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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Edição 77 Ano VII - ABRIL 2014 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Você sabia que a voz humana é o som que resulta de uma ação fisiológica capaz de identificar a pessoa quanto à sua idade, sexo, raça, tamanho físico, carac- terísticas de personalidade e estado emocional? A voz é inerente à pessoa, pode até existir vozes parecidas, mas jamais idênticas. No dia 16 comemora-se o dia Nacional da Voz . Leia mais: Página 3 Via Campesina é um movimento internacio- nal que coordena organizações camponesas de pequenos e médios agricultores, trabalha- dores agrícolas, mulheres rurais e comunida- des indígenas e negras da Ásia, África, Amé- rica e Europa e, defende que a terra seja utilizada para a produção de alimentos sau- dáveis visando a soberania alimentar e do uso dos recursos naturais (hidrográficos e minerais) para atender as demandas do pa- ís, criando a identidade dos trabalhadores com a terra e gerando empregos no campo através da produção agroecológica , que respeita o meio-ambiente e o trabalhador do campo. Leia mais: Página 4 O português é um dos idiomas mais difíceis do mundo, dizem os brasileiros. Com as novas regras de ortografia, ele parece ter se torna- do ainda mais complexo. Apesar de especialistas não concordarem totalmente com essa “má-fama” da língua, um bate-papo com quem busca aprender as primeiras palavras e frases comprova que nossas exceções, irregularidades, regências e conjugações costumam dar dor de cabeça a quem vem de fora. Leia mais: Página 5 As ações de sustentabilidade que co- meçam na escola ficam para sempre entre os estudantes e criam o hábito de cuidado com o planeta. Existem diver- sos projetos que contribuem com a re- flexão e ação sobre esta temática den- tro das escolas e, encontra-se cada vez mais presente e ocupando espaços na mídia falada, escrita, virtual e outros meios que nos fazem pensar e refletir a respeito do mundo que queremos para nós e para nossos filhos. Leia mais: Página 6 Aquela imagem costumeiramente mostrada na mídia de que nosso país é um país acolhedor, animado, alegre, na verdade está sendo alterada por fatos alhei- os a vontade do brasileiro, mas devido a ingerência pública que permite, nos órgãos que deveriam prover a segurança pública combatendo a criminalidade de forma a proteger a população, o ingresso de pessoas com total falta de aptidão para a função, seja psicoló- gica ou de valores. Leia mais: Página 11 Vivemos num mundo no qual os direitos huma- nos são violados, praticamente em todos os ní- veis, familiar, local, nacional e planetário. O Re- latório Anual da Anistia Internacional de 2013 com referência a 2012 cobrindo 159 países faz exatamente esta dolorosa constatação. Ao invés de avançarmos no respeito da dignidade huma- na e dos direitos das pessoas, dos povos e dos ecossistemas, estamos regredindo a níveis de barbárie. As violações não conhecem fronteiras e as formas desta agressão se sofisticam cada vez mais. Leia mais: Página 12 O Ministério Público Federal entrou com duas ações na Justiça pedindo a suspensão do regis- tro de nove agrotóxicos usados no Brasil. Uma das ações pede a suspensão do registro de pro- dutos como o glifosato, agrotóxico muito usado pelos agricultores para controlar plantas invaso- ras. Além do glifosato, a lista dos agrotóxicos envolvidos nas ações inclui ainda a parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamecti- na, tiram, paraquate e o 2,4-D. Segundo o Ministério Público Federal, todos es- ses produtos já foram apontados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente e deveriam ser reavaliados. Além dessas ações, existe uma Campanha Nacional contra o uso dos Agrotóxicos da qual fazem parte mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores. Leia mais: Página 13 A olaria em Viana do Alentejo foi ofício que ocupou muita gente durante séculos. Na centúria de 1800 registravam-se já nu- merosos oleiros na vila alentejana. Este centro oleiro destacava-se de outros na região, como São Pedro do Corval, pe- la rusticidade das peças, sem elementos decorativos (uma tendência que hoje já não se verifica), e pela propensão em moldar o barro para obter utensílios do quotidiano como alguidares e panelas. A Associação Brasileira para a União Lusófona que também usa a denominação de “Movimento Internacional Lusófono – Brasil” ou sim- plesmente “MIL BRASIL”, é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, fundada em 10 de Junho de 2013 com sede provisória à QC 05 Lote 28 Sala 202, Residencial Santos Dumont – Santa Mari- a, na cidade de Brasília, Distrito Federal, CEP 72593-305, Leia mais: Página 16 Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

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Edição 77 Ano VII - ABRIL 2014 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Você sabia que a voz humana é o som que resulta de uma ação fisiológica capaz de identificar a pessoa quanto à sua idade, sexo, raça, tamanho físico, carac-terísticas de personalidade e estado emocional? A voz é inerente à pessoa, pode até existir vozes parecidas, mas jamais idênticas. No dia 16 comemora-se o dia Nacional da Voz . Leia mais: Página 3

Via Campesina é um movimento internacio-nal que coordena organizações camponesas de pequenos e médios agricultores, trabalha-dores agrícolas, mulheres rurais e comunida-des indígenas e negras da Ásia, África, Amé-rica e Europa e, defende que a terra seja utilizada para a produção de alimentos sau-dáveis visando a soberania alimentar e do uso dos recursos naturais (hidrográficos e minerais) para atender as demandas do pa-ís, criando a identidade dos trabalhadores com a terra e gerando empregos no campo através da produção agroecológica , que respeita o meio-ambiente e o trabalhador do campo. Leia mais: Página 4

O português é um dos idiomas mais difíceis do mundo, dizem os brasileiros. Com as novas regras de ortografia, ele parece ter se torna-do ainda mais complexo. Apesar de especialistas não concordarem totalmente com essa “má-fama” da língua, um bate-papo com quem busca aprender as primeiras palavras e frases comprova que nossas exceções, irregularidades, regências e conjugações costumam dar dor de cabeça a quem vem de fora. Leia mais: Página 5

As ações de sustentabilidade que co-meçam na escola ficam para sempre entre os estudantes e criam o hábito de cuidado com o planeta. Existem diver-sos projetos que contribuem com a re-flexão e ação sobre esta temática den-tro das escolas e, encontra-se cada vez mais presente e ocupando espaços na mídia falada, escrita, virtual e outros meios que nos fazem pensar e refletir a respeito do mundo que queremos para nós e para nossos filhos.

Leia mais: Página 6

Aquela imagem costumeiramente mostrada na mídia de que nosso país é um país acolhedor, animado, alegre, na verdade está sendo alterada por fatos alhei-os a vontade do brasileiro, mas devido a ingerência pública que permite, nos órgãos que deveriam prover a segurança pública combatendo a criminalidade de forma a proteger a população, o ingresso de pessoas com total falta de aptidão para a função, seja psicoló-gica ou de valores. Leia mais: Página 11

Vivemos num mundo no qual os direitos huma-nos são violados, praticamente em todos os ní-veis, familiar, local, nacional e planetário. O Re-latório Anual da Anistia Internacional de 2013 com referência a 2012 cobrindo 159 países faz exatamente esta dolorosa constatação. Ao invés de avançarmos no respeito da dignidade huma-na e dos direitos das pessoas, dos povos e dos ecossistemas, estamos regredindo a níveis de barbárie. As violações não conhecem fronteiras e as formas desta agressão se sofisticam cada vez mais. Leia mais: Página 12

O Ministério Público Federal entrou com duas ações na Justiça pedindo a suspensão do regis-tro de nove agrotóxicos usados no Brasil. Uma das ações pede a suspensão do registro de pro-dutos como o glifosato, agrotóxico muito usado pelos agricultores para controlar plantas invaso-ras. Além do glifosato, a lista dos agrotóxicos envolvidos nas ações inclui ainda a parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamecti-na, tiram, paraquate e o 2,4-D. Segundo o Ministério Público Federal, todos es-

ses produtos já foram apontados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como potencialmente nocivos à saúde e ao meio ambiente e deveriam ser reavaliados. Além dessas ações, existe uma Campanha Nacional contra o uso dos Agrotóxicos da qual fazem parte mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores.

Leia mais: Página 13 A olaria em Viana do Alentejo foi ofício que ocupou muita gente durante séculos. Na centúria de 1800 registravam-se já nu-merosos oleiros na vila alentejana. Este centro oleiro destacava-se de outros na região, como São Pedro do Corval, pe-la rusticidade das peças, sem elementos decorativos (uma tendência que hoje já não se verifica), e pela propensão em moldar o barro para obter utensílios do quotidiano como alguidares e panelas.

A Associação Brasileira para a União Lusófona que também usa a denominação de “Movimento Internacional Lusófono – Brasil” ou sim-plesmente “MIL BRASIL”, é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, fundada em 10 de Junho de 2013 com sede provisória à QC 05 Lote 28 Sala 202, Residencial Santos Dumont – Santa Mari-a, na cidade de Brasília, Distrito Federal, CEP 72593-305,

Leia mais: Página 16

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Revisão dos textos: Drª. Claudia Andreucci

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale

www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 99114.3431

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socieda-de.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

ERA TECNOLOGICA: INFORMAÇÃO OU ALIENAÇÃO?

O brasileiro está lendo cada vez menos segundo pesquisa divulgada em 2012 pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência. De acordo com o levantamento nacional, o número de brasileiros consi-derados leitores – aqueles que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões (55% da população estimada), em 2007, para 88,2 milhões (50%), em 2011. Vivemos em tempos em que um bom livro, ou até mesmo um bom arti-go disputa o interesse do leitor com uma série de entretenimentos que se apresentam mais sedutores, como é o caso das redes sociais.

Para alguns, a internet é uma ferramenta fantástica que revela novos caminhos, nos traz o mundo e inova infinitas formas de contato e de aquisição de conhecimento. No entanto, essas possibilida-des só acontecem se, na prática, as pessoas estiverem atentas, preparadas e motivadas para a-profundarem e avançarem nas suas pesquisas e compreenderem aquilo que se apresenta. Inegavelmente, o brasileiro nunca teve tamanha quantidade de informação e de conhecimento tão rapidamente e a um custo módico. Quem poderia pensar nesta realidade no século passado? A abundância de informação é benéfica, mas o excesso pode ser perigoso porque nem sempre as pessoas têm critérios plausíveis para selecionar os conteúdos de qualidade. Vivemos um momento crítico politicamente falando, mandos e desmandos são noticiados diaria-mente, porém a informação não é lida pela grande maioria da população que ao invés de buscar conhecimento a fim de fazer valer seus direitos de cidadão que se iniciam numa boa qualidade de vida, prefere alienar-se prendendo-se apenas aos noticiários televisivos que normalmente se trata de ferramenta de manipulação da massa ou ainda, em uma frase postada em quadrinhos nas re-des sociais, sim, porque se passar de uma frase o texto não é lido. Se quisermos um Brasil melhor é necessário que a população realmente se instrua e busque na leitura aprofundada o conhecimento de fatos e de formas para a solução dos problemas que vive o país. A leitura faz parte do desenvolvimento humano, além de aglomerar aspectos ideológicos, culturais e filosóficos que compõe o pensamento exigindo, consequentemente, uma posição crítica do “ser” leitor diante daquilo que lhe é apresentado e, lhe dá condições da real análise dos fatos e da busca por dias melhores. E com Bill Gates encerro esta crônica: “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.”

Claudia Andreucci Advogada www.claudiaandreucciadvocacia.adv.br

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 3

Comunicação

Dia Nacional da Voz

16 de Abril

A voz humana consiste em 69 cordas vocais no som produzido pelo ser humano usando suas cordas vo-cais para falar, cantar, garga-lhar, chorar, gritar, etc.

Sua frequência varia entre 50 e 3400 Hz. De modo geral, o mecanis-mo para gerar a voz humana pode ser subdividido em três partes: os pulmões, as pregas vocais dentro da laringe e os articuladores-lábios, língua, dentes, palato duro, véu palatar e mandíbula.

O pulmão produz um fluxo de ar, que funciona como um combustível para a voz, que é expulso pe-lo diafragma e passa para as pregas vocais, que vibram e transformam esse ar em pulsos sonoros, formado-res da fonte de som da laríngeo.

Os músculos da laringe ajustam a duração e a tensão das pregas vo-cais para adequar a altura e o tom. Os articuladores articulam e filtram o som emanado pela laringe e até cer-

to ponto podem interagir com o fluxo de ar para fortalecê-lo ou enfraquecê-lo como a fonte do som.

As pregas vocais, juntamente com os articuladores, são capazes de produ-zir sons altamente intrincados.

O tom da voz pode ser modificado para sugerir emoções como rai-va, surpresa e felicidade. Cantores usam a voz humana como um instrumento para criar música.

A voz é produzida quando o ar respi-ratório (vindo dos pulmões) passa pelas pregas vocais, e por nosso co-mando neural, por meio de ajustes musculares, faz pressões de diferen-tes graus na região abaixo das pre-gas vocais, fazendo-as vibrarem. Es-se mecanismo se assemelha ao ba-lão, quando o secamos apertando sua "boca", provocando um ruído a-gudo, fruto da vibração da borracha.

O ar expiratório, que fez as pregas vocais vibrarem, vai sendo modifica-do e os sons vão sendo articulados (vogais e consoantes). Depois, emiti-dos pela boca, criam a onda sonora que vai atingir a cóclea do ouvinte. Então a voz é ouvida.

As pregas vocais vibram muito rapi-damente. Nos homens, esse número de ciclos vibratórios fica em torno de 125 vezes em um segundo. Na mu-lher, que tem voz, geralmente, mais aguda, o número aumenta para 250 vezes por segundo. A essa caracte-rística damos o nome de frequência.

As pregas vocais do homem têm mais massa e são menos esticadas que as da mulher (como no violão, as cordas mais esticadas são mais agu-

das e vibram mais que as cordas mais graves). A voz e a comunicação

A voz é uma característica humana intimamente relacionada com a ne-cessidade do homem de se agrupar e se comunicar. Ela é produto da sua evolução, um trabalho em conjunto do sistema ner-voso, respiratório e digestivo, e de músculos, ligamentos e ossos, atuando harmoniosamente para que se possa obter uma emissão eficien-te.

As pregas vocais (ou cordas vocais), primordialmente, não foram feitas para o uso da voz. Esta foi uma fun-ção na qual a laringe (local onde se encontram as pregas vocais) se es-pecializou, mas estes músculos fo-ram desenvolvidos, em primeiro lu-gar, para as funções de respiração, alimentação e esfincteriana.

A voz está associada à fala, na reali-zação da comunicação verbal, e po-de variar quanto à intensidade, altu-ra, inflexão, ressonância, articulação e muitas outras características.

Eufonia e Disfonia

À emissão de uma voz saudável da-mos o nome de eufonia. A uma voz doente, ou seja, com uma ou mais de suas características alterada, damos o nome de disfonia. A disfonia pode ser orgânica, funcional ou mista (orgânica-funcional). Ela não é uma doença, mas o sintoma, uma mani-festação de um mau funcionamento de um dos sistemas ou estruturas que atuam na produção da voz.

A disfonia pode ser tratada. O profis-sional habilitado e responsável pela

i n t e r v e n ç ã o d a s d i s f o n i a s o fonoaudiólogo, e geralmente este profissional trabalha em conjunto (no caso da voz) com otorrinolaringolo-gista ou o laringologista. Pode, ainda, trabalhar com o profes-sor de canto. A voz sofre muita influência de hor-mônios e de nossas emoções. É co-mum ouvir pessoas que estão muito tr istes ou nervosas, roucas. A rouquidão é um tipo de disfonia. A incapacidade de produzir a voz é chamada de afonia.

O timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais.

Aí se incluem as cavidades ósseas, cavidades nasais, a boca, a gargan-ta, a traqueia e os pulmões, bem co-mo a própria laringe

A mais baixa frequência que pode dar a audibilidade a um ser humano é m a i s o u m e n o s a d e 20 hertz (vibrações por segundo), enquanto a mais alta se encontra en-tre 10.000 e 20.000 hertz, o que de-pende da idade do ouvinte (quanto mais idoso menores as frequências máximas ouvidas). A frequência comum de um piano é de 40 a 4.000 hertz e a da voz huma-na se encontra entre 50 e 3.400 hertz.

O recorde de registro (tessitura) de voz mais alta pertence a Georgia Brown, que possui o registro de exa-tas oito oitavas (G2 à G10), o que é mais alto do que qualquer nota de piano.

Fonte: pt.wikipedia.org/ Edição: Filipe de Sousa

Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.

Khalil Gibran

O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo

Vergílio Ferreira

CONTATOS: 055 12 9 9114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 4

Reforma Agrária

CONTATOS: 055 12 99114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

DIAMUNDIAL DA LUTA CAMPONESA

17 de ABRIL

'Via Campesina é uma organização internacional de camponeses composta por movimentos sociais e organizações de todo o mundo. A organização visa articular os processos de mobilização social dos povos do campo em nível internacional.

A Via Campesina é um movimento internacional que coordena organizações camponesas de pe-quenos e médios agricultores, trabalhadores agrí-colas, mulheres camponesas e comunidades indí-genas da Ásia, África, América e Europa.

Trata-se de um movimento autônomo e pluralista.

Está formada por organizações nacionais e regio-nais cuja autonomia é cuidadosamente respeita-da. Está organizada em 8 regiões: Europa do Les-te, Europa do Oeste, Nordeste e Sudeste da Ásia, Sul da Ásia, América do Norte, Caribe, América Central, América do Sul e na África.

Originou-se em Abril de 1992, quando vários diri-gentes camponeses da América Central, da Amé-rica do Norte e da Europa reuniram-se em Manágua, Nicarágua no contexto do Congres-so da União Nacional de Agricultores e Pecuaris-tas (Unión Nacional de Agricultores y Granaderos-UNAG). Em maio de 1993, foi realizada a Primeira Conferência da Via Campesina em Mons, na Bélgica, durante a qual foi constituída como organização mundial e foram definidas as primei-ras linhas estratégicas de trabalho, bem como su-as estruturas.

A Segunda Conferência Internacional realizou-se em Tlaxcala, México, em abril de 1996. Estavam representados 37 países e 69 organizações nacio-nais e regionais, que analisaram uma série de te-mas que são preocupação central dos médios e pequenos produtores tais como: soberania alimen-tar, reforma agrária, conflitos rurais relacionados a terra, crédito e dívida externa, tecnologia, partici-pação das mulheres, entre outros.

A segunda conferência aconteceu entre 18 e 21 de abril, um dia após o conflito que ficou conheci-do como o Massacre de Eldorado dos Carajás, onde dezenove trabalhadores rurais sem terra fo-ram assassinados pela Polícia Militar do Estado do Pará, com evidente omissão por parte da auto-

ridades locais, em um dos mais famosos episó-dios de violência no campo.

Durante a Conferencia é declarado o dia 17 de abril como "dia Internacional da Luta Camponesa" em homenagem aos camponeses assassinados em Eldorado dos Carajás. Já a Terceira Conferên-cia foi em novembro/00 em Bangalore (Índia), e contou com mais de 100 delegados de organiza-ções camponesas de 40 países. A Via Campesina está num processo de expansão e consolidação e pela sua natureza é uma organização politicamen-te complexa, pluricultural, com uma ampla cober-tura geográfica projetando-se como uma organiza-ção da representatividade de pequenos e médios produtores a nível mundial.

A Via Campesina desenvolve seu trabalho a partir dos seguintes eixos de ação: Gremiais, Político, Econômico, Comunicação, Gênero, Capacitação e Tecnológico. Para cada um desses eixos define-se objetivos e prioridades.

Em março de 2009 um grupo de mulheres, ocu-pou uma cultura experimental de eucaliptos para a produção de celulose, que estavam sendo geneti-camente alteradas. A ação teve a intenção de de-nunciar a atuação da Aracruz Celulose no país. A empresa ocupou ilegalmente áreas indígenas, além de se utilizar de recursos naturais do país para monocultura de eucalipto destinado a expor-tação de celulose, comprometendo recursos hídri-cos devido o alto consumo de água demandado pelo cultivo de eucalipto.

Além de comprometer os recursos naturais, preju-dicando o meio ambiente, a monocultura emprega pouca mão de obra gerando desemprego no cam-po e comprometendo áreas que poderiam ser des-tinadas ao cultivo de alimentos2 . Apesar das mo-tivações políticas legítimas, a ação teve uma re-percussão negativa na imprensa nacional, que classificou o ato como vandalismo. Manifestantes, contudo, alegam que a cobertura jornalística teve um viés que criminaliza a ação dos movimentos sociais, visto que em nenhum espaço tratou-se das consequências nocivas do monocultivo de eu-calipto para o meio ambiente, nem do histórico de apropriações ilegais de terras pela empresa.

Também realizaram manifestação contra o agronegócio no prédio do Ministério da Agricul-tura, em Brasília.

Sete pessoas da organização foram indiciadas pela polícia em março de 2009 pela ocupação de uma propriedade da Votorantim Celulose e Pa-pel em Candiota, a 390 km de Porto Alegre, sob a acusação de invasão de propriedade e danos ao patrimônio.

A ação visava denunciar os prejuízos (contaminação por agrotóxicos) que o cultivo de eucalipto traz para os assentamentos vizinhos da propriedade.4 Em Barra Bonita, cerca de 600 mu-lheres ocuparam uma área do grupo COSAN para

denunciar as irregularidades da empresa5 no es-tado, submetendo trabalhadores a condições degradantes6 , além de ser acusada de desvio de FGTS, terceirização fraudulenta, bem como danos ambientais pela queima da cana e contaminação do ambiente pelo uso de agrotóxicos.

As ações visam denunciar os danos do atual mo-delo do agronegócio, baseado na monocultura de commodities agrícolas e na exploração dos re-cursos naturais destinados majoritariamente a ex-portação, gerando altos lucros para as empresas transnacionais e afetando as populações campo-nesas com danos ambientais e sociais. O modelo do agronegócio, além disso, em geral utiliza altas quantidades de agrotóxicos e emprega pouca mão de obra se comparado à agricultura camponesa, gerando desemprego no campo.

A Via Campesina defende que a terra seja utiliza-da para a produção de alimentos saudáveis visan-do a soberania alimentar e do uso dos recursos naturais (hidrográficos e minerais) para atender as demandas do país, criando a identidade dos tra-balhadores com a terra e gerando empregos no campo através da produção agroecológica , que respeita o meio-ambiente e o trabalhador do cam-po.

No Brasil, um novo modelo de produção agroeco-lógica depende de uma política consistente de reforma agrária, incentivos aos pequenos agri-cultores e a modelos cooperativos de produção, o que impõe aos movimentos sociais da Via Campe-sina a resistência da poderosa Bancada ruralista, que tem se destacado por defender políticas que favorecem o desmatamento e a concentração fun-diária.

Atualmente os movimentos e organizações da Via Campesina participam da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida 7 . O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Em média, usa-se em média 5,2 litros de agrotóxicos para cada brasileiro. Muitos desses agrotóxicos amplamente utilizados no país já são proibidos em outros lugares do mundo devido a pesquisas que atestam os danos a saúde e ao meio ambiente.

No entanto, a ANVISA ainda não baniu a utiliza-ção desses produtos apesar dos atestados riscos a saúde da população tanto por consumo de ali-mentos quanto pela contaminação do solo e das águas. O documentário do cineasta Silvio Tendler, O Ve-neno Está na Mesa, trata da questão dos agrotóxi-cos no país e pode ser visto na internet.

Atualmente, a agricultura familiar camponesa é e continua sendo o modelo mais difundido para a produção de alimentos na Europa e no mundo.

Fontes: viacampesina.org/ pt.wikipedia.org/

Edição: Filipe de Sousa

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

Nossa língua... A Língua Portuguesa é uma das mais difíceis do mundo, até para nós e, na recepção em um salão de convenções, em Fortaleza, aconteceu: - Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso. - Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasi-leiro. O senhor é de onde?

- Sou de Maputo, Moçambique. - Da África, né? - Sim, sim, da África. -Aqui está cheio de africanos, vindos de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos. - É verdade. Mas se pensar bem, veremos que, todos, somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade. - Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito. - Desculpe qual sala? - Meia oito. - Podes escrever? - Não sabe o que é:“meia oito”? Sessenta e oito, assim: 68. - Ah, entendi, “meia” é “seis”. - Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc., gostaria de enco-mendar? - Quanto tenho que pagar?

- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam “meia”. - Hummm! Que bom. Aí está: “seis” reais. - Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende? - Pago, meia? Só cinco? “Meia” é “cinco”? - Isso, meia é cinco. - Tá bom, “meia” é “cinco”. - Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia. - Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte. - Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia. - Pensei que fosse as 09:05h, pois “meia” não é “cinco”? Você pode escre-ver aqui a hora que começa? - Nove e meia, assim, veja:09:30h. - Ah, entendi, “meia” é “trinta”. - Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor; tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado? - Sim, já estou na casa de um amigo. - Em que bairro? - No “Trinta Bocas”. - “Trinta Bocas”? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no,“Seis Bocas”? - Isso mesmo, no bairro “Meia Boca”. - Não, é “Meia Boca”, é um bairro nobre. - Então deve ser “Cinco Bocas”. - Não, “Seis Bocas”; entende Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu? - Acabou? - Não. Senhor é proibido entrar no evento de sandálias. Coloque uma meia e um sapato...

Jansen Viana

CONTATOS: 055 12 99114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

UMA PSICÓLOGA QUE ASSISTIU

AO FILME ESCREVEU O SEGUINTE TEXTO:

'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora... As pessoas estão cultivando ídolos errados.

Como podemos cultivar um ídolo co-mo Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um margi-nal como ele, é, no mínimo, inadmis-sível.

Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da soci-edade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.

No filme, vi um rapaz mimado, filhi-nho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos.

A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras.

O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. São esses pais que devemos ter co-mo exemplo?

Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gra-vadora... Existem vários talentos que não são

revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um ver-dadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fer-nandinho Beira-Mar é que um nas-ceu na zona sul e outro não.

Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito pa-ra que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de baca-nais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pes-soas realmente importantes que te-nham algo de bom para essa juven-tude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bi-

lheteria?

Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da edu-cação errônea a que foi submetido.

Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário? Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.

Não deixem seus filhos à revelia pa-ra que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar... Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.

Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine Psicóloga Clínica

Valores

Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 6

Meio Ambiente

Educação Ambiental e a Mídia Não há dúvida que a Educação Ambiental (EA) faz par-te do nosso dia-a-dia. Encontra-se cada vez mais pre-sente e ocupando espaços na mídia falada, escrita, vir-tual e outros meios que nos fazem pensar e refletir a respeito do mundo que queremos para nós e para nos-sos filhos. O problema é sabermos se a informação que está sendo veiculada está correta, mostra todos os la-dos da questão ou é manipuladora e apresenta um dis-curso midiático direcionado por um jogo de interesses que faz parte daqueles que detém o poder de comuni-cação. Os assuntos abordados na mídia sobre Educa-ção Ambiental ficam restritos aquilo que dá mais audi-ência, muitos assuntos ficam de fora porque não são considerados interessantes. Observando alguns programas de televisão cujo foco é a Educação Ambiental, percebe-se que há pouca infor-mação envolvendo os temas abordados em EA e muita imagem bonita sobre o assunto, há pouco aprofunda-mento da questão ambiental em si. Alguns programas de dizem educativos, essa é a proposta pedagógica, mas eles acabam focando nas imagens maravilhosas, em uma realidade muitas vezes distante do público em geral. Apresentam soluções para os problemas, que as vezes parecem duvidosas, sem um embasamento mais sólido. Fica a impressão que é um filme muito bonito, com imagens bonitas que apresenta situações que pa-recem muito distante da nossa realidade. Alguns programas tratam de assuntos genéricos como, comportamento, ciências e aventura, ecologia e assun-tos da atualidade. Muitas das suas produções focam no meio ambiente, mas também aí se percebe que a ques-tão não é abordada de forma profunda. Também aqui é supervalorizada a apresentação das imagens, pouco enfatizando o que de real é feito pelo meio ambiente em termos de política pública e o quanto os governos estão comprometidos ou não, com a problemática ambiental. O público acaba vendo uma realidade distante do que realmente acontece e do que está sendo feito de verda-de. É muita informação circulando a respeito desse tema que não é tratada com a devida importância. Não pode-mos esquecer que por trás da mídia há o poder econô-mico dando os rumos dessa abordagem e focando em um público específico. É o capitalismo ditando as re-gras. Mesmo não sendo o ideal, a mídia traz até certo ponto uma visibilidade e provoca uma reflexão, mesmo que superficial sobre o assunto, e dá a conhecer sobre entidades, movimentos ambientais e leis sobre a temáti-ca ambiental. Para muitas pessoas o principal meio de

obter informação é através da mídia. Pesquisando alguns sites que tratam especificamente desse tema, percebo que a abordagem não chega a ser muito diferente. Alguns divulgam assuntos de natureza ecológica e a respeito de sustentabilidade, fazem algu-mas denúncias e apresentam soluções. A notícia é mais de caráter informativo, não se amplia o debate acerca dos verdadeiros problemas, não se chega a causa pro-priamente dita. É uma forma de se discutir a questão ambiental de maneira que ela atinja um público específi-co e gere muitos acessos ao site, o que vai fazer com que mais pessoas e empresas queiram investir em pu-blicidade e propaganda nesse espaço. Alguns sites eletrônicos com informações gerais (inclusive sobre meio ambiente) ), possui um espaço destinado a sustentabilidade e meio ambiente, voltado somente para notícias e não para a discussão das te-máticas ambientais. Nota-se que há uma maneira hege-mônica da mídia em abordar os temas ambientais. Essa abordagem se dá pelo próprio sistema capitalista em que vivemos, influenciado pela política e pelas ideologi-as dominantes além é claro da influência direta daque-les que patrocinam esses meios de comunicação. Falta profundidade e clareza para tratar dessas questões. Baseada nessas pesquisas, a conclusão é de que a macro tendência a que a Educação Ambiental está vin-culada, e que está em ascensão, é a vertente pragmáti-ca. Dentre as suas características estão a ausência de reflexão, e sem ela não se pode entender as causas e as consequências dos problemas ambientais. A mídia representa o sistema econômico predominante no país e as informações passadas são superficiais, normal-mente de acontecimentos que estão distantes do públi-co e da sua realidade. Não se pode negar que a mídia contribui para que as questões ambientais sejam difun-didas, mas a conscientização que leva o cidadão a que-rer lutar e participar das mudanças e dos projetos que envolvem as questões ambientais ainda está longe de ocorrer através desses meios de comunicação. Quebrar essa hegemonia não é tarefa simples. Enquan-to a audiência e o dinheiro pautarem o que deve ser mostrado e discutido na mídia, restará aqueles que se importam com o meio ambiente procurar outras formas de tomar conhecimento e de intervir, discutir e participar de forma mais ativa, consciente e reflexiva sobre os problemas ambientais que envolvem o planeta.

Mariene Hildebrando

Especialista em Direitos Humanos

e-mail: [email protected]

Se você tem filhos... Conheça um pouco mais

Sobre.

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxi-ma: Educar os filhos dentro de princí-pios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jo-vens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os colegas, Professores e demais Fun-cionários da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumul-tuam o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o apren-dizado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, devem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jo-vens chegassem com um mínimo de educação de casa, dada pelos pais, boa parte dos problemas de indiscipli-na dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa:

1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o controle emocional;

2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão;

3) Tratar com respeito todos a sua volta e jamais falar de alguém pelas costas;

4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja;

5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as conse-quências de seus erros;

6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações;

Ah... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo quaisquer outros, são sujeitos a falhas e erros e precisam arcar com as consequências disto...

Agrotóxicos e meio ambiente:

O comportamento do agrotóxico no ambiente é bastante complexo. Quando utilizado um agrotóxico, independente do modo de aplicação, possui grande potencial de atingir o solo e as águas, principalmente devido aos ventos e à água das chuvas, que promovem a deriva, a lavagem das folhas tratadas, a lixiviação e a erosão. Além disso, qual-quer que seja o caminho do agrotóxico no meio ambiente, invariavel-mente o homem é seu potencial receptor.

A complexidade da avaliação do comportamento de um agrotóxico, depois de aplicado deve-se à necessidade de se considerar a influên-cia dos agentes que atuam provocando seu deslocamento físico e sua transformação química e biológica. As substâncias sofrem processos físicos, ou químicos ou biológicos, os quais podem modificar as suas propriedades e influenciar no seu comportamento, inclusive com a for-mação de subprodutos com propriedades absolutamente distintas do produto inicial e cujos danos à saúde ou ao meio ambiente também são diferenciados.

Da redação

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas

Água nossa de cada diaÁgua nossa de cada diaÁgua nossa de cada diaÁgua nossa de cada dia Filinto Elísio Silva Tão ou até mais importante que o pão, descobrem-se ser o ar e a água nossos de cada dia os mais fundamentais para a sobrevivência e a qualidade de vida das pessoas. Como bem disse alguém, experimente-se fazer, à laia de greve de fome, greve de água ou de ar. A primeira, não chegaria aos três dias. E a segunda nem aos cinco minutos. Se entre nós, não está em causa a penúria do ar, que é a própria visão do Fim dos Tempos, já não poderemos dizer muito sobre o acesso à água.

O que se vive hoje na cidade da Praia, sobretudo nos bairros periféricos da capital, é algo absurdo e impensável. Há pessoas que vivem permanentemente sob a penúria da água. A procissão de pessoas a peregrinar para os chafarizes com as latas à cabeça tornou-se uma realidade premente e uma cena que não nos confere alguma dignidade. Sem água, precioso líquido, não dá mesmo para ser feliz. E viver, à margem da felicidade é vegetar aquém da cidadania e não interessa. Um absurdo...

O poeta sonhara, para amanhã, que nos é hoje, águas a apontar por levadas enormes, como a premonição das barragens que se erguem pelos grandes vales do arquipélago. E as centrais dessalinizadoras drenam a água do mar, a custos de petróleo, pelas condutas de distribuição da água potável. Mas algo de errado e de muito estranho acontece: não há água.

Urgem medidas. A peregrinação efetiva pelo fazer e pelo solucionar a questão. É o que

interessa quando se abre a torneira… e há água nossa de cada dia!

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TRISTEZA - GENHA AUGA

Deus ofereceu amor e felicidade. Maldade e tristeza ofereceu o diabo.

O homem fez sua escolha, e eis o resultado...

Entre amor e felicidade, maldade e tristeza levaram vantagem. Sentimentos que o homem cultivou, junto com ciúmes, traição e vaidade, gerou sofrimentos, lágrimas e dor.

A criança, hoje, nasce condenada à morte.

Pela mãe que a abandona no desamor. E na tristeza dessa sorte,

cresce sozinha com sua própria dor. Homem descrente da vida,

carrega a mágoa profundamente, que o fere com doce frieza.

Sobrevive, não vive, esse é o homem de agora; triste sina...

Trabalha demais, faz tudo em demasia.

Dorme pouco, acorda cansado. Multiplica seus bens,

mas perde seu próprio valor. Lê pouco, vê muita tv.

Soma anos à vida e não a vive. Faz coisas maiores, mas não melhores.

Limpa a alma com orações, mas não limpa o preconceito.

Escreve mais e aprende menos, tudo é fácil e descartável,

muitas casas e um lar, um lar despedaçado...

Desperdiça tempo como se ele fosse para sempre,

apressa mas não espera. Lucros grandes, caráter pequeno,

dinheiro é seu alento. Homem entenda...

Para viver melhor e sem tristeza, ande ao lado da vida e do bem,

isento de problemas não há ninguém, senão compreende, viverá em vão,

arranca essa tristeza do peito e a maldade do coração.

Busque o amor, enquanto há tempo.

Amar é bom, simplesmente ame!

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

Eles vão te falar tanto as mesmas mentiras que você um dia vai acreditar que são verdades.

E vai enxergá-las como se fossem realmente suas.

Demétrio.MDS

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta

A CERCA - Parte XI Ultima parte

Ele explicou que não éramos obrigados a aceitar, não receberíamos pagamento em dinheiro, mas todo dia uma porção de boa comida, enquanto estivéssemos fora par-ticipando do contrabando.

A eventual presença de um japonês no campo era sinalizada com a senha``warm water``, água quente, antes mesmo dos comandos gritados em japonês.

Um rapaz havia feito fogo para ferver u-ma lata com água, e estava tão concen-trado no trabalho, que não percebeu que um guarda estava aproximando-se dele e nem os outros por perto, haviam reparado no guarda até aquele momento, de repen-te o rapaz levantou-se, pois alguém atrás dele gritou "warm water” e era o japonês.

Este acontecimento mostrava bem a mu-dança de comportamento e alguma coisa mais.

Numa manhã em que o papa defunto foi fazer a compra habitual das verduras, aconteceu o seguinte, ele ainda aplicava o golpe de pagamento contra os vende-dores, mas pediu para os rapazes dize-rem aos americanos que papa defunto era boa pessoa. Ele ficara sabendo de como havia sido apelidado e sobre o seu comportamento negativo.

Todos os acontecimentos indicavam que a guerra esta-va realmente por terminar. Meu irmão contou-me uma noite que havia um radio embutido num cantil com um dos prisioneiros do campo.

Os americanos avançavam rapidamente, mas ainda ha-via violenta resistência por parte dos japoneses. A ali-mentação no campo estava muito melhor, havia mais carne e maior variação, não

havia mais necessidade de se catar fo-lhas para aumentar a quantidade.

Meu irmão veio com a notícia de que os americanos haviam jogado sobre o Japão uma bomba com efeito destrutivo muito grande, era a bomba atômica.

Depois soubemos de que mais outra havi-a sido jogada.

Dia 15 de Agosto de 1945, o tempo, os dias voltaram a ser importantes para nós.

Fomos convocados para uma concentra-ção em frente a casa onde estava alojado van Karnebeek, nosso diretor.

Ele nos deu a noticia de que o Japão ha-via capitulado.

De milhares de gargantas saiu um Hip Hurra, van Karnebeek continuou, que a partir daquele momento não havia mais inimigos, pediu-nos também que não der-rubássemos os japoneses que tivessem que entrar no campo.

A guerra havia terminado, entretanto não podíamos sair do campo sem mais nem menos para evitar problemas lá fora.

Pediu, portanto um pouco de paciência.

O dia da soltura de meu pai, tio, irmão e a minha foi 30 de Agosto de 1945, assim como para todos que tinham moradia na-quela cidade onde estava o campo. A liberação dos demais ia ser gradativa na medida em que as respectivas famílias iam sendo localizadas.

Não íamos para casa de mãos vazias, cada um recebeu uns quilos de arroz, açúcar, feijão myasi e sal.

Meu irmão havia arranjado um carrinho, muito familiar para mim, para levar a co-mida recebida e os poucos pertences que sobraram.

Era desejo de meu pai que eu fosse à frente preparar os que estavam em casa, meu irmão cuidaria do carrinho.

A abertura dos portões seria às dez da manhã. Eu estava perto dos portões e quando foram abertos, vi muita gente em frente do campo. Os portões não eram os mesmos pelos quais nós havíamos pas-sado tantas vezes para a faxina fora.

Esta saída dava para um campo de fute-bol e a maioria das pessoas eram mulhe-res que aguardavam a soltura.

Não houve correria, acredito que naquele momento, nem mesmo acreditávamos que havíamos ganhado a liberdade.

Eu já estava fora dos portões e procurava por um rosto familiar, mas não vi nin-guém, comecei a me preocupar.

De repente reconheci uma prima, ela ti-nha uma bicicleta na mão. Aproximei-me e depois de instantes, ela me reconheceu também.

Pedi-lhe a bicicleta emprestada, lembrei-me de que ela morava bem perto dali.

Peguei a bicicleta, respirei fundo, eu esta-va realmente livre. Subi na bicicleta, não caí, mas andei em ziguezague, sem con-seguir andar em linha reta. Aos poucos fui me firmando e segui para casa. Havia pouca gente na rua, os poucos militares japoneses que vi na rua não prestaram atenção a mim.

Continuei pedalando, vi à distância uma senhora andando, vinha na minha dire-ção, quando estávamos perto, reconheci uma das minhas irmãs. O reconhecimen-to foi mutuo, deixei a bicicleta na rua e a abracei. Contei a ela que meu pai já vinha

vindo com meu irmão, e ela disse que ia ao encontro deles.

Subi de novo na bicicleta, estava chegan-do, entrei na rua onde ficava a nossa ca-sa, parei e encostei a bicicleta no muro. Havia algumas senhoras no quintal, elas me olharam e chamaram alguém, apare-ceu uma senhora de cabelos brancos, era a minha mãe, nós nos abraçávamos e chorando copiosamente, perguntou por meu pai. Contei que estariam logo em casa.

A nossa casa era muito grande e por esta razão, cabiam muitas pessoas.

Estávamos em vinte e uma, pois minha mãe havia recolhido algumas mulheres cujos esposos estavam em outros cam-pos distantes e mulheres cujas casas fo-ram desapropriadas pelos japoneses, havia também crianças.

Eu não assisti ao reencontro entre meus pais.

As hostilidades da guerra com o Japão haviam terminado, mas não o nosso sofri-mento nem os problemas, mas, isto nada tinha a ver com a CERCA.

Lamentamos que tantas vidas tenham sido perdidas por causa das bombas atô-micas.

Por outro lado, muito mais vidas teriam sido perdidas caso as bombas não tives-sem sido jogadas.

Existe um provérbio muito antigo, mas muito sábio, não conheço um equivalente em português, mas em inglês: One man's death is another man's breath.

Literalmente; a morte de um, é o respiro de outro.

Logo após sair do campo, fui me pesar, estava com 47 quilos graças à comida normal que recebíamos no final da guer-ra.

FIM

Copyright © 2006 by Wilhelm Paul von Grumbkow.

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Campos de concentração Nazistas

Entre 1933 e 1945 a Alemanha nazista construiu cerca de 20.000 campos para aprisionar sua milhões de vítimas. Os campos eram utilizados para várias finali-dades: campos de trabalho forçado, cam-pos de transição (que serviam como esta-ções de passagem), e como campos de extermínio construídos principalmente, ou exclusivamente, para assassinatos em massa.

Desde sua ascensão ao poder, em 1933, o regime nazista construiu uma série de centros de detenção destinados ao encar-ceramento e à eliminação dos chamados "inimigos do estado". A maioria dos prisio-neiros dos primeiros campos de concen-tração era formada por alemães conside-rados inimigos do nazismo: comunistas, social-democratas, ciganos Roma, Teste-munhas de Jeová, homossexuais e pes-

soas acusadas de exibir um comporta-mento "antissocial" ou fora dos padrões sociais. Estas instalações eram chama-das de campos de concentração porque nelas os detentos ficavam fisicamente "concentrados".

Após a anexação da Áustria pela Alema-nha, em março de 1938, os nazistas pren-deram e encarceraram judeus alemães e austríacos nos campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhau-sez, todos localizados na Alemanha. Logo a p ó s o v i o l e n t o m a s s a c r e de Kristallnacht , Noite dos Cristais Que-brados, em novembro de 1938, os nazis-tas efetuaram prisões em massa de ju-deus adultos, encarcerando-os nos cam-pos por breves períodos.

Depois da invasão da Polônia, em setem-bro de 1939, os nazistas abriram campos

de trabalho forçado onde centenas de milhares de prisioneiros morreram de e-xaustão, inanição e maus tratos. As uni-dades das SS faziam a guarda dos cam-pos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o sistema de campos de concentração nazistas se expandiu rapidamente. Em alguns campos médicos nazistas usavam os prisioneiros como cobaias em suas experiências “médicas”.

Após a invasão alemã da União Soviética, em junho de 1941, os nazistas aumenta-ram o número de campos para prisionei-ros de guerra (POW), e alguns campos novos foram construídos para abrigá-los dentro de complexos onde já existiam campos de concentração, como o de Aus-chwitz na Polônia ocupada. O campo de Lublin, mais tarde conhecido como Maj-danek, foi construído no outono de 1941

como campo de prisioneiros de guerra, transformando-se em campo de concen-tração em 1943. Ali, milhares de prisionei-ros de guerra soviéticos morreram fuzila-dos ou envenenados por gás.

Para facilitar a "Solução Final", o genocí-dio ou destruição em massa de judeus, os nazistas construíram campos de extermí-nio na Polônia, o país com a maior popu-lação judaica. O objetivo dos campos de extermínio era facilitar o assassinato em massa. Chelmno, o primeiro campo de extermínio, foi aberto em dezembro de 1941, e nele, judeus e ciganos foram mor-tos por envenenamento em furgões com canos de escapamento que soltavam gás para dentro dos veículos onde eles eram colocados. Fonte: www.ushmm.org/

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

EM BUSCA DA AULA PERDIDA

Numa alusão ao filme “Em busca do tesouro perdido”, em que Nicolas Cage personifica Benjamin, um caçador de tesouros, que duran-te toda sua vida procurou um tesouro que nin-guém acreditava existir, resolvemos escrever esse artigo. Acreditamos que todos os profes-sores, ao menos aqueles interessados, estão sempre à procura da aula perdida, ou aula perfeita como se fosse um tesouro que nin-guém mais acredita existir, somente ele. Quem não se perguntou: O que está faltando? Onde posso melhorar? Será culpa do aluno ou eu não estou me fazendo entender?

Uma coisa é certa, os tempos e as pessoas mudaram, e como mudaram. Uma aula regada à lousa e giz não atrai mais ninguém e se o professor parar para pensar verá que nem a ele agrada esse tipo de aula. Hoje em dia te-mos uma dinâmica muito maior, a interação com as coisas, pessoas, informações, etc. tu-do está a um clique do mouse.

Muitos professores se vêm perdidos diante de tanta informação rolando na tela de um IPhone ou Tablet nas mãos ágeis dos alunos. Então o que fazer?

Muito se tem falado em despertar o interesse do aluno. Aliás, quem nunca ouviu a fala: - “Professor sua aula não é interessante, faça alguma coisa”. E aí você vai para casa e fica matutando no que fazer, remoendo seus pen-samentos e se sentindo inferiorizado. Calma amigo professor, você não é o único a se pre-ocupar com isso. A aula perfeita assim como um tesouro repousa perdida em algum lugar na nossa mente. É necessário buscá-la em nós mesmos, revolver nossos preconceitos, garimpar nossa didática, esmiuçar nossas me-todologias e, quiçá buscar ajuda externa. Há um mundo novo a ser explorado, novas meto-dologias, novas possibilidades e o professor não pode ficar parado no tempo senão ele fica ultrapassado, velho antes do tempo. Depois

da invenção do computador tudo ficou mais rápido, rápido até demais e nós professores ficamos focados nos ensinamentos que re-montam ao século passado. Não queremos dizer que o que se aprendeu é descartável, pois não é. Numa comparação grosseira o que aprendemos é como um carro antigo, bem conservado que nos leva aonde queiramos ir, porém nada se compara com um carro atual, com ar condicionado, GPS, freios ABS e dire-ção hidráulica. Bem, apenas citando alguns itens de conforto para a lista não ficar compri-da. Percebe a diferença?

Vivemos um momento de paradigmas sociais e filosóficos, que trazem no seu bojo certas tendências pedagógicas. O professor deve es-tar atento para as interações didático-pedagógicas que isto propicia e desta forma ir construindo sua prática educativa.

O professor precisa se atualizar. Isto é indis-pensável para sua sobrevivência como profes-sor. Aliás, como todo profissional, o professor precisa estar atualizado. É preciso estudar e conhecer diferentes opiniões, diferentes con-cepções pedagógicas e diferentes ideologias sobre a função do ensino. Fazendo uma alu-são a outros profissionais, o advogado é obri-gado a se atualizar diariamente, o engenheiro idem, o médico ibidem, e o professor? Porque lança o livro didático de baixo do braço e faz dele uma “bíblia”?

Os diferentes níveis de ensino (Infantil, Funda-mental I e II, Médio e Superior) requerem um conjunto de competências e habilidades de cada profissional que seja condizente com o a etapa em que esteja trabalhando. Um profes-sor que atue em diferentes modalidades deve saber separar as necessidades de cada etapa e os embasamentos teóricos e metodológicos que permeiam orientações didáticas.

Neste contexto figuram-se faculdades que não estão muito preocupadas em formar professo-res para diferentes segmentos de ensino. A formação do professor se faz, muitas vezes, nos cursos de pedagogia (para os atuantes na educação infantil e no ensino fundamental I). Estes pedagogos carregam em seus cursos uma carga razoável de teorias pedagógicas e estratégicas de ensino, mas o que dizer dos professores especialistas? Os cursos de for-mação de professores especialistas dão conta da sua carga específica e pedagógica? Porca-mente há que se dizer, os cursos de licencia-turas trabalham com Psicologia da Educação, Didática e Estrutura da Educação Básica, ou seja, três disciplinas que irão “atestar” ao alu-

no de ensino superior a competência de lecio-nar no ensino fundamental II e médio (e que muitas vezes são ministradas por “professores” que não possuem formação pe-dagógica).

Apropriar-se de teorias e tendências pedagó-gicas certamente irá trazer inúmeras ferramen-tas para a solução dos acidentes de percurso durante sua vida como docente. Não estar preso a uma teoria apenas é uma maneira de manter a mente aberta e disposta à mudan-ças.

Muito se tem falado da formação do docente, ou melhor, da formação “ideal” do docente, porém tal discussão não tem passado de um embate teórico que nunca se transformou em realidade. A nossa diversidade cultural e eco-nômica social é enorme e sugerir apenas um caminho é, no mínimo, inconsequente. Neste sentido temos as orientações curriculares que traçam apenas indicações de caminhos a se-rem trilhados e, convenhamos, é o máximo que se pode exigir de algo tão amplo.

Considerar que tudo possa ser resumido a a-plicação de um saber metodológico, funda-mentado epistemologicamente em outros cam-pos de saberes é algo duvidoso, pois são tan-tos os meandros a serem percorridos na bus-ca da aula perfeita (ou perdida) que apresen-tar uma fórmula seria como prender o profes-sor a um método, assim como pretendia Co-mênio e a exemplo de Bacon que considerava possível resumir o ensinar/aprender a um mé-todo.

Com tantas inovações pululando em nossa volta, a escola de hoje é uma escola diferente daquela de ontem. Não chega ser um retro-cesso, porém diríamos que é uma escola no-va, cheia de novas possibilidades. Isto possibi-lita aos professores determinar novos rumos, investigar novas teorias, quiçá a sua própria teoria. É preciso nunca deixar de procurar pela

aula perdida, numa constante transformação,

num eterno aprender ensinando.

Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Articulista e Palestrante. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Geociên-cias e doutorando em Geologia. [email protected]

Todos os Domingos 18 horas Na CULTURAonline BRASIL

PROGRAMA: E agora José? - 18 horas

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 10

Organizações Sociais

Papel Social das Organizações Sociais

O desafio do cenário econômico atu-al, já não é mais o mesmo. Empresas que buscam a lucrativida-de a qualquer custo, e que conside-ram a sociedade e os empregados meras unidades econômicas de pro-dução, estão perdendo a credibilida-de. Além de atingir seu principal objetivo, o lucro, as instituições estão cada vez mais condicionadas a promover o desenvolvimento de forma susten-tável, investindo nas pessoas e na sociedade que está inserida. geran-do melhores resultados. Objetivos e benefícios adquiridos

por empresas com práticas sociais.

A prática da responsabilidade social pelas empresas tem como objetivos e benefícios: Proteger e fortalecer a imagem da marca e sua reputação, favorecendo a imagem da organiza-

ção, pois credibilidade passa a ser uma importante vantagem, um dife-rencial competitivo no mundo globali-zado; Diferenciação dos concorren-tes, pois quando a empresa se insere na comunidade, cria um diferencial, se destaca caracterizando a empre-sa; Visão positiva da empresa uma vez que a empresa passa a satisfa-zer não só seus acionistas, mas prin-cipalmente os consumidores; Gera-ção de mídia espontânea com a for-mação de seu mercado futuro; Quan-do contribui para o desenvolvimento da comunidade, estão se formando os futuros consumidores também; Fidelização dos clientes, pois ofere-cer mais que as obrigações conquis-tam o cliente; Segurança patrimonial e dos empregados, pois onde esteja a empresa localizada ela será cuida-da pelos moradores; Proteção contra ações negativas dos consumidores, pois isso evita o boicote no consumo, ou estabelece rapidamente a credibi-lidade caso a empresa não consiga prever o fato que venha a prejudicar seus consumidores; Atrair e manter talentos. Profissionais valorizam as empresas que os valoriza, são res-

peitados e tem claros os objetivos da empresa, fazendo o máximo para atingi-los; Controle reduzido, pois a-contecem menos controles e auditori-as de órgãos externos de fiscaliza-ção; Atrair investidores uma vez que muitos investidores individuais e insti-tucionais percebem que o retorno é garantido em empresas socialmente responsáveis e a Dedução fiscal, on-de as empresas podem abater do imposto de renda o valor utilizado em atividades sociais. A empresa passa a exercer interação e comprometer-se com todos os sta-keholders - empregados, consumido-res, fornecedores, comunidade e meio ambiente, bem como com os próprios acionistas. As empresas re-gidas sobre essa filosofia têm um for-te compromisso com a promoção do desenvolvimento pessoal dos envol-vidos, direta ou indiretamente, por meio da responsabilidade social e ambiental assumida. Instituições que buscam o sucesso a qualquer custo, inclusive violando normas e valores sociais chamadas

corporação amoral, e que conside-ram os empregados como meras u-nidades econômicas de produção estão perdendo a credibilidade no mercado, ou seja, a falta desta preo-cupação reflete diretamente nos lu-cros. O perfeito equilíbrio entre lucros e ética envolveria recompensa aos em-pregados que se afastassem de a-ções comprometedoras, consideraria os problemas éticos no processo de seleção e disporia de mentores para dar orientação moral aos emprega-dos, porém isso está muito longe de acontecer. No Brasil, embora o tema esteja em discussão desde o início da década, ainda é tímida a mudança do empre-sariado. Mesmo que as ações em-presariais não sejam suficientes para resgatar a dívida social brasileira, qualquer iniciativa nesse sentido de-ve ser aplaudida e incentivada. Fonte: www.administradores.com.br Edição: Filipe de Sousa

Ambientes Corporativos, das administrações públicas, das ruas, estradas, ar-mar sempre é interessante ter olhares cognitivos-perceptivos sobre nossa gente.

Esporte, recreação e lazer São ações que expressam a originalidade do ser aludente ao modulo sócio ambiental da sustentabilidade.

A Recreativa é uma prestadora de serviços especializada em eventos de esporte, recreação e lazer. Nossa filosofia é prestar serviços com criatividade e qualidade baseada na parceria. Tudo isso é desenvolvido através de solu-ções dinâmicas e eficientes, sempre explorando o lado lúdico das atividades, atendendo as necessidades de cada cliente e objeti-vando, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida dos parti-cipantes. Estar bem em todos os momentos - é assim que a Recreativa quer ver as pessoas, ao criar eventos exclusivos. Esses projetos nasceram a partir da necessidade do mercado em contar com profissionais especializados e da conscientização da importância do esporte, recreação e lazer, nos dias atuais. Estamos aptos a desenvolver esses projetos junto a Escolas, ho-téis, empresas, clubes, faculdades, prefeituras, etc. Planejamento, Organização, Execução e Acompanhamento de: Torneios e Campeonatos, Atividades Recreativas, Gerenciamen-to de Academias, Colônias de Férias, Ruas de Lazer, Ginástica Laboral, Cursos e Palestras, etc.

NNNNossos projetos nasceram a partir da necessidade de resgatar o brincar em grupo através dos jogos e brincadeiras e como uma opção de lazer educati-vo, atividades que valorizam a convivência, a integração, a socialização e a alegria. Tudo isso por meio da vivência corporal, social e cultural com ênfase nas áreas de esporte, recreação e lazer e pela prática de atividades que esti-mulem a cooperação e a criatividade. Contar com profissionais especializados e da conscientização da importân-cia do esporte, recreação e lazer, nos dias atuais. Neste sentido, nossa filosofia se justifica pela importância de trazer de uma forma diferente a importância do brincar que há mais de oito anos aborda-mos. Queremos dinamizar nossos serviços com criatividade e qualidade ba-seada na parceria através de soluções dinâmicas e eficientes, sempre explo-rando o lado lúdico das atividades objetivando acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida dos participantes. Estar bem em todos os momentos- é assim que a Recreativa quer ver as pessoas, ao criar eventos exclusivos.

Contatos: [email protected] Telefones: (12) 99793-6644/981722810

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 11

Políticas Públicas

Dia desses tive um dia muito corrido e ao abrir minha rede social me de-parei com a seguinte postagem de uma amiga ”Moradora baleada e pos-teriormente socorrida, acaba caindo da viatura, sendo arrastada e mor-rendo... Lamentável!.... Penso que este é mais um episódio q. vem de-monstrar o total despreparo do PAÍS SEDE DA COPAAAAAAAAAA.”, fui então me inteirar do assunto e me deparei com a seguinte notícia publi-cada pelo http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/:

“Os três policiais militares que socor-reram Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, estão presos, como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (17). A auxiliar de serviços gerais morreu depois de ser atingida por bala perdida durante operação policial de combate ao tráfi-co de drogas na região, no domingo (16). Testemunhas contaram que Cláudia foi colocada no porta-malas do carro da polícia para ser levada ao hospi-tal. No entanto, durante o trajeto, o porta-malas abriu e a auxiliar de ser-viços caiu, sendo arrastada pela rua. A PM abriu inquérito para investigar os fatos e informou que os policiais estavam sendo ouvidos durante a manhã desta segunda-feira na Dele-gacia de Polícia Judiciária e depois serão encaminhados ao Batalhão Especial Prisional da PM (BEP).

Ainda segundo a PM, eles poderão ser autuados no artigo 324 do código penal militar, que trata de transgres-são de disciplina. No caso deles, a pena pode se aplicar pela forma co-mo eles socorreram a vítima.

O jornal Extra publicou nesta segun-da o vídeo feito por um cinegrafista amador que mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cláudia da Silva Ferreira teria ficado pendurada no para-choque do veícu-lo apenas por um pedaço de roupa.

“Minha filha contou que ela ia com-prar R$ 3 de pão e R$ 3 de mortade-la, mas não deu tempo de chegar”, disse o marido de Cláudia, que prefe

riu não ser identificado por questões de segurança.

Cláudia era mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. O velório está sendo realizado nesta segunda-feira no Cemitério de Irajá, no Subúr-bio. O enterro está previsto para as 13h. 'Interromperam o sonho dela', diz marido

Segundo a PM, os policiais faziam uma operação na comunidade. Hou-ve troca de tiros com traficantes e a auxiliar de serviços gerais foi baleada. Logo depois, os morado-res revoltados protestaram contra a ação da polícia. Dois ônibus foram queimados.

Eles bloquearam a Avenida Ministro Edgar Romero, uma das principais de Madureira. Segundo os morado-res, Cláudia foi baleada no peito e na cabeça pelos policiais do 9º BPM, que subiram o morro atirando.

“Os policiais chegaram de manhã já atirando nem mandou nada. Chega-ram atirando e os tiros caíram todos em cima dela. As pessoas gritaram: é mulher, trabalhadora, moradora e eles continuaram atirando”, afirmou uma moradora.

Amigos de Cláudia reclamaram que os PMs demoraram a socorrê-la. Pa-ra eles, a vítima não foi socorrida i-mediatamente após ser atingida. O socorro só teria sido prestado depois que um traficante foi alvejado.

“Ela não estava com a perna ferida quando ela foi colocada no carro da PM, mas, quando chegou ao hospi-tal, ela estava com a perna direita em carne viva. A gente entende que ela foi arrastada em algum lugar, que não foi lá, que não tem marca de sangue pelo chão. Mas a perna dela está na carne viva. Não deixaram que ninguém acompanhasse, muito mal informaram para onde estava levando ela”, disse um amigo da víti-ma.

Desolado, o marido de Cláudia la-mentou o fato de a mulher não ter conseguido realizar seus sonhos.

“Extrovertida, guerreira para caram-ba, determinada no que queria. Infe-lizmente, o sonho dela não vai poder ser realizado agora. Íamos tentar. Eu vou fazer isso, modificar a casa para ela, que ela não conseguiu. Não que ela não conseguiu, interromperam o sonho dela”, afirmou.

Resposta da PM Em nota, a PM disse que Cláudia da Silva Ferreira foi colocada no porta-malas do carro e no caminho do hos-pital a porta se abriu. Foi nesse mo-mento que parte do corpo da mora-dora acabou sendo arrastado pela rua, provocando mais ferimentos. O comando da PM afirmou que este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação que é a preservação da vida e da dignidade humana.

A Polícia Militar informou ainda que os policiais encontraram Cláudia já baleada no alto do morro. Ela ainda foi levada para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas não resistiu. Segundo a PM, na operação em Ma-dureira, um traficante foi morto e ou-tro foi ferido e preso. Os policiais a-preenderam quatro pistolas, rádios e drogas na comunidade. A Polícia Ci-vil vai investigar de onde partiram os tiros.

Para a família, a dor se mistura à in-dignação. “A sensação é que no mor-ro, na favela, só mora bandido, mar-ginal. Insegurança, somos tratados como animais”, diz um amigo de Cláudia.”

Seguindo em minha pesquisa encon-trei uma reportagem com a filha da vítima:

A filha de Cláudia as Silva Ferreira falou ao jornal "Bom Dia Rio" e mos-trou sua revolta com toda a ação da polícia. A mãe dela morreu depois de ser baleada na comunidade de Con-gonha, no subúrbio do Rio de Janei-ro, e arrastada no asfalto por, pelo menos, 250 metros, pendurada no carro da PM.

“Foi só virar a esquina, virar a rua e ela deu de frente com eles. Eles de-ram dois tiros nela. Eles falaram que se assustaram com o copo de café que estava na mão dela”, conta Thais Lima, a filha mais velha de Claudia.”

Buscando um pouco mais de infor-mação sobre o caso, me deparei en-tão com a foto que ilustra a matéria. E então me veio a pergunta: Quantas Claudias, quantos Amarildos, quan-tas Geisas, quantos Joãos, quantas Marias serão ainda sacrificados e vítimas do despreparo de alguns poli-ciais que denigre a instituição “Polícia Militar”?

Denigrem sim, pois a instituição não é ruim e dela muitos bons e honestos policiais fazem parte.

É inaceitável que quem deva prover a segurança pública e a preservação da vida e da dignidade humana prati-

que atos como o aqui narrado. Até quando o governo admitirá pessoas sem o perfil necessário para bem de-senvolver a segurança pública e sem capacidade de primar pela integrida-de física do cidadão?

Cláudia levou dois tiros porque carre-gava consigo um copo de café!!!!! Não bastasse os dois tiros que rece-beu,a jogaram no porta-malas da via-tura como se ela não fosse um ser humano necessitando de socorro médico por uma situação provocada por eles próprios!!!!

Um erro sobre outro que ceifou a vi-da de Cláudia deixando seus filhos órfãos e provavelmente mais des-crentes desse sistema falido que se apresenta.

Bem, mas o dia não termina por aqui, ligo a tv e me deparo com um debate sobre o assunto no programa de Jô Soares, a 01h43m do dia 18/03/2014 e então ouço a seguinte frase proferi-da por Lillian Witte Fibe, “é o governo matando gente nas ruas”, sendo in-terrompida de imediato por um inter-valo comercial e em seguida o pro-grama saiu do ar.

Errada ela em sua colocação? Penso que não, afinal é o governo que atra-vés de concurso público nos quais não se mede aptidão ao cargo que autoriza a entrada de maus policiais nas instituições, sejam elas militar ou civil. É esse mesmo governo que deveria prover a segurança pública e não o faz.

E prosseguindo nessa madrugada vejo em seguida a notícia de que po-liciais civis, advogados e delegados de polícia estão sendo retirados das ruas e dos processos investigativos porque respondem a um processo que apura extorsão, sequestro e tor-tura, mas que o delegado envolvido, provavelmente por seu status, será mantido em sua função.

E aí quando o povo grita, recebe en-tão o status de terrorista e, a impren-sa que não se curva a parcialidade passa a ser marginalizada ou morre em praça pública. O que me consola é que vivemos numa democracia que me dá a oportunidade de escrever, porém muito há que se mudar nessa democracia para que realmente seja exercida na plenitude de uma demo-cracia .

Para finalizar deixo algumas pergun-tas:

Que tipo de segurança pública te-mos? Até quando o Estado admitirá maus policiais nos deixando a mercê de uma insegurança total? Quantos inocentes terão ainda que morrer nas mãos de policiais despre-parados para que uma verdadeira faxina seja feita nas instituições? Claudia Andreucci Advogada

CONTATOS: 055 12 9 9114.3431 - E-mails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 12

Direitos Humanos

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

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responsabilidade!

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Causas da erosão atual dos direitos humanos

Leonardo Boff Vivemos num mundo no qual os direitos humanos são violados, praticamente em todos os níveis, familiar, local, nacional e planetário. O Relatório Anual da Anistia Internacional de 2013 com referência a 2012 cobrindo 159 países faz exatamente esta dolorosa constatação. Ao invés de avançarmos no respeito da dignidade hu-mana e dos direitos das pessoas, dos povos e dos ecos-sistemas, estamos regredindo a níveis de barbárie. As violações não conhecem fronteiras e as formas desta agressão se sofisticam cada vez mais.

A forma mais covarde é a ação dos “drones”, aviões não pilotados que a partir de alguma base do Texas, dirigi-dos por um jovem militar diante de uma telinha de televi-são, como se estivesse jogando, consegue identificar um grupo de afegãos celebrando um casamento e den-tro do qual presumivelmente deverá haver algum guerri-lheiro da Al Qaeda. Basta esta suposição para com um pequeno clique lançar uma bomba que aniquila todo o grupo, com muitas mães e crianças inocentes.

É a forma perversa da guerra preventiva, inaugurada por Bush e criminosamente levada avante pelo presi-dente Obama, que não cumpriu as promessas de cam-panha com referência aos direitos humanos, seja do fechamento de Guantánamo, seja da supressão do Ato Patriótico (antipatriótico), pelo qual qualquer pessoa dentro dos EUA pode ser detida por suspeita de terroris-

mo, sem necessidade de avisar a família. Isso significa sequestro ilegal que nós na América Latina conhecemos de sobejo. Verifica-se em termos econômicos e também de direitos humanos uma verdadeira latino-americanização dos EUA no estilo dos nossos piores momentos da época de chumbo das ditaduras militares. Hoje, consoante o Relatório da Anistia Internacional, o país que mais viola direitos de pessoas e de povos são os Estados Unidos.

Com a maior indiferença, qual imperador romano abso-luto, Obama nega-se a dar qualquer justificativa sufici-ente sobre espionagem mundial que seu governo faz a pretexto da segurança nacional, cobrindo áreas que vão de trocas de e-mails amorosos entre dois apaixonados a negócios sigilosos e bilionários da Petrobras, violando o direito à privacidade das pessoas e à soberania de todo um país. A segurança anula a validade dos direitos irre-nunciáveis.

O continente que mais violações sofre é a África. É o continente esquecido e vandalizado. Terras são compra-das (land grabbing) por grandes corporações e pela Chi-na para nelas produzirem alimentos para suas popula-ções. É uma neocolonização mais perversa que a ante-rior.

Os milhares e milhares de refugiados e imigrantes por razões de fome e de erosão de suas terras são os mais vulneráveis. Constituem uma subclasse de pessoas, rejeitadas por quase todos os países, “numa globaliza-ção da insensibilidade”, como a chamou o papa Francis-co. Dramática, diz o Relatório da Anistia Internacional, é a situação das mulheres. Constituem mais da metade da humanidade, muitíssimas delas sujeitas a violências de todo tipo, e em várias partes da África e da Ásia ain-da obrigadas à mutilação genital.

A situação de nosso país é preocupante, dado o nível de violência que campeia em todas as partes. Diria, não há violência: estamos montados sobre estruturas de violência sistêmica que pesa sobre mais da metade da população afrodescendente, sobre os indígenas que lutam por preservar suas terras contra a voracidade im-pune do agronegócio, sobre os pobres em geral e sobre

os LGBT, discriminados e até mortos. Porque nunca fizemos uma reforma agrária, nem política, nem tributá-ria, assistimos a nossas cidades se cercarem de cente-nas e centenas de “comunidades pobres” (favelas) onde os direitos à saúde, educação, à infraestrutura e à segu-rança são deficitariamente garantidos.

O fundamento último do cultivo dos direitos humanos reside na dignidade de cada pessoa humana e no res-peito que lhe é devido. Dignidade significa que ela é portadora de espírito e de liberdade que lhe permite moldar sua própria vida. O respeito é o reconhecimento de que cada ser humano possui um valor intrínseco, é um fim em si mesmo e jamais meio para qualquer outra coisa. Diante de cada ser humano, por anônimo que seja, todo poder encontra o seu limite, também o Esta-do.

O fato é que vivemos num tipo de sociedade mundi-al que colocou a economia como seu eixo estrutura-dor. A razão é só utilitarista, e tudo, até a pessoa huma-na, como o denuncia o papa Francisco, é feito “um bem de consumo que, uma vez usado, pode ser atirado fora”. Numa sociedade assim não há lugar para direitos, ape-nas para interesses. Até o direito sagrado à comida e à bebida só é garantido para quem puder pagar. Caso contrário, estará ao pé da mesa, junto aos cães espe-rando alguma migalha que caia da mesa farta dos epu-lões.

Neste sistema econômico, político e comercial se assen-tam as causas principais, não exclusivas, que levam permanentemente à violação da dignidade humana. O sistema vigente não ama as pessoas, apenas sua capa-cidade de produzir e de consumir. De resto, são apenas resto, óleo gasto na produção.

A tarefa, além de humanitária e ética, é principalmente política: como transformar este tipo de sociedade mal-vada numa sociedade onde os humanos possam se tratar humanamente e gozar de direitos básicos. Caso contrário, a violência é a norma.

*Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é também escritor. É dele o livro ‘Proteger a Terra e cuidar da vida: Como escapar do fim do mundo' (Record, 2010). - Leonardo Boff

Todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos.

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 13

Meio Ambiente A campanha nacional contra o uso de

Agrotóxicos

Reportagem: Maria Mello

Mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores lançaram uma campa-nha nacional, de caráter permanente, contra o uso dos agrotóxicos no Brasil. A campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de fiscalização, uso, consumo e venda de agrotóxi-cos, a contaminação dos solos e das águas e de-nunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos con-sumidores nas cidades.

O secretário-executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Denis Monteiro, apresenta os objetivos da campanha. “A primeira questão é que nós precisamos estabelecer uma coalizão, uma convergência ampla dos movimentos da área da saúde, da agricultura, comunicação e direito, para fazer a denúncia permanente desse modelo base-ado no uso de agrotóxicos e transgênicos que tor-nou o Brasil campeão mundial do uso de agrotóxi-cos; e os impactos são gravíssimos na saúde dos trabalhadores, no meio ambiente, na contamina-ção das águas. ’’

Segundo Monteiro, além do caráter de denúncia, a campanha pretende também apresentar à socie-dade o modelo proposto pelas entidades, mais saudável, baseado na pequena agricultura. “Outro campo de articulação é mostrar para a sociedade e avançar na construção de outro modelo de agri-cultura, baseado na agricultura familiar, campone-sa, em toda sua diversidade, dos povos e comuni-dades tradicionais, assentamentos de reforma a-grária, e que este modelo sim pode produzir ali-mentos com fartura, alimentos de qualidade, com diversidade e sem uso de agrotóxicos.

Temos estudos que mostram que a agroecologia é viável, produz em quantidade e em qualidade, e

o local para a agroecologia acontecer são as á-reas da agricultura familiar.

Então outro campo de articulação importante é avançar na construção destas experiências em agroecologia que a gente já vem construindo, mul-tiplicá-las pelo país, mostrando que este é o futuro da agricultura, e não vai ter futuro para o planeta se a gente não construir este modelo alternativo ao modelo que está aí’’

Monteiro aponta ainda que a atuação no âmbito das políticas públicas também se constituirá em um eixo importante da campanha. “A Anvisa tem um trabalho de análise de resíduos de agrotóxicos e alimentos, que precisa ser ampliado para mais culturas, ter aumentada sua abrangência; está também fazendo reavaliações de agrotóxicos que têm um impacto terrível na saúde, propondo restri-ção ao uso e banimento de produtos.

Por outro lado, precisamos avançar nas políticas direcionadas à agricultura familiar, para que elas possam fomentar o resgate da biodiversidade, o resgate das sementes crioulas, possam fortalecer as experiências de comercialização direta dos a-gricultores familiares com os agricultores.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar pre-cisa ser efetivado, uma alimentação de melhor qualidade nas escolas, que o dinheiro público usa-do para alimentação escolar seja destinado à compra da agricultura familiar – a lei aprovada ano passado obriga que no mínimo 30% seja destina-do para a compra da agricultura familiar; temos que lutar para que esta conquista seja efetivada.’’

Para o integrante da Via Campesina Brasil e da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, a campanha pretende propor projetos de lei, portari-as e iniciativas legais e jurídicas para impedir a expansão dos agrotóxicos. “Seria uma boa inicia-tiva que os municípios começassem a legislar, porque é possível que as câmaras proíbam o uso de determinado veneno no seu município, e que a própria população fiscalize.

Mas isso não basta ser iniciativa do vereador, é preciso que toda a sociedade se mobilize para ga-rantir, inclusive, que o comércio não venda, que os fazendeiros não usem e que, afinal, nós vamos criando territórios livres de agrotóxicos, e vocês vão ver como a qualidade de vida vai melhorar muito nesses municípios.”

Stedile ainda avalia a natureza do uso dos agrotó-xicos no Brasil e suas graves consequências: “Nós estamos aplicando um bilhão de litros por ano, e isso representa, em média, cinco litros de

veneno por pessoa. Não há parâmetro similar em qualquer outra sociedade do planeta, nem sequer nos Estados Unidos, que são a matriz indutora de toda a utilização de venenos na agricultura a partir da Segunda Guerra Mundial.”

Para Stedile, a redução e a eventual erradicação do uso de agrotóxicos dependem, fundamental-mente, da conscientização da população: “Então nós esperamos que, daqui para diante, possamos congregar este conjunto de forças sociais, desde os movimentos sociais, dos trabalhadores, dos pesquisadores, dos médicos, das universidades, dos institutos de ciência, para fazermos uma gran-de articulação nacional e, de fato, conseguirmos paulatinamente ir diminuindo o consumo de vene-nos, até chegarmos, quiçá, em médio prazo, à eli-minação total do uso de agrotóxicos na agricultura brasileira – o que seria uma grande conquista pa-ra toda a sociedade.

Para que se tenha uma ideia, eu acho que a cam-panha contra os agrotóxicos é muito parecida com a campanha contra o fumo, porque no fundo o ta-baco também usa muito agrotóxico, o tabaco é um veneno, causa gravíssimos problemas de saúde para a população, e somente de uns dez anos pra cá é que a sociedade brasileira começou a se conscientizar e fazer uma campanha contra o ci-garro. E nós conseguimos reduzir: 30% da popula-ção eram fumantes e, hoje, só 12% são fumantes’’

De acordo com Letícia Silva, da ANVISA, é preci-so que a campanha consiga promover uma gran-de consulta junto à sociedade brasileira sobre o tema.“Não sei o tempo: quando colocamos a pos-sibilidade de retirada de um produto agrotóxico do mercado, muitas vezes a gente recebe poucas manifestações favoráveis à retirada daquele pro-duto no mercado, e muitas manifestações pela manutenção do produto no mercado.

Então acho que a primeira coisa, a mais simples – e que independe até de uma grande mobilização – são as organizações da sociedade mostrarem o que estão pensando a respeito, mostrar o seu de-sejo com relação aos produtos agrotóxicos. Que-rem realmente que sejam controlados? Que pro-dutos precisariam ser banidos, quais estão cau-sando intoxicação? “

A campanha nacional contra o uso de agrotóxicos também promoverá iniciativas ligadas à educação – com a produção de cartilhas para as escolas – e realizará seminários regionais e audiências públi-cas.

Fonte:www.radioagencianp.com.br/

Edição: Filipe de Sousa

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AGROTÓXICOS A atualidade urgente do tema é retratada a partir de um recorte de reportagens exibidas recentemente em emissoras nacionais e regionais de TV e de rádio. Do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando pelo Mato Grosso e Espírito Santo, e o que se vê é que o discurso das safras recordes ou da sustentação da balança co-mercial não mais dá conta de esconder seu lado nefasto. Os principais especialistas em saúde ambiental e toxicologia trazem casos e dados dos prejuízos cau-sados por um modelo de agricultura que não cresce sem agrotóxicos, e que hoje, em claros sinais de saturação, usa mais agrotóxicos do que cresce. Contudo,

está no ar uma nova investida de marketing que diz que é esse “o Brasil que cresce forte e saudável”.

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ABRIL 2014 Gazeta Valeparaibana Página 14

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NEM SEMPRE É VANTAJOSO DECLARAR

DEPENDENTE NO IMPOSTO DE RENDA

Bianca Pinto Lima Apesar da interessante dedução de R$ 2.063 por dependente, de-clarar outras pessoas no seu Im-posto de Renda nem sempre é financeiramente vantajoso. O mo-tivo é simples: o valor total da ren-da dos dependentes pode não ser compensado pelos abatimentos previstos em lei. Assim, o contribuinte acabará pa-gando mais ou tendo uma restitui-ção menor do que se declarasse sozinho. Em todos os casos, deve-se simular as situações antes de realizar a declaração definitiva. Veja abaixo 4 situações nas quais o dependente pode trazer prejuí-zos.

1) Cônjuge com rendimento in-ferior A declaração de um casal pode ser feita em conjunto ou em sepa-rado. Se optarem pelo documento conjunto, os rendimentos de am-bos serão somados. Dessa forma, se o cônjuge dependente tiver renda inferior à do declarante, é provável que a melhor opção seja

a declaração em separado. Isso porque quem ganha menos pode se enquadrar em uma alíquota menor de IR ou simplesmente fi-car abaixo do limite de isenção, caso declare sozinho. Já se pres-tar contas junto com o outro côn-juge, aumentará a renda total, po-dendo elevar também a alíquota de cobrança. Exemplo: um cônjuge ganha R$ 100 mil por ano e, com isso, paga-rá algum imposto no ajuste anual. Enquanto o outro ganha R$ 20.529,36, exatamente o limite de isenção. Se a declaração for se-parada, o que ganha mais vai pa-gar determinado IR e o que ganha menos não pagará nada. Mas, se a declaração for conjunta, é possí-vel que na soma do casal o tributo a ser pago seja maior.

2) Pais, avós ou bisavós como dependentes

Pais, avós e bisavós podem ser declarados como dependentes desde que tenham recebido, em 2013, rendimentos de até R$ 20.529. A renda deve ser declara-da de acordo com a sua natureza. Ou seja, se é tributável, deve ser tributada na declaração. Já se era isenta, deverá ser assim informa-da. Logo, se a renda do depen-dente for tributável, é possível que

não haja vantagem para o contri-buinte em declarar essa pessoa.

3) Cônjuge dependente desem-pregado, mas que recebe renda

Neste caso, o cônjuge dependen-te na declaração do Imposto de Renda não trabalha. Contudo, passou a receber aluguéis e, co-mo consequência, aumentará os rendimentos do casal. Assim, vale a pena simular a declaração das duas formas para ver qual é a mais vantajosa. Ou seja, se conti-nua a ser financeiramente interes-sante a declaração em conjunto ou se o melhor é declarar em se-parado.

4) Filho de casal divorciado que é dependente da mãe

Esta situação envolve uma série de variáveis. Primeiro, analisare-mos a declaração do pai. As des-pesas médicas e com instrução pagas por ele (que é o chamado alimentante) em nome do filho (o alimentando) poderão ser deduzi-das no documento de ajuste anu-al. Mas, para isso, é necessário que esses gastos constem na de-cisão judicial ou no acordo homo-logado judicialmente. As despesas com instrução só po-dem ser deduzidas até o limite de R$ 3.230,46, enquanto os gastos médicos não têm limite de abati-

mento. Os demais valores estipu-lados na sentença judicial – tais como aluguéis, condomínio, trans-porte e previdência privada – não são dedutíveis. Já a pensão ali-mentícia paga ao filho pode ser abatida integralmente pelo pai, independentemente do valor.

Importante destacar que o contri-buinte que paga pensão alimentí-cia a ex-cônjuge e aos filhos (no caso deste exemplo, o pai) não pode colocá-los como seus de-pendentes, exceto no ano em que se inicia o pagamento da pensão. Na declaração da mãe, que tem o filho como dependente, a situação é a inversa. Ou seja, os rendimen-tos decorrentes da pensão deve-rão ser tributados. Mas ela tam-bém poderá abater eventuais des-pesas com o dependente, até os limites estipulados. Portanto, o risco é que as deduções relativas ao filho não sejam suficientes pa-ra compensar o aumento de renda decorrente da pensão.

Assim, será necessário simular ambas as situações (filho como dependente ou não) para saber se será vantajoso declará-lo em con-junto ou se vale a pena ele fazer a própria declaração. Para isso, basta o filho ter um CPF próprio.

Fonte:www.blogs.estadao.com.br

ADICIONAL DE LOCAL DE EXERCÍCIO

O Adicional de Local de Exercício foi instituído pe-la Lei Complementar 669,de 20 de dezembro de 1.991 e alterado pela Lei Complementar 836/97, com escopo de estimular as atividades desenvol-vidas em escolas da zona rural e nas zonas peri-féricas das grandes cidades que apresentem con-dições ambientais precárias, localizadas em regi-ão de risco ou de difícil acesso.

O adicional corresponde a incremento remunera-tório de 20% calculado sobre o valor da faixa e nível nas quais se acha enquadrado o servidor, observada a jornada de trabalho a que estiver su-jeito.

A lei foi regulamentada pelo Decreto 52.674/2008.

De acordo com as normas do mencionado decre-to, a expressão zona rural aplica-se às regiões assim definidas pela legislação municipal de zone-amento; zona periférica de grande centro urbano com condições ambientais precárias é aquela lo-calizada em região mais afastada do centro urba-no dos municípios integrantes da Região Metropo-litana de São Paulo e dos municípios com popula-ção igualou superior a 300.000 habitantes, e que se constitui em área de risco ou difícil acesso, ca-racterizadas pelo grau de vulnerabilidade social.

As unidades escolares abrangidas pelas regiões acima definidas serão identificadas por ato do Se-cretário da Educação, considerada a disponibilida-de financeira. Em virtude alterações promovidas pela LC 1097/-2009, o ALE é considerado para fins de pagamen-to do 13º salário e do terço constitucional das fé-rias, além de se incorporar para fins do cálculo dos proventos da aposentadoria.

A incorporação se dá de forma proporcional ao recolhimento da contribuição previdenciária inci-

dente sobre o ALE, que passa a sofrer este des-

conto.

LIBERDADE DE CÁTEDRA

A Constituição Federal (art. 206, II) estabelece que o ensino deve ser ministrado com base, entre outros, no princípio da liberdade de aprender, en-sinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

A legislação infraconstitucional reguladora do as-sunto no âmbito do Ensino Público Oficial do Esta-do de São Paulo, elenca entre os direitos do inte-grante do QM (art. 61, IV, da L.C. 444/85) o de ter liberdade de escolha e utilização de materiais, de procedimentos didáticos e de instrumentos de a-valiação do processo ensino-aprendizagem dentro dos princípios psicopedagógicos, objetivando ali-cerçar o respeito à pessoa humana e a construção do bem comum.

Além dos previstos em outras normas, são direitos do integrante do Quadro do Magistério: ter liberdade de escolha e de utilização de materi-ais, de procedimentos didáticos e de instrumento de avaliação do processo ensino-aprendizagem, dentro dos princípios psicopedagógicos, objetivan-do alicerçar o respeito à pessoa humana e, à construção do bem comum.

Edição: Claudia Andreucci

Área Rural e Periferia

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Contaminação dos alimentos e

a saúde pública

Reportagem: Raquel Casiraghi

Um ditado indiano diz que a gente é aquilo que come. A alimentação sem-pre ocupou lugar de destaque desde as sociedades milenares. As pesso-as comiam para satisfazer as neces-sidades do corpo, mas também da mente. A comida também se encarre-gou de perpetuar culturas de povos, passando receitas e costumes de geração para geração, até os dias de hoje.

No entanto, se a gente é o que come, não temos muito o que comemorar. Em nome da correria do dia-a-dia, a alimentação variada de antigamente, com legumes, verduras e frutas, tudo cozido e até mesmo plantado em ca-sa, deu lugar a pães, bolachas, comi-das instantâneas e enlatados.

O resultado dos novos maus hábitos foi comprovado em agosto de 2010. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa em que mostra que a obesidade já é uma epidemia no país. Desde a dé-cada de 70, o déficit de alimentação diminuiu, mas o excesso e a obesida-de estouraram. Tanto que o IBGE estima que, se for mantido o ritmo de crescimento de pessoas acima do peso, em apenas 10 anos o Brasil terá se igualado aos Estados Unidos.

Ou seja, o brasileiro está comendo mais, no entanto, com menos quali-

dade, como explica a nutricionista Regina Miranda, presidente do Con-selho de Segurança Alimentar e Nu-tricional Sustentável do Rio Grande do Sul (Consea).

“Há exemplo do trigo, batata, deriva-dos de trigo como pão e macarrão, são dominante numa dieta diária. Is-so, sem sombra de dúvida, empobre-ceu a alimentação”.

A má alimentação não se restringe apenas a ter uma dieta empobrecida e com pouca variedade por causa da dita falta de tempo. Também é con-sequência de um novo padrão ali-mentar que vem sendo imposto com a industrialização dos alimentos. As pessoas têm comida barata à dis-posição, mas com pouco valor nutriti-vo, carregado de açúcar, sal, conser-vantes e gordura hidrogenada. A mu-dança na alimentação, embora atinja toda a sociedade, é mais perversa entre os mais pobres, analisa Regi-na.

“O que faz com que as pessoas mui-to pobres, que têm uma renda baixa, acabam mais destes alimentos por-que são mais baratos. Alimentam maior número de pessoas durante o mês. O resultado disso tudo uma hu-manidade obesa. É um sistema que obesifica as pessoas, que adoecem muito de doenças relacionadas a maus hábitos alimentares como dia-betes, pressão alta, cardiopatia” Neste novo padrão, a comida deixou de ser um alimento e passou a ser tratada como uma mercadoria, vendi-da aos consumidores, à população.

Quem nunca escolheu, no supermer-cado, a laranja maior, mais lustrosa, a mais bonita? São essas as caracte-rísticas que definem o valor nutricio-nal dos alimentos? Há prateiras es-pecíficas até mesmo para as crian-ças, com bolachas e salgadinhos com carinhas e diversos sabores. Para a nutricionista Regina Miranda, não é a aparência o que deve contar na hora de optarmos por uma alimen-tação mais saudável, e sim a sua es-sência.

“Não comemos mais alimentos, co-memos mercadoria. Aquilo que vou comer estão embutidos outros valo-res em troca que não são necessari-amente importantes para a minha saúde. Tem valor como uma merca-doria que tem que gerar lucro, tem

que ter tempo de prateleira, estar maquiada”.

Muitas vezes, a comida mais bonita e que pode parecer mais apetitosa aos olhos não é necessariamente a me-lhor para a nossa saúde. Isso porque para deixarem o alimento com essa “boa” aparência, os agricultores usa-ram agrotóxicos na hora de plantar e produzir. Em 2009, o Brasil ultrapas-sou os Estados Unidos e se tornou o líder mundial no uso de veneno agrí-cola. Foram consumidos 1 bilhão de litros por ano no país.

É como se cada brasileiro consumis-se, em média, 5 litros de veneno por ano.

A pesquisadora Rosany Bochner co-ordena o Sistema Nacional de Infor-mações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX). Ligado à Fundação Os-waldo Cruz, o sistema centraliza e divulga os casos de envenenamento e intoxicação registrados na rede na-cional. Os casos mais registrados pelo sistema são de efeito agudo, que ocorre quando a pessoa apre-senta reações logo após a intoxica-ção.

No entanto, os casos crônicos, em que os efeitos aparecem após a ex-posição por um longo período aos agrotóxicos, são em grande maioria e não se restringem mais aos agriculto-res, que lidam diretamente com o ve-neno. De acordo com Rosany, atinge toda a população, apesar das dificul-dades para comprovar que doenças que hoje afetam a população, como câncer, estão relacionadas aos vene-nos agrícolas.

“Há 10 anos, com certeza não tinha o consumo que se tem hoje. E se você olhar em termos de câncer e tudo mais, essas doenças aumentaram bastante. Se olhar o mapa das doenças hoje, vê que algumas diminuíram com sa-neamento, vacinas e com algumas coisas que foram feitas. E outras que vêm aumentando. Até porque a vida média aumentou. Mas a questão do câncer chama muito a atenção. Não sei se é uma coincidência, mas se ouve muito”.

Ainda há os problemas ambientais, como lembra o integrante da coorde-nação nacional da Via Campesina, João Pedro Stedile.

“Afetam o meio ambiente porque destroem os micronutrientes do solo, contaminam a água do lençol freáti-co, evaporam e voltam com as chu-vas. E finalmente, se incorporam com os alimentos e as pessoas que con-somem estes alimentos acabam in-gerindo pequenas doses permanen-tes de veneno que vão se acumulan-do no seu organismo e que afeta, em primeiro lugar, o sistema neurológico e, em segundo lugar pode degenerar as células e se transformar em cân-cer”

Em 2009, a Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (ANVISA) consta-tou que mais de 64% das amostras de pimentão analisadas pelo Progra-ma de Análise de Resíduos de Agro-tóxicos apontam quantidade de resí-duo tóxico acima do permitido. A AN-VISA também encontrou , em todos os alimentos analisados, resíduos de agrotóxicos que não são permitidos no Brasil justamente por serem alta-mente prejudiciais.

A pesquisadora Rosany Bochner, da Fundação Oswaldo Cruz, desmistifi-ca a ideia de que a quantidade de agrotóxicos utilizada é proporcional à escala de grãos produzidos no país. “Em várias coisas ele [Brasil] não é o maior produtor. É uma ilusão achar que o Brasil é o maior produtor de grãos e que precisaria ser o maior consumidor [de agrotóxicos]. E o Bra-sil passou de segundo para primeiro, não se iluda, foi exatamente quando os outros países proibiram o uso de alguns produtos e nós não. Logica-mente que se tinha uma oferta muito grande de produtos que vieram para cá. Com certeza vieram com preço menor, que se começou a consumir mais”

João Pedro Stedile responsabiliza o agronegócio e as grandes empresas por impor esse modo de produção, baseado no uso de venenos quími-cos. Ele sugere, por exemplo, a inde-nização das pessoas que sofreram com os efeitos dos agrotóxicos.

“Espero que algum dia, inclusive, te-nhamos leis suficientes não só para proibir o uso do veneno, mas para exigir que estas empresas indenizem as famílias que tenham pacientes com enfermidades decorrentes dos venenos agrícolas”

Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/

Aprendendo

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ABRIL - 2014

Edição nº. 77 Ano VII - 2014

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

PORTUGAL Arte - Viana do Alentejo Feliciano Agostinho já girou muitas rodas de oleiro.

Panelas, alguidares, colheres são algumas das peças que Feliciano Agostinho molda em barro na sua roda elétrica, outrora manual. Feli-ciano diz que «hoje já não tem per-nas para girar a roda, mas já rodou muitas». O artesão é dos poucos a trabalhar o barro na vila alentejana de Viana do Alentejo, em séculos passados um grande centro oleiro. A olaria em Viana do Alentejo foi ofício que ocupou muita gente du-rante séculos. Na centúria de 1800 registravam-se já numerosos olei-

ros na vila alentejana. Este centro oleiro destacava-se de outros na região, como São Pedro do Corval, pela rusticidade das peças, sem elementos decorativos (uma ten-dência que hoje já não se verifica), e pela propensão em moldar o bar-ro para obter utensílios do quotidia-no como alguidares e panelas. Os anos trouxeram o desapareci-mento do ofício, sendo que hoje em Viana do Alentejo resistem três oleiros. Feliciano Agostinho é um deles. Há 56 anos que molda o barro, dando continuidade à arte do avô materno. «Já ensinei ao meu filho, que também já trabalha nesta área», diz Feliciano e brinca: «mas agora só tenho três netas, nenhum neto, deve ser mais difícil de ensinar». Feliciano veste um macacão para proteger a sua roupa e liga a roda. «Agora é elétrica, já não tenho per-nas para fazer girar a roda. Mas já girei muitas», afiança. Na sua ofici-na, trabalha e expõe as suas pe-ças, sobretudo utilitárias. Há colhe-res, tachos, panelas, alguidares.

«Não há dinheiro para a decora-ção, por isso o que fazemos e ven-demos mais são as peças utilitá-rias», explica Feliciano. Depois de moldar o barro, o artesão passa as peças para a mulher e a nora, as pintoras. Inspiram-se nos motivos alentejanos, o sobreiro, a ceifeira, as azeitonas, mas também têm de-senhos geométricos. Viana do Alentejo obteve um tão

grande reco-n h e c i m e n t o neste ofício de trabalhar o bar-ro que, em 1894, Bernardi-no Machado, então Ministro das Obras Pú-blicas, apoiou a edificação de uma Escola de Cerâmica.

O sucesso da olaria em Viana do Alentejo fez-se também pela exis-tência na região da matéria-prima, o barro. Contudo, a evolução deste artesanato para peças mais deco-

rativas e menos rústicas trouxe ou-tras necessidades, sobretudo a compra de barro já tratado. Felicia-no afirma que compra «o barro em Leiria e em Espanha. Vem já em-balado e tratado é mais fácil de tra-balhar». Feliciano Agostinho trabalha na sua oficina diariamente, com a mu-lher e a nora, mas já teve 14 em-pregados. «Vai-se vendendo, mas estamos numa fase mais fraca. Ti-ve de dispensar alguns funcioná-rios e outros procuraram outras coisas», conclui Feliciano que per-corre as feiras de artesanato do Alentejo para mostrar a sua arte.

Edição: Filipe de Sousa

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Lusofonia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA A UNIÃO LUSÓFONA

MIL -Brasil

A Associação Brasileira para a União Lu-sófona que também usa a denominação de “Movimento Internacional Lusófono – Brasil” ou simplesmente “MIL BRASIL”, é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, fundada em 10 de Junho de 2013 com sede provisória à QC 05 Lote 28 Sala 202, Residencial Santos Dumont – Santa Maria, na cidade de Brasília, Distrito

Federal, CEP 72593-305, Constituída por tempo indeterminado, sem fins lucrativos, de caráter cultural, filosófico, ideológico, filantrópico, promocional da importância da língua portuguesa no mundo, educacional, assistencial e recreativo.

O Movimento Internacional Lusófono é um movimento cultural e cívico que visa mobi-lizar a sociedade civil para repensar, deba-ter e auxiliar a construir amplamente o sentido e o destino da Comunidade de Língua Portuguesa.

As nações e os 240 milhões de falantes da Língua Portuguesa em todo o mundo constituem uma comunidade histórico-cultural com uma identidade, vocação e potencialidade singular: a de estabelecer pontes, mediações e diálogos entre os diferentes povos, culturas, civilizações e religiões, promovendo uma cultura da paz,

da compreensão, da fraternidade e do uni-versalismo à escala planetária.

A vocação histórico-cultural da comunida-de lusófona terá expressão natural na Uni-ão Lusófona que, pelo aprofundamento das potencialidades da atual Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, consti-tuirá uma força alternativa mundial, em nível cultural, social, político e econômico.

Sem afetar a soberania dos estados e re-giões nela incluídos, mas antes a reforçan-do, a União Lusófona será um espaço pri-vilegiado de interação e solidariedade en-tre eles que potenciará, também, a afirma-ção de cada um nas respectivas áreas de influência e no mundo.

Ou seja, no contexto da União Lusófona, a Galiza e Portugal aumentarão a sua influ-ência ibérica e europeia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné, Angola e Moçam-

bique, a sua influência africana, o Brasil a sua influência no continente americano e Timor a sua influência asiática, sendo, ao mesmo tempo, acrescida a presença de cada um nas áreas de influência dos de-mais e no mundo. Sem esquecer Goa, Damão, Diu, Macau, todos os lugares on-de se fale Português e onde a nossa diás-pora esteja presente, os quais, embora integrados em outros Estados, serão nú-cleos de irradiação cultural da União Lusó-fona.

Mariene Hildebrando Presidente

As pátrias e os cidadãos lusófonos de-vem cultivar esta consciência da sua vocação, aproximar-se e assumir-se como uma comunidade fraterna, uma

frátria, aberta a todo o mundo. Agostinho da Silva