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Periódico de comunicacäo da Associação Brasileira /Bp/~F' de Psicoterapia e Medicina Comportamental EDITORIAL Temos sido procurados insistenternente para duas solicitaçOes: saber onde existe curso de forrnacâo de terapeutas comportamentais e como encontrar terapeutas corn orientacAo comportarnental em inUmeras cidades do pals. Em relaçao ao primeiro item a situaçAo é larnentAvel: nao hA instituiçöes universitArias tomando a iniciativa de aprofundar seriamente a forrnaçAo de terapeutas comportamentais. Alguns cursos de Pos-Graduacao tern dado alguma contribuiçAo significativa, oferecendo cursos na Area de Terapia Comportamental, mas não é 0 objetivo da Pós forrnar terapeutas. Como tal, a lacuna permanece. Por outro lado, instituiçOes privadas tern, aqui e all, oferecido cursos também isolados, mais voltados a aprendizagem de técnicas comportamentais. E uma contribuiçao, porérn de alcance restrito. Isso sem falar que os alunos tern se graduado corn discutivel forrnacão cientifica e corn poucos conhecirnentos de AnAlise do Cornportamento. Essa falha nAo Ihes permite sentiremse firmernente apoiados metodologica e conceitualmente para se engajarem na Ardua tarefa de aplicaçAo. Sem urn born dominio da metodologia e dos conceitos a atuaçAo prAtica fica lirnitada e pode ser, inclusive, perigosa. 0 lado positivo da questAo é que as pessoas não estAo alheias aos problemas de uma boa formaçAo. Faltam-Ihes oportunidades concretas para aprender. Nossa contribuiçao consistirá, nurn primeiro momento, propiciar no IV Encontro a oportunidade de se discutir este importantissirno problema da Area. N°7 Maio/1 995 0 segundo problerna pode ser, prelirninarmente, equacionado corn urn levantamento sistemAtico de dados. Solicitamos, assim, que os terapeutas comportamentais sócios se cadastrem junto a AssociacAo. Escrevam-nos dizendo onde estAo trabalhando e qual sua Area de atuaçao. A Associaçao corn esse cadastro pode melhor orientar os interessados sobre quem estA onde, fazendo o que? E claro, que isso nao significa que estamos assumindo responsabilidade, nem endossando o trabalho de nenhum profissional. NAo temos critérios para isso. No Ciltimo Encontro, a Assembléia considerou prernatura a certificacão formal, por parte da AssociaçAo, dos Terapeutas Cornportarnentais no Brash. Diante disso, nosso objetivo é tao sornente divulgar, quando solicitados. os nornes, enderecos e Area de atuaçao dos profissionais sócios cadastrados. Iroessor Robert J. kolileiiberg Convidarnos o professor Kohlenberg da University of Washington, Seattle, para participar do IV Encontro anual a ser realizado no próximo mês de setembro. Na óltima semana de rnaio ele confhrmou sua vinda. 0 prof. Kohlenberg tern relevantes contribuicOes na Areas de pesquisa e aplicaçAo clinica e sua Area de atuacAo é charnada Functional Analytic Psychotherapy (FAP). Sua programaçAo no Brasil incluirA urn curso de 6 horas a ser rninistrado na 4a. feira (dia 20 de setembro) e 5a. feira (21 de setembro) e uma palestra no Encontro. No próximo nümero do Boletim darernos mais informacôes sobre FAP. IV Encontro será em setembro em Campinas Estamos nos preparando para o IV Encontro anual que será realizado no més de setembro nos dias 22 (68 feira), 23 (sAbado) e 24 (domingo) em Carnpinas. A novidade mais importante serA a inclusão de cursos a serern realizados nos dois dias que antecedem o Encontro: 4a. feira (dia 20) e 58 feira (dia 21). JA estão confirmados os cursos corn o Professor Murray Sidrnan sobre Coercao e suas lmplicaçoes e corn o Professor Robert J. Kohlenberg sobre Psicoterapia Analitica Funcional (FAP). Ambos terão duracão de 6 horas (3h. cada Diretoria Presidente: FIélio José Guithardi Vice Presidente: Maria Luisa Guedes Primeiro Secretário: André Luis Jonas Segundo Secretário: Maly Delitti Terceiro Secretário: Roberto Alves Banaco Primeiro Tesoureiro: Maria Beatriz Barbosa Pinho Macli Segundo Tesoureiro: Laiz Helena de Souza Ferreira

EDITORIAL - Associação Brasileira de Psicologia e ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/146005639183d5bf62f.pdf · traduzidos e os inSCritos receberão certificado de participaçao

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Periódico de comunicacäo da Associação Brasileira

/Bp/~F' de Psicoterapia e Medicina Comportamental

EDITORIAL Temos sido procurados insistenternente para duas

solicitaçOes: saber onde existe curso de forrnacâo de terapeutas comportamentais e como encontrar terapeutas corn orientacAo comportarnental em inUmeras cidades do pals.

Em relaçao ao primeiro item a situaçAo é larnentAvel: nao hA instituiçöes universitArias tomando a iniciativa de aprofundar seriamente a forrnaçAo de terapeutas comportamentais. Alguns cursos de Pos-Graduacao tern dado alguma contribuiçAo significativa, oferecendo cursos na Area de Terapia Comportamental, mas não é 0 objetivo da Pós

forrnar terapeutas. Como tal, a lacuna permanece. Por outro lado, instituiçOes privadas tern, aqui e all, oferecido cursos também isolados, mais voltados a aprendizagem de técnicas

comportamentais. E uma contribuiçao, porérn de alcance restrito. Isso sem falar que os alunos tern se graduado corn discutivel forrnacão cientifica e corn poucos conhecirnentos de AnAlise do Cornportamento. Essa falha nAo Ihes permite sentiremse firmernente apoiados metodologica e conceitualmente para se engajarem na Ardua tarefa de aplicaçAo. Sem urn born dominio da metodologia e dos conceitos a atuaçAo prAtica fica lirnitada e pode ser, inclusive, perigosa. 0 lado positivo da questAo é que as pessoas não estAo alheias aos problemas de uma boa formaçAo. Faltam-Ihes oportunidades concretas para aprender. Nossa contribuiçao consistirá, nurn primeiro momento, propiciar no IV Encontro a oportunidade de se discutir este importantissirno problema da Area.

N°7 Maio/1 995

0 segundo problerna pode ser, prelirninarmente, equacionado corn urn levantamento sistemAtico de dados. Solicitamos, assim, que os terapeutas comportamentais sócios se cadastrem junto a AssociacAo. Escrevam-nos dizendo onde estAo trabalhando e qual sua Area de atuaçao. A Associaçao corn esse cadastro pode melhor orientar os interessados sobre quem estA onde, fazendo o que? E claro,

que isso nao significa que estamos assumindo responsabilidade, nem endossando o trabalho de nenhum profissional. NAo temos critérios para isso. No Ciltimo Encontro, a Assembléia considerou prernatura a certificacão formal, por parte da AssociaçAo, dos Terapeutas Cornportarnentais no Brash. Diante disso, nosso objetivo é tao sornente divulgar, quando solicitados. os nornes, enderecos e Area de atuaçao dos profissionais sócios cadastrados.

Iroessor Robert J. kolileiiberg

Convidarnos o professor Kohlenberg da University of Washington, Seattle, para participar do IV Encontro anual a ser realizado no próximo mês de setembro. Na óltima semana de rnaio ele confhrmou sua vinda.

0 prof. Kohlenberg tern relevantes contribuicOes na Areas de pesquisa e aplicaçAo clinica e sua Area de atuacAo é charnada Functional Analytic Psychotherapy (FAP). Sua programaçAo no Brasil incluirA urn curso de 6 horas a ser rninistrado na 4a. feira (dia 20 de setembro) e 5a. feira (21 de setembro) e uma palestra no Encontro. No próximo nümero do Boletim darernos mais informacôes sobre FAP.

IV Encontro será em setembro em Campinas

Estamos nos preparando para o IV Encontro anual que será realizado no més de setembro nos dias 22 (68 feira), 23

(sAbado) e 24 (domingo) em Carnpinas. A novidade mais importante serA a inclusão de cursos a serern realizados nos dois dias que antecedem o Encontro: 4a. feira (dia 20) e 58

feira (dia 21). JA estão confirmados os cursos corn o Professor Murray Sidrnan sobre Coercao e suas lmplicaçoes e corn o Professor Robert J. Kohlenberg sobre Psicoterapia Analitica Funcional (FAP). Ambos terão duracão de 6 horas (3h. cada

Diretoria

Presidente: FIélio José Guithardi Vice Presidente: Maria Luisa Guedes Primeiro Secretário: André Luis Jonas

Segundo Secretário: Maly Delitti Terceiro Secretário: Roberto Alves Banaco

Primeiro Tesoureiro: Maria Beatriz Barbosa Pinho Macli Segundo Tesoureiro: Laiz Helena de Souza Ferreira

INFORMATIVO ABPMC

dia). As inscricôes para os cursos serão feitas independentemente das do Encontro. Os cursos serâo traduzidos e os inSCritos receberão certificado de participaçao. No próximo Boletim pretendemos apresentar a programaçao cornpleta do IV Encontro e instruçoes para inscriçâo.

Coerção e suas Irnplicaçoes

Esse é o titulo de urn dos Iivros mais recentes do prof. Murray Sidman que trata do controe aversivo em nossa sodedade de uma perspectiva comportamental. 0 Iivro ja está traduzido pelas Dras. Teresa Maria Pires S6ric, e Maria Arnália Abib Andery e entregue a Editora. 0 Iançamento do Iivro está previsto para o IV Encontro corn uma noite de autOgrafos corn o Prof. Sidman. Uma vez que a Associação ê uma das patrocinadoras deste Iançamento, a Editora fará urn preço especial de lançamento para os inscritos no Encontro que quiserem adquirir o livro, bern como para nossos Associados.

Sócios da ABPMC

Desde quando recebemos a ABPMC, em abril de 1994, temos procurado ampliar o nümero de sôcios e manter atualizado o cadastro. Segue-se abaixo a relaçao dos sócios quites corn a Associaçao e sôcios que devem regularizar sua situaçâo.

Para saber qual a sua situaç.ão perante a ABPMC, venflque em qual das listas abaixo relacionadas se encontra o seu nCirnero. 0 seu nUmero é aquele que consta, na sua etiqueta de enderecamento, no canto superior direito.

Sócios corn situacao completamente regularizada

(secretaria e tesouraria): 1 - 2 - 3 - 6 - 9 - 50 - 52 - 71 - 381 - 392 - 395 - 849 - 1108 - 1181 - 1218 - 1220- 1263-1277- 1384- 1585- 1637-1653- 1746-1860- 1861 -1867-1871.

Sócios corn situacao incompleta

(secretaria e/ou tesouraria): 10- 12 - 13- 18 -20 - 21 - 23-25-34-35-40-42-50-51-52-53-54-59-60- 61-64-65-68-70-71-75-77-82-90-94-98-110-

122-123-124-137-154-157-160-173-180-181-182-187-189-190-191-198-206-216-232-234-265-252-285-288-292-293-296-321 - 328 - 330 - 332 - 333 - 338 - 345 - 347 - 348 - 354 - 364 - 365 - 369 - 383 - 387 - 397 - 421 - 422-431 - 432 - 433 - 449 - 462 - 463 - 468 - 469 - 479 - 482 - 485 - 487 - 491 - 511 - 512 - 517 - 518 - 519 - 524 - 736 - 737 - 838 - 846 - 850 - 851 - 852 - 854 - 863 - 866 - 867 - 895 - 906-938 - 996 - 1000 - 1005 - 1020 - 1021 - 1034 - 1080 - 1095 - 1099-1108 - 1167 - 1170 - 1178 - 1194 - 1217 - 1220 - 1224 - 1228 - 1232 - 1245 - 1247 - 1258 - 1266 - 1275 - 1278 - 1366 - 1367 - 1368 - 1485 - 1604 - 1605 - 1610 - 1611 - 1625 - 1645 - 1648 - 1678 - 1679 - 1680 - 1687 - 1688 - 1696 - 1702 - 1710 - 1716 - 1751 - 1752 - 1755 - 1777 - 1778 - 1779 - 1780 - 1793 - 1795 - 1856 - 1857 - 1858 - 1866 - 1874.

Para quaisquer esciarecimentos, entre em contato corn nossa secretária Aria por telefone (0192) 53-6612, de 21 a 6

feira das 8 as 14 horas.

Boletins da ABPMC

Ternos enviado os Boletins da Associaçao a todos os sócios e participantes do H e III Encontros. A partir do próxirno nUmero, no entanto, deixaremos de enviar os Boletins aos nào sócios. Desta forma, o fato de você ter recebido os Ultimos Boletins não significa que sua filiacao a Associação esteja regulanzada. Verifique se seu nome consta da relacão de sácios e, se necessário, entre em contato corn nossa secretária Ana pelo telefone (0192) 53-6833. Prestigie a ABPMC se inscrevendo como sôcio. Colabore corn seu crescimento divulgando-a e sugerindo aos interessados que se associern. Para se filiar envie os dados da ficha cadastral:

Juntamente corn a ficha cadastral envie cheque nominal a ABPMC no valor de 50,00 reais caso seja profissional ou 25,00 reais caso seja estudante (Obs.: estudantes de pôs-graduaçâo deverão pagar como profissionais). Nosso endereço:

ABPMC Rua Sampainho, 73- CAMPINAS - SP - CEP: 13.025-300

FONE: (0192) 53-6833 - FAX: (0192) 53-6612 E-Mail: [email protected]

ABPMC - ASSOCL4çAO BRA SILEIRA . FICHA DE

ABP4/C

DE PSICOTERAPIA E MEDICINA COMPORTAMENTAL

. . . .

INSCRIAO

Nome:

Endereço p/ correspondéncia:_____________________________________________________________________________

Cidade Estado: CEP: Telefone (Res.) ( ) Telefone (Corn.) lnstituiçâo:

t1 Profissional U Estudante U Psicologia U Medicina

N17 ma,o/1 995

INFORMATIVO ABPMC

Eleicóes para o próximo biênio

0 mandato da atual Diretona pelos Estatutos vence em novembro. A eleicão deve ser realizada em outubro. Pretendemos na Assembléia da Associao, que deve acontecer durante o IV Encontro, apresentar as chapas que concorrerão para dirigir nossa Assodação em 96-97. Solidtamos aos interessados que iniciem seus contatos e se organizem para apresentar os candidatos oportunamente. A condicao para ser candidato é ser socio regularmente inscrito na ABPMC.

Sociedade Brasileira ile Sexualidade flumana (SHRISU)

Recebernos da SBRASH sua publicaçao INDEX BRASILEIRO DE SEXUALIDADE preparada pelos editores Oswaldo Rodrigues Jr. e Amparo Caridade. Trata-se de urn penódico publicado quadnmestralmente corn objetivo de sumanar e comentar as publicaçôes, em lingua portuguesa, sobre sexualidade. 0 INDEX traz tambérn a relaçao de cursos de sexualidade humana, bern como de palestras, promovidos pelo Instituto H. Ellis. Os interessados devem escrever para a SBRAS Avenida Bem-te-vi, 333 - Cj. 81 - São Paulo - SP - CEP: 04525-909.

Publicacoes Itecentes (en. inglés)

Religion and Human Behavior - W. N.' Schoenfeld questiona porque a Análise de Comportarnento tern negligenciado esta preocupação que atravessa séculos e tern inquietado centenas de milhôes de pessoas. Ete rnostra que a prática cientifica é vulnerável a muitas das mesmas criticas que se aplicam a crença religiosa. US$16.95, 206 pp.

Radical Behaviorism: the Philosophy and the Science - Mecca Chiesa mostra que o Behaviorismo Radical tern urna visao completamente distinta do objeto de estudo da Psicologia - bastante distinta do Behaviorismo clâssico. 0 Behaviorismo Radical pertence a urna filosofla de tradição cientifica que explicitamente rejeita interpretaçôes mecanicistas dos fenômenos naturais. US$16.95. 241 pp.

Equivalence Relations and Behavior: a Research Story - Murray Sidrnan conta a história de 25 anos de pesquisa: relaçOes de equivalencia e comportarnento, como corneçou e para onde está indo? Relaçôes de equivaléncia e cognicão; as bases para a classiflcação e categonzação de componentes fisicamentes não relacionados. US$23.95, 606 pp.

Videotape: Eve Segal entrevista B. F. Skinner sobre Behaviorismo and Verbal Behavior nurna gravação de 80 minutos. US$75.00.

Os interessados devern escrever para:

AUTHORS COOPERATIVE, INC. PUBLISHERS P.O. BOX 990053- BOSTON, MASS. 02 199-0053

* (acrescente US$12.00 por item para custos de remessa por via aérea)

Associacão Brasileira para o Estudo da Impotência (ABEl)

Acusamos 0 recebimento do Boletim oficial da ABEl. No próximo més de agosto dias 18 e 19, a ABEl estará promovendo o III Congresso Brasileiro sobre Impotoncia Sexual em São Paulo. lnforrnaçoes podem ser obtidas corn Dr. Geraldo Faria: fax(0195) 34-0331 e tone (0195) 34-2211 ou 34-2913. Vagas limitadas. Os interessados em receber o Boletim da ABEl ou em enviar alguma colaboraçao devem escrever para a ABEIHOJE: Rua Heitor de Morais, 61 - CEP 01237-000 São Paulo, SP, fax (011) 864-1805.

Nücleo de Psicotenapua Cognitiva ile São Paulo

Estará realizando em novembro deste ano sua 2a. Jornada e estamos anexando urn prospecto corn detalhes do evento. Nossos associados e leitores estão convidados a participarern da 2a Jornada, bern como a apresentar trabalhos. Endereco para contato: Rua Coronel José Dionisio Gouvela, 16 - V. Clementino - CEP: 04026-060 - SP - tel:(011)5717019/5748084; fax (011) 574-8470.

TEMAS PREVISTOS PARA OIVENCONTRO

PR0cRAsTINAçA0: ADIAMENTO DE TAREFAS

EVENTOS PR! VADOS NUMA CIENCIA DO COMPORTAMENTO

PS/CO TERAPIA E CIENCIA

DEPENDENCIA DE DROGAS E DOENAS MENTAIS

VAR/A çAO E sELEçA0: POSSIBILIDADES DE COMPREENSAO DO COMPORTAMENTO HUMANO

IDE/AS DE SKINNER NA CL/N/CA

PSICOLOGO NO HOSPITAL GERAL

FORMAçAO DO TERAPEUTA COMPORTAMENTAL

COMPORTAMENTO E SAL2DE

CA SOS CL1NICOS DE TERAPIA COMPORTAMENTAL: ADULTOS E CRIANAS

PRATICA DA TERAPIA COGNIT/VA-COMPORTAMENTAL

IDOSOS DE ALTA DEPENDENCIA

TECN!CAS COMPORTAMENTAIS COM H/PER TENSOS, DIABETICOS E PESSOAS ANSIOSAS

TERAPIA SEXUAL. coNcErruAçAo E TRA TAMENTO

PARAD/GMA DE EQUIVALENCIA: CONCE/TO E APL1cAçOEs

DEPENDENCIA DE DROGRAS: ALCOOL, COCAIP EN/COT/NA

TERAPIA COMPORTAMENTAL COM GRUPOS

N°7 maio/1 995

INFORMATIVO ABPMC

Curso de Especializacão em Terapia Coniportamenlal

A FARFI, Faculdade Riopretense, realiza urn curso de especializaçao sob a coordenaç.ao das psicologas M. Cristina 0. S. Miyazak e Neide A. Micelli Domingos. 0 curso teve inicio no més de maio e deverá se estender por uma ano. As pessoas interessadas em maiores informaçôes podem escrever a secretaria da FARFI, Rua Ipiranga, 3460, São José do Rio Preto, SP ou por telefone (0172) 32-1655.

II Ciclo de Palestras en. 11'sico1erlI)ia

Cognitivo-Comportamental

Recebemos das estudantes de Psicologia da PUC-RlO Aria Paula de A. Coutinho e Mânica da Costa Portela o programa do II Ciclo por elas promovido e que ocorreu nos dias 3 e 4 de junho no Rio de Janeiro (o I Ciclo aconteceu em outubro do ano passado). tnfelizmente, não foi possivel divulgar o evento a tempo, p015 recebemos a correspondência apôs a edição do Boletim de abril. De qualquer maneira, queremos deixar registrada a ocorrência do Ciclo, como melo de incentivar suas organizadoras a continuarem trabaihando pela divulgação da Terapia Comportamental.

Variávcis de Contexto

Este conceito é claramente definido no artigo de Staddon, J. E. R. (1973). On the notion of cause, with applications to behaviorism. Behaviorism, 1,25-63. 0 trecho abaixo é a tradução das pp. 26 e 27:

A nocao de causa

Desde Hume, está bern claro que uma re/a ção de causa implica nâo mais que uma sucessão invariável: a causa é sempre seguida pelo efeito, o estimulo pela resposta. Contudo, o desenvo/vimenfo da ciência experimental roquer que esta idEia sirn pies e clara seja refinada em dois aspoctos, o pnmeiro de importância tan gencial nesta discussão e 0

segundo do relevância crucial. 0 prirneiro aspecto conduz a necessidade de distinguir entre correiaçao e causação: 0

evento 8 pode invariavelmente se gulr o evento A, nao porque A é causa de B, mas porque ambos são sucessivarnenfe causados por urn terceiro evento C. A so/u ção para este probierna é a rnanipulaçao experimental (producao) da causa suposfa, A. Se B continuer a Se gui-la, a eficécia causal do A está demonstrada. Assim, o papel causal de furnar cigarros para produzir cancer no puirnão humano permanece uma questao aberta (apesar de forte evidéncia correlacional), em parte porque não é possivel ten tar induzir cancer, forçando urn grupo de sujeitos hurnanos experimentais a furnar.

0 segundo aspecto considera as varléveis de contexto. Na prática, uma causa é con fiavelmenfe seguida por seu efeito sornente sob certas condiçOe.s. Estas condiçOes constifuern vanáveis contextuais relevantes para a re/a çSo causal (ver a restrição do determinismo aos chamados

sistemas isolados, Russell, 1953; Margenau, 1934). Pare citar urn exemplo comum, virar a chave de ignição do carro causarâ o funcionamento do motor sornente se houver gasolina no carburador, o tempo não estiver muito frio, a cabeça do distTibuidor não flyer sido removida e assim por diante.

A noção de contexto não é limitada temporalmonte. Em outras palavras, as variáveis contextuais que determinam se uma detorminada causa Ira ou nSo produzir urn certo efeito nSo precisa ser restnta ao intervalo do tempo durante o qual a causa age. Elas podem estar presenfos anterior ou posteriorrnente. Por exemplo, o ónico sobrevivente do naufrágio de urn navio pode ser disfinguido polo fato que ele previamente aprendeu a nadar. Para ele, dado o contexto de urn naufrágio, ter aprendido a nadar fol a causa do sua sobrevivência. Este é urn exemplo do urn contexto que ocorre após a causa. A separaçSo entre causa e contexto é, orn geral, totairnente arbitrária; é uma questão de conveniência o que nós considerarnos como causa e como contexto. O!hando de urn outro modo, o naufrágio é a causa de nadar para nosso tnico sobrevivente, dado urn contexto passado no qual ele aprendeu a nadar; sern este contexto, o naufrágio podena for sido a causa do se afogar. Na prática, é usual considerar como uma causa possivel do urn ofeito particular somento a propnedade restnta do arnbiente para o qual estamos atentos e que é acessIvel a nossa manipulaçao. Tudo o resto é onglobadojunto como contexto.

Quando a restrição de causalidade para urn dado contexto 6 plonarnente apreendida, a noção de causa e efeito, consequentemente do estImulo e resposta, mistura-se, irnperceptivelrnente, ao conceito mais amplo do mecanismo: toda re/a ção de causa-efeito inc/ui urn sistema do lois, uma teoria, tal que se pode esperar que "a" causa de urn dado efeito mude corn o grau do conhecirnonto sobre ole (vet Hempol e Oppenheim, 1953; Hanson, 1958). !sto é o que ocorre em geral. Por exemplo, Os sin fomas da malaria forarn inicialrnonte atribuIdos a emarlação associada a lugares pantanosos, depois ao Plasmodium Sp., e agora a várias interaçöes bioquimicas.

Quando variáveis contextuais são levados em conta, uma re/a çao de causa-efeito é urn rnodo do doscobrir mecanismos do major generalidade. Em autornOveis, por exemplo, se nós ainda não conhecemos os principios do opera cáo da combusfão intema do motor, descobnr que girar a . chave do ignição resulta no funcionamenfo do motor, apenas sob certas condiçOes, pode ser urn passo para achar esses principios. 0 principios, por sua vez, constituem a doscriçao mais econOrnica (no sentido que Ihe dá Mach, 1898) do conjunto do role cOos causais o vanéveis do contexto que Ihes deu origem. Do urn ponto de vista pragmático, portanto, a noçao de senso cornurn do causa pode ser considerada como uma heurIstka, acessivel pela ação cornbinada do evoluçao e transmissão cultural, que pode auxiliar o cientisfa na descoborta de mecanismos (isto e, leis ou principios) no mundo oxfemo. E urn ins frurnonto, como rnaternática, rnétodos grâ/icos e todas as outras técnicas e regras práficas que constituern a "caixa de truques" do cientista experimental em açao. Difere do muitas delas sornenfe por serom mais sirn p/es e por serorn corn partilhadas nao somento corn a população geral de nao cientistas, mas fambérn, na fomia do principio da contiguidade, corn animals.

N17 maio/1 995

INFORMATIVO ABPMC

I'ainel de Debates

Esta secçao do Boletim tern por objetivo apresentar textos, ja publicados ou originals, que estimulern o debate de temas relevarttes ao desenvolvimento da Terapia Comportamental. Também inclui comentários a respeito dos textos, que expressem as opinioes de nossos associados e leitores. Todos aqueles que quiserem colaborar enviando artigos ou cornentérios devem enviar sua contribuição para a Associaçao.

A busca de uma Análise Funcional do Comportamento de Terapeutas

Corn portarnentais*

Gall S. Bernstein, Denver, Colorado

DiscussOes sobre nossos comportamentos profissionais raramente adquirem a forma de análise funcional. Acredito que isto seja uma séria omissão. Como qualquer outra forma de comportamento humano, rós precisamos especificar comportamentos alvo, identificar maneiras pelas quais os comportamentos que ocorrem diferem dos desejáveis, e analisar as contingéncias que mantèm a situaçao atual. Somente então estaremos bern preparados para começar a manipular contingéncias existentes, a fim de produzir mudanças em nosso comportamento. 0 propósito deste trabaiho é sugerir alguns dos componentes de uma anâlise funcional dos comportamentos dos terapeutas comportamentais.

E central para ser urn terapeuta comportamental, quer seja fazendo terapia, quer ensinando outros a faze-la, quer escrevendo sobre ela, ou quer lidando corn clientes que se submetem a ela, reconhecer que a terapia que se pratica está baseada e se arnplia a partir do conhecimento cientifico disponivel. Tudo o mais é opcional. Urn determinado terapeuta pode se envolver em muitas outras atividades profissionais, tais como fazer pesquisa, participar de organizaçöes profissionais em nivel local, estadual, e/ou nacional, manter contatos politicos, fazer parte de entidades de ética, falar para pCiblico leigo, supervisionar estudantes ou futuros terapeutas, assistir a conferências, trabaihar em comissöes, em equipes hospitalares, dar consultas em instituiçães sem fins lucrativos, etc. Podemos decidir para a nossa proflssão, que é desejável dar major ênfase em uma ou mais dessas atividades. 0 passo seguinte para atingir essa meta é a identificação das variáveis que controlam os comportamentos alvo.

Obstãculos para uma Análise Funcional de nossos comportamentos

Uma razão pela qual a análise funcional de comportamento do clinico e restrita, e que a análise dos ambientes que controlam nosso comportamento exige que violemos dois tabus sociais. Prirneiro, nós ternos que falar sobre dinheiro. A discussao sobre dinheiro, particularmente nossa situaçao financeira pessoal, é urn tabu social e inclusive, de alguma maneira, mais profundo do que d%scussôeS sobre sexo. Sou constantemente lembrado dessa proibiçao pelo comportamento de clientes que se dispôem a discutir, mesrno que corn algurn desconforto os detalhes de

NG7 maio/1 995

seu comportamento sexual, mas tornam-se totalmente discretos quando se referem a suas finanças.

0 outro tabu, é aquele que diz: "tudo bern" estudar o comportamento de qualquer urn, exceto os flO5SO5 prôprios e dos nossos colegas. Meu principal interesse de pesquisa por muitos anos foi o treinamento de agentes de rnudança de comportamento. Descobri que quanto maior sua fomiação e quanto mais autonomamente vocé funciona como modificador de comportamento, menor a probabilidade de você ser sujeito de uma pesquisa (Bernstein, 984). Portanto, existe uma falta de dados disponIveis sobre o comportamento de terapeutas comportamentais, apesar de ser fácil o acesso a populaçao de sujeitos. Isto é compreensivel: E geralmente mais fácil e rnenos ameacador estudar e tentar mudar o comportamento de outras pessoas do que o nosso próprio. Porém, se nôs temos uma teona de comportamento humano, que e universal, ela se aplica a nôs tao bern quanto para o resto do mundo, e comportar-se de outra maneira, nos faz parecer ridiculos

Contingéncias especificas da profissao

Existem dois grupos de contingéncias que são fundamentals para uma análise funcional de nossos comportamentos. Urn grupo consiste nas contingéncias que orientarn o comportamento profissional, independente da situaçao na qual ocorre. Contingéncias especificas da profissao incluem códigos de ética, valores, e regras que definem as habilidades e os conhecimentos necessários para os mernbros das profissóes. Urna vez que, muitas das consequências externas de seguir, ou deixar de seguir, aquelas regras, são aplicadas inconsistenternente e/ou ocorrem muito depois do comportamento ter sido consequenciado, a rnaioria das consequèncias do dia-a-dia, que mantêm os comportamentos especificos da profissão, são auto-ad mini strados. 0 estabelecimento dessas contingéncias ocorrem primariamerite durante o treino profissional.

Contingências especificas do ambiente

0 terapeuta comportamental pode trabaihar em uma universidade, em uma clinica particular, num posto de saUde, em fundaçoes de pesquisa, ou em instituiçôes privadas. As contingéncias especificas para esses ambientes são raramente discutidas nas publicaçOes, uma séria omissão estamos interessados em mudar nossos comportamentos profissionais. A discussão abaixo das contingéncias para os terapeutas comportamentais que trabalharn em Universidade, baseia-se, em meus 14 anos em universidades püblicas, quatro como aluno de pôs-graduação e dez como professor, e nas minhas observaçöes de outras universidades.

Acadêmicos, pelo menos nas universidades que esperam que eles façam pesquisa, devem publicar os resultados de suas pesquisas, e conquistar seu prestigio profissional. Isto, como urn de meus professores salientou, é parte das exigéncias para conseguir estabilidade empregaticia. A exigéncia para publicar pesquisa é transmitida por inurneros caminhos. Por exemplo, uma das pessoas que me entrevistou para meu ültimo emprego em tempo integral na universidade, contou as publicaçoes de meu curriculo na minha presença para ver se eu estava publicando em nümero suficiente. Espera-se tambérn que os professores

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do departamento tragarn verbas e/ou façam contatos de servcos que ajudem a pagar seus salários e do corpo administrativo. Em outras palavras, se você quiser ser capaz de pagar suas contas, tern que pubticar em revistas profissionais e conseguir verbas. Existem outras expectativas também (por exemplo: ensino, serviço em comissOes), mas nenhuma dessas é tao fundamental para manter seu emprego como publicar pesqu;sas e conseguir verbas. ContribuiçOes para organizaçaes profissionais, principalmente por levarem a funçóes de prestigio e/ou a uma posicao editorial, são sempre Crteis, em parte porque elas propiciam urn entrosamento entre colegas, que podem escrever cartas de recomendação, que apolam sua promoçao e, desse modo, confirmarn sua reputaçào nacional e/ou intemacional.

Estou atualmente em tempo integral na clinica particular, e as contingências que govemam meu comportamento são muito diferentes dessas que descrevi acirna. Meus clientes querem sentir-se melhores. Eles querem alivio de tudo aquilo que os fizeram vir bater em minha porta. Ha momentos em que me sinto razoavelmente seguro, sobre as vanáveis que produzirão neles o alivio que buscam, mas ha momentos em que eu não tenho a solução. Clinica particular, na minha experiência, muitas vezes, dá-nos liçOes de humildade. Se eu quero ter clientes vindo ate mim, tenho que manter boas relaçôes corn as fontes que os encaminharn (por exemplo, outros clientes, colegas, profissionais de areas afins) e/ou me engajar em outros tipos de estratégias adequadas de marketing.

Como a maioria de meus colegas em clinica particular, sou urn generalista. Meus clientes apresentam-se corn uma ampla variedade de problernas clinicos, e é necessário que eu seja razoavelmente competente no tratamento de tantos problemas quantO possivel. Existem algumas areas nas quais eu me considero urn especialista, mas mesmo nelas, estou plenamente consciente de que nao estou tao atualizado como eu estava quando trabalhava na universidade, o que me impede de mergulhar em uma Unica area e ignorar outras.

Quando a situaçao nao está favorável e minha renda diminul, trabalho em projetos delineados para aumentar minha fonte de rendimentos em atividades não clinicas e/ou trabalho bastante na divulgação de meus serviços. Meus credores nao se importam, nem meus clientes, se nunca leio, se não publico em uma revista profissional, se nao ganho eleiçoes para cargo em alguma organizaçâo profissional, ou se não faço pesquisa.

As empresas de seguro da area da saüde, OU OS convênios corn os quais tenho trabalhado, cada vez mais querem que eu sirva meus clientes do modo mais barato possivel. Etes não estão interessados em saber se eu aplico e/ou me envolvo corn pesquisa, a menos que isso lhes poupe dinheiro. Não estou tao familiarizado corn as contingências em dinica onde terapeutas recebem salãnos, mas suspeito que

haja muita semelhança corn as contingéncias da clinica particular que acabei de descrever.

Conctusão

Apesar da falta de recompensas especificas do

ambiente em que atuo, aplico conhecimento cieritiflco no meu

trabalho clinico. Também participo da AABT, faço

conferéncias e supervisiono estudantes. Estes

comportamentos são mantidos pela minha auto-instrução, auto-reforcarnento e pela AABT, que oferece um congresso anual, onde posso aprimorar minha formação, rever velhos

amigos, e ver apresentacães que mostram uma ampla

variedade de recursos profissionais. Acredito que o treino na graduaçao e as organizaçöes profissionais, especialmente a

AABT, criam as contingências principals que garantem que os clinicos em tempo integral, que também são terapeutas comportamentais, atuern de maneira deflnida pela proflssão

como desejável. Uma análise funcional que ideritiflque as

variáveis importantes, que controlarn esses comportamentos,

é essencial para manter a profissao saudável, particularmente

considerando que tern aumentado as contingencias

especificas do ambiente que não dão apoio a terapia corn

base cientiflca.

Referéncias

Bemstein,G.S. (1984). Training of behavior change agents. In

M. Hersen, R. M. Eisler e P. M. Miller (Eds.) Progress in

behavior modification, pp. 167-199. New York: Academic

Press.

Conientários

0 tema proposto pelo artigo acima é extremamente

relevante: ha necessidade de se fazer uma anátise cuidadosa

e profunda das contingências que controlam o comportamento

dos terapeutas comportamentais. 0 texto se limita a citar alguns controles mais ou menos ôbvios, que operam em

diferentes contextos de atuação profissional. Sua análise é

genénca e chega a parecer urn tanto ingênua. Ha, porém,

rnéritos na proposta do autor: aponta a direção em que se

deve dirigir a atenção quando se deseja uma anâlise séria das "contingências profissionais", tern a coragern do indicar alguns

aspectos da intimidade da vida do profissional, que raramente são extemados. Trata-se de urn texto interessante como

ponto de partida para alguns projetos de pesquisa a serem

conduzidos por atunos (do pôs-graduacão) e profissionais

interessados no papel do terapeuta comportamentai

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