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Vol. XVIII • N° 304 • Montreal, 6 de março de 2014 Cont. na pág 2 Editorial Futuro à vista Por Carlos DE JESUS Ninguém precisa de ir à bruxa para saber o que o futuro político do Que- beque nos reserva. Os nacionalistas independentistas não veem a gestão do estado senão pela perspetiva revancharde da mitológica der- rota das Plaines d’Abraham, isto é, a de quererem correr com os ingleses e fazerem do Quebeque um país independente e uni- lingue francófono. 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Temos os melhores preços BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 O RESTAURANTE DO MOMENTO! GRELHADOS Galinha, febras, chouriço, lulas, etc... PASTÉIS E RISSÓIS camarão, carne, chouriço, galinha... BOLO “Ma Poule Mouillée” E A GRANDE SURPRESA a «Poutine» à portuguesa! 969, rue Rachel est Tel.: 514-522-5175 www.MaPouleMouillee.com facebook.com/MaPouleMouillee #MaPouleMouillée

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Vol. XVIII • N° 304 • Montreal, 6 de março de 2014

Cont. na pág 2

Editorial

Futuro à vista• Por Carlos DE JESUS

Ninguém precisa de ir à bruxapara saber o que o futuro político do Que-beque nos reserva.

Os nacionalistas independentistasnão veem a gestão do estado senão pelaperspetiva revancharde da mitológica der-rota das Plaines d’Abraham, isto é, a dequererem correr com os ingleses e fazeremdo Quebeque um país independente e uni-lingue francófono.

3204, rua Jarry Este

729-9494www.ocantinho.ca

RESTAURANTE

Grelhadosà portuguesa sobre carvãoGrelhadosà portuguesa sobre carvão

Centre de Carreaux

Céramiques Italien Inc.

8710, rue Pascal-GagnonSaint-Léonard QC H1P 1Y8

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Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir:

*Fernando CalheirosB.A.A.

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*Hélio PereiraCHA

Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury

António RodriguesConselheiro

Natália SousaConselheira

CIMETIÈRE DE LAVAL5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval

Transporte gratuito––––––––

Visite o nosso MausoléuSÃO MIGUEL ARCANJO

Uma família ao serviço de todas as famílias

Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam

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O RESTAURANTE DO MOMENTO!

GRELHADOSGalinha, febras, chouriço, lulas, etc...

PASTÉIS E RISSÓIScamarão, carne, chouriço, galinha...

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Página 26 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

EDITORIAL...Cont. da pág 1 Bailinho de carnaval

• Por Osvaldo CABRAL

E como todos os fanáticos, ideólogos oureligiosos, para atingirem os seus fins, deitammão de todo o pau para acenderem a sua fo-gueira.

É por conseguinte mais que evidente queeles, nas próximas eleições procurem obter amaioria parlamentar, não para governarem se-gundo os interesses da população mas paraporem em marcha o processo que os levará aoreferendo sobre a independência, tal comoconsta do artigo primeiro do programa do Par-ti Québécois.

O ministro Lisée, o grande estratega políti-co do PQ, o discípulo nunca desmentido deMaquiavel, para não assustar a população, dizque não, que não haverá referendo enquantoos eleitores não estiverem prontos. Mas é paraisso mesmo que toda a máquina pequista estáem marcha. Para catequizar e levar os votantesa aderirem à opção da independência do Que-beque.

Os federalistas mais otimistas, reconfor-tados pelas sondagens que constantementedão à opção independentista apenas 33 porcento das intenções de voto, esperam, sonham,que esse dia em que os astros estiverem alinha-dos em proveito da opção dos independentis-tas nunca chegará. Mas isso é não contar coma determinação e a astúcia dos habilidosos es-trategas do Parti Québécois.

O melhor exemplo tem-nos vindo a serdado pela estratégia utilizada pelos autores epromotores da dita «charte québécoise des va-leurs» (só em si o nome é pomposo, como sese tratasse da Magna Carta!), carta que nuncateve razão de ser, visto que nunca houve proble-ma algum com os símbolos religiosos «osten-tatórios», facto corroborado por todos os inte-lectuais sérios, incluindo os antigos dirigentesdo PQ. Mas o facto de as sondagens (emboramuito discutíveis, por terem sido feitas pelaInternet) darem à dita carta um crescente apoio,sobretudo nas zonas rurais, é a prova maisevidente que o projeto inicial nada tinha a vercom a dita laicidade do estado, como subtil-mente foi apresentada, mas tão simplesmentecomo um triplo exercício de propaganda.

Primeiro objetivo (e bem conseguido)manter os eleitores distraídos com a «carta»para que não se falasse do estado lastimoso dagestão das finanças públicas e de todos os faux-pas que o governo tem dado.

Segundo objetivo (em vias de se concreti-zar) acicatar a fibra nacionalística dos francófo-nos rurais, apontando para o papão que repre-senta Montreal e os seus imigrantes, reconfor-tando-os nas suas inseguranças identitárias econvencê-los de que o Parti Québécois é oúnico legítimo baluarte contra as investidasdos imigrantes.

Terceiro objetivo, e não o menor, fazer aexperiência, aprender com o que tem funciona-do, afinar a estratégia utilizada com a carta, pa-ra servir de modelo à propaganda em favor daindependência.

Os primeiros sinais deste último objetivoforam claramente enunciados pela primeira-ministra Marois quando afirmou, há poucassemanas, que se o PQ fosse eleito, um dos pri-meiros mandatos seria o de fazer uma vastaconsulta popular, por todo o Quebeque, sobreo futuro da província com o fim de publicarum livro-branco, onde todas as opções serãoabordadas. (É fácil adivinhar qual vai ser a opçãopreferida…)

Deste modo, graças ao dinheiro do estado,

isto é o dinheiro de todos os contribuintes,dos quais mais de sessenta porcento são contraa independência, o Parti Québécois vai tentarcatequizar todos os indecisos.

A razão de o PQ ter recrutado tantos jor-nalistas para as suas fileiras, insere-se nesta es-tratégia. Não lhe é necessário rodear-se de bonsgestionários, economistas, técnicos, homensde estado. Não. Basta-lhe ter bons comunica-dores para passar a mensagem. E quem fala decomunicadores, em termos de política, fala depropaganda. E quando se trata de nacionalis-mo, trata-se de evangelismo!

Esta estratégia não é de agora. Já no tempodo primeiro governo do PQ, o Ministério dosTransportes, sob o pretexto de fazer publicida-de ao uso do cinto de segurança nos automó-veis, saiu-se com vários slogans insidiosamentenacionalistas, como aquele famoso «On s’at-tache au Québec» ou «On fait du chemin en-semble». Até o Ministério do Comércio saiu-se com uma campanha publicitária do mesmoteor onde um dos slogans era «Envoyons del’avant nos gens», ou aquela publicidade parasublinhar o quadragésimo aniversário do di-reito de voto das mulheres, com um slogan damesma água «On veut l’égalité».

Mas visto que os slogans publicitários nãoderam afinal o resultado esperado, ei-los quedesta vez vão fazer do porta-a-porta, sob opretexto do dito livro-branco, à conta do orça-mento público e como se já não bastasse teremconseguido infiltrar todas as salas de redaçãoda imprensa, rádio e televisão, o próximo obje-tivo que começaram agora a investir é o deconseguirem açambarcar as redes sociais, Blo-gosfera, Facebook, Twitter ou YouTube, e as-sim darem a impressão de que todo o povo es-tá com eles.

Resta-nos a esperança que aconteça aoParti Québécois o que aconteceu em Portugalao Partido Comunista. Nos primeiros temposdo pós 25 de Abril invadiram todas as redações,assenhorearam-se de todos os postos de co-mando. Puseram os seus homens de mão a to-dos os níveis do aparelho do Estado e quemvisse de fora davam a impressão de serem se-nhores absolutos. Afinal nunca conseguiramo poder central pelas eleições e hoje estão redu-zidos a quase nada.

Estamos confiantes também que a sabe-doria centenária dos canadianos franceses sai-ba, uma vez mais, repudiar as manobras dilató-rias dos independentistas, mas, o mais impor-tante ainda, é que das fileiras do Partido Liberalsaiam os verdadeiros defensores do sistemafederalista, capazes de mostrarem à evidênciaque há outras formas de governo, muitos maisconformes com as aspirações do nosso século,isto é, o de um regime onde todas as línguas,religiões, etnias se sintam em casa, sem quepara isso precisem de odiar o vizinho.

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L P

ATO IA Presidente da Assembleia da Re-pública, Assunção Esteves, propôs que ascomemorações do 25 de Abril fossem pa-trocinadas por empresas privadas, em formade mecenato.

Nos Açores, houve logo quem pensas-se que o Dia da Autonomia seria patrocina-do pelo Grupo ASTA...

ATO IINicolas Maduro quer fechar a CNN e

as televisões que, na Venezuela, não estãocom o regime.

Se ele quiser fazer uma re-estruturaçãotelevisiva que não dê em nada, temos peritosnisso.

Enviamos-lhe o primo português, Poi-ares Maduro.

ATO IIIA propósito de estadistas, Mário Soa-

res continua a falar de “revolta popular”,mandar os governantes para casa “pelo pró-prio pé” e outras ameaças temerosas.

Vamos enviá-lo para a Ucrânia.

ATO IVAinda a propósito de ditaduras, Passos

Coelho aprova que um dos maiores dita-dores africanos, o da Guiné Equatorial, ocu-pe uma cadeira na lusófona CPLP.

Alberto João Jardim está ofendido.

ATO VÀ falta de ditadores nos Açores, Passos

Coelho não quis que um açoriano ocupasseuma cadeira da administração da FLAD...

ATO VI

Parece que alguns deputados açorianos,numa comissão parlamentar, resolveram al-terar o articulado de legislação, aprovada emplenário, sobre a contratação de profes-sores.

Assim é que é! Pulso forte contra asbancadas inúteis!

Já temos candidatos a mais cadeiras daCPLP.

ATO VIIA Câmara de Ponta Delgada irá pagar

uma indemnização de um milhão de eurosà UTC, devido à escandalosa trapalhadacom o concurso dos minibus.

Para uma Câmara rica (ao que parece,afinal, são todas, menos a da Lagoa!), oque é isto comparado com o pagamentoda remuneração complementar?

De castigo, Bolieiro vai aos bailes dis-farçado de motorista.

ATO VIII

José Sócrates tomou posse comomembro do Conselho Geral da Universida-de do Minho.

A seguir vai dar uma aula de ciênciapolítica avançada, com o título “Como darcabo de um país em apenas dois mandatos”.

ATO IXLeio na nossa imprensa que “o Secre-

tário Regional da Saúde admitiu esta sexta-feira a injeção de novas verbas para ‘ir corri-gindo algumas situações’ no Serviço Regio-nal de Saúde”.

Injeção?O Secretário, que é médico, não sabe

que um doente em coma profundo, nemcom dose de cavalo?

ATO X

Acho esta descrição do jornalista deeconomia, João Vieira Pereira, no “Expres-so”, uma delícia: “Um ex-alcoólico a servirbebidas num bar. É o mesmo cenário quese está a preparar com a saída limpa do Es-tado português do programa de ajusta-mento”.

ATO XI

Ficamos a saber esta semana que há56 portugueses que recebem uma reformade quase 17 mil euros por mês, que custamaos cofres do Estado 11 milhões de euros,enquanto 80% dos pensionistas recebemapenas 360 euros de reforma.

Azar dos 56 não residirem nos Açores.Ainda apanhavam com uma remuneraçãocomplementar...

ATO XIIVai ser construído em Santa Maria o

primeiro paleoparque de ilha do mundo.Chamar-se-á “Casa dos Fósseis”.

Alguns políticos já se inscreveram.Bom carnaval. L P

Consulado Geral de Portugal em MontrealO Consulado Geral de Portugal em Montreal informa que, devido a um processo de re-

estruturação interno, o horário de abertura ao público passará a ser o seguinte:

Segunda-feira: Das 9.00 às 12.00 e das 13.00 às 15.30;Terça-feira: Das 9.00 às 12.00 e das 13.00 às 15.30;Quarta-feira: Das 9.00 às 12.00 e das 13.00 às 17.00;Quinta-feira: Das 9.00 às 12.00 e das 13.00 às 15.30;Sexta-feira: Das 9.00 às 13.00.

O horário de atendimento para a secção de vistos é o seguinte:

Terça-feira: Das 13.00 às 14.00;Quinta-feira: Das 13.00 às 14.00.

O novo horário entra em vigor a partir do dia 1 de Março de 2014. L P

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Página 36 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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BOM ANO 2014 PARA TODOS!

Renovámos para melhor servir a nossa clientela!

LusoPresseno PortoO Centro de Estudos da Po-

pulação, Economia e Sociedade (CE-PESE), em colaboração com a Secre-taria de Estado das Comunidades Por-tuguesas, vai organizar, nos dias 18 e19 de março deste ano, um SeminárioInternacional subordinado ao tema«Imprensa de Língua Portuguesa noMundo», para o qual foi convidado onosso jornal.

Carlos de Jesus, na qualidade dediretor do LusoPresse estará presenteno evento, durante o qual fará uma a-presentação sobre a imprensa escritaem língua portuguesa no Quebeque.O facto de ter sido um dos principaisobreiros na criação do jornal «A Vozde Portugal» que veio substituir o anti-go «Voz de Portugal» e ter ainda assis-tido aos processos rudimentares comque eram então produzidos os jornais,justificam plenamente o tema da suacomunicação “Imprensa Portuguesano Quebeque: do corta e cola ao pro-fissionalismo”.

Neste seminário estarão mais deduas dezenas de jornalistas de todo omundo, do Canadá a Macau, passandopela América do Sul, África e Europa,será debatido o papel da imprensa lusó-fona enquanto veículo de informação,cultura e identidade, assim como osdesafios que se põem tanto no presen-te como no futuro.

A CEPESE é uma Instituição deUtilidade Pública consagrada à investi-gação científica, de vocação universi-tária, com estatutos próprios, fundadapela Universidade do Porto e pela Fun-dação Eng. António de Almeida.

O seu plano de ação desenvolve-se nos mais diversos domínios sociaise científicos de forma a contribuir parao estudo, análise e compreensão dosfe-nómenos sociais, tanto quanto àsua evolução histórica como aos desa-fios do presente e do futuro.

L P

URUGUAI

O MAR DE PRATA DEIXOU MORRER CARLOS PÁEZ VILARO• Reportagem (texto e fotos) de Adelaide VILELA

Caros leitores, morreu o Grande Ar-tista Uruguaio Carlos Paéz Vilaro, no lugarque amava, a famosa Casapueblo. Ali pintavae convivia com as ondas do mar e a prata dorio que beijava e namorava correntes e peixes,do fundo da Argentina até ao Uruguai. Masserá que a morte é o fim de tudo? Na nossaopinião perdemos o lugar na terra que nos foi“alugada” ou cedida por um certo e determina-do tempo. O dia da partida chega como o la-drão. Lá vamos… Isso significa que não per-tencemos mais ao grupo dos vivos. Pronto,acabou-se… E para onde vamos? Na minharecordada infância diziam-nos que os bons su-biam direitinhos pela escada do Céu, os que seportavam mais ou menos bem, passavam pelopurgatório e os maus desciam às profundezasdo inferno. A Bíblia Sagrada promete que osfiéis a Deus ressuscitarão e virão a governarsentados à direita do Pai. Esta é a nossa esperan-ça, vermos na outra dimensão, Carlos Paéz ro-deado de milhares de telas pintadas – com asbelas cores do amor e de alegria máxima – quemuito bem soube partilhar como homem ecomo artista, durante 90 anos.

Carlos Páes nasceu em Montevideu nodia 1 de novembro de 1923 e faleceu no dia 24de fevereiro na famosa casa que ele mesmoajudou a construir, a Casapueblo. Viveu emBuenos Aires e aí se iniciou como artista plás-tico.

Foi na década de 40 que regressou ao Uru-guai. Muito interessado pelas artes fez nascerno seu País, sobretudo na cidade de Montevi-déu, alguns museus entre eles o de arte afrooriental. Em 1956 dirigiu o Museu de arte mo-derna da sua cidade berço. Foi também Secre-tário do Centro de Artes Populares, muito apre-ciado pelo povo. Chegou a ser consideradoum artista único, simples, empreendedor (se-nhor de um trabalho excecional), com técnicasdiversas e de uma beleza inigualável.

Com os pés bem assentes na comunidadeafro uruguaya, durante anos participou em fes-tas populares e pintava o que o povo desejas-se, como artista plástico.

Antes de concluir este apontamento sobreo grande artista que tivemos o prazer de co-nhecer na Casapueblo, em Punta Ballena, Uru-guai, queremos levar aos nossos leitores umaréstia de luz, um pouco de força, uma onda de

energia de Carlos Páez Vilaro.Corria o ano de 1972, o filho Carlitos via-

java de avião, o mesmo transportava um grupode jogadores de “Old Christians” e seus famili-ares. O avião caiu na Cordilheira dos Andes.Depois do desaparecimento da aeronave o ar-tista mudou-se para o Chile para colaborar nasbuscas intensivas. Arriscou tudo mesmo de-pois de terem suspendido a procura dos sobre-viventes. Este pai recrutou voluntários, con-sultou videntes e finalmente o seu amado Carli-tos foi encontrado vivo e ficou na históriados 16 sobreviventes do acidente de avião.

Num livro que escreveu o nosso Picassouruguaio, o arquiteto, o escultor, ele que moroucom os bichos na montanha, na esperança deencontrar o seu Carlitos, disse com os olhosda alma: “o meu filho figura entre os vivos”.“Entre mi hijo y yo, la luna”, é o títuloda obra.

Esta é a minha última homenagem a estegrande Artista. Foi no Uruguai que o conheci,com um grupo de poetas do Brasil e dos outroscantos da Terra. Ali me estreei a falar espanhole é com grande emoção que escrevo:

Gracias por haber amado a mi Portugal,así que ha sobrado amor y voluntad para apren-der a su idioma. Adiós estimado Carlos PaézVilaro que su alma descanse en los brazos deJesús.

Até sempre Leitores.

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L P

Carlos Paéz Vilaro, o grande pintor uru-guaio. Em cima, a Casapueblo.

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Página 46 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Onésimo Teotónio Almeida• Osvaldo Cabral• Vitória Faria• Adelaide Vilela• Inês Faro

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TvProdutor Executivo:• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 22h00 às 23h00• Sábado: 11h00 ao meio-diaTelenovela: segunda a sexta-feira,das 17h00 às 18h00.(Ver informações na página 16)

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GRUPO FERREIRA

CONTINUA A CRESCER• Por Norberto AGUIAR

O Grupo Ferreira continua a sua ex-pansão no meio gastronómico local. Depoisdo Ferreira Café, um dos restaurantes do topno Quebeque, apareceu o Vasco da Gama, namesma rua daquele (Peel), com um conceitodiferente, mas quão interessante, ao ponto dejá também ser um ponto de referência na cida-de de Montreal. Outro restaurante do Grupo,o «F-Bar», também percorreu o seu caminho,sem no entanto atingir o fulgor dos seus dois«irmãos» de ramo. Marcou uma presença im-portante numa zona, «Quartier des Specta-cles», muito nobre da cidade, com uma clientelamuito específica, mas inconstante. Daí que

há semanas, o «F-Bar», que encerrou durantealgum tempo para renovações, reabrisse emforma de Taberna Portuguesa, mas com sinalde mais-valia.

Na verdade, o novo, pode ser assim defini-do devido à transformação de que foi alvo, Ta-berna Portuguesa «F», apresenta agora umagastronomia totalmente diversa daquela queapresentava anteriormente. De fina gastrono-mia, o Taberna Portuguesa «F» passou para ogrupo dos restaurantes de petiscos, aqui maisconhecidos por «restaurantes de tapas». Masatenção. O Taberna Portuguesa continua comum cardápio de classe, preparado com muita«finesse» e bom gosto. Para quem por lá jápassou, pode efetivamente estar de acordo como que aqui fica escrito. A diferença, porque a

há, é que a comida é servida em forma de por-ções mais pequenas, necessitando-se de, pelomenos, três serviços para que se complete orepasto, no que vai dar ao mesmo, bem vistasas coisas...

De maneira a pôr os nossos leitores como «dente» no Taberna Portuguesa «F», comece-mos por falar das entradas. É desta forma quepor entre 7,00$ e 16,00$ podemos degustarlulas fritas, polvo grelhado, chouriço picante,etc. Logo depois, o cliente entendido podepedir um caldo verde tradicional, sardinhas emescabeche, bacalhau à Brás, polvo à Lagareiroe muito mais. Nesta etapa, digamos assim, ospreços variam entre os 6,00$ e os 15,00$. Se-guindo em frente, chegamos à secção das «In-fluências». Pizza royale, lulas, camarões comalho, bife a cavalo... por apenas 9,00$ a 17,00$.São preços escassíssimos para a qualidade doque é servido e se come! Ainda não satisfeito,o cliente pode enveredar pela popular bifanaportuguesa (12,00$) ou uma choruda sandesde carne (15,00$). Há, com efeito, muito poronde escolher. E nem sequer falamos nas sala-

Carlos Ferreira, orgulhoso pela sua nova obra. Foto LusoPresse.

Muita gente compareceu na reabertura do novo «F». Carlos Ferreira, ao centro, recebe um grupo de amigos do seu amigoAlexander Bilodeau, em primeiro plano, à direita. Foto LusoPresse.

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Página 56 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

das, nas batatas frites (hum...), etc.Falámos nas secções «Para beber um copo», «Petiscos tradicionais»,

«As influências», «Os clássicos do F», os «Ao lado...» E ainda há os«Petiscos açucarados» e «A beber». Como se percebe, no primeiro casotrata-se de tudo o que é relacionado com a sobremesa, a começar noscélebres pastéis de nata, passando pelo chocolate ou amêndoas... Nosegundo caso, tudo do que há de melhor em termos de vinhos de mesa,do tinto ao branco, passando pelo rosé. Champanhe, do verdadeiro,também o há. A variedade dos preços aconselha que seja o cliente a tera última palavra. Um copo pode ser servido, para quem não queira agarrafa.

Toda esta panóplia de pratos e bebidas é servida num ambienteacolhedor, até pela exiguidade do local. As pessoas, no Taberna Por-tuguesa «F» sentem-se parte da casa, tal é a proximidade entre os con-vivas, os empregados e mesmo os chefes, com o João Dias a sair da co-zinha, vasta e moderna, nos baixos do restaurante, para vir conversarcom os clientes. É uma nova forma de estar por «dentro» do que que-rem as pessoas que procuram um bom restaurante.

E por que ganha peso, o Taberna Portuguesa «F» já recebe gentede todas as procedências da cidade, e não só, e de todas as origens e cre-dos. Na noite da nossa passagem pelo novo «F», vários artistas e des-portistas lá estavam a marcar uma presença importante. De resto, atéacabámos por falar com Alexandre Bilodeau, o campeão olímpico aca-badinho de chegar de Sotchi. «Vim ver e apertar a mão ao meu amigoCarlos». E logo mais adiante: «Conheço melhor o Ferreira Café, que emminha opinião é um dos melhores restaurantes de Montreal. Mas voupassar a vir aqui mais vezes», concluiria a grande vedeta desportiva ca-nadiana.

Por tudo o que fica dito, não é descabido ao nosso leitor passarpelo Taberna Portuguesa «F» e, por si próprio, apreciar mais uma joiada gastronomia portuguesa neste lado do mundo.

Vasco da Gama no aeroportoNa introdução deste texto falávamos na expansão do Grupo Ferrei-

ra, agora que também tem herdades vinícolas e azeiteiras no Norte dePortugal. E essa expansão tem a ver com a abertura de um outro Vascoda Gama, agora no Aeroporto Pierre-Elliot-Trudeau. É uma estruturade gabarito, que faz diferença onde foi construído, na secção dos voosinternacionais. Beleza para a vista, pois a sua decoração é de vanguarda,com o busto de Vasco da Gama pintado no muro em evidência, nãofosse ele o patrono do próprio restaurante. A sua capacidade é de 45 lu-gares sentados, mas os transeuntes têm sempre a possibilidade decomprar o comer e levá-lo, até, consigo na viagem... E as especialidadescomeçam no bom café, que o Carlos Ferreira garante ser o melhor dasredondezas, prossegue com as guarnecidas sandes, e continua com asomeletas e tostas à moda portuguesa, of course. Além de tudo isso, to-dos os dias há um prato de gastronomia portuguesa.

Pela sua beleza visual, pelo bom ambiente que proporciona, e pe-lo excelente paladar da sua gastronomia, uma visita ao Vasco da Gamado aeroporto justifica-se perfeitamente. L P

Sandra Ferreira, a nova gerente do «F» recebendo AlexandreBilodeau. Foto LusoPresse.

Foto LusoPresse.

Carlos Leitão

Candidato pelo Partido Liberal do Quebeque• Por Carlos DE JESUS

O nosso compatriota e reputado economista,Carlos Leitão, vai-se candidatar nas próximas eleições adeputado na circunscrição de Robert-Baldwin, no oesteda ilha de Montreal, em representação do Parti libéral duQuébec (PLQ).

Figura bem conhecida do meio da finança, CarlosLeitão é presentemente o economista principal do BancoLaurentienne, depois de já ter trabalhado para o BancoRoyal, em Toronto e Montreal.

Como tivemos ocasião de noticiar a seu tempo*,em 2008, Carlos Leitão foi considerado pela Agência deNotação Bloomberg como o segundo melhor econo-mista no mundo. É sem contestação um especialista eco-nómico de grande reputação em todo o Canadá. Lem-bramos aos nossos leitores que Bloomberg tinha avaliadoo trabalho de 126 profissionais que se tinham pronunci-

ado sobre os índices económicos americanos num espaçode tempo compreendido entre 2006 e 2008. Com uma pre-cisão de 65%, Carlos Leitão chegou a uma unha negra doprimeiro lugar. Também muito recentemente este nossocompatriota foi entrevistado pelo programa de televisãoLusaQ TV no quadro da divulgação dos portugueses quemerecem ser conhecidos da comunidade.

Há grandes possibilidades que Carlos Leitão consigafazer-se eleger naquele distrito eleitoral que tem sido fiel aoPLQ com largas maiorias.

Com o anúncio desta candidatura, assim como a doDr. Gaétan Barrette, antigo candidato da Coligation AvenirQuébec (CAQ) e da professora universitária Dra. HélèneDavid, irmã de Françoise David, líder do Parti Québéc Soli-daire, os liberais parecem ter retomado um pouco mais deânimo para enfrentar a próxima contenda eleitoral.

* h t t p : / / w w w . l u s o p r e s s e . c o m / 2 0 0 8 / 1 9 2 /noticia.aspx?Carlos+Leitao.htm

L P

Carlos Leitão quando passou recentemente nos estúdios do Canal ICI para dar uma entrvista à equipaportuguesa da LusaQ TV, na foto, da esquerda para a direita, representada por Carlos do Rio, Carlos deJesus e Norberto Aguiar. Alexandra Mendes também esteve na LusaQ TV pelo mesmo motivo. Foto Lu-soPresse.

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Nem tudo na rede é peixe• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

Circula há alguns anos na NET a frase Os políticos eas fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão,atribuída a Eça de Queirós. Porque já a conhecia em inglês, e ha-bituado que estou a encontrar traduções e adaptações semelhan-tes apresentadas como originalmente lusas, acreditei tratar-sede mais um exemplo. A minha outra razão era intuitiva: aquelehumor não me parecia eciano. Independentemente, claro, domeu avultado respeito pelo nosso mestre da ironia.

Há pouco tempo, esse “apócrifo” de Eça surgiu-me de no-vo no ecrã e resolvi-me a um tira-teimas. Emailei A. CamposMatos, senhor de tu-cá tu-lá com os textos queirosianos. A res-posta veio célere e perentória: Tal como a conhecida história dacarta ao diretor da Companhia das Águas a perguntar Queposso eu cortar a V. Ex.cia se V. Ex.cia me cortar a água?, essafrase não vem em qualquer livro de Eça. É uma falsa atribuição.E, de seguida, em PS: A carta ao diretor da Companhia dasÁguas é da ramalhal figura.

A frase passou a circular na Internet sobretudo depois doaparecimento do filme Man of the Year, de 2006, em que RobinWilliams, no papel de Tom Dobbs, figura decalcada em váriostalk-show hosts norte-americanos, a repete, supostamentecitando Benjamin Frankin.

Estes casos abundam. Gabriel Garcia Marquez farta-se derepetir que não é autor de uma famosa carta a despedir-se da vi-da, em circulação há anos na Internet, na qual o romancista, de-clarando-se una marioneta de trapo, se retrata de profundasconvicções que sempre manteve. O texto, aliás, é bastante digno(e de não envergonhar nem sequer um Nobel). Todavia, se nãoé de Gabo e se o próprio autor de Cien Años de Soledad équem o afirma, há que ouvir-lhe a voz e aceitar-lhe o legítimodesejo de dissociar o seu nome desse texto.

A verdade é que a Internet tornou impossível retificar taiserros. A velhíssima estória de alguém a quem mandaram espalharpenas de galinhas e mais tarde recolhê-las todas, missão im-possível porque o vento as espalhara (a moral do exemplo era:“assim acontece com os rumores lançados acerca das pessoas”)tem hoje na NET a sua versão em progressão geométrica não àvelocidade do vento, nem sequer do som, mas da luz. E fica tu-do aí pelo espaço dependurado ninguém sabe onde, e para sem-pre inapagável.

Há semanas passou aqui por Providence Luís FernandoVeríssimo de cujas crónicas sou há décadas confessado fã. Mon-tou-se uma mesa-redonda para uma conversa em sala cheia dealunos e leitores do mundo lusófono. LFV, conhecidíssimopor não gostar de falar nem em público nem em privado (naPóvoa de Varzim, numa sessão nas Correntes onde os escritoresem regra pedem mais uns minutinhos de antena, abriu a sua in-tervenção com duas ou três frases e voltou-se para o moderador:Já falei o mínimo?), conversou com aparente gosto. A certa al-tura, revelou que também circulam na NET crónicas atribuídasa ele que não são da sua autoria. A propósito de um desses escri-tos apócrifos, contou de uma mulher se ter acercado dele alguresna rua e lhe ter confessado despudoradamente: Leio sempre oque o senhor escreve e não gosto, mas desta (uma crónica cujo tí-tulo não fixei e que LFV garante nunca ter escrito), gostei muito.

Parece – convenhamos – uma das deliciosas estórias que oLFVeríssimo inventa. Mas neste caso, pode rolar por aí à vontadecomo verdadeira. Se ele a inventou e a conta ao vivo, então éreal. É dele.

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Pelo Partido Quebeque Solidário

Rosa Pires é candidata em Verdun Por Norberto AGUIAR

A nossa compatriota, Rosa Pires, foiescolhida pelo Partido Quebeque Solidário pa-ra concorrer às eleições quebequenses do próxi-mo dia 7 de Abril pela circunscrição de Verdun,sudoeste de Montreal.

Pessoa muito implicada na Comunidadede Acolhimento, Rosa Pires é uma democratade toda a hora, de formação esquerdista e favo-rável à independência do Quebeque, daí, supo-mos, a sua candidatura pelo Partido QuebequeSolidário, dos conhecidos ativistas Amir Kha-dir e Françoise David, seus chefes.

Rosa Pires, paraquem não a conheça,foi em tempos asses-sora de Imprensa dedois ministros ao ser-viço do Partido Que-bequense, agora, co-mo todos sabem, di-rigido pela SenhoraPauline Marois. Alémdisso, Rosa Pires tam-bém se implicou numdos comités etno –culturais que traba-lhou a favor do «Sim»no Referendo de1995, foi cooperanteem Moçambique, on-de pus de pé activi-dades de sensibiliza-ção relativas aos im-pactos da mundia-lização, e foi respon-sável, no seu regressoa Montreal, por viado Centro de Ecolo-gia Urbana de Mon-treal, da criação de umprograma de Educa-ção Popular baseadana democracia muni-cipal.

Mais tarde, RosaPires fez ainda partedo Primeiro Con-selho de Montrea-lenses. Mas agora, anossa compatriotatrabalha no seio deum agrupamento na-cional de ajuda às mu-lheres vítimas de a-gressões sexuais e dediscriminação vividaspor essas mesmasmulheres.

Entretanto, em2013, Rosa Pires,sempre segundo asnotas que acompa-nham o seu boletimde candidatura, funda,com algumas conhe-cidas individualidadesdo meio político que-bequense, o «Grupode Independentistaspara uma laicidadeinclusiva», uma vozindependentista detodos aqueles que seopõem ao projeto deLei 60.

Hoje em dia, Ro-sa Pires prepara-separa obter uma mes-trado em Ciências Po-líticas. Politicamentefalando, esta jovemmãe de família preo-cupa-se muito com o«Nous» quebequense,com o aumentoconstante do custode vida, do ambiente,da falta de alojamentoabordável, tudo temasrecorrentes na cir-

cunscrição por onde concorre, Verdun.Por fim, podemos dizer que Rosa Pires também esteve em tempos

ativa no seio da nossa comunidade, tendo chegado a ser a representanteda juventude da diáspora junto do governo de Portugal.

Rosa Pires é ainda filha do nosso colaborador Fernando Pires.Para já, como fazemos e faremos para todos os candidatos de ori-

gem portuguesa, desejamos os melhores sucessos nesta via políticatão atraente mas também tão complicada.

L P

Circunscrição de Verdun - Rosa Pires,jovem mulher de origem portuguesa é acandidata pelo partido político Québecsolidaire no distrito eleitoral de Verdun.

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Página 76 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Helena Loureiro e o Festival Montréal en Lumière 2014• Reportagem de Vitória FARIA

Pela 11ª vez consecutiva Helena Lou-reiro participou no Festival Montréal en Lu-mière, isto é, desde que abriu o seu primeirorestaurante, o Portus Calle. Este ano, os seusdois restaurantes foram os únicos portuguesesparticipantes do prestigioso festival. Comodecerto todos sabem a vertente gastronómicaé uma das mais concorridas. Pelo seu lado, oFestival comemorou este ano o 15º aniversário.

Tal como em anos anteriores, HelenaLoureiro teve um chefe convidado, este anofoi Margarida Cabaço, chefe proprietária doRestaurante São Rosas, de Estremoz. Entreela e Helena há, para além duma grande amiza-de, muitas afinidades, como a de uma cozinhaautenticamente portuguesa, feita com produ-tos de primeira qualidade, requintada e inventi-va. Foi com este respeito do que de melhortem a gastronomia portuguesa que HelenaLoureiro conseguiu atingir o prestígio de quedesfruta, não somente entre os portugueses,mas junto da clientela quebequense. Para oconstatar basta ir comer a um dos seus restau-rantes, seja no Helena, na rua McGill, no VieuxMontréal, seja ao Portus Calle, no BoulevardSaint-Laurent. É quase certo que vamos en-contrar alguma cara conhecida da televisão oudo mundo artístico. Já lá encontramos SimonDurivage, Jocelyne Blouin, e vários outros.

Os serões gastronómicos tiveram lugarno Restaurante Helena, nos dias 24 e 25 de fe-vereiro e nos dias 26 e 27 no Restaurante Por-tus Calle. Para começar havia um apetitoso«Sur la table» (pasta de fígado de aves, de chou-riço e azeitonas temperadas) e o serviço inicia-va-se com uma «Mise en bouche» de pezinhosde coentrada, cogumelos com camarões e umasopa de tomate à Alentejana, que muito me fa-zia lembrar a da minha mãe, mas em mais re-quintado. Como prato principal, um bacalhaudourado com salada de coentros e aromas fres-cos, seguido de medalhões de vitela com amei-xas e puré de maçã. Em ambos os pratos, haviaaliado à sofisticada leveza que não escondia aorigem lusitana, a originalidade da apresenta-ção. Seguiu-se um queijo afinado do Alentejoservido com compota e frutos secos, uma bela

forma de valorizar o queijo sem as tradicionaisfrutas que habitualmente o acompanham. Parafinalizar a refeição, uma sobremesa de docesconventuais, tão leves quanto o podem ser es-ses doces tradicionais à base de gemas de ovos,aqui confecionados por uma chefe que teve otalento de os tornar quase etéreos. O pontofinal em beleza, foi um vinho moscatel, nãode Setúbal como ele é conhecido, mas da regiãodo Porto. Delicioso.

Os vinhos servidos são uma produção a-lentejana da chefe Margarida Cabaço.

Mesmo se Helena Loureiro tinha razõesde sobra para estar calma, não só pela presençaamiga da chefe convidada, mas também pelomenu que ela sabia perfeitamente bem-sucedi-do, andou num rodopio constante, em todo olado, a avaliar a satisfação dos clientes, atenta atudo, com o seu eterno sorriso.

Mais uma vez a participação de HelenaLoureiro no Festival Montréal en Lumière2014 fez honra à gastronomia portuguesa,ao mesmo tempo que a chefe convidada Mar-garida Cabaço honrava a cozinha alentejana.Não conhecíamos a chefe portuguesa que éuma pessoa encantadora, duma grande sim-plicidade. Não sendo natural do Alentejo ado-tou-o há muito, visto que foi abrir o seu Res-taurante São Rosas, em Estremoz. Falamosda possível dificuldade de trabalhar em Mon-treal sem os produtos alentejanos mas ela asse-gurou-nos tê-la contornado sem dificuldadepois aqueles de que pode dispor eram de grandequalidade. Confessou-nos gostar muito deMontreal que já tinha visitado em 2010 e de fi-car deliciada com a espontaneidade dos quebe-quenses. Presenciámos os testemunhos de cer-tos clientes que, à medida que partiam, vinhamfelicitar a chefe e dizer-lhe quanto tinham apre-ciado a sua cozinha, atitude a que não está ha-bituada, embora já possua o seu restaurantehá mais de vinte anos.

Falou-nos de como a cozinha em Portugaltem evoluído muito, passando de uma cozinhaonde primava sobretudo a abundância no pratoa uma mais delicada, sem ter perdido o que temde genuíno e que é preciso preservar. Tambémme disse como a diversificação da agriculturaalentejana foi benéfica, passando-se da quasemonocultura do trigo extremamente empobre-

cedora dos solos, para uma maior variedadecom ênfase na vinha, que deu origem a uma vi-nicultura duma qualidade que quase ninguémsuspeitava ser possível. Isto foi muito benéficopara o Alentejo que se tornou conhecido e re-conhecido pela qualidade dos seus produtos,para além da tradicional cortiça, naturalmente.Ela própria se dedicou à produção vinícola,produzindo belos brancos e tintos, não sópara o consumo do seu restaurante mas tam-bém para exportação privada para restaurantescomo os de Helena Loureiro. Além do “Marga-rida”, belos rótulos esboçados por ela e que airmã pintou, vinhos branco e tinto, há ainda oMonte dos Cabaços, um tinto que mostra queafinal tudo se tornou numa empresa familiar.

Para acabar, Margarida Cabaço fez-meuma pergunta inocente, se eu sabia a razãopor que é que os doces conventuais – de queela nos apresentou dois exemplos deliciosos– levam tantas gemas. Evidentemente que des-conhecia a resposta. Confiou-me então que arazão é simples, é que as freiras utilizavam asclaras para engomar os seus hábitos, e comodetestavam deitar fora fosse o que fosse, inven-

Margarida Cabaço, a chefe convidada, e Helena Loureiro, chefe proprietária dosrestaurantes Helena e Portus Calle. Foto LusoPresse.

taram todos esses doces maravilhosos que fa-zem hoje parte da rica tradição portuguesa.

Para além dos parabéns às duas chefesque nos proporcionaram este serão gastronó-mico, na bela decoração do Helena, não que-remos deixar de mencionar a elegância da loiça(portuguesa) portadora da assinatura de HelenaLoureiro. L P

Air France, patrocinadora do FestivalMontréal en Lumière, ofereceu um copode champanhe a todos os clientes comreserva no restaurante Helena. Foto Lu-soPresse.

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Página 86 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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514.543-1243.

Primeira edição de um leilão silencioso, dia 25 de março!!!

Participe!

O Centro de Ajuda à Família organiza a primeira edição deum leilão silencioso, terça-feira, dia 25 de março 2014, a partir das18h, no Restaurante Chez Le Portugais, 4128, St-Laurent, em Mon-treal.

As obras de artes de todos os géneros estarão expostas e podemser adquiridas no leilão silencioso. Estas obras foram oferecidas aoCentro por artistas provenientes de vários horizontes, por isso éuma ocasião excecional de encontrar obras de arte de qualidade paratodos os gostos e orçamentos. E a tudo isto, acrescenta-se um en-contro simpático e agradável, bem como prémios de presença.

Esperamos por si!Para mais informações: http://www.centreaidefamille.ca/caf/

index.php?id=15

Como em todos os espetáculos daPaula de Vasconcelos a que temos assistido, anova peça que se estreou no passado dia 4 demarço no teatro “Espaço Go” do boulevardSaint-Laurent, é também um misto híbrido deteatro, dança e música com o qual a realizadorae encenadora procura enfeitiçar os espectado-res, contando-lhes uma estória que os faça refle-tir sobre a condição humana.

Como bem resume o programa do espetá-culo, a peça questiona-se sobre o «como fazera ponte entre ontem e amanhã? Como substi-tuir as ruínas do passado por novas estruturasque permitam que a vida prossiga sem negar ahistória? Os princípios de harmonia arquitetó-nica dos templos do mundo são transponíveispara as relações humanas?»

«Em todo o mundo, há arquitetos a pensarnos princípios essenciais à reconstrução de sí-tios devastados pela guerra. No entanto, paraalém da reconstrução de edifícios e de comu-nidades, é o princípio da reconstrução ele mes-mo que é objeto de questão: como aprendercom o passado, numa perspetiva de elevaçãodas consciências?»

No caso presente, trata-se da história deum homem e de uma mulher sobreviventes

L’Architecture de la paixNova criação de Paula de Vasconcelos

• Por Carlos DE JESUS

miraculados dum ca-taclismo bélico, quese interrogam comoé possível ainda esta-rem vivos, eles que ti-nham pensado que sehouvesse uma novaguerra mundial estaseria a última porquenão mais haveria umúnico ser humanoque lhe escaparia.

A peça foi escritapela celebrada autoraEvelyne de la Chene-lière em colaboraçãocom a Paula de Vas-concelos que dirigiu aencenação e a coreo-grafia e conta tam-bém com a participa-

ção do Teatro de SãoLuiz de Lisboa.

À volta dos doispersonagens princi-pais gravitam dois ou-tros que são a espe-rança dum outro fu-turo, o filho e a namo-rada, que é interpre-tada pela artista e can-tora portuguesa AnaBrandão. Há ainda umoutro português noelenco, o percussio-nista Carlos Mil-Ho-mens que sublinhamusical e dramatica-mente certos passosda história. Os papéisprincipais são assu-midos por PascaleMontpetit e DanielParent.

A representaçãoé em parte bilingue,francês e português.Aliás o início da his- L P

tória é narrado mara-vilhosamente bem pelaAna Brandão, em Por-tuguês, com a traduçãoem francês pela Pascale Montpetit, de pé, faceao público, como se es-tivessem numa ágoragrega. Sublinhe-se que a musicalidade da vozda artista portuguesa sus-tenta perfeitamentebem o confronto com o charme da línguafrancesa, provavelmente tam-bém devido aotom épico da narrativa a que tão bem se prestaa língua de Camões.

A peça estará em cena até ao dia 22 demarço corrente.

Carlos Milhomens e Ana Brandão, nos estúdios de PigeonsInternational, quando se preparavam para falar para a LusaQTV, programa de televisão em Português. Fotos LusoPresse.

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Página 106 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Também colaboradora do LusoPresse...

Lélia Pereira Nunes, uma catarinense-açoriana• Entrevista de Inês FARO

Através do skype, podemos ver e ou-vir em tempo real alguém de outro hemisfério.Infelizmente, a tecnologia ainda não nos per-mite trocar cheiros nem sabores. Se fosse pos-sível, tenho a certeza que a chamada para oBrasil cheiraria a mar. Do lado de cá ainda nevae o dia está particularmente ventoso e frio. Dolado de lá estão 37km de areal e mar e o eco deuns festejos que anunciam o fim do carnaval.Lélia Pereira Nunes nasceu em Tubarão, Ilhade Santa Catarina, e vive em Florianópolis amaior parte do ano, mas é na Praia do ArroioCorrente, Jaguaruna – uma comunidade for-mada por açorianos no século 18, onde estãoguardadas algumas das melhores memórias detrês gerações da sua família.

Entre uns olás a quem passa, esta filha depais açorianos, conta-me que cresceu sem ouvirfalar dos Açores. Durante alguns anos tão pou-co fazia a distinção dos seus legados açorianoe santa catarinense. Foi já em adulta que per-cebeu que quem era resultava da confluênciadessas duas realidades. As manifestações cultu-rais – as festas do Espírito Santo; as celebraçõesdo Senhor dos Passos; o Entrudo do Carnavale o culto aos mortos, entre outras, que semprelhe foram familiares tinham com certeza umaorigem. No início dos anos 80 ainda haviapouca informação sobre a influência açorianana ilha de Santa Catarina. Lélia Pereira Nunes,então já formada em sociologia pela PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande do Sul,Porto Alegre, propõe que se investigue a fundoo patrimônio imaterial Catarinense. E o que

poderia ter sido uma curiosidade pessoal, aca-bou por determinar toda a sua vida e a históriado Estado de Santa Catarina.

Durante mais de 40 anos investigou, estu-dou, escreveu, rescreveu, ensinou, viajou e co-nheceu em profundidade as manifestações cul-turais das dez ilhas do seu coração. Para poderfazer o mapeamento cultural da Ilha de SantaCatarina, teve que compreender também a vi-vência das festas e as diferenças no culto doEspírito do Santo nas noves ilhas dos Açores.A sua implicação foi determinante para o dina-mizar o diálogo cultural entre o arquipélagoaçoriano e Santa Catarina. A ponte espiritual e

cultural já tinha sidofeita com a presençados primeiros imi-grantes açorianos nosul do Brasil desde oséculo 18, agora erapreciso estabelecerpontes académicas epolíticas. Florianó-polis e Ponta-Delga-da passaram a ser “ci-dades-irmãs” e o in-tercâmbio entre asuniversidades das du-as regiões passou a sercada vez mais profí-cuo. Uma aproxima-ção para que váriosnomes conhecidosdos Açores tambémcontribuíram. ComLélia Pereira Nunesestiveram MachadoPires, Urbano Bet-tencourt, entre mui-tos outros, de quem asocióloga ressalva ocontributo determi-nante de Alzira SerpaSilva, antiga DiretoraRegional das Comu-nidades na criação delaços fortes entre asduas comunidades.

Embora hoje emdia as relações acadé-

micas se tenham dissipado, a presença açorianaestá mais visível do que nunca em Santa Cata-rina. A diferença de hoje com a paisagem de há30 ou 40 anos atrás é que hoje se conhecem asorigens das manifestações culturais e se conse-guem identificar os traços açorianos (a par comas também fortes influências italianas e alemãsnaquela região do país) na identidade culturaldos catarinenses. “Podemos encontrar massaaçoriana, cachorro-quente açoriano, o Hotelaçoriano, etc. Na vida do dia-a-dia é fortementepresente a reinvenção de tradição açoriana”,conta a escritora.

Academia Catarinense de Letras,Cadeira 26

Quando lhe perguntei como deveria apre-sentá-la, Lélia Pereira Nunes riu-se. “Gosto deescrever, vou deambulando, pensando, gostode contar histórias, de buscar o processo damemória. A minha preocupação é que se percaa memória cultural das pessoas. Estou muitointeressada no registo da memória”, diz-me.“O Onésimo [Teotónio Almeida] diz que omeu género é uma prosa que vai do ensaio àcrónica, passando pela visão da memória. Achoque é uma boa definição”, conclui.

É professora aposentada da UniversidadeFederal de Santa Catarina. É Conselheira doConselho Estadual de Santa Catarina, é SóciaEmérita do IHGSC – Instituto Histórico eGeográfico de Santa Catarina, é Conselheiratitular do Conselho Superior da Comissão Na-cional de Folclore, Região Sul, entre muitasoutras instituições que ocupam os seus dias.Publicou livros sozinha e como coautora, es-creve crónicas e ensaios de forma regular paravárias publicações – incluindo o LusoPresse; eestá sempre envolvida em diferentes projetosculturais.

Em novembro do ano passado viu o seucontributo literário de mais de 30 anos ser reco-nhecido. A escritora Lélia Pereira Nunes assu-miu – de forma vitalícia, a cadeira 26 da Acade-mia Catarinense de Letras (ACL). Uma acade-mia com cerca de 100 anos dedicada à produçãoliterária e à congregação de escritores excepci-onais de Santa Catarina. A entrada de Lélia Pe-reira Nunes foi também um marco histórico.Em 26 anos Lélia Pereira Nunes foi a primeiramulher a entrar na ACL.

Agora com assento na Academia, a escri-tora pretende continuar a lutar pelo que sempreacreditou: a difusão da produção literária cata-rinense e o incentivo à leitura. “Acho muito

Lélia Pereira da Silva Nunes numa das suas muitas viagens a São Miguel (Açores).A foto reporta-se à freguesia de São Roque, no concelho de Ponta Delgada.

Ao ser entronizada na Academia de Letras do Estado de Santa Catarina, Lélia Pe-reira da Silva Nunes recebe o respetivo colar.

Cont. Pág. 14, Lélia Pereira...

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Campeonato da Major League SoccerDia 8 de março é dia de pontapé de saída…

Por Norberto AGUIAR

Sábado próximo, dia 8 de março, é diado início de época na Major League Soccer,uma organização futebolística norte-ameri-cana – Canadá e Estados Unidos – que já vaipara o seu 18° ano de existência e que começoucom 10 equipas e agora já possui 19 – em 2015serão 21!

Nesse dia, o Impacto de Montreal, queentra na sua terceira época de MLS, joga emDallas, no Texas, onde defrontará a formaçãolocal, o FC Dallas. Uma semana depois, aindano Texas mas agora em Houston, o Impactodefronta o Dynamo local, por sinal o grupoque, em 2013, na fase final da época, em jogoa contar para as eliminatórias, bateu os montre-alenses por 3-0, mandando-os para férias…

Pode dizer-se que o Impacto de Montrealcomeça o Campeonato da MLS logo contradois adversários difíceis, para mais a jogar forade casa. Se conseguir pontos nos dois embates,que podem ser obtidos através de empates oude vitórias, os azuis e pretos canadianos podemconseguir o empurrão necessário para umaépoca que se espera de êxito, que é o mesmoque dizer, arranjar um lugar na fase eliminatória,algo que foi conseguido em 2013. Ao Invés,duas derrotas seguidas podem pôr em questãomuita coisa... como seja fazer crer no íntimodos jogadores de que não estarão preparadospara altos voos. E sabe-se que, nestes casos,nunca é bom uma equipa, em início de tempo-rada, questionar-se do seu valor…

Torneio em Orlando CityNo Torneio La Classique Pró Disney, dis-

putado na última fase preparatória, na últimasemana, em Orlando City (Florida), o Impactonão teve o mesmo êxito que em 2013, quandovenceu esta competição, batendo na final oColumbus Crew, por 1-0. Agora, com outrotreinador e alguns (poucos) novos jogadores,o conjunto de Montreal quedou-se pela quintaposição, mercê dos seus resultados, consu-bstanciados em duas vitórias, duas derrotas eum empate.

Há quem diga que os resultados de pré-

época não são importantes. Mais importanteé criar uma boa dinâmica entre os jogadores e,por conseguinte, entre os compartimentos daequipa com vista à nova época. Mas há outratese que diz que os bons resultados podem sercomo que uma matriz para o ano que se segue,porque motiva o grupo, dando confiança e sa-voir-faire. Vá lá saber-se quem tem razão…No futebol as teses defendidas hoje podemnão ser as mesmas defendidas na semana se-guinte. É que um resultado positivo ou negati-vo pode mudar muita coisa. Aí, vem a históriada bola que bate no poste e não entra ou, en-tão, o penálti que o árbitro devia assinalar eque não o faz…

Seja como for, o Impacto vai para o seuterceiro ano na MLS. Por isso, agora já nãosingra a tese da falta de experiência da equipa,até porque os jogadores, pelo menos os princi-pais, serão os mesmos de 2013, já para não di-zer de 2012. Os que saíram, como Nesta, nuncaterão sido decisivos ao ponto de se dizer quefarão falta para 2014.

Neste caso e por último veja-se o quadrode resultados do Impacto no torneio de Orlan-do, uma cidade que em 2015 terá a sua equipa(Orlando City) na Major League Soccer…Orlando City – Impacto, 1-2Impacto – Fluminense (Brasil), 1-0Nova Iorque Red Bull – Impacto, 3-0Impacto – Sporting Kansas City, 2-3Impacto – Filadélfia, 1-1

No Estádio OlímpicoO primeiro jogo do Impacto em casa será

no Estádio Olímpico, por motivos óbvios: atemperatura. Será no dia 22 de março, em desafiocontra o Seattle Sounders FC. Uma partida di-fícil, visto o Sounders ser uma das melhoresequipas da liga, agora que se reforçou com umdos melhores jogadores americanos, ClintDempsey e com Martins, que já jogou em equi-pas como o Inter e o Milão. Sendo um sábado,o jogo terá início às 16h00.

Como último encontro do mês de março,o Impacto, no dia 29, desloca-se a Filadélfiapara defrontar a formação do mesmo nome.

Estes jogos serão apresentados peloscanais televisivos RDS e TVA Sports.

Novo equipamento, pronto para a nova época. Bernardello como modelo. FotoImpacto.

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Página 126 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

[email protected]

Quem o diz é Cavaco Silva...Portugal precisa de alterar forma como vê comunidades

Ajuda externa:Cavaco mais otimista com crescimento da economia

TORONTO, Ontário - O Presidenteda República admitiu em Toronto que se apre-senta “como uma pessoa mais otimista” doque há um ano, sublinhando que há “uma reali-dade objetiva” que se pode observar e que revelao início de um movimento de crescimento.

“Nas conversas que tive nos Estados Uni-dos e nas conversas que tive aqui [no Canadá]e que vou continuar a ter, eu vou apresentar-me como uma pessoa mais otimista do queaquela que estava há um ano”, afirmou o chefedo Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declaraçõesaos jornalistas em Toronto, onde chegou naquinta-feira à noite para uma visita de dois dias.

Sublinhando que agora já pode apresentaros números do crescimento económico nosúltimos três trimestres do ano de 2013 e a redu-ção do desemprego em Portugal, Cavaco Silvareiterou que, em sua opinião, o crescimentoeconómico em 2014 “será superior àquele queera antecipado pelo Governo português e queera antecipado pelas organizações internacio-nais”.

Aliás, acrescentou, no âmbito da apresen-tação das conclusões da 11.ª avaliação ao pro-grama de Assistência económica e financeira,o próprio executivo reviu agora em alta as esti-mativas económicas para 2014, esperando queo Produto Interno Bruto cresça 1,2% e que a

taxa de desemprego seja de 15,7% este ano.“Penso que é um ajustamento que apro-

xima a previsão daquilo que parece ser a reali-dade neste momento”, vincou o Presidente daRepública.

Cavaco Silva acrescentou ainda que outradas razões do seu otimismo tem que ver coma evolução das taxas de juro das obrigações adez anos.

“Há uma realidade objetiva que nós pode-mos observar”, insistiu, ressalvando, contudo,que a taxa de desemprego é ainda muito elevada,apesar da redução verificada nos últimos meses.

Mas, reiterou, o que interessa aqui é seiniciou “um movimento de crescimento” e“uma inversão da tendência”.

Questionado se teme que o país volte a-trás no caminho que está agora a começar apercorrer, o Presidente da República voltou adizer que existem “todas as condições paraque a tendência de crescimento económico sejaconsolidada”.

“Os indicadores objetivos que temos dis-poníveis do lado do INE [Instituto Nacionalde Estatística] não nos apontam em sentidocontrário, temos de acreditar nas informaçõesobjetivas estatísticas que nos são apresentadas,incluindo os inquéritos aos consumidores, aosindustriais, que são os chamados os indica-

Cont. Pág. 14, Cavaco...

TORONTO, Ontário – O Presidenteda República defendeu na sexta-feira à noiteque é necessário alterar o modo como Portugalvê as suas comunidades no estrangeiro, consi-derando que “a retórica da saudade tem de darlugar a atos concretos”.

“Tenho insistido que é fundamental alte-rarmos o modo como em Portugal vemos ascomunidades da diáspora. A retórica da saudadetem de dar lugar a atos concretos, gestos palpá-veis que demonstrem o respeito e a gratidãode Portugal perante os seus filhos espalhadospelo mundo e que, ao mesmo tempo, envolvamas comunidades da emigração num projeto co-mum”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Ca-vaco Silva, durante um encontro com a comu-nidade portuguesa residente no Canadá, o qualdecorreu num teatro de Toronto.

Repetindo o apelo que sempre faz em en-contros com a comunidade portuguesa residen-te no estrangeiro, Cavaco Silva pediu aos portu-gueses e lusodescendentes no Canadá para queajudem a projetar Portugal “pela positiva”, su-blinhando a qualidade dos produtos e as po-tencialidades de investimento.

“Contamos convosco, com o vosso ex-emplo e com o vosso contributo, para consoli-dar a imagem de Portugal como país credível,

dinâmico e acolhedor”, frisou, considerandoque a diáspora, “para além de ser um verdadeiroativo estratégico, deve ser uma embaixada dePortugal onde se encontra implantada”.

Falando perante centenas de portuguesese lusodescendentes, Cavaco Silva elogiou ainda“o muito justificado prestígio” que a comuni-dade goza hoje em dia no Canadá, distinguindo-se pelo seu “dinamismo, entrega ao trabalho,pela capacidade de inovação e pelo espírito derisco e pela ambição face a novos desafios”.

No final da sua intervenção, o Presidenteda República condecorou duas instituições ecinco membros da comunidade portuguesaque se destacaram na “missão de manter Portu-gal presente”, entre os quais a cantora de naci-onalidade portuguesa e canadiana Nelly Fur-tado.

Os outros agraciados foram a professorada Universidade de Toronto Ana Paula Lopes,o banqueiro Duarte Manuel Ponte Miranda, oempresário e gestor Emanuel Linhares e o em-presário da construção civil Manuel Augustoda Costa.

As instituições agraciadas foram a únicatuna existente na América do Norte, a Luso-Can Tuna, e a Luso-Canadian Charitable So-ciety.

L P

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Página 136 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Evelyne de la Chenelière

ELLE Nous ne savions pas quelle était la nature de la catastrophe, quel tyran, quel châtiment, quelle révolution, quel

malfaiteur, quels rebelles, quel combat, quelles armées, quelle peste, quelle infection, nous ne savions rien, juste les flammes, la fumée, les animaux en fuite, la boue, le sang, le vacarme, la confusion, l'engloutissement.

LUIDepuis, nous ne reconnaissons plus le monde et nous ne nous en souvenons pas.

ELLEIl faut continuer alors.

L’ARCHITECTURE DE LA PAIX

Un homme et une femme. Une tragédie s’est abattue sur leur vie mais, miraculeusement, ils ont survécu. À travers leur tentative de comprendre ce qui leur est arrivé, ils découvrent une nouvelle manière d’exister ensemble et de transcender ce qui aurait pu les anéantir. Autour d’eux gravitent des fantômes, des étrangers, des êtres qui apparaissent et disparaissent sans explication, mais qui sont autant de piliers dans l’architecture de leur vie nouvelle.

Comment faire le pont entre hier et demain? Comment remplacer les ruines du passé par de nouvelles structures

qui permettront à la vie de reprendre, sans anéantir l’histoire? Les principes d’harmonie architecturale à la base des temples du monde peuvent-ils se transposer dans les relations humaines?

Des architectes du monde entier se penchent aujourd’hui sur les principes essentiels à la reconstruction des lieux dévastés par la guerre. Mais au-delà de la réfec-tion de bâtiments et de communautés, c’est le principe de reconstruction lui-même qui est abordé : comment apprendre du passé dans une perspective d’élévation des consciences?

Théâtre ESPACE GO, MontréalThéâtre ESPACE GO, Montréal Teatro São Luiz, LisbonneTeatro São Luiz, Lisbonne

et Evelyne de la Chenelière

SPACE GO Montréal Teatro São

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velyne de la Chenelièreelyne de la ChenelièreEvet

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Téâtre Espace GO4890, boulevard St-LaurentDe 4 a 22 de março 2014

Terça-feira, às 19h00; de quarta a sexta-feira, às 20h00; sábados, às 16h00.Bilheteira: 514.845-4890 - Reserva para grupos: 514.527-7495

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Página 146 de março de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

GLUTÕES...Cont. da pág. 15

Outros gruposNos outros grupos há nitidamente equi-

pas que já têm praticamente a passagem à se-gunda fase garantida. Neste caso estará a In-glaterra, que ficou acasalada com a Repúblicada Coreia, Nigéria e México. As inglesas têmcrescido muito no futebol feminino nos últi-mos anos. Ao contrário da Coreia que temperdido algumas plumas...

O México, como terceira força da CON-CACAF, atrás dos Estados Unidos e Canadá,pode ser a surpresa.

Depois, no Grupo «D», que ficará sedeadoem Montreal, há a França como grande favo-rita. A dúvida é saber quem acompanha a Fran-ça. Nova Zelândia? Paraguai? Costa Rica? Ve-remos.

Resta falar do grupo do Canadá, que contacom as equipas do Gana, República Popularda Coreia e Finlândia. Um grupo difícil, a come-çar pelas coreanas que, depois dos USA e Ale-manha, grandes açambarcadoras, aquelas comtrês troféus; estas com dois, são a única equipaque já venceu um troféu, na Rússia, em 2006.Depois há o Gana, poderosa fisicamente, e aFinlândia que eliminou favoritos como a Sué-cia, Noruega e Dinamarca.

Como competição mundial, tudo estámuito baralhado, não se sabendo, com certe-zas, quem passará a primeira fase. Há favoritos,pelo que já fizeram até aqui ou pela força quese julga tem um qualquer país futebolistica-mente falando. Mas a verdade nua e crua só vi-rá ao de cima no terreno de jogo.

Grupos e cidadesHá quatro grupos e serão quatro cidades a

recebê-los. Assim, o Grupo «A», o do Canadá,estará situado em Toronto. O Grupo «B», oda «morte», vai ficar em Edmonton. Depois,o Grupo «C» vai estar em Moncton, enquantoo Grupo «D» tem os seus jogos marcados pa-ra Montreal, mais precisamente no EstádioOlímpico.

É também no Estádio Olímpico que serealizará o jogo da final.

Vejamos os grupos por ordem de tira-gem...

Grupo «A»1 – Canadá2 – Gana3 – Finlândia4 – República Popular da Coreia

Grupo «B»1 – Alemanha2 – USA3 – China4 – Brasil

Grupo «C»1 – Inglaterra2 – Coreia3 – México4 – Nigéria

Grupo «D»1 – Nova Zelândia2 – Paraguai3 – França4 – Costa Rica

Recorde-se que este Campeonato Sub-20disputa-se de dois em dois anos e que a primeira

edição foi realizada no Canadá, com vitóriados USA, diante, precisamente, do Canadá –vitória no prolongamento –, num desafio queteve cerca de 60 mil espetadores!

Jantar de GalaCom o Hotel Windsor praticamente à dis-

posição da poderosa FIFA, teve lugar depoisdo sorteio um jantar de gala que reuniu todasas delegações dos 16 países. Ali, houve discur-sos vários, de representantes da FIFA e dosgovernantes canadianos, do federal ao muni-cipal.

SeminárioNa sexta-feira, agora no espetacular Hotel

Westin, houve um seminário dedicado aos jor-nalistas, uma forma de «aprenderem» o funcio-namento de uma grande competição fifeira,desde o campo aos restantes meandros. Marcá-mos presença e questionámos aquilo que con-siderámos de questionar. Valeu. No dia seguin-te já tínhamos alguns amigos seguidores.

Primeiro jogoComo nota final, lembramos que o pri-

meiro jogo deste grande torneio, o segundoem importância em termos de futebol femininono mundo, é no dia 5 de agosto, entre o Canadáe o Gana, em jogo a disputar na cidade de To-ronto.

LÉLIA PEREIRA...Cont. da pág. 10

importante que o escritor tenha espaço paradivulgar o seu trabalho, que ele possa ter umavoz e que ele possa contribuir para a formaçãodo público”, diz. “O meu contributo vai ser aelaboração de projetos, de intercâmbios entreas várias instituições literárias e entre as aca-demias do país; e, claro, alimentar as vozes cri-ativas entre as pessoas de Santa Catarina e dosAçores”, conclui.

Depois de ter cumprido um sonho, o deentrar na Academia Catarinense de Letras, LéliaPereira Nunes quer cumprir outros. Para já templaneada a publicação de mais um livro, Pedrade Toque, e outro, o resultado de muitos anosde trabalho, “Açores, Ilhas de Espírito Santo”,um projeto que diz, já deveria ter sido feito.Neste livro a escritora vai registar as diferentesmanifestações da celebração do Espírito Santonas várias ilhas – a que assistiu ao longo dosúltimos 20 anos, uma investigação para a qualjá reuniu mais de 2000 fotografias.

“Ai, Inês, eu falo muito, não é?”, pergu-ntou-me do outro lado do skype. “Sabe, eu fa-lo pelos cotovelos, e escrevo pelos cotove-los!”, diz a rir-se. Depois da entrevista, a conver-sa continuou animada e descontraída. O skypelá está, não faz milagres, mas já permite distin-guir as pessoas bem-dispostas das não tãobem-dispostas. As palavras da Lélia são habi-tadas por uma alegria terceirense, característicaque a escritora atribui ao ADN dos catari-nenses. Ficou a promessa de nos conhecermosum dia. Desliguei o computador e fui à janelaver a neve que caía neste início de março. Mas,mesmo a um hemisfério de distância, foi ocheiro a maresia que me acompanhou duranteesta tarde de trabalho.

Pode ler o discurso de Lélia Pereira Nunesaquando a posse na Academia Catarinense deLetras aqui: http://lusopresse.com/2013/300/Da_posse.aspx

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CAVACO...Cont. da pág. 12

dores antecipados, que antecipam um poucoaquilo que pode acontecer no futuro”, referiu,considerando que, além da preocupação coma Ucrânia, não se antecipa “que o mundo entreem recessão nos próximos tempos”.

Cavaco Silva, que antes de chegar ao Cana-dá esteve dois dias em São Francisco, nos Esta-dos Unidos da América, revelou ainda que nosencontros que tem mantido durante esta deslo-cação ao estrangeiro apontam para “um reforçoda credibilidade internacional de Portugal”, apar de “um reforço de confiança da parte dosmercados”, que é também demonstrada nascorreções que as instituições internacionaistêm vindo a fazer em relação às previsões para

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John Baird, ministro dos Negácios Estrangeiros do Canadá em amena conversacom Cavaco Silva. O encontro teve lugar em Toronto.

Portugal.Interrogado sobre a data de conclusão do

programa de ajustamento, Cavaco Silva afirmouque, “nos termos contratuais”, termina a 17de maio.

“Consta dos documentos que foram assi-nados em maio de 2011, está lá escrito a datado dia 17 e diz que o programa tem a duraçãode três anos a partir daquela data. Por isso, pa-ra que não exista qualquer equívoco quanto aessa matéria, penso que é positivo que terminenesse dia para que não surjam especulações.Penso que vai mesmo terminar nesse dia”, dis-se.

Cavaco Silva também foi recebido pelaprimeira-ministra do Ontário.

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Campeonato do Mundo de Futebol Feminino Sub-20

Glutões no grupo «B»• Por Norberto AGUIAR

O sorteio do Campeonato do Mun-do de Futebol Feminino Sub-20, que se realizaráno Canadá de 5 a 24 de agosto próximo, tevelugar no fim de semana passado, nas instala-ções do prestigioso Hotel Windsor, em Mon-treal.

Com algumas centenas de pessoas pre-sentes, representantes dos países classificados,membros do staff da FIFA, delegações das cida-des-sedes, entidades políticas e muitos jornalis-tas, o sorteio desenrolou-se sob a orientaçãode Tatjana Haenni, responsável dos torneiosfemininos da FIFA.

Mas tudo começou com a entrada em cena

da Taça, que quase ninguém pode tocar, excetoum restrito grupo de pessoas, e de luvas, se fazfavor. Na circunstância, transportou-a um po-lícia da Royal Force, que por sua vez era seguidopor mais três elementos daquela polícia.

Com pompa e circunstância, a cerimónia,animada pela bela jornalista da Rádio CanadáJacinthe Taillon, começou com o Hino do Ca-nadá, interpretado pelo grupo montrealense«Effusion» e prosseguiu com a cantora EvaÁvila (antiga vencedora do Canadian Idol),que interpretou a canção «Meant to fly».

O presidente da Associação Canadiana deFutebol e também presidente do Comité Orga-nizador, Victor Montagliani, subiu ao palcopara dar as boas-vindas às delegações e demaisconvidados. Antes, porém, e em nome da

FIFA, discursou Lydia Nsekera. Pelas entidadescanadianas foi o senador Jacques Demers quemusou da palavra. Logo, depois, deu-se inícioao sorteio como tal.

Grupo da morteComo em quase todos os torneios de fute-

bol, da FIFA, claro, em todas as categorias,quando há sorteios, aparece sempre, no fim,um grupo apelidado de Grupo da Morte. Edesta vez a história voltou-se a repetir.

Com a ajuda de Sylvie Béliveau, antiga sele-cionadora canadiana, de Janine Helland e ClareRustad, antigas futebolistas, Tatjana Haenniantes de dar início ao sorteio, permitiu-se dedar um míni curso sobre o mesmo, questão deficarem todos, na sala, noviços ou consagradosdestas andanças, a par do desenrolar de tãoimportante ato.

Saíram dos potes os primeiros nomes,com o Canadá à cabeça, como era esperado,não fosse ele o país organizador. E outrosnomes foram saindo, sempre com a declaradaintenção de evitar o acasalamento de países domesmo continente. Neste domínio o que sepode dizer é que o trabalho de casa já vem fei-to. Os potes, naqueles precisos momentos játêm no seu interior essas escolhas feitas... Seassim não fosse, o sorteio seria longo e tornar-se-ia enfadonho.

Em pouco mais de meia hora os quatrogrupos já estavam completos. Mas no entre-tanto, ainda houve muitos oh e ai. Isso acon-teceu particularmente com o acasalamento doGrupo «B», onde caíram quatro dos mais pode-rosos países de futebol feminino do planeta, asaber, Alemanha, Estados Unidos, Brasil eChina!

À partida, pode parecer benéfico para oCanadá estarem todas estas «feras» no mesmosaco. Mas não, na medida em que o Grupo«A», onde o Canadá está inserido, está direta-mente virado para defrontar, na segunda fase,uma equipa do Grupo «B». Quer isto dizer quecaso o Canadá passe à fase seguinte, tombalogo diante de um dos camaleões... USA, Ale-manha...Victor Montagliani, presidente da Associação Canadiana de Futebol e do Comité

Organizador desta importante competição, quando usava da palavra. Foto Luso-Presse. Cont. Pág. 14, Glutões...

Foto

Lus

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sse.

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

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06h3007h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Mabuhay Montreal TV South Asian Veggie Table

07h30 South Asian Veggie TablePagini TV

08h00Afromonde Humsafar TV

La Mesa de Maria La Mesa de MariaAfromonde

Il est écrit08h30 M Cultura M Cultura Hay Horizon

Metropoli09h00

Le Grand Maghreb Arabe

Bangla TVLa Voix Hellénique LusaQ TV

Bloque Latino

Pagini TV09h30 Tamazgha TV Mabuhay Montreal TV10h00

Le Grand Maghreb ArabeAfromonde Afromonde Metropoli Humsafar TV

10h3011h00 Tamazgha TV

Pagini TVMabuhay Montreal TV

LusaQ TVBangla TV

11h30 Hay Horizon Tamazgha TV

Bloque Latino

12h00 Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais Afromonde

12h3013h00

Bloque Latino

AfromondeLa Mesa de Maria

Bloque Latino

La Voix HelléniqueLa Mesa de Maria

13h30 M Cultura M Cultura14h00

Pagini TV La Voix HelléniqueLe Grand Maghreb Arabe

Metropoli14h30 Mabuhay Montreal TV15h00

LusaQ TV Afromonde LusaQ TV La Voix Hellénique15h3016h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

Pagini TV16h30 Hay Horizon17h00 Bem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisLe Grand Maghreb Arabe

LusaQ TV17h3018h00

Humsafar TVLe Grand Maghreb Arabe

LusaQ TVSouth Asian Veggie Table La Mesa de Maria

Le Grand Maghreb Arabe18h30

Humsafar TVM Cultura

19h00 Bangla TV Mabuhay Montreal TV Mabuhay Montreal TV

Bloque Latino

19h30 Tamazgha TV Hay Horizon Bangla TV Hay Horizon20h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

20h30 Mabuhay TV21h00

AfromondeLa Mesa de Maria

Pagini TV LusaQ TV Afromonde LusaQ TV21h30 M Cultura22h00

LusaQ TV Pagini TVLa Mesa de Maria South Asian Veggie Table

LusaQ TV Afromonde Afromonde22h30 Tamazgha TV Hay Horizon

23h00Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ LusaQ TV

South Asian Veggie Table23h30 Hay Horizon

00h00 Mabuhay Montreal TV La Mesa de Maria Afromonde LusaQ TV Mabuhay TV Bloque Latino La Voix Hellénique

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chef : Norberto Aguiaresusesus

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