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EDITORIAL

MOÇAMBIQUE

ANGOLA

BRASIL

REFLEXÃO

PORTUGAL

INFORMAÇÕES E AGENDA

Missão coração a coração

+ Vida para Ocua

O segredo da minha liberdade está no meu próximoSer Jovem na Gabela

Pastoral Carcerária

Paróquias Missionárias

A X Assembleia da SMBNUma semana em Missão

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Revista dos Leigos Boa Nova n.º 02Novembro de 2006Publicação de distribuição gratuita

Editor: Omas/Leigos Boa NovaSeminário das Missões, Apartado 403721-908 Vila de CucujãesPortugal

Correio electrónico: [email protected]ítio na Internet: http://leigos.boanova.pt

Responsável editorial: Jerónimo Nunes |[email protected] neste número: Jerónimo Nunes, Sérgio Cabral, Sofia Silva, Ana Catarina, Maria João, Cindy Tribuna, Ana Filomena, Carla Peixoto, Ir. Eduardo.

Paginação: Sérgio CabralImpressão: Tipografia das Missões - CucujãesTiragem: 1000 exemplares

MISSÃO CORAÇÃO A CORAÇÃO

Fui convidado para um encontro de 3 dias com lavradores. Aceitei sabendo que, naquela data, eu não poderia ir. No meu lugar foi um lavrador. À vista daquele homem de pouca aparência, caiu a decepção no encontro. Mas o Sr. Antão era competente na matéria, tinha uma enorme sabedoria e deu conta do recado. Tudo correu às mil maravilhas, sem saudades do padre.Por acaso, veio ao encontro um voluntário austríaco, pertencente a um grupo que já tinha terminado o seu tempo e voltou para a Áustria. Chamava-se Roberto. Andava desanimado porque, sozinho, era incapaz de enfrentar os enormes problemas da área. O encontro com Antão fez nascer uma alma nova em Roberto. A seguir a esse, muitos encontros foram marcados. A mistura da sabedoria do Antão com a competência austríaca acendeu um fogo no Vale. Nunca mais o deixámos sozinho. Mas Roberto aprendeu a descobrir outros da categoria do Antão. E o fogo nunca mais se apagou, nem mesmo quando ele voltou para a Áustria para estudar filosofia. Quando quer retemperar as forças, o filósofo volta ao Vale do Jequitinhonha, para se encontrar com os amigos que ajudou a crescer.Será muito difícil dizer quem foi mais beneficiado com o “voluntariado” do Roberto. Os lavradores descobriram, com ele, energias escondidas. Mas o filósofo também ficou diferente para o resto da vida. Ninguém sai impune de um mergulho sério no meio dos pobres.Sei o que isso é. A surpresa que os lavradores me fizeram em Minas Gerais, depois de uns anos de ausência, foi a convocação de um encontro de amigos, companheiros de trabalho pastoral. A metodologia dos encontros já mudara. Quem coordenava era os filhos deles. As marcas eram muito fortes no coração de todos, pais e filhos… Porque não no meu?Partir em Missão é mergulhar noutro mundo, sintonizar com as diferenças, ser amados mais do que amamos, aprender mais do que ensinamos. Nesse encontro, toda a nossa cultura e todas as nossas competências são postas à prova. Num verdadeiro encontro, vale mais o ser do que o saber ou o poder. Um verdadeiro encontro desperta energias escondidas no fundo do coração, transforma-nos. O nosso trabalho é construir pessoas.Podes crer. Vale a pena arriscar e nunca mais esquecer. Evangelizamos os pobres, mas os pobres também nos evangelizam.

Por: Jerónimo Nunes

Por: Ana Filomena, Carla Peixoto e Cindy Tribuna

VIVER EM MISSÃO

Porque “nada do que é humano deve ser estranho ao médico”, julgamos importante vivenciar a prática médica em diferentes contextos socio-económicos. Sendo o continente afri-cano contrastante com o contexto da nossa formação, decidimos integrar uma acção de voluntariado em Moçambique.

Vimos neste país a oportunidade de contactar com uma cultura e um povo de características únicas, e a possibilidade de prestar cuidados de saúde num serviço de saúde com escassos recursos. Para a concretização deste projecto, obtivemos o imprescindível apoio da Obra Missionária de Acção Social (OMAS)/ Leigos Boa Nova. O nosso projecto teve a duração de um mês e desenvolveu-se em Mahipa, povoação com 4.000 habitantes no posto admi-nistrativo de Ocúa situado no distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, na missão dirigida pelas Missionárias da Boa Nova. Do espaço físico da missão fazem parte um posto de cuidados primários de saúde, uma igreja, uma escola e duas residências. Aqui são acolhidos projectos nas áreas de educação (alfabetização e educação para a saúde), saúde (vacinação e medicação) e evangelização (catequese e celebração da palavra). Estes projectos são desenvolvidos pela população local sob orientação das missionárias. Para o nosso trabalho, no posto de saúde, contámos com a colaboração imprescindível de um “socorrista” que nos orientou segundo a sua experiência e permitiu a comunicação com os utentes, que falavam sobretudo o dialecto macua.

Objectivos:

Caracterização Local

- Adquirir competências profissionais e humanas;- Intervir nas áreas de prevenção e educação para a saúde;- Tomar conhecimento das doenças com maior incidência e respectivo tratamento (ministrado vs recomendado); - Percepcionar as formas de aquisição e disponibilidade de fármacos;- Observar as infra-estruturas e recursos humanos e materiais das unidades prestadoras de cuidados de saúde;- Conhecer a distribuição geográfica das

unidades prestadoras de cuidados de saúde e respectiva acessibilidade;- Angariar recursos materiais adaptados às necessidades locais.

A comunidade de Mahipa apresenta 60% de analfabetos e um grave défice de recursos

humanos e materiais, que se traduz numa elevada taxa de mortalidade infantil e marcada incidência de problemas de saúde, nomeadamente malária, lepra, diarreia e desnutrição, doenças facilmente prevenidas e tratadas quando na presença dos recursos apropriados. O Centro de Saúde mais próximo fica situado em Ocúa, a 12 km de distância de Mahipa, percurso que a maioria dos utentes realiza a pé. O processo de alfabetização desta povoação encontra-se a cargo de uma escola governamental cujo ensino vai até ao 5º ano. Caso optem por dar continuidade aos seus estudos a escola

mais próxima localiza-se no Chiúre a 24 km de distância. Devido às limitações impostas pela cultura deste povo, poucas são as mulheres alfabetizadas. A comunidade, subsiste principalmente, da agricultura e do comércio agrícola. A base da sua alimentação consiste em farinhas de milho e mandioca, sendo melhorada nas épocas

da colheita, por exemplo de fruta. As suas casas são construídas a partir da matéria-p r i m a q u e a n a t u r e z a o f e r e c e , nomeadamente o bambu, o capim e a terra.O contacto com a população, através da prestação de cuidados primários, permitiu-nos tomar conhecimento das doenças com maior incidência e quais os recursos farmacológicos existentes, apercebermo-nos das crenças e atitudes perante a doença, e contactarmos com a falta de meios financeiros e técnicos para o diagnóstico e tratamento.

Apesar da passagem por Moçambique ter sido de apenas um mês, acreditamos ter ficado a conhecer alguns aspectos importantes do quotidiano do povo residente na região que visitámos. Convivemos com um povo único do ponto de vista cultural e contextual, mas também do ponto de vista médico, com patologias que nunca tínhamos contactado a não ser nos manuais.

No dia-a-dia do posto de saúde enfrentámos desaf ios que mui to contribuíram para o nosso desenvol-vimento humano e profissional. A inter ajuda e o convívio e cooperação com um

Vivências

profissional de saúde, cuja realidade e formação são distintas da nossa, permitiu consolidar e tornar mais apto o nosso trabalho em equipa. Sentimos que, apesar de curta, a nossa experiência médica contribuiu para a

elaboração de diagnósticos e planos terapêuticos que, de outro modo, não seriam efectuados. A desmistificação e esclareci-mento acerca dos mecanismos de certas patologias contribuíram, por si só, para o bem-estar do paciente. Isto retrata-se, por exemplo, na satisfação que um dos pacientes manifestou quando o esclarecemos acerca da etiologia da sua doença a epilepsia, considerada por aquele povo uma doença provocada por espíritos maléficos. No tem-po que partilhámos com os elementos da-quela comunidade, procurámos também despertar neles o sentido de responsabilidade pela própria saúde, alertando, entre outros, para a necessidade de cuidados higieno-dietéticos, prevenção das doenças sexu-almente transmissíveis e vacinação.Lidámos diariamente com a falta de recursos materiais, designadamente medicamentos,

que eram escassos quer em quantidade, quer em formas de apresentação e dosagem. Perante estas limitações, e confrontadas com a necessidade de dar resposta, demos por várias vezes azo à improvisação responsável, nomeadamente

o fraccionamento de comprimidos para as crianças para a obtenção de menor dosagem.Moçambique é um país economicamente pobre, com uma urgente necessidade de aposta na educação. O povo sofre a po-breza e outras necessidades, mas goza si-multaneamente de uma serenidade e alegria de viver que nos contagiou. Mahipa apre-senta um forte património natural e raízes culturais que lhe conferem uma riqueza muito própria. Ao vivermos em comunhão com este povo partilhamos as suas di-ficuldades, o que promoveu o nosso cres-cimento profissional e humano. Conhe-cemos e enfrentámos novas realidades e procurámos dar Mais Vida Para Ocúa.

O SEGREDO DA MINHA LIBERDADE

ESTÁ NO MEU PRÓXIMO

O falecido Prof. Agostinho da Silva, costumava dizer (citando o caso do Padre António Vieira) que o homem português só descobre a sua verdadeira condição quando se vê longe da pátria, constrangido a sobreviver, inventando-se a si mesmo - como se as raízes só se fizessem sentir longe da terra de crescimento. É, então, que ele adquire a autêntica visão da sua alma e da alma do seu país que deixou. Uma lucidez criada pela distância.

Independentemente do país onde me en-contro, esta é a sensação primeira que me invade: a de uma maior lucidez em relação à alma do meu país e à minha própria alma. Lucidez, porque ao ser confrontado com um maior silêncio interior e um despir de afectos, tomei consciência da minha fragilidade face à criação e certifiquei-me de que não estaria aqui em Angola se Alguém não me tivesse implicado no Seu projecto e me acompanhasse. Por minha iniciativa e pelos meus méritos nunca estaria aqui. Foi Deus que neste projecto de liberdade, na gratuidade, me ofereceu esta oportunidade. Assim, e apesar de privado da companhia dos meus familiares e amigos, com limita-

ções em termos económicos e de comu-nicação, nunca a minha vida foi tão cheia de sentido e nunca fui tão feliz. É como se tivesse encontrado a verdadeira essência da minha alma e as razões para a vida. Esta é a primeira impressão que testemunho e a mais imediata. Em segundo lugar gostaria de referir uma outra sensação que sempre acompanha esta, que é a de uma maior compreensão, digo mesmo perdão, relativamente às pessoas que caiem no pecado. Há, sem dúvida, uma maior benevolência principalmente para com os que têm sede de justiça, os mais pobres, pois são eles, realmente, os verdadeiros poderosos deste mundo, aqueles que destituem a minha animalidade. Libertam-me. O segredo da minha liberdade está no meu próximo. Este é o tesouro mais importante que descobrimos e que não podemos esconder. É esta Boa Nova que tem de ser vivida e transmitida, que nos transforma em missionários de Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Este é o grande amor que Deus tem por cada um de nós. É a Sua misericórdia face ao nosso pecado. A compreensão da nossa fragilidade que Ele toma e transforma dando uma matiz à nossa personalidade nunca antes por nós sonhada. E assim oferecemos os nossos votos a Deus e aos nossos Irmãos:1. De castidade transformada em ternura. Amar ternamente significa que devemos deixar que a compaixão "domine" todos os relacionamentos, revendo os nossos relacionamentos com todos, sem exclusões. 2. De pobreza que nos impele a agir com justiça e a viver a espiritualidade da "suficiência" (ser capaz de dizer "chega"). Repartir o pouco que temos, de forma que outros que têm menos também possam ter algo. Passamos dum conceito de progresso baseado na posse e na acumulação para um conceito de progresso baseado na promoção da qualidade de vida. Trabalhamos pela mudança estrutural com o olhar na justiça, na igualdade e na libertação dos oprimidos.

3. De obediência. Caminhamos humilde-mente com o nosso Deus, descobrindo a Sua vontade em união com os outros. Largamos as nossas tendências de dominação e con-trolo, e deixamo-nos desafiar pelos aconte-cimentos.Tudo isto se aprende progressivamente na comunidade e em comunidade com "as irmãs e os irmãos que Deus nos dá", sem exclusão. E é nesta comunidade da

2Paróquia da Gabela, com 5.300 km e 545.000 habitantes, que Deus me colocou para servir com a dignidade que este povo que me acolheu merece. Em pequenos projectos e trabalhos, no dia-a-dia, em pequenos gestos e acções, caminho com as pessoas e, sobretudo, estou com elas nos bons e nos momentos em que é preciso denunciar casos de injustiça, servindo de seu intermediário. Esta odisseia missionária, aqui em Angola, particularmente, nesta diocese é hoje uma realidade graças ao empenho de muitos missionários que aqui viveram e deram a vida. Mas como sempre a Missão deve-se, antes de mais a Deus. É Ele, pelo Seu Espírito, que é capaz de influenciar e mover os sentimentos, galvanizar vontades e incendiar os corações, para em seguida, os deixar ardentes de zelo apostólico, necessário, em absoluto, na obra de Evangelização dos povos. Aqui não há heróis, pois todos são movidos na liberdade e gratuidade, por uma força que tanto nos pode impelir a anunciar a Boa Nova a milhares de quilómetros de distân-cia da nossa casa, como também e com igual impulso e mérito, no nosso meio, na nossa casa, a um metro de distância, ao nosso próximo. À Sociedade Missionária da Boa Nova, a toda a Comunidade Paroquial de Canelas e à minha família e amigos, implicados desde o primeiro momento na minha felicidade, agradeço a bênção e a oração. Que Ele continue no meio de nós!

Por: Irmão Eduardo

SER JOVEM NA GABELA

Foi para Angola com o objectivo principal de leccionar química na Escola Pré-universitária do Amboim, mas a malária não a deixou cumprir esse item do projecto. De qualquer forma não se arrepende de ter partido. Redescobriu-se lá, num mundo novo que a acolheu. Viu Deus desde uma outra perspectiva. Um “Deus maior” que a acompanhou dia após dia. Fiquemos com alguns excertos do seu testemunho.

Por: Ana Catarina

1. Durante o tempo que passou entre a proposta que me foi feita e o embarque para Angola aprendi uma grande lição. Percebi o sentido da palavra confiança. Tudo era muito incerto: o que eu ia encontrar, o que ia fazer, o perigo das doenças tropicais, a distância, a forma como os meus pais lidariam com a minha partida, enfim…, um sem número de obstáculos que eu não sabia como ultrapassar. E foi num momento de quase desespero por respostas, que me surgiu uma sensação de bem-estar e de paz, como nunca antes tinha sentido. Eu acabava de entregar tudo nas mãos de Deus.

2. A celebração da eucaristia marcou-me muito em Angola. As pessoas faziam verdadeira festa. Todos cantavam e dançavam como crianças. Por momentos, a fome deles era saciada daquela maneira. Eles confiavam em Deus, acolhendo-o com alegria.

3. Outra passagem que não posso deixar de partilhar foi o período em que estive doente, com malária. Fui picada por um mosquito na primeira noite que passei em Angola, e, uma semana depois, fiquei de cama. Foram cerca de duas semanas sem sair de casa, e

parte desse tempo, estive muito mal por causa do tratamento, que é muito forte. Cheguei a estar deci-dida a voltar para Portugal, pois não suportava a ideia de fazer sofrer os meus pais. Mas um amigo lá me convenceu de que me arrependeria se voltasse e um outro conseguiu tran-quilizar os meus pais. Acabei por ficar. Arrepender-me-ia se voltasse antes do tempo.

4. O meu último dia na Gabela foi um Doming o. E ao participar na Euca-ristia, se antes tivera uma sensação de alegria extrema, ago-ra estava triste, por-que era a última vez que eu estava com aqueles jovens em festa. Queria encher as malas com aquela música, aquela alegria e tudo isso trazer para Portugal, para os meus amigos, para a minha família. Mas sei que só se pode viver determinadas experiências no seu ambiente natural. Fora dele, a sua beleza esmorece, e a sua cor perde vida.

5. O povo angolano é assim, um povo que se prende à terra, um povo que honra as suas raízes, um povo com orgulho de ser africano, pensador, pacífico, honesto. Um povo que, mesmo tendo ainda tão presente o flagelo da guerra, sabe sorrir, ainda que a vida nem sempre retribua esse sorriso. E é tão bonito o

sorriso inocente de uma criança negra. A sua pele escura faz realçar ainda mais a luz dos seus olhos e do seu sorriso. As crianças são feitas de uma alegria extrema e extremamente pura. Sorriam sempre à minha passagem, mesmo com fome, com sede ou com dores, sabiam sempre abrir um sorriso para a objectiva da minha máquina fotográfica. “Tira uma chapa, tira uma chapa!” E eu focava, premia simplesmente o botão, mas para eles era um gesto importante, porque a sua imagem per-duraria para sempre, muito para além das suas vidas que são sempre tão curtas.

TESTEMUNHAR A MISSÃO

PASTORAL CARCERÁRIA

VIVER EM MISSÃOPor: Sofia Silva

Em Chapadinha, a Sofia Silva e a Diana Salgado trabalham com muita dedicação na pastoral carcerária. Trata-se de um trabalho muitas vezes ingrato e difícil, onde a coragem, a persistência, e a esperança são irmãs para uma reabilitação integral da dignidade da humanidade esquecida.

A Pastoral Carcerária já completou um ano e tem uma estrutura composta por 13 elementos. Trata-se de uma pastoral complicada e nem sempre compreendida pela maioria das pessoas, o que se torna, muitas vezes, desmotivante. Pensam que defendemos ou “protegemos” os presos, mas apenas asseguramos as suas condições físicas e humanas para uma possível reabilitação. Apesar destes contratempos já tivemos a nossas vitórias. Com a ajuda e influência do padre Neves na comunidade

2conseguimos 100m de tijoleira branca, cal para as paredes e argamassa para revestir todas as 8 celas. Agora quando se lá entra, o aspecto é outro!Outro desafio que queríamos abraçar, mas foi barrado pelo secretário de saúde pública, era a construção de uma enfermaria, negando-nos a participação e apoio de qualquer enfermeiro ou agente sanitário. E ainda nos disse, pessoalmente, que lamentava o nosso trabalho.Neste momento, o número de presos ultrapassa os 50. Há celas que têm mais de 15 reclusos. O espaço é muito reduzido para se movimentarem. Apesar de as condições das celas terem sido melhoradas, não há ventilação nem luz suficiente para tanta gente, propiciando epidemias, viroses e outro tipo de doenças contagiosas.O nosso principal objectivo na Pastoral

Carcerária é a reabilitação humana. Temos criado amizades, alguns laços profundos por onde a esperança passa, até eles, tornando-os mais confiantes. Mas isso é mais difícil se não houver também reabilitação material. Não é fácil ser indiferente ao crime que eles cometeram. No entanto, temos cons-tantemente de nos lembrar que não estamos lá para julgar ninguém, mas para viver segundo o Evangelho. Em Mateus, Jesus diz-nos: “Estive preso e vieste-me visitar”(Mt 2 5 , 3 7 - 4 5 ) . A q u i e m C h a p a d i n h a contactamos com o extremo da maldade do ser humano. Há crimes que não conseguimos compreender e aceitar. Como suas discípulas,

isto trata-se de um grande exercício de amor.Entre todos os criminosos com os quais contactamos: desde violadores, homicidas, pedófilos, traficantes ou “comerciantes” de crianças (elas são exibidas por catálogo para quem as quiser “consumir”); está um homem que cometeu, para mim, o crime mais horrendo que eu já vi na minha vida. Trata-se de um proprietário de uma farmácia no centro de Chapadinha que vendia medicação para o aborto (um problema muito actual na nossa sociedade). Nos casos em que o feto já

se encontrava mais desenvolvido no seu processo de gestação, ele próprio, na sua farmácia, retirava-o por meios artificiais. Até que há meses atrás foi descoberto um feto bem desenvolvido a ser comido por cães, restando apenas as perninhas (cruzadas) e o cordão umbilical ligado à placenta. Quando vi as fotos que temos em nosso poder apercebi-me realmente da gravidade do aborto. Muitas vezes minimiza-se este crime dependendo do tempo de gestação, mas afinal qual é a diferença? Lamento esta indiferença, quer no interior do Brasil quer em qualquer país do nosso mundo dito desenvolvido.

Como vêem, este é o nosso desafio, uma prova constante de amor, onde tentamos ser testemunhas de Cristo. Nem sempre é fácil ser “missionária”. É preciso acreditar sempre, quebrar as nossas próprias barreiras.Falta pouco tempo para voltar, e sem dúvida que esta experiência no Brasil, tem-nos aberto muito os nossos horizontes. Foi e continua a ser um grande ensinamento para as nossas vidas.

PARÓQUIAS MISSIONÁRIAS

VIVER EM MISSÃO

Por: Sérgio Cabral

A graça da renovação não pode crescer nas comunidades, a não ser que cada uma dilate o campo da sua caridade até aos confins da terra e tenha igual solicitude pelos que são de longe como pelos que são seus próprios membros. (AG 37).

1. Etimologicamente, paróquia (do gr. paroikia), significa “estabelecimento em país estrangeiro” e paroquiano “o estrangeiro domiciliado num país sem direitos políticos”. Esta noção situa-nos numa condição de despojamento, apenas com o essencial para a estadia, sem qualquer poder. Como se vivêssemos numa casa que não é nossa e sujeitos ao repatriamento a qualquer hora. A casa, mesmo modesta, é um empréstimo que devemos cuidar e agradecer todos os dias.

2. Esta noção contrasta com o equívoco de muitos cristãos, que fazem da paróquia uma casa de granito, bem ornamentada e luxuosa. Depois instalam-se lá dentro e julgam-se donos de toda a actividade pastoral, como bons “políticos” da religião. Promovem-se à sua custa, sem terem consciência do perigo que correm, já que não possuem legitimidade para tal.

3. A verdadeira paróquia é uma tenda, simples de montar. A tenda do encontro, onde descarregados de nós mesmos, da nossa tralha interior, e entrelaçados uns com os outros, nos unimos a Deus para um maior aprofundamento intelectual e espiritual do seu mistério de Amor. Somos peregrinos com um roteiro em contínua actualização na mão mediante a descoberta de mais elementos para o trilho que verdadeiramente leva à nossa morada permanente.

4. Nesta peregrinação importa haver comunhão entre nós e abertura dos nossos corações ao Espírito de Deus. É, por isso, fundamental oxigenar palavras e gestos de amor àqueles que se encontram mais fragilizados no caminho e alimentarmo-nos da Palavra de Deus, do Seu Pão e do Seu vinho para que saibamos sedimentar sempre, na fragilidade do Amor, a nossa firmeza e esperança em Deus. O saudoso Papa João Paulo II, por ocasião de um encontro com os bispos franceses das províncias eclesiásticas de León e Clerem em 2004, referia que o carácter missionário das paróquias depen-dia sua capacidade para viver a comunhão no seu seio. “É necessário velar para que a comunidade paroquial expresse a diversidade de membros que a compõem e a variedade de seus carismas, e que se abra à vida de associações ou dos movimentos”. Por últi-mo, o Papa declarava que “comprometer-se na missão no estrangeiro, longe de em-pobrecer a paróquia ou a diocese, lhes dará uma nova força.”

5. Na vida de uma paróquia, é bom que os grupos pastorais e os movimentos existentes sejam capazes de imprimir uma maior vivacidade na comunhão entre os seus cristãos e com os cristãos de outras paróquias. Ficam algumas sugestões concretas: realizar acções de sensibilização alertando para a responsabilidade de todos no combate contra à pobreza e na transmissão da boa nova aos que ainda não sabem; visitar e dinamizar actividades em instituições locais de solidariedade social; programar encontros de formação cristã; promover a geminação de paróquias; melhorar a preparação das celebrações

litúrgicas; aprofundar Cristo através de retiros, e vigílias de oração.

6. Será com esta postura de abertura que a comunidade se poderá vir a tornar mais autêntica na sua caminhada para Cristo, mais t ransfor mada pelo Senhor, despertando novos profetas da esperança para aqui e para lá. Rezemos:

7. «És Tu, Senhor, o clarão da tarde,A notícia, a carícia, a ressurreição.Passa outra vez, Senhor, dá-nos a mão,Levanta-nos,Não nos deixes ociosos nas praças,Sonolentos, desavindos,A remendar bolsas e redes.Envia-nos, senhor, e partiremosO pãoJuntos nos caminhos da missão»

A X ASSEMBLEIA DA SMBN“Sobre a tua Palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)

De 10 de Julho a 4 de Agosto realizou-se no Seminário da Boa Nova, em Valadares, a X Assembleia-Geral da Sociedade Missionária. O P. Jerónimo Nunes, antigo Vigário Geral e actual Presidente dos LBN é o entrevistado desta edição.

LBN: O que é uma Assembleia-geral?JN: É um Pentecostes que acontece a cada 4 anos. No primeiro Pentecostes, o Espírito desceu sobre os apóstolos e a Igreja nasceu. A Sociedade nasceu há 75 anos, mas os tempos mudam e nós precisamos de discernir os novos caminhos da Missão.

LBN: Qual é a principal orientação da X Assembleia? JN. O lema é: Sobre a tua Palavra, lançarei as redes. É tirado da história dos pescadores cansados de pescar sem encontrarem peixe algum (Lc 5,1-11). Cristo mandou-os ir para o mar alto, pescar em águas profundas. Pedro não via grande proveito nisso mas arriscou: Sobre a tua Palavra, lançarei as redes (Lc 5,5b). O Resultado foi surpreendente e Jesus convidou-o a mudar de ramo e transformar-se em pescador de homens.Apesar de cansados, mas temos uma certeza: Alicerçados na Palavra d'Ele, não teremos medo de ir para o mar alto. O resultado virá da presença de Jesus, não das nossas forças.

LBN: Que meios vão usar para a Sociedade ser mais eficaz?JN: Não gostamos dessa palavra sagrada do mundo das empresas. A Europa eficaz em tecnologias, é bastante estéril na transmissão de valores. Preferimos a palavra fecundidade. A missão está mais na linha do ser do que do fazer. Diz a X Assembleia: “Os nossos seminários serão fecundos

quando e na medida em que cada membro e cada centro viverem num estilo de vida mais missionário, fraterno e acolhedor.”

L B N : A i n d a e x i s t e m vo c a ç õ e s missionárias?JN: Quando a Igreja deixar de ser missionária, a Sociedade acaba. Mas não existe esse perigo. Como antigamente, nós continuamos a lançar a semente vocacional no meio de crianças e jovens. Mas a vocação

amadurece mais tarde do que há 20 anos atrás. Os jovens estudam até mais tarde e só depois disso é que se comprometem com o casamento ou com uma vocação de doação total aos outros. Há jovens muito generosos. Continuaremos a propor-lhes uma vida radical: arriscar a vida no essencial, serviço a Deus e aos mais pobres deste mundo.

LBN: Os leigos também entram nos planos dos missionários?JN: A X Assembleia olhou muito para S. Paulo e S. Francisco Xavier, homens que chamavam pessoas que fizeram apóstolos capazes de perpetuar a missão. Todos os baptizados podem ser operadores (actores, agentes) da Missão. Neste mundo globalizado, as carências do mundo interpelam os jovens. Nós queremos apontar-lhes um caminho para serem

protagonistas na batalha por um mundo diferente, de paz e solidariedade. Os Leigos Boa Nova querem ser esse caminho. E a SMBN vai investir neles. “É preciso investir na selecção, na preparação, na planificação, no acolhimento e no acompanhamento no campo de missão, assim como no retorno aos lugares de origem.”

“Bom dia!”Os Leigos Boa Nova realizaram, entre 20 a 27 de Agosto, um Encontro de Férias Missionárias em Priscos (Braga), nas boas terras minhotas, a convite dos Srs. P. Jorge e João.

Cada um viajando com a sua mala de sonhos, expectativas e muita alegria de continuar a Missão, que já faz parte das suas vidas, foram chegando ao seu destino: “Acampamento” Missionário na Casa Paroquial de Priscos ou Casa do Abade de Priscos. Um pequeno grupo, com o Sr. P. Jerónimo, foi-se inteirando do meio envolvente, conhecendo os cantos ao “Acampamento” e os anfitriães (D. Fátima, Toni, Oliveira, Filomena, Mário…). No dia 20, estava um grupo de onze em peso (só faltava a Marta e o João) para viver uma semana de experiência em vida comunitária. Dando graças a Deus e revigorando a sua caminhada com o Pão da Vida, celebrou a Eucaristia. O jantar, com sabor do mar (sardinhas) e da terra (salada), terminou numa caminhada. E com a água fria que vigora a Natureza e no chão duro de quem labuta, adormeceu para iniciar uma viagem de aventuras com o Senhor.Durante a semana, logo pela manhã, louvávamos a Deus e entregávamos-Lhe o dia e depois das lides caseiras (quando tinhamos tempo), seguiamos para o nosso trabalho muito variado. Ao fim da tarde, quase sempre, juntávamo-nos à comu-nidade para agradecer a Deus, celebrando a Eucaristia e à noite, reuniamo-nos para avaliarmos as actividades do dia. Uma das manhãs foi absorvida por uma partilha em grupo de um texto de Mia Couto, “Pise como quem ama“. O autor mostrou-nos que, para os africanos, a vida é relação e é por ela que explicam os

acontecimentos. Foi uma ref lexão enriquecedora sobre a importância de termos a capacidade de sermos humildes e não nos “agarrarmos” ao nosso mundo, estarmos preparados interiormente para, no terreno, não sermos surpreendidos pela nossa “não-preparação“, entrar na vivência do povo, no seu ritmo, haver uma cumplicidade, deixarmo-nos envolver... transformar pelo amor. Numa das tardes visitámos a Comunidade Terapêutica do Projecto Homem, em Falperra. O Sr. P. Veloso apresentou-nos o projecto e 5 utentes da instituição contaram-nos as suas experiências como toxico-dependentes e membros da comunidade. Experimentámos vários sentimentos, percebendo que não somos donos de nós mesmos; muitas vezes tomamos como invasão de privacidade deixar que os outros entrem no nosso mundo; devemos adoptar uma atitude de não julgar ninguém; a droga leva a um fechar-se em si mesmo, não pensando nos outros, pelo que, para o toxicodepen-dente, não é fácil abrir-se numa vida de partilha; é importante uma vida refle-xiva e partilhada em comu-nidade pois leva-nos a um conhecimento de nós pró-prios e a uma abertura ao outro, num clima de respeito, inter ajuda e tolerância (serviu de interpelação para a vivência no nosso grupo). Outro aspecto importante foi entender como devemos agir face a situações de adolescentes que começam a ingerir drogas estar presente e saber ouvir.Também, durante a semana, deslocámo-nos ao Lar Conde de Agrolongo onde vivem idosos e pessoas com várias deficiências. Foi uma tarde muito animada, recheada de

música e dança.Durante três dias dividimo-nos em duas equipas e fomos muito bem acolhidos na Casa do Povo de Tadim e no Centro Cultural e Social de Santo Adrião onde os funcionários são dedicados e alegres, havia uma grande simplicidade nas pessoas e todos se sentiam valorizados.Em Tadim, a equipa ajudou no apoio domiciliário e no Centro de Dia. Em Santo Adrião, a equipa conheceu o Centro nas suas múltiplas valências e ajudou no Centro de Dia e no Lar. Sentimos que estes dias foram enri-quecedores. Apesar da experiência não ter sido uma novidade para alguns, para outros foi sair de si mesmos e fazer algo que nunca tinham imaginado fazer. Ensinaram-nos

que a comunicação neste contexto é um desafio, pois temos que ser nós a dar o primeiro passo o que “provoca” o nosso lado mais introvertido e que muitas vezes pensamos estar a comunicar, nos mais variados sentidos, mas na realidade não o conseguimos. No entanto, apesar da dificuldade inicial, lentamente foi-se criando empatia e aos poucos começou a

Por: Maria João

CAMPO DE FÉRIAS DOS LBN

UMA SEMANA EM MISSÃO

haver um maior à vontade e as partilhas tornaram-se interessantes. E... partilhar a vida é sempre enriquecedor, pelo que para além das dificuldades que sentimos em comunicar, acabámos por desenvolver mais o espírito de equipa entre nós. O apoio ao domicílio, o contacto com as pessoas em suas casas, foi marcante, pois traziam um sorriso no rosto apesar dos seus problemas pessoais. Sentimos ainda que poderíamos ter feito mais, mas pensando bem, nesta actividade, o mais importante seria ouvir, dialogar, estar presente... E o sorriso deles vale tudo! Reflectimos que nos vários afazeres na nossa vida às vezes achamos que não fazemos nada mas pequenas coisas insigni-ficantes para nós são, muitas vezes, tudo para os outros. No final da semana tivemos um encontro com os Srs. P. Jorge e João que se revelou bastante importante pois fizeram-nos reflectir sobre o ser missionário e interpelaram-nos com questões pertinentes sobre o nosso viver em comunidade. Durante estas semanas é importante que haja um crescimento pessoal e do grupo (estarmos atentos aos outros, observarmos as pequeninas coisas que constroem o nosso dia a dia, aceitarmos as críticas que nos fazem, respeitarmos a opinião e a criatividade do grupo e do outro...) O viver em grupo constrói família, laços fortes e a partilha de tarefas são uma mais valia para a consolidação de uma forte união entre os membros. Aqui e nos tempos de hoje, a Missão do Leigo passa pelo seu testemunho, por dizer “Estou aqui, estou disponível”. A Igreja não

se mostra missionária e as pessoas já estão cansadas de palavras. Por outro lado está um pouco enraizada a mentalidade de que partilhar é perder tudo e partir é quase uma loucura. É também por aqui que passa o nosso testemunho: “Querer ser feliz, fazendo os outros felizes”, desestabilizar sabendo ouvir e compreender, desinstalar amando, provocar com ideais, ser aguilhão. Em terras de Missão e onde estivermos, é importante a nossa presença como grupo. Não a parte (o que cada um faz) mas o todo. O nosso testemunho, o nosso viver, é o motor de uma fraterna partilha tanto para os outros como para nós. “Vede como eles se amam.” (Act. Ap.) Eles esperam que sejamos nós mesmos mas que tenhamos um coração da “sua Terra”. Que percebamos e nos deixemos envolver pela magia do seu olhar, na dança dos mistérios que envolvem o

espaço. E nós temos que aprender a descobrir no meio da miséria, o belo porque ele está escondido mas ansioso por ser descoberto. É igualmente importante que os leigos façam vida comunitária com o seu carisma e espiritualidade própria.Durante a semana ainda houve tempo para visitar a parte antiga da cidade de Braga, o Sameiro e o Bom Jesus. O fim de tarde, com um pôr-do-sol maravilhoso, foi um ponto de encontro com Deus que nos fez descansar e sentir Paz.No dia 23 celebrámos, durante a Eucaristia, as “Primaveras” da nossa amiga “Niquinha” e na noite de Sábado fomos à festa de Tadim

onde conversámos e dançámos. Quase a terminar a nossa estadia, fizemos uma caminhada a pé até à capela de Nossa Sra. das Candeias envolvendo jovens e menos jovens de Priscos e Tadim. Com o tema “Caminhos de Luz”, esta caminhada, acompanhada ao som de partilhas e de vários cânticos, consistiu em três momentos de oração: “Encontro - Morte e Ressurreição de Jesus”, “Caminhada Jesus é a Luz do Mundo, somos a luz e o sal da terra” e “Apresen-tação de Jesus, Luz das Nações”. Na Capelinha de Nossa Senhora das Candeias aguardavam-nos alguns idosos e residentes de Tadim que nos explicaram a História daquele local e rezaram connosco.Sábado e Domingo de manhã, por equipas, fomos às cinco Paróquias e celebrámos a Missa com a comunidade, deixando um

testemunho de vida missionário e de vo-luntariado. As Cele-brações foram vividas em festa e a Marta, a Andreia, a “Niqui-nha”, a Belmira e o Sérgio deram impor-tantes testemunhos.Durante a semana, percebemos que es-peravam que a nossa presença/acção tive-sse um forte impacto na comunidade envol-vente pois existe um grande interesse em dinamizar, incentivar e fazer crescer o voluntariado nestas paragens. O “Correio do Minho“ entre-

vistou o P. Jerónimo, o Sérgio, a Adelaide e a Marília acerca das actividades que desenvolvemos e do Grupo Leigos Boa Nova. Para terminar o nosso “Acampamento”, a população de Priscos ofereceu-nos um saboroso almoço. Provámos o tão falado pudim do Abade de Priscos que por sinal é muito saboroso! E é com grande alegria que agradecemos a todos (as várias Comunidades e aos Srs. P. Jorge e João) tudo o que fizeram por nós e a forma carinhosa e acolhedora como fomos recebidos.

De volta a Família Carvalhais

Nuno Óscar já na Rádio Aveirense

Aventuras em Chapadinha

Jorge Carvalhais terminou o seu quarto ano em Chapadinha, ao serviço do ensino universitário, da juventude e da promoção dos direitos humanos. No último ano conseguiu montar a Comissão Justiça e Paz da diocese. Voltou em Setembro para retomar o seu trabalho no Colégio de Calvão.Os seus pais, Diácono Manuel e Emília Carvalhais, também deram um ano ao serviço da pastoral familiar de Chapadinha.

“Tenho consciência de que os meus alunos gostaram e aprenderam. Não dei grandes passeios em Moçambique, não entrei muito na vida do povo. Dediquei-me à escola e os resultados foram bons. Gostei muito do grupo de jovens que levei até ao Crisma e continua a reunir-se. Ajudei a organizar uma comunidade que não funcionava. Todos pediram para eu voltar. Mas…no próximo Domingo já estou na Aveirense a noticiar desporto. Ainda preciso de encontrar trabalho para os dias de semana”. Nuno Óscar saiu de Pemba a 30 de Outubro. E tem muito para contar. Diz que o Centro informático do Colégio tem máquinas novas, compradas com a colaboração dos LBN e a biblioteca está a funcionar. A Amélia e a Glória continuam em Pemba até Dezembro.

Na terra do Bumba meu Boi, o trágico é motivo para cantar. A amostra do romance:

Quando têm uma tarefaElas são muito ligeiras.Correm por todo o lado,

Não se poupam a canseiras.Refiro-me à Diana e à SofiaQue são boas trabalhadeiras.

Estas coisas só acontecemCom a Sofia a choufer.Ela gosta muito de conduzir,Mas correndo quanto puder.Deve tomar o máximo de cuidadoQuando em Portugal estiver.

Já atolou na lama do CentrãoE custou mesmo muito a sair.Outra vez o motor parouE outro teve que acudir.Mas agora o que aconteceuVai dar mesmo para sorrir.

Pararam muito aflitasOlhando para todo o lado.Que quererá este povoAssim todo amedrontado?Mas ao abrir a portaTomaram um susto danado.

Viram o carro ardendo,Mesmo debaixo do assento.Correram quanto puderam,Fugiram como o vento.A Diana gritava pra Sofia:“vale-me senão eu rebento!”

Deus sempre ajuda os seusE às moças deu protecçãoO fogo se apagouNão houve nenhuma explosão.Não sei se veio de dentro delasMas foi grande a aflição.

01, 02, 03 de Dezembro

27 e 28 de Janeiro de 2007

24 e 25 de Março de 2007

28 e 29 de Abril de 2007

26 e 27 de Maio de 2007

30 a 01 de Junho de 2007

07 e 08 de Julho de 2007

01 a 10 de Agosto de 2007

14 a 16 de Setembro de 2007

05 a 07 de Outubro de 2007

10 e 11 de Novembro de 2007

08 e 09 de Dezembro de 2007

Retiro dos Leigos Boa Nova Local: Seminário S. Francisco Xavier (Fátima)

Encontro Nacional dos Leigos Boa NovaLocal: Seminário da Boa Nova (Valadares)

(Dia 24 sessão de apresentação para novos voluntários)Encontro Nacional dos LBNLocal: Seminário S. Francisco Xavier (Fátima)

4.º Sessão de Formação da FECRelações Humanas e Vida em Grupo

Formação LBN: Espiritualidade do Voluntário Missionário

Formação LBN: Antropologia e Sociedade Africana

Encontro Nacional dos LBN

Campo de Férias Trabalho Social em Equipa

Jornadas Missionárias Nacionais Coordenação da Comissão Episcopal das Missões Local: Fátima

Retiro (Início e Fim às 14:30)

Formação LBN: Desenvolvimento e Missão

Formação LBN: Projecto de Trabalho das equipas

INFORMAÇÕES E AGENDA

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