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Educação Ambiental Temas 01 e 02

Educacao Ambiental VA

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Educação Ambiental

Temas 01 e 02

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OficinaEducação Ambiental

AutorProf. Dr. João Luiz de Moraes Hoeffël

CoautoraProfa. Esp. Nayra de Moraes Gonçalves

© 2013 Anhanguera EducacionalProibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

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Vice-Presidente Acadêmica Ana Maria Costa de Souza

Diretora de Planejamento e Organização Pedagógica

Cleide Marly Nebias

Diretora Adjunta de Inovação e Engenharia Pedagógica Alessandra Cristina Fahl

Coordenação VirtualCamila Torricelli de Campos

Suporte TécnicoAline Gonçalves TorresPatrícia Taiane Ferreira da SilvaRichard Rodrigues da SilvaWallace Barbosa de Souza

Gerência de Design EducacionalRodolfo PineliGabriel AraújoJuliana CristinaFlávia Lopes

Equipe:Assessoria PedagógicaDaniela Vitor FerreiraEmanuela de OliveiraFábio CavarsanGuilherme NicésioLetícia Martins BuenoMaysa Ferreira Rampim

Analistas AcadêmicasAndiara DiazValquíria Maion

Analista de ProjetosLiliam Silva

Assessoria Técnico-AcadêmicaJesimiel Duarte Leão

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ÍNDICE

Introdução............................................................................................................................. 05

Tema 01 - Educação ambiental e cidadania - O indivíduo e o meioTexto e Contexto .................................................................................................................. 07Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 14Referências .......................................................................................................................... 15Web-Aula .............................................................................................................................. 16Atividade de Autodesenvolvimento...................................................................................... 16Questões para Acompanhamento da Aprendizagem ........................................................... 19Saiba Mais ........................................................................................................................... 24

Tema 02 - Educação ambiental e sustentabilidade - Questões globaisTexto e Contexto .................................................................................................................. 33Conceitos Fundamentais ...................................................................................................... 40Referências .......................................................................................................................... 41Web-Aula .............................................................................................................................. 42Atividade de Autodesenvolvimento...................................................................................... 43Questões para Acompanhamento da Aprendizagem ........................................................... 45Saiba Mais ........................................................................................................................... 51

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IntroduçãoCaro(a) aluno(a),

A questão ambiental recebeu atenção nos últimos anos, devido aos efeitos nefastos do impacto causado pela atividade humana no mundo. A percepção dos cidadãos comuns em relação ao tema se tornou mais aguçada, mas isso é ainda considerado pouco, já que os problemas ambientais são sempre encarados como somente responsabilidade dos Estados. Ou seja, a população não se percebe como o coagente dos prejuízos à camada de Ozônio, à depredação das florestas e mananciais, à extinção de espécies da flora e fauna, ao aquecimento global, entre outros.

De fato, as ações individuais (subsistência, consumo, alimentação etc.) causam marcas no globo, que nos afetam em larga escala. Essa ação humana tem sido estudada e sinalizada por várias instituições e cientistas que veem na manutenção do modo de vida baseado no consumo desenfreado em países e continentes uma ameaça visível à vida na Terra. Assim, os governos dos países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento têm sido cobrados a responder a essa demanda, que se torna urgente devido à ocorrência de eventos (naturais ou não) catastróficos em várias regiões do globo.

O Brasil, como membro da Organização das Nações Unidas, tem respondido a essas demandas, pois, como país de economia emergente, é cobrado também em relação à apropriação dos recursos naturais e à emissão de poluentes (agrícolas, domésticos, industriais, etc.), derivadas da atividade humana. Para responder a isso, no plano educacional, implanta por meio do Decreto-Lei n. 4281/2002, a Política Nacional de Educação Ambiental, que estende a obrigatoriedade da Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive o Ensino Superior, em regime transdisciplinar. Esse requisito tornou-se um dentre os vários instrumentos de avaliação de cursos e de instituições de Ensino Superior, aplicados pelo Ministério da Educação.

A Anhanguera Educacional, para responder a esse quesito, oferece esta Oficina de Educação Ambiental, junto ao público discente e docente de suas unidades. O objetivo dessa Oficina é consolidar a visão de que os problemas ambientais são questão incontornável nos tempos atuais, pois influencia indivíduos, comunidades, economias, países e continentes. A educação deve também ser incluída nesse cenário, como agente disseminador de mudanças de comportamento e de observação crítica da realidade, nos aspectos individual e global.

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Tema

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Apesar das amplas discussões sobre questões ambientais serem recentes, as sociedades humanas vêm, historicamente, transformando o ambiente em que vivem de acordo com suas necessidades e desejos.

Os registros da evolução da consciência ambiental iniciam-se a partir do século XX, com destaque para a publicação do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, em 1962, que documentou os efeitos nocivos dos pesticidas no ambiente (CARSON, 1969). Temos também o primeiro relatório do Clube de Roma, intitulado Limites do Crescimento, em 1972, que afirmava que o planeta Terra não suportaria o ritmo do crescimento populacional, atingindo o limite de desenvolvimento em 100 anos (MEADOWS et. al., 1973) e, em 1987, da publicação do relatório Nosso Futuro Comum, que interligou problemas socioeconômicos e ecológicos, apresentando o conceito de desenvolvimento sustentável (CMMAD, 1988)

Rachel Carson (1907-1964) Fonte: Site Oficial da ONG Rachel Carson (EUA). Disponível em: http://www.rachelcarson.org/. Acesso em: 25 jun. 2013.

Observa-se que os seres humanos têm modificado a Terra durante toda a sua história e provavelmente continuarão a fazê-lo. A questão atual que se coloca é a dimensão e a intensidade dessas interferências, já que estas alterações têm possibilitado o desenvolvimento e avanço para algumas sociedades, mas ao mesmo tempo geram sérias desigualdades sociais e complexas questões ambientais.

O aumento dos problemas ambientais, decorrentes da expansão industrial verificada em todo o mundo, em especial nas últimas décadas, surge em consequência de avanços na base tecnológica sem a devida preocupação com a manutenção e gestão adequadas dos recursos naturais.

A convergência de várias tendências mundiais que geram problemas no meio ambiente tem

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conduzido ao que é frequentemente denominado como crise ambiental. Verifica-se que em um planeta finito não existe a contínua disponibilidade de áreas para expansão da civilização industrial. Contudo, a população humana continua a crescer, o consumo per capita continua a expandir-se e tecnologias degradantes são utilizadas em grande escala. Enquanto algumas pessoas acreditam que os seres humanos encontrarão soluções para muitos problemas através da tecnologia, o ritmo da mudança tecnológica em curso continua a degradar o ambiente e a vida de milhares de pessoas.

Poucas questões têm sido tão rapidamente incorporadas na preocupação e ação coletivas quanto à problemática ambiental. Gradativamente esta temática vem sendo incluída nos mais diferentes setores da sociedade, tais como programas de governo, ações da sociedade civil organizada, programas de pesquisa e estudo de universidades e sistemas de ensino em geral, projetos de setores privados, recebendo inclusive amplo destaque nos meios de comunicação, através de publicações e espaços específicos para apresentação e discussão de temas relacionados ao ambiente.

Desta forma, diversos problemas como, por exemplo, a poluição das águas, a redução da camada de ozônio, a extinção de espécies, o aquecimento global, o crescimento populacional, o consumo maciço de recursos, vêm sendo o objeto de análises, pesquisas e estudos de cientistas, políticos e mesmo da população em geral. Soluções têm sido elaboradas e ações e programas implantados em todo o mundo, visando minimizar ou mesmo solucionar os impactos diversos causados ao ambiente.

Assim, ao se analisar as características dos problemas ambientais, constata-se a presença de questões com diversas amplitudes e origens, bem como uma série de paradoxos e contradições. À medida que estes estudos são realizados, torna-se cada vez mais evidente que a fonte da crise ambiental está na natureza humana e especialmente na cultura humana. Enfrentamos uma crise ambiental não em função de alterações no funcionamento natural de ecossistemas, mas em função de nossos sistemas éticos e culturais (HOEFFEL; SORRENTINO; MACHADO, 2004).

Sair desta crise requer uma compreensão de como transformar e utilizar a natureza, mas mais do que isso, requer uma análise dos sistemas éticos que direcionaram estas mudanças ambientais. A crise ambiental questiona, portanto, os valores da sociedade contemporânea e aponta para a necessidade de uma profunda alteração nos modos socialmente construídos de conhecer e de se

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Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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relacionar com a natureza.

Fica evidente a estreita conexão entre os processos de degradação ambiental e os modos sociais de uso dos recursos naturais, o que vem exigindo mudanças significativas nas relações com o ambiente. Observa-se também que a pressão dos seres humanos sobre os recursos naturais nunca foi tão intensa e séria em função da velocidade com que os impactos têm ocorrido.

Estas reflexões mostram que a dimensão dos problemas ambientais cresceu de questões tipicamente localizadas para níveis regionais e mesmo globais. A ocorrência de determinados problemas é tão frequente que se tornou amplamente generalizada, suas origens são pouco compreendidas e suas consequências difíceis de detectar e prever, como por exemplo, a contaminação de aquíferos, e alguns impactos podem causar sérios danos à saúde e ao bem-estar humano e de outras espécies. Assim, os problemas ambientais têm aumentado em frequência, escala e seriedade.

Inicialmente centrada em questões essencialmente biológicas, a discussão sobre questões ambientais foi se ampliando e englobando diversas áreas do conhecimento, envolvendo discussões sobre questões biológicas, socioeconômicas, éticas, filosóficas e científicas, promovendo o conceito de sustentabilidade socioambiental. A ideia de sustentabilidade envolve repensar os modelos de produção e desenvolvimento atualmente em vigor, e a construção de estruturas sociais mais igualitárias, justas e ambientalmente adequadas (HOEFFEL; FADINI; SEIXAS, 2010).

Diversas críticas sobre a estrutura da sociedade foram elaboradas, diversas alternativas propostas, mas a implementação da mudança, a real adoção de medidas que minimizem e superem esses efeitos parecem muito lentas em relação à urgência deste quadro.

Isto exige uma maior compreensão das características da crise ambiental e das percepções que tanto os indivíduos como a sociedade têm sobre suas dimensões, de forma a permitir a elaboração e implantação de propostas que resultem em ações ambientalmente adequadas, apontem usos sustentáveis para os recursos naturais e que envolvam efetivamente as populações humanas na busca de soluções para os problemas encontrados.

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Segundo o historiador Donald Hughes (2001), “a ideia de ambiente como algo separado dos seres humanos e que serve apenas como pano de fundo para a história humana é uma visão enganosa. Qualquer coisa que os seres humanos façam para a comunidade ecossistêmica os afeta inevitavelmente. A humanidade nunca existiu isolada do resto da vida, e não poderia existir sozinha, pois ela depende das associações complexas e íntimas que tornam a vida possível”.

Moais em Ahu Tongariki, na Ilha de Páscoa. Donald Hughes cita a história da ilha como exemplo de civi-lização em colapso antes mesmo do contato com a cultura ocidental, devido ao fim de recursos naturais necessários ao sustento de sua crescente população. (Fonte: HUGHES, J. DONALD. Three Dimensions of Environmental History. Disponível em: https://portfolio.du.edu/dhughes. Acesso em: 25 jun. 2013. P. 07)

Entretanto, ao analisarmos as diferentes propostas elaboradas para a resolução de problemas ambientais é possível reconhecer diversas visões sobre o termo meio ambiente e sobre a questão ambiental, que inclusive sugerem soluções com base em estruturas conceituais distintas. Observa-se que as diferentes formas como os seres humanos compreendem e valorizam a natureza são influenciadas por seus contextos culturais, e as relações estabelecidas com o mundo natural diferem amplamente entre culturas e momentos históricos, e mesmo indivíduos dentro de um mesmo padrão cultural interpretam o conceito de natureza de formas radicalmente divergentes. Neste sentido, o estudo de percepções sobre o mundo natural torna possível identificar e caracterizar distintas relações ser humano e natureza e pode auxiliar na formulação de propostas que visem ações

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sustentáveis a longo prazo (HOEFFEL; REIS, 2008).

Torna-se evidente que não existe um modelo geral e único que possa ser aplicado globalmente para que esses problemas sejam resolvidos. Portanto, a pesquisa e caracterização de percepções sobre o meio ambiente tornam-se importantes, de forma a identificar as principais tendências com relação ao uso de recursos naturais e embasar a elaboração de atividades educativas e de políticas ambientais que auxiliem na construção de sociedades sustentáveis.

Alguns autores (SAUVÉ, 2000; CRONON, 1996) destacam diversas visões sobre o meio ambiente, que refletem percepções e valores atribuídos pelos seres humanos dentro de diferentes contextos culturais. Kellert (1997), por exemplo, em seu trabalho sobre o valor atribuído a diversidade biológica, apresenta uma tipologia de nove valores básicos que orientam a relação dos seres humanos com o mundo natural1 e que poderiam servir como elementos na compreensão de diferentes concepções e propostas de intervenção sobre o ambiente natural. Os valores apontados pelo autor são:

• Utilitário – que envolve a exploração prática e material da natureza.

• Naturalista – relacionado às experiências diretas e exploratórias da natureza.

• Ecológico-científico – que enfatiza o estudo sistemático das estruturas, funções e relações na natureza.

• Estético – relacionado ao apelo físico e à beleza da natureza.

• Simbólico – que ressalta o uso da natureza para linguagem e pensamento através de processos de comunicação e desenvolvimento mental.

• Dominador – que envolve o controle físico e a dominação da natureza.

• Humanista – relacionado com uma profunda ligação emocional e “amor” por aspectos da natureza.

• Moralista – que inclui reverência espiritual e preocupação ética pela natureza.

• Negativista – enfatiza reações de medo, aversão e alienação da natureza.

1 Segundo o autor, estes termos são apenas formas genéricas de classificação e não são apontados como tipolo-gias rígidas.

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Arne Naess (1912–2009), filósofo formulador da Teoria da Ecologia Profunda. (Fonte: http://www.telegra-ph.co.uk/news/obituaries/4348973/Arne-Naess.html. Acesso em: 25 jun. 2013).

Arne Naess (1989, p.66), ao analisar distintos conceitos de natureza, ilustra esta questão com o seguinte exemplo: “Confrontos entre desenvolvimentistas e conservadores revelam dificuldades para experimentar o que é real. O que o conservacionista vê e percebe como realidade, o desenvolvimentista geralmente não vê, e vice-versa. Um conservacionista vê e percebe uma floresta como uma unidade e quando fala do coração da floresta, ele não fala de um centro geométrico. Um desenvolvimentista vê quantidades de árvores e argumenta que uma estrada que passa através de uma floresta cobre poucos quilômetros comparados com a área total da floresta, e então porque tanta confusão? E se o conservacionista insiste, ele propõe que a rodovia não toque o centro da floresta. Desta forma o coração estará salvo, ele pensa. A diferença entre estas posições é muito mais ontológica do que ética. Eles podem ter prescrições éticas básicas em comum, mas as aplicam diferentemente, porque veem e percebem a realidade de formas diferentes. Ambos utilizam o termo floresta, mas fazendo referência a entidades diferentes. Para o conservacionista, o desenvolvimentista sofre de um tipo de cegueira radical.

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Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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Mas é importante observar que a ética ambiental de alguém está baseada amplamente em como essa pessoa vê e percebe a realidade. Não é possível torná-lo um defensor da floresta na medida em que ele mantém sua concepção da floresta como um mero conjunto de árvores. Ele afirma que o conservacionista está motivado por sentimentos subjetivos, o que está baseado em sua própria visão da realidade. Ele considera seus próprios sentimentos com relação ao desenvolvimento como algo baseado em uma realidade objetiva e não em sentimentos.”

O reconhecimento de distintas abordagens sobre o mundo natural, elaboradas a partir de diferentes referenciais, torna-se assim extremamente relevante na compreensão de olhares para a questão ambiental, na resolução de conflitos socioambientais e na elaboração de diagnósticos, políticas e programas de educação ambiental que estimulem a participação equitativa de todos os agentes sociais.

Esta situação nos remete à necessidade de uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, de valores e nos comportamentos gerados pela racionalidade econômica existente para resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas. Trata-se de promover o crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade da população participar de uma forma mais efetiva na solução de problemas e na fiscalização e controle dos agentes de degradação ambiental (JACOBI, 2003).

A educação ambiental abrange propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação, propiciando condições para maior integração dos indivíduos com o meio ambiente e a adoção de uma visão global e crítica acerca das questões ambientais.

Outro aspecto a considerar são as relações entre educação ambiental e cidadania. A educação ambiental como formação e exercício de cidadania refere-se a uma nova forma de encarar a relação do ser humano com a natureza, de forma ética, que pressupõe outros valores morais e uma forma diferente de ver o mundo.

Assim, na visão de Jacobi (2003), a necessidade de uma crescente internalização da problemática ambiental demanda empenho para fortalecer visões integradoras que estimulem reflexões em torno das relações sociedade e natureza, dos riscos ambientais globais e locais e das relações ambiente e desenvolvimento.

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Antrópico – Relativo à humanidade, à sociedade humana, à ação do homem, compreendendo os fatores políticos, éticos e sociais (econômicos e culturais).

Aquífero – Formação ou conjunto de formações geológicas, constituídas por rochas porosas que podem armazenar água subterrânea, tipicamente encontrada na base de jazidas de petróleo.

Cidadania – Conjunto de direitos e deveres pelos quais os indivíduos estão sujeitos em seu relacionamento social.

Degradação Ambiental – Conceito com múltiplos significados que envolvem perda de elementos do ambiente e de funções ambientais, alterações na paisagem e riscos à saúde e segurança das pessoas.

Desenvolvimento Sustentável – Envolve muitas definições, referindo-se a um estilo de desenvolvimento que possibilite atender as necessidades das gerações presentes e futuras, baseando-se em diversos pilares (social, ecológico, econômico, cultural).

Identidade – Conjunto das características e dos traços próprios de um indivíduo ou de uma comunidade.

Meio Ambiente – Espaço constituído por fatores bióticos e abióticos e suas inter-relações. Os fatores bióticos são os outros seres vivos com quem se compartilha o meio ambiente, tanto da mesma como de outras espécies. Os fatores abióticos são os fatores do ambiente físico: a temperatura, a umidade, o relevo do terreno, etc.

Ontológico – Que se refere ao ser em si mesmo.

Percepção – Ato ou efeito de perceber, compreender ou conhecer algo.

Sustentabilidade Socioambiental – Termo com diversas definições que pressupõe uma relação equilibrada com o ambiente em sua totalidade e envolve aspectos econômicos, ambientais, sociais, culturais, éticos e políticos.

conceiTos fundamenTais

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia Editora, 2010.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO - CMMAD. Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1988.

CRONON, William. Uncommon ground. New York: Norton, 1996.

HOEFFEL, João Luiz de Moraes; SORRENTINO, Marcos; MACHADO, Micheli Kowalczuk. Concepções sobre a natureza e sustentabilidade: um estudo sobre percepção ambiental na Bacia do Rio Atibainha. In: ENCONTRO DA ANPPAS, 2, 2004, Indaiatuba/SP. Anais... Indaiatuba/SP, 2004.

HOEFFEL, João Luiz de Moraes; REIS, Jussara Christina. Abordagens para a sustentabilidade – O conceito de sustentabilidade na teoria social latino-americana: uma análise preliminar. In: ENCONTRO DA ANPPAS, 4, 2008, Brasília/DF. Anais... Brasília/DF, 2008.

HOEFFEL, João Luiz; FADINI, Almerinda Antonia Barbosa; SEIXAS, Sônia Regina da Cal (Orgs.). Sustentabilidade, qualidade de vida e identidade local olhares sobre as APA´s Cantareira, SP e Fernão Dias, MG. São Carlos: RiMa, 2010.

HUGHES, Donald. An environmental history of the world. London: Routledge, 2001.

JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-206, 2003.

KELLERT, Stephen. The value of life. Washington: Island Press, 1997.

MEADOWS, Donella H; MEADOWS, Dennis L.; RANDERS, Jorgen; BEHRENS III, William W. Limites do Crescimento. São Paulo: Editora Perspectiva AS, 1973.

NAESS, Arne. Ecology, community and lifestyle. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.

SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In: SATO, Michele; CARVALHO, Isabel Cristina. Educação ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: ARTMED, p. 17-44, 2005.

RefeRências

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• Web Aula 01 – Educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

clique aqui

aTividade de auTodesenvolvimenTo

O cálculo da pegada ecológica (de um país, de uma cidade ou de uma pessoa) é uma metodologia que corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, para se sustentar.

Ela foi criada para nos ajudar a perceber o quanto de recursos da natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida, e é o indicador mais conhecido quando se fala em medir os impactos da ação humana sobre o meio ambiente.

Vamos aos passos:

Passo 1: Siga as etapas listadas abaixo:

• Calcule a sua pegada ecológica por meio do link da ONG Global Footprint Network, que

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se dedica a divulgar o conceito de pegada ecológica no mundo. Disponível em: http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/. Acesso em: 28 Mai. 2013.

ATENÇÃO: Selecione o Brasil, no mapa mundi disponibilizado na página inicial. Em seguida, escolha a opção em Português.

Passo 2: Siga as etapas listadas abaixo:

1) Reflita sobre os resultados obtidos – se eles correspondem à sua expectativa, por exemplo;

Como sugestão a essa reflexão, indicamos a seguinte questão:

• Qual foi o seu último desejo de consumo satisfeito?

• Qual era a sua expectativa em relação a ele, como você esperava se sentir?

• Quão esta aquisição tornou você “mais feliz”?

2) Analise e identifique ações que você poderia colocar em prática que possam auxiliar a redução de sua pegada ecológica.

DICA: Para auxiliar na identificação destas ações, pode-se consultar o livro:

GORE, Albert. Uma Verdade Inconveniente – O que devemos saber e (fazer) sobre o aquecimento global. Barueri: Manole, 2006, p. 305-321.

Passo 3: Redija um texto reflexivo-argumentativo (entre 15 e 25 linhas, fonte Arial 12, espaçamento 1,5, em formato justificado), com a seguinte estrutura:

1. Breve introdução sobre a pegada ecológica;

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2. Suas próprias reflexões sobre sua pegada ecológica;

3. Considerações finais, com suas conclusões e apontamentos de ações ambientalmente mais adequadas.

4. Referências Bibliográficas utilizadas (em formato ABNT).

OBSERVAÇÃO: Você pode refazer sua pegada ecológica posteriormente e verificar seus progressos.

DICA: Para saber mais detalhes sobre as normas da ABNT e, ainda, sobre como apresentar as referências em trabalhos acadêmicos, consulte:

http://www.anhanguera.com/bibliotecas/normas_bibliograficas/index.html

http://www.sare.anhanguera.com/index.php/index/citacao

Acessos em: 31 mar. 2013.

aTividade de auTodesenvolvimenTo

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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Módulo 01: Educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

QUESTÃO 01

(UFRJ – Adaptado) A inevitável devastação ambiental decorrente do processo de desenvolvimento industrial é um “quadro” que começa a se modificar a partir da defesa pública de um novo conceito: o desenvolvimento sustentável. O sentido dessa expressão tem por finalidade:

a) sustentar a inevitável necessidade do desenvolvimento.

b) garantir que o desenvolvimento contemporâneo não se sustenta.

c) sustentar o meio ambiente em detrimento do desenvolvimento.

d) propor a conciliação do desenvolvimento com o meio ambiente.

e) divulgar a insustentável situação do meio ambiente.

QUESTÃO 02

(TCE - Amapá 2012 – Adaptado) O desenvolvimento sustentável visa atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Esta afirmação se baseia em duas ideias:

a) Todos os recursos naturais são infinitos; e qualquer dano ambiental causado pelo ser humano é reversível.

b) Os recursos naturais não são suficientes nem para a geração atual; e os danos ambientais causados pelo ser humano são sempre irreversíveis.

c) Muitos recursos naturais são finitos; e danos ambientais causados pelo ser humano podem ser irreversíveis.

d) Os recursos naturais são suficientes para muitas gerações; e todos os danos ambientais causados pelo ser humano são reversíveis.

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

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e) Os recursos naturais já estão praticamente esgotados; e qualquer dano ambiental causado pelo ser humano é reversível.

QUESTÃO 03

(ENEM 2009 – Adaptado) O ser humano construiu sua história por meio do constante processo de ocupação e transformação do espaço natural. Na verdade, o que variou, nos diversos momentos da experiência humana, foi a intensidade dessa exploração. (Disponível em: http://www.simposioreformaagraria.propp.ufu.br Acesso em: 09 jul. 2009 – Adaptado).

Uma das consequências que pode ser atribuída à crescente intensificação da exploração de recursos naturais, facilitada pelo desenvolvimento tecnológico ao longo da história, é:

a) a diminuição do comércio entre países e regiões, que se tornaram autossuficientes na produção de bens e serviços.

b) a ocorrência de desastres ambientais de grandes proporções, como no caso de derramamento de óleo por navios petroleiros.

c) a melhora generalizada das condições de vida da população mundial, a partir da eliminação das desigualdades econômicas na atualidade.

d) o desmatamento, que eliminou grandes extensões de diversos biomas.

e) o aumento demográfico mundial, sobretudo nos países mais desenvolvidos, que apresentam altas taxas de crescimento vegetativo.

QUESTÃO 04

(UNIRIO-RJ – Adaptado) A ideia de desenvolvimento sustentável deve ser discutida junto às questões que se referem ao crescimento econômico. De acordo com este conceito, considera-se que:

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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I. o meio ambiente é fundamental para a vida humana e, portanto, deve ser intocável.

II. os países em desenvolvimento são os únicos que praticam esta ideia, pois, por sua baixa industrialização, preservam melhor o meio ambiente do que os países industrializados.

III. ocorre uma oposição entre desenvolvimento e proteção ao meio ambiente e, portanto, é inevitável que os riscos ambientais sustentem o crescimento econômico dos povos.

IV. deve-se buscar uma forma de progresso socioeconômico que vise à preservação ambiental e que também inclua a equidade social, destacando a importância da participação individual neste processo.

V. está relacionado à transformação de valores, hábitos e atitudes da sociedade, através do reposicionamento quanto ao consumo e outras questões importantes.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) V – V – V – V – V

b) F – V – V – F – V

c) F – F – V – V – V

d) V – F – V – V - F

e) F – F – F – V – V

QUESTÃO 05

Assinale a alternativa que apresenta a sequencia e correspondência correta ao completar as lacunas:

Os registros da evolução da consciência ambiental iniciam-se a partir do século XX, com destaque para as seguintes publicações: ___________ de Rachel Carson, que__________; ___________, que __________; e_________, que ___________.

III. A educação ambiental abrange propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação social.

Analisando as afirmações, conclui-se que:

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a) a primeira e a terceira afirmações são verdadeiras, e a segunda é falsa.

b) a segunda e terceira afirmações são verdadeiras, e a primeira é falsa.

c) as três afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

d) a primeira e a segunda afirmações são verdadeiras, e a terceira é falsa.

e) as três afirmações são verdadeiras, e a terceira justifica a segunda.

QUESTÃO 07

(ENADE 2005) A falta de moradias e de serviços urbanos e a favelização são questões estruturais da sociedade brasileira que se intensificaram com a urbanização ocorrida a partir de 1940, levando a uma forte concentração populacional nas grandes cidades. De acordo com o Censo Demográfico, havia, em 2000, cerca de 1,7 milhão de domicílios localizados em favelas ou assentamentos semelhantes a elas, abarcando uma população de 6,6 milhões de pessoas, 53% das quais nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, nos quais as regiões metropolitanas concentram a maioria das favelas e dos favelados.

Fonte: Radar Social, IPEA, 2005 (com adaptações).

A respeito dessas informações, que caracterizam alguns aspectos das metrópoles brasileiras, julgue os itens que se seguem.

I. A favelização, fenômeno sobretudo metropolitano, revela forte demanda reprimida por acesso à terra e à habitação.

II. A favelização é uma das formas encontradas pela população pobre para solucionar suas necessidades habitacionais.

III. A urbanização brasileira vem apresentando forte tendência de concentração da população pobre nas metrópoles.

Assinale a opção correta:

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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a) Apenas um item está certo.

b) Apenas os itens I e II estão certos.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

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saiba m a i s

Primavera SilenciosaAutor: Carson, Rachel Editora: Gaia (Brasil)

Raramente um único livro altera o curso da história, mas Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, fez exatamente isso. O clamor que se seguiu à sua publicação em 1962 forçou a proibição do DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que dizem respeito ao nosso ar, terra e água. A preocupação apaixonada de Carson como futuro de nosso planeta reverberou poderosamente por todo o mundo, e seu livro eloquente foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista. Este notável trabalho de Rachel Carson foi considerado em 2000, pela Escola de Jornalismo de Nova York, uma das maiores reportagens investigativas do século XX.

Dicas de livros

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Limites do CrescimentoAutor(es): Donella Meadows; Jorgen Randers Editora: Qualitymark Editora Ltda.

Limites do Crescimento é um livro urgente e necessário. Ele retoma e aprofunda os termos do debate sobre crescimento e sustentabilidade lançado pelo Clube de Roma em 1972 com publicação de seu relatório Limites do Crescimento. A obra se concentra em elucidar a necessária transição a um mundo sustentável, e sugerir o necessário debate sobre as ferramentas para enfrentar a transição. Trata-se de uma excelente contribuição para o debate e ação sobre temas decisivos para a vida e o futuro das sociedades. Este livro é dedicado a políticos, cientistas, tomadores de decisão, estudiosos, formadores de opinião e cidadãos preocupados com o seu destino e o dos que viverão. Enfim, seres humanos que ainda acreditam que é possível, e que ainda há tempo.

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saiba m a i s

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

A Contribuição da Educação Ambiental à Esperança de Pandora - Terceira EdiçãoAutor(es): José Eduardo dos Santos; Michèle Sato Editora: RIMA

Esta publicação pretende contribuir para o diálogo entre os sistemas do conhecimento, oferecendo um horizonte mais visível, palpável e coerente com as próprias expectativas da Educação Ambiental. Representa um compromisso para a desejada transformação social, convertendo-se em uma ação epistemológica que jamais se despeça de sua condição ontológica, reafirmando sua essência em bases técnicas e educativas, mas que legitime o espaço político da cidadania.

Educação Ambiental - Pesquisa e DesafiosAutor(es): Michèle Sato; Isabel Cristina de Moura Carvalho Editora: Artmed

Sabemos que a educação ambiental necessita de diálogos com várias áreas do conhecimento, inclusive com os saberes populares. É através da colaboração de diversos autores do Brasil, México, Canadá, Espanha e França que esta obra abarca a pesquisa como um dos caminhos às transformações necessárias para a inclusão social e a justiça ambiental.

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Em busca da dimensão ética da educação ambientalAutor(es): Mauro GrünEditora: Papirus Editora

Esse livro defende o resgate da humildade, do respeito e do diálogo com a Natureza para a compreensão dos problemas ambientais que estamos vivenciando. Para isso, Mauro Grün retoma a ideia de tradição proposta por Gadamer, em oposição à filosofia cartesiana e seu desprezo ao passado – concepção instrumental do conhecimento que poderia ser entendida como uma das causas da grave crise ecológica que enfrentamos na atualidade. A visão das paisagens e dos lugares de modo mecânico e sem vida levaram a uma completa separação entre seres humanos e meio ambiente. Atento a isso, o autor desenvolve uma ética de parceria com a Natureza em educação ambiental, na qual os elementos se combinam em um regime de coparticipação e integração.

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saiba m a i s

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

Educação ambiental no Brasil: Formação, identidades e desafios. Autor: Gustavo Ferreira da Costa LimaEditora: Papirus Editora

Este livro apresenta uma interpretação do processo recente de formação do campo da educação ambiental no Brasil – da década de 1970 até os dias atuais. São analisados os antecedentes históricos e culturais da educação ambiental, sua institucionalização material e simbólica, a diferenciação interna das principais concepções e práticas político-pedagógicas, as características de seus protagonistas, assim como os avanços e as dificuldades experimentados em seu processo de consolidação científica, pedagógica e política. A obra busca compreender e caracterizar a complexidade desse campo, em uma perspectiva histórico-social e crítica, além de verificar em que medida a educação ambiental construída no país tem contribuído para superar os desafios colocados pela crise socioambiental contemporânea, que degrada crescentemente a qualidade da vida humana e dos ecossistemas.

Dicas de livros

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Caminhos da educação ambiental: Da forma à açãoAutor: Mauro GuimarãesEditora: Papirus Editora

A Educação Ambiental (EA) já é uma realidade. Suas ações estão hoje presentes em todos os segmentos da sociedade. Assim, faz-se necessário, cada vez mais, buscar caminhos que nos forneçam subsídios para que essas práticas sejam reflexos de nosso movimento de ação e reflexão como educadores ambientais. Este livro procura reunir diferentes abordagens teóricas – como a teoria crítica, a hermenêutica e a fenomenologia – que, entre outras, dão hoje suporte e identidade ao que vem sendo denominado no contexto brasileiro de Educação Ambiental crítica. Com base em tais referenciais teóricos, também são discutidos os conceitos de abordagem relacional e saber docente do professor reflexivo, na perspectiva crítica da EA. O trabalho desses autores, militantes da área no Brasil, propõe-se a contribuir na consolidação de uma Educação Ambiental capaz de enfrentar a grave crise socioambiental da atualidade.

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Dicas de filmes

A História das Coisas – The Story of Stuff Diretor: Louis FoxAno: 2007Gênero: Documentário

Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas as coisas em nossas vidas afetam comunidades, em casa e no exterior, mas a maior parte disso está escondida de nossas vistas. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos que expõe as conexões entre um enorme número de questões ambientais e sociais, e nos chama para criarmos juntos um mundo mais sustentável e justo. Ele vai te ensinar algo, ele vai fazer você rir, e ele pode mudar a maneira como você olha para todas as coisas em sua vida para sempre. Dispoível para download em diversos idiomas, em diversos sites.

Disponível em: http://www.storyofstuff.org/movies-all/story-of-stuff/

Disponível também em: http://www.youtube.com/watch?v=zlaiQwZ2Bto (legenda em português).

Acesso em: 25 Jun. 2013.

saiba m a i s

Tema 01 - educação ambiental e cidadania – o indivíduo e o meio

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Dicas de sites

Revista Educação Ambiental em Ação

O principal objetivo da revista Educação Ambiental em Ação é servir como instrumento de incentivo e divulgação para a consolidação da prática da Educação Ambiental, amparando educadores dos diferentes níveis de ensino, da educação formal ou informal, proporcionando-lhes um acesso fácil e rápido a informações gerais, textos, relatos de experiências, artigos referentes a práticas educacionais ambientalistas, e ao meio ambiente propriamente dito.

Disponível em: www.revistaea.org

Acesso em: 28 Mai. 2013.

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Tema

02:

educ

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TexTo e conTexTo

Embora tenham possibilitado o avanço da sociedade e melhorias na qualidade de vida da população, os processos de expansão e avanços da produção industrial, a urbanização, as alterações nas formas de uso do solo e a globalização cultural e econômica também vêm ocasionando riscos socioambientais, contribuindo para a ocorrência de diversos impactos que se caracterizam como problemas ambientais globais.

O modelo de desenvolvimento atual, baseado em padrões de consumo cada vez mais elevados, tem gerado impactos com consequências socioambientais profundas, como ampla degradação dos recursos naturais, mudanças climáticas e crises econômicas e sociais.

Além disso, o estilo de vida urbano, com elevada demanda energética, geração de ampla poluição atmosférica, com destaque para a emissão de gases de efeito estufa e gases que afetam a camada de ozônio e a pressão sobre os recursos hídricos, pode ser considerado um dos responsáveis pelos principais problemas ambientais globais (HOGAN et al., 2001). Este estilo de vida gera, além de impactos ambientais, a exclusão social e a exposição da população a diversos riscos e vulnerabilidades.

No decorrer das últimas décadas, aumentaram a preocupação e as discussões sobre as mudanças climáticas, em especial com relação às suas origens e suas consequências sobre o ambiente e a humanidade, ocasionando um acirrado debate sobre as evidências da conexão entre mudanças climáticas e o efeito estufa, com consequente aquecimento global (GORE, 2006).

Diversos estudos (HOGAN; TOLMASQUIM, 2001; MARENGO, 2007) têm apontado a importância dos riscos decorrentes das mudanças ambientais globais e suas consequências, baseados em cenários associados às mudanças climáticas que os cientistas vêm construindo (HOUGHTON; JENKINS; EPHRAUMS, 1990), que incluem aumento de temperatura, secas, elevação do nível do mar, redução dos lençóis freáticos, pronunciadas variações do clima no curto prazo, tais como tempestades, nevascas, furacões, ondas de calor, etc., além de alterações nos ecossistemas, redução da cobertura florestal, extinção de espécies, queda drástica da produção agrícola, contribuindo para a diminuição na quantidade e qualidade da produção de alimentos, muitos dos quais já podem ser observados em diversas partes do mundo.

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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O IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change - é composto por cientistas de diversos países e áreas de conhecimento, que realizam estudos acerca das mudanças climáticas. Estudos realizados pelo IPCC estimam que até o fim do século XXI a temperatura do Planeta deve elevar-se entre 1,8°C e 4°C, o que aumentaria a intensidade de tufões e secas. Nesta perspectiva, um terço das espécies do planeta estaria ameaçado. O IPCC calcula ainda que o derretimento das camadas polares pode causar a elevação dos oceanos entre 18 cm e 58 cm até 2100. Para o Brasil, o IPCC menciona que áreas da Amazônia podem se transformar em savana. Segundo os cientistas, 10% a 25% da floresta poderão desaparecer até 2080 e existe uma possibilidade de que metade da Amazônia se transforme em cerrado. Há riscos também para o Nordeste brasileiro, onde até 75% de seus recursos hídricos podem desaparecer até 20501 (HOUGHTON; JENKINS; EPHRAUMS, 1990).

1 Entretanto estas informações são estimativas. Não se sabe ao certo o que poderá ocorrer.

Logotipo do IPCC, órgão ligado à ONU

(Fonte: http://www.nobelprize.org/no-bel_prizes/peace/laureates/2007/ipcc- facts .html . Acesso em: 25 jun. 2013).

Grande parte dos cientistas acredita que o recente aquecimento global é resultado de ações antrópicas, associadas ao intenso consumo de energia, principalmente de fontes energéticas fósseis, como o petróleo. Com a queima de combustíveis derivados de fontes energéticas fósseis, dióxido de carbono (CO2 – um dos principais gases causadores do efeito estufa) é liberado para a atmosfera. O aumento da concentração destes gases na atmosfera contribui para o aumento do efeito estufa, o que causa um aquecimento elevado no Planeta.

TexTo e conTexTo

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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Em agosto de 2005, o avanço do furacão Katrina nos EUA deixou o mundo em alerta. Apesar dos debates acalorados, nesta época os cientistas ainda mantinham cautela quando questionados se a ocorrência de eventos extremos, como este furacão, seria efeito do aquecimento global. Alegavam que era impossível fazer essa correlação, já que ainda não havia dados suficientes para responsabilizar as atividades humanas pelas mudanças climáticas, pois causas naturais também podem gerar estes problemas.

Contudo, ecoava a declaração feita pelos astronautas Salizhan Sharipov e Leroy Chiao, que retornaram à Terra em abril de 2005 após aproximadamente sete meses em uma missão espacial. “É doloroso observar a fumaça das fábricas e a contaminação da natureza”, disse Sharipov à imprensa, ao contar que uma cortina de fumaça tornou impossível captar imagens do sudeste da Ásia (BRASIL, 2008).

28 ago. 2005 – Imagem de satélite da NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA) mostra o avanço do furacão Katrina no Golfo do México (NOAA / Associeted Press). (Fonte: ht tp: / /not ic ias.uol .com.br/album/2012/08/28/o-f u r a c a o - k a t r i n a . h t m . Acesso em: 25 jun. 2013).

Atenuar os efeitos dos problemas ambientais globais e contribuir para a elaboração de políticas que visem à sustentabilidade requer esforços igualmente globais. A primeira informação sobre estes fenômenos ocorreu especificamente com relação ao buraco na camada de ozônio, em 1974, quando se tornaram públicos resultados científicos que relacionavam a redução da camada de ozônio com a emissão de gases CFC (clorofluorcarbono), utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar, espumas isolantes, extintores de incêndio e aerossóis.

Com o aumento do uso de CFC na década seguinte, o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - e os países desenvolvidos decidiram propor a criação de um tratado mundial, que foi firmado em 1985 por 28 países, com o nome de Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Este foi considerado um marco para o Direito Internacional, já que, pela primeira vez na história, diversos países acordaram em combater um problema ambiental antes que seus efeitos se tornassem irreversíveis, adotando-se o Princípio da Precaução (MILARÉ, 2009).

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O Princípio da Precaução é a garantia contra riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ainda ser identificados. Segundo este Princípio, mesmo diante da ausência da certeza científica formal, a existência do risco de um dano sério ou irreversível impõe a adoção de medidas que possam evitá-lo e mesmo prevê-lo (MILARÉ, 2009).

Mais informações sobre as ações do Governo Brasileiro sobre a aplicação do Princípio da Precaução podem ser visualizadas no link:

http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca/organismos-geneticamente-modificados/item/7512.

Acesso em: 25 jun. 2013.

Após diversos acordos foi firmado o Protocolo de Montreal, que apresenta medidas concretas que os países deveriam tomar para limitar a produção e o consumo de Substâncias Destruidoras de Ozônio – SDO. O Protocolo entrou em vigor em 1989, quando foi ratificado por 29 países e pela Comunidade Europeia (CEE), que representavam aproximadamente 82% do consumo mundial de SDOs. Atualmente 193 países participam da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal.

TexTo e conTexTo Tema 02: educação ambiental e

sustentabilidade – questões globais

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Em 1994, o Brasil aprovou o Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e do Consumo das Substâncias que destroem a Camada de Ozônio – PBCO. Este programa estabelece um conjunto de ações de cunho normativo, científico, tecnológico e econômico, focado em projetos de conversão industrial e diagnóstico de todos os segmentos produtores e usuários, definindo estratégias e visando à eliminação da produção e do consumo das SDOs. Posteriormente, em 2002, criou o Plano Nacional para a Eliminação de CFC (PCN), para reduzir ainda mais o uso e os estoques destes gases.

Mais informações sobre as ações do Governo Brasileiro envolvendo o controle de emissões poluentes podem ser visualizadas no link:

http://www.mma.gov.br/clima.

Acesso em: 25 jun. 2013.

A questão do aquecimento global só começou a ganhar importância com a realização da Primeira Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979, pela Organização Meteorológica Mundial – OMM – das Nações Unidas. Diante das evidências científicas sobre a possibilidade de mudanças no clima do Planeta, o PNUMA e a OMM criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima – IPCC, durante a Primeira Conferência Climatológica Mundial, realizada em Toronto, em 1988.

A principal meta da Convenção sobre Mudança do Clima é a estabilização das emissões de gases de efeito estufa, em níveis que evitem a interferência antrópica sobre o clima mundial. A Convenção é bastante ampla e depende de regulamentação por parte do Poder Executivo de cada um dos países, bem como de futuras negociações, que são realizadas no âmbito das Conferências das Partes – COPs.

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As COPs têm o objetivo de avaliar os progressos obtidos e revisar as medidas adotadas para a redução de gases de efeito estufa, e como órgão supremo da Convenção, acompanham e examinam os objetivos propostos e estipulam a realização das medidas necessárias para promover sua efetiva concretização (MOREIRA; GIOMETTI, 2008).

Mais informações sobre as ações do Governo Brasileiro envolvendo as COPs podem ser visualizadas no link:

http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/cop/

Acesso em: 25 jun. 2013.

Diante da iminência do aquecimento global e sua relação com a emissão de gases de efeito estufa, em 1997 foi assinado o Protocolo de Kyoto, segundo o qual os países desenvolvidos, tratados como “países do anexo 1”, comprometeram-se a reduzir suas emissões totais de seis dos gases do efeito estufa (dióxido de carbono-CO2; metano-CH4; óxido nitroso-N2O; hidrofluorcarbonos-HFC; perfluorcarbonos-PFC; hexafluoreto de enxofre-SF6) em, no mínimo 5,2% abaixo dos níveis de 1990, no período entre 2008-2012, com metas diferenciadas para cada país, enquanto os países em desenvolvimento, apesar de se comprometerem em reduzir as emissões, não possuem metas de redução formais (MILARÉ, 2009).

TexTo e conTexTo Tema 02: educação ambiental e

sustentabilidade – questões globais

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Adotou-se, para as emissões de gases de efeito estufa, o Princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, segundo o qual todos os países possuem a responsabilidade de reduzir as emissões, mas já que a maior parte delas provém dos países industrializados, eles devem arcar proporcionalmente com os custos para esta redução (MILARÉ, 2009). Em 2009, o Brasil instituiu, através da Lei 12.187, a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, apresentando um conjunto de metas voluntárias de redução das emissões dos gases de efeito estufa, entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020 (BRASIL, 2009).

Mais informações sobre esse Princípio podem ser visualizadas no link:

http://www.ipam.org.br/saiba-mais/abc/mudancaspergunta/Qual-e-o-objetivo-da-Convencao-Quadro-das-Nacoes-Unidas-sobre-Mudanca-do-Clima-UNFCCC-/19/9.

Acesso em: 25 jun. 2013.

E o pós Kyoto?

Em dezembro de 2012, foi aprovado o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, que vai de 2013 a 2020, cujas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa correspondem a 18% de emissões dos países desenvolvidos em relação às taxas de 1990. Esta meta está muito abaixo da necessária para evitar que o aquecimento global ultrapasse os 2°C em relação a níveis pré-Revolução Industrial. Ressalta-se que países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Rússia e Nova Zelândia não estão participando deste segundo período, enfraquecendo o novo acordo.

Os próximos desafios que envolvem o cenário pós Protocolo de Kyoto é o aumento do nível das metas de redução de emissões para 2020 e a criação de um novo tratado internacional, com compromissos para todos os países (desenvolvidos e em desenvolvimento) a partir de 2020.

Verifica-se, portanto, que a Convenção da Mudança Climática e o Protocolo de Kyoto buscam desenvolver meios com dimensão global para controlar as emissões e a utilização da atmosfera como um bem público global. Contudo, a negociação e a implementação dos acordos internacionais são muito complexos, pois envolvem inúmeros fatores e interesses diversos.

Considerando esta “globalização ambiental”, a atuação e o diálogo entre os diversos atores sociais, como, por exemplo, as organizações não governamentais, a sociedade civil organizada, o Poder Público, a esfera privada, instituições científicas, agências e tratados internacionais, são essenciais

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para tentar solucionar os problemas ambientais que ultrapassam as fronteiras nacionais.

Esta atuação exige uma concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre os meios natural, socioeconômico e cultural, na escala local, regional, nacional e global, já que o que ocorre em determinado local gera efeito sobre a sua totalidade. Ademais, as indicações das consequências das mudanças climáticas demonstram a urgência em se mudar os padrões sociais, de produção e consumo elevados, baseados na desigualdade social.

Contudo, a transição para um tipo de desenvolvimento que seja ambiental e socialmente sustentável exige novos recursos, além de mecanismos financeiros que permitam a transferência de tecnologias para os países em desenvolvimento. Torna-se necessária a aplicação de esforços contínuos de informação e capacitação dos atores sociais, para a formação de uma sociedade proativa em relação às diversas questões socioambientais, nas quais os problemas ambientais e sociais estão incluídos, já que estes são fundamentalmente problemas humanos, considerando-se tanto as suas origens como as suas consequências.

conceiTos fundamenTais

Antrópico – Relativo às ações do ser humano.

Aquecimento Global – Alteração climática planetária, causada, segundo cientistas do IPCC, pelo aumento do efeito estufa.

Camada de ozônio – A camada responsável por filtrar os raios ultravioletas emitidos pelo Sol.

Efeito estufa – Fenômeno natural pelo qual alguns gases atmosféricos deixam passar a luz solar, mas aprisionam o calor e com isso garantem o aquecimento e, consequentemente, a manutenção

TexTo e conTexTo Tema 02: educação ambiental e

sustentabilidade – questões globais

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da temperatura na Terra.

Gases de efeito estufa – Substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, dificultando seu escape para o espaço, impedindo uma perda de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida. Entre estes gases destacam-se o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), Perfluorcarbonetos (PFC’s) e também o vapor de água.

Mudanças Climáticas – Alterações no sistema climático geradas pelo aquecimento global, provocado pela emissão de gases de efeito estufa, em atividades antrópicas.

Risco – Probabilidade de que um evento, esperado ou não, se torne realidade.

Vulnerabilidade – Estado de susceptibilidade a danos causados por exposição às pressões e mudanças socioambientais e pela ausência de capacidade de adaptação.

RefeRências

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. Departamento de Educação Ambiental. Os diferentes matizes da educação ambiental no Brasil: 1997-2007. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2008. (Série Desafios da Educação Ambiental).

BRASIL. Lei Nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências. Brasília, 2009.

GORE, Albert. Uma verdade inconveniente – O que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global. Barueri, SP: Manole, 2006.

HOGAN, Daniel Joseph; CUNHA, José Marcos Pinto da; CARMO, Roberto Luiz do; OLIVEIRA, Antônio Augusto Bitencourt. Urbanização e vulnerabilidade socioambiental: o caso de Campinas. In: HOGAN, Daniel Joseph; BAENINGER, Rosana; CUNHA, José Marcos Pinto da; CARMO, Roberto Luiz do (orgs.). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: Nepo/Unicamp, 2001.

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HOGAN, Daniel Joseph; TOLMASQUIN, Maurício Tiomno (orgs.). Human dimensions of global environmental changes: Brazilian perspectives. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2001.

HOUGHTON, John Theodore; JENKINS, Geoffrey J.; EPHRAUMS, James J. (eds.). Climate Change: The IPCC Scientific Assessment. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. 365 pp.

MARENGO, José Antônio. Mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007.

MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 6ª edição. São Paulo: Ed. Rev. dos Tribunais, 2009.

MOREIRA, Helena Margarido; GIOMETTI, Analúcia Bueno dos Reis. O Protocolo de Quioto e as possibilidades de inserção do Brasil no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo por meio de projetos em energia limpa. Revista Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, p. 9-47, jan-abr 2008.

• Web Aula 02 – Educação Ambiental e sustentabilidade - Questões Globais

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RefeRências Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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aTividade de auTodesenvolvimenTo

• Pense de novo. WWF Brasil. Propaganda Institucional. 0:31 min. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=VmKuiJklkzk.

Acesso em: 28 Mai. 2013.

• Uma hora vai voltar para você. WWF Brasil. Propaganda Institucional. 1:01 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tKWZ3pAJQeQ.

Acesso em: 28 Mai. 2013.

• Leia a publicação de MONZONI, Mario (org). Diretrizes para Formulação de Políticas Publicas em Mudanças Climáticas no Brasil. São Paulo: Observatório do Clima/Centro de Estudos em Sustentabilidade EAESP-FGV, 2009, da página 10 a 25. Disponível em: http://intranet.gvces.com.br/cms/arquivos/diretrizesformulacaopolclimatica.pdf

Acesso em: 31 Mai. 2013.

As questões ambientais globais são temas atuais que vem ocasionando preocupações de grande magnitude por parte de diversas esferas sociais, demandando, conforme demonstrado anteriormente, uma análise sob o enfoque da sustentabilidade, ressaltando a interdependência entre ações antrópicas e meio ambiente.

Desta forma, o objetivo desta atividade é possibilitar a visualização desta inter-relação, identificando os processos cíclicos que a envolve, bem como as suas consequências.

Vamos aos passos:

Passo 1: Siga as etapas listadas abaixo:

Assista aos videos da ONG WWF Brasil sobre desmatamento:

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DICA: Para conhecer mais a respeito da ocorrência de alguns eventos climáticos extremos, bem como suas diversas consequências, consulte o livro: GORE, Albert. Uma Verdade Inconveniente – O que devemos saber e (fazer) sobre o aquecimento global. Barueri: Manole, 2006, p.80-121.

DICA: Por meio da leitura do livro Uma Verdade Inconveniente – O que devemos saber e (fazer) sobre o aquecimento global, Albert Gore. Barueri: Manole, 2006, páginas 80 a 121, espera-se ilustrar a ocorrência de alguns eventos climáticos extremos descritos no livro, bem como suas diversas consequências, e que isso permita que você realize uma reflexão mais aprofundada sobre estas questões.

Passo 2: Siga as etapas listadas abaixo:

Redija um texto reflexivo-argumentativo (entre 15 e 25 linhas, fonte Arial 12, espaçamento 1,5, em formato justificado, em formato ABNT), com a seguinte estrutura:

• Faça uma análise descritiva do que foi apresentado em todas as referências;

• Discorra sobre as questões ambientais globais e sua relação com as ações humanas.

DICA: Para saber mais detalhes sobre as normas da ABNT e, ainda, sobre como apresentar as referências em trabalhos acadêmicos, consulte:

http://www.anhanguera.com/bibliotecas/normas_bibliograficas/index.html

http://www.sare.anhanguera.com/index.php/index/citacao

Acessos em: 31 mar. 2013

aTividade de auTodesenvolvimenTo

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 02: Educação ambiental e sustentabilidade – Questões globais

QUESTÃO 01

Assinale a afirmação verdadeira:

a) Problemas ambientais globais exigem respostas estritamente locais.

b) Os problemas ambientais globais foram apresentados pela primeira vez somente no final da década de 1980.

c) O Brasil é um dos exemplos mais eloquentes de que crescimento econômico e industrialização podem conviver com profundas desigualdades socioambientais.

d) O modelo de desenvolvimento atual não pode ser considerado um dos responsáveis pelos principais problemas ambientais globais.

e) Os processos de desenvolvimento proporcionam bem-estar para as populações e melhoria da

qualidade ambiental, pois demonstram extrema preocupação com os problemas ambientais.

QUESTÃO 02

A respeito do conceito de “Mudança Climática”, pode(m) ser considerada(s):

a) a mudança de temperatura do planeta ao longo do dia.

b) as divergências nas características climáticas de cada região, de acordo com seus atributos físicos.

c) as mudanças significativas no clima do planeta.

d) a variação de temperatura, de acordo com as estações do ano.

e) a mudança de temperatura que ocorre de acordo com a variação dos níveis de precipitação

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(chuva) de uma região.

QUESTÃO 03

Identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas abaixo:

Com o aumento do uso de CFC na década de 1980, o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - e os países desenvolvidos decidiram propor a criação de um tratado mundial com o nome de Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Sobre este tratado, afirma-se:

a) Adotou o Princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada.

b) Foi considerado um marco para o Direito Internacional.

c) Deu origem ao Protocolo de Montreal, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

d) Influenciou, no Brasil, a criação do Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e do Consumo das Substâncias que destroem a Camada de Ozônio – PBCO.

e) Iniciou as discussões que, no Brasil, culminaram com a criação, em 2002, do Plano Nacional para a Eliminação de CFC (PCN).

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, respectivamente.

A) F – V – F – V – V

B) V – F – F – V – V

C) F – V – V – V – F

D) V – V – V – F - F

E) F – V – F – V – F

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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QUESTÃO 04

(ENADE 2010) A charge visa:

Disponível em:<http://charges.uol.com.br> Acesso em: 31 ago. 2010.

a) alertar para a necessidade de ações mais eficazes de controle da poluição ambiental.

b) apontar para possíveis ações estratégicas de conservação e de uso sustentável de recursos naturais.

c) mostrar a quantidade de partículas em suspensão na atmosfera cuja concentração representa transtorno ambiental.

d) apresentar um desequilíbrio irreversível causado no ecossistema pela ação predatória do ser humano.

e) demonstrar a urgência de serem criadas leis mais severas de proteção ambiental e de exploração de recursos hídricos.

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QUESTÃO 05

(PUC-RIO) Observe a charge abaixo.

Um problema ambiental e seu efeito sobre a Terra, diretamente relacionados à charge, estão corretamente apresentados na opção:

a) a intensificação do efeito estufa, decorrente da queima de combustíveis fósseis pelas indústrias, resulta em efeitos sobre a dinâmica das chuvas e dos ventos, além de alterar os níveis dos oceanos e extinguir espécies.

b) o acúmulo de enxofre e metano pela fertilização dos solos e a expansão das queimadas contaminam os lençóis freáticos, provocando a alteração do ecossistema de rios, lagos e mares e a destruição de florestas.

c) a formação de ilhas de calor, como decorrência do acúmulo de energia nas superfícies impermeabilizadas, reduz os efeitos da radiação solar sobre a superfície terrestre e aumenta gradativamente a umidade relativa do ar.

d) o aumento no uso de produtos químicos destinados a melhorar a produtividade da agricultura resulta na contaminação do solo, poluição dos mananciais de água e alteração da cadeia alimentar

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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de pragas e predadores.

e) a destruição da camada de ozônio, provocada pelo lançamento de gases como os CFCs (clorofluorcarbonos) utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar, espumas isolantes, extintores de incêndio e aerossóis;

QUESTÃO 06

Grande parte dos cientistas acredita que o recente ________ é resultado de _________, associadas com ___________, que _________, dentre os quais se destaca _________.

a) efeito estufa; processos naturais; a utilização de gases CFC (clorofluorcarbono); são utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar, espumas isolantes, extintores de incêndio e aerossóis; o dióxido de carbono.

b) aquecimento global; ações antrópicas; a utilização de gases CFC (clorofluorcarbono); são utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar, espumas isolantes, extintores de incêndio e aerossóis; o dióxido de carbono.

c) buraco na camada de ozônio; ações antrópicas; a queima de combustíveis fósseis; emite gases de efeito estufa; o dióxido de carbono.

d) aquecimento global; ações antrópicas; a queima de combustíveis fósseis; emite gases de efeito estufa; o dióxido de carbono.

e) efeito estufa; processos naturais; a queima de combustíveis fósseis; emite gases de efeito

estufa; o dióxido de carbono.

QUESTÃO 07

(UEL) “Se cada uma das seis bilhões de pessoas da Terra tivesse computador, celular e carro, consumisse a mesma quantidade de água, de cereais e de energia que os americanos, seria preciso quatro planetas para dar conta do recado.” (“Isto É”, n. 1719, 11 set. 2002. p. 75.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre bens de consumo e recursos no mundo atual, é correto afirmar que:

a) o padrão de consumo norte-americano é sustentável pelo fato de os Estados Unidos possuírem recursos próprios em quantidade suficiente para atender sua demanda.

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b) as bases do padrão de consumo norte-americano são a sustentabilidade, o conservacionismo e o preservacionismo ambiental.

c) para atingir uma economia sustentável, o padrão de consumo norte-americano deve ser disseminado entre os diferentes povos.

d) o padrão de consumo norte-americano evidencia uma relação socioambiental predatória e insustentável.

e) o acesso a bens de consumo nos países subdesenvolvidos pode alcançar o atual padrão norte-americano sem prejuízo ao meio ambiente.

quesTões paRa acompanhamenTo da apRendizagem

Tema 02: educação ambiental e sustentabilidade – questões globais

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População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças ambientais globaisAutores: Daniel Joseph Hogan; Eduardo Marandola Jr. Editora: Núcleo de Estudos de População (NEPO) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) – UNICAMP. Este livro insere-se no debate atual acerca da sociedade contem-porânea, onde riscos e vulnerabilidades darão os contornos das tendências e dos cenários para o Século 21. Mudanças ambientais, mudanças climáticas, extremos atmosféricos, desastres hidrome-teorológicos, emissão de gás carbônico são temas, dentre outros, que se impõem à agenda global; acrescente-se a esses desafios a importância de se incorporar as dimensões humanas das mu-danças ambientais. E esse é o objetivo deste livro. As pesquisas de ponta e as temáticas de vanguarda referentes à questão ambien-tal, lideradas pelo Prof. Daniel J. Hogan, traduzem-se nos estudos desta coletânea, marcados pela interdisciplinaridade. Tais estudos refletem, de um lado, a preocupação teórico-metodológica para a compreensão das relações entre mudanças climáticas e dinâmica populacional; de outro lado, reforçam a importância das cidades no bojo das transformações sociais, indicando que são nelas onde os cenários mais otimistas se assentam. O livro é uma referência para diferentes áreas do conhecimento, bem como o enfrentamento e preparação das novas situações que vivenciaremos em termos das mudanças ambientais globais nas próximas décadas.

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População e Sustentabilidade na era das mudanças ambientais globais. Autor: George Martine (Editor) Editora: ABEP. As mudanças climáticas representam uma questão de urgência extraordinária. Todas as disciplinas científicas precisam pesquisar esta transformação e informar o público a respeito das suas cau-sas e prováveis efeitos, identificando assim caminhos e políticas capazes de minimizar seu curso e reduzir seus impactos negativos. Mudanças recentes nos padrões demográficos precisam ser prior-izadas em qualquer debate ambiental, pois estão tendo enormes implicações sobre o perfil da atividade produtiva e do consumo e, portanto, sobre as origens das mudanças ambientais. O Brasil apresenta uma conjugação de trajetórias demográficas, econômi-cas e ambientais particularmente reveladoras; representa um mi-crocosmo do grande dilema que afeta a humanidade no século 21. Este livro, idealizado pela Associação Brasileira de Estudos Pop-ulacionais, estabelece diversas pontes - entre a visão acadêmica e a necessidade de informação do grande público, entre a prob-lemática ambiental global e a nacional e entre o saber demográfico e as questões ambientais. Busca abordar uma grande variedade de temáticas da realidade brasileira de maneira acessível e ‘desjar-gonizada’.

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Biologia e Mudanças Climáticas no BrasilAutores: Marcos Buckeridge (organizador) Editora: RIMA Biologia & Mudanças Climáticas no Brasil traz um conjunto de opiniões de biólogos, jornalistas e de um artista brasileiro sobre como a vida poderá responder às alterações no clima em andamento em nosso planeta. Os autores explicam o que são as mudanças climáticas globais e seus possíveis efeitos e como as plantas, os animais e os ecossistemas terrestres e marinhos responderão ao aquecimento global no Brasil. O desafio da comunicação jornalística é examinado, e as relações da música com o meio ambiente são discutidas por um compositor clássico brasileiro que compôs a obra Tropicus interemptus exclusivamente para o tema do livro. Os capítulos são agrupados em cinco dimensões (atmosférica, botânica, zoológica, ecológica e humana), que se contextualizam no conceito de GAIA como um sistema complexo onde vivemos e que temos de entender e cuidar.

Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos sobre a BiodiversidadeAutor: José A. Marengo Editora: Ministério do Meio Ambiente.Edição: 2ª Edição Este livro apresenta uma revisão atualizada dos estudos sobre al-terações climáticas no século XX e projeções do clima futuro no século XXI considerando os impactos na biodiversidade e no meio ambiente do continente sul-americano, com particular ênfase no território brasileiro e seus ecossistemas.

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Dicas de filmes

Uma verdade inconveniente Diretor: Davis GuggenheimAno: 2006Gênero: Documentário

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore apresenta uma análise da questão do aquecimento global, mostrando os mitos e equívocos existentes em torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma catástrofe climática nas próximas décadas.

Trailer disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=nZbsN8V7_ro

Acesso em: 28 Mai. 2013.

Disponível também em: http://www.takepart.com/an-inconvenient-truth/film. (com possibilidade de legenda em português).

Acesso em: 25 jun. 2013.

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Indomável Sonhadora Diretor: Benh ZeitlinAno: 2013Gênero: Documentário

Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma menina de apenas 6 anos de idade que vive em uma comunidade miserável isolada às margens de um rio. Ela está correndo o risco de ficar órfã, pois seu pai (Dwight Henry) está muito doente. Ele, por sua vez, se recusa a procurar ajuda médica. Um dia, pai e filha precisam lidar com as consequências trazidas por uma forte tempestade, que inunda toda a comunidade. Vivendo em um barco, eles encontram alguns amigos que os ajudam. Entretanto, o pai vê como única saída explodir a barragem de uma represa próxima, o que faria com que a água baixasse rapidamente e a situação voltasse a ser como era antes.

Trailer disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=UH3rknu9B3A.

Acesso em: 25 Jun. 2013.

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Dicas de sites

A ONU e as mudanças climáticas. IN: Organização das Nações Unidas no Brasil. O site oficial da ONU dedicado a tratar das mudanças climáticas demonstra um breve histórico do envolvimento da instituição com o tema, além de expor as articulações de todos os órgãos, ONGs, instituições e nações envolvidas.

Disponível em: http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-as-mudancas-climaticas

Acesso em: 28 Mai. 2013.

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CONFALONIERI, U. E. C & MARINHO, D. “Mudança climática global e saúde: perspectivas para o Brasil”. Multiciência, ed. n. 8, Mudanças Climáticas, p. 49-64, 2007.

Disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd68/UConfalonieri3.pdf

Acesso em: 28 Mai. 2013.

Resumo: As principais implicações das mudanças climáticas sobre a saúde da coletividade humana, tanto em nível global como no território brasileiro, são discutidas de forma sucinta, apontando as atuais vulnerabilidades e possibilidades futuras. A discussão feita é baseada em conhecimentos históricos sobre as relações entre a variabilidade climática e a saúde no Brasil, em resultados de pesquisas recentes sobre a distribuição espacial da vulnerabilidade no espaço geográfico brasileiro e na aplicação de conhecimentos de ordem mais geral, produzidos pelo IPCC. Estima-se que os fenômenos associados às mudanças climáticas signifiquem um estresse adicional sobre situações-problema já existentes, tais como: desnutrição, doenças infecciosas endêmicas e acidentes por eventos extremos. Riscos adicionais para a saúde pública também devem ser considerados, a saber: demanda excessiva sobre os serviços de saúde, problemas de abastecimento de água e possível aumento de distúrbios respiratórios. A metodologia utilizada no trabalho deve ser aplicada e adaptada considerando-se situações regionais, estaduais e municipais. O aperfeiçoamento dos programas de controle de endemias e seus vetores devem ser enfatizados. A opinião pública deve ser esclarecida sobre os impactos das mudanças climáticas para a saúde da população do país. A utilização de dados e informações provenientes do setor de saúde com aqueles correspondentes a setores como habitação, demografia, climatologia e meio ambiente, por exemplo, será de grande utilidade para a elaboração de cenários de vulnerabilidade integrados.

Dicas de artigos de revistas científicas:

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FICHA TÉCNICA

Supervisão Editorial: Guilherme Nicésio

Diagramação: Gabriel Araújo

Capa: Gerência de Design Educacional