preço ofertado cobre o seu custo),tendo inclusive comprovado uma margem de lucratividade". Além disso, aempresa vencedora vem prestando devidamente o serviço contratado, o quedemonstra a viabilidade da proposta por ela apresentada durante o procedimentolicitatório (fls. 92/109, 170/172, 195/200 e 257/261). Assim, considerando que asinstâncias ordinárias, com base na interpretação do contexto fático-probatório dosautos, entenderam que houve a devida comprovação da viabilidade da propostaapresentada pela empresa classificada em primeiro lugar, não há como elidir areferida conclusão, sob pena de incorrer-se no óbice da Súmula 7/STJ.5. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do RMS 11.044/RJ, de relatoriado Ministro Humberto Gomes de Barros (1ª Turma, DJ de 4.6.2001), consagrouentendimento no sentido de que, "se a licitante vitoriosa cumpriu integralmente ocontrato objeto de licitação, afasta-se logicamente a imputação de que suaproposta era inexeqüível".6. Recurso especial desprovido.(REsp 965839/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA,julgado em 15/12/2009, DJe 02/02/2010)

In casu, a proposta apresentada pela empresa Agravante em relação ao “Lote III”,que justificou a desclassificação da mesma, totalizava o montante de R$73.523,97(setenta e três mil quinhentos e vinte e três reais e noventa e sete centavos),

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enquanto o mínimo calculado pela Administração para efeito de inexequibilidadeera de R$ 74.042,98 (setenta e quatro mil e quarenta e dois reais e noventa e oitocentavos), conforme fls. 80. A diferença entre os valores é, portanto, de R$ 519,01(quinhentos e dezenove reais e um centavo), sendo relativamente pequena, o queparece, por ora, demonstrar a viabilidade da oferta.Dessarte, considerando a existência de fundamento relevante e, ainda, dado operigo de ineficácia do provimento jurisdicional vindicado, deve ser deferida amedida de urgência pleiteada pela parte.

Em reforço:

ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. MENOR PREÇO. PREÇOINEXEQUÍVEL. PRESUNÇÃO. . SEGURANÇA DENEGADA. 1. A normacontida no art. 48, II, §1º, a e b da Lei 8666/93 estabelece presunção relativa deinexequibilidade de preço apresentado a licitação na modalidade menor preço. 2.Em virtude disso, admite-se prova em contrário que elimine referida presunção,apontando para a exequibilidade do serviço/produto pelo preço abaixo do valorindicado no Edital. 3. Segurança denegada. (TJES, Classe: Mandado de Segurança, 100080026485, Relator: JORGE GÓESCOUTINHO, Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento:30/07/2009, Data da Publicação no Diário: 31/08/2009)

Nesse contexto, considerando a demonstração dos pressupostos necessários aodeferimento da medida liminar em Mandado de Segurança, permaneçoconvencido dos argumentos expostos na decisão proferida inicialmente. Arelevância dos fundamentos reside na aparente viabilidade da propostaapresentada pela empresa, nos moldes delineados anteriormente. Ademais, o perigo de ineficácia da medida requerida pela parte ratifica apossibilidade de suspensão do ato administrativo impugnado, sobretudo diante daprudência e dos bens jurídicos em colisão, além da inexistência de possibilidade deirreversibilidade da medida. Dessarte, ratifico a conclusão inicial no sentido de confirmar a liminar concedidapor este Relator, ao menos até ulterior deliberação do juízo de 1º grau, em sede decognição exauriente do caso.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.decisão interlocutória de 1º grau, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

28- Apelação Civel Nº 20090004894GUAÇUI - 1ª VARAAPTE MUNICIPIO DE GUACUI Advogado(a) MATEUS DE PAULA MARINHOAPDO GINO MARTINS BORGES BASTOS RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 020090004894

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE GUAÇUÍ.ADVOGADO: MATEUS DE PAULA MARINHO.RECORRIDO: GINO MARTINS BORGES. MAGISTRADO: MARCO AURÉLIO SOARES PERERIRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE TAC.PROMOTOR DE JUSTIÇA. ILEGIMIDADE PASSIVA. MINISTÉRIOPÚBLICO. PRERROGATIVAS INSTITUCIONAIS. RECURSODESPROVIDO.1. O promotor de justiça não tem legitimidade passiva para figurar na AçãoAnulatória de Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o MinistérioPúblico e outros, pois não atua em nome próprio, mas sim representando oMinistério Público.2. O Ministério Público Estadual não possui personalidade jurídica própria e, poresse motivo sua capacidade processual se limita à defesa de prerrogativasinstitucionais. Precedente. 3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O MUNICÍPIO DE GUAÇUÍ interpôs Apelação Cível, por inconformado com ar. Sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito (art. 267, IV e

VI do CPC) por ilegitimidade da parte requerida (promotor de justiça), parafigurar na Ação Anulatória de TAC firmado entre o Município, o MP e outros. Aduziu, em síntese, que: (i) a ampliação da presença do Ministério Público traz apossibilidade de se veicular pretensão contra seu membro; (ii) o promotor temlegitimidade passiva quando o ato praticado for sobre atitudes funcionais e eivadode vícios insanáveis; (iii) o Apelado pode ser responsabilizado nos termos do art.85 e 133 do CPC.Ao final, requereu o provimento do recurso, bem como prequestionou a matéria. O Ministério Público não apresentou contrarrazões, embora devidamenteintimado (fls. 39, v.). O Apelado juntou documentos de fls. 40/65.Em fundamentado parecer, o Douto Procurador de Justiça Cível opinou pelodesprovimento do recurso. É o relatório. Passo à análise, com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste e saber se o promotor de justiça tem legitimidade passivapara figurar na Ação Anulatória de Termo de Ajustamento de Conduta firmadoentre o Ministério Público, o Município de Guaçuí e outros. Pois bem.É cediço que o promotor não atua em nome próprio, mas sim representando oMinistério Público. Para comprovar essa alegação percebe-se que o próprioTermo de Ajustamento de Conduta (fls. 9/12), objeto da Ação Anulatóriaproposta, fora firmado pelo “MINISTÉRIO PÚBLICO do ESTADO DOESPÍRITO SANTO, representado neste ato pelos promotores de justiça, GINOMARTINS BORGES BASTOS e ANTÔNIO CARLOS HORVATH...” Ademais, conforme jurisprudência do STJ, o Ministério Público Estadual nãopossui personalidade jurídica própria e, por esse motivo sua capacidade processualse limita à defesa de prerrogativas institucionais. Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADECIVIL DO ESTADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.DANO MORAL RECONHECIDO PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS.REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.1. Os Ministérios Públicos Estaduais não possuem personalidade jurídica própria,sendo sua capacidade processual adstrita à defesa de prerrogativas institucionais,concernentes à sua estrutura orgânica e funcionamento. São, portanto, partesilegítimas para figurar no pólo passivo de ação indenizatória.2. O Tribunal de origem, com base no acervo probatório dos autos, reconheceu aocorrência de dano moral passível de indenização. A revisão desse entendimentoimplica reexame de matéria fático-probatória, vedado pela Súmula 7/STJ.3. Recurso Especial não provido.(REsp 928550/AP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,julgado em 25/08/2009, DJe 31/08/2009) Grifei.

Dessa forma, o Apelado não possui legitimidade passiva para figurar nessa ação.

3. DISPOSITIVO.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR.Relator

29- Apelação Civel Nº 12060006629CARIACICA - 1ª VARA CÍVELAPTE UNIBANCO AIG SEGUROS S/A Advogado(a) ARNALDO ARRUDA DA SILVEIRAAdvogado(a) RENATA CUNHA PICCOLIAPDO ADAO INACIO DA TRINDADE Advogado(a) ENOCK SAMPAIO TORRESRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 12060006629

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: UNIBANCO AIG SEGUROS S/AADVOGADO: ARNALDO ARRUDA DA SILVEIRA E OUTROSRECORRIDO: ADÃO INACIO DA TRINDADE ADVOGADO: ENOCK SAMPAIO TORRESMAGISTRADO: ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA.SEGURO DE VIDA EM GRUPO. INDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO.

121 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 128: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

INEXISTÊNCIA. INVALIDEZ. PROVA DA INCAPACIDADE TOTAL EPERMANENTE. RISCO COBERTO PELA APÓLICE. RECURSODESPROVIDO.1. A ação proposta em face da negativa de pagamento de seguro de vida em grupoprescreve em 01 (um) ano, contado a partir da ciência inequívoca da incapacidadepelo segurado. Dicção das Súmulas 101 e 278, do STJ.2. O requerimento administrativo relativo ao pagamento da indenização àseguradora configura, em hipóteses excepcionais, causa de interrupção do prazoprescricional. Dicção do art. 202, VI, do CC. Precedentes.3. O risco coberto em contrato de seguro de vida em grupo enseja o pagamentode indenização.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

UNIBANCO AIG SEGUROS S/A interpôs Apelação Cível por inconformadocom a r. sentença que julgou procedente o pedido formulado pela parte contrária,para condenar a seguradora ao pagamento do prêmio prevista na apólice emdecorrência da invalidez do ora Recorrido.

Aduziu, em síntese, a ocorrência de prescrição da pretensão e, quanto ao mérito, aausência de prova da invalidez permanente e total do segurado. Pelo exposto,requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado.

Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.

É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. PRESCRIÇÃO.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento no sentido de quea ação proposta em face da negativa de pagamento de seguro de vida em grupodecorrente de invalidez prescreve em 01 (um) ano, contado a partir da ciênciainequívoca da incapacidade pelo segurado. Nesse sentido, confira-se:

CIVIL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. NEGATIVA DA SEGURADORA. AÇÃO DEINDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO ANUAL. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃODO PRAZO PRESCRICIONAL. HIPÓTESES. - A ação contra a negativa depagamento de seguro de vida em grupo prescreve em 01 (um) ano. Súmula nº 101do STJ. - O pedido de pagamento de indenização à seguradora suspende o prazode prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. Súmula nº 229 do STJ.- O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que osegurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral. Súmula nº 278 do STJ. -Todavia, a Súmula nº 229 do STJ não esgota todas as possibilidades envolvidas nocomunicado de sinistro feito à seguradora, sendo possível vislumbrar situações emque haverá a interrupção – e não há suspensão – do prazo prescricional. Apesardo pedido de indenização ter efeito suspensivo, esse efeito é inerente apenas àapresentação do comunicado de sinistro pelo segurado. Há de se considerar, emcontrapartida, que a resposta da seguradora pode, eventualmente, caracterizarcausa interruptiva do prazo prescricional, notadamente aquela prevista no art. 172,V, do CC/16 (atual art. 202, VI, do CC/02), qual seja, a prática de ato inequívoco,ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 875.637/PR, Rel. MinistraNANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe26/03/2009)

Em reforço de argumentação, transcrevo parte do elucidativo voto proferido pelaMinistra Nancy Andrighi, no julgamento do referido recurso:

“De acordo com a Súmula nº 278 do STJ, “o termo inicial do prazo prescricional,na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca daincapacidade laboral ”.A Súmula nº 229 do STJ, por sua vez, estabelece que “o pedido de pagamento deindenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o seguradotenha ciência da decisão ”.Para que a conjugação destes dois enunciados sumulares não gere distorções, háapenas uma interpretação possível, qual seja, a de que o dies a quo da prescriçãocorresponde à data em que o segurado toma ciência inequívoca da incapacidade,sendo que a contagem do prazo anual se suspende diante de eventualcomunicação de sinistro à seguradora, voltando a fluir somente após o seguradoser informado acerca da negativa de pagamento da indenização.Cabe, porém, uma consideração quanto ao termo “suspende ”, contido na Súmulanº 229. No julgamento do REsp 8.770/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Athos Carneiro,DJ 13.05.1991, assentou-se que “a reclamação administrativa também não é causainterruptiva da prescrição, pois não se insere em nenhuma das previsões do artigo172 do Código Civil, nem lei especial assim a conceitua. Todavia, tenho porrazoável e correto sustentar que o prazo prescricional não deverá correr, ficandoportanto suspenso, durante o tempo gasto pelo segurador no exame da

comunicação feita ao segurado ”. Esse entendimento foi acolhido por diversosoutros julgados (confira-se, à guisa de exemplo: REsp 807/RS, 4ª Turma, Rel.Min. Bueno de Souza, DJ 14.12.1992; REsp 21.547/RS, 3ª Turma, Rel. Min.Cláudio Santos, DJ 16.08.1993; e REsp 90.601/PE, 3ª Turma, Rel. Min. EduardoRibeiro, DJ 01.06.1998), culminando na edição do referido enunciado sumular.Não há dúvida, portanto, que o pedido de indenização formulado pelo seguradotem efeito suspensivo. Esse efeito, contudo, é inerente apenas à apresentação docomunicado pelo segurado.Há de se considerar, em contrapartida, que a resposta da seguradora pode,eventualmente, caracterizar causa interruptiva do prazo prescricional,notadamente aquela prevista no art. 172, V, do CC/16 (atual art. 202, VI, doCC/02), qual seja, a prática de ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importereconhecimento do direito pelo devedor.Constata-se, pois, que a Súmula nº 229 do STJ não esgota todas as possibilidadesenvolvidas no comunicado de sinistro feito à seguradora, sendo possívelvislumbrar situações em que haverá a interrupção – e não há suspensão – doprazo prescricional.Na hipótese vertente, a própria seguradora admite que a indenização perseguidapela recorrida, por invalidez permanente derivada de doença, está “inserta noContrato de Adesão de Seguro de Vida em Grupo e/ou acidentes pessoaiscoletivo (...), com cobertura de R$33.275,36 referente a Invalidez PermanenteTotal por doença e vigência a partir de 01.03.2000 ” (fls. 61).Assim, ainda que na resposta à notificação da recorrida haja negativa em pagar aindenização, não cabe dúvida de que a seguradora reconhece a existência dedireito à cobertura para o evento objeto da ação, o que caracteriza causainterruptiva do prazo prescricional, nos termos do art. 172, V, do CC/16.Portanto, considerando que, no período compreendido entre 17.11.2000 e22.06.2002, o prazo prescricional não fluiu, por estar pendente manifestação daseguradora, bem como que sua resposta caracterizou causa interruptiva daprescrição, a contagem do referido prazo foi renovado, de modo que somente seencerraria em 21.06.2003. Como a ação foi distribuída em 28.05.2003, não há quese falar em prescrição.” - [destaquei].

Na mesma linha argumentativa:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECOBRANÇA - SEGURO DE VIDA - PRAZO PRESCRICIONAL - TERMOINICIAL - CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA INVALIDEZ - PEDIDOADMINISTRATIVO - SUSPENSÃO DA CONTAGEM QUE SE REINICIACOM A RESPOSTA NEGATIVA POR PARTE DA SEGURADORA -ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA - ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA -CONDENAÇÃO - POSSIBILIDADE, DESDE QUE OBSERVADO OPRAZO DE SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE - RECURSOIMPROVIDO.(AgRg no Ag 1036773/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRATURMA, julgado em 28/04/2009, DJe 12/05/2009)

AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. OARTIGO 206 CÓDIGO CIVIL, DISPÕE QUE O PRAZOPRESCRICIONAL, PARA A PRETENSÃO DO SEGURADO CONTRA OSEGURADOR, É ÂNUO. COM EFEITO, SE APÓS A CIÊNCIA DANEGATIVA DE INDENIZAÇÃO- QUANDO, ENTÃO, O PRAZOPRESCRICIONAL VOLTOU A FLUIR-, O ORA AGRAVANTEPERMANECEU INERTE DURANTE MAIS, ATÉ MESMO, QUE UM ANO,NÃO HÁ COMO SER ACOLHIDA A IRRESIGNAÇÃO. ACÓRDÃOBASEADO EM FUNDAMENTADA CONVICÇÃO. INCIDÊNCIA DASÚMULA 7 DO STJ.AGRAVO IMPROVIDO.(AgRg no Ag 999.696/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 28/09/2009)

Além disso, aquela Corte sedimentou a orientação de que, na hipótese derequerimento administrativo, o prazo prescricional volta a fluir a partir da ciênciainequívoca do segurado a respeito da recusa do pagamento pela seguradora, nosseguintes termos, a saber:

DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SEGURO. INDENIZAÇÃO.PRESCRIÇÃO (ART. 178, § 6.º, II, DO CC/1916 E ART. 206, § 1.º, II, DO CCATUAL). PRAZO. FLUÊNCIA. DATA DA CORRESPONDÊNCIAENVIADA PELA SEGURADORA COM A RECUSA DO PAGAMENTO.IRRELEVÂNCIA. DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DO SEGURADO.FORMAS DE CARACTERIZÁ-LA E ÔNUS DA PROVA DA SUAOCORRÊNCIA.- A jurisprudência das Turmas que compõem a 2.ª Seção do STJ exige que osegurado tenha ciência inequívoca da recusa do pagamento pela seguradora, paraque volte a fluir o prazo prescricional da pretensão de cobrança da indenização.- Por ciência inequívoca entende-se aquela que não dá margem para dúvidas arespeito da sua ocorrência, o que só se obtém, em princípio, mediante assinaturado segurado: (i) no mandado expedido no processo de notificação judicial; ou (ii)no recibo de notificação extrajudicial, feita por intermédio do cartório de títulos edocumentos; ou (iii) no aviso de recebimento (A.R.) de correspondência enviada

122 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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pela via postal; ou (iv) em qualquer outro documento que demonstre de formalcabal que o segurado soube da negativa da seguradora e a respectiva data desseconhecimento.- Para efeito de fluência do prazo prescricional da pretensão à indenização dosegurado contra a seguradora, a data da correspondência enviada pela seguradoracom a recusa do pagamento é absolutamente irrelevante para se determinar a datada ciência inequívoca do segurado a respeito de tal recusa, porque a única dataválida para tanto é a data em que o segurado assinou o comprovante derecebimento de tal comunicação, seja ela o aviso de recebimento, o recibo danotificação do cartório de títulos e documentos ou o mandado expedido noprocesso da notificação judicial.- Quem tem o ônus de provar a ciência inequívoca do segurado a respeito darecusa de pagamento da indenização pela seguradora é a própria seguradora.Recurso especial provido.(REsp 888.083/ES, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,julgado em 21/06/2007, DJ 29/06/2007 p. 620)

O caso em julgamento é bem semelhante. Neste, o segurado teve ciência efetivada sua incapacidade em 17.11.2004, assim considerada como a data de início dorecebimento da aposentadoria por invalidez previdenciária (fls. 15). O aviso desinistro feito junto à seguradora ocorreu em 19.5.2005, a teor do documento defls. 89. Por sua vez, a carta de negativa definitiva de pagamento do seguro data de30.5.2005, conforme atesta o documento de fls. 18 dos autos.

Ocorre que a negativa da seguradora reconheceu a invalidez, ainda que parcial, dasegurada, configurando causa interruptiva do prazo prescricional. A partir daí,iniciou-se novo prazo preclusivo, considerando, repise-se, que o pedidoadministrativo no caso não configurou hipótese de suspensão mas sim deinterrupção do lapso.

Assim, o fato da demanda ter sido proposta em 23.1.2006 afasta a prescrição.Portanto, REJEITO a referida prejudicial.

2.2. SEGURO. INDENIZAÇÃO.

A questão controvertida diz respeito à negativa de pagamento de seguro de vidaem grupo decorrente de invalidez.

Pois bem.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento no sentido de quea concessão da aposentadoria por invalidez pelo INSS faz prova somente relativaacerca da incapacidade do segurado, ao qual incumbe a comprovação de que ainvalidez laboral é total e permanente para o recebimento de indenização previstaem contrato de seguro privado. Confira-se:

AGRAVO REGIMENTAL. OMISSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO.INEXISTÊNCIA.SEGURO. AÇÃO DE COBRANÇA. INDENIZAÇÃO POR INVALIDEZPERMANENTE. APOSENTADORIA PELO INSS. PRESUNÇÃO APENASRELATIVA DA INCAPACIDADE. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA EREEXAME DE PROVAS. DESCABIMENTO.I - Consoante dispõe o art. 535 do CPC, destinam-se os Embargos de Declaraçãoa expungir do julgado eventuais omissão, obscuridade ou contradição, não secaracterizando via própria à rediscussão do mérito da causa.II - O reconhecimento por parte do órgão previdenciário oficial de que osegurado tem o direito de se aposentar por incapacidade laboral não o exonera defazer a demonstração de que, efetivamente, se encontra incapacitado, total ouparcialmente, para fins de percepção da indenização fundada em contrato deseguro privado.III - Isso porque a concessão de aposentadoria pelo INSS faz prova apenasrelativa da invalidez, daí a possibilidade da realização de nova perícia com vistas àcomprovar, de forma irrefutável, a presença da doença que acarreta a incapacidadetotal e permanente do segurado. Precedentes.IV - Cotejando o laudo elaborado pelo perito do Juízo com os demais elementosde prova coligidos no processo concluiu o Colegiado de origem que, nospresentes autos, não há certeza do caráter definitivo da falta de capacidade daautora para o trabalho, tendo observado, ainda, que o próprio INSS se resguardado direito de, no prazo de dois anos, realizar novo exame médico a fim deverificar a necessidade de manter ou não a incapacidade para o trabalho.V - A revisão do julgado com o conseqüente acolhimento da pretensão recursaldemandaria interpretação de cláusula contratual e reexame de provas, o que não semostra consentâneo com a natureza excepcional da via eleita, a teor dosenunciados 5 e 7 da Súmula desta Corte.Agravo improvido.(AgRg no Ag 1086577/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 28/04/2009, DJe 11/05/2009)

I - LEI PROCESSUAL - INTERPRETAÇÃO - COERÊNCIA COM ACONSTITUIÇÃO - CONTENCIOSO.- A lei processual deve ser interpretada à luz dos preceitos constitucionais.

II - PROCESSUAL - PROVA EMPRESTADA - LAUDO - INSS -PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO - UTILIZAÇÃO CONTRATERCEIRO - INDEFERIMENTO DE PROVA - CPC, ARTS. 130 E 330.- Não é lícito ao juiz tomar de empréstimo prova obtida em procedimentoadministrativo, para utilizá-la em prejuízo da parte que não atuou em talprocedimento. Semelhante empréstimo ultrapassa o dispositivo do Art. 130 doCPC, agredindo o cânone constitucional do contencioso processual (CF; Art. 5º,LV).III - SEGURO - CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PELO INSS -PRESUNÇÃO RELATIVA - PERÍCIA - INDEFERIMENTO -CERCEAMENTO DE DEFESA.- A concessão de aposentadoria acidentária pelo INSS não induz presunçãoabsoluta da incapacidade do segurado, nem autoriza o juiz a tomá-la como provaemprestada em processo em que se discute relação securitária de direito privado.(REsp 822207/RS, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS,TERCEIRA TURMA, julgado em 16/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 392)

E, ainda: AgRg no Ag 363969/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 05/04/2001, DJ 28/05/2001 p. 201; REsp205314/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA,julgado em 06/05/1999, DJ 01/07/1999 p. 186.

No caso em julgamento, além da concessão do referido benefício previdenciárioao segurado, ora Recorrido, o laudo pericial elaborado por expert nomeado pelojuízo foi conclusivo ao constatar a incapacidade total e permanente do segurado,oportunidade em que restou consignado, verbis, fls. 202/207:

“2 - Queira o Expert informar se o requerente tem condições de exercer algumtipo de atividade laboral atualmente e por quê?Resp.: As limitações observadas no seu exame físico o contra indicam para toda equalquer atividade laboral.(...)8 - Queira o Expert informar se o estado de saúde do requerente indicaaposentadoria por invalidez total ou parcial e por quê?Resp: Sua história da doença, se diagnóstico e seu exame físico indicam que orequerente não tem condições de saúde para reabilitação para qualquer atividadelaboral. (...)10 - Queira o Expert informar que a doença ocasionou invalidez total do doente éirreversível ou tem cura e como?Resp: É irreversível. (...)5 - Em caso afirmativo, essa incapacidade (e não a doença) seria permanente oureversível?Resp: Sua incapacidade é total e permanente para as atividades que lhe garantam osustento.”

Nesse contexto, é indubitável a conclusão de que a incapacidade desenvolvidapelo Recorrido é total e permanente, risco coberto pelo seguro de vida em grupocontratado pelo mesmo. De fato, a apólice se seguro em análise, destacadainclusive pela própria Apelante nas razões recursais, prescreve expressamente, fls.28:

“1. OBJETO DA COBERTURA1.1 A presente cobertura, garante ao segurado o pagamento de uma indenização,caso ele venha a se tornar total e permanentemente inválido, em consequência dedoença, para a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação com osrecursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação; consideram-setambém como total e permanentemente inválidos os componentes portadores dedoença em fase terminal, atestada por profissional legalmente habilitado.”

Destarte, considerando o estado totalmente incapacitante do segurado, bem comoa existência de previsão contratual para o referido risco, deve ser determinado opagamento da indenização securitária. Logo, mantém-se irretocável a r. sentença objurgada.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.

Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória (ES), 26 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

30- Apelação Civel Nº 48090119289SERRA - 3ª VARA CÍVELAPTE BANCO SANTANDER BRASIL S/A Advogado(a) EDUARDO GARCIA JUNIOR

123 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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APDO CRISTINA MARIA PIDNER Advogado(a) HILTON MIRANDA ROCHA SOBRINHORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 48090119289

RELATOR: DES. DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO SANTANDER BRASIL S/A ADVOGADO: EDUARDO GARCIA JUNIORRECORRIDO: CRISTINA MARIA PIDNERADVOGADO: HILTON MIRANDA ROCHAMAGISTRADO: TELMELITA GUIMARÃES ALVES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA EAPREENSÃO. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORAVERIFICADA IN STATU ASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL. INVALIDADE. JURISPRUDÊNCIA TJES E STJ.RESSALVA PESSOAL DO RELATOR. RECURSO DESPROVIDO.1. A notificação extrajudicial válida é imprescindível ao processamento da ação debusca e apreensão e da ação de reintegração de posse ajuizada com base emcontrato de arrendamento mercantil, motivo pelo qual a inexistência ouirregularidade do ato implica extinção da demanda possessória, ressalvadoposicionamento pessoal do Relator. Súmula 72/STJ. Precedentes. 2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

BANCO SANTANDER BRASIL S/A interpôs Apelação Cível porinconformado com a r. sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensãoajuizada pela instituição financeira sem julgamento do mérito, tendo em vista airregularidade da notificação extrajudical da devedora. Aduziu, em síntese, que a demanda foi ajuizada em conformidade com a legislaçãoaplicável, inclusive quanto a notificação extrajudicial necessária à comprovação damora. Nesses termos, requereu o provimento do recurso com a reforma dojulgado de origem.Sem contrarrazões, a teor da certidão de fls. 140.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de 1º grau fundamentou a extinção do processo sem resolução do méritopor ausência de pressuposto de constituição e validade do processo, tendo emvista a não comprovação da mora pelo credor Demandante. Ressaltou, ainda, airregularidade da notificação extrajudicial realizada pela empresa em razão daviolação ao princípio da territorialidade. Senão vejamos.

2.1. ENTENDIMENTO DO RELATOR.

Como já tive a oportunidade de me manifestar em outros processos semelhantes,tenho opinião particular acerca da matéria. Explico.A controvérsia diz respeito à validade da constituição de devedor em mora,promovida através de notificação extrajudicial expedida por cartório situado emcomarca diversa daquela em que o devedor é domiciliado.Pois bem.Em decisão recente prolatada nos autos da Medida Cautelar em Mandado deSegurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoliafirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, de LIMONGI,WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendoCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e do CONSELHEIRO RELATORDO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No 0001261-78.2010.2.00.0000, no qual seexpõe e requer o seguinte:a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010,determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todo o País obedeçamao princípio da territorialidade”, o que implica dizer que “somente realizemnotificações dentro dos limites territoriais das respectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido de Providências no0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado pelo INSTITUTO DE REGISTRO DETÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003, com sede noMunicípio de São Paulo, tendo em seu objeto societário a cobrança extrajudicial ejudicial de valores, o que implica a necessidade de utilização de serviçoscartorários;

d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se de alguns cartórios, emdetrimento de outros, por força de sua maior especialização e estrutura técnicamais adequada ao processo de cobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta e oito horas; seaplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado para cinquenta e quatro dias;f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartórios que sequer temtelefone, muito menos serviço de internet ou meios tecnológicos para recebernotificações extrajudiciais por via eletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamente autuado comotal, pois originariamente o INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJuma “reclamação para garantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento, pois areclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e, na espécie, houveexclusiva determinação no sentido de respeito à divisão territorial em face doTribunal de Justiça do Espírito Santo, sem possibilidade de extensão a outrasunidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, na medida em que oprocedimento adotado no Espírito Santo, para sua replicação em outros Estados,demandaria a observância de requisitos formais (audiência pública; recebimentode manifestação dos cidadãos, dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seuartigo 130 afirma serem registrados nos domicílios das partes contratantes apenasos atos indicados em seus artigos 128 e 129, o que exclui o ato de notificaçãoextrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece a obrigatoriedade daadoção do critério da territorialidade: “O comando legal é no sentido de que oOficial pode requisitar a atuação de oficiais de registro em outros municípios,patente assim o caráter de faculdade e não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio da territorialidadeapenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis das Pessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartas precatóriasextrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão, orientada pela busca daceleridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamento da segurança,os efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo, com anulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheiro relator do CNJ,que adveio de provocação do INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil,consubstanciada em “reclamação para garantia das decisões”, comoexpressamente alude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, por meio de AutoCircunstanciado de Inspeção Preventiva, realizado no Estado do Espírito Santo,identificou que, na Comarca de Cariacica, o Registro de Títulos e Documentosexpedia notificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essa conduta,como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dos demais registradores detítulos e documentos do país, implanta concorrência predatória que podeinviabilizar o serviço de títulos e documentos de outras comarcas que obedecemao valor dos emolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira que deveser preservada para todas as unidades dos serviços e ofende frontalmente oestabelecido na regra legal prescrita no art. 160 da Lei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentido de que sepublicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos e Documentos para queparalisassem o encaminhamento de notificações extrajudiciais diretamente aosdestinatários, que não possuíssem domicílio no território das respectivasdelegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendo recebido o número0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída, por prevenção, ao ConselheiroLeomar Barros Amorim de Sousa. A autoridade impetrada determinou fossem osTribunais de Justiça instados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, de cujo teor se extraique a maioria desses órgãos judiciários possui normas internas vedando aexpedição de notificações para além dos limites territoriais das comarcasrespectivas. É esse o caso dos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, SantaCatarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, Minas Gerais,Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Paraíba,Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaram que não possuem normasdisciplinando a matéria, desconhecem as práticas de seus cartórios ou nãoofereceram subsídios conclusivos sobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único a fundamentarexpressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios de Títulos e Documentoso princípio da territorialidade.

A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático, apresentou as razõesabaixo sintetizadas:

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a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada, por meio deoutras provocações, no Pedido de Providências no 642, quando ficouexpressamente declarada a ilegalidade da prática dos registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo de proceder a notificações extrajudiciais porvia postal para municípios de outros entes federados, bem assim no AutoCircunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no127/2009), onde também se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo, enquanto a segunda foi relativa tão somenteaos homólogos do Estado do Espírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no Auto Circunstanciado deInspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “não obstante ter declarado queo princípio da territorialidade fosse observado pelos registradores de todo o País,não providenciou a intimação de todos os Tribunais Estaduais do teor da decisão,razão pela qual determinei a intimação destes para que não haja equívocos quandodo cumprimento por todos os registradores de títulos e documentos.”;d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ.Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto.2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios, alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridade impetrada de quefoi satisfeito o contraditório, muito menos é correto seu entendimento de que épossível, em outro procedimento, estender a eficácia de decisões de caráter interpartes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vem sendo objetode normatização específica, no âmbito da competência de cada um dos Tribunaisde Justiça, com a majoritária orientação no sentido de se proibir as notificaçõesextrajudiciais de caráter extraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado doParaná, que diverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editou regras ecumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido de Providências é, aomenos por agora, de baixa densidade jurídica. Há pouca influência desse ato, que,em princípio, revela desapego um tanto exagerado pelas formalidades processuais,em relação ao efeito jurídico da decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciais emdetrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciação nesta sede,porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza das notificaçõesextrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidos em juízo, que guardamestrita conexão com o contraditório e a distribuição territorial da jurisdição, o que,neste último caso, demanda a observância das regras de divisão de competência,com seus efeitos reflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nascélebres lições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientifica a outremum fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução ao Direito Civil.Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1998.p. 256). Não se forma uma relação bilateral entre notificante e notificado pelamera expedição do ato notificatório. Se for resistida a pretensão do notificante, asolução do conflito dar-se-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regrasterritoriais (ou, excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual –ou à competência hierárquica). Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas, ostensivas deaspectos de índole formal.Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão central deste writ ofmandamus. Uma interferência do STF, que desfizesse dessa legítima produçãonormativa pelos Tribunais locais, só criaria efeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, no entanto, nãopossui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimento adotado pelo relatorConselheiro Leomar Barros Amorim de Souza extrapolou os limites de suaatuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dar eficácia extensiva econtra terceiros, sem prévio contraditório e sem os necessários atos de audiênciabilateral ou plurilateral, a decisões específicas advindas de outros feitosadministrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiça com arealização de atos tendentes à realização do contraditório.

Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo do procedimento, o queimplica a necessidade de deferimento da liminar pretendida, o que se faz, todavia,com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedido de Providências no642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo(Portaria no 127/2009) permanecem intactos. A impetração contra esses não sedirigiu, nem o poderia, sob pena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto dequalquer impugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário, ter-se-ia, pormeios indiretos, a transformação desta segurança em remédio contra todos osatos anteriores do CNJ relativos ao princípio da territorialidade nas serventias detítulos e documentos. Pelos limites objetivos e subjetivos da demanda, isso não épossível.O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidade normativa dosTribunais de Justiça, os quais, como visto, em sua maioria, já cuidaram doproblema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome da observância deprincípios formais que possuem inequívoca relevância no quadro constitucional,mormente quando suportam o contraditório, o devido processo legal e aimpossibilidade de supressão de direitos sem sua prévia observância. Nada alémdisso e sem qualquer compromisso com a questão de fundo, cujaconsubstanciação, ao meu ver, ocorreu ainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que de relevo para este eoutros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norte-americana, a teoria daautocontenção e a teoria minimalista, segundo as quais, com as respectivasdiferenciações, as Cortes Constitucionais devem optar, muitas vezes, pelo“silêncio eloquente”, decidindo menos para decidir melhor, e reservando aosespaços de deliberação democrática a necessária autonomia para resolver osconflitos sociais e jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientaçõesideológicas antagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), de notóriasconvicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time: judicial minimalismon the Supreme Court. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999.passim), o jurista mais influente do Partido Democrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formas de minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não só por deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem a convergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o Congresso Nacional,em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição à atividade legislativa daprimazia na busca de soluções para situações de normatização ambígua, aoexemplo do que parece ser a relativa ao princípio da extraterritorialidade. Se esseminimalismo vale para o STF, é de ser ponderado se não deve ser tambémacatado pelo CNJ, especialmente quando há legitimidade nomogenética pelosTribunais locais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que o impetrante, demodo técnico e documentadamente, provou os efeitos da não-utilização dasserventias extrajudiciais em suas atividades. Ampliar-se o prazo de ultimação dosprocedimentos notificatórios para cinquenta e quatro dias é algo que efetivamentelhe trará custos e poderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspender os efeitos da decisãomonocrática da autoridade impetrada, ressalvada a eficácia do que decidido peloCNJ no Pedido de Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assim quaisquer outrosatos normativos daquele colegiado, não alcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se. Brasília, 27 de abril de 2010. Ministro DIAS TOFFOLI Relator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório detítulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.

No caso dos autos, a devedora, que é domiciliada na Serra - ES, foi notificadaextrajudicialmente por meio do Cartório do 1º Ofício de Cariacica/ES, conformedemonstram os documentos acostados aos autos.A inobservância do princípio da territorialidade torna inválida a notificaçãoextrajudicial da parte, promovida com o objetivo de constituí-la em mora.Todavia, importa registrar que a constituição do devedor em mora pode seefetivar tanto através da notificação extrajudicial, quanto através da citação,conforme dispõe o artigo 219 do CPC. Verbis:Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e fazlitigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui emmora o devedor e interrompe a prescrição [destaquei].

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Assim, a citação válida tem o condão de suprir a ausência de notificação prévia.Partindo dessa premissa, a notificação prévia passa a ter outra função: a depermitir ao devedor o pagamento do débito antes que o veículo seja retomado porintermédio de cumprimento de decisão judicial.Nessa ordem de ideias, é possível concluir que: (i) se o devedor for notificadoregularmente antes da propositura da demanda, então o juiz pode determinar aretomada do veículo POR MEIO DE LIMINAR; (ii) se o devedor não foinotificado previamente ou a notificação realizada é irregular, ainda assim o credorpoderá propor a demanda, mas a retomada do veículo SOMENTE poderáocorrer EM SENTENÇA, e NÃO LIMINARMENTE, uma vez que haverá anecessidade de oportunizar ao devedor o cumprimento da obrigação, no prazoque se inicia a partir da citação.Nessa linha interpretativa, assegura-se a função da notificação prévia: impedir aRETOMADA do bem (e não a propositura da demanda) sem assegurar aodevedor a possibilidade de adimplemento contratual.Esse raciocínio parece-me adequado, pois a notificação prévia não pode serentendida como condição da ação ou pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular do processo – em que pese aos respeitáveisentendimentos em sentido contrário – e, por isso, não há como prosperar oentendimento exposto na sentença recorrida, que extinguiu o processo semresolução de mérito, por considerar inválida a constituição do Agravado em mora.Ademais, importante mencionar o entendimento consolidado no STJ de que amora na alienação fiduciária constitui-se ex re. Ilustrativamente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. BUSCA EAPREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE.I- De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se exre nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez nãopaga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deveráser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório deTítulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.II- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o protesto dotítulo efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que o devedorencontra-se em lugar incerto, o que não ocorreu no presente caso, conformeconsta do acórdão recorrido. Agravo improvido (AgRg no Ag 992301/RS,Relator Ministro SIDNEI BENETI, DJe 11/09/2008).

Ou seja, a simples falta de pagamento caracteriza a mora do devedor. Acomprovação da mora, por sua vez, geralmente é presumida com a notificaçãoextrajudicial válida ou com o protesto. Mas se não for comprovada, nem por issoa ação é inviável. Nesse caso, a mora pode ser demonstrada durante a instruçãoprocessual (em verdade, o fato negativo não se prova, cabendo à parte contráriaprovar o pagamento). Principalmente se reconhecermos que ela ocorre ex re,conforme a jurisprudência pacífica do STJ.E mais. Mesmo a presunção da mora gerada pela notificação não é absoluta. Opagamento é fato extintivo do direito do autor. E, na forma do art. 333, II, doCPC, o ônus é do Requerido na demanda. Logo, mesmo que exista a notificação,o Requerido pode comprovar o pagamento, durante a instrução do processo.Nesse contexto interpretativo, não vejo como reconhecer que a falta dacomprovação da mora pela notificação torna inviável a demanda de busca eapreensão.Sem mencionar, como fiz anteriormente, que a citação válida constitui em mora odevedor. Ora, se a citação é suficiente para caracterizar a mora e se o STJ jáconsolidou que a mora na alienação fiduciária é ex re, então a citação válida, nomínimo, deve ser admitida como suficiente em substituição da notificaçãoextrajudicial. A utilidade da efetiva notificação ficará adstrita à tutela de urgência.Por fim, importante ressaltar que os fundamentos ora expostos não implicamdiscordância com as disposições do Ofício Circular nº 019/2010 expedido pelaCorregedoria de Justiça deste Estado e, tampouco, aos efeitos da decisão doConselho Nacional de Justiça no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado doEspírito Santo (Portaria no 127/2009) permanecem intactos. Como destaquei anteriormente, reconheço a ilegalidade da notificaçãoextrajudicial realizada com a violação ao princípio da territorialidade. Entretanto,entendo, como dito, que a ausência da notificação, ou mesmo sua irregularidade,não determina a extinção da demanda, mas tão somente o indeferimento daretomada liminar do bem, nos termos supramencionados.Ademais, a orientação da Corregedoria Geral de Justiça deste Estado apenasrecomenda aos magistrados que prestigiem e zelem pelo princípio daterritorialidade nas ações que requeiram a comprovação da mora do devedor. Oórgão não determina, pois, que as demandas desprovidas da referida notificaçãoou que apresentem o documento de forma irregular, sejam extintas, a despeito daconclusão do juízo a quo.

2.2. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.

Não obstante o entendimento pessoal deste Relator sobre o assunto tratado nosautos, a jurisprudência tanto do Colendo Superior Tribunal de Justiça, quantodeste Egrégio Tribunal de Justiça sedimentaram orientação em sentido diverso. Nesse contexto, ambas as Cortes entendem que a notificação extrajudicial inválidaimpede o processamento da Ação de Busca e Apreensão e da Ação de

Reintegração de Posse fundada em contrato de arrendamento mercantil,implicando extinção das demandas, haja vista a deficiência da comprovação damora do devedor, consoante ilustram os precedentes que originaram a Súmula nº72 da Corte Superior (REsp 16242 SP 1991/0023064-2 Decisão: 31/08/1992 DJDATA:21/09/1992; REsp 13959 SP 1991/0017518-8 Decisão:29/10/1991; DJDATA:02/12/1991; REsp 3900 RS 1990/0006327-2 Decisão:11/09/1990; DJDATA:09/10/1990).Em reforço, destaco decisões monocráticas recentes proferidas no C. STJ nomesmo sentido, a saber: RECURSO ESPECIAL Nº 1.099.258 - RS(2008/0228350-2), RELATOR: MINISTRO PAULO DE TARSOSANSEVERINO, 26/04/2011; RECURSO ESPECIAL Nº 1.244.585 - SC(2011/0063789-0), RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDA, 05/05/2011.E, ainda, precedentes de todas as Câmaras Cíveis deste E. TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E DL 911/69 - BUSCA E APREENSÃO -EMENDA DA INICIAL - INÉRCIA DO AUTOR - FALTA DECOMPROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR CARTÓRIO FORA DO ÂMBITODE SUA DELEGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO -RECURSO IMPROVIDO. 1) Cabível, in casu, a extinção do processo semresolução do mérito por não promover a parte autora a juntada de documentoindispensável ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, configurado pelanotificação extrajudicial perpetrada por Cartório de Títulos e Documentos comâmbito de delegação na circunscrição do devedor. 2) Recurso Improvido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso. Vitória, ES, em 18 de janeiro de 2011. PresidenteRelator Procurador de Justiça(TJES, Classe: Apelação Civel, 24080278252, Relator: WILLIAM COUTOGONÇALVES, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 01/02/2011, Data da Publicação no Diário: 19/04/2011)

CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - COMPROVAÇÃO DA MORA -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - PRESSUPOSTO DEADMISSIBILIDADE ESPECÍFICO DA DEMANDA - art. 3°, do Decreto-leinº 911/69 - CARTÓRIO SITUADO EM COMARCA DIVERSA DODEVEDOR - Provimento nº 027/2009 da Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo QUE alterou o art. 341 do código de normas proibindoessa prática - art. 9º da lei nº 8.935/1994 - NOTIFICAÇÃO INOPERANTEporquanto realizada após a alteração do código de normas - remansosajurisprudência do tjes - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 -Ressalvado posicionamento pessoal, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiçase firmou no sentido da invalidade da notificação realizada por cartório situadoem comarca diversa da do devedor, especialmente após o advento do Provimentonº 027, de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo, que alterou o disposto no art. 341, do Código deNormas. Nesse sentido: Apelação Civel nº 24080025794, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 30/11/2010, Data da Publicação no Diário: 23/02/2011; ApelaçãoCivel nº 24100126481, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DAGAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:25/01/2011, Data da Publicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº24100048107, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/01/2011, Data daPublicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº 24070080163, Relator:NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data da Publicação noDiário: 14/02/2011; Agravo Interno na Apelação Cível nº 48070060941, Relator:CARLOS ROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2010, Data da Publicação no Diário:03/12/2010; Agravo Interno na Apelação Cível nº 35100801089, Relator:MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 27/09/2010, Data da Publicação no Diário:09/11/2010. 2 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados ediscutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA aEgrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas queintegram este julgado, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recursoe NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator.Vitória(ES),31 de maio de 2011. DES. PRESIDENTE DES. RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 12100113161,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 31/05/2011, Data daPublicação no Diário: 07/06/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE APELAÇÃONÃO RECEBIDO. SÚMULA IMPEDITIVA. CPC, ART. 518, §1º. AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SÚMULA 72DO STJ. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA NA SENTENÇA. RECURSO

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PROVIDO. 1. Para a aplicação do disposto no artigo 518, § 1º, do CPC, énecessária a perfeita adequação da sentença ao enunciado de súmula do SupremoTribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 2. A súmula n. 72/STJenuncia que ¿a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão dobem alienado fiduciariamente¿, mas não trata da forma como a comprovação damora deve ser feita. 3. Recurso conhecido e provido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 48119000254, Relator: DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 24/05/2011, Data da Publicação no Diário: 31/05/2011)

AGRAVO INTERNO - BUSCA E APREENSÃO - NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL - CARTÓRIO DE COMARCA DIVERSA DODOMICÍLIO DO DEVEDOR - PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE -LEI DE REGISTROS PÚBLICOS - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - RECURSO IMPROVIDO. I - A ECnº 45/04, instituiu, como órgão do Poder Judiciário, o Conselho Nacional deJustiça, concedendo-lhe a atribuição de zelar pela observância do art. 37/CF eapreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativospraticados por membros ou órgão do Poder Judiciário, nos moldes do inciso II, §4º do art. 103-B da Constituição Federal. II. A Portaria nº 127 do ConselhoNacional de Justiça, da mesma forma que o Procedimento de ControleAdministrativo nº 642, veio, apenas, aplicando a regra que lhe fora outorgadaconstitucionalmente de zelar pela observância do art. 37/CF, relativa a legalidadedo ato administrativo, determinar o cumprimento da Lei de Registros Públicos(Lei 6.015/73), lei de cunho nacional ou natureza federativa. III - Desta forma, aaplicação do Princípio da Territorialidade também foi exigido do Poder Judiciáriodeste Estado, Portaria nº 127, no Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva,que à evidência, como decisão administrativa interpretativa do art. 9º da Lei nº8.935/94, legislação que regulamentou o art. 236 da Constituição Federal,dispondo sobre serviços notariais e de registro (Lei dos cartórios), trouxe comoilegal a notificação extrajudicial praticada pelo registrador quando o interessadoresidir fora do município de sua sede. IV - Ao que se vê, e é impossível concluirde outra forma, a prática de ato do tabelião fora do âmbito de sua delegação (art.9º da Lei nº 8.935/94), ou ato efetuado por cartório de comarca distinta dodomicílio das partes contratantes (art. 130 da Lei nº 6.015/73), sempre foracomportamento vedado pelo ordenamento jurídico. V - Diante desse consignadoexternado, não há que se falar em afronta ao art. 5º, XXXVI da CF, e ao art. 6º daLICC, eis que, in casu, não se verifica qualquer direito adquirido, muito menosexistência de ato jurídico perfeito, posto que a notificação realizada em comarcaestranha ao domicílio do devedor não é albergada pelo ordenamento jurídico. VI -A jurisprudência atual, acompanhada por este E. Tribunal de Justiça, é assente nosentido de que a notificação extrajudicial expedida por cartório de comarca diversado domicílio do réu é inválida, não sendo instrumento hábil a comprovar a mora,logo, não constituindo o requisito para propositura da ação de busca e apreensão,conforme dispõe o Decreto-Lei 911/69. VII - Recurso improvido.(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 49100052650,Relator: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 16/05/2011, Data da Publicação noDiário: 27/05/2011)

Dessa forma, em razão do entendimento sufragado anteriormente, acompanho aorientação deste E. TJES e do C. STJ, no sentido de manter a extinção dademanda originária, sobretudo para manter coerência acerca da matéria,entretanto com a ressalva pessoal supramencionada.

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

31- Apelação Civel Nº 12090191060CARIACICA - 1ª VARA CÍVELAPTE BV FINANCEIRA S/A CFI Advogado(a) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO DIEGO DE ALVARENGA VICENTE RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090191060

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BV FINANCEIRA S/A CFIADVOGADO: LIVIA MARTINS GRIJORECORRIDO: DIEGO DE ALVARENGA VICENTEMAGISTRADO: ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA EAPREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. EXTINÇÃOSEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORA VERIFICADA IN STATUASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. INVALIDADE.JURISPRUDÊNCIA TJES E STJ. RESSALVA PESSOAL DO RELATOR.RECURSO DESPROVIDO.1. A notificação extrajudicial válida é imprescindível ao processamento da ação debusca e apreensão e da ação de reintegração de posse ajuizada com base emcontrato de arrendamento mercantil ou de alienação fiduciária em garantial,motivo pelo qual a inexistência ou irregularidade do ato implica extinção dademanda, ressalvado posicionamento pessoal do Relator. Súmula 72/STJ.Precedentes.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

BV FINANCEIRA S/A CFI interpôs apelação cível, por inconformada com asentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, tendo em vista que anotificação extrajudicial do devedor, para fins de constituição em mora, nãoobservou o princípio da territorialidade.Alegou, em síntese, que a referida exigência é inaplicável ao caso dos autos,porquanto a demanda fora ajuizada antes da publicação do Ofício Circular nº19/2010, da Corregedoria de Justiça do Espírito Santo.Requereu o provimento do recurso.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.2. FUNDAMENTAÇÃO 

A controvérsia diz respeito à validade da constituição de devedor em mora,promovida através de notificação extrajudicial expedida por cartório situado emcomarca diversa daquela em que o devedor é domiciliado.No caso em exame, a notificação extrajudicial do ora Apelado foi promovida porCartório situado em Maceió - AL, embora o Apelado seja domiciliado emCariacica - ES.Pois bem. Nos termos da Súmula 72 do STJ, a demonstração de que o devedor foiregularmente constituído em mora é imprescindível para busca e apreensão dobem alienado fiduciariamente. Não obstante, a constituição do devedor em mora pode se efetivar tanto atravésda notificação extrajudicial, quanto através da citação, conforme dispõe o artigo219 do CPC. Verbis:Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e fazlitigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui emmora o devedor e interrompe a prescrição [destaquei].

Assim, a citação válida tem o condão de suprir a ausência de notificação prévia.Partindo dessa premissa, a notificação prévia passa a ter outra função: a depermitir ao devedor o pagamento do débito antes que o veículo seja retomado porintermédio de cumprimento de decisão judicial. Nessa ordem de ideias, é possível concluir que: (i) se o devedor for notificadoregularmente antes da propositura da demanda, então o juiz pode determinar aretomada o veículo POR MEIO DE LIMINAR; (ii) se o devedor não foinotificado previamente ou a notificação realizada é irregular, ainda assim o credorpoderá propor a demanda, mas a retomada do veículo SOMENTE poderáocorrer EM SENTENÇA, e NÃO LIMINARMENTE, uma vez que haverá anecessidade de oportunizar ao devedor o cumprimento da obrigação, no prazoque se inicia a partir da citação.Nessa linha interpretativa, assegura-se a função da notificação prévia: impedir aRETOMADA do bem (e não a propositura da demanda) sem assegurar aodevedor a possibilidade de adimplemento contratual. Esse raciocínio sempre me pareceu adequado, pois a notificação prévia não podeser entendida como condição da ação ou pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular do processo – em que pese aos respeitáveisentendimentos em sentido contrário –, razão pela qual, em diversas ocasiões,manifestei-me no sentido de reformar as sentenças que extinguiram os processossem resolução de mérito, por considerar inválida a constituição do devedor emmora. Ademais, importante mencionar o entendimento consolidado no STJ de que amora na alienação fiduciária constitui-se ex re. Ilustrativamente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. BUSCA EAPREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE.I- De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se exre nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez nãopaga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deveráser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório deTítulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.

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II- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o protesto dotítulo efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que o devedorencontra-se em lugar incerto, o que não ocorreu no presente caso, conformeconsta do acórdão recorrido. Agravo improvido (AgRg no Ag 992301/RS,Relator Ministro SIDNEI BENETI, DJe 11/09/2008).

Ou seja, a simples falta de pagamento caracteriza a mora do devedor. Acomprovação da mora, por sua vez, geralmente é presumida com a notificaçãoextrajudicial válida ou com o protesto. Mas se não for comprovada, nem por issoa ação é inviável. Nesse caso, a mora ode ser demonstrada durante a instruçãoprocessual (em verdade, o fato negativo não se prova, cabendo à parte contráriaprovar o pagamento). Principalmente se reconhecermos que ela ocorre ex re, conforme a jurisprudênciapacífica do STJ.E mais. Mesmo a presunção da mora gerada pela notificação não é absoluta. Opagamento é fato extintivo do direito do autor. E, na forma do art. 333, II, doCPC, o ônus é do Requerido na demanda. Logo, mesmo que exista a notificação,o Requerido pode comprovar o pagamento, durante a instrução do processo.Nesse contexto interpretativo, entendo que não há como reconhecer que a faltada comprovação da mora pela notificação torna inviável a demanda de busca eapreensão.Sem mencionar, como fiz anteriormente, que a citação válida constitui em mora odevedor. Ora, se a citação é suficiente para caracterizar a mora e se o STJ jáconsolidou que a mora na alienação fiduciária é ex re, então a citação válida, nomínimo, deve ser admitida como suficiente em substituição da notificaçãoextrajudicial. Com base nessa linha interpretativa, convenci-me de que a utilidade da efetivanotificação fica adstrita à tutela de urgência e, em diversas oportunidades,manifestei-me no sentido de que a invalidade da notificação extrajudicial nãoimpede o ajuizamento da ação de busca e apreensão.Recentemente, entretanto, em decisão prolatada nos autos da Medida Cautelar emMandado de Segurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal DiasToffoli afirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, deLIMONGI, WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendo CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e doCONSELHEIRO RELATOR DO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No0001261-78.2010.2.00.0000, no qual se expõe e requer o seguinte:a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010, determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todoo País obedeçam ao princípio da territorialidade”, o que implica dizerque “somente realizem notificações dentro dos limites territoriais dasrespectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido deProvidências no 0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado peloINSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E DEPESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003,com sede no Município de São Paulo, tendo em seu objeto societário acobrança extrajudicial e judicial de valores, o que implica a necessidadede utilização de serviços cartorários;d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se dealguns cartórios, em detrimento de outros, por força de sua maiorespecialização e estrutura técnica mais adequada ao processo decobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta eoito horas; se aplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado paracinquenta e quatro dias;f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartóriosque sequer tem telefone, muito menos serviço de internet oumeios tecnológicos para receber notificações extrajudiciais por viaeletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamenteautuado como tal, pois originariamente o INSTITUTO DEREGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOASJURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJ uma “reclamação paragarantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento,pois a reclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e,na espécie, houve exclusiva determinação no sentido de respeito àdivisão territorial em face do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, sempossibilidade de extensão a outras unidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, namedida em que o procedimento adotado no Espírito Santo, para suareplicação em outros Estados, demandaria a observância de requisitos

formais (audiência pública; recebimento de manifestação dos cidadãos,dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seu artigo 130 afirma serem registrados nos domicíliosdas partes contratantes apenas os atos indicados em seus artigos 128 e129, o que exclui o ato de notificação extrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece aobrigatoriedade da adoção do critério da territorialidade: “O comandolegal é no sentido de que o Oficial pode requisitar a atuação de oficiaisde registro em outros municípios, patente assim o caráter de faculdadee não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio daterritorialidade apenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis dasPessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartasprecatórias extrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão,orientada pela busca da celeridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamentoda segurança, os efeitos da decisão monocrática da autoridadeimpetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo,com a nulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheirorelator do CNJ, que adveio de provocação do INSTITUTO DEREGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOASJURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil, consubstanciadaem “reclamação para garantia das decisões”, como expressamentealude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas 38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, pormeio de Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva, realizadono Estado do Espírito Santo, identificou que, na Comarcade Cariacica, o Registro de Títulos e Documentos expedianotificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essaconduta, como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dosdemais registradores de títulos e documentos do país, implantaconcorrência predatória que pode inviabilizar o serviço de títulose documentos de outras comarcas que obedecem ao valor dosemolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira quedeve ser preservada para todas as unidades dos serviços e ofendefrontalmente o estabelecido na regra legal prescrita no art. 160 daLei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentidode que se publicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos eDocumentos para que paralisassem o encaminhamento de notificaçõesextrajudiciais diretamente aos destinatários, que não possuíssemdomicílio no território das respectivas delegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendorecebido o número 0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída,por prevenção, ao Conselheiro Leomar Barros Amorim de Sousa.A autoridade impetrada determinou fossem os Tribunais de Justiçainstados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, decujo teor se extrai que a maioria desses órgãos judiciários possuinormas internas vedando a expedição de notificações para alémdos limites territoriais das comarcas respectivas. É esse o casodos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, Santa Catarina,Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, MinasGerais, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará,Tocantins, Paraíba, Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaramque não possuem normas disciplinando a matéria, desconhecem aspráticas de seus cartórios ou não ofereceram subsídios conclusivossobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único afundamentar expressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios deTítulos e Documentos o princípio da territorialidade.A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático,apresentou as razões abaixo sintetizadas:a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada,por meio de outras provocações, no Pedido de Providências no 642,quando ficou expressamente declarada a ilegalidade da prática dosregistradores de títulos e documentos do Estado de São Paulo deproceder a notificações extrajudiciais por via postal para municípiosde outros entes federados, bem assim no Auto Circunstanciado deInspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), ondetambém se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores

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de títulos e documentos do Estado de São Paulo, enquanto asegunda foi relativa tão somente aos homólogos do Estado doEspírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no AutoCircunstanciado de Inspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “nãoobstante ter declarado que o princípio da territorialidade fosse observado pelosregistradores de todo o País, não providenciou a intimação de todos os TribunaisEstaduais do teor da decisão, razão pela qual determinei a intimação destes paraque não haja equívocos quando do cumprimento por todos os registradores detítulos e documentos.”; d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ. Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto. 2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridadeimpetrada de que foi satisfeito o contraditório, muito menos é corretoseu entendimento de que é possível, em outro procedimento, estender aeficácia de decisões de caráter inter partes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vemsendo objeto de normatização específica, no âmbito da competênciade cada um dos Tribunais de Justiça, com a majoritária orientaçãono sentido de se proibir as notificações extrajudiciais de caráterextraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado do Paraná, quediverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editouregras e cumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido deProvidências é, ao menos por agora, de baixa densidade jurídica. Hápouca influência desse ato, que, em princípio, revela desapego um tantoexagerado pelas formalidades processuais, em relação ao efeito jurídicoda decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciaisem detrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciaçãonesta sede, porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza dasnotificações extrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidosem juízo, que guardam estrita conexão com o contraditório e adistribuição territorial da jurisdição, o que, neste último caso, demandaa observância das regras de divisão de competência, com seus efeitosreflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nas célebreslições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientificaa outrem um fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução aoDireito Civil. Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Riode Janeiro, Forense, 1998. p. 256). Não se forma uma relação bilateralentre notificante e notificado pela mera expedição do ato notificatório.Se for resistida a pretensão do notificante, a solução do conflito darse-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regras territoriais (ou,excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual – ou àcompetência hierárquica).Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas,ostensivas de aspectos de índole formal.Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão centraldeste writ of mandamus. Uma interferência do STF, que desfizessedessa legítima produção normativa pelos Tribunais locais, só criariaefeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, noentanto, não possui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimentoadotado pelo relator Conselheiro Leomar Barros Amorim de Souzaextrapolou os limites de sua atuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dareficácia extensiva e contra terceiros, sem prévio contraditório e semos necessários atos de audiência bilateral ou plurilateral, a decisõesespecíficas advindas de outros feitos administrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiçacom a realização de atos tendentes à realização do contraditório.Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo doprocedimento, o que implica a necessidade de deferimento da liminarpretendida, o que se faz, todavia, com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedidode Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção

no Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009) permanecemintactos. A impetração contra esses não se dirigiu, nem o poderia, sobpena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto de qualquerimpugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário,ter-se-ia, por meios indiretos, a transformação desta segurança emremédio contra todos os atos anteriores do CNJ relativos ao princípioda territorialidade nas serventias de títulos e documentos. Pelos limitesobjetivos e subjetivos da demanda, isso não é possível.O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidadenormativa dos Tribunais de Justiça, os quais, como visto, em suamaioria, já cuidaram do problema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome daobservância de princípios formais que possuem inequívoca relevânciano quadro constitucional, mormente quando suportam o contraditório, odevido processo legal e a impossibilidade de supressão de direitos semsua prévia observância. Nada além disso e sem qualquer compromissocom a questão de fundo, cuja consubstanciação, ao meu ver, ocorreuainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que derelevo para este e outros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norteamericana,a teoria da autocontenção e a teoria minimalista, segundoas quais, com as respectivas diferenciações, as Cortes Constitucionaisdevem optar, muitas vezes, pelo “silêncio eloquente”, decidindomenos para decidir melhor, e reservando aos espaços de deliberaçãodemocrática a necessária autonomia para resolver os conflitos sociaise jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientações ideológicasantagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), denotórias convicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time:judicial minimalism on the Supreme Court. Cambridge, Mass.: HarvardUniversity Press, 1999. passim), o jurista mais influente do PartidoDemocrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formasde minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não sópor deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem aconvergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o CongressoNacional, em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição àatividade legislativa da primazia na busca de soluções para situaçõesde normatização ambígua, ao exemplo do que parece ser a relativa aoprincípio da extraterritorialidade. Se esse minimalismo vale para oSTF, é de ser ponderado se não deve ser também acatado pelo CNJ,especialmente quando há legitimidade nomogenética pelos Tribunaislocais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que oimpetrante, de modo técnico e documentadamente, provou os efeitosda não-utilização das serventias extrajudiciais em suas atividades.Ampliar-se o prazo de ultimação dos procedimentos notificatóriospara cinquenta e quatro dias é algo que efetivamente lhe trará custos epoderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspenderos efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada,ressalvada a eficácia do que decidido pelo CNJ no Pedido deProvidências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assimquaisquer outros atos normativos daquele colegiado, nãoalcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se.Brasília, 27 de abril de 2010.Ministro DIAS TOFFOLIRelator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório detítulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.Na esteira desse entendimento, o Superior Tribunal de Justiça orienta que anotificação extrajudicial inválida impede o processamento da Ação de Busca eApreensão, implicando extinção da demanda, consoante ilustram os precedentesque originaram a Súmula nº 72 daquela Corte (REsp 16242 SP 1991/0023064-2Decisão: 31/08/1992 DJ DATA:21/09/1992; REsp 13959 SP 1991/0017518-8Decisão:29/10/1991; DJ DATA:02/12/1991; REsp 3900 RS 1990/0006327-2Decisão:11/09/1990; DJ DATA:09/10/1990).

129 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 136: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Em reforço, destaco decisões monocráticas recentes proferidas no C. STJ nomesmo sentido do voto proferido pelo ilustre Relator, a saber: RECURSOESPECIAL Nº 1.099.258 - RS (2008/0228350-2), RELATOR: MINISTROPAULO DE TARSO SANSEVERINO, 26/04/2011; RECURSO ESPECIALNº 1.244.585 - SC (2011/0063789-0), RELATOR: MINISTRO MASSAMIUYEDA, 05/05/2011.No mesmo sentido, os precedentes de todas as Câmaras Cíveis deste E. TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E DL 911/69 - BUSCA E APREENSÃO -EMENDA DA INICIAL - INÉRCIA DO AUTOR - FALTA DECOMPROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR CARTÓRIO FORA DO ÂMBITODE SUA DELEGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO -RECURSO IMPROVIDO. 1) Cabível, in casu, a extinção do processo semresolução do mérito por não promover a parte autora a juntada de documentoindispensável ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, configurado pelanotificação extrajudicial perpetrada por Cartório de Títulos e Documentos comâmbito de delegação na circunscrição do devedor. 2) Recurso Improvido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso. Vitória, ES, em 18 de janeiro de 2011. PresidenteRelator Procurador de Justiça(TJES, Classe: Apelação Civel, 24080278252, Relator: WILLIAM COUTOGONÇALVES, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 01/02/2011, Data da Publicação no Diário: 19/04/2011)

CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - COMPROVAÇÃO DA MORA -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - PRESSUPOSTO DEADMISSIBILIDADE ESPECÍFICO DA DEMANDA - art. 3°, do Decreto-leinº 911/69 - CARTÓRIO SITUADO EM COMARCA DIVERSA DODEVEDOR - Provimento nº 027/2009 da Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo QUE alterou o art. 341 do código de normas proibindoessa prática - art. 9º da lei nº 8.935/1994 - NOTIFICAÇÃO INOPERANTEporquanto realizada após a alteração do código de normas - remansosajurisprudência do tjes - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 -Ressalvado posicionamento pessoal, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiçase firmou no sentido da invalidade da notificação realizada por cartório situadoem comarca diversa da do devedor, especialmente após o advento do Provimentonº 027, de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo, que alterou o disposto no art. 341, do Código deNormas. Nesse sentido: Apelação Civel nº 24080025794, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 30/11/2010, Data da Publicação no Diário: 23/02/2011; ApelaçãoCivel nº 24100126481, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DAGAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:25/01/2011, Data da Publicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº24100048107, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/01/2011, Data daPublicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº 24070080163, Relator:NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data da Publicação noDiário: 14/02/2011; Agravo Interno na Apelação Cível nº 48070060941, Relator:CARLOS ROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2010, Data da Publicação no Diário:03/12/2010; Agravo Interno na Apelação Cível nº 35100801089, Relator:MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 27/09/2010, Data da Publicação no Diário:09/11/2010. 2 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados ediscutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA aEgrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas queintegram este julgado, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recursoe NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator.Vitória(ES),31 de maio de 2011. DES. PRESIDENTE DES. RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 12100113161,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 31/05/2011, Data daPublicação no Diário: 07/06/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE APELAÇÃONÃO RECEBIDO. SÚMULA IMPEDITIVA. CPC, ART. 518, §1º. AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SÚMULA 72DO STJ. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA NA SENTENÇA. RECURSOPROVIDO. 1. Para a aplicação do disposto no artigo 518, § 1º, do CPC, énecessária a perfeita adequação da sentença ao enunciado de súmula do SupremoTribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 2. A súmula n. 72/STJenuncia que ¿a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão dobem alienado fiduciariamente¿, mas não trata da forma como a comprovação damora deve ser feita. 3. Recurso conhecido e provido.

(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 48119000254, Relator: DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 24/05/2011, Data da Publicação no Diário: 31/05/2011)

AGRAVO INTERNO - BUSCA E APREENSÃO - NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL - CARTÓRIO DE COMARCA DIVERSA DODOMICÍLIO DO DEVEDOR - PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE -LEI DE REGISTROS PÚBLICOS - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - RECURSO IMPROVIDO. I - A ECnº 45/04, instituiu, como órgão do Poder Judiciário, o Conselho Nacional deJustiça, concedendo-lhe a atribuição de zelar pela observância do art. 37/CF eapreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativospraticados por membros ou órgão do Poder Judiciário, nos moldes do inciso II, §4º do art. 103-B da Constituição Federal. II. A Portaria nº 127 do ConselhoNacional de Justiça, da mesma forma que o Procedimento de ControleAdministrativo nº 642, veio, apenas, aplicando a regra que lhe fora outorgadaconstitucionalmente de zelar pela observância do art. 37/CF, relativa a legalidadedo ato administrativo, determinar o cumprimento da Lei de Registros Públicos(Lei 6.015/73), lei de cunho nacional ou natureza federativa. III - Desta forma, aaplicação do Princípio da Territorialidade também foi exigido do Poder Judiciáriodeste Estado, Portaria nº 127, no Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva,que à evidência, como decisão administrativa interpretativa do art. 9º da Lei nº8.935/94, legislação que regulamentou o art. 236 da Constituição Federal,dispondo sobre serviços notariais e de registro (Lei dos cartórios), trouxe comoilegal a notificação extrajudicial praticada pelo registrador quando o interessadoresidir fora do município de sua sede. IV - Ao que se vê, e é impossível concluirde outra forma, a prática de ato do tabelião fora do âmbito de sua delegação (art.9º da Lei nº 8.935/94), ou ato efetuado por cartório de comarca distinta dodomicílio das partes contratantes (art. 130 da Lei nº 6.015/73), sempre foracomportamento vedado pelo ordenamento jurídico. V - Diante desse consignadoexternado, não há que se falar em afronta ao art. 5º, XXXVI da CF, e ao art. 6º daLICC, eis que, in casu, não se verifica qualquer direito adquirido, muito menosexistência de ato jurídico perfeito, posto que a notificação realizada em comarcaestranha ao domicílio do devedor não é albergada pelo ordenamento jurídico. VI -A jurisprudência atual, acompanhada por este E. Tribunal de Justiça, é assente nosentido de que a notificação extrajudicial expedida por cartório de comarca diversado domicílio do réu é inválida, não sendo instrumento hábil a comprovar a mora,logo, não constituindo o requisito para propositura da ação de busca e apreensão,conforme dispõe o Decreto-Lei 911/69. VII - Recurso improvido.(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 49100052650,Relator: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 16/05/2011, Data da Publicação noDiário: 27/05/2011)

Dessa forma, em razão do entendimento sufragado anteriormente, acompanho aorientação deste E. TJES e do C. STJ, no sentido de manter a extinção dademanda originária, sobretudo para manter coerência acerca da matéria,entretanto com a ressalva pessoal supramencionada.

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação.

Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

32- Apelação Civel Nº 30050124178LINHARES - 1ª VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDEAPTE CLEMILDA DA VITORIA ALMEIDA Advogado(a) NECILDA DE JESUSAPTE DIANTE HELMER RAMOS ALMEIDA Advogado(a) NECILDA DE JESUSAPDO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 30050124178

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTES: CLEMILDA DA VITÓRIA ALMEIDADIANTE HELMER RAMOS DE ALMEIDAADVOGADO: NECILDA DE JESUS RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALADVOGADO: PROMOTOR DIEGO GOMES CASTILHOMAGISTRADO: SERENUZA MARQUES CHAMON

130 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 137: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REPRESENTAÇÃOADMINISTRATIVA. MINISTÉRIO PÚBLICO. GENITORES DEMENORES. INFRAÇÃO. ART. 249 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE. PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AOADOLESCENTE. PROVAS CONTUNDENTES. RECURSODESPROVIDO.1. Os pais devem zelar pela incolumidade física e psíquica de seus filhos,garantindo a efetivação do princípio constitucional de proteção integral à criança eao adolescente. Precedentes.2. A presença de criança desacompanhada dos pais em evento realizado à noite,em descumprimento a norma local, implica infração administrativa eresponsabilização social dos genitores pela conduta, seja dolosa ou culposa.Inteligência do art. 249, do Estatuto da Criança e do Adolescente.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

CLEMILDA DA VITÓRIA ALMEIDA e DIANTE HELMER RAMOS DEALMEIDA interpuseram Apelação Cível por inconformados com a r. sentençaque os condenou ao pagamento de multa equivalente a 3 (três) salários mínimos,em razão do descumprimento da norma insculpida no art. 249, da Lei nº 8.069/90(Estatuto da Criança e do Adolescente).Aduziram, em síntese, que não praticaram qualquer infração administrativasuscetível de repressão e, ainda, a impossibilidade de cumprimento dadeterminação. Nesses termos, requereram o provimento dos recurso com areforma do julgado e o afastamento da condenação.Contrarrazões apresentadas pelo Ministério Público em 1º grau, pelodesprovimento dos recursos.Manifestação da Procuradoria de Justiça Cível pela manutenção da r. sentença.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia dos autos versa sobre as infração administrativa imputada aosApelantes em descumprimento ao art. 249, do Estatuto da Criança e doAdolescente, relativa à presença do filho menor com 6 (seis) anos de idade noevento denominado “Expo Linhares 2005”.Pois bem.Os artigos 3º, 4º, 5º, 6º e 249, da Lei nº 8.069/90, prescrevem, em consagração aoprincípio constitucional de proteção integral à criança e ao adolescente, verbis:

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentaisinerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades efacilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poderpúblico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes àvida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar ecomunitária.Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com aproteção à infância e à juventude.Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma denegligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido naforma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitosfundamentais.Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela sedirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos,e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas emdesenvolvimento.Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátriopoder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinaçãoda autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº12.010, de 2009) VigênciaPena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em casode reincidência.

Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já decidiu:

DIREITO ADMINISTRATIVO - ESTATUTO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE - INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA - ART. 152 DO ECA -APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA NORMA PROCESSUAL PERTINENTE -ART. 251 DO ECA - INFRAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVA -

SÚMULA 74/STJ - INAPLICABILIDADE - PRESCINDIBILIDADE DECERTIDÃO DE DOCUMENTO - RESPONSABILIZAÇÃO SOCIAL.1. A aplicação subsidiária de norma processual deve guardar pertinência com anatureza da infração administrativa, no que concerne a regramento geral nãoprevisto no próprio procedimento especial do Estatuto da Criança e doAdolescente, exegese do art.152 do ECA.2. Dentro do microssistema de proteção a crianças e adolescentes, as infraçõesadministrativas não se apresentam com atributos de ordem jurisdicional, mascomo punição administrativa do Poder Judiciário, no exercício de função atípica,derivada do poder de polícia. (In: Estatuto da criança e do adolescente: doutrina ejurisprudência. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2006; ISHIDA, Válter Kenji).3. "As infrações são de natureza administrativa e a pena estabelecida é de multa."(In: Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente", 10ª ed. Malheiros:São Paulo, p. 268; LIBERATI, Wilson Donizeti.) 4. A par da naturezaadministrativa da infração, ausentes os efeitos penais, é inaplicável a Súmula 74 doSTJ: "Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do reu requer provapor documento hábil." 5. Diferentemente do sistema penal, a responsabilizaçãonas sanções administrativas não busca reprimir o indivíduo em sua subjetividade,mas liga-se, no Estatuto da Criança e do Adolescente, à responsabilidade socialque advém do Princípio da Proteção Integral.6. A infração administrativa constante no art. 251 do ECA prescinde de certidõesde nascimento ou documentos equivalentes.7. Com base no conteúdo fático inscrito aos autos pelo Tribunal a quo, forçosoconcluir que a permissão do ingresso de "R. da S. B. e D. da S. B., semautorização judicial, e sem documentação que comprovasse o parentesco com aspessoas que as acompanhavam" é suficiente para a aplicação de multasancionatória.Recurso especial provido.(REsp 1163663/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 19/08/2010)

ADMINISTRATIVO - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE -DESCUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÃO DO CONSELHO TUTELAR- ILEGITIMIDADE PASSIVA DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DEEDUCAÇÃO - REPRESENTAÇÃO FORMULADA COM BASE NO ART.249 DO ECA - INÉPCIA - PRETENDIDA REFORMA - RECURSOESPECIAL NÃO PROVIDO.1. A Seção de Direito Público do STJ, ao interpretar o referido dispositivo,entende que a sua aplicação têm como destinatários os pais, tutores e guardiãesquando descumprem determinação do juiz ou do Conselho Tutelar, não podendoa regra impositiva recair sobre quem não exerça tais poderes, como no casoparticular dos autos, o Senhor Secretário Municipal.2. Precedentes da Seção de Direito Público: REsp 767.089/SC, Rel.Min. Francisco Falcão, 1ª Turma, DJ 28.11.2005; REsp 768334/SC, Rel.Min. Humberto Martins, 2ª Turma, DJ 22.06.2007; REsp 822807/SC, Rel.Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ 12.11.2007.3. Recurso especial não provido.(REsp 847.588/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 18/09/2008, DJe 21/10/2008)

Direito de Família. Recurso especial. Pedido de guarda de menor formulado pelopai em face da mãe. Melhores condições. Prevalência do interesse da criança. -Impõe-se, relativamente aos processos que envolvam interesse de menor, apredominância da diretriz legal lançada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente– ECA, de proteção integral à criança e ao adolescente como pessoa humana emdesenvolvimento e como sujeito de direitos civis, humanos e sociais, garantidos,originariamente, na Constituição Federal – CF. Devem, pois, as decisões queafetem a criança ou o adolescente em sua subjetividade, necessariamente,pautar-se na premissa básica de prevalência dos interesses do menor. - Nosprocessos em que se litiga pela guarda de menor, não se atrela a temática aodireito da mãe ou do pai, ou ainda de outro familiar, mas sim, e sobretudo, aodireito da criança a uma estrutura familiar que lhe confira segurança e todos oselementos necessários a um crescimento equilibrado. - Sob a ótica do interessesuperior da criança, é preferível ao bem estar do menor, sempre que possível, oconvívio harmônico com a família – tanto materna, quanto paterna. - Se aconduta da mãe, nos termos do traçado probatório delineado pelo Tribunal deorigem, denota plenas condições de promover o sustento, a guarda, a educação domenor, bem assim, assegurar a efetivação de seus direitos e facultar seudesenvolvimento físico, intelectual, moral, espiritual e social, em condições deliberdade e de dignidade, com todo o amor, carinho e zelo inerentes à relaçãomaterno-filial, deve-lhe ser atribuída a guarda da filha, porquanto revela melhorescondições para exercê-la, conforme dispõe o art. 1.584 do CC/02. - Melhorescondições para o exercício da guarda de menor, na acepção jurídica do termo,evidencia não só o aparelhamento econômico daquele que se pretende guardiãodo menor, mas, acima de tudo, o atendimento ao melhor interesse da criança, nossentido mais completo alcançável. - Contrapõe-se à proibição de se reexaminarprovas em sede de recurso especial, rever a conclusão do Tribunal de origem, querepousa na adequação dos fatos analisados à lei aplicada. Recurso especial nãoconhecido. (REsp 916.350/RN, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2008, DJe 26/03/2008)

131 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 138: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

No caso em apreço, o conjunto probatório ratifica os fatos descritos na inicial,demonstrando que os Recorrentes transgrediram a norma contida no art. 249, doECA, haja vista a negligência quanto aos cuidados com o filho menor que, àépoca, possuía apenas 6 (seis) anos de idade. O auto de infração acostado às fls. 3 deixa claro que o menor Guilherme RamosAlmeida foi encontrado, às 22 horas e 55 minutos desacompanhado dos pais emevento realizado em Linhares/ES (“EXPO LINHARES 2005”), condutaincompatível com os deveres mínimos inerentes ao poder familiar.Dessa forma, mostra-se irretocável a responsabilização dos mesmos, com aaplicação da multa prevista no parágrafo único, do art. 249 supramencionado.Logo, mantém-se hígida a r. sentença objurgada.

3. DISPOSITIVO.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

33- Apelação Civel Nº 48100059251SERRA - 3ª VARA CÍVELAPTE BANCO SANTANDER BRASIL SA Advogado(a) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO ANDERSON SANC CASTORINO Advogado(a) NELIZA SCOPELRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 48100059251

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO SANTANDER BRASIL S/A ADVOGADO: LIVIA MARTINS GRIJÓRECORRIDO: ANDERSON SANC CASTORINOADVOGADO: NELIZA SCOPELMAGISTRADO: TELMELITA GUIMARÃES ALVES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.EMENDA À INICIAL. INTIMAÇÃO DA PARTE. INÉRCIA.INDEFERIMENTO DA INICIAL. POSSIBILIDADE. RECURSODESPROVIDO.1. Impõe-se a extinção do processo sem resolução do mérito quando a parte,intimada para promover a emenda à inicial, mantém-se inerte. Dicção do art. 282,c/c art. 284, do CPC.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

BANCO SANTANDER BRASIL S/A interpôs Apelação Cível porinconformado com a r. sentença que indeferiu a petição inicial da Ação de Busca eApreensão ajuizada pela instituição financeira em razão da inércia aocumprimento da emenda à exordial determinada pelo juízo. Aduziu, em síntese, a necessidade de aproveitamento dos atos processuais e,ainda, a inconstitucionalidade do procedimento administrativo 642, CNJ, o quemanteria válida a notificação extrajudicial inicialmente apresentada pelo Apelante.Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado deorigem. Sem contrarrazões. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na extinção do processo por indeferimento da inicial, hajavista o descumprimento da determinação de emenda à peça de ingresso. Muito bem.O art. 282 e o art. 284, do Código de Processo Civil determinam, verbis:

Art. 282. A petição inicial indicará:I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor edo réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificações;V - o valor da causa;VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatosalegados;VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitosexigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes dedificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou acomplete, no prazo de 10 (dez) dias.Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petiçãoinicial.

Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, à guisa de exemplo:

PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.SÚMULA 282/STF. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. EMBARGOS À EXECUÇÃO.POSSIBILIDADE DE EMENDA À PETIÇÃO INICIAL. ART. 2.184 DOCPC.1. Não se conhece de Recurso Especial quanto a matéria não especificamenteenfrentada pelo Tribunal a quo, dada a ausência de prequestionamento.Incidência, por analogia, da Súmula 282/STF.2. Hipótese em que o Tribunal de origem concluiu, com base na prova dos autos,que a sentença executada, ao afastar o bis in idem do Imposto de Renda, nãocontemplou eventuais contribuições recolhidas pelos participantes após suaaposentadoria. A revisão desse entendimento implica reexame de fatos e provas,obstado pelo teor da Súmula 7/STJ.3. É cabível a abertura de prazo a fim de que o autor regularize a petição inicialdos Embargos de Devedor. A extinção do processo, sem exame de mérito,somente poderá ser proclamada depois de proporcionada à parte taloportunidade, nos termos do art. 284 do CPC, em observância ao princípio dafunção instrumental do processo.Precedente do STJ. 4. Agravo Regimental não provido.(AgRg nos EDcl no REsp 1221468/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,SEGUNDA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 19/04/2011)

PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEMJULGAMENTO DO MÉRITO. PRÉVIA OPORTUNIZAÇÃO DE EMENDADA INICIAL. VÍCIO NÃO SANADO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 267 E 284DO CPC NÃO CARACTERIZADA.1. O art. 284, do CPC, prevê que: "Verificando o juiz que a petição inicial nãopreenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos eirregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que oautor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Se oautor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial." 2. Oindeferimento da petição inicial, quer por força do não preenchimento dosrequisitos exigidos nos artigos 282 e 283, do CPC, quer pela verificação dedefeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, reclama aconcessão de prévia oportunidade de emenda pelo autor. Precedentes desta Corte:REsp 951.040/RS (DJ de 07.02.2008); REsp 901.695/PR (DJ de 02.03.2007);REsp 866.388/RS (DJ de 14.12.2006); REsp 827.289/RS (DJ de 26.06.2006).3. In casu, o Juízo de primeiro grau concedeu, por três vezes, oportunidade àrecorrente de emendar a sua petição inicial, adequando o valor atribuído à causa(valores que efetivamente a autora pretendia ver condenada a parte ré). Noentanto, haja vista o descumprimento das oportunidades para emenda deferidas,bem agiu o magistrado em extinguir o processo sem resolução do mérito nostermos dos arts. 267, inc. I e III, 284 e 295, inc. VI. do CPC.4. O valor da causa extrai-se do benefício econômico pretendido através da tutelajurisdicional. Exegese dos arts. 258, 259 e 260 do CPC. Possibilidade do Juízo deprimeiro grau determinar a emenda da inicial, para que a parte ajuste o valor dacausa ao conteúdo econômico da demanda. Precedentes: REsp. 572.536/PR, DJU27.06.05, AgRg no Ag 460.638/RJ, DJU 23.06.03 e REsp. 165.355/MG, DJU14.12.98.5. Leciona a doutrina que "o valor da causa não corresponde necessariamente aovalor do objeto imediato material ou imaterial, em jogo no processo, ou sobre oqual versa a pretensão do autor perante o réu. É o valor que se pode atribuir àrelação jurídica que se afirma existir sobre tal objeto" (...) Determina-se, portanto,o valor da causa apurando-se a expressão econômica da relação jurídica materialque o autor quer opor ao réu. O valor do objeto imediato pode influir nessaestimativa, mas nem sempre será decisivo" (in Theodoro Júnior, Humberto.Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil eprocesso de conhecimento.Rio de Janeiro: Forense, 2008, pg.325).6. Agravo regimental desprovido.(AgRg no REsp 1089211/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 16/12/2010, DJe 21/02/2011)

No caso em julgamento, o juízo de 1º grau, verificando a necessidade deadequação da inicial aos requisitos exigidos ao processamento da Ação de Busca eApreensão, determinou a emenda da peça de ingresso, consoante decisão de fls.25/26. Não obstante, a empresa se manteve inerte ao cumprimento dadeterminação do juízo, impondo a extinção do processo. Dessa forma, a r. sentença deve ser mantida, haja vista a inexistência deargumentos capazes de infirmar a conclusão.

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Page 139: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

34- Apelação Civel Nº 48070131775SERRA - 3ª VARA CÍVELAPTE BANCO FINASA S/A Advogado(a) EDUARDO GARCIA JUNIORAPDO DIRCEU NOBRE LOPES RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 48070131775

RELATOR: DES. DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO FINASA S/A ADVOGADO: EDUARDO GARCIA JUNIORRECORRIDO: DIRCEU NOBRE LOPESMAGISTRADO: TELMELITA GUIMARÃES ALVES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA EAPREENSÃO. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORAVERIFICADA IN STATU ASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL. INVALIDADE. JURISPRUDÊNCIA TJES E STJ.RESSALVA PESSOAL DO RELATOR. RECURSO DESPROVIDO.1. A notificação extrajudicial válida é imprescindível ao processamento da ação debusca e apreensão e da ação de reintegração de posse ajuizada com base emcontrato de arrendamento mercantil, motivo pelo qual a inexistência ouirregularidade do ato implica extinção da demanda possessória, ressalvadoposicionamento pessoal do Relator. Súmula 72/STJ. Precedentes. 2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

BANCO FINASA S/A interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensão ajuizada pela instituiçãofinanceira sem julgamento do mérito, tendo em vista a irregularidade danotificação extrajudical do devedor. Aduziu, em síntese, que a Ação de Busca e Apreeñsão foi ajuizada emconformidade com a legislação aplicável, inclusive quanto a notificaçãoextrajudicial necessária à comprovação da mora. Nesses termos, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado de origem.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de 1º grau fundamentou a extinção do processo sem resolução do méritopor ausência de pressuposto de constituição e validade do processo, tendo emvista a não comprovação da mora pelo credor Demandante. Ressaltou, ainda, airregularidade da notificação extrajudicial realizada pela empresa em razão daviolação ao princípio da territorialidade. Senão vejamos.

2.1. ENTENDIMENTO DO RELATOR.

Como já tive a oportunidade de me manifestar em outros processos semelhantes,tenho opinião particular acerca da matéria. Explico.A controvérsia diz respeito à validade da constituição de devedor em mora,promovida através de notificação extrajudicial expedida por cartório situado emcomarca diversa daquela em que o devedor é domiciliado.Pois bem.Em decisão recente prolatada nos autos da Medida Cautelar em Mandado deSegurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoliafirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, de LIMONGI,WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendoCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e do CONSELHEIRO RELATORDO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No 0001261-78.2010.2.00.0000, no qual seexpõe e requer o seguinte:

a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010,determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todo o País obedeçamao princípio da territorialidade”, o que implica dizer que “somente realizemnotificações dentro dos limites territoriais das respectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido de Providências no0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado pelo INSTITUTO DE REGISTRO DETÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003, com sede noMunicípio de São Paulo, tendo em seu objeto societário a cobrança extrajudicial ejudicial de valores, o que implica a necessidade de utilização de serviçoscartorários;d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se de alguns cartórios, emdetrimento de outros, por força de sua maior especialização e estrutura técnicamais adequada ao processo de cobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta e oito horas; seaplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado para cinquenta e quatro dias;f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartórios que sequer temtelefone, muito menos serviço de internet ou meios tecnológicos para recebernotificações extrajudiciais por via eletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamente autuado comotal, pois originariamente o INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJuma “reclamação para garantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento, pois areclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e, na espécie, houveexclusiva determinação no sentido de respeito à divisão territorial em face doTribunal de Justiça do Espírito Santo, sem possibilidade de extensão a outrasunidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, na medida em que oprocedimento adotado no Espírito Santo, para sua replicação em outros Estados,demandaria a observância de requisitos formais (audiência pública; recebimentode manifestação dos cidadãos, dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seuartigo 130 afirma serem registrados nos domicílios das partes contratantes apenasos atos indicados em seus artigos 128 e 129, o que exclui o ato de notificaçãoextrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece a obrigatoriedade daadoção do critério da territorialidade: “O comando legal é no sentido de que oOficial pode requisitar a atuação de oficiais de registro em outros municípios,patente assim o caráter de faculdade e não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio da territorialidadeapenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis das Pessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartas precatóriasextrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão, orientada pela busca daceleridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamento da segurança,os efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo, com anulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheiro relator do CNJ,que adveio de provocação do INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil,consubstanciada em “reclamação para garantia das decisões”, comoexpressamente alude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, por meio de AutoCircunstanciado de Inspeção Preventiva, realizado no Estado do Espírito Santo,identificou que, na Comarca de Cariacica, o Registro de Títulos e Documentosexpedia notificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essa conduta,como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dos demais registradores detítulos e documentos do país, implanta concorrência predatória que podeinviabilizar o serviço de títulos e documentos de outras comarcas que obedecemao valor dos emolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira que deveser preservada para todas as unidades dos serviços e ofende frontalmente oestabelecido na regra legal prescrita no art. 160 da Lei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentido de que sepublicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos e Documentos para queparalisassem o encaminhamento de notificações extrajudiciais diretamente aosdestinatários, que não possuíssem domicílio no território das respectivasdelegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendo recebido o número0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída, por prevenção, ao ConselheiroLeomar Barros Amorim de Sousa. A autoridade impetrada determinou fossem osTribunais de Justiça instados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, de cujo teor se extraique a maioria desses órgãos judiciários possui normas internas vedando aexpedição de notificações para além dos limites territoriais das comarcasrespectivas. É esse o caso dos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, Santa

133 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 140: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Catarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, Minas Gerais,Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Paraíba,Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaram que não possuem normasdisciplinando a matéria, desconhecem as práticas de seus cartórios ou nãoofereceram subsídios conclusivos sobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único a fundamentarexpressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios de Títulos e Documentoso princípio da territorialidade.

A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático, apresentou as razõesabaixo sintetizadas:a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada, por meio deoutras provocações, no Pedido de Providências no 642, quando ficouexpressamente declarada a ilegalidade da prática dos registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo de proceder a notificações extrajudiciais porvia postal para municípios de outros entes federados, bem assim no AutoCircunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no127/2009), onde também se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo, enquanto a segunda foi relativa tão somenteaos homólogos do Estado do Espírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no Auto Circunstanciado deInspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “não obstante ter declarado queo princípio da territorialidade fosse observado pelos registradores de todo o País,não providenciou a intimação de todos os Tribunais Estaduais do teor da decisão,razão pela qual determinei a intimação destes para que não haja equívocos quandodo cumprimento por todos os registradores de títulos e documentos.”;d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ.Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto.2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios, alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridade impetrada de quefoi satisfeito o contraditório, muito menos é correto seu entendimento de que épossível, em outro procedimento, estender a eficácia de decisões de caráter interpartes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vem sendo objetode normatização específica, no âmbito da competência de cada um dos Tribunaisde Justiça, com a majoritária orientação no sentido de se proibir as notificaçõesextrajudiciais de caráter extraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado doParaná, que diverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editou regras ecumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido de Providências é, aomenos por agora, de baixa densidade jurídica. Há pouca influência desse ato, que,em princípio, revela desapego um tanto exagerado pelas formalidades processuais,em relação ao efeito jurídico da decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciais emdetrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciação nesta sede,porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza das notificaçõesextrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidos em juízo, que guardamestrita conexão com o contraditório e a distribuição territorial da jurisdição, o que,neste último caso, demanda a observância das regras de divisão de competência,com seus efeitos reflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nascélebres lições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientifica a outremum fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução ao Direito Civil.Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1998.p. 256). Não se forma uma relação bilateral entre notificante e notificado pelamera expedição do ato notificatório. Se for resistida a pretensão do notificante, asolução do conflito dar-se-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regrasterritoriais (ou, excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual –ou à competência hierárquica). Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas, ostensivas deaspectos de índole formal.Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão central deste writ of

mandamus. Uma interferência do STF, que desfizesse dessa legítima produçãonormativa pelos Tribunais locais, só criaria efeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, no entanto, nãopossui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimento adotado pelo relatorConselheiro Leomar Barros Amorim de Souza extrapolou os limites de suaatuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dar eficácia extensiva econtra terceiros, sem prévio contraditório e sem os necessários atos de audiênciabilateral ou plurilateral, a decisões específicas advindas de outros feitosadministrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiça com arealização de atos tendentes à realização do contraditório.Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo do procedimento, o queimplica a necessidade de deferimento da liminar pretendida, o que se faz, todavia,com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedido de Providências no642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo(Portaria no 127/2009) permanecem intactos. A impetração contra esses não sedirigiu, nem o poderia, sob pena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto dequalquer impugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário, ter-se-ia, pormeios indiretos, a transformação desta segurança em remédio contra todos osatos anteriores do CNJ relativos ao princípio da territorialidade nas serventias detítulos e documentos. Pelos limites objetivos e subjetivos da demanda, isso não épossível.O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidade normativa dosTribunais de Justiça, os quais, como visto, em sua maioria, já cuidaram doproblema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome da observância deprincípios formais que possuem inequívoca relevância no quadro constitucional,mormente quando suportam o contraditório, o devido processo legal e aimpossibilidade de supressão de direitos sem sua prévia observância. Nada alémdisso e sem qualquer compromisso com a questão de fundo, cujaconsubstanciação, ao meu ver, ocorreu ainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que de relevo para este eoutros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norte-americana, a teoria daautocontenção e a teoria minimalista, segundo as quais, com as respectivasdiferenciações, as Cortes Constitucionais devem optar, muitas vezes, pelo“silêncio eloquente”, decidindo menos para decidir melhor, e reservando aosespaços de deliberação democrática a necessária autonomia para resolver osconflitos sociais e jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientaçõesideológicas antagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), de notóriasconvicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time: judicial minimalismon the Supreme Court. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999.passim), o jurista mais influente do Partido Democrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formas de minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não só por deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem a convergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o Congresso Nacional,em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição à atividade legislativa daprimazia na busca de soluções para situações de normatização ambígua, aoexemplo do que parece ser a relativa ao princípio da extraterritorialidade. Se esseminimalismo vale para o STF, é de ser ponderado se não deve ser tambémacatado pelo CNJ, especialmente quando há legitimidade nomogenética pelosTribunais locais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que o impetrante, demodo técnico e documentadamente, provou os efeitos da não-utilização dasserventias extrajudiciais em suas atividades. Ampliar-se o prazo de ultimação dosprocedimentos notificatórios para cinquenta e quatro dias é algo que efetivamentelhe trará custos e poderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspender os efeitos da decisãomonocrática da autoridade impetrada, ressalvada a eficácia do que decidido peloCNJ no Pedido de Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assim quaisquer outrosatos normativos daquele colegiado, não alcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se. Brasília, 27 de abril de 2010. Ministro DIAS TOFFOLI Relator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório detítulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.

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Page 141: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

No caso dos autos, o devedor, que é domiciliado na Serra - ES, foi notificadoextrajudicialmente pelo 1º Tabelionato de Protestos e Registros de PessoasJurídicas, Títulos e Documentos de Goiânia, conforme demonstram osdocumentos acostados aos autos.A inobservância do princípio da territorialidade torna inválida a notificaçãoextrajudicial do Apelado, promovida com o objetivo de constituí-lo em mora.Todavia, importa registrar que a constituição do devedor em mora pode seefetivar tanto através da notificação extrajudicial, quanto através da citação,conforme dispõe o artigo 219 do CPC. Verbis:Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e fazlitigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui emmora o devedor e interrompe a prescrição [destaquei].

Assim, a citação válida tem o condão de suprir a ausência de notificação prévia.Partindo dessa premissa, a notificação prévia passa a ter outra função: a depermitir ao devedor o pagamento do débito antes que o veículo seja retomado porintermédio de cumprimento de decisão judicial.Nessa ordem de ideias, é possível concluir que: (i) se o devedor for notificadoregularmente antes da propositura da demanda, então o juiz pode determinar aretomada do veículo POR MEIO DE LIMINAR; (ii) se o devedor não foinotificado previamente ou a notificação realizada é irregular, ainda assim o credorpoderá propor a demanda, mas a retomada do veículo SOMENTE poderáocorrer EM SENTENÇA, e NÃO LIMINARMENTE, uma vez que haverá anecessidade de oportunizar ao devedor o cumprimento da obrigação, no prazoque se inicia a partir da citação.Nessa linha interpretativa, assegura-se a função da notificação prévia: impedir aRETOMADA do bem (e não a propositura da demanda) sem assegurar aodevedor a possibilidade de adimplemento contratual.Esse raciocínio parece-me adequado, pois a notificação prévia não pode serentendida como condição da ação ou pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular do processo – em que pese aos respeitáveisentendimentos em sentido contrário – e, por isso, não há como prosperar oentendimento exposto na sentença recorrida, que extinguiu o processo semresolução de mérito, por considerar inválida a constituição do Agravado em mora.Ademais, importante mencionar o entendimento consolidado no STJ de que amora na alienação fiduciária constitui-se ex re. Ilustrativamente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. BUSCA EAPREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE.I- De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se exre nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez nãopaga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deveráser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório deTítulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.II- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o protesto dotítulo efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que o devedorencontra-se em lugar incerto, o que não ocorreu no presente caso, conformeconsta do acórdão recorrido. Agravo improvido (AgRg no Ag 992301/RS,Relator Ministro SIDNEI BENETI, DJe 11/09/2008).

Ou seja, a simples falta de pagamento caracteriza a mora do devedor. Acomprovação da mora, por sua vez, geralmente é presumida com a notificaçãoextrajudicial válida ou com o protesto. Mas se não for comprovada, nem por issoa ação é inviável. Nesse caso, a mora pode ser demonstrada durante a instruçãoprocessual (em verdade, o fato negativo não se prova, cabendo à parte contráriaprovar o pagamento). Principalmente se reconhecermos que ela ocorre ex re,conforme a jurisprudência pacífica do STJ.E mais. Mesmo a presunção da mora gerada pela notificação não é absoluta. Opagamento é fato extintivo do direito do autor. E, na forma do art. 333, II, doCPC, o ônus é do Requerido na demanda. Logo, mesmo que exista a notificação,o Requerido pode comprovar o pagamento, durante a instrução do processo.Nesse contexto interpretativo, não vejo como reconhecer que a falta dacomprovação da mora pela notificação torna inviável a demanda de busca eapreensão.Sem mencionar, como fiz anteriormente, que a citação válida constitui em mora odevedor. Ora, se a citação é suficiente para caracterizar a mora e se o STJ jáconsolidou que a mora na alienação fiduciária é ex re, então a citação válida, nomínimo, deve ser admitida como suficiente em substituição da notificaçãoextrajudicial. A utilidade da efetiva notificação ficará adstrita à tutela de urgência.Por fim, importante ressaltar que os fundamentos ora expostos não implicamdiscordância com as disposições do Ofício Circular nº 019/2010 expedido pelaCorregedoria de Justiça deste Estado e, tampouco, aos efeitos da decisão doConselho Nacional de Justiça no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado doEspírito Santo (Portaria no 127/2009) permanecem intactos. Como destaquei anteriormente, reconheço a ilegalidade da notificaçãoextrajudicial realizada com a violação ao princípio da territorialidade. Entretanto,entendo, como dito, que a ausência da notificação, ou mesmo sua irregularidade,não determina a extinção da demanda, mas tão somente o indeferimento daretomada liminar do bem, nos termos supramencionados.

Ademais, a orientação da Corregedoria Geral de Justiça deste Estado apenasrecomenda aos magistrados que prestigiem e zelem pelo princípio daterritorialidade nas ações que requeiram a comprovação da mora do devedor. Oórgão não determina, pois, que as demandas desprovidas da referida notificaçãoou que apresentem o documento de forma irregular, sejam extintas, a despeito daconclusão do juízo a quo.

2.2. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.

Não obstante meu entendimento pessoal sobre o assunto tratado nos autos, ajurisprudência tanto do Colendo Superior Tribunal de Justiça, quanto desteEgrégio Tribunal de Justiça sedimentaram orientação em sentido diverso. Nesse contexto, ambas as Cortes entendem que a notificação extrajudicial inválidaimpede o processamento da Ação de Busca e Apreensão e da Ação deReintegração de Posse fundada em contrato de arrendamento mercantil,implicando extinção das demandas, haja vista a deficiência da comprovação damora do devedor, consoante ilustram os precedentes que originaram a Súmula nº72 da Corte Superior (REsp 16242 SP 1991/0023064-2 Decisão: 31/08/1992 DJDATA:21/09/1992; REsp 13959 SP 1991/0017518-8 Decisão:29/10/1991; DJDATA:02/12/1991; REsp 3900 RS 1990/0006327-2 Decisão:11/09/1990; DJDATA:09/10/1990).Em reforço, destaco decisões monocráticas recentes proferidas no C. STJ nomesmo sentido, a saber: RECURSO ESPECIAL Nº 1.099.258 - RS(2008/0228350-2), RELATOR: MINISTRO PAULO DE TARSOSANSEVERINO, 26/04/2011; RECURSO ESPECIAL Nº 1.244.585 - SC(2011/0063789-0), RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDA, 05/05/2011.E, ainda, precedentes de todas as Câmaras Cíveis deste E. TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E DL 911/69 - BUSCA E APREENSÃO -EMENDA DA INICIAL - INÉRCIA DO AUTOR - FALTA DECOMPROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR CARTÓRIO FORA DO ÂMBITODE SUA DELEGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO -RECURSO IMPROVIDO. 1) Cabível, in casu, a extinção do processo semresolução do mérito por não promover a parte autora a juntada de documentoindispensável ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, configurado pelanotificação extrajudicial perpetrada por Cartório de Títulos e Documentos comâmbito de delegação na circunscrição do devedor. 2) Recurso Improvido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso. Vitória, ES, em 18 de janeiro de 2011. PresidenteRelator Procurador de Justiça(TJES, Classe: Apelação Civel, 24080278252, Relator: WILLIAM COUTOGONÇALVES, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 01/02/2011, Data da Publicação no Diário: 19/04/2011)

CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - COMPROVAÇÃO DA MORA -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - PRESSUPOSTO DEADMISSIBILIDADE ESPECÍFICO DA DEMANDA - art. 3°, do Decreto-leinº 911/69 - CARTÓRIO SITUADO EM COMARCA DIVERSA DODEVEDOR - Provimento nº 027/2009 da Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo QUE alterou o art. 341 do código de normas proibindoessa prática - art. 9º da lei nº 8.935/1994 - NOTIFICAÇÃO INOPERANTEporquanto realizada após a alteração do código de normas - remansosajurisprudência do tjes - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 -Ressalvado posicionamento pessoal, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiçase firmou no sentido da invalidade da notificação realizada por cartório situadoem comarca diversa da do devedor, especialmente após o advento do Provimentonº 027, de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo, que alterou o disposto no art. 341, do Código deNormas. Nesse sentido: Apelação Civel nº 24080025794, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 30/11/2010, Data da Publicação no Diário: 23/02/2011; ApelaçãoCivel nº 24100126481, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DAGAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:25/01/2011, Data da Publicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº24100048107, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/01/2011, Data daPublicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº 24070080163, Relator:NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data da Publicação noDiário: 14/02/2011; Agravo Interno na Apelação Cível nº 48070060941, Relator:CARLOS ROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2010, Data da Publicação no Diário:03/12/2010; Agravo Interno na Apelação Cível nº 35100801089, Relator:MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 27/09/2010, Data da Publicação no Diário:09/11/2010. 2 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados ediscutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA a

135 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 142: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Egrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas queintegram este julgado, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recursoe NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator.Vitória(ES),31 de maio de 2011. DES. PRESIDENTE DES. RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 12100113161,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 31/05/2011, Data daPublicação no Diário: 07/06/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE APELAÇÃONÃO RECEBIDO. SÚMULA IMPEDITIVA. CPC, ART. 518, §1º. AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SÚMULA 72DO STJ. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA NA SENTENÇA. RECURSOPROVIDO. 1. Para a aplicação do disposto no artigo 518, § 1º, do CPC, énecessária a perfeita adequação da sentença ao enunciado de súmula do SupremoTribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 2. A súmula n. 72/STJenuncia que ¿a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão dobem alienado fiduciariamente¿, mas não trata da forma como a comprovação damora deve ser feita. 3. Recurso conhecido e provido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 48119000254, Relator: DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 24/05/2011, Data da Publicação no Diário: 31/05/2011)

AGRAVO INTERNO - BUSCA E APREENSÃO - NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL - CARTÓRIO DE COMARCA DIVERSA DODOMICÍLIO DO DEVEDOR - PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE -LEI DE REGISTROS PÚBLICOS - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - RECURSO IMPROVIDO. I - A ECnº 45/04, instituiu, como órgão do Poder Judiciário, o Conselho Nacional deJustiça, concedendo-lhe a atribuição de zelar pela observância do art. 37/CF eapreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativospraticados por membros ou órgão do Poder Judiciário, nos moldes do inciso II, §4º do art. 103-B da Constituição Federal. II. A Portaria nº 127 do ConselhoNacional de Justiça, da mesma forma que o Procedimento de ControleAdministrativo nº 642, veio, apenas, aplicando a regra que lhe fora outorgadaconstitucionalmente de zelar pela observância do art. 37/CF, relativa a legalidadedo ato administrativo, determinar o cumprimento da Lei de Registros Públicos(Lei 6.015/73), lei de cunho nacional ou natureza federativa. III - Desta forma, aaplicação do Princípio da Territorialidade também foi exigido do Poder Judiciáriodeste Estado, Portaria nº 127, no Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva,que à evidência, como decisão administrativa interpretativa do art. 9º da Lei nº8.935/94, legislação que regulamentou o art. 236 da Constituição Federal,dispondo sobre serviços notariais e de registro (Lei dos cartórios), trouxe comoilegal a notificação extrajudicial praticada pelo registrador quando o interessadoresidir fora do município de sua sede. IV - Ao que se vê, e é impossível concluirde outra forma, a prática de ato do tabelião fora do âmbito de sua delegação (art.9º da Lei nº 8.935/94), ou ato efetuado por cartório de comarca distinta dodomicílio das partes contratantes (art. 130 da Lei nº 6.015/73), sempre foracomportamento vedado pelo ordenamento jurídico. V - Diante desse consignadoexternado, não há que se falar em afronta ao art. 5º, XXXVI da CF, e ao art. 6º daLICC, eis que, in casu, não se verifica qualquer direito adquirido, muito menosexistência de ato jurídico perfeito, posto que a notificação realizada em comarcaestranha ao domicílio do devedor não é albergada pelo ordenamento jurídico. VI -A jurisprudência atual, acompanhada por este E. Tribunal de Justiça, é assente nosentido de que a notificação extrajudicial expedida por cartório de comarca diversado domicílio do réu é inválida, não sendo instrumento hábil a comprovar a mora,logo, não constituindo o requisito para propositura da ação de busca e apreensão,conforme dispõe o Decreto-Lei 911/69. VII - Recurso improvido.(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 49100052650,Relator: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 16/05/2011, Data da Publicação noDiário: 27/05/2011)

Dessa forma, em razão do entendimento sufragado anteriormente, acompanho aorientação deste E. TJES e do C. STJ, no sentido de manter a extinção dademanda originária, sobretudo para manter coerência acerca da matéria,entretanto com a ressalva pessoal supramencionada.

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

35- Apelação Civel Nº 24070222518VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL

APTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) LUIS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRAAPDO GILMAR JOSE DE SOUZA Advogado(a) ROBERTO GOTARDO MOREIRARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24070222518

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADVOGADO: LUIS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRARECORRIDO: GILMAR JOSÉ DE SOUZAADVOGADO: ROBERTO GOTARDO MOREIRAMAGISTRADO: LEONARDO ALVARENGA DA FONSECA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL.AUXÍLIO-FARDAMENTO. SUPRESSÃO. PROMOÇÃO PECULIAR.INCONSTITUCIONALIDADE. ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.CONDENAÇÃO. CUSTAS PROCESSUAIS. POSSIBILIDADE.SUCUMBÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO.1. O art. 4º, da Lei Complementar Estadual nº 206/2001 ofende o princípioconstitucional da isonomia. Precedente do Tribunal Pleno do TJES.2. O Estado do Espírito Santo pode ser condenado ao pagamento das custasprocessuais, restando isento apenas do recolhimento adiantado da referida verba.Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que julgou procedente o pedido formulado pelo Autor, ora Apelado, econdenar o Recorrente ao pagamento de auxílio-fardamento ao mesmo, além dearcar com as custas processuais. Aduziu, em síntese, a constitucionalidade do art. 4º, da LC nº 206/2001, além daimpossibilidade de condenação do Estado ao pagamento de custas. Requereu,pois, o provimento do recurso com a reforma do julgado. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.2.1. AUXÍLIO-FARDAMENTO.

O Plenário deste Egrégio Tribunal de Justiça decidiu, à unanimidade, declarar ainconstitucionalidade do art. 4º, da Lei Complementar Estadual nº 206/2001, nostermos da ementa a seguir transcrita:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. AUXÍLIO-FARDAMENTO. SUPRESSÃO.PROMOÇÃO ¿PECULIAR¿. OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA.DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO DISPOSITIVO.1. O art. 4º, da Lei Complementar Estadual nº 206/2001 ofende o princípioconstitucional da isonomia.2. Se aos Terceiros Sargentos da Polícia Militar promovidos regularmente égarantido o pagamento do ¿auxílio-fardamento¿, também aos militares de mesmagraduação promovidos pelo critério ¿peculiar¿ dentro dos parâmetrosestabelecidos pelo Supremo (ADI 2.979-7/ES), deve ser assegurado orecebimento da benefício.3. Declaração de inconstitucionalidade do art. 4º, da LC 206/2001.(TJES, Classe: Apelação Civel, 24050282557, Relator: SAMUEL MEIRA BRASILJUNIOR, Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO , Data de Julgamento:27/08/2009, Data da Publicação no Diário: 28/09/2009)

Logo, mantém-se irretocável a r. sentença quanto ao reconhecimento do direitorequerido pelo Autor.

2.2. CUSTAS.

O Estado do Espírito Santo pretende, ainda, a reforma do capítulo da r. sentençaque o condenou ao pagamento de custas processuais.Não obstante, de acordo com a jurisprudência consolidada do C. STJ e com ainterpretação da legislação processual civil, o Estado pode ser condenado aopagamento das custas processuais em razão do princípio da causalidade e dasucumbência. Nessa linha, ilustram os seguintes precedentes, a saber:

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ARTS. 26 E 39, DA LEI Nº6.830/80. CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA AO PAGAMENTODAS CUSTAS PROCESSUAIS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DESUCUMBÊNCIA. ADIMPLEMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA.(...)

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Page 143: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

3. In casu, verifica-se a certeza e a liquidez dos créditos inscritos em dívida ativa,que ensejaram a propositura da ação executiva pela Fazenda Estadual, não tendoocorrido a mera desistência em face de cancelamento do título executivo porcausa à Fazenda imputável. Ao revés, o pedido de cancelamento do executivofiscal deveu-se ao adimplemento do débito fiscal na via administrativa, o queimplica a ausência de sucumbência e a impossibilidade de condenação aopagamento de honorários advocatícios e das custas processuais. (Precedentes: 4.O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquerdespesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbasdecorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC).Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante secolhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80.5. É cediço em sede doutrinária que: "A União está isenta de custas, selos, taxas eemolumentos na execução fiscal. Os processos de execução fiscal para cobrançada dívida da União, ainda que em curso perante a justiça dos Estados, do DistritoFederal ou dos Territórios, estão isentos de qualquer pagamento, seja ele qual for,no que concerne a custas ou despesas judiciais.Não paga a taxa judiciária, não paga selo nas petições ou papéis juntos aos autos;não paga remuneração aos cartórios ou órgãos auxiliares, tais como depositários,avaliadores, partidores, etc.Não há exigência de taxa judiciária, de selos ou estampilhas ou papel selado, decomissões, custas, emolumentos, dos serventuários, preparo, etc. Invoque-se oart. 150, IV, a, da CF, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios criar imposto sobre serviço uns dos outros, e interprete-se o art. 1.212,parágrafo único, do CPC, amplamente. Não só os atos judiciais, nos processos emque autora é a União, estão isentos desses pagamentos.O privilégio e a isenção são recíprocos entre a União, Estados e Municípios."(José da Silva Pacheco, in Comentários à Lei de Execução Fiscal, Ed. Saraiva, 7ªed., 2000, São Paulo) 6. Recurso especial provido.(REsp 907.357/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em19.06.2007, DJ 06.09.2007 p. 215)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR AGENTE DO ESTADO.MENOR. PARAPLEGIA E AMPUTAÇÃO DO MEMBRO INFERIORDIREITO. DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL.DATA DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TERMO AD QUEM.PENSÃO VITALÍCIA. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL GARANTIDOR.DESNECESSIDADE.INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR IRRISÓRIO DADA AGRAVIDADE DAS LESÕES. MAJORAÇÃO. POSSIBILIDADE.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 5% SOBRE O VALORDA CONDENAÇÃO.1. Hipótese em que Willian Coelho ajuizou ação indenizatória em face da Fazendado Estado de São Paulo, tendo em vista que, em 11.5.1998, foi vítima de acidenteautomobilístico envolvendo viatura da Polícia Militar do Estado de São Pauloconduzida por agente da ré, causador do dano. Do referido sinistro resultaramgraves e irreversíveis lesões para o recorrente, que, entre outros gravames, sofreuparaplegia e amputação do membro inferior direito, razão por que postula odeferimento de indenização por dano material, consubstanciada empensionamento mensal, bem como a majoração da indenização por dano moral.2. Diversamente do benefício previdenciário que o recorrente já recebe, aindenização de cunho civil tem por objetivo não apenas o ressarcimento de ordemeconômica, mas, igualmente, o de compensar a vítima pela lesão física causadapelo ato ilícito do agente do Estado que reduziu sua capacidade laboral em caráterdefinitivo, tornando-lhe mais difícil a busca por melhores condições deremuneração no mercado de trabalho, já que não mais poderá exercer a funçãoanteriormente desempenhada bem assim a execução de qualquer outra atividadelaboral demandará maior sacrifício em face das seqüelas permanentes, o que há deser compensado pelo pagamento de uma pensão mensal a ser arcada pelarecorrida. Precedentes: REsp 712.293/RJ, Rel. Ministro Castro Filho, DJ4/12/2006 e Resp 126.798/MG, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, DJ de4/2/2002.3. Dadas as peculiaridades do caso e a atividade anteriormente exercida, é de serfixada, em desfavor da Fazenda estadual, pensão mensal em valor equivalente aum salário mínimo, a ser concedido a partir do deferimento da aposentadoria porinvalidez, incluindo-se as verbas referentes ao décimo terceiro salário e às férias.Precedente: REsp 811.193/GO, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, Quarta Turma,DJ 6/11/2006).4. Quanto ao termo ad quem, tendo em vista ser a própria vítima quem reclama opensionamento, e, levando-se em conta que a sua lesão, embora parcial, épermanente, acompanhando-o até o fim dos seus dias, a pensão deve ser vitalícia.6. Mostra-se desnecessária a constituição de capital garantidor, tendo em vista sera Fazenda Pública a demandada. Entretanto, deve incluir o nome do autor em suafolha de pagamento.7. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de ser possível a intervençãodesta Corte para aumentar o valor indenizatório nos casos em que o quantumarbitrado pelo acórdão recorrido se mostre irrisório, sob pena de malferir o art.159 do CC/1916 (arts. 186 e 944 do CC/2002). Precedente: REsp 819.202/PE,Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 22/9/2008.

8. O Juízo monocrático, atento aos fatos da causa, fixou o valor da indenizaçãopor dano moral em R$ 100.000,00 (cem mil reais), com correção monetária apartir de sua fixação naquela instância e juros de mora de 6% (seis por cento) aoano, a fluir desde a data do fato, nos termos do art. 962 do Código Civil, patamarque reputo razoável, pois, embora não sirva para reparar de todo o dano, é meioidôneo para minorar a dor e o sofrimento suportado pela vítima, bem como servirde medida educativa para o agente causador do infortúnio.9. Não assiste razão ao recorrente quanto à alegada violação do art.1.548 do Código Civil de 1916, afinal, como bem considerou o Juízo monocrático,a verba de dote não é cabível na hipótese dos autos, porquanto era devidaexclusivamente em favor da mulher em condições de se casar.10. Considerando-se a sucumbência mínima da parte autora, deve a Fazendaestadual arcar com a totalidade do pagamento das custas processuais e honoráriosadvocatícios, ora fixados em 5% sobre o valor da condenação, nos termos do art.20, § 4º, do Código de Processo Civil.11. Recurso especial parcialmente provido.(REsp 1168831/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRATURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 13/09/2010)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - PROCESSO SELETIVO PARACURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO COMBATENTE DA PMES -PRELIMINAR - OBRIGATORIEDADE DE CITAÇÃO DOS DEMAISCANDIDATOS COMO LITISCONSORTES NECESSÁRIOS - REJEITADA- MÉRITO - EXAME PSICOSSOMÁTICO - AUSÊNCIA DE CRITÉRIOSCLAROS E OBJETIVOS NOS EDITAIS DO CERTAME - ÓBICE ÀCONTRAPOSIÇÃO DO RESULTADO PELOS CANDIDATOS -SUBMISSÃO AO SUBJETIVISMO DO EXAMINADOR - CURSO JÁCONCLUÍDO PELOS APELADOS - APLICAÇÃO EXCEPCIONAL DATEORIA DO FATO CONSUMADO - CONDENAÇÃO DO ESTADO AOPAGAMENTO DE CUSTAS - POSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO. 1 - A jurisprudência já pacificou o entendimento de que não seimpõe a citação dos demais concorrentes como litisconsortes necessários nademanda que verse sobre desclassificação em determinada fase do certame, postoque o direito líquido e certo do candidato só surge com a aprovação. Preliminarrejeitada. 2 - É possível a realização de exames psicológicos com carátereliminatório em concursos públicos desde que respeitados os seguintes requisitos:a) existência de norma que o autorize; b) existência de critérios objetivos para queo candidato possa comparar os resultados do exame com o perfil esperado para oocupante do cargo; e c) que seja possibilitado ao candidato a utilização do recursocontra a decisão que o inabilitou. 3 - O edital de concurso público para ingressonos quadros da Polícia Militar deve estabelecer, ainda que minimamente, critériosclaros e objetivos a serem utilizados no certame, de modo a possibilitar aoscandidatos a contraposição ao seu resultado. 4 - A ausência de critériospré-estabelecidos, claros e precisos utilizados na avaliação psicossomática, além deevidenciar a arbitrariedade e o subjetivismo do examinador, vai de encontro aosprincípios da legalidade, impessoalidade e publicidade, expressamente previstos noart. 37, caput, da Constituição Federal, que devem servir de norte à administraçãopública. Precedentes do STJ e TJES. 5 - Se, por força de liminar concedida, osapelados participaram das demais etapas do concurso, foram aprovados dentro dolimite de vagas e já estão atuando como Soldados Combatentes, deve ser aplicadoao caso em questão a teoria do fato consumado, pois não se pode ignorar asituação fática consolidada nos autos. 6 - A situação dos candidatos quepermanecem no certame por meio de decisão judicial e obtêm aprovaçãoconsolida-se no tempo, devendo ser mantida quando a desconstituição acarretagraves prejuízos àquele e não traz benefícios à Administração Pública. Precedentedo STJ. 7 - Uma vez pronunciada a sucumbência integral do Estado apelante,deve o ente público arcar com as custas processuais, não podendo se cogitar emconfusão entre o credor e devedor da taxa. 8 - No caso do Espírito Santo, ascustas devidas ao final do processo serão revertidas ao Fundo Especial do PoderJudiciário do Estado do Espírito Santo, na forma da Lei complementar estadualn.º 219/2001. 9 - Recurso conhecido e improvido. (TJES, Classe: Apelação Civel,24080411416, Relator: CARLOS SIMÕES FONSECA, Órgão julgador:PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 31/08/2010, Data daPublicação no Diário: 24/11/2010)

PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - ICMS - DEMANDA CONTRATA -ENERGIA ELÉTRICA - BASE DE CÁLCULO - CONDENAÇÃOFAZENDA PUBLICA - CUSTAS PROCESSUAIS - RECURSO DEAPELAÇÃO E REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDOS E NEGADOPROVIMENTO. 1- Não há como impor ao particular/consumidor o pagamentode ICMS tendo como base de cálculo o valor integral do contrato, quando naverdade só consumiu e transacionou parcela do que lhe foi disponibilizado. 2 - "OICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demandade potência efetivamente utilizada." Súmula 391 do STJ. 3 - O Tribunal Plenodeste e. Tribunal de Justiça já pacificou entendimento no sentido do cabimento dacondenação da Fazenda Pública em custas processuais. 4 - Recurso conhecidopara NEGAR-LHE PROVIMENTO. (TJES, Classe: Remessa Ex-officio,24080133994, Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON,

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Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:22/06/2010, Data da Publicação no Diário: 03/08/2010)

Portanto, mantém-se igualmente hígida a condenação do Estado do EspíritoSanto, Demandado no processo, ao pagamento das custas processuais.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

36- Apelação Civel Nº 69990061306MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES Advogado(a) ANTONIO MARCOS ROMANOAdvogado(a) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIROAPDO GERALDO FERREIRA DE OLIVEIRA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990061306RELATOR            : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE      : MUNICÍPIO DE MARATAÍZES.ADVOGADO        : PROCURADOR ANTONIO MARCOS ROMANO.RECORRIDO        : GERALDO FERREIRA DE OLIVEIRA.MAGISTRADO  : UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO. 

DECISÃO MONOCRÁTICA EMENTA: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.IPTU. PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO.VENCIMENTO DA DÍVIDA. TERMO A QUO. AJUIZAMENTO DADEMANDA. TERMO AD QUEM. CITAÇÃO. INEXISTÊNCIA.MOROSIDADE JUDICIÁRIA. RECURSO PROVIDO.1. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.2. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, dá-se com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.3. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, do CPC.4. Não resta configurada a prescrição se, proposta a execução no prazo legal, ademora na citação decorrer de motivos inerentes ao aparelho judiciário.5. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

O Município de Marataízes interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a prescrição dos créditos tributários cobrados eextinguiu a Execução Fiscal proposta pela parte.Aduziu, em síntese, a inexistência de prescrição e, assim, requereu o provimentodo recurso com a reforma do julgado e o prosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.Parecer do Ministério Público para a desnecessidade de intervenção do Órgão.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.         A questão devolvida a esta Corte diz respeito à prescrição do créditotributário executado pelo Município de Marataízes na demanda em curso.        Pois bem.        O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de quea contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,

Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

  PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

            A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitivado crédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa dolançamento, se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, istoé, com o vencimento da dívida. Ilustrativamente: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

        O STJ orienta, também, que não resta configurada a prescrição se, propostaa execução no prazo legal, a demora na citação decorrer de motivos inerentes aoaparelho judiciário. Nesse sentido: EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE AFASTADA.SÚMULA Nº 106/STJ. FALHA DO MECANISMO DA JUSTIÇA.I - O Tribunal de origem expressamente declarou que não houve inércia por parteda exeqüente em promover a execução. Assim, incide a orientação firmada nestaCorte, inclusive sumulada no enunciado nº 106, segundo o qual "Proposta a açãono prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentesao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição oudecadência".II - Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1102276/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 28/05/2009)

 TRIBUTÁRIO - PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO- CITAÇÃO TARDIA - AUSÊNCIA DE MORA DO CREDOR - SÚMULA106 DO STJ - INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DAFAZENDA PÚBLICA- ART. 25 DA LEI Nº 6.830/80- APLICABILIDADE.1. A perda da pretensão tributária pelo decurso de tempo depende da inércia docredor, que não se verifica quando a demora na citação do executado decorreunicamente do aparelho judiciário. Inteligência da Súmula 106/STJ.2. O representante judicial da Fazenda Pública deve ser intimado pessoalmente naexecução fiscal, nos termos do art. 25 da Lei 6.830/80.3. Recurso especial provido. (REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009)

         Além disso, acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo,o C. STJ decidiu, em recurso representativo de controvérsia, que deve sercompreendido como a data do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A

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Page 145: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazo

prescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, valedizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõea interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)          In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 30.12.1998 para acobrança de débitos vencidos em 28.02.1994, 31.01.1995 e 31.01.1996, conformedocumentos acostados aos autos. Assim, considerando o entendimento sufragadopela jurisprudência, verifica-se a inexistência do transcurso do prazo preclusivo dapretensão da Fazenda Pública, devendo prosseguir com a Execução Fiscal deforma regular.      Ademais, diversos motivos alheios à vontade do Exequente contribuíramsobremaneira para a demora na citação. Dentre os eventos ocorridos, destaco aautuação dos autos ( fls. 08), expedição de mandado de citação, penho e/ouarresto, avaliação e inscrição (fls. 12), paralisação dos autos no Cartório poraproximadamente por 1 anos (fls. 14/15), nova remessa dos autos à Contadoria(fls. 28), além de outras providências determinadas pelo juízo.        Logo, a via executiva deve ter o seu regular processamento. 3. DISPOSITIVO.

        Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r.sentença e determinar o prosseguimento da Execução Fiscal.        Intimem-se. Publique-se na íntegra.        Vitória - ES, 09 de junho de 2011.

 Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator

37- Apelação Civel Nº 24060128840

139 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 146: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOAPTE ALBERTO DOS SANTOS Advogado(a) RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRASAPDO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS Advogado(a) GUSTAVO CABRAL VIEIRARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24060128840 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ALBERTO DOS SANTOSADVOGADO: RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRASRECORRIDO: INSS ADVOGADO: PROCURADOR GUSTAVO CABRAL VIEIRAMAGISTRADO: DÉBORA MARIA AMBOS CORRÊA DA SILVA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIOACIDENTÁRIO. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL. RECURSODESPROVIDO.1. As causas de natureza acidentária são de competência da JustiçaEstadual.(Súmula 15, CORTE ESPECIAL, julgado em 08/11/1990, DJ14/11/1990 p. 13025).2. Recurso desprovido.

ALBERTO DOS SANTOS interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício acidentáriorequerido na inicial. Aduziu, apenas, a nulidade da r. sentença por incompetência absoluta do juízoestadual. Nesses termos, requereu o provimento do recurso com a anulação dojulgado e a remessa dos autos ao juízo competente. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Manifestação do Ministério Público em 1º grau pelo conhecimento do recurso. Manifestação da Procuradoria de Justiça Cível pela manutenção do julgado.

É o relatório.   A controvérsia diz respeito ao julgamento de demanda relativa à pretensão deconcessão de benefício acidentário. Pois bem. Conforme a jurisprudência sumulada do Superior Tribunal de Justiça, as causas denatureza acidentária são de competência da Justiça Estadual. Ilustrativamente:

COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR OS LITIGIOSDECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO.(Súmula 15, CORTE ESPECIAL, julgado em 08/11/1990, DJ 14/11/1990 p.13025)

Em julgado recente:

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO.COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. EXCEÇÃO DO ART.109 , I, DA CF/1988.1. Em se tratando de benefício de natureza acidentária (auxílio-doença), não hácomo afastar a regra excepcional do inciso I do art. 109 da Lei Maior, a qualestabeleceu a competência do Juízo Estadual para processar e julgar os feitosrelativos a acidente de trabalho. Incidência da Súmula n. 15/STJ.2. Agravo regimental improvido.(AgRg no CC 113.187/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO,julgado em 14/03/2011, DJe 05/04/2011)

No caso em tela, a teor da petição inaugural, o ora Apelante pleiteou odeferimento do benefício previdenciário do auxílio doença fundado em naturezaacidentária, razão pela qual a competência é da Justiça Estadual, indiscutivelmente.

Logo, consoante disposição da jurisprudência, bem da prescrição do art. 64, daLC Estadual nº 234/2002 (Código de Organização Judiciária do ES), mantém-seirretocável a competência do juízo a quo. Dessarte, considerando que o Apelante apresentou impugnação apenas a respeitoda competência para análise da matéria veiculada, não há mais o que esclarecer oudecidir.Portanto, mantém-se hígida a r. sentença de 1º grau.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 16 de junho de 2011.     

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

38- Apelação Civel Nº 28090018962IÚNA - CARTÓRIO 2º OFÍCIO

APTE MUNICIPIO DE IUNAAdvogado(a) SAN MARTIN DONATO ROOSEVELTAPDO DIVINO ALVES VIEIRA Advogado(a) ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 28090018962 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE IÚNA ADVOGADO: PROCURADOR SAN MARTIN DONATO ROOSEVELTRECORRIDO: DIVINO ALVES VIEIRAADVOGADO: ANTÔNIO JOSÉ PEREIRA DE SOUZAMAGISTRADO: ELIANA FERRARI SIVIERO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. COBRANÇA.FAZENDA PÚBLICA. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. CARGOCOMISSIONADO. NULIDADE. VERBAS RESCISÓRIAS. RECURSOPROVIDO.1. O prazo prescricional para o ajuizamento de ação de cobrança de débito emdesfavor da Fazenda Pública é quinquenal. Precedentes.2. Recurso provido.

MUNICÍPIO DE IÚNA interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que o condenou ao pagamento de R$ 746,18 (setecentos e quarenta eseis reais e dezoito centavos), devidos em razão da exoneração do cargocomissionado firmado com o ora Recorrido para o exercício da função deservente.A Apelante aduziu, em síntese: (i) a prescrição da pretensão vindicada; (ii) aimprocedência do pedido. Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com areforma do julgado.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. A controvérsia principal diz respeito à condenação do Município ao pagamentode verbas rescisórias devidas em razão da declaração de nulidade da nomeação doRecorrido ao exercício de cargo em comissão fora das hipóteses admitidas peloordenamento.Verifico, prima facie, a prescrição da pretensão veiculada pela parte. Vejamos.Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça firmou a orientação nosentido de que o prazo prescricional para o ajuizamento de ação de cobrança dedébito em desfavor da Fazenda Pública é quinquenal. Nessa linha, confira-se:PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FGTS. COBRANÇA EMFACE DA FAZENDA PÚBLICA. PRAZO PRESCRICIONAL.PREVALÊNCIA DO DECRETO 20.910/32.1. O Decreto 20.910/32, por ser norma especial, prevalece sobre a lei geral. Dessemodo, o prazo prescricional para a cobrança de débito relativo ao FGTS em faceda Fazenda Pública é de cinco anos.Aplica-se, por analogia, o disposto na Súmula 107 do extinto TFR: "A ação decobrança do crédito previdenciário contra a Fazenda Pública está sujeita àprescrição qüinqüenal estabelecida no Decreto n. 20.910, de 1932".Nesse sentido: REsp 559.103/PE, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 16.2.2004.2. Ressalte-se que esse mesmo entendimento foi adotado pela PrimeiraSeção/STJ, ao apreciar os EREsp 192.507/PR (Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de10.3.2003), em relação à cobrança de contribuição previdenciária contra a FazendaPública.3. Recurso especial provido.(REsp 1107970/PE, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA,julgado em 17/11/2009, DJe 10/12/2009)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça, conforme ilustra a seguintedecisão monocrática, a saber:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 025109000031 AGRAVANTE: SÉRGIOVIEIRA COELHO AGRAVADOS: MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU EFUNDAÇÃO JOSÉ THEODORO DE ANDRADE RELATOR: DES.CARLOS SIMÕES FONSECA D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A Vistosetc., Trata-se de recurso de Agravo de Instrumento interposto por SÉRGIOVIEIRA COELHO, em razão de decisão proferida pela Vara de Itaguaçu que, emfase de saneamento nos autos de ¿Ação Ordinária¿ proposta pelo agravante,excluiu da relação processual a segunda agravada (Fundação José Theodoro deAndrade) e pronunciou a prescrição de todos os créditos perseguidos peloagravante no período anterior aos cinco anos que precederam o ajuizamento dademanda. 1Nas razões de recurso, o Agravante alega que a decisão proferidamerece reforma porque o agravante, embora mantivesse vínculo de trabalhounicamente com o Município, prestava serviços à Fundação, tendo sido cedidopor aquele a esta, o que impõe a responsabilização solidária de ambos, sob penade enriquecimento ilícito da cessionária. Em conclusão, alega que ¿a Fundação (...)deve fazer parte do polo passivo desta relação, porque a ela foi dirigida toda aforça de trabalho do autor agravante e a ela deve ser atribuída a responsabilidade

140 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 147: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

solidária, até porque, NÃO QUER O AUTOR AGRAVANTE UMA DUPLARELAÇÃO DE TRABALHO: - UMA COM O MUNICÍPIO E OUTRA(CONCOMITANTEMENTE) COM A FUNDAÇÃO DECORRENTE DAMESMA RELAÇÃO DE TRABALHO, porque se assim o fosse, estaria o autorpretendendo um enriquecimento ilícito, porque lhe geraria dois salários para umasó relação de trabalho¿. Quanto à prescrição, requer a reforma parcial do decisum,sob a fundamentação de que dela devem ser afastadas as parcelas devidas peloMunicípio a título de FGTS, uma vez que, neste caso, a jurisprudência é pacíficaao afirmar o prazo trintenário para sua cobrança, e não o quinquenal. Destaforma, porque a prescrição é trintenária e a relação de trabalho se iniciou no anode 1985 - persistindo até os dias atuais -, não há que se falar em prescrição quantoà pretensão autoral de obrigar o ente municipal ao recolhimento do FGTS. Pugnapela reforma da decisão a quo para que seja reincluída a Fundação José Theodorode Andrade no polo passivo da lide originária, bem como para que seja ressalvadoo prazo prescricional trintenário para a cobrança das contribuições de FGTS. É orelatório.Entendendo incidentes os arts. 557, caput, e 527, I, do CPC, passo imediatamenteao julgamento do recurso.A irresignação recursal ataca dois capítulos distintos da decisão de saneamento:primeiramente, o que excluiu da relação processual a segunda agravada porilegitimidade passiva e, posteriormente, o que pronunciou a prescrição quanto àsparcelas anteriores ao quinquênio que antecedeu a propositura da demanda.Tenho que a decisão se encontra em harmonia com a doutrina pátria e ajurisprudência dos tribunais superiores, motivo pelo qual o recurso deve serimprovido liminarmente.No que pertine ao segundo capítulo impugnado - referente ao pronunciamento doprazo prescricional quinquenal para demandas de cobrança de FGTS em face daAdministração Pública -, melhor sorte não merece a irresignação recursal.Não se desconhece que a jurisprudência consolidada do C. Superior Tribunal deJustiça tem afirmado o prazo prescricional trintenário para as demandas decobrança de FGTS, posicionamento reconhecido, aliás, pelo enunciado número210 da súmula daquela Colenda corte, cuja redação assim dispõe: ¿Verbete 210: Aação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em 30 (trinta) anos¿.O enunciado tem sido corroborado por recentes julgados do C. STJ, como seinfere do seguinte aresto: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTALEM RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FISCAL - FGTS - NATUREZAJURÍDICA NÃO-TRIBUTÁRIA - PRESCRIÇÃO - PRAZO TRINTENÁRIO.1. Na esteira da jurisprudência firmada pelo STF, a Primeira Seção desta Cortepacificou o entendimento de que as contribuições para o FGTS não têm naturezajurídica tributária, devendo observar-se na cobrança dos valores não recolhidos oprazo trintenário. Precedentes. 2. Agravo regimental não provido. (STJ, 2ª Turma,AgRg no REsp 1086090 / SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Data do Julgamento08/09/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 28/09/2009)Referido posicionamento, nada obstante, deve ser excepcionado quando oresponsável pela contribuição faz parte da Administração Pública, hipótese emque, dada a incidência da regra hermenêutica da prevalência da norma maisespecífica, é de se aplicar o disposto no artigo 1º do Decreto nº 20.910/32, queprevê o prazo prescricional quinquenal para qualquer pretensão de cobrança emface da Fazenda Pública.Nessa linha, ademais, já se posicionava a jurisprudência do extinto TribunalFederal de Recursos, cujo verbete número 107 de sua súmula assim dispunha: ¿Aação de cobrança do crédito previdenciário contra a Fazenda Pública está sujeita àprescrição qüinqüenal estabelecida no Decreto n. 20.910, de 1932¿. Destarte, emse tratando de pretensão de cobrança de FGTS pelo seu beneficiário, somentequando o responsável pelo seu recolhimento não pertencer à Fazenda Pública(expressão adotada em seu sentido amplo, englobando, por óbvio, o Municípioaqui agravado), aplicar-se-á o prazo trintenário para a cobrança; sendo a Fazendao sujeito passivo, aplica-se, com fulcro na regra de especialidade legal, o prazoquinquenal previsto no Decreto-lei 20.910/32. Nesse sentido, cito recentíssimoprecedente do C. Superior Tribunal de Justiça, com enumeração de outrosprecedentes em sentido idêntico: PROCESSUAL CIVIL. RECURSOESPECIAL. FGTS. COBRANÇA EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA.PRAZO PRESCRICIONAL. PREVALÊNCIA DO DECRETO 20.910/32. 1. ODecreto 20.910/32, por ser norma especial, prevalece sobre a lei geral. Dessemodo, o prazo prescricional para a cobrança de débito relativo ao FGTS em faceda Fazenda Pública é de cinco anos. Aplica-se, por analogia, o disposto na Súmula107 do extinto TFR: "A ação de cobrança do crédito previdenciário contra aFazenda Pública está sujeita à prescrição qüinqüenal estabelecida no Decreto n.20.910, de 1932". Nesse sentido: REsp 559.103/PE, 1ª Turma, Rel. Min. LuizFux, DJ de 16.2.2004. 2. Ressalte-se que esse mesmo entendimento foi adotadopela Primeira Seção/STJ, ao apreciar os EREsp 192.507/PR (Rel. Min. ElianaCalmon, DJ de 10.3.2003), em relação à cobrança de contribuição previdenciáriacontra a Fazenda Pública. 3. Recurso especial provido. (STJ, 1ª Turma, REsp1107970 / PE, Rel. Min. Denise Arruda, Data do Julgamento 17/11/2009 Datada Publicação/Fonte DJe 10/12/2009).Correta, portanto, a decisão agravada também quanto ao ponto, uma vez que oresponsável pelo recolhimento, segundo alega o agravante, é a municipalidade,motivo pelo qual tem aplicabilidade, excepcionalmente, o prazo prescricionalquinquenal referido pelo artigo 1º do Decreto nº 20.910/32, e não a regra geral doprazo trintenário. Os artigos 557, caput e 527, I, do CPC, autorizam que o relatorjulgue monocraticamente e de plano um agravo interposto contra decisão

proferida conforme a jurisprudência dos tribunais estaduais e superiores. Sendoeste o caso, conheço do recurso mas NEGO-LHE PROVIMENTO para manterinalterada a decisão agravada. Publique-se na íntegra. Intimem-se as partes.Vitória, 26 de março de 2010 Des. CARLOS SIMÕES FONSECA Relator(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 25109000031, Relator: CARLOS SIMÕESFONSECA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data da Decisão:26/04/2010)

E, ainda:

PROCESSUAL CIVIL. APEALÇÃO CIVEL . FGTS. COBRANÇA EM FACEDA FAZENDA PÚBLICA. PRAZO PRESCRICIONAL. PREVALÊNCIA DODECRETO 20.910/32. MANUTENÇÃO DA R. SENTENÇA .PRECEDENTES DO STJ - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. ODecreto 20.910/32, por ser norma especial, prevalece sobre a lei geral. Dessemodo, o prazo prescricional para a cobrança de débito relativo ao FGTS em faceda Fazenda Pública é de cinco anos. Aplica-se, por analogia, o disposto na Súmula107 do extinto TFR: "A ação de cobrança do crédito previdenciário contra aFazenda Pública está sujeita à prescrição qüinqüenal estabelecida no Decreton.20.910, de 1932". Precedentes: REsp 559.103/PE, EREsp 192.507/PR E REsp1107970/PE. Os direitos fundamentais sociais são imperativos, invioláveis e deobservância obrigatória pelo poder público. Constatada a efetiva prestação deserviços por parte da apelante, ainda que sua investidura tenha sido irregular, nãopode a administração furtar-se ao pagamento das verbas devidas em decorrênciado trabalho desempenhado. O FGTS, no entanto, não está elencado dentre o roldos direitos trabalhistas extensíveis aos servidores públicos, consoante previsãodo art. 39, 3, da CF, pelo que não faz jus a apelante à aludida verba, quer seja emrelação ao exercício de cargo comissionado quer seja quanto à prestação deserviços através de contrato temporário, eis que em ambas as hipóteses a relaçãoteve natureza administrativa, submetendo-se às normas estatutárias. RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO (TJES, Classe: Apelação Civel, 49090022366,Relator: RONALDO GONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador: TERCEIRACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 23/11/2010, Data da Publicação noDiário: 29/11/2010)

In casu, o Autor pleiteia os valores decorrentes da exoneração do mesmo doexercício do cargo em comissão firmado com a municipalidade nos períodos entre26.8.1987 e 30.8.1988; 11.11.1993 e 30.9.1994; 28.3.1996 e 15.7.1996. Nessecontexto, considerando que a presente demanda foi ajuizada em 12.3.2008, há queser reconhecido o decurso do prazo prescricional.Em assim sendo, DOU PROVIMENTO ao recurso de apelação, para reformar ar. sentença a quo e reconhecer a prescrição da pretensão requerida, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 10 de junho de 2011. 

  Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator

39- Apelação Civel Nº 30100071759LINHARES - 3ª VARA CÍVEL FAZENDA E REG PÚBLICOSAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRAAPDO MARCIO PEREIRA PADUA Advogado(a) MARCIO PEREIRA PADUARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 30100071759

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA RECORRIDO: MARCIO FERREIRA PÁDUAADVOGADO: MARCIO FERREIRA PÁDUAMAGISTRADO: CRISTINA ELLER PIMENTA BERNARDO

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PENAL. SENTENÇA. TÍTULOEXECUTIVO JUDICIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSORDATIVO. CONDENAÇÃO DO ESTADO. APRECIAÇÃO EQUITATIVA.REDUÇÃO. NECESSIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. Compete ao Estado arcar com os honorários advocatícios ao defensor dativo,nomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes.2. O defensor dativo tem o direito de receber do Estado os honoráriosadvocatícios arbitrados no bojo da ação penal em que atuou. Inteligência do art.22 e seguintes, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB).3. A fixação dos honorários advocatícios em desfavor da Fazenda Pública deve serfeita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciação equitativa do magistradoe não se vincula aos limites percentuais previstos no §3º, do mesmo dispositivo.Precedentes.

141 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 148: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

4. Recurso parcialmente provido.

DECISÃO MONOCRÁTICA

1. RELATÓRIO

O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs recurso de apelação, porinconformado com a sentença que julgou improcedentes os embargos à execuçãoaforados pelo mesmo.Alegou, em síntese, que: (i) a execução em apenso traz execução ao embargante,ora Apelante, embora este não tenha sido parte no processo originário; (ii) houveequívoco na manutenção da condenação em honorários de advogado, que semostram ainda desarrazoados; (iii) os valores aplicados contrariam o Convêniofirmado entre a Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, a Ordem dosAdvogados do Brasil - Seção do Espírito Santo e Tribunal de Justiça do EspíritoSanto.Pelo exposto, requereu a reforma da sentença, para excluir a condenação doApelante ao pagamento de honorários de advogado e, subsidiariamente, a suaredução.Contrarrrazões pelo desprovimento do recurso.O Órgão Ministerial afirmou inexistir interesse que justifique a intervenção doParquet no feito. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO  A controvérsia diz respeito à regularidade da condenação do Estado Apelante aopagamento de honorários pela prestação de serviços como advogado dativo.Extrai-se dos autos, que a sentença que lastreia a execução embargada condenou oEstado Apelante ao pagamento de honorários equivalentes a 40 (quarenta) URH(unidade referencial de honorários), conforme tabela da OAB/ES, em favor doApelado, que foi nomeado para funcionar como advogado dativo, tendo em vistaa inexistência de Defensor Público.Pois bem.  A jurisprudência já há muito sedimentou o entendimento de que a sentença quefixa a verba honorária em processo no qual atuou o defensor dativo faz títuloexecutivo judicial, em face da certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação, sendooponível em face do Estado, o qual deve arcar com a referida despesa. Nessesentido, destaco os seguintes precedentes do Colendo Superior Tribunal deJustiça:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVOEM PROCESSO CRIMINAL. SENTENÇA QUE FIXA VERBAHONORÁRIA. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 1. Não se vislumbra aocorrência de nenhum dos vícios elencados no art. 535 do CPC a reclamar aanulação do julgado, pelo que se afasta a preliminar de nulidade do julgado a quo.2. O aresto recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência pacíficadesta Corte, no sentido de que "os honorários fixados em favor do defensordativo, na sentença do processo em que foi nomeado para atuar, podem sercobrados por meio de execução contra o Estado." (REsp 935187/ES, Rel. Min.Castro Meira, Segunda Turma, DJ 20.09.2007). Precedentes. 3. Registro, poroportuno, que na ocasião do julgamento do REsp 893342/ES, Rel. Min. JoséDelgado, Primeira Turma, DJ de 02.04.07, processo semelhante ao que ora seexamina, decidiu-se pela inexistência de violação do art. 472 do CPC em caso deexecução de título judicial que arbitra verba honorária em favor de defensordativo que atuou em processo criminal. A uma, porque "a condenação emhonorários (para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é oautor da ação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados osprincípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu". A duas,porque "há expressa previsão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB),que assegura que o ente federado deve suportar o pagamento da verba honoráriana impossibilidade de prestação de serviço no local por parte da DefensoriaPública". 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não-provido.(REsp 871.543/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 22/08/2008)

EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO EMHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ÔNUS DO ESTADO. I - O advogadonomeado defensor dativo, em processos em que figure como parte pessoaeconomicamente necessitada, faz jus a honorários, cabendo à Fazenda o ônuspelo pagamento. Precedentes: REsp nº 493.003/RS, Rel. Min. JOÃO OTÁVIODE NORONHA, DJ de 14/08/06; REsp nº 602.005/RS, Rel. Min. LUIZ FUX,DJ de 26/04/04; RMS nº 8.713/MS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO,DJ de 19/05/03 e AgRg no REsp nº 159.974/MG, Rel. Min. FRANCISCOFALCÃO, DJ de 15/12/03. II - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1041532/ES, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 05/06/2008, DJe 25/06/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ATUAÇÃO COMO DEFENSOR DATIVO.INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA OU QUADRO

INSUFICIENTE AO ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS FIXADOS POR SENTENÇA. TÍTULO EXECUTIVOJUDICIAL. CABIMENTO. PRECEDENTES. MATÉRIA DE CUNHOCONSTITUCIONAL EXAMINADA NO TRIBUNAL A QUO.IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DO APELO EXCEPCIONAL. 1.Agravo regimental interposto pelo Estado de Minas Gerais contra decisão quenegou provimento a agravo de instrumento com base na jurisprudência do STJ. 2.É firme o entendimento desta Corte de que, nos termos do § 1º do art. 22 da Lein. 8.906/94, o advogado que atuar como assistente judiciário de pessoasnecessitadas, quando inexistente ou insuficiente a Defensoria Pública no local daprestação do serviço, faz jus aos honorários fixados pelo juiz e pagos pelo Estado,segundo os valores da tabela da OAB. 3. A jurisprudência deste Sodalício épacífica no sentido de que a sentença que fixa a verba honorária em processo noqual atuou o defensor dativo faz título executivo judicial certo, líquido e exigível.4. Precedentes: REsp n. 893.342/ES, Primeira Turma, DJ de 02/04/2007; AgRgnos EDcl nos EDcl no REsp n. 840.935/SC, Primeira Turma, DJ de 15/02/2007;REsp n. 493.003/RS, Segunda Turma, DJ de 14/08/2006; REsp n. 686.143/RS,Segunda Turma, DJ de 28/11/2005; REsp n. 296.886/SE, Quarta Turma, DJ de01/02/2005; EDcl no Ag n. 502.054/RS, Primeira Turma, DJ de 10/05/2004;REsp n. 602.005/RS, Primeira Turma, DJ de 26/04/2004; AgRg no REsp n.159.974/MG, Primeira Turma, DJ de 15/12/2003; REsp n. 540.965/RS, PrimeiraTurma, DJ de 24/11/2003; RMS n. 8.713/MS, Sexta Turma, DJ de 19.05.2003;REsp n. 297.876/SE, Sexta Turma, DJ de 05.08.2002). 5. Além disso, quanto àalegação de que o direito da defensora dativa deveria ter sido pleiteadoinicialmente na esfera administrativa não pode ser analisada nesta sede recursal,uma vez que o Tribunal de origem, ao se manifestar no sentido da desnecessidadede exaurimento da via administrativa, apreciou a matéria sob o enfoqueeminentemente constitucional, o que afasta a possibilidade de revisão de talentendimento, sob pena de se usurpar a competência do egrégio STF. 6. Agravoregimental não-provido. (AgRg no Ag 924.663/MG, Rel. Ministro JOSÉDELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/04/2008, DJe 24/04/2008)

Ressalto, inclusive, precedente daquela Corte que examinou Recurso Especialmanejado pelo próprio Estado do Espírito Santo sob os mesmos argumentos, emcaso análogo:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SENTENÇA PENAL QUEIMPÔS PAGAMENTO DE VERBA ADVOCATÍCIA, PELO ESTADO, ADEFENSOR DATIVO. ART. 472 DO CPC. OFENSA À COISA JULGADANÃO-CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. LEI8.906/94, ART. 22. 1. Tratam os autos de agravo manejado pelo Estado doEspírito Santo contra decisão monocrática que negou seguimento à apelação,mantendo sentença que assegurou ao agravado (Pedro Jader da CostaNascimento) o direito de receber honorários advocatícios, arbitrados no bojo deação penal, decorrente da sua atuação como defensor dativo na Comarca deLinhares. O TJES negou provimento ao agravo. Recurso especial do ente estatalapontando negativa de vigência do art. 472 do CPC. Defende, em suma, que nãofez parte da relação processual do feito criminal em que foi proferida a sentençaexecutada. Assim, em face dos limites subjetivos da coisa julgada, o títuloexecutivo não é eficaz em relação a sua pessoa, pois necessária sua integraçãoanterior à lide condenatória. Sem contra-razões. 2. A norma posta no art. 472 doCPC regula o regime jurídico dos limites subjetivos da coisa julgada no processocivil individual, isto é, as pessoas que são atingidas pela autoridade da coisa julgadaproveniente de sentença de mérito transitada em julgado (Código de ProcessoCivil Comentado e Legislação Extravagante, Nelson Nery Junior e Rosa Maria deAndrade Nery, 9ª ed. , RT, P. 617). 3. O caso presente não revela hipótese queobriga terceiro estranho à lide. Conforme relatado, a condenação em honorários(para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é o autor daação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados os princípiosconstitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu. Além disso, há expressaprevisão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), que assegura que oente federado deve suportar o pagamento da verba honorária na impossibilidadede prestação de serviço no local por parte da Defensoria Pública. 4. Ausência deviolação do art. 472 do CPC. 5. Recurso especial não-provido. (REsp 893.342/ES,Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/03/2007,DJ 02/04/2007 p. 258)

De fato, consoante orientação uníssona da jurisprudência, descabe falar em ofensaao art. 472 do CPC, ou em qualquer nulidade ou irregularidade do título executivojudicial que embasou a execução proposta pelo ora Apelado. Em verdade,conforme assegura o art. 22 e seguintes, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB), oApelado tem o direito de receber do Estado os honorários advocatícios arbitradosno bojo da ação penal em que atuou como defensor dativo.Resta, pois, a análise do quantum.No caso em julgamento, o advogado ora Apelado foi nomeado pelo juízo deorigem como defensor dativo, a teor da r. sentença acostada à via executiva emapenso. Nesse contexto, na r. decisão, foram arbitrados honorários advocatícios em seufavor do mesmo no valor de 40 (quarenta) URH, o que, nesta data, equivaleria aR$ 2.728,00 (dois mil setecentos e vinte e oito reais), conforme RESOLUÇÃO Nº

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03, DE 30 DE MARÇO DE 2011, da Diretoria da OAB/ES, que fixou o valor daURH em R$ 68,20 (sessenta e oito reais e vinte centavos). Não obstante, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimentoconsolidado no sentido de que a fixação dos honorários advocatícios em desfavordo Estado deve ser feita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciaçãoequitativa do magistrado. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS –POSSIBILIDADE DE REVISÃO QUANDO O VALOR É EXORBITANTEOU IRRISÓRIO – MAJORAÇÃO DA VERBA EM PATAMAR INFERIOR A10% – POSSIBILIDADE.1. O art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil é expresso ao estabelecer que, nascausas em que for vencida a Fazenda Pública, o magistrado deve arbitrar oshonorários advocatícios conforme sua apreciação equitativa, observados oscontornos inscritos no § 3º do referido dispositivo legal, que estabelece que afixação da verba honorária deverá atender ao grau de zelo do profissional, o lugarda prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizadopelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.2. Dessarte, no caso, a verba honorária pode ser fixada em percentual inferior aomínimo indicado no § 3º do artigo 20 do Código de Processo Civil, a teor do quedispõe o § 4º daquele Artigo, porquanto esse dispositivo processual não fazqualquer referência ao limite a que se deve restringir o julgador quando doarbitramento.Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1150156/SP, Rel. MinistroHUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe07/12/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IRPJ, IRRF ECSLL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. EXTINÇÃO SEM EXAME DOMÉRITO. COISA JULGADA. PRÉVIO AJUIZAMENTO DE AÇÃODECLARATÓRIA CUMULADA COM ANULATÓRIA DE DÉBITOFISCAL QUESTIONANDO OS MESMOS CRÉDITOS. MODIFICAÇÃODA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA COM FUNDAMENTO NA COISAJULGADA DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. NULIDADE DE CDA.EXTINÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA. REPROPOSITURA DA AÇÃOEXECUTIVA COM BASE EM NOVA CDA. NÃO CABIMENTO.MODIFICAÇÃO DA CDA PELA SUPERVENIÊNCIA DE COISAJULGADA. INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 203 DO CTN E ART. 2º, § 8ºDA LEI Nº 6.830/1980. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.CONTRARIEDADE AOS §§ 3º E 4º DO CPC. CONDENAÇÃO DAFAZENDA PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE LIMITES PARA A FIXAÇÃODE HONORÁRIOS PELO JUIZ. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DOSHONORÁRIOS FIXADOS NO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA Nº 7 DOSTJ. SÚMULA Nº 389 DO STF.1. A inscrição da dívida ativa somente gera presunção de liquidez e certeza, naforma dos arts. 202 e 203 do CTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80, conquantocontenha todas as exigências legais, inclusive, na forma da indicação da naturezado débito e de sua fundamentação legal, bem como os cálculos de juros e decorreção monetária, porquanto a ratio essendi dos dispositivos tem como escopoatribuir à CDA a exatidão inerente aos títulos de crédito, e conferem ao executadoelementos para opor embargos, obstando execuções arbitrárias.2. A ação declaratória antecedente à execução fiscal que versa acerca do mesmocrédito exeqüendo encerra prejudicialidade em relação aos embargos do executadoe à execução, por isso que acolhida, apresenta a mesma eficácia do julgamento quereconhece o excesso da execução e impõe a emenda da CDA.3. A Fazenda Pública, como é cediço, pode substituir ou emendar a Certidão deDívida Ativa até a prolação da sentença, ante o teor do artigo 2º, § 8º, da Lei6.830/80, não sendo possível o indeferimento liminar da inicial do processoexecutivo, por nulidade da CDA, antes de se possibilitar à exequente a supressãodo defeito detectado no título executivo (Precedentes do STJ: AgRg nos EDcl noAg 911.736/RS, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 31.03.2008;e REsp 837.250/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de14.03.2007), sendo certo que não é essa a hipótese dos autos.4. In casu, o prévio julgamento da ação declaratória cumulada com anulatória dedébito fiscal, processada paralelamente, constituiu coisa julgada sobre o direitomaterial debatido nos embargos à execução fiscal, que originaram o presenterecurso especial, importando a invalidação superveniente de parte do títuloexecutivo embasador da execução fiscal e não do lançamento tributário inteiro,veículo introdutor de norma individual e concreta constitutiva do créditotributário.5. Deveras, a sentença dos embargos à execução, mantida pelo acórdãodo TRF da 4ª Região, extinguiu os embargos sem exame do mérito, atendo-se àcoisa julgada material da ação de conhecimento previamente ajuizada, restandoincólume o ato administrativo do lançamento referente aos créditos tributáriosmantidos pela decisão da ação declaratória cumulada com anulatória de débitofiscal. Consectariamente, a substituição da CDA, determinada após a prolação dasentença nos autos da ação de embargos, representou o necessário ajuste do títuloexecutivo, que consubstancia o crédito tributário exigido, à realidade dos fatos(recomposição do fato gerador da obrigação pelas provas apuradas pelo Fisco),com fulcro na coisa julgada, inexistindo qualquer ofensa aos arts. 202 e 203 doCTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80.

6. O § 4º do art. 20 do CPC estabelece a fixação dos honorários de formaeqüitativa pelo juiz, não impondo limites mínimo e máximo para o respectivoquantum.7. Deveras, a revisão do critério adotado pela Corte de origem, para a fixação doshonorários, encontra óbice na Súmula 07 do STJ. No mesmo sentido, oentendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação dehonorários de advogado, em complemento da condenação, depende dascircunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário." (Súmula389/STF). Precedentes da Corte: REsp 779.524/DF, DJU de 06.04.2006; REsp726.442/RJ, DJU de 06.03.2006; AgRg nos EDcl no REsp 724.092/PR, DJU de01.02.2006. 8. Recurso Especial a que se nega provimento. (REsp 855.917/RS,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2008, DJe15/12/2008)

E, ainda: REsp 862.502/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRATURMA, julgado em 10/10/2006, DJ 26/10/2006 p. 268; AgRg no REsp1026406/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em06/08/2009, DJe 14/08/2009.Nessa linha, considerando as particularidades atinentes ao caso concreto,sobretudo em razão da simplicidade da demanda e da sua expressão econômica,assim como pela atuação do patrono nos autos, verifico a necessidade de reduçãoda referida verba, mormente para garantir a razoabilidade necessária aoarbitramento da quantia.Dessa forma, fixo o valor de R$ 700,00 (setecentos reais), a título de honoráriosadvocatícios, arbitrados equitativamente com base nas circunstâncias inerentes aocaso em análise.Por fim, importante esclarecer que o convênio firmado entre a Defensoria PúblicaEstadual, a OAB/ES e este Egrégio Tribunal de Justiça, cuja aplicação foravindicado pelo Recorrente e no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores ad hoc para cada tipo de demanda foidenunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, razão pela qual se mostra inaplicável.Logo, o capítulo da r. sentença objeto do presente recurso deve ser reformado,para adequá-lo aos parâmetros estabelecidos na jurisprudência.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para reduziros honorários advocatícios devidos ao ora Recorrido ao montante de R$ 700,00(setecentos reais), nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

40- Apelação Civel Nº 47099159700SÃO MATEUS - 4ª VARA CÍVELAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) JAIR CORTEZ MONTOVANI FILHOAPDO CAMILA PATEZ DE SOUZA PANETO Advogado(a) REQUERIDO EM CAUSA PROPRIARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 47099159700

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ADVOGADO: PROCURADOR JAIR CORTEZ MONTOVANI FILHORECORRIDO: CAMILA PATEZ DE SOUZA PANETOADVOGADO: REQUERIDO EM CAUSA PRÓPRIAMAGISTRADO: FLÁVIO BRASIL FERNANDES REIS

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. AÇÃOPENAL. SENTENÇA. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. DEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO DO ESTADO.APRECIAÇÃO EQUITATIVA. REDUÇÃO. NECESSIDADE. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO.1. Compete ao Estado arcar com os honorários advocatícios ao defensor dativo,nomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes.2. O defensor dativo tem o direito de receber do Estado os honoráriosadvocatícios arbitrados no bojo da ação penal em que atuou. Inteligência do art.22 e seguintes, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB).3. A fixação dos honorários advocatícios em desfavor da Fazenda Pública deve serfeita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciação equitativa do magistradoe não se vincula aos limites percentuais previstos no §3º, do mesmo dispositivo.Precedentes.4. Recurso parcialmente provido.

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Page 150: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. RELATÓRIO

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que julgou parcialmente procedentes os Embargos à Execução opostospelo mesmo, mantendo a sua condenação ao pagamento de honoráriosadvocatícios ao defensor dativo nomeado pelo juízo para atuação na Ação Penal,no importe de 40 (quarenta) URH, montante equivalente a R$ 1.600,00 (mil eseiscentos reais).Aduziu, em síntese: (i) a impossibilidade de condenação do Estado ao pagamentoda verba honorária; (ii) a exorbitância do valor arbitrado pelo juízo. Nessa linha,pugnou pela aplicação do convênio celebrado entre a Defensoria PúblicaEstadual, a OAB/ES e o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo em28.05.2009 ou, subsidiariamente, do convênio existente na Justiça Federal sobre amatéria. Nesses termos, requereu o provimento do recurso com a reforma dojulgado e o afastamento ou, na eventualidade de o pedido não ser acolhido, aredução dos honorários advocatícios.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia consiste na condenação do Estado do Espírito Santo aopagamento de honorários advocatícios arbitrados em favor de defensora dativanomeada pelo juízo.Muito bem. Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, compete ao Estadoarcar com os honorários advocatícios ao defensor dativo, nomeado pelo juiz,quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública na Comarca. Nessa linha, a Corte sedimentou a orientação de que a sentença que fixa a verbahonorária em processo no qual atuou o defensor dativo faz título executivojudicial, em face da certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação, sendo oponívelem face do Estado. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. NOMEAÇÃO DEDEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO DO ESTADO NO PAGAMENTODOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. POSSIBILIDADE. DEFENSORIAPÚBLICA. AUSENTE.1. Deve o Estado arcar com o pagamento de honorários advocatícios ao defensordativo, nomeado pelo juiz ao réu juridicamente necessitado, quando inexistente ouinsuficiente Defensoria Pública na respectiva Comarca.2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 685.788/MA, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em05/03/2009, DJe 07/04/2009)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVOEM PROCESSO CRIMINAL. SENTENÇA QUE FIXA VERBAHONORÁRIA. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 1. Não se vislumbra aocorrência de nenhum dos vícios elencados no art. 535 do CPC a reclamar aanulação do julgado, pelo que se afasta a preliminar de nulidade do julgado a quo.2. O aresto recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência pacíficadesta Corte, no sentido de que "os honorários fixados em favor do defensordativo, na sentença do processo em que foi nomeado para atuar, podem sercobrados por meio de execução contra o Estado." (REsp 935187/ES, Rel. Min.Castro Meira, Segunda Turma, DJ 20.09.2007). Precedentes. 3. Registro, poroportuno, que na ocasião do julgamento do REsp 893342/ES, Rel. Min. JoséDelgado, Primeira Turma, DJ de 02.04.07, processo semelhante ao que ora seexamina, decidiu-se pela inexistência de violação do art. 472 do CPC em caso deexecução de título judicial que arbitra verba honorária em favor de defensordativo que atuou em processo criminal. A uma, porque "a condenação emhonorários (para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é oautor da ação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados osprincípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu". A duas,porque "há expressa previsão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB),que assegura que o ente federado deve suportar o pagamento da verba honoráriana impossibilidade de prestação de serviço no local por parte da DefensoriaPública". 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não-provido.(REsp 871.543/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 22/08/2008)

EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO EMHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ÔNUS DO ESTADO. I - O advogadonomeado defensor dativo, em processos em que figure como parte pessoaeconomicamente necessitada, faz jus a honorários, cabendo à Fazenda o ônuspelo pagamento. Precedentes: REsp nº 493.003/RS, Rel. Min. JOÃO OTÁVIODE NORONHA, DJ de 14/08/06; REsp nº 602.005/RS, Rel. Min. LUIZ FUX,DJ de 26/04/04; RMS nº 8.713/MS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO,DJ de 19/05/03 e AgRg no REsp nº 159.974/MG, Rel. Min. FRANCISCOFALCÃO, DJ de 15/12/03. II - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1041532/ES, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 05/06/2008, DJe 25/06/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ATUAÇÃO COMO DEFENSOR DATIVO.INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA OU QUADROINSUFICIENTE AO ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS FIXADOS POR SENTENÇA. TÍTULO EXECUTIVOJUDICIAL. CABIMENTO. PRECEDENTES. MATÉRIA DE CUNHOCONSTITUCIONAL EXAMINADA NO TRIBUNAL A QUO.IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DO APELO EXCEPCIONAL. 1.Agravo regimental interposto pelo Estado de Minas Gerais contra decisão quenegou provimento a agravo de instrumento com base na jurisprudência do STJ. 2.É firme o entendimento desta Corte de que, nos termos do § 1º do art. 22 da Lein. 8.906/94, o advogado que atuar como assistente judiciário de pessoasnecessitadas, quando inexistente ou insuficiente a Defensoria Pública no local daprestação do serviço, faz jus aos honorários fixados pelo juiz e pagos pelo Estado,segundo os valores da tabela da OAB. 3. A jurisprudência deste Sodalício épacífica no sentido de que a sentença que fixa a verba honorária em processo noqual atuou o defensor dativo faz título executivo judicial certo, líquido e exigível.4. Precedentes: REsp n. 893.342/ES, Primeira Turma, DJ de 02/04/2007; AgRgnos EDcl nos EDcl no REsp n. 840.935/SC, Primeira Turma, DJ de 15/02/2007;REsp n. 493.003/RS, Segunda Turma, DJ de 14/08/2006; REsp n. 686.143/RS,Segunda Turma, DJ de 28/11/2005; REsp n. 296.886/SE, Quarta Turma, DJ de01/02/2005; EDcl no Ag n. 502.054/RS, Primeira Turma, DJ de 10/05/2004;REsp n. 602.005/RS, Primeira Turma, DJ de 26/04/2004; AgRg no REsp n.159.974/MG, Primeira Turma, DJ de 15/12/2003; REsp n. 540.965/RS, PrimeiraTurma, DJ de 24/11/2003; RMS n. 8.713/MS, Sexta Turma, DJ de 19.05.2003;REsp n. 297.876/SE, Sexta Turma, DJ de 05.08.2002). 5. Além disso, quanto àalegação de que o direito da defensora dativa deveria ter sido pleiteadoinicialmente na esfera administrativa não pode ser analisada nesta sede recursal,uma vez que o Tribunal de origem, ao se manifestar no sentido da desnecessidadede exaurimento da via administrativa, apreciou a matéria sob o enfoqueeminentemente constitucional, o que afasta a possibilidade de revisão de talentendimento, sob pena de se usurpar a competência do egrégio STF. 6. Agravoregimental não-provido. (AgRg no Ag 924.663/MG, Rel. Ministro JOSÉDELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/04/2008, DJe 24/04/2008)

Ressalto, inclusive, precedente daquela Corte que examinou Recurso Especialmanejado pelo próprio Estado do Espírito Santo sob os mesmos argumentos, emcaso análogo:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SENTENÇA PENAL QUEIMPÔS PAGAMENTO DE VERBA ADVOCATÍCIA, PELO ESTADO, ADEFENSOR DATIVO. ART. 472 DO CPC. OFENSA À COISA JULGADANÃO-CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. LEI8.906/94, ART. 22. 1. Tratam os autos de agravo manejado pelo Estado doEspírito Santo contra decisão monocrática que negou seguimento à apelação,mantendo sentença que assegurou ao agravado (Pedro Jader da CostaNascimento) o direito de receber honorários advocatícios, arbitrados no bojo deação penal, decorrente da sua atuação como defensor dativo na Comarca deLinhares. O TJES negou provimento ao agravo. Recurso especial do ente estatalapontando negativa de vigência do art. 472 do CPC. Defende, em suma, que nãofez parte da relação processual do feito criminal em que foi proferida a sentençaexecutada. Assim, em face dos limites subjetivos da coisa julgada, o títuloexecutivo não é eficaz em relação a sua pessoa, pois necessária sua integraçãoanterior à lide condenatória. Sem contra-razões. 2. A norma posta no art. 472 doCPC regula o regime jurídico dos limites subjetivos da coisa julgada no processocivil individual, isto é, as pessoas que são atingidas pela autoridade da coisa julgadaproveniente de sentença de mérito transitada em julgado (Código de ProcessoCivil Comentado e Legislação Extravagante, Nelson Nery Junior e Rosa Maria deAndrade Nery, 9ª ed. , RT, P. 617). 3. O caso presente não revela hipótese queobriga terceiro estranho à lide. Conforme relatado, a condenação em honorários(para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é o autor daação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados os princípiosconstitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu. Além disso, há expressaprevisão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), que assegura que oente federado deve suportar o pagamento da verba honorária na impossibilidadede prestação de serviço no local por parte da Defensoria Pública. 4. Ausência deviolação do art. 472 do CPC. 5. Recurso especial não-provido. (REsp 893.342/ES,Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/03/2007,DJ 02/04/2007 p. 258)

De fato, consoante orientação uníssona da jurisprudência, descabe falar em ofensaao art. 472 do CPC, ou em qualquer nulidade ou irregularidade do título executivojudicial que embasou a execução proposta pela ora Apelada. Em verdade,conforme assegura o art. 22 e seguintes, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB), aApelada tem o direito de receber do Estado os honorários advocatícios arbitradosno bojo da ação penal em que atuou como defensora dativa.Resta, pois, a análise do quantum.No caso em julgamento, a advogada ora Recorrida foi nomeada pelo juízo deorigem como defensora dativa, a teor da r. sentença acostada às fls. 10 da viaexecutiva em apenso. Nesse contexto, na r. decisão, foram arbitrados honorários

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advocatícios em seu favor da mesma no valor de 40 (quarenta) URH, montanteequivalente a R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais).Não obstante, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimentoconsolidado no sentido de que a fixação dos honorários advocatícios em desfavordo Estado deve ser feita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciaçãoequitativa do magistrado. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS –POSSIBILIDADE DE REVISÃO QUANDO O VALOR É EXORBITANTEOU IRRISÓRIO – MAJORAÇÃO DA VERBA EM PATAMAR INFERIOR A10% – POSSIBILIDADE.1. O art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil é expresso ao estabelecer que, nascausas em que for vencida a Fazenda Pública, o magistrado deve arbitrar oshonorários advocatícios conforme sua apreciação equitativa, observados oscontornos inscritos no § 3º do referido dispositivo legal, que estabelece que afixação da verba honorária deverá atender ao grau de zelo do profissional, o lugarda prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizadopelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.2. Dessarte, no caso, a verba honorária pode ser fixada em percentual inferior aomínimo indicado no § 3º do artigo 20 do Código de Processo Civil, a teor do quedispõe o § 4º daquele Artigo, porquanto esse dispositivo processual não fazqualquer referência ao limite a que se deve restringir o julgador quando doarbitramento.Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1150156/SP, Rel. MinistroHUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe07/12/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IRPJ, IRRF ECSLL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. EXTINÇÃO SEM EXAME DOMÉRITO. COISA JULGADA. PRÉVIO AJUIZAMENTO DE AÇÃODECLARATÓRIA CUMULADA COM ANULATÓRIA DE DÉBITOFISCAL QUESTIONANDO OS MESMOS CRÉDITOS. MODIFICAÇÃODA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA COM FUNDAMENTO NA COISAJULGADA DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. NULIDADE DE CDA.EXTINÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA. REPROPOSITURA DA AÇÃOEXECUTIVA COM BASE EM NOVA CDA. NÃO CABIMENTO.MODIFICAÇÃO DA CDA PELA SUPERVENIÊNCIA DE COISAJULGADA. INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 203 DO CTN E ART. 2º, § 8ºDA LEI Nº 6.830/1980. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.CONTRARIEDADE AOS §§ 3º E 4º DO CPC. CONDENAÇÃO DAFAZENDA PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE LIMITES PARA A FIXAÇÃODE HONORÁRIOS PELO JUIZ. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DOSHONORÁRIOS FIXADOS NO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA Nº 7 DOSTJ. SÚMULA Nº 389 DO STF.1. A inscrição da dívida ativa somente gera presunção de liquidez e certeza, naforma dos arts. 202 e 203 do CTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80, conquantocontenha todas as exigências legais, inclusive, na forma da indicação da naturezado débito e de sua fundamentação legal, bem como os cálculos de juros e decorreção monetária, porquanto a ratio essendi dos dispositivos tem como escopoatribuir à CDA a exatidão inerente aos títulos de crédito, e conferem ao executadoelementos para opor embargos, obstando execuções arbitrárias.2. A ação declaratória antecedente à execução fiscal que versa acerca do mesmocrédito exeqüendo encerra prejudicialidade em relação aos embargos do executadoe à execução, por isso que acolhida, apresenta a mesma eficácia do julgamento quereconhece o excesso da execução e impõe a emenda da CDA.3. A Fazenda Pública, como é cediço, pode substituir ou emendar a Certidão deDívida Ativa até a prolação da sentença, ante o teor do artigo 2º, § 8º, da Lei6.830/80, não sendo possível o indeferimento liminar da inicial do processoexecutivo, por nulidade da CDA, antes de se possibilitar à exequente a supressãodo defeito detectado no título executivo (Precedentes do STJ: AgRg nos EDcl noAg 911.736/RS, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 31.03.2008;e REsp 837.250/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de14.03.2007), sendo certo que não é essa a hipótese dos autos.4. In casu, o prévio julgamento da ação declaratória cumulada com anulatória dedébito fiscal, processada paralelamente, constituiu coisa julgada sobre o direitomaterial debatido nos embargos à execução fiscal, que originaram o presenterecurso especial, importando a invalidação superveniente de parte do títuloexecutivo embasador da execução fiscal e não do lançamento tributário inteiro,veículo introdutor de norma individual e concreta constitutiva do créditotributário.5. Deveras, a sentença dos embargos à execução, mantida pelo acórdãodo TRF da 4ª Região, extinguiu os embargos sem exame do mérito, atendo-se àcoisa julgada material da ação de conhecimento previamente ajuizada, restandoincólume o ato administrativo do lançamento referente aos créditos tributáriosmantidos pela decisão da ação declaratória cumulada com anulatória de débitofiscal. Consectariamente, a substituição da CDA, determinada após a prolação dasentença nos autos da ação de embargos, representou o necessário ajuste do títuloexecutivo, que consubstancia o crédito tributário exigido, à realidade dos fatos(recomposição do fato gerador da obrigação pelas provas apuradas pelo Fisco),com fulcro na coisa julgada, inexistindo qualquer ofensa aos arts. 202 e 203 doCTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80.

6. O § 4º do art. 20 do CPC estabelece a fixação dos honorários de formaeqüitativa pelo juiz, não impondo limites mínimo e máximo para o respectivoquantum.7. Deveras, a revisão do critério adotado pela Corte de origem, para a fixação doshonorários, encontra óbice na Súmula 07 do STJ. No mesmo sentido, oentendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação dehonorários de advogado, em complemento da condenação, depende dascircunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário." (Súmula389/STF). Precedentes da Corte: REsp 779.524/DF, DJU de 06.04.2006; REsp726.442/RJ, DJU de 06.03.2006; AgRg nos EDcl no REsp 724.092/PR, DJU de01.02.2006. 8. Recurso Especial a que se nega provimento. (REsp 855.917/RS,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2008, DJe15/12/2008)

E, ainda: REsp 862.502/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRATURMA, julgado em 10/10/2006, DJ 26/10/2006 p. 268; AgRg no REsp1026406/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em06/08/2009, DJe 14/08/2009.Nessa linha, considerando as particularidades atinentes ao caso concreto,sobretudo em razão da simplicidade da demanda (homologação de transaçãopenal em Juizado Especial Criminal) e da sua expressão econômica, assim comopela atuação da advogada nos autos, verifico a necessidade de redução da referidaverba, mormente para garantir a razoabilidade necessária ao arbitramento daquantia. Dessa forma, fixo o valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), a título de honoráriosadvocatícios, arbitrados equitativamente com base nas circunstâncias inerentes aocaso em análise.Por fim, importante esclarecer que o convênio firmado entre a Defensoria PúblicaEstadual, a OAB/ES e este Egrégio Tribunal de Justiça, cuja aplicação foravindicado pelo Recorrente e no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores ad hoc para cada tipo de demanda foidenunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, razão pela qual se mostra inaplicável.Logo, o capítulo da r. sentença objeto do presente recurso deve ser reformado,para adequá-lo aos parâmetros estabelecidos na jurisprudência.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para reduziros honorários advocatícios devidos a ora Recorrida ao montante de R$ 600,00(seiscentos reais), nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

41- Apelação Civel Nº 50070037457VIANA - VARA CÍVEL E COMERCIALAPTE JEFFERSON ZAMPROGNO Advogado(a) ADEIR RODRIGUES VIANAAdvogado(a) DIOGO MORAES DE MELLOAPTE EZILA REISEN PERINI ZAMPROGNO Advogado(a) ADEIR RODRIGUES VIANAAdvogado(a) DIOGO MORAES DE MELLOAPDO DANIEL CHRISTOVAO REISEN Advogado(a) ELIO FERREIRA DE MATOS JUNIORAPDO ANTONIO CARLOS ZAMPROGNO Advogado(a) ELIO FERREIRA DE MATOS JUNIORRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 50070037457RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JRRECORRENTE:JEFFERSON ZAMPROGNO E ELIZA REISEN PERINI ZAMPROGNO.ADVOGADO:ADEIR RODRIGUES VIANA.RECORRIDO:DANIEL CHRISTOVÃO REISEN E ANTÔNIO CARLOS ZAMPROGNO.ADVOGADO:ELIO FERREIRA DE MATOS JUNIOR.JUIZ DE DIREITO:ARION MERGÁR.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. BEM DE FAMÍLIA.IMPENHORABILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO EXECUTADO.RECURSO DESPROVIDO.1. Incumbe ao devedor/executado o ônus da prova acerca das característicasnecessárias ao reconhecimento de impenhorabilidade do imóvel objeto daconstrição judicial, enquanto bem de família. Precedentes.2. Recurso desprovido.

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Page 152: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. RELATÓRIO.

JEFFERSON ZAMPROGNO E ELIZA REISEN PERINI ZAMPROGNOinterpuseram Apelação Cível por inconformados com a r. sentença que julgouimprocedente os Embargos de Terceiros opostos pelos ora Recorridos, mantendosubsistente a penhora sobre o imóvel descrito na inicial.Aduziram, em síntese, que a propriedade do imóvel em questão é dos recorrentes,ainda que não esteja registrado em nome dos mesmos. Desse modo,impenhorável o imóvel por se tratar de bem de família. Pelo exposto, requereramo provimento do recurso com a reforma da r. sentença e a manutenção dapenhora.Contrarrazões pelo desprovimento dos recurso.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia diz respeito à penhora de bem de família registrado em nome deterceiro, objeto de Ação de Execução.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça assentou o entendimento da necessidadede comprovação do imóvel residencial como único bem de família, para que,assim, seja declarada a sua impenhorabilidade. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DETERCEIRO. IMÓVEL PENHORADO. BEM DE FAMÍLIA.INCARACTERIZAÇÃO. ALEGAÇÃO EM SENTIDO CONTRÁRIO.REEXAME DE PROVA. SÚMULA Nº 7/STJ.1. Reconhecido no acórdão impugnado que o imóvel sobre o qual recaiu apenhora não é utilizado como residência da família, nem há comprovação da sualocação e de que a renda auferida era destinada à manutenção da família, aalegação em sentido contrário, a motivar insurgência especial, requisita exame doacervo fáctico-probatório, vedado na instância excepcional.2. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial."(Súmula do STJ, Enunciado nº 7).3. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1226033/SC, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO,PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 01/03/2011)

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA.ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 1º DA LEI 8.009/90, 333, I EII, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, 5º, XII, E 6º DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL. ACÓRDÃO FIRMADO NA AUSÊNCIA DE PROVAINEQUÍVOCA DE O IMÓVEL REVESTIR A QUALIDADE DE BEM DEFAMÍLIA. DISSÍDIO PRETORIANO NÃO-DEMONSTRADO.RECURSO ESPECIAL NÃO-CONHECIDO.1. Cuida-se de recurso especial interposto pelas letras "a" e "c" da permissãoconstitucional alegando, além de dissídio jurisprudencial, violação dos artigos 1ºda Lei 8.009/90, 333, I e II, do Código de Processo Civil, 5º, XII, e 6º daConstituição Federal por o acórdão recorrido ter determinado válida a penhoraque recaiu sobre imóvel considerado bem de família ao argumento de não terficado comprovado nos autos a inexistência de outros bens ou que, embora afamília resida em outro imóvel, o bem penhorado serve como fonte de renda paraa sua subsistência.2. Os recorrentes alegam violação dos artigos 5º, XII, e 6º da Constituição Federalcontudo, não se examina alegação de violação de dispositivo constitucional emsede de recurso especial. Esse mister compete ao colendo Supremo TribunalFederal.3. Não ficou demonstrada a divergência jurisprudencial nos moldes exigidos pelalegislação de regência, pois os recorrentes não procederam ao necessário cotejoanalítico entre o aresto impugnado e os colacionados como paradigmas.4. Relativamente aos artigos 333, I, II, e 1º da Lei 8.009/90, não pode prosperar apretensão recursal, uma vez que o acórdão firmou sua conclusão pelapenhorabilidade do bem em face de inexistir, nos autos, documento a comprovarser o imóvel constrito o único bem de propriedade da família, o que leva aimpossibilidade de exame da matéria nesta Instância Superior em face do óbice daSúmula 7/STJ.5. Recurso especial não-conhecido.(REsp 1028623/SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 27/05/2008, DJe 23/06/2008)

No caso em julgamento, os recorrentes aduziram que, embora o imóvel estejaregistrado em nome do pai de um dos recorrentes, foi-lhe permitido residir noapartamento com sua família. Por se tratar de bem único da família do recorrente,requereram a aplicação da lei n. 8.009/1990.Constam nos autos os comprovantes de IPTU dos anos 2002/2006 do r. imóvelremetidos ao recorrente, notas fiscais de compras de eletrodomésticos em nomedo recorrente e certidão do responsável fiscal do apartamento (fls. 27/35).Entretanto, não são provas suficientes para a comprovação de que o bemconstrito é o único bem de propriedade da família.

Desse modo, inexistente nos autos prova suficiente para a caracterização comobem de família, deve prevalecer a penhorabilidade do bem.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

42- Apelação Civel Nº 11060011423CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - VARA FAZENDA MUN REG PUBAPTE MUNICIPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Advogado(a) RENATO FERRARE RAMOSAPDO LUCIANA DA SILVA Advogado(a) ANTONIO CARLOS SANTOLINRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 11060011423

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIMADVOGADO: PROCURADOR RENATO FERRARE RAMOSRECORRIDO: LUCIANA DA SILVAADVOGADO: ANTONIO CARLOS SANTOLINMAGISTRADO: ROBSON LOUZADA LOPES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.CARÊNCIA DE AÇÃO. MATÉRIA DE MÉRITO. REJEIÇÃO. EXCESSO.INEXISTÊNCIA. LIMITAÇÃO À COMPROVAÇÃO DOS AUTOS.RECURSO DESPROVIDO.1. A petição inicial que preenche os requisitos do art. 282, CPC não é inepta. 2. A preliminar suscitada pela parte que exige o exame de provas dosfundamentos de fato ou a cognição exauriente dos fundamentos jurídicos deve serexaminada como mérito (teoria da asserção). Precedentes. 3. Não há excesso de condenação quando consta da própria sentença limitação dopagamento à prova trazida aos autos. 4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM interpôs Apelação Cívelpor inconformado com a r. sentença que julgou parcialmente procedentes ospedidos formulados pela ora Apelada, para condenar o Apelante à restituição dosvalores pagos a título de taxa de custeio de iluminação pública. Aduziu, em síntese, a carência da ação por inépcia da inicial em razão da ausênciade documentos essenciais à comprovação do direito alegado e, quanto ao mérito,afirmou a exorbitância da condenação. Pelo exposto, requereu o provimento dorecurso com a reforma do julgado. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia consiste em repetição de indébito tributário ajuizada em desfavordo Município de Cachoeiro de Itapemirim. Importante, pois, esclarecer que,apesar de se tratar de sentença desfavorável ao Município, a presente análise selimita às questões impugnadas pelo ente federativo, uma vez que a decisão de 1ºgrau não se sujeita ao duplo grau de jurisdição (art. 475, §2º, CPC). Senãovejamos.

2.1. CARÊNCIA DE AÇÃO.

De início, o Apelante suscitou a inépcia da inicial em decorrência da ausência deapresentação dos comprovantes relativos à cobrança impugnada pela Autora. Não obstante, vejo que a referida preliminar se confunde com o próprio mérito dademanda, mormente por se tratar de matéria de prova, o que justifica a rejeição doargumento (teoria da asserção). Ilustrativamente, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. SANEADOR. PRELIMINAR DE LEGITIMIDADE.EXAME CONJUNTO COM O MÉRITO. POSSIBILIDADE.1. "É razoável deixar o exame de preliminar que se confunde com o mérito para oexame conjunto." Precedente. (REsp 135.791/SP).2. As razões recursais, em confronto com as assertivas do v.

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Page 153: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

acórdão, prendem-se a uma perspectiva de reexame de matéria de fato e prova,providência inviável no recurso especial, a teor do disposto na Súmula 7 doSuperior Tribunal de Justiça.3. Os agravantes não trouxeram qualquer argumento capaz de infirmar a decisãoque pretende ver reformada, razão pela qual deve ser mantida íntegra.4. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no Ag 794.398/RJ, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS(JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), QUARTA TURMA,julgado em 04/11/2008, DJe 17/11/2008)

Ademais, a prova foi devidamente produzida nos autos, consoante fls. 48/49,satisfazendo a exigência e regularidade do procedimento adotado pela mesma edesincumbindo do ônus que lhe competia (art. 333, I, CPC).Assim, REJEITO o argumento.

2.2. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. EXCESSO.

Na sequência, o Município aduziu o excesso da repetição de indébito veiculada nainicial, haja vista a comprovação dos valores efetivamente despendidos pela parte. Entretanto, ao contrário do que sustentou o Apelante, o MM. Magistrado a quolimitou o pagamento da restituição aos meses efetivamente adimplidos pelaAutora. Na r. sentença, restou consignado, verbis:“Isto posto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE O PEDIDO AUTORAL,para condenar o Município de Cachoeiro de Itapemirim - ES a restituir os valoresexigidos a título de iluminação pública no período compreendido entre 12 dejaneiro de 2001 a 31 de dezembro de 2002, tendo em vista a inconstitucionalidadeem sua cobrança, devidamente corrigido e acrescido de juros, conforme se apurarcom base nos dados contidos no documento de fls. 49.” - [destaquei].

Logo, não há que se falar em excesso da condenação, a qual foi limitada àcomprovação trazida aos autos, nos exatos termos pretendidos pelo Apelante.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

43- Apelação Civel Nº 12080142172CARIACICA - 2ª VARA CÍVELAPTE BANCO FINASA S/A Advogado(a) EDUARDO GARCIA JUNIORAPDO GLEIDYSON DE ARAUJO DIAS RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 12080142172

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO FINASA S/AADVOGADO: EDUARDO GARCIA JUNIORRECORRIDO: GLEIDYSON DE ARAÚJO DIASMAGISTRADO: PEDRO BENEDITO ALVES SANT’ANA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DOMÉRITO. INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO. PRESSUPOSTO DECONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO. RECURSODESPROVIDO.1. A inexistência de angularização processual com a citação do réu implicaextinção do processo sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto deconstituição e validade. Inteligência do art. 267, IV, CPC. Súmula 631, STF.Precedente.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

BANCO FINASA S/A interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensão ajuizada pela instituiçãofinanceira em razão da ausência de citação válida do requerido. Aduziu, em síntese, a necessidade de aproveitamento dos atos processuais e,assim, requereu a anulação da r. sentença para que o processo tenha o seu cursoregular. Sem contrarrazões. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A controvérsia consiste na extinção do processo por ausência de citação válida. Pois bem. O art. 267, IV, do Código de Processo Civil prescreve, verbis:

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução do mérito:(...)IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e dedesenvolvimento válido e regular do processo.

Nessa linha, destaco precedente do C. Superior Tribunal de Justiça, a saber:

PROCESSO CIVIL - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DESEGURANÇA - EXONERAÇÃO - CITAÇÃO DOS LITISCONSORTESPASSIVOS NECESSÁRIOS - INEXISTÊNCIA - ART. 47, PARÁGRAFOÚNICO, DO CPC - EXTINÇÃO DO PROCESSO - POSSIBILIDADE.1 - Intimados os recorrentes a providenciarem a citação dos litisconsortespassivos necessários, deixou transcorrer in albis o prazo que lhes fora assinalado.Por ser considerada indispensável a presença destes, uma vez que a lide invade aesfera jurídica dos mesmos e a não citação acarreta a nulidade do processo,configura-se tal descaso em falta de legitimidade processual, ocasionando,conseqüentemente, a extinção do feito. Inteligência dos arts. 47, parágrafo único,c/c 267, IV, ambos do Código de Processo Civil e Súmula 631 do SupremoTribunal Federal.2 - Precedentes (ROMS nºs 2.339/BA e 981/RS; e REsp nº 80.037/SP).3 - Recurso conhecido, porém, desprovido.(RMS 14.287/RJ, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUINTA TURMA,julgado em 06/11/2003, DJ 19/12/2003, p. 498)

Mutatis mutandis, o enunciado nº 631 da Súmula de jurisprudência do STFdetermina:631. Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante nãopromove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

No caso em julgamento, a instituição financeira foi intimada da certidão de fls.58-verso, na qual o oficial de justiça assinalou o insucesso na última tentativa derealização da citação do Réu no endereço fornecido, entretanto a empresa semanteve inerte. Nesse contexto, a inexistência de angularização processual regularimplica extinção do processo sem resolução do mérito, por ausência depressuposto de constituição e desenvolvimento válido. Logo, mantém-se irretocável o julgado de origem.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

44- Apelação Civel Nº 35100862883VILA VELHA - VARA DA FAZENDA ESTADUAL REG PUBAPTE COMPANHIA DE TRANSPORTE URBANOS DA GRANDEVITORIA CETURB-GV Advogado(a) JADIR RESENDE NETOAPDO ILDA QUEIROZ CORDEIRO Advogado(a) RENATO DEL SILVA AUGUSTORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 35100862883RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: CETURB GVADVOGADO: JADIR RESENDE NETORECORRIDO: ILDA QUEIROZ CORDEIROADVOGADO: RENATO DEL SILVA AUGUSTOMAGISTRADO: GUSTSVO ZAGO RABELO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. REINCIDÊNCIA. APREENSÃO DO VEÍCULO.REGULARIDADE. RECURSO PROVIDO.1. A reiteração da prática de transporte irregular de passageiros, aliada à existênciade débito relativo à multa já aplicada, caracteriza a infração descrita no Artigo 230,inciso V, do CTB, que prevê a aplicação de nova multa e a apreensão do veículo.2. Se for constatado o transporte irregular pela primeira vez, o veículo deve serretido e sua liberação não pode ser condicionada ao pagamento de multas. Se, poroutro lado, for constatada a reiteração do transporte irregular, então o veículo seráapreendido e sua liberação pode ser condicionada ao pagamento de multa.3. Recurso provido.

147 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 154: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. RELATÓRIO.

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (CETURB GV)interpôs Apelação Cível por inconformada com a r. sentença que parcialmenteprocedentes os pedidos formulados pelo ora Recorrido, para determinar aliberação do veículo apreendido em razão da realização de transporte irregular depassageiros, independentemente do pagamento de multa e/ou outras taxas. Aduziu, em síntese, a inexistência de pedido relativo à devolução das taxas deremoção e, ainda, a regularidade da autuação, motivos pelos quais deve serreformada a r. sentença. Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência dos Tribunais Superiores e neste E. Tribunal deJustiça.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia diz respeito à autuação de trânsito relativa ao transporte irregularde passageiros. Pois bem.A Egrégia Quarta Câmara Cível deste Tribunal de Justiça consolidou oentendimento de que:PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL E EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557 DO CPC. NÍTIDOPROPÓSITO INFRINGENTE. NÃO CABIMENTO. FUNGIBILIDADERECURSAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO INTERNO.POSSIBILIDADE. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DAJURISPRUDÊNCIA. DISSIDIO JURISPRUDENCIAL ULTRAPASSADO.PRECEDENTE COM EFICÁCIA NORMATIVA (VINCULANTE).RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. APREENSÃO ERETENÇÃO. DISTINÇÃO LEGAL. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. MEDIDA ADMINISTRATIVA DE RETENÇÃO.APLICABILIDADE. LIBERAÇÃO DO VEÍCULO. CONDICIONAMENTOAO PAGAMENTO DE MULTAS. IMPOSSIBILIDADE. BUSCA EAPREENSÃO DE VEÍCULO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Incabíveis o AgravoRegimental, previsto no artigo 201 do RITJES, e os Embargos de Declaraçãoquando apresentam o nítido propósito de modificar decisão monocrática previstano artigo 557 do CPC. Em decorrência do princípio da unicidade ou singularidaderecursal, o recurso cabível, no caso, é o Agravo Interno, previsto no artigo 557,§1º do Código de Processo Civil. 2. Tanto o Agravo Regimental quanto osEmbargos de Declaração podem ser recebidos como agravo interno comfundamento na fungibilidade recursal. Precedentes do STF e do STJ. 3. Oprecedente do STJ em recurso representativo da controvérsia é vinculante para osTribunais de Justiça, que são obrigados a utilizá-lo na fundamentação das futurasdecisões. Os Tribunais de Justiça podem, inclusive, retratar-se de julgamentoanterior, sendo claro o efeito vinculante do precedente. 4. Os Tribunais de Justiçasomente podem não aplicar o precedente representativo da controvérsia se houvercircunstâncias fáticas distintivas no caso em julgamento (distinguishing). 5. OIncidente de Uniformização da Jurisprudência é desnecessário, na hipótese deexistir precedente representativo da controvérsia, em razão da: (i) força deincidência normativa (eficácia vinculante) do precedente do STJ, que já vincula osdemais órgãos do TJES; (ii) impossibilidade de o TJES uniformizar ajurisprudência em sentido contrário ao precedente do STJ representativo dacontrovérsia. 6. O Código de Trânsito Brasileiro distinguiu a penalidade deapreensão da medida administrativa de retenção, destacando que, aplicada aprimeira (apreensão), é possível condicionar a liberação do veículo ao pagamentode multas, taxas e despesas, o que não se afigura cabível em relação à segunda(retenção). 7. O transporte irregular de passageiros é infração de trânsito previstano inciso VIII, do artigo 231, do Código de Trânsito Brasileiro, cuja penalidade serestringe à multa, estando, também prevista a aplicação da medida administrativade retenção. 8. Dispõe o artigo 256 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei9.503/97), que a retenção não configura penalidade aplicável às infrações previstasno referido diploma legal. Trata-se de medida de caráter administrativo. 9. Aliberação do veículo retido por transporte irregular de passageiros, com base noart. 231, VIII, do Código de Trânsito Brasileiro, não está condicionada aopagamento de multas e despesas. Precedente do STJ em recurso representativo decontrovérsia. 10. Se o veículo utilizado no transporte irregular de passageiros foiliberado por força de liminar, não é cabível determinar a busca e apreensão domesmo, a fim de compelir seu proprietário a efetuar o pagamento das multas. 11.Recurso de Thiago Custódio da Silva Roberto parcialmente provido. Recurso daCETURB-GV desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos,acordam os Desembargadores da QUARTA CÂMARA do Tribunal de Justiça doEspírito Santo, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, àunanimidade, conhecer o Agravo Regimental interposto por Thiago Custódio daSilva Roberto e os Embargos de Declaração opostos por CETURB-GV comoAgravos Internos, para, quanto ao mérito e por igual votação, dar parcialprovimento ao recurso interposto por Thiago Custódio da Silva Roberto e negarprovimento ao recurso interposto por CETURB-GV. Os Srs. DesembargadoresMaurílio Almeida de Abreu e Ney Batista Coutinho votaram com o Sr.Desembargador Relator. Vitória (ES), 08 de junho de 2010. Presidente

DESEMBARGADOR SAMUEL MEIRA BRASIL JR. Relator Procurador deJustiça (TJES, Classe: Agravo Regimental Ap Civel, 24080071996, Relator: SAMUELMEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Datade Julgamento: 08/06/2010, Data da Publicação no Diário: 29/09/2010)

De fato, conforme o REsp n. 1.144.810 – MG (representativo da controvérsia), amedida de apreensão não é cominada, em abstrato, para o transporte irregular depassageiros. É cominada, apenas, a medida administrativa de retenção, razão pelaqual é arbitrária a apreensão do veículo e o condicionamento de sua liberação aopagamento de multa e demais despesas. Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO APENADA COM MULTAEM QUE A LEI PREVÊ, COMO MEDIDA ADMINISTRATIVA, A MERARETENÇÃO DO VEÍCULO. LIBERAÇÃO NÃO CONDICIONADA AOPAGAMENTO DE MULTAS E OUTRAS DESPESAS. ACÓRDÃORECORRIDO EM DISSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTOPACIFICADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO ESPECIALREPETITIVO N. 1.144.810 - MG. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DOCPC.1. Com efeito, cumpre registrar que a quaestio iuris, por sua natureza repetitiva,foi submetida ao regime previsto no artigo 543-C do CPC, regulamentado pelaResolução n. 8 do STJ, de 7.8.2008, no bojo do REsp n. 1.144.810 - MG, eresolvida no âmbito da Primeira Seção do STJ, por acórdão publicado no DJe18/03/2010.2. Sob esse enfoque, o recurso especial merece provimento, porquanto o acórdãorecorrido encontra-se em dissonância com a jurisprudência do STJ, no sentido deque, em se tratando de infração de trânsito em que a lei não comina, em abstrato,penalidade de apreensão, mas simples medida administrativa de retenção, nostermos do art. 231, VIII, do CTB, é ilegal e arbitrária a apreensão do veículo, bemcomo o condicionamento da respectiva liberação ao pagamento de multas e dedespesas com remoção e estadia.3. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 1156682/TO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 13/05/2010)

Não obstante, a reiteração da prática da referida infração, aliada à existência dedébito relativo à multa já aplicada, caracteriza também a infração descrita no artigo230, inciso V, do CTB, que prevê como penalidade a aplicação de nova multa e aapreensão do veículo. Isso significa o seguinte: (i) se for constatado o transporte irregular pela primeiravez, o veículo deve ser retido e sua liberação não pode ser condicionada aopagamento de multas; (ii) se for constatada a reiteração do transporte irregular e onão pagamento da multa anterior, então o veículo será apreendido e sua liberaçãopode ser condicionada ao pagamento de multa.Esse é exatamente o caso dos autos. Conforme documentos de fls. 16/17 e 75/78, a Demandante fora autuada emrazão da prática reincidente de transporte irregular de passageiros, motivo peloqual se mantém hígida a possibilidade de apreensão do veículo e, ainda, ocondicionamento da liberação ao pagamento da multa.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.sentença e julgar improcedentes os pedidos, nos termos da fundamentação. Em vista disso, inverto o ônus sucumbencial, para condenar a Autora aopagamento de custas remanescentes e honorários advocatícios que arbitroequitativamente no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), a teor do art. 20, §4º, CPC.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 17 de junho de 2011.

  Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator  

45- Apelação Civel Nº 24070316229VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALAPTE JOACI VIANA DIAS Advogado(a) RAFAEL ROLDI DE FREITAS RIBEIROAdvogado(a) RUTE MORAES CASTELLO PINTOAPDO ESTADO DO ESP SANTO Advogado(a) LIANA MOTA PASSOSRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

PELAÇÃO CÍVEL Nº 24070316229

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: JOACI VIANA DIASADVOGADO: RAFAEL ROLDI DE FREITAS RIBEIRO E OUTRO

148 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 155: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

RECORRIDO: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: LIANA MOTA PASSOS PREZOTTIMAGISTRADO: ADEMAR JOÃO BERMOND

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA. REVISÃO.ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO. EXTINÇÃO DO PROCESSOSEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. RECURSO DESPROVIDO.1. Os Institutos de Previdência, enquanto autarquias estaduais, possuemautonomia financeira e administrativa para figurar, de forma exclusiva, no pólopassivo das demandas previdenciárias. Precedentes.2. O Estado do Espírito Santo não detém legitimidade passiva ad causam, umavez que o pagamento dos benefícios previdenciários e demais questões referentesaos segurados do regime próprio do Estado vinculam-se exclusivamente aoInstituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo– IPAJM, autarquia estadual, que tem personalidade jurídica, patrimônio e receitapróprios.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

JOACI VIANA DIAS interpôs Apelação Cível por inconformada com a r.sentença que declarou a ilegitimidade passiva do Estado do Espírito Santo parafigurar na relação jurídica processual e extinguiu o processo com base no art. 267,VI, CPC. Na oportunidade, o MM. Magistrado ressaltou a legitimidade do IPAJMem relação às demandas que questionem a aposentadoria. Aduziu, em síntese, a legitimidade passiva do Estado e, quanto ao mérito, ratificoua necessidade de complementação da aposentadoria percebida, com fulcro no art.310, da LC 46/94. Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com areforma do julgado. Em contrarrazões, o Estado suscitou a inadmissibilidade do recurso por ausênciade impugnação específica dos fundamentos e, ainda, a regularidade do julgadoquanto a ilegitimidade passiva do mesmo. Eventualmente, pugnou peloreconhecimento da prescrição da pretensão. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.2.1. PRELIMINAR: AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA.

Pela leitura das razões da Apelação Cível interposta pela parte, é possível visualizara impugnação específica da Recorrente à fundamentação da sentença terminativaque lhe foi desfavorável. Portanto, não há que se falar em inadmissibilidade dorecurso na forma pretendida pelo Apelado.Em assim sendo, REJEITO a preliminar.

2.2. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

Após análise dos autos, verifico que o MM. Magistrado a quo atuou com presteza,aplicando as regras processuais e o entendimento jurisprudencial com exatidão.Senão vejamos.Em verdade, o pagamento dos benefícios previdenciários e demais questõesreferentes aos segurados do regime próprio do Estado do Espírito Santovinculam-se exclusivamente ao Instituto de Previdência e Assistência dosServidores do Estado do Espírito Santo – IPAJM, autarquia estadual, que tempersonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios.Ademais, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, já consolidou o entendimentono sentido de que os Institutos de Previdência possuem autonomia financeira eadministrativa para figurar, de forma exclusiva, no pólo passivo das demandasprevidenciárias. Nesse sentido, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSOINTERPOSTO PELO ESTADO DE PERNAMBUCO EM FAVOR DEENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA.ILEGITIMIDADE RECURSAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.SERVIDORES ESTADUAIS INATIVOS. FUNAPE. LEGITIMIDADEPASSIVA. PRECEDENTES. REEXAME DO CONJUNTOFÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.1. Falece ao Estado de Pernambuco legitimidade recursal para manejar agravoregimental em favor de entidade dotada de personalidade jurídica própria, nocaso, a Fundação de Aposentadoria e Pensões dos Servidores do Estado dePernambuco (Funape).2. A jurisprudência desta Corte Superior já se assentou no sentido de reconhecer alegitimidade passiva dos institutos de previdência, que possuem autonomiaadministrativa e financeira, para figurar nas ações que versam sobre a repetiçãodas contribuições previdenciárias referentes a descontos efetuados nos proventosdos servidores estaduais inativos, como no caso em exame.3. Não cabe nesta instância o reexame do conjunto fático-probatório para verificara veracidade da premissa fática estabelecida pelo Tribunal a quo (Súmula n. 7 doSTJ).4. Agravo regimental não conhecido.

(AgRg no REsp 956.300/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 09/03/2010, DJe 24/03/2010)

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.PENSÃO PREVIDENCIÁRIA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃOCONFIGURADO. GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA.DISCUSSÃO ACERCA DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DAAUTORIDADE APONTADA COATORA EM FACE DO IPESC.ACOLHIMENTO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Com relação aoalegado dissídio jurisprudencial, não basta a simples transcrição de ementas paraapreciação da divergência jurisprudencial (art. 105, III, alínea "c", da CF), devendoser mencionadas e expostas as circunstâncias que identificam ou assemelham oscasos confrontados, bem como juntadas cópias integrais de tais julgados ou,ainda, citado repositório oficial de jurisprudência, nos termos do art. 255 eparágrafos do RISTJ. Isso não ocorrendo, impossível o seu conhecimento sobeste prisma. 2. O Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina – IPESCtem personalidade jurídica própria e capacidade processual, conferidas quando desua criação pela Lei Estadual 3.318/62, na qualidade de autarquia dotada deautonomia administrativa, econômica e financeira, não havendo que se falar emlegitimidade passiva ad causam do Governador na presente impetração.' 3.Recurso especial conhecido e provido. (REsp 575.671/SC, Rel. MinistroARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 07.11.2006, DJ27.11.2006 p. 307).

Em reforço de argumentação, destaco precedentes deste Egrégio Tribunal deJustiça, a saber:AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA –APOSENTADORIA ESPECIAL – ILEGITIMIDADE PASSIVA DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO. 1 - Com a edição da LC 282/2004, passou oIPAJM, autarquia estadual, a ter competência exclusiva para analisar questõespertinentes à aposentadoria dos servidores públicos do regime próprio deprevidência, sendo o Estado do Espírito Santo parte ilegítima para figurar no pólopassivo de demanda em que se objetiva revisão do ato de aposentadoria. 2 -Recurso conhecido, mas desprovido. (TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts557/527, II CPC) Ap Civel, 11070200057, Relator: CARLOS ROBERTOMIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 20/04/2010, Data da Publicação no Diário: 30/06/2010)

MANDADO DE SEGURANÇA. APOSENTADORIA. PROVENTOS.AJUSTE AOS LIMITES DO DECRETO Nº 1.267-R/2004 E DA LEI Nº8.442/2006. GOVERNADOR DO ESTADO DO PLANEJAMENTO,ORÇAMENTO E GESTÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. EXCLUSÃO.DIREITOR PRESIDENTE DO IPAJM. PRERROGATIVA DE FORO.INEXISTÊNCIA. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. 1. Compete ao DiretorPresidente do IPAJM a fixação, concessão, pagamento e manutenção dosbenefícios previdenciários do regime próprio do Estado (arts. 12 e 77 daLei-Complementar 282/04). 2. Carecem de legitimidade o Sr. Governador doEstado e o Sr. Secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, parafigurarem no polo passivo do processo. Extinção do processo sem julgamento demérito, nos termos do art. 267, VI, §3º do CPC. 3. Em consequência, fica afastadaa competência do Tribunal de Justiça para conhecer e julgar o presentemandamus, determinando-se a remessa dos autos ao juízo de Vitória paradistribuição a uma das Varas da Fazenda Pública Estadual. (TJES, Classe:Mandado de Segurança, 100070026412, Relator: FABIO CLEM DE OLIVEIRA,Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento: 02/10/2008, Data daPublicação no Diário: 30/10/2008)

MANDADO DE SEGURANÇA- PREVIDENCIÁRIO-ASSISTÊNCIAJUDICIÁRIA GRATUITA- DESNECESSIDADE DA PROVA DACONDIÇÃO DE PRECARIEDADE ECONÔMICA - PRELIMINAR DEILEGITIMIDADE PASSIVA - CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇOPARA FINS DE APOSENTADORIA -ATO EXCLUSIVO DO DIRETORDO IPAJM - INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA-ACOLHIMENTO-PROCESSO EXTINTO NA FORMA DO ART. 267,VIDO CPC. 1- É desnecessária, para o deferimento da assistência judiciária gratuita,a comprovação do estado de miserabilidade, contentando-se a lei com suaafirmação. O ônus probatório de comprovar que a declaração firmada pelaimpetrante não condiz com a verdade compete a autoridade coatora, que asuscitou. Contudo não o fez. 2- Com a edição da LC 282/2004, passou o IPAJM,autarquia estadual, a ter competência exclusiva para analisar questões pertinentes àaposentadoria dos servidores públicos do regime próprio de previdência. 3- Nãotem, por conseguinte, o Secretário Estadual de Planejamento, Orçamento eGestão legitimidade para figurar no pólo passivo do presente mandamus, posto setratar de matéria atinente a cômputo de tempo de serviço para fins deaposentadoria, sendo o Diretor Presidente do IPAJM a única autoridadelegitimada para responder o writ. 4- Extinção do processo sem julgamento domérito, na forma do art. 267, VI do CPC.(TJES, Classe: Mandado de Segurança,100050013901, Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON -Relator Substituto: IZAIAS EDUARDO DA SILVA, Órgão julgador:TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento: 29/03/2007, Data da Publicação noDiário: 20/06/2007)

149 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 156: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

E, ainda: TJES, Classe: Agravo Regimental Mand Segurança, 100040022467,Relator: CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS, Órgão julgador:TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento: 28/07/2005, Data da Publicação noDiário: 22/08/2005.No caso em julgamento, o Autor, ora Recorrente, pretendia a revisão daaposentadoria por invalidez concedida ao mesmo, com a complementação dobenefício a partir da disposição do art. 310, da LC 46/94. Portanto, deve ser reconhecida a ilegitimidade passiva do Estado do EspíritoSanto, o que impõe a reforma da r. sentença para a extinção do processo semresolução do mérito.Assim, não há qualquer fundamento a ensejar a reforma da sentença recorrida,uma vez que se encontra em consonância com o entendimento consolidado pelajurisprudência pátria.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

46- Apelação Civel Nº 44060014428SANTA TERESA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOAPTE MUNICIPIO DE SANTA TERESA Advogado(a) SANDRO AMERICANO CAMARAAPDO ADALTO ALVES MACEDO Advogado(a) JOSE LUIZ GRISOTTO RIBEIRORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 044060014428

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE SANTA TERESA.ADVOGADO: SANDRO AMERICANO CÂMARA.RECORRIDO: ADALTO ALVES MACEDO.ADVOGADO: JOSÉ LUIZ GRISOTTO RIBEIRO. MAGISTRADO: FÁBIO LUIZ MASSARIOL.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. TRÂNSITO. SEGURANÇA EPREVENÇÃO DE ACIDENTES. DEVER DO ENTE PÚBLICO. OMISSÃO.NEGLIGÊNCIA ADMINISTRATIVA. FATO DANOSO.RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. PEDIDO DE MAJORAÇÃO EMCONTRARRAZÕES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. É dever do ente público zelar pela segurança do trânsito e pela prevenção deacidentes, de modo que se assim não fizer, age de forma omissiva. Precedentes.2. A prova da omissão (negligência) do ente público e do fato danoso que resultedano material ou moral configura a responsabilidade subjetiva do ente.Precedentes.3. A condenação em danos materiais não pode ser majorada pelo Tribunal quandoo pedido foi feito apenas em contrarrazões de recurso de apelação cível. 4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O MUNICÍPIO DE SANTA TERESA interpôs Apelação Cível, porinconformado com a r. Sentença que julgou parcialmente procedente o pedidoautoral para o condenar ao pagamento da quantia de R$ 13.150,00 (treze mil,cento e cinquenta reais), a título de indenização por dano emergente decorrente deacidente automobilístico em via municipal perigosa e mal sinalizada. Aduziu, em síntese, que o acidente se deu por culpa exclusiva do Recorrido, poiseste efetuou uma manobra arriscada num dia chuvoso, em via estreita de barrobatido, de aclive acentuado e composto de curvas, que permite a passagem de umúnico veículo por vez. Dessa forma, aduziu ainda que os danos causados não têmrelação de causalidade com conduta do município (omissiva ou comissiva).Ao final, requereu a improcedência dos danos emergentes arbitrados em sentença.

O Apelado, em contrarrazões alegou, em síntese, que o sinistro ocorreu pelanegligência da municipalidade que, mesmo sabendo das condições da via, nãorealizou os devidos reparos, bem como não sinalizou o trecho que é perigoso.Requereu a improcedência do recurso, bem como a majoração da quantia em R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) por ter tido mais prejuízos. Parecer da Douta Procuradoria de Justiça Cível opinando pela desnecessidade departicipação no processo. É o relatório. Passo à análise, com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Conforme restou demonstrado nos autos, o acidente ocorreu pelo fato de a viamunicipal não ter as condições mínimas exigidas para que se evite acidentes. De fato, trata-se de via pública estreita e perigosa, com risco de desabamento debarranco, com barreiras caídas e sem a devida sinalização para alertar osmotoristas que ali trafegam. Pois bem. É cediço que é dever do Recorrente zelar pela segurança do trânsito e pelaprevenção de acidentes, de modo que se assim não fizer, age de forma omissiva.Nesse sentido, conforme o entendimento da jurisprudência, basta a prova dodano, da negligência administrativa, e do nexo de causalidade entre o eventodanoso e o comportamento ilícito do Poder Público para que se configure aresponsabilidade subjetiva do Estado. Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADECIVIL DO ESTADO.ATO OMISSIVO DA ADMINISTRAÇÃO. INSS. CONDENAÇÃO EMDANOS MORAIS. CABIMENTO. QUANTUM DEBEATUR. REDUÇÃO.REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE.SÚMULA 7/STJ.1. Hipótese em que o Tribunal a quo, soberano no exame da prova, julgou quesão ilegais os descontos nos proventos de aposentadoria da autora, porquantoinexistente o acordo de empréstimo consignado, e que a autarquia previdenciáriaagiu com desídia ao averbar contrato falso.2. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, caracterizada aresponsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante detrês elementos - dano, negligência administrativa e nexo de causalidade entre oevento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público -, é inafastável odireito do autor à indenização ou reparação civil dos prejuízos suportados.3. O valor dos danos morais, fixado em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), não semostra exorbitante ou irrisório. Portanto, modificar o quantum debeaturimplicaria, in casu, reexame da matéria fático-probatória, obstado pela Súmula7/STJ.4. Recurso Especial não provido.(REsp 1228224/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 10/05/2011)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. FALTA DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS EINDISPENSÁVEIS À COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA.AUSÊNCIA DO ACÓRDÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ART.544, §1º, DO CPC. ATO OMISSIVO DA ADMINISTRAÇÃO.CONDENAÇÃO EM DANOS MATERIAIS E MORAIS. REEXAME DOCONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. SÚMULA 7/STJ.1. A falta de qualquer das peças obrigatórias para a formação do Agravo deInstrumento, previstas no art. 544, §1º do CPC, ou seu traslado incompleto,enseja o não-conhecimento do recurso.Precedentes deste STJ.2. Cabe ao agravante zelar pela correta formação do Agravo ante aimpossibilidade de correção a eventuais desacertos no STJ.3. Hipótese em que o Tribunal a quo, soberano no exame da prova, entendeuconfigurada a existência de nexo causal entre o ato lesivo imputado àAdministração e o evento danoso.4. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, caracterizada aresponsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante detrês elementos - dano, omissão administrativa e nexo de causalidade entre oevento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público -, é inafastável odireito do autor à indenização ou reparação civil dos prejuízos suportados.Rever tal entendimento implica reexame da matéria fático-probatória, obstadopela Súmula 7/STJ.5. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1216939/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 02/03/2011)

REMESSA EX OFFICIO nº 11040122654 REMTE:JUIZ DE DIREITO DA 1ªVARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DE CACHOEIRO DEITAPEMIRIM PARTE:DIEGO DOS SANTOS PEREIRA PARTE:ESTADODO ESPÍRITO SANTO RELATOR: DES. NEY BATISTA COUTINHO A CÓ R D Ã O DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - PRESCRIÇÃO -MENOR INCAPAZ - NÃO CORRE - PREJUDICIAL REJEITADA -MÉRITO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - OMISSÃO -CULPA - REPARAÇÃO - DANO MORAL - CAPACIDADE DOTRABALHO - PERDA PARCIAL - PENSÃO MENSAL - RAZOABILIDADE- PROPORCIONALIDADE - REPARAÇÃO ESTÉTICA - NECESSIDADE -NÃO COMPROVAÇÃO - PEDIDO NEGADO - JUROS - EVENTODANOSO - CORREÇÃO MONETÁRIA - ARBITRAMENTO PELO JUIZ -TERMO INICIAL - REMESSA EX-OFFICIO CONHECIDA EPARCIALMENTE PROVIDA. Não há que se falar em prescrição da demandaajuizada sete anos após o evento danoso quando, por ser a vítima ser menorincapaz, para ela não corria a prescrição. Prejudicial rejeitada. Em se tratando de

150 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 157: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ato omissivo do Estado, aplica-se a teoria da responsabilidade subjetiva,levando-se em consideração a culpa do agente público, mediante negligência,imprudência ou imperícia, razão pela qual à vítima deve ser fixada pensão vitalíciae indenização a título de danos morais. Tendo em vista que o autor teve suacapacidade de trabalho reduzida, posto que perdeu 60% (sessenta por cento) dasua visão, bem como que o mesmo ficou inapto para o exercício de determinadasprofissões e, ainda, que à época do fato danoso ele não estava trabalhando, tenhocomo justa a pensão arbitrada de 01 (um) salário mínimo mensal, a ser paga até ofim da sua vida. A fixação dos valores relativos à indenização por dano moraldeve atender aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, observando umpatamar razoável, incapaz de constituir enriquecimento ilícito para uma das partese, ainda, ser suficiente para dissuadir o ofensor a repetir a conduta lesiva, sendotornando justa, portanto, a indenização por dano moral no valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais). Não havendo nos autos comprovante da necessidade deprocedimentos médicos para reparação estética, não há que se falar em pagamentodas despesas médicas. Nas ações de dano moral provenientes de responsabilidadecivil extracontratual os juros de mora são devidos desde o evento danoso. Jáquanto à correção monetária, incide a partir do arbitramento pelo juiz. Remessaex-officio conhecida e parcialmente provida. Acorda a Egrégia Quarta CâmaraCível, na conformidade da ata e notas taquigráficas da sessão, à unanimidade,rejeitar a prejudicial de prescrição e no mérito, por idêntica votação, darprovimento parcial ao recurso. Vitória/ES, 13 de Janeiro de 2009.PRESIDENTERELATOR PROCURADOR DE JUSTIÇA (TJES, Classe:Remessa Ex-officio, 11040122654, Relator: NEY BATISTA COUTINHO,Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 20/01/2009,Data da Publicação no Diário: 17/02/2009)

No caso em questão restou comprovada a negligência administrativa quando oRecorrente foi omisso no seu dever de zelar pela segurança e prevenção deacidentes pois, mesmo após reclamações de moradores, nada fez para melhorar asituação (reforma e sinalização) de uma via extremamente perigosa. Destaomissão ocorreu o acidente com o Recorrido, o que configurou aresponsabilidade subjetiva do município. Nessa linha, mantenho a condenação de danos emergentes arbitrada na r.sentença.Por fim, o Recorrido alegou em contrarrazões que a condenação deve sermajorada na quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por ter tido maisprejuízos em decorrência do acidente. Entretanto, deveria ter interposto umaApelação Cível para discutir a referida matéria, não cabendo essa discussãoquando a matéria for alegada em contrarrazões de recurso.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 14 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR.Relator

47- Apelação Civel Nº 24920071990VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) KLAUSS COUTINHO BARROSAPDO COMERCIO SUL BRASILEIRA DE CARNES E FRIOS LTDAFRIOSUL APDO HILTON FERNANDES MOREIRA APDO MARIA JOSE LIMA BOLONHA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24920071990

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR KLAUSS COUTINHO BARROSRECORRIDOS: COMÉRCIO SUL BRASILEIRA DE CARNES E FRIOS LTDA HILTON FERNANDES MOREIRAMARIA JOSÉ LIMA BOLONHAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento do

feito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.

Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.

Sem contrarrazões.

É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 12.5.1992 para a cobrança de dívidatributária equivalente, à época, ao valor de CR$ 1.338.433,27 (um milhão,trezentos e trinta e oito mil, quatrocentos e trinta e três cruzeiros e vinte e setecentavos).

Pois bem.

Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de 5 (cinco) anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidade de intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensão do processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).

151 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 158: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretado harmonicamentecom o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deve prevalecer em caso decolidência entre as referidas lei. Isso, porque é princípio de direito público que aprescrição e a decadência tributárias são matérias reservadas à lei complementar,segundo prescreve o artigo 146, III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parte interessada,deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo segurança jurídicaaos litigantes, uma vez que a prescrição indefinida afronta os princípiosinformadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução porela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso doprazo de um ano de suspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314desta Corte: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses de arquivamento dofeito executivo, sem baixa na distribuição, previstas pelo art. 20 da MP 2095/2001,posteriormente convertida na Lei 10.522/2002, aplicando-se o sedimentadoentendimento desta Corte Superior segundo o qual "se o processo executivo fiscalficou paralisado por mais de cinco anos, especialmente porque o exeqüentepermaneceu silente, deve ser reconhecida a prescrição suscitada pelo devedor".Precedentes: AgRg no REsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe01/10/2008; REsp n.º 773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS,DJU de 18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão do dispostono art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor do débito. Assim,transcorridos mais de cinco anos sem manifestação da exequente, cabível oreconhecimento da prescrição intercorrente, eis que o referido dispositivo legaldeve ser interpretado conjuntamente com o art. 40 da Lei n. 6.830/80. Sobre otema, esta Corte já se manifestou em sede de recurso repetitivo, na forma do art.543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção,DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar de ofício aprescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por ele mesmosolicitada, bem como o arquivamento do feito executivo, decorrência automáticado transcurso do prazo de suspensão e termo inicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-se apósfindado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando não encontrado odevedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula 314 do STJ assimdispõe: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenalintercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido de que, nostermos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrente se inicia apósum ano da suspensão da execução fiscal quando não localizados bens penhoráveisdo devedor. Assim, o arquivamento do feito se opera de forma automática após otranscurso de um ano, sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública jáciente da suspensão da execução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DA

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FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por ela solicitadarevela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato de arquivamento, oqual decorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Em execução fiscal, não localizadosbens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição qüinqüenal intercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescriçãoindefinida afronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.

No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.

De fato, o processo foi suspenso em 22.7.1994, fls. 43-verso, assim compreendidaa data da cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido deparalisação do processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, oarquivamento provisório da via executiva – termo a quo de contagem do prazoprescricional – teve início 22.7.1995, haja vista o transcurso de 1 (um) ano doinício da suspensão, sem movimentação processual.

Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisória da demanda, consoante certidão de fls. 44-verso.

Em 26.8.2009 o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimado pessoalmentepara apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazoprescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em 23.7.2010,fls. 38-verso.

Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inérciacontumaz da Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamentoda prescrição intercorrente no caso em análise.

Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 6 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

48- Apelação Civel Nº 69990063153MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE FAZENDA PUBLICA DO MUNICIPIO DE MARATAIZES Advogado(a) ANTONIO MARCOS ROMANOAdvogado(a) CLAUDEMIR CARLOS DE OLIVEIRAAdvogado(a) WESLENE BATISTA GOMES RIBEIRO

APDO JAILTON MACHADO RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990063153

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESADVOGADO: PROCURADOR ANTÔNIO MARCOS ROMANO EOUTROSRECORRIDO: JAILTON MACHADOMAGISTRADO: UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.IPTU. PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO.VENCIMENTO DA DÍVIDA. TERMO A QUO. AJUIZAMENTO DADEMANDA. TERMO AD QUEM. CITAÇÃO. INEXISTÊNCIA.MOROSIDADE JUDICIÁRIA. RECURSO PROVIDO.1. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.2. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, se dá com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.3. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, do CPC.4. Não resta configurada a prescrição se, proposta a execução no prazo legal, ademora na citação decorrer de motivos inerentes ao aparelho judiciário.5. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

O Município de Marataízes interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a prescrição dos créditos tributários cobrados eextinguiu a Execução Fiscal proposta pela parte.Aduziu, em síntese, a inexistência de prescrição e, assim, requereu o provimentodo recurso com a reforma do julgado e o prosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A questão devolvida a esta Corte diz respeito à prescrição do crédito tributárioexecutado pelo Município de Marataízes na demanda em curso.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que acontagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANA

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CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitiva docrédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa do lançamento,se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, isto é, com ovencimento da dívida. Ilustrativamente:

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

O STJ orienta, também, que não resta configurada a prescrição se, proposta aexecução no prazo legal, a demora na citação decorrer de motivos inerentes aoaparelho judiciário. Nesse sentido:

EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE AFASTADA.SÚMULA Nº 106/STJ. FALHA DO MECANISMO DA JUSTIÇA.I - O Tribunal de origem expressamente declarou que não houve inércia por parteda exeqüente em promover a execução. Assim, incide a orientação firmada nestaCorte, inclusive sumulada no enunciado nº 106, segundo o qual "Proposta a açãono prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentesao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição oudecadência".II - Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1102276/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 28/05/2009)

TRIBUTÁRIO - PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO -CITAÇÃO TARDIA - AUSÊNCIA DE MORA DO CREDOR - SÚMULA 106DO STJ - INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDAPÚBLICA- ART. 25 DA LEI Nº 6.830/80- APLICABILIDADE.1. A perda da pretensão tributária pelo decurso de tempo depende da inércia docredor, que não se verifica quando a demora na citação do executado decorreunicamente do aparelho judiciário. Inteligência da Súmula 106/STJ.2. O representante judicial da Fazenda Pública deve ser intimado pessoalmente naexecução fiscal, nos termos do art. 25 da Lei 6.830/80.3. Recurso especial provido. (REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009)

Além disso, acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo, o C.STJ decidiu, em recurso representativo de controvérsia, que deve sercompreendido como a data do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO ALANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.

p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazoprescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, valedizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõe

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Page 161: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

a interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)

In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 30.12.1998 para a cobrançade débitos vencidos em 28.2.1994, 31.1.1995, 31.1.1996, conforme documentosacostados aos autos, fls. 4/6. Assim, considerando o entendimento sufragado pelajurisprudência, verifica-se a inexistência do transcurso do prazo preclusivo dapretensão da Fazenda Pública, devendo prosseguir com a Execução Fiscal deforma regular.Ademais, diversos motivos alheios à vontade do Exequente contribuíramsobremaneira para a demora na citação. Dentre os eventos ocorridos, destaco aremessa dos autos à contadoria (fls. 9); certidão emitida pelo juízo de origem,atestando o elevado número de diligências e demandas no cartório (fls. 10), queculminaram com a paralisação do processo por aproximadamente 3 (três) anos;nova remessa à contadoria (fls. 12); além de outras providências determinadaspelo juízo.Logo, a via executiva deve ter o seu regular processamento.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r.sentença e determinar o prosseguimento da Execução Fiscal. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 3 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

49- Apelação Civel Nº 24900160466VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DANIELA RIBEIRO PIMENTAAPDO CASA DE SAUDE PEDRO NOLASCO RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24900160466

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADORA DANIELA RIBEIRO PIMENTARECORRIDO: CASA DE SAÚDE PEDRO NOLASCOMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.

EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento dofeito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.

Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.

Sem contrarrazões.

É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 4.2.1970 para a cobrança de dívidatributária equivalente, à época, ao valor de NCR$ 22.379,78 (vinte e dois mil,trezentos e setenta e nove cruzeiros novos e setenta e oito centavos).Muito bem.

Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidade de intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensão do processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.

155 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 162: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretado harmonicamentecom o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deve prevalecer em caso decolidência entre as referidas lei. Isso, porque é princípio de direito público que aprescrição e a decadência tributárias são matérias reservadas à lei complementar,segundo prescreve o artigo 146, III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parte interessada,deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo segurança jurídicaaos litigantes, uma vez que a prescrição indefinida afronta os princípiosinformadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução porela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso doprazo de um ano de suspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314desta Corte: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses de arquivamento dofeito executivo, sem baixa na distribuição, previstas pelo art. 20 da MP 2095/2001,posteriormente convertida na Lei 10.522/2002, aplicando-se o sedimentadoentendimento desta Corte Superior segundo o qual "se o processo executivo fiscalficou paralisado por mais de cinco anos, especialmente porque o exeqüentepermaneceu silente, deve ser reconhecida a prescrição suscitada pelo devedor".Precedentes: AgRg no REsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe01/10/2008; REsp n.º 773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS,DJU de 18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão do dispostono art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor do débito. Assim,transcorridos mais de cinco anos sem manifestação da exequente, cabível oreconhecimento da prescrição intercorrente, eis que o referido dispositivo legaldeve ser interpretado conjuntamente com o art. 40 da Lei n. 6.830/80. Sobre otema, esta Corte já se manifestou em sede de recurso repetitivo, na forma do art.543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção,DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar de ofício aprescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por ele mesmosolicitada, bem como o arquivamento do feito executivo, decorrência automáticado transcurso do prazo de suspensão e termo inicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-se apósfindado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando não encontrado odevedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula 314 do STJ assimdispõe: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenalintercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido de que, nostermos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrente se inicia apósum ano da suspensão da execução fiscal quando não localizados bens penhoráveisdo devedor. Assim, o arquivamento do feito se opera de forma automática após otranscurso de um ano, sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública jáciente da suspensão da execução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

156 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 163: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por ela solicitadarevela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato de arquivamento, oqual decorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Em execução fiscal, não localizadosbens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição qüinqüenal intercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescriçãoindefinida afronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.

De fato, o processo foi suspenso em 4.5.1992, fls. 88-verso, assim compreendidaa data da cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido deparalisação do processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, oarquivamento provisório da via executiva – termo a quo de contagem do prazoprescricional – teve início 4.5.1993, haja vista o transcurso de 1 (um) ano do inícioda suspensão, sem movimentação processual.

Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisória da demanda, consoante certidão de fls. 88-verso.Em 31.8.2009 o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimado pessoalmentepara apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazoprescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em 21.7.2010,fls. 38-verso.

Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inérciacontumaz da Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamentoda prescrição intercorrente no caso em análise.

Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

50- Apelação Civel Nº 69990067824MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES Advogado(a) ANTONIO MARCOS ROMANOAPDO SIDINEY LOPES MARTINS RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990067824

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESADVOGADO: PROCURADOR ANTONIO MARCOS ROMANORECORRIDO: SIDINEY LOPES MARTINSMAGISTRADO: UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.IPTU. PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO.VENCIMENTO DA DÍVIDA. TERMO A QUO. AJUIZAMENTO DADEMANDA. TERMO AD QUEM. CITAÇÃO. INEXISTÊNCIA.MOROSIDADE JUDICIÁRIA. RECURSO PROVIDO.1. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.2. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, se dá com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.3. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, do CPC.4. Não resta configurada a prescrição se, proposta a execução no prazo legal, ademora na citação decorrer de motivos inerentes ao aparelho judiciário.5. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

O Município de Marataízes interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a prescrição dos créditos tributários cobrados eextinguiu a Execução Fiscal proposta pela parte.Aduziu, em síntese, a inexistência de prescrição e, assim, requereu o provimentodo recurso com a reforma do julgado e o prosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A questão devolvida a esta Corte diz respeito à prescrição do crédito tributárioexecutado pelo Município de Marataízes na demanda em curso.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que acontagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

157 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 164: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitiva docrédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa do lançamento,se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, isto é, com ovencimento da dívida. Ilustrativamente:PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

O STJ orienta, também, que não resta configurada a prescrição se, proposta aexecução no prazo legal, a demora na citação decorrer de motivos inerentes aoaparelho judiciário. Nesse sentido:EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE AFASTADA.SÚMULA Nº 106/STJ. FALHA DO MECANISMO DA JUSTIÇA.I - O Tribunal de origem expressamente declarou que não houve inércia por parteda exeqüente em promover a execução. Assim, incide a orientação firmada nestaCorte, inclusive sumulada no enunciado nº 106, segundo o qual "Proposta a açãono prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentesao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição oudecadência". II - Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1102276/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 28/05/2009)

TRIBUTÁRIO - PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO -CITAÇÃO TARDIA - AUSÊNCIA DE MORA DO CREDOR - SÚMULA 106DO STJ - INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDAPÚBLICA- ART. 25 DA LEI Nº 6.830/80- APLICABILIDADE. 1. A perda dapretensão tributária pelo decurso de tempo depende da inércia do credor, que nãose verifica quando a demora na citação do executado decorre unicamente doaparelho judiciário. Inteligência da Súmula 106/STJ.2. O representante judicial da Fazenda Pública deve ser intimado pessoalmente naexecução fiscal, nos termos do art. 25 da Lei 6.830/80.3. Recurso especial provido. (REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009)

Além disso, acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo, o C.STJ decidiu, em recurso representativo de controvérsia, que deve sercompreendido como a data do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO ALANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazoprescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, valedizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõea interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.

158 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)

In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 30.12.1998 para a cobrançade débitos vencidos em 28.2.1994, 31.1.1995 e 31.1.1996, conforme documentosacostados aos autos, fls. 4/6. Assim, considerando o entendimento sufragado pelajurisprudência, verifica-se a inexistência do transcurso do prazo preclusivo dapretensão da Fazenda Pública, devendo prosseguir com a Execução Fiscal deforma regular.Ademais, diversos motivos alheios à vontade do Exequente contribuíramsobremaneira para a demora na citação. Dentre os eventos ocorridos, destaco aparalisação do processo na secretaria da Comarca, evento certificado pela escrivã,a qual informou a existência de elevado número de demandas e a escassez defuncionários (fls. 9/10); remessa dos autos à contadoria (fls. 12); determinação deemenda à inicial (fls. 16), da qual o Município não foi sequer intimado; novadecisão determinando esclarescimento da inicial (fls. 17); decisão determinando aapresentação de endereço atualizado do executado (fls. 30), da qual o Exequentetambém não foi cientificado, haja vista a prolação da sentença; além de outrasprovidências determinadas pelo juízo.Logo, a via executiva deve ter o seu regular processamento.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r. sentençae determinar o prosseguimento da Execução Fiscal. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 15 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

51- Apelação Civel Nº 24900160342VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) KLAUSS COUTINHO BARROSAPDO CEREALISTA SILVEJOR LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24900160342

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR KLAUSS COUTINHO BARROSRECORRIDOS: CEREALISTA SILVEJOR LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento do

feito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes.2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo, já que não formulou qualquerpedido de arquivamento do processo e, ainda, não foi intimado do mesmo. Peloexposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, oprosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de 5 (cinco) anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feitopermanecer paralisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2.É prescindível a intimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamentofoi formulado pela própria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min.Eliana Calmon (DJe 1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag1107500/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que aFazenda Pública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se ademora na citação da executada (ou responsável tributário) ocorreu porfatos alheios à vontade da credora não há que se decretar a prescrição docrédito tributário. 2. Precedentes: AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min.Herman Benjamin, julgado em 20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. ArnaldoEsteves Lima, Quinta Turma, julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp827.948/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Terceira Turma, julgado em21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidadede intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensãodo processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de

159 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 166: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretadoharmonicamente com o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deveprevalecer em caso de colidência entre as referidas lei. Isso, porque éprincípio de direito público que a prescrição e a decadência tributárias sãomatérias reservadas à lei complementar, segundo prescreve o artigo 146,III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parteinteressada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondosegurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescrição indefinidaafronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão daexecução por ela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qualdecorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: Em execução fiscal, nãolocalizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo oqual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses dearquivamento do feito executivo, sem baixa na distribuição, previstas peloart. 20 da MP 2095/2001, posteriormente convertida na Lei 10.522/2002,aplicando-se o sedimentado entendimento desta Corte Superior segundo oqual "se o processo executivo fiscal ficou paralisado por mais de cincoanos, especialmente porque o exeqüente permaneceu silente, deve serreconhecida a prescrição suscitada pelo devedor". Precedentes: AgRg noREsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe 01/10/2008; REsp n.º773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS, DJU de18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.

1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão dodisposto no art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor dodébito. Assim, transcorridos mais de cinco anos sem manifestação daexequente, cabível o reconhecimento da prescrição intercorrente, eis que oreferido dispositivo legal deve ser interpretado conjuntamente com o art. 40da Lei n. 6.830/80. Sobre o tema, esta Corte já se manifestou em sede derecurso repetitivo, na forma do art. 543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar deofício a prescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por elemesmo solicitada, bem como o arquivamento do feito executivo,decorrência automática do transcurso do prazo de suspensão e termoinicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-seapós findado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando nãoencontrado o devedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula314 do STJ assim dispõe: "Em execução fiscal, não localizados benspenhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição quinquenal intercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido deque, nos termos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrentese inicia após um ano da suspensão da execução fiscal quando nãolocalizados bens penhoráveis do devedor. Assim, o arquivamento do feitose opera de forma automática após o transcurso de um ano, sendodesnecessária a intimação da Fazenda Pública já ciente da suspensão daexecução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP, Rel. Ministro LuizFux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG, Rel. MinistroCastro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a Fazenda

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Pública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por elasolicitada revela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato dearquivamento, o qual decorre do transcurso do prazo de um ano desuspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Emexecução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processopor um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que aprescrição indefinida afronta os princípios informadores do sistematributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.De fato, o processo foi suspenso em 11.8.1990, fls. 15, assim compreendida a datada cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido de paralisaçãodo processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, o arquivamentoprovisório da via executiva – termo a quo contagem do prazo prescricional – teveinício 11.8.1991, haja vista o transcurso de 1 (um) ano do início da suspensão, semmovimentação processual.Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisório da demanda, consoante certidão de fls. 16-verso.Em 17.8.2009o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimado pessoalmentepara apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazoprescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em 14.7.2010,fls. 27-verso. Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inérciacontumaz da Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamentoda prescrição intercorrente no caso em análise.Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 14 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

52- Apelação Civel Nº 24990100463VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAPDO FRIGOSUL COM SUL BRASILEIRA DE CARNES E FRIOS LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24990100463

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JRRECORRIDO: FRIGOSUL COM SUL BRAS. DE CARNES E FRIOS LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento dofeito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 5.7.1999 para a cobrança de dívidatributária equivalente, à época, ao valor de R$ 10.459,26 (dez mil, quatrocentos ecinquenta e nove reais e vinte e seis centavos).Muito bem.Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidade de intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensão do processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.

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Page 168: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretado harmonicamentecom o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deve prevalecer em caso decolidência entre as referidas lei. Isso, porque é princípio de direito público que aprescrição e a decadência tributárias são matérias reservadas à lei complementar,segundo prescreve o artigo 146, III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parte interessada,deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo segurança jurídicaaos litigantes, uma vez que a prescrição indefinida afronta os princípiosinformadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução porela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso doprazo de um ano de suspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314desta Corte: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses de arquivamento dofeito executivo, sem baixa na distribuição, previstas pelo art. 20 da MP 2095/2001,posteriormente convertida na Lei 10.522/2002, aplicando-se o sedimentadoentendimento desta Corte Superior segundo o qual "se o processo executivo fiscalficou paralisado por mais de cinco anos, especialmente porque o exeqüentepermaneceu silente, deve ser reconhecida a prescrição suscitada pelo devedor".Precedentes: AgRg no REsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe01/10/2008; REsp n.º 773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS,DJU de 18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.

(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão do dispostono art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor do débito. Assim,transcorridos mais de cinco anos sem manifestação da exequente, cabível oreconhecimento da prescrição intercorrente, eis que o referido dispositivo legaldeve ser interpretado conjuntamente com o art. 40 da Lei n. 6.830/80. Sobre otema, esta Corte já se manifestou em sede de recurso repetitivo, na forma do art.543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção,DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar de ofício aprescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por ele mesmosolicitada, bem como o arquivamento do feito executivo, decorrência automáticado transcurso do prazo de suspensão e termo inicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-se apósfindado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando não encontrado odevedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula 314 do STJ assimdispõe: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenalintercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido de que, nostermos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrente se inicia apósum ano da suspensão da execução fiscal quando não localizados bens penhoráveisdo devedor. Assim, o arquivamento do feito se opera de forma automática após otranscurso de um ano, sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública jáciente da suspensão da execução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

162 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 169: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por ela solicitadarevela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato de arquivamento, oqual decorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Em execução fiscal, não localizadosbens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição qüinqüenal intercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescriçãoindefinida afronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.De fato, o processo foi suspenso em 9.5.2002, fls. 48-verso, assim compreendidaa data da cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido deparalisação do processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, oarquivamento provisório da via executiva – termo a quo de contagem do prazoprescricional – teve início 9.5.2003, haja vista o transcurso de 1 (um) ano do inícioda suspensão, sem movimentação processual.Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisória da demanda, consoante certidão de fls. 50.Em 23.10.2009 o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimadopessoalmente para apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção doprazo prescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em 28.7.2010,fls. 57-verso. Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inérciacontumaz da Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamentoda prescrição intercorrente no caso em análise.Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

53- Apelação Civel Nº 24950172783VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) ADNILTON JOSE CAETANOAPDO COMERCIAL MELO LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24950172783

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.

RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR ADNILTON JOSÉ CAETANORECORRIDO: COMERCIAL MELO LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO. TERMO AQUO. AJUIZAMENTO DA DEMANDA. TERMO AD QUEM. CITAÇÃO.CAUSA INTERRUPTIVA. MOROSIDADE JUDICIÁRIA. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. INÉRCIA DO EXEQUENTE. INEXISTÊNCIA.RECURSO PROVIDO.1. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.2. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, se dá com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.3. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, CPC.4. A citação constitui causa de interrupção do prazo preclusivo. Precedente STJsubmetido à sistemática do art. 543-C, CPC.5. Realizada a citação interrompendo o prazo preclusivo, a prescrição fiscalsomente pode ser reconhecida se for intercorrente, a qual pressupõe a inércia nodevido impulsionamento do feito pelo exequente. Precedentes.6. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs Apelação Cível por inconformadocom a r. sentença que reconheceu a prescrição dos créditos tributários cobrados eextinguiu a Execução Fiscal proposta pela parte.Aduziu, em síntese, a inexistência de prescrição e, assim, requereu o provimentodo recurso com a reforma do julgado e o prosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A questão devolvida a esta Corte diz respeito à prescrição do crédito tributárioexecutado pelo Estado do Espírito Santo na demanda em curso.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que acontagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

163 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitiva docrédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa do lançamento,se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, isto é, com ovencimento da dívida. Ilustrativamente:PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

Acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo, o C. STJ decidiu,em recurso representativo de controvérsia, que deve ser compreendido como adata do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO ALANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.

7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazoprescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, valedizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõea interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.

164 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 171: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)

In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 6.12.1995 para a cobrançade débitos decorrentes do vencimento do acordo de parcelamento de dívidacelebrado em 14.8.1991, conforme documentos acostados aos autos. Na sequência, foi determinada a citação da empresa Executada, a qual se efetivouno dia 24.4.1996, a teor da certidão de fls. 6-verso. Logo, considerando que foirealizada a citação do devedor, assim compreendida como causa interruptiva doprazo prescricional, eventual reconhecimento do lapso preclusivo somentepoderia ser realizado se se tratasse de prescrição intercorrente, ao contrário do querestou consignado na r. sentença. Não obstante, a configuração da prescrição intercorrente pressupõe a inércia doFisco no impulso da via executiva, consoante ilustram os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescrição,pois, o Estado do Espírito Santo teria se mantido inerte por mais de 5 (cinco)anos, sem que tenha ocorrido qualquer causa de interrupção ou suspensão daexecução. Não obstante, como mencionado, no curso da demanda forapromovida a citação da empresa devedora, interrompendo o prazo preclusivo nosmoldes da jurisprudência sedimentada do STJ.Importante ressaltar, ainda, que não foi determinada a suspensão do processo e,dessa forma, o arquivamento do mesmo, imprescindível ao reconhecimento daprescrição intercorrente. Ademais, não é possível aferir qualquer desídia do exequente, pois o mesmoprocedeu ao devido impulsionamento do processo.Conforme se depreende dos autos, o exequente requereu inicialmente adesignação de data para o leilão do bem penhorado, consoante petição de fls, 92,protocolada em 24.11.1999. Não obstante o pedido, o processo, concluso ao juízode 1º grau em 9.2.2000, somente teve seu regular prosseguimento em 15.3.2006,conforme promoção de fls. 94.Desta, o Exequente fora intimado a se manifestar em 21.6.2006, tendoapresentado requerimento de penhora on line em 14.7.2006, o qual não forasequer analisado pelo MM. Magistrado em razão do reconhecimento daprescrição. Diante dos fatos assinalados, não restou, portanto, caracterizada qualquer inérciaou desídia na condução e impulsionamento da execução fiscal subjacente a ensejara declaração da prescrição, mormente ao se considerar a notória morosidadejudiciária no processamento da demanda.Logo, a via executiva deve ter o seu regular processamento.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r. sentençae determinar o prosseguimento da Execução Fiscal. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

54- Apelação Civel Nº 24940017072VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAIS

APTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) ALEXANDRE NOGUEIRA ALVESAPDO COMERCIAL SULISTA ATACADO LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24940017072

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR ALEXANDRE NOGUEIRA ALVESRECORRIDO: COMERCIAL SULISTA ATACADO LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.INEXISTÊNCIA. SUSPENSÃO. ARQUIVAMENTO. INOCORRÊNCIA.RECURSO PROVIDO.1. O reconhecimento da prescrição intercorrente depende, invariavelmente, dainércia ou desídia do Exequente no impulsionamento do feito. Precedentes.2. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado, desdeque tenha sido determinada a suspensão do feito e o seu consequente oarquivamento e, ainda, mediante prévia oitiva da Fazenda Pública. Precedentes.3. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.

Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.

Sem contrarrazões.

É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 8.3.1994 para a cobrança de dívidatributária equivalente, à época, ao valor de CR$ 12.869.479,35 (doze milhões,oitocentos e sessenta e nove mil, quatrocentos e setenta e nove reais e trinta ecinco centavos).

Muito bem.

Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

165 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 172: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Além disso, o C. STJ consolidou o entendimento de que a prescrição intercorrentepode ser decretada de ofício pelo magistrado, desde que se trate de execuçãosuspensa e arquivada, bem como mediante prévia oitiva da Fazenda Pública.Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. ALEGADA OMISSÃO NO ACÓRDÃOEMBARGADO. MATÉRIA FÁTICA DELINEADA NO ACÓRDÃORECORRIDO. AFASTAMENTO DA SÚMULA 7/STJ.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. TERMO A QUO. FINDO O PRAZODE UM ANO DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. SÚMULA 314/STJ.DECRETAÇÃO ANTES DO PRAZO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE.1. Se a Corte de origem pronuncia-se expressamente quanto às datas dearquivamento da execução fiscal e a data de decretação da prescrição, afasta-se aincidência da Súmula 7/STJ.2. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-se apósfindado o prazo de um ano de suspensão da execução, arquivamento, quando nãoencontrado o devedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula 314do STJ assim dispõe: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescriçãoquinquenal intercorrente".3. In casu, entre a data do arquivamento (10.5.2005) e da decisão judicial quedecretou a prescrição (27.10.2008) não houve o transcurso do prazo prescricionalde cinco anos, o que afasta o reconhecimento da prescrição.Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para afastar aprescrição decretada na origem.(EDcl no AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 24/05/2011)

PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DEINSTRUMENTO – EQUÍVOCO QUE SE CORRIGE COM A EXCLUSÃODE CONCLUSÃO INCORRETAMENTE COLOCADA – PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE – OCORRÊNCIA – PRESCRIÇÃO – DECRETAÇÃODE OFÍCIO – ART. 219, § 5º, DO CPC, REDAÇÃO DADA PELA LEI11.280/2006 – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES – DECISÃO QUE SEMANTÊM PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.1. Equívoco que se corrige com a exclusão de parágrafo equivocadamentecolocado nas razões do decisum. 2. A intimação da Fazenda Pública, nos termosdo § 4º do artigo 40 da Lei 6.830/80, incluído pela Lei 11.051/2004, trata deprescrição intercorrente e pressupõe execução fiscal suspensa e arquivada por nãoter sido localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, nos termos dos§§ 2º e 3º do referido dispositivo legal. 3. Na vigência da Lei 11.280/2006, que deunova redação ao § 5º do artigo 219 do Código de Processo Civil, é possível aojuiz, de ofício, decretar a prescrição. 4. Deve ser mantido o decisum atacado porseus próprios fundamentos, visto que permanecem íntegros mesmo após aexclusão do trecho posto incorretamente, e argumentos apresentados peloagravante não são capazes de infirmá-los. 5. Agravo regimental parcialmenteprovido. (AgRg no Ag 1149027/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON,SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 28/10/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃODE OFÍCIO. INTIMAÇÃO. PRÉVIA OITIVA DA FAZENDA PÚBLICA.OBRIGATORIEDADE. NÃO OCORRÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES.HIPÓTESE EXCEPCIONAL. CABIMENTO. 1. Na espécie, o Tribunal deorigem, confirmando a sentença, manteve a extinção da execução fiscal, nostermos do art. 219, §5º, do CPC, em virtude da inércia do exequente, que nãotomou providências para impulsionar o feito por mais de cinco anos. Todavia, oreferido dispositivo legal só é aplicável quando do recebimento da execução fiscal,que não é o caso, uma vez que a ação foi proposta dentro do prazo legal. 2. Éfirme o entendimento jurisprudencial do STJ no sentido de configurar-se aprescrição intercorrente quando, proposta a execução fiscal e decorrido o prazode suspensão, o feito permanecer paralisado por mais de cinco anos por culpa daexeqüente. A prescrição, porém, só pode ser decretada quando for previamenteouvida a Fazenda pública, conforme previsão do art. 40, §4º, da Lei n. 6.830/80,acrescentado pela Lei n. 11.051/2004, o que, de fato, não ocorreu na espécie. 3.Emprestam-se efeitos infringentes aos embargos de declaração para correção depremissa equivocada sobre a qual se funda o julgado impugnado, quando tal efeitofor relevante para o deslinde da controvérsia. 4. Embargos de declaraçãoacolhidos, com efeitos modificativos, para dar provimento ao recurso especial doEstado de Minas Gerais. (EDcl no AgRg no Ag 1107500/MG, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em25/08/2009, DJe 16/09/2009)

No caso em julgamento, o MM. Magistrado de 1º grau decretou a prescriçãointercorrente após a oitiva da Fazenda Pública, por entender que desde a data doarquivamento o processo estaria paralisado há mais de 5 (cinco) anos por inérciado ente público. Não obstante, após análise dos autos, penso que a conclusãodeve ser diversa.

Em verdade, consoante fls. 39/40, a pedido do Fisco Estadual, o processo foisuspenso pelo juízo a quo em 4.6.1997. Ocorre que, antes de decorrido o prazo

anual, o Estado requereu a movimentação do processo, com a solicitação deinformações a vários órgãos públicos, a teor da petição protocolizada em6.10.1997, fls 41.

Na sequência, não havendo qualquer intimação do Fisco, o Exequente, em25.2.1999, fls. 43, pugnou pela citação por edital dos sócios devedores, bem comoenvio de ofício ao Banco Central. Não obstante, a Fazenda Pública não foiintimada do recebimento das respostas aos referidos pleitos, tendo sido intimadaapenas em 4.11.2009, para apresentar eventuais causas interruptivas oususpensivas da prescrição.

Ora, como relatado, o processo ficou sobrestado a pedido do Exequente porperíodo inferior a 1 (um) ano, não tendo ocorrido, assim, o arquivamento dofeito, termo a quo para a contagem do prazo da prescrição intercorrente.

Dessarte, considerando a inexistência de inércia e/ou culpa do Exequente pelaparalisação do processo, bem como nos termos da jurisprudência iterativa sobre amatéria, a via executiva deve ter o seu regular processamento.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para afastar a prescriçãointercorrente e determinar o prosseguimento da Execução Fiscal.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

55- Apelação Civel Nº 47080066377SÃO MATEUS - 2ª VARA CÍVELAPTE BANCO FINASA S/A Advogado(a) HELEUSA VASCONCELOS BRAGA SILVAAPDO MARCIO DE JESUS ARAUJO RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 47080066377

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO FINASA S/AADVOGADO: HELEUSA VASCONCELOS BRAGA SILVARECORRIDO: MARCIO DE JESUS ARAÚJOMAGISTRADO: CINTHYA COELHO LARANJA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.ABANDONO DE CAUSA. INTIMAÇÃO PESSOAL DA PARTE. INÉRCIA.EXTINÇÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.1. O processo deve ser extinto sem resolução do mérito quando a parte, intimadapessoalmente para impulsionar o feito, mantém-se inerte. A medida prescinde derequerimento do réu quando efetivada antes da citação ou, ainda, quandoinexistente qualquer manifestação da parte contrária nos autos. Precedentes STJ.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO

BANCO FINASA S/A interpôs Apelação Cível por inconformada com a r.sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensão proposta por abandono decausa.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de extinção da demanda de ofício, sem otranscurso do prazo de inércia previsto no art. 267, III, do CPC. Pretende, pois, oprovimento do recurso com a reforma da r. sentença, para que a demanda tenha oseu regular processamento.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na extinção da demanda por abandono de causa.Pois bem.Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a extinçãodo processo por desídia da parte depende de intimação pessoal, entretantoprescinde de requerimento do réu quando pendente a angularização processualou, ainda, quando o Demandado devidamente citado se mantém inerte noprocesso. Nestas hipóteses, afasta-se a aplicabilidade do enunciado 240, daSúmula daquela Corte. Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTODE MÉRITO EM RAZÃO DO ABANDONO DA CAUSA - INTIMAÇÃO

166 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 173: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DA PARTE AUTORA PARA, NO PRAZO DE 48 HORAS, PROMOVER OPROSSEGUIMENTO DO FEITO - INTIMAÇÃO PELA VIA POSTAL -POSSIBILIDADE, SE EFETIVAMENTE ATINGIR SEU DESIDERATO -PESSOA JURÍDICA - RECEBIMENTO NO ENDEREÇO CONSTANTEDO CONTRATO SOCIAL E DA PETIÇÃO INICIAL, AINDA QUE NÃOSEJA NA PESSOA DE SEUS REPRESENTANTES LEGAIS -POSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA -REQUERIMENTO DO RÉU - DESNECESSIDADE - AUSÊNCIA DEFORMAÇÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL ENTRE AS PARTES -INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO N. 240/STJ - RECURSO NÃOCONHECIDO. I - Partindo-se do pressuposto de que é válida a intimação pelavia postal a fim de cientificar o autor acerca da necessidade de promover oprosseguimento do feito, desde que atinja tal desiderato, e considerando não semostrar crível que a carta devidamente encaminhada ao endereço daempresa-autora constante de seu estatuto social e da petição inicial, ainda que nãorecebida por seus representantes legais, não tenha chegado ao conhecimentodestes, tem-se por atendida a exigência prevista no artigo 267, § 1º, do CPC; II -Reputando-se válida a intimação e remanescendo a autora da ação inerte, aextinção do feito, em que não restou conformada a relação processual com o orarecorrido, era mesmo a medida de rigor. Ressalte-se, assim, que, em se tratando deação de busca e apreensão em que o réu não foi citado, a extinção do feito, deofício pelo magistrado, prescinde da manifestação do réu. Afasta-se, por isso, aincidência, na espécie, do enunciado n. 240/STJ. III - Recurso especial nãoconhecido. (REsp 1094308/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRATURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 30/03/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. INÉRCIADO EXEQÜENTE. ABANDONO DA CAUSA. EXTINÇÃO DE OFÍCIO.EXIGÊNCIA DE REQUERIMENTO DO EXECUTADO. SÚMULA240/STJ. INAPLICABILIDADE. EXECUTADO QUE, EMBORA CITADO,NÃO EMBARGOU A EXECUÇÃO.1. É possível a extinção do processo de execução fiscal com base no art. 267, III,do CPC, por abandono de causa, já que se admite a aplicação subsidiária doDiploma Processual Civil em tal caso.Precedentes.2. A Súmula 240/STJ não se aplica aos casos de execução não embargada, tendoem vista que "o motivo de se exigir o requerimento da parte contrária pelaextinção do processo decorre, em primeiro lugar, da própria bilateralidade daação, no sentido de não ser o processo apenas do autor", ou seja, "é tambémdireito do réu, que foi acionado judicialmente, pretender desde logo a solução doconflito". Tratando-se de execução não-embargada, "o réu não tem motivo paraopor-se à extinção do processo" (REsp 261.789/MG, 4ª Turma, Rel. Min. Sálviode Figueiredo Teixeira, DJU de 16.10.00).3. Recurso especial não provido.(REsp 820.752/PB, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,julgado em 19/08/2008, DJe 11/09/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.FAZENDA NACIONAL. EXTINÇÃO DO FEITO POR ABANDONO DECAUSA. APLICAÇÃO DO ART.267, III, DO CPC. POSSIBILIDADE. SÚMULA 240/STJ. AFASTAMENTONA ESPÉCIE. EXECUÇÃO NÃO-EMBARGADA.1. Entendimento desta Corte no sentido de que "a inércia da Fazenda exeqüente,uma vez atendidos os artigos 40 e 25, da Lei de Execução Fiscal e regularmenteintimada com o escopo de promover o andamento da execução fiscal, impõe aextinção do feito sem julgamento do mérito" (REsp 770.240/PB, Rel. Min. LuizFux, Primeira Turma, DJ de 31.5.2007).2. Na espécie, tratando-se de execução não-embargada, afasta-se a aplicação daSúmula 240/STJ a fim de dispensar o requerimento do réu para extinção do feito.Precedentes: (AgRg no REsp 644885/PB, Relator(a) Ministro HUMBERTOMARTINS, DJe 08/05/2009; REsp 1057848/SP, Relator(a) Ministro TEORIALBINO ZAVASCKI, DJe 04/02/2009; REsp 795.061/PB, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 16/09/2008REsp 770.240/PB, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ31.05.2007) 2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1093239/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 15/10/2009 RT vol. 891 p.265)

E, ainda: REsp 1057848/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 04/02/2009; AgRg no REsp889.752/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 09/09/2008, DJe 13/10/2008.No caso em julgamento, a empresa Apelante fora regularmente intimada paraimpulsionar o feito, tendo se mantido inerte, o que implicou a correta extinção doprocesso sem resolução do mérito. De fato, consoante AR de fls. 38-verso,juntado aos autos em 8.11.2010, o a instituição financeira fora intimada paracumprir diligência determinada pelo juízo, entretanto deixou escoar o prazo,justificando a prolação da r. sentença no dia 16.12.2010, tendo sido publicadasomente em 26.1.2011.

Dessa forma, a r. sentença deve ser mantida, haja vista a inércia da empresa, bemsuperior a 30 (trinta) dias e, ainda, a inexistência de argumentos capazes deinfirmar a conclusão.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

56- Apelação Civel Nº 40098017631PINHEIROS - VARA ÚNICAAPTE CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA ARQUITETURA EAGRONOMIA DO E Advogado(a) MAGDA HELENA MALACARNEAPDO MANOEL JOSE DOS SANTOS RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 40098017631

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: CREA - ESADVOGADO: MAGDA HELENA MALACARNERECORRIDO: MANOEL JOSÉ DOS SANTOSMAGISTRADO: EZEQUIEL TURÍBIO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. MULTAADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DOEXEQUENTE. EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIAAUTOMÁTICA. RECURSO DESPROVIDO.1. O prazo prescricional para a cobrança executiva de multa administrativa é de 5(cinco) anos, contados a partir do vencimento do crédito para pagamento einterrompido com o despacho que ordena a citação. Precedentes.2. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento dofeito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado doEspírito Santo (CREA/ES) interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança damulta administrativa veiculada na Execução Fiscal proposta pelo Apelante.Aduziu, em síntese, o prazo vintenário para a cobrança executiva de multaadministrativa e, ainda, a inaplicabilidade do art. 40, §4º, da Lei nº 6830/80, dada airretroatividade. Nesse sentido, sustentou a impossibilidade de pronunciamentoda prescrição, uma vez que não teria transcorrido o prazo preclusivo. Peloexposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, oprosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 1.8.2000para a cobrança de multaadministrativa cujo débito era equivalente, à época, ao valor de R$ 337,76(trezentos e trinta e sete reais e setenta e seis centavos).Pois bem.Em primeiro lugar, o C. STJ possui entendimento consolidado no sentido de queo prazo prescricional para a cobrança executiva de multa administrativa é de 5(cinco) anos, contados a partir do vencimento do crédito para pagamento. Alémdisso, a Corte firmou a orientação de que o referido prazo preclusivo éinterrompido com o despacho que ordena a citação e, ainda, que é plenamenteviável o reconhecimento de eventual prescrição intercorrente a partir daí. Ilustrativamente, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃOFISCAL. CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS E MULTAS ADMINISTRATIVAS.CITAÇÃO POR EDITAL. AUSÊNCIA DE NOMEAÇÃO DE CURADOR

167 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 174: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ESPECIAL. POSTERIOR COMPARECIMENTO DO RÉU. NULIDADE.INOCORRÊNCIA. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO.SOLIDARIEDADE. REPERCUSSÃO DO EFEITO INTERRUPTIVOSOBRE OS DEMAIS DEVEDORES. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. NÃO COMPROVAÇÃO DA ATUAÇÃO DESIDIOSADA FAZENDA PÚBLICA. INEXISTÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Cuida-se de execução fiscal ajuizada em 2001, com a finalidade de cobrarcréditos de IPTU e taxa de limpeza pública referentes aos exercícios de 1998 a2000, bem como multas administrativas vencidas em 1997 e 1998. O despacho decitação foi proferido em 23.11.2001.Frustrados os demais meios citatórios, a comunicação processual do executadorealizou-se por meio de edital em 03.06.2003, sem que fosse nomeado curadorespecial para defendê-lo. Em 18.11.2005, a Fazenda Municipal incluiu os demaiscoproprietários no polo passivo da demanda, os quais foram citados apenas em13.09.2007.Posteriormente, houve oferecimento de objeção de pré-executividade pelodevedor anteriormente citado por edital e pelos demais executados, em quebuscam o reconhecimento da nulidade da citação editalícia e a prescrição da açãoexecutiva.2. A falta de nomeação de curador especial não invalida imediatamente a citaçãoeditalícia, mas acarreta a nulidade do processo, nos casos em que haja prejuízopara a defesa do executado.Daí porque a aludida providência apenas é exigida nas hipóteses em que ele não semanifesta nos autos. Correta interpretação da Súmula 196/STJ. No caso, além docomparecimento espontâneo do devedor, não houve o alegado prejuízo, pois,com o aditamento da inicial e o novo termo de penhora, reabriu-se o prazo paraoferecimento dos embargos à execução, sendo proporcionada ao executado amplaoportunidade para discutir o título exequendo.3. Quanto aos créditos tributários, a citação por edital interrompe a prescrição,seguindo-se a sistemática adotada pelo STJ no julgamento do REsp 999901/RS,Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao art.543-C, do CPC. Dessarte, deve-se considerar que o prazo prescricional foiinterrompido em 03.06.2003, data em que fora realizada a citação editalícia, a teorda interpretação sistemática do art. 8º, § 2º, da Lei nº 6.830/80, em combinaçãocom o art. 219, § 4º, do CPC e com o art. 174 e seu parágrafo único do CTN, esseúltimo dispositivo com a redação anterior à LC 118/05.4. Havendo solidariedade passiva pela quantia cobrada em juízo, aplica-se odisposto no art. 125, III, do CTN, o qual estabelece que a interrupção do prazoprescricional em relação a um dos executados também atinge os demaisdevedores.5. No tocante à multa administrativa, a jurisprudência desta Corte temreconhecido que é de cinco anos o prazo para a execução fiscal, nos termosdo Decreto n.º 20.910/32, o qual deve ser aplicado por isonomia, à falta deregra específica para regular esse prazo prescricional. Nesse caso, o termoinicial da prescrição dá-se com o vencimento do crédito sem pagamento,quando se torna inadimplente o administrado infrator. Precedentes.6. A interrupção da prescrição das multas administrativas ocorre com odespacho citatório, já que o regime a ser adotado com relação ao aludidoefeito não é o do Código Tributário Nacional, mas o previsto no art. 8, § 2º,da Lei 6.830/80.7. No que diz respeito à solidariedade para pagar as multas administrativas, nãoincidindo a norma prevista no art. 125, III, do CTN, por abranger apenas osdébitos tributários, deve-se aplicar o art. 204, § 2º, do Código Civil, o qual veiculanorma similar, ao prever que a interrupção da prescrição efetuada contra odevedor solidário envolve os demais codevedores.8. Tratando-se de multas administrativas vencidas em 27.02.1997 e 07.10.1998 ecom despacho citatório proferido em 23.11.2001, não se atingiu o lustroprescricional.9. Quanto à prescrição intercorrente da execução fiscal, esta Corte apenas areconhece se estiverem presentes os seguintes pressupostos: transcurso doquinquídeo legal e a comprovação de que o feito teria ficado paralisado poresse período por desídia do exequente.10. Considerando os elementos fático-probatórios fixados pela Corte de origem -que não podem ser revistos pela instância extraordinária, em razão do óbice daSúmula 07/STJ - não há que se falar em prescrição intercorrente, ante a ausênciada comprovação da desídia ou do abandono processual da Fazenda Pública.11. Recurso especial não provido.(REsp 1164558/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,julgado em 09/03/2010, DJe 22/03/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. MULTA. SUNAB. PRAZOPRESCRICIONAL.1. Inexistindo regra específica sobre prescrição, deverá o operador jurídicovaler-se da analogia e dos princípio gerais do direito como técnica de integração, jáque a imprescritibilidade é exceção somente aceita por expressa previsão legal ouconstitucional.2. O prazo prescricional para a cobrança de multa administrativa é de cincoanos.3. As hipóteses em que transcorreu o prazo prescricional, contado da decisão queordenou o arquivamento dos autos da execução fiscal por não haver sido

localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, estão sob a disciplina doart. 40, § 4º, do Código Tributário Nacional.4. Tendo a execução fiscal permanecido suspensa por mais de sete anos,sem ao menos ter sido efetivada a citação, ocorreu a prescriçãointercorrente, já que o prazo teve início quando do despacho que ordenou oarquivamento (24.10.00).5. Recurso especial não provido.(REsp 1026725/PE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,julgado em 15/05/2008, DJe 28/05/2008)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – VIOLAÇÃO AO ART. 535DO CPC NÃO CONFIGURADA - AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOSENSEJADORES DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS - EXECUÇÃOFISCAL – COBRANÇA DE MULTA PELO ESTADO – PRESCRIÇÃO –RELAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO – CRÉDITO DE NATUREZAADMINISTRATIVA – INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO CIVIL E DOCTN – DECRETO 20.910/32 – PRINCÍPIO DA SIMETRIA - DÉBITO DEPEQUENO VALOR - ARQUIVAMENTO - ART. 20 DA LEI N. 10522/2002- SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO - INEXISTÊNCIA - FEITOPARALISADO POR MAIS DE CINCO ANOS - PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE – AUSÊNCIA DE DESÍDIA POR PARTE DAEXEQUENTE - REEXAME DE PROVAS - IMPOSSIBILIDADE -PRECEDENTES.1. Não há omissão em acórdão que, apreciando explicitamente as questõessuscitadas, decide a controvérsia de forma contrária àquela desejada pelarecorrente.2. Se a relação que deu origem ao crédito em cobrança tem assento no DireitoPúblico, não tem aplicação a prescrição constante do Código Civil.3. Uma vez que a exigência dos valores cobrados a título de multa temnascedouro num vínculo de natureza administrativa, não representando,por isso, a exigência de crédito tributário, afasta-se do tratamento damatéria a disciplina jurídica do CTN.4. Incidência, na espécie, do Decreto 20.910/32, porque à AdministraçãoPública, na cobrança de seus créditos, deve-se impor a mesma restriçãoaplicada ao administrado no que se refere às dívidas passivas daquela.Aplicação do princípio da igualdade, corolário do princípio da simetria.5. O arquivamento sem baixa das execuções fiscais inferiores a R$ 2.500,00 (doismil e quinhentos reais), nos termos do art. 20 da Lei n. 10.522/02, não causasuspensão do prazo prescricional para a cobrança de débito tributário, tendo emvista caber somente a lei complementar dispor sobre esse instituto.6. A paralisação do feito por mais de cinco anos autoriza a decretação daprescrição intercorrente, após a ouvida da Fazenda Pública, a teor dodisposto no art. 40, § 4º, da Lei 6.830/80.7. Verificar se a paralisação do feito decorreu por desídia da exequente ou pormotivos inerentes ao mecanismo da Justiça, na presente hipótese, implicareexaminar o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que é vedado emsede de recurso especial, a teor do disposto na Súmula 07 STJ.8. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, não provido.(REsp 1057477/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 04/09/2008, DJe 02/10/2008)

Nessa linha, conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,configura-se a prescrição intercorrente em matéria tributária quando o feitopermanecer paralisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nessesentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feitopermanecer paralisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2.É prescindível a intimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamentofoi formulado pela própria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min.Eliana Calmon (DJe 1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag1107500/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que aFazenda Pública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se ademora na citação da executada (ou responsável tributário) ocorreu porfatos alheios à vontade da credora não há que se decretar a prescrição docrédito tributário. 2. Precedentes: AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min.Herman Benjamin, julgado em 20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. ArnaldoEsteves Lima, Quinta Turma, julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp827.948/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Terceira Turma, julgado em21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp

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Page 175: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidadede intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensãodo processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretadoharmonicamente com o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deveprevalecer em caso de colidência entre as referidas lei. Isso, porque éprincípio de direito público que a prescrição e a decadência tributárias sãomatérias reservadas à lei complementar, segundo prescreve o artigo 146,III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parteinteressada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondosegurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescrição indefinidaafronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão daexecução por ela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qualdecorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: Em execução fiscal, nãolocalizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo oqual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses dearquivamento do feito executivo, sem baixa na distribuição, previstas peloart. 20 da MP 2095/2001, posteriormente convertida na Lei 10.522/2002,aplicando-se o sedimentado entendimento desta Corte Superior segundo oqual "se o processo executivo fiscal ficou paralisado por mais de cincoanos, especialmente porque o exeqüente permaneceu silente, deve serreconhecida a prescrição suscitada pelo devedor". Precedentes: AgRg noREsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe 01/10/2008; REsp n.º773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS, DJU de18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.

12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão dodisposto no art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor dodébito. Assim, transcorridos mais de cinco anos sem manifestação daexequente, cabível o reconhecimento da prescrição intercorrente, eis que oreferido dispositivo legal deve ser interpretado conjuntamente com o art. 40da Lei n. 6.830/80. Sobre o tema, esta Corte já se manifestou em sede derecurso repetitivo, na forma do art. 543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar deofício a prescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por elemesmo solicitada, bem como o arquivamento do feito executivo,decorrência automática do transcurso do prazo de suspensão e termoinicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-seapós findado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando nãoencontrado o devedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula314 do STJ assim dispõe: "Em execução fiscal, não localizados benspenhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição quinquenal intercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

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Page 176: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido deque, nos termos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrentese inicia após um ano da suspensão da execução fiscal quando nãolocalizados bens penhoráveis do devedor. Assim, o arquivamento do feitose opera de forma automática após o transcurso de um ano, sendodesnecessária a intimação da Fazenda Pública já ciente da suspensão daexecução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP, Rel. Ministro LuizFux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG, Rel. MinistroCastro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por elasolicitada revela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato dearquivamento, o qual decorre do transcurso do prazo de um ano desuspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Emexecução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processopor um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que aprescrição indefinida afronta os princípios informadores do sistematributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.Por fim, importante ressaltar a plena incidência do art. 40, §4º, da Lei nº 6.830/80,incluído pela Lei nº 11.051/04, uma vez que se trata de norma processual e,portanto, aplicável a todas as execuções já em curso. Veja-se:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL –PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – DECRETAÇÃO EX OFFICIO –POSSIBILIDADE – PRÉVIA OITIVA DA FAZENDA PÚBLICA – ART. 40,§ 4º DA LEI 6.830/80 (REDAÇÃO DA LEI 11.051/2004) – NORMA DEDIREITO PROCESSUAL – APLICAÇÃO AOS FEITOS AJUIZADOSANTES DE SUA VIGÊNCIA - OMISSÃO - ABORDAGEM EXPRESSA –INEXISTÊNCIA. 1. Havendo abordagem expressa sobre a tese devolvida àCorte Regional, inexiste omissão sanável por intermédio de embargos dedeclaração. 2. Na execução fiscal, interrompida a prescrição com a citação pessoale não havendo bens a penhorar, pode a Fazenda Pública valer-se do art. 40 daLEF para suspender o processo pelo prazo de um ano, ao término do qualrecomeça a fluir a contagem até que se complete cinco anos, caso permaneçainerte a exeqüente durante esse período. 3. Predomina na jurisprudênciadominante desta Corte o entendimento de que, na execução fiscal, a partirda Lei 11.051/04, que acrescentou o § 4º ao artigo 40 da Lei 6.830/80, pode

o juiz decretar, de ofício, a prescrição, após ouvida a Fazenda Públicaexeqüente. 4. Tratando-se de norma de direito processual, a sua incidênciaé imediata, aplicando-se, portanto, às execuções em curso. 5. O novo art. 219, §5º, do CPC não revogou o art. 40, § 4º, da LEF, nos termos do art. 2º, § 2º, daLICC. 6. Recurso especial provido. (REsp 1034251/RS, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/11/2008, DJe 15/12/2008)

No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.De fato, o processo foi suspenso em 7.7.2001, fls. 11, assim compreendida a datado deferimento do pedido de paralisação do processo formulado pelo próprioExequente, fls. 10. Na sequência, o arquivamento provisório da via executiva –termo a quo contagem do prazo prescricional – teve início 7.7.2002, haja vista otranscurso de 1 (um) ano do início da suspensão, sem movimentação processual.Ainda que assim não fosse, foi determinado o arquivamento provisória dademanda, consoante certidão de fls. 11.Em assim sendo, diante da inércia do impulsionamento do feito, foi prolatada a r.sentença recorrida, da qual o Conselho Exequente teve ciência em 13.9.2010.Dessa forma, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada acontumácia da mesma, fato que confirma a correção do pronunciamento daprescrição intercorrente no caso em análise.Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

57- Apelação Civel Nº 30100092821LINHARES - 3ª VARA CÍVEL FAZENDA E REG PÚBLICOSAPTE ESTADO DO ESÍRITO SANTO Advogado(a) JAIR CORTEZ MONTOVANI FILHOAPDO ELISEU CARVALHO AGUM FILHO Advogado(a) ELISEU CARVALHO AGUM FILHORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 30100092821

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR JAIR CORTEZ MONTOVANI FILHORECORRIDO: ELISEU CARVALHO AGUM FILHOADVOGADO: REQUERIDO EM CAUSA PRÓPRIAMAGISTRADO: CRISTINA ELLER PIMENTA BERNARDO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.DEFENSOR DATIVO. APRECIAÇÃO EQUITATIVA. REDUÇÃO.NECESSIDADE. MULTA. PARÁGRAFO ÚNICO, ART. 740, CPC.AFASTAMENTO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. Compete ao Estado arcar com os honorários advocatícios ao defensor dativo,nomeado pelo juiz, quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública naComarca. Precedentes.2. A fixação dos honorários advocatícios em desfavor da Fazenda Pública deve serfeita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciação equitativa do magistradoe não se vincula aos limites percentuais previstos no §3º, do mesmo dispositivo.Precedentes.3. É inadmissível a aplicação da multa prevista no art. 740, parágrafo único, CPCquando os Embargos à Execução opostos pelo Estado não forem protelatórios.Precedente.4. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs Apelação Cível por inconformadocom a r. sentença que julgou parcialmente procedentes os Embargos à Execuçãoopostos pelo mesmo, mantendo a sua condenação ao pagamento de honoráriosadvocatícios ao defensor dativo nomeado pelo juízo para atuação na Ação Penal,no importe de 40 (quarenta) URHs para cada um dos defensores dativosnomeados pelo juízo, bem como multa por embargos protelatórios (art. 740,parágrafo único, CPC). Aduziu, em síntese: (i) a impossibilidade de condenação do Estado ao pagamentoda verba honorária; (ii) o descabimento da multa, dada a relevância e coerência da

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impugnação. Além disso, pugnou pela aplicação do convênio celebrado entre aDefensoria Pública Estadual, a OAB/ES e o Tribunal de Justiça do Estado doEspírito Santo em 28.05.2009 ou, subsidiariamente, do convênio existente naJustiça Federal sobre a matéria. Nesses termos, requereu o provimento do recursocom a reforma do julgado e o afastamento ou, na eventualidade de o pedido nãoser acolhido, a redução dos honorários advocatícios.Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

2.1. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSOR DATIVO.

A controvérsia consiste no valor dos honorários advocatícios arbitrado em favorde defensor dativo nomeado pelo juízo.Muito bem.Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, compete ao Estadoarcar com os honorários advocatícios ao defensor dativo, nomeado pelo juiz,quando inexistente ou insuficiente a defensoria pública na Comarca. Nessa linha, aCorte sedimentou a orientação de que a sentença que fixa a verba honorária emprocesso no qual atuou o defensor dativo faz título executivo judicial, em face dacerteza, liquidez e exigibilidade da obrigação, sendo oponível em face do Estado.Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. NOMEAÇÃO DEDEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO DO ESTADO NO PAGAMENTODOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. POSSIBILIDADE. DEFENSORIAPÚBLICA. AUSENTE.1. Deve o Estado arcar com o pagamento de honorários advocatícios ao defensordativo, nomeado pelo juiz ao réu juridicamente necessitado, quando inexistente ouinsuficiente Defensoria Pública na respectiva Comarca.2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 685.788/MA, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em05/03/2009, DJe 07/04/2009)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVOEM PROCESSO CRIMINAL. SENTENÇA QUE FIXA VERBAHONORÁRIA. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 1. Não se vislumbra aocorrência de nenhum dos vícios elencados no art. 535 do CPC a reclamar aanulação do julgado, pelo que se afasta a preliminar de nulidade do julgado a quo.2. O aresto recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência pacíficadesta Corte, no sentido de que "os honorários fixados em favor do defensordativo, na sentença do processo em que foi nomeado para atuar, podem sercobrados por meio de execução contra o Estado." (REsp 935187/ES, Rel. Min.Castro Meira, Segunda Turma, DJ 20.09.2007). Precedentes. 3. Registro, poroportuno, que na ocasião do julgamento do REsp 893342/ES, Rel. Min. JoséDelgado, Primeira Turma, DJ de 02.04.07, processo semelhante ao que ora seexamina, decidiu-se pela inexistência de violação do art. 472 do CPC em caso deexecução de título judicial que arbitra verba honorária em favor de defensordativo que atuou em processo criminal. A uma, porque "a condenação emhonorários (para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é oautor da ação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados osprincípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu". A duas,porque "há expressa previsão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB),que assegura que o ente federado deve suportar o pagamento da verba honoráriana impossibilidade de prestação de serviço no local por parte da DefensoriaPública". 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não-provido.(REsp 871.543/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 22/08/2008)

EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO EMHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ÔNUS DO ESTADO. I - O advogadonomeado defensor dativo, em processos em que figure como parte pessoaeconomicamente necessitada, faz jus a honorários, cabendo à Fazenda o ônuspelo pagamento. Precedentes: REsp nº 493.003/RS, Rel. Min. JOÃO OTÁVIODE NORONHA, DJ de 14/08/06; REsp nº 602.005/RS, Rel. Min. LUIZ FUX,DJ de 26/04/04; RMS nº 8.713/MS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO,DJ de 19/05/03 e AgRg no REsp nº 159.974/MG, Rel. Min. FRANCISCOFALCÃO, DJ de 15/12/03. II - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1041532/ES, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 05/06/2008, DJe 25/06/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. ATUAÇÃO COMO DEFENSOR DATIVO.INEXISTÊNCIA DE DEFENSORIA PÚBLICA OU QUADROINSUFICIENTE AO ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS FIXADOS POR SENTENÇA. TÍTULO EXECUTIVOJUDICIAL. CABIMENTO. PRECEDENTES. MATÉRIA DE CUNHOCONSTITUCIONAL EXAMINADA NO TRIBUNAL A QUO.IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DO APELO EXCEPCIONAL. 1.

Agravo regimental interposto pelo Estado de Minas Gerais contra decisão quenegou provimento a agravo de instrumento com base na jurisprudência do STJ. 2.É firme o entendimento desta Corte de que, nos termos do § 1º do art. 22 da Lein. 8.906/94, o advogado que atuar como assistente judiciário de pessoasnecessitadas, quando inexistente ou insuficiente a Defensoria Pública no local daprestação do serviço, faz jus aos honorários fixados pelo juiz e pagos pelo Estado,segundo os valores da tabela da OAB. 3. A jurisprudência deste Sodalício épacífica no sentido de que a sentença que fixa a verba honorária em processo noqual atuou o defensor dativo faz título executivo judicial certo, líquido e exigível.4. Precedentes: REsp n. 893.342/ES, Primeira Turma, DJ de 02/04/2007; AgRgnos EDcl nos EDcl no REsp n. 840.935/SC, Primeira Turma, DJ de 15/02/2007;REsp n. 493.003/RS, Segunda Turma, DJ de 14/08/2006; REsp n. 686.143/RS,Segunda Turma, DJ de 28/11/2005; REsp n. 296.886/SE, Quarta Turma, DJ de01/02/2005; EDcl no Ag n. 502.054/RS, Primeira Turma, DJ de 10/05/2004;REsp n. 602.005/RS, Primeira Turma, DJ de 26/04/2004; AgRg no REsp n.159.974/MG, Primeira Turma, DJ de 15/12/2003; REsp n. 540.965/RS, PrimeiraTurma, DJ de 24/11/2003; RMS n. 8.713/MS, Sexta Turma, DJ de 19.05.2003;REsp n. 297.876/SE, Sexta Turma, DJ de 05.08.2002). 5. Além disso, quanto àalegação de que o direito da defensora dativa deveria ter sido pleiteadoinicialmente na esfera administrativa não pode ser analisada nesta sede recursal,uma vez que o Tribunal de origem, ao se manifestar no sentido da desnecessidadede exaurimento da via administrativa, apreciou a matéria sob o enfoqueeminentemente constitucional, o que afasta a possibilidade de revisão de talentendimento, sob pena de se usurpar a competência do egrégio STF. 6. Agravoregimental não-provido. (AgRg no Ag 924.663/MG, Rel. Ministro JOSÉDELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/04/2008, DJe 24/04/2008)

Ressalto, inclusive, precedente daquela Corte que examinou Recurso Especialmanejado pelo próprio Estado do Espírito Santo sob os mesmos argumentos, emcaso análogo:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SENTENÇA PENAL QUEIMPÔS PAGAMENTO DE VERBA ADVOCATÍCIA, PELO ESTADO, ADEFENSOR DATIVO. ART. 472 DO CPC. OFENSA À COISA JULGADANÃO-CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. LEI8.906/94, ART. 22. 1. Tratam os autos de agravo manejado pelo Estado doEspírito Santo contra decisão monocrática que negou seguimento à apelação,mantendo sentença que assegurou ao agravado (Pedro Jader da CostaNascimento) o direito de receber honorários advocatícios, arbitrados no bojo deação penal, decorrente da sua atuação como defensor dativo na Comarca deLinhares. O TJES negou provimento ao agravo. Recurso especial do ente estatalapontando negativa de vigência do art. 472 do CPC. Defende, em suma, que nãofez parte da relação processual do feito criminal em que foi proferida a sentençaexecutada. Assim, em face dos limites subjetivos da coisa julgada, o títuloexecutivo não é eficaz em relação a sua pessoa, pois necessária sua integraçãoanterior à lide condenatória. Sem contra-razões. 2. A norma posta no art. 472 doCPC regula o regime jurídico dos limites subjetivos da coisa julgada no processocivil individual, isto é, as pessoas que são atingidas pela autoridade da coisa julgadaproveniente de sentença de mérito transitada em julgado (Código de ProcessoCivil Comentado e Legislação Extravagante, Nelson Nery Junior e Rosa Maria deAndrade Nery, 9ª ed. , RT, P. 617). 3. O caso presente não revela hipótese queobriga terceiro estranho à lide. Conforme relatado, a condenação em honorários(para defensor dativo) se deu em sentença penal, na qual o Estado é o autor daação e, ainda, o responsável pela garantia de que são observados os princípiosconstitucionais da ampla defesa e do contraditório ao réu. Além disso, há expressaprevisão no art. 22, § 1º, da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), que assegura que oente federado deve suportar o pagamento da verba honorária na impossibilidadede prestação de serviço no local por parte da Defensoria Pública. 4. Ausência deviolação do art. 472 do CPC. 5. Recurso especial não-provido. (REsp 893.342/ES,Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/03/2007,DJ 02/04/2007 p. 258)

No caso em julgamento, o advogado da parte, ora Recorrido, foi nomeado pelojuízo de origem como defensor dativo, haja vista a “falta de Defensor Públicopara atuar neste juizado”, nos termos da r. decisão de fls. 7 dos autos em anexo.Nesse contexto, na r. sentença objurgada, foram arbitrados honoráriosadvocatícios em seu favor dos mesmos no valor equivalente a 40 (quarenta)URH’s, com valor de R$ 48,00 (quarenta e oito reais), montante equivalente a R$1.920,00 (mil novecentos e vinte reais) , a serem suportados pelo Estado doEspírito Santo. Vejamos a análise do quantum.Em verdade, o Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimentoconsolidado no sentido de que a fixação dos honorários advocatícios em desfavordo Estado deve ser feita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciaçãoequitativa do magistrado. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS –POSSIBILIDADE DE REVISÃO QUANDO O VALOR É EXORBITANTEOU IRRISÓRIO – MAJORAÇÃO DA VERBA EM PATAMAR INFERIOR A10% – POSSIBILIDADE.1. O art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil é expresso ao estabelecer que, nascausas em que for vencida a Fazenda Pública, o magistrado deve arbitrar os

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honorários advocatícios conforme sua apreciação equitativa, observados oscontornos inscritos no § 3º do referido dispositivo legal, que estabelece que afixação da verba honorária deverá atender ao grau de zelo do profissional, o lugarda prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizadopelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.2. Dessarte, no caso, a verba honorária pode ser fixada em percentual inferior aomínimo indicado no § 3º do artigo 20 do Código de Processo Civil, a teor do quedispõe o § 4º daquele Artigo, porquanto esse dispositivo processual não fazqualquer referência ao limite a que se deve restringir o julgador quando doarbitramento.Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1150156/SP, Rel. MinistroHUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe07/12/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IRPJ, IRRF ECSLL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. EXTINÇÃO SEM EXAME DOMÉRITO. COISA JULGADA. PRÉVIO AJUIZAMENTO DE AÇÃODECLARATÓRIA CUMULADA COM ANULATÓRIA DE DÉBITOFISCAL QUESTIONANDO OS MESMOS CRÉDITOS. MODIFICAÇÃODA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA COM FUNDAMENTO NA COISAJULGADA DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. NULIDADE DE CDA.EXTINÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA. REPROPOSITURA DA AÇÃOEXECUTIVA COM BASE EM NOVA CDA. NÃO CABIMENTO.MODIFICAÇÃO DA CDA PELA SUPERVENIÊNCIA DE COISAJULGADA. INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 203 DO CTN E ART. 2º, § 8ºDA LEI Nº 6.830/1980. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.CONTRARIEDADE AOS §§ 3º E 4º DO CPC. CONDENAÇÃO DAFAZENDA PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE LIMITES PARA A FIXAÇÃODE HONORÁRIOS PELO JUIZ. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DOSHONORÁRIOS FIXADOS NO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA Nº 7 DOSTJ. SÚMULA Nº 389 DO STF.1. A inscrição da dívida ativa somente gera presunção de liquidez e certeza, naforma dos arts. 202 e 203 do CTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80, conquantocontenha todas as exigências legais, inclusive, na forma da indicação da naturezado débito e de sua fundamentação legal, bem como os cálculos de juros e decorreção monetária, porquanto a ratio essendi dos dispositivos tem como escopoatribuir à CDA a exatidão inerente aos títulos de crédito, e conferem ao executadoelementos para opor embargos, obstando execuções arbitrárias.2. A ação declaratória antecedente à execução fiscal que versa acerca do mesmocrédito exeqüendo encerra prejudicialidade em relação aos embargos do executadoe à execução, por isso que acolhida, apresenta a mesma eficácia do julgamento quereconhece o excesso da execução e impõe a emenda da CDA.3. A Fazenda Pública, como é cediço, pode substituir ou emendar a Certidão deDívida Ativa até a prolação da sentença, ante o teor do artigo 2º, § 8º, da Lei6.830/80, não sendo possível o indeferimento liminar da inicial do processoexecutivo, por nulidade da CDA, antes de se possibilitar à exequente a supressãodo defeito detectado no título executivo (Precedentes do STJ: AgRg nos EDcl noAg 911.736/RS, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 31.03.2008;e REsp 837.250/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de14.03.2007), sendo certo que não é essa a hipótese dos autos.4. In casu, o prévio julgamento da ação declaratória cumulada com anulatória dedébito fiscal, processada paralelamente, constituiu coisa julgada sobre o direitomaterial debatido nos embargos à execução fiscal, que originaram o presenterecurso especial, importando a invalidação superveniente de parte do títuloexecutivo embasador da execução fiscal e não do lançamento tributário inteiro,veículo introdutor de norma individual e concreta constitutiva do créditotributário.5. Deveras, a sentença dos embargos à execução, mantida pelo acórdão do TRFda 4ª Região, extinguiu os embargos sem exame do mérito, atendo-se à coisajulgada material da ação de conhecimento previamente ajuizada, restandoincólume o ato administrativo do lançamento referente aos créditos tributáriosmantidos pela decisão da ação declaratória cumulada com anulatória de débitofiscal.Consectariamente, a substituição da CDA, determinada após a prolação dasentença nos autos da ação de embargos, representou o necessário ajuste do títuloexecutivo, que consubstancia o crédito tributário exigido, à realidade dos fatos(recomposição do fato gerador da obrigação pelas provas apuradas pelo Fisco),com fulcro na coisa julgada, inexistindo qualquer ofensa aos arts. 202 e 203 doCTN e 2º, § 8º da Lei nº 6.830/80.6. O § 4º do art. 20 do CPC estabelece a fixação dos honorários de formaeqüitativa pelo juiz, não impondo limites mínimo e máximo para o respectivoquantum.7. Deveras, a revisão do critério adotado pela Corte de origem, para a fixação doshonorários, encontra óbice na Súmula 07 do STJ. No mesmo sentido, oentendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação dehonorários de advogado, em complemento da condenação, depende dascircunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário." (Súmula389/STF). Precedentes da Corte: REsp 779.524/DF, DJU de 06.04.2006; REsp726.442/RJ, DJU de 06.03.2006; AgRg nos EDcl no REsp 724.092/PR, DJU de01.02.2006.

8. Recurso Especial a que se nega provimento. (REsp 855.917/RS, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2008, DJe 15/12/2008)

E, ainda: REsp 862.502/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,PRIMEIRATURMA, julgado em 10/10/2006, DJ 26/10/2006 p. 268; AgRg no REsp1026406/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em06/08/2009, DJe 14/08/2009.

Nessa linha, considerando as particularidades atinentes ao caso concreto,sobretudo em razão da simplicidade da demanda e da sua expressão econômica(extinção da punibilidade por renúncia ao direito de representação em JuizadoEspecial Criminal), assim como pela atuação do advogado nos autos, verifico anecessidade de redução da referida verba, mormente para garantir a razoabilidadenecessária ao arbitramento da quantia. Dessa forma, fixo o valor de R$ 300,00(trezentos reais), a título de honorários advocatícios, arbitrados equitativamentecom base nas circunstâncias inerentes ao caso em análise.Por fim, importante esclarecer que o convênio firmado entre a Defensoria PúblicaEstadual, a OAB/ES e este Egrégio Tribunal de Justiça, cuja aplicação foravindicado pelo Recorrente e no qual havia a previsão de valores dos honoráriosadvocatícios devidos aos defensores ad hoc para cada tipo de demanda foidenunciado pela OAB/ES em 19.2.2010, razão pela qual se mostra inaplicável.Logo, o capítulo da r. sentença objeto do presente recurso deve ser reformado,para adequá-lo aos parâmetros estabelecidos na jurisprudência.

2.2. MULTA. ART. 740, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC.

Por fim, o Estado do Espírito Santo questionou a aplicação da multa prevista noparágrafo único do art. 740, CPC, o qual dispõe:

Art. 740 (omissis)Parágrafo único. No caso de embargos manifestamente protelatórios, o juizimporá, em favor do exeqüente, multa ao embargante em valor não superior a20% (vinte por cento) do valor em execução.

Não obstante, pela análise da demanda, não há como subsistir a incidência dareferida penalidade ao caso em comento. De fato, o próprio juízo a quoreconheceu a procedência parcial dos Embargos opostos pelo Estado,relativamente à incidência dos juros de mora.Ademais, a coerência dos argumentos apresentados pelo Apelante quanto ao valorexcessivo da verba honorária devida pelo mesmo ratifica a impossibilidade deaplicação da referida multa. Os Embargos não são, definitivamente, protelatórios,motivo pelo qual há que ser afastada a penalidade.Nessa linha:

PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO. RECOLHIMENTOEXTEMPORÂNEO DAS CUSTAS INICIAIS. NECESSIDADE DEINTIMAÇÃO PESSOAL DO AUTOR. RECURSO IMPROVIDO.APELAÇÃO CIVIL. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOSADVOCATÍCIOS. CONDIÇÕES SUSPENSIVAS. EXIGIBILIDADE DOTÍTULO EXTRAJUDICIAL. MULTA DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART.740 DO CPC. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO.SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1) Aextinção do processo sem julgamento do mérito, em razão do não pagamento dascustas na distribuição, depende da inércia da parte após ter sido intimadapessoalmente para o recolhimento. Agravo retido improvido. 2) Ocorrendo ascondições suspensivas previstas no contrato de prestação de serviços advocatíciospara a exigibilidade dos honorários convencionados, o contrato - títuloextrajudicial - torna a obrigação certa, líquida e exigível (art. 586 do CPC). 3) Nãohá sefalar em intuito protelatório dos embargos à execução, para fins de aplicaçãoda multa do parágrafo único do art. 740 do CPC, quando comprovado que houveexcesso da execução pelo índice aplicado para a atualização do crédito. 4) Mesmoque os demais fundamentos lançados sejam improcedentes, não se reputamanifestamente protelatório os embargos que obtêm êxito em reduzir o valorexequendo. 5) Deve ser reconhecida a sucumbência mínima, na forma doparágrafo único do art. 21 do CPC, quando a parte for vencida apenas quanto aoíndice aplicável para a correção do crédito exequendo. Recurso parcialmenteprovido. (TJES, Classe: Apelação Civel, 24070329016, Relator: JOSÉ PAULOCALMON NOGUEIRA DA GAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 15/03/2011, Data da Publicação no Diário:30/03/2011)

Em assim sendo, ACOLHO o argumento apresentado pelo Estado.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, parareduzir os honorários advocatícios devidos ao ora Recorrido ao montante de R$300,00 (trezentos reais) e afastar a multa prevista no art. 740, parágrafo único,CPC, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 6 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

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58- Apelação Civel Nº 35100930797VILA VELHA - VARA DA FAZENDA ESTADUAL REG PUBAPTE COMPANHIA DE TRANSPORTES URBANOS DA GRANDEVITORIA CETURB GV Advogado(a) KAMILLA ANICIO MACIELAdvogado(a) LUCIANO KELLY DO NASCIMENTOAPDO WAGNER RODRIGUES VALADÃO Advogado(a) RENATO DEL SILVA AUGUSTORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 35100930797 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: CETURB GVADVOGADO: PROCURADORA KAMILLA ANICIO MACIEL E OUTRORECORRIDO: WAGNER RODRIGUES VALADÃOADVOGADO: RENATO DEL SILVA AUGUSTOMAGISTRADO: GUSTAVO ZAGO RABELO

DECISÃO MONOCRÁTICAEMENTA. ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. REINCIDÊNCIA. APREENSÃO DO VEÍCULO.REGULARIDADE. RECURSO PROVIDO.1. A reiteração da prática de transporte irregular de passageiros, aliada à existênciade débito relativo à multa já aplicada, caracteriza a infração descrita no Artigo 230,inciso V, do CTB, que prevê a aplicação de nova multa e a apreensão do veículo.2. Se for constatado o transporte irregular pela primeira vez, o veículo deve serretido e sua liberação não pode ser condicionada ao pagamento de multas. Se, poroutro lado, for constatada a reiteração do transporte irregular, então o veículo seráapreendido e sua liberação pode ser condicionada ao pagamento de multa.3. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (CETURB) interpôsApelação Cível por inconformada com a r. sentença que julgou parcialmenteprocedentes os pedidos formulados pelo ora Recorrido, para determinar aliberação do veículo apreendido em razão da realização de transporte irregular depassageiros, independentemente do pagamento de multa e despesas. Aduziu, em síntese, o julgamento extra petita, por não haver pedido de restituiçãodos valores relativos às despesas com a remoção do veículo e, quanto ao mérito,afirmou a regularidade da autuação, motivo pelo qual deve ser reformada a r.sentença. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência dos Tribunais Superiores e deste E. Tribunal deJustiça.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia diz respeito à autuação de trânsito relativa ao transporte irregularde passageiros. Pois bem.A Egrégia Quarta Câmara Cível deste Tribunal de Justiça consolidou oentendimento de que:PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL E EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557 DO CPC. NÍTIDOPROPÓSITO INFRINGENTE. NÃO CABIMENTO. FUNGIBILIDADERECURSAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO INTERNO.POSSIBILIDADE. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DAJURISPRUDÊNCIA. DISSIDIO JURISPRUDENCIAL ULTRAPASSADO.PRECEDENTE COM EFICÁCIA NORMATIVA (VINCULANTE).RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. APREENSÃO ERETENÇÃO. DISTINÇÃO LEGAL. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. MEDIDA ADMINISTRATIVA DE RETENÇÃO.APLICABILIDADE. LIBERAÇÃO DO VEÍCULO. CONDICIONAMENTOAO PAGAMENTO DE MULTAS. IMPOSSIBILIDADE. BUSCA EAPREENSÃO DE VEÍCULO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Incabíveis o AgravoRegimental, previsto no artigo 201 do RITJES, e os Embargos de Declaraçãoquando apresentam o nítido propósito de modificar decisão monocrática previstano artigo 557 do CPC. Em decorrência do princípio da unicidade ou singularidaderecursal, o recurso cabível, no caso, é o Agravo Interno, previsto no artigo 557,§1º do Código de Processo Civil. 2. Tanto o Agravo Regimental quanto osEmbargos de Declaração podem ser recebidos como agravo interno comfundamento na fungibilidade recursal. Precedentes do STF e do STJ. 3. Oprecedente do STJ em recurso representativo da controvérsia é vinculante para osTribunais de Justiça, que são obrigados a utilizá-lo na fundamentação das futurasdecisões. Os Tribunais de Justiça podem, inclusive, retratar-se de julgamentoanterior, sendo claro o efeito vinculante do precedente. 4. Os Tribunais de Justiçasomente podem não aplicar o precedente representativo da controvérsia se houvercircunstâncias fáticas distintivas no caso em julgamento (distinguishing). 5. O

Incidente de Uniformização da Jurisprudência é desnecessário, na hipótese deexistir precedente representativo da controvérsia, em razão da: (i) força deincidência normativa (eficácia vinculante) do precedente do STJ, que já vincula osdemais órgãos do TJES; (ii) impossibilidade de o TJES uniformizar ajurisprudência em sentido contrário ao precedente do STJ representativo dacontrovérsia. 6. O Código de Trânsito Brasileiro distinguiu a penalidade deapreensão da medida administrativa de retenção, destacando que, aplicada aprimeira (apreensão), é possível condicionar a liberação do veículo ao pagamentode multas, taxas e despesas, o que não se afigura cabível em relação à segunda(retenção). 7. O transporte irregular de passageiros é infração de trânsito previstano inciso VIII, do artigo 231, do Código de Trânsito Brasileiro, cuja penalidade serestringe à multa, estando, também prevista a aplicação da medida administrativade retenção. 8. Dispõe o artigo 256 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei9.503/97), que a retenção não configura penalidade aplicável às infrações previstasno referido diploma legal. Trata-se de medida de caráter administrativo. 9. Aliberação do veículo retido por transporte irregular de passageiros, com base noart. 231, VIII, do Código de Trânsito Brasileiro, não está condicionada aopagamento de multas e despesas. Precedente do STJ em recurso representativo decontrovérsia. 10. Se o veículo utilizado no transporte irregular de passageiros foiliberado por força de liminar, não é cabível determinar a busca e apreensão domesmo, a fim de compelir seu proprietário a efetuar o pagamento das multas. 11.Recurso de Thiago Custódio da Silva Roberto parcialmente provido. Recurso daCETURB-GV desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos,acordam os Desembargadores da QUARTA CÂMARA do Tribunal de Justiça doEspírito Santo, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, àunanimidade, conhecer o Agravo Regimental interposto por Thiago Custódio daSilva Roberto e os Embargos de Declaração opostos por CETURB-GV comoAgravos Internos, para, quanto ao mérito e por igual votação, dar parcialprovimento ao recurso interposto por Thiago Custódio da Silva Roberto e negarprovimento ao recurso interposto por CETURB-GV. Os Srs. DesembargadoresMaurílio Almeida de Abreu e Ney Batista Coutinho votaram com o Sr.Desembargador Relator. Vitória (ES), 08 de junho de 2010. PresidenteDESEMBARGADOR SAMUEL MEIRA BRASIL JR. Relator Procurador deJustiça (TJES, Classe: Agravo Regimental Ap Civel, 24080071996, Relator: SAMUELMEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Datade Julgamento: 08/06/2010, Data da Publicação no Diário: 29/09/2010)

De fato, conforme o REsp n. 1.144.810 – MG (representativo da controvérsia), amedida de apreensão não é cominada, em abstrato, para o transporte irregular depassageiros. É cominada, apenas, a medida administrativa de retenção, razão pelaqual é arbitrária a apreensão do veículo e o condicionamento de sua liberação aopagamento de multa e demais despesas. Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO APENADA COM MULTAEM QUE A LEI PREVÊ, COMO MEDIDA ADMINISTRATIVA, A MERARETENÇÃO DO VEÍCULO. LIBERAÇÃO NÃO CONDICIONADA AOPAGAMENTO DE MULTAS E OUTRAS DESPESAS. ACÓRDÃORECORRIDO EM DISSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTOPACIFICADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO ESPECIALREPETITIVO N. 1.144.810 - MG. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DOCPC.1. Com efeito, cumpre registrar que a quaestio iuris, por sua natureza repetitiva,foi submetida ao regime previsto no artigo 543-C do CPC, regulamentado pelaResolução n. 8 do STJ, de 7.8.2008, no bojo do REsp n. 1.144.810 - MG, eresolvida no âmbito da Primeira Seção do STJ, por acórdão publicado no DJe18/03/2010.2. Sob esse enfoque, o recurso especial merece provimento, porquanto o acórdãorecorrido encontra-se em dissonância com a jurisprudência do STJ, no sentido deque, em se tratando de infração de trânsito em que a lei não comina, em abstrato,penalidade de apreensão, mas simples medida administrativa de retenção, nostermos do art. 231, VIII, do CTB, é ilegal e arbitrária a apreensão do veículo, bemcomo o condicionamento da respectiva liberação ao pagamento de multas e dedespesas com remoção e estadia.3. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 1156682/TO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 13/05/2010)

Não obstante, a reiteração da prática da referida infração, aliada à existência dedébito relativo à multa já aplicada, caracteriza também a infração descrita no artigo230, inciso V, do CTB, que prevê como penalidade a aplicação de nova multa e aapreensão do veículo. Isso significa o seguinte: (i) se for constatado o transporte irregular pela primeiravez, o veículo deve ser retido e sua liberação não pode ser condicionada aopagamento de multas; (ii) se for constatada a reiteração do transporte irregular e onão pagamento da multa anterior, então o veículo será apreendido e sua liberaçãopode ser condicionada ao pagamento de multa.Esse é exatamente o caso dos autos.

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Page 180: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Conforme comprova o próprio depoimento pessoal do Autor, fls. 119, o mesmojá havia sido autuado outras 2 (duas) vezes pela prática de transporte irregular depassageiros, o que demonstra a reincidência da conduta e mantém hígida apossibilidade de apreensão do veículo e, ainda, o condicionamento da liberação aopagamento da multa.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.sentença e julgar improcedentes os pedidos iniciais. Em vista disso, condeno o Autor ao pagamento de eventuais custasremanescentes e honorários advocatícios que arbitro equitativamente em R$1.000,00 (mil reais), nos termo do art. 20, §4º, CPC. Entretanto, suspendo aexigibilidade da obrigação pelo prazo de 5 (cinco) anos, na forma do art. 12 da Leinº 1.060/50, sujeita à prescrição se não houver alteração na situação financeira daparte, beneficiária da assistência judiciária gratuita (fls. 54).Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 20 de junho de 2011.

  Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator  

59- Apelação Civel Nº 24000062844VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) ALEXANDRE NOGUEIRA ALVESAPDO COMBATE DISTRIBUIDORA DE AUTO PECAS LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24000062844

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR ALEXANDRE NOGUEIRA ALVESRECORRIDOS: COMBATE DISTRIBUIDORA DE AUTO PEÇAS LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento dofeito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de 5 (cinco) anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidade de intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensão do processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretado harmonicamentecom o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deve prevalecer em caso decolidência entre as referidas lei. Isso, porque é princípio de direito público que aprescrição e a decadência tributárias são matérias reservadas à lei complementar,segundo prescreve o artigo 146, III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parte interessada,deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo segurança jurídicaaos litigantes, uma vez que a prescrição indefinida afronta os princípiosinformadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução porela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso doprazo de um ano de suspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314desta Corte: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses de arquivamento dofeito executivo, sem baixa na distribuição, previstas pelo art. 20 da MP 2095/2001,posteriormente convertida na Lei 10.522/2002, aplicando-se o sedimentadoentendimento desta Corte Superior segundo o qual "se o processo executivo fiscalficou paralisado por mais de cinco anos, especialmente porque o exeqüentepermaneceu silente, deve ser reconhecida a prescrição suscitada pelo devedor".Precedentes: AgRg no REsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe01/10/2008; REsp n.º 773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS,DJU de 18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débito

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executado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seriacabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão do dispostono art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor do débito. Assim,transcorridos mais de cinco anos sem manifestação da exequente, cabível oreconhecimento da prescrição intercorrente, eis que o referido dispositivo legaldeve ser interpretado conjuntamente com o art. 40 da Lei n. 6.830/80. Sobre otema, esta Corte já se manifestou em sede de recurso repetitivo, na forma do art.543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção,DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar de ofício aprescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por ele mesmosolicitada, bem como o arquivamento do feito executivo, decorrência automáticado transcurso do prazo de suspensão e termo inicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-se apósfindado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando não encontrado odevedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula 314 do STJ assimdispõe: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se oprocesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenalintercorrente".

2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido de que, nostermos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrente se inicia apósum ano da suspensão da execução fiscal quando não localizados bens penhoráveisdo devedor. Assim, o arquivamento do feito se opera de forma automática após otranscurso de um ano, sendo desnecessária a intimação da Fazenda Pública jáciente da suspensão da execução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP,Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por ela solicitadarevela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato de arquivamento, oqual decorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Em execução fiscal, não localizadosbens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição qüinqüenal intercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescriçãoindefinida afronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.De fato, o processo foi suspenso em 21.3.2003, fls. 43-verso, assim compreendidaa data da cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido deparalisação do processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, oarquivamento provisório da via executiva – termo a quo de contagem do prazoprescricional – teve início 21.3.2004, haja vista o transcurso de 1 (um) ano doinício da suspensão, sem movimentação processual.Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisória da demanda, consoante certidão de fls. 45.

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Em 4.11.2009 o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimado pessoalmentepara apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazoprescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em20.10.2010, fls. 54-verso. Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inérciada Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamento daprescrição intercorrente no caso em análise.Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 6 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

60- Apelação Civel Nº 24100361658VITÓRIA - 3ª VARA CÍVELAPTE BV FINANCEIRA S/A CFI Advogado(a) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO MARIA AUXILIADORA CAMILO AMARAL RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24100361658

RELATOR: DES. DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BV FINANCEIRA S/A ADVOGADO: LIVIA MARTINS GRIJORECORRIDO: JULIANA TURINI DE ALMEIDAMAGISTRADO: JAIME FERREIRA ABREU

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃODE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL. EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORA VERIFICADA IN STATUASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. VALIDADE.RECURSO PROVIDO.1. A notificação extrajudicial que observa o princípio da territorialidade é válida eviabiliza o processamento da ação de busca e apreensão e da ação de reintegraçãode posse ajuizada com base em contrato de arrendamento mercantil. Súmula72/STJ. Precedentes. 2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

BV FINANCEIRA S/A interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que extinguiu a Ação de Reintegração de Posse ajuizada pela instituiçãofinanceira sem julgamento do mérito, tendo em vista a irregularidade danotificação extrajudical da devedora. Aduziu, em síntese, que a demanda foi ajuizada em conformidade com a legislaçãoaplicável, inclusive quanto a notificação extrajudicial necessária à comprovação damora. Nesses termos, requereu o provimento do recurso com a reforma dojulgado de origem.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de 1º grau fundamentou o indeferimento da inicial e a extinção doprocesso sem resolução do mérito por ausência de pressuposto de constituição evalidade do processo, tendo em vista a não comprovação da mora pelo credorDemandante. Ressaltou, ainda, a irregularidade da notificação extrajudicialrealizada pela empresa em razão da violação ao princípio da territorialidade. Senãovejamos. Em decisão recente prolatada nos autos da Medida Cautelar em Mandado deSegurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoliafirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, de LIMONGI,WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendo

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e do CONSELHEIRO RELATORDO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No 0001261-78.2010.2.00.0000, no qual seexpõe e requer o seguinte:a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010,determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todo o País obedeçamao princípio da territorialidade”, o que implica dizer que “somente realizemnotificações dentro dos limites territoriais das respectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido de Providências no0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado pelo INSTITUTO DE REGISTRO DETÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003, com sede noMunicípio de São Paulo, tendo em seu objeto societário a cobrança extrajudicial ejudicial de valores, o que implica a necessidade de utilização de serviçoscartorários;d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se de alguns cartórios, emdetrimento de outros, por força de sua maior especialização e estrutura técnicamais adequada ao processo de cobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta e oito horas; seaplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado para cinquenta e quatro dias;f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartórios que sequer temtelefone, muito menos serviço de internet ou meios tecnológicos para recebernotificações extrajudiciais por via eletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamente autuado comotal, pois originariamente o INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJuma “reclamação para garantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento, pois areclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e, na espécie, houveexclusiva determinação no sentido de respeito à divisão territorial em face doTribunal de Justiça do Espírito Santo, sem possibilidade de extensão a outrasunidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, na medida em que oprocedimento adotado no Espírito Santo, para sua replicação em outros Estados,demandaria a observância de requisitos formais (audiência pública; recebimentode manifestação dos cidadãos, dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seuartigo 130 afirma serem registrados nos domicílios das partes contratantes apenasos atos indicados em seus artigos 128 e 129, o que exclui o ato de notificaçãoextrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece a obrigatoriedade daadoção do critério da territorialidade: “O comando legal é no sentido de que oOficial pode requisitar a atuação de oficiais de registro em outros municípios,patente assim o caráter de faculdade e não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio da territorialidadeapenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis das Pessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartas precatóriasextrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão, orientada pela busca daceleridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamento da segurança,os efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo, com anulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheiro relator do CNJ,que adveio de provocação do INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil,consubstanciada em “reclamação para garantia das decisões”, comoexpressamente alude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, por meio de AutoCircunstanciado de Inspeção Preventiva, realizado no Estado do Espírito Santo,identificou que, na Comarca de Cariacica, o Registro de Títulos e Documentosexpedia notificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essa conduta,como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dos demais registradores detítulos e documentos do país, implanta concorrência predatória que podeinviabilizar o serviço de títulos e documentos de outras comarcas que obedecemao valor dos emolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira que deveser preservada para todas as unidades dos serviços e ofende frontalmente oestabelecido na regra legal prescrita no art. 160 da Lei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentido de que sepublicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos e Documentos para queparalisassem o encaminhamento de notificações extrajudiciais diretamente aosdestinatários, que não possuíssem domicílio no território das respectivasdelegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendo recebido o número0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída, por prevenção, ao ConselheiroLeomar Barros Amorim de Sousa. A autoridade impetrada determinou fossem osTribunais de Justiça instados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, de cujo teor se extraique a maioria desses órgãos judiciários possui normas internas vedando a

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expedição de notificações para além dos limites territoriais das comarcasrespectivas. É esse o caso dos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, SantaCatarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, Minas Gerais,Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Paraíba,Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaram que não possuem normasdisciplinando a matéria, desconhecem as práticas de seus cartórios ou nãoofereceram subsídios conclusivos sobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único a fundamentarexpressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios de Títulos e Documentoso princípio da territorialidade.

A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático, apresentou as razõesabaixo sintetizadas:a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada, por meio deoutras provocações, no Pedido de Providências no 642, quando ficouexpressamente declarada a ilegalidade da prática dos registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo de proceder a notificações extrajudiciais porvia postal para municípios de outros entes federados, bem assim no AutoCircunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no127/2009), onde também se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo, enquanto a segunda foi relativa tão somenteaos homólogos do Estado do Espírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no Auto Circunstanciado deInspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “não obstante ter declarado queo princípio da territorialidade fosse observado pelos registradores de todo o País,não providenciou a intimação de todos os Tribunais Estaduais do teor da decisão,razão pela qual determinei a intimação destes para que não haja equívocos quandodo cumprimento por todos os registradores de títulos e documentos.”;d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ.Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto.2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios, alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridade impetrada de quefoi satisfeito o contraditório, muito menos é correto seu entendimento de que épossível, em outro procedimento, estender a eficácia de decisões de caráter interpartes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vem sendo objetode normatização específica, no âmbito da competência de cada um dos Tribunaisde Justiça, com a majoritária orientação no sentido de se proibir as notificaçõesextrajudiciais de caráter extraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado doParaná, que diverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editou regras ecumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido de Providências é, aomenos por agora, de baixa densidade jurídica. Há pouca influência desse ato, que,em princípio, revela desapego um tanto exagerado pelas formalidades processuais,em relação ao efeito jurídico da decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciais emdetrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciação nesta sede,porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza das notificaçõesextrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidos em juízo, que guardamestrita conexão com o contraditório e a distribuição territorial da jurisdição, o que,neste último caso, demanda a observância das regras de divisão de competência,com seus efeitos reflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nascélebres lições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientifica a outremum fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução ao Direito Civil.Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1998.p. 256). Não se forma uma relação bilateral entre notificante e notificado pelamera expedição do ato notificatório. Se for resistida a pretensão do notificante, asolução do conflito dar-se-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regrasterritoriais (ou, excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual –ou à competência hierárquica). Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas, ostensivas deaspectos de índole formal.

Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão central deste writ ofmandamus. Uma interferência do STF, que desfizesse dessa legítima produçãonormativa pelos Tribunais locais, só criaria efeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, no entanto, nãopossui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimento adotado pelo relatorConselheiro Leomar Barros Amorim de Souza extrapolou os limites de suaatuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dar eficácia extensiva econtra terceiros, sem prévio contraditório e sem os necessários atos de audiênciabilateral ou plurilateral, a decisões específicas advindas de outros feitosadministrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiça com arealização de atos tendentes à realização do contraditório.Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo do procedimento, o queimplica a necessidade de deferimento da liminar pretendida, o que se faz, todavia,com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedido de Providências no642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo(Portaria no 127/2009) permanecem intactos. A impetração contra esses não sedirigiu, nem o poderia, sob pena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto dequalquer impugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário, ter-se-ia, pormeios indiretos, a transformação desta segurança em remédio contra todos osatos anteriores do CNJ relativos ao princípio da territorialidade nas serventias detítulos e documentos. Pelos limites objetivos e subjetivos da demanda, isso não épossível.O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidade normativa dosTribunais de Justiça, os quais, como visto, em sua maioria, já cuidaram doproblema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome da observância deprincípios formais que possuem inequívoca relevância no quadro constitucional,mormente quando suportam o contraditório, o devido processo legal e aimpossibilidade de supressão de direitos sem sua prévia observância. Nada alémdisso e sem qualquer compromisso com a questão de fundo, cujaconsubstanciação, ao meu ver, ocorreu ainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que de relevo para este eoutros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norte-americana, a teoria daautocontenção e a teoria minimalista, segundo as quais, com as respectivasdiferenciações, as Cortes Constitucionais devem optar, muitas vezes, pelo“silêncio eloquente”, decidindo menos para decidir melhor, e reservando aosespaços de deliberação democrática a necessária autonomia para resolver osconflitos sociais e jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientaçõesideológicas antagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), de notóriasconvicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time: judicial minimalismon the Supreme Court. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999.passim), o jurista mais influente do Partido Democrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formas de minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não só por deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem a convergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o Congresso Nacional,em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição à atividade legislativa daprimazia na busca de soluções para situações de normatização ambígua, aoexemplo do que parece ser a relativa ao princípio da extraterritorialidade. Se esseminimalismo vale para o STF, é de ser ponderado se não deve ser tambémacatado pelo CNJ, especialmente quando há legitimidade nomogenética pelosTribunais locais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que o impetrante, demodo técnico e documentadamente, provou os efeitos da não-utilização dasserventias extrajudiciais em suas atividades. Ampliar-se o prazo de ultimação dosprocedimentos notificatórios para cinquenta e quatro dias é algo que efetivamentelhe trará custos e poderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspender os efeitos da decisãomonocrática da autoridade impetrada, ressalvada a eficácia do que decidido peloCNJ no Pedido de Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assim quaisquer outrosatos normativos daquele colegiado, não alcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se. Brasília, 27 de abril de 2010. Ministro DIAS TOFFOLI Relator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório de

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títulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.

No caso dos autos, a devedora, que é domiciliada em Vitória - ES, foi notificadaextrajudicialmente por meio do Cartório de Títulos e Documentos MyriamCastello Miguel, situado em Vitória - ES, conforme demonstram os documentosacostados aos autos às fls. 17/18.Dessa forma, em que pese ao brilho da argumentação do MM. Magistrado de 1ºgrau, a notificação extrajudicial apresentada pela instituição financeira é válida,uma vez que observou o princípio da territorialidade. Em assim sendo, aregularidade da notificação comprova a mora do devedor e, com isso, viabiliza oprocessamento da ação possessória proposta pela empresa (Súmula 72, STJ).

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r. sentença edeterminar o prosseguimento da ação, nos termos da fundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 15 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

61- Apelação Civel Nº 24119006880VITÓRIA - 10ª VARA CÍVELAPTE BANCO SANTANDER BRASIL S/A Advogado(a) GUSTAVO CANI GAMAAdvogado(a) TIAGO LANNA DOBALAdvogado(a) UDNO ZANDONADEAPDO REGINA'S BOUTIQUE LTDA Advogado(a) FABRICIO CARDOSO FREITASAdvogado(a) GUSTAVO BAYERL LIMARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24119006880 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO SANTANDER BRASIL S/A ADVOGADO: GUSTAVO CANI GAMA E OUTROSRECORRIDO: REGINA´S BOUTIQUE LTDAADVOGADO: FABRÍCIO CARDOSO FREITAS E OUTROSMAGISTRADO: ATHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DEINDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA.RELAÇÃO DE CONSUMO. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.TEORIA DA ASSERÇÃO. APLICAÇÃO. PROTESTO INDEVIDO. TÍTULOQUITADO. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. QUANTUMINDENIZATÓRIO. VALOR EXAGERADO. REDUÇÃO.POSSIBILIDADE.1. A partir do início da vigência da Resolução nº 42, deste Egrégio Tribunal deJustiça, todas as Varas Cíveis de Vitória passam a ter competência para o processoe julgamento, tanto das matérias cíveis, como daquelas afetas ao direito doconsumidor, devendo, ainda, ser mantida a competência daquelas varas quereceberam os autos mediante regular distribuição.2. A legitimidade ad causam, enquanto condição da ação, deve ser analisada in statuassertionis, isto é, abstratamente e conforme afirmado na inicial. Precedentes doSTJ.3. A instituição financeira que recebeu o título de crédito por endosso-mandatoresponde pelos danos ocasionados pelo seu protesto indevido se exceder oslimites do mandato, agir de modo negligente ou, caso alertada sobre eventualirregularidade do título, insista em apontá-lo a protesto. Precedentes do STJ.4. A alteração do valor da indenização por danos morais arbitrado pela instânciade origem s é admitida quando o referido quantum caracterizar quantiaexorbitante ou irrisória. Precedentes.5. Recurso parcialmente provido.

O BANCO SANTANDER BRASIL S/A interpôs recurso de apelação, porinconformado com a sentença que julgou procedente o pedido autoral para: (i)declarar cancelado o protesto da duplicata nº 1014 DMI; (ii) condenar o Banco aopagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 19.344,30 (dezenovemil trezentos e quarenta e quatro reais e trinta centavos), bem como aopagamento de custas e honorários de advogado, fixados em 10% (dez por cento)sobre o valor da condenação.Alegou, em síntese: (i) a incompetência do juízo a quo; (ii) a ilegitimidade passivaad causamdo Apelante; (ii) a juntada intempestiva de documentos; (iii) aresponsabilidade exclusiva de terceiro; (iv) exercício regular de direito e manifestaboa-fé do Apelante; (v) inocorrência de danos morais; (vi) é exagerado o valor daindenização fixada.Requereu o acolhimento das preliminares e, no mérito, o provimento do recurso.

Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.É o relatório.

1. DAS PRELIMINARES

1.1. PRELIMINAR - INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA 10ª VARACÍVEL DE VITÓRIA

A preliminar foi suscitada ao argumento de que a relação existente entre o BancoApelante e a Apelada não configura relação de consumo, o que impede o seuprocessamento perante a Vara Especializada.No dia 5.8.10, o Tribunal Pleno deste E. TJES aprovou a resolução nº 42 queassim dispõe em seus artigos 1º e 2º, respectivamente:

Art. 1º – Atribuir à 1ª até à 9ª Varas Cíveis do Juízo de Vitória, Comarca daCapital, de Entrância Especial competência para o processamento ejulgamento também das matérias afetas ao direito do consumidor.

Art. 2º – Atribuir à 10ª e 11ª Varas Cíveis do Juízo de Vitória, Comarca daCapital, de Entrância Especial competência para o processamento ejulgamento das matérias de natureza cível, incluindo-se as afetas ao Direitodo Consumidor.

Desta forma, restou clara a competência da 1ª até a 11ª Vara Cível para oprocessamento e julgamento tanto das matérias de natureza cível quanto dasmatérias afetas ao Direito do Consumidor. Nessa linha, torna-se desnecessárioexaminar se a controvérsia tem natureza consumerista, uma vez que ambas asvaras têm, atualmente, a mesma competência.Em reforço, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUEDECLINA DE COMPETÊNCIA EM FAVOR DE UMA DAS VARASESPECIALIZADAS EM DEFESA DO CONSUMIDOR DE VITÓRIA -RESOLUÇÃO Nº 42, DESTE EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA -MANUTENÇÃO DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - PROVIMENTO. 1.Com a entrada em vigor da Resolução nº 42, deste Egrégio Tribunal deJustiça, a competência para o processamento e julgamento, tanto dasmatérias cíveis, como daquelas afetas ao direito do consumidor, passa apertencer a todas as Varas Cíveis de Vitória, devendo, ainda, ser mantida acompetência daquelas varas que receberam os autos mediante regulardistribuição. 2. Recurso provido para manter a competência do Juízo de Direitoda 6ª Vara Cível de Vitória - Juízo da Capital (ES).(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24100915800, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 12/04/2011, Data da Publicação no Diário: 03/05/2011)

Portanto, não importa mais se a relação estabelecida entre as partes é de naturezaconsumerista ou não, para fins de determinação da competência.Ademais, ainda que assim não fosse, como venho sustentando – tanto em sedeforense quanto na vida acadêmica – os vícios de incompetência absoluta, emcertas circunstâncias, são passíveis de convalidação. Isso se dá quando o órgão com competência em grau recursal é o mesmo para arevisão das decisões proferidas pelos dois juízos a quo(competente eincompetente). Nessas hipóteses, o efeito substitutivo inerente à decisão ad quemexpurga os víciosque eventualmente acometam a decisão a quo(inclusive o de incompetênciaabsoluta), pela razão pura e simples de que ela, a decisão de primeiro grau, deixade produzir efeitos tão logo seja proferida a decisão de segundo grau.É precisamente o caso dos autos, porquanto com o julgamento do recurso ora emexame, restaria afastado o vício de competência suscitado, caso, de fato, exsitisse. Ante o exposto, REJEITOa preliminar.

1.2. PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DOBANCO APELANTE

A legitimidade ad causam, enquanto condição da ação, deve ser analisada in statuassertionis, isto é, abstratamente e conforme afirmado na inicial.Nessa linha,entende o Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.221.689 - RJ (2009/0157713-7)RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDAAGRAVANTE: SÉRGIO MIGUEL SILVA DE OLIVEIRAADVOGADO: UMILE GARDI JUNIOR E OUTRO(S)AGRAVADO: BANCO RENDIMENTO S/AADVOGADO: CARLOS ALBERTO FERNANDES E OUTRO(S)AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO -RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL - ART. 535 DO CPC E 2º,3º, IV, 6º, "CAPUT", 14 E 17 DO CDC, ALEGAÇÃO GENÉRICA - SÚMULA284/STF - SOLIDARIEDADE - ALEGAÇÃO DE DISSÍDIOJURISPRUDENCIAL – NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO,

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TAMBÉM PELA ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL -ÓBICE DA SÚMULA 282/STF - RECURSO IMPROVIDO.DECISÃOCuida-se de agravo de instrumento interposto por SÉRGIO MIGUEL SILVADE OLIVEIRA em face de decisão denegatória de admissibilidade de recursoespecial, fundamentado no art. 105, inciso III, alíneas "a" e "c", da ConstituiçãoFederal de 1988, em que se alega violação dos arts. 2º, 3º, IV, 6º, "caput", 14 e 17do CDC, além de dissídio jurisprudencial.O aresto a quo foi assim ementado:"EMPRESARIAL. TÍTULO DE CRÉDITO. CHEQUE. PRESCRIÇÃO.PROTESTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AUSÊNCIA DE NEXOCAUSAL. DANO MORAL. Ação de obrigação de fazer cumulada comindenizatória pelo protesto indevido do título de crédito, efetuado nove anosdepois de emitido o cheque quando já prescritas as ações cambiais.Se a causa de pedir e o pedido se dirigem ao Réu, correta a legitimidadepassiva, considerando a teoria da asserção adotada no Código de ProcessoCivil.Prospera o pedido de cancelamento do protesto por força da prescrição setranscorridos os prazos das ações cambiais e da ação subsidiária deenriquecimento sem causa.Considerando a natureza cambiária e o estreito vínculo à ação cambial, o protestotirado nove anos depois da emissão do cheque caracteriza abuso de direito, mas aausência de nexo causal, por falta de prova quanto ao Réu ter providenciado oprotesto, desautoriza o ressarcimento do dano moral.Primeiro recurso desprovido e segundo parcialmente provido."Sustenta a ora recorrente, em síntese, a responsabilidade do banco pelo protestodo título em razão da solidariedade imposta pelo CDC.É o relatório.Inicialmente, verifica-se que a admissibilidade do recurso nobre exige a claraindicação dos dispositivos supostamente violados, assim como em que medidateria o acórdão recorrido afrontado a cada um dos artigos impugnados o que, incasu, não ocorreu, porquanto o recorrente alega genericamente que houve ofensaaos artigos 2º, 3º, IV, 6º, "caput", 14 e 17 do CDC. Inafastável, portanto, aaplicação análoga da Súmula n. 284/STF.Verifica-se, também, que a questão da solidariedade, sustentada pela agravante,não foi objeto de debate ou deliberação pelo Tribunal de origem, restandoausente, assim, o requisito indispensável do prequestionamento da matéria,incidindo, dessa forma, o teor daSúmula 211 do STJ, in verbis: “Inadmissível recurso especial quanto à questãoque, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelotribunal a quo”.Anota-se, na espécie, que, também pela alínea "c" do permissivo constitucional,deve-se atender à exigência do prequestionamento, e que não há como constatardivergência jurisprudencial entre tribunais sobre determinada questão federal, se oacórdão recorrido sequer chegou a emitir juízo acerca da matéria suscitada.Nesse sentido, assim já se decidiu:"AGRAVO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO -PREQUESTIONAMENTO - ALÍNEA 'C' DO PERMISSIVOCONSTITUCIONAL - IMPRESCINDIBILIDADE - UNIÃO ESTÁVEL -PROVA - PARTILHA - CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO DOPATRIMÔNIO EM DISPUTA. REEXAME DE PROVA -INADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ.I - O prequestionamento da matéria posta no recurso especial é indispensável, sobpena de impossibilitar-se o exame da insurgência recursal, consoante verbete nº282 e 356 da súmula/STF.II - Além do confronto analítico entre o acórdão paradigma e a decisão,guerreada, a fim de evidenciar a similitude fática e jurídica trazida a debate,conforme disposto no art. 255 e parágrafos do RISTJ, a admissão do Especialcom base na alínea "c" do permissivo constitucional impõe igual necessidade deatender-se ao pressuposto específico do prequestionamento. Precedentes.III - (...).IV - Agravo no Agravo de Instrumento a que se nega provimento." (AgRg no Ag294.454/SP, Relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJU16/10/2000, pág. 310).Confiram-se ainda: EREsp 437380/MG, Rel. Min. Carlos Alberto MenezesDireito, Corte Especial, DJU 23/5/2005, pág. 119; AgRg no Ag 470746/SC, Rel.Min. Franciulli Netto, Terceira Turma, DJU 8/9/2003, pág. 295.Nega-se, portanto, provimento ao recurso.Publique-se. Intimem-se.Brasília (DF), 02 de fevereiro de 2010.MINISTRO MASSAMI UYEDARelator(Ministro MASSAMI UYEDA, 08/02/2010)

No caso, a legitimidade passiva ad causamdo Banco Apelante restou abstratamentedemonstrada na inicial, pois o título em questão foi indevidamente apontado aprotesto pelo mesmo, mesmo após ter sido efetivamente quitado pela Apelada.Portanto, com base nas assertivas da inicial, tenho que a legitimidade passivarestou satisfeita.Ante o exposto, REJEITOa preliminar.

2. MÉRITO RECURSAL

A controvérsia diz respeito à ocorrência dos danos morais alegados pela Autora,ora Apelada, e à responsabilidade do Banco Apelante pelo pagamento darespectiva indenização.Pois bem.Segundo o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, ainstituição financeira que recebeu o título de crédito por endosso-mandatosomente responde pelos danos ocasionados pelo seu protesto indevido se excederos limites do mandato, agir de modo negligente ou, caso alertada sobre eventualirregularidade do título, insista em apontá-lo a protesto. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA AINADMISSÃO DE RECURSO ESPECIAL. PROTESTO INDEVIDO.ENDOSSO-MANDATO. BANCO ENDOSSATÁRIO. ILEGITIMIDADEPASSIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUMINDENIZATÓRIO RAZOÁVEL. SÚMULA 7/STJ. AGRAVOREGIMENTAL DESPROVIDO.1. A instituição financeira que, por endosso-mandato, recebe título decrédito não é responsável pelo protesto indevido, exceto se exceder ospoderes do mandato, agir de modo negligente ou, caso alertada sobre falhado título levá-lo a protesto. O caso dos autos enquadra-se na regra geral,pois o v. acórdão recorrido não afirmou a existência de qualquer motivoespecial que levaria à responsabilização do Banco, o qual, portanto, nãodetém legitimidade passiva para figurar na presente demanda em que aagravante postula o cancelamento do protesto indevido e o pagamento deindenização por dano extrapatrimonial daí decorrente.2. O Eg. Tribunal a quo manteve o valor do dano moral, a que a segunda agravadafora condenada, em R$ 2.000,00 (dois mil reais) em virtude da existência dedezenas de ações em curso por fato análogo, sendo apenas diferentes os títulosprotestados indevidamente, o que, segundo a Corte de origem, revelou a intençãoda agravante de incrementar a indenização mediante a utilização de expedientesindevidos, já que poderia ter proposto uma única ação e informado a existência dedezenas de protestos apontados indevidamente.3. À vista das circunstâncias fáticas soberanamente delineadas no acórdãorecorrido, não se mostra ínfimo o montante acima mencionado, motivo pelo qualnão se justifica a excepcional intervenção desta Corte no presente feito, dado oóbice previsto na Súmula 7/STJ.4. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no Ag 1086819/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,julgado em 03/08/2010, DJe 20/08/2010)

No caso, restou evidente a conduta negligente do Banco Apelante.Extrai-se dos autos, que em razão de contrato de prestação de serviços firmadocom Juíza Máxima Confecções Ltda, o Banco Apelado responsabilizou-se pelacobrança bancária dos títulos emitidos pela mesma.Na qualidade de responsável por esta cobrança, por duas vezes, apontou aprotesto a mesma duplicata - duplicata nº 1014 - e, mesmo após ter sidoprocurado pela Apelada, que comprovou a quitação do título em questão,protestou duplicata efetivamente paga.Segundo revelam os autos, o título em questão foi pago pela Apelada em22.10.2011 e protestado dois dias depois, ou seja, em 24.10.2001.Importa registrar, que embora a Apelada tenha avisado ao Banco acerca dorecebimento de notificação de protesto relativa a título já quitado, este quedou-seinerte, o que ensejou a efetivação do protesto em questão.Nesse contexto, está patente a responsabilidade do Banco Apelado pelos danosmorais suportados pela Apelada, que é sociedade empresária estabelecida nomercado há mais de 20 (vinte) anos e teve seu crédito abalado em razão doindevido protesto de título já quitado.Assiste razão ao Apelante, entretanto, no que tange especificamente ao quantumindenizatório fixado na sentença, ou seja, 30 (trinta) vezes o valor do títuloindevidamente protestado, que é de R$ 644,81 (seiscentos e quarenta e quatroreais e quarenta e um centavos), perfazendo a quantia de R$ 19.344,30 (dezenovemil trezentos e quarenta e quatro reais e trinta centavos).Em verdade, afigura-se exagerada a fixação de indenização neste patamar.A indenização por danos morais deve ser arbitrada em quantia suficiente paradesestimular a reiteração da conduta por parte do ofensor, sem, entretanto,configurar enriquecimento sem causa do ofendido.Nessa linha, tenho que, para o caso dos autos, o pagamento de indenização novalor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) atende à finalidade da indenização e aosprincípios da razoabilidade e da proporcionalidade.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, parareformar a sentença recorrida, a fim de fixar a indenização por danos morais emR$ 7.000,00 (sete mil reais).Mantenho os demais capítulos da sentença.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 13 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

179 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 186: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

62- Apelação Civel Nº 24920055399VITÓRIA - 1ª VARA EXECUÇÕES FISCAISAPTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DOUGLAS GIANORDOLI SANTOS JUNIORAPDO LUMAR COMERCIO E REPRESENTAÇOES LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24920055399

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR DOUGLAS GIANORDOLI SANTOSJUNIORRECORRIDO: LUMAR COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDAMAGISTRADO: JOSÉ LUIZ DA COSTA ALTAFIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE DE OFÍCIO. DESÍDIA DO EXEQUENTE.EXISTÊNCIA. ARQUIVAMENTO. DECORRÊNCIA AUTOMÁTICA.RECURSO DESPROVIDO.1. A prescrição intercorrente pode ser decretada de ofício pelo magistrado e otermo a quo para a contagem do prazo preclusivo é a data do arquivamento dofeito, decorrência automática do prazo de 1 (um) ano após a determinação desuspensão do processo. Precedentes2. A intimação do exequente acerca da suspensão do processo e consequentearquivamento do feito é prescindível quando o pedido de sobrestamento forformulado pelo próprio credor. Precedentes.3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

O Estado do Espírito Santo interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança dadívida fiscal.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de pronunciamento da prescrição, uma vezque não teria transcorrido o prazo preclusivo. Pelo exposto, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado e, assim, o prosseguimento davia executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, uma vez que se tratade matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Trata-se de Execução Fiscal ajuizada em 28.5.1992para a cobrança de dívidatributária equivalente, à época, ao valor de CR$ 4.854.926,82 (quatro milhões,oitocentos e cinquenta e quatro mil, novecentos e vinte e seis cruzeiros e oitenta edois centavos).Pois bem.Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feitopermanecer paralisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2.É prescindível a intimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamentofoi formulado pela própria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min.Eliana Calmon (DJe 1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag1107500/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que aFazenda Pública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se ademora na citação da executada (ou responsável tributário) ocorreu porfatos alheios à vontade da credora não há que se decretar a prescrição docrédito tributário. 2. Precedentes: AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min.Herman Benjamin, julgado em 20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. ArnaldoEsteves Lima, Quinta Turma, julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp827.948/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Terceira Turma, julgado em21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

Além disso, o C. STJ sedimentou a orientação no sentido de reconhecer adesnecessidadede intimação prévia da Fazenda Pública para a decretação daprescrição intercorrente em Execução Fiscal quando o Fisco já tiver ciência dasuspensãodo processo e do consequente arquivamento do feito, hipótese tratadanos autos. Nessa linha, destaco:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.ART. 544, CPC. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO "EXOFFICIO" PELO JUIZ. LEI 11.051/2004 QUE ACRESCENTOU O § 4º AOART. 40 DA LEI 6.830/80. POSSIBILIDADE, DESDE QUE OUVIDAPREVIAMENTE A FAZENDA PÚBLICA. INTERRUPÇÃO DAPRESCRIÇÃO. LEI 9.964/2000. REFIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.QUESTÃO NOVA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II DO CPC.INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. SÚMULAS 282 E356/STF.1. A prescrição, segundo a jurisprudência que esta Corte Especial perfilhava, nãopodia ser decretada de ofício pelo juiz em se tratando de direitos patrimoniais (art.219, § 5º, do CPC).Precedentes: REsp 642.618/PR (DJ de 01.02.2005); REsp 513.348/ES (DJ de17.11.2003); REsp 327.268/PE (DJ de 26.05.2003).2. A novel Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, acrescentou o parágrafo 4º aoart. 40 da Lei 6.830/80, possibilitando ao juiz da execução a decretação de ofícioda prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda, para quepossa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazoprescricional.Precedentes: REsp 913.704/PR (DJ de 30.04.2007); REsp 747.825/RS (DJ de28.03.2007); REsp 873.271/RS (DJ de 22.03.2007); REsp 855.525/RS (DJ de18.12.2006); Edcl no REsp 835.978/RS (DJ de 29.09.2006); REsp 839.820/RS(DJ de 28.08.2006).3. Tratando-se de norma de natureza processual, a sua aplicação é imediata,inclusive nos processos em curso, competindo ao juiz da execução decidir acercada sua incidência, por analogia, à hipótese dos autos.4. O artigo 40 da Lei de Execução Fiscal deve ser interpretadoharmonicamente com o disposto no artigo 174 do CTN, o qual deveprevalecer em caso de colidência entre as referidas lei. Isso, porque éprincípio de direito público que a prescrição e a decadência tributárias sãomatérias reservadas à lei complementar, segundo prescreve o artigo 146,III, "b" da CF/1988.5. Após o decurso de determinado tempo, sem promoção da parteinteressada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondosegurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescrição indefinidaafronta os princípios informadores do sistema tributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição.7. In casu, consignou o Tribunal de origem que (fls. 100, do e-STJ): Assim, sendointimada a Fazenda Pública e decorrido o prazo prescricional para oreconhecimento da prescrição intercorrente, deve ser extinto o presente processoexecutório, sendo impossível acolher a interpretação proposta na apelação sobreos diversos dispositivos mencionados e, desde logo, prequestionados.8. Desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão daexecução por ela solicitada, bem como do ato de arquivamento, o qualdecorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão e é automático,conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: Em execução fiscal, nãolocalizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo oqual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.9. O prazo prescricional não resta suspenso para as hipóteses dearquivamento do feito executivo, sem baixa na distribuição, previstas peloart. 20 da MP 2095/2001, posteriormente convertida na Lei 10.522/2002,aplicando-se o sedimentado entendimento desta Corte Superior segundo oqual "se o processo executivo fiscal ficou paralisado por mais de cincoanos, especialmente porque o exeqüente permaneceu silente, deve serreconhecida a prescrição suscitada pelo devedor". Precedentes: AgRg noREsp 998725 / RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJe 01/10/2008; REsp n.º773.367/RS, DJU de 20/03/2006; e REsp n.º 980.369/RS, DJU de18/10/2007.10. A Primeira Seção, quando do julgamento do Resp 1102554/MG, sujeito aoregime dos "recursos repetitivos", reafirmou o entendimento de que "ainda que aexecução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débitoexecutado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002,deve ser reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado pormais de cinco anos a contar da decisão que determina o arquivamento, pois essanorma não constitui causa de suspensão do prazo prescricional." (Rel. MinistroCASTRO MEIRA, DJe 08/06/2009 ).11. A ofensa aos arts. 458 e 535 do CPC inexiste quando o Tribunal de origem,embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questãoposta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, osargumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sidosuficientes para embasar a decisão.12. Os embargos de declaração, como apelo de integração que é, não admite aformulação de pedido novo, com efeitos modificativos, razão pela qual só seria

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cabível falar-se em omissão se o tribunal a quo, em sede de remessa oficial, tivessese omitido da apreciação da extensão da sentença proferida em desfavor do entepúblico interessado ou de questões que obrigatoriamente devessem ter e nãotivessem sido apreciadas pelo juízo de primeiro grau.13. Finalmente, faz-se salutar o destaque de que o Superior Tribunal de Justiça,adotou o entendimento de que os embargos de declaração são inadequados para adiscussão de matéria nova, sequer debatida na instância ordinária. Precedentes:AgRg no REsp n.º 436.341/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJde 24/05/2004; REsp n.º 553.244/BA, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,DJ de 17/11/2003; AgRg no Ag 740.857/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11.12.2007, DJ 19.12.2007 p.1244; AgRg no REsp 615.988/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRATURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 06.02.2006 p. 200; AgRg no Ag 600.747/SP,Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04.11.2004, DJ09.02.2005 p. 228; EDcl nos EDcl no REsp 502.350/SC, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17.06.2004, DJ16.08.2004 p. 191.14. Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1358534/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,julgado em 22/02/2011, DJe 07/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.ARQUIVAMENTO COM BASE NO ART.20 DA LEI N. 10.522/02. TRANSCURSO DE CINCO ANOS. INCIDÊNCIADO ART.40 DA LEI N. 6.830/80. ORIENTAÇÃO ADOTADA EM SEDE DERECURSO REPETITIVO.1. Cumpre afastar a alegada ofensa do art. 535 do CPC, uma vez que o acórdãorecorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a intimação daFazenda Nacional, pelo Tribunal de origem, antes da confirmação da sentença quedecretou a prescrição intercorrente.2. A execução fiscal foi arquivada, a pedido da exequente, em razão dodisposto no art. 20 da Lei n. 10.522/02, tendo em vista o pequeno valor dodébito. Assim, transcorridos mais de cinco anos sem manifestação daexequente, cabível o reconhecimento da prescrição intercorrente, eis que oreferido dispositivo legal deve ser interpretado conjuntamente com o art. 40da Lei n. 6.830/80. Sobre o tema, esta Corte já se manifestou em sede derecurso repetitivo, na forma do art. 543-C, do CPC (REsp 1.102.554/MG,Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 08/06/2009).3. Recurso especial não provido.(REsp 1220204/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. ARQUIVAMENTO DO PROCESSO APÓS DECURSODE UM ANO DA SUSPENSÃO REQUERIDA PELA PRÓPRIA FAZENDA.INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.1. Tratando-se de Execução Fiscal, a partir da Lei 11.051, de 29.12.2004, queacrescentou o § 4º ao art. 40 da Lei 6.830/1980, pode o juiz decretar deofício a prescrição.2. Prescindível a intimação do credor da suspensão da execução por elemesmo solicitada, bem como o arquivamento do feito executivo,decorrência automática do transcurso do prazo de suspensão e termoinicial da prescrição.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 1301145/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE -TERMO A QUO – FINDO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO - SÚMULA 314/STJ - AUSÊNCIA DE INÉRCIA DAFAZENDA - VERIFICAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 07/STJ.1. O termo a quo para a contagem da prescrição intercorrente inicia-seapós findado o prazo de um ano de suspensão da execução, quando nãoencontrado o devedor ou localizados os seus bens. O enunciado da Súmula314 do STJ assim dispõe: "Em execução fiscal, não localizados benspenhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia oprazo da prescrição quinquenal intercorrente".2. Ademais, entendeu o Tribunal a quo que a exequente manteve-se inerte desde2000 até a decisão que reconheceu a prescrição intercorrente em 27.10.2008, ouseja, mais de cinco anos.3. Aferir se houve ou não inércia da exequente, em detrimento do que foianalisado e decidido pelo juízo de origem, demandaria o reexame do contextofático-probatório dos autos, o que é defeso a este Tribunal em vista do óbice daSúmula 7/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1253088/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 03/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TERMO A QUO DAPRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DO ART. 40 DA LEI N. 6.830/80.DECURSO DO PRAZO DE UM ANO DA SUSPENSÃO DO FEITO.SÚMULA N. 314/STJ. FLUÊNCIA AUTOMÁTICA DO LAPSOPRESCRIÇÃO QUANDO A FAZENDA PÚBLICA ESTÁ CIENTE DASUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência desta Corte tem adotado entendimento no sentido deque, nos termos da Súmula n. 314/STJ, o prazo da prescrição intercorrentese inicia após um ano da suspensão da execução fiscal quando nãolocalizados bens penhoráveis do devedor. Assim, o arquivamento do feitose opera de forma automática após o transcurso de um ano, sendodesnecessária a intimação da Fazenda Pública já ciente da suspensão daexecução fiscal. Nesse sentido: EDcl no Ag 1.168.228/SP, Rel. Ministro LuizFux, Primeira Turma, DJe 20/04/2010, REsp 1.129.574/MG, Rel. MinistroCastro Meira, Segunda Turma, DJe 29/04/2010.2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PEDIDO DE SUSPENSÃOFEITO PELA EXEQUENTE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.AUSÊNCIA DE CAUSAS SUSPENSIVAS OU INTERRUPTIVAS DAPRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO SEM PRÉVIA OITIVA DAFAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. "PAS DE NULLITÉ SANSGRIEF".1. A novel Lei nº 11.051, de 30 de dezembro de 2004, que acrescentou ao art. 40da Lei de Execuções Fiscais o § 4º, possibilitou ao juiz da execução decretar deofício da prescrição intercorrente, desde que previamente ouvida a FazendaPública para que possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas doprazo prescricional.2. A intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução por elasolicitada revela-se, como evidente, desnecessária, bem como do ato dearquivamento, o qual decorre do transcurso do prazo de um ano desuspensão e é automático, conforme dispõe a Súmula 314 desta Corte: "Emexecução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processopor um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenalintercorrente".3. O sistema processual é informado pelo princípio da instrumentalidade dasformas, por isso que somente a nulidade que sacrifica os fins de justiça doprocesso deve ser declarada ("pas de nullité sans grief"). Precedentes: REsp1.157.788/MG, Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 11/05/2010; AgRg noREsp 1.157.760/MT, Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/03/2010, REsp1.129.574/MG, Min. CASTRO MEIRA, DJe 29/04/2010, REsp 983.155 / SC,Min. ELIANA CALMON , DJe 01/09/2008.4. "In casu", a exequente não informou ao juízo se havia real possibilidade deprosseguir a execução durante os mais de 7 (sete) anos após seu pedido desuspensão da execução, diante da inexistência de bens penhoráveis.5. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se após o decurso dedeterminado tempo sem movimentação, pela parte interessada, pela via daprescrição, impondo segurança jurídica aos litigantes, uma vez que aprescrição indefinida afronta os princípios informadores do sistematributário.6. Paralisado o processo por mais de 5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimentoda prescrição. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1190292/MG, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/08/2010)

E, ainda: AgRg no Ag 1286733/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELLMARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 20/09/2010;REsp 1190292/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em05/08/2010, DJe 18/08/2010; REsp 1129574/MG, Rel. Ministro CASTROMEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 29/04/2010.No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescriçãointercorrente, pois, entre a data do arquivamento do feito e a data da prolação dasentença se passaram mais de cinco anos, sem ocorrer qualquer causa desuspensão ou interrupção do prazo prescricional.De fato, o processo foi suspenso em 27.5.1999, fls. 195, assim compreendida adata da cientificação do Fisco Estadual acerca do deferimento do pedido deparalisação do processo formulado pelo próprio Exequente. Na sequência, oarquivamento provisório da via executiva – termo a quo contagem do prazoprescricional – teve início 27.5.2000, haja vista o transcurso de 1 (um) ano doinício da suspensão, sem movimentação processual.Ainda que assim não fosse, o MM. Magistrado de 1º grau determinou oarquivamento provisória da demanda, consoante certidão de fls. 196.Em 23.10.2009o Estado do Espírito Santo, Exequente, foi intimado pessoalmentepara apresentar eventuais causas de suspensão ou interrupção do prazoprescricional. Não obstante, o Fisco Estadual não informou a ocorrência dequalquer hipótese interruptiva ou suspensiva do lapso preclusivo, o que justificoua prolação da r. sentença objurgada, da qual o Apelante teve ciência em 8.10.2010,fls. 204-verso. Em assim sendo, é indubitável que durante o período em que o processo ficouparalisado, sob a chancela e pedido do Exequente, restou caracterizada a inércia

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contumaz da Fazenda Pública, fato que confirma a correção do pronunciamentoda prescrição intercorrente no caso em análise.Logo, mantém-se irretocável a r. sentença.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO recurso. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 9 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

63- Apelação Civel Nº 69990076973MARATAÍZES - VARA DE FAZ PUBLICA EST MUN REG PUBLICOSAPTE MUNICIPIO DE MARATAIZES Advogado(a) BEATRIZ TASSINARE NOEAPDO JULIO FERNANDO MARTINS RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 69990076973

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: MUNICÍPIO DE MARATAÍZESADVOGADO: PROCURADORA BEATRIZ TASSINARI NOERECORRIDO: JULIO FERNANDES MARTINSMAGISTRADO: UBIRAJARA PAIXÃO PINHEIRO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.IPTU. PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO.VENCIMENTO DA DÍVIDA. TERMO A QUO. AJUIZAMENTO DADEMANDA. TERMO AD QUEM. CITAÇÃO. INEXISTÊNCIA.MOROSIDADE JUDICIÁRIA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.1. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.2. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, se dá com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.3. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, do CPC.4. Não resta configurada a prescrição se, proposta a execução no prazo legal, ademora na citação decorrer de motivos inerentes ao aparelho judiciário.5. Deve ser pronunciada a prescrição, ainda que parcial, quando ultrapassado oprazo preclusivo.6. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

O Município de Marataízes interpôs Apelação Cível por inconformado com a r.sentença que reconheceu a prescrição dos créditos tributários cobrados eextinguiu a Execução Fiscal proposta pela parte.Aduziu, em síntese, a inexistência de prescrição e, assim, requereu o provimentodo recurso com a reforma do julgado e o prosseguimento da via executiva.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A questão devolvida a esta Corte diz respeito à prescrição do crédito tributárioexecutado pelo Município de Marataízes na demanda em curso.Pois bem.O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que acontagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitiva docrédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa do lançamento,se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, isto é, com ovencimento da dívida. Ilustrativamente:

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

O STJ orienta, também, que não resta configurada a prescrição se, proposta aexecução no prazo legal, a demora na citação decorrer de motivos inerentes aoaparelho judiciário. Nesse sentido:

EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE AFASTADA.SÚMULA Nº 106/STJ. FALHA DO MECANISMO DA JUSTIÇA.I - O Tribunal de origem expressamente declarou que não houve inércia por parteda exeqüente em promover a execução. Assim, incide a orientação firmada nestaCorte, inclusive sumulada no enunciado nº 106, segundo o qual "Proposta a açãono prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentesao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição oudecadência".II - Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1102276/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 28/05/2009)

TRIBUTÁRIO - PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO -CITAÇÃO TARDIA - AUSÊNCIA DE MORA DO CREDOR - SÚMULA 106DO STJ - INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDAPÚBLICA- ART. 25 DA LEI Nº 6.830/80- APLICABILIDADE.1. A perda da pretensão tributária pelo decurso de tempo depende da inércia docredor, que não se verifica quando a demora na citação do executado decorreunicamente do aparelho judiciário. Inteligência da Súmula 106/STJ.2. O representante judicial da Fazenda Pública deve ser intimado pessoalmente naexecução fiscal, nos termos do art. 25 da Lei 6.830/80.3. Recurso especial provido. (REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009)

Além disso, acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo, o C.STJ decidiu, em recurso representativo de controvérsia, que deve sercompreendido como a data do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO ALANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).

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PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazoprescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, vale

dizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõea interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)

In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 22.4.1999 para a cobrançade débitos vencidos em 28.2.1994; 31.1.1995 e 31.1.1996, conforme fls. 4/6.Assim, considerando o entendimento sufragado pela jurisprudência, verifica-se otranscurso do prazo preclusivo da pretensão da Fazenda Pública somente emrelação ao ano de 1994, devendo prosseguir com a Execução Fiscal quanto aosdemais débitos. Ademais, diversos motivos alheios à vontade do Exequente contribuíramsobremaneira para a demora na citação. Dentre os eventos ocorridos, destaco aremessa dos autos à contadoria (fls. 7); certidão emitida pelo juízo de origem,atestando a correição (fls. 10); nova remessa dos autos à contadoria (fls. 11);determinação de emenda à inicial (fls. 13), além de outras providênciasdeterminadas pelo magistrado atuante no feito. Em verdade, somente a título exemplificativo, o processo foi registrado e autuadoem 27.1.2000 e o despacho de citação foi dado em 27.2.2003, o que comprova aparalisação do processo por mais de 3 (três) anos. Além disso, após a certidãocorreição do juízo, datada de 3.4.2003, o processo só teve novo andamento em23.3.2005, fls. 11, ilustrando outro longo período de inércia na marcha processual,a qual não pode ser imputada a Exequente. Logo, a r. sentença objeto do presente recurso deve ser parcialmente reformada,para que seja pronunciada a prescrição somente no que concerne aos débitosrelativos a 1994, atingidos pelo prazo preclusivo.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, paradeterminar o prosseguimento da via executiva fiscal com relação à cobrança dos

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débitos tributários relativos aos anos de 1995 e 1996, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 3 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

64- Remessa Ex-officio Nº 24070581491VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALREMTE JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DA FAZ PUB ESTADUAL DEVITORIAPARTE LARA CHAGAS VAN DER PUT Advogado(a) THIAGO ALEXANDRE FADINIPARTE ROSEANE CHAGAS VAN DER PUT Advogado(a) THIAGO ALEXANDRE FADINIPARTE DEPARTAMENTO ESTRADAS RODAGEM DO ESTADO DO ESDER * Apelação Voluntária Nº 24070581491APTE DEPARTAMENTO ESTRADAS RODAGEM DO ESTADO DO ESDERAPDO ROSEANE CHAGAS VAN DER PUTAPDO LARA CHAGAS VAN DER PUTRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24070581491RELATOR          : DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE    : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGENS DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO - DERTESADVOGADO       : BRUNO MATIAZZI COSTARECORRIDO       : LARA CHAGAS VAN DER PUTADVOGADO       : THIAGO ALEXANDRE FADINIMAGISTRADO    : ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA

DECISÃO MONOCRÁTICA 

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.VALOR. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. VERBA EXORBITANTE.RECURSO PROVIDO.1. A fixação dos honorários advocatícios na hipótese de inexistência decondenação deve ser feita com base no art. 20, §4º, CPC, mediante apreciaçãoequitativa do magistrado e o valor deve ser revisto quando for irrisório ouexorbitante. Precedentes.2. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGENS DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO (DERTES) interpôs Apelação Cível por inconformada coma r. sentença que julgou procedente o pedido formulado ora Apelada e condenoua Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 1.000,00(mil reais). Aduziu, em síntese, a exorbitância do valor dos honorários advocatícios arbitradospela instância de origem. Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com areforma do julgado. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso e condenação da autarquia aopagamento de multa por litigância de má-fé. É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia cinge-se a análise do valor dos honorários advocatícios arbitradospela instância de origem no valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Pois bem. O enunciado do art. 20, do Código de Processo Civil prescreve:Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas queantecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida,também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.(omissis)§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que nãohouver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções,embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativado juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior. -[destaquei].

O Colendo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado nosentido de que a verba honorária fixada pela instância de origem deve ser alteradaquando configurar quantia irrisória ou exorbitante. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃOCONDENATÓRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO.

DESCABIMENTO. I. O critério adotado na fixação da verba honorária, atendeao juízo de equidade pressuposto do art. 20, § 3º, do CPC. Cabe a esta Cortefixá-la com independência, sem estar adstrita aos comandos sentencial e do arestorecorrido, nos termos do art. 20, caput, do CPC. II. Agravo desprovido.(AgRg no REsp 1189972/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR,QUARTA TURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 27/09/2010)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.RESPONSABILIDADE CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PEDIDODE MAJORAÇÃO. MATÉRIA DE PROVA. SÚMULA 07/STJ. EQUIDADE.PRECEDENTES. DANO MORAL. VALOR DA CAUSA MERAMENTEESTIMATIVO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça delineia que,em regra, é inadmissível o exame do valor fixado a título de honoráriosadvocatícios, em sede de recurso especial, tendo em vista que tal providênciadepende da reavaliação do contexto fático-probatório inserto nos autos, o que évedado pela Súmula 7/STJ. 2. O óbice da referida súmula pode ser afastado emsituações excepcionalíssimas, notadamente quando for verificada a exorbitânciaou a irrisoriedade da importância arbitrada, e quando a Corte de origem nãotrouxer qualquer fundamento apto a justificar a estipulação da referida quantia, emflagrante ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade e às normasfederais que disciplinam a sua fixação, o que, todavia, não ocorreu na hipótese emanálise. 3. Nas ações em que se pleiteia danos morais o valor da causa émeramente estimativo. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se negaprovimento. (AgRg no Ag 1100475/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,QUARTA TURMA, julgado em 24/08/2010, DJe 10/09/2010)

No caso em julgamento, considerando as particularidades da demanda, sobretudoa simplicidade da causa, a sua expressão econômica, o trabalho do causídico,assim como a duração do processo, verifico a exorbitância do montante atribuídopelo juízo a quo. Dessa forma, para manter coerência com o entendimentojurisprudencial e as circunstâncias do caso, arbitro o valor dos honoráriosadvocatícios em favor da concessionária na quantia de R$ 500,00 (quinhentosreais). Assim, não há que se falar em litigância de má-fé da Apelante, sobretudo pelacoerência dos argumentos expostos nas razões do recurso, motivo pelo qual deveser rejeitada a alegação da Recorrida.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reduzir oshonorários advocatícios ao valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos dafundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 2 de junho de 2011.

     Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator   65- Remessa Ex-officio Nº 30100047353LINHARES - 3ª VARA CÍVEL FAZENDA E REG PÚBLICOSREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZ PUB E MEIO AMB DELINHARESPARTE MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL PARTE MUNICIPIO DE LINHARES Advogado(a) RODRIGO DADALTORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 30100047353

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REMETENTE: JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICAESTADUAL, REGISTROS PÚBLICOS, MEIO AMBIENTE E ACIDENTEDE TRABALHO DE LINHARESPARTES: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALMUNICÍPIO DE LINHARES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CONSTITUCIONAL. REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO CIVILPÚBLICA. PEDIDO DE TRATAMENTO. IDOSA. DIREITO À SAÚDE.SENTENÇA CONFIRMADA.1. A Constituição Federal garante o direito à saúde, direito fundamental de 2ªgeração, que impõe ao Estado uma prestação positiva, ou seja, propiciar aocidadão os meios de tratamento das doenças, inclusive com o fornecimento demedicamentos excepcionais.2. Comprovada a necessidade e essencialidade do tratamento, além daincapacidade para custeá-lo, o Estado, detentor do dever constitucional degarantir a saúde e o bem estar de toda a população, por qualquer de suas unidadesfederativas, deve fornecê-lo imediatamente. Precedentes.3. A “ação civil pública” movida pelo Ministério Público para a tutela de interessede uma única pessoa – embora admitida pela jurisprudência do STJ – deve se

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compreendida como “ação coletiva com a individualização de interessado(s)”, cujatutela jurisdicional favorável irá atingir não apenas o indivíduo apontado napetição inicial, mas todos os que se encontrarem em situação equivalente, por setratar de interesse público primário indisponível.4. A projeção do efeito normativo e erga omnes ora reconhecido depende dacompleta equivalência das situações, com (i) a adequação e a necessidade domedicamento; (ii) a impossibilidade de substituição por outro que, em razão dascircunstâncias específicas do organismo do substituído, seja inadequado para otratamento; (iii) a hipossuficiência financeira ou a oneração excessiva edesarrazoada de quem dele necessita; (iv) a comprovação por perito oficial; eoutras circunstâncias.5. Sentença confirmada, com a declaração de projeção da eficácia para situaçõesequivalentes.

1. RELATÓRIO.

Trata-se de Remessa Necessária decorrente da r. sentença proferida em Ação CivilPública que determinou ao Município de Linhares a garantia de tratamento desaúde solicitado pelo Ministério Público em favor de Maria das Graças Calimandos Santos, paciente idoa, consoante prescrição médica.É o relatório. Decido monocraticamente com base na Súmula 253 do STJ queprevê: “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança o reexamenecessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia dos autos consiste no pedido de procedimento médico de“artrorressonância nuclear magnética de ombro direito” em favor de Maria dasGraças Caliman dos Santos.Muito bem.Não há muito o que dizer sobre a controvérsia. Não se discute mais o dever doEstado, por qualquer de suas unidades federativas, em assegurar a saúde de todos,principalmente quando a pretensão funda-se no mínimo existencial.Conforme a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, o direito àsaúde é dever público e deve ser assegurado com absoluta prioridade às crianças,adolescentes e idosos, sendo legítima a pretensão por tratamentos médicosquando há a impossibilidade de a parte custeá-lo. Nessa linha:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL.ART. 544 DO CPC. RECURSO ESPECIAL. SUS. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTOS NECESSÁRIOS PARA O TRATAMENTO DEANGIOPLASTIA BILATERAL. ARTIGO 196 DA CF/88. DIREITO À VIDAE À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AÇÃODE OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.REQUISITOS LEGAIS. PREENCHIMENTO. REEXAME PROBATÓRIO.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 1. O Sistema Único de Saúde-SUS visaa integralidade da assistência à saúde, seja individual ou coletiva, devendo atenderaos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade, de modo que,restando comprovado o acometimento do indivíduo ou de um grupo pordeterminada moléstia, necessitando de medicamento para debelá-la, este deve serfornecido, de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna. 2.Ação objetivando a condenação da entidade pública ao fornecimento gratuito dosmedicamentos necessários ao tratamento de Angioplastia Bilateral. 3. O direito àsaúde é assegurado a todos e dever do Estado, por isso que legítima apretensão quando configurada a necessidade do recorrido. 4. O Estado, oDistrito Federal e o Município são partes legítimas para figurar no pólopassivo nas demandas cuja pretensão é o fornecimento de medicamentosimprescindíveis à saúde de pessoa carente, podendo a ação ser propostaem face de quaisquer deles. Precedentes: REsp 878080 / SC; Segunda Turma;DJ 20.11.2006 p. 296; REsp 772264 / RJ; Segunda Turma; DJ 09.05.2006 p. 207;REsp 656979 / RS, DJ 07.03.2005. 5. Assentado o acórdão recorrido acerca danecessidade dos medicamentos pleiteados na inicial, não cabe ao STJ conhecer dorecurso. As questões que levam à nova incursão pelos elementos probatórios dacausa são inapreciáveis em sede de recurso especial, consoante previsto na Súmula7/STJ. 6. O exame do preenchimento dos pressupostos para a concessão da tutelaantecipada previstos no artigo 273, deve ser aferido pelo juiz natural, sendo defesoao STJ o reexame desse pressuposto de admissibilidade, em face do óbice contidona súmula 07/STJ. 7. Precedentes jurisprudenciais: (REsp 505729/RS, MinistroRelator Felix Fischer, 5ª Turma, DJU 23/06/2003; REsp 190686/PR, MinistroRelator Franciulli Netto, 2ª turma, DJU 23/06/2003;MC 2615/PE, MinistroRelator Francisco Falcão, 1ª Turma, DJU 19/08/2002;AGA 396736/MG,Ministro Relator Felix Fischer, 5ª Turma, DJU 25/02/2002; REsp 373775/RS,Ministro Relator Fernando Gonçalves, 6ª Turma, DJU 01/07/2002; REsp165339/MS, Ministro Relator Jorge Scartezzini, 5ª Turma, DJU 05/03/2001;AGA199217/SP, Ministro Relator Luiz Vicente Cernicchiaro, 6ª Turma, DJU17/02/1999) 8. Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 1044354/RS, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/10/2008, DJe03/11/2008)

FAZENDA PÚBLICA – FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS –ASTREINTES – CABIMENTO – ART. 461, § 5º, DO CPC –PRECEDENTES.1. A hipótese dos autos cuida da possibilidade de imposição de multa diária aoEstado do Rio Grande do Sul, pelo não-cumprimento na obrigação de fornecermedicamentos à portadora de doença grave, como meio coercitivo para impor ocumprimento de medida antecipatória ou de sentença definitiva da obrigação defazer ou de entregar coisa.(arts. 461 e 461-A do CPC).2. A negativa de fornecimento de um medicamento de uso imprescindível,cuja ausência gera risco à vida ou grave risco à saúde, é ato que, per si,viola a Constituição Federal, pois a vida e a saúde são bens jurídicosconstitucionalmente tutelados em primeiro plano.3. Por isso, a decisão que determina o fornecimento de medicamento nãoestá sujeita ao mérito administrativo, ou seja, conveniência e oportunidadede execução de gastos públicos, mas de verdadeira observância dalegalidade.4. Entendimento sólido da Corte no sentido de que o juiz, de ofício ou arequerimento da parte, pode fixar as astreintes contra a Fazenda Pública, com oobjetivo de forçá-la ao adimplemento da obrigação de fazer no prazo estipulado.5. Precedentes: (REsp 832935, REl. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 30.6.2006;REsp 804049, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ 15.5.2006).Recurso especial improvido.(REsp 878.705/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDATURMA, julgado em 05.10.2006, DJ 18.10.2006 p. 237)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO. SAÚDE. MEDICAMENTO. FORNECIMENTOOBRIGATÓRIO. DECISÃO MANTIDA. É devedor do Estado prestar,inclusive por meio de fornecimento de medicamentos, o direito à saúde. OEstado membro é pessoa obrigada ao fornecimento, mesmo que o remédionão conste de lista específica daqueles comumente fornecidos. Basta que aparte demonstre a necessidade da medicação. Decisão mantida. Recursoimprovido. (Apelação Civel nº 014.04.003155-2, Relator Desembargador RonaldoGonçalves de Sousa, Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do EspíritoSanto, DJ de 23.10.2006).

O Supremo Tribunal Federal, em julgamento histórico,

A doutrina constitucional brasileira há muito se dedica à interpretação do artigo196 da Constituição. Teses, muitas vezes antagônicas, proliferaram-se em todas asinstâncias do Poder Judiciário e na seara acadêmica. Tais teses buscam definir se,como e em que medida o direito constitucional à saúde se traduz em um direitosubjetivo público a prestações positivas do Estado, passível de garantia pela viajudicial.As divergências doutrinárias quanto ao efetivo âmbito de proteção da normaconstitucional do direito à saúde decorrem, especialmente, da naturezaprestacional desse direito e da necessidade de compatibilização do que seconvencionou denominar “mínimo existencial” e “reserva do possível”(Vorbehalt des Möglichen).Como tenho analisado em estudos doutrinários, os direitos fundamentais nãocontêm apenas uma proibição de intervenção (Eingriffsverbote), expressandotambém um postulado de proteção (Schutzgebote). Haveria, assim, para utilizaruma expressão de Canaris, não apenas uma proibição de excesso(Übermassverbot), mas também uma proibição de proteção insuficiente(Untermassverbot) (Claus-Wilhelm Canaris, Grundrechtswirkungen umVerhältnismässigkeitsprinzip in der richterlichen Anwendung und Fortbildung desPrivatsrechts, JuS, 1989, p. 161.).Nessa dimensão objetiva, também assume relevo a perspectiva dos direitos àorganização e ao procedimento (Recht auf Organization und auf Verfahren), quesão aqueles direitos fundamentais que dependem, na sua realização, deprovidências estatais com vistas à criação e à conformação de órgãos eprocedimentos indispensáveis à sua efetivação.Ressalto, nessa perspectiva, as contribuições de Stephen Holmes e Cass Sunsteinpara o reconhecimento de que todas as dimensões dos direitos fundamentais têmcustos públicos, dando significativo relevo ao tema da “reserva do possível”,especialmente ao evidenciar a “escassez dos recursos” e a necessidade de sefazerem escolhas alocativas, concluindo, a partir da perspectiva das finançaspúblicas, que “levar a sério os direitos significa levar a sério a escassez”(HOLMES, Stephen; SUNSTEIN, Cass. The Cost of Rights: Why LibertyDepends on Taxes. W. W. Norton & Company: Nova Iorque, 1999).Embora os direitos sociais, assim como os direitos e liberdades individuais,impliquem tanto direitos a prestações em sentido estrito (positivos), quantodireitos de defesa (negativos), e ambas as dimensões demandem o emprego derecursos públicos para a sua garantia, é a dimensão prestacional (positiva) dosdireitos sociais o principal argumento contrário à sua judicialização.A dependência de recursos econômicos para a efetivação dos direitos de carátersocial leva parte da doutrina a defender que as normas que consagram tais direitosassumem a feição de normas programáticas, dependentes, portanto, daformulação de políticas públicas para se tornarem exigíveis. Nesse sentido,

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também se defende que a intervenção do Poder Judiciário, ante a omissão estatalquanto à construção satisfatória dessas políticas, violaria o princípio da separaçãodos Poderes e o princípio da reserva do financeiramente possível.Em relação aos direitos sociais, é preciso levar em consideração que a prestaçãodevida pelo Estado varia de acordo com a necessidade específica de cada cidadão.Assim, enquanto o Estado tem que dispor de um determinado valor para arcarcom o aparato capaz de garantir a liberdade dos cidadãos universalmente, no casode um direito social como a saúde, por outro lado, deve dispor de valoresvariáveis em função das necessidades individuais de cada cidadão. Gastar maisrecursos com uns do que com outros envolve, portanto, a adoção de critériosdistributivos para esses recursos.Dessa forma, em razão da inexistência de suportes financeiros suficientes para asatisfação de todas as necessidades sociais, enfatiza-se que a formulação daspolíticas sociais e econômicas voltadas à implementação dos direitos sociaisimplicaria, invariavelmente, escolhas alocativas. Essas escolhas seguiriam critériosde justiça distributiva (o quanto disponibilizar e a quem atender), configurando-secomo típicas opções políticas, as quais pressupõem “escolhas trágicas” pautadaspor critérios de macrojustiça. É dizer, a escolha da destinação de recursos parauma política e não para outra leva em consideração fatores como o número decidadãos atingidos pela política eleita, a efetividade e a eficácia do serviço a serprestado, a maximização dos resultados etc.Nessa linha de análise, argumenta-se que o Poder Judiciário, o qual estariavocacionado a concretizar a justiça do caso concreto (microjustiça), muitas vezesnão teria condições de, ao examinar determinada pretensão à prestação de umdireito social, analisar as consequências globais da destinação de recursos públicosem benefício da parte, com invariável prejuízo para o todo (AMARAL, Gustavo.Direito, Escassez e Escolha. Renovar: Rio de Janeiro, 2001).Por outro lado, defensores da atuação do Poder Judiciário na concretização dosdireitos sociais, em especial do direito à saúde, argumentam que tais direitos sãoindispensáveis para a realização da dignidade da pessoa humana. Assim, ao menoso “mínimo existencial” de cada um dos direitos – exigência lógica do princípio dadignidade da pessoa humana – não poderia deixar de ser objeto de apreciaçãojudicial.O fato é que o denominado problema da “judicialização do direito à saúde”ganhou tamanha importância teórica e prática, que envolve não apenas osoperadores do direito, mas também os gestores públicos, os profissionais da áreade saúde e a sociedade civil como um todo. Se, por um lado, a atuação do PoderJudiciário é fundamental para o exercício efetivo da cidadania, por outro, asdecisões judiciais têm significado um forte ponto de tensão entre os elaboradorese os executores das políticas públicas, que se veem compelidos a garantirprestações de direitos sociais das mais diversas, muitas vezes contrastantes com apolítica estabelecida pelos governos para a área de saúde e além das possibilidadesorçamentárias (cf. STF, STA 175, relator Ministro GILMAR MENDES,disponível em

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdfhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdf, acesso em30.6.2010).

Após examinar TODOS os elementos que caracterizam o direito social previstono artigo 196 da Constituição Federal, o eminente e culto Ministro GILMARMENDES, destacou que:Nessa hipótese, podem ocorrer, ainda, duas situações: 1º) o SUS fornecetratamento alternativo, mas não adequado a determinado paciente; 2º) o SUS nãotem nenhum tratamento específico para determinada patologia.A princípio, pode-se inferir que a obrigação do Estado, à luz do disposto noartigo 196 da Constituição, restringe-se ao fornecimento das políticas sociais eeconômicas por ele formuladas para a promoção, proteção e recuperação dasaúde.(…)Dessa forma, podemos concluir que, em geral, deverá ser privilegiado otratamento fornecido pelo SUS em detrimento de opção diversa escolhida pelopaciente, sempre que não for comprovada a ineficácia ou a impropriedade dapolítica de saúde existente.Essa conclusão não afasta, contudo, a possibilidade de o Poder Judiciário, ou de aprópria Administração, decidir que medida diferente da custeada pelo SUS deveser fornecida a determinada pessoa que, por razões específicas do seu organismo,comprove que o tratamento fornecido não é eficaz no seu caso.(…)Situação diferente é a que envolve a inexistência de tratamento na rede pública.Nesses casos, é preciso diferenciar os tratamentos puramente experimentais dosnovos tratamentos ainda não testados pelo Sistema de Saúde brasileiro.(…)Quanto aos novos tratamentos (ainda não incorporados pelo SUS), é preciso quese tenha cuidado redobrado na apreciação da matéria. Como frisado pelosespecialistas ouvidos na Audiência Pública, o conhecimento médico não éestanque, sua evolução é muito rápida e dificilmente suscetível deacompanhamento pela burocracia administrativa.Se, por um lado, a elaboração dos Protocolos Clínicos e das DiretrizesTerapêuticas privilegia a melhor distribuição de recursos públicos e a segurançados pacientes, por outro a aprovação de novas indicações terapêuticas pode ser

muito lenta e, assim, acabar por excluir o acesso de pacientes do SUS a tratamentohá muito prestado pela iniciativa privada.Parece certo que a inexistência de Protocolo Clínico no SUS não pode significarviolação ao princípio da integralidade do sistema, nem justificar a diferença entreas opções acessíveis aos usuários da rede pública e as disponíveis aos usuários darede privada. Nesses casos, a omissão administrativa no tratamento dedeterminada patologia poderá ser objeto de impugnação judicial, tanto por açõesindividuais como coletivas. No entanto, é imprescindível que haja instruçãoprocessual, com ampla produção de provas, o que poderá configurar-se umobstáculo à concessão de medida cautelar (cf. STF, STA 175, disponível emhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdfhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.pdf, acesso em30.6.2010)..

Pois bem, resta superada a discussão sobre a obrigação de o Estado fornecer otratamento de saúde a quem dele necessite, nos limites do entendimento doSupremo Tribunal Federal.No caso em julgamento, o Ministério Público comprovoua necessidade dotratamento vindicado à jurisdicionada e a incapacidadede a beneficiária custeá-lo,impondo ao Estado, detentor do dever constitucional de garantir a saúde e o bemestar de toda a população, por qualquer dos entes federativos, o fornecimentoimediato do tratamento pretendido.Portanto, não há como modificar a sentença, que aplicou com presteza oentendimento dominante dos Tribunais Superiores.Por fim, uma característica desta tutela jurisdicional deve ser destacada.O Ministério Público ajuizou uma “ação civil pública”. Após robustafundamentação sobre o dever do Estado na garantia do acesso à saúde digna,afirmou a necessidade comprovada de tratamento da paciente, a qual não podiacustear o procedimento prescrito.Pois bem.A possibilidade de o Ministério Público ajuizar ação civil que favoreça umindivíduo já se encontra consolidada na jurisprudência do Superior Tribunal deJustiça. Nesse sentido, o REsp 716712/RS, relator para o acórdão MinistroHERMAN BENJAMIN, DJe 8.2.2010.Não obstante essa possibilidade, entendo que o caso dos autos vai além da tutelaindividual.A ação civil pública proposta pelo Ministério Público não deve ser compreendidacomo “ação individual” para tutela de interesse de uma única pessoa – emboraadmitido pela jurisprudência do STJ.A demanda deve se compreendida como “ação coletiva com a individualização deinteressado(s)”, que se encontrava em situação de necessidade, a ponto depretender a tutela de urgência.Não se trata de ação individual com efeito coletivo – não houve a determinação,por exemplo, para incluir o medicamento na lista de tratamento incorporado peloSUS –, em que a tutela individual implicaria a satisfação da pretensão coletiva.Não é o que ocorreu.Na verdade, a demanda é coletiva, ainda que o Ministério Público tenhaindividualizado a pretensão de um dos interessados na tutela jurisdicional. A açãooriginária vai além da pretensão individual, atingindo todos os que estiverem namesma situação da idosa Maria das Graças Caliman dos Santos.Digno de referência é o precedente do STJ no REsp 716712/RS, já mencionado:

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM FAVOR DE PESSOAFÍSICA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. GARANTIACONSTITUCIONAL À SAÚDE. DIREITO INDIVIDUAL INDISPONÍVEL.1. Hipótese em que o Estado do Rio Grande do Sul impugna a legitimidade doMinistério Público para propor Ação Civil Pública em favor de indivíduodeterminado, postulando a disponibilização de tratamento médico.2. O direito à saúde, insculpido na Constituição Federal, é direito indisponível, emfunção do bem comum maior a proteger, derivado da própria força impositivados preceitos de ordem pública que regulam a matéria. Não se trata delegitimidade do Ministério Público em razão da hipossuficiência econômica -matéria própria da Defensoria Pública - mas da natureza jurídica do direito-base(saúde), que é indisponível.3. Ainda que o parquet esteja tutelando o interesse de uma única pessoa, o direitoà saúde não atinge apenas o requerente, mas todos os que se encontramem situação equivalente. Trata-se, portanto, de interesse público primário,indisponível.4. Recurso Especial provido (REsp 716712/RS, Relatora Ministra ELIANACALMON, Relator p/ Acórdão Ministro HERMAN BENJAMIN, DJe08/02/2010).

Assim, com base no argumento sustentado pelo eminente e culto MinistroHERMAN BENJAMIN, parece-me plenamente possível afirmar que a tutelajurisdicional reconhecida nesta ação civil pública irá atingir não apenas oindivíduo apontado pelo MP, mas todos os que se encontram em situaçãoequivalente. Essa projeção da eficácia da decisão advém do efeito ergaomnesnaturalmente reconhecido em demandas coletivas, ao menos nos limites dacompetência do órgão julgador (EREsp 411529/SP, relator MinistroFERNANDO GONÇALVES, DJe 24.3.2010).

186 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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Desse modo, por força da projeção dos efeitos normativos e erga omnesdestejulgado, o Estado não poderá recusar o fornecimento do tratamento ora emanálise a todo aquele que se encontrar em situação equivalente à do substituídoindividualizado nesta demanda.Mas para isso – repito, para deixar bem claro –, deve haver completa equivalênciadas situações, com (i) a adequação e a necessidade do tratamento; (ii) aessencialidade do tratamento, em razão das circunstâncias específicas doorganismo do substituído; (iii) a hipossuficiência financeira ou a oneraçãoexcessiva e desarrazoada de quem dele necessita; (iv) a comprovação por peritooficial; etc.Em analogia ao argumento magistral do Ministro GILMAR MENDES, estadecisão não produzirá efeito multiplicador – além da a eficácia normativa e ergaomnesque já iria projetar – pois eventuais beneficiados passíveis de identificação emfase posterior serão examinados caso a caso e deverão comprovar a satisfação detodos os elementos normativos e fáticos da questão jurídica ora debatida,conforme sustentei acima.A comprovação posterior da equivalência das situações deve ser feita comobservância do contraditório e ampla defesa.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, CONFIRMO a r. sentença, nos termos da fundamentação.DECLARO a projeção da eficácia normativa e erga omnes precedente não apenaspara a beneficiada individualizada na inicial pelo Ministério Público, mas tambémpara todos os que se encontrarem em situação equivalente, devidamentecomprovado, segundo as condições estabelecidas na fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 31 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

66- Remessa Ex-officio Nº 24090137910VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALREMTE JUIZO DA 1ª VARA DA FAZENDA PUBLICA ESTADUAL DEVITORIAPARTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DOS SERV DOES IPAJM Advogado(a) RICARDO SANTOS JUNGERPARTE REGINA FURTADO LIMA DE FREITAS Advogado(a) DULCINEIA ZUMACH LEMOS PEREIRA* Apelação Voluntária Nº 24090137910APTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA E ASSISTENCIA DOS SERV DOES IPAJMAPDO REGINA FURTADO LIMA DE FREITASRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 024090137910.

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – IPAJM.ADVOGADO: PROCURADOR RICARDO SANTOS JUNGER.RECORRIDO: REGINA FURTADO LIMA DE FREITAS.ADVOGADO: DULCINÉIA ZUMACH LEMOS PEREIRA.MAGISTRADO: ADEMAR J. BERMOND.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.SERVIDORES ESTADUAIS. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE APOIO ÀSATIVIDADES DE SAÚDE (AAS). DESCONTO. IMPOSSIBILIDADE.RECURSO DESPROVIDO.1. Aos servidores públicos são pagas determinadas verbas remuneratórias, taiscomo adicional de insalubridade e gratificação especial de apoio às atividades desaúde (AAS), como forma de compensação pela exposição a agentes nocivos àsaúde ou pelo exercício de funções em condições adversas. Cessado o exercíciodo trabalho nessas condições, cessa também o pagamento das referidas verbasque, por esta razão, não são incorporadas aos proventos de aposentadoria.Precedentes.2. A Lei Complementar Estadual nº 453/2008 determinou a incorporação dagratificação especial (AAS) à remuneração dos servidores, mas, considerando airretroatividade da referida disposição legal, a mesma somente tem aplicabilidade apartir da vigência do diploma normativo em referência. Precedentes.3. O pagamento do auxílio-alimentação não se incorpora aos proventos doservidores inativos. Precedentes.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO:

O Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM)interpôs Apelação Cível por inconformado com a r. sentença que julgouprocedentes os pedidos formulados pelos ora Apelados, para reconhecer aimpossibilidade de desconto da contribuição previdenciária sobre oauxílio-alimentação, gratificação especial de apoio às atividades de saúde (AAS) eadicional de insalubridade e determinar a restituição das parcelas cobradasindevidamente.

Aduziu, em síntese: (i) a inexistência de desconto sobre o auxílio-alimentação; (ii)a regularidade do cálculo da contribuição previdenciária sobre a gratificaçãoespecial de apoio às atividades de saúde (AAS) e do adicional de insalubridade.Pelo exposto, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado.

Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação.

Parecer do Ministério Público, que se abstém de manifestação, por não tratar dehipótese arrolada no art. 82 do CPC.

É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC, por se tratar dematéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO:

A controvérsia consiste na (im)possibilidade de dedução da contribuiçãoprevidenciária sobre o auxílio-alimentação, adicional de insalubridade egratificação especial de apoio às atividades de saúde (AAS).

Pois bem.

É cediço que determinadas verbas são pagas aos servidores públicos como formade compensação pela exposição a agentes nocivos à saúde ou pelo exercício defunções em condições adversas. Cessado o exercício do trabalho nessascondições, cessa também o pagamento das referidas verbas que, por esta razão,não são incorporadas aos proventos de aposentadoria.

Este é o caso da Gratificação Especial de Apoio às Atividades de Saúde (AAS) edo Adicional de Insalubridade. Nesse sentido, cito, ilustrativamente, precedentedo Colendo Superior Tribunal de Justiça, a saber:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDORPÚBLICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. INCORPORAÇÃO ÀAPOSENTADORIA. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA83/STJ.Esta c. Corte já firmou o entendimento segundo o qual o adicional deinsalubridade constitui uma compensação ao servidor pela exposição a agentesnocivos à saúde, devendo cessar seu pagamento quando cessarem essas condiçõesadversas, não sendo possível sua incorporação aos proventos da aposentadoria.Aplicação da Súmula n.º 83/STJ.Agravo regimental desprovido.(AgRg no Ag 1192529/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,julgado em 02/02/2010, DJe 08/03/2010)

Especificamente acerca da referida gratificação especial (AAS), a LeiComplementar Estadual nº 453/2008 determinou a sua incorporação àremuneração dos servidores. Entretanto, considerando a irretroatividade dareferida disposição legal, a mesma somente tem aplicabilidade a partir da vigênciado diploma normativo em referência, o que demonstra a impropriedade dodesconto desta natureza imputado aos proventos dos Apelados, nos termosconsignados na r. sentença.

Da mesma forma, o pagamento do auxílio-alimentação não se incorpora aosproventos do servidores inativos, como já há muito restou consolidado najurisprudência pátria e como a própria autarquia previdenciária ressalvou norecurso. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. EXTENSÃO AOS INATIVOS.DESCABIMENTO. NATUREZA INDENIZATÓRIA. PRECEDENTES.SÚMULA 680/STF.1. O auxílio-alimentação, destinado a cobrir as despesas alusivas à alimentação doservidor em atividade, não possui natureza remuneratória, mas tão-somentetransitória e indenizatória. Dessa forma, o benefício em questão não pode serestendido e tampouco incorporado aos proventos dos servidores inativos.Precedentes.2. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 512.821/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSISMOURA, SEXTA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 27/04/2009)

Importante, pois, esclarecer que, na hipótese de não ter sido efetuado qualquerdesconto sobre o auxílio-alimentação, inexistirá, por óbvio, qualquer direito arestituição sobre a referida parcela.

187 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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Em reforço de argumentação, destaco decisões monocráticas proferidas por esteEgrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL c/c REMESSA EX OFFICIO nº 024.080.290.794REMTE.: JUÍZO DA 1ª VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICAESTADUAL DE VITÓRIA/ES APTE.: IPAJM - INSTITUTO DEPREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO APDOS.: JOÃO BATISTA NETO e OUTRARELATORA: DESª. CONV. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓS FERREIRADecisão Trata-se de remessa ex officio c/c apelação cível interposta pelo IPAJM -Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santocontra a sentença (fls. 90/96) prolatada pelo Juízo da 1ª Vara dos Feitos daFazenda Pública Estadual de Vitória/ES que, nos autos do ação ordinária ajuizadapor João Batista Neto e outra (ora apelados), julgou procedentes os pedidosiniciais para (1) reconhecer a inexistência de relação jurídica capaz de obrigar osautores a contribuir sobre as rubricas denominadas ¿auxílio-alimentação¿,¿adicional de saúde¿ e ¿adicional de insalubridade¿; e (2) condenar a autarquiarequerida à restituição dos valores indevidamente descontados a tal título nosúltimos 5 (cinco) anos, com a ressalva de que a contribuição previdenciária sobre agratificação especial de apoio às atividades de saúde somente deverá ser restituídaaté a vigência da Lei Complementar Estadual nº 435/08. Nas razões recursais defls. 98/122, o instituto previdenciário argumenta que: (i) não há qualquerincidência de contribuição previdenciária sobre o auxílio-alimentação; (ii) aincidência da referida contribuição deve dar-se sobre gratificações e adicionaisincorporados ou incorporáveis ao vencimento básico, em caráter definitivo, ex vido art. 48 da Lei Complementar Estadual nº 282/04, o que incluiria a gratificaçãoespecial de apoio às atividades de saúde; (iii) a gratificação de insalubridade é pagaa todos os servidores de saúde provenientes do IESP, independentemente deestarem ou não submetidos a agentes insalubres, sendo que o servidor ocupantede cargo efetivo poderá optar pela inclusão na base de contribuição de parcelasremuneratórias percebidas em decorrência do local de trabalho, daí porqueacertada a incidência do gravame. Nas contrarrazões de fls. 125/142, os apeladosrechaçam o desiderato recursal, pugnando pela manutenção da sentençahostilizada. Parecer pela desnecessidade de intervenção ministerial (fl. 146). É obreve relato. Passo a decidir monocraticamente com esteio no art. 557, caput, doCódigo de Processo Civil. De saída, apuro que a jurisprudência pacífica do excelso Supremo TribunalFederal pontifica que somente as parcelas incorporáveis ao salário do servidordevem sofrer a incidência de contribuição previdencária (STF, 1ª Turma, AgR noRE nº 389903/DF, rel. Min. Eros Grau, j. 21/02/2006, DJ 05/05/2006, p. 15). Fincada a premissa, cabe perquirir a natureza jurídica dos adicionais e gratificaçõesaventados no caso em tela. O primeiro deles, denominado ¿auxílio-alimentação¿,ostenta nítida natureza jurídica de verba indenizatória, desaguando naimpossibilidade de incorporá-lo à remuneração e aos proventos da aposentadoria.Inviável, por conseguinte, a incidência de contribuição previdenciária. Por todos:¿Auxílio-alimentação. - Esta Corte tem entendido que o direito aovale-alimentação ou auxílio-alimentação não se estende aos inativos por força do §4º do artigo 40 da Constituição Federal, porquanto se trata, em verdade, de verbaindenizatória destinada a cobrir os custos de refeição devida exclusivamente aoservidor que se encontrar no exercício de suas funções, não se incorporando àremuneração nem aos proventos de aposentadoria (assim, a título exemplificativo,nos RREE 220.713, 220.048, 228.083, 237.362 e 227 .036). Dessa orientaçãodivergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido e provido.¿ (STF,1ª Turma, RE nº 332445/RS, rel. Min. Moreira Alves, DJ 24/05/2002). Malgradoargumente o apelante de forma exemplificativa nas razões recursais supostanão-incidência da contribuição previdenciária sobre a referida verba indenizatória,cuida-se de questão a ser enfrentada, in concreto, quando de eventualcumprimento do édito sentencial. Quanto à gratificação especial de apoio àsatividades de saúde, entendia este egrégio Tribunal de Justiça, reiteradamente,cuidar-se de rubrica propter laborem que não se incorpora aos vencimentos doservidor público, assim não se estendendo aos inativos. A saber:¿ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO NOAGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDORPÚBLICO ESTADUAL. GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE APOIO ÀSATIVIDADES DE SAÚDE. LEI Nº 7.191/2002. EXTENSÃO AOSINATIVOS. IMPOSSIBILIDADE. VANTAGEM PROPTER LABOREM.RECURSO IMPROVIDO. 1. A Lei n.º 7.191/2002 assegura o pagamento dagratificação especial de apoio às atividades de saúde a todos os servidoresestatutários, ativos e aos designados temporariamente, vinculados ao IESP e àSESA, salvo os licenciados ou afastados e aqueles regidos pela Lei n.º 6.182/2000(médicos). 2. Na hipótese vertente, está-se tratando da chamada gratificação"propter laborem", ou vantagem pecuniária atribuída precariamente ao servidorque está prestando serviço comum da função em condições anormais desegurança, salubridade ou onerosidade (gratificação de serviço), transitória, quenão se incorpora automaticamente ao vencimento, nem gera direito subjetivo desua percepção. 3. Cessando o trabalho que lhes dá causa ou desaparecido osmotivos excepcionais e transitórios que as justifiquem, extingue-se a razão do seupagamento, vez que tratando-se de vantagem funcional propter laborem, poratrelada ao exercício do cargo (art. 4º, da Lei n.º 7.191/2002), não é a mesma

devida aos servidores inativos. Precedente MS 100020034722, Rel. DesignadoDes. Arnaldo Santos Souza, DJ. 24/05/2005. 8. Recurso a que se negaprovimento.¿(TJES, 4ª C. Cível, Ag Int no AI nº 024.089.009.104, rel. Des.Maurílio Almeida de Abreu, j. 05/05/2009, DJe 02/06/2009)¿ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. GRATIFICAÇÃOESPECIAL DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE SAÚDE. SERVIDORESLOTADOS NO HPM E INATIVOS. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADEATIVA AD CAUSAM. REJEIÇÃO. VANTAGEM VINCULADA AOEXERCÍCIO DO CARGO. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM.SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE. 1. A impetração de mandado desegurança coletivo por entidade de classe, em favor dos associados, independe deautorização destes. Súmula n.º 629, do STF. Preliminar rejeitada. 2. A Lei n.º7.191/2002 assegura o pagamento da gratificação especial de apoio às atividadesde saúde a todos os servidores estatutários ou temporários, vinculados ao IESP eà SESA, salvo os licenciados ou afastados e aqueles regidos pela Lei n.º6.182/2000 (médicos). 3. Estando o servidor no exercício de cargo vinculado aoIESP ou à SESA, faz jus ao recebimento da vantagem em comento,independentemente da lotação em setor diverso, no interesse da AdministraçãoPública. 4. Tratando-se de vantagem funcional propter laborem, por atrelada aoexercício do cargo (art. 4º, da Lei n.º 7.191/2002), não é a mesma devida aosservidores inativos. 5. Segurança concedida, em parte, assegurando aos servidoreslotados no HPM - Hospital da Polícia Militar o direito à percepção da gratificaçãoespecial de apoio às atividades de saúde.¿ (TJES, Tribunal Pleno, MS nº100.020.034.722, rel. Des. Arnaldo Santos Souza, j. 02/05/2005, DJ 24/05/2005).

Portanto, até a edição da Lei Complementar Estadual nº 453/08 - a qualdeterminou a incorporação da rubrica aos vencimentos dos servidores - não haviafalar-se em incidência da contribuição previdenciária, sob pena de legitimar aatividade do administrador sem lastro legal subjacente. No particular, comungo doraciocínio do eminente Desembargador Manoel Alves Rabelo ao recentementedesprover monocraticamente reclamo de igual jaez: ¿Quanto à rubrica`gratificação especial de apoio às atividades de saúde¿, como sustentado pelopróprio requerido, foi alvo de recente regulamentação, com a edição da LeiComplementar nº 453/2008. A referida norma estadual, publicada em29/08/2008, dispõe em seu artigo 1º que `Fica incorporada aos vencimentos dosservidores da Secretaria do Estado da Saúde a Gratificação Especial de Apoio àsAtividades de Saúde, de que trata a Lei Complementar nº 240, de 10.05.2002.¿Nesse diapasão, conforme ponderado pelo magistrado a quo `não se há de admitirque a Lei nº 453/2008 opere seus efeitos anteriormente à sua vigência(29.08.2008), mormente em se considerando que o art. 1º desta mesmaestabeleceu graduação que, na prática, importa em que a incorporação alideterminada somente se torne integral a partir de 1º.01.2010.¿ (fl. 132) Sobre areferida gratificação especial segue o magistrado singular em sua r. sentençaaduzindo: `É importante destacar, neste ponto, que somente após a edição da LeiFederal nº 10.887, de 18.06.2004, passou a ser admitido que as parcelasremuneratórias pagas em função do local de trabalho passassem a integrar aremuneração de contribuição do servidor (art. 1º, X), sendo que, no âmbito desteEstado, tal incorporação somente foi autorizada com a edição da Lei nº 453, de29.08.2008. Por tais razões, somente a partir de então tornou-se legítima aelaboração de cálculo de contribuição que incida sobre referida rubrica, já queconforme clássica e feliz comparação de Hely Lopes Meirelles, enquanto osindivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda, oadministrador público só pode autuar (sic) onde a lei autoriza.¿ (fl. 132) Nessestermos, considerando que a `gratificação especial de apoio às atividades de saúde¿passou a incorporar aos vencimentos dos autores a partir da edição da LeiComplementar nº 453/2008, entendo, conforme consignado pelo magistrado deprimeiro grau que, somente a partir de então é que se tornou legítima a elaboraçãode cálculo de contribuição sobre tal rubrica. Logo, os comandos inseridos pelaaludida Lei Complementar não podem retroagir para abranger fatos já ocorridos,o que termina por concluir que não faz qualquer sentido o desconto dacontribuição previdenciária sobre a rubrica denominada `gratificação especial deapoio às atividades de saúde¿ no período que antecedeu à publicação da referidalegislação estadual.¿ (TJES, 2ª C. Cível, Rexoff nº 024.080.212.517, rel. Des.Manoel Alves Rabelo, j. 08/01/2010, DJe 20/01/2010). Por derradeiro, apuro que a ¿gratificação de insalubridade¿ - rubrica tambémdotada de natureza transitória e propter laborem - não integra os proventos deaposentadoria, razão pela qual descabida é a incidência de contribuiçãoprevidenciária. Vejamos: [...] 4. Ademais, o adicional de insalubridade temnatureza transitória e propter laborem, sendo devido ao servidor apenas quandoeste efetivamente for exposto aos agentes nocivos à saúde. Precedentes. [...]¿ (STJ,5ª Turma, REsp nº 504343/RS, relª. Minª. Laurita Vaz, j. 14/06/2007, DJ06/08/2007, p. 603). ¿[...]1. O adicional de insalubridade possui pressupostovinculado ao tipo de função e seu exercício, constituindo vantagem de carátertransitório, que cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deramcausa à sua concessão. E por ser vantagem pecuniária de caráter transitório, nãodeve integrar os proventos de aposentadoria. 2. Recurso especial conhecido eimprovido.¿ (STJ, 5ª Turma, REsp nº 293.578/RS, rel. Min. Arnaldo EstevesLima, j. 06/06/2006, DJ 26/06/2006, p. 182). Outra não é a orientação queemana do 1º Grupo de Câmaras Cíveis Reunidas deste Sodalício: ¿EMENTA: 1)PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA DEACÓRDÃO PROFERIDO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

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Page 195: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. 2) AUSÊNCIA DE INTERESSEPROCESSUAL. PRELIMINARES REJEITADAS. 3) GRATIFICAÇÃO DESERVIÇO. INSALUBRIDADE. VANTAGEM PECUNIÁRIA DENATUREZA TRANSITÓRIA. 4) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIODA LEGALIDADE. 5) AÇÃO RESCISÓRIA IMPROCEDENTE.ACÓRDÃO MANTIDO. [...] 3 - O acórdão rescindendo entendeu corretamenteque o adicional de insalubridade possui caráter transitório, de modo que, uma vezcessados os motivos excepcionais que lhe deram causa, extingue-se a razão de seupagamento (arts. 1º e 2º, § 2º, Lei municipal n.º 3.110/83). Realmente, agratificação de insalubridade constitui vantagem pecuniária pro labore faciendo,que não adere ao vencimento do servidor para fins de aposentadoria, salvoprevisão expressa em lei, não contemplada, porém, no estatuto jurídico dosservidores municipais de Vitória-ES; 4 - A Administração Pública deve pautar-sepelo princípio da estrita legalidade. Não havendo previsão legal no sentido de queo adicional de insalubridade se incorpora ao vencimento do servidor, não hácomo incluir-se a respectiva verba na base de cálculo dos proventos deaposentadoria, ressalvadas as hipóteses em que há violação a direitos e garantiasindividuais, o que não é o caso; 5 - Ação rescisória julgada improcedente. Acórdãomantido.¿ (TJES, 1º Grupo de Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória deAcórdão nº 100.040.021.980, rel. Des. Arnaldo Santos Souza, j. 02/06/2008, DJ10/07/2008). À luz da jurisprudência dominante dos tribunais superiores e desteegrégio Tribunal de Justiça, tenho por escorreito o édito sentencial prolatado naorigem. Alfim, inarradável a incidência do dispositivo da Lei dos Ritos - art. 557 -com o escopo dar concretude à razoável duração do processo, senão vejamos:¿PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO UNA DERELATOR. ART. 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.INTELIGÊNCIA A SUA APLICAÇÃO. PRECEDENTES. [...] 2. ¿O relatornegará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente,prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante dorespectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior¿.(CPC, art. 557). 3. Essa nova sistemática pretendeu desafogar as pautas dostribunais, ao objetivo de que só sejam encaminhados à sessão de julgamento asações e os recursos que de fato necessitem de decisão colegiada. Os demais – agrande maioria dos processos nos Tribunais – devem ser apreciados o quanto emais rápido possível. Destarte, ¿o recurso manifestamente inadmissível,improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudênciadominante do respectivo Tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de TribunalSuperior¿ devem ser julgados, por decisão una, pelo próprio relator, emhomenagem aos tão perseguidos princípios da economia processual e daceleridade processual.¿ (STJ, 1ª Turma, AgRg no REsp. nº 617292/AL, rel. Min.José Delgado, j. 18/05/2004, DJU 14/06/2004). Ante o exposto, e com fulcro noart. 557, caput, do CPC, conheço do recurso de apelação cível para, no mérito,negar-lhe provimento, eis que a sentença a quo encontra eco na jurisprudênciadominante dos tribunais superiores e deste Sodalício. Prejudicada a remessanecessária. Intimem-se as partes. Diligencie-se. Vitória/ES, 27 de outubro de2010.DESª. CONV. ELIANA JUNQUEIRA MUNHÓS FERREIRA R E L A TO R A (TJES, Classe: Remessa Ex-officio, 24080290794, Relator: ELIANAJUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARACÍVEL , Data da Decisão: 28/10/2010)

D E C I S Ã O (artigo 557 do Código de Processo Civil brasileiro) Trata-se deRemessa Necessária da r. Sentença de fls. 124/135, à mingua de recursovoluntário. A r. Sentença submetida ao reexame foi proferida pelo MM. Juiz deDireito da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual do Juízo de Vitória - Comarca deCapital, que julgou parcialmente procedente os pedidos formulados porANGELA QUEIROZ HESPANHA E OUTROS, nos autos da Ação deRestituição de Valores Retidos Indevidamente. No parecer de fls. 142/145, oMinistério Público entende ausente qualquer interesse que justifique a suaintervenção. É o relatório. Decido monocraticamente, com base na Súmula 253do STJ que prevê: ¿O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir recurso,alcança o reexame necessário¿.Analisando os autos, depreende-se que as partes são ex-servidores do InstitutoEstadual de Saúde - IESP, hoje lotados na Secretaria de Saúde do Estado e, comotal, contribuintes do INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA JERÔNIMOMONTEIRO - IPAJM. Sustentam que durante tempos tiveram incluídos,indevidamente, nos cálculos de suas contribuições previdênciárias, os valorescorrespondentes às ¿Gratificações Especiais de Apoio às Atividades de Saúde¿, de¿Auxílio Alimentação¿ e de ¿Adicional de Insalubridade¿. Os autores pretendemobter a declaração de inexistência de relação jurídica capaz de obrigá-los acontribuírem para o requerido - IPAJM - com valores que incidam sobre asreferidas gratificações, bem como a condenação a lhes restituir os valoresrecolhidos a maior por incidência de cálculos sobre tais rubricas nos últimos 05(cinco) anos, sob a alegação de que tais parcelas não constituem verbasincorporáveis aos seus vencimentos o que, por conseguinte, não autorizaria ainclusão da parcela nos cálculos para fixação dos seus proventos. Inicialmente, cumpre-me fazer uma breve digressão a respeito das vantagenspecuniárias que podem ser percebidas pelos servidores públicos estaduais, como éo caso dos autores, em observância aos regramentos estabelecidos pela LeiComplementar nº 46/94 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis doEstado do Espírito Santo).

Conforme se extrai do artigo 79, da referida legislação estadual, as ditas vantagenspecuniárias são assim especificadas: I - indenização; II - auxílios financeiros; III -gratificações e adicionais; IV - décimo terceiro vencimento.Quanto às indenizações, gratificações e aos adicionais, a doutrina e ajurisprudência é assente no sentido de que esses (gratificações e adicionais) podemse incorporar ao vencimento ou provento do servidor, nos casos e condiçõesindicados em lei; já aquelas (as indenizações) não se incorporam ao vencimento ouprovento para qualquer efeito. Sobre o tema, trago lições do renomadoadministrativista Hely Lopes Meirelles: "5.4.4 Vantagens pecuniárias - [...]vantagens condicionais ou modais, mesmo que auferidas por longo tempo emrazão do preenchimento dos requisitos exigidos para sua percepção, não seincorporam ao vencimento, a não ser quando essa integração for determinada porlei. E a razão dessa diferença de tratamento está em que as primeiras (por tempode serviço) são vantagens pelo trabalho já feito (pro labore facto), ao passo que asoutras (condicionais ou modais) são vantagens pelo trabalho que está sendo feito(pro labore faciendo) ou, por outras palavras, são adicionais de função (ex factoofficii), ou são gratificações de serviço (propter laborem), ou, finalmente, sãogratificações em razão de condições pessoais do servidor (propter personam). Daípor que, quando cessa o trabalho, ou quando desaparece o fato ou a situação quelhes dá causa, deve cessar o pagamento de tais vantagens, sejam elas adicionais defunção, gratificações de serviço ou gratificações em razão das condições pessoaisdo servidor. (...) 5.4.5 Indenizações - São previstas em lei e destinam-se aindenizar o servidor por gastos em razão da função. Seus valores podem serfixados em lei ou em decreto, se aquela permitir. Tendo natureza jurídicaindenizatória, não se incorporam à remuneração, não repercutem no cálculo dosbenefícios previdenciários e não estão sujeitas ao imposto de renda." (in DireitoAdministrativo Brasileiro, 33ª Edição, Malheiros Editores, 2007, págs. 489/490 -499, nossos os grifos)Após essas considerações iniciais, forçoso concluir, conforme ponderado peloMM. Juiz a quo que, não há nos autos argumentação convincente, tampoucodocumentação capaz de esclarecer os critérios utilizados pelo IPAJM paradescontar os valores indevidamente recolhidos à título de contribuições calculadassobre as rubricas ¿auxílio-alimentação¿, ¿gratificação especial de apoio àsatividades de saúde¿ e ¿adicional de insalubridade¿.Concernentemente ao auxílio-alimentação, vale registrar que artigo 91, inciso II,da Lei Complementar n.º 46/94, é expresso no sentido de que essa vantagempecuniária é uma espécie de auxílio financeiro. Por sua vez, imprescindível de serconsignado é que o § 1º, do artigo 79, do mesmo diploma legal, é claro por demaisno sentido de que "os auxílios financeiros não se incorporam ao vencimento ouprovento para qualquer efeito." Diante do quadro normativo acima descrito, restainsofismável que o auxílio-alimentação tem natureza de verba indenizatória que,consequentemente, não se incorpora aos vencimentos dos requerentes. Nessesentido é a pacífica jurisprudência do Excelso Supremo Tribunal Federal, segundoa qual o auxílio-alimentação "se trata, em verdade, de verba indenizatóriadestinada a cobrir os custos de refeição devida exclusivamente ao servidor que seencontrar no exercício de suas funções, não se incorporando à remuneração nemaos proventos de aposentadoria". (RE 332445/RS; Relator: Min. MOREIRAALVES; Julgamento: 16/04/2002; Órgão Julgador: Primeira Turma; Publicação:DJ 24-05-2002) Sobre o tema, colaciono arestos do Egrégio Superior Tribunal deJustiça e desta Colenda Corte, a saber: RECURSO EM MANDADO DESEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO.INCORPORAÇÃO AOS VENCIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. Oauxílio-alimentação, por ostentar a natureza de verba indenizatória, não seincorpora à remuneração do servidor e não pode servir como base de cálculo paraqualquer vantagem. [...] (STJ, RMS 22023/ES, RECURSO ORDINÁRIO EMMANDADO DE SEGURANÇA, Relator(a) Ministro FELIX FISCHER, ÓrgãoJulgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 29/11/2007 Data daPublicação/Fonte DJ 07/02/2008 p. 1) ADMINISTRATIVO. SERVIDORPÚBLICO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. INCORPORAÇÃO.IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. 1. Buscando apenas propiciar o aumento daprodutividade e eficiência funcionais, sem natureza salarial, o auxílio-alimentaçãonão deve ser incorporado à remuneração ou proventos do servidor público. 2.Recurso não conhecido. (STJ, REsp 199742/PR, Relator(a) Ministro EDSONVIDIGAL, Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento13/04/1999 Data da Publicação/Fonte DJ 17/05/1999 p. 235 ) - Grifei ¿[...]I - Oauxílio-alimentação, previsto no artigo 90, da Lei Complementar Estadual n.º46/94, tem natureza de verba indenizatória, e não se incorpora aos vencimentosdos servidores públicos. [...]¿ (TJES, 12040073301 Classe: Agravo Interno - (Arts557/527, II CPC) Emb Declaração Ap Civel Órgão: QUARTA CÂMARACÍVEL Data de Julgamento: 01/07/2008 Data da Publicação no Diário:18/08/2008 Relator: CATHARINA MARIA NOVAES BARCELLOS) - Grifei¿[...]1) O auxílio-alimentação, por ostentar natureza indenizatória, não integra opatrimônio jurídico do obreiro, já que tem o escopo de auxiliar o funcionário emsuas necessidades com produtos alimentares, sendo que, cessado o motivo que ooriginou, pode ser sobrestado.[...]¿ (TJES, 100040023101 Classe: Mandado deSegurança Órgão: TRIBUNAL PLENO Data de Julgamento: 05/12/2005 Datada Publicação no Diário: 11/01/2006 Relator: RÔMULO TADDEI) - GrifeiNesse contexto, forçoso concluir que o auxílio-alimentação, vantagem pecuniáriade natureza indenizatória não se integra ao patrimônio jurídico do sevidor, desorte que não pode sofrer a incidência da contribuição previdênciária.

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Quanto à rubrica ¿gratificação especial de apoio às atividades de saúde¿, comosustentado pelo próprio requerido, foi alvo de recente regulamentação, com aedição da Lei Complementar nº 453/2008. A referida norma estadual, publicadaem 29/08/2008, dispõe em seu artigo 1º que ¿Fica incorporada aos vencimentosdos servidores da Secretaria do Estado da Saúde a Gratificação Especial de Apoioàs Atividades de Saúde, de que trata a Lei Complementar nº 240, de 10.05.2002.¿Nesse diapasão, conforme ponderado pelo magistrado a quo ¿não se há deadmitir que a Lei nº 453/2008 opere seus efeitos anteriormente à sua vigência(29.08.2008), mormente em se considerando que o art. 1º desta mesmaestabeleceu graduação que, na prática, importa em que a incorporação alideterminada somente se torne integral a partir de 1º.01.2010.¿ (fl. 132)Sobre a referida gratificação especial segue o magistrado singular em sua r.sentença aduzindo:¿É importante destacar, neste ponto, que somente após a edição da Lei Federal nº10.887, de 18.06.2004, passou a ser admitido que as parcelas remuneratórias pagasem função do local de trabalho passassem a integrar a remuneração decontribuição do servidor (art. 1º, X), sendo que, no âmbito deste Estado, talincorporação somente foi autorizada com a edição da Lei nº 453, de 29.08.2008.Por tais razões, somente a partir de então tornou-se legítima a elaboração decálculo de contribuição que incida sobre referida rubrica, já que conforme clássicae feliz comparação de Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campoprivado podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só podeautuar (sic) onde a lei autoriza.¿ (fl. 132)Nesses termos, considerando que a ¿gratificação especial de apoio às atividades desaúde¿ passou a incorporar aos vencimentos dos autores a partir da edição da LeiComplementar nº 453/2008, entendo, conforme consignado pelo magistrado deprimeiro grau que, somente a partir de então é que se tornou legítima a elaboraçãode cálculo de contribuição sobre tal rubrica. Logo, os comandos inseridos pelaaludida Lei Complementar não podem retroagir para abranger fatos já ocorridos,o que termina por concluir que não faz qualquer sentido o desconto dacontribuição previdenciária sobre a rubrica denominada ¿gratificação especial deapoio às atividades de saúde¿ no período que antecedeu à publicação da referidalegislação estadual. Por fim, no que tange ao ¿adicional de insalubridade¿, vantagem pecuniária decaráter transitório, que constitui uma compensação ao servidor pela exposição aagentes nocivos à saúde, também só pode ser incorporado ao vencimento doservidor mediante expressa disposição legal, em consonância com o queestabelece o § 3º, do art. 79, da Lei Complementar nº 46/94. Desse modo, nãohavendo regramento expresso no sentido de que a gratificação de insalubridade seintegrará ao vencimento do servidor, este, também, não deve repercutir na base decálculo do benefício previdenciário. Acerca da matéria, vejamos a orientação dosTribunais Superiores e Tribunais Estaduais: ¿[...]4. Ademais, o adicional deinsalubridade tem natureza transitória e propter laborem, sendo devido aoservidor apenas quando este efetivamente for exposto aos agentes nocivos àsaúde. Precedentes. [...]¿ (STJ, REsp 504343/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ,QUINTA TURMA, julgado em 14/06/2007, DJ 06/08/2007 p. 603) ¿[...]1. Oadicional de insalubridade possui pressuposto vinculado ao tipo de função e seuexercício, constituindo vantagem de caráter transitório, que cessa com aeliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua concessão. E porser vantagem pecuniária de caráter transitório, não deve integrar os proventos deaposentadoria. 2. Recurso especial conhecido e improvido. (STJ, REsp293.578/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,julgado em 06/06/2006, DJ 26/06/2006 p. 182) - Grifei ¿[...]Somente as parcelasincorporáveis ao salário do servidor sofrem a incidência da contribuiçãoprevidenciária. Agravo regimental a que se nega provimento." (STF, RE-AgR389903/DF - AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator: Min.EROS GRAU Julgamento: 21/02/2006 - Órgão Julgador: Primeira TurmaPublicação: DJ 05-05-2006 PP-00015 EMENT VOL-02231-03 PP-00613) - Grifei¿[...]RESTITUIÇÃO DE QUANTIA - Servidor Público Municipal - Contribuiçãoprevidenciária - Pretensão a restituição dos valores descontados relativamente àprevidência social e assistência médica e hospitalar sobre as verbas de horas extras,adicional de insalubridade, adicional de periculosidade e adicional noturno -Inadmissibilidade - Exclusão da base de cálculo dos valores pagos como horasextras, adicional noturno, de periculosidade, de insalubridade e abonos -Restituição devida - Sentença mantida. Recursos improvidos (TJSP, Apelação nº8913375000, Relator(a): Carlos Eduardo Pachi Comarca: Cubatão Órgão julgador:6ª Câmara de Direito Público Data do julgamento: 03/08/2009 Data de registro:31/08/2009) - Grifei CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - BASE DECÁLCULO - VERBA DE NATUREZA TRANSITÓRIA - NÃOINCORPORAÇÃO AO VENCIMENTO DO SERVIDOR - REPETIÇÃO DEINDÉBITO - POSSIBILIDADE. A verba de natureza transitória não seincorpora ao vencimento do servidor. Logo, não pode integrar a base de cálculopara efeito da incidência da contribuição previdenciária. Pedido julgadoimprocedente. Reforma da sentença. (TJMG, APELAÇÃO CÍVEL N°1.0106.07.027004-1/002, Relator: EDIVALDO GEORGE DOS SANTOS, Datado Julgamento: 12/08/2008, Data da Publicação: 26/09/2008) - Grifei Ante todoo exposto, conclui-se que, o que não se incorpora aos vencimentos dosservidores, não pode ser base de incidência do cálculo da contribuiçãoprevidenciária. Com efeito, entendo, assim como determinado pelo magistradosingular que, o requerido deve restituir aos autores ¿os valores indevidamenterecolhidos à título de contribuições calculadas sobre as rubricas

¿auxílio-alimentação¿, ¿gratificação especial de apoio às atividades de saúde¿ e¿adicional de insalubridade¿, restando certo que, em relação à segunda delas [...]somente deverão ser restituídos valores recolhidos até a data de vigência da Lei nº453/2008, ou seja, de 29.08.2008.¿ (fl. 134) Assim sendo, reputo acertada a r.Sentença do magistrado de primeiro grau, razão pela qual deve permanecerinalterada. Forte em tais razões, CONHEÇO da presente Remessa Ex Officiopara manter incólume a r. sentença a quo, com fulcro no artigo 557, ¿caput¿, doCódigo de Processo Civil brasileiro c/c a Súmula 253 do STJ. Intimem-se.Publique-se na íntegra. Vitória, 08 de janeiro de 2010.(TJES, Classe: Remessa Ex-officio, 24080212517, Relator: MANOEL ALVESRABELO, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data da Decisão:08/01/2010) – [destaquei].

Dessarte, mantém-se irretocável a r. sentença objurgada, que guarda completacoerência com a jurisprudência sedimentada sobre a matéria.

3. DISPOSITIVO:

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e, assim, julgoprejudicada a Remessa Necessária.

Intimem-se. Publique-se na íntegra.

Vitória (ES), 25 de abril de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

67- Remessa Ex-officio Nº 24020185955VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALREMTE JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUAL DE VIPARTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DOESTADO IPAJM Advogado(a) RICARDO SANTOS JUNGERPARTE MARIA SENHORINHA MALTA VALADAO PARTE JOANITA MARIA GOMES COUTINHO PARTE HAYDEE MARIA TEIXEIRA MILAGRES PARTE HELIO FIGUEIREDO MILAGRES PARTE ODETE BELMIRO CAMPOS PARTE DORIO BATISTA GUASTI PARTE CLENILDES JOSE DE SOUZA PARTE CUSTODIO MATHIAS PARTE DILSON PEREIRA BERMUDES PARTE GEORGETA BASSUL PARTE IGUATEMI COUTINHO PARTE JOSE MOLULO DA SILVA PARTE JOSE SIMPLICIO NETTO PARTE PAULO EUGENIO BRINGHENTI PARTE MARIA DA PENHA MACEDO CORREA PARTE IEDA MENEZES MERCON PARTE MILTON NETTO PARTE HELIDA FIGUEIREDO MILAGRES PARTE MARIA IVETE BARREIROS PARTE MARIA LUCIA JOVITA BARROS PARTE ELOISA ELENA SANCIO BORTOLINI PARTE MARIA DE LOURDES FRANCO ALVES PARTE JOSE MARCELINO VIDAL PARTE JANITA CRIBARI CORREA PARTE DEIA FAGUNDES DE CARVALHO PARTE EBEL SIMOES DO NASCIMENTO PARTE THALES MARTINS PARTE MOACYR PEREIRA LOPES PARTE ITAMAR FERREIRA MERCON OASKI * Apelação Voluntária Nº 24020185955APTE INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DO ESTADOIPAJMAPDO CLENILDES JOSE DE SOUZAAPDO CUSTODIO MATHIASAPDO DEIA FAGUNDES DE CARVALHOAPDO DILSON PEREIRA BERMUDESAPDO DORIO BATISTA GUASTIAPDO EBEL SIMOES DO NASCIMENTOAPDO ELOISA ELENA SANCIO BORTOLINIAPDO GEORGETA BASSULAPDO HAYDEE MARIA TEIXEIRA MILAGRESAPDO HELIDA FIGUEIREDO MILAGRESAPDO HELIO FIGUEIREDO MILAGRESAPDO IEDA MENEZES MERCONAPDO IGUATEMI COUTINHOAPDO ITAMAR FERREIRA MERCON OASKI

190 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 197: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

APDO JANITA CRIBARI CORREAAPDO JOANITA MARIA GOMES COUTINHOAPDO JOSE MARCELINO VIDALAPDO JOSE MOLULO DA SILVAAPDO JOSE SIMPLICIO NETTOAPDO MARIA DA PENHA MACEDO CORREAAPDO MARIA DE LOURDES FRANCO ALVESAPDO MARIA IVETE BARREIROSAPDO MARIA LUCIA JOVITA BARROSAPDO MILTON NETTOAPDO MOACYR PEREIRA LOPESAPDO ODETE BELMIRO CAMPOSAPDO PAULO EUGENIO BRINGHENTIAPDO THALES MARTINSAPDO MARIA SENHORINHA MALTA VALADAORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24020185955

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO - IPAJM E OUTROSADVOGADO: RICARDO SANTOS JUNGERRECORRIDO: MARIA SENHORINHA MALTA VALADÃO E OUTROSADVOGADO: SONIA REGINA DALCOLMO PINHEIROMAGISTRADO: ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA

DECISÃO MONOCRÁTICA  EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO.PROVENTOS DE APOSENTADORIA POSTERIORES À EC 20/98 EANTERIORES À EC 41/03. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA. 1. A partir da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 20/98, restaramjuridicamente incabíveis os descontos previdenciários efetuados sobre osproventos dos servidores inativos. Precedentes do STF e do STJ.2. Com o advento da EC nº 41/2003, passou a existir expressa previsãoconstitucional acerca da incidência de contribuição previdenciária sobre osproventos dos servidores inativos.3. Todavia, não há como reconhecer efeitos retroativos à EC nº 41/2003, com afinalidade de declarar válidos os descontos previdenciários incidentes sobre osproventos auferidos por servidores inativos antes do início de sua vigência.Precedentes do STF.4. Nas condenações contra a Fazenda Pública os honorários de advogado devemser fixados por apreciação equitativa, conforme dispõe o § 4º do artigo 20 doCPC.5. Recurso parcialmente provido.

O INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO - IPAJM interpôs recurso de apelação, por inconformadocom a sentença que julgou procedente o pedido autoral, para condenar o oraApelante a restituir aos Apelados os valores indevidamente, a título decontribuição previdenciária, do dia 16.12.1998 até a efetiva suspensão da cobrançadeterminada por decisão judicial.Alegou, em síntese, que: (i) a morte de alguns dos autores no curso do processocessaram os poderes outorgados ao procurador constituído nos autos; (ii) aconstitucionalidade da Lei Complementar Estadual nº 109/97, que instituiu acobrança de contribuição previdenciária, porquanto não existia impedimentoconstitucional à tributação dos servidores inativos; (iii) são excessivos oshonorários de advogado fixados na sentença; (iv) é incabível a condenação emcustas processuais; e (v) os juros de mora devem ser fixados em 6% ao ano.Sem contrarrazões.O Órgão Ministerial afirmou inexistir interesse que justifique a intervenção doParquet no feito.É o relatório.

PRELIMINAR - FALTA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL

O Aplante suscitou a preliminar, ao argumento de que alguns dos autores, oraApelados, faleceram no curso do processo, não tendo sido providenciada ahabilitação dos respectivos sucessores.Entretanto, não prospera a preliminar, pois o Apelante, além de não indicar quaisdos autores faleceram no curso do processo, não comprovou os falecimentosalegados através da juntada das respectivas certidões de óbito.REJEITO, pois, a preliminar.É como voto.

MÉRITO RECURSAL

A controvérsia diz respeito à constitucionalidade da cobrança, após o advento daEC 20/1998, de contribuição previdenciária sobre os proventos de inativos epensionistas.Pois bem.Com o advento da EC nº 20/98, restou sedimentado que a contribuiçãoprevidenciária não poderia incidir sobre os proventos dos servidores inativos.Nesse sentido, é pacífico o entendimento deste egrégio Tribunal de Justiça,conforme precedentes abaixo transcritos:.EMENTA: REMESSA NECESSÁRIA - AÇÃO ORDINÁRIA - MUNICÍPIODE VILA VELHA - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - SERVIDORPÚBLICO INATIVO - LEI MUNICIPAL Nº 3.279 97 - REVOGAÇÃOPELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20 98 - POSSIBILIDADE DECOBRANÇA NO PERÍODO ANTERIOR - SENTENÇA PARCIALMENTEREFORMADA. 1. Consoante entendimento sedimentado neste Egrégio Tribunale no Supremo Tribunal Federal, a partir da entrada em vigor da EmendaConstitucional nº 20/98, são indevidos os descontos previdenciários efetuadossobre os proventos dos servidores inativos, tendo como não recepcionado o art.232 da Lei municipal nº 3.279/97. 2. Já com relação ao período anterior a vigênciada EC nº 20/98, não havia qualquer óbice à cobrança da contribuição social. Issoporque a tese segundo a qual a lei nova não pode instituir desconto previdenciáriosobre os proventos daqueles que já estavam aposentados, por malferir ato jurídicoperfeito, não encontra guarida no Excelso Pretório, conforme entendimentofirmado no julgamento das ADI´s nº 3.105 e 3.128, em que se discutia a novel ECnº 41/2003. 3. Sentença parcialmente reformada, para condenar o Município réu arestituir aos autores os valores descontados dos seus proventos a título decontribuição previdenciária, a partir da EC nº 20/98. Conclusão: ÀUNANIMIDADE, DAR PROVIMENTO PARCIAL A REMESSA. [GrifoNosso]..

MANDADO DE SEGURANÇA- PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADEPASSIVA- REJEITADA. MÉRITO - VIA MANDAMENTAL PLENAMENTECABÍVEL - DIREITO ADQUIRIDO - PRINCÍPIOS TEMPUS REGITACTUM E DA SEGURANÇA JURÍDICA - DECLARAÇÃO DEINCONSTITUCIONALIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 109/97(ARTIGO 34, INCISO I) - IMPOSSIBILIDADE - SERVIDOR INATIVO -CESSAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - EMENDACONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15/12/1998 - CABIMENTO - SEGURANÇACONCEDIDA PARCIALMENTE. 1) O Secretário de Saúde, que acumula asfunções do IESP, também é o responsável pelo ato impugnado. Portanto, devefigurar no pólo passivo da Ação juntamente com o Diretor Presidente do IESP,permanecendo o foro de segundo grau como competente. Preliminar rejeitada. 2)É perfeitamente cabível o presente mandamus, eis que há lesão a direito líquido ecerto do impetrante. 3) Tal cobrança de contribuição previdenciária fere direitoadquirido, atingindo os princípios tempus regit actum e o da Segurança Jurídica.4)Impossibilidade de declarar a inconstitucionalidade incidenter tantum da LeiComplementar nº 109/97, em seu artigo 34,I, uma vez que, sendo anterior àEmenda Constitucional nº 20/98 o caso é de não recepção. 5) Com a edição daEmenda Constitucional nº 20/98, a contribuição previdenciária fica restrita aosservidores ativos, não cabendo, portanto, aos inativos, o Regime de Previdênciade caráter contributivo. 06)Segurança concedida parcialmente. (Mandado deSegurança nº 100.03.000137-2, Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do EspíritoSanto, Relator Desembargador Adalto Dias Tristão, DJ de 28.08.2003). Grifonosso.

O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento acerca dainconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre osproventos de aposentadoria percebidos entre a EC nº 20/98 e a EC nº 41/2003.Nesse sentido:

DECISÃO Vistos. Reclamação, com pedido de liminar, apresentada pelo Estadode São Paulo contra o Juízo do Trabalho da 2ª Vara do Trabalho de PresidentePrudente/SP, que julgou procedente a reclamação trabalhista nº01717-2008-115-15-00-0 e “concedeu tutela antecipada determinando que aFAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO suspendesse os descontos dacontribuição previdenciária, incidentes sobre a complementação de aposentadoriapaga pelo Estado de São Paulo, sob pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentosreais)” (fl. 4). Aponta como não observadas as decisões desta Suprema Corteproferidas nas ADIs n os 3.105/DF e 3.128/DF, “que reconhecem aconstitucionalidade da contribuição previdenciária de inativos que percebamproventos superiores ao teto do regime geral da previdência social (...)” (fl. 4), eno RE nº 594.435/SP, que admitiu a existência de repercussão geral da matériareferente à incidência de contribuição previdenciária sobre complementaçãode aposentadoria. Decido. A questão posta nos autos trata de desconto decontribuição previdenciária da complementação de aposentadoria paga aempregado público, cuja relação de emprego é regida pela Consolidação das Leisdo Trabalho. As decisões desta Suprema Corte apontadas como paradigma peloreclamante foram proferidas nas ADIs nos 3.105/DF e 3.128/DF, e no RE nº594.435/SP. O reclamante argumenta: “(...) Nada há a macular a LC 954/03, quefoi editada em conseqüência da edição da EC 41/03, cuja constitucionalidade,aliás, já foi reconhecida por este E. Supremo Tribunal Federal, por ocasião dojulgamento das ADINs 3105 e 3128, que questionavam a cobrança da

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contribuição previdenciária dos servidores inativos. Em sessão do dia 18 deagosto de 2004, por sete votos a quatro, foi reconhecida a constitucionalidade dacontribuição de inativos prevista no artigo 4º da EC 41/03. Prevaleceu oentendimento do Ministro Cesar Pelluzo (sic) e que o sistema previdenciário doPaís é regido pelo Direito Público. (...) Não obstante a decisão do SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL QUE JULGOU CONSTITUCIONAL A COBRANÇADA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, o Excelentíssimo Juiz do Trabalhoda 2ª Vara do Trabalho de Presidente Prudente insiste em usurpar a competênciae autoridade deste Excelso Tribunal, na medida em que ORDENA QUE SEJACUMPRIDA A TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NA SENTENÇAPROFERIDA EM SEDE DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA” (fls. 4/5). Nojulgamento das ADIs nos 3.105/DF e 3.128/DF, o Supremo Tribunal Federaldeclarou a constitucionalidade do artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41/03,que institui a cobrança de contribuição previdenciária, com percentual igual aoestabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos, sobre a parcela daspensões e dos proventos pagos a pensionistas e servidores inativos da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios que exceda o limite máximo dosbenefícios pagos pelo regime geral de previdência social. Ocorre que, no caso sobexame, a proibição do desconto previdenciário não se fundamentou nainconstitucionalidade da cobrança prevista no dispositivo acima referido einstituída pela Lei Complementar estadual nº 954/03. A decisão reclamadaapreciou a matéria sob o enfoque da inexistência de “qualquer controvérsia de queo reclamante foi admitido em 02.01.1973, sob o regime jurídico da CLT, tendodireito à complementação dos proventos de aposentadoria” (fl. 132). A decisão,na parte em que interessa para a solução da presente reclamação, está assimfundamentada: “(...) Ademais, a Lei Complementar Estadual nº 954/2003 (fl.150/151), que instituiu a contribuição previdenciária mensal aos inativos epensionistas do estado, é inaplicável ao obreiro, pois está aposentado comoempregado de sociedade de economia mista, integrante da administração públicaindireta. Como foi admitido sob o regime jurídico da CLT, o autor jamais poderiaser considerado servidor público para suportar o desconto de uma contribuiçãoprevidenciária, em total afronta à lei” (fl. 133). Desse modo, a matéria tratadanestes autos não encontra identidade com a situação debatida nas ADIs nos3.105/DF e 3.128/DF, não sendo pertinente o ajuizamento da reclamação, cujaadmissibilidade somente é possível em duas hipóteses: para preservar a esfera decompetência desta Suprema Corte e para garantir a autoridade das suas decisões,nos termos dos artigos 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição Federal, 156 doRegimento Interno desta Corte e 13 da Lei nº 8.038/90. O reclamante sustenta,ainda, que o Supremo Tribunal Federal, ao analisar o RE nº 594.435/SP,reconheceu a existência de repercussão geral da matéria referente à incidência decontribuição previdenciária sobre complementação de aposentadoria, o que“implica, nos termos do disposto no art. 543-A do Código de Processo Civil,inevitavelmente, na sustação do cumprimento de decisões proferidasposteriormente por outros órgãos do Judiciário” (fl. 7) e justifica o ajuizamento dapresente reclamação. Inconsistente a reclamação também neste ponto. O artigo543-B do Código de Processo Civil e os artigos 328 e 328-A do RegimentoInterno desta Corte, que disciplinam o procedimento da repercussão geral, apenasdeterminam que os Tribunais de origem selecionem e remetam recursosextraordinários que sejam representativos da controvérsia, sobrestando os demaisaté decisão definitiva desta Suprema Corte. Portanto, o reconhecimento derepercussão geral sobre a matéria objeto de discussão em recurso ordinário emreclamação trabalhista não implica o sobrestamento deste nem torna admissível oajuizamento de reclamação constitucional. Nesse sentido: “RECLAMAÇÃO.Inadmissibilidade ostensiva. Indeferimento liminar pelo relator. Reconhecimentode repercussão geral na mesma matéria objeto de recurso inominado não admitidona origem. Irrelevância. Inaplicabilidade dos art. 543-B, § 1º, do CPC, e arts. 328 e328-A do RISTF. Agravo improvido. Reconhecimento de repercussão geral sobrea mesma matéria objeto de recurso inominado não admitido na origem nãoimplica sobrestamento deste, nem torna admissível reclamação que o não seja”(Rcl nº 6.828/SP-AgR, Relator o Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJe de8/5/09) Ante o exposto, nego seguimento à presente reclamação e julgoprejudicado o exame do pedido liminar. Publique-se. Comunique-se. Arquivem-seos autos. Brasília, 5 de novembro de 2009. Ministro DIAS TOFFOLI Relator 1(Rcl 9260, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 05/11/2009, publicadoem DJe-216 DIVULG 17/11/2009 PUBLIC 18/11/2009)

DECISÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.1) INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBREPROVENTOS, COM BASE EM LEI MUNICIPAL ANTERIOR À EMENDACONSTITUCIONAL N. 41/2003: IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 2)REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.DESNECESSIDADE DE EXAME. JULGADO RECORRIDODIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNALFEDERAL. PRESUNÇÃO DE EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL.ART. 323, § 1º, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNALFEDERAL. AGRAVO E RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDOS.Relatório 1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recursoextraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alíneas a e c, daConstituição da República. O recurso inadmitido tem como objeto o seguintejulgado do Tribunal de Justiça de São Paulo: 'Contribuição previdenciária '

Servidores municipais inativos e pensionistas ' Ação de cessação dos descontos ede restituição dos valores pagos ' Legalidade antes da EC 20/98 e depois da EC41/03, autoaplicável nesse ponto (CF, art. 40, § 18) ' Ação improcedente 'Recursos providos. (...) No Município de Cubatão, a obrigação de contribuir, doinativo e do pensionista, era anterior à EC 41/03, o que significa dizer que alegislação então vigente foi recepcionada pela Emenda em questão' (fls. 155-156).2. No recurso extraordinário, os Agravantes afirmam que o julgado recorrido teriaofendido o art. 4º da Emenda Constitucional n. 41/2003. Asseveram que: 'Nocaso da ré, por inexistir lei municipal pós-emenda, resolveu, por sua conta e risco,proceder à cobrança da referida contribuição com base na antiga Lei n.2.797/2002, que já nasceu nula, nessa parte, diante da proibição constitucionalvigente até 31.12.2003 (Emenda Constitucional n. 20/98). Pacificada na vigênciada Emenda 20/98 a inconstitucionalidade da cobrança de contribuiçãoprevidenciária sobre os proventos e pensões, a nova emenda (41/03) não tem ocondão de constitucionalizar o que era inconstitucional, adotando o impetrado ocritério da repristinação, vedado pelo sistema jurídico nacional vigente' (fl. 181).Alegam que a contribuição previdenciária somente poderia incidir sobre seusproventos a partir da edição da Lei n. 3.040/2005, do Município de Cubatão,como entendera o Juízo de primeiro grau. Suscitam preliminar na qual defendem arepercussão geral da questão constitucional contida no recurso extraordinário. 3.A decisão agravada teve como fundamentos para a inadmissibilidade do recursoextraordinário a ausência de ofensa constitucional e a circunstância de que, se elaexistisse, seria indireta (fls. 294-295). Os Agravantes alegam que a decisãoagravada teria extrapolado os limites do juízo de admissibilidade e que a ofensaconstitucional seria direta. Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO. 4.Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada de que acontrovérsia demandaria o exame de legislação infraconstitucional, pois a matériaé de natureza constitucional. 5. Superado esse óbice, razão jurídica assiste aosAgravantes. 6. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido a parterecorrente intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordináriocapítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional,não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois,nos termos do art. 323, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal' com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esseprocedimento não terá lugar quando o recurso 'impugnar decisão contrária asúmula ou jurisprudência dominante, casos em que se presume a existência derepercussão geral'. Essa é a situação do caso em exame, em que a análise daexistência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-sedispensável. 7. O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de quenão há, no ordenamento jurídico brasileiro, a figura da constitucionalidadesuperveniente. Nesse sentido: 'CONSTITUCIONALIDADESUPERVENIENTE - ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DENOVEMBRO DE 1998 - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DEDEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura daconstitucionalidade superveniente (...)' (RE 390.840, Rel. Min. Marco Aurélio,Tribunal Pleno, DJ 15.8.2006). E ainda: '(...) `Norma constitucional supervenientenão pode constitucionalizar lei anterior, inconstitucional ao tempo de sua edição,ao menos enquanto vigorar o nosso conceito arraigado de inconstitucionalidade 'nulidade' (voto do eminente Ministro Sepúlveda (...) De fato, esta colenda Corte jádecidiu ser inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária sobre osproventos da inatividade e as pensões dos servidores públicos, no período quesucedeu a Emenda Constitucional n. 20/98. Vejam-se, a título de exemplo, osseguintes julgados: REs 372.356-AgR e 367.094-AgR, Relator Ministro SepúlvedaPertence; RE 417.073-AgR, Relator Ministro Carlos Velloso; e RE 393.169,Relator Ministro Gilmar Mendes. (...) tal diploma, vindo a lume após a reformapromovida pela citada EC 20/98, já nasceu inconstitucional, no ponto em que fixaa cobrança de contribuição de inativos e pensionistas. Se já nasceu semfundamento de validade, decerto que não poderia vir a ser recepcionado poremenda posterior, como defende a recorrente, pena de se subverter todo oarcabouço lógico-jurídico do sistema de controle de constitucionalidade, tão caroao Estado Democrático de Direito' (RE 490.658, Rel. Min. Carlos Britto, DJ17.10.2006, trânsito em julgado em 27.11.2006). Dessa orientação jurisprudencialdivergiu o acórdão recorrido. 8. Pelo exposto, dou provimento a este agravo, naforma do art. 544, §§ 3º e 4º, do Código de Processo Civil, e, desde logo, aorecurso extraordinário, nos termos do art. 557, § 1º-A, do mesmo diploma legal.Ficam invertidos os ônus da sucumbência. Publique-se. Brasília, 4 de março de2009. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora (AI 742737, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 04/03/2009,publicado em DJe-051 DIVULG 17/03/2009 PUBLIC 18/03/2009)

EMENTA: 1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público.Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência decontribuição previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria.Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária.Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucionalnº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradoresocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dosarts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, e art.4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma,expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva daaposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como

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poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e pensões àincidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à incidência decontribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento,nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do fato jurídico daaposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, àtributação de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributoeleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento. 2.Inconstitucionalidade. Ação direta. Seguridade social. Servidor público.Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência decontribuição previdenciária, por força de Emenda Constitucional. Ofensa a outrosdireitos e garantias individuais. Não ocorrência. Contribuição social. Exigênciapatrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributáriaabsoluta. Regra não retroativa. Instrumento de atuação do Estado na área daprevidência social. Obediência aos princípios da solidariedade e do equilíbriofinanceiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de universalidade,equidade na forma de participação no custeio e diversidade da base definanciamento. Ação julgada improcedente em relação ao art. 4º, caput, da EC nº41/2003. Votos vencidos. Aplicação dos arts. 149, caput, 150, I e III, 194, 195,caput, II e § 6º, e 201, caput, da CF. Não é inconstitucional o art. 4º, caput, daEmenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiucontribuição previdenciária sobre os proventos de aposentadoria e as pensões dosservidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,incluídas suas autarquias e fundações. 3. Inconstitucionalidade. Ação direta.Emenda Constitucional (EC nº 41/2003, art. 4º, § únic, I e II). Servidor público.Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência decontribuição previdenciária. Bases de cálculo diferenciadas. Arbitrariedade.Tratamento discriminatório entre servidores e pensionistas da União, de um lado,e servidores e pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deoutro. Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, que éparticularização do princípio fundamental da igualdade. Ação julgada procedentepara declarar inconstitucionais as expressões "cinquenta por cento do" e "sessentapor cento do", constante do art. 4º, § único, I e II, da EC nº 41/2003. Aplicaçãodos arts. 145, § 1º, e 150, II, cc. art. 5º, caput e § 1º, e 60, § 4º, IV, da CF, comrestabelecimento do caráter geral da regra do art. 40, § 18. São inconstitucionais asexpressões "cinqüenta por cento do" e "sessenta por cento do", constantes do §único, incisos I e II, do art. 4º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 dedezembro de 2003, e tal pronúncia restabelece o caráter geral da regra do art. 40, §18, daConstituição da República, com a redação dada por essa mesma Emenda.(ADI 3128, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min.CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2004, DJ 18-02-2005PP-00004 EMENT VOL-02180-03 PP-00450 RDDT n. 135, 2006, p. 216-218)

E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - CONTRIBUIÇÃOINSTITUÍDA PELA LEI ESTADUAL Nº 7.672/82 - EXAÇÃO DESTINADAAO CUSTEIO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA - INCIDÊNCIA SOBRESERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DO ESTADO DO RIOGRANDE DO SUL - LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL, DESDE QUECONCERNENTE A PERÍODO NÃO POSTERIOR À PROMULGAÇÃODA EC Nº 20/98 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS. -Revela-se constitucionalmente possível exigir-se, de pensionistas e inativos, orecolhimento de contribuição previdenciária, desde que a respectiva cobrançarefira-se a período anterior ao advento da EC 20/98, pois, a partir dapromulgação dessa emenda à Constituição da República - e quanto a inativos epensionistas -, tornou-se juridicamente incabível, quer no plano da União Federal,quer no âmbito dos Estados-membros e do Distrito Federal, quer, ainda, na esferados Municípios, a própria instituição de tal modalidade de contribuição especial.Precedentes. Se o Poder Público, no entanto, mesmo após o advento da EC20/98, continuar a exigir, dos respectivos servidores inativos e pensionistas, ocorrespondente pagamento da contribuição previdenciária, sujeitar-se-á àobrigação de devolver-lhes os valores por eles eventualmente já recolhidos.Precedentes. - Entendimento aplicável à contribuição destinada ao custeio deassistência médica a que se refere a Lei nº 7.672/82 do Estado do Rio Grande doSul. Precedentes.(RE 364240 AgR-ED, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma,julgado em 08/06/2004, DJ 06-08-2004 PP-00059 EMENT VOL-02158-05PP-00979)

Com o advento da EC nº 41/2003 passou a existir previsão no textoconstitucional acerca da incidência da contribuição previdenciária nos proventosdos servidores inativos.Todavia, não há como conceber efeito retroativo à EC nº 41/2003, com afinalidade de declarar válidos os descontos previdenciários em questão.Este egrégio Tribunal de Justiça, em consonância com a jurisprudênciaconsolidada nos Tribunais Superiores, orienta que, antes da EC nº 41/2003, odesconto previdenciário sobre os proventos dos servidores inativos é ilegal,conforme precedentes abaixo transcritos:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO - EMENDACONSTITUCIONAL Nº 20 - ADIN nº 2010-2 - DESCONTOS DEINATIVOS - NÃO PERMITIDO - INAPLICÁVEL AS ALTERAÇÕESPREVIDENCIÁRIAS TRAZIDAS PELA EC Nº 41/03 - APLICAÇÃO DO

PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM - RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO. 1- O Pretório Excelso que, nos autos da ADIN nº 2010-2entendeu que a Constituição Federal de 1988, mesmo com a redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20/98, não autorizava a cobrança de contribuição deseguridade social sobre os rendimentos de aposentados e pensionistas, excluídosque foram pelo art. 195, II da Carta Magna. 2- Tal panorama foi alterado pela ECnº 41/03, a qual permitiu que o descontos dos inativos fosse efetuado, todavia, aquestão discutida nestes autos é anterior ao advento da emenda em comento, e,em casos que tais, ou seja, anteriores ao advento da Emenda Constitucional nº 41,de 19 de dezembro de 2003, revela-se ilegal o desconto de percentual dosproventos dos servidores inativos, a título de contribuição previdenciária. 3-Negado provimento ao recurso. (Remessa Ex-officio nº 024.02.008768-0, RelatorDesembargador Alinaldo Faria de Souza, Terceira Câmra Cível do Tribunal deJustiça do Espírito Santo, DJ de 26/01/2007). Grifo nosso.

CONSTITUCIONAL - APELAÇÃO CÍVEL - REMESSA NECESSÁRIA -PRELIMINARES REJEITADAS DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DOJUÍZO - regra de competência prevista no art. 102, I, n, da CR/88 - SUPOSTANECESSIDADE DE INCLUSÃO DO PRESIDENTE DO EGRÉGIO TJ NOPÓLO PASSIVO - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL POR INATIVOS EPENSIONISTAS - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1988 -INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUALNº 109/1997 - ADVENTO DE NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL -EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 - CONSTITUCIONALIDADEDECLARADA PELO STF - LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº284/2004 - DEVIDA EXAÇÃO RESPEITADO O PRAZO NONAGESIMALE O TETO DO ART. 5º DA REFERIDA EMENDA - RECURSOIMPROVIDO - REFORMAR PARTE DA SENTENÇA. 1 - Não mereceprosperar a preliminar argüida, tendo em vista não vislumbrar interesse indireto detoda a magistratura estadual, porquanto não há direito adquirido a regime detributação, e as normas sob análise criam para os magistrados em atividadetão-somente expectativa de direito, não se podendo afirmar que ao seaposentarem gozarão da pleiteada isenção. Ademais, as regras de contribuiçãoprevidenciária pelos inativos e pensionistas não se aplicam somente aosmagistrados, mas também aos demais servidores públicos estatutários titulares decargos efetivos, e, consoante entendimento do STF, nestes casos, não há que sefalar em excepcional aplicação da regra de competência prevista no art. 102, I, n,da CR/88. 2 - O apelante afirma que o Presidente deste Egrégio Tribunal deJustiça deve figurar no pólo passivo deste mandamus, uma vez que é oresponsável pelo pagamento dos magistrados ativos e inativos, razão pela qualdefende que a competência para processamento e julgamento é do TJ. Contudo, aautoridade coatora é aquela responsável pela prática do ato impugnado, e, no casosob exame, o responsável pela questionada exação dos inativos e pensionistas,substituídos da impetrante, é a indigitada autoridade coatora, ou seja, o DiretorPresidente do Instituto de Previdência e Assistência Jerônimo Monteiro (IPAJM),responsável pela administração da Previdência do Estado. A associaçãoimpetrante argüi a conduta supostamente ilegal da apontada autoridade coatora, aqual negou a concessão de pensão às viúvas de magistrados, ora substituídas, emrazão de haver débitos de contribuição para o IPAJM. Além disso, é incabível asegurança contra autoridade que não disponha de competência para corrigir ailegalidade impugnada, donde não há que se falar em inclusão do Presidente desteTribunal no pólo passivo da presente ação mandamental, porquanto é o DiretorPresidente do IPAJM que suportará as conseqüências do decisum. 3 - Não mereceprosperar a irresignação do Estado apelante, uma vez que a matéria encontra-seconsolidada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, que considerouinconstitucional a contribuição sobre proventos e pensões dos inativos epensionistas, principalmente diante da regra do art. 195, II, da Constituição, cuja aredação foi determinada pela Emenda Constitucional nº 20/1998. 4 - Entretanto,cabe analisar que com o advento da Emenda Constitucional nº 41/2003 - e éimportante destacar que a sentença foi prolatada anteriormente -, o regimeprevidenciário dos servidores públicos passou a ser custeado pelos ativos, inativose pensionistas, também mediante o pagamento de tributo. E, consoante decidiu oTribunal Pleno deste Egrégio TJ, quando do julgamento do Mandado deSegurança nº 100.03.004019-8, de relatoria do Eminente DesembargadorSubstituto Samuel Meira Brasil, publicado no DJ de 15/09/2005, “Eventuaismodificações na legislação devem ser consideradas pelo julgador no momento emque prestar a tutela jurisdicional, não implicando modificação da causa de pedir,pois o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da substanciação(substantiierungstheorie). Os tribunais podem alterar os fundamentos jurídicos dopedido (narra mihi facto dabo tibi ius)”. 5 - O STF, quando do julgamento daAção Direta de Inconstitucionalidade nº 3.105-8/DF, afastou a argüição deinconstitucionalidade do art. 4º, caput, da Emenda Constitucional nº 41,ressalvado apenas o teto estabelecido para os benefícios do Regime Geral dePrevidência Social, previsto no art. 201 da Constituição de 1988. Destarte, restoupacificado o entendimento segundo o qual a contribuição para o custeio daprevidência social dos servidores públicos não deve incidir sobre os proventos oupensões dos aposentados e pensionistas, entre o período compreendido entre aentrada em vigor da Emenda Constitucional nº 20/1998 e a de vigência daEmenda Constitucional nº 41/2003. 6 - Mas embora a Emenda Constitucional nº41/2003 tenha possibilitado a cobrança da contribuição previdenciária dosinativos, sua entrada em vigor não torna constitucional a lei anteerior, portanto a

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Lei Complementar Estadual nº 109/97. Todavia, a aludida contribuição foiinstituída pela Lei Complementar Estadual nº 282/2004, motivo pelo qual passoua ser novamente devida, observado o prazo de noventa dias contados a partir dadata de sua publicação, segundo preceitua o §6º, do art. 195, da Constituição de1988, e respeitado o teto estabelecido pelo art. 5º da EC nº 41/2003. 7 - Recursoimprovidos, e, em remessa necessária, reformar parcialmente a sentença. (RemessaEx-officio nº 024.01.002538-5, Relator Desembargador Álvaro Manoel RosindoBourguignon, Relator Substituto Desembargador Fernando Estevan Bravin Ruy,Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, DJ de14.06.2006). Grifo nosso.MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - SERVIDORES PÚBLICOSINATIVOS - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS (ART. 4º DA EC 41/2003)- PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, CARÊNCIA DA AÇÃOE AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS REJEITADAS -MÉRITO - DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DATAXAÇÃO PELO STF EM ADI - EFEITO VINCULANTE -ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (ART. 195, § 6º, CF) - SEGURANÇAPARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. Em mandado de segurança onde sediscute a constitucionalidade dos descontos previdenciários nos proventos dosservidores aposentados do Poder Judiciário Estadual, devem integrar a lide, emlitisconsórcio passivo, o Presidente do Tribunal de Justiça e o Diretor do IPAJM.2. Rejeitam-se as preliminares de carência da ação por impossibilidade jurídica dopedido e de ausência de pressupostos processuais, quando afetas ao mérito domandamus, devendo ser enfrentadas oportunamente. 3. Declarada pelo STF(ADI´s 3.105 e 3.128) a constitucionalidade da taxação dos servidores públicosinativos e dos seus pensionistas instituída pelo art. 4º da EC nº 41/2003,determinando a incidência da contribuição previdenciária, no âmbito da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias efundações, indistintamente, apenas sobre a parcela dos proventos e das pensõesque supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral deprevidência social de que trata o art. 201 da CF, há vinculação de todos os órgãosdo Poder Judiciário e da Administração Pública federal, estadual e municipal, porforça da eficácia erga omnes da decisão (Lei nº 9.868/99, art. 28, par. Único). 4.Não viola a coisa julgada eventual sentença concessiva em mandado de segurançaimpetrado anteriormente, onde se discutia a constitucionalidade da cobrança dacontribuição social à luz da EC nº 20/1998, porquanto não tem o condão deprojetar os seus efeitos para o novo sistema previdenciário em vigor a partir daedição da EC nº 41/2003. 5. A cobrança da contribuição social dos servidoresinativos e pensionistas autorizada pela EC nº 41/2003 somente tornou-se exigívelapós decorrido o prazo de 90 (noventa) dias a partir da publicação oficial da LeiComplementar estadual nº 282/04, em 26/04/2004 (art. 195, § 6º, CF). (Mandadode Segurança nº 100.04.000548-8, Relatora Desembargadora Catharina MariaNovaes Barcellos, Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, DJ de15.02.2006). Grifo nosso.

Assim, neste ponto, não há qualquer fundamento a ensejar a reforma da sentençarecorrida, uma vez que se encontra em consonância com o entendimentoconsolidado pela jurisprudência pátria.Da mesma forma, não prosperam os argumentos do Apelante acerca daimpossibilidade de condenação da Fazenda Pública ao pagamento de custas edespesas processuais decorrentes da sucumbência. Nesse sentido, o precedente doSuperior Tribunal de Justiça:“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ATUAÇÃO DA FAZENDANACIONAL PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL. PAGAMENTO DEPOSTAGEM DE CARTA CITATÓRIA PELA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. ART. 39, DA LEI Nº 6.830/80. ART. 27, DO CPC.DIFERENÇAS ENTRE OS CONCEITOS DE CUSTAS E DESPESASPROCESSUAIS. PRECEDENTE DA C. PRIMEIRA SEÇÃO.1. A Fazenda Pública não está obrigada ao pagamento das custas processuais e, afortiori, não há que se exigir o prévio adimplemento do quantum equivalente àpostagem de carta citatória.Precedente: REsp 1028103/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ.21/08/2008; EREsp 506.618/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ 13/02/2006;REsp 546.069/RS, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ26/09/2005.2. A 1ª Seção firmou recente entendimento no sentido de que a certidão requeridapela Fazenda Pública ao cartório extrajudicial dever ser deferida de imediato,diferindo-se o pagamento para o final da lide, a cargo do vencido. Exegese da 1ªSeção do E. STJ aos art. 27, do CPC e 39, da Lei n.º 6.830/80, no julgamento doResp. 1.036.656/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado no dia 16.02.2009,pendente de publicação.3. O Sistema Processual desobriga a Fazenda Pública de arcar com quaisquerdespesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbasdecorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC).Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante secolhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80. Enquanto não declaradainconstitucional a lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação.4. É cediço em sede doutrinária que: "A União está isenta de custas, selos, taxas eemolumentos na execução fiscal. Os processos de execução fiscal para cobrançada dívida da União, ainda que em curso perante a justiça dos Estados, do DistritoFederal ou dos Territórios, estão isentos de qualquer pagamento, seja ele qual for,

no que concerne a custas ou despesas judiciais. Não paga a taxa judiciária, nãopaga selo nas petições ou papéis juntos aos autos; não paga remuneração aoscartórios ou órgãos auxiliares, tais como depositários, avaliadores, partidores, etc.Não há exigência de taxa judiciária, de selos ou estampilhas ou papel selado, decomissões, custas, emolumentos, dos serventuários, preparo, etc. Invoque-se oart. 150, IV, a, da CF, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios criar imposto sobre serviço uns dos outros, e interprete-se o art. 1.212,parágrafo único, do CPC, amplamente. Não só os atos judiciais, nos processos emque autora é a União, estão isentos desses pagamentos. O privilégio e a isençãosão recíprocos entre a União, Estados e Municípios." (José da Silva Pacheco, inComentários à Lei de Execução Fiscal, Ed. Saraiva, 7ª ed., 2000, São Paulo) 5. Ressalte-se ainda que, de acordo com o disposto no parágrafo único art. 39 daLei 6.830/80, a Fazenda Pública, se vencida, é obrigada a ressarcir a partevencedora no que houver adiantado a título de custas, o que se coaduna com oart. 27, do Código de Processo Civil, não havendo, desta forma, riscos de secriarem prejuízos à parte adversa com a concessão de tal benefício isencional.6. Mutatis mutandis a exoneração participa da mesma ratio essendi dajurisprudência da Corte Especial que imputa a despesa extrajudicial da elaboraçãode planilha do cálculo aquele que pretende executar a Fazenda Pública.7. Recurso especial provido.(REsp 1076914/SE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, Julgado em19/03/2009, DJe 22/04/2009)”Quanto aos juros de mora de 1% ao mês e à correção monetária, a sentençarecorrida observou o disposto no artigo 1º-F da Lei 9494/97, bem como a Súmula188 do STJ.Os honorários de advogado devem ser fixados por apreciação equitativa e não emum percentual sobre o valor da condenação, conforme consta da sentençarecorrida.Assim, com base no § 4º do artigo 20 do CPC, e considerando que, no caso, oadvogado patrocina os 32 (trinta e dois) autores e o processo está em curso hácerca de 09 (nove) anos, por apreciação equitativa, fixo os honorários deadvogado em R$ 10.000,00 (dez mil reais).Ante o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para reformar asentença recorrida, apenas para fixar os honorários de advogado em R$ 10.000,00(dez mil reais).Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 15 de junho de 2011.

  Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR

Relator

68- Remessa Ex-officio Nº 4980000683ANCHIETA - CARTÓRIO 3º OFÍCIOREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUALPARTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) LUIZ CARLOS DE OLIVEIRAPARTE FRIGORIFICO PROBOI Advogado(a) CHRISTINA CORDEIRO DOS SANTOS* Apelação Voluntária Nº 4980000683APTE ESTADO DO ESPIRITO SANTOAPDO FRIGORIFICO PROBOIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 004980000683

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADVOGADO: PROCURADOR LUIZ CARLOS DE OLIVEIRARECORRIDO: FRIGORIFICO PROBOI E OUTROSADVOGADO: DIOGO PAIVA FARIAMAGISTRADO: CARLOS ROBERTO ALMEIDA AMORIM

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.SÓCIO INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA. EXCEÇÃO DE NÃOEXECUTIVIDADE. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE.RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. NECESSIDADE DE DILAÇÃOPROBATÓRIA. PRESCRIÇÃO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DOCRÉDITO. TERMO A QUO. AJUIZAMENTO DA DEMANDA. TERMOAD QUEM. CITAÇÃO. EDITALÍCIA. CAUSA INTERRUPTIVA.MOROSIDADE JUDICIÁRIA. RECURSO PROVIDO.1. Na hipótese de a Execução Fiscal ter sido ajuizada contra a pessoa jurídica eseus sócios, e o nome destes constar da CDA, a eles incumbe o ônus de provarque não ficou caracterizada nenhuma das circunstâncias previstas no art. 135 doCTN. Precedente STJ representativo de controvérsia (art. 543-C, CPC).2. A veiculação da objeção de não-executividade somente é admissível quando setratar de matéria de ordem pública, prescindível de dilação probatória.Precedentes.

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3. O exame da responsabilidade dos sócios da empresa executada requer dilaçãoprobatória, razão pela qual a matéria de defesa deve ser aduzida em embargos àexecução, e não por meio de objeção de não-executividade. Precedentes.4. A contagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do créditotributário inicia-se com a constituição definitiva do mesmo. Precedentes.5. A constituição definitiva do crédito tributário, quando inexistente impugnaçãoadministrativa do lançamento realizado pelo Fisco, se dá com a notificação dodevedor para o pagamento definitivo, ou seja, com o vencimento da dívida.Precedentes.6. O termo ad quem interruptivo para a contagem do prazo prescricional para acobrança do débito tributário é a data do ajuizamento da Execução Fiscal.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, CPC.7. A citação por edital constitui causa de interrupção do prazo preclusivo.Precedente STJ submetido à sistemática do art. 543-C, CPC.8. Realizada a citação interrompendo o prazo preclusivo, a prescrição fiscalsomente pode ser reconhecida se for intercorrente, a qual pressupõe a inércia nodevido impulsionamento do feito pelo exequente. Precedentes.9. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs Apelação Cível por inconformadocom a r. sentença que excluiu os sócios da empresa executada do polo passivo emsede de acolhimento de exceção de não executividade e, ainda reconheceu aprescrição dos créditos tributários cobrados, extinguindo a Execução Fiscalproposta.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de exclusão dos sócios inscritos em dívidaativa juntamente com a empresa sem dilação probatório e, ainda, inexistência deprescrição. Assim, requereu o provimento do recurso com a reforma do julgado eo prosseguimento da via executiva.Contrarrazões pela manutenção da r. sentença.Decisão interlocutória às fls. 150, determinado a juntada do procedimentoadministrativo relativo à execução em curso.Petição do Estado às fls. 152.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil,uma vez que se trata de matéria consolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

As questões devolvidas a esta Corte dizem respeito à: (i) possibilidade de exclusãodo sócio inscrito em dívida ativa juntamente com a empresa em sede de objeçãode não-executividade oposta em Execução Fiscal; (ii) análise da prescrição docrédito tributário executado pelo Estado do Espírito Santo na demanda em curso.Pois bem. Passo a apreciar as matérias em separado.

2.1. EXCLUSÃO DOS SÓCIOS.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de recurso especialrepresentativo de controvérsia (art. 543-C, do CPC), decidiu que:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO ÀSISTEMÁTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL.INCLUSÃO DOS REPRESENTANTES DA PESSOA JURÍDICA, CUJOSNOMES CONSTAM DA CDA, NO PÓLO PASSIVO DA EXECUÇÃOFISCAL. POSSIBILIDADE. MATÉRIA DE DEFESA. NECESSIDADE DEDILAÇÃO PROBATÓRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.INVIABILIDADE. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.1. A orientação da Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, se aexecução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio constada CDA, a ele incumbe o ônus da prova de que não ficou caracterizada nenhumadas circunstâncias previstas no art. 135 do CTN, ou seja, não houve a prática deatos "com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos". 2.Por outro lado, é certo que, malgrado serem os embargos à execução o meio dedefesa próprio da execução fiscal, a orientação desta Corte firmou-se no sentidode admitir a exceção de pré-executividade nas situações em que não se faznecessária dilação probatória ou em que as questões possam ser conhecidas deofício pelo magistrado, como as condições da ação, os pressupostos processuais, adecadência, a prescrição, entre outras.3. Contudo, no caso concreto, como bem observado pelas instâncias ordinárias, oexame da responsabilidade dos representantes da empresa executada requerdilação probatória, razão pela qual a matéria de defesa deve ser aduzida na viaprópria (embargos à execução), e não por meio do incidente em comento.4. Recurso especial desprovido. Acórdão sujeito à sistemática prevista no art.543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ.(REsp 1104900/ES, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO,julgado em 25/03/2009, DJe 01/04/2009)

Nessa linha, destaco outro precedente do C. STJ:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – PESSOA JURÍDICA EM DÉBITOCOM O FISCO – CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO ESTADUAL –

NÃO-FORNECIMENTO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO AOSÓCIO – OFENSA AOS ARTS. 131, 458, II E 535 DO CPC.1. Inexiste ofensa aos arts. 131, 458, II e 535 do CPC se o Tribunal analisousuficientemente a questão tida por omissa.2. A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido da possibilidade deredirecionamento da execução fiscal ao sócio-gerente quando se trata dedissolução irregular da empresa.3. A pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física do sócio. Se o sóciofigura como co-responsável na CDA ou responde judicialmente pelo débito daempresa em razão do redirecionamento da execução fiscal, é que não se podeconceder certidão negativa de débito.4. Recurso especial não provido.(REsp 875.300/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 02/09/2008, DJe 10/10/2008)

No caso em exame, os nomes dos excipientes, sócios da empresa executada,constam da CDA que embasa a Execução Fiscal ajuizada pelo Estado do EspíritoSanto, consoante fls. 4 dos autos.De acordo com a jurisprudência sedimentada sobre o assunto, a inserção do nomedos sócios na CDA faz presumir a sua responsabilidade quanto ao débitoexecutado, cabendo aos mesmos produzir as provas necessárias para demonstrar ainocorrência de quaisquer das hipóteses previstas no artigo 135 do CTN.Em verdade, o exame da responsabilidade dos representantes da empresaexecutada requer dilação probatória, razão pela qual a matéria de defesa deve seraduzida em Embargos à execução, e não a partir da oposição do incidente deobjeção de não-executividade. Em reforço, destaco os seguintes precedentes doSTJ:

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL SÓCIO-GERENTE CUJO NOMECONSTA DA CDA. PRESUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE.ILEGITIMIDADE PASSIVA ARGUIDA EM EXCEÇÃO DEPRÉ-EXECUTIVIDADE. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. 1. A exceçãode pré-executividade é cabível quando atendidos simultaneamente dois requisitos,um de ordem material e outro de ordem formal, ou seja: (a) é indispensável que amatéria invocada seja suscetível de conhecimento de ofício pelo juiz; e (b) éindispensável que a decisão possa ser tomada sem necessidade de dilaçãoprobatória. 2. Conforme assentado em precedentes da Seção, inclusive sob oregime do art. 543-C do CPC (REsp 1104900, Min. Denise Arruda, sessão de25.03.09), não cabe exceção de pré-executividade em execução fiscal promovidacontra sócio que figura como responsável na Certidão de Dívida Ativa - CDA. Éque a presunção de legitimidade assegurada à CDA impõe ao executado que figurano título executivo o ônus de demonstrar a inexistência de sua responsabilidadetributária, demonstração essa que, por demandar prova, deve ser promovida noâmbito dos embargos à execução. 3. Recurso Especial provido. Acórdão sujeitoao regime do art. 543-C do CPC. (REsp 1110925/SP, Rel. Ministro TEORIALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe04/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE DOSSÓCIOS. REVISÃO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Adiscussão sobre provável inclusão do nome do sócio-gerente porque consta daCDA, não é possível na via especial, tendo em vista que a matéria não foi objetode análise na origem, portanto, óbice instituído pela Súmula 7/STJ. É impossívelalterar as premissas fáticas consignadas no aresto atacado, sob pena derevolverem-se fatos e provas dos autos. 2. Adotou-se, nesta Corte, como critériodefinidor das matérias que podem ser alegadas em objeção de pré-executividade ofato de ser desnecessária a dilação probatória, afastando-se, pois, o critériofincado, exclusivamente, na possibilidade de conhecimento de ofício pelo Juiz.Passou-se a admitir essa forma excepcional de defesa para acolher exceçõesmateriais, extintivas ou modificativas do direito do exeqüente, desde quecomprovadas de plano e desnecessária a produção de outras provas além daquelasconstantes dos autos ou trazidas com a própria exceção. 3. Agravo regimental nãoprovido. (AgRg no Ag 1051891/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,SEGUNDA TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 23/10/2008) – [destaquei].

Assim, considerando que os sócios figuram como co-responsáveis dos débitosfiscais inscritos em dívida ativa e que inexistem nos autos provas sumárias dainocorrência das circunstâncias previstas no artigo 135 do CTN, não há comomanter o acolhimento da objeção de não-executividade oposta pelos mesmos. Superada a matéria, atenho-me à apreciação da prescrição tributária.

2.2. PRESCRIÇÃO.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que acontagem do prazo prescricional para a ação de cobrança do crédito tributárioinicia-se com a constituição definitiva do mesmo, conforme precedentes abaixotranscritos:

TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – CITAÇÃO POREDITAL - INTERPRETAÇÃO DO ART. 174 DO CTN ANTES DA LC N.

195 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 202: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

118/05 – INTERRUPÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA E PESSOAL– NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A contagem da prescrição tem início com a data daconstituição definitiva do crédito tributário, e como termo final a citação válida dodevedor. 2. A jurisprudência desta Corte entende que a citação por edital é válida econstitui hipótese interruptiva do prazo prescricional a teor do art. 174, parágrafoúnico, I do CTN. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1023114/PR,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em08/04/2008, DJe 17/04/2008).

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – AUSÊNCIA DEPREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – EXECUÇÃO FISCAL –CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. Não seconhece do recurso especial, por ausência de prequestionamento, se a matériatrazida nas razões recursais não foi debatida no Tribunal de origem. Aplicação daSúmula 282/STF. 2. Nos termos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos, contados da sua constituiçãodefinitiva. 3. Atualmente, enquanto há pendência de recurso administrativo, nãose fala em suspensão do crédito tributário, mas sim em um hiato que vai do iníciodo lançamento, quando desaparece o prazo decadencial, até o julgamento dorecurso administrativo ou a revisão ex-officio. 4. Somente a partir da data em queo contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início acontagem do prazo prescricional. 5. Acórdão recorrido em consonância com ajurisprudência dominante desta Corte, ao concluir que a ação para cobrança docrédito tributário prescreve em cinco anos a partir de sua constituição definitiva,que se dá com a notificação regular do lançamento. 6. Recurso especial conhecidoem parte e, nessa parte, não provido. (REsp 955.950/SC, Rel. Ministra ELIANACALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 02/10/2007 p.241).

A Corte sedimentou, ainda, a orientação de que a constituição definitiva docrédito tributário, quando inexistente impugnação administrativa do lançamento,se dá com a notificação do devedor para o pagamento definitivo, isto é, com ovencimento da dívida. Ilustrativamente:PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO: OCORRÊNCIA. 1. Nostermos do art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito tributário prescreveem cinco anos, contados da sua constituição definitiva. 2. Atualmente, enquantohá pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Contudo, se o contribuinte não impugna administrativamente olançamento, começa a fluir o prazo prescricional a partir de sua notificação. 5.Decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributárioe a citação pessoal do executado, ocorre a prescrição. 6. Recurso especialprovido.(REsp 816.100/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDATURMA, julgado em 07/08/2007, DJ 16/08/2007 p. 312)

Acerca do termo ad quem para a contagem do prazo preclusivo, o C. STJ decidiu,em recurso representativo de controvérsia, que deve ser compreendido como adata do ajuizamento da demanda, nos seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DECONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE O FISCO COBRARJUDICIALMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO ALANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIOCONSTITUÍDO POR ATO DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELOCONTRIBUINTE (IN CASU, DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS).PAGAMENTO DO TRIBUTO DECLARADO. INOCORRÊNCIA. TERMOINICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DECLARADA.PECULIARIDADE: DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS QUE NÃOPREVÊ DATA POSTERIOR DE VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃOPRINCIPAL, UMA VEZ JÁ DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO.CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA DATA DAENTREGA DA DECLARAÇÃO.1. O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrançajudicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entreoutros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que,não obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, nãorestou adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveioquaisquer das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas doprazo prescricional (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 658.138/PR, Rel.Ministro José Delgado, Rel.p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, julgado em 14.10.2009, DJe 09.11.2009;REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 28.11.2007, DJ07.02.2008; e AgRg nos EREsp 638.069/SC, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 25.05.2005, DJ 13.06.2005).

2. A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, resta assim regulada peloartigo 174, do Código Tributário Nacional, verbis: "Art. 174. A ação para acobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da suaconstituição definitiva.Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita aodevedor;I ? pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial;III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor." 3. A constituição definitiva do créditotributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do prazo prescricionalqüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do créditotributário.4. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ? DCTF,de Guia de Informação e Apuração do ICMS ? GIA, ou de outra declaração dessanatureza prevista em lei (dever instrumental adstrito aos tributos sujeitos alançamento por homologação), é modo de constituição do crédito tributário,dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra providência conducente àformalização do valor declarado (Precedente da Primeira Seção submetido ao ritodo artigo 543-C, do CPC: REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008).5. O aludido entendimento jurisprudencial culminou na edição da Súmula436/STJ, verbis: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo odébito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do Fisco." 6. Conseqüentemente, o dies a quo do prazo prescricionalpara o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributáriodeclarado, mas não pago, é a data do vencimento da obrigação tributáriaexpressamente reconhecida.7. In casu: (i) cuida-se de créditos tributários atinentes a IRPJ (tributo sujeito alançamento por homologação) do ano-base de 1996, calculado com base no lucropresumido da pessoa jurídica; (ii) o contribuinte apresentou declaração derendimentos em 30.04.1997, sem proceder aos pagamentos mensais do tributo noano anterior; e (iii) a ação executiva fiscal foi proposta em 05.03.2002.8. Deveras, o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, independentemente daforma de tributação (lucro real, presumido ou arbitrado), é devido mensalmente, àmedida em que os lucros forem auferidos (Lei 8.541/92 e Regulamento doImposto de Renda vigente à época - Decreto 1.041/94).9. De acordo com a Lei 8.981/95, as pessoas jurídicas, para fins de imposto derenda, são obrigadas a apresentar, até o último dia útil do mês de março,declaração de rendimentos demonstrando os resultados auferidos noano-calendário anterior (artigo 56).10. Assim sendo, não procede a argumentação da empresa, no sentido de que: (i)"a declaração de rendimentos ano-base de 1996 é entregue no ano de 1996, emcada mês que se realiza o pagamento, e não em 1997"; e (ii) "o que é entregue noano seguinte, no caso, 1997, é a Declaração de Ajuste Anual, que não tem efeitosjurídicos para fins de início da contagem do prazo seja decadencial, sejaprescricional", sendo certo que "o Ajuste Anual somente tem a função de apurarcrédito ou débito em relação ao Fisco." (fls. e-STJ 75/76).11. Vislumbra-se, portanto, peculiaridade no caso sub examine, uma vez que adeclaração de rendimentos entregue no final de abril de 1997 versa sobre tributoque já deveria ter sido pago no ano-calendário anterior, inexistindo obrigação legalde declaração prévia a cada mês de recolhimento, consoante se depreende doseguinte excerto do acórdão regional: "Assim, conforme se extrai dos autos, aformalização dos créditos tributários em questão se deu com a entrega daDeclaração de Rendimentos pelo contribuinte que, apesar de declarar os débitos,não procedeu ao devido recolhimento dos mesmos, com vencimentos ocorridosentre fevereiro/1996 a janeiro/1997 (fls. 37/44)." 12. Conseqüentemente, o prazoprescricional para o Fisco exercer a pretensão de cobrança judicial da exaçãodeclarada, in casu, iniciou-se na data da apresentação do aludido documento, valedizer, em 30.04.1997, escoando-se em 30.04.2002, não se revelando prescritos oscréditos tributários na época em que ajuizada a ação (05.03.2002).13. Outrossim, o exercício do direito de ação pelo Fisco, por intermédio deajuizamento da execução fiscal, conjura a alegação de inação do credor,revelando-se incoerente a interpretação segundo a qual o fluxo do prazoprescricional continua a escoar-se, desde a constituição definitiva do créditotributário, até a data em que se der o despacho ordenador da citação do devedor(ou até a data em que se der a citação válida do devedor, consoante a anteriorredação do inciso I, do parágrafo único, do artigo 174, do CTN).14. O Codex Processual, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a interrupção daprescrição, pela citação, retroage à data da propositura da ação, o que, na searatributária, após as alterações promovidas pela Lei Complementar 118/2005,conduz ao entendimento de que o marco interruptivo atinente à prolação dodespacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento dofeito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional.15. A doutrina abalizada é no sentido de que: "Para CÂMARA LEAL, como aprescrição decorre do não exercício do direito de ação, o exercício da ação impõea interrupção do prazo de prescrição e faz que a ação perca a 'possibilidade dereviver', pois não há sentido a priori em fazer reviver algo que já foi vivido(exercício da ação) e encontra-se em seu pleno exercício (processo).Ou seja, o exercício do direito de ação faz cessar a prescrição.

196 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 203: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Aliás, esse é também o diretivo do Código de Processo Civil: 'Art. 219. A citaçãoválida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, aindaquando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor einterrompe a prescrição.§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.' Se ainterrupção retroage à data da propositura da ação, isso significa que é apropositura, e não a citação, que interrompe a prescrição. Nada mais coerente,posto que a propositura da ação representa a efetivação do direito de ação, cujoprazo prescricional perde sentido em razão do seu exercício, que seráexpressamente reconhecido pelo juiz no ato da citação.Nesse caso, o que ocorre é que o fator conduta, que é a omissão do direito deação, é desqualificado pelo exercício da ação, fixando-se, assim, seu termoconsumativo. Quando isso ocorre, o fator tempo torna-se irrelevante, deixando dehaver um termo temporal da prescrição." (Eurico Marcos Diniz de Santi, in"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Ed. Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 232/233) 16. Destarte, a propositura da ação constitui o dies adquem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para suarecontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único,do CTN.17. Outrossim, é certo que "incumbe à parte promover a citação do réu nos 10(dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pelademora imputável exclusivamente ao serviço judiciário" (artigo 219, § 2º, doCPC).18. Conseqüentemente, tendo em vista que o exercício do direito de ação deu-seem 05.03.2002, antes de escoado o lapso qüinqüenal (30.04.2002), iniciado com aentrega da declaração de rendimentos (30.04.1997), não se revela prescrita apretensão executiva fiscal, ainda que o despacho inicial e a citação do devedortenham sobrevindo em junho de 2002.19. Recurso especial provido, determinando-se o prosseguimento da execuçãofiscal. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da ResoluçãoSTJ 08/2008. (REsp 1120295/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRASEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 21/05/2010)

Além disso, o C. STJ, também em recurso representativo de controvérsia, firmouo entendimento no sentido de que a citação editalícia constitui causa deinterrupção do prazo prescricional. Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE.AUSÊNCIA DE PRÉVIA OITIVA DA FAZENDA PÚBLICA. CITAÇÃOPOR EDITAL. CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃODO ART. 174 DO CTN COM REDAÇÃO ANTERIOR À LC 118/05. TEMAJÁ JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C, DO CPC, E DARESOLUÇÃO STJ 08/08.1. Predomina na jurisprudência desta Corte o entendimento de que, na execuçãofiscal, a partir da Lei n. 11.051/04, que acrescentou o § 4º ao artigo 40 da Lei n.6.830/80, pode o juiz decretar, de ofício, a prescrição, após ouvida a FazendaPública exeqüente.2. A Primeira Seção desta Corte, na assentada do dia 13.5.2009, quando dojulgamento do REsp n. 999.901/RS, de relatoria do Ministro Luiz Fux, no sistemado novel art. 543-C do CPC, trazido pela Lei dos Recursos Repetitivos, pacificouo entendimento já adotado por esta Corte de que a citação por edital configurahipótese de interrupção da prescrição, nos termos do art. 174, parágrafo único, I,do CTN, aplicável antes da alteração promovida pela Lei Complementar n.118/05, que antecipou o marco inicial para o despacho do juiz que ordenar acitação em execução fiscal.3. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 855.019/RR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL

In casu, a Execução Fiscal em curso fora ajuizada em 30.6.1998 para a cobrançade débitos constituídos definitivamente em 9.7.1997, assim compreendida a datado vencimento do prazo estipulado para o pagamento definitivo, fls. 283,conforme documentos acostados aos autos. Na sequência, não tendo sido localizados os executados, foi determinada a citaçãodos mesmos por edital, a qual se efetivou mediante publicação ocorrida no dia16.5.2000 a teor do documento de fls. 25. Logo, considerando que foi realizada acitação editalícia dos devedores, assim compreendida como causa interruptiva doprazo prescricional, eventual reconhecimento do lapso preclusivo somentepoderia ser realizado se se tratasse de prescrição intercorrente, ao contrário do queresto consignado na r. sentença. Não obstante, a configuração da prescrição intercorrente pressupõe a inércia doFisco no impulso da via executiva, consoante ilustram os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. 1. Configura-se a prescrição intercorrente quando,proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia da exeqüente. 2. É prescindível aintimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamento foi formulado pelaprópria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min. Eliana Calmon (DJe

1º.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1107500/MG, Rel.Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/05/2009, DJe 27/05/2009)

PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – DEMORA NÃOIMPUTÁVEL AO CREDOR – NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. 1. Para que a prescrição intercorrente seja decretada, énecessário que tenha ocorrido o transcurso do prazo quinquenal, e que a FazendaPública tenha se mantido inerte durante todo este período. Se a demora na citaçãoda executada (ou responsável tributário) ocorreu por fatos alheios à vontade dacredora não há que se decretar a prescrição do crédito tributário. 2. Precedentes:AgRg no REsp 1.062.571-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em20.11.2008; REsp 898.975/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma,julgado em 17.12.2007, DJe 10.3.2008; REsp 827.948/SP, Rel. Min. HumbertoGomes de Barros, Terceira Turma, julgado em 21.11.2006, DJ 4.12.2006. Agravoregimental improvido. (AgRg no REsp 1079566/SP, Rel. Ministro HUMBERTOMARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)

No caso em análise, o MM. Magistrado reconheceu a existência de prescrição,pois, o Estado do Espírito Santo teria se mantido inerte por mais de 5 (cinco)anos, sem que tenha ocorrido qualquer causa de interrupção ou suspensão daexecução. Não obstante, como mencionado, no curso da demanda forapromovida a citação editalícia do devedor, interrompendo o prazo preclusivo nosmoldes da jurisprudência sedimentada do STJ.Em verdade, os próprios sócios compareceram aos autos, tanto que opuseramobjeção de não-executividade, fls. 41/51. Importante ressaltar, ainda, que não foi determinada a suspensão do processo e,dessa forma, o arquivamento do mesmo, imprescindível ao reconhecimento daprescrição intercorrente. Ademais, não é possível aferir qualquer desídia do exequente, pois o mesmoprocedeu ao devido impulsionamento do processo.Logo, a via executiva deve ter o seu regular processamento.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r. sentençae determinar o prosseguimento da Execução Fiscal. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 22 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

69- Embargos de Declaração Nº 24100921139VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALEMGTE ALANA MOREIRA DOS SANTOS Advogado(a) JEANINE NUNES ROMANOAdvogado(a) PATRICIA NUNES ROMANO TRISTAO PEPINOEMGDO ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) EVA PIRES DUTRARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NOAGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 24100921139

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ALANA MOREIRA DOS SANTOSADVOGADO: JEANINE NUNES ROMANO E OUTRARECORRIDO: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.ADVOGADO: PROCURADORA EVA PIRES DUTRAMAGISTRADO: ADRIANO CORRÊA DE MELLONº PROC. ORIG.: 024.10.027424-0

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. TEORIA DO FATO CONSUMADO.CONCURSO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. INTERESSE RECURSAL.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.REDISCUSSÃO DA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. MULTA.PROCRASTINAÇÃO INDEVIDA. RECURSO DESPROVIDO.1. É inadmissível a aplicação da teoria do fato consumado aos casos em que ocandidato participa das demais fases do concurso por meio de decisão provisória.Precedentes.2. A omissão apta a ensejar o recurso de Embargos de Declaração refere-se aosargumentos relevantes à solução da controvérsia e não engloba todas as alegaçõesdas partes, desde que não sejam suficientes para alterar a decisão. Precedente.3. A rediscussão da causa em Embargos de Declaração é inadmissível.Precedentes.4. Recurso desprovido.

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1. RELATÓRIO.

ALANA MOREIRA DOS SANTOS opôs Embargos de Declaração porinconformada com a decisão monocrática que, ao reconsiderar a decisãounipessoal anterior, deu provimento parcial ao recurso interposto pela partecontrária, para reformar o julgado de origem quanto ao afastamento da eliminaçãoda Recorrente do teste físico realizado no concurso para ingresso ao cargo desoldado combatente da PMES, permitindo a sua participação nas demais fases doconcurso, com a respectiva reserva de vaga.Aduziu, em síntese, a necessidade de aplicação da teoria do fato consumado, umavez que participou de todas as demais fase do concurso, exceto do curso deformação, em andamento. Nesses termos, sustentou a existência de omissão econtradição no julgado e, assim, requereu o provimento do recurso para quesejam sanados os vícios. Contrarrazões pelo desprovimento da irresignação. Petição da Embargante às fls. 312/313, na qual alega a perda do interesse recursalsuperveniente, tendo em vista a realização (e aprovação) da mesma em outro testefísico, por força da liminar concedida pelo juízo a quo. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Passo a apreciar as questões suscitadas em separado.

2.2. INTERESSE RECURSAL.

De início, a Recorrente aduziu a perda do interesse recursal, haja vista a aplicaçãoda teoria do fato consumado, por ter sido aprovada em novo teste físico aplicadopor força da decisão liminar objeto do presente recurso.Não obstante, em que pese ao brilho dos argumentos sustentatos, não vejo comoreconhecer a prejudicialidade da irresignação. Em verdade, a continuação da Agravada nas demais etapas do certame somente éadmissível sem nomeação e posse e, ainda, sem a participação em eventualcurso de formação, o qual já constitui, em regra, uma atividade remunerada peloscofres públicos. Caso a candidata fosse aprovada em todas as etapas do certame,cabível seria apenas a reserva de vaga, isso se estivesse dentro do número devagasprevistas no edital. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO EPROCESSO CIVIL. ART. 2º-B, DA LEI N. 9.494/97. ART. 588, DO CPC.EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA. CONCURSO PÚBLICO.DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. NOMEAÇÃO ANTES DOTRÂNSITO EM JULGADO DO DECISUM.IMPOSSIBILIDADE. RESERVA DE VAGA. LEGALIDADE.INAPLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO.1. Negar nomeação de candidato aprovado em concurso público, objeto deelevada concorrência, pode transformar o Estado-Juiz, por assim dizer, empersonagem de Dostoiévski, gênio da raça, ou melhor, na personagem dadecrépita Aliona Ivanovna, acerca da qual Raskolnikov descreve: "quando se viudiante da velha, sentiu, logo à primeira vista, uma forte antipatia por ela".2. O trânsito em julgado é condição sine qua non para nomeação decandidato cuja permanência em concurso público foi garantida por meiode decisão judicial.3. No caso, em razão da impossibilidade de execução provisória dedecisum pendente de julgamento, admissível unicamente a determinaçãoda reserva de vaga, até o trânsito em julgado da sentença que assegurou àcandidata, ora agravante, o direito de prosseguir no certame, relativo aoprovimento de cargo público. (Lei n. 9.494/97).4. Inaplicável a Teoria do Fato Consumado, in casu, pois a candidata, ao tomarposse em cargo público, por intermédio de execução provisória de sentença,assume a responsabilidade decorrente da previsível reversibilidade do decisum(art. 588, do CPC).5. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no REsp 1074862/SC, Rel. Ministro CELSO LIMONGI(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgadoem 06/10/2009, DJe 26/10/2009)

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL.CONCURSO PÚBLICO. TEORIA DO FATO CONSUMADO.CONCESSÃO DO PLEITO POR LIMINAR. INAPLICABILIDADE.1. Embargos de Declaração recebidos como Agravo Regimental.Aplicação do princípio da fungibilidade recursal.2. Inadmissível a utilização da teoria do fato consumado para tornardefinitiva a situação da recorrente tão-somente porque teve sua pretensãoatendida por força de decisão liminar que a autorizou a freqüentar aulas naUniversidade Federal de Pelotas. Precedentes do STJ.3. Agravo Regimental não provido.(EDcl no REsp 1235268/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 14/04/2011, DJe 25/04/2011)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.TEORIA DO FATO CONSUMADO. INAPLICABILIDADE.PARTICIPAÇÃO DO CANDIDATO NO CERTAME POR FORÇA DEDECISÃO JUDICIAL PRECÁRIA. MANUTENÇÃO NO CARGO.IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. DEFICIÊNCIA NAFUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO. IMPOSSIBILIDADE DA EXATACOMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA284/STF. TEMA NÃO VENTILADO NA INSTÂNCIA A QUO.INADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.SÚMULAS 282 E 356/STF. AGRAVO DESPROVIDO.I - Consoante entendimento desta Corte, não se aplica a Teoria do FatoConsumado às hipóteses nas quais a participação do candidato no certameocorreu por força de decisão precária.II - A permanência do recorrido nos quadros da Polícia Militar do Distrito Federalincorreria em violação à coisa julgada, tendo em vista que a decisão que garantiatal permanência não restou confirmada pelo Tribunal de origem.III - A mera alusão ao malferimento de legislação federal, sem particularizar ogravame ou descompasso na sua aplicação, não enseja a abertura da via Especial.Aplicável, à espécie, a Súmula 284/STF, verbis: "É inadmissível o recursoextraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exatacompreensão da controvérsia.".IV - Nos termos das Súmulas 282 e 356/STF, é inviável em sede de recursoespecial a apreciação de matéria cujo tema não fora objeto de discussão noacórdão recorrido, uma vez que cabe ao Tribunal a quo manifestar-se sobre otema, tendo em vista a exigência do indispensável prequestionamento.V - Agravo interno desprovido.(AgRg no REsp 1169951/DF, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA,julgado em 02/12/2010, DJe 13/12/2010)

Especificamente acerca do caso tratado nos autos, destaco o seguinte precedentedo STJ:ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA CIVIL.PROVA DE APTIDÃO FÍSICA. PARTICIPAÇÃO SUB JUDICE.APROVAÇÃO EM DISCIPLINA DO CURSO DE FORMAÇÃO.INEXISTÊNCIA DE FATO SUPERVENIENTE. TEORIA DO FATOCONSUMADO. INAPLICABILIDADE. PRECARIEDADE DA DECISÃO.AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.1. A teor da jurisprudência desta Corte, não constitui fato superveniente,passível de permitir a nomeação e a posse de candidato no cargo, a suaaprovação em novo teste físico, realizado por força de liminar durante ocurso de formação.2. Não se aplica a teoria do fato consumado nos casos em que o candidatopermanece no certame por força de decisão judicial concedida a títuloprecário. Precedentes.3. Agravo Regimental desprovido.(AgRg no REsp 1018824/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIAFILHO, QUINTA TURMA, julgado em 23/11/2010, DJe 13/12/2010)

Nesse contexto, mantém-se hígido o interesse recursal, sobretudo diante daimpugnação tempestiva e coerente do Estado em face da r. decisão judicial quepermitiu a continuidade da Impetrante no certame. Logo, REJEITO a preliminar.

2.2. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

Os embargos propostos não merecem ser acolhidos, uma vez que inexisteomissão ou qualquer outro vício na decisão impugnada. As questões suscitadasforam claramente enfrentadas, sendo nítido o propósito de rediscussão da causaencartado no recurso em apreço.Os argumentos utilizados no recurso não revelam a existência de vício no julgado,mas sim a discordância com o mérito do mesmo.Em verdade, consta da decisão monocrática embargada, manifestaçãoexpressasobre todas as questões relevantes postas em juízo, oportunidade em querestou consignado, verbis:

2. MÉRITO RECURSAL.

Após compulsar detidamente os autos, tenho que a pretensão recursal do oraAgravante merece prosperar em parte. Explico.No que concerne à decadência da via mandamental, carência de ação porimpossibilidade jurídica do pedido e inadequação da via eleita, mantenho oentendimento firmado na decisão monocrática proferida anteriormente,oportunidade em que restou consignado, verbis:

“ 2.1. DECADÊNCIA DA VIA MANDAMENTAL.

O Estado alegou, inicialmente, a decadência do direito vindicado no mandamus.Não obstante, muito embora a candidata Agravada se insurja contra algunsaspectos do edital, o que possibilitaria a impugnação desde a sua publicação, asuposta lesão a direito só ocorreu a partir da ciência do resultado da

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segunda fase do concurso, oportunidade em que foi aplicado o teste físicode barra fixa na modalidade dinâmica, no qual a mesma foi consideradainapta, iniciando-se nesse momento o prazo para impetração do writ.O Colendo Superior Tribunal de Justiça já consolidou entendimento nessesentido:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSOPÚBLICO. DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO. INABILITAÇÃO EMTESTE FÍSICO. DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA. TERMO A QUODATA DA EXCLUSÃO DO CERTAME. CARÁTER IRRECORRÍVEL DOTESTE FÍSICO E DE REDAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADESFLAGRANTES. PLEITO DE ANULAÇÃO DE QUESTÃO DE PROVAOBJETIVA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DESTA CORTE.1. É de se afastar a decadência, uma vez que, conquanto se questione aconstitucionalidade de regras do edital de abertura – o que possibilitariasua impugnação desde a data de sua publicação –, a suposta lesão a direitodo Recorrente somente ocorrera posteriormente, quando do resultado dostestes, daí o desacerto do acórdão recorrido.2. Assiste razão ao Recorrente quanto à tese da irrecorribilidade do teste físico ede redação. Isso porque, esta Corte Superior, na esteira dos precedentes doSupremo Tribunal Federal, já consagrou o entendimento segundo o qual éinadmissível a realização de fases (testes, exames) de concursos públicos paraprovimento de cargos em caráter irrecorrível.3. Este Superior Tribunal de Justiça tem entendido que, somente nos casos deflagrante erro material, perceptível de plano, pode o Poder Judiciário,excepcionalmente, declarar nula questão de prova objetiva de concurso público,sob pena de invadir a competência administrativa, substituindo a BancaExaminadora. Precedentes.4. Recurso conhecido e parcialmente provido para determinar seja oportunizadoao Recorrente a apresentação de recurso tanto em face do Teste de CapacidadeFísica quanto do de redação, bem assim o prosseguimento no certame, em casode provimento daquele (quanto ao teste físico).(RMS 15.742/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em17.08.2006, DJ 16.10.2006 p. 384)

PROCESSUAL CIVIL, RECURSO ESPECIAL. INOCORRÊNCIA DEVIOLAÇÃO A DISPOSIÇÃO FEDERAL. PRAZO PARA IMPETRAÇÃODO WRIT (ART. 18 DA LMS). AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.I - ART. 18 DA LMS - TAL COMO O ART. 3 DA LEI N. 191/36 - FIXACOMO 'TERMINUS A QUO' DO PRAZO DECADENCIAL DAIMPETRAÇÃO O DIA DA CIÊNCIA DO ATO IMPUGNADO. O ATOIMPUGNADO E AQUELE QUE CAUSOU EFETIVA LESÃO. OPRAZO DECADENCIAL, 'IN CASU', CONTA-SE DO MOMENTO EMQUE O CANDIDATO E EFETIVAMENTE EXCLUÍDO DOCERTAME E NÃO DA DATA FINALIZADORA DAS INSCRIÇÕES.II - AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO." (AgRg no Ag 49525/DF, 6.ªTurma, Rel. Min. ADHEMAR MACIEL, DJ de 13/06/1994.)

No caso em julgamento, a participante do concurso foi cientificada acerca do atocoator em 07.08.2010 e impetrou o mandado de segurança em 19.08.2010,portanto, dentro do prazo regulamentar de 120 (cento e vinte) dias, nos termos doart. 23 da Lei 12.016/2009. Assim, não há que se falar em decadência.Logo, REJEITO a preliminar suscitada.

2.2. CARÊNCIA DE AÇÃO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DOPEDIDO.

As condições da ação – e entre elas a possibilidade jurídica do pedido – devem seraferidas abstratamente, ou seja, em uma análise sumária e superficial das assertivasdo autor dispostas na petição inicial. Se restou afirmada a pertinência objetiva dademanda, então a referida condição da ação foi preenchida.Todavia, quando a verificação das condições da ação dependerem de prova, comanálise concreta dos autos, a matéria deverá ser enfrentada como mérito. Nessesentido, o Ilustre professor da Arcadas, José Roberto dos Santos Bedaque (cf.Direito e Processo: influência do direito material sobre o processo, 4 ed., São Paulo:Malheiros, 2006. p. 93), assevera que:

O autor terá direito ao provimento judicial se preencher essa condições, cujoexame será feito à luz dos fatos descritos na inicial. Se o juiz realizar cogniçãoprofunda sobre as alegações contidas na petição inicial, após esgotados os meiosprobatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão,acolhendo ou rejeitando a demanda.

In casu, o pedido formulado no Mandado de Segurança impetrado pela oraRecorrida é plenamente viável, além de plausível e pertinente, o que satisfaz acondição da ação vergastada.Logo, REJEITO a suscitada carência de ação.

2.3. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.

Como relatado, fora suscitada a inadequação da via eleita, sob o fundamento deque seria necessária a dilação probatória, cujo processamento não condiz com atramitação limitação do mandamus.Não obstante, o art. 1º, da Lei nº 12.016/09, prescreve, verbis:

Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente oucom abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ouhouver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoriafor e sejam quais forem as funções que exerça.

No caso em julgamento, a Impetrante manejou a via mandamental com o intuitode que seja reconhecida a desproporcionalidade do exame físico de barra fixa namodalidade dinâmica para as candidatas do sexo feminino no concurso realizadopara provimento de cargo de Soldado Combatente da Polícia Militar Estadual. Emverdade, considerando a limitação de cognição inerente ao Agravo deInstrumento, interposto em face de uma decisão liminar, vejo a viabilidade doMandado de Segurança impetrado pela parte.De fato, como ressaltou o MM. Magistrado a quo, a prova pré-constituídaapresentada pela Impetrante e a relevância dos fundamentos destacados na inicial,somado ao perigo de ineficácia do objeto litigioso ratificam a pertinência da viamandamental eleita pela mesma.Logo, REJEITO a preliminar e passo ao exame do mérito recursal.(omissis)”

Não obstante, quanto ao mérito recursal, penso que o resultado deve serdiverso da conclusão fixada inicialmente. Em verdade, a questão relativa àaplicação da prova física de teste de barra fixa na modalidade dinâmicapara o sexo feminino nos moldes realizados pelo Recorrente no concursopúblico impugnado pela Recorrida fora objeto de diversospronunciamentos deste Egrégio Tribunal de Justiça que concluiu,majoritariamente, pela proporcionalidade do exame.Nessa linha, confira-se:

EMENTA:Agravo de instrumento. 1) CONTEXTUALIZAÇÃO FÁTICA.ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CARGO DE SOLDADOCOMBATENTE. CANDIDATA DO SEXO FEMININO. TESTE DEAPTIDÃO FÍSICA. BARRA FIXA NA MODALIDADE DINÂMICA.SUPOSTO ILEGALIDADE DECORRENTE DE OFENSA À ISONOMIA. 2)EDITAL PMES Nº 07/2010. AUSÊNCIA DE JULGADOS CONCLUSIVOSNOS TRIBUNAIS SUPERIORES. 3) ILEGITIMIDADE PASSIVA ADCAUSAM. INOCORRÊNCIA. 4) INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 37, II E 39, §3º, DA CF/88. 5) ATRIBUIÇÕES DO CARGO. POLICIAMENTOOSTENTIVO. PERSEGUIÇÕES E TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS. 6)RIGOR DO TESTE FÍSICO. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA LEGÍTIMA ERESPALDADA EM LEI FORMAL. 7) LEGALIDADE DA DISPOSIÇÃO.OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA.8) CONCURSO PÚBLICO. GÊNESE DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA. 9)GLOSA AO AFROUXAMENTO DE CRITÉRIOS. 10) SIGNIFICATIVAREPROVAÇÃO DE CANDIDATAS DO SEXO FEMININO.DIFICULDADE VS. IMPOSSIBILIDADE. 11) ESTUDO CIENTÍFICO.NECESSIDADE DE TREINAMENTO ESPECÍFICO. RECURSOPROVIDO. 1) O ato contra o qual se insurge a autora (ora agravada) é aexigência plasmada no item 12.1.11.1.7 do Edital PMES nº 07/2010, queprevê a eliminação da candidata do sexo feminino que não realizar, nomínimo, 2 (duas) repetições no teste dinâmico de barra. 2) Não hápacificação da controvérsia no âmbito dos tribunais superiores, eis que o SuperiorTribunal de Justiça reiteradamente entende que a matéria é constitucional, aopasso que o Supremo Tribunal Federal apenas reconhece eventual ofensa reflexa àConstituição nos julgados dos tribunal locais. Disso resta o não-conhecimentodos recursos especiais e extraordinários que aportam naqueles Sodalícios. 3) Nãohá falar-se em ilegitimidade passiva ad causam do Estado do Espírito Santo, sejaporque o processo originário consiste em ação ordinária (e não mandado desegurança), seja porque a exigência editalícia hostilizada foi subscrita pelo ilustreComandante Geral da Polícia Militar, assim atraindo a pessoa jurídica de direitopúblico a que vinculado para figurar no polo passivo da demanda. 4) AConstituição Federal, no inciso II do artigo 37, ao dispor sobre a necessidade derealização de concurso público para ingresso em carreira da administração pública,não afasta a possibilidade de critérios de admissão relacionados à aptidão física emental dos candidatos, consideradas a natureza e a complexidade do cargo. Aprópria Lei Maior, agora no § 3º do artigo 39, elucida a possibilidade de adoção decritérios diferenciados de admissão sempre que a natureza do cargo o exigir. 5)Dentre as atribuições inerentes ao cargo de Soldado Combatente, destaca-se aatuação na atividade de policiamento ostensivo nas suas diversas modalidades, oque inclui, porque público e notório, rotineiras perseguições a infratores e arealização de diligências que demandam nítido e inarredável vigor físico. Tantoassim o é que toda corporação militar submete seus membros a periódicos TAFs(testes de aptidão física) como requisito de progressão na carreira. 6) Todo aqueleque almeja ingressar nas fileiras de uma corporação militar, notadamente o queaspira alçar o cargo de Soldado Combatente, deve estar preparado para realizaratividades de policiamento ostensivo, assim justificando a exigência editalícia de

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teste de aptidão física, máxime quando respaldada em lei formal (Lei Estadual nº3.196/78 e a Lei Complementar Estadual nº 456/08). 7) É bem de ver que oscritérios do teste físico eleitos pelo ente público são dotados (i) de respaldoem lei formal; (ii) de diretrizes técnico-científicas; (iii) de direta e imediatavinculação às atribuições inerentes ao cargo em disputa; e (iv) já levaramem conta o princípio da individualidade biológica ao exigir menor númerode repetições para as candidatas do sexo feminino. 8) A realização doconcurso público traduz a gênese do princípio da eficiência, alçado a statusconstitucional pela Emenda nº 19/98, que o incluiu no prestigioso rol doartigo 37 da CF/88. Em outras palavras, se a administração pública ditaexigências editalícias com respaldo legal e compatíveis com as atribuiçõesdo cargo em disputa, eventual interferência do Poder Judiciário, salvo nashipóteses de ilegalidade cabal ictu occuli, poderá tornar inúteis todos osesforços envidados para selecionar os melhores e mais preparadoscandidatos, futuros servidores públicos. 9) Ao menos na cognição sumáriavertical das tutelas de urgências, não se vê como afastar uuma exigênciaeditalícia legítima e lastreada em lei formal para ceder lugar aoafrouxamento de critérios que, em última análise, ensejará o ingresso decandidatos desprovidos das virtudes eleitas pela administração; in casu, ovigor físico. 10) O fato de significativo número de candidatas do sexofeminino ter sido reprovado não conduz, por si só, à conclusão de que oteste físico exigido estaria maculado. Se aproximadamente 70 (setenta)candidatas lograram êxito na etapa física, tem-se por demonstrado que oteste pode até ser `difícil¿, sob uma perspectiva objetiva, mas não`impossível¿. 11) A exigência para os candidatos do sexo feminino foi de40% (quarenta por cento) em relação aos candidatos do sexo masculino.Logo, dentro da normalidade, a quantidade de repetições exigida para oscandidatos do sexo feminino - duas repetições - pode ser atingida, desdeque realizado treinamento, justamente o que se espera de um candidato emsede de concurso público. Recurso provido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24100920867, Relator: ELIANAJUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARACÍVEL , Data de Julgamento: 08/02/2011, Data da Publicação no Diário:17/02/2011)

E, ainda:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 024.11.900215-2. AGRVTE(S): ESTADODO ESPÍRITO SANTO. AGRVDA(S): MIRNA RONCETE BIANCHI;ELIZABETH PIFFER DANIEL; MIRELLA ZANOTTI CARMINAT eALESSANDRA CARDOSO DA SILVA. RELATOR: DESEMBARGADORCARLOS ROBERTO MIGNONE. decisão monocrática: Conheço o presente recurso porque preenchidos os seus requisitos deadmissibilidade em espécie. Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo Estado do Espírito Santo, nointuito de modificar a decisão exarada nos autos ação ordinária deflagrada porMirna Roncete Bianchi, Elizabeth Piffer Daniel, Mirella Zanotti Carminat eAlessandra Cardoso da Silva, cuja cópia aqui encontra-se colacionada às fls.507/510 que, após afastar a exclusão destas do concurso para ingresso no Cursode Formação de Soldado Combatente da PMES - Edital nº 007/2010-, ocorridapor não terem elas logrado êxito em completar o teste feito em barra fixa, namodalidade dinâmica, na qual deveriam realizar apenas duas flexões, garantiu oprosseguimento delas nas demais etapas do certame. Para tanto, sustenta o douto subscritor da peça recursal que dito teste físico,realizado para as candidatas do sexo feminino, também na modalidade dinâmica,além de possuir previsão legal e editalícia, não ofende o princípio da isonomia quedeve ser respeitado em todo competitório, tampouco é capaz de contrariar osprimados da razoabilidade e o da proporcionalidade. Estes são os contornos queenvolvem a presente controvérsia, cujo teor, adianto, comporta aplicação dopreceito contido no §1º-A do art. 557 do Código de Processo Civil, razão porquepasso a examiná-la, unilateralmente. Pois bem.Sopesando as razões que escoram a via recursal em exame, tenho, com a devidavenia do douto magistrado prolator da de decisão fustigada, que razão assiste aorecorrente na medida em que, a meu entender, e diante do que se infere da leiturado presente instrumento de agravo, não lograram êxito as oras recorridas emdemonstrar a plausibilidade do direito invocado necessário a amparar odeferimento da medida liminar postulada na demanda de origem. Isso porque, não havendo qualquer dúvida quanto a possibilidade de serrealizado o Teste de Aptidão Física para o provimento do cargo de SoldadoCombatente da PMES, haja vista possuir a sua realização tanto previsãolegal, quanto editalícia, e ainda guardar correlação com o cargo almejadopela candidata do certame, entendimento este que não destoa daqueleproveniente da jurisprudência deste sodalício - vide TJES; MS nº100090040500; PRIMEIRO GRUPO CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS;Relator(a). Des. MANOEL ALVES RABELO; DJe: 05/04/2010-, não há falar, ameu entender, que o teste em barras fixa, na modalidade dinâmica, ofende aigualdade que deve existir entre dos candidatos do competitório, inclusive notocante àquelas do sexo feminino, já que para elas, consoante ressai da cláusula nº12.1.11.1.7, o número de 02 (duas) repetições é até mesmo inferior a quantidademínima exigida aos candidatos do sexo masculino, que é de 05 (cinco). Demaisdisso, vejo que as agravadas, na exordial da demanda de origem, não

apresentaram qualquer documento subscrito por expert informando que oTAF, na forma em que foi realizado no competitório em que foramreprovadas - barra fixa na modalidade dinâmica, com duas repetições, paraas candidatas do sexo feminino-, estaria afrontando a isonomia entre oscandidatos. Logo, por não terem elas, pelo menos neste mommento de cogniçãosuperficial, apresentado qualquer elemento probatório ou até mesmo indíciosdeste a darem conta de que o teste de barra fixa, na modalidade dinâmica, para ascandidatas do sexo feminino, não estaria sendo apto a resguardar a igualdade entreos demais candidatos do certame, porquanto, repito, não apresentou ela qualquerdocumentação para tal mister, limitando-se, destarte, apenas a invocar ditotratamento desigual, deve, por não haver nos autos o fumus boni iuris invocado,ser indeferida a pretensão liminar. Tal entendimento, a propósito, não destoa daquele emanado da jurisprudência doTribunal Mineiro, de onde extraio o seguinte excerto: "CONCURSO PÚBLICO.GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL. TESTE DE CAPACIDADEFÍSICA. FLEXÕES EM BARRA FIXA. PREVISÃO EDITALÍCIA.LEGALIDADE. CANDIDATAS DO SEXO FEMININO. Há que sereconhecer a legalidade da realização de prova de capacidade física para o cargo deguarda municipal patrimonial, porque não há incompatibilidade desse exame como cargo a ser pretendido e por estar previsto no instrumento convocatório, bemcomo em Lei Municipal nº 8.486, de 2006. Além disso, outras candidatas do sexofeminino obtiveram aprovação no referido teste, evidenciando-se, assim, apossibilidade de realização do exame físico nos exatos termos do edital. A decisãojudicial não alcança o mérito do ato administrativo. A revisão dos atosadministrativos pelo Judiciário restringe-se ao controle da legalidade e dalegitimidade do ato impugnado (...)" (TJMG; APC nº 1.0024.05.861578-2/001;Relator(a) Des. SCHALCHER VENTURA). Por todo o exposto, dou provimento ao agravo em exame para, nos termos dafundamentação supra, revogar a antecipação de tutela outrora deferida. Intime-seas partes. Publique-se. Oficie-se ao MM Juiz singular, dando-lhe ciência destadecisão, para que a cumpra. Preclusas as vias recursais, baixe-se. Vit., 14 defevereiro de 2011. Carlos Roberto Mignone Desembargador(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24119002152, Relator: CARLOSROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Datada Decisão: 14/02/2011)”

“Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pelo ESTADO DO ESPÍRITOSANTO em face da Decisão de fl. 233/235, prolatada pelo MM. Juiz de Direitoda 1ª Vara da Fazenda Publica do Estadual, que deferiu o pedido de antecipaçãodos efeitos da tutela, determinando ao Agravante que permita a participação dasAgravadas nas demais etapas do concurso para admissão ao Curso de Formaçãode Soldado Combatente, inclusive no exame de aptidão física, sem a exigência daprova de barra física na modalidade dinâmica. Em suas razões recursais, o Agravante aduz, em síntese: i) a legalidade daexigência do teste físico, afirmando ainda que há necessidade de produzir provapericial para aferir a desproporcionalidade do teste dinâmico de barra dascandidatas e; ii) a inexistência de ofensa aos princípios fundamentais, tendo emvista que todas as exigências estão previstas no edital. Ao final requer orecebimento do Agravo de Instrumento em seu efeito suspensivo, com a devidareforma a R. Decisão Interlocutória. Com as razões recursais vieram os documentos de fls. 26/237. O edital do concurso n.º 007/2010 - PMES, de 13/04/2010, determina comminúcias, no item 12.1.11, as regras para a preparação e execução do testedinâmico de barras, elaboradas de forma compatível com a exigência do cargo. Incasu, as Agravadas foram aprovadas na primeira fase, sendo classificadas dentrodo número de vagas para realização da segunda fase, qual seja, avaliação deaptidão física para o desempenho do cargo. As Recorridas foram consideradasinaptas por não conseguirem realizar o teste dinâmico de barras, aplicadoindistintamente a todos os candidatos no concurso promovido pela Polícia Militardo Estado do Espírito Santo. A antecipação de tutela concedida pelo juízo a quo garantiu as Agravadas oprosseguimento nas demais etapas do concurso, sem a exigência da prova de barrafísica na modalidade dinâmica. Argumentam as Agravadas que a obrigatoriedadedas candidatas na avaliação física, em primeira plana, ofende aos princípiosconstitucionais, tendo em vista alegada ausência de proporcionalidade do testeexigido, e a irrazoabilidade do número de candidatas desclassificadas na segundafase do concurso. Afirmam ao final que a avaliação física beneficia o vigor doscandidatos do sexo masculino, com ofensa ao princípio da isonomia. O Apelanteaduz a legalidade do teste de aptidão física, ante a existência de previsão legal (LeiEstadual n.º 3.196/78, Lei Complementar n.º 467/2008), e das regrasestabelecidas no edital do concurso (Lei Interna).É incontestável a previsão no edital, quanto ao teste dinâmico de barra, deeliminação do candidato do sexo feminino que não realizar o númeromínimo de duas repetições (item 12.1.11.1.7). Com efeito a Constituição Federal, no artigo 39, §3º, elucida a possibilidadeestabelecer critérios diferenciados de admissão em concurso, quando anatureza do cargo exigir, que também respalda a exigência da avaliaçãofísica. Sendo assim demonstrada a existência de previsão legal quanto aimposição de teste de aptidão física para ingresso na carreira Militar, nãose verifica qualquer ilegalidade no procedimento adotado pela Apelante.

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Page 207: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Ademais o Apelante aplicou corretamente o princípio da isonomia, aoprimar por tratamento igual entre os candidatos na medida de suasdesigualdades, qual seja, a exigência mínima de 5 (cinco) repetições paraos candidatos do sexo masculino e de 2 (duas) repetições para oscandidatos do sexo feminino, no teste dinâmico de barras. A exigência deduas repetições para os candidatos do sexo feminino foi de 40% em relaçãoa dos candidatos do sexo masculino; logo a quantidade de repetiçõesexigidas pode ser atingida, bastando para tanto, que as candidatasrealizassem treinnamento adequado para a prova - o que se espera de umcandidato que se prepara para concurso. Há de se destacar que dentre as atribuições do cargo é inquestionável anecessidade de vigor físico, tendo em vista a notória rotina das funções aserem exercidas. Os candidatos devem estar preparados para o exercíciodas atividades de policiamento ostensivo, o que novamente justifica asexigências editalícias. Essa exegese é partilhada por este Egrégio Tribunal deJustiça, como ilustro: MANDADO DE SEGURANÇA. 1) CITAÇÃO DOSDEMAIS CANDIDATOS EM LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO.DESNECESSIDADE NA CASUÍSTICA DOS AUTOS. 2) CONCURSOPÚBLICO PARA AS FUNÇÕES DE AGENTE PENITENCIÁRIO.EXIGÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE EXAME FÍSICO. LEGALIDADE.PREVISÃO EXPRESSA E MINUCIOSA DAS ETAPAS DO CERTAME. 3)RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE NA EXIGÊNCIAEDITALÍCIA. PREPARAÇÃO DO AGENTE AO CUMPRIMENTO DASATIVIDADES INERENTES AO CARGO. INTERESSE PÚBLICOPRESERVADO. SEGURANÇA DENEGADA. 1) Não se vislumbra aimposição de ato citatório de supostos litisconsortes passivos necessários, poissomente deverão ser citados quando houver comunhão de interesses entre estes eo litigante, o que no caso em apreço não existe. 2) É inconteste a exigência deexame de aptidão física contida no edital nº 001/2006, o qual descreve asatribuições do agente penitenciário, a exemplo das atividades de atendimento,custódia e guarda de pessoas recolhidas nas unidades penitenciárias estaduais.Ademais, referido edital, que faz Lei entre as partes, é minucioso ao descrever omodo e a forma de execução das três provas de capacidade física, envolvendoteste dinâmico de barra (para candidatos do sexo masculino), teste de flexãoabdominal e teste de corrida de doze minutos. 3) A exigência na realização deprovas de esforço físico não malfere os princípios da razoabilidade eproporcionalidade, porque, a uma, o candidato tinha a priori ciência inequívocadas exigências constantes do edital, inclusive com a descrição detalhada de cadaprova de aptidão física, do seu modo de execução, do tempo de duração de cadaexercício e, sobretudo, da conseqüência que a não realização do exercíciocorretamente poderia acarretar; a duas, porque referido teste de aptidão física foiaplicado indiscriminadamente a todos os candidatos; a três, porque as exigênciasjustificam-se plenamente em virtude das peculiaridades inerentes ao cargo emdisputa (agente penitenciário). Por fim, sabe-se que o concurso público há deatender ao interesse do estado, que é o coletivo, e não ao pessoal do candidato.Segurança denegada. (TJ-ES; MS 100070008402; Tribunal Pleno; Rel. Des.Rômulo Taddei; Julg. 08/01/2009; DJES 28/01/2009; Pág. 7) Por todo oexposto, resta demonstrado que os critérios do teste de aptidão física escolhidopelo Agravante encontram-se respaldados em Lei Estadual e Lei Complementar,estando ainda em consonância com o principio da individualidade biológica, porexigir de forma diferenciada o número de repetições para os candidatos do sexofeminino e os do sexo masculino. Nessa senda, analisando os argumentosexpendidos pelo Agravante, entendo que tais elementos possuem força probatóriacapaz de desconstituir a antecipação de tutela determinada pelo Magistrado. À luzdo exposto, nos termos da fundamentação acima, CONHEÇO do agravo deinstrumento, para E LHE DOU PROVIMENTO, a fim de reformar a decisão dojuízo a quo para indeferir a medida antecipatória que afastou a exigência da provade barra física na modalidade dinâmica. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Diligencie-se. Vitória, 9 de fevereiro de 2011. DES. SUBST. WALACEPANDOLPHO KIFFER RELATOR (TJES, Classe: Agravo de Instrumento,24119000727, Relator: WALACE PANDOLPHO KIFFER, Órgão julgador:TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data da Decisão: 09/02/2011)”

De fato, considerando a previsão legal de aplicação de teste físico nos concursosrealizados para provimento de cargos da Polícia Militar (Lei Orgânica daCorporação Militar nº 3.196/78 e Lei Complementar nº 467/2008), assim comotendo em vista a fixação da exigência no Edital do certame, verifico aregularidade formal do exame.Ademais, com os limites de uma cognição sumária típica das tutelas deurgência, não há como afirmar a desproporcionalidade da prova aplicada àscandidatas do sexo feminino. Ao contrário! As atribuições inerentes ao cargoalmejado pela Recorrida (soldado combatente da PM) ratificam a conclusãoinequívoca relativa à razoabilidade da exigência de capacidade física compatívelcom o exercício da função, nos moldes exigidos no concurso. A hipótesecorrobora, pois, a supremacia do interesse público, mormente por consagrar aeleição de pessoas aptas ao cumprimento das atividades em setor estratégico dasociedade, qual seja a segurança pública.Por fim, importante mencionar que o fato de ter havido alto índice de reprovaçãono referido exame não implica necessária violação ao princípio da isonomia,sobretudo porque diversas candidatas lograram êxito no teste, demonstrando apossibilidade de efetivação da exigência editalícia.

De qualquer modo, deve prevalecer as prescrições do Edital, a despeito daconclusão adotada pelo juízo de origem, bem como da decisãomonocrática objeto do presente recurso. – [destaquei].

Apesar do brilho dos eminentes e cultos signatários da parte, mantenho oposicionamento firmado na ocasião. Na decisão monocrática embargada restouconsignado, claramente, que o provimento parcial do recurso do Estado doEspírito Santo dizia respeito à impugnação relativa à prova física do concurso,cuja exigência foi mantida por este Relator, tendo sido rejeitadas as demaisquestões suscitadas pelo ente federativo.Ademais, vale destacar que a omissão apta a ensejar o recurso de Embargos deDeclaração refere-se aos pontos que deveriam ter sido decididos e não aosargumentos das partes, a saber, não existe omissão a ser sanada se o julgador semanifesta de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, não estandoobrigado a rebater, um a um, os argumentos da parte. Nesse sentido, citoprecedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça, a saber:

PROCESSO CIVIL. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃOOCORRÊNCIA. 1. "O juiz não está obrigado a responder todas asalegações das partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente parafundar a decisão" (EDcl nos EDcl no REsp n. 89.637/SP). LOCAÇÃO.COBRANÇA. INADIMPLÊNCIA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DEORIGEM. CARÊNCIA DE AÇÃO. INEXISTÊNCIA. EXCEÇÃO DECONTRATO NÃO CUMPRIDO. AUSÊNCIA DE PROVA DASALEGAÇÕES. INICIAL INSTRUÍDA COM DEMONSTRATIVO DECÁLCULO. INVERSÃO DO DECIDIDO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA7/STJ. APLICAÇÃO. 1. Diante da convicção da instância ordinária de que olocatário-agravante estava inadimplente, descabe falar em carência da presenteação de cobrança de alugueres. 2. Não há falar em exceção de contrato nãocumprido, porquanto o julgado recorrido consignou que o agravante não fezprova da apresentação do projeto de reformas aos agravados, a fim de corroborarsua assertiva de que não deu causa à rescisão. 3. O Tribunal de origem concluiuque a ação foi instruída com planilhas que demonstraram os créditos pretendidose, por essa razão, afastaram a alegação de ofensa ao artigo 62 da Lei doInquilinato. 4. As teses defendidas demandam o revolvimento do contexto fáticodos autos e desafiam a Súmula 7/STJ. 5. Agravo regimental improvido. (AgRg noAg 990163/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em28/10/2008, DJe 15/12/2008)

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DEINCONSTITUCIONALIDADE DE TRIBUTO. PRETENSÃO DE OBTEREFEITOS EX NUNC. MATÉRIA PACIFICADA. VIOLAÇÃO DO ART. 535DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. Os órgãos julgadores não estãoobrigados a examinar todas as teses levantadas durante um processojudicial, bastando que as decisões proferidas estejam devida ecoerentemente fundamentadas, em obediência ao que determina o art. 93,inc. IX, da Lei Maior. Isso não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 2.Quanto à questão referente aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade aserem aplicados às normas que autorizavam a cobrança de TIP e TCLLP, ajurisprudência da Seção de Direito Público do STJ sedimentou-se no sentido deque devem ser retroativos - ex tunc, consoante entendimento reiterado do STF. 3.Agravo regimental não-provido.(AgRg no Ag 1044852/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2009, DJe 14/04/2009)

E, ainda: EDcl nos EDcl no REsp 89637/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP,QUINTA TURMA, julgado em 24/11/1998, DJ 18/12/1998 p. 373.De fato, os argumentos apresentados no recurso em tela pretendem a rediscussãoda causa. E, como cediço, os Embargos Declaratórios não servem para rediscutiro julgado. Nessa linha, é pacífica a jurisprudência do Colendo Superior Tribunalde Justiça:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUALCIVIL. OMISSÃO INEXISTENTE. REDISCUSSÃO.INADMISSIBILIDADE. Incabíveis os embargos de declaração opostoscom o nítido propósito de rediscutir o julgado, situação que não se inserenas hipóteses autorizadoras do art. 535 do CPC. Embargos rejeitados. (EDclnos EDcl no REsp 466.627/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTATURMA, julgado em 02.08.2005, DJ 26.09.2005 p.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.É como voto.Vitória – ES, 27 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

70- Embargos de Declaração Nº 12080128270CARIACICA - 1ª VARA CÍVELEMGTE BEMATECH INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIP.ELETRONICOS S/A

201 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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Advogado(a) FLAVIA GOMES LOYOLAEMGDO CEASA CENTRAL DE ABASTECIMENTO DO ESPIRITOSANTO S/A Advogado(a) EDER JACOBOSKI VIEGASRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 12080128270RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JRRECORRENTE: BEMATECH INDUSTRIA E COMERCIO DEEQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS S/A.ADVOGADO: FLÁVIO GOMES LOYOLA.RECORRIDO: CEASA CENTRAL DE ABASTECIMENTO DO ESPÍRITOSANTO S/A.ADVOGADO: EDER JACOBOSKI VIEGAS.JUIZ DE DIREITO: ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERROMATERIAL. INEXISTÊNCIA. UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃOPROVIMENTO. JUÍZO DE MÉRITO. RECURSO DESPROVIDO.1. Não há erro material na utilização da expressão “provimento”, se houver juízode mérito na decisão.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO:

BEMATECH INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOSELETRÔNICOS S/A opôs Embargos de Declaração por inconformado com a r.Decisão Monocrática, que negou provimento à Apelação Cível.Alegou, em síntese, a existência de erro material no dispositivo da decisãoagravada para substituir a expressão “nego provimento” para “nego seguimento”.Contrarrazões pela não admissão do recurso.É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO:

A controvérsia diz respeito da utilização da expressão “provimento” na decisãoembargada.

Pois bem.Os embargos propostos não merecem ser acolhidos, uma vez que inexisteomissão ou qualquer outro vício na decisão impugnada. É cediço que a decisão embargada adentrou-se na questão de mérito, ao analisar acomprovação de transação comercial entre as partes e a ocorrência de dano moralque enseje a indenização. Nesse tópico, inclusive, considerei o valor razoável,colacionando julgado do STJ em caso similar aos dos autos. Veja a decisãoembargada:“A pretensão recursal não merece prosperar.Conforme consignado pela sentença, não restou comprovada nos autos arealização de uma transação comercial entre as partes. Os documentos juntadosaos autos não demonstram a realização do pedido e a entrega do equipamentodescrito na nota fiscal de fl. 46. Nesse sentido, reproduzo trecho da sentença:Os documentos constantes de fls. 132/134 não prestam para comprovar o pedidoe a aquisição da mercadoria descrita na cópia da nota fiscal nº 46.[...]A Requerida ao receber o pedido, sabedora que se tratava de uma empresa deeconomia mista, deveria ter exigido pelo menos a identificação do empregado daRequerente, pois, tenho que aqui não se aplica a teoria da aparência,principalmente, porque no “pedido” não consta a descrição do equipamento enem o nome da Requerente (fl. 133) e existe divergências de equipamento nosdados da fatura (ver fls. 134) e nota fiscal (fls. 46), razão pela qual a tese daRequerente prevalece.A indenização dos danos morais decorre, por sua vez, da inscrição da nome daempresa Apelada nos cadastros do SERASA, sem que tivesse sido comprovada aexistência de qualquer relação comercial entre as partes. Caracteriza-se, pois, in reipsa.O valor de R$ 6.989,90 (10 vezes o valor da suposta dívida), apresenta-se razoável.Nesse sentido, veja caso similar:CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DEINSTRUMENTO.RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.CARACTERIZAÇÃO IN RE IPSA DOS DANOS. REEXAME DE PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.IMPOSSIBILIDADE, IN CASU. SÚMULA 07/STJ.

1. O reexame do conjunto fático-probatório carreado aos autos é atividade vedadaà esta Corte superior, na via especial, nos expressos termos do enunciado sumularn.º 07 do STJ.2. Consoante entendimento consolidado desta Corte Superior, nos casos deinscrição indevida em cadastros de inadimplentes, os danos caracterizam-se in reipsa, isto é, são presumidos, prescindem de prova (Precedente: REsp n.º1059663/MS, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJe de 17/12/2008) .3. Na via especial, somente se admite a revisão do valor fixado pelas instâncias deampla cognição a título de indenização por danos morais, quando estes se revelemnitidamente ínfimos ou exacerbados, extrapolando, assim, os limites darazoabilidade, o que não se verifica in casu.4. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no Ag 1331626/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA,julgado em 26/10/2010, DJe 10/11/2010)Indenização por dano moral: mantida em R$ 12.430,23 (doze mil quatrocentos etrinta reais e vinte e três centavos).

3. DISPOSITIVO.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO.Intimem-se. Publique-se na íntegra.”

Registro a diferenciação das terminologias “seguimento” e “provimento”, sendoessa utilizada sempre que houver o conhecimento do recurso com juízo de mérito,seja positivo seja negativo.Desse modo, não há que se falar em erro material na utilização da expressão“provimento”, haja vista a realização da análise do mérito na decisão embargada.Insta esclarecer ainda, que o art. 557 do CPC traz uma impropriedade técnicaquanto a utilização do termo “seguimento”. Pois, uma vez analisado o mérito dorecurso que é manifestamente improcedente ou em confronto com jurisprudênciadominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de TribunalSuperior, a expressão a ser utilizada deverá ser “provimento”, por se tratar dejuízo de mérito.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 02 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

71- Embargos de Declaração Nº 24020147070VITÓRIA - 7ª VARA CÍVELEMGTE BANCO RURAL S A Advogado(a) FERNANDA ANDREAO RONCHIAdvogado(a) JOSE FRANCISCO DE OLIVEIRA SANTOSEMGDO CREDESTIVA Advogado(a) GISLANE LOPES DE SOUZAAdvogado(a) HAYNNER BATISTA CAPETTINIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 24020147070RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BANCO RURAL S/A.ADVOGADO: FERNANDA ANDRIÃO RONCHI.RECORRIDOS: CREDESTIVA.ADVOGADO: GISLANE LOPES DE SOUZA.MAGISTRADO: MARCOS ASSEF DO VALE DEPES.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO.MANIFESTAÇÃO ACERCA DA MATÉRIA. REDISCUSSÃO DA CAUSA.IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.1. A omissão apta a ensejar o recurso de Embargos de Declaração refere-se aosargumentos relevantes à solução da controvérsia e não engloba todas as alegaçõesdas partes, desde que não sejam suficientes para alterar a decisão. Precedente STJ.2. O prequestionamento exige a manifestação expressa sobre a matéria suscitada enão acerca de eventuais dispositivos constitucionais ou legais invocados.3. A rediscussão da causa em Embargos de Declaração é inadmissível.Precedentesdo STJ.4. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO:

BANCO RURAL S/A opôs Embargos de Declaração por inconformado com adecisão monocrática que deu provimento parcial a Apelação Cível para sanar oerro material quanto à condenação em honorários de sucumbência.

202 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 209: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Aduziu, em síntese, a existência de contradição no julgado e, ao final, requereu oprovimento dos Embargos com efeitos infringentes. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.É o relatório. Decido com fundamento no artigo 557 do CPC

2. FUNDAMENTAÇÃO:

Os embargos propostos não merecem ser acolhidos, uma vez que inexistecontradição ou qualquer outro vício na decisão impugnada. As questões suscitadasforam claramente enfrentadas, sendo nítido o propósito de rediscussão da causaencartado no recurso em apreço.Os argumentos utilizados no recurso não revelam a existência de vício no julgado,mas sim a discordância com o mérito do mesmo.Em verdade, consta da própria decisão monocrática, a qual fora integralmenteratificada no v. acórdão objeto da presente irresignação, manifestação expressasobre todas as questões relevantes postas em juízo, oportunidade em que restouconsignado, verbis:“2.4 DO MÉRITO RECURSALConforme a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, ainstituição financeira, embora não seja obrigada a perquirir a causa do título decrédito, responde pelos danos causados pelo protesto indevido caso tenha sidoadvertida quanto à falta higidez da cobrança ou tenha procedido com culpa, porato próprio. Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROTESTO INDEVIDODE DUPLICATA. ENDOSSO-MANDATO. ILEGITIMIDADE DAINSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CASO CONCRETO. PECULIARIDADES.1. O banco que recebe por endosso-mandato duplicatas representadas por boletosbancários somente é parte legítima para responder pelos danos causados peloindevido protesto do título se houver sido advertido previamente sobre a falta dehigidez da cobrança e, ainda assim, nela prosseguir, hipótese não caracterizada nosautos.2. AGRAVO DESPROVIDO.(AgRg no REsp 866.748/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSOSANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/11/2010, DJe01/12/2010)

RESPONSABILIDADE CIVIL. BANCO. ENDOSSO-MANDATO.INEXISTÊNCIA DE CULPA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.– Tratando-se de endosso-mandato, no qual a instituição financeira age em nomee por conta do endossante, somente responde aquela por perdas e danos secomprovada sua negligência por ato próprio.Hipótese em que não é exigível do Banco averiguar previamente a causa daduplicata.Recurso especial conhecido e provido.(REsp 265.432/RJ, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA,julgado em 10/08/2004, DJ 16/11/2004, p. 282)

No presente caso, o Banco Apelante enviou para protesto, por ato próprio,mesmo sendo de fácil constatação a divergência entre o valor estabelecido naduplicata e o valor apontado para protesto. Ademais, a dívida em questão jáencontrava-se quitada.Nestes termos, responde o Banco Apelante pelos danos relativos ao protestoindevido da duplicata em questão.O valor fixado à título de danos morais, a saber, R$ 8.128,10 (oito mil, cento evinte e oito reais e dez centavos), apresenta-se razoável. Veja:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DUPLICATAS. PROTESTO INDEVIDO.INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOS NOS CADASTROS DEPROTEÇÃO AO CRÉDITO. INDENIZAÇÃO. MINORAÇÃO.1. Não há falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil.O Eg. Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-sedispensável que venha examinar uma a uma as alegações e fundamentosexpendidos pelas partes.2. A falta de prequestionamento em relação aos arts. 160, I do CC/1916, e 13, § 4ºda Lei 5.474/68 impede o conhecimento do recurso especial. Incidência dasúmula 211/STJ.3. Rever os fundamentos que ensejaram, no caso concreto, o entendimento doTribunal de origem de que o Banco recorrido é responsável pela inscriçãoindevida, pois negligente ao encaminhar o título indevidamente para protesto,implica reexaminar o conjunto fático probatório dos autos. incidência da Súmula7.4. A quantia fixada pelo Tribunal de origem à título de danos morais escapa àrazoabilidade e se distancia dos parâmetros adotados por este Tribunal Superior,motivo pelo qual justifica-se a excepcional intervenção do STJ, a fim minorar aindenização fixada para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), com correção monetária apartir da data deste julgamento e juros moratórios a contar do evento danoso.5. Recurso adesivo interposto pelo autor prejudicado.6. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, provido.(REsp 623.776/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 25/05/2010, DJe 08/06/2010)

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL.INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRECEDENTES.1. Esta Corte, em casos de inscrição indevida em órgão de proteção ao crédito,tem fixado a indenização por danos morais em valor equivalente a até cinqüentasalários mínimos. Precedentes.2. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE PROVIDO.(AgRg no Ag 872.469/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 04/05/2010, DJe 17/05/2010)

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para sanar oerro material quanto à condenação em honorários de sucumbência nos termos dafundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.”

Apesar do brilho do eminente e culto advogado, mantenho o posicionamentofirmado na ocasião, por entender que não há o que esclarecer.Vale destacar que a omissão apta a ensejar o recurso de Embargos de Declaraçãorefere-se aos pontos que deveriam ter sido decididos e não aos argumentos daspartes, a saber, não existe omissão a ser sanada se o julgador se manifesta deforma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, não estando obrigado arebater, um a um, os argumentos da parte. Nesse sentido, cito precedentes doColendo Superior Tribunal de Justiça, a saber:

PROCESSO CIVIL. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃOOCORRÊNCIA. 1. "O juiz não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão"(EDcl nos EDcl no REsp n. 89.637/SP). LOCAÇÃO. COBRANÇA.INADIMPLÊNCIA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.CARÊNCIA DE AÇÃO. INEXISTÊNCIA. EXCEÇÃO DE CONTRATONÃO CUMPRIDO. AUSÊNCIA DE PROVA DAS ALEGAÇÕES. INICIALINSTRUÍDA COM DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO. INVERSÃO DODECIDIDO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. APLICAÇÃO. 1. Dianteda convicção da instância ordinária de que o locatário-agravante estavainadimplente, descabe falar em carência da presente ação de cobrança dealugueres. 2. Não há falar em exceção de contrato não cumprido, porquanto ojulgado recorrido consignou que o agravante não fez prova da apresentação doprojeto de reformas aos agravados, a fim de corroborar sua assertiva de que nãodeu causa à rescisão. 3. O Tribunal de origem concluiu que a ação foi instruídacom planilhas que demonstraram os créditos pretendidos e, por essa razão,afastaram a alegação de ofensa ao artigo 62 da Lei do Inquilinato. 4. As tesesdefendidas demandam o revolvimento do contexto fático dos autos e desafiam aSúmula 7/STJ. 5. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 990163/CE, Rel.Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe15/12/2008)

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DEINCONSTITUCIONALIDADE DE TRIBUTO. PRETENSÃO DE OBTEREFEITOS EX NUNC. MATÉRIA PACIFICADA. VIOLAÇÃO DO ART. 535DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. Os órgãos julgadores não estão obrigadosa examinar todas as teses levantadas durante um processo judicial, bastando queas decisões proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas, emobediência ao que determina o art. 93, inc. IX, da Lei Maior. Isso não caracterizaofensa ao art. 535 do CPC. 2. Quanto à questão referente aos efeitos dadeclaração de inconstitucionalidade a serem aplicados às normas que autorizavama cobrança de TIP e TCLLP, a jurisprudência da Seção de Direito Público do STJsedimentou-se no sentido de que devem ser retroativos - ex tunc, consoanteentendimento reiterado do STF. 3. Agravo regimental não-provido.(AgRg no Ag 1044852/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2009, DJe 14/04/2009)

E, ainda: EDcl nos EDcl no REsp 89637/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP,QUINTA TURMA, julgado em 24/11/1998, DJ 18/12/1998 p. 373.Além disso, a satisfação do prequestionamento pretendido pelos Embargantesexige apenas a manifestação expressa sobre a matéria suscitada, o que ocorreu naespécie, e não acerca de eventuais dispositivos constitucionais ou legais invocados.Confira-se:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM REMESSA NECESSÁRIA EAPELAÇÃO VOLUNTÁRIA - PRONUNCIAMENTO EXPLÍCITO DOTRIBUNAL SOBRE A MATÉRIA SUSCITADA - DESNECESSIDADE DEPREQUESTIONAMENTO - AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO JULGADO -RECURSO DESPROVIDO - INTENÇÃO PROTELATÓRIA - MULTA.1. Entendeu a Corte que a relação jurídica tratada não é de consumo, pois aspartes não se enquadram nos conceitos de fornecedor e consumidor (arts. 2º e 3ºdo CDC), mas sim regida pelo direito administrativo e tributário, carecendo delegitimidade a Associação de Defesa dos Consumidores do Estado do EspíritoSanto (embargante) para substituir os seus associados, na defesa dos interesses

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individuais homogêneos envolvendo o poder de polícia administrativa e aatividade tributária do Estado, com a extinção do processo sem apreciação domérito (art. 267, VI, CPC).2. Acolhida tal questão preliminar, não há lugar para qualquer discussão a respeitodo mérito da causa - alegações de má prestação de serviço público, nulidade dasinfrações de trânsito, ofensa aos princípios da legalidade e moralidade -, comopretende a embargante.3. Havendo pronunciamento explícito do Tribunal sobre todas as questõesrelevantes ao julgamento principal, inexiste qualquer vício a ser sanado por meiosdos embargos declaratórios, valendo ressaltar que o prequestionamento exige amanifestação expressa sobre a matéria suscitada, o que ocorreu na espécie, e nãoacerca de eventuais dispositivos constitucionais ou legais invocados.4. Na verdade, a pretexto de suprir supostas omissões, absolutamente inexistentes,o que pretende a embargante é rediscutir o julgado, numa demonstração clara demero inconformismo.5. Assim, como o flagrante propósito da embargante é provocar o reexame dojulgado, o que deveria ser manejado em recurso próprio, a oposição do recursointegrativo revela-se manifestamente procrastinatória, atitude merecedora decensura, a teor do art. 538, par. único, do CPC.6. Embargos de declaração desprovidos, com multa de multa de 1% (um porcento) sobre o valor da causa atualizado.(Edcl_RN 024.039.011.614; Relatora: Desª Catharina Maria Novaes Barcellos;Terceira Câmara Cível; julgado em 26.6.2006; DJ em 3.7.2006)

De fato, os argumentos apresentados no recurso em tela pretendem a rediscussãoda causa. E, como cediço, os Embargos Declaratórios não servem para rediscutiro julgado.Na verdade, como cediço, os Embargos de Declaração configuram-se comorecurso de fundamentação vinculada, limitado à existência de omissão,obscuridade, contradição ou erro material da decisão objurgada.Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recursoIntime-se. Publique-se na íntegra.Vitória/ES, 14 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

72- Embargos de Declaração Nº 35060095516VILA VELHA - 2ª VARA CÍVELEMGTE COMPANHIA DE SEGUROS ALIANCA DA BAHIA Advogado(a) JOANA BARROS VALENTEAdvogado(a) RODOLFO SANTOS SILVESTREEMGDO JOSE ROQUE Advogado(a) VINICIUS PANCRACIO MACHADO COSTAEMGDO VIACAO SATELITE LTDA Advogado(a) FLAVIO NARCISO CAMPOSAdvogado(a) RODRIGO CAMPANA TRISTAORELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 35060095516

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DA BAHIAADVOGADO: JOANA BARROS VALENTE E OUTROS RECORRIDO: JOSÉ ROQUEADVOGADO: VINICIUS PANCRACIO MACHADO COSTAMAGISTRADO: CLEANTO GUIMARÃES SIQUEIRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA QUANTO A UM DOSARGUMENTOS. CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA.REDISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO. 1. A omissão apta a ensejar o recurso de Embargos de Declaração refere-se aosargumentos relevantes à solução da controvérsia e não engloba todas as alegaçõesdas partes, desde que não sejam suficientes para alterar a decisão. Precedente2. A rediscussão da causa em Embargos de Declaração é inadmissível.Precedentes do STJ.3. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DA BAHIA opôs Embargos deDeclaração por inconformada com a decisão monocrática que deu provimentoparcial às Apelações Cíveis interpostas pela seguradora e pela empresa VIAÇÃOSATÉLITE LTDA, apenas para determinar a dedução do valor do seguroobrigatório (DPVAT) eventualmente percebido pelo ora Embargado do montanteda indenização fixada neste processo.

Aduziu, em síntese, a omissão do julgado relativa à apreciação do pedido dedesconto dos valores recebidos pelo Autor a título de benefício pago pelo INSS,bem como obscuridade quanto ao limite da responsabilidade da seguradora,litisdenunciada e, ainda, contradição na fixação dos danos materiais (pensão). Peloexposto, requereu o provimento do recurso com a complementação e reforma dojulgado. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Verifico, prima facie, a existência de omissão no julgamento unipessoal objeto dopresente recurso, especificamente acerca da pretensão de dedução dos valoreseventualmente pagos pelo INSS ao Autor em decorrência do evento descrito nosautos. Todavia, em que pese à constatação da omissão, não vejo como acolher oargumento suscitado pela seguradora. De fato, a percepção de benefícioeventualmente pago pela autarquia previdenciária não afasta o direito de oslesados receberem indenização a título de pensão decorrente de acidente detrânsito, sobretudo por se tratarem de relações jurídicas distintas. Nesse sentido, destaco decisão monocrática proferida pelo C. STJ, a saber:

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.182.453 - SP (2010/0032094-4)RELATOR: MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE:EUCLYDES OLIVEIRA FILHO - ESPÓLIO REPR. POR: MARLICARDOSO DE OLIVEIRA - INVENTARIANTE E OUTROSADVOGADO: TERTULIANO PAULO E OUTRO(S) AGRAVADO:MUNICÍPIO DE BAURU PROCURADOR: JOSÉ ROBERTO ANSELMO EOUTRO(S) ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVILDO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS EMATERIAIS. QUEDA EM BURACO EM VIA PÚBLICA. CUMULAÇÃO DEPENSÃO POR MORTE COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. BASE DECÁLCULO PARA FIXAÇÃO DO PENSIONAMENTO. 2/3 DO SALÁRIOPERCEBIDO PELO DE CUJUS. TERMO AD QUEM. DATA EM QUE AVÍTIMA COMPLETARIA 70 ANOS DE IDADE. VALORINDENIZATÓRIO. MAJORAÇÃO DO QUANTUM. DESNECESSIDADE.VERBA FIXADA COM RAZOABILIDADE, EVITANDO-SE OENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.MULTA DO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. AFASTAMENTO.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANEJADO COM CARÁTER DEPREQUESTIONAMENTO. DECISÃO RECONSIDERADA. RECURSOESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃOCuida-se de agravo regimental interposto por Euclydes Oliveira Filho- Espoólio, contra decisão de minha relatoria que negou seguimento arecurso especial ementado nos seguintes termos (fl. 214):ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.DANOS MORAIS E MATERIAIS. QUEDA EM BURACO EM VIAPÚBLICA. CUMULAÇÃO DE PENSÃO POR MORTE COM BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO. BASE DE CÁLCULO PARA FIXAÇÃO DOPENSIONAMENTO. 2/3 DO SALÁRIO PERCEBIDO PELO DE CUJUS.TERMO AD QUEM. DATA EM QUE A VÍTIMA COMPLETARIA 65 ANOSDE IDADE. VALOR INDENIZATÓRIO. MAJORAÇÃO DO QUANTUM.DESNECESSIDADE. VERBA FIXADA COM RAZOABILIDADE,EVITANDO-SE O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INCIDÊNCIA DASÚMULA 7/STJ. MULTA DO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC.AFASTAMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANEJADO COMCARÁTER DE PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIALPARCIALMENTE PROVIDO.Em suas razões recursais (fls. 519-537), alega o agravante, em suma,que o termo a quo do pensionamento deve ser fixado em 70 anos deidade, pois essa é a nova expectativa média de vida do brasileiro,consoante dados atuais o Instituto Nacional do Seguro Social - INSSe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.Requer a reconsideração da decisão ora atacada ou sua apresentaçãoperante o colegiado da Primeira Turma desta Corte.É o relatório. Decido.Emerge dos autos que o espólio de Euclydes Oliveira Filho e outrosajuizaram ação ordinária contra o Município de Bauru objetivando acondenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais,consubstanciados em pensões vitalícias mensais vencidas e vincendas,bem como indenização por dano moral decorrentes de acidente em viapública, que causou queda da vítima em buraco aberto no pavimentoocasionando-lhe sua a morte em 10.5.2004.A ação foi julgada parcialmente procedente, condenando-se o réu aopagamento de pensão correspondente a 2/3 do salário auferido pelofalecido, sendo este devido até a data em que o falecido faria 65anos de idade e indenização por dano moral fixados em R$ 50.000,00(cinquenta mil reais), acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a

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partir da citação, correção monetária desde a data do evento danosoe honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor dacondenação.Após a prolação da sentença, o Tribunal a quo negou provimento àremessa oficial e ao recurso voluntário do réu e deu parcialprovimento ao apelo dos autores a fim de fixar que: (i) os juros demora bem como as parcelas vencidas e não pagas sejam atualizadasdesde a data do evento danoso; (ii) a correção monetária referenteao valor fixado a título de danos morais seja contada desde a datade sua fixação, nos termos da Súmula 362 do STJ.Sobreveio recurso especial, no qual dei parcial provimento ao apeloa fim de reconhecer a possibilidade de cumulação do pensionamentopor morte, no valor de 2/3 do salário recebido em vida pela vítimaaté a idade em que esta completaria 65 anos de idade, afastando-se adeterminação de eventual desconto de valores recebidos a título debenefício previdenciário de pensão por morte, bem como para excluira multa do art. 538, parágrafo único do CPC, conforme ementa antestranscrita.No presente regimental, a parte agravante pretende a reconsideraçãoda decisão agravada, a fim de se fixar o termo final dopensionamento para a data em que a vítima completaria 70 anos, tendoem vista o aumento da expectativa de vida do brasileiro.É o relatório. Decido.Razão assiste ao agravante.Inicialmente, sobreleva notar o seguinte:A expectativa de vida é um indicador demográfico em constantetransformação, que reflete a realidade de um determinado local em umdado período de tempo, cujo cálculo está sujeito a diversasvariáveis, tais como avanço da medicina, violência, mortalidadeinfantil, saneamento básico, grau de desenvolvimento econômico,entre tantos outros. Diante disso, a jurisprudência deve acompanharconstantemente a evolução desses indicadores, corrigindo eventuaisdefasagens e distorções, de modo a refletir a realidade existente emcada particular (Resp n. 885.126/RS, relatora Ministra NancyAndrighi, DJ 21.2.2008).Com efeito, a jurisprudência desta Corte já acenou com apossibilidade de fixação do termo ad quem do pensionamento na dataem que o de cujus completaria 70 anos de idade, levando-se em contaa atual expectativa de vida do brasileiro, nos termos dosprecedentes abaixo colacionados:ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.INDENIZAÇÃO. DANOMORAL. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. JUROS MORATÓRIOS. TERMOFINAL. PENSÃOPOR MORTE. EXPECTATIVA DE VIDA DA VÍTIMA. IDADE DOFILHO.1. Cuida-se de Ação de Reparação de Danos Materiais e Morais contrao Estado do Rio de Janeiro, em decorrência do óbito de motorista,após colidir o veículo com viatura da Polícia Militar conduzida poragente estadual no exercício da função.[...].6. O critério para determinar o termo final da pensão devida à viúvaé a expectativa de vida do falecido.7. A expectativa de vida não é indicador estanque, pois é calculadotendo em conta, além dos nascimentos e óbitos, o acesso à saúde, àeducação, à cultura e ao lazer, bem como a violência, acriminalidade, a poluição e a situação econômica do lugar emquestão.8. Qualquer que seja o critério adotado para a aferição daexpectativa de vida, na hipótese de dúvida o juiz deve solucioná-lada maneira mais favorável à vítima e seus sucessores.9. A idade de 65 anos, como termo final para pagamento de pensãoindenizatória, não é absoluta, sendo cabível o estabelecimento deoutro limite, conforme o caso concreto. Precedentes do STJ.10. É possível a utilização dos dados estatísticos divulgados pelaPrevidência Social, com base nas informações do IBGE, no tocante aocálculo de sobrevida da população média brasileira.11. No que respeita ao termo ad quem da pensão devida ao filho menorem decorrência da morte do pai, é pacifico no Superior Tribunal deJustiça que deve alcançar a idade em que os beneficiários completemvinte e cinco anos de idade, quando se presume terem concluído suaformação, incluindo-se a universidade. Incidência da Súmula 83/STJ.12. Recurso Especial não provido (REsp 1.027.318/RJ, Rel. MinistroHerman Benjamin, Segunda Turma, DJe 31/08/2009)CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL -ATROPELAMENTO DEPEDESTRE - FERROVIA - PASSAGEM CLANDESTINA - EXISTÊNCIADE PASSARELANAS PROXIMIDADES - CULPA CONCORRENTE - INDENIZAÇÃO.1 - No caso dos autos, a vítima teve acesso à ferrovia por meio deuma passagem clandestina existente no muro que a cercava, apesar de

haver uma passarela para pedestres nas proximidades do local doacidente. Em hipóteses como esta, a jurisprudência desta Corte épacífica no sentido da ocorrência de culpa concorrente da vítima eda empresa de transporte ferroviário. Nesta linha, pois, entende-seque a culpa da ferrovia advém da omissão quanto à conservação dascercas e muros construídos ao longo da via férrea, e a da vítima,por utilizar-se de passagem clandestina, mesmo existindo passarelapara pedestres.2 - Assim, procede o recurso nesse particular. Levando-se emconsideração a culpa concorrente da vítima (que percebia um saláriomínimo mensal como sargenteiro de uma empresa de construção epavimentação), condeno a recorrida, relativamente aos danosmateriais, ao pagamento de pensão mensal de meio salário mínimo acada uma das autoras, sendo que às filhas até a maioridade civil, eà viúva, desde a data do evento, até a data em que a vítimacompletaria 70 anos. Isto porque, "não obstante ter a jurisprudênciadesta Corte, na maioria dos casos, fixado, para fins de indenização,como tempo provável de vida do falecido, a idade de 65 anos, certo éque tal orientação não é absoluta, servindo, apenas como referência,não significando que seja tal patamar utilizado em todos os casos,notadamente naqueles em que a vítima já possua idade avançada."(REsp 164.828/RS, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ de21/06/99). Na hipótese vertente, a vítima já contava com 60 anos deidade na data do acidente.[...].5 - Recurso provido nos termos expostos (REsp 705.859/SP, Rel.Ministro Jorge Scartezzini, Quarta Turma, DJ 21/3/2005).RESPONSABILIDADE DO ESTADO. TIRO DISPARADO POR POLICIALMILITAR.INDENIZAÇÃO POR MORTE. NEXO CAUSAL. DECISÃOFUNDAMENTADA. PENSÃO.REDUÇÃO. SÚMULA 7/STJ. TERMO FINAL: 70 ANOS. POSSIBILIDADE.PRECEDENTES.I - O aresto recorrido, mantendo as razões expendidas pelo juízosingular, fundamentou a decisão no que diz respeito à verificação donexo causal entre o tiro disparado pelo policial militar à paisanano veículo da vítima, que culminou com sua morte, não se verificandoviolação ao artigo 458, II, do CPC.II - Considerando a hipótese dos autos, não se verifica exorbitânciaou desproporção na fixação da pensão à viúva em 4 (quatro) saláriosmínimos, sendo inviável a pretendida discussão frente à Súmula7/STJ.III - Possibilidade de determinar como termo final do pagamento dapensão, a data em que a vítima completaria 70 (setenta) anos deidade, em função do caso concreto. Precedentes: REsp nº 164.824/RS,Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ de 21/06/99, REsp nº705.859/SP, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ de 21/03/05.IV - Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido (REsp895.225/RN, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, DJ9/4/2007).No bojo do voto condutor deste último acórdão, o ilustre MinistroFrancisco Falcão reconheceu a possibilidade de se fixar o termofinal da pensão por morte na data em que o de cujus completaria 70anos, tendo em vista as peculiariadades do caso, utilizando-se, paratanto, dos seguintes fundamentos:No que diz respeito ao limite de idade, é certo que a jurisprudênciadeste eg. Tribunal tem precedentes, considerando a provávelsobrevida, no sentido de que os pensionamentos advindos de açõesdecorrentes de acidentes e outros, são devidos até a data em que ofalecido completaria 65 (sessenta e cinco) anos de idade,principalmente em casos nos quais a vítima é menor, de famíliahumilde, cuja presunção é de que ele ajudasse no sustento dafamília. A propósito cito alguns: AgRg no Ag nº 423.006/PR, Rel.Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJ de 19/08/2002, p. 183; REsp nº494.095/MG, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 01/02/2005, p. 478;REsp nº 427.842/RJ, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJ de 04/10/2004, p.230; REsp nº 434.940/PR, Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ de 09/10/2006,p. 259.Acontece que, por outro lado, com base em outros precedentes,entende-se que "não obstante ter a jurisprudência desta Corte, namaioria dos casos, fixado, para fins de indenização, como tempoprovável de vida do falecido, a idade de 65 anos, certo é que talorientação não é absoluta, servindo, apenas como referência, nãosignificando que seja tal patamar utilizado em todos os casos,notadamente naqueles em que a vítima já possua idade avançada" (REspnº 164.824/RS, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de21/06/99, sem destaque no original). No mesmo sentido: REsp nº705.859/SP, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ de 21/03/05, p. 404;REsp nº 468.934/SP, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, DJ de07/06/2004,p. 231.

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Page 212: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

No caso em análise, considerando-se que a vítima faleceu em idade jáavançada, em 10.5.2004, quando então contava com 63 (sessenta etrês) anos, deixando viúva que não exercia atividade laborativa (dolar) e dois filhos menores, é possível fixar o termo final da pensãopara a data em que o falecido completaria 70 anos de idade,consoante os precedentes acima apontados.Ante o exposto, reconsidero a decisão agravada, e dou parcialprovimento ao recurso especial, com fundamento no art. 557, 1º-A, doCódigo de Processo Civil, para reconhecer a possibilidade decumulação do pensionamento por morte, no valor de 2/3 do saláriorecebido em vida pela vítima até a idade em que esta completaria 70anos de idade, afastando-se a determinação de eventual desconto devalores recebidos a título de benefício previdenciário de pensão pormorte, bem como para excluir a multa do art. 538, parágrafo único doCPC, conforme fundamentação supra.Publique-se. Intimem-se.Brasília/DF, 11 de maio de 2010.MINISTRO BENEDITO GONÇALVESRelator

Em assim sendo, apesar de reconhecer a omissão, REJEITO a alegação. Na sequência, quanto aos demais vícios veiculados pela empresa Embargante, nãovejo como acolhê-los. Em verdade, consta da decisão monocrática objurgadamanifestação expressa acerca do limite contratual da responsabilidade daseguradora e, ainda, da pensão mensal devida ao Demandante. Na oportunidade,restou consignado, verbis:

“2.1. JULGAMENTO EXTRA PETITA.

O julgamento extra petita ocorre quando o magistrado concede prestaçãojurisdicional diferente da que lhe foi postulada, conforme precedentes abaixotranscritos:

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.NÃO-OCORRÊNCIA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE BUSCA EAPREENSÃO. DECLARAÇÃO, DE OFÍCIO, DE RESCISÃO DOCONTRATO. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO DA PARTE. JULGAMENTOEXTRA PETITA. 1. Tendo sido examinadas no acórdão impugnado, ainda queimplicitamente, todas as questões suscitadas, impõe-se a rejeição dos embargos dedeclaração opostos com o propósito de prequestionamento. 2. Configura-sejulgamento extra petita quando o juiz concede prestação jurisdicional diferente daque lhe foi postulada, ficando o julgado sujeito à declaração de nulidade. 3.Recurso especial conhecido em parte e provido. (REsp 829.432/RS, Rel. MinistroJOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em01/12/2009, DJe 14/12/2009)

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ARTS. 128 E 460 DO CPC.JULGAMENTO EXTRA PETITA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.EFEITO TRANSLATIVO DO RECURSO ESPECIAL. 1. Até mesmo asquestões de ordem pública, passíveis de conhecimento ex officio, em qualquertempo e grau de jurisdição ordinária, não podem ser analisadas no âmbito dorecurso especial se ausente o requisito do prequestionamento. 2. Excepciona-se aregra se o recurso especial ensejar conhecimento por outros fundamentos, ante oefeito translativo dos recursos, que tem aplicação, mesmo que de formatemperada, na instância especial. Precedentes. 3. Aplicação analógica da Súmula456/STF, segundo a qual "o Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recursoextraordinário, julgará a causa, aplicando o direito à espécie". 4. Diz-se extra petitaa decisão que aprecia pedido ou causa de pedir distintos daqueles apresentadospelo autor na inicial, isto é, aquela que confere provimento judicial sobre algo quenão foi pedido. 5. Na hipótese, as autoras, ora recorrentes, defenderam que oenquadramento das atividades da empresa, para fins de apuração das alíquotas doSAT, deve corresponder ao grau de risco da atividade desenvolvida em cadaestabelecimento da empresa. A Corte regional, porém, proferiu julgamentodiverso relativo à possibilidade de o decreto regulamentador dispor sobre o graude risco das atividades desenvolvidas pelas empresas, dada a impossibilidade de alei prever todas as condições sociais, econômicas e tecnológicas que emergem dasatividades laborais. 6. Embargos de declaração acolhidos com efeitosmodificativos, para conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento. (EDcl nosEDcl no REsp 920.334/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDATURMA, julgado em 24/06/2008, DJe 12/08/2008)

No caso em julgamento, o Demandante pleiteou a concessão de indenização pordanos materiais decorrentes da morte de sua esposa, a ser calculada a partir daremuneração da mesma, equivalente a 1 (um) salário mínimo, consoante provaconstante dos autos. Assim, nos termos da r. sentença objurgada, foi concedidapensão proporcional a 80% (oitenta por cento) do valor de um salário mínimo.Em verdade, a determinação do juízo a quo não configura julgamento extra petita,sobretudo porque a pretensão da parte é, por óbvio, a recomposição da perdamonetária familiar havida com a morte da vítima, esposa do Autor.Assim, REJEITO a preliminar suscitada.(omissis)

2.4. PENSÃO MENSAL.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que ocônjuge goza de dependência presumida, conforme os precedentes abaixotranscritos:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE SUPÉRSTITE.SEPARAÇÃO DE FATO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DADEPENDÊNCIA ECONÔMICA. REEXAME DE PROVA.IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. RECURSOESPECIAL IMPROVIDO. 1. O cônjuge supérstite goza de dependênciapresumida, contudo, estando separado de fato e não percebendo pensãoalimentícia, essa dependência deverá ser comprovada. 2. O Tribunal a quo, aoreconhecer a inexistência de comprovação da dependência, o fez com base naanálise dos elementos probatórios carreados aos autos. Incidência, à espécie, daSúmula 7/STJ. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 411.194/PR,Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,julgado em 17/04/2007, DJ 07/05/2007 p. 367). Grifo nosso.

PREVIDENCIÁRIO. CÔNJUGE SUPÉRSTITE. PENSÃO POR MORTE.DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. SEPARAÇÃO DE FATO.ANÁLISE. SÚMULA 7/STJ. PRESCRIÇÃO. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. QUESTÃO NOVA. NÃO-CABIMENTO. 1. É incontroversoque o cônjuge goza de dependência presumida, conforme a própria dicção da lei,desde que não esteja separado de fato e não perceba pensão alimentícia. 2.Contudo, o deslinde da presente controvérsia exige inafastável reapreciação doconjunto fático-probatório carreado aos autos acerca da existência de separaçãode fato, o que não compete a esta Corte de Justiça, tendo em vista o óbice doenunciado sumular nº 7/STJ. 3. Sobre a prescrição, já decidiu esta Quinta Turmaque pode ser alegada em qualquer instância, desde que na contestação ou nasrazões de apelação, mas não em embargos declaratórios, que possuem efeitomeramente integrativo, sendo defesa a apresentação de questão nova. 4. Recursoespecial conhecido, porém improvido. (REsp 613.986/RJ, Rel. MinistroARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 23/08/2005, DJ03/10/2005 p. 315). Grifo nosso.

No mesmo sentido, o egrégio TJES:

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS.ACIDENTE DE TRÂNSITO COM MORTE. PAI DE FAMILIA. EFEITOSDO ACIDENTE. IMPRUDÊNCIA DO CONDUTOR. REVISÃO DAREMUNERAÇÃO DA VÍTIMA. PENSÃO POR DANO MATERIAL.NULIDADE DA SENTENÇA. PRINCÍPIO DA DEMANDA.RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ACIDENTE DE TRÂNSITO.DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA VIÚVA. REDUÇÃO DA PENSÃOPARA PAGAMENTO DE DESPESAS ORDINÁRIAS. CONSTITUIÇÃO DECAPITAL. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. DECAIMENTO MÍNIMO DOPEDIDO. 1 - O incremento da verba recebida a título de danos morais deve ser,no caso, aumentada para se coadunar com o impacto psíquico na esfera jurídicados autores. Pela morte do pai, e marido, em acidente assistido pelos postulantes eocasionado por atuação irresponsável de agente estatal, é razoável a quantia de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) para cada um dos autores, totalizando R$150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) no total. 2 - Comprovado nos autos que avítima auferia renda superior àquela considerada pelo juízo a quo, é justificáveltambém o aumento da indenização a título de danos materiais, utilizando comobase de cálculo a quantia de R$ 5.000,00, a ser concedida em 2/3 (R$ 3.333,33 -três mil, trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos), divididos daseguinte forma: 50% para a esposa até a data quando a vítima completaria 70anos, e 10% para cada um dos filhos, até estes completarem 21 anos, corrigidoanualmente pelo INPC. 3 - Inexiste afronte ao principio da demanda quando ojuiz julga determinado pedido procedente por fundamento diverso do enunciadona inicial. Sentença válida. 4 - O fato de determinado funcionário utilizar dedeterminado veículo automotor em desvio de finalidade não afasta o dever doEstado de arcar com os ônus de ilícito provocado por seu preposto. 5 - Não háque se falar de inaplicabilidade da teoria da responsabilidade objetiva em relaçãoao Estado quanto se tratar de acidente automobilístico, mormente quando seufuncionário foi inquestionavelmente o pivô do ilícito. Não se discute, portanto,culpa. 6 - A concessão da pensão à entidade familiar que perdeu o principalprovedor, como medida a mitigar os danos e embaraços financeiros imprimidosde maneira imprevista e inadvertida na esfera jurídica de todos os seus integrantesnão pressupõe a dependência financeira da viúva. 7 - O abatimento de despesas etributos da pensão resta incluído no 1/3 excluído da prestação. 8 - A inclusão donome dos autores em folha de pagamento regular, a exemplo do que ocorre comos servidores da entidade estatal sucumbente, é medida que melhor se coadunacom a ordem constitucional pátria, cuja efetividade dispensa constituição decapital, com imediata de terminação nesse sentido, posto que o acórdãocondenatório não se submete a recursos (RExt. e Resp) dotados de efeitosuspensivo automático (ope legis). 9 - Sucumbência recíproca descaracterizadaante ao fato de o autor ter decaído minimamente do pedido. (Apelação Cível nº24970028908, Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do

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Page 213: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Espírito Santo, Relator Desembargador Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon,Relator Substituto Desembargador Raimundo Siqueira Ribeiro.) Grifo nosso.

Nessa linha, a dependência financeira do Recorrido, viúvo, é presumida, e, porisso, não há fundamento a ensejar a reforma na condenação imposta pelomagistrado de primeiro grau.No que concerne ao dies ad quem da pensão mensal em relação à viúva, oColendo STJ ter decidido reiteradamente pela utilização da tabela de expectativade vida feita pelo IBGE, como ilustram os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVILDO ESTADO. MORTE DE MENOR POR POLICIAIS. "CHACINA DABAIXADA". INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. VALOR IRRISÓRIOOU ABUSIVO. NÃO CONFIGURADO.PROCESSUAL CIVIL.ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃOINDENIZATÓRIA. DANO MORAL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA.JUROS DE MORA. TEMPUS REGIT ACTUM. MÉDIA DE SOBREVIDA.TABELA DO IBGE. APLICABILIDADE À PENSÃO DA VÍTIMA DEVIDAAOS AUTORES DA AÇÃO.1. Versam os autos ação de reparação por danos morais e materiais ajuizada emdesfavor de ente Estadual em razão da morte do filho, irmão e tio, dos autores,em decorrência de disparos de arma de fogo efetuados por agentes da políciamilitar do Estado, no episódio conhecido como "Chacina da Baixada".2. Os danos morais indenizáveis devem assegurar a justa reparação do prejuízosem proporcionar enriquecimento sem causa do autor, além de sopesar acapacidade econômica do réu, devendo ser arbitrável à luz da proporcionalidadeda ofensa, calcada nos critérios da exemplariedade e da solidariedade.3. A modificação do quantum arbitrado a título de danos morais, em sede derecurso especial, somente é admitida na hipótese de fixação em valor irrisório ouabusivo. Precedentes do STJ: REsp 860099/RJ, DJ 27.02.2008; AgRg no Ag836.516/RJ, DJ 02.08.2007 e REsp 960.259/RJ, DJ 20.09.2007.4. In casu, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro considerando asespecificidades do caso, a morte da vítima, em decorrência de disparos de arma defogo efetuados por policiais militares, em razão da barbárie denominada "Chacinada Baixada", manteve a condenação ao pagamento de indenização, a título dedanos morais, no valor equivalente à R$100.000,00 (cem mil reais) aos pais davítima, a quantia de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) aos irmãos da vítima, e aquantia de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ao sobrinho da vítima, corrigidastais quantias monetariamente, a partir da presente data e acrescidas de juros demora a contar da citação, nos moldes delineados na sentença às 571/578.5. Deveras, a análise das especificidades do caso concreto e dos parâmetrosadotados por esta Corte, no exame de hipóteses análogas, ao caso dos autos, qualseja a denominada "Chacina da Baixada", não revela irrisoriedade dos valoresarbitrados a título de indenização por danos materiais e morais. Neste sentido:REsp 1161805/RJ, Decisão, Ministro Luiz Fux, DJ 19.03.2010; AgRg no REsp1087541/RJ, Relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, J.05.03.2009;AgRg no Ag 1136614/RJ, Relatora Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, J.26.05.2009.6. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso em caso deresponsabilidade extracontratual (Súmula 54/STJ). Precedentes: REsp771926/SC, DJ 23.04.2007; REsp 489439/RJ, DJ 18.08.2006; REsp 768992/PB,DJ 28.06.2006.7. Desta feita, tratando-se de fato gerador que se protrai no tempo, a definiçãolegal dos juros de mora deve observância ao princípio do direito intertemporalsegundo o qual tempus regit actum.8. Os juros hão se ser calculados, a partir do evento danoso(Súmula 54/STJ) àbase de 0,5% ao mês, ex vi artigo 1.062 do Código Civil de 1916 até a entrada emvigor do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001).9. A partir da vigência do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001) os jurosmoratórios deverão observar a taxa que estiver em vigor para a mora dopagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional (artigo 406). Taxa esta que,como de sabença, é a SELIC, nos expressos termos da Lei nº 9.250/95.Precedentes: REsp 688536/PA, DJ 18.12.2006; REsp 830189/PR, DJ 07.12.2006;REsp 813.056/PE, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16.10.2007, DJ29.10.2007; REsp 947.523/PE, DJ 17.09.2007;REsp 856296/SP DJ 04.12.2006;AgRg no Ag 766853/MG, DJ 16.10.2006.10. A idade de sobrevida não é estanque, uma vez que se consideram várioselementos para sua fixação, como habitat, alimentação, educação, meios de vida.Outrora, com o escopo de obter-se um referencial para sua fixação, esta Cortevem adotando os critérios da tabela de sobrevida da Previdência Social, de acordocom cálculos elaborados pelo IBGE. Precedentes: REsp 1027318/RJ, SegundaTurma, julgado em 07/05/2009, DJe 31/08/2009; REsp 503046/RJ, QuartaTurma, julgado em 28/04/2009, DJe 25/05/2009; REsp 723544/RS, QuartaTurma, julgado em 13/02/2007, DJ 12/03/2007 p. 240; REsp 746894/SP,Quarta Turma, julgado em 15/08/2006, DJ 18/09/2006 p. 327; REsp698443/SP, Quarta Turma, julgado em 01/03/2005, DJ 28/03/2005 p. 288;REsp 211073/RJ, Terceira Turma, julgado em 21/10/1999, DJ 13/12/1999 p.144.

11. A jurisprudência da Corte acata a mais especializada tabela do IBGE,consoante colhe-se dos seguintes precedentes: REsp 35842/RJ, QUARTATURMA, julgado em 21/03/1995, DJ 29/05/1995 p. 15518; REsp 211073/RJ,TERCEIRA TURMA, julgado em 21/10/1999, DJ 13/12/1999 p. 144; REsp1027318/RJ, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 31/08/2009.12. In casu, a vítima, contava com 28 anos de idade, por isso que, utilizando-se aexpectativa de sobrevida da tabela do IBGE, para a época dos fatos, que era de47,4 anos, alcança-se a idade de 75,4 anos, limite para a fixação do pensionamentoconcedido aos autores da ação.13. Recurso Especial parcialmente provido.(REsp 1124471/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em17/06/2010, DJe 01/07/2010)

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. JUROSMORATÓRIOS. TERMO FINAL. PENSÃO POR MORTE. EXPECTATIVADE VIDA DA VÍTIMA. IDADE DO FILHO.1. Cuida-se de Ação de Reparação de Danos Materiais e Morais contra o Estadodo Rio de Janeiro, em decorrência do óbito de motorista, após colidir o veículocom viatura da Polícia Militar conduzida por agente estadual no exercício dafunção.2. Hipótese em que o Tribunal de origem fixou indenização por danos morais àviúva e ao filho da vítima no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), montante queo recorrente entende excessivo.3. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que somente em casosexcepcionais é possível rever o valor da indenização, quando exorbitante ouinsignificante a importância arbitrada, em flagrante violação dos Princípios daRazoabilidade e da Proporcionalidade, o que, in casu, não se configura.4. É entendimento assente neste Tribunal Superior que os juros relativos aoperíodo da mora anterior à data de vigência do novo Código Civil (10.1.2003)devem ser empregados à taxa de 0,5% ao mês (art. 1.062 do CC/1916), e aos jurosreferentes ao período posterior aplica-se o disposto no art. 406 da Lei 10.406, de10.1.2002.5. Inexistindo recurso dos particulares, mantém-se o acórdão recorrido na parteque fixou em 1% (um por cento) ao mês os juros de mora a partir do advento doNovo Código Civil.6. O critério para determinar o termo final da pensão devida à viúva é aexpectativa de vida do falecido.7. A expectativa de vida não é indicador estanque, pois é calculado tendo emconta, além dos nascimentos e óbitos, o acesso à saúde, à educação, à cultura e aolazer, bem como a violência, a criminalidade, a poluição e a situação econômica dolugar em questão.8. Qualquer que seja o critério adotado para a aferição da expectativa de vida, nahipótese de dúvida o juiz deve solucioná-la da maneira mais favorável à vítima eseus sucessores.9. A idade de 65 anos, como termo final para pagamento de pensão indenizatória,não é absoluta, sendo cabível o estabelecimento de outro limite, conforme o casoconcreto. Precedentes do STJ.10. É possível a utilização dos dados estatísticos divulgados pela PrevidênciaSocial, com base nas informações do IBGE, no tocante ao cálculo de sobrevida dapopulação média brasileira.11. No que respeita ao termo ad quem da pensão devida ao filho menor emdecorrência da morte do pai, é pacifico no Superior Tribunal de Justiça que devealcançar a idade em que os beneficiários completem vinte e cinco anos de idade,quando se presume terem concluído sua formação, incluindo-se a universidade.Incidência da Súmula 83/STJ.12. Recurso Especial não provido.(REsp 1027318/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 31/08/2009)

E, ainda: REsp 885.126/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRATURMA, julgado em 21/02/2008, DJe 10/03/2008.Dessa forma, considerando que a r. sentença fixou a data limite da pensão como aprovável sobrevida da vítima, nos termos da jurisprudência, mantém-se hígida adeterminação do juízo de origem.

(omissis)

2.6. APÓLICE DE SEGURO.

Por fim, a seguradora requereu fosse condenada a suportar somente os valores eriscos previstos na apólice firmada com a litisdenunciante.Não obstante, em que pese ao brilho das ressalvas feitas pela empresa, consta nodispositivo da r. sentença objurgada a seguinte ressalva, verbis:

‘(...)6) acolho o pedido formulado na denunciação, e condeno a denunciada a pagar àrequerida tudo quanto houver de suportar no cumprimento deste julgado,respeitados os limites contratualmente estabelecidos.’ - [destaquei]

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Page 214: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Em assim sendo, considerando que não fora determinado nada além do vindicadopela seguradora no presente recurso, não há que se falar em reforma do referidocapítulo do julgado, que se mantém irretocável.”- [destaquei].

Assim, mantenho o posicionamento firmado na ocasião, por entender que não hámais o que esclarecer ou decidir.Ademais, vale destacar que a omissão apta a ensejar o recurso de Embargos deDeclaração refere-se aos pontos que deveriam ter sido decididos e não aosargumentos das partes, a saber, não existe omissão a ser sanada se o julgador semanifesta de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, não estandoobrigado a rebater, um a um, os argumentos da parte. Nesse sentido, citoprecedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça, a saber:

PROCESSO CIVIL. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃOOCORRÊNCIA. 1. "O juiz não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão"(EDcl nos EDcl no REsp n. 89.637/SP). LOCAÇÃO. COBRANÇA.INADIMPLÊNCIA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.CARÊNCIA DE AÇÃO. INEXISTÊNCIA. EXCEÇÃO DE CONTRATONÃO CUMPRIDO. AUSÊNCIA DE PROVA DAS ALEGAÇÕES. INICIALINSTRUÍDA COM DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO. INVERSÃO DODECIDIDO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. APLICAÇÃO. 1. Dianteda convicção da instância ordinária de que o locatário-agravante estavainadimplente, descabe falar em carência da presente ação de cobrança dealugueres. 2. Não há falar em exceção de contrato não cumprido, porquanto ojulgado recorrido consignou que o agravante não fez prova da apresentação doprojeto de reformas aos agravados, a fim de corroborar sua assertiva de que nãodeu causa à rescisão. 3. O Tribunal de origem concluiu que a ação foi instruídacom planilhas que demonstraram os créditos pretendidos e, por essa razão,afastaram a alegação de ofensa ao artigo 62 da Lei do Inquilinato. 4. As tesesdefendidas demandam o revolvimento do contexto fático dos autos e desafiam aSúmula 7/STJ. 5. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 990163/CE, Rel.Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe15/12/2008)

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DEINCONSTITUCIONALIDADE DE TRIBUTO. PRETENSÃO DE OBTEREFEITOS EX NUNC. MATÉRIA PACIFICADA. VIOLAÇÃO DO ART. 535DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. Os órgãos julgadores não estão obrigadosa examinar todas as teses levantadas durante um processo judicial, bastando queas decisões proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas, emobediência ao que determina o art. 93, inc. IX, da Lei Maior. Isso não caracterizaofensa ao art. 535 do CPC. 2. Quanto à questão referente aos efeitos dadeclaração de inconstitucionalidade a serem aplicados às normas que autorizavama cobrança de TIP e TCLLP, a jurisprudência da Seção de Direito Público do STJsedimentou-se no sentido de que devem ser retroativos - ex tunc, consoanteentendimento reiterado do STF. 3. Agravo regimental não-provido.(AgRg no Ag 1044852/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2009, DJe 14/04/2009)

E, ainda: EDcl nos EDcl no REsp 89637/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP,QUINTA TURMA, julgado em 24/11/1998, DJ 18/12/1998 p. 373.De fato, os referidos argumentos pretendem a rediscussão da causa. E, comocediço, os Embargos Declaratórios não servem para rediscutir o julgado. Nessalinha, é pacífica a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça.Ilustrativamente: EDcl nos EDcl no REsp 466.627/DF, Rel. Ministro FELIXFISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02.08.2005, DJ 26.09.2005 p. 434).

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, apenas parasanar a omissão apontada, nos termos da fundamentação Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

73- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Nº 48090034058SERRA - 2ª VARA CÍVELAGVTE FERRARA DISTRIBUIDORA DE MOVEIS LTDA Advogado(a) LUIZ JOSE FINAMORE SIMONIAGVDO TV SBT CANAL 11 DO RIO DE JANEIRO LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 048090034058

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: FERRARA DISTRIBUIDORA DE MÓVEIS LTDA.ADVOGADO: LUIZ JOSE FINAMORE SIMONI.

RECORRIDO: TV STB CANAL 11 DO RIO DE JANEIRO LTDA.MAGISTRADO: ANA CLAUDIA RODRIGUES DE FARIA SOARES.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. PROCESSUAL CIVIL.CANCELAMENTO DISTRIBUIÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO.INTIMAÇÃO PESSOAL. NECESSIDADE. RECURSO PROVIDO.1. É imprescindível a intimação pessoal da parte para o cancelamento dadistribuição por falta de preparo, ressalvadas as hipóteses de embargos dodevedor em que a intimação se mostra necessária. Precedente. 2. Recurso provido para reconsiderar a decisão monocrática agravada, afim de darprovimento ao recurso e anular a sentença recorrida.

1. RELATÓRIO

FERRARA DISTRIBUIDORA DE MÓVEIS LTDA interpôs Agravo Internopor inconformada com a decisão monocrática que negou provimento à ApelaçãoCível apresentada pela mesma, para manter a r. sentença.

Alegou, em síntese, que: (i) o entendimento firmado na decisão é contrário ao dajurisprudência; (ii) os dispositivos elencados na decisão estão em conflito com oartigo 267, §1º do CPC.

Assim, requereu o provimento do recurso com a reforma da decisão recorrida.Sem contrarrazões pelo fato de o Agravado não ter constituído patrono nos autos,consoante certidão de fls. 84.

É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Como relatado, a Recorrente alegou que o entendimento firmado na decisão écontrário ao da jurisprudência pois os dispositivos elencados estão em conflitocom o artigo 267, § 1º do CPC.Pois bem.Após análise detida dos autos, bem como do entendimento da Corte Especial doSuperior Tribunal de Justiça, verifico a coerência da argumentação desenvolvidapela parte.Em julgamento anterior, posicionei-me no sentido de que ausência derecolhimento das custas iniciais enseja o cancelamento da distribuição do processo(art. 257 do CPC), o qual deve ser extinto independentemente de prévia intimaçãopessoal da parte autora. A referida decisão foi baseada em diversos precedentes doSTJ que supostamente seriam no mesmo sentido.Entretanto, os precedentes utilizados devem ser aplicados nos casos em queversem sobre embargos do devedor e não na presente lide. Nesse sentido, destaco julgamento da Corte Especial do Superior Tribunal deJustiça diferenciando os casos em que é imprescindível a intimação pessoal daparte para o cancelamento da distribuição por falta de preparo:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AGRAVOREGIMENTAL. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. INEXISTÊNCIADE SIMILITUDE FÁTICO-JURÍDICA ENTRE OS ARESTOSCONFRONTADOS. PRECEDENTE.1. Mantém-se na íntegra a decisão recorrida cujos fundamentos não foraminfirmados.2. Não se caracteriza o dissenso interpretativo quando inexiste similitudefático-jurídica entre o aresto recorrido e os paradigmas.3. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido deque é imprescindível a intimação pessoal da parte para o cancelamento dadistribuição por falta de preparo. Entendimento diverso, proferido em sedede embargos do devedor, não se presta para caracterizar o dissensointerpretativo ante a dessemelhança dos arestos confrontados a corroborara inexistência de similitude fático-jurídica.Precedentes.4. Agravo regimental desprovido.(AgRg nos EREsp 856000/GO, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DENORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 12/04/2010, DJe 20/05/2010)Grifo Nosso.

Assim, como se trata de uma ação declatória de inexistência de negócio jurídico enão embargos do devedor, é imprescindível a intimação pessoal da parte para ocancelamento da distribuição por falta de preparo.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, RECONSIDEROa decisão monocrática agravada, e DOUPROVIMENTOao recurso de apelação para ANULAR a r. sentença, devendo aora Agravante ser intimada para o recolhimento das custas. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 16 de maio de 2011.

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Page 215: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

74- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Nº 66109000118MARILÂNDIA - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOAGVTE PRESIDENTE DA CAMARA MUNICIPAL DE MARILANDIA Advogado(a) MILTRO JOSE DALCAMINAGVDO ADILSON REGGIANI Advogado(a) ELOILSOM CAETANO SABADINEAdvogado(a) OTILA MOLINO SABADINE MELQUIADESAGVDO GLOBES ANTONIO DE SOUSA Advogado(a) ELOILSOM CAETANO SABADINEAdvogado(a) OTILA MOLINO SABADINE MELQUIADESAGVDO SERGIO JOAO JUNCA Advogado(a) ELOILSOM CAETANO SABADINEAdvogado(a) OTILA MOLINO SABADINE MELQUIADESAGVDO SILVANO JOSE DONDONI Advogado(a) ELOILSOM CAETANO SABADINEAdvogado(a) OTILA MOLINO SABADINE MELQUIADESAGVDO DOUGLAS BADIANI Advogado(a) ELOILSOM CAETANO SABADINEAdvogado(a) OTILA MOLINO SABADINE MELQUIADESRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 66109000118

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DEMARILÂNDIA ADVOGADO: MILTRO JOSÉ DALCAMINRECORRIDO: ADILSON REGGIANI E OUTROSADVOGADO: ELOILSON CAETANO SABADINE E OUTROSMAGISTRADO: MARCIA PEREIRA RANGEL

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AGRAVO DEINSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR.PRESSUPOSTOS DEMONSTRADOS. ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA ECOMISSÕES DA CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA. AUSÊNCIADE QUÓRUM. NULIDADE. RECURSO PROVIDO.1. A liminar em Mandado de Segurança poderá ser deferida quando houverfundamento relevante e possibilidade de ineficácia da medida. Dicção do art. 7º,III, da Lei nº 12.016/09.2. O risco de perecimento do objeto litigioso e a relevância da fundamentaçãomantém irretocável a decisão que declara a nulidade da sessão ordinária realizadapela Câmara Municipal de Marilândia/ES para a eleição da mesa diretora e dascomissões do órgão, em razão da ausência de quórum necessário à votação e,ainda, determina nova convocação. Dicção dos art. 21 e 207, do RegimentoInterno da Câmara Municipal de Marilândia. 3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

TENÓRIO GOMES DA SILVA, presidente da Câmara Municipal de Mariândia -ES, interpôs Agravo de Instrumento por inconformado com a r. decisãointerlocutória de 1º grau proferida no Mandado de Segurança impetrados pelosora Agravados, para determinar a realização de nova sessão para eleição da mesadiretora e das comissões do órgão, haja vista a nulidade da sessão impugnada pelomandamus. Aduziu, em síntese, a regularidade do procedimento legislativo objeto daimpetração do writ, em especial o indeferimento das chapas e, ainda, a votaçãorealizada para a referida eleição. Nesses termos, requereu, liminarmente, asuspensão da r. decisão e, ao final, o provimento do recurso.Decisão interlocutória proferida no Plantão Judiciário em 2º grau às fls. 162/165,na qual foi indeferido o pedido liminar. Agravo Regimental interposto às fls. 174/211.Contrarrazões pela manutenção da r. decisão de origem.Decisão monocrática às fls. 326, inadmitindo o Agravo Regimental. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na análise da regularidade da sessão realizada pela CâmaraMunicipal de Marilândia em 13.12.2010 para a eleição da mesa diretora e dascomissões do órgão. Pois bem.Em verdade, consoante art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, a liminar no mandamuspoderá ser deferida quando houver fundamento relevante e possibilidade deineficácia da medida. Confira-se:Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

(omissis)III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houverfundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiançaou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

No caso em julgamento, verifico que os Impetrantes, ora Agravados,demonstraram os pressupostos em referência. Explico.Os artigos 21 e 207, do Regimento Interno da Câmara Municipal de Marilância(Resolução nº 056/2007) prescrevem, verbis:

Art. 21. Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a Presidênciado Vereador mais votado entre os presentes ou na impossibilidade deste, ocuparáo vereador que mais recentemente tenha ocupado um cargo da mesa Diretora e,havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os componentes daMesa, que ficarão automaticamente empossados.

Parágrafo 1º. Na hipótese de não haver número suficiente para eleição da Mesa, oVereador mais votado entre os presentes, ou na hipótese de inexistir tal situação overeador que tenha exercido cargo na Mesa Diretora permanecerá na Presidênciae convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.

Parágrafo 2º A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á até na última sessãoordinária da Sessão Legislativa por meio de convocação do presidente da CâmaraMunicipal com antecedência mínima de 48 horas ou na Sessão ordináriaantecedente empossando-se os eleitos em 1º de janeiro.

Parágrafo 3º A eleição dos membros da Mesa e das comissões permanentesfar-se-á por maioria simples, assegurando-se o direito de voto inclusive aoscandidatos a cargo na Mesa e das comissões através de votação nominal.

Parágrafo 4º A votação far-se-á pela chamada, em ordem alfabética, dos nomesdos Vereadores, pelo Presidente em exercício, o qual procederá à contagem dosvotos e à proclamação dos eleitos.

Art. 207. Uma vez iniciada a votação, somente se interromperá se for verificada afalta de número legal, caso em que os votos já colhidos serão consideradosprejudicados.

Parágrafo único. Não será permitido ao Vereador abandonar o Plenário no cursoda votação, salvo se acometido de mal súbito, sendo considerado o voto que játenha proferido. - [destaquei].

Todavia, na sessão que constitui a causa de pedir da impetração não foramobedecidas as imposições normativas supramencionadas. Conforme ilustra a ata da Trigésima Segunda Reunião Ordinária da SétimaLegislatura da Câmara Municipal, fls. 36, a votação para eleição da composição doórgão foi feita sem a presença da maioria absoluta dos membros da Câmara. Emverdade, no órgão, composto de 9 (nove) vereadores, quando iniciada a votação,estavam presentes apenas de 4 (quatro) deles, o que impediria a realização daeleição, nos termos do Regimento Interno.De fato, 5 (cinco) vereadores se ausentaram da Câmara antes de iniciada avotação, o que denota a regularidade do procedimento dos Agravados e, ainda,reforça a nulidade da eleição efetuada pelo presidente à época. Importante, pois,esclarecer que, de acordo com a ata, os vereadores retiraram-se do Plenário, o queimplica dizer que não houve, efetivamente, participação dos mesmos na votação, enão apenas ausência de registro dos votos. Diante do ocorrido e da deficiência do quórum necessário à eleição da mesadiretora e das comissões, o presidente deveria ter convocado nova sessão, nostermos do §1º, do art. 21, do Regimento Interno. Não obstante, a eleição foi realizada e, impugnada, fora corretamente anulada pelojuízo a quo, haja vista o perigo de ineficácia do provimento jurisdicional e, ainda, afundamentação relevante exposta no Mandado de Segurança subjacente aopresente recurso. Sobre o assunto, destaco precedente do C. STJ:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. REJEIÇÃO DAS CONTASDE EX-PREFEITO. MANDADO DE SEGURANÇA. CERCEAMENTO DEDEFESA. ILEGITIMIDADE ATIVA DO VEREADOR. VÍCIO NAVOTAÇÃO. FALTA DE QUORUM. NÚMERO DE VEREADORESPRESENTES.1. Hipótese em que o vereador Wadih Jorge Mutran impetrou Mandado deSegurança contra o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo com o objetivode anular a votação que rejeitou as contas do ex-prefeito Celso Pitta relativas aoexercício de 1999.2. O impetrante apresentou duas causas de pedir: a) a sessão não contou com oquorum mínimo previsto no art. 40 da Lei Orgânica do Município de São Paulo eno art. 47 da Constituição da República; e b) "o princípio do livre contraditório eampla defesa deixou de ser observado conforme determinado pelo artigo 5º,inciso LV da Constituição Federal, ao não permitir que o ex-prefeito CelsoRoberto Pitta do Nascimento apresentasse defesa do quanto aduzido no parecer

209 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 216: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

prévio sobre as contas da prefeitura, elaborado pelo Tribunal de Contas doMunicípio".3. Após a concessão de liminar e a vinda das informações, o impetrante requereu acitação do ex-prefeito, Celso Pitta, como "litisconsorte passivo necessário".4. Em relação à primeira causa de pedir, reconhece-se a legitimidade doimpetrante originário, pois, na qualidade de vereador, defende o devido processolegislativo constitucional ao buscar anular votação que supostamente não teriaobedecido ao quorum previsto na CF/1988 e na Lei Orgânica Municipal.5. Ao pleitear a nulidade da rejeição das contas em virtude de possívelcerceamento de defesa do ex-prefeito, o vereador postula em nome própriodireito alheio, o que é inadmissível em razão da falta de norma autorizadora.6. O fato de Celso Pitta ter posteriormente ingressado na lide para também alegarcerceamento de defesa não tem o condão de convalidar a ilegitimidade doimpetrante originário quanto ao suposto cerceamento de defesa.7. Como litisconsorte passivo (qualidade que afirma possuir), o ex-prefeito ocupaa posição de réu, sendo citado para oferecer resposta (art. 298 do CPC). Assim,não se lhe confere o direito de formular pedido em nome próprio.8. Ainda que se atribua outro caráter à intervenção do ex-prefeito, a questão docerceamento de defesa (segunda causa de pedir) seria insuscetível de análise. Comefeito, o interesse jurídico na procedência da demanda indica que o ex-prefeitoingressou na lide, ou como assistente do autor, ou como litisconsorte ativo.9. Como assistente, o ex-prefeito desempenharia a função de parte auxiliar. Nãopoderia, portanto, formular pedido em nome próprio ou alterar a causa de pedir,ou ainda, na hipótese, conferir legitimidade ativa a quem originariamente não adetinha.10. Na qualidade de litisconsórcio ativo ulterior, sua intervenção no feito poderia,em tese, acarretar a ampliação do objeto do processo. Todavia, a petição doex-prefeito foi protocolizada em 28.5.2007, após o prazo decadencial para aimpetração do mandamus (o ato coator foi praticado em 8.11.2006), o queinviabiliza a análise de seu pleito. Precedente da Primeira Seção.11. Em relação ao quorum (primeira causa de pedir), tanto a Constituição daRepública quanto a Lei Orgânica Municipal exigem, durante a votação, a presençada maioria absoluta dos membros da Casa.12. O comando constitucional (repetido pela Lei Orgânica) não comporta outrainterpretação: é imprescindível a presença da maioria absoluta dos membros emcada votação, mas não o registro de voto (ou de abstenção) dessa maioria.13. No caso dos autos, a leitura das notas taquigráficas da sessão evidencia que,além dos 26 vereadores que assinaram a lista de votação nominal, estavampresentes outros edis: havia pelo menos quatro que não a assinaram.14. Constatada a presença de mais da metade dos 55 vereadores afasta-se aalegação de nulidade da rejeição das contas do ex-prefeito Celso Pitta.15. Por fim, registro em obiter dictum que o ex-prefeito, para ter suas contasaprovadas, necessitaria do voto de 2/3 dos vereadores, ou seja 37. Assim, seriaincogitável o prejuízo por insuficiência de quorum, já que, com os 24 votos afavor da rejeição das contas, restariam apenas 31 vereadores.16. Recursos Ordinários não providos.(RMS 26.718/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,julgado em 01/09/2009, DJe 08/09/2009)

Em assim sendo, demonstrados os pressupostos necessários à concessão damedida liminar requerida no writ, mantém-se irretocável a r. decisão interlocutóriade 1º grau.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

75- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Nº 11080167247CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - 2ª VARA CÍVELAGVTE ADALTO EMERLY MACHADO Advogado(a) BRUNO FAJARDO LIMAAGVDO BANESTES SEGUROS S/A Advogado(a) RAFAEL ALVES ROSELLIRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO DE INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 11080167247 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR. RECORRENTE: ADALTO EMERLY MACHADO ADVOGADO: BRUNO FAJARDO LIMA

RECORRIDO: BANESTES SEGUROS S/A ADVOGADO: RAFAEL ALVES ROSELLI

MAGISTRADO: GEORGE LUIZ SILVA FIGUEIRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Conforme consta às fls. 146/147 dos autos, as partes solucionaramamistosamente o litígio e, portanto, requereram a extinção do feito com base noart. 269, III, do Código de Processo Civil. Nestes termos, HOMOLOGO o acordo de fls. 146/147 para que produza seusjurídicos e legais efeitos. Em conseqüência, JULGO EXTINTO o processo, comresolução do mérito, nos termos do art. 269, III, do Código de Processo Civil. Após o trânsito em julgado, remetam-se os autos à comarca de origem. Intimem-se as partes, dirigindo a intimação da RÉ ao Dr. André Silva Araújo e aoDr. Rafael Alves Roselli, e a intimação do APLEANTE ao Dr. Breno FajardoLima, conforme requerido. Publique-se na íntegra.

Vitória, 26 de maio de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

76- Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Nº 47109000936SÃO MATEUS - 1ª VARA CÍVELAGVTE VMI INDUSTRIA E COMERCIO LTDA Advogado(a) ALBERTO EUSTAQUIO PINTO SOARESAdvogado(a) ANDRE SILVA ARAUJOAdvogado(a) EULER DE MOURA SOARES FILHOAdvogado(a) WALFRIDO MOREIRA DE CARVALHO NETOAGVDO CDM CENTRO MEDICO DE DIAGNOSTICO MEDICO LTDA Advogado(a) ALEXANDRE DE SOUZA MACHADOAdvogado(a) DEBORA FABRIS BARCELLOSAGVDO ERICSSON PESSANHA FILHO Advogado(a) ALEXANDRE DE SOUZA MACHADOAdvogado(a) DEBORA FABRIS BARCELLOSRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 047109000936RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: VMI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.ADVOGADO: WALFRIDO MOREIRA DE CARVALHO NETO E OUTROS.RECORRIDO: CDM - CENTRO DE DIAGNÓSTICO MÉDICO LTDA E ERICSSON PESSANHA FILHO.ADVOGADO: ALEXANDRE DE SOUZA MACHADO E OUTROS.MAGISTRADO: FÁBIA MÉDICE DE MEDEIROS.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. PROCESSUAL CIVIL.CANCELAMENTO DISTRIBUIÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO.INTIMAÇÃO PESSOAL. NECESSIDADE. RECURSO PROVIDO.

1. É imprescindível a intimação pessoal da parte para o cancelamento dadistribuição por falta de preparo, ressalvadas as hipóteses de embargos dodevedor em que a intimação se mostra necessária. Precedente. 2. Recurso provido para reconsiderar a decisão monocrática agravada, afim de darprovimento ao recurso e anular a sentença recorrida.

1. RELATÓRIO

VMI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA interpôs Agravo Interno porinconformada com a decisão monocrática que negou provimento ao Agravo deInstrumento interposto pela mesma. Alegou, em síntese, que: (i) o erro do nome da Agravante na publicação parapagamento de custas trouxe prejuízos; (ii) não houve intimação pessoal da parte,conforme dispõe o art. 267, §1º do CPC para a extinção do processo, bem como ajurisprudência. Pelo exposto, requereu a reconsideração da decisão agravada ou, na eventualidade,a reforma pelo julgamento colegiado.O Agravado não apresentou contrarrazões, embora devidamente intimado. É o relatório. Decido com fulcro no artigo 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Como relatado, a Recorrente alegou que o entendimento firmado na decisão écontrário ao da jurisprudência.Pois bem.Após análise detida dos autos, bem como do entendimento da Corte Especial doSuperior Tribunal de Justiça, verifico a coerência da argumentação desenvolvidapela parte.Em julgamento anterior, posicionei-me no sentido de que ausência derecolhimento das custas iniciais enseja o cancelamento da distribuição do processo(art. 257 do CPC), o qual deve ser extinto independentemente de prévia intimação

210 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 217: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

pessoal da parte autora. A referida decisão foi baseada em precedente da PrimeiraTurma do STJ que se encontra no mesmo sentido.Entretanto, o precedente utilizado deve ser aplicado nos casos em que versemsobre embargos do devedor e não na presente lide. Nesse sentido, destaco julgamento da Corte Especial do Superior Tribunal deJustiça diferenciando os casos em que é imprescindível a intimação pessoal daparte para o cancelamento da distribuição por falta de preparo:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AGRAVOREGIMENTAL. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. INEXISTÊNCIADE SIMILITUDE FÁTICO-JURÍDICA ENTRE OS ARESTOSCONFRONTADOS. PRECEDENTE.1. Mantém-se na íntegra a decisão recorrida cujos fundamentos não foraminfirmados.2. Não se caracteriza o dissenso interpretativo quando inexiste similitudefático-jurídica entre o aresto recorrido e os paradigmas.3. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido de que éimprescindível a intimação pessoal da parte para o cancelamento da distribuiçãopor falta de preparo. Entendimento diverso, proferido em sede de embargos dodevedor, não se presta para caracterizar o dissenso interpretativo ante adessemelhança dos arestos confrontados a corroborar a inexistência de similitudefático-jurídica.Precedentes.4. Agravo regimental desprovido.(AgRg nos EREsp 856000/GO, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DENORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 12/04/2010, DJe 20/05/2010)Grifo Nosso.

Assim, como se trata de uma Exceção de Incompetência em Razão do Foro e nãode embargos do devedor, é imprescindível a intimação pessoal da parte para ocancelamento da distribuição por falta de preparo.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, RECONSIDERO a decisão monocrática agravada, e DOUPROVIMENTO ao recurso de agravo de instrumento para ANULAR a r. decisãoe determinar a intimação da parte para o recolhimento das custas. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 3 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

77- Remessa Ex-officio Nº 6100064374ARACRUZ - FAZ. PÚBLICA EST., MUN., REG. PÚB. E MEIO AMBIENTEREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUAL, MUNICIPPARTE GRACIELE REIS BAGAGE Advogado(a) DALTON ALMEIDA RIBEIROPARTE DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DETRAN ES Advogado(a) ANDRESSA RESENDE COSTARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 6100064374RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JRREMETENTE: JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICAESTADUAL, MUNICIPAL, REGISTROS PÚBLICOS E MEIO AMBIENTEDE ARACRUZ.PARTE: GRACIELE REIS BAGAGE.ADVOGADO: DALTON ALMEIDA RIBEIRO.PARTE: DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO - DETRAN ESADVOGADO: ANDRESSA RESENDE COSTA.JUIZ DE DIREITO: TRÍCIA NAVARRO XAVIER CABRAL.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: REMESSA NECESSÁRIA. MANDADO DE SEGURANÇA.EXISTÊNCIA DE PROVA IDÔNEA. LESÃO A DIREITO LÍQUIDO ECERTO. SENTENÇA MANTIDA.1. O Mandado de Segurança é a via adequada à tutela do direito líquido e certoviolado ou na iminência de sofrer violação por parte de autoridade. Dicção do art.1º, da Lei 12.016/09.2. Existente prova idônea da lesão do direito líquido e certo, mantém-se asentença proferida em 1º grau.3. Sentença mantida.

1. RELATÓRIO.

Trata-se de Remessa Necessária decorrente da r. sentença de fls. 117/120, na qualo MM Magistrado de 1º grau concedeu a Segurança para determinar que aautoridade impetrada promova a exclusão de quaisquer restrições relativas ao

Auto de Ingração PM 27353127 (PA 46077073 e 49129104) dos cadastros daImpetrante junto ao DETRAN, inclusive no que tange ao seu direito de conduzirveículos automotores.Sem interposição de recurso voluntário.Manifestação da Douta Procuradoria de Justiça Cível pela desnecessidade deintervenção do Órgão Ministerial.É o relatório. Decido monocraticamente com base na Súmula 253 do STJ queprevê “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança oreexame necessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Foi impetrado Mandado de Segurança contra ato do Diretor Geral doDepartamento de Trânsito - DETRAN/ES que cancelou a permissão para dirigirda impetrante, tendo em vista o Auto de Infração n. PM 27353127.Aduz a impetrante que interpôs recurso administrativo para o cancelamento do r.auto de infração, que resultou deferido, conforme as fls. 09/12. No entanto, foisurpreendida com nova notificação de cancelamento da permissão de dirigir.Pois bem.Verifica-se que o Detran, às fls. 77, reconheceu a existência de um equívoco doSistema de Habilitação que provocou nova emissão da notificação decancelamento da permissão para dirigir.Registro que as provas colacionadas no mandado de segurança foram idôneaspara a demonstração de existência de lesão de direito líquido e certo, um dosrequisitos que permite a via mandamental. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DESEGURANÇA.FUNDAÇÃO FILANTRÓPICA. IPVA. ISENÇÃO. VEÍCULO DE SUAPROPRIEDADE.NÃO COMPROVAÇÃO DO REQUISITO DA CERTEZA E LIQUIDEZDOS FATOS.INICIAL SEM OS DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS. EXAME DEMATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.1. Recurso Ordinário em Ação Mandamental contra v. Acórdão que denegousegurança em ação onde se questiona a cobrança de IPVA sobre veículo depropriedade da recorrente, ao argumento desta de que o veículo é utilizado comoambulância e, por isso, estaria imune de tributação.2. Inexistência de prova idônea e cabal da natureza jurídica da Fundaçãorecorrente, e de comprovação exata de que esteja apta a fruir o benefício daimunidade ou as isenção de tributo, além de que o veículo em questão consta noSistema DETRAN-SDAK como tributável.3. A ação mandamental exige, para sua apreciação, que se comprove, de plano, aexistência de liquidez e certeza dos fatos narrados na inicial. É inerente à via eleitaa exigência de comprovação documental e pré-constituída da situação queconfigura a lesão ou ameaça a direito líquido e certo que se pretende coibir,devendo afastar quaisquer resquícios de dúvida.4. As meras alegações, desprovidas de base empírica, nada significamjuridicamente e não se prestam a produzir certeza. Apenas mostram uma versãosem substrato concreto e, assim, inapta a receber a proteção do remédio heróico,via em que não há oportunidade para a dilação probatória ou o contraditório.5. Para se aferir, na hipótese, eventual violação ao direito de trânsito invocadopelo recorrente, indispensável seria o exame de elementos fático-probatórios,expediente inviável no âmbito estreito do writ of mandamus, o qual não admiteinstrução probatória.6. Recurso não provido.(RMS 12.975/MG, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 16/04/2002, DJ 13/05/2002, p. 152)

Logo, mantém-se hígida a decisão do juízo de origem.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, MANTENHO a r. sentença.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 20 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

78- Remessa Ex-officio Nº 21000229274GUARAPARI - VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICAREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUAL DE GUARAPARTE MUNICIPIO DE GUARAPARI Advogado(a) BRUNO BORNACKI SALIM MURTAPARTE CONSTRUFAZ CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 21000229274RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR

211 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 218: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

REMETENTE: JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICAESTADUAL DE GUARAPARI.PARTES: MUNICÍPIO DE GUARAPARI E OUTROSADVOGADO: BRUNO BORNACKI SALIM MURTA.JUIZ DE DIREITO: DANIELLE NUNES MARINHO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. REMESSA NECESSÁRIA. EXECUÇÃOFISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃODO FEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE. RECURSO DESPROVIDO.1. Configura-se a prescrição intercorrente quando, proposta a execução fiscal edecorrido o prazo de suspensão, o feito permanecer paralisado por mais de cincoanos por inércia da exeqüente.2. É prescindível a intimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamentofoi formulado pela própria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min.Eliana Calmon (DJe 1º.9.2008).3. Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO.

Cuidam os autos da Remessa Necessária decorrente da r. sentença que reconheceua ocorrência de prescrição intercorrente da cobrança de dívida fiscal.Sem recurso voluntário.É o relatório.Decido monocraticamente com base no enunciado da Súmula 253 do STJ, queprevê: “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança oreexame necessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, configura-se aprescrição intercorrente em matéria tributária quando o feito permanecerparalisado por mais de cinco anos por inércia do exequente. Nesse sentido:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. LAPSOTEMPORAL SUPERIOR A CINCO ANOS.1. Agravo regimental no recurso especial em que se discute a ocorrência daprescrição intercorrente.2. No presente caso, o Tribunal regional registrou que o processo não podetramitar indefinidamente ao efeito de tornar imprescritível a dívida tributária,entendendo pela extinção do crédito tributário, por operada a prescrição.3. Conforme cediço, após o decurso de determinado tempo, sem promoção daparte interessada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondosegurança jurídica aos litigantes, uma vez que a prescrição indefinida afronta osprincípios informadores do sistema tributário. Paralisado o processo por mais de5 (cinco) anos impõe-se o reconhecimento da prescrição. Precedentes: REsp1190292/MG, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 18/08/2010; AgRgno Ag 1272777/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,DJe 03/09/2010; REsp 1235256/PE, Rel. Ministro Castro Meira, SegundaTurma, DJe 10/05/2011.4. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1286579/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/06/2011, DJe 09/06/2011)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. OCORRÊNCIA. SUSPENSÃO DOFEITO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA.DESNECESSIDADE.1. Configura-se a prescrição intercorrente quando, proposta a execução fiscal edecorrido o prazo de suspensão, o feito permanecer paralisado por mais de cincoanos por inércia da exeqüente.2. É prescindível a intimação da suspensão do feito se o pedido de sobrestamentofoi formulado pela própria exequente. Precedente: REsp 983.155/SC, Rel. Min.Eliana Calmon (DJe 1º.9.2008).3. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1107500/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 27/05/2009)

No caso em tela, o feito permaneceu paralisado, sem qualquer atuação do entemunicipal para o prosseguimento da execução, no período entre 16.07.2003 a22.06.2009, ocasião em que a magistrada intimou o ora Apelante sobre aexistência de eventual causa suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional, asquais não foram comprovadas. Diante do exposto, manifesta a inércia do exequente a ensejar o reconhecimentoda prescrição.

Ante o exposto, CONFIRMO a sentença.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

79- Remessa Ex-officio Nº 24090264201VITÓRIA - VARA ESPECIALIZADA ACIDENTE DE TRABALHOREMTE JUIZ DE DIREITO DA VARA DE ACIDENTES DE TRABALHODE VITORIAPARTE DINAURA MACHADO DO NASCIMETO Advogado(a) SIZENANDO CASTANHEIRA JACINTOPARTE INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS Advogado(a) MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 24090264201

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REMETENTE: JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE ACIDENTES DETRABALHO DE VITÓRIAREQUERENTE: DINAURA MACHADO DO NASCIMENTO ADVOGADO: SIZENANDO CASTANHEIRA JACINTOREQUERIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADVOGADO: MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA.MAGISTRADO: DEBORA MARIA AMBOS CORRÊA DA SILVA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. AUXÍLIO-ACIDENTE. CONCESSÃO ANTERIOR ÀVIGÊNCIA DA LEI 9.528/97. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE.SENTENÇA CONFIRMADA.1. É cabível a cumulação de aposentadoria e auxílio-acidente, caso a eclosão damoléstia incapacitante tenha se dado em data anterior à edição da Lei 9.528/97.2. Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO.

Trata-se de Remessa Necessária decorrente da r. sentença proferida em AçãoAcidentária que julgou procedente em parte o pedido autoral, para declarar avitaliciedade do auxílio-acidente e condenar o INSS a:(i) abster-se de efetuar o desconto no percentual de 50% sobre o valor daaposentadoria por tempo de contribuição;(ii) restabelecer o pagamento do auxílio-acidente de forma autônoma e vitalícia,desde o dia de sua concessão, compensando-se possíveis diferenças e descontos aserem apurados;(iii) recalcular o salário de benefício da aposentadoria por tempo de contribuição,excluindo do referido cálculo o valor do auxílio-acidente; (iv) pagar os valores vencidos acrescidos de correção monetária e juros legais; e(v) honorários advocatícios, no valor de 15% das prestações vencidas.É o relatório. Decido monocraticamente com base na Súmula 253 do STJ queprevê: “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança oreexame necessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A matéria devolvida a esta Corte diz respeito à (im)possibilidade de cumulação doauxílio-acidente com a aposentadoria por tempo de contribuição. Pois bem.O Superior Tribunal de Justiça já há muito firmou o entendimento de que épossível a cumulação de auxílio-acidente com a aposentadoria, desde que aredução da capacidade laborativa tenha surgido antes da entrada em vigor da Leinº 9.528/97.Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.132.724 - MG (2009/0062742-2)RELATOR: MINISTRO OG FERNANDESRECORRENTE: SEBASTIÃO CARDOSOADVOGADO: DELZIO MARTINS VILELARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR: ADRIANA CALIXTO LEÃO E OUTRO(S)DECISÃOVistos, etc.Recurso especial interposto por Sebastião Cardoso, com base nasalíneas a e c do permissivo constitucional, contra acórdão proferidopelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado:APELAÇÃO CÍVEL. AUXÍLIO-ACIDENTE POR TRABALHADOR JÁAPOSENTADO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇAREJEITADA. PROVAS SUFICIENTES REALIZADAS E CONSTANTES

212 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 219: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

DOS AUTOS. AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO. AUSÊNCIA DEPEDIDO EXPRESSO EM 2º GRAU. NEXO CAUSAL CONFIGURADO.OCORRÊNCIA DE REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA.ACOMETIMENTO DA MOLÉSTIA APÓS A VIGÊNCIA DA LEI 9258/97QUE MODIFICOU O ARTIGO 86 DA LEI 8213/91, PASSANDO A VEDARA ACUMULAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO.Constatado o nexo causal que gerou a doença do trabalho, assim como a reduçãoda capacidade laborativa, porém tudo após a vigência da Lei nº 9258/97, não édevido o benefício de auxílio-acidente, pois não cumulável com a aposentadoriapor tempo de serviço. Vv. havendo o sinistro ocorrido antes da vigência da Lei nº9528/97, é possível a cumulação de aposentadoria por tempo de contribuiçãocom auxílio-acidente, por se tratarem de benefícios previdenciários apresentaremfatos geradores diversos. (fl. 280)O recorrente queixa-se de maltrato aos arts. 86, I, da Lei nº 8.213/91 e 5º,XXXVI, da Constituição Federal. Alega que aposentou-se em 1993 e que a partirde então não possuia mais condições de trabalho. Acresce que a doença eclodiuantes de 2001, ao contrário do afirmado no acórdão estadual.Contrarrazões ofertadas às fls. 327/335)É o relatório.Inicialmente cabe destacar que com o advento da Lei n.º 9.528/97, não é possívela cumulação de qualquer aposentadoria com o auxílio-acidente, exceto na hipóteseem que a incapacidade tenha ocorrido antes da vigência da norma proibitiva,devendo-se, para tanto, levar em consideração a lei vigente ao tempo do acidenteque ocasionou a lesão incapacitante.Como fundamento desse entendimento, destacou-se a aplicação do princípiotempus regit actum. Nesse trilhar, cabe destacar a seguinte jurisprudência:PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CUMULAÇÃO DEAPOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO E AUXÍLIO-ACIDENTE.POSSIBILIDADE. MOLÉSTIA ECLODIDA ANTES DA NORMAPROIBITIVA. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. INVERSÃO DOJULGADO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N.º 7 DO STJ.1. Não há óbice à cumulação do benefício previdenciário da aposentadoria com oauxílio-acidente desde que a moléstia tenha eclodido antes do advento da Lei n.º9.528/97, por força da aplicação do princípio tempus regit actum.2. Na hipótese dos autos, foi possível determinar que a incapacidade deu-se antesda norma proibitiva, razão pela qual não há falar em inacumulabilidade deauxílio-acidente e aposentadoria.3. Mediante a análise do material probatório constante dos autos, as instânciasordinárias asseveraram que a moléstia incapacitante teve início em períodopretérito à vigência da Lei n.º 9.528/97. Desse modo, a pretendida inversão dojulgado requer reexame de provas, o que é inviável a teor do comando da Súmulan.º 7 desta Corte.4. Recurso especial desprovido. (REsp 648.575/SP, Relatora Ministra LAURITAVAZ, DJ 28/03/2005)AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.AUXÍLIO-ACIDENTE. NEXO CAUSAL E INCAPACIDADELABORATIVA CONSTATADOS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTOFÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. MOLÉSTIASURGIDA ANTES DA LEI 9.528/97. PRECEDENTE DA TERCEIRASEÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO.1. A instância a quo, ao negar provimento ao recurso da autarquia, por entenderser seu dever colacionar aos autos cópia do título judicial exequente, bemsolucionou o impasse com base na aplicação literal da legislação, não incorrendoem nenhuma omissão, sanável via embargos declaratórios.2. O Tribunal a quo, com amparo nas provas dos autos, concluiu restardemonstrada nos autos a relação de causalidade entre a doença de que padecia osegurado e o labor por ele exercido, além da própria incapacidade para o trabalho.3. (...) 4. Havendo surgimento da moléstia em data anterior à edição da Lei9.528/97, será possível a cumulação do auxílio-acidente com a aposentadoria(EREsp 351.291/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, TerceiraSeção, DJ de 11/10/2004) .5. Agravo regimental conhecido, mas improvido. (AgRg no Ag 883.530/MG,Sexta Turma, Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJE 8/6/2009)O auxílio-acidente era um benefício vitalício, cujo pagamento não sesuspendia em razão do deferimento ao segurado de outro benefício doRegime Geral de Previdência Social - RGPS, aí incluídas quaisquerdas aposentadorias nele previstas.O art. 86 da Lei n.º 8.213/91 possuía originalmente a seguinteredação:Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, apósa consolidação das lesões decorrentes do acidente de trabalho,resultar seqüela que implique:I - redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ounecessidade de adaptação para exercer a mesma atividade,independentemente de reabilitação profissional;II - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, odesempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém, nãode outra, do mesmo nível de complexidade, após reabilitaçãoprofissional; ou

III - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, odesempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém não ode outra, de nível inferior de complexidade, após reabilitaçãoprofissional.§ 1.º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá,respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III desteartigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60%(sessenta por cento) do salário-de-contribuição do segurado vigenteno dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual doseu salário-de-benefício.Tal caráter vitalício do auxílio-acidente, porém, veio a sersuprimido pela edição da Medida Provisória n.º 1.596-14, de11/11/97, convertida posteriormente na Lei n.º 9.528/97.Tenho, pois, que, em princípio, ainda é possível a acumulação dosbenefícios indicados nos autos, quando os requisitos para aconcessão do auxílio-acidente se perfazerem até antes da referidamedida provisória.Entretanto, é necessária a constatação da perda da capacidadelaboral pelo segurado, anteriormente ao termo supracitado davigência da Lei nº 9.528/97 e é com base nesse levantamento que sedefinirá, aí sim, se o segurado perceberá, ou não, oauxílio-acidente na sua forma vitalícia, acumulável, portanto, comqualquer aposentadoria do RGPS, conforme a redação original do art.86 da Lei n.º 8.213/91.No caso específico dos autos, o Tribuna local consignou que:No mérito, veja-se que o autor, apelante, foi aposentado por tempode serviço em maio de 1993 (fl. 28), tendo prosseguido em suasatividades na Usina Açucareira Passos. Esta, por sua vez, juntoudocumentação relativa a exames de saúde, inclusive audiométricos,realizados desde 1997 (f. 133 e seguintes), tendo havido alteraçãoda audição do autor somente a partir de 2001.(fl. 282)Dessa forma, havendo a moléstia eclodido após tal 1997, não há comoconceder a cumulação pretendida a teor da nossa jurisprudência.Confira-se:AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.AUXÍLIO-ACIDENTE. APOSENTADORIA. CUMULAÇÃO APÓS OADVENTO DA LEI N.º9.528/97. A Medida Provisória n.º 1.596 - 14, de 10 de novembro de1997, convertida na Lei n.º 9528/97, alterou o § 2.º do artigo 86 daLei n.º 8.213/91, vedando a cumulação entre auxílio-acidente comqualquer tipo de aposentadoria. Não havendo nos autos qualquerreferência de que a eclosão da moléstia se deu antes do advento davedação legal, impossível a cumulação do auxílio-acidente comaposentadoria. Precedentes. Agravo regimental a que se negaprovimento. (AgRg no REsp 719964/SP, Relator Min. CARLOS FERNANDOMATHIAS, DJ 22/10/2007)AGRAVO INTERNO. PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO DEAPOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO E AUXÍLIO-ACIDENTE.LEI 9.528/97. IMPOSSIBILIDADE.1. Impossível a cumulação de aposentadoria e auxílio-acidente, caso a eclosão damoléstia incapacitante tenha se dado posteriormente à edição da Lei 9.528/97.2. Agravo ao qual se nega provimento.(AgRg no REsp 606.514/SP, Rel. Ministro CELSO LIMONGI(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgadoem 13/10/2009, DJe 03/11/2009)Tampouco cabe em sede de recurso especial analisar a data efetiva da eclosão damoléstia, qual seja, se a alegada pelo autor ou a decidida pelo Tribunal local, poisseria adentar na seara fática dos autos, incompatível com a presente via recursal, oque atrai o óbice contido na Súmula 7 desta Corte.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial (art. 557, caput, do CPC).Publique-se. Intimem-se.Brasília (DF), 23 de fevereiro de 2010.MINISTRO OG FERNANDESRelator(Ministro OG FERNANDES, 03/03/2010)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIAPOR TEMPO DE SERVIÇO E AUXÍLIO-ACIDENTE. CUMULAÇÃO.TERMO INICIAL. JUNTADA DO LAUDO PERICIAL EM JUÍZO.MATÉRIA PACÍFICA. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOSFUNDAMENTOS. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão deque, diante do disposto na Lei nº 9.528/97, a verificação da possibilidade decumulação do auxílio-acidente com aposentadoria tem de levar em conta a leivigente ao tempo do infortúnio que ocasionou a incapacidade laborativa. 2. Nãomencionando o acórdão impugnado que a incapacidade tivesse ocorrido em dataanterior, não há como reconhecer o direito à pleiteada cumulação. 3. O termoinicial de concessão de benefício previdenciário é o da juntada em juízo do laudopericial que constatou a incapacidade do segurado. 4. Não há como abrigar agravoregimental que não logra desconstituir os fundamentos da decisão recorrida. 5.Agravo a que se nega provimento. (AgRg no REsp 735.329/RJ, Rel. Ministro

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Page 220: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 19/08/2008, DJe06/10/2008)

No caso em apreço, o auxílio-acidente foi concedido à Autora em 22.08.1996, ouseja, antes da entrada em vigor da Lei 9.528/97. Desse modo, exsurge apossibilidade de conceder característica de vitaliciedade ao benefício, para permitira sua percepção com a aposentadoria deferida em razão do tempo decontribuição.Assim, considerando que o auxílio-acidente e a aposentadoria por tempo decontribuição são benefícios de natureza distinta, admite-se a cumulação dosbenefícios, desde que a doença que permitiu a percepção do auxílio-acidente tenhasurgido antes da entrada em vigor da Lei nº 9.528/97, a qual alterou a redação daLei nº 8.213/91. Isso porque, no momento anterior à aplicação da referidalegislação, o auxílio-acidente detinha caráter vitalício, autorizando a suaacumulação com outros benefícios previdenciários, como mostram os arestossupratranscritos.Nessa linha, vislumbro o acerto da r. sentença que, com muita pertinência,determinou o restabelecimento do pagamento do auxílio-acidente, o qual haviasido cancelado pela concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.Dadas as particularidades inerentes ao caso, tenho que é possível a cumulação dosbenefícios, nos termos alhures.

3. DISPOSITIVO

Em face do exposto, CONFIRMO a r. sentença, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES) , 02 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

80- Remessa Ex-officio Nº 38080013733NOVA VENÉCIA - 1ª VARA CÍVELREMTE JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA COMARCA DENOVA VENECIAPARTE DETRAN/ES DEPARTAMENTO EST DE TRANSITO DO ESTDO ES Advogado(a) ANDRESSA RESENDE COSTAPARTE RENATO GUSSON Advogado(a) NESTOR AMORIM FILHO* Apelação Voluntária Nº 38080013733APTE DETRAN/ES DEPARTAMENTO EST DE TRANSITO DO EST DOESAPDO RENATO GUSSONRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 38080013733

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: DETRAN/ESADVOGADO: ANDRESSA RESENDE COSTARECORRIDO: RENATO GUSSONADVOGADO: NESTOR AMORIM FILHOMAGISTRADO: PAULO MOISÉS DE SOUZA GAGNO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REMESSANECESSÁRIA E APELAÇÃO VOLUNTÁRIA. LICENCIAMENTO.RENOVAÇÃO. CONDICIONAMENTO AO PAGAMENTO DE MULTA.AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO REGULAR DO INFRATOR.IMPOSSIBILIDADE. CUSTAS PROCESSUAIS. CONDENAÇÃO DAAUTARQUIA. POSSIBILIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA. RECURSODESPROVIDO1. É inadmissível condicionar o licenciamento de veículo ao pagamento de multaimposta sem prévia notificação ao infrator. Súmula 127 do STJ.2. Incumbe à parte vencida o pagamento das custas processuais adiantadas, emrazão do princípio da causalidade. As custas devem ser pagas ao final pelaAutarquia se a mesma restar vencida. Inteligência do art. 20, caput, do CPC.2. Recurso desprovido. Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO.

O Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Espírito Santo(DETRAN/ES) interpôs Apelação Cível por inconformado com a r. sentença queconcedeu a segurança vindicada pelo ora Recorrido, para determinar à autoridadecoatora o processamento da renovação do licenciamento do veículo doimpetrante independente do pagamento das multas de trânsito. Condenou, ainda,a autarquia ao pagamento de custas processuais.Em suas razões recursais, o DETRAN aduziu a impossibilidade de condenação daautarquia estadual ao pagamento das custas. Pelo exposto, pleiteou o provimentodo recurso com a reforma do julgado.

Sem contrarrazões, conforme certidão de fls. 85.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A despeito da irresignação voluntária da autarquia estadual apenas quanto a suacondenação ao pagamento de custas, trata-se de Remessa Necessária, a qualsubmete a este E. Tribunal o reexame das questões decididas na r. sentença.Vejamos.

2.1. LICENCIAMENTO DO VEÍCULO.

A controvérsia consiste no condicionamento da renovação do licenciamento deveículo ao pagamento de multas.Pois bem.O MM. Magistrado de primeiro grau de jurisdição atuou com presteza, aplicandoo entendimento consolidado dos Tribunais Superiores. Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não é lícitocondicionar o licenciamento do veículo ao pagamento das multas de trânsito nahipótese em que infrator não tenha sido regularmente notificado, como no casodos autos, conforme enunciado da Súmula nº 127 daquela Corte. Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. LICENCIAMENTO ANUAL DE VEÍCULOS.EXIGÊNCIA DO PRÉVIO PAGAMENTO DE MULTAS DE TRÂNSITO.SÚMULA N. 127 DO STJ. NOTIFICAÇÃO IRREGULAR. ACÓRDÃOBASEADO EM MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA N.7/STJ. DECISÃO MONOCRÁTICA FUNDAMENTADA EMJURISPRUDÊNCIA DO STJ. VIOLAÇÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEMDO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃOPROVIDO.1. Primeiramente, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem firme oentendimento segundo o qual é inadmissível condicionar o licenciamento anual deveículos à prévia exigência do pagamento de multa, imposta sem prévianotificação ao infrator, conforme a Súmula n. 127 do STJ, in verbis: "É ilegalcondicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual oinfrator não foi notificado".2. Em segundo lugar, o Tribunal recorrido, com base nas provas carreadas aosautos, concluiu pela ilegalidade, in casu, da exigência do pagamento de multas porinfração de trânsito sem que o infrator delas tenha sido regularmente notificado,de modo que foram consideradas insubsistentes ou irregulares, por não terrestado comprovado seu recebimento. Rever tal fundamentação, conformeassentado na decisão agravada, encontra óbice no verbete Sumular n.7 do STJ, in verbis: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recursoespecial".3. Finalmente, revela-se improcedente a argüição de ofensa ao art.535 do Código de Processo Civil na hipótese em que o Tribunal de origem tenhaadotado fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia,atentando-se aos pontos relevantes e necessários ao deslinde do litígio.4. A decisão monocrática ora agravada baseou-se em jurisprudência do STJ, razãopela qual não merece reforma.5. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1304678/PE, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em17/08/2010, DJe 20/09/2010)

ADMINISTRATIVO. LICENCIAMENTO ANUAL DE VEÍCULOS.EXIGÊNCIA DO PRÉVIO PAGAMENTO DE MULTAS. ILEGALIDADE.SÚMULAS 127 E 312 DO STJ. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DOCPC. INOCORRÊNCIA.1. É inadmissível condicionar o licenciamento anual de veículos à prévia exigênciado pagamento de multa, imposta sem prévia notificação ao infrator, ante a ratioessendi das Súmulas 312 e 127 do STJ.2. Entrementes, esta Corte assentou que: "É lícita a atuação da Administração, nosentido de condicionar a vistoria em veículo e a conseqüente expedição doCertificado de Licenciamento ao pagamento de tributos, encargos e multas detrânsito e ambientais vinculados ao veículo, independentemente daresponsabilidade pelas infrações cometidas, consoante o art. 131, caput, e § 2º, doCódigo de Trânsito Brasileiro, e desde que tenha havido regular notificação doinfrator." (AgRg no REsp 650.536/RJ, DJ de 06.12.2004).3. In casu, o Juiz Singular, à luz de exauriente cognição probatória, assentou que:"Quanto a estas, observo que de fato nenhuma prova de notificação foiapresentada pelo DER ou pelo DETRAN. O único documento que acompanha acontestação destes, qual seja aquele de fls. 84, não se presta a fazer a provanecessária, visto que extraído do mero sistema de computador quando a prova danotificação deve seguramente provir do próprio motorista, ou de pessoa residenteem sua casa, normalmente um aviso de recebimento." (fl. 117).4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1054019/RJ, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 04/05/2009)

Logo, mantém-se hígida a decisão do juízo de origem.

2.2. CUSTAS.

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Do mesmo modo, adequada a condenação da autarquia estadual, enquanto partesucumbente, ao pagamento das custas antecipadas pelo impetrante, consoanteprescreve o caput do art. 20, do CPC.Nesse sentido, cito o seguinte precedente do Colendo Superior Tribunal deJustiça:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSS.FAZENDA PÚBLICA. ARTIGO 27 DO CPC. APLICABILIDADE.ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO. LEGISLAÇÃOESTADUAL. VIOLAÇÃO REFLEXA. ÓBICE. SÚMULA Nº 280/STF.1. Pacífico o entendimento desta Corte de que as Autarquias estão compreendidasna definição de Fazenda Pública, em termos de privilégios e prerrogativasprocessuais, inclusive, no que diz com a aplicação do art. 27 do CPC, pelo qualnão está obrigada ao adiantamento das custas, podendo restituí-las ou pagá-las aofinal, caso vencida.2. No entanto, o exame dos autos revela que a controvérsia foi decidida, noTribunal de origem, à luz da legislação local. Nesse contexto, a análise da lide,como retratada no recurso especial, não prescinde da interpretação de lei estadual,razão porque incide, na espécie, o enunciado de nº 280 da Súmula do SupremoTribunal Federal.3. Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 937.649/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,julgado em 12/02/2008, DJe 03/03/2008)

E, ainda, este Egrégio Tribunal de Justiça:

REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO VOLUNTÁRIA. MANDADO DESEGURANÇA. PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITAREJEITADA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. OMISSÃO RELATIVA ÀREMESSA EX-OFFICIO SUPRIDA COM A INTERPOSIÇÃO DERECURSO VOLUNTÁRIO. CUSTAS PROCESSUAIS DEVIDAS PELAAUTARQUIA APELANTE. POSSIBILIDADE. APELO DESPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA. REMESSA PREJUDICADA. 1 - Na hipótese, acomprovação da inexistência da capitulação legal imposta nas notificações detrânsito acostadas à inicial, implica reconhecer o cabimento do presente mandadode segurança, vez que não restam dúvidas da ilegalidade do ato praticado pelaautoridade coatora, violando direito líquido e certo dos impetrantes, tal como poreles narrado. Preliminar de inadequação da via mandamental eleita que se rejeita. 2- O ato de todo administrador está estritamente vinculado ao que prescrever a lei(CF, art. 37, caput), regra não observada pela dita autoridade coatora, ao tomar asprovidências administrativas impugnadas. 3 - A interposição de recurso voluntáriopela autarquia supre a ausência de remessa oficial, mesmo em hipótese desentença concessiva de mandado de segurança. Precedentes do colendo STJ edeste egrégio Tribunal de Justiça. 4 - Sendo parte vencida, é cabível a condenaçãoda autarquia no pagamento das custas processuais. 5 - Recurso conhecido eimprovido. Remessa prejudicada. VISTOS, relatados e discutidos estes autosACORDAM os Desembargadores que compõem a Primeira Câmara Cível doegrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, de conformidade com aata e notas taquigráficas que integram este decisum, à unanimidade, rejeitar apreliminar argüida. No mérito, por idêntica votação, negar provimento ao recurso,nos termos do voto do Relator. (TJES, Classe: Remessa Ex-officio, 24980084974,Relator: ARNALDO SANTOS SOUZA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARACÍVEL , Data de Julgamento: 13/05/2008, Data da Publicação no Diário:25/06/2008)

Assim, deve ser mantida integralmente a r. sentença de primeiro grau.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso e CONFIRMO a r.sentença, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 9 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

81- Remessa Ex-officio Nº 30099073931LINHARES - 3ª VARA CÍVEL FAZENDA E REG PÚBLICOSREMTE JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CIVEL DE LINHARESPARTE AMBITEC LTDA Advogado(a) AMANDA AGUIAR DIAS AZINIPARTE PREGOEIRO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SOORETAMA Advogado(a) TANIA RODRIGUES DE FRANCARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 30099073931RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REMETENTE: JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DE LINHARESPARTES: AMBITEC LTDA

PREGOEIRO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SOORETAMA- RONISON MARCONI ALVES.MAGISTRADA: CRISTINA ELLER PIMENTA BERNARDO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. ADMINISTRATIVO. PREGÃO PRESENCIAL. EDITAL.HABILITAÇÃO. EXIGÊNCIA INCOMPATÍVEL COM A LEI 8666/93.NULIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA.1. É nula a exigência editalícia que extrapola os limites estabelecidos pelos artigos27 e seguintes da Lei 8.666/93, para a habilitação dos licitantes, por serincompatível com a busca da proposta mais vantajosa para a AdministraçãoPública, objetivo maior do procedimento licitatório.2. Não pode o ente público imotivadamente restringir o acesso de um maiornúmero de interessados e contribuir para tornar o procedimento licitatório maisformalista e burocrático, desvirtuando os objetivos da licitação e infringindo oinciso XXI do art. 37 da Constituição.Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO Trata-se de Remessa Necessária decorrente da r. sentença proferida em Mandadode Segurança, que concedeu em parte a segurança, para determinar a anulação doedital do pregão nº 012/09, Processo Administrativo 1322/2009, bem como anova publicação de edital.É o relatório. Decido monocraticamente com base na Súmula 253 do STJ queprevê: “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança oreexame necessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A matéria devolvida a esta Corte diz respeito à validade do edital do pregão nº012/09, Processo Administrativo 1322/2009, do Município de Sooretama.Pois bem.A Impetrante foi inabilitada no procedimento licitatório em questão - PregãoPresencial nº 012/09 -, sob o fundamento de existência de irregularidade naprocuração apresentada pela mesma.Isto porque, o instrumento procuratório apresentado pela Impetrante não atendeuà exigência prevista no edital do certame acerca da necessidade de previsãoexpressa de poderes para substabelecer.Extrai-se dos autos, entretanto, que a procuração em exame outorga aoprocurador da Impetrante “os mais amplos gerais e ilimitados poderes parapromover todos os atos necessários para a defesa dos interesses da outorgantequando da participação de licitações, (...) podendo para tanto, requerer o que dedireito, assinar propostas, formular lances sejam eles verbais ou expressos,negociar preços, transigir, firmar declarações e credenciamentos, interpor ourenunciar a recursos, praticar todos os demais atos pertinentes ao certame (...)”Nesse contexto, a exigência editalícia em questão extrapola os limitesestabelecidos pelos artigos 27 e seguintes da Lei 8.666/93, para a habilitação emlicitações.A exigência em exame é incompatível com a busca da proposta mais vantajosapara a Administração Pública, objetivo maior do procedimento licitatório.Nessa linha, não pode o ente público restringir o acesso de um maior número deinteressados e contribuir para tornar o procedimento licitatório mais formalista eburocrático, desvirtuando os objetivos da licitação e infringindo o inciso XXI doart. 37 da Constituição.Nesse contexto, não merece reforma a sentença recorrida.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, CONFIRMO a r. sentença, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES) , 07 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator

82- Remessa Ex-officio Nº 24090221680VITÓRIA - 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALREMTE JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DA FAZENDA PUBLICAESTADUAL DE VIPARTE FERNANDO NASCIMENTO FILGUEIRAS Advogado(a) LUCIANA BEATRIZ PASSAMANIAdvogado(a) ROGERIO PEREIRA DA SILVA BOONEPARTE ESTADO DO ESPIRITO SANTO Advogado(a) DEBORA FERNANDES DE SOUZA MELO* Apelação Voluntária Nº 24090221680APTE ESTADO DO ESPIRITO SANTOAPDO FERNANDO NASCIMENTO FILGUEIRASRELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 024090221680

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RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.ADVOGADO: DEBORA FERNANDES DE SOUZA MELO.RECORRIDO: FERNANDO NASCIMENTO FILGUEIRAS.ADVOGADO: LUCIANA BEATRIZ PASSAMANI. MAGISTRADO: PAULO CÉSAR DE CARVALHO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONCURSOPÚBLICO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO DOS DEMAISAPROVADOS. DESNECESSIDADE. A SENTENÇA NÃO AFETA SUAESFERA JURÍDICA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESNECESSIDADE.PATOLOGIA SUSCETÍVEL DE TRATAMENTO. ELIMINAÇÃO DOCANDIDATO. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADEDESRESPEITADAS. PODER JUDICIÁRIO. CONTROLE JURISDICIONALDA LEGALIDADE. CONCURSO PÚBLICO. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. MANDADO DE SEGURANÇA. INCABÍVEL. ESTADODO ESPÍRITO SANTO. CONDENAÇÃO. CUSTAS PROCESSUAIS.POSSIBILIDADE. SUCUMBÊNCIA. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. Não há litisconsórcio passivo necessário quando os demais aprovados noconcurso público não tiverem sua esfera jurídica atingida pela senteça.Precedentes. 2. É cabível mandado de segurança quando o Impetrante apresenta toda adocumentação necessária para corroborar seus fundamentos, pois não hánecessidade de dilação probatória. 3. Viola os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a eliminação decandidato de certame, em razão de patologia suscetível de tratamento eficaz e quenão conduz à incapacidade para o exercício das funções. Precedentes.4. Cabe ao Poder Judiciário o controle jurisdicional da legalidade do concursopúblico.5. É incabivel a condenação de honorários advicatícios em mandado de segurançanos termos da súmula 105 do STJ, bem como da súmula 512 do STF.6. O Estado do Espírito Santo pode ser condenado ao pagamento das custasprocessuais, restando isento apenas do recolhimento adiantado da referida verba.Precedentes.7. Recurso parcialmente provido.

1. RELATÓRIO.

O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO interpôs Apelação Cível porinconformado com a r. Sentença que concedeu a segurança vindicada,determinando que o Impetrado garanta ao Impetrante a participação nas demaisetapas do Concurso Público de Admissão ao Curso de Formação de SoldadoCombatente da Polícia Militar do Espírito Santo, sob o argumento de que aacuidade visual constada não é suficiente para a eliminação. Alegou, preliminarmente, que: (i) não houve citação dos litisconsortes passivosnecessários; (ii) inexiste prova contundente contra a presunção de validade delaudo atacado por junta médica oficial, pois há controvérsia fática que depende dedilação probatória.No mérito aduziu, em síntese, que: (i) o ato praticado pela Administração Públicaestá de acordo com a legalidade; (ii) de acordo com as atribuições do cargo desoldado combatente, é razoável e proporcional a exigência de um nível mínimo deacuidade visual sem correção; (iii) os princípios da igualdade, ampla defesa,contraditório e livre acesso ao serviço público foram respeitados; (iv) o PoderJudiciário não pode apreciar o mérito dos atos administrativos; (v) é incabível acondenação de honorários advocatícios em mandado de segurança; (vi) édescabida a condenação em custas judiciais.Ao final requereu o provimento do recurso.Em contrarrazões, o Apelado alegou que: (i) os atos baseados em um examemédico sem maiores fundamentações são ilegais; (ii) houve violação aos princípiosda proporcionalidade e da razoabilidade; (iii) o Poder Judiciário tem competênciapara examinar a legalidade das normas instituídas no edital e dos atos praticadosna realização do concurso. Nesses termos, pugnou pela improcedência do recurso. Em fundamentado parecer, o Ministério Público de primeiro grau ratificou oparecer exarado às fls. 77/83.A Douta Procuradoria de Justiça Cível opinou pela manutenção da r. sentença.É o relatório. Passo à análise, com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.2.1. PRELIMINAR. DOS LITISCONSÓRTES PASSIVOS NECESSÁRIOS. Conforme se depreende dos autos, o Apelado pleitea o prosseguimento nasdemais etapas do certame, tendo em vista a prematura eliminação no concursopúblico. Considerando, portanto, que a etapa era eliminatória, os efeitos dapresente decisão não irão atingir os candidatos já aprovados.Nas hipóteses em que os efeitos da decisão não atingem os demais aprovados nocertame, não há que se falar em litisconsórcio passivo necessário. In verbis:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. DESNECESSIDADE.DECISÃO QUE NÃO AFETA A ESFERA JURÍDICA DOS DEMAISAPROVADOS NO CERTAME. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIALCONHECIDO E IMPROVIDO.1. Nas hipóteses em que a sentença não atinge a esfera jurídica dos demaisaprovados em concurso público, é desnecessário que ingressem na lide naqualidade de litisconsortes passivos necessários.Precedentes.2. Recurso especial conhecido e improvido.(REsp 345.972/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTATURMA, julgado em 12.06.2006, DJ 01.08.2006 p. 507)

Dessa forma, REJEITO essa preliminar.

2.2. PRELIMINAR. DA NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.O Apelante alegou que como há controvérsia fática sobre a presunção de validadede laudo atacado por junta médica oficial, deve haver dilação probatória, que nãoé cabível em mandado de segurança.Entretanto, observo que o Impetrante, ora Apelado, apresentou todadocumentação necessária para corroborar seus fundamentos, em especial osexames de fls. 11/12, que comprovam que está dentro dos parâmetros exigidospelo edital. Em assim sendo, também REJEITO essa preliminar.

2.3. MÉRITO. DA ACUIDADE VISUAL DO APELADO. A controvérsia consiste na análise da legalidade da desclassificação do Apelado,que o privou de participar das demais etapas do Concurso Público de Admissãoao Curso de Formação de Soldado Combatente da Polícia Militar do EspíritoSanto, sob o argumento de acuidade visual incompatível com o exigido no edital. Pois bem.De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, viola osprincípios da proporcionalidade e da razoabilidade a eliminação de candidato decertame, em razão de patologia suscetível de tratamento eficaz e que não conduz àincapacidade para o exercício das funções:PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃODE SOLDADOS DA POLÍCIA MILITAR DO DF. VIOLAÇÃO AOS ARTS.333 DO CPC E 11 DA LEI FEDERAL Nº 7.289/84. INOCORRÊNCIA.PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO.I – Se o e. Tribunal de origem, reconhecendo a legalidade e validade da exigênciado exame médico previsto no edital do Concurso Público para ingresso no Cursode Formação de Soldados da Polícia Militar do DF, bem como a deficiência visualdo candidato, entendeu, entretanto, que o mesmo não poderia ter sido reprovadodo certame apenas por não possuir acuidade visual, porquanto imperfeiçãoperfeitamente curável, não há que se falar em violação aos arts. 333 do CPC e 11da Lei nº 7.289/84, principalmente porque a questão foi decidida levando-se emconsideração os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.II – Quanto ao dissídio, o recurso não pode ser conhecido porque os paradigmasapresentados pelo recorrente ou são oriundos do mesmo tribunal prolator dadecisão recorrida (Súmula 13/STJ), ou não possuem identidade fática com o casoem exame, ou porque a divergência aventada não foi devidamente demonstradanos moldes do art. 255 do RISTJ.Recurso não conhecido.(REsp 485.800/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgadoem 18/03/2003, DJ 28/04/2003 p. 259)

RECURSO ESPECIAL Nº 968.836 - PR (2007/0148919-8)RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHORECORRENTE: ESTADO DO PARANÁPROCURADOR: CARLA MARGOT MACHADO SELEME E OUTRO(S)RECORRIDO: ZAQUEU DAVID DA SILVAADVOGADO: ADRIANA MURADA DIASDECISÃO1. Trata-se de Recurso Especial interposto pelo ESTADO DO PARANÁ, comfundamento nas alíneas a e c do art. 105, III da Constituição Federal, no qual seinsurge contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,que guarda a seguinte ementa:MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGODE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR - ACUIDADE VISUAL MÍNIMA -EXIGÊNCIA PREVISTA NO EDITAL - LIMINAR CONCEDIDA -PARTICIPAÇÃO DE TODAS AS FASES DO CERTAME - CONCLUSÃODO CURSO DE FORMAÇÃO - SITUAÇÃO CONSOLIDADA -APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO - RECURSOIMPROVIDO - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA EM GRAU DEREEXAME NECESSÁRIO (fls. 148).2. Sustenta o recorrente violação ao art. 142 do CPC, sob o argumento de que sóhaveria fato superveniente a ensejar a aplicação da mencionada norma se houvessea correção cirúrgica da deficiência de visão do recorrido antes da sentença de

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mérito, o que não é o caso. Suscita, ademais, a existência de divergênciajurisprudencial a respeito da possibilidade de aplicação da teoria do fatoconsumado a fim de legitimar a permanência de candidato aprovadosimplesmente porque obteve liminar favorável na ação.3. O Recurso foi contra-arrazoado (fls. 218/222), admitido (fls. 252/254) eencaminhado a esta Corte.4. É o relatório.5. No acórdão de fls. 148/152, o egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paranáconfirmou a sentença monocrática que reconheceu, em virtude da teoria do fatoconsumado, ao soldado PM/PR ZAQUEU DAVID DA COSTA, o direito depermanecer nas fileiras daquela Corporação, apesar de possuir deficiência deacuidade visual.6. A matéria de saber se essa deficiência visual é de severidade importante aoponto de impedir o exercício das atividades específicas do PM, refoge ao âmbitodo Recurso Especial, por envolver complexo reexame fático, máxime em casocomo estes, em que a Corte de Justiça de origem deu por consumado o ingressodo recorrido nos quadros da PM/PR, após a aprovação em todas as fases doprocesso seletivo, inclusive com sua classificação entre os primeiros colocados,tendo por consumada a sua aprovação e habilitação no certame.7. A teoria do fato consumado é de aplicação excepcional nas relações regidaspelo Direito Administrativo, mas não pode ser ignorada quando o aprovado emseleção pública mostra superação de deficiência de acuidade visual, nodesempenho de sua atividade.8. Por outro lado, a acuidade visual mínima é exigida em Lei Estadual, de modoque não cabe, na via extrema, perquirir a correta ou equivocada aplicação de seusdispositivos.9. Ante o exposto, com base no art. 557, § 1o.-A do CPC, nega-se provimento aoRecurso Especial.10. Publique-se. Intimações necessárias.Brasília/DF, 11 de novembro de 2008.NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHOMINISTRO RELATOR

Assim, como a deficiência na acuidade visual é pequena e corrigível, conformeprova documental de fls. 11/12, entendo ilegal a desclassificação do Apelado.

2.4. CONTROLE JURISDICIONAL DO ATO ADMINISTRATIVO.É cediço que cabe ao Poder Judiciário o controle jurisdicional da legalidade doconcurso público. Assim, o que fora feito no caso em julgamento foi a análise dalegalidade da desclassificação do Apelado, quando sua patologia era passível decorreção, baseando-se na jurisprudência firmada em casos semelhantes.

2.5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.Realmente é incabivel a condenação de honorários advicatícios em mandado desegurança nos termos da súmula 105 do STJ, bem como da súmula 512 do STF.Vejamos: Súmula 105, STJ: “Na ação de mandado de segurança não se admite condenaçãoem honorários advocatícios.”Súmula 512, STF: “Não cabe condenação em honorários de advogado na ação demandado de segurança.”

Dessa forma, reformo a r. sentença para retirar a condenação em honoráriosadvocatícios.

2.6. CUSTAS JUDICIAIS.O Estado do Espírito Santo pretende, ainda, a reforma do capítulo da r. sentençaque o condenou ao pagamento de custas processuais.Não obstante, de acordo com a jurisprudência consolidada do C. STJ e com ainterpretação da legislação processual civil, o Estado pode ser condenado aopagamento das custas processuais em razão do princípio da causalidade e dasucumbência. Nessa linha, ilustram os seguintes precedentes, a saber:

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ARTS. 26 E 39, DA LEI Nº6.830/80. CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA AO PAGAMENTODAS CUSTAS PROCESSUAIS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DESUCUMBÊNCIA. ADIMPLEMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA.(...)3. In casu, verifica-se a certeza e a liquidez dos créditos inscritos em dívida ativa,que ensejaram a propositura da ação executiva pela Fazenda Estadual, não tendoocorrido a mera desistência em face de cancelamento do título executivo porcausa à Fazenda imputável. Ao revés, o pedido de cancelamento do executivofiscal deveu-se ao adimplemento do débito fiscal na via administrativa, o queimplica a ausência de sucumbência e a impossibilidade de condenação aopagamento de honorários advocatícios e das custas processuais. (Precedentes: 4.O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquerdespesas, pro domo sua, quando litiga em juízo, suportando, apenas, as verbasdecorrentes da sucumbência (artigos 27 e 1.212, parágrafo único, do CPC).Tratando-se de execução fiscal, é textual a lei quanto à exoneração, consoante secolhe dos artigos 7º e 39, da Lei nº 6.830/80.5. É cediço em sede doutrinária que: "A União está isenta de custas, selos, taxas eemolumentos na execução fiscal. Os processos de execução fiscal para cobrança

da dívida da União, ainda que em curso perante a justiça dos Estados, do DistritoFederal ou dos Territórios, estão isentos de qualquer pagamento, seja ele qual for,no que concerne a custas ou despesas judiciais.Não paga a taxa judiciária, não paga selo nas petições ou papéis juntos aos autos;não paga remuneração aos cartórios ou órgãos auxiliares, tais como depositários,avaliadores, partidores, etc.Não há exigência de taxa judiciária, de selos ou estampilhas ou papel selado, decomissões, custas, emolumentos, dos serventuários, preparo, etc. Invoque-se oart. 150, IV, a, da CF, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios criar imposto sobre serviço uns dos outros, e interprete-se o art. 1.212,parágrafo único, do CPC, amplamente. Não só os atos judiciais, nos processos emque autora é a União, estão isentos desses pagamentos.O privilégio e a isenção são recíprocos entre a União, Estados e Municípios."(José da Silva Pacheco, in Comentários à Lei de Execução Fiscal, Ed. Saraiva, 7ªed., 2000, São Paulo) 6. Recurso especial provido.(REsp 907.357/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em19.06.2007, DJ 06.09.2007 p. 215)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR AGENTE DO ESTADO.MENOR. PARAPLEGIA E AMPUTAÇÃO DO MEMBRO INFERIORDIREITO. DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL.DATA DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TERMO AD QUEM.PENSÃO VITALÍCIA. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL GARANTIDOR.DESNECESSIDADE.INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR IRRISÓRIO DADA AGRAVIDADE DAS LESÕES. MAJORAÇÃO. POSSIBILIDADE.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 5% SOBRE O VALORDA CONDENAÇÃO.1. Hipótese em que Willian Coelho ajuizou ação indenizatória em face da Fazendado Estado de São Paulo, tendo em vista que, em 11.5.1998, foi vítima de acidenteautomobilístico envolvendo viatura da Polícia Militar do Estado de São Pauloconduzida por agente da ré, causador do dano. Do referido sinistro resultaramgraves e irreversíveis lesões para o recorrente, que, entre outros gravames, sofreuparaplegia e amputação do membro inferior direito, razão por que postula odeferimento de indenização por dano material, consubstanciada empensionamento mensal, bem como a majoração da indenização por dano moral.2. Diversamente do benefício previdenciário que o recorrente já recebe, aindenização de cunho civil tem por objetivo não apenas o ressarcimento de ordemeconômica, mas, igualmente, o de compensar a vítima pela lesão física causadapelo ato ilícito do agente do Estado que reduziu sua capacidade laboral em caráterdefinitivo, tornando-lhe mais difícil a busca por melhores condições deremuneração no mercado de trabalho, já que não mais poderá exercer a funçãoanteriormente desempenhada bem assim a execução de qualquer outra atividadelaboral demandará maior sacrifício em face das seqüelas permanentes, o que há deser compensado pelo pagamento de uma pensão mensal a ser arcada pelarecorrida. Precedentes: REsp 712.293/RJ, Rel. Ministro Castro Filho, DJ4/12/2006 e Resp 126.798/MG, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, DJ de4/2/2002.3. Dadas as peculiaridades do caso e a atividade anteriormente exercida, é de serfixada, em desfavor da Fazenda estadual, pensão mensal em valor equivalente aum salário mínimo, a ser concedido a partir do deferimento da aposentadoria porinvalidez, incluindo-se as verbas referentes ao décimo terceiro salário e às férias.Precedente: REsp 811.193/GO, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, Quarta Turma,DJ 6/11/2006).4. Quanto ao termo ad quem, tendo em vista ser a própria vítima quem reclama opensionamento, e, levando-se em conta que a sua lesão, embora parcial, épermanente, acompanhando-o até o fim dos seus dias, a pensão deve ser vitalícia.6. Mostra-se desnecessária a constituição de capital garantidor, tendo em vista sera Fazenda Pública a demandada. Entretanto, deve incluir o nome do autor em suafolha de pagamento.7. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de ser possível a intervençãodesta Corte para aumentar o valor indenizatório nos casos em que o quantumarbitrado pelo acórdão recorrido se mostre irrisório, sob pena de malferir o art.159 do CC/1916 (arts. 186 e 944 do CC/2002). Precedente: REsp 819.202/PE,Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 22/9/2008.8. O Juízo monocrático, atento aos fatos da causa, fixou o valor da indenizaçãopor dano moral em R$ 100.000,00 (cem mil reais), com correção monetária apartir de sua fixação naquela instância e juros de mora de 6% (seis por cento) aoano, a fluir desde a data do fato, nos termos do art. 962 do Código Civil, patamarque reputo razoável, pois, embora não sirva para reparar de todo o dano, é meioidôneo para minorar a dor e o sofrimento suportado pela vítima, bem como servirde medida educativa para o agente causador do infortúnio.9. Não assiste razão ao recorrente quanto à alegada violação do art.1.548 do Código Civil de 1916, afinal, como bem considerou o Juízo monocrático,a verba de dote não é cabível na hipótese dos autos, porquanto era devidaexclusivamente em favor da mulher em condições de se casar.10. Considerando-se a sucumbência mínima da parte autora, deve a Fazendaestadual arcar com a totalidade do pagamento das custas processuais e honorários

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Page 224: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

advocatícios, ora fixados em 5% sobre o valor da condenação, nos termos do art.20, § 4º, do Código de Processo Civil.11. Recurso especial parcialmente provido.(REsp 1168831/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRATURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 13/09/2010)

No mesmo sentido, este Egrégio Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - PROCESSO SELETIVO PARACURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO COMBATENTE DA PMES -PRELIMINAR - OBRIGATORIEDADE DE CITAÇÃO DOS DEMAISCANDIDATOS COMO LITISCONSORTES NECESSÁRIOS - REJEITADA- MÉRITO - EXAME PSICOSSOMÁTICO - AUSÊNCIA DE CRITÉRIOSCLAROS E OBJETIVOS NOS EDITAIS DO CERTAME - ÓBICE ÀCONTRAPOSIÇÃO DO RESULTADO PELOS CANDIDATOS -SUBMISSÃO AO SUBJETIVISMO DO EXAMINADOR - CURSO JÁCONCLUÍDO PELOS APELADOS - APLICAÇÃO EXCEPCIONAL DATEORIA DO FATO CONSUMADO - CONDENAÇÃO DO ESTADO AOPAGAMENTO DE CUSTAS - POSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDOE IMPROVIDO. 1 - A jurisprudência já pacificou o entendimento de que não seimpõe a citação dos demais concorrentes como litisconsortes necessários nademanda que verse sobre desclassificação em determinada fase do certame, postoque o direito líquido e certo do candidato só surge com a aprovação. Preliminarrejeitada. 2 - É possível a realização de exames psicológicos com carátereliminatório em concursos públicos desde que respeitados os seguintes requisitos:a) existência de norma que o autorize; b) existência de critérios objetivos para queo candidato possa comparar os resultados do exame com o perfil esperado para oocupante do cargo; e c) que seja possibilitado ao candidato a utilização do recursocontra a decisão que o inabilitou. 3 - O edital de concurso público para ingressonos quadros da Polícia Militar deve estabelecer, ainda que minimamente, critériosclaros e objetivos a serem utilizados no certame, de modo a possibilitar aoscandidatos a contraposição ao seu resultado. 4 - A ausência de critériospré-estabelecidos, claros e precisos utilizados na avaliação psicossomática, além deevidenciar a arbitrariedade e o subjetivismo do examinador, vai de encontro aosprincípios da legalidade, impessoalidade e publicidade, expressamente previstos noart. 37, caput, da Constituição Federal, que devem servir de norte à administraçãopública. Precedentes do STJ e TJES. 5 - Se, por força de liminar concedida, osapelados participaram das demais etapas do concurso, foram aprovados dentro dolimite de vagas e já estão atuando como Soldados Combatentes, deve ser aplicadoao caso em questão a teoria do fato consumado, pois não se pode ignorar asituação fática consolidada nos autos. 6 - A situação dos candidatos quepermanecem no certame por meio de decisão judicial e obtêm aprovaçãoconsolida-se no tempo, devendo ser mantida quando a desconstituição acarretagraves prejuízos àquele e não traz benefícios à Administração Pública. Precedentedo STJ. 7 - Uma vez pronunciada a sucumbência integral do Estado apelante,deve o ente público arcar com as custas processuais, não podendo se cogitar emconfusão entre o credor e devedor da taxa. 8 - No caso do Espírito Santo, ascustas devidas ao final do processo serão revertidas ao Fundo Especial do PoderJudiciário do Estado do Espírito Santo, na forma da Lei complementar estadualn.º 219/2001. 9 - Recurso conhecido e improvido. (TJES, Classe: Apelação Civel,24080411416, Relator: CARLOS SIMÕES FONSECA, Órgão julgador:PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 31/08/2010, Data daPublicação no Diário: 24/11/2010)

PROCESSO CIVIL - TRIBUTÁRIO - ICMS - DEMANDA CONTRATA -ENERGIA ELÉTRICA - BASE DE CÁLCULO - CONDENAÇÃOFAZENDA PUBLICA - CUSTAS PROCESSUAIS - RECURSO DEAPELAÇÃO E REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDOS E NEGADOPROVIMENTO. 1- Não há como impor ao particular/consumidor o pagamentode ICMS tendo como base de cálculo o valor integral do contrato, quando naverdade só consumiu e transacionou parcela do que lhe foi disponibilizado. 2 - "OICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demandade potência efetivamente utilizada." Súmula 391 do STJ. 3 - O Tribunal Plenodeste e. Tribunal de Justiça já pacificou entendimento no sentido do cabimento dacondenação da Fazenda Pública em custas processuais. 4 - Recurso conhecidopara NEGAR-LHE PROVIMENTO. (TJES, Classe: Remessa Ex-officio,24080133994, Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON,Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:22/06/2010, Data da Publicação no Diário: 03/08/2010)

Portanto, mantém-se igualmente hígida a condenação do Estado do EspíritoSanto ao pagamento das custas processuais.

3. DISPOSITIVO.Em face do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, apenasafastar a condenação em honorários advocatícios, nos termos da fundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra. Vitória (ES), 27 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR.Relator

83- Remessa Ex-officio Nº 54080006866SÃO DOMINGOS DO NORTE - CARTÓRIO DO 2º OFÍCIOREMTE JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE SAO DOMINGOS DONORTEPARTE RONALDO JOSE BARBIERI Advogado(a) IDIVALDO LOPES DE OLIVEIRAPARTE MUNICIPIO DE SAO DOMINGOS DO NORTE Advogado(a) ROSEANE DA SILVARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 54080006866

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REMETENTE: JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE SÃO DOMINGOSDO NORTEPARTES: RONALDO JOSÉ BARBIERIESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO.POSSUIDOR. FRAUDE À EXECUÇÃO. AUSÊNCIA. PENHORA.INEXISTÊNCIA DE REGISTRO DA CONSTRIÇÃO. SENTENÇACONFIRMADA.1. Os embargos podem ser opostos pelo possuidor, sendo dispensável a prova dapropriedade. Inteligência do art. 1046 do CPC. Precedentes.2. Inexiste fraude à execução quando a alienação for anterior ao registro depenhora do bem e quando ausente a prova da má-fé do adquirente. Súmula 375,STJ.2. Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO.

Trata-se de Remessa Necessária decorrente da r. sentença que julgou procedentesos Embargos de Terceiro opostos por Ronaldo José Barbieri, para desconstituir apenhora realizada na Execução Fiscal ajuizada em face de terceiro, em relação aoimóvel descrito nos autos.O juízo a quo destacou a comprovação da alienação anterior à constrição, bemcomo a inexistência de fraude à execução. É o relatório. Decido monocraticamente com base na Súmula 253 do STJ queprevê: “o artigo 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança oreexame necessário”.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de primeiro grau de jurisdição atuou com presteza, aplicando oentendimento consolidado da jurisprudência atual.De fato, é cediço que a comprovação do domínio é desnecessária em Embargosde Terceiro, pois o incidente pode ser oposto pelo possuidor, sendo dispensável aprova da propriedade (art. 1046 do CPC). Em verdade, a ausência de transferênciade domínio do bem não obsta o provimento dos Embargos de Terceiro, comoilustram os seguintes precedentes:

APELAÇÃO CÍVEL .EMBARGOS DE TERCEIRO POSSUIDOR.AUSÊNCIA DE REGISTRO. POSSIBILIDADE. POSSEINCONTROVERSA. RECURSO DESPROVIDO. MESMO NAINEXISTÊNCIA DE REGISTRO E ADMISSÍVEL A OPOSIÇÃO DEEMBARGOS DE TERCEIRO QUANDO ESTES TRATAREM DAALEGAÇÃO DE POSSE FRUTO DO COMPROMISSO DE COMPRA EVENDA DE IMÓVEL. PROVADA A INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS QUECOMPROMETERIAM A COMPRA E VENDA DO BEM E RESTANDOINCONTROVERSA A POSSE, NA MEDIDA QUE A DEFESA SE LIMITAÀ ALEGAÇÃO DA NECESSIDADE DE REGISTRO DA PROPRIEDADEIMÓVEL, NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO.(TJES, Apelação Civel, 21970104200, Relator: NIVALDO XAVIER VALINHO,Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento:26/10/2004, Data da Publicação no Diário: 05/11/2004)

PROCESSO CIVIL – EMBARGOS DE TERCEIRO – PROMESSA DECOMPRA E VENDA – AUSÊNCIA DE REGISTRO ANTERIOR ÀPENHORA – IRRELEVÂNCIA – SÚMULA 84/STJ – FRAUDE ÀEXECUÇÃO – PRESUNÇÃO RELATIVA.1. O terceiro celebrante de compromisso de compra e venda não registrado temproteção de sua posse contra a penhora incidente sobre o patrimônio do alienantese a alienação ocorreu antes da citação do executado. Inteligência da Súmula84/STJ.2. Admite-se prova em contrário, a cargo do terceiro, da inexistência de fraude àexecução fiscal.3. Divergência prejudicada pela adoção de paradigmas superados, nos termos daSúmula 83/STJ.

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Page 225: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

4. Recurso especial não provido.(REsp 1034048/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,julgado em 18/12/2008, DJe 18/02/2009)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. EMBARGOS DETERCEIRO. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. REGISTRO DOIMÓVEL.1. "É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação deposse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda quedesprovido do registro". Inteligência da Súmula 84/STJ.2. Recurso especial não-provido.(REsp 801.584/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2008, DJe 22/08/2008)

Ainda que assim não fosse, no caso em julgamento, consta dos autoscomprovação de que o imóvel objeto da penhora realizada na via executiva foialienado pelo executado a Domingos Malacarne Sobrinho e Leid MathildeMalacarne em 3.1.1995, conforme anotação na matrícula do bem, fls. 13. Ademais, consta no processo cópia da guia relativa ao imposto de transmissão doimóvel dos adquirentes supramencionados ao Embargante datada de 24.1.2007,assim como informação do cartório concernente à averbação do ato, fls. 14/20, aqual demonstra a aquisição do bem pelo mesmo em momento anterior àpropositura da Execução, feita em 11.9.2007.Logo, mantém-se hígido o cabimento e a procedência dos Embargos de Terceiro,não havendo que se falar em fraude à Execução, ajuizada em momento posteriorà alienação válida do bem. Dessa forma, mantém-se irretocável a transferênciahavida entre as partes, sobretudo como forma de resguardar os direitos doEmbargante enquanto terceiro de boa fé e, assim, a necessidade dedesconstituição da constrição judicial.De fato, o Colendo Superior Tribunal de Justiça sedimentou a orientação nosentido de que inexiste fraude à execução quando a alienação for anterior aoREGISTRO da penhora do bem e quando ausente a prova da má-fé doadquirente. Nessa linha:

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DEINSTRUMENTO - EMBARGOS DE TERCEIRO - BEM IMÓVEL -PENHORA - INVIABILIDADE - DOAÇÃO ANTERIOR AOAJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO - FRAUDE À EXECUÇÃO -NÃO-OCORRÊNCIA.Recaindo a penhora sobre bem imóvel doado aos filhos pela executada e seuex-marido, nos autos de processo de divórcio, antes do ajuizamento da execução,torna-se descabida a alegação de fraude à execução, nos termos da jurisprudênciadesta Corte. Ademais, a falta de registro da doação no Cartório de Imóveis nãoimpede a oposição dos Embargos de Terceiro. Precedentes.Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1030918/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 18/11/2008, DJe 03/12/2008)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL –EMBARGOS DE TERCEIRO – FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL –ADQUIRENTE DE BOA-FÉ – SÚMULA 375/STJ.1. Para que seja configurada a fraude à execução, é necessário que o adquirentesaiba da existência da ação – ou por já constar no cartório imobiliário algumregistro ou por que o exequente, por outros meios, provou que dela o adquirentejá tinha ciência; e que a alienação ou a oneração dos bens seja capaz de reduzir odevedor à insolvência.2. Em 18 de março de 2009, foi aprovada a Súmula 375/STJ, que pacifica ajurisprudência acerca da questão trazida aos autos: "O reconhecimento da fraude àexecução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fédo terceiro adquirente".3. Como se observa dos autos, quando da realização da negociação, não haviaconstrição sobre o bem móvel. No caso, seguindo-se a jurisprudência do STJ, omais correto é manter o negócio entabulado.Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1117704/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,SEGUNDA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 30/03/2010)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DE BEMALIENADO A TERCEIRO DE BOA-FÉ. AUSÊNCIA DE TRANSCRIÇÃODO TÍTULO NO REGISTRO DE IMÓVEIS. PRESUNÇÃO DE AUSÊNCIADE FRAUDE.1. A exigência do registro da penhora, muito embora não produza efeitosinfirmadores da regra prior in tempore prior in jure, exsurgiu com o escopo deconferir à mesma efeitos erga omnes para o fim de caracterizar a fraude àexecução na alienação de bem imóvel pendente execução fiscal.2. À luz do art. 530 do Código Civil, sobressai claro que a lei reclama o registrodos títulos translativos da propriedade imóvel por ato inter vivos, onerosos ougratuitos, posto que os negócios jurídicos em nosso ordenamento jurídico, nãosão hábeis a transferir o domínio do bem. Assim, titular do direito é aquele emcujo nome está transcrita a propriedade imobiliária.

3. A jurisprudência do STJ, sobrepujando a questão de fundo sobre a questão daforma, como técnica de realização da justiça, vem conferindo interpretaçãofinalística à Lei de Registros Públicos. Assim é que foi editada a Súmula 84, com aseguinte redação: "É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados emalegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, aindaque desprovido do registro".4. Consoante cediço no e. STJ: "O CTN nem o CPC, em face da execução, nãoestabelecem a indisponibilidade de bem alforriado de constrição judicial. Apré-existência de dívida inscrita ou de execução, por si, não constitui ônus 'ergaomnes', efeito decorrente da publicidade do registro público. Para a demonstraçãodo 'consilium fraudis' não basta o ajuizamento da ação. A demonstração de má-fé,pressupõe ato de efetiva citação ou de constrição judicial ou de atosrepersecutórios vinculados a imóvel, para que as modificações na ordempatrimonial configurem a fraude. Validade da alienação a terceiro que adquiriu obem sem conhecimento de constrição já que nenhum ônus foi dado à publicidade.Os precedentes desta Corte não consideram fraude de execução a alienaçãoocorrida antes da citação do executado alienante. (EREsp. 31.321/SP, Rel. Min.MILTON LUIZ PEREIRA, DJU 16.11.99)5. À fraude in re ipsa fica sujeito aquele que adquire do penhorado, salvo sehouver o conhecimento erga omnes produzido pelo registro da penhora. Adoutrina do tema assenta que: "Hodiernamente, a lei exige o registro da penhora,quando imóvel o bem transcrito. A novel exigência visa à proteção do terceiro deboa-fé, e não é ato essencial à formalização da constrição judicial; por isso oregistro não cria prioridade na fase de pagamento. Entretanto, a modernaexigência do registro altera a tradicional concepção da fraude de execução; razãopela qual, somente a alienação posterior ao registro é que caracteriza a figura emexame. Trata-se de uma exceção criada pela própria lei, sem que se possaargumentar que a execução em si seja uma demanda capaz de reduzir o devedor àinsolvência e, por isso, a hipótese estaria enquadrada no inciso II do art. 593 doCPC. A referida exegese esbarraria na inequívoca ratio legis que exsurgiu com onítido objetivo de proteger terceiros adquirentes. Assim, não se pode mais afirmarque quem compra do penhorado o faz em fraude de execução. 'É preciso verificarse a aquisição precedeu ou sucedeu o registro da penhora'. Neste passo, a reformaconsagrou, no nosso sistema, aquilo que de há muito se preconiza nos nossosmatizes europeus." (Curso de Direito Processual Civil, Luiz Fux, 2ª Ed., pp.1298/1299). Precedentes: REsp. 866.520/AL, Rel. Min. ELIANA CALMON,DJU 21.10.08; REsp. 944250/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJU 07.08.07;AgRg no REsp. 924.327/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJU 26.06.07; REsp.638.664/PR, desta relatoria, DJU 02.05.05; REsp. 791.104/PR, Rel. Min. JOSÉDELGADO, DJU 06.02.2006; REsp. 665.451/CE, Rel. Min. CASTRO MEIRA,DJU 07.11.05, REsp. 468.718/SC, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJU 15.04.03;AgRg no Ag 448.332/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJU 21.10.02; REsp.171.259/SP, Rel. Min. MILTON LUIZ PEREIRA, DJU 11.03.02.6. Deveras, in casu, a penhora efetivou-se em 19.12.00, e a alienação do imóvelpelos executados, após o redirecionamento da execução à adquirente, realizou-seem 04.01.01, devidamente registrada no Cartório de Imóveis da 3ª Circunscriçãode Campo Grande em 13.02.01 (fls. 123/125), data em que não havia qualquerônus sobre a matrícula do imóvel, cujo mandado de registro de penhora só foiexpedido em 07.05.03 (fls. 113).7. Recurso especial desprovido (REsp 858999/MS, Relator Ministro LUIZ FUX,DJe 27/04/2009).

Nesse contexto, foi editado o enunciado 375 da Súmula do STJ, que tem oseguinte teor:

Súmula 375. O reconhecimento da fraude à execução depende do registro dapenhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente (DJe de30.3.2009).

In casu, além de inexistir registro comprovado da penhora realizada sobre oimóvel objeto do litígio, a boa-fé do Apelado não restou elidida em qualquermomento dos autos. Portanto, não há como reconhecer a fraude à execução,conforme a orientação do STJ. Nessa medida, compete ao Exequente, em açãoprópria, comprovar a má-fé do adquirente, visando à ineficácia da alienação, se foro caso.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, CONFIRMO a r. sentença. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 16 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

84- Remessa Ex-officio Nº 24090268236VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUALREMTE JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA ESTADUAL DEVITORIAPARTE COMPANHIA DE TRANSPORES URBANOS DA GRANDEVITORIA

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Page 226: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Advogado(a) MARCELLA RIOS GAVA FURLANPARTE ADIR DE SOUZA Advogado(a) RENATO DEL SILVA AUGUSTO* Apelação Voluntária Nº 24090268236APTE COMPANHIA DE TRANSPORES URBANOS DA GRANDEVITORIAAPDO ADIR DE SOUZARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 24090268236 RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: CETURB GVADVOGADO: PROCURADORA MARCELLA RIOS GAVA FURLANRECORRIDO: ADIR DE SOUZAADVOGADO: RENATO DEL SILVA AUGUSTOMAGISTRADO: LEONARDO ALVARENGA DA FONSECA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. ADMINISTRATIVO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. REINCIDÊNCIA. APREENSÃO DO VEÍCULO.REGULARIDADE. RECURSO PROVIDO.1. A reiteração da prática de transporte irregular de passageiros, aliada à existênciade débito relativo à multa já aplicada, caracteriza a infração descrita no Artigo 230,inciso V, do CTB, que prevê a aplicação de nova multa e a apreensão do veículo.2. Se for constatado o transporte irregular pela primeira vez, o veículo deve serretido e sua liberação não pode ser condicionada ao pagamento de multas. Se, poroutro lado, for constatada a reiteração do transporte irregular, então o veículo seráapreendido e sua liberação pode ser condicionada ao pagamento de multa.3. Recurso provido.

1. RELATÓRIO.

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (CETURB) interpôsApelação Cível por inconformada com a r. sentença que concedeu parcialmente asegurança pretendida pelo ora Recorrido, para determinar a liberação do veículoapreendido em razão da realização de transporte irregular de passageiros,independentemente do pagamento de multa. Aduziu, em síntese, a regularidade da autuação, sobretudo por se tratar de práticainfracional reincidente, motivo pelo qual deve ser reformada a r. sentença. Contrarrazões pelo desprovimento do recurso.Manifestação do Ministério Público em 1º grau pelo conhecimento do recurso. Parecer da Procuradoria de Justiça Cível pelo desprovimento do apelo.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência dos Tribunais Superiores e deste E. Tribunal deJustiça.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia diz respeito à autuação de trânsito relativa ao transporte irregularde passageiros. Pois bem.A Egrégia Quarta Câmara Cível deste Tribunal de Justiça consolidou oentendimento de que:PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL E EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557 DO CPC. NÍTIDOPROPÓSITO INFRINGENTE. NÃO CABIMENTO. FUNGIBILIDADERECURSAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO INTERNO.POSSIBILIDADE. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DAJURISPRUDÊNCIA. DISSIDIO JURISPRUDENCIAL ULTRAPASSADO.PRECEDENTE COM EFICÁCIA NORMATIVA (VINCULANTE).RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. APREENSÃO ERETENÇÃO. DISTINÇÃO LEGAL. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. MEDIDA ADMINISTRATIVA DE RETENÇÃO.APLICABILIDADE. LIBERAÇÃO DO VEÍCULO. CONDICIONAMENTOAO PAGAMENTO DE MULTAS. IMPOSSIBILIDADE. BUSCA EAPREENSÃO DE VEÍCULO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Incabíveis o AgravoRegimental, previsto no artigo 201 do RITJES, e os Embargos de Declaraçãoquando apresentam o nítido propósito de modificar decisão monocrática previstano artigo 557 do CPC. Em decorrência do princípio da unicidade ou singularidaderecursal, o recurso cabível, no caso, é o Agravo Interno, previsto no artigo 557,§1º do Código de Processo Civil. 2. Tanto o Agravo Regimental quanto osEmbargos de Declaração podem ser recebidos como agravo interno comfundamento na fungibilidade recursal. Precedentes do STF e do STJ. 3. Oprecedente do STJ em recurso representativo da controvérsia é vinculante para osTribunais de Justiça, que são obrigados a utilizá-lo na fundamentação das futurasdecisões. Os Tribunais de Justiça podem, inclusive, retratar-se de julgamentoanterior, sendo claro o efeito vinculante do precedente. 4. Os Tribunais de Justiçasomente podem não aplicar o precedente representativo da controvérsia se houvercircunstâncias fáticas distintivas no caso em julgamento (distinguishing). 5. O

Incidente de Uniformização da Jurisprudência é desnecessário, na hipótese deexistir precedente representativo da controvérsia, em razão da: (i) força deincidência normativa (eficácia vinculante) do precedente do STJ, que já vincula osdemais órgãos do TJES; (ii) impossibilidade de o TJES uniformizar ajurisprudência em sentido contrário ao precedente do STJ representativo dacontrovérsia. 6. O Código de Trânsito Brasileiro distinguiu a penalidade deapreensão da medida administrativa de retenção, destacando que, aplicada aprimeira (apreensão), é possível condicionar a liberação do veículo ao pagamentode multas, taxas e despesas, o que não se afigura cabível em relação à segunda(retenção). 7. O transporte irregular de passageiros é infração de trânsito previstano inciso VIII, do artigo 231, do Código de Trânsito Brasileiro, cuja penalidade serestringe à multa, estando, também prevista a aplicação da medida administrativade retenção. 8. Dispõe o artigo 256 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei9.503/97), que a retenção não configura penalidade aplicável às infrações previstasno referido diploma legal. Trata-se de medida de caráter administrativo. 9. Aliberação do veículo retido por transporte irregular de passageiros, com base noart. 231, VIII, do Código de Trânsito Brasileiro, não está condicionada aopagamento de multas e despesas. Precedente do STJ em recurso representativo decontrovérsia. 10. Se o veículo utilizado no transporte irregular de passageiros foiliberado por força de liminar, não é cabível determinar a busca e apreensão domesmo, a fim de compelir seu proprietário a efetuar o pagamento das multas. 11.Recurso de Thiago Custódio da Silva Roberto parcialmente provido. Recurso daCETURB-GV desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos,acordam os Desembargadores da QUARTA CÂMARA do Tribunal de Justiça doEspírito Santo, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, àunanimidade, conhecer o Agravo Regimental interposto por Thiago Custódio daSilva Roberto e os Embargos de Declaração opostos por CETURB-GV comoAgravos Internos, para, quanto ao mérito e por igual votação, dar parcialprovimento ao recurso interposto por Thiago Custódio da Silva Roberto e negarprovimento ao recurso interposto por CETURB-GV. Os Srs. DesembargadoresMaurílio Almeida de Abreu e Ney Batista Coutinho votaram com o Sr.Desembargador Relator. Vitória (ES), 08 de junho de 2010. PresidenteDESEMBARGADOR SAMUEL MEIRA BRASIL JR. Relator Procurador deJustiça (TJES, Classe: Agravo Regimental Ap Civel, 24080071996, Relator: SAMUELMEIRA BRASIL JUNIOR, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL , Datade Julgamento: 08/06/2010, Data da Publicação no Diário: 29/09/2010)

De fato, conforme o REsp n. 1.144.810 – MG (representativo da controvérsia), amedida de apreensão não é cominada, em abstrato, para o transporte irregular depassageiros. É cominada, apenas, a medida administrativa de retenção, razão pelaqual é arbitrária a apreensão do veículo e o condicionamento de sua liberação aopagamento de multa e demais despesas. Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. TRANSPORTE IRREGULAR DEPASSAGEIROS. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO APENADA COM MULTAEM QUE A LEI PREVÊ, COMO MEDIDA ADMINISTRATIVA, A MERARETENÇÃO DO VEÍCULO. LIBERAÇÃO NÃO CONDICIONADA AOPAGAMENTO DE MULTAS E OUTRAS DESPESAS. ACÓRDÃORECORRIDO EM DISSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTOPACIFICADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO ESPECIALREPETITIVO N. 1.144.810 - MG. APLICAÇÃO DO ARTIGO 543-C DOCPC.1. Com efeito, cumpre registrar que a quaestio iuris, por sua natureza repetitiva,foi submetida ao regime previsto no artigo 543-C do CPC, regulamentado pelaResolução n. 8 do STJ, de 7.8.2008, no bojo do REsp n. 1.144.810 - MG, eresolvida no âmbito da Primeira Seção do STJ, por acórdão publicado no DJe18/03/2010.2. Sob esse enfoque, o recurso especial merece provimento, porquanto o acórdãorecorrido encontra-se em dissonância com a jurisprudência do STJ, no sentido deque, em se tratando de infração de trânsito em que a lei não comina, em abstrato,penalidade de apreensão, mas simples medida administrativa de retenção, nostermos do art. 231, VIII, do CTB, é ilegal e arbitrária a apreensão do veículo, bemcomo o condicionamento da respectiva liberação ao pagamento de multas e dedespesas com remoção e estadia.3. Agravo regimental não provido.(AgRg no REsp 1156682/TO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 13/05/2010)

Não obstante, a reiteração da prática da referida infração, aliada à existência dedébito relativo à multa já aplicada, caracteriza também a infração descrita no artigo230, inciso V, do CTB, que prevê como penalidade a aplicação de nova multa e aapreensão do veículo. Isso significa o seguinte: (i) se for constatado o transporte irregular pela primeiravez, o veículo deve ser retido e sua liberação não pode ser condicionada aopagamento de multas; (ii) se for constatada a reiteração do transporte irregular e onão pagamento da multa anterior, então o veículo será apreendido e sua liberaçãopode ser condicionada ao pagamento de multa.Esse é exatamente o caso dos autos.

220 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 227: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

Conforme documentos de fls. 75/79, o Impetrante fora autuado em razão dareincidência da prática de transporte irregular de passageiros, motivo pelo qual semantém hígida a possibilidade de apreensão do veículo e, ainda, ocondicionamento da liberação ao pagamento da multa.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para reformar a r.sentença e denegar a segurança pretendida. Custas ex lege.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória – ES, 14 de junho de 2011. 

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR Relator  

85- Remessa Ex-officio Nº 60100002173ATÍLIO VIVACQUA - CARTÓRIO 2º OFÍCIOREMTE JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ATILIO VIVACQUAPARTE ROSIMARY PAULA FERREIRA VARGAS Advogado(a) VINICIUS PAVESI LOPESPARTE PRESIDENTE DA COMISSAO DO CONCURSO PUBLICO DAPREFEITURA MUN RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

REMESSA NECESSÁRIA Nº 060100002173

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.REMETENTE: JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ATÍLIOVIVÁCQUA. PARTE: PRESIDENTE DA COMISSÃO FISCALIZADORA DO CONCURSO PÚBLICO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ATÍLIO VIVÁCQUA. PARTE: ROSIMARY PAULO FERREIRA VARGAS.ADVOGADO: VINÍCIUS PAVESI LOPES.MAGISTRADO: RAFAEL DALVI GUEDES PINTO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. REMESSA NECESSÁRIA. CONCURSOPÚBLICO. INFORMAÇÕES. SENTENÇA CONFIRMADA. 1. Todos têm o direito de receber informações dos órgão públicos de seuinteresse, bem como direito à publicidade dos atos da administração, quando nãohouver motivo para o não fornecimento das informações. Inteligência dos artigos5º, XXXIII e 37, da CF. 2. Sentença confirmada.

1. RELATÓRIO.

Trata-se de remessa necessária decorrente da r. sentença que concedeu asegurança, para determinar à Autoridade Coatora que forneça à Impetrante aclassificação final dos candidatos, as notas pelos mesmos obtidas nas provas delíngua portuguesa e títulos do concursos regrado pelo Edital nº 001/09 para ocargo de psicologia para a Prefeitura de Atílio Vivácqua, bem como cópiaespecífica do documento onde foram apresentados os títulos da Impetrante. As partes não apresentaram recurso voluntário, embora devidamente intimadasconforme certidão de fls. 58, v.Em fundamentado parecer, o Douto Procurador de Justiça Cível opinou peladesnecessidade de intervenção ministerial. É o relatório. Passo à análise, com fundamento no art. 557 do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O MM. Magistrado de primeiro grau de jurisdição atuou com presteza, aplicandoo entendimento consolidado nos tribunais superiores de que todos têm o direitode receber informações dos órgão públicos de seu interesse, conforme aduz o art.5º, XXXIII da CF, bem como garantiu a publicidade dos atos da administração,nos termos do art. 37 da CF.Entende-se dessa forma pois concedeu a ordem para que a Impetrante recebesseinformações referentes às suas notas, seus documentos e classificação doconcurso, pois não havia motivo para a recusa do fornecimento dos dados. Em assim sendo, mantém-se irretocável a r. sentença de primeiro grau.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, CONFIRMO a r. sentença, nos termos da fundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 17 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JR.Relator

86- Apelação Civel Nº 30100066593LINHARES - 2ª VARA CÍVEL E COMERCIALAPTE BV FINANCEIRA S/A CFI Advogado(a) LIVIA MARTINS GRIJOAPDO EDSON APARECIDO DA SILVA RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 30100066593

RELATOR: DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JRRECORRENTE: BV FINANCEIRA S/A CFI.ADVOGADO: LÍVIA MARTINS GRIJÓ.RECORRIDO: EDSON APARECIDO DA SILVA.JUIZ DE DIREITO: LEONARDO MANNARINO TEIXEIRA LOPES.

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.ABANDONO DE CAUSA. INTIMAÇÃO PESSOAL DA PARTE. INÉRCIA.EXTINÇÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.1. O processo deve ser extinto sem resolução do mérito quando a parte, intimadapessoalmente para impulsionar o feito, mantém-se inerte. A medida prescinde derequerimento do réu quando efetivada antes da citação ou, ainda, quandoinexistente qualquer manifestação da parte contrária nos autos. Precedentes STJ.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

A instituição BV FINANCEIRA S/A CFI interpôs Apelação Cível porinconformada com a r. sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensãoproposta por abandono de causa.Aduziu, em síntese, a impossibilidade de extinção da demanda de ofício nostermos do art. 267, III, do CPC, pois a todo momento, diligenciou a fim delocalizar o recorrido. Pretende, pois, o provimento do recurso com a reforma da r.sentença, para que a demanda tenha o seu regular processamento.É o relatório. Decido, com base no art. 557, do CPC, por se tratar de matériaconsolidada na jurisprudência.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

A controvérsia consiste na extinção da demanda por abandono de causa.Pois bem.Sobre o assunto, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a extinçãodo processo por desídia da parte depende de intimação pessoal, entretantoprescinde de requerimento do réu quando pendente a angularização processualou, ainda, quando o Demandado devidamente citado se mantém inerte noprocesso. Nestas hipóteses, afasta-se a aplicabilidade do enunciado 240, daSúmula daquela Corte. Nesse sentido:

RECURSO ESPECIAL - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTODE MÉRITO EM RAZÃO DO ABANDONO DA CAUSA - INTIMAÇÃODA PARTE AUTORA PARA, NO PRAZO DE 48 HORAS, PROMOVER OPROSSEGUIMENTO DO FEITO - INTIMAÇÃO PELA VIA POSTAL -POSSIBILIDADE, SE EFETIVAMENTE ATINGIR SEU DESIDERATO -PESSOA JURÍDICA - RECEBIMENTO NO ENDEREÇO CONSTANTEDO CONTRATO SOCIAL E DA PETIÇÃO INICIAL, AINDA QUE NÃOSEJA NA PESSOA DE SEUS REPRESENTANTES LEGAIS -POSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA -REQUERIMENTO DO RÉU - DESNECESSIDADE - AUSÊNCIA DEFORMAÇÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL ENTRE AS PARTES -INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO N. 240/STJ - RECURSO NÃOCONHECIDO. I - Partindo-se do pressuposto de que é válida a intimação pelavia postal a fim de cientificar o autor acerca da necessidade de promover oprosseguimento do feito, desde que atinja tal desiderato, e considerando não semostrar crível que a carta devidamente encaminhada ao endereço daempresa-autora constante de seu estatuto social e da petição inicial, ainda que nãorecebida por seus representantes legais, não tenha chegado ao conhecimentodestes, tem-se por atendida a exigência prevista no artigo 267, § 1º, do CPC; II -Reputando-se válida a intimação e remanescendo a autora da ação inerte, aextinção do feito, em que não restou conformada a relação processual com o orarecorrido, era mesmo a medida de rigor. Ressalte-se, assim, que, em se tratando deação de busca e apreensão em que o réu não foi citado, a extinção do feito, deofício pelo magistrado, prescinde da manifestação do réu. Afasta-se, por isso, aincidência, na espécie, do enunciado n. 240/STJ. III - Recurso especial nãoconhecido. (REsp 1094308/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRATURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 30/03/2009)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. INÉRCIADO EXEQÜENTE. ABANDONO DA CAUSA. EXTINÇÃO DE OFÍCIO.EXIGÊNCIA DE REQUERIMENTO DO EXECUTADO. SÚMULA

221 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 228: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

240/STJ. INAPLICABILIDADE. EXECUTADO QUE, EMBORA CITADO,NÃO EMBARGOU A EXECUÇÃO.1. É possível a extinção do processo de execução fiscal com base no art. 267, III,do CPC, por abandono de causa, já que se admite a aplicação subsidiária doDiploma Processual Civil em tal caso.Precedentes.2. A Súmula 240/STJ não se aplica aos casos de execução não embargada, tendoem vista que "o motivo de se exigir o requerimento da parte contrária pelaextinção do processo decorre, em primeiro lugar, da própria bilateralidade daação, no sentido de não ser o processo apenas do autor", ou seja, "é tambémdireito do réu, que foi acionado judicialmente, pretender desde logo a solução doconflito". Tratando-se de execução não-embargada, "o réu não tem motivo paraopor-se à extinção do processo" (REsp 261.789/MG, 4ª Turma, Rel. Min. Sálviode Figueiredo Teixeira, DJU de 16.10.00).3. Recurso especial não provido.(REsp 820.752/PB, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,julgado em 19/08/2008, DJe 11/09/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.FAZENDA NACIONAL. EXTINÇÃO DO FEITO POR ABANDONO DECAUSA. APLICAÇÃO DO ART.267, III, DO CPC. POSSIBILIDADE. SÚMULA 240/STJ. AFASTAMENTONA ESPÉCIE. EXECUÇÃO NÃO-EMBARGADA.1. Entendimento desta Corte no sentido de que "a inércia da Fazenda exeqüente,uma vez atendidos os artigos 40 e 25, da Lei de Execução Fiscal e regularmenteintimada com o escopo de promover o andamento da execução fiscal, impõe aextinção do feito sem julgamento do mérito" (REsp 770.240/PB, Rel. Min. LuizFux, Primeira Turma, DJ de 31.5.2007).2. Na espécie, tratando-se de execução não-embargada, afasta-se a aplicação daSúmula 240/STJ a fim de dispensar o requerimento do réu para extinção do feito.Precedentes: (AgRg no REsp 644885/PB, Relator(a) Ministro HUMBERTOMARTINS, DJe 08/05/2009; REsp 1057848/SP, Relator(a) Ministro TEORIALBINO ZAVASCKI, DJe 04/02/2009; REsp 795.061/PB, Rel. MinistroMAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 16/09/2008REsp 770.240/PB, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ31.05.2007) 2. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1093239/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 15/10/2009RT vol. 891 p. 265)

E, ainda: REsp 1057848/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 04/02/2009; AgRg no REsp889.752/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDATURMA, julgado em 09/09/2008, DJe 13/10/2008.

No caso em julgamento, a empresa Apelante fora regularmente intimada paraimpulsionar o feito, tendo se mantido inerte, o que implicou a correta extinção doprocesso sem resolução do mérito. De fato, a teor da certidão de fls. 42, oadvogado da instituição financeira fora intimado em 17.11.2010 para cumprirdiligência determinada pelo juízo, entretanto deixou escoar o prazo.Na sequência, consoante Aviso de Recebimento acostado às fls. 45-v/46 em10.02.2011, a empresa foi intimada pessoalmente para dar andamento aoprocesso, mas não se pronunciou no prazo legal, justificando a prolação da r.sentença.Dessa forma, a r. sentença deve ser mantida, haja vista a inércia da empresa, bemsuperior a 30 (trinta) dias e, ainda, a inexistência de argumentos capazes deinfirmar a conclusão.

3. DISPOSITIVO.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação.Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 20 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

87- Apelação Civel Nº 12090017000CARIACICA - 1ª VARA CÍVELAPTE ALFA ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A Advogado(a) EDNEIA VIEIRAAPDO TRANSMECAL TRANSPORTES E MEC ANICA CALENZANILTDA Advogado(a) KELLY ANNA PEREIRA DE ALMEIDARELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 12090017000

RELATOR: DES. DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: ALFA ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A

ADVOGADO: EDNEIA VIEIRARECORRIDO: TRANSMECAL TRANSPORTES E MECANICACALENZANI LTDAMAGISTRADO: ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA DUTRA

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃODE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL. EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORA VERIFICADA IN STATUASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. INVALIDADE.JURISPRUDÊNCIA TJES E STJ. RESSALVA PESSOAL DO RELATOR.RECURSO DESPROVIDO.1. A jurisprudência do STJ exige a notificação extrajudicial válida para oprocessamento da ação de busca e apreensão e da ação de reintegração de posseajuizada com base em contrato de arrendamento mercantil.2. Ressalva do entendimento pessoal do relator, no sentido de que a citação válidaconstitui em mora o devedor, na forma do art. do CPC, sendo que a notificaçãoextrajudicial constitui exclusivamente requisito para a tutela de urgência. Dessemodo, a previsão da Súmula 72/STJ direciona-se à tutela de urgência. 3. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

ALFA ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A interpôs Apelação Cível porinconformado com a r. sentença que extinguiu a Ação de Reintegração de Posseajuizada pela instituição financeira sem julgamento do mérito, tendo em vista airregularidade da notificação extrajudical da devedora. Aduziu, em síntese, que a demanda foi ajuizada em conformidade com a legislaçãoaplicável, inclusive quanto a notificação extrajudicial necessária à comprovação damora. Nesses termos, requereu o provimento do recurso com a reforma dojulgado de origem.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de 1º grau fundamentou a extinção do processo sem resolução do méritopor ausência de pressuposto de constituição e validade do processo, tendo emvista a não comprovação da mora pelo credor Demandante. Ressaltou, ainda, airregularidade da notificação extrajudicial realizada pela empresa em razão daviolação ao princípio da territorialidade. Senão vejamos.

2.1. ENTENDIMENTO DO RELATOR.

Como já tive a oportunidade de me manifestar em outros processos semelhantes,tenho opinião particular acerca da matéria. Explico.A controvérsia diz respeito à validade da constituição de devedor em mora,promovida através de notificação extrajudicial expedida por cartório situado emcomarca diversa daquela em que o devedor é domiciliado.Pois bem.Em decisão recente prolatada nos autos da Medida Cautelar em Mandado deSegurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoliafirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, de LIMONGI,WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendoCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e do CONSELHEIRO RELATORDO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No 0001261-78.2010.2.00.0000, no qual seexpõe e requer o seguinte:a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010,determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todo o País obedeçamao princípio da territorialidade”, o que implica dizer que “somente realizemnotificações dentro dos limites territoriais das respectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido de Providências no0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado pelo INSTITUTO DE REGISTRO DETÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003, com sede noMunicípio de São Paulo, tendo em seu objeto societário a cobrança extrajudicial ejudicial de valores, o que implica a necessidade de utilização de serviçoscartorários;d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se de alguns cartórios, emdetrimento de outros, por força de sua maior especialização e estrutura técnicamais adequada ao processo de cobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta e oito horas; seaplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado para cinquenta e quatro dias;

222 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

Page 229: EDIÇÃO Nº 4067 ANO XV DIÁRIO DA JUSTIÇAdiario.tjes.jus.br/2011/20110705.pdf10041285, Danubia Santana Bermond, 7.33 / 10056208, Dario Javier Sobreira Bujan, 9.94 / 10070850, Dayane

f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartórios que sequer temtelefone, muito menos serviço de internet ou meios tecnológicos para recebernotificações extrajudiciais por via eletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamente autuado comotal, pois originariamente o INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJuma “reclamação para garantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento, pois areclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e, na espécie, houveexclusiva determinação no sentido de respeito à divisão territorial em face doTribunal de Justiça do Espírito Santo, sem possibilidade de extensão a outrasunidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, na medida em que oprocedimento adotado no Espírito Santo, para sua replicação em outros Estados,demandaria a observância de requisitos formais (audiência pública; recebimentode manifestação dos cidadãos, dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seuartigo 130 afirma serem registrados nos domicílios das partes contratantes apenasos atos indicados em seus artigos 128 e 129, o que exclui o ato de notificaçãoextrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece a obrigatoriedade daadoção do critério da territorialidade: “O comando legal é no sentido de que oOficial pode requisitar a atuação de oficiais de registro em outros municípios,patente assim o caráter de faculdade e não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio da territorialidadeapenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis das Pessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartas precatóriasextrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão, orientada pela busca daceleridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamento da segurança,os efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo, com anulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheiro relator do CNJ,que adveio de provocação do INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil,consubstanciada em “reclamação para garantia das decisões”, comoexpressamente alude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, por meio de AutoCircunstanciado de Inspeção Preventiva, realizado no Estado do Espírito Santo,identificou que, na Comarca de Cariacica, o Registro de Títulos e Documentosexpedia notificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essa conduta,como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dos demais registradores detítulos e documentos do país, implanta concorrência predatória que podeinviabilizar o serviço de títulos e documentos de outras comarcas que obedecemao valor dos emolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira que deveser preservada para todas as unidades dos serviços e ofende frontalmente oestabelecido na regra legal prescrita no art. 160 da Lei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentido de que sepublicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos e Documentos para queparalisassem o encaminhamento de notificações extrajudiciais diretamente aosdestinatários, que não possuíssem domicílio no território das respectivasdelegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendo recebido o número0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída, por prevenção, ao ConselheiroLeomar Barros Amorim de Sousa. A autoridade impetrada determinou fossem osTribunais de Justiça instados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, de cujo teor se extraique a maioria desses órgãos judiciários possui normas internas vedando aexpedição de notificações para além dos limites territoriais das comarcasrespectivas. É esse o caso dos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, SantaCatarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, Minas Gerais,Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Paraíba,Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaram que não possuem normasdisciplinando a matéria, desconhecem as práticas de seus cartórios ou nãoofereceram subsídios conclusivos sobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único a fundamentarexpressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios de Títulos e Documentoso princípio da territorialidade.

A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático, apresentou as razõesabaixo sintetizadas:a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada, por meio deoutras provocações, no Pedido de Providências no 642, quando ficouexpressamente declarada a ilegalidade da prática dos registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo de proceder a notificações extrajudiciais porvia postal para municípios de outros entes federados, bem assim no Auto

Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no127/2009), onde também se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo, enquanto a segunda foi relativa tão somenteaos homólogos do Estado do Espírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no Auto Circunstanciado deInspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “não obstante ter declarado queo princípio da territorialidade fosse observado pelos registradores de todo o País,não providenciou a intimação de todos os Tribunais Estaduais do teor da decisão,razão pela qual determinei a intimação destes para que não haja equívocos quandodo cumprimento por todos os registradores de títulos e documentos.”;d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ.Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto.2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios, alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridade impetrada de quefoi satisfeito o contraditório, muito menos é correto seu entendimento de que épossível, em outro procedimento, estender a eficácia de decisões de caráter interpartes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vem sendo objetode normatização específica, no âmbito da competência de cada um dos Tribunaisde Justiça, com a majoritária orientação no sentido de se proibir as notificaçõesextrajudiciais de caráter extraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado doParaná, que diverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editou regras ecumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido de Providências é, aomenos por agora, de baixa densidade jurídica. Há pouca influência desse ato, que,em princípio, revela desapego um tanto exagerado pelas formalidades processuais,em relação ao efeito jurídico da decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciais emdetrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciação nesta sede,porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza das notificaçõesextrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidos em juízo, que guardamestrita conexão com o contraditório e a distribuição territorial da jurisdição, o que,neste último caso, demanda a observância das regras de divisão de competência,com seus efeitos reflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nascélebres lições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientifica a outremum fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução ao Direito Civil.Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1998.p. 256). Não se forma uma relação bilateral entre notificante e notificado pelamera expedição do ato notificatório. Se for resistida a pretensão do notificante, asolução do conflito dar-se-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regrasterritoriais (ou, excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual –ou à competência hierárquica). Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas, ostensivas deaspectos de índole formal.Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão central deste writ ofmandamus. Uma interferência do STF, que desfizesse dessa legítima produçãonormativa pelos Tribunais locais, só criaria efeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, no entanto, nãopossui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimento adotado pelo relatorConselheiro Leomar Barros Amorim de Souza extrapolou os limites de suaatuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dar eficácia extensiva econtra terceiros, sem prévio contraditório e sem os necessários atos de audiênciabilateral ou plurilateral, a decisões específicas advindas de outros feitosadministrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiça com arealização de atos tendentes à realização do contraditório.Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo do procedimento, o queimplica a necessidade de deferimento da liminar pretendida, o que se faz, todavia,com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedido de Providências no642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo(Portaria no 127/2009) permanecem intactos. A impetração contra esses não se

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dirigiu, nem o poderia, sob pena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto dequalquer impugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário, ter-se-ia, pormeios indiretos, a transformação desta segurança em remédio contra todos osatos anteriores do CNJ relativos ao princípio da territorialidade nas serventias detítulos e documentos. Pelos limites objetivos e subjetivos da demanda, isso não épossível.O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidade normativa dosTribunais de Justiça, os quais, como visto, em sua maioria, já cuidaram doproblema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome da observância deprincípios formais que possuem inequívoca relevância no quadro constitucional,mormente quando suportam o contraditório, o devido processo legal e aimpossibilidade de supressão de direitos sem sua prévia observância. Nada alémdisso e sem qualquer compromisso com a questão de fundo, cujaconsubstanciação, ao meu ver, ocorreu ainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que de relevo para este eoutros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norte-americana, a teoria daautocontenção e a teoria minimalista, segundo as quais, com as respectivasdiferenciações, as Cortes Constitucionais devem optar, muitas vezes, pelo“silêncio eloquente”, decidindo menos para decidir melhor, e reservando aosespaços de deliberação democrática a necessária autonomia para resolver osconflitos sociais e jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientaçõesideológicas antagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), de notóriasconvicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time: judicial minimalismon the Supreme Court. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999.passim), o jurista mais influente do Partido Democrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formas de minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não só por deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem a convergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o Congresso Nacional,em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição à atividade legislativa daprimazia na busca de soluções para situações de normatização ambígua, aoexemplo do que parece ser a relativa ao princípio da extraterritorialidade. Se esseminimalismo vale para o STF, é de ser ponderado se não deve ser tambémacatado pelo CNJ, especialmente quando há legitimidade nomogenética pelosTribunais locais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que o impetrante, demodo técnico e documentadamente, provou os efeitos da não-utilização dasserventias extrajudiciais em suas atividades. Ampliar-se o prazo de ultimação dosprocedimentos notificatórios para cinquenta e quatro dias é algo que efetivamentelhe trará custos e poderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspender os efeitos da decisãomonocrática da autoridade impetrada, ressalvada a eficácia do que decidido peloCNJ no Pedido de Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assim quaisquer outrosatos normativos daquele colegiado, não alcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se. Brasília, 27 de abril de 2010. Ministro DIAS TOFFOLI Relator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório detítulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.

No caso dos autos, a devedora, empresa com sede em em Cariacica - ES, foinotificada extrajudicialmente por meio do Cartório do 1º Ofício da 2ª Zona daSerra - ES, conforme demonstram os documentos acostados aos autos.A inobservância do princípio da territorialidade torna inválida a notificaçãoextrajudicial da parte, promovida com o objetivo de constituí-la em mora.Todavia, importa registrar que a constituição do devedor em mora pode seefetivar tanto através da notificação extrajudicial, quanto através da citação,conforme dispõe o artigo 219 do CPC. Verbis:Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e fazlitigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui emmora o devedor e interrompe a prescrição [destaquei].

Assim, a citação válida tem o condão de suprir a ausência de notificação prévia.Partindo dessa premissa, a notificação prévia passa a ter outra função: a depermitir ao devedor o pagamento do débito antes que o veículo seja retomado porintermédio de cumprimento de decisão judicial.Nessa ordem de ideias, é possível concluir que: (i) se o devedor for notificadoregularmente antes da propositura da demanda, então o juiz pode determinar a

retomada do veículo POR MEIO DE LIMINAR; (ii) se o devedor não foinotificado previamente ou a notificação realizada é irregular, ainda assim o credorpoderá propor a demanda, mas a retomada do veículo SOMENTE poderáocorrer EM SENTENÇA, e NÃO LIMINARMENTE, uma vez que haverá anecessidade de oportunizar ao devedor o cumprimento da obrigação, no prazoque se inicia a partir da citação.Nessa linha interpretativa, assegura-se a função da notificação prévia: impedir aRETOMADA do bem (e não a propositura da demanda) sem assegurar aodevedor a possibilidade de adimplemento contratual.Esse raciocínio parece-me adequado, pois a notificação prévia não pode serentendida como condição da ação ou pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular do processo – em que pese aos respeitáveisentendimentos em sentido contrário – e, por isso, não há como prosperar oentendimento exposto na sentença recorrida, que extinguiu o processo semresolução de mérito, por considerar inválida a constituição da devedora em mora.Ademais, importante mencionar o entendimento consolidado no STJ de que amora na alienação fiduciária constitui-se ex re. Ilustrativamente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. BUSCA EAPREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE.I- De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se exre nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez nãopaga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deveráser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório deTítulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.II- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o protesto dotítulo efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que o devedorencontra-se em lugar incerto, o que não ocorreu no presente caso, conformeconsta do acórdão recorrido. Agravo improvido (AgRg no Ag 992301/RS,Relator Ministro SIDNEI BENETI, DJe 11/09/2008).

Ou seja, a simples falta de pagamento caracteriza a mora do devedor. Acomprovação da mora, por sua vez, geralmente é presumida com a notificaçãoextrajudicial válida ou com o protesto. Mas se não for comprovada, nem por issoa ação é inviável. Nesse caso, a mora pode ser demonstrada durante a instruçãoprocessual (em verdade, o fato negativo não se prova, cabendo à parte contráriaprovar o pagamento). Principalmente se reconhecermos que ela ocorre ex re,conforme a jurisprudência pacífica do STJ.E mais. Mesmo a presunção da mora gerada pela notificação não é absoluta. Opagamento é fato extintivo do direito do autor. E, na forma do art. 333, II, doCPC, o ônus é do Requerido na demanda. Logo, mesmo que exista a notificação,o Requerido pode comprovar o pagamento, durante a instrução do processo.Nesse contexto interpretativo, não vejo como reconhecer que a falta dacomprovação da mora pela notificação torna inviável a demanda de busca eapreensão.Sem mencionar, como fiz anteriormente, que a citação válida constitui em mora odevedor. Ora, se a citação é suficiente para caracterizar a mora e se o STJ jáconsolidou que a mora na alienação fiduciária é ex re, então a citação válida, nomínimo, deve ser admitida como suficiente em substituição da notificaçãoextrajudicial. A utilidade da efetiva notificação ficará adstrita à tutela de urgência.Por fim, importante ressaltar que os fundamentos ora expostos não implicamdiscordância com as disposições do Ofício Circular nº 019/2010 expedido pelaCorregedoria de Justiça deste Estado e, tampouco, aos efeitos da decisão doConselho Nacional de Justiça no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado doEspírito Santo (Portaria no 127/2009) permanecem intactos. Como destaquei anteriormente, reconheço a ilegalidade da notificaçãoextrajudicial realizada com a violação ao princípio da territorialidade. Entretanto,entendo, como dito, que a ausência da notificação, ou mesmo sua irregularidade,não determina a extinção da demanda, mas tão somente o indeferimento daretomada liminar do bem, nos termos supramencionados.Ademais, a orientação da Corregedoria Geral de Justiça deste Estado apenasrecomenda aos magistrados que prestigiem e zelem pelo princípio daterritorialidade nas ações que requeiram a comprovação da mora do devedor. Oórgão não determina, pois, que as demandas desprovidas da referida notificaçãoou que apresentem o documento de forma irregular, sejam extintas, a despeito daconclusão do juízo a quo.

2.2. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.

Não obstante o entendimento pessoal deste Relator sobre o assunto tratado nosautos, a jurisprudência tanto do Colendo Superior Tribunal de Justiça, quantodeste Egrégio Tribunal de Justiça sedimentaram orientação em sentido diverso. Nesse contexto, ambas as Cortes entendem que a notificação extrajudicial inválidaimpede o processamento da Ação de Busca e Apreensão e da Ação deReintegração de Posse fundada em contrato de arrendamento mercantil,implicando extinção das demandas, haja vista a deficiência da comprovação damora do devedor, consoante ilustram os precedentes que originaram a Súmula nº72 da Corte Superior (REsp 16242 SP 1991/0023064-2 Decisão: 31/08/1992 DJDATA:21/09/1992; REsp 13959 SP 1991/0017518-8 Decisão:29/10/1991; DJ

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DATA:02/12/1991; REsp 3900 RS 1990/0006327-2 Decisão:11/09/1990; DJDATA:09/10/1990).Em reforço, destaco decisões monocráticas recentes proferidas no C. STJ nomesmo sentido, a saber: RECURSO ESPECIAL Nº 1.099.258 - RS(2008/0228350-2), RELATOR: MINISTRO PAULO DE TARSOSANSEVERINO, 26/04/2011; RECURSO ESPECIAL Nº 1.244.585 - SC(2011/0063789-0), RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDA, 05/05/2011.E, ainda, precedentes de todas as Câmaras Cíveis deste E. TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E DL 911/69 - BUSCA E APREENSÃO -EMENDA DA INICIAL - INÉRCIA DO AUTOR - FALTA DECOMPROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR CARTÓRIO FORA DO ÂMBITODE SUA DELEGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO -RECURSO IMPROVIDO. 1) Cabível, in casu, a extinção do processo semresolução do mérito por não promover a parte autora a juntada de documentoindispensável ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, configurado pelanotificação extrajudicial perpetrada por Cartório de Títulos e Documentos comâmbito de delegação na circunscrição do devedor. 2) Recurso Improvido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso. Vitória, ES, em 18 de janeiro de 2011. PresidenteRelator Procurador de Justiça(TJES, Classe: Apelação Civel, 24080278252, Relator: WILLIAM COUTOGONÇALVES, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 01/02/2011, Data da Publicação no Diário: 19/04/2011)

CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - COMPROVAÇÃO DA MORA -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - PRESSUPOSTO DEADMISSIBILIDADE ESPECÍFICO DA DEMANDA - art. 3°, do Decreto-leinº 911/69 - CARTÓRIO SITUADO EM COMARCA DIVERSA DODEVEDOR - Provimento nº 027/2009 da Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo QUE alterou o art. 341 do código de normas proibindoessa prática - art. 9º da lei nº 8.935/1994 - NOTIFICAÇÃO INOPERANTEporquanto realizada após a alteração do código de normas - remansosajurisprudência do tjes - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 -Ressalvado posicionamento pessoal, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiçase firmou no sentido da invalidade da notificação realizada por cartório situadoem comarca diversa da do devedor, especialmente após o advento do Provimentonº 027, de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo, que alterou o disposto no art. 341, do Código deNormas. Nesse sentido: Apelação Civel nº 24080025794, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 30/11/2010, Data da Publicação no Diário: 23/02/2011; ApelaçãoCivel nº 24100126481, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DAGAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:25/01/2011, Data da Publicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº24100048107, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/01/2011, Data daPublicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº 24070080163, Relator:NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data da Publicação noDiário: 14/02/2011; Agravo Interno na Apelação Cível nº 48070060941, Relator:CARLOS ROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2010, Data da Publicação no Diário:03/12/2010; Agravo Interno na Apelação Cível nº 35100801089, Relator:MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 27/09/2010, Data da Publicação no Diário:09/11/2010. 2 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados ediscutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA aEgrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas queintegram este julgado, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recursoe NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator.Vitória(ES),31 de maio de 2011. DES. PRESIDENTE DES. RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 12100113161,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 31/05/2011, Data daPublicação no Diário: 07/06/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE APELAÇÃONÃO RECEBIDO. SÚMULA IMPEDITIVA. CPC, ART. 518, §1º. AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SÚMULA 72DO STJ. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA NA SENTENÇA. RECURSOPROVIDO. 1. Para a aplicação do disposto no artigo 518, § 1º, do CPC, énecessária a perfeita adequação da sentença ao enunciado de súmula do SupremoTribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 2. A súmula n. 72/STJenuncia que ¿a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do

bem alienado fiduciariamente¿, mas não trata da forma como a comprovação damora deve ser feita. 3. Recurso conhecido e provido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 48119000254, Relator: DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 24/05/2011, Data da Publicação no Diário: 31/05/2011)

AGRAVO INTERNO - BUSCA E APREENSÃO - NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL - CARTÓRIO DE COMARCA DIVERSA DODOMICÍLIO DO DEVEDOR - PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE -LEI DE REGISTROS PÚBLICOS - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - RECURSO IMPROVIDO. I - A ECnº 45/04, instituiu, como órgão do Poder Judiciário, o Conselho Nacional deJustiça, concedendo-lhe a atribuição de zelar pela observância do art. 37/CF eapreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativospraticados por membros ou órgão do Poder Judiciário, nos moldes do inciso II, §4º do art. 103-B da Constituição Federal. II. A Portaria nº 127 do ConselhoNacional de Justiça, da mesma forma que o Procedimento de ControleAdministrativo nº 642, veio, apenas, aplicando a regra que lhe fora outorgadaconstitucionalmente de zelar pela observância do art. 37/CF, relativa a legalidadedo ato administrativo, determinar o cumprimento da Lei de Registros Públicos(Lei 6.015/73), lei de cunho nacional ou natureza federativa. III - Desta forma, aaplicação do Princípio da Territorialidade também foi exigido do Poder Judiciáriodeste Estado, Portaria nº 127, no Auto Circunstanciado de Inspeção Preventiva,que à evidência, como decisão administrativa interpretativa do art. 9º da Lei nº8.935/94, legislação que regulamentou o art. 236 da Constituição Federal,dispondo sobre serviços notariais e de registro (Lei dos cartórios), trouxe comoilegal a notificação extrajudicial praticada pelo registrador quando o interessadoresidir fora do município de sua sede. IV - Ao que se vê, e é impossível concluirde outra forma, a prática de ato do tabelião fora do âmbito de sua delegação (art.9º da Lei nº 8.935/94), ou ato efetuado por cartório de comarca distinta dodomicílio das partes contratantes (art. 130 da Lei nº 6.015/73), sempre foracomportamento vedado pelo ordenamento jurídico. V - Diante desse consignadoexternado, não há que se falar em afronta ao art. 5º, XXXVI da CF, e ao art. 6º daLICC, eis que, in casu, não se verifica qualquer direito adquirido, muito menosexistência de ato jurídico perfeito, posto que a notificação realizada em comarcaestranha ao domicílio do devedor não é albergada pelo ordenamento jurídico. VI -A jurisprudência atual, acompanhada por este E. Tribunal de Justiça, é assente nosentido de que a notificação extrajudicial expedida por cartório de comarca diversado domicílio do réu é inválida, não sendo instrumento hábil a comprovar a mora,logo, não constituindo o requisito para propositura da ação de busca e apreensão,conforme dispõe o Decreto-Lei 911/69. VII - Recurso improvido.(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 49100052650,Relator: MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTACÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 16/05/2011, Data da Publicação noDiário: 27/05/2011)

Dessa forma, em razão do entendimento sufragado anteriormente, acompanho aorientação deste E. TJES e do C. STJ, no sentido de manter a extinção dademanda originária, sobretudo para manter coerência acerca da matéria,entretanto com a ressalva pessoal supramencionada.

3. DISPOSITIVO.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos termos dafundamentação. Intimem-se. Publique-se na íntegra.Vitória (ES), 20 de junho de 2011.

Desembargador SAMUEL MEIRA BRASIL JRRelator

88- Apelação Civel Nº 35090054798VILA VELHA - 5ª VARA CÍVELAPTE B. V. FINANCEIRA S/A CFI Advogado(a) CARLOS FELYPPE TAVARES PEREIRAAdvogado(a) EDUARDO GARCIA JUNIORAPDO LEANDRO ROBERTO COIMBRA KENUPE RELATOR DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 35090054798

RELATOR: DES. DES. SAMUEL MEIRA BRASIL JR.RECORRENTE: BV FINANCEIRA S/A ADVOGADO: EDUARDO GARCIA JUNIOR E OUTRORECORRIDO: LEANDRO ROBERTO COIMBRA KENUPEMAGISTRADO: MOACYR C. DE F. CÔRTES

DECISÃO MONOCRÁTICA

EMENTA. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE BUSCA EAPREENSÃO. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. MORA

225 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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VERIFICADA IN STATU ASSERTIONIS. NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL. JURISPRUDÊNCIA TJES E STJ. RESSALVA PESSOALDO RELATOR. RECURSO DESPROVIDO.1. O STJ exige a notificação extrajudicial válida para o processamento da ação debusca e apreensão e da ação de reintegração de posse ajuizada com base emcontrato de arrendamento mercantil2. Ressalva do entendimento do relator, no sentido de que a citação válidaconstitui em mora o devedor. Com base nesta premissa, a notificação extrajudicialconstitui requisito apenas para a tutela de urgência.2. Recurso desprovido.

1. RELATÓRIO.

BV FINANCEIRA S/A interpôs Apelação Cível por inconformada com a r.sentença que extinguiu a Ação de Busca e Apreensão ajuizada pela instituiçãofinanceira sem julgamento do mérito, tendo em vista a irregularidade danotificação extrajudical do devedor. Aduziu, em síntese, que a Ação de Busca e Apreeñsão foi ajuizada emconformidade com a legislação aplicável, inclusive quanto a notificaçãoextrajudicial necessária à comprovação da mora. Nesses termos, requereu oprovimento do recurso com a reforma do julgado de origem.Sem contrarrazões.É o relatório. Decido, com fundamento no art. 557, do CPC.

2. FUNDAMENTAÇÃO.

O juízo de 1º grau fundamentou a extinção do processo sem resolução do méritopor ausência de pressuposto de constituição e validade do processo, tendo emvista a não comprovação da mora pelo credor Demandante. Ressaltou, ainda, airregularidade da notificação extrajudicial realizada pela empresa em razão daviolação ao princípio da territorialidade. Senão vejamos.

2.1. ENTENDIMENTO DO RELATOR.

Como já tive a oportunidade de me manifestar em outros processos semelhantes,tenho opinião particular acerca da matéria. Explico.A controvérsia diz respeito à validade da constituição de devedor em mora,promovida através de notificação extrajudicial expedida por cartório situado emcomarca diversa daquela em que o devedor é domiciliado.Pois bem.Em decisão recente prolatada nos autos da Medida Cautelar em Mandado deSegurança nº 28772, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoliafirmou que, em relação ao Estado do Espírito Santo, permanece hígida adeterminação do Colegiado do Conselho Nacional de Justiça acerca daaplicabilidade do princípio da territorialidade aos atos notariais, inclusive àsnotificações extrajudiciais. Nesse sentido:

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, de LIMONGI,WIRTHMANN VICENTE E BRUNI ADVOGADOS S/S em face do colendoCONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e do CONSELHEIRO RELATORDO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS No 0001261-78.2010.2.00.0000, no qual seexpõe e requer o seguinte:a) a autoridade impetrada, por meio de decisão monocrática de 12/4/2010,determinou que “os oficiais de Títulos e Documentos de todo o País obedeçamao princípio da territorialidade”, o que implica dizer que “somente realizemnotificações dentro dos limites territoriais das respectivas circunscrições”;b) essa medida foi tomada em procedimento de Pedido de Providências no0001261-78.2010.2.00.0000, apresentado pelo INSTITUTO DE REGISTRO DETÍTULOS E DOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL;c) o impetrante é escritório de advocacia constituído desde 2003, com sede noMunicípio de São Paulo, tendo em seu objeto societário a cobrança extrajudicial ejudicial de valores, o que implica a necessidade de utilização de serviçoscartorários;d) de molde a otimizar seus serviços, o impetrante vale-se de alguns cartórios, emdetrimento de outros, por força de sua maior especialização e estrutura técnicamais adequada ao processo de cobrança adotado pelo autor;e) o modelo de cobrança do impetrante é concluído em quarenta e oito horas; seaplicada a diretiva do CNJ, esse prazo é alongado para cinquenta e quatro dias;f) a realidade das serventias brasileiras apresenta “Cartórios que sequer temtelefone, muito menos serviço de internet ou meios tecnológicos para recebernotificações extrajudiciais por via eletrônica”;g) o procedimento de pedido de providências foi indevidamente autuado comotal, pois originariamente o INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL formulou ao CNJuma “reclamação para garantia das decisões”;h) essa indevida fungibilidade implica a nulidade do procedimento, pois areclamação pressupõe a existência de decisão descumprida, e, na espécie, houveexclusiva determinação no sentido de respeito à divisão territorial em face do

Tribunal de Justiça do Espírito Santo, sem possibilidade de extensão a outrasunidades federadas;i) a decisão impugnada é ofensiva do princípio da isonomia, na medida em que oprocedimento adotado no Espírito Santo, para sua replicação em outros Estados,demandaria a observância de requisitos formais (audiência pública; recebimentode manifestação dos cidadãos, dentre outros) nas demais unidades federadas;j) a decisão do CNJ é ilegal, porque ofensiva da Lei no 6.015/1973, que em seuartigo 130 afirma serem registrados nos domicílios das partes contratantes apenasos atos indicados em seus artigos 128 e 129, o que exclui o ato de notificaçãoextrajudicial;k) o artigo 160, da Lei de Registros Públicos, não estabelece a obrigatoriedade daadoção do critério da territorialidade: “O comando legal é no sentido de que oOficial pode requisitar a atuação de oficiais de registro em outros municípios,patente assim o caráter de faculdade e não obrigação conferida ao Oficial.”l) a Lei no 8.935/1994, em seu artigo 12, limita o princípio da territorialidadeapenas aos oficiais de Registro de Imóveis e Civis das Pessoas Naturais;m) a medida do CNJ praticamente estabelece um regime de “cartas precatóriasextrajudiciais”, o que é contrário à filosofia do órgão, orientada pela busca daceleridade na prestação da Justiça;n) deve ser deferida liminar para suspender, até o final julgamento da segurança,os efeitos da decisão monocrática da autoridade impetrada;o) quanto ao mérito, a segurança há de ser concedida em definitivo, com anulidade do ato praticado.Juntados documentos.É o relatório.A impetração dirige-se contra decisão monocrática de conselheiro relator do CNJ,que adveio de provocação do INSTITUTO DE REGISTRO DE TÍTULOS EDOCUMENTOS E DE PESSOAS JURÍDICAS DO BRASIL - IRTDPJBrasil,consubstanciada em “reclamação para garantia das decisões”, comoexpressamente alude aquela entidade em seu requerimento depositado nas folhas38-42.Da leitura do mencionado petitório, extrai-se que o CNJ, por meio de AutoCircunstanciado de Inspeção Preventiva, realizado no Estado do Espírito Santo,identificou que, na Comarca de Cariacica, o Registro de Títulos e Documentosexpedia notificações extrajudiciais para qualquer município do País. Essa conduta,como se assinalou no Auto, “subtrai a competência dos demais registradores detítulos e documentos do país, implanta concorrência predatória que podeinviabilizar o serviço de títulos e documentos de outras comarcas que obedecemao valor dos emolumentos na tabela, desequilibra a autonomia financeira que deveser preservada para todas as unidades dos serviços e ofende frontalmente oestabelecido na regra legal prescrita no art. 160 da Lei de Registros Públicos (...)”O requerimento do IRTDPJBrasil, na reclamação, foi no sentido de que sepublicasse aviso a todos os oficiais de Registro de Títulos e Documentos para queparalisassem o encaminhamento de notificações extrajudiciais diretamente aosdestinatários, que não possuíssem domicílio no território das respectivasdelegações.A reclamação foi autuada como pedido de providências, tendo recebido o número0001261-78.2010.2.00.0000 e sido distribuída, por prevenção, ao ConselheiroLeomar Barros Amorim de Sousa. A autoridade impetrada determinou fossem osTribunais de Justiça instados a se pronunciar sobre o pedido do IRTDPJBrasil.Nos autos, há diversos expedientes dos Tribunais de Justiça, de cujo teor se extraique a maioria desses órgãos judiciários possui normas internas vedando aexpedição de notificações para além dos limites territoriais das comarcasrespectivas. É esse o caso dos Tribunais de Apelação do Distrito Federal, SantaCatarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Amapá, Minas Gerais,Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso.Os Tribunais de Justiça do Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Paraíba,Bahia, Acre e Amazonas, por sua vez, informaram que não possuem normasdisciplinando a matéria, desconhecem as práticas de seus cartórios ou nãoofereceram subsídios conclusivos sobre o tema.O Estado do Paraná, por seu Tribunal de Justiça, foi o único a fundamentarexpressamente a tese de que não se aplica aos Cartórios de Títulos e Documentoso princípio da territorialidade.

A decisão impetrada (fls. 217-223), de caráter monocrático, apresentou as razõesabaixo sintetizadas:a) a matéria objeto do requerimento do IRTDPJBrasil foi analisada, por meio deoutras provocações, no Pedido de Providências no 642, quando ficouexpressamente declarada a ilegalidade da prática dos registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo de proceder a notificações extrajudiciais porvia postal para municípios de outros entes federados, bem assim no AutoCircunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo (Portaria no127/2009), onde também se pontificou a ilicitude das notificações extrajudiciaisrealizadas em outros Estados;b) a primeira decisão do CNJ obrigou apenas os registradores de títulos edocumentos do Estado de São Paulo, enquanto a segunda foi relativa tão somenteaos homólogos do Estado do Espírito Santo;c) dessa forma, como assinala o relator, a decisão no Auto Circunstanciado deInspeção do Poder Judiciário do Espírito Santo, “não obstante ter declarado queo princípio da territorialidade fosse observado pelos registradores de todo o País,não providenciou a intimação de todos os Tribunais Estaduais do teor da decisão,

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razão pela qual determinei a intimação destes para que não haja equívocos quandodo cumprimento por todos os registradores de títulos e documentos.”;d) a decisão pode ter caráter liminar, dado já existir manifestação colegiada peloCNJ.Esse conjunto de elementos permite apresentar três conclusões:1. Não houve decisão de caráter erga omnes do CNJ em relação às serventiascartorárias que realizam notificações extrajudiciais. O Pedido de Providências no642, de caráter colegiado, dirigiu-se tão somente aos registradores de Títulos eDocumentos do Estado de São Paulo. O Auto Circunstanciado deu causa àPortaria no 127, de 5.6.2009, cujos limites estão adstritos ao Estado do EspíritoSanto.2. A decisão impetrada não notificou os Tribunais de Justiça com vistas acompeli-los ao cumprimento do que determinado no Pedido de Providências no642 ou na Portaria no 127, de 5/6/2009, mas simplesmente o fez para queprestassem informações sobre a situação das notificações extrajudiciais em face daterritorialidade, nas respectivas jurisdições. A maior parte dos Tribunais ofereceusubsídios, alguns deles de cunho inconclusivo.Logo, não é correta a assertiva na qual se baseou a autoridade impetrada de quefoi satisfeito o contraditório, muito menos é correto seu entendimento de que épossível, em outro procedimento, estender a eficácia de decisões de caráter interpartes para terceiros.. Na prática, o que decidido no Pedido de Providências no 642 vem sendo objetode normatização específica, no âmbito da competência de cada um dos Tribunaisde Justiça, com a majoritária orientação no sentido de se proibir as notificaçõesextrajudiciais de caráter extraterritorial. Com a ressalva expressa do Estado doParaná, que diverge frontalmente do posicionamento do CNJ e com a situaçãodúbia de outros entes, tem-se que a maior parte desses órgãos já editou regras ecumpre estritamente os ditames da territorialidade.A questão sobre a conversão da reclamação em Pedido de Providências é, aomenos por agora, de baixa densidade jurídica. Há pouca influência desse ato, que,em princípio, revela desapego um tanto exagerado pelas formalidades processuais,em relação ao efeito jurídico da decisão atacada.O mérito – a legalidade ou não das práticas cartorárias extrajudiciais emdetrimento da territorialidade – é igualmente de difícil apreciação nesta sede,porquanto esgota a própria segurança.De qualquer sorte, como apreciação lateral, anoto que a natureza das notificaçõesextrajudiciais é bem diversa dos procedimentos deduzidos em juízo, que guardamestrita conexão com o contraditório e a distribuição territorial da jurisdição, o que,neste último caso, demanda a observância das regras de divisão de competência,com seus efeitos reflexos, ao exemplo de cartas precatórias. A notificação, nascélebres lições de Orlando Gomes, nesse ponto inspirado na dogmática alemã, éum mero ato de participação, ou seja, o ato pelo qual alguém cientifica a outremum fato que a este interessa conhecer (Cf. Introdução ao Direito Civil.Atualização de Humberto Theodoro Júnior. 15 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1998.p. 256). Não se forma uma relação bilateral entre notificante e notificado pelamera expedição do ato notificatório. Se for resistida a pretensão do notificante, asolução do conflito dar-se-á pela via judicial, agora sim, seguindo-se regrasterritoriais (ou, excepcionalmente, ligadas à autonomia privada – foro contratual –ou à competência hierárquica). Remanescem, por assim, apenas as três conclusões acima expostas, ostensivas deaspectos de índole formal.Na realidade, como dito, os Tribunais de Justiça ocuparam o espaçonomogenético – e o fizeram mui bem – e regularam a questão central deste writ ofmandamus. Uma interferência do STF, que desfizesse dessa legítima produçãonormativa pelos Tribunais locais, só criaria efeitos deletérios.De outro lado, há precedente do CNJ sobre o tema, o qual, no entanto, nãopossui eficácia erga omnes. Ao meu viso, o procedimento adotado pelo relatorConselheiro Leomar Barros Amorim de Souza extrapolou os limites de suaatuação, na medida em que:a) se utilizou de um procedimento, em fase inicial, para dar eficácia extensiva econtra terceiros, sem prévio contraditório e sem os necessários atos de audiênciabilateral ou plurilateral, a decisões específicas advindas de outros feitosadministrativos;b) confundiu o mero pedido de informações aos Tribunais de Justiça com arealização de atos tendentes à realização do contraditório.Não há como se afastar a irregularidade formal ab ovo do procedimento, o queimplica a necessidade de deferimento da liminar pretendida, o que se faz, todavia,com alguns temperamentos.O primeiro é que os efeitos dos decisa colegiados no Pedido de Providências no642 e no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado do Espírito Santo(Portaria no 127/2009) permanecem intactos. A impetração contra esses não sedirigiu, nem o poderia, sob pena de decadência. Sua eficácia, que não foi objeto dequalquer impugnação judicial, é íntegra e deve ser uniformemente aceita nosrespectivos âmbitos e em relação a seus destinatários.Esse capítulo da decisão há de ser bem realçado, pois, do contrário, ter-se-ia, pormeios indiretos, a transformação desta segurança em remédio contra todos osatos anteriores do CNJ relativos ao princípio da territorialidade nas serventias detítulos e documentos. Pelos limites objetivos e subjetivos da demanda, isso não épossível.

O segundo ponto é que a decisão não interfere na legitimidade normativa dosTribunais de Justiça, os quais, como visto, em sua maioria, já cuidaram doproblema, de uma forma ou de outra.A outorga da liminar, nesse contexto, é levada a cabo em nome da observância deprincípios formais que possuem inequívoca relevância no quadro constitucional,mormente quando suportam o contraditório, o devido processo legal e aimpossibilidade de supressão de direitos sem sua prévia observância. Nada alémdisso e sem qualquer compromisso com a questão de fundo, cujaconsubstanciação, ao meu ver, ocorreu ainda no Pedido de Providências no 642.Deixo por fim, uma aproximação de cunho lateral, posto que de relevo para este eoutros casos semelhantes.Discute-se na atualidade, especialmente na dogmática norte-americana, a teoria daautocontenção e a teoria minimalista, segundo as quais, com as respectivasdiferenciações, as Cortes Constitucionais devem optar, muitas vezes, pelo“silêncio eloquente”, decidindo menos para decidir melhor, e reservando aosespaços de deliberação democrática a necessária autonomia para resolver osconflitos sociais e jurídicos. Nesse grupo de pensadores, com orientaçõesideológicas antagônicas, estão nomes como o justice Antonin Scalia (A matter ofinterpretation. Princeton: Princeton University Press, 1997. passim), de notóriasconvicções republicanas, e Cass Sunstein (One case at a time: judicial minimalismon the Supreme Court. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999.passim), o jurista mais influente do Partido Democrata na atualidade.Cass Sunstein (Op. cit., p. 259) é explícito ao afirmar que a Corte deve “dar passospequenos e reversíveis (...). Certas formas de minimalismo podem promoverobjetivos democráticos, não só por deixarem coisas por decidir, mas também porpermitirem a convergência de opiniões com o tempo e incentivarem processos dedeliberação democrática” .O prestígio aos fóruns democráticos tradicionais, como o Congresso Nacional,em relação ao caso dos autos, dá-se pela atribuição à atividade legislativa daprimazia na busca de soluções para situações de normatização ambígua, aoexemplo do que parece ser a relativa ao princípio da extraterritorialidade. Se esseminimalismo vale para o STF, é de ser ponderado se não deve ser tambémacatado pelo CNJ, especialmente quando há legitimidade nomogenética pelosTribunais locais.Convencido estou do perigo da demora, na medida em que o impetrante, demodo técnico e documentadamente, provou os efeitos da não-utilização dasserventias extrajudiciais em suas atividades. Ampliar-se o prazo de ultimação dosprocedimentos notificatórios para cinquenta e quatro dias é algo que efetivamentelhe trará custos e poderá inviabilizar a eficácia de seu modelo de atuação.Ante o exposto, defiro a liminar pretendida para suspender os efeitos da decisãomonocrática da autoridade impetrada, ressalvada a eficácia do que decidido peloCNJ no Pedido de Providências no 642 e no Auto Circunstanciado de Inspeçãono Estado do Espírito Santo (Portaria no 127/2009), bem assim quaisquer outrosatos normativos daquele colegiado, não alcançados por esta impetração.Notifique-se a autoridade impetrada, no prazo de lei.Ciência à Advocacia-Geral da União, nos termos da lei.Publique-se. Brasília, 27 de abril de 2010. Ministro DIAS TOFFOLI Relator

A Corregedoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de orientação expressano Ofício Circular nº 019/2010, dispõe que a notificação extrajudicial deve serrealizada em consonância ao princípio da territorialidade.Nesse contexto, no âmbito do Estado do Espírito Santo, é inválida a constituiçãodo devedor em mora através de notificação extrajudicial expedida por cartório detítulos e documentos de comarca diversa daquela em que é domiciliado o devedor.

No caso dos autos, o devedor, que é domiciliado em Vila Velha - ES, foinotificado extrajudicialmente pelo Cartório do 1º Ofício de Cariacica, conformedemonstram os documentos acostados aos autos.A inobservância do princípio da territorialidade torna inválida a notificaçãoextrajudicial do Apelado, promovida com o objetivo de constituí-lo em mora.Todavia, importa registrar que a constituição do devedor em mora pode seefetivar tanto através da notificação extrajudicial, quanto através da citação,conforme dispõe o artigo 219 do CPC. Verbis:Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e fazlitigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui emmora o devedor e interrompe a prescrição [destaquei].

Assim, a citação válida tem o condão de suprir a ausência de notificação prévia.Partindo dessa premissa, a notificação prévia passa a ter outra função: a depermitir ao devedor o pagamento do débito antes que o veículo seja retomado porintermédio de cumprimento de decisão judicial.Nessa ordem de ideias, é possível concluir que: (i) se o devedor for notificadoregularmente antes da propositura da demanda, então o juiz pode determinar aretomada do veículo POR MEIO DE LIMINAR; (ii) se o devedor não foinotificado previamente ou a notificação realizada é irregular, ainda assim o credorpoderá propor a demanda, mas a retomada do veículo SOMENTE poderáocorrer EM SENTENÇA, e NÃO LIMINARMENTE, uma vez que haverá anecessidade de oportunizar ao devedor o cumprimento da obrigação, no prazoque se inicia a partir da citação.

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Nessa linha interpretativa, assegura-se a função da notificação prévia: impedir aRETOMADA do bem (e não a propositura da demanda) sem assegurar aodevedor a possibilidade de adimplemento contratual.Esse raciocínio parece-me adequado, pois a notificação prévia não pode serentendida como condição da ação ou pressuposto de constituição edesenvolvimento válido e regular do processo – em que pese aos respeitáveisentendimentos em sentido contrário – e, por isso, não há como prosperar oentendimento exposto na sentença recorrida, que extinguiu o processo semresolução de mérito, por considerar inválida a constituição do Agravado em mora.Ademais, importante mencionar o entendimento consolidado no STJ de que amora na alienação fiduciária constitui-se ex re. Ilustrativamente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. BUSCA EAPREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE.I- De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se exre nas hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez nãopaga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor, que deveráser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório deTítulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.II- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o protesto dotítulo efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que o devedorencontra-se em lugar incerto, o que não ocorreu no presente caso, conformeconsta do acórdão recorrido. Agravo improvido (AgRg no Ag 992301/RS,Relator Ministro SIDNEI BENETI, DJe 11/09/2008).

Ou seja, a simples falta de pagamento caracteriza a mora do devedor. Acomprovação da mora, por sua vez, geralmente é presumida com a notificaçãoextrajudicial válida ou com o protesto. Mas se não for comprovada, nem por issoa ação é inviável. Nesse caso, a mora pode ser demonstrada durante a instruçãoprocessual (em verdade, o fato negativo não se prova, cabendo à parte contráriaprovar o pagamento). Principalmente se reconhecermos que ela ocorre ex re,conforme a jurisprudência pacífica do STJ.E mais. Mesmo a presunção da mora gerada pela notificação não é absoluta. Opagamento é fato extintivo do direito do autor. E, na forma do art. 333, II, doCPC, o ônus é do Requerido na demanda. Logo, mesmo que exista a notificação,o Requerido pode comprovar o pagamento, durante a instrução do processo.Nesse contexto interpretativo, não vejo como reconhecer que a falta dacomprovação da mora pela notificação torna inviável a demanda de busca eapreensão.Sem mencionar, como fiz anteriormente, que a citação válida constitui em mora odevedor. Ora, se a citação é suficiente para caracterizar a mora e se o STJ jáconsolidou que a mora na alienação fiduciária é ex re, então a citação válida, nomínimo, deve ser admitida como suficiente em substituição da notificaçãoextrajudicial. A utilidade da efetiva notificação ficará adstrita à tutela de urgência.Por fim, importante ressaltar que os fundamentos ora expostos não implicamdiscordância com as disposições do Ofício Circular nº 019/2010 expedido pelaCorregedoria de Justiça deste Estado e, tampouco, aos efeitos da decisão doConselho Nacional de Justiça no Auto Circunstanciado de Inspeção no Estado doEspírito Santo (Portaria no 127/2009) permanecem intactos. Como destaquei anteriormente, reconheço a ilegalidade da notificaçãoextrajudicial realizada com a violação ao princípio da territorialidade. Entretanto,entendo, como dito, que a ausência da notificação, ou mesmo sua irregularidade,não determina a extinção da demanda, mas tão somente o indeferimento daretomada liminar do bem, nos termos supramencionados.Ademais, a orientação da Corregedoria Geral de Justiça deste Estado apenasrecomenda aos magistrados que prestigiem e zelem pelo princípio daterritorialidade nas ações que requeiram a comprovação da mora do devedor. Oórgão não determina, pois, que as demandas desprovidas da referida notificaçãoou que apresentem o documento de forma irregular, sejam extintas, a despeito daconclusão do juízo a quo.

2.2. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.

Não obstante o entendimento pessoal deste Relator sobre o assunto tratado nosautos, a jurisprudência tanto do Colendo Superior Tribunal de Justiça, quantodeste Egrégio Tribunal de Justiça sedimentaram orientação em sentido diverso. Nesse contexto, ambas as Cortes entendem que a notificação extrajudicial inválidaimpede o processamento da Ação de Busca e Apreensão e da Ação deReintegração de Posse fundada em contrato de arrendamento mercantil,implicando extinção das demandas, haja vista a deficiência da comprovação damora do devedor, consoante ilustram os precedentes que originaram a Súmula nº72 da Corte Superior (REsp 16242 SP 1991/0023064-2 Decisão: 31/08/1992 DJDATA:21/09/1992; REsp 13959 SP 1991/0017518-8 Decisão:29/10/1991; DJDATA:02/12/1991; REsp 3900 RS 1990/0006327-2 Decisão:11/09/1990; DJDATA:09/10/1990).Em reforço, destaco decisões monocráticas recentes proferidas no C. STJ nomesmo sentido, a saber: RECURSO ESPECIAL Nº 1.099.258 - RS(2008/0228350-2), RELATOR: MINISTRO PAULO DE TARSOSANSEVERINO, 26/04/2011; RECURSO ESPECIAL Nº 1.244.585 - SC(2011/0063789-0), RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDA, 05/05/2011.

E, ainda, precedentes de todas as Câmaras Cíveis deste E. TJES:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL E DL 911/69 - BUSCA E APREENSÃO -EMENDA DA INICIAL - INÉRCIA DO AUTOR - FALTA DECOMPROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR CARTÓRIO FORA DO ÂMBITODE SUA DELEGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO -RECURSO IMPROVIDO. 1) Cabível, in casu, a extinção do processo semresolução do mérito por não promover a parte autora a juntada de documentoindispensável ao ajuizamento da Ação de Busca e Apreensão, configurado pelanotificação extrajudicial perpetrada por Cartório de Títulos e Documentos comâmbito de delegação na circunscrição do devedor. 2) Recurso Improvido.VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadoresque integram a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estadodo Espírito Santo, na conformidade da ata e notas taquigráficas, à unanimidade,negar provimento ao recurso. Vitória, ES, em 18 de janeiro de 2011. PresidenteRelator Procurador de Justiça(TJES, Classe: Apelação Civel, 24080278252, Relator: WILLIAM COUTOGONÇALVES, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL , Data deJulgamento: 01/02/2011, Data da Publicação no Diário: 19/04/2011)

CIVIL/PROC. CIVIL - AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - COMPROVAÇÃO DA MORA -NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - PRESSUPOSTO DEADMISSIBILIDADE ESPECÍFICO DA DEMANDA - art. 3°, do Decreto-leinº 911/69 - CARTÓRIO SITUADO EM COMARCA DIVERSA DODEVEDOR - Provimento nº 027/2009 da Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo QUE alterou o art. 341 do código de normas proibindoessa prática - art. 9º da lei nº 8.935/1994 - NOTIFICAÇÃO INOPERANTEporquanto realizada após a alteração do código de normas - remansosajurisprudência do tjes - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 -Ressalvado posicionamento pessoal, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiçase firmou no sentido da invalidade da notificação realizada por cartório situadoem comarca diversa da do devedor, especialmente após o advento do Provimentonº 027, de novembro de 2009, da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça doEstado do Espírito Santo, que alterou o disposto no art. 341, do Código deNormas. Nesse sentido: Apelação Civel nº 24080025794, Relator: ANNIBAL DEREZENDE LIMA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data deJulgamento: 30/11/2010, Data da Publicação no Diário: 23/02/2011; ApelaçãoCivel nº 24100126481, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DAGAMA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:25/01/2011, Data da Publicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº24100048107, Relator: NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/01/2011, Data daPublicação no Diário: 28/02/2011; Apelação Civel nº 24070080163, Relator:NAMYR CARLOS DE SOUZA FILHO, Órgão julgador: SEGUNDACÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data da Publicação noDiário: 14/02/2011; Agravo Interno na Apelação Cível nº 48070060941, Relator:CARLOS ROBERTO MIGNONE, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2010, Data da Publicação no Diário:03/12/2010; Agravo Interno na Apelação Cível nº 35100801089, Relator:MAURÍLIO ALMEIDA DE ABREU, Órgão julgador: QUARTA CÂMARACÍVEL, Data de Julgamento: 27/09/2010, Data da Publicação no Diário:09/11/2010. 2 - Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados ediscutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA aEgrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas queintegram este julgado, à unanimidade de votos, CONHECER do presente recursoe NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do E. Relator.Vitória(ES),31 de maio de 2011. DES. PRESIDENTE DES. RELATORPROCURADOR DE JUSTIÇA(TJES, Classe: Agravo Interno - (Arts 557/527, II CPC) Ap Civel, 12100113161,Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador:SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 31/05/2011, Data daPublicação no Diário: 07/06/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE APELAÇÃONÃO RECEBIDO. SÚMULA IMPEDITIVA. CPC, ART. 518, §1º. AÇÃO DEBUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SÚMULA 72DO STJ. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA NA SENTENÇA. RECURSOPROVIDO. 1. Para a aplicação do disposto no artigo 518, § 1º, do CPC, énecessária a perfeita adequação da sentença ao enunciado de súmula do SupremoTribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 2. A súmula n. 72/STJenuncia que ¿a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão dobem alienado fiduciariamente¿, mas não trata da forma como a comprovação damora deve ser feita. 3. Recurso conhecido e provido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 48119000254, Relator: DAIR JOSÉBREGUNCE DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL ,Data de Julgamento: 24/05/2011, Data da Publicação no Diário: 31/05/2011)

AGRAVO INTERNO - BUSCA E APREENSÃO - NOTIFICAÇÃOEXTRAJUDICIAL - CARTÓRIO DE COMARCA DIVERSA DO

228 Terça-Feira 05 de julho de 2011 Edição nº 4067 D.J. ESPÍRITO SANTO

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