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Sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018 2 portalnews.com.br Sidney Antonio de Moraes Diretor-presidente/Diretor Administrativo e Financeiro Sônia Massae de Moraes Diretora Vice-Presidente e Jornalista Responsável - MTB: 36037 Redação, Administração, Publicidade e Gráfica: Rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra, Mogi das Cruzes, SP - Cep: 08745-200 / Fone: 4735.8000 De terça-feira a domingo em Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Guararema, Biritiba Mirim e Salesópolis Circulação EDITORIAL Formas de violência A Campanha da Fraternidade 2018, lançada na última quarta-feira pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz como tema “Fraternidade e Superação da Violência”. Em Mogi, a mis- sa de Quarta-feira de Cinzas, celebrada pelo bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhi- ni, e ontem, uma sessão solene na Câmara destacaram a campanha. Superar a violência é um desafio de proporções inimagináveis nos dias de hoje, exigindo, principalmente, políticas públicas mais eficientes das dife- rentes esferas de governo – federal, estadual e municipal. Porém, também cabe a cada um cumprir seus deveres e respeitar o direito dos demais. A violência doméstica, por exemplo, se tor- nou um problema de Estado devido ao gran- de número de agressões e de vítimas fatais, mas, tudo começa na base familiar e não leva em conta classe social. É uma questão enrai- zada de tal forma, que recentemente foram criados grupos de apoio para agressores. E contra a mulher a gravidade é ainda maior, quando se reflete sobre o aumento dos ca- sos de estupro. Como bem ressaltou o presidente da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha, a corrupção tam- bém é uma forma de violência. E o exemplo mais gritante vem da situação atual do Rio de Janeiro, com dois ex-governadores presos – Sérgio Cabral e Anthony Garotinho. Muito dinheiro se foi em diferentes esquemas que quebraram o Estado, e nem mesmo a folha de pagamento consegue ser quitada com a regularidade devida. Sofrem os funcionários públicos e suas famílias e ainda mais a po- pulação que depende dos serviços que dei- xam de ser oferecidos ou estão sucateados. A violência no Rio e em outras tantas re- giões do país, como pode ser visto na greve dos policiais do Rio Grande do Norte, não ganhou apenas as ruas com a crescente pre- sença do crime organizado nas comunida- des e a ascensão das facções criminosas, está na precariedade de cada serviço procurado pela população. Como disse o cardeal, a corrupção tam- bém mata. É preciso encontrar soluções que, principalmente, fortaleçam a cidadania e o respeito pelo próximo. CHARGE Sem resposta O secretário de Educação de Poá, Hum- berto Martins, parece não estar preocu- pado com a possível falta de uniformes para os alunos da rede municipal de en- sino em 2018. O Dat está questionado há uma semana se as peças não serão mes- mo entregues neste ano, mas não rece- beu qualquer retorno até o momento. Vitoria Mikaelli ••• CIBELLI MARTHOS redacao@jornaldat.com.br TRIBUNA Sem mesa Vale lembrar que o secretário assumiu a pasta em novembro do ano passado e já enfrentou problemas sérios nos pri- meiros meses de trabalho, como a fal- ta de cadeira e mesa em algumas salas da Escola Municipal de Ensino Básico (Emeb) “Cândido José Balazaima”, na Vila Monteiro. A situação obrigou estu- dantes a iniciarem o ano letivo senta- dos no chão. Fubem A Câmara de Ferraz votará em única dis- cussão na sessão da próxima segunda- -feira o veto do Executivo ao projeto de lei que institui o Fundo Municipal de Pro- teção e Bem-Estar Animal (Fubem) . A propositura do vereador Claudio Roberto Squizato (PSB) foi aprovada em dezem- bro passado. Sem gratificação Os vereadores também farão a primeira votação do projeto de lei complementar do vereador Flavio Batista de Souza (PT), o Inha, que revoga as disposições constan- tes da Lei Complementar nº 313/2016. A matéria autoriza o pagamento de função gratificada de 20% para um servidor de carreira prestar assessoria às comis- sões permanentes da Casa. Curso O Fundo Social de Solidariedade de Ita- quá abrirá hoje 75 vagas para as ofici- nas de manicure, pintura em tecido e de artesanato. Informações: 4732-3643. Imagens e palavras sem- pre têm um poder especial, o do convencimento. Todavia nem sempre correspondem à verdade, surgindo daí a fi- gura da propaganda engano- sa. A alegoria de Adão e Eva no paraíso de certa forma já nos lembra disto, pois não é que a “serpente falante” com sua “propaganda enganosa” convenceu Eva de que o fru- to da árvore proibida era o que havia de melhor? E daí todos já sabem no que deu a história... e o pior é que não havia qualquer espécie de defesa que ajudasse o fa- moso casal... Brincadeiras à parte, o Có- digo do Consumidor proíbe a propaganda enganosa em seu art. 37 §1º, definindo-a como qualquer modalidade de informação ou comuni- Propaganda enganosa José Antonio Ferreira Filho é professor e consultor jurídico. ARTIGO José Antonio Ferreira Filho cação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou que por qualquer outro modo, mesmo por omissão, possa induzir em erro o con- sumidor a respeito de produ- tos ou serviços, tipificando- -se tal conduta como crime, previsto no mesmo Código em seu art. 67 com pena de detenção e multa. Além disto, quem faz pu- blicidade de produto ou ser- viço se obriga a cumprir tudo o que prometeu, sendo civil- mente responsável, até mesmo quando se configurar propa- ganda enganosa, sendo a res- ponsabilidade objetiva (fato ocorrido é o que basta para que o fornecedor responda), pelo efeito vinculativo da pu- blicidade e pelas suas conse- qüências. Nas ocorrências do gênero, guarde a publicidade impressa, fotografe cartazes e anúncios, guarde cupons fiscais, imprima páginas da Internet, enfim, colete pro- vas que ajudem identificar o fato e fornecedores por vezes mal intencionados. A propaganda enganosa traz responsabilização e o consumidor deve fazer valer o seu direito, denunciando a situação e o dano ou risco coletivo aos órgãos de defe- sa do consumidor, ao Minis- tério Público (cujas Promo- torias contam com a defesa do consumidor), além de entes privados de defesa ao consumidor e cidadão, bem como, quando lesado, bus- cando seus direitos junto ao Poder Judiciário. jaffil@yahoo.com.br

EDITORIAL TRIBUNA Formas de violência ••• CIBELLI ...edicao.portalnews.com.br/.../1937/pdf/DATCID002-160218.pdf2018/02/16  · A violência doméstica, por exemplo, se tor-nou

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Sexta-feira, 16 de fevereiro de 20182 portalnews.com.br

Sidney Antonio de MoraesDiretor-presidente/Diretor Administrativo e Financeiro

Sônia Massae de MoraesDiretora Vice-Presidente e Jornalista Responsável - MTB: 36037

Redação, Administração, Publicidade e Grá� ca: Rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra,Mogi das Cruzes, SP - Cep: 08745-200 / Fone: 4735.8000

De terça-feira a domingo em Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Guararema, Biritiba Mirim e Salesópolis

Circulação

EDITORIALFormas de violência

A Campanha da Fraternidade 2018, lançada na última quarta-feira pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz como tema “Fraternidade

e Superação da Violência”. Em Mogi, a mis-sa de Quarta-feira de Cinzas, celebrada pelo bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhi-ni, e ontem, uma sessão solene na Câmara destacaram a campanha. Superar a violência é um desafi o de proporções inimagináveis nos dias de hoje, exigindo, principalmente, políticas públicas mais efi cientes das dife-rentes esferas de governo – federal, estadual e municipal.

Porém, também cabe a cada um cumprir seus deveres e respeitar o direito dos demais. A violência doméstica, por exemplo, se tor-nou um problema de Estado devido ao gran-de número de agressões e de vítimas fatais, mas, tudo começa na base familiar e não leva em conta classe social. É uma questão enrai-zada de tal forma, que recentemente foram criados grupos de apoio para agressores. E contra a mulher a gravidade é ainda maior, quando se refl ete sobre o aumento dos ca-

sos de estupro.Como bem ressaltou o presidente da CNBB,

cardeal Sérgio da Rocha, a corrupção tam-bém é uma forma de violência. E o exemplo mais gritante vem da situação atual do Rio de Janeiro, com dois ex-governadores presos – Sérgio Cabral e Anthony Garotinho. Muito dinheiro se foi em diferentes esquemas que quebraram o Estado, e nem mesmo a folha de pagamento consegue ser quitada com a regularidade devida. Sofrem os funcionários públicos e suas famílias e ainda mais a po-pulação que depende dos serviços que dei-xam de ser oferecidos ou estão sucateados.

A violência no Rio e em outras tantas re-giões do país, como pode ser visto na greve dos policiais do Rio Grande do Norte, não ganhou apenas as ruas com a crescente pre-sença do crime organizado nas comunida-des e a ascensão das facções criminosas, está na precariedade de cada serviço procurado pela população.

Como disse o cardeal, a corrupção tam-bém mata. É preciso encontrar soluções que, principalmente, fortaleçam a cidadania e o respeito pelo próximo.

CHARGE

Sem resposta

O secretário de Educação de Poá, Hum-berto Martins, parece não estar preocu-pado com a possível falta de uniformes para os alunos da rede municipal de en-sino em 2018. O Dat está questionado há uma semana se as peças não serão mes-mo entregues neste ano, mas não rece-beu qualquer retorno até o momento.

Vitoria Mikaelli

••• CIBELLI MARTHOS [email protected]

TRIBUNA

Sem mesa

Vale lembrar que o secretário assumiu a pasta em novembro do ano passado e já enfrentou problemas sérios nos pri-meiros meses de trabalho, como a fal-ta de cadeira e mesa em algumas salas da Escola Municipal de Ensino Básico (Emeb) “Cândido José Balazaima”, na Vila Monteiro. A situação obrigou estu-

dantes a iniciarem o ano letivo senta-dos no chão.

Fubem

A Câmara de Ferraz votará em única dis-cussão na sessão da próxima segunda--feira o veto do Executivo ao projeto de lei que institui o Fundo Municipal de Pro-teção e Bem-Estar Animal (Fubem) . A propositura do vereador Claudio Roberto Squizato (PSB) foi aprovada em dezem-bro passado.

Sem gratifi cação

Os vereadores também farão a primeira votação do projeto de lei complementar do vereador Flavio Batista de Souza (PT), o Inha, que revoga as disposições constan-tes da Lei Complementar nº 313/2016. A matéria autoriza o pagamento de função gratifi cada de 20% para um servidor de carreira prestar assessoria às comis-sões permanentes da Casa.

Curso

O Fundo Social de Solidariedade de Ita-quá abrirá hoje 75 vagas para as ofi ci-nas de manicure, pintura em tecido e de artesanato. Informações: 4732-3643.

Imagens e palavras sem-pre têm um poder especial, o do convencimento. Todavia nem sempre correspondem à verdade, surgindo daí a fi -gura da propaganda engano-sa. A alegoria de Adão e Eva no paraíso de certa forma já nos lembra disto, pois não é que a “serpente falante” com sua “propaganda enganosa” convenceu Eva de que o fru-to da árvore proibida era o que havia de melhor? E daí todos já sabem no que deu a história... e o pior é que não havia qualquer espécie de defesa que ajudasse o fa-moso casal...

Brincadeiras à parte, o Có-digo do Consumidor proíbe a propaganda enganosa em seu art. 37 §1º, defi nindo-a como qualquer modalidade de informação ou comuni-

Propaganda enganosa

José Antonio Ferreira Filho é professor e consultor jurídico.

ARTIGOJosé Antonio Ferreira Filho

cação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou que por qualquer outro modo, mesmo por omissão, possa induzir em erro o con-sumidor a respeito de produ-tos ou serviços, tipifi cando-

-se tal conduta como crime, previsto no mesmo Código em seu art. 67 com pena de detenção e multa.

Além disto, quem faz pu-blicidade de produto ou ser-viço se obriga a cumprir tudo o que prometeu, sendo civil-mente responsável, até mesmo quando se confi gurar propa-ganda enganosa, sendo a res-ponsabilidade objetiva (fato ocorrido é o que basta para que o fornecedor responda), pelo efeito vinculativo da pu-blicidade e pelas suas conse-qüências. Nas ocorrências do gênero, guarde a publicidade

impressa, fotografe cartazes e anúncios, guarde cupons fi scais, imprima páginas da Internet, enfi m, colete pro-vas que ajudem identifi car o fato e fornecedores por vezes mal intencionados.

A propaganda enganosa traz responsabilização e o consumidor deve fazer valer o seu direito, denunciando a situação e o dano ou risco coletivo aos órgãos de defe-sa do consumidor, ao Minis-tério Público (cujas Promo-torias contam com a defesa do consumidor), além de entes privados de defesa ao consumidor e cidadão, bem como, quando lesado, bus-cando seus direitos junto ao Poder Judiciário.

jaffi [email protected]