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Edital - Juventudes em curso: trajetos e afetos (2019) Turma 1 1. Apresentação do curso O Juventudes em curso – trajetos e afetos é uma proposta de formação, experimentação e aprendizagem colaborativa oferecida gratuitamente para profissionais acima de 18 anos que atuam ou refletem sobre e com juventudes de baixa renda em diferentes contextos sociais. Concebido pelo Itaú Social e realizado em parceria com o Instituto Singularidades, o curso de extensão universitária partiu dos acúmulos conceituais e das experiências adquiridas pelo Programa Jovens Urbanos 1 , mas também a partir de temas e reflexões suscitados em rodas de escuta realizadas ao longo de 2018 com a participação de jovens, educadores e gestores de OSCs, coletivos, bem como especialistas na área de juventudes. As proposições de trabalho e reflexão que compõem a estrutura do curso reconhecem, portanto, a relevância de iniciativas promovidas pelo poder público e pela sociedade civil, que atentam para a diversidade dos modos de ser juvenis e particulares dinâmicas de estar sempre em movimento – resistindo a qualquer tentativa de classificação e categorização estanques. O tecer junto 2 , o fazer em rede que estamos propondo, convida a um gesto de (co)laboração, necessário para responder às questões complexas que se apresentam às múltiplas formas de ser jovem no mundo hoje. Principalmente a partir da década de 1990, as juventudes passaram a ser foco de políticas públicas, especialmente com o crescimento da representatividade dos jovens na população brasileira, o bônus demográfico. Proposições no campo das políticas de assistência social, cultura e educação têm sido desenvolvidas e promoveram avanços seja pela via do Estado, seja por organizações da sociedade civil e, mais recentemente, por coletivos com atuação nos campos da cultura e da política. Avanços que também trazem consigo, por sua vez, novas contradições e questões a serem exploradas. 1 Desenvolvido por 14 anos pelo Itaú Social com a coordenação técnica do CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.). 2 O complexo é o que é tecido junto, nos diz Edgar Morin (1996).

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Edital - Juventudes em curso: trajetos e afetos (2019) Turma 1

1. Apresentação do curso

O Juventudes em curso – trajetos e afetos é uma proposta de formação,

experimentação e aprendizagem colaborativa oferecida gratuitamente para

profissionais acima de 18 anos que atuam ou refletem sobre e com juventudes

de baixa renda em diferentes contextos sociais. Concebido pelo Itaú Social e

realizado em parceria com o Instituto Singularidades, o curso de extensão

universitária partiu dos acúmulos conceituais e das experiências adquiridas

pelo Programa Jovens Urbanos1, mas também a partir de temas e reflexões

suscitados em rodas de escuta realizadas ao longo de 2018 com a participação

de jovens, educadores e gestores de OSCs, coletivos, bem como especialistas

na área de juventudes.

As proposições de trabalho e reflexão que compõem a estrutura do curso

reconhecem, portanto, a relevância de iniciativas promovidas pelo poder

público e pela sociedade civil, que atentam para a diversidade dos modos de

ser juvenis e particulares dinâmicas de estar sempre em movimento –

resistindo a qualquer tentativa de classificação e categorização estanques. O

tecer junto2, o fazer em rede que estamos propondo, convida a um gesto de

(co)laboração, necessário para responder às questões complexas que se

apresentam às múltiplas formas de ser jovem no mundo hoje.

Principalmente a partir da década de 1990, as juventudes passaram a ser

foco de políticas públicas, especialmente com o crescimento da

representatividade dos jovens na população brasileira, o bônus demográfico.

Proposições no campo das políticas de assistência social, cultura e educação

têm sido desenvolvidas e promoveram avanços seja pela via do Estado, seja

por organizações da sociedade civil e, mais recentemente, por coletivos com

atuação nos campos da cultura e da política. Avanços que também trazem

consigo, por sua vez, novas contradições e questões a serem exploradas.

1 Desenvolvido por 14 anos pelo Itaú Social com a coordenação técnica do CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.). 2 O complexo é o que é tecido junto, nos diz Edgar Morin (1996).

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A atuação com as temáticas juvenis compreende o diálogo com as diversas

dimensões que compõem os sujeitos e suas coletividades. Isso quer dizer lidar

não só com as demandas objetivas desta fase da vida, tais como primeiro

emprego, escolaridade formal, participação social e política, mas também com as

subjetivas, como, por exemplo, as questões que orbitam o universo afetivo:

identidade, pertencimento, desejos, tensões psíquicas e os circuitos de afetos em

que esses sujeitos estão imbricados.

Tratar as juventudes no plural é reconhecer as heterogeneidades e as

diferentes condições juvenis2 que coexistem. Tais singularidades estão

presentes em camadas de renda, local de residência, características étnico-

raciais e de gênero e incidem na forma como cada sujeito vive a juventude.

Nesse sentido, promover uma proposta formativa que evidencie aspectos

de temáticas emergentes do campo, ao mesmo tempo que sugira a construção

de novas propostas de atuação pelos próprios participantes, é um dos alicerces

determinantes dessa produção.

O curso tem como público instituições e profissionais que desenvolvem

trabalhos com as múltiplas juventudes residentes em territórios vulneráveis,

pautados pelo princípio da diversidade e equidade (etária, de gênero e

orientação sexual, étnico-racial, localização geográfica, foco de atuação da

organização de origem).

Por meio de ações formativas e de um laboratório de práticas colaborativas

(opcional), o curso propõe aos participantes uma jornada sobre as temáticas

trabalhadas, atreladas a estratégias de circulação por diferentes espaços

socioculturais de São Paulo, com compartilhamento de experiências

desenvolvidas pelos participantes e, também, de experiências externas. Um

outro aspecto fundamental na segunda parte do curso, o Laboratório de

Práticas, é a possibilidade de apoio às iniciativas concebidas pelos

participantes durante o curso.

Acreditamos que a inauguração de novos olhares sobre o cenário das

juventudes brasileiras, aliados ao fomento e à potencialização de práticas

dedicadas a esse público, contribuem para garantir o desenvolvimento pleno de

jovens, bem como de suas famílias e comunidades, em todas as suas

2 Os diversos modos de se vivenciar a juventude são discutidos por Helena Abramo (2005), no artigo “A condição juvenil no Brasil contemporâneo”.

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dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Nesta esteira,

apostamos na criação de condições mais favoráveis ao desenvolvimento dos

sujeitos, tendo como premissa a articulação com outras organizações, serviços

e equipamentos locais, estabelecendo ambiências democráticas para a

produção social, cultural e econômica de grupos mais atingidos pela

desigualdade social.

2. Objetivo geral

Qualificar o debate sobre as temáticas das juventudes brasileiras de baixa

renda, por meio de um espaço de troca de experiências e saberes capaz de

identificar questões emergentes e potencializar práticas desenvolvidas nos

territórios, proporcionando um espaço de formação e construção colaborativa

para agentes produtores de ações sociais, culturais e econômicas para o

público juvenil.

2.1 Objetivos específicos

• Possibilitar aprofundamento teórico e prático de temas emergentes na

agenda das juventudes de baixa renda; • Identificar tendências de trabalho com o público juvenil;

• Estimular a construção do conhecimento sobre juventudes de forma

colaborativa; • Valorizar a prática como forma de aprendizado sobre metodologias de

trabalho com juventudes;

• Estabelecer uma ponte entre conteúdos abordados na academia e demandas emergentes do campo; • Conectar diferentes agentes que estão desenvolvendo ações com e para juventudes;

• Identificar experiências que podem ser apoiadas pela Gerência de

Fomento do Itaú Social.

2.2 Objetivos de aprendizagem

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• Aprimorar a habilidade de leitura de contextos sociais contemporâneos

em que as juventudes estão inseridas;

• Ampliar as referências conceituais e metodológicas;

• Articular os conteúdos trabalhados às práticas cotidianas;

• Desenvolver novas abordagens e estratégias de atuação com juventudes; • Elaborar propostas de trabalho colaborativas, em diálogo com novos

agentes e com suas experiências, com diagnósticos de suas demandas e de

seus territórios.

3. Estrutura e carga horária

O curso está estruturado em formato modular e poderá ser realizado no

formato total ou parcialmente, sendo:

o Imersão - Formação presencial (60 horas) o Módulo 1 a 6 – com encontros de 8 horas, a formação desses

módulos será desenvolvida ao longo de 7 dias, permitindo aos participantes percorrer as principais temáticas propostas;

o Atividade cultural – com carga horária de 4 horas, a atividade será desenvolvida em circulação em espaço cultural da cidade;

o Encontros realizados das 09h00 às 18h00.

o Laboratório de Práticas - Módulo 7 – formação online (62 horas) o Realizado em uma plataforma virtual de aprendizagem e uma

ação presencial, está estruturado nas seguintes atividades:

• Atividades orientadoras para o desenvolvimento das práticas colaborativas: disponibilização de textos, conteúdos, fórum para

registro das atividades e compartilhamento de experiências entre os participantes. Para essas ações, está prevista a carga horária

de 10 horas durante os meses de março e julho, além de 2 webinários, com carga horária de 2 horas cada (abril e julho).

• Seminário de práticas presencial: a ser realizado no mês de julho, é um momento de reflexão e compartilhamento das

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experiências colaborativas desenvolvidas pelos participantes do

curso (8 horas).

Laboratório de Práticas

4. Conteúdos

Parte 1 - Imersão:

MÓDULO 1 - SOBRE MUROS E OCUPAÇÕES

OBJETIVOS

O primeiro momento da jornada formativa tem como objetivo

reconhecer o contexto de desafios que emergem da

sociedade contemporânea para as juventudes e também

mapear algumas estratégias juvenis que subvertem a lógica

de uma “cidade partida”. Para isso, o afeto se assume como

“condição metodológica” a partir da escuta-formativa

realizada com o grupo de participantes. A ideia é promover a

integração e capturar questões de interesse do grupo.

TÓPICOS A SEREM

• Sociedade de muros: o espaço como operador de leitura;

• Frestas, bordas e ocupações: juventudes que

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ABORDADOS desafiam os muros;

• O que nos afeta? O que nos conecta? Diagnóstico participativo sobre questões trazidas pelos

participantes do curso.

QUESTÕES DISPARADORAS

Quais as consequências da chamada sociedade de

muros para o exercício da diversidade nas malhas urbanas?

Em que medida as estruturas de confinamento podem gerar

reações de intolerância sobre o modo de existir do outro?

Quais as relações entre as narrativas produzidas pela mídia

hegemônica sobre as periferias e seus moradores e os

projetos urbanísticos destinados a dividir a cidade? Como as

juventudes têm profanado a lógica da cidade partida e

ocupado espaços? Quais são os caminhos possíveis para

uma cidade de pontes?

MÓDULO 2 - FAMÍLIA E TERRITÓRIOS: O LUGAR DE ORIGEM E A TRAVESSIA

OBJETIVOS

Este módulo prioriza as questões que surgem da

conexão entre família e território. O objetivo é debater

sobre os vínculos íntimos que se estabelecem e como o

sentimento de (des)pertencimento impacta as

juventudes. Outra abordagem será a respeito das

rupturas dessa fase da vida e como elas afetam as

trajetórias juvenis.

TÓPICOS A SEREM

ABORDADOS

• Família e territórios: moradas, (des)pertencimentos e identidades;

• As travessias: saída do lugar de origem para se conectar a outros mundos.

QUESTÕES

Que relação os jovens mantêm com suas

ancestralidades e sua história de vida? Onde estão os

seus exemplos? Para jovens de periferia, a segurança

da família e da casa podem também existir em outras

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MÓDULO 4 - AS ARMADILHAS DO CAMINHO

DISPARADORAS redes e espaços da cidade? Como os projetos e

programas sociais para juventudes podem trabalhar com

a questão da família? Quais as relações entre território e

identidades? Como o (des)pertencimento afeta os

jovens? Como lidar com as rupturas dessa fase da vida?

MÓDULO 3 - OS AGENCIAMENTOS E OS CHAMADOS

OBJETIVOS

Este módulo prioriza as questões pertinentes aos

agenciamentos juvenis em conexão com os chamados

vindos dessas redes, no sentido de abrir novas

possibilidades de experiências para os jovens.

Considera-se, nesse contexto, a centralidade do debate

sobre as coletividades e distintos modos de organização

e mobilização juvenis, bem como a dimensão relacional

da escola, de outros espaços educativos do bairro e

articulações no ciberespaço, delineando coletividades

em contextos globais e locais.

TÓPICOS A SEREM ABORDADOS

• Redes juvenis: coletividades na quebrada, na cidade e no ciberespaço;

• Desafios contemporâneos de participação política: representatividade e horizontalidade;

institucionalidade e flexibilidade.

QUESTÕES DISPARADORAS

Em que momento o “eu” se torna muitos? Quais

alternativas são vivenciadas e/ou criadas para a

existência em grupo? De que forma os jovens têm se

organizado individualmente em prol de objetivos

comuns? Como a não institucionalização afeta a atuação

coletiva? Que oportunidades existem para que os jovens

possam se conectar com outros grupos e redes? Que

oportunidades podem surgir a partir do capital social?

Que aspectos territoriais favorecem mais agenciamentos

juvenis?

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OBJETIVOS

O módulo quatro articula questões pertinentes às

violências – simbólicas e físicas. A violência física

relaciona-se ao genocídio da juventude negra e à

criminalização dos jovens na periferia. Já a violência

simbólica nos permite pensar nos modos como eles são

afetados pela brutalidade da sociedade. Nessa

perspectiva, devemos aprofundar as tensões psíquicas

causadas pelo racismo, feminicídio, machismo e

preconceito de gênero. Tratam-se de instâncias

intrinsecamente enredadas nas questões que orbitam as

violências e a condição dos corpos que ora são

devastados, ora resistem.

TÓPICOS A SEREM

ABORDADOS

• Tensões psíquicas relacionadas à violência física e simbólica;

• Genocídio e criminalização das juventudes;

• Racismo;

• Violências de gênero: homofobia, machismo e feminicídio;

• Corpos e resistências.

QUESTÕES DISPARADORAS

Quais são as formas de violência contra a juventude? De

que forma as violências contribuem para a obstrução

dos afetos? Quais as consequências da obstrução dos

afetos na juventude? Que mensagens guardam os altos

índices de suicídios juvenis? Como romper ciclos de

violência? Como o jovem pode cuidar de si? Como as

políticas e programas têm enfrentado questões de

violência juvenil? Como as trajetórias de vida são

afetadas pela violência?

MÓDULO 5 - O MUNDO COMO ESPAÇO PARA EXPRESSAR E PRODUZIR

OBJETIVOS

Este módulo objetiva estimular o debate sobre as

expressividades juvenis na cena contemporânea.

Práticas culturais e educacionais, que permitem

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narrativas plurais de mundo, serão colocadas em pauta.

O trabalho também será problematizado como espaço de expressão e produção jovem.

TÓPICOS A SEREM

ABORDADOS

· Práticas culturais e educacionais como estratégias de resistência à homogeneização;

· Mundo do trabalho e projetos de vida: possibilidades e limites que cercam os novos

arranjos produtivos.

QUESTÕES DISPARADORAS

Quais espaços de produção de novas narrativas de

conhecimentos protagonizados pelos jovens estão

disponíveis hoje nos territórios? Que outros lugares

podem ser ocupados? Como o jovem pode encontrar no

trabalho a materialização de suas escolhas de vida?

Quais os obstáculos para que jovens residentes em

periferias possam gerar renda e desenvolvimento

territorial a partir de empreendimentos?

MÓDULO 6 - INSPIRAÇÕES NA BAGAGEM DE VOLTA E EXERCÍCIO DE

PRÁTICAS

OBJETIVOS

O módulo seis é voltado para um laboratório de práticas

em que o fazer colaborativo se instaura como um

contorno metodológico. A ideia é desenvolver e fomentar

tecnologias sociais que dialoguem com os conteúdos

abordados. Todo o debate gerado a partir do percurso

formativo, somado às práticas desenvolvidas pelos

participantes, serão subsídios para a criação da edição

seguinte do curso.

TÓPICOS A SEREM

ABORDADOS

• O fazer colaborativo: questões e desafios;

• Abordagens crítico-metodológicas de processos realizados a partir da criatividade coletiva;

• O realizar de ideias a partir da escuta formativa.

Como podemos instaurar processos colaborativos e

cooperativos que resultem em propostas de práticas?

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QUESTÕES Em que medida as proposições práticas podem

DISPARADORAS contemplar, ao mesmo tempo, as singularidades dos contextos e os interesses coletivos em torno da temática juventudes?

Parte 2 - Laboratório de Práticas

O Laboratório de Práticas integra o percurso formativo proposto. Sua

execução é compulsória, ou seja, pode ou não ser realizada pelos

participantes.

Desenvolvido on-line, o Laboratório de Práticas é uma etapa que visa

estimular a cocriação de práticas inovadoras entre participantes do curso,

articulando assim novas redes de indivíduos e instituições com foco nas

juventudes. O desenho inicial das propostas acontecerá ainda na fase de

imersão, como exercício de práticas. Para isso, os participantes poderão se

organizar em grupos de acordo com seus interesses. Após essa fase, os

interessados poderão submeter o projeto para o recebimento de assessoria e

repasse de recursos do Itaú Social, visando a sua implementação.

A escolha das práticas que irão compor o Laboratório de Práticas será

feita por um comitê técnico composto pelo Itaú Social, Instituto Singularidades

e parceiros, que farão a seleção das propostas a partir dos seguintes itens:

1. Construção colaborativa, considerando os participantes do curso, mas

também o público envolvido no projeto, devendo contemplar no desenho

e planejamento componentes de gestão democrática que permeiam a

experiência;

2. Temáticas pertinentes ao curso e ao contexto dos agentes e territórios

envolvidos;

3. Viabilidade técnica, considerando prazo, escopo e recursos necessários

de acordo com o ofertado pelo Laboratório de Práticas;

4. Implementação efetiva da prática fomentada, que deverá conter não só

o desenho metodológico proposto, mas a aplicação em campo da

metodologia;

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5. Culminância em um produto final contendo os registros,

sistematizações, aprendizados decorrentes da implementação do projeto.

5. Local de realização:

Imersão: a maior parte das atividades deste módulo acontecerá na sede do

Instituto Singularidades. Endereço: Rua Deputado Lacerda Franco, 88 –

Pinheiros, São Paulo – SP. Saídas a campo contarão com transporte

previamente organizado pela coordenação do curso.

Laboratório de Práticas: Serão realizados na plataforma online.

Seminário de compartilhamento de práticas: cidade de São Paulo (a

definir).

6. Certificação e avaliação

Os participantes que concluírem as duas partes do curso receberão um

certificado de extensão universitária referente à carga horária total, 122 horas.

Já para os participantes que realizarem apenas a primeira parte da jornada

formativa, a imersão presencial, será concedido o certificado de 60 horas.3

Pela natureza do Laboratório de Práticas, detalhado na seção acima, a

efetivação da participação neste módulo dependerá da aprovação da

coordenação no curso, uma vez que esta etapa inclui a possibilidade de

fomento às práticas que serão desenvolvidas.

Receberão certificados apenas os participantes que cumprirem os requisitos abaixo:

• Imersão:

o Presença em 75% das aulas em todo percurso presencial; o Elaboração do trabalho de conclusão (exercício de prática).

• Laboratório de Práticas: o Realização dos projetos; o Participação nas atividades disponibilizadas na plataforma online;

3 A carga horária cumprida para o desenvolvimento das atividades das práticas não será considerada para efeito de certificação.

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o Participação no seminário de compartilhamento de práticas.

7. Público:

• Educadores e gestores representantes de organizações sociais

sem fins lucrativos que desenvolvam projetos/ programas cujo objetivo

principal dialogue com o desenvolvimento pleno de jovens;4

• Educadores e gestores de instituições públicas que formulam e/ou

desenvolvem políticas voltadas para jovens de baixa renda;

• Jovens ativistas que empreendem iniciativas sociais e culturais

que desenvolvam ações com e/ou para jovens em contextos periféricos de

forma articulada aos territórios, com o objetivo de desenvolvimento local

e/ou integral dos jovens participantes;

• Pesquisadores, alunos de graduação ou pós-graduação que

atuam com pesquisas ligadas às temáticas relacionadas a juventudes e

periferias e que desenvolvam ações sociais e/ou culturais conectadas aos

seus estudos, de forma autônoma, no contexto universitário ou em

organizações sociais.

7.1 Inscrições

Para efetivação das inscrições, os candidatos devem preencher e enviar

os seguintes documentos:

• Ficha de inscrição preenchida: contendo dados pessoais, dados sobre

a trajetória formativa e profissional e carta de intenções;

• Carta de recomendação (com no máximo 1 lauda): documento

redigido e assinado por alguma referência profissional/ educacional do

candidato (exemplo: gestor da organização em que trabalha,

especialista atuante no campo das juventudes, professores que possam

atestar informações sobre jornada acadêmica do candidato etc.);

4 Nessa categoria, a inscrição é vinculada a uma representação institucional da organização, por isso será necessário indicar os contatos do gestor da organização que deverá autorizar a participação.

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• Atestado de matrícula (exclusivamente para candidatos da categoria pesquisadores vinculados a universidades).

7.2 Seleção

Para seleção, será considerada a aderência do candidato aos critérios

abaixo:

• Experiência na atuação com juventudes de baixa renda (desejável mínimo

de dois anos);

• Trajetória acadêmica/ formativa condizente com as temáticas abordadas

no curso;

• Articulação com outros atores e iniciativas que atuem nas causas juvenis; • Autoria em produções que dialoguem nas temáticas das juventudes

brasileiras (exemplos: textos acadêmicos publicados, conteúdos

audiovisuais, registros de projetos desenvolvidos disponíveis em redes

sociais, websites etc.).

Para composição das 30 vagas disponíveis neste edital, também serão

observados critérios que garantam a proporcionalidade de participação em

relação aos seguintes aspectos:

1) Étnicos-raciais, de gênero e de diversidade sexual;

2) Região geográfica de atuação;

3) Categorias da inscrição (organizações sociais, poder público, redes juvenis e universidades).

Observações importantes:

ü Como critério de desempate, será considerada a ordem de

inscrição.

ü Nas ocasiões em que mais de um inscrito estiver vinculado a uma

mesma instituição/ coletivo, será priorizada uma única

participação, que será definida a partir da aderência de cada

candidato aos critérios colocados e à proporcionalidade

mencionada acima.

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7.3 Política de concessão de bolsas

O curso é gratuito, mas contará com a concessão de bolsas para

apoiar interessados cuja participação esteja condicionada à concessão de

auxílio. Serão concedidas duas modalidades de bolsa:

1) Até 10 (dez) bolsas para participantes selecionados não residentes

na cidade de São Paulo. As bolsas contemplam os custeios com

transporte até São Paulo, hospedagem e alimentação durante todo o

tempo de realização do curso.

2) Até 10 (dez) ajudas de custo para transporte público dentro da cidade

para os inscritos residentes nas periferias de São Paulo e região

metropolitana.

Para concessão desse benefício, serão considerados os candidatos

mais aderentes aos critérios e propósitos apresentados, aspecto combinado à

proporcionalidade já mencionada, que indicarem na inscrição a necessidade da

bolsa para efetivação de sua participação.

8. Cronograma:

Etapas Períodos Período de inscrição 17/12/2018 a 13/01/2019 Análise das inscrições* 14/01/2018 a 24/01/2018 Divulgação dos aprovados e organização para vinda dos participantes de fora de São Paulo

28/01/2018 a 1/02/2018

Período de imersão 11/02/2019 a 19/02/2019, das 09h00 às 18h00

Laboratório de Práticas on-line março a julho Seminário de Práticas julho

(*) Fique atento: neste período os candidatos podem ser acionados para eventual esclarecimento de informações via contato telefônico ou por e-mail, por isso cheque seus contatos frequentemente nesse período. Caso haja o contato e o candidato não retorne em tempo hábil, a candidatura não prosseguirá no processo.

Em caso de dúvida, escreva para: [email protected].

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9. Links para inscrições

Representante OSC - https://bit.ly/2AaaUMH

Órgão Público - https://bit.ly/2Bv8Hek

Jovem Ativista - https://bit.ly/2SYKqo4

Pesquisador (a) - https://bit.ly/2EDr9Vi