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A N I V E R S Á R I O . . º º 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Vol. XXI • N° 374 • Montreal, 6 de julho de 2017 Cont. na pág 10 Homenagens: Ribeira Grande agracia lusoquebequenses • Leia artigos, pág 2. Moda e beleza... Com Patrick Feio • Leia texto de Adelaide Vilela, pág. 11 POLIMENTO DE SOALHOS Instalação de pisos de madeira MIRANDA Telefone: 514-272-0519 La vie est plus radieuse sous le soleil Manuel Resendes 514-895-1649 [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective †Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie La Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life. © Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017. Seguro de Vida Seguro de Hipoteca Invalidez e Doenças Criticas Investimentos REER CELI Seguro de saúde Fundo mutualista EDITORIAL Ó CANADÁ! Por Carlos DE JESUS A maior parte dos países, por esse mundo fora, celebra o seu dia nacional para comemorar uma ruptura com o regi- me anterior ou a sua independência, geral- mente marcada por um feito de armas. É o caso, entre outros, da França, que celebra a tomada da Bastilha, a qual iria degenerar na Revolução Francesa; da Itália que cele- bra a instauração da república; da Grécia que festeja a revolução contra os turcos; do Brasil e dos Estados Unidos que cele- bram a independência em relação ao poder colonial. O mesmo se pode dizer de quase todos os países africanos. Depois temos países, como o Cana- dá e Portugal, que não precisam de ne- nhum ato guerreiro, nem tão pouco de ruptura, para celebrarem o seu dia nacional. No caso português, podemos mes- mo dizer que é uma data romântica. Só num país de poesia é que se ia escolher a morte dum poeta, Camões, para fazer dessa efeméride o seu dia nacional. Ou não fosse Portugal um país romântico e pacífico (o terceiro mais pacífico do mun- do, segundo o “Global Peace Índex” de 2017). No caso do Canadá, a data do 1.º de julho, dia nacional, é menos romântica, mas é à imagem deste país. Celebra-se a assinatura dum tratado em que se resolve criar a confederação, como regime políti- co. Não é propriamente a independência nem sequer uma ruptura, foi, antes, uma continuação e uma adição, considerando AOS 85 ANOS... BRASILINO GODINHO MOSTRA QUE APRENDER NÃO TEM IDADE A VEIRO - Aprender não tem idade. Diz o ditado e diz também Brasilino Godinho, que na quarta-feira vai defender a sua tese de doutoramento em Estudos Culturais na Uni- versidade de Aveiro (UA). Aos 85 anos, este reformado está prestes a tornar-se num dos estudantes com mais idade a concluir o doutoramento, constituindo um exemplo de perseverança para toda a comuni- dade universitária. “Acho que constituo um exemplo para a juventude e até para os adultos, sem vaidade. Estou a abrir perspetivas a muitas pessoas”, disse Brasilino, ou Brasilinho, como carinho- samente é tratado pelos colegas do curso. Depois, conta um episódio ocorrido quando estava na Universidade a conversar com algumas colegas. Uma delas disse-lhe que esteve para desistir do curso e, muitas vezes, não tinha vontade para estudar, mas lembrava- se dele e recuperava o ânimo. “Foi das coisas mais gratificantes que ouvi em todo o meu percurso académico”, disse emocionado. Natural de Tomar, onde nasceu em 25 de outubro de 1931, foi nessa cidade que tirou o Curso Industrial de Serralharia Mecânica. Iniciou a vida profissional como desenha- dor de construção civil e alguns anos mais tarde passou a exercer a profissão de topógrafo, ter- minando a carreira na antiga Junta Distrital de Aveiro. Paralelamente, a nível particular, exerceu a atividade de engenheiro rodoviário. Ao longo da vida, a vontade em prosseguir estudos superiores assaltou-o por várias vezes, mas diz que “não estavam criadas condições para isso”, porque “primeiro tinha que acorrer às prioridades da família”. Em 2008, após a morte da mulher, Brasili- no assumiu que era a hora de retomar os estu- dos e concretizar o sonho de frequentar a uni- Cont. na pág 13 Foto Humberta Araújo/LusoPresse.

EDITORIAL Ó CANADÁ! Foto Humberta Araújo/LusoPresse.lusopresse.com/WEB_LUSO_Julho6.pdf · a tornar-se num dos estudantes com mais idade a concluir o doutoramento, ... dos e concretizar

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ANIVERSÁRIO

..ºº

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Vol. XXI • N° 374 • Montreal, 6 de julho de 2017

Cont. na pág 10

Homenagens:Ribeira Grandeagracia lusoquebequenses• Leia artigos, pág 2.

Moda e beleza...Com Patrick Feio• Leia texto de Adelaide Vilela, pág. 11

POLIMENTODE SOALHOS

Instalaçãode pisos de madeiraMIRANDATelefone: 514-272-0519

La vie est plus radieuse sous le soleil

Manuel Resendes [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes

Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective†Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vieLa Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life.© Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017.

Seguro de Vida • Seguro de Hipoteca

Invalidez e Doenças Criticas

Investimentos • REER • CELI

Seguro de saúde • Fundo mutualista

EDITORIAL

Ó CANADÁ!• Por Carlos DE JESUS

A maior parte dos países, poresse mundo fora, celebra o seu dia nacionalpara comemorar uma ruptura com o regi-me anterior ou a sua independência, geral-mente marcada por um feito de armas. Éo caso, entre outros, da França, que celebraa tomada da Bastilha, a qual iria degenerarna Revolução Francesa; da Itália que cele-bra a instauração da república; da Gréciaque festeja a revolução contra os turcos;do Brasil e dos Estados Unidos que cele-bram a independência em relação ao podercolonial. O mesmo se pode dizer de quasetodos os países africanos.

Depois temos países, como o Cana-dá e Portugal, que não precisam de ne-nhum ato guerreiro, nem tão pouco deruptura, para celebrarem o seu dia nacional.

No caso português, podemos mes-mo dizer que é uma data romântica. Sónum país de poesia é que se ia escolher amorte dum poeta, Camões, para fazerdessa efeméride o seu dia nacional. Ounão fosse Portugal um país romântico epacífico (o terceiro mais pacífico do mun-do, segundo o “Global Peace Índex” de2017).

No caso do Canadá, a data do 1.º dejulho, dia nacional, é menos romântica,mas é à imagem deste país. Celebra-se aassinatura dum tratado em que se resolvecriar a confederação, como regime políti-co. Não é propriamente a independêncianem sequer uma ruptura, foi, antes, umacontinuação e uma adição, considerando

AOS 85 ANOS...BRASILINO GODINHO MOSTRA QUE APRENDER NÃO TEM IDADE

AVEIRO - Aprender não tem idade.Diz o ditado e diz também Brasilino Godinho,que na quarta-feira vai defender a sua tese dedoutoramento em Estudos Culturais na Uni-versidade de Aveiro (UA).

Aos 85 anos, este reformado está prestesa tornar-se num dos estudantes com mais idadea concluir o doutoramento, constituindo umexemplo de perseverança para toda a comuni-dade universitária.

“Acho que constituo um exemplo para ajuventude e até para os adultos, sem vaidade.Estou a abrir perspetivas a muitas pessoas”,disse Brasilino, ou Brasilinho, como carinho-samente é tratado pelos colegas do curso.

Depois, conta um episódio ocorridoquando estava na Universidade a conversarcom algumas colegas. Uma delas disse-lhe queesteve para desistir do curso e, muitas vezes,não tinha vontade para estudar, mas lembrava-

se dele e recuperava o ânimo. “Foi das coisasmais gratificantes que ouvi em todo o meupercurso académico”, disse emocionado.

Natural de Tomar, onde nasceu em 25 deoutubro de 1931, foi nessa cidade que tirou oCurso Industrial de Serralharia Mecânica.

Iniciou a vida profissional como desenha-dor de construção civil e alguns anos mais tardepassou a exercer a profissão de topógrafo, ter-minando a carreira na antiga Junta Distrital deAveiro. Paralelamente, a nível particular, exerceua atividade de engenheiro rodoviário.

Ao longo da vida, a vontade em prosseguirestudos superiores assaltou-o por várias vezes,mas diz que “não estavam criadas condiçõespara isso”, porque “primeiro tinha que acorreràs prioridades da família”.

Em 2008, após a morte da mulher, Brasili-no assumiu que era a hora de retomar os estu-dos e concretizar o sonho de frequentar a uni-

Cont. na pág 13

Foto Humberta Araújo/LusoPresse.

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ALEXANDRE GAUDÊNCIO: - Quero emigrantes a investir na Ribeira Grande

NA RIBEIRA GRANDE

LUSO-QUEBEQUENSES HOMENAGEADOS

Ildeberto Silva, empresário. Duarte Miranda, ex-bancário. Manuel Puga, empresário.

LUSOPRESSE – Como se pode lerem artigo à parte, a Câmara Municipal de Ri-beira Grande, por altura das comemoraçõesdo 36.° aniversário de elevação a cidade, comdata de 29 de junho último, decidiu homenagearalguns ribeiragrandenses locais e da diáspora.Neste último caso, o elenco camarário homena-geou Ildeberto Silva, Duarte Miranda e ManuelPuga, três cidadãos oriundos daquela cidade eque vivem entre nós há décadas a esta parte.

As distinções – Medalha Municipal deMérito – foram entregues pelo presidente daCâmara, Alexandre Gaudêncio, que por sua vezse fez acompanhar de elementos do seu execu-tivo, em cerimónia realizada no Teatro Ribeira-grandense.

A seguir, apresenta-se uma resenha pesso-al de cada uma destas três personalidades danossa comunidade.

– Duarte Manuel da Ponte Miran-da nasceu na freguesia das Calhetas. A sua fa-mília emigrou para o Canadá em maio de 1963,quando ele tinha 14 anos e logo se estabeleceuna cidade de Montreal. Duarte Miranda semprese interessou pelas causas e atividades ao servi-ço dos outros, colaborando na ajuda da juven-tude mais carenciada de Montreal. Acompa-nhou e apoiou jovens estudantes universitáriose jovens artistas líricos em início de carreira. A10 de junho de 2013 foi agraciado pelo Graude Comendador da Ordem de Mérito pelogoverno de Portugal.

– Ildeberto Manuel Estrela Silvanasceu a 8 de janeiro de 1953, na vila hoje cida-de de Ribeira Grande. Desde pequeno, a parcom a escola, acompanhava o seu pai nos tra-balhos do campo, sendo este agricultor. Gos-tava de tudo o que se relacionava com a natu-reza, onde os animais eram a sua principal pai-xão, especialmente os cavalos e as vacas, visto

o seu avô paterno ter sido lavrador.Após o casamento, cumpriu o serviço mi-

litar obrigatório, decidindo então emigrar parao Canadá, mais concretamente para Montreal,cidade onde vivia parte da sua família maternae a sua irmã, deixando atrás a sua esposa e a fi-lha de seis meses. Em 1982, estabeleceu-se porconta própria, fundando a empresa Silva Cou-vreurs. Além de contar com a colaboração dosseus quatro filhos, a Silva Couvreurs empregamuitos portugueses e pessoal de outras ori-gens.

Entretanto, no dia 29 de outubro de 2016,a Casa dos Açores do Quebeque homenageou-o pela sua implicação comunitária.

– Manuel Pinheiro Puga nasceu a31 de agosto de 1957 na freguesia citadina daMatriz, tendo emigrado a 9 de junho de 1969

para Montreal, no Canadá. Em 1978 recebeuconvite para assumir o cargo de compradorgeral dos hotéis Ramada Inn, no Quebeque (8hotéis). Em 1996 decidiu adquirir o hotel LordBerri, em Montreal. Posteriormente comprouo Waldlyn e no ano 2000 o Days Inn na cidadede Blainville.

Neste momento Manuel Puga é presiden-te da secção da Cruz Vermelha a norte de Lavale membro do Clube Lions há mais de 30 anos.É embaixador do torneio de golfe organizadopela Associação de Emigrantes Açorianos. Em2009 recebeu o prémio de investimento doano pelo hotel Days Inn, atribuído no decorrerda Gala Anual da Sociedade Económica e deDesenvolvimento da Região de Blainville.

A estes três ribeiragrandenses do Quebe-que, a Direção do LusoPresse e da LusaQ TVendereça vivas felicitações. L P

A Ribeira Grande vive uma “novadinâmica” fruto das apostas que a autarquiatem vindo a desenvolver nos últimos anos,projetando o município para patamares de in-vestimento que Alexandre Gaudêncio pretendefazer chegar à diáspora.

O desafio foi lançado pelo autarca na ses-são solene comemorativa do 36.º aniversáriode elevação da Ribeira Grande a cidade, cerimó-nia realizada no Teatro Ribeiragrandense e quecontou com a presença de vários emigrantesde sucesso radicados nos Estados Unidos daAmérica e Canadá.

“Numa altura em que se vive uma novadinâmica na nossa terra, onde se destaca o setorturístico que está em franca expansão, é impor-

tante não deixar passar esta oportunidade. Épor isso que temos desenvolvido uma série deatividades que passam por retomar ligações àsnossas cidades irmãs e queremos também cap-tar investimento dos nossos emigrantes”,disse.

Alexandre Gaudêncio considerou que“agora, mais que nunca, temos uma grandeoportunidade para agarrar, atendendo ao acor-do entre a Europa e Canadá para a transaçãode produtos”, acrescentando que “a existênciade cada vez mais ligações aéreas entre a Américado Norte e os Açores podem ser propícias aum incremento das transações.”

Na sessão em que a emigração foi o deno-minador comum, a Câmara da Ribeira Grandehomenageou com a Medalha Municipal de Mé-

rito os emigrantes Ildeberto Silva, Manuel Pu-ga, Duarte Miranda, Manuel Clementino e Már-cia Sousa, bem como a Casa do Povo da RibeiraGrande e os Amigos da Ribeira Grande daNova Inglaterra.

Correlacionando as novas possibilidadesde investimento que se abrem na Ribeira Gran-de com o trabalho desenvolvido pelo executivocamarário neste mandato, Alexandre Gaudên-cio destacou a redução do passivo.

“Em 2013, a autarquia tinha um passivoconsolidado de quase trinta milhões de eurose ao longo destes quatro anos reduzimos 70%desse montante. O rigor das contas tambémestá patente na percentagem de execução dosorçamentos anuais, ficando acima dos 90%nos últimos dois exercícios contabilísticos.”

É este rigor na gestão dos dinheiros públi-cos que tem proporcionado uma “maior dina-mização da economia local”, em particular atra-vés do “desenvolvimento de um plano estraté-gico de turismo que nos permite ter um rumobem definido dos investimentos públicos arealizar sempre com a preocupação de gerarmais economia local”.

Para além disso, vincou Alexandre Gau-dêncio, este executivo “teve a preocupação deadjudicar o máximo de obras possíveis às em-presas locais de construção civil, garantindodesta forma a manutenção e criação de postosde trabalho no setor.”

A dinâmica que a Ribeira Grande vem co-nhecendo tem-lhe garantido “notoriedade epromoção fora da ilha, gerando mais movi-mento e, dessa forma, mais receitas na econo-mia”, apontou o edil, convicto de que a tendên-cia irá manter-se nos próximos tempos.

“A prova desta dinâmica são os investi-mentos já anunciados ao nível do setor turís-tico. Iremos ter os maiores projetos a nível re-gional, estimando-se que cerca de trinta milhõesde euros serão investidos nos próximos doisanos, duplicando a oferta de camas disponíveisno concelho”, referiu.

“Podemos, por isso, afirmar que existeum potencial elevado para a diversificação esustentabilidade da economia do concelho daRibeira Grande através do setor terciário, no-meadamente através do aumento da atividadeeconómica relacionada com o turismo, ondese destaca o potencial termal e manifestaçõesvulcânicas, o mar e a natureza”, acrescentou.

A finalizar, Alexandre Gaudêncio fez umbalanço ao mandato que está a terminar. “Numbreve balanço do mandato autárquico 2013/2017, importa destacar três áreas fundamentais:rigor e transparência das contas públicas, dina-mização da economia local e apoio social, atra-vés do qual tentamos acudir a quem realmentenecessitava.”

Alexandre Guadêncio, presidente da Câmara.

L P

Página 36 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Fazer história da... História

Diligências várias, mas infrutíferas

A partir do momento que passei a ter estatuto de cida-dão livre de movimentos no Canadá – o Quebeque, para mim, e decerta maneira para a família que me rodeava, não tinha grande sig-nificado – comecei logo a procurar saber como contactar o meugrande amigo João Alberto Pereira, o tal que sendo da minha idade– nasceu, tal como eu, em 54 – tinha dado entrada no serviço mi-litar em janeiro de 1975, alguns meses depois da Revolução dosCravos, e que desertara do «17» na Terceira, como de resto já expli-quei em devido tempo neste mesmo espaço.

Por outro lado, sabia que o Norberto Eleutério, jogador de re-conhecidos méritos no Clube Operário Desportivo e com quemtinha fugazmente jogado entre a sua chegada da tropa, da Guinée,e a sua quase imediata partida para o Canadá, vivia em Montreal.

Entretanto, informavam-me que em Sainte-Thérése havia mui-ta gente de Lagoa e que eu poderia encontrar alguém conhecido...

Vagamente, lembrava-me de um ou outro amigo de infânciaque tinham vindo para o Canadá... Mas as respostas eram quasesempre a mesma: «Deve estar em Toronto».

Ao cabo de muitos dias apercebi-me que de amigos, amigos,não ia encontrar praticamente ninguém. Ainda se o meu destinotivesse sido Toronto...

Enquanto procurava os amigos e não os encontrava, a ilha,mesmo a muita distância, consumia-me o tempo quase todo. Eramcartas para a noiva e para vários amigos. Até para o dono do baronde tínhamos por hábito conversar, jogar bilhar, etc., tambémmerecia carta minha. E para minha alegria, eles respondiam atécom alguma curiosidade. Quase todos me perguntavam quandoestava previsto eu voltar...

Quem não queria que eu voltasse era a minha noiva – é hoje aminha mulher! E porquê? Como aqui também já expliquei, porqueela estava de saída da ilha para o Canadá e não queria cá chegar es-tando eu de volta ao ponto de partida. De resto, também já deiconta que uma das razões de vir até ao Canadá teve a ver precisa-mente com a situação dela. Tivesse a Anália mais idade – na alturaela tinha 15 anos! – e certamente eu nunca teria vindo ao Canadánaquelas condições! Talvez, quem sabe, anos mais tarde pudessevir visitar a minha família… Mas então já como homem casado.

Os dias foram passando e as minhas saídas continuavam aoredor da casa de meus pais, na rua Ste-Dominique, a alguns metrosda rua Duluth. Não muito longe, no Boulevard Saint-Laurent, umdia descubro uma loja (Flor do Lar) com artesanato de Portugal emuitos jornais nacionais, alguns que já conhecia, como o Diáriode Notícias, o O Jornal – o meu preferido –, entre outros menosou totalmente desconhecidos. Nesse conjunto, lá estava A Bola,que eu assinava nos Açores e que depois transferi para Montrealmas que me chegava a casa uma semana depois de ser publicadoem Lisboa...

Comecei a parar por ali. Entrava mudo e saia calado... Temposmais tarde, as pessoas, proprietárias e clientes habituais da loja,haveriam de me dar conta da minha estranha maneira de ali entrar...Com alguma timidez à mistura lá fui comprando parte da literaturaexposta na loja. Passei mesmo a comprar o jornal A Bola, porchegar, muitas vezes, no próprio dia em que aparecia nas bancasem Portugal. Funcionava aqui a diferença horária de menos cinco,por vezes, seis horas. Resultado, escrevi para Lisboa a cortar a as-sinatura, que já durava há oito ou nove anos... Também já expliqueia situação em escrito anterior.

No próximo número: A «Flor do Lar» como ponto fulcral daminha integração na comunidade!

Norberto AguiarL P

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Azores Fringe recebe prémio internacional de reconhecimento

O festival internacional de artes, A-zores Fringe, recebeu, no fim de semana pas-sado, Holly Lombardo, a diretora do WorldFringe, entidade que abrange mais de 250 fes-tivais fringe no planeta. Não foi qualquer fimde semana: foi o marco dos 5 anos do maiorfestival no arquipélago dos Açores que celebraartes e artistas.

“Cinco anos é um marco não só para nós,mas também para a entidade internacional, por-que muitos festivais, deste género, não chegama ver tantas edições consecutivas” diz TerryCosta, o diretor artístico da MiratecArts e fun-dador do Azores Fringe. “Nós, aqui nos Aço-res, temos a agradecer às entidades que abremas suas portas ao Fringe, mesmo que a progra-mação seja desconhecida, na sua maior parte.Quando fazemos o programa não sabemosexatamente o que vai acontecer.” Várias enti-dades privadas juntaram-se ao Fringe pela pri-meira vez este ano. O Governo dos Açores,através da Direção Regional da Cultura, e, emespecial o Museu do Pico, tem feito parte destaaventura, assim como, também, a Câmara Mu-nicipal da Madalena, que vê o seu concelho nopapel de anfitrião do epicentro do festival eque acolhe, este ano, mais de 130 artistas de 36países. “Estamos a falar, literalmente, dos artis-tas que estão aqui porque, na verdade, estamosa apresentar trabalhos de 302 artistas, de 52países, mas que, claro, muitos não vêm pesso-almente, porque para isso era necessário conse-guirmos apoios muito maiores”, admite TerryCosta.

Holly Lombardo apresentou “World Frin-ge Recognition of Achievement Award” à Mi-ratecArts e à Madalena por conseguir 5 anosde Azores Fringe. No seu discurso, que aconte-ceu no Jardim dos Maroiços, e com a presençado Presidente da Câmara Municipal da Madale-na, José António Soares, a diretora da entidadeinternacional deixou palavras que incentivarãomuitos mais artistas a participar, bem comodeixou o desafio à MiratecArts para continuar

a desenvolver e a modificar os parâmetros do que é o Fringe, no mundo,e o que se pode fazer de uma ou das 9 ilhas dos Açores para o mundo.

World Fringe chega a mais de 250 cidades e regiões do mundo. “Avisibilidade de ter connosco a diretora é algo que não há dinheiro quepague”, diz Terry Costa admitindo que ela “ficou espantada que se con-siga fazer tanto com tão pouco apoio financeiro”, especialmente quandose vê que este ano mais de 3800 propostas de artistas de 107 países che-garam à associação. É uma visibilidade e uma promoção dos Açores nomundo cultural artístico, por todos os cantos do mundo.

O movimento Fringe começou em 1947 em Edimburgo e a 11 dejulho celebra 70 anos. Nos Açores também será marcado com os no-vos anúncios sobre Azores Fringe e abertura de propostas e candida-turas de participação para a sexta edição.

A quinta edição do Azores Fringe encerrou no Auditório da Ma-dalena na ilha do Pico na quinta-feira 29 de junho pelas 21h30 com umgrande espectáculo de dança vindo do Canadá e no Faial com o LanternArt Festival Azores no dia 30 de junho na freguesia da Feteira.www.azoresfringe.com

De Londres aos Açores, a Diretora do World Fringe viaja 32horas (ida e volta) para desfrutar de outras 32 horas nos A-çores e atribuir Prémio a Azores Fringe. Foto Davide Sousa.

L P

Página 46 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Humberta Araújo• Luciana Graça• Osvaldo Cabral• Adelaide Vilela• Daniel Bastos• Lídia Fontes Ribeiro• José Luís

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00; domingo: 17h00(Ver informações: páginas 5 e 9)

O DESPERDÍCIO DOS FUNDOS EUROPEUS• Por Osvaldo CABRAL

Instalou-seuma polémicanos meios políti-cos e empresariaisde Lisboa por seter descobertoque o governo deAntónio Costaestá a utilizar di-nheiro dos fundoseuropeus para bolsas, estágios e doutora-dos, em detrimento de projetos e investi-mentos reprodutivos.

Da lista dos principais 20 projetosapoiados pelo programa “Portugal 2020”,19 são para pagar despesas do Estado, ha-vendo apenas um investimento privado.

A lista tem uma curiosidade relativa-mente aos Açores.

É que há três projetos que são destaRegião e seguem o mesmo padrão de gastosem programas da administração públicaaçoriana.

O segundo maior projeto da lista na-cional é a famigerada incineradora de S. Mi-guel, com 70 milhões, seguindo-se em oita-vo lugar os conhecidos “Programas Ocu-pacionais e Serviço à Comunidade”, no va-lor de 50 milhões de euros, e em décimoquinto lugar a “Compensação das despesasno transporte inter-ilhas”, com 40 milhõesde euros.

Ou seja, só nestes três projetos dosAçores, temos 160 milhões de euros quenão têm nada a ver com o setor transaci-onável.

Em vez de aplicarmos os fundos eu-ropeus em investimento reprodutivo, por-que é isto que faz andar a economia, criandoriqueza e postos de trabalho, estamos aaplicar os fundos em projetos que não pro-

duzem bens e serviços transacionáveis.Indo mais longe, conseguimos a lista (ver

nesta página) dos principais 20 investimentosnos Açores, e o padrão é exactamente igual:os fundos são para despesas da administraçãopública regional e de empresas públicas regio-nais, figurando apenas dois investimentos pri-vados: um da Finançor, com um fundo apro-vado de 5,8 milhões de euros, para moderni-zação/remodelação da unidade industrial de ra-ções, farinhas e bolachas, e outro da Unileite,para reforço da base tecnológica do leite UHT,com lançamento de novos produtos, no valorde pouco mais de 5 milhões de euros.

O que são estes 10 milhões, aplicados emempresas do setor transacionável, comparadoscom os cerca de 300 milhões gastos na admi-nistração pública?!

É este o modelo de economia e desenvol-vimento que queremos para esta Região?

Os fundos europeus, como todos sabe-mos, não são infindáveis. No dia em que termi-narem, onde vão recair todas aquelas despesaspúblicas?

É contra este modelo que os principaisempresários do país se insurgem, porquantoo Estado se apodera da parte de leão dos fun-dos que seriam para desenvolver o país.

Se somarmos os dinheiros destes fundos,atribuídos a projetos públicos não-reproduti-vos, à catrefada de avales, contratos-programae cartas de conforto decididas nos últimos anospelo Governo Regional, ninguém imagina adimensão deste modelo calamitoso de gestãoda nossa economia, que nunca sairá da cepatorta.

No célebre “Memorando de Entendimen-to entre o Governo da República e o GovernoRegional dos Açores”, celebrado em agostode 2012, em que a região se tinha comprome-tido, “como condição prévia”, a aplicar 14 me-didas, em troca de um empréstimo de 135 mi-lhões de euros (com prazo de maturidade máxi-mo de 10 anos), estava lá escrito que “o Go-

verno Regional dos Açores abstém-se,durante os anos de vigência do presentememorando, de adoptar ou autorizarmedidas das quais resulte o agravamentofinanceiro das empresas públicas regio-nais”.

Nada disto aconteceu, bem pelocontrário.

O Tribunal de Contas bem se fartoude dar puxões de orelhas nos pareceresàs Contas da Região.

Numa das últimas contas, estavamdiscriminados 23 avales, no montanteglobal de 262,3 milhões de euros, “ele-vando as responsabilidades assumidas,por esta via, para 611,9 milhões de eu-ros, mais 124,2 milhões de euros doque em 2013. Para garantia de emprés-timos contraídos por entidades que in-tegram o sector público regional, foramemitidas, pelo Vice-Presidente do Go-verno Regional, 30 cartas de conforto,no montante de 124,9 milhões de euros.No final de 2014, estas responsabilida-des ascenderam a 425,5 milhões deeuros”.

Em 31 de dezembro de 2014, se-gundo ainda o Tribunal de Contas, asresponsabilidades assumidas pela Re-gião Autónoma dos Açores, por via daconcessão de avales, ascendiam a 611,9milhões de euros, mais 124,2 milhõesde euros (25,5%) comparativamente aoano anterior.

Por sua vez, as garantias prestadas,através da emissão de cartas de conforto,subscritas pelo Vice-Presidente do Go-verno Regional, no âmbito de emprés-timos contraídos por entidades que in-tegram o setor público regional, ascen-diam a cerca de 425,5 milhões de euros,no final de 2014.

De aviso em aviso, todos os anos,lá vamos engordando o setor público.

Que nãose contentacom os avalese outras alca-valas.

A g o r a ,também, andaa rapar os fun-dos europeus.

L P

Página 56 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Feliz Natala todos!

Página 66 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

JASON GOUVEIA LANÇA NOVAS PEDRAS NA IGREJA DE PEDRO

MÚSICA: A EVANGELIZAÇÃO NO SÉCULO XXI• Entrevista conduzida por Humberta ARAÚJO

Dos Açores à favela brasileira, o jo-vem padre Jason Gouveia – nascido em Mon-treal e filho de uma família de Rabo de Peixe,concelho da Ribeira Grande – encontrou namúsica um caminho muito pessoal para chegaraos jovens e participar no movimento de mo-dernização da igreja e evanglização das novascomunidades.

Recentemente em Montreal, onde partici-pou como artista no Festival InternacionalPortuguês de Montreal, ocasião para apresentaro seu novo trabalho discográfico, Jason ReisGouveia, segue uma paixão que alimenta desdejovem: a música, encontrando nela uma novaforma de dar a conhecer o evangelho e a igreja.

Nascido em 1980, na cidade de Montreal,e batizado na Missão Santa Cruz, Jason regres-sa aos 5 anos à ilha onde ingressa na escola ena catequese. Depois de se inscrever no Semi-nário do Colégio do Santo Cristo, em PontaDelgada, segue em 1995 para o Seminário Epis-copal de Angra. Aí vai fazer parte da sua Tunavindo a ser ordenado sacerdote em 2005, emRabo de Peixe. Na altura é nomeado auxiliardo pároco de São José, em Ponta Delgada, eem em 2006 torna-se pároco da Ribeirinha eSanta Bárbara, Ribeira Grande. Mais tarde vaipara as paróquias de Ribeira das Tainhas e dePonta Garça, em Vila Franca do Campo.

Para além desta já extensa experiência sa-

cerdotal, o padre Gouveia gosta de trabalharjunto dos mais novos, tendo participado emvárias Jornadas Mundiais da Juventude. Seguin-do este espírito de evangelização, funda em2006 a XTOfm, «a primeira rádio católica demúsica contemporânea em Portugal», seguin-do-se a Associação de jovens XTO.

Jason Gouveia é licenciado em Comunica-ção Social e Cultura pela Universidade dos Aço-res. Atualmente missionário no Brasil, iniciana Cachoeira Paulista, a Comunidade Isaac de-senvolvendo ao mesmo tempo missão na Ar-quidiocese do Rio de Janeiro, junto das novascomunidades carismáticas.

Surgidas na década de 1970 em França enos EUA, estas comunidades têm-se tornadonum fenómeno mundial em crescimento. Deacordo com a Renovação Carismática do Brasil,este movimento «apareceu na Igreja Católicano momento em que se começava a procurarcaminhos para por em prática a renovação daIgreja, desejada, ordenada e inaugurada peloConcílio Vaticano II.»

Entre as muitas nuances deste movimen-to, ele assume duas facetas originais, «nomea-damente o fato de se tratar de grupos compos-tos por homens e mulheres, clérigos e leigos,casados, celibatários e solteiros que vivem emcomunidade, seguem um estilo particular devida sob a graça e espiritualidade de um caris-ma particular». Outra originalidade destemovimento «é a consagração de leigos, inclu-sive casais, ao serviço desta evangelização. Em-bora isso não seja exatamente novo na Igreja(...), a consagração de vida, que inclua casais,que inclusive fazem vínculos, promessas, ecompromissos de obediência, pobreza e cas-tidade, é, sim, uma originalidade na Igreja.»No Brasil, as primeiras destas ComunidadesNovas surgem a partir da década de 80.

Jason Gouveia: Brasil, a renovação a-través da música

Depois de um ano em S. Paulo e no Riode Janeiro, Jason prepara as malas para con-tinuar o seu trabalho no Nordeste do Brasil.«Esta expêriencia brasileira tem permitido co-nhecer umas novas realidades da igreja, quesão as comunidades carismáticas. São novascomunidades, que de certa maneira substituemas congregações mais antigas, e que consistem

na existência de umcarisma de evangeliza-ção expecífico, queno meu caso é a ju-ventude. Trabalheium ano e meio numafavela do Rio de Ja-neiro, a mais conheci-

da do mundo, que é o Complexo do Alemãocom a comunidade Isaac, uma organizaçãomuito jovem e para os jovens, e a minha mú-sica tem sido uma forma de conetar com estesmesmos jovens».

Todavia, a música na vida deste párocosurge cedo. «Já antes de ir para o Brasil tinhaeste trabalho de evangelizar através da música.Tudo começou em S. Miguel, com a necessidadede chegar aos jovens. A minha expêriencia diz-me que a música é muito importade para osmais novos. Sem música não é facil evangelizar.Assim e seguindo um pouco a família – aquino Canadá o meu avô, António Reis foi funda-dor de duas filarmónicas – tive de aprender atocar instrumentos. A gente sempre teve mú-sica em casa e sempre gostei de música e dedança e pensei usar isso na evangelização dosjovens. Lancei o meu primeiro CD em 2014,porque senti que precisava de ajudar as pessoasa rezar de outra maneira, através da canção.Por isso este primeiro trabalho é muito maiscalmo, muito mais intimista. Este segundo CDjá é um trabalho diferente, pois pretende sermais animado para pôr a juventude a pular eanimada. Tem vários ritmos e claro algum rit-mo e influência brasileiras. A própria pronunciaque uso reflete isso mesmo, pois é para os jo-vens brasileiros para quem agora trabalho mais.Foi um CD pensado e trabalhado para as co-munidades jovens do Brasil.»

Este regresso a Montreal segue uma visitaefetuada em 2014 para participar nas Festas doSenhor Santo Cristo na Missão. «Nesta visitaem 2014 apresentei na altura o meu primeiroCD, No Ritmo do Céu. Agora vim a convitedo Festival Internacional Português para atuarno festival como músico e foi uma ocasiãopara dar a conhecer um trabalho mais ritmadoaos portugueses de Montreal, chamado Cristo

Reina.»Quanto tempo vai ainda ficar no Brasil é

uma questão para a qual Jason Gouveia nãotem resposta ainda. «Como estou a trabalharcom uma realidade nova, tal é difícil de prever.Agora o objetivo é continuar nestas comuni-dades. Se as coisas derem certo vamos cami-nhando. Caso contrário, claro que volto paraPortugal.»

Os sonhos futuros no seu caminho evan-gélico podem passar pelo regresso aos Açorese quem sabe um dia à Missão de Santa Cruz.«Eu já trabalhei 10 anos nos Açores e relativa-mente a vir para Montreal como sacerdote, averdade é que estou sempre aberto ao que eusinto, e ao que o Espírito Santo me chama pa-ra fazer. Estou pronto a responder às necessi-dades da Igreja, aqui em Montreal, nos Açoresou na Igreja portuguesa em Montreal que éum pouco diferente da que conheci em To-ronto. Aqui é uma igreja mais tradicional e ondenão vejo muita juventude portuguesa a partici-par, o que concerteza não tem a ver com aspessoas que aqui trabalham, simplesmente acultura é um bocadinho diferente. Porém, virpara Montreal seria um desafio que se surgisse,e que se respondesse a um chamado da igrejapara uma evengelização, concerteza que estareiaberto a essa possibilidade.» Conhecedor dospotenciais da internet e das redes sociais, JasonGouveia tem ainda uma forte presença na in-ternet através de um blog e no Facebook.

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Foto Humberta Araújo/LusoPresse.

Foto Humberta Araújo/LusoPresse.

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CONTO

AMOR DE ÚLTIMA HORA• Por Lídia Fontes RIBEIRO

Dona Amélia era uma velha senhora commúsica no andar e a alegria de viver nos seus olhosverdes risonhos, ligeiramente maliciosos. A sualinguagem era colorida e melodiosa, com aquela en-toação própria às pessoas vindas do mar. Conheci-a no verão da minha juventude. Fazia parte do pe-quenino grupo de portugueses que eu tinha conse-guido reunir, para um campo de férias nas Laurenti-des, depois de numerosas intervenções e muita insis-tência junto dos familiares. Era conhecida a desola-ção e a tristeza daqueles que emigravam numa idadeavançada. Longe do torrão natal, de um clima maiscálido, muitas vezes, e de um ritmo de vida mais pa-chorrento, encontravam-se de repente em casa dosfilhos, num universo organizado em torno do traba-lho. Eram chamados para contribuir à economia fa-miliar cuidando, na maioria das vezes, dos netinhose cumprindo com algumas tarefas domésticas. Issopermitia aos filhos uma maior liberdade, na medidaem que, por vezes, tinham um segundo emprego,nem sempre por necessidade, mas porque no mundoem que evoluíam, eram constantemente incitados aum consumo cada vez mais exacerbado. Alguns di-rão que os imigrantes, em geral, sofrem da síndromada insegurança. Por isso dedicam horas extraordiná-rias ao trabalho como forma de compensação. Nãohá tempo para fantasias, nem para ternuras suple-mentares.

Foi um verão memorável. Idosos polacos, por-tugueses, alemães, chineses e quebequenses convive-ram em perfeita harmonia, compartilhando sorrisos,ementas, passeios e palavras geralmente mal articu-ladas. Dona Amélia sentia-se no céu. Tinha umaimensa curiosidade e gozava da companhia dos ou-tros. Perdi-a de vista por alguns anos. Quando a re-encontrei numa esquina de rua, o tempo tinha pro-vocado uma certa erosão na sua memória. Não mereconheceu. Vestia um fato estampado com floresbrancas sobre um fundo castanho, como convémàs senhoras dignas de respeito, e um lenço nos mes-mos tons. Dona Amélia conservava ainda no olharaquela suave malícia que a distinguia das senhoras dasua idade. Um homem mais novo aproximou-sedela. Pegou na sua mala e juntos subiram para o au-tocarro. Já se frequentavam há vários anos, mas co-mo os familiares não aceitavam muito bem essa re-lação, por razões que lhes eram muito pessoais, elescontinuavam a marcar encontro na mesma esquinatodas as manhãs. Dependendo da temperatura, ori-entavam suas atividades. Nos dias de sol, passeavamno parque, davam comida aos pombos, cantavamao desafio e aproveitavam para descobrir a cidade.Evitavam certos sítios, porque havia sempre algu-mas pessoas que gozavam, que mandavam piadas.Dona Amélia ignorava-as. Eram vítimas duma men-talidade já ultrapassada, da ignorância.

A única preocupação e adoração de Dona Amé-lia era o Sebastião, aquele amor encontrado no diada procissão do Santo Cristo, o Senhor dos Milagres.No inverno, quando o termómetro baixava a tempe-raturas insuportáveis, refugiavam-se na cidade sub-terrânea. Tomavam o seu cafézinho, olhavam osescaparates, comentavam sobre os tempos vividosnos Açores, as suas vidas passadas; as atrocidadesdos tempos modernos e as meninas que passeavamcom o umbigo à mostra e o nariz perfurado. Fica-vam horas a gozar aquela felicidade, maravilhadoscom aquele amor, aquela cumplicidade, longe do es-

cárnio e da soberba de alguns dos seus compatriotas. Umavelha apaixonada provocava sempre sorrisos, era consideradaalgo perversa sobretudo quando era viúva e vivia abertamentea sua paixão.

No dia da procissão, Dona Amélia teve um cuidado par-ticular com a sua pessoa. Vestia de azul. O cabelo atado comminúcia punha em evidência os brincos de ouro lavradocom pedra azul. Um colar de ouro adquirido durante as férias,em São Miguel, vinha acrescentar uma nota de respeitabili-dade. Estava elegante. Colchas bordadas e sedosas, dispostascom gosto à entrada da casa anunciavam a passagem do Se-nhor dos Milagres. Os passeios estavam cheios. Homens,mulheres e crianças estavam habitados por uma euforia forado comum.

Para a comunidade portuguesa do Quebeque, a chegadada primavera significa o início dum longo período de febrili-dade e de regozijos, marcado por uma série de festas religiosasque se estendem até o final do verão. Dona Amélia sentiuque alguém a olhava com insistência. Era o Sebastião. Já setinham falado quando da excursão à cidade de Quebeque, noano anterior. Não fizera grande caso dele naquela viagem.Mas naquele instante, tudo aconteceu. Talvez fosse a músicada filarmónica que despertasse neles recordações da juventude,as ruas alcatifadas de flores, as janelas e as varandas vestidasde festa. Os dois, comovidos, fixavam a imagem santa e ocortejo que lentamente se dirigia para o adro da igreja. A par-tir desse dia foram inseparáveis.

Dona Amélia esperou em vão pelo Sebastião, naquelafresca manhã de outono. Voltou a esperar no dia seguinte,na mesma esquina. E continuou na sua espera até perder osentido das coisas, a noção do tempo. Que teria acontecido?Nem um adeus, um último abraço. Lembrou-se de quandolhe pediu para viverem juntos. Assim poderiam adormecerenrolados um no outro, recordar o barulho do mar e apreciaro sol ao romper da madrugada. No inverno, esquecidos domundo, poderiam olhar, silenciosos, o bater da neve na vi-draça. Quis dizer-lhe que sim, mas que coisa mais ridícula epatética, uma velha apaixonada!

A janela do seu quarto abria sobre um muro abafado edescolorido onde nada acontecia. Dona Amélia não sabianem dos dias, nem das noites. Tudo lhe parecia igual e mo-nótono naquele lar onde os comprimidos regiam os compor-tamentos. Ostracizada na sua velhice, numa terra onde ape-nas compreendia algumas palavras, ficava horas a fixar a Vir-gem de papel colocada na cabeceira da sua cama. De vez emquando alisava as pregas do vestido, que cada vez pareciammais cavernosas. Falava dos anéis que trazia em cada dedo,dos filhos espalhados por esse mundo fora, mas sobretudoda traição do Sebastião que a tinha abandonado por outramais nova e perfeita. “Diabo o carregue”, dizia ela, enquantoa tristeza e o ódio iam cavando profundos sulcos no seu co-ração.

No domingo de Páscoa, apeteceu a Dona Amélia tomaro pequeno-almoço em boa companhia e não rodeada de vul-tos silenciosos, idosos sem esperança, completamente apáti-cos. Fechou os olhos. Sentiu uma sensação esquisita, um ar-repio. Na sua frente, estava o Sebastião, sereno e radiante.Pediu-lhe desculpa por não se ter despedido, mas a mortesurpreendera-o subitamente. E quem lhe resiste? - “Masaqui estou à tua espera, neste canto de eternidade, onde sóme faltas tu.” O rosto de Dona Amélia iluminou-se. Afinalnão a tinha atraiçoado por um corpo mais esbelto e formoso.Recordou as papoilas da infância. Como eram belas! Quelinda primavera, pensou. Daqui a pouco as magnólias vãoflorescer, e no adro da Igreja Santa Cruz haverá música e me-ninas vestidas de anjo a passear. E tu, minha alma, deixa-tede inquietudes e pesadelos. Posso finalmente partir em paz.

Uma pomba branca sobrevoou o muro sombrio ondenada acontecia, poisou no parapeito da janela de Dona Amé-lia, iniciando a sua viagem a caminho da eternidade.

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Azores Fringe...

Canadá em peso na quinta edição

O festival internacional de artes, Azores Fringe, está a acon-tecer pela quinta edição, até 30 de junho, por todo o arquipélago dosAçores. Entre os 300 artistas de mais de 50 países, o Canadá tem umapresença como nunca antes vista.

Durante a primeira semana do festival, as escritoras Lisa Furtado eElaine Ávila juntaram-se ao diretor artístico da MiratecArts e fundadordo Fringe, Terry Costa, na ilha do Pico. Os três artistas nasceram noCanadá, em famílias portuguesas. Os luso-descendentes já vêm a cola-borar há vários anos, mas foi agora na ilha montanha que uma parceriafoi mais realçada para que futuros projetos venham a desenvolver-se.

Parceria é o que a MiratecArts tem com a empresa de Toronto,Arts Unfold, liderada por Teresa Ascenção, que avançou já este ano.Desta feita, a MiratecArts será a anfitriã da residência artística OnceUpon Water, que vai acolher 20 artistas na vila da Madalena para explo-rarem a temática da água.

Mas nem só de luso-descendentes se faz a participação do Canadáno maior festival de artes nos Açores. Na sessão de 50 filmes 50 paísesdo shorts@fringe, o trabalho do cineasta Michael Trozzolo está pre-sente.

Helena Wadsley, Judy Major-Girardin e Shelley Ouellet trazem umpouco das suas províncias de Columbia Britânica, Ontário e Albertapara desenvolverem novos trabalhos nos Açores, enquanto o escultorDavid Swartz vem ao Fringe para pesquisar uma possibilidade de adi-cionar o seu trabalho na Galeria Costa, ao ar-livre. Pankaj Brijlani tra-balha com efeitos especiais em filmes de Hollywood, como Divergent,Revenant e The Avengers. A sua presença no Fringe irá para além dasconversas com artistas, momentos já populares no festival. Tambémse verá o artista a desenvolver o seu trabalho usando a ilha como labo-ratório de experimentação.

A Companhia deDança SQx vem deVancouver e vai en-cerrar o festival noAuditório da Mada-lena, Pico, com a es-treia de Over A Rain-bow. As quatro bai-larinas apresentam-sepela primeira vez emterritório português e,para além daatuação, vão li-derar work-shops e apre-sentar momen-tos em relâm-pago pela ilhamontanha.

Mais deuma dúzia deartistas, unscom experiên-cia e outros ga-lardoados, emvários paí-ses, todos têma vontade deexplorar asilhas no meiodo oceanoAtlântico, eassim, desen-v o l v e r e m ,apresentarem ecriarem novostrabalhos dosAçores para omundo. Para aprogramaçãocompleta visi-te a revistaonline www.azoresfringe.com

Teresa Ascenção e Terry Costa numa galeria emToronto fizeram planos que agora se concreti-zam na ilha do Pico.

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Há quatro anos que Montreal recebeo Festival Portugal Internacional de Montreal.A primeira estreia deste Encontro aconteceuhá 4 anos. A maior fatia do Festival saboreou-se no adro da Igreja de Santa Cruz. Ali chega-ram muitos artistas, trazendo ao colo e no co-ração os seus instrumentos musicais e vozeslindas para encantar e abrilhantar acomunidade portuguesa de Montreal. Esteevento ainda vive na primavera da vida, masjá marca pontos positivos, na rota da culturaportuguesa, enalte-cendo o nome de Portugal.Basta pensar nos grandes patrocinadores, taiscomo: Azores Airlines, Caixa dosPortugueses de Montreal e muitas outrasgrandes e pequenas empresas.

Joe Puga é o presidente deste grandiosoencontro. Portanto, quer no campo estrutural,como organizacional trabalha com ele umadireção com capacidade para fazer a diferençanas escolhas musicais, nacionais e internacio-nais. Felicitamos Joe Puga, Annabelle Pereira,António Moreia, Rosa Abreu, MárioFiguei-redo, Elisabeth Pereira e FranciscaReis. Mas o Festival não é só música, acomissão organi-zadora, a cada ano, faz nascerum convívio gi-gantesco no coração dacomunidade lusa, cuja fama se expande nestaterra cosmopolita de Montreal. Ali se podecomer, beber, bailar, conversar e até chorar de

FESTIVAL PORTUGAL INTERNACIONAL DE MONTREAL

NA ROTA DA CULTURA LUSÍADA• Por Adelaide VILELA

A assistência marcou presença no espetáculo. Foto Adelaide Vilela.

saudade pelas nossas terras, de sonho, de bruxas, de mouras, de nave-gadores, de lendas e de histórias para contar e encantar.

Interessante é o que fomos observando ao longo destes (quase) 40anos de Canadá, os mais velhos foram chegando ao destino, com aquelaintrínseca vontade de preservar a nossa portugalidade. De repente, sãoos mais novos, muitos deles ausentes, que dão uma reviravolta à questãoe resolvem regressar ao lugar que serviu de berço de acolhimento aosseus pais. Desta forma, é espantoso como os luso-canadianos tor-nampossível certos acontecimentos passando da tradição à divulgação, comose para eles fosse uma grande devoção. Caros leitores, num pas-sadorecente, a nossa comunidade cultivava o bairrismo e remava no barcodo gueto absoluto, deixando para trás o que de melhor existe nu-malíngua, a paixão pela partilha com outros povos e outras nações. Hoje,as segundas e as terceiras gerações espalham as suas origens – com omaior orgulho de pertença – ao reavivarem os costumes e as tra-diçõesde seus pais e avós, passo a passo com a nossa cultura que já levacentenas de séculos de história.

Por isso mesmo, graças ao trabalho e ao desempenho da juventude,conjuntamente com os mais velhos, a língua de Camões continua a serum dos grandes patrimónios, também, em terras Norte-americanas.

Amava, mesmo, descrever a parada que levou um mar de gente adesfilar pelas ruas de Montreal. Ora bem, laboriosamente outros o fi-zeram e com paixão pela causa. Todavia, não posso deixar de agradecerà Polícia da cidade de Montreal, pois fizeram do desfile lusitano umrei-no de encantar tanto pela St.-Urbain abaixo como na subida daRua St. Laurent.

Porquê aqui e agora? Venho deixar uma palavra de apreço aosar-tistas que estiveram em Montreal, convidados pelo Festival. Compena minha só pude assistir ao espetáculo de sábado. O trabalho nessestempos foi rebelde e redobrado. Nós, cá em casa, quisemos apoiar oFestival dando guarida a três dos jovens que vieram atuar para o

referido evento.Assim, recebemosGonçalo e MiguelSantos bem como ogui-tarrista MateusBeau-champ.

No dia 10 deju-nho, para além deter-mos assistido àceri-mónia no Parquede Portugal, vimossubir ao palco, já noátrio da Igreja deSanta Cruz, o Sr.Tavares Bello e afadista MartaRaposo. Tanto umcomo outro são bonsprofissionais na ma-téria, do eco das suaspalavras emergem be-las vozes.

Ao longo do se-

rão ouvimos cantar vários artistas: Vivia-na Lourenço, Suzi Sil-va,Sara Franco, Gonçalo Santos que foi acompanhado ao piano e àguitarra por Mateus Beauchamp. Estes jovens chegaram-nos do Porto.De França veio Johnny com a sua ban-da. Por sua vez, destaca-se apresença dos artistas que atuaram na sexta-feira e no domingo: BrianMelo, Renato Diz e Maria Quintanilla, Flávia Nascimento e o Rev.Pe. Jason Gouveia. Nos dias 9, 10 e 11 de junho brindaram a festacom dinamismo e boa música: Jeff Gouveia, Alex Moreira e ManuelDJ The Best.

As nossas Marchas populares de Montreal e Grupos Folclóricostambém deram um pezinho de dança, tanto na parada como no localda festa, no adro da igreja. Parabéns a todos, foram muito apreciados.

Mas não há festa sem segurança e esta foi feita a rigor pelosguardas do Frederico Ramos e da sua empresa TRIMAXSÉCURITÉ. Feliz-mente não houve incidentes a registar.

No fim de contas, os portugueses da diáspora são verdadeiros po-los de expansão da cultura lusíada no Mundo. E nós em Montreal te-mos Portugal na alma e as ilhas no coração.

Sejais bem-vindos para 2018: Festival Portugal Internacional deMontreal.

que outras províncias se vieram juntar ao Ontário e ao Quebeque.Durante anos, devido ao debate acrimonioso entre os indepen-

dentistas e os federalistas do Quebeque, o dia nacional do Canadá temvindo a fazer parte da controvérsia. Para os nacionalistas independen-tistas, sublinhar, ligeiramente que fosse, essa data, era uma traição à pá-tria quebequense, era ir para a cama com o inimigo. O debate tomou talacrimónia que mesmo um primeiro-ministro liberal, o mesmo é dizerfederalista, do Quebeque, Robert Bourassa, não achou melhor data pa-ra transferir o dia das mudanças de domicílio – uma das característicasúnicas da sociedade distinta – do dia um de junho para o dia um de ju-lho, dia do Canadá, uma forma de calar a boca aos independentistas. Se,até ali, já havia pouco entusiasmo a festejar aquela data, a partir de entãoainda passou a ser pior, considerando que as pessoas que mudam de ca-sa, têm mais em que pensar, naquela ocasião.

Felizmente que a situação política tem vindo a evoluir desde asbombas dos felquistas, nos princípios dos anos sessenta, até aos diasde hoje, com Justin Trudeau como primeiro-ministro. Felizmente, queos argumentos cansados dos nacionalistas têm vindo a perder cada vezmais a sua pertinência. Felizmente que, impercetivelmente, uma grandemaioria dos quebequenses, mesmo sem aderirem apaixonadamente aoCanadá, continua a considerar que este é também um dos legados quelhes deixaram os seus antepassados. Não esqueçamos que Canadá fran-cês é o que resta da Nova França que já se alargou, durante o seu apo-geu, desde o São Lourenço até ao Mississípi, ao sul, e às pradarias noOeste, passando pelos Grandes Lagos.

Celebrar um tratado não é deveras entusiasmante, mas celebrar umpacto que reuniu dois povos de língua, cultura e religiões diferentes, ce-lebrar, como agora se começa a fazer – mais vale tarde do que nunca –a cultura das Primeiras Nações, as suas línguas, as suas tradições, a suacontribuição para o país que hoje temos, é uma forma de sublinhar, pe-rante o mundo inteiro, que todas as fronteiras são artificiais, e que to-dos os povos podem viver, crescer e ser felizes à sua maneira, conju-gando esforços e não divisões, com a harmonia e não com os conflitos,no interesse de todos e não apenas de uns quantos. É assim que se ex-plica que o sistema federativo seja um dos sistemas mais democráticos,mais pacíficos, mais cooperantes para que povos, culturas, línguas e re-ligiões possam partilhar as suas forças e superar as suas fraquezas.

No passado dia um de julho foi dia de se cantar o “Ó Canadá” e osque o fizeram tiveram motivo para o fazer.

EDITORIAL...Cont. da pág 1

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Foto de Adelaide Vilela.

Gonçalo Santos e o seu guitarrista Mateus Beauchamp, acom-panhados de Tony, engenheiro de som, de Toronto.

FESTIVAL PORTUGAL INTERNACIONAL DE MONTREAL

NA ROTA DA CULTURA LUSÍADA• Por Adelaide VILELA

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CONSULADO-GERAL DE PORTUGAL

MONTREAL

COMUNICADO

APOIO ÀS VITIMAS DOS INCÊNDIOS EM PORTUGAL

O Consulado-Geral de Portugal em Montreal apresenta os seus cumprimentos à

Comunidade Portuguesa e informa que está a decorrer uma campanha para a recolha de

fundos de apoio às vítimas dos incêndios no concelho de Pedrógão Grande, e em

localidades adjacentes, que provocaram o falecimento de mais 60 pessoas, mais de 200

feridos e inúmeros desalojados.

Para este efeito, várias instituições bancárias e de beneficência portuguesas abriram contas

solidárias para a recolha de donativos, com os seguintes números (IBAN):

- Caixa Geral de Depósitos - PT50 0035 0001 00100000330 42;

- Banco Santander Totta - PT50 0018 0003 44832368020 39;

- Novo Banco - PT50 0007 0000 003404619502;

- Millennium BCP - PT50 0033 0000 45507587831 05;

- Caritas Portuguesa (conta CGD) - PT50 0035 0001 00200000730 54;

- BPI - PT50 0010 0000 5512 2890 0015 6.

O Consulado-Geral de Portugal aproveita esta ocasião para agradecer às instituições e aos

elementos da Comunidade Portuguesa que nos últimos dias se prontificaram a apoiar, e a

divulgar, esta relevante campanha de solidariedade.

Consulado-Geral de Portugal em Montreal, 21 de junho de 2017.

MODA E BELEZA NO MASCULINO COM O ESTILISTA PATRICK FEIO• Por Adelaide VILELA (Fotos do Instagram, de Patrick Feio)

Há muitos séculos que se fala e se es-creve sobre a moda. Mas há quem diga que é apartir do século XV que se começa a dar maisimportância às mudanças físicas, como intrín-secos valores socioculturais que ganham vidaentre o reino de Portugal. Acreditamos queoutros usos e costumes apareceram no mundo.E aproveitando a maré, as mulheres e os ho-mens passaram a sentir-se importantes e maisdistinguidos na sociedade, envergando outrasmodas e novas peças de vestuário. Assim sen-do, não é de admirar que Fernão Magalhães te-nha pensado em agradar ao Senhor de Portu-gal, quando encheu o reino de sedas, especia-rias, ouro e marfim, vindos do outro lado domundo, do Oriente.

A maneira de trajar das gentes da IdadeMédia era realmente bem definida. Ainda hojepodemos ver nas fotografias (do passado) co-mo a realeza se vestia luxuosamente no seudia-a-dia. Motivadas pela mudança e evoluçãodos tempos, as beldades acreditavam ser “mu-sas deslumbrantes”. Todavia, entre a nobrezae o povo existia uma grande diferença. Diga-mos que: pobreza e riqueza, fidalgos e escravos

faziam parte da realidade, naquela altura. Hoje é tudo mais acessível, tanto no

pronto-a-vestir como na escolha dos materiaispara quaisquer criações. O passado tambémtrouxe ao presente muitos ensinamentos masos tempos são outros e não há missões impos-síveis, tudo é perfeito e bom quando podemosescolher o que nos interessa, para embelezar ocorpo e encantar as vistas. Quase todas as cole-ções estão ao alcance de quem as procura, logoque haja dinheiro e bons critérios.

Não pretendo escrever sobre moda semuma mão criadora e a voz de um grande estilista,o qual aceitou falar comigo para o Jornal Luso-Presse. Levamos então aos nossos leitores osaber, o sentir e o bom gosto de Patrick Feio.O jovem é luso-canadiano, nasceu em Mon-treal, é filho de Hélia Calisto e de Alberto Feio.

Patrick contou a sua história e deixou-mefascinada. Há mais de vinte anos que trabalhaem lojas de moda e veste gente bela e muitosfamosos. Entretanto passou pelos seguinteslugares: Ailes de la Mode, Tristan, Birks, (co-mo vendedor de jóias) entre outras. Patrickquis ser estilista e levou a cabo a própria iniciati-va, o seu crer e a sua ideia-mestra! Desejava dar

luz e vida às suas cria-ções, por se sentir ca-paz de utilizar expe-riências novas e na-turais, com o objeti-vo de coroar a suamarca, como referên-cia. Patrick sonhou efoi mais longe e me-lhor. Frequentou ocurso de moda em:“Marketing de la mo-de - À l’Académie in-ternational de modesur collège McGill”.

Terminada a suaformação ganhou tra-balho e melhor lição,parabéns! O jovemFeio, belo e espertocomo tudo, integroua empresa Zara e tra-balha para esta cadeiade lojas há mais deseis anos. Assim sen-do, diz com satisfa-ção que abriu algumaslojas Zara, lá ondepodem encontrar asua coleção de modano masculino. Defacto, a sua paixãotraz muita gente feliz

e realizada, sobretudo aqueles que gostam devestir bem. As cores e os modelos integradosnas criações do Patrick são belezas de todo otamanho. E como gosto imenso de moda, aover o vestuário de Patrick Feio, vi aqui uma ex-celente oportunidade para apresentar o traba-lho dele à comunidade portuguesa de Montreal.Desta feita, enaltecemos os seus conhecimen-tos e consideramos que o nome de Patrick Fe-io seja um bom exemplo para todos os vin-douros.

Desde que assumiu o cargo de gerente daZara, como estilista, os seus modelos ganharammais visibilidade, a tal ponto que não tem mãosa medir. Pela parte que me toca, andei mais deum mês para conseguir uma entrevista comeste estilista de origem portuguesa.

Para além da sua inspiração nos costumese tradições canadianas esperamos que PatrickFeio não esqueça a cultura portuguesa, ao criarpeças de vestuário para homem.

Deixamos aqui as coordenadas do Insta-gram de Patrick Feio, bem como outros contac-tos úteis. Logo, podem encomendar ao nossoestilista tudo o que desejarem, na sua linha deroupa, e para qualquer ocasião.

Quartier DIX30. Pfmensfashion. 514815-5954. [email protected]

Patrick Feio.

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Página 126 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

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As remessasdos emigrantes

• Por Daniel BASTOS

A solidariedadedas comunidadesportuguesas

• Por Daniel BASTOS

O espírito de solidariedade consti-tui uma das mais relevantes manifestações daidentidade humana, especialmente relevante emsituações de crise e tragédia, como revelam asextraordinárias ondas de afeto e entreajuda dosportugueses espalhados pelos quatro cantosdo mundo para com as vítimas dos incêndiosde Pedrógão Grande.

No conjunto das inúmeras campanhassolidárias por Pedrógão, os gestos e iniciativasdinamizadas pelas comunidades portuguesessão dos melhores exemplos de genuína res-posta social, e apoio a pessoas e famílias.

Capaz de ultrapassar barreiras culturais,linguísticas e geográficas, o espirito de solida-riedade das comunidades portuguesas revela-se não só com os compatriotas residentes napátria de origem, como o que está a originarpor estes dias várias iniciativas para ajudar osbombeiros e as vítimas dos incêndios no cen-tro do país, mas também para com os concida-dãos e nacionais das suas pátrias de destino.

De facto, uma outra importante dimensãoda solidariedade das comunidades portuguesasé praticada nos vários territórios onde está im-plantada em prol de muitos emigrantes quenão alcançaram o sucesso que ambicionaramà partida, e que vivem com dificuldades, preca-riedade, doença, desemprego ou solidão.

Trata-se de um notável papel social, queem muitos dos casos ocupa um espaço despro-tegido pelos serviços sociais estrangeiros ouportugueses. Veja-se por exemplo, o papel so-cial da Santa Casa da Misericórdia de Paris, fun-dada em 1994 e que ao longo das últimas déca-das criou uma valiosa rede de solidariedade noseio da comunidade portuguesa em França.

O espirito de solidariedade das comunida-des portuguesas não se esgota no apoio aosemigrantes, em várias situações a generosidadelusa estende-se a toda a sociedade onde estáinserida, como é o caso paradigmático da LusoCanadian Charitable Society em Toronto eHamilton no Canadá, o segundo maior paísem área do mundo.

Criada no início do séc. XXI por umgrupo de empresários lusos para apoio no seioda comunidade portuguesa a pessoas com defi-ciência, rapidamente os seus relevantes servi-ços se estenderam à multicultural sociedade ca-nadiana, onde desempenha um papel funda-mental na promoção da dignidade e qualidadede vida de pessoas com deficiência.

Emigração,Imigração e o futurode Portugal

• Por Daniel BASTOS

O cruzamento de dados entre a de-mografia e natalidade com os da emigração eimigração são reveladores do dilema coletivoque perpassa o país: Portugal é uma das naçõesmais envelhecidas e com menos imigrantes daEuropa, e os portugueses são dos povos quemais emigram no Velho Continente.

O inverno demográfico que afeta a socie-dade portuguesa, e para o qual muito tem con-tribuído o impacto da emigração, conjugadocom o aumento da esperança média de vida e adiminuição da natalidade, é de tal ordem, que aOrganização das Nações Unidas (ONU)aponta que Portugal seja em 2030 o terceiropaís mais velho do mundo, e que o número dehabitantes recue dos atuais dez para os setemilhões.

O envelhecimento, o empobrecimento eo esvaziamento são desafios estruturantes eprementes do nosso futuro coletivo. Um futu-ro coletivo que tem que passar forçosamentepela resolução do saldo migratório negativoque tolhe o provir do país, que enquanto nãoultrapassar este impasse não conseguirá lançarverdadeiros alicerces sólidos para um desenvol-vimento sustentado capaz de responder às ne-cessidades do presente sem comprometer asgerações vindouras.

Esta realidade presente e futura de Portugalfoi recentemente alvo de aprofundada análiseno estudo “Migrações e Sustentabilidade De-mográfica, perspetivas de evolução da sociedadee economia portuguesas”, coordenado pelosociólogo João Peixoto, do Instituto Superiorde Economia e Gestão (ISEG) e com a contri-buição de doze autores.

As conclusões do estudo editado pelaFundação Francisco Manuel dos Santos, quetem como principal missão estudar, divulgar edebater a realidade portuguesa, são terminantese encontram-se sintetizadas nas palavras dosociólogo João Peixoto “à medida que o tem-po passa, Portugal vai precisar cada vez maisde pessoas que não tem”.

Neste sentido, urge uma estratégia amplae integrada de desenvolvimento do país queseja capaz de atrair para o nosso território imi-grantes, catalisadores do crescimento econó-mico, e do equilibro entre despesas e receitassociais, e simultaneamente capaz de atenuar aemigração de modo a não perdermos recursose massa humana, que assegure o progresso efortaleça a esperança no nosso futuro coletivo.

Na recenteapresentação do bo-letim económico demaio pelo Banco dePortugal, a institui-ção que tem como missão essencial a manu-tenção da estabilidade dos preços e a promoçãoda estabilidade do sistema financeiro nacional,realçou o crescimento no ano transato da eco-nomia portuguesa, que na ótica da instituiçãotem revelado capacidade de ajustamento ma-croeconómico e uma reestruturação setorialassente numa dinâmica de internacionalizaçãodas empresas.

No conjunto dos contributos positivos,elencados pela instituição, que impulsionaramo crescimento da economia nacional, destaca-se a subida pelo quinto ano consecutivo dasremessas dos emigrantes, que desde a crise de2011 subiram 38%, isto é, enviaram para Portu-gal mais 913 milhões de euros.

Embora as remessas oriundas da Alema-nha, Angola e Suíça tenham até diminuído, aque não é alheio no caso destes últimos doispaíses, respectivamente, a queda do preço dopetróleo e questões cambiais, segundo o Bancode Portugal o fluxo de remessas aumentou im-pulsionado pelas transferências provenientesde França, EUA, Reino Unido e, em menorgrau, de Espanha e Luxemburgo.

Tradicional destino da emigração portu-guesa, a França continua a liderar e a contribuirdecisivamente para o fluxo de remessas, quesubiram 12% no último ano e atingiram os1123 milhões de euros, equivalendo a 33% dototal. No ano do Brexit, cujo impacto ainda édesconhecido no seio da comunidade portu-guesa, o dinheiro enviado do Reino Unido su-biu 12% face a 2015, chegando aos 285 mi-lhões de euros, e no caso dos Estados Unidos,aumentou 16% para os 243 milhões de euros.

Desconsiderados em vários casos por res-ponsáveis económicos e políticos do nossopaís, inclusivamente pela instituição lideradapor Carlos Costa, veja-se as centenas de emi-grantes lesados do BES e do BANIF, o boletimeconómico de maio apresentado pelo Bancode Portugal mostra que os emigrantes continu-am a desempenhar um papel fundamental nodesenvolvimento de Portugal. Assumindo-secomo fautores do progresso e promoção dequalidade de vida nos seus territórios de origeme destino, os emigrantes portugueses funcio-nam igualmente como elos fundamentais nainternacionalização e valorização das empresase produtos nacionais.

«O Feirão»• Por Jose LUÍS, em Andorra

O Principado de Andorra irá aco-lher no próximo dia 9 de julho a quarta ediçãodo Mercado Tradicional “O Feirão”, uma inicia-tiva do Grupo de Folclore ‘Casa de Portugal’.

Os elementos do Grupo irão recriar naPraça Guillemó da capital andorrana um merca-

do à moda antiga de forma a exemplificar àsociedade andorrana uma das atividades quoti-dianas das gentes do Alto Minho a inícios doséculo XX.

A partir das 10 horas os visitantes ao Fei-rão irão descobrir em cinco zonas temáticas,o artesanato, os produtos hortícolas e do gali-nheiro, os doces, licores e pão de milho, osenchidos e o azeite e poderão saborear os me-lhores petiscos lusitanos constituídos por bo-linhos e pataniscas de bacalhau, rissóis, moe-las, rojões e um bom vinho branco.

De forma a amenizar o evento, os elemen-

tos do Grupo irão apresentar alternadamentealgumas danças do seu repertório e irão con-vidar o publico assistente a dançar o Vira Geral.

O Feirão conta com o apoio da CâmaraMunicipal (Comú) de Andorra la Vella. L P

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Página 136 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

UNIDOS POR PEDRÓGÃOGRANDE

O SOFRIMENTO E O DESESPERO QUEESTAMOS A ASSISTIR DESDE SÁBADO, DIA 16

DE JUNHO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIALDO INCÊNDIO QUE DEFLAGROU EM PEDRÓGÃO

GRANDE, FIGUEIRÓ DOS VINHOS ECASTANHEIRA DE PÊRA, PROVOCANDO UMAPERDA IRREPARÁVEL DE VIDAS HUMANAS DEFORMA TÃO TRÁGICA, NÃO DEIXA NINGUÉMINDIFERENTE, DIRÍAMOS MESMO EM ESTADO

DE CHOQUE.POR ISSO, APELAMOS A TODAS AS PESSOASDA NOSSA COMUNIDADE E NÃO SÓ, QUEQUEIRAM ASSOCIAR-SE A UM GESTO DE

SOLIDARIEDADE E DE CIDADANIA PODERÃOFAZÊ-LO PARA AJUDAR AS VÍTIMAS DESTA

TRAGÉDIA.DEIXAMOS AQUI, O NÚMERO DA CONTA,

ABERTA PARA ESTE EFEITO, ONDE PODERÁDEIXAR O SEU DONATIVO, O QUAL SERÁDEPOIS TRANSFERIDA PARA UMA CONTA

SOLIDÁRIA EM PORTUGAL.NOME DA CONTA: UM ABRAÇO A PORTUGAL

NÚMERO DA CONTA:92166"815 024"828"6

(CAIXA PORTUGUESA)AGRADECEMOS DESDE JÁ A VOSSA

PARTICIPAÇÃO EM GRANDE NÚMERO.

Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

(Leitora de português do Camões- Instituto da Cooperação e da Língua,na Universidade de Toronto)Rubrica pro-duzida em colaboração com a Coordenaçãodo Ensino Português no Canadá/Ca-mões, I.P.

Caso: «avôzinho» ou «avozinho»?• «Avôzinho diz-me tu/ Quais são

os sons que oiço eu» (canção «Avôzinho»,da Heidi)

• «Avozinho» diz-me tu/ Quais sãoos sons que oiço eu» (canção «Avozinho»,da Heidi)

Comentário:• «avozinho» e «avozinha»: i)

ao associar os sufixos «-inho» e «-inha» àspalavras «avô» e «avó», os respetivos acen-tos tónicos passam a recair na primeira sí-laba do sufixo («i», portanto, em ambosos casos); ii) consequência: eliminação (o-brigatória!) do acento gráfico que existianas palavras primitivas («avô» e «avó», por-tanto).

Em síntese:• avôzinho X• avozinho V.

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PARA O DESENVOLVIMENTO DO CANADÁ...

MINISTRO LUSODESCENDENTE DESTACA CONTRIBUTO DA COMUNIDADE

TORONTO, Ontário - O ministrodas Finanças do Ontário, o lusodescendenteCharles Sousa, destacou domingo o contribu-to da comunidade portuguesa para o desenvol-vimento do Canadá, referindo a importânciada aposta na educação.

“A comunidade portuguesa tem tido umimpacto enorme ao longo dos anos, principal-mente nos últimos 60 anos. Tenho muito or-gulho em ser português por causa do contribu-to da nossa comunidade”, afirmou o gover-nante.

O Canadá e a província do Ontário cele-braram sábado o seu 150.º aniversário, efemé-ride comemorada um pouco por todo o paíscom diversos eventos.

Charles Sousa lembrou ainda alguns exem-

plos de pessoas e famílias que têm tido umenorme impacto no Canadá enquanto Nação.

“Temos também no Quebeque um minis-tro das Finanças (Carlos Leitão). Mas temosmuitos lusodescendentes noutras áreas alémda política, como empresários e dirigentes sin-dicais. Estão todos a fazer a sua parte para au-mentar a nossa representação enquanto portu-gueses”, acrescentou.

Filho de emigrantes provenientes da Na-zaré, distrito de Leiria, lembrou ainda a máxima

do seu pai, António Sousa, falecido no verãopassado, que “a educação é a melhor arma”.

“Quando fui criado em Toronto os meuspais sempre tiveram esse cuidado de me incen-tivar a estudar, para prosseguirmos os estudose para nos prepararmos o máximo possível. Éessa a preocupação que tenho tido nos orça-mentos que apresento para investir na juven-tude”, sublinhou.

Em 2018, a província do Ontário vai avotos para escolher um novo governo e Char-

les Sousa vai voltar a ser o candidato liberalpelo seu distrito eleitoral em Mississauga Sul.

O lusodescendente mostra-se confianteem “acabar aquilo que começou a fazer”, reco-nhecendo que as prioridades passam por tornaro Ontário “mais competitivo”, por isso pre-tende “dar continuidade a todo o trabalho”.

“As prioridades do governo provincial pa-ra as pessoas que aqui residem passam por áre-as da saúde, da educação, dos transportes públi-cos e das infraestruturas”, concluiu. L P

BRASILINO...Cont. da pág 1

versidade. Foi assim que entrou na licenciaturaem Línguas, Literaturas e Culturas da UA, queconcluiu com a média de 15 valores, quatroanos depois.

A escolha da área das Humanidades nãofoi casual, diz o octogenário, que, desde muitocedo, demonstrou apetência pela escrita e pelaleitura. “Com 15 anos de idade, li um tratadode filosofia tomista com uma lombada de 500a 600 páginas. Isto foi uma temeridade”, recor-dou.

Terminada a licenciatura, Brasilino sentiunecessidade de escolher um novo desafio paraabraçar e decidiu inscrever-se no ProgramaDoutoral em Estudos Culturais desenvolvidoem parceria pelas Universidades de Aveiro edo Minho.

“Sempre gostei muito de aprender e dese-java ser doutor. Era a sequência logica da carreirauniversitária que tinha encetado”, revelou.

Este desafio chega agora ao fim com a de-fesa da tese “Antero de Quental: um Patrio-tismo Prospectivo no Porvir de Portugal”.

Mas Brasilino diz que não vai ficar poraqui. Uma pós-graduação não está fora de hi-pótese, mas a primeira prioridade “vai ser arran-jar emprego”.

Quer trabalhar como assessor técnico deuma empresa de serviços ou lecionar CulturaPortuguesa ou Espanhola numa instituição deensino.

“Se já manifestei as minhas aptidões paratirar dois cursos universitários, no espaço deoito anos e com esta idade, acho que devoagora afirmar-me na atividade profissional”,vincou.

O futuro doutor lamenta que os idosossejam marginalizados em Portugal, defenden-do que estes “estão aptos a dar o seu contributoà sociedade e um contributo muito válido”.

“A massa cinzenta dos idosos é uma rique-za imensa do país que está a ser desperdiçada”,referiu.

Brasilino assume ser um exemplo de per-severança no trabalho e no estudo, motivandoas pessoas a nunca desistirem dos seus obje-tivos, por muito complicados que eles sejam.

“O corpo poderá já ser de adulto, mas oespírito é de jovem. Não serei um super-ho-mem. Acho que sou um homem com umagrande jovialidade e um grande espírito de de-terminação e força de ânimo”, afirmou.

L P

Página 146 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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TAÇA DAS CONFEDERAÇÕES

PORTUGAL EM 3.° LUGAR• Por Norberto AGUIAR

CAMPEONATO DE FUTEBOL DO CANADÁ

TORONTO FC REPETE TÍTULO• Por Norberto AGUIAR

Disputado em formato eliminatório,em jogo a duas mãos, o Campeonato de Fute-bol do Canadá terminou a semana passada commais uma vitória, a quinta, do Toronto FC.Na final, os vermelhos da cidade metrópoledo Canadá bateram, não sem dificuldades, oImpacto de Montreal.

Foram dois jogos de grande calibre, ondea emoção esteve a rodos, tal o equilíbrio deforças. E para apimentar ainda mais o despiqueentre estes dois colossos, não faltou a polémi-ca, sobretudo da parte de quem perdeu no ter-reno de jogo. Neste particular gritaram maisalto os apaniguados montrealenses, que viramo Toronto FC marcar o golo que lhes valeu oempate (1-1) no Estádio Saputo de forma duvi-dosa; agravado por um jogador expulso (Patri-ce Bernier) já na parte final do jogo de Toronto,onde agora tudo se decidia. E para agravar aindamais a situação, o golo da vitória torontoensesó aconteceria em tempo extra, que segundo oplacard seria de cinco minutos e acabou porchegar quase aos seis, tendo por isso os mon-trealenses avançado com a teoria de que o ár-bitro teria alongado a partida até ao apareci-mento do golo vitorioso...

Vimos os dois jogos. O de Montreal pre-senciámos in loco, no Estádio Saputo. Sobrea polémica do golo de Altidore, que viria a ser

decisivo no desfecho da eliminatória, é verdadeque foi obtido com o defesa do Impacto esten-dido no relvado... Mas como tudo se passoutão depressa, ninguém com responsabilidadespode acusar o árbitro de ter favorecido a equipaforasteira.

Por acaso, alguém se lembrou que se Piatti,o seu melhor jogador, tivesse concretizado ocastigo máximo que teve nos pés, o resultadocertamente teria sido outro?

Quanto ao encontro no BMO, há doiserros flagrantes do árbitro. No primeiro, a pou-cos minutos do fim do jogo, ele (árbitro) tevemedo das consequências que era marcar umagrande penalidade contra o Impacto a tão es-cassos minutos do fim do jogo. Depois e quasena sequência daquele lance não assinalado, aca-bou por expular Patrice Bernier num lancemais ríspido, mas que nada teve de grave paraque o capitão montrealense fosse expulso dapartida, para mais num momento de tão grandeexpetativa...

Já o facto do golo da vitória do TorontoFC ter aparecido um pouco mais para além dotempo adicional dado previamente pelo árbitro,ele aconteceu efetivammente, mas mais pelaconfusão que se havia gerado com a expulsãode Patrice Bernier...

Em resumo, parolas, parolas para justificara perda de um campeonato que já foge aosmontrealenses pelo terceiro ano consecutivo.

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Depois de ter batido a Nova Ze-lândia (2-0) e a Rússia (1-0) e empatado como México (2-2), no Grupo «A» da Taça dasConfederações, Portugal seguiu para as mei-as-finais, para defrontar o Chile, bicampeãoda Conmenbol, onde seria eliminado pelossul-americanos (0-0 e, depois, 0-3 por meiodas grandes penalidades).

Como campeão da Europa, Portugalfazia figura de favorito à conquista do tor-neio, para mais com o campeão do Mundo,no caso a Aleamanha, apresentando a suaequipa «B».

Afinal, foi essa mesma equipa «B» ale-mã que acabou por ganhar o troféu, depoisde golear o México (4-1), nas meias-finais,e de bater o Chile, na final, por uma bola azero... Registe-se que já no decorrer dos jo-gos do grupo «B» a Alemanha não conhe-ceria o amargo sabor da derrota, pois quevenceu (3-2) a Austrália, campeã asiática,empatou (1-1) com o Chile e venceu os Ca-marões, campeões de África, por 3-1...

Depois de ter sido arredado da final,Portugal voltou a defrontar o México, cam-peão da CONCACAF. E foi mais uma parti-da renhida entre estes dois campeões. Na

primeira fase o resultado tinha sido um em-pate a dois golos. Desta vez, o empate (1-1)também persistiu no final dos 90 minutos.Daí que tenha sido necessário proceder-se a30 minutos suplementares para saber quemficaria com a medalha de bronze referenteao terceiro lugar.

No período mais polémico do jogo,Portugal acabou por marcar um golo, agorade penalti, que lhe deu a vitória e o últimolugar do pódio.

Em resumo, grande prestação da jovemequipa alemã e deceção para os três campeõescontinentais Chile (América do Sul), Portu-gal (Europa) e México (América do Norte eCaraíbas).

Os três restantes campeões continen-tais, Austrália (Ásia), Nova Zelândia (Ocea-nia) e Camarões (África) limitaram-se a parti-cipar, pois que era sabido de antemão quenão tinham qualquer hipótese de vencer aprova. Tinham, quanto muito, o objetivode «pregar» uma partida a um conjunto ma-ior, mas nem isso foi possível.

A oitava equipa participante, que o fezcomo anfitriã da competição que se disputasempre no ano anterior ao Campeonato doMundo, a Rússia, apenas ganhou um jogo,à fraca equipa da Oceania... Isto para quemvai receber o Mundial no próximo ano, nãoé nada de bom augúrio para os russos. L P

Página 156 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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CAMPEONATO DA MAJOR LEAGUE SOCCER

IMPACTO PERDE E GANHA• Por Norberto AGUIAR

Depois de ter sido goleado (1-4) noEstado do Ohio, em casa do Columbus Crew,em jogo da 15ª jornada, o Impacto de Montrealrecebeu e venceu o DC United, por 2-0, nestajornada 16, realizada no sábado passado, noseu estádio.

Sem Piatti, o seu melhor elemento até estemomento, onde desempenha a dupla funçãode brilhar na construção de jogadas, mercê doseu grande talento, e de marcar golos, tambémaqui colocado na liderança da equipa e não mui-to longe dos primeiros goleadores do campe-onato, mas diziamos, sem Piatti no alinha-mento contra o DC United, por lesão, foi De-zamalli a fazer figura de proa, marcando o pri-meiro golo do desafio de forma espetacular e,logo depois, num outro gesto de grande habili-dade, oferecendo o segundo golo ao seu com-panheiro lateral direito Duval, que só teve deempurrar o esférico para o fundo da baliza àguarda de Worra, em ação por mor do facto deBill Hamid, o guardião titular, estar na Seleçãodos Estados Unidos, que passará a disputar aGold Cup – homónima da Taça da Europa pa-ra Portugal – a partir de sábado que vem. Diga-se, em boa verdade, que Dezamalli não ficamuito atrás do argentino, como prova a suagrande qualidade de jogo, agora, mas tambémpelas equipas por onde tem passado, desde oNápoles, ao Bologna, sem esquecer a Seleção

da Suíça, da qual faz parte há mais de 50 jogos.Contudo, na jornada anterior, em Colum-

bus, e apesar do Impacto contar com estesdois jogadores-vedeta em campo, o Impactofoi incapaz de resistir ao Crew, que até nem es-tá a fazer uma grande carreira, isto apesar deainda estar acima da linha vermelha, aquela quedá acesso à competição extra de fim de tempo-rada e, por conseguinte, ao play off de atribuiçãodo título da MLS...

Estes resultados só veem provar aquiloque sempre temos dito: nesta liga o equilíbrioé palavra de ordem, mercê da paridade que existeentre as 22 equipas, o que se torna inédito nomundo atual do futebol internacional...

Chicago Fire na frenteE aqui está a prova de que, mais uma vez,

já afirmamos nestas páginas: o Chicago Fire,que nos últimos anos sempre se ficou pelo úl-timo lugar do campeonato, ou por lá perto,está neste momento em primeiro lugar depoisde golear (4-0) o Whitecaps de Vancouver, em-bora beneficiando da derrota (1-3) do TorontoFC, no Texas, diante do FC Dallas...

Entretanto, onde está o campeão de2016? O Sounders de Seattle, que joga no re-cinto que alberga a maior percentagem de afi-cionados por jogo – cerca de 50 mil?

O Sounders, depois de uma ponta finalde campeonato espetacular que o fez guindaraté ao título de campeão em 2016, está nestemomento na oitava posição da tabela classifica-

tiva da Zona Oeste, já a 10 pontos do primeirolugar, ocupado pelo Sporting Kansas City, doguineense Gerso Fernandes...

Se formos mais além e repararmos na ta-bela classificativa global, isto é, entre as duaszonas, o Sounders de Seattle cai para a 17.ª po-sição, a 16 pontos do primeiro lugar, aindaocupado pelo sensacional Chicago Fire de Bas-tian Schweinsteiger e de João Meira, o belenen-se que persiste em se bater denodadamentepor um lugar no onze e que tem conseguido.

Mas não é só o Sounders que anda pelosbaixos da tabela. O Rapids do Colorado e o LaGalaxy de Los Angeles não estão melhores aoocuparem um lugar abaixo e outro acima daequipa verde do Estado de Washinsgton, situ-ado paredes-meias com a Colômbia Britânica.No entanto, nada nos admiraria que em outu-bro próximo estas três formações ainda esti-vessem a bater-se por um lugar na prova defim de temporada, a tal que pode levar ao títuloda MLS...

O que se diz do Sounders, do La Galaxy e

do Rapids serve para o Impacto, também malclassificado neste momento (16° lugar, com21 pontos). É que basta uma equipa ter umasérie de três ou quatro vitórias seguidas que lo-go esse conjunto pula na tabela de maneira ex-ponancial, levando-a imediatamente aos pri-meiros lugares. De resto, este campeonato éuma forma de pingue-pongue extraordinário,que a cada semana há sempre novidades, nadade repetitivo, onde uma equipa possa ganharquase sempre, mas por nítida fraqueza dos seusantagonistas.

Agora, com a Taça de Ouro à porta – come-ça sexta-feira com o Canadá a defrontar a Guia-na Francesa – e um interregno de duas semanas,o Impacto ainda tem mais um jogo, diante doDynamo de Houston, conjunto que está me-lhor este ano do que esteve, por exemplo, nasduas épocas mais recentes. Se ganhar no Texas,a formação do treinador Mauro Biello pode darum salto de dois ou três lugares na tabela classi-ficativa da sua zona, a Este, o que lha porá muitoperto da linha vermelha, «a desejada»! L P

Evan Bush, o belíssimo titular da baliza do Impacto de Montreal.

Página 166 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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dos desalojados com as casas e outros bens arrasados pelos incêndios. A pedirem ajuda.

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- Banco Santander Totta - PT50 0018 0003 44832368020 39;

- Novo Banco - PT50 0007 0000 003404619502;

- Millennium BCP - PT50 0033 0000 45507587831 05;

- Caritas Portuguesa (conta CGD): PT50 0035 0001 00200000730 54;

- BPI - PT50 0010 0000 5512 2890 0015 6.