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ISSN 0100-1485 ENTREVISTA Domingos Manfredi Naveiro, diretor do Instituto Nacional de Tecnologia – INT Ano 10 Nº 46 Mar/Abr 2013 ENTREVISTA Ano 10 Nº 46 Mar/Abr 2013 Domingos Manfredi Naveiro, diretor do Instituto Nacional de Tecnologia – INT TECNOLOGIA REQUER MAIOR DIVULGAÇÃO PROTEÇÃO CATÓDICA PROTEÇÃO CATÓDICA TECNOLOGIA REQUER MAIOR DIVULGAÇÃO Capa46:Capa35 5/23/13 3:34 PM Page 1

Edio Completa 46 Ano 10

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Page 1: Edio Completa 46 Ano 10

ISSN 0100-1485

ENTREVISTA

Domingos ManfrediNaveiro, diretor doInstituto Nacional deTecnologia – INT

Ano 10Nº 46Mar/Abr 2013

ENTREVISTA

Ano 10Nº 46Mar/Abr 2013

Domingos ManfrediNaveiro, diretor doInstituto Nacional deTecnologia – INT

TECNOLOGIA REQUERMAIOR DIVULGAÇÃO

PROTEÇÃO CATÓDICAPROTEÇÃO CATÓDICA

TECNOLOGIA REQUERMAIOR DIVULGAÇÃO

Capa46:Capa35 5/23/13 3:34 PM Page 1

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Sumário

Artigos Técnicos

4Editorial

Coteq: atualização tecnológica

5Boas-vindas

6Entrevista

INT concentra esforços em Pesquisa e Desenvolvimento

9Abraco Informa

11Cursos

12Proteção Catódica

Tecnologia respeita ambiente e cresce

18Notícias de Mercado

34Opinião

Em busca do equilíbrioAdilson Munin

C & P • Março/Abril • 2013 3

A revista Corrosão & Proteção é uma pu bli cação oficial daABRACO – Asso ciação Bra sil eira de Corrosão, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2013/2014PresidenteEng. Rosileia Montovani – Jotun Brasil

Vice-presidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoEng. Aldo Cordeiro DutraCesar Carlos de Souza – WEG TINTASM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – CENPESIsidoro Barbiero – SMARTCOATEng. Pedro Paulo Barbosa LeiteDra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQSimone Maciel – ABRACODra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento Paz – Vogal Comunicaçõ[email protected]

RepórterCarlos Sbarai

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Esta edição será distribuída em junho de 2013.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

20Revisando conceitos: corrosão em

frestas – Parte 2Por Cristiane Vargas Pecequilo e Zehbour

Panossian

30Pré-revestimento de conversão à base

de hexafluorzirconatoPor Juliana dos A. Moraes, Jane Zoppas

Ferreira e Alvaro Meneguzzi

Sumário46:Sumário/Expedient36 5/24/13 12:31 PM Page 1

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realização de eventos técnicos merece destaque por abrir oportunidade de grande trocade experiências entre os profissionais e acesso a informações qualificadas. A décima segunda ediçãoda Coteq – Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, que será realizada entre os dias 18 e 21

de junho, em Porto de Galinhas (PE), é um exemplo dessa mobilização em torno da necessária atualizaçãotecnológica entre os que se dedicam ao setor.

Apesar de muito conhecida, vale ressaltar: a Coteq figura hoje entre os principais eventos da indústriapesada no Brasil e o mais importante na área de tecnologia de equipamentos. Essa posição foi alcançada apartir de um esforço das entidades que, ao longo do tempo, organizaram o evento no sentido de apresen-tar estudos e casos práticos de inovações tecnológicas e montar um programa técnico-comercial que é degrande atrativo para os visitantes profissionais.

Nesta Coteq 2013, por exemplo, estão programados sete eventos paralelos e oito minicursos, reu -nindo mais de 40 palestrantes, com apresentação de aproximadamente 200 trabalhos técnicos nas áreasde petróleo, gás, biocombustíveis, ensaios não destrutivos e inspeção e corrosão, para atender a deman-

da por atualização tecnológica dos mais de dois mil profissionais,entre engenheiros, técnicos e acadêmicos do Brasil e do exterior,aguardados em Porto de Galinhas, um público 20 % superior a daedição de 2011.

Nesta parceria com a Abendi (Associação Brasileira de En sai osNão Destrutivos e Inspeção) e com o IBP (Instituto Brasileiro doPetróleo, Gás e Biocombustíveis), coube à ABRACO a responsabili-dade pela avaliação dos trabalhos referentes ao estudo da corrosão epela formatação da grade de apresentação dos trabalhos aprovados.

Um dos momentos mais aguardados é a conferência de abertura cujo tema será “A importância da tec-nologia de equipamentos para a exploração e produção de petróleo – o desafio brasileiro”, ministrada porMarcos Isaac Assayag, gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras. Entre os eventos paralelos,destaque para o Conbrascorr (Congresso Brasileiro de Corrosão) que vai apresentar as inovações rela-cionadas à corrosão e à proteção. Também estão programados seminários e importantes reuniões técnicasinternacionais, como a que será realizada com o SC 09 da ISO.

Feira de Exposições – Outro momento importante da Coteq 2013 é a 8ª Expoequip – Exposição deTecnologia de Equipamentos para Corrosão & Pintura, END e Inspeção de Equipamentos, montada noEnotel Resort & Spa entre os dias 18 e 21 de junho, das 10 h às 19 h, que contará com mais de 60 expo -sitores. Dessa forma, além de atualização tecnológica qualificada, o visitante pode ter contato mais direitocom fabricantes do setor, ampliando seus conhecimentos em produtos e serviços.

A próxima edição da Revista Corrosão & Proteção apresentará uma matéria especial sobre a Coteq2013.

Boa leitura

Os editores

Coteq: atualização tecnológica

Carta ao leitor

A Coteq – Conferência sobre Tecnologia de

Equipamentos – figura hoje entre os principais

eventos da indústria pesada no Brasil e o mais

importante em tecnologia de equipamentos

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“”

Editorial46:Editorial36 5/23/13 2:48 PM Page 1

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Boas-vindas

A ABRACO dá as boas-vindas às novas empresas associadas

ConsuplanA Consuplan Consultoria e Planejamento Ltda. com sede em

Vitória (ES) e filial em São Mateus (ES), está focada na linha deConsultoria, Inspeção e Manutenção Industrial, atua nos setoresSiderúrgicos, Mineração, Civil e Oil & Gás. Os principais serviçosoferecidos pela empresa são o Monitoramento e Analise de CorrosãoInterna de Dutos e Linhas, Inspeção em Estrutura e Tubulações, Manutenção e MontagemEletromecânica, Inspeção e Manutenção em Sistema de Descarga Atmosférica – SPDA e Medição deEspessura em Correias Transportadora, Estrutura e Tubulação.

Mais infor ma ções: www.consuplan-es.com

MetalcoatingA Metalcoating Revestimentos Ltda. é especializada na aplicação

de revestimentos customizados para proteção anticorrosiva. Líder emtecnologia e inovação, foi a primeira empresa do setor de revestimen-tos anticorrosivos no Brasil a possuir as três normas mais importantesdo sistema de gestão: ISO 9001:2008 | ISO 14001:2004 |OHSAS18001-2007. O portfólio da empresa compreende na apli-cação interna e/ou externa de: Poliamida 11/12, Polietileno, FBE e Fluoropolímeros.

Mais infor ma ções: www.metalcoating.com.br

Prezioso-TechnilorO grupo Prezioso-Technilor é voltado à manutenção industrial,

com especialização emrevestimentos anticorrosivos. Oferece tambémuma gama de outros serviços: impermeabilização, proteção passivacontra incêndio, isolamento industrial, soluções de acesso (andaimese alpinismo industrial) e ensaios não-destrutivos (END). Com pre-sença marcante na Europa, África Ocidental e do Sul, no Magrebe, no Médio Oriente e no Brasil, ogrupo atende aos mais diversos segmentos: Petróleo e Gás; Energia; Construção Naval; Indústrias eInfraestruturas. Os desempenhos e habilidades dos nossos colaboradores são especialmente reconheci-dos em situações complexas e difíceis tais como: campanhas offshore, indústria nuclear, locais remotose de difícil acesso; sempre em conformidade com o alto padrão de QSMS.

Mais infor ma ções: www.prezioso.com.br

SeleqtaA Seleqta Laboratório Químico Ltda. é uma empresa voltada à

prestação de serviço com especialização em análises por meio deLaboratório Químico de Ensaios, com ênfase em de HigieneOcupacional, ensaios de Corrosão, avaliando o revestimento dePintura, Zincagem, etc., e ministração de Cursos: Fosfatização,Corrosão e Gestão de Produtos Químicos.

Mais infor ma ções: [email protected]

Ultrablast LassaratA Ultrablast Serviços e Projetos Ltda. conta com uma equipe de

especialistas com elevada experiência no setor e grande conhecimen-to em projetos Petrobras, facilitando assim a implementação deprocessos de preparação de superfície e pintura.

A experiência de mais de 60 anos do Grupo Lassarat, a elevadaespecialização do nosso corpo técnico no Brasil e o desempenhoúnico de nossos equipamentos assegura a excelência do nosso trabalho.

Mais infor ma ções: www.ultrablast.com.br

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Boasvindas46:Cursos36 5/24/13 12:50 PM Page 1

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INT concentra esforços emPesquisa e DesenvolvimentoUma das mais importantes instituições nacionais de pesquisa, o INT atua

no estudo do controle da corrosão com três laboratórios de alta tecnologia

Entrevista

tual Diretor do InstitutoNacional de Tecnologia –INT, órgão vinculado ao

Ministério da Ciência, Tecnolo -gia e Inovação (MCTI), Do -min gos Manfredi Naveiro é en -ge nheiro mecânico formado pe -la Uni versidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), com espe-cialização, mestrado e dou to -rado em En genharia de Pro du -ção (COPPE/ UFRJ). Atuouem P&D de empresas de gran -de por te e esteve à frente daDivisão de Desenho Industrialdo INT até 2007, quando as -sumiu a di re ção do INT, tradi-cionalíssima instituição funda-da em 1921, com o desafio deconsolidá-la como uma referên-cia nacional na pesquisa e de -senvolvimento tecnológico paraa inovação. Navei ro recebeu aRevista Corrosão & Proteçãopara abordar essa de cisão estra -té gica e outros pontos relevan -tes na atuação da institui ção,co mo sua função certifica dora eações desenvolvimento no âm -bi to dos seus três laboratóriosde corrosão.

Em linhas gerais, quais os ob -je tivos e metas do INT?Naveiro – O Instituto Nacional deTec nologia é um órgão vinculadoao Ministério da Ciência, Tecnolo -gia e Inovação (MCTI), que temcomo objetivo central transferir co -

micro e pequenas empresas nos se -tores naval, de construção civil (ce -râ micas vermelhas e rochas orna-mentais), moda (confecção, calça-dos e jóias) e alimentos e bebidas.Temos também projetos de enver-gadura que são realizados em con-junto com grandes empresas, comoPetro bras, Brasken, Vallourec &Man nes mann do Brasil, MahleMetal Leve, Elekeiroz, Oxiteno,Vale, e parcerias governamentaisnas áreas de Saúde, Defesa e Ener -gia, visando apoio ao desenvolvi-mento tecnológico dos respectivoscomplexos industriais. Somando-sea tudo is so a característica politéc-nica do Instituto e o corpo fun-cional altamente capacitado, com79 douto res, 98 mestres e 135especialistas, em diferentes áreas deconhecimento, creio que temosuma boa pers pectiva para melhoratender as de mandas das indús-trias e consolidarmos o INT comoreferência em desenvolvimento tec-nológico e inovação.

Qual a estrutura do INT emtermos de laboratórios e quaissão suas principais áreas deatuação?Naveiro – Temos atualmente áreasestratégicas que norteiam nossaatuação: Petróleo/Gás e Petroquí -mi ca, Energias Renováveis, Com -ple xo Industrial da Saúde, Quí -mi ca Verde, Tecnologias Sociais eComplexo Industrial de Defesa. A

nhecimento e promover a inova -ção, por meio da pesquisa tecnoló -gi ca, dando as bases para o desen-volvimento sustentável do nossopa ís. Atuando hoje em áreas estra -tégicas, temos a meta de, até o iní-cio da próxima década, sermos re -conhecidos como referência na cio -nal em pesquisa e desenvolvimentotecnológico para a inovação.

Quais as principais ações emcurso para atender a meta deser referência nacional de pes -quisa e desenvolvimento tec-nológico para a inovação?Naveiro – A participação no pro-grama piloto da Empresa Brasilei -ra de Pesquisa e Inovação Indus -tri al (Embrapii), iniciativa con-junta do MCTI com a Confede -ração Nacional das Indústrias(CNI), colocou o INT numa posi -ção estratégica para estimular ainovação nas empresas. Participa -mos também de outras ações estra -té gi cas do Governo Federal de apo -io ao desenvolvimento tecnológico,como o Sibratec (Sistema Brasilei -ro de Tecnologia), liderando as re -des de Serviços Tecnológicos nasáre as de Biocombustíveis e de Pro -dutos para a Saúde, que concen-tram o suporte laboratorial paramelhorar a qualidade desses pro-dutos no país, e atuando como ór -gão executor da Rede de ExtensãoTecnológica no Rio de Janeiro, ofe -recendo consultoria tecnológica a

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Domingos M.Naveiro

Por Alberto Paz

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Entrevista46:Entrevista36 5/24/13 7:43 AM Page 1

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partir dessa definição, buscamos ainteração entre as áreas técnicasque compreendem: Corrosão e De -gra dação, Catálise e ProcessosQuí micos, Desenho Industrial,Ener gia, Engenharia de Avalia -ção, Gestão da Produção, Infor -ma ção e Prospecção Tecnológicas,Processamento e Caracterização deMateriais e Química Analítica. Ainfraestrutura inclui 20 labora -tórios que são referências nacionaisem suas áreas de atuação, tendoum sistema da qualidade únicoacreditado pelo Inmetro.

Como se dá a relação do INTcom o MCTI em termos deorientação de pesquisas e aten -dimento às demandas de P&Ddas empresas?Naveiro – O foco de atuação doINT é alinhado com planos e pro-gramas estratégicos do GovernoFederal, principalmente a Estraté -gia Nacional em Ciência, Tecnolo -gia e Inovação, implementada peloMCTI para o período 2012-2015. Além desta orientação, aprodução tecnológica do Institutotem relação com os planos de ou -tros Ministérios, como os progra-mas em Energia do MME; o Pro -grama Mais Saúde, do MS; e oPrograma Brasil Maior, doMDIC. Nossos temas visam clara-mente o melhor aproveitamentodos recursos nacio nais e a orien-tação para a eficiência e competi-tividade da economia brasileira.Em outra vertente, usan do a pros - pecção tecnológica e a expertise doseu corpo funcional, o INT am -plia sua atuação junto ao gover-no e es pecialmente ao MCTI,não só con tribuindo para a exe -cu ção, mas ge rando subsídios pa -ra a formulação de Políticas ePro gramas de C,T&I.

Quais as principais diretrizesque regem a atuação do INT?Naveiro – Além das diretrizes go -vernamentais, temos em curso

um Processo de Gestão da Estra té -gia, em que monitoramos, ana li -samos e corrigimos nossas ações deforma a melhor atingir as me tasdo nosso mapa corporativo. Den -tre as principais orientações desseprocesso, encontra-se a pers pectivado cliente, constituída pe la metade ser parceiro preferencial da in -dústria na busca pela competi-tividade.

Como o INT, como órgão cer-tificador, está estruturado paraatender a demanda de certifi-cação, e quais as principaisáreas atendidas?Naveiro – Este é um serviço im -portante, pois atende a demandasda sociedade para a avaliação daconformidade de produtos, espe-cialmente daqueles que podemapresentar riscos à saúde e a segu-rança do consumidor ou ao meioambiente. Esses são os casos quelevam à certificação compulsória,exigida pelo governo. Foi assim,por exemplo, no episódio recentedos im plan tes mamários. Em vis -ta de inú meros problemas que vi -nham acontecendo com este tipode produto, a Agência de Vigi -lância Sanitária (Anvisa) mani-festou a necessidade de controlar aqualidade desse tipo de produto,requisitando o suporte técnico doINT, com quem mantém umapar ceria de mais de 20 anos naanálise de produtos médico-hos-pitalares. Acre di ta do pelo Inme -tro, o INT certifica compulsoria-mente preservativos masculinos,luvas cirúrgicas e de procedimen-tos; e na linha de segurança, ca -pa cetes para motociclistas, emba -la gens para álcool e fósforos desegurança. O Instituto atesta ain -da a conformidade de itens decer tificação não compulsória, co -mo produtos orgânicos e cachaça,que neste caso recebem um selo dequalidade, capaz de abrir pers -pectivas para inserção em merca-dos mais exigentes, especialmente

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no exterior. Além dos produtoscer tificados, o instituto avalia aqualidade de outros produtos ema teriais, através de ensaios rigo -ro sos, como acontece com os im -plantes ortopédicos, onde há estu-dos importantes de falhas e cor-rosão sob tensão, e com os aços es -peciais, com ensaios que simulamas condições adversas encontradasnos poços de petróleo.

O Instituto tem interagidocom a ABRACO na certificaçãode mão de obra. Como acon-tece esse trabalho?Naveiro – É uma parceria impor-tante, que preencheu uma lacunaque havia na indústria por maisinspetores de pintura qualificados.O INT passou a qualificar essesprofissionais, ampliando o alcanceda certificação oferecida pelaABRACO, que garante a quali-dade e segurança das obras de pin-tura industrial inspecionadas poresses profissionais nos diversos seto -res industriais que dependem desserigoroso controle. O treinamento éfeito pela ABRACO e o INT reali -za os exames de qualificação, ca -bendo à associação certificar osaprovados, seguindo os requisitosdo Sistema Nacional de Qualidadee Certificação. O êxito da iniciati-va está levando a associação a no -vas negociações com nossa Divisãode Corrosão e Degradação paradefinir uma nova qualificação emproteção catódica, que é outra de -manda importante que existe atu -almente na área de dutos.

Como o INT atua na área deCorrosão (DCOR)? Qual a es -trutura, serviços prestados epesquisas em desenvolvimento.Naveiro – A Divisão de Corrosãoe Degradação dispõe de três labo-ratórios – de Corrosão e Proteção(Lacor); de Ensaios de H2S, CO2

e Corrosividade (LaH2S); e deBio corrosão e Biodegradação (La -bio) –, equipados para realizar

Entrevista46:Entrevista36 5/24/13 7:43 AM Page 2

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com ex celência estudos variadosde processos de corrosão e de pro-teção anticorrosiva, além de en -saios norma lizados, testes com-parativos e estudos de falhas porcorrosão. O Lacor atende a diver-sos setores da indústria, princi-palmente com atividades de pes -quisa e desenvolvimento, sendo oúnico laboratório de corrosão dopaís acreditado pelo Inmetro.

Já o LaH2S surgiu para aten-der no vas demandas do setor deÓleo & Gás, como o Labio, quehoje aten de também a outros se -tores. Além dos equipamentos es -pecífi cos dos laboratórios, aDCOR ain da compartilha comoutras áreas do INT a infraestru-tura do Centro de Caracterizaçãoem Nanotecnologia (Cenano),onde dis põe de espectroscopia foto -ele trô ni ca por raios-X (XPS), mi -cros cópios eletrônicos de varre du ra(MEV – FEG) e de transmissão,capazes de analisar processos decor rosão em escalas nanomé tricas.

Os laboratórios de corrosãosão usados para prestar quaisserviços?Naveiro – O Lacor, atualmente,está mais voltado para a pesquisatecnológica, apoiando inclusiveum projeto da Embrapii na áreade energia. Presta ainda serviçosdiversos de avaliação da corrosãoe pro teção anticorrosiva de me -tais, incluindo o desenvolvimentode metodologias de avaliação pa -ra o setor de exploração de óleo egás. O laboratório também exer celi derança da rede de Bio com bus tí -veis do Sistema Brasilei ro de Tec -no logia (Sibratec), reali zando es -tu dos sobre corrosão e de grada çãode materiais em contato com o bio -diesel e suas misturas com biocom-bustíveis de no va geração.

O LaH2S realiza estudos eho mo logação de aços para uso emex ploração e transporte de óleo egás, na presença de H2S e CO2.Atende principalmente à Petro -bras, que deu importante insumo

à sua in fra estrutura, mas tam-bém a várias empresas e fornece-dores da área de petróleo no Bra -sil. O laboratório avalia e pes -quisa materiais, revestimentos,ini bidores, sequestrantes de H2S,pro dutos químicos usados na ex -ploração e produção de óleo e gás.

Já o Labio realiza estudos decorrosão associada a micro-orga -nismos nos setores de Óleo & Gás,águas industriais, de minérios eestuda a biodegradação voltadapara a preservação de acervos his -tóricos. Em parceria com a Petro -bras, dispõe também de umaárea de biologia molecular, queapoia suas atividades.

Além dos recursos diretos dogoverno, o INT tem outrasfon tes de recursos? Quais equal a destinação dessas en -tradas?Naveiro – Um terço do nosso in -vestimento vem do orçamento daUnião e dois terços da captaçãode recursos em projetos junto aempresas e agências de fomento.Os re cursos são destinados a ati -vida des de pesquisa e desenvolvi-mento, ser viços tecnológicos, mo -der niza ção da infraestrutura, eca pacita ção, incluindo imple-mentação de novos laboratórios eo custeio da instituição.

Quais os resultados do progra-ma de empresas incubadorasdesenvolvido pelo INT e por -que a instituição atua nestaárea?Naveiro – Além do apoio direto àinovação, que damos no caso deprojetos de P&D em parceriacom empresas e nos atendimentospor meio da Embrapii, a ativi-dade de incubação é uma dasver tentes que encontramos parafomentar a transferência de tec-nologias para a sociedade. Atu -an do desde setembro de 1999, aIncubadora do INT estimula aformação de empresas voltadas aodesenvolvimento de tecnologias

inovadoras, priorizando produtose pesquisas gerados no Institutoou que se relacionem com nossasáreas de atuação.

Já graduamos dez empresas eatualmente abrigamos outrasqua tro. No INT, elas dispõem deestrutura de funcionamento e re -cebem orientações para a elabo-ração e desenvolvimento dos seusplanos de negócio, tendo um pe -rí odo de incubação de três anos,prorrogável por mais um ano.

Como o INT atua em parceriacom outras instituições ouassociações, como a ABRACO.E qual a importância dessasações em conjunto para o de -senvolvimento tecnológico pa -ra a inovação?Naveiro – O INT hoje participade muitos fóruns e associações,que tem um papel fundamentalde articular diversos segmentosem torno de sua principal missão,que é promover a inovação nopaís. Por sua característica de de -mandar o encadeamento de vá - rios atores da sociedade, a inova -ção precisa desse debate cons -tante, que ocorre justamente noambiente associativo. Assim, hojeintegramos conselhos de entidadescomo a Abipti, Anpei, CNPq,Firjan, Fiesp, Redetec, e partici-pamos da diretoria de associaçõesimportantes ligadas ao desenvol -vimento científico e tecnológicoem nossas áreas de competência,como a ABRACO, por meio dachefe do Lacor, Denise Souza deFreitas, e a ABM, através da tec-nologista Ieda Caminha, da áreade Materiais e Produtos. A atu-ação em redes norteia também osgrandes projetos nacionais quein tegramos hoje, como a Embra -pii e o Sistema Brasileiro de Tec -nologia (Sibratec), no qual oINT lidera a Rede de ExtensãoTecnológica do Rio de Janeiro e asredes temáticas de Biocombustí -veis e de Produtos para o Com -ple xo Industrial da Saúde.

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Entrevista46:Entrevista36 5/24/13 7:43 AM Page 3

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Em fevereiro deste ano, o ex-presi-dente da ABRACO, Pedro Paulo Bar -bosa Leite, as sumiu a Superintendênciado Comitê Bra sileiro de Corrosão –CB-43, organismo responsável por todaa nor malização técnica no país na áreade corro são, fornecendo a base neces -sária pa ra o de senvolvimento tecnológi-co na cio nal em corrosão e proteção an -ti corrosiva.

Com larga experiência na área deNor malização, Pedro Leite participadesde 1990 da Comissão de Estudo dePintura Industrial da ABRACO e daSC 14 Pintura Industrial e Revestimen -to Anticorrosivos da Petrobras e foimembro do Conselho Deliberativo daAs so cia ção Brasileira de Normas Téc -nicas – ABNT no período de 2005 a2012. Enge nhei ro mecâ ni co e advoga-do, Pedro Leite ingressou na Pe tro brasem 1984, na Refinaria Du que de Caxias (REDUC), onde atuou nas áreas de Garantia da Qualidadenos Contratos de Manutenção, Auditorias da Qualidade e Fiscaliza ção de Contratos. Em 1998,transferiu-se para a Engenharia da Petrobras onde atuou na área de Normalização Técnica eDocência, nos segmentos de Pintura Industrial e Normalização Técnica na Universidade Petrobras,ABRACO, IBP e Senai. Também é professor de Organização e Normas da Fundação Apoio à EscolaTécnica, e foi Coordenador de Normalização Técnica na Petrobras no período de 2005 a 2012.

No campo associativo, no período de 2005 a 2010 exerceu os cargos de Vice Presidente, Presi den teda Diretoria Executiva e Presidente do Conselho Deliberativo da ABRACO. Atualmente trabalha naPetrobras/ETM-CORP/ST/SEQUI-ETCM/ EMCIE na área de revestimentos anticorrosivos.

CB-43 tem novo Superintendente

ABRACO Informa

C & P • Março/Abril • 2013 9

Pedro Paulo Barbosa Leite, Superintendente do ComitêBrasileiro de Corrosão – CB-43

CE 43:000.02Pintura

Industrial

CE 43:000.03ProteçãoCatódica

CE 43:000.04Inibidores de

Corrosão

CE 43:000.05Águas

IndustriaisCE 43:000.06Terminologia

(Em recesso)

CEE 114Galvanizaçãopor imersão a

quente

Secretária TécnicaYla Alô Bonder

SuperintendentePedro Paulo Barbosa Leite

Estrutura do Comitê Brasileiro de Corrosão – CB-43

CE 43:000.01Corrosão

Atmosférica(Em recesso)

AbracoInforma46.e$S:AbracoInforma36 5/23/13 2:56 PM Page 1

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Entendendo a importância do CB-43 ser mantido por uma instituição do porte e relevânciada ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, comente sobre a relação funcional existenteentre ambas as entidades.Leite – A ABRACO no final dos anos 80 mantinha um convênio com o Comitê Brasileiro de Mineraçãoe Metalurgia – CB-01 da ABNT, para elaboração de normas brasileiras na área de Pintura Industrial.Mas foi em 1999 que o Presidente em exercício da ABRACO, Eng. Laerce de Paula Nunes, propôs aABNT a criação do CB-43, que estava perfeitamente dentro dos objetivos estatutários da ABRACO, cujoobjetivo consiste em congregar pessoas, empresas, universidades e institutos de pesquisas que se preocupemcom o estudo da corrosão e sua prevenção.

As Comissões de Estudo do CB-43 são formadas por técnicos, voluntários, que “emprestam”seu expertise para elaboração das normas técnicas, pois entendem o valor da normalizaçãopara o desenvolvimento tecnológico nacional. Partindo dessa premissa, como o Sr. avalia essetrabalho?Leite – Realmente trata-se de um trabalho voluntário, mas, no final, com a publicação da norma técni-ca todos saem ganhando, o consumidor ganha, pois com a norma técnica terá uma garantia do produtoou serviço quanto à qualidade, custo e segurança. Já o empresariado terá condições de fornecer um pro-duto com custo competitivo dentro do padrão de qualidade que o acompanha, uma vez que dificilmentealguém comprará algum item que não esteja em conformidade com uma norma técnica.

Tendo assumido recentemente a Superintendência do CB-43 e contando com seu conheci-mento prévio na área de normalização, como avalia o trabalho que vem sendo desenvolvidopelo comitê?Leite – Ao longo desses anos, trabalhando com normalização técnica, vejo cada vez mais as empresas par-ticipando das Comissões de Estudo, pois entendem os benefícios advindos da norma técnica. Só paraexemplificar, cito o projeto de norma “Critérios para a Qualificação e Certificação de Pintores, Jatistas eHidrojatistas”. Em apenas três reuniões a Comissão de Estudo de Pintura Industrial conseguiu fazer aanálise crítica e enviar para consulta pública um texto base que foi proposto pela ABRACO, Petrobras eSenai. Certamente se não houvesse o esforço e dedicação dos membros da Comissão de Estudo isto nãoseria possível. Não podemos também nos esquecer da recente incorporação da CEE-114 – Galvanizaçãopor Imersão a Quente no CB-43 Corrosão, após negociação com o Conselho Técnico da ABNT, cujasreuniões são rea lizadas na sede do ICZ – Instituto de Metais não Ferrosos, com suporte da ABRACO.

Em sua opinião, devemos utilizar somente normas técnicas brasileiras para contratação deserviços e aquisição de produtos?Leite – Não necessariamente. Devemos sempre optar pela utilização de uma norma internacional ISOou IEC, que são documentos aceitos pela OMC – Organização Mundial do Comércio, em caso de do -cumentos conflitantes. A norma brasileira deve ser feita apenas no caso de inexistência de uma normainternacional sobre o assunto ou para complementar uma norma internacional que não atende algumassunto específico do Brasil.

Qual o plano de trabalho traçado pelo CB-43 e quais as metas que desejam alcançar duranteesta gestão?Leite – Gostaria de destacar aqui quatro pontos:1. Primeiramente, devemos fazer uma análise crítica do acervo das Comissões de Estudos;2. Após essa análise, identificar se existem normas brasileiras obsoletas ou que podem ser substituídas por

normas internacionais;3. Em seguida, verter as normas ISO de interesse das Comissões de Estudos para o português, transfor-

mando-as em normas NBR ISO;4. E, por último, revisar as normas brasileiras não contempladas pelas normas ISO.

Entrevista

A seguir, entrevista exclusiva concedida à Revista Corrosão & Proteção em que ele analisa opapel desempenhado pelo CB-43 no cenário atual e os desafios de sua gestão.

AbracoInforma46.e$S:AbracoInforma36 5/23/13 2:56 PM Page 2

Page 11: Edio Completa 46 Ano 10

Cursos

Calendário 2013 – De Junho a Novembro

1 Turma somente aos sábados2 Revisão de Aulas Práticas

3 Curso Intensivo4 Nível 2 e IMO/PSPC

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Pintura IndustrialInspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 88 8 a 19 12 a 23 9 a 20 21/10 a 1/11Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 1 88 13/7 a 28/9, exceto 27/7Inspetor N1 – São Paulo / SP 88 14 a 25Inspetor N1 – Sorocaba / SP 88 4/5 a 20/7, exceto 1/6Inspetor N1 – Salvador / BA 88 28/10 a 8/11Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 2 8 24Inspetor N1 – Recife / PE 88 3 a 14Inspetor N1 – Rio Grande / RS 88 23/9 a 4/10Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 3 40 2 a 6Inspetor N1 – São Paulo / SP 3 40 1 a 5Inspetor N2 – Rio de Janeiro / RJ 4 40 3 a 8

Pintor e Encarregado de Pintura Ind.Pintor e Encarregado de Pint. Ind. 40 10 a 14 7 a 11

Atenção: Calendário sujeito a alterações

Cursos46:Cursos36 5/23/13 2:59 PM Page 1

Page 12: Edio Completa 46 Ano 10

Proteção Catódica

técnica de controle dacorrosão, denominadaPro teção Ca tó dica, con -

siste em transformar a estruturaque se deseja proteger contra acorrosão em um grande catodode uma célula ele troquímica.Pa ra isto, é necessário criar umaárea anódica artificial onde asrea ções de oxidação irão atuar,pro porcionando a ocorrênciaso mente de reações de redução

Dentre as várias tecnologias anticorrosivas, a Proteção Catódica tem se destacado por ser cada vezmais implementada como medida eficiente nas aplicações para as quais é indicada

Tecnologia requer maior divulgação

so bre a estrutura. Como a perda de material por corrosão se dá de -vi do às reações de oxidação, o material fica imune ao desgaste.Segundo Laerce de Paula Nunes, especialista em Proteção Catódica,esta é a única técnica que de fato assegura imunidade total ao mate-rial. Na proteção catódica, há um fluxo de corrente contínua, nosentido convencional, da área anódica para catódica, que é denomi -nada corrente de proteção. “Esta corrente de proteção pode ser inje-tada na estrutura por dois métodos: sistemas galvânicos, que se uti-lizam do princípio da pilha galvânica ou os chamados sistemas porcorrente impressa, que geram a corrente a partir de uma fonte ex -ter na de corrente contínua”, ensina Nunes.

A técnica de proteção catódica somente pode ser aplicada em

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Por Alberto Paz

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C & P • Março/Abril • 2013 13

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meios condutores e contínuos,como nas estruturas enterradasou nas submersas. Em hipótesealguma, po de ser utilizada emes truturas aéreas, pois o ar é umdie létrico e não permite o fluxoda corrente contínua, necessáriaà proteção, en tre a área anódicae a catódica. "Embora o usodes sa tec nologia seja consagradaem to do o mun do, apenas asem presas de pe tróleo, gás e pro-dutos perigosos a emprega defor ma extensiva, pois o merca-do ain da padece do desconhe -cimento crônico acerca da im -por tância e dos benefícios, in -clusive econômicos, da prote -ção contra a corrosão. Certa -men te, com a gradual conscien-tização coletiva dos riscos dacor rosão, esta técnica se tornarámais utilizada”, pondera Nunes.

Ainda sobre sua empregabi -lidade, a proteção catódica, emprincípio, se aplica a todas asem presas detentoras de, porexemplo, dutos, tanques de ar -ma zenamento, navios e embar -ca ções, instalações portuárias,ins talações offshore, permutado -res de calor e torres de linhas detransmissão, entretanto, é naárea de dutos onde se encontrao maior número de apli cações.“Sua grande vantagem em rela -ção a todas as outras técnicas éo fato de ser a úni ca aplicaçãoque confere imunidade ao ma -terial. De mo do geral, ela nãocompete com outras técnicas e,

sim, atua de forma complementar”, explica Nunes.

Economia e meio ambienteEm geral, a proteção catódica, quando aplicada em combinação

com revestimentos, apresenta excelente relação custo-benefício, es -pecialmente com os revestimentos de alta eficiência que se dispõeatualmente. “Po de-se di zer, com toda certe za, que é uma das técnicas,em pre gadas no com bate à corro são, de menor cus to”, afirma Nunes.

Pode-se dizer que um dos grandes benefícios des sa tecnologiarelaciona-se à pre ser vação ambiental, pois se não fosse a utilizaçãoda proteção cató di ca, seria praticamente impossível operar as insta-lações hoje exis tentes, especialmente os ga so dutos e oleodutos, semgerar da nos ao meio ambiente. Esta é a razão pela qual atualmentese dá tanta ênfase ao investimento contínuo para o desenvolvimen-to des sa aplicação.

Segundo Nunes, o número de aplicações dessa técnica em paí -ses mais desenvolvidos é mai or que no Brasil simplesmen te por quepossuem uma infraes tru tura maior. “Entretan to, em ter mos de co -nhecimento e do mínio da técnica nós estamos no mes mo patamardesses países. Te mos empresas tecnicamente ca pacita das, materiaise conhe cimento compatíveis com os centros mais avançados domundo”, esclarece.

O especialista dá como exem plo de evolução na aplica ção datecnologia, o monitoramento e controle à distância. “Ho je, o acom-panhamento dos sistemas de proteção de grandes estruturas, espe-cialmente du tos, tornou-se muito prática pe los avan ços da teleco-municação e da informática. Um responsá vel téc nico pelos sistemasde pro teção catódica de uma em presa operadora de dutos pode teraces so aos parâmetros de qual quer sistema a qualquer ins tante e dequalquer lugar do mundo. E essa tecnologia está disponível noBrasil”, enfatiza.

Nunes reconhece, porém, que a aplicação da proteção ca tódicatem condições de ser am pliada muito mais. “Um pon to que con-sidero falho é a falta de divulgação do tema, co mo for ma de aumen-tar a cons cientização dos profissionais e das empresas. Nesse aspec-to, con sidero o trabalho da ABRACO muito importante, pois atuaco mo propagadora do conhecimento e das técnicas de proteçãoanticorrosivas”, comenta.

Outro ponto ressaltado por Nu nes refere-se à questão da quali-ficação e formação da mão de obra. “No Brasil, a mão de obra espe-cializada foi treinada pe las próprias empresas, em al guns momentoscom a partici pa ção da ABRACO. Enquanto os pro cessos de quali-ficação e certificação estão em estágio avan çado em outros países,no Bra sil eles ainda estão em fase de desenvolvimento. A ABRACOes tá concentrando todos os esfor ços para que eles possam tor nar-serea lidade no Brasil ainda neste ano.”

Painel de usuáriosPara ampliar o debate em torno da utilização da proteção catódi-

ca, a Revista Corrosão & Proteção consultou profissionais envolvidoscom essa tecnologia para comentar sobre sua aplicação nas empresasem que atuam. Acompanhe.

Diogo S. Menezes B. MaiaProfissional com mais de 12 anos de experiência em proteção

catódica de dutos enterrados, o engenheiro Diogo S. Menezes B. Maia

Laerce de Paula Nunes, gerenteda IEC – Instalações eEngenharia de Corrosão

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Inovação e Projetos pela FIA – Fundação Instituto de Administração.Ele comenta o uso da tecnologia na Comgás.

“A Comgás possui atualmente em sua área de concessão mais de9.600 km de gasodutos para distribuição de gás, dos quais cerca de2.000 km são de tubulações de aço. Para estes de 2.000 km, utiliza-seda proteção catódica para prote ção, com o emprego de revestimentoprotetor e de proteção ca tódica por corrente impressa.

A proteção catódica é utilizada pela empresa desde o início dautilização de tubos de aço pela companhia, ou seja, há mais de 30anos. A principal vantagem traduz-se na conservação dos ati vos aolongo do tempo, o que garante a continuidade operacional dasinstalações com segurança. O maior desafio está na mitigação econ trole das interferências elétricas entre os sistemas das diferentesempresas que fornecem serviços de utilities, ou seja, aquelas queoperam dutos de transporte ou de distribuição com sistemas deproteção catódica (caso da Comgás), as que operam sistemas detração eletrificados (trem e metrô) e as de transmissão/distribuiçãode energia elétrica. Garantir o controle destas interferências possuire lação íntima com a continuidade operacional das instalações, poisuma interferência deste tipo poderia provocar vazamentos por cor-rosão num curto espaço de tempo.

O custo da corrosão é algo preocupante para todas as empresas,a proteção catódica contribui para reduzir gastos. Sem proteçãocatódica efetiva um duto de aço enterrado sofreria corrosões eletro-químicas em toda a sua extensão, e num espaço estimado de 6 a 8

iniciou suas atividades na áreaem 2001 e desde 2007 está naComgás como Engenheiro deMa nutenção, na área de Prote -ção Catódica. É presidente doPPCI – Comissão de Interfe rên -cias Elétricas do Estado de SãoPaulo – e membro do CB-43ABNT/ABRACO. É formadoem Engenharia Elétrica e possuiMBA em Gestão de Negócios,

Diogo S. Menezes B. Maia,engenheiro de manutenção, Comgás

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Page 15: Edio Completa 46 Ano 10

UMA VISÃO INOVADORA PARA O MERCADO DE CORROSÃO.Soluções completas e inteligentes, com avançados sistemas de simulação numérica e de acordo com as mais exigentes normas técnicas nacionais e internacionais.

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anos o primeiro furo por corrosão surgiria. A partir deste instante,sucessivos furos ocorreriam ao longo do tempo devido ao compro-metimento de toda a estrutura pelas corrosões que ocorreram atéentão. Além disso, um duto de aço enterrado sob influência deinterferências elétricas sem controle poderia sofrer furos por cor-rosão eletrolítica num curto espaço de tempo, o que provocariavazamentos e comprometeria a continuidade operacional. Numduto com sistema de proteção catódica efetiva desde a sua insta-lação a ocorrência de corrosões eletroquímicas e eletrolíticas sãointerrompidas, o que se traduz no aumento da vida útil da estrutu-ra. Nossa experiência, com dutos com mais de 30 anos em ope -ração, é indicativa dos benefícios da aplicação da proteção catódica.

O grande desafio da proteção catódica está na mitigação/con -trole das interferências elétricas entre os diferentes sistemas das em -presas que fornecem serviços de utilities, e devido à rapidez que cor-rosões poderiam ocorrer é preciso garantir a rápida implantação dasmedidas mitigadoras necessárias. Para garantir este item e a tomadade decisão no menor prazo possível, existe desde 2008, o PPCI –Comissão de Interferências Elétricas do Estado de São Paulo.

As empresas participantes do PPCI são operadoras de dutosenterrados com sistema de proteção catódica ativo (Comgás,Transpe tro/Petrobras, TBG, Sabesp e Quattor), operadoras de sis-temas de tra ção de eletrificados (CPTM e Metro- SP), de linhas detransmissão/ distribuição de energia elétrica (CTEEP, CPFL eEletropaulo), além de instituições de pesquisa (ABRACO e IPT).”

João Paulo KlausingGervásio

Consultor em Proteção Ca -tó dica na Petrobras, onde traba -lha des de 2006 no setor de En -genharia de Dutos Terrestres,João Paulo Klausing Gervásio égraduado em Engenharia Indus -trial pelo CEFET-MG e tempós-graduação Lato Sensu emEngenharia de Dutos pela PUC-

João Paulo Klausing Gervásio,consultor da Petrobras

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Page 16: Edio Completa 46 Ano 10

que atua geralmente em conjunto com revestimentos orgânicos,amplamente utilizada na Petro bras. Os primeiros projetos im -plantados na companhia que te nho conhecimento são da década de1960. Entre eles, cito a pro teção das estacas metálicas do píer doTerminal de São Sebasti ão e o primeiro duto a possuir pro teçãocatódica no Brasil, o Oleo duto Rio-Belo Horizonte (Orbel).

Apesar dos avanços tecno lógicos alcançados na fabricação e apli-cação dos revestimentos, estes não são infalíveis. Entre as principaisestruturas protegidas por esta prática, estão dutos terrestres e submari-nos, tanques, na vios e plataformas.

Hoje em dia para muitas si tuações é impensável não utili zar aproteção catódica. Al guns exem plos:1. Em dutos terrestres, a prote ção catódica previne a corrosão

eletrolítica causada por interferências elétricas de sistemas de trans-porte eletrificados (como trens e metrôs) e sis temas de transmissãode energia elétrica em alta tensão;

2. Em dutos submarinos, eventualmente o revestimento é danificadodurante o lançamento e a proteção catódica é que protege o dutonesta situação;

3. A pintura do casco de navios sofre muito desgaste com o atrito coma água do mar. Com o passar do tempo, a proteção catódica é quegarante a integridade do casco;

4. A porção submersa de jaquetas de plataformas geralmente não sãopintadas e protegidas somente por proteção catódica.Não é novidade que os gastos com manutenção corretiva de

equipamentos corroídos são muito maiores do que a pre-venção da corrosão. A aplicação da proteção catódica é agarantia adicional que a estrutura metálica protegida estaráisenta dos problemas da oxidação. Geralmente, o custo deum sistema de proteção catódica é inferior a 1 % do valortotal da estrutura a ser protegida. É um custo muito baixopelo benefício que ela proporciona.

A proteção catódica é muito importante também noprolongamento da vida útil de equipamentos. Um duto ouuma plataforma projetados para operar por 30 anos, porexemplo, podem ter sua vida útil estendida graças à prote -ção catódica que garantiu a integridade destes. Eventu al -mente uma renovação no sistema de proteção catódica énecessária.

O maior problema na área é o desconhecimento das pes-soas sobre o assunto. Muitos dos problemas relacionados àproteção catódica poderiam ser facilmente evitados com ummínimo de informação sobre a atividade. Pensando nisso,está sendo implantada a qualificação e certificação dos pro -fissionais de proteção catódica.”

Wilson Gil Castinheiras JuniorEngenheiro da Coordenadoria de Dutos da Transpetro,

Wilson Gil Castinheiras Junior, contribui com seu conhe -cimento sobre o assunto. Formado em Engenharia Elétricapela PUC-RJ e concursado pela Petrobras, onde trabalhouentre 1977 e 2009, iniciou sua atuação na área de proteçãocatódica nos anos de 1980.

“Na Petrobras, a proteção catódica é utilizada como pre-venção da corrosão de dutos terrestres e submarinos, tan-ques de armazenamento, plataformas de exploração e pro-

Wilson Gil Castinheiras Junior,coordenadoria daTranspetro

RJ (2008). Entre suas principaisatividades na empresa estão aatuação em projeto e assistênciatécnica de proteção catódica, emprojetos de desenvolvimento tec-nológico e na elaboração de nor-mas técnicas Petrobras, ABNT eISO. Acompanhe seus comen-tários sobre a tecnologia.

“A proteção catódica é umatéc nica barata e muito eficiente,

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o nível auferido de excelênciatéc nica. Desde 2005, atuandoco mo gerente de projetos da IEC– Instalações e Engenharia deCor rosão, Nunes é formado emengenharia metalúrgica, com es -pecialização em engenharia deequipamentos. Sua trajetóriapro fissional contempla 25 anosna Petrobras, além do exercíciodo magistério e de uma série deconsultorias em diversas institui -ções, como o Instituto Brasileirode Petró leo – IBP, o NTT Trei -namento Avan ça do, a Associa çãoBrasi lei ra de Manu ten ção e Ges -tão de Ati vos – Abra man, e aAssociação Brasi lei ra de En saiosNão Des tru ti vos e Inspe ção –Abendi. A lar ga experiência ame -alhada ao lon go desses anos naárea permitiu-lhe também es cre -ver di ver sos livros técnicos publi-cados com sucesso e reconheci-mento de seus leitores.

dução, embarcações, estacas metálicas de píeres, trocadores de calor eequipamentos submarinos.

A história da proteção catódica data dos primórdios do século XIX,a partir dos estudos iniciados pelo cientista Sir Humphrey Davy, que,em 1823, foi comissionado pelo almirantado britânico pa ra estudaruma solução para os problemas de corrosão na chapa ria de cobre querevestia o casco de madeira dos navios de guerra de Sua Majestade. NoBrasil, o emprego da proteção catódica em es cala industrial data dadécada de 1960, com o crescimento da Petrobras.

Basicamente, as consequências da corrosão são: a diminuição dasre servas naturais, a aparência desagradável dos objetos, equipamentose instalações, as paradas não programadas, os lucros cessantes, os da -nos ao meio ambiente e os riscos à segurança pessoal. Com o uso daproteção catódica, podemos, em resumo, evitar as perdas econômicas,de segurança e, principalmente, de imagem pública da empresa.

A proteção é uma técnica de combate à corrosão de instalaçõesmetálicas enterradas ou submersas, bastante empregada no mundoe de custo reduzido, se comparado ao valor dessas instalações. Elacons titui-se, também, em uma importante ferramenta na preser-vação do meio ambiente e ampliação da vida útil das instalações.”

AgradecimentoGostaríamos de agradecer ao Laerce de Paula Nunes, ex-presi -

dente da Associação Brasi lei ra de Corrosão – ABRACO, por suacolaboração neste artigo, sem a qual não teria sido possível alcançar

MateriaCapa46:MateriaCapa37 5/24/13 3:41 PM Page 6

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Page 18: Edio Completa 46 Ano 10

Notícias do Mercado

WS investe em Centro de Treinamento

ErrataAs fotos e referências registradas abaixo foram

publicadas de forma equívoca nas páginas 14 e 15da edição de nº 45, janei ro/fevereiro de 2013, daRevista Corrosão & Proteção.• foto de Hélio Sartori – Petrobras – SEQUI-

ETCM como sendo a de Isidoro Barbiero –diretor da SmartCoat

• legenda da foto de Reinaldo Richter – DiretorSuperintendente da WEG Tintas como sendode Sandro de Oliveira – chefe do setor de mar-keting da Weg Tintas.

• depoimento de Reinaldo Richter – DiretorSu perintendente da WEG Tintas como sendode Sandro de Oliveira – chefe do setor demarket ing da Weg Tintas.

WEG aumenta família de revestimentos anticorrosivos

Com um produto de baixíssimo teor de sol-ventes, combinando a resina Epóxi Novolac e àagentes anticorrosivos, a WEG Tintas oferece umproduto de altíssima performance exclusivo nomercado, o WEGPOXI BLOCK HPP 402Alumínio. Sua alta aderência permite a aplicaçãoso bre tratamento manual/mecânico de tintas en -ve lhe cidas e fortemente aderidas.

A combinação da resina com os agentes anti-corrosivos oferece maior proteção catódica e mai -or impermeabilidade, além de estabilidade térmi-ca e maior resistência química. O novo revesti-mento é ideal para pintura de manutenção emequipamentos sujeitos à con dições de extremaagressividade, como má qui nas e equipamentosdas indústrias de papel e ce lulose; química e petro-

química; açúcar e etanol entre outras.Mais informações: www.weg.net/br

Reinaldo Richter –diretor superintendenteda WEG Tintas

Isidoro Barbiero,diretor da SmartCoat

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A versão digital corrigida da edição já encon-tra-se disponível para download no site da associ-ação: www.abraco.org.br.

acom panhamento da crescente e contínuaevolução tecnológica do setor.Mais informações: www.wsequipamentos.com.br

18 C & P • Março/Abril • 2013

Mercado46:Mercado36 5/23/13 3:03 PM Page 1

Page 19: Edio Completa 46 Ano 10

Unidade de negócios especializada em Tintas em Pó e com fábrica em São Roque (SP), marca suaestreia no evento, unindo-se a outras duas unidades da companhia. A AkzoNobel ganha reforço em suaparticipação na Brasil Offshore deste ano: a unidade Powder Coatings, dona das marcas Resicoat e Interpon,passa a integrar o time que representará a multinacional no evento com início dia 11 de junho, em Macaé(RJ). Além de Powder, as outras unidades são Marine, Protective & Coatings (marca International) eSurface Chemistry. Juntas, pretendem mostrar toda a força da empresa que é especialista em tintas e reves-timentos e uma das principais fabricantes de especialidades químicas do mundo.Mais informações: www.akzonobel.com/br/

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AkzoNobel na Brasil Offshore

Mercado46:Mercado36 5/23/13 3:03 PM Page 2

Page 20: Edio Completa 46 Ano 10

20 C & P • Março/Abril • 2013

Artigo Técnico

Revisando conceitos:corrosão em frestas – Parte 2

dade à corrosão em frestas.O presente trabalho apresen-

tará os principais fatores influen-ciadores da corrosão em frestas.

AbstractCrevice corrosion is one of the

most common and less recognizedforms of attack on metals. This typeof localized corrosion is a pro blemthat usually involves passive metalsand therefore relatively corrosion-resistant materials, for example,stainless steels, titanium and alu-minum. For this reason, crevicecorrosion is often ignored, leadingto premature failure of structuresand equipment, sometimes withcatastrophic consequences. Thistype of corrosion oc curs also withless corrosion resistant alloys expos -ed to highly oxidizing or passivat-ing environments. In all cases, theoccurrence of this problem is con-fined to very narrow gaps (cre -vices) which are formed when us -ing gaskets, bolts and washers.Narrow gaps are also present in lapjoints and beneath surface deposits,such as sand, porous corrosion pro -ducts, barnacles and other surfaceheterogeneities such as cracks, spraywelding and other metallurgicaldefects (1, 2).

To explore this subject morelargely, three papers of literaturereview will be presented coveringthe following topics:I. Definition, causes and mecha-

nisms;II. Influencing factors on the resist-

ance to crevice corrosion;III. Prevention, control and tech-

niques for measuring the ten-dency for crevice corrosion.This paper presents the main

influencing factors for crevice cor-rosion.

Fatores influenciadores naresistência à corrosão emfrestas

São muitos os fatores queexercem influência na resistênciaà corrosão em frestas dos metaise ligas passiváveis. Entre estes fa -tores, é interessante citar a com-posição da liga (níquel, cromo,molibdênio, nitrogênio etc.), amicroestrutura (inclu sões, se -gun das fases, heterogeneidadesna estrutura etc.), a geometriadas frestas, a formação de paresgalvânicos, a relação de área cato-do/anodo e os tratamentos desu perfície. Em relação aos meios,são fatores influenciadores atem peratura, a velocidade relati-va metal/meio, a presença de clo -ro, de ozônio, de íons cloreto, degás sulfídrico (H2S), como tam-bém as variações que ocorrem sea água do mar é natural ou sin-tética. A seguir, tais fatores influ-enciadores serão discutidos commais detalhes.

Efeitos das composições dasligas

A resistência à corrosão loca -lizada (corrosão por pite e emfrestas) dos aços inoxidáveis éextremamente dependente desua composição química. Geral -mente, os aços inoxidáveis dú -plex são pelo menos tão resis -tentes quanto os aços inoxidáveisausteníticos de mesmo teor decromo e de molibdênio. Na prá -tica, os modernos aços inoxidá -veis dúplex são muito mais resis -tentes, particularmente em mei -

Por Cristiane

Vargas Pecequilo

ResumoA corrosão em frestas consiste

em uma das formas de ataquemais incidente e menos reconhe -cida. Este tipo de corrosão locali -zada é um problema que em ge -ral envolve os metais passiváveise, portanto, materiais relativa-mente resistentes à corrosão, co -mo, por exemplo, aços inoxidá -veis, titânio e alumínio. Por estarazão, a corrosão em frestas é fre-quentemente negligenciada, le -van do a falhas prematuras de es -tru turas e equipamentos, algu-mas vezes com consequências ca -tas tróficas. Este tipo de corrosãotambém ocorre com metais fer-rosos e outras ligas menos resis -tentes à corrosão, expostos a am -bientes altamente oxidantes oupassivantes. Em todos os casos, aocorrência deste problema limi-ta-se a frestas muito estreitas quesão formadas quando são utili za -das gaxetas, parafusos e arruelas,estando presente também emjun tas sobrepostas e depósitos desuperfície (deposição de areia,pro dutos de corrosão permeá -veis, incrustações marinhas e ou -tros sólidos), além de outras he -te rogeneidades superficiais, co motrincas, borrifos de solda e ou trosdefeitos metalúrgicos (1, 2).

Para explorar mais ampla-mente este assunto, serão apre-sentados três artigos de revisãobibliográfica cada qual abordan-do os seguintes tópicos:I. Definição, causas e mecanis-

mos;II. Fatores influenciadores na re -

sis tência à corrosão em fres tas;III. Prevenção, controle e ensaios

de verificação da susceptibili -

Reviewing concepts: crevice corrosion – Part 2

Zehbour Panossian

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os contendo cloreto, devido àadição de nitrogênio como ele-mento de liga. É fato que os ele-mentos cromo, molibdênio e ni -tro gênio aumentam a resistênciaà corrosão por pite das ligas Fe-Ni-Cr. O efeito destes elementospode ser quantificado por meiode um parâmetro empírico de no -minado número equivalente deresistência à corrosão por pite(PREn – Number of Pitting Resis -tance Equivalent), definido geral-mente pela seguinte equação:

PREn = %Cr + 3,3 (%Mo) + k (%N)(eq. 1)

onde o k é um número entre 10e 30, sendo frequentemente maisutilizado o valor igual a 16 (3).

Embora este parâmetro tenhaalgumas limitações por incluirso mente três elementos de liga,ele oferece um modo rápido eefi ciente para se estimar a resis -tência à corrosão por pites dosaços inoxidáveis.

A maior desvantagem na uti-lização deste parâmetro, que ébaseado somente na composiçãoquímica dos materiais, é que elenão considera os efeitos decor-rentes de alterações na microes -trutura das ligas (provocadas poralgum processo metalúrgico,como a soldagem) sobre a que-bra da camada passiva ocasiona-da pela corrosão por pite ou emfrestas (4).

A composição química dasligas também exerce influênciana CCT (Critical Crevice Tem -per a ture), parâmetro consideradoimportante para a corrosão emfrestas. Segundo a normaASTM G 48 (5), a CCT consistena temperatura mínima na qualocorre o ataque em frestas comprofundidade de pelo menos0,025 mm, sob os dispositivosformadores de frestas emprega-dos. A equação que determina atemperatura de início do ensaiopara os aços inoxidáveis é dife -rente da equação para as ligas a

base de níquel. Para as ligas abase de níquel (CCTNi), a equa -ção considera os teores de cro -mo, molibdênio, nióbio e tungs -tênio:

CCTNi = (1,5 x %Cr) + (1,9 xx %Mo) + + (4,9 x %Nb) ++ (8,6 x %W) – 36,2

(eq. 2)

enquanto que, para os aços ino -xi dáveis (CCTAI), a equação con-sidera os teores de cromo, molib-dênio e nitrogênio:

CCTAI = (3,2 x %Cr) + (7,6 xx %Mo) + (10,5 x %N) – 81,0

(eq. 3)

A seguir, serão discutidas asparticularidades de cada um dosseguintes aços inoxidáveis: auste -ní ticos, ferríticos e dúplex, no quese refere à corrosão em fres tas.

Aços inoxidáveis austeníticosNo caso dos aços inoxidáveis

austeníticos, o aumento do teordos principais elementos de liga(níquel e cromo), aumenta aresistência à corrosão em frestasdestas ligas. O aumento do teorde cromo é benéfico devido aofato de tal elemento aumentar apassividade das ligas austeníticas,tornando mais difícil a quebra dacamada passiva dentro das fres -tas. Entretanto, conforme jámencionado, a hidrólise dos íonscrômicos produz um pH igual a1,6, fazendo com que tais íonssejam apontados como os res -pon sáveis pela acidificação queacontece nas frestas dos açosinoxidáveis.

Dentre os demais elementosde liga encontrados nos açosinoxidáveis, o molibdênio exercea maior influência na melhoriada resistência à corrosão emfrestas. De acordo com Se -driks(4), diversas publicações ates -tam para este fato, independen-temente se o ensaio aplicadopara a avaliação da resistência foi

eletroquímico (6), de imersão emcloreto férrico (7, 8, 9) ou em águado mar natural (6, 8, 9).

Nos aços inoxidáveis aomolibdênio, o nitrogênio é bené-fico à resistência à corrosão emfrestas. Neste tipo de aço, aadição de silício aumenta aresistência destas ligas à corrosãoem frestas em água do mar (10).

No caso do cobre, comparan-do diversas ligas comerciais, foiobservado que seu efeitodepende das condições de super-fície das mesmas (11). Teores decobre entre 1,6 % e 3,3 % pare-cem aumentar a resistência à ini-ciação da corrosão em frestas desuperfícies laminadas em águado mar natural. Entretanto,quando ocorre a remoção do fil -me superficial formado duran tea laminação, por exemplo, como lixamento da superfície ou pormeio de operações de usinagemou corte (de bordas), o cobrepromove a iniciação ou a propa-gação da corrosão em frestas.

Aços inoxidáveis ferríticosPara os aços inoxidáveis fer-

ríticos, o aumento dos teores decromo e de molibdênio acarretaaumento da resistência à cor-rosão em frestas. No caso dasligas de alta pureza em soluçõesacidificadas de cloreto férrico,mantendo-se constante o teor demolibdênio em 2 % e aumen-tando do teor de cromo de 20 %para 28 % ocorre o aumentopro gressivo da temperatura naqual se tem o início do ataqueem frestas. Com relação ao mo -lib dênio, aumentando seu teor de0 % para 5 % e mantendo-secons tante o teor de cromo em25 %, também foi observado oaumento da referida temperatura.

Os aços inoxidáveis superfer-ríticos, com elevados teores decromo e de molibdênio, apresen-tam elevada resistência à cor-rosão em frestas em água do mar.Entretanto, eles não devem serutilizados em situações nas quais

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os íons Cl- que migraram paradentro das ranhuras (frestas).

A quebra da camada passivado aço inoxidável dentro da fres-ta ocorre pela ação combinadados íons S2O3

2- e dos íons Cl-

(provenientes da solução corrosi-va), quando a concentração des -tes atinge um valor crítico. Aspro váveis reações são (14, 15):

2MnS + 3H2O → S2O32- +

+ 2Mn2+ + 6H+ + 8e-

(1)

2H+ + MnS →Mn2+ + S + H2

(2)

Após a quebra da camadapas siva, a dissolução do metalaumenta e a subsequente hidró -lise dos íons de cromo causa aqueda do valor do pH. Comisto, os íons metálicos proveni -entes da dissolução da matriz en -tram na solução e o potencial caidrasticamente, permanecendobaixo enquanto o metal dissol -ver. Se as condições geométricasdas frestas não forem favoráveis àreposição de solução, a hidrólisedos íons metálicos provenientesda matriz manterá o ataque cor-rosivo.

As fases sigma (γ) e chi (χ)têm mostrado serem prejudiciaisà resistência à corrosão dos açosinoxidáveis ferrítico, dúplex eaustenítico (16, 17).

De acordo com o trabalho deDundas e Bond (18), quando osaços inoxidáveis dúplex com altoteor de nitrogênio, fundidos eposteriormente recozidos, sãoimersos em água do mar natural,a ocorrência da precipitação denitretos de cromo pode favorecera ocorrência da corrosão emfrestas, já que a vizinhança destesnitretos fica empobrecida emcromo. O ataque acontece noscontornos de grão entre as fasesaustenita e ferrita, onde estãolocalizados estes nitretos. Algumataque também pode ser verifica-do quando ocorre a precipitação

tência à corrosão em frestas.São poucas as avaliações dos

efeitos da microestrutura sobre acorrosão em frestas. Os limitadosestudos existentes suportam aideia de que as características mi -croestruturais que são prejudici-ais à resistência à corrosão porpites, também o são para a resis -tên cia à corrosão em frestas.

O ataque preferencial de in -clu sões de sulfeto de manganêsconsiste em um dos mecanismospropostos para o processo de ini-ciação da corrosão em frestas (13,

14, 15). Segundo Eklund (13), as in -clusões de sulfeto de manganêspodem ser locais propícios para oinício da corrosão em frestas emaços inoxidáveis, pois as mesmasnão são bons condutores eletrô -nicos, podendo ser polarizadasaté atingir o potencial assumidopelo metal passivo. Neste poten-cial, os sulfetos não são estáveistermodinamicamente e tendema dissolver-se ao longo da inter-face metal-inclusão, gerandoíons S2O3

2-. Como resultado,tem-se o aparecimento de peque-nas ranhuras (frestas). Como asinclusões de sulfeto de manganêsestão presentes no metal fundi-do, quando ele se solidifica, ne -nhuma camada de óxido se for -ma na interface entre os sulfetose o metal solidificado. Portanto,quando os sulfetos se dissolvem,uma nova superfície do metal éexposta ao meio corrosivo.

De acordo com Eklund (13),as inclusões de sulfeto presentesnos aços inoxidáveis de seu tra-balho apresentaram, além doman ganês, ferro e cromo em so -lução sólida. Por este motivo, acomposição química da soluçãoao redor da microárea exposta dasuperfície do metal é diferente dacomposição química do seio dasolução. Ao se dissolverem, asinclusões de sulfeto liberam íonsde manganês, ferro e cromo, quesofrem hidrólise e também par-ticipam de reações complexascom o oxigênio residual, água e

ocorre a formação de frestas comum material menos resistente,como, por exemplo, o aço inoxi -dável austenítico AISI 316. Oataque da fresta, que tem iníciono aço AISI 316, gera elevadaacidez que, por fim, destrói acamada passiva dos aços super-ferríticos.

Adições de nitrogênio podemcausar corrosão intergranular nosaços inoxidáveis superferríticosse % C + % N > 0,025 %.Portanto, o nitrogênio não é uti-lizado como elemento de liga.

Em relação ao níquel, este pa -rece não ter influência na re -sistência à corrosão em frestas dosaços inoxidáveis superferríticos.

Pequenas adições de paládioe de ródio à liga Fe-28,5Cr-4,0Mo, mostraram-se prejudici-ais à resistência à corrosão emfrestas em solução de cloreto fér-rico a 50 °C (12).

Aços inoxidáveis dúplexNo caso dos aços inoxidáveis

dúplex há variações significantesna resistência à corrosão emfrestas. O aumento dos teores demolibdênio e de nitrogênioresulta na obtenção de maiorestemperaturas críticas de fresta(CCT). O efeito benéfico donitrogênio deve-se ao fato de queele tanto melhora a resistência àcorrosão da fase austenita comoreduz a partição do cromo, per-mitindo manter um maior teorde cromo na austenita (8).

Efeitos da microestruturaEm relação à microestrutura

das ligas metálicas, as inclusões,fases secundárias e heterogenei-dades estruturais podem facilitara corrosão em frestas. Destemodo, inclusões de sulfeto demanganês, fases alfa (α), sigma(γ) e chi (χ), regiões empobreci-das em cromo ao redor de pre-cipitados de carbeto e nitreto eheterogeneidades introduzidaspor processos de soldagem e defundição são prejudiciais à resis -

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pal fator acelerador da corrosãoem frestas. Segundo o trabalhode Ujiro e colaboradores (21), noqual foi estudado um aço inoxi -dável austenítico e outro ferríti-co, a velocidade da corrosão emfrestas aumentou linearmentecom a temperatura. A velocidadeda corrosão do aço inoxidávelaustenítico aumentou mais rápi-do do que a do ferrítico. Quantoà temperatura de iniciação dacor rosão em frestas, ela foi me -nor para o aço inoxidável auste -ní tico.

Na água do mar natural, on -de a presença de um biofilme po -de acelerar a corrosão em frestaspor facilitar reações catódicas, adependência deste tipo de cor-rosão com a temperatura é maiscomplexa (22). Os resultados obti-dos por Wallén (22) mostraramque a profundidade do ataque dacorrosão em frestas no aço inoxi -dável AISI 316 em água do marnatural é maior após três mesesde ensaio a 25 °C do que apósseis meses de ensaio a 70 °C. Talfato foi interpretado como resul-tado da atividade do biofilme a25 °C, que promoveu a acelera -ção da corrosão em frestas,enquanto a 70 °C isto não acon-teceu, pois o biofilme, a estatemperatura, estava inativo.

A temperatura na qual o bio -filme perde sua atividade depen -de da localização geográfica daágua do mar considerada nos es -tudos. No trabalho de Holthe,Bar dal e Gartland (23), os bio fil -mes formados na água do mar dacidade de Trondheim, Norue gaces saram sua atividade entre 24 °Ce 32 °C, enquanto no estudo de

Miyata e Takazawa (19), a marten-sita formada pela conformação afrio do aço inoxidável AISI 304 éprejudicial à resistência à cor-rosão em frestas em soluções di -luí das de cloreto (entre 20 ppm e200 ppm), a temperatura ambi-ente.

Efeitos do meio ambiente

Presença de biofilmesSegundo Dexter e Gao (20), a

presença de um biofilme mari -nho no aço inoxidável pode esti -mular a corrosão localizada dedu as maneiras. Primeiro, o bio -filme dá início à corrosão pormeio da formação de células deaeração diferencial e segundo,de termina um aumento da velo -cidade da reação de redução ca -tó dica. Em algumas ligas metáli-cas, o biofilme pode ocasionar oinício da corrosão em frestas, de -corrente do deslocamento dopotencial para a região ativa. En -tretanto, sobre metais passivos, obiofilme promove o deslocamen-to do potencial de corrosão nadireção dos potenciais positivos(mais nobres). Portanto, tantoem água do mar clorada comonão clorada, a corrosão localiza-da é sempre uma ameaça para aintegridade de estruturas sub -mer sas, fabricadas com ligas sus-ceptíveis ao ataque em frestas.

TemperaturaEm soluções utilizadas em

ensaios de laboratório (portanto,sem a presença de biofilmes ouanimais marinhos), como, porexemplo, uma solução de cloretoférrico, a temperatura é o princi-

dentro dos grãos de ferrita. Nomesmo estudo, um aço inoxi -dável dúplex forjado de baixonitrogênio (0,10 % N) apresen-tou somente ataque superficialnos contornos de grão. A menorresistência à corrosão em frestasdos aços inoxidáveis fundidos édecorrente de sua temperaturade recozimento (1135 °C, contra1000 °C – 1050 °C dos materi-ais forjados). Quanto maior atemperatura, qualquer nitreto decromo presente na liga poderá sedissolver e precipitar novamentedurante o resfriamento nos grãosde ferrita e/ou nos contornos degrão austenita-ferrita, com for-mação simultânea de zonas em -pobrecidas em cromo ao redordos nitretos (18). A precipitaçãodos nitretos de cromo nos con-tornos entre grãos de austenitanão é esperada devido à alta solu -bilidade do nitrogênio na auste -nita (18).

Em relação aos processos desoldagem, como, por exemplo, oprocesso TIG (ou Gas TungstenArc Welding – GTAW), o traba -lho de Garner (7) mostrou queapós submeter diversos aços ino -xidáveis a este processo, foramgeradas pequenas mudanças mi -cro estruturais. Estas alteraçõesmostraram-se prejudiciais à resis -tência a corrosão em frestas, deacordo com os resultados obti-dos em ensaio de determinaçãoda temperatura crítica de fresta(CCT) em solução de cloretoférrico, segundo a norma ASTMG 48, método B (5). As diferençasobservadas na CCT entre osmateriais soldados e os não-sol-dados podem ser atribuídas àsegregação de elementos de ligana microestrutura da região defusão da solda ou à formação deprecipitados na zona afetada pelocalor. Estas mudanças podem sereliminadas ou pela seleção corre-ta do metal de adição da solda oupor tratamento térmico de reco-zimento de recristalização (7).

Por fim, segundo Handa,

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Figura 1 – Fresta formada devido ao contato entre superfícies ásperas (4)

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tica de fresta (CCT) em fun çãodo potencial indicaram que, tan -to as incrustações quan to a clo-ração facilitaram a corrosão emfrestas, sendo a clo ração maisprejudicial do que a presença deincrusta ções (28). Alguns autoressuge rem que, quando os açosinoxi dáveis forem utilizados emágua do mar clorada, é preferí -vel que a cloração seja intermi-tente (por exemplo, 1 ppm decloro residu al por 30 min/d) aoinvés de contínua. Este proce -di mento visa minimizar a pos -sibilida de de ocorrência da cor-rosão em fres tas, uma vez que oau mento do potencial de cor-rosão devido à cloração não éinstantâneo (22, 28).

Para o caso das ligas a basede níquel (muito resistentes àcorrosão em frestas, como, porexemplo, a liga Inconel® 625),teores de cloro entre 85 ppm e90 ppm na água do mar causamextensivo ataque em frestas.Nos casos da água do mar con-tendo 1 ppm de cloro ou não-clorada, o grau de ataque é com -parável, sendo muito me nor doque o observado para mai oresteores de cloro (29).

No caso do ozônio, este tam -bém pode ser utilizado comoum biocida. No entanto, deacor do com Sedriks (4), têm-sedisponí veis poucos trabalhos arespeito do efeito da ozonizaçãona corrosão em frestas dos açosinoxi dáveis.

De acordo com o traba lho deWyllie, Brown e Duquet te (30),um corpo de prova do aço inoxi -dável AISI 304 com frestas (for-madas por meio de um dispositi-vo de Teflon® (politetrafluo-retileno – TFE ou PTFE)) apre-sentou, após 30 dias de ensaioem água do mar ozonizada,menor densidade de pites nasfrestas em comparação ao ensaiocom água do mar aerada. No en -tanto, para a água do mar ozoni -zada, os pites apresentaram-sebem mais profundos.

terna à fresta determina o au -mento da velocidade da corrosãoem frestas, já que a agitação daágua fornece um maior supri-mento de oxigênio em compara-ção à água parada. Estudos reali -zados com selos confeccionadosem aço inoxidável AISI 304 (25)

mostraram que a água do mar auma velocidade de 0,15 m/s pro-moveu um maior ataque emfrestas do que se estivesse parada.Em outro estudo, utilizando oaço inoxidável AISI 316 e dis-positivos formadores de frestasem acrílico, com diversas razõesde área catodo:anodo, tambémhouve um maior ataque emfrestas para a condição com agi-tação (26).

Em relação às frestas forma -das entre depósitos de animaismarinhos (como, por exemplo,cracas) e os aços inoxidáveis, oaumento da velocidade da águado mar pode ser benéfico pordificultar a aderência destes ani-mais sobre a superfície dosaços (27). A praticidade da utiliza-ção da velocidade como formade prevenir a corrosão em frestasé questionável, pois, a partir domomento em que a agitação éinterrompida, permitindo o de -senvolvimento de cracas, a suaretomada não removerá a aglo -me ração de animais formada (4).

Cloro e ozônioO cloro ou o hipoclorito são

biocidas tradicionalmente utili -zados na água do mar para eli -minar ou minimizar o apareci -mento de incrustações. Entre -tan to, o cloro, o hipoclorito e asincrustações, aumentam o po -ten cial de corrosão na direçãodos potenciais positivos (maisno bres), fornecendo ao sistemareações catódicas adicionais.Nu ma situação onde uma frestaestá presente, muito provavel-mente, o favorecimento daocor rência de reações catódicasirá facilitar a corrosão em fres -tas. Medidas da temperatura crí -

Mollica e colaboradores (24), osbiofilmes formados na água domar da cidade de Gênova, Itália,não perderam completamentesua atividade até aproximada-mente 40 °C. Como decorrênciadestes resultados, pode-se inferirque, à medida que a temperaturada água do mar aumenta, a velo -cidade da corrosão em frestas so -fre inicialmente um aumentopara depois diminuir. Isto acon-tece após a água do mar atingiruma temperatura máxima, sen -do esta menor do que a tempera -tura na qual o biofilme cessa suaatividade.

A influência da temperatura eo efeito de várias bactérias emágua do mar natural, na corrosãoem frestas de aços inoxidáveis aomolibdênio foram discutidos porMollica e colaboradores (24). Se -gundo estes autores, o aumentoda temperatura de 25 °C para40 °C provoca alteração tanto nainiciação, como também, napro pagação da corrosão em fres -tas por meio da diminuição davelocidade de redução do oxigê -nio, associada à diminuição docrescimento de bactérias aeró -bicas nas áreas catódicas adja-centes. Espécies sulfurosas tam-bém podem estar presentes emalguns sedimentos marinhos,levando a condições anaeróbicassob organismos marinhos, co -mo, por exemplo, cracas, quetambém podem ser responsáveispor um ataque localizado da cor-rosão. Evidentemente, o biofil -me marinho exerce um papelimportante na corrosão em fres -tas dos aços inoxidáveis em águado mar, influenciando tanto nomecanismo como na cinética doprocesso de corrosão em questão.

VelocidadeNas soluções onde a corrosão

em frestas é governada pelareação catódica de redução dooxigênio (O2 + 2H2O + 4e- →→ 4OH-), o aumento da veloci-dade da solução na superfície ex -

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dos aços inoxidáveis ensaiados,como o aço inoxidável AISI316L. Na água do mar natural,apesar da sua temperatura sersignificantemente baixa, foiobservado o ataque da maioriados aços inoxidáveis ensaiados e,no caso da água do mar coletada,os aços inoxidáveis apresentaramum comportamento inter-mediário. Neste caso, os açosinoxidáveis que sofreram ataqueapresentaram uma maior pro-fundidade de ataque em com-paração à água do mar naturaldevido à dife rença de temperatu-ra entre as mesmas.

Nestes ensaios, a naturezamais agressiva da água do marnatural, em comparação à águado mar sintética, foi atribuída àpresença de biofilmes (bactériasmais algas) sobre a superfície dosaços inoxidáveis.

De acordo com Gallagher,Malpas e Shone (35), estes biofil -mes provocaram a elevação dospotenciais de corrosão destesaços para potenciais mais nobres(potenciais estes próximos ouacima dos potenciais de pite decada tipo de aço), dando origemà iniciação da corrosão emfrestas. Para situações onde aágua do mar natural foi submeti-da aos processos de cloração ouesterilização por meio de luzultravioleta ou onde foi realizadaa limpeza mecânica da superfíciedos corpos de prova, ocorreuuma diminuição dos potenciaisde corrosão dos aços inoxidáveisensaiados. Em relação aos açosinoxidáveis que foram ensaiadosna água do mar sintética, ospotenciais de corrosão obtidosforam cerca de centenas de mili-volts menores dos que os obtidosna água do mar natural.

Sulfeto de hidrogênioSegundo Betts e Boulton (1),

diversos estudos mostraram quea corrosão em frestas pode se ini-ciar facilmente em meios con-tendo sulfeto de hidrogênio

uma pequena quantidade deataque em frestas, o aço inoxi -dável AISI 304 poderá ser uti-lizado em soluções com até200 ppm de cloreto, à tempera -tura ambiente. No caso do açoinoxidável AISI 316, a concen-tração se cloreto sobe para até300 ppm, considerando tambémsoluções à temperatura ambi-ente (33, 34).

As concentrações de cloreto,para as quais um aço inoxidávelnão apresentaria corrosão emfrestas, podem ser afetadas pelapresença de sulfato. O sulfatopresente nas soluções pode agircomo um inibidor da corrosãoem frestas, aumentando a con-centração de cloreto tolerávelpara um determinado aço ino -xidável (33).

Tipos de água do marGallagher, Malpas e Shone (35)

determinaram a profundidade ea área de ataque de corrente dacorrosão em fres tas de algunsaços inoxidáveis ensaiados emtrês tipos de água do mar: sin-tética, coletada e natural (35). Aágua do mar sintética foi aeradae mantida sob circulação entre20 °C e 25 °C, enquanto a águado mar coletada foi retirada domar da Irlanda e mantida sob asmesmas condi ções da água domar sintética. Já a exposição doscorpos de prova à água do marnatural foi realizada na cidade deHolyhead, no Reino Unido,entre 7 °C e 10 °C. Em todos oscorpos de prova foram utilizadosdispositivos formadores defrestas e a duração dos ensaiospara cada tipo de água foi de100 dias. Segundo os autores, osresultados mostraram que oataque decorrente da corrosãoem frestas foi muito menossevero na água do mar sintética,mesmo com sua temperatura re -la tivamente elevada (quandocomparada à água do mar natu-ral), tendo sido este ataqueobservado somente em alguns

Íons cloretoA camada passiva protetora,

presente sobre a superfície demetais passiváveis pode romperlocalmente quando em contatocom águas contendo cloretos,determinando ataque localizado.Tal ataque é particularmentesevero em frestas formadas sobdepósitos ou biofilmes, entresuperfícies sobrepostas e sob ga -xe tas. Taxas de corrosão de milí -me tros por mês têm sido regis -tradas em frestas existentes emambientes marinhos (1). O au -men to da concentração de clore-tos de uma solução geralmentefacilita a corrosão em frestas. Notrabalho de Wallén, Bergqvist eOlsson (31) foi realizado um en -saio no qual a resistência ao iní-cio da corrosão em frestas dealguns aços inoxidáveis foi avali-ada em relação à concentração deíons cloreto em solução. Os au -tores observaram que, para a má -xima concentração de cloreto desódio utilizada no ensaio (3 %),só o aço inoxidável AISI 304apresentou corrosão em frestas.No entanto, os outros aços ino -xi dáveis avaliados, como o açoinoxidável AISI 316, apresen-taram este tipo de corrosão emágua do mar natural. Segun do osautores, a diferença, entre os re -sultados obtidos nos ensaios emlaboratório e nos ensaios realiza-dos com água do mar natural,pode estar relacionada com apre sença de biofilmes na água domar. Tais biofilmes facilitam aocorrência de reações catódicas,favorecendo a corrosão emfrestas (31).

No caso dos aços inoxidáveismenos resistentes à corrosão emfrestas, como, por exemplo, osaços inoxidáveis AISI 304 e AISI316, estes podem ser utilizadosde modo seguro em soluçõescujas concentrações de cloretosejam menores do que 100 ppme menores do que 300 ppm,respectivamente (32, 33). Entretan -to, se for permitida a presença de

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processo de corrosão em frestas.Denpo e Ogawa (38) observaramainda que o tempo de iniciaçãoda corrosão em frestas em meioscontendo H2S aumentava com aadição de cromo, níquel e molib-dênio nas ligas estudadas.

Efeito do par galvânicoSabe-se que o acoplamento

de um aço inoxidável susceptívelà corrosão em frestas a uma ligametálica menos nobre promovea proteção catódica do aço inoxi -dável. De maneira similar, oacoplamento deste aço a ligasmetálicas mais nobres resulta naaceleração do seu processo decorrosão em frestas, devido à for-mação de uma área catódica,com o aço inoxidável atuandocomo anodo. Shone e Galla -gher (39) estudaram a resistência àcorrosão em frestas em água domar de diversos aços inoxidáveise outras ligas metálicas. Os resul-tados obtidos mostraram que asligas susceptíveis à corrosão emfrestas apresentaram um maiorataque quando acopladas a ligasmais nobres. No entanto, as ligasque não eram susceptíveis à cor-rosão em frestas permaneceramresistentes quando em contatocom ligas mais nobres.

Influência da geometria dafresta

Como já visto, a corrosão emfrestas é uma forma de corrosãolocalizada que pode ocorrer den-tro de frestas, onde uma soluçãocorrosiva fica estagnada. Para serconsiderada como um sítio decorrosão, a fresta deve ser grandeo suficiente para permitir o aces-so do meio corrosivo e, pequenao suficiente, para evitar a saída dasolução. Consequentemente, acorrosão em frestas não é obser-vada em grandes fendas ou chan-fros, onde é fácil a circulação domeio corrosivo. Contudo, aindanão existem regras práticas sobreas dimensões de frestas que pos-sam ser consideradas como pro -

sença do enxofre elementar.Baseando-se nos resultados deseus trabalhos, os autores con-cluíram que, a corrosão emfrestas é acelerada pelo aumentoda pressão parcial H2S, peloaumento da temperatura, peladiminuição do pH e pela adiçãodo enxofre elementar (36).

Dawoud, Vanweele e Szklar -ska-Smialowska (37) estudaram acorrosão em frestas de dois açosinoxidáveis martensíticos emsoluções com diferentes concen-trações de cloreto de sódio, come sem a adição de H2S, para pHigual a 7,0 e igual a 4,2. Na pre-sença de H2S, a corrosão emfrestas ocorreu na região ativa depotenciais, do lado de fora daentrada da fresta. Os autoresacreditam que, numa soluçãosaturada de H2S e cloreto desódio, estabelece-se um pargalvânico entre a superfície dometal em contato com a soluçãoda fresta, a qual é pobre em H2S(catodo), e a superfície do metalexterna à fresta que está em con-tato com a solução saturada emH2S (anodo). Como resultado, aborda da fresta sofre corrosão.

Denpo e Ogawa (38) estuda -ram a corrosão em frestas numasérie de aços inoxidáveis austení -ticos altamente ligados, em mei -os acres (solução de NaCl a 3 %,contendo H2S a 60 °C). O estu-do mostrou que, em casos ondehá suprimento contínuo de H2Sno interior da fresta, a corrosãona fresta ocorrerá muito maisrapidamente do que em água domar. Após o consumo de H2Sdentro da fresta, ocorre umadiminuição significativa da pro -pagação da corrosão na fresta.Na verdade, o processo de cor-rosão em frestas é inibido devidoao fato de que a reação catódicade redução do enxofre elementar(S + 2e- → 2S-) gera potenciaisde eletrodo menos positivos doque os potenciais associados àredução de oxigênio e, portanto,não são capazes de sustentar o

(H2S), mas somente na presençade cloretos. Por isto, no setor deextração de petróleo onde sãocomuns meios cloretados con-tendo H2S, frequentemente,ocorrem paradas não progra-madas, com consequente perdade produção, devido à corrosãoem frestas em juntas rosqueadasou em flanges. Geralmente, asligas selecionadas para aplicaçõesnas indústrias de óleo e gás sãoresistentes à corrosão por pite ouà corrosão sob tensão, sendoignorada a possibilidade de da -nos causados pela corrosão emfrestas (1).

Azuma e colaboradores (36),em seu estudo a respeito da cor-rosão em frestas dos aços inoxi -dáveis dúplex com 22 % Cr e doaço inoxidável austeníticoAISI 316, imersos em solução2,5 % de NaCl, verificaram queo processo de corrosão era acele -rado pelo aumento da pressãoparcial de H2S, pelo aumento datemperatura, pela diminuição dopH e pela adição de enxofre ele-mentar à solução. Os autoresobservaram que a corrosão emfrestas poderia ocorrer de formadiferente dependendo da pressãoparcial do H2S. Para baixaspressões parciais de H2S, a cor-rosão ocorria dentro da fresta,en quanto a pressões mais eleva -das, a corrosão era observada naentrada da fresta. No mesmo tra-balho, Azuma e colaborado -res (36) realizaram ensaios em au -toclave com duração de 336 ho -ras (14 dias) utilizando umasolução 3,5 % de NaCl a 80 °C,com e sem 0,5 % de ácido acéti-co e com e sem 1 g/L de enxofreelementar, a várias pressões par-ciais de H2S. Tais ensaios reve-laram que a corrosão em frestasno aço inoxidável AISI 316 ocor-reu para todas as condições dosensaios descritos anteriormente.Para o aço inoxidável dúplexAISI F51 ensaiado, a corrosãoem frestas e o aparecimento depites ocorreram somente na pre-

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maior taxa de corrosão emrelação a um anodo grande.

Tratamentos de superfícieOldfield (46) estudando o

mecanismo de corrosão emfrestas em aços inoxidáveis emágua do mar verificou a grandeinfluência da rugosidade superfi-cial e do pré-tratamento (mecâ -ni co ou eletroquímico) naresistência à iniciação da cor-rosão em frestas. Oldfield obser-vou que uma superfície decapadaem ácido é mais resistente doque superfícies lixadas (46).

Como discutido anterior-mente, de acordo com a Figura1, peças cuja aspereza de suassuperfícies promove o contatoentre as mesmas, há um amploespectro de “aberturas” de frestase o modelamento matemáticomostrou que as frestas mais es -trei tas (ou microfrestas) podeminiciar a corrosão. Com isto,considerando superfícies prepa -ra das por meio de lixamento me -cânico, pode-se provar que, in -dependentemente da grana dalixa utilizada, sempre haverá umaquantidade suficiente de micro -frestas; portanto, a corrosão emfrestas não tende a variar muitocom a grana da lixa utilizada noacabamento superficial das pe -ças. Como exemplo, pode-se ci -tar o estudo realizado porKain (47), onde ensaios de cor-rosão em frestas realizados noaço inoxi dável AISI 316 em águado mar natural mostraram umnível comparável de ataque paraas su perfícies preparadas pormeio de lixamento com lixa degrana 60 e de grana 600.

Em relação às superfícies pre -paradas por meio de dissoluçãoeletroquímica, Kain (47) verificouque, dentre diversos tipos de aca -bamento superficial ensaiados, oeletropolimento produziu super-fícies que apresentaram menorintensidade da corrosão em fres -tas do que as superfícies lixadas.

Os tratamentos de decapa -

em frestas num dado meio,como também, até que concen-tração de cloretos do meio emquestão, os aços inoxidáveispodem resistir. Os resultadosobtidos por meio do modela-mento matemático (consideran-do uma fresta de 5 mm de pro-fundidade e o efeito da dimen-são de sua abertura sobre oprocesso de iniciação da cor-rosão) mostraram que as ligas deelevado teor de níquel e os açosinoxidáveis austeníticos de eleva-do teor de molibdênio (6 %Mo) são resistentes à corrosãoem frestas. Já os aços austeníticoscontendo menos molibdênio,como os aços AISI 304 eAISI 316, são mais susceptíveis aeste tipo de corrosão. Indepen -dentemente da classificação daliga, o risco de iniciação da cor-rosão em frestas é muito maiorem água do mar tratada comcloro.

Relação catodo/anodoDe acordo com Ellis e

LaQue (44), quando os aços ino -xi dáveis expostos em água domar estão sujeitos à formação defrestas, a diminuição da área dafresta ou o aumento da área domaterial fora da fresta resulta emum aumento da área atacada.Em geral, a área dentro da frestaé considerada anódica e a áreafora da fresta, catódica. O con-ceito da influência da relação deárea catodo/anodo para a cor-rosão em frestas é a mesma dascélulas galvânicas com metaisdissimilares (45). Neste tipo decélula, uma razão de área desfa-vorável consiste de uma grandeárea referente ao catodo e umapequena área de anodo. Para umdado fluxo de corrente queatravessa esta célula, a densidadede corrente é maior para umeletrodo pequeno do que paraum eletrodo grande. Conse -quen te mente, um anodo peque -no terá uma densidade de cor-rente maior e, portanto, uma

mis sores sítios de corrosão. Acor rosão em frestas é frequente-mente observada em frestas comaberturas bem estreitas. Entre -tanto, é difícil quantificar o quãoestreita é uma fresta, já que asdimensões de sua abertura sãoinfluenciadas pela aspereza dassuperfícies das peças em contato,resultando num amplo espectrode “aberturas” de frestas. Asdimensões das aberturas dasfrestas também são influenciadaspelo grau de deformação, ouseja, para os materiais dúcteis, assuperfícies ásperas em contatoapenas se deformarão e, no casodos materiais frágeis, ao seaplicar uma tensão de defor-mação, poderá ocorrer a fraturadas superfícies ásperas em conta-to, produzindo também umespectro de aberturas, comoilustrado na Figura 1 (4).

Deste modo, modelos mate -má ticos têm sido utilizados paraestudar variações no processo decorrosão decorrentes da geome-tria das frestas. O modelamentomatemático utilizado por Wat -son e Postlethwaite (40) mos traque, para geometrias de frestasdo tipo apresentado na Figura 1,as frestas mais estreitas (oumicrofrestas) podem iniciar acorrosão, enquanto o restantedas frestas permanece passivo.Outro modelo matemático ad -mi tia uma fresta hipotética, comlargura e profundidade uni-formes (41). Baseando-se nestemodelo, Sedriks (42) conclui emseu trabalho que frestas comaber turas bem estreitas e grandesprofundidades favorecem o iní-cio do processo de corrosão emfrestas.

Oldfield e Sutton (43) desen-volveram classificações para umavariedade de metais em água domar, por meio de uma técnica demodelamento matemático. Se -gun do os autores, seu modelopode fornecer informações arespeito da possibilidade daocorrência ou não da corrosão

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gem e de passivação removem dasuperfície inclusões de sulfeto demanganês, que conforme jámen cionado, atu am como sítiospara a iniciação da corrosão emfrestas. A decapagem tambémdemonstrou melhorar a resistên-cia à corrosão em frestas pormeio da remoção de camadasempobrecidas em cromo quepodem se formar durante otratamento térmico de recozi-mento a altas tempera turas (48).

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Cristiane Vargas PecequiloMestre em Engenharia Metalúrgica pelaEscola Politécnica da USP (2008).Pesquisadora assistente do IPT.

Zehbour PanossianDoutora em Ciências, Diretora deInovação do IPT.

Contato com a autora:[email protected]

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Artigo Técnico

Pré-revestimento de conversãoà base de hexafluorzirconato

IntroduçãoO desempenho dos revesti-

mentos orgânicos, em geral, estáassociado à aplicação de um pré-tratamento, o qual modifica asuperfície do metal adequando-oao tratamento final. Dentre ostratamentos mais utilizados estãoos processos à base de fosfato,que atribui à superfície excelenteinterface metal-tinta. O desen-volvimento da indústria auto-mobilística iniciou a criação deprocessos mais amigáveis ambi-entalmente, já que o lodo é in -trínseco da reação de fosfatizaçãoe não pode ser evitado, le van doao desenvolvimento de pro cessoscom resíduos de fácil tratamentoe reuso. Além disso, a alta con-centração de fosfatos nos eflu-entes pode causar a eutrofizaçãodas águas.

Este revestimento é um destesprodutos, desenvolvido a partirde compostos químicos à base dehexafluorzirconato. A camada dopré-revestimento é obtida a partirda reação de conversão na super-fície do substrato metálico pre-cipitando um filme fino compos-to de óxido de zircônio, em escalananométrica (1, 2).

Estudos anteriores mostra -ram que o revestimento possuicomportamento diferenciadopa ra o aço carbono SAE1006 (3). Ao iniciar a deposiçãodo revestimento, a solução ácidade conversão ataca a superfíciedo metal, o que é observado pelamedida de potencial em circuitoaberto em que se altera o poten-cial do substrato.

Este trabalho faz um estudoeletroquímico do revestimento à

base de ácido hexafluorzircôniosobre o aço carbono SAE 1006 afim de visualizar a diferença daqualidade do revestimento alte -ran do fatores como pH da solu -ção de conversão, tempo deimer são do processo e ativaçãoácida da superfície antes da apli-cação do revestimento.

MetodologiaForam realizados dois proces-

sos para obtenção da camada: noprimeiro, processo convencional,a amostra era submersa direta-mente em solução de conversãoe, no segundo, a amostra passavapor uma etapa de ativação ácidaantes da submersão em soluçãode conversão. O estudo da in -fluência do pH na formação dacamada foi realizado em ambosos processos.

A solução de tratamento foipreparada na concentração de0,86 g.L-1 H2F6Zr em água deio -nizada. O pH da solução foiajustado a 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5e 5,0 ± 0,1 com solução dehidróxido de sódio.

Foram utilizadas chapas deaço carbono AISI 1006, com di -mensões de (1 x 50 x 100) mm etratadas da seguinte forma:• lavagem com desengraxante al -

calino a 85 °C por 5 minutos,seguido de lavagem com jatosde água deionizada;

• ativação ácida com ácido clorí-drico 1,5 % durante 30 s (ape-nas para o segundo processo).

• imersão em solução de conver-são através do método dip coat-ing por 180 segundos, a tem-peratura ambiente.

• enxágue com água deionizada

Juliana dos A.Moraes

ResumoO tratamento à base de he -

xafluorzirconato é o pré-revesti-mento de conversão químicaque forma uma fina camada deóxido de zircônio nas superfí-cies metálicas.

Utilizado atualmente emprocessos fabris de linha brancae automotivos, o hexafluorzir-conato é um substituto ecologi-camente viável em alguns dosprocessos de fosfatização e cro -ma tização tradicio nais.

Este revestimento aumentaa resistência à corrosão dos me -tais quando associado à pinturae o seu desempenho pode sermelhorado controlando fa toresno processo de conversão, o quediminuiu o tempo de imersãodas peças e aumenta a deposi -ção do revestimento.

AbstractThe treatment based on hexa-

fluozirconic which is used in themanufacturing processes of homeappliances and automotive, is achemical coating conversion thatforms a thin layer of zirconiumoxide on metal surfaces.

Hexa flu or zirconic is a sus-tainable and environmentalfriendly substitute of traditionalphosphating and chromatingprocess.

This coating increases the cor-rosion resistance of metals whencombined with painting and itsperformance can be improved bycontrolling factors in the conver-sion process, which reduced thetime of immersion of the partsand increases the deposition ofthe coating.

Hexafluorzirconium conversion coating

Jane ZoppasFerreira

AlvaroMeneguzzi

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e secagem a 110 ° C por 5 mi -nutos.

• pintura de uma parte das cha-pas com tinta esmalte sintética.

As medidas eletroquímicas fo -ram feitas utilizando um po ten -ciostato AUTOLAB PGSTAT302 e uma célula eletroquímicade três eletrodos, com um eletro-do de referência de prata/cloretode prata (Ag/AgCl), um eletrodode platina e a chapa de aço re -vestida como eletrodo de traba -lho com 1 cm de diâmetro. O

momento inicial do ensaio eraconsiderado quando uma amos -tra era colocada em contato coma solução de conversão. Eramregistrados, então, o potencial decircuito aberto e os diagramas deimpedância para diferentes tem-pos de imersão. As medidas deEIE foram feitas com 10 mV deperturbação, varrendo frequên-cias de 100 kHz até 1 Hz.

Micrografias de MEV comemissão de energia dispersiva(EDS) foram feitas com energiado feixe de elétrons de 10 keV.

Deve-se levar em conta que osespectros de EDS devem ser con-siderados como análises semi-quantitativas, pois são sempreafetados pelo sinal de fundo damatriz.

Para a medida do grau demi gração subcutânea foi reali -zado um corte na peça pintadacom tinta esmalte sintética co -mercial, de acordo com a nor -ma NBR MB 787-74 e aamostra foi introduzida em câ -mara de névoa salina durante100 horas.

C & P • Março/Abril • 2013 31

Figura 1 – Medida de potencial em circuito aberto do aço SAE 1006 durante o processo de conversão decamada no sistema sem ativação e com ativação (AA). Imagens de MEV/EDS correspondentes a 600 s noensaio eletroquímico em solução de conversão com pH 4,5: a. sem ativação; b. com ativação ácida

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comportamento da resistênciaeletroquímica do filme durante aprópria formação e está apresen-tado no gráfico da Figura 2.

A Figura 2 mostra o aumen-to da resistência eletroquímicacom o decorrer do processo deconversão, para ambos os valoresde pH de solução, indicando umcrescimento da camada.

A impedância do filme for-mado em solução de conversãomais ácida, de pH 3,5, (Figura 2a e b) é menor que aquela obtidaem solução de con versão compH 5,0 (Figura 2 c e d) para asmesmas condições.

A ativação ácida da superfíciedo aço, portanto, apresenta me -di das de impedâncias maioresem intervalos de tempos maiscurtos, desde ‘0 s’, independentedo pH da solução.

A avaliação do ensaio de mi -gra ção subcutânea nas amostras

a ativação ácida tem a função ini-cial de atacar a superfície do me -tal iniciando imediatamente areação de deposição da camada.

A Figura 1 (a) e a Figura 1 (b)mostram as imagens de MEV/ -EDS da amostra de aço carbonoimersas em solução de conversãocom pH 5,0 com e sem ativação(AA) da superfície.

O nível de detecção de zir-cônio é maior com o aumentodo pH da solução e consideravel-mente superior nas amostrasonde a deposição ocorreu sobre achapa que sofreu ativação ácida.

A primeira medida de impe -dân cia foi tomada no instanteem que a chapa de aço era mer-gulhada na solução de conversão.O primeiro instante de contatofoi denominado ‘0 s’, depois 30segundos e seguido de medidasde 1 em 1 minuto.

Os resultados mostram o

Resultados e discussãoA variação do potencial de

circuito aberto durante o proces-so de conversão em diferentesvalores de pH está apresentadana Figura 1. A notação (AA) cor-responde ao processo com ati-vação ácida. O momento inicialde deposição acaba sendo o maisimportante para a deposição dorevestimento de conversão, poisa superfície do metal é preparadapara que ocorra a deposição dacamada na superfície do metal.

O potencial atingido pela ca -mada de conversão se torna maisnegativo para maiores valores depH. Ou seja, quanto mais alcali-na a solução, mais negativo o po -tencial correspondente à camadade conversão.

As amostras que sofreram aativação ácida desenvolvem po -ten ciais mais negativos, indepen-dente do pH. Isto ocorre porque

32 C & P • Março/Abril • 2013

Figura 2 – Medidas de EIE durante a conversão da camada em solução com pH 3,5: a. sem ativação; b. comativação; em solução com pH 5,0: c. sem ativação; d. com ativação

a b

c d

Juliana46:Cristiane43 5/23/13 2:50 PM Page 3

Page 33: Edio Completa 46 Ano 10

Federal do Rio Grande do Sul, PortoAlegre, 2010.

possível distinguir diferentescom portamentos para a variaçãodo pH, sendo que filmes obtidosem soluções mais alcalinas sãomais resistivos, apesar de apre-sentarem potenciais mais nega-tivos. A ativação ácida da super-fície antes da conversão conferemaior resistência ao filme forma-do. O benefício da ativação ácidafoi confirmado nos ensaios demigração após exposição emnévoa salina, onde a amostra ati-vada, com camada de conversãoem pH 4,5 apresentou o menorvalor de migração.

Referências bibliográficas1. Lunder et al, 2004, LUNDER, O.,

SIMENSEN, C., YU, Y., NISAN-CIOGLU, K., Surface and CoatingsTechnology. v.184, p. 278–29, 2004.

2. Andreatta et al, 2007 ANDREATTAF., TURCO A., GRAEVE I., TER-RYN H., FEDRIZZI L., Surface &Coatings Technology. v: 201, p.7668–7685. 2007.

3. MORAES, J. Estudo do comporta-mento do revestimento de conversão àbase de zircônio e zircônio/titânio sobreaço carbono. 2010. Dissertação(Mestrado em Ciências dos Materiais)– Escola de Engenharia, Universidade

tratadas com revestimento deconversão à base de hexafluorzir-conato, com pintura posterior,está apresentada na Figura 3. Osvalores indicam o destacamento(em mm) do re ves timento a par-tir do corte previamente feito nopainel, após 100 horas de exposi -ção dos corpos de prova à névoasalina. Para amostras com pH 2,5sem e com ativação (3 a e b) ovalor de migração foi o mesmo,5,25 mm. Para as amostras cujaconversão ocorreu em pH 4,5 amigração foi inferior (3 c) eobserva-se que a ativação dasuperfície do aço antes da conver-são (3 d) produz cama das commaior aderência à película datinta. Esse resultado evidencia ainfluência do pH da solução deconversão e da ativação da super-fície antes da conversão.

ConclusõesOs resultados de microscopia

mostram um aumento conside -rável na concentração de zir-cônio na superfície do aço quan-do este sofre ativação ácida, oque facilita a reação para a for-mação da camada convertida.Nos ensaios eletroquímicos, é

C & P • Março/Abril • 2013 33

Juliana dos Anjos MoraesEng. Química/UFPa-PA, Mestre emEngenharia pelo PPG3EM/UFRGS eDoutoranda em Engenharia peloPPG3EM/UFRGS e Uni versitat Politècnicade València (Espanha). Pesquisadora douto -ran da no Lab. de Corrosão, Proteção e Reci -cla gem de Materiais – LACOR/DEMATda UFRGS.

Jane Zoppas FerreiraBel em Química/UFRGS com Mestradopelo PPG3EM/UFRGS e Doutorado emEletroquímica pela Université Pierre etMarie Curie (França). Professor do Depto.de Materiais e PPGE3EM/UFRGS e éPesquisador no Laboratório de Corrosão,Proteção e Reciclagem de Materiais -LACOR/DEMAT da UFRGS.

Álvaro MeneguzziEng. Químico/PUC-RS, Mestre e Doutorem Engenharia pelo PPG3EM/UFRGS ePós-Doutorado pela Universidad Politécnicade Catalunya (Espanha). Professor doDepto. de Materiais e PPGE3EM/ UFRGSe é Pesquisador no Lab. de Corrosão,Proteção e Reciclagem de Materiais –LACOR/DEMAT da UFRGS.

Figura 3 – Imagens de migração após 100 horas de exposição à névoa salina para amostras em solução de con-versão com pH 2,5: a. sem ativação; b. com ativação; em solução de conversão com pH 4,5: c. sem ativação; d.com ativação

a b c d

Juliana46:Cristiane43 5/23/13 2:50 PM Page 4

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Opinião

e a pergunta inicial é: exis -te um equilíbrio entreQua li da de, Sustentabili -

da de e Ecoeficiência? A respostaé bastante simples: Não! Ou me -lhor, ainda não. Na verdade oque existe hoje ainda é um dese-jo de solucionar as equações quepossam resultar em um equilí -brio estável entre estes fatores.

Já podemos sentir, ainda queaquém do ideal, a preocupaçãoquanto aos aspectos de conscien-tização frente à preservação domeio ambiente e a procura porsoluções ecologicamente viáveis,isto é, o aproveitamento dos re -cursos existentes, sejam eles na -turais (renováveis), dos váriostipos de energia, como a elétrica,solar e eólica, como também dosrecursos artificiais (recicláveis ereciclados) pois, certamente, taisiniciativas quando adotadas cor-retamente farão uma diferençasig nificativa neste balanço.

A adequação dos produtos,bens e serviços frente às novasexi gências de ecoeficiência, sus-tentabilidade e meio ambientede ve passar por uma avaliaçãoatravés de um minucioso estu-do no sentido de que especifi-cações sejam criadas, ou seja,normas re gulamentadoras quesejam ade quadas a cada setor dacadeia produtiva para que pa -râmetros possam ser estabeleci-dos, mensurados e melhoradoscontinuamente.

Somente após a obtenção deum histórico de metas e resulta-dos, sendo alcançados por diver-sos produtos de cada segmento é

Adilson Munin

Em busca do equilíbrioProdutos, bens e serviços deverão ser adequados às novas exi gências de ecoeficiência, sustentabilidade

e meio ambiente mediante a regulamentação de cada setor da cadeia produtiva

Adilson MuninGerente Comercial para o Mercado Industrial da Viapol, especializada em soluções para aimpermeabilização e proteção das obras da construção

que poderemos refinar e estreitar tais parâmetros. Os benefícios obti-dos com esta adequação serão observados a médio e longo prazos,porém, seguramente, serão resultados importantes na busca pelo equi-líbrio da equação, com as variáveis de sustentabilidade e qualidadedevidamente solucionadas. E estes benefícios terão impacto direto nosseguintes aspectos:• Proteção do meio ambiente, dos trabalhadores e consumidores• Utilização racional dos recursos disponíveis na manufatura de bens

e na prestação de serviços• Utilização racional dos diversos tipos de energia e também da água• Extensão da vida útil dos produtos• Diminuição dos impactos frente às novas legislações• Expansão dos mercados de atuação• Promoção de uma imagem positiva das empresas

Além das vantagens mencionadas, é notório que, numa tendênciaquase natural, os produtos concebidos com estes pré-requisitos terãoum desempenho diferenciado atendendo aos aspectos ecológicos, dequalidade e de sustentabilidade. Estes serão fatores decisivos nomomento da definição pela opção mais viável.

Embora estes benefícios sejam reais e notórios, somente serão al -cançados mediante um procedimento de organização social em todosos níveis, com o propósito da perpetuação do ser humano através doequilíbrio social e da preservação ambiental, de forma que se possagarantir que, cada vez mais, cada indivíduo faça a utilização dos recur-sos existentes da forma mais eficiente possível.

Concluindo, estamos chegando ao patamar de uma transição desuma importância quando falamos ou pensamos naquilo que passa ater realmente importância, isto é, o tripé sustentabilidade, qualidade eecoeficiência, que será assegurado pela habilidade em combinar de -sempenho econômico e ambiental e uso racional das matérias-primase energia, minimizando os riscos de acidentes e melhorando a relaçãodas organizações com as partes interessadas.

Devemos lembrar que as ações de gerações passadas resultaramdiretamente na nossa qualidade de vida atual, tenham sido elas boasou ruins, e que a extensão de nossas ações nos dias de hoje impactarãodiretamente as gerações futuras. Essa conscientização deve ser o nossoprincipal objetivo enquanto estivermos presentes neste planeta.

34 C & P • Março/Abril • 2013

Opinião46:Opinião40 5/24/13 10:31 AM Page 1

Page 35: Edio Completa 46 Ano 10

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