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Vol. XIX • N° 334 • Montreal, 3 de setembro de 2015 Cont. na pág 10 As avarias na SATA Internacional... A segurança em primeiro lugar! Por Norberto AGUIAR Ultimamente têm sido recorrentes as avarias nos aviões de longo curso da SATA Internacional. Quem se não lembra do avião que depois de levantar voo em Toronto, no passado dia 18 de agosto, teve de regressar ao Aeroporto Pearson 15 minutos depois da des- colagem? Semanas antes, outro SATA tinha tido problemas em Lisboa... Mais recentemente, no passado dia 28 de agosto, o avião da SATA Internacional com destino a Montreal e que devia deixar os Açores às 9h35, não descolou na hora prevista por apresentar uma avaria que levaria horas a repa- rar... Primeiro disseram-nos que era um proble- ma de abastecimento de combustível. Depois, obtivemos informações junto de pessoal de terra no aeroporto, que era um problema de motor, qualquer coisa como uma bomba in- jetora... Fosse o que fosse, a verdade é que foi mais um problema num avião da SATA Inter- nacional, companhia que serve, nomeada- mente, a comunidade açoriana da América do Norte e Canadá! Quer isto dizer que estes pro- blemas nos tocam a todos nós! Peripécias várias A aeronave «S. Miguel», que acabou por Cont. na pág 10 Editorial Rescaldo de verão Por Carlos DE JESUS Então como foram as vossas fé- rias? Devem ter sido boas, certamente, em boa parte devido ao presente com que a dama natura nos brindou este verão. Aqui, como na Europa e até no resto do mundo, mesmo no hemisfério sul onde o inverno se pavoneia, nunca houve memória dum ano tão quente como este. Claro que o negacionismo climático continua a contar com muitos e altitonan- tes defensores e, se alguns começam a ren- der-se à evidência das estatísticas por um lado, pelo outro argumentam que sim, que o nosso planeta está a aquecer, mas que a causa não é obra da atividade humana. Argumentam eles que a Terra já conhe- ceu no passado grandes períodos de glacia- ção e de aquecimento – o que é cientifica- mente correto, como o provam os ‘biscoi- tos’ recolhidos pelos cientistas na calota antártica. Que as mudanças climáticas são devidas a outros fenómenos que o homem não pode controlar, como a atividade ter- monuclear do Sol, como o desvio da traje- tória da Terra, a inclinação do eixo terrestre, a atividade vulcânica, a reação em cadeia de fenómenos meteorológicos que nos esca- pam e por aí em diante. Em boa verdade, os argumentos não faltam, tanto dum lado como do outro da equação do aquecimento global. E também não faltam diplomas nem estudos aos an- tagonistas que se defrontam nesta arena. O que falta é uma certa objetividade a am- bas as partes, que deixa assim, indefeso, o leigo que somos, face a um problema que a todos toca mas que poucos tem a capaci- dade intelectual e cientifica de apreender. Vítor Carvalho ADVOGADO Escritório Telef. e Fax. 244403805 2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓS Leiria - Estremadura (Portugal) 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 MONTRÉAL affilié 8710 Pascal Gagnon, St-Leonard, Qc H1P 1Y8 www.eco-depot.ca 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão

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Vol. XIX • N° 334 • Montreal, 3 de setembro de 2015

Cont. na pág 10

As avarias na SATA Internacional...

A segurança em primeiro lugar!• Por Norberto AGUIAR

Ultimamente têm sido recorrentesas avarias nos aviões de longo curso da SATAInternacional. Quem se não lembra do aviãoque depois de levantar voo em Toronto, nopassado dia 18 de agosto, teve de regressar aoAeroporto Pearson 15 minutos depois da des-colagem? Semanas antes, outro SATA tinhatido problemas em Lisboa...

Mais recentemente, no passado dia 28 deagosto, o avião da SATA Internacional comdestino a Montreal e que devia deixar os Açoresàs 9h35, não descolou na hora prevista porapresentar uma avaria que levaria horas a repa-

rar... Primeiro disseram-nos que era um proble-ma de abastecimento de combustível. Depois,obtivemos informações junto de pessoal deterra no aeroporto, que era um problema demotor, qualquer coisa como uma bomba in-jetora...

Fosse o que fosse, a verdade é que foimais um problema num avião da SATA Inter-nacional, companhia que serve, nomeada-mente, a comunidade açoriana da América doNorte e Canadá! Quer isto dizer que estes pro-blemas nos tocam a todos nós!

Peripécias váriasA aeronave «S. Miguel», que acabou por

Cont. na pág 10

Editorial

Rescaldo de verão• Por Carlos DE JESUS

Então como foram as vossas fé-rias?

Devem ter sido boas, certamente, emboa parte devido ao presente com que adama natura nos brindou este verão. Aqui,como na Europa e até no resto do mundo,mesmo no hemisfério sul onde o invernose pavoneia, nunca houve memória dumano tão quente como este.

Claro que o negacionismo climáticocontinua a contar com muitos e altitonan-tes defensores e, se alguns começam a ren-der-se à evidência das estatísticas por umlado, pelo outro argumentam que sim, queo nosso planeta está a aquecer, mas que acausa não é obra da atividade humana.

Argumentam eles que a Terra já conhe-ceu no passado grandes períodos de glacia-ção e de aquecimento – o que é cientifica-mente correto, como o provam os ‘biscoi-tos’ recolhidos pelos cientistas na calotaantártica. Que as mudanças climáticas sãodevidas a outros fenómenos que o homemnão pode controlar, como a atividade ter-monuclear do Sol, como o desvio da traje-tória da Terra, a inclinação do eixo terrestre,a atividade vulcânica, a reação em cadeia defenómenos meteorológicos que nos esca-pam e por aí em diante.

Em boa verdade, os argumentos nãofaltam, tanto dum lado como do outro daequação do aquecimento global. E tambémnão faltam diplomas nem estudos aos an-tagonistas que se defrontam nesta arena.O que falta é uma certa objetividade a am-bas as partes, que deixa assim, indefeso, oleigo que somos, face a um problema quea todos toca mas que poucos tem a capaci-dade intelectual e cientifica de apreender.

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

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RESTAURANTE

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Página 23 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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LusoPresseLe journal de la Lusophonie

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• António da Silva Cordeiro• Daniel Bastos• Maria Adelaide Oliveira

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125

Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00Telenovela: segunda, quarta esexta, 06h00, 12h00 e 17h00..(Ver informações nas páginas 7 e 8)

Um olhar sobreas eleições primárias americanas

• Por António da Silva CORDEIRO

Neste final de verão, venho com um olhar de relance sobre asprimárias norte-americanas, a primeira grande etapa das eleiçõespresidenciais de 2016.

Os republicanos têm tido algumas dificuldades. A primeira éa multidão de incapazes e incompetentes candidatos: chegou a contar-se vinte e dois. O Comité Nacional Republicano (governa o partido,apoia os candidatos a nível nacional e gere toda a burocracia do partido)está simplesmente mais do que confuso e não sabe o que fazer comtantos candidatos. Entregaram ao Fox News (rede de TV cabo de ex-trema-direita) o encargo de organizar o primeiro debate televisivo e es-tabelecer os critérios de seleção dos candidatos. Decidiram escolherapenas os dez com mais alta classificação nas últimas cinco sondagensa nível nacional. Os sete candidatos que não qualificaram tiveram umForum às 5 horas da tarde do mesmo dia do debate, que ocorreu às9h00 da noite e com a duração de 2 horas.

À frente do pelotão republicano está, como todos sabemos, Do-nald Trump, que não é propriamente um político, mas um businessman,principalmente de imobiliária e já há alguns anos é “artista” muito po-pular na TV com o seu programa “O Aprendiz”. As suas empresas jáentraram em bancarrota por quatro vezes, uma vez mais que os seus ca-samentos. Trump defende-se jurando que nunca entrou em bancarrotaindividualmente. Além disso, nessas situações de bancarrota não fezmais nada do que tirar vantagem da legislação americana e, portanto,não cometeu crime nenhum. Muitas pessoas perderam imenso dinheironesses imbróglios, mas tinham consciência de que investindo corriamriscos.

Como pessoa, é vaidoso, violento, orgulhoso, mentiroso, apre-senta-se como o melhor de todos em tudo o que faz, é muito rico (a suacampanha eleitoral é totalmente financiada por conta própria; não usadinheiros públicos e não aceita dinheiro de ninguém). Afirma conhecertoda a gente que conta neste mundo e respeitar todas as pessoas; paraele, todos os políticos são desonestos, ignorantes, incompetentes. O-bama foi o pior presidente da história da América; Obamacare, a piorlei que se poderia fazer no país. O acordo com o Irão foi o maior errode todos os presidentes. Ainda hoje tem certas dúvidas se Obama éamericano de nascimento; nunca responde com um simples Sim a umapergunta sobre o nascimento de Obama – desvia a conversa e nisso émuito habilidoso.

Hillary Clinton foi a pior Secretária de Estado da América. Temsoluções muito simples para todos os problemas dos USA e do mundo: para a imigração ilegal, construir um muro na fronteira com o Méxicoe obrigar o México a pagar e deportar 11 a 12 milhões de ilegais; quantoà Isis (EI) – guerra aberta ao petróleo que eles têm na Síria e no Iraqueé bombardeá-los sem trégua até desaparecerem (infligir-lhes tratamento– torturas – semelhante ao que eles já perpetraram). No momento pre-sente, os outros candidatos têm medo e não sabem como atacá-lo; es-pera-se uma campanha publicitária contra ele em setembro ou outubro,paga por republicanos da Wall Street. O Comité Nacional Republicanotambém não sabe o que fazer. Todos estão com receio de ele deixar oPartido Republicano e concorrer como independente, acabando assimpor garantir a vitória de Hillary. Trump começou por ser democrata evirou republicano há cerca de dez anos ou mais. Quando o acusam deser um democrata diz que o seu ídolo Reagan também foi primeiro de-mocrata e depois tornou-se “Saint Reagan”. Neste momento mantém-se à frente com boa vantagem, mas toda a gente espera que comece aescorregar na tabela por algum erro que possa cometer.

No Partido Democrata, nem tudo corre bem. À frente vai o SenadorBernie Sanders, que confessa ser democrata socialista. Quando se usa apalavra “socialismo” neste país, não há possibilidade de se ganhar.Tem tido os maiores apoios desta campanha. A juventude, principal-mente académica, segue-o cegamente e com muito entusiasmo. HillaryClinton deve ganhar a nomeação democrata, mas tem agora o problemados emails de quando era Secretária de Estado. Está a ser investigada,todavia penso que será declarada não culpada (pode dar-se ao luxo deter os melhores advogados que o dinheiro pode comprar).

Palpito que seja a candidata democrata e que chegará à Presidência.

Quatro jornalistas nos AçoresPara projetosobre Ste-Thérèse e LagoaLUSOPRESSE – Estiveram durante três semanas nos Aço-

res, os jornalistas Ludmila Aguiar, Anália Narciso, Jules Nadeau eNorberto Aguiar. A estada ali destes elementos do LusoPresse –também da LusaQ TV – obedeceu ao projeto que o jornal Luso-Presse está levando a cabo sobre as cidades geminadas de Ste-Thé-rèse, no Quebeque, e Lagoa, em São Miguel, nos Açores.

Concretamente, o LusoPresse, de acordo com as duas admi-nistrações municipais, está preparando um jornal bilingue sobreaquelas cidades geminadas há 20 anos, que será posteriormentedistribuído em Lagoa e em Ste-Thérèse, como de resto na comuni-dade montrealense e quebequense.

A saída do LusoPresse bilingue está prevista para o próximomês de outubro, logo depois de finalizado todo o trabalho recolhido.

Nas próximas edições iremos dando conta da evolução desteimportante projeto.

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ComunicadoO Centro de Ação Sócio-Comunitária de Montreal informa

que está a organizar, no quadro das atividades para a Terceira Idade,uma excursão a Quebeque et Sainte-Anne de Beaupré no dia 16 de se-tembro. O autocarro sai do Centro, no 32 boul. St.-Joseph Ouest às7h00 e regressa ao mesmo local às 20h00.

Se tem 55 anos e mais e quer viver uma experiência inesquecível,telefone para o 514 842-8045 a fim de obter mais informações. L P

Fotos LusoPresse.

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Página 33 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Eleições para o Conselho Mundial das Comunidades

Daniel Loureiro quer ser conselheiro«Tenho 25 anos e sou natural de Mon-

treal, de origem portuguesa. Os meus pais sãoda província do Ribatejo, de uma aldeia chama-da Serra de Santo António. Sou um jovem estu-dante, finalista em jornalismo na Universidadede Montreal. Antes deste curso em jornalismo,obtive um bacharelado em Ciências Políticas eComunicação. Durante os meus estudos tiveoportunidade de tocar em várias áreas da co-municação, seja em Relações Públicas ou Co-municação Interna. O meu bacharelado tam-bém me permitiu ter uma visão diferente doque é a política, seja ela municipal, provincialou até federal. Sempre fui um indivíduo interes-sado por política e tudo o que toca ao domíniopolítico, mas nunca fui afiliado. Durante a mi-nha infância, com o meu irmão mais novo,sempre tive a oportunidade, com muitos sacri-fícios dos meus pais, de poder visitar Portugaldurante as férias de verão. Estes momentosem família também permitiram fortalecer a pes-soa que sou hoje. Sempre tive consciência deonde vinha o leite, o peixe ou os ovos.

Durante o meu percurso académico tiveoportunidade de fazer parte da associação deestudantes do meu bacharelado. Em primeirolugar fui diretor da área de eventos. Tive assimoportunidade de organizar várias promoções,fossem elas festivas, desportivas, culturais ouaté académicas. Durante o meu primeiro anotive a felicidade de organizar a primeira ediçãodo que é hoje o maior evento político estudanteda Universidade de Montreal. No meu segundoano cheguei a presidente; não ouve outro can-didato. Os meus companheiros elegeram-mepor unanimidade. Durante o meu primeiromandato como presidente da Associação dosEstudantes em Comunicação e Política (AE-CEP) tive oportunidade de trabalhar num pro-jeto de grande envergadura, que foi a criação deduas novas aulas para os estudantes de primeiroano. À primeira vista não parece tão compli-cado, mas foi trabalho muito árduo. Havia deconvencer os professores todos para votarema favor do nosso projeto. Sendo o bachareladobidisciplinar, a única maneira que tínhamos depoder criar aulas seria de implementar logoduas de uma vez, uma para cada disciplina. Naaltura passei semanas a encontrar professoresde cada um dos departamentos. No meu se-gundo ano de mandato também fui eleito porunanimidade; e assim pudemos criar duas co-missões de revisão de programa para interferirno que seria melhor para a nossa área de estu-dos. Nesse mesmo ano, também tive ocasiãode fazer uma pesquisa com um colega meu so-bre as oportunidades de emprego depois de

terminar os estudos de bacharelado. Por incrí-vel que pareça, havia naquela altura 83% dosfinalistas que conseguiam encontrar empregonos 6 primeiros meses depois de terminaremos estudos. Um número superior em cerca de10% aos estudantes que faziam o bachareladoem comunicação unicamente.

Durante os meus estudos e no decorrerdo meu primeiro mandato como presidentehouve muitas movimentações na área da Edu-cação no Quebeque. Em 2012 houve manifes-tações enormes para lutar contra o aumentodo custo das propinas. Sendo eu presidente daminha associação de estudantes, tivemos deelaborar um plano para conseguir a vitória, is-to com o total acordo dos nossos membros ecom total apoio votado na Assembleia-geralde 23 de janeiro de 2012. Foi uma primaveramuito movimentada, que também faz que nós,jovens, fiquemos com histórias para contarmais tarde. Nem tudo foi bonito nessa prima-

tivo para a FPTV, canal português no Canadá,mais concretamente para o Montreal Maga-zine. Comecei com a cobertura do Europeu deFutebol desse mesmo ano para seguir depoiscom os Jogos Olímpicos e a épica medalha deouro de Nelson Évora. Por incrível que pareça,ainda hoje faço parte da excelente equipa doMontreal Magazine. Isto depois de 7 anos.Outras oportunidades foram surgindo ao lon-go dos anos. Escrevi também na aérea do des-porto no jornal «Le Courrier Portugais». Nestejornal tive oportunidade de fazer um cadernoespecial sobre o Europeu de Futebol de 2012,no qual identifiquei jogadores a seguir e quehoje são estrelas do futebol mundial. Hoje con-tinuo a ter a oportunidade de escrever nestemesmo jornal sobre o Impacto de Montreal,a nossa equipa de futebol.

Por fim, direi que sou um jovem estudan-te, filho de Helena Loureiro e David Loureiro.A eles quero agradecer tudo o que sou e tambémagradecer à minha namorada Nicky pela paci-ência que tem tido comigo.»

Transporte disponívelA equipa do candidato Daniel Loureiro

pede para que todos os compatriotas em con-dições de votar para o Conselho das Comuni-dades o façam no próximo domingo, cumprin-do assim com os normais deveres cívicos. Epara todos aqueles que possam argumentar queo local de voto, no Consulado, fica longe enão oferece condições fáceis de estacionamen-to, foi criado uma «navette», dirigida por JúlioLourenço, com partida da Associação Portu-guesa do Canadá (4170, rue St-Urbain), a partirdas 9 horas da manhã de forma a facilitar a par-ticipação do maior número de votantes pos-sível. A carrinha estará ao dispor da comunidadeaté às 15 horas.Equipa - Depois de ter sido vários anos conselheira,Clementina Santos cede o pri-

meiro lugar da lista de candidatura ao Conselho das Comunidades a Daniel Loureiro,ficando ela como possível substituta, na segunda posição.

vera. Mas que todos saímos diferentes desseepisódio, lá isso é verdade.

Depois dos meus estudos em Comunica-ção e Política, o meu caminho futuro tinha de

ser aquele que sempre sonhei, o jornalismo.Assim sendo, comecei o curso em jornalismona Universidade de Montreal, sendo esta casaaquela em que me sentia melhor. Durante osmeus dois anos de estudos tive a possibilidadede preparar reportagens em rádio, televisão;escrever para a imprensa e muito mais. Agoraestou a terminar e em breve vou começar umestágio.

A partir de 2008 passei a analista despor-

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Página 43 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

UMA NOVA TELEVISÃO• Por Osvaldo CABRAL

A RTP-Açores completou 40 anosde vida.

A idade quarentona merecia uma grandefesta, não fosse a crise profunda por que passaaquela que já foi “a televisão de todos nós”.

A política deu cabo da RTP-Açores e quan-do julgávamos que ela já tinha batido no fundo,ainda vai sendo possível assistir, com grandeespanto, ao escavar mais o buraco...

A RTP-Açores viveu três fases nestas qua-tro décadas.

A primeira foi a fase da descoberta, doinício a preto e branco e do canal único emnossas casas. Foi um ciclo de pioneirismo, comgrandes profissionais e com uma cultura deimaginação e criatividade que marcou uma épo-ca.

Depois veio a fase da cor, da expansãopara outras ilhas, do reforço interno de umanova geração de profissionais, de mais produ-ção regional e de uma gestão virada essencial-mente para o arquipélago por inteiro.

Finalmente, na última década procedeu-se ao descalabro: falta de liderança forte, altera-ções permanentes na sua Direção, gente inex-periente mandada por Lisboa, intervençãocentralizada, ausência de projetos e de investi-mentos, lutas políticas e a queda fatal.

O diagnóstico está mais do que retratadonos inúmeros relatórios de alertas que foramsendo enviados para os poderes centralizadoresde Lisboa, mas sempre ignorados.

Quatro décadas depois, tudo na mesma eos sinais que nos enviam são de uma continua-da mediocridade e desorientação em termos dedecisão.

Dizer que agora é que é, mas tomando de-cisões que só irão afetar ainda mais o futurodo projeto televisivo regional, é enganar o pa-gode e deixá-lo entregue à má sorte.

Os dois milhões de euros que os responsá-veis do Grupo RTP anunciaram, com pompa,circunstância e benzedura regional, são umaprovocação contra uma região que não viu naúltima década um cêntimo de investimento afavor do centro regional.

O Estado injetou no Grupo RTP, desde2003, mais de 2 mil milhões de euros para reno-vação dos seus canais.

Todos tiveram o seu forte quinhão, mas aRTP-Açores foi ficando para o final do tãopropalado programa “Fénix 2”, e acabou porver navios, com o argumento da crise no país.

Nesta última década a RTP ficou com asverbas das taxas que os açorianos pagaram eainda encheram os cofres com as indemniza-ções compensatórias destinadas aos canais dasregiões autónomas.

Mais: a anterior administração da RTPvendeu, apressadamente, um dos seus dois edi-fícios em Ponta Delgada, na Rua Ernesto doCanto, por quase um milhão de euros e ficoucom a verba no seu orçamento em Lisboa.

Agora prepara-se para vender o segundoedifício, quando transferir os estúdios para oedifício da RDP-Açores, que renderá mais ummilhão (ou mais), e ainda tem à venda o antigoedifício do Emissor Regional dos Açores naGaspar Frutuoso (um atentado ao patrimóniocultural e histórico da rádio açoriana que o go-verno e a Câmara Municipal de Ponta Delgada

deviam travar!), pelo que tudo somado dá muitomais do que os dois milhões que suas excelên-cias andam a propalar para investir no canalaçoriano, como se de uma dádiva se tratasse.

Ou seja, a RTP e o governo da repúblicanão vão gastar um tostão dos seus orçamentosneste investimento, como ainda vão arrecadarpara os seus cofres o que restar da receita davenda do património açoriano.

A região está a ser enganada, parece quefaz que não vê e ainda aceita que o canal seja re-duzido a uma lata de sardinhas no edifício darádio.

Esta história de juntar a rádio e a televisãono edifício da RDP-Açores é mais um sinal deque Lisboa pretende reduzir o serviço públicona região.

Não só irá matar a rádio, como irá criarpara a televisão espaços exíguos, sem qualquerpossibilidade de expansão, sem poder de mobi-lidade, sem capacidade para um estúdio de pro-dução e limitando, também, a capacidade daInformação, porque um estúdio virtual, comoapregoam, não resolve coisa nenhuma. Umestúdio virtual qualquer amador faz na sua gara-gem, graças às tecnologias acessíveis no mer-cado.

A RTP-Açores precisa de estúdios comdimensão e capacidade para produzir conteú-dos em permanência, com mais recursos pro-fissionais e com outra dimensão.

O espaço que lhe querem atribuir não ga-rante nada disto e os responsáveis da empresasabem disto muito bem, porque já foram efe-tuados vários estudos, por engenheiros, técni-cos e arquitetos, e a conclusão é que se pretendiameter uma igreja numa ermida...

Esta teimosia só tem uma explicação: éreduzir ainda mais os canais de serviço públicode rádio e televisão nos Açores, porque ficarãolimitados à produção de conteúdos, para semanter a famosa “janela” em atividade.

Ou seja, em vez de todos se sentarem àmesa e chegarem a um consenso sobre que ti-po de televisão é que queremos e merecemosnos Açores, faz-se exatamente o contrário:primeiro constrói-se o projeto físico, arruma-se tudo aos magotes, reduzindo-o até não po-der mais, e então depois parte-se para a produ-ção de uma atividade que nunca terá dimensãoregional. Ficar-se-á por um canal reduzido àatividade em S. Miguel e até nem sei se terá ca-pacidade para se mobilizar até Nordeste...

Há uma década atrás não era nada dissoque estava projetado. Os papéis estão engaveta-dos na Marechal Gomes da Costa, em Lisboa,e apontavam para a construção de um novoedifício, com os tais dinheiros resultantes davenda dos atuais edifícios.

E os locais foram escolhidos. Um deles,que se mantém disponível, é o antigo regimen-to de infantaria na Grotinha, em cujo montese projetava um estúdio com vista panorâmicapara toda a ilha, dispensando o estúdio virtual...

Mais: os terrenos são do Estado, o mesmodono da RTP, e estão abandonados.

O que se está a projetar para a RTP-Açoresnão é compatível com o grau de dimensão re-gional que necessitamos, nem com o projetode serviço público abrangente, em todas asilhas e na diáspora.

Não surpreende este desnorte, porquetambém nos últimos anos fica-se sem saberquem manda na RTP-Açores: é a sua Direção?

É a administração em Lisboa? É a tutela? Éo Conselho de Opinião? É o Conselho GeralIndependente?

Neste caldo fabuloso – em que o gover-no regional também gostaria de mandar umacoisinha – todos dão a sua douta opiniãosobre os destinos da televisão açoriana e to-dos têm uma coisa em comum: ninguémpercebe de televisão e alguns até nunca puse-ram os pés na RTP-Açores...

E é disto que se vai fazendo o futuro docanal e se vai traçando o seu destino.

Longe vão os tempos em que um tele-dramático tão famoso a nível nacional e in-ternacional, como foi “Xailes Negros”, pro-duzido por profissionais açorianos, custavaa módica quantia de 50 mil euros... o mesmoque a RTP em Lisboa pagava à empresa “Hi-giene Plus” para fornecer consumíveis dehigiene!

A RTP investiu mais de um milhão deeuros só na sua delegação de Faro, mas quan-do se tratou de equipar todas as ilhas comCorrespondentes, em 2004, só foi possívelporque o Governo Regional disponibili-zou-se para cobrir o investimento de 100mil euros.

Em resumo, esta história de falta de ca-pacidade financeira para custear a RTP-Aço-res, e a profunda remodelação que se impõe,é tudo treta.

Deem-nos as receitas das taxas, as in-demnizações compensatórias, as receitas dasvendas de património, as receitas da publici-dade (que nunca ficaram cá) e o valor corres-pondente ao serviço público prestado e ve-rão que teremos uma televisão toda nova ecapaz de competir com os outros do cabo.

Já se percebeu que não é este o projetode Lisboa, que quer continuar a mandar, adecidir a seu belo prazer e a manter este do-mínio administrativo e financeiro, sem qual-quer capacidade autónoma dos responsáveisdo canal regional.

É por isso que a nossa Região deviapartir para outro projeto.

Os Açores deviam pensar em criar oseu próprio canal televisivo.

Um projeto de raiz, consistente, semincorrer nos erros do atual, sem megalo-manias, mas com espírito inteiramente regi-onal, onde todas as ilhas, sem exceção, sesintam refletidas e representadas com di-gnidade.

É preciso mudar a lei? Pois que se mude.Se até uma Câmara Municipal já pode ter oseu canal...

Para tal bastavam três vetores essenciais.Primeiro, reconfigurar o sistema de fi-

nanciamento, com um novo modelo de ges-tão e elencagem de objetivos na missão deserviço público, onde entram instituiçõespúblicas e os privados interessados.

Segundo, construção de um edifíciocom estúdios capazes de produzirem con-teúdos regionais, recorrendo às novas tecno-logias, à colaboração e incentivo de produ-toras externas em todas as ilhas, novos recur-sos e poder de mobilidade nas nove ilhas.

Terceiro, uma grelha essencialmente re-gional, refletindo a realidade de todo o arqui-pélago e da diáspora açoriana, intercâmbiode conteúdos com outros canais insulares edas comunidades das américas.

Pode ser que isto não passe de um so-nho, é verdade.

Mas foi assim que tudo começou, fezagora exatamente 40 anos... L P

Era dos Descobrimentos

No ano em que Portugal come-mora os 600 anos da tomada de Ceuta, oprimeiro marco da expansão marítima por-tuguesa, um dos períodos mais importantesda história de Portugal, tomo aqui a liberda-de de publicar o poema intitulado “Era dosDescobrimentos” que faz parte do meu úl-timo livro de poesia “Terra”, magnifica-mente ilustrado pelo mestre pintor OrlandoPompeu.

Enquanto docente, escritor e historia-dor trata-se do meu singelo reconheci-mento e homenagem à epopeia dos nave-gadores e descobrimentos portugueses quetornou eterna a pátria de Camões.

Daniel Bastos

Era dos DescobrimentosNo princípio era sonho,desejo incontido de conquistasublimado no signo da cruze bramido no cabo da espada.Era querer ir mais alémdesvendar os mistérios do mundodos homens e dos deusesdesbravar a vastidão imensaligar o Ocidente ao Oriente.Era partir em viagemperscrutar no horizontea miragem do destino incertonavegar ao sabor do mare do vento sustido em velasde frágeis caravelas.Era desígnio hercúleoconcedido por el reide Portugala destemidos aventureirose desditosos marinheirosseduzidos pela ilusãoda fortuna e glória.

Daniel Bastos, “Era dos Descobri-mentos” in Terra.

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Página 53 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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De Manuel Carvalho

«O Homem que falava com as flores»• Por Maria Adelaide OLIVEIRA*

O autor do livro, «O Homem queFalava Com as Flores», Manuel Carvalho, nas-ceu em Cicouro, concelho de Miranda do Dou-ro, escreve e fala na segunda língua oficial dePortugal, o Mirandês, que utiliza, com algumafrequência, nesta obra.

A língua mirandesa tem a sua origem noLatim, mais propriamente na família de línguasasturo-leoneses que se formaram a partir dosséculos VI-VII, no Reino de Leão. Com o de-saparecimento deste reino, as línguas asturo-leonesas, assim como o mirandês, ficaram ex-cluídas dos grandes movimentos culturais dosséculos XV-XVI para darem lugar às línguasde poder, ditas nacionais, como o português eo castelhano.

A partir da criação da vila de Miranda em1289, mas sobretudo a partir do século XVIcom a elevação de Miranda do Douro ao esta-tuto de cidade e à criação do bispado (1545), alíngua mirandesa enveredou por caminhos quelhe fizeram ganhar características próprias noconjunto das línguas asturo-leonesas.

Nas pesquisas feitas por Amadeu Ferreira,encontram-se certos registos escritos em mi-randês em documentos do século XIII, masno fim do século XIX, o mirandês conserva-va-se ainda como língua exclusivamente oral.Foi contudo José Leite de Vasconcelos que afez ressurgir como língua escrita, publicandoem 1884 o «poemário Flores Mirandesa», aprimeira obra escrita em mirandês. Em 1985,um século depois, o mirandês foi integradono Ensino Básico, como língua de opção, nasescolas do concelho de Miranda do Douro.Em janeiro de 1999, o governo português re-conheceu-o oficialmente como língua, emboraele já se falasse naquela região mesmo antes dafundação de Portugal.

Hoje, segundo recentes estatísticas, o nú-mero de falantes do mirandês varia entre 6 000e 10 000 devido à desertificação da região; po-rém, no século passado, contava-se mais de15 000 falantes.

O escritor, Manuel Carvalho, na obra «OHomem que Falava com as Flores» dá-nosuma pequena amostra do mirandês, língua dasua terra natal.

«O Homem que Falava com as Flores»conta a história de um imigrante que deixouPortugal por amor a «um par de olhos azuis»,a Susana, que apesar de tudo lhe proporcionarpara que se sentisse bem no novo mundo,Montreal, não conseguiu arrancar-lhe do cora-ção o apego que sentia ao seu cantinho natalno Nordeste Transmontano.

O narrador serve-se das flores do Parquede Montesinhos de Miranda do Douro, paraconstruir uma história que nos leva a conhecera vida de muitos cidadãos que se passeiam numoutro Parque; o Parc Jarry da cidade de Mon-treal.

Assim, o espaço narrativo desta obra si-tua-se entre Portugal e o Quebeque, o parquede Montesinhos (numa aldeia de Trás-os-Mon-tes) e o Parc Jarry na cidade de Montreal, mui-to frequentado por emigrantes portugueses.

A personagem principal é o narrador, cujofoco narrativo é a maior parte do tempo escrito

na primeira pessoa, a secundária são os monte-sinhos, as flores brancas que ele trouxe doParque de Montesinhos para Montreal, masexistem também a Susana, o sogro do Manuel,e muitas outras personagens que frequentamo Parc Jarry.

A personagem da Susana, a amada, que éa razão de toda a história, paira no conto parao fazer avançar ou desviar de rumo mas tam-bém para o terminar. A Susana é pois umapersonagem muito importante por estar om-nipresente no inconsciente do narrador, mes-mo se a sua aparição é subtil, porque só voltaao conto quando a personagem principal, oManuel, se sente perdido, sem rumo.

«O Homem que Falava com as Flores» é,por um lado, uma obra realista, de coerênciainterna, portanto de verosimilhança mas, poroutro lado, é também fantasiosa e idealizada oque a remete para o romantismo.

Enquanto vigia e protege as suas floresno Parc Jarry, o protagonista encontra e falacom diversas personagens de estratos sociaisdiferentes, cujas histórias ele descreve com ele-gância, clareza e encanto. A descrição dessaspersonagens leva-nos a refletir sobre a nossasemelhança como seres humanos; emigrantesou não, todos procuramos um sentido para anossa existência, viver feliz, crescer e criar raí-zes, cada um à sua maneira.

Assim, as personagens que se cruzamcom ele nos bancos do parque, umas procu-ram o prazer e tudo fazem para o conseguir;outras correm porque querem estar em forma,e há as que pretendem saber com exatidão tudoo que se passa à sua volta. Há também aquelas

que caminham à deriva procurando algo quenem elas mesmo sabem. Em contrapartida,outras andam no parque porque sabem exata-mente o que procuram e calculam os passosque devem dar para o conseguir, porque o li-mite delas é o infinito. Há, também, as quepensam ser as detentoras da verdade, e as quevêm melhor o próximo, sem luz, sem cor, sócom a sua alma. Outras que amam contemplara natureza em todas as suas formas e as que sepreocupam com ela. Há também no parquegente que, embora sendo de raças diferentes sesente intimamente ligadas, unidas, e as que sesentem livres de levarem a vida como desejam,sem imposições. Há aquelas que aprenderam aviver só com o essencial mas também as queacreditam que o mundo pode mudar se cadaum de nós não desistir dos seus ideais e, final-mente, aparece o sábio, o filósofo que ensinaa refletir. Enfim, o parque é frequentado portoda uma amálgama de personalidades que re-presentam bem os diversos extratos da nossasociedade.

Nesta obra, os montesinhos, flores bran-cas do Parque de Montesinhos, parecem ser ametáfora do estado de alma do narrador; elas,flores selvagens pequenas mas resistentes quese agarram sem medo às fragas, habituadas àsgrandes intempéries das altas serranias e capa-zes de criar raízes invadindo terrenos agrestes,também têm momentos de fraqueza, de soli-dão, de angústia, de incertezas que as faz chorarde saudades do cantinho que as viu nascer.

Tal como os montesinhos de Trás-os-Montes se modificaram e se adaptaram ao cli-ma e ao solo de Montreal quando o seu protetoros deixou sós, o Manuel (protagonista) só seadaptou quando conseguiu fazer a rutura coma terra que o viu nascer. Só encontrou a paz de

espírito quando se encontrou consigo próprio.«O Homem que Falava com as Flores»

demonstra-nos que, por um lado, partir signi-fica desenraizamento, dor, saudade, para os quepartem, mas por outro lado, para os que ficam,partir significa progresso, futuro.

Através da história dos montesinhos, onarrador demonstra-nos a modificação que seopera no emigrante, independentemente dasua vontade, porque a vida corre, os filhosnascem e as preocupações mudam até que umdia, sem que ele se aperceba já faz parte de umaoutra coletividade onde a sua descendênciacontinua em frente alheia à terra que o viu nas-cer e aos seus sonhos.

Mas a obra não é apenas a história dosmontesinhos, ela é também uma observaçãoda sociedade de acolhimento, as suas forças efraquezas. A procura constante do ser humanode algo que o faça feliz, que lhe permita a reali-zação dos seus sonhos.

«O Homem que Falava com as Flores» éum livro a ler, com um vocabulário refinado.Uma narração que nos faz refletir a cada frase,a cada parágrafo; uma história que ensina enos deixa preso à leitura, do princípio ao fim.

Do mesmo autor foram publicadas as se-guintes obras:

• Saga – 1989• Um Poeta no Paraíso – 1994• Parc du Portugal – 1997• À beira-Main – 2003• Rostos Olhares e Memória (coautor) –

2012• Rostos Olhares e Identidade (coautor)

– 2013

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Página 63 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Les représentations du Portugal dans l’œuvre de Sonia Delaunay (1885-1979)

Margarida Mafra

Fuyant la Guerre, les peintres français Robert et Sonia Delaunay ont séjourné dans le nord du Por-tugal entre 1915 et 1917, où ils ont noué des liens d’amitié avec plusieurs artistes du « premier mo-dernisme portugais ». Ces relations ont fait l’objet de nombreux travaux, destinés principalement à étudier l’influence des Delaunay sur la création artistique portugaise de l’époque.

La conférence propose un autre regard sur le sujet : de quelle façon les Delaunay ont-ils à leur tour représenté le Portugal ? Quelle influence le séjour ibérique a-t-il eu sur leur art?

Pour y répondre, nous étudierons deux œuvres de Sonia Delaunay, Hommage au donateur, de 1917, un projet de décoration en azulejos pour la façade d’un bâtiment à Valença do Minho, et Por-tugal (1937), une murale pour le Pavillon des Chemins de fer de l’Exposition Internationale de 1937 à Paris.

Le jeudi 17 septembre 2015 à 18 h

Université de Montréal

Carrefour des arts et des

sciences - salle C-2059

3200, rue Jean-Brillant, Montréal

Entrée libre

CONFÉRENCE PUBLIQUE

Câmara Municipal organizou...

Encontro com a comunidade emigranteAlém de membros de órgãos associativos, também estiveram presen-

tes arcuenses distinguidos nos seus países de acolhimento

A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez levou a cabo quarta-feira, dia 12 de agosto, um encontro com a comunidade emigrante ar-cuense espalhada pelo mundo.

Este, que foi já o segundo encontro organizado com a diáspora,teve como principal objetivo congregar os esforços e os talentos dasnossas comunidades, o seu dinamismo, o seu apego à terra, o seu espí-rito de fidelidade às raízes e aos valores que a distinguem.

Presentes estiveram membros de órgãos de associações, bem comoarcuenses distinguidos nos seus países de acolhimento devido ao tra-balho desenvolvido junto das comunidades, nomeadamente a professo-ra Maria Aurora Gomes da Cunha S. da Rosa, natural de S. Salvador daVila, que recebeu no consulado geral de Portugal em Toronto, no Ca-nadá, a medalha de mérito das Comunidades Portuguesas (Grau deOuro) pelo incremento do ensino e divulgação da Língua e CulturaPortuguesas, prémio atribuído pelo governo da República Portuguesa.Maria Aurora fundou no Canadá a Escola Lusitânia de Toronto, daqual é diretora e leciona desde o pré-primário ao 11º ano, em Língua eCultura Portuguesas. Outro arcuense presente neste encontro, e dis-tinguido no Canadá com o prémio de mérito da Aliança dos Clubes eAssociações portugueses do Ontário, foi Manuel Paulo Pereira, naturalde Távora Santa Maria. Manuel Pereira recebeu este prémio por ser ummembro ativo na vida associativa da comunidade luso-canadiana, quercomo dirigente, quer como voluntário. A arcuense Fernanda Alves, ve-readora da Câmara Municipal de Cenon, Bordéus, que recebeu dasmãos de Sua Ex.ª o Sr. Presidente da República o prémio Empreende-dorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, o qual tem como objetivopremiar e divulgar publicamente cidadãos portugueses que se tenhamdistinguido pelo seu papel empreendedor, inovador e responsável nocontexto das respetivas sociedades de acolhimento e que constituamexemplos de integração efetiva nas correspondentes economias e deestímulo à cooperação entre Portugal e os respetivos países de acolhi-mento, também fez questão de estar presente.

Foi com grande agrado que estes filhos da terra, membros de as-sociações, a residir na França, Canadá, Venezuela, Luxemburgo, EstadosUnidos e Suíça marcaram presença neste encontro, tendo louvado ainiciativa da Câmara Municipal por permitir que exista este estreitamentode laços entre todos. Neste convívio fizeram uma breve apresentaçãoda sua atividade enquanto associação e descreveram as suas vivênciasenquanto emigrantes. Aproveitaram ainda para trocarem contactos eexperiências, abrindo-se espaço para um diálogo mais vantajoso e in-tenso entre a Autarquia e os vários arcuenses da nossa Diáspora

A autarquia valoriza o papel das comunidades arcuenses, por issoo presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves, fez questãode realçar o trabalho importante que é realizado fora do País, assumindoque contribuem “para o fortalecimento dos laços que nosunem em torno de um propósito comum: o melhor paraArcos de Valdevez e para os Arcuenses”.

Dado o sucesso da iniciativa, ficou a promessa da realização deum terceiro encontro em agosto de 2016. L P

Segundo Siza VieiraCentro de Arquitetura do Canadá, o melhor do Mundo!

PORTO – O arquiteto Siza Vieira for-malizou hoje a doação de 40 projetos à Funda-ção de Serralves, no Porto, deixando aberta apossibilidade de doações adicionais àquela ins-tituição.

Durante a assinatura da escritura, que de-correu no atelier de Siza Vieira, o arquiteto su-blinhou que vão estar em Serralves os doisprojetos “mais representativos e procuradosem termos de consultas” no Porto, que são odo museu de Serralves e o da Faculdade de Ar-quitetura da Universidade do Porto.

“Na escolha que se fez procurou-se nãocair nessa coisa limitada de ‘os do Porto ficamno Porto’, ‘os de Lisboa ficam em Lisboa’.

L P

Em relação aos outros procurou-se que emqualquer uma destas instituições haja projetosdiferentes. Quanto aos internacionais, a mai-oria fica no Canadian Centre for Architecture(CCA)”, afirmou Siza Vieira, que classificou aentidade canadiana como o melhor arquivo dearquitetura do mundo.

O presidente da Fundação de Serralves,Luís Braga da Cruz, realçou que, entre as cláu-sulas da escritura, é aberta “a hipótese de outrosprojetos mais recentes que não foram aindaobjeto de tratamento arquivístico poderem vira ser objeto de contratualização com Serral-ves”.

Segundo Braga da Cruz, vai ser constituídauma base de dados com todos os documentos

que passam a estarna posse de Serral-ves, interligadacom os materiaisque vão estar naFundação CalousteGulbenkian, emLisboa, e os doCCA.

Siza Vieira su-blinhou que umdos pontos maisrelevantes destadistribuição foi ofomento dos pro-tocolos entre astrês instituições es-colhidas para aco-lher os seus arqui-vos, sem deixar delembrar as críticasde que foi alvo pelaopção do CCA.

“No inícioouvi críticas, quan-do vieram as pri-meiras notícias deque arquivos iampara o Canadá, qua-se acusando-me detraição lesa-pátria,mas o objetivonão era esse”, disseo prémio Pritzker.

Serralves rece-be assim projetosassinados por SizaVieira que vão des-de 1954 (quatro ha-bitações em Mato-sinhos) até 2007,com o pavilhãomultiusos de Gon-domar.Siza Vieira emMontreal

Lembre - s eque Siza Vieira es-tará brevemente emMontreal, paraparticipar numaconferência, preci-samente no Centrode Arquitetura doCanadá. Breve-mente daremosmais novidades aeste propósito.

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Na Graciosa

Colóquios da Lusofonia

Na Madeira e no AlentejoBrasileiro vai documentar patrimônios mundiais

O fotógrafo Eduardo Lima começa estemês a sua quarta viagem a Portugal, dessavez para registar a floresta Laurissilva, o centrohistórico de Évora e as fortalezas de Elvas.

SÃO PAULO, Brasil – No próximodia 20 de setembro, o fotógrafo e jornalistabrasileiro Eduardo Lima embarcará com des-tino à Ilha da Madeira para documentar pelaprimeira vez a floresta Laurissilva, declaradopatrimónio natural da humanidade pela UNES-CO em 1999. Serão oito dias de intenso traba-lho na ilha, durante os quais o fotógrafo se re-vezará entre mar e montanha. Da Madeira, eleseguirá para a cidade de Évora, no Alentejo,património mundial desde 1986. Depois, paraa também alentejana Elvas, cujas fortalezasreceberam a classificação da UNESCO em2012. Antes de regressar ao Brasil, o fotógrafoainda passará por Lisboa, para quatro dias detrabalho entre Torre de Belém/Mosteiro dosJerónimos (patrimónios mundiais desde 1983)e o centro histórico da cidade. Eduardo Limaviajará este ano com apoio do Turismo da Ma-deira e do Turismo do Alentejo.

A ideia do fotógrafo é publicar um livrode arte, que traduza a importância dos monu-mentos declarados patrimónios mundiais emPortugal e revele as mais surpreendentes cone-xões de cada um deles com a história do Brasil.

Enquanto são surgem patrocinadores que vi-abilizem a publicação da obra, todo o materialfotográfico produzido alimenta o blogue doprojeto e suas páginas nas redes sociais. EntreFacebook, Instagram, Twitter e Flickr, o proje-to Portugal – Patrimónios da Humanidade éseguido por quase 20 mil internautas – princi-palmente portugueses e brasileiros. Trata-seda única plataforma da internet brasileira dedi-cada exclusivamente à divulgação de Portugalcomo destino turístico.

No ano passado, Eduardo Lima contoucom o apoio do Turismo do Centro para umaviagem de 24 dias, durante a qual foram fotogra-fados cinco patrimónios mundiais: Mosteiroda Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Conventode Cristo, Universidade de Coimbra e Vale doCoa. Antes disso, outras duas viagens a Portugaljá haviam sido 100% financiadas com recursospróprios – em 2009 (Porto, Guimarães, Batalha,Alcobaça, Tomar, Lisboa e Sintra) e em 2012(Douro, Guimarães, Vale do Coa, Évora, Elvase Lisboa). Dos 16 patrimónios mundiais portu-gueses, apenas os dois do arquipélago dos Aço-res (Angra do Heroísmo e Ilha do Pico) segui-rão entre os que jamais foram documentadospelo fotógrafo.

A press trip Madeira/Alentejo 2015 po-derá ser acompanhada em tempo real, de 20 desetembro a 20 de outubro, pelas redes sociaisdo projeto.

SANTA CRUZ da Graciosa vai aco-lher pela primeira vez, entre 24 e 27 de setem-bro, a AICL (Colóquios da Lusofonia na sua24ª edição), com patrocínio da Câmara Muni-cipal e Hotel Graciosa Resort, e apoios daSATA, Governo Regional (Secretaria Regionalda Cultura, Secretaria Regional das Comunida-des, Secretaria Regional de Turismo, DireçãoRegional do Ambiente e Mar), Museu da Gra-ciosa, Escola Secundária da Graciosa.

Os dois convidados de honra deste 24ºcolóquio são o Prémio Nobel da Paz DomXimenes Belo e o escritor Valter Hugo Mãe.Cinco autores açorianos deslocam-se a SantaCruz para divulgar a pujante literatura de matrizaçoriana (Álamo Oliveira, Brites Araújo, Nor-berto Ávila, Susana Margarido, Victor Rui Do-res).

Esta literatura tem sido promovida pelosColóquios desde 2006, com os Cadernos deEstudos Açorianos, a tradução de obras parasete línguas, a publicação de antologias (http://www.lusofonias.net/cadernos-suplementos-videohomenagens-bibliografia.html), (http://www.lusofonias.net/cadernos-suplementos-v id eohomenagens -b ibl i og ra f ia/traduz i r -autores.html), (http://www.lusofonias.net/projetos/livros-aicl.html) destinadas ao currí-culo regional açoriano. Realce ainda para oPrémio AICL Açorianidade em vários géneros(em parceria com a Editora Calendário de Le-tras) (http://www.lusofonias.net/acorianidade.html).

Com seis dezenas de inscritos, este Coló-quio tem uma sessão especial dia 24, na EscolaSecundária da Graciosa, para a qual foram con-vidadas várias personalidades a fim de haveruma interligação entre académicos, escritores,professores e alunos. Neste colóquio serãoabordados temas como a Lusofonia e LínguaPortuguesa, Açorianidades e Tradutologia.

Haverá – para além das sessões científicas– cinco recitais de Poesia, recitais do Cancio-neiro Açoriano pela Diretora do Conservató-rio Regional de Ponta Delgada, Ana Paula An-drade, ao piano, acompanhada ao violino e vi-oloncelo, e um recital com o tenor FranciscoLobão do Teatro Nacional de São Carlos, aatuação do Grupo Folclórico de Guadalupe,espetáculos de Teatro com o «Gira Teatro» deFlorianópolis, Santa Catarina, Brasil, a compa-nhia local «A Semente», e ainda surpresas mu-sicais evocativas do passado musical da ilhaGraciosa.

As 10 regiões e países representados são:Alemanha, Açores, Austrália, Canadá, EUA,Galiza, Portugal, Estado do Rio Grande doSul e Estado de Santa Catarina (Brasil), Macaue Timor, incluindo 5 representantes das trêsacademias de língua portuguesa. As sessõessão abertas ao público. Todas as informaçõesem http://lusofonia2009.com.sapo.pt/.

J. CHRYS CHRYSTELLO, Presidente daDireção AICL [Colóquios da Lusofonia]

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No Festival de Filmes do Mundo, em MontrealFilme português rodado nos Açores e em Lisboa

MONTREAL – “Cinzento e ne-gro”, o novo filme de Luís Filipe Rocha, foiselecionado para a competição mundial do Fes-tival dos Filmes do Mundo de Montreal, quese realiza este fim de semana.

O filme foi rodado no final do ano passa-do, entre Lisboa e as ilhas açorianas do Faial ePico, e é apresentado pela produtora como“uma história vulcânica, de traição, roubo efuga, perseguição e vingança, de amor, solidãoe morte”, “uma tragédia grega em cenário de‘western’”, remata a Fado Filmes.

O elenco do filme, produzido por LuísGalvão Teles, com música de Mário Laginha,é constituído por Joana Bárcia, Filipe Duarte,Miguel Borges, Mónica Calle, Manuel de Blas,Camilla Amado e Ana Risueño.

No Festival, “Cinzento e negro” é apre-sentado sábado e domingo, em sessões quecontam com a presença do realizador.

A antestreia do filme está também previstapara setembro, nos Açores, em data a agendar,assim como o dia para a estreia nacional daobra, disse à Lusa fonte da produtora.

O júri da competição mundial, em Mon-treal, é presidido pelo escritor canadiano deorigem haitiana Danny Laferrière, de 63 anos,autor de “L’énigme du retour”, membro daAcademia Francesa desde dezembro de 2013,distinguido, entre outros, com o Prémio Mé-dicis.

A atriz italiana Tea Falco, o crítico norte-americano de cinema Peter Rainer e os mexi-canos Gerardo Salcedo (programador cinema-tográfico) e LuisUrquiza (realizador)completam o júri.

“Cinzento e Ne-gro” é a décima longa-metragem de Luís Fi-lipe Rocha, e o “o re-gresso do realizadoraos Açores e ao Fes-tival de Cinemas doMundo de Mon-treal”, onde estreou alonga-metragem “Aoutra margem”(2007) e obteve o pré-mio de melhor atorprincipal ex-aequo,

para Filipe Duarte e Tomás Almeida.Luís Filipe Rocha. De 67 anos, realizou

algumas curtas-metragens para televisão e, em1976, dirigiu a média-metragem documental“Barronhos - Quem teve medo do poder popu-lar”, ao qual se seguiu a longa-metragem “Afuga”, e “Cerromaior” (1979), sobre obra ho-mónima de Manuel da Fonseca, filme seleci-onado para a secção “Un certain regard”, doFestival de Cannes,

“Sinais de vida” (1983/84), “Amor e dedi-nhos de pé” (1990), “Sinais de Fogo” (1994),“Adeus, Pai” (1996), “Camarate” (2000), e “Apassagem da noite” (2002), são algumas dasobras do realizador.

Espera-se forte adesão da comunidadeportuguesa a este filme, a começar pelos estre-menhos e açorianos, onde o filme foi rodado.

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Livre/Tempo de Avançar...

Dá voz aos emigrantesA 24 de agosto de 2015, a candidatura cidadã entregou lista pelo círculo Fora da

Europa, no Palácio da Justiça, em Lisboa.

A candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar formalizou no dia 24 de agosto, no Pa-lácio da Justiça, em Lisboa, a sua candidatura às eleições legislativas de 4 de outubro de 2015, pe-lo círculo eleitoral Fora da Europa. Materializar a relação entre os muitos cidadãos da diásporaportuguesa e o poder político é a prioridade dos candidatos.

«O governo português negligencia os emigrantes. Nos últimos anos, o encerramento de

Carla Félix, à direita, cabeça de lista do Livre/Tempo de Avançar pelo círculo Fo-ra da Europa, com os cabeças de lista por Lisboa, Rui Tavares e Ana Drago.

vários consulados e a privação dos portuguesesque vivem no estrangeiro a serviços públicoselementares (como a renovação de documentosou o direito ao recenseamento e consequente-mente ao voto) vem confirmar essa realidade»,afirmou a cabeça de lista Carla Félix. «Urge in-cluir o contributo de todos os portugueses nasdecisões para Portugal, e isso implicará obvi-amente os emigrantes, sobretudo quando estesrepresentam uma fonte concreta de experiência,de ideias, de remessas, para a renovação dopaís».

A candidatura cidadã Livre/Tempo de A-vançar observa os emigrantes como uma forçamotriz para o desenvolvimento de Portugal,quer a nível económico, quer a nível intelectuale cultural. No entanto, ao invés de mobilizaçãoassiste-se à restrição do direito dos emigrantesao recenseamento, e consequentemente ao vo-to. A candidatura Livre/Tempo de Avançarconsidera urgente que se simplifiquem os pro-cedimentos de inscrição nos consulados e de-fende que o recenseamento eleitoral na diásporaseja automático, tal como o é no território por-tuguês.

«É essencial que nós emigrantes sintamosque Portugal não ficou para trás só porque nosmudámos para outro país. Os portugueses quevivem fora de Portugal têm de continuar a cul-tivar as suas origens, a serem cidadãos de plenodireito e a sentir que têm a porta aberta paravoltar sempre que quiserem. Para isso, mere-cemos e exigimos um Estado presente e ativo,capaz de prestar serviços de forma próxima eeficaz, e que tenha políticas de envolvimentoda diáspora e de acesso à informação públicaque nos permitam participar em pleno na vidanacional», declarou Nuno Batalha, número doisda lista pelo círculo Fora da Europa.

Os candidatos a deputados da candidaturacidadã Livre/Tempo de Avançar foram eleitosem eleições primárias num processo de aberturainédito em Portugal. O programa político destacandidatura foi escrito colaborativamente pormais de 500 cidadãos e submetido a propostasde alteração antes da sua aprovação final. «Que-remos convidar e mover os emigrantes portu-gueses, de todas as gerações, em todos os paísesdo mundo, a participar com as suas ideias, a re-clamar os seus direitos, de forma livre e inteira»,disse a cabeça de lista Carla Félix.

Até às eleições legislativas de 4 de outubro,a candidatura do Livre/Tempo de Avançar pelocírculo Fora da Europa vai dinamizar um diá-logo consultivo e aberto com as comunidadesemigradas em todo o mundo, tirando partidodos meios de comunicação da diáspora, dasnovas tecnologias e redes sociais.

Para mais informações, consultar o siteda candidatura e a página da diáspora noFacebook.

Contactos:[email protected]@gmail.com +351 96 56 40 148/ +225 77 30 86 09 [email protected] -+351 914 215 669

Apresentação dos candidatos:Carla FélixNuno Batalha.

Publicidade:(514) 835-7199

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Em Ste-Thérèse

Cursos de Português

Este mês vão começar aulas de por-tuguês em Ste Thérèse. O curso tem comoprofessor Daniel Pereira. São 2 horas porsemana. Os cursos são para crianças, ado-lescentes e adultos.

As aulas vão ser ministradas na CâmaraMunicipal de Ste-Thérèse, por isso terão umcusto relativamente baixo. O curso começano dia 15 de setembro.

Para mais informações podem ligar paraLúcia Carvalho (514) 212-1552 ou aindacontactar o próprio professor Daniel Pereira(514) 778-4517).

Também podem consultar o site da Câ-mara Municipal de Ste-Thérèse.

Partilhem esta informação com os vos-sos familiares e amigos!

Conselho das Comunidades

Eleição dos Membros

O Consulado-Geral de Portugalem Montreal recorda que a eleição dosmembros do Conselho das ComunidadesPortuguesas terá lugar domingo, dia 6 desetembro de 2015.

A mesa de voto funcionará das 8h00às 19h00 no Consulado-Geral de Portugalem Montreal, sito em 2020, boulevard Ro-bert-Bourassa, suite 2425, Montreal, Qué-bec H3A 2A5.

Podem votar todos os cidadãos ins-critos, até ao passado dia 7 de julho de2015, no caderno de recenseamento eleito-ral deste posto consular.

Para exercer o seu direito eleitoral ocidadão deverá apresentar o seu Bilhete deIdentidade, Cartão de Cidadão ou outrodocumento idóneo válido. Caso não sejaportador de nenhum documento, a identi-dade do eleitor pode ser confirmada pordois eleitores titulares de um dos referidosdocumentos ou ainda pelo reconhecimen-to unânime dos membros da mesa. Deveainda indicar o seu número de eleitor, oqual consta do antigo cartão de eleitor ouda atual certidão de recenseamento eleito-ral.

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Norberto Aguiar, Produtor

Tél.: (450) 628-0125 (514) 835-7199 [email protected]

[email protected] Horário: Segunda-feira, 21 horas - Sábado, 11 horas

Canal 47 (sinal aberto) Videotron: Canais 16 ou 616 em alta definição

Bell: Canais 216 fibe ou 1216 em alta definição

O seu programa de televisão semanal

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Página 93 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O novo programa de televisão em português!OOOOOOOOOOOOOOO nnnnnnnnnnooooooovvvvvvoooooooo pppppppppppprrrrrrrrroooooooogggggggggrrrrrrrrraaaaaaaaaammmmmmmaaaaaaa ddddddddddddddeeeeeeee tttttttttttteeeeeeeeeellllllllllllleeeeeeeeevvvvvvviiiiiiiiiiissssssssssãããããããããããããooooooooo eeeeeeeemmmmm ppppppppooooooorrrrrrrttttttttuuuuugggggggguuuuuuu

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Hora Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo6:00 Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Bloque Latino Le Grand Magh Arabe6:307:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Mandarin Russian7:30 Cantonese Flavors8:00 Il est ecrit Russian Mandarin German Le Grand Magh Arabe Il est ecrit Punjabi8:30 Flavors ESCU TV Cantonese Il est ecrit Hay Horizon Il est ecrit9:00 Punjabi German Bossbens Show Bloque Latino Russian German Bossbens Show9:30 Mabuhay Hay Horizon ESCU TV Flavors

10:00 Bossbens Show Flavors ESCU TV Russian Mandarin Veggie ESCU TV10:30 Le Grand Magh Arabe Hay Horizon Mabuhay Cantonese Âme D’Afrique RBTL11:00 Âme D’Afrique Punjabi ESCU TV Bloque Latino Lusaq TV Flavors11:30 Veggie RBTL Flavors Hay Horizon Mabuhay12:00 Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Bossbens Show Hay Horizon12:30 Âme D’Afrique13:00 Bloque Latino Mabuhay German Mandarin Hay Horizon Punjabi German13:30 Punjabi Âme D’Afrique Cantonese German Mabuhay Veggie14:00 German Bossbens Show Mabuhay Le Grand Magh Arabe Punjabi ESCU TV Bloque Latino14:30 Hay Horizon Veggie Flavors Russian15:00 Russian Âme D’Afrique Bloque Latino Punjabi Âme D’Afrique German Mandarin15:30 ESCU TV Veggie Flavors RBTL Flavors Cantonese16:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Hay Horizon Bossbens Show16:30 Âme D’Afrique17:00 Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Mandarin Lusaq TV17:30 Cantonese18:00 Mandarin German Le Grand Magh Arabe ESCU TV Bossbens Show Lusaq TV Mabuhay18:30 Cantonese ESCU TV RBTL Le Grand Magh Arabe19:00 Le Grand Magh Arabe Russian ESCU TV Bossbens Show Mabuhay Bloque Latino19:30 Flavors Hay Horizon Veggie Âme D’Afrique20:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Mabuhay Punjabi20:30 ESCU TV Hay Horizon21:00 Lusaq TV Mandarin Russian Hay Horizon Punjabi Le Grand Magh Arabe Russian21:30 Cantonese Mabuhay Âme D’Afrique ESCU TV RBTL22:00 Punjabi Bloque Latino Bossbens Show Mabuhay Russian Bossbens Show Bloque Latino22:30 Mabuhay German Hay Horizon23:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Metropoli RBTL German23:30 Russian ESCU TV0:00 Bloque Latino Le Grand Magh Arabe RBTL Veggie Mandarin Bossbens Show Bossbens Show0:30 Punjabi Veggie Cantonese1:00 Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Punjabi Lusaq TV1:30 Mabuhay2:00 German Bossbens Show Mabuhay Bloque Latino Hay Horizon ESCU TV Mabuhay2:30 Hay Horizon Veggie German Russian Le Grand Magh Arabe3:00 Russian Âme D’Afrique Bloque Latino Russian Punjabi German3:30 ESCU TV Veggie Mabuhay Flavors Flavors Bossbens Show4:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Sportivi 360 Hay Horizon4:30 Âme D’Afrique Punjabi5:00 Mandarin ESCU TV German Bossbens LeGrand Mandarin Hay Horizon5:30 Cantonese Russian Âme D’Afrique Show Magh Arabe Cantonese Russian

uuuuuuêêêêêêêêêêêssssss!!!!

chef : Norberto Aguiarsussus

Sexta-a fefeira SáSáSábabado DDoDomingngoogg

Pai à Força BlBl L ti LL GG d M h A b

NOVO PROGRAMA SEMANAL

3204 ,Jarry Est514-729-9494

8042, St-Michel514-376-2652

5825, Henri-Bourassa514-321-6262

GRILLADES PORTUGAISES

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Página 103 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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A SEGURANÇA...Cont. da pág 1

deixar o Aeroporto João Paulo II às 17h30 domesmo dia 28 de agosto, haveria de aterrar emMontreal, no Aeroporto Pierre E. Trudeau, de-pois de 5h30 de voo, tempo rigorosamenteanunciado pelo comandante Miguel Amaral,no momento da descolagem. Escusado serádizer que a viagem foi simplesmente maravi-lhosa!

No entretanto, as peripécias foram muitas,desde logo ficar-se em pleno Aeroporto de SãoMiguel durante 10 horas ou mais... Já sem falarque todos os 200 e tal passageiros chegaram aestar instalados nos seus respetivos lugares...Ouviram mesmo os comissários de bordo daras instruções circunstanciais antes de qualquervoo. Fazer sair tanta gente da aeronave «Por ra-zões de ordem técnica» não foi aceite de ânimoleve... Sabe-se que em momentos assim, destresse elevado, há sempre quem leve os seusprotestos um pouco acima do aceitável. Vá láque, neste caso, imperou a ordem!

Repasto retemperadorNão demorou mais de meia hora para que

através dos altifalantes do aeroporto nos fossecomunicado que o avião partiria para Montrealsomente às 17 horas – partiu às 17h30, poucadiferença, convenhamos. E que o almoço, daresponsabilidade da SATA, seria servido norestaurante daquela estrutura aeroportuária apartir da uma hora da tarde. Promessa cumprida,

e de forma impecável!Para todos foi servida uma bela sopa de

feijão à moda caseira como entrada. Depois,porque não era fácil ao restaurante prepararum repasto para tanta gente em tão poucotempo, foi servido esparguete com fiambre.Pelo que vimos, ninguém protestou. Tambémse o fizessem estariam completamente fora darazão, não só pela qualidade do repasto comopela sua quantidade. Na realidade, pela fartura,houve mesmo quem renovasse a dose. Culiná-ria e vinícola, pois vinho é o que menos faltana nossa terra e a muito bons preços. A estepropósito, e por pesquisa, não científica, claro,do Jules, Portugal já é o país onde mais se be-be vinho per capita. Mais do que os franceses,italianos, espanhóis...

Abordagem ao jornalistaCom 200 e tal passageiros a bordo – o

avião veio cheio! – normal que muita genteconhecesse este vosso servidor. Daí que asabordagens começassem logo que foi dada or-dem para evacuar a aeronave. «O Norberto vaidenunciar esta vergonha no seu jornal?», per-guntava uma. Outro, «Se eles (da SATA) nãosão capazes de gerir isto, que vão embora eque venham as low cost também para o Cana-dá...». Outros mais exaltados, sem nunca haverexcessos, e ainda bem, «Isto é uma vergonhapara os Açores...». Ainda outros, com críticasmais acerbas, confrontavam o jornalista coma falta de coragem para escrever as suas tiradas.No início, não comentámos. Depois, com as

pessoas mais serenas, lá fomos dando a nossaopinião. Que era melhor esperar do que en-frentar outros problemas mais graves. E dáva-mos o exemplo da fiabilidade da SATA, a nívelinterno, desde há muitos anos, e agora a nívelexterno. À nossa volta, as pessoas foram entãoamainando nas críticas e quanto mais o tempoavançava para a hora da partida, mais a pri-oridade dos nossos compatriotas estava viradapara outras direções.

O embarque começou às 17 horas e às17h30 o comandante Miguel Amaral – o mes-mo piloto – estava dando as boas-vindas aospassageiros, isto ao mesmo tempo que o «S.Miguel» largava da placa de estacionamentopara percorrer a pista em direção ao ponto dearranque para a descolagem.

À chegada a Montreal, depois de uma via-gem simplesmente maravilhosa, já ninguémaflorava sequer a contrariedade que foi ficarvárias horas no Aeroporto de São Miguel porvia da avaria do... «S. Miguel»

Finalmente, e por ser de justiça, teremosde dar nota máxima ao pessoal da SATA emterra e da aeronave pela maneira como geriramtoda esta crise.

EDITORIAL...Cont. da pág. 1

Por outro lado, destacou que assumiu“desde a primeira hora” que esta seria umacandidatura “sem amarras políticas”, por isso,não quer apoios de “máquinas partidárias”,embora sejam bem-vindos apoios de pessoascom carreira política, enquanto cidadãos, que“se assumam como indivíduos” ou fazendoparte de um movimento cívico.

“Toda a gente é bem-vinda nesta base e éassim que nós queremos que se mantenha.Porque isto também faz parte da missão destacampanha. Eu sinto que estou em missão. Eestou em missão, precisamente, para podermostrar ao país que uma mulher sem amarraspartidárias de qualquer tipo, sem esses apoiosinstitucionais que os outros candidatos tantoalmejam, vai chegar a bom porto”, afirmou.

Nos próximos meses - embora com umapausa durante a campanha para as legislativas- Graça Castanho vai prosseguir a sua rondapelo país e pelas comunidades de emigrantes,a que se referiu por diversas vezes nesta confe-rência de imprensa, assim como aos imigran-tes, destacando que as migrações são uma áreaa que se dedicou ao longo da sua vida.

Graça Castanho é professora na Universi-dade dos Açores e foi diretora regional dasComunidades de um Governo Regional lide-rado pelo socialista Carlos César.

PORTUGUESES...Cont. da pág 11

Do lado dos negacionistas há um verda-deiro parti pris pela liberdade incondicional,quase bíblica, que atribui ao homem, mas so-bretudo às suas empresas, de explorar a na-tureza até à exaustão. “Quem vier que se ar-ranje” parece ser o seu leitmotiv.

Do lado dos defensores do meio ambientee das lutas contra o aquecimento global hátambém uma luta moralista, quase diabo-lizando tudo e todos os que exploram os re-cursos naturais, um parti pris idealista pelapureza do homem original, do ‘bon sauvage’,como diria Rousseau.

Face a estes argumentos contraditórios,ambos eivados da mais crassa ideologia, comose deve comportar o simples cidadão que so-mos, ignaro das questões metafísicas que inter-

pelam os contendores?Bom senso. Bom senso deve ser a regra a respeitar.

O bom senso que nos dita que tantos milhares demilhões de hectolitros de fumo que os nossos carros,camiões, comboios, tra-tores e aviões lançam para o ardevem ter uma consequência nefasta qualquer. O bomsenso que nos ensina que se não podemos controlar aatividade sísmica, os incêndios, as explosões solaresou o rumo da Terra no Universo, pode-mos controlaro nosso universo de consu-midores, de utilizadores demeios de trans-por-te. Que podemos controlar osmilhares de mi-lhões de toneladas de lixo que vão pararao mar, sobretudo de matérias plásticas que já for-mamilhas mortais para as espécies marinhas e para as avesque têm o azar de nelas se roçarem.

Esta é a realidade que nos deve interpelar. E não épreciso sermos moralistas para defen-der o princípioduma vida simples, menos con-sumistas e mais frugais,mais comedidos e me-nos esbanjadores. Não só paradeixarmos es-paço e recursos aos milhares de milhõesde se-res humanos que virão depois de nós, mas tambémpara deixarmos um planeta mais verde, mais puro emais saudável para os nossos vin-douros.

Continuação de um bom resto de verão para todos.

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Atlas MontrealCom Ana Borralho e João Galante

LUSOPRESSE – Ana Borralho e João Galantetêm representações teatrais previstas para os próximosdias 11 e 12 de Setembro, na Casa da Cultura Frontenac,situada no 2550, rue Ontario est. Trata-se de um espe-táculo inédito, onde os dois artistas portugueses diri-girão à volta de 100 pessoas em palco, provindas dosmais variados estratos da sociedade e, igualmente, pos-suidoras das mais diversas profissões.

A Comunidade Portuguesa está convidada a assistira este grande espetáculo, que mais não fosse pela presen-ça dos nossos compatriotas Ana Borralho e João Ga-lante. Melhor ainda é que o espetáculo é gratuito, muitoembora haja que ter a precaução de contatar a Casa daCultura de Frontenac para saber das possibilidades dehaver lugares ainda disponíveis.

O contato aqui fica: (514) 313-6667. L P

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Página 113 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Restaurante Solmar…

Com equipa de futebol!LUSOPRESSE – A notícia chegou-nos de pessoa amiga: – O Solmar participa em

futebol organizado e até tem feito bom papel!Verdade se diga que, noutras ocasiões o LusoPresse e a LusaQ TV já afloraram esta

questão do futebol participativo. E falámos da equipa do Solmar, como de resto da equipado Ferreira Café. No entanto, por diversas vicissitudes, o nosso acompanhamento não temsido regular, aparecendo com alguns hiatos. Por nossa culpa mas também por culpa dosresponsáveis das equipas, os quais, muitas vezes, ou quase todas as vezes, só nos dão as in-formações quando já não temos hipóteses de irmos ao local do acontecimento...

Desta vez aqui estamos para dizer que a equipa de futebol do Restaurante Solmar fazparte da liga Canadian Corporate Soccer League, Divisão de Honra (Premiership) pelo se-gundo ano consecutivo. E que a sua participação tem sido meritória, isto se se tiver em con-ta os mais recentes resultados, consubstanciados numa vitória, por 2-1, sobre o campeãoda sua divisão, facto que mereceu a ida à final da taça, muito embora tenha perdido o jogo de-cisivo, também pelo mesmo resultado (2-1).

Em resumo, a formação do popular restaurante português, o mais antigo da comunidade,está satisfeita com a época que está a fazer, considerando os seus responsáveis, na pessoa deDavid Dias, filho, que no futuro irão continuar a lutar por mais e melhor.

David Dias Júnior é o primeiro a contar da esquerda para a direita, na fila dafrente.

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Graça Castanho diz:- Portugueses querem uma “Presidência sem tabus”

PONTA DELGADA - A candidatapresidencial Graça Castanho disse segunda-fei-ra que os portugueses querem em Belém umPresidente da República que não faça do seumandato “um universo de tabus” e que sejamais próximo das pessoas.

Passados três meses desde a apresentaçãoda sua candidatura e após uma volta pelo país,Graça Castanho concluiu que “as populaçõessentem necessidade de uma maior proximidadecom a figura presidencial”, querem um Presi-dente “mais atuante ao nível da fiscalização”do Governo e “desejam uma Presidência semtabus, que se dirija, com frequência, ao povo”para “esclarecer as ações e diligências” que de-senvolve.

“Uma figura presidencial que não faça dasua missão e do seu mandato um universo detabus”, sublinhou, numa conferência de im-prensa em Ponta Delgada.

Graça Borges Castanho apresentou a in-

tenção de se candidatar à Presidência da Repú-blica, nas eleições do próximo ano, a 30 demaio, com o slogan “De Portugal para o mun-do”, e revelou que já reuniu cerca de 5000 assina-turas para formalizar a candidatura.

“Esta candidatura faz história. Pela pri-meira vez temos uma candidatura que prevêfazer a ligação de Portugal com o mundo. Éuma candidatura apoiada por cidadãos e cida-dãs, bem como por movimentos cívicos nopaís e no estrangeiro. É uma candidatura total-mente independente. (...) E efetivamente sereia primeira mulher açoriana na História de Por-tugal a candidatar-se à Presidência da Repú-blica”, afirmou, ressalvando que se por acasosurgir outra candidata dos Açores, será “bem-vinda” e “motivo de orgulho para todos osaçorianos”.

Para Graça Castanho, os sucessivos presi-dentes não têm “propiciado a unidade nacionalque esta candidatura prevê”.

Cont. na Pág. 10...

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Página 123 de setembro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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