Upload
luiz-henrique-sardella-stutz
View
766
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Devido ao sucesso do curso de pós-graduação SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA, que realizamos no Viva Rio, em convênio com a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO) e a Rede de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP), do Ministério da Justiça, estamos dando início à segunda edição do curso.
Citation preview
EDITAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
“SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA”
A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), e o VIVA RIO, fazem saber que estão abertas as inscrições para o concurso de preenchimento de 50 vagas referentes ao segundo curso “Segurança Pública e Cidadania”, na forma deste Edital.
O referido curso é realizado por meio de convênio firmado com o Ministério da Justiça, através da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP). O curso , de 360 horas, é de especialização em segurança pública, a nível de pós-graduação lato sensu, destinado ao aperfeiçoamento de profissionais de Segurança Pública e do Sistema de Justiça Criminal do Estado do Rio de Janeiro, e aberto a profissionais de outras áreas. Os formandos receberão certificado de pós-graduação lato sensu em Segurança Pública reconhecido pelo Ministério da Educação. Este curso foi oferecido em 2008/2009, e será novamente implementado em 2009/2010.
1 - Informações Gerais
a) Nome do curso: Segurança Pública e Cidadania (Pós-Graduação Lato Sensu)
b) Número de vagas e condições: 50 (cinqüenta) vagas:
- 40 vagas destinadas aos profissionais do serviço ativo de segurança pública e do sistema de justiça criminal do Estado do Rio de Janeiro, que tenham curso universitário: Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiro, Polícia Rodoviária Federal e Agentes Penitenciários. Estes profissionais receberão bolsa de estudos da RENAESP, e terão a oportunidade de estudar de forma GRATUITA.
- 10 vagas serão destinadas a profissionais de outras áreas com nível universitário completo (mensalidade de R$ 200,00).
c) Horário: Segundas, Terças e Quintas-feiras, das 19h00 às 22h00.
d) Local:Viva Rio: Rua do Russel, 76, Glória, Rio de Janeiro (estação do metrô Glória, saída Outeiro/Viva Rio, e estacionamento gratuito)
2- Inscriçõesa) Local e horário: As inscrições deverão ser feitas na sede do Viva Rio (Rua do Russel, 76, Glória), das 14 às 19 hs, nos dias úteis, de 01 a 15 de outubro.
b) Documentos para inscrição (cópias, que não serão devolvidas, apresentando-se os originais no ato de inscrição),
– Currículo Lates ou currículo vitae– Certificado de graduação– Histórico de graduação– CPF– RG– Comprovante de residência– Comprovante de que é servidor ativo (aos profissionais de Segurança Pública e do Sistema de Justiça Criminal)– 2 fotos 3x4– Carta de Intenção (por que quer fazer o curso?)
3 – Processo Seletivo
a) O processo seletivo constará de (1) prova escrita, baseada em bibliografia específica (textos a serem recebidos no ato de inscrição), (2) entrevista, (3) carta de intenção (por que quer fazer o curso?) e (4) avaliação do Curriculum Vitae. Os candidatos serão avaliados por uma comissão de três docentes.
b) Local e data: a seleção será realizada na sede do Viva Rio, no dia 17 de outubro (sábado), de 9 à 16 horas (após a prova escrita, os candidatos serão entrevistados pelos professores da Comissão de Seleção.c) Bibliografia: a prova escrita se baseará em dois textos, a serem recebidos pelos candidatos no ato de inscrição: Somente Respeitando o Público, a Polícia Vai Ser Eficaz na Prevenção do Crime, de David Bayley, in Revista Brasileira de Segurança Pública, ano I, edição 1, 2007; e “A Polícia que Queremos”: Considerações Sobre o Processo de Reforma da Polícia Militar do Rio de Janeiro, de Haydée Caruso, Luciane Patrício e Elizabete Albernaz, in Polícia, Estado e Sociedade: Práticas e Saberes Latino-americanos, Caruso, Haydée e outros (editores), Publit, Rio de Janeiro, 2007.d) Em hipótese alguma haverá segunda chamada, vista ou revisão de prova.e) Resultado: O resultado da seleção será divulgado a partir do dia 24 de outubro.
1
4- Sobre o Cursoa) Matrículas para o curso: As matrículas para o curso deverão ser realizadas no período de 26 de outubro a 31 de novembro, no Viva Rio.
b) Termo de Compromisso - Os alunos-servidores aprovados deverão assinar um Termo de Compromisso, que os obrigará a entregar, nos prazos determinados durante o curso, o Projeto de Monografia e a Monografia de final de curso. Como os profissionais de segurança pública receberão bolsa de estudos do governo federal, o referido Termo de Compromisso tem como objetivo garantir a conclusão do curso e a entrega do Projeto e da Monografia, visando atender às exigências da Secretaria Nacional de Segurança Pública/Ministério da Justiça, Órgão Financiador/Responsável pelos recursos destinados ao financiamento da bolsa de estudos. O aluno-servidor que não cumprir o Termo de Compromisso deverá ressarcir o erário no valor dispendido pela administração para sua especialização, a não ser que apresente justificativa considerada consistente pela coordenação do curso e pela RENAESP, que demonstre a impossibilidade de cumprimento dos compromissos assumidos.
d) Início das Aulas: As aulas serão iniciadas no dia 03 de novembro.
e) Disciplinas e Professores: O curso terá 360 horas, entre aulas, palestras e orientação monográfica:
DISCIPLINASCARGA
HORÁRIADOCENTES
Aula Inaugural horas
RENAESP, CONSEG e PRONASCI 2Haydée Caruso
(RENAESP)
Apresentação do Curso 1Antônio Rangel Bandeira(Coordenador do Curso)
Disciplinas
Módulo 1: Violência e Segurança Humana (Julho/Agosto)
Sociologia da Violência Urbana 15 Antonio Rangel Bandeira
Polícia Científica e Direitos Humanos 12Delegado Walter Barros
Ex-Diretor Depto. Polícia Científica PC/RJ
Sujeito, interação e segurança pública 21 Gláucia Helena Barbosa
Metodologia de Pesquisa Científica 15 Nalayne Pinto
Policiamento Comunitário 21Major PM
Roberto Vianna
Psicologia e cultura da violência 15 Wilson Moura
Orientação de Projetos de Monografias 12 Nalayne Pinto
Orientação de Monografias 16 Professores Orientadores
Módulo 2: Política de Segurança, Controle de Armas e Política de Drogas
(Set/Outubro)
2
Gestão integrada da ordem e segurança pública
18 Lênin Pires
Armas 1: Armas de fogo, proteção ou risco?
15 Antonio Rangel Bandeira
Cultura Policial 12 Verônica dos Anjos
Armas 2: Armas de fogo: repressão e prevenção
9Paulo Storani
Ex-Instrutor BOPE
Tráfico de drogas: problema de saúde pública e segurança
12 Brigida Renoldi
Orientação de Projetos de Monografias 13 Nalayne Pinto
Orientação de Monografias 26 Professores Orientadores
Módulo 3: Diversidade, Grupos Vulneráveis e Mediação de Conflitos
(Nov/Dezembro/Janeiro)
Mediação e Conflito Social 21 Gláucia Helena Barbosa
Violência de Gênero 18 Clarissa Huguet
Crianças e jovens na violência armada organizada: perspectiva latino-americana
9 Daniel Luz
Crianças e jovens na violência armada organizada: o caso brasileiro
18 Clarissa Huguet
Orientação de Monografias 26 Professores orientadores
Palestras (dentro das disciplinas) PalestrantesMídia e Violência Sebastião Santos
Força Internacional de Paz e Mediação de Conflitos: Haiti e Brasil
Rubem César Fernandes e Eduarda Passareli
Projeto “Delegacia Legal” Cesar Campos Ética Profissional Ricardo Mello
Planejamento Estratégico e InteligênciaCoronel do Exército
Diógenes DantasPolítica Internacional de Drogas Ilona Szabo
Cultura da Paz André PortoProjeto Criança Esperança (visita) Jairo Coutinho
“Disque Denúncia” e Participação Popular Zeca BorgesMediação de Conflitos nas Favelas Carlos CostaMediação e Conselhos Tutelares Osmar Vargas
Mediação e Judiciário Naura AmericanoProjeto Cultural AfroReggae (visita) José Junior
Indústria Brasileira de Armas Júlio César PurcenaMonografias (finalização)Orientação de Monografias 32 Professores orientadores
3
Quem São os Professores (Corpo Docente):
Professor (a) Instituições
Antônio Rangel Bandeira, cientista político e sociólogo
VIVA RIO/FLACSO
ME (Mestre), Professor-Pesquisador FLACSO, ex-Professor da PUC/RJ, York University (Canadá), Instituto Superior de Economia (Lisboa), Instituto de Estudios Sociales y Económicos (Chile), Cândido Mendes e Bennett (RJ), Coordenador do Programa de Controle de Armas do Viva Rio
Brígida Renoldi, antropóloga
VIVA RIO
DO (Doutora), ex-Professora do IFCS da UFRJ, Universidade Nacional de Misiones (Argentina), Universidade Estadual do Norte Fluminense, UNaM (Argentina) e Universidade de Buenos Aires; Pesquisadora sobre a Delegacia Legal.
Clarissa Huguet, advogadaVIVA RIO
ME em Direito Internacional pela Universidade de Utrecht (Holanda) e Professora da UERJ
Daniel Luz, cientista político
VIVA RIO
DO, Consultor das Nações Unidas (ONU)Ex-Professor da Universidade Autônoma de BarcelonaPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (América Latina)
Glaucia Helena Barbosa, psicanalista
ME, Profa. de Psicologia, Gestão de Pessoas e Relações Humanas junto ao Tribunal de Justiça do Estado do RJ, TJ do Estado de Roraima, TRE, TRF e Ministério Público. Ex-Profa. da FESP junto à PMERJ (cabos e sargentos); Polícia Civil (detetives e carcereiros) e DEGASE / Instituto Padre Severino (agentes penitenciários).
Lênin Pires, especialista em segurança pública
Doutorando em Antropologia, Prof. UFF, Universidade Iguaçu e IUPERJ
Nalayne Mendonça Pinto, socióloga e antropóloga
DO, Profa. UERJ, Veiga de Almeida, CCAA e UNIFESO; Pesquisadora IUPERJ e Universidade Cândido Mendes
Paulo Storani,ex-capitão PM, antropólogo
ME em Antropologia pela UFF, Secretário de Segurança de São Gonçalo, Professor da Academia da PMERJ, da Universidade Cândido Mendes e Ex-Instrutor do BOPE
Roberto Cavalcanti Vianna, major da PM
PMERJ
Pós-graduado em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública, Instrutor da PM, Professor da Secretaria Nacional de Segurança Pública e da Universidade Estácio de Sá, ex-Coordenador do Comando de Policiamento em Áreas Especiais, especialista em Policiamento Comunitário.
Rubem César Fernandes, antropólogo e historiador
VIVA RIO
DO, Diretor Executivo do Viva Rio e Ex-Professor da Columbia University (Nova York), UFRJ, UFF, UERJ e Universidade de Campinas (SP)
Verônica Almeida dos Anjos, especialista em segurança pública.
ME em Ciências Sociais, Coordenadora da CONSEG no RJ; Profa. PMERJ, ESPM, Universidade Estácio de Sá, GPAE, Observatório de Favelas; Pesquisadora FIOCRUZ, Observatório de Favelas e Viva Rio
Walter Barros, delegado POLÍCIA CIVIL
Ex-Diretor do Departamento de Polícia Técnica, da Polícia Civil do RJ, Professor da Universidade Estácio de Sá, da Escola de Políticas Públicas e da ACADEPOL
Wilson Moura, psicólogo
UERJ e FLACSO
DO, Professor da UERJ, ex-Professor da Escola de Altos Estudos de Paris, e Coordenador de cursos para a Polícia Civil do RJ (UERJ) e Polícia Militar do Ceará (FLACSO)
Palestrantes Convidados Instituições
Haydée Caruso
Ministério da JustiçaDoutora em Antropologia, assessora da Coordenação Geral de Desenvolvimento de Pessoal da Secretaria Nacional de Segurança Pública, especialista em segurança pública, criadora da Rede de Polícias e Sociedade Civil da América Latina,
André Porto, ativista de pazVIVA COMUNIDADE
Especialista em Cultura de Paz, Diretor da URI (Rede Internacional Inter-religiosa), Coordenador da Caravana pelo Desarmamento (projeto MJ-Viva Comunidade)
Carlos Costa, ex-líder comunitário.VIVA COMUNIDADE
Ex-Presidente da Associação de Moradores da Favela da Rocinha
Cesar Campos, engenheiro (a confirmar)
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA RJSupervisor do projeto de criação das Delegacias Legais, RJ
Cláudio Ribeiro Huguet, psicólogo e psicanalista
DO pela Escola Nacional de Saúde Pública-FIOCRUZ, ME e BA pela PUC/RJ, Supervisor do Núcleo de Atenção à Criança e Adolescente, Consultor dos
4
Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social
Diógenes Dantas Filho, coronel do Exército
Tribunal Militar de Justiça do RJ
Eduarda Passarelli Hamann-Nielebock, especialista em Relações Internacionais
PUC/RJ e VIVA RIO
DO em Relações Internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC/RJ, Professora do IRI, FGV e Universidade Cândido Mendes, Projeto Viva Rio-Haiti
Ilona Szabo, especialista em Relações Internacionais
SYNERGOS
ME em Estudos Internacionais pela Universidade de Uppsala (Suécia) e especialista em Desenvolvimento Internacional, pela Universidade de Oslo (Noruega). Ex-Professora da Universidade Estácio de Sá e da UniverCidade; ex-Coordenadora do Programa de Segurança Humana do Viva Rio
Jairo Coutinho, médico Projeto “Espaço Criança Esperança”, Rio de Janeiro - Coordenador
José Junior, fundador e diretor do AfroReggae
AFROREGGAE
Fundador e Coordenador Executivo do AfroReggae
Naura dos Santos Americano, psicóloga
Psicóloga do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Osmar Vargas, ex-lider comunitárioVIVA COMUNIDADE
Ex-membro de Conselho Tutelar de Ramos
Sebastião Correa Santos Radialista e Comunicador, coordenador de Comunicações do Viva Comunidade
Ricardo Mello, jornalista e publicitário
DATAPREV
Foi Assessor da Assembléia Nacional Constituinte, Assessor de Comunicação da Secretaria de Justiça do RJ, Chefe de Gabinete da SUSEP, Movimento “Ética na Gestão”
Júlio César Purcena, economista
VIVA RIO
Economista, co-autor de Brasil: as Armas e as Vítimas, especialista em controle de armas de fogo e munições.
Zeca Borges (a confirmar)
Formulador e Diretor do “Disque Denúncia”
6 - JUSTIFICATIVA do CURSO
Na América Latina, ocorrem 42% das mortes por arma de fogo a nível internacional, mas aqui vivem apenas 14% da população mundial. O Brasil é campeão em números absolutos destas mortes, com quase 100 vítimas por dia. Grande parte destas mortes é devida a conflitos inter-pessoais sem relação com o crime organizado, ao confronto violento entre polícia e crime organizado, ao mal e excessivo uso de armas por parte da polícia no trato com a população e à falta de controle do Estado sobre as armas. Se somarmos às cerca de 34.500 mil mortes anuais (2006) por arma de fogo as 20 mil vítimas de ferimentos causados por elas, e aos danos causados pela prática de tortura e de maus tratos, não apenas por parte dos delinqüentes, mas também por setores do próprio Estado, visualizaremos o quadro dramático de extrema violência que caracteriza nosso país.
Até recentemente, os agentes de segurança pública operavam, via de regra, a partir de um treinamento prévio herdado do regime autoritário, cuja meta era apenas a segurança do Estado e não da sociedade. São agentes que estão inseridos em estratos sociais impregnados ainda de uma cultura arcaica de valorização da violência, exaltada por anos de ideologia e prática brutais por parte do regime de exceção. Por duas décadas, foi exacerbada uma cultura de violência e intolerância moldada por preconceitos de classe, raça, gênero, sexo e postura política, a partir de uma compreensão tosca do conflito social visto como “caso de polícia”, e da criminalidade entendida como ato criminal inato, cuja violência devia ser combatida com mais violência. Não é de se admirar que ainda encontre guarida em muitas de nossas delegacias, batalhões e penitenciárias a legitimação da tortura e da pena de morte de facto, embasada numa política de extermínio. Os preconceitos contra grupos sociais vulneráveis estenderam a arbitrariedade oficial exatamente para setores que mais necessitavam da proteção do Estado, como crianças, jovens, mulheres e pobres. O exercício de práticas ilegais naturalmente levou muitos agentes de segurança a se colocarem à margem da lei também a outros níveis, aumentando de forma insuportável os níveis de corrupção e de conivência com o crime por parte de setores do sistema de segurança pública. O advento da democracia não trouxe de início a reforma do sistema de segurança. Pelo contrário, a entrada de drogas no país, e a proliferação de armas a partir do narcotráfico, em meados dos anos 80, forneceram o combustível que iria deflagrar um cenário de violência urbana e insegurança cidadã que sobressai no contexto comparativo internacional.
O governo federal, e as administrações de alguns Estados deram início a um processo de reversão desta herança de arbítrio e violência. As diretrizes do Ministério da Justiça expressam um esforço para modernizar e democratizar o aparato de segurança pública do país. Bem compreendeu o governo que a formação profissional do agente de segurança é peça tão importante nesta estratégia quanto o necessário empenho de reestruturação e integração das organizações de segurança, através do SUSP.
5
Neste contexto, a proposta da RENAESP responde à necessidade de promover a integração entre o saber científico dos centros de pesquisa e ensino acadêmicos e o acervo de experiências, muitas delas valiosas, dos órgãos de segurança pública. A nova política vem modernizar as instituições de segurança pública, através da formação técnico-científica pautada pela busca da eficácia, das quais são exemplos o geo-referenciamento e a informatização, que favorecem a cobrança e o controle sobre o policial, combatendo sua inoperância e mesmo cumplicidade com a criminalidade, e aumentando a informação disponível para que bem desempenhe suas tarefas diárias. Mas pretende-se que a modernidade chegue introjetada por um novo sistema de valores, e de nova conduta, que reflitam um compromisso com o respeito à dignidade humana, abertura para o controle democrático sobre a corporação e uma atitude de tolerância e valorização da diversidade individual. Para tanto, pretende-se substituir a didática do dictat, do ensino autoritário e elitista, pela pedagogia do diálogo e da consciência crítica sobre o papel da polícia na sociedade, que se quer compromissada com a construção da cidadania, principalmente entre os grupos sociais secularmente estigmatizados e marginalizados.
A FLACSO e o Viva Rio participam, com este curso, deste esforço coletivo de aprimoramento da nossa polícia, por entender que a construção da democracia e de uma cultura de paz passa pela modernização e pela democratização do sistema de segurança pública. A FLACSO e o Viva Rio se identificam com as metas e princípios estabelecidos pela Matriz Curricular Nacional da SENASP, identificação que é fruto da experiência por nós acumulada neste campo, e que nos faz partilhar de princípios básicos como interdisciplinaridade, interligação entre a prática e a teoria, respeito e valorização da diversidade na busca da unidade de ação, e desenvolvimento de uma consciência analítica e crítica por parte do agente policial. São princípios que serão fortalecidos e expandidos pelo recente Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), ao promover a indissolúvel e essencial integração entre investimento social e modernização da polícia.
7 - OBJETIVOS do CURSOConceitos, análises e debates sobre a realidade vivida pelo policial, e a avaliação de boas práticas concretas, buscarão levar o aluno a se conscientizar da possibilidade, e importância, de:– aprender a trabalhar em colaboração com as demais corporações policiais, compreendendo a importância da gestão
integrada e da ação unificada da segurança pública;– compreender a complexidade das causas e, portanto das soluções, para o efetivo combate ao crime e redução da
violência;– valorizar as medidas preventivas, e o investimento em inteligência policial, para minorar os estragos produzidos pela
ação repressiva, necessária em determinadas circunstâncias;– incentivar a participação da sociedade no estabelecimento de prioridades para o policiamento local, na colaboração
com a polícia e na fiscalização contra os desvios de conduta dos agentes de segurança pública;– trabalhar o diálogo entre os diferentes e desiguais, como forma de superar “a cidade partida” entre cidadãos e
excluídos, e de garantir segurança para todos;– superar os limites impostos à análise e às atitudes por preconceitos de raça, classe, gênero e opção sexual ou
política;– ultrapassar as demandas puramente salariais e por plano de carreira, embora legítimas e necessárias, incorporando
a missão de servidor público e as obrigações de atuar com honestidade e competência;– valorizar o respeito à dignidade humana, compreendendo que não existe incompatibilidade entre eficiência no
combate ao crime e a preservação dos direitos dos cidadãos;– compreender e lidar com generosidade com os grupos sociais vulneráveis, como crianças, jovens, enfermos e
terceira idade;– adequar-se aos padrões modernos de segurança pública democrática e eficiente.
8 – Cronograma
Inscrições - 01 a 15 de outubroProvas - 17 de outubroResultado - 24 de outubroMatrículas - 26 a 31 de outubroInício das Aulas - 03 de novembro
Maiores informações : Marília - Tel: 2555-3769 (parte da tarde, Viva Rio), ou pelo portal www.comunidadesegura.org
Rio de Janeiro, 23 de Setembro de 2009
Antônio Rangel T. Bandeira(Coordenador do Curso)
6