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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
VANESSA DA SILVA DE MELO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSCIENTIZAÇÃO DOS ALUNOS DO
4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA “CATHARINA
SINOTTI”
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
MEDIANEIRA
2014
VANESSA DA SILVA DE MELO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSCIENTIZAÇÃO DOS ALUNOS
DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA
“CATHARINA SINOTTI”
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista na Pós Graduação em Ensino de Ciências – Pólo de Araras, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Medianeira.
Orientadora: Profª. Drª. Leidi Cecilia Friedrich
MEDIANEIRA
2014
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Especialização em Ensino de Ciências
TERMO DE APROVAÇÃO
Educação Ambiental e conscientização dos alunos do 4º ano do Ensino
Fundamental da escola “Catharina Sinotti”
Por
Vanessa da Silva de Melo
Esta monografia foi apresentada às........ h do dia 29 de novembro de 2014
como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de
Especialização em Ensino de Ciências – Pólo de Araras, Modalidade de Ensino
a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Medianeira. O candidato foi argüido pela Banca Examinadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora
considerou o trabalho ..............
______________________________________
Profª. Drª. Leidi Cecilia Friedrich UTFPR – Câmpus Medianeira (orientadora)
____________________________________
Prof Dr. .................................................................. UTFPR – Câmpus Medianeira
_________________________________________
Profa. Me. ............................................................. UTFPR – Câmpus Medianeira
- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso-.
Dedico este trabalho a minha família, sempre compreensiva e presente, aos amigos e a minha linda e amada sobrinha Lívia que com apenas um sorriso me faz acreditar que tudo é possível.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela eterna esperança que me proporciona, pela fé e por me
guiar nos caminhos da vida.
Aos meus pais, dedicação e incentivo e apoio nessa fase do curso de
pós-graduação e durante toda minha vida.
A minha orientadora professora Leidi Cecilia Friedrich pelas orientações
ao longo do desenvolvimento da pesquisa.
Agradeço aos professores do curso de Especialização em Ensino de
Ciências, professores da UTFPR, Câmpus Medianeira.
Agradeço aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no
decorrer da pós-graduação.
Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta
para realização desta monografia, sem me deixar desistir.
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (JEAN PIAGET, 2003)
RESUMO
MELO, Vanessa da Silva de. Educação Ambiental e conscientização dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da escola “Catharina Sinotti”. 2014. 39 folhas. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
Este trabalho teve como temática a escola e a Educação Ambiental (EA) com um olhar voltado ao Ensino de Ciências. Considerando as transformações que a sociedade vem sofrendo é inevitável não buscarmos soluções e mudanças para garantir melhor qualidade de vida. Com o intuito de analisar ações ambientais de uma escola municipal de Pirassununga-SP, este trabalho realizou entrevistas por meio de um questionário com alunos do 4°ano do ensino fundamental. A escola Catharina Sinotti tem projetos voltados a ações educativas ambientais e verificou-se como esses conhecimentos estão sendo sistematizados e como acontece a relação entre o ensino de Ciências e a EA. Compreendeu-se que a escola busca inserir atividades voltadas a EA, dessa maneira consegue cumprir com as leis existentes bem como cumprir com seu papel social, porém ainda há diante dos alunos certa fragilidade em entender se a EA é uma disciplina, uma ação, um conteúdo ou mesmo uma prática. Os dados obtidos nessa pesquisa servirão para que haja novas posturas e ações diante do posicionamento entre escola e EA.
Palavras-chave: Escola. Mudança. Ensino de Ciências. Responsabilidade.
ABSTRACT
MELO, Vanessa da Silva de. Environmental education and awareness of students in the 4th grade of elementary school “Catharina Sinotti” 2014. 39 pages. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
This work had as its theme the school and the Environmental Education (EE) with a focused look at the teaching of science. Considering the changes that society is suffering is inevitable and solutions do not seek changes to ensure better quality of life. With the aim of analyzing environmental actions of a municipal school Pirassununga-SP, this paper conducted interviews using a questionnaire to students in the 4th grade of elementary school Catharina Sinotti The school has educational projects aimed at environmental actions and for that it appeared as these are being systematized knowledge as it happens and the relationship between science teaching and EA. It was understood that the school seeks to insert activities related to EA, this manner can comply with existing laws and fulfill their social role, but there is still some weakness in front of the students to understand if EA is a discipline, an action, content or even practical. The data obtained in this study will serve to there new attitudes and actions on the positioning between school and EA. Keywords: School. Change. Science Teaching. Responsibility.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização da Cidade de Co Respostas dos alunos sobre a coleta
seletiva em casa ................................................................................................ 22
Figura 2 – Respostas dos alunos sobre a coleta seletiva na rua da casa .......... 23
Figura 3 – Respostas dos alunos sobre o uso do lixo orgânico para fazer a
compostagem. .................................................................................................... 24
Figura 4 – Respostas dos alunos sobre o descarte de pilhas e baterias usadas 25
Figura 5 – Respostas dos alunos sobre o descarte de óleo usado em casa ..... 26
Figura 6 – Respostas dos alunos sobre a utilização de óleo de cozinha para a
produção de sabão caseiro ............................................................................... 27
Figura 7 – Respostas dos alunos sobre as atividades práticas que levem a
conscientização ambiental ................................................................................ 28
Figura 8 – Respostas dos alunos sobre o momento em que tem contato com a
educação ambiental na escola ........................................................................... 29
Figura 9 – Respostas dos alunos sobre interligação entre educação ambiental e
ensino de Ciências ............................................................................................ 30
Figura 10 – Respostas dos alunos sobre a importância dada ao ensino de
ciências em relação ao meio ambiente .............................................................. 31
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................. Erro! Indicador não definido.4 2.1 O ENSINO DE CIÊNCIAS ...................................... Erro! Indicador não definido. 2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................... Erro! Indicador não definido. 2.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO ESCOLARErro! Indicador não definido. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................... Erro! Indicador não definido. 3.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 20 3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 20
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 20 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................................................... 21 3.5 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................ Erro! Indicador não definido.4 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 APÊNDICES ............................................................................................................. 36
11
1 INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental é mais que um tema de grande destaque no
momento, é também uma postura e um compromisso que deve-se assumir
com o meio ambiente. Pensando nessa questão educacional e atuando com
crianças na escola de ensino fundamental, busca-se com o presente trabalho
apresentar a maneira como as crianças do ensino fundamental se apropriam
dos conceitos de educação ambiental. Busca-se salientar qual é o meio em que
a criança inserida no ensino fundamental recebe maiores apoios e informações
sobre a educação ambiental, sua finalidade e conceitos.
Acreditando que a criança é um ser histórico e social e que desenvolve
sua cultura por meio dos estímulos do meio em que vive sem deixar de se
relacionar com esse meio, surgem as questões. Qual é a apropriação sobre
educação ambiental que a criança faz da informação que chega até ela? Qual
informação ela recebe? É necessário analisar como o conhecimento de um
tema tão relevante que visa proteger o ambiente e não só ele, em que a própria
criança vive está sendo tratado por ela. E mais, quais recursos existem e são
oferecidos no ensino de ciências para problematizar questões relevantes ao
tema? Será que nos dias atuais a educação ambiental é só uma
responsabilidade do ensino de ciências?
Sabendo-se que a criança está imersa em um mundo de informações e
que todo o processo de receber e transformar a informação em conhecimento
pode afetar sua postura perante a sociedade acredita-se que é a partir das
sensibilizações que envolvem a criança na escola que o seu comportamento
será de um ser participativo, ativo e pensante perante os problemas da
sociedade e da natureza.
A cultura envolvida com a sociedade pode influenciar na transformação
de opiniões e formação das pessoas, o trabalho analisará se as crianças estão
recebendo o devido conhecimento para praticar e participar de ações positivas
perante o meio ambiente, e se esses conhecimentos são significativos de
forma que seja ampliado e transmitido a outras pessoas.
Neste trabalho analisou-se como as crianças da Escola Municipal de
Ensino Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) “Catharina Sinotti” da cidade
12
de Pirassununga, estão recebendo conhecimento sobre a educação ambiental,
seja o tipo de informação ou mesmo veículo que transmite. E como ocorre a
sistematização desses conhecimentos para gerar um novo conhecimento, bem
como qual finalidade as crianças dão a esta nova sensibilização.
O trabalho poderá auxiliar em outras pesquisas de forma que possa
identificar e relacionar ações da educação ambiental e do ensino de ciências.
Pode também identificar se as ações realizadas nas escolas que são voltadas
para a educação ambiental e/ou nos ambientes não formais estão afetando de
fato as crianças e esclarecendo a importância de respeitar a natureza e seus
recursos esgotáveis. É importante que a criança desde nova possa
compreender e firmar em seu caráter que a educação ambiental não é apenas
um modismo e que depende das ações dela para que o mundo possa mudar e
gerar novos conceitos sobre o uso dos recursos.
O estudo foi realizado para desvendar o conhecimento do conceito de
educação ambiental que as crianças detêm a fim de conhecer a clientela
escolar e ações já existentes referentes ao tema abordado.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Ensino de Ciências
O ensino de ciências nos dias atuais busca inovar e complementar
ações que possam ser significativas ao aluno. Além do avanço tecnológico que
deve ser inserido nos ensinamentos é preciso oportunizar ao aluno situações
de vivências do seu dia a dia, bem como levá-lo a refletir sobre ações e
medidas que afetam seu meio.
Esta modalidade de ensino tem avançado em sua metodologia, em
suas concepções e principalmente em suas construções de conhecimento, de
maneira que o aluno seja pensante e ativo em suas buscas de informações e
também em suas ações que devem ser estendidas fora do ambiente
educacional, atingindo portanto a sociedade em geral.
O que se percebe é que o ensino de ciências ganha uma nova
estrutura e com essas mudanças surgem novas ramificações em seu ensino
para garantir e efetivar questões presentes no cotidiano social, bem como: o
descarte correto do lixo, o uso consciente da água e de outros recursos
esgotáveis, a poluição ambiental entre outros conceitos relacionados que
podem ser desenvolvidos com a educação ambiental e a sustentabilidade.
Segundo Longhini (2008) o ensino de ciências nas séries iniciais possui
algumas especificidades que podem apontar alguns problemas, como por
exemplo, o fato de contar com um único professor para distintas disciplinas. O
autor relata em sua pesquisa que muitos professores não estão preparados
para lidar com essas mudanças que o ensino de ciências tem passado.
É preciso que as mudanças metodológicas e de conteúdo do ensino
aconteçam concomitantemente a formação dos professores, para que esses
estejam preparados e ofereçam ao aluno suporte necessário para construir um
conhecimento eficaz e significativo. Porém o que muitas vezes tem se
destacado nas escolas e estudos é que essa formação não tem acontecido na
proporção necessária a atingir os alunos.
14
Não somente a formação de profissionais pode ser colocada em
questão para o sucesso do ensino de ciências, é necessário que haja também
um planejamento de ações dentro da unidade, que visem contemplar
conteúdos e estejam ligados a ações significativas, bem como recursos
tecnológicos, didáticos, materiais, ambiente apropriado e apoio político e social.
2.2 Educação Ambiental
A educação ambiental é um tema que com o passar do tempo ganha
maior proporção e importância social. Sua inserção ao ensino de ciências
aconteceu após movimentos ambientais bem como surgimento de leis, tais
como a lei 9.795/99 e a Constituição Federal de 1988.
Sua função é transformar o ser humano e propiciar conhecimentos para
que haja ações relacionadas ao meio ambiente que visem sua conservação e
renovação. Para as autoras Peretti e Dias (2011) a educação ambiental tem
como objetivo uma função transformadora essencial pra modificar um quadro
crescente de degradação socioambiental.
O crescimento populacional desacelerado e o uso inadequado de
recursos naturais são fatores que acarretaram para a crescente educação
ambiental. Conforme apresenta Santos (2007), a Educação Ambiental foi
criada ao longo dos anos, por especialistas que perceberam as necessidades
do homem e da natureza em um objetivo comum que é a manutenção da
qualidade de vida de todos os seres vivos.
Muitos autores como Santos (2007); Lopes, Bispo e Carvalho (2009)
dentre outros destacam o papel social incorporado a educação ambiental, uma
vez que quando tratamos do ambiente temos presente o ser humano, que é um
ser histórico e cultural. Assim sendo toda construção cultural e histórica do
homem nunca deixou de afetar o meio ambiente e seus recursos, atingindo por
sua vez o próprio ser humano.
A educação ambiental ganha maiores destaques nos anos de 1972
com a Conferência de Estocolmo na Suécia realizada pela ONU (Organização
das Nações Unidas). Após esse acontecimento outras manifestações
15
relacionadas a questões ambientais surgiram, como a Conferência de Tibilisi
em 1977, a Conferência de Moscou e também do Rio de Janeiro.
A Rio 92 foi um importante encontro relacionado ao meio ambiente e a
educação ambiental, uma vez que contou com a participação de 170 países e
também com a elaboração de tratados e metas e ainda com um plano de ações
voltado para preservação do ambiente.
Nos anos 90 que se percebe a grande necessidade da educação
ambiental, pois depois de gerações terem feito uso inadequado de recursos
naturais, o ser humano começa a entender a gravidade do problema, e mais,
entende que essas mudanças de comportamento só aconteceriam se a
conscientização fosse realizada desde cedo, ou seja, com crianças
Após essa percepção a humanidade tem entendido também que o
problema é de todos, e que afetam a todos, por isso é preciso trabalhar frente a
um mesmo objetivo, que é proteger a natureza. Mas, como sabemos mudanças
de hábitos não surgem do dia para noite, então a educação ambiental tenta
conscientizar e educar o cidadão a fim de que possam mudar seus hábitos
pensando na natureza em primeiro lugar. Conforme aponta Marques e Pinheiro
(2008).
A Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável. Ela busca estabelecer uma nova aliança entre a humanidade e a natureza, desenvolver uma nova razão que não seja sinônimo de autodestruição, exigindo o componente ético nas relações econômicas, políticas e sociais. Portanto, o papel da Educação Ambiental fundamental para a efetiva mudança de atitudes, comportamentos e procedimentos. (p.4)
Os autores Lopes, Bispo e Carvalho (2009) em seu artigo afirmam que
a “educação ambiental quando aplicada de forma correta atinge todas as
dimensões do mundo; alcança todos os ambitos sociais, econômico e
ambiental.”
Acreditando nesse paradigma é que então a educação ambiental será
inserida nas escolas a fim de modificar, transformar e construir junto com
ensino de ciências novas propostas reforçando o que até então já era
ensinado, mas com novos métodos e novas tecnologias de modo que haja o
ensino significativo e a construção do saber.
16
2.3 - Educação Ambiental no processo escolar
A escola é um espaço ideal para que a transformação aconteça, é lugar
onde ideias e ideais são implantados de forma a construir e desconstruir
conhecimentos, atitudes, relações e posturas. Na escola buscamos mudar
condutas e acreditar que essas ações se multiplicarão nas relações familiares,
entre amigos, grupos de danças, festas entre outras relações que possam
existir fora do ambiente escolar.
O papel da escola e suas diversas funções não será colocado em
questão principal para discussão, porque acredito que sua função é educar e
educar engloba distintos aspectos citados no parágrafo acima. O que precisa
ser discutido é quando e como a escola começa a ser eixo principal para
dialogar e divulgar ações da educação ambiental.
Ao pensar na trajetória histórica da educação ambiental endente-se que
a mesma ganhou grande destaque nos anos de 1972 com a Conferência de
Estocolmo, porém até o presente ano de quais seriam as principais discussões
sobre educação ambiental, qual seria o olhar voltado a questões ambientais
que tomavam grande destaque? E a escola quando começa a fazer parte do
processo de educar ambientalmente?
Os estudos revelam que educação escolar e educação ambiental no
Brasil só se encontram depois desta época de grandes discussões em torno da
preocupação com consequências ambientais.
Conforme aponta Amaral (2001) logo em 1973 já havia indícios da
“fusão” entre educação escolar e educação ambiental, a discussão apresenta
em qual nível escolar se apresentará o ensino ambiental.
A inserção da educação ambiental nos currículos oficiais não se limitava ao Distrito Federal. No estado de São Paulo, o Guia Curricular de Ciências, publicado em 1973, já incorporava de forma inequívoca a questão ambiental em sua estrutura. Cabe chamar a atenção no fato de que ambos os casos citados, tratava-se de um currículo de Ciências e voltado para escola do 1° grau, configurando uma tradição, de associar ensino de ciências a educação ambiental, que perdurou em nosso país até meados da década de 90. (p. 76, grifo do autor)
Outro marco importante dessa relação entre escola e educação
ambiental é trazido por Medina (2008) que em seus estudos revela que no
17
Brasil a Política Nacional do Meio Ambiente definiu em 1981 a Lei n° 6.938,
que situa a Educação Ambiental como dever de ser oferecida em todos os
níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a comunidade.
Esse é um dos primeiros indícios de que a educação ambiental aparece na
legislação devendo estar presente na educação escolar de forma a abranger
todos os níveis educacionais, sem ainda direcionar suas ações.
Sobre essa perspectiva curricular ao tentar definir qual seria o “lugar” da
educação ambiental, a autora Santos, (2007, p.14) baseada em estudos de
outro autor conforme cita em seu trabalho revela a existência de três vertentes
sobre como a educação ambiental deveria proceder junto ao ensino de 1° grau.
Ela revela que: “a primeira vertente defende que deve haver uma disciplina
específica para tratar o assunto, a ser incluída no currículo escolar; a segunda
vertente defende que a educação ambiental deve fazer parte do conteúdo
programático do ensino de Ciências; a terceira vertente defende que a
educação ambiental deva ser passada aos alunos sem pré estabelecimento de
disciplinas e de professor específico, isto é, a educação ambiental deve ser
ministrada por todos os professores.”
Sabendo-se que essas vertentes relacionam-se com o período do
grande surgimento da educação ambiental nas escolas, entende-se que
quando houve sua inserção no currículo não havia de forma concreta qual nível
ela seria submetida. Com as grandes discussões sobre a educação ambiental
percebe-se que há um movimento a respeito de qual seria seu papel e “lugar”
dentro de um ambiente de ensino, e talvez ainda hoje haja duvida de qual é o
lugar da educação ambiental no currículo escolar. Sabemos que muitos
professores a relacionam com o ensino de ciências, outros buscam na sua
totalidade de ensino relacionar e transgredir assuntos do tema.
Após o movimento de educação ambiental ser percebido pela sociedade
brasileira como ação importante, ela começa então a se apresentar nas
escolas, principalmente com o surgimento da Lei 9.795 de 27/04/99, que institui
a Política Nacional de Educação Ambiental. Em seu artigo 9° seção I dispõe
onde deverá ser desenvolvida e de que maneira.
Art. 9º - As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I - capacitação de recursos humanos;
18
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
III - produção e divulgação de material educativo; IV - acompanhamento e avaliação
Compreende educação geral a educação dita não formal e também
especificada na lei como educação ambiental não formal as ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio
ambiente. (Lei 9.975/99 Art 12° seção III)
Já a educação ambiental formal, que é a educação escolar apresenta-se
em seu artigo 9° seção II de forma a ser desenvolvida no âmbito dos currículos
das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
I - educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental
c) ensino médio;
II - educação superior;
III - educação especial;
IV - educação profissional;
V - educação de jovens e adultos.
A partir daí a educação ambiental e a instituição educacional começam a
caminhar para atender as necessidades do meio ambiente, pois agora já
possuem um norte direcionado e especificado para seu trabalho. Com a
inserção da Educação Ambiental na grade curricular as escolas começam a
inserir seus alunos em novo contexto de cidadania e meio ambiente, gerando
ideais que atinjam não somente as crianças mas também seus familiares.
A Educação Ambiental com o passar do tempo atua como ferramenta da
educação para o desenvolvimento social e ambiental correto. Ela assume um
caráter amplo no sentido de não apenas trabalhar assuntos que envolvam
questões da natureza, mas também atitudes sociais voltadas a melhoria
humana envolvendo muitas vezes questões de cunho político.
19
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 LOCAL DA PESQUISA
Essa pesquisa foi realizada na escola EMEIEF “Catharina Sinotti”, na
cidade de Pirassununga interior de São Paulo. A escola possui 22 anos de
existência e atende cerca de 415 alunos entre períodos da manhã e tarde e
ainda funciona no período da noite para atendimento do EJA (Educação de
Jovens e Adultos).
A escola faz parte da rede municipal de ensino, por isso segue um
currículo unificado. Ela atende a alunos de baixa renda e fica localizada na
região sul da cidade, porém está próxima de um dos bairros mais carentes da
cidade, a Vila São Pedro. A escola possui no total 9 salas de aula que
funcionam na parte da manhã e tarde, possui também 1 sala de atendimento a
educação especial, 1 sala de informática e uma biblioteca, porém não conta
com nenhum laboratório cientifico.
3.2 TIPO DE PESQUISA
Esse trabalho baseia-se em uma pesquisa descritiva quanto aos
objetivos. Segundo Gil 2008, é o tipo de pesquisa que busca descrever
determinadas características ou fenômenos, utilizando técnicas padronizadas
como o questionário.
Quanto aos procedimentos técnicos pode ser definida como uma
pesquisa de levantamento, por desejar conhecer determinados
comportamentos, por meio da solicitação de informações e analise quantitativa
de dados.
20
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Inicialmente essa pesquisa seria realizada no âmbito da observação
com alunos do 2°ano do ensino fundamental, a fim de descobrir quais relações
acontecem na escola que levam o aluno a pensar de forma ambientalmente
correta e como esse aluno disseminava as informações ali construídas. Porém
percebeu-se a necessidade do trabalho com alunos maiores que já
participaram por mais tempo do projeto de educação ambiental que a escola
possui.
A escola Catharina Sinotti iniciou em 2012 um projeto de
conscientização ambiental chamado “Pira Recicla”. Este projeto teve como
objetivo principal arrecadar óleo de cozinha usado para transformar em
biocombustível, porém na sua extensão sentiu-se necessidade de ampliar seus
objetivos e instruir os alunos da escola a outras ações ambientalmente
corretas.
Além do óleo de cozinha usado o projeto recolhia também pilhas e
baterias que são encaminhadas ao descarte correto. As ações do protejo são
palestras e atividades para a coleta seletiva do lixo, o plantio de novas árvores
bem como o não descarte de óleo e nem pilha no meio ambiente. O
incentivador deste projeto é uma ONG (Organização Não Governamental) que
transporta e transforma o óleo em biocombustível, porém todo projeto é
organizado e direcionado por uma professora da rede municipal de
Pirassununga que faz parte da ONG.
Pensando nesse projeto essa pesquisa foi realizada com os alunos do
4°ano do ensino fundamental, já que participam dessas atividades desde o
início do projeto e neste ano se fazem como maioria na escola. A escola possui
três salas de 4° ano no período da manhã e duas salas no período da tarde
totalizando uma média de 100 alunos.
21
3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Após autorização da gestora para entrevistar os alunos do 4°ano, foi
decidido aplicar o questionário com grupos pequenos, para que houvesse
melhor compreensão, e segundo orientações da diretora, aplicar durante o
período em que estivessem em sala, pois se encontrariam menos agitados.
Os alunos com idade entre 9 e 10 anos que puderam colaborar com a
pesquisa responderam a um questionário composto por 14 perguntas, sendo
12 de múltipla escolha e duas questões dissertativas, das quais os alunos
foram orientados a responder baseados em suas vivências naquela escola.
Foram entrevistados 80 alunos, pois uma das professoras da escola não
autorizou interromper sua aula para realização da pesquisa.
Os alunos foram retirados da sala em grupos pequenos de cinco e
levados até a biblioteca para que recebessem orientações e respondessem o
questionário.
3.5 ANÁLISE DOS DADOS
Após a aplicação dos questionários os dados foram tabulados e
transformados em gráficos, discutidos a luz do referencial teórico.
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A primeira pergunta do questionário referiu-se a existência da coleta
seletiva do lixo em casa, visto que na escola já existe a seleção do lixo e que é
um dos assuntos primordiais da educação ambiental, os resultados são
mostrados na Figura 1.
Figura 1: Respostas dos alunos sobre a coleta seletiva em casa.
A coleta seletiva é uma ação simples que busca separar o lixo orgânico
do lixo reciclável, a fim de reutilizar a matéria-prima e evitar o desperdício de
recursos naturais esgotáveis.
Conforme aponta a Figura 1 grande parte dos alunos relatam fazer a
coleta seletiva do lixo em casa, ou seja 54% dos alunos. Do total de alunos
entrevistados 15% não faz a coleta e 31% separa o lixo às vezes. Mesmo a
maioria relatando que separa o lixo, acredita-se que existe um número alto de
famílias que não se preocupam em selecionar seus dejetos, visto que essa é
uma ação simples e que não depende de recursos financeiros para acontecer.
Segundo Gumiel e Neto (2009), a seleção de lixo é mais que uma
simples ação, é um ato coletivo que gera mudança de hábitos e costumes,
pode ainda gerar renda, maximizar recursos e melhorar a qualidade de vida.
Para os autores são oportunidades que geram boas consequências e
economizam destruições. Seria necessário, porém que os alunos e familiares
a) Sim54%
b) Não15%
c) Ás vezes31%
23
compreendessem essa magnitude da seleção de resíduos domésticos para
que uma porcentagem maior praticasse tal ação.
A segunda pergunta do questionário teve como objetivo descobrir se nas
proximidades da escola já existe a coleta seletiva de lixo, ou seja, se existe por
parte da prefeitura ou cooperativas o recolhimento do lixo que pode ser
reciclado, conforme Figura 2.
Figura 2: Respostas dos alunos sobre a coleta seletiva na rua da casa.
Os dados da pesquisa apontam que 40% dos alunos disseram que de
alguma forma existe a coleta seletiva na sua rua, houve relato de aluno dizendo
que um dos moradores da sua rua recolhe o lixo separado e leva até uma
cooperativa, outros relataram deixar o lixo para catadores de rua. Na pesquisa
35% revelaram não haver coleta seletiva na rua, os alunos comentaram que o
lixo fica na rua e o caminhão de lixo que leva. Outros 25% relataram que as
vezes existe algum tipo de coleta seletiva na sua rua.
Segundo dados do site do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), 2005 “o Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por
dia, onde 76% são depositados a céu aberto, em lixões, 13% são depositados
em aterros controlados, 10% em usinas de reciclagem e 0,1% são incinerados.”
É uma grande quantidade de lixo e uma pequena porcentagem de reciclagem.
No site do IBGE pesquisa com data do ano de 2000 é possível verificar
que no Brasil apenas 451 municípios realizam a coleta seletiva e mais, apenas
a) Sim40%
b) Não35%
c) Ás vezes25%
24
352 reciclam o lixo. Apesar da pesquisa fornecer dados de 14 anos atrás é um
número bem assustador já que no Brasil existem 5.507 municípios.
Pirassununga é um dos municípios que não possui a coleta seletiva, incentivo
esse que deveria surgir dos órgãos públicos municipais, já que existem as
secretarias de meio ambiente.
A terceira pergunta do questionário relaciona-se a produção da
compostagem, o intuito era descobrir se as famílias conseguem atingir um
maior número de reuso do resíduo doméstico, conforme a Figura 3.
Figura 3: Respostas dos alunos sobre o uso do lixo orgânico para fazer a compostagem.
A Figura 3 mostra que um grande percentual 70% não utilizam lixo
orgânico para fazer a compostagem, e que 30% fazem uso desse lixo para
produção da compostagem. As hipóteses pelas quais não há um grande
número de famílias que produzem a compostagem foram inúmeras: falta de
conhecimento de como fazer, falta de tempo, falta de recursos. Mas o fato é
que as famílias no geral precisam ter o conhecimento e a informação de que
quanto menos descarta-se mais ajuda-se o meio ambiente. Educar
ambientalmente é proporcionar espaço para que surjam novas práticas.
De acordo com um documento do MAPA 2005, 60% do lixo doméstico é
lixo orgânico e poderia ser usado para nutrir plantas se transformados em
a) Sim30%
b) Não70%
25
adubo orgânico. É uma excelente maneira de reduzir o lixo, evitando o despejo
no ambiente e a contaminação da natureza.
A quarta pergunta do questionário buscou esclarecer se os alunos da
escola já compreenderam onde devem descartar pilhas e baterias usadas, uma
vez que o projeto Pira Recicla transparece em palestras os malefícios
causados quando descartadas em lixo comum. Os resultados estão
apresentados na Figura 4.
Figura 4: Respostas dos alunos sobre o descarte de pilhas e baterias usadas.
Verificou-se que 25% dos entrevistados jogam as pilhas em lixo comum,
36% levam até escola para que depois haja o descarte correto, e 39% levam
em outro ponto de coleta especifico, como banco, lojas de eletrônicos que
recebem este material, etc.
É preciso pensar em ações futuras que possam esgotar atitudes
incorretas com o meio ambiente, porque esses 25% que fazem o descarte
incorreto de pilhas e baterias, não estão prejudicando 25% da população, mas
sim a população no total. Pois todos bebem água que vem de um único lugar, e
a alimentação por vezes foi produzida em terras contaminadas.
Apenas um terço das pilhas domésticas podem ser descartadas em lixo
comum, o restante possui material tóxico e deve ser por lei recolhido pelo
fabricante, ou seja, é de responsabilidade do fabricante recolher, reutilizar ou
mesmo descartar em aterros industriais.
a) Joga no lixo comum
25%
b) Leva até a escola36%
c) Descarta em outro ponto de
coleta específico39%
26
A questão de número cinco teve foco no descarte de óleo de cozinha
usado já que o projeto Pira Recicla tem como objetivo principal a coleta de
óleo. A porcentagem das respostas dos alunos estão na Figura 5.
Figura 5: Respostas dos alunos sobre o descarte de óleo usado em
casa.
Os dados são bastante discutíveis já que mostraram que a grande
maioria 58% levam para escola a fim de preservar o meio ambiente em que
vivem. Apenas 2% descartam no ralo da pia, número muito animador, 6%
descartam o óleo na terra e 34% dão outra finalidade ao óleo.
Descartar o óleo no ralo pode poluir os lençóis freáticos bem como
entupir tubulações e rede de esgoto. Jogar na terra também não é uma solução
viável, já que o despejo na natureza causa a poluição do meio ambiente. Um
litro de óleo pode poluir 25.000 litros de água.
Conforme aponta Rabelo e Ferreira (2008, p.10)
... a coleta seletiva é de grande importância, pois a realização de um serviço especializado em coletar óleo residual de fritura, irá contribuir para a retirada do óleo usado do meio ambiente, partindo de uma conscientização da população que facilitará o processo de reciclagem, realizando assim uma destinação adequada para o óleo descartado, contribuindo para a manutenção do equilíbrio ambiental regional.
Assim como tantos outros tipos de lixo, a reciclagem do óleo é primordial
ao meio ambiente, uma vez que afeta e polui de forma extensa o meio
ambiente.
a) No ralo da pia2%
b) Na terra6%
c) Levo para a escola58%
d) Outros34%
27
A Figura 6 apresentada as respostas dos alunos sobre o uso do óleo
para produção de sabão caseiro.
Figura 6: Respostas dos alunos sobre a utilização de óleo de cozinha para a produção de sabão caseiro.
Conforme os dados da Figura 6, 42% dos alunos e suas famílias
utilizam o óleo para produção de sabão caseiro, e 58% não utilizam. Uma
grande porcentagem, quase metade dos alunos alegaram que suas famílias
produzem o sabão caseiro, visto que essa não é também uma prática
recomendável, já que ambientalistas revelam que quando utilizado o sabão as
substancias do óleo que descem pelo ralo continuam a contaminar rios.
A questão de número sete teve o objetivo de saber sobre as atividades
propostas pela escola, uma vez que já se sabe que a educação ambiental deve
por lei ser ensinada nas instituições escolares, conforme Figura 7.
a) Sim42%b) Não
58%
28
Figura 7: Respostas dos alunos sobre as atividades práticas que levem a
conscientização ambiental.
A Figura 7 deixa claro que a escola Catharina Sinotti está cumprindo seu
papel de transmitir aos alunos conhecimentos que levem a conscientização
ambiental, de modo que aponta 97% dos alunos entrevistados relatarem que
há nesse espaço atividades desse cunho. Somente 3% disseram não haver
atividades práticas que levem a conscientização ambiental.
De acordo com Marques e Pinheiro (2008, p.5)
Só a Educação oportuniza uma visão de mundo que permite ter a noção exata do papel de cada pessoa na consecução de objetivos que afetem a todos, coletivamente. Somente a Educação Ambiental é que fornecerá a correta perspectiva da ligação entre o homem e a natureza, promovendo um vínculo saudável entre eles, a partir da visão respeitosa e democrática da importância de um para o outro, no contexto da vivência, valores e percepções sociais, culturais e econômicas de cada cidadão.
O que pode-se concluir com essa questão é que existem as ações
propiciadas pela escola, mas cabe a sociedade saber utilizar tais práticas, o
que precisa ser observado é se essas práticas funcionam de modo eficaz.
A Figura 8 apresenta a porcentagem dos alunos sobre a forma e em que
momento a educação ambiental é abordada no ambiente escolar, e se as
crianças acreditam que a educação ambiental está interligada com o ensino de
ciências.
a) Sim97%
b) Não3%
29
Figura 8: Respostas dos alunos sobre o momento em que tem contato com a educação ambiental na escola.
A Figura 8 apresentou os seguintes dados: 31% dos alunos
entrevistados alegam ter contato com a Educação Ambiental apenas por meio
de palestras e projetos, o que não seria o ideal. Outros 43% dizem ter contato
com a educação ambiental diversas vezes em diferentes disciplinas na escola,
26% dizem que aprendem sobre a educação ambiental somente quando
estudam o ensino de Ciências.
O que se pode perceber foi que a grande maioria dos alunos tem a
percepção de que educação ambiental está interligada ao ensino de Ciências,
não porque isso aconteça na escola, já que os dados da questão de número
oito apontam em outro direcionamento, mas talvez porque meio ambiente
tenha sido construído ao longo de seus ensinamentos como um assunto
voltado para o ensino de ciências. E isso pode ser observado pelos resultados
da Figura 9.
a) Apenas por meio de
palestra e projetos
31%b) Diversas vezes em diferentes disciplinas
43%
c) Somente na disciplina do
ensino de Ciências
26%
d) Nunca0%
30
Figura 9: Respostas dos alunos sobre interligação entre educação ambiental e ensino de Ciências.
Segundo Cardoso (2011, p.13)
... a educação ambiental deve ser vista enquanto um processo de permanente aprendizagem valorizando o conhecimento prévio do aluno em busca de formação voltada para a cidadania explorando tanto a consciência local dos indivíduos, assim como a consciência planetária que esses possuem.
O que a autora nos revela é que a educação ambiental deve ser
percebida pelas crianças como um processo continuo de aprendizagem, sem
que haja hora ou lugar para aborda-la. Já sabendo da dimensão em que este
está inserido, é necessário primeiramente desconstruir a ideia das crianças que
falar de educação ambiental só vai acontecer quando se está na disciplina do
ensino de ciências.
A Figura 10 apresenta a porcentagem das respostas dos alunos sobre a
importância dada ao ensino de ciências em relação ao meio ambiente.
a) Sim85%
b) Não15%
31
Figura 10: Respostas dos alunos sobre a importância dada ao ensino de ciências em relação ao meio ambiente.
Conforme a Figura 10, pode-se observar que os alunos mostraram
acreditar que o ensino de ciências possui grande relevância para tratar de
assuntos da educação ambiental visto que 73% optaram por muito relevante,
25% acreditam ser apenas relevante e 2% pouco relevante.
Todos os alunos entrevistados acharam importante ter atividades na
escola que falasse sobre a educação ambiental e mais todas acharam
interessante aprender sobre educação ambiental. Eles já perceberam a
necessidade de estarem inseridos em meio a ações que possam cuidar do
mundo em que vivem. Os alunos aprenderam se divertindo e se divertem
aprendendo, pois trabalhar com a educação ambiental permite ao professor
uma gama de possibilidades e estratégias que tornem sua aula mais ativa,
participativa e interessante.
A questão descritiva foi a seguinte: “Qual conteúdo de ciências aborda
conceitos de meio ambiente?” As crianças deveriam escrever nessa questão
conteúdos que lembravam do ensino de ciências estudados que acreditavam
abordar a educação ambiental. Dentre as respostas dadas surgiram os
seguintes temas: Plantas, animais, água, a saúde do nosso planeta,
preservação da natureza, coleta de lixo, reciclagem, poluição do ar, dia da
arvore, desmatamento, falar sobre a terra.
a) Relevante25%
b) Pouco relevante
2%
c) Muito relevante
73%
32
Dentre esses temas os mais frequentes foram a água, reciclagem do lixo
e a preservação da natureza. Durante o segundo ano os alunos estudam na
disciplina de ciências os estados físicos da água e no quarto ano o ciclo da
água. Os alunos participam também de atividades práticas no dia da água, por
isso apareceu tantas vezes a resposta água. Já a reciclagem do lixo, é um dos
temas presentes no projeto da escola e deve por várias vezes ser abordado
pelos profissionais.
A última questão do questionário foi a seguinte: “Defina com suas
palavras o que é Educação Ambiental para você”.
Dentre as definições abordadas as mais relevantes foram: “cuidar do
planeta para um futuro melhor”, “cuidar da natureza e do meio ambiente”,
“cuidar das plantas”, “aprender a cuidar do meio ambiente”, “falar sobre
elementos da natureza”, “ensinar as pessoas sobre como cuidar do meio
ambiente”, “preservar e aprender sobre o meio ambiente”, “é o estudo do meio
ambiente” “fazer coisas boas para o meio ambiente” “é saúde”, “fazer o bem
para a natureza”, “é ter respeito pelo ambiente, é falar do ambiente que é muito
importante”, “ambiente saudável para todos”, “é quando reciclamos, não
poluímos os rios e mares e também quando economizamos água”.
Os alunos conseguiram definir o que para elas é educação ambiental,
dizendo que deve-se cuidar do nosso planeta e pensar na saúde de todos,
citaram várias ações que deve-se praticar para com o meio ambiente e ainda
citaram o respeito que é muito importante.
33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de toda evolução da Educação Ambiental, a sua inserção na
escola exige uma nova organização, é preciso definir e reorganizar o currículo,
reorientar o espaço, adequar estruturas de cunho políticos e sociais e ainda
acrescentar novas praticas que possam ter como resultado maiores proporções
perante a sociedade.
É possível analisar que mesmo existindo as leis que exigem das escolas
atividades voltados ao meio ambiente, mantêm-se as atividades no superficial.
Para salvar o planeta e conquistar a verdadeira qualidade de vida é preciso
muito mais, afinal foram séculos de destruição para só muito tarde se pensar e
preservar.
O ensino de ciências pode provocar nas crianças grande curiosidade e
aceitação, pois envolve experimentos, relações com o mundo vivido e deveria
de certa forma, abranger mais responsabilidade sobre a educação ambiental e
assim comover e transformar. Mas ainda assim é preciso respeitar suas
limitações, pois muitas escolas não possuem laboratório, verbas e apoio para
disseminar ideais.
A pesquisa apontou que a educação ambiental é muito aceita pelas
crianças, e que a escola Catharina Sinotti tem proporcionado o melhor para
provocar mudanças. Mostrou também que o projeto Pira Recicla tem aos
poucos atingido metas cruciais para educação ambiental, como separar o lixo
doméstico, não descartar óleo de cozinha nos ralos, não descartar pilhas em
lixo comum. Mas apontou também que há uma defasagem por parte do
governo Municipal em cumprir seu papel, já que não são todas as ruas que
usufruem da coleta seletiva de lixo.
É necessário que em cada espaço de ensino haja um profissional
determinado a mudar, com profissionais capacitados a fim de desenvolver
práticas que desequilibrem o conhecimento já adquirido pelo outro, buscando
criticas e reconstruções, profissionais que cobrem dos órgãos públicos,
profissionais que inseriam práticas na escola, na comunidade e no ensino de
ciências que possam daqui a cem anos ainda valer de seus cuidados.
34
Os alunos querem aprender, pois mostraram na pesquisa seus
interesses pela educação ambiental, os alunos já sabem que é importante
aprender sobre esse assunto, e os alunos já identificam em seu ambiente
escolar onde e como acontece ações voltadas ao respeito do meio ambiente.
Eles foram além do esperado pois, definiram com lindas palavras o que é
educação ambiental, por isso acredita-se que assim como na escola Catharina
Sinotti que iniciou parte de suas ações com projeto tão bacana, cabe agora a
outras escolas, e não só a elas, mas a todos cumprir seu papel. E se der para
falar de educação ambiental apenas quando se está na disciplina de ciências,
que assim seja, o importante é que a cada dia novas sementes sejam
plantadas.
35
REFERÊNCIAS
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38
APÊNDICE A - Questionário para alunos
1) Existe coleta seletiva na sua casa? A- Sim
B- Não
C- Ás vezes
2) Existe coleta seletiva na sua rua?
A- Sim
B- Não
C- Ás vezes
3) Na sua casa existe o uso do lixo orgânico para fazer a compostagem?
A- Sim
B- Não
4) Onde você descarta pilhas e baterias usadas?
A- Joga no lixo comum
B- Leva até a escola
C- Descarta em outro ponto de coleta específico
5) Onde é feito o descarte de óleo usado na sua casa?
A- No ralo da pia
B- Na terra
C- Levo para escola
D- Outros
6) Você e sua família utilizam óleo de cozinha para produção de sabão
caseiro?
A) Sim
B) Não
7) Na sua escola existem atividades práticas que levem a conscientização
ambiental?
A- Sim
B- Não
8) Em que momento você tem contato com a Educação Ambiental dentro
da escola?
A- Apenas por meio de palestras e projetos
B- Diversas vezes em diferentes disciplinas
C- Somente na disciplina do ensino de ciências
D- Nunca.
9) Você acha que educação ambiental está interligada com o ensino de
ciências?
A) Sim
B) Não
10) Qual conteúdo de ciências aborda conceitos de meio ambiente?
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__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
11) Qual importância você acredita que o ensino de ciências tem em
relação ao meio ambiente?
A – Relevante
B - Pouco relevante
C – Muito relevante
12) Você acha importante ter atividades na escola que fale sobre educação
ambiental?
A- Sim
B- Não
13) Você acha interessante aprender sobre Educação Ambiental? A- Sim B- Não
14) Defina com suas palavras o que é Educação Ambiental para você. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________