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Vol. XX • N° 344 • Montreal, 18 de fevereiro de 2016 Cont. na pág 3 Editorial Luta infrutífera Por Carlos DE JESUS L utar contra as mudanças tecno- lógicas é como lutar contra moinhos de vento. É esta a luta atual dos taxistas. Por mais simpatia que a sua causa nos mereça a verdade é que é uma causa perdida. É da mesma água com que se batiam os cochei- ros das diligências contra os automóveis. Era a luta duma classe que durante séculos, de pai em filho, tinha transportado meio mundo e que, dum momento para o outro se viram sem ganha-pão, protelados pelo transporte motorizado. E, no caso das diligências, o trans- porte motorizado não só lhes tirou o pão a eles como a todos aqueles cuja ativi- dade estava ligada ao transporte equídeo. Criadores de cavalos, abegões, ferreiros, pousadas com muda de cavalos e tantos outros. As mudanças tecnológicas não têm piedade alguma pelas antigas profissões. Foi o caso mais recente dos tipógrafos que durante séculos constituíram uma classe das mais socialmente progressistas, mais enraizadas no tecido social, na cultu- ra e na comunicação e mesmo assim, no espaço de meia dúzia de anos acabaram por desaparecer, completamente destro- nados pelo tratamento de texto eletrónico. O que se pode dizer das novas tecno- logias é que elas aparecem do dia para a noite a uma velocidade que ninguém adivi- nha e se impõem hoje para serem destro- nadas amanhã. Quer isto dizer que os táxis, tal como os conhecemos, vão ser destronados não só por UberX, que é atualmente o inimigo a abater, mas pour outras aplicações ele- Um encontro com o destino Por Inês FARO As cenas filmadas com a família foram as mais divertidas”, disse ao LusoPresse Ry- an Scott, o ator que contracena com Jeanette Sousa no filme A date with Miss Fortune ou em português “Um encontro com o destino” que está em exibição no Cineplex Forum em Montreal esta semana. “Sim, porque são parecidos com os nossos jantares”, acrescentou Jeanette Sousa. Leia artigo na página 6. Foto LusoPresse. José Luís Carneiro: Quer maior proximidade às comunidades • Leia entrevista na pág. 12 Em Ste-Thérèse: Assembleia tumultuosa • Leia reportagem na pág. 8 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652

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Vol. XX • N° 344 • Montreal, 18 de fevereiro de 2016

Cont. na pág 3

Editorial

Luta infrutífera• Por Carlos DE JESUS

Lutar contra as mudanças tecno-lógicas é como lutar contra moinhos devento. É esta a luta atual dos taxistas. Pormais simpatia que a sua causa nos mereçaa verdade é que é uma causa perdida. É damesma água com que se batiam os cochei-ros das diligências contra os automóveis.Era a luta duma classe que durante séculos,de pai em filho, tinha transportado meiomundo e que, dum momento para o outrose viram sem ganha-pão, protelados pelotransporte motorizado.

E, no caso das diligências, o trans-porte motorizado não só lhes tirou opão a eles como a todos aqueles cuja ativi-dade estava ligada ao transporte equídeo.Criadores de cavalos, abegões, ferreiros,pousadas com muda de cavalos e tantosoutros.

As mudanças tecnológicas não têmpiedade alguma pelas antigas profissões.Foi o caso mais recente dos tipógrafosque durante séculos constituíram umaclasse das mais socialmente progressistas,mais enraizadas no tecido social, na cultu-ra e na comunicação e mesmo assim, noespaço de meia dúzia de anos acabarampor desaparecer, completamente destro-nados pelo tratamento de texto eletrónico.

O que se pode dizer das novas tecno-logias é que elas aparecem do dia para anoite a uma velocidade que ninguém adivi-nha e se impõem hoje para serem destro-nadas amanhã.

Quer isto dizer que os táxis, tal comoos conhecemos, vão ser destronados nãosó por UberX, que é atualmente o inimigoa abater, mas pour outras aplicações ele-

Um encontro com o destino• Por Inês FARO

“As cenas filmadas com a família foram as mais divertidas”, disse ao LusoPresse Ry-an Scott, o ator que contracena com Jeanette Sousa no filme A date with Miss Fortune ou emportuguês “Um encontro com o destino” que está em exibição no Cineplex Forum em Montrealesta semana. “Sim, porque são parecidos com os nossos jantares”, acrescentou Jeanette Sousa.Leia artigo na página 6.

Foto LusoPresse.José Luís Carneiro:Quer maior proximidadeàs comunidades• Leia entrevista na pág. 12

Em Ste-Thérèse:Assembleia tumultuosa• Leia reportagem na pág. 8

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

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Página 218 de fevereiro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

Português ao raio XLuciana Graça (Leitora de portu-

guês do Instituto Camões na Universidadede Toronto)

Rubrica produzida em colaboraçãocom a Coordenação do Ensino Portuguêsno Canadá/Camões, I.P.

Daquilo que nos comove diariamen-te… ao «à séria» ou «a sério»?

Fica uma mãe comovida, quando ou-ve um filho a dizer, num apertado abraço,«Gosto muito de ti, mãe». Fica uma avósensibilizada, quando a neta, deitando acabeça no seu colo, pergunta: «Será quesabes que és a melhor avó do mundo?».Fica ainda uma professora emocionada,quando um aluno lhe confidencia o quan-to aprendeu já com ela. E ficamos tam-bém nós enternecidas…, quando sabe-mos que alguém nos lê. A quem nos lê,obrigada. Muito, muito obrigada.

Na rubrica desta quinzena, aborda-remos o caso seguinte: «à séria» ou «a sé-rio»? É ou não indiferente escolher «à sé-ria» ou «a sério»? Sim? Não? Depende?...

E, claro, aqui ficam os votos de umaótima quinzena!

Casos:• «[O] que me chateia mesmo À SÉ-

RIA é a forma como o cansaço consegueafetar-nos psicologicamente[;] ando comum feitio [difícil] [...] e sem vontade de fa-zer grande coisa.» (Blogue «Coisitas davida», 24-03-2011);

• «O que me chateia mesmo A SÉ-RIO é estes “senhores”, que decidem seamanhã vamos ter menos dinheiro paracomprar o leite ou o pão.» (Blogue «Ver-dades absolutas», 29-10-2010).

Comentário:• «a sério» (e não «à séria»!): i) a ex-

pressão «à séria» é de uso familiar; ii) porsua vez, «a sério» é uma locução adverbial,que significa «seriamente», «com ponde-ração», «verdadeiramente», sendo antóni-mo de «a brincar» (ex.: «falar a sério» ‘“«falar a brincar»); iii) assim, nos dois casosacima dados, deveríamos ter, portanto,«a sério».

Em síntese:• «à séria» X• «a sério» V.

L P

AVILA BUSINESS SCHOOL• Por Osvaldo CABRAL

Se eu fosseproprietário de u-ma farmacêutica,não descansariaenquanto nãocontratasse o Dr.Sérgio Ávila paradelegado de propa-ganda médica.

O Vice-Presi-dente do Governo Regional voltou a apre-sentar a Conta da Região relativa a 2015 re-correndo ao seu habitual rasgado e dispen-sável autoelogio por cada parágrafo do dis-curso.

Quem ouve o responsável pelas finan-ças públicas dos Açores já se habituou ànarração de uma região venturosa, com umaeconomia afortunada, havendo mesmoquem inventasse o mito do “superavit regi-onal”, que para lá caminhamos, a julgar pelaConta agora apresentada.

O Dr. Sérgio Ávila é, reconhecidamen-te, o membro mais engenhoso deste gover-no e – diga-se em abono da verdade – umperito a lidar com números.

Não é um político no terreno e, porisso, envolve-se, fechado no gabinete,nos números da macro (ou micro?) econo-mia regional, enquanto que nós, cidadãoscontribuintes, vamos encarando a realidadeda vida com outras tonalidades bem maiscarregadas.

O Vice-Presidente do Governo nãoprecisa de elogiar as suas próprias contas ea sua própria execução orçamental.

Deve deixar isso para a apreciação inde-pendente e rigorosa de quem faz este traba-lho como lhe compete: o Tribunal de Con-tas.

É que o histórico da apresentação daConta da Região, todos os anos, diz-nosque o discurso autoelogioso do governo ésempre o mesmo e depois o Tribunal deContas vem arrasá-lo na apreciação que fazdo documento.

Os documentos do governo e dos de-putados que o apoiam andam a perder muitacredibilidade, de tanto pretenderem fazer, atodo o custo, uma defesa em causa própria.

O relatório da Comissão Parlamentarde Inquérito ao Grupo SATA é o exemplomais recente, em que a auditoria do Tribunalde Contas à empresa fez com que o docu-mento parlamentar fosse direitinho para ocaixote de lixo.

O governo fez o mesmo discurso eufó-rico aquando da apresentação da Conta da

Região de 2014, tendo o Tribunal de Con-tas, mais tarde, apreciado o documento econcluído, no relatório e parecer, que oaumento da dívida bruta e o crescente en-dividamento das empresas públicas regi-onais não auguram nada de bom para asnossas finanças, avisando mesmo para ”oque consubstancia riscos elevados paraas finanças públicas regionais”.

As contas dos juízes são claras: a Dí-vida Global do Setor Público Regionalascendia, no final de 2014, a 1 991,2 mi-lhões de euros, mais 115,3 milhões de eu-ros (6,1%) do que em 2013 e a dívida fi-nanceira cresceu 7,7% enquanto a dívidanão financeira registou uma redução de1,3%.

No final de 2014, as responsabilida-des em Avales da Região ascendiam a611,9 milhões de euros, mais 25,5% doque em 2013.

No ano de 2014, estava autorizadoconceder 270 milhões em avales e foramconcedidos 262,3 milhões de euros. Asgarantias prestadas através de cartas con-forto ascendiam, no final de 2013, cercade 346,6 milhões de euros e em 2014 essevalor era de 452,5 milhões de euros, mais22,8%.

Ou seja, tal como já aqui alertamosvárias vezes, temos na nossa região u-ma panóplia de empresas controladas pe-lo estado regional que se mantém “a ope-rar em situação de falência técnica, comcapitais próprios negativos” (Tribunal deContas é que o diz), mas nada disto vemreflectido nos discursos do governo.

Nada de anormal se passou de 2014para 2015, pelo que a situação certamentese manterá – senão mesmo agravada –,varrendo-se para as empresas do setor pú-blico toda a “sujidade” das contas, paradeixar “limpo” o orçamento regional.

Em resumo, vamos ouvir nos próxi-mos dias a tradicional escola de elogios àConta da Região, algumas muito justas(como a redução de despesas da adminis-tração), mas outras com o habitual exage-ro dos mais fundamentalistas (ainda porcima estamos em ano de eleições).

O mais sensato é aguardar pelo rela-tório e parecer do Tribunal de Contas, es-te sim, com a credibilidade e independên-cia que se lhe reconhece, para então seformularem os juízos adequados à Contade 2015.

Até lá, não vale a pena entrar em eu-forias, próprias de uma escola muito sabi-da, que há muito conhecemos e a-té condescendemos com a tradicional bo-nomia açoriana... L P

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trónicas e mesmo pelos carros sem condutor,que já são uma realidade.

Neste momento a simpatia do públicopor UberX é evidente senão os taxistas não sesentiriam ameaçados. Mas UberX já está elamesmo ameaçada por uma nova aplicação paracontrato de serviços entre particulares, que vaipara além do transporte automóvel e se estendea toda uma gama de serviços que os particularespossam trocar entre si desde babysitting, jardi-nagem, trabalhos domésticos, hospedaria e tu-do isto graças ao Facebook que conta commilhares de milhões de utilizadores. A apli-cação em questão está a ser testada e dentro depouco tempo estará aí com um mínimo custode administração para os participantes, segun-do nos anunciam, destronando assim os Crai-glist, os Kijiji, os TripAdvisers, os HomeAway,o UberX, etc.

Mas no caso dos táxis a maior ameaça ésem dúvida a chegada ao mercado, dentro demuito pouco tempo, dos táxis sem condutor.E aí os argumentos dos taxistas, válidos contraa Uber, não terão qualquer legitimidade face aeste novo competidor do automóvel sem con-dutor. Esta sim vai ser uma viragem tecnoló-gica de repercussões inimagináveis. Mesmo osconstrutores automóveis, os Fords, os Toyo-tas, os Volkswagens deste mundo já estão atremer. Até os estacionamentos públicos e osparkings, correm o risco de desaparecer. Imagi-nem bem o que será o próximo futuro quandoqualquer pessoa que precisar de ir do ponto Aao ponto B, tudo o que terá a fazer é pegar noseu telemóvel e assinalar a sua intenção. A apli-cação procura o carro mais próximo, envia-oao local da chamada e transporta-o ao pontode destino. Tudo isto no espaço de minutos.Com uma tal facilidade, quem é que vai comprarum carro para passar a maior parte do tempoestacionado, ou em casa ou no parking do tra-balho?

Compreendemos que esta luta dos taxistasé justificada, sobretudo tendo em vista que osproprietários gastaram centenas de milharesde dólares para poderem comprar uma licençade táxi. Compreendemos que precisam de tra-balhar longas horas, de esperar longas horaspelos clientes, que têm de pagar para ter acessoàs zonas mais procuradas como hotéis, garese aeroportos, mas por mais injusta que seja es-ta luta, têm de se convencer que a melhor lutaé a de encontrar uma solução que os redimaduma profissão condenada a morrer.

Com as novas tecnologias é uma novaeconomia que nasce. Uma economia de par-tilha de recursos, menos poluidora, mais acessí-vel aos consumidores e mais democrática por-que os trabalhadores do futuro estarão menosdependentes dum patrão, dum horário, dumespaço físico. Será, não temos dúvida, uma eco-nomia mais próxima do troco do que do capi-talismo selvagem das últimas décadas.

Grupo Parlamentar de Amizade Canadá-Portugal...

Quer ajudar a resolver estatuto de emigrantes portugueses

EDITORIAL...Cont. da pág 1

OTAVA, Ontário – O Grupo Parla-mentar de Amizade Canadá-Portugal vai tra-balhar para tentar resolver o estatuto dos traba-lhadores estrangeiros no Canadá sem estatuto

da residência permanente, disse à Lusa fontedaquele grupo.

“Vamos tentar resolver o estatuto dessestrabalhadores estrangeiros temporários, algunsdeles já cá estão há muitos anos. Principal-mente na província do Ontário. É uma preocu-pação presente”, afirmou Alexandra Mendes,deputada lusodescendente eleita por Brossard-Saint Lambert, no Quebeque.

O Grupo Parlamentar de Amizade Cana-dá-Portugal iniciou terça-feira os trabalhos da42.ª legislatura do Parlamento Canadiano, apósas eleições de outubro de 2015.

Até ao momento já mostraram interesseem participar na assembleia-geral 53 deputadoscanadianos de várias forças políticas, quandoeram necessários apenas 25 deputados para aformação de uma comissão parlamentar.

Um dos temasque tem preocupadoa comunidade portu-guesa no Canadá temsido o estatuto da re-sidência permanente,com Alexandra Men-des a prometer abor-dar a questão direta-mente com o Minis-tério da Imigração,Cidadania e Refugi-ados.

“Alguns deputa-dos de circunscriçõesonde reside uma gran-de comunidade por-tuguesa no Canadátêm demonstrado al-gumas preocupaçõescom os trabalhadoresportugueses sem es-tatuto da residênciapermanente e algunsilegais. Está provadoque eles têm dado umcontributo impor-tante para a sociedadecanadiana. Vamostentar resolver a ques-

tão com o Ministério da Imigração”, subli-

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Os deputados liberais lusodescendentes,Alexandra Mendes (Brossard-Saint Lambert,Quebeque) e Peter Fonseca (Mississauga-East-Cooksville, Ontário), serão os líderes do grupo,com o resto do elenco a ser nomeado na sessão.

O Partido Liberal venceu as eleições fede-rais canadianas em outubro de 2015, com maio-ria absoluta, elegendo 184 deputados. O Parti-do Conservador, que governou até então, ele-geu 99, o NDP 44, o Bloco Quebequense 10 eo Partido Verde um.

Os luso-canadianos Mário Silva (2004 a2011), Alexandra Mendes (2008 a 2011) eKeith Martin (1993 a 2011) já exerceram fun-ções como deputados no Parlamento de Ota-va, eleitos pelo Partido Liberal do Canadá.

Alexandra Mendes, deputada federal. Foto LusoPresse.

nhou.O grupo preten-

de também ser um“elo de ligação” entreo Canadá e Portugalatravés de um inter-câmbio parlamentarcom visitas de depu-tados entre ambos ospaíses e ainda organi-zar diversas iniciati-vas.

O Grupo Parla-mentar de Amizadeentre o Canadá e Por-tugal foi criado pelaprimeira vez em 2008.

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FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Inês Faro• Luciana Graça• António da Silva Cordeiro• Fernando Pires• José Manuel Duarte• Ana Grácio pinto

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

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Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Ainda as Primárias americanas de 2016• Por António DA SILVA CORDEIRO

As primeiras eleições primárias dosdois partidos tiveram lugar no dia 9 de feve-reiro no estado de New Hampshire. Os re-sultados já correram mundo e aqui vão ape-nas alguns comentários pessoais. DonaldTrump não surpreendeu ganhando folgada-mente o primeiro lugar. John Kasich, go-vernador de Ohio, foi surpresa grande termi-nando em segundo. Jogou todo o seu esfor-ço, pessoal e monetário, nesse estado. A clas-sificação ajudá-lo-á a conseguir novos fun-dos, mas terá que sobreviver até meados demarço. Continuo a pensar que, embora comexcelente currículo (o melhor de entre oscandidatos governadores), é demasiado con-servador e dificilmente terá a aceitação dabase do partido republicano.

Ted Cruz conseguiu o terceiro lugar.Com a vitória em Iowa e esta terceira posi-ção em NH, entra agora nos estados do Sulcom a maioria evangélica. A ver o que estesenador texano consegue na Carolina do Sule em Nevada, eleições que se realizam estemês.

Jeb Bush, ex-governador da Florida,com muito dinheiro e com um nome de fa-mília muito conhecido na América (na histó-ria americana, poucas famílias se honram deter dois membros que chegaram à CasaBranca) finalmente subiu ao quarto lugar.Tem condições de poder continuar por al-gum tempo, mas não parece vir a ser o candi-dato republicano, apesar do dinheiro e donome.

Em quinto lugar ficou Marco Rubio,depois dum muito honroso terceiro lugarem Iowa que quase ultrapassava o segundo,de Trump. Teve sorte de conseguir esta posi-ção porque teve uma atuação infeliz no deba-te antes das eleições – foi destruído por ChrisChristie, que ficou em sexto lugar e já sus-pendeu a sua campanha voltando para casa,em New Jersey.

Quem mais ganhou nesta eleição foramos governadores que bateram os senadoresnas hipóteses de chegar à Casa Branca. Pro-va-se que os governadores, pela sua experi-ência executiva, têm popularmente mais hi-póteses de serem presidente do que os sena-dores, que têm mais experiência legislativa.

Alguns pontos interessantes colhidosà saída dos postos eleitorais. O “pecado ori-ginal” de Donald Trump, que talvez possaafetá-lo negativamente no fim das Primáriase, se for o candidato republicano, tambémna campanha presidencial, foi o “birtheris-mo”: “Obama não nasceu na América e émuçulmano”. Cerca de 65% dos votantesem Trump não acreditam que o Presidenteseja americano e cerca de 60% crê que Obamaé muçulmano e, portanto, é um Presidenteilegítimo. Muitos repórteres de TV, jornaise agências noticiosas notaram, também emcomentários à saída das urnas, sério medoentre os hispanos e receios de como serãotratados não só nesta campanha, como nofuturo deste país. Há sentimentos xenófo-bos e fascistas que assustarão todo o mundoocidental.

Do lado democrata, tudo correu com

simplicidade e como se esperava – sem surpre-sas. Bernie Sanders ganhou com uma diferençade 22 pontos. O seu discurso de vitória foi de-masiadamente longo e repetiu o que costumadizer. Hillary, por seu lado, fez um belíssimodiscurso prometendo reformar a sua campa-nha. Um analista chamou a atenção para o se-guinte ponto referente a Hillary: nas eleiçõesem que tem concorrido (Senadora de NewYork, Presidente em 2008 e 2016) os númerosdela nas sondagens públicas nunca subiram,mas os mesmos números dos adversários –Obama e agora Sanders – têm sempre subido.

Outro ponto interessante: as Primáriaselegem os delegados para as Convenções decada partido que se realizarão no princípio doverão. Há estados em que o número de delega-dos é proporcional e há outros estados emque o primeiro classificado ganha tudo. Outraparticularidade: o Partido Democrata tem, emtodos os estados, dois tipos de delegados: osque são eleitos nas Primárias e os que são con-vidados pelo partido e que se chamam “super”delegados (senadores, governadores, congres-sistas e outros oficiais) que escolhem o seucandidato. New Hampshire tem 30 delegadosà Convenção Democrata. Sanders ganhou pro-porcionalmente 15 delegados e Hillary ganhou9. Os seis superdelicados escolheram Hillarye, portanto, ela tem um total de 15 delegados.Isto chama-se matemática eleitoral americana!

Sexto Debate DemocrataNeste debate realizado a 11 de fevereiro

na Universidade de Michigan houve um esfor-ço grande da Secretária de Estado Hillary Clin-ton para recuperar a posição de líder depois doempate em Iowa e da derrota decisiva em NewHampshire. Clinton está preocupada com ofacto de a juventude, mesmo a juventude femi-nina do Partido Democrata, estar pelo lado deBernie Sanders. Ela insiste que os projetos deSanders não são realizáveis. Uma coisa é serrealista, outra é apresentar ideias que são irrea-lizáveis.

A política externa foi assunto apresentadopor Hillary Clinton para provar a sua experiên-cia de governo. Sanders criticou o seu julga-mento sobre a Síria como Secretária de Estadoe sobre o Iraque ainda como Senadora e, prin-cipalmente, a sua apreciação do Secretário deEstado Henry Kissinger, responsável pelaguerra no Camboja e outros países daquela á-rea. Clinton tem esperança de que a juventudedemocrata reconsidere o seu apoio a Sandersdada a falta de experiência em política externae as suas vagas explicações sobre como pagaráos seus novos programas governamentais,saúde universal, educação superior gratuita, etc.Ela chamou a atenção para os economistasque dizem que os seus novos programas au-mentariam o governo em cerca de 40% e a suareforma fiscal não chega para satisfazer esseaumento. Há que ser pragmático. Ela insisteque não basta anunciar novos programas, háque dizer como se fará e como se pagará tudoisso. O Partido Democrata tem, neste momen-to, duas graves preocupações. A força da cam-panha de Clinton: ela perdeu a Primária de NewHampshire porque perdeu dois votos muitoimportantes para os democratas: o voto femi-nino e o voto da juventude. A outra preocupa-

ção é a ilegibilidade de Sanders – demasiada-mente liberal e os seus propostos aumentosde impostos são tóxicos para uma eleiçãopresidencial.

Clinton voltou ao seu ponto forte: polí-tica externa em que Sanders teve dificuldadesnas suas respostas colocando em relevo ainexperiência do Senador nestas matérias.Ele forçou Clinton à defesa sobre as doaçõespara o seu “super PAC” no valor de 25 mi-lhões de dólares, incluindo 15 milhões comligação a Wall Street. Clinton defendeu-sedizendo, como é forçada a dizer, que nãotem nada a ver com os “super PACs” quesão a seu favor – básico da lei eleitoral – osPACs não podem coordenar atividade elei-toral com o candidato que favorecem.

Nesta altura da campanha e com esteelevado número de debates, as pessoas co-meçam a repetir-se, o que se torna cansativo.Sanders tenta, por tudo, manter os seus adep-tos – mulheres e juventude (notar que estasmulheres se limitam a jovens abaixo dos 30anos, acima desta idade as mulheres estãocom Clinton). Ela, por outro lado, tenta a-guentar e aumentar os seus adeptos afro-americanos e hispanos.

Durante todo o debate, Hillary estevemuito à vontade; Sanders mostrou-se ner-voso, até congestionado e emocionado.Não é fácil confrontar Hillary.

Nono Debate RepublicanoEste debate, no sábado, 13 de fevereiro,

foi talvez o mais contencioso encontro emque os candidatos republicanos gritaram,acusaram-se e insultaram-se uns aos outrosenquanto receberam frequentes e fortes va-iadas da assistência. Com Donald Trump àfrente nas sondagens depois da vitória folga-da de New Hampshire, ele foi o alvo fácil elógico dos adversários, principalmente JebBush e Ted Cruz, mas o acinte foi tão intensoque Trump até pareceu surpreendido.

Em nenhum dos debates anteriores seviu tanto rancor e mesmo ódio entre algunscandidatos. Os temas são os mesmos: imi-gração, refugiados, segurança nacional, terro-rismo incluindo o Estado Islâmico, relaçõescom a Rússia, Irão, Iraque, Afeganistão e todoo Médio Oriente. Neste ambiente, quem ga-nhou o debate? Jeb Bush, que fortemente de-fendeu a família Bush que tem sido atacada equase insultada por Trump. Até a mãe, BarbaraBush, mulher idosa mas respeitada como anti-ga Primeira-Dama do país, Jeb como filho teveque defender individual-mente.

Outro candidato que recuperou do fracas-so do ataque de Chris Christie no último debatefoi Marco Rubio. Procurou, embora sem grandesucesso, desfazer a ideia de ser decorador de ideiaspara a TV. Naturalmente voltou a atacar seria-mente Ted Cruz, principalmente sobre imigra-ção e nada conseguiram, os dois cubanos. Fo-ram os que mais ganharam. Donald Trump nãoperdeu nada apesar da falta de respeito e conside-ração para com os restantes. Várias vezes expri-mia-se com tal ira que ficava vermelho e excita-do. Tem uma boa margem nas sondagens naCarolina do Sul onde haverá a Primária Republi-cana no dia 20 de fevereiro. O governador JohnKasich continua sendo o homem bom, mode-rado, dizendo coisas acertadas, mas no calordeste debate, disse a todo o grupo: penso que es-tamos preparando perder a eleição para HillaryClinton se não pararmos com isto.

Whiting, New Jersey L P

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Feliz Natala todos!

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Um Pouco de História sobre a Índia...– A chegada de Vasco da Gama e outros navegadores portugueses!Em Jeito de Pequena Introdução (Final)

• Por Fernando PIRES

Quem escreveu “Assim falava Zaratustra” no ci-mo dos montes da Pérsia, senão Nietzsche? Teria Cristose metido a caminho de Damas, rumo à Síria antes do SãoPaulo? Onde esteve Cristo entre a idade dos doze e os trin-ta anos? Será que isto terá a ver com a história do NovoTestamento? Mesmo se para muitos a religião e a históriapolítica dos reinos e das monarquias indianas não cabemno mesmo saco! Deixemos aqui esta questão e vamos in-terligar o título do texto e tratar da chegada dos nossosportugueses ao subcontinente indiano. Certos dados histó-ricos afirmam que não foi só o nosso corajoso Vasco daGama que esteve em Calecute, mas que já de 1505 a 1515havia comerciantes de outros países. Não vou falar da his-tória específica de Goa e deixo a historiadores mais rigoro-sos de o fazerem. Apenas me servirei de alguns dados his-tóricos coordenados pelo historiador Albuquerque, quedo outro Albuquerque Vice-Rei pouco sei. O que sei é quetalvez tivesse sido tão sanguinário como aqueles que o es-peravam para derreter os cristãos que lhe iam buscar espe-ciarias, ouro e prata, para assim poderem derreter.

No entanto, deixem-me dizer que na Índia, desde oséculo XI até ao XV os muçulmanos detinham a supre-macia política e militar de grande parte do território da Ín-dia de hoje.

Concentremo-nos agora sobre a chegada da expediçãode Gama à Índia. Mas antes, deve dizer-se que houve duasdinastias que reinavam no Sul, antes de Vasco da Gamachegar a Goa. Foram elas: a dinastia Sangoma, de 1336 a1486, e a dinastia Túluva, de 1509 a 1570.

Na Índia do Sul, uma parte da ilha do Ceilão e tambémde Goa estavam concentradas no reino de Bhahman; masGoa fazia parte de uma pequena dinastia que não se sentiaameaçada pela luta entre o império de Vijayanagara contraos Muçulmanos.

Segundo o autor francês já citado, e do qual nos debru-çamos sobre alguns dados aqui avançados, a chegada deGama situa-se entre o reinado dos Túluva, de 1509 a 1570.Segundo o “historiador” Albuquerque, Gama teria chegadoem julho de 1497. Contudo, o coordenador da história dosdescobrimentos parece desconhecer fatores da presençade outros portugueses já em datas anteriores a caminho daÍndia. Diz-se que Pêro da Covilhã tinha visitado Calecuteem 1488. Só que aqui, já muçulmanos, sino-árabes, judeus,como também o império persa e os aqueménidas teriamfeito a sua cama para entrarem no comércio de Calecute pe-lo Norte, assim como ainda outros povos.

Quanto à nossa expedição para a Índia, não podemosdeixar de abordar a interligação que Gama já tinha assentadofeitoria na Baía de Sofala (à procura do ouro?). Nessa alturaainda Sofala fazia parte do nome de origem (Mussa-bin-Mibiki = Moçambique) que, pelos vistos, a procura dometal precioso não deu o fruto esperado às expedições. Apartir de aí construiu-se a fortaleza S. Gabriel na Ilha deMoçambique que foi a primeira capital em 1506. Em Sofala,não só se tinham fixado portugueses, como também ingle-ses, e holandeses, os primeiros durante 7 (?) anos, e os se-gundos 12 anos.

Terminarei sem pretensão com um testemunho pes-soal, visto que indiretamente Moçambique esteve ligado aGoa, antes e depois dos portugueses aí chegarem. Seja co-mo paragem de navegadores, ou como feitoria, serviu ocomércio de mercadorias que já utilizavam Sofala comofeitoria de paragem da navegação das descobertasportuguesas!

Em 2001, numa visita que fiz à minha filha em Moça-mbique, tive a oportunidade de conhecer este país do nortea sul; viajando através das províncias do Maputo, Sofala,Inhambane, Zambézia, Nampula, e a Ilha de Moçambique.

Foi de Nampula que saí numa furgoneta privada alugadacom um condutor, que o meu guia contratou. Chegado àIlha, qual não foi o meu espanto encontrar aí a estátua deCamões, intacta e preservada depois da independência. Tam-bém aí encontrei um museu que expunha sobre a Natureza,bem organizado, e de grande valor cultural. Um funcionáriomoçambicano, de origem indiana, acolheu-nos com toda adelicadeza dando-me uma explicação das várias plantas queaí se encontravam. Daqui foi a vez de visitar a fortaleza àBeira-Mar, que me surpreendeu com uma cisterna no cimo,que servia para a recolha das águas das chuvas.

A última visita foi à igreja que se justificava pelos nume-rosos túmulos no seu interior e que depois nos deixava aimaginação à solta, questionando-nos sobre todos aquelesnomes em cada túmulo. Será que eram nomes de navegado-res e aventureiros que estavam de passagem para Goa (antesde ser Goa?) e aí perderam a vida, ou comerciantes que aomesmo tempo permaneceram enquanto a feitoria comoporto aí teve assento?

A Ilha estava desabitada depois da independência, mes-mo durante o período da guerra civil, de modo que pernoiteiduas noites numa casa da aldeia-palhota que, se a memórianão me trai, tinha como nome “Praia das Chocas”, porqueem frente havia a praia. O guia foi para casa de familiares. AIlha não era habitada desde a saída dos colonos portugueses.Havia casas abandonadas e alguns edifícios que talvez ou-trora foram armazéns comerciais.

A guerra civil entre moçambicanos tinha apenas aca-bado há quatro anos. Recordo que de volta a Maputo, já dooutro lado da ponte que separa a Ilha do continente, ouvio condutor da furgoneta, que era nativo da região, dizer queno mato ouve o Mouzinho de Albuquerque, capitão de ca-valaria e governador do distrito de Lourenço Marques, 1890-1892. O mito de Mouzinho perdurava ainda nas cabeçasdestas gentes, aquando da propaganda das guerras coloniais.Depois desta aventura resta-me dizer que fiquei surpreen-dido com a higiene que reinava neste bairro-palhota ondepernoitei. Sem casas de banho privadas, retretes públicas emuitas vezes o mar, não havia cheiros de urina ou excre-mentos, nesta comunidade da província de Nampula de re-ligião muçulmana.

Deixo aqui esta longa crónica de opinião como teste-munho do elo de ligação que primeiramente foi Sofala e aIlha de Moçambique, que alimentaria os ambiciosos e aven-tureiros navegadores portugueses. Contentem-se os rigo-rosos historiadores portugueses de terem que explicar umdia a história da guerra sangrenta do Vice-Rei Afonso deAlbuquerque, entre portugueses e muçulmanos, assim comoas intrigas internas que alimentavam indos e impérios, dasmonarquias e das dinastias dos povos autónomos da Índia.

Ref.: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura N –4-13.

Histoire de L’Inde: Jaques Dupuis, Éditions Kalas,Paris – France.

Direção de Luís Albuquerque, Dicionário deHistória dos Descobrimentos Portugueses -– Volume N– I e II. L P

Um encontro com o destino• Por Inês FARO

“As cenas filmadas com a família foram as mais divertidas”,disse ao LusoPresse Ryan Scott, o ator que contracena com JeanetteSousa no filme A date with Miss Fortune ou em português “Umencontro com o destino” que está em exibição no Cineplex Forumem Montreal esta semana. “Sim, porque são parecidos com os nossosjantares”, acrescentou Jeanette Sousa. Embora seja ficção, o filme éinspirado numa realidade familiar ao casal: Jeanette Sousa é luso-descendente, filha de mãe açoriana de Rabo de Peixe e de pai beirãode Moimenta da Beira e o marido Ryan Scott é de ascendência irlan-desa. “Ao longo dos anos fomos tomando nota de episódios entreas duas famílias e sempre dissemos “Isto ficava bem era num filme”.Sempre cúmplices durante a entrevista ao LusoPresse no PortusCalleem Montreal, não é difícil imaginar o entusiasmo com que os doisempreenderam este projeto. Com experiência no meio do cinema,Jeanette Sousa e o Ryan Scott escreveram, produziram e são os ato-res principais da comédia romântica que conta a história de umamor inesperado: Jack, um escritor americano (Ryan Scott) encontraMaria (Jeanette Sousa), uma mulher portuguesa, crente e supersticiosae apesar das diferenças culturais e familiares o amor prevalece, tal co-mo na vida real dos dois atores principais.

O filme conta também com a presença de Joaquim de Almeidano papel de pai conservador e crítico da relaço entre os dois apaixo-nados. ractores principais. eão entre os dois apaixonados. “Nãopodíamos ter ficado mais contentes quando o Joaquim de Almeidaaceitou o nosso convite para participar no filme”, diz Jeanette Sousa.“Desde o início que escrevemos a pensar que ele seria a pessoa certapara o papel”. Outra participação a destacar é a da luso-descendenteNelly Furtado. Já exibido em Portugal, o casal de Toronto e a viverem Los Angeles, vai continuar a promover o filme durante as próxi-mas semanas noutras cidades canadianas. Um filme para os coraçõesromânticos verem neste mês de São Valentim.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=6qqBbtJWCUkL P

No encontro com os jornalistas, Ryan Scott e Jeanette Sousademonstraram muita abertura e sensibilidade. Foto LusoPres-se.

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Na Associação Portuguesa de Ste-Thérèse...

Assembleia-Geral Anual tumultuosa• Por Norberto AGUIAR

A Assembleia-Geral Anual da Associ-ação Portuguesa de Ste-Thérèse foi promovida,este ano, em dois tempos. O primeiro foi emjaneiro. O segundo teve lugar no passado dia 7de fevereiro, sempre na sala principal das suasinstalações.

Na primeira reunião, que não chegou aofim, faltaram documentos importantes para onormal desenvolvimento da magna reunião.Exemplo disso foi a falta de apresentação dosestados financeiros do organismo em condi-ções aceitáveis para os sócios presentes. Daíque, logicamente, o presidente da Assembleia-Geral, José Pereira, quase tivesse dado por findaa reunião mesmo antes dela começar...

Alguns protestos, algumas tiradas maisatrevidas, mas tudo terminou em bem.

Segunda AssembleiaPelo que aconteceu no encontro de janeiro,

previa-se que esta segunda Assembleia-Geralnão fosse pacífica. E, efetivamente, não o foi.Até parecia que os sócios, para aí umas três de-zenas, se tivessem preparado para uma reuniãode vivos protestos. Uns por umas coisas e ou-tros por outras. Fácil foi perceber que haviaduas tendências entre os presentes. Uma viradapara apoiar a direção cessante; enquanto a outraapelava para que outros dirigentes pudessemtomar conta do poder.

Pretensões corretas, está bem de ver, masse fossem reclamadas com dignidade e respeito,

o que não foi o caso.Para sermos o mais justos possíveis e sem

ofender ninguém, diremos que a reunião foide tal maneira controversa que em certos mo-mentos «houve mosquitos por cordas», comalguns dos sócios a provocarem outros, muitasvezes de forma extremamente agressiva, poucofaltando para se chegar a vias de facto. Umavergonha! Do nunca visto em assembleias deorganismos comunitários...

Na ordem do dia, a «lista de assuntos» atratar mais parecia apontar para que se falassede questões controversas, mais de ordem pes-soal, do que tratar dos assuntos correntes daAssociação. E tudo isso porque faltou «pulso»a quem dirigiu os trabalhos da reunião. Bastavaum grito bem dado da parte do presidente,chamando a atenção dos sócios para os interes-ses do organismo e tudo se teria resolvido. Ese assim não fosse, o mesmo presidente tinhapoder para convidar os faltosos a abandonar areunião e, em caso de necessidade, mesmo asinstalações da Associação.

O pior de tudo, ainda, foi que alguns dos«enervados sócios», para não dizer outra coisapior, não se importaram com a nossa presen-ça, mesmo sabendo que estávamos ali para re-latar os acontecimentos, por mais exaltadosque fossem... De resto, alguns deles ainda tive-ram a ousadia de apontar em nossa direção edeclarar que «... escreva aí, escreva aí tudo o queaqui se diz que é para saberem que gente temospor aqui...». Certo que não demos trela e con-tinuámos a fazer o nosso trabalho.

Bom senso pre-cisa-se

Por respeito àcomunidade há coisasque foram ditas nestaassembleia que recu-samos aqui escrever.Por serem graves eacusatórias, algumasque poderiam meterjustiça, até. Mas va-mos passar ao ladodisso porque os nos-sos leitores já perce-beram que o que sepassou na Associa-

ção Portuguesa de Ste-Thérèse, no domingodia 7 deste mês, foi grave, muito grave. E porter sido assim, o bom senso diz-nos para ape-larmos aos mais sensatos para que trabalhem,no próximo futuro, de maneira a que não maishaja reuniões desta estirpe, sob pena da Associ-ação vir a ter sérias dificuldades em sobreviver.

Direção arrancada a ferrosJá falamos na má condução da assembleia,

causa primeira de todos os problemas. A seguirteremos de focar a maneira como se chegou àeleição de nova direção. Também aqui a desor-dem foi quase total, com muitos avanços e re-cuos... A dado momento chegou-se a pensarque o presidente da mesa mandaria todos paracasa, sem resultados práticos, mesmo se ossócios já tinham votado na apresentação dedois candidatos a presidente, com um deles jácom destino traçado por ter recebido apenasquatro votos...

Mas prevaleceu, neste caso específico, acoerência e, assim, lá se chegou à única saídarazoável com a reeleição de Lúcia Carvalho,apesar dela, a dado momento, ter hesitado emaceitar o cargo.

Entretanto, aqui há que reforçar e dizerque faltou rigor no decorrer de toda a assem-bleia. Legalmente, este ato eleitoral e toda areunião, da maneira que decorreu, teria de seranulado por não respeitar todos os requisitosde uma assembleia-geral de um organismo in-corporado. É mesmo de questionar como vaiser feita a respetiva ata. Entre muitos outrosprocedimentos incorretos, logo começou pelafalta do secretário da Mesa da Assembleia, queo presidente, na ocasião, disse não se poderapresentar. Para o seu lugar foi escolhido umsócio, mas sem que se tivesse respeitado as es-tritas regras processuais. Mas enfim...

Dirigentes escolhidos in locoCom a reeleição de Lúcia Carvalho para

presidente, ali mesmo se procedeu à escolhado elenco que vai dirigir a Associação Portugue-sa de Ste-Thérèse no próximo ano. Foi tudofeito ad doc, de dedo no ar e sem respeito pe-las regras. Mas o certo é que acabou por sairuma direção dali, com a inclusão de alguns dosdirigentes da direção anterior.

Assim temos:

Direção:Presidente: Lúcia CarvalhoVice-presidente: Jorge AmaroSecretário: Carlos AlmeidaTesoureiro: Fernando AguiarVogais: Manuel Vieira, Nuno Moreira e

Pedro Cabral

Conselho Fiscal:Presidente: João ReisSecretário: José CordeiroVogal: Paul Cabral

Assembleia-Geral:Presidente: José PereiraSecretário: ?

Por proposta do presidente da Assem-bleia-Geral ficou decidido convidar o antigosecretário (Roberto Oliveira) para assumir omesmo posto neste novo elenco. Assim mes-mo...

Balanço financeiroDiscutido de forma, como dizer, apaixo-

nada, isto é, no mínimo o que se pode dizer, o

Balanço Financeiro, que cobria o período de 6de setembro de 2014 a 5 de fevereiro de 2016,apresentava um montante de vendas de 198225,92$, o que se pode considerar um mon-tante importante para um clube como a Asso-ciação Portuguesa de Ste-Thérèse. Se considera-mos que as despesas atingiram 179 471,45$,restam 18 754,47$ para baixar, nomeadamente,a hipoteca que, neste preciso momento, estáem 52 024,20$.

Muitos outros itens neste balanço poderi-am ser aqui escalpelizados. Mas por falta detempo e de espaço deixamos esse trabalho paraos sócios teresinos.

L P

Festival Montréal en LumièreCom fracaparticipação portuguesa

LUSOPRESSE – A 17ª edição do Fes-tival Montreal en Lumière começa precisa-mente hoje e vai até ao dia 5 de março. E comoem todos os anos, este festival apresenta doistemas principais: a música e a gastronomia.

O Festival deste ano, que em tempos idosfoi dedicado a Portugal, tem como destaque ascidades de Shenzhen, na China, e Bóston, nosEstados Unidos. O Chef presidente de Honrade 2016 é o chinês, of course, Anthony Dong,provindo daquela mesma cidade.

Quanto à participação portuguesa, que jáfoi numerosa em anos anteriores, em 2016 li-mita-se à presença do Restaurante Helena; porconseguinte, a Chef Helena Loureiro estará,uma vez mais, a representar o seu restaurante,mas também a gastronomia nacional.

Depois, o que conseguimos descobrir,sem certeza absoluta de que será português –pode ser de origem brasileira, quem sabe... –foi que o Restaurante Le Valois, que tambémparticipa no certame, apresenta como ChefMiguel Barbosa. Contactado o restaurante paratiramos as dúvidas, foi-nos dito que MiguelBarbosa não é o Chef do restaurante, mas simo adjunto ao Chef. À pergunta de que origemé Miguel Barbosa, as respostas foram semprevagas e com insistência de que não era ele orespetivo Chef. Acabámos por abandonar asnossas diligências...

Mas uma coisa é certa. Chef ou não Chef,com o nome de Miguel Barbosa, em qualquerlado tem a ver, no mínimo, com a comunidadelusófona.

Relativamente à parte musical, as nossaspesquisas dizem-nos que de portugueses nempor um canudo. Também neste domínio esta-mos a lembrar-nos da participação das grandesfadistas Mariza e Ana Moura em anos passados.

Quem estará representada musicalmente,aliás como em quase todos os anos, é a comu-nidade brasileira. E desta vez através do músicoRodrigo Amarante, apresentado como com-positor muito criativo.

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Turismo europeuAçores no “top 5”

O Secretário Regional do Turis-mo e Transportes afirmou que é um moti-vo de orgulho ver os Açores no ‘Top 5’dos melhores destinos da Europa, à frentede Paris, Milão, Bruxelas, Praga, Roma,Viena ou Madrid, frisando que esta dis-tinção “reflete o que somos, mas tambémaquilo que temos feito”.

“É o reconhecimento do bom traba-lho desenvolvido, numa conjugação plenade esforços entre entidades públicas e enti-dades privadas”, salientou Vítor Fraga,que também destacou a projeção mediáticadeste tipo de eventos.

Nesse sentido, frisou que “só nastrês semanas em que decorreu a votação,foram feitas mais de 118 mil partilhas en-volvendo os Açores, foram produzidosmais de 6 400 comentários nas redes so-ciais e foram efetuados mais de 170 artigosna imprensa por toda a Europa”.

Esta mediatização, segundo VítorFraga, ”contribui, naturalmente, para a-quilo que achamos fundamental e que fazparte da estratégia da nossa Região, que écomunicar de uma forma direta com ocliente final, potenciando, mostrando,aquilo que são os nossos aspetos diferen-ciadores”.

NOS ESTADOS UNIDOS...

‘GELO’ CONQUISTA NOVO FESTIVAL‘Gelo’ continua a entusiasmar os programadores dos grandes festivais

internacionais de cinema, contando agora com mais uma participação numfestival americano.

Foi já selecionado para abrir a ediçãodeste ano do FANTASPORTO e para integrara sua competição principal. Foi também sele-cionado como um dos 15 filmes de todo omundo que integrarão a principal competiçãodo prestigiado CINEQUEST (a Official Narra-tive Feature Competition), nos Estados Unidos(votado pelos leitores dos USA Today – umdos três jornais com maior tiragem nos EUA,a par do New York Times e do The Wall StreetJournal – como o festival de cinema #1 nestepaís e onde Luís Galvão Teles participou jápor duas vezes, tendo ganho em 2007 o Prémiodo Público com Elas).

‘Gelo’ acaba agora de ser selecionado paramais um festival americano, o Chicago LatinoFilm Festival, cuja 32ª edição decorrerá de 8 a21 de abril e onde outros filmes de Luís GalvãoTeles estiveram também presentes em ediçõesanteriores. Lançado em 1985, este festival éconsiderado o maior e melhor festival latino-americano dos Estados Unidos e apresentaanualmente mais de 100 longas e curtas-me-tragens de países latino-americanos, bem comode Espanha e Portugal, evidenciando assim adiversidade cultural de todos estes países.

Para Luís Galvão Teles “Foi uma grandealegria receber este novo convite para o

Chicago Latino Film Festival, que nos ajuda aalargar ainda mais os horizontes do filme paraalém de Portugal e a chegar a novos públicos.Há dias mostrámos o filme a um grupo dejovens do secundário e no final um delescomentou que ‘Toda a gente morre, mas nemtoda a gente vive’ – achei fantástico! ‘Gelo’ éprecisamente um filme sobre quem vive e quemquer viver mais do que uma vida numa vidasó.”

Com estreia marcada para 3-3-2016, ‘Gelo’é realizado por Luís e Gonçalo Galvão Teles eproduzido pela Fado Filmes. O filme que,segundo os realizadores, se baseia em ‘factosirreais’, desenvolve-se numa narrativaenvolvente e inesperada, na qual as vidas deduas mulheres se cruzam nas histórias uma daoutra. É um filme raro no panoramacinematográfico português, que une o romancee o fantástico e leva o espectador a questionar-se sobre quantas vidas há numa vida.Protagonizado pela atriz espanhola IvanaBaquero (O Labirinto do Fauno, As Crónicasde Shannara), o filme conta ainda com um só-

lido elenco de atores portugueses, como Afon-so Pimentel, Albano Jerónimo, Ivo Canelas,Inês Castelo-Branco, Carlos Santos, João Jesuse Beatriz Leonardo.

Veja o trailer em:ht t p ://www. fado f i lmes .p t/GELO/

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Lagoa acolhe...

Símbolos identitários dos RomeirosA Casa da Cultura Carlos César acolhe

desde o dia 15 de fevereiro, a exposição itine-rante “Símbolos Identitários dos Romeiros I– Bordões e Cevadeiras”, numa iniciativa doMovimento de Romeiros de São Miguel(MRSM), que tem percorrido todos os con-celhos da ilha de S. Miguel e que agora terminana Lagoa, numa parceria com a autarquia local.

Trata-se de uma exposição composta porum diversificado número de bordões bem co-mo diversas cevadeiras, dois dos quatro símbo-los identitários dos romeiros, juntamente como terço e o lenço, representando assim a religio-sidade de uma tradição com cerca de 500 anos.

A abertura da exposição decorreu onteme contou com a presença da vereadora Elisabe-te Tavares que, na ocasião, referiu ser uma ini-ciativa que o município lagoense acolhe numaépoca de início das romarias de São Miguel,sendo uma religiosidade patente nos lagoen-ses, visto que a Lagoa tem cinco ranchos deromeiros, e um deles, nomeadamente o da fre-guesia do Cabouco, já se encontra em peregri-nação pela ilha.

De acordo com João Leite, presidente doMovimento de Romeiros de S. Miguel, “Sím-bolos Identitários dos Romeiros I – Bordõese Cevadeiras” é uma exposição que apresentaalguns dos acessórios que cada romeiro apre-senta: um xaile pelos ombros, um lenço aopescoço, uma cevadeira às costas, um terço eum bordão na mão, que assim percorrem osestimados 100 lugares diferentes da ilha de São

Miguel. João Leite refere que em exposiçõesposteriores pretender-se-á abordar outros as-petos.

De referir que, estiveram presentes ele-mentos dos ranchos de romeiros das freguesiasde Nossa Senhora do Rosário, Água de Pau,Santa Cruz e do lugar de Atalhada. Durante asua exibição, os serviços de Educação e Culturada Câmara Municipal pretendem desenvolverum trabalho formativo com a comunidade,estando agendados para os dias 17 e 18 de fe-vereiro dois ateliês, “Terços de Romeiros”,destinados a um público mais jovem. Recorde-se que, estes ateliês já foram igualmente desen-volvidos em outros núcleos museológicos ge-ridos pela autarquia.

Todos os interessados poderão visitar aexposição no seguinte horário: segunda a quin-ta-feira, das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às17h00; às sextas-feiras das 8h30 às 12h30 e sá-bados: 10h30-12h30. L P

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José Luís Carneiro:“A minha maior obrigação é a da proximidade às comunidades portuguesas”

• Entrevista conduzida por Ana Grácio PINTO e José Manuel DUARTE, do Mundo Português, para o LusoPresse

Para o novo Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas é fundamental ocompromisso com uma política e um rostode proximidade aos portugueses que vivem noestrangeiro. Nesta entrevista ao «Mundo Por-tuguês», José Luís Carneiro abordou os princi-pais dossiers da pasta que recentemente assu-miu. Rede consular, ensino do português noestrangeiro, participação política, Conselho dasComunidades Portuguesas, meio associativo,foram temas de que falou abertamente um go-vernante que quer estar “muito próximo dascomunidades portuguesas espalhadas pelomundo”.

O que o fez aceitar a pasta da Secretariade Estado das Comunidades Portuguesas?

Há três dimensões que contribuíram paraeste convite e a sua aceitação. Estou convencidoque foi decisivo, em primeiro lugar, a minhaexperiência académica ter-se iniciado por estasáreas do conhecimento, áreas que têm que vercom as relações internacionais nas suas múlti-plas dimensões: institucional, económica, dasorganizações e do conhecimento da vida diplo-mática e da vida consular. Essa é a minha áreade partida, do ponto de vista dos estudos aca-démicos e científicos, e que desenvolvi nosprimórdios da minha vida profissional.

Depois, a minha experiência autárquicatambém contribuiu para poder dar uma visãoconcreta a um mundo de conceitos. A vida dasrelações internacionais é sempre muito asso-ciada aos conceitos, e um autarca é aquele queconcretiza os conceitos. E a dimensão da proxi-midade é uma das marcas de qualquer secretáriode Estado das Comunidades Portuguesas.

Mas essa proximidade, que é a marca doautarca, não corre o risco de poder desvanecer-se, porque passa agora a ser um dirigente polí-tico que está longe…

Mas muito próximo das comunidadesportuguesas espalhadas pelo mundo. Essa é a-liás a minha maior obrigação: a da proximidadecom essas comunidades. Depois, há uma ter-ceira dimensão e que tem a ver com o facto deter desempenhado, durante dez anos, funçõesno Comité das Regiões, onde estão mais de350 representantes dos municípios e das regi-ões da Europa. Costuma-se dizer que o Comitédas Regiões é a voz das comunidades locais eregionais na política europeia.

Portanto, julgo que estas três dimensõesforam fatores que contribuíram para o conviteque me foi feito e que muito me honrou: a ex-periência académica na área das relações inter-nacionais; a experiência no Comité das Regiões;a experiência autárquica feita a trabalhar emterritórios que têm muita emigração, como sãoos do interior do distrito do Porto. São territó-rios que, infelizmente, pela força das dificulda-des que se viviam naqueles concelhos há 40,50 anos, conheceram muita emigração – numaprimeira grande fase para o Brasil e numa se-gunda fase para França, Suíça, Bélgica, Luxem-burgo. O que me habilitou a um contacto eum conhecimento dessa realidade e ao mesmotempo a um sentimento comprometido coma necessidade de uma política e de um rosto de

proximidade.Foi autarca num concelho onde a questão

da emigração esteve sempre presente…Infelizmente, toda a região do Baixo Tâ-

mega tem níveis de emigração muito elevadose os últimos quatro anos foram anos de novaintensidade. Já tinha sido outrora. Aliás, fiqueihá dias surpreendido com os números da emi-gração para França entre 1954 e 1974. Não ti-nha a noção do que significou essa ‘massa’migratória: em França, passamos de 25 milpessoas em 1954, para 750 mil pessoas. E estesquatro últimos anos também foram de uma‘drenagem’ imensa de pessoas para o exterior.Eu vivi, como outros autarcas, o drama de nãoter instrumentos, mecanismos ao nosso disporpara poder segurar essas pessoas no nossopaís, proporcionando-lhes condições de vidaque evitassem a sua partida. Muitos partiriamna mesma, porque vão por outras razões, masuma grande maioria parte por falta de condiçõesde vida.

A pasta das Comunidades Portuguesastem uma série de dossiers e um deles é o Conselhodas Comunidades Portuguesas. O CCP é umconselho cuja competência está bem ou mal apro-veitada?

O Conselho das Comunidades Portugue-sas vai ter a sua reunião plenária, como que-remos que aconteça, em abril. O que quero queseja o Conselho das Comunidades não resultade uma interpretação pessoal. Resulta, em pri-meiro lugar, do cumprimento do que está esta-belecido em termos legislativos.

O CCP tem funções consultivas e, no meuentender, essas funções são importantes secada conselheiro fizer da sua representação,uma interpretação plena dessa faculdade de serouvido, de ser considerado no processo políti-co relativo às comunidades portuguesas. E,depois, se nos seus territórios de trabalho so-cial, cívico e político, fizer um trabalho aprofun-dado com as comunidades de forma a que aqui-lo que nos transmita, na relação com a Secreta-ria de Estado das Comunidades Portuguesas,corresponda efetivamente ao entendimento dacomunidade que vai representar. Eu tenho umaexpectativa positiva sobre o trabalho que cadaconselheira e cada conselheiro irão desenvolverno diálogo de construção das melhores solu-ções de políticas públicas destinadas às nossascomunidades espalhadas pelo mundo.

Não há então perspetiva de mudança nomodelo deste órgão consultivo?

Um dos problemas que se colocam mui-tas vezes às políticas públicas é que não se dáa necessária estabilidade à legislação que se pro-duz. Julgo que o pior que poderia fazer, tendo(os conselheiros) sido eleitos em setembropassado e aguardando tomar posse, seria estara equacionar a alteração legislativa do quadroque deu origem ao Conselho das Comunidadese deu legitimidade à eleição que muito recen-temente ocorreu. Não faria qualquer sentidoestar agora a produzir alterações na legislaçãoque ainda não testamos do ponto de vista doseu funcionamento e do alcance que visa ter.Portanto, o que quero transmitir aos conse-lheiros é uma palavra de confiança no seu traba-lho e na capacidade para representarem os inte-

resses das comunidades que os elegeram e emnome das quais vão dialogar com a Secretariade Estado.

Por falar em modelos, que futuro para oEnsino do Português no Estrangeiro (EPE)?Ser basicamente ensinado como primeira lín-gua ou língua de herança, ou ‘crescer’ para oensino como língua curricular estrangeira?

Uma realidade não deve excluir a outra,são realidades que se complementam. Nós de-vemos trabalhar em dois sentidos que sãocomplementares. Devemos manter o ensinocomplementar, tal e qual como existe hoje,com uma oferta diversificada, onde, por exem-plo, as associações têm um papel decisivo.

Mas devemos também trabalhar para quea língua portuguesa ganhe mais espaço na es-trutura curricular do sistema de ensino dos paí-ses de acolhimento.

Aliás, vi com bons olhos a notícia da reso-lução do Parlamento luxemburguês que vai cri-ar um instituto internacional da língua, dandouma dimensão estratégica ao ensino do portu-guês no Luxemburgo. Porque a Língua Portu-guesa é a quinta língua mais falada no mundo,é a terceira língua mais falada fora da UniãoEuropeia e a primeira língua falada no hemis-fério sul.

Se olharmos para o mundo vemos que oBrasil é um país que tem uma relação preferen-cial com o Mercosul, com a América Latina ecom toda a realidade da Ibero-América. Seolharmos para o continente africano, vemosque a Guiné-Bissau integra a Comunidade Eco-nómica dos Estados da África Ocidental, queé uma comunidade francófona; que Cabo Verdeé também parceiro dessa Comunidade Eco-nómica; que Angola é um país proeminentena África Austral e na Comunidade para o De-senvolvimento da África Austral; que Moçam-bique, sendo também membro dessa Comu-

nidade, é simultaneamente membro da Comu-nidade islâmica e da Commonwealth, de expres-são inglesa. Também Timor-Leste está numarelação especialmente estratégica em tudo otem que ver com a Ásia.

Portanto, estes países que têm como ex-pressão oficial a Língua Portuguesa, e tambéma têm como língua do quotidiano, são paísesque interagem e são influentes em todos estesespaços sub-regionais. Significa que o Portu-guês não é apenas útil, estratégico, para Portu-gal, mas tem que ser visto pelos outros países,como estratégico para esses mesmos países:para a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Espa-nha… Nós temos que sensibilizar as autorida-des regionais e nacionais desses países, ondetemos comunidades portuguesas, para a impor-tância da Língua Portuguesa e para a necessida-de de ela ser considerada uma língua estratégica.

Foi isso que transmiti às autoridades fran-cesas, porque na definição das línguas estraté-gicas, o Português não foi considerado umalíngua estratégica para a França, e nós entende-mos que ela o é, para os interesses políticosfranceses. Por isso, procuramos sensibilizaros autarcas, os poderes regionais e também omeu homólogo no governo francês para a im-portância de ganharmos mais espaço no ensi-no da Língua Portuguesa no sistema de ensinofrancês.

Mas não é suficiente integrar o Portuguêsna estrutura curricular e pedagógica das escolasfrancesas. É também necessário que haja con-tratação de professores de português, porquese legislarmos no sentido de integrar o Portu-guês na estrutura curricular e depois não houvero respetivo acompanhamento com a contrata-ção de professores, diria que dificilmente po-derá haver resultados concretos para a expan-são da língua. Isto não significa que não deva-mos continuar a valorizar tudo o que tem a ver

José Luís Carneiro, novo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Fotojornal Mundo Português.

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com o ensino da língua e cultura de origem.Esta é uma dimensão, mas não é concorrenteda outra dimensão de abertura da língua aomundo e a outras comunidades que a queiramaprender. Temos que trabalhar nestes dois pla-nos.

Como vê, esta Secretaria de Estado, o re-lacionamento com o movimento associativo por-tuguês no estrangeiro?

Um autarca tem uma noção muito clarado que é o movimento associativo, que temvárias dimensões. Primeiro, é o resultado daexpressão voluntária de cidadãos que se entre-gam a essa dimensão de cidadania, de construí-rem, em solidariedade, respostas de desenvolvi-mento desportivo, cultural, recreativo da socie-dade. Desde logo, tem que ser valorizado poresse facto. Segunda dimensão muito impor-tante é que as associações são um espaço deinclusão dos mais jovens, de inclusão na comu-nidade. Porque é ali que, muitas vezes, pessoasde recursos económicos, culturais e sociais di-ferentes, se integram e interagem, se protegemtambém, e muitas vezes conseguem depoisencontrar canais de relação exteriores. Em ter-ceiro lugar, são, em princípio, instituições queprosseguem fins de fraternidade, solidariedadee cidadania. E para nós, o associativismo temum papel determinante a desempenhar na rela-ção com as comunidades portuguesas. Mas háprioridades. Uma delas tem a ver com o movi-mento associativo vocacionado para as jovensgerações, porque temos que garantir que conti-nuam o esforço de organização social, trabalhocoletivo e trabalho fraternal, que foi desenvol-vido pelas gerações anteriores. E, quem temexperiência, como o «Mundo Português», sabebem que muitas das novas gerações estão afas-tadas do movimento associativo, por força dosseus interesses que são hoje muito diversosdos seus pais e avós. Mas há também movi-mentos a emergir das jovens gerações – estu-dantes, investigadores, profissionais – que seestão a organizar. E a Secretaria de Estado estámuito atenta a esse movimento de jovens quequeremos apoiar e ajudar a dinamizar. Há tam-bém o movimento vocacionado para a igual-dade de oportunidades, onde os movimentosda mulher emigrante também têm que ter umaatenção especial. Aí há um trabalho já conhe-cido da antiga secretária de Estado das Comuni-dades, Manuela Aguiar, muito vocacionado pa-ra a mulher migrante e que deve ser desenvolvi-do. Sei que a Secretaria de Estado para a Igual-dade também tem esta preocupação e vamostrabalhar em conjunto para desenvolver umprojeto voltado para a igualdade nas comunida-des portuguesas.

Depois há todas as outras manifestaçõesdesenvolvidas pelo associativismo, desde logoo ensino da língua e a promoção da culturaportuguesa. Enfim, são expressões da dinâmi-ca diversa e multifacetada das comunidades por-tuguesas que queremos acompanhar, dinami-zar e aprofundar, procurando efectivamenteavaliar os impactos que essas iniciativas têmna vida das comunidades. Temos que ter umconjunto de critérios claros, transparentes, co-nhecidos de todos, para que todos se possamhabilitar aos apoios da Secretaria de Estadodas Comunidades Portuguesas.

Há uma dimensão que me preocupa e vaimerecer da nossa parte uma atenção especial:garantir um envolvimento das associações norecenseamento eleitoral e na participação elei-toral. Há 4,5 a 5 milhões de portugueses espa-lhados pelo mundo, mas temos cerca de 300mil que se recenseiam e desses, cinco por cento

que vão votar. Há aqui problemas que é precisoultrapassar e quero contar muito com o mo-vimento associativo para me auxiliar no recen-seamento dos portugueses espalhados pelomundo e também no seu processo de participa-ção eleitoral. Porque só assim é que as comuni-dades portuguesas passarão a ter força política.

Falou no recenseamento eleitoral. Será es-te o maior responsável por se votar tão pouconas comunidades? Ou falta ainda a visão,por parte de quem vive no estrangeiro, da im-portância de expressar o seu voto? A formade votar não poderá ser também um entrave auma maior participação?

Todos os factores estão interligados, em-bora assumindo o objectivo político do gover-no de avançar com o voto electrónico, que fazparte do programa de governo. Mas até lá che-gar há muitas coisas que podem ser feitas. Porque é que as pessoas votam pouco? Uma parteporque quando saíram de Portugal, não se vota-va no país, e não podemos esquecer que hámuitos que nunca votaram, nem cá nem lá. Ejá tive a experiência, cá em Portugal, de pessoasque nunca tendo ido votar, tinham receio de ofazer pela primeira vez, porque não sabiamcomo se votava. Portanto há uma percentagemde pessoas que não vão votar porque nuncacriaram hábitos de participação política, por-que nasceram e cresceram durante o antigo regi-me.

Mas os cortes que foram empreendidosna rede consular, também afastaram os serviçosconsulares dos cidadãos. Quando abrimos asmesas de voto nos serviços consulares, e secortamos os serviços consulares próximos dascomunidades, colocamos essas mesas de votomuitas vezes a centenas de quilómetros doscidadãos. Não podemos querer maior partici-

pação eleitoral, se afastamos as mesas de votoe os locais eleitorais, das comunidades. Por is-so, há aqui um esforço de aproximação do re-censeamento e dos atos eleitorais, às comu-nidades. Há um conjunto de obstáculos queestão a ser identificados, em diálogo com onosso representante na Comissão Nacionalde Eleições. Vamos determinar quais são essascausas que dificultam o recenseamento e a parti-cipação eleitoral, para, no quadro das nossaspossibilidades imediatas, tentarmos trabalharcom os partidos políticos com assento parla-mentar, para remover alguns desses obstácu-los. Haverá outras alterações que carecem damudança da lei eleitoral, mas aí já é preciso ha-ver condições para que isso possa acontecerno quadro parlamentar.

Mas estou convencido que haverá peque-nas alterações que se poderão fazer e traduzir-se-ão numa maior facilidade para garantir a par-ticipação dos nossos cidadãos nos atos eleito-rais. Porque a primeira grande questão é a daqualidade da democracia e a qualidade da parti-cipação dos nossos cidadãos, que não tem sidodevidamente acautelada. E julgo que todos te-mos responsabilidade e todos temos tambémo dever de contribuir para que os nossos cida-dãos possam ter outras condições de participarna vida democrática do seu país, Portugal, mastambém na vida democrática dos países de aco-lhimento.

Não é importante apenas votarem nosatos eleitorais de Portugal. É importante vota-rem também nos atos eleitorais em França,Luxemburgo, Bélgica, Suíça, Estados Unidos,Canadá… Ou seja, por todo o mundo.

Porque se os nossos portugueses não par-ticiparem nos atos eleitorais, os autarcas, osgovernos regionais e os governos desses paí-ses não terão bem a noção da importância po-lítica das nossas comunidades.

Esta questão da proximidade reportatambém à área consular. Qual é a sua visãodos serviços consulares?

Há experiências desenvolvidas num pas-sado recente que procuraram minorar os im-pactos dos cortes na rede consular, nomeada-mente as permanências consulares e as antenasconsulares. São experiências que queremosconsolidar e desenvolver. Essa é uma das di-mensões em que estamos a trabalhar. Mas háuma segunda dimensão que tem a ver com amodernização dos serviços consulares.

Está em curso um programa que vai pro-ceder à sua modernização, criando um sistemade gestão integrado desses serviços, desmate-rializando alguns dos procedimentos de funcio-namento dos serviços consulares. Com isso,esperamos nós, seremos capazes de libertarum pouco mais os serviços para o atendimentoe para a qualificação desse atendimento.

Claro que, de uma forma paulatina e pro-gressiva e tanto quanto as condições orçamen-tais do país o possibilitem, gostaríamos de irreforçando alguns recursos em áreas de urgên-cias, em situações de emergência.

Isso significa a reabertura de postos con-su-lares, ou o reforço nas permanências consu-lares?

Diria que, nesta fase, aquilo que está aonosso alcance fazer é o de reforçar as perma-nências consulares.

O sistema de gestão integrado dos serviços,de que falou, o que irá alterar?

Essa gestão integrada permitirá a partilhae a libertação de recursos para garantir um aten-dimento mais qualificado e de maior proximi-dade. Se libertarmos recursos, no âmbito dos

serviços consulares, esses estarão mais dispo-níveis para garantir o atendimento. Hoje jámuitos cidadãos acedem aos consulados, porvia da internet, pedindo informações, solicitan-do esclarecimentos. Mas, muitas vezes, fazemesses pedidos e os nossos serviços consularesnão têm condições para corresponder ao au-mento da procura.

Por exemplo, só no Consulado-Geral dePortugal em Paris, estamos a fazer cerca de600 atendimentos por dia, são mais de 15 milpor mês. Conseguem perceber o que se passounos serviços consulares e as dificuldades comque se deparam os nossos profissionais... Gos-taria de deixar aqui uma palavra de reconheci-mento público aos nossos cônsules, vice-côn-sules, cônsules honorários e aos nossos fun-cionários dos serviços consulares, que comtodas as dificuldades, com a exiguidade de recur-sos, foram conseguindo corresponder a umaumento da procura. Procuraremos, no quadrodas nossas possibilidades, ir ao encontro dascomunidades, explicar-lhes o esforço que esta-mos a fazer e também envolver as autarquias

PERFILJosé Luís Carneiro nasceu a 4 de

outubro de 1971. É licenciado em Rela-ções Internacionais. Mestre em EstudosAfricanos, é doutorando em Ciência Po-lítica e Administração.

Entre 1998 e 2005 foi vereador sempelouro na Câmara Municipal de Baião.Foi Presidente da Câmara Municipal deBaião entre 2005 e 2015.

Foi Deputado à Assembleia da Re-pública entre fevereiro e novembro de2005, e, nesse período, integrou a Comis-são dos Negócios Estrangeiros. Foi elei-to membro da Assembleia ParlamentarEuro-Mediterrânica.

Integrou ainda o Comité das Regi-ões da União Europeia, entre 2006 e2015, as Comissões de Educação, Juven-tude, Ciência e Cultura (Educação) e acomissão de Coesão Territorial (Coter),tendo presidido à Comissão de RecursosNaturais (Nat). Foi membro do Conse-lho Geral da Associação Nacional dosMunicípios Portugueses e do ConselhoEconómico e Social, entre 2013 e 2015.

Desempenhou as funções de Chefede Gabinete do Grupo Parlamentar doPartido Socialista entre 2000 e 2002.

Eleito deputado para a XIII Legisla-tura, integrou as Comissão de Ambiente,Ordenamento do Território, Descentrali-zação, Poder Local e Habitação; e, comosuplente, integrou as comissões de As-suntos Europeus e Agricultura e Mar.Foi, ainda, eleito vice-presidente da Dire-ção da Bancada Parlamentar do PS.

É presidente da Federação Distritaldo Partido Socialista do Porto desde 2012.

É docente universitário, com fun-ções suspensas, na Universidade Lusíadae no Instituto de Ciências da Informaçãoe Administração (Aveiro). Tem trabalhospublicados nas áreas da ciência política erelações internacionais, e no âmbito dospoderes locais e regionais.

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dos países de acolhimento, como procurei fa-zer em França, para que nos auxiliem nesteobjectivo, porque têm comunidades portugue-sas ativas nos seus territórios.

É expectável um aumento de funcioná-rios?

Temos que acautelar duas questões. Uma,garantir a substituição daqueles que previsivel-mente vão solicitar a aposentação. Há um con-junto vasto de funcionários que alcançaram otempo e a idade para se aposentarem, e temosque garantir condições para a sua substituição,na medida em que nalguns casos estamos emsituações de rotura eminente. Para esses casos,temos que encontrar soluções, é um dever. Maspedindo ao mesmo tempo aos cidadãos quenos lêem, nos vêem e nos ouvem por todo omundo, o ser compreensivos com as necessida-des especiais que o Estado português no mo-mento está a viver. E sermos muito responsá-veis nas opções que tomamos em relação aofuturo de todos nós.

Esteve recentemente com a comunidadeportuguesa em França. Essa proximidade éapara se manter? Quais são os critérios de es-colha das comunidades para as suas viagens?

O critério da visita a França teve que vercom o facto de ser a nossa maior comunidade– estamos a falar de 1,2 milhões de portugueses– e de ser uma das mais antigas. Irei agora visi-tar Londres e Manchester pelo facto de ser acomunidade que mais cresceu nos últimosanos: estamos a falar de meio milhão de portu-gueses na Grã-Bretanha. Depois, irei procurarper-correr o conjunto dos países europeus quetêm as maiores comunidades, de forma a que,entre março e abril, possamos também deslo-car-nos para outras regiões, nomeadamentepara a América do Norte, América Central edo Sul e depois para África e a Ásia, onde temosimportantes comunidades e interesses.

O resultado da visita a França foi muitopositivo, porque me permitiu contatar com omovimento associativo, cultural, desportivo,humanitário e social. E ao mesmo tempo, en-contrar-me com representantes do poder po-lítico francês, desde logo com o meu homólo-go francês, e com autarcas em Paris, Lyon eBordéus. Pude também contatar com cidadãosque desenvolvem diversas actividades, e perce-ber a dinâmica económica e empresarial dosportugueses. Aquilo que posso dizer é que estavisita foi muito positiva. Fui acolhido commuito afeto pelos nossos portugueses. Jamaisesquecerei essa primeira receção oficial, e esperoque assim continue, nomeadamente na visitaque vou fazer a Londres e Manchester, entre12 e 15 de fevereiro e depois a Bruxelas (Bélgi-ca), dia 17, e Luxemburgo, dia 18.

Telefone e fax: (514) 849-9966Alain Côté O. D.

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4242, boul. St-Laurent,bureau 204

Montréal (Qc) H2W 1Z3

FalecimentoFaleceu no passado dia 9 de feve-

reiro, o nosso compatriota Augusto daPonte, pai de Fernanda Oliveira, mulhermuito implicada na Comunidade Portu-guesa local.

Augusto da Ponte tinha 95 anos,pois nasceu em 20 de janeiro de 1921,na cidade da Horta, no Faial (Açores).

Ainda senhor de todos os seus re-cursos físicos e mentais, Augusto daPonte viria a sucumbir em função deuma queda que o deixou bem maltratadoao ponto de ter falecido.

À Senhora Fernanda Oliveira e suarestante família, o LusoPresse endereçaos seus mais sentidos pêsames.

No Ontário...Diretora escolar lusodesdendente premiada

TORONTO - Uma emigrante portu-guesa vai ser distinguida como uma das melho-res diretoras de escolas no Canadá pelo seu“papel na melhoria” da avaliação dos alunos,sendo a maioria de origem portuguesa.

A portuguesa, responsável pedagógica daEscola Santa Maria dos Anjos, em Toronto,foi eleita pela Learning Partnership como amelhor diretora, entre 40 finalistas, e a única aconquistar o prémio em escolas católicas, pelasua “liderança excecional”.

“Como luso-canadiana, e até porque a es-cola onde estava colocada era frequentada pormuitos alunos portugueses, é um reconheci-mento muito importante porque passei todaa vida escolar, como diretora e professora aerradicar o estereotipo dos portugueses nãoserem bem sucedidos especialmente em estu-dos académicos”, afirmou Manuela Sequeira,de 52 anos.

Formada pela Universidade de Torontoem Letras, com um mestrado em educação,Manuela Sequeira frequentou ainda durantedois anos a Faculdade de Letras de Coimbra,de onde é natural, e tem trabalhado num esta-belecimento de Toronto com cerca de 400 alu-nos, a maioria dos quais portugueses e lusodes-cendentes.

Segundo a diretora, a escola estava sobavaliação do Ministério da Educação devido àprestação menos boa dos alunos, mas em seteanos conseguiram “superar todas as adversi-dades e colocar os alunos entre os melhoresda província”.

A Learning Partnership é uma instituiçãode caridade nacional dedicada a apoiar, promo-

ver e desenvolver a educação financiada publi-camente no Canadá.

Atualmente, Manuela Sequeira, desem-penha funções como Diretora na Escola Cató-lica St. Clare, em Toronto, onde também existeuma grande comunidade portuguesa. A insti-tuição de ensino é frequentada por 462 alunosdos quatro aos 13 anos, que vão desde a pré-primária até ao segundo ciclo do ensino básico.

Os alunos portugueses e lusodescenden-tes que ao longo dos anos, segundo relatos deinstituições canadianas, têm sentido algumasdificuldades na integração do meio escolar,conseguindo superar esses obstáculos.

“Algo mudou para o positivo. Temosmais modelos de portugueses nas várias áreasprofissionais. Há muitas instituições que pro-movem a educação juntos dos alunos portu-gueses, o que é positivo. Continuamos comuma certa dificuldade não só com os portugue-ses, em elevar esse nível académico”, enalteceuManuela Sequeira.

A alta valorização das habitações em To-ronto, mais especificamente na baixa da cidade,tem levado a que muitos residentes procuremoutras opções mais acessíveis, fator que temlevado a uma redução de alunos nas escolas.

“Antigamente os emigrantes concentra-vam-se nos grandes centros. Hoje em dia te-mos escolas que tinham 500 a 600 alunos, eagora só tem 200 a 300, fruto de as pessoasprocuraram casas com preços mais acessíveisem cidades vizinhas”, frisou.

Os vencedores do galardão serão home-nageados numa cerimónia a ter lugar em To-ronto, no dia 23 de fevereiro.

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Em Prince Rupert...Comunidade portuguesa luta por manter tradições

VANCOUVER, Colômbia Britânica- A comunidade portuguesa de Prince Rupert,uma ilha no oeste do Canadá, luta por manteras tradições, apesar de estar fora dos grandescentros urbanos.

“Costumamos participar no desfile doDia da Cidade, onde promovemos as tradiçõesportuguesas. Percorremos a cidade a cantar e adançar, onde mostramos a nossa cultura”, disseà Lusa Joe Veríssimo, de 51 anos.

Natural de São Miguel, Joe Veríssimo foium dos fundadores do Clube Luso Portuguêsde Prince Rupert, em 1 de maio de 2005, para“juntar mais a comunidade” e “unir ainda maisos portugueses”.

Desde então, a associação tem participadonas comemorações do dia da cidade, tendoconquistado vários galardões locais.

“São já dez anos seguidos, e já vencemospor duas vezes a parada com um carro alegóri-co. Percorremos a cidade a cantar e dançar, amostrar todas as nossas tradições portuguesasa todos”, sublinhou Joe Veríssimo, no Canadáhá 42 anos.

Foi no início da década de 50 que os por-tugueses chegaram a Prince Rupert, uma peque-na cidade portuária com 12 mil habitantes, lo-calizada na ilha de Kaien, no noroeste da Co-

lômbia Britânica, apenas a 55 km do sul doAlasca (Estados Unidos).

“A comunidade portuguesa em Prince Ru-pert é reduzida, a localidade é muito pequena,com apenas 12 mil habitantes” mas “é raro o diaem que não vejo um português. Somos muitorespeitados na cidade”, enalteceu Joe Veríssimo.

Mais de metade da população é de origemindígena mas as comunidades italiana, chinesae vietnamita têm uma forte expressão. Existemcerca de 160 portugueses e lusodescendentesem Prince Rupert.

Uma das dificuldades da comunidadeportuguesa é o acesso ao “mercado da sau-dade”, apesar de uma mercearia, propriedadede um empresário lusodescendente, comerci-alizar esporadicamente produtos como o ‘ba-calhau, azeite e sardinhas”.

O mercado mais próximo de Prince Ru-pert, com acesso a produtos portugueses, ficalocalizado em Vancouver, a mais de mil quiló-metros de distância, a 17 horas de automóvelou a duas horas de avião.

A principal economia em Prince Ruperté a indústria relacionada com o carregamentomarítimo de cereais e carvão para exportação,visto o seu potencial enquanto cidade portuária,naquele que é considerado o porto natural maisprofundo na América do Norte. L P L P

Em Santa Cruz - Capela do Senhor Santo Cristo.Os 50 anos das Festas do Senhor Santo Cristo,em Montreal, estão aí – maio próximo. Vai daí,um grupo de paroquianos decidiu homenagear oRedentor dando-lhe uma nova Capela; porquea que serviu até aqui era muito exígua. Atare-fados como os trabalhos estão os homens da fir-ma Silva Couvreurs, como documentam as fotosaqui apresentadas, da responsabilidade do re-pórter fotográfico do nosso jornal.

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DRAGON FORCE MONTREAL…

COM COMEÇO EM FORÇA• Por Norberto AGUIAR

A notícia já foi aqui dada na ediçãopassada do LusoPresse. Porém, hoje vamosmais além ao apresentarmos o resultado da re-cente conversa que tivemos com Tony Carva-lho, jovem empresário lusodescendente, esta-belecido com sucesso no ramo do imobiliário.

Tony Carvalho é um adepto portista semreservas. De tal maneira assim é que na suaainda curta vida de homem adulto já organizouvários encontros de portistas como ele aqui,na cidade de Montreal. «E nunca o fiz commenos de 100 pessoas», elucida-nos. «Algunsdesses encontros tiveram lugar no Clube Ori-ental» esclarece, como se tivéssemos dúvidassobre a veracidade de tal desiderato.

Criada companhiaPreparando-se para trazer o Dragon Force

para Montreal, a exemplo do que já aconteceem Toronto, Tony Carvalho não podia ter es-colhido melhor parceiro do que Luís Timóteo,outro jovem empresário, este em mecânica deautomóveis, mas já com créditos firmados nofutebol juvenil local onde, como treinador – etambém organizador – já tem um palmarés in-vejável, com títulos conquistados em quasetodas as categorias. Os dois, metidos à conver-sa sobre o projeto de criar uma academia localde futebol sob a bandeira do Futebol Clubedo Porto, não demoraram mais do que o tem-po de um «suspiro», logo ficando acordadoque sim, o projeto é para avançar, mesmo seentre os dois lusos há uma diferença clubísticapronunciada, com o Luís a torcer pelos verdesdo Sporting.

Uma terceira pessoa veio, agora, se juntarao Luís e ao Tony. Dessa pessoa falaremosmais à frente.

Plano de negóciosO Tony Carvalho já vê o seu projeto mui-

to para além dos seus passos iniciais, a dar apartir do próximo dia 27 de fevereiro, quandose estará organizando uma noite de «Pokernigth», a realizar na sede da Associação Portu-guesa do Canadá. E esse projeto é visto atravésde uma escola de futebol em plena ascensão,

que a leve ao ponto de ter o seu próprio com-plexo desportivo, não fosse o Tony Carvalhoum expert na matéria.

Mas voltando, já agora, à noite do «Pokernigth, para dizer que há esforços para que aliestejam 150 pessoas, que pagam 100 dólaresde entrada de maneira que haja uma receita signi-ficativa, que venha em auxílio às crianças quenão tenham recursos, pelo menos nesta pri-meira fase do projeto, para se inscreverem noprimeiro «Campo de treinos» do Dragon ForceMontreal a levar a cabo dos dias 29 de fevereiroa 4 de março, no complexo desportivo Catalo-nia, com a presença de três técnicos vindos dostaff do Futebol Clube do Porto. Está previsto,ainda na mesma ocasião, a vinda de um antigojogador do Porto, que se pensa poder ser oGrande Fernando Gomes.

No Plano de Negócios elaborado pelosnossos dois jovens empresários (Tony e Luís),que consiste na criação da Academia de FutebolMontreal Dragon Force, a divisa é centradaem três pilares essenciais, como nos adiantouTony Carvalho: Educação, Nutrição e Despor-to. Mas para isso, outros valores se levantam,como ter um apoio financeiro importante.Neste domínio a organização, onde o TonyCarvalho tem apoio de Paulo Marques, é ocentro das decisões, está a elaborar um projetoque contará com a participação de várias empre-sas, como bancos, companhias aéreas, entreoutras. «E para que isso vá para a frente, come-çaria por nos dizer Tony Carvalho, temos dedemonstrar que somos uma organização sériae competente».

Já a parte desportiva do projeto tem comoprincipal mentor o Luís Timóteo. Neste cam-po, a sua experiência e poder organizativo se-rão fundamentais para o sucesso da operação.Deste modo, serão postas em prática uma filo-sofia e uma metodologia adaptadas aos proces-sos mais evoluídos no domínio do treino parajovens. Aqui há que contar, também, com osconselhos dos formadores oriundos da casa-mãe, que é o Futebol Clube do Porto.

Um terceiro elemento, também jovem,mas agora de origem quebequense, que por si-nal fala muito bem português, se juntará aoLuís e ao Tony, ele que tem formação universi-tária ao mais alto nível desportivo por ter pas-sado por universidades canadianas e brasileiras– e está a caminho da Universidade do Porto.Trata-se de Gregory Halle Petiot. Mas dele fala-remos numa das nossas edições futuras.

Outras promoções imediatasDepois do «Poker nigth» do dia 27 de fe-

vereiro, a segunda promoção do Dragon ForceMontreal centra-se no restaurante Casa Mi-nhota, na quinta-feira, dia 3 de março. Tratar-se-á de um almoço volante, chamemos-lhe as-sim, isto porque começará ao meio-dia e sóterminará às 6 horas da tarde. No decorrer dessealmoço prolongado haverá um leilão de ca-misolas do Futebol Clube do Porto, trazidaspelos técnicos portistas presentes e pelo con-vidado especial que, já o dissemos, talvez possaser Fernando Gomes, um dos maiores golea-dores da história do futebol português.

Os organizadores da inédita iniciativa es-peram que as salas do Casa Minhota estejam,no dia 3 de março, repletas de desportistas, pa-

ra um bom almoço, claro, mas acima de tudopara participarem numa atividade que visa so-bretudo apoiar a criação da primeira academiade futebol da comunidade.

Dos 6 aos 18 anosCom as inscrições atualmente abertas, re-

corde-se que o «Campo de treinos», que começadia 29 de fevereiro, aceita crianças a partir dosseis anos; alargando-se este leque aos jovens

que não tenham ultrapassado ainda a sua maio-ridade, isto é, os 18 anos.

Entretanto, no decorrer das próximas se-manas, outras informações irão sendo dadasquanto ao início de semelhantes iniciativas jámarcadas para o próximo verão.

Agora, para contactos imediatos e inscri-ções, aqui fica o número de telefone a discar:(514) 775-3767.

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Da esquerda para a direita, Gregory Halle Petiot e Tony Carvalho, quando prestavamdeclarações ao jornalista. Foto LusoPresse.

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