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NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL O Comissário Europeu fala do nosso futuro o n ENERGIA SEM LIMITES · JULHO 2007 · Nº3 CAPITAL HUMANO CRIAÇÃO DE VALOR ATRAVÉS DE UMA EFICIÊNCIA SUPERIOR ARNOLD SCHWARZENEGGER SIMPATIZO COM A ECONOMIA E COM O AMBIENTE ANA MARIA FERNANDES ACREDITO NO TRIÂNGULO COM A AMÉRICA ENERGIA SUSTENTÁVEL

EDP ON 03 - Energia Sustentavel

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NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIALO Comissário Europeu fala do nosso futuro

on E N E R G I A S E M L I M I T E S · J U L H O 2 0 0 7 · N º 3

CAPITAL HUMANOCRIAÇÃO DE VALOR ATRAVÉSDE UMA EFICIÊNCIA SUPERIOR

ARNOLD SCHWARZENEGGERSIMPATIZO COM A ECONOMIA E COM O AMBIENTE

ANA MARIA FERNANDESACREDITO NO TRIÂNGULO

COM A AMÉRICA

ENERGIA SUSTENTÁVEL

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editorialedp

Comunicação assume hoje umpapel vital em qualquer socie-dade, meio empresarial, socialou desportivo.

Uma organização por muitoboa que seja, se não tiver circui-

tos de comunicação que potenciem estes facto-res distintivos, dificilmente será reconhecida portodos os seus stakeholders.

A comunicação é hoje então uma imprescin-dível ferramenta de gestão de uma empresa: Fer-ramenta de gestão interna, potenciando a mis-são de cada colaborador na empresa, focandoobjectivos para que sejam atingidos da melhorforma; e Ferramenta de gestão externa, mostran-do ao mercado (clientes, fornecedores, accionis-tas) aquilo que a diferencia da concorrência, bemcomo, as suas preocupações sociais.

Mas para que a comunicação seja uma mais-valia e funcione, não basta apenas que ela exis-ta por si só. É necessário que os circuitos de co-municação sejam simples, fluidos, funcionais eperceptíveis pelo que a definição de regras cla-ras se torna num elemento essencial.

A grande diferença entre ter uma má e uma

boa comunicação é quando numa organizaçãoos seus colaboradores deixam de ter uma tarefapara passarem a ter uma missão. Esta passagemexige persistência e tempo, mas sobretudo umaatitude proactiva da empresa em fazer ver aoscolaboradores o que deles é esperado.

Este factor assume um papel de maior rele-vância, se uma organização – como é o caso daEDP – desenvolver a sua actividade em váriosenquadramentos geográficos, com as especifici-dades próprias de cada mercado. Se parece ló-gico que as práticas em Portugal, Espanha ouBrasil - mercados onde o Grupo actua actual-mente a que se juntará brevemente os EUA - se-jam diferentes, tal não pode ser inibidor de umaestratégia de grupo que seguramente a prazo tra-rá os seus benefícios.

É por saber da importância da comunicaçãoque a EDP tem tomado inúmeras iniciativaspara explicar a missão de cada colaborador den-tro do Grupo. A mais recente é o “Sou EDP”,uma iniciativa transversal a toda a organizaçãoonde se pretende fortalecer a missão e os valo-res do Grupo, de forma a torná-lo mais com-petente e competitivo.

APaulo Campos CostaDIRECTOR DE MARCA

E COMUNICAÇÃO

A Comunicação como ferramenta de gestão

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capital humano compromissos spotlight aquecimento globalíndice

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MaioJulho

*Bolsa na nossa empresa, asboas acções têm-se mostrado oactivo mais sustentávelEDP way Banda desenhada no Brasil, Calatrava bemiluminado nas Astúrias, ideiasluminosas em Portugal, e as luzes do conhecimento na internet para todas as geografiasFórum os colaboradores dePortugal, Espanha e Brasilproduzem energia na empresae economizam-na em casaInovação as mil e uma maneirasde produzir hidrogénio, umapesquisa internacional

Quem é Quem a partir destenúmero falamos com oscientistas portugueses quefazem investigação a nívelinternacionalCausas electrificaçãono Camboja, aves necrófagasem Aragão e muitas maravilhasartísticas frente ao estuáriodo TejoCapital HumanoUm novo modelo de gestão parao nosso GrupoCompromissosNovas apostas e o balanço daspropostas apresentados noprimeiro número

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Em Junho foi lançada a primeirapedra da nova central de ciclocombinado de Lares

40As ondas além de belas,também podem serúteis

44O mestreao vivo e com muitascores

f i c h a t é c n i c a

On é uma edição bimestral

Proprietário EDP – Energias de Portugal, SAPraça Marquês de Pombal, 12, 1250-162 Lisboa Tel: 210 012 680 Fax: 210 012 910 [email protected] Director Paulo Campos CostaEditora Peninsula Press SLRua dos Correeiros 120, 4º esq , 1100-168 LisboaAdministrador executivo Stella Klauhs [email protected]ção José Couto Nogueira (editor), Joana Peres (redactora), Nuno Santos (arte), Alexandre Almeida, Natasha Brigham e Adelino Oliveira (fotografia), Ana Godinho (revisora)Coordenação EDP Margarida GlóriaDistribuição gratuita Portugal - 23.000 exemplares; Espanha- 3.500 exemplares; Brasil- 3.200 exemplaresTipografia MIRANDELA - Artes Gráficas, SARua Rodrigues Faria nº 103, 1300-501 LisboaTelf. +351 21 361 34 00 (Geral)Fax. +351 21 361 34 69

Isenta de registo na E.R.C., ao abrigo do decreto regulamentar 8/6, artigo 12º nº1-a

Sustentabilidade

66Descubraeste grandesegredo daculináriabrasileira

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bolsa sustentabilidade portfólio ecologia fora de horas índice

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Spotlight Ana Maria Fernandesfala do presente e do futuro dasnossas políticas energéticasAlta Voltagemo governador da Califórniaparece ser o único republicanoque acredita na ecologiaeconomicamente viávelSustentabilidade a energia das ondas poderá ser bemaproveitada na geração de energiaeléctrica, graças às pesquisas que estamos a desenvolverPortfólioEduardo Batarda vencedor do Prémio EDP, fala-nosda sua vida e obra

Fundação nos enormes espaços da Central Tejo acontece muita coisaJovens Talentos os nossoscolegas que se destacam pelo talento, persistência e boa vontadeCircuito fechadoreuniões, viagens, cursos,promoções, acções e outrosmomentos felizes da nossafamília Fora de horaso que será a moqueca capixaba e dois livros parapensar durante o Verão sem aquecer a cabeça

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Arnoldem acção

38Quando estehomem se mete numacoisa,não háobstáculos que seaguentem; uma boa notíciapara asustentabilidadenos EstadosUnidos?

14Hidrogénio,que te querobarato

32A estratégiado gás

Calatrava

60É a correr que as mulheresse entendem

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os cordões da bolsaedp

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4,280007.06.01

4,110007/06/22

4,100007.04.02

Qual a importância do crescimento inter-nacional das empresas?É fundamental que as empresas portu-

guesas ganhem expressão internacional. Háque dizer que a EDP já é um caso de su-cesso. É uma empresa com uma base na-cional muito forte e que tem expressão forade Portugal, quer no Brasil e agora sobre-tudo com a última aquisição em energiasrenováveis nos Estados Unidos.

Está então a dizer que as empresas deve-riam seguir o exemplo da EDP?O que a bolsa portuguesa precisa é de

mais quatro ou cinco EDP. É o exemplo deque é possível fazer um rearranjo corpora-tivo para potenciar o crescimento internacio-

nal. É difícil apontar falhas à estratégia con-duzida pela management da EDP. Tem exe-cutado tudo o que considero ser extrema-mente importante para as empresas portu-guesas, que é ter uma sólida base e eficiên-cia nacional que permita libertar fundos parauma expansão internacional. Perante uma si-tuação dessas, como investidor de longo pra-zo e com a dimensão da Fidelity, a única coi-sa a fazer é apoiar esse management e as-segurar um diálogo constante para acompa-nhar a estratégia. Pode discutir-se se o pre-ço pago nas aquisições nos Estados Unidosou no Brasil é elevado. No entanto, quandose tem uma estratégia a longo prazo e se acre-dita na capacidade de criação de valor da em-presa, isso deixa de ser essencial.

ENTREVISTA DE FIRMINO MORGADO,

GESTOR DA FIDELITY, A PATRÍCIA SILVA DIAS

Jornal de Negócios, a 4 de Junho

BOLETIM DA AGÊNCIA LUA3 de Junho

· A capitalização da EDP (Ener-gias de Portugal, controladora daEnergias do Brasil) passou de 12,9biliões de euros (R$ 33 biliões)para 15,6 biliões (R$ 39,9 biliões),ou seja, um crescimento de 20,9%.

· Entre 23 de outubro de 2006 e1 de junho de 2007, a média diáriade transações da Energias de Por-tugal alcançou 19,3 milhões de açõ-es, e a da Galp, 1,8 milhões, deacordo com dados da Bloomberg.

· Nesse período, a EDP atingiuseu maior valor desde junho de1998 nos 4,41 euros,em 19 de feve-reiro 2007 (...)

· Na sexta-feira, 1 de junho, asações da EDP encerraram em altade 1,18%, para 4,28 euros (...)

COTAÇÃO DA EDP EM BOLSA · 2 de Abril a 22 de Junho

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Energias do Brasil cria personagens, que viram gibis, em campanha

Turma da Energia contra

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pela sustentabilidade · Criação: Tarica · Texto: Ana Paula Nogueira

o aquecimento global

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JÁ IMAGINOU PODER PARTILHAR OS SEUSconhecimentos sobre energia eólica? Quem diz eólica,diz solar, hídrica, de biomassa ou outra área temáticaem que saiba um pouco, bastante, ou muito. Agora já épossível partilhar o seu saber com toda a gente, em to-das as geografias da EDP. De uma maneira simples, rá-pida e pertinente, o objectivo do WikiEDP é dotar o Gru-po de um repositório do conhecimento acumulado aolongo dos anos, construído pelos colaboradores, e dis-ponibilizá-lo, como uma ferramenta de produtividadeque tira partido de tantas informações dispersas.

“O WikiEDP constitui uma iniciativa inovadora no mun-do empresarial nacional, ao aplicar internamente à em-presa um conceito de grande sucesso na Internet. Nes-te conceito, designado por Web 2.0, os conteúdos sãoproduzidos pelos próprios utilizadores. A exemplo da Wikipédia, também aqui o software utilizado é o Media-Wiki, umsoftwaregratuito, disponível na Internet, que vaiajudar-nos a criar uma cultura de empresa em rede, ondecada colaborador pode e deve contribuir com os seus co-nhecimentos para enriquecer o conhecimento global doGrupo”, explica Venceslau Parreira da EDP Inovação.

Um projecto que foi desenvolvido em três meses epartiu da iniciativa conjunta entre a EDP Inovação e aárea de Marketing e Comunicação. “A EDP Inovação es-tará, numa primeira fase, a dinamizar e a promover esteprojecto. Mas assim que entrar em velocidade de cruzei-ro, será naturalmente conduzido pela entidade mais ade-quada, dentro do Grupo”, afirma Venceslau Parreira.

A verdade é que o sucesso parece estar garantido. Como objectivo de testar esta solução no ambiente empresariale em resultado do convite feito a várias áreas da empresa,este “wiki” experimental conta já com mais de mil artigos.À semelhança do que acontece com a Wikipédia, os cola-boradores da EDP, tal como a associação de reformados daempresa, poderão aceder ao WikiEDP e assim escrever artigos, editar e comentar conteúdos, sobre temas como aenergia, o ambiente, entre outras áreas temáticas.

UTILIDADES E RESPONSABILIDADES O WikiEDP está estruturado em grandes áreas temáti-cas, com um Coordenador Editorial que visa assegurara dinamização e gestão da área (veja caixa – Quem équem?). Os conteúdos serão colocados pelos utilizado-res, leia-se, quaisquer colaboradores do grupo, identi-ficados e registados. Quem não está registado só podeconsultar e comentar os conteúdos. Qualquer colabo-rador poderá aceder ao WikiEDP, via rede interna, sa-ber o autor da matéria, a que horas, e até comentar ourefutar a opinião. “ A autoria dos artigos fica, deste modo,disponível para toda a comunidade de utilizadores ”, ex-plica. E conclui: “este é o primeiro passo para a constru-ção da empresa Web 2.0 ao qual, outros se seguirão.”

Uma ferramenta que utilizará os inputsde portugue-ses, espanhóis e brasileiros, activo que criará um efeitomultiplicador de geração de conhecimento. Quem sabese um dia, o Grupo não terá a enciclopédia sobre ener-gia mais abrangente do mundo!

A fonte de inspiração desta ferramenta é a conhecida Wi-kipédia, a enciclopédia mais abrangente do planeta. Semfins lucrativos, gerida e operada pela Wikimedia Founda-tion, organiza 3,5 milhões de artigos e mais de 720 mi-lhões de palavras em 205 idiomas e dialectos, contém maisde um milhão de artigos na versão em língua inglesa e259.322 artigos na versão portuguesa. Todas as versõessomam 4.600.000 artigos (Fevereiro de 2007). A maioriadas entradas são textos, mas há imagens, páginas de uti-

lizadores, páginas de discussão etc. A versão alemã dis-tribui-se também em DVD-ROM. Propõem-se, ainda, asideias na versão anglófona, além de uma edição impres-sa. Nas palavras do co-fundador Jimmy Wales, a Wikipé-dia é "um esforço para criar e distribuir uma enciclopédialivre e em diversos idiomas, da mais elevada qualidadepossível, a cada pessoa do planeta, na sua própria língua".

Mas como funciona? O modelo “wiki” é uma rede depáginas web contendo as mais diversas informações,

que podem ser modificadas e ampliadas por qualquerpessoa através de navegadores comuns, tais como o Internet Explorer, Mozilla Firefox, Netscape, Opera, ououtro qualquer programa capaz de ler páginas em HTMLe imagens. Este é o factor que distingue a Wikipédia detodas as outras enciclopédias: qualquer pessoa comacesso à Internet pode modificar qualquer artigo, e cadaleitor é potencial colaborador do projecto. Hoje, tornou-se a maior enciclopédia do mundo.

WIKIPÉDIA UM MODELO JÁ TESTADO…

ArcaA EDP INOVAÇÃO DECIDIU LANÇAR MAIS UMA FERRAMENTA DE GRANDE UTI-

LIDADE PARA O GRUPO. TRATA-SE DA PLATAFORMA WIKIEDP, ONDE O CONHE-

CIMENTO ACUMULADO AO LONGO DE DÉCADAS, DISPERSO PELAS TRÊS GEO-

GRAFIAS, PODERÁ SER PARTILHADO POR TODOS. E AQUI CADA COLABORA-

DOR PODERÁ SER, À MEDIDA DAS SUAS POSSIBILIDADES, UMA PEÇA IMPOR-

TANTE NO CONHECIMENTO GERAL. SAIBA COMO DAR O SEU CONTRIBUTO

QUEM É QUEM?

• Ambiente – Sara Goulart• Grupo EDP- Carlos Raposo• Marketing e Comunicação

Marketing – Diogo SousaComunicação – Margarida Glória

• EnergiaEnergias Solar, dos Oceanos e Pilhas de Combustível – João MacielEnergia de Biomassa – Gil PatrãoEnergia Eólica – José Manuel LosadaMetrologia/Labelec – Catarina SantosEnergia Hidroeléctrica – Rui LeitãoEnergia Termoeléctrica – António GonçalvesRedes Eléctricas – António Machado VazAutomação e Controlo – Aurélio BlanquetGás – Américo FernandesUsos da Energia – João Ribeiro e SousaOutros – João Ribeiro e Sousa

• Gestão do Risco – Luísa Serra• Economia e Finanças

Valuation – Nuno ChungPerformance – Sérgio MartinsIFRS-IAS – Luís LinoTesouraria e Finanças – Flávio NunesContabilidade Ambiental – José António SilvaReestruturação Empresarial – Miguel Ribeiro FerreiraFiscalidade – Cíntia Melo

• SuporteTelecomunicações – José AguiarSistemas de Informação – Ana Fonseca

DO CONHECIMENTO

COMECE JÁ A PARTILHAR AQUILO QUESABE EM HTTP://WIKIEDP.EDP.PT

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Partindo do princípio que não é apenas a gestãode topo que saberá o que é melhor para a organi-zação e acreditando que alguém, em algum lugar,poderá ter uma boa ideia que possa ser colocadaem acção, o Gabinete de Desenvolvimento Organi-zacional da EDP Valor lançou o Programa ValorizarIdeias, no final de 2006.

O Programa assenta em três importantes pre-missas: fazer da busca de novas ideias uma priori-dade para todos os colaboradores, certificar-se deque as boas ideias se fazem seguir da sua imple-mentação e premiar os colaboradores que apre-sentem ideias inovadoras.

A criatividade existe no universo das ideias (pro-cessos cognitivos). A invenção enquadra-se no uni-verso das tecnologias (processos tecnológicos). Ainovação diz respeito ao universo dos mercados, eneste caso estamos a falar de processos empresa-riais. Uma ideia só se transforma numa invençãose puder gerar algo que funcione. Uma ideia ou umainvenção só se tornam em inovação se puderemser implementadas com sucesso na organização.

O Valorizar Ideias prevê um sistema de gestão quepermita aos colaboradores exprimir as suas ideias so-bre a melhoria de um serviço, resolução de um pro-blema concreto de ordem técnica ou administrativa,

ligado à sua área de trabalho ou à EDP Valor. Há uma aposta clara na iniciativa, na criativida-

de, na inovação, no aproveitamento da experiên-cia de cada colaborador e do seu saber, melhoran-do a comunicação, apostando no desenvolvimen-to do sentimento de pertença e no reforço da cul-tura organizacional.

O programa inclui 4 acções / iniciativas:1 – Concurso Ideias com Valor2 – Uma Caixa de Ideias3 – Um Cliente, uma Ideia4 – Um dia com Valor

PROGRAMA VALORIZARideiasA EDP NÃO COMERCIALIZA APENAS PRODUTOS E SERVIÇOS; TUDO O QUE A NOSSA EMPRESA APRENSENTA AO MERCADOVEM DE IDEIAS, CONCEITOS E PROGRAMAS. E NÃO SE TRATA APENAS DE PENSAR QUAIS VÃO SER AS NECESSIDADES E DISPONIBILIDADES DE AMANHÃ. TRATA-SE TAMBÉM DE CONGEMINAR AS ACÇÕES E ATITUDES QUE GERAM MAIS VALOR

Os colaboradores serão desafiados aencontrar soluções, a apresentar ideiasinovadoras que, no caso de serem aceitesem função de critérios, antecipadamentedivulgados (aplicabilidade, originalidade,pertinência, custo/benefício, etc.), darãolugar a um prémio.

1 Ideias com Valor

4Um dia com Valor

2 Caixa de Ideias

Um Cliente,uma Ideia

O programa será divulgado nos meios decomunicação internos.

Lançamento de uma acção queincentive cada Plataforma alançar uma ideia por mês,recolhida junto de um cliente.

O colaboradorseleccionado (de

forma rotativaem cada

Plataforma) aborda o cliente, explica-lhe asua missão e pede-lhe uma sugestão demelhoria para a resolução de um problemaconcreto de ordem técnica ou administrativaligado à sua área de trabalho. Esta iniciativafomenta, além da recolha de ideias, umaatitude próactiva e de aproximação ao clienteque deve ser um dos traços chave de umaempresa de serviços partilhados.

Lançamento de uma acção que permitirá aoscolaboradores passarem um dia noutraunidade organizacional da EDP Valor,participando do seu dia-a-dia, nas diversasactividades, reuniões, etc. Permitirá um maior conhecimento do trabalhodesenvolvido em cada Plataforma, reforçaráa interacção entre as diferentes unidadesorganizativas da EDP Valor e um maiorconhecimento da área de actuação, tipo de serviços e relação com os clientes. O visitante fará um balanço do dia e apresentará uma ideia de melhoria ligadaa um serviço ligado à área de trabalho daPlataforma ou Gabinete visitado. Será incluído um tempo para recolha de ideias de forma sistematizada – “tempode valorizar”.

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SANTIAGO CALATRAVA, UM DOS MELHORESarquitectos do mundo, está prestes a terminar oseu primeiro edifício no Principado das Astúrias.Trata-se do palácio de Buenavista, em Oviedo, quealbergará diferentes equipamentos para habitantese visitantes.

Conseguir que o grande edifício desenhadopelo arquitecto valenciano funcione na perfeiçãoexige a participação coordenada dos vários prota-gonistas comprometidos no mesmo objectivo. AHC Energía é um dos envolvidos e já começou adesempenhar o seu papel.

Nada menos que dez mil quilowatts é a poten-cia que Santiago Calatrava solicitou para que tudofuncione. É a mesma potência que 2.500 famíliasprecisam para utilizar os electrodomésticos de suascasas. Será necessário tanto a construção de novasredes como o aumento da potência de transfor-mação da subestação de San Esteban de las Cru-ces, de onde será alimentado o novo edifício.

A HC Energía já pôs mãos à obra e começoupela construção de redes subterrâneas de qua-tro e sete quilómetros entre a subestação e o cen-tro de distribuição do imóvel. Além disso, esteestará ligado com as quatro redes existentes e re-forçará a ligação com o centro de distribuição deFresno, ao substituir um dos alimentadores poroutro de maior potência.

Na subestação de San Esteban de las Cru-ces, a escassos quilómetros do centro de Ovie-do, também começaram as tarefas para a insta-lação de um novo transformador de 132/20 kVe aumento de potência das instalações de 120 e32 kV.

O equipamento terá dezenas de sensores parafornecer energia de maneira inteligente a um ce-nário capaz de albergar os eventos mais impres-sionantes, composto por um bom número desalas para usos polivalentes… e outros segredosque o novo edifício irá desvendar.

HC ENERGÍA ILUMINA OBRA DE

Santiago Calatrava

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fórumquer saber?

empresaglobal

� Sugiro a utilização de torneirastermoestáticas.

� Ao utilizar as placas eléctricas tentosempre gerir o tempo de cozedura,para desligar antes e assimaproveitar toda a energiadiminuindo o consumo.Embora habite o 5º piso, tentoutilizar o elevador apenas se estou

com pesos,isto porque para além de ser saudável é um factoreconomizante. Como aliás faço no serviço.

� Utilizar a máquina de lavar a frio.

� Portas e janelas calafetadas.

� Incentivar a utilização da domótica,

principalmente na vertente dagestão do desperdício.

� Não abrir o frigorífico muitas vezes.Retirar dele tudo de uma só vez. O mesmo para a arca frigorífica. O cilindro tem um relógio o qualestá direccionado para aquecerapenas três horas por dia. De Verãoa água é aquecida por energia solar.

� Utilizo com maior frequência as persianas da casa, as quaispermitem o aumento ou diminuiçãoda luminosiadade nas dependênciase ajudam a empedir a entrada de calor ou frio.

� Con buen aislamiento en puertas y ventanas. (Doble acristalamiento y juntas de aislamiento térmico).

De que maneira poupa energia em sua casa e na vida diária?

A EDP está empenhada na poupança de energia para combater o problema mundial e especificamentenacional do excesso de consumo de combustíveis fósseis. Mas a poupança começa em casa; cada pessoa

tem a responsabilidade de atenuar este problema dentro das suas possibilidades.Perguntámos aos colaboradores pela intranet e recebemos 1.466 respostas

A On pergunta:

Substituí ou estou em curso de substituir as lâmpadas tradicionais por economizadoras 148 27,1% 24 17% 25 27,2%

Na compra de electrodomésticos, escolho os de maior eficiência energética 113 20,7% 32 22,7% 25 27,2%

Apago as luzes quando não utilizo o espaço e não deixo os equipamentos em stand-by 144 26,4% 51 36,2% 28 30,4%

Só utilizo as máquinas em carga máxima e no horário económico 70 12,8% 6 4,25% 9 9,8%

Utilizo temporizadores para os aquecimentos e ares condicionados e uso-os o menos possível 71 13% 28 19,85% 5 5,4%

Portugal 546 respostas

Espanha141 respostas

Brasil 92 respostas

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Uma equipa da Universidade de Washington, Estados Uni-dos, chefiada pelo Dr. Pratim Biswas, descobriu uma for-ma de produzir hidrogénio directamente a partir da água,utilizando energia solar. O segredo da nova célula é um fo-tocatalisador à base de óxidos nanoestruturado.

A equipa está a aperfeiçoar técnicas para a sintetiza-ção de filmes nanoestruturados com propriedades optoe-lectrónicas até agora não disponíveis. Essas películas finís-simas são construídas a par-tir da nanoestruturaçãode óxidos catalisa-dores. O métodoconsisteem fazer

uma sanduíche de três películas de material semicondu-tor, formando uma estrutura única. O resultado é uma cé-lula fotocatalítica mais estável do que as actuais, que exi-gem múltiplos passos para sua fabricação e levam até umdia inteiro para se formar. O método sintetiza vários óxi-dos semicondutores numa única etapa. O resultado é umacélula de baixo custo e mais eficiente para a produção dehidrogénio, inclusive em aplicações distribuídas, nas quaiso hidrogénio é gerado já nos locais onde será utilizado.

"Nós podemos usar qualquer óxido, como dióxido detitânio, óxido de tungsténio e óxido de ferro nas nanoes-truturas ‘ensanduichadas’, que formam estruturas

muito compactas. O processo é directo e levaapenas alguns minutos para se fabricar as

células. Mas o mais importante é que podeser feito em larga escala, para gerar es-truturas grandes de uma forma mui-to barata, utilizando processosque funcionam na pressão

atmosférica," explicaBiswas.

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inovação

Óxidos catalisadores geram hidrogénio com energia solar

Melhor ambiente com ozono

Uma empresa do Cietec da Universida-de de São Paulo, acaba de lançar oBRO3, equipamento gerador de ozono(O3) a partir do oxigénio (O2) obtido doar ambiente. O aparelho, indicado parao tratamento da água em piscinas,aquários, caixas d'água e efluentes in-dustriais, é formado por um secador dear, gerador de ozono . Após ser capta-do da atmosfera, o ar ambiente, comcerca de 20% de oxigénio, perde humi-dade no secador e entra no gerador deozono. O processo não agride o meioambiente, nem utiliza produtos tóxicos.

"Essa técnica de obtenção de ozono,conhecida como efeito corona, é utili-zada há muitos anos em diversos paí-ses. O ozono, que tem propriedades oxi-dantes e bactericidas, nada mais é doque uma superconcentração de oxigé-nio", disse Samy Menasce, director daBrasil Ozônio, empresa do Cietec.

Segundo Menasce, quando o gás étransferido para a água, um dispositivoconhecido como venture deve ser aco-plado ao gerador de ozono. Todo o equi-pamento em funcionamento consomeenergia equivalente à de uma lâmpadade 200 watts. O ozono pode ser usadoainda para aplicações como a elimina-ção de fungos em sementes.

Biocélula a combustível gera energia do hidrogénio em ar ambiente

Cientistas ingleses e alemães, tra-balhando conjuntamente, conse-guiram criar uma célula a combus-tível inovadora, que produz electri-cidade a partir do hidrogénio emcondições ambientais normais. Atecnologia, ainda em fase de de-senvolvimento, é um passo signifi-cativo em relação às células a com-bustível tradicionais, que utilizamcatalisadores caros, construídoscom platina e operam em altís-simas temperaturas.

O novo gerador é na verdadeuma biocélula de combustível, quefunciona com hidrogenases - enzi-mas retiradas de bactérias, que as

utilizam para oxidar o hidrogénioem seu metabolismo. A biocélulaconsiste em dois eléctrodos reco-bertos com as enzimas, colocadasno interior de um invólucro comum ambiente de ar comum comum acréscimo de 3 por cento de hi-drogénio.

"Nós estamos na ponta de umenorme icebergue," diz o professorFraser Armstrong, coordenador dapesquisa, "com importantes conse-qüências para o futuro, mas aindahá muito por fazer antes que estageração de células a combustívelbaseadas em enzimas possam tor-nar-se comercialmente viáveis."

Célula solar orgânica bate recorde de eficiência

Uma das alternativas mais promissorasà célula fotovoltaica é a célula solar or-gânica, que utiliza corantes sintéticos. Ofuncionamento é normalmente descritocomo fotossíntese artificial porque imi-ta a forma como as plantas retiram ener-gia do Sol. Tecnicamente é chamada deDSC ("Dye-sensitized Solar Cell") ou cé-lula solar sensibilizada por corante.

O pesquisador Wayne Campbell, daUniversidade Massey, Nova Zelândia,conseguiu sintetizar o mais eficiente co-rante feito até hoje, capaz de convertera luz do Sol em energia eléctrica a umcusto de apenas 1/10 do custo da ener-gia fotovoltaica.

Os cientistas também estão a estu-

dar outros corantes, como a porfirina,responsável pela cor vermelha do san-gue humano.

A alta eficiência do novo corantepermitiu a fabricação de células solaresque apresentam excelente rendimentomesmo sem a incidência directa dosraios solares. Uma célula de demons-tração, medindo 10 x 10 cm foi capaz degerar energia suficiente para um pe-queno ventilador de computador.

Além dos corantes sintéticos, as cé-lulas solares orgânicas também utilizamdióxido de titânio como elemento ati-vo. O dióxido de titânio é utilizado empastas de dentes, tintas e cosméticos,entre outros produtos.

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inovação

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inovação

A Renault lança «Renault eco2»

A Renault lançou a « Renault eco2 », umaassinatura que informa os clientes so-bre o interesse da marca em propor veí-culos ecológicos e económicos, com vis-ta a contribuir para a preservação doambiente. Esta assinatura abrange to-das as etapas do ciclo de vida do veícu-lo (fabrico, utilização e fim de vida). Des-

te modo, um auto-móvel «Renaulteco2» deve res-ponder a três re-quisitos ambien-tais de dimensãomundial: ser pro-duzido numa fábri-ca com certifica-ção ISO 14001, teremissões de CO2

inferiores a 140 g/km ou ser compatívelcom os biocombustíveis, e ser ainda va-lorizável em 95 % em fim de vida e uti-lizar na sua composição pelo menos 5% de material plástico reciclado.

Os automóveis « Renault eco2 »,além de ecológicos, são também eco-nómicos na compra. Os avanços conse-guidos, aplicáveis no maior númeropossível de veículos, terão uma reper-cussão importante no ambiente. A re-dução da cilindrada das motorizações(motor TCE 100 cv) e os biocombustí-veis (Mégane bioetanol E85, Trafic eMaster biodiesel B30) são exemplosconcretos desta política ambiental.

No lançamento, esta assinatura apli-car-se-á à marca Renault e como a pro-tecção do ambiente, é para a empresa,um desafio a nível planetário, e iráabranger todas as regiões do globo.

A «Renault eco2» também se desti-na a marcar os avanços contínuos naárea do ambiente, pois o grau de exi-gência dos requisitos ambientais iráprogressivamente aumentar, para quea marca possa oferecer uma gama deveículos cada vez mais ecológicos e apreços acessíveis.

Microsoft criasoftware que

controlará emissõesde carbono

A Microsoft anunciou que irá trabalhar em conjuntocom a Fundação Clinton no desenvolvimento de umsoftware gratuito online, que unirá cidades na discus-são sobre o meio ambiente e na luta contra o aqueci-mento global.

O programa poderá ser utilizado para entendermelhor os impactos ambientais de cada centro urba-no e, cada uma das metrópoles, poderá participarnuma comunidade, partilhando ideias e práticas decolaboração.

A aplicação será compatível com alguns produtosde redução de emissão de carbono já existentes, masa Microsoft ainda não adiantou quais, revelando ape-nas que os utilizadores poderão monitorizar o seu pro-gresso e a eficiência dos programas ambientais queescolhem utilizar.

O software estará disponível no final deste ano nascidades que a Fundação Clinton determinar que estãoa trabalhar para diminuir as suas emissões de gases.

Cana-de-açúcar pode ter concorrentes mais ambientalmente corretos

O presidente Bush quer comprar etanolao Brasil. E os agricultores norte- ame-ricanos estão a ampliar as áreas de cul-tivo de milho e soja, por acreditar que oetanol que será consumido no seu país,deverá ser feito a partir de grãos.

Mas um grupo de pesquisadores nor-te-americanos não concorda com ne-nhuma dessas duas posições. Paul Adler,Stephen Del Grosso e William Parton - oprimeiro do Ministério da Agricultura dos

Estados Unidos e os doisúltimos da Universida-de do Colorado - aca-

bam de publicar um estudo que afirmaque há alternativas mais eficientes paraa produção de etanol.

"Fizemos uma análise única dasemissões líquidas de gases causadoresdo efeito de estufa dos principais grãosgeradores de biocombustíveis, combi-nando dados de modelos computado-rizados dos ecossistemas com estima-tivas da quantidade de combustíveis fós-seis utilizados para plantar e produziros grãos," explica Parton.

Os resultados do estudo mostraramque, quando comparados com a gaso-

lina e o diesel, o etanol e o biodiesel fei-tos a partir de rotações de milho e sojareduzem a emissão de gases causado-res do efeito de estufa em quase 40%.

Mas o capim amarelo, também co-nhecido como caniço malhado, alcançauma redução de 85%. O milheto e ochoupo do Canadá atingem os 115%.

Tanto o milheto como o choupo doCanadá oferecem maior compensaçãona redução de emissões e chegam a do-brar esses ganhos se forem utilizadospara geração de electricidade via gasei-ficação de biomassa.

O futuro chega todos os dias com produtos extraordinários de todos os tamanhos e feitios, vindos dos cinco continentes

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ciência portuguesa

O trabalho deste departamento refere-se àdistribuição inteligente de várias fontes deenergia?Temos um conjunto de linhas de trabalho que

tocam todas as componentes sistémicas do fun-cionamento de sistemas eléctricos de energia. Estaunidade de investigação tem cerca de 45 investi-gadores, doze dos quais são doutorados e umaquantidade significativa de investigadores estran-geiros que vêm cá fazer os seus trabalhos de dou-toramento e outros.

Há um reconhecimento internacional?Esta unidade pode ser considerada como uma

das mais importantes do mundo. Da Europa jáo é, seguramente, na área dos sistemas eléctricosde energia. Trabalhamos um pouco em tudo o

que tem que ver com a análise sistémica do fun-cionamento do sistema eléctrico, ou seja, traba-lhamos em mercados de electricidade, em ques-tões relacionadas com o desenvolvimento de soft-ware e aplicações computacionais para a gestãoóptima das redes eléctricas de distribuição outransporte. Naturalmente que a dada altura per-cebemos que uma das áreas em que era mais im-portante trabalhar tinha que ver com a maximi-zação da integração das energias renováveis nosistema eléctrico e, em concreto, a energia eólicae a sua integração nos pequenos sistemas e nasredes de distribuição.

Em que mercado foram aplicadas essastécnicas?Trabalhamos com o Mibel em todas as ques-

tões relacionadas com a regulação. Demos, e con-tinuamos a dar, uma contribuição forte no do-mínio da regulação do sector eléctrico. Temosuma relação institucional com a Direcção Geralde Energia e Geologia. Também desenvolvemosmuitos modelos de regulação para a ERSE apli-cados actualmente; trabalhamos muito para osgovernos regionais dos Açores e da Madeira. Te-mos uma componente claramente institucional,não nos limitamos apenas ao trabalho científico.Daquilo que fazemos aparecem resultados ao ní-vel da indústria e ao nível das questões sistémi-cas em termos regulatórios, e até mesmo do sis-tema no seu conjunto.

Têm parcerias com privados?Temos parcerias com grande número de em-

AO CONTRÁRIO DO QUE VULGARMENTE SE AFIRMA, HÁ INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL,MUITAS VEZES COM PRESTÍGIO E EXPANSÃO INTERNACIONAIS. A ON RESOLVEU IR À PROCURA DEQUEM FAZ O QUÊ NAS NOSSAS UNIVERSIDADES E INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS, E QUEM SÃO OS

quem é quem

JOÃO ABEL PEÇAS LOPESEstratégias de Controlo na Operaçãode Emergência das Microredes

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ciência portuguesa

presas, incluindo naturalmente a EDP. Traba-lhamos com todos os parceiros do sector eléc-trico em Portugal.

O financiamento é feito como?A unidade de sistemas de energia é uma das

cinco unidades que existem no âmbito do INESCPorto. 60 a 70 por cento do seu financiamento écom base contratual; temos uma componente for-te, na casa dos 25 por cento de financiamento, apartir de projectos europeus (financiamento viaEuropa); e temos uma componente pequeninade financiamento do Estado português, cerca de5 a 10 por cento. Só conseguimos pôr esta má-quina a funcionar porque temos uma fortíssimaparticipação a partir dos trabalhos e contratoscom a indústria.

Mas, fazendo parte duma universidade, man-tem-se a função didáctica?Sim. Nós não temos directamente alunos, mas

canalizamos os resultados dos nossos trabalhosde investigação para o outro lado da rua ondeestá a Faculdade de Engenharia da Universidadedo Porto.

Tudo aquilo que fazemos aqui, ensinamos aosnossos alunos no outro lado de lá: nos cursos degraduação, de pós-graduação, nos mestrados in-tegrados, etc…

Um dos grandes problemas que as universi-dades portuguesas têm é a dificuldade de colo-car na indústria os resultados do seu trabalho.O que nós procuramos fazer aqui é agilizar esserelacionamento.

Somos uma instituição privada sem fins lu-

crativos, detida maioritariamente pela Universi-dade do Porto e pela Faculdade de Engenharia.Não trabalhamos só para Portugal. Por exem-plo, temos há três ou quatro anos para cá umarelação muito forte com o operador nacional de sistema do Brasil. Os manuais de procedi-mentos de operação para a integração da ener-gia eólica da rede eléctrica do Brasil foram trabalhados aqui. Apesar do Brasil estar mais direccionado para as energias hídricas, está mui-to preocupado com a energia eólica porque há aqui uma coisa curiosa – as redes eléctricasde lá são mais fracas do que as da Europa e oproblema da integração da energia eólica é de-licado; portanto, os cuidados com a sua integra-ção têm que ser superiores aos que ocorrem naEuropa.

INVESTIGADORES MAIS PROEMINENTES. A IDEIA É APRESENTAR ESSE TRABALHO EM TERMOS QUE POS-SAM SER PERCEBIDOS PELOS LEIGOS. A NOSSA PROCURA COMEÇA NA UNIVERSIDADE DO PORTO, ONDECONVERSAMOS COM O PROFESSOR PEÇAS LOPES, NA UNIDADE DE SISTEMAS DE ENERGIA DO INESC

Q U E M É . . .

João Abel Peças Lopes, coordenador da Unidade de Sistemasde Energia do INESC Porto, licenciou-se em Engenharia Elec-trotécnica em 1981 e doutorou-se em 1988 na Faculdade deEngenharia da Universidade do Porto (FEUP), obteve o grau deAgregado em 1996, vindo a tornar-se Professor Associado Agre-gado em 2000. Entre 1996 e 2000 foi professor colaboradorda Iowa State University, nos EUA. É actualmente responsávelpor dezenas de trabalhos para instituições e empresas, en-tre as quais: ERSE, REN, EDP Distribuição, Gamesa Ener-gia, EEM, EDA, ARENA, AREAM, Petrogal, Electra (CaboVerde), Enernova, Finerge, Scottish Hydro, Empreen-dimentos Eólicos do Vale do Minho, ENGIL, ENERSISe APREN. Tem sido consultor, participante, mem-bro e representante em inúmeras instituições eprojectos nacionais e internacionais. Assinou maisde 200 comunicações científicas e orientou maisde 20 teses. Nasceu em Pedrogão, é casado e temum filho de 19 anos a estudar engenharia civil euma filha de 17, a estudar arte.

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O problema tem que ver com a impossibili-dade de armazenar energia em grandes quan-tidades?

É possível, só que através de meios indirectos.Uma das coisas que fizemos aqui foi precisamen-te estudar estratégias e soluções para proceder aoarmazenamento da energia eléctrica para depoisser utilizada em outros períodos.

Pode armazenar-se energia, como por exem-plo na energia eólica – produz-se electricidade apartir da energia eólica, com o excesso recorre-sea uma central hidroeléctrica com capacidade debombagem e de armazenamento, guarda-se par-te dessa energia e depois volta-se a entregá-la àrede eléctrica nos períodos em que é necessáriamais electricidade. A energia é guardada nos re-servatórios das barragens, através de água. Portan-to, transfere-se a energia dos períodos de menorconsumo de electricidade – os chamados vazios –para os períodos de maior consumo, para depois

entregar à rede. É claro que há aqui o problemado rendimento deste processo, há perdas que nãosão desprezáveis.

A estratégia de gestão tem que ser definida atra-vés de soluções de optimização e portanto isto im-plica simulação númerica, modelos computacio-nais, etc. No terreno é necessário ter as bombas,a barragem, etc. Depois é preciso trabalhar na pre-visão da produção eólica, ou seja, prever qual vaiser a produção para as próximas horas dessa ener-gia eólica para gerir os recursos, incluindo a capa-cidade de armazenamento.

Não existe a possibilidade de se acumularenergia?Essa seria a solução, aliás já existiam as bate-

rias de acumuladores, só que com capacidades re-lativamente limitadas.

Hoje já se pensa noutras soluções que passampor armazenamento de hidrogénio, só que o pro-

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ciência portuguesa

quem é quem

Droop Settings P&Q SettingsMGCC

V, IV, I

ACDC

ACDC

Loads

ElectricalNetwork

P, Q, & V measurementsfrom MC and LC

Frequency measurement from VSI

VSI

Q Set PointController

Primer Mover

PQ ControlVSI Control

PVDC

VDC

M I C R O G R I D E S O P E R A T I O N A N D C O N T R O L

S I N G L EM A S T E R

João Abel Peças Lopes

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cesso é de menor rendimento. Enquanto que orendimento de conversão de produzir energia eó-lica — bombar, armazenar e voltar a entregar àrede quando for necessário — pode dar valores nacasa dos 75 ou 80 por cento; num sistema comarmazenamento via hidrogénio os valores são in-feriores a 50 por cento, portanto é um processocom custos elevadíssimos que só em situaçõesmuito especiais é que pode ser interessante.

Quais têm sido os grandes avanços dos últi-mos anos?Tem sido na área da microgeração. Nos últi-

mos anos temos vindo a a trabalhar muito ao ní-vel das redes de distribuição, na sua gestão, ten-do em conta que a rede de distribuição deixe deser passiva, como tem sido nos últimos 20/30anos, para passar a ser uma rede activa que temnão só consumidores mas também elementos deprodução. Isto foi algo que se começou a desen-volver há uns 10/20 anos para cá quando come-çaram a aparecer as pequenas unidades de pro-

dução de electricidade ligadas sobre as redes demédia tensão – chamou-se a isso geração distri-buída ou produção distribuída. Isso aconteceumuito em Portugal ao nível de cogeração indus-trial, as chamadas mini-hídricas, os pequenosparques eólicos. Nos últimos seis anos, isto co-meçou a deslocar-se das redes de média tensãopara as redes de baixa tensão, há uma cadeia deenergia eléctrica que passa desde a grande pro-dução, o transporte, a distribuição em alta ten-são, média e baixa tensão. Até aqui nunca nin-guém admitia que uma rede de baixa tensão (230volts) pudesse ter produção de forma alguma,era completamente passiva. Mas as redes de bai-xa tensão vão passar a ser, células activas comprodução própria de vários tipos: solar fotovol-taica, mini eólica, as chamadas células de com-bustíveis (embora essa seja uma tecnologia queainda vai demorar muitos anos a tornar-se sufi-cientemente madura), e a chamada micro-coge-

ração. Uma casa pode ter o sistema de aqueci-mento de águas sanitárias e do aquecimento doambiente com uma caldeira que queima gás na-tural e utilizar essa caldeira também para produ-zir electricidade. Claro que são potências muitopequeninas, 1 ou 2 kilowatts, mas que servempara alimentar os consumos da próprias instala-ção doméstica e ao mesmo tempo injectar narede eléctrica. É isso que é a grande mudançados próximos 20/30 anos. Está associado à ques-tão do desenvolvimento sustentado energetica-mente correcto.

O problema da contagem de electricidade…Isso tem que ver com uma área de negócio fa-

bulosa que faz a gestão de tudo isto e contagemde energia, toda a área de negócio que se abre nodomínio da baixa tensão relacionada com a tele-contagem de energia. Hoje nós queremos maisfuncionalidades no sistema de contagem, o smartmetering, que terá um impacto tremendo naconsciência ambiental e energética; se o consu-

midor tiver em casa um sistema que além de con-tar, também indica aquilo que está a produzir,torna-nos mais conscientes e pode modificar há-bitos de consumo.

É isso que estão a desenvolver?Tocamos vários pianos ao mesmo tempo,

sempre em permanência. As smart networkssão uma das coisas em que temos estado envol-vidos nos últimos anos. Duas áreas específicas:a questão das micro redes, em que temos cin-co pessoas a desenvolver trabalho de topo a ní-vel mundial (aliás as nossas publicações são ci-tadas nas revistas internacionais, há investiga-dores dos EUA que querem vir trabalhar con-nosco), e a área da produção eólica, onde te-mos trabalhado várias coisas: desde a modili-zação (modelos matemáticos) dos aerogerado-res e o seu controlo, desde as questões da pro-dução combinada de energia eólica com arma-

zenamento de electricidade para depois utili-zar em outros períodos, até à previsão da pro-dução de electricidade a partir de energia eóli-ca. Portanto, o que nós fazemos fundamental-mente é desenvolver modelos matemáticos quereproduzem o comportamento dos equipamen-tos e permite analisar qual o impacto da ope-ração no sistema.

A microgeração ainda não existe na prática?Existe, só que numa escala muito reduzida,

já em exploração industrial, só que em Portu-gal ainda não tem expressão. Onde tem gran-de expressão é na Alemanha, na Áustria e emInglaterra. Mas ainda não está com a dimen-são e a arquitectura que nós queremos dar aoproblema.

Isso passa por um operador de sistema, porexemplo, a EDP Distribuição tem que perceberque há uma mudança enorme no horizonte eque isso implica mudança de atitude dos pró-prios técnicos. Isso implica uma mudança de

atitude, investimentos fortes na gestão do con-trolo à distância. Isto é a simbiose fortíssima dastecnologias de informação com o sistema eléc-trico, e o sucesso está aí: monitorizar, controlar,gerir tudo isto para conseguir optimizar.

Para a EDP este é um grande negócio – é aoportunidade de aparecer junto dos consumi-dores com soluções para apoiar a gestão dos seussistemas de produção locais e, portanto, ofere-cer serviços. Este é o grande negócio dos pró-ximos 10/20 anos – a deslocalização da grandeprodução para a produção distribuída em largaescala massificada e a gestão de tudo isto. Masé preciso ao mesmo tempo continuar a desen-volver a investigação em todo este domínio, paradar soluções à indústria que depois as coloca nomercado e as põe a funcionar. Tudo isto temuma estratégia; hoje a investigação pela investi-gação não sobrevive, tem que ter por detrás umalinha de negócio forte.

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ciência portuguesa

O GRANDE NEGÓCIO DOS PRÓXIMOS DEZ, VINTE ANOS É A DESLOCALIZAÇÃO DA GRANDE PRODUÇÃO PARA A PRODUÇÃODISTRIBUÍDA EM LARGA ESCALA, MASSIFICADA, E A GESTÃO DESTES PROCESSOS. É PRECISO TER CONSCIÊNCIA DE QUEHOJE A INVESTIGAÇÃO PELA INVESTIGAÇÃO NÃO SOBREVIVE, TEM QUE TER POR DETRÁS UMA LINHA DE NEGÓCIO FORTE

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A FUNDAÇÃO HIDROCANTÁBRICO PARTICIPOU EMconjunto com o Ayuntamiento de Gijón, numimportante projecto humanitário: a electrificaçãodo centro comunitário de Tahen, na aldeia deBattambang, no Camboja. Esta acção foi maisalém do que a mera instalação de painéis sola-res no centro comunitário, uma vez que melho-rou as condições de vida de mais de 250 cida-dãos que se abastecem no Banco de Arroz na-quele lugar. A relevância da electrificação destaárea, fundamentalmente, garantiu o perfeito fun-cionamento da câmara frigorífica que conservaas vacinas, concretamente a da poliomielite, queafecta a grande parte da população desta região.

A forma como abasteceram a electricidadedesta aldeia foi através da colocação de painéissolares fotovoltaicos. O projecto desenvolveu-seem três fases. A primeira foi a electrificação dosoito edifícios que compõem o centro comunitá-rio e que inclui a casa principal, a escola infan-til, o refeitório, a igreja, a residência de estudan-tes, o armazém de arroz, o edifício multiuso e oquarto do antigo gerador. Em seguida instalou-se um sistema eléctrico de bombagem de água,para concluir o funcionamento da câmara frigo-rífica. Para a iluminação dos edifícios instalaram-se 16 painéis solares, quatro baterias e 34 luzes debaixo consumo. O sistema de bombagem e a

causasedpcapacidade económica e empenho social

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CAMBOJA

TAILÂNDIA

LAOS

VIETNAMEPhenom Pehn

Ho Chi Minh

Banguecoque

Vientlane

A FundaçãoHidrocantábrico e o Ayuntamento de Gijón levaramelectricidade a umaaldeia do Camboja

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Mascote que ajudará a empre-sa a implementar projeto nasáreas de meio ambiente, segu-rança no trabalho e saúde ocu-pacional, com vistas as certifica-ções ISSO 14.000 e o OHSAS18.000

Uma curiosa corujinha verde,com capacete e estetoscópio, pre-tende mudar a rotina dos colabo-radores, terceirizados, fornecedo-

res em geral e visitantes do Grupo Energias do Bra-sil. Ciça Sabida, como foi apelidada, será a masco-te do Sistema de Gestão Integrada da Sustentabi-lidade, que criará e integrará procedimentos emtrês importantes pilares empresariais: meio ambien-te, segurança no trabalho e saúde ocupacional.

O projeto foi lançado oficialmente em mea-dos de Maio, em São Paulo, e contou com a pre-sença de toda a diretoria do Grupo. Executivosno Espírito Santo e em Mato Grosso do Sul, re-giões onde a empresa também está presente, par-ticiparam por meio de videoconferência. Ciça Sa-bida participará de todo o projeto, seja dando di-cas ou explicando os novos procedimentos.

As primeiras peças, em forma de banners e fo-lhetos, foram espalhadas nos edifícios-sede e emalgumas lojas de atendimento. Além da coruji-nha, o projeto conta com o slogan “trabalhar bem.Viver melhor”.

Na prática, como funciona? Haverá, por exemplo, normas específicas para

o manuseio certo dos resíduos, de forma a nãocontaminar o meio ambiente, e para a utilizaçãode todo o equipamento de segurança, no casodos eletricistas, para evitar acidentes.

Alguns desses cuidados já são adotados nas em-presas do Grupo, mas de formas diferentes. Ago-ra, serão unificados e padronizados de acordo compadrões reconhecidos internacionalmente, o quepossibilitará a certificação das empresas do Gruponas normas ISSO 14.000 e o OHSAS 18.000.

Vale lembrar que o Grupo já tem um amploprojeto de Sustentabilidade, com várias ações nasáreas de capital humano e meio ambiente. Con-ta, inclusive, com um manual com os oito prin-cípios de desenvolvimento sustentável.

“Trata-se de um marco importante na cami-nhada do Grupo para a sustentabilidade”, ressal-tou o diretor-presidente da Energias do Brasil,António Martins da Costa. "Esse tema está à fren-te da gestão da Energias do Brasil."

Para o diretor vice-presidente de Geração eMeio Ambiente, Custódio Miguens, o projeto éindispensável para o compromisso da empresacom a sustentabilidade e cada colaborador podeajudar dentro das suas possibilidades.

O porquê da coruja?A coruja é vista, há séculos, como um ani-

mal que simboliza a sabedoria. Em muitas es-colas e universidades, a figura da coruja apare-ce nos brasões dessas instituições. Esse simbo-lismo sobreviveu ao tempo e ainda hoje a asso-ciação dessa ave com a sabedoria, prudência ematuridade perdura e é seguidamente reforçadana cultura popular.

Dessa maneira, Ciça Sabida pretende ser fa-cilmente assimilada como um personagem “va-lidado” pela tradição para dar conselhos, fazersugestões e orientar todos da Energias Brasil noentendimento e no cumprimento das novasorientações.

causasedp

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Neo Energía assina um plano de protecção de avesA Neo Energía estabeleceu um acordo de colabora-ção com a Consejería de Medio Ambiente do Gover-no de Aragão para construir um comedouro de avesnecrófagas no término municipal de Las Peñas deRiglos, na província de Huesca. A empresa apostou30.000 euros para a criação deste muladar, que pas-sará a fazer parte da Rede de Comedouros de Ara-gão. Actuações como esta mostram o interesse doGrupo pelo cuidado e conservação do meio ambien-te e o desenvolvimento sustentável, uma das pre-missas que guia todas as suas actividades.

O Governo aragonês, através da Consejería de Me-dio Ambiente, comprometeu-se a ficar encarreguepela supervisão técnica das diferentes actividades adesenvolver para a sua construção, tal como, a ela-boração do projecto e a ob-tenção de todas as licençase autorizações necessáriaspara a sua criação.

A protecção e o desen-volvimento sustentável doambiente são as priorida-des do grupo, que já as de-monstrou não só nesta ini-ciativa, como também emmuitas outras em que osprojectos se adoptaramàs particularidades doambiente natural emque se construiu cadaparque eólico.

câmara frigorífica precisaram de dois painéis so-lares, uma bomba, outras duas placas, quatro ba-terias e um regulador respectivamente.

A Fundação Hidrocantábrico, que destinoupara este projecto um investimento de 20.000euros, faz parte do patronato da organizaçãonão governamental Energías Sin Fronteras, en-carregada de levar energias a países em vias dedesenvolvimento. A colaboração da Fundaçãona electrificação desta aldeia no Camboja é es-pecial, porque a sua presença no projecto re-força a representação asturiana na actividadehumanitária em Battambang, encabeçada pelo jesuíta de Gijón Enrique Figaredo Alvargonzález,que desde há vários anos gere o centro comu-nitário e é também o bispo da diocese.

Figaredo considerou a actuação da HC Ener-gía e do Ayuntamiento de Gijón “como um ver-dadeiro milagre, uma vez que os painéis nosproporcionam electricidade limpa e silenciosa”,e acrescentou que “esta electrificação pode ser-vir de modelo para outros povos e outros cen-tros comunitários com características similaresao nosso em Battambang”.

Coruja invade oscorredores da Energias do Brasil

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A EDP CONVIDOU SETE ARTISTAS PLÁSTICOS,sete fotógrafos e sete músicos para fazerem inter-venções artísticas inspirados nas sete maravilhasportuguesas que serão apresentadas em Julho emLisboa, em simultâneo com as Sete Maravilhas doMundo. “É um momento de afirmação artística por-tuguesa”, afirmou Sérgio Figueiredo, director da Fun-dação EDP aquando da apresentação.

Um projecto que pretende apoiar o patrimónioe os valores culturais, promovendo manifestaçõesculturais e o desenvolvimento da produção artísti-ca nacional. Em defesa da preservação do patrimó-nio português, António Mexia afirmou que “quemnão respeita o seu passado não tem futuro.”

Em simultâneo com as maravilhas mundiais, assete maravilhas portuguesas são divulgadas no dia7 de Julho, sendo seleccionadas entre um conjuntode 21 monumentos finalistas: Castelo de Almourol,Castelo de Guimarães, Castelo de Marvão, Castelo deÓbidos, Convento de Cristo Tomar, Convento e Basí-lica de Mafra, Fortaleza de Sagres, Fortificações deMonsaraz, Igreja de São Francisco Porto, Igreja e Torredos Clérigos, Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alco-baça, Mosteiro dos Jerónimos, Paço Ducal de Vila Vi-

çosa, Universidade de Coimbra, Pa-lácio de Mateus, Palácio Nacional daPena, Palácio Nacional de Queluz,Ruínas de Conímbriga, Templo Ro-mano de Évora e Torre de Belém.

Para António Mexia esta iniciati-va não se trata apenas de um patro-cínio; “é um projecto global que ex-porá essas maravilhas a nível nacio-nal e internacional e assim conse-guirá chamar a atenção do nossopatrimónio, da nossa música, foto-grafia e artes plásticas”.

Para o presidente da EDP a cul-tura é o caminho de Portugal se di-ferenciar no mundo.

Partindo de conceitos como luz,electricidade, energias renováveis,

comunidade, efémero e arquitectura, enquanto pres-supostos de desenvolvimento criativo, o projectoSete Maravilhas EDP contará com a participação devários artistas plásticos e músicos nacionais.

Entre os artistas plásticos encontram-se ÂngelaFerreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos,João Tabarra, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis e Su-sana Anágua. Para dar música a esta causa associa-ram-se Teresa Salgueiro, Paulo Gonzo, Pedro Abru-nhosa, The Gift, Rodrigo Leão, Sara Tavares, Rui Ve-loso e Marisa. Para retratar as maravilhas portugue-sas contamos com a participação dos fotógrafos Da-niel Malhão, Duarte Belo, Eurico Lima do Vale, JoséLuís Neto, Luís Palma, Margarida Gouveia e NunoCera. Todos eles farão a sua abordagem inspiradanas maravilhas portuguesas para as quais já vota-ram mais de 300 mil pessoas.

Deixe-se maravilhar e participe!

A EDP VAI DESENVOLVER UM PROJECTO PIONEIRO EM PORTUGAL DE ARTE E DE MÚSICA, NO ÂMBITO DO PATRO-CÍNIO ÀS 7 MARAVILHAS. SAIBA COMO A NOSSA EMPRESA E A FUNDAÇÃO VÃO MARCAR A HISTÓRIA DE PORTUGAL 7marav i lhas

28.06.07Exposição quereúne noMuseu daElectricidade o olhar de setefotógrafossobre asmaravilhasnacionais.07.07.07Eleição dasmaravilhas de Portugal e posteriorapresentaçãoaos artistasconvidados do respectivomonumento a trabalhar.NOV 07/ MAIO 08 a exposiçãodos projectosterá início emNovembro de2007 efinalizará emMaio de 2008.

Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal; a vereadora da Câmara Municipal de Lisboa e Andreia Galvão, vice-presidente do Instituto Português do Património Aqruitectónico apoiaram a iniciativa

António Mexia, PCAE da EDP, Cruz Morais, administrador, António de Almeida, presidente do Conselho Geralde Supervisão, e Pita de Abreu, administrador, estiveram junto dos artistas convidados para dar vida à apresentação das sete maravilhas de Portugal através da sua arte

TOME NOTA

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recursos humanosREORGANIZAÇÃO DO MODELO

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É OBJECTIVO CLARO DO “TALENTO” PROMOVER A GESTÃO DO CAPITALHumano numa lógica de organização multinacional – que assenta na centralização do“pensamento estratégico”, na descentralização da gestão táctica e operacional, na ar-ticulação e maximização de sinergias intra e entre geografias e na definição clara deresponsabilidades e reportde cada Órgão –, promovendo a focalização nos resultadosde negócio, a clareza, transparência e comunicação proactiva nos processos de RH euma cultura de superação e justiça, a construção de uma “empresa justa”. Para tanto,procedeu-se ao desenho de um Novo Modelo de Recursos Humanos de que resultoua criação de dois novos Comités – Comité de Remunerações e Comité de Carreiras, Mo-bilidade e Formação – bem como a criação de uma nova Direcção, a Direcção de Ges-tão Estratégica de Recursos Humanos (DERH), que assume a coordenação global dasDirecções de RH do Centro Corporativo e das Empresas do Grupo EDP situadas fora dePortugal e acumula a função de Direcção de Recursos Humanos (DRH) da EDP Portu-

gal. A constituição e responsabilidades daqueles novos Comités e Direcção, com fun-ções de coordenação, na área de Recursos Humanos, são as seguintes:

COMITÉ DE REMUNERAÇÕES É constituído por: Conselho de AdministraçãoExecutivo (CAE), Director da Direcção de Gestão de Recursos Humanos (DERH),

Director da Direcção de Gestão de Recursos Humanos de Topo (DRHT), Director da Direc-ção de Gestão Operacional de Recursos Humanos e de Relações Laborais (DORH). Apro-va o modelo de compensação (fixa, variável e incentivos) para todos os colaboradores doGrupo. Aprova os valores de referência para os indicadores de avaliação de desempenho(KPI s – gestão por objectivos) e o correspondente cálculo da sua performanceanual. Fo-menta, periodicamente, o desenvolvimento de análises comparativas (benchmarks), a ní-vel nacional e internacional, de forma a determinar os níveis adequados de remuneração(fixa e variável) e a enquadrar a estratégia de compensação de todos os colaboradores.

DESDE 2006 QUE O GRUPO EDP, FIEL AO SEU COM-PROMISSO DE CRIAÇÃO DE VALOR ATRAVÉS DE UMAEFICIÊNCIA SUPERIOR, TEM VINDO A DESENVOLVER

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recursos humanosREORGANIZAÇÃO DO MODELO

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ITALMANO

COMITÉ DE CARREIRAS, MOBILIDADE E FORMAÇÃOÉ constituído por: CAE, Director da DERH, Director da DRHT, Director da

DORH, CEO de cada UN/Empresa (se não estão no CAE) e/ou Administrador queo CAE indique, DRH de cada UN/Empresa. Aprova medidas para promover a evo-lução/mobilidade dos quadros. Garante a implementação de Planos de Suces-são para as posições críticas do Grupo. Monitoriza o desenvolvimento da carrei-ra de quadros, analisando expectativas e eventuais constrangimentos. Aprova oPlano de Formação do Grupo e monitoriza a sua implementação.

COORDENAÇÃO DA ÁREA DE RH (DIRECTOR DA DERH)Missão: Assumir a coordenação das Direcções do Centro Corporativo que

têm a seu cargo responsabilidades no âmbito dos RH (DERH, DRHT, DORH) e afunção de Director de Recursos Humanos da EDP Portugal (as DRH das empre-

sas portuguesas da EDP reportam conjuntamente a este órgão e aos respecti-vos Conselhos de Administração). A este órgão reportam igualmente as Direc-ções de RH das empresas do Grupo sediadas fora de Portugal (em duplo repor-te com os respectivos CA), no que respeita à gestão do RH de Topo e ao desen-volvimento dos projectos de RH do Grupo. Caber-lhe-á, ainda, assegurar o Ali-nhamento de Princípios de actuação entre essas Direcções e as Direcções doCentro Corporativo e das Empresas sediadas em Portugal, nas restantes verten-tes da função Recursos Humanos. Concorrer para o desenvolvimento de umacultura de excelência em todo o Grupo.

Responsabilidades: Coordenar e assegurar a gestão integrada de todos osprojectos de RH do Grupo. Assegurar o funcionamento corrente das áreasafectas à função RH. Coordenar a gestão dos meios humanos afectos à fun-

O PROJECTO TALENTO, COM O OBJECTIVO DE REDEFINIR E POTENCIAR O DESENVOLVIMENTO DOSEU CAPITAL MAIS EFECTIVO, O CAPITAL HUMANO

>>

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OUTUBRO ABRIL

ORGANIZAT

ION

LEARNING

ORGANIZATION

LEARNIN

G

CÉZANNESistema

de Gestão do Activo Humano

da EDP

Out - Nov

Nov - DezFev - MarAvaliação Comp.

EstratégicasAvaliação

Comp. Técnicas

Aval. KPI’sCorporativos

Aval. KPI’sIndividuais

FeedbackIndividual

Nivelar funçõesGrelha

Remuneração

RV IndexadaComp. Estratégias

RV Indexadaa Objectivos

Planosde Sucessão

Mobilidade

Planosde Carreira

Plano deFormação (gaps)

Programasde Pontencial

PlaneamentoEstratégico

Activo Humano

Mar - AbrSet - Out

Momentos Chavede Interacção

26 | On

recursos humanosREORGANIZAÇÃO DO MODELO

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ção RH. Consolidar a informação de gestão de RH. Validar as micro-estruturas de cada Direcção de Recursos Humanos do Grupo. Mo-nitorizar a elaboração dos Planos e Orçamentos anuais de RHe os seus controlos periódicos.

DERH – DIRECÇÃO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH

Missão: Apoiar o CAE na definição e implementa-ção de uma estratégia de Recursos Humanos quepromova a valorização do desenvolvimento pes-soal e profissional de todos os colaboradores,respondendo às necessidades estratégicas eoperacionais das Unidades de Negócio e con-tribuindo para os valores corporativos do Gru-po EDP.

Responsabilidades: Definir/actualizar, divul-gar e monitorizar o Plano Estratégico de Ges-tão de Talento do Grupo em conjugação com aDHRT e em linha com a estratégia do Grupo. Pro-por ao CAE os processos, procedimentos e políti-cas gerais de RH do Grupo, promover a sua difu-são em toda a organização e gerir a sua implemen-tação. Gerir a implementação e a evolução estraté-gica do sistema de informação de Gestão do Activo Hu-mano nas suas várias vertentes: Potencial, Desempe-nho, Remuneração, Carreiras/Mobilidade/Sucessão, Re-crutamento e Formação.

Garantir a coerência das linhas de orientação estratégicas dagestão dos diferentes Acordos/Convénios Laborais existentes no Gru-po, em conjugação com a DORH, a quem compete a respectiva propos-ta e coordenação da negociação.

Avaliar e gerir o clima organizacional e propor medidas para a sua constantemelhoria.

Monitorizar o cumprimento dos critérios de sustentabilidade empresarial apli-cáveis à Gestão de Recursos Humanos em todo o Grupo;

Coordenar e avaliar o desempenho das estruturas de RH do Grupo que lhe re-portam.

Acompanhar a comunicação interna no Grupo, em articulação com a Direcçãode Marca e Comunicação.

Os principais projectos, para o período 2007/2008, na área da Gestão do ActivoHumano do Grupo EDP e transversais a todas as empresas do Grupo, são a imple-mentação do Talento e do eneRHgia, sendo os seus objectivos, interacções e equi-pas, os seguintes:

OBJECTIVOS TALENTOImplementar em todas as geografias e empresas o Plano Estratégico de

Gestão de Activo Humano definido no âmbito do Projecto Talento, nas suas vá-rias vertentes de:

· Modelo Organizativo da função de Recursos Humanos;· Modelo de Macro-Processos, contemplando: Gestão Estratégica de ActivoHumano;

· Avaliação de Potencial e Desempenho; Gestão da Compensação (fixa e va-riável);

· Desenvolvimento de Competências e Formação; Gestão de Carreiras;· Implementação de uma dinâmica anual de gestão do activo humano, iden-tificando e programando no tempo as rotinas de gestão de pessoas:

OBJECTIVOS ENERHGIA (CÉZANNE)Implementar em todas as geografias e empresas do Grupo EDP, um sistema

de informação que suporte de forma integrada e eficaz o modelo de processos degestão do activo humano definido no Projecto Talento, nas suas várias vertentes: pla-neamento estratégico de recursos humanos; Gestão de organigramas e de dadosdos colaboradores (dados cadastrais de carreira); Avaliação de potencial e desem-penho; Recrutamento; Desenvolvimento de competências e formação; Gestão de ca-rreira e sucessão; Gestão da compensação; Reporting e gestão orçamental.

EQUIPAS DOS PROJECTOSNa fase de implementação dos projectos, a DERH será responsável, sob su-

pervisão do CAE, pela sua coordenação e gestão, nas várias geografias e empresas,em articulação com a Direcção de Sistemas de Informação (DSI). Para tanto, foramconstituídas equipas multidisciplinares para cada projecto, que reúnem valências fun-

CA P I TA LHUMANO

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Page 27: EDP ON 03 - Energia Sustentavel

Gestão da mudança

eneRHgia (Cézanne)Operacionalização dos

Processos e dos Instrumentos

Avaliação de Potencial e de Desempenho

Compensação

Gestão de Carreira

Desenvolvimento de Competências

1

2

5

4

3

Fase 0 Fase 1

2007 2008

Implementação

Cézanne ® People (Módulo BASE)Cézanne ® HRCharterCézanne ® Reporting SystemCézanne ® RecruitingCézanne ® TrainingCézanne ® PerformanceCézanne ® Succession and CareerCézanne ® Salary AnalysisCézanne ® Budget

O Cézanne operacionalizará todos os processos de gestão de activo humano cujos instrumentos serão detalhadamente definidos na implementação do Talento.

Desempenho e ImplementaçãoEspanha, Portugal, Brasil

Desenho

Dados Mestres eEstrutura Organizativa

PlanificaçãoEstratégica de RH

1Avaliação do Desempenho

e do Potencial

2Compensação

3Desenvolvimentodas Competências

4 5Planificação

Estratégica de RH

Avaliação do Desempenhoe do Potencial

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recursos humanosREORGANIZAÇÃO DO MODELO

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cionais, geográficas e técnicas que possibilitam a implementação, com sucesso, dosprojectos, sendo de salientar a vinda para a DERH de colaboradores da HC/Espanha(Estrella Segurado), Energias do Brasil (Fabrícia Lani), da DORH (Isabel Miguel) e daEDP Comercial (Ana Rita Oliveira).

TALENTO· Steering Committee: CAE, Nuno Brito (DERH) e Rafael Mora / Heidrick &

Strugles (H&S);· Direcção: Nuno Brito (DERH), Adília Pereira (DRHT), Eugénio Carvalho (DORH),Rogério Machado (EDP Brasil), Ramiro Palácios (EDP Espanha) e Pedro Ro-cha de Matos e Ana Silva (H&S);

· Grupo de Acompanhamento e Equipa de Projecto: Administradores e Direc-tores de RH de todas as empresas do Grupo EDP, coordenados por NunoBrito (DERH) e Pedro Rocha de Matos (H&S).

ENERHGIA (CÉZANNE)

· Steering Committee: CAE, Nuno Brito (DERH), António Vidigal (DSI), José Sa-las (DSI) Eugénio Carvalho (DORH), Adília Pereira (DRHT), Rogério Machado(EDP Brasil), Rafael Mora, João Guedes Vaz, Gonçalo Anacorreta da H&S, eJosé Manuel Villaseñor e Enzo de Palma da Cézanne;

· Direcção: Nuno Brito (DERH), José Salas (DSI), Gonçalo Anacorreta da H&Se Enzo de Palma da Cézanne;

· Grupo de acompanhamento: Administradores e Directores de RH de todasas empresas e do Grupo EDP e da DERH;

· Coordenação: Francisco Lopes Lança (Coordenador), Carlos Vines (DSI), Cor-rado Facchini e Enzo de Palma da Cézanne;

· Equipas de implementação técnico funcional e funcional: representantes detodas as empresas do Grupo EDP e dos consultores do projecto.

TALENTO VS. ENERHGIA (CÉZANNE)

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compromissosobjectivos concretos para um futuro melhor

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A POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS, SENDO UMdos principais instrumentos do nosso Plano Estratégi-co, deverá contribuir decisivamente para “Consolidara EDP como o maior Grupo Empresarial em Portugale conferir-lhe uma expressão global nas áreas ondepode fazer a diferença”. As diferentes componentes daPolítica de RH - comunicação interna, formação, me-canismos de avaliação e remuneração, mobilidade, ges-tão de carreiras, etc. – visam primordialmente:

• o aprofundamento das competências que supor-tam, no presente, a actividade do Grupo e a assunçãode uma prática de inovação que prepare o sucesso nonovo paradigma (energia”verde”, mercado de emis-sões, eficiência energética, microgeração distribuída,redes de distribuição “inteligentes”, concorrência re-forçada na produção e na comercialização de electri-cidade e gás, …)

• a interiorização, por cada um de nós, de uma cul-tura de valor e meritocracia, baseada na responsabi-lização e identificação individual com os objectivos daEmpresa e em práticas partilhadas de transparência,de ética, de equilíbrio entre vida profissional/ vida pes-soal e de responsabilidade social face à comunidadeem que nos inserimos.

• o reequilíbrio da estrutura etária e de competên-cias do Activo Humano do Grupo, ajustando-a às novasexigências.

OS MEUS COMPROMISSOS IMEDIATOS SÃO:1. Criar condições para o sucesso dos Projecto Ta-

lento e EneRHgia, em que se analisarão e redesenha-rão as ferramentas de avaliação de desempenho, dedesenvolvimento de carreira e de gestão de incenti-vos, com os objectivos de valorizar a criação e manu-tenção das competências críticas da EDP, de desen-volver individualmente os colaboradores e de reter otalento do nosso Activo Humano;

2. Ajudar a concretizar o projecto “Sou EDP”, umprograma de comunicação interna e de reforço de cul-tura do Grupo que, com uma componente lúdica inte-ressante, abrangerá todos os colaboradores;

3.Adaptar às novas realidades das Empresas e dosPaíses (novas legislações do sector energético, do tra-balho e da segurança social) o Acordo Colectivo de Tra-balho (em Portugal) e o Convénio (em Espanha), ne-gociando com os parceiros sociais;

4. Concretizar medidas que garantam a sustenta-bilidade e a melhoria da qualidade dos sistemas dePrevenção e Apoio na Doença aos colaboradores;

5. Dinamizar a colaboraçãocom o Clube de Pessoal e com aFundação EDP no desenvolvimen-to de actividades extra-laborais nodomínio da cultura, desporto e soli-dariedade social;

6.Colaborar com a Associação de Re-formados (AREP) na criação de condiçõesefectivas de apoio aos nossos reformadosou pensionistas mais carenciados;

7. Lançar um conjunto de iniciativas in-ternas que reforcem a posição da EDP como“Empresa Familiarmente mais Responsável”e como o “Melhor Lugar para Trabalhar”;

8. Cumprir os objectivos de formação pro-fissional previstos para 2007: acima de500.000 horas em todo o Grupo (290.000 emPortugal);

9. Prosseguir o esforço activo de envolvimentodos colaboradores em processos de melhoria contí-nua no plano da Prevenção e Segurança na busca dameta dos “Zero acidentes, nenhum dano pessoal” noTrabalho;

10. Criar condições para a entrada de 1250 novoscolaboradores até 2010 num contexto de redução lí-quida do quadro de efectivos em 1100.

PITA DE ABREUAdministrador Executivo da EDP Energias de Portugal, SA.

Os compromissos que assumo desdobram-se pelos três eixos de desenvolvimento

da Política de Recursos Humanos do Grupo:

Desenvolver as competências, ajustando-as ao novo paradigma do sector energético

Revitalizar a cultura empresarial, renovando-a

Reajustar o activo humano, rejuvenescendo-o

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Veja as respostas na edição nº

A “ FUNÇÃO RECURSOS HUMANOS”

A “função Recursos Humanos” do Grupo EDP é tuteladapelo Presidente do CAE, António Mexia e pelo Adm. Pita de

Abreu. A definição de politicas e estratégias corporativas cabemaos Directores do Centro Corporativo, Nuno Brito –

Coordenação Global e Direcção Estratégica deRecursos Humanos (DERH), Eugénio Carvalho –

Direcção de Gestão Operacional de RecursosHumanos e Relações Laborais (DORH) e AdíliaPereira – Direcção de Recursos Humanos deTOPO (DRHT). A execução ao nível local das

políticas de Recursos Humanos está acargo das Direcções de Recursos

Humanos das diversas Empresas doGrupo, em Portugal, Espanha eBrasil, em regime de duplo

reporte à respectivaAdministração e à DERH.

RENOVARE REVITALIZAR

A CULTURA PARA QUE A EDP SEJA

· Eficiente e Excelente· Natural e Sustentável

· Envolvente e Entusiasmante· Responsável e de Confiança

· Global e Justa · Inovadora e com Iniciativa

· Aberta e com Ambição

DiferenciarA EDP não

ganhará pela dimensão mas sim pelacapacidade

de sediferenciar.

FALAR A MESMALINGUAGEM

E PARTILHAR OS MESMO VALORES

A fertilização mútua entre o programa de reforço da cultura EDP e o Projecto PROs para o estabelecimento,

em todo o universo do Grupo, de processos formaiscomuns, criará uma realidade nova: qualquer colaborador,

parceiro ou cliente quando entrar numa instalação ou escritório nosso, seja em Castelo Branco ou S. Paulo,em Oviedo ou Lisboa, em Houston ou no Porto, saberá,

instantaneamente, ao primeiro relance, que está na EDP, a falar com pessoas EDP. Seremos então um Grupo ainda mais forte,

coeso, de enorme resiliência.

5

A ON pergunta:

QUE DESAFIOS ESTÁ A RESOLVER?

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O COMPROMISSO DA EDP DISTRIBUIÇÃO PARAos próximos anos, passa pelo trilhar de um caminhoque permita cumprir uma aspiração ambiciosa; a deser uma empresa de referência a nível mundial emeficiência operativa no negócio da distribuição.

O êxito dos objectivos traçados no Plano de Ne-gócios 2007/2010 implica, por isso, uma gestão ob-sessiva dos factores-chave do negócio e a optimiza-ção e automação dos processos de negócio, enqua-drada no desenho da nova organização.

E, de facto, a remodelação do desenho organizati-vo da empresa foi amadurecida, concebida e será im-plementada até ao final de 2007, à luz dos objectivosestratégicos traçados no Plano de Negócios e do actualcontexto regulatório, tendo como princípios, a orienta-ção para a excelência/normalização, a adopção de ummodelo geográfico eficiente privilegiando a optimiza-ção de níveis hierárquicos e de unidades organizativas,maximizando a orientação da organização para o clien-te e alavancando aumentos de eficiência.

Com a consciência de que novos tempos condu-zem a novas exigências, identificámos a necessidadede adequação da gestão de recursos humanos aosdesafios que nos são colocados, assente na raciona-lização de efectivos, no melhor aproveitamento do ca-pital humano da empresa, na valorização das compe-tências técnicas, no rejuvenescimento e maior quali-ficação dos colaboradores e na criação de um mode-lo de gestão do conhecimento que permita, igualmen-te, um aumento da motivação e da satisfação dos colaboradores. Daí, a nossa aposta na rotação de fun-ções a par do investimento firme em formação.

Num quadro de disputa de recursos, o investimen-to para o quinquénio 2006-2010, é de 1.162 milhõesde euros (a custos totais líquidos de comparticipa-ções financeiras), com particular ênfase nos investi-mentos de claro valor acrescentado e, tendo por base

a identificação e selecção rigorosas da urgência eobrigatoriedade dos projectos, de forma a garantira correcta alocação do capital para servir objectivosde crescimento e de qualidade de serviço.

Foram identificadas algumas áreas com oportu-nidades de melhoria: o Planeamento, a Manutenção,o Projecto e Construção, as Operações no Terreno, aGestão Ambiental e o Outsourcing onde foi possíveldetalhar as medidas a adoptar para a optimizaçãodo investimento. Ao nível da contenção do esforçode investimento assume relevância o reforço da Ma-nutenção e a melhoria do Planeamento com reflexodirecto num melhor controlo dos investimentos e doscustos associados.

Na vertente de redução de custos operacionais,o plano de melhorias será implementado com recur-so à metodologia Lean, suportado em tecnologiasque ofereçam eficiência na mobilidade das nossasequipas no terreno. Temos vindo a automatizar arede, complementada por uma gestão de Processosintegrada que engloba a actividade das equipas noterreno. Procurámos, igualmente, sinergias naquiloque são áreas afins, as telecomunicações e os tele--serviços, onde há uma forte evolução tecnológica.

Definimos ainda as funções que consideramos es-senciais para a actividade da distribuição e aquelasem que, sem colocar em risco o conhecimento daempresa, podemos recorrer ao outsourcing, man-tendo a liderança em parcerias fortes, mas sem des-curar a formação, ao nível dos Prestadores de Servi-ços Externos. Está a decorrer o concurso para a pró-xima Empreitada Contínua, que foi pensado para me-lhorar essas parcerias com impacto muito forte noscustos associados.

Temos gerido e vamos continuar a gerir activa-mente os níveis de qualidade do fornecimento deenergia eléctrica. O esforço de modernização da redee a adopção das melhores práticas, têm dado frutose os números não mentem, sendo os Clientes, as Au-tarquias e o próprio Regulador a reconhecer a veri-ficação das significativas melhorias já alcançadas.Mas temos que continuar a melhorar e vamos conti-nuar a fazê-lo de forma sustentável, designadamen-te ao nível do tempo de reposição da alimentação edo número de interrupções de fornecimento.

Os valores de Dezembro de 2006 deixam claro quea evolução foi bastante positiva; o Tempo de Interrup-ção Equivalente - TIE baixou em 40% nos últimos qua-tro anos, registando no primeiro trimestre de 2007,menos 51% que no período homólogo do ano anterior.No mesmo período, o número total de incidentes narede de Média Tensão sofreu uma redução de 22%.

Não podemos deixar de relembrar que as melho-rias conseguidas ocorreram num quadro de crescen-te exigência dos clientes relativamente aos níveis daqualidade de serviço e num ambiente de forte pres-são regulatória, agora acrescida com a obrigação deuma actuação em que se exige independência aooperador de rede.

É pois uma envolvente em que se conjugam facto-res que obrigam a um desempenho com um grau deexigência superior; a pressão regulatória para o con-tínuo aumento da eficiência, com constrangimentosao nível da contenção de custos, aliada à compreensí-vel exigência dos clientes para a redução da tarifa, na-turalmente, com impacto nas nossas contas directas.

Face a este quadro, há que reforçar a proximida-de com o Regulador, visando melhorar as condiçõesregulatórias, designadamente, no tocante à fixaçãode tarifas. E isso passa por acrescido esforço de ex-plicação do que estamos a fazer e da forma comoestamos a apoiar a criação de um novo enquadra-mento para o sector eléctrico.

Rumo a 2010 as nossas prioridades-chave susten-tam-se em três ideias que queremos espelhadas nodesempenho da Distribuição:

INOVAÇÃO, no sentido de estarmos abertos à adopção das melhores práticas e da procura de soluções inovadoras;PROXIMIDADE, entre nós, com os clientes e com os prestadores de serviço internos e externos, mantendo a coesão que noscaracteriza;DETERMINAÇÃO, de fazer cada vez mais e melhor, elemento essencial numa empresade operações.

JOÃO TORRESPresidente do Conselho de Administraçãoda EDP Distribuição, compromete-se a…

Adequar a organização da EDP Distribuição e desenvolver as

competências dos colaboradores;

Optimizar o investimento (Projecto Capex);

Conter custos operacionais através da optimização

dos processos (Projecto Opex);

Melhorar a Qualidade de Serviço;

Melhorar as condições regulatórias.

compromissos edp

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compromissosedp

Compromissos de Março

Lançamento da campanha de eficiência energética na EDP

Racionalização de consumo de energia, papel e água na organização

Poupanças superiores a 15% em energia e água

Balanço após três meses da data de publicação

“A EDP resolveu englobar a campanhainterna de eficiência energética na

acção mais abrangente que foidesencadeada com o programa ECO.Por esse motivo, os compromissosassumidos o trimestre passado narevista ON tiveram um certo atraso,

mas apenas em termos devisibilidade. De facto, enquanto a

DMC tem estado a preparar acampanha de comunicação interna,

perfeitamente alinhada com o programaECO, a EDP Valor, em conjugação com a DSA,tem realizado um trabalho precioso depreparação de infra-estruturas onde jáforam instalados economizadores de águaem praticamente todos os nossos edifícios,renegociados os contratos de recolhaselectiva de resíduos e estãopreparados todos os meios necessários paraas medidas que vamos lançar muito embreve, devidamente divulgadas pela DMC.Foi um compasso de espera no queinicialmente tínhamos planeado, masacredito que valeu a pena pela força da campanha de comunicação interna quevai ser lançada, que evidencia de formaexemplar, a coerência de actuação da EDPem termos externos e internos. Estouseguro que nos vamos todos congratularpelo resultado final desta iniciativa que irá ser muito mais abrangente do que inicialmente previsto”, explicaNeves de Carvalho.

A EDP Inovação tem por vocação contribuirpara o desenvolvimento de uma cultura deinovação dentro do Grupo, procurando con-seguir que em todos os processos se encon-tre a melhor forma de os executar. Esta pro-cura permanente da melhor solução, a qualdeverá ser adoptada, independentemente daempresa onde foi encontrada, representa o“EDP Way”.

Um conjunto diversificado de projectos foilançado e encontra-se em curso na Empresa,dentro desta filosofia.

Constituição do Conselho de Inovação,composto por personalidades externasA escolha dos membros do Conselho de Inovação tem uma importância estratégicapara o Grupo, uma vez que se pretende quefuncione como consciência do Grupo em ma-téria de inovação, considerando-se ser im-portante conseguir um conjunto de persona-lidades com experiências diversificadas. Esteprocesso encontra-se ainda em conclusão.

Implementação do Governo da Inovaçãono Grupo EDPO Governo da EDP Inovação encontra-se jáem funcionamento, tendo o Comité de Inova-ção reunido regularmente, com a participa-ção de representantes das diversas empre-sas do Grupo. Encontra-se em finalização acriação do Conselho de Inovação o qual seráconstituído por um conjunto de personalida-des com experiências diversificadas .

Actuar como facilitador para colocar em execução novos projectosEstão neste momento a decorrer na EDP umconjunto de projectos, os quais em si trazemum espírito inovador ao Grupo EDP, contri-buindo, conforme referido, para o “EDPWay”. Estes projectos têm em comum umconjunto de características de inovação:

• São projectos transversais a todo o Gru-po, que ajudarão a construir uma empresaem rede, a qual aproveite o conhecimento ecapacidade dos seus colaboradores, indepen-

dentemente da sua localização geográfica,contribuindo para eliminar os silos que ain-da tendem a permanecer nas organizações.

• São aplicações normalmente acessíveisatravés de um browser web, a partir da In-tranet do Grupo, o que facilita o acesso e ma-nutenção a partir de qualquer localização geográfica em que o Grupo opere.

Neste espírito, uma primeira acção, simplestecnicamente, mas que se reveste de grande sig-nificado, foi a interligação de todas as Intranetsdo Grupo, a partir de uma home page comum.Esta acção, da responsabilidade da DSI eDMC, e que se encontra em fase avan-çada de implementação, actuarácomo instrumento de comuni-cação e cultura, permitindo aomesmo tempo testar as con-figurações e larguras de ban-da da WAN EDP (Wide AreaNetwork – Rede de Comunica-ções Interna) assegurando oadequado futuro funcionamentode outras aplicações web, em prepa-ração nas diversas unidades do Grupo EDP.

Outra apostas são o WikiEDP, o qual fun-cionará como verdadeiro repositório de co-nhecimento do Grupo, o Sistema Cezanne, quedará suporte ao projecto Talento, permitindouma gestão uniforme das carreiras dentro doGrupo, e o projecto Skipper, o qual permitirá,na Produção, uma nova forma de monitorizare gerir os meios de produção, ou o projectode “Revenue Assurance”, destinado a mantero controlo permanente do ciclo comercial daDistribuição.

Outros projectos estão em arranque,como o projecto de telecontagem, o qual viráa integrar uma arquitectura de smart-net-works, permitindo a inclusão de geração dis-tribuída na rede de distribuição.

De notar que todos os projectos são da res-ponsabilidade das pertinentes áreas do Grupo,funcionando a EDP Inovação como facilitador.

Criar uma cultura de inovação

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Balanço

ANTÓNIO VIDIGALPresidente da EDP Inovação

NEVESDE CARVALHODirector de Sustentabilidade e Temas de Ambiente

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Page 32: EDP ON 03 - Energia Sustentavel

A CONVERSA COM...

spotlight

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Energia sustentávelANA MARIA FERNANDES

A sua especialidade é o planeamento estratégico?Foi-se encaminhando para aí porque sou for-

mada em economia, tenho mestrado em gestãoe pós-graduação em finanças internacionais, por-tanto, cubro um espectro de competências bas-tante grande. Mas a verdade é que sempre evi-tei áreas que conduzissem a situações demasia-do repetitivas. Por exemplo, a direcção financei-ra de uma empresa tem uma fase inicial de es-truturação que pode ser muito interessante, masdepois tende a repetir-se. Assim, a banca de in-vestimentos foi a opção que me atraiu inicial-mente pela diversidade que proporcionava, por-

que os dossiers, as situações e os clientes são sem-pre diferentes.

A oportunidade do planeamento estratégi-co foi um desafio que me fez o Dr. Mexia quan-do eu ainda estava no BPI. Explicou-me o pro-jecto da Gás de Portugal, onde estava há pou-co tempo, de uma forma tão convincente queaceitei imediatamente. Estávamos em 1998, enão era muito comum as empresas portugue-sas terem um departamento de estratégia. Erasubstancialmente o que estava habituada a fa-zer nos bancos por onde passei, apenas direc-cionado para uma empresa. Mais tarde, naGalp, também fiquei com essa responsabilidade,

incluindo o M&A. Na EDP, como é sabido, de-tenho na Administração o pelouro das Renová-veis e Gás.

Quais são as suas responsabilidades na EDP?Como disse, sou responsável pelas renová-

veis e pelo gás natural. A EDP Gás não exis-tia quando esta Administração entrou, haviaapenas, o que se chamava “projecto do gás”.Hoje, existe uma área de negócios estrutura-da, com objectivos bem definidos, com pesso-as escolhidas, com projectos e actividades con-sistentes e coerentes ao longo da respectiva ca-deia de valor.

A ÁREA DO GÁS TEM CRESCIDO EXPONENCIALMENTE, MAS É NAS EÓLICAS QUE O GRUPO APOSTA DECIDIDAMENTE. À FRENTE DESTAS DUAS VERTENTES ESTÁ UMA GESTORA QUE DEIXOU UM PASSADO EM FINANÇAS PARA PENSAR NO FUTURO EM QUE AS ENERGIAS RENOVÁVEIS TÊM POSIÇÃO PRIMORDIAL. SAIBA O QUE PENSA ESTA MOÇAMBICANA DETERMINADA, COM UMA OPINIÃO MUITO DEFINIDA SOBRE AS QUESTÕES NACIONAIS E UMA PERSPECTIVA INTERNACIONAL

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O gás não é considerado uma energia renová-vel, embora seja menos poluente que o carvão,mas ainda assim produz CO2, sendo no entantouma tecnologia que, com a evolução da procurae das necessidades do consumidor, é no momen-to incontornável já que as tecnologias renováveisainda não são suficientes para preencher a evolu-ção prevista para a procura. Vinda da Galp, a mi-nha experiência anterior teve peso na atribuiçãodeste pelouro, em acumulação com as renováveis.

Quanto representa a área do gás no negócioda EDP?Neste momento ainda não tem peso significa-

tivo, no final de 2006 não representava mais doque 6,5 % do EBITDA. Pretende-se aumentar essapercentagem, que em 2010 deverá rondar os 8%.

Então o gás será sempre uma área com me-nor peso no portfólio da EDP?A nível de distribuição/comercialização ainda

enfrentamos em Portugal o monopólio por parteda Galp, mas pretendemos crescer com a libera-lização progressiva do mercado. Em Espanha, oprocesso de liberalização está muito mais adian-tado (o número de clientes com tarifa reguladadeve ser muito reduzido no final de 2007) estan-do a EDP Gás, através da Naturgás, a desenvol-ver uma estratégia e uma política comercial como objectivo de crescer de forma rentável nos seg-mentos onde formos mais competitivos, valori-zando a empresa. Aliás, esperamos que os resul-tados líquidos desta empresa no final do ano de2007 andem à volta dos 100 milhões de euros, oque deve considerar-se um salto muito significa-tivo relativamente aos 63 milhões de euros de 2006.

Até agora, porém, só os resultados da comer-cialização/distribuição constituem os resultados daEDP Gás, estando nós a trabalhar nos preços detransferência entre a EDP Gás, a EDP Produçãoe a EDP Comercial. No entanto, desde há cercade um ano que fazemos a gestão do portfólio decontratos de gás existente, retirando o Grupo asinerentes vantagens desta forma de gestão (que secontrapõe à gestão individual de cada contrato),muito mais eficaz e flexível. Ao mesmo tempo,como é do domínio público, temos vindo a ne-gociar com diversas entidades novos contratos degás que complementem as necessidades do Gru-po EDP, quer ao nível da construção de novasCCGTs como ao nível de novos volumes desti-nados à comercialização/distribuição. De destacar,ainda, a gestão regulatória específica feita em Por-tugal como ainda a gestão regulatória e logística,designadamente ao nível da armazenagem de gás,que tem vindo a ser feita em Espanha e que tempermitido ao Grupo EDP poupar e, portanto,ganhar montantes muito significativos.

Acha que ainda vai demorar muito tempo atéas renováveis serem as fontes de energia maisimportantes?Acho que uns 10 a 20 anos, pelo menos, de-

pendendo da tecnologia que tenhamos em men-te, para serem pelo menos fontes importantes nomix global de produção. Já se evoluiu muito nasrenováveis nos últimos anos, principalmente naseólicas, designadamente na Península Ibérica e naAlemanha, com objectivos muito ambiciosos, sen-do que se considerarmos as grandes hídricas comouma forma de energia renovável, além das peque-nas hídricas (o que tem merecido o seu debatedados os impactos ambientais específicos), o queparece mais que razoável no actual contexto, podedizer-se que Portugal tem ainda um caminho apercorrer já que actualmente se exploram menosde 50% das nossas capacidades, sendo que na Eu-ropa essa percentagem é superior a 90%. Nas gran-des hídricas, fomos sem dúvida objecto de gran-des limitações de origem ambiental nos últimosanos, mas nota-se claramente neste domínio umaevolução no sentido de uma abordagem mais realista e mais enquadrada em termos dos desafiosque o mundo enfrenta. A este propósito está de-finido pelo Governo Português um objectivo de45% para a produção renovável de energia em 2010,que naturalmente inclui a grande hídrica. A UEdefiniu um objectivo de 20% obrigatório em 2020,que parece possível, e um mais ambicioso de 30%facultativo.

Acha possível atingir estas metas?Tudo vai depender do ritmo de desenvolvimen-

to das renováveis, essencialmente eólico e solar, doritmo a que vai evoluir a procura, dos resultadosdas medidas de eficiência energética que estão aser lançadas, do reforço das interligações e dos in-vestimentos em redes mais inteligentes que favo-reçam a produção distribuída, de novas tecnolo-gias que surjam na próxima década como é o casodo tão falado carvão limpo. Por enquanto, a alter-nativa mais viável, em termos tecnológicos e am-bientais, para complementar as renováveis, face àevolução esperada da procura, são sem dúvida osciclos combinados a gás natural, o que, tratando-se também de uma energia fóssil, emite muito me-nos CO2 do que o carvão ou o petróleo.

E que pensa das renováveis para além das eó-licas?A tecnologia eólica era sem dúvida a mais dis-

ponível e comercialmente mais provada após a as-sinatura do Tratado de Quioto. Hoje, continua sen-do assim substancialmente, tendo-se verificado umenorme desenvolvimento nesta tecnologia, que sepode considerar próxima da maturidade. Todavia,outras tecnologias já percorreram em grande par-

te a curva de aprendizagem, como é o caso do so-lar, onde já se começa a detectar uma corrida querde operadores, empresas de engenharia ou produ-tores. Diz-se mesmo que será a próxima vaga. Noentanto, outras tecnologias como o eólico off-shore,o eólico urbano, a microgeração, as ondas e as ma-rés, os biocombustíveis, etc. estão a fazer um enor-me esforço de desenvolvimento que deve culminarem novos ciclos e novas revoluções tecnológicas nos próximos 10 a 20 anos. A prová-lo estão já aí oscarros híbridos, ainda não completamente dispo-níveis, mas com certeza disponíveis a preços alcançáveis dentro de cinco anos e que vão pro-porcionar sem dúvida a muito necessária revolu-ção nos transportes, sector que emite pelo menos40% das emissões totais de CO2 e sem o concursodo qual, não é possível resolver drasticamente oproblema das emissões.

Quais são os projectos da EDP na área das re-nováveis?Nesta área já evoluímos muitíssimo. Quando

começámos, o valor de todos os activos na áreadas renováveis atribuído em Abril do ano passa-do ao Grupo EDP era de cerca de 700 a 1.000 mi-lhões de euros. Hoje, só a NEO Energia vale cer-ca de 4 mil milhões de euros e acabámos de efec-tuar uma aquisição que ronda os 3 mil milhõesnos EUA, a Horizon. Os nossos planos de inves-timento até 2010 nesta área rondam os 6 mil mi-lhões de euros o que traduz a nossa aposta claraem valorizar a empresa através das renováveis. Oseu peso no portfólio da EDP em 2010 deve re-presentar cerca de 25 a 30% do EBITDA, e isto sig-nifica uma grande mudança na companhia nãosó em termos de portfólio como em termos demix de produção. É uma evolução muito rápidaem tão pouco tempo e que deverá também con-tribuir muito para a valorização prevista para aempresa em tal ano. Isto significa, para respondermais concretamente à sua pergunta, continuar adesenvolver um grande número de projectos eó-licos, desenvolver em força projectos no solar ter-moeléctrico, alguns dos quais já estão em estadoavançado de desenvolvimento, mas também nofotovoltaico, painéis solares, ondas, eólico urba-no, biomassa e mini-hídricas onde já temos pro-jectos em curso em todas as áreas.

É possível desenvolver as renováveis no Brasil?O Brasil seria uma área óbvia, só que até ago-

ra as autoridades brasileiras têm pensado mais emtermos de aproveitamento dos seus gigantescosrecursos hídricos. E agora aquilo que está na modaé o etanol e os biocombustíveis em geral. Em SãoPaulo qualquer estação de serviço tem álcool, ga-solina/gasóleo e electricidade para oferecer ao clien-te. Por paradoxal que seja, parece mais fácil obter

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licenças para térmicas a carvão do que para cen-trais eólicas isto porque o Brasil tem receio deum novo apagão e então planeia construir aqui-lo que pode realizar-se a mais curto prazo. Masestamos atentos a qualquer alteração.

A expansão dos negócios ligados à energiaeólica, concretamente, têm limites de mer-cado?Sim, dependendo do mercado de que este-

jamos a falar. Nenhuma central de produçãode electricidade se pode construir sem licen-ças, esse é o primeiro passo.

No entanto, ainda há espaço para crescerfortemente no negócio das eólicas a nívelmundial. Portugal, Espanha e Alemanha po-dem de facto ser considerados mercados maismaduros, mais próximos das metas fixadasmas em compensação existem outros merca-dos, como os EUA ou o resto dos países eu-ropeus (já para não falar dos BRIC que hão-se acordar para esta realidade mais tarde oumais cedo – a Índia já é um bom exemplo)onde as perspectivas de crescimento são imen-sas. Para os operadores, principalmente paraos que têm ambições a figurar nos tops mun-diais, como a EDP, diversificar o risco tecno-lógico, geográfico e regulatório é muito im-portante, por isso é que fizemos investimen-tos recentes em França, na Bélgica e nos EUA.

A nível dos países da Europa, onde as me-tas estão mais bem definidas, mesmo que en-chessem os países de aerogeradores, face aocrescimento projectado da procura, mesmo ten-do em conta, a vontade da redução de CO2 ede uma menor dependência dos países produ-tores de energias tradicionais (petróleo e gás),

não seria fisicamente possível responder às ne-cessidades. Agora, é fisicamente possível teruma parte desse mix de produção – 20 ou 30%- dedicado às eólicas, às renováveis.

E a energia das ondas?Ainda está muito em fase de experimentação.

Os estudos a nível mundial consideram que a nos-sa costa é uma das mais promissoras a esse nível.Teríamos assim uma vantagem competitiva relati-vamente a outros países só que ainda não existeuma tecnologia em fase comercial provada.

O Governo está a promover um parque deprojectos na energia das ondas que irá concen-trar uma série de tecnologias a instalar por di-versos promotores, precisamente para perce-ber quais as que virão a ser as mais promisso-ras. E nós vamos lá estar, boa parte dos dispo-sitivos serão nossos.

Falemos agora da sua participação na ini-ciativa “Compromisso Portugal”Na apresentação que fez, fala das “âncorasibéricas”; quais são?A Península Ibérica, sobretudo na área da

energia, é uma ilha. Por muitas razões: é cer-cada por mar, excepto por um lado, e a suaúnica ligação à Europa tem um obstáculo quese chama Pirinéus. Fala-se muito no mercadocomum, mas a verdade é que para passar paralá dos Pirinéus é muito difícil. Desse ponto devista, penso que é uma das razões porque asempresas ibéricas olham muito para o outrolado do Atlântico ou para África, já que des-cortinam aí mais oportunidades e mais vanta-gens competitivas, designadamente tendo emconta as suas competências específicas.

E qual é o “triângulo atlântico” de que fala?É com o Brasil e África?Acredito mais no triângulo com a América

(Norte e Sul). Eu sou moçambicana e gostoimenso de África, mas parecem existir maisoportunidades para as empresas ibéricas nasAméricas. Em África só em sectores muito es-pecíficos. O problema é que, ao contrário deoutros países, não cuidámos de manter comÁfrica e o Brasil laços fortes, pelo que não é deadmirar que estes países não nos tratem namaior parte das vezes de forma preferencial.Temos de concorrer com os russos e os chine-ses nestasgeografias e não é nada fácil. Porexemplo, não acha estranho que para um emi-grante africano ou brasileiro seja tão difícil virtrabalhar para Portugal como os que provêmde qualquer País de Leste, senão mais difícil?

Em relação ao nosso país o seu texto diz queé preciso uma pedrada no charco. Continuaa ser preciso?Acho que, apesar de tudo, este Governo tem

dado umas boas pedradas, podemos é discutirse são ou não suficientes.

O problema tem sido que ao se mudarem osgovernos também se tem verificado que se mu-dam as vontades. Se compararmos com Espa-nha, desde Franco até agora tiveram quatro go-vernos e nós já tivemos inúmeros governos des-de o 25 de Abril. O problema é que assim nãohá continuidade e é muito mais difícil progredir.

O papel das mulheres na sociedade mudoumuito. Na vida profissional acha que é umavantagem ou um inconveniente ser mulher?Quando eu entrei em Economia, em

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1979/1980, já metade dos alunos eram mulheres.Acho que é tudo uma questão cultural e à

medida que se vai subindo na hierarquia vãorareando as mulheres. Mas tem havido evolu-ção mesmo a esses níveis. Daqui a 10 ou 20 anoshaverão mais mulheres nos mesmos lugares queeu, com certeza. A verdade é que nunca sentiqualquer tipo de preconceito. Vim de Moçam-bique, o meu pai faleceu quando eu tinha 20anos, não tínhamos grandes ligações a Portugal,obtive o meu primeiro emprego porque tinhauma boa média da Faculdade de Economia edepois tive uma excelente média no MBA, foisempre uma questão de mérito pessoal.

Acho que as escolhas também têm que vercom a forma como a sociedade está organizada,nomeadamente ao nível económico, social e po-lítico. Directa ou indirectamente, 60% da econo-mia está ligada ao Estado e é claro que essa ques-tão pesa. Mas, como disse, tudo isto é evolutivo,e sobretudo as mulheres que estão no topo têmalgumas obrigações para com as outras, de tentarque as que têm mérito se evidenciem nas organi-zações. Tudo depende muito da pessoa que estáà frente de uma empresa. Por exemplo, o Dr. Me-xia, sempre teve mulheres a trabalhar com ele esempre favoreceu uma mulher que fosse melhordo que um homem para determinado lugar.

É casada? É complicado gerir a vida pessoal?Sou casada e tenho duas filhas pequenas. Te-

nho uma grande sorte: a minha mãe, que é viú-va, vive comigo e ainda é nova. Tenho toda umaestrutura que me suporta, designadamente o meumarido, se não seria mais difícil. Mas ser-se ca-sada não é em geral um obstáculo se se tiver mé-rito porque tudo se organiza.

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altavoltagemopções na política climática

uando Arnold Schwarzeneggerfoi eleito governador da Cali-fórnia, em 2003, o ambiente nãoera um ponto forte da suaagenda. Mas com o tempo ascoisas mudaram. Num Parti-do Republicano consideradopouco propenso aos proble-

mas ambientais, Schwarzenegger , no comandode um estado percursor de medidas anti-polui-ção, destacou-se imediatamente pela posiçãoconservacionista.

O escritório particular do ex-actor e actual pon-ta de lança do Partido Republicano é num edifí-cio comercial em Santa Mónica, cheio com aces-sórios muito masculinos dos filmes que protago-nizou. Está portanto a uma grande distância – emtodos os sentidos – da sua antiga casa degradadaem Long Island, cheia de cabeças de animais em-palhados e livros. Mas as estatuetas do famoso es-cultor do século XIX, Frederic Remington, quemostram cenas de índios, cowboys e búfalos nas pra-darias, indicam uma ligação espiritual com Theo-dore Roosevelt, o presidente norte-americano quetambém apreciava estes bronzes dinâmicos (em-bora talvez ficasse surpreendido com o quadro deAndy Warhol pendurado por cima da secretáriade Schwarzenegger).

O governador da Califórnia considera Roose-velt, o grande republicano amante da natureza (foiele que criou os parques nacionais) como uma ins-piração na missão de transformar o Estado e o Par-tido em líderes das soluções ambientais. No Ou-tono passado Schwarzenegger assinou um decre-

to que cortará as emissões de gases de estufa em25 por cento em 2020, a que se seguiu outro de-creto determinante duma queda impressionantedo conteúdo de carbono nos combustíveis utili-zados nos transportes. Prometeu lutar contra astentativas de reabrir as costas da Califórnia à pros-pecção petrolífera offshore. Este currículo mostrou-se fundamental para a reviravolta na sua situaçãopolítica, que culminou em Novembro com umareeleição com 56 por cento dos votos. Em casa,mandou modificar um dos seus famosos Hum-mer para andar a hidrogénio, e outro para utili-zar biocombustível, e ainda instalou painéis so-lares na residência familiar.

A puxar por um charuto Monte Cristo como mesmo prazer que mostrou a discutir a sua vi-são de governo, Schwarzenegger sentou-se con-nosco para provar que o ambiente é tão bom paraa política como para os negócios.

Como é que chegou até esta posição sobre asquestões ambientais?Agora sabemos que o que fizemos nos últi-

mos cem anos causou estragos inacreditáveis nomundo. Antigamente não tínhamos esses co-nhecimentos, mas agora temos, e precisamos defazer alguma coisa. Há algumas coisas que se po-dem prever nos próximos 30 a 40 anos se nãoretrocedermos. Portanto temos de começar a agiragora. Uma maratona começa com o primeiropasso.

Sei muito bem que a mentalidade americanaquando se trata de finanças é olhar para os lucrosdo trimestre. Mas há decisões que vamos tomar

hoje, agora mesmo, que nos vão levar numa direc-ção diferente, se pensarmos a longo prazo. Tenhode pensar como é que a Califórnia, com tamanhocrescimento populacional, vai conseguir o seu for-necimento de energia daqui a 50 anos.

O Partido Republicano percebe isso?Não. Há pessoas nos dois partidos que não

percebem isso, mas eu diria que é mais difícil ven-der estas ideias aos republicanos.

Há um cartaz no estado do Michigan a acu-sar-me de fazer a indústria automobilística per-der 85 mil milhões de dólares. (Pago pelo con-gressista republicano Joe Knollenberg, o cartazdiz “Arnold ao Michigan: vão-se lixar!” A men-sagem refere-se aos estragos que, segundo os seusopositores, as novas normas referentes às emis-sões vão provocar na indústria automobilísticanorte-americana.)

Estas pessoas têm vistas curtas, em vez de es-tudar o assunto realmente e reconhecer que defacto nos dá a oportunidade de criar uma novaindústria de carros “limpos”, motores “limpos” e componentes para construir esses motores. Na Califórnia, as indústrias a que chamamos declean-tech (tecnologia limpa) estão a disparar à es-querda e à direita.

Mas não haverá quem perca com as normasde poluição mais restritas?Só até ao ponto em que a indústria automó-

vel, ou qualquer outra indústria, tenha de se adap-tar ao comportamento dos consumidores. É pre-ciso reagir depressa. Mesmo que não façamos

Simpatizo tanto com a economiacomo com o ambiente

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Arnold Schwarzenegger

Opinião

G o v e r n a d o r d o E s t a d o d a C a l i f ó r n i a

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altavoltagemclima

nada, os japoneses farão, e os alemães também. Éverdade que Detroit está a lutar contra a ideia, masé porque eles estão atrasados.

As fábricas de cimento disseram que não ha-via maneira de produzir cimento sem poluir me-nos do que actualmente. Descobrimos que há mui-tas empresas europeias a fabricar cimento dumamaneira que só produz metade dos gases de estu-fa, portanto a tecnologia existe. Já é utilizada noTexas. Quando fizemos a emissão de obrigaçõespara construir infra-estruturas, dissemos que nãoíamos construir auto-estradas sem essa tecnologia.Fizemos saber às cimenteiras que se adoptassem anova tecnologia estávamos prontos a assinar oscontratos. Não queremos que elas tenham prejuí-zos, queremos que ganhem dinheiro. Sou um ho-mem de negócios que simpatiza tanto com a eco-nomia como com o ambiente. Portanto dizemosque em 2012 vamos começar a fazer mudanças. Es-tamos a dar-lhes muito tempo.

Qual deveria ser o equilíbrio entre as soluçõespromovidas pelo governo e as baseadas nomercado?As soluções baseadas exclusivamente no merca-

do não funcionam. Cabe-nos a nós (do governo)determinar as leis. Temos de inspeccionar o leitepara garantir a sua pureza. Temos de inspeccionara carne. Se estragarem os espinafres (como aconte-ceu ultimamente) temos de garantir que as pessoasnão apanham doenças. Nunca penso nos tipos daindústria como vilões. Não sou a favor de aumen-tar os impostos sobre a gasolina só para punir aspetrolíferas. Mas nós, como governo, temos de guiaros produtores e dizer-lhes qual a direcção a seguir.

Acha que a discussão sobre o aquecimento global é alarmista?Vamos assumir por um instante que o aquecimen-

to global é 10 por cento mais pequeno do que se diz.Independentemente da percentagem que tirarmos, es-tamos sempre com um grande problema. Essa é a realidade. Vimos as fotografias dos glaciares a derre-ter. Sabemos que o fenómeno está a acontecer. Sabe-mos que o nível das águas está a subir. Sabemos queestamos a poluir o mundo. Tudo isto é real.

Não sou um ambientalista fanático. É por issoque o nosso programa (na Califórnia) funciona,porque as pessoas sabem que não venho dessa área.Como governador, falo com os cientistas nas uni-versidades. Não são nenhuns malucos e dizem ascoisas frontalmente. Depois vemos relatórios de trêsmil cientistas, e depois os das Nações Unidas. Nãohá nenhuma conspiração, a coisa é verdadeira.

Sou um optimista. Não vejo isto como o fimdo mundo. Vejo como uma grande oportunida-de de limpar a porcaria que fizemos. Somos cres-cidinhos, não somos nenhumas crianças, e po-demos fazê-lo. É por isso que eu gosto de estarnum lugar cimeiro na Califórnia. Isso é que époder.

Nina Easton/Revista Fortune

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sustentabilidadeFONTES ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS

ondas

Num contexto de alta dos preços do petróleo,de dependência energética externa e decrescentes preocupações ambientais (que setraduzem em custos internos nos processosclássicos de geração), está na ordem do dia a temática das energias alternativas,em particular as energias renováveis.

Energia dos Oceanos

Os oceanos albergam um potencial energético enor-me, que pode ser aproveitado e contribuir de formamuito significativa para suprir as crescentes neces-sidades de energia a um nível global.

· Do mesmo oceano pode ser extraída energia comorigens diferentes, o que origina classificações dife-rentes. As mais importantes são: a energia das ma-rés, fruto da interacção entre os campos gravíticos daterra e da lua; a energia térmica dos oceanos, conse-quência directa da radiação solar incidente na super-fície do oceano; a energia das correntes marítimas,

cuja origem está nas variações de temperatura e sa-linidade e na acção das marés; finalmente, a energiadas ondas, fruto do efeito do vento na superfície dooceano.

Energia das Ondas

A energia das ondas, tal como a energia eólica, podeser considerada como uma forma concentrada deenergia solar. De facto, é o sol que, aquecendo de-sigualmente a superfície terrestre, dá origem aosventos, que por sua vez, provocam as ondas.

· As ondas podem viajar milhares de quilómetrosno alto mar sem perdas de energia. No entanto, emregiões costeiras a densidade de energia presentenas ondas diminui com o atrito no fundo do mar.Logo, o regime de ondas é mais energético a profun-didades mais elevadas.

· Sabia que uma onda com 2 metros de amplitu-de e 10 segundos de período desenvolve, em geral,

uma potência superior a 50 kW/m de frente de onda?A potência de uma onda é proporcional ao quadra-do da sua amplitude e do seu período.

· O recurso global atribuído à energia das ondasé equiparável à potência instalada mundialmente (2TW). Cerca de 16% desse recurso está na Europa -320 GW, dos quais 21 GW em Portugal. (Trata-se dorecurso primário. Na prática só uma pequena per-centagem desta potência pode ser aproveitada).

· As tecnologias de aproveitamento da energiadas ondas dividem-se em três categorias, em funçãoda distância do dispositivo à costa:

1. Dispositivos costeiros (na nomenclatura ingle-sa: shoreline);

2. Dispositivos próximos da costa (near-shore);3. Dispositivos afastados da costa (offshore).

· A principal diferença entre as categorias 1 e 2 ea categoria 3 resulta das profundidades envolvidas,que são, em geral, de menos de 30 m nas duas pri-

A ENERGIA DAS ONDAS

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generator

rotor

directionof rotation(unidirectional)

blade velocity simmetrical

aerofallblade profile

two directional axial air flow

direction of rotation

air flowvelocity

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sustentabilidadeFONTES ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS

ondas

meiras categorias (sendo os dispositivos assentes nofundo do mar) e entre 40 e 80 m na terceira (sendoos dispositivos, em geral, flutuantes).

Os sistemas podem ainda ser classificados quan-to ao modo de conversão de energia das ondas emenergia eléctrica.

a. Coluna de água oscilante, CAO (OWC - Oscilla-ting Water Column);

b. Dispositivos flutuantes de absorção pontual(Point Absorbers);

c. Dispositivos submersos de absorção pontual(Point Absorbers);

d. Dispositivos flutuantes progressivos (Surgingdevices);

e. Dispositivos de galgamento (Overtopping devi-ces).

Actualmente existem mais de 50 dispositivos di-ferentes que convertem energia das ondas em ener-gia eléctrica, mas a grande maioria são ainda dispo-sitivos a escalas muito reduzidas. Em seguida, des-

crevem-se os princípios de funcionamento mais desenvolvidos.

(CAO) - Coluna de Água Oscilante

Os dispositivos de CAO são os que têm, até hoje, ummaior número de aplicações e projectos de investiga-ção. Podem classificar-se como dispositivos costeiros,quando se situam na linha de costa natural, ou dispo-sitivos próximos da costa, quando são instalados numquebra-mar, por exemplo. No segundo caso, as gran-des vantagens são a repartição dos custos entre asduas estruturas (ou o aproveitamento dos quebra-ma-res já existentes), um melhor regime energético das

NA PROCURA CONTRA-RELÓGIO DE FONTES SUSTENTÁVEIS, AS ONDAS SÃO A MAIS RECENTE DESCOBERTA DOSCIENTISTAS. AINDA EM FASE EXPERIMENTAL, E TÊM A PROMESSA DA SUA ABUNDÂNCIA E INESGOTABILIDADE

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Dispositivos de absorção pontual submersosDispositivos totalmente submersos, queconsistem em dois cilindros ocos (com 10 a 15 metros de diâmetro), colocados um sobre o outro, sendo o espaço entre eles preenchidocom ar. O cilindro de baixo está fixo ao fundo domar, mas o cilindro superior flutua livremente.Quando a crista da onda passa por cima do dispositivo, o ar entre os cilindros écomprimido e o cilindro superior desce.

Na cava da onda o ar expande e o cilindro móvel sobe, uma vezque a massa de água sobre o dispositivo é menor. Este movimento relativo entre o cilindro fixo e o cilindro móvel é aproveitado para gerar directa-mente energia eléctrica através de um gerador eléctrico linear.

A pressão entre os cilindros pode serregulada para que o sistema se adapte aoclima de ondas local e possa extrair o máximode energia de cada onda incidente.

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sustentabilidadeFONTES ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS

ondas

Dispositivos de absorção pontual flutuantes

Em geral, o movimento relativo entre dois corpos (um sensivelmente fixo e outro mó-vel, ou ambos móveis mas com diferentes respostas às ondas incidentes) acciona bom-bas hidráulicas, que bombeiam um fluido para um motor hidráulico, que está, por suavez, acoplado a um gerador eléctrico.

Para além dos sistemas a óleo (referidos acima), existem conceitos que utilizamtambém um flutuador para provocar a compressão/distensão de bombas peristálticas(hose pumps), que contêm água e que estão acopladas a turbinas Pelton e a gerado-res eléctricos.

A ENERGIA DAS ONDAS

ondas (se for um ponto com profundidadedo mar mais elevada) e a possibilidade dereforço do objectivo inicial das estruturasde protecção costeira, uma vez que a ener-gia das ondas incidentes é absorvida e nãoreflectida.

· Estes sistemas são constituídos por es-truturas ocas parcialmente submersas,abertas para o mar abaixo da superfície li-vre da água. Ao entrar dentro da estrutura,as ondas aumentam a pressão no interiorda câmara pneumática, forçando o ar a sair,passando por uma turbina. Quando a ondaregressa ao mar o efeito é inverso: devidoà diminuição da pressão na câmara o ar éforçado a entrar dentro desta, passando denovo pela turbina. Para que se possa apro-veitar o movimento do ar em ambas as di-recções utiliza-se uma turbina do tipo Wells,que mantém o sentido de rotação qualquerque seja o sentido do escoamento, devidoà simetria das suas pás (ver figuras seguin-

tes). Para a produção de energia eléctrica,é acoplado um gerador à turbina.

· Refira-se que a EDP foi a empresa pio-neira na energia das ondas em Portugalquando, no início da década de 90, promo-veu a construção da 1ª central de energiadas ondas baseada na tecnologia CAO (Cen-tral do PICO). Este projecto resultou, em2000, na 1ª central a injectar potência narede eléctrica.

· A EDP está a desenvolver o projectoCEOOUDRO/BREAKWAVE, que consiste noestudo, projecto, implementação e explo-ração de uma unidade que fará a conver-são da energia das ondas em energia eléc-trica (a injectar na Rede de Distribuição), alocalizar na cabeça do novo molhe norteda Foz do Douro. Este projecto surge tam-bém como uma oportunidade de capitali-zar o valor (experiência) obtido na Centralde Energia das Ondas do Pico.

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Dispositivos flutuantes progressivos

Dispositivos constituídos por cilindros horizontaissemi-submersos ligados entre si por juntas (articula-ções). O comprimento de cada dispositivo deve serda mesma ordem de grandeza do comprimento de

onda, ao contrário do princípio de absorção pontualem onde a dimensão do dispositivo é “desprezável”tendo em conta o comprimento de onda.

As ondas, ao atingirem progressivamente os cilin-dros, provocam movimento em cada uma das articu-lações. Este movimento é resistido por cilindros hi-dráulicos que bombeiam óleo pressurizado para mo-tores hidráulicos, que por sua vez accionam gerado-res eléctricos.

O sistema de amarração deve ser flexível para per-mitir a melhor orientação possível do dispositivo emrelação às ondas incidentes.

Portugal apresenta condições privilegiadas para ven-cer o desafio da Energia das Ondas porque tem:

• Uma costa atlântica com elevado potencialenergético;

• Competências científicas e tecnológicas de ní-vel mundial na conversão de energia das ondas;

• Uma necessidade premente de reduzir a depen-dência energética externa;

• Enquadramento legal e tarifário provavelmen-te interessante (em fase final de revisão); e

• Enquadramento logístico (rede junto à costa,portos… interessante.

� Apesar de nenhuma das tecnologias ter aindaatingido a maturidade (estima-se um horizonte de5 a 10 anos para o referido amadurecimento), Por-tugal está a posicionar-se para ser líder na área daEnergia das Ondas.

� A EDP está a desenvolver o projecto de inte-gração de uma central de CAO no novo molhe Nor-te da Foz do Douro e, na sequência de um estudo depré-qualificação de tecnologias / empresas, selec-cionou 3 a 4 tecnologias offshore com quem está aestabelecer parcerias, e que desenvolverão projec-tos de demonstração em Portugal.

� A EDP é também a instituição pivot na congre-gação de esforços dos players Nacionais mais rele-vantes, potenciando a criação de um cluster nacio-nal na área dos Oceanos. Acreditamos que ao de-senvolver as fileiras científica, tecnológica e indus-trial, abriremos caminho à criação de valor susten-tado em Portugal.

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sustentabilidadeFONTES ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS

ondas

O NOSSO PAÍS, COM A SUA ENORME COSTA DE MAR ALTO, TEM CONDIÇÕES EXCEPCIONAIS PARA UTILIZAR ESTATECNOLOGIA E A EDP ESTÁ A EXPERIMENTAR DIVERSAS VARIANTES CIENTÍFICAS, TECNOLÓGIAS E INDUSTRIAIS

Energia das Ondas de Portugal

Dispositivos de Galgamento

Dispositivo constituído por dois reflectores curvos que focam as ondas incidentes para uma rampa,e por um reservatório que armazena a água das ondas que galgam a rampa a uma altura média maiselevada do que a altura do mar. O funcionamento a partir daqui é muito similar a uma central mini-hídrica (neste caso flutuante): a água segue para turbinas de baixa queda que se situam no fundo doreservatório, e estas turbinas estão directamente ligadas a geradores de velocidade variável, atra-vés dos quais é produzida energia eléctrica. O reservatório tem um efeito regulador do fluxo de águanas turbinas, que segue depois de volta para o mar.

reservoir

overtopping

turbine outlet

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GRANDE PRÉMIO EDP 2007

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Eduardo Batardanasceu em Coimbra em 1943. Iniciou estudos em Medicina, que abandonou parafrequentar a EscolaSuperior de Belas-Artes de Lisboa - onde seformou em Pintura - e o Royal College of Art,em Londres. Estárepresentado na colecçãodo Centro de ArteModerna da FundaçãoGulbenkian, no Museu de Serralves, naColecção da Caixa Geral de Depósitos e emnumerosas colecçõesparticularesportuguesas einternacionais. É actualmente ProfessorCatedrático naFaculdade de Belas-Artesda Universidade do Portoe tem-se especializado em estudos críticos e historiográficos na áreado Desenho Antigo (do Renascimento ao Barroco).

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‘SÓ FIZ AMIGOS;NÃO FIZADMIRADORES’

EDUARDOBATARDA

Que reacção lhe provocou a notícia de que erao Grande Prémio EDP 2007? Incomodou-o?Um pouco, sim. Não fiquei propriamente en-

tusiasmado e foi uma notícia para mim estranhae incompreensível.

Comecei por saber através de um e-mail doJorge Silva Melo – algo jocoso, brincalhão. Depoisvieram mais um ou dois e-mails, de colegas detrabalho. E também um da minha filha. Só quan-do, pelo telefone, ouvi a novidade da boca do JoãoPinharanda acreditei que era verdade...

Foi uma das coisas que o Eduardo Batarda

nos disse. Estávamos nos últimos dias de

Maio. Fomos encontrá-lo já sentado à nos-

sa espera, no seu restaurante de sempre

em Campo de Ourique (em Lisboa). À sua

frente, a mulher, Maria Beatriz Gentil. Co-

meçámos por falar de pontualidade, com-

promissos e objectivos: era o princípio de

uma conversa que nenhuma quantidade

de adjectivos definiria. Porque, como bem

sabe quem o conhece, Eduardo Batarda é

naturalmente corrosivo nas suas afirma-

ções e faz da ironia o cenário de fundo na-

tural de qualquer diálogo – que, para ser

alimentado, exige que seja frontal. E direc-

to. O que, confessemos, transforma qual-

quer entrevista numa coisa muito mais viva,

interessante e profícua...

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GRANDE PRÉMIO EDP 2007

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Mas, ainda assim, achei deveras surpreenden-te um Júri atribuir um Prémio a alguém que nãotem, recentemente, produzido - realidade que ad-miti não há muito tempo em entrevista que dei.Aliás, agrada-me a ideia de que este Prémio mepossa dar o pretexto para voltar a trabalhar...

E, lá porque isso constitui uma banalidadenuma altura destas, não deixarei de dizer a ver-dade: é evidente que outros podiam ter ganho estePrémio e que, se realmente o Prémio consagrauma obra, haviam outros autores mais habilitadosdo que eu para o receber...

Mas não está completamente parado?...Só em termos de produção artística. Nos úl-

timos dois meses – e no meio de uma licença sa-bática que nós os dois (ele e Beatriz) temos, tenho

estado envolvido num trabalho, que durará ain-da mais dois meses e que nos toma todo o tem-po: estamos a ver e a estudar desenhos antigos; aespecializarmo-nos nisso. É um estudo que nosvai permitir coligir informação preciosa para, porexemplo, atribuir correctamente a autoria de al-guns deles.

Fizemos isso no gabinete de desenhos e gravu-ras da Galeria dos Uffizi, em Florença; vamos ago-ra fazê-lo no Louvre, em Paris.

É um trabalho que pessoas mais novas pode-riam fazer a título de estágio, por exemplo... Mastem a ver com interesses nossos, antigos: a nossafaculdade – a Faculdade de Belas Artes do Porto,tem uma pequena colecção de cerca de centena emeia de desenhos antigos. E nós pensámos queesta colecção não perderia nada em ter à sua vol-

ta algum conhecimento mais. Conseguimos umaspequenas bolsas que para esse fim nos foram con-cedidas pela Fundação para a Ciência e Tecnolo-gia e estamos, no nosso ano sabático, a desenvol-ver o nosso próprio projecto.

Devo confessar que este prémio e os telefone-mas à volta dele acabaram por constituir algumaperturbação à rotina que já tínhamos conseguidocriar.

Além de que estou a pensar, quando voltarde Paris, fazer um checkup para ver se está tudoem ordem comigo, porque este prémio é um bo-cado letal...

Acontece-lhe muitas vezes estar sem traba-lhar durante algum tempo?Sim, tenho tido vários períodos sem trabalhar.

ARCANJO - 1984Mantendo o seu gostopela complexidade decomposição e perfec-cionismo de execução,Eduardo Batarda enve-reda pela abstracção emplena euforia figurativainternacional. No entan-to, a opção é uma arma-dilha. Esta imagem fili-forme sugere a citaçãode uma célebre "cabe-ça" que Picasso pintou,desmontando-a em pla-nos e volumes.

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Uma das razões principais é a preguiça. Outra éo receio de passar a depender da Arte – se bemque o simples facto de aceitar este Prémio proveque sim, que dependo...

A sua obra é geralmente dividida por fasesque passam pela figuração (com clara inter-venção política e social); pela fusão entre aexpressão artística e o comentário social (fu-são no sentido de assimilação, ou seja, de in-trodução do erudito que já não facilita a per-cepção imediata da mensagem); pela auto-citação, ou seja, pela construção de novas pe-ças que apelam a momentos/fases anterio-res da sua obra; e, finalmente, a partir de2000, por uma fase que, edificando-se sobrecontrastes forma/fundo, contrasta ela pró-

pria com as anteriores – embora insista namanutenção da intenção figurativa.Sente todas as fases presentes por igual hoje,quando trabalha?Faz sentido falar nesta alternância figurati-vo/abstracto?Eu diria que na minha obra não, mas que no

contexto da arte do século passado, sim. Talvezem Portugal não se desse muito por isso, mas fa-lava-se – e em termos de linguagem crítica –numa nova figuração que incorporava a históriarecente da abstracção. E que não aparecia con-tra a abstracção, mas também não aparecia como“representação do real”. Era a representação darepresentação...

Onde quero chegar é a que o tipo de figura-ção que eu fazia a meio dos anos 60 – mesmo

que as imagens fossem inventadas por mim, fei-tas à mão por mim – funcionava já como umjogo de citações, da criação de situações pos-síveis. As imagens eram clichés visuais, lugarescomuns; ou, numa atitude muito próxima dapop-art, uma representação de outras imagens deimagens.

Evidenciava-se aqui a minha proximidade re-lativamente a artistas que eu na altura não co-nhecia e que não me conheciam a mim. Con-cretamente, Hairy Who (“hairy” de “cabeludo”e “who” como evocação dos The Who) e Chi-cago. Eram artistas que tinham um tipo de fon-tes próximas das minhas: a linguagem dos “gra-fitistas” de urinol, de casa de banho, de barracasde feira, do pim-pam-pum; algo entre a lingua-gem popular e a linguagem naïf – sem ir muito

PIERINO - 1987Aqui é no título que o hu-mor se desvenda, per-tencendo a uma intermi-nável galeria de persona-gens do “petit monde”cultural que Batardagosta de enunciar de ex-posição para exposição.Pierino foi um celebradomenino-prodígio que navida adulta se revelou,afinal, um maestro pou-co interessante.

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GRANDE PRÉMIO EDP 2007

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para a Rosa Ramalho, que era uma coisa essen-cialmente portuguesa...

Quanto à figuração com intenção de sátira so-cial, tem que se ver o enquadramento: o salaza-rismo, num contexto em que as coisas tinhamque ser ditas de viés. E em que havia tambémque ter em conta a prática crítica, que acabavapor ser tão limitadora como o salazarismo. E asescolas de Arte, autenticamente “marcianas”, queatribuíam à Arte o dever de estar ao lado dascoisas “boas” e “justas”; de contribuir para “o bemda Humanidade”...

E o Eduardo Batarda estava na “oposição”...Os opositores a esta ideia defendiam que a Arte

era um ideal tão absolutamente independente etão acima de tudo e de todas as coisas, que a pura

visualidade devia sempre prevalecer!Não era uma revolta: era uma manifestação

contra. Eu diria que se havia ironia era não tantocontra a situação, mas muito mais contra as es-truturas e as organizações de pensamento que exi-giam objectivos à Arte. Porque contra a situaçãoéramos todos; contra um meio que estava carre-gado de definições: quem era produtor culturalera por definição culto; quem era por definiçãoculto era, por definição, do contra... Ou seja: quemera do contra era automaticamente culto. O quelevou a que pessoas sem cultura viessem a ter po-der e, inclusivamente, poder sobre a cultura...

As suas paragens não serão oportunidadespara “mudar de fase”?Não. Todas as ditas “fases” são formas de

mostrar o mesmo; de mostrar como o mesmopode ser diferente...

Quando, nos anos 60, fazia jogos de imageme de fingimento, o que eu fazia era mostrar a suaprópria estratégia. O meu medo era – e é aindahoje – o de me transformar num “fazedor”, complano e programa pré-estabelecidos. De vez emquando, imponho-me uma paragem (que podeser também ditada por alguma mudança na mi-nha vida ou simplesmente com coisas práticas,materiais....). Quando trabalho, trabalho intensa-mente, o tempo todo.

Porque escolheu a Arte como forma de ex-pressão?Fui estudante de Medicina, em Coimbra, du-

rante três anos. No grupo em que me integrei (es-

HISPÂNIA ROMANA, III -1997O gosto pela mensagem ci-frada e pelo subtexto ouimagem subliminar man-tém-se nestas imagens, queparecem meras linhas en-redadas mas que vão reve-lando figuras, comentáriose narrativas num jogo ondehumor e inteligência se con-fundem com vulgaridade ebanalidade.

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távamos em 1960) faziam parte grandes consumi-dores de arte, de todas as artes e fui chamado acolaborar em tudo o que se fazia e podia tirar par-tido do meu “jeito para o desenho”...

Ao fim desses três anos tinha feito apenas al-gumas cadeiras do curso e o meu pai – que eraProfessor Catedrático – obrigou-me a mudar decidade e de curso. Escolhi Lisboa e as Belas Ar-tes e foi aí, nesse momento, que se traçou o meurumo...

Se tivesse que eleger a época mais feliz da suavida, qual seria?Não lhe sei responder a essa pergunta. Mas

digo-lhe que, em teoria, nunca fiz realmente aqui-lo que queria. Portanto...

Acha que o artista tem responsabilidade notraçar de caminhos para o futuro?Suponho que sim. Tem a responsabilidade de

fazer o seu trabalho. Com integridade; o melhorque puder e com um mínimo de contemplações.

E acho que hoje, mais do que ontem, os artis-tas devem aprender a retirar-se, afastar-se de cena.Deixar de aparecer constantemente mas, sobretu-do, deixar de aparecer por aparecer...

Até porque se deixarem de aparecer mais es-paço fica para mim...

Trabalha para conseguir a Eternidade? Oua Eternidade para si é um momento deglória?Cada artista trabalha para ser o melhor de to-

dos. Superior a todos. O único. Para liquidar os

outros, matá-los – a eles e às suas famílias! Paraevitar que a memória dos outros reste, pelo queserá então necessário salgar-lhes as casas e, assim,fazer toda a gente acreditar que os outros nuncaexistiram...

Como imagina a exposição que realizará,sob produção da EDP, na sequência desteprémio?Imagino-a, obviamente, como qualquer artista

a imaginaria: como a sua final consagração, du-rante a qual serão crucificados, queimados, todosos outros artistas!!!

Quer avançar com o nome do vencedor doGrande Prémio EDP 2009?O quê? Nem pense nisso!

MONUMENTAL - 2004Mais uma obra que seria-liza um tema. Aqui os ca-fés da intelectualidade,das diferentes geraçõese da burguesia lisboetanos anos 60 a 70: MonteCarlo, Ferrari, Suprema,Trindade ou este monu-mental. A solução plásti-ca dá de novo uma voltae agora, tudo o que eracomplexidade de super-fície e delicadeza cromá-tica parece eliminadopor contrastes simplifi-cados de forma e cor. Noentanto, a cifra interpre-tativa mantém-se cen-tral aos trabalhos.

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arte & cultura

NOÉ SENDAS ENTREBARROCA E XANA

fundação edp

A Sala do Cinzeiro 8 do Museu da Electricidade vol-tou a ser palco de uma exposição. Desta feita estevepatente de 25 de Maio a 1 de Julho e foi Noé Sendas.

O tema / título da exposição foi “O Coleccionador”e a exposição foi especialmente concebida para o lo-cal, sendo composta por 21 imagens que associam, se-gundo técnicas de colagem, auto-retratos célebres, doRenascimento à actualidade, e reconhecíveis em mui-tos museus internacionais.

O que Noé Sendas faz neste seu trabalho é apro-veitar a recorrente similitude, de pose e olhar, que o

auto-retrato impõe, para recompor a história da arteocidental cruzando estilos e rostos do passado e dopresente, novos e idosos, masculinos e femininos.

Da exposição fez ainda parte a apresentação, nummonitor, de um videofólio completo do artista e umconjunto de catálogos e documentação.

Reconhecer o que não existe – ou seja, o impossível– foi, afinal, o que este artista (que nasceu em Bruxelasem 1972 e vive em Berlim, expressando-se através dafotografia, vídeo e instalação nos propôs nesta exposi-ção. Uma proposta que, aliás, vem repetindo ao longo

A JOVEM ARTE

MUS

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arte & culturafundação edp

da sua obra, que se debruça muito sobre questões re-lacionadas com a identidade própria e alheia, articulan-do linguagens eruditas e banais, cinema e literatura, etc.

UM ESPAÇO ABERTO ÀS EXPRESSÕES DO FUTUROEste espaço de exposições tem estado particularmen-te vocacionado para trabalhar primordialmente comartistas que já tenham integrado iniciativas artísticaspromovidas pela Fundação EDP, no intuito de ajudara superar o grande défice nacional de espaços inter-médios, situados entre a Escola ou o Atelier e o Cen-tro de Arte ou o Museu – e dando oportunidades deapresentação de trabalho a artistas em desenvolvi-mento inicial de carreira ou a projectos experimentaisde artistas mais velhos.

É nesta linha que aparece a exposição de Noé Sen-das, que sucedeu à de Daniel Barroca (“Lama”) que,

por sua vez, veio fazer reviver para esta vocação umespaço já antes utilizado por Joana Vasconcelos (ins-talação intitulada “Ilha dos Amores”) e que havia sidoentretanto ocupado pela edição de Outono da ModaLisboa 2006 e pela exposição “Star Wars”.

Daniel Barroca, que participou na quarta edição doPrémio EDP Novos Artistas, trabalha matérias pesadascomo, por exemplo, o barro, sem procurar nelas figuras.Depois, tenta fazer passar para o público a estranhezados abismos criados pelas formas decorrentes dessa qua-se “imaterialidade dos materiais”. E questiona, sobretu-do, a imagem e a sua relação com a criação do mundo.

Com Xana (Alexandre Barata) – que está a seguir eexporá entre 6 de Julho e 16 de Setembro, teremos aexposição intitulada “O falso diário de A. B.”, do qualse apresentam aqui, como que a aguçar o apetite, duascuriosas imagens...

TE PASSA PELO

SEU

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Talentos

capital humanoPESSOAS FELIZES TRABALHAM MELHOR

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Jovens

RUI GONÇALVES é um homem apaixonado pela natureza, mas foi na Direcçãode Planeamento de Redes da EDP Distribuição que desenvolveu a sua actividadeaté este momento. Aos 30 anos, este engenheiro electrotécnico e de computado-res, passou a maior parte dos seus dias a fazer o planeamento e controlo da acti-vidade de manutenção de redes, com o objectivo de minimizar o custo de ciclo devida dos activos técnicos, garantindo um nível adequado de qualidade de serviço.Muito recentemente, abraçou com entusiasmo um novo desafio, na recém-cria-da Direcção de Tecnologia e Inovação. Há seis anos na empresa, considera quecresceu profissionalmente por ter tido a oportunidade de trabalhar com pessoasexcepcionais. Pesca submarina, natação, caça, caminhadas na natureza, viagens,música, cinema, leitura e o curso que está a fazer de vela de cruzeiro, são as acti-vidades com que preenche os seus tempos livres. A tendência para levar a vidademasiado a sério é, segundo o próprio, o seu pior defeito e para se sentir felizprecisa de ter objectivos desafiantes. A sua maior extravagância, confessa, foi terfeito bungee jumping com um microfone, em directo para a rádio. Elege Bach,Newton e Gandhi como as personalidades que mais admira. Homem de ideias,considera a família o centro das suas atenções e gostaria que um dos seus sonhos – um mundo sem fome e sem guerra – se realizasse.

Amiga do seu amigo, DINA SANTOS tem o sonho de, um dia,montar e explorar uma quinta pedagógica e terapêutica. Atéalcançá-lo, abraça as Centrais de Ciclo Combinado do Grupo.

Há oito anos a trabalhar para a empresa, esta engenheiraquímica, com um Mestrado em engenharia mecânica, en-

contra-se no Departamento de Processo e Optimiza-ção da Área de Engenharia de Energia, da Direcçãode Projectos e Investimentos, na EDP Produção. Aqui-lo que mais contribuiu para o sucesso da sua carrei-ra foi o seu envolvimento na concepção dos diver-sos projectos de Centrais de Ciclo Combinado, que oGrupo tem equacionado desde 2004, assim como, a

participação e coordenação da vertente técnica do tra-balho “Tecnologias de Produção Termoeléctrica para

2015-2025”. Fora da empresa, Dina Santos tem especial gos-to em viajar pelo país e estrangeiro apreciando, em particu-

lar, o aspecto gastronómico, a ponto de se meter na cozinhasempre que o tempo permite. A jardinagem é outro hobby que

faz parte da sua vida. Considera Jesus Cristo a personagem quemais admira e, para si, os “condimentos” para a felicidade são a saúde, a paz, os amigos, o convívio e os passeios. Aquilo que maisdespreza no ser humano é a falta de respeito pelo próximo.

O desempenho, envolvimento,competência e espírito de equipa, têm-se destacado nas tarefas das muitas empresas do Grupo

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capital humanoPESSOAS FELIZES TRABALHAM MELHOR

edp

Chefe do Departamento de Extensão de Rede da HC Energía, JAVIER VÁZQUEZ trabalha há oito anos no Grupo. Engenheiro, especialista em electrónica e automação, sonhava em pequeno ser astronauta, mas hoje tem uma função mais terrena, pois éresponsável pela gestão, desenho e construção das instalações de extensão de rede eléctrica em BT e MT da Hidrocantábrico Distribución Eléctrica e construção da rede de gás nas Astúrias.

Fora da HC Energía, adora tudo o que estejarelacionado com o desporto: é praticante de esqui e gosta de correr e caminhar pela montanha com os amigos e a família. Quando vai de viagem, não dispensa na bagagem uns ténis de corrida. É um homem que adora a família e considera comosua maior extravagância o facto de ter corrido numa maratona.

Low profile, SARA FERNANDES, gosta de passar des-percebida, mas o facto de ter de lidar com situaçõesde exposição pública tem-lhe exigido um constanteesforço de superação. Uma das coisas que lhe dá maisprazer é estar numa praia num dia bonito, junto aomar com uma boa selecção musical e um bom livro.Adora viajar e contactar com diferentes culturas, sen-do um dos seus sonhos conhecer o máximo númerode países. Admira a honestidade, franqueza e a sin-ceridade e, embora pudesse ter feito algumas coisasde forma diferente, diz que não se arrepende denada. Considera que para ser plenamente feliz,precisa de encontrar o equilíbrio entre o sucessopessoal e profissional, o que julga ter vindo a con-seguir com êxito. Actualmente, Sara Fernandes, de30 anos, tem como função apoiar a optimização dagestão das pessoas, desenvolvendo e aplicando téc-

nicas e procedimentos que permitam a obtenção dosmelhores resultados. Há cinco anos a dar o seu me-lhor no Departamento de Desenvolvimento e Gestãoda Direcção de Recursos Humanos da EDP Distribui-ção, destaca o acompanhamento que recebeu desdeo início e o facto de ter sido sempre incentivada a teruma participação activa nos diferentes processos, bemcomo, a desenvolver a autonomia e a propor solu-

ções, sentindo-se profundamenteidentificada com o projecto do

Grupo, cuja visão, missão e va-lores, constituem os factorespara o seu sucesso. Se pu-desse, deixaria numa ilhadeserta todos os que lu-cram com a guerra e a mi-séria dos outros.

Há dois anos na empresa, FERNANDA BONIFÁCIO, revela o seu potencial no apoio à Direcção da Platafor-ma de Actividades Logísticas, na EDP Valor. Com omestrado em Logística, esta engenheira dedica-se ao desenvolvimento e acompanhamento deprojectos precisamente na área da logística e àdinamização de iniciativas de redução de cus-tos e de melhoria da qualidade de serviços. À espera do segundo filho, a sua felicidadeestá na harmonia consigo própria, com ofilho e com os outros. Uma mulher queabomina a hipocrisia e admira a capaci-dade de ver para além do visível, apenasse arrepende de não ter dado uma volta aomundo quando acabou a licenciatura em enge-nharia. A sua maior extravagância terá sido ofe-recer “a viagem de sonho” a alguém especial. Nas horas vagas o cinema é o seu hobby. Mas a li-teratura também ocupa um lugar na sua mesa-de-cabeceira, onde tem à mão “A psicologia do desen-volvimento e da aprendizagem”, de Isabel Matta e“A fórmula de Deus”, de José Rodrigues dos Santos.

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JOSÉ RUBENS MACEDO, gerente de Qualidadedo Serviço das distribuidoras do GrupoEnergias do Brasil e Escelsa, foi admitido em1999. Engenheiro Electricista, com especializa-ção em sistemas eléctricos de potência e dou-toramento em Engenharia Eléctrica. Hoje é

responsável pela gestão dos indicadores dequalidade do serviço das distribuidoras doGrupo Energias do Brasil, bem como, peloatendimento das reclamações técnicas declientes, associadas à qualidade do servi-ço e do produto. A intensa participaçãono sector eléctrico nacional em questõesrelacionadas, com a qualidade da ener-gia eléctrica, representou um importan-te factor para o sucesso da sua carreira,sobretudo com a recente nomeação paraa Directoria Administrativa da Socieda-de Brasileira de Qualidade da Energia

Eléctrica. Um bom pai de família, ocupaos tempos livres com os filhos Tiago e Ra-

fael, que são o seu grande hobby.

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O Departamento de Comprasnão Específicas da Plataformade Negociação e Compras (PNC-NE) renegociou para o nossoGrupo as condições comerciaiscom a CP, relativas à aquisiçãode bilhetes de Alfa Pendular eIntercidades, tendo ficado esta-belecido um protocolo comer-cial que vigorará até final de2007, e alcançado um descontono valor de 40%. Este descon-to aplica-se ao preço de vendaao público, e para as classesconforto e 1ª do Alfa Pedular eIntercidades. Mantêm-se, paraalém da compra nas bilhetei-ras, o canal de compras parabilhetes de comboio via Inter-net - através do net ticket no

site da CP (www.cp.pt,) sendo opagamento efectuado por car-tão de crédito. Os cartõesCP/Plus deixam de ser válidos,sendo substituídos pelos car-tões de colaboradores das Em-presas do Grupo. O código deutilizador CP/Empresas a utili-zar pelos colaboradores EDPno NetTicket é o 19000.

Na eventualidade de surgirqualquer dúvida ou dificuldadena emissão do título de trans-porte via Internet, poderá sercontactado o Call Center da CP pelo nº 808 208 208. A identificação do vínculo àEDP é efectuada a bordo, mediante a apresentação docartão de funcionário.

circuito fechadoos acontecimentos do mundo empresarial edp

Cessação antecipada dos CAE’sContributo decisivo para a liberalização do sector

O Ministro da Economia e Inovação, Ma-nuel Pinho, a EDP e a REN assinaram nodia 15 de Junho, em Castelo de Bode, acessação antecipada dos Contratos deAquisição de Energia (CAE). No dia 1 deJulho dar-se-á a libertação de mais de7.000 megawatts de energia para o mer-cado que vai permitir uma «baixa» dastarifas da electricidade e a sua regulari-zação ao longo do tempo. O ministro con-siderou este passo importante no senti-do da baixa das tarifas, decisão que de-verá ser tomada pela Entidade Regula-dora do Mercado Energético (ERSE). “Oque se está aqui a fazer é no sentido dabaixa das tarifas para os consumidores.Estas medidas permitem a libertação daenergia contratada para o mercado e aregularização da concessão”, disse o Mi-nistro da Economia e Inovação. Tanto aREN como a EDP se mostraram satisfei-tas. José Penedos, o presidente da REN,disse que esta «é uma excelente notícia

que é dada por termos a nossa conces-são renovada por 50 anos». Já o PCAE danossa empresa, António Mexia, conside-rou que se deu “um passo para que, nodia 1 de Julho, haja libertação da ener-gia para ser vendida também no merca-do liberalizado”. Paralelamente à assinatura da cessaçãodos Contratos de Aquisição de Energia, foiassinado também um contrato de cessa-ção da posição da REN como concessioná-ria da utilização de domínio público hídri-co e sua transmissão para a EDP, que vaipagar 759 milhões de euros ao Estado, osquais reverterão totalmente em benefí-cio dos consumidores de energia eléctri-ca, anunciou Manuel Pinho. Com a concre-tização da transmissão das concessõessão reconhecidos à EDP os direitos de uti-lização do domínio hídrico de 26 centraishídricas com uma capacidade instaladade 4.095 MW por um período que se es-tende em média até 2047.

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Descontos na CP

Uma embalagem cheia de energiaA marca edp5D, apresentada ao mercado em Setembro de 2006, foi distinguida na 9ª edi-ção do Festival do Clube de Criativos, com o Prémio Prata na categoria de Imagem Cor-porativa. Até Maio deste ano, apenas oito meses, a EDP Comercial, com o edp5D, conse-guiu atingir os 50.000 Clientes edp5D activos. Chegou agora a altura de materializarmosa marca e a sua oferta, através do packedp5D. Procuramos que este conjunto seja o sím-bolo de uma nova realidade no sector energético e de uma nova forma de comprar ener-gia: energia à dimensão dos nossos clientes. O packedp5D inclui no seu interior: uma lâm-pada economizadora (LFC) edp5D; um folheto informativo com todas as vantagens emser cliente edp5D e os formulários de contratação.

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Central de Lares a funcionar em 2009

Detecção de avarias em cabos subterrêneos

Já foi colocada a primeira pedra da nova central de ciclo combinado da EDPem Lares, concelho da Figueira da Foz, que contou com a presença do Mi-nistro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, o PCAE da EDP, António Mexiae o presidente da autarquia, Duarte Silva. Trata-se de um empreendimentoque recebeu luz verde por parte do Governo em Dezembro de 2006 e que,segundo garantiu António Mexia, estará a funcionar em Agosto de 2009.O presidente destacou que as centrais de ciclo combinado da empresa irãoaumentar a participação no negócio de 12% para 20% entre 2007 e 2010.Esta central será constituída por dois grupos, terá uma participação mé-dia anual de 4.000 GWH e uma potência conjunta de 862 MW. A empresaespera reduzir em mais de 20% o seu nível de emissões de CO2 por cadaMWH de electricidade produzida com esta central. Um investimento de405 milhões de euros. Duarte Silva, sublinhou que o investimento na Fi-gueira da Foz vai fazer do concelho «o maior produtor de energia do país».A EDP Produção já tinha assinado, no dia 12 de Junho, o contrato de ma-nutenção da Central de Lares, com a GE Internacional, na qual estiverampresentes Manso Neto, Marino Ferreira e Ferreira da Costa, da GE compa-receram Brian Raisin, Ignacio Molinero e Juan Garcia. Um contrato que ga-rante a manutenção desta central durante a sua vida útil (25 anos). Tudopronto para arrancar.

Com a renovação da frota e a colaboração da EDP Valor, o Departamento Manutenção e Contagens da Área de Rede Península de Setúbal (PSMC)passou a contar com uma nova viatura e com o respectivo equipamento de detecção e localização de avarias em cabos subterrâneos de Média Tensão. O equipamento foi instalado em condições que garantem a execução do trabalho nas condições desejadas pelos operacionais, com resultados rápidos e confiáveis.

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Infored, toda a informação sobre electricidade e gás

A Infored, é a ferramentainformática que permitirádar suporte de gestão àsactividades de Manuten-ção e Extensão da Rede,assim como, integrar a in-formação com outrosprocessos dos negóciosde distribuição eléctrica egás avança a bom ritmo.O projecto arrancou nodia 23 de Abril. A Inforedutiliza ao máximo o méto-do SAP, o que permitiránovos desenvolvimen-tos orientados a melho-rar a eficiência dosprocessos e a adaptação a possíveis mudanças.

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Museu da Electricidade recebe Trienal de Arquitectura de Lisboa

Foi inaugurado no dia 15 de Junho o Pólo 3 da Trienal de Arquitectura de Lis-boa. Destacou-se a presença de Júlio Pomar e Júlio Moreira, além do próprioÁlvaro Siza Vieira, que preenche a maior parte do espaço deste Pólo. Siza Viei-ra já conhecia o Museu da Electricidade há muito, antes mesmo da remode-lação que lhe conferiu o novo rosto. Visivelmente satisfeito, afirmou: “Embo-ra isto possa parecer uma banalidade, devo dizer que é um espaço maravi-lhoso, tanto do ponto de vista da arte como do ponto de vista da técnica. Foiuma óptima decisão, a de mantê-lo!” Além de 40 projectos do arquitecto, oPólo 3 conta ainda com a exposição INNER CITY, resultado de uma interacçãoentre o escultor Arnie Zimmerman e o arquitecto Tiago Monte Pegado.

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Mais de 10.000 clientes fora das Astúrias

Os anos que a Hc Energía investiu a trabalhar na ex-tensão das suas redes dedistribuição já levaram aempresa para além doPrincipado das Astúrias. Aampliação das linhas de ac-tuação da HC Energía temque ver com a liberalizaçãodo mercado eléctricoespanhol, uma oportunida-de bem aproveitada. Alémdo importante crescimentoda distribuição eléctrica em Madrid, destaca-se fun-damentalmente a amplia-ção do negócio na comuni-dade Valenciana, onde a HC Energía opera nas trêsprovíncias.

A actividade de distribui-ção fora do principado nãose limita aos clientesdomésticos. No industrialdestaca-se a licença, paraalimentar o complexo

valenciano de Masia Balo,em Ribarroja, com 24 MWde potência; também emValência se distribuirá ener-gia ao complexo industrialde Fompor, em Quart dePoblet (1,7 MW).

EDP distinguida pela Pricewaterhouse-Coopers e AESE

A EDP venceu, pelo segun-do ano consecutivo, o Pré-mio Cidadania das Empre-sas e Organizações, promo-vido pela Pricewaterhouse-Coopers e a AESE – Escolade Direcção e Negócios. Em paralelo, ficaram aindaa Unicer e a TNT. O prémio,atribuído no passado dia 21de Junho, pretende distin-guir as empresas mais bemsucedidas na aplicação dassuas políticas de responsa-bilidade social nas compo-nentes económica, social eambiental.

Corridada Mulher

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Nem o calor fez parar as cercade 10.000 mulheres que, nopassado dia 3 de Junho, se jun-taram para correr por umacausa nobre: a prevenção eluta contra o cancro da mama.Nesta corrida inteiramente fe-minina foram percorridos cin-co quilómetros, com partidana Rocha do Conde de Óbidose chegada na Torre de Belém.Os fundos reverteram para acompra de aparelhos de ras-treio do cancro da mama. ACorrida da Mulher contou como patrocínio da EDP e com oapoio da Sociedade Portugue-sa de Senologia e da Liga Por-tuguesa contra o Cancro. Navertente competitiva desta cor-rida, em primeiro lugar ficoua atleta Yimer Wude, em se-gundo Balaynesh Fedaku, e em terceiro Alice Timbilili.

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O Presidente da Câmara Municipal de Sines e um grupo de vereado-res visitaram o Centro de Produção Sines. Na reunião que se seguiu,Jorge do Carmo, Director do Centro, efectuou uma breve exposição so-bre o desempenho da Central, o seu modo de funcionamento, as ati-tudes tomadas e a postura futura face às questões ambientais. A des-sulfuração através do processo húmido calcário/gesso, a desnitrifica-ção através do processo SCR (Selective Catalytic Reduction) e a revi-talização dos precipitadores para a captura de partículas foram os te-mas também abordados, com a colaboração de Virgílio Guerreiro, daDirecção de Projectos de Investimentos. O uso de carvão limpo, as tec-nologias a ele associadas e a captura do dióxido de carbono foram ob-jecto de intervenção de Carlos Cavaleiro, da Direcção de Desenvolvi-mento do Negócio. Seguiu-se uma visita em que se pode observar comtoda a atenção tudo o que está a ser desenvolvido no sentido de mi-nimizar os impactos ambientais com a aplicação das melhores técni-cas disponíveis e, assim, contribuir decisivamente para o cumprimen-to dos exigentes requisitos legais fixados, nomeadamente no Diplo-ma PCIP (Prevenção e Controlo Integrado da Poluição).

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Centro de Produção Sines recebe Presidente da Câmara

Dia da Criança celebrado pela EDP

O dia 1 de Junho começou cedo para António Mexia que deu uma aula so-bre eficiência energética a algumas crianças da escola EB 2,3, Quinta deMarrocos, em Benfica, para sensibilizar os mais novos para as questões am-bientais e a importância da eficiência energética e das energias renováveis.Uma iniciativa que reuniu muitas individualidades: Ministro da Economiae Inovação Manuel Pinho, António Vitorino, Diogo Vaz Guedes, António Câ-mara e Paulo Fernandes, entre outros . O que mostra que a sociedade estáa mobilizar-se por uma causa que é de todos – o combate às alterações cli-máticas.

Esta acção insere-se no projecto “Operação e”, promovido pelo Ministé-rio da Economia e Inovação, para a educação nas escolas sobre energias re-nováveis e eficiência energética. A nossa empresa juntou-se a esta iniciati-va, no enquadramento do seu projecto EDP Escolas: “O ambiente é de todos,vamos usar bem a energia”.

Um pouco ao lado, em Sete Rios, no Jardim Zoológico a EDP levou aomundo dos animais as crianças da EB Querubim Lapa, de Campolide. Aalegria e as pilhas de energia dos mais novos eram contagiantes. Entrepinturas faciais e uma visita à Baía dos Golfinhos, esta foi uma manhã di-ferente e inesquecível para os mais novos.

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94 novos aerogeradores Vestaspara os parquesespanhóis

A Neo Energía, participada da EDP e da HC Energía para osprojectos relacionados com asrenováveis, continua a ampliaro seu horizonte de actuação.Graças a um acordo com a em-presa Vestas, um dos fabrican-tes de aerogeradores mais im-portantes do mundo, consolida-se a posição do Grupo no âmbi-to das energias alternativas, oque lhe permitirá alcançar até2009 os 4.200 MW eólicos naEuropa. Uma mostra clara doempenhamento da Neo Energíaé o facto de ter terminado o pri-meiro trimestre de 2007 com1.616 MW de energia eólica emEspanha, França e Portugal,com mais 532 MW em constru-

ção e 1.850 MW em estudoavançado. O acordo com a Ves-tas consiste na instalação deaerogeradores em vários par-ques espanhóis nos próximoscinco anos. O primeiro plano aavançar é a compra de 94 aero-gerados modelo V90 de 1,8 MWe 2 MW de potência unitária,que permitirão uma potênciaadicional de até dez por cento.A entrega dos aparelhos come-çará em Julho de 2008 e pre-vê-se que esteja concluída emSetembro de 2009.

O Conselho Geral deSupervisão da EDPreuniu-se nas Astúrias

Os membros do Conselho Ge-ral de Supervisão da EDP, emque estão representados os accionistas, reuniram-se pelaprimeira vez fora de Lisboa. O

encontro teve lugar nas Astú-rias, onde foram recebidospelo presidente do Principado,Vicente Álvarez Areces, aquem António Mexia,Presidente do Conselho de Administração Executivo daEDP, reiterou a intenção deconstruir um novo grupo tér-mico em Aboño, com 800 MWde potência. Visitaram as ins-talações da central térmica deSoto de Ribera e as obras paraa instalação de um novo grupode ciclo combinado. A reuniãocoincidiu com a apresentaçãodos resultados do primeiro tri-mestre do ano. Durante esteperíodo a HC Energía conse-guiu os melhores resultados,passando de 11 para 63 milhõesde euros desde Janeiro atéMarço. A EDP aumentou assimas suas receitas em 1,8% nes-tes três primeiros meses.

Simulacro mostra tempo recordena Subestação de Corredoria

Learning by walking

Foi num ambiente descontraído que decorreu, no dia 11 de Maio,o Encontro da Equipa de Gestão da EDP Valor, no Parque do Mon-teiro Mor, em Lisboa. Aproveitando as excelentes condições doparque, o encontro representou uma natural evolução face a reu-nião anteriores, tendo-se registado um espírito de coesão e par-ticipação bastante fortes. O formato da reunião foi pensado demaneira diferente, chamada “Learning by walking”, metodologiaque consiste em aprender num ambiente diferente do clássico desala. Os participantes experimentaram momentos especiais, atra-vés dos exercícios sugeridos. Houve um passeio guiado em que,por meio de metáforas e da inspiração dos facilitadores, foram re-flectindo sobre os temas mais relevantes a abordar. O tema prin-cipal da sessão foi a Liderança de Compromissos como condiçãopara estimular uma cultura de inovação. Tornou-se possível fo-mentar a partilha de valores e desenvolver o espírito de equipana concretização de objectivos comuns relacionados com o temainovação. Todo o Conselho de Administração da EDP Valor estevepresente no evento, apostando neste exercício como forma de pro-mover e incentivar a inovação e a participação no Programa Va-lorizar Ideias, recentemente lançado na nossa empresa e abertoa todos os seus colaboradores.

A equipa de emergência e os bombeiros conseguiramdesalojar o edifício da subestação de Corredoria, emOviedo, extinguir o fogo e resgatar um ferido num tem-po recorde de 40 minutos. Um bom sinal, pois estetipo de exercícios minimiza os riscos dos edifícios dacompanhia. E graças, também, à formação que os co-laboradores da Hc Energía recebem para este tipo desituações. Os nossos colaboradores sabem, e bem, ospassos que devem seguir.

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ENXOFRECORROSIVO: a LABELEC está atenta

A LABELEC encontra-seactualmente na vanguarda dasinvestigações sobre a presença de um novo composto de enxofre(o dibenzil-di sulfureto,usualmente designado por DBDS),no óleo dos transformadores. O DBDS é considerado como um dos principais responsáveispelas recentes falhas catastróficasocorridas em transformadores em vários países, as quais têmsido atribuídas à presença de enxofre corrosivo no óleodestes equipamentos, e que temcorrespondido a elevadíssimoscustos directos e indirectos paraas empresas eléctricas.

A participação em grupos detrabalho internacionais tempermitido ao Departamento deMateriais Isolantes da LABELECestar na linha da frente dainvestigação dos problemas doenxofre corrosivo emtransformadores, sempre com afinalidade de colocar o conhecimento adquirido aoserviço de todas as empresas doGrupo que são clientes daLABELEC. Sendo um parceiroactivo nos últimosdesenvolvimentos internacionaisnesta área, pretende assimantecipar uma necessidade dosclientes, tentando evitar osgravíssimos desastres ocorridosultimamente em diversos países.Os desastres estão associados àdestruição de transformadores deimportância estratégica, devidoaos efeitos perniciosos doimprevisível aparecimento desulfureto de cobre nosenrolamentos.

Entretanto, prosseguem aspesquisas sobre outroscompostos de enxofre corrosivo,ou potencialmente corrosivo,presentes no óleo e susceptíveisde originar a formação desulfureto de cobre, buscando osmétodos de mitigação desteproblema.

São já conhecidos os artistas que disputarão a con-quista, na sua edição 2007, do Prémio EDP Novos Ar-tistas. Esta iniciativa, promovida pela Fundação EDP,vai ter o seu epílogo numa exposição que se inaugu-rará em Novembro próximo, na Central do Freixo,Porto. Um comissariado composto por Delfim Sar-do, Nuno Crespo e João Pinharanda (em representa-ção da Fundação EDP) seleccionou nove candidatos,num universo de cerca de 400.

A exposição que acompanha o Prémio destina-sea revelar ou reposicionar a presença destes nomesno meio artístico nacional, proporcionando-lhesmaior visibilidade pública e meios mais profissiona-lizados de apresentação da obra. O vencedor serádesignado por um júri internacional. O montante doprémio a atribuir (dez mil euros) deverá ser aplica-do pelo vencedor no prosseguimento ou aprofunda-mento dos seus estudos, ou na concretização de umprojecto artístico específico. Prevê-se a atribuição deuma menção honrosa.

E OS NOMEADOS SÃO...André Cepeda usa a fotografia de tema urbano e crí-tico como meio essencial do seu trabalho; André Sou-sa recorre à performance e à instalação mobilizan-

do uma multiplicidade de linguagens plásticas (de-senho, escultura e pintura); o colectivo feminino “PizzBuin” (Irene Pereira de Sá, Rosa Baptista, Sara Mor-gado dos Santos e Vanda de Jesus Madureira) explo-ra de forma paródica os clichés da própria históriada arte moderna e contemporânea; Mónica Gomesdesenvolve sedutores mecanismos de projecção in-tegrando neles as suas experiências videográficas efotográficas; Gustavo Sumpta, com uma longa expe-riência nos campos da dança e da performance, temaprofundado interesses também no campo da escul-tura e instalação; Fernando Mesquita lida com umamultiplicidade de meios de expressão na ocupaçãodo espaço arquitectónico; André Romão, trabalhasobre o próprio meio e modo de fazer a arte cons-truindo narrativas e reflexões a partir da exploraçãodo desenho, da instalação ou da projecção de ima-gens; Mafalda Santos, a partir de memórias dos lo-cais ou instituições onde trabalha, constrói registospormenorizados onde a realidade plástica e infor-mativa se equivalem e onde a bidimensionalidade ea arquitectura se encontram; e Daniel Melim procu-ra eliminar o constrangimento dos suportes na pin-tura e desenvolve em paralelo um desenho que podeser intimista ou invasor dos espaços arquitectónicos.

Fundação EDP: prémio já tem candidatos

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O TIEPIMT (Tempo deInterrupção Equivalente daPotência Instalada na MédiaTensão) é um dosindicadores maisimportantes da EDPDistribuição. Este valorrepresenta o tempo médiode interrupção defornecimento de energiaeléctrica “sentido” por todaa rede, e permite medir aevolução da qualidade deserviço prestada pela nossaempresa.Os números não mentem: a qualidade de serviçotécnico tem melhorado, de facto, com o tempo deinterrupção equivalente abaixar constantemente.

Os valores de Dezembro de2006 deixam claro que aevolução foi bastantepositiva: o Tempo deInterrupção baixou em 40%nos últimos quatro anos,passando de 420 minutosem 2002, para 176 minutosem 2006. No primeirotrimestre de 2007, o TIEPIMTmostra os valores maisbaixos dos últimos anos, 28minutos, isto é, menos 51%que no período homólogode 2006. Também o númerototal de incidentes, na redede Média Tensão registouuma redução de 22%. Paraeste facto contribuíram os elevados esforços deinvestimento, modernização

e manutenção que têmvindo a ser feitos na redeeléctrica, - só no último anoentraram em serviço oitonovas Subestações e 1.800Postos de Transformação -bem como, condiçõesclimatéricas favoráveis.

Rede subterrânea atenua impactoambientalDe há alguns anos a esta data a cidade de Viseu temtido um forte crescimento urbanístico que provocouuma expansão da rede,inclusivamente sob as linhasa 60 kV Nelas – Gumiei I e IIe nas zonas envolventes. É,pois, natural que se tenha

assistido também aoaumento do impactoambiental na zona daslinhas de alta tensão.Respondendo assim a umanseio, há muitomanifestado pela CâmaraMunicipal de Viseu, a EDPDistribuição decidiuproceder à alteração dotraçado da linha de AT queatravessa a cidade de Viseu, de forma aatenuar o impactoambiental que a mesmaprovoca. Esta obra, cujodesenvolvimentoacompanhou a construçãoda nova Subestação AT/MTde Orgens, também emViseu, teve início em 2004 e

conclusão em 2006. Foramestabelecidos 10,2 km de linhas subterrâneas, dos quais 5,8 km ligaram a Subestação AT/MT de Viso e a rede AT que alimenta a Subestação AT/MT deOrgens e, os restantes 4,4 km, alimentam a cidade de Viseu directamente a partir da SubestaçãoAT/MT de Viso. Nesta obra,efectuada em parceria coma Câmara Municipal deViseu, que teve a seu cargo a abertura e tapamento de valas no traçado da 1ª circular deViseu, foram investidoscerca de 3,7 milhões de euros.

Qualidade de Serviço da EDP Distribuição regista melhoria de 51%

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circuito fechadoos muitos caminhos da eficiência

O DESTINODO PLANETA ESTÁ NAS NOSSAS

Passar da consciência à acção é o objectivo do Programa ECO, quea nossa empresa lançou para tornar Portugal mais eficiente. Atra-vés do portal ECO poderá ter todas as informações necessáriaspara tornar o uso da energia mais racional: simulações de consu-mo, conselhos, respostas a dúvidas para particulares e empresas.Através de www.eco.edp.pt poderá poupar e muito. A nossa em-presa quer ser a referência da eficiência energética em Portugale mobilizar os consumidores portugueses para acções imediatas.

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Já trocou as lâmpadas de casa?

A campanha Troca de Lâmpadas que começouem Abril decorre até Agosto. A distribuição por-ta a porta, por todo o país, de meio milhão delâmpadas fluores-centes energetica-mente eficientes(uma por família) éuma das fases.Também poderátrocar as lâmpadasnas lojas EDP ouem alguns centroscomerciais. A sim-ples troca das lâm-padas “tradicio-nais” por lâmpa-das eficientes podeser um grande passo para a sociedade pós-indus-trial. Estas lâmpadas reduzem o consumo de ener-gia em 80%. Troque já a iluminação de sua casa eveja o resultado na factura!

A EDP e a Quercus implementa-ram em Portugal, no Dia Mun-dial da Energia (29 de Maio) umaferramenta de pesquisa online -TopTen (www.topten.pt) - “quepretende orientar o consumidorna escolha de equipamentos queutiliza no dia-a-dia que conso-mem energia: desde electrodo-mésticos e lâmpadas, a automó-veis. Mas é também um estímu-lo para os fabricantes, destemodo incentiva a melhoria con-tínua dos equipamentos fabri-cados”, segundo explicou o vice-Presidente da Quercus, Francis-

co Ferreira. Trata-se de um pro-jecto que resulta de uma parce-ria no âmbito do PPEC/ERSE quepretende demonstrar de queforma os consumos domésticosinfluenciam as alterações climá-ticas, e o que cada consumidorpode fazer para melhorar o seudesempenho ambiental.

Neves de Carvalho, directordo Gabinete de Sustentabilida-de da EDP, caracterizou o TopTen como um projecto de gran-de importância, pois: “ajudaráas pessoas na caminhada para aeficiência energética uma vez

que saberão quais as soluçõesmais bem escolhidas”. Francis-co Ferreira adiantou que esta éuma ferramenta já testada comsucesso em outros países. Foilançada na Suíça, França, Áus-tria e Holanda. “Ainda este anoserá lançado na Bélgica, Repú-blica Checa, Alemanha, Hungria,Itália, Polónia e Espanha.

António Mexia confirmou quese trata de mais um sinal, no rolde contributos da EDP, para osequilíbrios necessários da socie-dade portuguesa. “A alteraçãodos comportamentos é impor-

tante e com esta ferramenta ha-verá uma maior disciplina.” Aaliança entre a nossa empresaeléctrica e a Quercus é o resul-tado do trabalho em conjuntopara a mesma causa – a eficiên-cia energética. E porque o pro-blema do aquecimento global éresponsabilidade de todos, co-mece já em sua casa a promovera eficiência energética e saibaqual a lâmpada, frigorífico oumáquina de lavar roupa quedeve escolher para poupar ener-gia. Se não sabe, vá até awww.topten.pt .

na luta da eficiência energética

Compensados os impactos ambientais das facturas

A mitigação de impactos gera-dos por algumas das activida-des da EDP tem sido uma prática recorrente, no que diz

respeito aos grandes empreen-dimentos hidro ou termoeléc-tricos sujeitos a estudos de im-pacto ambiental. Esta prática éagora aplicada a outras activi-dades fora do âmbito específico

da produção de elec-tricidade. No caso dasfacturas EDP, a com-pensação está a serfeita a todos os níveis,desde a produção dopapel das facturas eenvelopes, até à utili-zação de máquinaspara impressão e o envio das facturaspelo correio. Acompensação destesimpactos será feita

através da aposta em projectosnacionais, sendo este o primei-ro projecto a nível mundial quecompensa de uma forma inte-

grada todos os impactos gera-dos pela produção das facturas,pelo que tem um âmbito muitomais alargado do que os meca-nismos voluntários de compen-sação de emissões de carbono.Uma vez que os problemas am-bientais não se esgotam nas al-terações climáticas, é impor-tante garantir a qualidade am-biental também nas restantesáreas: solo, água e biodiversi-dade. Este método de compen-sação foi desenvolvido pelaEDP em parceria com o Institu-to Superior Técnico, no contex-to do Projecto Extensity. A ver-tente deste projecto é tão im-portante quanto é relevante es-tarmos no ano da presidênciaportuguesa do Conselho Europeu, cujo tema central em matéria de ambiente será a biodiversidade.

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tempo para lerfora de horas

QUEM NÃO GOSTARIA DE FICAR RICO NA BOLSA,ou pelo menos de ganhar muito dinheiro? Só nãopode ganhar quem não joga, lá diz o velho aforis-mo, certamente fomentado pela Santa Casa. Masa bolsa não é um sorteio, e portanto a sorte nãotem nada a ver com ganhar ou não ganhar. Cla-ro, pode ter-se sorte e investir numa upstart des-conhecido com uma nova tecnologia mirabolan-te; mas, para o comum dos mortais, a bolsa estámais próxima dos jogos de azar, uma vez que osegredo consiste em avaliar correctamente as em-presas, e para isso é preciso conhecimentos teóri-cos e práticos que requerem uma vida de dedica-ção. Pois é para obviar a este inconveniente fatalque o broker de Nova Iorque Joel Greenblatt es-creveu um livrinho curto e bem disposto ondepropõe uma mirabolante "fórmula mágica".

Não vamos entrar nos pormenores da fórmula.A questão, que Greenblatt apresenta logo ao prin-cípio, é que se houvesse uma fórmula realmenteinfalível de investir na bolsa toda a gente a utiliza-ria e, logicamente, deixaria de funcionar. Mas a pri-meira fórmula realmente eficiente, que ficamos asaber ter sido inventada por Benjamin Graham nadécada de 1930, funcionou durante muito anos.Muitas outras, auxiliadas pela enorme capacidadede "mastigar números" da informática, funcionamrazoavelmente. A proposta de todas elas é "beat themarket average", ou seja, conseguir um retorno parao capital superior à média do mercado. Mas ne-nhuma se aplica ao chamado "jogo" no mercado decapitais, ou seja, na compra e venda a curto prazo,especulativa, para ganhar muito dinheiro em pou-co tempo. A função das fórmulas é dar um lucrosuperior ao average a médio e longo prazo. É pre-

ciso ficar com os títulos durante anos. E compram-se títulos de muitas empresas, umas mais estáveise outras mais lucrativas, de modo a ter-se uma se-gurança mínima de retorno. Assim, já se percebeque as fórmulas não se excluem umas às outras,nem se esgotam no seu próprio sucesso.

A razão para usar uma fórmula pode ser me-lhor compreendida pela negativa; quem quiser in-vestir, não tendo maneira de avaliar devidamenteas empresas, tem de se basear num critério qual-quer, mas não em qualquer critério. Estudar asempresas ao pormenor (como fazem os analistasprofissionais) requer conhecimentos técnicos, in-

formação reservada (ou pelo menos complicadade obter) e muito tempo. Comprar pelo históricodo mercado, como fazem muitos pequenos e mé-dios investidores, não leva todos os parâmetros econsideração. Utilizar brokers, obriga a pagar co-missões que muitas vezes anulam a mais valia ob-tida nos juros melhores. Além disso é difícil ga-nhar muito dinheiro (proporcionalmente) com umpequeno investimento. A fórmula de Greenblatestá ao alcance de qualquer particular e dá umamaior possibilidade de ultrapassar as médias domercado, graças a critérios matemáticos baseadosno preço da acção e no seu valor - conceitos dife-rentes, como se aprende ao ler este livro.

Não podemos saber rigorosamente se a fórmu-la de Greenblat é melhor do que as outras — em-bora ele esteja absolutamente convencido e sejabastante persuasivo. Mas "Invista e Fique Rico" temuma prosa divertida que se lê facilmente, sem pre-cisar de saber todo o vocabulário especializado.Apresenta uma maneira de investir a longo prazoao alcance de todas as bolsas. Está na perfeita equi-distância entre a especialidade que demora anos aadquirir e a ignorância total. Segundo as estatísti-cas apresentadas por Greenblatt, em média a fór-mula mágica deu um retorno de 30,8 por cento,contra 12,3 por cento da média de mercado e 12,4por cento das empresas avaliadas pelo índice Stan-dard & Poor - isto para um período que vai de1988 a 2004. Pode dizer-se que é infalível, porqueem nenhum dos muitos exemplos apresentadosficou abaixo da média.

Há que investir para ganhar, e este livro pare-ce um bom investimento. Quanto a ficar rico,bom, isso é outra história.

‘Invista e Fique Rico -

a fórmula infalível para ganhar

dinheiro na bolsa’

· Joel Greenblatt

· Lua de Papel, ASA, 2007

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JoelGreenblatt

A fórmula da fortuna

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tempo para ler fora de horas

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MALCOLM GLADWELL ESCREVE PARA "THE NEW YORKER"e portanto pode dizer-se que conhece o sucesso;esta revista semanal é justamente considerada umparadigma da informação correcta, da opinião per-tinente e da visão contemporânea. Os poucos queconseguem fazer parte desta elite têm um prestí-gio muito especial entre os seus pares. Então, jun-tando algumas das observações que fizera numasérie de artigos na revista, em 1999 publicou "Blink"(traduzido para português como "Intuição"), umensaio em que afirma, basicamente, que as primei-ras impressões são mais correctas do que as con-clusões maduramente congeminadas. Não sendopsicólogo, nem sociólogo, Gladwell foi imediata-mente atacado pelos especialistas, que consideramnão haver nenhuma base científica para uma talconclusão; mas o facto é que "Blink" tornou-se umenorme sucesso de vendas, muito acima do quese poderia esperar de uma obra de "não ficção" di-fícil de classificar. Incentivado pelo sucesso das suasobservações intrigantes, dois anos depois Gladwelldeu à estampa "The Tipping Point" agora traduzi-do para português como "A Chave do Sucessso".É mais um conceito difícil de resumir, quase im-possível de verificar, mas extremamente aliciante:as "epidemias sociais" (modas, sucessos de vendas,campanhas de promoção de alguma coisa) dispa-ram num certo momento, por razões específicas,porém imprevisíveis. É o dito "ponto de viragem",que surge de uma acumulação de factores — al-guns inverificáveis e inconfirmáveis, mesmo a pos-teriori — mas depois ganha vida própria e crescegeometricamente. Os exemplos práticos escolhi-dos por Gladwell são bastante ecléticos: a modados sapatos Hush Puppies, uma epidemia de sí-

filis em Baltimore, um episódio fulcral da guerrada independência norte-americana contra os in-gleses, o programa de TV "Rua Sésamo", o taba-gismo... Explorando mais esta ideia sui generis,Gladwell consegue mesmo formular "leis" quenormalizariam, ou pelo menos justificariam, por-

que é que, em última análise, certas ideias ou pro-dutos fazem sucesso quase sem promoção, e ou-tros não fazem, mesmo apoiados em campanhasmilionárias. É o que ele chama "as três regras daepidemiologia", considerando que o sucesso nãoé mais do que um tipo de epidemia social. Sãoelas "a lei dos poucos", "o factor de aderência" e "opoder do contexto".

Segundo o primeiro princípio, uma tendênciacomeça com uma minoria de pessoas, aparente-mente insuficientes para a lançar, e sem poderesespeciais que pressupusessem tal capacidade. Osegundo diz que para "pegar", o produto, ou ideia,precisa de algo que "cole", que permaneça na ca-beça do público para além do momento de lança-mento; e o terceiro afirma que o contexto é essen-cial - a geografia, a oportunidade e o timing ondee quando ocorre o fenómeno.

Embora todas estas ideias pareçam simples “truísmos”, o facto é que colocadas desta forma fa-zem sentido e poder-se-ia pensar que são boas fer-ramentas de marketing. (Aliás este livro será umaleitura indispensável para os especialistas do ramo.)Mas, dado o seu carácter sociológico — isto é, nãoexperimental — tais conhecimentos servem ape-nas de pano de fundo, com um carácter quase lú-dico, para quem queira iniciar a sua "epidemia".

O próprio Gladwell é um bom exemplo dassuas teorias: criticado pelos académicos especiali-zados, menos bem tratado pelos intelectuais emgeral, conseguiu que a sua intuição fosse o pontode viragem para um sucesso extraordinário. A cha-ve do sucesso não estará no que ele diz, mas nofacto de o ter dito. O que não deixa de ser umconceito muito moderno.

A Chave do Sucesso

‘The Tipping Point’

· Malcolm Gladwell

· Editora Dom Quixote, 2007

MalcomGladwell

A Chave do Sucesso

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sobremesafora de horas

EDUARDO LIMA

SABE O QUE É MOQUECA? ESSA PALAVRINHAsonora, tão gostosa de falar, dá nome a um dos pra-tos mais tradicionais do Brasil. Para quem acha quecozinha brasileira é sinônimo de carne vermelha, eisaqui uma deliciosa surpresa. Ninguém sabe se essaiguaria, à base de peixe ou frutos do mar, tem algu-ma propriedade afrodisíaca. Mas tal descoberta nãoseria de causar espanto. Afinal, a moqueca é umacomida capaz de aguçar os sentidos mais básicos da-queles que se entregam ao prazer de degustá-la.

Imagine-se em um restaurante de praia, vendoo guisado da foto acima chegar a sua mesa aindaborbulhante, em uma simpática panela de barro.A cor alaranjada é de encher os olhos. Em segui-da, prepare-se para ser nocauteado pelos aromas.Você perceberá no ar a presença do coentro, deum leve toque de limão, da pimenta-malagueta.Por fim, seu paladar será colocado à prova. E acre-dite: ao experimentar a primeira bocada, será im-possível resistir ao pecado da gula. Quem se vêfrente a frente com uma moqueca costuma comeraté não poder mais.

Este é um prato com mais de 500 anos de histó-ria. Antes mesmo da chegada de Cabral à Terra Bra-silis, os nativos de além-mar envolviam peixes emfolhas verdes e levavam-nos para assar lentamente.Usavam o “moquém”, uma grelha feita de varas ecolocada sobre a brasa. “Moqueando” seus pescados,os índios não sabiam, mas já estavam inventando amoqueca. Um belo dia, apareceram os portugueses.Ao descobrir o Brasil, eles descobriram também queo vagaroso processo de cozimento conferia à carnede peixe um sabor para lá de especial. Mas aquelatécnica certamente pareceu-lhes primitiva demais.Trocaram o “moquém” pela panela. E incorporaramà receita ingredientes como o tomate, a cebola, otempero de limão galego, o coentro e o alho.

Mais tarde, os negros levados da África comoescravos também enriqueceriam a moqueca. Nolugar do urucum, entrou o dendê. O leite de cocopassou a engrossar o caldo do cozido. E a pimen-ta-malagueta garantiu um toque picante, para con-trastar com o adocicado do leite. Assim foi sendocriado o prato que, hoje, pode ser considerado umpatrimônio da cultura brasileira – tão mestiçoquanto o próprio país que ele sintetiza.

Hoje, há uma moqueca diferente em cada can-to do Brasil. Na Amazônia, ela pode ser prepara-da com carne de jacaré. Na região Sudeste, comcarne de galinha. Em todo o Nordeste, são comunsas versões à base de lagosta, camarão ou mariscos.Mas apenas as moquecas feitas nos estados da Ba-hia e do Espírito Santo ultrapassaram as fronteirasregionais e transformaram-se em pratos nacionais.

Os baianos, orgulhosos de sua herança africa-na, não abrem mão do leite de coco e do azeite-de-dendê. Para os capixabas, no entanto, o acrés-cimo desses ingredientes é quase uma blasfêmia.De tão radicais na defesa de sua receita, eles che-garam a cunhar a seguinte frase: “Moqueca verda-deira é a capixaba. O resto é apenas peixada”. NoEspírito Santo, sempre prevaleceu o culto à ori-gem indígena da moqueca e o respeito à influên-cia portuguesa se seguiu:

• O tom alaranjado tem de vir do tomate e dourucum “derretido” em azeite-de-oliva

• Antes de ir para a panela, o peixe de carnefirme e suculenta (badejo, robalo, garoupa oucação) deve ser temperado apenas com sal elimão

• Só é permitido o uso de coentro, cebolinhaverde, cebola, alho, tomate e pimenta-

malagueta. Pimentão, nem pensar. Molhode tomate, pior ainda

• Nenhum líquido – nem água, muitomenos leite de coco – pode seradicionado ao cozido. O segredo estáem submeter os ingredientes, todosjuntos, a um calor regular e suave,

deixando que eles sejam refogados emseus próprios sucos

Para o cronista capixaba Marcos Alencar,uma boa moqueca não tem hora nem lugar para

ser apreciada. Simples e sofisticado ao mesmotempo, o prato torna-se parceiro das

toalhas de linho, do vinho branco decolecionador, dos talheres de pra-

ta e do jantar à luz de velassem o menor constrangi-

mento. “O delicado sabore seu fino aroma sãoprazeres permanentese eternos”, diz o cro-nista. “Mas eu osprefiro precedidosde um cálice damelhor cachaça,longe dos condi-cionadores de ar,com os pés descal-ços. E, se possível, apoucos metros de

uma cama que queira,depois, dividir comigo

os sonhos reais de umatarde inesquecível.”

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A MOQUECA, UM DOS PRATOS MAISTRADICIONAIS DA COZINHA BRASI-LEIRA, NASCEU DO ENCONTRO EN-TRE ÍNDIOS, NEGROS AFRICANOS ECONQUISTADORES PORTUGUESES

Sabormestiço

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