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ЛИПЕНЬ 2018 N.o 523 (3954) JULHO 2018 BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE UCRANIANA DO BRASIL Інформативний бюлетень Українського Товариства Бразилії Al. Augusto Stellfeld, 795 - CEP 80410-140 Curitiba - Paraná - Brasil - Fone/Fax: (41) 3224-5597 - e-mail: [email protected] Conforme o ponto de vista que tenho, nossa manifestação através do canto e da dança por este Brasil e afora, é apenas uma pequena parcela do que podemos fazer para sermos conhecidos e entendidos como ucranianos. Somos um povo que não esmorece, visto que há tanto tempo luta por paz dentro de sua terra negra (Tchornozem) que é também berço da cultura eslava e ainda nos dias atuais, mesmo após séculos, continua sendo cobiçada por seus vizinhos. O tempo passou, mas os fatos se mostram cíclicos, e ainda hoje é preciso permanecermos firmes na defesa da soberania e integridade do território ucraniano. Meios de comunicação que deveriam servir para informar, por vezes fazem o contrário, parece que tentando incutir na cabeça de seus leitores e expectadores falsas informações, seja propositadamente ou não. A Sociedade Ucraniana do Brasil completou 96 anos de existência. Com seus importantes departamentos, a Organização Feminina que dirige a Subotna Chkola Léssia Ukrainka e o Museu Ucraniano de Curitiba e, o Departamento de Folclore, muito bem representado pelo Folclore Ucraniano Barvinok, a Sociedade intensamente trabalha para de forma correta divulgar nossa cultura. Continuaremos com nosso trabalho de forma reta e séria, e mesmo há tantos quilômetros de distância da Ucrânia, apoiando sua soberania. Assim como bons brasileiros diremos em setembro Viva a Independência do Brasil, como bons ucranianos dizemos com alegria agora em agosto Viva os 27 anos de Independência da Ucrânia! Slava Ukraini! (Glória à Ucrânia). Heroiam Slava! (Glória aos heróis!). Que Deus conceda a todos os líderes ucranianos e nós diretores, a sabedoria na condução de nosso trabalho, sempre com humildade debaixo de Sua vontade e direção. Mirna Slava Kirylowicz Voloschen Presidente EDITORIAL

EDITORIAL - ucraniano.com.br · na Hungria, uma nação de 9,8 milhões de habitantes, que faz fronteira com o Oblast de Zakarpattya, a 800 quilômetros a sudoeste de Kiev, estão

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ЛИПЕНЬ 2018N.o 523 (3954) JULHO 2018BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE UCRANIANA DO BRASIL

Інформативний бюлетень Українського Товариства БразиліїAl. Augusto Stellfeld, 795 - CEP 80410-140 Curitiba - Paraná - Brasil - Fone/Fax: (41) 3224-5597 - e-mail: [email protected]

Conforme o ponto de vista que tenho, nossa manifestação através do canto e da dança por este Brasil e afora, é apenas uma pequena parcela do que podemos fazer para sermos conhecidos e entendidos como ucranianos. Somos um povo que não esmorece, visto que há tanto tempo luta por paz dentro de sua terra negra (Tchornozem) que é também berço da cultura eslava e ainda nos dias atuais, mesmo após séculos, continua sendo cobiçada por seus vizinhos. O tempo passou, mas os fatos se mostram cíclicos, e ainda hoje é preciso permanecermos firmes na defesa da soberania e integridade do território ucraniano. Meios de comunicação que deveriam servir para informar, por vezes fazem o contrário, parece que tentando incutir na cabeça de seus leitores e expectadores falsas informações, seja propositadamente ou não. A Sociedade Ucraniana do Brasil completou 96 anos de existência. Com seus importantes departamentos, a Organização Feminina que dirige a Subotna Chkola Léssia Ukrainka e o Museu Ucraniano de Curitiba e, o Departamento de Folclore, muito bem representado pelo Folclore Ucraniano Barvinok, a Sociedade intensamente trabalha para de forma correta divulgar nossa cultura. Continuaremos com nosso trabalho de forma reta e séria, e mesmo há tantos quilômetros de distância da Ucrânia, apoiando sua soberania. Assim como bons brasileiros diremos em setembro Viva a Independência do Brasil, como bons ucranianos dizemos com alegria agora em agosto Viva os 27 anos de Independência da Ucrânia! Slava Ukraini! (Glória à Ucrânia). Heroiam Slava! (Glória aos heróis!). Que Deus conceda a todos os líderes ucranianos e nós diretores, a sabedoria na condução de nosso trabalho, sempre com humildade debaixo de Sua vontade e direção.

Mirna Slava Kirylowicz Voloschen Presidente

EDITORIAL

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Logo, se eu me oponho a Putin, me oponho ao comunismo, logo, se me oponho ao comunismo, sou um fascista. Essa é a leitura que muitas mentes pobres, sem tempo para leituras e estudo acerca do caso ucraniano, costumam fazer. Se é contra a Rússia, é contra a URSS, logo, só pode ser Nazista ou Fascista, algo assim. Bom, a expressão "Slava Ukrainii", utilizada normalmente por chefes de Estado, grupos folclóricos, organizações e até mesmo a Igreja (e agora por jogadores que entendem a situação atual da Ucrânia - jogaram lá) como forma de autoafirmação da própria nacionalidade foi associada a movimentos de extrema direita (pela imprensa do desserviço). Eu queria que todos buscassem as últimas informações das relações do governo ucraniano com as minorias étnicas (ou religiosas) incluindo aí judeus, muçulmanos, povos ciganos e, especialmente, os tártaros da Criméia. Conferissem as mudanças que a Ucrânia vem sofrendo em relação à educação, infraestrutura e direitos das mulheres (caminho longo, é bem verdade). Em seguida, buscassem sobre as mesmas informações, em relação ao Governo Russo. Em cinco minutos de pesquisa, conseguimos descobrir que o fascismo na verdade não mora na Ucrânia, mas ao lado, no país que está sediando a Copa do Mundo. Espero ter me feito entender, fiquem à vontade para compartilhar. SLAVA UKRAINII ! (de uma pessoa com tendência à esquerda, mas que consegue enxergar os horrores cometidos por regimes ditatoriais, de direita, esquerda ou de centro - um amante da liberdade e democracia).

ANDREIV CHOMA

SLAVA UKRAINII! HEROIAM SLAVA!

Borbulharam textos na internet nos últimos dias acerca da tradicional saudação nacional ucraniana. O fato se deu, principalmente, por um dos jogadores da Croácia, ter utilizado a frase durante a Copa da Rússia (foi punido, aliás). No Brasil, vários sites e críticos, que nunca escreveram uma única linha acerca da invasão russa na Criméia, resolveram tomar as dores de Putin. É preciso lembrarmos um pouco da História da Ucrânia para continuarmos, especialmente do período entre guerras. Movidos pelos ideais nacionalistas do final do século anterior (Primavera das Nações) e pela agitação causada pela Primeira Guerra Mundial, em 22 de janeiro de 1918, foi proclamada a independência da República Ucraniana. A Independência ucraniana durou poucos meses. O território foi logo tomado pela movimento soviético (incluindo seu exército) o que culminou na integração da Ucrânia à URSS. Nessa época, surgiram diversos exércitos ucranianos insurgentes, que buscavam a independência da Ucrânia e, entre eles a expressão "Slava Ukrainii" (Glória à Ucrânia), como modo de autoafirmação da luta pela independência. Com a II Grande Guerra, os exércitos insurgentes viram-se cercados, de um lado, os Nazistas, de outro, a URSS. Ainda que alguns líderes dos movimentos tenham negociado com um ou outro lado, o fato é que os ucranianos foram dizimados, por nazistas e por sovietes. A célebre expressão continuou sendo um sinal de busca pela liberdade e independência. Ganhou forças novamente após a Revolução da Dignidade e queda do presidente Yanukovich (corrupto, diga-se de passagem e aliado de Putin). O Partido Comunista e seus símbolos foram proibidos na Ucrânia desde a Revolução. O problema não é a ideologia em si, mas as feridas deixadas pelos longos anos de cativeiro soviete. Milhões morreram, outros milhares simplesmente desapareceram. No Brasil, a desinformação leva muitos a acreditarem que, pasmem vocês, Putin é Comunista.

PS.: a) A Criméia é da Ucrânia. b) O Putin é um maluco, com tendências tsaristas e não Soviéticas (aliás, foi contra tendências assim que os bolcheviques lutaram, pelo amor de Marx!). c) A Rússia nunca aceitou e nunca vai aceitar que o berço de todas as civilizações eslavas orientais não é ela e não pertence mais a ela.PS2: A Embaixada da Ucrânia no Brasil soltou uma nota na página do Face, vale conferir.

(Texto meu, sobre o que vi por aí e que até me fez tirar a poeira do meu face pessoal)

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História honesta

Calor da Hungria. Como o passado húngaro da Transcarpácia criou seu presente

tumultuado Por Veronika Melkozerova Publicado em 4 de maio.

BEREHOVE, Ucrânia - Novos problemas com um vizinho difícil estão se formando para a Ucrânia, mas desta vez não é só da Rússia. Líderes na Hungria, uma nação de 9,8 milhões de habitantes, que faz fronteira com o Oblast de Zakarpattya, a 800 quilômetros a sudoeste de Kiev, estão tornando a vida da Ucrânia a mais difícil possível. A região abriga cerca de 100.000 húngaros étnicos, que constituem 10% da população de 1 milhão de habitantes de Zakarpattya.Como a Rússia fez no leste da Ucrânia, a Hungria está ampliando sua influência em Zakarpattya, tentando ditar à Ucrânia como conduzir seus assuntos internos, acusando-a de reprimir a minoria húngara e até ameaçando bloquear a integração da Ucrânia à União Européia e à OTAN. Conflito de hoje As tensões entre a Ucrânia e a Hungria aumentaram em setembro, quando o parlamento ucraniano introduziu uma legislação que torna o ucraniano a única língua de educação nas escolas estaduais do país. Embora a nova lei de língua visasse principalmente cortar a influência da língua russa, irritou a maioria dos países vizinhos da Ucrânia, que também a viram como supressão de suas línguas nacionais.

As tensões com a Romênia e a Polônia sobre esta questão foram resolvidas diplomaticamente, mas a Rússia e a Hungria têm usado a lei da língua para reivindicar que a Ucrânia está discriminando as minorias nacionais. A mudança para a direita na política europeia não está ajudando: o radical partido político húngaro Jobbik, que em 2014 convocou abertamente o Zakarpattya a se unir à Hungria, ocupou 26 cadeiras no parlamento húngaro e ficou em segundo depois do atual primeiro-ministro Viktor Orban. aliança governista Fidesz-KNDP (133 assentos) na eleição parlamentar da Hungria em 8 de abril. Por sua vez, as provocações dos nacionalistas ucranianos contra as bandeiras húngaras e o que o Serviço de Segurança da Ucrânia alegou ser um ataque russo instigado a um centro cultural húngaro em Zakarpattya, foram amplamente cobertas pela mídia húngara e russa.Agora, o plano da Ucrânia para restaurar uma base militar em Berehove, uma cidade de 20 mil habitantes a cerca de 10 quilômetros da fronteira com a Hungria, se tornou o mais recente ponto dolorido nas relações ucraniano-húngaras. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, expressou sua preocupação com o plano, que envolveria cerca de 800 soldados ucranianos na área, povoada principalmente por húngaros étnicos. Szijjártó disse que o governo ucraniano considerou a minoria húngara uma ameaça a Kiev e chamou a situação de "repugnante" em 19 de março. Mas, apesar do amplo envolvimento da Hungria na região, Zakarpattya está longe de ser dominado por húngaros étnicos. Na realidade, é uma terra multinacional. De acordo com o último censo nacional em 2001, Zakarpattya era maioritariamente habitada por ucranianos (1 milhão), húngaros (151.000), romenos, russos, ciganos, eslovacos, alemães e judeus. Então, por que a Hungria está intervindo nos assuntos ucranianos em Zakarpattya agora? As razões estão no passado da região.

Nota do Editor: Esta é a quarta edição do projeto “Honest History” do Kyiv Post, uma série que desmascara mitos sobre a história ucraniana usada por propagandistas. As histórias e vídeos são apoiados pelo Black Sea Trust, um projeto do German Marshall Fund dos Estados Unidos. As opiniões expressas não representam necessariamente as do Black Sea Trust, do German Marshall Fund ou de seus parceiros.

O centro de Berehove, uma cidade ucraniana ocidental, é exibido em 1940. A cidade, agora com 20.000 habitantes, e o resto do Oblast de Zarkapattya, tornou-se parte da Ucrânia soviética somente após a Segunda Guerra Mundial. A Hungria governou por séculos antes disso.

Foto de Fortepan

A catedral da elevação da cruz santamente no centro de Berehove, Zakarpattya é mostrada em 1940. (Fortepan)

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Império perdido Zakarpattya, uma região de 12.800 quilômetros quadrados na área ocidental das montanhas dos Cárpatos, só se tornou parte da Ucrânia há cerca de 70 anos, após a Segunda Guerra Mundial em 1946. A União Soviética posicionou isso como "a restauração da justiça histórica" - trazendo de volta uma terra habitada principalmente pelos ucranianos. Mas a Hungria viu a perda deste território como uma grande injustiça.Durante os cursos dos séculos 19 e 20, a área estava sob controle do Império Austríaco, do Império Austro-Húngaro, da Tchecoslováquia, da curta Ucrânia dos

Cárpatos, depois da Hungria, da União Soviética e da Ucrânia independente. Antes da Primeira Guerra Mundial, a Hungria fazia parte do Império Austro-Húngaro, o segundo maior estado da Europa depois do Império Russo. Durante a guerra de 1914-1918, o Império Austro-Húngaro, em aliança com o Império Alemão, o Império Osman e o Reino da Bulgária, lutou contra as Forças Aliadas do Reino Unido, França e Rússia.Perdeu a guerra e também os territórios que agora fazem parte da atual Sérvia, Romênia, Eslováquia e Ucrânia. Os aliados atribuíram os territórios aos vizinhos da Hungria sob os Tratados de Paz de Paris de 1918-1920. Zakarpattya, também conhecida como Rutênia Cárpata e Transcarpática, tornou-se parte da Tchecoslováquia como resultado do Tratado de Saint-Germain em 1919, enquanto outros territórios foram dados ao Reino da Iugoslávia, Reino da Romênia e Tchecoslováquia sob o Tratado de 1920. do Trianon, o que muitos húngaros ainda consideram um trauma nacional. De acordo com Imre Szakal, professor de história do Ferenc Racoczi II Transcarpatian Institute de Berehove e de uma etnia húngara, os ucranianos da Transcarpathia saudaram a transição para a Tchecoslováquia, esperando que a nova regra construísse uma vida melhor para eles.Mas os húngaros ficaram arrasados. “Eles simplesmente não podiam acreditar que não estavam mais na Hungria. A velha ordem desapareceu. Eles tiveram que começar a aprender o idioma, as regras e as leis tchecas ”, disse Szakal. Eslavos e húngaros Os novos governantes tchecos eram liberais em relação à cultura ucraniana em Zakarpattya, disse Volodymyr Kenyyz, historiador e diretor do Berehivska Gymnasium em Berehove, ao jornal Kyiv Post. Kenyyz liga essa atitude liberal ao fato de que tanto os tchecos quanto os ucranianos são eslavos, enquanto os húngaros não são. Os historiadores discordam sobre quem dominou a região no passado: historiadores ucranianos acreditam que toda a área das Montanhas dos Cárpatos foi habitada principalmente por tribos eslavas do século VI ao século X. Acredita-se que os eslavos ocidentais, incluindo os hórvatas brancos, tchecos e poloneses, tenham suas origens nas tribos eslavas dos Cárpatos. Então vieram os húngaros. Eles vieram da região sul dos Urais (agora Rússia) e se estabeleceram entre o rio Tysa e o rio Danúbio no século IX, iniciando a era do domínio húngaro nessas terras. Gyorgy Csatary, o chefe do departamento de história do Instituto Transcaratian de Berehove,

Os aldeões estão perto do vagão com os oxes em montanhas Carpathian. A data exata de uma imagem é desconhecida (Fortepan)

Soldados do exército soviético lutam com as forças conjuntas da Hungria e da Alemanha nazista em uma vila nas montanhas dos Cárpatos em 1944. (Courtesy)

As pessoas celebram o 50º aniversário da Revolução de Outubro na vila de Solotvyno, na província de Zakarpattya, em 1967. (Courtesy)

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argumenta que o domínio eslavo dessas terras não é comprovado. Húngaros na Ucrânia Os vizinhos da Ucrânia devem agora deixar as tensões históricas no passado e aprender a viver em paz e harmonia sob a ordem moderna, disse Kenyyz. Mas a Hungria não esqueceu que uma vez possuiu Zakarpattya. O atual governo húngaro do primeiro-ministro Viktor Orban vem conduzindo uma política conservadora nacionalista e fez dos húngaros que vivem no exterior um de seus principais focos. Logo depois que Orban chegou ao poder em 2010, a Hungria adotou um procedimento simplificado para conceder a cidadania húngara.A partir de 2016, mais de 760.000 estrangeiros receberam, com apenas 28.000 pedidos sendo rejeitados. Até 100.000 cidadãos de Zakarpattya receberam passaportes húngaros, de acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Vasyl Bondar. Este é aproximadamente o número da diáspora húngara na região. E os húngaros recentemente confirmaram seu apoio ao nacionalista Orban: seu partido ganhou 133 dos 199 assentos no parlamento húngaro na eleição de 8 de abril. Dos territórios que faziam parte do Império Austro-Húngaro, a Ucrânia tem a menor diáspora húngara: cerca de 100.000 pessoas, quase todas em Zakarpattya. Em comparação, em 2013, havia 1,2 milhão de húngaros vivendo na Romênia, cerca de 459.000 na Eslováquia e 251.000 na Sérvia. A porcentagem de etnia húngara na população geral também é de longe a mais baixa da Ucrânia - ela representa 0,24% da população de 42 milhões de habitantes do país.

A vida em Zakarpattya A vida não é fácil em Zakarpattya, o menor

dos oblasts da Ucrânia, com um orçamento de apenas 2,6 milhões de euros em 2018. A cidadania húngara dá aos locais o direito de trabalhar na Hungria e em outros países da União Européia, dando a eles a chance de fazer muito mais do que poderiam em casa. O salário médio mensal em Zakarpattya é de 210 euros, um dos mais baixos da Ucrânia. Do outro lado da fronteira, os húngaros ganham em média 955 euros por mês. A cidade de Berehove e as aldeias vizinhas têm as maiores concentrações de húngaros em Zakarpattya. Aqui, os húngaros constituem 48%, superando os ucranianos, que compõem 39%.Se alguém perguntar que horas são em Berehove, os locais oferecem duas respostas: a hora ucraniana e a hora húngara, uma hora atrás. A estrada e as placas de rua estão escritas em húngaro e em ucraniano. Também vale para os nomes das pessoas: Zakarpattya Os húngaros geralmente têm um nome húngaro e um ucraniano.O governo húngaro também está presente na região. Oferece empréstimos sem juros para pessoas que buscam iniciar um negócio em Zakarpattya - tanto húngaros quanto ucranianos. Mas uma exigência fundamental é que o plano de negócios seja escrito em húngaro. A Hungria também financia centros educacionais em Zakarpattya e fornece vacinas gratuitas. Mesmo Deyak, um ativista nacionalista local, diz que a Ucrânia deveria aprender com a Hungria como tratar seu povo. As autoridades húngaras resolvem os problemas dos habitantes locais, enquanto o governo ucraniano nunca tem dinheiro para as necessidades do Zakarpattya, argumentou Deyak. “Claro, eles fazem isso em benefício próprio. Mais húngaros significam mais eleitores ”, disse Deyak. Kenyyz concordou, dizendo que "Orban governa Zakarpattya porque a Ucrânia não faz o suficiente para os habitantes locais". “Agora a questão nacional não é tão importante. As pessoas simplesmente vão para onde a vida é melhor ”, disse o professor de história Csatary. Brigas políticas A Hungria, por sua vez, afirma que um ressurgimento nacionalista ucraniano está estragando as relações de Kyiv com seus vizinhos. Desde que a Ucrânia introduziu a lei da língua escolar em outubro, a Hungria tem bloqueado as reuniões da Comissão Ucrânia-OTAN. Em resposta, o governo ucraniano prometeu adiar a implementação da lei até 2023. "Não somos contra aprender ucraniano,

Um homem monta um trator na aldeia de Bene, no distrito de Berehivskiy, no oblast de Zakarpattya, 800 quilômetros a sudoeste de Kyiv, em 26 de abril. O distrito é habitado principalmente por húngaros étnicos. (Veronika Melkozerova)

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só queremos ter uma escolha, como em um país democrático", diz Csatary, falando em ucraniano. Ele aprendeu a língua enquanto estudava história na Universidade de Uzhhorod. Ao contrário dele, a maioria dos membros seniores da comunidade ucraniana-húngara não fala ucraniano. Os jovens falam ucraniano como língua estrangeira. Existem mais de 90 escolas públicas em Zakarpattya, onde as crianças estudam em húngaro.Quando a nova lei de língua entrar em vigor em 2023, eles terão que mudar para o ucraniano. Mas Csatary acha que isso não será possível. “O governo quer que nossos filhos aprendam ucranianos como crianças ucranianas, usando os mesmos livros didáticos. Mas aqui tem que haver uma abordagem especial - ensinar ucraniano como língua estrangeira ”, diz ele. A dura resposta de Budapeste à legislação lingüística da Ucrânia, por sua vez, provocou uma reação dos nacionalistas ucranianos em Zakarpattya. A organização nacionalista local Svoboda em novembro arrancou a bandeira nacional húngara do prédio do Conselho Municipal de Berehove. A organização nacionalista dos Cárpatos, em março, realizou uma manifestação em Uzhhorod, que a mídia descreveu como anti-húngara. Deyak, no entanto, negou que fosse anti-húngaro. Ele disse que os ativistas nacionalistas locais suspenderam movimentos pró-separatistas inspirados por representantes russos em 2014, após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia naquele ano. “Mas a Rússia não parou de minar a Ucrânia. Desta vez, está usando nossas tensões com a Hungria ”, diz Deyak. Houve dois ataques incendiários contra o Centro Cultural Húngaro em Uzhhorod em fevereiro, que as autoridades ucranianas alegaram terem sido ordenadas pela Rússia para promover o conflito entre a Ucrânia e a Hungria. No começo do ano, a Ucrânia decidiu reforçar sua fronteira ocidental reabrindo a base militar em Berehove. O Conselho Municipal de Berehove, formado principalmente por húngaros étnicos, apoiou a decisão. Mas Budapeste criticou o movimento. O ministro das Relações Exteriores, Szijjártó, disse que o governo ucraniano considerou a minoria húngara uma ameaça à integridade territorial da Ucrânia. Ele acrescentou que "a Hungria nunca fez nenhuma reivindicação por territórios ucranianos e respeita todos os acordos internacionais". O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia respondeu que cabia à Ucrânia decidir onde colocar bases militares em seu território.

“Como país em guerra, só queremos que não haja mais provocações em Zakarpattya. Mas tais alegações da Hungria estão beneficiando o Kremlin ”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, ao canal de televisão ucraniano 112. Os moradores locais também não vêem nenhuma ameaça da Hungria, lembrando que foi um dos primeiros países a convidar veteranos de guerra de Donbas e suas famílias para tratamento médico, e um dos primeiros países a condenar a invasão da Criméia pela Rússia. "É 2018 e a Ucrânia faz parte da Europa", disse o nacionalista Deyak. "Por que eu deveria odiar os húngaros pelo que aconteceu 75 anos atrás?"

fonte: (https://www.kyivpost.com/ukraine-politics/honest-history-heat-hungary-transcarpathias-hungarian-past-set-tumultuous-present.html)

Levko Lukyanenko, um dos membros fundadores

do Grupo Ucraniano de Helsinque, que passou 25

anos em campos de trabalho soviéticos, morreu em Kiev

depois de uma longa doença. Ele tinha 89 anos.

Lukyanenko nasceu em 24 de agosto de 1928 e, após a Segunda Guerra Mundial, formou-se como advogado. Sua luta pela independência da Ucrânia começou em 1959, quando ele se tornou um dos fundadores de um partido clandestino chamado União Ucraniana de Trabalhadores e Camponeses [Українська робітничо-селянська спілка] A União ainda tinha que ir além das reuniões organizacionais quando, em janeiro de 1961, Lukyanenko, Ivan Kandyba e outros cinco membros foram presos. Lukyanenko foi acusado de "traição estatal" e "criação de uma organização nacionalista clandestina" e sentenciado à morte. Isso foi comutado para o campo de trabalho de 15 anos, que Lukyaneko passou nos campos políticos de Mordovian e Perm, assim como na prisão de Vladimir. Ele se recusou a ser abafado mesmo nos campos de trabalho, e escreveu vários apelos que teriam sido contrabandeados para fora dos campos, além de participar da luta para serem reconhecidos como prisioneiros políticos. Em 10 de dezembro de 1975, por exemplo, ele e outros presos políticos declararam uma greve de fome para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Ele foi enviado no mesmo dia para Chernihiv, onde cumpriu a sentença de 15 anos, sendo libertado em janeiro de 1976. Cerca de oito meses depois, Lukyanenko e

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Kandyba foram abordados pelo escritor ucraniano Mykola Rudenko e perguntaram se eles iriam se juntar a ele para fundar o “Grupo Ucraniano de Helsinque” - UHG. O nome desse grupo incluía uma referência vital aos Acordos de Helsinque, que a União Soviética havia assinado em 1975. O documento continha compromissos importantes sobre a observação dos direitos humanos, incluindo a rejeição de qualquer perseguição por motivos políticos. Este não foi o primeiro nem o último documento que a URSS assinou sem qualquer intenção de observar, embora o compromisso tenha sido feito, e o movimento de Helsinque procurou manter publicamente o regime soviético em sua palavra. Isso garantiu que o peso da máquina repressiva desabasse sobre todos os membros do Grupo, que Lukyanenko e Kandyba, que tinham acabado de cumprir sentenças de 15 anos, entenderam muito bem. Mais tarde, Rudenko lembrou que Lukyanenko havia pedido tempo para pensar em se juntar - todos os trinta minutos. O grupo ucraniano de Helsínque anunciou sua formação em 9 de novembro de 1976. Todos os dez membros fundadores (Oleksandr Berdnyk; Petro Grigorenko; Ivan Kandyba; Levko Lukyaneko; Myroslav Marynovych; Mykola Matusevych; Oksana Meshko; Mykola Rudenko; Nina Strokata e Oleksiy Tykhiy) enfrentaram a repressão, mas isso não foi para dissuadir outros, embora em menor número, de ingressar na UHG. Lukyanenko foi novamente preso em 12 de dezembro de 1977, acusado de “agitação e propaganda anti-soviética” e sentenciado em julho de 1978 a 10 anos de “regime especial” [especialmente duro] e 5 anos de exílio, sendo declarado um infrator reincidente particularmente perigoso. . Ele cumpriu a sentença integralmente e foi enviado para o exílio em Tomsk, na Rússia. Os últimos prisioneiros políticos soviéticos foram libertados como parte da "perestroika" de Mikhail Gorbachev em 1988, e Lukyanenko foi "perdoado" em novembro daquele ano e libertado do exílio. Lukyanenko foi posteriormente ativo, primeiro na União Ucraniana de Helsinque, depois na política, e foi um dos autores da Declaração da Independência Ucraniana em 24 de agosto de 1991. Ele foi mais tarde eleito para o parlamento por diversas vezes. Alguns de seus pontos de vista nos últimos anos suscitaram críticas, no entanto, ele foi amplamente respeitado como um defensor inabalável da independência da Ucrânia, que pagou um preço enorme por permanecer fiel às suas crenças e à Ucrânia. Вічна пам'ять ! Memória Eterna!

fonte: (Vitorio Sorotiuk Ucranianos no Brasil - Українці в Бразилії/FACEBOOK)

Zaitseve - frente de guerra atravessa as ruas desertas

Um soldado ucraniano caminha entre as ruínas de uma casa bombardeada enquanto explora a área de combate na cidade de Zaitseve em 25 de junho.

De Illia Ponomarenko , Volodymyr Petrov . Publicado a 13 de julho.

Foto de Volodymyr Petrov

ZAITSEVE, Ucrânia - Ao meio-dia em um recente e quente dia de verão, um esquadrão de soldados de infantaria ucranianos está sentado em um quarto sombrio atrás de uma parede de sacos de areia. Calmos, mas alertas, os soldados fumam e bebem bebidas energéticas em garrafas de plástico, segurando rifles nas mãos e ouvindo os sons distantes de tiros. É 25 de junho. A qualquer momento, a luta pode se espalhar para a posição deles, e eles estão prontos para atirar de volta no inimigo assim que receberem o comando. Seu abrigo fortificado já foi a sala de uma pequena casa antiga na pacata cidade de Zaitseve, cerca de 580 km a sudeste de Kiev. Antes da guerra, Zaitseve tinha uma população de cerca de 3.400 pessoas e efetivamente, era apenas um subúrbio da cidade de Horlivka. Hoje, apenas 120 moradores ainda vivem na parte norte da cidade, ocupada pelos ucranianos. Agora, é um posto avançado de combate no coração da zona de guerra de Donbas, e tem sido obstinadamente defendido pelas tropas ucranianas durante vários anos. Os tiros de metralhadoras logo cessam, mas os soldados mostram poucos sinais de relaxamento."Tudo bem, não fique na frente dos canhões - os atiradores podem estar nos observando agora", diz o soldado Mykola Buzhara, um velho guerreiro de cerca de 60 anos, quando se levanta, endireitando-se, usando seu rifleAK envelhecido. "E não fale alto demais, os 'separadores' (separatistas) podem surtar e começar a atirar". Os soldados têm todos os motivos para serem cautelosos. Os combatentes das forças lideradas pelo Kremlin estão a apenas 30 metros de distância, abrigando seus próprios ninhos de armas fortificadas

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do outro lado da rua. Aqui nesta pequena cidade, a menos de 10 quilômetros ao norte da cidade de Horlivka, ocupada pelos russos, a linha de combate da guerra da Rússia em Donbas corta as casas de campo e os jardins dos quintais. Entre as ruínas enegrecidas, as tropas adversárias colidem quase todas as noites em ferozes lutas, de casa em casa, com bombardeamentos ferozes. Houveram mudanças substanciais à forma desta frente de batalha durante anos. Em grande parte arruinada e abandonada pela maioria de seus civis, Zaitseve foi dividida ao meio, com com a 24ª Brigada do exército ucraniano ainda defendendo sua parte norte, e forças lideradas pela Rússia no controle do sul.

Soldados ucranianos apertam as mãos , enquanto se cumprimentam em um posto de combate na cidade de Zaitseve em 25 de junho. Foto: Volodymyr Petrov

A primeira linha de defesa das forças ucranianas se estende ao longo da rua Smolenska, que vai de leste a oeste através do centro de Zaitseve. Uma típica rua tranquila antes da guerra,

Um soldado ucraniano ferve água para tomar chá ns cozinha de uma casa abandonada na cidade de Zaitseve em 25 de junho. Foto: Volodymyr Petrov

Ruínas de uma casa, na região fronteiriça de Donbas - Zaitseve, 25 de junho. Foto: Volodymyr Petrov

Soldado ucraniano observa as linhas inimigas em um posto de combate. Zaitseve, 25 de junho. Foto: Volodymyr Petrov

Um soldado ucraniano ilumina um ninho de pássaro em uma casa em ruínas em Zaitseve, transformada em um posto de combate.Um pouco de distração em meio ao caos. Foto: Volodymyr Petrov

Um civil ucraniano aparece por tras de um portão cravejado de balas. Foto: Volodymyr Petrov

Ruínas de casas são vistas por toda cidade de Zaitseve. Foto: Volodymyr Petrov

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esta rua foi transformada em uma rede altamente fortificada de trincheiras, abrigos e ninhos de metralhadoras, cheias de centenas de metros de arame farpado. Na terra de ninguém, em frente às defesas ucranianas, há um grande espaço com árvores mortas, despidas de suas folhas pelas ondas de choque dos bombardeios. As principais linhas inimigas estão escondidas atrás de uma densa cobertura de árvores, mas através de binóculos, figuras furtivas e sombrias podem ser vistas em posições avançadas do outro lado da rua. "Parece que eles estão se fortalecendo", diz Serhiy Synenykov, soldado ucraniano, enquanto examina as linhas inimigas através de um periscópio de vigilância a partir de um ponto de observação subterrâneo. Ele aponta para uma parede recém-construída de sacos de areia brancos ao lado de um abrigo feito atrás de uma de vegetação. “Eu os desafio”, diz Artem Zabskiy, outro jovem soldado no posto de combate. Ele carrega calmamente cartuchos de 7,62 milímetros em seu rifle."Deixe-os tentar e mostrarem-se - nós temos uma boa história lhes para contar", ele sorri, acenando para os lançadores de foguetes Shmel - tubos com rondas incendiárias encostadas nas paredes de madeira do abrigo. Nessa guerra tática de combate tão próximo, qualquer tentativa do inimigo de avançar, mesmo por alguns metros, não pode ser deixada sem resposta, mas isso alimenta novos combates ferozes. Logo atrás das defesas ucranianas, as ruas desertas de Zaitseve estão se deteriorando e ficando cobertas de grama e arbustos. No verão, essa próspera vegetação selvagem encobre um pouco a escuridão silenciosa desta cidade morta, obscurecendo a visão desoladora de casas destruídas. Muitas das casas próximas à atual linha de frente, arrumadas e bem conservadas antes da guerra, foram reduzidas a paredes destruídas por bombardeios regulares de granadas e artilharia. Suas chaminés de pedra, são as únicas partes de seus interiores não completamente destruídas pelo fogo. "Os ataques acontecem aqui quase todos os dias", diz outro jovem soldado ucraniano, Yuriy Chernyavskiy, enquanto caminha sobre uma pilha de vidros esmagados perto de uma garagem destruída. O vidro quebrado range sob as botas."Então, observe o seu passo - você nunca sabe onde um projétil não-detonado pode estar esperando." À medida que os soldados caminham lentamente entre as ruínas, seus fuzis apoiados contra o peito, sons de tiros, explosões e estrondos

podem ser ouvidos de vez em quando: os combates em toda a linha de frente dos 400 quilômetros nunca param completamente. Perdido e esquecido Mas Zaitseve não está tão deserta quanto parece à primeira vista. As pessoas ainda vivem em algumas das casas mais ou menos intactas, longe da linha de frente. Aqui e ali, por trás de velhos e enferrujados portões de metal crivados de buracos de estilhaços, os rostos dos últimos civis locais aparecem quando os soldados chamam. Entre eles estão Mykola e Tamara Vdovychenko, um casal de quase 70 anos.

Como muitos milhares de idosos solitários presos na zona de guerra de Donbas, eles não têm mais para onde ir e não têm escolha a não ser morar a poucas centenas de metros da linha de frente. "Quando o bombardeio começa, nos escondemos embaixo da nossa garagem", Mykola diz em uma voz trêmula enquanto aponta para uma escada descendo em um porão de concreto frio. Ele nem olha para isso. "Somos muito velhos e, para nós, toda vez que vamos lá embaixo, é sempre uma tortura." Sua esposa Tamara é extremamente frágil e só pode se mover apoiando-se em uma armação improvisada. No entanto, ela sorri e parece feliz em falar sobre sua vida - muitas pessoas não manifestam interesse no casal de idosos, perdido e esquecido nesta zona de guerra. "A propósito, alguns dias atrás, uma bomba explodiu em nosso quintal de novo", diz ela. “Ela matou várias de nossas galinhas e quebrou nossa cerca. Meu marido diz que era uma granada de 82 milímetros. Graças a Deus, os soldados vieram em breve para verificar o buraco de impacto e rapidamente consertaram nossa velha cerca”. “Às vezes gosto de brincar com a minha vida”, continua ela. “Nasci no tempo da Segunda Guerra Mundial e agora parece que vou morrer durante outra guerra.” O casal vive em pobreza extrema e as roupas que vestem são sujas e surradas. Mesmo que eles

um casal de idosos local, fala sobre as dificuldades de sua vida cotidiana na cidade de Zaitseve. Foto: Volodymyr Petrov

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recebam suas pensões, eles raramente têm a chance de se apossar do dinheiro - para isso, eles têm que arranjar alguém no exército, ou um vizinho, para pegar seus cartões bancários da zona de combate e ir sacar dinheiro o caixa eletrônico mais próximo. Eles mal têm força para ir além de seu próprio quintal. “Minha esposa precisa de cuidados constantes - ela não vai sobreviver sem mim”, diz Mykola, depois que Tamara sai devagar para descansar na casa. "Mas além disso, tenho meu próprio problema." Ele remove seus grandes óculos de sol pretos. Uma de suas pupilas é branca pálida e leitosa - ele tem catarata. “Estou quase cego. Não consigo ver nada, exceto flashes de luz do sol e formas sombrias de pessoas e objetos grandes ao meu redor”. No decorrer da conversa, após algumas tentativas de se esquivar da questão, Mykola admite que em 1987 ele atuou como especialista técnico na KGB soviética no Afeganistão. Desde então, ele e sua esposa viviam uma vida tranquila em Zaitseve - até que o Kremlin o encontrou novamente com sua mais recente guerra, três décadas depois. “Eu estava no exército, assim como aqueles jovens soldados cujas vozes às vezes ouço perto dos portões do nosso quintal”, diz ele com um suspiro. "Para ser honesto, eu sinto muito que eles tenham que passar seus melhores dias nesta maldita guerra, desencadeada pelo velho Putin." “Como ex-militar, eu entendo claramente de onde vêm todas as minas e granadas - todas são lançadas do sul, onde estão os separatistas”. ... “E eu continuo me perguntando: 'Para que isso tudo? Por que eles estão lutando? Mais território para (o presidente russo Vladimir) Putin? '” "Putin não tem terras suficientes em sua Rússia?"

fonte: KIYV POST( https://www.kyivpost.com/ukraine-politics/in-zaitseve-war-front-runs-through-deserted-streets.html)

Tymchuk: Rússia pode cometer terrorismo na

CrimeiaOs principais alvos podem ser

locais públicos

A Rússia continua implantando um grande número de equipamentos militares e complexos de mísseis na Crimeia. “Segundo as informações disponíveis, as forças especializadas da Rússia estão considerando

a possibilidade de realizar uma série de atentados no território da Crimeia ocupada em um futuro próximo (final de julho - início de agosto), incluindo ataques terroristas contra a população civil dos territórios ocupados. A Criméia teria baixas em massa”, escreveu Dmytro Tymchuk, coordenador do projeto “Resistência à Informação”, no Facebook . Segundo ele, os principais alvos podem ser locais públicos, como shoppings, mercados, eventos e infra-estruturas, como pontos de abastecimento de água e depósitos de combustível. “Todos estes atentados do Kremlin, tradicionalmente, terão como alvos grupos ucranianos de reconhecimento de sabotagem e governo. Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, já deu a entender isso durante uma visita a Sevastopol, dizendo que há uma alta ameaça de desestabilização na Criméia, como resultado da política agressiva de autoridades ucranianas e membros de organizações nacionais radicais”, Tymchuk escreveu. Anteriormente, a Rússia ignorou a ordem do Tribunal Internacional de Justiça para suspender a proibição ao corpo representativo do povo tártaro da Crimeia, os Mejlis, em se pronunciar. A Corte ordenou que a Rússia informasse sobre as medidas tomadas para implementar suas ordens até 18 de janeiro de 2019. Entre outras coisas, a Corte Internacional ordenou que a Rússia “se abstenha de manter ou impor limitações à capacidade da comunidade tártara da Criméia para conservar suas instituições representativas, incluindo os Mejlis”.

fonte: (https://eng.uatv.ua/dmytro-tymchuk-russia-may-commit-terrorist-acts-crimea/)

Rússia detém navios estrangeiros no mar de Azov

Eles estão sendo detidos por até três dias

Foto de Ukrinform – UATV A Rússia começou a deter navios estrangeiros que passam pelo Estreito de Kerch, no Mar de Azov, informa a Ukrinform . Oleh Slobodian, assistente do Serviço de Guarda de Fronteiras do Estado ucraniano, disse isso em uma coletiva de imprensa hoje.

Foto de Ukrinform – UATV

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“Estamos observando que a Federação Russa mudou o algoritmo de suas ações no Mar de Azov. Detém navios estrangeiros que chegam à Ucrânia, atrasando o prazo para a concessão de permissões para passar pelo Estreito de Kerch. Há informações de que os navios são detidos, às vezes, por até três dias ”, disse Slobodian. Segundo ele, isso influencia a atratividade econômica da Ucrânia. Slobodian disse que sob um tratado internacional, o Mar de Azov é para uso doméstico tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia. Ele pode ser usado livremente pelos dois lados, então a Rússia pode inspecionar os navios, mas "não entendemos por que isso está sendo feito", disse ele. Quando perguntado se é necessário rescindir o acordo bilateral sobre o uso do Mar de Azov, Slobodian disse que a mudança do acordo faz sentido quando ambas as partes não pretendem cumprir suas obrigações. "Podemos tomar essa decisão unilateralmente, mas na minha opinião, não haverá nenhum efeito nisso", disse Slobodian. Chefe do centro de reformas de defesa, Oleksandr Danyliuk, por sua vez, observou que, em sua opinião, o lado russo cria problemas para os navios que entram na Ucrânia para pressioná-lo, em particular, sobre a questão da Ucrânia restaurar o abastecimento de água para a Criméia. Ele disse que devido a atrasos, as embarcações estrangeiras estão começando a rever sua logística para não entrar nos portos de Mariupol e Berdiansk, o que cria problemas econômicos para essas cidades. “A Rússia cria pré-condições para certas conseqüências econômicas e sociais negativas nessas cidades”, acrescentou Slobodian. Ele observou que já existem evidências de que uma pseudo-organização está sendo criada no porto de Mariupol para criar distúrbios na cidade.

fonte: (UA TV https://eng.uatv.ua/russia-detaining-foreign-ships-azov-sea/)

A OTAN pode responder ao bloqueio russo do Mar de Azov

Comandante do Grupo Marítimo Permanente da OTAN, Boudewijn Boots, acredita que a expansão

militar russa no Mar Negro após a anexação ilegal da Crimeia, levou ao aumento da presença de navios da OTAN na região do Mar Negro. Ele disse isso em uma conferência de imprensa na segunda-feira, 23 de julho, a bordo do “HNLMS De Ruyter”, a fragata da Marinha Real da Holanda, informou um correspondente da Ukrinform. "Observamos um aumento do poder militar da Federação Russa no Mar Negro e um aumento significativo da presença militar russa após a anexação ilegal da península da Criméia, o que de fato levou à decisão da Cúpula da Otan em Varsóvia de aumentar nossa presença na Rússia". Por isso, quando perguntam se existe uma ligação entre visitas frequentes de navios da OTAN no Mar Negro, podemos afirmar afirmativamente - existe uma ligação deste tipo ", afirmou Boots. Quando perguntado por um correspondente da Ukrinform, se a OTAN facilitará a restauração da passagem de navios no Mar de Azov caso a Rússia bloqueie esta passagem para navios mercantes através do Estreito de Kerch, Boots disse: "Eu entendo a relevância da questão, mas você pergunta às pessoas erradas. "Realizamos operações militares de acordo com as instruções do comando da OTAN. Aqui precisamos de uma decisão política da aliança. Observo que representamos uma organização defensiva e agiremos apenas se nossos navios forem atacados", disse Boots. Conforme relatado, seis navios do Grupo Marítimo e do Grupo Permanente de Contramedidas de Mísseis e Torpedos da OTAN, estão em uma visita amigável a Odessa, incluindo a fragata da Marinha Real Holandesa “HNLMS De Ruyter”, a fragata da marinha turca “TCG Fatih”, a fragata “ROS Regele Ferdinand” da Marinha Romena, a embarcação auxiliar da marinha alemã “Rhein”, o Contramedidas “Anamur” da Marinha Turca e o “Lupu Dinescu” também Romeno.

fonte: (https://www.ukrinform.net/rubric-defense/2504381-nato-can-respond-to-russian-blockade-of-azov-sea-commander-boots.html)

UE vai adicionar seis entidades

russas à lista de sanções sobre Kerch Bridge

18 de julho de 2018RFE / RL

BRUXELAS - Embaixadores da União Européia decidiram acrescentar seis entidades russas à lista de proibição de vistos e congelamento de ativos por estarem envolvidas na recente construção da Ponte do Estreito de Kerch - uma ponte de 19 quilômetros que liga o continente ao sul da Rússia com a

ponte que liga Crimeia à Rússia possui 19 km - Alexander Nemenov/AP (O GLOBO MUNDO)

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Península da Criméia. Segundo a UE, a construção da ponte russa desde a anexação ilegal da península da Criméia à Ucrânia, em Moscou, contribuiu para a desestabilização da integridade territorial da Ucrânia. Autoridades da UE que falaram à RFE / RL (Radio Free Europe/Radio Liberty) sob condição de anonimato, disseram que uma decisão formal de adicionar as seis entidades à lista de sanções é esperada para os próximos dias. Atualmente, a lista de sanções contém os nomes de 155 indivíduos da Rússia e Ucrânia e 38 entidades. A ponte Kerch Strait foi aberta para carros e ônibus em maio. Ele contém uma rodovia de quatro pistas e duas linhas de trilhos que ainda estão em construção. O projeto de construção russo de US$ 3,7 bilhões começou em 2016.

RadioFreeEurope / RadioLibertyCom reportagem do correspondente da RFE / RL Rikard Jozwiak em

Bruxelasfonte: (https://www.rferl.org/a/eu-to-add-six-russian-entities-to-

sanctions-list-over-kerch-bridge/29374465.html)

Estátuas cobertas de balas em Kiev, lembram as pessoas que a guerra em

Donbas continua

O criador da exposição acredita que as pessoas se tornaram imunes a notícias sobre a guerra

Uma exposição de rua única apareceu no centro de Kiev para lembrar às pessoas que, apesar das suas próprias vidas pacíficas, as hostilidades em Donbas continuam até hoje.Há silhuetas cobertas de buracos de bala representando pessoas de diferentes idades e sexos. O criador do projeto, Oles Kromplyas, é um soldado voluntário e correspondente militar, que sobreviveu à prisão de militantes e participou da libertação de Mariupol há quatro anos. Ele acredita que a abundância de notícias das linhas de frente tornou as pessoas imunes às duras realidades da guerra. É por isso que ele surgiu com a idéia de exposições que as pessoas podem tocar, para que possam tentar entender e mergulhar nas experiências de soldados e civis. Os funcionários do Museu da Revolução e da Dignidade, ajudaram Kromplyas a fazer sua exposição. “Algumas pessoas vêm e dizem 'como

você pode atirar em silhuetas que simbolizam seres humanos reais'. Bem, isso é exatamente o que queríamos mostrar com toda esta exposição. É horrível quando alguém fotografa a silhueta simbolizando um ser humano, mas é muito pior quando alguém atira em uma pessoa real, e isso acontece todos os dias. Nossos soldados são mortos todos os dias e civis também, incluindo crianças. A guerra é um horror contínuo, ninguém pode aceitá-la, e o desejo de acabar com ela é o resultado desta exposição ”, disse Antonina Pipko, vice-diretora geral do Museu Nacional da Revolução e da Dignidade. As esculturas podem ser encontradas em várias áreas da cidade: no Parque Shevchenko, nas ruas Kreshchatyk e Lva Tolstoho, nas estações de metrô Arsenalna e Palats Sportu e ao longo do calçadão Dnipro.

fonte: (https://eng.uatv.ua/bullet-covered-statues-kyiv-remind-people-war-donbas-rages/)

https://youtu.be/sF8B9cwNeVM

Criméia. Território da tortura

REUTERS/Iryna Shechenko

Os crimes da Rússia contra a Crimeia e seus moradores não terminaram com a ocupação real. E embora o regime de Putin ainda não permita que observadores internacionais entre na Crimeia, alguma informação está chegando. Desde o início da anexação, monitores de direitos humanos registraram cerca de duzentos casos de tratamento desumano de pessoas, um quarto dos quais são casos de tortura. Algumas vítimas conseguem escapar do controle do FSB (Serviço Federal de Segurança Russo - que suscedeu a KGB) e estão prontas para contar ao mundo inteiro sobre sua experiência. Desde o início da anexação real da Crimeia, Ativistas Ucranianos de Direitos Humanos, registraram 181 casos de tratamento desumano de residentes da península temporariamente ocupada, incluindo 55 incidentes de tortura. Todos estão bem cientes do fato de que, se os observadores internacionais, em particular o Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, puderam visitar a península e se comunicar com os moradores locais, teria sido claramente menos violações registradas. Mas na

blob:https://www.rferl.org/c224c8db-3dfd-4a54-a517-590fc0f8af92

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realidade, não há acesso à Crimeia para qualquer “cão de guarda” dos direitos humanos. O chefe do conselho de administração da ONG “Crimea SOS”, Tamila Tasheva (que informou sobre os números acima mencionados), recorda que, não muito tempo atrás, o relator especial das Nações Unidas sobre o combate à tortura, Nils Melzer, procurou visitar a Crimeia para monitorizar as prisões locais, mas o lado russo recusou sua entrada. Hoje, especialmente valiosos, são os casos em que as pessoas conseguem, de alguma forma, sair das patas tenazes do Serviço Federal de Segurança Russo - FSB. E também é extremamente importante que as vítimas do regime encontrem forças para divulgar suas histórias. Fatos concretos da desumanidade do Kremlin, expressos publicamente, confirmam, sem dúvida, a posição da Ucrânia sobre o assunto. E eles mais uma vez provam ao mundo que a verdade está do nosso lado. Por exemplo, recentemente,

Ibrahimjon Mirpochchaev, nascido na Crimeia vítima da tortura do FSB, compartilhou sua história com jornalistas em Kiev. Ele mora na capital há vários meses. Foi a ONG “Crimea SOS” e seus amigos que o ajudaram a fugir em segurança da ocupação e se estabelecer na capital da Ucrânia.

Um advogado ucraniano, especialista da Fundação de Beneficência do Direito à Defesa, Dmytro Dvorkin, que está ajudando a família de Ibrahimjon, observa que ele já entrou com um recurso junto ao Serviço de Migração da Ucrânia para garantir que Mirpochchaev receba proteção do Estado. Ele também salienta que, independentemente da decisão, a fundação apoiará a família. "Se não conseguirmos resolver o problema em nível nacional, apoiaremos o apelo ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos", diz Dvorkin. Ao contar sua história, Ibrahimjon luta para esconder as lágrimas, as mãos tremendo. Ele não olha para os jornalistas na frente dele - apenas olhando para a mesa. Sua voz muda e sua maneira de falar são melhores do que qualquer palavra que mostre os horrores do verão passado que ele recorda. Sua grande e amigável família, vivia no distrito de Belogorsk, na cidade de Novokolenovo. A família de Ibrahimjon são seus pais, esposa, filhos e três irmãos. Em 10 de agosto de 2017, às seis horas da manhã, houve uma invasão do FSB em sua casa. O caos se seguiu à medida que os agentes começaram a espancar homens, mulheres e crianças na casa, que foi seguida por uma busca que durou cerca de duas horas e meia. "Eles fizeram uma bagunça dentro da casa, bem como no celeiro e

Foto de UNIAN

galinheiro. Eles tiraram toda a literatura islâmica que tínhamos, incluindo o Alcorão e vários outros livros", lembra Ibrahimjon. Depois disso, junto com seu pai e dois irmãos, ele foi levado para um local desconhecido, com sacos sobre suas cabeças. Lá a família foi dividida: seus irmãos e pai foram deixados em um quarto, enquanto Ibrahimjon foi levado para outro. Ele estava amarrado a uma cadeira, suas pernas e mãos amarradas com fita adesiva, e então ele foi mais uma vez brutalmente espancado. Os primeiros golpes foram em seu peito e cabeça, e depois continuaram batendo por várias horas. Junto com abuso físico, ele foi bombardeado com perguntas como onde você vai, quem são seus contatos, o que você sabe ... Além disso, eles tentaram estabelecer suas supostas ligações com o "Estado Islâmico" e a guerra na ... Síria. "Eles me perguntaram quando eu fui para a Síria e lutei pelo ISIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria)? Eu disse a eles que eu não fui a lugar algum, que eu nunca saí da Crimeia. Mas eles me disseram que eu estava mentindo", diz a vítima. Os agentes do FSB não pararam no espancamento. O homem foi mais intimidado e chantageado. Disseram a ele que estuprariam sua esposa e mandariam seus filhos para um orfanato. Eles colocaram um saco em sua cabeça e o estrangularam, exigindo que confessasse o extremismo. Eles o arrastaram pelo chão e o espancaram seis ou sete vezes ... "Eles tiraram meu jeans, me colocaram no chão, amarraram minhas mãos ao redor dos meus pés. Eles prenderam algo em mim por trás e conectaram algo, colocando um trapo na minha boca. Eles ligaram algum tipo de máquina e eu fui atingido pela eletricidade, eu senti como se estivesse queimando por dentro ..."o homem nos diz sem olhar para cima. A tortura durou horas. Depois de todo o abuso, um dos seqüestradores disse a Mirpochchaev que deveria ser grato por pararem a tortura. Ibrahimjon foi fotografado, tiraram suas impressões digitais, e depois foi para outra sala com um saco na cabeça. Então ele se viu na rua, onde ao lado dele ele ouviu vozes de seus irmãos e pai. Então Mirpochchaev ouviu seu segundo irmão gritando: "Eles vão deixar você ir, mas eles vão me levar com eles". E assim aconteceu. Ibrahimjon Mirpochchaev, seu pai e seu segundo irmão foram levados embora. É digno de nota que durante toda a viagem (ainda não ficou claro para onde foram levados), um dos sequestradores repetiu que Mirpochchaevs deveria manter silêncio sobre o que havia acontecido. Ele foi instruído a dizer a todos que eles haviam sido levados para uma verificação de identidade de rotina, e que eles haviam sido bem tratados. Caso contrário, se a verdade surgir, toda a sua família simplesmente desaparecerá,

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disseram eles. "Agora somos seus senhores", ele foi informado. "Estaremos monitorando vocês todos, e vocês estarão visitando mesquitas, adquirindo novos contatos e coletando informações para nós." Em poucos dias, soube-se que seu irmão estava preso em uma prisão temporária. Segundo os investigadores, um policial de patrulha supostamente pediu que ele apresentasse sua identidade, mas ele recusou, resistiu, insultou o policial e até tentou fugir. Ele foi acusado de uma ofensa administrativa - 15 dias sob custódia por supostamente agredir um policial. O irmão de Ibrahimjon ligou para ele em três dias, pedindo comida (ele não havia comido nada até então). Quando Mirpochchaevs veio visitar seu irmão depois daqueles 15 dias em que estava sob custódia, os mesmos agentes do FSB já estavam esperando por ele (Ibrahimjon os reconheceu por suas vozes), acompanhados por vários outros colegas deles. A família ouviu um ultimato: ou eles fazem o que lhes é dito ou o FSB retorna aos "procedimentos". As exigências eram as seguintes: primeiro, um dos irmãos, aquele que havia sido detido, deveria assinar alguns espaços em branco que não estavam preenchidos e, em segundo lugar, todos deveriam estar em contato para retornar as ligações do FSB a qualquer momento. "O principal para nós, era sairmos de lá em segurança. Então o irmão assinou uma pilha de espaços vazios e eles nos deixaram ir. Nós fomos para casa. Por alguns meses, ninguém nos tocou. Voltei ao trabalho. Isso foi até que uma chamada veio de um número desconhecido:" Era o Serviço Federal de Segurança Russo - FSB. Era impossível sair da cooperação imposta por eles. Ameaças de tortura foram expressas novamente. Mirpochchaevs recebeu mais uma vez alguns papéis em branco para assinar. Depois que eles assinaram, no dia seguinte eles fugiram da Crimeia. Hoje, Ibrahimjon Mirpochchaev trabalha com consertos de carros e diz que ele está construindo uma nova vida. Seus filhos, felizmente, não acordam mais gritando à noite e não choram mais. O advogado da Criméia, especializado em casos politizados, Emil Kurbedinov, enfatiza que, infelizmente, este não é o primeiro e não o último caso de tortura na Crimeia. Segundo ele, representantes das agências de segurança da Rússia estão tentando coletar fatos para futuros casos de extremismo e terrorismo e inclinar uma pessoa a cooperar com eles por qualquer meio. Kurbedinov observa que em todos os casos semelhantes em toda a península ocupada, juntamente com seus colegas, ele coleta as informações correspondentes. Além disso, os pedidos foram apresentados ao gabinete do promotor militar e ao comitê de investigação militar

da Federação Russa (que deve supervisionar as agências de segurança). "É claro que não acho que alcançaremos a verdade lá, mas coletamos todas essas informações para instâncias internacionais. Na maioria das vezes, diremos que esses casos não estão sendo investigados e que a Rússia não reconhece que seus serviços de segurança aplicam métodos como tortura. Eles vão tentar esconder tudo ", disse ele. Por sua vez, o chefe do Gabinete do Procurador da República Autônoma da Crimeia (sediada em Kiev) Maksym Kandzioba observa que uma investigação pré-rastreio está em curso no caso Mirpochchaev: "Este fato é muito específico e agradeço que tenham relatado a sua história. para nós. O processo penal depende em grande parte da posição ativa da vítima. " Em geral, de acordo com o promotor, até o momento, cerca de 140 casos criminais foram registrados sobre o fato de tortura e tratamento cruel de pessoas na península temporariamente ocupada. Mas só podemos imaginar quantas pessoas já sofreram de tortura russa na Crimeia.

UNIAN Agência de InformaçõesRead more on UNIAN: https://www.unian.info/society/10152938-crimea-

territory-of-torture.html

EUA chama a Rússia para acabar com a ocupação da Crimeia

REUTERS

A Rússia ocupou a Crimeia em 2014, tendo realizado um "referendo", que não foi reconhecido internacionalmente. Os Estados Unidos pediram à Rússia que acabe com a ocupação da Crimeia, na Ucrânia. "Os Estados Unidos pedem à Rússia que respeite os princípios que há muito reivindicam que ela acabe com a ocupação da Crimeia", disse o secretário de Estado dos EUA, Michael R. Pompeo , em um comunicado de imprensa intitulado "Crimea Declaration". 25, 2018. "Como os Estados democráticos buscam construir um mundo livre, justo e próspero, devemos defender nosso compromisso com o princípio internacional da igualdade soberana

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que já viu seu pai ser levado depois de uma invasão armada similar em sua casa.

Gulsum Alieva tem estado ativa nos últimos dois anos na iniciativa cívica Solidariedade da Crimeia, que ajuda os

prisioneiros políticos e suas famílias e faz circular informações sobre a espiral de repressão em curso na Crimeia

Parece que nenhuma acusação criminal ainda foi feita contra Gulsum Alieva, de 21 anos. A busca que começou às 6h30 do dia 19 de julho e durou várias horas não foi oficialmente uma busca, mas uma "inspeção". A família do prisioneiro político muçulmano Aliev, tinha todos os motivos para não notar qualquer grande diferença quando um grande contingente de homens armados e mascarados aparecia em sua casa em Verkhnya Kutuzovka. Telefones e outras tecnologias foram removidos, e Gulsum Alieva foi levada para interrogatório. O advogado Edem Semedlyaev chegou rapidamente na casa, mas não foi permitido que se manifestasse, uma violação flagrante da lei que se tornou padrão nos últimos quatro anos. Semedlyaev foi, pelo menos, admitido no escritório do 'Comitê de Investigação', mas ele e Gulsum não ficaram lá por muito tempo, já que ela se recusou a dar qualquer testemunho, citando seus direitos sob o artigo 51 da Constituição da Rússia. Esta é, no momento, uma "investigação preliminar" sob o artigo 282 (incitando a inimizade), um dos notórios artigos "extremistas" da Rússia, em conexão com um texto publicado por Gulsum em sua página no Facebook. O texto em questão foi, ao que parece, algo ser uma citação do filósofo russo Ivan Ilyin, conhecido por ser citado pelo presidente russo Vladimir Putin. As palavras sobre a Rússia são certamente desagradáveis. Depois, no topo e logo atrás, em uma cor diferente, estão as palavras "A Rússia é um país de monstros morais" e (na parte inferior) "Morte aos ocupantes russos!" Esta foi uma repostagem, aparentemente com nenhum comentário adicional de Gulsum, sugerindo que era simplesmente um pretexto. O enorme contingente de homens armados e mascarados, incluindo oficiais do FSB - (Serviço Federal de Segurança Russo) e homens do chamado "Centro de Combate ao Extremismo", apareceram

e respeitar a integridade territorial de outros Estados. Através de suas ações, a Rússia agiu de maneira indigna de um grande nação e escolheu se isolar da comunidade internacional ", disse o comunicado. "A Rússia, através de sua invasão da Ucrânia em 2014 e sua tentativa de anexação da Crimeia, tentou minar um princípio internacional básico compartilhado por estados democráticos: que nenhum país pode mudar as fronteiras de outro pela força. Os estados do mundo, incluindo a Rússia, concordaram. a este princípio da Carta das Nações Unidas, comprometendo-se a abster-se da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado Este princípio fundamental - que foi reafirmado na Acta Final de Helsínquia - constitui uma das bases sobre as quais nossa segurança e segurança compartilhadas descansa ", afirmou. Os Estados Unidos reiteraram o reconhecimento da soberania e integridade territorial da Ucrânia. "Como fizemos na Declaração de Welles em 1940, os Estados Unidos reafirmam como política sua recusa em reconhecer as reivindicações de soberania do Kremlin sobre o território confiscado pela força em contravenção do direito internacional. Em conjunto com aliados, parceiros e a comunidade internacional, Os Estados Unidos rejeitam a tentativa russa de anexar a Crimeia e prometem manter essa política até que a integridade territorial da Ucrânia seja restabelecida ", disse o comunicado.

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crimea.htmlhttps://www.unian.info/politics/10201647-u-s-calls-on-russia-to-

end-its-occupation-of-crimea.html

Memorando UNIAN: A Rússia anexou a Criméia da Ucrânia em março de 2014, depois que suas tropas ocuparam a península. Um referendo ilegal foi realizado por Crimeans para decidir sobre a adesão à Rússia. De fato, as autoridades da Criméia relataram que supostamente 96,77% da população da Crimeia votaram pela adesão à Rússia. Em 18 de março de 2014, o chamado acordo sobre a adesão da Crimeia e da cidade de Sevastopol para a Rússia foi assinado no Kremlin. O Ocidente não reconheceu a anexação em resposta à qual as sanções contra a Rússia foram introduzidas. O parlamento ucraniano votou para designar 20 de fevereiro de 2014 como a data oficial em que a ocupação temporária da Criméia começou.

Crianças aterrorizadas na Crimeia ilegalmente ocupada pelos russos !

Como se temia, a Rússia levou apenas três dias após o fim da Copa do Mundo para voltar à repressão política na Crimeia ocupada, com o alvo desta vez uma jovem que teve uma condição médica séria desde a infância. E seu irmão de nove anos

Foto de Gulsum Alieva Aleksandra Surgan e Seidali Aliev

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logo, em uma casa em que havia apenas mulheres e crianças pequenas. Seidali, o mais novo, tinha apenas sete anos quando seu pai foi algemado em 11 de fevereiro de 2016. Ele foi novamente submetido a tal terror, com a razão muito clara do ativismo apaixonado de sua irmã em defesa das vítimas de perseguição política. Gulsum Alieva permanece ativa na iniciativa cívica “Solidariedade da Criméia”, que ajuda os prisioneiros políticos e suas famílias e faz circular informações sobre a espiral de repressão em curso na Crimeia. Ela é a mais recente de muitos ativistas da Criméia Solidária que enfrentaram assédio ou prisão sob acusações forjadas (veja no final desta matéria, um comunicado emitido pela Solidariedade na Crimeia). O pai de Gulsum, Muslim Aliev, foi preso em 11 de fevereiro de 2016, juntamente com o ativista de Direitos Humanos Emir-Usein Kuku; Envir Bekirov e Vadim Siruk . Dois outros homens muito jovens - Refat Alimov e Arsen Dzhepparov - foram presos pelas mesmas acusações falhas em 18 de abril de 2016. Este foi o segundo processo ilegal da Rússia contra os muçulmanos ucranianos na Crimeia ocupada pelas chamadas acusações “Hizb ut-Tahrir” - (“Partido da Libertação” - é uma organização política pan-islâmica internacional, que descreve sua ideologia como islamismo, e seu objetivo é o restabelecimento do Khilafah Islâmico (Califado) ou estado islâmico para retomar o modo de vida islâmico.) e todos os homens “confiscados” foram declarados prisioneiros políticos pelo oficial Memorial Human Rights Center o qual uma de suas atribuições é contrapor a fabricação de casos de extremismo islâmico na Rússia. Houve pouca atenção por um longo tempo após as prisões no início de 2015 de quatro tártaros da Criméia de Sevastopol. O cálculo da Rússia de que o uso da palavra "terrorismo" e o estrito sigilo que ela impunha pareciam estar funcionando, com pouca ou nenhuma atenção das ONGs internacionais de direitos humanos e da comunidade internacional em geral. As prisões de Kuku, Aliev, Bekirov e Siruk em 11 de fevereiro de 2016 mudaram isso, tanto por causa da violência gratuita usada para invadir casas onde as crianças estavam dormindo, quanto porque este foi o último de vários ataques a Kuku que estavam claramente ligados a suas atividades de direitos humanos. Embora a Anistia Internacional tenha declarado apenas Kuku como prisioneiro, haveria motivos para dar esse status a todos os seis homens. Certamente, o CDH (Força Aérea Russa) considera todos eles prisioneiros políticos, assim como os grupos ucranianos de direitos humanos. Esses chamados processos judiciais “Hizb ut-Tahrir” são cada vez mais usados como armas contra os tártaros da Crimeia, com uma pronunciada

posição cívica ou que irritaram o FSB , recusando-se a agir como informantes. As detenções desde outubro de 2017 quase abertamente atacaram ativistas ou jornalistas envolvidos na “Solidariedade da Crimeia”. Aliev, de 47 anos, trabalhou por muitos anos em dois ou mais empregos, tanto para sustentar seus quatro filhos quanto para pagar pelo tratamento médico vital que sua filha precisava ao longo de sua vida. Ele também é, no entanto, o líder informal de uma comunidade muçulmana local. Este último entrou em conflito com o Muftiat (responsável pelas operações do dia-a-dia da diretoria e supervisiona os conselhos locais, clérigos, mesquitas e curadores. A estrutura dos muftíacos da Rússia e do Sudeste da Europa nunca foi prescrita pela doutrina islâmica , mas, ao contrário, baseia-se no princípio de uma ordem legal e administrativa que abrange todas as dioceses cristãs com o propósito de regular a religião islâmica) em várias ocasiões, e sua família está convencida de que esta é a razão pela qual ele foi preso. Ele foi designado como o "organizador" de uma "célula" Hizb ut-Tahrir, com a acusação, nos termos do Artigo 205.5, parágrafo 1, do Código Penal da Rússia, que prevê a prisão perpétua. Refat Alimov; Envir Bekirov; Arsen Dzhepparov; Emir-Usein Kuku e Vadim Siruk são acusados de "envolvimento" e podem receber sentenças até 20 anos. Como se essas acusações não fossem suficientemente ruins, em janeiro de 2017, o FSB acrescentou o artigo 278 ("tentativa de tomada violenta de poder"), acrescentando pelo menos oito anos às sentenças. Não havia motivos razoáveis para isso, mas, como observou o advogado Emil Kurbedinov, a acusação há muito faz parte do arsenal usado contra supostos membros do Hizb ut-Tahrir dentro da Federação Russa. Outra parte deste arsenal tornou-se, mais vergonhosamente, o assédio de crianças, que já foram profundamente traumatizadas ao verem homens mascarados com metralhadoras invadirem suas casas, tomarem seus pais e levá-los embora. Os seis homens estão agora em 'julgamento' em Rostov, e Nadzhiye Alieva chegou em casa de uma das audiências às 4 da manhã, apenas duas horas e meia antes de a FSB efetivamente perseguir e ir ao encontro de sua filha.

Declaração de “Solidariedade da Crimeia” sobre a busca na casa de Gulsum Alieva

Uma busca começou em 19 de julho de 2018 por volta das 6 da manhã na casa dos Alievs. O alvo principal é a filha mais velha da família, Gulsum Alieva, cujo pai, Muslim Aliev, é um dos homens presos no chamado caso Yalta 'Hizb ut-Tahrir'. Gulsum se tornou uma ativista e jornalista cívica da Criméia Solidária após a prisão de seu pai.

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 17N.o 523 (3954) JULHO 2018

Este não é o primeiro exemplo de uma pressão tão agressiva sobre os ativistas da nossa iniciativa cívica. Nariman Memememinov; O servidor Mustafaev e Marlen Asanov já estão atrás das grades por acusações criminais falsificadas. Vários outros colegas enfrentaram multas ou prisão administrativa por vários dias em 2016 e 2017. Nós ativistas da iniciativa cívica "Solidariedade da Crimeia" vemos as ações atuais como pressão sistemática deliberada e perseguição pelo nosso trabalho no fornecimento de informações e ajuda ativa a todos os perseguidos na Crimeia, independentemente da sua fé e nacionalidade.

Por isso: Exigimos o fim da perseguição de nossos ativistas e todos os dissidentes na Crimeia; Convocamos o público na Crimeia e além, incluindo a comunidade internacional, a observar o que está acontecendo e pedir uma posição unida de todas as organizações de direitos humanos, mídia e estruturas políticas, com a exigência de que os órgãos de fiscalização parem com sua perseguição. agora também incluindo mulheres; Agradecemos a todos aqueles que já chegaram ou estão a caminho da casa de Gulsum Alieva, que estão escrevendo posts e recursos. Ela precisa da nossa ajuda agora mais do que nunca!HUMAN RIGHTS IN UKRAINE INFORMATION WEBSITE OF THE

KHARKIV HUMAN RIGHTS PROTECTION GROUPhttp://khpg.org/en/index.php?id=1531991283

Rússia forçada a se retratar de acusações insanas contra o ucraniano torturado,

ainda assim, preso por 8,5 anos Prisão insensata e arbitrária!

Serhiy Lytvynov, de 35 anos, permanece preso na Rússia quatro anos depois que uma inflamação nos dentes o levou a

se tornar um dos primeiros e mais improváveis presos políticos ucranianos da Rússia. Após a morte tragicamente

prematura de seu advogado, Viktor Parshutkin, em março de 2017, ele também se tornou o mais

abandonado de todos os presos políticos.

Lytvynov está preso perto de Magadan no Extremo Oriente da Rússia, na área dos campos soviéticos do Gulag. De acordo com Stanislav

Ogorovy , a embaixadora da Ucrânia, Diana Ivanova, só recentemente pôde visitá-lo, embora há muito tempo pedisse permissão para vê-lo. Ela relata que Lytvynov perdeu 17 quilos nos últimos seis meses devido à terrível comida na prisão do regime severo e ao fato de que ele não está recebendo encomendas da Ucrânia. Ele passou os últimos seis meses em uma cela úmida sem ventilação adequada, o que só pode ter um efeito adverso em seu estado de saúde. Lytvynov recebeu roupas para os invernos rigorosos, mas não para o verão, e por isso foi forçado a usar roupas não-prisionais (uma camiseta e calça preta). Embora isso fosse precisamente porque as roupas da prisão não eram fornecidas, a administração da prisão chamou isso de infração das regras e o colocou em uma “SHIZO”, ou célula de punição. Ogorovy observa que este é o mesmo lugar em que o veterano líder tártaro da Criméia e membro do parlamento ucraniano Mustafa Dzhemilev já foi detido. Este último passou 15 anos em campos de trabalho soviéticos para defender pacificamente o direito de seu povo de retornar à sua pátria e direitos humanos na Crimeia em geral. A Rússia continua a desrespeitar uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenando que ela pare de manter prisioneiros tão longe de suas casas. No caso de Lytvynov, o lar é o oblast de Luhansk, e ele próprio gostaria de pelo menos ser devolvido ao oblast de Rostov, na Rússia, onde foi "julgado". Isso iria cumprir totalmente as normas russas, mas estas, como muitas outras coisas, não são aplicadas quando se trata dos ucranianos que a Rússia detém ilegalmente. Lytvynov era um trabalhador agrícola no distrito de Luhansk quando, em agosto de 2014, ele foi forçado a atravessar a fronteira para o oblast de Rostov, na Rússia, para receber tratamento para uma grave inflamação nos dentes. Ele não tinha escolha desde que os militantes apoiados pelo Kremlin assumiram o controle do território onde os hospitais alternativos dentro da Ucrânia estavam localizados. Enquanto se recuperava no hospital, Lytvynov foi notado por alguns militantes russos / pró-russos que estavam sendo tratados por ferimentos recebidos em Donbas. Eles decidiram que Lytvynov, supostamente em virtude de ser ucraniano, deveria ser "denunciado". Ele foi retirado do hospital, cruelmente torturado para assinar "confissões" a múltiplos crimes de guerra que ele deveria ter cometido como membro do batalhão de voluntários do Dnipro. O anúncio do Comitê Investigativo das acusações contra Lytvynov em 1º de outubro de 2014 deixa claro que seu julgamento deveria ser usado como "prova" do "genocídio" da Ucrânia contra a população de língua russa em Donbas.

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 N.o 523 (3954) JULHO 201818

Lytvynov foi acusado de ter cometido pessoalmente assassinatos de civis, incluindo mulheres e crianças. O Comitê de Investigação até demonstrou um vídeo com Lytvynov 'confessando'. Isso foi amplamente, e sem qualquer restrição, relatado pela mídia russa, com Lytvynov em toda parte apresentado como um criminoso de guerra monstruoso. Lytvynov só mais tarde teve acesso a um advogado apropriado, Viktor Parshutkin, e imediatamente explicou que suas "confissões" haviam sido extraídas por meio de tortura. Parshutkin conseguiu provar que os crimes de guerra impugnados nunca haviam ocorrido e não poderiam ter ocorrido, já que nem as supostas vítimas nem seus endereços realmente existiam . Ele também demonstrou que Lytvynov, que tem dificuldades de aprendizado, simplesmente assinou as "confissões" colocadas na frente dele. Lytvynov já estava sob custódia há quase um ano e, depois de todo o alarde e publicidade sobre crimes de guerra fictícios, os investigadores não tinham intenção de simplesmente libertá-lo. Imediatamente após o Comitê de Investigação ter sido forçado a retirar as outras acusações, um cidadão russo, Alexander Lysenko, apareceu de repente e alegou que Lytvynov, junto com dois soldados ucranianos não identificados, o haviam assaltado na Ucrânia sob a mira de uma arma. Lytvynov deveria ter invadido uma casa, armado com uma metralhadora, espancado Lysenko e roubado dois carros. Não houve literalmente nenhuma prova de Lysenko ter entrado na Ucrânia legalmente. Enquanto os carros existiam, nenhum deles era registrado como pertencente a Lysenko e um era sucata de metal quando deveria ter sido 'roubado'.Não houve praticamente nenhuma tentativa de fazer as acusações parecerem plausíveis e todos os aspectos deste novo "caso" foram demolidos em tribunal, mas Lytvynov ainda foi condenado a 8,5 anos de prisão. Essa sentença foi confirmada pelo tribunal de recurso. O renomado Centro de Direitos Humanos Memorial respondeu declarando Lytvynov como prisioneiro político e exigindo sua libertação imediata. Lytvynov - e a Ucrânia - tiveram a sorte de que o advogado Parshutkin enfrentou o caso de Lytvynov, e não apenas por seu sucesso em provar que os "crimes de guerra" eram ficção. Ele também usou as próprias leis da Rússia sobre indenização para exigir o que Lytvynov está legalmente devido - um pedido formal de desculpas e compensação. Em julho de 2016, ele entrou com o processo pela compensação de Lytvynov pela prisão de 22 de agosto de 2014 a 8 de julho de 2015 e pela tortura a que tinha sido submetido. O documento legal

observou que, embora a identidade dos torturadores não tenha sido estabelecida, o fato da tortura não foi contestado. Parshutkin, portanto, exigiu para seu cliente recebesse 1 milhão de rublos em indenização pela prisão injusta e 2 milhões pela a tortura. Os entrevistados eram o Ministério das Finanças russo; Comité de Investigação e Gabinete do Procurador-Geral. O Basmanny Court, em Moscou, é notório por decisões politicamente motivadas. Na audiência de 15 de novembro de 2016, não pôde contestar a justificativa do processo, uma vez que havia documentos confirmando que Lytvynov foi injustamente preso e torturado. Em vez disso, concedeu a soma absurdamente nominal de 15 dólares em 'compensação'. Isso ocorreu apesar do fato de que, mesmo de acordo com a legislação russa, Lytvynov foi vítima de um erro judiciário entre agosto de 2014 e julho de 2015. Viktor Parshutkin já havia pedido formalmente desculpas pela tortura de Lytvynov e planejava entrar com um processo de difamação em nome de Lytvynov contra vários meios de comunicação estatais russos quando morreu repentinamente no final de fevereiro de 2017, aos 57 anos.

Halya CoynashHUMAN RIGHTS IN UKRAINE

Fonte: (http://khpg.org/en/index.php?id=1530582125)

Oleg Sentsov: “Eu gostaria de ser um prego no caixão do tirano”.

E este prego não vai dobrar !

Foto: Sergei Pivovarov, RIA Novosti

Uma carta chegou do cineasta ucraniano Oleg Sentsov quase exatamente um ano após o “julgamento absolutamente stalinista " em um tribunal militar russo de Sentsov, e o ativista cívico Oleksandr Kolchenko terminou com sentenças de 20 e 10 anos. Mais sobre sua perseguição abaixo, mas primeiro sua carta poderosa...

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 19N.o 523 (3954) JULHO 2018

Oleg completou 40 anos em 13 de julho na prisão de Yakutia oblast, onde o Kremlin o enviou para ficar longe dos olhos do público, da mídia e dos diplomatas estrangeiros. Eles foram mantidos incomunicáveis em Simferopol e torturados, depois levados ilegalmente para a Rússia, onde a FSB afirmou que Sentsov havia planejado e os outros haviam participado de uma 'conspiração terrorista do setor direito'. Não havia nenhuma evidência, apenas as "confissões" de Chirniy e Afanasyev. Em 31 de julho de 2015, apesar de já estar em uma prisão russa e provavelmente enfrentar represálias por sua coragem, Afanasyev se levantou no julgamento de Sentsov e Kolchenko e declarou claramente que quaisquer confissões haviam sido extraídas por meio de tortura. Ele retratou todo o seu testemunho

“Estou passando um terceiro ano em uma prisão russa. Este é o terceiro ano em que a guerra está sendo travada contra o meu país. O inimigo está lutando de maneira suja, furtivamente, fingindo que não tem nada a ver com isso. A guerra nunca é boa, mas a verdade está do nosso lado. Nós não atacamos ninguém; estamos nos defendendo. Além disso, o principal inimigo, a quem todos conhecemos e que é de fora, há outros também. Eles são menores, mas eles estão dentro, aqui, sob a pele, eles são quase nossos. No entanto, eles não são para nós, são para si mesmos. Alguns permaneceram desde os tempos antigos, alguns simplesmente querem viver como antes, mas sob uma face diferente. Não vai funcionar. Aquele maior [inimigo] e esses menores têm objetivos diferentes, mas estamos em um caminho diferente. E eu não vou dizer que vamos ver quem vence quem. Eu já sei quem vai ganhar. Você não pode parar a luta pela liberdade e pelo progresso. Há muitos de nós em cativeiro na Rússia e ainda mais em Donbas. Alguns já foram liberados, outros estão esperando e esperando... Cada um tem sua própria história, suas próprias condições. Alguns dos prisioneiros estão buscando publicidade, outros estão realmente trabalhando. Tentar tornar-se mais conhecido para ser trocado mais rapidamente do que outros - não é uma estrada que eu quero seguir. Eu não quero reivindicar mais por mim mesmo. Eu gostaria de permanecer simplesmente um nome na lista geral. Eles provavelmente não vão sugerir que eu seja libertado por último, mas isso seria uma boa escolha. Aqui, em cativeiro, estamos restritos. Nem mesmo a liberdade - que eles não podem tirar, mas no fato de que há tão pouco que podemos fazer pelo país. Mais exatamente, só há uma coisa que podemos fazer - segurar firme. Não há necessidade de nos tirar a qualquer preço - isso não trará a vitória mais perto. Use-nos como uma arma contra o inimigo - isso sim. Esteja ciente de que não somos o seu ponto fraco. Se é pretendido que nos tornemos os pregos no caixão do tirano, então eu gostaria de ser um tal prego. Apenas lembre-se de que esse prego não se dobrará ”.

Oleg Sentsov

e, mais tarde, quando finalmente recebeu um advogado de verdade, descreveu em detalhes a tortura a que tinha sido submetido. Sua conta é totalmente de acordo com as alegações feitas desde o início por Sentsov e Kolchenko de tortura. Houve quase total sigilo sobre o caso antes do julgamento, com os advogados dos homens proibidos de dizer qualquer coisa sobre isso. ... Em seu discurso final no tribunal em 19 de agosto de 2015, Sentsov falou que a “covardia é o maior pecado do mundo, incluindo a traição pessoal”. Tanto ele como Oleksandr Kolchenko, desde o início, permaneceram fiéis a si mesmos e ininterruptos. A firme recusa de Sentsov em "cooperar" com o FSB, apesar de todas as torturas e ameaças, foi a razão pela qual ele foi acusado de ter "arquitetado" o "plano terrorista" inexistente. Nesse contexto, Sentsov perguntou o que “as convicções valem se você não está preparado para sofrer por elas, ou até mesmo para morrer”, e falou das grandes traições que muitas vezes começam com pequenos atos de covardia. Ele não pediu nada do tribunal, dizendo que um tribunal de ocupantes não pode, por definição, ser justo. Ele tinha mais de um ano nesse estágio para ver como a propaganda russa estava funcionando. Ele podia ver que “a maioria da população russa tinha sido levada a acreditar que havia fascistas na Ucrânia, inimigos da Rússia em todos os lugares, mas que o presidente russo, Vladimir Putin, era grande, e a Rússia nunca errou.” Havia, no entanto, outros que conheciam muito bem a escala das mentiras, que sua Criméia natal havia sido anexada ilegalmente e que as tropas russas estavam lutando em Donbas. Alguns optaram pela traição, outros, no entanto, uma terceira parte menor da população, estavam com medo porque havia tão poucos deles e eles poderiam ser facilmente jogados na prisão ou mortos.“Também tivemos um regime criminoso, mas nos levantamos contra isso. Eles não quiseram nos ouvir, então batemos em tampas de lata de lixo. Eles não queriam nos ver, então colocamos pneus acesos e no final ganhamos. O mesmo, mais cedo ou mais tarde, acontecerá no seu país. Eu não sei que forma vai tomar e não quero ver ninguém sofrer. Eu simplesmente quero que você pare de ser governado por criminosos. Depois de ser interrompido pelo juiz, Sentsov acrescentou apenas mais um desejo - “que essa terceira parte da população deveria aprender a não ter medo”

fonte: (http://khpg.org/index.php)

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 N.o 523 (3954) JULHO 201820

З архіву: заколотники-«єфремівці» та паспортне кріпацтво (1930-1932)

Справа Спілки визволення України

9 березня 1930 року. Харків. РАТАУ. «У безсилій злобі намагаючись перешкодити більшовикам успішному розгортанню соціялистичного будівництва, що його за проводом партії провадила робітнича кляса й трудящі маси України, контрреволюційна організація СВУ ввесь керунок свій мала, мріяла про інтервенцію. Ненависть до Радянської України була така велика, що Єфремівці ладні були вітати першого-ліпшого інтервента. Провадячи свою підпільну роботу, намагаючись силами куркульства вчинити заколот, готуючи свої церковно-офіцерські кадри в автокефальній церкви, «мужі науки» розраховували на окупацію України чужоземним військом».

Члени СВУ (крайні зліва) Сергій Єфремов та Володимир Чеховський під час судового процесу. Фото: tsdkffa.archives.gov.ua

Довідково: Судилище над учасниками так званої Спілки Визволення України розпочалося 9 березня і тривало 40 днів. Це було справжнє шоу, адже відбувалося воно не в зловісних підвалах ГПУ, а в залі Харківського оперного театру, яку облаштували під судову залу. Підсудних підвозили з тюрми на автобусах, опера вщерть забита глядачами – процес був відкритим. У перервах усіх гречно пригощали

чаєм і тістечками.

Загалом на лаві підсудних були 45 чоловік – два академіки, 15 професорів, учителі, редактори, бібліотекарі, навіть два студенти. Більшість із них постійно мешкали в Києві та Харкові. Серед відомих постатей – Сергій Єфремов (академік, віце-президент ВУАН, відомий діяч Центральної Ради – його проголосили головою СВУ), Володимир Чехівський, Андрій Ніковський, Людмила Старицька-Черняхівська.

Усіх підсудних звинувачували у створенні підпільної контрреволюційної організації «Спілка визволення України», підготовці збройного повстання проти радянської влади, зв'язках із закордонними петлюрівськими центрами та в інших злочинах. Усі звинувачені були визнані винними і засуджені до різних строків тюремного ув'язнення і заслання.

Члени СВУ на судовому процесі, крайня справа Людмила Старицька-Черняхівська. Фото: tsdkffa.archives.gov.ua

Справа «Спілки визволення України» стала першим великим сфальсифікованим сталінським процесом 30-х років і своєрідним сигналом до початку масових репресій проти національно орієнтованої інтелігенції по всіх областях України.

Всього у зв'язку зі справою СВУ було заарештовано близько 5 тис. людей – наукових працівників, вузівських викладачів, вчителів, лікарів, студентів тощо.

Після процесу СВУ, під час якого називалися імена багатьох членів ВУАН, значно жорстокішою стала цензура наукових видань, а найактивніші секції академії почали розформовуватися. Так, 1931 року розпустили історичну секцію, очолювану Михайлом Грушевським, його самого вислали до Росії, де він невдовзі й помер під час лікування. Його учнів і колег піддали репресіям – жоден із них не зміг пережити сталінські часи.

Цими жорстокими методами, як зазначає британський дослідник Роберт Конквест, «стара українська інтелігенція була практично стерта з лиця землі».

Проект Укрінформу з нагоди сторічного ювілею агентства: «100 років – 100 новин»За переможними реляціями, звітами про численні пленуми і з`їзди та славослів`ям на адресу кремлівського вождя, які виходили з надр Радіотелеграфного агентства України в ті роки, важко помітити картини справжнього життя. І тільки стислі, але сповнені нестримної злоби повідомлення про випадки «націоналістичної зради», суди й вироки над «ворогами народу» з висоти нашого часу сприймаються як відлуння якщо не збройної, то інтелектуальної боротьби, яку все ще вела проти режиму українська інтелігенція.

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 21N.o 523 (3954) JULHO 2018

Довженкова «Земля»

18 квітня. Харків. РАТАУ. «Нова кіно-картина О.Довженка «Земля» викликала найрізноманітніші відгуки, найрозбіжніші оцінки. Звичайно, перший хто її оцінював, було саме ВУФКУ. Його випуск «Землі» попередило голосною (і мало відповідальною) реклямою: «Земля» – високо-художній, епохальний фільм». Так кричала рекляма ВУФКУ про «Землю». Далі йшли громадські перегляди, короткі рецензії по газетах. Рецензії «комплементарного» характеру на тему про новий вклад в скарбницю бідної української культури. Далі подорож до Москви. Там знову громадські перегляди й рецензії, гостро протилежні оцінки».

Довідково: «Земля» – останній і найвідоміший фільм із трилогії Олександра Довженка – «Звенигора», «Арсенал», «Земля». Ця німа чорно-біла картина, знята одним об'єктивом, і досі вважається однією з кращих в історії кінематографа.

Давши добро на зйомки, партійне керівництво чекало від Довженка фільм, що доводив би необхідність і успішність колективізації. Начебто так і вийшло. За сценарієм, сільські бідняки відбирають землю у куркулів і починають її обробляти. Для цього селяни навіть домоглися, щоб селу виділили трактор, який був довірений першому хлопцю – головному герою Василю. У фіналі він гине від куль колишніх власників землі. Ось і весь сюжет.

З такого невигадливого сценарію Довженко зняв півторагодинну картину. Довгі плани української природи, сільських пейзажів, сади з яблунями, які гнуться від плодів, фактурні особи акторів на повний кадр. Звісно, виникло питання: якщо все так красиво і добре в українському селі – навіщо тоді колективізація?

Перед прем'єрою фільм, як і годилося, переглянули 32 комісії. Дозволили.

8 квітня 1930 року в Києві «Земля» вийшла в прокат. Але вже через дев'ять днів, 17 квітня, фільм все-таки офіційно заборонили – «за натуралізм».

Вже наступного дня почалось цькування режисера у пресі. Згодом, картину розкритикував Горький, а Дем'ян Бєдний написав в «Ізвєстіях» памфлет, після якого Довженко, начебто, посивів за одну ніч.

Однак, незважаючи на це, Москва дозволила продати «Землю» європейським прокатникам. У підсумку лише в Берліні після прем'єри кінокартини одразу з'явилося 48 позитивних рецензій. «Вона сильна й життєва, – писала англійська газета «Манчестер Гардіан», – від першого кадру, де працюють трактори, до кінцевої

сцени». Національний комітет США включив «Землю» в п'ятірку кращих іноземних фільмів 1930 року. Великий успіх мала картина і на фестивалі 1932 року у Венеції, там Довженка назвали Гомером у кіно.

У Радянському Союзі табу зі стрічки зняли у 1958 році – й лише після того, як на Міжнародній виставці в Брюсселі «Землю» було визнано одним із кращих фільмів усіх часів і народів.

Початок примусової паспортизації

28 грудня 1932 року. Харків. РАТАУ оприлюднило постанову від 27 грудня «Про встановлення пашпортної системи по Союзу РСР і обов'язків запису пашпортів», в якій, зокрема, йшлося: «Щоб поліпшити облік людності міст, робітничих селищ та новобудівництв і розвантажити ці залюднені місця від осіб, що не зв'язані з виробництвом та роботою в установах або школах і не провадять громадсько-корисної роботи (за винятком інвалідів і пенсіонерів), а також, щоб очистити ці залюднені місця від куркульських, карних та інших антигромадських елементів...»

Видача паспорту, 1932 рік. Фото: Twitter

Як відомо, прийшовши до влади, більшовики скасували паспорти, що існували в Російській імперії. Вони вважали цю систему одним із проявів «царської відсталості та деспотизму». Громадянам вперше за довгі роки дозволили вільно пересуватися країною, скасували обов'язкову реєстрацію місця проживання. В перші роки радянської влади існувала система довідок, посвідчень і трудових книжок, яка була децентралізована і не давала змогу встановити контроль за переміщеннями громадян.

Питання примусової паспортизації постало на порядку денному в 1932 році не випадково. Після суцільної колективізації сільського господарства почалася масова втеча селян у міста, і головною особливістю паспортної системи стала заборона на видачу документів селянам, які в той момент складали 80% від усього населення держави. Без довідок із колгоспів вони більше не могли поїхати у місто в пошуках роботи чи кращого життя. Окрім того, і містянам без цього нового документа не можна було вільно пересуватися територією СРСР, а дозвіл на

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зміну реєстрації чи навіть на зміну місця роботи треба було особисто отримувати у керівництва партії на місцях.

Селянам видавали лише довідки. Фото: resource.history.org.ua

Завдяки паспорту значно полегшувалася система пошуку конкретної людини, а інформація у документі буквально ставила тавро на громадянах. Так, наприклад, у перших зразках радянського паспорта були графи: віросповідання, національність та класова приналежність. Із жовтня 1937 року в паспорт стали вклеювати фото, другий екземпляр якого зберігався в органах міліції.

В Україні запровадження паспортної системи почалося з Харкова, Києва та Одеси. Загалом видача паспортів проходила лише в містах, селищах міського типу та районних центрах. Мати паспорт у СРСР дозволили лише селянам у прикордонних зонах (у 1937 році в число цих селян увійшли колгоспники із закавказьких і середньоазіатських республік), а також жителям сільських місцевостей анексованих радянською імперією Латвії, Литви та Естонії.

Тільки у 1974 році мешканці сіл отримали свободу пересування – Рада Міністрів видала постанову, згідно з якою всі без винятку громадяни мали право на паспорт.

(далі буде)

Хроніка попередніх років: 1919, 1920-1921, 1922-1923, 1928-1929.

fonte: (https://www.ukrinform.ua/rubric-society/2426865-z-arhivu-zakolotnikiefremivci-ta-pasportne-kripactvo-19301932.html)

MÁGICA !!

Essa palavra resume como foi a nossa participação no Folclorize. Depois de meses de ensaios, preparações, reuniões, ajustes nos trajes e nas coreografias, fizemos um espetáculo memorável para aqueles que nos assistiram e, acima de tudo, para nós mesmos.

BARVINOK em Julho

DOAÇÃO PARA O JORNAL

MIRNA SLAVA K.VOLOCHEN.............R$ 100,00

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 23N.o 523 (3954) JULHO 2018

Agradecemos a presença de integrantes dos grupos Vesselka, Vesna, Soloveiko, Tchoven, Poltava, Ivan Kupalo, Fialka, Jettia, Wisła, Centro Espanhol do Paraná, entre outros que foram nos assistir e a cada coração tocado com a nossa mensagem.

Agradecemos também aos nossos coreógrafos Larissa Malhovano, Hanucha Mazepa e Lara Furtado, do infantil; Danielle Adada Oresten, Thiago Zakalugne e Raquel Oresten, do juvenil; Uliana Sysak, Natalia Preima e Luiz Lepchak, do adulto; ao nosso maestro, Felipe Oresten, nossa incansável tia Olga (representando todas do guarda roupas), ao Vocal Vivarte, sob o comando da maestrina Lúcia Jathay, aos componentes que há 30 anos fizeram a primeira grande turnê internacional pelos Estados Unidos e Canadá e que, ao subirem novamente no palco, tornaram a noite ainda mais especial, e, por fim, à nossa Diretora, Solange Maria Melnyk Oresten.

Muito obrigado também a todos que foram nos prestigiar e dividiram esse momento tão especial conosco. A estes, obrigada pela receptividade calorosa.

Esperamos todos novamente no ano que vem !

Maria Luiza Gomes CostaBruno Felipe Previdi Sant’ana

O amor pela Ucrânia e nossas raízes, seja de sangue ou por escolha, não só nos uniu como nos fez melhores na dança, na música e na vida, todos os dias. Quando nos juntamos somos mais fortes e mais felizes, e isso ficou evidente no palco e na plateia do Teatro Guaíra, que teve até suas últimas cadeiras ocupadas. Lotamos o teatro e passamos a mensagem que mais queríamos: somos apaixonados pelo que fazemos, por cada passo, cada sorriso, cada nota cantada e tocada.

Somos ainda muito gratos a todos que colaboraram com a execução da apresentação. Em especial aos membros da nossa diretoria que se desdobraram, em diversas frentes, para que tudo isso fosse possível e aos nossos componentes por todo o esforço visível para com o resultado. Para nós da Comunicação, que tivemos a oportunidade de conversar com os componentes de perto, sentir o clima e a ansiedade de cada um, fica a sensação de dever cumprido. Nos últimos meses, contamos histórias e mostramos a você o amor que move o Barvinok em cada setor. Mostramos que o grupo bate em cada coração, ao som dos cantos e das danças. E vocês puderam sentir isso.

ХЛІБОРОБ – ЛИПЕНЬ 2018 N.o 523 (3954) JULHO 201824

ANUNCIANTES