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EDUCAÇÃ O DO PÚBLICO EM CAMP AN HAS DE SAÚDE PÚBLICA LEANDRO SANCHEZ QUEIROZ JÚNIOR Dissertação de Mestrado apr e sentada à Fa- culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Departamento de Prática de Saúd e Pública, para obtenção do título de Mestre em Orientadora: Profd. Dra. Ruth Sandoval Mar condes. São Paulo 1979 BI HT.IOT[CA

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EDUCAÇÃO DO PÚBLICO EM CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA

LEANDRO SANCHEZ QUEIROZ JÚNIOR

Dissertação de Mestrado apre sentada à Fa-

culdade de Saúde Pública da Universidade

de São Paulo, Departamento de Prática de

Saúd e Pública, para obtenção do título de

Mestre em Sa~de P~blica.

Orientadora: Profd. Dra. Ruth Sandoval Mar

condes.

São Paulo 1979

BI HT.IOT[CA

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 RUTH SANDOVAL MARCONDES,

mais do que ori e ntadora e amiga , um exemplo a ser seguido.

À MEUS PAIS,

cujo estímulo nunca me faltou durante todas as fases de mi­nha formação.

À ANGELA,

pela compreensão e dedi caç ão.

À TODOS que,

direta ou indiretamente, cola boraram para a realização des te trabalho.

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! N O I C E

pag.

1. RESUMO........................................ iv

2. SU~1l-1ARY....................................... vi

3. INTRODUÇÃO. • . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

4. CONSIDERAÇÕES Gt:RAIS. • . . . . . . . • . . . • . . • . . . . . . • . . 4

EDUCAÇÃO EM SAÜDE P0BLI CA. . . • . . . • . . . . . • • • • 7

CAMPANHAS D.E SAÜDE PÜBLICA... .• .• . ..• • . • . . 9

5. METODOLOGIA DA E DUCAÇÃO EM S AÚDE P0BLICA ••...• 16

CONSIDERAÇÕES GERAIS •.•..••...•...•....•.. 17

SITUAÇÃO ATUAL DAS COMUNICAÇÕES NO BRASIL. 23

MtTODOS DE EDUCAÇÃO DO PÜBLICO ••...••••.•. 28

6. EXPERifNCIAS EM CAMPO. . • . . • . • • . . . • • . • • . • • • • • . • 4 4

ALE XANDRIA, EGI TO ......•.......•........•• 47

MA CAl:: , .RJ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • . • • • • 54

SÃO PAULO, SP ......••....•..•...•.....•.•. 61

P ETR0POLlS, RJ .....•..•.......•. . ..•....•• 63

7. CONCLUSÕES. . . . • • • . . • . • . . . • • . . . . • . . . • . . . • • • . • • • 6 9

8. RECOMENDl\Ç OES. . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

9. REFER~NCIAS BI BLIOGRÁFICAS .•..........•.•..... 74

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RESUMO

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v

Este t r a balho a nalisa quatro campanhas de Sa Gde

PGblica realizada s em Alexandria, no Egito; Maca~, S~o Paulo

e Petrópolis, no Bras il, do ponto de vista da penetrabilidade

e rendimento dos m~todos utilizados pa r a a educ a ção do pGblico

c om r espei to à va c inação . Tece t a mbém considerações sobr e o

histórico da comunicação, a situação a tual das comunicaç6es no

Brasil e a metodologia da Educação em Saúde PÚblica .

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SUMMARY

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vi i

'l'his papcr i s in t e nd e d t o a.nalyze four P ublic

Health campaigns conductcd in Alexandri a , Egypt ; Macaê, são

Paulo e P e trópo lis, Bra.zil, f r om tvvo stand-points: the

pe r ccntage of peopl e rca c hcd an d tlle <~fficicncy of th c mcthods

to promete public education with regard s to inununization. It

also relates to thc history of cornmunication, the present

conununication trend in Bra zil and the methodology for Public

Health Education.

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-INTRODUCAO ~

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2

Campanhas de SaGdc PGblica, que visam princi­

palmente à vacinação de determinados grupos de população hu­

mana ou animal, foram desaconselhadas, salvo em situaç6es de

ernerg~ncia, pelo Seminârio sobre Situação de SaGde nas Âreas

Metropolitanas Brasileiras, reunido em S~o Paulo em 1975 sob

o patrocinio do Minist~rio da SaGde 2•

elas ainda ocorrem com frequ~ncia.

No Brasil, entretanto,

A realização de tais campanhas possivelmente

decorre da crença de que o povo não estâ suficientemente "edu

cado'' para procurar expontanearnente as Unidades prestadoras

de serviços de saúde a nível de prevenção primária com o fim

de receber as atenções que lhe são devidas e às quais tem di­

reito.

Tendo em vista que para ocorrer a educaç~o,pr9

cesso que visa à mudança de conhecimentos, atitudes e práti­

cas de urna populaç~o , o fator tempo deve s e r considerado, se­

ria pueril acreditar que ela se daria a curto prazo, mormente

em um País de dimensões continentais corno o nosso. Com urna

população de mais de 115 rnilh6es de habitantes com caracteris

ticas sócio-econômico-culturais as mais diversas, para muitos

del e s ainda não são accssiveis os rn~todos de Educação em SaG­

de Pública de que se dispõe.

Parece, portanto, inevitável que enquanto os

esforços educativos que v Brn sendo realizados pela Divisão Na­

cional de Educação em SaGde, através das Secretarias de SaGde

das diversas Unidades da Federação, não surtirem o impacto n~

cessário e desejado, as campanhas deverão continuar prestando

sua colaboração para a r edução da rnorbi-rnortalidade infantil

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devida a doenças tr~nsmissívcis, controláveis a tra vés do uso

rotineiro de imuni zaç6e s ativas.

Admitindo-se e ntão a neces sidade de que as ca~

panhas de SaGde PGblica devam continuar a ocorrer e analisan

do o desenvolvimento das atividades de cada uma de suas eta­

pas, verifica-se que grande parte dos recursos financeiros a

elas destinados é consumida na fase de divulgação, na qual va

rios métodos de educaç~o do público são utilizados para ten­

tar alcançar os obj e tivos propostos.

Este trabalho tem por objetivo analisar méto­

dos de Educaç~o em SaGde dirigidos ao pÚblico e utilizados em

campanhas já realizadas, numa tentativa de evidenciar sua pe­

netrabilidade e a resposta à ação que sugeriram, a fim de ofe

recer subsídios para a otimização de esforços e verbas a se­

rem empregados com métodos educativos em futuras campanhas de

serviços de saúde.

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-CONSIDERACOES

->

GERAIS

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5

Os sistemas de cuidados na ãrea da saGde indi­

vidual e coletiva, decorrentes da evoluç~o da tecnologia, de­

vem necessariame nte enfatizar as atividades de prevenç~o de

doençds em opos i ç~o ao tratamento ou t e ntativa de cura. Isso

constitui nece ssidade social e ~ de f undamental import~ncia ~

conômica, especi a lme nte em relaç~o a de terminadas doenças pa­

ra as quais existem medidas de prevenç~o atrav~s de imuniza­

ç~o ativa.

Tal procedimento foi o ficialmente preconizado

pela Internationa l Con f erence on Primary Health Care, promov!

da pela Organi zação Mundial da Saú de e Unicef em Alma Ata, se

tembro de 1978 24

Ate nto para este f ato, o Governo Federal, atra

ves de legislação básica sobre Vigilância EpidemiolÓgica e I-

munizaçoes, em espe cial a Lei n9 6.259, de 30 de outubro de

1976 ~~ , regulamentada atrav~s do Decreto n9 78.231, de 12 de

agosto de 1976 1 2, disp5e sobre o Programa Nacional de Imuniza

ções. Ao Minist~rio da SaGde ~ atribuída responsabilidade p~

las aç~es relacionadas com o controle das doenças transmissi­

veis e pela ori e nta ção de sua execuç~o, consoante disp5e o ar

tigo 19 da Lei n9 6.229, inciso I e s e us itens a e~'

de julho de 1975 ~ 5 •

de 17

Em seu titulo II o mesmo Decreto n9 78.231 tor

na obrigatõrias em todo Tcrritõrio Nacional as vacinaçoes con

tra as doenças controláveis por esse m~todo de prevençaoe co~

sideradas relevente s no quadro nos o lÕgico do País. Ainda em

seu titulo III vincula o pagamento de salãrio família ~ apre­

sentação do atesta do de vacinaç~o obrigatõria, exig~ncia que

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vigora desde 19 de julho de 1978 .

Tais provid6ncias legais evidenciam a import~~

cia atribuída pelo Governo Federal às atividades de prevenção

em c a ráter rotineiro e quotidiano.

-Com isso tenta-se ''ev i ta r a p r omoçao de campa -

nhas de va einaçao , po r serem l i mitadas e s 6 s e rvirem pa r a co~

s e r ta r ina de q uaç3 a R pr~v i a s c combater situaç5es ano r mais , ca

t as t r6ji ca s, p o r cxem p lo n 7•

Embora entre as medidas prioritárias recomend~

das pelo Grupo de Trabalho sobre Mol&stias Transmissiveis , r~

unido em São Paulo em 1976 durante o Seminário sobre a Si tu a -

ção de Saúde nas Áreas Metropolitanas Brasileiras, esteja a de

se evitar, sempre que poss ivel a utilização de campanhas de

vacinação 2, ainda ocorre a necessidade do emprego de tal m~to

do de trabalho em Saúde Pública.

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EDUCAÇÃO EM SAÜDE PÜBLICA

Saúde e Educação s~o dois substantivos femini-

nos que possuem uma caracterí s tica comum: a dificuldade de ad

jetivá-los propriamente , tendo em vista que os dois podem ter

significados diferentes para diferentes pessoas e, via de re-

gra, são mensurados tendo como parâmetros seus opostos, isto

e, a doença e a falta de educação.

Saúde, como definida pela Organização Mundial

da Saúde em 1946 ( " um e stado de c omp leto bem- esta~ f{sic~ me~

t at e social - ~ .

c nao mer·amc nt c a aus enc 1-a de doen ç a o u e n f e nni_

dade " ~ s ), coloca-se como um valor a que todos aspiramos, mas

que nenhum de nos pode alcançar porque utópico enquanto com-

pleto, já que não se tem parâmetro para medir o que seria "co~

pleto bem-estar". Contudo, e ssa definição promoveu um evide~

te avanço na concepção universal de saúde, visto que extr a po-

lou o critério físico-somático, tal como se entendia até e n-

tão, alcançando os aspectos mentais e sociais que alargaram e

- -normemente seu campo de a çao e compreensao.

Em 1 9 38, Perkins já havia apresentado um con-

ceito mais dinâmico que os ace itos na época, embora nos pare-

ça mais abrangente: " s aúde('; un1 e ~;tado d e ~ e lativ o e q zAi l í h ~i_

o d e fo ~ma e f unç5o do oPga nismo ~ que ~e su l ta de seu a justa-

menta d i namico satisfat6~io as fo~ças que tendem a pe ~tu~b&-

lo . N5o ~ um i nter - r elac ioname nto pas siv o e nt ~ e a mat~~i a o ~

g a n i ca e as fo~çus que age m s o b r e el a ~ ma s uma ~ e sp osta a t iva

d . J d . t , .l 'l o o rJan~ smo no s cnt t o o ~eaJustame n o · .

Em r e sumo, pare ce-nos que o conceito de saúde

se expressa corre tame nte quando o indivíduo, mediante luta com

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os conflitos que a inte raç ã o com o mundo físico, mental e so-

cial lhe impõe, consegue resolver os problemas e suas contra-

dições, respeitando ou modificando parcial ou totalmente a si

tuação em que se encontra. A saúde corresponde então a um es

tado de vitalidade física, mental e social que permite ao ho-

mem enfrentar os conflitos e lograr soluções para os mesmos.

Saúde Pública, por outro lado, teve sua defini

ção postulada em 1920 por Winslow 44: nsa~de P~b[ica i a ci ~n

c~a e a arte de evita r doença s J prolo n gar a vida e de s e nvo[ -

v e r a sa~dc f{sica, menta[ e a efici3ncia J at r avis de esfo r-

ço s o r ganizados da comunida de para o s aneame nt o do meio amb i-

ente J o contro le d e infec çSes na c om unidade J a organizaç~o de

serviços midico s ~ paramidicos para o di ag n6s ti co pre co c e e o

t r atamento preve n ti vo de doenç a s, e o ape rfei ç oamento da ~

ma -

quina s ocial q ue ir~ assegurar a cada indi v i duo , dentr o da c~

muni da de, um padrão âe vi da ade quado à manutenção âa s aúâ c n.

Tendo suas raízes no latim, o termo Educação

(educatio ou educere), significa formar, tirar para fora. O

processo educativo, por via de consequência, se propõe a ofe-

recer algo mais que a simple s transmissão de conhecime ntos.

Antes, deve propiciar ao indivíduo a integração à sociedade

da qual é membro, a uxiliando-o a traçar e alcançar seus obje-

tivos de vida.

" Jl educaçã o envolv e mot;i va ~: ã o , -l' e aç ao J in t e ra-

çao e muda r1ça o 1< l ' e f v rt.; o d e cam po r-ta me n to '' !i , daí a relação

com a etimologia do termo.

A XII Assembléia Mundial da Saúde, patrocinada

pela Organização Mundial da Saúde, definiu Educação e m Saúde

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PÚblica c omo " a so11a de . - . cxper&enct-as de um i ndi v{ duo , gr upo

ou comunidade , que influenciam suas atitudes e comportamen to ~

es s as mudanças " 13•

Segundo Marcondes ( 1971), é objetivo media to da

Educação em Saúde Pública "o reajust e dos valo res culturai s

da comunidade para conseguir a melhoria de suas co n diç~es de

vida nos aspecto s f{sic o s, soc ia is e e mocionais , co m ba s e no s

con h eciment o s cic nt{fi cos . Seu objetivo im e diato consis te em

ajudar a comunidade a E_ Olnpr· ce nder o s pi' ogramas d e saúde e a

par• t i c i par de l c s " 2 7 (o grifo é nosso) .

De acordo com Obertc uffer, o obj e tivo final d a

Educaç~o em Saúde PÚblica é '' li b erar as f o rças potenciais do

homem , e ncrgiau c virtudes , de modo qu e sua a.çâo s e tor>ne am -

pZarr:eni e satisj'atór> -ia e h wnanwnenie cons tru tiva em saúrle " 3 1•

Baseando-se nessa a firmação, Bicudo Pe reira (1977) conclui

q u e " a s de s c o b c P í a s c i e tl í -í j' -i e a D :; à u ú n p o r· i a n i e s c válidas

( ... ) . No t e rr e no da Saúde o comp o rt amento i mais importante

que qualqu e 1· conheciment o ou a ti tude . A idéia é imp ote nt e, se

Em resumo, espera-se que a Educação em Saúde

PÚblica leve o homem, ultrapassado o mero conhecimento, a de-

senvolver atitudes positivas f rente às informações recebidas

e as transforme em práticas e fetivas conducentes a saúde , in-

tegrando- a s no contexto diário de sua vida .

CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA

Campanha, como citado no Minidicionário da Lín

gua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira 17, é a

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"séri e de -ope Puçoe~.> :wi i i tar'ld s que visam um objet ivo definido ~

um fim".

No âmbito da Saúde PÚblica, campanha teria o

mesmo sentido, apenas n ão envolve ndo obrigatoriamente opera-

ções militares, embora termos até agora de uso predominante-

mente militar, tais como estratégia, logística, comboio, jác~·

mecem a fazer parte da terminologia dos que trabalham nesta a

rea.

A estratégia de uma campanha de vacinaçao com-

preende uma séri e de atividade s agrupadas em três fases: a de

preparação, a de ataque e a de vigilância epidemiológica 6 •

Nosso objetivo rel ac iona-se com a primeira fa-

se, razão pela qual será a única focali zada no presente traba

lho.

- -Na fase de prepa raçao de uma campanha sao reu-

nidas informações básicas relativas à área a ser trabalhada,

especialmente as per tinentes à composição etária da população

e sua distribuição urbana e rural, práticas e padrÕes cultu-

rais da população, meios de transporte disponíve is, acidente s

geográficos e canais de divulgaç~o existentes (jornais, rádi-

os, TVs) 2 3 •

Enillora a Educa ç 2o em Saúde se desenvolva em to

das as atividades das três fases, é na fase de preparaçao que

ela se reveste de especial importância, visto que visa a incu

tir na população a necessidade de dete rminadas práticas que

conduzam à saúde.

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Holmes (1962), citado por Marcondes (1971), vin

cula a mudanç a de comportamento â utilizaç~o de tr~s m~todos

principais: coerção, instruç~o e educação 1 8•

-A coerçao (uso da força) raramente produz re-

sultados permanentes e a mudança, nesse caso, depende de con-

tínua supervis ão ; a instrução direta dos indivíduos ou de gr~

pos tem se mostrado ins uficiente para consecução dos objeti-

vos da Educaç 2o em Saúde , já que parte do pressuposto de que

~ suficiente informar as pessoas sobre práticas conducentes â

saúde para que passem a agir de acordo com as informaç6es re-

cebidas, o que nem sciupre ocorre; a educaç~o , planej ada e con

tinua, usando mõtodos adaptados a cada situação, propicia mu-

danças em escala superior aos procedime ntos anteriores e em c~

r~ter permanente, sempre que houver aprendizagem e compreen-

s~o por parte dos indivíduos de que a mudança lhes será bené-

fica 4 •

Se tentarmos uma aproximaç~o dos objetivos da

Educação em Su.úde Pública com os de uma campanha de Saúde PÚ-

-blica em sua primeira fase, ou seja, a de preparaçao da area

a s e r trabalh ada , é fácil concluir que a comunicaç~o entre a

equipe de saúde e ncarregada do desenvolvimento da campanha e

a população-alvo é fundamental, e que a metodologia a ser ado

tada ~ respons ~ve l em grande parte pelo sucesso ou não do tra

balho.

Na primeira fase de uma campanha a comunicação

com a populaçiío e nvo lve basicamente o que s e define como "prQ

paganda".

Para Renzo Mode sti p r opaganda "é uma comun&ca -

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-ça o di ri gida a ~o nvencer J s pes s oas que ~la u ri en ta para de -

terminada decisão J e demanda ", enquanto Howard Geltzer a defi

ne como "a ap!1:C:ação come r cial da ai'tc da persuasão humarza ",

ambos citados por Simões em seu livro "Marke ting Bá sico" 4 0•

A reação favorável da população a propaganda

está condicionada a vários pontos, a saber:

a. à emiss ão da mensagem, que deverá ser feita de mo

do a ser compreendida facilmente pelo receptor

ou população;

b. à escolha de canais ou códigos para a trans-

missão da mensagem, t a nto sonoros (palavra fala-

da, música) como visuais (palavra e scri t a, ilus-

traç~o), que podem ser usados em conjunto ou se-

paradamente, e

c. à decodificação, ou se ja, a forma como a popula-

-çao interpreta a mensagem.

Para se ter resultados satisfatórios nessa f a -

se da campanha é de fundamental importância que haja um pla-

nejamento cuidadoso da propaganda, que se inicia pela defini-

-çao clara e precisa das metas que se tem em vista e das tare-

fas a serem desempenhadas para atingi-las, bem como dos recur

sos materiais e humanos necessários e do cronograma a ser ob-

servado. O planejamento dessa fase tem finalidad e ordenadora

e coordenadora das ações chamadas publicitárias e deve inclu-

ir parâmetros que permitam avaliar os resultados atingidos a-

pos a consecução do trabalho de divulgação.

Poderiamos resumir um plano publicitário em

quatro etapas:

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1. determinaç ã o de met a s, sempre quantificadas, fa-

se que implica na coleta de informaç6es e anãli-

se que visa ~ identificaç~o de obs tãculos e pon-

tos favorãveis;

2. estabelecimento da es tratégia, na qual deverão

merecer atenção.

- o público-alvo, com suas características de

comportamento, linguagem, localização geo-

grãfica,

- o conteúdo da mensagem, e

- a fixação dos canais publicitãrios que mais

atingem o mercado-alvo;

3. estabelecimento de meios de controle, em que se

situa o material humano nas diversas posiç6es hi

erãrquicas dentro da campanha;

4. estabelecimento de critérios e instrumentos de a

va liaç~o da fase de divulgação, em termos de a-

ceitação e alcance das metas propostas.

Para que o plano seja completo e exequivel e

necessãrio que se conheça a verba disponível para essa fase

-da campanha, encarando-s e a mesma nao como despesa, mas c o mo

investimento, jã que ela retornarã aos cofres públicos atra-

ves da redução do absenteísmo dos pais por doença dos filhos

ou deles próprios, com consequente aumento da produtividade e

da menor necessidade de investimento na recuperação de doen-

tes em hospitais da rede pública, via de regra mais procura-

dos em caso de isolamento por doenças infecto-contagiosas, al

vos mais comuns de campanhas de prevenção.

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Conhecida a verba disponível, sua alocaç~o de­

penderá dos métodos de educaç~o do público a serem utiliz ados

e do momento certo da sua utilização visando à maximização do

retorno da propaganda.

A seleç~o do método deve considerar:

a. penetrabilidade - seu alcance em t e rmos de audi­

ência;

b. composição da audiência - caracterfsticas sõcio­

econ6mico - c ulturais;

c. audiência cumulativa - nume ro de pessoas que po­

tencialmente ser~o atingidas uma ou mais vezes, e

d. sobreposiç~o - possibilidade de dive rsos métodos

atingirem a mesma audi~ncia.

O melhor método, via de regra, é aquele que a­

tinge o maior número de pessoas pelo menor custo.

A escolha depe nde também da verba disponível,

da natureza da mensagem a ser divulgada e do custo dos dife­

rentes métodos.

O p Úblico é , na realidade , um c onjunto de ind~

víduos espraiados numa área geográfica, que não se relacionam

entre si necess ar iame 11te e possue m interess e s heterog~neos.

N~o é um grupo organizado e nem sempre possui tradição e cos­

tumes comuns, estando sujeito a fatores psicolÕgicos e/ou so-

ciais que desper tam ne l e desejos em decorr~ncia do processo

motivacional, interveniente e modelador a que estiver expos­

to4 o .

O público e levado por vârios fatores a tomar

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uma decisão para praticar um ato . Essa tomada de decisão e o

resultado da pressão exercida, entre outros, pelo volume de

informações e depende não só do seu fluxo, mas também da deco

dificação que delas se faça. Nes ta decodificação vão interfe

rir elementos como disponibilidade de renda, cultura, ambien-

te e outros que , na área de atuação, evidenciam um gradiente

de variabilidade que p r ec isa ser observado com cuidado quando

da divulgação de uma campanha de Saúde PÚblica.

Os motivos que levam a população a tomar posi-

ção em relaç~o a algo q ue está sendo divulgado com caráter

promocional podem ser englobados em três classes: econômicos,

egoístas e altruístas. Qualquer dos três pode levar o indiví

duo a fazer us o dos serviços de saúde. O econômico, pelo fa-

to de que o atendimento, via de regra, é gratuito nas Unida-

des prestadoras de serviços na área de prevenç0o primária; o

~ b f.. . - _ ;. ego1.sta, porque e um ene lClO que presta a sua pr'jPrla sau-.•. ~-

de; o altruísta, que envolve o desejo de boa ação ou o instin

to paternalista dos responsáveis e que os impele a levarem

seus filhos às Unidades para auferirem dos serviços ofereci-

dos.

~ imprescindível atentar para a predisposição

interior quanto à aceitação da campanha, principalmente no que

diz respeito a experiências anteriores a que foi submetida a

população-alvo . A atitude da população envolve a aceitação

da Unidade Sanitári a e a credibilidade de que goza, que influ

enciarao no dese jo de participar das ati vidades a serem desen

volvidas.

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METODOLOGIA

-DA EDUCACAO .,.

# #

EM SAUDE PUBLICA

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

Com o fim de compree nde rmos melhor a me todolo­

gia da Educação em Saúde PÚblica, faremos uma incursão na a­

rea da comunicaçao, que fornece os fundamentos para os diver­

sos métodos.

Define -se comunicação como "o at o pelo qual um

e spÍ.l'i to afeta o ou t1•o " 4 2• Disto inferimos que a comunicação

é um fato bem antigo, permitindo-nos afirmar, sem margem de

erro, que ela tem a idade do prõprio homem, jâ que os homens

se comunicam desde os primeiros tempos de sua existência.

 distância de muitos milênios, a "linguagem"

dos primeiros habitantes de nosso planeta resumir-se-ia em

"roncos" ou "guinchos" que eram o ensaio da fala, tal como a

conhecemos atualmente. A mimica teria vindo ajudar esses ho-

me ns e m sua comunicação primitiva, juntando-se muitas

em associaçao com os sons emitidos~ 7 •

vezes

A inteligência, talvez elementar, de que o ho­

mem era dotado então conduziu-o à linguagem falada, distanci­

ando-se, dessa forma, do animal dito irracional.

A c omunicaç ã o oral evoluiu para a comunicaç ~ o

através de sinais e simbolos, conforme provam investigações

arqueolÕgicas r ea lizada s na atualidade e que descobriram dese

nhos nas parede s das caverna s onde habitaram homens pré-hist~

ricos.

Entretanto, foi cerca de 105 anos A.C. que na

China se desenvol vcu o pape l e a tinta, passando a comunicação

escrita a ser efetuada como a conhecemos em nossos dias.

PrÕximo do ano 450 da Era Cristã aconteceu a

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primeira t e nta ti v a de impressão de tipos na Âsia, sendo o "Di~

mond Sutra" o mais velho livro impresso conhecido, datado de

868 D.C.

Entre os anos 900 e 1450 houve grande progres­

so nos processos gráficos de impressão. Nessa época desenvol

veram-se na China os tipos removíveis e na Coréa os tipos de

metal fundido, sendo esses Últimos aperfeiçoados por Guttem­

berg e outros na impressão manual com tinta verniz.

Ainda no século XV, mais precisamente em 1456,

Guttemberg publica sua "BÍblia" de 42 linhas.

Entre 1450 e 1550 a impressão, partindo da Al~

manha, invade a Europa. Em 1476 Caxton funda a primeira gra­

fica na Inglaterra, enquanto Aldus começa a imprimir na Itá­

lia em 1494.

No ocidente coube ao México, em 1539, a inaug~

ração do primeiro serviço gráfico, seguindo-se as colonias a­

mericanas em 1638. O mais antigo livro publicado na América ,

The Bay Palsam Book, data de 1640.

A imprensa começa com a forma de "corantos",

que são impressos de folha única, contendo notícias, publica­

dos em Amsterdam no ano de 1621. O primeiro "coranto" inglês

é lançado em 1622.

A imprensa, como a conhecemos nos dias atuais,

aparece em 1665 em forma do primeiro jornal inglês, "London

Gazette", seguido pelos americanos que publicam em 1690 o seu

primeiro jornal "Public Occurrences", em Boston, que só co­

nheceu seu primeiro número.

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O jorna lismo di~rio da ta de 1702, quando os i~

glese s l a nç am "'l'he Da ily Courant", seguidos pelos americanos

em 1704 com "'I'he Boston News-Letter".

A r e vista. tipo ''magazine " apa rece em 1731, com

o lançamento de "Th e Gentlema n's Magazine", em Londres, mais

uma vez seguida pelos americanos, que em 1741 publicam em Fi­

ladélfia o "American Ma gaz ine ".

O proc e sso de es tereoti pi a e desenvolvido em

1805, propiciando o apar ec imen to do c li chª, que dã grande im­

pulso ao jornalismo.

Em 189 7 os irmãos Fourdrinier aperfeiçoam o si~

tema de confecção de papel e sete anos depois aplica-se o va­

por para movimentar as mãquinas grãficas, agora jã operando à

base de cilindros de impre ss ão .

Um mé todo prãtico, embora primitivo, de foto­

grafia é invent ado por Daguirre em 1839 e passa a se denomi­

nar daguerrótipo.

Da ta de 18 44 um novo e vigoroso impulso nas c~

municações, qua.ndo Morse envi a sua p rime ira mensagem telegrã­

fica.

Em 185 3 surge o papel feito de polpa d e madei ­

ra, processo que perdura para fabricaç~o até os dias atuais.

Gra nde a vanço nas comunicações inte rnacionais

aconte ce em 185 7 com a ina ugur ação do pr imeiro cabo transa­

tlântico, s eg ui do dez a nos depois pela invençao da primeira

m~quina d e esc r e ver pr~tica .

O processo de i mpress ao fotogr~fica e desenvol

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vido em 1872, propiciando o aparecimento do pr ime iro jornal !

lustrado di~rio no ano seguinte. A a utotipia ou fototipogra­

fia, processo de foto gravu r a pelo qual se reproduzem fi gura s

ou ima gens desti nada s à i mpr e ssão tipográfica por meio de uma

reticula apro pri ada , atrav~s da qual o objeto ~ fotografado e

d e pois gravado sobre uma placa de metal, foi desenvolvida e m

18 8 0.

O t e le fo n e ~ inventado por Graham Bell, que r~

aliza a prime i ra li gação tel ef6nica atrav~s de fios em 1876,

e no ano seguinte Edison inventa o fon6grafo.

Em 188 6 Mergenth a l e r introduz a linotipia nos

processos gráficos, que propicia a composição e fundição de

caracteres tipográficos por liru1as inteiras . Mais tarde de­

senvolve-se tamb é m o processo de impressão em "off-set".

O proj etor de cinema ~ aperfeiçoado e os pri­

meiros filmes s~o mostrados ao pGblico em 1894. No ano se­

guinte Marconi e nvi a e c apta mensagens telegráficas por pro­

cesso que dispe nsa o uso do fio, mas apenas em 1903 é realiza

do o primeiro filme que conta com um e nredo em forma de hist6

ria, intitulado "The Gre a t Train Robbery".

Em 1904 a primeira telefoto ~ enviada de Mu­

nich e captada em Nure mberg , provando a viabilidade do prece~

so.

Um p a sso de cisivo para a comunicaçao é dado e m

1906, quando Fessenden tra nsmite a voz humana p elo rádio, prQ

piciando o aparecimento das primeir as emissoras regulares: a

8MK de Detroit e a KDKA de Pittsburg .

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Corno complemento da transrnissâo da voz humana

atrav~s do r5dio, as primeiras imagens de televisâo são ger~

das em 1923, ~poca em que houve a primeira transmissão entre

New York e Filad~lfia, seguida três anos mais tarde pela In­

glaterra, quando no Royal Institute de Londres as primeiras !

magens de televisâo foram mostradas ao público 36, contemporâ­

neas da instalação da primeira rede de r5dio, então a NBC, nos

Estados Unidos.

Em 1927, com o filme "Jazz Singer", inicia-se

a era do cinema falado, tendo, no ano seguinte, Walt Disney

lançado seu primeiro desenho animado.

A emissão de ondas de radiofrequência em FM

foi desenvolvida pelo Major E.H. Armstrong, em 1935.

A primeira emissâo de televisão diâria na Euro

pa ocorre em 1936 através da BBC de Londres, mas apenas em

1941 houve autorização para seu funcionamento, em bases comer

ciais, nos Estado s Unidos.

Sete anos depois, isto é, em 1948, hâ o inicio

da grande expans~o da televisão. De 100.000 aparelhos comerei

alizados nos Estados Unidos até o inicio desse ano, alcança-

se a cifra de 1.000.000 produzidos apenas durante o ano consi

derado.

No Brasil, pais pioneiro em televisão em toda

a América Latina, a primeira emissão ocorre em 1950

da PRF-3 de São Paulo.

Em 1952, permite-se o licenciamento de

através

novos

canais de televisão nos Estados Unidos e a TV rapidamente se

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espraia pelo continente, jã sendo o esboço de poderosas rede~

como a ABC e a NBC dos dias atuais.

A pesquisa nessa area leva ao desenvolvimento

da televis~o em cores, que começa a operar em carãter regular

e comercial por volta de 1954, nos Estados Unidos.

O desenvolvimento do video-tape permite mais

tarde que os programas sejam produzidos em uma central gerad~

ra e repetidos nos mais longínquos pontos do país, fato que é

rapidamente superado pelo aparecimento do sistema de micro-on

das, que leva o acontecimento no momento em que ele ocorre a

todos os pontos ligados por elas , seja através do sistema de

visada direta terrestre , seja através do uso de satélites.

O universo das comunicaç0es e imenso e variado,

podendo s er utilizado a qualquer momento e em qualquer ponto

do pais, por mais longínquo que seja, especialmente depois do

aparecimento dos transistores e diodos que, além de propicia­

rem a miniaturização de rádios e televisores, ainda reduzem o

consumo de energia de tal forma que podem operar com

ou baterias, dispensando a corrente elétrica .

pilhas

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SITUAÇÃO ATUAL DAS COMUNI CAÇÕES NO BRASIL 34

O a tual Gove rno Br asile iro t e m se preocupa do

de maneira muito especi a l com a comuni caç ão de massa. Em di-

versas ocasiões foram divulgados e studos e realizadas apreci-

ações sobre as finalidades sociais da radiodifusão, tele visão,

o emprego adequado de sua s programaçõ es e os problemas decor-

rentes de sua má utilizaçã o.

-Tais problemas de grande repe rcussao e delica-

deza de trato t ê m sido apre s e ntados , através d e congressos e

reuniões, aos empresários de r 5dio e t e levis ã o, a associações

de publicitários e d e anunciantes e a e specialistas em comuni

-caçao de massa.

Para e nfo c a rmos a situaç ã o atua] das comunica-

çoes, deveríamos a bo rdar uma imens a gama de n uances que inc l~

iria aspectos de telecomunicações públi c as (política, pesqui-

sa, de senvolvimc nto,na ci ona l izaç ão d e equi pame ntos, s iste ma

brasileiro de comuni cação por sat~ li te , c omunicação de dados,

situação d a Eniliratc l, serviço mó ve l marítimo , c a bo s submari-

nos) , aspectos r e la c i o nados a serviço s posta i s e t e l e gráficos

(metas, mal o t es , teleg ramas, posi ção da ECT ), a l êm de ati vid~

des d o Ministé rio d a s Co muni caç ões , como a dmin i strador que e

da política de comuni cações no Pa i s .

Como no s so tr ab alho n ão compo r ta tra tame nto a-

profundado de t odos esses i t e ns , ap r ese ntar e mos uma visao sus

cinta, com emb asame n to predominantemente hi s t ó rico, tomand o

como base o Se gund o Pl a no Nacio nal de Dese nvo lvimento (IIPN~.

As a t ivida d e s de senvo lvi das p e l o Ministério

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das Comunicações e empresas a ele vinculadas pode m ser bem a­

valiadas pela a prc ci açâo da exe c uçao do II PND , com inicio a

19 de janeiro de 19 75 e término a 31 de dez e mbro de 1979.

Estud J ndo - s e a evoluçâo do sistema Telebrâs de

1974 até 1977, ve rificamos que os serviços telefônicos urba­

nos, em termos de sua utilização, têm cre scido na mesma pro­

porção que o nGmcro d e telefones em serviço, enquanto o cres­

cimento do serviço interurbano é maior. O serviço internaci­

onal tem experimentado um crescimento muito superior ainda ao

do serviço interurbano, como decorrência do

da economia do Pais.

desenvolvimento

Paralelamente a e sse desenvolvimento houve a

integração opera cional das companhias telef6nicas. Em 1974 e

xistiam, em todo o Brasil, 831 compa nhias diferentes, em sua

maioria de pequeno porte. O II PND não fixava metas para es ­

se valor e a previsão atual é de que, no final de 1979, exis­

tirão 447, com a fusão de companhias de pequeno porte.

O II PND estabelecia, para o final de 1979, o

atendimento de 3 .200 dos 3 . 900 municípios existentes no Bra­

sil. Em dezembro de 1974 e stavam atendidos 2.432 e a previ-

são atual e que se dev e che gar a 3.136, ligeiramente abaixo

do que se havia estimado. Considera-se atendido o município

que tenha rede telef6nica ou a pe nas um telefone ou posto pu­

blico.

Em relaç ã o à rede de telex, havia o objetivo

de se atingir 22.000 terminais no final de 1979. Esta meta d e

verâ ser bastante ultrapassada, tendo em vista a previsão de

se chegar a 38.140 ao final de 1979, o que corresponderâauma

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-execuçao 73 % superior ao previsto.

O serviço de telegramas retornou oficialmente à

atribuiçâo da Empresa de Correios e Telegr~fos (ECT) pela Lei

Postal n9 6.538, de 22 de junho de 1978.

A ECT j~ vinha se aparelhando para dar a esse

serviço uma qualidade me lhor. A antiga rede de t e lex da ECT,

que saiu de uso com a implantação da rede da Embratel em 1975,

passou a ser utilizada integralmente para encaminhamento de te

legramas entre suas agE ncias . Esta rede deu condiç6es pa r a a

melhoria do serviço do. telegramas que, e ntre as localidades ser

vidas pela r ede, já estão sendo norma lme nte e ntregues no mesmo

di a em que s ão pass.:1dos , f i c ando pequena percentagem para o dia

seguinte. Estão sendo preparadas diretrizes para utilizaç ão,

pela ECT, da rede das empresas telefoni cas , para encaminhamen-

to dos telegramas de e para as loc a lidades em que o nume ro de

telegramas enviados e rece bidos é baixo, inferior a 500 por mes.

Implantado a inda p e la ECT, o sistema de Rede

Postal Aérea Noturna, atr a vés de avi6es fretados com companhi-

as comerciais, propi c ia atualme nte uma e ntreg a no dia imediato

àquele em que a corre s pondência foi postada, na maioria das ca

pitais brasileiras , desde que a agência expedidora também se

localize em uma dessas capitais.

No que concerne a radiodifusão oficial executa-

da diretamente pelo Ministério das Comunicações, o II PND refe

riu-se, apenas, à criação de uma Empres a de Radiodifusâo em âm-

bito nacional, visando a consolidar, em uma Única organizaçao,

todas as empresas pertencentes ao Governo Federal. Essa enti-

dade deveria provocar reduç ã o nos custos operacionais, padron!

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-zaç ao dos equipamentos e materiais usados e, consequentemente,

maior eficiência do sistema. Outro objetivo que se tinha em

vista era a cobertura, pela radiodifusão, de toda a região a-

mazõnica, de modo a manter sua integraç ão no Territ6rio Nacio

nal.

Uma das iniciativas marcantes do Minist~riodas

Comunicações no atual Governo foi a criação e constituição da

Radiobrás, que corre spondeu à execução da meta do II PND.

A Radiobrfis teve como a tribuiç ão prioritária a

implantação de serviços de radiodifusão para a t e nde r à r eg i ão

amazônica. Com esse objetivo, foi preparado um p l ano de ins-

talação de emissoras de onda m~dia, com transmissores de l OKW

em várias cidades da amazõnia. O proje to prevê a implantação,

a curto prazo, em dez cidades, de de z emissoras de onda m~dia

e seis de onda tropical.

A implantação das estações em onda m~dia s e ra

f e ita progre ssivamente e, a l ~m disso, c obrirá apenas as loca-

lidades em que for e m instaladas, continuando sem atendimen to

larga região da amazõnia. Por ocasião da elaboração do II PND,

previam-se transmissões em ing lês, ale mão , francês e espanhol

para todos os continentes. O Ministério das Relações Exterio

res informou, no entanto, que as transmissões que foram fei-

tas d urante mais de dois anos tinham mui to pouco público na E~

ropa, sendo desprezível o seu efeito, tendo sido então cance-

ladas.

Como uma emissora e m onda curta, localizada e m

Brasília, pode atender toda a a ma zõnia, a Radiobrás, autoriz~

da pelo Ministério das Comunicaçõ e s , decidiu, uma vez suspen-

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sas as transmissões em onda curta que estavam sendo feitas p~

ra a Europa, construir ante nas dirigidas para a amazônia e, u

tilizando um transmissor de 250KW, em setembro de 1977, foi i

niciado o serviço de onda curta, que permi te a cobertura to-

tal da amazônia.

Ainda, em relaç~o a execuç~o das a tividade s di

retas pelo Ministério, cabe mencionar a elaboraç~o do Plano

de Distribuiç~o de Canais e m Onda Média, que n~o constou esp~

cificamente do II PND, mas que e ra um projeto antigo, inici a -

do em 1966, que veio a r aciona lizar a utilizaç~o dos canais

d e radiodifus~o em onda média no Brasil.

Atualmente, contamos com 1.329 emissoras con-

signadas no Plano de Onda Média em todo o Pais, sendo que 943

cidades contam com emis sora s de radiodifus~o.

Durante a execuç~o do II PND ainda merece men-

ç~o o aumento do nGmero de estações com frequéncia modulada,

onda tropical e de televis~o, devido à publicação, em maior

numero, de editais d e concorrência e r espec tivas outorgas.

No plano da radiodifus~o em onda tropical en-

-contramos 107 emissoras em operaçao para um total de 620 em

disponibilidade, o que repres e nta 17,25 % do total disponível.

Quanto as emissoes em freq uência modulada, 244

operam atualmente no Pais, para um total disponí vel de 1. 030

canais, sendo o percentual de ocupaç~o de 23,69 %.

Atualmente existem no Pais 1 21 canais de t ele-

vis~o ocupados, de um total de 734 disponíveis, o que nos dá

um percentual de ocupaç~o da ordem de 16,46 % 34

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MtTODOS DE EDUCAÇÃO DO PÜBLICO

M~todo, de acordo com N~ric i, ~ o "planejamen -

t o ge r•a l da s aç õe s segundo dete r minado c r•i té ri o e 11 epresenta

a man eira d e eondu::i1·· 1.1 p c 11Dculleitto ou ,;s açõeu para alcançal'

um objet i vo e obtc: l' ma/ o l' e f ·ic ·iência no que s e deseja r e al-i -

za 1,u30 .

T~cnica, um termo menos abrangente, indica co­

mo agir concretamente para alcançar um objetivo. T~cnica ~ "a

manc~-:r•a como s i)o uti l -i :_:(1,?u u o ::; eLon .. :n/;o s da api'cndizag eJn par·a

qu e esta uc l 'e a !·~ :::, ; 110 cJu.eando " 30 •

Os princípios de aprendizagem (motivação, repe

tição, participaç~o, associação, transferência e outros) de­

vem nortear os m~todos educativos que visam a garantir que os

conhecimentos cheguem aos indivíduos e assegurar sua partici ­

pação efetiva nas diversas fas e s da campanh a , atrav~s da com­

preensão das novas id~ias e de sua adoção.

 luz dos e nsinamentos da Pedagogia , podemos

classificar os m~todos educativos de vârias maneiras. Em Edu ­

cação em Saúde geralmente são assim categorizados :

A. Métodos de e ducação individual

- entrevista

- demonstração

- conversa por telefone

- instrução programada

B . M~todos de educação de grupos

- demonstração

- pa les tra , a ula

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- discussão em grupo

- simpósio

- painel

- forum

- dramatização

C. Métodos de educação do público

- rádio

- televisão

- impre nsa

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- impressos (volantes, folhetos, "folders",

cartas circulares)

- cartazes

- cinema

- teatro

- exposiçao

As duas primeiras categorias de métodos impli­

cam em um contato pessoal entre educador e educando, por isso

chamados de métodos pessoais, enquanto a Última é impessoal,

isto é, prescinde do contato "face-a-face", propiciando um al

cance maior.

~ importante salientar a influéncia indireta

(informação de um educilndo a outro), de singular efeito multi

plicador na educação, que se poderiil enquadrar entre os médo­

dos de educação individual, guardadas as ressalva s pertinen­

tes, visto que o educador não e stá diretamente envolvido no

processo ensino-apr endizagem .

Durante a real iz ação de uma campanha de Saúde

PÚblica pod emos, em resposta a um p l ane jamento prévio, l a nç a r

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m~o de um ou mais mêtodos e ntre os citados. De vemos levar em

conta que, e ntr e dive rsos estudos realizados , o Ex tension Ser

vice of the U.S. Depar bnent of Agric u lture 43 fez publicar um

dos mais completos , do qual extraímos alguns da dos .

A i mpo rt5ncia relat i va de cada uma das c atego-

rias na adoç â o de p ~ãticas foi a s eguinte :

M~todos de educaç ~o individual ............... 24,8 %

Métodos de educaçcio de gr upos ................ 32 ,8 %

S UB-TOTAL (métodos diretos e pessoais) .............. 76 ,6 %

M~todos de educação do p úbli co .... . .......... 23,4 %

Infl uênci a indireta (informaç ~o de educando a

outros) ............... . ................... 1 9 , 0 %

1' O 'I' A L ........ . .....................• 100,0 %

Este estudo evidenciou também a importância dos

m~todos diretos e pessoais na adoç i:lo de p ráticas (76,6 % do to

t a l).

A importância cumu l ativa do uso de vários méto

dos simultâneos foi comprovada quando , ness e me smo estudo , o

núme ro de dif c~ r entes mé todos :foi aume ntado de um para nove e

o número de familias ado tando mudanç as de comportame nto s ubiu

de 35 para 98~, .

Em geral o emprego de métodos impessoais e e fi

c a z q ua ndo:

- o assunto a s er ensinado 6 simples;

- a prá tic a r ecomendada é semelhante â prática cor-

rente ;

- o ni vcl de inte lig~nci a c ins tr uçâo do educando e

e levado .

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Os m~todos pessoais são p referí vei s quando -na o

s~o a tendidas aquelas cftracteristicas. Em t rabalhos que uti-

lizam métodos de ed u c ação ind ividual, certas variáveis devem

ser consideradas na seleção do método: a personalidade do ed u

cador, o problenkt em paut a , a capacidade do ins t rutor e o grau

de inte re sse do educan do . Nos t r aba l hos d e educação de g ru-

pos somam-se a t! Sta~~ él coesão c o t umanho do grupo, a l eín do in

teresse dos participantes .

Os cstudos 4 3 mostraram ai nda que os métodos d e

educação do pGblj_co t~m valor no processo de criação ou de mu

dança de percepçiu ; o s métodos de e duc ação d e grupos , na mot i

v ação, e de ec1ucação individual , na decisão p <..~ra agir .

Te ndo e m vist.:1 que as campanhas de Saúde PÚbli

ca em geral se dirigem à populaç~o de uma área delimitada , mas

nem sempre pec]uen<:1, os métodos mais fr eque nteme nte e mpregado s

são os de educação do pGblico.

R a d i o

O primeiro trabalho que versa sobre rádio, t e n

tando evidenciar as variáveis relevantes no e studo de sua ef i

ciéncia como método de educação datél d e 1935 1• Cantrill e

Allport comparavam então a s rea çõe s de um grupo de pessoas

q uando ouviam um prog r amél de rád i o e quando se defrontavam com

o locutor em pessoa ; usando os mesmos a lunos e instrutore s,

em outra ocasiao, c o mp araram aula s comuns c o m a u las pelo ra-

dio, concluindo de seus estudos que as diferenças foram t ão

pouco significZltivas que o rádio p raticamente se ombreava co -

mo método de educação vis-~- vi s a educação formal .

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Pesquisadores que os precederam, tais comoKatz

e Eisenberg (1945), auferiram que o ouvinte compreende e re­

tem melhor aquilo que, embora com fins educativos, chega até

ele em forma de recreação.

Harrel, Brown e Schramm, em 1949 1 5, postularam

apos estudo que a apreensão por parte "do educando é tanto mai

or quanto menor for o número de tópicos inseridos em um mes­

mo programa.

Quanto à forma de apresentação dos programas

de rádio, pesquisa realizada por Goldwin em 1948 evidenciaque

a retenção por parte do educando é considerávelmente mais al­

ta quando a apresenta ção é feita através de palestras, segui~

do-se a entrevista e , por Último, com significativa diferença

para o segundo, a dramatização.

Os programas educativos pelo rádio têm pequena

audiência, já que os indivíduos não ouvem indiscriminadamente

qualquer tipo de programa veiculado. Lazarsfeld e Kendall, em

pesquisa que realizaram em 1948, d emonstraram que, emboraorá

dio permaneça ligado, o individuo pode ''fecha r" os ouvidos p~

ra aquilo e m que não está inte ressado 22• A mesma pesquisa

revelou que os programas que mais interessavam ao público e-

ram teatro (no vel a s ), jornal f a l a do , música popular e,

ralmente, os cómicos.

na tu-

Contudo , vale a pena veicular programas educa­

tivos pelo rádio já que, embora com penetrabilidade reduzida

se compararmos esse mêtodo com a televisão, esta penetrabili­

dade é máxima quando consideramos a zona rural onde, p o r car~

cer de energia elétrica, o rurícola apenas se inteira dos a-

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contecimentos através de seu rádio, alimentado por baterias

disponiveis em qualquer armazem do interior.

Ao se utilizar o rádio como método de educação

do público, devemos ter em mente que existem várias formas de

faz~-lo, todas utilizáve is em circunstâncias dete rminadas: en

trevistas, "spots", ''jingles", palestras.

A e ntrevista pode influenciar muito, se

bem conduzida pelo entrevistador. ~ possivel entrevistar não

somente pessoas q ue tenham a lguma mensagem técnica a oferece~

mas tanili6m o pr6prio ouvinte que, even tualmente , pode compar~

cer a um programa para prestar depoimentos sobr e determinado

assunto, ofere cendo um "feedback" da comu nicação .

Os " spots" s ão muito úteis. Frases que levam

de 5 a 20 segundos , apresentadas em intervalos de programas ou

e ntre músicas, tém grande pote ncial cumulativo, dada sua pos -

si bilidade de repetiç3o .

Os "jingles", frases curtas e cantadas, veicu-

ladas com f r cq u~nci a , levam os ouvintes até a r e peti-los in-

co nsci e ntemente .

As palestras são , vi a de regra, de dificil e-

-xcc uçao. Seu pl_arn: j amc nt.o d e ve visar pr jncipalme nte uma situ

ação real que poderia acon t ecer com o ouvinte para qu e s ua a -

tenç ão não s e ja dispers ada . Raramente uma Única pal e stra so--

bre um det e rminado as sunto é suficiente para transmitir a men

s agem, tendo e m vista qu e d e ve s e r sempre curta . Idea lmente

d e vem ser apr e sentadas várias pales tras sobre o mesmo assunto,

sob diferentes enfoques.

Um prog r a ma de rádio de até 15 minutos, s ern mu

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sica, é bem apreendido . Se quisermos atenção por período su-

perior de tempo, d e vemos intercalar mGsica, atentando para o

fato de que esse artifício ser~ tão menos eficiente quantoma!

or o tempo do p rograma , em termos ideais não devendo ultrapa~

sar os 30 minutos.

Em campanhas de SaGde PGblica a dona-de-casa é

geralmente o alvo dos métodos de educação do pGblico. Atra-

ves do r~dio, a audiência feminina é maior pela manhã ou à tar

de, hor~rios propícios para se veiculare m mensagens de saGde

especificas para esse pGblico.

O r~dio como m~todo de educação apresenta van-

tagens e desvantagens . Entre as primeiras poderíamos citar:

- grande audiência;

- a mensagem atinge as pessoas "s em pedir

licença";

menos impessoal que a imprensa, visto que

utiliza a voz , elemento de identifi cacão >

humana;

- custo relativamente baixo dos programas e

mensagens;

- permite repetição ("spots", "jingles") ou

transmissão simult~nea.

Em contrapartida, encontramos as seguintes des

vantag e ns:

- a audiência do râdio é casual (em geral a

atenção é relativa, j~ que as pessoas ou-

vem r~dio realizando outras atividades);

- compet e com outros programas , eventualmen

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te mais interessantes;

- envolve um s6 sentido (audiç~o)

·-· T e 1 e v i s a o

Silvio de Oliveira Santos, em seu trabalho "O

Escolar e a Televis~o'' 3 6 , afirma, com fundamento em experi~nc!

as realizadas em outros países, que a televis~o ê um m~todo e-

ficiente de educaç~o, e deveri a , e m consequ~ncia, receber mais

atenç~o por parte dos educadores e do pessoal de saúde do Bra-

sil, dependendo sua e fici~ncia do planejamento científico de

seus programas.

As pesquisas na area de t elevisão em todo o mun

do t~m sido numerosas, embora pouco progresso se tenha alcanç~

do atê agora. O mesmo autor, em pesquisa mencionada do traba-

lho supracitado 3 &, realizada na cidade de são Paulo entre 252

escolares de Prin~iro Grau, encontrou que 49,21 % deles infor-

mam que os programas de televis ão educam; 7,14 % os julgam de-

seducativos; 28 ,17 %, nem educativos nem deseducativos e 15,48%

n~o t~m opinião a r ~spcito.

A televisão influencia o comportamento social,

instila novos va1orc:·:; e prop ic.ia a aquisição d e novos conheci-

mentes.

N~ area da Sa úde PÚblica, a televisão comercial

tem sido sensibiliz:J.dd e m alguns momentos a incluir situações

em geral vividas por personagens de novelas, que tangenciam i!2

teress e s atuais do Governo. são as novelas de TV, com audi~n-

cia elevada e consequente penetrabilidad e , veiculadoras de as-

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suntos relativos à saúde, er~ora descompromissadas do plan~

jamento global de saúde do Governo, com o fim apenas de sen

sibilizar o público para ações imediatistas.

Ainda visando problemas atuais, os noticiári-

os e reportagens te l evisados são de grande valor na dissemi-

nação de informações . As campanhas em geral se utilizam des

se tipo de programa, a liado a vinhetas e filmetes, para al-

cançar o aspecto cumulativo da informação.

Aulas formais pe la televisão nao prendem a a-

tenção do escolar , que conside ra esse tipo de programa como

o de que "menos 00sta", ainda citando a pesquisa r ea lizada

em são Paulo 36• Atentos para esse fato, profissionais de t~

levisão educativa no Brasil t ê m optado por um tipo de traba-

lho que se assemelha menos com aulas formais, variando-as de~

de conversas informais entre um suposto aluno e seu receptor

de TV (Telecurso 29 grau - TV Cultura, SP, TV Educativa, RJ

e Rede Globo de Televisão), atê novelas educativas como "Jo-

ão da Silva" (TV Cultura, SP).

Como qualquer método de educação do pÚblico,

ta~ém a televisão possui vantagens e desvantagens . Entre as

primeiras podemos citar as mesmas do rádio, sendo que a iden

tificação do educando com o instrutor ainda e maior, já que

a TV envolve, além do sentido da audição, o da visão.

Quanto as desvantagens, poderiamos apontar a

competição de programa s educativos com outros considerados

-mais inte ressant es e a geraçao de programas em grandes cen-

tros para apresentação em todo o Território Nacional, o que

de certa forma uniformiza a comunicação para uma população

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com niveis de aspiraçao e valores diferentes.

I m p r e n s a

Entre as t6cnicas de comunicaç~o atuais, a es­

crita ocuba lugar preponàerante e, por consequência, a impren I -

sa avul(a de importância entre os m~todos de educaçâo do pu-

blico. Atrav~s dela 6 que tomamos conhecimento de nosso pas-

sado, podendo assim continuar e voluindo, e hoje deixamos re-

gistros escri. tos da história que vivemos, e de certo modo at~

fazemos, para ter e m a mesma utiliz açâo pelos nossos descenden

tes.

A partir do momen to que Guttemberg introduz iu

o tipo móvel há cinco séculos na Alemanha, a imprensa começou

a revo lucionar a capac idade humana de transmitir informações

e comunicar idéias, já que s e propu nha â divulgaçâo de mensa-

gens para um grande n umero de pessoas em diversos luga res, e

respondia ao a 11tigo desejo do h omem de deixar aos seus descen

d e ntes os traços de s ua pas s agem pela vida terrena.

Mas as primeiras sociedades letradas verifica-

ram qu e nâo bJstav a es crev e r a his tória e aprend e ram a guar-

dar os produtos de seus e scritos -" para o al e nto das geraçoes

vindoura s'', como afirmar am os historiadores ma is ligados a r e

tórica, tendo ent~o nascido o que os gregos denomi nara m "b i -

bliothe ke" '• 1 •

N~o foram os gregos, e ntretanto , os primeiros

a guardar s e us livros. A primeira biblioteca de que se tem no

ticia encontrava - se em Tc bas , no Egito , erig ida pe lo Faraó

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Ramsés II 3.300 anos atrás. Pelo menos é o que nos afirma D~

odoro da Sicília, histori ador grego que viveu um século antes

de Cristo, citado por Souza Neves em "Suportes da Escrita - Do

Papiro ao Papel'' 4 1 • Na porta do edifício onde se instalara a

biblioteca foi e scrito "Tesouro dos Remédios da Alma", o que

evidencia a importância a tribuída pelos egípcios a seus escri

tos.

O que popularizou de uma vez por todas o livro,

e por extensão a biblioteca, foi o nascimento da r eprodução

tipográfica de textos, l evando ao declínio da página manuscri

ta, cara, pouca e difícil.

A arte tipográfica progrediu cada vez mais e as

encadernações luxuosas foram substituídas por capas de pape­

lão. O barateamento do livro e as grandes tiragens editori­

ais colocaram os fatos e as idéias ao alcance de todos aque­

les que desejam ler e saber.

No Brasil, a primeira biblioteca foi organiza-

da em 1581 no Mosteiro de são Bento, em Salvador. Em 1810, D.

João fundou a a tual Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro,

que conta com mais de 1.300.000 obras, cerca de 600.000 ma­

nuscritos, perto de 300 .000 mapas e estampas, além de cole­

ções de revistas e jornais, sendo a maior da Am~rica Latina.

A ediç ão é hoje uma atividade florescente: mi­

lhares de livros, jornais e revistas são editados diariamente

no mundo inteiro.

Em Saúde Pública, são os jornais os mais usa­

dos em educação do público. As revista s, em geral elitistas,

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não apresentam penet ração si gnifica ti va na divulgação de camp~

nhas.

Como todos os métodos, t amb ém a imprensa escri-

ta apresenta d e sv anta gens para o trabalho da Educação em Saúde

PÚblica, c omo s e gue:

- neces s idade d o educando ser alfabetizado e

cultuar a leitura, especialmente de jor-

nais;

- as notícias de interesse para a Saúde PÚ-

-blica se confundem com as demais, nao mere

cendo destaque, senão quando sensacionalis

tas;

- a imprensa atinge, via de regra, apenas a

zona urbana;

- a ausência de contato "face-a-face" do edu

cador com o educando imprime uma c e rta "f ri

e za" na mensagem, tornando-a impessoal;

- a decisão de apresentar matérias educacio-

nais de qualquer área é voluntária por pa~

te d o jornal, e m oposição aos grandes pro-

blema s locais, nacionais e intcrr.acionais

-que, s e nao aparecem com regularidade, de-

s a creditam a imprensa. A "Comission of the

Free dom of the Press" coloca como primeira

atividade da imprensa um " c:onfiável ~ com -

p .J•ccns ivo c in teligente relato dos eventos

diá ri os J em um contexto que lhe s d5 signi -

j' -i e a do " 1 9 • Em ge ral, quando um jornal opta

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por apresentar s~ries e noticias visando

â educação do pGblico, e le estã em franca

ascen<ção :o 0•

A par desses óbices, nem sempre ev itáveis, po-

demos usar a imprensa paralelamente com outros m~todos, a fim

de explorar o potencial cumulativo da propaganda. Atualme nte,

no Brasil estão sendo publica dos materiais de suporte a pro-

gramas educacio nais transmitidos pelo rãdio e TV, visando a

suplementar o ensinamento ofe recido. t: o caso do "Telecurso

29 grau", em que a televisão e a imprensa se engajaram em um

programa desse tipo (aulas pela TV e fascículos à v e nda em ban

cas de jornais ) .

C a r t a z e s

Em Educação em SaGde PGblica outros m~todos, me

nos dispendiosos e quase sempre mais acessíveis e exequíve is,

podem servir para e stimular ação ou informar sobre a mensagem

que se quer divulgar.

e ) ') !

"' O l i

Um carta z ( "aníozuiu

nos

1 ClC arande s dimens5es 3 rnu-L -

loeais mai s frequentad o s p~

lo p~bl iu a '' 8 J , n~o de ve s er empregado isoladamente. Deve in-

tegrar o Programa Educativo de uma campanha planejada, exer-

cendo principalmente a t i v idade de propaganda cumulativa com ou

tros métodos.

cu · te s

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- . . e .t:-z.. t o

' '} t· ·O . , ) l > : ' • ' f/ 7 ( .. !. t -- c t .. l . L- l t Õ.) • Logo, tem sua elaboração intimamente

ligada a o s recursos da arte grâfica .

No Brasil, os cartazes datam do pe ríodo anter!

or à década de vint.e, mus passam a evo luir a partir de 1926

quando os bonde s, Gnico meio de condução popular da epoca, c~

meçaram a expor cartazes publicitários. Desse período, e com

a fi nàlidade precípua de demonstrar a p e netrabilidade desse m~

todo de educação d o pGblico, escolhemos um de autoria de Ba s -

tos Tigre que se notabilizou por sua originalidade :

" V o} J o 1: L u ;_; t P c p a. ..: :; '" g e i. r' o

() be l..; t i po r acc i r·o

Em 1937, com o surto industrial que a tingiu

são Paulo e Iü o de .Janeiro , SUr9e o "outdoor" I cartaz de gra_!2

des dimensões c olocado em vias pGblicas; atingiu o cartaz seu

apo9eu, caracterizando -se ostensivamente como comercial.

Ao planejar um cartaz devemos considerar que,

para conseguirmos o máximo de seu po tencial como tr ans mis sor

de mensagens de estimulo para ação, ele deve :

- atrair o olhar,

- prender d at e nção,

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- ter uma mensagem especifica, clara, de a -

J?r ee ns~~o rápida.

No cartaz sao elementos vitais o tema, d ilus-

tração, o texto, o "l .::~you t" e as cores que utiliza .

O tema 6 a n~ nsagem a ser transmitida. Cada

cartaz deve conter ape nas uma mensagem para não confundir. A

ilustração deve visar a identificação da mensagem com o pGb l!

co e , portanto, ter as características das pessoas a que que-

remos atingir. Em d e terminadas circunstâncias pode mos pres -

cindir da ilustraç~o; e m contrapar tida, ca rt0zes h~ e m q ue p~

demos pre scindir do t ex to e e xpre ssar a id~ia apenas com a i-

lustr<Jção.

O texto deve completar a id~ ia jã express a pe-

la ilustração ; dev e ser claro , simpl e s e ao nível do vocabul~

rio d<.H.juelcs a quem se di ri gc . O " layout " é ~t dispos i ç iio dos

elementos dentro do cartaz . Visa a harmonizar a ilustração

com o texto e equi librar sua distribuição em relação ã a re a

disponível . 1\s cores dão n:~ ; llismo a ilustração, at.raindo a a

tenção e despertand o o interess e , embora cartaz e s e m preto e

branco possam ter grande penetrabilidade .

Enfim, o ~xito do cartaz como m~tod o educativo

vai depender dos valores do grupo a quem~ dirigido, vistoque

a decodificação d.J mensagem exige uma --comprcensao imediata e

t o l era um campo interpr- e tativo mínimo por part e do destinatá-

rio.

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O u t r o s m e t o d o s

Os impressos têm também grande potencial educa­

tivo e sao muito utilizados em Educação em Saúde PÚblica, como

os volantes, folhetos, "folders", cartas circulares.

Volantes são impressos de uma so página, enqua~

to que os folhetos têm de duas a doze páginas e os "folde rs"

são sanfonados, com três ou mais dobras. Cartas circulares, em

geral utilizadas para reforçar outro método, são cartas impre~

sas, mas tanto quanto possível personalizadas.

Ainda como método de educação do pÚblico encon­

tramos o cinema. Atualmente a Assessoria de Relações Públicas

da Presidência da República (ARP) tem produzido vinhetas e fil

metes de caráter educativo, que se propõem a esclarecer o pu­

blico quanto a fatos importantes para a promoção, proteção em~

nutenção de sua saúde. Assim é que filmes sobre vacinação e a

gua potável, entre outros, têm sido projetados por canais de

televisão e cinemas comerciais em todo o Pais. Recentemente um

filme de maior metragem (3 minutos) foi fornecido ao Governo

por um Laboratório Farmacêutico particular, fabricante de vaci

nas anti-sarampo, para ser exibido em cinemas, a fim de aler­

tar a populaç ão quanto ~ necessidad e da vacinação. Em geral

esses filmes s ~o intercalados entre o jornal (obrigatório) e o

filme principal.

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À

EXPERIENCIAS EM CAMPO

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Ao planejar a fas e de divulgaçâo de campanhas

de SaGde PGbli c ~ t, o Sanitari sta se defronta c om dois problemas

princ :ipais: que métodos de educaçâo do pÚblico deverâo ser ut!_

li zados e , destes, q uais devcrâo ter ma is ~nfase, guardadas as

limitaç6es fin&nc c iras.

Te ntando facilitar es s e di l ema , r e centemente t~m

sido r e alizadas i nves ti gações em vári as partes do mundo para

determinar, entre os mê todos de educaçâo do pGb lico, quais os

mais e ficaz e s. t ev i dente q ue , ao s e realizar um e studo desse

tipo, devemos t e r em mente que os r e sultados nâo podem ser ex­

trapolados, vi sto que a seleçâo dos m~todos depende de caracte

risticas das comunidad e s a s e rem t raba l hadas , via de regra , di

ferindo bastante entr e si.

As informações levantadas nessas investigações,

embora d e grande utili dade , nâo respondem a algumas importan­

tes indagações , tai s como:

- Por que sâo alguns m~todos de educaçâo do

pGblico menos e ficientes que o utros?

- Scrâo realmente os métodos ut i lizados me­

nos eficazes ou alguns fator e s específicos

em sua utilizaçâo s e riam responsáveis por

seu me nor sucesso ?

Se r ea lmente exi stem esses fatores, quais

sâo? Serâo os mesmos manipulávei s ? Pode­

riam se r minimizados seus efeitos em camp~

nhas f utur a s ?

- Existirão e v e n tos ex tra-campanha que dete~

minem menor eficiência dos m~todos utili za

dos?

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- Uma vez evide nciados em uma comunidade os

métodos d e maior e ficiência em dete rminada

campanha , tcri.J.m eles o mes mo sucesso em

campanha realizada a lguns a nos mais t a rde?

- Os métodos de educação do pÚblico t em pene

trabilidade diferen t e em extratos diferen­

tes da população, de acordo com padrÕe s e­

conômicos e educacionais. Quais seriam os

métodos mais apropriados para cada um des­

ses sub-grupos da população investigada?

O propósito do presente estudo não é o de r es ­

ponder a todas essas indagações. Antes, é o de ordenar alguns

conceitos e apresentar ao leitor os métodos de educação do pú­

blico, utilizados em expe riências em campo já realizadas e seus

respectivos resultados.

Visa, portanto, o presente trabalho a fornecer

subsidias para que possamos tentar res ponde r as perguntas for ­

muladas , com o objetivo de chegarmos à o timização das ativida­

des de Edu c ação em Saúde Pública realizadas na fase de divul­

gação de campanhas no Brasil.

Passamos então a expor quatro experiências nes­

sa area , uma estrangeira (Alexandria , Egito), e três na ciona is

(Macaé , RJ; São Paulo, SP e Petrópolis , RJ).

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CAMPANHA DE VACINAÇÃO ANTI-POLIOMIEL1TICA EM ALEXANDRIA, EGI'ID 16•

O trabalho de divulgação de uma campanha de va­

cinação anti-poliomielitica realizada em Alexandria, Egito , em

1964, começou uma semana antes do inicio da vacinação e conti­

nuou durante os dez dias da fase de ataque . A cobertura da cam

panha foi de 90% de crianças de três meses a cinco anos.

Dezenove alunos do High Institute of Public

Health de Alexandria foram distribuídos aleatóriamente em pos­

tos de vacinação com a atribuição de entrevistar , através da a

plicação de questionãrios, uma em cada dez mães ou acompanhan­

tes das crianças que se apresentavam para vacinar.

A aplicação dos questionãrios tinha como finall

dade determinar os valores relativos das vãrias formas de pu­

blicidade usadas, evidenciar os fatores que contribuíram para

o sucesso ou não de determinados métodos e verificar o impacto

de cada um em diferentes sub-grupos populacionais, de acordo

com sua posiçao econ6mica e educacional . Foram aplicados 2.405

questionãrios.

zados :

Como métodos de educação do público foram utili

F<.ãdio: através de "spots" e entrevista de trinta mi­

nutos com o Diretor do Departamento de Saúde de A­

lexandria, na véspera do inicio da vacinação .

- Imprensa: as mesmas informações dos "spots " do ra­

dio f o ram publicadas nos jornais diãrios.

- Televisão: não foi utilizada na campanha , embora um

programa de quinz e minutos t e nha sido levado ao ar

três semanas antes, por mero acaso, esclarecendo so

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bre os perigos da doença, sua prevalência no Egi­

to e a natureza e necessidade da vacinaçao oral .

- Cinema: foi projetado um diapositivo colorido nos

intervalos das sessões comerciais em todos os qui~

ze cinemas de Alexandria. O diapositivo mostrava

um médico vacinando uma criança c continha uma me~

sagem sobre a necessidade dos pais levarem os fi­

lhos aos postos de vacinação.

- Visit a s domicili5rias: cerca de 14 % de famílias

em diferentes locais da cidade foram visitadas por

enfermeiras do Departamento de Sa Gde de Alexandri

a, sendo enfatizados os perigos da poliomielite e

a necessidade da vacinação gratuita.

- Cartas circulares: foram enviadas, pelo Departa­

mento de Saúde Escolar, trinta mil cartas aos pais,

pedindo que vacinassem os filhos entre tr~s meses

e cinco anos durante a campanha .

- Alto-falantes: três carros equipados com alto-fa ­

lantes circularam pela cidade anunciando horârios

e lugares de vacinação, bem como a faixa etãri a a

ser trabalhada, distribuindo ainda volantes im-

pressos com as mesmas informações.

- "Outdoors": Trinta "outdoors " foram colocados nas

mais movimentadas esquinas d.J. cidude, com uma fra

se curta solicitando aos pais que vacinassem os f:!_

lhos contra a poliomielite, usando a vacina oral

disponível durante a campa nha .

- Cartazes : Foram co loca dos carta zes em todos os o ­

nibus e bondes, contendo as mesmas informações so

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bre lugares, horários e idades limites para vacina

-çao.

Avaliação dos métodos utilizados

De acordo com as respostas aos questionários a-

plicados, pode-se levantar quais os métodos de educação que al

cançaram maior público e suas respectivas percentagens, o que

fornece valores relativos da penetrabilidade por método (tabe-

la I) .

TABELA I

Métodos de educação que serviram de fonte de informa ção s o

bre a campanha (*)

M~'I'ODO N9 %

Rádio 906 37,7

Alto-falantes 849 35,3

Outras pessoas (**) 696 28,9

Imprensa 507 21,1

"Outdoors" 334 13,9

Visitas domiciliárias 321 13,3

Cartazes em Ônibus e bondes 2 17 9,0

Cartas circulare s 75 3,1

Cinema 59 2,5

Televisão 50 2,1

FONTE: HESHMAT, M.Y. Evaluating various forms of publici­

ty l 6.

(*) Muitos entrevista dos é1pontaram mai s de um mé t o do c omo fon-

te de informação sobr e a campanha.

(**) Contatos inter-pessoais

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50

A tabela I evidencia que o rádio, entre todos

os m~todos utilizados, obteve o maior percentual de respostas,

seguido dos alto-fal a ntes e da imprensa. Excetuando-se esses

três m~todos, nenhum outro alcançou mais do que 14 em cada 100

entrevistados .

A t a bela mostra ainda a importância da comuni-

cação inter-pessoa l na divulgação da campanha, o que vem re-

forçar a hipótese de que " em quaLque r' colnunida d e há algumas

do que outras e q llc pat{sam o que o uv e m, v ee m ou leem pa l' a o u -

tra s p e ss o a ::;, ntc!l o s c:1:p o s t as a o s me s111 o s me i o s " 2 1•

O impacto dos diferentes m~todos em sub-grupos

~estudado na tabela II, segundo crit~rios econômicos e educa

cionais.

TABELA II

M~todos de educação apontados pelos entrevistados,

segundo situação econômica e educacional (***)

MtDIA E ALTA RENDA. BAIXA RENDA M t:; 'I' O D O S ALFABETIZAIXJS ALFABETI ZAlX6 ANALFABE'IOS

N9 % N9 % N9 %

Rádio 210 62,5 470 40,4 212 24,5

Imprensa 191 56,8 286 24,6 23 2 ,7

Televisão 35 10,4 12 1,0 2 o' 2

Cinema 22 6 '5 25 2,1 11 1,3

Visitas domiciliárias 43 12,8 159 ~3,7 112 13,0

Cartas circula r e s 5 1' 5 40 3 ' 4 28 3,2

Alto-falantes 145 43,2 438 37,6 252 29,2

"Outdoors" 124 36,9 166 14,3 39 4' 5

Cartazes em Ônibus 75 22,3 121 10,4 13 1,5

Outras pessoas 49 14,6 311 26 ,7 335 38 ,8

FONTE: HESHMAT, M. Y. Eval ua ting various forms o f publici ty 1 6•

(***) Foram excluídos os grupos de m~dia e alta r e ndas que e -

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51

r am analfabetos por serem muito peq ue nos (12 ape nas) e , porta~

to, n~o representativos . -Vinte e nov e pessoas na o r e sponderam

ao quesito sobre situaç~o eco nômica e educac ional, ou a a mbos.

A tabe l~ II mos tra qu e a s pessoas relacionadas

como de m~dia e alta rendas e alfabetizadas s~o mais alcança-

das pelo r âdio e jornais, enquanto qu e as do terceiro grupo t!

veram suas informaç ões através d e outras p e ssoas e de alto-fa-

lante s. O grupo de baixa r e nda e al fabetizado foi mais alcan-

çado pelo rádio e al to- fa lant e s.

O impacto dos diversos m~todos de educaç~o do

público utilizados na campanha pod e s e r resumido como se se-

gue :

Rádi o : foi o mais mencionado como font e de

informação entre todos os métodos. Embora

e ntr e os ana lf abetos ele tivesse a lcança do

apenas 24,5%, foi ainda a segunda font e d e

informação para os membros desse grupo .

- Impre ns a : devido ~ a lta taxa de analfabe-

tos e m Alexandria (37,3 % dos entrevistados

o eram) c ao fato de que somente 44,3 % dos

alfabetiz a dos leem jornais diariamente (en

tre todos o s entrevistados, apenas 28,5 % o

faz e m) , a impr e nsa s ituou-s e em terceiro l u

gar entre todos o s métodos utiliz a dos . O

impacto foi maior nos sub-grupos d e r enda

média e e l evada (65 , 8 %) e me nor entre o s a

nalfabetos d e baixa renda (2 , 7 %).

- Te levis ão : f oi o método meno s eficaz na

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52

campanha estudada (2,1 %), provavelmente p~

lo baixo número de aparelhos disponi ve _is na

época da divulgação. Entretanto, 86 ,5 %

dos entre vistados qu e a possuíam lembrara~

se de ter visto a mensagem televisada.

- Cinema: ape nas 2,5 % dos entr e vistados c ita

ram o s diapositivos projetados nos cinemas

comerciais como fonte de informação. Some~

te 8 % dos que responderam ao questionário

tinham ido ao cinema durante a campanha .

Embora os diapositivos fossem coloridos e

atraentes, dois terços dos que os viram não

guardaram a mensagem, talvez por estar a

mesma inserida entre outras mensagens pu­

blicitárias de pouco interesse exibidas du

rante os intervalos das sessões.

- Visitas domiciliárias: foi de 13,3 % o per­

centual daqueles que apontaram as visitas

como fonte de informação. Essa baixa per-

centagem pode se prender ao fato de que f~

ram visitadas apenas 14 % das famílias resi

dentes em Alexandria, por não se contar com

numero suficiente de pessoal de enfermagem

disponível.

- Cartas circulares: foram enviadas a cerca

de 10 % das famílias e dois terços delas se

quer se le~bravam de tê-las recebido. So­

mente 3% das r e spostas dadas mencionaram as

cartas como fonte de informação.

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53

- Alto-falantes: evidenciaram-se como a me -

lhor forma d e se alcançar o sub-grupo de

baixa r e nda e de analfabetos. Para a po-

pulaç~o em geral, os alto-falantes situa-

ram-se como o segundo método em penetra-

-çao.

- "Outdoors": embora tenham sido colocados

nas mais movimentadas esquinas da cidade,

alcançaram apenas 13,9 % dos entrevista dos.

- Cartazes: somente 9 % dos que responde ram

ao questionário indicaram os cartazes em

Ônibus e bondes como fonte de informaç~o

sobre a campanha. Foram os que menos a-

trairam e prenderam a ate nção entre t odos

os métodos utilizados.

A vitória da campanha (90 % das crianças entre

três meses e cinco anos foram vacinadas) provavelmente se de -

ve ao fato de que a variedade de métodos utilizados propici-

ou uma exposição cumulativa a vários deles, além da indis c utí

vel força dos contatos inter-pessoais na divulgação dos traba

lhos a serem realizados. Os contatos inter-pessoais tiveram,

além do potencial de gerar informação, o de criar um clima fa

vorável em relação à vacinação.

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54

PLANO PILOTO DE MULTIVACINAÇÕES EM MACAÉ, RJ 3 9•

O plano piloto realizado pela Secretaria de Sa

Gde e Saneamento do Estado do Rio de Janeiro em Maca~, em a­

bril de 1974, inicialmente visando ~ vacinaçao de crianças de

oito meses até quatro anos contra sarampo, foi ampliado devi­

do a evidências apresentadas por estudos epidemiológicos e se

transformou num plano piloto de multivacinações, quando foram

aplicadas as vacinas contra sarampo, poliomielite e varíola.

O trabalho na comunidade, que foi desenvolvido

em treze dias, constou das seguintes etapas:

a. contatos com líderes po liticos, profissi onais d e

saGde e org~os da imprensa: foram mantidos ini c~

almente contatos com o Prefeito, Inspetor da Se­

gunda Regi ~o M~dico-Sanitâria, Mêdico e Enfermei

ra chefes do Centro de SaGde e com o Secretârio

de SaGde da Prefeitura, em que foi exposto e dis

cutido o programa e solicitadas as primeiras co­

laborações, tais como divulgaç~o do programa, ma

pas da cidade e permissão para utilização do s di

versos serviços.

Desses contatos foram sugeridas duas reuniões,

sendo uma com todos os m~dicos do Centro de SaGde e outra com

o Engenheiro Chefe de Obras da Prefeitura.

Na r e uni ão com os m~dicos do Centro de saGde

foi discutido o programa e solicitadas sugestões para a execu

çao.

Na reunião com o Engenheiro da Prefeitura fo-

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55

ram levantados alguns aspectos importantes para o trabalho, r~

lativos à localização das áreas urbanas e faveladas, topograf~

a, densidade demográfica, por b a irros, movimentação habitual de

pessoas dentro da área, locais de concentração de casas comer-

ciais, de diversões e outras e itinerário dos transportes co l e

tivos.

Foram ainda feitos contatos com o Diretor da ra

dio local e com o gerente de um dos cinemas da cidade , onde se

deixou, respectivamente, disco e filme do Ministério da Saúde

para inicio da divulgação .

b. divisão em áreas : apos os contatos iniciais e com

os dados obtidos , a sede do Município foi dividi-

da em cinco arcas, . -Ja que a disponibilidade de pe~

soal apenas comportava cinco equipes. Essas áre -

a s foram divididas de acordo com os bairros e, p~

ra uma delimitação física, foram utilizados aci-

dentes geogáficos ou vias de acesso.

c. atuação nas areas: o trabalho desenvolvido em ca-

da área constou de:

- reconhecimento do local, reforçando ou modifi

cando as informações já existentes;

- identificação de escolas , clubes, igrejas (ou

qualquer local de reunião de pessoas para um

culto religioso) da area, assim como qualquer

l ocal de reuni ao de pessoas para outros fins

(trabalho, recreação, assistência médica ou

hospitalar);

após a caracterização das areas e de suas ins

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56

tituições, foram decididos os locais dos po~

tos de vacinação, levando-se em conta as in­

formações obtidas da comunidade e do grupo de

trabalho;

decididos os locais dos postos, deu-se iní­

cio a uma distribuição de cartazes forneci­

dos pelo Ministério da Saúde, distribuição es

ta realizada pelos elementos do grupo de tr~

balho responsáveis por cada área em casas co

merciais e em entidades previamente identifi

cadas, mantendo-se assim um primeiro contato

com seus responsáveis. Nestes contatos e­

ram expostos os objetivos do trabalho, soli­

citada colaboração na divulgação e anotadas

sugestões e pedidos de palestras com grupos

que, porventura, pudessem ser reunidos;

realizadas palestras em escolas, igrejas, as

sociações, pequenas indústrias e para grupos

reunidos com finalidade específica de promo­

ção da vacinação ou que mantinham reunioes

com finalidades di versas, como grupos de mães,

de jovens e de eugenia reunidos pela Igreja

Católica, mas que se interessaram pelo traba

lho desenvolvido pela equipe.

As palestras focalizaram as doenças, a necessi

dade das vacinas para sua prevenção, o grupo etário a ser be­

neficiado, locais dos postos de vacinação e contra-indicações

dos antígenos.

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Nos cinco dias que a antecede ram e durante a va

cina çao, circulou por todas as ruas da cidade um carro com al­

to falante, avi s a ndo sobre os tipos de vacinas a serem aplica­

dos, os horários, o s l oca is, o grupo e tário a ser v acinado , r e

forçando a necessidad e da vacinaç~o. Nos bairros mais care n-

t e s foi observado q u e as pes soas se aproximavam do carro e fa­

ziam perguntas sobre as vuc ina s, em especi al quanto a sua s con

tra-indicações.

d. pur ti c i paçao do pessoal l oca l: as casas comerei-

a is f o r a m contactadas pelo grupo de trabalho e fo .:!=:

nece r am um tota l de treze faixas, com os dizeres

"VACINE SEU FILHO CONTRA SARAMPO", a s datas e o no

me da s casas come rciais que as ofereciam. A pre­

ferência por esse t ex to específico para uma das v~

cinas a serem aplicadas deveu-se ao inusitado in­

t e resse da comunidade pelo sarampo.

Foi autori zada rea lizaç~o d e traba lho de divul­

gação e m t o das as Es co l as Estaduais, Municipais, do Mobral e

Particulare s.

Em algumas escol a s as p rofessoras incentivaram

s e us alunos na e laboraç~o de cartazes alusivos â vacinação, s~

licitando depois que cada aluno l e vasse seu cartaz e colocasse

em lug a r público próximo à sua residência. Com isso houve in-

tensa cobertura por cartazes, mesmo nos lugares mais

quos da cidade .

longín-

Nos dias de vacinaçao tr aba lharam vinte pessoas

voluntárias da comunidade, de vidamen t e treinadas pelos membros

da equipe q uanto às técnica s de vacinaç~o, preenchimento d e bo

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letins, cartões de aprazamento e questionários de avaliação do

trabalho de comunidade . Os guardas s~nitários e auxiliares d e

enfermagem cuidaram da vacinação , enquanto voluntários (profe~

soras, estudante s d e enfermagem e de cursos de nível médio) a ­

judaram com os boletins e questionários .

O pessoal cedido pelo Centro de SaGde Ja havia

participado do Programa Nacional de Vacinação contra a Poliomi

elite. Os estudantes foram treinados durante dois dias. No

primeiro dia foram divididos em quatro grupos de trabalho: dois

grupos para a aplicação do questionário e dois grupos para os

boletins e cartões, trabalhando em pares, pela manhã ou ~ tar-

de, a fim de que fossem apena s ocupado s horários

de cada um.

disponíve is

Durante os cultos religiosos houve oportunidade

para exposiçao dos objetivos do programa aos participantes, sem

pre reforçado pelo representante da religião em tela.

Foram feitas 2 . 340 vacinaçoes contra

1.242 contra poliomielite e 6 . 094 contra variola.

sarampo,

A cobertura alcançada na vacinaçao contra saram

po foi de 58 %, sendo que a população do grupo e tário de oi to a

onze meses alcançou maior percentual (79 %), tendo se consegui­

do, em todas a s idades, cober tura acima dos 50 %.

A m,:Li.u r d .ificuldaclt:~ encontrada na vacinaçao con

tra a poliomielite foi a falta de informaçZio do acompanhante

da criança, que ruramente portava o cartão de aprazamento e não

sabia precisar a data da Gltima vacinação , nem o nGmero de do­

ses de vacina Sabin já administradas .

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A vacinação contra a varíola visava principal-

mente o grupo de oito meses a quatro anos, onde foi consegui-

da urna cobertura de 54 %, s e ndo que o maior percentual obtido

foi o do grupo d o s oito aos onze mes es (78,9 %). Do total de

vacinaç6es anti-vari6licas feitas, 47 % foram primo-vacinaç6e~

Avaliação dos métodos utilizados

Durante a vacinação foram preenchidos 1.093

questionârios, tendo havido quatro r e cusas. Esse numero -na o

corresponde ao total de pessoas que l evaram crianças aos pos-

tos porque e m certos casos as crianças foram levadas por ou-

tras crianças, não permitindo a aplicaç ão do questionârio.

O método de divulgação que melhor penetrabili-

dade obteve foi o alto-falante (54% das respostas o apontaram

como fonte de informação) . A informação de pessoa a pessoa

ou de uma p essoa para grupos (através de palestras) alcançou

23,1% das respostas obtidas. Todos os outros métodos de edu-

caçao utilizados na divulgação somados chegaram a apenas 23 %

das respostas, conforme de1nonstra a tabela III.

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TABELA III

Respostas dadas à pergunta: "Como soube da vacinação?"

Macaé, abril de 1974 (*)

R E s p o s T A s N9 %

Alto-falante 6 39 54,0

Outra pessoa 273 23,1

Rádio 81 6,8

Cartaz 73 6 f 2

Faixa 37 3,1

Cinema 7 0 ,6

Outros 74 6 f 2

T O T A L 1184 100,0

FONTE: SECRETARIA DE SAÚDE E SANEAMENTO. Plano piloto

de Multivacinaçôes. Macaé, RJ; Relatõrio 3 9•

60

(*) A diferença entre o total de respostas e o de questionári-

os (1.093) se deve ao fato de que alguns entrevistados ci-

taram mais de um método.

A baixa penetração do rádio explica-se provave!

mente pelo fato de que a cidade de Macaé dista cerca de 20.0 qu~

lômetros do Rio de Janeiro e as estaçôes de rádio locais -sao

menos ouvidas que as da capital.

O cinema mostrou uma penetrabilidade insignifi-

cante (0,6%), pois atinge quase que exclus ivamente as classes

de maior renda, que em gera l já tém seus filhos vacinados, via

de regra em consultÕrios médicos particulares.

Mais uma vez a comunicação inter-pessoal ocupa

lugar de destaque entre todas as font e s de informação, suceden

do ao alto-falante, de grande penetrabilidade em áreas rurais,

onde o analfabetismo ainda se interpôe à divulgação por méto-

dos escritos (cartazes, faixas, jornais).

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CAMPANHA DE VACINAÇÃO SABIN EM SÃO PAULO, SP 33 •

O relatório estudado é o da sexta etapa de in-

tensificaç~o Sabin, realizada na capital de S~o Paulo em 1977.

A fase preparatória antecedeu sete dias a de e-

xecuçao. Para a divulgaç~o na comunidade foi feito contato em

escolas, sociedades de amigos de bairros, empresas de Ônibus,

estabelecimentos comerciais, igrejas, creches e favelas, visa~

do à colocaç~o de cartazes e distribuiç~o de impressos técni-

cos, além de palestras para grupos, que foram r ealizadas nes-

tas entidades.

A televis~o comercial e o rádio também contrib~

iram nessa fase da campanha, divulgando locais, dias e horári-

os de vacinaç~o, bem como esclarecime ntos sobre sua necessida-

de.

Durante a fase de avaliaç~o foram entrevistadas

557 famílias, que responderam a um questionário, obtendo-se as

seguintes informações quanto aos métodos de educaç~o utiliza-

dos em resposta à pergunta "Através do que ficou sabendo da cam

panha?" (tabela IV).

TABELA IV

Percentuais de respostas à pergunta "Através do que ficou s~

bendo da campanha?" - Campanha de vacinaç~o Sabin, S.Paulo, 77

FONTE DE INFORMAÇÃO

Televis~o

TV e Cartazes

TV e Rádio

Rádio

Cartazes

Outros

PERCENTUAL

39,1

20,7

14,0

10,2

8,3

7,7

FONTE: Relatório da campanha Sabin em S~o Paulo, 1977 33•

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Os car tazes (8,3 % das respostas) tiveram a se-

guinte distribuiç ão , quanto aos locais de exposição:

Nos postos de vacinação .... 5,0%

Na igreja .................. 0,4 %

Na escola .................. 2,3 %

Outros lugares ............. 0,6 %

Em 0,2 % das respos tas foi apontada a divulga­

ção por entidades, especialmente através de palestras para

grupos, enquanto 5,6 % apontavam a comunicação inter-pe ssoal

c omo fonte de informação sobre a campanha, ficando os restan­

tes 1,9 % para outras fontes.

Não constavam do relatório estudado informa-

ções sobre cobertura alcançada e número de pessoas envolvidas

na aplicação do questioná rio, bem como os critérios de apl ic~

ção utilizados, o que, de certa forma, pode induzir question~

mentos quanto ã validade da pesquisa.

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VACINAÇÃO CONTRA POLIOMIELITE EM PETR0POLIS, RJ 2 9•

A campanha de vacinaçao contra a poliomielite

realizada em Petrópolis em 1 96 1 deveria precede r a adoção de um

programa nacional de combate ~ doença utilizando a vacina oral

Sabin.

Foram vacinadas crianças entre quatro meses e

seis anos de idade, tendo cada criança rec ebido duas doses de

vacina com inte rvalo de seis semanas.

A divulgação da campanha ficou a cargo do então

Serviço Nacional de Educação Sanitâr i a , orgão do Minist~rio da

SaGde, que tinha, al~m de obj et ivos educativos, o de t es t a r um

plano de ação que p ud esse servir de guia para o trabalho a ser

realizado em todo o Pais.

Como primeiro passo realizaram-se reuniõe s e p~

lestras para qrupos de m~dicos e cirurgiÕes-dentistas, os quais,

devido a caractcristic~s peculiares de suas profissões, en tram

em contato com p züs de criançus nu faixa e tária que interessa­

va a campanha 1 além de exercerem influência na decisão dos pais

de vacinarem seus filhos . Tcn tando alcançar o maior nGmero po~

sivel desses profissionais (nem t odos l1aviam comparecido ~s re

uniões), foi anexado um info rme t~cnico sobre a vacina oral Sa

bin a uma carta circular solicitando seu apoio ~ campanha.

As professoras 1 elementos de grande valia em ca~

panhas de SaGde PÚblica, tamb~m foram contactadas atrav~s de r~

uniões ou encontros informais, suplementados por uma carta ci~

cular, quando foi solicitada a colaboração de cada uma para o

encaminhamento dos irmãos menor e s de seus alunos aos postos de

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64

vacinaçao.

Associaç6es as mais diversas (recreativas, es­

portivas, sociais) e Clubes de Serviço foram também procurados

com o fim de informarem seus associados sobre a vacinação.

A imprensa, durante as duas semanas que antece­

deram a vacinação, publicou notas e artigos sobre a doença e a

campanha, informaç6es essas que também foram transmitidas pela

estação de rádio local e por duas unidades móveis de alto-fa­

lantes.

Cartazes forum também colocados em vitrinas ,

farmácias e Ônibus, enquanto folhetos eram distribuídos às mães

através de escolares, Centros de Saúde e outros profissionais.

As igrejas locais informaram seus frequentadores sobre a reali

zação da campanha durante os serviços religiosos.

Durante a semana de vacinação foi intensificado

o trabalho de divulgação através da imprensa escrita e falada,

juntando-se o telefone aos métodos utilizados até então . Em ca

da posto de vacinaçao em que havia telefone as enfermeiras con

tactavam as famílias das redondezas, através de números conse ­

guidos no catálogo telefônico de endereços , solicitando o com-

parecimento ao posto para a devida vacinação. Um grupo de au-

xiliares de saneamento dirigiu-se aos morros próximos aos pos­

tos, levando até às famílias ali residentes as informaç6es so­

bre a campanha e convidando-as a descerem até os postos com

seus filhos para a administração do antigeno .

A fim de avaliar a principa l fonte de encaminha

mento de crianças aos postos perguntou-se à mãe ou acompanhan-

te como soubera da vacinação . Em uma amostra de cerca de 10 %

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65

da população vacinada os r e sultados e videnciaram que a campa-

nha foi conhecida a trav~s das escolas (26,7 %), comunicação in

ter-pessoal de ami gos , vizinhos ou par e ntes (19 ,1 %), rádio

( 11, 8 %) e carta zes ( 6 , 3 %) . As demais fontes de informação f o

ram citadas por me nos de 5 % dos entrevistados, conforme a ta-

bela V.

TABELA V

Vacinação contra a poliomielite em Petr6polis

(fontes de informações)

FONTES DE INFORMAÇÕES

Escolas

Comunicação inter-pessoal (amigos,

zinhos, parentes)

Rádio

Cartazes

Folhetos

M~dicos

Igrejas

Alto-falantes

Centro de Saúde

Jornais

Fábricas

Dentistas

Não sei

Outros

T O T A L

vi-

9-0

26,7

1911

11,8

613

4 1 5

4 1 5

411

3,7

2,9

119

1,8

012

0,9

11,6

10010

FONTE: MARCONDES, R.S. Vacinação contra a poliomi­

elite em Petr6polis 2 9•

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66

Com a finalidade de comparar a penetrabilidade

e eficiência dos diversos métodos utilizados nas quatro camp~

nhas estudadas, reunimos na tabela VI os resultados obtidos.

TABELA VI

Penetrabilidade dos métodos de educação do pÚblico em diver­

sas campanhas de Saúde PÚblica

PERCENTUAIS POR CAMPANHA M ~ T O D O S ALEXANDRIA MACA~ SÃO PAULO PETR6POLIS

Rádio

Imprensa

Televisão

Cinema

Cartas circulares

Alto-falantes

"Outdoors"

Folhetos

Cartazes

Outras pessoas

Faixas

TV e rádio

TV e cartazes

Outros

37,7

21,1

2, l

2,5

3 , 1

35,3

13,9

9,0

28,9

6,8 10,2

39,0

0,6

54,9

6, 2

23,1

3,1

14,0

20,0

6,2

FONTE: Relatórios impressos das diversas campanhas.

11,8

1,9

3,7

4, 5

6, 3

57,9

11,6

~ necessário que se tenha em mente, ao se estu

dar a tabela supra que, além dos conhecimentos anteriores da

população sobre saúde, da atuação prévia da Unidade Sanitária

e dos hábitos psicológicos e sociais da população, existemai~

da outros fatores que poderiam ter influenciado nos resulta

dos encontrados, tais como:

-- nao se pod e afirmar quanto a aleatoriedade de to -

das as amostras estudadas;

- f o i excluida de todos os trabalhos citados uma a-

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valiação sobre i1 pop u Lct ção que não este ve pre s e nte aos postos

de va c inação (po r outr o s motivos, aliados ou nao a motivação e

in teresse , o q ue n ão pro v a q ue e sse grupo não te nha sido a tin­

gido pelos m6 todos de e duc a ç ã o do pGbli co u tilizados), c

- como o m.:.tteríal de e ducaç ã o utiliza do néls quatro

campanhas estudadas não foi o me s mo, a convicção d e qu e s e i­

gualariam quanto ao pote ncial educati vo poderia ser questio na­

da.

A par d e sses 6bices , parece evide nte que , depe~

dendo da cidade trabalhada, a penetrabilidade maior ou menor

dos m~todos vai variar.

Cidade s grandes como s ão Paulo, com alto Indice

de a lfabetizados e elevado nGmero de receptores de r~dio e TV,

levam à opção desses métodos.

Convém ressaltar que, quando s e real izam campa­

nhas em c idades do interior, com a ltas taxas de alfabetizados

e elevado nGmcro de receptor e s, a divu l gação d a s mensagens p e ­

l o r~dio e TV ~ problemãtica, visto qu e os programas são gera­

dos na capital e não interess a m ao Esta do como um t odo . Entre ­

tanto, quando a s cidade s t~m e missora s de rãdi o locais , e sem­

pre possivel u ti li z~-l as para os p rogramas de saGde da ~re a.

Nesses casos, o conhecimento dos p rogramas de ma i o r audi ê ncia

e das emissoras mais ouvidas ê de fundamental importãnci a para

que se consig a a maximizaçao da cobertura .

Ape sar de el e vadíssimo o gasto com filme s c o l o ­

ridos de 35mm para exibição comercial , não h~ evidência de que

eles sejam Gt e is em campanhas de SaGde PGblica. Em geral, e

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baixa a percentagem da populaç~o que costuma frequentar os ci-

-nemas e, aqueles que o faz em , em gera l nao sao os mesmos que se

beneficiariam da campanha, pois em sua maioria provêm de elas-

ses mais abastadas , que utilizam serviços mêdi cos particulares

para promoção e proteção da saúde.

Dos mêtodos utilizados em campanhas, o que rea!

mente avulta de importância, n~o s6 por sua elevada penetrabi-

lidade e consequen te eficiência, mas principalmente por seu ba.!:_

xo preço e ace s sibilidade, ê o alto-falante montado em v e icu-

l os que c ircuL1m po r toda a área e l evam a mensagem a toda e

qualquer pes soa , independentemente do nivel s6cio-econ6mico-

cultural.

Ao se optar por e sse mê todo, melhor do que o e~

prego de fitas gra vadas em cada unidade volante seria a coloca

ç~o de um divulg a dor com boa i mpostaçâo de voz e iniciativa,

que adapte a n~nsagcm a cada situaç~o apres entada, aumentando

a identificação do povo com o mêtodo empregado .

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-CONCLUSOES

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Este trabalho permite concluir:

1. A evoluç~o tecnol6gica na ârea da comunicaç~o vem

propiciando cada vez mais a utilizaç~o de novos e sofisticados

m~todos de educaç~o.

2. No Brasil, embora a c ompa nhando essa evoluç~o, ain

da n~o se utiliza plenamente o po tencial educativo desses m~to

dos na ârea da SaGde PGblica, nem todos jâ disponiveis.

3. A seleç ~o dos métodos de Educaç~o em Saúde PÚbli-

ca a serem utili zados e m campanhas deverâ ser fundamentada no

conhecimento da r eyi~o a ser trabalh ada, bem como em suas ca-

racteristicas s6c i o-culturai s .

4. Alto-falarltes, televisão, râdio e cartazes mostra

ram-se eficientes para atrair a populaç~o aos postos de vacina

-çao nas cidades e studad as.

5. Impr e nsa, impressos e cinema foram pouco eficien-

tes para atrair a populaç~o aos postos de vacinaçao nas cida-

des estudadas.

6. I'are c c possivel concluir que campanhas de Saúde

PÚblica deverâo inve s t ir mais as verba s d e stinadas ~ educaç~o

da população em prngrama s ou mensagens a s e rem transmitidas

por alto-falantes, t cl e vis âo, r5dio e carta zes.

7. Parece ma is prudente investir verbas e m vârios me

todos de educação no desenvolvimento de campanhas de Saúde PÚ-

blica do que aplicâ-l a s em apenas um.

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-RECOMENDACOES

~

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A fim de tentar assegurar o sucesso de uma cam-

panha de Saúde Pública é indispensável conhecer as caracterís-

ticas da comunidade a ser trabalhada, bem como seus conhecimen

tos, atitudes e práticas relacionados à saúde.

Em relaç ã o aos métodos educativos a serem utili

zados nas campanhas, de modo geral pode-s e recomendar o rádio,

televisão e alto-falantes. Quando se trata de popu lação de ní

vel de escolaridade mais baixo, a vulta de importància o alto-

falante, que demonstrou ser de grande penetrabilidade e capac!

-dade de persuasao.

A imprensa deverá ser utilizada como método de

educação de preferênci a quando for alto o Índice de alfabetiza

dos que leem jornais regularmente. E um método que não e xige

inversão de ve rbas da campanha , pois, via de regra, os jornais

acatam com simpati a a solicitação para divulgação d e matérias

sobre s a LHk~ .

A ~roduç ão de cartazes e impre ssos em geral de -

ve ser condici o na dJ a um t este prévio , atr avés da exposi çãodos

mesmos <:1 amuslras ::; i ynificu.tivas d o universo populacional a ser

trabalhado.

M6Loclos de educação do pÚblico devem ser assoei

ados aos d e t~ ducd ç:iío j ndi vidual ou de grupos , u fim de que se

consiga alcanç.:.tr muior· número de pessoas e se propicie I1ldior nu

mero de exposiçoes a mensag em.

Para se exp lorar o efeito multi.plicador da com~

nicação inter-pe ssoal , a mensage m d e ve solicitar à população

disseminá-la entre parentes e amigos.

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2 essencial que as campanhas de SaGde PGblica

incluam em seus planos uma etapa de avaliaç~o dos m~todos edu

cativos utili zados , o que só será possíve l se os objetivos a

sere m alcançados estiverem clara e previamente definidos.

Avaliações periÓdicas podem fornecer um " feed -

back'' para controlar o andamento do programa educativo, pode~

do eventualme nte evidenciar a ne cessidade de novo planejamen-

to. Bennet 3, em seu trabalho "The Planning of ·Health Educa-

tion", comenta que " plun( j cu nt' nt ,; é w :1u. pu. r> te CG8 e n e i rd. c '1-ni;c:

y r- a 11 .;. e c' I!/ .. ..... -. ' ~~ . ' .._1 Ct. t ·t l tL gastu n el.c c t:empo <,JO .'j -

t ,> ~ · ' 'i l·.'ct'!cl ~o ~,~ ~~ - ~ ~ ' - ' l '.' ."i ; J( ( /A ((i . I . d.f)t ' Ji.u.:; l,una J' (l ( ' /li d de p 1• oc· N N ; I / n~

ç::i.u ".

Por sua singular importãncia na realizaç~o de

campa nhas de SaGde PGbli c a, o Educador de SaGde PGblica deve -

ra sempre participa r do se u planejamento , pois o ªxito ou fra

casso do trabalho dependem em grande parte dos conhecimentos

es pec íficos d e sse profissional na sua area de a tuaç~o - a Edu

caç~o e m Sa Gd e PGblica .

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~

REFERENCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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