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Entrevista com Carlos Oliveira, Cônsul Geral de Portugal em Paris Faltam recursos para recuperar o atraso no Consulado de Paris Livro de António Cardoso conta início atribulado da Rádio Alfa 10 Futsal: Sporting Club de Paris começou o campeonato a vencer 15 Associação de Pelota Basca quer identificar jogadores em França 13 “L’Ordre Moral”: filme de Mário Barroso nas salas francesas Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE A França tem mais um Deputado de origem portuguesa LusoJornal / António Borga 04 07 03 PUB PUB Carlos Gonçalves denuncia que o Governo ainda não pagou os subsídios às associações 04

Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

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Page 1: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

Entrevista com Carlos Oliveira, Cônsul Geral de Portugal em Paris

Faltam recursos pararecuperar o atraso noConsulado de Paris

Livro de António Cardosoconta início atribulado daRádio Alfa

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Futsal: Sporting Club de Paris começou ocampeonato a vencer

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Associação de PelotaBasca quer identificarjogadores em França

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“L’Ordre Moral”: filmede Mário Barroso nassalas francesas

Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

A França tem mais umDeputado de origemportuguesa

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Carlos Gonçalves denuncia queo Governo ainda não pagou ossubsídios às associações

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LUSOJORNAL02 OPINIÃO

Ainda não é conhecida, nem publi-cada, a estatística que revela os nú-meros dos Portugueses queacabaram por decidir não ir de fériasa Portugal. Uma ausência que veioassim alterar o rosto de verão do país,rosto que não teve o belo sorriso desempre, nem as conversas alegres davida penosa no estrangeiro, nem asrezas tradicionais antes das romariasque o mundo inteiro nos inveja.Faltaram os fogos de artifício, tarde,após a noitada nas aldeias mais pe-queninas e poupadas, para não ten-tar agrupamentos espontâneosperigosos, nas quais as inúmerasComissões de festas nem se atreve-ram a pedir dinheiros.Nem sequer o Padre Gonçalves, quepensou bem a logística da proteçãotanto da Senhora dos emigrantescomo os emigrantes próprios, dei-xando a Santa na carrinha da Paró-quia parar à porta de cada lar dolugar, abençoando os seus morado-res intermitentes, bênção pesada defé na mesma.Na verdade, lançaram-se alguns fo-guetes, “para conjurar o mal” cochi-chava a vizinhança, mas poucobarulho… é que o saloio do vírus nemcom o calor nos morre apesar dasprevisões dos melhores cientistas doplaneta.No entanto, os números quase a che-garem para contar que nem metadedo “povo de fora” regressou à terraamada este verão, o mês de agostonão foi nada querido. Ficou pendu-rado à autoridade do respeito das re-gras sanitárias contra a Covid-19 cujonome apetece mesmo esmagar deinsultos.Em Nespereira, tão pouco o café daIsabel recebeu o povo de costume,

aplicando à letra as dicas da DireçãoGeral da Saúde. Felizmente, eu tiveainda a sorte de tomar o ritual café-zinho dourado que não pretende ne-nhuma publicidade de tão humildeque é, mas que não existe em lugaralgum do mundo, remédio imparávelcontra aquele aperto aflito da almaque tenta vencer-nos.Afinal, poucos se tinham atrevido amarcar as passagens áreas e outrostantos a fazerem a viagem de milha-res de quilómetros nas suas viaturaspara terminar a viagem fechados emsuas casas de origem.São muitas as razões de ter ficadopor fora: os preços elevados dos voos,o medo de infetarem os familiares,nalguns casos, de seremos infetadosnós próprios, noutras situações aindapor causa de rendimentos que seperderam durante o confinamento,ansiosos agora por recuperar partedas perdas.Também se nota uma campanha la-mentável, desanimadora, campanhaberrada em vários municípios nos al-tifalantes rogando aos «emigrantes»,ainda no estrangeiro, para ficarempor lá. Há ainda quem foi obrigado aficar mesmo, como foi o caso dosemigrantes na Suíça, por exemplo,em que a legislação em vigor os ob-rigaria a cumprir uma quarentena noregresso, sem que esse tempo lhesseja pago. Pessoas sabendo serem«de risco» desistiram pura e simples-mente e são muitas da primeira ge-ração cuja saúde apresenta perigossérios devidos à idade (hipertensão,diabetes, doenças crónicas exigindotratamentos exepcionais ou aindacuidados continuados, etc.).‘Fakes news’ aos montes a circulareme a ordenarem quarentenas em Por-

tugal para quem chegasse, com che-fias de empresas a pressionarem,senão ameaçarem, os seus emprega-dos quando declarassem tirar férias,fez com que este mês de agosto, paraqual tantas gerações levam o ano in-teiro a sonhar, fosse um agosto des-figurado, pouco e mal querido.Porém, para quem teve mais sorte,conseguiu-se aproximar dos maisidosos, aprender a abraçar de formaengraçada sem beijos, nem apertosde mão, deixar a casa de lá mais mi-mada, beber umas bicas, entre outroscálices populares, provar mais umasnovidades na culinária portuguesaem alta, até acreditar uns minutosque isso não podia ter acontecido aonosso mundo e sonhar já com o ge-nuíno mês de agosto que só pode sero feliz querido mês de agosto portu-guês connosco.Dizem que setembro ficou bem de-sinfetado para abrir as portas todaspara quem se fecharam com brutali-dade há meses, até para sempre. Asportas das escolas também abriramnovamente, todas, a fim de oferecerigualdade de oportunidades a umageração jovem, calcada por desastressucessivos com resiliência, doravantemuito comum, ordena e zela a Se-nhora República. O riso das criançasnão tem medo do vírus que anda poraí, até verificam que os adultos seatarefam com seriedade a encontraruma vacina que nos livre do ‘piorio’:todas as crises a espancar as nossasvidas, quer económica, quer finan-ceira, quer social, quer política emoral, apagando a nossa esperançano que diz respeito aos mais belosprogressos e sonhos da humanidade.Cuidado, muito cuidado convosco.Tudo é preciso. Todas e todos são

precisos nesta luta constante contraa Covid-19, conscientes que andatudo tédio neste mundo dominadopor um vírus teimoso que transtor-nou todos os nossos dias, que nosmantém miseravelmente separados,sem certeza ou vaidade nos dias deamanhã.Os próximos tempos apelam digna einteiramente a nossa atenção, onosso civismo, a nossa cidadania,como o nosso compromisso renova-dos para defender o que importa: obem estar de cada um de nós, o bemda nossa casa comum que é omundo.O povo português e o Governo dePortugal têm sido exemplares nestaluta global inédita. Apenas se erguiaa cabecinha da austeridade paraavançar com decisões importantesde redistribuição de riquezas, nemque fossem frágeis, para fazer mais emelhor para o país, cai-nos estapraga de surto.Querido mês de agosto? Nem porisso. Como sempre, em alturas críti-cas, os Portugueses sabem estar,sabem sentir e sofrer com o seu país,de longe, desde muito longe. Apesardo sofrimento profundo que esta de-cisão despertou, muitíssimos desisti-ram de ir a Portugal. Neste sentido, ofilósofo francês Albert Camus con-firma-nos o caminho: «O nossomundo não precisa de almas tédias.Precisa é de corações em chamas». Onosso continua a arder de paixão porPortugal onde quer que estejamos.Até ao ano, isso com certeza, porqueaqui fica já o encontro marcado como nosso verdadeiro querido mês deagosto, sem a Covid-19 pelos ares echeio de nós em cada um dos 308municípios.

Querido mês de agosto?Opinião de Nathalie de Oliveira, Metz

Há um velho ditado francês que dizque “On n’est jamais mieux servique par soi-même”. Ainda não en-contrei o equivalente em português,mas aposto que deve existir, porquemuitas vezes estamos à espera queoutros façam por nós aquilo que sónós fazemos bem.E porque razão vos digo isto hoje?É por causa das eleições presiden-ciais portuguesas.Estamos a meio ano das eleiçõespresidenciais em Portugal e, para já,há 8 candidatos anunciados,mesmo se o mais provável é queMarcelo Rebelo de Sousa volte acandidatar-se e ganhe as eleições.Mas aquilo que me traz aqui hoje éque eu acho que as Comunidadesportuguesas deviam apresentartambém um candidato.Se nós considerarmos que há dezmilhões de Portugueses em Portu-gal e pelo menos 5 milhões de Por-

tugueses nas Comunidades, isto porsi só já é razão suficiente. Tomaraalguns Partidos políticos represen-tarem tanta gente.- E para falar de quê? Perguntarãoos mais céticos.- Para falar!Tendo em conta o apagão que háem Portugal em matéria de Comu-nidades, falar já era uma excelentecoisa. Levar as Comunidades para apraça pública.Eu já lancei este desafio a algunsamigos à minha volta, mas eles con-sideram-se sem capacidades parauma eleição presidencial. É umfalso problema, sobretudo olhandopara alguns dos pré-candidatos…Coitados, qualquer um de nós podeser candidato à Presidência da Re-pública e beneficiar da tribuna queé a campanha eleitoral.Para mais, a candidatura tem a ca-racterística de ser individual, isto é,

não necessita de Partidos políticos,que sempre dividem mais do quefederam.Seria uma candidatura para ga-nhar? É claro que não, como aliásquase todas as candidaturas. Eainda bem, porque há candidatosque, se ganhassem, o país estariadesgraçado.Mas seria uma candidatura para de-nunciar, para levar os problemasdos serviços consulares, para expli-car porque razão o voto eletrónicoé a solução para as Comunidades,para denunciar a falta de professo-res de português no estrangeiro epara lembrar que o movimento as-sociativo, mesmo sem meios, fezmais pela promoção de Portugal noestrangeiro do que muitas estrutu-ras com meios.Ah… por falar de meios… uma cam-panha necessita de meios, tem cus-tos, é verdade, mas com tantos

emigrantes de sucesso, com tantagente que gosta de se mostrar e dedizer que tem dinheiro, aqui estáuma boa oportunidade de investirna sua própria imagem, apoiandouma candidatura das Comunidades.Eu confesso que gostava que talacontecesse e que o candidato atédesse algumas calinadas em portu-guês. Sempre seria mais engraçadodo que alguns que, por snobismo,nos lançam fórmulas em inglês,como se fosse mais chique falar in-glês do que “frantuguês”.Lembrem-se que “on n’est jamaismieux servi que par soi-même”.Mas esta é apenas a minha opinião!

Esta crónica do jornalista CarlosPereira, Diretor do LusoJornal, é di-fundida todas as semanas, àquinta-feira, na rádio Alfa, com di-fusão antes das 7h00, 9h00, 11h00,15h00, 17h00 e 19h00.

E se as Comunidades apresentassem um candidato às Presidenciais?Opinião de Carlos Pereira, Jornalista, Diretor do LusoJornal

16 septembre 2020

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par LusoJornal Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: António Marrucho, CarlaFernandes, Daniel Marques, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Jean-Luc Gonneau (Fado), João Pinharanda, Jorge Campos (Lyon), Jorge Mendes Constante, Lia Gomes, ManuelAndré (Albi), Manuel Dias, Manuel Martins, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro (Lyon), RDAN, Vítor Oliveira | Les auteurs d’articlesd’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: septembre 2020 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

O LusoJornal retoma a suaedição empapel

Caros leitores do LusoJornal,A pandemia de Covid-19 atingiufortemente a nossa publicaçãoe desde março deste ano, fomosobrigados a suspender a ediçãoem papel do LusoJornal: primeiroporque os clientes suspenderam,também eles, as suas publicida-des, segundo porque os pontosde distribuição do LusoJornaltambém eles foram obrigados aencerrar as suas portas. Desdeentão reabriram, mas as regrassanitárias ainda nos impediamde manter os 400 pontos de dis-tribuição do jornal, do norte aosul do país.Estamos agora de regresso, naesperança que os condiciona-mentos não aumentem.Mas durante este meio ano, nãoestivemos parados. Bem pelocontrário. Continuamos a escre-ver e a dar notícias através danossa edição digital, com prati-camente o mesmo ritmo queantes do “confinamento”.Outra novidade do “confina-mento” foi a implementação deentrevistas “live”. Todos os dias,são já aos milhares aqueles quepassam algum tempo em diretoconnosco, assistindo e reagindoàs entrevistas e às reportagensnos canais Youtube e Facebookdo LusoJornal.Tenho de agradecer fortementeos nossos colaboradores porterem estado ao meu lado nestaaventura e quero agradecer aalguns dos nossos clientes quecomeçaram a anunciar na ver-são digital do LusoJornal.E fizeram bem porque, pela pri-meira vez na história do LusoJor-nal, foi ultrapassada a barreira dos150 mil leitores! Obrigado pelaconfiança. Temos agora ainda maisresponsabilidade para fazer umtrabalho que - está agora maisdo que confirmado - agrada aosnossos leitores.

Carlos PereiraDiretor do LusoJornal

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 03

Mário Gomes éo novo CônsulGeral de Portugalem Bordeaux

Mário Gomes é o novo CônsulGeral de Portugal em Bordeaux, emsubstituição de Marcelo Mathiasque foi transferido para a Embai-xada de Portugal em Moscovo.Mário Gomes já foi Cônsul de Por-tugal em Nogent-sur-Marne e foitambém Cônsul Geral Adjunto dePortugal em Paris. Chegou a Bor-deaux no dia 1 de setembro, depoisde ter cessado funções no Secreta-riado Geral da União para o Medi-terrâneo, em Barcelona.Mário José Soares Gomes entrou nacarreira diplomática em 1997 e éConselheiro de Embaixada. Já exer-ceu as funções de Adjunto do Pre-sidente do Instituto da CooperaçãoPortuguesa, trabalhou no Departa-mento da África subsaariana, foi oCoordenador para os mercados eu-ropeus da AICEP e foi Conselheirodo Ministro dos Negócios Estran-geiros Rui Machete.Para além de ter estado em postoem Nogent-sur-Marne quandoaquele Consulado encerrou e de-pois ter transitado para o Consu-lado Geral de Portugal em Pariscomo Cônsul Geral Adjunto, exer-ceu também funções nas Embaixa-das de Portugal em Bissau, Teerãoe Havana.Desde setembro de 2015 estavadestacado pelo Governo portuguêsenquanto Conselheiro diplomáticojunto do Secretariado Geral daUnião para o Mediterrâneo.Quando iniciou funções em Bor-deaux escreveu uma mensagem napágina Facebook do ConsuladoGeral “para lhes dar conta do meuinício de funções como CônsulGeral de Portugal nos departamen-tos da Charente, Charente-Mari-time, Dordogne, Gironde, Landes,Lot, Lot-et-Garonne e PyrénéesAtlantiques, a que legalmente sejuntam, não obstante a autonomiaadministrativa e funcional do Vice-Consulado em Toulouse, os depar-tamentos de Ariège, Aude, Aveyron,Haute-Garonne, Gers, Hautes-Pyré-nées, Pyrénées Orientales, Tarn eTarn et Garonne”.Para surpresa dos dirigentes asso-ciativos, logo que chegou MárioGomes foi visitar o Fórum das as-sociações de Pessac, onde estava,com um stand, a associação O Solde Portugal. “Faço votos de quepossamos, muito rapidamente, re-cuperar a normalidade e avançarcom os muitos projetos que esta-vam já em marcha e trabalhar emconjunto em muitos mais para o fu-turo, de forma a demonstrar nova-mente a capacidade de iniciativa,vitalidade e empreendedorismo daComunidade portuguesa em França”.

Consulado de Paris: Faltam recursospara recuperar o atraso de milhares demarcações anuladasDepois de dois meses encerrado porcausa da pandemia de Covid-19, oConsulado Geral de Portugal em Paristem algumas dificuldades em recu-perar o atraso na emissão de atosconsulares. Por exemplo, quem qui-ser renovar o Cartão do Cidadão temde esperar cerca de 3 meses paraconseguir ter uma marcação. Mas oCônsul Geral partilhou com o Luso-Jornal a dificuldade que representaesta recuperação: por um lado faltade funcionários e por outro lado orespeito das regras sanitárias deforma a não concentrar muita gentedentro do Posto. Esta é uma equaçãocom duas variáveis que Carlos Oli-veira tenta gerir.Quando chegou a Paris, vindo da Ar-gélia - onde era Embaixador de Por-tugal - Carlos Oliveira não esperavaser acolhido com o espetacular en-cerramento de todos os postosconsulares em França. “Foi uma no-vidade na minha carreira profissio-nal. Não era algo com o qual eusoubesse lidar, foi necessário ajustara atuação ao desenvolvimento da si-tuação”.No início do confinamento, emmarço, já nas páginas do LusoJornal,Carlos Oliveira mostrou-se preocu-pado. “Preocupado pela dimensãodo Consulado e sabendo que o postoera procurado por centenas de pes-soas por dia” disse numa entrevista“live” ao LusoJornal. “Mas devo dizerque as coisas passaram-se melhordo que aquilo que eu pensava”. Osutentes compreenderam que a situa-ção era excecional e “não obstanteestarmos basicamente fechados aopúblico, nós tratamos sempre das ur-gências que eram mais prementes”.

Milhares de marcações anuladasPara tentar recuperar as milhares demarcações que tiveram de ser anu-ladas, Carlos Oliveira começa por fe-licitar o empenho dos funcionáriosdo Consulado. “Nós aumentámos ohorário de funcionamento do Con-sulado, não só para beneficiar osutentes, mas também para reduzir onúmero de pessoas aqui dentro. Aspessoas distribuíam-se mais pelotempo, e isso teve um efeito posi-tivo”, mas confirmou que “é impos-sível recuperar dois meses demarcações”.Aquilo que preocupa mais Carlos Oli-veira neste momento são os trêsmeses de espera para obter umamarcação para fazer o Cartão do Ci-dadão. “Neste momento nós temosum problema que tem condicionado:eu não posso continuar a ter 700pessoas por dia nos serviços numcenário de grande propagação dovírus”.“Mas se eu tiver menos pessoas

atendidas, como é lógico eu vou pio-rar ainda mais o quadro das esperas.É um exercício muito complicado.Nós estamos a tentar encontrar umequilíbrio” explica o Cônsul Geral dePortugal em Paris. “Os funcionáriosestão extremamente colaboradores,como aliás sempre estiveram, paraestarem presentes apesar do cená-rio não ser dos mais confortáveis.Toda a gente se interroga - e eu tam-bém me interrogo - com os efeitosde uma frequência de 600 a 700 pes-soas por dia, sem sabermos se elasestão ou não infetadas - provavel-mente elas também não saberão”.Mas Carlos Oliveira confirma que“nunca ouvi um histórico de uma talpressão em termos de Cartão do Ci-dadão” disse ao LusoJornal. “Nestafase, essa pressão é enorme. O meuobjetivo é procurar reduzir esseprazo de espera, é procurar integraros casos de manifesta urgência, mascomo sabe, todas as pessoas achamque a sua situação é de manifestaurgência”.

PermanênciasConsulares suspensasUma das soluções encontradaspor Carlos Oliveira é ter um má-ximo de efetivos para tratar doCartão do Cidadão e manter sus-pensas, por enquanto, as Perma-nências Consulares.Por um lado porque as Permanên-cias decorrem, muitas vezes, em es-paços municipais, por outro ladoporque, sem marcações, é impossí-vel prever um grande ajuntamentode pessoas e ainda porque pode pôrem risco a saúde dos próprios fun-cionários consulares. Mas Carlos Oli-veira explica também que “nós nãopodemos perder de vista que sedeslocarmos os funcionários para asPermanências, são menos pessoasque ficam aqui a atender. Parece-meque neste momento, e até que a si-tuação se altere de forma mais visí-

vel, provavelmente não haverá Pre-senças Consulares por este conjuntode condicionantes”.

Atendimento telefónico difícilConfrontado com uma pergunta doLusoJornal sobre as dificuldades dosutentes contactarem telefonica-mente o Consulado de Portugal emParis, Carlos Oliveira diz que “nóstemos 4 operadores telefónicos equando o Consulado encerrou che-gámos até 9 pessoas a responder aotelefone. Mesmo assim, o número detelefonemas foi de tal ordem que erapreciso ter uma grande central tele-fónica para responder a toda agente” disse o Cônsul Geral. “Eu nãoposso garantir que nós vamos poderdar resposta a toda a gente que ligapara cá. Eu próprio me surpreendicom a quantidade de chamadas queeram feitas. É praticamente impossí-vel, só se nós tivéssemos um con-junto enorme de pessoas para essatarefa, o que não podemos ter por-que senão aumentamos o tempo deespera para fazer o Cartão do Cida-dão”.Carlos Oliveira lembrou também ascentenas de mails que o ConsuladoGeral de Portugal em Paris recebeupor dia, durante o período de confi-namento, mas referiu que todas asperguntas têm resposta na páginainternet do Consulado.

Contactos com a Comunidadeforam adiadosQuando um Cônsul Geral assumefunções, é habitual que nos primei-ros meses visite as principais con-centrações de Portugueses, participeem eventos e agende reuniões comos “atores ativos” da Comunidade.Isso não aconteceu, evidentemente,com Carlos Oliveira.“É o mais surpreendente” confirmou

ao LusoJornal. “Eu ainda estava emArgel e já me estavam a anunciar onúmero de eventos em que eu tinhade ir. Sabia que aqui há uma progra-mação intensa e eu vinha com essepropósito, mas quando cheguei aqui,estava tudo parado”.Na entrevista ao LusoJornal elogiouo anterior Cônsul Geral Adjunto, Joãode Mello Alvim, e anunciou que onovo Cônsul Geral Adjunto, Filipe Ra-malho Ortigão, já chegou e já exercefunções. “Para mim foi muito útil teralguém com experiência como oCônsul Adjunto que me passou mui-tas matérias. Ele conhecia bem asmatérias, a Comunidade e os servi-ços”.

Faltam assistentestécnicosMas aquilo que falta a Carlos Oliveirasão assistentes técnicos. “Precisa-mos de funcionários de base quepossam fazer o atendimento. Qual-quer que sejam os recursos que nossejam dados, é sempre positivo, masobviamente que precisamos, atéporque o Posto tem perdido muitosfuncionários”. Mas o Cônsul Geral ga-rante que “este é um problema queLisboa tem perfeitamente consciên-cia, para o qual eu sei que existevontade de fazer, porque o assuntojá foi várias vezes levantado, foi aliássolicitado pelos meus antecessores,porque não é uma coisa de agora.Agora tem-se agudizado, porqueuma grande parte dos problemas éresultado da aposentação dos fun-cionários”.“Lisboa, antes mesmo de eu vir paraaqui, deu-me a entender que tinhanoção do problema e sabia quetinha que encontrar uma solução. Euestou esperançado que essa soluçãoaconteça, não apenas para vanta-gem dos utentes, mas também évantagem para toda a equipa, e atépara a imagem que nós queremosdar de eficiência. Não vale a penafalar de eficiência se não tivermosum mínimo de recursos”.

Por Carlos Pereira

Novo Cônsul Geral Carlos Oliveira falou ao LusoJornal

16 septembre 2020

Cônsul Geral Carlos OliveiraLusoJornal / António Borga

Page 4: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

LUSOJORNAL04 COMUNIDADE

David Corceiro:A França passoua ter mais umDeputado com origens portuguesas

A Assemblée Nationale francesatem mais um Deputado de origemportuguesa. Trata-se de David Cor-ceiro que até aqui era o suplentede Nathalie Élimas, que foi no-meada, no dia 26 de julho, Secre-tária de Estado com o pelouro doensino prioritário no Governo deJean Castex.O avô de David Corceiro era portu-guês, como o próprio lembrou aoLusoJornal. Depois de ter passadopelo fabricante de tabaco ImperialTobacco do Grupo Seita, o novoDeputado era até agora responsá-vel comercial de uma empresaalemã de saúde dentária, a VocoGmbH.O percurso político de David Cor-ceiro começou nas eleições mu-nicipais de 2012, quando foicandidato nas listas socialistasem Soisy-sous-Montmorency (95),onde mora desde inícios desteséculo. Mas perdeu a eleição.Em março de 2020 foi ele própriocandidato a Maire de Soisy-sous-Montmorency, em representaçãodo partido de Emmanuel MacronLa République en Marche, mastambém foi derrotado logo na pri-meira volta. E agora entrou pelaprimeira vez na Assembleia Nacio-nal e senta-se nos bancos doMoDem, já que era o Partido deNathalie Élimas.Sem esperar, David Corceiro passaem pouco tempo de candidatoderrotado em Soissy - onde aindaé Conselheiro municipal da oposi-ção - a Deputado da República.Quando David Corceiro chegou àAssembleia, no passado dia 27 deagosto, encontrou mais quatro De-putados de origem portuguesa:Dominique da Silva (seu vizinho doVal-d’Oise), Ludovic Mendes (Mo-selle), Christine Pires Beaune (Puy-de-Dôme) e Anne-Laure Cattelot(Nord), e ainda a Deputada LaëtitiaRomeiro Dias (Essonne), que nãosendo portuguesa, está casadacom um português. São todos daLREM, exceto Christine Pires, que ésocialista.O novo Deputado, com 43 anos,estudou no Lycée Paul Eluard deSaint Denis e na Universidade deParis VIII Vincennes-Saint Denis.

Todos os anos, no mês de dezembro,as associações de Portugueses noestrangeiro devem apresentar candi-datura aos subsídios da DireçãoGeral dos Assuntos Culturais e Comu-nidades Portuguesas (DGACCP) viaConsulado de Portugal. Os subsídiossão decididos no primeiro trimestredo ano, mas o Deputado Carlos Gon-çalves denuncia que até agora aindanão foram pagos os subsídios refe-rentes ao ano de 2020.“Os subsídios que foram concedidosno período pré-pandemia, cujos pe-didos deram entrada até ao dia 31 dedezembro, ainda não estavam a serpagos na semana passada. Estamosa menos de um mês da abertura deum novo processo para pedir apoiopara 2021 e ainda não pagaram odeste ano” denuncia o Deputado doPSD eleito pelo círculo eleitoral daEuropa. “Nós estamos a falar de umaverba de cerca de 600 mil euros.Chamámos logo a atenção” disse aoLusoJornal. “No ano passado as as-sociações receberam o pagamentoem junho e este ano já estamos emsetembro e ainda não receberam. Asassociações portuguesas prestamapoio notável às nossas Comunida-des, nomeadamente aqui em França.Agumas compraram máscaras paradistribuir pelos nossos compatriotas.E eu sinceramente pergunto porquerazão o Governo não é sensível aomovimento associativo. Algumas as-sociações tiveram de repatriar cor-pos para Portugal durante esteperíodo de pandemia, eu sincera-mente não consigo compreenderesta forma de agir do Governo relati-vamente ao movimento associativo.Quer queiram, quer não, são os prin-cipais agentes culturais portuguesesno estrangeiro”.Numa entrevista “live” ao LusoJornal,o Deputado social-democrata lem-

brou que “uma das maiores associa-ções portuguesas de França, a ULFE,de Dijon, está a passar uma fase difí-cil, mas é a Mairie e o Départamentque estão a ajudar” e considera que“o Governo português não pode ficaralheio”.Carlos Gonçalves diz que este Go-verno de António Costa dá continui-dade ao anterior. “Nada mudou e nóssabíamos que não ia mudar, porquequem acompanhou o debate do Or-çamento de Estado sabia perfeita-mente que as Comunidades nãoestavam a merecer uma atenção di-ferente ou especial, independente-mente dos discursos que ouvimospor aqui ou por ali, que as Comuni-dades portuguesas estão a ser valo-rizadas, mas na verdade não estão a

ser dados os instrumentos necessá-rios para elas se valorizarem”.Carlos Gonçalves, que mora em Or-messon-sur-Marne, a sul de Paris,diz que os filhos seguiram a escola-ridade portuguesa na AssociaçãoPortuguesa Cultural e Social dePontault-Combault. Por isso, consi-dera que as associações dão umcontributo particular para a promo-ção do ensino da língua portuguesaem França. “A própria Coordenadorado ensino reconhece que apesar deterem problemas financeiros, as as-sociações continuam a disponibilizarsalas para o ensino do português”.O Deputado explica que o ensino dalíngua portuguesa no estrangeiro nãotem crescido. “Todos os anos, naabertura do ano escolar, o Governo

vem dizer que o número de alunossobe. Se assim fosse, de há 5 ou 6anos a esta parte, nós talvez já ti-véssemos duplicado o número dealunos e de cursos, o que não acon-teceu, porque depois, quando naAssembleia da República somosconfrontados com os números reais,é que percebemos que não há cres-cimento do número de alunos no en-sino de português”.E ilustra que “em 2004, quando o en-sino do português ainda estava noMinistério da Educação, nós tínha-mos 50 milhões de euros para o en-sino do português no estrangeiro.Hoje devíamos ter 80 ou 90 milhões,e estamos a funcionar com 24 mi-lhões de euros”.O Deputado fala também da perdade estatuto da língua portuguesa,nomeadamente em França e no Lu-xemburgo. Na entrevista ao Luso-Jornal, lembrou as duas vezes emque o Ministro da Educação TiagoBrandão Rodrigues veio a Françaassinar Protocolos de colaboraçãocom os Ministros franceses da Edu-cação, primeiro com Najat Vallaud-Belkacem e depois com Jean-MichelBlanquer.“No primeiro trimestre de 2019 eu fizuma pergunta ao Ministro da Educa-ção Tiago Brandão Rodrigues, combase do acordo que Portugal assinoucom a França em que cada país secomprometeu a um certo número demedidas. A França não está a cumprir.Nós interrogámos o Ministro emmarço do ano passado e um ano emeio depois, o senhor Ministronunca respondeu ao Grupo parla-mentar do PSD. Com muita rapidezele veio tirar a fotografia a assinar oAcordo, mas quando é confrontadocom o facto do Governo francês nãoestar a cumprir, não responde”.

Ler/ver a entrevista completa em:lusojornal.com

Por Carlos Pereira

Numa entrevista “live” ao LusoJornal

O Ministro do Interior francês anun-ciou que vai apresentar uma queixajudicial contra Jérôme Rodrigues,conhecido membro do movimentodos ‘coletes amarelos’, por o luso-descendente ter chamado à políciagaulesa “bando de nazis”, nas redessociais.“Os propósitos do senhor Rodriguescontra a polícia da República são ig-nóbeis. Em nome do Ministério e dadefesa da honra de todos os polí-cias, vou apresentar queixa”, anun-ciou Gerald Darmanin na sua contaoficial de Twitter.A publicação original de Jérôme Ro-drigues é uma resposta ao sindicato

da polícia Synergie-Officiers, quedisse ter lugar para acolher todos os‘coletes amarelos’ que não cum-pram as regras de segurança sanitá-ria ou tenham comportamentoscriminosos nas manifestações con-vocadas para sábado passado. “Estáclaro, bando de nazis, vocês vãoabrir o campo de concentração dis-ponível no nordeste de Paris, aqueleque vocês tentam esconder dosmédia”, escreveu Jérôme Rodrigues.Entretanto, face ao anúncio do Mi-nistro, o lusodescendente voltou areagir. “Também vai apresentarqueixa face aos insultos que eles mefazem? Para si a Justiça só funciona

num sentido e eu repito: vocês mu-tilaram-me, vocês insultaram-me eeu nunca me calarei”, respondeu Jé-rôme Rodrigues no Twitter.Jérôme Rodrigues conta com maisde 22 mil seguidores no Twitter emais de 80 mil no Facebook, e tor-nou-se num dos membros emble-máticos deste movimento depois deter perdido um olho numa manifes-tação, no final de 2018.O lusodescendente foi ainda um dosmembros mais ativos na convoca-ção dos membros do movimentopara esta nova onda de manifesta-ções, apelando mesmo à desobe-diência civil.

16 septembre 2020

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

Ministro Gerald Darmanin apresentaqueixa contra ‘colete amarelo’ Jérôme Rodrigues

Carlos Gonçalves denuncia que o Governo ainda não pagou os subsídiosàs associações

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LUSOJORNAL06 COMUNIDADE

EmpresárioJoão Pina compra a agência Linear Pub e comercializapublicidadepara o LusoJornalO empresário João Pina comproua maioria das partes da agênciade publicidade Linear Pub quecomercializa a maior parte dapublicidade do LusoJornal. Natu-ral de Trinta, no concelho daGuarda, João Pina ja e um clientehabitual do LusoJornal, masdesta vez aproximou-se aindamais do projeto, tendo com-prado a maioria das partes daagência de comercialização deespaços publicitários no maiorjornal português editado emFrança. “Quando soube que esta-vam a venda, decidi apostarneste novo setor de atividade,mesmo se ate aqui tenho empre-sas em setores bem diferentesdeste” disse João Pina ao Luso-Jornal.O empresário trabalha no setorda construção, das limpezas e doaluguer de contentores. “Com otempo, posso dizer que conheçobem o LusoJornal e o impactoque o jornal tem em toda aFrança.Para além de ser cliente, soutambém um leitor assíduo e re-conheço que o LusoJornal faz umimportante trabalho de divulga-ção da Comunidade portuguesae de promoção das suas ativida-des” diz João Pina. A Linear Pube ainda uma empresa jovem, queate ao presente momento eradetida maioritariamente por An-drea Dias que decidiu mudar deramo e cedeu a sua parte a JoãoPina. “Sinto que o LusoJornal ne-cessita de um reforço comercialimportante, sobretudo nestemomento em que a pandemiaveio perturbar o bom funciona-mento de qualquer empresa.Sinto também que eu posso darum contributo importante paraeste reforco comercial, por issodecidi investir neste setor e co-locar a disposição do jornal, aminha rede de contactos, as mi-nhas competências e as de umaparte da equipa que ja trabalhacomigo. Eu gosto de desafiosnovos e este tem-me estimuladobastante”.A Linear Pub comercializa espa-ços publicitários do LusoJornal,mas numa segunda fase podecomercializar publicidade tam-bém para outros suportes.“Neste momento, a concentraçãoesta na sua globalidade na vendade publicidade no LusoJornal,ate porque este suporte neces-sita de mais clientes para se de-senvolver cada vez mais, mas everdade que não excluímos apossibilidade de comercializar, amédio prazo, publicidade paraoutros suportes” refere o empre-sário.

O Maire de La Chapelle Saint Mesmin,nos arredores de Orléans, NicolasBonneau, faleceu com apenas 53 anosde idade e após ter sido hospitalizadoem estado crítico, no dia 25 de agosto,no seguimento de um grave acidentecardiovascular (AVC).“A morte do Nicolas Bonneau foi tãobrutal que ainda me custa a acreditar”diz ao LusoJornal o Maire Adjoint DavidGomes, eleito nas listas de NicolasBonneau nas eleições municipaisdeste ano. “Ficarei eternamente reco-nhecido ao Nicolas pela oportunidadeque me deu de servir esta localidade,prova também da sensibilidade quetinha pela Comunidade portuguesa”.Nicolas Bonneau foi eleito pela terceiravez consecutiva, logo à primeira volta,em março deste ano, por larga maioriae era também o 7° Vice-Presidente da“Agglomération orléanaise”.“A confiança de que dispunha junto dacoletividade foi o reconhecimento dotrabalho que realizou nos seus doisprimeiros mandatos e do seu afeto ededicação à população da La Chapelle

Saint Mesmin” explica David Gomes.“Nicolas Bonneau tinha uma grandecapacidade para federar as pessoaspor causas justas e úteis à comuni-dade. Por isso conseguiu consensospara lá da sua área política para reali-zar projetos importantes de que a po-pulação lhe é hoje reconhecida”.Também o Deputado do PSD eleitopelo círculo eleitoral da Europa, CarlosGonçalves lamenta a morte de um“amigo” argumentando que “era umexcelente autarca e os efeitos do seu

trabalho ultrapassaram em muito aárea de jurisdição do seu municípiopara beneficiar toda a região de Or-léans onde era reconhecido e esti-mado”.“O Nicolas Bonneau surpreendia tam-bém pela sua capacidade de cooperare de estabelecer pontes de entendi-mento deixando as clivagens políticaspara segundo plano. Era socialista, masisso nunca impediu que deixasse decontar com a minha colaboração notrabalho importante que realizou junto

da Comunidade franco-portuguesaque reside em La Chapelle” diz CarlosGonçalves. “Era também alguémapaixonado por história e por essarazão muito conhecedor do país quefomos e que somos tendo umaenorme admiração por Portugal epelo seu povo”.Carlos Gonçalves lembrou aindaque o autarca francês “estabeleceuuma regular cooperação, sobretudocom Municípios do Norte de Portu-gal, contando sempre com o apoiodo Conselheiro das ComunidadesPortuguesas Carlos dos Reis. Era umdos autarcas que percebia a importân-cia da diplomacia municipal”.Este ano, apesar de socialista, convidouo também social-democrata DavidGomes para ser Maire Adjoint, entre-gando-lhe o pelouro da economia.“A sua equipa municipal vai continuare realizar o projeto que o Nicolas Bon-neau submeteu à população e o exem-plo da sua vida e obra será a nossainspiração” conclui David Gomes emdeclarações ao LusoJornal. “Perdemosum grande Homem, um grande Maire,um grande Amigo”.

Por Carlos Pereira

La Chapelle Saint Mesmin

Fernando da Graça, o antigo proprie-tário da Galerie [in]Achevée, em Paris,onde foi lançado pela primeira vez oLusoJornal, em 2004, faleceu e foi en-terrado em Évora.Fernando da Graça nasceu em Évora(São Mansos) em junho de 1951, foi mi-litante antifascista, membro da Luar eacabou por exilar-se em França ondeintegrou a Maçonaria francesa.Era Presidente da Association des Co-merçants Carré-Bastille, um bairro deParis que conhecia bem. Foi aí queteve a Galerie [in]Achevée, onde vendiapeças de Siza Vieira e também foi aí

que abriu o restaurante Le Duplicata,que mais tarde passou a chamar-se OParis-Lisbonne.Mais do que um restaurante, era umespaço de tertúlias, onde aliás foiapresentada em Paris a candidaturade Maria de Belém à Presidência daRepública. Também foi ali que se reu-niu várias vezes a Secção do PartidoSocialista Português em Paris, dirigidapor Aurélio Pinto, e de quem Fer-nando da Graça era próximo. Por alise encontravam artistas e militantesportugueses, como era o caso da es-cultora e poetisa surrealista IsabelMeyrelles ou o jornalista Daniel Ri-beiro, Diretor da Rádio Alfa que aliás

deu a notícia em França.Mas o Paris-Lisbonne era também umespaço de promoção turística de Lis-boa e de Portugal. “Não me dão ne-nhuma ajuda por isso” disse Fernandoda Graça ao LusoJornal. “Sou eu queprocuro as exposições que aqui mos-tro e procuro os desdobráveis que dis-tribuo aos meus clientes”.Os últimos anos foram difíceis paraFernando da Graça, porque lhe faleceua mulher, médica, e porque ele própriose debateu durante alguns anos comuma doença grave. Foi por isso quedecidiu mudar-se para Évora, onde fa-leceu num hospital da cidade. Deixouduas filhas e um filho.

Por Carlos Pereira

Travailleurs détachés en France: desrègles plus contraignantes depuis ledécret du 28 juillet 2020Il restera, à terme, peu de chose decette liberté consacrée par la direc-tive européenne ayant instauré lestatut de travailleur détaché en 1996:un travailleur peut librement allerexécuter son travail, sous la directionde son employeur, dans le cadred’une prestation de service, dans unautre État membre de l’Union euro-péenne.La France, avec plus de 500.000 sala-riés détachés, est le deuxième paysd’accueil (après l’Allemagne), et lePortugal figure en position privilégiéecomme pays d’envoi, essentiellement

dans le domaine du BTP. Le nouveaudécret n°2020-916 du 28 juillet 2020est venu réglementer davantage en-core le recours aux travailleurs déta-chés en France dans le but d’enlimiter définitivement le nombre.Dorénavant la durée du détache-ment en France sera au maximumde 12 mois, appréciée en tenantcompte de la période de détache-ment déjà accomplie sur le terri-toire. Il n’est pas possibled’échapper à ce délai en remplaçantun salarié détaché par un autre sa-larié détaché sur le même poste detravail. La conséquence est simple: àpartir du 13ème mois, ce sont les rè-

gles du droit du travail français dansson ensemble qui s’appliquerontaux travailleurs détachés: notam-ment pour la rémunération; la duréedu travail, les jours fériés, les congésannuels, le travail de nuit.Enfin, ce nouveau décret précise demanière décisive que les dépensesrelatives au transport, repas et hé-bergement exposées par le salariédétaché doivent être prises encharge par l’employeur (étranger), etainsi exclues de la rémunérationversée. L’égalité de rémunération lé-gale et conventionnelle est renfor-cée incluant ainsi le salaire, lesprimes et tout autre avantage versés

en raison de l’emploi occupé.Il est important que les entreprisesqui font appel à des travailleurs dé-tachés réalisent un audit des déta-chements afin, si nécessaire, de seconformer au nouvel état du droit.Elisabeth Borne, Ministre du Travailentend «veiller à ce que les travail-leurs détachés aient le même ni-veau de rémunération que lestravailleurs français. C’est une étapeimportante!» qui vient d’être fran-chie pour atteindre cet objectif.

Jorge Mendes ConstanteMCL Avocats, Marseillewww.mclavocats.fr

Por Jorge Mendes Constante

16 septembre 2020

Morreu Fernando da Graça militanteantifascista e restaurador em Paris

Nicolas Bonneau com David Gomes

David Gomes e Carlos Gonçalves lamentam morte de Nicolas Bonneau

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LUSOJORNAL CULTURA 07

Le film «L’Ordre Moral - L’histoired’une femme libre» (en portugais«Ordem Moral») de Mário Barroso,avec Maria de Medeiros, Marcello Ur-geghe, João Pedro Mamede et AlbanoJerónimo (récemment vu en Francedans la série Le Domaine - A Her-dade), entre autres, produit par PauloBranco sort dans les salles françaisesle mercredi 30 septembre.«En 1918, Maria Adelaide Coelho daCunha, héritière et propriétaire dujournal Diário de Notícias, aban-donne le luxe social et culturel fami-lial dans lequel elle vit, pour s’enfuiravec un insignifiant chauffeur de 22ans plus jeune qu’elle. Les consé-quences de cette décision vont êtredouloureuses et moralement dévas-tatrices» peut-on lire dans la présen-tation du film.L’histoire de Maria Adelaide Coelhoda Cunha est connue. Pour vendre lejournal, son mari a décidé de l’inter-ner dans un hôpital psychiatrique.L’histoire a été racontée à Mário Bar-roso par un de ses oncles qui travail-lait justement au Diário de Notícias.Ensuite, il a demandé à Carlos Sa-boga, une référence du cinéma euro-péen, d’écrire l’argument du film. Les

deux hommes se connaissent bien,car ils ont travaillé ensemble sur plu-sieurs films.«J’avais décidé que je ne voulais pasvraiment raconter cette histoire sousl’angle d’un amour torturé, d’unegrande passion. Ce qui m’a fasciné,c’est cette femme pleine de force, quis’est battue et a gagné, qui a eu lecourage d’abandonner une famille, leconfort matériel, et de partir. En fait,c’était une femme libre qui a toutdonné pour vivre son désir de li-berté» dit le réalisateur.Mário Barroso est également le Di-recteur de la Photographie. C’estd’ailleurs sa formation de base àl’Institut des Hautes Etudes Cinéma-tographiques (IDHEC). Entre le mon-tage et l’image, il a choisi l’image. «Jen’ai commencé à faire des films entant que réalisateur que lorsque jen’ai plus eu besoin de gagner ma vie.Je les fais donc pour le plaisir, sansaucune discipline temporelle» ex-plique-t-il, alors que son dernier filmest de 2008, «Amour de Perdition».Être au même temps Réalisateur etDirecteur de photographie a sesavantages: «Je sais exactement quoifaire, comment je vais filmer. Quandj’arrive sur le plateau, je n’ai mêmepas trois minutes d’hésitation» ex-

plique Mário Barroso. «Quand j’arrivesur le plateau, je sais parfaitement ceque j’ai à faire, l’endroit où placer lesacteurs afin de tirer le meilleur partide la présence ou de l'absence de lu-mière. Cela me facilite beaucoup letravail».Mário Barroso nous a habitués à desbelles images dans des films de Ma-noel de Oliveira, João César Monteiro,Raoul Ruiz, José Fonseca e Costa,entre autres, et dans «L’Ordre Moral»

nous ne sommes pas déçus. «J’ai sur-tout utilisé la lumière naturelle, par-fois renforcée à un endroit ou à unautre, mais cela ne m’a jamais poséde difficulté. Je peux même dire qu’ily a de nombreux aspects de la miseen scène qui sont le fruit de ma visionde Directeur de la photographie, etd’une certaine ‘efficacité’ liée au peude temps que nous avons dans untournage».Le choix de Maria de Medeiros a été

immédiat. «Elle a été la seule actriceportugaise à s’adapter à ma vision deMaria Adelaide, qui correspondaitexactement à ce que je pensais,après tout ce sur quoi j’avais enquêté,tout ce que j’avais lu. Outre sonénorme talent, elle possède unebeauté étrange, exotique et diffé-rente de la beauté traditionnelle. Acommencer par l’expression de sonvisage».Les comédiens sont portugais, lefilm a été tournée en langue portu-gaise, au Portugal, dans les décorsde la maison Veva de Lima, «unemaison fantastique, où étaient or-ganisées des soirées littéraires trèspopulaires à Lisboa dans les années20 et 30».Le film a été tournée bien avant lapandémie de Covid-19, mais dans lecontexte de la grippe espagnole. Ony voit donc des personnes porterdes masques, des hôpitaux surchar-gés et des morts dans les quartierspopulaires de Lisboa. Cette situa-tion apporte une certaine touched’actualité au film.Finalement, la musique de Mário La-ginha s’intègre parfaitement dans lefilm.A voire absolument, à partir du 30septembre, dans les salles françaises.

Par Carlos Pereira

Cinéma

16 septembre 2020

O filme “O movimento das coisas”,de 1985, da realizadora portuguesaManuela Serra, foi selecionado parao Festival Lumière, que decorreráem outubro em Lyon, revelou a Ci-nemateca Portuguesa.O filme, que foi digitalizado e restau-rado “sob o olhar atento da realiza-dora”, será exibido na secção“Tesouros e Curiosidades” deste fes-tival de Lyon, dedicado ao patrimó-nio cinematográfico, honrando a

ligação do evento aos irmãos Lu-mière, pioneiros na história do ci-nema.“O movimento das coisas” é o pri-meiro e único filme de ManuelaSerra, um “documentário poético”,como descreve a Cinemateca Portu-guesa, sobre o quotidiano da comu-nidade rural de Lanheses, noconcelho de Viana do Castelo.A produção do filme demorou váriosanos e teve uma estreia premiada

no Festival de Mannheim, na Alema-nha, na década de 1980, e depois emPortugal, no Festróia, mas a obranunca chegou ao circuito comercialportuguês.Manuela Serra nasceu em Lisboa,em 1948, estudou cinema em Bruxe-las, mas rumou a Portugal logo de-pois da Revolução de Abril de 1974.Foi assistente de realização e mon-tadora do filme “Deus, Pátria, Auto-ridade”, de Rui Simões, e uma das

cofundadoras da cooperativa VirVer.Numa entrevista publicada no Jornaldos Encontros Cinematográficos, em2011, Manuela Serra explicava queabandonou o cinema nos anos 1990.

«Le Mouvement des choses»de Manuela Serra (1985, 1h29)Pathé Bellecour, le mercredi 14 octobre, 14h15Villa Lumière, le jeudi 15 octobre, 10h45

Filme de Manuela Serra selecionadopara o festival Lumière em Lyon

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“L’Ordre Moral” de Mário Barroso dans les salesfrançaises le 30 septembre

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LUSOJORNAL08 CULTURA

A realizadora francesa Ariel de Bi-gault estreou, no festival IndieLis-boa, o documentário “Fantasmasdo império”, reflexão sobre “o ima-ginário colonial no cinema portu-guês”.O filme coloca em diálogo dois ato-res africanos - o angolano OrlandoSérgio e o são-tomense ÂngeloTorres - com realizadores e inves-tigadores sobre o património cine-matográfico português ligado aocolonialismo.“Aos documentários e ficções quesustentam o enredo imperialista,contrapõem-se filmes e olharescontemporâneos”, lê-se na sinopsedo filme.“Fantasmas do império” conta aindacom a participação, entre outros,dos realizadores Fernando MatosSilva, Margarida Cardoso e Ivo M.Ferreira, do Diretor da CinematecaPortuguesa, José Manuel Costa, e dainvestigadora Maria do Carmo Pi-çarra.

No filme, suportado por excertos deum século de cinema português, sãoabordados “os mitos das descober-tas, a ficção imperial, a fábrica daepopeia colonial, as máscaras daviolenta dominação”, e é questio-nada a ideia de colonizador e colo-nizado.O documentário teve estreia na Ci-nemateca Portuguesa, em Lisboa,com a presença da realizadora.Ariel de Bigault nasceu em França,mas o percurso de trabalho passa,há mais de três décadas, pelo uni-verso da lusofonia, entre Portugal,Brasil e África.É autora da série documental “Eclatsnoirs du samba” (1987), na qual fazuma pesquisa sobre a criação artís-tica afro-brasileira, com a participa-ção de nomes como Gilberto Gil,Zezé Motta e Paulo Moura.Assinou ainda antologias de músicade Cabo Verde e de Angola e fez osdocumentários “Afro Lisboa” (1996)e “Margem Atlântica” (2006).

Cinema

“Bustarenga” de Ana Maria Gomesteve estreia nacional no IndieLisboa“Bustarenga”, um documentárioda realizadora Ana Maria Gomesteve a sua estreia nacional na 17ªedição do IndieLisboa - FestivalInternacional de Cinema, de 25 deagosto a 5 de setembro.Este é o mais recente filme da rea-lizadora luso-francesa e estavaentre os selecionados da Compe-tição Nacional de curtas-metra-gens do certame com exibiçãomarcada para os dias 26 de agosto

e 3 de setembro, no Cinema SãoJorge.Coproduzida pela Curtas Metra-gens (Portugal) e Ecce Films(França), com distribuição interna-cional da Agência da Curta Metra-gem, o filme conta a história deAna que regressa no verão a Bus-tarenga, uma pequena aldeia si-tuada na montanha no interior dePortugal. Os seus habitantes,preocupados com o facto da pro-

tagonista se encontrar solteira aos36, fazem-na ouvir conselhos eavisos para encontrar o príncipeencantado, segundo os preceitosda aldeia.Ana Maria Gomes, formada na ÉcoleNationale Supérieure des Arts De-coratifs em Paris, realizou a sua pri-meira curta-metragem, “Simomen”,em 2004. Em 2015, realizou “António,Lindo António” filme vencedor daCompetição Nacional do Curtas Vila

do Conde. Em 2019, realiza “Busta-renga”, recentemente premiado emFrança com o Grand Prix no Doc EnCourts.Após esta passagem pelo IndieLis-boa, a realizadora será uma dasartistas em foco - junto com asrealizadoras Elena López Riera eAna Elena Tejera - na nova secçãodo Curtas Vila do Conde, “New Voi-ces”, dedicada a novos talentos docinema mundial.

A ausência de galerias vindas de Portugal foi evidente na Art ParisJustifica-se aqui um balanço da FeiraArt Paris que vos referi a semanapassada e que terminou domingo.Depois da edição online, durante oconfinamento, que então aqui refe-rimos como muito frágil no que res-peitava à representação portuguesa,parecia, pela comunicação da versão“ao vivo” que foi enviada à imprensa,que essa falha tinha sido corrigida.A ausência de galerias vindas de Por-tugal continuava evidente (apenas ajovem FOCO, de Lisboa, propriedadede um galeria francês, fez esse es-forço) mas as galerias parisiensesque representam artistas portugue-ses, anunciavam apresentá-los. Afi-nal, nenhum deles estava visível nasparedes dos seus stands e, não foraa histórica Jeanne Bucher/Jeager,mal se teria percebido o destaqueanunciado. Algumas obras magnífi-cas de Vieira da Silva e Arpad, pintu-ras de Michael Biberstein e RuiMoreira, mas principalmente oenorme destaque dado às escultu-

ras de Miguel Branco sustentavamessa presença.Fragilidades do mercado nacional epouca implantação dos artistas por-tugueses no mercado francês nãojustificam investimentos ou riscosmaiores da parte das galerias portu-gueses e franceses, mas a crise sani-tária e a dimensão menor desta Feirapodem também justificar este ba-lanço.Esta é uma situação que a nova es-tratégia da Fundação Calouste Gul-benkian, através da sua delegaçãoem Paris, poderá ajudar a reverterapoiando de modo explicito a pre-sença de artistas portugueses emprestigiadas instituições francesas.Dando corpo à sua nova estratégia aGulbenkian atribuiu 125.000 euros a8 propostas de exposição de artistasou temas portugueses na temporadade 2020-2021.A saber: o Centre Photographiqued’Île-de-France, de Pontault-Com-bault, apresentará uma exposiçãomonográfica de Sandra Rocha, fotó-grafa já há alguns anos estabelecida

em Paris e com uma obra que vemprogressivamente a ser reconhecida;In Extenso - Lieu d’art contemporain,de Clermont-Ferrand, receberá“Tools for Living”, exposição indivi-dual de Andreia Santana; o FestivalCirculation(S), que se desenrola emParis, terá um Focus Portugal na suaedição de 2021; o Creux de l’enfer, emThiers, apresentará, sob o título«Mur mur» (fazendo, em francês, otrocadilho fonético entre muro, ditoe escrito duas vezes, e murmúrio),obras de Francisco Tropa, de todosos apoiados o mais conhecido dosmeios franceses; a Villa Arson, emNice, dará carta branca a um pro-grama comum de João Fiadeiro, co-reógrafo português et Violaine Lochu,artista performer francesa; o Centred’art contemporain Le Lait, em Albi,apresentará «Langages tissés» deIsabel Carvalho; a Ecole nationale su-périeure d’arts de Paris-Cergy asso-ciada ao Centre d’art Ygrec, que gere,apresentará Ângela Ferreira, artista jácom alguma circulação no país; e, fi-nalmente, o Institut National d’His-

toire de l’Art (INHA), sediado em Paris,será palco de uma coletiva intitulada«Résistance Visuelle Généralisée: Li-vres de photographie et mouve-ments de libération (Angola,Mozambique, Guinée-Bissau, Cap-Vert) de 1960 à 1980», organizada porduas investigadoras portuguesasinstaladas nas universidades france-ses.Precedendo a esperada Saison Croi-sée / Temporada Cruzada França-Portugal, que a Covid adiou de 2021para 2022, esta primeira vaga permi-tirá preparar, do lado das artes vi-suais e performativas, o que seespera possa vir a ser em 2022 e nosanos seguintes uma presença aindamais vasta e sustentada de artistasportugueses no contexto culturalfrancês.Boas escolhas culturais e até para asemana.

Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádioAlfa, com difusão antes das 7h00,9h00, 11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

Por João Pinharanda

16 septembre 2020

IDFM RadioEnghien 98FMreforça a programaçãolusófona

O programa de rádio LusoMundoque era animado todas as segun-das-feiras na IDFM Radio Enghienpor Lurdes Ribeiro e Mathias Isi-doro, tem agora uma réplica naquarta-feira, na mesma rádio e nomesmo horário. “Vamos deixar deter um programa LusoMundo porsemana e passar a ter dois” anun-ciam com entusiasmo nas redessociais.LusoMundo, que tem como slogan«Les ondes luso sur la radio dubien-être» existe desde abril de2019 e é realizado em direto, a par-tir dos estúdios da rádio, em Eng-hien-les-Bains (95), a norte deParis, às segundas-feiras, entre as19h00 e as 20h00. Agora passa aser realizado também às quartas-feiras, no mesmo horário.“À segunda-feira o programa falamais de Portugal, enquanto àquarta-feira vai falar mais dos di-ferentes países lusófonos” explicaMathias Isidoro ao LusoJornal.Durante os 15 meses em que járealizaram e apresentaram esteprograma na Radio Enghien, osdois animadores dizem ter feito“belos encontros” e criaram rede“em todo o mundo lusófono pre-sente em França”.Por isso, fazem um balanço muitopositivo, sobretudo com os maisde 6.500 “internautas” que os se-guem nas redes sociaisLurdes e Mathias já entrevistaramdurante estes meses em que ani-mam o programa, convidadoscomo o artista Mickaël Ferreira, aatriz Rita Blanco, o realizador JoãoCanijo, o cantor cabo-verdianoTeófilo Chantre, o grupo de jazzLisbonne Café, o autor, compositore intérprete Dan Inger, o realizadorPhilippe Machado, o Chef Rui Car-doso, a Conselheira das Comuni-dades Luísa Semedo e ohumorista José Cruz, entre muitosoutros.Durante o período de confina-mento, o duo de apresentadoresrealizou sempre programas em di-reto nas redes sociais, com novosconvidados como Rui Bandeira,Toy, Leandro, Ágata, João PedroPais, Paula Soares, Canta Bahia...O primeiro programa desta tem-porada foi para o ar na segunda-feira, dia 31 de agosto.

Por Carlos Pereira

Filme de Ariel de Bigault sobre colonialismo e cinema português

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LUSOJORNAL10 CULTURA

António de Morais Cardoso, um dosfundadores da rádio Alfa em Paris,acaba de editar um livro intitulado“Meurtres en modulation de fré-quence” que assina com o nome Al-bert de Morais, nas edições Douro.Trata-se de um romance policial comum enredo que implica mortes, umbispo que violou menores, comissá-rios de polícia franceses e agentes doKGB,… mas também se trata de umdocumento criptado sobre a históriada emigração portuguesa em Françae em particular sobre a legalizaçãodas rádios livres nos anos 80. Crip-tado porque no livro, o personagemprincipal, cria uma rádio da Bretanhaem Paris.António Cardoso não se consideraescritor. “Digamos que sou um autorque gosta de escrever, que gosta deliteratura, e escrevi dois livros, masdaqui até aos 70 anos - e não estoumuito longe - quem sabe se me po-derão chamar escritor. Por enquantosou apenas um mero e modestoautor que escreveu dois livros” diznuma entrevista ao LusoJornal.O primeiro livro “Soif de Liberté” foilançado em 2016 e o segundo, “Meur-tres en modulation de fréquence”,saiu neste dia 1 de setembro.António Cardoso é natural de Alijómas foi para Lisboa ainda pequeno.“A partir dos meus 15/16 anos, haviagrupos que começavam a falar depolítica e eu tive várias vezes proble-mas com a Guarda Republicana e adeterminada altura, os meus pais eeu, considerámos que a melhor so-lução era eu fazer como outros daminha idade e ir procurar outrasaventuras fora de Portugal”. Chegoua Paris com 18 anos e foi trabalhar narestauração, trabalhou em estabele-cimentos de prestígio, tirou uma for-mação numa escola hoteleira edepois abriu alguns restaurantes.“Abri alguns para uma empresa dehotelaria e restauração conhecida” ecriou o seu próprio restaurante, oPetit Cardoso, que foi bastante co-nhecido nos anos 80, na praça deParis. Por ali passaram grandesnomes do fado e da música ligeiraportuguesa, como por exemplo Car-los do Carmo, Ilda de Castro ou Tonyde Matos.O personagem principal do livro,Alban, também é restaurador. “Diga-mos que é o olhar do narrador sobrealguém que conhece bem” diz a sor-rir. “Não posso negar, claro, que setrata de uma parte da minha vida,que foi romanceada em função dascircunstâncias que quero ou não di-vulgar. Não posso negar que se ba-seia na minha própria história”confessa numa entrevista “live” aoLusoJornal.

Cofundador darádio AlfaNos anos 80, havia muitas “rádios li-vres” em França. Eram rádios tam-bém chamadas “piratas” porque nãoestavam legalizadas.Nessa altura, António Cardoso ace-

deu instalar uma antena de rádio noprédio onde tinha o restaurante como cabo a passar pelos tubos de extra-ção de fumo. “Foi um drama porqueali ao lado havia uma espécie decongregação religiosa e evidente-mente as pessoas deixaram de poderver a televisão porque havia interfe-rências” conta ao LusoJornal. “Veio apolícia, foi uma grande chatice. A ex-periência durou 3 ou 4 meses, mas euachei aquilo muito engraçado e fi-quei à espera de uma oportunidade”.A oportunidade não tardou a apare-cer. Uma amiga a quem confessouque queria montar uma rádio apre-sentou-o a Rogério do Carmo, quedepois lhe apresentou FernandoSilva, Jaime Mendes, Artur Silva e He-lena Machado, todos cofundadoresda rádio. “Reunimo-nos no meu res-taurante durante meses e foi assimque foi criada a rádio Alfa”.Na altura emitiam na região pari-siense três rádios portuguesas. ORádio Clube Português, a RádioEglantine e a Rádio Portugal noMundo. François Mittérand tinha pro-metido durante a campanha eleito-ral, em 1981, que legalizaria as “rádioslivres” mas “Mitérrand demorou 6anos para cumprir a promessa”afirma António Cardoso. “Foi deci-dido que as rádios que estavam aemitir deveriam apresentar projetospara serem autorizadas a partir de1987. Aparentemente, a Rádio Eglan-tine e o Rádio Clube Português apre-sentaram projetos, mas a RádioPortugal no Mundo não apresentouprojeto”. António Cardoso achamesmo que estes dois projetos nãopassaram sequer à fase de análise“porque estavam incompletos”, masdiz que, no total, havia 6 projetos derádio para a Comunidade portu-guesa, entre os quais o da Rádio Alfa.Nesse concurso, a Rádio Alfa apenasganhou “meia frequência” porqueapenas podia emitir 12 horas por dia,entre as 5h00 da manhã e as 17h00da tarde, partilhando a frequênciacom uma rádio africana, a Tabala FM.

Afastado pela Extrema Direita

Quando a Rádio Alfa começou a emi-tir, no dia 5 de outubro de 1987, Antó-nio Cardoso não estava na rádio.“Estive ausente entre julho e início deoutubro” confirma o próprio. “Foiuma ausência forçada durante 3meses”.A história é contada no livro, pondoem cena personagens da Bretanhaem Paris, mas ao LusoJornal, AntónioCardoso afirma que a Extrema Direitafrancesa tentou recuperar o controloda estação de rádio.“Há um grupo de pessoas vindas doexterior que soube que a rádio ia serautorizada. Souberam por informa-ções vindas do interior da entidadede tutela. Então convenceram osmeus colegas fundadores, entre osquais, evidentemente, o PresidenteJaime Mendes, que talvez eu nãofosse a pessoa mais adaptada paracontinuar a aventura. Fizeram umaespécie de Conselho de Administra-ção e acederam afastar-me em finaisde junho” conta ao LusoJornal. “Eu sósoube mais tarde que a rádio ia serautorizada, então fui ter com essagente toda, com quem entretantotive algumas reuniões - estou a falardos patifes, não tenho nenhum pro-blema em dizer isso hoje - pessoasque estavam ligadas ao Front Natio-nal, que estavam ligadas a uma pes-soa da CNCL que lhes dava todas asinformações”.A história está clara no livro agoraeditado, embora de forma criptadapor se tratar de uma rádio bretã emParis, mas António Cardoso confirmaque, no início da Rádio Alfa, o FrontNational tentou controlar a rádio. “Anotícia veio também no Le Monde, noLibération… eu tenho todos os arqui-vos, tenho documentos sobre tudo oque afirmo”.Finalmente António Cardoso reagiu econseguiu recuperar o lugar quetinha no Conselho de Administraçãoda rádio.

Uma rádio associativaNo seu início, a Rádio Alfa era umarádio com estatuto associativo. Istoquer dizer que apenas podia vender

20% do seu orçamento em publici-dade. Era pouco, na opinião dos di-rigentes da rádio. Decidiram entãomontar um “esquema paralelo”:criar uma empresa que vendesse apublicidade e pagasse diretamenteaos assalariados, para que o di-nheiro não passasse pela rádio.“Eu devo confessar que não sou oautor do esquema” disse AntónioCardoso ao LusoJornal, explicandoque aprendeu com a Rádio Orientee com outras rádios parisienses. “ARádio Oriente e outras rádios domesmo género iriam funcionarassim, tendo em conta esta dificul-dades de um orçamento com ape-nas 20% de publicidade, sendo queos 80% tinham que ser ou subsídiosou donativos. Isso era totalmenteimpossível. Aliás, o próprio Governofrancês apercebeu-se muito rapida-mente que aquilo não tinha pernaspara andar e portanto fechou osolhos a este tipo de funcionamentoe foi autorizando essa prática”.Ainda hoje as três rádios que emi-tem praticamente 24 horas por diaem português, são rádios associati-vas e obedecem a esta regra deterem apenas 20% das receitas empublicidade - Rádio Arc en Ciel deOrléans, Rádio Antena Portuguesade Tours e Rádio Altitude de Cler-mont Ferrand. “Mas não se adaptavaàquelas rádios que pretendiam teruma projeção maior e ter ambiçõesde outra natureza que não fossemtão associativas” confessa AntónioCardoso.

Uma rádio“quase” comercialAntónio Cardoso tinha pensado nomodelo, mas antes da Rádio Alfa co-meçar a emitir, diz que “as tais pes-soas que tomaram conta da RádioAlfa” criaram a empresa Alfa Pro-duction. “O início da rádio foi evi-dentemente financiado por essaempresa. A associação não tinhameios para comprar todo o material.Apenas teve um empréstimo asso-ciativo que permitiu comprar algummaterial de estúdio, mas não che-gava para o que era necessário. É

preciso emissores… isso são custosimportantes e foi essa empresa quefinanciou”.Com o regresso de Tony Cardoso àAlfa e depois da rutura com as pes-soas que António Cardoso diz per-tencerem à Extrema Direita, foicriada a empresa Alfa Promotionsque passou a comercializar, em ex-clusividade, a publicidade da esta-ção portuguesa de rádio.Durante este período, as três rádiosassociativas que não tinham tidoautorização para emitir, manifesta-ram-se, criaram uma federação àqual chamaram Portugal FM e pas-saram a partilhar a antena com aRádio Alfa, substituindo o tempo ho-rário que inicialmente tinha sidoatribuído à Rádio Tabala FM. Passouentão a haver uma frequência total-mente em português.No concurso seguinte, a Rádio Alfapassou a emitir 24 horas por dia,passou a ser uma rádio comercial,sem limitação de venda de publici-dade e a proprietária do projetopassou a ser a empresa Alfa Difus-sion. “Isso foi quase uma imposiçãoda autoridade de tutela, mesmo senão há nada escrito” diz AntónioCardoso. “Com o Presidente da as-sociação Alfa, que na altura era oVítor Esteves, resolvemos que tínha-mos que ir à procura de investidorespara garantir que a rádio fosse au-torizada. Era a única hipótese, nãohavia outra hipótese. Tínhamos deconstruir um novo modelo de rádio”.

Uma rádio comercialO Comendador Armando Lopessurge como principal investidor, en-trou no capital e, pouco a poucocomprou as ações dos outros acio-nistas. “Eu vendi as minhas partesna Alfa Difussion, não de livre von-tade, porque eu tinha vontade decontinuar a desenvolver o projeto”disse António Cardoso ao LusoJor-nal. “Vendi porque de repente eu fuiconfrontado com a perda da maio-ria, fui confrontado com a venda dasações dos meus colegas. Há pessoasda Rádio Alfa que receberam açõesgratuitamente o que as venderamdepois ao senhor Armando Lopes.Não conheço os montantes, masvenderam. A partir daí eu fiquei emminoria”.“O senhor Armando Lopes fez-meuma proposta, eu refleti e aceiteivender. Correu tudo bem e somos osmelhores amigos do mundo. Nãovamos aos mesmos casamentos eaos mesmos batizados, mas são ne-gócios. Aliás, não é segredo nenhum,ainda recentemente eu dei umaajuda no projeto de alargamento daRádio Alfa a várias regiões de França,a pedido do senhor Armando Lopese do Fernando Lopes. Não tenhoqualquer problema, passou-se tudomuito bem”.Mas a empresa Alfa Promotion guar-dou a exclusividade da venda de pu-blicidade até 1996 “depois fui daruma volta para os Estados Unidos,para passear”.

Por Carlos Pereira

No livro “Meurtres en modulation de fréquence”

16 septembre 2020

Tony Cardoso afirma que a Extrema Direita tentou controlar a Rádio Alfa no seu início

Page 11: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

Le Moustaki quartet, avec Maria Te-resa (chant), Toninho do Carmo (gui-tare et vocal), Acelino de Paula(contrebasse) et Rodrigue Fernan-des (accordéon) va participer, le 7novembre prochain, à un évène-ment intitulé «Rendez-vous avecBrassens et Moustaki», qui aura lieudu 5 au 8 novembre, à Saint Clé-ment-de-Rivière (34), à quelques ki-lomètres de Montpellier.Le concert principal d’hommage àGeorges Moustaki aura lieu le 7 no-vembre, à 20h30, salle Frédéric Ba-zille. En première partie Le Maestrio,présente un répertoire original,riche en clins d'œil, à la chansonfrançaise, de Georges Brassens àBrel en passant par Moustaki… et endeuxième partie c’est la franco-por-tugaise Maria Teresa qui monterasur scène avec le Moustaki quartet.Elle a partagé la scène avec GeorgesMoustaki et chantait en duo avec luiet elle sera accompagné par le gui-tariste brésilien Toninho do Carmo,avec qui elle partage également lavie, et qui était accompagnateur deMoustaki.

LUSOJORNAL CULTURA 11

Le «chantier» de l’humoriste José Cruz reprend la routeAprès une longue (trop longue)pause - pandémie oblige - JoséCruz reprend le «chantier» avecson spectacle «En construction».Les premières dates au calendriersont les 17, 18 et 19 septembre, àToulouse, au café-théâtre Le CitronBleu, à 20h00.Pour tout artiste humoriste, sa rai-son d’être, son désir, c’est d’être surscène, de provoquer le sourire, lerire. Mais, pendant ces 6 derniersmois, José Cruz, a profité pour nousdonner de ses nouvelles sur les ré-seaux sociaux et pour nous pré-senter sa vision sur des thèmes quisont, pour nous, Portugais, impor-tants, tels que «La Saudade», «Larévolution des œillets», «Portugal,les 5 erreurs à éviter», «Double cul-ture», «Le tramway de Lisbonne»et bien d’autres. Il nous apprend unpeu de notre histoire, de l’histoiredu Portugal, avec en prime sapointe d’humour.Pour les raisons que vous connais-sez, en cet été 2020, José Cruz n’a paspu répéter son voyage d’aller pré-senter son spectacle au Portugal,chez les gens. Mais sur les réseauxsociaux il partage ses souvenirs dela tournée 2019.«Ça y est, c’est la rentrée tant at-tendue et après un été à rechargerles batteries, je repars sur lesroutes de France pour venir jouermon one-man-show ‘En Construc-tion’, près de chez vous, spectacle

déjà vu par plus de 4.000 specta-teurs» dit José Cruz. «Plus les an-nées passent, plus c’est le chantier.Mon spectacle est tout le temps enécriture, tout le temps en construc-tion, tout le temps en adaptationpar rapport à tout ce qui se passedans la vie de tous les jours, ça cor-

respondait à des étapes de monexistence que j’étais en train devivre. J’avais des rêves, si on arrêted’avoir des rêves on s’arrête deconstruire, si on ne construit plus àun moment, tout s’écroule, toutvieillit».«J’ai voulu faire le spectacle ‘En

construction’ par rapport à mesorigines portugaises, pour êtredans l’autodérision. Mon père étaitdans le bâtiment et moi, une demes premières payes, ça a été dansle bâtiment, engagé par mes cou-sins, j’avais 16 ans».«‘En construction’ parce que dans

la vie, on est toujours en construc-tion, rien n’est figé. Avec mon spec-tacle c’est pareil, il est toujours enconstruction, chaque soir que je leprésente, il est différent, en fonctiondu public et de sa réaction. Avant derentrer sur scène, derrière le rideau,je suis nerveux, c’est comme sic’était, à chaque fois, la premièrefois. On se demande si cela va mar-cher… on ne sait pas… c’est pour celaqu’on est toujours en construction»dit l’humoriste.Il ne faut pas avoir peur, le chantierde José Cruz est bien protégé... encas de besoin, il fournira le casquede chantier, notamment au specta-teur qui sera nommé responsabledes travaux.

Les dates des spectacles de José Cruz déjà au programme:Paris: les samedis, à 21h30, auThéâtres Vers les Étoiles, à partird’octobreToulouse: les 17, 18 et 19 septembre,à 20h00, au café-théâtre Le CitronBleuCossé-le-Vivien: le dimanche 27septembre, à 20h00, au Festival LesEmbuscadesMandres-les-Roses: le 9 octobre, à20h30, au Gala Grande Nuit de l’Hu-mourLille: le 18 décembre, à 21h30, auThéâtre La Comédie de LilleThorigny: le 2 février, à 20h45, auThéâtre le MoustierStrasbourg: le 22 mai, à 20h30, auPavillon Joséphine

Par António Marrucho

Spectacle

16 septembre 2020

PUBMaria Teresachante Moustak iPor Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

Page 12: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

Le Portugal à la Fête de l’Amitié à RoubaixMalgré tout, certaines activités cultu-relles, associatives, reprennent. Ons’est posé des questions, toutefois laville de Roubaix a décidé d’organisercette fin de semaine des 5 et 6 sep-tembre, la 43ème édition de la Fête del’Amitié.Cela fait donc plus de 4 décenniesque cette ancienne capitale mondialede la laine met à l’honneur les nom-breuses populations venues d’ailleurset l’apport de celles-ci au sein de lavie municipale, sociale, culturelle etartistique.La grande fête annuelle de l’intercul-turalité organisée par le CRIC avec lesoutien de la Ville de Roubaix, pertur-bée par la crise sanitaire, a eu commeprogramme, en cette année 2020, un

grand repas-spectacle le samedi soirà la salle Watremez et des stands deventes et d’animations le dimanchesur le parvis du Musée la Piscine.Pendant le repas-spectacle il y avaitle choix entre plusieurs repas: le repasPortugal, à base de morue, le repasSénégal, avec yassa (riz, oignon, pou-let), le repas Maghreb, avec du cous-cous 3 viandes et le repas Pologne,avec une assiette de charcuterie po-lonaise et crudités, golabki (choufarci), suivi d’une trilogie de gâteauxpolonais.L’association choisie, cette année,pour animer la partie portugaise dela fête, a été «As Províncias du Portu-gal de Roubaix».Cette association a confectionné lemenu, a tenu un stand de produits dupays et a animé une partie de l’après-

midi, sur scène, avec ses chants tra-ditionnels du Portugal.La directrice du groupe, Guilhermina,a demandé au public de les disculper,si jamais le groupe exprimait une ouautre fausse note, cela fait 6 mois quele groupe ne s’entraîne pas.La reprise est donc là, pour quelques-unes des activités.Rencontrée sur l’un des 15 stands,Maria da Silva, du groupe «As Provín-cias Portuguesas de Croix», nous a in-diqué que les entraînements dugroupe qu’elle dirige commence-raient ce 11 septembre, toutefois letraditionnel repas de début d’au-tomne n’aura pas lieu, le nombre deconvives ayant été limités à 70. Cemême groupe espère organiser tou-tefois, courant octobre, une excursiondans la région de Champagne.

Par António Marrucho

Avec la participation de «As Províncias du Portugal de Roubaix»

16 septembre 2020

No dia 3 de setembro, pelas 20h00,iniciou o novo programa radiofónicosemanal transmitido em língua por-tuguesa e dedicado à Comunidadelusófona da região de Grenoble.É um programa cultural e musical,apresentado por uma equipa de ex-celentes animadores, em língua por-tuguesa e francesa. O programaRaízes Grenoble tem os seus estúdioslocalizados no 37 rue Aimé Pupin, emGrenoble, e será direcionado paratoda a Comunidade portuguesa e lu-sófona residente no departamentodo Isère, privilegiando sempre a mú-sica em língua portuguesa.O objetivo é dar continuidade aoprojeto Raízes, de Lyon, mitigando osentimento de nostalgia e facilitar aintegração dos cidadãos na socie-dade “grenobloise”, informando-ossobre o que acontece no país, mastambém na cidade em que moram.Para isso conta com a colaboração deuma equipa de cinco voluntários que,após o dia de trabalho, uma vez porsemana, dedicam duas horas à suapaixão, fazer rádio para os emigran-

tes como eles.Entrevistas a Portugueses da diás-pora e a outros que, não sendo lusó-fonos de origem, falam português, ounão, mas amam a cultura portu-guesa. Será “um formato de entrevis-tas e fórum de debate”, de modo apartilhar “percursos e vivências daportugalidade e da lusofonia, bemcomo de integração na sociedade deacolhimento e de cidadania partici-pativa nas associações, sejam elas

portuguesas, lusófonas ou francesas.As entrevistas serão feitas presen-cialmente ou via web de acordo comos regulamentos vigentes.Este programa vai para o ar todasas quintas-feiras, das 20h00 às22h00, em “horário nobre” comonos informa Roque da Cunha, oresponsável de Raízes em Greno-ble. “Agradecemos todo o apoioque tivemos desde o início desteprojeto com a rádio RKS, sendo esta

também uma radio associativa, sen-timos que já fazemos parte da famí-lia. Quero agradecer ao JérômeDescamps, Presidente, por teraceite o nosso projeto e a toda aequipa da RKS que nos fez sentir emcasa desde o primeiro dia” disse aoLusoJornal.“O projeto Raízes Grenoble teve a suaorigem numa proposta feita há cercade um ano pelo atual Presidente daAssociação Raízes, Carlos Moreira,também ele animador do pro-grama português em Lyon, que mepropôs aumentar a família Raízescriando uma equipa de forma a as-segurar um programa de rádioportuguês em Grenoble, cidadeonde vivo, à semelhança do pro-grama Raízes de Lyon” contaRoque da Cunha. “Como já tinhaesta paixão pela comunicação euma vez que animo festivais e fes-tas portuguesas como DJ, paramim foi uma enorme alegria e umsonho tornado realidade quando oCarlos me fez a proposta”.Desta equipa de voluntários fazemparte para além de Roque daCunha, animador e responsável de

comunicação, Philippe Graça natécnica, e nas vozes femininasCristina da Cunha, Paola Graça eAdriana Carocinho, todos eles re-sidentes na região de Grenoble.Todos os programas, uma vez rádio-difundidos, são disponibilizadosgratuitamente em formato de pod-cast através das redes sociais dadiáspora portuguesa e lusófona, emprol da expansão da língua e culturaportuguesas.O primeiro programa foi para o ar nodia 03 de setembro, em 97 FM, nasondas da estação rádio RKS. Trata-sede uma estação emissora que se de-fine modernizada e como tendoemissões em língua portuguesa efrancesa. O primeiro convidado doprograma foi Cátia Lopes, tambémela animadora de um programa derádio português na RKS, “En ModePortugal”.Na foto, da esquerda para a direita:Paola Graça, Adriana Carocinho, Cris-tina e Roque da Cunha e PhilippeGraça.

Contacto:[email protected]

Por Patrícia Guerreiro

Portugueses de Grenoble têm novo programa“Raízes” na rádio RKS

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LusoJornal / António Marrucho

Page 13: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

Parti de l’ASJ Soyaux cet été en direc-tion de Brest, Angeline da Costaconnaît des débuts compliqués avecson nouveau club. La milieu de ter-rain franco-portugaise s’est confiéeau LusoJornal sur son intégration etses ambitions après un nouveau re-vers de Brest face à la VGA Saint Maur(1-2).

Pour commencer, quel est votre sen-timent après cette défaite?C’est compliqué, on va dire. On avaitbeaucoup d’espoir sur ce match là,avec la volonté de se reprendre aprèsla défaite contre Metz la semainepassée. On mène, mais on perd le fildu match. On se prend des vagues,on gère mal leur temps fort et der-rière, on perd la maîtrise de la ren-contre. C’est dommage.

Votre Coach évoquait un manque demental, voire d’expérience, sur lagestion de cette fin de match. C’estvotre sentiment également?Oui, clairement. On n’a pas été en ca-pacité de garder le ballon, de l’exploi-

ter et de rester patientes. On n’estpas restées en bloc défensivement.Peut-être que l’on a cru avoir la vic-toire au bout des doigts et au final,quand on ne fait pas les effortsjusqu’au bout, ça nous échappe.

Vous vous attendiez à un début desaison aussi compliqué?Honnêtement non. Certes, je m’at-tendais à ce qu’au début, ce soit unpeu plus délicat, car il y a beaucoupde nouvelles joueuses. Donc il faut letemps d’apprendre à se connaître età jouer ensemble. Mais je pensaisqu’on allait réussir à prendre lespoints qu’il faut sur les matchs oùc’était attendu. Pour l’instant, ce n’estpas le cas.

Pour parler plus personnellement,comment se passe votre intégrationà Brest?Ça se passe très bien. Le groupe esttrès sain et ouvert d’esprit. J’ai ététrès bien accueillie, ce qui a facilitéaussi mon expression sur le terraincar je me sens bien dans le groupe.Je suis contente d’être venue à Brestcette saison.

Justement, pourquoi avoir fait cechoix de venir à Brest?J’étais à la recherche d’un projet D2pour avoir du temps de jeu. J’avais unrôle en D1 de joueuse de rotation quidevenait compliqué mentalement àgérer car j’en veux toujours plus.Donc j’avais envie de retrouver plusde temps de jeu en D2. C’est aussil’opportunité d’engranger plus d’ex-périence.

Dans l’idée, c’est la volonté de faireun pas de recul pour mieux reveniren D1?Clairement. Il y a des ambitions ausein du club donc on peut le faire col-lectivement. Et pour moi, ça peut mepermettre de m’exprimer en D2 pourpouvoir monter avec cette équipe etderrière jouer en D1 féminine.

Quels sont les ambitions cette saison,

aussi bien pour le club qu’à titre per-sonnel?Au niveau du club, ce serait de jouerla montée. Mais vu les deux défaites,on va peut-être prendre cette saisoncomme une saison de préparation etse dire que l’année prochaine ce seraune année clairement béton. Et indi-viduellement, c’est tout simplementprendre le maximum de temps de jeuet d’expérience. Il faut que je conti-nue d’apprendre pour améliorer mesperformances et pourquoi pas re-trouver la Sélection portugaise surles prochains mois.

Pour terminer sur la Sélection, la pre-mière liste de la saison est tombéesans votre nom à nouveau. La der-nière fois, il y avait encore une hési-tation entre la France et le Portugal.Aujourd’hui, les choses ont elleschangées?Oui, ça a évolué un petit peu dans matête. Je regarde les listes portugaiseset j’espère que ça viendra. C’est unjeu qui m’a vraiment plu et qui mecorrespond. Donc je travaille pourcela en continuant de prendre dutemps de jeu cette saison.

LUSOJORNAL DESPORTO 13

Associação Portuguesa de PelotaBasca foi criada em janeiro de 2013por Portugueses residentes em Fran-ça e praticantes deste desporto, etinha como objetivos principais, os dedivulgar esta modalidade em Portu-gal e também junto da Comunidadeportuguesa de França.André Pagaime, que aderiu à asso-ciação praticamente desde o início,é o atual Presidente da Direção, de-pois de ter sido Vice-Presidente nomandato anterior e, antes, Vogal daDireção.Numa entrevista ao LusoJornal, con-fessou que “por vezes nós, em Portu-gal, sentimos que estamos um poucoesquecidos e é sempre bom saberque há quem se preocupe connoscoe dê voz à associação”.Se a Pelota Basta é um desporto pra-ticamente desconhecido do grandepúblico em Portugal, André Pagaimelembra que a Pelota é um jogo tradi-cional português que existe há mui-tos anos. “Em Portugal talvez tenhamais de 100 anos de história, mas nãoera um desporto organizado”. Joga-seem algumas zonas da raia, da Guardaaté Freixo de Espada à Cinta, passandopor Almeida ou por Figueira de CasteloRodrigo. “Chama-se Pelota, mas temalgumas diferenças com a PelotaBasca, já que o campo está longe da-quilo que existe em França ou em Es-panha. Não é aquela parede com 30ou 36 metros, joga-se apenas comuma parede, inicialmente até era aparede da igreja porque era a maiorparede da aldeia, servia para baterbolas”.

Lusodescendentesorganizaram-seUm grupo de jogadores de PelotaBasca, em França, entre os quais Nel-son Saraiva - que reside na região deToulouse - Sandra Simão ou IlídioMartins, decidiram deitar mãos àobra e criaram a Associação Portu-guesa de Pelota Basca.Apesar da dificuldade de viverem emcidades diferentes, unia-os a paixãopor este desporto e as origens por-tuguesas. Depois juntaram-se a elesArmando Pereira - que chegou a serCampeão de França em “mão nua” -e outros praticantes com origem por-tuguesa.

Pouco a pouco surgiram os primei-ros clubes em Portugal. Nelson Sa-raiva, o Presidente fundador,desenvolveu um clube em Ourém,de onde é originário. Na Moita, oatual Presidente, André Pagaime,criou também um clube e hoje écertamente a localidade onde maisse pratica a Pelota Basca em Portu-gal. “Em Freixo de Espada à Cintatambém há um núcleo de jogadoresque já disputaram jogos oficiais,mas eles ainda não têm uma estru-tura de clube” explica André Pa-gaime.“O desporto não estava organizado,não havia clubes, havia competi-ções entre aldeias, por vezes poracasião das festas populares, era

algo similar à malha ou a outrosjogos tradicionais, mas nada orga-nizado” explica o Presidente daAPPB.A associação veio trazer alguma or-ganização da modalidade e hoje jáexistem Campeonatos nacionais,onde participam 2, 3 ou 4 equipas.Mas ainda não se trata de uma Fede-ração. “Como a nossa modalidadeainda não tem alguns parâmetros le-gais, legalmente é só uma associaçãoe não uma federação. Há pressupos-tos locais, tinha de haver clubes, as-sociações distritais e nós ainda nãotemos isso tudo. Mas na prática jásomos como uma federação”.

Competições internacionaisOs dirigentes sabem que quandoquerem ter atletas a disputar ascompetições internacionais, têm derecorrer aos Portugueses que estãoa competir em França “porque elesjogam desde os 6, 7, 8 anos, comcondições fantásticas, que auferemna prática do desporto em França”.A Associação Portuguesa de PelotaBasca identificou cerca de 20 joga-dores de bom nível em França. Al-guns estão inscritos em clubesfranceses, outros em clubes portu-gueses e até há aqueles que estãoinscritos nos dois clubes.A maior parte deles joga com fer-ramenta, embora em Portugal, porrazões de facilidade, joga-se es-sencialmente em ‘mãos nuas’.“Portugal escolheu a ‘mão nua’ poruma questão de ser mais simples.

Primeiro porque são razões mate-riais, depois porque já era aquilo quehavia enquanto jogo tradicional,mesmo se tem regras e métodos decontagem de pontos diferentes. É umjogo que nos permite jogar emmenos espaço” explica André Pa-gaime que também é “manista”. “Éum jogo muito doloroso, é preciso teruma grande capacidade de sofri-mento. Não conheço mais nenhumdesporto em que não se conseguetreinar mais do que uma vez por se-mana, porque não se aguenta maisdo que isso”.Portugal começa a participar emcompetições internacionais. O pró-prio André Pagaime já representouPortugal nos mundiais do México,há 4 anos. Este ano, a pandemia deCovid-17 impediu-o de participarnoutra competição internacional.Em outubro do ano passado, StevenMartins e Lucas Pereira representa-ram Portugal no Mundial de PelotaBasca que teve lugar em França,mais propriamente em OloronSainte Marie (64), e que o LusoJornalcobriu jornalisticamente.Cyprien Ducos, o vice-Presidente daassociação é também o Selecionadornacional e ocupa-se essencialmentedas modalidades com ferramentas.André Pagaime assiste-o para as mo-dalidades de “mãos nuas”.Identificar mais jogadores lusodes-cendentes em França é uma dasprioridades da Associação Portu-guesa de Pelota Basca, mas a outraprioridade é continuar a de promo-ver a modalidade em Portugal, naesperança que surjam mais clubese mais praticantes.

Por Carlos Pereira

Criada em janeiro de 2013 por praticantes residentes em França

16 septembre 2020

D2 Football Féminin - Angeline da Costa: «J’avais envie de retrouver plus de temps de jeu»Par Daniel Marques

Associação Portuguesa de Pelota Basca queridentificar praticantes em França

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Page 14: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

LUSOJORNAL14 DESPORTO

Après une belle victoire du côtéd’Epinal (2-0), les Lusitanos sonttombés pour la première fois de lasaison, face à Haguenau (1-2), lorsde la 5ème journée de National 2.Devenue l’équipe à battre de songroupe après avoir réussi de bellessorties face au GFC Ajaccio (1-1) etEpinal (2-0), les Lusitanos se sa-vaient attendus face à Haguenau.Face à une formation alsacienne enconfiance après deux victoiresconsécutives, les Saint-mauriensvoulaient valider les trois points ra-menés des Vosges. C’était sanscompter sur le FRH.Dès les premières minutes, Hague-nau attend les Lusitanos, bien or-ganisés et empêche Saint Maur dedévelopper son jeu. En attendantde se projeter en contre. Dans ses

cages, Ebede se montre attentif no-tamment sur des frappes de Maha-mat ou encore Kadded qui auraientméritées un meilleur sort. Mais à lafin de la première période, c’est Er-wann Madiri qui jette un frissondans Chéron avec un face à facemanqué face à Alexandre Bou-chard.

Boudjemaa EgaliseAvant la pause, la défense saint-maurienne qui avait déjà vu Traorésortir sur blessure, connaissait unnouveau coup du sort avec le chan-gement de Ba, blessé également.Mais il était dit que rien n’irait dansle sens des Lusitanos ce samedi.

A la 47ème minute, Quentin Bur hé-rite d’un ballon anodin à l’entrée dela surface. Ce dernier décide alorsde tenter sa chance d’une frappetravaillée qui va se loger sous labarre transversale d’AlexandreBouchard (0-1). Un coup dur quin’aura duré que quelques minutes.Bien lancé par Niakaté, Beziouenadresse un centre parfait pour latête de Boudjemaa qui égalise (1-1,55 min).Et alors que la domination de Saint-Maur se confirmait au fil des se-condes, c’est Haguenau quiprofitera d’un cadeau inespéré dela défense saint-maurienne pourvoir Zoumana Koné marquer dansle but vide après que Théo Klein aitéliminé le portier saint-maurienvenu à sa rencontre (1-2, 73 min).

Derrière, les Lusitanos tenteront derevenir, sans succès. La défaite 2-1parait injuste au regard des occa-sions concédées.A l’image de sa dernière venue àChéron, en février dernier (1-0), Ha-guenau a connu le maximum deréussite. «On était dans une bonnedynamique, analysait Azrack Maha-mat après la rencontre. On a étéfreiné par une contre-performanceque l’on ne souhaitait. J’aurais pré-féré la connaître le plus tard possi-ble. Cela a été fait ce week-end. Çane remet pas en cause notre débutde saison. Il faudra en tirer lesconclusions cette semaine. Ciblerles points à s’améliorer et les corri-ger rapidement. Même si c’est unecontre-performance, il y a du bon àretenir. La semaine passée, contre

Ajaccio, le scénario nous avait frus-tré. C’était un point au goût de dé-faite. Mais en allant à Epinal et engagnant là-bas, ce point était aufinal positif. On avait su réagir. Do-rénavant, j’espère que l’on fera dèsle prochain match. On sait qu’il fautencore s’améliorer, la saison n’estpas terminée».Cette victoire du FRH permet auxAlsaciens de revenir au classementà hauteur des Lusitanos, avec 10points. Ils sont désormais trois àpartager la première place duGroupe B puisque, c’est Lens quioccupe la tête après sa victoire àl’Entente SSG (2-1).Prochain déplacement à Belfort, sa-medi prochain, pour les Lusitanosqui feront tout pour réagir face àl’ASM.

Par Eric Mendes

Football / National 2

16 septembre 2020

Après plusieurs visites aux associa-tions sportives portugaises et réu-nions avec des Maires et ou Adjointsaux Maires de plusieurs villes de lagrande région les Hauts-de-France,c’est à la Casa do Benfica de Tour-coing que tous se sont retrouvés àmidi de ce vendredi 11 septembrepour faire avancer le projet fédéra-teur de Bruno Cavaco, Consul Hono-raire du Portugal à Lille. L’idée étant,d’organiser un Tournoi de footballavec des équipes portugaises desHauts-de-France.Le repas/réunion s’est tenue dansla bonne humeur sans esprit clu-biste. Étaient présentes différentesassociations ainsi que plusieurs Ad-joints aux Maires des villes qui vontenvoyer une équipe au Tournoi.Tous sont tombés d’accord pourl’organisation du premier tournoisdes associations portugaises desHauts-de-France. La date a été fixéeaux 3 et 4 juillet 2021.Seront présentes huit équipes enreprésentation des associations de

Saint Quentin, Cambrai, Amiens,Roubaix, Tourcoing, Beauvais, Com-piègne et il y aura une équipe pluscosmopolite avec des représentantsde Croix, Saint André et autres villes.

La première édition de cet échangeaura lieu à Saint Quentin. Cela vaêtre également l’occasion d’unegrande fête portugaise avec la pré-sence de groupes folkloriques,

vente de produits et un projet d’ex-position est à l’étude.C’est encore loin, toutefois pourune première, il vaut mieux prévoirà l’avance. Organiser un tel événe-

ment, surtout quand c’est une pre-mière, ce n’est pas anodin. Il fautdemander des autorisations à dif-férents niveaux, trouver des spon-sors...Pour Bruno Cavaco, avoir réussi àréunir tout ce beau monde c’estdéjà une belle victoire. «Quellefierté pour un Consul de réunir l’en-semble des clubs portugais defootball de deux anciennes régions(Picardie, Nord-Pas de Calais) dansle temple Casa do Benfica de Tour-coing - qu’ils soient supporters duFC Porto, Sporting, Benfica - autourde plusieurs Adjoints au sport, pourle premier Tournoi Hauts-de-Francede football qui se tiendra, en 2021,à Saint-Quentin».«Quel beau message également detolérance sportive et d’amitié de laCommunauté portugaise desHauts-de-France dans ce contextenational et international si particu-lier» complète Bruno Cavaco au Lu-soJornal.Une prochaine réunion aura lieu le15 novembre, pour faire le point surles avancées du projet.

Par António Marrucho

US Lusitanos 1-2 FR HaguenauMi-temps : 0-0Stade Chéron, 300 spectateursArbitre : M. BousquetButs : US Lusitanos: Boudjemaa (55min); FR Haguenau: Bur (47 min) etKoné (73 min)Avertissements : Lusitanos: Niakaté(70 min), Viegas (72 min), Beziouen(77 min)US Lusitanos : Bouchard; Traoré (Be-ziouen, 32 min), Ba (Niakaté, 46 min),Viegas (Cap.), Dexet; Mahamat, Be-libi; Goncalves, Boudjemaa, Kadded(Sylla, 71 min); Etshimi. Entraîneur:Ronald ZiziFR Haguenau : Ebede (Cap.); K.Bel-lhacene, Parpeix, Sherer, Rosenfel-der; Bur (Ouedraogo, 87 min), R.Bellhacene, Madiri; Dembélé (Klein,63 min), Onwuzurumba (Koné, 55min), Hintenoch. Entraîneur: CédricDeubel

Le premier Tournoi de football des associationsportugaises des Hauts-de-France est sur les rails

Haguenau surprend les Lusitanos de Saint Maur

LusoJornal / António Borga

Page 15: Edition nº 407 | Série II, du 16 septembre 2020 GRATUIT

LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

Mais vale tardeque nuncaComo nos sentiríamos se tivés-semos vindimado um dia inteiroao Sol e víssemos outros, queapenas trabalharam uma hori-nha, receberem um salário igualao nosso? Provavelmente ficáva-mos de mau humor e até nossentíamos um pouco injustiça-dos. Pois bem, no Evangelho dopróximo domingo, dia 20, escuta-remos o que Jesus tem a dizersobre esta situação e, provavel-mente, ficaremos bem surpreen-didos com o que Ele diz: «Se opatrão não faltou à palavra como que vos prometeu, que vos im-porta se depois decide ser gene-roso com os outros?». Com estaparábola da vinha, Jesus quermostrar-nos a nova lógica doReino de Deus e, para sublinharo quanto ela é diferente da ló-gica dos homens, ainda acres-centa: «os últimos serão osprimeiros e os primeiros serãoos últimos».Quem trabalha na vinha (noReino, na Igreja…) não pode in-vejar os trabalhadores da últimahora! Não pode pensar assim:«se eu soubesse, também sóaparecia no final do dia». Issoseria sermos hipócritas, pois umcristão não pode secretamentecobiçar uma vida sem Deus. Ouserá que a nossa fé é apenas umpeso necessário, que suporta-mos com fadiga, para que o pa-raíso não nos escape? Que coisatão triste…Trabalhar na vinha do Senhor éum projeto exigente (sem dú-vida!) mas é um compromissoque enche o coração, transformaa própria mente e dá sentido àsnossas vidas. E quando alguémdescobre a beleza da vocaçãocristã (mesmo que seja à últimahora…) não podemos não nosalegrar. É como diz a nossa gente:mais vale tarde que nunca.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Sanctuaire de Notre-Dame de Fátima-Marie-MédiatriceSábado às 19h00 e Domingo às 11h00

Après 6 mois d’arrêt à cause de laCovid-19, le Championnat deFrance de Futsal a repris ce week-end.Pendant cette interruption, si lesparquets ont été désertés, leschoses ont bougé en coulisse. Toutd’abord, suite à la réclamation deplusieurs clubs, les 2 premiersclassés lors de l’arrêt du Cham-pionnat ont été pénalisés de plu-sieurs points pour avoir faitcoacher à plusieurs reprises leuréquipe par un entraîneur non di-plômé. En conséquence, le Spor-ting Club de Paris, initialementclassé 3ème (à 13 points du 1er età 5 points du 2ème) termine fina-lement 2ème à 5 points d’Accs.Ensuite, on a assisté à un renou-vellement important au sein del’effectif sportif. En effet, pas moinsde 5 joueurs majeurs ont quitté leclub de la capitale à l’intersaison(Camara, Ségura, Soares, N’Dukutaet Tchapchet). Pour les remplaceret pour tenter de s’opposer à l’ogreAccs Asnières Villeneuve 92, le staffa recruté 5 joueurs expérimentéset habitués aux joutes internatio-nales: Haroun (ex-Garges, interna-tional français), Aigoun, Ba etSoumaré (ex-Kremlin Bicêtre, in-ternationaux français) et Barboza(ex-Orchies, international italien).A noter le retour à Carpentier de 2anciens de la maison verte Haroun(6 saisons entre 2011-2017) et Bar-boza (2 saisons entre2011 et 2013).Le Sporting Club de Paris a com-mencé la préparation de cettenouvelle saison par un stage in-tensif du 20 au 26 août à Pocé-sur-Cisse. Hébergés dans uncadre idyllique mis à leur dispo-sition par la Fondation Action En-fance, partenaire du club, etprofitant du gymnase communalmis à leur entière disposition parla Mairie, les joueurs ont travaillédur pour aborder au mieux cettesaison. Contrarié par la crise sa-nitaire, le calendrier des matchsamicaux a été perturbé et le clubn’a pu jouer que 3 des matchesenvisagés (Blois, Accs et Kinger-sheim).Maintenant, place au Championnatqui, sauf accident, ne devrait paséchapper à Accs Asnières Ville-neuve 92 qui avec le recrutementde stars mondiales (Ricardhino,Humberto, Ortiz et Coelho) fait of-fice de favori indéniable. Mais,dans une saison sportive toutpeut arriver et le Sporting Club deParis compte bien défendre seschances. Pour la régularité de lacompétition, il faut espérer que lacrise sanitaire ne vienne pas arbi-trer et perturber la régularité duChampionnat et de la Coupe Na-tionale.

Victoire face à Garges DjibsonPour son premier match de la saison2020-2021, le Sporting Club de Parisaccueillait son voisin francilien deGarges Djibson. Pour cette rencontre,les Parisiens se présentaient privésde 5 joueurs importants: les brési-liens Caio et Peterson, Aigoun, Chau-let et Teffaf. Deux jeunes prometteursissus de l’Académie du club, Koné etDoualla, faisaient leur apparitiondans le groupe.Les matchs entre ces 2 équipes sontgénéralement très disputés et trèsserrés. Le déroulement de la pre-mière mi-temps l’a bien confirmé. Lescore de 1-0 en faveur des Parisiensà l’issue de cette période semblait leconfirmer, mais il faut noter que Lo-koka, le gardien gargeois, à tout(bien) fait pour retarder l’échéance. Ilne doit s’incliner qu’à la 19ème mi-nute que sur un centre de Barbozadétourné par un de ses coéquipiers(Mendy) dans son but.Jusqu’à cet instant, les nombreusesoccasions de Soumaré, Teixeira, Bar-boza, Saadaoui ou encore Ba avaienttoutes été annihilées par Lokoka.Appliqué et produisant un jeu vif etrapide, le Sporting Club de Parisprend peu à peu le dessus sur Gargesqui, néanmoins, ne manque pas d’in-quiéter Haroun dès que les rarespossibilités se présentent.Ainsi, entré sur le parquet à la 6èmeminutes, Coulibaly sur son premierballon trouve le poteau gauche pari-sien. A l’instar de son coéquipier enéquipe de France, le gardien parisienfait état de sa classe à plusieurs re-prises, devant Guirio, Mendy ou Zou-bir. A la 18ème minute, fauché dansla surface de réparation, Fabricio bé-néficie d’un pénalty qu’il se charge detirer. Mais Lokoka se couche bien sursa gauche et repousse le ballon.Dès la reprise du match, les Parisiensvont prendre rapidement le large eninscrivant 3 buts en 3 minutes sur 3corners. Lokoka, délaissé par sa dé-fense sur ces coups de pieds arrêtésne peut que constater les dégâts.C’est d’abord Fabricio qui s’offre undoublé en reprenant de volée un cor-ner (21 min), puis en étant seul à laréception à 3 mètres du gardien d’uncorner tiré par Barboza (22 min). Lecorner suivant envoyé par Ba est re-pris victorieusement par Barboza (23min).Menés 4-0, Garges semble KO offrant

de nouvelles opportunités aux Pari-siens qui n’en profitent pas (à la24ème minute, Ba, trop gourmand,manque une occasion de deuxcontre un en oubliant Soumaré tota-lement démarqué sur sa gauche).Avec cette avance conséquente etavec la main mise sur la rencontre, leSporting Club de Paris se déconcen-tre inconsciemment et permet àGarges de reprendre le jeu à soncompte. Pendant ce temps faibleparisien, Zoubir trompe de près Ha-roun à la 25ème minute (4-1).Le jeu finit par s’équilibrer quelquesminutes, les joueurs des 2 équipesayant besoin de souffler car la pres-tation produite a nécessité des ef-forts importants pour ce match dereprise.Après ce moment de relative accal-mie, le Sporting Club de Paris reprendsa marche en avant et à la 30ème mi-nute, sur une action rapide et 3touches de balles (interception de Ba,relais avec Saadaoui pour Teixeira), leCapitaine parisien, décalé sur ladroite, ajuste Lokoka (5-1).Les Gargeois n’abdiquent pas et à la32ème minute, Guirio permet à sonéquipe de réduire le score en bat-tant de près Haroun (5-2).Omniprésent sur le terrain, Ba estrécompensé de ses efforts en inscri-vant un but à la suite d’une succes-sion d’une-deux avec Fabricio (6-2,35 min).Passé en power play, Garges mettraà contribution Haroun, mais ce der-nier restera intraitable. Alors qu’ilreste 21 secondes à jouer, bénéfi-ciant d’un tir à 10 mètres pour unesixième faute commise par les Pari-siens, Bourhis expédie la ballon àcôté du but d’Haroun figeant lescore à 6-2 en faveur du SportingClub de Paris.

SélectionneurPierre Jacky dans la tribuneLa tribune public, dont la capacitéavait été sciemment réduite de moi-tié par les organisateurs pour causede Covid-19 (occasionnant de nom-breux mécontents restés massésaux portes d’entrée) a assisté à untrès bon match de futsal surtoutqu’il s’agissait d’un match de repriseet que l’état physique des joueursn’était pas à son maximum. Si la vic-toire du Sporting Club de Paris estbelle et ne souffre pas de contesta-tion, il faut féliciter les gargeois pourl’opposition apportée. De par leursencouragements et leurs applaudis-sements, les supporters ont validéle recrutement de qualité et oppor-tun réalisé et rêvent déjà grandeschoses pour le club… surtout qu’ilmanquait la moitié de l’effectif sa-medi!Pour cause de trêve internationale,la prochaine journée se déroulera lesamedi 27 septembre et le SportingClub de Paris ira affronter NantesMétropole défait lourdement à do-micile (0-6) par Accs Asnières Ville-neuve 92. Un bon résultat en terreligérienne permettrait d’aborder se-reinement la 3ème journée avec laréception le 03 octobre de l’ogreAccs…Enfin, Pierre Jacky, sélectionneur del’équipe nationale de futsal, présentdans la tribune, a dû être satisfaitde la très bonne prestation desjoueurs (Haroun, Ba, Soumaré et Lo-koka) qu’il a retenu pour la doubleconfrontation amicale contre laMoldavie les 20 et 21 septembre, àOrléans.

Par RDAN

Futsal

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16 septembre 2020

Sporting Club de Paris 6-2 Garges Djibson Buteurs : Sporting Club Paris: Fabri-cio (2), Barboza, Teixeira, Ba etMendy (CSC). Garges Djibson: Zoubiret Guirio

Beau début de Championnat pour leSporting Club de Paris

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