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Editorial N - abramus.org.br · vendasdopaís.ER$2.400,00foitudoo que eu recebi. O artista é um operário da arte, nada além disso. Ele tem que ... começou seu trabalho na área

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N

02

Editorial

Nesta sétima edição, a Revista ABRAMUS está de “cara nova”. Criamos um novoprojeto gráfico mais arejado, para tornar a leitura mais agradável, e aumentamos onúmero de páginas, para ampliar o volume de informações, entrevistas e notíciasrelativas à nossa área de atuação – o direito autoral. A mídia brasileira dedica poucaatenção ao assunto, seja sobre a forma como os artistas administram os seus direitos,seja sobre como eles se colocam diante da questão. Mais escassa ainda é a informaçãosobre os mecanismos de arrecadação e distribuição dos pagamentos de direito autoral,a liberação de créditos retidos e como esses pagamentos são feitos em outros países. ARevista ABRAMUS é a única publicação brasileira que discute esse tema e estápermanentemente aperfeiçoando seu conteúdo para justamente cumprir este papel:abordar o direito autoral de maneira ampla, divulgando entrevistas, notícias e artigos deespecialistas dirigidos a seus públicos específicos – autores, produtores, artistas eempresas que escolheram a ABRAMUS para administrar seus direitos.

No cenário internacional, a eficiência de nossa sociedade é reconhecida e ganhadestaque em três reportagens: Vanisa Santiago, na entrevista concedida à Revista cita aABRAMUS como “uma precursora do direito autoral no Brasil”, uma “bandeirante”;Christiane Ramombordes, diretora da Confederação Internacional de Sociedades deAutores e Compositores (CISAC), elogia a “excelente estrutura da ABRAMUS” naseção AUTVIS; e, na “Conferência sobre Gestão Coletiva de Direitos Autorais eDireitos Conexos na América do Norte”, realizada em Nashville, a partir da palestraque proferi sobre o crescimento da nossa sociedade, a ABRAMUS foi consideradareferência internacional na gestão coletiva de direito autoral. O crescimentosignificativo que tivemos neste último ano também é apresentado nesta edição. Orepertório dos nossos titulares, cadastrado durante o ano, totalizou 49.800fonogramas e 49.500 obras, representando um aumento de 20% se comparado a 2006.O crescimento de 34% de 2006 para 2007 confirma que a ABRAMUS está crescendojunto com a carreira de seus associados – autores, editores, músicos, gravadoras,artistas plásticos, artistas da dramaturgia e das artes visuais.

Vocês também terão matérias especiais sobre o mercado fonográfico e entrevistaspitorescas com artistas como Juca Chaves e João Estrella, com administradores da áreamusical e com especialistas em direito autoral. Aproveitem, informem-se e não percamqualquer oportunidade de conhecer e lutar pelos seus direitos.

CURITIBAAv. Nicolau Maeder, 881CEP: 80030-330 - JuveveTelefone/fax: 31 3352-1904

SALVADORAv. Tancredo Neves 1632/1807 Ed. SalvadorTrade Center (Torre Norte)CEP: 41820-021 Caminho das ÁrvoresTelefone/fax: 71 3113-2530

Av. das Américas, 500 Bloco 18 - sala 104CEP: 22640-100 - Barra da TijucaTelefone: 21 3078-1391Fax: 21 3078-1392

RIO DE JANEIROSÃO PAULORua Boa Vista, 186 - 4ºandarCEP: 01014-000 - CentroTelefone:11 3636-6900

Associação Brasileira de Música e Artes

Roberto Corrêa de MelloPresidente da ABRAMUS

RECIFERua Marquês do Herval 167 - Sala 1211- 12º Andar - CEP: 50020-030Santo AntônioTelefone: 81 3424-2488

RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

PORTO ALEGRERua Saldanha Marinho, 33 sala 803CEP: 90160-240Menino DeusTelefone: 51 3232-2734

Revista ABRAMUS - Número 07 | Supervisão Geral - Roberto Corrêa de Mello | Coordenação - Adonis Marcelo |Edição - Heloísa Cavalcanti | Reportagem - Juliana Tonello | Apoio - Ricardo de Mello |

Projeto Gráfico - RS Projetos | Impressão - Art Graphic

C

www.abramus.org.br

Caetano Veloso, 65 anos de idade, 40 de carreira e mais de50 álbuns lançados, é um dos mais consagrados artistas daMPB, no Brasil e no mundo. Já em meados dos anos 60, ao ladode Tom Zé, da irmã Maria Bethânia e de Gil, Caetanoparticipava de espetáculos, peças teatrais e apresentações noantigo teatro do CPC – Centro Popular de Cultura, na Bahia.Inicia a carreira artística propriamente dita em 1967, com agravação do primeiro disco em parceria com Gal Costa,produzido por Dori Caymmi, e neste mesmo ano participa doFestival de MPB da TV Record, conquistando o 4º lugar comSuperbacana. Junto com Gilberto Gil, inicia o movimentotropicalista e em janeiro de 1968 lança seu primeiro LPindividual, que traz os sucessos

, entre outros. Durante aditadura militar, tornou-se um dos ícones do ativismo políticona classe artística, com canções freqüentemente censuradas etendo de se exilar em Londres por vários anos. Em 1984,lançou “ ”, com cem mil cópias vendidas,colocando nas rádios sucessos como ,

, e , que estão entre as mais tocadas atéhoje .

O sucesso de Caetano Veloso não se restringe à música: nojornalismo, apresentou o programa “ ”,da extinta TV Manchete, gravado em Nova York, entrevistando

Mick Jagger; foi crítico de cinema do jornal Diário de Notícias,dirigido por Glauber Rocha; em fins da década de 80, publicouum livro de canções com as letras e cifras de 135 músicas de suaautoria. Tem outros dois livros publicados,(1997) e (2005), ambos pela editoraCompanhia das Letras. Recentemente, compôs cançõespara as trilhas sonoras de , de Pedro Almodóvar,

, de Julie Taymor, e dos brasileiros e. Ano passado, Caetano (associado da ABRAMUS

desde 2003) recebeu o Grammy Latino, conquistando oprêmio de melhor canção brasileira para Não me arrependo e acategoria de melhor cantor-compositor, com álbum “ ”, daUniversal Music Brasil. Com este álbum, ele foi tambéminovador na maneira de vender: o CD foi primeiramentedisponibilizado para download na Internet, na loja de músicaonline UOL Megastore, e só depois chegou às lojas. Em 2007, aUniversal Music lançou ainda “ ”, boxcontendo toda a sua discografia oficial, em comemoração aosquarenta anos de parceria entre o artista e a gravadora.

Em seu site pessoal (www.caetanoveloso.com.br), oartista publica periodicamente textos próprios, críticas,artigos e trechos de cartas enviadas a jornais, mostrando umamente inquieta que se expressa pela arte e ainda maisaguçadamente pela música.

Alegria, Alegria, Soy Loco por ti

América, Tropicália e Superbacana

Cinema Transcendental

Menino do Rio Lua de São

Jorge Beleza pura Cajuína

Conexão Internacional

Verdade tropical

O mundo não é chato

Fale com Ela

Frida Lisbela e o Prisioneiro O

Quatrilho

Quarenta Anos Caetanos

CaetanoVelosoCaetanoVelosoHomenagem

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Entrevista

04 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Revista Abramus: Qual sua visão domercado musical atual? O que vocêouve?Juca Chaves:

RA: Você vive dos seus shows? E comeles você mantém seu teatro?JC:

RA: No seu site, você mostra umagrande preocupação com pirataria edireito autoral. Quando você começoua conhecer isso, lutar por isso?JC:

Não temos mais música,acabou, os velhos que faziam músicaestão morrendo e a televisão não falados artistas do passado. Outro dia, umasenhora começou a contar à filha milcoisas a meu respeito. Bom, são 50 anosde história para contar, e quando elaacabou, a menina perguntou: “Puxamamãe, ele trabalha em que novela?”Hoje, a cultura brasileira é novela. Eugosto de música erudita e algumas coisasda música brasileira. Televisão brasileiranão entra em casa, para as minhas filhasnão verem.

Mantenho sim, com o dinheiro dosmeus shows. Aqui mesmo no teatro,com um ano de existência, quebraramtudo. Eu não quero mais coisa pública, obrasileiro não tem educação. Nem parahorário, para chegar pontualmente, e eunão deixo atrasar o espetáculo. Nove énove, nenhum minuto para as nove, nemnove e um. Aprendi isso na Europa. Aprimeira vez que fui à Itália para gravarum disco eu fiquei, de propósito, 15minutos a mais no bar da emissoraporque sei que músico chega atrasado.O que aconteceu? Levei uma broncado maestro. Lá não se atrasa, e quem

se atrasa nem volta para trabalhar. Euacho que é dever do artista começar nahora certa.

No primeiro dia de trabalho. Eu nãoera burro, já via o que se roubava ecomo faziam o disco pirata. Resolvientão numerar meus discos, o primeirodisco numerado do Brasil foi meu.Quebrei a cara, porque fui mandadoembora da Polygram, e mandaramtambém embora o rapaz que numeroue a diretora. Fiquei sozinho na batalha.

Contente com a ABRAMUS e descontente com o governo, com o cenário musical

brasileiro e com a imprensa, Juca Chaves, ou Jurandyr C. Chaves, músico e poeta,

mantém o sucesso com suas modinhas de amor e sátiras políticas e cobra uma nova

postura dos músicos, na luta por seus direitos.

JucaChavesJucaChavesJucaChavesJucaChaves

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Entrevista

www.abramus.org.br

Quando fui reclamar direito autoral,falei com dez artistas, os que maisfaturavam, marcamos uma ida a Brasília.E quem foi? Eu, sozinho. Agora, parafalar de “Diretas Já”, 5 milhões forampara as ruas, só porque sabiam que erainconstitucional. Brasileiro tem medo,quando pode haver um prejuízo paraele, não sai às ruas. Artista é muitovaidoso, e é por isso que o artista não érespeitado no Brasil. Ele tem que saberdizer não para o que ele não quer. Elenão sabe, ele tem medo.

Tem muita gente ignorante, poucoinformada. Se você pede uma informação na rua, o cara não sabe, mas sevocê der algum dinheiro, ele sabe, e namúsica também tem um pouco disso. Eurecebi muito agora que entrei naABRAMUS, mas ainda assim é poucopara 50 anos de trabalho. Atualmente euestou quebrando o pau com a LeiRouanet, explico: modinha é a maisbrasileira das músicas brasileiras e éerudita, veio com a corte portuguesa, oquarteto de câmara. Pois vetaram meuprojeto dizendo que modinha não eraerudita. Eu então juntei a opinião doscinco mais famosos maestros de SãoPaulo e do Luis Américo Lisboa, maiorcrítico de música do Brasil, e pedi arevisão do projeto. Basta o MinistroGilberto Gil ver que estão cometendoum erro brutal devido a algumas pessoaspouco competentes que trabalham naLei Rouanet.

A mídia é feita de panelas, cada umaachando que o seu ponto de vista émelhor. Certa vez, foram entrevistar umdiretor do New York Times quando eleveio ao Brasil e ele disse: “Eu não tenhoque dar entrevistas, eu sou o dono dojornal”. Todo jornalista no Brasil achaque sua pergunta vale mais do que aresposta do outro. Então não temimprensa. Ninguém mais procura anotícia, você tem que escrever para elesjulgarem se querem ou não publicar oque você enviou.

Quem são os principais responsáveis

no Brasil? Os meios de comunicação,jornais, rádios e televisões. Eles tirarama cultura nacional. Não há uma televisãobrasileira que tenha uma orquestra.Paraguai, Bolívia, Venezuela, todos têm.Então qual é o melhor país das Américas?A Venezuela, que tem seis orquestrassinfônicas em emissoras de rádio etelevisão. A Argentina tem mais culturaque a gente. O horário nobre é horáriode ter teatro, não novela. Aqui no Brasildiscute-se a novela.

Está perigoso porque nós todos,criadores, vamos cada vez recebermenos. Ninguém mais vai comprar CDdaqui 3, 4 anos. Caiu no computador,ninguém mais paga para ler. Eu recebodiariamente cerca de 40 pedidos:“mande sua música por e-mail”. Eu falopara a pessoa comprar na loja tal oudiretamente comigo. No ano passado(2007) eu vendi 190 mil CDs, sozinho,sem intermediários. O vendedor nãopode ganhar mais que a indústria, e nós éq u e s o m o s e s s a i n d ú s t r i a d ecriatividade. Os roteiristas americanosentraram em greve e você viu o queaconteceu, parou tudo. A arte parou. OFábio Jr. gravou , uma músicaminha, e que é o grande título de sucessodele esse ano. Fiquei muito feliz porquefoi um jovem de talento que gravou umamúsica que já tem 35 anos e a músicaestourou. Liguei para a gravadora dele,que disse que foi o maior disco emvendas do país. E R$ 2.400,00 foi tudo oque eu recebi. O artista é um operárioda arte, nada além disso. Ele tem queganhar.

O teatro é novo, mas já fiz aquivários espetáculos para crianças eagora estou buscando uma orquestra,que tenha patrocínio, para tocartodos os domingos pela manhã, darconcertos, e talvez também durante asemana dar concertos na hora doalmoço. Todo país civilizado tem. Eu sónão encontrei ainda quem me ajudassecom o dinheiro. E o que eu faço? Voufazendo shows por todo o Brasil e odinheiro que eu consigo, invisto aqui noteatro. Não sobra nada pra mim, masisso é que é fazer arte. Ensinar acriançada o que é música. Porque hojedizem que o Brasil é um país musical,mas não é. É preciso educar.

A Cúmplice

RA: Então, você acha que tanto o públicoquanto o artista precisam ter maisinformação? Ser educados?JC:

-

RA: Essa educação que você diz queartistas e público devem passar, tambémse aplica à imprensa?JC:

RA: Você acha que existe uma maneirade educar os usuários de música paraque seja cumprido o pagamento dodireito autoral?JC:

RA: Você foi um artista pioneiro aolançar sua própria gravadora. Comovocê vê o mercado fonográfico hoje?JC:

RA: E em quais projetos mais você estáenvolvido atualmente?JC:

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Entrevista

06 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Com a vida retratada em livro e filme (Meu

Nome Não é Johnny), João Estrella, passou

de personagem de ficção para artista do

cenário musical brasileiro. Um sonho

conquistado por um caminho tortuoso.

Hoje, com 45 anos, João já foi um dos

traficantes mais procurados do RJ na década

de 80. Como produtor e músico iniciante teve

as carreiras interrompidas de 1995 a 1998,

quando cumpriu pena em um manicômio. A

vida de João gerou o livro (de Guilherme

Fiuza), que deu origem ao filme (de Mauro

Lima). Do filme, veio o título de seu novo CD,

, lançado no final

de fevereiro. O CD traz releituras de músicas

bem conhecidas e composições próprias

como a faixa , incluída no

longa-metragem.

Meu Nome é João Estrella

Pra Onde se Vai?

JoãoEstrella

Revista ABRAMUS: Como (e quando)começou seu trabalho na área musical:Era uma brincadeira ou já algoprofissional?João Estrella:

RA: Você busca inspiração na sua própriahistória para compor?JE:

RA: Qual é o estilo desse CD que vocêestá lançando: são produções dosúltimos anos ou mais antigas?JE:

RA: Nas fases conturbadas, você jápensava que quando saísse da prisão iaviver de música?JE:

RA: Suas músicas são gravadas pela EMIe editadas pela Universal. Qual foi ocaminho para essas empresas?JE:

RA: Você tem a preocupação de separarou deixa que o público diferencie o JoãoEstrella personagem do filme do JoãoEstrella músico?

Foram várias etapas. Com17 anos eu já tocava alguns instrumentos,cavaquinho, violão, tive algumas aulas,mais meu aprendizado foi muito maisinstintivo. Já o canto, eu tive aula durantecinco anos com uma professora lírica,italiana, e mais um ano com um professorde música popular. Lá pelos anos 80, tiveuma banda chamada “Prisma” com oRodrigo, do Barão Vermelho, o MarceloSerrado, ator, e meu irmão AndréEstrella. Essa banda pretendia serprofissional. Passei um tempo sempensar muito nisso, fui morar na Bahia elá tocava em bares, restaurantes e festas.Foi só loucura. Trabalhei também emoutras áreas (venda de assinatura dejornal, de automóveis). Depois fui preso,e foi então que eu voltei a compor, nomanicômio em que eu estive. Nessedisco que estou lançando,

, há duas músicas que eucompus lá dentro e uma que eu comecei

lá, mas terminei depois, em parceria como Rodrigo Santos.

Eu procuro não me ater, mas sealguém procurar muito pode ser queencontre um detalhe ou outro.

Minha música é pop, mais para oromântico, contemporâneo. Quasetudo é da época da prisão para cá. Umdas faixas é uma releitura de “

”, que eu dei uma acelerada.Tem também uma parceria minha com oRodrigo Santos, uma com o AndréEstrella, e mais sete músicas autorais.

Lá de dentro eu tentava organizaruma gravação, um disco, para quando eusaísse. Só que você tem que organizar

um monte de coisas antes, sua vidafinanceira, sua família, então foi umpouco demorado. E tudo tem sua hora, ea hora boa está sendo essa. Eu estouaproveitando a deixa do filme e do livro,que estão ajudando a embalar minhamúsica e, como o disco tem qualidade,ele não está vindo só porque o filme fazum grande sucesso e o livro está entre osmais vendidos.

Eu estava trabalhando no disco esempre comentava com as pessoas domeio, já que também sou produtor deshows. Quando o filme estava quasechegando às telas e com a pré-temporada e divulgação da minhamúsica, que está na trilha sonora dofilme, eu fechei o contrato com elas.

Meu Nome éJoão Estrella

Secos eMolhados

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www.abramus.org.br

JE:

RA: A caracterização do personagem nocinema te ajuda, como músico?JE:

RA: Sua esposa trabalha com propriedadeintelectual e você se filiou à ABRAMUSano passado (2007). Você já tinha umconhecimento bom de direito autoral e daassociação?JE:

RA: Você, que tem conhecimento de

direito autoral, acha que os artistas nogeral conhecem seus direitos?JE:

RA: No site do filme vocês disponibi-lizaram ringtones, mp3... A Internet estátendo um impacto grande no seutrabalho?JE:

RA: E quanto a sua carreira comoprodutor, você pretende se dedicar mais àmúsica ou ao trabalho de produtor?JE:

Eu não tenho essa preocupação, é tudouma pessoa só. Eu não separo o queaconteceu no passado como se fosse coisade outra pessoa, algo que eu tivesse queexorcizar, nada disso. Essa bagagem éminha e eu a carrego com muito orgulho.Faz parte do que eu me tornei, damaturidade que eu alcancei, até mesmono campo musical.

A arte tem um caráter que sempreestimula. Você mistura livro, com disco,com f i lme , que são três áreasinteressantes. Então uma coisa puxa aoutra e você fica mais ligado à arte, fica

com a sensação de que pode viver disso,dá uma vontade maior de arriscar, de tirarum pouco do seu tempo de outro trabalho(no meu caso eu trabalho com eventos).

Eu já tinha ouvido falar muito bem daABRAMUS e gosto muito da estrutura. Émoderna e bem equipada. E tem umdinamismo muito bom, não é um time quefica parado, esperando as coisas caírem nocolo.

Eu tenho, mas não sou um especialista.Cheguei a cursar o primeiro período docurso de Direito, mas tranquei. Algunsartistas sacam bastante sobre direitoautoral. E acho que quando essas pessoassentem que é importante, que tem deprestar atenção, então elas passam a seinformar melhor. Mesmo tendo bonsrepresentantes cuidando de seus direitosé importante você estar a par do que setrata.

Tem um impacto legal. Em relação aofilme, tem agora uma legião de pessoasaguardando o disco.

Eu tenho um escritório com oJerônimo Machado e nós trabalhamoscom shows. Já fizemos shows do “ORappa”, “Paralamas”, “Lobão”, “JoãoNogueira”... Vamos ver o que a música vaime dar. Acho que as coisas estãocaminhando bem, mas por enquanto eufaço as duas coisas e vou priorizando deacordo com o que for acontecendo.

Para conhecer mais sobre o artista, acesseo site: www.joaoestrella.com.br .

Vanisa Sant iago , advogada dedireito autoral e representante daSGAE, fala à Revista ABRAMUS sobre ocenário de direito autoral brasileiro eo papel dos 25 anos de trabalho daABRAMUS, sociedade que descrevecomo “uma renovação, uma esperançade que as coisas sejam feitas damaneira correta”

Vejo como uma

renovação, uma esperança de que ascoisas sejam feitas de maneira correta.Acho que a ABRAMUS está no caminhocerto, sobretudo porque diversificousuas atividades, entrou no campo dosgrandes direitos, uma área na quales távamos mal serv idos , e es tátomando iniciativas em relação ànumeração do ISAN. Todas essasnovidades que a ABRAMUS está sendoprecursora no Brasil me agradammuito.

Eu trabalho com a sociedadeespanhola, a SGAE, e a ABRAMUS é aterceira associação com a qual temoscontrato de representação. Até agora,é a que mais nos satisfaz, ou seja, é umasociedade que sabe lidar com asdiferenças.

Acho sim. Claro que semprehaverá uma parcela que vai manter odiscurso de que nada funciona bem,que tudo vai mal. Mas hoje em dia odireito autoral já é visto com muitomais seriedade. Aqui em São Paulo,existem muitas correntes de juristas eadvogados que se preocupam com oassunto de uma maneira séria. Que aABRAMUS seja bandeirante paraconduzir essa bandeira.

De maneira mais lenta do quedeveria ser, mas vamos ver ondevamos chegar.

Revista ABRAMUS: Como você vê aABRAMUS hoje, no cenário do direitoautoral brasileiro?Vanisa Santiago:

RA: O direito autoral é tratado de umamaneira diferente no resto do mundo?VS:

RA: Nesses 25 anos, você vê umamudança muito grande na maneira queé visto o direito de autor no Brasil,tanto pelo usuário de um produtocultural, quanto pelos autores?VS:

RA: O Brasil está sabendo se adaptar aodireito autoral nos meios digitais?VS:

As coisasfeitas damaneiracorretad

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João Estrella representado no cinema por Selton Mello

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Especial

08 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Gravadorasassociadas da ABRAMUS encontram bons

caminhos no mercado fonográfico atual

No Brasil, a queda nas vendasde CD ultrapassou os 49 %, desde2000, segundo dados da ABPD(Assoc i ação Bras i l e i r a dosProdutores de Discos), enquantoo mercado brasileiro de músicadigital registrou um aumento de168 % apenas em 2007. Paramuitos, neste novo cenáriomusical, tanto os CDs quanto asgravadoras estavam fadados aofim. Mas não é isso o que om e r c a d o f o n o g r á f i c o t e mmostrado.

As gravadoras apostaram nacriatividade: nos Estados Unidos,por exemplo, a EMI Music lançouum bracelete USB (com 128 MB

de memória) e escolheu comoprimeiro artista para a novidade oex-Beatle Ringo Starr. O aparelhojá vem carregado com músicas,fotos e ringtones. E a promessa éde que, ainda em 2008, agravadora já possa comercializarálbuns em USB de artistasbrasileiros.

Assim como a EMI Music, aWarner Music está vendendo oálbum , do WhiteStripes, em pendrives de 512 MB,e a Universa l Mus ic , es tácomercializando singles USB dabanda Keane e da Nicole, cantorado Pussycat Dolls. As trêsg r a v a d o r a s , a s s o c i a d a s

A B R A M U S n o B r a s i l , j ádivulgaram à imprensa quelançarão artistas nacionais emdispositivos portáteis ainda noprimeiro semestre de 2008.

E não são só as majors – asgrandes gravadoras interna-cionais – que estão se adaptandoaos meios digitais: a brasileira AzulM u s i c , g r a v a d o r a t a m b é massociada ABRAMUS, já divulgouque está em negociações com umfabricante de eletrônicos paralançar no mercado álbuns demúsica new age em pen-drives etocadores de MP3. A aposta dasgravadoras também considera ocrescimento de downloads de

Icky Thump

...mercado brasileiro de música digital

registrou um aumento de 168%

apenas em 2007

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www.abramus.org.br

música no celular. Segundo umlevantamento feito pela empresade consultoria Yankee Group, aexpectativa é de que em 2012 hajamais de 266 milhões de celularescom reprodutores de músicadigital já embutidos. Um acordodireto entre a EMI Music e a SonyEricsson, a fabricante de celular,fez com que o mais recente álbumde Lenny Kravitz fosse lançadodiretamente em um dos modelosfabricados pela empresa.

Entre outras novidades, a Sony

BMG Music lançou em janeiro oPlatinum MusicPass, um álbumdigital, vendido no formato decartões. O cartão, que serávendido em lojas do ramo, vemcom um código que, digitado nosite da empresa, libera o downloaddas músicas do artista em formatoMP3, em qua l idade a l ta ecompatíveis com quaisquer MP3p l a y e r s . A l é m d i s s o , v ê macompanhadas de um materialbônus. O mais interessante é queessas soluções trazem não só a

inclusão das gravadoras no meiodigital, mas uma oferta ainda maiorde conteúdo diversificado e dequalidade ao público.

Tecnologia digital ou preco,

Se de um lado temos mais conteúdo sendo oferecido e melhorqualidade tecnológica, de outro temos novas opções de CDs compreços mais baixos. A idéia da Sony BMG foi criar o CD .Lançado paralelamente ao CD tradicional do artista, o CDpossui apenas 5 faixas e um valor fechado de R$ 9,99, bem abaixo damédia de preço dos CDs nacionais. O primeiro CD lançado pelagravadora, em maio de 2007, foi o de Vanessa da Mata, associadaABRAMUS, com cinco músicas do álbum “ ”.A medida tem como objetivos reduzir a pirataria, dado o valor queo CD é vendido, e dar uma oportunidade ao consumidor para queele conheça o trabalho do artista, sem ser obrigado a comprar o CDcompleto. Se o consumidor gostar do álbum, poderá adquirir naslojas o álbum completo ou, o que é mais interessante, baixar asfaixas restantes individualmente em seu computador.

Zero

Zero

Sim

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PPara a Atração Fonográfica, gravadoraassociada a ABRAMUS, consideradaindependente por não fazer parte dasm a j o r s , a s g r a n d e s g r a v a d o r a sinternacionais, ser independente nãosignifica ser pequena. A gravadoralança cerca de 150 títulos novos nomercado por ano – cerca de 10produtos/mês. Possui escritórios emSão Paulo, Recife e outros represen-tantes locais. Os dois sócios fundadores,W i l s o n S o u t o ( p r e s i d e n t e d aC o n t i n e n t a l , d e n t r o d a Wa r n e rde 1999 a 2003) e Ana Maria T. Mendez,cuidam de todos os processos de umagravadora independente da busca denovos artistas até a distribuição dosprodutos e divulgação do artista. Soutoconta para a Revista ABRAMUS odia-a-dia da gravadora e as dificuldadese novoscaminhos domercado atual.

Revista ABRAMUS: Quais as principaisdiferenças de atuação entre as majorse as independentes?Wilson Souto:

RA: Como a Atração entrou nomercado fonográfico e como é a suaatuação hoje?WS:

t

RA: Pesquisas do mercado fonográficom o s t r a m q u e 7 8 % d a s v e n d a scorrespondem a produtos nacionais.Esses números são semelhantesos das gravadoras independentes,ou nelas o privilégio aos artistasbrasileiros é maior?WS:

RA: Em um mercado onde é dadopouco crédito ao futuro dos CDs,quais as principais ações da Atraçãopara não cair nessa crise?WS:

.

RA: É comum artistas descobertospor gravadoras menores mudarem degravadora quando começam a fazersucesso? Como “segurar” o artista,o que a gravadora independente trazde vantagem para ele?WS:

A grande diferença éque as empresas mu l t i nac iona i srecebem produtos de outras matrizesda gravadora e isso facilita o fluxo delançamento. Nós, somos totalmentedependentes do conteúdo que geramos.Para termos conteúdo internacionalp r e c i s a m o s n e g o c i a r c a t á l o g o sinternacionais; já em uma multinacional,essa relação é automática, pois elatem uma facilidade operacional maior,além de receber os materiais demarketing e afins já prontos. Nossad i f i c u l d a d e c o m o g r a v a d o r aindependente é que criamos 100% de

todo material dos lançamentos.

A Atração começou como umae m p r e s a d e e v e n t o s . H o j e s óe n c o m e n d a m o s d a s f á b r i c a s aprensagem dos CDs, pois fazemosodos os processos da produção,

distribuição, crédito e cobrança edivulgação. Operamos basicamentecomo uma gravadora convencional,temos o mesmo potencial de trabalhode uma major, mas não dependemos deoutra estrutura.

No nosso caso, são cerca de15 % de produtos internacionais quer e p r e s e n t a m o s n o B r a s i l . M a s ,a gravadora foi montada com o olho namúsica brasileira. Eu me considero umprofissional de produção de músicabrasileira e só entrei no mercado deprodutos internacionais para agregarfaturamento, nesse momento em que omercado está bastante complicado, emvirtude de pirataria e da perda degrande parte do incentivo do ICMS( I m p o s t o s o b r e C i r c u l a ç ã o d eMercador ias e Serv iços ) . Antes ,podíamos aplicar o valor do impostono pagamento dos músicos, dos

maestros, autores e artistas brasileirosda gravadora. Nesse momento, 60%doICMdeveserpagoaogoverno,quandoantes, podia-se investir 100% nopagamento dos artistas.

Temos colocado nosso conteúdoem todos os agregadores de conteúdoconfiáveis do mercado e já começamosa ter uma receita significativa dessemeio digital. Mas, de maneira geral, oBrasil ainda está muito atrasado nesseaspecto

Há três anos atrás isso poderiaser verdade, mas hoje a tendênciaé exatamente oposta. A empresai n d e p e n d e n t e é m a i s d i n â m i c a ,acompanha melhor as necessidades domercado, que é muito veloz. É claroque sofremos concorrência pesadadas multinacionais, mas hoje em diaela é muito menor; e o artista jápercebe que com um bom parceirofonográfico, seja uma major ou umagravadora independente, ele podefazer sucessoe ser feliz.

Leia a entrevista na íntegra no site daABRAMUS(www.abramus.org.br)

10 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Gravadora independentemostra-se boa opção

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AUTVIS

Grandes direitos

O Brasil tem grande probabilidade dedesenvolver uma atividade muitoimportante na área de direito autoral nasartes visuais. A estrutura da AUTVIS,junto à ABRAMUS, é excelente e, alémdisso, o país tem repertório, muitosartistas e mercado para ser explorado.”Quem diz isso entende do assunto.Christinane Ramombordes é diretora naárea de artes visuais da ConfederaçãoIn te rnac iona l de Soc iedades deAutores e Compositores (CISAC) eSuperintendente da ADAGP (Sociedadedos autores de artes gráficas, plásticas efotográficas). A associação francesadirigida por Christiane possui contratode reciprocidade com a AUTVIS aqui noBrasil, e é a mais antiga do mundo nessesegmento.

Em visita à AUTVIS, ela diz que ocenário atual da gestão coletiva de direitoautoral na América Latina intercala casosde sucesso e projetos estagnados emostra que em qualquer lugar do mundofazer o direito dos autores visuais serrespeitado é um trabalho demorado.

“Não é só no Brasil que há desrespeito aopagamento de direito autoral”. Foram 10anos até que as TVs francesas firmassemcontratos com a associação para opagamento de todas as obras incluídas emsua programação. Christiane conta quecom museus foi mais fácil fazer essescontratos, já que por meio de convêniospara o pagamento de todas as exposiçõesrealizadas no local, e não para cada umaisoladamente, eles acabariam ganhandodescontos nas tarifas. “Com as TVs, sóconseguimos esse respeito ao direito deautor quando integramos os contratos daADAGP com os das associações francesasde música e audiovisual.”

A negociação entre os usuários dasobras e o artista, como a AUTVIS faz noBrasil, é o que resolve a maioria dos casosde desrespeito ao direito autoral naFrança. Cerca de 90% dos casos nãoprecisam de processos, são resolvidospela ADAGP, com negociação. “Elesnegociam porque sabem que se nãopagarem irão para o tribunal penal”.

Seguindo o plano de ação das grandessociedades de direito autoral do mundo,assim como a ADAGP a AUTVIS temcomo meta para 2008 firmar contratoscom museus, produtores, editoras e

agências de Publicidade brasileiros.“Bancos de imagem e agências de publi-cidade já estão encaminhando pedidosde licenças de direito autoral para aAUTVIS”, diz Maria Cecília G. PratsCaniato, diretora da AUTVIS. Seguindo ospadrões Interna-cionais, no último ano aAUTVIS cadastrou todos os seus filiados,cerca de 450 artistas brasileiros, no IPI(Interested Parties Information), umbanco de dados mundial de criadores.Fabiana Garreta explica que esse cadas-tro gera, para cada titular, um númeroque ele poderá utilizar em todo o mundo,identificando a qual sociedade elepertence e, portanto, facilitando opagamento de seus direitos. Chirstianeexplica que em 2008 a CISAC procuraráapoiar essas sociedades para que essasações sejam realizadas na América Latina,onde ela diz terem sido criadas oitosociedades de direito autoral nos últimosanos. O Brasil, que conta com aAUTVIS há 5 anos, já está bem àfrente em relação à maioria dospaíses da América Latina.

É preciso paciência

O Brasil no cenário mundial

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Como vai a gestãocoletiva na AméricaLatina?

A ABRAMUS organizará o evento,realizado pela CISAC, nos dias 01 e02 de abril, no Rio de Janeiro.

“Por que foi escolhido o Brasil?Porque é um dos maioresmercados de audiovisual,porque vocês têm umagigantesca base cultural decriação para audiovisual,literatura e dramaturgiae porque escolher o Rio

de Janeiro foi uma decisão estratégica –sendo um destino atrativo e tendo alocalização perfeita para receber associedades da América Latina e domundo.” É assim que Silvina Munich,diretora de relacionamento artístico erepertório da CISAC (ConfederaçãoInternacional das Sociedades de Autorese Compositores) mais do que justifica aescolha do Brasil para sediar o evento, ed a A B R A M U S p a r a o r g a n i z a r arealização do “Conselho Internacionald e C r i a d o r e s d e D r a m a t u r g i a ,Literatura e Audiovisual”, nos próximosdias 1 e 2 de abril, no Rio de Janeiro.

O Conselho, realizado pela CISAC,já tem confirmadas as participações dasescritoras Lia Luft, Claudia Tajes, AngelaLeite Lopes, associadas ABRAMUS, do

roteirista Marcilio Moraes, presidenteda Associação dos Roteiristas, dopresidente da ABRAMUS, RobertoCorrêa de Melo, do presidente doConselho, Claude Champion, e dodiretor geral da CISAC, Eric Baptiste.Além desses, participarão os dirigentesdas principais sociedades de direitosautorais do mundo e representantes dasclasses artísticas. “Criadores de toda aAmérica Latina e Europa terão nesseencontro a oportunidade para discutir asnovas maneiras de criação em novasmídias e como os autores observam isso,além de outros tópicos”, explica Silvina.

Para mais informações, visite o siteda ABRAMUS (www.abramus.org.br)ou envie um e-mail para:[email protected].

Comitê Internacional deAudiovisual e Dramaturgia érealizado no Brasil

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Internacional

12 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Conexão Nashville-BrasilRoberto Mello confirma a ABRAMUS como exemplo mundial de gestãocoletiva de direitos autorais

A ABRAMUS é uma sociedade que seresponsabiliza pela documentação dorepertório; pela digita l ização dasinformações; pela documentação deobras e fonogramas; e pela formataçãod a d o c u m e n t a ç ã o n a c i o n a l einternacional e distribui os direitosautorais e conexos arrecadados peloECAD, órgão gerido pelas sociedades,que também acompanham e regram aatividade de arrecadação. A ABRAMUS,hoje, detém 35% da distribuição doECAD e reponde por 68% do repertóriobrasileiro. A ABRAMUS, ainda, arrecadae licencia a dramaturgia (teatro); fazmatching de repertório para os portais;arrecada e licencia as artes visuais ecodifica a obra audiovisual.

A excelência da ABRAMUS na gestãocoletiva dos direitos autorais foi oprincipal motivo do convite a RobertoMello, presidente da associação, paraproferir palestra na “Conferência sobreGestão Coletiva de Direitos Autorais eDireitos Conexos na América doNorte”, em Nashville, EUA. Organizadapela OMPI (Organização Mundial daPropriedade Intelectual), o eventocontou também com as participações deEric Baptiste, diretor geral da CISAC,Michael Keplinger, diretor do setor decopyright e direitos conexos da OMPI, eLauri Rechardt, assessor da FederaçãoInternacional Indústria Fonográfica(IFPI). “Foi muito importante verABRAMUS ser considerada uma das

sociedades mais eficazes do mundo”,comentou Roberto, cuja palestra foimuito aplaudida e despertou grandeinteresse dos representantes de todas asinstituições internacionais presentes.

Em todos os países do mundo, osdireitos autorais e os conexos sãoa d m i n i s t r a d o s e d i s t r i b u í d o sisoladamente. Exceto no Brasil. RobertoMello explica que os Estados Unidos,hoje, buscam caminhos que permitam amelhor gestão dos direitos autorais faceàs novas tecnologias. “Eles estãorefletindo sobre: como compartilharrepertórios? Como arrecadar? Em nomede quem?” E, para isso, a gestão coletivaé uma ótima solução.

Além disso, um órgão central dearrecadação e distribuição, lideradopelas sociedades (como é o ECAD), éuma so lução que ot im iza essesprocessos e é muito apreciada noexterior. “A gestão coletiva realizada naABRAMUS está sendo muito bem vistanos Estados Unidos e a Conferênciap r o j e t o u d e f i n i t i v a m e n t e n o s s aassociação como referência mundial”,diz Roberto Mello.

Nos EUA, existem três sociedadesautorais (ASCAP, BMI e SESAC), umasociedade de fonomecânicos (HarryFox), e uma para meios digitais (SoundExchange), esta última criada somenteapós a adoção dos direitos conexos nosEUA, por força do Digital Millenium Act,lei americana sobre direito autoral

assinada em 1998, por Bill Clinton. Ouseja, não há, como no Brasil, umasociedade como a ABRAMUS que possaatuar pelo artista, simultaneamente nosdireitos autorais e conexos, tanto emmeios tradicionais quanto digitais. Aconferência, organizada pela OMPI emcooperação com a Vanderbilt LawSchool e com a CISAC (ConfederaçãoInternac iona l das Soc iedades deAutores, Compositores e Editoras),teve ainda a participação de MihàlyFicsor, da Hungria, expert em tratados

internacionais, e Mitch Glazier, vice-presidente da Associação da IndústriaFonográfica Americana (RIAA). Além damesa “Gestão Coletiva de DireitoAutoral – Países em Desenvolvimento ePerspect ivas Reg iona is” , da qua lparticipou Roberto, a aplicação detratados internacionais, dispositivostecnológicos de proteção para cópias,medidas para combater o downloadilegal e o impacto de tecnologias futuras,foram temas amplamente discutidos.

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Em foco

Palmas aos nossos associados

Que nome você vai escolher?

O artigo "O Batismo da Obra", escrito pelo gerente geral da ABRAMUS para a 2ª edição da Revista, dizia que "quanto mais forexclusivo – quanto menos obras com título idêntico houver, as já conhecidas obras homônimas – quanto menos suscitar dúvidasna sua captação, melhor será para se pesquisar e encontrar eventuais créditos retidos".Falando sobre o mesmo tema, o compositor Carlos Daffé, associado da ABRAMUS, conta sobre a experiência passada a ele porTim Maia:"Aprendi com o Tim Maia a dar grandes títulos: quanto maior, menos músicas homônimas e mais royalties" – Jornal O Globo,02/12/2007.

Fábio Jr., Minhas Canções

Ivete Sangalo com recordemundial

Natiruts – A força do reggae

Vanessa da Mata, Sim

A turnê do CD " ", deFábio Jr., tem lotado as casas de shows.Além de sucessos de Caetano Veloso,Cazuza, Ana Carolina e Raul Seixas, o CDtraz também músicas inéditas do cantor.O principal sucesso é , cujaletra é de autoria de Juca Chaves,também associado ABRAMUS.Fábio Jr. – 35 anos de carreira e mais de4,3 milhões de álbuns vendido – incluitambém em seus shows outros sucessosde sua carreira como ,

e .Ivete Sangalo tornou-se a recordistamundial da gravadora Universal emvendas de DVD. Lançado em abril de2007, o DVD " ”rendeu 604 mil cópias e foi o maisvendido do Brasil no ano.Os números ainda superaram o própriorecorde de Ivete – 482 mil cópias para oDVD " ". Só para comparar, osegundo lugar de vendas da gravadoraUniversal em 2007 foi o Nirvana, com432 mil cópias a menos que a cantora

baiana.E mais: Ivete também foi eleitapersonalidade do ano de 2007, na áreamusical, pela revista Isto É.

Há dois anos na ABRAMUS, o grupoNatiruts tem uma história grande desucesso, tendo seu primeiro CD gravadoem julho de 1997. Já no ano seguinte, abanda emplacava as primeiras músicas desucesso nas rádios e as vendas de seu CD" " atingia a marcados 500 mil, alcançando o primeiro lugarnas rádios de todo o Brasil.Em 2007, foi a vez da faixa

, incluída no CD "" no DVD "

", estourar, permanecendoentre as mais tocadas durante todo osegundo semestre. Com o sucesso dessamús ica , a banda , composta porAlexandre Carlo (vocal e guitarra), LuisMaurício (baixo e vocal) e Juninho(bateria), continua lotando os shows emque apresentam todas as outras músicasdo DVD, resultado de 12 anos de umabrilhante carreira musical.

Minhas Canções

A Cúmplice

Senta Aqui Quando

Gira o Mundo Felicidade

Ao Vivo no Maracanã

MTV Ao Vivo

Presente de um Beija-Flor

Natiruts

Reggae Power Meu

Reggae é Roots Natiruts Reggae

Power ao vivoAi, Ai, Ai...

Boa Sorte/Good Luck

Sim

Outra Praia

Garoto

Cósmico

foi a música mais tocada naspistas e nas rádios em 2006, segundoranking Crowley Broadcast Analysis doBrasi l , empresa especial izada emmonitoração eletrônica de rádios. Agora,Vanessa da Mata, aproveita o sucesso de

, parceria da cantoracom o americano Ben Harper. Remixadapelo DJ Deeplick (também associadoABRAMUS), a música ocupou o 1º lugar

em janeiro de 2008 entre as maisexecutadas nas rádios de São Paulo e doRio de Janeiro.Em seu CD mais recente, " ", asparcerias vão dos jamaicanos Sly &Robbie aos brasileiros João Donato(também associado ABRAMUS) e WilsonNeves, com produção de Mario Caldatoe Kassin.Vanessa ainda participa do álbum" ", primeiro disco solo doinstrumentista, compositor e arranjadorpaulistano Swami Jr, e da dublagemdo longa-metragem de animação "

", ambos recém lançados.

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Seu direito

14 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

55 % das rádios brasileiras sãoinadimplentes, não pagamdireito autoral e, portanto,usufruem dos artistas semremunerá-los

Muitos artistas dizem que já ouviramuma música de sua autoria tocar em certarádio, mas não receberam seu direitoautoral . Isso acontece porque opagamento de direito autoral é umaresponsabilidade do usuário, no caso, darádio. Se ela não paga ao ECAD (EscritórioCentral de Arrecadação e Distribuição), oartista não pode ser remunerado. Dasrádios brasileiras, 4.989 no total, apenas45% pagam direito autoral.

Das 2.228 rádios adimplentes (quepagam o ECAD) a grande maioria égravada para a identificação das músicasexecutadas. Em locais onde não há esseprocesso de gravação, principalmentecidades do interior, as rádios enviamp l a n i l h a s a o E s c r i t ó r i o c o m aprogramação musical que foi colocada noar. Duzentas mil músicas, identificadaspelo ECAD e pela Crowley (empresaterceirizada de gravação e identificaçãod e m ú s i c a ) , f o r m a r ã o e n t ã o aamos t ragem: o ro l de au tores ,compositores, editoras, gravadoras emúsicos que receberão seus direitos. Ad i s t r i b u i ç ã o , f e i t a s e m p r etrimestralmente (janeiro, abril, julho,outubro) é regionalizada, ou seja, dividida

pelas regiões geográficas brasileiras.Assim, além de maior eficiência nacaptação das execuções musicais épossível respeitar as característicasculturais de cada região e valorizar osartistas locais.

Apesar de todo esse processo e dastecno log i a s desenvo l v i da s pe l a ssociedades de direito autoral, como aABRAMUS, para administrar essepagamento, é importante saber que setodas as rádios cumprissem a lei, haveria55% a mais na remuneração aos artistasbrasileiros e mundiais. Por isso, éfundamental que os artistas cobrem esserespeito das rádios, verifiquem se elasestão pagando os valores devidos e exijamo devido respeito a sua música.

Rádios: como seu dinheiro pode se perder?

Paranoá, um bom exemplo de que apirataria pode sim ser combatida

QQuando Sérgio Costa Damaceno

assumiu a administração de Paranoá,região do Distrito Federal, em março de2006, o canteiro geral da principal

avenida da cidadeera tomado pora m b u l a n t e s ,que vendiamprincipalmente

CDs e DVDsfalsificados. Por contadisso, e com dificul-

dades de se manteremno mercado, as loca-

doras procuraram oprefeito. A providênciai m e d i a t a f o i r e u n i r

representantes da associaçãocomercial, da secretaria de fiscalização eda polícia civil e militar e explicar oproblema. “Foi preciso uma açãoconjunta para iniciarmos o combate à

pirataria”, diz Damaceno. A primeiraação foi ampliar a fiscalização nas ruas e aapreender os produtos. “O começo foidifícil, recebíamos ameaças... Mas, como tempo, a própria população começou aligar para a prefeitura para avisar ondeestava sendo feito o comércio ilegal.” Apartir de então, iniciou-se o trabalho deconscientização, com a realização depalestras nas escolas e a organização deeventos valorizando os músicos daregião. Damaceno conta que muitaspessoas não sabiam o que o comércio doproduto pirata realmente patrocinava e,a partir de então, a população passou ater uma outra visão sobre a questão.

Esse trabalho foi citado em Con-gressos e outras cidades começaram aprocurar o administrador. EmboraParanoá tenha cerca de 65 mi lhabitantes, ele garante que as mesmasações são aplicáveis em qualquer cidade

com população maior, como São Paulo eRio de Janeiro. Ele acredita que sehouver parceria entre a fiscalização, apolícia e os órgãos municipais, e com oenvolvimento da comunidade nessaluta, a redução da pirataria é possível.Damaceno concorda que o trabalho édifícil, que a pirataria tornou-se um fato“comum”, que não chama a atenção dapopulação, e que a pressão é grande.

Mesmo com todo o sucesso dotrabalho feito em Paranoá, ele faz umapelo aos artistas para que apóiem acausa e expliquem aos consumidoresporque o valor do produto original émaior que o de um produto pirata e queo artista também deve e precisa serremunerado por seu trabalho.

Para conhecer a reg i ão , acessewww.paranoa.df.gov.br/.

Da fiscalização e apreensãoà conscientização--------------------------------------------------------------

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Seu direito

A ABRAMUSem eNúmeros CrescimentoPor Adonis Marcelo, Gerente de Operações

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Nesta sétima edição da RevistaABRAMUS, renovada, modernizada ecom a inclusão de conteúdos técnicos,apresentamos alguns números quedemonstram o resultado de todo otrabalho realizado no decorrer de 2007 eque será ampliado e intensificado em2008.

Nossos números para cadastro der e p e r t ó r i o d e n o s s o s t i t u l a r e saumentaram cerca de 20%, atingindo umtotal de 49.800 de fonogramas e 49.500obras incluídas.

As liberações de créditos retidos noE C A D ( E s c r i t ó r i o C e n t r a l d eArrecadação e Distribuição), com acriação de um setor específico a esse fim,ampliou em 25% a distribuição destesvalores.

No total, nosso crescimento atingiumais de 34% no geral dentre todas asnossas áreas de atuação, que partem daabsoluta importância da execuçãopública de música e passam pelos direitosda dramaturgia, do audiovisual, damúsica digital e dos artistas plásticos. Abase de titulares já atinge hoje 14.500titulares de direito, o que representa umacréscimo de 60% em relação a 2006,com uma base de pagamentos que girae m t o r n o d o s 5 . 0 0 0 t i t u l a r e smensalmente.

Entre os valores mais importantes daABRAMUS, além do respeito, daseriedade e do profissionalismo, está ovalor social de permitirmos que osart istas cr iadores continuem seui m p o r t a n t e t r a b a l h o c u l t u r a l ,

proporc ionando tão importantessensações e conhecimentos em nossasvidas.

Abaixo, seguem os gráficos decrescimento da ABRAMUS entre 2006 e2007.

Porcentagem de crescimento dossetores da ABRAMUS do ano de 2006 a2007:

Quadro de funcionários ABRAMUS(dez/2007):

A ABRAMUS representa 38,5% do

repertório musical brasileiro, sendo amais representativa entre todas associedades de direitos autoral no Brasil:

E foi também a sociedade que maiscresceu no período de 2006 a 2007.

Ve j a o c r e s c i m e n t o t o t a l d aarrecadação de direito autoral no Brasil eo crescimento ABRAMUS que, em algunsmeses de 2007, chegou a ser deaté 88%:

Funcionários 60

10

05

03

Estagiários

Representantes

Pessoas juridicascontratadas

Setor % decrescimento

Grandes Direitos + 25%

+ 163,7%

+ 176,4%+

+ 32,4%

Produção de ISRC

Internacional

Crescimento TotalABRAMUS

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Arrecadação totalno Brasil

Arrecadação ABRAMUS

Crescimento ABRAMUS

Crescimento arrecadação dedireito autoral no Brasil

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16 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

O d i r e i t o a u t o r a l p o d e s e rconceituado como o conjunto deprerrogativas legais que visa regular asmais variadas manifestações do intelectohumano, seja do ponto de vista artístico,literário ou científico. O direito autoral noBrasil teve suas primeiras manifestaçõesainda nas faculdades de direito de Olinda eSão Paulo, onde os mestres nomeadosdeveriam encaminhar asassembléias gerais os seuscompêndios referentes àsm a t é r i a s q u e i r i a ml e c i o n a r, q u e , a p ó saprovação, adquiriam op r i v i l é g i o d e s u apublicação por até dezanos. Porém, tratava-sede um direito intramuros,portanto, não alcançandoo s d e m a i s a u t o r e sbrasileiros da época. Essefato tão importante servepara ilustrar o tema emdiscussão, pois malgrado atal dado histórico, atualmente os direitosautorais tornaram-se matéria de poucavalia no cotidiano das universidades dedireito.

O Código Civil Brasileiro de 1916, nolivro II, que tratava do “direito das coisas” (que na definição de Clóvis Beviláqua “é ocomplexo das normas reguladoras dasrelações jurídicas referentes aos benscorpóreos”) trazia uma superficialregulamentação sobre os direitos autoraisque foi plenamente transportada para a lei5.988/73, revogada pela lei 9.610/98 hojeem vigor. O Código Civil de 1916 inseriu amatéria no capitulo dos direitos depropriedade, sob a denominação“propriedade literária, cientifica eartística” (art.649 e seg.), regulamentando

no campo do direito das obrigações oscontratos de edição (art. 1.346 e seg.).

Não obstante a evolução havida nessetempo, principalmente na jurisprudênciados países europeus, onde o direito moraldo autor já era plenamente reconhecido,nosso código civil seguiu esses exemplose, copiando o modelo francês, incluiu essedireito como de propriedade e com

regramento direcionado amplamentepara a questão patrimonial. Isso culminouna permissão de normas contrárias a suaprópria finalidade, como a do art. 667, queadmitia a cessão do direito de paternidadeda obra. No entanto, há algum tempo ad o u t r i n a v i n h a d e f e n d e n d o adesintegração do Direito de Autor doCódigo Civil, exatamente, por entendê-locomo um direito sui generis. Assim, comovários paises signatários das convençõesinternacionais, o Brasil reformulou ee d i t o u r e g r a s e s p e c i f i c a s p a r aregulamentar a matéria, bem comorecepcionou o sistema das organizaçõesinternac iona i s sobre os d i re i tosintelectuais. Com a entrada em vigor daLei de Direto Autoral (LDA), instaurou-sea autonomia em relação ao direitocomum.

Considerado por muitos um avanço, aedição de legislação especifica pararegulamentar as relações jurídicaspertinentes ao direito autoral foi umretrocesso do ponto de vista acadêmico,uma vez que, desligada do conjunto deregras do código civil, perdeu força e atémesmo importância didática, visto que

ficou assim subentendidoq u e n ã o s e r i a m a i sobrigação dos cursos dedireito lecionar a matéria,restando a um pequenogrupo de instituições amanutenção do curso emsuas grades curriculares.

N o t a - s e q u e t a lretrocesso, afasta boaparte dos universitáriosdas questões ligadas àpropriedade intelectual,fo rmando um corpodocente cada vez menosa fe i to ao tema, fa to

extremamente prejudicial aos alunos, queperdem a oportunidade do contato comdisciplina tão importante e de essencialrelevância num universo em constantetransformação, tanto no sent idotecnológico e científico, quanto noartístico de modo geral, onde a atividadec r i a t i v a é m o l a p r o p u l s o r a d odesenvolvimento humano em todas assuas facetas e o conhecimento de seuregramento é sobremaneira essencial àformação jurídico acadêmica.

O Direito Autoral e o Código Civil

Avanço ou Retrocesso?

* Paulo César, 26 anos, está desde 2003 naABRAMUS. Atualmente cursa o 10ºperíodo do curso de Direito naUniversidade Gama Filho/ RJ e pretendefazer pós-graduação com especializaçãoem direito autoral.

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Direito autoral nas universidades

A Visão do Universitário sobre o Direito Autoral

Por Paulo César Junior –Departamentode Artístico e Repertório *

Theo de Barros, diretor ABRAMUS, junto a Paulo César Júnior

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Audiovisual

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Registro ISAN:Um diferencial de mercadoPor Mônica FreseGerente do departamento de audiovisual da ABRAMUS

O código auxilia no combate àpiratar ia e na identi f icação parapagamento de direito autoral. Para novasmídias como HD-DVD e BlueRay ele já éobrigatório

No ano passado, onze milhões de reaisforam distribuídos pela ABRAMUS emcada trimestre para repertóriomusical e mais de 800 mil reaispara obras teatrais. Essadistribuição só foi possívelp o r q u e t u d o e s t ádocumentado e identificadona soc iedade: as obrasrecebem o código ISWC, osfonogramas recebem o ISRC e ostitulares o IPI. Essas siglas, ISWC, ISRC eIPI, são códigos de identif icaçãoreconhecidos mundialmente, o quepossibilita a identificação das obras,fonogramas e titulares no Brasil e nomundo. Para as obras audiovisuais, acodificação utilizada internacionalmentechama-se ISAN (Internacional StandardAudiovisual Number). A ABRISAN(Associação Brasileira de Registro deObras Aud iov i sua i s ) , co l i gada àABRAMUS, foi fundada em abril de 2006,justamente com essa responsabilidade:ser a agência ISAN no Brasil, gerando essacodificação para os produtos audiovisuaislançados no país. A ABRISAN faz acodificação de obras audiovisuais com ocódigo ISAN, enquanto a ABRAMUS é

responsável pela filiação dos autores eprodutores de obras audiovisuais e peladistribuição dos valores de execuçãopública a seus associados.

Além do importante papel dedocumentação e do acompanhamentofeito pela ABRAMUS aos clientes da

ABRISAN, o código ISAN tem doisoutros papéis fundamentais:

evitar a pirataria e ampliar aspossibilidades comerciais.A m b a s v a n t a g e n s s ã oacompanhadas da palavra

tecnologia. Para o ISANconstar de um produto, ele

pode ser aplicado diretamente àmídia ou à embalagem, em um código debarras muito mais moderno do queaqueles que estamos hoje acostumados autilizar, pois possui uma capacidadeimensamente maior de armazenamentode informações e interatividade.

Os fabricantes de novos modelos demídia estão também bastante atentos àsinovações e à documentação de suasobras. O HD-DVD e o Blu-ray, modelosde mídia de alta definição, têm a exigênciaobrigatória da codificação ISAN. E acodificação não é feita apenas para filmes.O videogame Playstation 3, da Sony, e oXbox, da Microsoft, por exemplo,possuem todos os seus jogos codificados,ass im como a Microsoft Studio,

responsável por alguns dos maisfamosos jogos de computador.

Entre os principais clientesda ISAN para filmes,s e r i a d o s e o u t r o saudiovisuais estão WaltD i s n e y, D i s c o v e r yC h a n n e l , Pa r a m o n t ,

Warner, FOX e HBO. E,embora audiovisuais muitas

vezes tenham custos milionários,não é preciso preocupar-se com o custo

do ISAN, que hoje está em em torno de R$45,00, um diferencial de mercado, combaixo custo, que poderá conectá-lo comas produções audiovisuais de todo omundo.

Código na capa do DVD

Hoje, o código utilizado pela ISAN é o códigode barras bidimensional, desenvolvido pelaMicrosoft, com o objetivo principal deproteger as obras audiovisuais contrapirataria. O código de barras, que éautomaticamente gerado ao fazer umregistro ISAN, pode ser incorporado emmídia digital ou em mídia física, fixado à cópiamáster ou incluído na documentação doproduto, capa de DVDs, Folders, publicaçõese propagandas.Recentemente, o ISAN já adquiriu daMicrosoft a licença do novo High CapacityColor Barcode (HCCB), um código 3D ,colorido, desenvolvido com tecnologiaMicrosoft Research em parceria com aDatatrace, empresa australiana que trabalhacom nanotecnologia contra falsificação. E éesta nanotecnologia, embutida de formainvisível na tinta do código de barras do ISANe na embalagem do produto, que protegerá oproduto contra falsificações. Além disso, ac o m b i n a ç ã o d a s t e c n o l o g i a s t r a zinteratividade entre empresa e consumidor.A empresa poderá obter informaçõesimportantes como análise de mercado epagamento de direito autoral e o consumidorpoderá receber, via Internet, informaçõessobre a obra audiovisual, como, porexemplo, versões mais novas da mesmaobra, promoções, preços e informaçõesadicionais. Já estão sendo produzidoscelulares com capacidade para ler esse tipode código, interagindo através deste com ocliente. Em um futuro próximo, além detelefones celulares, haverá computadores ecâmeras fotográficas que poderão scanearesse código de barras quando ele aparecer natela de aparelhos de TV, em pôsteres decinema, em capas de CD e DVD, revistas,etc.

O CÓDIGO DE BARRASDO FUTURO

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Filiais - RJ

RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Revista ABRAMUS: Entre os cantores defunk, djs, etc, há alguma discussão sobredireito autoral? Como e quando elaacontece?MCLeozinho:

RA: Sua música passou a ser muitoconhecida quando, em uma coletiva deimprensa, tocou Ela só pensa em beijar nocelular do jogador Ronaldo. Os ringtones(toques de celular) foram uma porta deentrada para sua música no mercado?MCL:

RA: O que você acha do uso da músicanesse universo da Internet?MCL:

RA: A levada melódica do seu funk sediferencia da maioria, tem muitaoriginalidade. O que há hoje de original, denovo, tanto no seu trabalho quanto nofunk carioca?MCL:

RA: Você teve duas músicas escolhidaspara trilhas sonoras das novelas da Globo,

em “ ” e ainterpretação de , tema dopersonagem de Lázaro Ramos, em “

”. A televisão levou a sua música aoutro público e trouxe alguma mudançapara sua carreira?MCL:

RA: O funk já foi visto pela sociedadecomo uma mani festação mus ica lpornográfica ou violenta. Atualmente osMCs são as principais estrelas das noitesmais badaladas dos grandes centros. À quevocê atribui esse crescimento do gênero?MCL:

RA: Quais são suas perspectivas para2008?MCL:

RA: Você gostaria de deixar algumrecado aos leitores da Revista?MCL:

O show Cobras e lagartosNegro Gato

DuasCaras

Quando a gente encontraos artistas que tem uma execução grande(Marcinho, Buchecha) a gente conversasobre onde escutou a música, sobre agravação dos discos. Hoje o pessoal estámais antenado, os músicos estãoprocurando assessoria jurídica. Muitagente nem sabe os direitos que tem, agente assina o contrato e não sabe. Oartista quer cantar, quer uma chance, aí aprimeira pessoa que aparece com ocontrato, ele assina. Mas a gente tem queestar sempre falando sobre esse assunto.

Com certeza. O ringtone, o toquede mp3 no celular, era novidade na época.Há uns dois anos quase ninguém tinha umcelular com toque em mp3. Aquilo foi umavitrine muito boa. Foram quase doismilhões de downloads dessa música.

Houve benefícios e malefícios muitograndes. Com a pirataria você pode baixara música que quiser sem pagar nada. Agente pede para os sites para quereprimam isso, porque a gente trabalhapara fazer a música, gasta tempo, e aspessoas passam isso para as outras sempagar o nosso direito. É uma coisa triste.Existe o outro lado, de divulgação, dasbandas que bombam com o CD pirata.Mas acho que hoje as gravadoras já estão

mais conscientes em colocar a mídia comum preço acessível ao público de baixarenda para evitar isso.

A musicalidade em si cresceu muito,o pessoal está fazendo curso de música,aula de canto. Eu estou fazendo de teoriamusical, que está ajudando muito paracompor e escrever partituras. Com isso ofunk cresce. E quando eu faço uma músicaboa e os outros seguem essa linha, então,temos um progresso. O funk precisa estarsempre melhorando, não dá para ser amesma coisa que foi em 1990; ele estásempre evoluindo.

Fiz bastantes shows, mas fiz maisapresentações em televisão. Quando vocêtem uma música em novela, é evidenteque seu patamar sobe e a visibilidadeaumenta muito. Você aparece para outrotipo de público, para o público em geral, etem uma valorização profissional.

Eu atribuo ao Marcinho, ao

Claudinho e Buchecha, eles são osprecursores disso. Eu me espelho muitoneles. E foi isso que eu tentei juntar comoutros artistas de funk mais novos. Eumisturo isso com as músicas que eu gosto,como Pink Floid, por exemplo. Eu gostodessa guitarra, eu gosto de rock. Eu tocoviolão e levei bastante tempo paraconseguir colocar violão no funk. Aspessoas me falavam: “Está maluco colocarviolão no funk? Não tem nada a ver!”Demorou até eu achar um produtor queentendesse essa idéia. Hoje, 80% dosfunks são produzidos com musicalidade,com instrumentos musicais. Antigamenteera só botar um som e cantar em cima, nãotinha a produção que deveria ter. Hojecresceu muito devido a essa mistura.

Eu tive um trabalho legal em 2007 eesse ano é o da colheita: música em noveladas 8, CD novo, e a música está sendo bemexecutada em rádio. A gravadora, EMI,está dando uma força grande, e isso dámotivação para trabalhar. A valorizaçãoprofissional é muito boa, e ter umagravadora é essencial para se colocar umamúsica em um lugar legal.

Gostaria de falar para os músicosprocura rem ma i s seus d i re i to s ,pensarem mais antes de ass inarqualquer contrato, porque isso podeprejudicá-los no futuro.

O funkeiro que ficou conhecido em todo o Brasil com o hit “Se ela dança,eu danço” conta à Revista ABRAMUS como começou sua carreira e falade suas influências e da importância do artista estar atento a seusdireitos. MC Leozinho, o Leonardo Freitas Mangeli de Brito, associadoABRAMUS, aposta em um ano de muito sucesso, seu e do funk brasileiro.

Se ela dança,ele faz SUCESSO

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Por Paulo César Junior

www.abramus.org.br

Filiais PR / PB / BA

Recife - PECentenário do Frevo, comartistas ABRAMUS

Neste carnaval de 2008, 1,5 milhãode pessoas circulou pelo Recife Antigo.De acordo com a prefeitura da cidade,600 mil turistas deixaram na cidade cercade R$ 283 milhões. O ano é decomemorações: 30 anos de existência dotradicional Clube de Máscaras Galo daMadrugada e 100 anos do frevo.

Foram 350 artistas, num total de 400apresentações. Entre eles, destacaram-se os associados ABRAMUS: AntulioMadureira Ferreira ( Antulio Madureira ),Cilene Maria de Araujo (Cilene Araujo ),Edilson Carlos Cassemiro ( Edy Carlos ),Egerton Verçosa Amaral ( Beto da Oara ),

José Arimateia Conceição De Melo ( Joséde Arimateia ), Woleide de SouzaMenezes ( Woleide Dantas ), EdmilsonFerreira da Silva ( Edmilson do Pifano ),Patricia Cruz de Melo ( Patricia Cruz ),Maciel de Melo Santos ( Maciel Melo ) eJosé Severino Vicente ( Zé Neguinho doCôco ).

E mais: dois novos autores dePernambuco tornaram-se associadosABRAMUS: Francisco José da Silva (Silvo)e Ivanildo Vila Nova. Silvo já tem umacarreira de sucesso, com várias músicasgravadas por bandas de forró comoCalcinha Preta e Saia Rodada. IvanildoVila Nova é muito conhecido por suasmúsicas já gravadas no nordeste. A maisconhecida é Nordeste Independente dopróprio autor, gravada por Elba Ramalhoe vários outros interpretes. Carlos e

Bartolomeu, responsáveis pela filial PE,também comemoraram outra grandefiliação: Azulão, grande forrozeirocaruaruense. Aos 60 anos, com 45 decarreira, Francisco Bezerra da Silva, oAzulão, mantém o sucesso defendendoum forró autêntico, preservando amusicalidade do interior nordestino.

Filial BADireito Autoral é discutido emCongresso na Bahia

Os seminários de direito autoral, quegeralmente acontecem apenas em SãoPaulo e Rio de Janeiro, tiveram um palcodiferente e muito importante para odireito autoral: a Bahia. Foi realizado, comapoio da ABRAMUS (Filial-BA), o IISeminário de Direito Autoral e de Direitoà Imagem da Bahia. O seminário, queaconteceu no Auditório Raul Chaves, daFaculdade de Direito da Ufba, na Graça, foicoordenado por Rodrigo Moraes,advogado autoralista e membro da

Associação Brasileira de Direito Autoral(ABDA), e teve a participação de SaulQuadros, presidente da seção Bahia da

OAB, de Marcos Alves de Souza,coordenador geral de direitos autorais doMinistério da Cultura, e de Chico Ribeiro,Gerente Geral da ABRAMUS.“Colaboramos ativamente dessa ação,inclusive, com Chico Ribeiro participandoda mesa redonda sobre modosalternativos de licenças de direitoautoral”, diz João Portela, um dosresponsáveis pela ABRAMUS-BA. Nocongresso discutiu-se principalmentesobre o perigo dessas licenças alternativasbeneficiarem apenas empresas queexploram conteúdo e não o autor e sobreas influências que a era digital leva para aprodução e pro teção de obrasdisponibilizadas em meios digitais.

Curitiba – PRPoesia de Alice, voz de Rogéria

O CD “ ”, da cantora ecompositora Rogéria Holtz, é um dosbons lançamentos de associados daABRAMUS Paraná neste ano.

O repertório é da poeta paranaenseAlice Ruiz e parceiros como ZecaBaleiro, Itamar Assumpção, ArnaldoAntunes e Zé Miguel Wisnik. A escolhapela poeta, e amiga, surgiu do resultadodo trabalho realizado por Rogéria e Aliceem shows e autorias musicais.

Rogéria Holtz, que já integrou por 8anos o Grupo Vocal Brasileirão (do

Conservatório de Música PopularBrasileira) é natural de Itararé, SãoPaulo, mas mora em Curitiba há 20 anose é bastante conhecida pelo públicolocal. O show de lançamento, parte daprogramação da “26ª Oficina de Músicade Curitiba”, no Teatro Sesc da Esquina,teve os ingressos esgotados, sendoentão realizado um show extra nomesmo dia.

O álbum, com 13 faixas, tem diversasreleituras e quatro músicas inéditas e, deacordo com Alice, a interpretação desuas música é como ela própria gostariade cantá-las.

No País de Alice

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Azulão: agora representado pelaABRAMUS

Filiais - RS

Em pauta

Festival Laçador do Campo NativoMúsica vencedora tem autor e intérprete associados ABRAMUS

Na foto do encontro, os grandesnomes da música tradicional gaúchae o produtor e representante daABRAMUS-RS, Airton dos Anjos, o Patineti.

Érlon Péricles fez a letra e Cristiano

Quevedo interpretou. Assim, os dois

associados ABRAMUS venceram o

Festival Regionalista Laçador do

Campo Nativo com a música

. Péricles, autor da música, é

também um dos integrantes do

espetáculo Buenas e M´Espalho, que

foi atração especial do evento. O

Festival, em sua segunda edição, foi

realizado no Centro de Eventos da

Cultura Gaúcha. No show que

antecedeu a premiação, o ídolo

r e g i o n a l Ru i B i r i v a , t a m b é m

associado ABRAMUS, foi bastante

aplaudido por todos os presentes.

A

Capital

20 RevistaABRAMUS | jan - fev - mar 2008

Assembléia da FILAIE

Copenhagen, Lisboa eAmsterdã

Punta del Este

Aconteceu em Madri, de 3 a 5 dedezembro de 2007 a assembléia daFILAIE.O evento teve a participação de quatrocomitês – Técnico, Jurídico, Expansão,Cultura e Expansão e Desenvolvimento.O comitê de Cultura tratou questõesreferentes aos programas de incentivo eintercâmbio cultural e o de Expansão,referentes ao auxílio na criação desociedades locais. As inúmeras críticas aoba i xo número de cont ra tos dereciprocidade foram a tônica dasdiscussões do comitê Jurídico e,finalmente, o comitê Técnico tratou dosn o v o s s i s t e m a s d e c a d a s t r o eidentificação. Neste último a ABRAMUSteve participação destacada, ressaltandoa i m p o r t â n c i a d a a t i v i d a d e d edocumentação. Os dois principaissistemas apresentados foram FANS(Featured Artist Numbering System), paraidentificação dos artistas principais dosfonogramas, e Grix (Global RecordingIndex), uma base de dados mundial parafonogramas, que utiliza como formato de

informação o SDEG, que está sendoimplantado pela ABRAMUS e ainda não éutilizado em nenhuma outra sociedadebrasileira.

No final de 2007, a ABRAMUS visitou asassociações das três cidades. EmCopenhagen, realizou uma reunião com aGRAMEX, associação de direitosconexos, com a qual a ABRAMUS temcontrato desde 2005. Em Lisboa, a reuniãofoi com a SPA (Sociedade Portuguesa deAutores) com o objetivo de aperfeiçoar atroca de informações entre as sociedades,e com a GDA, que trabalha com direitosconexos de intérpretes e músicos. EmAmsterdã, foi feita uma visita à SENA,sociedade também de direitos conexos.

Roberto Mello presidiu o painel deencerramento do Congresso do Comitêsobre trabalhos dramáticos, literários eaudiovisuais, ocorrido em Punta del Este,que contou com a participação de

representantes da SACD (Société desAuteurs et Compositeurs Dramatiques),Deborah Abramovich; da SGAE (SociedadGeneral de Autores de España), e desociedades da Suíça e do Uruguai, entreoutras.Na ocasião, a discussão principal girou emtorno da proteção dos direitos autorais deaudiovisual, experiências de contratoscom TVs a cabo e salas de cinema, e aABRAMUS foi ressaltada como a únicasociedade da América Latina que faz ocadastro ISAN (código internacional paraaudiovisuais). As discussões enfatizaram agrande necess idade de in tegrarinformações, e, nesse sentido, aABRAMUS também se destacou, uma vezque a associação já está estruturando umsis tema de integração de obrasaudiovisuais e cue-sheet (ficha técnica quecontém as obras musicais utilizadas emobras audiovisuais). “Somos uma daspoucas sociedades no mundo que temknow-how para fazer isso”, diz MônicaFrese. O código IPI, utilizado para todos ostitulares da sociedade, foi apontado comode extrema importância.

Lucia

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ALucia

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