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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS MARIA DEUZINETE REBOUÇAS DE LIMA GROSSOS-RN 2016

EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS … · Não podemos negar o longo período de julgo da cidade sobre o campo, do ... tatu, o camponês preguiçoso, acomodado, sem nenhuma

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

MARIA DEUZINETE REBOUÇAS DE LIMA

GROSSOS-RN

2016

MARIA DEUZINETE REBOUÇAS DE LIMA

EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do Prof. Esp. Christomyslley Romeiro da Silva.

GROSSOS-RN

2016

EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Por

MARIA DEUZINETE REBOUÇAS DE LIMA

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Prof. Esp. Christomyslley Romeiro da Silva (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Prof.Ms. Pedro Isaac Ximenes Lopes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________

Prof.Ms. Marcos Torres Carneiro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

EDUCAÇÃO DO CAMPO: POLÍTICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Maria Deuzinete Rebouças de Lima1

RESUMO

Ao longo do tempo a educação do campo vem passando por um processo de

afirmação, enquanto uma política educacional, muitas vezes relegada à condição

marginal de inferioridade perante a educação urbana. Porém, nas últimas

décadas houve um enfoque e um fortalecimento para com esse tipo de educação,

que busca legitimar e dar visibilidade aos sujeitos do campo, enquanto atores

sociais da sua cultura. Esses atores são sujeitos que vivem, pesam, e produzem a

partir de uma identidade com o campo - agricultores, criadores, extrativistas,

pescadores, ribeirinhos, caiçaras, quilombolas, seringueiros-, que merecem uma

educação voltada para a sua cultura. O presente trabalho tem o intuito de trazer a

luz uma contextualização histórica da educação do campo, abordar as principais

políticas públicas voltadas para essa modalidade de educação nos últimos anos,

e as principais práticas pedagógicas que devem ser desenvolvidas na educação

do campo. Utilizando como aporte teórico autores como Miguel Gonzale

Arroyo(2007), Roseli Salete Caldart(2004), Sérgio Celani Leite(1999), dentre

outros, a pesquisa será desenvolvida a partir uma pesquisa bibliográfica de cunho

qualitativa, fundamentada nos autores supracitados, chegando então no resultado

de fortalecermos as políticas públicas voltadas para a educação do Campo,

lutarmos pela manutenção das existentes e cobrarmos novas políticas que

fortaleçam o homem do Campo.

Palavras-Chave: Educação do Campo, políticas públicas, práticas pedagógicas.

1 Discente da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte.

Introdução:

Dialogar sobre educação é algo tão atual quanto necessário para toda

sociedade, pois a educação é uma ferramenta indispensável para toda mudança

social e para transformação de uma sociedade, pois através dela perpassamos e

transmitimos de geração para geração, nossa cultura, ou seja, transmitimos

através da educação e da escola, características humanas.

Tendo em vista uma crescente discussão em torno de que modelo de

educação queremos e precisamos, um modelo técnico cientificista, que forme

profissionais de diversas áreas, ou formar pessoas mais humanizadas, mais

propensas a discussão reflexiva, e que acima de tudo reconheça o humano como

fim ultimo de suas ações? São intensas discussões que não existe um prazo para

encerrar, pois sempre será um tema que gerará controvérsia e debates.

Na observância de uma necessidade de discussão sobre a educação do

Campo, que se torna urgente e crescente nos últimos anos, trazemos a luz de

esclarecimentos importantes e principais debatedores dessa temática, no

intuitode elucidar possíveis dúvidas e principais reivindicações acerca desse

tema, que permeia uma ampla demanda de ações, políticas públicas e conquistas

por parte dos que defendem essa luta, demonstrar também algumas conquistas a

nível institucional e político do movimento do campo, lembrando sempre que a

educação é direito social, como consta, Artigo 205 da Constituição Federal: “A

educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento

da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho.” (Brasil, Constituição Federal. 1988,p.121.)

Assim, o presente trabalho traz ao debater a problemática da educação do

campo e elucide as principais dificuldades e avanços do mesmo com ênfase na

sociedade e no rural, colocado o homem do campo no centro do debate enquanto

sujeito construtor de sua história.

Não se trata de 'inventar' um ideário para a Educação

do Campo; isso não repercutiria na realidade concreta,

que é a que nos interessa transformar, e nem seria

uma verdadeira teoria. O desafio que temos, como

sujeitos que colocaram esta 'bandeira em marcha', é

de abstrair das experiências, dos debates, das

disputas em curso, um conjunto de ideias que possam

orientar o pensar (especialmente dos educadores)

sobre a prática de educação da classe trabalhadora do

campo; e, sobretudo, possam orientar e projetar outras

práticas e políticas de educação. Por isso, esse é um

trabalho que será tanto mais legítimo quanto realizado

de modo coletivo. As ideias aqui expostas fazem parte

deste movimento. (CALDART,2004,p34.)

A pesquisa se caracteriza como natureza descritiva e qualitativa do tipo

revisão bibliográfica, de cunho qualitativo, utilizando-se de fontes primárias para

realização dessa pesquisa, como livros e artigos da área, como as principais

obras de pesquisa estão: “Escola Rural: Urbanização e Políticas Educacionais”, e

“O Campo da Educação do Campo”.

Dividimos então o trabalho em alguns momentos, para facilitar a

compreensão e entendimento de todos, sendo a primeira parte uma

contextualização da educação do campo, depois uma abordagem sobre as

principais políticas constituídas ao longo dos últimos anos, sobre educação no

campo, e depois as suas principais práticas pedagógicas que são desenvolvidas e

devem ser desenvolvidas na educação do campo. O reconhecimento de que as

pessoas que vivem no campo têm direito a uma educação de qualidade e

diferenciada, que realce sua cultura, é recente, mas importante e continuo, pois é

também uma forma de integração dos indivíduos que a compõem.

Desse modo, pretendemos demonstrar a importância de uma educação do

Campo e para o Campo é algo singular nas discussões acadêmicas, trazerà luz

de um reflexão cientifica a necessidade de propostas que reforcem a importância

de uma educação que leve em conta a realidade cultural e valores do grupo, que

reconheçam o aluno como um sujeito autor da sua história, integrando-o e

despertando nele um sentido de identidade com o grupo ao qual ele pertence, que

mostrem que a educação não é algo longe de sua realidade e sim uma integração

de tudo que o cerca.

Contextualização da Educação do Campo no Brasil:

“Esta cova em que estás,

Com palmosmedida,

É a conta menor que tiraste em vida,

É de bom tamanho,

Nem largo nem fundo,

É a parte que te cabe,

Deste latifúndio,

Não é cova grande, é cova medida,

É a terra que querias

Ver dividida.

É uma cova grande

Para teu pouco defunto,

Mas estarás mais ancho

Que estavas no mundo

É uma cova grande ´

Para teu defunto parco,

Porem mais que no mundo

Te sentirás largo.

É uma cova grande para tua carne pouca,

Mas á terra dada

Não se abre a boca.” (Morte e Vida Severina,

João Cabral de Melo Neto)

A partir da revolução industrial, houve uma crescente demanda de trabalho

nas indústrias dos grandes centros urbanos, não sendo suficiente a mão de obra

que já existia, assim a população rural começou a imigrar para as cidades, em

busca de empregos e da tão sonhada melhora de vida, prometida pelos

capitalistas.

No Brasil começou a perceber-se esse fenômeno a partir de 1950, o

chamado êxodo rural, onde a população rural abandonava suas terras, e sua

cultura, em busca de uma vida “melhor” na cidade grande. Ocorria então um

amontoamento dessa população em bairros periféricos, aumento

significativamente o número de favelas nos grandes centros. Assim, em 1960,

com o intuito de atender as elites brasileiras da época, que estavam preocupados

com o aumento das favelas, a educação rural foi adotada pelo estado como forma

de contenção do fluxo migratório do campo para a cidade.

A lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, no seu art. 105,

estabeleceu que “os poderes públicos instituirão e ampararão serviços e

entidades que mantenham na zona rural escolas capazes de favorecer a

adaptação do homem ao meio e o estimulo de vocações profissionais” (BRASIL,

1961, p.14).

A partir de 1964, com o governo militar, os movimentos de articulação

popular, incluído os de educação, foram reprimidos, e perseguidos, tornando a

educação do campo uma ação estagnada. Em meados de 1980, em meio a

resistência à ditadura, as organizações da sociedade civil, principalmente as

ligadas à educação popular, trouxeram a educação do campo para a pauta dos

temas para a redemocratização do Brasil. O sentido de tais reivindicações era

construir um modelo de educação em sintonia com as particularidades das

culturas, os direitos sociais e as necessidades próprias a vida dos camponeses.

Assim, olhando a educação do campo com um olhar mais crítico e reflexivo,

percebemos a condição de marginalização dessa educação, que luta para ser

vista como igual, perante a educação urbana, guardada suas peculiaridades

socioculturais, pois a marginalidade na educação é um fenômeno acidental que

afeta muitos indivíduos, em número maior ou menor, que constitui uma distorção

que não só pode como deve ser corrigida.

Na década de 1950, influenciados pelo ideal socialista,

desenvolvem-se pensamentos progressistas que

conquistaram apoio de um grande grupo de

intelectuais e passaram a atuar com partidos de

esquerda ou, até mesmo, servindo como teóricos para

motivações de vanguardas políticas e culturais,

fortalecendo, assim, o compromisso com a

problemática do ensino público. [...] A conjuntura

brasileira revelava um fortalecimento do nacionalismo

e das classes trabalhadoras industriais que haviam

surgido com outra grande força no país a partir da

década de cinquenta; de outro lado, constatava-se um

nível crescente de organização e consciência social

por parte do povo na reivindicação de seus

direitos. (ROSA,2006,p.34)

O homem do campo, deve se enxergar como parte integrante de uma

sociedade ampla, diversa, e culturalmente diferente, em que essas diferenças

regionais, linguísticas não os distanciam, mas os unem entre si.

Não podemos negar o longo período de julgo da cidade sobre o campo, do

urbano sobre o rural, que fica evidente na obra literária de Monteiro Lobato, o jeca

tatu, o camponês preguiçoso, acomodado, sem nenhuma perspectiva, que se

modifica em um rico fazendeiro, com suas regalias vindas da cidade.

A mensagem principal era: para crescer na vida, saia do campo e vá para a

cidade, pois a vida no campo era considerada inferior a vida na cidade. Essa

dicotomia chega ao fim (teoricamente), com o desenvolvimento do agronegócio,

que mostra a capacidade de produzir e desenvolver-se no campo, sem

necessariamente considerá-los como atrasado, ou seja, ambos se completam, e

essa distinção é uma construção social estereotipada da sociedade.

A educação no Brasil, por motivos socioculturais,

sempre foi relegada a planos inferiores, e teve por

retaguarda ideológica o elitismo acentuado do

processo educacional, aqui instalado pelos jesuítas e a

interpretação político-ideológica da oligarquia agrária

conhecida popularmente na expressão: “gente da roça

não carece de estudos. Isso é coisa de gente da

cidade”. (Expressão usada por pessoas do senso

comum) (LEITE,1999,p.14)

Precisamos então de uma escola que surja definindo e defendendo essa

ideia de identidade da cultura camponesa, uma forma de preservar e desenvolver

a cultura popular, regional rural. Assim como defende ARROYO E FERNANDES

(1999,p.31.), “Uma escola do campo é a que defende os interesses, a política,

acultura e a economia da agricultura camponesa, que construa conhecimentos e

tecnologias na direção do desenvolvimento social e econômico dessa população.

“Porem não é apensa isso, a educação do campo não deve ser vista apenas

como esse lugar produtor de mercadorias, e sim como um espaço produtor de

vida.

O movimento Por uma Educação do Campo recusa

essa visão, concebe o campo como espaço de vida e

resistência, onde camponeses lutam por acesso e

permanência na terra e para edificar e garantir um

modus vivendique respeite as diferenças quanto à

relação com a natureza, o trabalho, a cultura e suas

relações sociais. Esta concepção educacional não

está sendo construída para os trabalhadores rurais,

mas por eles, com eles, camponeses. Um princípio da

Educação do Campo é que sujeitos da educação são

sujeitos do campo: pequenos agricultores,

quilombolas, indígenas, pescadores, camponeses,

assentados e reassentados, ribeirinhos, povos de

florestas, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra,

agregados, caboclos, meeiros, boias-frias. (MOLINA,

AZEVEDO DE JESUS, 2004, p.37)

Demonstramos então uma luta que são dos camponeses e para os

camponeses, que envolve a educação de uma maneira geral, educação em todas

as suas concepções e demandas, no sentido de discutir e viabilizar uma

educação do Campo que reforce a cultura camponesa, sem descriminação e sem

prejuízos para os discentes, uma vez que o papel da educação é inclusão e não

exclusão.

Políticas para a Educação do Campo nos últimos 20 anos.

Quando se trabalha com o tema Educação do Campo, significa pensar uma

educação construída a partir das intencionalidades dos movimentos sociais do

campo, onde as pessoas do campo, ou os trabalhadores rurais, são protagonistas

da história e claro, sujeitos da ação pedagógica. Então, com reabertura política

pós ditadura militar, a “redemocratização” no Brasil, os movimentos sociais

ganharam novo fôlego, e conseguiram vislumbrar um futuro, e começaram a

levantar novas bandeiras de luta, dentre elas estava a luta por uma educação

voltada para o homem do campo.

´O conhecimento dos problemas-chave, das

informações chave relativas ao mundo, por mais

aleatório e difícil que seja, deve ser tentado sob pena

de imperfeição cognitiva, mais ainda quando o

contexto atual de qualquer conhecimento político,

econômico, antropológico, ecológico... é o próprio

mundo. A era planetária necessita situar tudo no

contexto e no complexo planetário. O conhecimento do

mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo

intelectual e vital.( MORIN, 2000, p.4)

Surge então um processo contra-hegemônico, contra a idealização de uma

cultura educacional urbana, que segundo Arroyo (2007), há uma idealização da

cidade como espaço civilizado por excelência,

[...], a essa idealização da cidade corresponde uma

visão negativa do campo como lugar de atraso, do

tradicionalismo cultural. Essas imagens que se

complementam inspiram as políticas públicas,

educativas e escolares e inspiram a maior parte dos

textos legais. O paradigma urbano é a inspiração do

direito à educação. A palavra adaptação, utilizada

repetidas vezes nas políticas e nos ordenamentos

legais, reflete que o campo é lembrado como o outro

lugar, que são lembrados os povos do campo como

outros cidadãos, que é lembrada a escola e seus

educadores (as) como outra e os outros

(ARROYO,2007,p.159).

Sabe-se que nos últimos anos houve um aumento significativo nas políticas

governamentais voltadas para o campo e um ressurgimento de movimentos

sociais rurais, que a partir de suas próprias narrativas estão construindo a história,

a memória e também a educação do campo, partindo de experiências de lutas e

da conscientização como forma de libertação do cativeiro imaginário criado pela

hegemonia liberal e neoliberal, que apresenta o mercado como um Deus, e única

via e alternativa para um consolidação política, econômica e social.

A educação do campo não pode ser vista e discutida sem a participação do

movimento social existente no campo, uma vez que uma das principais bandeiras

desse movimento é a educação, que buscam uma educação pautada em três

compromissos: Um compromisso ético/moral com a pessoa humana

historicamente desumanizada e deixada a marginalidade do sistema educacional

e social, um compromisso com a intervenção social de educar, que ai será

basicamente intervir a fim de mudar e transformar as realidades de exclusão

didático-pedagógicos tão freqüentes nos municípios e capitais, e por último um

compromisso com a cultura campestre e camponesa em todos os seus aspectos.

Para Arroyo (1999,p.09):”(...)Os movimentos sociais são em si mesmos

educativos em seu mo de se expressar, pois o fazem mais do que por palavras,

utilizando gestos, mobilizações, realizando ações, a partir das causas sociais

geradoras de processos participativos e mobilizadores.”

Pensando a educação do campo enquanto política pública citamos a LDB-

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que no art. 28 (lei n°. 9.394/96)

diz o seguinte:

Na oferta de educação básica para a população rural,

os sistemas de ensino promoverão as adaptações

necessárias à sua adequação às peculiaridades da

vida rural e de cada região, especificamente:

I-Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas

às reais necessidades e interesses dos alunos da

zona rural;

II- Organização escolar própria, incluindo adequação

do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às

condições climáticas;

III- Adequação à natureza do trabalho na zona

rural.(BRASIL/MEC, LDB 9.394/96,art.28).

As adequações da escola à vida do campo não estavam anteriormente

contempladas pela LDB, e essa mudança acaba provocando uma ruptura da

escola rural, de uma performance escolar urbana, desejada e ensejada pelo

imaginário social de escola padrão, exigindo da escola do campo um

planejamento que integrasse a vida rural e, de certo modo, uma escola

desurbanizada. Mesmo assim, essas mudanças propostas pela Lei deram

continuidade a problemática ligada à escola Rural. Leite (1999) aponta alguns

problemas a serem pensados nos anos 90:

-Quanto à clientela da escola rural: a condição do

aluno como trabalhador rural; distância entre locais de

moradia/trabalho/escola; heterogeneidade de idade e

grau de intelectualidade; baixas condições aquisitivas

do alunado;acesso precário a informações gerais.

- Quanto à participação da comunidade no processo

escolar: um certo distanciamento dos pais em relação

à escola, embora as famílias tenham a escolaridade

como valor sócio moral;

- Quanto à ação didático-pedagógica: currículo

inadequado, geralmente, estipulado por resoluções

governamentais, com vistas à realidade urbana;

estruturação didático-metodológica deficiente; salas

multisseriadas; calendário escolar em dissonância com

a sazonalidade da produção; ausência de orientação

técnica e acompanhamento pedagógicos; ausência de

material de apoio escolar tanto para professores

quanto para alunos; (LEITE, 1999,p..55-56)

Temos então um leque de problemas e dificuldades a serem pensadas e

resolvidas para o início da última década do século XX, mas que já apresentava o

sujeito do campo na cena política e cultural, que não se calavam ante osilêncio do

esquecimento ao qual a educação do campo estava mergulhada. Alguns

programas que visavam resolver esses problemas foram criados como políticas

públicas no governo Fernando Henrique Cardoso,(1995 à 2003)e que foram

continuadas nos governos subsequentes, de Luiz Inácio Lula,(2003 à 2011) e

Dilma Rousseff, (2012 à 2016),e podemos considerar três desses programas:

Pronera, Saberes da Terra e o Programa de Apoio à Formação Superior em

Licenciatura em Educação do Campo.

O Pronera tem uma concepção de educação do campo como sendo um

direito de todos e se realiza por diferentes territórios e práticas sociais que se

fundem à diversidade do campo, e suas peculiaridades, possibilita ainda uma

ampla garantia e criação de condiçõesde existência da agricultura familiar e/ou

camponesa. O Pronera surge para fortalecer o mundo rural como espaço e

território de vida em todas as dimensões, sejam econômicas, sociais, e culturais,

ambientais e ética.

Público Alvo: São os jovens e adultos dos projetos de

assentamento criados pelo Incra.No caso da

Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas modalidades

de alfabetização e escolaridade/ensino fundamental

também podem participar todos os trabalhadores

rurais acampados e cadastrados pelo Incra. Para

atender à demanda da EJA nos acampamentos, os

projetos incluem a formação e a capacitação dos

educadores. Democratização do conhecimento no

campo: Através do Pronera, jovens e adultos de

assentamentos têm acesso a cursos de educação

básica (alfabetização, ensinos fundamental e médio),

técnicos profissionalizantes de nível médio e cursos

superiores e de especialização.O Programa

também capacita educadores para atuar nos

assentamentos e coordenadores locais -

multiplicadores e organizadores de atividades

educativas comunitárias.”Disponível

em:<//www.incra.gov.br/educacao_pronera> .acesso

em: 2Maio 2016.

Assim, o Pronera é uma possibilidade de alfabetização de camponeses,

onde não precisam sair de sua localidade para estudar, eles recebem a escola

nos assentamentos reforçando o caráter cultural e democrático da escola.

Outro programa é o Saberes da Terra, Pro-jovem campo – saberes da terra

é um programa de escolarização de jovens agricultores e suas famílias em nível

fundamental na modalidade de educação de jovens e Adultos (EJA), integrado à

qualificação social e profissional. O Programa surgiu em 2005, como uma ação

denominada Saberes da Terra que dois anos depois se integrou ao programa

Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM) cuja gestão é atrelada a Secretaria

Nacional de Juventude.

O Programa de Educação do CampoProjovem Campo-Saberes da Terra é

uma forma válida no que tange às intenções quanto ao processo de amenização

das desigualdades e nas distribuições de benefícios sociais, porém não perdeu

de vista pontos contraditórios de sua própria intenção, enquanto política pública, o

seu tempo de duração e sua real efetividade, uma vez que a passagem de uma

política de governo para uma política de estado é desenvolvida gradativamente

por sua validação solicitação de entes sociais que primam pela universalidade do

direito. A agricultura familiar e a sustentabilidade são alguns dos elementos de um

todo maior que perpassam por uma discussão ampla, daí então a necessidade de

aprofundarmos os seus fundamentos e sua necessidade enquanto uma política

de estado efetiva, e que não sejam pensadas enquanto políticas compensatórias ,

uma vez que se tornariam insuficientes, conforme destacam os autores abaixo

citados: .:

A educação do campo se identifica pelos seus

sujeitos. É preciso compreender que, por trás da

indicação geográfica e da frieza de dados estatísticos

esta uma parte do povo brasileiro que vive neste lugar

e desde as relações sociais especificas que, compõem

a vida no e do campo, em sua identidade comum;

estão pessoas de diferentes idades, estão famílias,

comunidades, organizações, movimentos sociais... A

perspectiva da educação do campo é exatamente a de

educar este povo, estas pessoas que trabalham no

campo, para que se articulem se organizem e

assumam a condição de sujeitos de direção de seus

destinos.(KOLLING, CERIOLI, CALDART (2002, p.27)

Na mesma perspectiva de uma política de fomentação da educação do

Campo, trazemos o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em

Educação do Campo- Procampo. O intuito do programa é apoiar a implementação

de cursos regulares de Licenciatura em Educação do Campo nas instituições

Públicas de Ensino Superior em todo o país, voltados especificamente para a

formação de educadores para a docência nos anos finais do ensino fundamental

e ensino médio nas escolas rurais, como aponta os cadernos SECAD-2,(2007):

A proposta é apoiar experiências-pilotos de formação

em nível superior de professores especializados para

atuarem em escolas do campo, definidas como

aquelas que têm sua sede no espaço geográfico

classificado pelo IBGE como rural, e mais amplamente

as que, mesmo tendo sua sede em áreas

consideradas urbanas, por atenderem a populações

de municípios cuja produção social e cultural está

majoritariamente vinculada ao campo, têm sua

identidade definida nesta relação. (CADERNOS

SECAD- Brasília, 2007, p46)

Destacamos as políticas acima citadas, como sendo algumas das

principais políticas públicas voltadas para a Educação do Campo, existem outras

de relevante importância, mas nos fixamos a essas como forma de exemplificar e

destacar as pilotos.

As Práticas Pedagógicas na Educação do Campo:

Não é de intenção demonstrar prontamente todas as práticas

pedagógicas desenvolvidas para a educação do Campo, uma vez que ela é algo

que pertence ao professor, e é desenvolvida de acordo com a necessidade de

cada realidade educacional, tentaremos então discuti-las teoricamente.

A prática educativa é algo mais do que expressão do

ofício dos professores, é algo que não lhes pertencem

por inteiro, mas um traço cultural compartilhado, assim

como o médico não possui o domínio de todas as

ações para favorecer a saúde, mas as compartilha

com outros agentes, algumas vezes em relação de

complementaridade e de colaboração, e, em outras,

em relação de atribuições. A prática educativa tem sua

gênese em outras práticas que interagem com o

sistema escolar e, além disso, é devedora de si

mesma, de seu passado. São características que

podem ajudar-nos a entender as razões das

transformações que são produzidas e não chegam a

acontecer.(SACRISTÁN, 1999, p. 91).

Precisamos destacar que não é somente a adoção de algumas práticas

educativas que garantiram a consolidação da educação do campo, uma vez que

ela é perpassada pela identidade camponesa, por um projeto de sociedade e por

leque de práticas coletivas, assim, é necessário destacar que, seja como

atividade meio ou fim, a educação do campo é uma categoria que se destaca em

sua particularidade, destacamos também que trabalharemos com a Organização

do Trabalho Pedagógico, que a compreensão do mesmo pode abranger toda

ação educativa, seja ela escolar, ou não escolar, no entanto, existem tendências

que efetuam um corte para a análise deste campo, delimitando e focando-o

dentro dos limites da escola, mas claro sem perder o foco na premissa de que

falar em organização do trabalho pedagógico é não dissociar a organização

escolar da organização social.

Devido às condições capitalistas atuais em nossa sociedade, a escola

também é pensada por muitos como uma ferramenta de reprodução e

especialização de mão de obra, vista como uma fábrica de criar especialistas,

como uma tentativa de desenvolver e inserção da lógica taylorista–fordista nas

escolas, ou como a teoria do capital humano, ambas desconsideram a

subjetividade e as capacidades individuais das pessoas, tornando-as objetos,

longe do projeto emancipatório que pensamos para a educação.

No paradigma que fortalece a Educação do

Campo é a formação humana que tem maior

significado. Assim como o campo é reorganizado

sempre por heranças culturais e por invenção de

novas formas de relação com o ambiente cultural,

as pessoas também trazem uma herança

biológica e cultural que está sempre em

reorganização. Por isso, o ser humano está

sempre na busca de sua completude e é

consciente disto. Como bem ressaltou Paulo

Freire (1993), a condição de ser histórico-social

dos homens faz com que ele "(...) experimente

continuamente a tensão de estar sendo para

poder ser e de estar sendo não apenas o que

herda, mas também o que adquire então de forma

mecânica". (MOLINA, AZEVEDO DE JESUS, 2004,

p.66 )

Já citamos que a LDB destaca e fixa uma adequação da educação do

campo a suas necessidades de acordo com a realidade, porém a organização da

educação do campo precisa muito mais do que uma simples mudança no

calendário, a escola precisa de uma mudança nos próprios tempos educativos.

Há, nesse sentido, iniciativas como a pedagogia da alternância e do trabalho

como princípio educativo que visa a vincular os tempos educativos com as

necessidades da educação do campo.

As práticas pedagógicas podem ser utilizadas como uma estratégia

metodológica na qual o aluno (a) passa um período em contato direto com a

escola e outro diretamente ligado à produção, o que pode materializar o trabalho

enquanto processo educativo é uma das possibilidades, que não há uma certeza

de êxito, mas é um viés.

O que queremos demonstrar, no entanto é que a organização do tempo

escolar deve estar em consonância com a realidade cotidiana do alunado, e deve

perpassar essa realidade fragmentada do cotidiano escolar que limita o aluno a

sala de aula, com exceção algumas aulas de laboratório. Se pensarmos assim, a

escola do campo é por si só um laboratório, pensando o mesmo como uma práxis

que o professor pode utilizar como tal.

Assim, faz-se necessário uma organização dos tempos escolares que

dialogue com o processo cultural-produtivo, com camponês e agricultor, que

através do trabalho do campo, pode-se, por exemplo, estudar o biológico

ambiental com contato direto com a biodiversidade, e é extremamente importante

como um instrumento útil para a construção de uma educação emancipatória.

Essa formação deve estar fundada na condição

humana situada no seu universo, neste caso o

universo do campo, do local, interconectado com o

que ocorre globalmente. É uma educação que avança

porque propõe o questionamento de quem somos nós,

o que queremos com as ocupações de frações dos

território, que modelo de desenvolvimento do campo é

preciso investir, que mundo queremos construir.

Significa aprender a questionar nossa posição no

mundo e como nos reorganizamos herdando as coisas

desse próprio mundo. (MOLINA, AZEVEDO DE

JESUS, 2004, p. 66 e67)

A escola de hoje, principalmente em países com altos índices de

desigualdades sociais, como o Brasil, assume um papel mais amplo do que

meramente educativo. Desse modo, podemos pensar que em vez de sacrificar os

tempos educativo-cogniscitivos com atividades “extra-escolares”, a ampliação e

modificação dos tempos escolares, incorporando tais atividades na dinâmica

escolar, podem contribuir para a superação do caráter assistencialista que têm

assumido tais atividades, tornando-as realmente formativas e educativas para a

vida do aluno.

A organização do trabalho educativo da escola do campo não pode

antecipar a realização de projetos educativos que considerem sua realidade social

e econômica. Assim, pensar um projeto educativo vai muito além da criação e

desenvolvimento da “horta” da escola que, mesmo importante, não é suficiente.

Dessa forma o trabalho por temas geradores de opinião, ou sejam

atividades interdisciplinares ou transdisciplinares, sejam projetos em si, o que

pretendesse fazer é inserir o campo como elemento articulador e do trabalho

escolar, como existem trabalhos importantes a se realizar com temáticas da

educação ambiental, uma vez que ela é perpassada por vários assuntos que são

utilizados mesmo na escola convencional urbana, como a reciclagem, a

reeducação alimentar, a extinção de agrotóxico.

“A Educação do Campo precisa aprofundar sua

reflexão sobre que formato de escola é

capaz de dar conta destas tarefas indicadas, sem

subestimar nem superestimar o papel da escola nos

processos de formação humana. Além disso,

precisamos nos dedicar ao estudo de didáticas e

metodologias que consigam traduzir esta concepção

de escola e este projeto político e pedagógico em

cotidiano escolar.Há reflexões recentes sobre como

acontecem os processos de aprendizagem e ensino e

como se constroem os saberes especificamente

escolares que, cotejadas com as práticas que nós já

construímos, podem nos ajudar a passar de intenções

a alternativas concretas de um trabalho pedagógico

que ajuíze estas concepções e participe de fato na

construção desse novo projeto de campo e de

educação.” (MOLINA, AZEVEDO DE JESUS, 2004,

p.29)

Na relação com o trabalho camponês, há possibilidades bastante

promissoras no que tange à agroecologia, e ai entra tanto os alunos do ensino

fundamental, como do ensino técnico profissionalizante, e salientando que o

próprio trabalho do campo é um elemento que pode ser utilizado para execução

de projetos. Tais atividades e projetos, quando inseridos no processo de

organização da educação do campo, não são apenas de cunho pedagógico

visando o aprendizado cognitivo dos educandos, mas estão também vinculadas a

uma tentativa de uma proposta de produção educativa da existência, ou seja,

para os povos do campo da produção agrícola, sustentável ou ao que produzam

alimentos, mas que façam isso tudo em detrimento de algo maior que o

financeiro, que o façam pensando em um conjunto de seres humanos que

necessitam dessas produções como forma de subsistir.

Considerações Finais.

Partimos do pressuposto de que as políticas públicas para a educação do

campo estão em processo de fortalecimento, uma vez que a agenda proposta por

pesquisadores, professores, movimentos sociais, vem sendo cumprida e discutida

pelo governo, sendo assim consolidados os princípios firmados pelas diretrizes

Operacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo, caminhando ainda

para a criação de uma política universalista com ênfase na formação e educação

de qualidade, no direito ao acesso e permanência, assim como no aumento do

número de vagas no ambiente escolar do campo.

Não podemos nos reduzir e pensar a expansão apenas como o aumento

do número de vagas e no número de escolas, mas ir muito além do quantitativo e

pensar no qualitativo, reforçar também que essa escola a qual falamos não pode

ser desenhada aos moldes da escola que predomina na cidade, a escola do

campo precisa ter uma característica sua, com uma proposta de organização do

trabalho pedagógico, uma formação do professor do campo, e de uma

organização curricular própria do campo, ou seja, voltada para o campo.

Não adianta reivindicar uma mudança na forma de se pensar educação,

se não houver uma mudança nas pessoas que a fazem, uma educação

comprometida com o sujeito, que preze pela vida e pela convivência entre os

diferentes, uma educação emancipatória no sentido humano, que o educando

percebe o outro como diferente e igual, uma vez que as diferenças nos moldam a

uma convivência possível, e que enxergam a sociedade como sua casa, como

disse BOFF (2012). Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de

responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz

descobrir o ser humano como o cuidador do jardim do Éden que é nossa Casa

Comum e o guardião de todos os seres.

A bandeira de luta do movimento do campo é sem dúvida a busca por

reconhecimento e fortalecimento de sua cultura, assim como o movimento

indígena busca seu reconhecimento, como o movimento negro também luta por

seu espaço por direito, e que fora negados por muito tempo, ambos os

movimentos citados tiveram sua cultura marginalizada em prol de outra cultura

hegemônica e empoderada historicamente pelos detentores do poder, que

inculcaram no imaginário social uma soberania do branco, europeu, urbanizado,

sobre os demais os colocando como hierarquicamente superiores, suprimindo

suas crenças, costumes, e práticas culturais especificas, reivindicamos o direito a

uma educação que inclua, e não que exclua como historicamente foi negado aos

moradores do campo, uma educação que mostre o sujeito do campo como ator e

construtor da sua história, como sujeito do campo.

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