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 Educação Básica: Da organização legal ao cotidiano escolar. Capítulo: 7 Ensino Médio e 8 Educação profissional. Resumo Introdução. O presente trabalho parte de uma análise histórica a fim de explicara organização do ensino médio e técnico atualmente no Brasil. Discutir avanços, recuos e as inúmeras reformas a que fora submetido, nosso ensino médio, não foram capazes de democratizá-lo, tornando    o  política e socialmente eficaz. Ainda com relação ao ensino médio dados afirmam que em 2009 haviam 461.542  professores de ensino médio, deparando    se com 8,28 milhões de alunos (973 mil na rede  privada e 7,163 milhões nas redes estaduais)    alunos que na sua maioria chegaram ao ensino médio mal alfabetizados. Esses professores acima citados tinham a missão de educar por meio de um currículo para superdotados. Como afirma o pesquisador Cláudio de M Castro (2009:158), tal modelo de currículo que o Brasil herdara da França, não copiava a qualidade do ensino, a duração de dias letivos e o profissionalismo dos professores, gerou tal descontrole, muita matéria pra aprender em pouco tempo resumindo, é uma escola para gênios, mas onde estão os gênios? O ensino profissional acontece por meio das instituições especializadas ou no próprio ambiente de trabalho, mediante cursos integrados ou não, conforme a legislação vigente. Especialidade dirigida ao aluno que procura por uma profissão por meio de aprendizagem formal ou não, que poderá ser certificada e reconhecida, inclusive, para fins de prosseguimento ou conclusão de estudos. Ensino médio: palco de crises e contradições. Submetido a sucessivas reformas ao longo da história, por lei, o Ministério da Educação não deveria fazer currículo mas faz. Os PCN’s dominam assim a educação deixando os  professores e escolas desorientados com seus planejamento s vagos, dúbios e elaborados em uma linguagem formal e descontextualiza da . Para piorar essa realidade existem os vestibulares para ingresso nas universidades, por meio de concurso meritocrático com poucas vagas exigindo um programa de estudos imenso, com uma prova com intenção de discriminar e excluir “enviando uma sinalização equivocada  para o ens ino médio” (Castro, 2009:158).  Por conta disso, as escolas passam a “despejar” o conteúdo que cai no vestibular, com macetes que padronizam o conhecimento em desrespeito ao que determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio, que propõe a substituição da repetição pela criatividade e desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Todo esse cenário ainda tem um agravante , é que ao longo da histórias foram atribuídos  papéis demais ao ensino médio tais como : consolidar e aprofundar a formação do ensino fundamental , ensinar a ler e a escrever, em até dois idiomas, instruir nos números, formar

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Educao Bsica: Da organizao legal ao cotidiano escolar.Captulo: 7 Ensino Mdio e 8 Educao profissional.ResumoIntroduo.O presente trabalho parte de uma anlise histrica a fim de explicara organizao do ensino mdio e tcnico atualmente no Brasil. Discutir avanos, recuos e as inmeras reformas a que fora submetido, nosso ensino mdio, no foram capazes de democratiz-lo, tornando o poltica e socialmente eficaz.Ainda com relao ao ensino mdio dados afirmam que em 2009 haviam 461.542 professores de ensino mdio, deparando se com 8,28 milhes de alunos (973 mil na rede privada e 7,163 milhes nas redes estaduais) alunos que na sua maioria chegaram ao ensino mdio mal alfabetizados.Esses professores acima citados tinham a misso de educar por meio de um currculo para superdotados. Como afirma o pesquisador Cludio de M Castro (2009:158), tal modelo de currculo que o Brasil herdara da Frana, no copiava a qualidade do ensino, a durao de dias letivos e o profissionalismo dos professores, gerou tal descontrole, muita matria pra aprender em pouco tempo resumindo, uma escola para gnios, mas onde esto os gnios?O ensino profissional acontece por meio das instituies especializadas ou no prprio ambiente de trabalho, mediante cursos integrados ou no, conforme a legislao vigente. Especialidade dirigida ao aluno que procura por uma profisso por meio de aprendizagem formal ou no, que poder ser certificada e reconhecida, inclusive, para fins de prosseguimento ou concluso de estudos.Ensino mdio: palco de crises e contradies. Submetido a sucessivas reformas ao longo da histria, por lei, o Ministrio da Educao no deveria fazer currculo mas faz. Os PCNs dominam assim a educao deixando os professores e escolas desorientados com seus planejamentos vagos, dbios e elaborados em uma linguagem formal e descontextualizada . Para piorar essa realidade existem os vestibulares para ingresso nas universidades, por meio de concurso meritocrtico com poucas vagas exigindo um programa de estudos imenso, com uma prova com inteno de discriminar e excluir enviando uma sinalizao equivocada para o ensino mdio (Castro, 2009:158).Por conta disso, as escolas passam a despejar o contedo que cai no vestibular, com macetes que padronizam o conhecimento em desrespeito ao que determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino mdio, que prope a substituio da repetio pela criatividade e desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico.Todo esse cenrio ainda tem um agravante , que ao longo da histrias foram atribudos papis demais ao ensino mdio tais como : consolidar e aprofundar a formao do ensino fundamental , ensinar a ler e a escrever, em at dois idiomas, instruir nos nmeros, formar cidados cultos, conscientes, ticos e autnomos; preparar para o trabalho e ainda para o ingresso ao ensino superior.A to sonhada democratizao ainda no se fez realidade, a cada ano 20% dos alunos so reprovados e isso causa uma grande evaso escolar que gera ainda uma defasagem ano-idade, e o ensino mdio se torna tambm, educao de jovens e adultos. Todos esses fatores fazem do ensino mdio palco de contradies e conflitos, prova disso que esta etapa esteve submetida a uma reforma a cada oito anos desde a poca do imprio acabando com qualquer tentativa de organiz-la, foram ao menos 22 reformas do ensino mdio, 9 ainda durante o imprio e 13 aps a proclamao da republica. Em funo da constante mudana, o trabalho do profissional fica cada vez mais complexo, pois quando j esto se adaptando acontece reforma e muda tudo novamente .Consideraes Histricas comum a afirmao de que o ensino mdio se dedicou a formar as elites, porm at 1931 o ensino mdio no era considerado indispensvel ao ingresso no ensino superior. De fato que as elites frequentaram mais o ensino mdio, mais isso era apenas uma formalidade, portanto tal afirmao de que o ensino mdio era elitista , no era apenas para uma parcela privilegiadas.Da Colnia ao imprio. O ensino mdio no Brasil originou-se dos 17 estabelecimentos de ensino secundrio dos colgio dos Jesutas que compreendiam dois cursos: cinco ou seis ano de letras humanas e trs anos de filosofia e cincias. Cada novo burocrata que assumia a administrao do ensino, almejava resolver os problemas como num passe de mgica com pseudorreformas. Dessas a de 1759 foi a mais radical, Portugal quis substituir o ensino dos jesutas por um ensino voltado a experincia cientifica. O Marqus de Pombal desmantelou a rede escolar dos jesutas e criou as chamadas aulas rgias era uma espcie de escola de apenas uma disciplina, ou seja, cada professor lecionava uma disciplina e podia exercer sua funo em qualquer lugar . O aluno se matriculava em quantas disciplinas quisesse. E cada uma independente de outra.Perodo ImperialNo decorrer da Republica Velha (1889 a 1930) desenvolveram-se mecanismos antidemocrticos. A constituio do Brasil de1891 deu o direito ao Congresso Nacional de criar instituies de ensino superior e secundrio nos estados e prover a instruo secundria no municpio da capital da Repblica, o RJ. Porm o governo republicano recm-criado desperdiou a oportunidade de organizar o sistema federal de ensino mdio, no criou novos estabelecimentos de ensino limitando-se a manter o ensino secundrio na capital, o Rio de Janeiro, que se resumia ao Colgio Pedro II. O legislativo no deixou de interferir de todo o ensino mdio. Sua ao mais importante foi prolongar o mximo possvel a vigncia do sistema de aulas avulsas. Por isso a extino dessas aulas prticas de aulas avulsas e a exigncia do grau de bacharel (na poca obtido com a concluso do ensino mdio regular). Durante o perodo da Republica Velha , o ensino mdio permaneceu uma etapa facultativa de estudos, assediado por um movimento de privatizao, que o reduziu a uma escola de passagem para o mundo universitrio. Desse modo os estabelecimentos privados seguiram autorizados por lei.Por volta de 1911 as escolas particulares ganharam autonomia total, e equiparao das aulas avulsas e preparatrias (cursinhos).Com a reforma Maximiliano, de 1915, surgiu uma reao a esse processo, que levou exigncia de exames, dos alunos dos estabelecimentos privados, fossem prestados em unidades de ensino oficiais equiparados ao colgio Pedro II.A reforma Francisco de Campos, de 1931 procurou fazer da organizao da educao brasileira um sistema nacional de ensino. Ele tornou o ensino secundrio fase obrigatria para o prosseguimento dos estudos posteriores e considerou como ensino secundrio fase obrigatria para o prosseguimento dos estudos posteriores e considerou como ensino secundrio reconhecido aquele ministrado pelo colgio Pedro II e em estabelecimentos sob-regime de inspeo federal.Esse movimento centralizador ou oficializador continuou ainda com a reforma Gustavo Capanema,de 1942, em consonncia com o Estado Novo, de Vargas comeou a retroceder com a aprovao da primeira LDB.Durante o regime militar de 1964 foi aprovada a lei n.5.692/71 que criou o ensino de segundo grau identificado apenas como colegial ou o atual ensino mdio, e retirou dessa formao o antigo ginasial (primeiro ciclo do antigo mdio).

Objetivos do Ensino Mdio O principal desafio foi alcanar uma especificidade prpria, precariamente atingida a partir de 1942 com o decreto lei n 4244, segundo qual ele seria uma etapa de formao do adolescente, deixando para um segundo plano o seu carter preparatrio ou propedutico para o ingresso no ensino superior.Na atual LDB de 1996, as quais, como leis mais abrangentes, passaram a atribuir ao ensino mdio um objetivo especfico (a formao dos adolescentes). O ensino mdio adquiriu um carter de terminalidade (ou etapa final obrigatria) da educao bsica.Na pratica essa autonomia no ocorreu, por as universidades passaram a organizar critrios prprios , e isso deu origem ao ENEM. A LDB de 1996, definiu o ensino mdio como etapa final da educao bsica com durao de 3 anos sua finalidade e seu contedo especfico, priorizando temas como trabalho, cidadania, tica, autonomia intelectual, pensamento crtico, e fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos.Segundo a constituio federal de 1998 atribudo 3 objetivos a educao geral: O pleno desenvolvimento da pessoas humana, sua preparao para o exerccio da cidadania, e sua qualificao para o mercado de trabalho. As finalidades do ensino mdio devem ser , formao geral que interesse a sociedade como um todo,um setor especfico do mercado de trabalho da mesma forma no cabe ao ensino mdio adestrar o jovem e o adolescente para o exerccio tcnico especializado de uma profisso. Deve capacit-los para a multiplicidade de processos e tcnicas de produo existentes.As diretrizes e os parmetros curriculares para o ensino mdio.As ultimas reformas educacionais deram aos agentes , escola e comunidade autonomia para elaborarem seus projetos polticos pedaggicos (PPP), nesse sentido, os documento curriculares oficiais relativos ao ensino mdio estabeleceram a necessidade da interdisciplinaridade e contextualizao. As diretrizes curriculares nacionais do ensino mdio (DCNEM) , dividiram a base nacional comum para o ensino mdio em trs ares de conhecimento: 1.linguagens, cdigo e suas tecnologias; 2. Cincias da natureza, matemtica e suas tecnologias; 3. Cincias humanas e suas tecnologias, devendo ser assegurado tratamento indisciplinar e contextualizado para educao fsica, arte, filosofia e sociologia.Em 1999 foram aprovados os PCNs para o ensino mdio. Estes incorporaram as 4 premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais para educao na sociedade contempornea : aprender a conhecer, a fazer, a viver e a ser.

Os dilemas do currculo do ensino mdioO ensino mdio nasceu e cresceu sob o signo de uma dicotomia curricular. Durante a maior parte da histria do ensino mdio, seu currculo foi literrio dominado pelo ensino de trivium,ensino das cincias ou das artes fsicas e reais. O quadrivium somente passou a adotar os currculos do ensino mdio a partir do sculo XIX, em razo das exigncias da rea industrial.No Brasil at o fim do imprio o ensino mdio adotou um currculo voltado s humanidades na fase republicana a hegemonia foi diminuindo, o exame dos currculos ressalta duas caractersticas bsicas : seu enciclopedismo e progressiva reduo da carga horria, destinada as reas de humanidades. Com a reforma de 1971 estabeleceu uma nova dicotomia para o ensino mdio: educao geral/continuidade x formao especial /terminalidade.Educao Geral X Formao especficaEm 1971, a lei 5692 organizou os currculos escolares em duas partes:a) uma educao geral, visando preparao para o ingresso no ensino superior.b) outra de formao especial, como objetivo de fornecer habilitao profissional.O ensino tinha se tornado democrtico, porm o problema que a parte destinada a habilitao profissional , deveria ser predominante a educao geral, mas o sonhos dourado veio a baixo. O Conselho federal de educao aprovou o parecer n 45 de 1972 que regulamentou de uma vez 180 habilitaes tcnicas, criando uma imensa variedades currculos profissionalizantes que nunca chegaram a ser implantados nas escolas do pas, porque tais recursos e qualificaes eram indisponveis no sistema de ensino.Por mais elaborados que fossem os argumentos favorveis, todos os alunos do segundo grau a se profissionalizarem no ensino mdio, j que grande parte deles pretendia ingressar no ensino superior, porm uma das crticas era de que tal deciso que se pretendia era dificultar o acesso a universidade. Por outro lado a proposta era totalmente impraticvel: Como escola poderia escolher entre quase 200 habilitaes as que oferecia aos seus alunos ? E onde estavam os recursos ? E a infraestrutura?Enfim , a reforma de 1971 no de conta de solucionar o histrico dilema da dicotomia curricular do ensino mdio, porque o condicionou a um ensino profissionalizante. Essa situao prevaleceu at 1982, quando a profissionalizao obrigatria foi extirpada pela lei n 7.044, deixando s escolas liberdade para oferecer ou no habilitao profissional. A nova organizao curricular deveria fazer uso de cinco princpios bsicos:1. Integrao entre humanidades, cincia e formao profissional;2. Consistncia com base em um currculo mnimo, evitando o enciclopedismo que leva superficialidade de contedos.3. Potencial crtico legtimo desenvolvido com base em um conhecimento slido do aluno, que propicie a compreenso do mundo.4. Flexibilidade quanto carga horria, amplitude do contedo e s disciplinas integradoras do currculo.5. Autonomia dos estabelecimentos de ensino para que possam educar com PPP que no sofra interferncias do conselho de educao , os quais editam resolues, pareceres e indicaes que acabam ingressando essa autonomia .Essa ciso prevaleceu at2004, quando o decreto n 5.154 acabou com a separao obrigatria entre o ensino mdio e o ensino profissional. Criando a educao profissional tcnica de nvel mdio.

O ensino mdio e sua articulao com os demais nveis de modalidades.Uma das grandes deficincias da educao brasileira tem sido a falta de articulao externa entre seus diversos sistemas de ensino e entre os diversos nveis, etapas e modalidades , os quais, apesar de estarem legalmente integrados , carecem de uma necessria mudana programtica e metodolgicas na pratica escolar. No que se refere especificamente ao ensino mdio com relao a articulao externa, o encaminhamento mais urgente e apropriado seria o de criar uma escola realmente nica que : a) superasse tanto o paralelismo ensino mdio/ensino tcnico-que se tornaram equivalentes na LDB de 1961.b) revisse sua articulao com o ensino superior, tentando evitar os efeitos e as distores perversas sobre o currculo, o ensino e a democratizao provocados pelos processos seletivos. Mudanas no ensino mdio: um currculo inovadorO CNE de um passo importante ao aprovar a proposta de um programa de experincia curricular inovadora para o ensino mdio mediante o parecer CNE/CP n 11 de 30 /06/2009. Segundo esse parecer preciso construir uma nova etapa do ensino visando a promoo de inovaes pedaggicas nas escolas pblicas, com o objetivo de fomentar as mudanas necessrias na sua organizao curricular e implantar uma Rede nacional de Intercmbio de Escolas de Ensino Mdio Inovador. O parecer reitera que a prpria comunidade escolar a mais habilitada para decidir sobre seu currculo. Assim o parecer estabelece um referencial de proposies bsicas que devem orientar os projetos a serem apoiados, entre os quais destacamos:a) a carga horria deixa de ter no mnimo 2400 horas para ter, no mnimo, 3 mil horas;b) o mnimo de 20% da carga horria total do curso deve ser destinado a atividades e disciplinas eletivas a serem escolhidas pelos estudantes;c) a atividade docente deve ocorrer em tempo integral na escola.Emenda constitucional n. 59/09 e a obrigatoriedade do ensino mdio.Outra importante medida no ensino mdio deu-se com a aprovao da emenda constitucional n 59, de 11/11/2009. Ela transformou o ensino mdio em um direito pblico subjetivo, estabelecendo como dever do estado garantir educao bsica obrigatria e gratuita dos quatro aos 17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela no tiveram acesso na idade prpria. Quanto ao quesito finalidade, a percepo de mais da metade dos alunos das escolas pblicas e de trs quartos dos alunos das escolas privadas de que o ensino mdio serve principalmente como preparo para curso superior (vestibular) (Brasil,2009b:10).A concepo de ser do ensino mdio, apesar de apenas 12% de nossa populao chegar a universidade . Para os mais pobres o ensino superior ainda visto como coisa de outro mundo: apenas0,8% dos 20% mais pobres, entre 1995 e 2006, alcanaram o ensino superior (UNESCO , 2008:26). Esses dados demonstram que no politicamente correto e socialmente justo um ensino mdio que priorize a preparao para o vestibular.A obrigatoriedade das disciplinas de sociologia e filosofiaOutro importante avano para a consolidao do ensino mdio como um espao de formao cidad e esprito crtico foi a aprovao da lei n 11.684 de 2008 , que tornou obrigatria a incluso das disciplinas de filosofia e sociologia em todos os anos do ensino mdio, necessrios ao exerccio da cidadania. Trata-sede uma importante conquista para o ensino mdio, desde que a sociologia e a filosofia adotem abordagens contextualizantes e interdisciplinares capazes de reduzir a distncia dos contedos curriculares da realidade dos alunos e de diminuir, ao mesmo tempo, a fragmentao dos currculos preestabelecidos. Demonstra portanto, que a educao no pode ser tratada como poltica de governo, mas sim como poltica de Estado.

Educao ProfissionalO ensino profissionalizante: Escola para pobres?A educao profissional vem reproduzindo o dualismo existente na sociedade entre elites e a maioria da populao, por associar-se a mo de obra barata em vez de ser percebido dentro da tica do direito educao e ao trabalho, CNEn16/99.As origens do Brasil, marcadas pela excluso e escravido, interferiram e interferem diretamente nas relaes entre educao e trabalho. A educao profissional vista como capacitao de mo de obra especializada, para trabalhar nas indstrias capitalistas, por outro lado os filhos destes abastados vo frequentar um ensino mdio regular que ir prepar-los para o ensino superior.Em 1997 o decreto n2.208, permitia a articulao entre o mdio e o tcnico, mas proibia que se articulassem na forma integrada, ou seja, a que permite ao estudante, aps concluir o ensino fundamental, cursar o ensino mdio integrado ao tcnico, porm o decreto n11.741/08 passou a permitir tal integrao. Tal revogao se justificou como um mal necessrio, pois atualmente h ensino mdio integrado ao profissionalizante porque os jovens pobres precisam trabalhar precocemente.Por isso referindo-se edificao da base que originou o decreto n5154/04, que revogou o n2.208/07, o MEC afirma textualmente :Assim na tentativa de implementar a politcnica de forma universal e unitria no encontraria uma base material concreta de sustentao na sociedade brasileira atual, uma vez que esse jovens no podem se dar ao luxo de esperar at os 20 anos ou mais para iniciar a trabalhar (Brasil, MEC, 2007:24)E conclui:Essa soluo transitria (de mdia e longa durao) porque fundamental que se avance numa direo em que deixe de ser luxo o fato de os jovens de classes populares poderem optar por uma profisso aps os 18 anos de idade. (Idem) Proporcionar uma educao profissional ao jovem brasileiro importante, porque ele precisa ganhar a vida desde cedo. Por tanto caso esse nvel de ensino tcnico se dissemine, o dama histrico persistir.Histria da formao profissional no BrasilEm funo da revoluo industrial e o desenvolvimento capitalista, surgiu a necessidade de capacitar mo de obra especializada, em consequncia a escola foi valorizada e popularizada para atender a demanda. At fins do sculo XIX, o Brasil era estruturado por mo de obra escrava, logo no havia necessidade de escolarizao profissional para a prole, haviam somente as universidades que formavam mestres doutores e militares. Motivados pela vinda famlia real ao Brasil em 1808, que necessitava de especialistas para desenvolver seu governo fora de Portugal, porm somente para as elites era dado tal privilgio. O contexto apresentado exerceu influncia sobre a Educao Profissional no Brasil, que teve seu incio oficial em 1909 e cuja trajetria histrica encontra-se sintetizada no Quadro 2.

Da sntese apresentada no Quadro 2, esclarecemos que a dcada de 1930 considerada referencial histrico para a Educao Profissional do Brasil, pois essa dcada configurou o incio da industrializao no pas e possibilitou a institucionalizao de escolas superiores para formao de recursos humanos necessrios ao processo produtivo. Igualmente esclarecemos que, na dcada de 1940, tambm foi de suma importncia para a educao profissional brasileira, pois, com o surgimento do Sistema S, tomou impulso em amplitude de atendimento.

LDB DE 1996: Globalizao , Educao e Trabalho.

A LDB de 96, surgiu com intuito de estabelecer uma relao direta e articulada entre educao e trabalho, firmando o entendimento de que a educao de modo geral e, especificamente, a educao escolar deve promover uma preparao politcnica para o universo do trabalho uma formao que leve ao domnio das diferentes tcnicas e princpios cientficos e tecnolgicos utilizados na produo moderna, podendo, inclusive, preparar para o exerccio de uma profisso tcnica (unitecnia) , desde que atendida a forma geral.A LDB reafirmou a ideia de lei n 7.044/82 de que no se deve educar somente para a execuo de determinadas tarefas. Exige-se, para a educao profissional, Alm do domnio operacional de um determinado fazer, a compreenso global do processo produtivo com a apreenso do saber tecnolgico, a valorizao da cultura do trabalho e a mobilizao dos valores necessrios tomada de decises. (Brasil, 1999) .A relao entre educao e trabalho: reflexo crtica.Por ser considerado a base da existncia humana, o trabalho passou a ser exigido em objeto, mtodo e finalidade de ultima do agir social, inclusive da educao. Mas mesmo que aceitssemos esse pressuposto, devemos lembrar que no se trata de uma verdade absoluta e incontestvel. Ou seja o trabalho constitui a base da sociedade, sobretudo da atual, mas no significa que seja tudo na existncia humana.Em funo da necessidade de trabalhar, temos de aprender as regras do trabalho, estudando- as por meio do prprio trabalho, para enfim continuar trabalhando. Ou seja, nossos sistemas educacionais devem se estruturar em funo do trabalho? A quem interessa que o trabalhador reduza sua vida ao trabalho, inclusive na escola? Ao prprio trabalhador? claro que no!Mesmo que a maioria sejam jovens trabalhadores, como desse fato concluir pela imperiosa necessidade de uma escola centrada na questo do trabalho? No caso vale a pena questionar : para quem passa o dia trabalhando, no seria desmotivadora e desinteressante uma escola que reproduzisse as mesmas condies ? O fato que uma escola voltada para a formao tcnica pode se contrapor escola que deseja desenvolver a cidadania plena. A formao visada pelo ensino mdio deve resgatar sua vocao histrica. Precisa ser geral, comum e no vinculada diretamente a formao para a cidadania no pode desconhecer a questo do trabalho, mas deve ultrapassar os estreitos limites em que essa questo continua frequentemente sendo considerada.Como foi dito o MEC reconhece que a integrao entre o ensino mdio e a formao profissional constitui uma soluo no ideal e, por isso passageira. Mas at quando?

As formas de Educao profissional e tecnolgicas no Brasil.

A formao profissional no Brasil pode ocorrer de tes formas:A. Mediante uma qualificao profissional ( saber prtico)no formal;B. Mediante uma formao profissional tcnica de nvel mdio.1. Integrado ao ensino mdio;2. Concomitante ao ensino mdio;3. Subsequente ao ensino mdio;

C. Mediante uma formao tcnica de nvel superior.1. Por meio de curso superior tecnolgico.2. Por meio de cursos sequenciais.

A qualificao profissional e suas ts formas de profissionalizao.

Bibliografia

http://www.emdialogo.uff.br/sites/default/files/breve_historico_do_ensino_medio_no_brasil.pdf